171
impulsionado, principalmente, pelas operações de crédito com recursos
livres, com aumento de 15,6% no mesmo período [...]. Destaca-se a
evolução do crédito para pessoas físicas, as quais apresentaram
crescimento de 19,9% nos últimos doze meses. Os créditos consignados
em folha de pagamento vêm contribuindo, desde sua implementação no
final de 2003, para o significativo incremento da carteira de crédito pessoal
no segmento pessoas físicas, com expansão de 32,2% em doze meses, o
mais elevado entre as várias modalidades de crédito. O crescimento do
volume de crédito pode ser confirmado pelas novas concessões com
recursos livres, que vêm apresentando uma tendência crescente [...] e que
alcançaram R$4,3 bilhões no total em maio
Em relação ao spread bancário, observa-se uma tendência de queda
desde maio de 2003, fechando maio de 2004 em 27,2% [...]. Esse
comportamento deveu-se, principalmente, às operações com pessoas
físicas, cujo spread diminuiu 14,8 pontos percentuais nos últimos doze
meses. As operações com pessoas físicas, por sua vez, foram fortemente
afetadas pela carteira de crédito pessoal, que teve seu spread reduzido em
18,4 pontos percentuais e seu volume aumentado em 32,2% no mesmo
período, como já mencionado [...]. O aumento da participação relativa dos
empréstimos consignados, cujas prestações são descontadas diretamente
na folha de pagamentos, reduz significativamente o risco de inadimplência,
influenciando a redução do spread bancário na carteira de crédito pessoal.”
Apesar do resultado alvissareiro dectado pelo Banco Central do Brasil, no
relatório FOCUS de 14 de julho de 2004, (texto acima transcrito), o efeito parece
ser artificial e provisório, como se pode constatar pelo boletim de conjuntura nº 75
de dezembro de 2006:
“No segmento de recursos livres, a partir de janeiro de 2005, o crédito
passou a se expandir a taxas reais (em 12 meses) superiores a 18%,
viabilizadas, essencialmente, pelas altas taxas de crescimento do crédito
pessoal, as quais chegaram a atingir 44%, na mesma base de
comparação, em meados de 2005. A esse respeito ainda, deve-se
destacar que a expansão do crédito consignado em folha de pagamento
atuou como um motor da evolução do crédito pessoal, chegando a
alcançar taxas reais de crescimento superiores a 100% no período em tela,
o que acabou por elevar sua participação no crédito pessoal de mercado
de cerca de 20%, no início de 2004, para algo como 40%, ao final de 2005.
A partir do último trimestre de 2005, a taxa real de crescimento (em 12
meses) do crédito pessoal passou a apresentar acentuada desaceleração,
alcançando o piso (até aqui) de 22,9%, precisamente em outubro de 2006.
Esse movimento, por sua vez, refletiu a trajetória do crédito consignado em
folha de pagamento, cujas taxas de expansão despencaram, na mesma
base de comparação, de cerca de 100% para algo em torno de 40%. Por
outro lado, como, no segmento de recursos livres, a trajetória do crédito
pessoal é determinante do comportamento do crédito para pessoa física, a
sustentação das taxas com títulos públicos envolveram pressões pela