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Campus de Ilha Solteira
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
“Balneabilidade, Índice de Qualidade da Água e Bioensaios de
Toxicidade nas praias do Reservatório de Ilha Solteira/SP”
VINÍCIUS ALBERTO ADORNO VASILIO
Orientador: Prof. Dr. Maurício Augusto Leite
Dissertação apresentada à Faculdade
de Engenharia de Ilha Solteira
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” - UNESP,
como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Mestre em
Engenharia Civil Ênfase em
Recursos Hídricos e Tecnologias
Ambientais.
Ilha Solteira – SP
agosto/2006
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação/Serviço Técnico
de Biblioteca e Documentação da UNESP-Ilha Solteira
Vasílio, Vinícius Alberto Adorno
V334b Balneabilidade, índice de qualidade da água e bioensaios de toxicidade nas praias
do reservatório de Ilha Solteira/SP / Vinícius Alberto Adorno Vasílio. – Ilha Solteira : [s.n.], 2006
145 p. : il.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira, 2006
Orientador: Maurício Augusto Leite
Bibliografia: p. 119-124
1. Balneabilidade. 2. Índice de qualidade da água. 3.Bioensaios de toxicidade.
4. Reservatório de Ilha Solteira.
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Dedico esta dissertação a todas as
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Dedico esta dissertação a todas as
pessoas que estiveram ao meu lado
pessoas que estiveram ao meu lado pessoas que estiveram ao meu lado
pessoas que estiveram ao meu lado
durante este tempo, em especial meus pais
durante este tempo, em especial meus pais durante este tempo, em especial meus pais
durante este tempo, em especial meus pais
Alberto e Cida, e a meus irmãos e
Alberto e Cida, e a meus irmãos e Alberto e Cida, e a meus irmãos Dú e
Alberto e Cida, e a meus irmãos e
Juninho, pelo apoio e compreensão.
Juninho, pelo apoio e compreensão. Juninho, pelo apoio e compreensão.
Juninho, pelo apoio e compreensão.
ii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Maurício Augusto Leite, pela paciência, dedicação,
liberdade, orientação, e principalmente pela oportunidade a mim conferida, nesta
etapa.
Ao Prof. Jorge Luiz Akasaki, coordenador do programa de pós-
graduação em Engenharia Civil, pela atenção prestada em assuntos acadêmicos.
À Capes pela concessão de bolsa de estudo .
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) pela continuação da bolsa de estudos – processo n.° 04/06437-2.
Ao Projeto FAPESP 03/07355-7, Monitoramento da qualidade de
água e avaliação dos recursos hídricos no aproveitamento múltiplo do reservatório
de Ilha Solteira.
À Companhia Energética de São Paulo (CESP), na pessoa do Eng.°
Euclydes Cestari Júnior, pela aquisição de dados para a pesquisa.
Aos técnicos José Cavassano Ribeiro, Mário Roberto Correa Ferreira,
Gilson Campus Corrêa, pela atenção e disposição no acompanhamento nas
análises de granulometria e de qualidade da água.
À Carolina Buso Dornfeld, pela ajuda e orientação nos testes de
toxicidade, e pela disponibilizacão do laboratório do Centro de Recursos
Hídricos e Ecologia Aplicada – USP para realização de algumas análises.
Ao Prof. Dr. Paulo M. Landim Barbosa, pela orientação na parte
estatística deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Evaldo Luiz Gaeta Espíndola e ao Prof. Dr. Fernando
B. Tangerino Hernandez, pelo auxílio, delineamento e sugestão no exame de
qualificação.
Ao Prof. Dr. Paulo Fernando Soares, pela indicação do curso de pós-
graduação e pelo acompanhamento prestado.
Ao Prof. Dr. Geraldo de Freitas Maciel pela ajuda no processo de
bolsa da Fapesp e pela co-orientação, e a Prof. Dr.ª Mônica Pinto Barbosa
iii
responsável pelas informações e divulgação do curso de pós- graduação, que
chegaram até mim.
Aos graduandos Mônica Paiano, Paulo Henrique e Luís Filipe
Militão Igrecias, pela disposição para coleta e análise dos dados.
Aos bolsistas de iniciação científica André Escremim de Paula e Rafael
Rodrigues Freire, na realização dos bioensaios de toxicidade aguda.
À amiga Alessandra. Ossuna Pereira (xuxu), pelo apoio dedicação tanto
nas coletas e análises, quanto nas minhas idas e vindas de casa e das festas.
Aos amigos da Pós: Aliene (Lili), Wagner, Hamilton, André, Joseane
(Josi), Tarso (Guacho), Marcelo, Mário, Fernando, Décio, Nicanor,
Bárbara, Michelli, Fabiana, Adriana.
Às amizades conquistadas nesses dois últimos anos: Lucas, Luciene,
Leonardo (Ratão), Eduardo (Bundinha), Willian, Áquila, Rodrigo (Hall),
Graziela, lio (Lagosta), Gabriel, e a todos que estiveram presentes durante o
meu período de mestrado.
À minha família que sempre me apoiou nas minhas mais difíceis fases,
Pai, Mãe, Dú, e Juninho, muito obrigado.
Á Ana Tereza pela atenção, dedicação, paciência, complacência, ajuda, e
apoio em todos os momentos durante o mestrado, obrigado Tetê.
À Deus que sempre esteve presente ao meu lado, nas minhas ações e
pensamentos, me guiando em todos os meus passos.
Muito Obrigado.
iv
APRESENTAÇÃO
Construída na década de 70 para a geração de energia elétrica, o reservatório de Ilha
Solteira, está localizado no Rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria
(MS). É a maior usina da CESP e a terceira maior hidrelétrica do Brasil, formando com as
usinas de Jupiá e Três Irmãos o sexto maior complexo hidrelétrico do mundo.
Desde 1997 recebe estudos nas áreas de Ecologia, Limnologia e Recursos Hídricos,
sendo o reservatório um importante exemplo de usos múltiplos onde se destacam a geração de
energia, transporte hidroviário, irrigação e lazer.
O reservatório tem uma bacia de contribuição com cerca 375.460,0 km
2
e o seu
formador, o rio Paraná, possui uma vazão média de 5.206,0 m
3
.s
-1
. O reservatório apresenta
uma profundidade média de 17,00 m e uma área inundada de 1.195,0 km
2
. Apesar da
extensão, tamanho, usos múltiplos e crescimentos de atividades turísticas e recreacionais, o
reservatório não consta em estudos ou redes de monitoramento da qualidade da água e
sedimento.
Dessa forma, este trabalho teve como objetivos principais avaliar a qualidade da água
e o sedimento das praias do reservatório de Ilha Solteira, em uma abordagem inédita dos
componentes qualitativos e quantitativos, demonstrando a adequação das praias do
reservatório dentro dos critérios de balneabilidade, índice de qualidade das águas e bioensaios
de toxicidade do sedimento.
Assim sendo, optou-se pela formatação do trabalho em 4 Capítulos, com Introdução,
Revisão Bibliográfica, Material e Métodos, Resultados, Discussões e Conclusões, com vistas
a uma melhor compreensão dos assuntos abordados.
No Capítulo 1 encontra-se uma extensa caracterização da área, descrevendo os
componentes da bacia hidrográfica do reservatório de Ilha Solteira, como clima, ventos,
v
geologia, geomorfologia, solos, vegetação, comportamento das margens. Traz também a
localização e uma breve descrição dos pontos de coleta.
O Capítulo 2 traz uma abordagem da qualidade da água das praias do reservatório,
buscando uma problemática sobre sua adequação para a realização de atividades
recreacionistas de contato primário (balneabilidade), por meio de parâmetros indicados na
Resolução 274/00 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Também são
discutidos alguns aspectos sobre a qualidade dos sedimentos das praias com uma perspectiva
à melhoria da atividade turística na região.
O índice de qualidade da água (IQA) é apresentado no Capítulo 3, no qual foram
avaliadas as características químicas, físicas e biológicas deste índice, sendo comparadas com
dados de outros locais, buscando-se assim, reconhecer a situação atual, além da evolução do
sistema, diagnosticando os principais problemas e suas conseqüências ao longo do ano.
No Capítulo 4, são avaliados os sedimentos das praias, por meio de bioensaios de
toxicidade aguda, relacionando-os com a qualidade da água, trazendo uma perspectiva mais
ampla sobre a real condição das praias. Neste capítulo também é mostrada uma avaliação
física do sedimento (granulometria), como parte desta avaliação global.
O Capítulo 5 tenta englobar dentro de uma visão específica, os principais pontos que
influenciaram os índices, e como estes estão interligados entre si, tentando desenvolver uma
lógica de análise baseada na balneabilidade, índice de qualidade das águas e toxicidade do
sedimento.
vi
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................................16
ABSTRACT.............................................................................................................................18
1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA......................................................................................22
1.1 Clima ..............................................................................................................................22
1.2 Geologia .........................................................................................................................24
1.3 Geomorfologia................................................................................................................25
1.4 Solos ...............................................................................................................................26
1.5 Vegetação .......................................................................................................................26
1.6 Comportamento das Margens do Reservatório ..............................................................26
1.7 Nível do Reservatório.....................................................................................................27
1.8 Pontos de Coleta.............................................................................................................29
2.0 BALNEABILIDADE........................................................................................................33
2.1 Introdução.......................................................................................................................33
2.2 Justificativa.....................................................................................................................37
2.3 Objetivos.........................................................................................................................39
2.4 Materiais e Métodos .......................................................................................................40
2.4.1 Amostragem da Água ..............................................................................................40
2.4.2 Coliformes fecais e totais na água ...........................................................................40
2.4.3 Coliformes fecais e totais no sedimento..................................................................41
2.4.4 pH ............................................................................................................................41
2.4.5 Classificação das águas ...........................................................................................42
2.5 Resultados e Discussões .................................................................................................43
2.5.1 pH .....................................................................................................................44
2.5.2. Coliformes Fecais e Totais na água........................................................................45
2.5.3 Coliformes fecais e totais no sedimento..................................................................51
2.6 Conclusões......................................................................................................................54
3 ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA (IQA)..................................................................57
3.1 Introdução.......................................................................................................................57
3.2 Justificativa.....................................................................................................................61
3.3 Objetivos.........................................................................................................................62
3.4 Materiais e métodos........................................................................................................62
3.4.1 Amostragem ............................................................................................................62
3.4.2 Temperatura da água e pH.......................................................................................63
3.4.3 Condutividade..........................................................................................................63
3.4.5 Turbidez...................................................................................................................63
3.4.6 Oxigênio Dissolvido................................................................................................63
3.4.7 Coliformes Fecais....................................................................................................63
3.4.8 Demanda Bioquímica de Oxigênio..........................................................................64
3.4.9 Cor Verdadeira e Aparente......................................................................................64
3.4.10 Sólidos Totais ........................................................................................................64
3.4.11 Demanda Química de Oxigênio (DQO) ................................................................64
3.4.12 Fósforo Total (P
total
)...............................................................................................65
3.4.13 Nitrogênio Total (N
total
).........................................................................................65
vii
3.4.14 Cálculo do Índice de Qualidade de Água ..............................................................65
3.4.15 Análise estatística ..................................................................................................66
3.5 Resultados e Discussões .................................................................................................67
3.5.1 Temperatura, turbidez, condutividade e cor ............................................................67
3.5.2 Sólidos Totais ..........................................................................................................73
3.5.3 Nitrogênio Total ......................................................................................................75
3.5.4 Fósforo Total ...........................................................................................................76
3.5.4 Coliformes Fecais....................................................................................................79
3.5.5 Demanda Bioquímica de Oxigênio e Oxigênio Dissolvido.....................................81
3.5.6 Demanda Química de Oxigênio (DQO) ..................................................................85
3.5.7 Potencial hidrogeniônico (pH).................................................................................86
3.5.8 Índice de Qualidade das Águas (IQA).....................................................................88
3.6 Análise Estatística ..........................................................................................................94
3.7 Conclusões......................................................................................................................97
4 BIOENSAIOS DE TOXICIDADE NO SEDIMENTO....................................................99
4.1 Introdução.......................................................................................................................99
4.2 Justificativa...................................................................................................................103
4.3 Objetivos.......................................................................................................................104
4.4 Materiais e métodos......................................................................................................104
4.4.1 Amostragem ..........................................................................................................104
4.4.2 Bioensaios de toxicidade aguda com Daphnia similis ..........................................105
4.4.3 Granulometria........................................................................................................105
4.5 Resultados e discussões................................................................................................106
4.5.1 Bioensaios de Toxicidade......................................................................................106
4.5.2 Granulometria........................................................................................................107
4.6 Conclusões....................................................................................................................115
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................117
6 REFERÊNCIAS.................................................................................................................121
ANEXO A..............................................................................................................................127
ANEXO B...............................................................................................................................130
ANEXO C..............................................................................................................................135
ANEXO D..............................................................................................................................144
viii
Índice de Figuras
Figura 1: Localização do município de Ilha Solteira-SP, e a área da bacia hidrográfica de
influência do reservatório de Ilha Solteira..............................................................19
Figura 2: Controle das demandas das praias Catarina e Marina do reservatório de Ilha
Solteira/SP. .............................................................................................................20
Figura 3: Características gerais do tipo de clima Aw, segundo a classificação Kopen............21
Figura 4: Nível médio do Reservatório de Ilha Solteira e precipitação média, durante o
período de estudo....................................................................................................26
Figura 5:Vista aérea das praias, com a localização dos pontos de coleta no reservatório de Ilha
Solteira....................................................................................................................27
Figura 6: Vista aérea das praias Catarina (P1) e Marina (P2), do reservatório de Ilha Solteira
com os respectivos pontos de coleta.......................................................................28
Figura 7: Mapa temático com a localização das fossas sépticas e sumidouros, das praias
Catarina e Marina do Reservatório de Ilha Solteira.. .............................................28
Figura 8: Vista aérea do Recanto das Águas (P3), com a localização do ponto de coleta. ......29
Figura 9: Mapa temático com a localização das fossas sépticas e sumidouros, do Recanto das
Águas no Reservatório de Ilha Solteira. .................................................................30
Figura 10: Aproximação esquemática para comparar os perigos de saúde encontrados durante
o uso recreacional da água, adaptado de WHO (2003). .........................................33
Figura 11:Amostragem de água nas praias do reservatório de Ilha Solteira. ...........................38
Figura 12: Exemplo de menbrana Chromocult utilizada na determinação do grupo coliformes
fecais e totais, e ampliação da colônia Escherichia coli.........................................39
Figura 13: Determinação do pH da água nas praias do reservatório de Ilha Solteira durante o
período de estudo....................................................................................................40
Figura 14: Gráficos da variação amostral do pH nas praias do reservatório de ilha Solteria
durante o período de estudo....................................................................................43
Figura 15:Porcentagem de permanência de tempo na classificação da balneabilidade segundo
a Resolução CONAMA 274/00, nas praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo....................................................................................44
Figura 16:Índice de coliformes totais e chuvas ocorridas no período de pesquisa, nas praias do
Reservatório de Ilha Solteira/SP.............................................................................47
ix
Figura 17:Valores de coliformes fecais (E. coli), nas praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo....................................................................................50
Figura 18:Valores de coliformes fecais (E. coli), nas praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo....................................................................................52
Figura 19: Temperatura média da água nos dias de coleta, nas praias do Reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ....................................................................66
Figura 20:Variação da Turbidez da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo....................................................................................................67
Figura 21:Variação da Condutividade Elétrica da água das praias do Reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ....................................................................68
Figura 22: Variação da cor aparente da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo....................................................................................70
Figura 23: Variação da cor verdadeira da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo....................................................................................71
Figura 24: Variação de sólidos totais nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo....................................................................................................72
Figura 25: Ressuspensão do material de fundo na Praia da Marina ocasionada pela ação do
vento. ......................................................................................................................73
Figura 26:Variação do Nitrogênio Total nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo....................................................................................................73
Figura 27: Variação do Fósforo Total nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo....................................................................................................76
Figura 28: Variação do número de coliformes fecais na água das praias do Reservatório de
Ilha Solteira, durante o período de estudo. .............................................................77
Figura 29: Curva utilizada para a avaliação do parâmetro coliformes fecais no índice de
qualidade das águas (CETESB, 2004)....................................................................78
Figura 30: Variação da demando bioquímica de oxigênio na água das praias do Reservatório
de Ilha Solteira, durante o período de estudo. ........................................................80
Figura 31: Variação do oxigênio dissolvido na água das praias do Reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ....................................................................82
Figura 32: Variação da porcentagem de saturação de oxigênio dissolvido na água das praias
do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo...............................83
Figura 33: Variação da demando química de oxigênio na água das praias do Reservatório de
Ilha Solteira, durante o período de estudo. .............................................................84
x
Figura 34:Variação do pH na água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo....................................................................................................85
Figura 35: Resumo geral da classificação da qualidade da água das praias do reservatório de
Ilha Solteira/SP segundo a CETESB/SP, durante o período de estudo..................89
Figura 36: Resumo geral da classificação da qualidade da água segundo a FEAM/MG, das
praias do reservatório de Ilha Solteira/SP, durante o período de estudo. ...............90
Figura 37: Comparativo geral da classificação da qualidade da água segundo a FEAM/MG e
CETESB/SP, das praias do reservatório de Ilha Solteira/SP, durante o período de
estudo......................................................................................................................91
Figura 38: Dendograma das variáveis do índice de qualidade das águas (IQA), variáveis
meteorológicas, de controle do reservatório e número de visitantes, da Praia
Catarina do reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo..................93
Figura 39: Dendograma das variáveis do índice de qualidade das águas (IQA), variáveis
meteorológicas, de controle do reservatório e número de visitantes, da Praia
Marina do reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo....................94
Figura 40: Dendograma das variáveis do índice de qualidade das águas (IQA), variáveis
meteorológicas, de controle do reservatório e número de visitantes, do Recanto das
Águas do reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.....................95
Figura 41: Coleta do sedimento na praia da Catarina (esquerda), praia Marina (centro),
Recanto das Águas (esquerda)..............................................................................102
Figura 42: Cultivo dos organismos Daphnia similis e realização dos bioensaios de toxicidade
aguda.....................................................................................................................103
Figura 43: Gráfico das frações granulométricas da Praia Catarina (P1), e do nível da água do
Reservatório de Ilha Solteira. ...............................................................................106
Figura 44: Faixa de valores medianos e extremos para as frações granulométricas da Praia
Catarina, durante o período de estudo. .................................................................107
Figura 45: Gráfico das frações granulométricas da Praia Marina (P2), e do nível da água do
Reservatório de Ilha Solteira. ...............................................................................108
Figura 46: Faixa de valores medianos e extremos para as frações granulométricas da Praia
Marina (P2), durante o período de estudo. ...........................................................109
Figura 47: Gráfico das frações granulométricas do Recanto das Águas), e do nível da água do
Reservatório de Ilha Solteira. ...............................................................................109
Figura 48: Sedimento do ponto de coleta do Recanto das Águas (P3). .................................110
xi
Figura 49: Faixa de valores medianos e extremos para as frações granulométricas do Recanto
das Águas (P3), durante o período de estudo .......................................................111
Figura 50:Balneabilidade, índice de qualidade das águas, toxicidade no sedimento,
precipitação, nível do reservatório e número de visitantes, da praia Catarina (P1),
durante o período de análise. ................................................................................116
Figura 51: Balneabilidade, índice de qualidade das águas, toxicidade no sedimento,
precipitação, nível do reservatório e número de visitantes, da praia Marina (P2),
durante o período de análise. ................................................................................117
Figura 52: Balneabilidade, índice de qualidade das águas, toxicidade no sedimento,
precipitação, nível do reservatório e número de visitantes, do Recanto das Águas,
durante o período de análise. ................................................................................118
Figura 53: Curva do parâmetro Oxigênio Dissolvido, para cálculo do IQA-NSF..................140
Figura 54: Curva do parâmetro Temperatura, para cálculo do IQA-NSF..............................141
Figura 55: Curva do parâmetro Coliformes Fecais, para cálculo do IQA-NSF......................142
Figura 56: Curva do parâmetro Potencial Hidrogeniônico, para cálculo do IQA-NSF..........143
Figura 57: Curva do parâmetro DBO, para cálculo do IQA-NSF..........................................144
Figura 58: Curva do parâmetro Nitrogênio Total, para cálculo do IQA-NSF........................145
Figura 59: Curva do parâmetro Fósforo Total, para cálculo do IQA-NSF.............................145
Figura 60: Curva do parâmetro Turbidez, para cálculo do IQA-NSF....................................146
Figura 61: Curva do parâmetro Resíduos Totais, para cálculo do IQA-NSF.........................147
xi
i
Índice de Tabelas
Tabela 1: Dados meteorológicos extremos e médios para o reservatório de Ilha Solteira/SP. 21
Tabela 2: Resumo das características meterológicas dos pontos de coleta, durante o período de
estudo......................................................................................................................22
Tabela 3: Nível médio do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo...........26
Tabela 4 : Classificação das águas para balneabilidade, segundo limite de coliformes fecais
(Resolução CONAMA 274/00), NMP: número mais provável. ............................40
Tabela 5: Resumo da balneabilidade das praias do Reservatório de Ilha Solteira. ..................45
Tabela 6:Classificação da qualidade da água pela Cetesb /SP, segundo critérios de
balneabilidade da Resolução Conama 274/00 de qualidade "Própria"e “Imprópria”.
................................................................................................................................48
Tabela 7: Principais índices nacionais e internacionais de qualidade da água, suas aplicações e
parâmetros (PNMA PE, 2004)................................................................................56
Tabela 8: Porcentagem de influência de cada parâmetro no cálculo do IQA (CETESB, 2001).
................................................................................................................................64
Tabela 9:Classificação das águas para o Índice de Qualidade das Águas (CETESB, 2001). ..64
Tabela 10: Índice de qualidade das águas (IQA), das praias do reservatório de Ilha
Solteira/SP, durante o período de estudo................................................................87
Tabela 11: Classificação da qualidade da água segundo a FEAM/MG. ..................................89
Tabela 12: Exemplo de bioensaios padronizados mundialmente e teste de toxicidade aguda.
..............................................................................................................................100
Tabela 13: Porcentagem de imobilidade para Daphnia similis no sedimento do Reservatório
de Ilha Solteira, durante o período de estudo. ......................................................104
Tabela 14: Limites de toxicidade, segundo a imobilidade dos organismos testes. ................104
Tabela 15: Resumo geral da classificação da granulometria das praias do reservatório de Ilha
Solteira/SP, durante o período de estudo..............................................................112
Tabela 16: Dados de coliformes fecais e totais, da água das praias do reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ..................................................................126
Tabela 17:Dados de coliformes fecais e totais, do sedimento das praias do reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ..................................................................127
xiii
Tabela 18: Dados de temperatura, pH e condutividade, das praias do reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ..................................................................129
Tabela 19: Dados de tubidez, cor aparente e cor verdadeira, das praias do reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo. ..................................................................130
Tabela 20: Dados para a confecção do IQA, das praias do reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo..................................................................................131
Tabela 21: Parâmetros qi relativos aos dados para confecção do IQA, das praias do
reservatório de Ilha Solteria, durante o período de estudo. ..................................132
Tabela 22: Dados de toxicidade para as praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o
período amostrado. ...............................................................................................143
Tabela 23: Fração granulométrica das praias do reservatório de Ilha Solteira durante o período
..............................................................................................................................145
xiv
RESUMO
O presente estudo teve por objetivo a determinação semanal da balneabilidade, mensal do
índice de qualidade da água (IQA) e do bioensaio de toxicidade aguda do sedimento (Outubro
de 2004 à outubro de 2005). Os pontos monitorados foram às praias Catarina (P1), Marina
(P2) e Recanto das Águas (P3), que contam com um grande afluxo de pessoas em períodos de
verão. O método para a avaliação do número de coliformes fecais e totais tanto na água
quanto no sedimento foi o Chromocult. Para a balneabilidade, os resultados para a água
evidenciaram que, segundo a Resolução CONAMA 274/00, as praias do reservatório
oferecem uma qualidade de água de “Muito Boa” à “Excelente” em pelo menos 70% do ano.
Onde sua qualidade está condicionada ao nível do reservatório, sendo que no mês de abril,
com a elevação do nível da água, sua classificação foi imprópria nas semanas amostradas. Já a
elevação no número de coliformes totais pode estar relacionada com a atividade de pecuária
extensiva inserida no entorno do reservatório, que com a chegada das chuvas pode carrear
esse material para o corpo d’água. Os resultados de coliformes fecais e totais para o
sedimento mantiveram-se baixos em todas as estações analisadas durante o período
amostrado. O índice de qualidade da água é composto das variáveis: temperatura, pH,
turbidez, coliformes fecais, DBO
5
, porcentagem de saturação de oxigênio dissolvido,
nitrogênio total, fósforo total e resíduos totais. Onde apresentou valores entre “Ótimo” e
“Bom” durante o período de estudo, sendo que o ponto P3, foi o que apresentou melhor
qualidade com uma média anual de 87,99 , seguido do P2 com uma média anual de 86,48 e
do ponto P1 com 83,25. Os valores que mais contribuíram para as mudanças nos parâmetros
do IQA foram o número de coliformes fecais, turbidez e sólidos em suspensão, provocados
basicamente pelo afluxo de pessoas às praias, período de chuvas, aumento do nível do
reservatório e ação dos ventos. Com relação aos demais parâmetros complementares ao IQA,
como condutividade, DQO, cor verdadeira e aparente, notou-se que durante o período de
estudo apresentaram-se com valores compatíveis com sistemas aquáticos pouco impactados.
O IQA, apesar de ser um índice relativamente simples e de fácil confecção, conseguiu mostrar
a boa qualidade das águas das praias do reservatório, pois apresenta um bom número de
parâmetros que podem inferir sobre a qualidade da água, conseguindo mostrar de maneira
rápida a qualidade de um sistema aquático. Os bioensaios de toxicidade aguda no sedimento
foram executados com o organismo Daphinia similis, e seguidos de uma avaliação
granulométrica do material. Pode-se observar que a praia Catarina mostrou um pior
desempenho dos três pontos amostrados, apresentou-se ao longo do período de estudo com
xv
indícios de toxicidade em 36% do tempo, o Recanto das águas em 18,2% e a praia Marina em
9,1% do seu tempo nesta classificação. No restante do período amostrado a classificação das
praias foi sem indícios de toxicidade, o que mostra a boa qualidade do sedimento das praias,
corroborando com a qualidade da água. As frações granulométricas apresentaram uma
classificação de areia fina à média, preponderante em todos os pontos.
Palavras-chave: Balneabilidade. Índice de qualidade da água. Bioensaios de toxicidade.
Reservatório de Ilha Solteira.
xvi
ABSTRACT
The present study had for objective the weekly bathing water quality, montly determination of
the Water Quality Index (WQI), and the acute toxicity bioassays in the sediment (from
october 2004 to october 2005). The monitored points were Catarina (P1), Marina (P2) beaches
and Recanto das Águas (P3), which has a great affluence of people in the summer. The
method for the evaluation of the number of fecal and total coliforms in the water and sediment
it was Chromocult. The bathing water quality results showed, according to Resolution
CONAMA 274/00, that the beaches of the reservoir presented a bathing water quality varying
from "Very Good" to "Excellent" in at least 70% of the year. Where your quality was
conditioned to the level of the reservoir, in April, with the water level elevation, its
classification was “Inappropriate”. The number of total coliforms can be related to the
extensive cattle breeding activity all around reservoir. With the rainy season, the material
produced by such an activity can be carried to the body water. The fecal and total coliforms
data on sediment remained low in all sampling stations. The water quality index (WQI) is
composed of the variables: temperature, pH, turbidity, fecal coliforms, BOD
5
, dissolved
oxygen percentage saturation, total nitrogen, total phosphorus and total solids. The results
showed WQI between "Very Good" and "Good" during the study period, where P3 presented
the best water quality along the study period with an annual average of 87,99, followed by P2
with an annual average of 86,48 and by P1 with 83,25. The main contribution for changes in
the WQI values were the fecal coliforms number, turbidity and total solids, caused by the
people's affluence to the beaches, rainy season, water level increase and winds. Considering
the other parameters, as conductivity, COD, true and apparent color, the data presented low
values, which demonstrated an aquatic system with low impacts during the study period.
Although the WQI is a relatively simple index and of an easy determination, it could show the
good water quality of the beaches of Ilha Solteira’s reservoir, because its present a good
number of parameters that can infere this quality, making it possible quickly. Acute toxicity
bioassays in the sediment were executed with the organism Daphinia similis, and followed by
an evaluation grain size compositions of the material. The sediment of the beaches presented a
“Good Quality” regarding the acute toxicity bioassays during the study period. The results
showed that Catarina beach presented “Toxicity indications” in 36% of the study period,
Recanto das Águas in 18,2% and Marina beach in 9,1%. In the remaining period the
classification was of “No Toxicity Indications” in the beaches what confirms the good quality
xvii
of the sediment, and its relation with water quality of the reservoir. The fractions of grain size
composition presented a classification of fine sand and average, preponderant in all the points.
Keywords: Bathing Water Quality. Water Quality Index (WQI). Acute toxicity bioassays.
Ilha Solteira’s reservoir.
18
1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
O reservatório da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira localiza-se entre os estados de
São Paulo e Mato Grosso do Sul, nas coordenadas 20°25'42" S e 51°20'34" W, na altitude de
330,0 m, estando inserido na bacia hidrográfica do rio Paraná. O reservatório localiza-se em
uma região com baixa densidade demográfica (34,24 hab.km
-2
), tendo no setor primário sua
principal atividade, destacando-se a pecuária, cana-de-açúcar, laranja, café e culturas
temporárias como milho, arroz, etc. Os usos da água estão destinados para abastecimento
público, afastamento de efluentes domésticos, irrigação de plantações e para as principais
atividades industriais como usinas, destilarias, curtumes, frigoríficos e laticínios (CETESB,
2001).
A área da bacia hidrográfica deste reservatório é de 375.460,0 km2 e o seu maior
afluente é o rio Paraná, que possui uma vazão média de 5.206,0 m³.s-¹. O reservatório
apresenta uma profundidade média de 17,00 m e uma área inundada de 1.195,0 km2.
O comprimento do reservatório é de aproximadamente 70,0 km, com volume máximo
de 210,6x10
8
m
3
. O comprimento da barragem de concreto é de 975,0 m, com uma altura
máxima de 74,0 m (CESP, 2006).
19
Figura 1: Localização do município de Ilha Solteira-SP, e a área da bacia hidrográfica de influência do
reservatório de Ilha Solteira.
Fonte: VASILIO (2006).
As praias da Catarina e Marina são os principais pontos de lazer no município de Ilha
Solteira. Pela Figura 2 pode-se observar a época em que se desenvolve a maioria das
atividades culturais e esportivas e o maior afluxo de pessoas ao local. As cidades que possuem
maior incidência de visitação na estância turística de Ilha Solteira são: Andradina, Castilho,
Dracena, Irapuru, Junqueirópolis, Mirandópolis, Pereira Barreto, Piracatu, Selvíria, Sud
Menucci, Suzanópolis, Tupi e Valparaíso (SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO DE
ILHA SOLTEIRA, 2005).
20
Controle de demanda das praias.
60282
49707
74097
82728
53016
36591
29418
17475
2823
19950
29394
46413
19941
20757
0
20000
40000
60000
80000
se
t
/
04
ou
t
/
0
4
no
v/04
dez
/
0
4
jan/05
f
ev/05
mar/0
5
ab
r/
05
mai
/05
ju
n/05
ju
l
/
0
5
ago/05
set/05
out/05
Data
mero de Visitantes
Figura 2: Controle das demandas das praias Catarina e Marina do reservatório de Ilha Solteira/SP.
Fonte: Secretaria Municipal de Turismo de Ilha Solteira (2005).
1.1 Clima
Segundo a classificação climática de KÖPEN, a região apresenta um clima tropical
(Aw), ou seja, temperaturas elevadas com chuva no verão e seca no inverno. As médias de
temperatura dos meses mais quentes são maiores que 20°C e no mês mais frio do ano as
mínimas são menores que 18°C, sendo classificado pela efetividade da precipitação, como um
clima úmido, variando com precipitações de menos de 60 mm nos meses de seca, a chuvas
com mais de 260 mm nos meses com maior precipitação (SETZER, 1966) (Figura 3).
21
Figura 3: Características gerais do tipo de clima Aw, segundo a classificação Kopen.
Fonte: Informações climáticas brasileiras (2006).
A seguir serão apresentados os dados referentes ao período de pesquisa, que realizou-
se de outubro de 2004 à outubro de 2005:
Tabela 1: Dados meteorológicos extremos e médios para o reservatório de Ilha Solteira/SP.
Fonte: Área de Hidráulica e Irrigação do Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos
FEIS/UNESP (2005).
Mínima:
7,2 ºC em agosto/05
dia:
31,2 ºC
Máxima:
38,7 °C em Outubro/05
Meses mais quentes: fevereiro/março/abril/05
s mais frio:
jul/ago/05
s mais chuvoso:
janeiro/05 com 300,5mm
s mais seco:
agosto/05 sem chuvas
Total:
1305,9 mm
Mínima:
outubro/04 com 7,22 %
Máxima:
maio/05 com 97,8%
dia anual:
66,65%
s mais ensolarado:
março 12,4 h/dia
Pluviosidade
Umidade relativa do ar
Insolação
Temperatura
22
O vento nos meses de janeiro a setembro tem uma direção predominante e apresenta
uma leve, continua e gradual rotação de WS passando por W até atingir o quadrante NW. Nos
meses de outubro, novembro e dezembro essa rotação é gradualmente revertida pelo aumento
do vento de SE (UNESP, 2005).
Considerando o período de estudo, a direção média do vento foi do quadrante WS e
velocidade média diária é 1,48 m/s com oscilação ao redor de 20% superior no período de
agosto a dezembro e inferior nos meses de fevereiro a junho (UNESP, 2005).
Tabela 2: Resumo das características meterológicas dos pontos de coleta, durante o período de estudo.
Data
TEMP. DO AR ºC
UMIDADE REL. AR %
PRECIPITAÇÃO
VENTO
mês
Média Média mm m/s
set/04 27,8 38,3 10,4
-
out/04 24,3 68,1 174,2
1,71
nov/04 25,8 67,1 198,6
1,49
dez/04 25,8 73,0 196,1
1,21
jan/05 25,8 82,7 300,5
1,11
fev/05 27,1 60,8 2,5
1,39
mar/05 27,3 68,5 95,8
1,26
abr/05 26,7 65,1 47,5
1,19
mai/05 23,8 63,3 71,4
1,48
jun/05 22,8 68,6 36,1
1,1
jul/05 20,3 64,5 44,4
1,57
ago/05 23,7 49,8 3,8
1,88
set/05 17,4 67,4 61,1
2,09
out/05 26,7 66,8 63,5
1,57
Fonte: UNESP (2005).
1.2 Geologia
O reservatório de Ilha Solteira apresenta-se sobre o Arenito Bauru, que possui
sedimentos arenosos de granulação fina com teor variável de cimento calcário desde zero a
20%. Quanto mais alto este teor, tanto mais duro e consolidado o arenito e tanto maior sua
resistência ao impacto do clima úmido. As litologias predominantes são os Arenitos, Lentes
de Siltitos e Argilitos (IPT, 1997).
23
1.3 Geomorfologia
O reservatório de Ilha Solteira localiza-se na unidade morfoestrutural da Bacia
Sedimentar do Paraná, no Planalto Centro Ocidental, com o relevo dominado por colinas
amplas e baixas com topos convexos e topos aplanados ou tabulares. As altimetrias variam
entre 300,0 e 600,0 m, e as declividades médias predominantes estão entre 10 e 20% (IPT,
1997).
1.4 Solos
Os tipos de solos encontrados no município de Ilha Solteira são: Solos hidromórficos
(HI), Latossolo Roxo (LR), Latossolo Vermelho Escuro (LE), Podzólico–Var. Lins (PL) e
Podzólico – Var. Marília (PM) (IPT, 1997).
O tipo de solo predominante no município é o latossolo vermelho-escuro (369,84
km²). Esse tipo de solo ocorre sobre rochas areníticas, apresentando como características
principais: baixa fertilidade natural são geralmente ácidos, apresentam forte propensão à
erosão, quando expostos a chuvas intensas, sem proteção e alta permeabilidade. A maior parte
do latossolo vermelho escuro encontra-se em áreas de declividade entre 2% e 5% (CESP,
2001).
O latossolo roxo é de fertilidade natural alta, fraca propensão aos processos erosivos,
pouco permeável e profundo, ocorrendo sobre os basaltos, que apresentam pequenas
exposições junto aos fundos de vale mais aprofundados. O latossolo roxo foi em grande parte
inundado pela Represa de Ilha Solteira. A maior parte desse solo situa-se em áreas com
declividade entre 2% e 5% (CESP, 2001).
Os solos hidromórficos ocorrem nas várzeas, a maior parte ocupando terrenos com
declividade entre 0% e 2%. Apresentam como principais características uma fertilidade
24
natural, média ou alta, presença constante de água e possibilidade de inundações. Grande
parte desse tipo de solo foi também inundada pela Represa de Ilha Solteira (CESP, 2001).
As rochas areníticas do Grupo Bauru originaram também os solos podzolizados de
Lins e Marília, e não apresentaram porções significativas de área inundadas, quando da
formação da Represa de Ilha Solteira.
1.5 Vegetação
Os principais tipos de vegetação encontrados no município são as formações de mata e
de cerrado. A cobertura vegetal original da região onde se localiza Ilha Solteira era
representada pela mata tropical latifoliada semi - decídua, pelo cerrado e pelo cerradão
(VELOSO et al., 1991).
Observa-se escassez de vegetação natural que recobre apenas cerca de 1% da área do
município. Uma área de significativa importância em termos de vegetação corresponde a uma
área adjacente ao Córrego do Pernilongo, representada por cerrado e mata. A maioria dos
córregos encontra-se totalmente desprovida de mata ciliar, representada apenas por
fragmentos, muitos dele de tamanho reduzido (CESP, 2001).
1.6 Comportamento das Margens do Reservatório
A fragilidade dos tipos de margem está condicionada aos diferentes tipos de ocupação,
bem como ao comportamento das bacias de drenagem e o embate de ondas (WISCHMEIER e
SMITH, 1978).
A altura das ondas é um aspecto importante no comportamento das margens dos
reservatórios, uma vez que está associada, não só à direção, freqüência, intensidade dos
ventos, mas também à dimensão da lâmina de água afetada. Assim, nos locais onde o
reservatório é mais largo ocorre formação de ondas de grande tamanho que provocam a
25
erosão das margens, gerando taludes altos e íngremes, independentemente do padrão das
margens existentes.
A análise integrada dos atributos e fragilidades do substrato rochoso, do relevo e dos
solos permite identificar quatro tipos básicos de margens no reservatório. Mais
especificamente o local de amostragem se encontra numa zona de margens suaves, inclinação
< 5%, onde, na sua constituição, são sustentadas por saprolito de basalto e de arenitos,
podendo apresentar afloramentos de arenitos alterado e níveis de laterita (CESP, 2001).
A dinâmica superficial e os problemas observados nos pontos de amostragem são:
Erosão laminar e em sulcos de baixa intensidade e freqüência;
Pequenos abatimentos, que são localizados em função da direção preferencial
de embate das ondas, principalmente na Praia Marina;
1.7 Nível do Reservatório
O nível médio do reservatório (Tabela 3) é tomado com base ao nível médio do mar, o
qual oscilou com uma variação máxima de 2,54 m, em uma cota máxima em abril/05 com
328,08 m e mínima em setembro/05 com 325,54 m. No período de outubro/04 a janeiro/05,
correspondente ao período chuvoso, o reservatório manteve-se constante numa média de
325,95 m para a manutenção dos principais usos múltiplos com geração de energia elétrica e
navegação.
26
Tabela 3: Nível médio do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
Data N.A. médio do Reservario
out/04 325,95
nov/04 325,89
dez/04 325,92
jan/05 326,02
fev/05 325,97
mar/05 326,69
abr/05 327,86
mai/05 327,6
jun/05 326,56
jul/05 327,12
ago/05 326,32
set/05 325,66
out/05 325,71
nov/05 325,36
324
326
328
330
out/04 jan/05 abr/05 jul/05 out/05
Data
Nivel dágua do Reservatório .
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
Precipitção mensal .
Precipitação (mm) NA do Reservatório (m)
Figura 4: Nível médio do Reservatório de Ilha Solteira e precipitação média, durante o período de estudo.
27
1.8 Pontos de Coleta
O município de Ilha Solteira possui um Parque Balneário que apresenta mais de 100 ha
de área dividida em três Praias: Catarina , Marina e Recanto das Águas.
Foram escolhidos três pontos de coleta em função das áreas de maior uso pelos
turistas, sendo distribuídos como indicado na Figura 5, seguindo a avaliação descrita:
P1: Praia Catarina: S20°23.144’ e W51°20.686’;
P2: Praia Marina: S20°22.969’ e W51°20.500’;
P3: Recanto das Águas: S20°22.864’ e W51°19675’;
Figura 5:Vista aérea das praias, com a localização dos pontos de coleta no reservatório de Ilha Solteira.
Fonte: Secretaria de Turismo de ilha Solteira (2005).
A Praia Catarina (Figura 5 e 6) possui infra-estrutura de acesso pavimentado com
iluminação, duchas, lanchonetes, quadras poli esportivas, estacionamento para ônibus e
carros, calçadão iluminado, telefone público, ancoradouro, área para camping, 26 quiosques,
3 sanitários (masculino e feminino) além do prédio da Administração das Praias, para
atendimento a primeiros-socorros, salva-vidas e segurança, feita pelo Corpo de Bombeiros e
Guarda Municipal respectivamente.
28
A Praia Marina (Figura 6 e 7) possui infra-estrutura voltada somente para o lazer
náutico, com um abrigo para pequenas embarcações de aproximadamente 700 m², e uma
rampa náutica de acesso ao reservatório. Consta ainda de uma lanchonete que atualmente se
encontra desativada e um par de banheiros, além de uma residência em alvenaria de
aproximadamente 150 m² .
Figura 6: Vista aérea das praias Catarina (P1) e Marina (P2), do reservatório de Ilha Solteira com os respectivos
pontos de coleta.
Fonte: PEREIRA (2006).
Figura 7: Mapa temático com a localização das fossas sépticas e sumidouros, das praias Catarina e Marina do
Reservatório de Ilha Solteira. Fonte: VASIILIO (2006).
29
O Recanto das Águas (Figura 7 e 8) é um conjunto de pequenas propriedades rurais
(ranchos) voltados ao lazer, pesca e náutica. Foi criado em 1995, e seus lotes possuem
aproximadamente 2.600 m², com frente mínima de 20 m e 130 m de profundidade. Existem
108 lotes na orla do reservatório, sendo que estes não contam com sistema de esgoto público,
adotando um sistema de tratamento de esgoto do tipo fossa séptica (sumidouro). Cerca de
50% das propriedades estão irregulares perante os órgãos ambientais, e o respeitam a faixa
de 100 m de Área de Proteção Permanente. O conjunto conta ainda com uma área de lazer
com aproximadamente 109.000,00 e mais sete áreas que juntas somam 36.311,54
intermediando as quadras marginais à água, que servem de acesso ao reservatório.
Figura 8: Vista aérea do Recanto das Águas (P3), com a localização do ponto de coleta.
Fonte: PEREIRA (2006).
30
Figura 9: Mapa temático com a localização das fossas sépticas e sumidouros, do Recanto das Águas no
Reservatório de Ilha Solteira.
Fonte: VASIILIO (2006).
31
2.0 BALNEABILIDADE
2.1 Introdução
Segundo a CETESB (2004), balneabilidade é a qualidade das águas destinadas à
recreação de contato primário (natação, mergulho, esqui-aquático, etc), sendo este entendido
como um contato direto e prolongado com a água, onde a possibilidade de ingerir quantidades
apreciáveis de água é elevada. O parâmetro indicador básico para a classificação das praias
quanto à sua balneabilidade em termos sanitários é a densidade de coliformes fecais onde
diversos são os fatores que condicionam a presença de esgotos nas praias, tais como: sistemas
de coleta e disposição de despejos gerados nas proximidades, afluência turística durante
períodos de temporada, fisiografia da praia, ocorrência de chuvas, entre outros.
No Brasil, a Resolução CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 20/86,
que determina especificidades para a classificação e o enquadramento dos corpos de água,
estabelecia os critérios relacionados a balneabilidade nos Artigos 26 a 34. Estes foram
revogados pela Resolução CONAMA 274/00, que trata especificamente da balneabilidade. A
inovação ocasionada pela nova Resolução refere-se à possibilidade da utilização de outros, e
mais específicos, microrganismos indicadores de contaminação fecal, como a Escherichia coli
e os enterococos (CONAMA, 2000).
Escherichia coli é o organismo utilizado mundialmente, pois satisfaz as exigências de
um indicador ideal de poluição. Outras bactérias têm sido sugeridas e algumas vezes
utilizadas como indicadores de poluição, como Streptococcus faecalis e Clostridium
perfringens, ambas habitantes normais do intestino grosso do homem e de outros animais.
32
Existe também, um considerável interesse no desenvolvimento de uma metodologia de rotina
para a evidenciação de um vírus como indicador de poluição (PELCZAR et al. 1996)
Segundo a Resolução CONAMA 274/00, a qualidade das águas doces, salobras e
salinas destinadas à balneabilidade terá sua condição avaliada nas categorias própria e
imprópria. As águas consideradas próprias poderão ser subdivididas nas categorias Excelente,
Muito Boa e Satisfatória. A classificação dar-se-á de acordo com as densidades de coliformes
fecais (termotolerantes), Escherichia coli ou enterococos (em águas marinhas) amostrados
durante cinco semanas consecutivas ou cinco amostragens com intervalo mínimo de 24 horas
entre elas. As águas são consideradas impróprias quando ultrapassarem os índices
bacteriológicos admitidos e houver incidências elevadas de enfermidades transmissíveis por
via hídrica, presença de resíduos como esgotos sanitários, óleos, graxas e outras substâncias
capazes de oferecer riscos à saúde, floração de algas ou outros organismos ou presença de
transmissores potenciais de esquistossomose e outras doenças de veiculação hídrica.
Segundo a WHO (2003), os perigos associados com o uso de ambientes recreacionais
aquáticos estão relacionados em grupos:
- Perigos físicos (por exemplo, afogamentos ou ferimentos);
- Frio, calor e luz solar;
- Algas e seus produtos tóxicos;
- Agentes químicos e físicos;
- Organismos aquáticos perigosos.
- Qualidade de água (especialmente exposição à água contaminada pelo esgoto, mas
também exposição aos microorganismos patogênicos que vivem na água recreacional);
- Contaminação da areia da praia;
A Figura 10 fornece uma aproximação esquemática para comparar os perigos de saúde
encontrados durante o uso recreacional da água. Um resultado grave para a saúde, tal como
33
paralisia permanente ou morte, em conseqüência de mergulhar na água rasa, pode afetar
somente um número pequeno de banhistas anualmente, mas pode demonstrar uma prioridade
elevada do monitoramento das águas. As irritações de pele, encontradas no extremo oposto da
escala, podem afetar um número mais elevado de banhistas por ano, mas não resultam em
nenhuma incapacidade e não requerem assim uma prioridade mais elevada de monitoramento
(WHO, 2003).
Figura 10: Aproximação esquemática para comparar os perigos de saúde encontrados durante o uso recreacional
da água, adaptado de WHO (2003).
As águas recreacionais contêm geralmente uma mistura de microorganismos
patogênicos e não-patogênicos. Estes microorganismos podem ser derivados dos efluentes do
esgoto, da população recreacional usando a água (de defecação e/ou do derramamento),
animais de criação (gado, carneiro, etc.), processos industriais, atividades de cultivo, animais
34
domésticos e animais selvagens. Além disso, as águas recreacionais podem também conter
microorganismos patogênicos de vida livre. Estas fontes podem incluir os organismos
patogênicos que causam infecções gastrointestinais depois da ingestão, ou infecções
respiratórias, dos ouvidos, dos olhos, da cavidade nasal e da pele. As infecções e doenças
devido ao contato recreacional da água são geralmente suaves e assim difíceis de detectar por
meio dos sistemas médicos rotineiros. Estudos epidemiológicos, mostraram um número de
resultados adversos da saúde (incluindo infecções gastrointestinais e respiratórias) a serem
associados com água recreacional poluída por fezes (WHO, 2003).
Apesar da preditiva evolução nos métodos de avaliação da balneabilidade, a resolução
274/00 CONAMA é baseada em estudos desenvolvidos por agências internacionais, como a
EPA e WHO, e estes baseados em estudos desenvolvidos nas décadas de 70 e 80 (CABELLI
et al 1975,1979,1982; DUFOUR 1984). A atual recomendação de indicadores bacterianos está
fundamentada em métodos microbiológicos que envolvem culturas de indicadores fecais,
como Enterococus spp. ou Escherichia coli, e a contagem das unidades formadoras de
colônias. Uma falha destes métodos é que, o grupo de bactérias necessitada de pelo menos 24
horas para o crescimento visível das colônias, tornando impossível para os agenciadores
locais das praias fazer uma avaliação da qualidade da água no momento em que ela é
coletada.
Estudos desenvolvidos por Boehm et al. (2002), dizem que a qualidade microbiana da
água muda rapidamente, seus resultados demonstraram que esta é afetada por uma série de
fatores complexos, tanto locais quanto externos, e que recomendações baseadas em
organismos que requerem no mínimo 24 horas de desenvolvimento, são suficientemente
demoradas para se realizar uma intervenção no local.
Atualmente, alguns métodos mais rápidos têm sido desenvolvidos para a avaliação da
balneabilidade. A modificação da versão da reação em cadeia da polimerase (PCR), tem sido
35
aperfeiçoada para quantificar indicadores de bactérias em águas recreacionais em menos de 2
horas. Esse método é baseado na decodificação genética das bactérias através da extração
total de DNA, onde posteriormente a reação em cadeia da polimerase é estimulada, e é
possível obter-se cópias de uma parte do material genético em quantidade suficiente que
permita detectar e analisar a seqüência que é alvo de estudo (GENESIS, 2006). Fornecendo
uma rápida avaliação da qualidade da água, com o potencial para reduzir significantemente
doenças relacionadas à exposição de águas recreacionais contaminadas, e também reduzir
erros em relatórios de avaliações e notificações públicas (WADE et al.,2006).
Esses estudos estão em sua fase inicial e foram desenvolvidos na região dos Grandes
Lagos (Lago Michigan/USA e o Lago Erie/USA), onde tentou-se associar a balneabilidade
com a ocorrência de doenças gastrointestinais. Os resultados obtidos mostram associações de
bacteróides (gênero de bactérias gram-negativas, patogênicas e habitantes intestinais e
urogenitais de humanos, animais e insetos) e de Enterococcus com a qualidade da água, e tem
um potencial promissor no desenvolvimento de futuras pesquisas desta área.
2.2 Justificativa
Segundo a CETESB (2001), as margens do reservatório de Ilha Solteira apresentam
elevado potencial turístico, sendo extremamente importante a coleta de dados e o
monitoramento da qualidade da água visando o seu aproveitamento pleno. A cidade de Ilha
Solteira apresenta a denominação de Estância Turística, o que remete à extrema importância
que uma boa qualidade da água do reservatório teria para que as atividades turísticas do
município fossem ampliadas de modo sustentável.
36
Devido a este potencial turístico, observa-se a necessidade de assegurar um
acompanhamento da qualidade da água e da balneabilidade do reservatório, visto o grande
número de visitantes com picos de 17.000 pessoas por dia em alta temporada.
As praias da Catarina e Marina são os principais pontos de recreação no município de
Ilha Solteira, atingindo no verão picos de aproximadamente 82.728 pessoas/mês (Figura 2
Cap. 1) devido basicamente à prática de esportes náuticos, campeonatos de pesca e recreação
de contato primário (SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO, 2004). Deve-se salientar
que esta população flutuante das praias é cerca de quatro vezes superior à população do
município de Ilha Solteira, que atualmente apresenta 22.641 habitantes.
Outro fator que deve ser levado em consideração é a existência de um trabalho
preliminar das condições de balneabilidade das praias de Ilha Solteira, realizado pelo
Departamento de Química da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. Este
trabalho determinou a densidade de Coliformes totais e Escherichia coli no período de
setembro de 2000 a junho de 2001, onde as coletas foram executadas quinzenalmente. Os
resultados obtidos demonstraram que, embora o número de coliformes fecais estivesse dentro
dos padrões da Resolução CONAMA 274/00, notou-se que durante o período seco ocorreu
uma variação significativa no número de coliformes fecais em relação ao período chuvoso,
atingindo o número superior a 150 colônias de coliformes (KIRYU, 2001).
Deve-se salientar que este estudo foi realizado quinzenalmente e somente nas praias da
Marina e Catarina, não contemplando o bairro Recanto das Águas, que é uma região a
montante das praias citadas e apresenta uma utilização com contato primário com a água,
esportes náuticos e pesca esportiva.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) realiza um
monitoramento da qualidade das águas interiores do estado, com 388 pontos de amostragem
de água em todo o estado, desses 31 pontos são dedicados à balneabilidade de águas doces. O
37
reservatório de Ilha Solteira, está inserido como uma unidade de gerenciamento de recursos
hídricos que é predominantemente agropecuária, e esta compreende uma área de
aproximadamente 104.877 Km² (43% do estado), e apesar de seu tamanho e importância,
consta com apenas 39 pontos de amostragem (12% do total), e em nenhum destes, é
executado a balneabilidade de águas doces (CETESB, 2006).
Sendo assim, tenta delinear uma quadro atual e realístico da balneabilidade, trazendo à
tona todos seus problemas e qualidades das águas interiores do estado.
2.3 Objetivos
O estudo tem por objetivo a determinação da balneabilidade, durante o período de
outubro de 2004 a outubro de 2005 (52 semanas), da água das praias Catarina (P1), Marina
(P2) e Recanto das Águas (P3), localizadas no reservatório de Ilha Solteira. Para tanto, as
atividades realizadas foram:
- Determinação semanal do nível de coliformes fecais (Escherichia coli) e totais das
praias, utilizando como referência os parâmetros da Resolução CONAMA 274/00;
- Determinação semanal do potencial hidrogeniônico (pH) das praias, utilizando
como referência os parâmetros da Resolução CONAMA 274/00;
- Determinação semanal do nível de coliformes fecais e totais do sedimento das
praias, como subsídio para a avaliação da balneabilidade.
38
2.4 Materiais e Métodos
2.4.1 Amostragem da Água
As amostras foram coletadas segundo as recomendações da Resolução CONAMA
274/00, que diz que a amostragem deverá ser efetuada em local que apresentar a isóbata de
um metro e onde houver maior concentração de banhistas. A amostragem da água ocorreu
sub-superficialmente (Figura 11), a aproximadamente 20 cm de profundidade, onde foram
coletados um litro de água para as análises em laboratório.
Figura 11:Amostragem de água nas praias do reservatório de Ilha Solteira.
Fonte: VASILIO (2006).
2.4.2 Coliformes fecais e totais na água
Os Coliformes totais e Escherichia coli, foram identificadas pelo método Chromocult,
onde foram filtrados cerca de 5 à 10 mL em média de água, e as análises foram realizadas até
24 horas após a coleta do material, seguindo o padrão da Resolução 274/00 (CONAMA,
2000).
39
Figura 12: Exemplo de menbrana
Chromocult
utilizada na determinação do grupo coliformes fecais e totais, e
ampliação da colônia
Escherichia coli
.
2.4.3 Coliformes fecais e totais no sedimento.
Seguindo a metodologia de Bramorski (2004), foram retiradas alíquotas de 5mL de
sedimento (sedimento+água intersticial), sendo repassadas a provetas de 500mL e misturadas
a água destilada e agitadas durante 1 minuto. Alíquotas de 100mL serão extraídas das
provetas e diluídas 3 vezes em água destilada. Desta forma, cada amostra apresentará 3
diluições, as quais serão submetidas a técnica do filtro de membrana para o diagnóstico
bacteriológico, pelo método Chromocult, que deverá ser realizado em até 24 horas após a
coleta do material, seguindo o padrão da Resolução CONAMA 274/00 (2000).
2.4.4 pH
As medidas in situ deste parâmetro foram realizadas com o método de célula eletrolítica
que utiliza o equipamento de medição HANNA modelo 8314 (Figura 13)
40
Figura 13: Determinação do pH da água nas praias do reservatório de Ilha Solteira durante o período de estudo.
2.4.5 Classificação das águas
A classificação das águas em próprias (excelente, muito boa ou satisfatória) ou
impróprias à balneabilidade segue o parâmetro do número de coliformes fecais, indicado na
Resolução CONAMA 274/00. A água amostrada durante cinco semanas consecutivas ou em
cinco amostragens em um intervalo de 24 horas é enquadrada nas categorias Excelente, Muito
Boa, Satisfatória e Imprópria, conforme indicado na Tabela 4.
Tabela 4 : Classificação das águas para balneabilidade, segundo limite de coliformes fecais (Resolução
CONAMA 274/00), NMP: número mais provável.
PRÓPRIA
Excelente
250 200 25
Muito Boa
500 400 50
Satisfatória
1000 800 100
IMPRÓPRIA
1000 800 100
2500 2000 400
Limite de
Coliforme Fecal
(NMP/100ml)
Limite de E. coli
(UFC/100ml)
Limite de Enterococos
( UCF/100 ml)
Categoria
Porcentagem do
Tempo
superior ao valor indicado em 20%
do tempo
superior ao valor indicado na última
amostragem
valor ximo em
80% ou mais do
tempo
41
Segundo a mesma Resolução CONAMA 274/00, as águas serão consideradas
impróprias quando no trecho avaliado for verificada uma das seguintes ocorrências:
a) não atendimento aos critérios estabelecidos para as águas próprias;
b) valor obtido na última amostragem for superior a 2500 coliformes fecais
(termotolerantes) ou 2000
Escherichia coli
ou 400 enterococos por 100 mililitros;
c) incidência elevada ou anormal, na região, de enfermidades transmissíveis por via
hídrica, indicada pelas autoridades sanitárias ;
d) presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários,
óleos, graxas e outras substâncias, capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável à
recreação;
e) pH < 6,0 ou pH > 9,0 (águas doces), à exceção das condições naturais;
f) floração de algas ou outros organismos, até que se comprove que não oferecem
riscos à saúde humana;
g) outros fatores que contra-indiquem, temporária ou permanentemente, o exercício da
recreação de contato primário.
2.5 Resultados e Discussões
Os resultados de coliformes fecais, coliformes totais na água e no sedimento estão no
Anexo A,os dados de pH estão presentes no anexo B.
42
2.4.1
pH
A Figura 14 apresenta a maioria dos valores de pH dentro da faixa da Resolução
CONAMA 274/00 (pH < 6,0 ou pH > 9,0 (águas doces), sendo que apenas dois valores do
ponto P2 estiveram abaixo deste valor, com 5,99 em 31/jan/05 e 5,91 dia 04/abr/05. O ponto
P3 obteve apenas um único valor acima com 9,06 em 17/out/05, sendo que o ponto P1
apresentou-se sempre dentro da faixa da referida Resolução.
Se for adotada uma distribuição normal dos dados com um intervalo de confiança de
99,7% chega-se à P1 = 6,88±1,65, P2 = 6,90±1,79, e P3 = 6,99±1,73. Devido à proximidade e
representatividade das condições naturais do rio e pela distribuição normal de probabilidade
com um grande intervalo de confiança exposta acima, essa amostra pode ser considerada
normal. Se utilizarmos a recomendação da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2003) que
faz uma recomendação de 6,5<pH<8,5, nota-se que 16% dos valores da praia Catarina estão
fora deste intervalo, 10% na praia Marina e 14% dos valores de pH do Recanto das águas
extrapolam essa recomendação.
Os valores obtidos quando comparados com estudos realizados por Rocha e Thomaz
(2004), na planície de inundação ao alto rio Paraná, entre a foz do rio Paranapanema e a
primeira ligação do rio Ivinhema com o rio Paraná, mostram-se semelhantes com valores de
pH, que oscilaram entre 6,6 e 7,5 no rio Paraná e entre 6,3 e 8,1 na lagoa das Garças. Isso
mostra um padrão relativamente básico do pH nãonas praias do reservatório, mas ao longo
do rio Paraná.
43
Mediana
25%-75%
Min-Max
P1 P2 P3
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
pH
Limite Resolução 274/00
Figura 14: Gráficos da variação amostral do pH nas praias do reservatório de ilha Solteria durante o período de
estudo
2.5.2. Coliformes Fecais e Totais na água
Com relação ao número de coliformes fecais, a (Figura 15) demonstra que a
balneabilidade para o P3 (Recanto das Águas) em 90% do tempo manteve-se com
classificação “Excelente”, e em 10% do tempo “Imprópria”. Para o P2 (Praia Marina), este
índice manteve-se em 70% do tempo “Excelente”, 20% com classificação “Muito Boa” e 10%
de Imprópria”. A Praia Catarina (P1), em 50% do tempo apresentou-se com classificação
“Excelente”, 20% do tempo com classificação “Muito boa”, 10 % do tempo “Satisfatória” e
20% do tempo com qualidade “Imprópria”, o que representou a pior balneabilidade das três
praias monitoradas.
44
Esse fato pode ser explicado pelo maior afluxo de visitantes à Praia Catarina, por esta
oferecer melhor infra-estrutura balneária aos usuários. O período de 22/nov/04 a 20/dez/04
(Tabela 5) condicionou ao ponto P1 uma classificação Imprópria”, com um pico de
1500UFC.100 mL
-1
devido ao maior afluxo de pessoas nas praias, como se pode observar na
Figura 2 no Capítulo I . No período de 18/abr/05 à 16/mai/05, determinou-se qualidade
“Imprópria” em todos os pontos amostrados (Tabela 2), ou seja, pelo menos 20% do tempo de
cinco semanas consecutivas os valores estiveram acima dos permitidos pela Resolução
CONAMA 274/00 (até 800UFC.100m mL
-1
), com picos de: P1 = 1400UFC.100 mL
-1
, P2 =
1014UFC.100 mL
-1
e P3 = 1443UFC.100 mL
-1
(Figura 5). Este fato pode estar relacionado
ao aumento do nível do reservatório neste período, alagando as margens anteriormente
utilizadas para vários fins e incorporando o material do sedimento para a água.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P1 P2 P3
Excelente Muito Boa Satisfatória Imprópria
% de tempo na classificação da
Resolução CONAMA 274/00
Figura 15:Porcentagem de permanência de tempo na classificação da balneabilidade segundo a Resolução
CONAMA 274/00, nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
45
Tabela 5: Resumo da balneabilidade das praias do Reservatório de Ilha Solteira.
P1 P2 P3
1 18/out/04
2 25/out/04
Próprias
3 01/nov/04
4 08/nov/04
5 15/nov/04
6 22/nov/04
7 29/nov/04
8 06/dez/04
9 13/dez/04
10 20/dez/04
11 03/jan/05
12 10/jan/05
13 17/jan/05
14 24/jan/05
15 31/jan/05
16 07/fev/05
17 14/fev/05
18 21/fev/05
19 28/fev/05
20 07/mar/05
21 14/mar/05
22 21/mar/05
23 28/mar/05
24 04/abr/05
25 11/abr/05
26 18/abr/05 OBS.:
27 25/abr/05 .= dias de coleta de IQA
28 02/mai/05
29 09/mai/05 Balneabilidade referente ao período de 5
30 16/mai/05 semanas consecutivas.
31 23/mai/05
32 30/mai/05 Outros fatores para a condição de águas
33 06/jun/05 Imprias para os requisitos da balneabilidade:
34 13/jun/05
35 20/jun/05
36 26/jun/05
37 04/jul/05
38 11/jul/05
39 18/jul/05
40 25/jul/05
41 01/ago/05
42 08/ago/05
43 15/ago/05
44 22/ago/05
45 29/ago/05
46 05/set/05
47 12/set/05
48 19/set/05
49 26/set/05
50 03/out/05
51 10/out/05
52 17/out/05
. - floração de algas ou outros organismos, até que se
comprove que não oferecem riscos à saúde humana;
. - outros fatores que contra-indiquem, temporária ou
permanentemente, o exercício da recreação de
contato primário.
ou tornar desagradável a recreação;
Satisfatória Excelente Excelente
Muito Boa Excelente
Excelente
Excelente
Imprópria
Excelente
Excelente
Excelente Excelente
Coleta
Excelente
2000
Excelente
.
-
incidência elevada ou anormal, na Região, de
enfermidades transmissíveis por via hídrica, indicada
pelas autoridades sanitárias ;
. - presença de resíduos ou despejos, sólidos ou quidos,
inclusive esgotos sanirios, óleos, graxas e outras
substâncias capazes de oferecer riscos à saúde
. - pH < 6,0 ou pH > 9,0 (águas doces), à excão das
condições naturais;
Excelente Excelente
Muito Boa
Muito Boa
Imprópria
Excelente
1000
2500
Muito Boa
500
Sup. ao valor
em 20% do
tempo
Imprópria
Sup. o valor
na última
amostragem
Satisfatória
800
Balneabilidade
Data
Excelente Excelente
Excelente
800
Excelente Excelente
Excelente
Categorias
E. coli
(UCF/100ml)
Excelente
200
Coliforme
Fecal
(NMP/100ml)
% do tempo
250
Valor máx. em 80% ou mais do
tempo
400
1000
ImprópriaImprópria
Muito Boa Muito Boa
Um fator que deve ser levado em conta é, que a balneabilidade, com exceção do alto
índice de visitantes, que aconteceu nos meses de novembro e dezembro de 2004, está
condicionada ao nível do reservatório, o que se pode observar nos meses seguintes ao pico de
46
abril, onde a qualidade da água passou de Imprópria para Muito Boa e posteriormente
Excelente, conforme o nível do reservatório foi abaixando .
No geral, segundo a Resolução CONAMA 274/00, o parâmetro balneabilidade
indicou, que apesar de algumas exceções, as praias do reservatório oferecem uma qualidade
de água “Muito Boa” a “Excelente” em pelo menos 70% do ano.
Segundo dados da CETESB (2005), que realiza o monitoramento das praias interiores,
dentro do período de 1996 à 2004, cerca de 24 % das praias apresentaram uma condição
de balneabilidade, ou seja, valores superiores a 800UFC.100mL
-1
em pelo menos 20 % do
tempo, com um pico de 40% das amostras acima da Resolução CONAMA 274/00 na represa
de Guarapiranga/SP, e com certos pontos de amostragem acima desse limite durante todo o
período da série histórica. Um estudo recente nos Estados Unidos ,estima que mais do que
40% das praias norte americanas estão com limites acima do permitido (KIM & GRANT,
2004) .
O mesmo comportamento encontrado no grupo de coliformes fecais se reflete também
com a concentração de coliformes totais, mas em valores bem mais elevados que os
coliformes fecais, tendo sido encontrados respectivamente os valores máximos de:
Praia Catarina: 48.700UFC.100 mL
-1
, em 20/12/2004;
Praia Marina: 47.400UFC.100 mL
-1
, em 20/12/2004;
Recanto das Águas 24.100UFC.100 mL
-1
, em 18/04/2005.
Esta elevação nos coliformes totais pode estar relacionada com a atividade de pecuária
extensiva inserida no entorno do reservatório, que com a chegada das chuvas e o aumento do
47
volume do reservatório no início do período de estiagem, pode carrear material das margens
para o corpo d’água (Figura 16).
0
100
200
300
jan/04
mar/04
ma
i
/0
4
j
ul/
0
4
set/
04
no
v
/04
jan/05
mar/
0
5
m
a
i
/
05
j
ul/
0
5
set/
05
Data
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Precipitação P1 P2 P3
Precipitação (mm)
Coliformes Totais UFC.100 mL
-1
Figura 16:Índice de coliformes totais e chuvas ocorridas no período de pesquisa, nas praias do Reservatório de
Ilha Solteira/SP.
Adotando a classificação de reservatório classe 2, expedido pela resolução CONAMA
357/05, onde o limite de coliformes totais é de 5000UFC.100 mL
-1
, percebe-se que 32% dos
dados ultrapassam esse valor. para os coliformes fecais esse limite é de 1000UFC.100mL
-1
,
apenas 2% dos dados ultrapassam esse valor.
A Cetesb/SP (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São
Paulo), realiza um monitoramento de balneabilidade nas praias interiores do estado, onde é
definido um índice de balneabilidade (IB), como sendo uma síntese da distribuição das
classificações obtidas ao longo das 52 semanas ou 12 meses do ano. As praias com freqüência
mensal possuem um IB calculado a partir das determinações do número de coliformes
termotolerantes mensais. Baseada em critérios estatísticos simplificados, a qualificação anual
expressa não apenas a qualidade mais recente apresentada pelas praias, mas aquela que
apresenta com mais constância ao longo do tempo. O índice de balneabilidade (IB) será
designado como sendo a qualificação anual da praia (CETESB, 2006).
48
Apresentam-se, na Tabela 6, as especificações que determinam a qualificação anual para
as praias com coleta semanal e com coleta mensal.
Tabela 6:Classificação da qualidade da água pela Cetesb /SP, segundo critérios de balneabilidade da Resolução
Conama 274/00 de qualidade "Própria"e “Imprópria”.
Número de resultados de coliformes
termotolerantes menores do que 1.000 em
100% do ano, exceto a condição de menores
Regular
Praias próprias 100% do ano, exceto
as classificadas como Excelentes
100% do ano
Praias classificadas como Impróprias
em porcentagem de tempo inferior a
50% do ano
Boa
Praias classificadas como Impróprias
em porcentagem de tempo igual ou
superior a 50% do ano
Número de resultados de coliformes
termotolerantes maiores do que 1.000 em
porcentagem
Número de resultados de coliformes
termotolerantes maiores do que 1.000 em
porcentagem igual ou superior a 50% do ano
Qualidade
Ótima
Praia com Coleta Semanal
Praias classificadas como Excelentes
100% do ano
Praia com Coleta Mensal
Número de resultados de coliformes
termotolerantes menores do que 250 em 100%
do ano
Utilizando-se desta classificação para avaliar os dados das praias do reservatório de
Ilha Solteira, pode-se dizer que a praia Catarina permaneceu 80,8% do seu tempo com valores
de coliformes fecais abaixo de 260UFC.100mL
-1
, a praia Marina com valores abaixo de
250UFC.100mL
-1
em 86,5% do seu tempo, e o Recanto das Águas com resultados abaixo de
200UFC.100mL
-1
em pelo menos 76,9% do seu tempo. Portanto todos os pontos de
amostragem apresentam uma classificação regular (Tabela 6).
Comparando os dados obtidos neste estudo, com os resultados encontrados nos
Reservatórios Jaguari, Cachoeira e Atibainha, mostram que 33,3% dos pontos se encontram
na classificação regular, com elevadas concentrações de
E.coli
, provavelmente em função da
carga difusa advinda do entorno dessa praia (CETESB, 2006).
os resultados das represas de Rio Grande e Billings, mostram que 75% dos pontos
amostrados apresentaram a classificação regular, e onde os pontos que obtiveram
classificação imprópria são relativos à floração de algas no reservatório, e que não houve
alterações significativas da qualidade da água quando comparado com os anos anteriores, mas
49
a represa apresenta evolução na balneabilidade, definindo uma qualidade superior a
encontrada no reservatório de Ilha Solteira (CETESB, 2006).
Por outro lado os dados da represa Guarapiranga mostram que 62% estão com
qualidade regular, e 31% classificados com má qualidade, onde também não mostraram
mudanças significativas com os anos anteriores (CETESB, 2006), e são resultados inferiores
aos encontrados nas praias do reservatório de Ilha Solteira.
Estudos realizados por Brigante et al (2003) no rio Mogi-Guaçu demonstraram que os
valores tanto de coliformes fecais, quanto de coliformes totais, estão próximos aos
encontrados nas praias do reservatório de Ilha Solteira, com exceção de um ponto de
amostragem, onde seus índices estiveram numa faixa de:
Coliformes fecais : 3NMP.100mL
-1
a 1.986NMP.100mL
-1
;
Coliformes Totais : 1.046NMP.100mL
-1
a 77.010NMP.100mL
-1
;
Segundo CETESB (2005), o rio Mogi-Guaçu é considerado com classificação regular
(Tabela 3), refletindo seu grau de similaridade com as praias do reservatório de Ilha Solteira,
no quesito balneabilidade.
2.5.3 Coliformes fecais e totais no sedimento
Os valores de coliformes fecais e totais avaliados para o sedimento das praias do
reservatório de Ilha Solteira, encontram-se no Anexo A.
Os resultados de coliformes fecais (Figura 17) para o sedimento mantiveram-se baixos
em todas as estações analisadas durante o período amostrado. Pode-se observar que a Praia
Catarina (P1) apresentou um melhor resultado com uma média de 121,1UFC.100mL
-1
, e em
90% do tempo teve valores menores que 500,0UFC.100mL
-1
. A Praia Marina (P2)
apresentou uma média de 150,0UFC.100mL
-1
, com um pico máximo de 1400,0UFC.100mL
1
50
em janeiro/2005. Apesar do Recanto das Águas (P3) ter em 90% do seu tempo valores
menores que 500,0UFC.100mL
-1
, obteve a maior média com 191,8UFC.100mL
-1
, fato este
relacionado aos valores restantes dos 10 % do tempo representarem uma média de
1345UFC.100mL
-1
.
Coliformes Fecais (E. coli )
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
nov
/
04
de
z
/04
j
an/05
f
ev/
05
m
ar
/0
5
ab
r
/05
mai/05
j
un/
05
j
ul/
05
ag
o/
05
set/05
out/05
Data
UFC.100mL
-1
P1- Praia Catarina P2 - Praia Marina P3 - Recanto das Águas
Figura 17:Valores de coliformes fecais (
E. coli
), nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de
estudo.
Nota-se que tanto para a Praia Catarina como para o Recanto das Águas, o período que
apresentou os maiores valores de coliformes fecais foi no início do período seco, que com a
elevação do nível da água do reservatório contribuiu para a inundação das margens e
incorporação destes organismos ao sistema aquático.
Tanto a Resolução CONAMA 357/05, quanto a Resolução CONAMA 274/00 não
estipulam limites para a quantificação de coliformes fecais em sedimentos de água doce, os
resultados de Ilha Solteira demonstram que potencialmente estes organismos podem tornar-se
elementos de contaminação dos seres humanos em locais de utilização para o turismo e lazer.
51
Em trabalho similar realizado em praias de água salgada, pesquisadores do Campus do
Litoral Paulista da UNESP analisaram a contaminação de duas praias de São Vicente (SP)
pelas bactérias
Escherichia coli
e
Enterococcus
, tendo como novidade que a investigação não
se restringe apenas às águas desses locais, mas inclui também a areia, tanto em sua parte
úmida como na área seca. Como resultado, observou-se que na areia seca foram obtidas as
maiores densidades de microrganismos, tanto na Praia do Gonzaguinha como na Praia da Ilha
Porchat, o que indica que, nesse caso, a poluição possivelmente ocorre por via terrestre
(OLIVEIRA, 2006)
Os valores de coliformes totais (Figura 18) demonstraram que o ponto P2 (Praia
Marina), obteve os melhores resultados com uma média de 9418,5 UCF.100mL
-1
, com
valores que variaram de 300,0 UCF.100mL
-1
à 83000,0 UCF.100mL
-1
. Com relação ao ponto
P1 (Praia Catarina), determinou-se um pico de 60000 UCF.100mL
-1
em outubro/05, e uma
média geral de 10960,0 UCF.100mL
-1
. De maneira semelhante ao grupo de coliformes fecais,
o Recanto das Águas demonstrou o pior valor com uma média de 18007,2 UCF.100mL
-1
, e
pico de 110000,0 UCF.100mL
-1
, em outubro/05.
Como o grupo formado por coliformes fecais é um grupo de bactérias indicadoras de
organismos originários do trato intestinal humano e outros animais, isso nos fornece indícios
de contaminação antropogênica, e o grupo coliformes totais, segundo Thomann & Mueller
1
apud
Sperling (1996), constitui-se em um grande grupo de bactérias que têm sido isoladas de
amostras de águas e solos poluídos e não poluídos, bem como de fezes de seres humanos e
outros animais de sangue quente. Pode-se inferir que, as praias apresentam nos sedimentos
ações tanto antropogênica, quanto sob influência de animais de sangue quente.
1
THOMANN, R ; MUELLER, J.
Principles of Surface Water Quality and Control
. New York: Harper&Row,
Publishers, 1987.
52
Coliformes Totais
0
20000
40000
60000
80000
100000
set/04
out/04
nov/0
4
dez/
04
jan
/0
5
fev/05
mar/0
5
ab
r
/05
ma
i/0
5
jun
/
05
j
ul/
05
ago/05
set/05
out/05
Data
UFC.100mL
-1
P1 - Praia Catarina P2 - Praia Marina P3 - Recanto das Águas
Figura 18:Valores de coliformes fecais (E. coli), nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de
estudo.
Os dados obtidos no Reservatório de Ilha Solteira apresentaram-se baixos quando
comparados aos dados obtidos por Bramorski (2004), no sedimento do reservatório de Barra
Bonita (Rio Tietê), onde para coliformes fecais foram determinados valores entre 1x10
5
a
5x10
5
UFC.100mL
-1
, e para coliformes totais foram determinados valores entre 1x10
7
e
1x10
9
UFC.100mL
-1
.
2.6 Conclusões
De forma geral, as praias do reservatório de Ilha Solteira apresentam uma condição no
mínimo ótima a muito boa em 70% dos casos. Apesar desta boa qualidade o local ainda não
dispõe de dispositivos básicos para informar o usuário da qualidade e/ou riscos que pode
enfrentar ao se utilizar dos balneários.
53
Embora haja instrumentos e políticas para a manutenção da qualidade da água o
monitoramento e a fiscalização, são indispensáveis, e devem fazer parte do grupo de ações
que tanto a prefeitura quanto o estado deveriam se ater. Cabe lembrar que em nível estadual, a
empresa que faz os levantamentos de qualidade da água do estado a CETESB, tem um ponto
de amostragem no rio São José dos Dourados, que é o mais próximo das praias do
Reservatório, e se encontra a uma distância de aproximadamente 80 km da praia mais
próxima, e onde não se realiza a balneabilidade, nem estudos de sedimento. O reservatório
está incluido em uma área com predominância agropecuária, onde a relação ponto de
amostragem por área é de 0,15 pontos/1000 km².
Frente aos fatos e resultados apresentados, algumas ações para o acompanhamento da
balneabilidade nas praias do reservatório são sugeridas:
Elaboração de um plano para o monitoramento, com parceria do poder público,
e colocar o reservatório dentro do monitoramento de balneabilidade de águas
doces, realizado pela Cetesb/SP;
Fornecer um canal de informação com o usuário, através de placas de
sinalização da qualidade da água, rádio e internet;
Realizar de maneira mais minuciosa uma pesquisa de acompanhamento dos
tipos de usuários do balneário;
Pesquisar informações sobre a relação entre doenças gastrointestinais e
freqüentadores das praias;
Estabelecer um programa de pesquisa contínua para a contribuição das
metodologias, tanto de amostragem e incubação dos organismos indicadores
quanto dos métodos de classificação adotados;
54
O desenvolvimentos de técnicas para um melhor aprimoramento tanto dos
métodos mais rápidos e eficazes, quanto a tomada de decisão dos riscos à
população é uma ação que precisa ser estimulada;
55
3 ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA (IQA)
3.1 Introdução
O monitoramento pode ser definido como a coleta contínua ou periódica, comparação
e análise de dados e informações para propósitos de efetivo gerenciamento das águas de
reservatórios. O monitoramento da qualidade da água é um dos principais instrumentos de
sustentação de uma política de planejamento e gestão de recursos hídricos, constituindo-se em
um sensor que possibilita o acompanhamento dos processos de utilização dos cursos d'água,
delineando seus efeitos sobre as características quantitativas das águas, de forma a subsidiar
ações de controle ambiental (PRADO, 2002).
Segundo Biswas (1991), o monitoramento tem sido um componente integral de todo o
processo de planejamento e manejo, sendo até anterior ao manejo por si só. O autor ainda
menciona que nenhum sistema de recursos hídricos pode ser eficientemente planejado,
delineado e manejado sem dados adequados e confiáveis do sistema, e os reservatórios não
são uma exceção a esta regra.
Straškraba e Tundisi (2000) enfatizam que qualquer campanha para a determinação da
qualidade da água, seja em reservatórios ou em outros corpos hídricos, deve primeiramente
definir o objetivo e propor a metodologia ótima para atingi-lo. A experiência demonstra que é
fácil acumular dados sobre qualidade de águas, porém, sem uma adequada análise,
interpretação e aplicação da informação coletada, tudo torna-se sem efeito.
A qualidade do ambiente aquático pode ser determinada por meio de medidas
quantitativas, com determinações físicas e químicas (na água, no material particulado e nos
organismos) e testes bioquímicos/biológicos (medidas de DBO, testes de toxicidade, aspectos
visuais, inventário de espécies, odor, etc.), ou por meio de medidas semiquantitativas e
56
qualitativas tais como índices bióticos, aspectos visuais, inventário de espécies, odor, etc.,
sendo estas determinações realizadas no campo e no laboratório, reproduzindo vários tipos de
dados que fornecem diferentes interpretações técnicas (MEYBECK; HELMER, 1992).
Segundo Peláez-Rodriguez (2000) os índices de qualidade de água vêm sendo
propostos desde a metade do século XX, considerando um conjunto semelhante de variáveis
físicas e químicas (incluindo o componente microbiológico dos coliformes), sendo a principal
diferença entre eles a forma estatística de integrar e interpretar essas variáveis. Outros índices
levam em conta somente o componente biológico e, no caso dos sistemas lóticos, a
comunidade dos macroinvertebrados bentônicos é a mais utilizada.
Os índices de qualidade da água são bastante úteis para transmitir informação a
respeito da qualidade da água ao público em geral, podendo dar uma idéia da tendência de
evolução da qualidade ao longo tempo, permitindo comparação entre diferentes cursos d'água
(PORTO, 1991). A Tabela 7 a seguir mostra alguns tipos de índices utilizados:
Tabela 7: Principais índices nacionais e internacionais de qualidade da água, suas aplicações e parâmetros
(PNMA PE, 2004).
Índice Uso
Alguns exemplos de
aplicaçãoAplicação
Parâmetros
tico Rio Taquari/Antas/UFRS
Índice implícito de poluição
Bacia do Parba do Sul /
COPPE / UFRJ
lótico
tico
Índice da poluição dos Rios
(RPI)
tico
Para abastecimento público :cor, pH, ABS,
cloretos, cobre, fenóis, ferro, fluoreto, amônia,
nitrito, sulfato, zinco, coliforme fecais.
Índice de abastecimento e
irrigação
Para irrigaçã o: condutividade elétrica,
alumínio, arsênio, belírio, boro, cadmio,
cobalto, cobre, cromo, fluoreto, manganês,
níquel, sódio, vanádio, zinco, coliforme fecais.
STONER
PRATI
OD, pH, DBO, DQO, permanganato, sólidos
suspensos, amônia, nitratos, cloretos, ferro,
manganês,ABS
1
, CCE
2
DINIUS
McDUFFIE
OD, DBO, DQO, sólidos suspensos, coliforme
fecais, nitrogênio total, fosfato total, e
temperatura. podem incluir ou excluir
parâmetros.
Condutividade elétrica, cor, pH, temperatura,
alcalinidade, cloretos, DBO, dureza, OD,
coliforme fecal, coliforme total.
Bacia do Parba do Sul /
COPPE / UFRJ
Bacia do Parba do Sul /
COPPE / UFRJ
2
3
2
ABS – Alquil benzeno sulfonado
57
Tabela 8: Continuação
Índice Uso
Alguns exemplos de
aplicação
Parâmetros
lótico
Índice p/ sustentação da vida
selvagem
Índice para abastecimento
público, após tratamento
Para abastecimento público (PWS) : cor, pH,
turbidez, alcalinidade, cloretos, dureza, fenóis,
fluoretos, nitrato, OD, sólidos suspensos,
coliformes fecais, sulfatos.
tico
Índice para abastecimento
público.
lótico
Índice para recreação.
tico composto de três índices para usos específico:
Contato humano indireto,
remoto; navegação;
refrigeração industrial;
recreação.
OD, pH, temperatura, turbidez, dureza,
sulfatos, metais(ferro e managanês), cor,
cloretos, nitrogênio total, sólidos dissolvidos,
sólidos em suspensão, alcalinidade, coliformes
fecais.
tico
Índice de qualidade da água
distribuída
lótico
De potabilidade: bacteriológico: coliformes
totais.
Q
ue podem afetar a saúde da população:
cadmio, chumbo, cloro residual livre, cromo
total, trihalometano, fluor .
Que podem interferir na qualidade
organoléptica da água: alumínio, cor
aparente, ferro total, pH, turbidez.
Lênticos
Reservatórios do Estado do
Paraná
O’CONNOR
IQAR
IQA
Temperatura, pH, turbidez, coliformes fecais,
DBO
5
, nitrogênio total, fosfato total, resíduo
total, OD.
Déficit de oxigênio, fósforo total, nitrogênio
inorgânico total , clorofila “a” , disco de
secchi, DQO, tempo de residência,
profundidade média, fitoplancton
(diversidade), fitoplancton (floração).
ticos e lêntico
Índice de Qualidade das
águas brutas.
IAP - Instituto Ambiental
do Paraná
Almplamente utilizado
tanto no Brasil quanto no
Exterior
Para sustentação da vida selvagem e peixes
(FAWL): OD, sólidos dissovidos, turbidez,
fenóis, fosfato, níquel, nitrogênio amoniacal,
pH, temperatura.
OD, DBO, cor, pH, temperatura, turbidez,
dureza, fenóis, ferro, fluoreto, nitrato, sólidos,
fluoreto, nitrato, sólidos, dissolvidos,
coliformes fecais.
DEININGER
& LADWEHR
Cor, pH, temperatura, turbidez, DBO, dureza,
fenóis, fluoreto, nitrato,oxigênio dissolvido,
lidos dissolvidos, coliformes fecais.
NUMEROW &
SUMIMOTO
Índice de qualidade da água
distribuída
Sabesp
(Cia. de saneam. de SP)
IGQA
Vários pontos da cidade
de Nova York
IQAD
Sanepar
(Cia. de saneam. do PR),
Copasa
(Cia. de saneam. de MG)
e Caesb
(Cia. de saneam. do DF)
WALSKI &
PARKER
Cloro residual, cor aparente, ferro, fluor, pH,
turbidez, coliformes totais.
3
CCE – Carbono cloriforme extraído
58
Tabela 8: Continuação
Índice Uso
Alguns exemplos de
aplicação
Parâmetros
tico e lêntico
Grupo de substâncias tóxicas: Cobre, zinco,
chumbo, mercúrio, níquel, cadmio,
surfactantes e fenóis.
Índice para a preservação da
vida aquática.
Grupo essenciais: OD , pH e toxicidade
Lênticos
Índice para avaliação do
estado trófico de lagos,
estuários e reservatórios.
Lêntico
Índice para avaliação do
estado trófico.
Lêntico
UFPE (Depto. De Eng.
Civil)
Compesa
Brasília, Rio de Janeiro e
São Paulo.
Lótico e Lêntico
IVA = (IPMCA x 1,2) + IET
M
Índice de proteção a vida
aquática
Todos do IET
M
+ todos do IPMCA
Lótico e Lêntico
Ííndice de toxicidade
Avaliação de
TOXICIDADE
AGUDA
tico
IAP
(Inst. Amb. do PR) e
CPRH
Fator de diluição para a Daphnia magna.
três grupos:
1. IQA :temperatura d’água, pH, OD, DBO
5
,
coliformes fecais, nitrogênio total, fósforo
total, resíduo total e turbidez;
2. Parâmetros que avaliam a presença de
substâncias tóxicas : teste de mutagenicidade.
3.
Parâmetros que afetam a qualidade
organoléptica: fenóis, ferro, manganês,
alumínio, cobre e zinco.
Fósforo total
Fósforo total
Cádmio, chumbo, cobre,cromo total, mercúrio,
quel e zinco.
Fósforo total, nitrogênio total, transparência,
clorofila, ortofosfato solúvel.
IT Cetesb
IAP Cetesb
Lótico e Lêntico
Abastecimento Público
IVA Cetesb
IPMCA
Cetesb
(Cia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental
de SP)
IET
M
UFES ( Univ. Fed. do
Espírito Santo)
Dist. Prob. de
ESTADO
TRÓFICO
Modelo
Simplificado
para a
Avaliação do
ESTADO
TRÓFICO
Índice para avaliação do
estado trófico.
Amplamente utilizado no
Brasil
A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo (CETESB), a
partir de um estudo realizado em 1970 pela "National Sanitation Foundation" dos Estados
Unidos, adaptou e desenvolveu o Índice de Qualidade das Águas IQA, sendo que este vem
sendo utilizado para avaliar a qualidade das águas do Estado de São Paulo. O IQA incorpora
nove parâmetros, que são considerados relevantes para a avaliação da qualidade das águas,
59
tendo como determinante principal à utilização das mesmas para abastecimento público (vide
anexo C).
O
s critérios para seleção do tipo mais adequado de índice a ser adotado devem
atender:
-
aplicação aos ecossistemas de interesse e usos pretendidos;
-
consistência (aplicação por órgãos ambientais responsáveis pelo monitoramento,
densidade de aplicação);
-
disponibilidade dos dados (disponibilidade atual, dificuldade de ampliação);
-
facilidade de aplicação.
3.2 Justificativa
Segundo a ANEEL (2001) não existem pontos de monitoramento da qualidade da água
nas bacias hidrográficas do estado do Mato-grosso do Sul, ligadas diretamente ao reservatório
de Ilha Solteira. No estado de Minas Gerais, existem dois pontos de monitoramento (um no
rio Paranaíba e outro no rio Grande) distantes da zona de influência do reservatório. No
estado de São Paulo, as bacias hidrográficas do Turvo/Grande e do São José dos Dourados
estão diretamente ligadas ao reservatório, mas apresentam pontos de monitoramento distantes
do reservatório de Ilha Solteira. No sistema Turvo/Grande, o ponto mais próximo ao
reservatório está localizado à montante do reservatório de Água Vermelha e na bacia do rio
São José do Dourados o ponto de monitoramento dista aproximadamente 44,0 km da zona de
influência do reservatório. Assim é de extrema relevância o monitoramento da águas desse
sistema, devido sua elevada extensão e potencialidade para diversos usos.
Segundo a CETESB (2001), as margens do reservatório de Ilha Solteira apresentam
um elevado potencial turístico, sendo extremamente importante a coleta de dados e o
monitoramento da qualidade da água visando o seu aproveitamento pleno. A própria cidade
60
de Ilha Solteira apresenta a denominação de Estância Turística, o que remete à extrema
importância que uma boa qualidade da água do reservatório teria para que as atividades
turísticas do município fossem ampliadas de modo sustentável.
Dessa forma, este estudo contribuirá para a formação de um banco de dados
importantes e inéditos sobre as características físicas, químicas e biológicas das praias do
reservatório de Ilha Solteira, que poderão servir de base para o planejamento da Orla Turística
do Município, visando a utilização racional dos usos múltiplos deste reservatório.
3.3 Objetivos
O estudo teve por objetivo a determinação mensal (outubro de 2004 a outubro de
2005) dos parâmetros para confecção do Índice de Qualidade da Água nas praias do
reservatório de Ilha Solteira (Praia Catarina, Marina e Recanto das Águas), sendo eles:
temperatura, pH, turbidez, coliformes fecais, demanda bioquímica de oxigênio, porcentagem
de saturação de oxigênio dissolvido, nitrogênio total, fósforo total e resíduos totais.
Além destes parâmetros, foram realizadas as medidas mensais de condutividade, cor
aparente, cor verdadeira e demanda química de oxigênio, para uma melhor avaliação da
qualidade da água das praias.
3.4 Materiais e métodos
3.4.1 Amostragem
As amostras de água foram coletadas segundo a indicação da Resolução CONAMA
274/00 , que diz a amostragem deverá ser efetuada em local que apresentar a isóbata de um
metro e onde houver maior concentração de banhistas. A amostragem ocorreu sub-
61
superficialmente, a aproximadamente 20 cm de profundidade, onde foi coletado um litro de
água.
3.4.2 Temperatura da água e pH
As medidas
in situ
destes parâmetros foram realizadas com o método de célula
eletrolítica que utiliza o equipamento de medição HANNA modelo 8314.
3.4.3 Condutividade
As medidas destes parâmetros foram realizadas com o método de célula eletrolítica,
pelo aparelho MARCONI 150.
3.4.5 Turbidez
As medidas destes parâmetros foram realizadas com o método de espectrofotometria,
com turbidímetro HACH modelo AN2100.
3.4.6 Oxigênio Dissolvido
As amostras de água coletadas em campo e fixadas com azida sódica (NaN
3
) e sulfato
manganoso (MnSO
4
.H
2
O), sendo em seguida levadas ao laboratório onde alíquotas foram
retiradas para determinação do oxigênio dissolvido pelo método titulométrico de Winkler,
como descrito em APHA (1995).
3.4.7 Coliformes Fecais
Os coliformes fecais,
Escherichia coli
, foram identificadas pelo método
Chromocult
,
que foi realizado em até 24 horas após a coleta do material, seguindo o padrão da Resolução
CONAMA 274/00, onde foram filtrados de 5 a 15 mL de água.
62
3.4.8 Demanda Bioquímica de Oxigênio
As amostras de água foram coletadas e levadas ao laboratório, onde foram incubadas
em ambiente a 20
o
C para determinação da DBO
5
pelo método de Winkler, como descrito em
APHA (1995).
3.4.9 Cor Verdadeira e Aparente
As amostras de água foram coletadas e levadas ao laboratório, onde a determinação da
cor da água foi realizada segundo APHA (1995), no aparelho de espectrofotometria HACH
DR 2500.
3.4.10 Sólidos Totais
As amostras de água foram coletadas e levadas ao laboratório, onde alíquotas foram
retiradas para determinação de resíduos totais, primeiramente em estufa a 103-105
o
C, e
posteriormente em mufla a 550
o
C para determinação dos sólidos fixos e voláteis, segundo
APHA (1995).
3.4.11 Demanda Química de Oxigênio (DQO)
Este parâmetro seguiu a metodologia de análise da digestão de reator (JIRKA, A.M;
CARTER, M.J., 1975), por meio de espectrofotometria pelo aparelho HACH modelo
DR2500, segundo a APHA (1995).
63
3.4.12 Fósforo Total (P
total
)
Este parâmetro seguiu a metodologia de análise da digestão de ácido persulfato
seguido de espectrofotometria pelo aparelho HACH modelo DR2500, segundo a APHA
(1995).
3.4.13 Nitrogênio Total (N
total
)
Este parâmetro seguiu a metodologia de análise da digestão de persulfato seguido de
espectrofotometria pelo aparelho HACH modelo DR2500, segundo a APHA (1995).
3.4.14 Cálculo do Índice de Qualidade de Água
O IQA foi calculado pelo produtório ponderado da qualidade de água correspondente
aos parâmetros: temperatura da amostra, pH, oxigênio dissolvido (% de saturação), demanda
bioquímica de oxigênio (cinco dias, 20ºC), coliforme fecal, nitrogênio total, fósforo total,
resíduo total e turbidez (CETESB, 2001).
As curvas de cada parâmetro bem como as suas equações, que foram usadas para
calcular o IQA, encontram-se no Anexo C.
=
=
n
1i
w
i
i
qIQA
IQA:
Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;
q
i
:
qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva "curva
média de variação de qualidade", em função de sua concentração ou medida;
w
i
:
peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em função da
sua importância para a conformação global de qualidade, sendo que:
64
=
=
n
i
i
w
1
1
n =
número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.
Tabela 8: Porcentagem de influência de cada parâmetro no cálculo do IQA (CETESB, 2001).
Peso (w
i
)
17%
15%
12%
10%
10%
10%
10%
8%
8%
Nitrogênio Total
Pesos relativos ao IQA
Parâmetro (q
i
)
Oxigênio Dissolvido
Coliformes Fecais
pH
Turbidez
Sólidos Totais
DBO
Fosfato Total
Temperatura
Tabela 9:Classificação das águas para o Índice de Qualidade das Águas (CETESB, 2001).
Valor Qualificação Cor
80<IQA100 Ótima
52<IQA79 Boa
37<IQA51 Aceitável
21<IQA36 Ruim
0<IQA19 Péssima
Classificação segundo CETESB / SP
3.4.15 Análise estatística
Para a avaliação estatística dos dados, utilizou-se uma análise de agrupamentos
(
cluster analisys
) cujo propósito fundamental é classificar os valores de uma matriz de dados
em estudo em grupos discretos. Este método procura por agrupamentos homogêneos de itens,
representados por pontos num espaço n-dimensional em um número conveniente de grupos
relacionando-os através de coeficientes de similaridades ou de correspondência (LANDIM,
2000).
O método utilizado para o presente estudo foi o de agrupamentos hierárquicos em, que
a partir da matriz inicial de dados, obtém-se uma matriz simétrica de similaridades e inicia-se
65
a detecção de pares de casos com a mais alta similaridade, ou a mais baixa distância. Para essa
combinação, segundo veis hierárquicos de similaridade, escolhe-se entre os diversos
procedimentos aglomerativos de tal modo que cada ciclo de agrupamento obedeça a uma
ordem sucessiva no sentido do decréscimo de similaridade (DAVIS, 1986).
A forma gráfica usada para representar o resultado final dos diversos agrupamentos foi
o dendrograma. Nele estão dispostas linhas ligadas segundo os níveis de similaridade que
agruparam pares de variáveis. O coeficiente cofenético que melhor se adaptou aos dados foi o
coeficiente de Pearson. A distância (d) de ligação entre as variáveis foi:d = 1-Pearson, ou seja,
quanto menor a distância maior a similaridade. Para a análise de agrupamentos utilizou-se o
agrupamento pareado igualmente ponderado.
Para realizar a análise tentou-se agrupar variáveis de 4 grupos:
Controle do Reservatório: nível médio do reservatório;
Meteorológicas: temperatura do ar, umidade do ar, precipitação média;
Controle das praias: número de visitantes das praias;
Índice de qualidade das águas: temperatura da água, potencial hidrogeniônico,
turbidez, sólidos totais, fósforo total, nitrogênio total, oxigênio dissolvido, demanda
bioquímica de oxigênio e coliformes fecais.
3.5 Resultados e Discussões
3.5.1 Temperatura, turbidez, condutividade e cor
A temperatura da água (Figura 19) apresentou seus valores mínimos no mês de julho,
com 19,2°C na Praia Marina, 19,5°C na praia Catarina
e 19,4 °C no Recanto das Águas. Os
valores máximos foram característicos no verão, em março, que apresentaram valores de
30,9°C na Praia Catarina, 31,1°C na Praia Marina e 32,6°C no Recanto das Águas, e na
primavera em outubro/05 com temperaturas de 32,4° para o Recanto da Águas, 31,6° para a
66
praia Catarina e 31,4°C para a praia Marina. Com uma amplitude máxima de 12,1°C para o
P1, 12,2°C para o P2, e 13,2°C para o P3. Não houveram implicações significativas para a o
cálculo do Índice de Qualidade de Água, mas segundo Thomaz et al. (2002), amplitudes desta
faixa são suficientes para provocar alterações sazonais em processos ecológicos e
comunidades aquáticas.
Este mesmo comportamento sazonal determinado no reservatório de Ilha Solteira pode
ser encontrado por Rocha e Thomaz (2004), nas planícies de inundação do alto Paraná, onde
menores temperaturas foram obtidas entre os meses de maio e setembro, com valores até
16°C, e maiores temperaturas com valores de 33°C, registrando uma amplitude de 17°C, entre
os meses de verão e inverno.
Temperatura média da água
0
10
20
30
40
o
u
t
/
0
4
n
o
v
/
0
4
d
e
z
/
0
4
j
a
n
/
0
5
f
e
v
/
0
5
m
a
r
/
0
5
a
b
r
/
0
5
m
a
i
/
0
5
j
u
n
/
0
5
j
u
l
/
0
5
a
g
o
/
0
5
s
e
t
/
0
5
o
u
t
/
0
5
°C
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 19: Temperatura média da água nos dias de coleta, nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
Nota-se que uma pequena variação de temperatura da água entre as praias, tanto no
mês com as mínimas como no mês com as máximas nos remete ao Índice de Qualidade de
Água, onde o valor temperatura é dado em função da diferença entre o ponto a montante e o
67
ponto a ser analisado, sendo o índice de qualidade da água menor quanto maior for a diferença
entre as temperaturas. Como as variações de temperatura entre os pontos foram pequenas, isso
demonstra que não ocorrem fontes de poluentes entre os pontos observados que possam afetar
o cálculo deste índice.
Deve-se salientar que as coletas foram realizadas no período da manhã (entre 8:30 e
11:00 h), sendo que as temperaturas máximas da água durante o dia poderão ser mais
elevadas, e que os valores apresentados acima são relativos ao dia de coleta mensal do IQA,
não representando assim a média mensal.
A Figura 20 mostra que os valores de turbidez da água do reservatório de Ilha Solteira
apresentaram-se extremamente baixos durante o período de outubro/04 a dezembro/04 com
médias mensais em torno de 1,5 NTU para a Praia Catarina, 1,6 NTU para a praia Marina e de
2,0 NTU para o Recanto das Águas. Os maiores valores de turbidez foram observados no mês
de março, com valores de 34,5 NTU na Praia Catarina, 19,0 na Praia Marina e 50,3 NTU no
Recanto das Águas.
Figura 20:Variação da Turbidez da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
68
Estes valores mostraram-se intimamente ligados com os valores de precipitação , onde
o aumento das chuvas contribuiu com a elevação dos valores da turbidez da água, afetando
pouco a qualidade da água para a confecção do IQA. Mostra-se um padrão sazonal também
nos dados apresentados, onde com a chegada do verão os valores de turbidez obtiveram um
aumento e no inverno uma queda acentuada.
Deve-se salientar que todos os valores de turbidez ficaram abaixo de 100 NTU durante
o período amostrado, enquadrando-o como Classe 2 para este parâmetro se utilizarmos o
padrão de qualidade da água da Resolução Conama 357/05.
Nas praias do reservatório de Ilha Solteira, observaram-se que os valores de
condutividade (Figura 21) foram mais elevados no mês de janeiro, com valor de 74,5 µS.cm
-1
para a praia Catarina, 84,0 µS.cm
-1
para a praia Marina, e 89,9 µS.cm
-1
no Recanto das
Águas. Os valores mínimos de condutividade foram observados no começo do mês de março,
em todas as praias, com valor de 10,1 µS.cm
-1
.
Condutividade
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
o
u
t
/
0
4
n
o
v
/
0
4
d
e
z
/
0
4
d
e
z
/
0
4
j
a
n
/
0
5
m
a
r
/
0
5
m
a
r
/
0
5
a
b
r
/
0
5
m
a
i
/
0
5
j
u
n
/
0
5
j
u
l
/
0
5
µ
S.cm
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 21:Variação da Condutividade Elétrica da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
69
Embora a condutividade não seja um parâmetro do Índice de Qualidade de Água, pode
demonstrar alguns indícios de excesso de íons na água. Espíndola et al. (2004) mostraram que
no reservatório de Salto Grande (Americana-SP), onde existe um processo de eutrofização
instalado, uma variação nos valores de condutividade entre 57,0 a 548,0 µS.cm-1, fato este
que não ocorre nas praias do reservatório de Ilha Solteira, o que enfatiza a boa qualidade das
águas, e que durante o período de estudo não foi aparente o processo de perda da qualidade da
água, nem indícios de eutrofização.
A cor é devido à presença de substâncias dissolvidas na água. Classifica-se como
cor
verdadeira
, aquela devido somente às substâncias dissolvidas, e
cor aparente
, aquela
associada à cor e turbidez, ou seja, determinada sem separação do material em suspensão.
Pode-se perceber claramente que o aumento da turbidez ou de sólidos totais influenciaram
diretamente no comportamento da cor.
A cor aparente (Figura 22) mostrou seus maiores valores na Praia Catarina com um
valor de 289 mg Pt.L
-1
em outubro, em junho para a Praia Marina com um valor de 176 mg
Pt.L
-1
, e em maio para o Recanto das Águas com um valor de 166 mg Pt.L
-1
. Essa variação da
cor em diferentes meses nos pontos se deve à utilização diferenciada dos locais para a prática
de esportes náuticos, lazer e pesca, o que favorece a ressuspensão do material de fundo,
alterando a cor da água. Os menores valores foram observados no mês de agosto com um
valor de 5 mg Pt.L
-1
para a Praia Catarina, 10 mg Pt.L
-1
na Praia Marina e 9mg Pt.L
-1
no
Recanto das Águas.
Utilizando o limite de 75 mg Pt.L
-1
da Resolução CONAMA 357/05 da cor aparente,
para rios classe 2, 23% dos dados obtidos neste estudo se mantiveram acima desse limite, com
a ressalva que esta alteração de cor não foi produzida por agentes poluidores externos.
70
Cor Aparente
0
50
100
150
200
250
300
s
e
t
/
0
4
o
u
t
/
0
4
o
u
t
/
0
4
n
o
v
/
0
4
d
e
z
/
0
4
j
a
n
/
0
5
f
e
v
/
0
5
m
a
r
/
0
5
a
b
r
/
0
5
m
a
i
/
0
5
j
u
n
/
0
5
j
u
l
/
0
5
a
g
o
/
0
5
s
e
t
/
0
5
o
u
t
/
0
5
Data
mg Pt.L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Catarina P3: Recanto das Águas
Figura 22: Variação da cor aparente da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de
estudo.
Como pode-se observar, o comportamento da cor verdadeira (Figura 23), apesar de ter
valores menores do que a cor aparente, em virtude da retirada das partículas em suspensão da
água, é semelhante com o da cor aparente, apresentando máximas para o P1 em outubro, julho
para o P2 e em maio para o P3, e mínimas em agosto para os 3 pontos de amostragem.
Os principais constituintes responsáveis pela cor são os sólidos dissolvidos de origem
natural ou antropogênica, sendo considerados de origem natural, a decomposição da matéria
orgânica e a presença de ferro e manganês, e de origem antropogênica, resíduos industriais e
esgoto domésticos. Os valores máximos das variáveis aconteceram em períodos quentes, mas
os dados apresentados não refletem um padrão sazonal. Em períodos mais quentes ocorre um
maior número de visitantes nas praias, e como as coletas foram efetuadas em lugar de maior
concentração de pessoas, a influência antropogênica interfere, tanto na variável de cor, quanto
nas variáveis de turbidez e sólidos presentes na água.
71
Cor Verdadeira
0
50
100
150
200
250
300
set/04
ou
t
/04
out
/
04
nov/04
de
z
/04
jan/05
fev/05
ma
r/
05
abr/05
m
ai
/
05
jun/05
jul/0
5
a
go/0
5
set/05
out
/05
Data
mg Pt.L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Catarina P3: Recanto das Águas
Figura 23: Variação da cor verdadeira da água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de
estudo.
3.5.2 Sólidos Totais
Os valores de sólidos totais (Figura 24) demostraram uma relação com a precipitação
(Figura 9, Cap. 1), com os maiores valores observados nos meses de maior incidência de
chuvas (dezembro a abril).
Observaram-se diferenças nos valores de sólidos totais entre as praias, sendo que a
maior variação determinada foi de 552 mg.L
-1
entre as Praias Marina e o Recanto das Águas .
Os valores mínimos foram respectivamente de 55 mg.L
-1
para o P1, 48 mg.L
-1
para o
P2 e de 53 mg.L
-1
para o P3, em abril/05. Os valores máximos ocorreram em janeiro/05 para o
P1 514 mg.L
-1
, P2 com 593 mg.L
-1
e no P3 em março/05 com 458 mg.L
-1
.
72
0
100
200
300
400
500
600
out/
04
nov
/
04
dez/
04
j
an/05
fev/
05
ma
r/
05
abr/
05
ma
i/
05
j
u
n/
05
j
u
l
/
05
ago
/
05
set
/
05
out/
05
Data
mg.L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Sólidos Totais
Figura 24: Variação de sólidos totais nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
Os sólidos totais contribuem com 8% para o cálculo do Índice de Qualidade de Água,
e foi um dos fatores que obteve um menor valor (q
i
= 63), o que contribui para o declínio
deste índice, nos meses em que a qualidade da água passou de Ótima para Boa.
Rocha e Thomaz (2004) mostram que a dinâmica sazonal do material em suspensão
apresenta-se mais homogênea no meio do rio do que em lagoas marginais, apresentando
valores em uma faixa de variação de 33 mg.L
-1
, no rio Paraná . A influência das margens é
refletida nos dados, tanto pelo processo de carreamento de material das margens (escoamento
superficial), quanto pela ação dos ventos, que contribuem para o processo de ressuspensão do
sedimento (Figura
25).
73
Figura 25: Ressuspensão do material de fundo na Praia da Marina ocasionada pela ação do vento.
3.5.3 Nitrogênio Total
Os valores de Nitrogênio Total (Figura 26), demonstraram concentrações máximas de
1,10 mg.L
-1
em abri/05 para a praia Catarina (P1), 1,20 mg.L
-1
em dez/04 na Praia Marina, e
de 1,20 mg.L
-1
em ago/05. Os valores mínimos foram inferiores a 0,10 mg.L
-1
em maio em
todos os
pontos.
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
o
ut
/
0
4
n
o
v
/0
4
d
ez
/0
4
ja
n
/
0
5
f
ev
/0
5
m
a
r/05
ab
r
/
05
m
a
i/05
jun/05
ju
l
/
0
5
ag
o
/
0
5
s
et
/05
out
/
0
5
Data
mg.L-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Nitrogênio Total
Figura 26:Variação do Nitrogênio Total nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
74
Devido aos baixos valores de Nitrogênio total nas amostras, seu peso perante o IQA
foi na maioria dos casos q
i
=100, o demonstra a Ótima qualidade das águas do reservatório
para este elemento químico.
Rocha e Thomaz (2004), em seu estudo no rio Paraná encontraram uma variação de
0,1 a 0,79 mg.L
-1
, onde este elemento químico mostrou-se muito uniforme em suas
concentrações, tanto no rio quanto nas lagoas marginais, tendo os referidos autores
diagnosticado seus resultados como baixos, além de não detectar um padrão de variação
temporal relacionado a este elemento, sendo que isto também é observado nas praias do
reservatório de Ilha Solteira.
3.5.4 Fósforo Total
Segundo Espíndola et. al (2003), o fósforo é o principal fator limitante da
produtividade primária dos ecossistemas aquáticos, sendo também apontado como o principal
responsável pela eutrofização artificial desses sistemas. O fosfato inorgânico presente nas
formas H
3
PO
4
, H
2
PO
4
-
, H
2
PO
4
2-
e PO
4
3-
é a principal forma de fósforo assimilável pelos
vegetais aquáticos.
De acordo com Salas e Martino (1991), a maioria dos lagos tropicais da América
Latina são limitados por fósforo. Um outro aspecto é que mesmo que se controle o aporte
externo de nitrogênio, existem algumas algas capazes de fixar o nitrogênio atmosférico, que
não teriam a sua concentração reduzida com a diminuição da carga afluente de nitrogênio em
sistemas aquáticos. Sendo assim, prefere-se dar uma maior prioridade ao controle das fontes
de fósforo quando se pretende controlar a eutrofização em um corpo d’água.
O IQA utiliza o fósforo total para realizar sua quantificação, ou seja, a soma das
parcelas de fosfatos totais dissolvidos e formas fosfatadas inorgânicas.
75
Os valores de fósforo total avaliados para as praias do reservatório de Ilha Solteira
apresentaram-se com concentrações máximas de 134,10
µ
g.L
-1
para P1 e P2 em junho/05 e
em novembro/04 respectivamente, sendo que o ponto P3 obteve um máximo de 89,61
µ
g.L
-1
em janeiro/05. Os valores mínimos ocorreram em diferentes períodos nos pontos de coleta,
onde para o P1 obteve-se um mínimo de 13,70
µ
g.L
-1
em out/04, e de 13,70
µ
g.L
-1
em jul/05 e
de 13,59
µ
g.L
-1
para o P3 em maio/05 (Figura 27).
Os valores encontrados estão acima dos dados registrados por Thomaz et al. (2002) no
rio Paraná, onde obteve-se valores médios de 18,5
µ
g.L
-1
com limites variando de 3,3 a 53,6
µ
g.L
-1
. Tanto para as concentrações de nitrogênio total como para fósforo total os maiores
valores foram usualmente observados durante os períodos de águas baixas e início dos pulsos
de inundação.
Por outro lado, aparentemente os picos de cheias provocam diluição dos nutrientes nos
ambientes aquáticos da planície. Isto foi observado também nos estudos de Thomaz (2002) no
rio Paraná, cujas concentrações de nutrientes, especialmente fósforo total, o
consideravelmente baixas. A grande concentração de represas a montante da área tem sido
apontada como principal causa da redução das cargas de fósforo do rio Paraná
(AGOSTINHO
4
et al., 2000 apud THOMAZ, 2002), fator esse que não foi observado nas
praias do reservatório de Ilha Solteira durante o período de estudo.
Pode-se observar que os dados de fósforo total apresentaram valores mais homogêneos
para o P3 (Recanto das Águas), com uma faixa de variação de (25% a 75%) 13,70
µ
g.L
-1
a
21,39
µ
g.L
-1
, com pelo menos 92,3 % dos dados abaixo dos níveis da Resolução CONAMA
357/05, que estabelece para rios classe 2 um valor de 25
µ
g.L
-1
.
4
AGOSTINHO, A. A. et. al. Biodiversity in the High River Paraná floodplain. In: GOPAL, B.; JUNK, W. J.; DAVIS, J. A.
(Ed.).
Biodiversity in wetlands: assessment, function and conservation
. Leiden: Backhuys Publishers, 2000.
76
Pode-se observar também a boa qualidade do P2 (Praia Marina), com uma faixa de
variação (25% a 75%) de 14,08
µ
g.L
-1
a 23,88
µ
g.L
-1
, com 77 % dos dados abaixo da referida
Resolução 357/05. O P1 (Praia Catarina) apresentou o pior resultado com uma faixa de
variação de (25% a 75%) 13,70
µ
g.L
-1
à 51,21
µ
g.L
-1
, e com apenas 46,2 % dos dados
abaixo de 25
µ
g.L
-1
.
0
25
50
75
100
125
150
ou
t/
04
no
v/04
de
z/
04
ja
n/05
f
e
v
/
05
ma
r
/05
a
br/
05
ma
i/05
jun
/
05
jul
/0
5
a
go/05
se
t/05
ou
t/
05
Data
µ
g.L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
----
Limite CONAMA 357/05
Fósforo Total
Figura 27: Variação do Fósforo Total nas praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
Segundo a faixa de valores de 25% à 75%, os dados apresentados para o P2 e o P3
classificam as praias com meso-eutróficos (10-30
µ
g.L
-1
), e eu-politrófico (30-100
µ
g.L
-1
)
para o P1 (VOLLENWEIDER
5
,1968 apud ESTEVES, 1998). Se utilizarmos a classificação
da agência de proteção ambiental dos Estados Unidos (EPA) os valores apresentados
enquadram como eutrófico (> 20
µ
g.L
-1
) o P1, e como mesotrófico P2 e P3 (10-20
µ
g.L
-1
).
Essa quantidade maior de fósforo total encontrado na praia Catarina, pode ser resultado de
uma maior interação entre água-sedimento que acontece no local, devido à ressuspensão do
5
VOLLENVEIDER, R. A.
Moglichkeiten Um Grenzen elementarer Modelle des Stoffbitansz von Seen.
Arc,
Hidrobiol. v.66, p.1-36, 1968.
77
sedimento (ROBERTO et al., 2005), uma vez que essa praia recebe um número maior de
visitantes.
3.5.4 Coliformes Fecais
O número de coliformes fecais na água, apesar dos valores baixos encontrados (Figura
28), foi um dos fatores que mais contribuiu para a queda do índice de qualidade das águas
durante o período de estudo, devido ao seu peso de 15% no cálculo do IQA.
Coliformes Fecais
0
100
200
300
400
500
out/04
no
v/
04
dez/0
4
jan
/0
5
f
e
v/05
mar/05
ab
r
/05
m
a
i
/
0
5
jun
/
05
jul
/
05
ago/05
set/05
out/05
Data
UCF.100 mL
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 28: Variação do número de coliformes fecais na água das praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo.
O ponto que obteve uma melhor qualidade neste parâmetro foi o P2 (Praia Marina)
com média de 48 UCF. 100mL
-1
, com um máximo de 250 UCF. 100mL
-1
em abril de 2005. O
ponto P3 (Recanto das Águas) apresentou uma média de 56 UCF. 100mL
-1
, com um de
máximo em abril de 2005 com 450 UCF. 100mL
-1
. Um fato que deve ser levado em conta é,
que este ponto permaneceu de outubro de 2004 a fevereiro de 2005, sem apresentar
coliformes fecais nos dias de coleta para avaliação do índice, o que reflete sua boa qualidade.
78
O ponto P1 (Praia Catarina) apresentou uma média de 112 UCF. 100mL
-1
, e máximo
de 500 UCF. 100mL
-1
em dezembro de 2004 e de 440 UCF. 100mL
-1
em setembro de 2005.
Esses máximos representaram um índice q
i
(500) = 25,88 e q
i
(400) = 26,87 (Anexo B)
respectivamente, o que representou o mais baixo das nove variáveis avaliadas para o cálculo
do IQA, sendo isto observado pela sensibilidade da curva de cálculo do índice (Figura 29).
Figura 29: Curva utilizada para a avaliação do parâmetro coliformes fecais no índice de qualidade das águas
(CETESB, 2004).
Nenhum ponto de coleta apresentou-se acima dos limites da resolução CONAMA
357/05 para rios classe 2, tanto para recreação de contato secundário, dessedentação de
animais confinados e demais usos.
Os dados apresentados no relatório da CETESB (2006) mostram valores de coliformes
termotolerantes com uma média histórica de 1995 a 2004 com 920 UCF. 100mL
-1
, e em 2005
uma média de 1400 UCF. 100mL
-1
, o que demonstra uma boa qualidade das praias.
79
3.5.5 Demanda Bioquímica de Oxigênio e Oxigênio Dissolvido
-
O oxigênio dissolvido (O
2
) é um dos gases mais importantes na dinâmica e na
caracterização de ecossistemas aquáticos. As principais fontes de oxigênio para a água são a
atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as perdas são o consumo pela decomposição de
matéria orgânica (oxidação), respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos
como por exemplo, o ferro e o manganês (ESTEVES, 1998).
A perda por oxidação da matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para
uma forma inorgânica estável é chamada de DBO (demanda bioquímica de oxigênio).
Os maiores acréscimos em termos de DBO num corpo d'água são provocados por
despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria
orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o
desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática (CETESB, 2004).
Os valores de DBO são utilizados pela CETESB para classificar águas limpas ou
poluídas; águas com valores inferiores a 4mg.L
-1
são consideradas mais limpas e águas com
teores superiores a 10 mg.L
-1
são definidas como mais poluídas (CETESB, 1995). A agência
de proteção ambiental norte americana (EPA) diz que esses valores devem estar acima de 5,0
mg.L
-1
para este tipo de águas (EPA, 2001).
80
Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO
5
0,0
1,0
2,0
3,0
o
u
t/
0
4
no
v/
04
dez/04
j
a
n
/
05
f
ev/
0
5
m
a
r/
0
5
abr/05
ma
i
/
05
ju
n
/0
5
jul/05
ago
/
05
set
/
05
out/05
Data
mg. L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 30: Variação da demanda bioquímica de oxigênio na água das praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo.
Segundo a resolução CONAMA 357/05, onde para rios classe 2, os valores mínimos
da DBO
5
são de 5 mg.L
-1
O
2
, observa-se que todos os valores encontrados estão abaixo da
referida Resolução e refletem a ótima qualidade das praias do reservatório neste parâmetro.
Os resultados obtidos demonstraram que a DBO nas praias Marina e Recanto das Águas
foram as maiores, com um máximo de 2,0 mg.L
-1
em julho e outubro de 2005,
respectivamente, seguido da praia Catarina com um máximo de 1,8 mg.L
-1
em outubro do
mesmo ano. Os valores mínimos aconteceram em maio, com 0,1 mg.L
-1
para a Praia Marina e
Recanto das Águas, e de 0,1 mg.L
-1
em junho para a praia Catarina.
Valente et al. (1997), mencionam que a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO
5
), é
um indicador que determina indiretamente a concentração de matéria orgânica biodegradável
através da demanda de oxigênio exercida por microorganismos através da respiração. Esse
metabolismo é controlado dentre alguns fatores pela temperatura, assim em temperaturas
81
menores existe uma diminuição destes processos de respiração, o que resulta em valores
menores de DBO durante o inverno.
Os valores apresentados influenciaram pouco dentro do IQA, graças às boas condições
apresentadas pelos resultados da DBO. Segundo a CETESB (2006), o reservatório de Ilha
Solteira está inserido na rede de monitoramento e é caracterizado por um ponto de coleta à
cerca de 80 Km das praias do reservatório, e que mostra uma média histórica de 2004 à 2005
com 3,2 mg.L
-1
e em 2005 com média igual a
3,0 mg.L
-1
, o que caracteriza novamente as boas
condições das praias.
Os valores de oxigênio dissolvido nas praias do reservatório de Ilha Solteira (Figura
31) mantiveram-se numa faixa estável média de 7,6 mg.L
-1
, com nimos de 6,6 mg.L
-1
para
o P1 e P2, e de 7,0 mg.L
-1
para o P3, em novembro, respectivamente. Ao utilizar os valores
da Resolução CONAMA 357/05, observa-se que durante o período de estudo todas as
concentrações estiveram acima da Resolução CONAMA 357/05 para rios classe 2 (
5,0
mg.L
-1
).
Constatou-se que os valores de oxigênio dissolvido apresentaram pequenas variações e
com as maiores concentrações durante o período de inverno, o que pode estar associado às
menores taxas de decomposição e de respiração nesse período devido à menor circulação das
massas de água desses ambientes observada durante o inverno, e principalmente ao
decaimento da temperatura que aprisiona mais o gás dentro da massa quida (THOMAZ et.
al., 1997).
Rocha (2004), em seus estudos na planície de inundação do alto Paraná, encontrou
valores de oxigênio dissolvido superiores (>10mg.L
-1
) aos encontrados nas praias do
reservatório de Ilha Solteira, e no rio Paraná valores inferiores (<5mg.L
-1
) nas lagoas
marginais.
82
Oxigênio Dissolvido
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
out/04
nov
/04
dez/
0
4
ja
n/
0
5
fev/05
ma
r
/
0
5
abr/05
ma
i
/
05
jun/05
jul/
05
ago/05
s
e
t/05
out/05
Data
mg.L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 31: Variação do oxigênio dissolvido na água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
O cálculo do índice de qualidade das águas leva em consideração não o oxigênio
dissolvido, mas sim a porcentagem de saturação de oxigênio (Figura 32). A solubilidade do
oxigênio depende de dois fatores principais: temperatura e pressão. Entende-se como
saturação de oxigênio como sendo a quantidade máxima de oxigênio que pode ser dissolvida
na água em determinada pressão e temperatura (ESTEVES, 1998).
A faixa de variação ocorreu de forma semelhante aos valores encontrados de oxigênio
dissolvido. Para o P1 observou-se uma variação de 81,96 % à 117,64%, para o P2 de 83,04%
à 116,84% e no P3 uma faixa de 85,49% à 116,84%. Thomaz et al. (2004) encontraram faixa
de valores de 83,5% à 124,7% , no rio Paraná, e valores bem inferiores em lagoas subjacentes,
e que fatores chaves, como morfometria e atividades fotossintéticas, atuaram na dinâmica do
oxigênio somente destas lagoas, fato que não acontece no rio Paraná. Esta faixa semelhante de
valores encontrados no rio Paraná, com os valores obtidos nas praias do reservatório de Ilha
Solteira, remetem às mesmas características, e que os rios sofrem mais influência por efeitos
sazonais, do que por efeitos externos.
83
Porcentagem de Saturação de Oxigênio
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
o
ut
/0
4
n
ov
/04
dez/
0
4
jan/05
fev/0
5
m
a
r/0
5
abr/05
mai/05
jun
/
0
5
j
u
l
/05
ago/05
set/05
o
ut/
0
5
Data
%
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 32: Variação da porcentagem de saturação de oxigênio dissolvido na água das praias do Reservatório de
Ilha Solteira, durante o período de estudo.
3.5.6 Demanda Química de Oxigênio (DQO)
A DQO é um indicador de matéria orgânica baseado na concentração de oxigênio
consumido para oxidar a matéria orgânica, biodegradável ou não, em meio ácido e condições
energéticas por ação de um agente químico oxidante forte (SPERLING, 1996).
Nas praias do reservatório de Ilha Solteira, a DQO apresentou seus valores mais
acentuados P2=13 mg.L
-1
em setembro/05, P3=12 mg.L
-1
e P1=10 mg.L
-1
em janeiro. Apesar
do ponto P2 apresentar o maior valor, o ponto que obteve a maior média de valores foi o P3
com 4,9 mg.L
-1
, seguido de 3,5 mg.L
-1
do P1 e de 3,4 mg.L
-1
do P2 (Figura 33).
84
Demanda Química de Oxigênio
0
3
6
9
12
15
out
/
04
nov/04
d
e
z/
0
4
jan/05
f
e
v
/
05
m
a
r/0
5
abr
/
0
5
m
a
i/05
ju
n
/05
j
ul/05
ago
/
0
5
s
et/
0
5
out/05
Data
mg.L
-1
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Figura 33: Variação da demando química de oxigênio na água das praias do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo.
A CETESB que realiza o monitoramento da qualidade da água em São Paulo,
encontrou no rio São José dos Dourados (afluente das praias do reservatório), valores
inferiores a 50 mg.L
-1
(CETESB, 2004) em todos os períodos do dia, e as praias do
reservatório também se enquadram dentro deste nível. Vale lembrar que a Resolução
CONAMA 357/05 para rios classe 2 (CETESB, 2004) não faz nenhuma menção a este
parâmetro, e nem o índice de qualidade das águas utiliza esta variável.
A Agência Nacional de Águas (ANA) (2004), encontrou valores baixos de DQO numa
faixa de 20-29 mg.L
-1
, nos rios Verde Grande /BA e Jacaré/BA valores estes que corroboram
com a boa qualidade das águas das praias do reservatório de Ilha Solteira, que apresentam
valores inferiores a estes mostrados anteriormente.
3.5.7 Potencial hidrogeniônico (pH)
Os valores do potencial hidrogeniônico (pH) são mostrados na Figura 34, onde os
pontos apresentaram uma média geral de 7,19, com variações de 6,00 (21/fev/05) à 8,54
85
(14/fev/05) para o P1, de 5,91 (04/abr/05) a 7,98 (03/jan/05) para o P2, e de 6,00 (04/abr/05) à
9,06 (17/out/05) para o P3. A Resolução CONAMA 357/05 diz que para rios classe 2 o pH
deve estar entre 6,0
pH
9,0, sendo que apenas um valor esteve acima deste nível P3= 9,06
(out/05) e, um valor abaixo no P2 = 5,91 (abr/05).
Observando os valores encontrados pode-se dizer que as praias demonstram uma boa
qualidade sobre o ponto vista do potencial hidrogeniônico. Segundo EPA (2001), o pH não
oferece riscos à saúde com exceção de valores extremos, que podem gerar alta acidificação e
alcalinidade, com conseqüências organolépticas. Os valores de pH influenciam diretamente o
comportamento de vários outros parâmetros de qualidade da água como: toxicidade da
amônia, eficiência na desinfecção do cloro e solubilidade de metais, entre outros.
0
2
4
6
8
10
ou
t
/
0
4
no
v
/
0
4
d
e
z
/04
j
a
n
/
0
5
fev/
0
5
mar
/
0
5
a
b
r
/05
ma
i
/05
jun/
0
5
jul/05
a
g
o
/
05
se
t
/
0
5
ou
t
/
0
5
Data
pH
P1: Praia Catarina P2: Praia Marina P3: Recanto das Águas
Potencial Hidrogeniônico
Figura 34:Variação do pH na água das praias do Reservatório de Ilha Solteira, durante o período de estudo.
86
3.5.8 Índice de Qualidade das Águas (IQA)
A Tabela 10 demonstra os três pontos analisados com suas respectivas qualidades de
água ao longo do período de estudo. De maneira geral, as praias apresentaram valores entre
“Ótimo” e Bom” durante o período de estudo, sendo que o ponto P3 (Recanto das Águas)
foi o que apresentou melhor qualidade ao longo do período estudado com uma média de 87,99
, seguido da praia Marina (P2) com uma média de 86,48 e do ponto P1 (Praia Catarina) com
83,25.
Pode-se perceber pela Tabela 10 que o ponto P1 (Praia Catarina) obteve uma
diminuição no IQA=72,68 em set/05, sendo que esse ponto vinha com uma média dos quatro
meses anteriores com IQA=85,18 (Ótimo) e apresentou uma queda de 7,03 pontos percentuais
em relação ao mês anterior. Os fatores que mais contribuíram para esta queda foram o número
de coliformes fecais (qi=26,88), turbidez (qi=59,60) e sólidos totais (qi=64,04).
O P2 (Praia Marina) apresentou seu valor nimo em janeiro com IQA = 74,81, onde
a média dos 3 meses anteriores foi de IQA=92,88 (ótimo). As variáveis que mais contribuíram
para o declínio deste mês foram o número de lidos totais (qi=32,00), o número de
coliformes (qi=40,03) e pH (qi=78,53).
O Recanto das Águas (P3) apresentou uma queda em junho nos valores, com
IQA=76,66, sendo que ao longo dos 8 meses anteriores apresentava-se com uma média de
IQA=90,47. Os fatores que mais contribuíram para a queda do índice em junho foram o
número de sólidos totais (qi=39,60), coliformes fecais (qi=57,71), e pH (qi=86,37). Em geral
os fatores que tiveram maior responsabilidade na diminuição do índice de qualidade da água
foram: Coliformes fecais, turbidez, pH, sólidos totais e fósforo.
Estas variáveis estão intimamente ligadas ao número de visitantes das praias
(coliformes fecais, turbidez, sólidos totais), variáveis climatológicas, que devido ao início do
87
período chuvoso propicia um maior carreamento de material para o corpo d’água, elevando o
número de coliformes fecais e turbidez, e a elevação do vel do reservatório, no período
seco, que influenciou o aumento na concentração de fósforo e coliformes fecais.
Tabela 10: Índice de qualidade das águas (IQA), das praias do reservatório de Ilha Solteira/SP, durante o período
de estudo.
Obs.:
Valor Qualidade Cor
out/04 80,46 Ótima
nov/04 93,34 Ótima Valor Qualificação Cor
dez/04 77,64 Boa 80<IQA100 Ótima
jan/05 85,71 Ótima 52<IQA79 Boa
fev/05 88,44 Ótima 37<IQA51 Aceitável
mar/05 78,66 Boa 21<IQA36 Ruim
abr/05 80,75 Ótima 0<IQA19 Péssima
mai/05 80,67 Ótima
jun/05 90,93 Ótima Peso
jul/05 93,04 Ótima 17%
ago/05 80,51 Ótima 15%
set/05 72,68 Boa 12%
out/05 79,46 Ótima 10%
out/04 91,93 Ótima 10%
nov/04 92,41 Ótima 10%
dez/04 94,29 Ótima 10%
jan/05 74,81 Boa 8%
fev/05 89,47 Ótima 8%
mar/05 84,75 Ótima
abr/05 79,27 Ótima
mai/05 75,37 Boa
jun/05 85,01 Ótima
jul/05 91,63 Ótima
ago/05 80,82 Ótima
set/05 93,01 Ótima
out/05 91,48 Ótima
out/04 90,49 Ótima
nov/04 94,01 Ótima
dez/04 95,47 Ótima
jan/05 93,69 Ótima
fev/05 92,53 Ótima
mar/05 83,30 Ótima
abr/05 92,55 Ótima
mai/05 81,72 Ótima
jun/05 76,66 Boa
jul/05 85,10 Ótima
ago/05 84,20 Ótima
set/05 92,85 Ótima
out/05 81,28 Ótima
Temperatura
Nitrogênio Total
Turbidez
Sólidos Totais
P2 - Praia MarinaP3 - Recanto das Águas
Classificação segundo CETESB / SP
Pesos relativos ao IQA
Parâmetro
Oxigênio Dissolvido
Coliformes Fecais
pH
DBO
Fosfato Total
Local Data
IQA - CETESB / SP
P1 - Praia Catarina
88
Um outro fator que contribui para a elevação na concentração de sólidos totais nas
praias, principalmente nos meses de maio a setembro, são os ventos NE e E, que atingem
valores entre 5,4 a 9,0 km/h (LIMA et al., 2003), o que contribui com o processo de
ressuspensão do sedimento de fundo, bem como com o solapamento das margens do
reservatório.
Com base no relatório da CETESB (2004) de Qualidade das Águas Interiores, o
Reservatório de Ilha Solteira não está inserido na rede de monitoramento, sendo que o ponto
de coleta mais próximo realiza-se em seu afluente, o rio São José dos Dourados, que
apresentou neste referido ano uma qualidade “Boa”, com valores que variaram de 59 a 71,
segundo o Índice de Qualidade de Águas.
Com uma análise geral das praias do reservatório de Ilha Solteira, a qualidade da água
apresentou-se como “Ótima” em 84,68 % dos casos, e com qualidade boa em 15,32% dos
resultados. O P1 (Praia Catarina) esteve 76,92% do tempo na classificação “Ótima” e 23,08%
“Boa”, o P2 teve uma maior de permanência na classificação “Ótima” com 84,62 % do tempo
nesta classificação e 15,38% na “Boa”, sendo que o P3 apresentou o melhor desempenho das
praias, com 92,31% de permanência na classificação “Ótima” e 7,69% na “Boa” (Figura 35).
Estes valores demonstraram que as praias do reservatório de Ilha Solteira, avaliadas no
presente projeto, apresentaram boas condições para a recreação, com a classificação variando
entre “Ótima e Boa”, contribuindo para o potencial turístico da região e para seu
aproveitamento múltiplo.
89
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P1 P2 P3
% de tempo na classificação CETESB/SP
Ótima Boa Aceitável Ruim ssima
Figura 35: Resumo geral da classificação da qualidade da água das praias do reservatório de Ilha Solteira/SP
segundo a CETESB/SP, durante o período de estudo.
A Fundação Estadual de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerias (FEAM),
juntamente com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Fundação Centro
Tecnológico de Minas Gerais (CETEC) que realizam o monitoramento da qualidade das
águas superficiais do Estado, no Projeto “Águas de Minas”, também utilizam o IQANSF, com
os mesmos pesos utilizados pela CETESB, porém sem as modificações propostas para
avaliação da qualidade da água, utilizando a classificação demonstrada na Tabela 11.
Tabela 11: Classificação da qualidade da água segundo a FEAM/MG.
Valor Qualificação Cor
90<IQA100 Ótima
70<IQA90 Boa
50<IQA70 Aceitável
25<IQA50 Ruim
0<IQA25 Muito Ruim
Se utilizarmos esta classificação da qualidade da água das praias do reservatório de
Ilha Solteira, teríamos os seguintes valores (Figura 36).
90
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P1 P2 P3
% de tempo na clas. FEAM/MG
Ótima Boa Aceitável Ruim Péssima
Figura 36: Resumo geral da classificação da qualidade da água segundo a FEAM/MG, das praias do reservatório
de Ilha Solteira/SP, durante o período de estudo.
Como a classificação da FEAM/MG, tem níveis de aceitabilidade mais rigorosos
percebe-se que o índice de qualidade das águas apresentou uma queda de 84,62% da
classificação ótima da CETEB/SP para 41% e de 15,38% (CETESB/SP) na classificação boa
para 59% (FEAM/MG) (Figura 37). Apesar desta queda acentuada pode se perceber que na
maior parte do tempo as praias do reservatório apresentam condições boas de qualidade
segundo este índice.
91
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
P1 P2 P3 Média dos 3 pontos
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Ótima Feam Boa Feam Aceitável Feam Péssima Feam Ruim Feam
Ótima Cetesb Boa Cetesb Aceitácel Cetesb Ruim Cetesb Péssima Cetesb
% de tempo na classificação CETESB/SP
% de tempo na classificação FEAM/MG
Figura 37: Comparativo geral da classificação da qualidade da água segundo a FEAM/MG e CETESB/SP, das
praias do reservatório de Ilha Solteira/SP, durante o período de estudo.
Estudos desenvolvidos por Rolla e Machado (2005), no estado de Minas Gerais,
apontaram índices de qualidade da água inferiores ao encontrados no reservatório de Ilha
Solteira. Na bacia hidrográfica do rio Paranaíba das suas 32 estações de coleta, 20 (63%)
foram consideradas com boa qualidade (70<IQA<90), 11 (34%) de qualidade aceitável
(50<IQA<70) e uma (3,13%) de qualidade ótima (90<IQA<100). A bacia do rio São
Francisco apresentou dados de 5 reservatórios, sendo que destes, 15 (71,43%) estações com
boa qualidade, 5 (23,81%) com qualidade aceitável e 1 (4,76%) ruim. Na bacia hidrográfica
do rio Doce, esta apresentou 7 estações (46,67%) com boa qualidade de água, 7 aceitáveis
(46,67%) e uma (6,67%) ruim.
Estes resultados, apesar de representarem a qualidade da água em apenas um mês no
ano, mostram uma qualidade boa dos reservatórios de Minas Gerais e corroboram para
demonstrar a ótima qualidade da água das praias do reservatório de Ilha Solteira.
92
3.6 Análise Estatística
Com relação à praia Catarina (P1) (Figura 38), pode-se avaliar três grupos distintos. O
grupo I mostra a relação entre as variáveis nitrogênio total e nível do reservatório, o que pode
ser inferido que as principais fontes de nitrogênio estão condicionadas às reservas do
elemento químico nas margens do reservatório. O grupo II conseguiu reunir as variáveis
meteorológicas e de visitantes, o que justifica o fato de nos meses de maior temperatura
existir um maior afluxo de pessoas nos balneários e no período de inverno um menor afluxo.
O grupo III conseguiu agrupar as variáveis biológicas coliformes fecais e demanda
bioquímica de oxigênio, as químicas pH, fósforo total e oxigênio dissolvido e a sica
turbidez. Esta interrelação demonstra que na praia Catarina, o aumento da turbidez, ou seja, as
partículas coloidais presentes na água, apresentaram relação com a matéria orgânica, e esta
com elementos químicos (fósforo total). Como a coleta de amostras foi realizada próxima à
margem, as iterações com o sedimento tornam-se mais intensas e, como resultado da ação do
vento, contatam-se, com freqüência, aportes de material em suspensão (PANOSSO
6
, 2000;
ROLAND
7
, 2000 apud ROCHA, 2004).
6
PANOSSO, R. Considerações geográficas e geomorfológicas
.
In: BOZELLI, R. L. et al.
Lagoa Batata:
impacto e recuperação de um ecossistema amazônico.
Rio de Janeiro: UFRJ/SBL, 2000.
7
ROLLAND, F.
Produção primária fitoplanctônica
.
In.: BOZELLI, R. L. et al.
Lago Batata: impacto e
recuperação de um ecossistema amazônico,
Rio de Janeiro: UFRJ/SBL, 2000.
93
P1: Praia Catarina
NA Reserv
Nitrogênio
Sólidos Totais
Visitantes
Precipitação
Umidade
Temperatura ar
Temperatura
pH
coliformes
Turbidez
DBO
Fósforo
OD
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Distância de Ligação
G
r
u
p
o
I
Grupo II
Grupo III
Figura 38: Dendograma das variáveis do índice de qualidade das águas (IQA), variáveis meteorológicas, de
controle do reservatório e número de visitantes, da Praia Catarina do reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo.
O dendograma da praia Marina (Figura 39) revela que para o grupo I, o nitrogênio
total e o pH apresentam uma grande relação. O nitrogênio total é resultado das somas das
parcelas do nitrogênio amoniacal acrescentados das formas nitrito (NO
2
-
) e nitrato (NO
3
-
),
segundo Esteves (1998), tanto o ânion amônia (NH
4
+
) e suas variações, quanto os processos
de nitrificação e desnitrificação estão condicionados as variações do pH.
O grupo II conseguiu reunir variáveis meteorológicas e de visitantes com o fósforo
total e turbidez, indicando que, para este ponto, os nutrientes também estão associados ao
número de partículas coloidais, que podem ser provenientes da ressuspensão do material
provocado pelos visitantes, e também com a elevação do nível do reservatório. Como a água
foi coletada nas margens das praias, em lugar de maior concentração de pessoas, e em uma
94
parte rasa, sujeita ao efeito das ondas, quanto maior o número de banhistas ou maior a
intensidade do vento, maior a ressupensão do material do fundo e posteriormente o aumento
do fósforo total na água. O grupo III define as variáveis biológicas com o nível do
reservatório, e o número de sólidos totais presentes na água, com a elevação do nível de água
do reservatório houve uma incorporação tanto de partículas coloidais quanto de coliformes
presentes nas margens.
P2: Praia Marina
Nitrogênio
pH
Visitantes
Precipitação
Umidade
Temperatura ar
Turbidez
Temperatura
Fósforo
Sólidos Totais
NA Reserv
coliformes
DBO
OD
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Distância de Ligação
Grupo I
Grupo II
Grupo III
Figura 39: Dendograma das variáveis do índice de qualidade das águas (IQA), variáveis meteorológicas, de
controle do reservatório e número de visitantes, da Praia Marina do reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo.
Com relação ao Recanto das Águas (P3), a Figura 40 mostra que o grupo I, apesar de
apresentar uma relação entre as variáveis, esta possui uma distância de ligação muito grande,
com alto coeficiente cofenético, o que não consegue correlacionar os dados. O grupo II como
95
nos casos anteriores mostra a relação das variáveis meteorológicas e de visitantes com a
turbidez e elementos químicos. O grupo III condiciona novamente as variáveis biológicas com
a presença de partículas coloidais, que por sua vez são trazidas pela elevação do nível do
reservatório.
P3: Recanto das Águas
Nitrogênio
DBO
pH
Temperatura ar
Turbidez
Temperatura
Visitantes
Precipitação
Umidade
Fósforo
NA Reserv
Sólidos Totais
coliformes
OD
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
Distância de ligação
Grupo I
Grupo II
Grupo III
Figura 40: Dendograma das variáveis do índice de qualidade das águas (IQA), variáveis meteorológicas, de
controle do reservatório e mero de visitantes, do Recanto das Águas do reservatório de Ilha
Solteira, durante o período de estudo.
3.7 Conclusões
O índice de qualidade das águas (IQA), apesar de ser um índice relativamente simples,
conseguiu mostrar a boa qualidade das águas das praias do reservatório. Além de ser um
96
índice de fácil confecção, apresenta um bom número de parâmetros que podem inferir sobre a
qualidade da água, conseguindo mostrar de maneira rápida a qualidade de um corpo d’água.
Pode-se perceber que o nível do reservatório exerce grande influência na qualidade da
água, e que, apesar de alguns elementos químicos (fósforo total) estarem acima da Resolução
CONAMA 357/05 em alguns períodos amostrados, o reservatório não apresenta problemas
visíveis ou sinais de eutrofização.
De maneira geral as águas das praias do reservatório de Ilha Solteira
apresentaram classificação entre Ótima e Boa, sendo apresentadas em ordem decrescente de
qualidade o Recanto das Águas (P3), a Praia Marina (P2) e a Praia Catarina (P1).
Os valores que mais contribuíram para as mudanças nos valores do IQA foram
o número de coliformes fecais, turbidez e sólidos em suspensão, provocados basicamente pelo
afluxo de pessoas às praias, período de chuvas, aumento do nível do reservatório e ação dos
ventos.
Com relação aos demais parâmetros complementares ao IQA, como
condutividade, DQO, cor verdadeira e aparente, notou-se que durante o período de estudo
apresentaram-se com valores compatíveis com sistemas aquáticos pouco impactados.
Para um melhor aproveitamento dos usos ltiplos do reservatório e do
acompanhamento da qualidade da água, algumas medidas deveriam ser implementadas como:
Manutenção e extensão periódica do índice de qualidade da água, com um
monitoramento contínuo deste e posterior informe dos dados à população usuária do
balneário.
Incorporação de novos índices que considerem mais fatores biológicos de
qualidade da água, como por exemplo o IVA;
Inclusão das praias do reservatório dentro dos pontos monitorados pela
CETESB.
97
4 BIOENSAIOS DE TOXICIDADE NO SEDIMENTO
4.1 Introdução
A avaliação da qualidade das águas deve ser planejada com objetivos bem
determinados, que exigirão o emprego de metodologia e métodos de operação mais
adequados. A OMS (Organização Mundial da Saúde) propõe três modos de operação: o
monitoramento destinado basicamente à avaliação de resultados do controle da poluição e
tendências, a vigilância que visa detectar variações de qualidade instantâneas e, finalmente, a
investigação para estudos e pesquisas. Assim, a vigilância exige obviamente grande rapidez
de resposta, razão pela qual são normalmente utilizados biomonitores.
O uso de parâmetros biológicos para avaliar a qualidade da água se baseia nas
respostas dos organismos em relação ao meio onde vivem. Como os rios estão sujeitos a
inúmeras perturbações, a biota aquática reage a esses estímulos, sejam eles naturais ou
antropogênicos. A habilidade de proteger os ecossistemas depende da capacidade de
distinguir os efeitos das ações humanas das variações naturais, buscando categorizar a
influência das ações humanas sobre os sistemas biológicos (CAIRNS JUNIOR
8
et al
,
1993
apud BUSS; BAPTISTA; NESSIMIAN, 2003). Nesse contexto, a definição de
biomonitoramento mais aceita é o uso sistemático das respostas de organismos vivos para
avaliar as mudanças ocorridas no ambiente, geralmente causadas por ações antropogênicas
(MATTHEWS et al., 1982).
O uso da resposta dos organismos é a base dos índices biológicos. Bioindicadores são
espécies escolhidas por sua sensibilidade ou tolerância a vários parâmetros, como poluição
8 CAIRNS Jr., J.; McCORMICK, P. V. & NIEDERLEHNER, B. R.,
A proposal framework for developing
indicators of ecosystem health. Hydrobiologia
, 263:1-44,1993.
98
orgânica ou outros tipos de poluentes (WASHINGTON, 1984). O termo “resposta biológica”
se refere ao conjunto de reações de um indivíduo ou uma comunidade em relação a um
estímulo ou a um conjunto de estímulos. Por estímulos entendemos algo que induza uma
reação do indivíduo que possa ser percebida e medida na população ou na comunidade
(ARMITAGE
9
, 1995 apud BUSS; BAPTISTA; NESSIMIAN, 2003).
Segundo Metcalfe
10
(1989, apud BUSS; BAPTISTA; NESSIMIAN, 2003), o uso das
respostas biológicas como indicadores de degradação ambiental é vantajoso em relação às
medidas físicas e químicas da água, pois estas registram apenas o momento em que foram
coletadas, como uma fotografia do rio, necessitando assim de um grande número de análises
para a realização de um monitoramento temporal eficiente. Outra desvantagem é que, se
forem feitas longe da fonte poluente, as medições químicas não serão capazes de detectar
perturbações sutis sobre o ecossistema (PRATT; COLER, 1976).
Mesmo em casos de lançamentos contínuos dentro das normas estabelecidas por lei, o
uso da biota aquática é uma importante ferramenta na avaliação da qualidade da água. Isso se
deve a um processo natural denominado biomagnificação, que é a transmissão de compostos
que não são metabolizados ou excretados pelos organismos para o nível superior da cadeia
trófica. Em alguns casos esses compostos podem ser tóxicos se acumulados, como no caso de
metais pesados e de pesticidas organoclorados. Portanto, mesmo dentro das normas legais de
lançamento, esses efluentes podem degradar as inter-relações biológicas, extinguindo espécies
e gerando problemas de qualidade de vida para as populações que utilizam aquele recurso. Os
indicadores biológicos são muito úteis por sua especificidade em relação a certos tipos de
9 ARMITAGE, P. D. Behaviour and ecology of adults
.
In: Armitage, P.D.; Cranston, P. S.; Pinder, L. C. V. (ed.)
The Chironomidae: Biology and Ecology of Non-Biting Midges
, London: Chapman & Hall. p. 194-224,
1995.
10 METCALFE, J. L.,
Biological water quality assessment of running waters based on macroinvertebrates
communities: history and present status in Europe
. Environmental Pollution, no.60, p.101-139, 1989.
99
impacto, já que inúmeras espécies são comprovadamente sensíveis a um tipo de poluente, mas
tolerantes a outros (WASHINGTON, 1984). Assim, índices podem ser criados
especificamente para detectar derramamento de óleo, poluição orgânica, alteração de pH da
água, lançamento de pesticidas, entre outros.
Os ensaios de toxicidade consistem na determinação de efeitos xicos causados por
um ou por uma mistura de agentes químicos, sendo tais efeitos detectados por respostas
fisiológicas de organismos aquáticos. Portanto, os ensaios ecotoxicológicos expressam os
efeitos adversos, a organismos aquáticos, resultantes da interação das substâncias presentes na
amostra analisada (CETESB, 2005).
Todas as substâncias são capazes de ser tóxicas dependendo de sua concentração, do
organismo utilizado e das condições ambientais da exposição. Existem muitos exemplos de
testes de toxicidade em uso no mundo, empregando diferentes procedimentos e tipos de
espécies. A tabela a seguir mostra alguns testes padronizados internacionalmente com
diferentes organismos.
100
Tabela 12: Exemplo de bioensaios padronizados mundialmente e teste de toxicidade aguda.
Tempo de Reação Esperada
Brachydanio rerio 1-2 dias Morte
Leuciscus idus 2 dias Morte
Poecilia reticulata 4 dias Morte
Salmo gairdnerii 4 dias Morte
Daphnia magna 24 horas Imobilização
Daphnia similis 24 horas Imobilização
Asellus aquaticus 2 dias Imobilização, morte
Tubifex tubifex 4 dias Demanda de oxigênio
Scenedesmus subspicatus 4 dias Taxa de crescimento
Ankistrodesmus falcatus 10 dias Reprodução
Haematococcus pluvialis 24 dias Reprodução
Phormidium autumnale 24 horas Movimento
Pseudomonas putida 30 minutos Inibição do cons. de Oxig.
Phytobacterium phosphoreum
Minutos Inibição da luminescência
Paramecium caudatum 2 dias Morte, morfologia,
Sinapsis alba 5 dias Germinação
Sinapsis alba 10-15 dias Crescimento
Avena sativa 10-15 dias Crescimento
Bactérias
Protozoários
Plantas Superiores
Organismo
Peixes
Invertebrados
Algas
Fonte: (WATER QUALITY MONITORING, 1996).
Em geral, nos testes de toxicidade são utilizados cinco concentrações e um controle,
com medidas das variáveis pH, dureza (mg.L
-
¹ de CaCO
3
) e temperatura, as quais o
realizadas no início e no final dos testes. Para o teste ser aceitável, a sobrevivência no controle
deve ser de 90% no mínimo (ABNT, 2003).
Os testes de toxicidade com sedimentos realizados em laboratório fornecem
informações ecológicas importantes que podem ser utilizadas para identificar a toxicidade
nesse compartimento, bem como os locais mais contaminados e, consequentemente, requerer
mecanismos de ação imediata para a recuperação do sistema (ROSIU et al., 1989).
O sedimento é o substrato para uma vasta variedade de organismos que vivem dentro
ou sobre ele, e funciona também como depósito de descartes e sumidouro de larga variedade
de contaminantes, incluindo metais pesados e pesticidas. Contaminantes são transportados dos
101
continentes para os oceanos em solução ou aderidos à matéria suspensa, podendo ser
estocados temporariamente ou de modo permanente nos sedimentos de rios, lagos e águas
costeiras. A acumulação permanente de contaminante causa problemas devido à liberação de
poluentes por longo do tempo, mesmo após a fonte de poluição ter sido eliminada
(SALOMONS
11
apud JARDIM, 2004).
Em sedimentos diferentes, concentrações iguais de um contaminante freqüentemente
apresentam diferentes efeitos de toxicidade. Um sedimento pode ser muito tóxico e outro
pode não apresentar nenhuma toxicidade para os mesmos organismos, sendo que ambos
contêm a mesma concentração do contaminante. Para resultar em toxicidade, o contaminante
deve estar biodisponível e isso significa que a presença de altas concentrações de poluentes
nos sedimentos não necessariamente resulta em toxicidade aos organismos bentônicos ou da
coluna d’água (JARDIM, 2004).
4.2 Justificativa
A necessidade de se ter uma ferramenta para quantificar de maneira mais eficiente o
substrato do sedimento, a fim de proporcionar um quadro mais fiel e real da qualidade da água
das praias do reservatório de Ilha Solteira, fazem da análise da toxicidade do sedimento uma
ferramenta indispensável na composição de um biomonitoramento.
É um campo de pesquisa relativamente novo no Brasil e que começa a ser
desenvolvido em praias de água doce, contribuindo para o refinamento dos dados de
qualidade da água, bem como para a saúde dos banhistas e usuários do corpo hídrico.
No reservatório de Ilha Solteira não existem pontos de monitoramento da qualidade do
sedimento, sendo este um trabalho inédito realizado neste sistema, com o objetivo de fornecer
subsídios para o aproveitamento múltiplo deste reservatório.
11 SALOMONS, W.; et al.
Sediments as a souce for contaminants ? Hydrobilogia
, v.149, p. 13 -30, 1987.
102
4.3 Objetivos
O estudo teve por objetivo a realização mensal (dezembro de 2004 a outubro de 2005)
de bioensaios de toxicidade aguda, com o organismo
Daphnia similis,
no sedimento das
praias do Reservatório de Ilha Solteira, como subsídio para uma melhor avaliação da
qualidade da água. Dessa forma, realizaram-se:
- Bioensaios de Toxicidade Aguda mensal no sedimento em três praias do
reservatório (Marina, Catarina e Recanto das Águas);
- Análise mensal da granulometria do sedimento das praias.
4.4 Materiais e métodos
4.4.1 Amostragem
As amostras de sedimento (Figura 41) foram coletadas em locais que apresentaram a
isóbata de aproximadamente 50 cm, próximo às margens, onde o sedimento foi retirado até
uma camada de aproximadamente 7 cm profundidade. Foram coletados cerca de 1,5 kg de
sedimento, sendo que este foi acondicionado isotermicamente até o laboratório para
realização dos bioensaios.
Figura 41: Coleta do sedimento na praia da Catarina (esquerda), praia Marina (centro), Recanto das Águas
(esquerda).
103
4.4.2 Bioensaios de toxicidade aguda com
Daphnia similis
Os bioensaios de toxicidade aguda (Figura 42) realizados com amostras do sedimento
(CETESB, 1991) foram determinados visando a obtenção da CE (48 horas), isto é, a
concentração em que se observa a imobilidade de 50% ou mais dos organismos-teste
expostos. Neste estudo foi utilizada a CE para a indicação da estação de coleta com
características tóxicas (CE > 50%), indícios de toxicidade (0 < CE
50%) e não tóxicas
(CE=0) (DORNFELD, 2002).
Figura 42: Cultivo dos organismos
Daphnia similis
e realização dos bioensaios de toxicidade aguda.
4.4.3 Granulometria
A determinação mensal granulométrica das amostras de sedimento foi baseada na
metodologia descrita pela ABNT (1982) - Análise Granulométrica de Solos (Método
Brasileiro), obtendo-se as frações areia, silte e argila.
104
4.5 Resultados e discussões
4.5.1 Bioensaios de Toxicidade
Na Tabela 13 são apresentados os resultados dos testes de toxicidade com
Daphnia
similis
. Verificou-se que para a praia Catarina (P1) 7 dos 11 meses de análise permaneceram
sem indícios de toxicidade, 2 meses (janeiro e agosto de 2005) mostraram indícios de
toxicidade com 13,3% e 2 meses (junho e outubro de 2005) demonstraram indícios de
toxicidade acima de 25%. Na Praia Marina (P2), houve um único caso de indício de
toxicidade (10%
CE
50%) no mês de janeiro de 2005. Para o Recanto das Águas (P3), a
imobilidade dos organismos (CE) manteve-se em 82% do tempo, ou seja 9 dos 11 meses,
abaixo de 10% (sem indícios de toxicidade), sendo que nos meses de julho e setembro os
organismos apresentaram-se com imobilidade de 13,3%, ou seja, com indícios de toxicidade.
Tabela 13: Porcentagem de imobilidade para
Daphnia similis
no sedimento do Reservatório de Ilha Solteira,
durante o período de estudo.
P1 Qualidade P2 Qualidade P3 Qualidade
1 dez/04
0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T.
2 jan/05
13,0% C.I.T. 13,0% C.I.T. 6,7% S.I.T.
3 fev/05
0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T.
4 mar/05
0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T.
5 abr/05
0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T.
6 mai/05
0,0% S.I.T. 6,7% S.I.T. 6,7% S.I.T.
7 jun/05
33,3% C.I.T. 6,7% S.I.T. 6,7% S.I.T.
8 jul/05
0,0% S.I.T. 0,0% S.I.T. 13,3% C.I.T.
9 ago/05
13,3% C.I.T. 6,7% S.I.T. 6,7% S.I.T.
10 set/05
0,0% S.I.T. 6,7% S.I.T. 13,3,% C.I.T.
11 out/05
26,7% C.I.T. 6,7% S.I.T. 0,0% S.I.T.
Coleta Data
Toxicidade - CE
Tabela 14: Limites de toxicidade, segundo a imobilidade dos organismos testes.
Toxicidade Qualidade
Sem Indício de Toxicidade
Com Indícios de Toxicidade
0% < CE 10%
10% < CE 50%
CE > 50%
Tóxicas
105
Os resultados dos bioensaios de toxicidade, bem como as variáveis pH, condutividade e
dureza, monitoradas durante a realização dos bioensaios de toxicidade aguda com
D. similis
,
são apresentados na tabela 05 (ANEXO D).
Espíndola (2003) realizando estudos no rio Mogi-Guaçu detectou altos índice de
toxicidade e indícios de toxicidade para o sedimento, concluindo que os sedimentos do local
podem ser considerados degradados, em função da alta mortalidade, fato este que não ocorre
nas praias do reservatório de Ilha Solteira.
Dornfeld (2002), realizando estudos no sedimento do reservatório de Salto Grande
(Americana), detectou que 50% das suas amostras apresentavam-se sem indícios de
toxicidade, 35% com indícios de toxicidade e 15% de suas amostras foram consideradas
tóxicas. Segundo a autora o reservatório apresentou toxicidade aguda na maioria das estações
amostradas em todo o período estudado, o que pode ter ocorrido devido às altas concentrações
de metais presentes no sedimento ou à ação conjunta desses metais entre si ou com outros
compostos tóxicos não analisados. Como o sedimento das praias do reservatório de Ilha
Solteira apresentou resultados qualitativos muito superiores aos citados anteriormente, pode-
se dizer que o reservatório não sofre influência de metais ou outros compostos tóxicos que
possam deteriorar a qualidade de seu sedimento e possivelmente de suas águas.
4.5.2 Granulometria
Segundo Coiado (1996), a carga de sólidos transportados em suspensão por um rio não
poluído, do ponto de vista hidráulico fluvial, é constituída basicamente pelos sólidos fixos de
origem mineral (silte, argila e areia fina) provenientes de erosões, os quais são transportados
pela rede de canais fluviais de drenagem da bacia hidrográfica.
106
A seguir apresentam-se os resultados granulométricos das amostras de sedimento das
praias do reservatório, bem como a linha do nível piezométrico (linha d’água) do Reservatório
de Ilha Solteira. Como pode-se observar pela Figura 43, percebe-se a grande quantidade de
areia principalmente em sua fração fina no sedimento da Praia Catarina. Outro fator que deve
ser considerado é a variação do nível do reservatório, com a quantidade de areia fina
(0,05<
φ
<0,42). Quando o nível do reservatório subiu estas parcelas o acompanharam. Isto
demonstra que o material carreado no reservatório é praticamente composto por areias finas,
influenciado também pelas margens.
Praia Catarina
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05
Data
Frações Granulométricas (%)
324
325
326
327
328
329
Nível do reservatório (m)
Areia Grossa Areia Média Areia Fina Silte Argila NA o Reservatório
Figura 43: Gráfico das frações granulométricas da Praia Catarina (P1), e do nível da água do Reservatório de Ilha
Solteira.
A Figura 44 confirma a grande presença de areia fina nos sedimentos com uma
mediana de 63,9% e uma média geral de 61,1%, seguidos da porcentagem de areia média
(0,42<
φ
<2,0) com mediana e média com 21%, e dos valores da parcela de silte
(0,005<
φ
<0,05) que foram menores e apresentaram-se dentro de uma faixa (25%-75%) de
1,7% a 10%. Em relação aos valores de argila (
φ
<0,005) estes apresentaram uma mediana
107
pequena devido à alta incidência de valores baixos (42%) em suas parcelas, mas sua média
ficou em torno de 11,4%, classificando assim o sedimento como uma areia fina.
Fração Granulométrica - Praia Catarina (P1)
Mediana
25%-75%
Valores Extremos
Areia Média
Areia Fina
Silte
Argila
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 44: Faixa de valores medianos e extremos para as frações granulométricas da Praia Catarina, durante o
período de estudo.
O P2 (praia Marina) apresentou frações mais expressivas de areia fina e média, onde
em todo o período de estudo apresentou baixos valores da fração de argila (Figura 45).
108
Praia Marina
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nov/04
dez/04
j
an/
05
fe
v/
05
m
a
r/0
5
abr/05
m
ai
/
05
jun/05
j
ul
/05
a
go
/05
s
e
t/05
o
u
t/05
Data
Frações Granulométricas
(%)
324
325
326
327
328
329
Nível do Reservatório (m)
Areia Grossa Areia Média Areia Fina Silte Argila NA do Reservatório
Figura 45: Gráfico das frações granulométricas da Praia Marina (P2), e do nível da água do Reservatório de Ilha
Solteira.
A Figura 46, apresenta os valores medianos e extremos das frações granulométricas da
Praia Marina. A areia fina (0,05<
φ
<0,42) apresentou uma média de 52,8% com uma mediana
de 53,2%, sendo que a areia média (0,42<
φ
<2,0) subiu um pouco em relação ao P1 com uma
média de 36,1% e mediana de 31,3%. A parcela de silte (0,005<
φ
<0,05) apresentou um
intervalo (25%-75%) de 2% à 7,1% com uma dia de 6,0%, a argila (
φ
<0,005) teve uma
média 3,2% um valor bem menor do que no ponto P1, que obteve 11,4%, classificando o
sedimento do P2 como uma areia fina a média.
109
Fração Granulométrica - Praia Marina (P2)
Mediana
25%-75%
Valores extremos
Areia Média
Areia Fina
Silte
Argila
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 46: Faixa de valores medianos e extremos para as frações granulométricas da Praia Marina (P2), durante
o período de estudo.
O Recanto das Águas (Figura 47) apresentou teores de argila um pouco mais elevados
que nos demais pontos amostrados, mas os valores mais expressivos são em relação ao silte.
Isto deve-se ao fato d o P3 não ter recebido aterro para a formação das praias como acontece
Recanto das Águas
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nov/04
dez/
0
4
j
an
/0
5
f
ev/
05
m
ar
/05
ab
r
/
05
mai
/
05
jun/05
jul/
05
ag
o
/
05
set/05
o
u
t/0
5
Data
Fração Granulométrica (%)
324
325
326
327
328
329
Nível do Reservatório (m)
Areia Grossa Areia mèdia Areia fina Silte Argila NA do Reservatório
Figura 47: Gráfico das frações granulométricas do Recanto das Águas), e do nível da água do Reservatório de
Ilha Solteira.
110
no P1 e P2, apresentando o solo original e pelo local de coleta apresentar-se em uma placa
argilo-rochosa (Figura 48).
Figura 48: Sedimento do ponto de coleta do Recanto das Águas (P3).
Fonte: VASILIO, 2006.
Com relação à Figura 49, observa-se que as frações de areia média (0,42<
φ
<2,0)
apresentaram 50% dos dados, ou seja, aqueles que estão dentro do intervalo de 25%-75% do
total, uma variação de 23% à 36% do material total com uma média de 27,9%. A areia fina
(0,05<
φ
<0,42) também em maior quantidade como nos pontos anteriores apresentou uma
mediana de 45,0% e média de 44,9%. O silte (0,005<
φ
<0,05) apresentou uma média de
12,3%, quase o dobro dos outros pontos, e sua fração de argila (
φ
<0,005) com uma média de
14,6%, classificando este ponto como uma areia fina à média.
111
Fração Granulométrica - Recanto das Águs (P3)
Mediana
25%-75%
Valores extremos
Areia Média
Areia Fina
Silte
Argila
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Figura 49: Faixa de valores medianos e extremos para as frações granulométricas do Recanto das Águas (P3),
durante o período de estudo
Pode-se perceber uma diferença entre as concentrações das frações granulométricas,
devido ao fato da Praia Catarina ser aterrada com areia artificial, carreando este material das
margens para o leito do reservatório, apresentando uma maior quantidade desta fração. Na
Praia Marina este percentual é um pouco menor, onde eleva-se a quantidade de areia grossa,
uma vez que ela não é totalmente aterrada, e as atividades desenvolvidas neste ponto são o
embarque e desembarque de barcos, o que propicia um material com diâmetro mais elevado.
O Recanto das Águas apresentou maiores frações de material fino, silte e argila, o
sofrendo muito com o transporte de sedimentos para o interior do reservatório. Além disso,
sua constituição apresenta-se sobre uma grande placa de terreno argiloso natural, com uma
maior composição de areia fina.
A Tabela 15 apresenta um resumo das frações granulométricas observadas, onde pode-
se notar que todos os resultados de indícios de toxicidade apresentaram-se principalmente nas
112
frações de areia fina e areia média, com apenas um resultado de indício de toxicidade na
argila no P1 em out/05.
Dornfeld (2002), em estudos no sedimento do reservatório de Salto Grande
(Americana), verificou que a fração areia fina é mais representativa em todas as estações de
coleta, assim como nas praias do reservatório de Ilha Solteira.
Tabela 15: Resumo geral da classificação da granulometria das praias do reservatório de Ilha Solteira/SP,
durante o período de estudo.
Data Praia Catarina Praia Marina Recanto das Águas
nov/04 areia fina à média areia fina areia fina
dez/04 areia média à fina areia fina areia fina
jan/05 areia fina areia média à fina areia fina
fev/05 areia fina argilosa areia fina à média argila
mar/05 areia fina areia fina à média areia média
abr/05 areia fina areia fina areia fina
mai/05 areia fina areia fina à média areia fina
jun/05 areia fina á média areia fina areia fina à média silto-argilosa
jul/05 areia fina á média areia fina areia fina
ago/05 areia fina areia fina areia fina argilosa
set/05 argila arenosa areia média areia fina à média
out/05 argila arenosa areia média areia fina à média
Obs.:
amostras com indícios de toxicidade
De modo geral, os sedimentos podem ser definidos como uma coleção de partículas
minerais e orgânicas encontradas no fundo do rio, formando importante componente desse
ecossistema aquático, pois além de fornecerem substrato para uma grande variedade de
organismos, eles funcionam como um reservatório dos inúmeros contaminantes de baixa
solubilidade, desempenhando um importante papel nos processos de assimilação, transporte e
deposição desses contaminantes. Desta forma os sedimentos constituem-se em fontes de
contaminação primária para organismos bentônicos e secundária para a coluna d´água
(ADAMS et al., 1992).
As frações granulométricas mais importantes nas discussões sobre contaminação de
sedimentos por substâncias químicas são a argila e o silte. Essas partículas de menor diâmetro
apresentam maior potencial de adsorção de metais. Solos erodidos e transportados da bacia de
113
drenagem para dentro dos corpos d´água são importantes vetores de partículas que reagem
com os contaminantes existentes e com os transportados para o meio aquático (ESPÍNDOLA
et al., 2004). Estudo como os de Fostner e Salomons
12
(1980) (apud ESPÍNDOLA et al.,
2004) mostraram que os metais se associam preferencialmente às frações finas dos
sedimentos (silte e argila). Os dados encontrados nas praias do reservatório de Ilha Solteira
evidenciaram que os indícios de toxicidade encontrados provavelmente não estão
relacionados aos metais, uma vez que a ocorrência de indícios de toxicidade esteve
relacionada com frações de areia fina e média, e em apenas um caso com argila.
A soma das frações argila e silte dos sedimentos das praias do reservatório de Ilha
Solteira resultou em porcentagens diferentes entre os pontos e períodos de coleta,
demonstrando diferentes capacidades de agregar metais pelo processo de adsorção e
complexação.
A análise dos dados permitiu deduzir que os maiores potenciais para agregar metais
teoricamente ocorreram em out/05 e nov/05 para o P1, fev/05, jun/05 e ago/05 para o P3, e em
nenhum mês de coleta para o P2 apresentou valor expressivo de silte e argila para tal
conclusão. E que os indícios de toxicidade encontrados não apresentam um conclusão clara
sobre suas causas.
4.6 Conclusões
O sedimento das praias do reservatório de Ilha Solteira apresentou uma boa qualidade
com relação aos bioensaios de toxicidade aguda com
Daphnia similis
durante o período de
estudo.
12
FORSTNER, U.; SALOMONS, W.
Trace metals analisys on polluted sediments.
Part I: Assessments os
sources and intensities. Environm. Tech. Lett., v.1, p. 495-505.
114
Pode-se observar que a praia Catarina apesar de ter um desempenho inferior dos três
pontos amostrados, apresentou-se ao longo do período de estudo com indícios de toxicidade
em 36% do tempo, a praia Marina em 9,1% do seu tempo e o Recanto das Águas em 18,2%
do seu tempo nesta classificação, o que mostra a boa qualidade do sedimento das praias.
Essa boa qualidade do sedimento confirma a boa qualidade da água das praias,
corroborando com os dados do IQA realizados durante o período de estudo.
Quanto à granulometria, as frações apresentaram pouca variação entre as praias, que na
sua maioria são compostas por areia fina, com poucas expressões de silte e argila.
Algumas considerações devem ser feitas para uma avaliação dos bioensaios de
toxicidade e futuros estudos no sedimento das praias:
Apesar dos organismos-teste não apresentarem toxicidade, poderiam ser testados
outros tipos de organismos, epibentônicos (
Daphnia similis
), mas também aqueles
de vida no sedimento (bentônicos);
Realizar de maneira periódica os testes de toxicidade nas praias do reservatório,
e estabelecer um canal público de veiculação destas informações;
Estender os testes de toxicidade também para a água;
Integrar a toxicidade do sedimento com variáveis químicas, físicas e biológicas
para realização de um índice de qualidade;
115
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foram relacionados os principais aspectos avaliados anteriormente
como Balneabilidade, Índice de Qualidade das Águas (IQA) e Toxicidade no Sedimento, com
as variáveis que contribuíram para as alterações, como número de visitantes nas praias,
precipitação, nível médio do reservatório, ventos, com vistas à uma análise mais ampla do
sistema e suas inter-relações.
A Figura 50 mostra que a praia Catarina (P1), o primeiro caso de qualidade imprópria
ocorreu entre 22/nov a 20/dez, gerada por um pico de coliformes fecais. Neste mesmo período
o IQA (dez/05) apresentou uma queda para 77,6, onde as variáveis que mais contribuiram
para esse decréscimo foram o número de coliformes (q
i
= 25,88) e a concentração resíduos
totais (q
i
= 82,25). Os resíduos totais podem ser explicados pelo período de chuvas (196,1mm
em dez/04), e também pelos ventos (20% maior no período entre agosto a dezembro). Com
relação ao número de coliformes fecais, este está associado à elevação do número de
visitantes ocorrido neste período, que foi de 82.728 pessoas em dezembro de 2004.
A balneabilidade passou à classificação de imprópria novamente no período de
18/abril a 16/maio, sendo que o IQA apresentou uma pequena queda, onde o parâmetros que
mais contribuiu foi novamente o número coliformes fecais (qi=37,86), e resíduos totais
(qi=85,59).
Tanto os grupos coliformes quanto os resíduos presentes na água estiveram associados
à variação do nível do reservatório, que após o período de águas baixas, sofre uma rápida
elevação incorporando na água o material presente nas suas margens. Esta situação foi
alterada posteriormente com o decréscimo no vel reservatório, modificando a classificação
das praias de Muito Boa para Excelente.
116
Em setembro/05 tanto a balneabilidade quanto o IQA sofreram uma queda nos valores,
causada pelo número de coliformes fecais (440UFC/100mL), turbidez (22,10 UNT) e resíduos
totais (266 mg.L
-1
). Esses valores podem estar relacionados a uma pequena elevação no
número de visitantes, além dos ventos mais fortes em direção à praia que ocasiona a
ressuspensão do material de fundo.
Excelente Muito Boa Satisfatória Imprópria
Balneabilidade:
80,5
93,3
77,6
85,7
88,4
78,7
80,8 80,7
90,9
93,0
80,5
72,7
79,5
o
ut/0
4
n
o
v/0
4
d
e
z
/04
j
an
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05
f
ev/0
5
m
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ab
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5
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i
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0
5
jun
/0
5
jul/
05
a
g
o/05
set/05
ou
t/0
5
323
324
325
326
327
328
329
0,0
200,0
0
30.000
60.000
90.000
Visitantes
Precipitação
N.A Reservatório
IQA
Toxicidade
N.A. do Reservatório
Visitantes
Precipitação
Excelente Muito Boa Satisfatória Imprópria
Balneabilidade:
Excelente Muito Boa Satisfatória ImprópriaExcelente Muito Boa Satisfatória Imprópria
Balneabilidade:
80,5
93,3
77,6
85,7
88,4
78,7
80,8 80,7
90,9
93,0
80,5
72,7
79,5
o
ut/0
4
n
o
v/0
4
d
e
z
/04
j
an
/
05
f
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5
m
a
r/05
ab
r
/
0
5
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a
i
/
0
5
jun
/0
5
jul/
05
a
g
o/05
set/05
ou
t/0
5
323
324
325
326
327
328
329
0,0
200,0
0
30.000
60.000
90.000
Visitantes
Precipitação
N.A Reservatório
IQA
Toxicidade
Visitantes
Precipitação
N.A Reservatório
IQA
Toxicidade
N.A. do Reservatório
Visitantes
Precipitação
Figura 50:Balneabilidade, índice de qualidade das águas, toxicidade no sedimento, precipitação, nível do
reservatório e número de visitantes, da praia Catarina (P1), durante o período de análise.
C.I.T. = Com Indícios de Toxicidade; S.I.T. = Sem Indícios de Toxicidade.
A toxicidade no sedimento não apresentou uma relação direta, nem com a
balneabilidade, nem com o Índice de Qualidade das Águas. Pode-se perceber que o período de
chuvas não interferiu na toxicidade, mas todos os indícios de toxicidade ocorreram no período
de oscilação de nível do reservatório. Não foi observada uma relação direta com as frações
mais finas do sedimento (silte e argila), sendo interessante salientar que o período de coleta
representou apenas um ciclo hidrológico no presente estudo.
117
A Figura 51 demonstrou que o único indício de toxicidade (Jan/05) na praia da Marina
(P2) coincidiu com a maior queda do IQA (74,8), tendo a balneabilidade em sua condição
excelente (valor máximo em 80% do tempo = 200 UFC.100mL
-1
). As variáveis que mais
contribuíram para a queda do IQA foram o número de coliformes fecais (100 UFC.100mL
-1
) e
sólidos totais (593 mg.L
-1
). Apesar da queda no número de visitantes, este ainda apresentou-se
elevado, com 53.016 pessoas (Jan/05), sendo este o período de elevação no nível do
reservatório, juntamente com a alta incidência do período de chuvas, esta pode ser a causa
deste aumento do número de coliformes fecais e sólidos totais.
Figura 51: Balneabilidade, índice de qualidade das águas, toxicidade no sedimento, precipitação, nível do
reservatório e número de visitantes, da praia Marina (P2), durante o período de análise.
C.I.T. = Com Indícios de Toxicidade; S.I.T. = Sem Indícios de Toxicidade.
No período de 18/abril a 16/maio onde ocorreu a balneabilidade “imprópria”, também
houve uma queda do IQA, novamente justificada pelo aumento no número de coliformes
fecais e resíduos totais. Esta qualidade da água pode estar condicionada à elevação do nível
do reservatório ocorrido neste período, como mencionado anteriormente para P1, com uma
118
elevação na classificação da balneabilidade e IQA conforme o nível do reservatório decresce,
onde pode-se observar a qualidade superior do P2 em relação ao P1.
Pode-se observar pela Figura 52 que a balneabilidade apresentou um decréscimo no
Recanto das Águas (P3), no mesmo período (18/abril a 16/maio) de ocorrência deste evento
nas outras praias do reservatório, caracterizado mais uma vez pela elevação do número
coliformes fecais (20 UFC.100mL
-1
), e resíduos totais (446 mg.L
-1
), que também ocasionaram
um decréscimo no valor do IQA (81,72). Os indícios de toxicidade no sedimento foram
determinados quando a balneabilidade e o Índice de Qualidade das Águas apresentaram
valores elevados, sem haver uma relação direta com os dados anteriores.
Pode-se observar uma qualidade superior do P3 em relação às demais praias em
relação à balneabilidade, IQA e toxicidade no sedimento, mostrando que a influência na
qualidade da água apresenta uma forte ligação com o afluxo de banhistas às praias.
Figura 52: Balneabilidade, índice de qualidade das águas, toxicidade no sedimento, precipitação, nível do
reservatório e número de visitantes, do Recanto das Águas, durante o período de análise.
C.I.T. = Com Indícios de Toxicidade; S.I.T. = Sem Indícios de Toxicidade.
119
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125
ANEXO A
126
Tabela 16: Dados de coliformes fecais e totais, da água das praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
Coliformes Fecais Coliformes Totais Coliformes Fecais Coliformes Totais Coliformes Fecais Coliformes Totais
17/09/04 0 24500 0 19600 0 1300
18/10/04 0 1900 0 1000 0 3100
25/10/04 100 14400 0 2100 0 7200
01/11/04 0 12700 0 2300 0 1300
08/11/04 0 3200 0 3800 0 10100
15/11/04 0 5000 0 7000 0 4100
22/11/04 0 1700 0 11500 0 8300
29/11/04 0 14200 0 8600 0 4000
06/12/04 0 2100 0 6300 0 9100
13/12/04 0 28900 0 17100 0 17300
20/12/04 1500 48700 0 47400 0 24100
03/01/05 100 11200 0 8800 0 4300
10/01/05 0 14800 200 19000 0 17800
17/01/05 0 28400 0 26500 0 12300
24/01/05 0 10900 100 9400 0 17600
31/01/05 0 7200 0 6600 200 15400
14/02/05 P.C. 8900 P.C. 15000 P.C. 7300
21/02/05 0 6200 0 16600 0 16900
28/02/05 0 7040 120 4208 400 3820
07/03/05 30 260 0 350 80 2440
14/03/05 P.C. 9700 SL 5100 P.C. 9500
21/03/05 N.E. N.E. N.E. N.E. N.E. N.E.
28/03/05 20 5020 0 4700 20 4700
04/04/05 20 620 20 1640 90 2590
11/04/05 20 1200 0 200 160 1760
18/04/05 1400 2229 1014 9414 1443 8986
25/04/05 125 1575 250 11225 425 4750
02/05/05 500 1200 50 175 1775 3575
09/05/05 50 660 500 2960 800 6675
16/05/05 0 600 50 740 160 4120
23/05/05 50 1730 160 1720 20 1960
30/05/05 0 3610 60 1530 429 6600
06/06/05 380 2000 100 680 467 3233
17/06/05 300 500 180 1240 120 920
20/06/05 260 1520 260 1340 60 1600
26/06/05 0 60 20 1600 20 680
04/07/05 50 1180 60 1580 180 2280
11/07/05 0 20 50 940 140 2320
18/07/05 0 320 0 900 0 2000
25/07/05 N.E. N.E. N.E. N.E. N.E. N.E.
04/08/05 80 760 40 2300 25 300
08/08/05 40 1240 25 400 50 800
12/08/05 0 440 0 300 0 520
22/08/05 0 460 0 600 0 820
29/08/05 100 3020 100 4080 40 960
05/09/05 40 2400 40 3000 40 1440
16/09/05 0 40 0 200 0 60
19/09/05 40 500 50 200 100 100
26/09/05 440 2560 0 40 200 400
03/10/05 20 1780 0 40 40 2540
10/10/05 0 480 0 340 0 1500
17/10/05 40 80 0 40 0 60
Obs :
Dia de coleta para confecção do Índice de Qualidade da Água (IQA).
P.C. Problemas de Contagem de colônias.
N.E. Não executada.
Data
P1 P2 P3
127
Tabela 17:Dados de coliformes fecais e totais, do sedimento das praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
Coliformes Fecais Coliformes Totais Coliformes Fecais Coliformes Totais Coliformes Fecais Coliformes Totais
17/09/04
0 3500 0 43200 0 5300
18/10/04
0 20000 0 18200 0 40000
25/10/04
0 60000 0 20000 0 110000
01/11/04
0 0 0 10000 0 20000
08/11/04
0 0 0 0 0 0
15/11/04
0 26000 0 3000 0 19900
22/11/04
0 40000 0 8700 0 100000
29/11/04
0 19800 870 10000 0 13900
06/12/04
0 20000 0 0 0 30000
13/12/04
0 8000 0 1000 0 16900
20/12/04
500 30100 0 15700 0 5400
03/01/05
100 300 100 1000 0 21500
10/01/05
400 10800 100 18300 710 23600
17/01/05
0 5000 0 7000 0 14000
24/01/05
0 10000 0 20000 0 40000
31/01/05
0 26100 1400 3940 0 25300
07/02/05
200 PC 0 PC 0 PC
14/02/05
P.C. 4300 P.C. 10100 P.C. 9600
21/02/05
0 10000 0 83000 0 90000
28/02/05
0 1400 200 4500 300 13500
07/03/05
0 PC 0 PC 0 PC
14/03/05
P.C. PC P.C. PC P.C. PC
21/03/05
N.E. N.E. N.E. N.E. N.E. N.E.
28/03/05
40 40000 0 PC 0 PC
04/04/05
40 2600 20 6000 40 580
11/04/05
620 10640 560 1800 640 1920
18/04/05
1360 SL 140 1240 380 4660
25/04/05
50 SL 250 SL 775 4475
02/05/05
167 2900 1100 24500 1733 12500
09/05/05
133 39600 567 6267 2867 10467
16/05/05
333 20600 120 1800 P.C. 10300
23/05/05
P.C. PC P.C. PC 20 5800
30/05/05
80 1420 120 7700 60 5500
06/06/05
0 8333 33 1600 167 2367
17/06/05
100 2567 0 633 120 11600
20/06/05
33 3200 233 3867 33 3267
26/06/05
667 2467 500 14433 0 1900
04/07/05
500 PC 667 11067 P.C. PC
11/07/05
667 4367 180 300 33 4100
18/07/05
0 60 167 640 0 167
25/07/05
N.E. PC N.E. PC N.E. PC
04/08/05
133 4867 0
233
100
PC
08/08/05
0 4867 0
5433
33
1500
12/08/05
0 300 0
1267
0
3233
22/08/05
0 733 0
667
0
933
29/08/05
0 PC 100
9000
100
15233
05/09/05
133 PC 67
10000
134
11700
16/09/05
67 1533 67
2067
0
6967
19/09/05
50 500 128
650
300
880
26/09/05
0 1000 0
1000
200
700
03/10/05
0 3233 0
4933
67
3633
10/10/05
0 2533 0
4200
0
3400
17/10/05
33 267 0
467
33
133
Obs :
Dia de coleta para confecção do Índice de Qualidade da Água (IQA).
P.C.
Problemas de Contagem de colônias.
N.E.
Não executada.
Data
P1 P2 P3
128
ANEXO B
129
Tabela 18: Dados de temperatura, pH e condutividade, das praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3
17/set/04
Prelim.
27,2
26,8
26,1
7,12
7,30
7,10
NE
NE
NE
18/out/04
1
25,0
25,0
25,2
7,11
6,98
7,09
NE
NE
NE
25/out/04
2
25,0
25,0
24,9
6,90
6,88
6,99
NE
NE
NE
01/nov/04
3
24,2
23,6
26,1
7,13
7,05
7,03
NE
NE
NE
08/nov/04
4
25,6
25,7
25,8
6,70
6,88
6,80
NE
NE
NE
15/nov/04
5
27,5
27,6
28,0
6,90
7,14
6,85
NE
NE
NE
22/nov/04
6
26,0
26,0
26,6
6,11
6,99
7,10
NE
NE
NE
29/nov/04
7
28,0
27,7
28,4
7,50
7,80
7,55
41,6
36,1
33,3
06/dez/04
8
28,9
28,1
28,7
7,45
7,75
7,84
31,5
28,2
35,0
13/dez/04
9
27,7
27,3
27,8
6,63
6,77
6,75
21,3
32,4
45,4
20/dez/04
10
29,2
28,9
29,1
6,50
6,93
6,91
30,9
41,0
36,7
03/jan/05
11
28,6
28,9
28,3
8,50
7,98
7,10
27,1
29,5
32,4
10/jan/05
12
28,7
29,0
28,7
6,40
6,55
6,34
35,0
28,0
66,0
17/jan/05
13
28,4
28,6
28,6
6,70
6,78
6,75
51,6
54,2
52,3
24/jan/05
14
29,0
28,8
29,1
6,59
6,45
6,52
70,9
55,0
52,7
31/jan/05
15
28,2
27,9
28,3
6,10
5,99
6,23
74,5
84,0
89,9
07/fev/05
16
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
14/fev/05
17
27,7
27,7
28,3
8,54
7,93
7,96
48,8
53,0
52,6
21/fev/05
18
28,1
28,2
27,9
6,00
6,12
6,44
53,3
54,5
57,0
28/fev/05
19
30,6
30,4
30,9
7,34
7,51
7,68
53,8
54,5
51,6
07/mar/05
20
28,5
28,4
28,8
7,30
7,26
7,72
50,5
51,0
52,5
14/mar/05
21
29,2
29,1
29,1
6,29
6,20
6,31
10,0
10,1
10,1
21/mar/05
22
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
28/mar/05
23
30,9
31,1
32,6
6,44
6,50
6,74
57,9
54,4
55,1
04/abr/05
24
28,9
28,9
29,4
6,10
5,91
6,00
57,4
54,5
55,5
11/abr/05
25
29,2
29,0
29,7
6,73
7,23
7,14
54,1
55,8
53,6
18/abr/05
26
29,4
29,1
29,3
7,44
7,31
7,28
48,5
52,5
52,4
25/abr/05
27
27,3
28,0
27,7
7,37
7,45
7,24
45,9
46,2
48,3
02/mai/05
28
26,7
26,7
26,2
7,46
7,32
7,30
37,5
20,1
41,1
09/mai/05
29
26,0
25,8
25,8
7,26
7,28
7,54
44,2
44,9
47,4
16/mai/05
30
26,2
25,7
26,4
7,21
7,19
7,19
46,1
47,3
47,7
23/mai/05
31
24,4
24,2
24,2
7,06
7,09
6,94
35
33,5
34,1
30/mai/05
32
24,4
24,4
24,4
7,33
7,43
7,56
33,8
33
33,1
06/jun/05
33
25,6
24,5
25,8
7,39
7,43
7,61
36,9
38,6
37,9
17/jun/05
34
24,4
24,6
25,2
7,41
7,34
7,38
35,2
37
35,3
20/jun/05
35
24,8
23,4
23,8
7,20
7,26
7,22
33,8
34,3
37
26/jun/05
36
26,8
26,8
26,8
7,80
7,30
7,64
25,2
36,3
34,8
04/jul/05
37
26,0
27,4
26,7
7,52
7,54
7,68
NE
NE
NE
11/jul/05
38
22,5
22,0
22,4
7,30
7,28
7,29
NE
NE
NE
18/jul/05
39
19,5
19,2
19,4
7,34
7,28
7,27
NE
NE
NE
25/jul/05
40
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
04/ago/05
41
22,3
22,7
22,9
7,42
7,33
7,36
NE
NE
NE
08/ago/05
42
23,1
23,1
23,1
7,40
7,25
7,41
NE
NE
NE
12/ago/05
43
22,1
22,1
22,0
7,64
7,79
8,20
43
44
48
22/ago/05
44
23,2
24,0
23,9
7,64
7,67
7,67
NE
NE
NE
29/ago/05
45
20,2
20,8
20,8
7,13
7,39
8,38
NE
NE
NE
05/set/05
46
20,1
21,2
21,0
7,40
7,32
7,10
NE
NE
NE
16/set/05
47
24,2
24,5
24,4
7,58
7,26
7,74
NE
NE
NE
19/set/05
48
26,1
26,0
25,9
7,60
7,50
7,80
NE
NE
NE
26/set/05
49
28,4
28,9
29,2
7,72
7,68
8,10
NE
NE
NE
03/out/05
50
26,1
26,5
26,7
7,24
7,28
7,30
NE
NE
NE
10/out/05
51
26,5
25,3
27,1
7,72
7,53
7,83
NE
NE
NE
17/out/05
52
31,6
31,4
32,4
7,31
7,50
9,06
NE
NE
NE
Obs :
Dia de coleta para confecção do Índice de Qualidade da Água (IQA).
N.E.
Não executada.
ColetaData
Parâmetros
Temperatura (ºC) pH Condutividade (µS/cm)
130
Tabela 19: Dados de tubidez, cor aparente e cor verdadeira, das praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o
período de estudo.
P1 P2 P3 P1 P2 P3 P1 P2 P3
17/set/04
Prelim.
NE
NE
NE
18/out/04
1
0,8
1,1
1,1
14
36
34
NE
NE
NE
25/out/04
2
1,6
1,3
1,4
19
24
36
NE
NE
NE
01/nov/04
3
2,1
0,7
1,8
39
30
31
NE
NE
NE
08/nov/04
4
1,5
1,1
2,1
26
12
13
NE
NE
NE
15/nov/04
5
2,5
5,8
1,1
17
11
37
NE
NE
NE
22/nov/04
6
1,0
1,9
3,6
24
36
24
NE
NE
NE
29/nov/04
7
1,4
1,2
1,3
8
25
10
4
20
8
06/dez/04
8
2,2
1,6
1,4
31
31
20
29
18
19
13/dez/04
9
1,1
1,3
3,2
43
52
40
21
32
25
20/dez/04
10
1,4
1,2
3,9
NE
NE
NE
NE
NE
NE
03/jan/05
11
3,0
5,8
3,7
NE
NE
NE
NE
NE
NE
10/jan/05
12
3,0
5,8
3,7
20
32
16
12
20
11
17/jan/05
13
2,9
2,0
2,8
34
15
13
25
10
6
24/jan/05
14
5,2
3,1
5,2
72
73
44
32
39
22
31/jan/05
15
6,7
4,4
12,1
87
42
166
38
28
43
07/fev/05
16
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
14/fev/05
17
16,5
10,8
13,8
126
95
107
77
86
82
21/fev/05
18
7,7
8,4
7,9
58
103
104
97
73
71
28/fev/05
19
7,0
8,9
8,3
85
95
80
75
67
61
07/mar/05
20
5,4
5,2
9,0
67
77
88
46
44
50
14/mar/05
21
34,5
19,0
50,3
100
69
115
55
54
72
21/mar/05
22
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
28/mar/05
23
5,8
9,4
22,7
60
52
68
52
38
45
04/abr/05
24
5,6
6,0
4,4
69
75
56
52
45
42
11/abr/05
25
4,4
4,9
3,7
51
59
64
25
39
25
18/abr/05
26
4,9
5,5
5,2
86
76
75
48
60
48
25/abr/05
27
3,7
4,0
3,5
35
40
37
18
15
5
02/mai/05
28
5,8
4,6
11,2
72
61
114
24
25
29
09/mai/05
29
4,9
5,8
5,7
42
50
53
34
40
31
16/mai/05
30
3,6
7,4
4,0
47
104
49
24
43
27
23/mai/05
31
2,9
3,2
2,9
30
27
26
27
26
19
30/mai/05
32
3,3
9,1
12,0
53
143
165
36
57
37
06/jun/05
33
5,4
15,8
9,8
41
176
105
10
33
14
13/jun/05
34
2,4
3,3
2,3
22
38
21
13
29
19
20/jun/05
35
2,1
6,7
3,5
25
90
50
19
38
38
26/jun/05
36
10,0
3,0
1,9
101
30
25
40
7
10
04/jul/05
37
4,6
3,4
2,5
53
38
27
5
28
15
11/jul/05
38
1,7
3,6
1,5
43
73
27
27
49
18
18/jul/05
39
1,1
1,4
2,6
18
33
51
4
10
8
25/jul/05
40
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
NE
04/ago/05
41
0,8
0,8
0,8
12
20
16
2
7
12
08/ago/05
42
0,7
0,9
3,6
32
35
67
18
17
16
12/ago/05
43
0,6
3,2
2,7
7
23
25
4
22
22/ago/05
44
2,2
12,3
14,7
23
80
90
2
3
4
29/ago/05
45
0,9
0,7
0,8
5
10
12
2
4
2
05/set/05
46
1,0
0,8
1,2
10
20
20
5
7
8
16/set/05
47
1,3
1,3
1,3
19
14
9
11
12
5
19/set/05
48
5,0
2,0
2,0
30
15
10
12
10
5
26/set/05
49
22,1
1,9
2,3
185
20
19
70
14
15
03/out/05
50
10,0
1,3
0,8
90
22
19
52
14
14
10/out/05
51
1,7
1,0
0,9
17
15
10
6
4
9
17/out/05
52
34,6
3,4
4,4
289
22
35
77
3
2
Obs :
Dia de coleta para confecção do Índice de Qualidade da Água (IQA).
N.E.
Não executada.
Parâmetros
Data Coleta
Turbidez ( NTU )
Cor Aparente (Pt.L
-1
) Cor Verdadeira (Pt.L
-1
)
131
Tabela 20: Dados para a confecção do IQA, das praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o período de
estudo.
132
Tabela 21: Parâmetros qi relativos aos dados para confecção do IQA, das praias do reservatório de Ilha Solteria,
durante o período de estudo.
133
ANEXO C
134
MEMÓRIA DE CÁLCULO- IQA
A seguir serão apresentadas as equações para cálculo do IQA, que foram baseadas nas
curvas originais, por aproximações pelo método dos mínimos quadrados e teoria dos erros,
descrito em CETESB (1977).
OXIGÊNIO DISSOLVIDO
(
)
(
)
(
)
[
]
(
)
{
}
167,5
32
H50000228677,01T00005896,0T006969,0T3898,062,14OD +=
onde :
OD = Equação Geral para Cálculo de
Oxigênio Dissolvido considerando a
temperatura e a altitude;
T = temperatura
H = altitude
OD
100O
ODT
=
onde:
O = valor medido de OD em mg/l de O2;
OD = equação geral para OD considerando
temperatura e altitude
ODT = equação geral para cálculo de OD
envolvendo temperatura, altitude e valor
medido de OD em mg/l de O2
a) Quando o valor de OD saturado% 50
(
)
(
)
[
]
(
)
[
]
3ODT00001,035252,1ODT008095,0ODT34,0q
32
1
+++=
onde :
q1= subíndice para oxigênio dissolvido
b)Quando 50 < OD Saturado % 85
(
)
(
)
[
]
(
)
[
]
3ODT00001,0803435,3ODT058,0ODT166,1q
32
1
++=
c) Quando 85 < OD Saturado % 100
Figura 53: Curva do parâmetro Oxigênio Dissolvido,
para cálculo do IQA-NSF.
135
(
)
3ODT7745,3q
704889,0
1
+=
d)Quando 100 < OD Saturado % 140
(
)
(
)
[
]
(
)
[
]
3ODT00001,060919,5ODT02496,0ODT9,2q
32
1
++=
e) Quando OD Saturado % >140
347q
1
+=
17,0
1
qSubíndice =
TEMPERATURA
O gráfico mostrado a seguir contém,
no eixo das abcissas, não a temperatura da
amostra no momento da coleta, mas sim o
desvio em relação a temperatura de
equilíbrio do corpo d’água em questão.
Como os pontos de coleta analisados não
sofrem despejos de poluentes, ou descargas
próximas, a temperatura de equilíbrio é a
mesma da verificada na coleta, mas para
efeito da quantificação exata da variável, a
variação foi tomada como parâmetro entre
os pontos de coleta, ou seja, os desvios de
temperatura entre eles, e que apesar da
proximidade sofrem pequenos desvios. A
variável
T é a diferença de temperatura
entre dois pontos.
a) quando
T<-5,0
q2 = 30,0
b) quando -5,0<
T0,0
2
2
92,5 1,3 ( ) 1,32 ( )
q T T
= +
c) quando 0,0<
T3,0
2
2
92,5 2,1 ( ) 1,8 ( )
q T T
=
d) quando 3,0<
T5,0
Figura 54
:Curva do parâmetro Variação de
Temperatura, para cálculo do IQA-NSF.
136
1,09576
2
233,17 ( )
q T
=
e) quando 5,0<
T15
2
2
75,27 8,398 ( ) 0,2654555 ( )
q T T
= +
f) quando
T>15,0
2
9,0
q
=
10,0
2
qSubíndice =
COLIFORMES FECAIS
Se
0COL
=
,
100q
3
=
(3.1)
onde :
COL = coliforme medido em NMP/100mL
a) Quando
010COLI0COL
>
>
10log
COLlog
PAR =
(3.2)
onde
PAR = parâmetro que serve para calcular o
subíndice q3 para coliforme com frações
decimais de 101 a 105.
b)Quando
110COLI1PAR
(
)
PAR33100q
3
=
c) Quando
110COLI1PAR
>
>
ou
510COLI5PAR
(
)
(
)
[
]
2
3
PAR60743,3PAR2,37100q +=
d) Quando
510COLI5PAR
>
>
3q
3
=
15,0
3
qSubíndice =
Figura 55
:Curva do parâmetro Coliformes Fecais,
para cálculo do IQA-NSF.
137
pH
a) Quando
2pH
2q
4
=
onde:
pH = medida de pH em unidades de pH
b) Quando
4pH2
<
(
)
(
)
[
]
2
4
pH4364,2pH6,106,13q +=
c) Quando
2,6pH4
<
(
)
(
)
[
]
2
4
pH2481,10pH36,775,155q +=
d) Quando
7pH2,6
<
(
)
(
)
[
]
2
4
pH9167,12pH38,1972,657q +=
e) Quando
8pH7
<
(
)
(
)
[
]
2
4
pH695,9pH05,1428,427q +=
f) Quando
5,8pH8
<
(
)
pH16216q
4
=
g) Quando
9pH5,8
<
(
)
pH1507,1
4
e1415823q
=
h) Quando
10pH9
<
(
)
pH27228q
4
=
i) Quando
12pH10
<
(
)
(
)
[
]
2
4
pH5,4pH5,106633q +=
j) Quando pH>12
3q
4
=
Figura 56
:Curva do parâmetro pH, para cálculo do
IQA-NSF.
138
12,0
4
qSubíndice =
DBO
a) Quando DBO 5
(
)
DBO71828,296,99q
1232728,0
5
=
onde:
DBO = medida de DBO em mg/L de O2
b) Quando 5 < DBO 15
(
)
DBOlog5463,3167,104q
5
=
(5.2)
c) Quando 15 < DBO 30
(
)
99809,1
5
DBO91,4394q
=
d) Quando DBO > 30
2q
5
=
10,0
5
qSubíndice =
Figura 57
:Curva do parâmetro DBO, para cálculo
do IQA-NSF.
139
NITROGÊNIO TOTAL
a) Quando
10N
onde:
N = N Total
(
)
(
)
[
]
2
6
N3059,0N169,8100q +=
b)Quando
60N10
<
(
)
Nlog1023,239,101q
6
=
(6.2)
c) Quando
100N60
<
N0512842,0
6
7828,23148,159q
=
d) Quando
100N
1q
6
=
10,0
6
qSubíndice =
FOSFATO TOTAL
a) Conversão de fósforo total para fosfato
066,3PPO
T4
=
(7.1)
onde:
PO4 = Fosfato
PT = valor de fósforo total em mg/L
3,066 = fator de conversão de fósforo para fosfato
b) Quando
1PO
4
(
)
4
PO91629,0
7
e99q
=
(7.2)
c) Quando
5PO1
4
<
(
)
(
)
[
]
2
447
PO1326,2PO178,206,57q +=
d) Quando
10PO5
4
<
Figura 58
:Curva do parâmetroNitrogênio, para
cálculo do IQA-NSF.
Figura 59
:Curva do parâmetro Fósforo Total, para
cálculo do IQA-NSF.
140
(
)
4
PO13544,0
7
e8,19q
=
e) Quando
10PO
4
>
5q
7
=
10,0
7
qSubíndice =
TURBIDEZ
a) Quando
25TB
onde:
TB = medida da turbidez em UFT
(
)
(
)
[
]
2
8
TB03775,0TB67,217,100q +=
(8.1)
b) Quando
100TB25
<
(
)
TB016206,0
8
71828,276,84q
=
(8.2)
c) Quando
100TB
>
5q
8
=
08,0
8
qSubíndice =
Figura 60
:Curva do parâmetro Turbidez, para
cálculo do IQA-NSF.
141
RESÍDUO TOTAL
a) Quando
150RT
onde:
RT = medida do resíduo total em mg/L
(
)
(
)
[
]
2
9
RT001088,0RT166,075,79q +=
(9.1)
b) Quando
500RT150
<
(
)
RT13917,067,101q
9
=
(9.2)
c) Quando
500RT
>
32q
9
=
08,0
9
qSubíndice =
CÁLCULO DO IQA
08,0
9
08,0
8
10,0
7
10,0
6
10,0
5
12,0
4
15,0
3
10,0
2
17,0
1
qqqqqqqqqIQA =
Figura 61:Curva do parâmetro
Resíduo Total, para
cálculo do IQA-NSF.
142
ANEXO D
143
Tabela 22: Dados de toxicidade para as praias do reservatório de Ilha Solteira, durante o período amostrado.
144
Tabela 22: Continuação
145
Tabela 23: Fração granulométrica das praias do reservatório de Ilha Solteira durante o período
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