Em 1986, em Salvador, durante o II Simpósio Internacional de História da Arte-
Educação, as associações e núcleos de arte-educadores assumiram o compromisso de criar
uma Federação Nacional. Em 1987, em Brasília, por ocasião do II Encontro Latino-
Americano de Arte-Educação, no I FLAAC (Festival Latino-Americano de Arte e
Cultura), nasceu a FAEB (Federação dos Arte-Educadores do Brasil), com o propósito de
congregar as associações e núcleos regionais, dando-lhes voz em âmbito nacional.
Os maiores fóruns nacionais de debate e reflexão que se seguiram acompanharam e,
de certa forma, promoveram a mudança de mentalidade dos arte-educadores, nos aspectos
político e conceitual. Na segunda metade da década de 80, proliferaram pelo país encontros
com os mesmos objetivos: reafirmar o papel do professor de arte, promover a articulação
entre os profissionais, refletir e disseminar a produção científico-pedagógica e questionar a
formação dos docentes.
De 88 a 98, a FAEB realizou 11 congressos anuais. Os dois primeiros (Tabatinga e
Brasília) tiveram discussões centradas na formação do professor e na LDB. A tônica do
terceiro (1990), organizado em conjunto com a Associação dos Arte-Educadores de São
Paulo (AAESP), foi a sensibilidade. A partir do quarto Congresso, realizado com a
Associação Gaúcha de Arte-Educadores (AGA), em Porto Alegre (1991), a FAEB
afirmou-se como entidade forte em nível nacional. Mais de mil professores participaram do
evento, que reuniu 13 conferencistas internacionais, entre eles Elliot Eisner, então
presidente da INSEA (International Society for Education Through Art).
O V Congresso da FAEB, em Belém do Pará (1992), foi o primeiro na região
Norte, organizado pela Associação de Arte-Educadores do Pará. Paralelamente às
apresentações de conferencistas nacionais e internacionais, foi realizado o 1º Fórum sobre
os Currículos dos Cursos de Artes.
O primeiro Congresso da FAEB na região Nordeste aconteceu em Recife, em 1993,
passando a chamar-se de CONFAEB. O 2º Fórum de Currículos desenvolveu-se no mesmo
período, com a participação de representantes do MEC. Na ocasião foi solicitada a
reativação da CEEARTES (Comissão de Especialistas de Ensino de Artes e Design) para
debater a reformulação do Ensino Superior de Arte.
Em 1994 foi a vez do Centro-Oeste. Campo Grande (MS) foi sede de três eventos
paralelos: o VII CONFAEB, o III Encontro Latino-Americano de Arte-Educadores e o II
Fórum Nacional de Avaliação e Reformulação do Ensino Superior das Artes. Em 1995, o
VIII CONFAEB aconteceu em Florianópolis, sob responsabilidade da UDESC.
Em 1996, a AAESP tornou a sediar o evento, em sua nona edição, com o apoio da
PUC de Campinas. O encontro teve caráter científico, ao abordar metodologias, e histórico,
ao promover uma mesa redonda com os presidentes da FAEB. A versão preliminar dos
Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC (PCNs) foi discutida com os arte-educadores,
num ano importante no cenário da luta política pelo ensino da Arte. Houve intensa
mobilização, com manifestações em todas as cidades, culminando, em dezembro, com a
aprovação da LDB no Congresso Nacional e sua sanção pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso.
Macapá sediou o X CONFAEB (1997), alvo de grande comemorações. Em 98,
Brasília foi mais uma vez o ponto de encontro, colocando em pauta o tema Arte-Políticas
Educacionais e Culturais no Limiar do Século 21 no XI CONFAEB.
Nesse contexto, destacam-se também os doze Seminários Nacionais de Arte-
Educação da Fundarte, de Montenegro/RS (1987-98), pelo mérito da continuidade e da
busca de um caráter mais científico, com a apresentação de projetos, pesquisas e relatos de
experiência. Estudantes de artes de Pernambuco, participantes do Congresso de Belém
(1992), deixaram uma mensagem que caracteriza o "clima" dos eventos dos anos 90:
"Viemos com uma mala cheia de preocupações. Voltamos com duas. Mas voltamos