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ou privados para execução de programas visando o bem-estar social; prestar
assistência social. Este Departamento era composto por uma Seção de
Coordenação de Recursos Sociais (SERES), que tinha por finalidade organizar,
executar, supervisionar e avaliar os programas de coordenação de recursos sociais
existentes e que viessem a existir na comunidade.
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O SERES compunha-se do Serviço de Assistência Social (SERAS), cujo fim é
efetuar pesquisa, estudos e executar programas de assistência social no âmbito do
Município, e também o Centro de Triagem e Encaminhamento Social (CETES), cujo
fim é atuar diretamente na situação de “mendicância” municipal.
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No início da administração municipal que compreende o período de 1983 a
1988, vinculada ao PMDB, estava muito claro que a antiga STBES se concentraria
no trabalho com os “programas sociais", ou melhor, mutirões, atendimentos
emergenciais na área de habitação, alimentação, urbanização precária nos bairros
da cidade, que configuravam uma realidade de pobreza e abandono. Nesta
passagem, os esforços estavam concentrados na Secretaria de Governo através do
GAC (Grupo de Ação Comunitária) que reunia vários trabalhadores da assistência
municipal. Como havia muitas divergências de direcionamento político por parte dos
integrantes do trabalho, o executivo municipal resolveu então criar uma Secretaria
específica reunindo estes "programas " e ações.
Inspirado na disseminação da idéia do voluntariado, da ação dos grupos
comunitários e da participação social, como solução para os problemas sociais, o
governo municipal cria a Associação Municipal de Apoio Comunitário – AMAC em
1985, uma associação civil, nutrida pelo dinheiro público, para atacar os problemas
da pobreza e da falta de infra-estrutura dos bairros de Juiz de Fora.
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O primeiro
Superintendente foi o irmão do então prefeito, o que configura seu caráter
comprometido e clientelista que marca esta instituição até na atualidade.
24
Destacamos a constituição de uma política de assistência social em Juiz de Fora – como registrado
-, demonstrando aspectos interessantes, quais sejam: a tentativa de articulação entre assistência
social e trabalho, na perspectiva de uma inserção no mercado formal, ainda mais se considerarmos a
conjuntura econômica do país – no contexto do milagre econômico – que apontava possibilidades de
trabalho no mercado formal; e a idéia de ter um conselho, ainda que formado por indicação do
executivo e não eleito. Esta experiência contém os traços gerais da gestão política partidária MDB
autêntico, já demarcando o processo de crítica à ditadura militar e a transição democrática.
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Para melhor visualização ver organograma (Anexo 1).
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Destacamos a colaboração da Profª. Drª Margarida Salomão, ex-Reitora da UFJF, vinculada àquela
administração, que gentilmente nos forneceu dados necessários para a construção desta passagem,
dada a ausência de registro público governamental ou acadêmico a cerca deste processo histórico de
construção da assistência em Juiz de Fora.