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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
A polifarmácia em idosos no município de São Paulo
– Estudo SABE – Saúde, Bem-estar e
Envelhecimento
Maristela Ferreira Catão Carvalho
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Saúde Pública para
obtenção do título de Mestre em Saúde
Pública.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profa. Dra. Maria Lúcia
Lebrão
São Paulo
2007
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A polifarmácia em idosos no município de São Paulo
– Estudo SABE – Saúde, Bem-estar e
Envelhecimento
Maristela Ferreira Catão Carvalho
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Saúde Pública
para obtenção do título de Mestre em
Saúde Pública.
Área de Concentração:
Epidemiologia
Orientadora: Profa. Dra. Maria Lúcia
Lebrão
São Paulo
2007
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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
1
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Esther e Adalberto (in memorian), pelo imenso amor em
destinar suas vidas em prol da minha educação.
Ao meu noivo, Lincoln, companheiro de todos os momentos pelo qual
tenho um grande amor.
2
AGRADECIMENTOS
Não há como começar os agradecimentos, senão primeiramente a
Deus.
À minha orientadora que ama o que faz, fluindo seu amor aos
seus. Obrigada por permitir aprender e me direcionar ao caminho certo.
Às professoras Nicolina Silvana Romano-Lieber e Gun Birgitta
Bergsten Mendes cujas críticas e sugestões enriqueceram o trabalho
Aos professores Jair Lício Ferreira Santos e Sabina Lea Davidson
Goltlieb, com o seu carinho e dedicação, contribuíram esplendidamente
com o trabalho.
Ao Fernão Dias de Lima pela sua brilhante competência e
profissionalismo.
À Dra. Norma Suely de Oliveira Farias pela sua destreza e
paciência de ter compartilhado seu conhecimento.
À Dra Rosa Maria Barros dos Santos, que através de sua alegria
e incentivo fizeram que eu iniciasse meu mestrado.
Ao Dr Paulo Sérgio Pelegrino, diretor do Centro de Referência do
Idoso (CRI –LESTE), e aos amigos do CRI, Regina, Graziela e
funcionários da Assistência Farmacêutica que me apoiaram nos
momentos mais difíceis.
Aos funcionários e estagiários do setor de Estatística, com
amizade e carinho, ajudaram e suavizaram os instantes finais.
Aos idosos que permitiram que o conhecimento pudesse ser
expandido.
À minha família e amigos, meu muito obrigado, pelo amor,
carinho, paciência, suporte, esperança e orações.
3
“As reticências são os três primeiros
passos do pensamento que continua
por conta própria o seu caminho”.
Mario Quitana
4
RESUMO
Carvalho MFC. A Polifarmácia em idosos no município de São Paulo.
[dissertação de mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo; 2007.
Introdução: O crescente aumento da população idosa faz aumentar a
necessidade de recursos de saúde, entre eles o uso de medicamentos.
Objetivo: Estudar os riscos de polifarmácia em idosos no município de São
Paulo, Brasil. Métodos: Este estudo faz parte do projeto SABE Saúde,
Bem-estar e Envelhecimento através de questionários por amostra em
domicílios de 2143 idosos com 60 anos e mais composta por sorteio. Os
dados finais foram ponderados e expandidos de modo que representem a
população idosa no ano de 2000. A polifarmácia foi definida como o uso de
quatro ou mais medicamentos, e utilizado o estudo de regressão logística
por passos (IC 95%). Resultados: A média do número de medicamentos foi
de 2,72 e a prevalência de polifarmácia de 31,5%. A polifarmácia foi mais
prevalente em mulheres com 75 anos e mais (52,1%), religião espírita
(51,2%), que declaram estado de saúde ruim (40,2%) e escolaridade acima
de 12 anos (46,9%). Verificou-se que 71,1% adquirem medicamentos do
próprio bolso, 15,95% se automedicam e a não adesão é devida ao custo
(9,1%). Os riscos para polifarmácia foram mulheres (OR 2,2), idade acima
de 75 anos (OR 1,5), consulta e internação em quatro meses (OR de 1,9 e
3,8) e problemas cardíacos (OR 3,8). Quanto ao medicamento impróprio a
prevalência foi de 15,6%. Conclusão: Os riscos identificados na
polifarmácia mostram uma necessidade de políticas públicas que visem
promover o uso racional de medicamentos.
Descritores: idoso, farmacoepidemiologia, medicamento, uso impróprio de
medicamento, inquérito populacional.
5
ABSTRACT
Carvalho MFC. The polypharmacy in elderly within the municipality of São
Paulo (master’s thesis): Faculdade de Saúde Publica da Universidade de
São Paulo; 2007.
Introduction: The continuous growth of the elderly population increases the
need for further health resources; amongst them is the use of drugs.Object:
Study the risks’ Polypharmacy in the population of elderly people within the
city of São Paulo, Brasil. Method: This study is part of the ‘SABE’ project
Health, Well-being and aging. This survey is carried out by using a sample
questionnaire in the residence of 2143 people aged 60 and over. The final
data are pondered and expanded to represent the population of elderly
people in the year 2000. In order to analyze, polypharmacy was defined as
four or more drugs, using the study of stepwise logistical regression (IC
95%). Results: The average number of drug stays at 2,72, with a prevalence
of polyfarmacy of 31,5%. Polyfarmacy is more prevalent amongst women
aged 75 and over (52,1%); spiritualists (51,2%); those who claim poor self
perceived health status (40,2%); those whose level of education is at least 12
years (46,9%). It has been observed that 71,1% use their own money to buy
drugs; 15,9% practice self-medication; the cost of treatment being the cause
of nonadherence (9,1%). Women are more at risk (OR 2,2), aged 75 and
over (OR 1,5), visit to the physician and hospitalization within four months
(OR from 1,9 to 3,8), cardiovascular conditions (OR 3,8). As for
inappropriate use of medications, the prevalence is 15,6%. Conclusion: The
identified risks in polypharmacy show a need for public policies that would
promote a more rational use of medications.
Key words: elderly, pharmacoepidemiology, drug, inappropriate medication,
population-based survey.
6
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO _________________________________________________ 9
1.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E SEU IMPACTO SOBRE A
ATENÇÃO À SAÚDE.___________________________________________________ 9
1.2 ASPECTOS RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO________________ 12
1.3 FARMACOEPIDEMIOLOGIA_______________________________________ 15
1.3.1 Farmacovigilância________________________________________________________ 17
1.3.2 Estudos de Utilização de Medicamentos ______________________________________ 29
1.4 MEDICAMENTOS NA POPULAÇÃO IDOSA__________________________ 39
1.4.1 Epidemiologia do Uso de Medicamentos em Idosos _____________________________ 39
1.4.2 Fatores Determinantes da Polifarmácia entre Idosos _____________________________ 45
1.4.3 Conseqüências da Polifarmácia na População Idosa _____________________________ 47
1.4.4 Avaliação da Adequação do Uso de Medicamentos por Idosos ____________________ 50
1.5 ESTUDO SABE ____________________________________________________ 52
2 OBJETIVOS __________________________________________________ 56
2.1 OBJETIVO GERAL ________________________________________________ 56
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS _________________________________________ 56
3 METODOLOGIA ______________________________________________ 57
3.1 POPULAÇÃO ESTUDADA __________________________________________ 57
3.2 PLANO DE ANÁLISE_______________________________________________ 57
3.2.1 Uso do Medicamento _____________________________________________________ 57
3.2.2 Polifarmácia_____________________________________________________________ 60
3.2.3 Não Adesão _____________________________________________________________ 62
3.2.4 Automedicação __________________________________________________________ 63
3.2.5 Desenho do estudo _______________________________________________________ 64
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO___________________________________ 67
4.1 PERFIL DA POPULAÇÃO ESTUDADA _______________________________ 67
4.2 PERFIL DO USO DE MEDICAMENTOS ______________________________ 70
4.3 ESTUDO DA POLIFARMÁCIA ______________________________________ 92
4.3.1 – Estudo do Risco da Polifarmácia___________________________________________ 99
5 CONCLUSÃO ________________________________________________ 103
6 BIBLIOGRAFIA______________________________________________ 105
ANEXOS ________________________________________________________ 122
7
Tabela 1: Mortalidade proporcional de idosos de 60 anos e mais, segundo
grupo de causa de causa e sexo. Estado de São Paulo, 2003.____________ 14
Tabela 2: Coeficiente de mortalidade por doenças do aparelho circulatório
(por 100.000 habitantes), segundo sexo e faixa etária. Estado de São Paulo,
2003. _________________________________________________________ 14
Nas tabulações por faixa etária ou sexo, estão suprimidos os casos com
idade ou sexo ignorados, respectivamente. ___________________________ 14
Tabela 3: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais na amostra e na
população, segundo sexo e faixa etária, no município de São Paulo, 2000.__ 67
Tabela 4: Distribuição de pessoas 60 anos e mais (%), segundo sexo idade
e número de plantas medicinais, Município de São Paulo, 2000. __________ 69
Tabela 5: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (N e %), segundo
número de medicamentos, Município de São Paulo, 2000._______________ 70
Tabela 6: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais, segundo número de
medicamentos e idade, Município de São Paulo, 2000. _________________ 72
Tabela 7: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo o número
de medicamentos e procura de atendimento médico durante os quatro
meses antecedentes à entrevista, Município de São Paulo, 2000. _________ 74
Tabela 8: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo o número
de medicamentos e número de atendimentos médicos nos quatro meses
antecedentes à entrevista, Município de São Paulo, 2000. _______________ 74
Tabela 9: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais, segundo número de
medicamentos e número de internações nos quatro meses antecedentes à
entrevista, Município de São Paulo, 2000. ____________________________ 75
Tabela 10: Distribuição de pessoas 60 anos e mais (%), segundo sexo idade
e número de medicamentos, Município de São Paulo, 2000. _____________ 77
Tabela 11: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo número
de medicamentos e nacionalidade, Município de São Paulo, 2000. ________ 78
Tabela 12: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo religião
e número de medicamentos, Município de São Paulo, 2000. _____________ 79
Tabela 13: Distribuição das pessoas de 60 anos e mais, segundo número de
medicamentos e estado de saúde auto-referido, Município de São Paulo,
2000. _________________________________________________________ 79
8
Tabela 14: Distribuição da proporção de pessoas de 60 anos e mais,
segundo escolaridade e número de medicamentos, Município de São Paulo,
2000. _________________________________________________________ 80
Tabela 15: Distribuição da proporção de pessoas de 60 anos e mais por
quintis de renda, segundo número de medicamentos, Município de São
Paulo, 2000. ___________________________________________________ 81
Tabela 16: Distribuição das formas de aquisição de medicamentos por
pessoas de 60 anos e mais, Município de São Paulo, 2000.______________ 82
Tabela 17: Distribuição das pessoas de 60 anos e mais (%), segunda
adesão ao tratamento medicamentoso, Município de São Paulo, 2000._____ 84
Tabela 18: Distribuição da porcentagem do consumo de medicamentos por
pessoas de 60 anos e mais, segundo prescrição por médico e
automedicação, Município de São Paulo, 2000. _______________________ 86
Tabela 19: Distribuição da porcentagem do consumo de medicamentos por
pessoas de 60 anos e mais, segundo doença auto referida e automedicação,
Município de São Paulo, 2000._____________________________________ 86
Tabela 20: Distribuição dos medicamentos utilizados por pessoas idosas 60
anos e mais (%), segundo classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical-Chemical), Município de São Paulo, 2000. ________________ 88
Tabela 21: Distribuição dos quarenta medicamentos mais freqüentes por
pessoas de 60 anos e mais, segundo Classificação Farmacológica ATC
(Anatomical-Therapeutical-Chemical), Município de São Paulo, 2000.______ 91
Tabela 22: Distribuição dos medicamentos impróprios para idosos (%),
segundo Critérios de Beers*, Município de São Paulo, 2000. _____________ 93
Tabela 23: Modelo final de análise multivariada de polifarmácia, segundo as
características demográficas, necessidades e doenças auto referidas, entre
os idosos, Município de São Paulo, 2000. ___________________________ 101
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E SEU IMPACTO SOBRE
A ATENÇÃO À SAÚDE.
As condições de saúde da população humana apresentaram uma
melhora significativa em todos os continentes, principalmente na segunda
metade do século XX, o que provocou uma transição demográfica e
epidemiológica e, conseqüentemente, o envelhecimento da população
118
.
A transição demográfica é caracterizada pela mudança de um padrão
de altas taxas de mortalidade e fecundidade para baixas taxas de
mortalidade e fecundidade, aumento da longevidade e urbanização
acelerada
24
. A transição epidemiológica está relacionada com a passagem
de altas taxas de mortalidade por doenças infecciosas para altas taxas de
mortalidade por doenças crônico-degenerativas
124
.
Este fenômeno é chamado de envelhecimento populacional, ou seja,
mudanças na estrutura etária, tendo como conseqüência a diminuição de
jovens e o aumento no número de idosos.
O envelhecimento populacional nos países desenvolvidos, como na
Europa, foi acompanhado da melhora das condições de vida, que estão
presentes décadas. Porém nos países da América Latina, o processo
ocorreu antes que as desigualdades econômicas e sociais pudessem
diminuir
121
.
10
Na 26ª Conferência Sanitária Pan-Americana, verificou-se que os
idosos, com 60 anos ou mais, em 2002, representavam 8% da população
total da América Latina e do Caribe e 16% no Canadá e nos Estados Unidos.
Projeta-se que, até 2025, 14% da população da América Latina e do Caribe
terão acima de 60 anos de idade
119
.
Nota-se ainda que a expectativa de vida ao nascer aumentou em todo
o mundo, inclusive nos países menos desenvolvidos, porém a forma como
essa elevação aconteceu é diferente quando comparada aos países
desenvolvidos. Em países desenvolvidos a expectativa de vida ao nascer
teve seu início após o Renascimento, devido a uma série de mudanças
sociais, políticas, culturais e científicas, sendo que em 1750 as pessoas
viviam em torno de 35 anos e em 1800 passaram a viver em torno de 40
anos.
Porém o principal determinante do aumento da expectativa de vida ao
nascer ocorreu com a Revolução Industrial devido às melhoras das
condições de vida, assim como as do trabalho e da educação, fazendo com
que ocorresse aumento da expectativa de vida e diminuição da mortalidade
infantil antes mesmo das grandes conquistas tecnológicas da medicina. No
Brasil, de 1900 a 1950 a expectativa de vida ao nascer cresceu de 33,7 anos
para 43,2 anos, ou seja, um crescimento de dez anos em um período de
cinco décadas, porém houve um aumento de doze anos entre 1950 a 1960,
e a expectativa de vida ao nascer passou a ser 55,9 anos
124
.
Na Figura 1, pode-se observar o índice de envelhecimento no Brasil
no período de 1991
a 2002. A região Nordeste apresenta um índice menor
que os valores do Brasil, e a região Sudeste apresenta o maior índice
53
.
11
Figura 1: Índice de Envelhecimento
*
, segundo regiões do Brasil, período de
1991 a 2002.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1991 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Brasil Região Norte Região Nordeste
Região Sudeste Região Sul Região Centro-Oeste
* Nota: índice de envelhecimento = número de pessoas de 60 anos e mais
para cada 100 pessoas com menos de 15 anos.
Fonte: DATASUS, 2006 – adaptado
53
O processo de longevidade, que se inicia no momento do nascimento,
foi uma conquista, devida em grande parte, ao progresso da medicina e
maior cobertura dos serviços de saúde. O envelhecimento altera a vida do
indivíduo, sua estrutura familiar, a sociedade, também acarreta novas
demandas, necessitando de mudanças nas políticas públicas, sendo este o
desafio para o Estado, sociedade e família
24
.
O processo de envelhecimento populacional aumentará as
solicitações na área da saúde, principalmente nas doenças crônico-
degenerativas, implicando maior custo nas internações e tratamentos,
equipamentos e medicamentos
24
, envolvendo ainda, esquemas terapêuticos
complexos, por períodos prolongados
131
. A idade é um fator preditor do uso
de medicamento, sendo que a chance de usá-lo aumenta a partir dos 40
12
anos de idade
139
, principalmente nos idosos, devido aos processos
patológicos crônicos eventualmente associados a afecções agudas
122
.
1.2 ASPECTOS RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO
O conceito de envelhecimento descrito por Carvalho-Filho e Alencar
33
se refere ao processo dinâmico e progressivo, no qual tanto as modificações
morfológicas, como as funcionais, bioquímicas e psicológicas, determinam
progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio
ambiente, resultando em maior fragilidade e incidência de processos
patológicos e, conseqüentemente, a morte.
A fase do processo de envelhecimento não apresenta um marcador
físico e fisiológico, que delimita a transição entre uma fase e outra, como
ocorre nas fases de desenvolvimento, puberdade, estabilização ou
maturidade. Seu início é relativamente precoce, aos 30 anos, porém ocorre
de forma pouco perceptível, até que surjam as primeiras alterações
fisiológicas e/ou estruturais atribuídas ao envelhecimento, no final da terceira
década de idade
123,124
.
No idosos uma redução na quantidade de água corpórea total,
assim como os componentes intra e extracelulares, provocando maior
susceptibilidade a graves complicações de perdas líquidas e maior
dificuldade à rápida reposição do volume perdido
77
.
a perda da massa corpórea, sendo que, órgãos como os rins,
fígado e músculo são os mais afetados. Também é importante considerar
que o sistema ósseo sofre uma alteração em seus componentes,
aumentando o tecido esponjoso e diminuindo o tecido compacto. Ocorre
também a diminuição de algumas proteínas plasmáticas como a albumina
que tem como resultado a alteração no transporte de diversos fármacos no
sangue
77
.
13
Outro fator a ser considerado é a alteração funcional, que varia de
indivíduo para indivíduo, ocorrendo em todos os setores do organismo
34
.
No processo de envelhecimento populacional, um evidente
aumento na incidência de doenças crônico-degenerativas, que muitas vezes
leva a seqüelas, diminuindo o desempenho funcional. Os idosos são
proporcionalmente mais dependentes do que os mais jovens e este fato faz
com que ocorram mudanças na estrutura familiar e na qualidade de vida do
idoso
57,125
.
Mais importante que o envelhecimento cronológico, pode haver o
envelhecimento funcional, sendo que, em determinado nível, situa-se o limiar
da incapacidade. Acima do limiar estão as pessoas que vivem de forma
independente e são autônomas, ou seja, são pessoas que têm a capacidade
de realizar algo com seus próprios meios, de tomar decisões e ter o
comando, e abaixo do limiar encontram-se as pessoas incapazes e
dependentes
125
.
As condições de saúde estão diretamente relacionadas com os riscos
de mortalidade do indivíduo, sendo que quanto pior for a condição de saúde
relatada pelo indivíduo, maior a chance de vir a ser hospitalizado
86
.
Dentre as principais causas de morte na faixa etária de 60 anos e
mais, no Brasil em 2003, de acordo com o Sistema de Informação de
Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, estão as doenças do aparelho
circulatório que ocupam o primeiro lugar, as neoplasias (tumores) como a
segunda causa, seguidas das doenças do aparelho respiratório (Tabela 1).
Em 2003, as doenças infecciosas representaram 2,72%, ocupando o
sexto lugar da mortalidade geral. A proporção de óbitos por acidentes e
violência, significa 2,98% da mortalidade geral entre os idosos, superando as
doenças infecciosas e parasitárias (DIP). (Tabela 1).
14
Tabela 1: Mortalidade proporcional de idosos de 60 anos e mais, segundo
grupo de causa de causa e sexo. Estado de São Paulo, 2003.
Grupo de causas Masculino Feminino Total
Doenças do aparelho circulatório 39,77 42,4 41,05
Neoplasias 20,53 16,99 18,80
Doenças do aparelho respiratório 16,72 15,73 16,24
Causas externas 3,63 2,30 2,98
Doenças infecciosas e parasitárias 2,74 2,71 2,72
Demais causas definidas 16,62 19,87 18,21
TOTAL 100,0 100,0 100,0
Fonte: DATASUS, 2006
53
Notas:
1. Nas tabulações por faixa etária, sexo ou grupos de causas, estão suprimidos os
casos com idade, sexo ou grupo de causa ignorados ou mal definidos,
respectivamente.
2. Mortalidade proporcional: percentual dos óbitos informados.
As doenças relacionadas ao aparelho circulatório acometem o grupo
etário a partir dos 40 anos de idade com maior relevância na faixa etária de
70 anos e mais, como mostra a tabela 2.
Tabela 2: Coeficiente de mortalidade por doenças do aparelho circulatório
(por 100.000 habitantes), segundo sexo e faixa etária. Estado de São Paulo,
2003.
Faixa etária Masculino
Feminino Total
0 a 29 anos 4,6
3,6
4,1
30 a 39 anos 34,6
21,9
28,1
40 a 49 anos 139,2
75,4
106,0
50 a 59 anos 410,8
207,9
304,5
60 a 69 anos 940,5
525,0
714,5
70 a 79 anos 2009,9
1339,6
1624,9
80 anos e mais 5033,9
4440,2
4654,3
TOTAL 199,5
168,8
183,8
Fonte: DATASUS, 2006
53
.
Notas:
Nas tabulações por faixa etária ou sexo, estão suprimidos os casos com
idade ou sexo ignorados, respectivamente.
15
Na pesquisa realizada em idosos de 60 anos e mais, residentes no
município de São Paulo em 2000, conhecida como Estudo SABE, foi
verificado que, das doenças crônicas auto-referidas, a hipertensão foi a de
maior prevalência (53,3%), seguida das doenças reumáticas (31,7%) e
problemas cardíacos (19,5%), porém é válido notar que são doenças auto-
referidas, ou seja, dependem da utilização de serviços de saúde para obter o
conhecimento da sua existência
84
.
1.3 FARMACOEPIDEMIOLOGIA
A Farmacoepidemiologia foi primeiramente descrita por Lawson em
1984, e vem de duas ciências “farmacologia” e “epidemiologia”
82
. A
farmacologia (pharmakon medicamento e logos estudo) no sentido amplo, é
a ciência que estuda o fármaco, entre as suas propriedades físicas e
químicas, dos compostos, das ações fisiológicas, da absorção, do destino e
da excreção, bem como o uso terapêutico
66,143
. Fármaco é toda substância
com uma estrutura química definida, utilizada para modificar ou explorar o
sistema fisiológico ou estados patológicos, para benefício do organismo
receptor
169
. Epidemiologia é o estudo da distribuição e dos determinantes de
estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas, e sua
aplicação no controle de problemas de saúde
80
. Diante dessas definições,
pode-se contextualizar que o uso de medicamento, em uma população ou
em um grupo específico, pode determinar o nível de saúde ou doença dessa
população
150
.
16
Existem várias definições de farmacoepidemiologia, como:
Estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos em um grande
número de pessoas”.
(Strom LB, 1994)
153
“Aplicação do conhecimento, métodos e raciocínio epidemiológicos
para o estudo do uso e efeitos (benéficos e adversos) dos medicamentos
nas populações humanas”.
(Porta M, Hartzema GH, Tilson HH, 1998)
129
Porém, a definição mais recente é:
“O estudo do uso, dos efeitos e efeitos colaterais de medicamentos
em grande número de pessoas com o propósito de proporcionar o uso
racional e custo-efetivo do uso de medicamentos na população, e melhorar
os desfechos de saúde”.
(WHO, 2003)
165
Conforme descrito por Porta et. al
129
, a farmacoepidemiologia tem
como objetivo conhecer, analisar e avaliar o impacto dos medicamentos
sobre as populações humanas. Para tanto, organiza-se em dois grandes
grupos de ações: a farmacovigilância e os estudos de utilização de
medicamentos
137
.
17
1.3.1 Farmacovigilância
A terapêutica farmacológica teve início a partir do primeiro terço do
século XX, porém somente nos anos 40, os novos fármacos trouxeram a
possibilidade da cura de doenças infecciosas, assim como a perspectiva
mais ou menos eficaz de tratamento sintomático de quadros agudos e de
doenças crônicas
157
.
Com o uso do medicamento, abre-se a possibilidade do aparecimento
de reações adversas, sendo estas inicialmente descritas em 950 a.C.,
quando Homero escreve a Odisséia e relata que “muitos remédios são
excelentes quando isolados ou misturados, mas muitos são fatais”. Entre
1775 e 1778, William Withering faz a primeira descrição de um efeito
adverso, ao relatar os sintomas provocados pela digitalis no tratamento da
insuficiência cardíaca. Em 1929, nos Estados Unidos a Associação Médica
Americana cria o conselho em Farmácia Clínica que, mais tarde, foi
transformada na Food and Drug Administration (FDA), órgão federal de
vigilância sanitária, vinculada ao Departamento de Saúde e Serviços
Humanos da Administração Pública Federal daquele país
62
.
A FDA passa a exercer um rigoroso controle de medicamentos
comercializados nos Estados Unidos a partir do incidente causado pelo
solvente dietilenoglicol, que foi usado como veículo da sulfanilamida em um
xarope para infecções em crianças e causou a morte de 107 crianças em
1937
62
. Porém, o mesmo controle o aconteceu nos paises da Europa e no
Brasil, onde em1961, ocorreu o desastre teratogênico da talidomida, que
provocou um aumento súbito de defeitos congênitos graves, como focomelia
e amelia.
A OMS verificando que as reações adversas constituem um problema
grave de saúde pública sentiu a necessidade de implantar um sistema
internacional para a identificação de reação adversa, iniciando em 1967 um
estudo piloto, com dez países que dispunham de centros nacionais de
vigilância farmacológica (Austrália, Canadá, Checoslováquia, Estados
18
Unidos da América, Irlanda, Nova Zelândia, Paises Baixos, Reino Unido,
Alemanha, Suécia, e posteriormente Dinamarca e Noruega), sendo que
esses países enviariam para a OMS as notificações dos casos de reações
adversas, para serem classificadas e analisadas
116
.
Em 1971, a 20ª Assembléia Mundial de Saúde estabeleceu a
resolução WHA 2051, estabelecendo o Sistema Internacional de
Monitorização de Reações Adversas a Medicamentos
116
.
Nessa época, a OMS entendia farmacovigilância como “vigilância
farmacológica”, com a definição de:
“Todo procedimento encaminhado a um método sistemático a fim de
verificar a provável existência de uma relação de causalidade entre
determinados medicamentos e das reações adversas em uma dada
população”.
(OMS, 1972)
116
Laporte et. al, em 1989, aponta a denominação de Farmacovigilância,
como:
“Conjunto de atividades destinadas a identificar e avaliar os efeitos do
uso, agudo ou crônico, dos tratamentos farmacológicos na população ou em
subgrupos de pacientes expostos a tratamentos específicos”.
(Carné e Laporte, 1989)
29
“A detecção do efeito do medicamento na comunidade, usualmente
adverso. A farmacovigilância pode ser passiva (a coleção de relatos
espontâneos) ou ativa (estruturados) onde o paciente e o prescritor são
recrutados e avaliados”.
(Laurence e Carpenter, 1994)
106
19
Porém, em 2002, uma nova definição estabelecida pela OMS
como:
“A ciência e as atividades relacionadas para a detecção, avaliação,
compreensão e prevenção dos efeitos adversos e quaisquer outros
problemas relacionados a medicamentos”.
(WHO, 2002)
164
No Brasil, em 1998, a criação da Política Nacional de
Medicamentos aprovada pela Portaria nº. 3.916 de 30 de outubro de 1998,
que reafirma a definição de Laporte
156
.
No Estado de São Paulo, foram desenvolvidas as primeiras ações de
farmacovigilância, conhecida como Programa Estadual de Reações
Iatrogênicas (PERI), através da resolução SS 72 de 13 de abril de 1998, com
o propósito de estabelecer a política de saúde referente a utilização, a
segurança e a informação dos medicamentos comercializados no Estado
49
.
Em 1999, o surgimento do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária que cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
através da lei 9.782/91, que busca garantir condições para a segurança e
qualidade dos medicamentos consumidos no País
03
.
O Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM), na
unidade de Farmacovigilância da ANVISA, foi criado em 2001, através da
Portaria nº. 696/MS, sendo que o Brasil é o 62º país membro do
Internacional Pharmacovigilance Programme coordenado pelo The Uppsala
Monitoring Centre, Centro Colaborador da OMS para Monitorização de
Medicamentos, localizado na Suécia
101
.
20
A ANVISA visando implementar a notificação de eventos adversos,
em 2001 adotou como estratégia a implantação de Hospitais-Sentinela,
através da Gerência de Vigilância em Serviços de Saúde. Como critério de
inclusão do programa foram selecionados os hospitais de grande e dio
porte
114
. A farmacovigilância hospitalar é necessária porque os tipos de
diagnósticos, pacientes e fármacos utilizados são diferentes da atenção
primária
62
.
Cada Hospital Sentinela possui um gerente de risco designado pela
diretoria para atuar como elemento de ligação com a ANVISA. A
responsabilidade é coordenar a equipe de gerenciamento de risco sanitário
hospitalar do serviço de saúde. A Gerência de Risco é uma equipe
multiprofissional, entre eles, farmacêuticos, engenheiros e técnicos,
enfermeiros, médicos e demais profissionais envolvidos com a vigilância de
medicamentos, materiais médico-hospitalares, equipamentos, saneantes,
sangue e seus derivados
04
.
Em maio de 2003, iniciou-se o Sistema de Informação de Notificação
de Eventos Adversos e Queixas Técnicas relacionados a Produtos de Saúde
(SINEPS), nas áreas de Farmacovigilância, Hemovigilância e
Tecnovigilância, sendo que os Gerentes de Risco Sanitário Hospitalar foram
os responsáveis pelo projeto
05
. Atualmente a ANVISA adotou um sistema
informatizado na plataforma web chamado de Sistema de Notificação de
Vigilância Sanitária (NOTIVIA), com o objetivo de receber as notificações de
eventos adversos e queixas técnicas relacionadas com os produtos sob
vigilância sanitária
09
.
Com o intuito de ampliar as fontes de notificação de casos suspeitos
de efeitos adversos a medicamentos e de queixas técnicas de
medicamentos, o Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de
Saúde de São Paulo e o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São
Paulo, iniciaram em fevereiro de 2005, o programa de farmácias
notificadoras, estimulando o desenvolvimento de ações em saúde em
farmácias e drogarias públicas ou particulares. A proposta é que a farmácia
deixe de ser estabelecimento meramente comercial e agregue o valor de
21
utilidade pública. O farmacêutico, ante as queixas dos consumidores, deve
notificar, ao Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM),
tornando-se elo entre a população e as autoridades sanitárias
06,50
.
Inseridos no contexto da farmacovigilância existem diversos termos
para classificar determinadas ações que o medicamento pode causar em um
organismo humano, como evento adverso, reação adversa e efeito adverso.
Esses termos são difíceis de serem identificados, porém Edwards e
Aronson
58
, fazem uma diferenciação que os torna mais claros.
Segundo os autores, reação adversa deve ser considerada do ponto
de vista do paciente, enquanto que evento adverso deve ser considerado do
ponto de vista do medicamento
58
. A segunda diferenciação se refere ao fato
de que efeito adverso e reação adversa devem ser distinguidos de evento
adverso, uma vez que efeito adverso é sinônimo de reação adversa, e
evento adverso é:
“Qualquer ocorrência médica desfavorável, que pode ocorrer durante o
tratamento, com um medicamento, mas que não possui necessariamente,
relação causal com esse tratamento. ”.
(WHO, 2002)
164
O termo de evento adverso também pode ser relatado como
acontecimento adverso ou experiência adversa
164
.
Mendes et. al
99
, fizeram um estudo de revisão sobre a avaliação da
ocorrência de eventos adversos em hospitais através de estudos publicados
no banco de dados MEDLINE, COCHRANE, LILACS, SciELO, e banco de
teses e dissertações da CAPES. Analisando todos os textos publicados até
agosto de 2004 verificaram que o procedimento cirúrgico e o tratamento
medicamentoso são as principais evidências de eventos adversos.
22
1.3.1.1 Reações Adversas a Medicamentos
A reação adversa é um dos fatores relacionados aos eventos
adversos. A reação adversa (RAM) tem sua definição estabelecida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) como:
“Resposta nociva e não intencional ao uso de medicamentos que
ocorre em doses normalmente utilizadas em seres humanos para a
profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doenças ou modificação de função
fisiológica.
(WHO, 1972)
116
As reações adversas, podem ser manifestações clínicas, geralmente
são sintomas que não se diferenciam clinicamente de outras enfermidades,
o que tende a dificultar o diagnóstico. Figueiras et. al (2002)
62
, ressaltam
que:
Não é possível diagnosticar uma reação adversa quando o se
suspeita que uma determinada doença possa se tratar de um efeito
indesejado do medicamento que o paciente está recebendo”.
As reações adversas fatais estão entre a sexta e a quarta causa de
morte nos Estados Unidos. Lazarou et. al
83
, através do estudo de meta-
análise, verificaram que a incidência de pacientes internados por apresentar
reação adversa séria, em 1994, nos hospitais dos Estados Unidos, foi de
2,1%, sendo que, desses 0,19% apresentavam reação adversa fatal,
enquanto que dos 4,7% pacientes que apresentaram reação adversa séria
quando estavam internados no hospital, 0,13% apresentaram reação
adversa fatal. Porém os dados aumentam quando somadas todas as
reações, sendo 10,9% para pacientes que foram internados com reações
23
adversas e 15,1% para pacientes que sofreram reações enquanto estavam
internados no hospital.
As reações medicamentosas constituem a principal manifestação
iatrogênica em todas as faixas etárias
32
.
A iatrogenia é definida como:
“Manifestações decorrentes da intervenção do médico e/ou de seus
auxiliares, seja ela certa ou errada, justificada ou não, mas de que resultam
conseqüências prejudiciais para a saúde do paciente”.
(Carvalho Filho et. al, 1998)
32
“É o termo que descreve uma enfermidade induzida por um médico ou
outro profissional de cuidado à saúde”.
(Cipolle, Strand, Morley, 2006a)
40
A iatrogenia relacionada a medicamentos pode ser evitada ou
reduzida em sua intensidade, quando o consideradas algumas normas da
terapêutica geriátrica, ou seja, diagnóstico correto das afecções, avaliação
do estado hepático, renal e nutritivo, emprego da menor dosagem
necessária do medicamento e utilização do menor número possível de
medicamentos
32
.
Um exemplo comum de iatrogenia é o uso crônico de antiinflamatório
pelos idosos. Golden et. al
67
, constataram que os idosos fazem uso de 15%
de antiinflamatório não esteroidal. A preocupação deve-se ao fato que,
utilizá-lo por longo período, influencia no desenvolvimento de quadros de
hipertensão, insuficiência renal, gastrite, entre outros
32
.
Este exemplo leva ao efeito chamado de cascata iatrogênica, onde
freqüentemente são prescritos medicamentos com a finalidade de corrigir os
efeitos colaterais de outros fármacos (como o caso do antiinflamatório) a
assim desencadear uma série de reações indesejáveis
103
.
24
1.3.1.2 Outros Problemas Relacionados a Medicamentos
1.3.1.2.1 Problemas Relacionados a Medicamentos
Os problemas relacionados a medicamento seguem dois grupos de
pesquisadores, a primeira iniciou nos Estados Unidos, em 1990, através dos
pesquisadores Linda M Strand, Robert J Cipolle e Peter C Morley
152
e a
segunda na Espanha, em 1998, através do Consenso de Granada
141
.
Strand et. al em 1990, descreveram a primeira definição de
Problemas Relacionados a medicamento (PRM), sendo este:
“Qualquer evento indesejável, apresentado pelo paciente que envolve
ou suspeita-se que tenha sido causado pelo medicamento e que realmente
ou possivelmente interfere em uma evolução desejada do paciente.”
(Strand, Morley e Cipolle et. al, 1900)
152
Em 1998, Cipolle e Strand
104
expressam que problema é um evento
relacionado a medicamento que pode ser identificado, prevenido e tratado,
onde o PRM apresenta dois componentes principais:
1. “Um efeito indesejável ou risco de um evento apresentado pelo
paciente”. cujos efeitos podem ser resultado de transtornos
psicológicos, sócio-culturais, econômicos e fisiológicos.
2. “Deve existir alguma relação (ou haver a suspeita de que
existe) entre o efeito indesejável apresentado pelo paciente e a
terapêutica farmacológica”.
A avaliação dos problemas relacionados a medicamentos, feito pelo
profissional farmacêutico, segundo Cipolle e Strand
152
, deve partir do
25
princípio da indicação correta (verificando se o paciente sabe por que está
usando o medicamento) e se o medicamento é eficaz e seguro. (quadro 1)
Quadro 1: Interpretação das necessidades relacionadas com medicamento
em problemas relacionados com a terapêutica farmacológica.
Expressa pelo
paciente
Necessidades
relacionadas com
medicamentos
Problemas relacionados
com a terapêutica
farmacológica
Conhecimento Indicação 1.Tratamento
farmacológico adicional
Expectativas Eficácia 2. Tratamento
farmacológico
desnecessário.
3. Medicamento incorreto
4. Dosagem muito baixa
Preocupações Segurança 5. Reação adversa a
medicamento
6. Dosagem muito alta
Comportamento Adesão 7. Adesão
Fonte: Cipolle, Strand Morley, 2006
41
Cipolle, Strand e Morley, em 1998
41
, dividem os problemas
relacionados com a terapêutica farmacológica em sete categorias:
1. Necessidade de acréscimo de tratamento farmacológico
2. Tratamento farmacológico desnecessário
3. Medicamento inadequado
4. Posologia baixa
5. Reação adversa a medicamento
6. Posologia elevada
7. Cumprimento – adesão ao tratamento.
26
Em 2002, foi realizado o Segundo Consenso de Granada, que define
PRM como
141
:
“Problemas relacionados com medicamentos, o problemas de
saúde, entendidos como resultado clínico negativo, derivados do tratamento
farmacológico que, produzidos por diversas causas, têm, como
conseqüência, o não alcance do objetivo terapêutico ou o aparecimento de
efeitos indesejáveis”.
Neste consenso a classificação do PRM apresenta-se em seis
categorias
141
:
Necessidade
PRM 1 O doente tem um problema de saúde por não utilizar a
medicação que necessita.
PRM 2 - O doente tem um problema de saúde por utilizar um
medicamento que não necessita.
Efetividade
PRM 3 O doente tem um problema de saúde por uma inefetividade
não quantitativa de medicação
PRM 4 - O doente tem um problema de saúde por uma inefetividade
quantitativa de medicação
Segurança
PRM 5 - O doente tem um problema de saúde por uma insegurança
não quantitativa de um medicamento.
PRM 6 - O doente tem um problema de saúde por uma insegurança
quantitativa de um medicamento.
27
1.3.1.2.2 Ineficácia ou inefetividade Terapêutica
A ineficácia terapêutica ocorre quando o indivíduo usa um
medicamento e o mesmo não faz o efeito esperado
41
.
Dentre os fatores relacionados à ineficácia terapêutica, encontram-se
o uso de medicamento vencido, incluindo o não consumo depois de aberto,
como no caso de colírios e xaropes; perda de potência por má
armazenagem ou por transporte inadequado; indicação, dose ou via de
administração incorreta; preparo, misturas e diluições; interação
medicamentosa; falta de adesão ao tratamento; variabilidade genética,
referente ao metabolismo, resistência e tolerância ao tratamento
31,41
.
O Desvio de Qualidade do medicamento, é outro fator relacionado à
ineficácia terapêutica, uma vez que o produto pode apresentar alterações na
matéria-prima, na síntese do fármaco, no processo de produção, na
formulação original, alterações organolépticas, podendo também apresentar
concentração do fármaco abaixo do rotulado, dificuldades de solubilização e
homogeneização, dificuldades de dissolução e degradação para sólidos
orais, além do medicamentos genéricos e similares que o apresentam
bioequivalência
31,41
.
1.3.1.2.3 Erros de Medicação
Nos Estados Unidos da América os erros de medicação são um
problema de saúde pública, sendo que, instituições como a National
Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention
(NCCMERP), vêm estudando os erros de medicação e desempenhando
ações para sua detecção e prevenção
107
. Essa instituição é composta por
vinte organizações, representantes de profissionais da saúde, consumidores
e instituições governamentais e define como erros de medicação:
28
“Qualquer evento evitável que pode causar ou conduzir ao uso impróprio
de medicamento ou prejudicar o paciente enquanto a medicação está no
controle do profissional de saúde, paciente ou consumidor”.
(Rosa e Perini, 2003)
138
Os erros de medicação podem ser interpretados como um risco ou
incidente iatrogênico, apresentando como uma das características um efeito
inesperado e, portanto, inaceitável para o paciente e para o prescritor. O erro
pode estar relacionado à pratica profissional, produtos usados na área da
saúde e problemas de comunicação, no qual este último inclui a prescrição,
rótulos, embalagens, nomenclatura, dispensação, educação e
monitoramento
42,138
.
1.3.1.2.4 Interações Medicamentosas
Quando há a exposição de mais de um fármaco em um mesmo
organismo, deve ser considerada a possibilidade de apresentar interações
medicamentosas, sendo esta definida como:
Interação farmacológica potencial diz respeito à possibilidade de um
fármaco alterar a intensidade dos efeitos farmacológicos de outro fármaco
administrado concomitantemente. O resultado pode ser o aumento ou a
diminuição dos efeitos de um ou de ambos os fármacos, ou o aparecimento
de um novo efeito que não é observado com cada um dos fármacos
isoladamente
(Nies AS, 2003)
110
29
As interações medicamentosas podem alterar a farmacocinética de
um ou de ambos os fármacos, resultando em alterações nas taxas de
absorção, distribuição, metabolismo e excreção. Também pode ocorrer
alteração na farmacodinâmica, ou seja, podem ocorrer efeitos de aditivo,
sinergismo, potencialização e antagonismo entre os fármacos. Esses efeitos
ocorrem devido à competição ou não pelo mesmo receptor
110
.
As interações também podem ocorrer entre fármacos e solventes
orgânicos, preparações parenterais e alimentos
113
. A interação entre
fármacos e alimentos ocorre devido à reciprocidade das características
físicas, químicas e fisiológicas de ambos no organismo, sendo que o
alimento pode causar alteração farmacológica e o fármaco, implicações na
manutenção do estado nutricional
15
.
1.3.2 Estudos de Utilização de Medicamentos
1.3.2.1 Conceito, abordagens e contribuição
A primeira definição sobre o estudo de utilização de medicamentos,
foi em 1977, pela OMS, usando a terminologia “consumo farmacêutico”,
sendo descrito como:
“A comercialização, distribuição, prescrição e usos desse
medicamento numa sociedade, com preocupação especial sobre as
conseqüências médicas, sociais e econômicas resultantes”.
(OMS, 1977)
117
.
O inquérito epidemiológico de fármacos, através do estudo de uso de
medicamentos na população idosa é importante para auxiliar na prevenção
do surgimento dos problemas relacionados a medicamentos (PRM)
74
. Em
2003, a OMS informa que o principal objetivo do estudo da utilização de
30
medicamentos é facilitar seu uso racional, implicando na prescrição de
medicamentos com farmacologia conhecida e dose ideal, junto com a
correta informação, com preço acessível.
O uso racional de medicamentos teve a primeira definição
estabelecida pela OMS em 1985
146
, através de uma conferência de
especialista sobre o uso racional de medicamentos em Nairobi (Quênia),
sendo uma condição em que:
“O uso racional de medicamentos requer que seja prescrito o
medicamento apropriado, que ele esteja disponível no momento oportuno e
a um preço acessível, que seja dispensado corretamente e que seja tomado
no tempo certo, no intervalo certo e pelo tempo certo. O medicamento
apropriado deve ser eficaz, ter qualidade aceitável e ser seguro.”
(WHO, 1987)
163
A Política Nacional de Medicamentos em 1998 incorpora esta
definição afirmando que o uso racional de medicamentos é:
“O processo que compreende a prescrição apropriada; a
disponibilidade oportuna e a preços acessíveis; a dispensação em condições
adequadas; e o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos e no
período de tempo indicado de medicamentos eficazes, seguros e de
qualidade
(MS, 2001)
100
A preocupação com o medicamento é baseada em aspectos
relacionados a: gastos em farmácia em relação aos gastos gerais com a
saúde; custo específico de determinado medicamento ou seu grupo em
relação a outro; prescrição excessiva por parte de alguns médicos ou
centros médicos em relação a outros; uso excessivo numa região ou estado,
de determinados medicamentos ou sua classe; suposto desperdício, como
no uso de fármacos com eficácia não comprovada
146,148
.
31
Diferentes tipos de informações sobre medicamentos são requeridos,
dependendo do problema a ser examinado. Segundo a OMS (2003)
165
, as
informações abrem a possibilidade para promover o uso racional de
medicamentos. Elas podem ser descritas como a seguir:
1 – Informação baseada no medicamento
- Tipos de grupos farmacológicos: quando se quer verificar qual
grupo farmacológico determinada população está utilizando
para determinada doença;
- Indicação: para medicamentos com múltiplas indicações,
verificando para que doença o medicamento foi prescrito;
- Dose diária prescrita: verificar se a dose diária prescrita (DDP)
corresponde à dose diária definida (DDD).
2 - Informação baseado no problema ou na consulta
- Motivo da consulta
- Tratamento medicamentoso versus tratamento não
medicamentoso;
- Orientações de outros problemas
- Apresentações novas ou contínuas
- Gravidade do problema tratado
- Medicamento prescrito para o problema
- Duração da consulta;
- Como o medicamento foi fornecido.
32
3 – Informação do paciente
- Idade;
- Sexo;
- Etnia;
- Co-morbidades;
- Conhecimento;
- Crenças e percepções.
4 – Informação sobre o prescritor
- Idade, sexo;
- Formação e especialidade;
- Anos de prática;
- Tamanho e tipo da prática;
- Conhecimento sobre medicamentos;
- Fatores comportamentais para prescrever.
5 – Tipos de Estudo de Utilização de medicamento
- Estudos transversais
- Estudos longitudinais
- Estudos de coorte
6 - Custo do medicamento
- Custo total do medicamento;
- Custo por prescrição;
- Custo por tratamento diário, mensal ou anual;
- Custo por dose diária definida (DDD);
- Custo por dose diária prescrita (DDP)
- Custo como proporção do produto interno bruto;
33
- Custo como proporção do custo total de saúde;
- Custo como proporção do salário médio;
- Custo líquido por desfecho de saúde (relação custo-
efetividade)
- Custo quido por anos de vida ajustados por qualidade
(relação custo-utilidade).
1.3.2.2 Sistema de Classificação de Medicamentos
O sistema de classificação de medicamentos permite a informação
sistemática sobre os fármacos e seu uso, com isso, podem-se comparar
padrões de consumos internacionalmente ou no mesmo país, promover o
seguimento do consumo e analisar as mudanças ao longo do tempo
137
.
Existem diferentes sistemas de classificação, porém o mais utilizado é
o Anatômico-terapêutico-químico (ATC), recomendado pelo Drug Utilization
Research Group (DURG) da OMS, para ser usado em estudos de utilização
de medicamentos
27
.
Para modificar e expandir o sistema de classificação do European
Pharmaceutical Market Association (EPhMRA), pesquisadores noruegueses
desenvolveram o sistema de classificação conhecido como Anatomical
Therapeutic Chemical (ATC). O Conselho Nórdico de Medicina (NLN),
criado em 1975, colaborou com os pesquisadores noruegueses para
promover o desenvolvimento do sistema ATC/DDD, sendo que o NLN
publicou a primeira pesquisa usando o sistema ATC/DDD em 1976. Desde
então, vem-se expandindo o interesse dessa classificação para pesquisa de
utilização de medicamento
167
.
34
A estrutura da classificação ATC é dividida em 5 níveis, sendo o
primeiro nível subdividido em 14 grupos anatômicos principais, codificado
por letras (Quadro 2). Os níveis 2 e 3 correspondem aos subgrupos
terapêuticos/ farmacológicos. O nível 4 corresponde ao grupo terapêutico/
farmacológico/químico, e o último nível é a substância química (nível 5)
167
.
Quadro 2: Grupos da classificação Anatômico-Terapêutico-Químico (ATC)
A Trato alimentar e metabolismo
B Sangue e órgãos formadores de sangue
C Sistema cardiovascular
D Dermatológico
G Sistema geniturinário e hormônios sexuais
H Preparações do sistema hormonal excluindo hormônios sexuais e
insulina
J Antiinfecciosos para uso sistêmico
L Agentes antineoplásicos e imunomoduladores
M Sistema músculo esquelético
N Sistema nervoso
P Produtos antiparasitários, inseticidas e repelentes
R Sistema respiratório
S Órgãos sensoriais
V Vários
Fonte: www.whocc.no/atcdddd/indexdatabase/
167
35
1.3.2.3 Polifarmácia
A palavra polifarmácia vem do grego polis (muito, vários) e
pharmakon (droga, tóxico)
162
. Ela foi descrita pela primeira vez em 1959,
pelo New England Journal of Medicine
162
.
O termo polifarmácia apresenta como sinônimo as palavras
polifarmacoterapia
70
, polimedicamento
89
, polimedicação, polifármacos e
plurimedicação
54
. A palavra polimedicamento é encontrada no descritores
da BIBCIR, porém o descritor em inglês é polypharmacy e o espanhol é
polifarmácia
54
portanto o termo mais usado como palavra chave é
polifarmácia.
Os Descritores em Ciência da Saúde (DECS) conceituam polifarmácia
como sendo
54
:
“Administração de múltiplos medicamentos ao mesmo paciente, mais
comumente vista em pacientes idosos. Inclui também a administração de
medicação excessiva. Uma vez que nos Estados Unidos a maioria dos
medicamentos são distribuídos como formulações de um único agente, a
polimedicação, embora administrando muitos medicamentos ao mesmo
paciente, deve ser diferenciada da combinação de medicamentos, que são
preparações únicas contendo dois ou mais medicamentos em uma dose fixa,
e da combinação de terapia medicamentosa onde dois ou mais
medicamentos são administrados separadamente para um efeito
combinado.
A polifarmácia apresenta diferentes definições desde a qualitativa até
a quantitativa. A definição qualitativa é a prescrição, administração ou uso de
mais medicamentos do que está clinicamente indicado ao paciente
135
, sendo
esta a mais utilizada pelos Estados Unidos
65
.
Os estudos europeus definem polifarmácia em relação ao número de
medicamentos consumidos, apresentando uma definição quantitativa, porém
com várias classificações, partindo desde o uso de dois ou mais
36
medicamentos
36
, uso de três ou mais medicamentos
01,14,43,78,106,158
, uso de
quatro ou mais medicamentos
70,135,168,171
, o uso de 5 ou mais
medicamentos
79,63,64,68,90,91
, e o uso de 6 ou mais
60
. Ainda classificações
para polifarmácia subdividindo-a como polifarmácia menor - uso de 2 a 4
medicamentos e polifarmácia maior - uso de 5 a mais medicamentos
20,162
, ou
ainda subdividida em polifarmácia baixa 2 a 3 medicamentos, moderada
4 a 5 medicamentos, e alta - maior que 5
159
e subdividida em grupos de 1-
3, 4-5, 6-8 e 9 medicamentos
26
. Nguyen et. al
109
, no estudo de coorte
retrospectivo, definiram polifarmácia como o uso de 9 ou mais
medicamentos, com o intuito de avaliar o fator para risco de reação adversa
em pacientes institucionalizados.
No quadro 3 mostram-se os principais fatores de risco para
polifarmácia, descritos por Werder
162
. Ele diz que além desses fatores,
também se deve incluir outros, como hospitalizações recentes e aumento no
número de atendimentos clínicos, ressaltando que no idoso as morbidades
existentes também são fatores de risco.
Quadro 3: Fatores de risco para polifarmácia
Distúrbios Psiquiátricos
Esquizofrenia
Distúrbio bipolar
Depressão
Transtornos de personalidade Bordeline
e outros transtornos de personalidades
Abuso de substâncias (incluindo o
hábito de fumar)
Variáveis Demográficas
Idade de 65 anos e mais
Etnia
Sexo feminino
Distúrbios Neurológicos
Retardo mental
Demência
Dor crônica e dor facial
Dor de cabeça (incluindo enxaqueca)
Insônia
Epilepsia
Variáveis Psicosocial
Baixa condição socioeconômica
Baixo nível de educação
Moradia em subúrbios
Desemprego
Automedicação
Distúrbios clínicos
Doenças crônicas, múltiplas doenças
Obesidade
Diabetes
Hipertensão crônica
Doença arterio coronariana
Uso de medicamentos
Agentes cardiovascular
Antipsicóticos
Estabilizantes de humor
Antidepressivos
Automedicação com aspirina
Fonte: Werder 2003
162
37
1.3.2.4 Não Adesão ao Tratamento Medicamentoso
Entende-se como não adesão ao tratamento, a relação entre os
medicamentos que o paciente deixa de tomar e os medicamentos que o
médico prescreve
135
. Também existe o termo mais antigo, o cumprimento
(compliance), sendo este definido como a ação ou processo de submissão
onde o prescritor dá a orientação para o paciente e este tem uma disposição
em concordar, passando a idéia de uma responsabilidade exclusiva do
paciente. Portanto o termo, não adesão, é mais utilizado, uma vez que não
tem conotação autoritária e sim de comportamento
41,97
.
O tratamento de doenças crônicas pode ocasionar a não adesão em
15% dos casos quando o paciente toma um medicamento, 25% quando são
dois ou três medicamentos e 35% quando o tratamento inclui quatro ou mais
medicamentos
135
. O estudo feito no serviço de urgência do Hospital
Universitário de Barcelona (n = 214), mostrou que 29% dos pacientes foram
internados por apresentar problemas relacionados a medicamentos (PRM) e,
destes, 7,5% foram internados devido ao não cumprimento do tratamento
157
.
Baseando-se nos problemas relacionados a medicamento descritos
por Cipolle et. al
41
, não adesão ao medicamento, refere-se à categoria sete,
dos problemas com a terapêutica farmacológica, ou seja, o paciente não
cumpre o tratamento, representando um comportamento negativo.
Taylor et. al, no estudo no Alabama, observaram que as razões mais
freqüentes para a não adesão ao tratamento foram: esquecer como tomar o
medicamento, custo, polifarmácia e dificuldade de ler a prescrição. Diaz
56
,
cita outras razões, como: fatores técnicos relacionados à apresentação dos
medicamentos, dificuldade de deglutição, quantidade diária de medicamento
consumido, tipo e sabor da medicação e fatores biológicos referentes à
farmacocinética e farmacodinâmica dos medicamentos, influenciando nos
efeitos colaterais, reações adversas, efeitos tóxicos e idiossincrásicos ou,
ainda, o paciente prefere não tomar o medicamento segundo o
recomendado
41
.
38
1.3.2.5 Automedicação. Conceito. Vantagens e Desvantagens
A automedicação, segundo Loyola - Filho et. al
93
, é entendida como, a
auto-atenção à saúde, com o objetivo de tratar seus problemas, usando
medicamentos, sem prescrição do profissional. Eles relatam que existem
várias maneiras de se automedicar, entre elas, a prática de adquirir o
medicamento sem receita, compartilhar os remédios com familiares, vizinhos
ou amigos, reutilizar antigas receitas e, até mesmo, de prolongar ou
interromper o tratamento farmacoterapêutico indicado na receita.
A Política Nacional de Medicamentos (1998) define a automedicação
como:
“Uso do medicamento sem prescrição, orientação e/ou o
acompanhamento do médico ou dentista”.
(MS, 2001)
100
Por outro lado existe o ato da automedicação responsável, em que o
uso do medicamento não prescrito (medicamentos de venda livre), está sob
orientação e acompanhamento do farmacêutico
23
. Esse ato, muitas vezes é
confundido, fazendo com que o profissional não farmacêutico, que trabalha
na Farmácia, possa exercer a prática da “empurroterapia”, ou seja, o
consumidor vai até a Farmácia para adquirir um analgésico e acaba levando
antibiótico e antiinflamatório, sendo estes últimos, de venda somente por
prescrição médica.
Devido ao fato de haver medicamentos de venda livre - OTC (over
the counter), a automedicação ocorre naturalmente e, inclusive, apresenta
aspectos positivos, como a questão do autocuidado e a redução do número
de busca por uma assistência médica, mas o que de se preocupar, são o
riscos que podem causar à saúde do indivíduo, como retardamento do
reconhecimento do distúrbio, risco de dependência, dose inadequada ou
excessiva, desconhecimento das possíveis interações medicamentosas,
possibilidade de reações adversas e escolha da terapia inadequada
144
.
39
Um dos determinantes da automedicação no Brasil é a dificuldade de
acesso à assistência médica, principalmente a de baixa renda, porém
somente esse fato não explica o fenômeno, uma vez que também ocorre
essa prática em classes mais elevadas
144
.
Pelicioni
127
, em seu estudo em duas áreas metropolitanas de São
Paulo, verificou que, de todos os medicamentos que foram declarados pelos
entrevistados, 23,3% deles eram usados sem indicação originada em uma
consulta médica ou odontológica, sendo que a automedicação foi referida
por 11,9% dos entrevistados e 35% por quem utilizou algum medicamento.
1.4 MEDICAMENTOS NA POPULAÇÃO IDOSA
1.4.1 Epidemiologia do Uso de Medicamentos em Idosos
Nos Estados Unidos, idosos acima de 65 anos representam 13% do
total da população e consomem aproximadamente 30% de toda prescrição
medicamentosa do país. Na Inglaterra observam-se os mesmos dados, onde
a população idosa corresponde a 15% e o consumo de medicamentos é de
30%
122
. O Brasil é o quarto mercado mundial de consumo de
medicamentos
48
, sendo o mercado farmacêutico brasileiro um dos cincos
maiores do mundo, atingindo vendas de 9,6 bilhões de dólares/ano
100
.
Flores et. al
139
, (2005), descreveram o uso de medicamentos por
idosos (n = 215), residentes na zona de cobertura do Serviço de Saúde
Comunitária no município de Porto Alegre (RS), a fim de avaliar a presença
de polifarmácia, os efeitos de características sociodemográficas e as
condições de saúde no uso da medicação. Verificaram que 33% das
pessoas usavam medicamento sem prescrição médica e 27% dos casos
foram caracterizados como polifarmácia, ou seja, uso de cinco ou mais
medicamentos concomitantemente nos últimos sete dias.
40
Rozenfeld
139
, (2003), em seu estudo de revisão quanto à prevalência,
fator associado e mau uso de medicamentos em idosos, verificou que no
município do Rio de Janeiro, 80,19% dos idosos utilizavam medicamentos
prescritos de uso regular, verificou também que a média do uso de
medicamentos por idosos varia entre dois a cinco e parece aumentar com os
medicamentos de venda livre.
Lebrão e Laurenti
86
, (2003), por meio de um estudo multicêntrico,
desenvolvido em sete países da América Latina e do Caribe, conhecido
como Estudo SABE (Saúde Bem Estar e Envelhecimento), verificaram que
na Cidade de o Paulo, 86,7% da população estava tomando algum
medicamento no momento da entrevista e 80,6% dos idosos hipertensos,
consumiam pelo menos um medicamento.
Em Minas Gerais, Loyola Filho et. al
94
, (2005), utilizaram os dados da
linha de base da coorte de Bambuí (n = 1606), para descrever a prevalência
do consumo de medicamentos prescritos e não prescritos, examinando
também, as características sócio-demográficas, indicadores de condição de
saúde e do uso de serviços de saúde associados ao uso de medicamentos
prescritos e não prescritos. Verificaram que 86,11% relataram que haviam
consumido pelos menos um medicamento nos últimos três meses, 69,1%
consumiram exclusivamente medicamentos prescritos, 6,4% consumiram
medicamentos não prescritos e 10,7% relataram ter utilizado medicamentos
prescritos e não prescritos.
Na região Nordeste, Coelho Filho et. al
44
, (2004), que realizaram uma
pesquisa na área urbana da cidade de Fortaleza (CE), com idosos de
diferentes estratos socioeconômicos averiguaram que na área com melhor
estrato socioeconômico, 80,3% dos idosos utilizavam pelo menos um
medicamento prescrito, e na área de pior estrato socioeconômico, o índice
foi de 60,7%, verificando que essa relação está associada à dificuldade de
aquisição do medicamento. Os autores mostraram ainda que a média de
cinco ou mais medicamentos prescritos corresponde a 13,6% na área com
melhor estrato socioeconômico e 5,4% na área de pior estrato
socioeconômico.
41
Em relação aos estudos de polifarmácia, foram verificados que
existem estudos quantitativos referentes ao número de medicamentos
consumidos pelos idosos, descritos no quadro 4, e estudos qualitativos
referentes ao uso de pelo menos um medicamento impróprio a idosos
(quadro 5). Porém serão destacados três estudos, uma vez que avaliaram o
uso de medicamentos, em uma dada população idosa.
Barat et. al
14
, realizaram um estudo em um município da Dinamarca,
no ano de 1998, com a população de 75 anos e mais (n = 1585). O objetivo
foi analisar o consumo de medicamentos e a polifarmácia, definida como o
uso de três ou mais medicamentos. Dos 492 idosos de 75 anos e mais,
incluídos na amostra, 67,4% utilizavam medicamentos prescritos e 32,6%
foram medicamentos de venda livre. O número médio de medicamentos por
pessoa foi de 4,2 sendo que, 60% consumiam três ou mais medicamentos
prescritos e 34% usavam cinco ou mais medicamentos. Em relação aos
medicamentos de venda livre a média foi de 2,5 medicamentos por pessoa,
sendo que 30% usavam três ou mais medicamentos e 7% usavam cinco ou
mais.
Nos Estados Unidos, no período de fevereiro de 1998 a dezembro
de1999, Kaufman et. al
79
, realizaram um estudo de base populacional, com o
objetivo de proporcionar informações sobre o uso de medicamentos
incluindo os prescritos e os de venda livre. Foram realizadas 3180
entrevistas por telefone incluindo idosos de 65 anos e mais. Verificaram que
81% da população tomava pelo menos um medicamento, sendo que 94%
das mulheres idosas tomavam pelo menos um medicamento, e 57% delas
tomavam 5 ou mais medicamentos e 12% faziam uso de10 ou mais.
Spiers et. al
149
, (2004), estudaram idosos de 65 anos e mais de uma
comunidade residencial do Estado da Filadélfia (EUA), avaliando o grau de
entendimento e esquecimento dos idosos em relação ao tratamento
medicamentoso. Dos 375 idosos incluídos no estudo, 62% entendiam sobre
sua terapia medicamentosa, e a média do uso de medicamentos prescritos
foi igual a 4 e de não prescritos igual a 1,4.
42
Quadro 4: Estudos quantitativos referente a polifarmácia em idosos, período
de 1991 à 2006.
Ref Local Média do uso
de
medicamento
Classificação de
polifarmácia (%)
Comentário
44 Brasil 2,3 nenhum, 1, 2-4, 5 e
mais (não há %)
-
95 Brasil 2,2 Nenhum (27,9%)
1 a 2 (34,7%)
3 a 4 (23,1%)
5 e mais (14,3%)
Dado que o consumo total de
medicamentos não apresentou uma
distribuição normal, esta variável foi
categorizada em quantis, preservando a
ausência de consumo; nenhum
(0 medicamentos), baixo (1-2
medicamentos), intermediários (3-4
medicamentos e elevado (5 e mais
medicamentos)
26 Estados
Unidos
8,0 1-3, 4-5, 6-8 e 9
(-%)
-
159 Países
baixos
3,6 menor 2- 3
moderada 4-5
maior 5 e mais
(-%)
Foi calculada baseado no aumento da
média do número de medicamentos de uso
contínuo, durante um período de 4 anos
20 Dinamarca - Menor: 2-4 (8,7%)
Maior: 5 e mais
(1,2%)
-
36 Cuba - 2 e mais (62,8%) -
01 Brasil 2,5 3 e mais (41,3%) -
106 Cuba 3 e mais (-%) -
158 Cuba - 3 e mais (29,8%) -
14 Dinamarca 4,2 3 e mais (45,0%) -
43 Estados
Unidos
- 3 e mais (-%) Diz que a denominação é incorreta porque
existem tratamentos como tuberculose,
quimioterápicos e outros que fazem uso de
três medicamentos
78 Suécia 3,9 3 e mais (-%) -
70 Cuba 4 e mais (28,4%) -
171 Países
baixos
- 4 e mais (-%) -
168 Reino
Unido
- 4 e mais (-%) Segundo definição do Serviço de Estrutura
Nacional do Reino Unido
135 Suécia - 4 e mais (-%) É o mais usado principalmente um
pacientes não institucionalizados ou
hospitalizados
(Continua)
43
Quadro 4: Estudos quantitativos referente a polifarmácia em idosos, período de
1991 à 2006. (Continuação)
Ref Local Média do uso
de
medicamento
Classificação de
polifarmácia (%)
Comentário
64 Brasil 3,2 5 e mais (27,0%) Segundo estudo de Chen et. al, 2001 e
Linjankumpu,2002
91 Espanha 1,7 (média de
medicamento
s prescritos) e
9,3 (número
de
medicamento
s por
paciente)
5 e mais (-%) -
79 Estados
Unidos
5 e mais (57,0%) -
63 Estados
Unidos
- 5 e mais (-%) -
90 Finlândia 3,1 (1990) e
3,9 (1998)
5 e mais (35,0%) -
Reino
Unido 60
anos
2
Reino
Unido 75
anos
2,5
Norte da
Itália 75
anos)
3,5
68
Dinamarca
75 anos
4
5 e mais (-%) -
Noruega
6 e mais (33,8%)
República
Checa
6 e mais (68,5%)
Dinamarca
6 e mais (50,5%)
Finlândia 6 e mais (73,3%)
Islândia 6 e mais (63,7%)
Itália 6 e mais (36,2%)
60
Países
Baixos
-
6 e mais (35,4%)
-
109 Estados
Unidos
- 9 e mais (-%) Como fator de risco para RAM
73 Estados
Unidos
- 9 e mais (-%) O uso de nove e mais, como fator de risco
para RAM foi definido pelo Administração
Financeira de Cuidados da Saúde (Órgão
governamental).
Qualitativo seguindo critérios como o de
Beers
44
Quadro 5: Estudos qualitativos referente a polifarmácia em idosos, período
de 1999 à 2006.
Ref Local Classificação de
polifarmácia
Relação entre polifarmácia e medicamento
impróprio (%)
67 Estados Unidos Critérios de Beers
1997
0-3 medicamentos (18,9%)
4-6 medicamentos(41,3%)
7-9 medicamentos (54,6%)
10 medicamentos e mais(61,9%)
147 Estados Unidos Zhan el al, 2001 28,8% de idosos em uso de pelo menos um
medicamento impróprio
72 Estados Unidos Critérios de Beers
1997
21,0% de idosos em uso de pelo menos um
medicamento impróprio
51 Estados Unidos Critérios de Beers
1997
21,2% de idosos em uso de pelo menos um
medicamento impróprio
128 Finlândia Critérios de Beers
1997
12,5% de idosos em uso de pelo menos um
medicamento impróprio
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os problemas da terapia
medicamentosa no idoso, devem ser abordados sob três pontos de vista, o
paciente, o prescritor e o medicamento
112
.
Do ponto de vista referente ao paciente é verificado que as múltiplas
patologias tendem aos idosos consumirem maior número de medicamentos
quando comparados com os mais jovens. Este fato faz aumentar o risco de
desenvolver eventos adversos, além de proporcionar falhas no cumprimento
do tratamento medicamentoso. A não adesão pode ser causada pela perda
de memória, diminuição da capacidade visual e habilidade manual. Outros
fatores a serem discutidos no uso de medicamentos pelos idosos incluem a
falta de esclarecimento em relação ao tratamento, a prática da
automedicação e o uso de medicamentos vencidos
31,112
.
Quanto ao prescritor, o principal problema relacionado é o ensino
inadequado que muitas vezes leva ao desconhecimento das diferenças entre
pessoas idosas e jovens. Parte dessa situação é justificada pelo fato de que
muito ainda não é conhecido, porém muito é de fato conhecido e não bem
45
aplicado. As múltiplas doenças são comuns nos idosos, dificultando as
decisões a serem tomadas sobre o que deve ser tratado primeiro e o que
deveria ser, talvez temporariamente, deixado de tratar. Portanto, uma ordem
de prioridades deve ser estabelecida, considerando que nem todas as
condições encontradas devem ser tratadas com medicamentos, verificando-
se, também, se essa condição o está relacionada a efeitos colaterais de
outros fármacos
112
.
O terceiro foco está relacionado ao próprio medicamento, uma vez
que, no idoso, as alterações na farmacocinética e farmacodinâmica, ocorrem
mais freqüentemente do que em indivíduos mais jovens, em virtude da perda
da capacidade de reserva funcional do coração, fígado, rins e deterioração
do controle homeostático
31,112
.
1.4.2 Fatores Determinantes da Polifarmácia entre Idosos
Sendo a polifarmácia um dos principais problemas da terapia
medicamentosa no idoso
31
, torna-se necessário conhecer os fatores que
contribuem para aumentar o número de medicamentos por ele utilizados
135
.
A idade avançada leva a apresentar sintomas e múltiplas doenças,
fazendo com que os idosos procurem diversas especialidades médicas,
acarretando duplicidade de prescrição e tratamento de uma reação adversa
não diagnosticada
31
.
A duplicidade existe porque, muitas vezes, o idoso apresenta
dificuldade de lembrar de que medicamento faz uso e durante a consulta
com o especialista, terá a possibilidade de ocorrer a prescrição de um
fármaco com a mesma ação farmacológica do medicamento por ele
utilizado. Como exemplo pode ser citada uma consulta por um cardiologista
que prescreve propranolol seguida de uma consulta ao geriatra onde será
prescrito atenolol
31
.
46
Outro problema da duplicidade está relacionada a medicamentos com
os mesmos princípios ativos, porém com diferentes nomes comerciais,
dificultando sua identificação
31
.
Entre as principais causas da polifarmácia, pode-se citar a reação
adversa, que por muitas vezes, ao se tratar de um idoso, desconsidera que o
sintoma apresentado possa ser reação adversa do medicamento em uso
135
,
tendo como conseqüência a prescrição desnecessária de um outro
medicamento, quando o ideal seria substituir ou diminuir a dose do fármaco
que está causando a reação adversa
112
.
Também é importante citar o problema da automedicação no idoso,
que faz uso de medicamentos de venda livre, assim como de produtos
fitoterápicos, e por indicação de vizinhos, familiares e amigos. Loyola - Filho
et. al
93
, fizeram um estudo de prevalência e fatores associados à
automedicação em idosos da cidade de Bambuí e perceberam que, dos 775
participantes, 54% consumiam exclusivamente medicamentos prescritos por
médicos, 17,2% eram medicamentos prescritos e não prescritos e 28,8%
utilizavam medicamentos exclusivamente não prescritos nos últimos 90 dias.
Dentre os medicamentos consumidos não prescritos, os mais utilizados
foram os analgésicos/antipiréticos (47,6%), os antiespasmódicos, antiácidos
e antidiarréicos corresponderam a 8,5%, e os antibióticos e quimioterápicos
apresentaram 6,2%.
No estudo feito por Cedeño et. al
36
, em 2000, foram observados que
40 a 60% dos idosos tendem a fazer uso da automedicação. Arrais et. al
12
,
fizeram um estudo nos balcões de farmácia nos Municípios de São Paulo,
Fortaleza e Belo Horizonte (n = 4.174), notando que, 16,3% eram pacientes
acima de 55 anos e os motivos que levaram à automedicação foram 19%
por infecção respiratória, 12% dor de cabeça e 7,3% dispnéia e má digestão.
47
1.4.3 Conseqüências da Polifarmácia na População Idosa
A polifarmácia pode levar a várias conseqüências, segundo o estudo
de Rollason et. al
135
, em 2003. Conforme aumenta a complexidade do
tratamento farmacológico, aumentam os fatores relacionados à não adesão
ao tratamento, eventos adversos, interação medicamentosa, risco de
hospitalização e custo com a medicação.
Muitas vezes o número de medicamentos que o idoso necessita
utilizar diariamente provoca a não adesão ao tratamento medicamentoso,
primeiramente devido a fatores relacionados com a farmacotécnica do
medicamento, assim como as dificuldades de posologia e os fatores da
fisiologia do envelhecimento e em segundo momento devido ao custo de um
tratamento plurimedicamentoso
18,19,36,76
.
No Brasil os estudos sobre a não adesão ao tratamento
medicamentoso em idosos são escassos, Teixeira et. al
155
, fizeram um
levantamento bibliográfico, sobre o cumprimento da prescrição
medicamentosa por idosos, segundo resumos de congresso, e somente em
1995/96 foi apresentado o primeiro resumo e em 1997/98, foram
apresentados quatro trabalhos.
A não adesão também pode ser desencadeada pelas dificuldades que
o idoso encontra em auto-administrar seus medicamentos, levando ao
problema do erro da medicação, que pode estar relacionado a diversos
fatores, entre eles, o fracionamento, baixa escolaridade, conservação
inadequada dos medicamentos, problemas cognitivos e visuais
30
.
A falta de dosagens adequadas aos idosos, em relação aos
medicamentos, faz com que haja a necessidade de fracioná-los,
possibilitando a ocorrência de erro, visto que diversos tipos de fármacos
precisam ser absorvidos no intestino e, quando fragmentados, o
degradados no estômago, perdendo seu efeito farmacológico. Quando o
idoso não apresenta habilidades motoras para o fracionamento do
48
medicamento, o fármaco decompõe-se e, conseqüentemente, perde a ão
farmacológica
31,136
.
A baixa escolaridade e problemas visuais dificultam a identificação
dos medicamentos, ocasionando erro em sua administração, porque os
idosos, identificam-nos através das cores das embalagens ou dos
comprimidos. Porém, para cada aquisição pode ser de laboratórios
farmacêuticos diferentes, variando a cor dos comprimidos e das
embalagens
30
.
A falta de conservação adequada dos medicamentos também gera
erros em sua administração, como por exemplo, quando o idoso, para
facilitar a tomada dos medicamentos fraciona os comprimidos,
armazenando-os sem identificá-los ou colocando-os no mesmo recipiente,
não levando em consideração a fotossensibilidade de alguns fármacos. O
mesmo ocorre quando o idoso conserva os medicamentos em local
impróprio, como mantê-los em banheiro para proteger das crianças sem
observar a umidade do local. Outro fator é verificado quando o idoso toma os
medicamentos sem observar o prazo de validade, fazendo uso de produtos
vencidos
31
.
Os problemas cognitivos como, por exemplo, prejuízo da memória,
além de provocar a não adesão ao tratamento farmacológico, também faz
com que o paciente esqueça de tomar o medicamento ou os tome mais
vezes que o prescrito, acarretando o aumento não desejado da
concentração sérica do fármaco, com risco de reação adversa
31
.
O idoso tem um risco maior do que os jovens de desenvolver reações
adversas, devido à polifarmácia, mudanças na farmacodinâmica e
farmacocinética dos medicamentos, diminuição do controle da homeostase e
da capacidade de armazenamento do fármaco
112
. O estudo descrito pela
OMS
112
mostrou que 18% da população apresentou prevalência de reações
adversas quando usavam até seis medicamentos e 80% quando acima de
seis medicamentos. Segundo a OMS, dos 10 a 20% de pacientes internados
com problemas geriátricos, 5 a 12% têm como principal causa da internação
os efeitos adversos, sendo as classes terapêuticas mais prevalentes os
49
psicotrópicos de todos os tipos, glicosídeos digitálicos, antiinflamatórios não
esteroidais e antiparkinsonianos
112
.
Os eventos adversos podem ser conseqüências da interação
medicamentosa entre os fármacos. Em um estudo feito no Hospital
Universitário de Genebra, de 66% dos pacientes com cinco ou mais
medicamentos, 43% tiveram interação medicamentosa moderada e 3%
tiveram interação potencialmente grave
135
.
Das classes terapêuticas mais envolvidas na interação
medicamentosa encontram-se os medicamentos cardiovasculares,
antihistamínicos, antidepressivos e antiinflamatórios
105
.
Os problemas de reação adversa, interação medicamentosa e não
adesão ao tratamento medicamentoso, desencadeado pela polifarmácia,
ainda pode ter como conseqüência a hospitalização. A chance de apresentar
polifarmácia pode crescer ainda mais quando os idosos o hospitalizados,
uma vez que eles recebem entre oito a quinze medicamentos no hospital
122
.
No estudo feito por Col et. al.
45
, estimaram que, 11,4% das hospitalizações
dos pacientes foram devidas à não-adesão à medicação, 16,8% a reações
adversas e 2,8% às interações medicamentosas.
A polifarmácia também tem como conseqüência a dificuldade de
aquisição do medicamento. No estudo descritivo realizado por Costa et. al
46
,
baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 1998,
verificaram que, na população estudada em Belo Horizonte (n = 29.976), o
gasto com medicamentos de uso regular, durante 30 dias, foi igual a 23% do
valor do salário mínimo, apresentando tendência crescente com a idade. Na
região metropolitana de São Paulo as famílias gastam em média 6,2% da
renda mensal com medicamentos
127
.
Esse problema é aumentado principalmente quando a prescrição não
corresponde ao padrão de medicamento de uso essencial. Segundo a
Organização Mundial de Saúde, cerca de aproximadamente 1,7 bilhões de
pessoas não têm acesso regular a medicamentos essenciais, dos quais 80%
estão nos países pobres
120
.
50
O estudo sobre automedicação feito por Arrais et. al
12
, mostraram
que, no Brasil, das especialidades farmacêuticas procuradas (n = 5.332),
79% não estavam na lista de medicamentos essenciais da OMS e 72,2%
não faziam parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME).
1.4.4 Avaliação da Adequação do Uso de Medicamentos por Idosos
A preocupação do uso de medicamentos pelos idosos, vem de longa
data, tendo os primeiros artigos sido publicados na década de 80. Em 1983,
um grupo de pesquisadores
98
estudaram a utilização de medicamentos por
idosos em Catalonia (Esp), com o objetivo de identificar o padrão de
medicamentos prescritos. Foi verificado que muitos idosos utilizavam
medicamentos prescritos sem necessidade e que 81,5% dos idosos
utilizavam pelo menos um medicamento.
Na década de 90, Beers et. al
16
, adotaram um critério para determinar
o Uso Impróprio de Medicamento, sendo o primeiro critério publicado em
1991, quando o estudo foi realizado com idosos americanos
institucionalizados e o segundo critério foi publicado em 1994, sendo este
estudo feito com idosos de 75 anos e mais, residentes na comunidade de
Santa Mônica Califórnia (EUA). Em 1997, Beers
17
reavalia os critérios
expostos em 1991 e generaliza o critério para toda a população idosa de 65
anos e mais e avalia a taxa de severidade de cada medicamento, e em
2003, faz uma revisão
61
. Esses critérios possibilitaram a identificação dos
medicamentos que devem ser evitados para idosos, como por exemplo, a
amitriptilina, benzodiazepínicos de meia-vida longa (diazepam), metildopa e
clorpropramida.
Após o surgimento do Critério de Beers (como é conhecido), inúmeros
estudos foram feitos tendo como base essa metodologia
51,67,69,72,73,104,128,130
.
51
Em 2005, Zhan et. al
170
, desenvolveram uma nova metodologia, tendo
como base os Critérios de Beers, com o objetivo de analisar o uso impróprio
de medicamentos versus medicamento e da combinação do medicamento
com a doença. Verificaram que dependendo da doença que o indivíduo
apresente é necessário evitar determinados medicamentos.
No Brasil, Mosegui et. al
105
, em 1999, realizaram uma avaliação da
qualidade do uso de medicamento em idosos, utilizando como amostra 634
mulheres que freqüentavam a Universidade Aberta da Terceira Idade da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e verificaram que a média de
medicamentos consumidos foi de 4 por mulher, e que 17% dos
medicamentos eram impróprios para o uso.
O uso impróprio de medicamentos em idosos também pode
caracterizar uma causa de reação adversa a medicamentos, Passarelli
126
,
em seu estudo no hospital público da Grande São Paulo, verificou que
67,2% dos pacientes idosos receberam prescrições de medicamentos
impróprios, pela simples razão de constituírem a única opção disponível em
determinados tratamentos, verificando também que o uso impróprio de
medicamentos leva o idoso vir a ter 2,3 vezes mais chance de desenvolver
uma reação adversa.
52
1.5 ESTUDO SABE
No período de 1997 a 2003 a Organização Pan Americana de Saúde
(OPAS), coordenou um estudo multicêntrico denominado SABE - Saúde,
Bem-Estar e Envelhecimento - para traçar o perfil dos idosos na América
Latina e no Caribe. Esse estudo foi planejado para colocar luz nas
demandas de saúde que poderão emergir de uma população que se tornou
rapidamente idosa e pela necessidade de antecipar o que se encontrará
adiante, de modo que os países possam se planejar adequadamente para
prevenir as conseqüências mais negativas do processo de envelhecimento
na região.
No Projeto SABE foram incluídos: Argentina, Barbados, Brasil, Chile,
Cuba, México e Uruguai. Esses países compunham uma combinação
daqueles que trazem uma boa representação dos vários estágios do
envelhecimento na região. Argentina, Barbados, Cuba e Uruguai estão em
estágios muito avançados do processo de envelhecimento, enquanto Chile,
México e Brasil estão ligeiramente atrás, mas a velocidade com que esse
processo ocorre em tais países pode fazê-los muito em breve, superar os
primeiros.
Esse estudo caracterizado por ser transversal, simultâneo, bastante
abrangente e construído de forma a ser rigorosamente comparável foi o
primeiro desse tipo na região. Teve por finalidade recolher uma ampla
quantidade de informações cujos resultados pudessem subsidiar tanto o
desenvolvimento de outros estudos complementares, quanto à organização
das políticas públicas destinadas a esse grupo etário na região.
53
Instrumento
Os dados foram obtidos em entrevista domiciliar, por meio de um
questionário elaborado por um comitê regional composto pelos principais
pesquisadores de cada país e por especialistas em temas específicos da
pesquisa. Inicialmente o instrumento foi submetido a dois pré-testes até
chegar à forma final, subdividido em onze seções, a saber (ANEXO I)
*
:
Seção A – Dados pessoais
Seção B – Avaliação cognitiva
Seção C – Estado de saúde
Seção D – Estado Funcional
Seção E – Medicamentos
Seção F – Uso e acesso a serviços
Seção G- Rede de apoio familiar e social
Seção H – História laboral e fontes de renda
Seção J - Característica de moradia
Seção K – Antropometria
Seção L – Flexibilidade e Mobilidade
Amostra
Em todos os países, fizeram parte da amostra pessoas com 60 e mais
anos, com exceção do México, que incluiu mulheres de 50 anos e mais.
Com exceção de Barbados, que utilizou o registro de eleitores, as
amostras foram calculadas a partir do censo de cada país. Essas amostras
foram probabilísticas e utilizaram o método de Amostragem por
Conglomerados Polietápico, com estratificação das unidades primárias da
amostra, com exceção do Chile, que não aplicou a estratificação. Em seis
dos países, o processo de amostragem contou com três etapas (Barbados
*
disponível em http://www.fsp.usp.br/sabe
54
contou com duas, aplicando os critérios probabilísticos em cada uma delas).
Cinco dos países consideram os estratos socioeconômico (com exceção de
Chile e Cuba que fizeram isso posteriormente). México e Argentina também
definiram estratos geográficos.
Em todos os países a distribuição da amostra foi realizada pelo
método de Fixação Proporcional ao Tamanho. Inicialmente estavam
previstas 1.800 entrevistas em cada país do estudo. No entanto, devido à
disponibilidade ou a restrições no orçamento de cada local, essas metas
foram ajustadas para mais ou menos da proposta original. A amostra final
proposta foi de 13.023 idosos sendo que se obtiveram 10.906 entrevistas,
correspondendo a uma taxa média de resposta de 80%, variando de 62,8%
na Argentina, para 95,3% em Cuba. Em São Paulo (Brasil), a taxa de
resposta foi de 84,6%. Esse total correspondeu a 92% da meta
originalmente prevista, que é considerada satisfatória para estudos desse
tipo.
Em quatro dos sete países, foi aplicado algum tipo de procedimento
para sobredimensionar a seleção de idosos em velhice avançada (com 75
anos e mais).
Os métodos de estimação e ponderação aplicados correspondiam à
utilização de estimadores simples, não viesados e estimadores de Razão
que consideraram, em todos os casos, o cálculo dos fatores de expansão do
desenho amostral empregado, ou seja, as probabilidades de seleção
aplicadas em cada etapa e as não-respostas. Foram também consideradas
as variáveis sexo e grupos etários, dadas as diferenças de mortalidade entre
sexo e o sobredimensionamento da população igual e superior a 75 anos.
Ao final, obteve-se um fator para cada indivíduo da amostra, que resumia
todos os elementos mencionados no desenho amostral e os estratos
considerados.
No Brasil, a população do estudo foi composta pelos idosos
residentes, no ano de 2000, na área urbana do Município de São Paulo, cujo
cálculo teve por base a contagem populacional da Fundação IBGE, de 1996.
55
A amostra final foi composta pela somatória de uma amostra probabilística
(sorteio) e de uma composição livre para os grupos ampliados para
complementar a
amostra de idosos em velhice avançada. Para realização da amostra
probabilística, foi utilizado o cadastro permanente de 72 setores censitários
existente na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo,
coordenadora do estudo no Município, selecionados sob o critério de
probabilidade proporcional ao número de domicílio do cadastro da PNAD
(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 1995. Em seguida, foram
sorteados sistematicamente os domicílios a serem visitados. A
complementação da amostra de pessoas de 75 anos e mais foi realizada
pela localização de moradias próximas aos setores selecionados ou, no
máximo, dentro dos limites dos distritos aos quais pertenciam os setores
sorteados.
Para a análise dos resultados, foi atribuído a cada questionário um
peso relativo à sua representatividade na população, sendo a amostra final
composta, em São Paulo, por 2.143 idosos.
Procedimentos de coleta de dados
Após a seleção da amostra, os idosos foram entrevistados em seus
domicílios. A maior parte das entrevistas (88%) foi feita de forma direta. Nos
restantes utilizou-se um proxi-respondente quando havia impossibilidade do
idoso para responder às questões (problemas físicos ou cognitivos).
A coleta de dados ocorreu em duas etapas. Na primeira, foram
preenchidas as seções de A a J e, na segunda, que ocorreu de um a seis
meses após a primeira, as seções L e K. Isso ocorreu, em parte, pela
extensão do questionário e, por outro lado, pelo fato de as seções L e K
exigirem maior disponibilidade do idoso para a realização de alguns testes,
além de material específico.
O Projeto SABE foi submetido aos respectivos comitês de ética dos
países envolvidos. No Brasil, o mesmo foi aprovado pelo Comitê de Ética da
56
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP (ANEXO II).
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Estudar a polifarmácia em idosos acima de 60 anos, no município de
São Paulo em 2000.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Verificar os grupos farmacológicos mais prevalentes quando há
presença de polifarmácia;
- Identificar os fatores de risco associados à polifarmácia;
- Verificar a adequação do uso do medicamento à doença
referida.
57
3 METODOLOGIA
3.1 POPULAÇÃO ESTUDADA
O trabalho foi feito a partir de dados secundários, utilizando a
pesquisa SABE (2000), com idosos de 60 anos ou mais que usaram pelo
menos um medicamento.
3.2 PLANO DE ANÁLISE
Foram utilizados dados das seções A Informações pessoais, C
Estado de Saúde, D – Estado funcional e E – Medicamentos.
3.2.1 Uso do Medicamento
Neste estudo, para efeito de classificação foram adotadas as
seguintes definições:
Medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou
elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de
diagnóstico
21
. No grupo de medicamentos foram incluídos os alopáticos,
fitoterápicos, homeopáticos e manipulados.
Medicamento alopático: foram os medicamentos codificados através
da classificação farmacológica ATC (Anatomical-Therapeutical-Chemical)
167
58
Medicamento fitoterápico: medicamentos obtidos a partir de plantas
medicinais. Eles são obtidos empregando-se exclusivamente derivados de
droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco e outros)
07
. Para os
medicamentos fitoterápicos foi utilizado o sistema de classificação Herbal
ATC Classification
166
.
Medicamento homeopático: medicamentos dinamizados preparados
a partir de insumo ativo, em quaisquer potências, segundo métodos de
preparação e controle descritos na Farmacopéia Homeopática Brasileira
edição em vigor ou outras farmacopéias homeopáticas ou compêndios
oficiais reconhecidos pela ANVISA, com comprovada indicação terapêutica
descrita nas matérias dicas homeopáticas ou nos compêndios
homeopáticos oficiais, reconhecidos pela ANVISA, estudos clínicos, ou
revistas científicas. São medicamentos passíveis de notificação ou de
registro
08,10
.
Medicamento manipulado: medicamentos que atendem uma
prescrição médica, que estabelece sua composição, forma farmacêtuica,
posologia e modo de uso
52
.
Remédio: Todos os produtos com finalidade curativa, exceto
medicamentos, nesse grupo foram incluídos as plantas medicinais e
nutrimento.
Plantas medicinais: plantas com ações terapêuticas comprovadas,
incluindo o uso de chá
88
.
Nutrimento: substância constituinte dos alimentos de valor
nutricional, incluindo proteínas, gorduras, hidratos de carbono, água,
elementos minerais
22
.
59
Foi analisado o uso do medicamento e ou remédios através das
questões E1, E2 e E7b. Sendo considerado como variável dicotômica
dependente a utilização ou não de pelo menos um medicamento.
E1: O(a) Sr(a) poderia me mostrar os remédios que atualmente
está usando ou tomando?
Caso a pessoa entrevistada não tenha mostrado os remédios,
pergunte: Sr(a) poderia me dizer o nome dos remédios que está
usando ou tomando?
E2: Lista de remédios
E7b: Toma medicamentos (filtro das perguntas E1, E6 e E7).
O cálculo da prevalência de respostas positivas à questão E7b, foi
utilizado para identificar a taxa de uso de pelo menos um medicamento pela
população estudada.
Com relação às respostas negativas, foi analisada a resposta da
pergunta E7b, que obteve como opção de resposta: não tomar nenhum
medicamento.
No sentido de validação das respostas encontradas e de obtenção de
evidências de demanda reprimida não explicadas na questão E7b, foram
analisadas todas as associações de resposta, referentes à questão E9.
E9: Em algum momento, durante os últimos 12 meses, o(a) Sr(a)
deixou de tomar, ou tomou menos de algum medicamento que lhe foi
receitado? Apresentando as seguintes opções de escolha: pelo custo
(1), o remédio não estava disponível (2), não tinha transporte (3), não
gosta de tomar remédios (4), outra razão (5), não deixou de tomar
nenhum remédio (6), não sabe (7),não respondeu (8).
60
3.2.2 Polifarmácia
A fim de conhecer os estudos referentes ao uso de medicamentos em
idosos, foi realizado um levantamento bibliográfico da literatura latino-
americana e internacional, através do banco de dados do Sistema Latino-
Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS), e do
National Library of Medicine and the National Institutes of Health (PubMed).
Para o sistema LILACS, foram utilizados os descritores polifarmácia e
seus sinônimos: polimedicação, polifármaco, polifarmacoterapia,
plurimedicação, e em segundo momento, o levantamento foi feito através
dos descritores medicamento and idoso. Os levantamentos foram refinados
para país de publicação (Brasil).
Em relação ao sistema PubMed, primeiramente o levantamento foi
realizado com o descritor polypharmacy, e após drug and elderly.
No levantamento feito através da PubMed, polifarmácia apresentou
um número de 1829 publicações, e medicamento and idoso foram 325.974
referências bibliográficas. Os resultados obtidos no sistema LILACS,
apresentaram o número muito baixo quando comparado com os resultados
do PUBMED.
No sistema LILACS polifarmácia apresentou um número de 38
referências bibliográficas, sendo que 31,5% correspondem à literatura
brasileira, polimedicação e plurimedicação apresentaram os mesmos
números (18), com 38,8% publicações brasileiras, e polimedicação e
polifarmacoterapia apresentaram 16 referências, sendo que 7% de literatura
brasileira. Porém nem todos as referências tratavam de idosos.
61
Conforme descrito anteriormente, no capítulo sobre polifarmácia,
verificou-se em diversas publicações apresenta definição quantitativa e
qualitativa. Nesse estudo, foi analisada a polifarmácia nas duas definições.
3.2.2.1 – Polifarmácia qualitativa
Para efeito de classificação do uso de medicamentos impróprios em
idosos, foi adotado o Critério de Beers
61
(2003). O estudo foi dividido em dois
grupos, o primeiro grupo se refere a todos os idosos que usam
medicamentos e o segundo grupo são idosos que usam quatro e mais. Nos
dois grupos foram analisados o uso de pelo menos um medicamento
impróprio.
3.2.2.2 – Polifarmácia quantitativa
A polifarmácia foi definida baseada na distribuição e na média do uso
de medicamentos, além de serem levados em consideração os estudos
referentes a esse assunto. É importante ressaltar que esse valor é adotado
por instituição governamental como no Reino Unido
168
, sendo o valor mais
usado em pesquisas cujos idosos não são institucionalizados ou
hospitalizados
135
. ainda, a questão referente ao tratamento de doenças
crônicas cujo protocolo requer o uso de até três medicamentos, como no
caso da terapia para tuberculose, hipertensão, diabetes, AIDS
11,89,159
.
Esse critério foi analisado através das questões E1 e E2. A variável
dependente será “polifarmácia”.
E1: O(a) Sr(a) poderia me mostrar os remédios que atualmente
está usando ou tomando?
Caso a pessoa entrevistada não tenha mostrado os remédios,
pergunte: Sr(a) poderia me dizer o nome dos remédios que está
usando ou tomando?
E2: Lista de remédios
62
Foi considerada como resposta positiva o uso de quatro ou mais
medicamentos contidos na lista de remédios (Questão E2).
A fim de validar as repostas encontradas foram analisadas todas as
associações de respostas referentes ao uso de medicamentos
homeopáticos, fitoterápicos e medicamentos de venda livre (OTC), através
das questões:
E6 Atualmente, o(a) sr(a) toma (outros) remédios
naturais, como ervas ou produtos homeopáticos para
cuidar de sua saúde?
E7 O (a) sr(a) toma ou usa algum outro medicamento?
Por exemplo: aspirina ou outro medicamento contra dor,
laxante, medicamentos para gripe, medicamento para
dormir, tranqüilizantes, antiácidos, vitaminas, ungüentos ou
suplemento alimentar?
3.2.3 Não Adesão
A não adesão foi analisada através da questão E9: Em algum
momento, durante os últimos 12 meses, o(a) Sr(a) deixou de tomar, ou
tomou menos de algum medicamento que lhe foi receitado? Foi considerada
variável dicotômica dependente ter deixado ou não de tomar o medicamento
receitado durante os últimos 12 meses. Foi calculada a prevalência das
respostas positivas à questão E9, identificando a taxa de o adesão pela
população estudada. A não adesão foi definida através de todas as
associações das respostas encontradas na questão E9: pelo custo (1), o
remédio não estava disponível (2), não tinha transporte (3), não gosta de
tomar remédios (4), outros (5), sendo definido como resposta negativa a
opção de resposta: o deixou de tomar nenhum remédio.
63
3.2.4 Automedicação
A automedicação foi analisada através da questão E3, referente a
cada medicamento listado nas questões E1 e E2. Foi considerada como
variável dicotômica dependente a utilização ou não de medicamentos
prescritos pelo médico.
E3: Quem receitou?
E1: O(a) sr(a) poderia me mostrar os remédios que atualmente
está usando ou tomando?
E2: O(a) sr(a) poderia me dizer os remédios que está usando
ou tomando?
Foi calculada a prevalência da resposta positiva à taxa de
automedicação, aqui definida como o uso de medicamentos não prescritos
pelo médico. Considerou-se resposta negativa a utilização de medicamentos
que obtiveram como resposta à questão E3: farmacêutico (2), enfermeiro (3),
o (a) sr(a) mesmo (4), outro (5).
É importante ressaltar que foram considerados o farmacêutico e o
enfermeiro como resposta de automedicação para todos os medicamentos
listados na questão E2 e E3, para não causar um viés de seleção, uma vez
que os balconistas e técnicos de enfermagem poderão ter sido classificados
como farmacêuticos e enfermeiros, respectivamente.
64
3.2.5 Desenho do estudo
Para a análise dos dados da amostra expandida, onde cada registro
tem um peso específico, foram utilizados os pacotes estatísticos SPSS nas
análises binomiais e STATA para as de regressão logística.
O estudo foi desenvolvido em duas etapas. Inicialmente uma análise
descritiva da distribuição do número de medicamentos, por freqüências
ponderadas e ajustadas para um efeito de delineamento (deff) da amostra
complexa
145
, visando a investigar a associação independente entre o
número de medicamentos e as demais variáveis.
Foram descritas as características demográficas, escolaridade, a
presença de doenças crônicas, estado de saúde. Também foi descrita a
renda através de quintis.
Foi, então, analisada a associação das variáveis dicotômicas
(polifarmácia, não adesão, automedicação) com as variáveis descritas a
seguir:
1. Condição sócio econômica, representada pelos quintos de
renda per capta familiar, comparando-os um a um e
categorizando-os, em função de análise estatística, no sentido
da analisar o impacto da desigualdade social no processo de
aquisição do medicamento;
2. Escolaridade, aqui definida como menos de quatro anos e
quatro anos e mais;
3. Doenças crônicas auto referidas (C4 - Hipertensão, C5
Diabetes, C7 – Doença Pulmonar, C8 Doença Cardíaca, C10
– Doença Reumática);
4. Sexo e idade (A1b – distribuídas de 60 a 74, 75 e mais);
5. Grupo farmacológico será analisado através da classificação
ATC, até o nível cinco (princípio ativo);
6. Estado de saúde (C1 – excelente/muito boa/boa, regular, má)
65
Para a análise do risco de polifarmácia utilizou-se o método estatístico
por regressão logística, “por passos” (stepwise), em que o modelo inicia com
todas as variáveis presentes e a cada passo são eliminadas aquelas cuja
retirada não diminui a explicação do modelo, sempre na presença de todas
que ainda estão no modelo, em um nível de significância de 95%, utilizando-
se o pacote estatístico STATA
71
.
Na regressão logística utilizou-se a variável dependente polifarmácia.
As variáveis independentes foram: sexo, idade, renda (quintis), número de
internações, número de consultas, acesso ao serviço de saúde,
escolaridade, nacionalidade, religião, estado de saúde auto-referido,
automedicação, modo de aquisição, não adesão, hipertensão (auto referida),
diabetes (auto referida), problemas respiratórios (auto referidos), problemas
cardíacos (auto referidos), doenças reumáticas (auto referidas). Conforme
observa no Quadro 6.
66
Quadro 6: Descrição das variáveis utilizadas no estudo de regressão
logística.
Variável Categoria de Referência
OR = 1
Categorias de
Contraste (*)
Sexo Masculino Feminino
Idade 60 a 74 anos 75 e +
Escolaridade Sem Escolaridade 1 a 3 anos
4 a 11 anos
12 e + anos
Nacionalidade Brasileiro Estrangeiro
Renda Acima do 2º Quintil Até 2º Quintil
Religião Oriental Católico
Evangélico
Espírita
Outros+Nenhum
Acesso aos
Serviços
Não necessitou consulta Precisou e não fez
Realizou cons.
Nº de internação Nenhuma Uma ou mais
Nº de consulta Nenhuma ou Uma Duas e Mais
Estado de saúde Boa (**) Regular
Automedicação Médico prescreveu O próprio
Outro prescreveu
Modo de aquisição
Seguro social Próprio / outro
Não adesão Não deixou de tomar Deixou de tomar
Hipertensão Não Sim
Diabetes o Sim
Doenças
pulmonares
Não Sim
Doenças
reumáticas
Não Sim
Problemas
cardíacos
Não Sim
(*)Para as variáveis com mais de uma categoria de contraste foram utilizadas variáveis
“dummy” , binomiais, com valores 0 = não pertence à categoria, e 1 = pertence à categoria.
(**) Compreende as categorias Excelente, muito boa e boa.
67
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PERFIL DA POPULAÇÃO ESTUDADA
Os 2143 idosos de 60 anos e mais, que responderam ao questionário,
representam o universo populacional de 836.224 habitantes da área urbana
do município de São Paulo, segundo o recenseamento realizado pela
Fundação IBGE, do ano de 1996.
Assim como estudos têm mostrado maior proporção de mulheres
entre a população idosa
124,160
, o Estudo SABE também mostrou que as
mulheres correspondem a 56% enquanto que os homens representam
41,4%
85
. É notado também que os homens são mais freqüentes em idades
mais novas enquanto que as mulheres em idades de 75 anos e mais.
(Tabela 3)
Tabela 3: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais na amostra e na
população, segundo sexo e faixa etária, no município de São Paulo, 2000.
Faixa Etária
Sexo
60 a 74 75 e mais
Total %
Amostra 440 441 881
População 279.827 66.377 346.204
Masculino
% 80,8 19,2 100,0
41,4
Amostra 701 561 1.262
População 371,431 118.569 490.000
Feminino
% 75,8 24,2 100,0
58,6
Amostra 1141 1.002 2143
População 651,258 184.946 836.204
Total
% 77,9 22,1 100,0
100,0
Fonte: Estudo SABE
68
A maioria desses idosos é brasileira (70,1%), declara-se de cor
branca (70,1%), tem como religião o catolicismo (71%) e considera sua
saúde de regular a má (54%).
Quanto à escolaridade verifica-se que 21% não freqüentaram a escola
e 24% não sabem ler e escrever, mas quando somados àqueles que
cursaram somente até a série do ciclo básico, tem-se que 56,5% têm
baixíssima escolaridade. As dificuldades de acesso dessa coorte à escola
podem explicar menor autonomia e apropriação desses idosos em relação
aos aspectos do processo saúde doença e ao auto cuidado
92
.
Quanto à situação financeira, 67,5% reconhecem não ter recursos
suficientes para suas necessidades diárias, apesar de 79% dos idosos terem
renda, sendo a aposentadoria sua principal fonte
92
. A baixa renda entre os
idosos é mais prevalente entre as mulheres nas duas faixas etárias, sendo
que 27,9% das mulheres de 60 a 74 anos e 15,0% das mulheres com idade
de 75 anos e mais não apresentam renda, enquanto que 26,7% dos
homens de 60 a 74 anos e 17,6% dos homens com 75 anos e mais
apresentam a renda de 7,5 salários mínimos
92
.
Em relação ao uso de medicamentos, foi verificado que ao se
perguntar se o idoso toma medicamentos, com reforço através das
perguntas Atualmente, o(a) sr(a) toma (outros) remédios naturais, como
ervas ou produtos homeopáticos para cuidar de sua saúde?” e O (a) sr(a)
toma ou usa algum outro medicamento? Por exemplo: aspirina ou outro
medicamento contra dor, laxante, medicamentos para gripe, medicamento
para dormir, tranqüilizantes, antiácidos, vitaminas, ungüentos ou suplemento
alimentar?” Os resultados obtidos foram que 84,3% dos idosos preferem
fazer uso de medicamentos e/ou remédios, sendo que 81,1% fazem uso
exclusivamente de medicamento.
69
Em relação aos remédios, dos 836.204 idosos, 19,5% faziam uso de
plantas medicinais e 0,5% usavam nutrimentos. Foi verificado que as
mulheres consomem mais plantas medicinais do que os homens, 21,6% e
16,5% respectivamente (Tabela 4).
Tabela 4: Distribuição de pessoas 60 anos e mais (%), segundo sexo idade
e número de plantas medicinais, Município de São Paulo, 2000.
Mulher (%) Homem (%) Total (%) Número
de plantas
medicinais
60 a
74
75 e
mais
Subtotal
60 a
74
75 e
mais
Subtotal
60 a
74
75 e
mais
Subtotal
0 77,9 80,2 78,4 84,2 80,6 83,5 80,6 80,3 80,5
1 13,2 13,1 13,2 11,5 12,8 11,7 12,5 13,0 12,6
2 4,9 3,6 4,6 2,9 5,3 3,3 4,0 4,2 4,1
3 3,2 1,9 2,9 1,4 1,1 1,3 2,4 1,6 2,2
4 e mais 0,8 1,2 0,9 0,0 0,2 0,2 0,5 0,9 0,6
Total 100,0
100,0
100,0 100,0
100,0
100,0 100,0
100,0
100,0
Fonte: Estudo SABE – Dados brutos
O uso de plantas medicinais no Brasil envolve fatores culturais e
regionais, visando melhorar a qualidade de vida da população
55
. Essa
herança cultural e acúmulo de conhecimentos fazem com que a população
reconheça a importância da vegetação nativa
35
e talvez, isso explique por
que os valores encontrados no Município de São Paulo (19,5%) sejam
inferiores aos encontrados em Porto Alegre, onde a prevalência do uso foi
de 56%, sendo que 14% dos gaúchos tomam os chás sem considerarem
remédio
64
.
70
4.2 PERFIL DO USO DE MEDICAMENTOS
O número de medicamentos variou de zero a 14, (Tabela 5) sendo
que o número médio de medicamentos utilizados pelos idosos que relataram
usar medicamento foi igual a 2,7. Porém se considerasse o uso de
medicamento e remédio simultaneamente, a distribuição seria de 0 a 17
medicamentos e/ou remédios, e a média aumentaria para 3,0 sendo que as
mulheres apresentariam a média de 3,5 e os homens de 2,4.
Tabela 5: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (N e %), segundo
número de medicamentos, Município de São Paulo, 2000.
Número de
Medicamentos
N % Freqüência acumulada
0 157977
18,9 18,9
1 125353
15 33,9
2 150991
18 51,9
3 138811
16,6 68,5
4 97134 11,6 80,1
5 70349 8,4 88,5
6 38132 4,6 93,1
7 26190 3,1 96,2
8 17247 2,1 98,3
9 4058 0,5 98,8
10 5017 0,6 99,4
11 2442 0,3 99,7
12 1549 0,2 99,9
13 141 0 99,9
14 811 0,1 100
Total 836202
100
Fonte: Estudo SABE
Dados semelhantes foram encontrados na região metropolitana de
Belo Horizonte
95
, onde os idosos apresentaram uma média de 2,2
medicamentos e em Porto Alegre
64
, com média de 3,2 medicamentos. A
71
média de Belo Horizonte foi semelhante à encontrada neste presente
estudo, provavelmente por que o desenho do estudo é semelhante,
enquanto que o estudo realizado em Porto Alegre utilizou como amostra os
idosos residentes em uma zona de cobertura do Serviço de Saúde
Comunitária, que poderão ter mais acesso ao serviço de saúde do que
quando se refere a um estudo epidemiológico de base populacional.
Por outro lado, a média encontrada no presente estudo não se
assemelha à de paises da Europa, como os Paises Baixos
159
e Finlândia
90
,
onde as médias são 3,6 e 3,9 respectivamente. Esse resultado pode ser
explicado pelo fato de o município de São Paulo ser uma metrópole que está
apresentando um aumento no índice de envelhecimento e provavelmente
quando se igualar aos níveis dos países desenvolvidos poderá ter um
aumento no número de medicamentos como foi visto no estudo realizado por
Linjakumpu
90
, na Finlândia, onde houve um aumento no número de
medicamentos entre os idosos no período de 10 anos. Também deve ser
considerado que o menor consumo de medicamentos em países em
desenvolvimento em grande parte se refere à falta de acesso ao serviço e
ao custo do tratamento medicamentoso
20,89,135
.
Em relação à idade, os idosos na faixa etária de 60 a 74 anos tendem
a consumir menos medicamentos que os de 75 anos e mais (tabela 6).
Esses resultados foram vistos em estudos nacionais e estrangeiros. Loyola
Filho et. al
95
relatam que, no município de Belo Horizonte, o uso de
medicamentos pelos idosos é de 67,2% entre a idade de 60 a 69 anos,
76,9% na faixa etária de 70 a 79 anos e 81% em idades de 80 anos e mais.
Flores et. al
64
, no município de Porto Alegre encontraram que os idosos com
idade de 60 a 70 anos obtiveram uma média de 2,9 medicamentos, os de 70
a 80 anos média de 3,5 e entre os idosos de 81 a 90 anos a média foi de 4,5
medicamentos. Dentre os estudos estrangeiros, Gorard
68
encontrou que os
idosos do Reino Unido apresentam uma média de dois medicamentos na
faixa etária de 65 a 74 anos e de 2,5 medicamentos na idade de 75 anos e
72
mais. Nota-se que, uma associação entre a idade e o uso de
medicamentos, Jörgensen
78
verificou que idosos de 75 a 84 anos
apresentam uma chance de 2,5 vezes de consumirem três medicamentos e
mais, enquanto os idosos de 85 anos e mais a chance passa para 2,9 vezes
de fazerem uso de três medicamentos e mais.
Neste estudo foram encontrados dados semelhantes sendo que
79,2% dos idosos com 60 a 74 anos usam pelo menos um medicamento e
os de 75 anos e mais correspondem a 87,9% e, em relação à média, é
verificado que o uso de medicamentos na idade de 60 a 74 anos é de 2,6
(mediana = 2), porém essa média aumenta na idade de 75 anos e mais
correspondendo a 3,3 medicamentos (mediana = 3). (Tabela 6)
Loyola Filho
95
, aponta que a provável explicação para a associação
positiva entre a idade e o consumo de medicamentos reside na ocorrência
de maior prevalência de problemas de saúde, geralmente de longa duração
com maior gravidade. Essa explicação condiz com o presente estudo uma
vez que todas as doenças crônicas encontradas no Estudo SABE (2000),
aumentaram do grupo etário de 60 a 74 anos para 75 anos e mais
84
.
Tabela 6: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais, segundo número de
medicamentos e idade, Município de São Paulo, 2000.
Faixa Etária (%)
Número de
medicamentos
60 a 74
75 e mais
Total
0 20,8
12,1
18,9
1 15,6
13,0
15,0
2 18,5
16,6
18,1
3 16,4
17,4
16,6
4 e mais 28,7
40,8
31,4
Total 100,0
100,0
100,0
Fonte: Estudo SABE – Dados brutos
73
Em conseqüência do aumento de doenças crônicas em idosos ocorre
o aumento do número de consultas médicas
37
e esse fato leva a uma das
causas da polifarmácia. Jörgensen et. al
78
verificaram que a polifarmácia
(para eles definida como o uso de três ou mais medicamentos) apresenta
um risco relativo de 3,9 quando ocorre uma consulta, 6,2 quando são duas
consultas, 4,9 entre três a quatro consultas e 15,4 quando são cinco
consultas e mais.
O aumento do risco do uso de medicamento em relação ao número
de consultas médicas também foi encontrado no estudo feito por Loyola
Filho et. al
94
, no município de Bambuí, onde apresentaram a OR de 1,0 para
uma consulta, 3,1 quando era de 2 a 3 consultas e 3,7 quando passava de
quatro consultas médicas. Esse fenômeno é visto devido à probabilidade de
o número de consultas gerar uma prescrição medicamentosa
135
.
No presente estudo é verificado que 537.106 idosos (64,2%)
procuraram atendimento médico nos últimos quatro meses antecedentes à
entrevista, sendo que, desses 485.652 idosos (96%) utilizavam pelo menos
um medicamento (Tabela 7). Porém, quando se refere ao número de
atendimentos médicos (Tabela 8), verifica-se que, quanto maior o número de
consultas maior o número de medicamentos consumidos. Quando os idosos
fizeram uma consulta médica nos últimos quatro meses antecedentes à
entrevista, 87% deles utilizavam pelo menos um medicamento, enquanto
que, quando o número de consultas passou para duas, 91,7% dos idosos
faziam uso de pelo menos um medicamento e 39,2% usavam quatro
medicamentos e mais. As médias foram de 3,4 medicamentos em duas
consultas e 4,1 medicamentos quando o idoso foi a quatro consultas no
período de 4 meses antecedentes à entrevista.
74
Tabela 7: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo o número
de medicamentos e procura de atendimento médico durante os quatro
meses antecedentes à entrevista, Município de São Paulo, 2000.
Procura de atendimento
médico (%)
Número de
medicamentos
Sim Não
Total
0 4,0 24,4 13,0
1 12,0 18,0 13,3
2 18,6 19,6 18,8
3 18,8 17,2 18,4
4 e mais 46,6 20,8 36,5
Total 100,0 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Tabela 8: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo o número
de medicamentos e número de atendimentos médicos nos quatro meses
antecedentes à entrevista, Município de São Paulo, 2000.
Número de Atendimento Médico (%)
Número de
medicamentos
1 2 3 4 5 6
Total*
0 13,0 8,3 7,0 2,8 8,2 20,8 9,6
1 15,1 9,9 9,4 12,3 11,2 8,4 12,1
2 21,9 22,9 11,6 9,0 15,5 0,9 18,5
3 19,3 19,7 19,9 16,1 22,5 19,9 18,9
4 e mais 30,7 39,2 52,1 59,8 42,6 50,0 40,9
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
*Nota: N = 537.106 idosos, referentes à procura de atendimento médico nos
quatro meses antecedentes à entrevista.
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Assim como o número de consultas médicas pode gerar uma
prescrição medicamentosa, o número de internações também pode
aumentar o uso de medicamentos. Jörgensen et. al
78
, verificaram que
uma chance de 2,3 vezes de haver polifarmácia, quando há internação.
75
No presente estudo, 656.117 idosos (78,5%), não foram internados,
sendo que desses, 86,8% não usam medicamento, enquanto que 34.760
idosos que foram internados uma vez (4,1%), 91,4% usam medicamento
(Tabela 9). A média de medicamentos sem internação é de 3,9
medicamentos enquanto a média aumenta para 4,5 quando se trata de uma
internação e 6,2 para três internações. Esses resultados conferem com os
encontrados no estudo feito por Loyola-Filho
95
.
Tabela 9: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais, segundo número de
medicamentos e número de internações nos quatro meses antecedentes à
entrevista, Município de São Paulo, 2000.
Número de internações (%)
Número de
medicamentos
Nenhuma
1 2 3
0 13,2 8,6 0,0 0,0
1 13,8 8,4 2,7 13,0
2 19,4 7,4 21,3 0,0
3 18,8 14,6 7,1 0,0
4 e mais 34,8 61,0 68,4 87,0
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Os estudos nacionais
64,94,95,127
e estrangeiros
78,79,90,106,151,159
apontam
idade e sexo como as características sócio-demográficas mais consistentes
associados ao consumo de medicamentos.
Kaufman et. al
79
, em estudo realizado nos Estados Unidos,
verificaram que 94% das mulheres e 91% dos homens usam medicamentos
sendo que 35% dos homens e 65% das mulheres fazem uso de cinco
medicamentos e mais. Esses mesmos resultados foram encontrados na
Finlândia por Linjakumpu et. al
90
e por Jörgensen
78
. No município de São
Paulo, Pelicioni
127
verificou que, aproximadamente, 60% dos homens idosos
consomem medicamentos enquanto que 79% das mulheres utilizam
medicamentos.
76
Neste estudo, as mulheres também consomem mais medicamentos
que os homens, 89,5% e 77,0% respectivamente, tendo a média do número
de medicamentos para a mulher igual a 3,1 (mediana = 3), e para homem
igual a 2,2 (mediana = 2). Essa mesma diferença foi encontrada em estudo
de Jörgensen et. al
78
, realizado na Suécia, em que encontraram a média
para as mulheres de 4,3 medicamentos e para os homens de 3,8
medicamentos. Por sua vez, Stewart et. al
151
, nos Estados Unidos,
encontraram a dia de 3,1 para as mulheres e 2,3 para os homens em
1979 e depois de dez anos essa média aumentou para 4,3 medicamentos
para as mulheres e 3,6 para os homens. No Brasil, a média encontrada em
Porto Alegre foi de 3,8 para as mulheres e 2,2 para os homens
64
e em Belo
Horizonte, 2,5 para as mulheres e 1,6 para os homens
95
.
Em relação à faixa etária, verifica-se que dentre os homens, que
estão na faixa etária de 60 a 74 anos, 25,0% não consomem medicamento,
os homens dessa faixa etária apresentam a menor dia 2,1 medicamentos
(mediana = 2), enquanto que as mulheres com faixa etária de 75 anos e
mais apresentam a maior média 3,6 medicamentos (mediana = 3), 51,1%
delas consomem de 4 medicamentos a mais, (Tabela 10).
Os dados referentes à faixa etária não foram comparados com outros
estudos, uma vez que cada um deles apresentava uma distribuição diferente
de faixa etária, porém foi verificado que tanto nos estudos estrangeiros
79,106
como nos estudos brasileiros
94,95
, a maior prevalência do uso de
medicamentos foi em mulheres com faixa etária acima de 75 anos.
77
Tabela 10: Distribuição de pessoas 60 anos e mais (%), segundo sexo idade
e número de medicamentos, Município de São Paulo, 2000.
Mulher (%) Homem (%) Total
Número
de
medica-
mentos
60 a
74
75 e
mais
Subtotal
60 a
74
75 e
mais
Subtotal
60 a
74
75 e
mais
Subtotal
0 11,4 7,7 10,5 25,0 14,9 23,0 20,8 12,1 18,9
1 13,6 9,7 12,7 18,0 15,4 17,5 15,6 13,0 15,0
2 16,9 13,1 16,0 15,0 18,2 15,6 18,5 16,6 18,1
3 14,9 17,4 15,5 17,4 15,4 17,0 16,4 17,4 16,6
4 e
mais 43,2 52,1 45,3 24,6 36,1 26,9 28,7 40,9 31,4
Total 100,0
100,0
100,0 100,0
100,0
100,0 100,0
100,0
100,0
Fonte: Estudo SABE – Dados brutos
Entre os principais motivos relatados quanto à mulher consumir mais
medicamentos do que os homens, encontra-se a questão de a mulher
promover maior auto cuidado e, conseqüentemente, procurar com maior
freqüência o serviço de saúde. Fato verificado no município de São Paulo,
onde 79,2% delas procuraram o serviço de saúde, enquanto 74,4% dos
homens fizeram essa procura
37
.
Outro fator que pode explicar o maior consumo de medicamentos
pelas mulheres está relacionado à maior prevalência de doenças crônicas no
sexo feminino. No Estudo SABE, através das respostas de doenças auto-
referidas, houve maior prevalência de hipertensão (53,3%), sendo que
56,3% das mulheres e 49,1% dos homens referiram ser hipertensos
84
.
Apesar de esses resultados confirmarem que as mulheres consomem
mais medicamentos que os homens, é importante verificar que existe uma
diferença de valores que dificulta comparações entre estudos,
provavelmente, por que, conforme Pelicioni
137
cita, ocorrem diferenças entre
regiões, com características sócio-demográficas, culturais e epidemiológicas
distintas entre si.
78
Assim como foi verificado que no Estudo SABE os imigrantes m a
maior proporção de plano de saúde privado e a maior renda
151
; também em
relação ao consumo de medicamento, apresentaram maior valor. Encontra-
se que a média do uso de medicamentos corresponde a 2,9 para os
imigrantes e 2,7 para os brasileiros. Entre os imigrantes, 85,4% fazem uso
de pelo menos um medicamento e entre os brasileiros esse valor passa para
80,7% (Tabela 11).
Tabela 11: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo número
de medicamentos e nacionalidade, Município de São Paulo, 2000.
Número de
medicamentos
Brasileiros (%)
Imigrantes (%)
Total (%)
0 19,3 14,6 18,9
1 15,0 14,8 15,0
2 18,0 19,1 18,1
3 16,5 17,8 16,6
4 e mais 31,2 33,7 31,4
Total 100,0 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
A proporção do uso de medicamentos também é diferente entre as
religiões, sendo que as religiões espíritas, católica e evangélica são
semelhantes, assim como suas médias, sendo 3,0 para os espíritas, 2,8
para os católicos e 2,5 medicamentos para os evangélicos. Entre as religiões
orientais, 28% não consomem medicamento, sendo que os que relatam ser
dessa religião consomem o menor número de medicamentos apresentando
a menor média (1,8) (Tabela 12). Entretanto devido ao questionário conter
perguntas fechadas, não foi possível identificar entre as religiões orientais
quais as mais prevalentes.
79
Tabela 12: Distribuição de pessoas de 60 anos e mais (%), segundo religião
e número de medicamentos, Município de São Paulo, 2000.
Religião (%)
Número de
medicamentos
Espírita
Católica
Evangélica
Oriental
Outro
Nenhum
Total
0 15,8 18,2 20,7 28,0 2,5 24,2 18,9
1 15,7 14,6 16,3 14,7 19,0 15,0 15,0
2 17,9 17,5 19,3 17,7 33,1 23,6 18,1
3 15,2 16,4 15,3 28,9 16,1 22,5 16,6
4 e mais 51,2 51,5 49,1 38,7 31,8 38,9 31,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Em relação ao estado de saúde auto-referido, é verificado que, dos
idosos que consideram sua saúde excelente 26,2% não tomam
medicamento, enquanto que, para os que consideram sua saúde regular/má
o valor é de 12,5%. (Tabela 13). A média do número de medicamento dos
que consideram sua saúde excelente é de 2 medicamentos enquanto os que
consideram sua saúde ruim têm média igual a 3 medicamentos. Loyola
Filho
94
verificou que, em Bambuí, o uso de medicamentos tem associação
com a pior percepção de saúde, fato também visto no estudo feito na
Finlândia
90
onde se constatou que 31% dos idosos que fazem uso de cinco
ou mais medicamentos consideram sua saúde ruim.
Tabela 13: Distribuição das pessoas de 60 anos e mais, segundo número de
medicamentos e estado de saúde auto-referido, Município de São Paulo,
2000.
Estado de Saúde (%)
Número de
medicamentos
Excelente NS* NR*
Total
0 26,2 12,5 65,6 100,0 18,9
1 18,7 11,9 0,0 0,0 15,0
2 20,4 16,1 0,0 0,0 18,1
3 13,5 19,3 0,0 0,0 16,6
4 e mais 21,2 40,2 34,4 0,0 31,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
* Nota: NS = não sabe, NR = não respondeu
Fonte: Estudo SABE – Dados brutos
80
A escolaridade é outro fator que pode influenciar o uso de
medicamentos, pois ao se avaliar a distribuição do uso de medicamentos, é
visto que o maior uso de medicamentos está em idosos com grau de
escolaridade acima de 12 anos, sendo que 46,9% consomem 4
medicamentos e mais, apresentando uma média de 3,8 medicamentos. A
média do uso de medicamentos em analfabetos é de 2,7 (Tabela 14). Esses
resultados não foram semelhantes ao encontrado no estudo feito por Flores
et. al
64
, em que os idosos analfabetos do município de Porto Alegre
consomem em média 3,6 medicamentos, assim como nas demais
escolaridades, em que quanto menor o grau de escolaridade maior o
consumo de medicamentos, provavelmente pelo fato de haver interferências
relacionadas à renda e ao acesso ao serviço de saúde.
Louvison
92
, verificou que no município de São Paulo uma
associação positiva entre não ter ido à escola e classe de baixa renda,
porém é verificado nesse estudo que uma distribuição homogênea entre
todos os quintis de renda, segundo o número de medicamentos (Tabela 15).
Loyola Filho
95
relata não ter encontrado a escolaridade como fator
importante na determinação do consumo de medicamentos, encontrando
associação positiva do consumo de 5 ou mais medicamentos apenas em
grau de escolaridade acima de 8 anos.
Tabela 14: Distribuição da proporção de pessoas de 60 anos e mais,
segundo escolaridade e número de medicamentos, Município de São Paulo,
2000.
Escolaridade (%)
Número de
medicamentos
Sem
1 a 3
anos
4 a
11anos 12 a 22anos
Total
0 16,3 17,7 21,6 10,6 18,9
1 18,3 13,6 15,2 7,9 15,0
2 16,9 22,5 16,7 13,5 18,1
3 18,5 15,6 15,9 21,1 16,6
4 e mais 30,0 30,6 30,6 46,9 31,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
81
Tabela 15: Distribuição da proporção de pessoas de 60 anos e mais por
quintis de renda, segundo número de medicamentos, Município de São
Paulo, 2000.
Renda (%)
Número de
medicamentos
1.Quintil 2.Quintil
3.Quintil
4.Quintil
5.Quintil
Total
0
16,0 18,7 19,0 19,2 22,5 18,9
1
14,4 15,9 17,0 13,0 14,1 14,8
2
18,5 15,9 19,8 21,8 12,6 17,8
3 e mais
51,1 49,4 44,3 46,0 50,9 48,5
Total
100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Existem duas prováveis variáveis que explicam esse fenômeno: uma
se refere ao modo de aquisição do medicamento e a outra à não adesão ao
tratamento medicamentoso.
Em relação à forma de aquisição, é verificado que 71,7% dos idosos
compram seus próprios medicamentos (Tabela 16), tendo como principal
gasto os medicamentos do sistema cardiovascular (33%). O maior consumo
de medicamentos do sistema cardiovascular é previsto, uma vez que, a
hipertensão é a doença mais prevalente nessa população
84
, e
conseqüentemente obtendo o maior gasto nos diuréticos (9,4%), seguido
dos medicamentos usados no tratamento cardíaco (5,2%).
Uma provável explicação para a maior prevalência da compra de
medicamentos do sistema cardiovascular, deve-se ao fato de que
medicamentos como a clortalidona (3,5%), hidroclorotiazida associada à
amilorida (1,7%), encontram-se na lista dos dez medicamentos mais
consumidos no município de São Paulo (Tabela 21), porém não pertencem à
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)
102
.
Outro grupo farmacológico prevalente em gastos pelos idosos é o
sistema nervoso (19,1%), principalmente devido ao uso dos analgésicos
(9,5%).
82
A preocupação de gastos com medicamentos deve-se ao fato de que
em média o idoso gastava R$ 123,77 por mês com esse item
115
, quando se
sabe que a renda mensal era em média R$ 319,15, ou seja, um pouco mais
de dois salários mínimos na época
25
. Diante disso, poder-se-ia questionar,
como um idoso que ganha dois salários mínimos, pode gastar em
medicamento até um salário mínimo.
O ideal seria que o idoso pudesse obter seus medicamentos pelo
SUS, porém é observado que apenas 11% da população utilizam o serviço
público para a obtenção dos seus medicamentos. Porém, se isso ocorrer, é
previsto que o orçamento gasto pelo governo em medicamentos, na melhor
das hipóteses, seja em torno de R$ 1.798.995.451,87 e na pior hipótese de
R$ 36.676.346.210,39, fazendo com que inviabilize outros procedimentos na
área da saúde
115
. Outro problema a ser destacado é que os medicamentos
inclusos na RENAME
102
, têm o propósito de atingir toda a população, não
tendo um padrão específico para o idoso.
Tabela 16: Distribuição das formas de aquisição de medicamentos por
pessoas de 60 anos e mais, Município de São Paulo, 2000.
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Variável Porcentagem
Seguro social 11,0
Outro seguro
público 1,2
Seguro particular 0,7
Próprio bolso 71,1
Filhos pagam 9,1
Outro 6,3
NR
0,0
Total 100,0
83
Existem diversas metodologias para fazer a mensuração da não
adesão ao tratamento farmacológico, o que dificulta a comparação entre os
dados.
É verificado que um dos fatores que influencia a não adesão refere-se
ao custo do tratamento medicamentoso
18,76,97,154,161
. No presente estudo, a
não adesão ao tratamento medicamentoso é de 17,2%, quando se faz uso
exclusivamente de medicamento, porém a não adesão aumenta no grupo
que usa medicamentos e remédios simultaneamente (25,7%) sendo que
9,2% preferem deixar de tomar o medicamento devido ao custo, quando usa
medicamento e 14,8% quando usam medicamento e remédio. (Tabela 17).
Um fator que pode explicar esse fenômeno é que o custo do tratamento
medicamentoso no grupo que utiliza medicamento e remédio
simultaneamente é superior ao do grupo que faz uso exclusivamente de
medicamento, fazendo com que o idoso utilize as plantas medicinais como
forma de alternativa de tratamento, dados também verificados por Leite
88
.
Outro fator relacionado à não adesão em idosos, refere-se à falta de
habilidade em manusear os medicamentos e o aumento da probabilidade de
reações adversas
59,76,97
. Isso pode explicar o fato de 2,4% (do grupo de
medicamentos) e 3,4% (medicamento e remédios) dos idosos desse
presente estudo, não gostarem de tomar medicamentos.
A não adesão ao tratamento medicamentoso também pode ser
influenciada pela falta de informação sobre seu estado de saúde e sobre a
utilização do medicamento. Hughes
76
, mostra que a informação e a
comunicação entre o paciente e o serviço de saúde pode ser um instrumento
de fundamental importância na promoção da adesão ao tratamento.
84
Tabela 17: Distribuição das pessoas de 60 anos e mais (%), segunda
adesão ao tratamento medicamentoso, Município de São Paulo, 2000.
Variável
Medicamento
(%)
Medicamento
e Remédio
(%)
Com adesão 82,7 74,0
Sem adesão
Pelo custo
Medicamento não disponível na rede pública
Não tem transporte para adquirir o medicamento
Não gosta de tomar remédios
Outra razão
17,2
9,2
1,1
0,1
2,4
4,4
25,7
14,8
2,5
0,3
3,4
4,7
Não sabe/Não respondeu 0,1 0,3
Total 100,0 100,0
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Neste estudo foi verificado que a não adesão é prevalente em idosos
católicos (67,5%), com renda inferior a dois salários mínimos (26,2%), grau
de escolaridade de 4 a 11 anos (45,9%). MacLaughlin et. al
109
relataram que
o nível educacional, nível socioeconômico, tipo de doença, número de co-
morbidades, são fatores potenciais que podem afetar a adesão ao
tratamento.
Quanto às doenças auto referidas, neste estudo, foi verificado que, a
hipertensão mostrou ser a doença com maior grau de não adesão (63,5%), o
que se justifica pelo fato de serem medicamentos para uso crônico. A
hipertensão é uma preocupação na adesão ao tratamento medicamentoso.
Lyra Jr et. al
96
, relatam que 46% dos idosos brasileiros portadores de
hipertensão arterial interromperam o tratamento por conta própria.
Em relação à automedicação (tabela 18), verifica-se que dos idosos
que fazem uso exclusivamente de medicamento, 15,4% fazem
automedicação. Os resultados foram inferiores aos encontrados por Sayd
142
no estudo feito com idosos do Rio de Janeiro, onde 23,4% da população se
85
automedica, e em Bambuí onde 28,8% da população faz uso exclusivamente
de medicamentos não prescritos
94
. Porém quando o idoso faz uso de
medicamento e remédio simultaneamente a automedicação passa para
valores de 41,4%.
Neste estudo a principal fonte para a automedicação é o próprio idoso
tendo valores de 12,3% quando em uso de medicamento e 32,5% quando
em uso de medicamento/remédio. Salem et. al
140
comentam que esse tipo
de automedicação reforça a imagem da autoconfiança ao adquirir o
medicamento sem interferência do médico, evidenciando que os sujeitos
conseguem identificar seus problemas de saúde mais simples e sabem
buscar soluções. O problema é que existem doenças que os medicamentos
devem ser indicados exclusivamente por médicos como no caso da
hipertensão, sendo verificado que, dos idosos que fazem uso
exclusivamente de medicamentos, 61% referiram ter pressão alta,
entretanto, desses 11,3% se automedicam. (Tabela 19)
Schenkel
144
, relata que o fator determinante do elevado grau de
automedicação no Brasil é o baixo nível de organização da assistência
médica disponível à população, principalmente à de baixa renda, porém o
fenômeno também ocorre nas camadas privilegiadas, que dispõem de todos
os serviços médicos desejáveis. Guerra et. al
70
, verificaram que, em Cuba
46,6% dos idosos fazem uso de medicamentos não prescritos, e Naranjo et.
al
106
verificaram que a maior prevalência entre os cubanos encontra-se no
sexo feminino na faixa etária de 60 a 69 anos.
86
Tabela 18: Distribuição da porcentagem do consumo de medicamentos por
pessoas de 60 anos e mais, segundo prescrição por médico e
automedicação, Município de São Paulo, 2000.
Nota: NS = Não sabe
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Tabela 19: Distribuição da porcentagem do consumo de medicamentos por
pessoas de 60 anos e mais, segundo doença auto referida e automedicação,
Município de São Paulo, 2000.
Doença Crônica
Com
automedicação (%)
Sem
automedicação (%)
Total ( %)
*
Doença crônica
pulmonar
16,1 83,9 13,2
Problemas
reumáticos
14,5 85,5 35,8
Hipertensão 11,3 88,7 61,1
Diabetes 9,5 90,5 20,5
Problema cardíaco 8,3 91,7 23,5
*
Nota: a amostra populacional é igual a 538.754 idosos que fazem uso
exclusivamente de medicamentos
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
Dos 84,3% dos idosos que fazem uso simultaneamente de
medicamentos e remédios, 82,9% fazem uso de medicamentos alopáticos
onde foram encontrados 663 tipos de medicamentos diferentes, incluindo as
associações (Tabela 20).
Indicações
Medicamento
(%)
Remédio
(%)
Medicamento e
Remédio (%)
Médico 84,5 0,2 58,6
Automedicação
Farmacêutico
Enfermeiro
O próprio
Outro
15,4
0,7
0,3
12,2
2,2
99,8
-
-
58,1
41,7
41,4
0,8
0,2
32,5
7,9
NS 0,1 - 0,0
TOTAL 100,0 100,0 100,0
87
Os medicamentos que atuam no sistema cardiovascular foram os que
apresentaram maior prevalência (29,4%), sendo que, desses, os mais
prescritos são os diuréticos (8,8%) com maior prevalência a clortalidona
(3,5%), seguidos dos medicamentos com ação no sistema renina-
angiotensina (6,1%), com maior prevalência o captopril (3,1%) (Tabela21).
Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos
nacionais
44,64,95,127
, e estrangeiros
26,67,79,90,151
, sendo eles esperados, uma
vez que as doenças cardiovasculares são as de maior prevalência nessa
faixa etária. Seguiram-se os medicamentos que atuam no trato alimentar e
metabolismo (16,6%) principalmente devido ao uso de vitaminas/minerais
(4,2%) e medicamentos usados na diabetes (4,3%), e os medicamentos que
atuam no sistema nervoso (14,2%), incluindo os analgésicos (6,8%) e os
psicolépticos (2,7%), (Tabela 20)*.
As vitaminas e os analgésicos, assim como os laxativos e relaxantes
musculares são freqüentes uma vez que fazem parte dos medicamentos de
venda livre (OTC) (over the counter) e podem revelar a necessidade ou o
desejo dos idosos em aliviar ou eliminar suas dores agudas
64
, mas também
deve ser considerado que o uso desses medicamentos pode estar
mascarando uma doença, podendo ser um indicador da falta de acesso aos
serviços de saúde. Por outro lado nota-se que também podem ser
medicamentos prescritos pelos médicos no intuito de aliviar sintomas e
prevenir doenças como as osteoartrites e osteoporose.
O mesmo pensamento pode ser levado ao uso de medicamentos
fitoterápicos, com maior freqüência para o Ginkgo biloba com 0,9%, valores
menores do que na população americana onde foi constatado o uso 5% das
mulheres e 1% dos homens acima de 65 anos, pois os idosos americanos
acham que o uso de fitoterápicos melhora sua saúde
79
.
* A mesma distribuição, porém até o nível 5 se encontra no anexo III
88
Tabela 20: Di
stribuição dos medicamentos utilizados por pessoas idosas 60
anos e mais (%), segundo classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical-Chemical), Município de São Paulo, 2000.
Classe e subgrupos ATC
Po
lifarmácia %
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
Sistema cardiovascular C 30,87
29,37
Diuréticos C03 8,16
8,87
Agentes com ação no sistema renina
angiotensina C09 6,21
6,12
Tratamentos cardíacos C01 5,76
4,23
Bloqueadores do canal de cálcio C08 3,18
2,79
Agentes beta bloqueadores C07 2,63
2,67
Antihipertensivos C02 1,82
1,98
Agentes que reduzem lipídio sérico C10 1,56
1,33
Vasodilatadores periféricos C04 0,79
0,73
Vasoprotetores C05 0,76
0,65
Trato alimentar e metabolismo A 16,6
15,35
Medicamentos usados na diabetes A10 4,54
4,26
Vitaminas A11 4,30
4,19
Medicamentos para controle de acidez gástrica
A02 3,24
2,96
Suplementos minerais A12 1,81
1,55
Medicamentos que afetam a função
gastrointestinal A03 1,26
1,04
Laxativos A06 0,83
0,77
Antidiarréicos, agentes antiinflamatórios e
antiinfecciosos intestinais A07 0,23
0,22
Preparações estomacais A01 0,20
0,17
Tratamento da bile e fígado A05 0,06
0,04
Outros produtos do trato alimentar e
metabolismo A16 0,05
0,07
Preparações anti-obesidade excluindo
produtos dietéticos A08 0,04
0,02
Digestivos, incluindo enzimas A09 0,04
0,06
Sistema nervoso N 14,61
14,19
Psicolépticos N05 3,18
2,69
Psicoanalépticos N06 1,33
1,16
Analgésicos N02 6,70
6,81
Medicamentos antiparkinsonianos N04 0,20
0,20
Anestésicos N01 0,01
0,04
Antiepilépticos N03 0,82
1,07
Outros medicamentos para o sistema nervoso N07 2,37
2,22
Sistema músculo esquelético M 7,99
7,55
Produtos antiinflamatórios e antireumáticos M01 5,45
5,12
Relaxantes musculares M03 1,42
1,58
Medicamentos para tratamento de doenças
ósseas M05 0,63
0,43
Preparações antigotosas M04 0,49
0,42
(Continua)
89
Tabela 20: Distribuição dos medicamentos utilizados por pessoas idosas 60
anos e mais (%), segundo classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical-Chmemical), Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Classe e subgrupos ATC
Polifarmácia %
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
Sangue e órgãos formadores de sangue B 5,9
5,36
Agentes trombolíticos B01 5,16
4,60
Preparações antianêmicas B03 0,51
0,55
Substitutos do sangue e solução de perfusão B05 0,18
0,15
Outros agentes hematológicos B06 0,05
0,06
Sistema respiratório R 4,01
3,91
Medicamentos para doenças pulmonares
obstrutivas R03 2,18
1,88
Preparações nasais R01 0,41
0,43
Preparações para tosse e resfriado R05 0,41
0,45
Preparações para garganta R02 0,14
0,10
Antihistamínicos para uso sistêmico R06 0,87
1,05
Sistema geniturinário e hormônios sexuais G 1,77
1,58
Hormônios sexuais e moduladores do sistema
genital G03 1,41
1,22
Urológicos G04 0,36
0,34
Antiinfecciosos e antisépticos ginecológicos G01 0,00
0,02
Preparações do sistema hormonal
excluindo hormônios sexuais e insulinas H 1,94
1,52
Tratamentos da tireóide H03 1,08
0,88
Homeostases do cálcio H05 0,02
0,01
Corticóides para uso sistêmico H02 0,84
0,63
Antiinfecciosos para uso sistêmico J 1,35
1,15
Antibacterianos para uso sistêmico J01 1,22
1,07
Antimicóticos para uso sistêmico J02 0,04
0,03
Antimicobacterianos J04 0,04
0,02
Antivirais para uso sistêmico J05 0,04
0,03
Vacinas J07 0,01
0,00
Órgãos sensoriais S 1,39
1,21
Oftalmológicas S01 1,38
1,19
Otológicas S02 0,01
0,02
Dermatológico D 1,46
1,14
Preparações dermatológicas de corticóides D07 0,41
0,36
Antifúngicos para uso dermatológico D01 0,23
0,15
Emolientes e protetores D02 0,18
0,16
Antibióticos e quimioterápicos para uso
dermatológico
D06 0,08
0,06
Antisépticos e desinfetantes D08 0,07
0,04
Preparações para tratamento de ulceras e
feridas D03 0,05
0,03
Medicamentos para curativos D09 0,20
0,12
Outras preparações dermatológicas D11 0,24
0,22
(Continua)
90
Tabela 20: Distribuição dos medicamentos utilizados por pessoas idosas 60
anos e mais (%), segundo classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical-Chmemical), Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Classe e subgrupos ATC
Polifarmácia %
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
Produtos antiparasitários , inseticidas e
repelentes P 0,34
0,22
Antiprotozoários P01 0,34
0,22
Agentes Antineoplásicos e
imunomoduladores L 0,27
0,22
Tratamentos endócrinos L02 0,16
0,15
Agentes Antineoplásicos L01 0,11
0,07
Vários V 0,20
0,16
Todos os outros produtos terapêuticos V03 0,20
0,16
Fitoterápico
Herbal
5,53
5,15
Vasodilatadores periféricos (Ginkgo biloba e
associação) HC04 1,08
0,96
Hipnóticos e sedativos (Passiflora incarnata e
associação) HN05 0,92
0,63
Vasoprotetor (Aesculus hippocastanum e
associação) HC05 0,4
0,32
Laxativos (Cassia fistula e associação) HA06 0,36
0,28
Laxativos (Rhamnus purshiana e associação) HA06 0,16
0,19
Psiconalépticos (Panax ginseng e
associoação) HN06 0,09
0,12
Outros 2,52
2,65
Homeopáticos 1,21
1,06
Cassia sena e Collinsonia canadensis e Polysonum
punctatum e picossulfato sódico 0,65
0,58
Kaliphesph 0,08
0,05
Grindelia robusta 2CH e Natrum sulphuricum 3CH e
Arsenicum iodatum 3CH e Lobelia inflata 2CH e Blatta
orientalis 5CH 0,05
0,03
Lycopodium clavatum 0,04
0,03
Outros 0,39
0,37
Plantas medicinais (chás e outros) 4,40
10,05
Nutrimento 0,09
0,18
Manipulados e outros 0,07
0,63
Total 100,0
100,0
Fonte: Estudo SABE – Dados brutos
91
Tabela 21: Distribuição dos quarenta medicamentos mais freqüentes por pessoas de
60 anos e mais, segundo Classificação Farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical-Chemical), Município de São Paulo, 2000.
Colocação Princípio Ativo
ATC
NÍVEL 5
Polifarmácia (%) (
4
Medicamentos)
1 a 14
Medicamentos
(%)
1
Ácido acetilsalicílico B01AC06 4,6
4,1
2
Captopril C09AA01 3,4
3,2
3
Diclofenaco M01AB05 3,1
3,0
4
Clortalidona C03BA04 2,7
3,5
5
Flunarizina N07CA03 2,2
2,1
6
Enalapril C09AA02 2,0
2,0
7
Digoxina C01AA05 1,9
1,4
8
Hidroclorotiazida C03AA03 1,9
2,0
9
Dipirona N02BB02 1,8
2,4
10
Hidroclorotiazina e amilorida C03AX01 1,5
1,7
11
Furosemida C03CA01 1,4
1,0
12
Metildopa C02AB01 1,4
1,6
13
Nifedipino liberação lenta C08CA05 1,3
1,3
14
Glibenclamida A10BB01 1,3
1,2
15
Ácido acetilsalicílico N02BA01 1,2
1,9
16
Propatilnitrato C01DA07 1,2
0,9
17
Clorpropramida A10BB02 1,2
1,4
18
Propranolol C07AA05 1,2
1,2
19
Amiodarona C01BD01 1,1
0,9
20
Bromazepam N05BA08 1,1
0,8
21
Levotiroxina H03AA01 1,0
0,8
22
Orfenadrina e combinações M03BC51 1,0
1,1
23
Ranitidina A02BA02 1,0
0,7
24
Mononitrato de isossorbida C01DA14 1,0
0,7
25
Dipirona e combinações N02BB72 0,9
0,9
26
Carbonato de cálcio e vit D A11AA02 0,9
0,8
27
Diltiazem C08DB01 0,9
0,7
28
Insulina Humana NPH A10AE01 0,8
0,6
29
Vitaminas do Complexo B A11EA 0,7
0,6
30
Metformina A10BA02 0,7
0,6
31
Paracetamol N02BE01 0,7
0,5
32
Atenolol C07AB03 0,7
0,7
33
Carbonato de cálcio A12AA04 0,6
0,5
34
Diazepam N05BA01 0,6
0,6
35
Polivitamina A11BA 0,6
0,5
36
Polivitamínico e Polimineral A11AA 0,6
0,8
37
Alendronato M05BA04 0,5
0,4
38
Prednisona H02AB07 0,5
0,4
39
Atorvastatina C10AA05 0,5
0,4
40
Hidróxido de mag e associação A02AF01 0,5
0,4
SUBTOTAL 52,2
50,3
Outros 47,8
49,7
TOTAL 100,0
100,0
Fonte: Estudo SABE – Dados brutos
92
4.3 ESTUDO DA POLIFARMÁCIA
4.3.1 Polifarmácia qualitativa
Entre os idosos que fazem uso de medicamento e remédio (84,3%), a
polifarmácia referente ao uso impróprio de medicamentos apresentou uma
prevalência de 15,1%; entretanto, quando se refere aos idosos que fazem
uso exclusivamente de quatro ou mais medicamentos (31,4%), o uso
impróprio de medicamentos corresponde a 15,6% (Tabela 22). Esses
valores são inferiores ao trabalho de Simon et. al
147
que estudaram esse
tema nos Estados Unidos, correspondendo a 28,8% de uso impróprio de
pelo menos um medicamento em idosos. Porém, quando os dados são
comparados com um serviço ambulatorial como no caso do banco de dados
do Serviço Nacional de Cuidados Ambulatoriais e Hospitalares, do Estado de
Dakota (USA), encontra-se um valor de 4,5%
130
. Quando comparado com
critério de Beers de 1994
134
, o resultado encontrado neste estudo é
semelhante assim como em outros estudos que o utilizam como no caso de
Pitkala et. al
128
, que encontraram uma prevalência de 12% de uso de
medicamentos impróprios para idosos. Porém, é importante ressaltar que no
critério de Beers não estavam inclusos medicamentos como a cimetidina,
fluoxetina, doxazosina.
93
Tabela 22: Distribuição dos medicamentos impróprios para idosos (%),
segundo Critérios de Beers*, Município de São Paulo, 2000.
Subgrupo
farmacológico
Justificativa Medicamento
Taxa de
severidade
Polifarmácia (%)
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
(%)
Antagonistas dos
receptores H2
Efeitos
adversos
sobre o
sistema
nervoso
central,
incluindo
confusão
Cimetidina baixa 0,32 0,45
Escopolamina alta 0,23 0,17
Alcalóides de
amônia semi
sintético e
quaternário de
amônia
Alto efeito
anticolinér-
gico e
geralmente
produzem
substancia
tóxicas.
Todos os
medicamento
s devem ser
evitados
principalment
e em uso
crônico
Escopolamina
com associações
alta 0,13 0,13
Pode
exacerbar a
disfunção
intestinal
Bisacodil alta 0,10 0,14
Laxativos
Risco de
aspiração e
efeitos
adversos
Óleo Mineral alta 0,05 0,03
Sulfonamidas e
derivados da uréia
Meia-vida
longa
podendo
provocar
hipoglicemia
séria e
prolongada
Clorpropramida alta 1,20 1,36
(Continua)
94
Tabela 22: Distribuição dos medicamentos impróprios para idosos (%),
segundo Critérios de Beers*, Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Subgrupo
farmacológico
Justificativa Medicamento
Taxa de
severidade
Polifarmácia (%)
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
(%)
Ticlopidina alta 0,05 0,07
Inibidores da
agregação
plaquetária
excluindo
heparina
Causa
hipotensão
ortostática
Dipiridamol baixa 0,26 0,23
Sulfato Ferroso alta 0,13 0,19
Hidróxido de ferro
III
alta 0,13 0,08
Ferro e
polivitaminas
alta 0,02 0,01
Ferro
Suplementos
de ferro
raramente
precisam de
doses
excedentes a
325mg por
dia. Quando
as doses são
altas a
absorção não
é aumentada,
mas
frequentemen
te ocorre
constipação
Ferro e fósforo alta 0,00 0,05
Digoxina alta 1,92 1,43
Glicosídeos
digitálicos
Devido a
redução da
depuração
renal, as
doses de
digoxina não
podem
exceder
0,125mg/dia,
exceto
quando
tratamento de
arritmias
atriais
metildogoxina alta 0,16 0,12
Antiarrítmico
Falta de
eficácia em
idosos
Amiodarona alta 1,10 0,87
Metildopa alta 1,38 1,60
Agentes
antiadrenérgicos
de ação central
A metildopa
pode causar
bradicardia e
exacerbar a
depressão
Propranolol e
metildopa
alta 0,00 0,02
(Continua)
95
Tabela 22: Distribuição dos medicamentos impróprios para idosos (%),
segundo Critérios de Beers*, Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Subgrupo
farmacológico
Justificativa Medicamento
Taxa de
severidade
Polifarmácia (%)
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
(%)
Agentes
antiadrenérgicos
de ação central
Potencial
para
hipotensão
ortostática e
efeitos
adversos no
sistema
nervoso
central
Clonidina baixa 0,12 0,08
Antagonista do
receptor alfa
adrenérgico
Potencial
para
hipotensão,
boca seca e
probleas
urinarios
Doxazosina baixa 0,15 0,12
Reserpina,
hidralazina,
hidroclorotiazina
baixa 0,00 0,03
Tiazídicos
Induz
depressão,
impotencia,
sedão e
hipotensão
ortostática
Reserpina baixa 0,00 0,02
Diclofenaco alta 3,05 3,02
Piroxicam alta 0,48 0,40
Antiinflamatórios
não esteroidais
não seletivos da
cicloxigenase
Tem o
potencial de
produzir
hemorragia
intestinal,
insuficiência
renal,
aumento da
pressão
sanguinea e
insuficiência
cardíaca
Naproxeno alta 0,12 0,11
Derivados do
acido acético e
substancias
relacionadas
Efeitos
adversos
sobre o
sistema
nervoso
central
Indometacina baixa 0,11 0,07
Produtos
antiinflamatórios e
antireumáticos em
combinação com
corticóides
Elevado risco
de ocasionar
agranulocia-
tose
Butazolidina baixa 0,10 0,13
(Continua)
96
Tabela 22: Distribuição dos medicamentos impróprios para idosos (%),
segundo Critérios de Beers*, Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Subgrupo
farmacológico
Justificativa Medicamento
Taxa de
severidade
Polifarmácia (%)
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
(%)
Carisoprodol e
combinações
baixa 0,29 0,36
Piroxicam e
cianocobalina e
orfenadrina
alta 0,00 0,03
Orfenadrina e
combinações
alta 1,01 1,08
Relaxantes
musculares
agentes com ação
central
Ciclobenzapina baixa 0,04 0,03
Antiespasmódicos
urinários
Pouca
tolerância,
com efeitos
adversos
anticolinérgi-
cos, com
sedação e
fraqueza
Oxibutinina baixa 0,07 0,04
Estrógenos alta 0,05 0,03
Estrógenos
Evidencia de
carcinogenes
(mama e
endometrial),
falta de efeito
cardioprotetor
na mulher
Estrógenos
conjugados
alta 0,46 0,37
Derivados da
nitrofurantoína
Potencial
para
insuficiência
renal
Nitrofurantoína alta 0,00 0,02
Flunitrazepam alta 0,12 0,08
Diazepam alta 0,62 0,55
Possuem
meia vida
longa em
idosos (vários
dias).
Produzem
sedação
prolongada e
o aumento do
risco de
quedas e
fraturas
ósseas
Clordiazepóxido alta 0,10 0,06
Lorazepam baixa 0,26 0,32
Derivados
benzodiazepíni-
cos
Devido ao
aumento da
sensibilidade
dos
benzodiazepí
nicos no
idoso
Alprazolam baixa 0,20 0,14
Inibibores não
seletivo da
recaptação de
monoamina
Devido ao
aumento dos
efeitos
anticolinérgi-
cos e
sedativos
Amitriptilina alta 0,47 0,43
(Continua)
97
Tabela 22: Distribuição dos medicamentos impróprios para idosos (%),
segundo Critérios de Beers*, Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Subgrupo
farmacológico
Justificativa Medicamento
Taxa de
severidade
Polifarmácia (%)
( 4
medicamentos)
1 a 14
medicamentos
(%)
Inibidores
seletivos da
recaptação de
serotonina
Tempo de
meia-vida
prolongado e
risco de
produzir
estimulação
excessiva no
sistema
nervoso
central,
distúrbios do
sono e
aumento da
agitação
Fluoxetina alta 0,30 0,18
Eteres
aminoalcalino
Pode causar
confusão e
sedação
Difenidramina baixa 0,03 0,02
Dexclorferinamina
baixa 0,08 0,10
Substituto da
alquilaminas
Propriedades
anticolinérgi-
cas potentes
Clorfeniramina,
dipirona e Vit C
baixa 0,22 0,34
Derivados da
fenotiazina
Efeito
anticolinérgi-
co potente
Prometazina baixa 0,00 0,02
TOTAL 15,63 15,13
Nota:
*
Adaptação da tabela dos critérios finais: independente do
diagnóstico
61
Fonte: Estudo SABE - Dados brutos
O uso de antiinflamatórios o esteroidais (AINES) não seletivos, é
um ponto a ser discutido separadamente, porque aparece como o mais
prevalente (3,8%) em relação às demais classes farmacológicas impróprias
e causa sérios efeitos colaterais.
98
O uso contínuo desse medicamento pode desencadear reações
adversas, uma vez que seu o mecanismo de ação inibe a biossíntese das
prostaglandinas, entre elas a PGI
2
e PGE
2
, que atuam como citoprotetores
da mucosa gástrica
87
,
provocando o efeito colateral mais comum no uso de
antiinflamatório, que consiste em induzir à ulceração gástrica ou intestinal,
podendo ter como conseqüência o uso de medicamentos antiácidos (1,2%) e
os usados para úlcera péptica e doenças do refluxo gastro esofágico (1,7%),
ocasionando a polifarmácia com a definição qualitativa, ou seja, o uso
desnecessário de pelo menos um medicamento.
A metildopa também é um medicamento freqüente (1,6%) e assim
como no estudo feito em idosos residentes em Miami (US), com prevalência
de 1,8%
67
. Porém, esse medicamento não apresenta indicação para idosos,
uma vez que ele pode causar bradicardia e exacerbar a depressão
17
além
de estar relacionado com o risco de quedas
47
.
Outro medicamento do sistema cardiovascular relevante para a
discussão é a digoxina, principalmente devido à dose. Uma vez que a dose
diária indicada é de 0,125mg e o medicamento disponível é de 0,25mg
havendo a necessidade de o idoso fracionar o medicamento, podendo
ocasionar erro de dosagem
31
.
A prevalência do uso dos benzodiazepínicos de meia-vida longa foi de
1,1%, tendo como maior freqüência o diazepam (0,5%), resultado também
encontrado em estudos nacionais
69,105
e estrangeiros
38,67
.
O uso de medicamentos benzodiazepínicos nos idosos é uma
preocupação na área gerontológica, uma vez que são os medicamentos
mais discutidos nos estudos referentes ao uso de medicamentos
impróprios
72,73104,128,130
. Tal preocupação se em virtude de os hipnóticos
sofrerem alterações nos perfis farmacocinéticos do indivíduo idoso, devido à
redução do quido corporal, diminuição da função renal e aumento da
99
gordura corporal. Em se tratando dos benzodiazepínicos terão uma meia-
vida mais longa, uma vez que, são medicamentos lipossolúveis e excretados
pelo rim. Podendo a meia-vida aumentar até quatro vezes nesse espaço de
tempo
38
.
Entre os efeitos indesejáveis dos benzodiazepínicos nos idosos,
destacam-se as quedas, Coutinho et. al
47
verificaram que o risco para fratura
quando associado com benzodiazepínico apresenta uma OR de 2,1. Esse
fato é conhecido desde a década de oitenta, quando estudos evidenciaram a
associação positiva entre quedas e benzodiazepínicos
02,13108,132,133
. A partir
desses dados foram desenvolvidos guias para a prevenção de quedas como
da Sociedade Americana de Geriatria em 2001 e o uso racional de
benzodiazepínicos
02
.
É sabido que os benzodiazepínicos podem ser uma das causas de
quedas entre os idosos, d a preocupação, pois aumenta o risco de os
idosos virem a ser hospitalizados.
4.3.1 – Estudo do Risco da Polifarmácia
As variáveis que apresentaram as razões de risco com maior grau de
significância para polifarmácia, (definida como o uso de quatro ou mais
medicamentos), em relação aos idosos que fazem uso exclusivamente de
medicamentos foram: estar internado e consulta médica de uma a mais
vezes em um período de quatro meses, doenças cardíacas auto referidas,
ser de religião espírita e do sexo feminino (Tabela 23).
Assim como em outros estudos
78,94
, verifica-se que a mulher tem mais
risco de fazer uso de polifarmácia do que os homens e aumenta quando ela
faz uso de medicamento e remédio simultaneamente, além de ter 15,6 vezes
mais chance de usar plantas medicinais do que os homens.
100
A questão de a mulher consumir mais medicamentos deveria ser um
aspecto positivo, pois significaria que elas são melhores assistidas,
entretanto o as que apresentam maior vulnerabilidade e dependência
115
,
sendo, portanto, um fator contraditório.
Por outro lado as mulheres usam mais o serviço de saúde, sendo este
o maior fator de risco para a polifarmácia. Estar internado mostra uma
chance de 3,8 vezes de polifarmácia, assim como ter duas consultas e mais,
a chance é de 1,98 vezes.
O número de consultas médicas assim como o número de internações
apresentou ser risco para polifarmácia, uma vez que aumenta o número de
diagnósticos e, conseqüentemente, o número de medicamentos
01
. Os
médicos contribuem para a polifarmácia devido ao uso excessivo e impróprio
de medicamentos, principalmente por desconhecerem alguns aspectos
relacionados ao uso de medicamentos em idosos
168
.
Quando se refere aos idosos que fazem uso exclusivamente de
medicamentos, foram eliminadas do modelo as variáveis: escolaridade,
naturalidade, não adesão, renda, aquisição, estado de saúde auto-referido e
automedicação. Apesar dessas variáveis terem apresentado prevalência nas
análises bivariadas, elas não permaneceram no modelo, uma vez que a
análise multivariada permite que as variáveis estudadas não sofram
influência entre si. Porém todas as variáveis foram significantes com
exceção do sexo e estado de saúde auto-referido declarado como regular.
101
Tabela 23: Modelo final de análise multivariada de polifarmácia, segundo as
características demográficas, necessidades e doenças auto referidas, entre os
idosos, Município de São Paulo, 2000.
Características
Medicamento
OR ajustado
*
(IC
95%)
Medicamento+Remédio
OR ajustado
*
(IC 95%)
Remédio
OR ajustado
*
(IC
95%)
Sexo
Masculino 1,00 1,00 1,00
Feminino 2,18 (1,56 – 3,07) 2,54 (1,81 – 3,57) 15,58 (1,76 – 137,38)
Idade (em anos)
Até 74 1,00 1,00 1,00
75 e mais 1,52 (1,12 – 2,06) 1,57 (1,16 – 2,14) -
Religião
Oriental 1,00 1,00 1,00
Católico 1,89 (1,26 – 2,83) 4,2 (1,7 – 10,3) -
Evangélico - 3,16 (1,22 – 8,16) -
Espírita 2,6 (1,11 – 6,14) 8,10 (2,35 – 27,89) -
Auto Percepção de
Saúde
Excelente/Boa 1,00 1,00 1,00
Regular - - 0,20 (0,40 – 0,93)
- - -
Internação últimos 4
meses
Nenhuma 1,00 1,00 1,00
Uma e mais 3,82 (1,88 – 7,74) 3,77 (1,76 – 8,08) -
Consulta últimos 4
meses
Nenhuma ou
uma
1,00 1,00 1,00
Duas e mais 1,98 (1,43 – 2,76) 1,88 (1,36 – 2,61) -
Automedicação
Médico 1,00 1,00 1,00
O próprio 0,32 (0,14 – 0,70) 0,32 (0,15 – 0,69) -
Outros
Hipertensão
Não 1,00 1,00 1,00
Sim 1,68 (1,26 – 2,83) 1,59 (1,13 – 2,24) -
Diabetes
Não 1,00 1,00 1,00
Sim 1,62 (1,10 – 2,37) 1,93 (1,30 – 2,86) -
Doenças pulmonares
Não 1,00 1,00 1,00
Sim 1,76 (1,14 – 2,700 1,82 (1,14 – 2,91) -
Doenças reumáticas
Não 1,00 1,00 1,00
Sim 1,50 (1,07 – 2,09) 1,42 (1,02 – 1,99) -
Problemas cardíacos
Não 1,00 1,00 1,00
Sim
3,18 (2,19 – 4,65) - -
*
OR ajustada (IC = 95%) = Odds Ratio (intervalo de confiança em vel de 95%), ajustado pelo
método de regressão logística por passos, uma a uma, por todas e no modelo final apenas as variáveis
significantes.
Fonte: Estudo SABE
102
Em relação aos que fazem uso de medicamentos e remédios as
variáveis que saíram do modelo foram renda, naturalidade, modo de
aquisição, não adesão, religião (outros), escolaridade, estado de saúde,
automedicação.
É interessante notar que o estado de saúde não foi significativo neste
estudo, porém nos estudos de Bambuí
94
e da Finlândia
90
foi constatado que
uma razão de chance entre a auto percepção de saúde e uso de
medicamentos, mas é importante ressaltar que em seus estudos não foram
incluídas como variáveis categóricas as doenças auto referidas que
poderiam ter influenciado o resultado da amostra. Por outro lado, a auto
percepção de saúde regular ou má é determinante para o uso de serviços de
saúde
92
, sendo este um fator de risco para polifarmácia.
Os dados encontrados quanto à religião são intrigantes, pois é notado
que a religião oriental usa menos medicamentos, provavelmente porque
utiliza outro meio de medicina alternativa. Porém isso não pode ser
comprovado, uma vez que não fez parte do conjunto de perguntas do
questionário adotado no Estudo SABE .
É importante ressaltar que ter adesão ao tratamento não faz o idoso
consumir mais medicamentos; por outro lado, a não adesão pode estar
mascarando um resultado no qual o idoso está deixando de utilizar um
medicamento que necessita e, conseqüentemente estar influenciando no
resultado da polifarmácia.
Outro aspecto que pode estar influenciando no resultado está
relacionado à escolaridade e à renda, sendo eles indicadores da falta de
acesso ao serviço de saúde
85
, fazendo com que o idoso deixe de ter um
tratamento terapêutico adequado.
103
5 CONCLUSÃO
Neste estudo, pode-se concluir que a polifarmácia é um fenômeno
natural, visto inclusive em paises desenvolvidos. Entretanto, a preocupação
com a polifarmácia deve-se ao uso desnecessário de um medicamento, seja
pelo seu uso impróprio como pelos fatores de riscos da polifarmácia em
idosos.
Foram destacados como principais fatores de risco as características
sócio-demográficas entre elas a renda, escolaridade, sexo, religião. Porém,
também foi verificado que o número de consultas médicas, assim como o
número de internação apresenta uma razão de chance de 1,9 e 3,8 vezes do
idoso consumir de quatro medicamentos e mais. Além dos fatores de risco,
verifica-se que, dos 31,4% dos idosos que usam quatro medicamentos ou
mais, 15,6% fazem uso de pelo menos um medicamento impróprio.
Portanto, o estudo da polifarmácia em idosos no município de São Paulo,
instiga a pensar em atitudes a serem tomadas para melhorar a qualidade da
utilização de medicamentos pelos idosos e, conseqüentemente, a redução
do número de medicamentos por eles consumidos.
O primeiro passo refere-se ao serviço de saúde, que necessita adotar
estratégias de capacitação da equipe multiprofissional, principalmente o
profissional médico, para que tenha uma visão gerontológica e, assim, poder
compartilhar os conhecimentos e as informações com o idoso.
O segundo passo refere-se ao prescritor que deve verificar a
possibilidade de duplicidade de prescrição e da presença de doenças
iatrogênicas, sendo que antes de prescrever, deve identificar se a “doença”
não é conseqüência das reações adversas dos medicamentos. A duplicidade
pode ser evitada por meio do teste da “sacolinha”, ou seja, a verificação de
todos os medicamentos utilizados pelo paciente. Assim, o prescritor também
pode verificar se o idoso sabe a indicação, administração, freqüência e
efeitos esperados
28,75,135
. Porém, demanda um tempo de consulta acima do
usual, sendo um problema para a saúde pública, porque gera uma
104
diminuição no número de atendimentos médicos/dia. Uma alternativa para
esse problema seria a atuação da equipe multiprofissional
135,168
.
Outra estratégia para reduzir a polifarmácia está relacionada à
educação em saúde, enfocando os aspectos de promoção e prevenção de
saúde, tanto para o idoso, como para a família e cuidadores
48,168
. A
educação em saúde possibilita dar ferramentas para que o idoso possa ter
autonomia e responsabilidade em seu cuidado para com a saúde, e
desempenhar funções importantes no tratamento, como ter uma lista dos
medicamentos de que faz uso, anotar todas as dúvidas antes de ir ao
médico, informar ao médico todas as alergias e reações que teve com
medicamentos e utilizar caixinhas de identificação de
medicamentos
28,31,68,103
.
Além das estratégias aplicadas pela equipe técnica aos idosos e
familiares, deve-se pensar em estratégias para o sistema público como a
farmacogivilância relacionada ao uso de medicamentos em idosos e
disponibilização na rede pública de um padrão de medicamentos que seja
adequado aos idosos.
105
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ANEXOS
1
ANEXO III - Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000.
Polifarmácia (%) **
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%) *
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Trato alimentar e metabolismo A
16,60 15,35
Preparações estomacais A01
0,20 0,17
Preparações estomacais A01A
0,20 0,17
Agentes profiláticos para
cárie A01AA
0,03 0,02
Fluoreto de sódio A01AA01
0,03 0,02
Antiinfecciosos e
antisépticos para
tratamento bucal A01AB
0,02 0,03
Trimetropina e
sulfametoxazol e
carbonato de cálcio e
atapulgita
A01AB11
0,02 0,03
Outros agentes para
tratamento bucal A01AD
0,15 0,12
Carbonato de cálcio e
AAS e Ac Cítrico A01AD11
0,15 0,12
Nota:* entrevistados que fazem uso de medicamento e remédio (N = 704.918 de pessoas idosas de 60 anos e mais
correspondendo a 84,3% da amostra populacional)
** entrevistados que apresentaram polifarmácia - 4 medicamentos e mais ( N = 221.334 pessoas de 60 anos e mais,
correpondendo a 31,4% do total de pessoas que tomam medicamento e remédio)
(Continua)
2
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Medicamentos para controle de
acidez gástrica A02
3,24 2,96
Antiácidos A02A
1,13 1,20
Complexos de magnésio A02AA
0,16 0,17
Hidróxido de Magnésio A02AA04
0,15 0,17
Colestiramina e diclofenaco
A02AA10
0,01 0,00
Complexos de alumínio A02AB
0,25 0,31
Hidróxido de Alumínio A02AB01
0,25 0,31
Antiácido com antiflatulento A02AF
0,48 0,40
Hidroxido de magnesio
hidroxido e aluminio e
dimeticona A02AF01
0,48 0,40
Antiacidos com bicarbonato
de sódio A02AH
0,24 0,32
Bicarbonato de sódio e
Carbonato de sódio e Ác
cítrico e AAS
A02AH
0,19 0,32
OUTROS
0,05
Medicamentos para úlcera
péptica e doenças do refluxo
gastro esofágico
A02B
2,11 1,76
Antagonista do receptor H2
da histamina A02BA
1,49 1,28
(Continua)
3
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Cimetidina A02BA01
0,32 0,45
Ranitidina, cloridrato A02BA02
1,00 0,74
Famotidina A02BA03
0,16 0,09
Famotidina e Cloroquina
e Meloxicam A02BA53
0,01 0,00
Inibidores da bomba de
prótons
A02BC
0,63 0,48
Omeprazol A02BC01
0,44 0,33
Pantoprazol A02BC02
0,05 0,07
Lanzoprazol A02BC03
0,14 0,08
Rabeprazol A02BC04
0,00
Medicamentos que afetam a
função gastrointestinal
A03
1,26 1,04
Medicamentos que afetam a
função gastrointestinal A03A
0,38 0,35
Anticolinérgico sintético,
esteres com grupo amino
terciário A03AA
0,04 0,02
Trimetubina A03AA05
0,04 0,02
Outros medicamentos para
doença da função
gastrointestinal A03AX
0,34 0,33
(Continua)
4
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Dimeticona A03AX13
0,34
0,33
Beladona e derivados A03B
0,23 0,17
Alcalóides beladona,
semisintético, complexo
quaternário de amonia A03BB
0,23 0,17
Escopolamina A03BB01
0,23 0,17
Antiespasmódico em
combinação com analgésico
A03D
0,13 0,13
Beladona e derivados em
combinação com
analgésicos A03DB
0,13 0,13
Escopolamina e dipirona
A03DB04
0,13 0,13
Propulsivos A03F
0,52 0,39
Propulsivos A03FA
0,51 0,39
difenidol A03FA
0,04 0,02
Metoclopramida A03FA01
0,28 0,22
cisaprida A03FA02
0,10 0,09
Domperidona A03FA03
0,01
Bromoprida A03FA04
0,09 0,05
(Continua)
5
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmá
cia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Tratamento para bile e fígado A05
0,06 0,04
Lipotrópicos e tratamento do
fígado A05B
0,06 0,04
Tratamento do fígado A05BA
0,06 0,04
Arginina A05BA01
0,06 0,04
Laxativos A06
0,83 0,77
Laxativos A06A
0,83 0,77
Hidratantes e emolientes A06AA
0,07 0,07
Óleo Mineral A06AA01
0,05 0,03
Docusato sódico A06AA02
0,02 0,04
Agente laxativo A06AB
0,73 0,68
Bisacodil A06AB02
0,10 0,14
fenolftaleína. A06AB04
0,37 0,35
Picossulfato de sódio A06AB08
0,13 0,11
Picosulfato de sódio e
agar
A06AB58
0,13 0,08
Laxativos com atividade
osmótica A06AD
0,04 0,02
Sulfato de magnésio A06AD04
0,03 0,02
Lactulose A06AD11
0,01 0,00
(Continua)
6
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Antidiarreicos, agentes
antiinflamatórios e
antiinfecciosos intestinais A07
0,23 0,22
Antipropulsivos A07D
0,13 0,14
Antipropulsivos A07DA
0,13 0,14
Loperamida A07DA03
0,13 0,14
Agentes intiinflamatórios
intestinais A07E
0,06 0,04
Ácido aminosalicílico e
agentes similares
A07EC
0,06 0,04
sulfasalazina A07EC01
0,06 0,04
Microorganismos
Antidiarreicos A07F
0,04 0,04
Microorganismos
Antidiarreicos A07FA
0,04 0,04
Saccharomyces
boulardini A07FA02
0,03 0,04
Acido latico e acido
acetil salicilico
A07FA51
0,01 0,00
Preparacoes antiobesidade
excluíndos produtos dietéticos A08
0,04 0,02
(Continua)
7
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Preparacoes antiobesidade
excluíndos produtos
dietéticos A08A
0,04 0,02
Produtos antiobesidade de
ação central
A08AA
0,04 0,02
Anfepramona A08AA03
0,04 0,02
Digestivos, incluindo enzimas A09
0,04 0,06
Digestivos, incluindo
enzimas A09A
0,04 0,06
Preparacoes enzimáticas A09AA
0,04 0,06
Amilase e lipase e
protease
A09AA02
0,04 0,06
Medicamentos usados na
diabetes A10
4,54 4,26
Insulinas e análogos A10A
0,78 0,64
Insulina e análogos de
ação intermediária
combinada com rápida
ação A10AD
0,00 0,04
insulina NPH e regular A10AD01
0,04
Insulina e análogos de
ação lenta
A10AE
0,78 0,60
Insulina Humana NPH A10AE01
0,78 0,60
(Continua)
8
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Hipoglicemiantes, excluindo
insulina
A10B
3,76 3,62
Biguamidas A10BA
0,72 0,56
Metformina A10BA02
0,72 0,56
Sulfonamidas, derivados
da uréia
A10BB
2,85 2,92
Glibenclamida A10BB01
1,28 1,23
Clorpropramida A10BB02
1,20 1,36
Glipizida A10BB07
0,03 0,05
Glicasida A10BB09
0,08 0,12
Glimepirida A10BB12
0,26 0,16
Combinações de
hipoglicemiantes orais A10BD
0,02 0,02
Metformina e
glibenclamida A10BD02
0,02 0,02
Inibidores da alfa
glicosidase A10BF
0,15 0,11
Arcabose A10BF01
0,15 0,11
Tiazolidinodionas A10BG
0,01 0,01
Rosiglitazone A10BG02
0,01 0,01
Vitaminas A11
3,41 3,41
Combinacoes de
polivitaminas A11A
0,64 0,86
(Continua)
9
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Polivitaminas com minerais
A11AA
0,64 0,86
Polivitamínico e outros
minerais incluindo
combinações A11AA03
0,56 0,78
Polivitamina e Minerais e
Oligo elementos
A11AA04
0,08 0,08
Polivitaminas A11B
0,58 0,51
Polivitaminas A11BA
0,58 0,51
Polivitaminas A11BA
0,58 0,51
Vitamina A e D incluindo
combinação das duas
A11C
0,40 0,33
Vitamina A A11CA
0,14 0,14
retinol (Vit A) A11CA01
0,14 0,14
Vitamina A e D em
combinação A11CB
0,21 0,14
Vit A e D A11CB
0,21 0,14
Vitamina D e análogos A11CC
0,05 0,05
Alfacalciferol A11CC03
0,03 0,02
Caciferol A11CC05
0,02 0,03
Vitamina B1 em combinação
com vitamina B6 e B12 A11D
0,24 0,31
Vitamina B1 A11DA
0,24 0,31
Tiamina, cloridrato A11DA01
0,24 0,31
(Continua)
10
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Complexo de vitamina B A11E
0,72 0,60
Vitamina B1 A11EA
0,72 0,60
Vitaminas do Complexo
B A11EA
0,72 0,60
Ácido ascórbico incluindo
Combinacoes
A11G
0,45 0,51
Ácido ascórbico incluindo
Combinacoes
A11GA
0,38 0,46
Ácido ascórbico A11GA01
0,38 0,46
Acido ascorbico e
combinacoes A11GB
0,07 0,05
Vitamina C e arginina A11GB
0,01 0,00
Acido ascorbico e calcio A11GB01
0,06 0,05
Outras Preparacoes
vitamínicas
A11H
0,35 0,25
Outras Preparacoes
vitamínicas A11HA
0,35 0,25
Dimenidrinato e Vit. B6 A11HA02
0,10 0,10
Tocoferol A11HA03
0,25 0,15
Outros produtos vitamínicos
em Combinacoes
A11J
0,03 0,04
outras Combinacoes de
vitaminas
A11JC
0,03 0,04
(Continua)
11
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Luteína e Vit C e Vit E e
Zeaxantina
A11JC
0,03 0,04
suplementos minerais A12
2,70 2,33
Calcio A12A
2,00 1,72
Calcio A12AA
2,00 1,72
Cálcio A12AA
0,44 0,46
Carbonato de Cálcio A12AA04
0,64 0,47
Carbonato de calcio e
vitamina D A12AA20
0,92 0,79
Potássio A12B
0,41 0,36
Potássio A12BA
0,41 0,36
Cloreto de potássio A12BA01
0,41 0,36
Outros suplementos minerais
A12C
0,29 0,25
Zinco A12CB
0,09 0,06
Zinco A12CB
0,09 0,06
Magnésio A12CC
0,08 0,09
Cloreto de magnésio A12CC01
0,03 0,03
sulfato de magnésio. A12CC02
0,02
Magnésio asparto A12CC05
0,04 0,03
Magnesio e
combinacoes
A12CC30
0,01 0,01
(Continua)
12
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Selenio A12CE
0,07 0,04
Selenio A12CE
0,07 0,04
Outros produtos minerais A12CX
0,05 0,06
Manganês A12CX
0,05 0,06
Outros produtos do trato
alimentar e metabolismo A16
0,05 0,07
Outros produtos do trato
alimentar e metabolismo
A16A
0,05 0,07
Aminoacido e derivados A16AA
0,05 0,07
Metionima A16AA02
0,05 0,07
Sangue e órgãos formadores
de sangue B
5,90 5,36
Agentes trombolíticos B01
5,16 4,60
Agentes trombolíticos B01A
5,16 4,60
Antagonistas da vitamina K
B01AA
0,22 0,14
Varfarina Sódica B01AA03
0,19 0,11
femprocumona B01AA04
0,03 0,03
Inibidores da agregacao
plaquetaria excluindo
hepina B01AC
4,94 4,46
Cilostazol B01AC
0,02
Ticlopidina B01AC05
0,05 0,07
Ácido acetilsalicílico B01AC06
4,61 4,13
(Continua)
13
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Dipiridamol B01AC07
0,26 0,23
Triflusal B01AC18
0,02 0,01
Preparações antianemicas B03
0,51 0,55
Preparações de ferro B03A
0,28 0,33
Ferro bivalente,
preparações orais
B03AA
0,13 0,19
Sulfato Ferroso B03AA07
0,13 0,19
Ferro trivalente B03AC
0,13 0,08
Hidroxido de ferro III B03AC02
0,13 0,08
Outras combinacoes com
ferro
B03AE
0,02 0,06
Ferro e polivitaminas B03AE02
0,02 0,01
Ferro e fosforo B03AE03
0,05
Vitamina B12 e ácido fólico B03B
0,15 0,15
Cianocobalina e análogos B03BA
0,13 0,09
Cianocobalina B03BA01
0,03 0,02
Cianocobalamina e
tiamina e piridoxina B03BA51
0,10 0,07
Ácido fólico e derivados B03BB
0,02 0,06
Ácido fólico B03BB01
0,02 0,06
Outras preparações
antianêmicas
B03X
0,08 0,07
(Continua)
14
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Outras preparações
antianêmicas
B03XA
0,08 0,07
Cartilagem medula
óssea B03XA
0,00 0,02
Eritropoetina B03XA01
0,08 0,05
Substitutos do sangue e
solução de perfusão
B05
0,18 0,15
Sangue e produtos
relacionados B05A
0,03 0,02
Substituto do sangue e
proteinas plasmáticas
B05AA
0,03 0,02
Albumina B05AA01
0,03 0,02
Soluções para hidratação B05C
0,01 0,00
Soluções de sais B05CB
0,01 0,00
Bicarbonato de sodio B05CB04
0,01 0,00
(Continua)
Soluções Aditivas B05X
0,10 0,11
Soluções eletrolíticas B05XA
0,10 0,11
Bicarbonato de sódio B05XA02
0,04 0,05
Cloreto de sódio B05XA03
0,06 0,06
Aminoácido B05X
0,04 0,02
Aminoácido B05XB
0,04 0,02
Aminoácido B05XB
0,04 0,02
(Continua)
15
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Outros agentes hematológicos B06
0,05 0,06
Outros agentes
hematológicos B06A
0,05 0,06
Enzimas B06AA
0,05 0,06
Fibrolisina e
desoxiribonuclease
B06AA02
0,05 0,06
Sistema cardiovascular C
30,87 29,37
Tratamento cardíaco C01
5,76 4,23
Glicosídeo cardíaco C01A
2,08 1,55
Glicosídeos digitálicos C01AA
2,08 1,55
Digoxina C01AA05
1,92 1,43
Metildogoxina C01AA08
0,16 0,12
Antiarrítmico classe I e II C01B
1,29 1,00
Glicosídeos digitálicos C01BA
0,08 0,05
Quinidina C01BA01
0,07 0,04
Disopiramida C01BA03
0,01 0,01
Antiarritmicos classe Ib C01BB
0,00 0,02
Mexiletina C01BB02
0,00 0,02
Antiarrítmicos classe Ic C01BC
0,11 0,06
Propafenona C01BC03
0,11 0,06
Antiarrítmicos classe III C01BD
1,10 0,87
Amiodarona C01BD01
1,10 0,87
(Continua)
16
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Vasodilatadores usados em
doencçs cardíacas
C01D
2,35 1,66
Nitratos orgânicos C01DA
2,35 1,66
Nitroglicerina C01DA02
0,03 0,02
Propatilnitrato C01DA07
1,21 0,87
Dinitrato de isossorbida C01DA08
0,09 0,08
Mononitrato de
isossorbida C01DA14
0,96 0,69
Outros
0,05
Outras preparações
cardíacas C01E
0,04 0,02
Outras preparações
cardíacas
C01EB
0,04 0,02
Ubidecarenom C01EB09
0,04 0,02
Antihipertensivo C02
1,82 2,00
Agentes antiadrenérgicos de
ação central C02A
1,56 1,74
Alcalóides Rauwolfia
C02AA
0,00 0,02
Reserpina C02AA02
0,00 0,02
Metildopa C02AB
1,38 1,60
Metildopa C02AB01
1,38 1,60
Agonistas dos recptores
imidazolicos
C02AC
0,18 0,12
(Continua)
17
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
clonidina C02AC01
0,12 0,08
Rilmepirida C02AC06
0,07 0,04
Agentes antiadrenérgicos de
ação periférica
C02C
0,15 0,12
Antagonista do receptor
alfa adrenérgico C02CA
0,15 0,12
Doxazosina C02CA04
0,15 0,12
Agentes com ação no
músculo liso arteriolar
C02D
0,11 0,11
Derivados do
hidrazinoftalazina C02DB
0,07 0,06
Hidralazina C02DB02
0,07 0,06
Derivados da piridina C02DC
0,04 0,05
Minoxidil
C02DC01
0,04 0,05
Antihipertensivos e diuréticos
em combinação
C02L
0,00 0,03
Alcaloides Rauwolfia em
combinação C02LA
0,00 0,03
Reserpina e diurético C02LA01
0,00 0,01
Reserpina e hidralazina
e hidroclorotiazina
C02LA51
0,00 0,02
Diuréticos C03
8,16 8,85
Diuréticos de baixo limiar
(tiazídicos)
C03A
3,36 3,79
(Continua)
18
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Tiazídicos C03AA
1,85 2,02
Hidroclorotiazida C03AA03
1,85 2,02
Combinações de tiazídicos
e potássio C03AB
0,03 0,05
Hidroclorotiazida e
espironolactona
C03AB03
0,03 0,05
Combinações de tiazídicos
com outros medicamentos
C03AX
1,48 1,72
Hidroclorotiazina e
amilorida
C03AX01
1,48 1,72
Diuréticos de baixo limiar
excluindo tiazídicos C03B
2,68 3,58
Sulfonamidas C03BA
2,68 3,58
Clortalidona C03BA04
2,65 3,50
Indapamide C03BA11
0,03 0,08
Diuréticos de alto limiar C03C
1,72 1,20
Sulfonamidas C03CA
1,64 1,13
Furosemida C03CA01
1,40 0,97
Brometamida C03CA02
0,06 0,05
Piretanida C03CA03
0,19 0,11
Combinações de
sulfonamidas e potássio C03CB
0,08 0,07
(Continua)
19
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Furosemida e cloreto de
potássio
C03CB01
0,08 0,07
Agentes poupadores de
potássio C03D
0,37 0,26
Antagonistas da
aldosterona C03DA
0,37 0,26
Espironolactona C03DA01
0,37 0,22
Amilorida C03DB01
0,04
Combinações de diuréticos e
agentes poupadores de
potássio C03E
0,03 0,02
Diuréticos e alto peso e
poupadores de potássio
C03EB
0,03 0,02
Furosemida e
espironolactona
C03EB01
0,03 0,02
Vasodilatadores periféricos C04
0,79 0,73
Vasodilatadores periféricos C04A
0,79 0,73
Derivados do 2 amino 1
feniletanol C04AA
0,01 0,00
bametano C04AA31
0,01 0,00
Acido nicotinico e
derivados
C04AC
0,18 0,15
Ácido nicotínico e
papaverina C04AC
0,18 0,15
(Continua)
20
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Derivados da purina C04AD
0,19 0,24
Pentoxifilina C04AD03
0,18 0,24
Alcalóides ergotamina C04AE
0,36 0,30
Codergocrina C04AE01
0,21 0,13
Diidroergocristina C04AE04
0,10 0,10
Diidroergocristina e
flunarizina C04AE54
0,05 0,07
Outros vasodilatadores
periféricos C04AX
0,05 0,04
Benciclana C04AX11
0,01 0,01
Buflomedil C04AX20
0,01 0,01
Naftidrofurila C04AX21
0,03 0,02
Vasoprotetores C05
0,76 0,65
Antihemorroidários de uso
tópico C05A
0,04 0,05
Outros antihemorroidários
de uso tópico C05AX
0,04 0,05
Bismuto e Magnésio e
Alumínio
C05AX02
0,04 0,05
Tratamento antivaricoso C05B
0,15 0,14
Heparina e heparinóides
de uso tópico C05BA
0,14 0,13
(Continua)
21
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Ácido
mucopolissacarídeo
C05BA01
0,10 0,11
Mucopolissacarideo e
heparinóide C05BA51
0,04 0,02
Outros agentes
esclerosantes C05BX
0,01 0,01
Cálcio e magnésio C05BX51
0,01 0,01
Agentes de estabilização
capilar
C05C
0,57 0,46
Bioflavanoides C05CA
0,49 0,41
Rutosídeo C05CA01
0,05 0,03
Diosmina e hesperidina C05CA53
0,23 0,19
Troxerrutina e cumarina C05CA54
0,21 0,19
Outros agentes
estabilizadores de
capilares C05CX
0,08 0,05
Aminaftona C05CX
0,07 0,05
Tribenoside
C05CX01
0,01 0,00
Agentes beta bloqueadores C07
2,63 2,67
Agentes beta bloqueadores C07A 2,37 2,28
Agentes beta
bloqueadores não seletivo
C07AA
1,42 1,39
Agentes beta
bloqueadores C07AA
0,05 0,03
(Continua)
22
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Pindolol C07AA03
0,07 0,04
Propranolol, cloridrato C07AA05
1,20 1,18
Sotalol C07AA07
0,06 0,10
Nadolol C07AA12
0,04 0,04
Agentes beta
bloqueadores seletivo C07AB
0,85 0,86
Metoprolol C07AB02
0,10 0,16
Atenolol C07AB03
0,71 0,66
Bisoprolol C07AB07
0,04 0,04
Agentes bloqueadores
alfa e beta
C07AG
0,10 0,03
Carvedilol C07AG02
0,05 0,03
Outros
0,05
Agentes beta bloqueadores
e tiazídicos C07B
0,07 0,09
Agentes beta
bloqueadores não seletivo
e tiazídicos
C07BA
0,07 0,09
Propranolol e
hidroclorotiazida C07BA05
0,07 0,09
Agentes beta bloqueadores
e tiazídicos C07B
0,08 0,05
(Continua)
23
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Agentes beta
bloqueadores seletivo e
tiazídicos C07BB
0,08 0,05
Metoprolol e
hidroclorotiazida
C07BB02
0,08 0,05
Agentes beta bloqueadores
e outros diuréticos
C07C
0,11 0,21
Agentes beta
bloqueadores seletivo e
outros diuréticos C07CB
0,11 0,21
Atenolol e clortalidona C07CB03
0,11 0,21
Agentes beta bloqueadores
e outros antihipertensivo C07F
0,00 0,04
Agentes beta
bloqueadores não seletivo
e outros antihipertensivo C07FA
0,00 0,02
Propranolol e metildopa C07FA05
0,00 0,02
Agentes beta
bloqueadores seletivo e
outros antihipertensivo
0,00 0,02
Atenolol e propranolol C07FB03
0,00 0,02
Bloqueadores do canal de
cálcio
C08
3,18 2,79
(Continua)
24
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Bloqueadores seletivos do
canal de cálcio com efeitos
principalmente vascular C08C
1,92 1,84
Derivados diidropiridina C08CA
1,92 1,84
Anlodipino C08CA01
0,45 0,34
felodipina C08CA02
0,02 0,04
Nifedipino liberação
lenta C08CA05
1,28 1,30
Nimodipina C08CA06
0,10 0,08
Nisoldipina C08CA07
0,02 0,01
Nitrendipina C08CA08
0,03
Lacidipina C08CA09
0,05 0,04
Bloqueadores seletivos do
canal de cálcio com efeitos
cardíaco direto C08D
1,26 0,95
Derivados fenilaquilamina C08DA
0,38 0,30
Verapamil C08DA01
0,38 0,30
Derivados benzotiazepina C08DB
0,88 0,65
Diltiazem C08DB01
0,88 0,65
Agentes com acao no sistema
renina angiotensina
C09
6,21 6,12
Inibidores da Enzima
Conversora de Angiotensina C09A
5,76 5,55
(Continua)
25
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-Therapeutical_Chemical),Município
de São Paulo, 2000. (Continuação)
Po
lifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Inibidores da Enzima C09AA
5,76 5,55
Conversora de Angiotensina
Captopril C09AA01
3,38 3,15
Enalapril C09AA02
2,01 1,98
Lisinopril C09AA03
0,20 0,30
Perindopril C09AA04
0,05 0,03
Ramipril C09AA05
0,03 0,02
Benazepril C09AA07
0,02 0,01
Cilazapril C09AA08
0,07 0,06
Combinações de Inibidores da Enzima
Conversora de Angiotensina C09B
0,18 0,29
Inibidores e diuréticos C09BA
0,18 0,29
Captopril e
hidroclorotiazida
C09BA01
0,01 0,04
Enalapril e hidroclorotiazida
C09BA02
0,14 0,24
Lisinopril e Hidroclorotiazida
C09BA03
0,01 0,00
Ramipril e hidroclorotiazida C09BA05
0,02 0,01
Antagonista da angiotensina II C09C
0,26 0,27
Antagonista da angiotensina II C09CA
0,26 0,27
Losartam C09CA01
0,11 0,12
Valsartana C09CA03
0,04 0,08
Irbesartana C09CA04
0,11 0,07
Candesartano C09CA06
0,00
(Continua)
26
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Combinações antagonista da
angiotensina II
C09D
0,01 0,01
Antagonista da
angiotensina II e diuréticos
C09DA
0,01 0,01
Losartam e
hidroclorotiazida C09DA01
0,01 0,01
Agentes que reduzem lipídio
sérico
C10
1,56 1,33
Agentes que reduzem lipídio
sérico C10A
1,56 1,33
Inibidores da HMG-CoA
redutase (Estatinas)
C10AA
1,12 1,06
Agentes dislipidemiantes
C10AA
0,05 0,03
Sinvastatina 40mg C10AA01
0,29 0,34
Lovastatina C10AA02
0,13 0,13
Pravastatina C10AA03
0,02 0,06
Fluvastatina C10AA04
0,06 0,06
Atorvastatina C10AA05
0,52 0,39
Cerivastatina C10AA06
0,05 0,05
Fibratos C10AB
0,38 0,27
Bezafibrato C10AB02
0,17 0,14
Clofibrato de alumínio C10AB03
0,06 0,03
Genfibrozila C10AB04
0,05 0,03
(Continua)
27
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Fenofibrato C10AB05
0,04 0,03
Ciprofbrato C10AB08
0,04 0,03
Etofibrato C10AB09
0,02 0,01
Sequestradores de ácidos
biliares C10AC
0,06 0,00
Colestiramina C10AC01
0,01 0,00
Outros
0,05
Dermatológicos D
1,46 1,14
Antifúngicos para uso
dermatológico D01
0,23 0,15
Antifúngico para uso tópico D01A
0,23 0,15
Derivados imidazol e
triazol
D01AC
0,17 0,10
Miconazol D01AC02
0,03 0,02
Isoconazol D01AC05
0,02 0,01
Cetoconazol D01AC08
0,07 0,04
Betametasona e
neomicina D01AC20
0,05 0,03
Miconazol e tinidazol D01AC52
0,00
Outros antifúngicos para
uso tópico
D01AE
0,06 0,05
Salicilato de metila D01AE12
0,02 0,02
Tolciclato D01AE19
0,04 0,03
(Continua)
28
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Emolientes e protetores D02
0,18 0,16
Emolientes e protetores D02A
0,18 0,16
Preparaçõs de ácido
salicílico D02AF
0,13 0,10
Cânfora e Salicilato de
metila e mentol
D02AF
0,13 0,10
Outros emolientes e
protetores
D02AX
0,05 0,06
Ácido Benzoico e Ácido
salicílico e Iodo metálico
D02AX
0,05 0,06
Preparações para tratamento
de úlceras e feridas
D03
0,05 0,03
Cicatrizantes D03A
0,05 0,03
Pomada de óleo de fígado
de bacalhau D03AA
0,05 0,03
Óleo protetor e caprílico
e linolênico
D03AA
0,05 0,03
Antibióticos e quimioterápicos
para uso dermatológico D06
0,08 0,06
Antibióticos de uso tópico D06A
0,07 0,06
Outros antibióticos de uso
tópico D03AX
0,07 0,06
Neomicina e bacitracina
D06AX04
0,07 0,06
(Continua)
29
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Quimioterápicos de uso
tópico
D06B
0,01 0,00
Sulfonamidas D06BA
0,01 0,00
Sulfadiazina de prata D06BA01
0,01 0,00
Preparações dermatológicas
de corticóides D07
0,41 0,36
Corticóides D07A
0,13 0,19
Corticóide de potência
moderada grupo II
D07AB
0,01 0,04
Desonida D07AB08
0,01 0,00
Dexametasona D07AB19
0,04
Corticóide potente grupo III
D07AC
0,12 0,15
Betametasona D07AC01
0,02 0,08
Desoximetasona D07AC03
0,01 0,00
Diflucortolona D07AC06
0,01 0,01
Fludroxicortida D07AC07
0,05 0,03
Mometasona D07AC13
0,02 0,02
Prednicarto D07AC18
0,01 0,01
Corticóide em combinação
com antiséptico
D07B 0,04 0,01
Corticóide potente em
combinação com
antiséptico
D07BC 0,04 0,01
(Continua)
30
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Betametasona e ácido
acetil salicílico
D07BC01 0,02 0
Fluocortalona e
associações
D07BC03 0,02 0,01
Corticóide em combinação
com antibiótico
D07C 0,24 0,16
Corticóide fraco
combinação com
antibiótico
D07CA
0,02 0,01
Prednisolona e
sulfacetamida D07CA03
0,02 0,01
Corticóide de potência
moderada combinação
com antibiótico
D07CB
0,07 0,04
Triancinolona e
neomicina e nistatina e
gramidicina D07CB01
0,07 0,04
Corticóide potente
combinação com
antibiótico D07CC
0,15 0,11
Betametasona e
cetoconazol e neomicina
D07CC01
0,15 0,11
Antiséptico e desinfetantes D08
0,07 0,04
Antiséptico e desinfetantes D08A
0,07 0,04
(Continua)
31
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Produtos de iodo D08AG
0,07 0,04
Iodopovidona D08AG02
0,07 0,04
Medicamento para curativos D09
0,20 0,12
Medicamento para curativos D09A
0,20 0,12
Atadura de zinco D09AB
0,17 0,10
Vitamina A e D e oxido
de zinco e oleo D09AB01
0,08 0,05
Zinco e retinol e vit D D09AB02
0,09 0,05
Curativo a base da
parafina D09AX
0,03 0,02
Outros D09AX
0,03 0,02
Outras preparações
dermatológicas D11
0,24 0,22
Outras preparações
dermatológicas
D11A
0,24 0,22
Outras preparações
dermatológicas D11AX
0,24 0,22
Finasteride pomada D11AX10
0,02
Diclofenaco de potássio D11AX18
0,14 0,13
Colagenase e
cloranfenicol
D11AX57
0,10 0,07
Sistema geniturinário e
hormônios sexuais G
1,77 1,58
(Continua)
32
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Antiinfecciosos e antisépticos
ginecológicos
G01
0,00 0,02
Antiifecciosos e antisépticos
excluindo combinações com
hormônios G01A
0,00 0,02
Antibióticos G01AA
0,00 0,02
Nistatina e neomicina G01AA51
0,00 0,02
Hormônios sexuais e
moduladores do sistema
genital G03
1,41 1,22
Hormônios contraceptivos
para uso sistêmico G03A
0,22 0,22
Combinações fixadas de
progesterona e estrógenos
G03AA
0,11 0,16
Hormônios
contraceptivos para uso
sistêmico
G03A
0,05 0,03
Norestisterona e
estrógeno G03AA05
0,00
Medroxiprogesterona e
estrógenos G03AA08
0,06 0,13
Progesterona G03AC
0,10 0,06
Norestisterona G03AC01
0,06 0,04
Levonorgestrel G03AC03
0,04 0,02
(Continua)
33
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Estrógenos G03C
0,83 0,71
Estrógeno semisintético e
natural G03CA
0,70 0,53
Estrógenos G03CA
0,05 0,03
Estradiol G03CA03
0,18 0,13
Estradiol e
norestisterona
G03CA53
0,01 0,00
Estrógenos conjugados G03CA57
0,46 0,37
Estrógeno sintetico G03CB
0,00 0,03
Dietilestilbestrol G03CB02
0,00 0,03
Estrógeno sintético G03CC
0,13 0,15
Estriol G03CC06
0,13 0,15
Progesterona G03D
0,15 0,09
Derivados 4 pregnanos G03DA
0,12 0,07
Medroxiprogesterona G03DA02
0,12 0,07
Derivados estranos G03DC
0,04 0,02
Tibolona G03DC05
0,04 0,02
Andrógenos e hormônios
sexuais femininos em
combinação
G03E
0,03 0,02
Andrógenos e estrógenos G03EA
0,03 0,02
Estradiol e testosterona G03EA02
0,03 0,02
(Continua)
34
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Progesterona e estrógeno
em combinação
G03F
0,00 0,02
Progesterona e estrógeno
em combinação fixada G03FA
0,00 0,02
Estradiol e norgestimato
G03FA13
0,00 0,02
Antiandrógenos G03H
0,08 0,07
Antiandrógenos G03HA
0,05 0,05
Ciproterona G03HA01
0,05 0,05
Antiandrógenos e
estrógenos G03HB
0,03 0,02
Ciproterona e
estrógenos G03HB01
0,03 0,02
Outros hormônios sexuais e
moduladores do sistema
genital G03X
0,10 0,09
Moduladores dos
receptores seletivos de
estrógenos
G03XC
0,10 0,09
Raloxifeno G03XC01
0,10 0,09
Urológicos G04
0,36 0,34
Outros urológicos incluindo
antiespasmódico G04B
0,23 0,21
Antiespasmódicos
urinários
G04BD
0,10 0,06
(Continua)
35
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Oxibutinina G04BD04
0,07 0,04
Tolterodina G04BD07
0,03 0,02
Medicamentos usados
para disfunção erétil G04BE
0,04 0,07
Nicopaverina G04BE02
0,01 0,00
Papaverina e quinina G04BE52
0,03 0,07
Outros urológicos G04BX
0,09 0,08
Fenazopiridina G04BX06
0,09 0,08
Medicamentos usados na
hipertrofia prostática benigna
G04C
0,13 0,13
Antagonista alfa adreno
receptor
G04CA
0,05 0,08
Alfuzosina G04CA01
0,04 0,06
Tansulosina G04CA02
0,01 0,01
Terazosin
G04CA03
0,00 0,01
Inibidores da alfa 5
testosterona redutase
G04CB
0,08 0,05
Finasteride G04CB01
0,08 0,05
Preparações do sistema
hormonal excluindo
hormônios sexuais
H 1,94 1,52
Corticóides para uso sitêmico H02 0,84 0,63
(Continua)
36
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Corticóides para uso
sitêmico
H02A 0,84 0,63
Glicocorticóides H02AB 0,84 0,63
Betametasona H02AB01 0,06 0,11
Dexametasona H02AB02
0,07 0,04
Prednisolona H02AB06
0,04 0,02
Prednisona H02AB07
0,53 0,37
Hidrocortisona,
succinato sódico H02AB09
0,01 0,01
Deflazacorte H02AB13
0,13 0,08
Tratamento da tireóide H03
1,08 0,88
Preparações da tireóide H03A
1,03 0,80
Hormônios da tireóide H03AA
1,03 0,80
Levotiroxina sódica H03AA01
1,03 0,80
Preparações antitieróide H03B
0,03 0,04
Tiouracil H03BA
0,03 0,04
Propatilouracil H03BA02
0,03 0,04
Tratamento com iodo H03C
0,02 0,04
Tratamento com iodo H03CA
0,02 0,04
Iodeto de potássio H03CA
0,02 0,04
Homeostase do cálcio H05
0,02 0,01
Agentes antiparatireóides H05B
0,02 0,01
(Continua)
37
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Preparações calcitonina H05BA
0,02 0,01
Calcitonina sintética de
salmon H05BA01
0,02 0,01
Antiifecciosos para uso
sistêmico
J
1,35 1,15
Antibacterianos para uso
sistêmico J01
1,22 1,07
Tetraciclina J01A
0,08 0,05
Tetraciclina J01AA
0,08 0,05
Oxitetraciclina J01AA06
0,04 0,02
Tetraciclina J01AA07
0,01 0,01
Tetraciclina e polimixina
B J01AA20
0,03 0,02
Oxitetraciclina e
polimixina B
J01AA56
0,00
Anfenicóis J01B
0,08 0,05
Anfenicóis J01BA
0,08 0,05
Cloranfenicol J01BA01
0,08 0,05
Antibióticos beta lactâmicos,
penicilina J01C
0,36 0,28
Penicilina com amplo
expectro J01CA
0,31 0,26
Ampicilina J01CA01
0,03 0,02
(Continua)
38
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Amoxicilina J01CA04
0,24 0,22
Nitroxolina e fempiridina J01CA20
0,04 0,02
Penicilina sensível a beta
lactamase J01CE
0,05 0,02
Benzilpenicilina J01CE01
0,01 0,00
Benzilpenicina benzatina
J01CE08
0,04 0,02
Combinações de penicilina
incluindo inibidores
da beta
lactamase J01CR
0,01 0,00
Amoxilina e clavulanato J01CR02
0,01 0,00
Outros antibióticos beta
lactâmicos
J01D
0,19 0,19
Cefalosporina de primeira
geração J01DB
0,15 0,14
Cefalexina J01DB01
0,14 0,14
Cefadroxila J01DB05
0,01 0,00
Cefalosporina de segunda
geração
J01DC
0,03 0,05
Cefuroxima J01DC02
0,03 0,02
Cefaclor J01DC04
0,00 0,03
Sulfonamida e trimetropina J01E
0,13 0,14
(Continua)
39
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Combinações de
sulfonamida e trimetropina
incluindo derivados J01EE
0,13 0,14
Sulfametoxazol e
Trimetoprima
J01EE01
0,13 0,14
Macrolídeos, lincosaminas e
estreptograminas
J01F
0,09 0,07
Macrolídeos J01FA
0,09 0,07
Eritromicina J01FA01
0,03 0,02
Roxitromicina J01FA06
0,01 0,01
Claritromicina J01FA09
0,00
Azitromicina J01FA10
0,05 0,04
Antibióticos
aminoglicosídeos J01G
0,01 0,00
Outros aminoglicosídeos J01GB
0,01 0,00
Gentamicina J01GB03
0,01 0,00
Antibióticos quinolonas J01M
0,28 0,25
Fluoroquinolonas J01MA
0,23 0,22
Ofloxacino J01MA01
0,04 0,02
Ciprofloxacino J01MA02
0,12 0,09
Norfloxacino J01MA06
0,07 0,11
Outras quinolonas J01MB
0,05 0,03
Ácido nalidíxico J01MB02
0,05 0,03
(Continua)
40
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Outros antibacterianos J01X
0,00 0,04
Derivados da
nitrofurantoína J01XE
0,00 0,02
Nitrofurantoína J01XE01
0,00 0,02
Outros antibacterianos J01XX
0,00 0,02
Metanamina J01XX05
0,00 0,02
Antimicóticos para uso
sistêmico
J02
0,04 0,03
Antimicóticos para uso
sistêmico J02A
0,04 0,03
Derivados triazol J02AC
0,04 0,03
Fluconazol J02AC01
0,04 0,03
Antimicobacterianos J04
0,04 0,02
Medicamentos para
tratamento da tuberculose
J04A
0,04 0,02
Antibióticos J04AB
0,04 0,02
Rifamicina J04AB02
0,04 0,02
Antivirais para uso sistêmico J05
0,04 0,03
Antivirais de ação direta J05A
0,04 0,03
Nucleosídeos e
nucleotídeos excluindo
inibidores da transaminase
reversa J05AB
0,00 0,01
(Continua)
41
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Ribavirina J05AB04
0,00 0,01
Combinações de antivirais
para tratamento de
infecção por HIV J05AR
0,04 0,02
Indinavir e lamivudina e
estavudina
J05AR
0,04 0,02
Vacinas J07
0,01 0,00
Vacinas virais J07B
0,01 0,00
Outras vacinas virais J07BX
0,01 0,00
Vacina do vírus inativo
da gripe J07BX
0,01 0,00
Agentes antineoplásicos e
imunomoduladores L
0,27 0,22
Agentes antineoplásicos L01
0,11 0,07
Agentes alquilantes L01A
0,02 0,01
Análogos da mostarda
nitrogenada L01AA
0,02 0,01
Clorambucil L01AA02
0,02 0,01
Antimetabólicos L01B
0,09 0,06
Análogos do ácido fólico L01BA
0,09 0,06
Metotrexato L01BA01
0,09 0,06
Tratamento endócrino L02
0,16 0,15
(Continua)
42
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Hormônios e agentes
relacionados
L02A
0,06 0,06
Estrógenos L02AA
0,00 0,03
Dietilestilbestrol L02AA01
0,00 0,03
Análogos do hormônio da
gonadotrofina livre
L02AE
0,06 0,03
Goserelina L02AE03
0,06 0,03
Hormônios antagonistas e
agentes relacionados L02B
0,10 0,09
Antiestrógenos L02BA
0,01 0,03
Tamoxifeno L02BA01
0,01 0,03
Antiandrógenos L02BB
0,06 0,04
Flutamida L02BB01
0,05 0,03
Bicalutamida L02BB03
0,01 0,01
Inibidores de enzima L02BG
0,03 0,02
Anastrozol L02BG03
0,03 0,02
Sistema músculo esquelético M
7,99 7,55
Produtos antiinflamatórios e
antireumáticos
M01
5,45 5,12
Produtos antiinflamatórios e
antireumáticos não
esteroidal M01A
5,35 4,99
(Continua)
43
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Derivados do ácido acético
e substâncias relacionadas
M01AB
3,30 3,18
Outros M01AB
0,05 0,03
Indometacina M01AB01
0,11 0,07
Diclofenaco M01AB05
3,05 3,02
Cetorolato de
trometamina
M01AB15
0,02 0,01
Aceclofenaco M01AB16
0,07 0,05
Oxicans M01AC
0,78 0,66
Piroxicam M01AC01
0,48 0,40
Tenoxicam M01AC02
0,14 0,10
Meloxicam M01AC06
0,16 0,16
Derivados do ácido
propiônico M01AE
0,40 0,41
loxoprofeno M01AE
0,02 0,01
Ibuprofeno M01AE01
0,16 0,13
Naproxeno M01AE02
0,12 0,11
Cetoprofeno M01AE03
0,10 0,16
Fenamatos M01AG
0,00 0,02
Ácido mefenâmico M01AG02
0,00 0,02
Coxibs M01AH
0,54 0,39
Celecoxib M01AH01
0,25 0,17
(Continua)
44
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Rofecoxibe M01AH02
0,29 0,22
Outros antiinflamatórios e
antireumáticos não
esteroidal M01AX
0,33 0,33
Benzidamida M01AX07
0,15 0,09
Nimesulida M01AX17
0,11 0,17
Bambuterol M01AX21
0,07 0,07
Produtos antiinflamatórios e
antireumáticos em
combinação
M01B
0,10 0,13
Produtos antiinflamatórios
e antireumáticos em
combinação com
corticóides M01BA
0,10 0,13
Butazolidina M01BA01
0,10 0,13
Relaxantes musculares M03
1,42 1,58
Relaxantes musculares
agentes com ação central M03B
1,42 1,58
Esteres do ácido
carbamico M03BA
0,30 0,39
Carisoprodol M03BA02
0,01 0,01
Carisoprodol e
combinações
M03BA52
0,28 0,35
(Continua)
45
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarm
ácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Carisoprodol
efenilbutazona e
paracetamol M03BA72
0,01 0,03
Derivados do oxazol,
tiazidas e triazidas
M03BB
0,00 0,00
Clorzoxazona e
paceretamol
M03BB53
0,00 0,00
Esteres quimicamente
fechado para
antihistamínico M03BC
1,01 1,08
Orfenadrina e
combinações
M03BC51
1,01 1,08
Outros agentes de ação
central M03BX
0,11 0,11
Baclofeno M03BX01
0,00 0,04
Tizanida M03BX02
0,07 0,04
Ciclobenzapina M03BX08
0,04 0,03
Preparações antigotosas M04
0,49 0,42
Preparações antigotosas M04A
0,49 0,42
Preparações inibidores da
produção de ácido úrico M04AA
0,38 0,30
Alopurinol M04AA01
0,38 0,30
Preparações aumentam a
excreção de ácido úrico
M04AB
0,07 0,04
(Continua)
46
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Benzopromarona M04AB03
0,07 0,04
Preparações com nenhum
efeito no metabolismo do
ácido úrico M04AC
0,04 0,08
Colchicina M04AC01
0,04 0,08
Medicamento para tratamento
de doenças ósseas
M05
0,63 0,43
Outros medicamentos que
afetam a estrutura do osso e
mineralização M05B
0,63 0,43
Bifosfonato M05BA
0,56 0,39
Pamidronato M05BA03
0,03 0,02
Alendronato M05BA04
0,53 0,37
Outros medicamentos que
afetam a estrutura do osso
e mineralizão M05BX
0,07 0,04
Ipriflavona M05BX01
0,05 0,03
Estrôncio ranelato M05BX03
0,02 0,01
Sistema nervoso N
14,61 14,19
Anestésicos N01
0,01 0,04
Anestésico local N01B
0,01 0,04
Amidas N01BB
0,01 0,04
(Continua)
47
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Acido acetil salicílico e
cafeina
N01BB20
0,01 0,04
Analgésicos N02
6,70 6,81
Opióides N02A
0,35 0,27
Alcaloides natural do ópio N02AA
0,24 0,21
Morfina N02AA01
0,07 0,06
Codeina e paracetamol N02AA79
0,17 0,15
Derivados fenilpiperidina N02AB
0,04 0,02
Fentanil N02AB03
0,04 0,02
Outros opioides N02AX
0,07 0,04
Tramadol N02AX02
0,07 0,04
Outros analgésicos e
antipiréticos
N02B
5,93 6,38
Ácido salicílico e derivados
N02BA
1,39 2,27
Ácido acetil salicílico N02BA01
1,21 1,94
Ácido acetil salicilico e
Vit C
N02BA51
0,14 0,22
Acido acetil salicilico,
cafeina e paracetamol
N02BA71
0,04 0,11
Pirazolonas N02BB
3,71 3,43
Dipirona N02BB02
1,79 2,44
Propifenazona N02BB04
0,96 0,01
Dipirona e combinações
N02BB52
0,96 0,98
(Continua)
48
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Anilidas N02BE
0,83 0,68
Paracetamol N02BE01
0,72 0,53
Paracetamol, fenilefrina
e clorfenamina N02BE51
0,11 0,13
Paracetamol, cafeína,
piridoxina e tiamina
N02BE71
0,02
Preparações antienxaqueca N02C
0,42 0,16
Alcaloides ergot N02CA
0,21 0,16
Ergotamina N02CA02
0,01 0,01
Ergotamina e
combinações N02CA52
0,20 0,15
Agosnista seletivo de
serotonina 5HT1
N02CC
0,21 0,00
Naratriptana N02CC02
0,21 0,00
Antiepilépticos N03
0,82 1,07
Antiepilépticos N03A
0,82 1,07
Barbitúricos e derivados N03AA
0,00 0,30
Fenobarbital N03AA02
0,00 0,30
Derivados da hidantoína N03AB
0,15 0,27
Fenitoína N03AB02
0,15 0,27
Derivados
benzodiazepínicos N03AE
0,43 0,32
Clonazepam N03AE01
0,43 0,32
(Continua)
49
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Derivados carboxamida N03AF
0,15 0,11
Carbamazepina N03AF01
0,15 0,11
Derivados do ácido oleico N03AG
0,08 0,07
Ácido aminobutírico N03AG03
0,08 0,07
Outros antiepilépticos N03AX
0,01 0,00
Gabapentina N03AX12
0,01 0,00
Medicamentos
antiparkinsonianos
N04
0,20 0,20
Agentes anticolinérgicos N04A
0,06 0,11
Aminas terciaria N04AA
0,06 0,11
Triexifenadila N04AA01
0,00 0,02
Biperideno N04AA02
0,06 0,09
Agentes dopaminérgicos N04B
0,14 0,09
Dopa e derivados da dopa N04BA
0,09 0,06
Levodopa e Benserazida
N04BA02
0,09 0,06
Agonistas dopamina N04BC
0,01 0,00
Pramipexol N04BC05
0,01 0,00
Inibidores da monoamino
oxidase B
N04BD
0,04 0,03
Selegilina N04BD01
0,04 0,03
Psicolépticos N05
3,18 2,69
Antipsicóticos N05A
0,33 0,40
(Continua)
50
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Fenotiazina com lado
alifático
N05AA
0,06 0,15
Clorpromazina N05AA01
0,00 0,02
Levomepromazina N05AA02
0,06 0,13
Fenotiazina com estrutura
piperazina
N05AB
0,01 0,02
Trifluoperazina N05AB06
0,01 0,02
Fenotiazina com estrutura
piperidina N05AC
0,09 0,05
Periciazina N05AC01
0,01 0,00
Tioridazina N05AC02
0,05 0,03
Pipotiazina N05AC04
0,03 0,02
Derivados butirofenona N05AD
0,05 0,08
Haloperidol N05AD01
0,05 0,08
Benzamidas N05AL
0,09 0,05
Sulpirida N05AL01
0,09 0,05
Lítio N05AN
0,03
Carbonato de lítio N05AN01
0,00 0,03
Outros antipsicóticos N05AX
0,03 0,02
Risperidona N05AX08
0,03 0,02
Ansiolítico N05B
2,57 2,11
Derivados
benzodiazepínicos N05BA
2,36 1,94
(Continua)
51
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Diazepam N05BA01
0,62 0,55
Clordiazepóxido N05BA02
0,10 0,06
Lorazepam N05BA06
0,26 0,32
Bromazepam N05BA08
1,06 0,80
Alprazolam N05BA12
0,20 0,14
Cloxazolam N05BA22
0,12 0,07
Derivados difenilmetano N05BB
0,10 0,10
Hidroxizine N05BB01
0,10 0,06
Hidroxizine, efedrina e
teofilina
N05BB51
0,00 0,04
Derivados
azaspirodecanedionas N05BE
0,11 0,07
Buspirona N05BE01
0,11 0,07
Hipnótico e sedativo N05C
0,28 0,18
Derivados
benzodiazepínicos
N05CD
0,28 0,18
Nitrazepan N05CD02
0,02 0,01
Flunitrazepam N05CD03
0,12 0,08
Estazolam N05CD04
0,04 0,02
Midazolam N05CD08
0,10 0,07
Psicoanalépticos N06
1,33 1,16
Antidepressivos N06A
1,23 1,04
(Continua)
52
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Inibibores não seletivo da
recaptação de monoamina
N06AA
0,65 0,64
Imipramina N06AA02
0,09 0,16
Clomipramina N06AA04
0,02 0,01
Amitripitina N06AA09
0,47 0,43
Nortiptilina N06AA10
0,07 0,04
Inibidores seletivos da
recaptação de serotonina N06AB
0,52 0,36
Fluoxetina N06AB03
0,30 0,18
Citalopram N06AB04
0,03 0,05
Paroxetina N06AB05
0,10 0,06
Sertralina N06AB06
0,09 0,07
Inibidores não seletivos da
monoamino oxidase N06AF
0,03 0,02
Tranilcipromina N06AF04
0,03 0,02
Inibidores da monoamino
oxidase A
N06AG
0,01 0,01
Moclobemida N06AG02
0,01 0,01
Outros antidepressivos N06AX
0,02 0,01
Venlafaxina N06AX16
0,02 0,01
Psicoestimulantes, agentes
usados na ADHD e
nootrópicos N06B
0,06 0,10
(Continua)
53
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Derivados da xantina N06BC
0,03 0,07
Cafeína e ácido acetil
salicílico N06BC01
0,03 0,07
Outros psicoestimulantes e
nootrópicos N06BX
0,03 0,03
Piracetam N06BX03
0,03 0,03
Medicamentos
antidemências
N06D
0,04 0,02
Anticolinesterase N06DA
0,04 0,02
Rivastigmina N06DA03
0,04 0,02
Outros medicamentos para o
sistema nervoso
N07
2,37 2,22
Preparações antivertigem N07C
2,33 2,19
Preparações antivertigem N07CA
2,33 2,19
Cinarizina N07CA02
0,04 0,02
Flunarizina N07CA03
2,22 2,12
Cinarizina e piracetam N07CA52
0,07 0,05
Outros medicamentos para o
sistema nervoso
N07X
0,04 0,03
Ganglicosídeo e derivados
ganglicosídeo
N07XA
0,04 0,03
Gangliosídeo N07XA
0,04 0,03
(Continua)
54
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Produtos antiparasitários ,
anseticidas e repelentes
P
0,34 0,22
Antiprotozoário P01
0,34 0,22
Agentes agonistas
amebíases e outras doeças
protozoárias P01A
0,34 0,22
Derivados nitroimidazol P01AB
0,34 0,22
Metronidazol P01AB01
0,34 0,22
Sistema respiratório R
4,01 3,91
Preparações nasais R01
0,41 0,43
Descogestionante e outras
preparações nasais para uso
tópico R01A
0,23 0,26
Simpatomiméticos R01AA
0,10 0,12
Nafazolina R01AA08
0,06 0,10
Fenoxazolina R01AA12
0,04 0,02
Substituto da alquilaminas R01AB
0,08 0,05
Oximetazolina R01AB07
0,08 0,05
Corticóides R01AD
0,01 0,03
Budesonida R01AD05
0,01 0,00
Piroxicam e
cianocobalina e
orfenadrina R01AD53
0,00 0,03
(Continua)
55
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Outras preparações nasais
R01AX
0,04 0,06
Pseudoefedrina e
loratadina R01AX30
0,04 0,06
Descongestionantes nasais
para uso sistêmico R01BA
0,18 0,17
Simpatomiméticos R01BA
0,18 0,17
Fenilpropanolamina e
associação
R01BA01
0,12 0,09
Fenilpropanolamina e
fenilefrina e
bronfeniramina R01BA51
0,06 0,08
Preparações para garganta R02
0,14 0,10
Preparações para garganta R02A
0,14 0,10
Antisépticos R02AA
0,09 0,07
Cetilpiridium R02AA06
0,03 0,02
Benzalconio R02AA16
0,06 0,05
Antibióticos R02AB
0,05 0,03
Tirotricina R02AB02
0,05 0,03
Medicamentos para doenças
pulmonar obstrutiva
R03
2,18 1,88
Inalantes adrenérgicos R03A
0,44 0,34
Agonista seletivo adreno
receptor beta 2
R03AC
0,40 0,29
(Continua)
56
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Terbutalina R03AC03
0,05 0,03
Fenoterol R03AC04
0,25 0,20
Salmeterol R03AC12
0,03 0,02
Formoterol R03AC13
0,07 0,04
Adrenérgicos e outros
medicamentos para
doenças pulmonar
obstrutiva R03AK
0,04 0,05
Fenoterol e ipatropio R03AK03
0,02 0,04
Salbutamol e formoterol R03AK06
0,02 0,01
Outros medicamentos
inalatórios para doenças
pulmonar obstrutiva R03B
0,43 0,38
Glicocorticoides R03BA
0,27 0,23
Beclometasona R03BA01
0,22 0,19
Fluticazona R03BA05
0,05 0,04
Anticolinérgicos R03BB
0,14 0,11
Ipatrópio R03BB01
0,14 0,11
Agentes antialérgicos
excluindo corticóides
R03BC
0,02 0,04
Cromoglicato de sódio R03BC01
0,02 0,04
Adrenérgicos para uso
sistêmico R03C
0,39 0,49
(Continua)
57
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Agonista seletivo
adrenoreceptor beta 2
R03CC
0,39 0,49
Salbutamol R03CC02
0,39 0,49
Outros medicamentos
sistêmicos para doenças
pulmonar obstrutiva R03D
0,92 0,67
Xantinas R03DA
0,89 0,66
Grupo das xantinas R03DA
0,02 0,01
Teofilina R03DA04
0,27 0,22
Aminofilina R03DA05
0,48 0,36
Bamifilina R03DA08
0,10 0,06
Teobromina e
hexametilenotetramina R03DA57
0,02 0,01
Antagonistas dos
receptores leucotrienos R03DC
0,03 0,01
Zafirlukast
R03DC01
0,01 0,00
Montelucaste R03DC03
0,02 0,01
Preparações para tosse e
resfriado
R05
0,41 0,45
Expectorantes excluindo
combinações para
supressão da tosse R05C
0,25 0,25
Expectorante R05CA
0,01 0,05
(Continua)
58
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Guaifesina R05CA03
0,00 0,01
Clorfenamina e cafeína e
acido acetil salicílico R05CA10
0,01 0,04
Mucolítico R05CB
0,24 0,20
Bromexina R05CB02
0,04 0,04
Carbocisteina R05CB03
0,06 0,07
Ambroxol R05CB06
0,10 0,06
Guaifesina, etafedrina,
doxilamina e ambufilina R05CB10
0,04 0,03
Supressores da tosse
excluindo combinações com
expectorante
R05D
0,10 0,12
Alcaloides do ópio e
derivados R05DA
0,01 0,01
Salbutamol, guaifesina,
citrato de sodio R05DA20
0,01 0,01
Outros supressores da
tosse
R05DB
0,09 0,11
Clobutinol R05DB03
0,05 0,04
Fenindamina e acido
acetil salicílico e ácido
ascórbico R05DB20
0,04
Levodropropizina R05DB27
0,04 0,03
(Continua)
59
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Combinações de
supressores da tosse e
expectorante R05F
0,00 0,03
Outros supressores da
tosse e expectorante
R05FB
0,00 0,03
Oxomemazina,
guaifezina, benzoato de
sódio e paracetamol R05FB02
0,00 0,03
Outras combinações de
preparação para resfriado
R05X
0,06 0,05
Outras combinações de
preparação para resfriado
R05X
0,06 0,05
Clobutinol e Doxilamina R05X
0,06 0,05
Antihistaminico para uso
sistêmico
R06
0,87 1,05
Antihistaminico para uso
sistêmico R06A
0,87 1,05
Eteres aminoalcalino R06AA
0,10 0,07
Difenidramina R06AA02
0,03 0,02
Dimenidrinato e
piridoxina
R06AA52
0,04 0,03
Clemastina e
dexametasona R06AA54
0,03 0,02
Substituto da alquilaminas R06AB
0,55 0,79
(Continua)
60
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Dexclorferinamina R06AB02
0,08 0,10
Bromfeniramina e
pseudoefedrina R06AB51
0,06 0,03
Clorfeniramina e dipirona
e Vit C R06AB52
0,22 0,34
Clorfenamina e Dipirona
e Cafeína R06AB54
0,19 0,31
Dexclorferinamina,
fenilefrina, cafeína e
acido acetil salicílico R06AB56
0,00 0,01
Derivados da fenotiazina R06AD
0,00 0,02
Prometazina R06AD02
0,00 0,02
Derivados da piperazina R06AE
0,01 0,00
Cetirizina R06AE07
0,01 0,00
Outros antihistamínico
para uso sistêmico R06AX
0,21 0,17
Ciproeptadina R06AX02
0,02 0,01
Astemizol R06AX11
0,04 0,02
Terfenadina R06AX12
0,01 0,03
Loratadina R06AX13
0,07 0,06
Cetotifeno R06AX17
0,01 0,00
Epinastina R06AX24
0,05 0,03
Fexofenadina R06AX26
0,01 0,02
(Continua)
61
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Órgãos sensoriais S
1,39 1,21
Oftalmológicas S01
1,38 1,19
Antiinfecciosos S01A
0,02 0,04
Antibióticos S01AA
0,02 0,01
Tobramicina S01AA12
0,02 0,01
Outros antiinfecciosos S01AX
0,00 0,03
Dimetilpolisoloxane S01AX03
0,00 0,00
Iodopovidona S01AX18
0,00 0,03
Agentes antiinflamatório S01B
0,06 0,04
Corticóides S01BA
0,03 0,02
Dexametasona S01BA01
0,03 0,02
Agentes antiinflamatório
não esteroidal S01BC
0,03 0,02
Diclofenaco S01BC03
0,03 0,02
Combinações de agentes
antiinflamatório e
antiinfecciosos S01C
0,00 0,01
combinações com
corticóides a
antinfecciosos S01CA
0,00 0,01
Dexametasona e
cloranfenicol S01CA01
0,00 0,01
(Continua)
62
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Predinisona e
Sulfacetamida
S01CA02
0,00 0,00
Preparações antiglaucoma e
mióticos S01E
0,82 0,77
Tratamento
simpatomimétrico em
glaucoma S01EA
0,05 0,06
Brimonidina S01EA05
0,05 0,06
Parasimpatomimétrica S01EB
0,14 0,15
Pilocarpina S01EB01
0,14 0,15
Inibidores da anidrase
carbônica
S01EC
0,59 0,52
Acetazolamida S01EC01
0,02 0,01
Dorzolamida S01EC03
0,04 0,08
Brinzolamida S01EC04
0,01 0,00
Timolol S01ED01
0,37 0,32
Betaxolol S01ED02
0,09 0,05
Levobunolol S01ED03
0,06 0,06
Análogos da
prostaglandina S01EE
0,04 0,04
Latanoprost S01EE01
0,04 0,04
Midriáticos e ciclopégicos S01F
0,04 0,01
Anticolinérgicos S01FA
0,04 0,01
(Continua)
63
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Atropina S01FA01
0,01 0,00
Tropicamida S01FA06
0,03 0,01
Descongestionates e
antialérgicos
S01G
0,01 0,02
Simpatomimétricos usados
como descongestinantes S01GA
0,00 0,02
Xylometazoline
S01GA03
0,00 0,02
Outros antialérgicos S01GX
0,01 0,00
Olopatadina S01GX09
0,01 0,00
Anestésico local S01H
0,27 0,20
Anestésico local S01HA
0,27 0,20
Dextrano e hipromelose S01HA30
0,27 0,20
Agentes cirúrgicos S01K
0,02 0,01
Substância viscoelástica S01KA
0,02 0,01
Hipromelose S01KA02
0,02 0,01
Outros oftalmológicos S01X
0,14 0,09
Outros oftalmológicos S01XA
0,14 0,09
Carboximetilcelulose S01XA20
0,14 0,09
Otológicas S02
0,01 0,02
Antiinfecciosos S02A
0,00 0,02
Antiinfecciosos S02AA
0,00 0,02
Ácido bórico S02AA03
0,00 0,02
(Continua)
64
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Combinação de corticóides e
antiinfecciosos
S02C
0,01 0,00
Combinação de corticóides
e antiinfecciosos S02CA
0,01 0,00
Dexametasona e
tobramicina S02CA06
0,01 0,00
Outros otológicos S02D
0,00 0,00
Anestésicos e analgésicos S02DA
0,00 0,00
Hidroxiquinolona e
trietanolamina
S02DA30
0,00 0,00
Vários V
0,20 0,16
Todos os outros produtos
terapêuticos
V03
0,20 0,16
Todos os outros produtos
terapêuticos V03A
0,20 0,16
Antídotos V03AB
0,20 0,16
Acetilcisteína V03AB23
0,20 0,16
Fitoterápicos
5,53 5,15
Vasodilatador periferico
(Ginkgo biloba e
associação) HC04
1,08 0,96
Hipnóticos e sedativos
(Passiflora incarnata e
associação)
HN05
0,92 0,63
(Continua)
65
Tabela 20: Distribuição dos medicamento utilizados (%), segundo a classificação farmacológica ATC (Anatomical-
Therapeutical_Chemical),Município de São Paulo, 2000. (Continuação)
Polifarmácia (%)
( 4 Medicamentos)
1 a 14 Medicamentos (%)
Classe e Subgrupos ATC
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Nível 5
Vasoprotetor (Aesculus
hippocastanum e
associação) HC05
0,40 0,32
Laxativos (Cassia fistula
e associação)
HA06
0,36 0,28
Laxativos (Rhamnus
purshiana e associação) HA06
0,16 0,19
Psicoanalépticos (Panax
ginseng e associação)
HN06
0,09 0,12
Outros
2,52 2,65
Homeopáticos
1,21 1,06
Cassia sena e Collinsonia canadensis e
Polysonum punctatum e picossulfato sódico
0,65 0,58
Kaliphesph
0,08 0,05
Grindelia robusta 2CH e Natrum sulphuricum
3CH e Arsenicum iodatum 3CH e Lobelia inflata
2CH e Blatta orientalis 5CH
0,05 0,03
Lycopodium clavatum
0,04 0,03
Outros
0,39 0,37
Plantas medicinais (chás e outros)
4,40 4,40 10,05 10,05
Suplementos alimentares
0,09 0,09 0,18 0,18
Manipulados e outros
0,07 0,07 0,63 0,63
TOTAL
100,00
88,70 88,70 88,70 100,00
100,00
82,93 82,93 82,93 100,00
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
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