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FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
ESTUDO COMPARATIVO DOS CURSOS SUPERIORES DE
CONTABILIDADE NO BRASIL E NA ARGENTINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
SÃO PAULO
2007
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FERNANDO DE ALMEIDA SANTOS
ESTUDO COMPARATIVO DOS CURSOS SUPERIORES DE
CONTABILIDADE NO BRASIL E NA ARGENTINA
Tema apresentado ao Programa de Estudos
Pós-Graduados em Ciências Sociais, da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
como exigência para obtenção do Título de
Doutor em Ciências Sociais, sob a orientação
do Prof. Dr. Paulo-Edgar Almeida Resende.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
SÃO PAULO
2007
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BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
São Paulo, 03 de agosto de 2007.
Dedico este trabalho a minha namorada, futura
esposa e grande companheira Kerly, que sempre
esteve ao meu lado, construindo uma história de
amor, respeito e carinho.
Ao compreensivo filho, Filipe, que aceitou os
momentos de ausência.
Aos meus Pais que incentivaram e
acompanharam esta trajetória.
Agradecimentos
A finalização deste trabalho representa um momento importante de uma carreira
construída com a participação de muitos amigos que “aparecem” na nossa história. Entre
eles destaco:
§ O Prof. Paulo-Edgar, que foi um grande mestre, companheiro e que
demonstrou como é um autêntico processo de construção do
conhecimento, de forma participativa, respeitando o aluno no processo
de orientação.
§ A Profª. Leonor de Angelis, da USAL Universidade Del Salvador, que
forneceu as informações, de forma a contribuir com o trabalho e teve
muita paciência na apresentação da Instituição.
§ O Prof. Sérgio Januário de Freitas, grande companheiro por compartilhar
idéias e o desenvolvimento das discussões.
§ A Edilene, a Coordenação de Estágio, o Prof. De Caroli, o Prof. Gianini
e demais membros do Corpo Docente da PUC-SP/FEA, Ciências
Contábeis, que forneceram informações e sempre estiveram à disposição,
auxiliando e contribuindo.
§ A Ana Lúcia, o Leandro e todos os amigos da Avaliação da UNINOVE.
§ A Profª Lídia Spaziani pela revisão do Abstract e a Profª Nádia
Conceição Lauriti pela revisão do trabalho e pelo incentivo.
É impossível deixar de destacar três instituições que muito auxiliaram nesta
trajetória:
§ A UNINOVE que sempre incentivou e apoiou a pesquisa;
§ A PUC-SP e a USAL que abriram as portas e aceitaram fornecer todas as
informações necessárias à coleta de dados.
RESUMO
Em um contexto de sociedades complexas, com predominância do capitalismo, à
área de saber da Economia confluem diferentes campos de pesquisa, entre os quais a
Contabilidade, que se bifurca na cobertura do setor público e do setor privado. Trata-se de
uma área que dinamiza novas esferas produtivas e novas imbricações quanto à formação de
blocos, nova dinâmica de concentração e centralização do capital, além de uma nova
ordenação política e uma transformação na velocidade do transporte de informação e
tecnologia.
Destaca-se que, nos últimos anos, no Brasil e na Argentina, aumentou
consideravelmente o número de Instituições de Ensino, portanto é pertinente um estudo
comparativo para troca de informações sobre as instituições e seus currículos, o que pode
gerar emprego e renda para o egresso dos cursos e promover o intercâmbio entre as
Instituições para o desenvolvimento e a pesquisa. Também, é possível observar que, na
Argentina, a nomenclatura do curso é “Contador Público”, diferentemente do Brasil.
Desta forma, a pesquisa consiste em uma comparação entre os currículos dos cursos
de Contabilidade das seguintes Instituições: PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, São Paulo, Brasil; e USAL - Universidade Del Salvador, Buenos Aires,
Argentina. O objetivo é identificar os aspectos similares, relativos ao perfil profissiográfico
e à composição curricular. A partir deste diagnóstico, pretende-se elencar possíveis
contribuições para melhoria dos cursos e propiciar uma reflexão sobre o ensino na área.
Palavras-chave: Argentina, Brasil, Contábeis, currículo, Mercosul, universidade.
ABSTRACT
In a context of complex societies, in which we have the predominance of the
capitalism to the area of knowledge called Economy, it joins different research fields
together, among them Accounting, that is divided in two branches to be known: the
covering of the public sector and the private sector. It deals with an area that dinamizes new
productive spheres and new imbrications according to the formation of blocks, new
dynamics of concentration and centralization of the capital, beyond a new political
ordinance and transformation in the speed of the information and technology transports.
It is distinguished that, in the latter years, in Brazil and Argentina, the number of
Educational Institutions has considerably increased, therefore it is pertinent a comparative
study for exchange of information about the institutions and their resumes, that can
generate job and income for the egress of the courses and promote the interchange of
development and the research among the Institutions. Also, it is possible to observe that, in
Argentina, the nomenclature of the course is "Certified Public Accountant, which has a
different terminology from brazilian’s one.
In this way, the research consists on a comparison among the curriculae of the
Accounting courses from the following Institutions: PUC-SP Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, Brazil; and USAL University Del Salvador, Buenos Aires,
Argentina. The objective is to identify the similar aspects related to the profile of the
professional features and to the curricular composition. From this diagnosis, it is intended
to list possible contributions for the improvement of the courses and to propitiate a
reflection on Education area.
Key-words: accounting, Argentina, Brazil, resume, Mercosul, university.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.................................................................................................................................................12
LISTA DE GRÁFICOS ...............................................................................................................................................15
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................................................16
LISTA DE SIGLAS.....................................................................................................................................................17
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................20
I. PROBLEMA........................................................................................................................................................21
II. HIPÓTESES.........................................................................................................................................................25
III. JUSTIFICATIVA DO TEMA..............................................................................................................................26
IV. OBJETIVOS ........................................................................................................................................................43
a. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................................43
b. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................................................................44
V. DELIMITAÇÃO DO TEMA...............................................................................................................................44
VI. METODOLOGIA DA PESQUISA......................................................................................................................45
CAPÍTULO 1 CURRÍCULO E AVALIAÇÃO........................................................................................................48
1.1. O CURRÍCULO E A CONCEPÇÃO DA AVALIAÇÃO...................................................................................48
1.2. AVALIAÇÃO NO MERCOSUL.........................................................................................................................52
CAPÍTULO 2 - A UNIVERSIDADE NO BRASIL E NA ARGENTINA.................................................................57
2.1. CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ARGENTINA.......................................57
2.1.1. SISTEMA FEDERAL DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL..................................................................57
2.1.2. SISTEMA UNIVERSITÁRIO NACIONAL DA ARGENTINA ................................................................62
2.2. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ARGENTINA ...66
2.2.1. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL..............................67
2.2.2. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR NA ARGENTINA.....................81
2.2.3. A INTERNACIONALIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE.............................................................................91
CAPÍTULO 3 - FORMAÇÃO DO CONTADOR .......................................................................................................96
3.1. A PROFISSÃO DE CONTADOR NO BRASIL E NA ARGENTINA...............................................................96
3.2. O MERCADO E AS TENDÊNCIAS ................................................................................................................101
10
3.2.1. CENÁRIO DO MERCADO BRASILEIRO..............................................................................................101
3.2.2. EXPECTATIVA DOS ALUNOS NA ARGENTINA ...............................................................................104
3.2.3. O PROFISSIONAL E A ÁREA CONTÁBIL............................................................................................106
3.3. PADRÕES INTERNACIONAIS PARA O ENSINO DA CONTABILIDADE................................................115
3.4. DIRETRIZES CURRICULARES PARA A GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE -BRASIL...................130
3.5. CONTEÚDO DE CONTADOR PÚBLICO - ARGENTINA............................................................................132
3.6. OBSERVAÇÕES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO, OS PADRÕES INTERNACIONAIS E OS
CURRÍCULOS DO BRASIL E ARGENTINA.........................................................................................................137
CAPÍTULO 4 ESTUDO DE CASO SOBRE OS CURSOS DE CONTÁBEIS - PUC-SP E USAL......................139
4.1. O CURSO DE GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE DA PUC-SP ............................................................139
4.1.1. ORIGEM E HISTÓRICO DA PUC-SP .....................................................................................................139
4.1.2. DADOS GERAIS DO CURSO..................................................................................................................141
4.1.3. PERFIL DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE...........................................................................142
4.1.4. DISCIPLINAS DO CURSO DA PUC-SP .................................................................................................145
4.1.5. ANÁLISE DA FORMA DE ATENDIMENTO ÀS DIRETRIZES CURRICULARES PELO CURSO
DA PUC-SP ...............................................................................................................................................................147
4.1.6. O CURRÍCULO DA PUC-SP....................................................................................................................153
4.2. O CURSO DE GRADO EM CONTADOR PÚBLICO USAL.......................................................................158
4.2.1. ORIGEM E HISTÓRICO DA USAL ........................................................................................................158
4.2.2. DADOS GERAIS DO CURSO..................................................................................................................159
4.2.3. PERFIL DO CONTADOR PÚBLICO.......................................................................................................160
4.2.4. DISCIPLINAS DO CURSO DA USAL ....................................................................................................161
4.2.5. COMPARATIVO ENTRE CURRÍCULOS: MÍNIMO E USAL ..............................................................164
4.2.6. MATRIZ CURRICULAR USAL...............................................................................................................174
4.3. COMPARATIVO PUC-SP E USAL .................................................................................................................178
CONCLUSÕES..........................................................................................................................................................188
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................................203
LEGISLAÇÃO, NORMAS E DOCUMENTOS OFICIAIS......................................................................................206
SÍTIOS PESQUISADOS ...........................................................................................................................................209
11
ANEXO I - Resolución 254/2003 - Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología. Argentina..............................211
ANEXO II - Documento Base para la Acreditación 1º Borrador de trabajo Santiago del Estero 2005.....................221
ANEXO III - Normas Referentes al Ejercicio de las Profesiones Relacionadas a las Ciencias Económicas. Bs.As.
23/5/73 .......................................................................................................................................................................249
ANEXO IV - Sócios do IFAC - Federação Internacional de Contadores..................................................................260
ANEXO V Membros Associados do IFAC - Federação Internacional de Contadores...........................................264
ANEXO VI Resolução CNE Nº. 10, de 16 de Dezembro de 2004, Ministério da Educação. Brasil ......................265
ANEXO VII Contenidos Mínimos - Consejo de Decanos de Facultades de Ciencias Económicas de
Universidades Nacionales..........................................................................................................................................270
ANEXO VIII Acuerdo Nº 3 de fecha 18 de diciembre de 1996. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Argentina....................................................................................................................................................................283
12
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 COMPARATIVO ENTRE OS TRATADOS ..................................................40
TABELA 2 INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NA ARGENTINA..............66
TABELA 3 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................68
TABELA 4 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................69
TABELA 5 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES MUNICIPAIS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................70
TABELA 6 - QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................71
TABELA 7 - QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS,
CONFESSIONAIS OU FILANTRÓPICAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL...........72
TABELA 8 - QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................73
TABELA 9 - QUANTIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
.................................................................................................................................................74
TABELA 10 - QUANTIDADE DE CURSOS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL.......75
TABELA 11 - OS DEZ MAIORES CURSOS POR NÚMERO DE MATRÍCULAS E
CONCLUINTES - BRASIL 2004...........................................................................................76
TABELA 12 CRESCIMENTO DAS INSTITUIÇÕES SUPERIORES NA ARGENTINA
.................................................................................................................................................82
TABELA 13 INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS ARGENTINAS POR SETOR DE
GESTÃO SEGUNDO TIPO DE INSTITUIÇÃO. ANO 2004...............................................83
TABELA 14 NÚMERO DE ALUNOS NOVOS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS POR
CURSO....................................................................................................................................83
TABELA 15 PARTICIPACÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM RELAÇÃO ÀS
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS .................................................................................................84
TABELA 16 NÚMERO DE ALUNOS NOVOS NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS ......85
TABELA 17 PARTICIPACÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM RELAÇÃO ÀS
INSTITUIÇÕES PRIVADAS.................................................................................................86
13
TABELA 18 - MATRÍCULA DE EDUCAÇÃO TERCIÁRIA POR ÁREA DE
CONHECIMENTO POR PAÍSES, 2004................................................................................94
TABELA 19 CRONOLOGIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO TÉCNICO DE
CONTABILIDADE NO BRASIL..........................................................................................96
TABELA 20 - CRONOLOGIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO SUPERIOR DE
CONTABILIDADE NO BRASIL..........................................................................................98
TABELA 21 TABELA GERAL DE SALÁRIOS CORRENTES JUNHO 2006.............102
TABELA 22 CRITÉRIOS PARA O PORTE ......................................................................102
TABELA 23 SALÁRIO MENSAL APROXIMADO DO PROFISSIONAL DE
CONTABILIDADE ................................................................................................................103
TABELA 24 BOLSA DE SALÁRIOS................................................................................103
TABELA 25 AMOSTRA DOS ENTREVISTADOS POR CARREIRA............................105
TABELA 26 - SÍNTESE DOS PADRÕES DO IFAC............................................................128
TABELA 27 - GRADE CURRICULAR DO CURSO ...........................................................145
TABELA 28 - LEGENDA QUE SERÁ UTILIZADA NA ANÁLISE DAS
DISCIPLINAS ........................................................................................................................147
TABELA 29 - GRADE CURRICULAR DO CURSO E A FORMA DE ATENDIMENTO ÀS
DIRETRIZES..........................................................................................................................148
TABELA 30 - DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS PELA GRADE CURRICULAR......150
TABELA 31 - DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO BÁSICA PELA
GRADE CURRICULAR ........................................................................................................150
TABELA 32 - DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO BÁSICA (NÃO
PREVISTOS NA RESOLUÇÃO CNE/CES 10/2006) NA GRADE CURRICULAR...........151
TABELA 33 - DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
PELA GRADE CURRICULAR .............................................................................................152
TABELA 34 - DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRATICA
PELA GRADE CURRICULAR .............................................................................................152
TABELA 35 - MATRIZ CURRICULAR PUC-SP GRUPO 1 e 2......................................153
TABELA 36 - MATRIZ CURRICULAR PUC-SP GRUPO 3 e 4......................................153
TABELA 37 - MATRIZ CURRICULAR PUC-SP GRUPO 5, 6 e 7..................................154
TABELA 38 - ETAPA 1 - INTERMEDIÁRIO - ANALISTA ADMINISTRATIVO
CONTÁBIL.............................................................................................................................160
14
TABELA 39 - ETAPA 2 TÉCNICO DE CONTABILIDADE E CUSTOS........................161
TABELA 40 - ETAPA 3 CONTADOR PÚBLICO.............................................................162
TABELA 41 - LEGENDA QUE SERÁ UTILIZADA NA ÁNÁLISE DAS DISCIPLINAS163
TABELA 42 - CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO
MÍNIMO (1º e 2º ANOS)........................................................................................................164
TABELA 43 - CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO
MÍNIMO (3º ANO).................................................................................................................166
TABELA 44 - CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO
MÍNIMO (4º e 5º ANOS) .......................................................................................................167
TABELA 45 SÍNTESE DO CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO
CURRÍCULO MÍNIMO.........................................................................................................168
TABELA 46 - ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR DO CURSO CONFORME O
CURRÍCULO MÍNIMO.........................................................................................................170
TABELA 47 - MATRIZ CURRICULAR USAL GRUPOS 1 e 2......................................173
TABELA 48 - MATRIZ CURRICULAR USAL GRUPO 3...............................................174
TABELA 49 - MATRIZ CURRICULAR USAL GRUPOS 4, 5 e 6...................................175
TABELA 50 - COMPARATIVO PUC-SP E USAL CONTEÚDOS COMPATÍVEIS......177
TABELA 51 - COMPARATIVO PUC-SP E USAL DISCIPLINAS
NÃO-COMPATÍVEIS............................................................................................................178
TABELA 52 - LEGENDA DA DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS PELA GRADE
CURRICULAR.......................................................................................................................179
15
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................68
GRÁFICO 2 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................69
GRÁFICO 3 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES MUNICIPAIS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................70
GRÁFICO 4 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................71
GRÁFICO 5 - QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES
COMUNITÁRIAS/CONFESSIONAIS OU FILANTRÓPICAS DE ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL...................................................................................................................................72
GRÁFICO 6 - QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE
ENSINO SUPERIOR NO BRASIL........................................................................................73
GRÁFICO 7 QUANTIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
.................................................................................................................................................74
GRÁFICO 8 - QUANTIDADE DE CURSOS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL .......75
GRÁFICO 9 INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS ARGENTINAS POR SETOR DE
GESTÃO SEGUNDO O TIPO DE INSTITUIÇÃO. ANO 2004...........................................82
GRÁFICO 10 NÚMERO DE ALUNOS NOVOS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS POR
CURSO....................................................................................................................................83
GRÁFICO 11 PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM RELAÇÃO
ÀS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ...........................................................................................84
GRÁFICO 12 NÚMERO DE ALUNOS NOVOS NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS.....85
GRÁFICO 13 PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM RELAÇÃO
ÀS INSTITUIÇÕES PRIVADAS...........................................................................................86
16
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ORGANOGRAMA DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA..................59
FIGURA 2 INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À FORMAÇÃO ....................................................................................................61
FIGURA 3 ESQUEMA DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO SISTEMA
UNIVERSITÁRIO ARGENTINO..........................................................................................88
17
LISTA DE SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRASCA - Associação Brasileira de Companhias Abertas
ACCA Association of Chartered Certified Accountants
AIC Associação Interamericana de Contabilidade.
ALADI - Associação Latino-Americana de Integração
ALALC - Associação Latino-Americana de Livre Comércio
ALCA Área de livre Comércio das Américas
ALCSA - Área de Livre Comércio Sul-Americana
ANDIFES- Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais
APIMEC Nacional - Associação Nacional dos Analistas e Profissionais de Investimento do
Mercado de Capitais
BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo
CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CB Condições Boas
CCM - Comissão de Comércio do Mercosul
CEPE Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
CES - Câmara de Educação Superior
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
CI Condições Insuficientes
CIN Conselho Inter-universitário Nacional
CMB Condições Muito Boas
CMC - Conselho do Mercado Comum
CNE - Conselho Nacional de Educação
CODECE Consejos de Decanos de Facultades de Ciencias Económicas de Universidades
Nacionales
COGEAE (2006) - Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão da
PUC-SP
CONAES - Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior
CONEAU Comisión Nacional de Evaluación y Acreditación Universitaria
18
CONRE Conselho Regional de Estatística
CPC - Comissão Parlamentar Conjunta
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CR Condições Regulares
CRC Conselho Federal de Contabilidade
DGES Direção Geral do Ensino Superior
DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
ENADE Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes
FCES - Foro Consultivo Econômico-Social
FEA Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras
FMI - Fundo Monetário Internacional
IASB - The International Accoounting Standards Board
IBRACON Instituto de Auditores Independentes do Brasil
IES Instituição de Ensino Superior
IES - International Education Standard
IESALC Instituto Internacional para La Educación Superior en América Latina y el Caribe
IFAC Federação Internacional de Contadores
IFRS - International Financial Reporting Standards.
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
LDB Lei de Diretrizes e Bases
MEC - Ministério da Educação do Brasil
MECTES - Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
MEXA Mecanismo Experimental de Acreditación
OECD - Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento
ONU Organização das Nações Unidas
OTAN - Organização para o Tratado do Atlântico Norte
PAIUB Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional
PMDER - Países de Menor Desenvolvimento Econômico Relativo
PPC Projeto Pedagógico do Curso
19
PPI - Projeto Pedagógico Institucional
PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
RAIS Relação Anual de Informações Sociais
SAM - Secretaria Administrativa do Mercosul
SESU Secretaria de Educação Superior
SETEC Secretaria de Educação Tecnológica
SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
SINAES - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
SPU Secretaria de Políticas Universitárias
TEC - Tarifa Externa Comum
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
UMERCOSUR - Universidade do Mercado Comum do Sul
U.N.N.E. - Universidad Nacional del Nordeste
UNB Universidade de Brasília
UNE União Nacional dos Estudantes
UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultura Organization
UNTREF Universidad Nacional de Tres de Febrero
USAL - Universidade Del Salvador
20
INTRODUÇÃO
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi criado em 1991 e caracterizou-se pela
livre circulação de bens, serviços e capitais entre os países membros. Tem-se observado que a
sua criação possibilitou maior troca de informações, o que está de acordo com as tendências
globalizantes, porém na área da Educação é possível, ainda, realizar mais e melhores acordos
multilaterais, em especial no que se refere às propostas curriculares dos cursos de Instituições
de Ensino Superior. Com essa preocupação, o presente estudo compara os currículos de cursos
da área Contábil das seguintes Instituições de Ensino Superior: Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP): São Paulo, Brasil e a Universidade Del Salvador (USAL):
Buenos Aires, Argentina.
A opção pela PUC-SP justifica-se pela sua tradição em ensino, pesquisa e extensão na
área contábil. O Curso de Contábeis é considerado de excelência na comunidade acadêmica e
pelas avaliações oficiais do MEC - Ministério da Educação do Brasil.
A USAL despertou interesse e foi selecionada pelas razões pontuadas a seguir:
a) A Instituição possui convênios internacionais, fato este que a obriga a proceder a
adaptações curriculares, havendo a necessidade de inclusão de conteúdos para
atender ao perfil internacional, inserindo em seu currículo: computação, inglês e
um terceiro idioma, que pode ser inclusive Português.
b) A USAL também apresenta reconhecida tradição em ensino, inclusive, na área
contábil;
O trabalho foi dividido em quatro partes, sendo que as duas primeiras são teóricas e têm
o objetivo de discutir, de forma breve, o currículo e os pressupostos da avaliação e, também,
descrever o crescimento das universidades, além de discutir os aspectos referentes à formação
de universidades e às políticas educacionais que envolvem o Brasil e a Argentina. Na terceira
parte do trabalho, conceitua-se a Contabilidade, circunscrevendo-a à área de Economia, além
de discutir-se o perfil dos contadores e as necessidades do mercado de trabalho. Ao final, é
apresentado um o estudo comparativo do currículo dos dois cursos, utilizando-se a pesquisa
bibliográfica e a legislação pertinente como referenciais.
21
I. PROBLEMA
Atualmente, apesar de vários autores destacarem as mudanças constantes, presentes no
contexto mundial, associadas ao impacto da globalização, bem como enfatizarem a relevância
das competências pressupostas nos currículos escolares, permanecem, ainda, as seguintes
dúvidas: Os cursos superiores de Contábeis acompanham as tendências mundiais de
globalização? Há aspectos comuns entre os cursos do Brasil e os da Argentina? O presente
estudo busca identificar quais são as competências contempladas pelos conteúdos dos cursos
selecionados para compará-las às necessidades de um mercado globalizado, competitivo e em
constante mutação, considerando-se a necessidade de padrões mínimos de qualidade.
Segundo Perrenoud (apud Gentile & Bencini, 2006), “Competência é a faculdade de
mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc) para
solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.”
O Brasil, conforme o Conselho Nacional de Educação e o Conselho de Educação
Superior, instituiu, recentemente, as Resoluções 146, de 3 de abril de 2002 e 10, de 16 de
dezembro de 2004. Ambas abordam as competências e habilidades que o profissional de
Contábeis deve possuir. Este é um fato importante na Educação Brasileira, pois até o momento
a Legislação não possuía esta abordagem. Essas Resoluções serão tratadas, posteriormente, no
capítulo 3.
Outro aspecto importante a ser destacado refere-se aos métodos de avaliação, pois
conforme a UNESCO/IESALC (2006) As agências de avaliação podem estar diretamente
envolvidas com distintos processos avaliativos, em que se conjugam diferentes propósitos.
Os diferentes propósitos podem ser: financiamento, regulação, autorização do curso ou
simplesmente melhoria, mas há um propósito muito relevante que integra-se aos outros que é o
de creditá-lo para a sociedade. Este estudo tem esta última perspectiva, ou seja, compreender e
verificar se os programas do cursos selecionados estão condizentes com as necessidades atuais
para a sociedade poder convalidá-los. A UNESCO/IESALC acrescenta que este crédito está
relacionado com “...as competências profissionais, com o prestígio acadêmico das instituições,
com a determinação ou consolidação de um mercado estudantil ou acadêmico e com o
desenvolvimento da mobilidade profissional.”
Quanto ao prestígio das instituições pesquisadas (PUC-SP e USAL), embora tenha sido
abordado no trabalho, foi realizada, também, uma pesquisa prévia de sondagem, em que foram
22
consultados os órgãos governamentais, embora ainda permaneçam as seguintes
problematizações:
Hoje, observa-se uma tendência direcionada para a exigência de padrões internacionais
para a educação superior. Isso tornou-se visível na XXII Reunião dos Ministros de Educação
dos países do MERCOSUL, Bolívia e Chile, que se realizou em 19 de novembro de 2004, na
qual firmou-se o Memorando de Entendimento sobre a implementação do Mecanismo
Experimental para la acreditación de carreras de grado (MEXA) que, segundo cronograma
aprovado, iniciou sua atividade pela carreira de Agronomia.
Esse processo de integração em andamento no mundo, ainda que de forma lenta, ocorre
de diversas formas e por meio de outras ações, como a reunião realizada recentemente, em 04
de outubro de 2006, em que representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes/MEC) e do Ministério da Educação da Argentina reuniram-se, para
garantir o fortalecimento da integração universitária entre os dois países. O principal objetivo
da reunião foi discutir o edital para a apresentação de novos projetos de estudos, a serem
lançados. De acordo com o coordenador-geral de Cooperação Internacional da Capes,
Leonardo Rosa, a intenção foi semear e fortalecer a integração entre os países. “Procuramos,
com esse intercâmbio de professores e estudantes, focalizar a integração das estruturas
curriculares e dos cursos em geral”.
1
Outro exemplo da integração é o Processo de Bolonha, que segundo o DGES Direção
Geral do Ensino Superior, órgão do MECTES - Ministério Da Ciência Tecnologia e Ensino
Superior de Portugal, consiste em:
“Um longo e complexo processo de maturação.
Numa perspectiva de política educativa, o
chamado Processo de Bolonha iniciou-se
informalmente em Maio de 1998, com a
declaração de Sorbonne, e arrancou oficialmente
com a Declaração de Bolonha em Junho de 1999,
a qual define um conjunto de etapas e de passos a
dar pelos sistemas de ensino superior europeus no
sentido de construir, até ao final da presente
década, um espaço europeu de ensino superior
globalmente harmonizado.
A idéia base é de, salvaguardadas as
especificidades nacionais, dever ser possível a um
1
Portal do Mercosul Educacional.
http://www.mercosul.inep.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=207&Itemid=28&lang=es, pesquisa
realizada em 18/02/2007.
23
estudante de qualquer estabelecimento de ensino
superior iniciar a sua formação acadêmica,
continuar os seus estudos, concluir a sua formação
superior e obter um diploma europeu reconhecido
em qualquer universidade de qualquer Estado-
membro. Tal pressupõe que as instituições de
ensino superior passem a funcionar de modo
integrado, num espaço aberto antecipadamente
delineado, e regido por mecanismos de formação e
reconhecimento de graus acadêmicos
homogeneizados à partida.
Em última instância, o Processo de Bolonha irá
desembocar numa harmonização generalizada das
estruturas educativas, que asseguram as formações
superiores numa Europa de, atualmente, 45 países.
Nesse enquadramento, os sistemas de ensino
superior deverão ser dotados de uma organização
estrutural de base idêntica, oferecer cursos e
especializações semelhantes e comparáveis em
termos de conteúdos e de duração e conferir
diplomas de valor reconhecidamente equivalente
tanto acadêmica como profissionalmente.
A harmonização das estruturas do ensino superior
conduzirá, por sua vez, a uma Europa da ciência e
do conhecimento e, mais concretamente ainda, a
um espaço comum europeu de ciência e de ensino
superior com capacidade de atração à escala
européia e intercontinental.
Esse processo, evidentemente, implica negociações e concessões de dirigentes, assim
como depende de uma política de implantação que envolve mudanças estruturais profundas,
não apenas de procedimentos, mas também de cultura, controle e de formas de ação. Essas
mudanças estão relacionadas aos processos avaliativos e aos padrões de qualidade.
Rossato (2004, p.1) afirma que:
Hoje, o Mercosul e a União Européia são
importantes atores e fomentadores dos direitos
fundamentais e da democracia mundial, nas
devidas proporções. O Mercosul, na condição de
liderança regional, busca garantir a democracia
internamente nos seus Estados partes e estender o
conceito democrático do bloco para o continente
americano. A União Européia influi globalmente e,
nos últimos anos, tem exercido um importante
24
papel na busca da consolidação da democracia
como o regime político global, bem como para
alcançar uma democracia efetiva e ampla. Para
tanto, a União Européia adotou a decisão de
condicionar o relacionamento do bloco com outros
países ou grupos de países ao respeito da
democracia e dos direitos humanos, impondo
sanções em caso de descumprimento, e, por outro
lado, apoiando ações positivas adotadas no que
tange à proteção dos direitos humanos,
promovendo e defendendo as liberdades
democráticas. Assim, afirma-se o caráter
democrático dos países que compõem os blocos de
integração regional e o respeito a este regime
passa a ser considerado condição sine qua non
à manutenção de relações com outros Estados.
Ademais, os países candidatos à adesão aos blocos
devem comprovar o respeito às condições
democráticas, a fim de pleitear a condição de
Estado-membro (critério político de adesão). Esta
condicionante, presente atualmente em todos os
tratados firmados pela União Européia com outros
Estados ou organizações, é usualmente conhecida
como Cláusula Democrática.
Apesar de representar uma importante
condicionante das relações internas e
internacionais do Mercosul e da União Européia,
a Cláusula Democrática ainda é muito pouco
conhecida e estudada.
Por considerar este fato citado pela autora, de que a Cláusula democrática ainda é pouco
conhecida e estudada e que é necessário aprofundar o processo democrático e de
desenvolvimento da América Latina, este trabalho aborda as trocas na área da educação
Superior e como objeto de estudo elege dois cursos de Contábeis. Rossato (2004, p.50) afirma,
ainda, que:
§ O aprofundamento de um diálogo permanente deve incluir, entre outros fatores
citados, a educação em matéria de direitos humanos, incluindo o ensino dos
jovens e a sensibilização dos cidadãos no que diz respeito aos seus direitos e
deveres.
§ No âmbito da promoção e defesa dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais, estão previstas ações para o apoio à educação e à formação.
25
O acesso ao ensino superior com qualidade e que garanta uma inclusão e intervenção
social deve ser uma preocupação, não apenas dos governantes, mas de toda a sociedade.
II. HIPÓTESES
Com a criação do Mercosul e com o processo atual de mudanças, devido à globalização
e à facilidade de transporte de informações e de bens, observa-se que a sociedade é
impulsionada a rever os seus conceitos, procedimentos e formas de atuação. As faculdades, por
sua vez, necessitam atender a essas tendências, implantar novas leis e contemplar em seus
currículos as tendências e as leis federais de ensino.
Para que o ensino superior seja aceito no Mercosul e possibilite o intercâmbio de
profissionais, é necessária a implantação de formas de avaliação e de padrões de qualidade,
podendo iniciar-se pela implantação e/ou aprofundamento dos processos. Observa-se que
uma preocupação crescente dos governos em melhorar os processos avaliativos de ensino, mas
os procedimentos e as exigências governamentais são diferenciados.
Portanto, o trabalho considera duas hipóteses:
1. Por meio da maior troca de informações e políticas governamentais, é
possível ampliar a integração entre os povos, melhorar a
empregabilidade e a qualidade da educação. Atualmente, apesar da
existência do Mercosul, há poucos acordos laterais e a educação pode
ser um caminho para uma integração maior.
2. Atualmente, os cursos de Contabilidade no Brasil possuem, em termos
gerais, um currículo diferenciado em relação aos da Argentina,
inclusive, nesse país a nomenclatura é Contador Público, considerando-
se o profissional contábil como um agente público e a contabilidade
como um serviço à sociedade. Outros aspectos divergentes devem-se à
legislação local, porém as disciplinas assemelham-se em muitos aspectos
e apresentam uma tendência de harmonização dos padrões contábeis, é
possível em breve a aceitação curricular recíproca entre os países.
26
III. JUSTIFICATIVA DO TEMA
Quanto à relevância do tema, é possível identificar e pontuar aspectos práticos e
teóricos.
Quanto aos aspectos práticos pode-se citar:
Na elaboração deste trabalho, considerou-se a oportunidade de unir aspectos
pessoais do pesquisador à importância do objeto de pesquisa. O autor atua na
docência há doze anos, sendo dez anos dedicados ao ensino superior de
graduação e pós-graduação e, concomitantemente, seis dedicados à
Coordenação (implantação, sensibilização, elaboração de instrumentos e
relatórios, gerenciamento, acompanhamento e difusão) de processos de auto-
avaliação. Também possui curso de pós-graduação lato sensu em avaliação de
instituições de ensino superior, pela UNB Universidade de Brasília, e
participou na prestação de serviços, como consultor “ad hoc”, ao Ministério da
Educação, pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos e pelo SETEC
Secretaria de Educação Tecnológica, além da realização de estudos individuais
e participação em eventos na área. Essa atuação na área despertou uma
preocupação relativa aos padrões de qualidade dos cursos, pois trata-se de
aspectos relevantes para a integração da América Latina.
No Brasil, tem aumentado significativamente o número de Instituições de
Ensino que necessitam de processos avaliativos para cumprir, sobretudo, a sua
função social. Uma maior interação e uma troca de informações mais freqüente
entre Instituições e currículos podem ser fundamentais para o aumento da
empregabilidade do egresso dos cursos universitários e contribuir com o
intercâmbio entre as Instituições. A Declaração Mundial sobre Educação
Superior no Século XXI: Visão e Ação (1998)
2
registra alguns pontos muito
pertinentes sobre este aspecto, afirmando que: “No limiar de um novo século,
há uma demanda sem precedentes e uma grande diversificação na educação
superior, bem como maior consciência sobre a sua importância vital tanto para
2
Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação. Paris: UNESCO. 1998.
27
o desenvolvimento sociocultural e econômico como para a construção do
futuro, diante do qual as novas gerações deverão estar preparadas com novas
habilitações, conhecimentos e ideais.” Isso corresponde a um fato muito
importante para o desenvolvimento humano, pois significa acessibilidade ao
ensino superior de qualidade, até para garantia dessa inserção. No mesmo
documento, ainda, observa-se que: A segunda metade deste século passará
para a história da educação superior como o período de sua expansão mais
espetacular: o número de matrículas de estudantes em escala mundial
multiplicou-se mais de seis vezes, de 13 milhões em 1960 para 82 milhões em
1995.”
O terceiro fator prático, considerado para justificar o desenvolvimento do
trabalho, foi o interesse pela PUC-SP e pela USAL:
o interesse pelo Curso da USAL deve-se ao fato de que além de ser
uma Instituição tradicional em ensino, pesquisa e extensão e bem
conceituada pela sociedade, possui um currículo que busca atender a
um público externo ao país, contendo disciplinas específicas da
faculdade e que fazem parte de acordo internacional;
O Curso de Contabilidade da PUC-SP pertence a FEA Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade. A Instituição, atualmente,
é considerada pela comunidade acadêmica com excelência na
pesquisa, além de possuir significativo índice de publicações e boas
avaliações pelos órgãos governamentais.
Em relação ao referencial teórico que fundamenta a relevância do trabalho, cita-se:
Com a facilidade e melhoria dos meios de comunicação, houve maior difusão
da informação, porém isso não significa necessariamente consenso sobre um
padrão mínimo das competências profissionais entre os profissionais dos países,
nem concepções semelhantes de curso ou formas de controle da qualidade,
podendo até ocasionar que países pertencentes a um mesmo bloco econômico
não aceitassem profissionais de instituições reconhecidas pela sua qualidade e
tradição.
28
Bobbio (1998, p.250) afirma que, no passado,a confiança na certeza do
progresso nascia da convicção de que o progresso científico e o progresso
moral, estivessem estreitamente ligados, que o progresso moral dependesse da
difusão cada vez maior do saber, que o avançar das luzes e o avançar dos
costumes caminhassem juntos. Hoje ninguém mais acredita nisso. Isso pode
refletir as diretrizes educacionais, que tendem a não acompanhar o progresso
científico. Bobbio (1998, p. 248) também observa que:
“Enquanto o progresso técnico-científico não
cessa de provocar a nossa maravilha e o nosso
entusiasmo,ainda que misturados com uma
sensação de angústia com os efeitos perversos que
dele possam derivar,continuamos a nos interrogar
sobre o tema do progresso moral,exatamente,como
há mil, dois mil anos,repetindo ao infinito os
mesmos argumentos,colocando-nos sempre as
mesmas perguntas sem resposta,ou com respostas
que não nos aquietam,como se estivéssemos
sempre imersos naquilo que os crédulos chamam
de “mistério” e os incrédulos de “problemas do
mal
Na sociedade da informação, o não-saber consiste em uma forma muito forte de
exclusão social. Bobbio (1998, p.249) afirma que:
Ӄ bonito e talvez animador , chamar por
analogia com a criação de instrumentos cada vez
mais aperfeiçoados de grande invento de nossa
civilização aos direitos humanos,mas em relação
às invenções técnicas o primeiro permanece mais
anunciado que exercido. O novo ethos mundial dos
direitos do homem resplandece apenas nas solenes
declarações internacionais e nos congressos
mundiais que os celebram e doutamente os
comentam, mas a estas solenes celebrações, a estes
doutos comentários corresponde na verdade a
sua sistemática violação em quase todos os países
do mundo (talvez possamos dizer todos sem medo
de errar) nas relações entre fortes e fracos, entre
ricos e pobres, entre quem sabe e quem não sabe”.
A importância da relação entre países, principalmente em uma sociedade
globalizada, é muito relevante para o desenvolvimento local e para a melhoria
da qualidade de vida dos povos.
29
Conforme Ianni (2002, p.17),
“A globalização desafia radicalmente os quadros
de referência da política, com prática e teoria. Há
categorias básicas da ciência política que parecem
ter perdido a vigência ou estão necessitando de
reelaboração. Dadas às transformações geo-
históricas em curso no século XX, são bastante
evidentes os desenvolvimentos da
transnacionalização, mundialização ou, mais
propriamente, globalização.” Isso faz surgir a
necessidade de uma reestruturação e um repensar
sobre os conteúdos dos cursos superiores.
Após analisar a categoria globalização sob a óptica de vários autores e pesquisadores,
confirma-se a importância do tema e a necessidade da compreensão do mercado globalizado e
das forças que nele interagem, sendo que a educação está participando deste contexto, porém o
trabalho questiona a forma de interação e construção deste ambiente.
Dowbor (2002, p. 9), ao se referir à mudança, afirma que “No centro está a tecnologia.
Com todo o respeito por Weber e pela força de certas ideologias, é preciso reconhecer que
quando Adam Smith (divisão da força de trabalho) ou Marx (forças produtivas) colocaram a
evolução das técnicas como motor das transformações sociais estavam rigorosamente certos.”
Buscava-se simplificar as técnicas para aumentar a produtividade, porém hoje a mudança
profunda é tecnológica. O autor complementa: “Nos últimos vinte anos, acumularam-se mais
conhecimentos do que toda a história da humanidade. Isto tem um lado positivo, sem dúvida,
pela produtividade crescente que conseguimos, pelos avanços na saúde, na informação e
tantos outros.” (p.10). O ambiente globalizado constrói diversas redes, aumenta a produção,
mas causa desemprego e destruição. A educação aparece como a alternativa para a sociedade
do conhecimento, para a ascensão social e para a construção de um ambiente mais ético, com
melhoria das relações humanas, qualidade de vida e condições de trabalho.
A preocupação com a educação encontra ressonância na afirmação de Dowbor (2002,
p.9) sobre a dramática diferença entre a rapidez do avanço das técnicas e a lentidão do avanço
das instituições que nos coloca como que no comando de um imenso avião moderno, tendo no
painel os modestos controles de um fusca, ocorrendo assim uma disritmia letal no
desenvolvimento da nossa sociedade, pois o capitalismo global não presta contas a ninguém.
30
As instituições de ensino fazem parte deste capitalismo global, logo merecem uma reflexão
sobre a importância da responsabilidade social neste processo.
Ao analisar este contexto, considerando-se o mundo do consumo e da superação dos
desafios, ficam as indagações sobre qual é o papel de um curso de contabilidade em países de
terceiro mundo e como os conteúdos contemplam este papel em instituições superiores de
ensino consideradas de excelência.
Dowbor (2002, p.13) destaca que um eixo essencial do processo é a transformação
estrutural do trabalho. É necessário, portanto, que a sociedade discuta qual é o papel das
instituições de ensino, pois não é concebível um curso superior que não atenda a esta
transformação estrutural do mundo globalizado, mas novamente fica um questionamento sobre
quais são as necessidades e formas para atendê-las no processo de formação do alunado.
Após a análise do mundo globalizado, Dowbor (2002, p.15) destaca que é “frente à
imensa riqueza dos “fatos sociais totais” optamos aqui por privilegiar cinco tendências que
nos parecem ser as tendências “estruturadoras” do nosso futuro: a tecnologia, a globalização,
a polarização econômica, a urbanização e a transformação do trabalho.
Portanto, considerando-se a concepção citada, é relevante o ensino superior abordar:
novas tecnologias;
globalização;
polarização econômica e a busca da sua minimização na construção de uma
sociedade com menores diferenças sociais;
urbanização;
e transformação do trabalho.
O autor, ao continuar a sua análise, observa que cada uma dessas tendências traz
embutida uma contradição central, que consiste no fato de as tecnologias avançarem
rapidamente, enquanto as instituições correspondentes avançam lentamente e esta é uma
combinação explosiva.
Referindo-se à globalização, Ianni (2002, p.18) afirma que: “...no campo dos
transportes, habitação, saúde, educação e meio ambiente cresceram muitas sugestões, os
estímulos, as orientações, os financiamentos e as imposições de organizações multilaterais,
dentre as quais destacam-se o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial
Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).” Esses fatores, segundo
Ianni, colocam em causa a crise do princípio da “soberania nacional”.
31
Portanto, pode-se considerar que para atender ao mercado globalizado é importante a
existência de instituições que contemplem os procedimentos legais e processuais da economia
internacional, porém deve-se buscar formas de preparar a sociedade para a reflexão e para a
auto-defesa, dentro de um contexto mundial construído por nações que buscam a sua
democracia e soberania.
A Globalização, segundo Moreira (2004, p.165) é um processo pluridimensional,
dialético, que produz as conexões e os espaços transnacionais sociais, se relaciona com a
densidade social das redes de comunicação e pressupõe uma sociedade sem estado e sem
governo mundiais. Essa concepção leva à reflexão sobre a necessidade de currículos e de
instituições de ensino que considerem este contexto global dialético, dinâmico e com
concepções de estrutura mundial diferentes das que foram apresentadas para a sociedade até o
século XX.
Resende (apud Dowbor et alli, 2002, p.26) destaca que se pode abordar o tema da
globalização por dois ângulos:
como ponto de chegada do desenvolvimento acelerado, em que se consolida o
processo da modernidade enquanto totalidade fechada, desencadeada a partir de
século XVI;
como momento de ruptura, momento crítico de transformação, mais ou menos
significativo da contemporaneidade, na direção de totalidades abertas,
contrastantes com o que ocorreu antes.
Ao considerar a hipótese sob esses dois ângulos, observa-se a necessidade de reflexão
sobre os conhecimentos necessários para ambos os cenários.
Sposati (apud Dowbor et alli, 2002, p.46), entretanto, destaca que: “Todavia, a
globalização não deve significar a perda de um projeto para o país, já que questões estruturais
não são alcançáveis pela ação local. As saídas locais apresentam, assim, não a substituição de
um projeto mais amplo, mas a criação de novos espaços de politização e construção
democrática, incentivando a construção da dimensão pública na sociedade civil.” Essa
construção, portanto, deve ser realizada em ambiente globalizado, porém considerando-se as
características regionais e as diferentes necessidades e realidade dos povos.
Para Castells (1999, p.142) A economia informacional é global. A economia global é
uma nova realidade histórica, diferente de uma economia mundial.” Essa categoria de
economia informacional remete-nos à constatação de que não há mais um comércio exterior,
32
mas sim um mercado local, o que exige novas competências das pessoas e empresas, porém de
difícil análise se utilizarmos as formas e os modelos do início do século anterior, em que os
estados tinham maior poder sobre as pessoas e empresas. Não apenas o capital, mas sobretudo
o conhecimento parece demonstrar não ter pátria.
Para Huntington (1997, p.69), “As comunicações globais são uma das mais importantes
manifestações contemporâneas do poderio ocidental.” A comunicação está relacionada ao
conhecimento e à educação e, conseqüentemente, à formação do indivíduo e à forma como ele
interage nesta nova sociedade.
Após a leitura dos textos citados anteriormente, pode-se considerar que as afirmações
dos autores complementam-se e que possibilitam ópticas e inter-relações muito variadas.
Também, observa-se que há dois aspectos que parecem ser consensuais: o primeiro é que a
globalização está muito relacionada à melhoria da capacidade de transportes, não apenas de
produtos, mas principalmente de informações e serviços; o segundo aspecto a ser considerado é
que essas mudanças alteraram os modos de produção e, conseqüentemente, as formas de
trabalho. Os benefícios relativos ao aumento de produção, diferentemente do que alguns
economistas afirmavam, apesar de possibilitarem o aumento dos resultados, nem sempre
geraram distribuição de renda e melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Constituem-se aspectos da justificativa da pesquisa a necessidade de construção de
políticas para integração dos povos da América do Sul. Dessa forma, a seguir, será realizado
um breve estudo comparativo entre os três tratados internacionais, que tinham o objetivo de
criação de um bloco econômico que envolvesse o Brasil, a Argentina e outros países, de forma
a demonstrar como a América do Sul está se organizando por blocos para os desafios do
ambiente globalizado.
Conforme a UNESCO (2006), há alguns aspectos críticos comuns na Educação Superior
da América latina a serem considerados:
- Falta de flexibilização, atualização e
intercâmbio dos modelos/desenhos curiculares;
- Falta de Articulação entre o Estado, a
Sociedade e as Instituições de Ensino Superior;
- Forte e negativa incidência de programas
transnacionais e programas de educação virtual;
- Falta de incentivos para o aperfeiçoamento e
uma pauperização da docência universitária; e
33
- Falta de definições comuns e transparência
nos dados e informações.
Dessa forma, é uma preocupação da UNESCO a padronização dos cursos, a melhoria da
qualidade de ensino e a articulação dos cursos com o Estado e a Sociedade.
Os blocos econômicos são importantes para desenvolver o comércio de determinada
região, eliminando as barreiras alfandegárias, o que pode possibilitar um custo menor, criar
maior poder de compra interno ao bloco e elevar o nível de consumo e informação do povo,
porém estes acordos nem sempre refletem-se na educação.
Afirma Silva (1999, p.131) que a integração econômica regional consiste na formação
de um mercado integrado de dois ou mais países, constituído a partir de uma progressiva
eliminação de barreiras ao comércio de bens e serviços, ao movimento de fatores de produção e
até mesmo da criação de instituições supranacionais voltadas para a coordenação e
uniformização de políticas macroeconômicas dos países contratantes.
Observa-se que os blocos econômicos são associações de países, com o objetivo de
estabelecer relações comerciais privilegiadas entre si que podem ser definidas pelo livre acesso
dos países-membros, que visam à aplicação de transações comerciais a partir de barreiras
tarifárias e fiscais dos países constituintes de uma integração econômica, eliminando-se
barreiras tarifárias, mas mantendo-se suas políticas.
Muito antes mesmo da busca da formação do Mercado Comum Europeu, do Mercosul
ou da ALCA, alguns autores já citavam hipóteses muito atuais de integração. Como exemplo
podem ser citadas as fases de integração, que segundo Balassa (1964, p.13), são:
Zona de Livre Comércio momento em que os países associados concordam
em eliminar, progressiva e reciprocamente, os obstáculos incidentes sobre os
produtos negociados entre eles, inclusive tendem a ser eliminadas as tarifas
alfandegárias;
União Aduaneira - além da eliminação recíproca de gravames (como zona de
livre comércio), os Estados membros passam a adotar uma política comercial
uniforme, em relação aos países exteriores à união;
34
Mercado Comum - superada a fase da união aduaneira, atinge-se uma forma
mais elevada de integração econômica, em que são abolidas não apenas as
restrições sobre os produtos negociados, mas também as restrições aos fatores
produtivos (trabalho e capital);
União Econômica - esta fase associa a supressão de restrições sobre
movimentos de mercadorias e fatores com um certo grau de harmonização das
políticas econômicas nacionais, de forma a abolir as descriminações;
Integração Econômica Total - passa-se a adotar uma política monetária, fiscal
e social, bem como se delega a uma autoridade supranacional poderes para
elaborar e aplicar essas políticas.
Segundo Soares (2002, p.33), a partir das experiências da segunda metade do século
XX, emergiu um outro fenômeno jurídico que passou a dar visibilidade à aparição de um novo
tipo de direito, a meio caminho entre o Direito Internacional Público e os Direitos internos dos
Estados. Trata-se da emergência do Direito Supranacional, que é aquele elaborado por órgãos
aos quais os Estados delegaram o poder de editar normas diretamente aplicáveis nos
respectivos territórios.
a) Associação Latino-Americana de Livre Comércio - ALALC
Uma das primeiras tentativas de formação de um Bloco Econômico na América do Sul
ocorreu no ano de 1960.
A Associação de Livre Comércio da América Latina (ALALC) foi instituída pelo
Tratado de Montevidéu, de 18 de fevereiro de 1960 e entrou em vigor em 10 de junho de 1961,
tendo como membros iniciais a Argentina, o Brasil, o Chile, o México, o Paraguai, o Peru e o
Uruguai. Pouco depois, aderiram a Colômbia e o Equador (1961) e, mais tarde, a Venezuela
(1966) e a Bolívia (1967).
Nessa época, os países interessados em fazer parte desse primeiro bloco, aderiram no
seu início e, posteriormente, outros países despertaram interesse em fazer parte dessa primeira
integração na América do Sul e também aderiram.
35
Conforme Ratti (2001, p.475), a ALALC objetivava a ampliação das dimensões dos
mercados nacionais, por meio da eliminação gradual das barreiras do comércio intra-regional; o
melhor aproveitamento dos fatores de produção disponíveis; a contribuição para o incremento
do comércio dos países latino-americanos entre si e com o resto do mundo, por meio do
fortalecimento das economias nacionais e a busca de fórmulas de adaptação ao comércio
recíproco.
Os instrumentos básicos da ALALC eram:
as listas nacionais, nas quais eram inscritos os produtos para os quais cada país
concedia redução de gravames para a sua importação dentro da zona, em
conformidade com as negociações anuais;
a lista comum, contendo os produtos cujos gravames e outras restrições à
importação seriam eliminados dentro da Zona por todos os países-membros, até
31 de dezembro de 1980;
as listas especiais nas quais eram registradas as concessões tarifárias aos países
de menor desenvolvimento econômico relativo (Bolívia, Equador, Paraguai e
Uruguai), concessões essas não-extensivas aos demais países da zona;
os acordos de complementação, incluindo os produtos de um determinado
setor industrial, cuja complementação do respectivo processo industrial os
países-membros desejassem facilitar mediante concessões tarifárias para o
comércio recíproco.
Segundo Gomes (2003, p.48), os fatores que contribuíram para o insucesso do Bloco
Econômico são a profunda crise econômica que atravessavam seus associados, bem como a
época de transição de regimes ditatoriais para os regimes democráticos pelos quais passavam a
maioria desses países.
Pode-se constatar que havia insatisfação dos países associados, em relação ao
funcionamento do Bloco Econômico, por sua falta de dinamicidade e o elevado número de
órgãos criados, os quais não deviam operacionalidade à Associação.
Esses fatos contribuíram para que a situação da ALALC chegasse a uma situação de
difícil saída, finalizando com sua extinção e com a substituição pela Associação Latino-
Americana de Integração (ALADI), em 12 de agosto de 1980,em Montevidéu.
36
b) Associação Latino-Americana de Integração ALADI
Constituída pelos onze países que compunham a ALALC, a ALADI (Associação Latino
Americana de Integração), entrou em vigor efetivamente, em 18 de março de 1981.
A ALADI classificava os países em três categorias econômicas estruturais:
De Menor Desenvolvimento Econômico Relativo: Bolívia, Equador e Paraguai.
De Desenvolvimento Intermediário: Chile, Colômbia, Cuba, Peru, Uruguai e
Venezuela.
Demais países: Argentina, Brasil e México.
A integração dos países da ALADI era efetivada por meio de acordos firmados entre
seus membros que garantiam a redução e eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias, que
podiam ser:
Acordos de Alcance Parcial - que pressupunham a participação de todos os
países membros da Associação.
Acordos de Alcance Regional - em que os países membros da ALADI
outorgavam aos Países de Menor Desenvolvimento Econômico Relativo
(PMDER), unilateralmente e de forma negociada, uma lista de produtos isenta
de gravames aduaneiros e demais restrições não-tarifárias.
Nota-se que a ALADI possui três categorias distintas de acordos, conforme as
características econômicas de cada país, conforme o alcance parcial e em conformidade com o
alcance regional, que visam à redução de barreiras tarifárias e não-tarifárias.
Os objetivos da ALADI eram os seguintes:
Estabelecer de forma gradual e progressiva um mercado comum latino-
americano;
Permitir, mediante condições de reciprocidade, o comércio intra-regional pela
adoção de tratamentos tarifários e administrativos preferenciais;
Promover o comércio, a complementação econômica, ampliação dos mercados;
o desenvolvimento equilibrado e harmônico; a cooperação com outros países e
áreas de integração.
Observa-se que a formação da ALALC e da ALADI enfrentou muitos obstáculos e por
isso não tiveram sucesso. Na época, havia muitos problemas originários das inflações elevadas,
37
das crises financeiras dos países membros, além da dependência econômica dos países e das
políticas protecionistas.
Destaca-se que, em fevereiro de 1994, na Reunião do Conselho de Ministros da ALADI,
o Brasil apresentou proposta informal, sem êxito, para a criação da Área de Livre Comércio
Sul-Americana (ALCSA).
c) Mercado Comum do Sul - MERCOSUL
TRATADO DE ASSUNÇÃO
O Tratado de Assunção foi criado para constituir um mercado comum entre Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai. Entrou em vigor em 29/11/91 e foi o início da criação do Mercosul.
No Brasil, o Tratado foi promulgado pelo Decreto nº 350, de 21/11/91.
Alguns autores consideram que o Mercosul foi criado apenas após o Protocolo de Ouro
Preto, porém outros consideram como marco a data da formalização do Tratado de Assunção.
PROTOCOLO DE OURO PRETO
O Protocolo de Ouro Preto substitui o Tratado de Assunção e trata da estrutura
institucional do Mercosul.
Esse protocolo possibilitou o início da formação da personalidade Jurídica do Mercosul,
em substituição à estrutura anteriormente formada pelo Tratado de Assunção, além de definir a
estrutura institucional do Mercosul e suas atribuições de competência e de poder dentro do
processo decisório.
De acordo com o Protocolo de Ouro Preto, a administração do Mercosul é exercida
pelos seguintes órgãos:
Conselho do Mercado Comum para conduzir a política do Mercosul, sendo o
órgão mais alto de sua hierarquia;
Grupo Mercado Comum que é o órgão executivo. É integrado pelos
representantes dos Ministérios de Relações Exteriores, de Economia e Bancos
Centrais;
Comissão de Comércio que foi criada em agosto de 1994 e oficializada pelo
Protocolo de Ouro Preto, em dezembro de 1994. Ela é responsável pela
implementação dos instrumentos de política comercial, tais como: Tarifa
38
Externa Comum (TEC) ao regime de regras de origem (para um produto ser
considerado originário do Mercosul terá, no mínimo, 60% do valor dos
componentes ou matérias-primas produzidas nos países-membros);
Comissão Parlamentar Conjunta, que é o órgão representativo dos Parlamentos
dos países componentes do Mercosul. Cabe a ela trabalhar, no sentido de
harmonizar as legislações dos Estados-Membros;
Foro Consultivo Econômico Social - foi criado por inspiração brasileira. Ele é
composto por representantes do empresariado e dos trabalhadores e formulará
recomendações ao Grupo do Mercado Comum;
Secretaria Administrativa do Mercosul - é o órgão de apoio operacional. É
responsável pela prestação de serviços aos demais órgãos do Mercosul e sua
sede é em Montevidéu.
Os objetivos do Mercosul são os seguintes:
Eliminação de direitos aduaneiros e restrições não-tarifárias à circulação de
mercadorias e outras medidas que se fizerem necessárias, de modo a permitir a
livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países
participantes;
Estabelecimento de uma tarifa externa comum e adoção de uma política
comercial comum em relação a terceiros países ou grupos de países;
Coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os países
participantes;
O Mercosul determinou a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos
entre os países, por meio de restrições não-tarifárias, criação de tarifa externa
comum e adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros
Estados, coordenação de posições em foros econômico-comerciais regionais e
internacionais e coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais de
comércio exterior, agrícola, industrial, fiscal, monetária, cambial e de capitais,
serviços alfandegários, de transportes e comunicações.
Após longas conversações, os países-membros acordaram em eliminar direitos
aduaneiros e outras restrições sobre os produtos transnacionais, estabelecendo a Tarifa Externa
39
Comum (TEC). O Mercosul demonstra-se, assim, interessado em integrar-se a outros países e
outros blocos econômicos.
Em 15/12/95, a União Européia assinou, em Madri, um Tratado com o Mercosul para a
criação de uma área de livre comércio entre os dois blocos que seria concretizado até 2005.
Em 5 de agosto de 1995, entre os Ministros das Relações Exteriores e da Economia do
Mercosul com seus pares chilenos foi firmado acordo, sendo que o Conselho de Ministros do
Mercosul conheceu a vontade das autoridades chilenas e o anteprojeto do acordo de
complementação econômica entre o Mercosul e o Chile. Por ocasião da Reunião do Conselho
do Mercosul em San Luis, Argentina, em 25/06/96, foi firmado o Acordo de Livre Comércio
Mercosul e Chile.
No caso da Bolívia, o acordo foi firmado em fevereiro de 1997, prevendo-se o
estreitamento das relações em um prazo de dez anos, sendo a Bolívia, adicionalmente, agregada
ao Mercosul.
Havia, no governo Fernando Henrique, negociações em andamento para a assinatura de
acordo entre o Mercosul e o Pacto Andino (Equador, Peru, Colômbia e Venezuela). Outras
negociações objetivavam a assinatura de um acordo entre o Mercosul e o México.
Há, também, desde 1994, a idéia de se formar a Área de Livre Comércio das Américas
(ALCA) que previa ser concretizada até o ano de 2005.
Portanto, o Mercado Comum do Sul foi criado com o objetivo de promover a integração
econômica dos países. Com isso, ele deverá passar por fases sucessivas e graduais de
crescimento, mas apesar de todas essas tentativas, percebe-se que há muito que avançar para
viabilizar a construção de um Mercado Comum do Sul da América Latina, pois não há
unificação de tarifas, moedas ou leis, exceto algumas parcerias. Outro aspecto a ser observado
refere-se à área de ensino, que poderia possibilitar unificação de estruturas curriculares e
controle de qualidade uniforme, aumentando a empregabilidade, a acessibilidade e o
intercâmbio regional.
40
TABELA 1 COMPARATIVO ENTRE OS TRATADOS
TRATADO DE
MONTEVIDÉU TRATADO DE ASSUNÇÃO
ALALC/ALADI – 08/1980 MERCOSUL - 03/1991
PAÍSES
Argentina, Bolívia, Brasil,
Colômbia, Chile, Equador,
México, Paraguai, Peru, Uruguai
e Venezuela
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
Promover o desenvolvimento
econômico-social harmônico e
equilibrado da região.
Os Estados Partes decidem constituir o
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL),
que foi estabelecido em 31 de dezembro
de 1994.
Promover o desenvolvimento científico e
tecnológico dos Estados Partes e
modernizar suas economias para ampliar
a oferta e a qualidade dos bens e serviços
disponíveis, a fim de melhorar as
condições de vida de seus habitantes.
Este Mercado Comum implica:
A livre circulação de bens, serviços e
fatores produtivos entre os países, por
meio, entre outros aspectos, da
eliminação dos direitos alfandegários e
restrições não-tarifárias à circulação de
mercadorias e de qualquer outra medida
de efeito equivalente;
O estabelecimento de uma tarifa externa
comum e a adoção de uma política
comercial comum, em relação a terceiros
Estados ou agrupamentos de Estados e a
coordenação de posições em foros
econômico-comerciais regionais e
internacionais;
A criação de coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais. São elas:
de comércio exterior, agrícola, industrial,
fiscal, monetária, cambial e de capitais,
de serviços, alfandegária, de transportes
e comunicações e outras que se acordem.
O objetivo é assegurar condições
adequadas de concorrência entre os
Estados Partes;
O compromisso dos Estados Partes de
harmonizar suas legislações, nas áreas
pertinentes, para lograr o fortalecimento
do processo de integração.
FONTE
PROTOCOLO DE OURO PRETO
MERCOSUL- 12/1994
OBJETIVOS
Reafirmou os objetivos do Tratado de
Assunção.
41
TABELA 1 COMPARATIVO ENTRE OS TRATADOS. (Cont.)
MONTEVIDÉU TRATADO DE ASSUNÇÃO
ALALC/ALADI – 08/1980 MERCOSUL - 03/1991
a) O Conselho de Ministros das
Relações Exteriores
A administração e execução do presente
tratado, dos acordos específicos e das
decisões que se adotam no quadro jurídico
que o mesmo estabelece estavam a cargo dos
seguintes órgãos:
A estrutura Institucional do
Mercosul contará com os
seguintes órgãos:
b) A Conferência de Avaliação
e Convergência.
a) Conselho do Mercado Comum – cabendo-
lhe a condução política do mesmo e a tomada
de decisões para assegurar o cumprimento
dos objetivos e prazos estabelecidos para a
constituição definitiva do Mercado Comum.
Estava integrado pelos Ministros de Relações
Exteriores e os Ministros de Economia dos
Estados Partes e fará reuniões com a
participação dos Presidentes dos Estados
Partes.
I. O Conselho do Mercado
Comum (CMC);
c) O Comitê de Representantes. b) Grupo do Mercado Comum - órgão
executivo do Mercosul, coordenado pelos
Ministérios das Relações Exteriores.
II. O Grupo Mercado Comum
(GMC);
O órgão técnico da Associação
era a Secretaria-Geral.
III. A Comissão de Comércio do
Mercosul (CCM);
IV. A Comissão Parlamentar
Conjunta (CPC);
V. O Foro Consultivo
Econômico-Social (FCES);
VI. A Secretaria Administrativa
do Mercosul (SAM).
Parágrafo único - Poderão ser
criados, nos termos do presente
Protocolo, os órgãos auxiliares
que se fizerem necessários à
consecução dos objetivos do
processo de integração.
Artigo 2
São órgãos com capacidade
decisória, de natureza
intergovernamental, o Conselho
do Mercado Comum, o Grupo
Mercado Comum e a Comissão
de Comércio do Mercosul.
ÁREAS ENVOLVIDAS
Comércial, Economia,
Agropecuária, Promoção do
Comércio ou adotar outras
modalidades, em conformidade
com o artigo 14 do presente
Tratado ( cooperação científica
e tecnológica, promoção do
turismo e a preservação do
meio ambiente).
Comércio Exterior, Agrícola, Industrial,
Fiscal, Monetária, Cambial e de Capitais, de
Serviços, Alfandegária, de Transportes e
Comunicações e outras que se acordem
Comércio Exterior, Agrícola,
Industrial, Fiscal, Monetária,
Cambial e de Capitais, de
Serviços, Alfandegária, de
Transportes e Comunicações e
outras que se acordem
FONTE
PROTOCOLO DE OURO
PRETO MERCOSUL-
12/1994
FORMA DE FUNCIONAMENTO
42
TABELA 1 COMPARATIVO ENTRE OS TRATADOS. (Cont.)
TRATADO DE
MONTEVIDÉU TRATADO DE ASSUNÇÃO
PROTOCOLO DE OURO
PRETO
ALALC/ALADI – 08/1980 MERCOSUL - 03/1991 MERCOSUL - 12/1994
a) Pluralismo
, sustentado na
vontade dos países-membros para
sua integração, acima da
diversidade que em matéria
política e econômica possa existir
na região
;
b) Convergência
que se traduz
na multilateralização progressiva
dos acordos de alcance parcial,
através de negociações periódicas
entre os países-membros, em
função do estabelecimento do
mercado comum latino-
americano;
c) Flexibilidade caracterizada
pela capacidade para permitir a
celebração de acordos de alcance
parcial, regulada de forma
compatível com a consecução
progressiva de sua convergência
e pelo fortalecimento dos
vínculos de integração;
d) Tratamentos diferenciais
estabelecidos na forma que em
cada caso se determine, tanto nos
mecanismos de alcance
regional como nos de alcance
parcial, com base em três
categorias de países, que se
integrarão levando em conta suas
características econômico-
estruturais. Esses tratamentos
serão aplicados em determinada
magnitude aos países de
desenvolvimento médio e de
maneira mais favorável aos
países de menor desenvolvimento
econômico relativo;
e) Múltiplo para possibilitar
distintas formas de ajustes entre
os países-membros, em harmonia
com os objetivos e funções do
processo de integração,
utilizando todos os instrumentos
capazes de dinamizar e ampliar
os mercados a nível regional.
Reafirmando os princípios e objetivos
do Tratado de Assunção e atentos
para a necessidade de uma
consideração especial para países e
regiões menos desenvolvidas do
Mercosul.
ITEM
PRINCÍPIOS NORTEADORES
O compromisso dos Estados Partes em
harmonizar suas legislações, nas áreas
pertinentes, para lograr o fortalecimento
do processo de integração além da
reciprocidade.
Elaborado pelo autor.
3
3
Fontes: Protocolo de Ouro Preto. Protocolo Adicional ao Tratado de Assunção sobre a Estrutura Institucional do
Mercosul. 17 de dezembro de 1994.
43
Apesar das tentativas de montagem de blocos da América do Sul, percebe-se que em
toda a América Latina há uma diversidade muito grande de tipos de instituições de ensino e de
formas e concepções de curso. A diversidade que poderia ser importante para a formação de
uma comunidade multicultural, na prática é preocupante, pois apresenta dificuldades na
aceitação de títulos e no estabelecimento de padrões de qualidade. Esse fato tem sido uma
preocupação e até uma das principais prioridades da UNESCO nos últimos anos, por isso ela
busca formas mínimas de padronização e incentiva o intercâmbio e a pesquisa regionais.
A possibilidade de um macro acordo regional na área de educação, talvez só será
possível com uma significativa alteração nas estruturas educacionais, mas a hipótese de acordos
laterais entre países pode ser um caminho para a construção conjunta do sistema educacional e,
conseqüentemente, melhorar o intercâmbio da pesquisa e da transferência de mão-de-obra entre
países.
Para encerrar, observa-se o Protocolo de Ushuaia sobre o Compromisso Democrático no
Mercosul, Bolívia e Chile, parte integrante do Tratado de Assunção e dos respectivos Acordos
de Integração celebrados entre o MERCOSUL e a República da Bolívia e entre o MERCOSUL
e a República do Chile, em que se define que a plena vigência das instituições democráticas é
condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes
do presente Protocolo.
IV. OBJETIVOS
a. OBJETIVO GERAL
Este trabalho pretende analisar as diretrizes curriculares dos Cursos de Ciências
Contábeis, além de avaliar dois cursos considerados com qualidade, segundo a tradição local,
as avaliações dos órgãos oficiais de ensino e a produção científica.
Tratado de Assunção. Tratado para a Constituição de um Mercado Comum entre a República Argentina, a República
Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai. 26 de Março de 1991.
Tratado de Montevidéu. Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento entre o Governo da República Federativa
do Brasil e o Governo da República da Argentina. 29 de novembro de 1988.
44
Serão analisados os aspectos similares, quanto ao perfil, à composição curricular e às
contribuições possíveis para sua melhoria e se estes aspectos desenvolvem competências, não
apenas para atender às demandas sociais, como também para intervir e auxiliar no
desenvolvimento da sociedade.
Há, também, o objetivo suplementar de identificar a atualização dos temas e conteúdos
programáticos dos cursos sob análise.
b. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A pesquisa possui, ainda, os objetivos arrolados a seguir que, embora não sejam os
aspectos centrais, podem ser relevantes. São eles:
Conhecer a proposta curricular de dois cursos, sendo um do Brasil e outro da
Argentina, e analisar as diferenças e as semelhanças entre os projetos e os
padrões internacionais;
Demonstrar a possibilidade de desenvolvimento de projetos educacionais em
conjunto, que possibilitem a relação entre esses países;
Identificar se há a necessidade de padronização de procedimentos avaliativos
mínimos e sua viabilidade de implantação e desenvolvimento, bem como
discutir os indicadores para os cursos de Ciências Contábeis e,
conseqüentemente, para os outros cursos nos diversos níveis de ensino.
V. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Este trabalho pretende estudar, comparar e analisar os currículos de duas instituições de
ensino superior na área Contábil de dois países pertencentes ao Mercosul. Para delimitar a
pesquisa foram selecionadas as seguintes Universidades, consideradas tradicionais em ensino,
pesquisa e extensão:
§ PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Brasil
§ USAL Universidad Del Salvador - Argentina
45
Devido às limitações da pesquisa, optou-se por estudar cursos em apenas uma área do
conhecimento das Ciências Econômicas: a Contabilidade.
Segundo Singer (1998, p.7-8), há pelos menos três significados para o termo economia,
sendo que uma das definições considera essa área como ciência que tem por objeto a atividade
econômica, ou seja, é a sistematização do conhecimento sobre a economia. Logo, pode-se
considerar que a Contabilidade constitui uma área de conhecimento que pertence às Ciências
Econômicas, pois ela tem o objetivo de melhor utilização dos recursos. Essa classificação é
também utilizada pela Argentina, porém, no Brasil, a Contabilidade é classificada como parte
da Administração e está agregada à área das Ciências Sociais Aplicadas.
VI. METODOLOGIA DA PESQUISA
O trabalho aborda o papel das faculdades no contexto social. Segundo o Professor
Norberto Fernández Lamarra
4
, Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Formação e Estudos para
o Desenvolvimento da Educação da UNTREF Universidad Nacional de Tres de Febrero
Buenos Aires, Argentina, o conceito de qualidade da educação depende da óptica de quem a
analisa. De acordo com cada agente, ocorre uma expectativa como pode ser observado a seguir:
Agente: Acadêmicos Expectativa: Saberes
Agente: Empregadores Expectativa: Competências
Agente: Estudantes Expectativa: Empregabilidade
Agente: Sociedade Expectativa: Cidadãos respeitáveis e
competentes
Agente: Estado Expectativa: Pode variar de acordo com o
desenvolvimento social e humano, a
eficiência, os custos e as demandas de
capital humano.
4
Fonte: La Calidad em América Latina. Perspectivas. UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultura
Organization. Cursos de Formação Unidade 1.
http://www.iesalc.unesco.org.ve/Cursos/FormacionEvaluacion/Presentaciones/unidad1/player.html, pesquisa realizada em
21/07/2006.
46
Demo (2001) afirma que Poderíamos resumir o mandato da universidade como sendo
de educar novas gerações e formar profissionais inovadores, com qualidade formal e política”.
A qualidade política é construída por diversos fatores, mas entre eles pela capacidade de a
instituição de ensino colaborar com a ética e incentivar a pesquisa na construção da cidadania.
A análise tem como referência de qualidade as necessidades globais e sociais, conforme
os autores que destacam os aspectos globais, os Padrões Internacionais para o Ensino de
Contabilidade e as legislações e realidades do Brasil e da Argentina.
O Estudo contempla quatro capítulos:
Capítulo 1 CURRÍCULO E AVALIAÇÃO Este capítulo aborda de maneira
breve o currículo e os objetivos de avaliação, com a finalidade de contextualizar as
duas categorias no desenvolvimento do trabalho.
Capítulo 2 UNIVERSIDADE NO BRASIL E ARGENTINA Neste capítulo,
após estudo sobre a legislação vigente, nos dois países, foi analisada a categoria
“universidade. Com base nos dados fornecidos pelos ministérios e pesquisa
bibliográfica, analisou-se, também, o crescimento quantitativo e qualitativo das
instituições.
Capítulo 3 FORMAÇÃO DO CONTADOR Tem por objetivo descrever e
conceituar a Contabilidade, além de contextualizá-la na área das Ciências
Econômicas. Foram pesquisados livros sobre Economia, sobre a história da
contabilidade e os aspectos legais da profissão. Também foi realizada pesquisa para
identificar o perfil dos contadores e as necessidades do mercado de trabalho. Após a
análise dos Padrões de Qualidade Internacional, segundo a IFAC (Federação
Internacional de Contadores) que promove a organização global da profissão
contábil, foram analisadas as diretrizes curriculares dos Cursos Superiores de
Contabilidade no Brasil e a regulamentação de Contador Público na Argentina.
47
Capítulo 4 ESTUDO DE CASO SOBRE OS CURSOS DE CIÊNCIAS
CONTÁBEIS - PUC-SP E USAL. Neste capítulo, analisou-se o Currículo e o
Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da
PUC-SP e o Curso de Grado em Contador Público da USAL, considerando-se as
legislações dos países, os padrões internacionais e os aspectos globais, além de
serem realizados estudos comparativos entre os dois contextos. Foram visitadas as
instalações de ambas as Universidades, realizada análise documental e do projeto
pedagógico. O pesquisador faz parte do Corpo Docente da PUC-SP e participa de
todas as reuniões pedagógicas, na USAL entrevistou à Professora Leonor De
Angeles, Secretária Acadêmica da Instituição.
Nas considerações finais, foram comentados e analisados os comparativos entre os
cursos e as possíveis propostas para contemplar as necessidades da sociedade atual e foram
discutidas as considerações realizadas nos capítulos anteriores.
48
CAPÍTULO 1 CURRÍCULO E AVALIAÇÃO
1.1. O CURRÍCULO E A CONCEPÇÃO DA AVALIAÇÃO
É fundamental para a pesquisa a compreensão dos elementos que compõem a formação
do alunado. Em uma visão simplista, poderiam ser consideradas apenas a grade curricular ou a
atividade tradicional de ensino, porém os padrões de qualidade sempre deixam muito claro que
o currículo é composto de atividades desenvolvidas na vida do acadêmico, inclusive,
considerando-se os valores, as informações e a realidade que possui.
Sacristán (2000, p.13) afirma que: “O currículo é um conceito de uso relativamente
recente entre nós, se considerarmos a significação que tem em outros contextos culturais e
pedagógicos nos quais conta com uma maior tradição. O seu uso não é normal em nossa
linguagem comum, e nem o Diccionário de la lengua española, da Real Academia Española,
nem o Diccionario de usos del español”, de María Moliner , adotam-no em sua concepção
pedagógica.”
A dificuldade de definição do currículo está muito relacionada à concepção de ensino,
pois, se a educação for meramente conteudista, o ensino pode ser definido pelo conjunto de
conteúdos oferecidos pelo programa. Em uma visão sistêmica ou com uma proposta de ensino
voltada para a formação de competências e habilidades, como foram concebidas as diretrizes
curriculares dos cursos do Brasil e Argentina, que serão discutidos posteriormente, essa
definição torna-se inadequada ou incompatível com a filosofia de ensino.
Conforme Grundy (apud Sacristán, 2000, p.13): “O currículo não é um conceito, mas
uma construção cultural. Isto é, não se trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de
existência fora e previamente à experiência humana. É antes, um modo de organizar uma série
de práticas educativas.
Dessa forma, pelo fato de o currículo estar tão integrado à vida dos indivíduos, ao
avaliar determinado curso, sabe-se que a forma de avaliação ou análise delineia-se como uma
atividade político-pedagógica e que, dependendo do objetivo da avaliação, pode-se ter
caminhos ou processos diferenciados.
Lewy (1979, p.3) afirma que há, desde os anos 50, vários projetos que visam ao
desenvolvimento dos currículos e que têm sido empreendidos em muitos países do mundo.
49
Ainda, conforme Sacristán (2000, p.14 - 15):
Organizando as diversas definições, acepções e
perspectivas, o currículo pode ser analisado a
partir de cinco âmbitos formalmente
diferenciados:
O ponto de vista sobre a sua função social
como ponte entre a sociedade e a escola.
Projeto ou plano educativo, pretenso ou real,
composto de diferentes aspectos, experiências,
conteúdos etc.
Fala-se do currículo como a expressão formal
e material desse projeto que deve apresentar,
sob determinado formato, seus conteúdos,
suas orientações e suas seqüências para
abordá-lo etc.
Referem-se ao currículo os que o entendem
como um campo prático. Entendê-lo assim
supõe a possibilidade de: 1) analisar os
processos instrutivos e a realidade prática a
partir de uma perspectiva que lhes dota de
conteúdo; 2)estudá-lo como território de
intersecção de práticas diversas que não se
referem apenas aos processos de tipo
pedagógico, interações e comunicações
educativas; 3)sustentar o discurso sobre a
interação entre a teoria e a prática em
educação.
Referem- se a ele os que exercem algum tipo
de atividade discursiva acadêmica e
pesquisadora sobre todos os temas. Disso
resulta em um conceito essencial para
compreender a prática educativa
institucionalizada e as funções sociais da
escola.
A concepção de um processo avaliativo, seja ele interno ou externo à uma instituição,
deve estar relacionado aos seus objetivos e, conseqüentemente, à concepção de currículo dos
envolvidos. Como exemplo podem ser citados os seguintes aspectos:
a) Ao se considerar que o relevante é o conteúdo, pode-se realizar uma verificação do
processo de assimilação da informação pelos discentes, por meio de uma avaliação
verificadora;
50
b) Se o objetivo for verificar as competências e/ou habilidades, a avaliação pode ser
apenas dos discentes, porém o enfoque deve ser diferenciado, como alternativas
pode-se realizar uma avaliação de verificação de competência por meio de provas
teóricas ou práticas ou analisar os discentes no desempenho das funções;
c) Considerando-se a concepção mais ampla de currículo, citada por Sacristán, o
processo avaliativo pode se tornar mais complexo, ou seja, recomenda-se avaliar os
âmbitos, que o autor considera formalmente diferenciados. Portanto, o objeto
avaliativo ficaria sendo:
§ A função social como ponte entre a sociedade e a escola;
§ O projeto ou plano educativo, pretenso ou real, composto de diferentes
aspectos, experiências e conteúdos;
§ A expressão formal e material do projeto pedagógico;
§ Os processos instrutivos e a realidade prática a partir de uma perspectiva
que lhes dota de conteúdo;
§ A interdisciplinaridade e a forma de constructos e práticas nesta
intersecção;
§ O discurso sobre a interação entre a teoria e a prática em educação;
§ O conceito essencial para compreender a prática educativa
institucionalizada e as funções sociais da escola.
Essa análise mais profunda requer uma verificação “in loco”, um conhecimento da
comunidade e uma análise mais complexa sobre como a Universidade intervém e colabora com
essa comunidade.
Franco (2000, p.4), de forma diferente, apresenta dois propósitos específicos para
justificar uma avaliação de curso, a saber:
a. Correção de distorções pela avaliação do processo, desde o planejamento até o
desenvolvimento e evolução dos cursos;
b. Certificação ou validação dos cursos e para tal é necessário definir padrões
externos.
Se o MERCOSUL limitar-se à visão postulada por Franco (2000, p.4), ainda que
implantar padrões de qualidade ou formas de acompanhamento da execução do planejamento
possa ser considerado um avanço necessário e adequado, as instituições estariam atrás da
mudança, pois os processos avaliativos devem ser mais dinâmicos e acompanhar tendências e
51
necessidades mundiais, embora sigam os padrões europeus devido às necessidades específicas
da América Latina. Uma proposta necessária para garantir essa dinâmica consiste nos governos
incentivarem e exigirem, também, as auto-avaliações, com re-planejamento, meta-avaliação e
participação da comunidade.
Segundo Dias Sobrinho (2003, p. 50), a avaliação revela o posicionamento político e
ideológico, vale dizer, revela a visão de mundo de quem o emite e Clavier (apud Dias
Sobrinho, 2003, p.50) complementa que não há avaliação sem uma emissão de valor.
Diante das afirmações de Sobrinho e Sacristán, é recomendável que o MERCOSUL
desenvolva padrões internacionais de qualidade dos cursos, pois trata-se de uma questão
política e conseqüentemente econômica, além de estarem relacionados à cultura e à realidade
das pessoas, sendo que a América Latina tem características próprias e interesses diferenciados
no ambiente global.
Dias Sobrinho (2000, p.45) afirma que uma exigência fundamental para um processo de
avaliação da educação do ensino superior é a compreensão das funções essenciais da instituição
universitária.
A UNESCO
5
afirma que para responder às exigências colocadas no âmbito do trabalho,
os sistemas de educação superior e o mundo do trabalho devem desenvolver e avaliar
conjuntamente os processos de aprendizagem, programas de transição, avaliação e validação de
conhecimentos prévios que integrem a teoria e a formação no próprio trabalho.
É necessário compreender, conforme defende Andriola (1999, p.356) que a idéia de
qualidade da educação está crescendo e, nos países europeus e latino-americanos, é uma
exigência da sociedade atual, que está em transformação, é diversa e intercultural. Moreira
(2004, p. 169) afirma que:
“O volume de conhecimento que é produzido pela
humanidade e a possibilidade de disponibilizá-lo,
diante de novas tecnologias de uma sociedade
informacional, implicam um modelo de educação
que privilegia o saber buscar ou acessar a
informação ou o conhecimento a ser adquirido,
sendo este o novo papel das instituições de ensino
superior. Prestadoras de serviços do conhecimento
criação, preservação, integração, transmissão e
aplicação- em todas as formas demandadas pela
sociedade contemporânea. Com isso, um dos
5
Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação. Paris. UNESCO.1998.
52
desafios é o de instalar um sistema de educação
que possibilite acompanhar o ritmo deste processo,
oferecendo aos educandos as técnicas e
ferramentas que lhes permitam desenvolver sua
capacidade de análise, reflexão e atuação sobre
esta nova realidade.
A definição da concepção do currículo e dos objetivos dos processos são fundamentais
para os procedimentos e práticas avaliativas, pois estão diretamente relacionados aos projetos
educacionais, à formação dos discentes e à forma das instituições intervirem e construírem a
sociedade, mas a necessidade de currículos dinâmicos e que acompanham as grandes
transformações mundiais é evidente e coloca-se como um desafio para as instituições de ensino.
Em um contexto de Globalização e de rapidez da transferência de informações os
currículos devem ser muito dinâmicos e conforme Moreira (2004, p.169) o volume de
conhecimento que é produzido pela humanidade e a possibilidade de disponibilizá-lo, diante de
novas tecnologias de uma sociedade informacional, implicam um modelo de educação que
privilegia o saber buscar ou acessar a informação ou o conhecimento, em detrimento ao
acúmulo do conhecimento a ser adquirido.
Portanto, para acompanhar tais mudanças, os currículos devem ser flexíveis, dinâmicos,
incentivar a educação continuada, estar inseridos e integrados à sociedade e estimular e apoiar
o desenvolvimento da pesquisa.
1.2.AVALIAÇÃO NO MERCOSUL
Após a problematização sobre currículo e o processo avaliativo, serão apresentados e
debatidos os processos no Mercosul.
Conforme idéia defendida na introdução, em relação aos currículos, hoje verifica-se
uma tendência na educação superior de construção de padrões internacionais. Isso pode ser
constatado no registro da XXII Reunião dos Ministros de Educação dos países do
MERCOSUL, Bolívia e Chile, que se realizou em 19 de novembro de 2004, em que se firmou o
Memorando de Entendimento sobre a implementação do Mecanismo Experimental para la
acreditación de carreras de grado” (MEXA) que, segundo o cronograma aprovado, iniciou -se
pela carreira de Agronomia e posteriormente foram incluídos os cursos de Engenharia e de
Medicina.
53
No último encontro, da XXXI Reunião dos Ministros da Educação dos Países do
Mercosul, realizada em Belo Horizonte em 2006, os últimos cursos a serem incluídos foram
inclusos foram Arquitetura, Enfermagem, Odontologia e Veterinária, tendo sido aprovada a
constituição de um grupo de alto nível, com o objetivo de elaborar um projeto para a criação de
um espaço regional de Educação Superior do Mercosul.
O Manual de Procedimientos para Pares Evaluadores
6
afirma que a Avaliação de
Carreiras do MERCOSUL tem por objetivo a validação dos títulos de graduação universitários
no âmbito dos Estados-Membros do MERCOSUL. Para os efeitos destes processo, são
considerados os títulos de graduação, universitários ou equivalentes, reconhecidos como tais
pela normativa jurídica nacional dos Estados-Partes. Essa validação tem caráter unicamente
acadêmico, não sendo utilizada para o exercício profissional.
Atualmente, a natureza do MEXA é voluntária e não-contínua, mas no futuro a
intenção de que ele seja transformado em um mecanismo permanente e definitivo de avaliação.
Alguns dos objetivos é que os países se conheçam mutuamente e desenvolvam de forma
conjunta métodos avaliativos.
O Mecanismo tem o objetivo de avaliar os cursos e não as instituições, e os critérios
fazem referência e ajustam-se a uma estrutura que contempla os seguintes níveis:
a) Dimensões São quatro as dimensões institucionais avaliadas:
O contexto Institucional que compreende: características da carreira e sua
inserção institucional; a organização, governo, gestão e administração da
carreira e políticas e programas de bem estar institucional;
O projeto acadêmico composto de: planos de estudos, processo de
ensino-aprendizagem, investigação e desenvolvimento tecnológico,
extensão, vinculação e cooperação;
Os recursos Humanos considerados: estudantes, graduados, docentes e
pessoal de apoio;
A infra-estrutura que aborda: infra-estrutura física e logística, bibliotecas,
laboratórios e instalações especiais.
6
Manual de Procedimientos para Pares Evaluadores. Mecanismo Experimental de Acreditación de Carreras para
o Reconocimiento de Títulos de Grado Universitario en los Países del Mercosur, Bolivia Y Chile. Mercosur,
diciembre de 2002.
54
b) Componentes: referem-se a cada uma das subdivisões ou aspectos em que se divide
a dimensão e que, em seu conjunto, expressam a situação em que se encontra a carreira em
relação à dimensão.
c) Critério: refere-se ao atributo ou qualidade de um componente que permite avaliá-lo.
d) Indicadores são as evidências concretas (quantitativas ou qualitativas) referidas a
cada um dos critérios que, de forma simples ou complexa, justificam os critérios. Para cada
indicador são definidos padrões/parâmetros que servem de referência para estabelecer seu nível
de exigência.
e) Fontes de informação referem-se ao conjunto de documentos, bases de dados,
entrevistas e outros elementos que proporcionam informações válidas e confiáveis a respeito
dos indicadores.
Um aspecto importante é que o MEXA contempla, também, a capacidade de os cursos
se auto-avaliarem e propiciarem melhoria contínua.
Para melhor compreensão da necessidade de avaliação para o MERCOSUL, destaca-se
o argumento de MUNDET (2003, p. 76):
Estamos convencidos de que a avaliação é o
mecanismo mais efetivo para a convalidação de
títulos estrangeiros. O reconhecimento
internacional é um elemento facilitador da
aceitação dos estudos e conseqüentemente da
mobilidade dos estudantes e egressos. É necessário
avaliar, sendo que especialmente os planos de
estudo devem ser submetidos aos processos de
validação, por agências reconhecidas, conforme os
padrões de qualidade aceitáveis. Estes processos,
quando são sérios e possuem presgio
internacional, geram uma confiabilidade na
qualidade dos estudos compartilhados que facilita
o reconhecimento de forma relativamente
automática pelos pares. Da mesma forma, os
próprios mecanismos de validação e seus
procedimentos geram necessariamente uma
informação maior que a usual, que também tende a
facilitar a avaliação dos estudos por parte da
instituição que deve outorgar o reconhecimento.
Conforme o Portal Mercosul Educacional (2007): “No âmbito da educação superior, a
necessidade de espaço acadêmico regional, a melhoria de sua qualidade e a formação de
55
recursos humanos constituem os elementos essenciais para estimular o processo de
integração.”
Neste sentido que o Mercosul deve realizar os seus encaminhamentos, ou seja, para
apoiar a qualidade na formação, desenvolver a avaliação e a integração entre os povos,
valorizando, inclusive, o aprendizado de idiomas latinos.
Para atingir a estes objetivos, o Portal Mercosul Educacional (2007), cita os três blocos
temáticos em que eles buscam o desenvolvimento da educação, são eles:
Reconhecimento: Um sistema de reconhecimento
de carreiras como mecanismo de homologação de
títulos facilitará a mobilidade na Região,
estimulará os processos de avaliação para elevar a
qualidade educativa e irá favorecer a comparação
entre os processos de formação para a qualidade
acadêmica;
Mobilidade: A criação de um espaço comum
regional para a educação superior tem um dos
seus pilares no desenvolvimento de programas de
mobilidade. Esse programa irá envolver projetos e
ações de gestão acadêmica e institucional, a
mobilidade estudantil, sistema de transferência de
créditos e intercâmbio entre docentes e
pesquisadores. Uma primeira etapa está em
desenvolvimento com a recuperação de programas
existentes na região, com vistas à fortalecê-los e
promover a criação de novos âmbitos de
cooperação, expandindo a relação entre
universidades e associações de ensino.
Cooperação inter-institucional: Os atores centrais
do processo de integração regional em matéria de
educação superior são as próprias instituições
universitárias. Nesse sentido, considera-se de
fundamental importância a recuperação das
experiências já desenvolvidas, para promover e
estimular novas ações. A ênfase será dada nas
ações conjuntas de desenvolvimento de programas
colaborativos de graduação e pós-graduação, em
programas de pesquisas conjuntas, na criação de
redes de excelência e no trabalho conjunto com os
outros níveis educacionais, em matéria de
formação docente.
56
Observa-se que apesar da preocupação do MERCOSUL com o reconhecimento, com a
mobilidade e com a cooperação inter-institucional, não há previsão para a avaliação dos Cursos
de Ciências Contábeis pelo MEXA e nem para a Argentina realizar avaliações oficiais para
estes cursos.
No portal do MERCOSUL, há as metas que foram resultantes da XXXI Reunião dos
Ministros da Educação dos Países do MERCOSUL, entre as quais se destacam:
Aumentar a aplicação do Mecanismo Experimental de Reconhecimento para as outras
carreiras;
Aprovar um acordo de reconhecimento de cursos de graduação;
Aprovar um acordo de mobilidade, inclusive com programa de eliminação de restrições;
Implementar um programa de pós-graduação em políticas públicas;
Operar um banco de dados de programas de pós-graduação na região;
Consolidar os programas de pós-graduação da região, no marco do Protocolo de
Integração Educativa para a Formação de Recursos Humanos, em nível de Pós-
graduação entre os países-membros do Mercosul;
Coordenar junto à Reunião especializada em Ciência e Tecnologia do MERCOSUL, o
desenvolvimento de atividades de interesses comuns; e
Aprovar um acordo de reconhecimento de títulos de nível terciário no universitário para
a continuidade de estudos nos países do Mercosul.
Essas metas são muito importantes para o processo de integração, porém há a
necessidade de implementação de um plano e o MEXA, embora, relevante, necessita, também,
da inclusão dos cursos superiores de Contabilidade.
57
CAPÍTULO 2 - A UNIVERSIDADE NO BRASIL E NA ARGENTINA
2.1.CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ARGENTINA
A categoria universidade necessita ficar bem delineada, assim como o conceito de
ensino superior. Dependendo do país, a concepção pode ser diferentemente considerada, pois
legislações específicas e não se tem um senso comum.
2.1.1. SISTEMA FEDERAL DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Conforme a SESU Secretaria de Educação Superior, no Sistema de Ensino Superior
Brasileiro as instituições podem ser classificadas segundo a natureza jurídica de suas
mantenedoras, dividindo-as em Públicas (criadas por Projeto de Lei de iniciativa do Poder
Executivo e aprovadas pelo Poder Legislativo) e Privadas (criadas por credenciamento junto ao
Ministério da Educação), conforme descrição a seguir:
Instituições Públicas são criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder
Público e estão classificadas em:
Federais - mantidas e administradas pelo Governo Federal;
Estaduais - mantidas e administradas pelos governos dos estados;
Municipais - mantidas e administradas pelo poder público municipal.
Instituições Privadas são mantidas e administradas por pessoas físicas ou pessoas
jurídicas de direito privado e dividem-se ou organizam-se, como instituições privadas com fins
lucrativos ou privadas sem fins lucrativos.
Essas instituições estão organizadas em:
Instituições privadas com fins lucrativos ou Particulares em Sentido Estrito que
são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado. Sua vocação social é exclusivamente empresarial.
Instituições privadas sem fins lucrativos, que quanto à sua vocação social
podem ser:
ü Comunitárias, que incorporam em seus colegiados representantes da
comunidade. São instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou
58
mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de professores e alunos
que incluam, na sua entidade mantenedora, representantes da
comunidade;
ü Confessionais que são constituídas por motivação confessional ou
ideológica. Instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais
pessoas jurídicas que atendam à orientação confessional e ideológica
específicas;
ü Filantrópicas são aquelas cuja mantenedora, sem fins lucrativos, obteve
junto ao Conselho Nacional de Assistência Social o Certificado de
Assistência Social. São as instituições de educação ou de assistência
social que prestem os serviços para os quais foram instituídas e os
coloquem à disposição da população em geral, em caráter complementar
às atividades do Estado sem qualquer remuneração.
59
FIGURA 1 - ORGANOGRAMA DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Fonte: SESU Secretaria de Educação Superior, órgão do MEC Ministério da Educação.
7
Quanto à sua organização acadêmica e respectivas prerrogativas acadêmicas, são
credenciadas como instituições de ensino superior do Sistema Federal de Ensino:
8
I Faculdades - As Faculdades Integradas ou Isoladas não possuem autonomia para a
criação de cursos, e, neste caso, dependem de autorização da SESU - Secretaria de Educação
Superior, órgão do Ministério da Educação.
II - Centros Universitários - São centros universitários as instituições de ensino
superior pluricurriculares, abrangendo uma ou mais áreas do conhecimento, que se
caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela qualificação do seu corpo
docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade escolar, nos termos
das normas estabelecidas pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto para o seu
credenciamento.
7
http://portal.mec.gov.br/sesu, pesquisa realizada em 02/10/2006.
8
Decreto Federal nº 5.773 de 9 de maio de 2006. Ministério da Educação. Brasil.
60
III Universidades - As universidades, na forma do disposto no art. 207 da
Constituição Federal
9
, caracterizam-se pela indissociabilidade das atividades de ensino, de
pesquisa e de extensão. A LDB Lei de Diretrizes e Bases
10
admite a criação de universidades
especializadas, na forma do parágrafo único do art. 52, da Lei nº 9.394, de 1996, que ocorre
mediante a comprovação da existência de atividades de ensino e pesquisa tanto em áreas
básicas como nas aplicadas.
A instituição é credenciada originalmente como faculdade. O credenciamento como
universidade ou centro universitário, com as conseqüentes prerrogativas de autonomia, depende
do credenciamento específico de instituição já credenciada, em funcionamento regular e com
padrão considerado satisfatório de qualidade.
Conforme a SESU (2006) - Secretaria de Educação Superior, as Instituições de Ensino
Superior no Brasil são classificadas quanto à formação da seguinte maneira:
A base da educação superior oferece cursos de graduação, seqüenciais e de extensão.
Dentre as diferenças entre eles cita-se a titulação, que pode determinar continuidade da carreira
acadêmica (pós-graduação) e a modalidade da formação profissional. A pós-graduação
compreende cursos Lato e Stricto Sensu. A Secretaria de Educação Superior - SESU coordena
apenas os cursos Lato Sensu conhecidos como especializações, residência médica e MBA. Os
cursos Stricto Sensu são de responsabilidade da CAPES. O organograma da Educação Superior
pode ser resumido em:
Graduação
o Bacharelado (diploma)
o Licenciatura (diploma)
o Tecnologia (diploma)
Seqüencial
o Formação específica (diploma)
o Complementar (certificação)
9
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Texto consolidado até a Emenda Constitucional
nº 52, de 08 de março de 2006. Brasil.
10
Lei Federal nº 9.394, Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996. Brasil.
61
Cursos de extensão (certificado de caráter social)
Pós-Graduação
o Lato Sensu (diploma)
o Stricto Sensu (certificado)
FIGURA 2 INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
FORMAÇÃO
Fonte: SESU Secretaria de Educação Superior, órgão do MEC Ministério da Educação.
11
11
http://portal.mec.gov.br/sesu, pesquisa realizada em 02/10/2006.
62
2.1.2. SISTEMA UNIVERSITÁRIO NACIONAL DA ARGENTINA
A estrutura do Sistema Educacional Argentino
12
é composta por quatro níveis de
Ensino:
1. Inicial de três a cinco anos de idade.
2. Educação Geral Básica três ciclos, com três anos por ciclo.
3. Educação Polimodal de quinze a dezessete anos de idade e inclui formação
geral e orientada.
4. Educação Superior Composta de Instituições: a) Não-universitárias, com
cursos de 3 a 4 (três a quatro) anos; b)Universitárias, com cursos de cinco a seis
anos.
A Lei nº 24.521/95
13
regulamenta o ensino superior na Argentina. Essa lei contempla as
instituições superiores estatais e privadas.
A Educação Superior tem por finalidade proporcionar a formação científica,
profissional, humanística e técnica de alto nível, contribuir para a preservação da cultura
nacional, promover a geração e o desenvolvimento do conhecimento em todas as formas e
desenvolver as atitudes e valores que são requeridos para a formação humana.
A Educação superior é responsável pela consciência ética e solidária, reflexiva, crítica,
capaz de melhorar a qualidade de vida, consolidar o respeito ao meio ambiente e às instituições
da República e à vigência da democracia.
São objetivos da Educação Superior:
a) Formar cientistas, profissionais e técnicos que se caracterizem pela solidez da
formação e pelo compromisso com a sociedade de que fazem parte;
b) Preparar para o exercício da docência em todos os níveis e modalidades do sistema
educativo;
c) Promover o desenvolvimento, a pesquisa e as criações artísticas, contribuindo com o
desenvolvimento científico, tecnológico e cultural da Nação;
12
Fonte: MERCOSUR. Indicadores Estadisticos del Sistema Educativo del Mercosur. Sector Educativo del Mercosur
(SEM), Sistema de Información y Comunicación del Mercosur Educativo (SIC), Grupo Gestor del Proyecto (GGP).
MERCOSUR. 2004.
13
Decreto Lei nº 24.521, de 20 de julho de 1995. Ley de Educación Superior. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnologia,
Argentina.
63
d) Garantir crescentes níveis de qualidade e excelência em todas as opções institucionais
do sistema;
e) Consolidar os processos de democratização da Educação Superior, de forma a
contribuir para a distribuição eqüitativa do conhecimento e assegurar a igualdade de
oportunidades;
f) Articular a oferta educativa dos diferentes tipos de instituições que a integram;
g) Promover uma adequada diversificação dos estudos de nível superior, que atenda
tanto às expectativas e demandas da população como às necessidades do sistema cultural e da
estrutura produtiva;
h) Promover o aproveitamento integral dos recursos humanos e materiais atribuídos;
i) Incrementar e diversificar as oportunidades de atualização e aperfeiçoamento para os
alunos e egressos;
j) Promover mecanismos associativos para a solução dos problemas nacionais,
regionais, continentais e mundiais.
A Educação Superior está constituída pelas Instituições de Educação Superior:
não-universitárias, que podem ser de formação docente, humanística, social,
técnico-profissional ou artística;
universitárias que compreendem universidades e institutos universitários.
Ainda conforme a Lei 24.521/95, a Educação Superior tem uma estrutura organizativa
aberta e flexível que é permeada pela criação de espaços e modalidades que facilitam a
incorporação de novas tecnologias educativas.
Para o ingresso nas instituições de nível superior, deve-se ter sido aprovado no nível
médio ou no ciclo polimodal de ensino. Excepcionalmente, os maiores de 25 anos que não
reúnam essas condições, ingressam no ensino superior, desde que, por meio de avaliação
realizada pelas províncias, pela Municipalidade da Cidade de Buenos Aires ou pelas
universidades, possam ter atestados o preparo e/ou experiência, em conformidade com os
estudos que se propôs a iniciar, assim como atitudes e conhecimentos suficientes para cursar
satisfatoriamente os cursos escolhidos.
É responsabilidade das províncias e da municipalidade da Cidade de Buenos Aires a
gestão e a organização da educação superior não-universitária, em seus respectivos âmbitos de
competência, assim como ditar normas que regulem a criação, competência, modificação,
fechamento e o estabelecimento das condições a que se ajustarão para o seu funcionamento.
64
As instituições de educação superior não-universitárias representam uma modalidade de
ensino que não existe no Brasil e têm por funções básicas:
a) Formar e capacitar para o exercício da docência em níveis não-universitários do
sistema educativo;
b) Proporcionar formação superior de caráter instrumental para as áreas humanísticas,
sociais, técnico-profissionais e artísticas.
As instituições universitárias, portanto, são diferenciadas, pois o ensino superior
universitário fica a cargo das universidades estatais (nacionais ou provinciais) ou privadas
reconhecidas pelo Estado Nacional e pelos Institutos Universitários Estatais ou privados
reconhecidos, todos integrantes do Sistema Universitário Nacional.
As instituições universitárias têm por finalidade a geração e comunicação do
conhecimento de mais alto nível em um clima de liberdade, justiça e solidariedade, oferecendo
uma formação cultural interdisciplinar dirigida à integração do saber, assim como uma
capacitação científica e profissional específica para as distintas carreiras que sejam cursadas,
para o beneficio do homem e da sociedade a que pertencem. As instituições universitárias
devem desenvolver suas atividades em uma diversidade de áreas de conhecimento não-afins,
organicamente estruturadas em faculdades, departamentos ou unidades acadêmicas
equivalentes.
São funções básicas das instituições universitárias:
a) Formar e capacitar cientistas, profissionais, docentes e técnicos, capazes de atuar
com solidez profissional, responsabilidade, espírito crítico e reflexivo,
mentalidade criadora, sentido ético e sensibilidade social, atendendo às
demandas individuais e às necessidades nacionais e regionais;
b) Promover e desenvolver a pesquisa científica e tecnológica, os estudos
humanísticos e as criações artísticas;
c) Criar e difundir o conhecimento e a cultura em todas as suas formas;
d) Preservar a cultura nacional;
e) Estender a sua ação e seus serviços para a comunidade, com a finalidade de
contribuir para o seu desenvolvimento e transformação, estudando em particular
os problemas nacionais e regionais e prestando assistência científica e técnica
para o Estado e para a comunidade.
65
Há também os Institutos Universitários, considerados de excelência, porém apenas em
uma área do conhecimento.
Para finalizar a análise da categoria de universidade utilizada pela Argentina, destacam-
se os artigos 26 e 27 da Lei 24.521/1995 que afirmam:
Artigo 26 O ensino superior universitário estará
a cargo das universidades nacionais, das
universidades provinciais e das privadas
reconhecidas pelo Estado nacional e pelos
institutos universitários estatais ou privados
reconhecidos, que integram o Sistema
Universitário Nacional.
Artigo 27 - As instituições que respondem à
denominação de “Universidade” devem
desenvolver sua atividade em uma variedade de
áreas disciplinares não afins, organicamente
estruturadas em faculdades, departamentos ou
unidades acadêmicas equivalentes. As instituições
que limitam as suas ofertas acadêmicas à apenas
uma área disciplinar, denominam-se “Institutos
Universitários”.
66
Apresenta-se a seguir uma tabela com o intuito de sintetizar essa estrutura:
TABELA 2 INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NA ARGENTINA
Públicas Privadas
Universitárias
Universidades Nacionais Universidades Privadas
Institutos Universitários Nacionais Institutos Universitários
Privados
Institutos de Formação Artística
Institutos de Ensino Técnicos Profissionalizantes Institutos Privados de
Ensino
Técnico
Não-universitárias
Institutos de Formação Docente Institutos Privados
de
Formação Docente
Fonte: Martinez, Eduardo Sánchez. La Legislacion Sobre Educacion Superior En Argentina - Entre Rupturas,
Continuidades Y Transformaciones. Informe preparado para IESALC/UNESCO, Projeto “Observatorio de la Educación
Superior en América Latina y el Caribe”. Córdoba. 2002. p.5.
2.2.CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
E NA ARGENTINA
Após a explicação sobre as categorias conceituias de Instituições de Ensino Superior, é
relevante compreender o desenvolvimento das instituições superiores nos dois países. Para tal
análise, serão abordados os crescimentos quantitativos e as formas de controles qualitativos
institucionais.
A abordagem dos mecanismos de controle de qualidade é fundamental, pois esse é um
dos aspectos relevantes para unidade da América Latina. Esse fato foi percebido na construção
da Comunidade Econômica Européia, em que alguns países tiveram de adequar seus métodos
avaliativos educacionais para serem aceitos pelos diversos países da comunidade.
Outro fator que é decisivo para a abordagem qualitativa é o fato de que uma melhor
mão-de-obra possibilita uma maior/melhor inserção dos egressos no mercado de trabalho,
sejam nacionais ou internacionais, até mesmo porque no mercado global as barreiras pela
distância estão cada vez menores e, muitas vezes, são até inexistentes.
67
2.2.1. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL
Cunha (1986, p.16) divide a história do ensino superior no Brasil até 1945 em quatro
períodos:
“O primeiro período é o da colônia, iniciando-se
em 1572, data da criação dos cursos de arte e
teologia no colégio dos jesuítas na Bahia,
provavelmente o primeiro curso superior no
Brasil, estendendo-se até 1808, quando da
transferência da sede do reino português para o
Rio de Janeiro. O segundo período, o do império,
inicia-se de fato, quando o Brasil era ainda
colônia, em 1808, com a criação de um novo
ensino superior, estendendo-se até 1889, com a
queda da monarquia. O terceiro período, o da
república oligárquica, tem início com o governo
provisório de Deodoro e termina com a instalação
do governo provisório de Vargas, em 1930. O
quarto período, a era Vargas, começa com a
revolução de 1930 e finda com a deposição do
ditador em 1945.”
Rossato (2005, p. 144) afirma que entre 1945 e 1964 ocorre a expansão, pois
começaram a surgir as universidades particulares, com destaque para a atuação da Igreja
Católica. O autor (2005, p.p. 145-147) afirma, também, que após 1964 o crescimento foi ainda
maior:
“Inegavelmente, houve uma grande expansão do
ensino superior, que pode ser visualizada no
acelerado crescimento das matrículas, as quais, de
96.691 em 1960, passaram para 425.478 em 1970
e para 1.377.286 em 1980. Pelos próprios dados,
identifica-se o ritmo do crescimento. Contudo um
outro dado complementar ilustra o anterior: as
matrículas nas instituições particulares que, em
1960, representavam 43,5% do total, em 1980,
atingiram os 62,4%, ou seja, de cada três
estudantes universitários praticamente dois
estavam matriculados em IES particulares.” (p.p.
145-147).
68
Nos períodos posteriores, continuou a expansão do ensino no Brasil. Para compreensão
desta expansão, apresentam-se tabelas sobre o crescimento do número das instituições no
período de 1999 a 2004 e a seguir, os gráficos correspondentes para compreensão deste
crescimento:
GRÁFICO 1 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Elaborado pelo autor.
14
TABELA 3 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categoria
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
39 39 39 43 44 46
Centro Universitário
1 1 1 1
Faculdade Integrada
1
Faculdade
11 11 10 7 6 6
Instituto / Escola Superior
Centro de Educação Tecnológica
10 11 17 22 31 34
Total
60 61 67 73 83 87
Elaborado pelo autor.
15
14
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
15
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
69
GRÁFICO 2 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Elaborado pelo autor.
16
TABELA 4 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES ESTADUAIS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categoria
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
30 30 30 31 31 32
Centro Universitário
Faculdade Integrada
Faculdade
36 23 23 21 22 28
Instituto / Escola Superior
1 4 4
Centro de Educação Tecnológica
6 8 9 9 8 15
Total
72 61 63 65 65 75
Elaborado pelo autor.
17
16
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
17
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
70
GRÁFICO 3 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES MUNICIPAIS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Elaborado pelo autor.
18
TABELA 5 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES MUNICIPAIS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categoria
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
3 2 2 4 4 5
Centro Universitário
1 1 2 2 2
Faculdade Integrada
2 2 2 3 3 3
Faculdade
55 49 48 48 50 52
Instituto / Escola Superior
Centro de Educação Tecnológica
Total
60 54 53 57 59 62
Elaborado pelo autor.
19
18
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
19
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
71
GRÁFICO 4 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL
Elaborado pelo autor.
20
TABELA 6 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL
Categoria
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
26 27 27 28 26 26
Centro Universitário
22 32 41 47 47 60
Faculdade Integrada
47 66 78 85 95 97
Faculdade
431 573 733 877 959 1.125
Instituto / Escola Superior
16 66 121
Centro de Educação Tecnológica
8 22 54 93
Total
526 698 903 1125 1302 1401
Elaborado pelo autor.
21
20
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
21
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
72
Comunitária/Confessional ou Filantrópica
57
17
25
280
58
17
22
208
1
58
23
19
202
3
56
27
17
205
12
58
31
20
216
25
60
44
19
263
2
0
50
100
150
200
250
300
Universidade Centro
Universitário
Faculdade
Integrada
Faculdade Instituto /
Escola
Superior
Centro de
Educação
Tecnológica
1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004
GRÁFICO 5 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS, CONFESSIONAIS OU
FILANTRÓPICAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Elaborado pelo autor.
22
TABELA 7 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS, CONFESSIONAIS OU
FILANTRÓPICAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categoria
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
57 58 58 56 58 60
Centro Universitário
17 17 23 27 31 44
Faculdade Integrada
25 22 19 17 20 19
Faculdade
280 208 202 205 216 263
Instituto / Escola Superior
1 3 12 25
Centro de Educação Tecnológica
2
Total
379 306 305 317 350 388
Elaborado pelo autor.
23
22
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
23
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
73
O total das Instituições Públicas foi obtido pela soma das Federais, Estaduais e Municipais, conforme demonstrado
no gráfico 6:
GRÁFICO 6 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Elaborado pelo autor.
24
TABELA 8 QUANTIDADE E CATEGORIAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categorias
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
72 71 71 78 79 83
Centro Universitário
0 1 2 3 3 3
Faculdade Integrada
2 2 2 3 4 3
Faculdade
102 83 81 76 78 86
Instituto / Escola Superior
0 0 1 4 4
Centro de Educação Tecnológica
16 19 26 31 39 49
Total
192 176 183 195 207 224
Elaborado pelo autor.
25
24
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
25
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
74
GRÁFICO 7 QUANTIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
C
Elaborado pelo autor.
26
TABELA 9 QUANTIDADE DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categoria
1.999
2.000
2.001
2.002
2.003
2.004
Universidade
155
156
156
162
163
169
Centro Universitário
39 50
66
77
81
107
Faculdade Integrada
74 90 99 105
119
119
Faculdade
813
864
1016
1158
1253
1474
Instituto/Escola Superior
1 20 82 150 154
Centro de Educação Tecnológica
16
19
34
53
93
144
Total
1097
1180
1391
1637
1859
2167
Elaborado pelo autor.
27
26
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
27
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
75
GRÁFICO 8 QUANTIDADE DE CURSOS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Elaborado pelo autor.
28
TABELA 10 QUANTIDADE DE CURSOS DE ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Categoria
2.000
2.001
2.002
2.003
Universidade
6823
7466
8486
9396
Centro Universitário
870
1163
1413
1618
Faculdade Integrada
590 668 738
878
Faculdade
2193
2635
3213
3706
Instituto/Escola Superior
5 40 176 360
Centro de Educação Tecnológica
104
183
373
495
Total
10585
12155
14399
16453
Elaborado pelo autor.
29
Observa-se um crescimento muito significativo do ensino privado, abrindo faculdades e
cursos, e transformando faculdades isoladas em integradas ou em centros universitários e
universidades.
28
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
29
Fonte dos dados: INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. http://www.inep.gov.br,
pesquisa realizada em 03/10/2006.
76
Cursos Matrículas Porcentagem Concluintes Porcentagem
1
Administração 620.718 14,9% 83.659 13,4%
2
Direito 533.317 12,8% 67.238 10,7%
3
Pedagogia 388.350 9,3% 97.052 15,5%
4
Engenharia 247.478 5,9% 23.831 3,8%
5
Letras 194.319 4,7% 37.507 6,0%
6
Comunicação Social 189.644 4,6% 26.816 4,3%
7
Ciências Contábeis 162.150 3,9% 24.213 3,9%
8
Educação Física 136.605 3,3% 17.290 2,8%
9
Enfermagem 120.851 2,9% 13.965 2,2%
10
Ciência da Computação 99.362 2,4% 13.601 2,2%
Total dos dez 2.692.794 64,7% 405.172 64,7%
Brasil
4.163.733
100,0%
626.617
100,0%
O número de alunos que ingressam em Ciências Contábeis no Brasil é muito
significativo, pois o Curso é o sétimo maior do Ps, sendo que em 2004 ingressaram 162.150
alunos, o que representa 3,9% do alunado, porém o número de concluintes foi 24.213. O
número baixo de concluintes deve-se a dois fatores. Um deles é o fato de que o acesso ao
ensino superior tem crescido; porém esse crescimento tem diminuído anualmente, sendo que
em 2004 foi apenas 7%
30
. O fator que consiste em um problema relevante é a evasão escolar
que ocorre em todos os cursos, pois a proporcionalidade de concluintes em relação ao total
mantém-se.
TABELA 11 - OS DEZ MAIORES CURSOS POR NÚMERO DE MATRÍCULAS E CONCLUINTES - BRASIL 2004.
Fonte: Censo da Educação Superior 2004
31
30
Fonte: Censo da Educação Superior 2004 - Resumo Técnico. Versão Preliminar. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior (Deaes).. Ministério da Educação.
Brasília, 2005. p.24.
31
Fonte: Resumo Técnico. Versão Preliminar. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Diretoria de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior (Deaes).. Ministério da Educação. Brasília, 2005. p.15.
77
Quanto aos processos avaliativos dos cursos, pode-se afirmar que no período de 1993 a
2006 constata-se a ocorrência de três fases:
1. Em 1993, a ANDIFES- Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais, que é composta de dirigentes de 52 Instituições de ensino, iniciou uma
discussão para implantação de sistemas de auto-avaliação para as instituições
brasileiras. Esse movimento ganhou adeptos e ao final, em conjunto com outras
instituições do Sistema Superior de Ensino e apoio do MEC, foi criado o PAIUB
Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras. O
Programa consistia em uma proposta para as instituições de ensino se auto-
avaliarem, por um roteiro detalhado, que compreendia fases avaliativas e
procedimentos. Algumas instituições utilizaram o PAIUB para rever suas formas
avaliativas ou implantá-las, mas os processos eram muito iniciais e não havia
propostas muito bem definidas pela maioria das instituições. O PAIUB foi
interessante, porque:
a. abordava o ensino, a pesquisa e a extensão;
b. respeitava a missão, o perfil e as características das instituições;
c. incluía o PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) e o PPI (Projeto
Pedagógico Institucional);
d. promovia a participação da comunidade e a melhoria contínua;
e. consistiu em um processo de aperfeiçoamento contínuo e prestação de
contas à comunidade.
2. Em 1995, iniciou-se o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso cujo
mandato prorrogou-se até primeiro de janeiro de 2003. Nesse período, os
processos avaliativos foram aprofundados, foram criados o Exame Nacional de
Cursos e a Avaliação das Condições de Oferta dos Cursos de Graduação.
Também foram definidas Comissões de Especialistas da SESU Secretaria de
Educação Superior, para autorizações e reconhecimentos de cursos e para
credenciamento e recredenciamento das IES. Foi aperfeiçoada, ainda, a
avaliação dos programas de Pós-Graduação da CAPES e o Sistema Integrado de
Informações Educacionais do INEP.
78
A Avaliação das Condições de Oferta da Graduação que, posteriormente,
chamou-se Avaliação das Condições de Ensino da Graduação, avaliava o Projeto
Pedagógico do Curso, o Corpo Docente e a Infra-Estrutura. Esse processo, com
o passar dos anos, foi informatizado e aperfeiçoado. A avaliação apresentava
quatro níveis:
CMB Condições Muito Boas
CB Condições Boas
CR Condições Regulares
CI Condições Insuficientes
As avaliações dos cursos eram complementadas pelo Exame Nacional de Cursos
que ficou conhecido por Provão. O Exame era uma prova de conteúdo que
buscava avaliar os alunos, atribuindo-lhes um conceito entre A (melhor
conceito) e E (pior conceito).
3. No ano de 2003, iniciou-se o governo Lula que, em 2004, instituiu o SINAES -
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, por meio da lei nº 10.861,
de 14 de abril de 2004, que avalia o Sistema Superior de Ensino.
O SINAES tem por finalidade a melhoria da qualidade da educação superior, a
orientação da expansão da sua oferta, o aumento permanente da sua eficácia institucional e
efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção do aprofundamento dos
compromissos e responsabilidades sociais das instituições de educação superior, por meio da
valorização de sua missão pública, da promoção dos valores democráticos, do respeito à
diferença e à diversidade, da afirmação da autonomia e da identidade institucional.
O objetivo é promover a avaliação das instituições de educação superior, de cursos de
graduação e de desempenho acadêmico de seus estudantes, sob a coordenação e supervisão da
Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES).
79
O SINAES compreende os seguintes processos avaliativos:
Auto-avaliações, ou seja, o sistema interno de avaliação que as instituições de
ensino devem desenvolver, conforme o princípio da globalidade que assinala
que o processo deve ser o mais amplo possível;
Avaliações Institucionais, realizadas pelo INEP Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão do MEC Ministério da
Educação, com o objetivo de avaliar a instituição de forma global, podendo ser
utilizada para autorização de funcionamento, transformação em Centro
Universitário ou Universidade, assim como renovação de autorização de
qualquer uma das modalidades das instituições. Englobam a avaliação dos
Projetos Pedagógicos Institucionais (PPI), os Corpos Docentes Institucionais e
as Infra-estruturas Institucionais, relacionando-as com os Planos de
Desenvolvimento Institucional (PDI).
Avaliações de curso, também realizadas pelo INEP e que possuem um
instrumental único para todos os cursos, podendo ser usado para autorização de
curso, reconhecimento ou para renovação de reconhecimento. Englobam a
avaliação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC), Corpos Docentes por
Cursos e as Infra-estruturas utilizadas pelos cursos.
ENADE Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes que, conforme o
INEP (2006), tem o objetivo de aferir o rendimento dos alunos dos cursos de
graduação, em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades e
competências. O ENADE é realizado por amostragem e a participação no
Exame constará no histórico escolar do estudante ou, quando for o caso, sua
dispensa pelo MEC. O INEP/MEC constitui uma amostra dos participantes, a
partir da inscrição na própria instituição de ensino superior dos alunos
habilitados a fazer a prova.
80
Observa-se que todas as avaliações integram-se ao PDI, ao PPI e aos PPCs. As
avaliações de Curso e Institucionais avaliam com conceitos de 1(pior conceito) a 5 (melhor
conceito), sendo abordadas três dimensões:
Uma observação relevante é que, no Brasil, as diretrizes de todos os cursos passaram a
cobrar competências e habilidades e não mais conteúdos. Isto possibilita aos cursos terem
características muito individualizadas e metodologias próprias, porém teoricamente padrões
mínimos de qualidade.
Outro aspecto a ser considerado, é que as instituições têm que solicitar avaliação para o
reconhecimento de todos os cursos, o que obriga uma verificação “in loco” para avaliação. O
mesmo ocorre nos processos de autorização de Curso, exceto para Universidades e Centros
Universitários que têm autonomia.
Uma mudança recente refere-se ao fato de que o reconhecimento anteriormente era
solicitado no período em que a primeira turma atingisse a metade do curso até a sua conclusão.
Com a Lei 5.773/2006, ocorreu uma alteração de procedimento e a solicitação, atualmente,
deve ser realizada até a metade do Curso e o Projeto Pedagógico deve estar alicerçado em
Competências, Habilidades e Aptidões, previstas para o curso, devendo ser apresentado
previamente ao MEC- Ministério da Educação.
Para os cursos de duração menor, como Tecnólogos, que costumam durar cerca de dois
anos e meio, receber uma comissão para reconhecimento ao término do segundo ano é
plausível. A dúvida em relação a esta mudança recai sobre os cursos de maior duração, como o
Curso de Medicina, com duração de seis anos, que pode receber comissão para reconhecimento
no início do quarto ano. Esse fato dificulta a análise, pois não há turmas formadas, parte dos
livros, provavelmente, ainda não foram adquiridos e o próprio projeto pedagógico pode prever
determinadas atividades apenas para os últimos anos.
Quanto aos Cursos de Contábeis, objeto desta pesquisa, a sua duração é de quatro anos.
Assim, cursos novos, ao passarem por processo de reconhecimento no Brasil, não tem a
possibilidade de avaliar atividades relevantes como o Estágio Profissional, o Trabalho de
Conclusão de Curso ou disciplinas ao final do curso, como Perícia Contábil e Arbitragem ou
Planejamento Contábil Tributário, exceto quanto aos dados fornecidos no projeto ou em uma
renovação do reconhecimento.
81
Os cursos de Ciências Contábeis no Brasil, que participaram do ENADE em 2006,
conforme Portaria do Ministério da Educação
32
, deverão ser re-avaliados, porém desta vez “in
loco”. Os cursos devem depositar seus projetos pedagógicos para apreciação do ministério no
período entre 01 de abril a 15 de maio de 2008 e serão avaliados em 2009.
2.2.2. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO SUPERIOR NA
ARGENTINA
A Argentina, embora com uma modalidade do ensino superior diferente do Brasil e com
características próprias, teve, também, um grande crescimento nos últimos anos. Marquis (apud
Schimidt, Oliveira e Aragon, 2000, p. 281), ao se referir ao desenvolvimento do ensino superior
no final do último século, observa:
"Nos últimos anos, o sistema educacional
argentino experimentou um notável crescimento e
uma diversificação institucional, ainda que,
também se deteriorou o nível acadêmico das
universidades, em função dos processos
resultantes das políticas autoritárias de agressão
às universidades dos anos setenta, do progressivo
relaxamento dos sistemas de seleção, da
insuficiência dos recursos e do uso nem sempre
eficiente dos mesmos.”
O autor realiza estas observações destacando, em especial, o ano de 1984 que teve uma
explosão de matrículas.
Considerando-se que o ano de 1995 foi um marco para a Educação Argentina devido à
Lei 24.521
33
, Guadagni, Cuervo & Sica (2002, p.227) afirmam que, nos últimos quinze anos, o
número de alunos das universidades públicas aumentou fortemente, exceto nas faculdades de
medicina, além do que a população universitária cresceu de forma mais acelerada do que o
aumento demográfico, mas esse crescimento não assegura o acesso maior das famílias pobres
nas universidades.
32
Portaria Normativa n.º 1, de 10 de janeiro de 2007. Ministério da Educação. Brasil.
33
Decreto Lei nº 24.521, de 20 de julho de 1995. Ley de Educación Superior. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnologia,
Argentina.
82
A seguir, é apresentada uma tabela, com a cronologia do número de instituições na
Argentina:
TABELA 12 CRESCIMENTO DAS INSTITUIÇÕES SUPERIORES NA ARGENTINA
Ano Até 1958
Âmbito Pública Pública Privada. Pública Privada. Pública Privada. Pública Privada.
Total 8 10 18 27 20 39 43 45 54
1959 -1970 1971 – 1988 1989 - 1995 1996 – 2003
Elaborado pelo autor.
34
No gráfico apresentado a seguir, demonstra-se a concentração das instituições conforme
a modalidade de ensino:
GRÁFICO 9 - INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS ARGENTINAS POR SETOR DE GESTÃO SEGUNDO TIPO DE
INSTITUIÇÃO. ANO 2004
6
39
12
43
0
10
20
30
40
50
Universidades Institutos Universitários
Estatais
Privadas
Elaborado pelo autor.
35
Fonte
34
Fonte dos dados: SPU - Secretaria Políticas Universitárias (in CAILLON, Adriana. La Educación Superior Universitaria
Privada En Argentina. Unesco Iesalc. Trabalho encomendado pelo IESALC-UNESCO em março, pelo Programa
"Observatorio de la Educación Superior en América Latina y el Caribe". Buenos Aires. 2005.
35
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 11.
83
TABELA 13 - INSTITUIÇÕES UNIVERSITÁRIAS ARGENTINAS POR SETOR DE GESTÃO SEGUNDO TIPO
DE INSTITUIÇÃO. ANO 2004
Estatais
%
Privadas
%
Total
Universidades
39
87%
43
78%
82
6
13%
12
22%
18
45
55
100
Tipo de Instituição
Setor de Gestão
Institutos Universitários
Total de Instituições Universitárias
Elaborado pelo autor.
36
Um fato muito interessante é que o Curso de Contador Público, em 2004, representou o
segundo curso com maior número de alunos na Argentina, conforme os gráficos e tabela a
seguir:
GRÁFICO 10 - MERO DE ALUNOS NOVOS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS POR CURSO
Elaborado pelo autor.
37
TABELA 14 - NÚMERO DE ALUNOS NOVOS EM INSTITUIÇÕES
PÚBLICAS POR CURSO
2000
2004
Advocacia
35908
34661
27304
23190
11516
14927
Carreira
Novos Inscritos
Contador Público
Psicologia
Elaborado pelo autor.
38
Observa-se que nas instituições públicas, embora haja um decréscimo do número de
alunos que procuram o curso de Contador Público, ele continua sendo o segundo mais
procurado e representa quase 9% dos universitários.
36
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 11.
37
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
84
GRÁFICO 11- PARTICIPACÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM RELAÇÃO ÀS INSTITUIÇÕES
PÚBLICAS
Elaborado pelo autor.
39
TABELA 15 - PARTICIPACÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM
RELAÇÃO ÀS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
2000
2004
Advocacia
13,3
12,8
10,1
8,6
4,3
5,5
Psicologia
Carreira
Participação relativa (%)
Contador Público
Elaborado pelo autor.
40
38
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
39
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
40
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de
Educación, Ciencia y Tecnología. Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006.
p. 26.
85
Nas instituições privadas, o crescimento foi ainda maior nos Cursos de Contador
Público:
GRÁFICO 12 - NÚMERO DE ALUNOS NOVOS NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS
Elaborado pelo autor.
41
TABELA 16 - NÚMERO DE ALUNOS NOVOS NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS
2000
2004
Advocacia
10379
12880
3908
6055
5314
5086
Administração
Carreira
Novos Inscritos
Contador Público
Elaborado pelo autor.
42
41
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
42
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
86
GRÁFICO 13 - PARTICIPACÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM RELAÇÃO ÀS INSTITUIÇÕES
PRIVADAS
Elaborado pelo autor.
43
TABELA 17 - PARTICIPACÃO PERCENTUAL DE ALUNOS NOVOS EM
RELAÇÃO ÀS INSTITUIÇÕES PRIVADAS
Elaborado pelo autor.
44
Conforme a SPU Secretaria de Políticas Universitárias do Ministério de Educação,
Ciência e Tecnologia (2006), o processo de Planejamento do Sistema Universitário está se
desenvolvendo em duas etapas, sendo que a primeira engloba:
As Políticas Universitárias, sob a égide das quais foi criada a Lei de
Financiamento Educativo; documento do CIN - Conselho Interuniversitário
Nacional 2004, Horco-Molle, Tucumán, definem os objetivos fundamentais do
setor e apresentam os compromissos necessários para conquistá-los, assim
como outros diversos aportes da Política Universitária;
O Planejamento Institucional das Universidades consiste em uma solicitação
para as instituições elaborarem as bases do seu Planejamento Institucional,
definindo a sua visão, missão, objetivos estratégicos e o contexto em que estão
43
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
2000
2004
Advocacia
18,6
20,2
7
9,5
9,5
8
Administração
Carreira
Participação relativa (%)
Contador Público
87
inseridas, assim como as suas prioridades institucionais, considerando os
documentos da política universitária;
O Plano Estratégico do Sistema Universitário, no qual a SPU sintetiza as
diferentes Propostas de Estratégias de Desenvolvimento Nacional elaboradas
por setores governamentais, acadêmicos, empresariais e atores extra-
universitários.
Em paralelo, a SPU estuda as bases do Planejamento Institucional elaborado pelas
universidades, analisando sua coerência à luz das prioridades nacionais, regionais e
institucionais.
Na segunda etapa, serão criados os Planos de Desenvolvimento Institucional das
Universidades Nacionais. Nesta fase, acordar-se-á com as Universidades a elaboração dos
Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI). Os PDI devem expressar as estratégias a serem
seguidas para que sejam alcançados os macro-objetivos e arroladas as ações, os atores
envolvidos, as metas, os prazos, os custos e o financiamento, além de conter os indicadores de
acompanhamento.
Os critérios para avaliar e apoiar os Planos de Desenvolvimento Institucionais serão a
sua qualidade intrínseca, sua pertinência à luz das estratégias nacionais, regionais e
institucionais; e sua natureza factível e sustentável.
44
Fonte dos dados: Anuário 2000-2004 de Estadísticas Universitárias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Secretaría de Políticas Universitárias. Argentina. 2006. p. 26.
88
FIGURA 3 - ESQUEMA DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO SISTEMA UNIVERSITÁRIO ARGENTINO
Fonte: Secretaria de Políticas Universitarias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
45
Em 1995, conforme a Lei 24.52.1, foi criada a “Comisión Nacional de Evaluación y
Acreditación Universitaria”-CONEAU, um organismo autônomo em que uma das funções é a
avaliação periódica das carreiras de graduação, cujos títulos correspondem às profissões
reguladas pelo Estado. O Ministério da Educação determina, em acordo com o Conselho de
Universidades, quais são os títulos cujo exercício profissional podem colocar em risco de modo
direto a saúde, a seguridade, os direitos, os bens ou a formação dos habitantes.
A CONEAU é um organismo descentralizado, que funciona sob a jurisdição do
Ministério de Cultura e Educação e que tem as seguintes funções:
a) Coordenar e conduzir a avaliação externa;
b) Avaliar as carreiras de graduação, pós-graduação em qualquer que seja o âmbito em
que se desenvolvam, com os padrões estabelecidos pelo Ministério da Cultura e Educação em
consulta ao Conselho de Universidades;
c) Pronunciar-se sobre a consistência e viabilidade do projeto institucional apresentado,
para que o Ministério da Cultura e Educação autorize o funcionamento de uma nova instituição
universitária nacional, assim como o reconhecimento de uma instituição universitária
provincial;
45
Fonte: http://www.me.gov.ar/spu/Noticias/Noticias_Universitarias_2006/noticias_mayo_2006__spu__p_e_s.html.
Lei de Financiamento
Educativo-2005
Documento CIN-
Horco Molle-
Tucumán-2004
Outros aportes de
Políticas
Universitárias
Plano Estratégico
do Sistema
Universitário
Argentino
Consulta a atores
Extra-
universitários
Diversas propostas
de Estratégias de
Desenvolvimento
Nacional
Acordos da SPU
com as
Universidades para
a determinação das
prioridades
Elaboração dos
Planos de
Desenvolvimento
Bases do
Planejamento
Institucional
Documento de
Diretrizes para a
Política
Universitária
Argentina
89
d) Preparar os informes requeridos para outorgar a autorização provisória e o
reconhecimento definitivo das instituições universitárias privadas, assim como os informes com
base nos quais se avaliará o período de funcionamento provisório de instituições.
As instituições universitárias devem assegurar o funcionamento de instâncias internas
de avaliação institucional que têm por objeto analisar as dificuldades para o cumprimento das
funções, assim como sugerir medidas para melhoria. As auto-avaliações complementam-se com
as avaliações externas, que devem ser realizadas no mínimo a cada seis anos, em conformidade
com os marcos e os objetivos definidos em cada instituição. Abarca as funções de docência,
pesquisa, extensão e, no caso de instituições universitárias nacionais, também da gestão
institucional. As avaliações externas são de responsabilidade da CONEAU - Comisión
Nacional de Evaluación y Acreditación Universitaria ou de entidades privadas constituídas para
esse fim, com a participação de pares acadêmicos de reconhecida competência.
Para a validação e avaliação dos cursos
46
é necessário que os planos de estudo
respeitem a carga horária mínima prevista e os conteúdos curriculares básicos, além dos
critérios sobre a formação prática que estabelece o Ministério de Educação, em acordo com o
Conselho de Universidades e que esses cursos atendam ao interesse público.
Os padrões de qualidade são fixados pelo Ministério da Educação, em concordância
com o Conselho de Universidades.
Em cumprimento à Resolução 238/99
47
, o primeiro curso avaliado em 1999 foi o de
Medicina. Logo após, foram incluídas diversas outras carreiras, sendo que há muitas avaliações
em andamento. O Curso de de Contador Público não está previsto para ser avaliado, porém o
CODECE (Consejo de Decanos de Facultades de Ciencias Económicas de Universidades
Nacionales) solicitou a inclusão das seguintes carreiras: Contador Público, Licenciado em
Economia, Licenciado em Administração e Atuárias. Em resposta à solicitação, na Resolução
254/2003
48
, constata-se a afirmação de que os cursos de contador público, poderão ser
incluídos em uma segunda etapa. No sítio do CODECE, um documento elaborado pela
U.N.N.E. - Universidad Nacional del Nordeste denominado: “Estandares Sugeridos Por La
Facultad De Ciencias Economicas De La U.N.N.E. Carrera De Contador Publico -
46
Decreto Lei nº 24.521, de 20 de julho de 1995. Ley de Educación Superior. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología,
Argentina.
47
Resolução n.º 238, de 19 de fevereiro de 1999. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología da Argentina
.
48
Resolução n.º 254, de 21 de fevereiro de 2003. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología da Argentina
.
90
Elementos De Referencia Para Fijación De Estándares De Acreditación”, que consiste em
uma proposta de padrões mínimos avaliativos para esse curso.
Os processos de avaliação da graduação compreendem a realização de uma auto-
avaliação de cada carreira por um comitê de pares. Conforme SPU(2006),
49
o produto desta
etapa é um informe de auto-avaliação que inclui tanto informação sistematizada e comparada,
como uma análise pormenorizada das condições em que se desenvolvem as carreiras e seus
resultados. Finalmente, incluem, se for necessário, a formulação dos planos para melhoria,
para atender futuramente o cumprimento dos requisitos de qualidade previstos pelos padrões.
Para cada uma das etapas desse processo, o CONEAU proporciona instrumentos para
direcionar o seu desenvolvimento.
A SPU (2006) afirma que os principais passos que organizam o processo de uma
avaliação externa são os seguintes:
O CONEAU realiza sorteio entre os avaliadores e designa os membros que
participarão da avaliação e são responsáveis pelos aspectos particulares e pelo
desenvolvimento do processo;
Definição dos perfis e dos termos de referência dos integrantes do comitê de
pares avaliadores;
Determinação de um cronograma;
Designação dos pares;
Realização de convocação prévia para a elaboração da agenda da visita à
instituição;
Visita à instituição;
Aprovação do informe preliminar de avaliação externa;
Entrega ao Reitor do informe preliminar e recepção de seus comentários;
Aprovação do relatório final que é publicado e distribuído em conjunto com
considerações finais do Reitor.
Todas as decisões em relação ao comitê de pares e o relatório final são aprovadas em
plenário pelo CONEAU.
49
Fonte: Secretaria de Políticas Universitarias. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnologia.
http://www.me.gov.ar/spu/Noticias/Noticias_Universitarias_2006/noticias_mayo_2006__spu__p_e_s.html, pesquisa realizada
em 21/07/2006.
91
2.2.3. A INTERNACIONALIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE
A UNESCO, em sua Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI:
Visão e Ação
50
, afirma que a educação superior compreende ...todo tipo de estudos,
treinamento ou formação para pesquisa em nível pós-secundário, oferecido por universidades
ou outros estabelecimentos educacionais aprovados como instituições de educação superior
pelas autoridades competentes do Estado”.
Com relação ao crescimento do número de instituições, o documento observa:
“No limiar de um novo século, há uma
demanda sem precedentes e uma grande
diversificação na educação superior, bem como
maior consciência sobre a sua importância vital
tanto para o desenvolvimento sociocultural e
econômico como para a construção do futuro,
diante do qual as novas gerações deverão estar
preparadas com novas habilitações,
conhecimentos e ideais.”
A UNESCO (1988) afirma que:
“A segunda metade deste século passará
para a história da educação superior como o
período de sua expansão mais espetacular: o
número de matrículas de estudantes em escala
mundial multiplicou-se mais de seis vezes, de 13
milhões em 1960 a 82 milhões em 1995. Mas este é
também o período no qual ocorreu uma
disparidade ainda maior que já era enorme
entre os países industrialmente desenvolvidos, os
países em desenvolvimento e especialmente os
países pobres, no que diz respeito a acesso e a
recursos para o ensino superior e a pesquisa.
Também foi o período de maior estratificação
sócio-econômica e aumento das diferenças de
oportunidades educacionais dentro dos próprios
países, inclusive em algumas das nações mais ricas
e desenvolvidas. Sem uma educação superior e sem
instituições de pesquisa adequadas que formem a
massa crítica de pessoas qualificadas e cultas,
50
Fonte: Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação. Paris:UNESCO.1998.
92
nenhum país pode assegurar um desenvolvimento
endógeno genuíno e sustentável e nem reduzir a
disparidade que separa os países pobres e em
desenvolvimento dos países desenvolvidos. O
compartilhar do conhecimento, a cooperação
internacional e as novas tecnologias podem
oferecer oportunidades novas para reduzir esta
disparidade.
Este documento é de profunda relevância, pois destaca grandes desafios para a
humanidade no setor educacional, como: condições de ingresso, a formação com base em
habilidades, o desenvolvimento e a manutenção da qualidade de ensino e a empregabilidade e
faz uma proposta de profunda reforma na educação superior mundial.
Quanto à avaliação da qualidade, o artigo 11
51
destaca:
a) A qualidade em educação superior é um
conceito multidimensional que deve envolver todas
as suas funções e atividades: ensino e programas
acadêmicos, pesquisa e fomento da ciência,
provisão de pessoal, estudantes, edifícios,
instalações, equipamentos, serviços de extensão à
comunidade e o ambiente acadêmico em geral.
Uma auto-avaliação interna transparente e uma
revisão externa com especialistas independentes,
se possível com reconhecimento internacional, são
vitais para assegurar a qualidade. Devem ser
criadas instâncias nacionais independentes e
definidas normas comparativas de qualidade,
reconhecidas no plano internacional. Visando a
levar em conta a diversidade e evitar a
uniformidade, deve-se dar a devida atenção aos
contextos institucionais, nacionais e regionais
específicos. Os protagonistas devem ser parte
integrante do processo de avaliação institucional.
b) A qualidade requer também que a educação
superior seja caracterizada por sua dimensão
internacional: intercâmbio de conhecimentos,
criação de redes interativas, mobilidade de
professores e estudantes, e projetos de pesquisa
internacionais, levando-se sempre em conta os
valores culturais e as situações nacionais.
51
Fonte: Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação. Paris: UNESCO.1998.
93
c) Para atingir e manter a qualidade nacional,
regional ou internacional, certos componentes são
particularmente relevantes, principalmente a
seleção cuidadosa e o treinamento contínuo de
pessoal, particularmente a promoção de
programas apropriados para o aperfeiçoamento
do pessoal acadêmico, incluindo a metodologia do
processo de ensino e aprendizagem, e mediante a
mobilidade entre países, instituições de educação
superior, os estabelecimentos de educação
superior e o mundo do trabalho, assim como entre
estudantes de cada país e de distintos países. As
novas tecnologias de informação são um
importante instrumento neste processo, devido ao
seu impacto na aquisição de conhecimentos
teóricos e práticos.
Neste contexto de crescimento e, em que há conseqüentemente uma maior inclusão de
alunos no ensino superior, com um mercado em constante mutação e com novos desafios é que
está inserido o ensino no Mercosul.
No contexto desse panorama Marosini (1998, p. 23)
52
afirma que:
”A década de 90 é marcada pela
transnacionalização político econômica-mundial,
com a formação de megablocos. Subjacente a tal
panorama, consubstanciado prioritariamente em
acordos econômicos de integração, paira uma
proposta de internacionalização dos sistemas de
ensino superior dos países que compõe estes
megablocos. Tal proposta com diferenciados graus
de relações, objetiva a construção de um modelo
cosmopolita de ensino superior (Kerr, 1990)
voltado a um mundo onde estudantes e professores
estudem o que almejam, sem referência a uma
nacionalidade específica, e tenham a possibilidade
de produzirem e trocarem conhecimentos. ”
Essa visão de Morosoni associada à posição da UNESCO possibilitam uma reflexão não
apenas sobre a importância das políticas internacionais de educação, mas também sobre o
aspecto político e cultural dessas políticas.
52
Fonte: MOROSINI, Marília Costa (Org.). Universidade no Mercosul. 2ª Edição. São Paulo: Cortez .
94
Cano (apud Morosini, 1998, p.9)
53
, ao tratar das políticas universitárias identifica duas
problemáticas:
1. Historicidade, pois afirma que: “A integração universitária não começa com a
burocracia do Mercosul e com a burocracia da União Européia. Ela tem na
verdade, um processo de longa data que até poderia ter começado com o início
da universidade.”
2. Complexidade, pois a Europa também tem seus problemas, conflitos e diferentes
realidades.
O contexto das Universidades do MERCOSUL é parte integrante do contexto mundial
que está relacionado à flexibilização da mão-de-obra e dos aspectos da globalização, porém não
se trata de realidades iguais.
Rossato (2005, p.105) define bem essa conjuntura: Nessa evolução, as características
regionais vieram à tona e não se pode falar mais de um modelo de universidade, mas de vários
modelos. A unidade dos séculos XII, XIII e XIV já fora rompida no século XV, e o século XIX,
com as reformas na França, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos fez emergir novas
características. A Universidade, embora guardasse elementos comuns, era pluralista na sua
organização, na sua forma e no seu conteúdo, a instituição enriqueceu-se: da uniformidade
medieval, passou à vigorosa pluralidade do século XX.
Na tabela a seguir, é apresentada a forma de distribuição do número de matrículas por
área de conhecimento:
TABELA 18 - MATRÍCULA DE EDUCAÇÃO TERCIÁRIA POR ÁREA DE CONHECIMENTO POR PAÍSES, 2004
País Educação
Humanidades
e afins
Ciências
Sociais Engenharia Ciências Agricultura Saúde Serviços Outros
Argentina
Não
Universitário 31.4 18.1 23.5 7.7 8.6 1 7.2 2.7 -
Universitário
4.4 10 47.7 9.7 9.1 4 13.9 1.1 -
Brasil
54
Não
Universitário - - - - - - - - -
Universitário
20.6 3.6 41.7 7.7 8.6 2.1 13.4 2.3 0
Chile
55
Não
Universitário 5.3 0.9 38.3 28.3 0.4 3.4 12.4 - 11
Universitário
16.2 1.4 34 26.3 2.4 4.6 9.5 - 5.6
Paraguai
Não
Universitário - - - - - - - - -
53
Fonte: MOROSINI, Marília Costa (Org.). Mercosul/Mercosur : Políticas e Ações Universitárias.Campinas, São Paulo: Editora
Autores Associados, 1998.
54
Brasil - Como ensino universitário são considerados os cursos de Educação Superior - Graduação (presencial)
55
Chile - As carreiras universitárias correspondem às matrículas no nível 5A da Classificação CINE 97. Estas carreiras podem
ser oferecidas por Universidades e Institutos Profissionais.
95
Universitário - - - - - - - - -
Uruguai
Não
Universitário 96 0.5 0 0.6 0 0 0 2.9 0
Universitário
0.8 5 52.5 15.4 6 4 16.3 0
Fonte: MERCOSUR. Indicadores Estadisticos del Sistema Educativo del Mercosur. Sector Educativo del Mercosur (SEM), Sistema de
Información y Comunicación del Mercosur Educativo (SIC), Grupo Gestor del Proyecto (GGP). MERCOSUR. 2004.
56
Uma observação que merece destaque é o fato de que, na Argentina, o número de
alunos matriculados em cursos universitários em Ciências Sociais corresponde a 47,7 % e no
Brasil, corresponde a 41,7%. Esses dados demonstram a importância da implantação dos
processos avaliativos para a área de conhecimento.
Conforme o boletim digital do observatório da UNESCO/IESALC
57
, em texto do sítio
da EDUC, um portal educacional do Governo Argentino, datado de 22/07/2006, a Argentina e
o Brasil planejam criar a UMERCOSUR (Universidade do Mercado Comum do Sul).
O texto afirma que o marco do protocolo cooperação educativa entre a Argentina e o
Brasil foi firmado na data citada, pelo Ministro da Educação, Ciência e Tecnologia, Daniel
Filmus e o Ministro da Educação Fernando Haddad que acordaram iniciar os estudos para a
criação de uma universidade regional.
Constitui a primeira iniciativa, segundo o observatório, para a formação de universidade
do Mercosul e será formada por uma rede de universidades localizadas na fronteira entre os
países. Está previsto o reconhecimento dos títulos e créditos pelos países participantes, além de
mobilidade de docentes, estudantes e pesquisadores em projetos conjuntos.
56
Fontes: Argentina - Relevamiento Anual 2004 DiNIECE. Ministerio de Educación. CIIE, PMSIU, Ministerio de Educación,
Ciencia y Tecnología; Brasil - Fonte: MEC/INEP - Censo da Educação Superior 2004; Chile - División educación superior,
Ministerio de Educación; Paraguai - Não dispõe de informações sobre as universidades; Uruguai - Ministerio de Educación y
Cultura. Dirección de Educación. Departamento de Estadística.
57
Fonte UNESCO/IESALC http://www.iesalc.unesco.org.ve/pruebaobservatorio/boletin126/boletinnro126.htm
96
CAPÍTULO 3 - FORMAÇÃO DO CONTADOR
3.1.A PROFISSÃO DE CONTADOR NO BRASIL E NA ARGENTINA
Conforme Coliath (2003, p. 1): “A Contabilidade nasceu da necessidade do homem de
obter informações a respeito de suas riquezas. Não se sabe como e onde a Contabilidade teve
início, porém sabe-se que o seu desenvolvimento sempre foi estimulado pelo progresso da
humanidade.
Conforme Peleias et al (2006, p.p. 22 - 23), o ensino da Contabilidade no Brasil iniciou-
se com a vinda da Família Real Portuguesa, em 1808, o que alterou a situação econômica,
política e social da então colônia, pois esse fato realçou a preocupação dos governos com os
negócios públicos e privados. Os autores afirmam ainda que, em 1808, foi criada uma cadeira
de aula pública de Ciências Econômicas no Rio de Janeiro, atribuída ao Visconde de Cairu,
José da Silva Lisboa.
Anteriormente ao Curso Superior de Contabilidade, existiam os cursos técnicos. Assim,
apresentamos a seguir a cronologia da legislação sobre o Ensino Técnico de Contabilidade no
Brasil:
TABELA 19– CRONOLOGIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO TÉCNICO DE CONTABILIDADE NO BRASIL
Ano Diploma Legal Ocorrência
1905 Decreto nº 1.339 “Declara instituições de utilidade pública a Academia de Commercio do Rio de Janeiro,
reconhece os diplomas por ella conferidos, como de caráter oficial; e dá outras providências.”
1.923 Decreto nº 4.724 A “Equipara os diplomas da Academia de Sciencias Commerciaes de Aloagôas e de outras
instituições, aos da Academia de Commercial do Rio de Janeiro e dá outras providências.”
1.926 Decreto nº 17.329 “Approva o regulamento para os estabelecimentos de ensino téchnico commercial reconhecidos
officialmente pelo Governo Federal.”
1.931 Decreto nº 20.158 “Organiza o ensino comercial, regulamenta a profissão de contador e dá outras providências.”
1.939 Decreto nº 1.535 “Altera a denominação o curso de Perito-Contador e dá outras providências.”
1.943 Decreto nº 6.141 “Lei Orgânica do Ensino Comercial.”
1.943 Decreto nº 14.373 “Regulamenta a Estrutura do Cursos de Formação do Ensino Comercial.”
Fonte: PELEIAS, Ivam Ricardo (org), PALMA Daniel Azevedo ... (et al). Didática do Ensino da Contabilidade: Aplicável a
Outros Cursos Superiores. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006, p. 28.
97
O Curso Superior em Ciências Contábeis e Atuariais no Brasil foi criado pelo Decreto-
lei nº 7.988, de 22 de setembro de 1945. A grade curricular era anual e única para todo o Brasil,
e composta das seguintes disciplinas: análise matemática, estatística geral e aplicada,
contabilidade geral, ciência da administração e economia política, matemática financeira,
ciências das finanças, estatística matemática e demografia, organização e contabilidade
comercial e agrícola, instituições de direito público, matemática atuarial, organização e
contabilidade bancária, finanças de empresas, técnica comercial, instituições de direito civil e
comercial, organização e contabilidade de seguros, contabilidade pública, revisões e perícia
contábil, instituições de direito social, legislação tributária e fiscal e prática de processo civil e
comercial.
Apenas em 1951, o curso foi desmembrado da área de Atuariais e as disciplinas foram
alteradas para: ciências da administração, economia política, contabilidade geral, análise
matemática, instituições de direito público, organização e contabilidade bancária, finanças das
empresas, técnica comercial, legislação tributária e fiscal, revisões e perícia contábil, prática de
processo civil e comercial, instituições de direito social, contabilidade prática e estatística geral
e aplicada.
Em 1962, o Curso de Ciências Contábeis passou a ter ciclo de formação básica e ciclo
de formação profissional. As disciplinas eram as seguintes:
Formação Básica: Matemática, Estatística, Direito e Economia;
Formação Profissional: Contabilidade Geral, Contabilidade Comercial,
Contabilidade de Custos, Auditoria, Análise de Balanços, Técnica Comercial,
Administração e Direito Tributário.
Posteriormente, a Resolução 3/1992 fixou tempo de integralização e novas normas para
formação. O currículo passou a ser dividido em conhecimentos de Formação Geral de Natureza
Humanística e Social, Conhecimentos de Formação Profissional e Conhecimentos ou
Atividades de Formação Complementar.
Em 2.004, foram instituídas as novas diretrizes que estão descritas no Capítulo 3, item
3.4. A profissão é regulamentada pelo Decreto-Lei 9295 de 27/05/1946 que define o exercício
da profissão Contábil para o nível Técnico ou Graduação, como competência exclusiva dos
Contabilistas habilitados pelo CRC Conselho Regional de Contabilidade.
98
TABELA 20 CRONOLOGIA DA LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO SUPERIOR DE CONTABILIDADE NO BRASIL
Ano Diploma Legal
Ocorrência legal
1945 Lei nº. 7.988
Institui o curso superior de Ciências Contábeis e Atuariais.
1946
Decreto Estadual nº. 15.601 Autoriza o curso de Ciências Contábeis e Atuariais a funcionar na FCEA.
1951 Lei nº. 1.401
Desmembra os cursos de Ciências Contábeis e Atuariais, criando de forma
independente o curso de Ciências Contábeis, com duração de quatro anos,
para formar os bacharéis em Contabilidade.
1961 Lei nº. 4.024
Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional e CNA o Conselho
Federal de Educação.
1962 Parecer nº. 397
Divide os cursos de Ciências Contábeis nos ciclos de formação básica e
formação profissional.
1963
Resolução CFE sn.,de 8/2/1963 Fixa os mínimos de conteúdo e duração do curso de Ciências Contábeis, e
ratifica o Parecer CFE n. 397/1962.
1992 Resolução nº. 3
lnstitui o currículo pleno, fixa a duração mínima de quatro anos para os
cursos diurnos e cinco anos para os cursos noturnos.
1996 Lei nº. 9.394
Lei de Diretrizes e Bases introduz novas mudanças para o ensino superior
brasileiro.
1997 Edital nº. 04
Da Secretaria de Educação Superior, tem por finalidade discutir as novas
diretrizes curriculares dos cursos superiores, adaptando-os à Lei.
2002
Parecer CES/CNE nº. 146 Define as diretrizes nacionais para os cursos de Ciências Contábeis.
2003
Parecer CNE/CES nº. 67 Referencial para as diretrizes curriculares nacionais (DCN) dos cursos de
graduação
2003 Parecer CNE/CES nº. 108
Promove audiências com a sociedade, ensejando discussão e avaliação da
duração e integralização dos cursos de bacharelado.
2003 Parecer CNE/CES nº. 289
Aprova as diretrizes curriculares dos cursos de graduação em Ciências
Contábeis – bacharelado, a serem observadas pelas instituições de ensino
superior em sua organização curricular
2004 Resolução CNE/CES nº.6
Oficializa o Parecer CNE/CES n. 289 2003.
2004 Parecer CNE/CES nº.269
Remove do texto da Resolução n. 269 2004, a pedido do Instituto
Brasileiro de Atuária (IBA), o trecho que menciona a necessidade de
inserção da profissão contábil nos domínios da atividade atuarial.
2004 Resolução CSNE/CES n 10
Cancela o pedido do IBA, cancela e substitui a Resolução CNE CES n.
6/2004
Fonte: PELEIAS, Ivam Ricardo (org), PALMA, Daniel Azevedo ... (et al). Didática do Ensino da Contabilidade: Aplicável a
Outros Cursos Superiores. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006, p. 33.
99
Na Argentina, há duas diferenças significativas na profissão em relação ao Brasil. A
primeira é a nomenclatura da profissão do Contador Público. O motivo é que como o contador
é considerado um cidadão público que presta contas à sociedade foi destacado este aspecto na
nomeação da profissão. A segunda é o fato de ser considerada uma área da Economia,
diferentemente do Brasil, que a considera como ciências sociais aplicadas pertencente à área da
Administração.
A profissão é regulamentada pelas seguintes leis:
a. Lei Federal 20.488/73 que regulamenta a Licenciatura em Economia, a
Graduação em Contador Público, as Licenciaturas em Administração e em
Atuariais e os cursos equivalentes.
b. Lei Federal 191/94 que regulamenta o exercício dos profissionais da área de
Ciências Econômicas assim como o uso de títulos e funções.
Conforme a Lei Federal 20.488./73, art. 13, requer-se do título de contador público:
a) Em matéria econômica e/ou contábil para fins judiciais, administrativos ou
documentos que possua fé pública para fins de:
1. Preparação, análises e proteção do patrimônio, orçamentos, custos e
impostos para empresas e outras entidades;
2. Análise contábil e da sua documentação;
3. Atender ao Capítulo III, Título II, do código de Comércio Argentino, que
define as obrigações comuns aos profissionais do comércio. As obrigações
são:
§ atender a todos os atos e exigências estabelecidas pela lei mercantil;
§ seguir a ordem e uniformidade nos registros contábeis e possuir todos os
livros necessários para este fim;
§ conservar a documentação relativa à movimentação da empresa, assim como
todos os livros contábeis;
§ prestar contas conforme as exigências legais.
100
4. Organização contábil das entidades;
5. Elaboração e implantação de políticas, sistemas, métodos e procedimentos
de trabalho administrativo- contábil;
6. Desenvolvimento e implantação de sistemas de processamento de dados e
outros aspectos contábeis e financeiros do processo de informação
gerencial;
7. Liquidação de massa falida;
8. Direção de inventários utilizados de base para a transferência de negócios,
para a aquisição, fusão e liquidação de qualquer tipo de empresa e cessão de
quotas sociais;
9. Intervenção das operações de transferências de fundos de comércio e todas
as ações pertinentes ao fato;
10. Intervenção, em conjunto com os profissionais das respectivas áreas, nos
contratos e estatutos de toda sociedade civil ou comercial, quanto às
questões de caráter financeiro, econômico, tributário e contábil;
11. Representar, no tocante aos aspectos contábeis, bancos comerciais,
províncias, municípios, órgãos mistos e privados, enfim, todas as empresas
e a sociedade;
12. Todas as outras questões financeiras, contábeis e/ou econômicas.
b) Em questões judiciais, para a produção e assinatura de assuntos relacionados às
seguintes atividades:
1. Participação de concurso para síndico em massa falida;
2. Elaboração de relatórios e pareceres em liquidações de massas falidas,
sinistros e em situações de transmissão de bens para os cálculos e
distribuições correspondentes;
3. Elaborações de relatórios e pareceres em situações de liquidação,
dissoluções e todas as questões patrimoniais das sociedades civis e
comerciais e as distribuições de quotas de administração de bens;
4. Elaboração de pareceres e/ou peritagens, referentes aos livros, documentos e
demais elementos relacionados à atividade contábil diária e comercial em
geral;
101
5. Elaboração de pareceres contábeis relativos às administrações e
intervenções jurídicas;
6. Elaborar e assinar os pareceres em litígios sucessórios, para fazer a divisão,
em conjunto a outros profissionais com formação específica;
7. Como perito em sua área, representar e participar em todos os fóruns,
inclusive elaborar as normas de auditoria aprovadas pelos órgãos contábeis
profissionais, quando lhe são pertinentes.
3.2.O MERCADO E AS TENDÊNCIAS
3.2.1. CENÁRIO DO MERCADO BRASILEIRO
Para compreensão e diagnóstico do salário e do mercado atuais dos Profissionais da
Contabilidade no Brasil foi utilizada uma tabela salarial. Esta foi resultante de um trabalho
coordenado pelo InformEstado”, do Jornal O Estado de São Paulo” e elaborado pela
empresa Deloitte Touche Tohmatsu”, consultoria especializada em recursos humanos, com
exclusividade para o Jornal “O Estado de São Paulo”. A tabela indica os valores médios
referenciais do mercado, considerando uma amostra de cem empresas representativas de
diversos portes e ramos de atividade, localizadas na região metropolitana de São Paulo.
Todas as informações referem-se aos valores do salário-base (nominal), efetivamente
pagos pelas empresas no mês de junho de 2006.
Na tabela há: (1) cargos, (2) porte e (3) ramo de atividade das empresas. Conforme
informação do Jornal O Estado de São Paulo” de 23/07/2006, por se tratarem de valores
médios referenciais, os valores individuais oferecidos pela empresas podem variar em torno de
120% em relação à média apresentada. Por exemplo, se a média do cargo é R$ 1.000,00 e a
amostra apresentar o salário de R$ 675,00, o máximo não deverá ultrapassar R$ 1.485,00.
Só foram tabulados os cargos que tiveram pelo menos três empresas informantes e os
valores muito extremos, em geral discrepantes do conjunto de dados, não foram utilizados nos
cálculos.
Os valores não consideram nenhum tipo de ajuste por conta da inflação passada.
102
TABELA 21 TABELA GERAL DE SALÁRIOS CORRENTES ABRIL 2007
PEQUENO MÉDIO GRANDE INDÚSTRIA COMÉRCIO CONSTRUÇÃO SERVIÇOS SAÚDE
Analista Contábil 2,605 2,133 2,620 2,826 2,991 0 3,026 2,977 2,394
Analista Financeiro Junior 2,177 0 2,099 2,319 2,213 0 2,327 2,182 2,171
Analista Financeiro Pleno 3,170 0 2,961 3,028 2,972 2,280 2,702 2,988 2,495
Analista Finaceiro Senior 4,569 0 4,276 5,630 4,107 3,952 4,585 6,031 0
Assistente de Contabilidade 1,870 1,849 1,818 1,904 1,808 0 1,532 1,920 1,746
Assistente de Tesouraria 1,869 0 1,836 1,889 1,766 0 0 0 0
Auxiliar de Contabilidade 1,688 0 0 1,624 1,549 0 0 0 0
Auxiliar Financeiro 1,235 0 0 1,218 1,483 0 1,193 0 0
Auxliar Administrativo/Financeiro 11,373 0 10,946 10,764 0 0 0 0 0
Gerente de Contabilidade 10,865 0 10,567 10,256 10,841 0 0 0 0
Gerente de Controladoria 12,705 0 11,796 12,890 13,575 0 0 11,535 0
Gerente Financeiro 10,911 0 10,599 11,032 12,149 0 0 11,381 10,170
Supervisor de Contabilidade
5,629
0
6,094
6,060
5,985
5,617
0
5,611
4,651
Supervisor de Contas a Pagar 5,091 0 0 4,959 5,143 0 0 0 0
Supervisor de Faturamento 5,513 0 0 5,774 0 0 0 0 0
PORTE RAMO DE ATIVIDADE
TABELA GERAL DE SALÁRIOS CORRENTES - MARÇO 2007
CARGO MERCADO GERAL
MINUCI, Elaine Garcia. “Tabela Geral de Salários Correntes”. São Paulo: O Estado de São Paulo. Caderno de Empregos, 23 de Julho
2006. Cad. C, p. 4.
TABELA 22– CRITÉRIOS PARA O PORTE
Porte Faturamento Líqüido em 2005 em milhões de dólares
Pequeno Até 16
Médio De 16,1 a 70,0
Grande Acima de 70,0
MINUCI, Elaine Garcia. “Tabela Geral de Salários Correntes”. São Paulo: O
Estado de São Paulo. Caderno de Empregos, 23 de Julho 2006. Cad. C, p. 4.
O salário mensal da área de contabilidade em São Paulo, segundo o DIEESE (2004) era
de R$ 3.472,51. A seguir, foi anexada uma tabela com os salários mensais das regiões
brasileiras, segundo a RAIS Relação Anual de Informação Sociais do ano de 2004:
103
TABELA 23 - SALÁRIO MENSAL APROXIMADO DO
PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE
REGIÃO Valores Mensais em Reais
Norte
2.972,03
Nordeste
3.088,63
Sudeste
3.431,98
Sul
3.074,37
Centro-Oeste
5.030,95
Brasil
3.431,58
Dados referentes aos trabalhadores com carteira assinada que
terminaram o ano de 2004 empregados.
Fonte: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/2004), do
Ministério do Trabalho e Emprego. Elaboração: DIEESE.
Em comparação com os dados fornecidos pelo Jornal O Estado de São Paulo” foram
coletadas as informações sobre o mercado de outro periódico: Folha de São Paulo. A
amostra utilizada foi de 113 empresas privadas de médio e grande porte (acima de 100
funcionários) entre indústria, comércio, construção civil e serviços com sede ou filial na
Grande São Paulo. Publica-se apenas cargos com mais de três informantes e não são
considerados benefícios, horas extras e adicional de periculosidade). Os dados estão na tabela
24:
TABELA 24 - BOLSA DE SALÁRIOS
Valores Mensais em Reais
Diretores/Gerentes
Diretores
Administrativo e financeiro 4,826 41,090 16,968
Financeiro 6,197 30,087 18,479
Gerentes
Administrativo e financeiro 4,440 15,316 8,807
Auditoria 3011 13,597 7,920
Contabilidade de Custos 5,643 15,110 10,168
Contabilidade Geral 3,243 16,798 8,343
Contas a Pagar 6,967 8,606 7,710
Controladoria 3,717 16,394 9,830
Crédito e Cobrança 4,597 19,463 9,409
Financeiro 2,741 19,424 8,907
Chefias Menor Valor Maior Valor Média
Contabilidade de Custos 4,381 8,556 6,759
Contabilidade Geral 2,405 8,572 4,814
Contas a Pagar 2,319 5,265 4,142
Tesouraria 2,438 7,471 4,260
Encarregados
Contas a Pagar 1,247 5,983 3,094
Crédito e Cobrança 1,500 5,756 3,566
Escrituração Fiscal 2,055 6,081 3,681
Supervisores
Auditoria 1,680 5,609 3,587
Orçamentos 4,122 6,182 5,488
Menor Valor Maior Valor Média
104
TABELA 24 - BOLSA DE SALÁRIOS (Cont.)
Analistas Menor Valor Maior Valor Média
Contábil 985 6,722 2,686
Crédito 939 3,688 2,237
Crédito (Inst. Finan.) 2,262 4,546 2,616
Custos 1,309 5,108 2,797
Investimentos Junior 1,584 3,504 2,452
Orçamentos 2,469 5,722 4,207
Orçamentos e Custos 2,363 4,592 3,244
Econômico-financeiro 2,222 5,447 3,843
Financeiro 1,230 5,537 2,955
Outros Profissionais de Nível
Superior
Menor Valor Maior Valor Média
Auditores
Júnior 1,201 4,359 3,562
Pleno 2,954 7,663 5,052
Sênior 4,633 9,264 6,173
Fonte: Coordenação de Levantamento Estatísticos do Datafolha. Bolsa de Salários. Folha de São
Paulo: São Paulo, 22 de abril de 2007, p. 4, Caderno de Empregos.
3.2.2. EXPECTATIVA DOS ALUNOS NA ARGENTINA
Na Argentina, a empresa Mori Argentina realiza, anualmente, uma pesquisa para a
Revista Periódica Mercado
58
, com o intuito de identificar as percepções e expectativas dos
estudantes que estão próximos a se graduar em carreiras que, por suas especialidades, são os
possíveis futuros quadros gerenciais das empresas. A nona edição da pesquisa foi realizada no
mês de novembro de 2005, dirigida pela Socióloga Maria Braun, sendo que o estudo se iniciou
em 1997 e permite comparações históricas. Foram realizadas entrevistas com alunos do último
ano de 17 universidades, entre estatatais e privadas. Observa-se que os totais apresentados não
totalizam 100% devido ao fato de que alguns alunos não responderam todas as questões.
Entre os entrevistados 61% são homens e 39% mulheres, sendo que 58% estão entre 20
e 24 anos e 38% estão entre 25 e 30 anos, sendo que mais da metade vivem com os pais (53%);
23% ¨tem renda familiar abaixo de $ 1.500,00; 33% entre $ 1.500,00 e $ 3.000,00; 23% entre $
3.000,00 e $ 6.000,00 e 18% acima de $ 6.000,00.
A definição do número de alunos por carreira foi proporcional ao número de alunos
matriculados em todas edições.
58
Fonte: MACIEL, Matias. Perfil de Una Nueva Generación de Gerentes. Revista mercado.
http://www.mercado.com.ar/mercado/vernota.asp?id_producto=1&id_edicion=1054&id_nota=1, pesquisa realizada em
21/02/2007.
105
Entre os 1072 entrevistados, 25 eram alunos da USAL Universidad Del Salvador,
sendo que as carreiras entrevistadas e o número de alunos por curso foram distribuídos da
seguinte forma:
TABELA 25 AMOSTRA DOS ENTREVISTADOS POR CARREIRA.
Carreiras Entrevistados
Engenharia 337
Contador 228
Administração 169
Computação e Sistemas 97
Física e Química 95
Relações Laborais 56
Marketing/Publicidade 46
Economia 44
Total
1.072
Fonte: MACIEL, Matias. Perfil de Una Nueva Generación de Gerentes.
Revista mercado.
59
Observou-se que 41% dos entrevistados consideram que a situação econômica da
Argentina está mal ou muito mal e 18% consideram boa ou muito boa.
Quanto à medida em que o nível de desemprego os afeta, eles responderam:
§ 16%- Muito;
§ 44% - Bastante;
§ 31% - Pouco;
§ 5% - Nada.
A maior parte do alunado, ou seja, 40% dos entrevistados, afirmaram que trabalham na
área, 22% afirmaram que atuam em outra área e 38% não trabalham. Quanto a trabalhar na
área, os alunos de Contabilidade, de forma coincidente à média geral da pesquisa, 40%
afirmam que trabalham na área, ficando atrás apenas de Informática e Economia e igualando-se
ao curso de Engenharia.
Apenas 3% afirmara que não acreditam que encontrarão ocupação na sua área depois de
formados. A pesquisa observou que há um aumento muito significativo da expectativa salarial
59
Fonte: http://www.mercado.com.ar/mercado/vernota.asp?id_producto=1&id_edicion=1054&id_nota=1, pesquisa realizada
em 21/02/2007.
106
entre os alunos das Universidades Públicas e os que trabalham. A expectativa salarial média
após formado é de $ 1.824,00.
Ao perguntar sobre os fatores mais importantes para a imagem da empresa, as respostas
mais assinaladas foram:
§ 1 - O salário dos empregados (36%);
§ 2 - As condições físicas do trabalho (32%);
§ 3 - O prestígio da empresa (30%);
§ 4 - A honestidade (30%); e
§ 5 - A qualidade dos produtos e serviços (30%).
Interessante, observar que, apenas na 11ª posição aparece a proteção ao meio-ambiente
e na 12 ª o compromisso com a comunidade.
Quanto à especialização, os estudantes de contabilidade declararam preferir as áreas de
Contabilidade Geral, Gerência Geral, Planejamento, Vendas e Comercialização ou Marketing.
3.2.3. O PROFISSIONAL E A ÁREA CONTÁBIL
Conforme Rodrigues et al (2001, p.9), as duas mais importantes atividades de trabalho
para os contadores são Melhorias no Processo e Planejamento Estratégico.
Ao analisar esta afirmação, pode-se deduzir que o motivo de os autores valorizarem a
Melhoria dos Processos deve-se ao fato de que com o ambiente competitivo torna-se necessário
agregar valor ao cliente e demonstrar vantagens em relação aos concorrentes. Logo, deve-se
buscar melhores produtos ou menores custos. Quanto ao Planejamento Estratégico, a
importância deve-se ao fato de que a reflexão estratégica a médio e longo prazo é muito
relevante para sustentabilidade das instituições e da sociedade.
No campo de trabalho, observa-se que há áreas diversificadas e que possuem muitas
particularidades que determinam a opção do aluno por uma pós-graduação para aprofundar
conhecimentos. Entre essas áreas podem ser citadas: Contabilidade Agropecuária,
Contabilidade Bancária, Contabilidade de Cooperativas ou Contabilidade Pública.
O profissional pode atuar em diversas funções, como auditoria, contabilidade de custos,
perícia, planejamento ou rotinas empresariais. O vínculo do profissional com o mercado pode
ocorrer também por meio de consultoria ou vínculo empregatício.
107
O tipo de trabalho também pode mudar as suas características, conforme o setor público
ou privado ou conforme o tipo de empresa, como sociedade anônima, limitada ou fundações.
Rodrigues et al (2001, p.12 - 13) destacam as seguintes áreas emergentes:
- Contabilidade atuarial: Responsável pela
contabilidade de fundos de pensão e empresas de
previdência privada, ramos de atividades em
franco crescimento no Brasil.
- Contabilidade ambiental: Responsável pela
informação sobre o impacto ambiental da empresa
no meio-ambiente. Essa atividade está sendo cada
vez mais requisitada devido a pressões da mídia,
governos e população.
- Contabilidade Social: Tem a função de
dimensionar o impacto social da empresa, com
sua agregação de riqueza e seus custos sociais,
produtividade, distribuição de riquezas etc.
- Contabilidade de empresas transnacionais:
Devido ao aumento de privatizações e a já tão
adiantada globalização.”
Com a redução dos empregos no Brasil, como também ocorre em outros países, caso se
flexibilize a lei das cooperativas, há uma significativa probabilidade de crescer o campo da
Contabilidade de Cooperativas.
Outro mercado que tende a crescer é o da Contabilidade para entidades sem fins
lucrativos, pois o número de Organizações Não-Governamentais tem se expandido na solução
de problemas sociais, porém há poucos profissionais preparados, inclusive para
internacionalizar o capital recebido do exterior.
Uma dificuldade para a implantação de padrões de qualidade no ensino da contabilidade
do Mercosul são as diferentes formas de contabilização. A IFAC, como será discutido ou
apresentado no próximo item (3.3), busca padronizar a qualidade dos profissionais e há uma
preocupação de especialistas em harmonizar internacionalmente, também, as normas contábeis.
É possível citar algumas ações que estão sendo realizadas ações que podem colaborar
com a harmonização e a transparência:
No Brasil, o Projeto de Lei 3.741 de 2000
60
, em tramitação no poder
executivo, com vistas a alterar a Lei 6.404/76, de 15 de dezembro de
60
BRASIL. Projeto de Lei nº 3.741. de 2000. Brasília, 2000.
108
1976, que define e estende às sociedades de grande porte disposições
relativas à elaboração e publicação de demonstrações contábeis e dispõe
sobre requisitos de qualificação de entidade de estudo e divulgação de
princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria como
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
Outro fator a ser ressaltado é que o ex-ministro Luiz Fernando Furlan, no
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao fazer
seu discurso de posse em 2/1/2003, afirmou: “Pretendo defender junto a
meus colegas de governo, que criemos a nota fiscal do Mercosul, para
que os pequenos exportadores dentro de um determinado limite de valor
possam emitir um documento de exportação em Reais e que possa ser
liquidada através de uma Câmara de Compensação dentro do Mercosul.
Com isso, facilitando enormemente a burocracia, ...). Esse fato pode
estar próximo de se concretizar, pois segundo Rocha
61
, o Ministro Furlan
defende que:“Havendo solução para compensações diretas de peso para
o real, podemos partir para a segunda fase, a da simplificação de
documentos de comércio exterior no Mercosul, o que facilitaria
transações para pequenas e médias empresas.“
Essa tendência para harmonizar as normas contábeis é conseqüência da
internacionalização e do interesse das empresas transnacionais ou multinacionais em padronizar
seus controles, processos e sistemas. Na estrutura dos mercados atuais há significativo volume
de transações realizadas e de empregos ofertados por empresas de pequeno e médio porte.
Portanto, é fundamental, também, ações para a harmonização com o objetivo de globalização
das informações, para a permanência e expansão destas instituições no mercado global. .
Portanto, considerando-se a hipótese de harmonização, é importante também destacar
Carvalho (1999, p.12):
A Contabilidade é a linguagem universal dos
negócios e será tão mais eficaz quanto mais
incorpore e ofereça soluções razoáveis para os
desafios de gestão e riscos e entendimentos de
volatilidade. Empresas que antes se contentavam
em exportar as suas produções para outros
61
ROCHA, Janes. BNDES Financiará Projetos na Argentina, diz Furlan. Jornal Valor “On line” de 10/10/2006.
109
mercados consumidores hoje vão até seus
mercados, instalando fases de seus processos
produtivos e fazendo parcerias com os
fornecedores de matérias-primas e de mão-de-
obra desses antigos mercados meramente
consumidores.“
Carvalho, ainda, ao destacar a importância da harmonização contábil e auditoria refere-
se ao grupo Intergovernamental de Especialistas em Normas de Contabilidade e de relatórios
financeiros, mantido sob a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e
Desenvolvimento da ONU, afirma: Temos Contadores brasileiros, norte-americanos,
mexicanos, franceses, mas o mercado de hoje exige que os profissionais possam transpor as
fronteiras, trabalhar noutros países. (Carvalho, 1999,p.17)
O autor também destaca (apud Varella, 2002, p.20) que a harmonização das normas
contábeis poderá provocar uma verdadeira revolução na profissão contábil, pois a
Contabilidade tem o desafio de ser cada vez mais um instrumento de comunicação de
desempenho empresarial fácil de ser entendido universalmente, por isso ela torna-se de mais
difícil execução.
Carvalho, Lemes & Costa (2006, p. 15) destacam que: A contabilidade internacional
surgiu para minorar as agruras de quem quer investir fora do seu país e até hoje tinha que
manusear balanços em dezenas de normas contábeis distintas, tentando compatibilizá-las para
comparar.
Em janeiro de 2006, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), em conjunto com o
IBRACON (Instituto de Auditores Independentes do Brasil) realizaram um estudo, que deu
origem à publicação: “Sumário da Comparação das ‘Práticas Contábeis Adotadas no Brasil
com as Normas Internacionais da Contabilidade IFRS
62
. Esta publicação consiste no primeiro
estudo sobre as principais diferenças entre as Práticas Contábeis adotadas no Brasil e as
Normas Internacionais de Contabilidade, resultante de um trabalho comum e integrado dos
profissionais das duas entidades. Este estudo tomou por base as práticas adotadas no Brasil,
vigentes em dezembro de 2005, bem como as IFRSs divulgadas pelo IASB
63
.
Segundo o CFC e o IBRACON (2006, p.3):
62
A sigla IFRS significa “International Financial Reporting Standards” - Normas Internacionais de Relato Financeiro.
63
IASB International Accounting Standards Board” Entidade internacional responsável pela emissão das Normas
Internacionais de Contabilidade.
110
“...o presente estudo torna-se ainda mais
relevante neste momento em que se iniciam as
Atividades do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC, criado no âmbito do Conselho
Federal de Contabilidade, ao final de 2005, para
atuar de forma independente e com o objetivo de
emitir Pronunciamentos Técnicos sobre
Contabilidade para permitir a emissão de normas
pelas entidades reguladoras brasileiras, visando à
centralização e à uniformização do seu processo
de produção, levando sempre em conta a
convergência da Contabilidade brasileira aos
padrões internacionais. “
A elaboração desse material, a formação de Comitê e o desejo das empresas são fatos
importantes na direção da harmonização da Contabilidade Internacional. Nele, destacam-se
relevantes diferenças da Prática Contábil Brasileira, como as seguintes:
§ Não obrigatoriedade da apresentação do fluxo de caixa;
§ Não requerem informações segmentadas por negócios ou áreas geográficas;
§ Não há a previsão para o registro de transações de venda e re-arrendamento
(leaseback);
§ Mesmo que a venda seja por um prazo mais longo, o desconto a valor presente
não é prática adotada; e
§ As subvenções governamentais são registradas quando recebidas e não são
associadas com a vida dos projetos ou dos ativos;
Há outras observações a serem ressalvadas, em especial a consolidação das
demonstrações contábeis, porém o objetivo não é aprofundar a análise das diferenças entre a
norma brasileira e a descrição da norma internacional, mas discutir o fato de que esta não-
harmonização reflete-se na dificuldade de se colocar nos cursos conteúdos integrados ao
mercado global.
O Brasil tem desenvolvido importantes ações para a harmonização e o processo parece
irreversível, porém a educação e os profissionais necessitam acompanhar as tendências para
continuar a atuar no mercado global.
111
Em novembro de 2006, Fermín Del Valle
64
, assumiu a presidência da IFAC (Federação
Internacional de Contadores), durante a realização do Congresso Mundial de Contadores e
observa que nos dois próximos anos a profissão contábil te alguns desafios a superar e
objetivos a perseguir. Fazem parte de suas metas:
a) continuar as implementação das reformas na IFAC;
b) fortalecer o reconhecimento da entidade como autora de normas internacionais;
c) trabalhar pela necessidade das pequenas e médias empresas, no que diz respeito
às normas de contabilidade e de auditoria; e,
d) buscar o desenvolvimento da sustentabilidade da profissão, “com os olhos
voltados para o futuro”.
Del Valle (apud Santos et alli, 2007, p. 10) afirma que:
“À medida que nos esforçamos para atingir todos
esses objetivos, acredito firmemente que cinco
atitudes vão nos capacitar para avançar com
sucesso por esse caminho:
_ reconhecer as vantagens da colaboração com
e entre organismos membros;
_ aceitar todas as culturas;
_ reconhecer a diversidade de nossa profissão e
responder adequadamente às necessidades de
seus diferente componentes;
_ enfatizar a educação; e
_ viver nossos valores de integridade,
transparência e habilidade.”
Estes aspectos relativos à profissão e ao profissional são muito relevantes e devem ser
expressos nos projetos pedagógicos dos cursos, não apenas em seus planejamentos, mas
fundamentalmente na sua prática pedagógica.
Na entrevista, Del Valle (apud Santos et alli, 2007, p. 10) abordou, também, a adoção
pelos países das Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público que estão
crescentemente sendo aceitas e adotadas, sendo que recentemente a Assembléia Geral das
Nações Unidas adotou um programa de reformas na Administração Financeira que resultou na
adoção delas por todas organizações dentro do sistema da ONU, o mesmo ocorreu com a
64
SANTOS, Fabrício, GIROTTO, Maristela & BEKMAN, Rosangela. Entrevista Fermín Del Valle Presidente da IFAC.
RBC Revista Brasileira de Contabilidade. Órgão Oficial de Divulgação do Conselho Federal de Contabilidade. Circulação
Bimestral. Ano XXXVI, nº 163, Janeiro/fevereiro 2007. ISSN 0104/8341. p. 7-15. 2007.
112
OECD (Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento), com a OTAN
(Organização para o Tratado do Atlântico Norte) e com a Comissão Européia; além disso, a
ONU informou que mais 40 países adotaram essas normas, o que possibilitará maior acesso e
transparência pública às informações.
Questionado sobre os desafios da profissão na América Latina Del Valle (in Santos &
outros, 2007, p. 11) afirmou que os desafios não são muito diferentes de outras partes do
mundo, e que não há razões para as práticas serem diferenciadas devido à região, enfatizou
necessidade de adotar às Normas Internacionais de Contabilidade, destacando-se o Código de
Ética para Contadores Profissionais da IFAC.
Em relação aos países que adotam as Normas Internacionais, Del Valle (in Santos &
outros, 2007, p. 14) citou a China, a França, a Alemanha, o México, a Holanda, a Nova
Zelândia, a Rússia, a África do Sul e o Reino Unido.
Na Argentina, há uma minuta de memorando de acordo sobre os órgãos emissores das
normas contábeis e a sua relação com a IASB (The International Accoounting Standards
Board), de 07 de junho de 2005.
65
A minuta afirma que a regulação sobre os informes financeiros é a primeira forma de
harmonização ou convergência de padrões em nível internacional e que os órgãos emissores
devem assumir a responsabilidade principal de identificar e de eliminar os obstáculos dessa
regulação para adotar ou convergir com as IFRSs - International Financial Reporting Standards.
Os emissores das normas contábeis devem manter informados os reguladores locais sobre as
iniciativas relevantes da IASB, assim como, também, promover entre os reguladores a
participação no esforço para alcançar uma convergência internacional dentro das áreas de
regulação, pois isso pode ajudar a eliminar barreiras. O documento destaca a importância dos
órgãos emissores das normas contábeis em todo o mundo para difundir o trabalho do IASB,
porém observa que isso não significa que todas as informações necessitam convergir, pois elas
devem adequar-se aos diferentes objetivos. Outro dado relevante refere-se a ênfase no fato de
que os emissores das normas contábeis e não a IASB, devem assumir a responsabilidade
principal de identificar e de assumir os obstáculos de regulação para adotar normas de
convergência à IFRSs. Essa afirmação é muito relevante para a garantia da autonomia e
soberania dos órgãos nacionais.
65
FACPCE Federación Argentina de Consejos Profesionales de Ciências Econômicas.
http://www.facpce.org.ar/Noticias/Relacion_IASB_Organismos.asp, pesquisa realizada em 23/03/2007.
113
O Documento registra que:
“...os objetivos finais da IASB e dos demais
emissores de normas são(dentro do razoável e do
permitido pelos custos):
- promover para o interesse público, um conjunto
de normas contábeis de alta qualidade,
compreensíveis e obrigatórias em âmbito mundial
que exija informações financeiras para ajudar aos
participantes dos mercados de capitais no mundo
e demais usuários a tomarem decisões
econômicas;
- promover o uso e aplicação rigorosa das
normas; e
- Alcançar a convergência das normas nacionais
de contabilidade com a IFRSs para obter soluções
de alta qualidade.”
Observa-se que o processo de harmonização além de relevante é convergente à disputa
no mercado global, sendo que as normas possibilitam maior transparência e participação da
sociedade em órgãos públicos e privados, porém a autonomia da elaboração das normas
contábeis nacionais deve ser mantida, em especial em regiões com as características da
América Latina que tem que buscar maior competitividade no cenário global.
A AIC (Associação Interamericana de Contabilidade)
66
é uma entidade que tem a
missão de buscar a superação e formação profissional integral dos contadores das Américas,
para alcançarem uma profissão forte e coerente, que cumpra com a sua responsabilidade
perante a sociedade em um sincero intercâmbio e convivência fraternal.
Para alcançar esta missão, adota os seguintes objetivos:
- impulsionar uma profissão forte e coerente no
continente americano, que permita proporcionar
serviços da mais alta qualidade para a sociedade
e para os usuários;
- Fomentar o desenvolvimento profissional
integral dos Contadores dentro do seu marco de
fraternidade interamericana;
- Estimular a superação do nível acadêmico para
a formação do contador;
66
AIC -Associação Interamericana de Contabilidade. http://www.contadoresaic.org, pesquisa realizada em 23/03/2007.
114
- Elevar constantemente a formação profissional
com base na qualidade e manutenção das mais
alta normas de conduta e do conhecimento
próprio da profissão;
- Difundir para a sociedade os princípios e
valores éticos da profissão, propagando-os para
as novas gerações de profissionais, de forma que
repercutam de forma constante, para que sirvam
de premissa a todos as ações e dêem significado
para a vida profissional.”
Com essa missão e esses objetivos, a AIC
67
elaborou o seu plano de ação e a sua terceira
medida consiste em “promover conjuntamente com os Organismos Patrocinadores, a adoção
de normas emitidas pela IFAC e pela IASB, diante das instituições profissionais, educativas e
oficiais do país correspondente; ...“.
Em 7 de outubro de 2005, o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), por meio da
Resolução CFC n.º 1.055/05 criou o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) com o
objetivo de:
“Art. 3º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis
(CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a
emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre
procedimentos de contabilidade e a divulgação de
informações dessa natureza, para emitir a emissão
de normas pela entidade reguladora brasileira,
visando à centralização e uniformização do seu
processo de produção, levando sempre em conta a
convergência da contabilidade brasileira aos
padrões internacionais.”
O Comitê é composto pelos seguintes órgãos:
ABRASCA (Associação Brasileira de Companhias Abertas);
APIMEC Nacional (Associação Nacional dos Analistas e Profissionais de
Investimento do Mercado de Capitais;
BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo);
CFC (Conselho Federal de Contabilidade);
FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras);
67
AIC -Associação Interamericana de Contabilidade. http://www.contadoresaic.org, pesquisa realizada em 23/03/2007.
115
IBRACON (Instituto de Auditores Independentes do Brasil).
Em Agosto de 2006, foi realizada pelo Comitê uma publicação com o título “A Busca
da Convergência da Contabilidade aos Padrões Internacionais”
68
que aborda o tema, de forma a
contribuir com o processo de harmonização contábil.
A participação dos países da América Latina é muito relevante para a transparência das
organizações, para o acompanhamento da sociedade, para a harmonização contábil das
empresas e até para obtenção de investimento e competitividade internacional, porém o
processo deve ser participativo e garantir a autonomia dos órgãos nacionais.
3.3.PADRÕES INTERNACIONAIS PARA O ENSINO DA CONTABILIDADE
A IFAC (Federação Internacional de Contadores) é uma organização global para a
profissão contábil. Trabalha com organizações de 120 países para proteger o interesse público,
buscando a alta qualidade dos contadores pelo mundo. Sócios da IFAC representam 2,5
milhões de contadores empregados em funções públicas, na indústria, no comércio, no governo
ou na academia. Sua estrutura e gestão possuem representações de distritos eleitorais diversos e
interação com grupos externos que confiam ou influenciam o trabalho de contadores.
A IFAC elaborou um documento com o objetivo de definir padrões internacionais para
a educação na área contábil. Após a leitura desse documento, foi realizada uma análise de
conteúdo, que diagnosticou seus aspectos mais relevantes. Os IES (International Education
Standard) são compostos por seis padrões pontuados a seguir:
IES 1- Exigências para o Ingresso em um Programa de Educação de
Contabilidade Profissional;
IES 2- Conteúdo dos Programas de Educação Profissional;
IES 3- Habilidades Profissionais;
IES 4- Valores Profissionais, Éticas e Atitudes;
IES 5- Avaliação de Capacidades Profissionais e Competências;
IES 6- Desenvolvimento Profissional Continuado.
68
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. A Busca da Convergência da Contabilidade aos Padrões Internacionais. CPC,
2006.
116
IES 1- Exigências para o Ingresso em um Programa de Educação de Contabilidade
Profissional
Neste Padrão, observa-se a necessidade de:
a) Associar a educação contábil profissional à prática. Por esse motivo, o
documento observa que há programas, em alguns países, em que a formação
inicia-se após a conclusão da graduação, na forma de pós-graduação;
b) Controle de qualidade do ingressante.
IES 2- Conteúdo dos Programas de Educação Profissional
Este padrão define os conhecimentos profissionais necessários à formação dos
contadores; e afirma que os conhecimentos de contabilidade profissional devem ser ministrados
pelo menos em dois anos de tempo integral ou quatro anos de meio período.
O conteúdo educacional para a formação profissional do contador deve contemplar os
seguintes componentes:
a) conhecimentos relacionados à Contabilidade e Finanças;
b) conhecimento organizacional empresarial;
c) conhecimento e competência em Informática.
Para a formação, destaca-se que é necessária uma combinação entre conhecimentos,
habilidades, valores profissionais, ética e atitudes. Também observa-se a relevância da
habilidade para identificar e resolver problemas e para o interesse na educação continuada.
O conhecimento profissional deve ser complementado com o não-profissional, com o
intelectual, com o pessoal, com o interpessoal, com o de comunicação e com as habilidades de
administração desenvolvidas na formação geral.
O documento afirma que esses conhecimentos não necessitam de ordem específica para
serem adquiridos e nem devem ser necessariamente adquiridos na graduação, pois podem ser
componentes da pós-graduação, porém são fundamentais para o desempenho da função.
Conforme os padrões, os conhecimentos relacionados à Contabilidade e Finanças são o
eixo essencial à formação técnica e à carreira próspera do contador.
Os componentes devem contemplar conteúdos mínimos das seguintes áreas:
a. Informações Contábeis Financeiras;
b. Administração e Controle Contábil;
c. Tributação;
117
d. Negócios e Direito Comercial;
e. Auditoria e Controladoria;
f. Finanças e Administração Financeira;
g. Valores Profissionais e Éticos.
Para proporcionar aos estudantes o conhecimento de contabilidade teórico e técnico
necessários e as habilidades intelectuais, inclusive uma compreensão da profissão e de seus
valores éticos, o conteúdo mínimo deve contemplar os seguintes aspectos:
a. história e pensamento da profissão contábil;
b. conteúdo, conceitos, estrutura e significado das operações organizacionais, para
ambiente interno e externo, contemplar, inclusive, as necessidades de
informações e de decisões financeiras, o processo de elaboração e uma avaliação
crítica do papel de contabilidade da informação satisfazendo essas necessidades;
c. contabilidade nacional e internacional, considerando-se os padrões;
d. regulamentos de contabilidade;
e. contabilidade e administração, inclusive planejamento e orçamento,
administração de custos, controle de qualidade, desempenho, medida e controle;
f. conceitos, métodos e processos de controle e previsões orçamentárias, precisas e
íntegras, para otimizar os ativos empresariais;
g. tributação e seu impacto financeiro e administrativo nas decisões;
h. conhecimento do ambiente legal empresarial, incluindo documentações, leis
empresariais e aspectos legais para o exercício da profissão, considerando-se as
particularidades de cada país;
i. natureza da auditoria e outros serviços de controle/garantia, inclusive avaliação
de risco, descoberta de fraude e as bases processuais e intelectuais para
execução;
j. conhecimento de finanças e administração financeira, análise de demonstrações
financeiras, incluindo instrumentos financeiros, administração de recursos e os
mercados importantes, sejam internos ou internacionais;
k. responsabilidades éticas e profissionais do contador, em relação ao profissional e
de maneira mais ampla ao ambiente público, sua ética e atitudes;
l. aspectos governamentais e assuntos de contabilidade sem fins lucrativos; e
m. uso de medições de desempenho não-financeiras.
118
O componente do conhecimento organizacional e empresarial deve incluir as seguintes
áreas de estudo:
a. Economia;
b. Ambiente Empresarial;
c. Governança Corporativa;
d. Ética Empresarial;
e. Mercado Financeiro;
f. Métodos Quantitativos;
g. Comportamento Organizacional;
h. Administração e decisão estratégicas;
i. Marketing; e
j. Negócios Internacionais e Globalização.
Devido à interação necessária com a área empresarial, este componente inclui participar
internamente e contribuir para uma organização e administração empresarial. A Educação
organizacional e empresarial inclui conhecimentos sobre:
a. Macro-economia e micro-economia;
b. Forma de operação de negociação no mercado financeiro;
c. Métodos Quantitativos e Estatística aplicada a problemas empresariais;
d. Governança Corporativa e Ética;
e. Organizações e os ambientes nos quais elas operam, inclusive a especialização
econômica, legal, política, social, técnica, internacional e cultural e as suas
forças, influências e valores;
f. Assuntos ambientais e desenvolvimento sustentável;
g. Dinâmica em grupo e gestão de pessoas em organizações, inclusive os métodos
para implementação e gestão de mudanças na administração das organizações;
h. Gestão de Recursos Humanos; Administração de Projetos e Marketing;
i. Gestão Estratégica e Administração Geral;
j. Análise do Risco Organizacional e Operacional;
k. Conhecimento básico do Comércio Internacional e Finanças e os modos pelos
quais os negócios internacionais são administrados, bem como os processos de
globalização; e
119
l. Habilidade para integrar os componentes anteriores dentro dos objetivos
estratégicos.
O componente de conhecimento em Informática deve incluir as seguintes áreas de
estudo e competências:
a. conhecimentos gerais de informática;
b. domínio do conhecimento na área;
c. domínio da competência na área;
d. a inter-relação das competências de usuário, das competências e dos papéis do
executivo, do avaliador e do responsável por desenvolvimento de sistemas de
informações contábeis.
Como parte da formação da pré-qualificação de todo o profissional; é esperado que
execute/participe pelo menos de um dos papéis de executivo, avaliador ou criador de sistemas
de informações contábeis ou experimente uma combinação desses papéis.
O componente de conhecimento de informática pode ser fornecido de diversas
maneiras, talvez como cursos separados ou de forma integrada aos assuntos organizacionais e
empresariais, como componente de conhecimento ou instrumental da contabilidade.
A competência também pode ser construída por experiência de trabalho ou relato
contábil. Para a educação formal, podem ser utilizados estudos de caso, interações com
profissionais experientes, podendo serem usadas técnicas semelhantes para desenvolver
habilidades práticas, em combinação com experiências profissionais.
IES 3- Habilidades Profissionais
Os propósitos deste padrão são:
§ Descrever o conjunto de habilidades que os candidatos necessitam como
contadores profissionais. O objetivo deste padrão é mostrar como uma educação
geral, que pode ser executada por uma variedade de modos e dentro de
diferentes contextos, pode contribuir com o desenvolvimento dessas habilidades;
e
§ Assegurar que os candidatos ao corpo de sócios da IFAC possuam um conjunto
apropriado de habilidades (intelectuais, técnicas, pessoais, interpessoais e
organizacionais) para atuarem como contadores profissionais, em um ambiente
de crescente complexidade e exigência.
120
As habilidades que os contadores profissionais requerem agrupam-se em cinco
categorias principais:
I. Habilidades Intelectuais;
II. Habilidades Técnicas e Funcionais;
III. Habilidades Pessoais;
IV. Habilidades Interpessoais de Comunicação; e
V. Habilidades de Administração e Organização Empresarial.
Essas habilidades fazem parte do conjunto de capacidades requeridas por profissionais
contadores para demonstrarem competência. São indicações de competência potencial que
podem ser transferidas para ambientes diferentes. É importante assegurar programas que
integrem o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, valores profissionais, éticos e
atitudes.
Segundo a IFAC, esse padrão deve permitir aos candidatos tomarem decisões no
contexto maior da sociedade; exercitarem bom julgamento profissional; desenvolverem
competências para interagir com grupos diversos de pessoas; pensarem globalmente e
começarem o processo de crescimento profissional. As habilidades intelectuais são divididas
em seis níveis: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação.
É importante que os candidatos alcancem os níveis mais altos. As habilidades
intelectuais permitem ao contador profissional resolver problemas e tomar decisões para o
exercício de julgamento em situações organizacionais complexas. Essas habilidades são
freqüentemente o produto de uma longa educação geral.
Os padrões incluem, ainda, as seguintes habilidades intelectuais:
a. capacidade para localizar, obter, organizar e entender informação de origem
humana, impressa ou eletrônica;
b. capacidade para investigação, pesquisa, lógica e analítica, argumentação e
análise crítica; e
c. habilidade para identificar e resolver novos problemas emergentes ou em
situações pouco conhecidas.
121
As habilidades técnicas e funcionais incluem:
a. talentos matemáticos (são compostos por conhecimento de matemática e
estatística);
b. capacidade de analisar e decidir sobre assumir riscos;
c. capacidade de mensuração;
d. elaboração de relatórios;
e. conhecimento das leis e dos agentes reguladores.
As habilidades pessoais relacionam-se às atitudes e ao comportamento de contadores
profissionais. São elas:
a. autonomia do executivo;
b. iniciativa, influência e auto-aprendizagem;
c. habilidade para selecionar e nomear prioridades com recursos e prazos
limitados;
d. habilidade para antecipar e adaptar-se às mudanças;
e. considerar as implicações de valores profissionais, ética e atitudes em processo
de decisão; e
f. ceticismo profissional.
As habilidades interpessoais de comunicação habilitam um profissional contador a
trabalhar com outros para o bem comum da organização, receber e transmitir informação,
elaborar relatórios para julgamentos e tomar decisões efetivas. Esses componentes incluem
habilidades para:
a. trabalhar com outros em um processo consultivo e solucionar conflito;
b. trabalhar em equipe;
c. interagir culturalmente com diversas pessoas;
d. negociar soluções aceitáveis e acordos dentro das situações profissionais;
e. trabalhar efetivamente em ambiente multicultural;
f. apresentar e elaborar relatórios e defender visões efetivamente de maneira
formal, informal, por meio de comunicação escrita e oral; e
g. escutar e ler de maneira efetiva, inclusive ter uma sensibilidade para diferentes
culturas e idiomas.
122
As habilidades de administração e organização empresarial tornaram-se crescentemente
importantes para contadores profissionais. Enquanto o papel deles poderia ter sido limitado a
prover os dados que seriam usados através de outros, hoje, profissionais contadores são
freqüentemente parte do time de decisão empresarial. Contadores profissionais precisam
desenvolver uma ampla perspectiva empresarial, uma consciência política e uma perspectiva
global.
As habilidades de administração e organização empresarial contemplam:
a. capacidade para atuar no planejamento estratégico, na administração de projetos,
administração de pessoas e recursos e decisões de custo e produção;
b. habilidade para organizar e delegar tarefas, motivar e desenvolver as pessoas;
c. liderança;
d. julgamento e discernimento profissional;
e. educação geral
O documento destaca que a Educação Geral é fundamental e observa que ela pode
contemplar:
a. compreensão do fluxo de idéias e eventos em história, as culturas diferentes no
mundo de hoje em uma perspectiva internacional;
b. conhecimento básico de comportamento humano;
c. grande abordagem sobre forças econômicas, políticas e sociais no mundo;
d. experiência em pesquisa e avaliação de dados quantitativos;
e. habilidade para administrar pesquisa, considerando-se o pensamento lógico e a
análise crítica;
f. avaliação de arte, literatura e ciência;
g. consciência de valores pessoais e sociais e do processo de pesquisa e
julgamento; e
h. experiências com julgamentos de valores.
Uma educação geral pode ser ministrada de várias formas diferentes. Pode ser realizada
de forma conjunta com os outros conteúdos ou por meio da educação secundária, pois demora
vários anos para ser adquirida.
123
IES 4- Valores Profissionais, ética e atitudes
Este Padrão prescreve os valores profissionais, éticos e atitudes que os contadores
profissionais devem adquirir durante o programa de educação que conduz à qualificação.
A IFAC reconhece que a profissão contábil ao longo do mundo opera em ambientes
com diferentes culturas e exigências, não obstante estabeleceu um Código internacional de
Éticas para Contadores Profissionais. A compreensão da necessidade da ética permite operar
efetivamente em um ambiente de mudanças. O profissional contador precisa considerar esses
valores como parte de aprendizagem vitalícia.
O conteúdo de valores e atitudes em programas de educação para contadores
profissionais deve estar comprometido com:
a. o interesse público e a sensibilidade para responsabilidade social;
b. a melhoria contínua e aprendizagem vitalícia;
c. a confiança, responsabilidade, oportunidade, cortesia e respeito;
d. capacidade de cumprir leis e regulamentos.
A aproximação de cada programa para a aprendizagem de valores profissionais, éticas e
atitudes refletirá seu próprio ambiente nacional e cultural e os objetivos em relação a programas
mínimos que devem incluir:
a. natureza ética;
b. as diferenças entre regras detalhadas e sua estrutura, que tendem a uma análise
ética composta de vantagens e desvantagens;
c. complacência com os princípios éticos fundamentais de integridade,
objetividade, compromisso profissional, competência e cuidado de dívida e
confidência;
d. comportamento profissional e convergência com os padrões técnicos;
e. conceitos de independência, ceticismo, responsabilidade e expectativas públicas;
f. ética profissional e responsabilidade social;
g. ética legal, inclusive a relação entre leis, regulamentos e o interesse público;
h. responsabilidade do indivíduo no comportamento pouco ético;
i. ética empresarial na gestão dos negócios;
j. ética do contador profissional individual.
124
IES 5- Avaliação de Capacidades Profissionais e Competências
Com o objetivo de associar a teoria à prática, na concepção da IFAC, o período de
experiência deve ser no mínimo de três anos e propõe que seja realizado após a obtenção do
diploma universitário. A meta global é formar profissionais competentes por meio de uma
combinação da educação geral, educação profissional e experiência prática. Posteriormente,
este padrão observa que devem ser consideradas as características nacionais e a legislação
local. Destaca, ainda, que a experiência prática pode ser obtida depois de um programa de
estudo ou de forma conjunta com a educação formal.
Experiência prática provê um ambiente profissional em que os aprendizes desenvolvam
competência para:
a. ampliar a compreensão dela nas organizações, bem como das relações e dos
trabalhos empresariais;
b. possibilitar a relação de trabalhos de contabilidade às funções e atividades do
negócio;
c. conhecer o ambiente empresarial;
d. desenvolver os valores profissionais apropriados, ética e atitudes em situações
práticas da vida real;
e. ter oportunidade para trabalhar em níveis progressivos de responsabilidade.
Para um programa de experiência prática ser efetivo, é necessário que o corpo
profissional, a instituição de ensino, o aprendiz, o orientador e o empregador trabalhem
juntos.O programa de experiência prática deveria ser mutuamente benéfico para o aprendiz e
para o empregado. Um plano de acompanhamento da experiência prática deve ser revisado
periodicamente pelo orientador. Antes de um aprendiz qualificar-se como contador
profissional, segundo a IFAC, deve passar por uma avaliação da experiência prática adquirida,
com base na submissão de trabalhos revisados por supervisores ou mentores e, possivelmente,
exame oral. A IFAC propõe que a avaliação final seja realizada pelo seu corpo de sócios.
Segue uma proposta da IFAC para que o corpo de sócios assegure que a experiência
realizada foi adequada:
a. criar sistema de monitoramento para acompanhar e provar a experiência prática
obtida;
125
b. orientar de forma escrita e detalhada por meio de programa prático aos
empregadores, orientadores e aprendizes, sobre os respectivos papéis e
responsabilidades;
c. estabelecer um mecanismo de avaliação, pelos empregadores, que seja
satisfatório para analisar a experiência apropriada para o aprendiz;
d. avaliar e aprovar a experiência prática antes do seu início;
e. avaliar, anteriormente à experiência prática, o possível ganho com base em
avaliação escrita e oral do aprendiz;
f. realizar avaliação do aprendiz e certificá-lo, quando alcançadas as competências;
g. monitorar empregadores e tutores com seleção prévia e acompanhamento, com
propostas de melhoria ou até rompimento de contrato;
h. estabelecer um sistema periódico de informação para acompanhar mudanças,
com visitas periódicas;
i. realizar um estudo periódico das competências requeridas por contadores
profissionais para assegurar se a experiência prática é pertinente ao mercado.
Segundo Moreira (2004, p.167) a competência profissional ...é uma combinação de
conhecimentos, de saber-fazer, de experiências e comportamentos, que se exerce em um
contexto preciso, e é constatada quando de sua utilização em situação profissional a partir da
qual é passível de validação.”
126
IES 6- Desenvolvimento Profissional Continuado
Esse Padrão aborda a avaliação do profissional quanto à competência, ou seja, quanto
aos atributos que habilitam o indivíduo a executar os papéis que lhe competem. Certas
competências, habilidades profissionais e valores podem ser adquiridos por experiência prática
ou por simulações.
Na avaliação de competência, os candidatos precisam demonstrar:
a. conhecimento técnico dos assuntos específicos do currículo;
b. conhecimento técnico e analítico aplicado à prática;
c. capacidade de extrair de diversos contextos o conhecimento requerido para
resolver problemas complexos;
d. competência para solucionar problemas particulares, extraindo dos dados
informações relevantes;
e. capacidade para classificar e priorizar os problemas;
f. capacidade de analisar alternativas e soluções, compreendendo e relacionando-as
às regras de julgamento;
g. poder integrar diferentes áreas de conhecimento e diversas habilidades;
h. comunicar-se efetivamente com usuários, formulando recomendações realistas
de forma concisa e lógica; e
i. capacidade para identificar e analisar questões éticas.
A consideração crítica refere-se às avaliações para detectar se elas são seguras e válidas.
Avaliações seguras, com o passar do tempo, produzem resultados consistentes e objetivos.
Métodos de avaliação válidos avaliam os resultados desejados e podem usar medidas
quantitativas e qualitativas. As avaliações precisam ser aceitas pelo público interessado, de
forma a atender as suas expectativas.
A IFAC considera que não há método mais adequado do que o que propõe para uma
avaliação final de capacidades profissionais e competência.
Os métodos adotados também dependerão de fatores específicos como:
a. local geográfico;
b. recursos educacionais e outros disponíveis;
c. número de candidatos que são testados e os recursos que possuem; e
d. novas alternativas.
127
Podem ser avaliadas capacidades profissionais e competência em uma série de
momentos, como quando do ingresso do indivíduo, porém a parte qualificativa final da
avaliação precisa ser aplicada no encerramento do programa.
Os padrões da IFAC são amplos e complexos, com alto grau de exigência, e o que mais
os diferencia das diretrizes curriculares brasileiras e do currículo mínimo da Argentina é a
maior amplitude das competências, das habilidades, dos valores e dos conteúdos.
Dessa forma, para auxiliar a análise, a seguir será apresentada uma tabela com o
objetivo de sintetizar os padrões da IFAC:
128
TABELA 26 SÍNTESE DOS PADRÕES DO IFAC
IES 1-Exigências para o Ingresso em um Programa de
Educação de Contabilidade Profissional IES 3 – Habilidades
Neste Padrão, observa-se a necessidade de:
a) Habilidades Intelectuais;
a)
Associar
a
educação
contábil
profissional
à
prática.
Por
esse
motivo, o documento observa que programas, em alguns países, em
que a formação inicia-se após a conclusão da graduação, na forma de
pós-graduação.
Capacidade para localizar, obter, organizar e entender informação de origem humana,
impressa ou eletrônica
b) Controle de qualidade do ingressante.
Capacidade para investigação, pesquisa, lógica e analítica, argumentação e análise
crítica
IES 2 – Conteúdos
Habilidade
para
identificar
e
resolver
novos
problemas
emergentes
ou
em
situações
pouco conhecidas
a) Conhecimentos relacionados à Contabilidade e Finanças; b) Habilidades Técnicas e Funcionais;
Informações Contábeis Financeiras Talentos matemáticos (são compostos por conhecimento de matemática e estatística)
Administração e Controle Contábil Capacidade de analisar e decidir sobre assumir riscos
Tributação Capacidade de Mensuração
Negócios e Direito Comercial Elaboração de relatórios
Auditoria e Controladoria
Conhecimento das leis e dos agentes reguladores.
Finanças e Administração Financeira
c) Habilidades Pessoais e Interpessoais
Valores Profissionais e Éticos
Autonomia do executivo;
b) Conhecimento organizacional e empresarial
Iniciativa, influência e auto-aprendizagem;
Economia Habilidade para selecionar e nomear prioridades com recursos e prazos limitados;
Ambiente Empresarial Habilidade para antecipar e adaptar-se às mudanças;
Governança Corporativa
Considerar as implicações de valores profissionais, ética, e atitudes em fabricação de
decisão; e
Ética Empresarial Ceticismo profissional.
Mercado Financeiro
d) Habilidades Interpessoais de Comunicação;
Métodos Quantitativos Trabalhar com outros em um processo consultivo e solucionar conflito
Comportamento Organizacional Trabalhar em equipe
Administração e Decisões Estratégicas Interagir culturalmente com diversas pessoas
Marketing Negociar soluções aceitáveis e acordos dentro das situações profissionais
Negócios Internacionais e Globalização.
Trabalhar efetivamente em ambiente multicultural
c) Conhecimento em Informática
Apresentar e elaborar relatórios e defender visões efetivamente de maneira formal,
informal, por meio de comunicação escrita e oral
Conhecimentos gerais de informática
Escutar
e
ler
de
maneira
efetiva,
inclusive
ter
uma
sensibilidade
para
diferentes
culturas
e idiomas.
Domínio do conhecimento na área
e) Habilidades de Administração e Organização Empresarial.
Domínio da competência instrumental na área
Capacidade para atuar no planejamento estratégico, na administração de projetos,
administração de pessoas e recursos e decisões de custo e produção;
A
inter-relação
das
competências
de
usuário,
das
competências
e
dos
papéis do executivo, do avaliador e do responsável por
desenvolvimento de sistemas de informações contábeis. Habilidade para organizar e delegar tarefas, motivar e desenvolver as pessoas;
Liderança;
Julgamento e discernimento profissional;
Educação geral
Educação geral – considerada fundamental
129
TABELA 26 SÍNTESE DOS PADRÕES DO IFAC (Cont.)
IES 4 - Valores Profissionais, ética e atitudes IES 5 - Capacidades Profissionais e Competências
Conteúdos devem estar comprometidos com:
Ampliar a compreensão dela nas organizações, bem como das relações e dos trabalhos
empresariais
O interesse público e a sensibilidade para responsabilidade social; Possibilitar a relação de trabalhos de contabilidade às funções e atividades do negócio
A melhoria contínua e aprendizagem vitalícia; Conhecer o ambiente empresarial
A confiança, responsabilidade, oportunidade, cortesia e respeito;
Desenvolver os valores profissionais apropriados, ética e atitudes em situações práticas
da vida real
Capacidade de cumprir leis e regulamentos.
Ter oportunidade para trabalhar em níveis progressivos de responsabilidade
Conteúdos devem ter: IES 6-Desenvolvimento Profissional Continuado
Natureza ética;
Na avaliação de competência, os candidatos precisam demonstrar:
As diferenças entre regras detalhadas e sua estrutura, que tendem a
uma análise ética composta de vantagens e desvantagens; a.) Conhecimento técnico dos assuntos específicos do currículo;
Complacência
com
os
princípios
éticos
fundamentais
de
integridade,
objetividade, compromisso profissional, competência e cuidado de
dívida e confidência; b.) Conhecimento técnico e analítico aplicado à prática;
Comportamento profissional e convergência com os padrões técnicos;
c.) Capacidade de extrair de diversos contextos o conhecimento requerido para resolver
problemas complexos;
Conceitos de independência, ceticismo, responsabilidade e expectativas
públicas;
d ) Competência para solucionar problemas particulares, extraindo, dos dados,
informações relevantes;
Ética profissional e responsabilidade social; e) Capacidade para classificar e priorizar os problemas;
Ética legal, inclusive a relação entre leis, regulamentos e o interesse
público;
f) Capacidade de analisar alternativas e soluções, compreendendo e relacionando-os às
regras de julgamento;
Responsabilidade do indivíduo no comportamento pouco ético; g) Poder integrar diferentes áreas de conhecimento e diversas habilidades;
Ética empresarial na gestão dos negócios;
h) Comunicar-se efetivamente com usuários, formulando recomendações realistas de
forma concisa e lógica; e
Ética do contador profissional individual.
i) Capacidade para identificar e analisar questões éticas.
Os métodos adotados também dependerão de fatores específicos como:
a) Local geográfico;
b) Recursos educacionais e outros disponíveis;
c) Número de candidatos que são testados e os recursos que possuem; e
d) Novas alternativas.
Podem
ser
avaliadas
capacidades
profissionais
e
competência
em
uma
série
de
momentos, como o ingresso do indivíduo, porém a parte qualificativa final da
avaliação precisa ser aplicada no encerramento do programa.
Elaborado pelo autor.
69
69
Fonte: IFAC International Federation of Accountants. http://www.ifac.org, pesquisa realizada em 21/05/2006.
130
3.4.DIRETRIZES CURRICULARES PARA A GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE -
BRASIL
O objetivo deste tópico é analisar a resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de
2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Ciências
Contábeis e dá outras providências.
A diretriz foi elaborada com o objetivo de atender ao mercado atual, com uma
interatividade entre atividades práticas e acadêmicas.
O art. 3º evidencia que o futuro contador deva estar capacitado a:
I. compreender questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras,
em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modos de organização;
II. apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais, envolvendo
apurações, auditorias, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de
quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com
plena utilização de inovações tecnológicas;
III. revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações
organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
No art. 3º, são descritas as competências e habilidades esperadas do profissional:
I. utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e
Atuariais;
II. demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil;
III. elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficaz e
eficiente dos seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais;
IV. aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis;
V. desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança
entre equipes multidisciplinares, para a captação de insumos necessários aos
controles técnicos, à geração e disseminação de informações contábeis, com
reconhecido nível de precisão;
VI. exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das funções contábeis,
incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de informações
131
financeiras, patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos agentes
econômicos e aos administradores de qualquer segmento produtivo ou
institucional o pleno cumprimento de seus encargos quanto ao gerenciamento,
aos controles e à prestação de contas de sua gestão perante a sociedade, gerando
também informações para a tomada de decisão, organização de atitudes e
construção de valores orientados para a cidadania;
VII. desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle
gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações
organizacionais com a tecnologia da informação;
VIII. exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são
prescritas através da legislação específica, revelando domínios adequados dos
diferentes modelos organizacionais.
Para atender às exigências para a formação e para o desempenho da função, o MEC não
define quais disciplinas devem compor a grade curricular do curso, porém há a definição de
carga horária e conteúdos mínimos, além da obrigatoriedade de Estágio Curricular
Supervisionado e Atividades Complementares. O Trabalho de Conclusão de Curso, conforme a
diretriz, é opcional, dependendo do PPC - Projeto Pedagógico do Curso.
Os Conteúdos são divididos em:
Formação Básica que aborda: Administração, Economia, Direito, Métodos
Quantitativos, Matemática e Estatística;
Formação Profissional que são estudos relacionados às Teorias da
Contabilidade, incluindo as noções de atividades atuariais e de quantificações
das informações financeiras, patrimoniais, governamentais, não-governamentais,
de auditorias, perícias, arbitragens e controladoria, com as suas aplicações
peculiares ao setor público e privado;
Formação Teórico-Prática que consiste no Estágio Supervisionado, Atividades
Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos optativos e Prática em
Laboratório de Informática.
132
O Estágio Curricular objetiva consolidar os desempenhos profissionais desejados
inerentes ao perfil do formando. Deverá ter regulamento próprio, poderá ser realizado na
própria Instituição e deverá respeitar os padrões de qualidade e os domínios indispensáveis ao
exercício da profissão.
O Parecer CNE/CES Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior nº.
184/2006, que embora tenha sido aprovado em 7 de julho de 2006, até o dia 16/04/2006 não foi
homologado pelo ministro, mas tem sido usado como referência em todo o Brasil. Este parecer
determina a carga horária mínima dos cursos de Graduação e Bacharelado presenciais.
Os cursos de Contábeis não podem ser realizados em um prazo menor do que quatro
anos, a sua carga horária mínima total é de 3.000 horas-relógio que podem ser contempladas
em até 20% com o Estágio e com as Atividades Complementares.
3.5.CONTEÚDO DE CONTADOR PÚBLICO - ARGENTINA
Conforme citado no item 3.1 do trabalho, na Argentina há duas diferenças significativas
na profissão em relação ao Brasil que são apontadas a seguir:
A nomenclatura da Profissão é Contador Público, pois considera-se este
profissional como um cidadão público que presta contas à sociedade;
O fato de ser considerada uma área da Economia, diferentemente do Brasil que
a considera como Ciências Sociais Aplicadas pertencente à Administração.
Um fato que merece destaque, citado no item 2.2.2, é o alto número de ingressantes
na carreira de Grado em Contador Público na Argentina. Isso evidencia a importância da
carreira e a necessidade de realizar-se avaliação e de definirem-se os padrões de qualidade.
Quanto ao Curso, o artigo 42 da lei 24.521/95
70
estabelece que o Ministério deve fixar,
conforme acordo com o Conselho de Universidades, a carga horária mínima que deve respeitar
os planos de estudo das carreiras de graduação universitária.
Mediante o acordo Nº 3, de dezembro de 1996,
71
o Conselho de Universidades fixou
uma carga horária mínima na modalidade presencial de duas mil seiscentas horas-relógio
70
Decreto Lei nº 24.521, de 20 de julho de 1995. Ley de Educación Superior. Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnologia,
Argentina..
71
Acordo Nº 3, de 18 de dezembro de 1996, do Conselho de Universidades. Argentina.
133
(2.600 h.) ou sua equivalência, como condição necessária para qualificar a carreira universitária
como de graduação, sendo que devem se desenvolver em um período mínimo de quatro anos.
Conforme o CODECE - Consejo de Decanos de Facultades de Ciencias Economicas de
Universidades Nacionales, o Currículo mínimo para a Carreira de Contador Público Nacional é
dividida nas seguintes áreas: Contabilidade, Economia, Administração, Humanas, Direito e
Matemática.
Os Conteúdos são:
A. ÁREA DE CONTABILIDADE:
I) A Contabilidade Histórico: Antecedentes e Evolução;
II) As pessoas (Entes)- Seus recursos e fontes. Operações e fatos econômicos;
III) O patrimônio e a Contabilidade;
IV) O exercício econômico. As variações patrimoniais;
V) O sistema contábil. Métodos de registro;
VI) Estruturação do sistema contábil. Meios de processamento;
VII) Registro dos fatos econômicos em distintos momentos da vida dos Entes;
VIII) Culminação dos processos contábeis, os informes contábeis;
IX) Os modelos contábeis;
X) A avaliação do patrimônio nos distintos momentos da vida do Ente;
XI) A unidade de medida;
XII) Informes contábeis internos e externos. Usuários;
XIII) Princípios ou qualidades da informação;
XIV) Estados contábeis. Sua exposição;
XV) A consolidação dos estados contábeis;
XVI) Análise e interpretações de estados contábeis;
XVII) Conversão dos estados contábeis para moedas estrangeiras;
XVIII) Estados contábeis projetados;
XIX) As normas contábeis. Distintas fontes. Normas comparadas;
XX) Teoria geral dos custos;
XXI) Elementos de custo;
XXII) Sistemas de custeio;
134
XXIII) Custos para a tomada de decisão;
XXIV) Auditoria interna e externa. Auditoria operacional;
XXV) A auditoria de sistemas computadorizados;
XXVI) O informe do auditor. Normas e responsabilidades legais e profissionais no
exercício da auditoria;
XXVII) Regime financeiro do Setor Público;
XXVIII) Direito tributário. Imposição sobre as rendas. Consumos e patrimônio.
Tributação sobre o salário. Regime de co-participação. Procedimentos tributários.
Autoridade de aplicação (nação, províncias e municipalidades).
B. ÁREA DE ECONOMIA:
I) Conceitos Básicos. Delimitação do campo da Economia como ciência.
Problemas Econômicos Centrais. Os recursos, a tecnologia, as instituições, a população,
os sistemas econômicos;
II) Conceitos Básicos de Microeconomia. Setores econômicos. Sistemas de
preços. As funções da oferta e demanda. Competência perfeita e monopólio;
III) Conceitos Básicos de Macroeconomia. Os modelos macroeconômicos básicos.
A demanda agregada: consumo, inversão e gasto público. O mercado de bens, Função de
demanda e oferta governamental. Mercado financeiro. Setor externo. O equilíbrio geral.
O Multiplicador. Política econômica. Aspectos Setoriais;
IV) Conceitos Básicos de Finanças Públicas. Marco institucional. A previsão
orçamentária pública. Gastos públicos. Recursos públicos;
V) Microeconômica: Elasticidades. Competência monopólica. Oligopólio.
Determinação de preços e emprego, competência perfeita e imperfeita. Preços e equilíbrio
geral. Regulação de preços;
VI) Macroeconomia: Inflação. Análise estática e dinâmica. Ciclos e crescimento.
Modelos macroeconômicos desagregados. Desenvolvimento econômico;
VII) Econometria: Modelo uni-equacional básico e generalizado. Modelos de
hipóteses estruturais. Modelos de distribuição aleatória. Modelos multi-equacionais.
Modelos de séries temporais;
VIII) Finanças de Empresas: Decisões de inversão e financiamento. Estrutura de
financiamento: curto, longo prazo e recursos próprios;
135
IX) Moeda e Crédito: Oferta e demanda de dinheiro. Taxas. Modelos Monetários
de inflação. Sistemas financeiros. Política monetária. Dinheiro e crescimento;
X) Comércio Internacional: Teoria pura. Os instrumentos da política comercial.
Os blocos econômicos. A balança de pagamentos: enfoque real e monetário.
Globalização;
XI) Avaliação de Projetos: Formulação e avaliação de projetos. Avaliação privada
e social. Os critérios de avaliação. Riscos e incertezas;
C. ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO:
I) Administração Geral. Caracterização das Organizações. Tipologia. Enfoques e
modelos. Os processos de política, conflito, decisão, influência, comunicação,
planificação, gestão e controle. Autoridade e poder da estrutura organizacional. A
administração e os processos de mbio. Responsabilidade social.
II) Sistemas Administrativos. Conceituação e classificação de modelos.
III) Caracterização e elementos constitutivos. Teoria geral de sistemas.
Metodologia para os estudos administrativos. Desenvolvimento das etapas para estudo de
sistemas e implementação. Aspectos tecnológicos dos meios de processamento e de
comunicações. Software de base e utilitários. Redes. Avaliação de sistemas aplicativos.
Segurança dos sistemas de informação;
IV) Administração Financeira. Decisões financeiras básicas das organizações.
Análise financeira. Decisões de inversão, de financiamento, de dividendos.
Administração do capital humano. Mercado de capitais. Derivativos financeiros;
V) As áreas funcionais da empresa. Produção. Comercialização. Finanças
Pessoais. Planejamento. Organização e Métodos. Direção Superior.
D. ÁREA HUMANÍSTICA:
I) Introdução ao estudo das Ciências Sociais. Sociologia das Organizações;
II) Conhecimento Científico. Elementos de Filosofia. Conceito de Ciência. As
Áreas das Ciências Sociais, conteúdo e metodologia. Teoria e método científico.
136
E. ÁREA JURÍDICA:
I) Direitos humanos. Estado e Constituição. Constituição Argentina;
II) Órgãos e Poderes do Estado;
III) Direito Civis e garantias constitucionais;
IV) Contratos e atos administrativos;
V) A função pública e o serviço público;
VI) Aspectos econômicos e de controle;
VII) Responsabilidade do Estado;
VIII) Regimes Provinciais e Municipais;
IX) Princípios gerais do direito, fontes;
X) Pessoas: atributos e capacidade;
XI) Fatos e Atos jurídicos. Obrigações;
XII) Teoria dos contratos;
XIII) Aspectos gerais de matrimônio, filiação, regime sucesrio e direitos reais;
XIV) Conceito e origem do direito comercial;
XV) A empresa e o comerciante;
XVI) Contratos comerciais;
XVII) Sociedades comerciais e associações empresariais;
XVIII) Cooperativas e outras associações civis;
XIX) Títulos de crédito;
XX) Mercado de Capitais, entidades financeiras e seguros;
XXI) Concursos comerciais e quebras;
XXII) O trabalho humano;
XXIII) A relação do trabalho e da empresa;
XXIV) Direito individual do trabalho;
XXV) Direito coletivo do trabalho;
XXVI) Seguridade social.
137
F. ÁREA DE MATEMÁTICA:
I) Números Reais;
II) Funções;
III) Limites e Derivadas;
IV) Derivada;
V) Sucessões e Séries;
VI) Extremos;
VII) Integrais;
VIII) Vetores e Matrizes;
IX) Sistemas de Equações Lineares;
X) Estatística Descritiva;
XI) Elementos de Probabilidade;
XII) Inferência Estatística;
XIII) Elementos de Amostra;
XIV) Regressão;
XV) Séries de Tempo. Índices;
XVI) Cálculo Atuarial;
XVII) Teoria da Decisão;
XVIII) Amortizações;
XIX) Rendas.
3.6. OBSERVAÇÕES SOBRE O MERCADO DE TRABALHO, OS PADRÕES
INTERNACIONAIS E OS CURRÍCULOS DO BRASIL E ARGENTINA
Quanto ao desenvolvimento do capítulo, há alguns aspectos a considerar:
É interessante observar que o mercado de trabalho está muito complexo e o
mesmo pode ser dito em relação aos padrões internacionais, isso pode ser
observado pela quantidade de competências e habilidades exigidas para a
formação na área contábil;
Por mais relevante que seja a teoria na formação do profissional, são necessárias
atividades práticas para o aprendizado e para que o aluno compreenda as
transformações do mercado;
138
O Brasil oferece, quanto à forma, uma significativa flexibilidade formal para as
faculdades elaborarem seus currículos, porém não se observa o mesmo quanto às
competências e habilidades. Esse fato permite refletir que há uma preocupação
com os resultados (concepção de produto) e não com o processo;
A discussão sobre currículo é possível quanto aos conteúdos, mas é necessário
refletir também sobre a necessidade de harmonizar os procedimentos contábeis
com os padrões de qualidade dos Cursos.
139
CAPÍTULO 4 ESTUDO DE CASO SOBRE OS CURSOS DE CONTÁBEIS - PUC-SP
E USAL
4.1.O CURSO DE GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE DA PUC-SP
4.1.1. ORIGEM E HISTÓRICO DA PUC-SP
A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP nasceu em um momento
histórico de significativas mudanças na vida brasileira e segundo seu sítio (2006), ela foi
resultante da vontade política da comunidade católica em participar na construção de uma
sociedade justa e fraterna.
Fundada em 13 de agosto de 1946, a partir da junção da Faculdade de Filosofia e Letras
de São Bento com a Faculdade Paulista de Direito, a PUC-SP foi reconhecida como
universidade no dia 22 de agosto do mesmo ano. Em 1947 recebeu do Papa Pio XII o título de
Pontifícia. Como outras universidades com as mesmas características, a PUC-SP está incluída
entre as universidades comunitárias.
A PUC-SP teve um importante papel na resistência ao Regime Militar, instaurado no
Brasil em 1964. Nomes importantes do meio acadêmico e social, perseguidos pela ditadura,
passaram a integrar o seu quadro docente, entre eles Florestan Fernandes, Octavio Ianni e Paulo
Freire. A Universidade teve uma ativa participação no processo de redemocratização do país.
No ano de 1977, abrigou a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) e a primeira reunião de retomada da União Nacional dos Estudantes (UNE). No início
dos anos 80, tornou-se a primeira universidade brasileira a eleger seu reitor pelo voto direto dos
alunos, professores e funcionários.
Ainda, conforme os registros históricos (2006) da PUC-SP, quando foi reconquistada a
democracia no país, a Universidade intensificou uma política atuante de serviços e extensão por
meio de projetos de pesquisas, cursos, seminários e palestras.
Atualmente, continua a investir na qualificação técnica de seu corpo docente, no
reequipamento de suas unidades, na exploração de novas tecnologias de ensino e na educação à
distância. Nos últimos anos, a PUC-SP, tem buscado ampliar suas parcerias e interfaces com o
setor empresarial e a sua mantenedora é a Fundação São Paulo.
Entre outros aspectos, conforme observação do pesquisador, a Instituição destaca-se:
140
a) Pela tradição na indissolubilidade de ensino, pesquisa e extensão, que sempre
permeou os cursos da PUC, seus projetos pedagógicos e a sua produção
científica;
b) Pela integração em seus diversos níveis: Graduação, Educação Continuada,
Especialização, Mestrado e Doutorado.
c) Pelo reconhecimento da sociedade, por ser democrática e de significativa
inserção social.
d) Pela multicultura presente no ambiente universitário, com atividades constantes,
em diversas áreas do saber, muitos trabalhos de inclusão e respeito à
diversidade.
Ela oferta diversos Cursos Livres e de Lato Sensu pela COGEAE (2006) -
Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão,órgão responsável pela
Educação Continuada.
Conforme pesquisa no sítio da PUC-SP (2006), hoje, há 38 cursos superiores, entre
Graduações e Seqüenciais; e Mestrado e Doutorado em 25 áreas de conhecimento, todos
recomendados pela CAPES.
Na área de Contabilidade, além da Graduação é ofertado um Curso Lato Sensu, “Master
Business Accounting” que visa a oferecer formação acadêmica em contabilidade orientada para
a área de atuação específica do profissional, sempre com foco na tomada de decisão. Também,
o Mestrado, que conforme o sítio da Instituição (2006), tem o objetivo de ”...produzir
conhecimento científico para a compreensão, avaliação e organização econômico-financeira
de instituições empresariais; desenvolver a habilidade de pesquisa científica nos campos de
controle de gestão econômica, finanças, contabilidade e auditoria; capacitar academicamente
docentes e profissionais de empresa para atuação nas áreas de controladoria, finanças e
contabilidade; estimular a divulgação de produção científica, docente e discente, em
congressos e/ou na mídia, relacionada com as ciências financeiras, contábeis e de controles.
141
4.1.2. DADOS GERAIS DO CURSO
Conforme o decreto 29.376, de 20/03/1951, foi concedida a autorização para
funcionamento do curso de Ciências Contábeis e Atuária Coração de Jesus, que posteriormente
originou o Curso de Contabilidade da PUC-SP.
Atualmente, está sendo elaborada uma proposta de revisão do Projeto Pedagógico do
Curso, com o intuito de atualizar e continuar garantindo a qualidade de ensino.
O Curso possui quatro turmas no período noturno, a sua integralização mínima é de oito
semestres e máxima de doze semestres, a carga horária é composta de 3.000 horas/aula. O
Título Conferido (diploma) é o de Contador. O total de vagas oferecidas no vestibular é de 180
(4 turmas de 45 estudantes cada) e o curso é semestral.
O Curso é vinculado à FEA - Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e
Atuária, pertencente ao Departamento de Contábeis e foi reconhecido pelo Decreto Lei 36.630.
A estrutura da FEA é composta pelos seguintes gestores:
Direção de Faculdade: Prof. Dr. Luiz Gonzaga Morettin; Vice-Diretor:
Prof. Eduardo Fernandes Pestana Moreira.
Coordenação do Curso: Prof. Geraldo Gianini;
Chefe do Departamento de Ciências Contábeis: Prof. Adhemar A. De
Caroli; Vice-Chefe: Prof. José Heleno Mariano.
O aluno para ingressar no Curso realiza uma avaliação, com conteúdos do ensino
médio, que tem caráter eliminatório e classificatório, com os conteúdos: Português, História,
Geografia, Matemática, Física, Química e Biologia, sendo que para a prova de língua
estrangeira o candidato pode optar por Inglês ou Francês.
142
4.1.3. PERFIL DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE
Conforme o Projeto Pedagógico do curso os seus objetivos são os seguintes (2001, p.p.
3-4):
O Curso de Ciências Contábeis da PUC-SP tem
por objetivo formar profissionais com postura
gerencial, para atuação no vasto campo de
aplicação da Contabilidade em entidades privadas
e públicas. Nestas condições o estudo da
Contabilidade é abordado como um sistema de
informações à disposição dos usuários da
informação contábil, que permite a avaliação
patrimonial e mensuração dos resultados
econômicos e financeiros obtidos, com ênfase na
prática da pesquisa científica no campo da ciência
contábil.
Dentro dos objetivos deste currículo, considera-se
que a PUC-SP está inserida na macro região
urbana mais desenvolvida do país.
Para atingir o objetivo definido, dentro de uma
visão moderna de ensino e do aprofundamento
técnico cienfico adequado, o curso está apoiado
nas seguintes linhas de pesquisa:
Controladoria e Gestão Econômica
Controle Externo e Gestão Profissional
Controle Social e Prestação de Contas
Impactos Ambientais e Controle de Risco
O Campo de atuação profissional, conforme o Projeto Pedagógico (2001,p.4) consiste
em:
O Currículo pleno do curso propicia a formação
de profissionais socialmente responsáveis e
competentes na aplicação e gerenciamento dos
sistemas de informação contábeis que dão suporte
às decisões administrativas nas organizações
públicas e privadas.
O campo de atuação profissional do bacharelado
em Ciências Contábeis formado pela PUC-SP é
extenso:
Contador de empresa (geral, de custos, de
orçamento, de tributos, etc.)
Contador do serviço público
Auditor independente
143
Auditor do serviço público (Tribunais de
Contas, Auditor Fiscal, etc.)
Auditor interno
Controller
Perito Judicial
Professor
Na descrição do campo de atuação profissional, a PUC-SP (2001, p. 4-5): afirma
garantir a formação do profissional “por meio do desenvolvimento de conteúdos programáticos
ecléticos que propiciam um perfil humanístico e técnico competente, atento aos reflexos da
internacionalização dos negócios empresariais.”. E para melhor explicar, complementa:
Dessa maneira, o profissional formado pela PUC-SP tem atuação plena nas áreas de
auditoria interna e externa, análise de custos e formação de preços de venda, análise das
demonstrações financeiras, avaliação econômico-financeira de empresas, consultoria e
planejamento contábil-tributário, contabilidade de empresas comerciais, industriais e de
serviços, contabilidade de órgãos governamentais, custos, contabilidade de tributos,
controladoria, perícia judicial e extrajudicial, escrituração e elaboração das demonstrações
financeiras.
Quanto `as competências e habilidades o Projeto (2001, p. 5-6) prevê que É preciso
que o futuro profissional saiba atuar na sua especialidade, mas também é necessário que tenha
responsabilidade, compromisso e autonomia para tomar decisões em defesa de melhores
condições de vida da população.
Na elaboração do currículo foram previstos os seguintes princípios:
Implantação de atividades de vivências
formadoras, estágios curriculares e outras
modalidades pedagógicas que propiciem a
integração entre o saber acadêmico e a
prática profissional, valorizando o
desenvolvimento de competências e
habilidades;
Definição de prioridades em relação às áreas
do conhecimento que fundamentam uma
sólida formação profissional baseada na
concepção da graduação como etapa inicial
de um processo de formação continuada.
Flexibilização curricular entendida como: a)
construção de estrutura e dinâmica
curricular que permitam ao estudante
144
planejar seu percurso acadêmico e submeter
à avaliação para registro no histórico
escolar as atividades desenvolvidas por
iniciativa própria, dentro ou fora da
instituição ou curso, e que tenham
enriquecido sua formação, através da
avaliação do conteúdo programático e da
carga horária realizada; b) estrutura que
contemple a interdisciplinaridade em todas
as modalidades pedagógicas do curso; e,
ainda que integrem estudantes em diferentes
momentos da formação.
Articulação das atividades de ensino, pesquisa
e extensão por meio de definição de linhas de
pesquisa articuladas com o programa de Pós
Graduação oferecido pelo Departamento de
Ciências Contábeis da PUC-SP.
Introdução de novos métodos e ambiente de
ensino-aprendizagem inclusive com a
implantação gradativa de atividades de
ensino à distância que fortaleçam a
articulação entre ensino, pesquisa e
extensão.
Reelaboração de instrumentos e sistemáticas
de avaliação do curso condizente com a
proposta curricular.
Assim, a proposta está assentada em uma
abordagem metodológica menos centrada na
comunicação oral e/ou escrita de assuntos
tratados em disciplinas isoladas e com maior
ênfase nos processos de aprendizagem do
estudante. Suas estratégias estarão
direcionadas para o crescimento e
desenvolvimento do futuro profissional,
abarcando a percepção da necessidade de
estudo permanente das questões
profissionais, o desenvolvimento de posturas,
atitudes e habilidades que valorizem a
inserção individual e coletiva dos estudantes
no campo profissional e na sociedade.
145
4.1.4. DISCIPLINAS DO CURSO DA PUC-SP
Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Contábeis da PUC-SP (2006), as disciplinas
e outras atividades escolares obrigatórias e eletivas das quatro linhas de pesquisa que compõem
o currículo pleno do curso de Contábeis são organizadas e oferecidas em uma seqüência lógica
de conteúdos que leva em consideração um aprendizado eficaz, partindo dos mais suaves para
os mais complexos, sendo que os planos de estudo do corpo discente deverão observar essa
seqüência e os pré-requisitos a seguir indicados na tabela 27:
TABELA 27 GRADE CURRICULAR DO CURSO
Semestre
Disciplina
Carga
Horária Pré-requisito
1
Contabilidade Básica 68
1
História do Pensamento Contábil 68
1
Introdução ao Pensamento Teológico I 34
1
Introdução à Tecnologia da Informação 34
1
Matemática I 68
1
Introdução à Administração 68
1
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade I 34
2
Contabilidade Intermediária 68
Contabilidade Básica
2
Introdução à Pesquisa Contábil 68
2
Introdução ao Pensamento Teológico II 68
2
Noções de Lógica 34
2
Matemática II 68
Matemática I
2
Sociologia Aplicada à Contabilidade 34
2
Práticas na área Contábil l 34
3
Métodos de Custeio 68
3
Contabilidade Avançada 68
Contabilidade Intermediária
3
Elementos de Economia 68
3
Português Instrumental I 34
3
Matemática Financeira 68
Matemática I
3
Psicologia Aplicada à Contabilidade 34
3
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade II 34
146
TABELA 27 GRADE CURRICULAR DO CURSO (Cont.)
4
Sistemas de Custeio 68
Métodos de Custeio
4
Análise dos Demonstrativos Contábeis 68
Contabilidade Intermediária
4
Economia Brasileira 34
4
Português Instrumental II 34
4
Estatística 68
4
Instituições de Direito 68
4
Práticas na área Contábil II 34
5
Contabilidade Gerencial 68
Análise dos Demonstrativos Contábeis
5
Controle e Gestão de Custos 68
Sistemas de Custeio
5
Sistemas Contábeis 68
5
Instituições Financeiras,
Crédito/Finanças 68
5
Legislação Comercial e Societária 68
Instituições de Direito
5
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade IIII 34
6
Controladoria Governamental 68
Contabilidade Básica
6
Normas Contábeis e de Auditoria 68
Análise dos Demonstrativos Contábeis
6
Técnicas de Medição de Desempenho 68
Sistemas de Custeio
6
Planejamento Contábil Financeiro 68
6
Relações do Trabalho 68
Instituições de Direito
6
Práticas na área Contábil lII 34
7
Controladoria Organizacional 68
Sistemas de Custeio
7
Auditoria 68
Análise dos Demonstrativos Contábeis
7
Pesquisa Contábil 68
Introdução à Pesquisa Contábil
7
Marketing 68
7
Direito Tributário 68
Instituições de Direito
7
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade IV 34
7
Estágio Supervisionado I 150
8
Ética Profissional e Cidadania 34
8
Teoria Contábil 68
Contabilidade Avançada
8
Monografia 68
Pesquisa Contábil
8
Economia Internacional e Comércio
Exterior
34
8
Perícia Contábil e Arbitragem 68
Auditoria
8
Planejamento Contábil Tributário 68
Direito Tributário
8
Práticas na área Contábil lV 34
8
Estágio Supervisionado II 150
Total
3.292
Fonte: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC. 2001
A avaliação das disciplinas varia de 1 a 10, sendo que se o aluno obtiver no mínimo 5, é
considerado aprovado. Dependendo do professor, são realizadas avaliações formais ou
trabalhos, porém há uma preferência pela avaliação formal, sendo aplicada praticamente em
todas disciplinas.
Ao analisar esta grade é possível, inicialmente, observar algumas peculiaridades. Entre
elas encontram-se:
147
A existência de algumas disciplinas que, embora importantes, não são
previstas pela legislação Brasileira. São elas: Introdução ao Pensamento
Teológico, Psicologia Aplicada à Contabilidade, Sociologia Aplicada à
Contabilidade e Português Instrumental.
O caráter interdisciplinar do curso que em algumas disciplinas torna-se
mais evidente, como: Português Instrumental, Sistemas contábeis,
Introdução à Pesquisa Contábil, Pesquisa Contábil, Monografia e Estágio
Supervisionado.
Destaca-se, também, que no curso há atividades como: palestras, aulas laboratoriais e
atividades com empresas. A PUC, por ser uma Universidade muito ampla e com atuação em
diversas áreas, também dispõe de diversas atividades e cursos, cobrados ou gratuitos, em
variadas áreas.
4.1.5. ANÁLISE DA FORMA DE ATENDIMENTO ÀS DIRETRIZES
CURRICULARES PELO CURSO DA PUC-SP
Conforme a resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004, foi elaborada a tabela
a seguir que objetiva relacionar os conteúdos das formações básica, profissional e teórico-
prática com as disciplinas do curso, a fim de verificar a forma de cumprimento pela PUC-SP
das Diretrizes Curriculares:
TABELA 28 LEGENDA QUE SERÁ UTILIZADA NA ANÁLISE DAS DISCIPLINAS
Cor
Conteúdo
Formação Básica
Formação Profissional
Formação Teórico-Prática
Formação Básica-Diferenciais
Elaborado pelo autor.
72
72
Fonte: Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004.
148
TABELA 29 GRADE CURRICULAR DO CURSO E A FORMA DE ATENDIMENTO ÀS DIRETRIZES
Disciplinas Carga Horária
Introdução à Administração
68
Matemática I
68
Introdução à Tecnologia da Informação
34
Contabilidade Básica
68
História do Pensamento Contábil
68
Seminários de Tópicos Especiais em Contabilidade I
34
Introdução ao Pensamento Teológico I
34
Matemática II
68
Noções de Lógica
34
Contabilidade Intermediária
68
Introdução à Pesquisa Contábil
68
Práticas na área Contábil l
34
Introdução ao Pensamento Teológico II
68
Sociologia Aplicada à Contabilidade
34
Elementos de Economia
68
Matemática Financeira
68
Contabilidade Avançada
68
Métodos de Custeio
68
Seminários de Tópicos Especiais em Contabilidade II
34
Português Instrumental I
34
Psicologia Aplicada à Contabilidade
34
Economia Brasileira
34
Estatística
68
Instituições de Direito
68
Análise dos Demonstrativos Contábeis
68
Sistemas de Custeio
68
Práticas na área Contábil lI
34
Português Instrumental II
34
Total de horas no 1º semestre: 374
2º Semestre
1º Semestre
Total de horas no 2º semestre: 374
3º Semestre
Total de horas no 3º semestre: 374
4º Semestre
Total de horas no 4º semestre: 374
149
TABELA 29 GRADE CURRICULAR DO CURSO E A FORMA DE ATENDIMENTO ÀS DIRETRIZES (Cont.)
Disciplinas Carga Horária
Legislação Comercial e Societária
68
Contabilidade Gerencial
68
Controle e Gestão de Custos
68
Instituições Financeiras, Crédito e Finanças
68
Sistemas Contábeis
68
Seminários de Tópicos Especiais em Contabilidade III
34
Relações do Trabalho
68
Controladoria Governamental
68
Normas Contábeis e de Auditoria
68
Planejamento Contábil Financeiro
68
Técnicas de Medição de Desempenho
68
Práticas na área Contábil lII
34
Marketing
68
Direito Tributário
68
Auditoria
68
Controladoria Organizacional
68
Pesquisa Contábil
68
Seminários de Tópicos Especiais em Contabilidade IV
34
Estágio Supervisonado I
150
Economia Internacional e Com. Exterior
34
Ética Profissional e Cidadania
34
Perícia Contábil e Arbitragem
68
Planejamento Contábil Tributário
68
Teoria Contábil
68
Práticas na área Contábil lV
34
Monografia
68
Estágio Supervisonado II
150
Total de horas no 8º semestre: 524
TOTAL DE HORAS NO CURSO 3292
5º Semestre
Total de horas no 5º semestre: 374
6º Semestre
Total de horas no 6º semestre: 374
7º Semestre
Total de horas no 7º semestre: 524
8º Semestre
Elaborado pelo autor.
73
73
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC-SP. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
150
TABELA 30 DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS PELA GRADE CURRICULAR
Formação Básica
884 27%
Formação Profissional:
1530 47%
Formação Teórico-Prática
640 19%
Formação Básica-Diferenciais
238 7%
TOTAL
3292
Elaborado pelo autor.
74
Após esta análise por semestre, observou-se que o curso possui 66 % de disciplinas
Profissionais, somando-se as de Formação Profissional às Teórico-Práticas, pois ambas estão
diretamente voltadas para a atuação profissional. Dois aspetos são perceptíveis e merecem
observação, o primeiro é que 7% das disciplinas são para Formação Básica, mas podem ser
consideradas diferenciais da PUC-SP, pois não estão previstas pela Resolução CNE/CES 10, de
16 de dezembro de 2004, logo a Instituição demonstra a preocupação com uma formação . O
segundo é que algumas vezes as disciplinas não podem ser classificadas como pertencentes a
apenas determinado eixo de conhecimento, pois elas interagem em mais de um grupo de
conteúdos.
A seguir, foram elaboradas tabelas para compreensão da distribuição dos conteúdos
pelos semestres, e as disciplinas foram classificadas por eixos de conhecimento, criados para a
análise curricular. Os eixos para Formação Básica criados foram: Matemática, Administração,
Economia e Direito.
TABELA 31 DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO BÁSICA PELA GRADE CURRICULAR
Eixo: Matetica Eixo: Estatísitca e Lógica Eixo: Adminstração
Eixo: Economia
Eixo: Direito
Economia Internacional. e
Comércio Exterior
Marketing Direito Tributário
Relações do Trabalho
Legislação Comercial e Societária
Estatística Economia Brasileira Instituições de Direito
Matemática Financeira Elementos de Economia
Matemática II Noções de Lógica
Introdução à Tecnologia da
Informação
Matemática I Introdução à Administração
Carga Horária do Eixo: 884 – 27% do Curso
Semestre
Formação Básica que aborda: Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos, Matemática e Estatística.
Elaborado pelo autor.
75
74
Fonte: Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004.
75
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
151
Algumas disciplinas, embora básicas, não estão contempladas pelos conteúdos previstos
na Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004, apesar desse fato, essas disciplinas
são relevantes para a formação do Contador. Elas têm um papel importante na formação
integral do indivíduo, para a sua inserção na Sociedade e Cidadania, além de contribuir com o
cumprimento da Missão Institucional. Na tabela a seguir, constam essas disciplinas, divididas
pelos eixos: Sociologia, Teologia e Psicologia. Podem ser consideradas diferenciais da PUC-
SP, e o mais interessante, é que, segundo alguns professores e alunos, em conversa informal,
foi afirmado que há empresas que consideram a formação humana um diferencial da
Instituição, por este motivo dão preferência aos seus universitários.
A Sociologia é muito útil para a contextualização da empresa na sociedade interna e
externa. A Psicologia aponta na mesma direção, pois demonstra a visão que o Contador não
pode ser mais considerado um profissional burocrata e direcionado a cumprir ou controlar
procedimentos, mas é um gestor que deve pertencer ao contexto social e político das
organizações, além de serem necessárias as habilidades de gerenciar pessoas, negociar, tomar
decisões e intervir no processo político do ambiente organizacional e social.
TABELA 32 DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO BÁSICA (NÃO PREVISTOS NA RESOLUÇÃO
CNE/CES 10/2006) NA GRADE CURRICULAR
Eixo: Sociologia Eixo: Teologia Eixo: Psicologia Eixo: Português
Práticas na área Contábil II
Psicologia Aplicada na Contabilidade
Sociologia Aplicada à
Contabilidade
Introdução ao Pensamento
Teológico II
Introdução ao Pensamento
Teológico I
Semestre
Formação Básica: disciplinas relevantes para atingir as competências previstas pelas diretrizes, porém com conteúdos não contemplados pela
Resolução CNE/CES 10, de dezembro de 2004.
Carga Horária do Eixo: 238 – 7% do Curso
Elaborado pelo autor.
76
As disciplinas para Formação Profissional foram classificadas nos eixos: Contabilidade,
Controladoria e Custo, Gestão e Auditoria, Finanças e Crédito e Pesquisa Contábil. Observa-se
que algumas disciplinas, conforme citado, possuem caráter mais interdisciplinar do que outras.
Destaca-se, ainda, que há diferenças entre a forma de integração da disciplina, pois algumas
76
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
152
funcionam como suporte; entre elas destacam-se Sistemas Contábeis e Português instrumental
que, por este motivo, estão contempladas em mais de um eixo de conhecimento.
TABELA 33 DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL PELA GRADE CURRICULAR
Eixo: Finanças e
Crédito
Eixo: Pesquisa Contábil
Perícia Contábil e
Arbitragem
Planejamento Contábil
Tributário
Pesquisa Contábil
Controladoria
Governamental
Medição de
Desempenho
Normas Contábeis e
de Auditoria
Planejamento Contábil
Financeiro
Instituições
Financeiras, Crédito e
Finanças
Introdução a Pesquisa
Contábil
Contabilidade
Básica
Pensamento
Contábil
Carga Horária do Eixo: 1530 – 47% do Curso
Formação Profissional: Relacionados às teorias da Contabilidade, incluindo as noções de atividades atuariais e de quantificações das informações financeiras, patrimoniais,
governamentais, não-governamentais, de auditorias, perícias, arbitragens e controles.
Auditoria
Contabilidade Gerencial
Análise dos Demonstrativos Contábeis
Métodos de Custeio
Eixo: Contabilidade e Custos
Sistemas Contábeis
Eixo: Gestão e Auditoria
Controladoria Organizacional
Controle e Gestão de Custos
Sistemas de Custeio
Semestre
Teoria Contábil
Eixo: Contabilidade
Controladoria Avançada
Contabilidade Intermediária
Elaborado pelo autor.
77
As disciplinas para Formação Teórico-prática foram classificadas nos eixos:
Seminários, Práticas Contábeis, Introdução à Tecnologia da Informação, Monografia e Estágio.
TABELA 34– DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO TEÓRICO-PRATICA PELA GRADE
CURRICULAR
Eixo: Seminários Eixo: Práticas Contábeis Eixo: Monografia
Eixo: Estágio
Práticas na área Contábil IV
Monografia
Estágio Supervisionado II
Seminários de Tópicos Especiais
em Contabilidade IV Estágio Supervisionado I
Práticas na área Contábil III
Seminários de Tópicos Especiais
em Contabilidade III
Práticas na área Contábil II
Seminários de Tópicos Especiais
em Contabilidade II
Práticas na área Contábil I
Seminários de Tópicos Especiais
em Contabilidade I
Carga Horária do Eixo: 640 – 19% do Curso
Formação Profissional: engloba o Estágio Supervisionado, as Atividades Complementares, os Estudos Independentes, os Conteúdos Optativos e a Prática em
Laboratório de Informática.
Semestre
Elaborado pelo autor.
78
77
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
78
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC-SP. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
153
4.1.6. O CURRÍCULO DA PUC-SP
Ao analisar os semestres, com as disciplinas divididas pelos conteúdos, conforme a
Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004, identifica-se que há aparentes quebras de
continuidade. Porém, esta análise é muito simplista, pois as disciplinas possuem caráter
interdisciplinar e integram-se entre si, logo foi elaborada uma matriz curricular do Curso, que
agrupou os conteúdos por grupos de disciplinas complementares, que é apresentada a seguir:
154
TABELA 35 MATRIZ CURRICULAR PUC-SP GRUPO 1 e 2
79
Semestre
7
Matemática II
Matemática Financeira
Matemática I
Noções de Lógica
Português Instrumental I
Introdução à Tecnologia da Informação
Sociologia Aplicada à
Contabilidade
Elementos de Economia
Introdução à Administração
Estatística Economia Brasileira
Português Instrumental II Português Instrumental II
Psicologia Aplicada à Contabilidade
Português Instrumental I
Marketing
Economia Internacional e Comércio Exterior
Grupo 1
Grupo 2
Elaborado pelo autor.
80
TABELA 36 MATRIZ CURRICULAR PUC-SP GRUPO 3 e 4
81
Semestre
Técnicas de Medição
de Desempenho
Contabilidade
Gerencial
Contabilidade
Avançada
História do Pensamento
Contábil Contabilidade Básica
Controladoria
Governamental
Contabilidade
Intermediária
Métodos de Custeio
Português Instrumental I Português Instrumental I
Sistemas de Custeio
Português Instrumental II Português Instrumental II
Instituições de Direito
Análise dos Demonstrativos
Contábeis
Controle e Gestão de Custos
Sistemas Contábeis
Sistemas
Contábeis
Legislação Comercial
e Societária
Instituições Financeiras, Crédito e
Finanças
Relações do Trabalho
Normas Contábeis e
de Auditoria
Planejamento Contábil Financeiro
Teoria Contábil
Direito Tributário Auditoria
Controladoria Organizacional
Grupo 3 Grupo 4
Planejamento
Contábil Tributário
Ética Profissional e Cidadania
Perícia Contábil e
Arbitragem
Elaborado pelo autor.
82
79
As setas interligam disciplinas, sendo que as inferiores são obrigatórias para o aluno cursar, antes da disciplina
superior.
80
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
81
As setas interligam disciplinas, sendo que as inferiores são obrigatórias para o aluno cursar, antes da disciplina
superior.
82
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC. 2001 e Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004.
155
TABELA 37 MATRIZ CURRICULAR PUC-SP GRUPO 5, 6 e 7
83
Semestre
Grupo 5
Grupo 7
Práticas na área Contábil IV
Monografia
Estágio Supervisionado II
Seminarios de Tópicos Especiais em
Contabilidade IV Pesquisa Contábil Estágio Supervisionado I
Práticas na área Contábil III
Sistemas Contábeis
Práticas na área Contábil II
Português Instrumental II
Português Instrumental II
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade II
Introdução ao Pensamento
Teológico II
Português Instrumental I
Português Instrumental I
Práticas na área Contábil I
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade I
Introdução ao Pensamento
Teológico I
Sistemas Contábeis
Português Instrumental II
Português Instrumental I
Introdução à Pesquisa Contábil
Grupo 6
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade III
Elaborado pelo autor.
84
A matriz revela os seguintes aspectos:
Os Conteúdos que não apresentam continuidade, ao se integrarem,
conseguem propiciar um seqüenciamento e melhoram o desenvolvimento
da disciplina, exceto nos grupos 2 e 6. No grupo 6, é intencional, pois a
disciplina “Introdução a Pesquisa é básica para todo o Curso, logo não é
recomendável ser ministrada no final e a “Disciplina Pesquisa Contábil
é suporte para o Trabalho de Conclusão de Curso que será realizado na
Monografia;
Os grupos relacionam-se não apenas de forma interna, mas também,
inter-grupos, sendo que os grupos 3, 4, 5 e 6 necessitam de muita
interação para não propiciar um ensino fragmentado e desenvolver as
competências previstas;
A disciplina Introdução ao Pensamento Teológico, no grupo 7, fica
realmente caracterizada como um diferencial;
83
As setas interligam disciplinas, sendo que as inferiores são obrigatórias para o aluno cursar, antes da disciplina
superior.
84
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC-SP. 2001 e Resolução CNE/CES
10, de 16 de dezembro de 2004.
156
Marketing, no sétimo semestre, associado às disciplinas de formação
profissional voltadas à gestão, evidenciam a tendência da PUC de formar
profissionais voltados à tomada de decisão e ao gerenciamento;
Em decorrência do processo de transnacionalização citado e da tendência
de harmonização da Contabilidade, é necessária a inclusão de conteúdos
de Contabilidade Internacional;
Devido à tendência de atuação no mercado global, sugere-se introduzir a
disciplina Negociação, podendo ser oferecida de maneira tradicional na
forma de disciplina ou por meio de atividades;
O aluno do curso por ser, em sua maioria, profissional de mercado, não
tem dificuldades com a informática, portanto é um acerto do Curso
possuir apenas as disciplinas de Introdução a Tecnologia da Informação e
Sistemas Contábeis;
Quanto ao Inglês e outros idiomas, observa-se que há diferenças de
níveis entre os alunos. Por esse motivo, os cursos de idiomas ofertados
pela própria PUC-SP possuem menores preços para os alunos da
Instituição, dando oportunidade para todos. Apesar deste fato, poderiam
ser mais incentivados, por meio de propagandas, cartazes, campanhas de
divulgação, além de estratégias para sensibilização sobre a importância
desse aprendizado;
As disciplinas do grupo 5 possibilitam uma boa flexibilização do
currículo, mas poderiam ser revistas de forma a serem temáticas.
Observa-se que elas possuem um papel importante, contemplando temas
como responsabilidade social ou balanço social;
O Estágio Supervisionado oferecido no sétimo e oitavo semestres
constitui-se um importante elo de ligação com as empresas e com o
mercado de trabalho, pois possibilita ao aluno a utilização de seus
conhecimentos para a prática profissional. É fundamental para formação
o acompanhamento sistemático de um docente, como realmente ocorre.
Uma sugestão seria o acompanhamento de um profissional da empresa,
por meio de questionário, para avaliar o aluno e propor de forma
contínua a revisão do processo;
157
As disciplinas “Pesquisa Contábil” e “Monografia são oferecidas,
respectivamente no sétimo e oitavo semestres e constituem-se como um
elemento de ligação com as empresas, com o mercado de trabalho, com o
estágio e com a pesquisa. Ambas possuem muita integração com as
outras disciplinas, em especial com Introdução à Pesquisa Contábil,
oferecida no segundo semestre e possibilitam, em momentos diferentes,
auxiliar ao alunado a compreender a pesquisa, incentivando-o.
Três fatos muito relevantes que merecem destaque são a implantação do processo de
Auto-avaliação da PUC-SP e a Portaria Normativa n.º 1/2007
85
.
A auto-avaliação foi implantada na PUC-SP, em todos os Cursos, com questionários
para docentes e discentes, além de acompanhamento do desempenho dos docentes e do
desenvolvimento dos cursos. O processo teve como princípio a globalidade e, dessa forma, a
sua abrangência foi muito grande e efetiva.
A Portaria Normativa n.º 1/2007, conforme citado no capítulo 2, item 2.2.1, requer que
o curso de Ciências Contábeis passe por uma avaliação externa oficial do MEC (Ministério da
Educação), em 2009, o que será muito importante para a revisão dos diversos aspectos do
curso, principalmente do seu currículo.
A PUC-SP, além do Coordenador de Estágios, Prof. Luiz Carlos Vaini e dos professores
que orientam a disciplina “Estágio Supervisionado”, possui, desde 1985, uma Coordenadoria
Geral de Estágios. Em entrevista com a Coordenação, eles afirmaram que os alunos do Curso
de Ciências Contábeis têm obtido estágio com facilidade, principalmente se possuem o domínio
de segundo idioma. Há alunos que, eventualmente, tem maiores dificuldades, mas neste caso é
devido a selecionarem fatores como localidade, benefícios e outros.
85
Portaria Normativa n.º 1, de 10 de janeiro de 2007. Ministério da Educação. Brasil.
158
4.2.O CURSO DE GRADO EM CONTADOR PÚBLICO USAL
4.2.1. ORIGEM E HISTÓRICO DA USAL
No histórico da USAL (2006) aparece registrada a sua origem da seguinte forma:
“A Companhia de Jesús, fundou na cidade
de Córdoba, no ano 1622, a primeira
Universidade Argentina, criada em 8 de junho de
1944, o Instituto Superior de Filosofia, na sede do
Colégio del Salvador. Este Instituto constitui o
mais próximo antecedente da Universidade del
Salvador.
No ano de 1955, pelo Decreto Nº. 6.403, o
Poder Executivo Nacional autoriza o
funcionamento das Universidades Privadas e, no
ano seguinte, em 2 de maio, foi assinada a ata da
fundação das “Facultades Universitarias del
Salvador”.
Em 15 de maio de 1958, trocou seu nome
por “Institutos Universitarios del Salvador”, o
qual foi reconhecido com data de 8 de dezembro
1959, pelo Decreto Nº. 16.365, como
Universidade Privada, com o nome de
“Universidad del Salvador”.
A história da USAL constitui-se em um registro muito importante do processo de
construção da Instituição, pois as suas experiências, embora não sejam determinantes, têm
relevância no processo de construção da qualidade de ensino.
Quanto aos objetivos, aparecem elencados como essenciais e específicos, da seguinte
forma, visando:
à formação integral, científica, humanística e cristã de seus estudantes
em todas as carreiras e especialidades, em função da promoção de
profissionais, docentes e pesquisadores;
à investigação científica, capaz de demonstrar a síntese harmônica da
ciência e da fé; e,
de forma geral, ao encaminhamento de toda docência superior pela visão
cristã e pelos distintos problemas humanos.
159
No sítio da USAL (2006), são oferecidos 80 cursos superiores, 40 Cursos de
Especialização, 40 de mestrado, 11 de doutorado, além de outros cursos de Pós-graduação e
diversos cursos livres, inclusive oferecidos para outros países.
Há 11 mestrados na área de Ciências Econômicas, sendo que um deles é específico de
Contabilidade e Auditoria, cujo objetivo apontado é:
“Medir com critério para analisar e
auditar. Aperfeiçoar a capacidade profissional de
resolver problemas avançados na preparação de
demonstrativos contábeis, auditoria, análise e
interpretação. Consolidar a formação Profissional
em contabilidade superior, análise e auditoria.
Desenvolver questões técnicas avançadas das
normas nacionais e internacionais. Habilitar para
a realização do Chartered Certified Accountant
da Association of Chartered Certified
Accountants, London, UK.”
O Curso titula a: “Magister en Contabilidad y Auditoría con orientación en: Estados
Contables e Informes de Gestión y Auditoría Interna y Estado Contables”
Destaca-se, ainda, que a faculdade possui outros cursos na área, como os Mestrados em
Comércio Internacional, Finanças, Política de Negócios, Tributação, Auditoría de Sistemas,
Direção e Operação de Empresas de Transporte Internacional de Cargas, Contabilidade e
Auditoria e Economia Aplicada.
4.2.2. DADOS GERAIS DO CURSO
A Escola de Contador Público, conforme informa a USAL (2006), foi criada pela
Resolução da Reitoria nº. 185/84, de 27 de novembro de 1984 e foi autorizada pelo Ministério
de Educação e Justiça da Nação pela Resolução Nº 2 .379/84. Com a Resolução da Reitoria
197/86 foi denominada Faculdade de Ciências Econômicas.
O objetivo da Faculdade é formar profissionais com um alto sentido ético-moral e com
excelente formação científico-técnica.
A Faculdade registra, em seu sítio (2006), que seus diferenciais são:
Cursos com no máximo trinta alunos presenciais por sala;
160
Corpo docente integrado por professores de reconhecida trajetória profissional,
experiência acadêmica e vocação para transmitir seus conhecimentos;
Tutorías personalizadas;
Acesso à Biblioteca do Instituto de Pesquisas da Faculdade;
Ampla disponibilidade de horários para utilizar os espaços para usuários de
informática;
Possibilidade de participar em atividades de pesquisa.
O Curso de Contador Público, desde o seu início em 1984, alterou três vezes seu plano
de estudos, sendo que atualmente o plano de estudo utilizado é o de 2002, sempre em busca de
responder às demandas.
O Plano atual tem matérias que permitem aos egressos certificarem seus conhecimentos
em conformidade com o Contador Público em nível Internacional.
Destaca-se que há um convênio com a ACCA Association of Chartered Certified
Accountants”, associação que reúne os contadores do Reino Unido e que os alunos da USAL
participam de jornadas de capacitação para obter o título.
Para o aluno ingressar no Curso ele necessita passar por uma entrevista.
4.2.3. PERFIL DO CONTADOR PÚBLICO
O perfil previsto para o Contador Público da USAL (2006) é de:
formar um profissional altamente competente
em preparação e análise de demonstrativos
contábeis, liquidação e impostos, auditoria de
demonstrativos contábeis, organizações contábeis
de todo tipo de entes, assessoria empresarial e
participação em liquidações e falências como
síndico. Poderá desempenhar como auxiliar da
justiça na função de perito contábil. Estará
preparado para trabalhar na implementação e no
controle de sistemas de custos, previsões
financeiras e em qualquer outra questão
econômica, financeira ou contábil relacionada
com as suas funções.
161
A Instituição destaca, ainda, o seu caráter interdisciplinar de ensino e a formação
humanística. O projeto da USAL (2006) registra que forma graduados com alto senso crítico,
com valores pessoais e com formação científica necessários para a sua permanente atualização,
sendo que todos, no momento em que se graduam, têm trabalho. O desenho curricular
incorpora os conhecimentos tecnológicos, produto de avaliação científica, econômica e social,
respondendo às demandas do mercado.
O plano de estudos inclui matérias e conteúdos curriculares que preparam os estudantes
para obter as certificações do programa Chartered Accountant da Association of Chartered
Certified Accountants - ACCA (Londres - Gran Bretanha) e ao Certifcado Publico
Accountant Exam CPA (Estados Unidos de América).
4.2.4. DISCIPLINAS DO CURSO DA USAL
Conforme o Plano de Estudos, a Carreira de Contador Público na USAL é quadrimestral
e composta de três etapas, que são:
TABELA 38 ETAPA 1 - INTERMEDIÁRIO - ANALISTA ADMINISTRATIVO CONTÁBIL
PRIMEIRO ANO
Primeiro Quadrimestre
carga horária
Segundo Quadrimestre
carga horária
Instituições de Direito Civil
90
Contabilidade Intermediária
72
Economia
72
Matemática II
72
Matemática I
72
Instituições de Direito Público
72
Computação
72
Administração
72
Inglês I
72
Inglês II
72
Comunicação Oral e Escrita
72
Metodologia da Pesquisa
54
Contabilidade Básica
72
História Econômica e Social Internacional
54
Filosofia
54
Total
522
Total
522
Fonte: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: USAL - Universidad Del Salvador, 2002.
Ao término destes dois anos, primeira etapa, o aluno recebe o tulo Intermediário de:
Analista Administrativo Contábil.
162
TABELA 39 ETAPA 2 TÉCNICO DE CONTABILIDADE E CUSTOS
TERCEIRO ANO
carga horária carga horária
Primeiro Quadrimestre
Segundo Quadrimestre
Tecnologia da Informação
90
Custos Especiais
72
Custos e Gestão
72
Impostos II - Técnica Impositivista Básica
72
Impostos I - Teoria Impositivista
72
Remunerações
72
Estados Contábeis
54
Auditoria Básica
54
Finanças Públicas
54
Mercados Financeiros
54
Processos
54
Análise Econômico-Financeira - Estados Contábeis
54
Solução de Problemas e Tomada de Decisões
54
Controles Internos
54
Disciplinas Eletivas
Disciplinas Eletivas
72
Idioma I
72
Idioma II
Alemão I
Alemão II
Francês I
Francês II
Português I
Português II
Italiano I
Italiano II
Total
522
Total
504
Fonte: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002.
Ao término do terceiro ano, o aluno recebe o Título: Técnico em Contabilidade e
Custos.
Observa-se que há disciplinas Eletivas que consistem na oferta do terceiro idioma e que
o aluno deve optar entre Alemão, Francês, Português ou Italiano.
163
TABELA 40 ETAPA 3 CONTADOR PÚBLICO
QUARTO ANO
carga horária carga horária
Primeiro Quadrimestre
Segundo Quadrimestre
Planificação e Controle de Gestão
72
Ética Profissional
72
Contabilidade Internacional
54
Atuação
na
Justiça
Negociação
e
Arbitragem
72
Concursos e Quebras
54
Auditoria de Sistemas
54
Recursos Humanos
54
Contabilidades Especiais
54
Redação de Informes
54
Controle da Gestão Pública
54
Estrutura da Economía Argentina
54
Finanças Empresariais
54
Disciplinas Eletivas
72
Management (Organização)
54
Idioma III
Teoría e Técnica Impositiva
54
AlemãoIII
Disciplinas Eletivas - 72 horas
72
FrancêsIII
Idioma IV
Português III
Alemão IV
Italiano III
Francês IV
Português IV
Total
414 540
QUINTO ANO
carga horária
Primeiro Quadrimestre
Disciplina – 150 horas
Trabalho Final 150
150
Disciplinas Optativas
Cultura Argentina
54
Arte Argentina
54
Total
258
Fonte: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002.
Ao final dos quatro anos e meio obtém-se o Título: Contador Público, sendo que o curso
todo tem 4.014 horas, somando-se as optativas, 4.122 horas e considerando-se a carga horária
do Trabalho Final, obtém-se 4.272 horas. As optativas diferem das eletivas, pois o aluno não é
obrigado a cursá-las.
O Trabalho de Conclusão de Curso, denominado trabalho final, pertence ao plano de
estudos e pode ser realizado em relação a empresa em que o aluno trabalha, de forma a
contribuir com o seu desenvolvimento profissional. A forma de avaliação é por meio de uma
banca que o avalia entre 1 e 10, sendo considerado aprovado com no mínimo 4.
As avaliações das disciplinas variam entre 1 a 10, sendo que, se o aluno obtiver no
mínimo 7, é considerado aprovado.
164
Segundo a faculdade, há emprego garantido na área e a maioria dos alunos começa a
trabalhar a partir do 3º ano, em caso contrário deverá ir para o exame final.
Dependendo da modalidade, podem ser realizadas avaliações formais ou trabalhos. Na
disciplina inglês e outros idiomas e também em computação, o aluno pode realizar um prova de
proficiência e, se for aprovado, não necessita cursar a disciplina.
No curso, há atividades como palestras, grupos de estudos, encontros e outras
atividades.
4.2.5. COMPARATIVO ENTRE CURRÍCULOS: MÍNIMO E USAL
Para facilitar a análise do currículo da USAL foi elaborada a tabela 41. Nela,
apresentam-se, as áreas das disciplinas do Curso de Contabilidade, conforme o Currículo
mínimo, utilizado pelas Faculdades Federais, conforme consta no Acordo nº 3,de dezembro de
1996
86
. Para cada área que compõe o currículo foi selecionada uma cor.
TABELA 41 LEGENDA QUE SERÁ UTILIZADA NA ÁNÁLISE DAS DISCIPLINAS
A. ÁREA DE CONTABILIDADE
B. ÁREA DE ECONOMIA
C. ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO
D. ÁREA HUMANÍSTICA
E. ÁREA JURÍDICA
F. ÁREA DE MATEMÁTICA
G. OUTRAS ÁREAS NÃO PREVISTAS NO CURRÍCULO MÍNIMO
Elaborado pelo autor.
87
86
Acordo Nº 3, de 18 de dezembro de 1996, do Conselho de Universidades. Argentina.
87
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
165
A seguir, foram realizadas comparações entre o conteúdo mínimo citado e o conteúdo
programático oferecido pela USAL, sendo que as disciplinas foram legendadas por cores de
acordo com a área que melhor se adequam. Observa-se que na análise há um grau de
subjetividade, pois não foi considerada a interdisciplinaridade e a possibilidade de uma
disciplina atender ou se inter-relacionar com outras áreas.
Para iniciar, na tabela 42, foram destacados os quatro primeiros quadrimestres, em que o
aluno obtém o título Intermediário de: Analista Administrativo Contábil.
TABELA 42 CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO MÍNIMO (1º e 2º ANOS)
PRIMEIRO ANO
Primeiro Quadrimestre
carga horária
Segundo Quadrimestre
carga horária
ü
Disciplinas - 90 horas
ü
Disciplinas - 72 horas
Instituições de Direito Civil
90
Contabilidade Intermediária
72
Matemática II
72
ü
Disciplinas - 72 horas
Instituições de Direito Público
72
Economia
72
Administração
72
Matemática I
72
Inglês II
72
Computação I
72
Inglês I
72
ü
Disciplinas - 54 horas
Comunicação Oral e Escrita
72
Metodologia da Pesquisa
54
Contabilidade Básica
72
História Econômica e Social Internacional
54
Filosofia
54
Total
522 522
SEGUNDO ANO
Primeiro Quadrimestre
Segundo Quadrimestre
ü
Disciplinas - 72 horas
ü
Disciplinas - 72 horas
Contabilidade Superior
72
Sistemas de Custos
72
Microeconomia
72
Macroeconomia
72
Instituições de Direito Comercial
72
Organização, Sistemas e Métodos
72
Computação II
72
Teologia
72
Inglês III
72
Inglês IV
72
ü
Disciplinas - 54 horas
ü
Disciplinas - 54 horas
Sociedades
54
História Econômica e Social da Argentina
54
Cálculo Financeiro
54
Estatística
54
Aplicação Jurídica Contábil
54
Total
468
Total
522
Elaborado pelo autor.
88
88
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
166
Observa-se que no primeiro e segundo anos, conforme as áreas, a composição ficou
distribuída da seguinte forma:
Contabilidade 342 horas - 17%
Economia 324 horas 16 %
Administração 144 horas 7%
Humanística 108 horas 5%
Jurídica 288 horas 14%
Matemática 396 horas 20%
Outras áreas 432 horas 21%.
Na tabela 43, apresenta-se a grade curricular do terceiro ano que possibilita formar
Técnicos de Contabilidade e Custos, e, novamente, foi realizada a comparação. Observou-se a
seguinte composição, conforme a área:
Contabilidade 558 horas 55%
Economia 54 horas 5%
Administração 198 horas 19%
Humanística 0 horas - 0%
Jurídica 72 horas 7%
Matemática 0 horas - 0%
Outras áreas 144 horas - 14%
167
TABELA 43 CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO MÍNIMO (3º ANO)
Elaborado pelo autor.
89
TERCEIRO ANO
Primeiro Quadrimestre
Segundo Quadrimestre
ü
Disciplinas - 90 horas
ü
Disciplinas – 72 horas
Tecnologia da Informação
90
Custos Especiais
72
Impostos II - Técnica Impositivista Básica
72
ü
Disciplinas - 72 horas
Direito
do
Trabalho
e
Seguridade
Social,
Demissões
e
Remunerações
72
Custos e Gestão
72
Impostos I - Teoria Impositivista
72
ü
Disciplinas -54 horas
Auditoria Básica
54
ü
Disciplinas - 54 horas
Mercados Financeiros
54
Estados Contábeis
54
Análise Econômico Financeira - Estados Contábeis
54
Finanças Públicas
54
Controles Internos
54
Processos
54
Solução de Problemas e Tomada de Decisões
54
ü
Disciplinas Optativas - 72 horas
72
Idioma II
ü
Disciplinas Optativas- 72 horas
Alemão II
Idioma I
72
Francês II
Alemão I
Português II
Francês I
Italiano II
Português I
Italiano I
Total
522 504
A tabela 44 complementa a análise da formação do Contador Público da USAL e possui
a seguinte distribuição pelas áreas:
Contabilidade 384 horas 32%
Economia 54 horas 4%
Administração 342 horas 28%
Humanística 108 horas 9%
Jurídica 180 horas 15%
Matemática 0 horas 0%
Outras áreas 144 horas 12%.
89
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
168
QUARTO ANO
Primeiro Quadrimestre
Segundo Quadrimestre
540
ü
Disciplinas - 72 horas
ü
Disciplinas – 72horas
Planificação e Controle de Gestão
72
Ética Profissional
72
Atuação
na
Justiça
Negociação
e
Arbitragem
72
ü
Disciplinas - 54 horas
Contabilidade Internacional
54
ü
Disciplinas – 54 horas
Concursos e Quebras
54
Contabilidades Especiais
54
Recursos Humanos
54
Controle da Gestão Pública
54
Redação de Informes
54
Auditoria de Sistemas
54
Estrutura da Economia Argentina
54
Teoría
e
Técnica
Impositiva
-
Impostos
Internacionais
54
Finanças Empresariais
54
ü
Disciplinas Optativas - 72 horas
72
Management (Organização)
54
Idioma III
AlemãoIII
ü
Disciplinas Optativas - 72 horas
72
FrancêsIII
Idioma IV
Alemão IV
Italiano III
Francês IV
Português IV
Italiano IV
Total
414 540
QUINTO ANO
Primeiro Quadrimestre
258
ü
Disciplina - 150 horas
Trabalho Final 150
150
Matérias Optativas (não obrigatórias)
ü
Disciplina - 54 horas
Cultura Argentina
54
Arte Argentina
54
Total
de
Horas
Carreira
(Com
as
optativas):
4122
Total
de
Horas
(Com
TCC
e
Optativas)
4272
TABELA 44 CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO MÍNIMO (4º e 5º ANOS)
Elaborado pelo autor.
90
90
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e
CODECE - Consejo de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos
Mínimos. Documento que contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em
Administração e Licenciatura em Economia. CODECE. Argentina.
169
54%
32%
30%
4%
10%
19%
28%
16%
0%
13%
0%
17%
5%
16%
7%
5%
9%
5%
15%
7%
14%
9%
0%
19%
14%
17%
12%
21%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Analista Admnistrativo Contábil Técnico de Contabilidade e Custos Contador Público Formação Completa do Curso
A. ÁREA DE CONTABILIDADE B. ÁREA DE ECONOMIA C. ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO D. ÁREA HUMANÍSTICA
E. ÁREA JURÍDICA F. ÁREA DE MATEMÁTICA G. OUTRAS ÁREAS
A. ÁREA DE
CONTABILIDADE
B. ÁREA DE
ECONOMIA
C. ÁREA DE
ADMINISTRAÇÃO
D. ÁREA HUMANÍSTICA E. ÁREA JURÍDICA
Analista Admnistrativo Contábil
17% 16% 7% 5% 14%
Técnico de Contabilidade e Custos
54% 5% 19% 0% 7%
Contador Público
32% 4% 28% 9% 15%
Formação Completa do Curso
30% 10% 16% 5% 13%
O gráfico a seguir demonstra o desenvolvimento das disciplinas pelas áreas, de acordo
com as três fases do curso:
GRÁFICO 14 - CARGA HORÁRIA DO CURSO POR ÁREA
Elaborado pelo autor.
91
TABELA 45 SÍNTESE DO CURRÍCULO DO CURSO E A FORMA DE ATENDER AO CURRÍCULO MÍNIMO
Elaborado pelo autor.
92
Ao analisar o desenvolvimento do Curso, observa-se que as três fases têm
características muito distintas, pois:
91
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
92
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
170
I. Analista Administrativo Contábil corresponde à formação básica. A área com
maior concentração é Matemática (19%), pois todo seu conteúdo é ministrado
nesta fase, sendo utilizada como suporte para a atuação do profissional e para o
seu desenvolvimento. Na área de Economia, ocorre algo parecido, sendo a
maior concentração no início do curso (19%). O aluno tem contato com as áreas
de Administração (7%) e Jurídica (14%), ambas com conteúdos básicos. Na
área humanística (5%), há as disciplinas: “Metodologia da Pesquisa”, para
incentivar o aluno à investigação e habituá-lo à utilização de método científico
em todo o Curso; Filosofia, que é considerada relevante na formação dos
conceitos e valores do indivíduo, além de possibilitar uma construção filosófica
do planejamento da sua carreira, auxilia na compreensão do seu papel e da sua
forma de inserção na sociedade; e “Inglês”. Nesse período inicia-se a
preparação para a segunda fase, com 17% da carga horária dedicada a área
contábil, incluindo-se conhecimentos básicos, intermediários e avançados, além
de específicos, que são “Sistema de Custos” e “Aplicação Jurídica Contábil.”
II. Técnico de Contabilidade de Custos corresponde à formação técnica, sendo
que neste período o aluno recebe teoria, ferramentas e técnicas para a sua
atuação profissional, pode-se observar pela significativa concentração da área
Contábil (54%) e pelas disciplinas da área Administrativa que são mais práticas.
Há a inclusão da disciplina Solução de Problemas e Tomada de Decisões”,
para iniciar o preparo do aluno para a gestão, o que se pode considerar uma
introdução à terceira fase. Um aspecto relevante é a inclusão de Idiomas, o que
possibilita atender ao mercado externo e pode ser considerado diferencial, com
grande flexibilidade para o aluno escolher entre Alemão, Francês, Português ou
Italiano. Há diminuição das cargas horárias de Economia (5%) e Jurídicas (7%)
e não há disciplinas na área humanística.
III. Contador Público Corresponde à formação do gestor. As disciplinas são muito
voltadas ao controle e acompanhamento, sendo 32% da área Contábil, pois
considera-se que o aluno possui toda a formação técnica, necessitando, neste
período, de elementos para a tomada de decisão. A carga da área Administrativa
171
aumenta, correspondendo a 29%, número muito justificável pela característica
da fase, com disciplinas como “Recursos Humanos” e Redação de Informes, a
Área Jurídica possui 15% e a Econômica, 4%. A área Humanística possui 9%,
com as disciplinas optativas de “Cultura Argentina”e “Arte Argentina”.
Observa-se que há continuidade das disciplinas de Idiomas, apesar de optativas.
No nono semestre, além das optativas citadas, o aluno apenas realiza o Trabalho
Final de Curso de forma a associar e integrar os conteúdos adquiridos, além de
associar a teoria à prática.
É interessante observar que esta classificação de áreas é muito subjetiva, pois a maioria
das disciplinas poderiam ser classificadas de diferentes formas, e o critério utilizado foi de
maior proximidade. Por exemplo, “Ética Profissional”, classificada na área contábil, aborda
muitos aspectos legais e faz parte da formação humanística do indivíduo.
Após a classificação das disciplinas conforme a proximidade das áreas, foi realizada a
separação para compreensão da distribuição das cargas horárias, conforme a tabela 46:
TABELA 46 ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR DO CURSO CONFORME O CURRÍCULO MÍNIMO
Semestre A. ÁREA DE CONTABILIDADE:
Carga Horária
Trabalho Final 150 150
Contabilidades Especiais 54
Auditoria de Sistemas 54
Ética Profissional 72
Contabilidade Internacional 54
Custos Especiais 72
Impostos II - Técnica Impositivista Básica 72
Auditoria Básica 54
Análise Econômico-Financeira - Estados Contábeis 54
Controles Internos 54
Custos e Gestão 72
Impostos I - Teoria Impositivista 72
Estados Contábeis 54
Finanças Públicas 54
Sistemas de Custos 72
Aplicação Jurídica Contábil 54
Contabilidade Superior 72
Contabilidade Intermediária 72
Contabilidade Básica 72
Total 1284
172
TABELA 46 ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR DO CURSO CONFORME O CURRÍCULO MÍNIMO (Cont.)
Semestre B. AREA DE ECONOMIA:
Carga Horária
Estrutura da Economia Argentina
54
Mercados Financeiros
54
Macroeconomia
72
Macroeconomia
72
Historia Econômica e Social Argentina
54
História Econômica e Social Internacional
54
Economia
72
Total 432
Semestre C. ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO:
Carga Horária
Controle da Gestão Pública
54
Finanças Empresariais
54
“Management”
(Organização)
54
Planificação e Controle de Gestão
72
Recursos Humanos
54
Redação de Informes
54
Tecnologia da Informação
90
Processos
54
Solução de Problemas e Tomada de Decisões
54
Organização, Sistemas e Métodos
72
Administração
72
Total 684
Semestre D. ÁREA HUMANÍSTICA:
Carga Horária
Cultura Argentina
54
Arte Argentina
54
Metodologia da Pesquisa
54
Filosofia
54
Total
216
Semestre E. ÁREA JURÍDICA:
Carga Horária
Atuação na Justiça – Negociação e Arbitragem
72
Teoria e Técnica Impositiva - Impostos Internacionais
54
Concursos e Quebras
54
Direito do Trabalho e Seguridade Social, demissões e remunerações
72
Sociedades
54
Instituições de Direito Comercial
72
Instituições de Direito Público
72
Instituições de Direito Civil
90
Total 540
173
TABELA 46 ANÁLISE DA GRADE CURRICULAR DO CURSO CONFORME O CURRÍCULO MÍNIMO (Cont.)
Semestre F. ÁREA DE MATEMÁTICA: Carga Horária
Cálculo Financeiro
54
Computação II
72
Estatística
54
Matemática II
72
Matemática I
72
Computação I
72
Total 396
Semestre G. OUTRAS ÁREAS NÃO PREVISTAS NO CURRÍCULO MÍNIMO Carga Horária
Idioma IV
72
Idioma III
72
Idioma II
72
Idioma I
72
Inglês IV
72
Teologia
72
Inglês III
72
Inglês II
72
Inglês I
72
Comunicação Oral e Escrita
72
Total 720
Elaborado pelo autor.
93
Após a elaboração da tabela, obteve-se os seguintes percentuais por área:
Contabilidade 1284 horas 30%
Economia 432 horas 10%
Administração 684 horas 16%
Humanística 216 horas 5%
Jurídica 540 horas 13%
Matemática 396 horas 9%
Outras áreas 720 horas 17%.
93
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
174
4.2.6. MATRIZ CURRICULAR USAL
Com um procedimento similar ao realizado para analisar o currículo do Curso de
Contabilidade da PUC-SP foi analisado o Curso de Contador Público e foi elaborada a Matriz
Curricular, porém os conteúdos foram comparados ao Currículo Mínimo
94
, elaborado pelo
Conselho de Universidades. Para análise foi dividida a grade em 6 (seis) grupos, de acordo com
a proximidade temática, facilidade para interdisciplinaridade e competências desenvolvidas
pelas disciplinas, conforme demonstrado nas tabelas 47, 48 e 49:
TABELA 47 MATRIZ CURRICULAR USAL GRUPOS 1 e 2
Semestre
Pública
Tecnologia da
Informação
Estatística Computação II Microeconomía
Historia Econômica e
Social Argentina
Matetica I
Computação I
Grupo 1 Grupo 2
Management (Organização)
Estrutura da Economia Argentina Recursos Humanos
Economia
Mercados Financeiros
lculo Financeiro Macroeconomia
Organização, Sistemas e Métodos
Matemática II História Econômica e Social Internacional
Administração
Finanças
Empresariais
Planificação e Controle de Gestão
Processos
Solução de Problemas e
Tomada de Decisões
Elaborado pelo autor.
95
Grupo 1 O grupo 1 pertence à formação básica e as disciplinas são da Área
Matemática, para o desenvolvimento do raciocínio lógico-numérico e os conhecimentos de
estatística e cálculo. Possui uma significativa carga horária nos dois anos iniciais, pois pode ser
considerada pré-requisito aos aprendizados de diversas outras disciplinas e conteúdos.
Grupo 2 Composto por disciplinas da área de Economia e Administração, observa-se
que na primeira fase do curso, há uma significativa concentração de conteúdos de formação
geral, como princípios de Economia e Administração ou dados históricos. O conteúdo deste
grupo encerra-se no sétimo semestre, pois, principalmente o último, consiste em atividade
prática. Analisando o grupo de maneira isolada, tende-se a considerar que no segundo e quinto
94
Acordo 3, de 18 de dezembro de 1996, do Conselho de Universidades. Argentina.
95
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
175
semestres há quebra de seqüenciamento, porém isso não é fato, pois há integração com outros
grupos, em especial com as disciplinas do Grupo 3 (três), 4(quatro) e 5 (cinco).
TABELA 48 MATRIZ CURRICULAR USAL GRUPO 3
Semestre
Atuação na Justiça – Negociação e
Arbitragem
Controle da Gestão
Pública Auditoria de Sistemas
Impostos II - Técnica Impositivista Básica
Instituições de Direito Público
Instituições de Direito Civil
Aplicação Jurídica Contábil
Direito do Trabalho e Seguridade
Social, Demissões e
Sociedades
Instituições de Direito Comercial
Finanças Públicas
Análise Econômico Financeira dos Estados
Contábeis
Impostos I - Teoria Impositivista Estados Contábeis
Auditoria Básica
Teoria e Técnica Impositiva -
Impostos Internacionais
Concursos e Quebras
Grupo 3
Finanças Empresariais
Redação de Informes
Elaborado pelo autor.
96
Grupo 3 O grupo 3 possui momentos diferenciados, que estão em conformidade com
a estrutura do Curso, pois:
a) nos quatro primeiros semestres predominam as disciplinas básicas;
b) no quinto e no sexto predominam as disciplinas técnicas;
c) no final, sétimo e oitavo, predominam disciplinas que são simultaneamente de
caráter técnico, de gestão e de formação;
d) no nono semestre, o aluno utiliza os conhecimentos adquiridos para elaboração
do Trabalho Final de Graduação.
Observa-se que há disciplinas do Grupo 3 (três), “Controle da Gestão Pública” e
“Finanças Empresariais” que compõe, também, o 2 (dois), pois elas possuem conteúdos
relacionados e integrados. Compõem este grupo as disciplinas jurídicas, de Controle de
Auditoria e de Análise Financeira.
96
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
176
TABELA 49 MATRIZ CURRICULAR USAL GRUPOS 4, 5 e 6
Semestre
Grupo 5
Trabalho Final
Cultura Argentina Arte Argentina
Controles Internos Custos Especiais
Metodologia da Pesquisa
Grupo 4 Grupo 6
Contabilidades Especiais
Contabilidade Internacional
Sistemas de Custos Teologia
Custos e Gestão
Contabilidade Superior
Contabilidade Intermediária Filosofia
Contabilidade Básica
Elaborado pelo autor.
97
Grupo 4 Contém disciplinas mais técnicas, do primeiro ao terceiro semestre constam
disciplinas de formação contábil, posteriormente são conteúdos aplicados a área. Apesar de
estarem alocadas no grupo 4, possuem interação com todos os grupos, principalmente com o
grupo 3.
Grupo 5 Ministrado em duas fases, a primeira composta de Metodologia da
pesquisa”, que deve ser aplicada aos trabalhos e atividades de todas disciplinas. Ao término do
curso (9° semestre), há o Trabalho Final, que utiliza todos os conhecimentos do Curso. Essa
estratégia de alocar o conteúdo de metodologia no primeiro semestre pode possibilitar
resultados se no Curso todo, os Docentes exigirem os procedimentos metodológicos nas
atividades dos alunos.
Grupo 6 O grupo 6 compõe-se de conteúdos que buscam a humanização da formação.
Há 3 (três ) disciplinas neste grupo, que podem ser consideradas os diferenciais da USAL. São
elas: “Teologia” e as optativas “Arte Argentina” e “Cultura Argentina”. Este grupo é muito
importante para garantir que o curso esteja alinhado à Missão da Instituição, mas o caráter
humano é, também, contemplado em outros momentos do curso.
Disciplinas Formadoras e Gerais Duas disciplinas não foram consideradas nos
grupos citados, são elas: “Comunicação Oral e Escrita” e “Ética Profissional, pois elas
97
Fontes: Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE - Consejo
de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento que
contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
177
permeiam todo o curso. Um fato que merece atenção é que a disciplina “Ética Profissional” é
oferecida apenas no semestre. Considerando-se que o curso possui duas titulações
intermediárias, o ideal seria antecipar a disciplina, ou parte do seu conteúdo, pois o profissional
que não desejar concluir, possuirá um título superior, sem cursá-la, além do que há muitos
alunos que estão no mercado e estes conteúdos são relevantes à formação.
178
4.3.COMPARATIVO PUC-SP E USAL
A seguir, será apresentada a tabela 50, que demonstra a compatibilidade entre as
disciplinas das duas universidades
TABELA 50 COMPARATIVO PUC-SP E USAL CONTEÚDOS COMPATÍVEIS
C*
Bacharel Ciencias Contábeis – PUC-SP
Carga
horária
CONTADOR PUBLICO - USAL
Carga
horária
Diferença
em horas
1 Matemática I 68 Matetica I 72
Matemática II
68
Matetica II
72
Total
136
Total
144 -8
2 Português Instrumental I 34 Comunicação Oral e Escrita 72
Português Instrumental II
34 -4
Total
68
Total
72 -4
3
Introdução à Administração
68
Administração
72 -4
4
Relações do Trabalho
68
Demissões e Remunerações
72 -4
5
Elementos de Economia
68
Economia
72 -4
6
Legislação Comercial e Societária
68
Instituições de Direito Comercial
72 -4
7
Contabilidade Básica
68
Contabilidade Básica
72 -4
8
Contabilidade Intermediária
68
Contabilidade Intermediária
72 -4
9
Contabilidade Avançada
68
Contabilidade Superior
72 -4
10
Controladoria Organizacional
68
Planificação e Controle de Gestão
72 -4
11
Pecia Contábil e Arbitragem
68
Atuação na Justiça – Negociação e Arbitragem
72 -4
Total do Bloco 1
816
Total do Bloco 1
864 -48
12
Introdução à Tecnologia da Informação
34
Tecnologia da Informação
90
-56
Instituições de Direito
68
Instituições de Direito Público
72
Instituições de Direito Civil
90
Total
68
Total
162
-94
13
Economia Brasileira
34
Estrutura da Economia Argentina
54 -20
14
Ética Profissional e Cidadania
34
Ética Profissional
72 -38
15
Controle e Gestão de Custos
68
Custos e Gestão
72
Sistemas de Custeio
68
Custos Especiais
72
todos de Custeio 68 Sistemas de Custos 72
Total
204
Total
216 -12
16 Direito Tributário
68
Impostos I - Teoria Impostivista
72
Planejamento Contábil Tributário 68 Impostos II - Técnica Impositivista Básica 72
Teoria e Técnica Impositiva - Impostos
Internacionais 54
Total
136
Total
198 -62
17 Monografia 68 Trabalho Final 150
Estágio Supervisionado I 150
Estágio Supervisionado II
34
Total
252
Total
150 102
Total do Bloco 2
762
Total do Bloco 2
942
-180
18
Matemática Financeira
68
lculo Financeiro
54 14
19
Estatística
68
Estatística
54 14
20
Análise dos Demonstrativos Contábeis
68
Análise Econômico Financeira - Estados
Contábeis
54 14
21
Auditoria
68
Auditoria Básica
54 14
22
Controladoria Governamental
68
Controle da Gestão Pública
54 14
23
Instituições Financeiras, Crédito e Finanças
68
Finanças Empresariais
54 14
24
Técnicas de Medão de Desempenho
68
Solução de Problemas e Tomada de Decisões
54 14
25 Introdução à Pesquisa Contábil 68 Metodologia da Pesquisa 54
Pesquisa Contábil
68
Total
136
Total
54
26 Introdução ao Pensamento Teológico I 34 Teologia 72 -38
Introdução ao Pensamento Teológico II
68 68
Total
102
Total
72 30
Total do Bloco 3
714
Total do Bloco 3
504 210
Bloco 2Bloco 3 Bloco 1
Elaborado pelo autor.
98
98
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC-SP. 2001, Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004, Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE -
Consejo de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento
que contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
179
Na tabela 51, relacionam-se as disciplinas não-compatíveis entre as duas universidades:
TABELA 51 COMPARATIVO PUC-SP E USAL DISCIPLINAS NÃO-COMPATÍVEIS
Bacharel Ciencias Contábeis – PUC-SP
Carga
horária
CONTADOR PUBLICO - USAL
Carga
horária
Economia Internacional e Comércio Exterior
34
Computação I
72
Marketing
68
Computação II
72
Noções de Lógica
34
Historia Econômica e Social Argentina
54
História Econômica e Social Internacional
54
Macroeconomia
72
Management (Organização)
54
Microeconomia
72
Organização, Sistemas e todos
72
Processos
54
Recursos Humanos
54
Redação de Informes
54
Sociedades
54
Contabilidade Gerencial
68
Contabilidade Internacional
54
História do Pensamento Contábil
68
Contabilidades Especiais
54
Teoria Contábil
68
Controles Internos
54
Normas Contábeis e de Auditoria
68
Estados Contábeis
54
Planejamento Contábil Financeiro
68
Finanças Públicas
54
Sistemas Contábeis
68
Aplicação Jurídica Contábil
54
Mercados Financeiros
54
Concursos e Quebras
54
Auditoria de Sistemas
54
Práticas na área Contábil l
34
Práticas na área Contábil lI
34
Práticas na área Contábil lII
34
Práticas na área Contábil lV
34
Seminários
de
Tópicos
Especiais
em
Contabilidade I
34
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade II
34
Seminários de Tópicos Especiais em
Contabilidade III
34
Seminários
de
Tópicos
Especiais
em
Contabilidade IV
34
Psicologia Aplicada à Contabilidade
34
Cultura ou Arte Argentina
54
Sociologia Aplicada à Contabilidade
34
Filosofia
54
Inglês I
72
Inglês II
72
Inglês III
72
Inglês IV
72
Idioma I
72
Idioma II
72
Idioma III
72
Idioma IV
72
Total 884
Total
1908
Bloco 5Bloco 6 Bloco 4Bloco 7
Elaborado pelo autor.
99
99
Fontes: Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Contábeis. São Paulo: PUC-SP. 2001, Resolução CNE/CES 10, de 16 de
dezembro de 2004, Contenido mínimo Contador Publico. Buenos Aires: SAL - Universidad Del Salvador, 2002 e CODECE -
Consejo de Decanos de Facultades de Ciências Econômicas de Universidades Nacionales. Contenidos Mínimos. Documento
que contém os currículos mínimos para Graduação em Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia.
CODECE. Argentina.
180
As disciplinas compatíveis foram divididas em quatro blocos, sendo os três primeiros
compostos por disciplinas compatíveis (tabela 50) e dos blocos 4 ao 7, (tabela 51), por não-
compatíveis. Os blocos são compostos por 30 conteúdos, conforme a similaridade das
disciplinas.
Para comparação e análise foram utilizados os critérios da Resolução CNE/CES 10, de
16 de dezembro de 2004 e as cores respectivas apresentadas na tabela 52:
TABELA 52 LEGENDA DA DISTRIBUIÇÃO DOS CONTEÚDOS PELA GRADE CURRICULAR
Cor
Conteúdo
Formação Básica
Formação Profissional
Formação Teórico-Prática
Formação Básica-Diferenciais
Elaborado pelo autor.
100
A seguir, apresenta-se a análise realizada por bloco de disciplinas:
O Bloco 1 (tabela 50) consiste na apresentação dos conteúdos de 1 a 11, com
disciplinas de carga horária similar, para tal, foram selecionados os conteúdos
que possuem uma diferença de carga horária inferior a 8 (oito) horas totais. Estas
foram consideradas praticamente consensuais quanto à carga horária. Observa-
se, porém, que a USAL possui maior carga em todas elas, o que proporciona
uma diferença de 52 horas. As disciplinas dos conteúdos 1 e 2 são de formação
básica e geral e correspondem à Matemática, ao Idioma Pátrio e à Forma de
comunicação. Os conteúdos de 3 a 6, embora básicos, estão relacionadas ao
mercado de trabalho de forma direta e abordam fundamentalmente,
Administração, Economia e Legislação. Os conteúdos de 7 a 11 abordam os
diferentes níveis da formação Contábil, Controladoria e Perícia.
O Bloco 2 (tabela 50) é constituído por conteúdos consensuais entre as duas
Faculdades, em relação à necessidade de composição no currículo, porém há um
carga maior na USAL. Há, nos conteúdos 12 e 13, disciplinas de formação
básica voltadas à Tecnologia da Informação, Direito e Economia Nacional. Em
100
Fonte: Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004.
181
relação à Ética Profissional (14) há uma significativa diferença de carga horária,
pois a USAL prevê 72 horas e a PUC-SP 34 horas. Observa-se, entretanto, que é
recomendado ministrar Ética transversalmente em todo o curso, pois ela faz
parte da prática profissional e das ações cotidianas, sendo prevista em todas as
disciplinas na PUC. Em relação à formação profissional, é possível afirmar que a
carga horária de Custos (15) é bem contemplada em ambas as faculdades,
excedendo a 200 horas, podendo ser considerada uma disciplina fundamental em
ambiente competitivo e de alta tecnologia. “Direito Tributário” (16), na PUC-
SP, apresenta 68 horas e na USAL 54, porém a USAL possui “Impostos I e II e
há uma disciplina muito relevante para o mercado global, Teoria e Técnica
Impositiva - Impostos Internacionais”. Para finalizar, destaca-se que as
disciplinas relacionadas ao trabalho final e ao estágio (17) são muito relevantes,
pois:
a. introduzem o aluno na pesquisa e muitas vezes na iniciação
científica, podendo incentivá-lo para a continuidade dos
estudos;
b. constituem uma oportunidade para o aluno ingressar no
mercado de trabalho, pois o estágio é realizado na empresa e
a monografia utiliza, muitas vezes, casos reais para análise;
c. possibilita ao aluno integrar a teoria à prática, aplicando os
conteúdos;
d. Integra e inter-relaciona conteúdos de forma interdiscplinar
ou transdiciplinar.
No bloco 3 (tabela 50) foram destacados os conteúdos que constam em ambos os
cursos, porém há maior carga horária na PUC-SP. Há dois conteúdos básicos:
Matemática Financeira e Estatística (18 e 19). Para a formação profissional os
conteúdos referem-se à:
a. “Análise dos Demonstrativos Contábeis” (20), disciplina
que poderia ser melhor utilizada, se os países da América Latina
tivessem padrões de contabilidade internacional;
182
b. “Auditoria”(21), em que se torna possível observar a
característica interdisciplinar do conteúdo, além da necessidade da
constante atualização em especial no que se refere ao mercado
global;
c. “Controladoria Governamental” (22), que na USAL foi
relacionada à disciplina Controle da Gestão Pública, porém
destaca-se que na prática os conteúdos são muito diferentes,
principalmente devido à legislação;
d. “Instituições Financeiras, Crédito e Finanças”(23), que foi
equiparada à disciplina oferecida pela USAL “Finanças
Empresariais”, porém na PUC-SP a disciplina é mais abrangente,
pois prioriza o mercado financeiro;
e. “Técnicas de Medição de Desempenho” (24), que possui
parte de conteúdo similar à disciplina da USAL Solução de
Problemas e Tomada de Decisões”, pois possibilitam ao aluno ter
ferramentas quantitativas para a análise gerencial e pode ser
considerada um diferencial da PUC-SP, em relação às outras
faculdades do Brasil que não possuem este conteúdo no currículo;
f. Ensinar o aluno Metodologia de Pesquisa, além de
incentivá-lo para a investigação (25), sempre de forma direcionada
à formação contábil, é um conteúdo importante, pois auxilia o
aluno a compreender a necessidade e os objetivos da pesquisa na
área, transformar a investigação em uma prática do seu cotidiano
profissional e acadêmico e utilizar métodos científicos durante todo
o curso;
g. “Introdução ao Pensamento Teológico” (26), associada à
“Teologia”, que possuem conteúdos com o propósito de associar o
Curso à Missão das Instituições, foi considerada diferencial das
instituições, pois não são normalmente oferecidas pelas faculdades.
183
No Bloco 4 (tabela 51) há as disciplinas básicas, que são oferecidas por apenas
uma das Instituições. São as seguintes disciplinas:
o PUC-SP
a. Economia Internacional e Comércio Exterior. Uma
disciplina importante como pré-requisito para a Contabilidade
Internacional e para a concepção da Economia Global”;
b. “Marketing”- Em uma concepção de que o Contador é um
Gestor de Empresas e Negócios, ele necessita da óptica estratégica
das organizações e do conhecimento da dinâmica do mercado,
portanto constitui-se como fonte de informações para a formação
do gestor;
c. “Noções de Lógica” - Disciplina que pode ser ministrada de
forma integrada à “Técnicas de Medição de Desempenho”, que usa
dados quantitativos para análise.
o USAL
a. “Computação” O conteúdo da disciplina é necessária ao
desenvolvimento de competências relevantes à profissão, mas a
opção de constar no currículo depende do nível de acessibilidade
dos alunos à informática;
b. “Macroeconomia”, “História Econômica e Social da
Argentina” e “Sociedades” - Essas disciplinas possibilitam uma
visão macro ao aluno e compõem a sua formação global;
c. “Organização, Sistemas e Métodos”, “Processos”,
“Management (organização)”, “Recursos Humanos” e “Redação de
Informes” Possibilitam uma visão corporativa e podem ser
integradas à outras disciplinas, principalmente à “Introdução à
Administração”. Processos, conforme ementa fornecida pela
USAL refere-se aos processos administrativos e gerenciais nas
diversas áreas das empresas.
184
No Bloco 5 (tabela 51) há as disciplinas de Formação Profissional, que são
oferecidas por apenas uma das Instituições. Compõe-se das seguintes
disciplinas:
o PUC-SP
a. “História do Pensamento Contábil”, “Introdução à Pesquisa
Contábil”, Normas Contábeis e de Auditoria” e “Teoria Contábil”
são conteúdos teóricos, que buscam agregar o conhecimento geral
sobre a área contábil;
b. Planejamento Contábil Financeiro”, Contabilidade
Gerencial” e “Sistemas Contábeis” são conteúdos que buscam
capacitar o alunado à visão sistêmica e gerencial.
o USAL
a. “Contabilidade Internacional”, que é uma disciplina
relevante no contexto mundial atual, em especial em um momento
em que se discute a harmonização contábil e a participação no
mercado internacional. A PUC-SP aprovou recentemente pelo
CEPE - Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade a
alteração no currículo e incluiu a disciplina Contabilidade
Internacional com 34 horas, está sendo ofertada para as turmas
que ingressaram a partir de 2007.
b. Contabilidades Especiais” aborda entidades financeiras,
meios de comunicação, companhias de seguros e atividade
agropecuária. Pode ser comparada às disciplinas “Seminários de
Tópicos Especiais em Contabilidade”, ofertadas na PUC-SP, porém
não foi considerado no trabalho similar, porque não há uma
definição do conteúdo anual;
c. Controles Internos” possui conteúdo complementar à
disciplina “Auditoria Básica”, porém aborda mais a questão da
185
fraude dos seus controles, por isso ambas disciplinas são oferecidos
no sexto semestre;
d. Finanças Públicas e Concursos e Quebras” são
complementares à Contabilidade das áreas públicas;
e. Estados Contábeis”, oferecida no quinto semestre,
consiste em uma iniciação para o aluno realizar a interpretação dos
dados contábeis e da análise contábil e financeira;
f. Aplicação Jurídica Contábil”, aborda a formação e a
carreira do contador, o código de ética, direito constitucional,
direito processual e direito civil;
g. Mercados Financeiros”, contempla uma abordagem do
mercado de capitais, possui conteúdo importante para a formação
do aluno, principalmente para um momento em que se busca atuar
no mercado global. Poderia ser oferecida como optativa na PUC-
SP.
h. Auditoria de Sistemas”, apresenta um conteúdo
complementar à formação do contador e pode ampliar o seu campo
de atuação.
O Bloco 6 (tabela 51) é composto por disciplinas voltadas para a formação
teórico-prática oferecidas pela PUC-SP. Este bloco é composto por:
a. “Práticas na Área Contábil”, que foi criada com o objetivo
de possibilitar ao aluno condições de aplicar os conhecimentos
adquiridos por meio de exercícios, simulações e atividades
interdisciplinares, ministrados em 136 horas;
b. “Seminários de Tópicos Especiais de Contabilidade”, é
composto por palestras sobre temas atuais e complementares,
imprimindo uma maior flexibilidade no currículo, com 136 horas.
Há abordagens como balanço social, formação profissional,
mudanças legais e outros.
186
O Bloco 7 (tabela 51) contém disciplinas que são básicas, porém podem ser
consideradas diferenciais em ambas instituições:
o PUC-SP
a. “Psicologia Aplicada à Contabilidade”. Considerando-se
que o Contador não pode se limitar a apenas registrar e analisar os
dados e fatos patrimoniais, mas deve ser um gestor da empresa, que
utiliza a Economia e os conhecimentos sobre aspectos humanos e
patrimoniais para a tomada de decisões, essa disciplina torna-se
relevante para a sua formação e pode ser um diferencial;
b. “Sociologia Aplicada à Contabilidade”. A Economia
envolve aspectos da Sociologia, assim como os resultados de um
patrimônio em mutação são influenciados por aspectos
sociológicos.
o USAL
a. “Cultura Argentina” e “Arte Argentina”, oferecidas como
disciplinas optativas, demonstram a preocupação com a formação
geral do indivíduo e a valorização da cultura nacional;
b. “Inglês” e um terceiro idioma em que o aluno pode
escolher: “Italiano”, ”Alemão”, ”Português” ou “Francês”.
O que se destaca na análise são os aspectos que são elencados a seguir:
O primeiro consiste no fato de que, apesar de nos aspectos gerais da formação os cursos
serem muito diferentes, no aspecto profissional a formação tem muitos aspectos similares. O
Curso tem carga horária que se destaca quanto às disciplinas de formação contábil, custos e a
área Tributária.
Em relação às disciplinas básicas, há uma parte que pode ser considerada diferencial,
porém com enfoques diferentes, que demonstram um pouco da forma de atuação das
Instituições.
Ambas Instituições têm uma capacidade muito grande em integrar teoria e pratica, mas
com estratégias diferentes de ensino e conseguem um bom índice de alunos colocados no
187
mercado, sendo que se destaca o fato de serem cursos noturnos e que a maioria dos alunos
trabalham.
Os dois cursos, principalmente devido às disciplinas consideradas diferenciais,
demonstram uma tendência para a questões humanísticas e sociais.
188
CONCLUSÕES
1. Avaliação dos Cursos Superiores de Ciências Contábeis
A avaliação é necessária, para o acompanhamento e desenvolvimento do ensino
superior, sendo que deriva de uma decisão política, mas deve ser flexível para adaptar-se às
novas tecnologias e às mudanças de mercado, sociais ou regionais, e à cultura institucional.
Observa-se que não se trata de uma flexibilidade quanto à qualidade de ensino, mas refere-se ao
respeito às especificidades dos cursos. O processo deve refletir não apenas a comunidade
acadêmica interna (alunos, professores, funcionários administrativos e gestores), mas, também,
a comunidade em que a Instituição está inserida e as suas necessidades, portanto as
características regionais devem ser respeitadas e consideradas nos processos.
Os processos avaliativos dos cursos são diferenciados e, embora na Argentina o número
de estudantes do curso de Contador Público seja alto, não há processo de avaliação externa.
No Brasil, há o ENADE-Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes, sendo que
em 2006 o curso de Ciências Contábeis da PUC-SP foi avaliado e para 2009, está prevista a
verificação “in loco”. Na Argentina, por sua vez, embora o CODECE (Consejo de Decanos de
Facultades de Ciencias Económicas de Universidades Nacionales) tenha solicitado a avaliação
para os Cursos Superiores de Contador Público, até hoje não há previsão nem planejamento
para que esse processo ocorra.
Outra observação é que, embora estejam previstos a ampliação do crescimento e o
desenvolvimento dos processos avaliativos, os cursos superiores de Contábeis não são
contemplados pelo MEXA.
101
Atualmente, o MEXA não é considerado um selo de qualidade,
mas os cursos passam por critérios avaliativos em que são mensurados padrões mínimos,
podendo ser transformados em certificação para garantir a atuação profissional na América
Latina.
Quanto às dimensões da avaliação, citadas no primeiro capítulo, o contexto
institucional, o projeto acadêmico, os recursos humanos e a infra-estrutura, merece destaque a
primeira, ou seja, o “Contexto institucional”, pois é ele que fundamenta toda a avaliação do
curso e está relacionado ao currículo. Nessa dimensão estabelecem-se os objetivos e metas da
101
Manual de Procedimientos para Pares Evaluadores. Mecanismo Experimental de Acreditación de Carreras
para o Reconocimiento de Titulos de Grado Universitario en los Países del Mercosur, Bolivia Y Chile. Mercosur,
diciembre de 2002.
189
carreira, o perfil do profissional que se deseja formar, a estrutura organizacional, o plano de
desenvolvimento e demais indicadores que caracterizam a filosofia e a missão da instituição.
Portanto, os critérios deste componente devem ser analisados à luz das “Características da
carreira” e demonstrar claramente que há meios e ferramentas para que sejam alcançados os
objetivos maiores estabelecidos. A primeira dimensão está diretamente relacionada ao perfil do
egresso e às competências a serem atingidas.
Destaca-se, ainda, a necessidade dos processos avaliativos realizarem meta-avaliação,
ou seja, a avaliação do processo avaliativo, pois é fundamental para o desenvolvimento dos
processos, por essa razão em um processo de avaliação externa ou auto-avaliação recomenda-se
contemplá-la.
Logo, conforme citado no primeiro capítulo, defende-se que o Mercosul deve avançar
no desenvolvimento dos padrões internacionais de qualidade dos cursos, pois trata-se de uma
questão política e conseqüentemente econômica, além de preservar a relação com a cultura e a
realidade das pessoas, já que a América Latina tem características próprias e interesses
diferenciados no ambiente global.
A avaliação pode e deve ser o caminho, não apenas para a unificação e construção da
melhoria do ensino no Mercosul, mas também, para o reconhecimento internacional dos
egressos para atuação no mercado global.
2. Desenvolvimento do Ensino Superior no Brasil e na Argentina
O segundo capítulo abordou alguns aspectos sobre as universidades da América Latina,
em especial sobre o Brasil e a Argentina, que merecem uma reflexão, entre eles podem ser
considerados:
O conceito e o formato da universidade e do ensino superior têm muitos pontos em
comum entre o Brasil e a Argentina, porém há também algumas diferenças
significativas. Uma que merece destaque é o fato de na Argentina existir o ensino
superior não-universitário. É interessante destacar que o acesso ao ensino superior,
proporcionalmente, é bem maior do que no Brasil, porém, na Argentina, o ensino
não-universitário tem um espaço significativo. No Brasil, foram criados os Cursos
Superiores de Formação Específica, que possuem características próximas aos
190
superiores não-universitários Argentinos, porém o crescimento da oferta e procura
não tem sido grande e estão perdendo mercado, principalmente, para os Cursos de
Graduação Tecnológica.
O crescimento numérico de instituições, alunos e cursos nos últimos anos foi
surpreendente, o que significa mais acesso ao ensino superior e, conseqüentemente,
menos exclusão social, mas a qualidade é fundamental para o desenvolvimento e
para a empregabilidade. No Brasil e na Argentina tem aumentado o número de
matrículas. No Brasil, em 2005, foram contabilizadas 4.099 Instituições de Ensino
Superior, 20.407 cursos de graduação presenciais e 1.678.088 alunos ingressantes.
Porém esse crescimento tem diminuído anualmente, conforme demonstram os dados
do MEC/INEP. Na Argentina, em 2004, havia 100 instituições, entre universidades
e institutos universitários.
O número de alunos que optam pelos Cursos Superiores de Contabilidade é muito
elevado nos dois países. No Brasil, é o sétimo maior curso, sendo que em 2004
ingressaram 162.159 alunos e concluíram 24.213, destacando-se a evasão que é
muito alta no Ensino Superior Brasileiro. Na Argentina, o Curso de Contador
Público é o segundo com maior número de alunos, porém, apesar do acesso ao
ensino Superior estar em crescimento, o Curso diminuiu de 2000 a 2004, de 31.212
matrículas para 29.245. Outra observação é que os cursos privados tiveram um
crescimento de 3908 alunos (em 2000) para 6055 (em 2004), por sua vez, as
faculdades estatais de Contador Público na Argentina reduziram o número de
alunos, no mesmo período, de 27304 para 23190.
A possibilidade de acordos entre países da América Latina, na área educacional,
deve ser uma preocupação dos governos e não apenas a formação de blocos para
transações comerciais.
O momento que a América Latina está vivenciando, como parte de uma sociedade
global, em constante mutação, apresenta características e realidades próprias, e deve estar
refletida na construção de políticas sociais, em especial na educação. Por este motivo é muito
191
importante a construção de políticas para o Mercosul, para garantir a inserção dos profissionais
e o desenvolvimento das competências e habilidades dos estudantes de forma que eles não
apenas intervenham no cenário global, como também tenham capacidade crítica, com
responsabilidade social, ética e postura pró-ativa.
Observa-se a existência de dois problemas no ensino superior da América Latina que
merecem atenção. O primeiro constitui-se na falta de padrões mínimos na avaliação dos cursos,
considerando-se as diferenças, para proporcionar maior intercâmbio e até facilitar
convalidações de títulos entre os países. O segundo, é a necessidade de maior troca de
informações pelas instituições de ensino e pelos países, para, por meio de intercâmbio, ser
possível elaborar políticas públicas. Atualmente, o Sistema de Informação e Comunicação do
Mercosul Educativo e a UNESCO têm sido importantes para desempenhar este papel, porém
faltam ainda dados.
3. Tendências da Contabilidade na América Latina
A Profissão Contábil, desde a sua criação até os dias atuais, passou por muitas
transformações. Uma mudança relevante foi trazida pela informatização que possibilitou e até
pressionou os Contadores a possuírem funções mais gerenciais e voltadas para as tomadas de
decisão, o que ocasionou a ampliação das funções de muitos profissionais. A maior mudança,
entretanto, não foi a criação de novas ferramentas, mas a revisão dos processos administrativos
e contábeis, que, certamente, só foram possíveis devido à tecnologia. Outro fator é a facilidade
de transporte de pessoas e de informação.
Atualmente, há entre essas tendências, uma que é muito perceptível - a
internacionalização- produzindo um impacto que ocorre de maneira direta, já que os
profissionais terão que acompanhar as possíveis harmonizações e padronizações mundiais.
Nesse contexto, o processo de internacionalização é impulsionado pela alta tecnologia,
rapidez da informação, transparência pública e a facilidade das empresas atuarem em mercados
globais. Esses fatores impulsionam a Contabilidade dos países para uma harmonização
contábil, que possibilitaria facilitar comparações, traria mais investimentos para a América
Latina e facilitaria a atuação das empresas e dos profissionais no mercado mundial.
O que se deve ressaltar no processo de harmonização contábil é a necessidade de se
preservar a autonomia e soberania dos povos e a América Latina deve se articular para de
192
forma conjunta posicionar-se, porém isso não impede algumas mudanças para atender ao
IASB
102
, conforme exemplificado no terceiro capítulo, como:
§ obrigatoriedade da apresentação de fluxo de caixa;
§ segmentar informações por negócios ou áreas geográficas;
§ o demonstrativo do desconto a valor presente, em vendas de longo prazo;
§ registrar subvenções governamentais registradas quando recebidas e associadas à
vida dos projetos ou à dos ativos.
Há outros fatores relevantes para a adaptação da contabilidade, como a obrigatoriedade
de elaboração e divulgação do balanço social, porém tais medidas implicam, a curto prazo,
custos e mudanças no mercado, logo devem ser realizadas de forma processual.
Essas mudanças impactam diretamente no ensino, que necessita de uma padronização
de processos de avaliação para acompanhamento da qualidade e políticas educacionais e de
intervenção no mercado de trabalho. Destaca-se, porém, que essa proposta de padronização de
avaliação de indicadores quantitativos e qualitativos, não pode ser uma padronização do ensino,
pois devem ser respeitadas as diferenças regionais, em especial as necessidades locais e
institucionais.
Outro fator a destacar é que para os profissionais da área Contábil terem maior
competitividade nos cenários Internacionais, é fundamental a harmonização contábil. Ao
comparar os conteúdos do Brasil e Argentina, uma área em que fica muito nítida esta
dificuldade das diferenças de conteúdo é a Contabilidade dos órgãos públicos.
102
IASB International Accounting Standards Board Entidade internacional responsável pela emissão das
Normas Internacionais de Contabilidade.
193
4. Currículo dos Profissionais da área Contábil
Os padrões da IFAC para os profissionais da área contábil são amplos e complexos,
com alto grau de exigência, o que os diferencia das Diretrizes Curriculares Brasileiras e do
currículo mínimo da Argentina.
Ela se preocupa com o fato de o ingressante não possuir pré-requisitos, que englobem
conhecimentos específicos da área, assim como com o momento em que o aluno irá realizar seu
estágio e com a educação continuada.
Uma mudança muito importante, que demonstra a flexibilidade do Ministério da
Educação no Brasil, foi a resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004, que instituiu as
Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Ciências Contábeis, pois ela
normatiza as competências e habilidades, assim como o perfil profissiográfico do egresso,
porém ela flexibiliza a forma pelo qual o curso se desenvolve, abandonando as concepções de
“grade curricular” e “currículo mínimo.” Esse fato possibilita que se repensem as formas de
estruturar os currículos, facilita o desenvolvimento de novas estratégias e práticas de ensino e
respeita a cultura das Instituições. Observa-se, porém, que apenas um sistema de avaliação
dialógico, participativo, com critérios claros de acompanhamento e com avaliadores bem
capacitados, pode garantir a qualidade em uma situação de tal flexibilidade. O Ministério da
Educação tem refletido sobre isso e desenvolveu o SINAES (Sistema Nacional de Avaliação do
Ensino Superior), porém a construção do processo é diária e há muitos desafios para a
realização a contento dessas avaliações. O projeto da PUC-SP reforça a formação voltada ao
desenvolvimento de competências e habilidades.
Na Argentina, o documento que contém os currículos mínimos para a Graduação em
Contábeis, Licenciatura em Administração e Licenciatura em Economia, elaborado pelo
CODECE, propõe conteúdos, porém a USAL possui bem definidas as competências e
habilidades, conforme o perfil do egresso.
Conforme o IES (International Education Standard ), elaborado pela IFAC, os
padrões são atendidos da seguinte forma pela PUC-SP e pela USAL:
194
IES 1 - Exigências para o Ingresso em um Programa de Educação de
Contabilidade Profissional
Neste Padrão, observa-se a necessidade de:
a) Associar a educação contábil profissional à prática. Para propiciar o
desenvolvimento do aprendizado teórico em conjunto com a prática, a PUC-SP
oferece em seu currículo:
Práticas na área Contábil” que utiliza da teoria das disciplinas de forma
aplicada;
“Estágio Supervisionado”, obrigatório pelas Diretrizes Nacionais, que
prevê que os alunos tenham um professor para o acompanhamento. Há
dois estágios: o extracurricular, não-obrigatório em que as empresas
contratam em parceria com as faculdades e no qual os alunos são muito
disputados pelo mercado desde o primeiro ano, conforme afirma o Prof.
Luiz Carlos Vaini, Coordenador de Estágios da PUC-SP. Há, também, o
estágio profissional obrigatório que o aluno deve realizar no sétimo e
oitavo semestres e tem carga horária de 300 horas;
Pesquisa Contábil e Monografia”, que apóiam e exigem a elaboração do
TCC Trabalho de Conclusão de Curso, de forma individual, conforme
as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) no
qual, na maioria das vezes, o aluno utiliza situações empresariais reais
para análise. Pelas diretrizes, este trabalho não é mais obrigatório para os
Cursos de Ciências Contábeis , porém a PUC-SP mantém a necessidade
para a formação do seu alunado;
Aulas laboratoriais, palestras e simulações, além de proximidade com as
empresas e a existência de uma empresa júnior, em que os alunos em
conjunto com os professores podem desenvolver projetos e ofertá-los
para o mercado.
Um fator que pode auxiliar nesta integração é a implantação e sistematização de visitas
técnicas, sendo que a PUC-SP tem discutido a viabilidade dessa implantação.
A USAL mantém estratégias de ensino similares para obter a integração da teoria à
prática, pois possui aulas laboratoriais, acompanhamento do aluno no mercado de trabalho,
195
sistematização de palestras e a disciplina “Trabalho Final”, que consiste em trabalho a ser
elaborado no final do Curso. Conforme afirma em entrevista a Profa. Leonor De Angeles
103
(2005), o índice de empregabilidade dos alunos da USAL é de 100% e, caso eles não estejam
atuando na área, a faculdade tem estrutura para ofertar o estágio.
A característica que auxilia ambas as faculdades é o fato de que a maioria dos alunos, ao
iniciar o curso, está no mercado de trabalho ou pretende ingressar.
b) Controle de qualidade do ingressante.
O Controle de qualidade do ingressante na PUC-SP ocorre por meio de vestibular, que
contempla os conteúdos: Português, História, Geografia, Matemática, Física, Química e
Biologia. Para a prova de língua estrangeira, o candidato pode optar por Inglês ou Francês. Na
USAL há entrevista. A IFAC propõe que ocorra alguma avaliação prática ou a exigência de que
o aluno atue no mercado, por isso as atividades práticas tornam-se fundamentais.
Outro aspecto que pode ser auxiliar na formação é a existência de apoio
Psicopedagógico durante o curso.
IES 2 Conteúdos
Quanto aos conteúdos, a IFAC observa a necessidade de:
a) Conhecimentos relacionados à Contabilidade e Finanças.
Quanto a esses conhecimentos prioritários, ambos os cursos possuem significativa carga
horária e atividades nessa área. O que ocorre é que há muita diferença de conteúdo, devido à
legislação que é muito diferenciada, vale dizer, observa-se uma falta de harmonização contábil;
b) Conhecimento organizacional e empresarial
A USAL atende a esses conteúdos, porém a PUC-SP não contemplava Governança
Corporativa, para que isso ocorra, foi aprovada pelo CEPE Conselho de Ensino Pesquisa e
Extensão da Universidade a alteração no currículo que inclui a disciplina Instrumentos
Contábeis de Governança Corporativa”. Esta alteração não foi citada no capítulo 4, porque
atende apenas as turmas novas, que ingressaram em 2007, e a disciplina ainda não foi
ministrada.
103
Profa. Leonor De Angeles é Secretária Acadêmica da USAL.
196
c) Conhecimentos em Informática
Os dois cursos contemplam os conhecimentos de Informática. Na PUC-SP não há
disciplina que contemple Informática Básica, mas como há muitas aulas laboratoriais os alunos
necessitam desse conhecimento instrumental para a aprovação. O motivo dessa não inserção de
Informática Básica deve-se ao fato de que se observou que a maioria dos alunos possui esses
conhecimentos como usuários, logo a disciplina torna-se desnecessária.
IES 3 Habilidades
As habilidades destacadas pelo IFAC são:
a) Habilidades Intelectuais e Habilidades Técnicas e Funcionais
A PUC-SP e a USAL atendem a esse aspecto, porém de formas diferentes. A PUC-SP
tem as disciplinas “Noções de Lógica” e “Técnicas de Medição de Desempenho”, além de
conteúdos aplicados como as aulas direcionadas para Custos, Matemática ou outros. A USAL
possui a disciplina “Soluções de Problemas e Tomadas de Decisão” e, também, contempla
conteúdos voltados a habilidades intelectuais, destacando-se Custos, Controles Internos,
Matemática e Cálculo Financeiro.
b) Habilidades Pessoais e Interpessoais, destacando-se as Interpessoais de
Comunicação
Essas habilidades são desenvolvidas pelos trabalhos em grupo, pelo relacionamento em
sala, pelas apresentações e pelo relacionamento em sala. Observa-se, porém que não há formas
de avaliação que assegurem a medição do desenvolvimento dessas habilidades, exceto no
estágio profissional, em alguns trabalhos em grupo e nos trabalhos de conclusão.
c) Habilidades de Administração e Organização Empresarial
As habilidades de Administração e Organização são contempladas nos conteúdos
básicos e nos que envolvem contabilidade e processos gerenciais.
d) Educação geral
A educação geral citada pela IFAC corresponde não apenas à formação do indivíduo na
área contábil, mas ao conjunto de informações que o aluno possui e possibilita que ele se
relacione com o mercado de trabalho e com o mundo. Essa educação geral está inter-
relacionada aos valores, à cidadania e à capacidade de autonomia do cidadão.
197
Considerada fundamental, a educação geral em ambas as instituições contribui para essa
formação, já que o curso possui uma carga horária de disciplinas consideradas diferenciais e o
fato de que promove diversas atividades extras, como cursos, palestras, eventos e outros.
Observa-se, porém, que o controle da qualidade do ingressante pode auxiliar a assegurar
que o alunado já traga essa educação geral, além de estratégias de formação.
Conforme as Diretrizes Curriculares Brasileiras, o Estágio Curricular objetiva
consolidar os desempenhos profissionais desejados inerentes ao perfil do formando. Deverá ter
regulamento próprio, poderá ser realizado na própria Instituição e deverá respeitar os padrões
de qualidade e os domínios indispensáveis ao exercício da profissão.
Uma proposta é implantar a avaliação das habilidades, por meio de critérios claros, para
tal poderiam ser desenvolvidas as seguintes ações:
Criar instrumento com indicadores próprios, em que os alunos seriam avaliados
por três ópticas: discentes, docentes e pela empresa;
Desenvolver formas de maior integração entre as empresas e as universidades.
Destaca-se que, atualmente, as disciplinas utilizam estudos de caso, porém as
simulações empresariais em que envolvem situações de gestão são necessárias e necessitam ser
repensadas, pois ainda são um desafio para os cursos.
IES 4 Valores Profissionais, ética e atitudes
Os Conteúdos devem estar comprometidos com:
a) O interesse público e a sensibilidade para responsabilidade social;
b) A melhoria contínua e aprendizagem vitalícia;
c) A confiança, responsabilidade, oportunidade, cortesia e respeito;
d) Capacidade de cumprir leis e regulamentos.
Conforme a IFAC, os Conteúdos devem apresentar não apenas uma natureza ética, mas
a prática cotidiana, desde a concepção de projetos, como o desenvolvimento, o exercício
profissional, o comportamento dos profissionais, além de responsabilidade social e o
compromisso com a sociedade, com os parceiros, com as leis e com a profissão.
Nos cursos analisados, não foi observado nenhum aspecto que contrarie esses
comportamentos, além de possuírem conteúdos e até disciplinas específicas sobre o assunto.
Observa-se que os cursos objetivam formar profissionais éticos e divulgam e promovem seus
valores, mas diferentemente do aprendizado é impossível assegurar tais comportamentos.
198
O padrão 4 considera a necessidade dos conteúdos relativos a ética, quanto à natureza,
estrutura dos trabalhos, à forma de atuação, ao comportamento e outros, além de abordar
responsabilidade social, aspectos éticos legais e responsabilidade no comportamento.
Os conteúdos abordam a ética, apesar do fato de as Instituições não poderem assegurá-la
na atuação do profissional, apenas garantir sobre o seu conhecimento em relação ao assunto.
IES 5 Capacidades Profissionais e Competências
Quanto às Capacidades Profissionais e Competências, as Instituições devem
proporcionar aos alunos experiência prática com o objetivo de promover um ambiente
profissional em que os aprendizes desenvolvam competência para:
a) Ampliar a compreensão dela nas organizações, bem como nas relações e nos
trabalhos empresariais;
b) Estabelecer a relação de trabalhos de contabilidade com as funções e atividades
do negócio;
c) Conhecer o ambiente empresarial;
d) Desenvolver os valores profissionais apropriados, ética e atitudes em situações
práticas da vida real;
e) Ter oportunidade para trabalhar em níveis progressivos de responsabilidade.
Estes aspectos são muito relevantes e, conforme citado anteriormente, as disciplinas,
o estágio profissional e o trabalho de conclusão parecem proporcionar esses conhecimentos,
mas há a necessidade de rever os métodos avaliativos.
IES 6 - Desenvolvimento Profissional
Na avaliação de competências, os alunos precisam demonstrar:
a) Conhecimento técnico dos assuntos específicos do currículo;
b) Conhecimento técnico e analítico aplicado à prática;
c) Capacidade de extrair de diversos contextos o conhecimento requerido para
resolver problemas complexos;
d) Competência para solucionar problemas particulares, extraindo dos dados
informações relevantes;
e) Capacidade para classificar e priorizar os problemas;
199
f) Capacidade de analisar alternativas e soluções, compreendendo e relacionando-
os às regras de julgamento;
g) Poder integrar diferentes áreas de conhecimento e diversas habilidades;
h) Comunicar-se efetivamente com usuários, formulando recomendações realistas
de forma concisa e lógica;
i) Capacidade para identificar e analisar questões éticas.
Todos estes aspectos são avaliados durante o curso, por meio de provas, estudos de
caso, além dos estágios e da atuação profissional. O CFC Conselho Federal de Contabilidade
realizava uma avaliação de suficiência, em todo Brasil, que objetivava garantir a qualidade do
egresso dos cursos, porém por força de decisão judicial, o Exame foi suspenso.
A IFAC afirma, ainda, que podem ser avaliadas capacidades profissionais e
competências em uma série de momentos, como no ingresso do indivíduo, porém a parte
qualificativa final da avaliação precisa ser aplicada no encerramento do programa. Atualmente,
no Brasil, o ENADE Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes busca desempenhar
esse papel e integrar as auto-avaliações, as avaliações oficiais e a realizada nas instituições.
A IFAC afirma que devem ser considerados fatores específicos como:
a) Local geográfico;
b) Recursos educacionais e outros disponíveis;
c) Número de candidatos que são testados e os recursos que possuem; e
d) Novas alternativas.
Essa consideração sobre as especificidades é muito relevante, pois demonstra, que não
apenas as avaliações de aprendizagem, mas, também, as avaliações de curso e institucional,
devem considerar as diferenças. Para o exercício da carreira é necessário existir um padrão
mínimo, porém não refletir sobre eles e desconsiderar as diferenças regionais e as
características institucionais e educacionais é analisar o processo educacional como se fosse
uma linha de produção em série. As diferenças, além de garantir a cidadania, a acessibilidade e
o processo democrático, possibilitam a formação de olhares e competências com tendências e
características diferenciadas, o que é muito rico para o desenvolvimento social dos povos.
Interessante observar que, conforme citado no terceiro capítulo, para atender às
exigências para a formação e para o desempenho da função, o MEC-Ministério da Educação do
Brasil, não define quais disciplinas devem compor a grade curricular do curso, porém há a
definição de carga horária e conteúdos mínimos, além da obrigatoriedade de Estágio Curricular
200
Supervisionado e Atividades Complementares. Isso possibilita as Instituições construírem seus
cursos de forma a respeitar as individualidades e considerar as necessidades.
Quanto ao aprendizado contínuo, é muito relevante o aluno ter clareza da necessidade
de reciclar-se, acompanhar tendências regionais, nacionais ou mundiais e desenvolver senso
crítico para construir o futuro. Por este motivo, as faculdades devem incentivá-lo a prosseguir
seus estudos, divulgando com habitualidade seus cursos e promovendo a educação continuada.
5. Considerações Finais
Ao final da análise observa-se que os Cursos da PUC-SP e da USAL possuem muitas
características comuns, pois:
Os Conteúdos de formação profissional são muito próximos, quanto aos
aspectos abordados;
Os conteúdos de formação básica possuem alguns aspectos semelhantes e o que
os diferencia refere-se à busca de uma formação mais ampla, alinhada com a
cultura institucional;
As atividades práticas, na PUC-SP e na USAL, embora conduzidas de formas
diferenciadas, favorecem uma significativa inserção no mercado de trabalho,
integrando aspectos teóricos e práticos;
Ambas tem uma preocupação com a formação ética e humanística do indivíduo;
A PUC-SP e a USAL demonstram preocupação com a pesquisa, com o senso
crítico e com a educação continuada.
A USAL demonstra uma preocupação com a questão internacional, evidenciado pelo
convênio com a ACCA Association of Chartered Certified Accountants”, associação que
reúne os contadores do Reino Unido, conforme citado no quarto capítulo e há, também, a
obrigatoriedade de o aluno cursar idiomas. A PUC-SP, por sua vez, também introduziu a
disciplina “Contabilidade Internacional” em seu currículo.
O que se observa é que entre todos esses fatos que demonstram semelhanças entre os
cursos, há alguns aspectos que merecem uma reflexão:
É necessário desenvolver nas instituições avaliações por competências e
habilidades. Atualmente, há propostas neste sentido, mas é necessário de forma
201
contínua, refletir e rever os critérios, adaptando-se as necessidades do alunado,
das instituições, das comunidades e da globalização;
É necessária a auto-avaliação dos cursos de Ciências Contábeis, para garantir a
melhoria contínua e a reflexão, considerando-se as especificidades de cada
Instituição. Atualmente, quase a totalidade das faculdades no Brasil a realizam,
inclusive a PUC-SP, mas isso deve ser realizado em todas as Instituições e o
Governo Federal tem buscado isso por meio do SINAES - Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior;
A avaliação pelos órgãos oficiais deve respeitar as características regionais e
institucionais e se considerar as diversas ópticas e a diversidade de instrumentos.
Novamente, o SINAES tem buscado realizar as avaliações no Brasil desta
forma, e apesar de ainda ter muitos desafios pela frente, tem conseguido
resultados interessantes. Na Argentina, é necessária a realização da avaliação
dos Cursos de Contador Público, principalmente por ser uma das carreiras com
maior número de ingressos anuais e de muita relevância social;
Apesar de os conteúdos dos cursos serem próximos, os procedimentos legais são
muito diferenciados e isso dificulta a atuação internacional dos profissionais.
Portanto, para a melhoria da educação, para maior inserção dos profissionais no
mercado global e também para a transparência pública, além dos outros fatores
citados, é muito importante a harmonização contábil internacional, respeitando a
cidadania e a soberania dos povos. Os países latinos deveriam posicionar-se em
relação às Normas da Contabilidade Internacional e propor formas de
harmonização, para garantir a competitividade dos profissionais e das empresas
no mercado global;
O MEXA
104
necessita continuar as suas avaliações, expandindo o número de
cursos e carreiras, incluindo os cursos de Contabilidade, com uma atuação que
continue a respeitar a individualidade dos povos e a auxiliar o desenvolvimento
dos países do MERCOSUL.
104
Mecanismo Experimental de Acreditación de Carreras para o Reconocimiento de Titulos de Grado
Universitario en los Países del Mercosur, Bolivia Y Chile. Mercosur,
202
Desta forma, cumpre ressaltar a importância da flexibilidade curricular e sua
atualização, não apenas para acompanhar as tendências atuais, mas para que a comunidade
acadêmica possa interagir e integrar e intervir na construção da sociedade. Isso só é possível, se
as Instituições continuarem a promover as suas práticas cotidianas de desenvolvimento da
pesquisa, revisão e atualização semestral de conteúdos das disciplinas, revisão periódica dos
projetos e das práticas pedagógicas, fortalecimento das auto-avaliações e intercâmbio com
outros órgãos, além da harmonização contábil internacional para as empresas de todos os
portes.
203
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http://www.iesalc.unesco.org.ve, pesquisa realizada em 21/07/2006.
211
ANEXO I - Resolución 254/2003 - Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología.
Argentina
Educacion Superior
Inclúyense en la nómina del artículo 43 de la Ley N° 24.521 los títulos de Farmacéutico,
Bioquímico, Veterinario, Ingeniero Agrónomo, Arquitecto y Odontólogo.
Bs. As., 21/2/2003
VISTO el artículo 43 de la ley 24.521 y el Acuerdo N° 18 del CONSEJO DE
UNIVERSIDADES; y CONSIDERANDO:
Que la norma antes mencionada fija el régimen de títulos correspondientes a profesiones
reguladas por el Estado, cuyo ejercicio pudiere comprometer el interés público poniendo en
riesgo de modo directo la salud, la seguridad, los derechos, los bienes o la formación de los
habitantes.
Que en esos casos se deberá respetar la carga horaria mínima, los contenidos curriculares
básicos, los criterios de intensidad de la formación práctica que establezca el MINISTERIO DE
EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA en acuerdo con el CONSEJO DE
UNIVERSIDADES.
Que con el mismo procedimiento se determinará con criterio restrictivo la nómina de los títulos
incluidos en dicho artículo así como las actividades profesionales reservadas exclusivamente
para ellos.
Que asimismo las carreras conducentes a tales títulos deberán ser acreditadas periódicamente
por la COMISION NACIONAL DE EVALUACION Y ACREDITACION UNIVERSITARIA
o entidad privada debidamente autorizada, en base a los estándares que determine el
MINISTERIO DE EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA en consulta con el CONSEJO
DE UNIVERSIDADES.
Que desde la sanción de la mencionada ley hasta la actualidad se han incorporado a la nómina
del artículo 43 el título de Médico (conf. Resoluciones del entonces MINISTERIO DE
CULTURA Y EDUCACION N° 258/98 y 535/99) y QUINCE (15) tipos del títulos de
Ingeniero (conf. Resoluciones del entonces MINISTERIO DE EDUCACION N° 1232/01 y del
de EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA N° 1054/02).
Que han sido experiencias trascendentales en esta materia los resultados de la acreditación
voluntaria de las carreras de medicina (ver Resolución CONEAU N° 741/99) y de acreditación
obligatoria de la misma disciplina (ver Resolución CONEAU N° 577/00), junto con el actual
proceso voluntario de acreditación de las ingenierías (Resolución CONEAU N° 293/02) con la
previsión próxima de la acreditación obligatoria en la misma área disciplinar, todo lo cual ha
generado una importante visión del tema que nos ocupa.
212
Que la SECRETARIA DE POLITICAS UNIVERSITARIAS en la sesión plenaria del
CONSEJO DE UNIVERSIDADES del día 21 de agosto de 2002 ingresó un mensaje destinado
a cambiar la mecánica de inclusión de títulos dentro del régimen del artículo 43 de la Ley N°
24.521.
Que analizada la cuestión por la Comisión de Asuntos Académicos de dicho Cuerpo en su
sesión del 03 de octubre de 2002, la misma aconsejó que se efectuara una discusión acerca de la
interpretación y modo de aplicación de dicho artículo en un plenario de ese Cuerpo.
Que a los fines de una amplia discusión de la cuestión y en forma previa al tratamiento por
parte de Página 1 de 8 Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología 23/03/2006
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Plenario del CONSEJO DE UNIVERSIDADES, la SECRETARIA DE POLITICAS
UNIVERSITARIAS, convocó a un taller para abordar la temática, el que se realizó el día 13 de
noviembre de 2002, en cuyo marco tuvieron una amplia participación las delegaciones
acreditadas por el CONSEJO INTERUNIVERSITARIO NACIONAL, por el CONSEJO DE
RECTORES DE UNIVERSIDADES PRIVADAS, por entidades especializadas en diversas
áreas disciplinares identificadas, enriqueciendo el debate y jerarquizándolo en términos de
propuestas de sustancia resolutiva.
Que en el mismo se expresaron numerosas y ricas opiniones en general coincidentes en la
necesidad de poner en vigencia efectiva el régimen de títulos dispuesto por la Ley N° 24.521,
produciendo las incorporaciones necesarias al artículo 43 de dicha norma.
Que en tal orden de ideas se coincidió en los siguientes puntos:
1.- La interpretación que se efectúe de la normativa del artículo 43 tiene intima relación con el
concepto de autonomía universitaria, por lo que debe hacerse en consonancia con el mismo,
considerándoselo como una excepción al concepto amplio de autonomía y aplicarse con criterio
restrictivo.
2.- El régimen de títulos consagrado por la ley en el artículo 42 establece como regla la
autonomía de las universidades en esta cuestión, con las excepciones que determina el artículo
43, el que debe aplicarse con criterio de interpretación y aplicación restrictivo y riguroso.
3.- El fundamento de la excepción es la necesidad de garantizar a los habitantes un ejercicio
responsable en aquellas profesiones que pongan en riesgo valores fundamentales.
4.- Los elementos tipificantes de las carreras que deben incluirse en la nómina del artículo 43
son TRES (3):
a) Que se trate de profesiones reguladas por el Estado.
b) Que su ejercicio pudiera comprometer el interés público, y c) Que pongan en riesgo de modo
directo, la salud, la seguridad, los derechos, los bienes o la formación de los habitantes.
5.- Calificado un título como comprendido en el artículo 43, corresponde que el MINISTERIO
DE EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA, en acuerdo con el CONSEJO DE
UNIVERSIDADES determine los contenidos curriculares básicos y los criterios sobre la
213
intensidad de la formación práctica. Esto quiere decir que se fijan aquellos contenidos
indispensables para afrontar las competencias que resulten generadoras del riesgo advertido.
6.- El artículo 43 establece que las carreras comprendidas en el mismo, deben acreditarse
periódicamente por la COMISION NACIONAL DE EVALUACION Y ACREDITACION
UNIVERSITARIA o agencia autorizada. Esto importa una certificación de que la carrera
cumple determinados estándares que debe fijar el MINISTERIO DE EDUCACION, CIENCIA
Y TECNOLOGIA en consulta con el CONSEJO DE UNIVERSIDADES.
7.- Además el Estado debe determinar en la regulación específica, las actividades profesionales
reservadas exclusivamente a quienes hayan obtenido el título de que se trate.
8.- Advertidas las cuestiones apuntadas, se hace necesario implementar un mecanismo que
acelere el trámite de inclusión de carreras en el marco del artículo 43 privilegiando el interés
publico sin que ese propósito afecte la excelencia de los documentos que el dispositivo pide
para su plena puesta en marcha en el contexto de un proceso de transición hasta tanto se
perfeccione la inclusión de las carreras que así lo ameriten conforme se apuntó en el un décimo
considerando.
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and Settings\gabyb\Configuración local\Temp\Res 0254 03.htm
9.- Para ello es necesario que el CONSEJO DE UNIVERSIDADES proceda a:
a.- precisar los alcances y requisitos para que una carrera sea incorporada a la nómina del
artículo 43.
b.- producir en el ámbito de la Comisión de Asuntos Académicos los documentos de base
referidos, según los recaudos del citado artículo 43.
c.- Establecer por el MINISTERIO DE EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA, en
acuerdo con el CONSEJO DE UNIVERSIDADES, un régimen especial sobre reconocimiento
y validez nacional del título profesional habilitante que instaure un control mínimo por dicho
Ministerio sobre esas carreras.
d.- Oportunamente fijar los contenidos curriculares básicos, la intensidad de la formación
práctica, los estándares de acreditación y las actividades reservadas al título en todos estos
casos con carácter restrictivo y rigurosos con intervención del CONSEJO DE
UNIVERSIDADES que fije un plazo razonable para que las universidades adapten las
carreras en curso, a los nuevos niveles de exigencia.
10.- Finalmente, fijados los criterios de interpretación de la normativa y determinados los
títulos o carreras que deberían ser incluidos en el futuro en el artículo 43, habrá títulos o
carreras cuya inclusión ya ha sido resuelta, los que deberán someterse a los trámites de
evaluación y acreditación ya normados; títulos o carreras que por encontrarse en la órbita del
artículo 42 requieren un trámite relativamente sencillo para el otorgamiento de reconocimiento
oficial y en los que el MINISTERIO DE EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA deberla
limitarse a constatar que se cumpla con la carga horaria mínima y la legalidad de la aprobación
214
por la institución del proyecto expidiéndose sin mayores dilaciones; y por último títulos o
carreras definidas como pasibles de ser incluidas en el
artículo 43, para las que deberla regularse un mecanismo de evaluación para esta etapa de
transición.
Que el CONSEJO INTERUNIVERSITARIO NACIONAL se ha pronunciado por la
aprobación del documento presentado por la SECRETARIA DE POLITICAS
UNIVERSITARIAS a que se hace referencia en el séptimo considerando de la presente.
Que el CONSEJO DE RECTORES DE UNIVERSIDADES PRIVADAS fijó posiciones sobre
dicha cuestión favorablemente por intermedio de sus expositores en el citado taller del día 13
de noviembre de 2002.
Que en atención a los debates producidos resulta necesario fijar un criterio para la
incorporación de títulos al artículo 43 de la Ley N° 24.521.
Que paralelamente a ello se han receptado numerosos pedidos de inclusión de títulos a dicho
artículo por parte de los actores del sistema, los que también se expresaron en el mencionado
taller realizado el día 13 de noviembre de 2002, a saber:
a) Del Ente Coordinador de Unidades Académicas de Farmacia y Bioquímica (ECUAFYB) por
los títulos de Farmacéutico y Bioquímica.
b) De la Asociación Universitaria de Educación Agrícola Superior (AUDEAS) por el título de
Ingeniero Agrónomo.
c) De la Asociación de Unidades Académicas de Psicología (AUAPSI) por el título de
Psicólogo.
d) Del Consejo Nacional de Decanos de Ciencias Veterinarias (CONADEV) por el título de
Veterinario. Página 3 de 8 Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología 23/03/2006
file://C:\Documents and Settings\gabyb\Configuración local\Temp\Res 0254 03.htm
e) Del Consejo de Decanos de Facultades de Arquitectura de Universidades Nacionales
(CODFAUN) por el título de arquitecto.
f) Del Consejo de Decanos de Facultades de Ciencias Económicas de Universidades Nacionales
(CODECE) por los títulos de Contador Público, Licenciado en Economía, Licenciado en
Administración y Actuario.
Que en las distintas presentaciones y el taller antes mencionado se ha fundamentado
debidamente el riesgo que involucra el ejercicio de tales profesiones, avanzándose
considerablemente en la elaboración del conjunto de recaudos mencionados por el citado
artículo 43, por lo cual es razonable acordar su inclusión en la nómina de control en una
primera etapa.
Que con relación a los títulos de abogado, notario, actuario y contador público, podrán ser
incluidos en una segunda etapa, a condición de lo que aconsejen los estudios regulatorios de los
diferentes recaudos ya mencionados, hoy en elaboración.
215
Que el CONSEJO DE UNIVERSIDADES ha prestado el acuerdo correspondiente.
Que las facultades para dictar el presente acto resultan de lo dispuesto en el artículo 43 de la
Ley N°24.521. Por ello LA MINISTRA DE EDUCACION, CIENCIA Y TECNOLOGIA
RESUELVE:
Artículo 1° Declarar incluidos en la nómina del artículo 43 de la Ley N° 24.521 a los
siguientes títulos: FARMACEUTICO, BIOQUIMICO, VETERINARIO, INGENIERO
AGRONOMO, ARQUITECTO y ODONTOLOGO, por los fundamentos que se detallan en los
Anexos I a V de la presente.
Art. 2° Encomendar a la SECRETARIA DE POLITICAS UNIVERSITARIAS la prestación
del apoyo técnico necesario a los fines de que la Comisión de Asuntos Académicos del
CONSEJO DE UNIVERSIDADES, analice la oportunidad de la inclusión en el artículo 43 de
la Ley N° 24.521 del título de PSICOLOGO.
Art. 3° Continuar con el análisis de la regulación de los títulos de ABOGADO,
NOTARIO, CONTADOR PUBLICO y ACTUARIO, para su inclusión en la nómina del
artículo 43 de la Ley N° 24.521 en una segunda etapa, según lo aconsejado por el Acuerdo
Plenario N° 18 del CONSEJO DE UNIVERSDADES.
Art. 4° Convocar a las comunidades académicas de las disciplinas involucradas a presentar
iniciativas en torno a la elaboración de los documentos requeridos por el artículo 43 de la Ley
N° 24.521 a los efectos de su aplicación (carga horaria mínima, contenidos curriculares básicos,
criterios de intensidad de la formación práctica, actividades reservadas al título y estándares de
acreditación).
Art. 5° La SECRETARIA DE POLITICAS UNIVERSITARIAS prestará la asistencia
necesaria para la elaboración de los documentos mencionados en el artículo precedente.
Art. 6° Encomendar a la SECRETARIA DE POLITICAS UNIVERSITARIAS que con los
antecedentes receptados en el Acuerdo Plenario N° 18 del CONSEJO DE UNIVERSIDADES y
en la presente Resolución, conforme un protocolo interpretativo para ser tenido en cuenta por la
comunidad académica y por la Comisión de Asuntos Académicos de dicho Cuerpo para
instrumentar Página 4 de 8 Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología 23/03/2006
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Art. 7° Comuníquese, publíquese, dése a la DIRECCION NACIONAL DEL REGISTRO
OFICIAL y archívese. Graciela M. Giannettasio.
ANEXO I
TITULOS DE GRADO DE FARMACEUTICO Y DE BIOQUIMICO FUNDAMENTACION:
El ejercicio profesional de los poseedores de tales títulos compromete el interés público,
poniendo en riesgo de modo directo la salud de los habitantes.
Los profesionales de las carreras conducentes a los títulos de Farmacéutico y de Bioquímico
están reconocidas por el Ministerio de Salud de la Nación como integrantes del Equipo de
Salud y que conjuntamente con el profesional médico conforman el Equipo de Atención
Primaria de Salud.
216
Los gobiernos provinciales regulan el ejercicio profesional de la Bioquímica y de la Farmacia
incluida la producción de medicamentos en sus territorios.
Existen leyes nacionales que regulan los aspectos relacionados con los análisis clínicos,
bromatológicos, toxicológicos, de química general y forense y lo referente a la detección de
contaminación ambiental y saneamiento, a la producción, distribución y dispensación de los
productos para la salud que generan bienestar físico, mental y social del individuo y de otros
seres vivos en armonía con el medio.
Están autorizados a acceder a la Carrera de Salud Pública y a los cargos directivos de
establecimientos asistenciales de carácter Nacional, provincial, Municipal o Privado y de los
Organismos de Administración de Salud en esos mismos ámbitos y en el internacional.
Estos profesionales actúan en el equipo de salud en la administración, programación, ejecución
y evaluación de campañas y programas sanitarios.
Intervienen en el establecimiento de normas, códigos, patrones de tipificación y aforo de
productospara la salud y todo texto legal relacionado con la actividad farmacéutica y
bioquímica.
ANEXO II
TITULO DE GRADO DE INGENIERO AGRONOMO FUNDAMENTACION
La carrera debe ser declarada de interés público, teniendo en cuenta dos aspectos
fundamentales planteados como actividades reservadas al título de ingeniero agrónomo: la
conservación de los recursos naturales y la calidad de los alimentos.
La actividad agraria ocupa el 70% de la superficie terrestre. En la República Argentina estas
cifras son similares si se tienen en cuenta las explotaciones forestales. En consecuencia la
supervivencia misma de la humanidad depende del buen manejo de esos recursos que es
responsabilidad exclusiva de los agricultores, asesorados por Ingenieros Agrónomos.
La contaminación de los alimentos es un problema muy grave de esta apoca y provoca daños
comprobados a la salud de la población, con serios riesgos de intoxicaciones agudas y
problemas crónicos, por procesos acumulativos, que deterioran el organismo en plazos más
largos.
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La medicina preventiva, mucho más eficiente en estos casos que la curativa, requiere un más
estricto control de los alimentos, lo cual es función principal de los profesionales de la rama
agraria.
La conservación de los recursos naturales es una tarea específica de los profesionales de la
Agronomía en coincidencia con la preocupación de toda la humanidad sobre la preservación
del medio ambiente.
217
Los cambios mejoradores en el medio agropecuario serán posibles si se cuenta con
profesionales idóneos, creativos, conscientes de la responsabilidad que significa la producción
de alimentos preservando el medio ambiente, lo que demanda también investigación,
producción de conocimiento y transferencia de resultados a los futuros egresados, productores
y sociedad en su conjunto. Según Darst, 2001, sólo será posible una agricultura basada en
principios científicos y de sitio específico En el otro aspecto, alimentos de mala calidad o
contaminados producen enfermedades agudas o crónicas y la mejor medicina preventiva que
puede realizarse es controlar toda la cadena agroalimentaria. Dado el incremento esperado en la
población mundial (8.000 millones de habitantes), la demanda de alimentos deberá ser provista
con sustanciales mejoras en el potencial genético de los cultivos y del ganado utilizando
sofisticados sistemas de toma de decisión que relacionen todas las variables determinantes de la
producción (citado por Miflin, 2000). No escapa que estos argumentos son suficientemente
sólidos como para que las instituciones universitarias dedicadas a la formación de profesionales
de las ciencias agropecuarias, orienten sus currículas de manera que las actividades reservadas
al título que impliquen riesgo para la salud y los bienes de los ciudadanos, profundizando y
priorizando estos aspectos.
ANEXO III
TITULO DE GRADO DE ARQUITECTOFUNDAMENTACION
No queda duda de que la carrera de arquitectura debe estar incluida entre aquellas que se
consideran de interés público.
Su ejercicio profesional genera riesgo cierto, es decir, puede producir un daño directo, no sólo
en el proceso de ejecución de la obra sino también, una vez habilitada la misma.
A esto debemos agregar que el arquitecto, una vez definido el proyecto, calcula las
estructurasresistentes del mismo, realiza la redacción de las especificaciones técnicas,
seleccionando los materiales y las técnicas a utilizar. Conocedor de las reglas del arte de
construir puede conpropiedad, a posteriori, controlar su aplicación y prevenir los riesgos
laborales. El arquitecto no sólo proyecta, dirige y ejecuta la construcción de los espacios donde
el hombre desarrolla sus actividades y quien sabe construir estructuras es también conocedor de
cómo desconstruir, desestructurar, demoler.
El ejercicio profesional del arquitecto implica el desarrollo de actividades fundamentales,
generadoras de riesgo, sobre las cuales se debe garantizar a la sociedad que sean realizadas
porpersonas capacitadas ya que, su ejercicio, compromete el interés público.
ANEXO IV
TITULO DE GRADO DE VETERINARIO FUNDAMENTACION
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La carrera debe ser declarada de Interés Público teniendo en cuenta los aspectos fundamentales
planteados dentro de las actividades profesionales de los Médicos Veterinarios y en un todo de
acuerdo con el Artículo 43 de la Ley Nacional de Educación Superior N° 24.521.
218
Siguiendo y en un todo acuerdo con las consideraciones vertidas por la Organización
Panamericana de la Salud (OPS), expresamos que: la salud animal y la salud humana están
indisolublemente ligadas, ya que los seres humanos dependen de los animales para su nutrición,
desarrollo socioeconómico y compañía, lo cual sitúa al hombre en un estado de riesgo de
contraer enfermedades transmisibles (zoonosis); el conocimiento de la veterinaria, sus recursos
y pericias son así esenciales para la salud y el bienestar de los seres humanos, y son un
componente integral de la salud pública. En este sentido cobran suma importancia las medidas
profilácticas que se implementan para evitar la enfermedad de los animales (por ejemplo,
vacunaciones contra carbunclo, brucelosis, control de tuberculosis), como así también las
medidas curativas para disminuir los riesgos de transmisión. Esta estrecha relación se deriva del
sufrimiento de los seres humanos y de la mortalidad causada por las principales zoonosis y las
pérdidas económicas y sociales ocasionadas por estas enfermedades. Además, el hombre
depende del animal para su desarrollo socioeconómico.
La industria pecuaria como parte del accionar veterinario, adquiere una relevante importancia
en nuestro país.
Esto se deriva del hecho que aquélla proporciona una fuente de proteína animal, indispensable
para la nutrición de la población que cada vez está más consciente de estas necesidades.
Asimismo, su importancia radica en el gran potencial que tiene para proporcionar
oportunidades de trabajo a diversos niveles. También a través de la comercialización de los
productos ganaderos, se obtienen fuentes económicas adicionales de ingresos necesarios para el
desarrollo integral del país.
En virtud del perfil del profesional definido es que se debe tener un claro concepto de lo que se
entiende hoy por Veterinaria y/o Medicina Veterinaria. Al respecto podríamos decir que: "la
Veterinaria y/o Medicina Veterinaria es un saber y un saber hacer cuyo propósito científico,
tecnológico y humanístico es la solución de problemas inherentes a la Salud y bienestar del
hombre".
La misión de esta carrera es, según Polan Laki1: "Promover el bienestar y la salud del hombre a
través de los animales mediante la investigación, la docencia y la práctica de la Medicina y de
la producción animal, así como la conservación del ambiente y de los animales útiles al
hombre, considerando las implicancias sanitarias, tecnológicas, económicas y culturales
relacionadas con el proceso"2.
1 "La formación de profesionales para profesionalizar a los agricultores y para el difícil desafío
de producir mejor con menos". FAO. Santiago de Chile. 1997, citado en "Homologación de
Planes de estudio para la educación en Ciencias Veterinarias en América Latina. FAO. Chile,
2000".
2 Homologación de Planes de estudio para la educación en Cs. Veterinarias en América Latina.
FAO. Chile, 2000
En este mismo sentido, la Asociación Panamericana de Ciencias Veterinarias en su Documento
"Perfil y ejercicio profesional de las Ciencias Veterinarias en Latinoamérica" del año 1998 dice
que: "se deberán agotar todos los caminos y las estrategias posibles para lograr un Médico
Veterinario formado en plenitud, capacitado tanto para responder demandas actuales como
futuras, con un profundo sentido críticosocial, con aptitudes y actitudes que signifiquen que
pueda ser un formador en el ámbito de su desempeño, un constructor de nuevas demandas y
219
políticas de desarrollo y por sobre todo, un Médico Veterinario con una sólida formación ética,
impulsado a favorecer siempre undesarrollo humano sustentable en armonía y equilibrio
productivo con el medio ambiente".
ANEXO V
TITULO DE GRADO DE ODONTOLOGO
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FUNDAMENTACION
Es claro que la práctica de la odontología exige brindar una atención competente a acientes con
alteraciones del equilibrio homeostático o sin ellas.
Este simple enunciado lleva implícita la posibilidad de atender a personas con necesidades y
expectativas numerosas y diferentes, con distintas personalidades y afecciones orgánicas o
sistémicas. Estas situaciones tienen incidencia sobre el tratamiento y el plan odontológico a
instrumentar.
Los avances logrados en las Ciencias Médicas permitieron un aumento importante en la
expectativa de vida del ser humano. La odontología no permaneció ajena a los progresos
científicos, más aún, evolucionó con rapidez. La situación académica actual de la práctica
odontológica (desde su origen empírico hasta su ubicación como especialización de las
Ciencias de la Salud) fue posible por los avances en las Ciencias Odontológicas de aplicación
"directa" (endodoncia, periodoncia, estomatología, entre otras) y por la mayor relevancia de las
ciencias básicas en los programas curriculares de pregrado y posgrado.
La práctica de la odontología se ejerce en "pacientes que tienen dientes, los han perdido o
presentan manifestaciones bucales de enfermedades orgánicas o sistémicas, o poseen
afecciones específicas de los tejidos de la cavidad bucal y estructuras conexas", también
consideramos que la Odontología es una disciplina fundamentalmente quirúrgica, ya que actúa
sobre esos tejidos en forma invasiva y para la realización de estas prácticas quirúrgicas el
Odontólogo necesita suministrar al paciente líquidos anestésicos que pueden tener diversa
repercusión localmente y en forma sistémica.
De acuerdo estos principios, la practica de la odontología ejercid ética, eficiencia y honradez no
debe "separar" la cavidad bucal del resto del organismo. Para ello adquieren conocimientos
básicos de la Medicina general, porque, en definitiva, la Odontología comprende la medicina
interna de la cavidad bucal y sus estructuras conexas.
Es necesario además remarcar, que el Odontólogo es capaz de apreciar los riesgos médicos
relacionados con el tratamiento previsto y de modificar éste en función de los síntomas y
signos.
Además, el Odontólogo adquiere la capacidad para identificar enfermedades orgánicas no
detectadas que podrían constituir un serio problema para la vida del enfermo y, más aún, actuar
con rapidez y eficacia en las urgencias médicas que pueden presentarse en su consultorio.
220
La Odontología, integrada a un equipo interdisciplinario de salud, o no, da respuestas concretas
al concepto de "salud total" en el entendimiento que "la boca y sus estructuras conexas son el
espejo que refleja la salud de todo el organismo".
Por todo lo expuesto, se considera que la odontología es una profesión que compromete el
interés público poniendo en riesgo, de modo directo, la salud pública y la formación de sus
habitantes. Página 8 de 8 Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología 23/03/2006
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221
ANEXO II - Documento Base para la Acreditación 1º Borrador de trabajo Santiago del
Estero 2005
CODECE
Consejo de Decanos de Facultades de Ciencias Económicas De Universidades Nacionales
Carrera de Contador Público
UNIDADES ACADÉMICAS MIEMBROS
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad de Buenos Aires
Facultad de Ciencias Económicas y Administración - Universidad Nacional de Catamarca
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional del Centro
Facultad de Economía y Administración - Universidad Nacional del Comahue
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Córdoba
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Cuyo
Facultad de Ciencias de la Administración y Economía - Universidad Nacional de Entre Ríos
Facultad de Ciencias de la Administración, Economía y Negocios - Universidad Nacional de
Formosa
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Jujuy
Departamento de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de La Matanza
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de La Pampa
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de La Plata
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional del Litoral
Departamento de Ciencias Sociales - Universidad Nacional de Luján
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de La Patagonia "San Juan Bosco"
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Lomas de Zamora
Facultad de Ciencias Económicas y Sociales - Universidad Nacional de Mar del Plata
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Misiones
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional del Nordeste
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Río Cuarto
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Rosario
Facultad de Ciencias Económicas, Jurídicas y Sociales - Universidad Nacional de Salta
Facultad de Ciencias Sociales - Universidad Nacional de San Juan
Facultad de Ingeniería y Ciencias Económico Sociales - Universidad Nacional de San Luis
Facultad de Humanidades, Ciencias Sociales y de la Salud - Universidad Nacional de Santiago
del Estero
Depto. de Ciencias de la Administración y Economía - Universidad Nacional del Sur
Facultad de Ciencias Económicas - Universidad Nacional de Tucumán
222
Grupo Asesor del CODECE:
Coordinación: Marta Mena - Universidad de Buenos Aires
Palma, Virginia - Universidad de Buenos Aires
Pascual, Liliana - Universidad de Buenos Aires
Román, María Dolores - Universidad de Buenos Aires
Suárez Kimura, Elsa - Universidad de Buenos Aires
Obeide, Sergio F. - Universidad Nacional de Córdoba
Persoglia, Laura - Universidad Nacional de La Plata
Schulman, Diana R. - Universidad Nacional de Luján
Pérez Rojas, Mariano - Universidad Nacional Mar del Plata
Guardatti, Paola - Universidad Nacional de Salta
Carranza, Marcela - Universidad Nacional de San Luis
Fernández, Juan Arnaldo - Universidad Nacional de San Luis
De Marco, Myriam - Universidad Nacional de Tucumán
López, Cleip Aída - Universidad Nacional de Tucumán
Metilli, Gustavo - Universidad Nacional del Centro
Prólogo
El presente Documento tiene por objetivo presentar al Consejo de Decanos de Ciencias
Económicas (CODECE) el trabajo realizado por el grupo conformado especialmente para
asesorarlo en lo concerniente al proceso de acreditación de la Carrera de Contador Público,
reglamentado por el Art. 43 de la Ley de Educación Superior.
Dicha norma legal, establece que las profesiones reguladas por el Estado, cuyo ejercicio
pudiera comprometer el interés público poniendo en riesgo de modo directo la salud, la
seguridad, los derechos, los bienes o la formación de los habitantes, deberán cumplir con pautas
referidas a su carga horaria mínima, y respetar un conjunto de contenidos curriculares básicos y
criterios sobre la intensidad de la formación práctica.
Para su elaboración se han tenido en cuenta, además de los documentos brindados por el
Ministerio de Educación sobre las carreras ya acreditadas o en vías de acreditación, las
condiciones y capacidades que las unidades académicas que componen el CODECE,
proporcionan a las carreras para efectuar los procesos formativos necesarios, así como la
gestión de esas condiciones y sus resultados.
223
La metodología utilizada para la elaboración de este documento procuró asegurar la más
amplia participación de los actores involucrados. El proceso se estructuró con una doble
instancia de elaboración de la propuesta y consulta, de modo que el resultado pudiera ser
asumido colectivamente por todos los integrantes del CODECE.
Esta estrategia implicó mayor tiempo y algunas dificultades para arribar a los consensos
necesarios, pero promete un resultado más auténtico y representativo.
El grupo asesor ajustó su tarea a ciertos mandatos instituidos por los decanos integrantes
del CODECE que fueron su marco para la acción.
Los mismos hacían referencia básicamente a:
Destacar en el documento la especificidad de la carrera de Contador
Público, con sus implicancias curriculares, de gestión académica y de
investigación.
Respetar en la medida de lo posible la heterogeneidad de las distintas unidades
académicas que cuentan con trayectorias, experiencias y tradiciones diversas, en
relación con las pautas de la acreditación.
Someter el documento aprobado a la opinión de distintos sectores académicos,
profesionales, sociales, productivos y corporativos para enriquecer su visión.
Arribar a un documento de consenso que permita integrar al proceso de
acreditación a todas las unidades académicas que componen el CODECE.
Capítulo I
La Carrera de Contador Público
La tarea y/o el desempeño del Contador Público, está vinculada con la actividad de las
organizaciones, cualquiera sea su forma jurídica, persigan o no fines de lucro, y con el contexto
en que dichas organizaciones se desenvuelven.
El Contador Público debe tener presente que el objeto de su profesión, es la
"información" en todas sus formas, sea la misma generada dentro de las organizaciones,
interactuando estas entre sí o en su vinculación con el contexto.
La carrera de Contador Público tiene una amplia repercusión social, que emana de las
responsabilidades que le son conferidas por la ley de ejercicio profesional que la rige, del
desarrollo de sustentabilidad de pequeñas y medianas empresas y del manejo eficiente de los
recursos del sector público. La sociedad le ha delegado el control de aspectos de interés público
224
en aras de generar información contable confiable, que muestre razonablemente la realidad de
los hechos económicos que se exponen.
La carrera de Contador Público tenderá a formar un graduado con
conocimientos, habilidades y actitudes para:
intervenir en el diseño y evaluación de las funciones de planeamiento,
coordinación y
control de entidades públicas y privadas;
intervenir en la definición de misiones, objetivos y políticas de las
organizaciones
siguiendo una metodología adecuada para la toma de decisiones e incorporando
valores
éticos al cumplimiento de sus responsabilidades sociales hacia la comunidad;
intervenir en la implementación de estructuras, sistemas y procesos
administrativocontables;
intervenir en el diseño de sistemas de información y decisión para el logro de los
objetivos de la organización;
intervenir en la preparación y administración de presupuestos, en la evaluación
de
proyectos y en los estudios de factibilidad financiera en empresas públicas y
privadas;
diseñar e implementar sistemas de control de gestión y auditoría operativa;
intervenir en la constitución, fusión, escisión, transformación, liquidación y
disolución
de sociedades y asociaciones;
diseñar, implantar y dirigir sistemas de registración e información contable;
dictaminar sobre la razonabilidad de la información contable destinada a ser
presentada a terceros y efectuar tareas de auditoría externa;
diagnosticar y evaluar los problemas relacionados con la medición y registro de
las
operaciones de la unidad económica en sus aspectos financieros, económicos y
sociales,
225
tanto en el sector público como en el privado;
participar en el diseño de las políticas tributarias;
asesorar sobre la aplicación e interpretación de la legislación tributaria;
actuar como perito, administrador, interventor, síndico, liquidador o árbitro en el
ámbito
judicial;
Intervenir en los concursos de la ley 24.522 y sus modificatorias.
Intervenir en los juicios sucesorios para realizar y suscribir las cuentas
particionarias.
ejecutar las tareas reservadas a su profesión de acuerdo con la legislación
vigente.
integrar equipos interdisciplinarios con otras áreas del conocimiento.
Además de lo anteriormente expuesto, se debe formar personas que dispongan de
conocimientos acerca de la dinámica histórica, política, social, económica y ambiental, y
cuenten con una formación lógico-matemática razonable y sustentadora, que los transforme en
trabajadores del conocimiento y no solamente en operadores de tecnologías específicas. En
general deben estar preparados para manejar las herramientas informáticas del mundo actual,
comprendiendo las necesidades de información de quienes integran organizaciones.
En particular deberán fortalecer habilidades de comunicación escrita y oral, para generar
y socializar la información para la toma de decisiones.
Deben conocer los roles profesionales actuales, previsibles y deseables en distintos
escenarios estratégicos: sector público, sector privado y tercer sector.
La carrera de Contador Público ofrece un sólido basamento administrativo contable e
impositivo, formación que se integra a los conocimientos jurídicos, humanísticos, matemáticos
y económicos.
Esta integración busca desarrollar en el alumno una formación que, acompañada de
juicio crítico, le permita resolver problemas y generar o seleccionar información para la toma
de decisiones.
Su actividad puede ser desarrollada tanto independientemente, prestando su servicio en
consultorías particulares, como en relación de dependencia, en organizaciones privadas, en el
sector estatal, o en el ámbito judicial, realizando certificaciones e informes o peritajes.
226
Si se desempeña en relación de dependencia, el Contador Público participa en el diseño
y administración de sistemas integrados de información de las organizaciones.
Esto hace que el rol del contador sea el de "elaborador, analista y comunicador de la
información", transformándose ésta en una importante apoyatura, para lograr la eficacia,
eficiencia y sustentabilidad del proceso decisorio y el control de la gestión.
En la alternativa de ejercicio profesional independiente, el Contador Público actúa como
asesor, consultor, auditor, síndico o auxiliar de la justicia, en temas específicos que la
organización le requiera.
La definición de las diferentes funciones que puede asumir un Contador Público en el
ejercicio de su actividad profesional, ha sido considerada de particular importancia por los
Organismos Profesionales, pues son la base utilizada para fijar las responsabilidades que le
caben en orden a la legislación civil, comercial y penal vigentes, así como las éticas y
administrativas especiales (aquellas fijadas por normas administrativas para algunas actividades
de policía del Estado, las del sistema financiero y las de seguros, impositivas y de contralor,
entre otras).
Capítulo II
Conceptos y Definiciones
En este apartado se presentan conceptos y definiciones que se utilizarán en los capítulos
siguientes, con el propósito de precisar los alcances específicos de los términos utilizados.
1) Criterios
Un criterio puede definirse como una regla o principio utilizado en la emisión de
juicios, ya
que una de sus funciones principales es la de proveer bases para las comparaciones.
2) Información
Conjunto de elementos que interactúan entre sí con el fin de apoyar las actividades de
una organización. El Contador Público maneja fundamentalmente información contable,
administrativa, económica y financiera.
3) Carrera
Recorrido académico que realiza el estudiante desde su ingreso a la Universidad hasta la
obtención de su título.
4) Plan de estudios
227
Constituye el programa educativo sobre el que se estructura la propuesta académica de
las carreras. Establece el conjunto organizado y sistemático de todas las actividades académicas
cuya aprobación satisfactoria y total es requerida para el otorgamiento del título.
5) Ciclos de formación
Se entiende por ciclo de formación una etapa con finalidad propia sin que ello implique
un cierre sobre sí misma. Por el contrario, un ciclo representa una apertura hacia una etapa
superior. La noción de ciclo como etapa sugiere un itinerario, una marcha y no un segmento
estático de formación.
Cada ciclo representa una subdivisión al tiempo que una etapa nueva, constituyéndose
en la base de la formación posterior. Es la división funcional, operativa, para la organización de
un conjunto de contenidos que tienden al cumplimiento de objetivos comunes para la
adquisición de conocimientos, habilidades y destrezas de las ciencias económicas. La
organización de la carrera en ciclos tiene como objetivo ordenar y direccionar el desarrollo de
la oferta curricular a los efectos de:
a) Posibilitar la adquisición gradual de habilidades y conocimientos.
b) Favorecer una mejor organización del conocimiento.
c) Facilitar los procesos de aprendizaje en contextos de distinta complejidad.
d) Otorgar títulos intermedios.
e) Permitir una mejor gestión académica.
f) Lograr una mejor asignación de recursos.
g) Permitir la evaluación institucional.
5.1 Ciclo de formación básica
Es la división funcional, operativa, para caracterizar la organización de un conjunto de
contenidos conceptuales, actitudinales y procedimentales que tienden al cumplimiento de
objetivos comunes que sustentan el ciclo profesional.
Establece una base mínima de conocimiento de las disciplinas jurídica, contable,
económica, matemática y de administración, ayudando a comprender las diferentes teorías que
las fundamentan.
Son sus propósitos:
a) Fomentar en el estudiante hábitos de estudio, de aprendizaje activo y de
educación continua.
228
b) Contribuir al desarrollo de su capacidad de análisis, juicio crítico e
independencia de criterio.
c) Desarrollar su capacidad innovadora y, en general, su creatividad.
d) Favorecer el desarrollo de una conciencia de responsabilidad y una actitud ética
y
e) humanística para el ejercicio de la profesión.
f) Articular la educación media o polimodal con la universitaria.
g) Facilitar la apropiación de los conocimientos, actitudes, procedimientos y
herramientas esenciales para que el estudiante pueda analizar, entender y aplicar
los contenidos del área de formación profesional.
h) Suministrar las herramientas necesarias para el autoaprendizaje, la formación
permanente y las bases del conocimiento interdisciplinario.
5.2 Ciclo de formación profesional.
Es la división funcional, operativa, para caracterizar la organización de un conjunto de
contenidos, que tienden al cumplimiento de objetivos comunes para la adquisición de
conocimientos, actitudes, habilidades y destrezas del ciclo profesional.
Incluye los contenidos conceptuales, actitudinales y procedimentales, el herramental
necesario para el ejercicio profesional y su vinculación con la normativa vigente.
Son sus propósitos:
1. Promover en el estudiante los conocimientos, actitudes, habilidades y destrezas
necesarios para su desempeño profesional en las distintas áreas.
2. Suministrar las herramientas necesarias para el autoaprendizaje, la formación
permanente y la tarea interdisciplinaria.
3. Promover el desarrollo de una actitud ética en el ejercicio profesional.
5.2.1 Práctica profesional
Forma parte del ciclo de formación profesional.
Hay dos instancias complementarias de la formación práctica en la carrera de Contador
Público. La primera de ellas referida a la práctica concreta orientada a que el alumno consolide
habilidades y destrezas para la práctica profesional. La segunda, un espacio final donde se
incorporan actividades integradoras de conocimientos adquiridos, relacionados con el ejercicio
profesional.
Serán considerados como práctica profesional:
229
§ Las pasantías y/o prácticas supervisadas vinculadas a la profesión.
§ Las actividades relacionadas con aspectos vinculados a la profesión, realizadas
por el estudiante en el sector público, privado, o en el denominado tercer sector,
que el alumno pueda certificar y/o demostrar.
§ Los trabajos y/o documentos integradores de aplicación desarrollados en los
Seminarios de práctica vinculados con la profesión.
6) Carga horaria
Se refiere a la cantidad de horas requeridas para el cumplimiento de un plan de estudios.
7) Contenidos curriculares mínimos
Son aquellos saberes esenciales que debe adquirir el estudiante para estar en
condiciones de desempeñarse profesional y académicamente en función del perfil de egresado
que define el plan de estudios, y de las competencias para las que el título lo habilita.
8) Formación Práctica
Es el tipo de formación que favorece en el futuro profesional el desarrollo de actitudes,
habilidades, destrezas y valores, para la ejecución de cursos de acción como integrante de un
sistema económico, financiero, administrativo y contable. Esta formación contribuye a una
mayor comprensión de los conocimientos teóricos.
Requiere la búsqueda de información, la aplicación del conocimiento, y la toma de
decisiones, debiendo estar articulada con la teoría y complementada con una actitud crítica y
comprometida para permitir el desempeño idóneo del contador.
9) Intensidad de la Formación Práctica
Es el grado de desarrollo de las actividades denominadas prácticas, necesarias para el
proceso de adquisición de conocimientos, habilidades y destrezas en las ciencias económicas,
de acuerdo a los contenidos mínimos y a la carga horaria mínima total, compatibles con los
objetivos y alcances de la carrera.
10) Perfil del graduado
Comprende las características que definen al egresado de una carrera teniendo en cuenta
los conocimientos y las capacidades que se promueven en ella. Este perfil debe ser coherente
con la fundamentación epistemológica, social e ideológica que sustenta el plan de estudios de
esa carrera y con las actividades profesionales reservadas al título.
230
Capítulo III
Actividades Profesionales Reservadas al Título de Contador Público (Incumbencias)
El título de Contador Público tiene incumbencias conferidas por el Decreto Ley Nro.
20.488, que en su artículo 13 estipula:
ARTICULO 13.- Se requerirá título de Contador Público o equivalente:
a) En materia económica y contable cuando los dictámenes sirvan a fines judiciales,
administrativos o estén destinados a hacer fe pública en relación con las cuestiones siguientes:
1. Preparación, análisis y proyección de estados contables, presupuestarios, de costos y
de impuestos en empresas y otros entes.
2. Revisión de contabilidades y su documentación.
3. Disposiciones del Capítulo III, Título II, Libro I del Código de Comercio.
4. Organización contable de todo tipo de entes.
5. Elaboración e implantación de políticas, sistemas, métodos y procedimientos de
trabajo administrativo-contable.
6. Aplicación e implantación de sistemas de procesamiento de datos y otros métodos en
los aspectos contables y financieros del proceso de información gerencial.
7. Liquidación de averías.
8. Dirección del relevamiento de inventarios que sirvan de base para la transferencia de
negocios, para la constitución, fusión, escisión, disolución y liquidación de cualquier clase de
entes y cesiones de cuotas sociales.
9. Intervención en las operaciones de transferencia de fondos de comercio, de acuerdo
con las disposiciones de la Ley 11.867, a cuyo fin deberán realizar todas las gestiones que
fueren menester para su objeto, inclusive hacer publicar los edictos pertinentes en el Boletín
Oficial, sin perjuicio de las funciones y facultades reservadas a otros profesionales en la
mencionada norma legal.
10. Intervención conjuntamente con letrados en los contratos y estatutos de toda clase de
sociedades civiles y comerciales cuando se planteen cuestiones de carácter financiero,
económico, impositivo y contable.
11. Presentación con su firma de estados contables de bancos nacionales, provinciales,
municipales, mixtos y particulares, de toda empresa, sociedad o institución pública, mixta o
privada y de todo tipo de ente con patrimonio diferenciado.
231
En especial para las entidades financieras comprendidas en la Ley 21.526, cada
Contador público no podrá suscribir el balance de más de una entidad cumplimentándose
asimismo el requisito expresado en el Artículo 17 de esta Ley.
12. Toda otra cuestión en materia económica, financiera y contable con referencia a las
funciones que le son propias de acuerdo con el presente artículo.
b) En materia judicial para la producción y firma de dictámenes relacionados con las
siguientes cuestiones:
1. En los concursos de la Ley 24522 y sus modificatorias para las funciones de síndico.
2. En las liquidaciones de averías y siniestros y en las cuestiones relacionadas con los
transportes en general para realizar los cálculos y distribución correspondientes.
3. Para los estados de cuenta en las disoluciones, liquidaciones y todas las cuestiones
patrimoniales de sociedades en todos los fueros.
4. En las compulsas o peritajes sobre libros, documentos y demás elementos
concurrentes a la dilucidación de cuestiones de contabilidad y relacionadas con el comercio en
general, sus prácticas, usos y costumbres.
5. Para dictámenes e informes contables en las administraciones e intervenciones
judiciales.
6. En los juicios sucesorios para realizar y suscribir las cuentas particionarias
conjuntamente con el letrado que intervenga.
7. Como Perito en su materia en todos los fueros.
En la emisión de dictámenes, se deberán aplicar las normas de auditoría aprobadas por
los organismos profesionales cuando ello sea pertinente.
Capítulo IV
Síntesis y Contenidos Curriculares Mínimos
Los contenidos curriculares mínimos que se desarrollan en este apartado, están en
consonancia con los conceptos expresados en los capítulos I y III, en los que se describen los
antecedentes y características de la carrera de Contador Público, explicitando se claramente el
perfil profesionalista de la misma.
La definición de dichos contenidos curriculares mínimos, que la carrera de Contador
Público deberá cubrir obligatoriamente por ser considerados esenciales para el reconocimiento
de la validez nacional del título, constituye una matriz básica de la que se
232
pueden derivar lineamientos curriculares y planes de estudio diversos.
Los contenidos se expresan en función de la información conceptual y teórica
considerada imprescindible, y de las competencias que se desean lograr. Pueden ser teóricos,
prácticos, o teórico - prácticos, y en cada caso serán fundantes del saber profesional, dejándose
espacio para que cada institución elabore el perfil del profesional deseado.
Todo diseño curricular de la carrera de Contador Público debe asegurar que los
contenidos específicos sean adecuados y que, conjuntamente con la articulación entre áreas y
asignaturas, se garantice la formación correspondiente al perfil definido. Su presentación en
forma de áreas temáticas no debe generar rigideces que puedan atentar contra la necesaria
flexibilidad curricular.
Abordaje Pedagógico-Didáctico
Los distintos contenidos de la carrera son abordados, desde el punto de vista didáctico,
según su especificidad y las decisiones que toman los docentes al diseñar las estrategias de
enseñanza, que están guiadas por el objetivo central de favorecer el aprendizaje significativo de
los estudiantes.
La elección de las técnicas y la organización de distintas estrategias se realiza
considerando varios factores que inciden en la calidad de los aprendizajes: el área disciplinar,
las características del grupo de alumnos y su número, y el tiempo disponible, entre los más
importantes.
Para las instancias de construcción del conocimiento disciplinar se consideran valiosas
las estrategias que apuntan al análisis, la comprensión, la interpretación y la generación de
juicios propios. Algunas técnicas que favorecen el desarrollo de tales procesos son:
la exposición dialogada,
la presentación de interrogantes o problemas,
el trabajo grupal (pequeño grupo de discusión, torbellino de ideas, seminario,
debate, entre otros),
la indagación bibliográfica,
la producción de mapas conceptuales y de trabajos específicos.
La enseñanza focalizada en las prácticas profesionales debe estimular la integración de
los conocimientos, la reflexión sobre la realidad profesional y la toma de decisiones con
fundamentación. Técnicas adecuadas para este tipo de aprendizajes son, entre otras:
la problematización,
233
el estudio de casos,
el análisis de incidentes críticos,
los ejercicios de simulación,
los trabajos de campo y
las pasantías.
Áreas temáticas, síntesis y contenidos curriculares mínimos En el siguiente cuadro se
incluye la desagregación en áreas temáticas, la síntesis de las mismas que expresa los
conocimientos esenciales resumidos y los contenidos curriculares mínimos.
Estos son los elementos necesarios a ser considerados en la posterior definición de
criterios para la asignación de cargas horarias y el establecimiento de estándares de
acreditación.
El listado de áreas temáticas con los contenidos curriculares mínimos no implica una
imposición de nombres, de cantidad de materias, ni de una organización particular de las
mismas, sino que constituye un ordenamiento operativo. Este listado está orientado a explicitar
los contenidos mínimos que deben ser considerados en los distintos currícula de las carreras de
Contador Público.
234
ÁREAS TEMÁTICAS
SÍNTESIS CONTENIDOS CURRICULARES
MINIMOS
CONTABILIDAD
El objetivo es desarrollar
un sólido conocimiento de
los aspectos sustanciales
de la disciplina contable.
Para ello los alumnos
estudian genéricamente
los sistemas de
información
organizacionales y en
detalle y profundidad el
sistema de información
contable.
Estudian cómo integrar, en
la toma de decisiones, los
conocimientos teóricos
aprendidos en otras áreas,
las salidas del sistema de
información contable y las
de otros sistemas que
provean
información relevante para
tal fin. Aprenden a
gestionar la relación entre
la organización y
organismos
administrativos,
judiciales y reguladores
(en especial contables) en
aspectos de su
competencia profesional.
__La Contabilidad.
Antecedentes y evolución.
Los Entes. Sus recursos y
fuentes. Operaciones y hechos
económicos.
El patrimonio y la contabilidad.
El ejercicio económico. Las
variaciones patrimoniales.
El sistema Contable. Métodos
de registración.
Estructuración del sistema
contable. Medios de
procesamiento.
Registración de los hechos
económicos en distintos
momentos de la vida del Ente.
Culminación del proceso
contable, los informes contables.
Los modelos contables.
La valuación del patrimonio en
los distintos momentos de la vida
del Ente.
La unidad de medida.
Informes contables internos y
externos. Usuarios.
Principios o cualidades de la
información.
Estados contables. Su
exposición.
La consolidación de estados
contables.
235
Análisis e interpretación de
estados contables.
Conversión de estados
contables a moneda extranjera.
Estados contables proyectados.
Las normas contables. Distintas
fuentes. Normas comparadas.
Teoría general de los costos.
Elementos del costo.
__Sistemas de costeo.
Costos para la toma de
decisiones.
Auditoría interna y externa.
Auditoría operativa.
La auditoría de sistemas
computarizados.
El informe del auditor. Normas y
responsabilidades legales y
profesionales en el ejercicio de la
auditoría.
Régimen financiero del Sector
Público.
Derecho tributario. Imposición
sobre las rentas. Consumos y
patrimonio.
Tributación sobre el salario.
Régimen de coparticipación.
Procedimientos tributarios.
Autoridad de aplicación (nación,
provincias y municipalidades).
236
ÁREAS TEMÁTICAS
SÍNTESIS CONTENIDOS CURRICULARES
MINIMOS
ECONOMÍA
El objetivo es enseñar los
Instrumentos
fundamentales
necesarios para analizar
los hechos e instituciones
de la realidad económica.
Para ello, los alumnos
deben estudiar los
conceptos y las
herramientas de análisis
de la micro y la
macroeconomía y
de la economía del sector
público.
Conceptos Básicos. Delimitación
del campo de la economía como
ciencia.
Problemas económicos centrales.
Los recursos, la tecnología, las
instituciones, la población, los
sistemas
económicos.
Conceptos Básicos de
Microeconomía.
Sectores económicos. Sistemas de
Precios. Las funciones de oferta y
demanda. Competencia perfecta y
monopolio.
Conceptos Básicos de
Macroeconomía. Los modelos
macroeconómicos básicos.
La demanda agregada: consumo,
inversión y gasto público. El
mercado de bienes.
La función IS. Mercado financiero.
La función L. M. El sector externo.
El equilibrio general. El
Multiplicador. Política económica.
Aspectos
Sectoriales.
Conceptos Básicos de Finanzas
Públicas. Marco institucional. El
presupuesto público. Gastos
públicos.
Recursos públicos.
237
ÁREAS TEMÁTICAS
SÍNTESIS CONTENIDOS CURRICULARES
MINIMOS
ADMINISTRACIÓN
El objetivo es introducir al
alumno en el estudio de la
problemática
organizacional y
la evolución del
pensamiento
en la disciplina.
Se estudian las funciones
básicas de las
organizaciones y los
procesos que en ellas se
llevan a cabo.
Se desarrollan los
conceptos
necesarios para realizar el
análisis financiero de una
organización y la toma de
decisiones de inversión.
Administración General.
Caracterización de las
Organizaciones.
Tipología. Enfoques y Modelos. Los
procesos de política, conflicto,
decisión,
influencia, comunicación,
planificación, gestión y control.
Autoridad y poder. La
estructura organizacional, la
administración y los procesos de
cambio. Responsabilidad social.
Sistemas Administrativos.
Conceptualización y clasificación de
modelos. Caracterización y
elementos constitutivos. Teoría
General de los Sistemas.
Metodología para los
estudios administrativos. Desarrollo
de las etapas para el estudio de
sistemas e
implementación. Aspectos
tecnológicos de los medios de
procesamiento y comunicaciones.
Software de base y utilitarios.
Redes. Evaluación de sistemas
aplicativos. Seguridad en los
sistemas de información.
Administración Financiera.
Decisiones financieras básicas de
las organizaciones. Análisis
financiero.
238
Decisiones de inversión, de
financiación, de dividendos.
Administración del capital de
trabajo.
Mercado de capitales. Derivados
financieros.
Las áreas funcionales de la
empresa.
Producción. Comercialización.
Finanzas. Personal. Planeamiento.
Registración y Métodos. Dirección
Superior.
ÁREAS TEMÁTICAS
SÍNTESIS CONTENIDOS CURRICULARES
MINIMOS
HUMANISTICA
El objetivo es introducir al
alumno en los conceptos
básicos de la teoría y el
método de las Ciencias
Sociales, capacitando
al futuro profesional para
la
interacción con el contexto
en el que actuará,
fomentando la
interdisciplinariedad y el
compromiso experto.
Introducción al estudio de las
Ciencias Sociales. Sociología de las
Organizaciones.
Conocimiento Científico.
Elementos de filosofía. Concepto de
ciencia. Las
ciencias sociales áreas, contenido y
metodología. Teoría y método
científico.
JURÍDICA
El objetivo es formar
profesionales
responsables con un
profundo y acabado
conocimiento de las
instituciones de derecho
público y de derecho
privado existentes,
Derechos humanos. Estado y
Constitución. Constitución
Argentina.
Órganos y Poderes del Estado.
Derechos Civiles y Garantías
constitucionales.
Contratos y actos administrativos.
La función pública y el servicio
239
sumado al aprendizaje de
la metodología necesaria
para poder incorporarlas
sucesivas modificaciones y
la aplicación práctica de
tales saberes.
público.
Aspectos económicos y de
control.
Responsabilidad del Estado.
Regímenes Provinciales y
Municipales.
Principios generales del derecho,
fuentes.
Persona: atributos y capacidad.
Hechos y actos jurídicos.
Obligaciones.
Teoría de los contratos.
Aspectos generales de
matrimonio, filiación, régimen
sucesorio y derechos reales.
Concepto y origen del derecho
comercial.
La empresa y el comerciante.
Contratos comerciales.
Sociedades comerciales y
agrupaciones empresarias.
Cooperativas. Asociaciones
civiles.
Títulos de crédito.
Mercado de Capitales, entidades
financieras y seguros.
Concursos comerciales y
quiebras.
El trabajo humano.
La relación del trabajo y la
empresa.
Derecho individual del trabajo.
Derecho colectivo del trabajo.
Seguridad social.
240
ÁREAS TEMÁTICAS
SÍNTESIS CONTENIDOS CURRICULARES
MINIMOS
MATEMATICA
El objetivo es introducir
al
alumno en el
conocimiento de los
números reales y los
temas fundamentales del
Análisis Matemático. Se
desarrolla el cálculo
vectorial y matricial, con
aplicaciones a los
sistemas de ecuaciones
lineales. Se abordan las
nociones básicas de las
teorías de
Probabilidades y
Estadística, de la
Matemática
Financiera y del Cálculo
Actuarial.
§ _Números Reales.
Funciones.
Límites y Continuidad.
Derivada.
Sucesiones y Series.
Extremos.
Integrales.
Vectores y Matrices.
Sistemas de Ecuaciones Lineales.
Estadística Descriptiva.
Elementos de Probabilidad.
Inferencia Estadística.
Elementos de Muestreo.
Regresión.
Series de Tiempo. Índices.
Cálculo Actuarial.
Teoría del Interés.
Amortizaciones.
Rentas.
Capítulo V
Cargas Horárias Mínimas por Áreas Temáticas
La carga horaria mínima del plan de estudio para la carrera de Contador Público queda
establecida en 2730 horas.
No se fija un máximo para la carga horaria, a fin de permitir que cada Unidad
Académica pueda tener libertad para definir su oferta y adecuar su currículo a las situaciones
particulares y regionales de su entorno.
Cada área deberá tener como mínimo, las horas indicadas en el siguiente cuadro:
241
ÁREAS CARGA HORARIA MÍNIMA POR ÁREA
CONTABILIDAD
820 hs.
ECONOMÍA
270 hs.
ADMINISTRACIÓN
330 hs.
HUMANÍSTICA
82 hs.
JURÍDICA
330 hs.
MATEMÁTICA
20% DISTRIBUCIÓN FLEXIBLE
355 hs.
543 hs.
2730 hs.
Capitulo VI
Criterios sobre la Intensidad de la Formación Practica
El Contador Público a lo largo de su carrera, incorpora saberes teóricos y prácticos, y a
su vez prácticas de intervención en el medio, cuyas finalidades definen en gran parte el perfil
profesional del graduado. Por ello, las carreras de grado deben garantizar ámbitos y
modalidades de formación teórico-práctica que colaboren en el desarrollo de competencias
profesionales acordes con la intencionalidad formativa. Por consiguiente, cada Unidad
Académica, atendiendo al contexto socioeconómico y al tipo de inserción laboral de sus
graduados, podrá contemplar diversas formas de llevar adelante esta capacitación.
De esta manera, la teoría y la práctica se muestran como ámbitos mutuamente
constitutivos que definen una dinámica específica del proceso de enseñanza y de aprendizaje.
Por ende, los criterios de intensidad de la formación práctica deberán contemplar este aspecto,
de manera de evitar interpretaciones fragmentarias o reduccionistas de la práctica.
Para lograrlo proponemos algunos criterios que permitan evaluar la intensidad de la
formación práctica:
1. GRADUALIDAD Y COMPLEJIDAD: este criterio responde al supuesto de que el
aprendizaje constituye un proceso de reestructuraciones continuas, que posibilita de manera
progresiva alcanzar niveles cada vez más complejos de comprensión e interpretación de la
realidad. En ese sentido, es importante considerar desde el inicio de la carrera los aportes que
las distintas áreas curriculares realizan a la formación integral, relacionando los aspectos
teóricos con los prácticos, ya sea que estén vinculados o no con la práctica profesional.
242
2. INTEGRACIÓN DE TEORÍA Y PRÁCTICA: el proceso de formación de
competencias profesionales que posibiliten la intervención en la problemática específica de la
realidad socioeconómica debe, necesariamente, contemplar ámbitos o modalidades curriculares
de articulación teórico-práctica. Éstas deben recuperar el aporte de diversas disciplinas. El
diseño de actividades de aprendizaje debería tender a un trabajo de análisis y reelaboración
conceptual que permita su transferencia al campo profesional, posibilitando, de esta manera,
uma comprensión integral del rol del Contador Público.
3. RESOLUCIÓN DE SITUACIONES PROBLEMÁTICAS: El proceso de apropiación
del conocimiento requiere del desarrollo de la capacidad de solución de situaciones
problemáticas ya que de esta manera se tiende al logro de dos importantes objetivos:
?Por un lado, se compromete activamente a los estudiantes como actores
involucrados y corresponsables en la solución de las mismas.
?Por otro, se genera un ambiente de aprendizaje en el que los docentes
promueven y privilegian la indagación abierta, más allá de los contenidos
desarrollados en cada espacio curricular.
La formación práctica de la carrera de Contador Público desde esta perspectiva,
permite la resignificación de los contenidos teóricos y su aplicación a la futura
actividad profesional.
ESTRATEGIA PARA LA EVALUACIÓN DE LA INTENSIDAD DE LA
FORMACIÓN PRÁCTICA
A los efectos de determinar la intensidad de la formación práctica en la carrera de
Contador Público, se definen dos instancias complementarias de la misma.
La primera de ellas referida a la metodología de enseñanza práctica incluida en
el contrato pedagógico de las diversas asignaturas, orientada a que el alumno
adquiera habilidades y destrezas para la práctica profesional.
Con el objetivo de contemplar realidades de cada Unidad Académica, se propone
otorgar mayor flexibilidad en las áreas donde se manifiestan los aportes de la formación
práctica para el ejercicio profesional.
En este marco se define la carga horaria para las dos áreas que tienen una incidencia
mayor en las incumbencias, y el resto de las horas se deja librado a cada Unidad Académica.
Por tanto se define que la carga horaria mínima que deberá contemplar esta instancia será de
600 hs., distribuidas tentativamente de la siguiente forma:
243
Área Contable: 50 % sobre el total de las horas de práctica, es decir 300 horas.
Área Jurídica: 20 % sobre el total de las horas de práctica, es decir 120 horas.
Resto de las áreas: 30 % sobre el total de las horas de práctica, es decir 180 horas.
La segunda instancia, consiste en un espacio final de integración de
conocimientos adquiridos relacionados con el ejercicio profesional. En este
espacio se deberán cumplimentar 100 hs. mínimas en el total de este tipo de
actividades.
Desde esta perspectiva, serán también consideradas prácticas profesionales:
Pasantías y/o prácticas profesionales supervisadas.
?La experiencia laboral compatible, que el alumno pueda demostrar y/o acreditar
relacionada con aspectos de la profesión, realizada en el sector público, privado
y en el denominado tercer sector.
??Los trabajos y/o documentos integradores de aplicación desarrollados en los
Seminarios de Práctica Profesional.
De este modo, la formación práctica que se llevará a cabo en cada Unidad Académica
deberá ser:
1. Planificada y realizada en forma congruente y en función del perfil del Contador
Público que se desea formar.
2. Ejecutada y realizada mediante una supervisión organizada por cada Unidad
Académica.
3. Realizada mediante espacios curriculares o talleres en correspondencia con el
ejercicio profesional del Contador Público.
4. Sistemáticamente evaluada por los docentes.
5. De aplicación e integración de los marcos teóricos estudiados durante la carrera.
Capítulo VII
Estándares para la Acreditación de la Carrera de Contador Público
Para la fijación de los estándares que se proponen en el presente capítulo, se tomaron
como ejes rectores el resguardo de la autonomía universitaria y el reconocimiento de que la
carrera a la que se aplicarán, se enmarca en el contexto de la institución universitaria a la que
pertenece.
244
Tales criterios generales deberán ser respetados tanto en la aplicación como en la
interpretación de los estándares que a continuación se consignan.
I. Contexto institucional.
I.1. La carrera debe estar incluida en una Unidad Académica que cumpla con sus
funciones senciales: docencia, investigación y extensión.
I.2. El propósito institucional y los objetivos de la carrera, el funcionamiento y su
reglamentación, el perfil del egresado (considerando las incumbencias profesionales) y el plan
de estudios, deben estar explícitamente definidos en un documento curricular de la carrera, que
será de conocimiento público.
I.3. La institución debe impulsar y promover, mediante sus políticas institucionales:
a) los mecanismos para la actualización y perfeccionamiento del personal docente, b) el
desarrollo de las acciones de extensión universitaria, c) la difusión del conocimiento
producido mediante la vinculación con el medio, d) la cooperación interinstitucional y, e) la
investigación científica y tecnológica.
I.4. La carrera debe estar basada en una estructura organizativa y administrativa que
posibilite la planificación de su desarrollo para el logro de una eficaz y transparente gestión de
la institución, en el corto, mediano y largo plazo, propiciando el mantenimiento y el
mejoramiento de la calidad.
I.5. La Unidad Académica debe estar estructurada en sectores de gobierno, gestión y
administración, para alcanzar los objetivos propuestos. Deben implementarse mecanismos de
autoevaluación institucional para los ámbitos de gestión, docencia, investigación y extensión,
que incluyan herramientas de evaluación de la calidad con consulta a los diferentes actores
intervinientes, y que de cuenta tanto del funcionamiento de la carrera como de los logros
alcanzados.
I.6. La carrera debe contar con instancias institucionalizadas responsables del diseño y
seguimiento de la implementación del plan de estudios y su revisión periódica.
I.7. Los miembros de los sectores de gobierno, gestión, administración, docencia e
investigación, deben poseer antecedentes compatibles con la naturaleza del cargo.
I.8. La carrera debe contar con un sistema de pasantías y/o prácticas como modo de
integración al medio socioproductivo.
245
I.9. La información institucional debe estar resguardada por sistemas que aseguren su
disponibilidad, actualidad y confiabilidad, al mismo tiempo que deberá contar con canales de
comunicación eficientes.
II. Plan de estudios y formación
II. 1. El Plan de estudios debe explicitar las actividades de formación para la práctica
profesional de Contador Público.
II.2. Los objetivos de la carrera, el perfil del egresado, el Plan de estudios y la propuesta
pedagógica deben estar claramente definidos y ser coherentes entre sí.
II.3. El Plan de estudios de la carrera debe cumplir con los contenidos curriculares
mínimos, la carga horaria mínima y la intensidad de la formación práctica conforme a la
normativa vigente. La estructura curricular debe especificar los ciclos, áreas y asignaturas que
lo integran, los contenidos mínimos de las materias y el régimen de correlatividades. Es
conveniente que la evaluación de los alumnos se haga sobre la base de los conocimientos
teóricos y prácticos de cada disciplina.
II.4. Los contenidos de las asignaturas, cursos, módulos, seminarios u otras
denominaciones de la carrera deben estar especificados. Cada asignatura debe contar con un
programa que incluya: objetivos, contenidos, metodología con la cual se desarrollará,
descripción analítica de las actividades teóricas y/o prácticas, bibliografía y forma de
evaluación a utilizar..
II.5. El Plan de estudio debe tener en cuenta los requisitos de cada asignatura, mediante
un esquema de correlatividad, ajustado fundamentalmente a la dependencia epistemológica de
los conocimientos, que garantice la continuidad en el aprendizaje.
II.6. El Plan de estudio debe incluir en áreas temáticas los conocimientos de común
origen epistemológico, organizados en diferentes espacios curriculares.
Se recomienda que la carga horaria de cada área no sea menor a los porcentajes que a
continuación se detallan:
Área Contable e Impositiva: 30 %
Área Administración e Informática: 12%
Área Economía: 10 %
Área Humanística: 3%
Área Jurídica: 12%
Área Matemática: 13%
246
Porcentaje de distribución flexible: hasta 20%
II.7. Los contenidos de las asignaturas del Plan de estudio deben desarrollarse utilizando
metodologías de enseñanza orientadas a que el alumno adquiera habilidades y destrezas para la
práctica profesional.
II.8. La carrera de Contador Público debe incluir experiencias supervisadas o talleres de
prácticas profesionales. Serán consideradas como tales :
Pasantías y/o prácticas profesionales supervisadas.
La experiencia laboral compatible, que el alumno pueda demostrar y/o acreditar
relacionada con aspectos de la profesión, realizada en el sector público, privado o en el
denominado tercer sector.
??Los trabajos y/o documentos integradores de aplicación desarrollados en los
Seminarios de Práctica Profesional.
II.9. La evaluación de los alumnos debe corresponderse con los objetivos de la carrera
previamente establecidos y comunicados. Las evaluaciones deben contemplar de manera
integrada el componente teórico, la formación de actitudes, y la capacidad para desarrollar
procedimientos propios de las disciplinas.
II.10. Los contenidos de los programas y la metodología de enseñanza deben ser
actualizados y evaluados periódicamente por la Unidad Académica.
II.11. El plan de estudios debería ofrecer asignaturas optativas/electivas con el fin de
posibilitar la profundización o ampliación de conocimientos.
II.12. Se debe disponer de reglamentaciones para organizar los circuitos recorridos por
los estudiantes en distintas etapas: admisión, promoción, permanencia y graduación.
En ellas, deberán contemplarse las distintas posibilidades y alternativas que
razonablemente pudieran presentarse al estudiante para mantener su condición de alumno
regular ante diferentes circunstancias.
III. Cuerpo académico
III.1. La carrera debe contar con un cuerpo académico propio en número y composición
adecuada. El mismo estará integrado por una planta de autoridades y personal docente con las
acreditaciones profesionales y docentes correspondientes, y con dedicación horaria suficiente
para el desempeño de sus funciones.
247
III.2. Deberán existir políticas institucionales que progresivamente promuevan en los
profesores la formación de posgrado y la participación en investigación, desarrollo tecnológico
o actividades profesionales que redunden en una mejora de su tarea docente.
III.3. El ingreso y la permanencia en la docencia deben regirse por mecanismos que
garanticen la idoneidad del cuerpo académico y que sean de conocimiento público.
III.4. Los miembros del cuerpo docente deben tener una formación de nivel
universitario como mínimo equivalente al título de grado que otorga la carrera, salvo casos
excepcionales. Dentro del plantel docente debe existir un adecuado equilibrio entre la
formación académica y la experiencia profesional.
III.5. La trayectoria académica y formación profesional de los miembros del cuerpo
académico debe estar documentada y ser adecuada a las funciones que desempeñen.
Debe contarse con un registro actualizado, de carácter público, de los antecedentes
académicos y profesionales del personal docente, que permita su evaluación.
III.6. La unidad académica debe gestionar programas (de formación, de investigación,
de relación con el medio, etc.) o acciones que promuevan la vinculación entre las carreras de
Contador Público de distintas Unidades Académicas de la región, del resto del país y de otros
países.
III.7. La carrera debe contar con personal docente auxiliar suficiente, con la formación
académica y profesional correspondiente.
IV. Alumnos y graduados.
IV.1. La unidad académica debe tener en cuenta la capacidad física y de recursos
materiales suficientes y adecuados para albergar a su población estudiantil.
IV.2. Los requisitos de ingreso deben ser explícitos y conocidos por los postulantes y la
universidad debe realizar acciones para difundir, orientar y ayudar al ingresante.
IV.3. Deben existir mecanismos de seguimiento de los alumnos, medidas tendientes a
mejorar la retención y análisis de la información sobre rendimiento, retraso y egreso,
considerando para la elección de las estrategias la magnitud de la matrícula.
IV.4. La unidad académica debe disponer de instancias de apoyo pedagógico que
acompañe el proceso educativo de sus estudiantes, tales como tutorías, asesorías u orientación
profesional, considerando para la elección de las estrategias la magnitud de la matrícula.
IV.5. La unidad académica debe estimular la incorporación de los alumnos a las
actividades de investigación, desarrollo y vinculación con el medio profesional y cultural
248
fomentando en ellos una actitud proclive a la educación continua.
IV.6. Deben preverse mecanismos para posibilitar la actualización, formación continua
y perfeccionamiento profesional de los graduados.
IV.7. Deben preverse mecanismos de seguimiento de graduados y favorecerse la
participación de los mismos en la institución.
IV.8. La universidad debe contar con un sistema de becas para los estudiantes, cuyas
reglas sean de acceso público.
V. Infraestructura y equipamiento.
V. l. La unidad académica donde se desarrolla la carrera debe tener una asignación
presupuestaria definida, que le permita cumplir sus fines y objetivos y garantice a los
estudiantes admitidos la finalización de la carrera dentro de los términos que fija la
reglamentación.
V.2. La unidad académica debe diseñar políticas de asignación y ejecución de recursos
y asegurar su distribución en función de los objetivos para el desarrollo de las actividades
académicas.
V.3. La infraestructura de la institución debe ser adecuada en cantidad y capacidad de
acuerdo con los requerimientos de las distintas asignaturas. Asimismo, debe contar con
suficiente disponibilidad horaria para el desarrollo de todas las actividades planificadas, al igual
que los medios y el equipamiento necesario.
V.4. El acceso y el uso de todos los ámbitos de aprendizaje deben estar garantizados por
la propiedad y administración de los mismos o por convenios que aseguren su disponibilidad.
V.5. La carrera debe tener acceso a bibliotecas o centros de información equipados y
actualizados que dispongan de un acervo bibliográfico pertinente. Se debe ayudar al estudiante
a aprender nuevas formas de acceso y procesamiento de la información, particularmente la
información electrónica disponible.
V.6. La dirección y administración de la biblioteca a la que tenga acceso la carrera debe
estar a cargo de personal profesional idóneo, suficiente y calificado. El servicio a los usuarios y
el horario de atención debe ser amplio y contarse con un registro actualizado de los servicios
prestados y de los usuarios.
249
ANEXO III - Normas Referentes al Ejercicio de las Profesiones Relacionadas a las
Ciencias Económicas. Bs.As. 23/5/73
Excelentísimo
Señor Presidente de la Nación:
Tengo el honor de dirigirme al Primer Magistrado elevando a su consideración el
adjunto proyecto de ley por el cual se establecen normas de carácter general referentes al
ejercicio de las profesiones relacionadas a las ciencias económicas.
Parece ocioso destacar la trascendencia que dicha rama del saber tiene en las múltiples
actividades del quehacer nacional, que se vinculan tanto con la elevación del nivel científico y
cultural del país, como con el de los fines de contralor y organización en los aspectos
económicos y financieros. Los profesionales de Ciencias Económicas intervienen en la mayor
parte de las actividades de la economía tanto en la esfera pública como en la privada, brindando
apoyo técnico a otras profesiones y actividades mediante los estudios inherentes al quehacer
económico.
El régimen legal actualmente vigente (dec. ley Nº 5103/45) (ley 12921), no contempla
acabadamente la experiencia acumulada en los últimos años en las profesiones de que se trata.
Es una realidad que, la evolución tecnológica y social ha avanzado rápidamente en el
orden de las ciencias económicas, tan ligadas a fenómenos de carácter político y social. En
respuesta a tales requerimientos, las Universidades del país han ido ampliando sus planes de
estudio para aprender nuevas especialidades profesionales adaptadas a las exigencias
socioeconómicas del país.
Con excepción de las normas de policía del ejercicio profesional, que son del resorte
exclusivo de las autoridades locales, resulta indispensable extender a todo el país la vigencia de
las normas que regulan el ejercicio profesional sobre la base de la capacitación otorgada por las
Universidades. Se lograra con ello, un deseable coherencia en el desenvolvimiento de un
actividad que interesa fundamentalmente al bienestar de la nación (art. 67 in. 16 de la
Constitución Nacional).
Las disposiciones proyectadas tienden a resolver las carencias evidenciadas en el
régimen legal actualmente vigente, donde no se contemplan los nuevos campos de
250
especialización abiertos en los últimos años, respetándose por los demás el ámbito de actuación
que corresponde a las autoridades locales.
La ley proyectada será un eficientes instrumento para el mayor desarrollo del
patrimonio nacional, tanto en su aspecto económico como cultural y se encuadra en las
políticas nacionales números 25, 32, 54 del decreto Nº 46/70 de la Junta de Comandantes en
Jefe.
Dios Guarde a Vuestra Excelencia
Rubéns G. San Sebastián.
Ley Nº 20488
Buenos Aires 23/5/73
En uso de las atribuciones conferidas por el artículo del Estatuto de la Revolución
Argentina, el Presidente de la Nación Argentina Sanciona y promulga con fuerza de Ley:
TITULO I DEL EJERCICIO PROFESIONAL
ARTICULO 1. En todo el territorio de la Nación el ejercicio de las profesiones de licenciado
en Economía, Contador Público, Licenciado en Administración, Actuario y sus equivalentes
queda sujeto a lo que prescribe la presente Ley y a las disposiciones reglamentarias que
se dicten. Para tales efectos es obligatoria la inscripción en las respectivas matrículas de
los Consejos Profesionales del país conforme a la jurisdicción en que se desarrolle su
ejercicio.
ARTICULO 2. Las profesiones a que se refiere el Artículo 1 sólo podrán ser ejercidas por:
a) Personas titulares de diplomas que expiden las Universidades Nacionales siempre que
su otorgamiento requiera estudios completos de enseñanza media previos a los de
carácter universitario.
b)Personas con títulos habilitantes expedidos por el Estado Nacional, en las condiciones
establecidas en las Leyes 14.557, 17 604 y decretos reglamentarios, y por Universidades
Provinciales, siempre que el otorgamiento de tales títulos requiera estudios completos de
enseñanza media, previos a los de carácter universitario y que acrediten haber cubierto
requisitos y conocimientos no inferiores a los impartidos en las respectivas disciplinas en
las universidades nacionales.
c) Personas titulares de diplomas expedidos por universidades o instituciones profesionales
extranjeras, revalidados por una universidad nacional o que lo fueren en lo sucesivo,
siempre que reúnan los siguientes requisitos:
251
1.Que el diploma extranjero haya sido otorgado previo ciclo completo de enseñanza media
y que acredite haber cubierto requisitos y conocimientos no inferiores en extensión y
profundidad a los impartidos en las respectivas disciplinas en las universidades nacionales.
2.Tener una residencia continuada en el país no menor de Dos (2) años, salvo que el
titular del diploma sea argentino.
d)Personas titulares de diplomas expedidos por escuelas superiores de comercio de la
Nación o convalidados por ella, antes de la sanción del Decreto-Ley 5.103/45 (Ley
12.921).
e) Personas titulares de diplomas de graduados en Ciencias Económicas expedidos por las
autoridades nacionales o provinciales con anterioridad a la creación de las carreras
universitarias, mientras no resulte modificación y/o extensión del objeto, condiciones,
términos, lugar de validez u otra modalidad del ejercicio profesional, siempre y cuando
estuvieren inscriptos en las respectivas matrículas antes de la sanción de la presente ley.
f)Personas inscriptas a la fecha de esta ley en el Registro Especial de No Graduados,
conforme al Decreto-Ley 5.103/45 (art.7), mientras no resulte modificación y/o extensión
del objeto, condiciones, término u otra modalidad de la actividad profesional.
ARTICULO 3.- A los efectos de esta Ley se considerará que las personas comprendidas en
el Artículo 2 ejercen las profesiones mencionadas en el Artículo 1 cuando realizan actos
que supongan, requieran o comprometan la aplicación de conocimientos propios de tales
personas; especialmente si consisten en:
a) El ofrecimiento o realización de servicios profesionales.
b) El desempeño de funciones derivadas de nombramientos judiciales de oficio o a
propuesta de partes.
c) La evacuación, emisión, presentación o publicación de informes, dictámenes, laudos,
consultas, estudios, consejos, pericias, compulsas, valorizaciones, presupuestos, escritos,
cuentas, análisis, proyectos, o de trabajos similares, destinados a ser presentados ante los
poderes públicos, particulares o entidades públicas, mixtas o privadas.
ARTICULO 4.- El uso del título de cualesquiera de las profesiones enumeradas en el
Artículo 1 sólo será permitido a personas de existencia visible. En todos los casos debe
determinarse claramente el título de que se trata y la Universidad que lo expidió. Los
cargos existentes o a crearse en actividades o entidades comerciales, civiles y bancarias,
empresas mixtas o del Estado, no podrán designarse con denominaciones que den lugar a
que quienes los ocupan utilicen indebidamente el título de profesiones a que se refiere la
presente ley.
252
ARTICULO 5.- Las asociaciones de los graduados en ciencias económicas a que se refiere
la presente ley sólo podrán ofrecer servicios profesionales cuando la totalidad de sus
componentes posean los respectivos títulos habilitantes y estén matriculados.
ARTICULO 6.- Las asociaciones de profesionales universitarios de distintas disciplinas
actuarán en las Ciencias Económicas bajo la firma y actuación del profesional de la
respectiva especialidad de Ciencias Económicas.
ARTICULO 7.-Se considerará como uso del título toda manifestación que permita referir o
atribuir a una o más personas el propósito o la capacidad para el ejercicio de la profesión
en el ámbito y en el nivel que son propios de dicho título en particular:
a) El empleo de leyendas, dibujos, insignias, chapas, tarjetas, avisos, carteles o
publicaciones de cualquier especie.
b) La emisión, reproducción o difusión de las palabras contador, economista, analista,
auditor, experto, consultor, asesor, licenciado o similares y sus equivalentes en idiomas
extranjeros, con referencia a cualesquiera de los ámbitos de las profesiones
reglamentadas por esta ley.
c) El empleo de los términos academia, estudio, asesoría, oficina, instituto, sociedad,
organización u otros similares y sus equivalentes en idiomas extranjeros, con referencia a
cualesquiera de los ámbitos de las profesiones reglamentadas por esta ley.
ARTICULO 8.- Las personas que sin poseer título habilitante en las condiciones
prescriptas por la presente ley ejercieran cualquiera de las profesiones reglamentadas por
esta ley o lo hicieran no obstante habérseles cancelado la matrícula como consecuencia de
sanciones dispuestas por los Consejos Profesionales, asi como las personas que ofrecieran
los servicios inherentes a tales profesiones sin poseer título habilitante para ello, sufrirán
penas de UN (1) mes a UN (1) año de prisión sin perjuicio de las penalidades y sanciones
que otras leyes establezcan.
Los que indebidamente se arroguen cualesquiera de los títulos de las profesiones
reglamentadas por esta ley serán pasibles de la sanciones previstas en el Artículo 247 del
Código penal.
Los profesionales que ejercieran alguna de las profesiones comprendidas en la presente
ley sin la inscripción en la matrícula del respectivo Consejo Profesional del país, serán
penados con multa de QUINIENTOS PESOS ($500.-) a CINCO MIL PESOS ($ 5.000.-).
253
ARTICULO 9.-Prohíbese a los establecimientos de enseñanza privada no autorizados
conforme a las leyes 14.557 y 17.604 y decretos reglamentarios, otorgar títulos, diplomas
o certificados con designaciones iguales, similares o que se refieren parcialmente al ámbito
de las profesiones reglamentadas por esta Ley, o que de algún modo puedan confundirse
con ellas. Los establecimientos infractores y solidariamente sus directores,
administradores y propietarios serán pasibles de una multa de MIL PESOS ($ 1.000.-) a
DIEZ MIL PESOS por cada título, diploma o certificado expedido, sin perjuicio de la
responsabilidad penal por los delitos comunes, debiendo disponerse inmediatamente la
clausura de tales centros de enseñanza. Igual prohibición alcanza a la manifestación
pública o privada de que en dichos establecimientos se imparte enseñanza similar,
equivalente o específica de la formación profesional requerida para obtener los grados o
títulos correspondientes a las profesiones reglamentadas por esta ley. Las infracciones a
esta disposición serán penadas con multas de CINCO MIL PESOS ($ 5.000.-) a CINCUENTA
MIL PESOS ($ 50.000.-)
ARTICULO 10.-Para cubrir los cargos en las entidades centralizadas y descentralizadas de
la administración pública nacional, provincial y municipal, empresas del Estado y mixtas
para cuyo desempeño se requiera tener conocimientos de la especialidad de los graduados
en ciencias económicas, se dará preferencia a los profesionales con título de la
especialidad respectiva.
ARTICULO 11.-Se requerirá título de Licenciado en Economía o equivalentes:
a) Para todo dictamen destinado a ser presentado a autoridades judiciales, administrativas
o a hacer fe pública relacionado con el asesoramiento económico y financiero para: 1.-
Estudios de mercado y proyecciones de oferta y demanda sin perjuicio de la actuación de
graduados de otras disciplinas en las áreas de su competencia.
2.- Evaluación económica de proyectos de inversiones sin perjuicio de la actuación de
graduados de otras disciplinas en las áreas de su competencia.
3.- Análisis de coyuntura global, sectorial y regional.
4.- Análisis de mercado externo y del comercio internacional.
5.- Análisis macroeconómico de los mercados cambiario de valores y de capitales.
6.- Estudios de programas de desarrollo económico global, sectorial y regional.
7.- Realización e interpretación de estudios econométricos.
8.- Análisis de la situación, actividad y política monetaria, crediticia, cambiaria, fiscal y
salarial.
254
9.- Estudios y proyectos de promoción industrial, minera, agropecuaria, comercial,
energética, de transporte y de infraestructura en sus aspectos económicos.
10.- Análisis económico del planteamiento de recursos humanos y evaluación económica
de proyectos y programas atinentes a estos recursos.
11.- Análisis de la política industrial, minera, energética, agropecuaria, comercial, de
transportes y de infraestructura en sus aspectos económicos.
12.- Estudios a nivel global, sectorial y regional sobre problemas de comercialización,
localización y estructura competitiva de mercados distribuidores, inclusive la formación de
precios.
13.- Toda otra cuestión relacionada con economía y finanzas con referencia a las funciones
que le son propias de acuerdo con el presente artículo.
b) Como perito en su materia en todos los fueros, en el orden judicial.
ARTICULO 12.- Quedan incluidos en los términos del Artículo 11 los Doctores en Ciencias
Económicas que antes de la fecha de sanción de la presente ley, poseyeran el título
académico correspondiente, sin haber recibido previamente el de Licenciado en Economía.
ARTICULO 13.-Se requerirá título de Contador Público o equivalente:
a) En materia económica y contable cuando los dictámenes sirvan a fines judiciales,
administrativos o estén destinados a hacer fe pública en relación con las cuestiones
siguientes:
1.-Preparación, análisis y proyección de estados contables, presupuestarios, de costos y de
impuestos en empresas y otros entes.
2.-Revisión de contabilidades y su documentación.
3.-Disposiciones del Capítulo III, Título II, Libro I del Código de Comercio.
4.-Organización contable de todo tipo de entes.
5.-Elaboración e implantación de políticas, sistemas, métodos y procedimientos de trabajo
administrativo-contable.
6.-Aplicación e implantación de sistemas de procesamiento de datos y otros métodos en
los aspectos contables y financieros del proceso de información gerencial.
7.-Liquidación de averías.
8.-Dirección del relevamiento de inventarios que sirvan de base para la transferencia de
negocios, para la constitución, fusión, escisión, disolución y liquidación de cualquier clase
de entes y cesiones de cuotas sociales.
9.-Intervención en las operaciones de transferencia de fondos de comercio, de acuerdo
con las disposiciones de la Ley 11.867, a cuyo fin deberán realizar todas las gestiones que
255
fueren menester para su objeto, inclusive hacer publicar los edictos pertinentes en el
Boletín Oficial, sin perjuicio de las funciones y facultades reservadas a otros profesionales
en la mencionada norma legal.
10.-Intervención conjuntamente con letrados en los contratos y estatutos de toda clase de
sociedades civiles y comerciales cuando se planteen cuestiones de carácter financiero,
económico, impositivo y contable.
11.-Presentación con su firma de estados contables de bancos nacionales, provinciales,
municipales, mixtos y particulares, de toda empresa, sociedad o institución pública, mixta
o privada y de todo tipo de ente con patrimonio diferenciado.
En especial para las entidades financieras comprendidas en la Ley 18.061, cada Contador
público no podrá suscribir el balance de más de una entidad cumplimentándose asimismo
el requisito expresado en el Artículo 17 de esta Ley.
12. -Toda otra cuestión en materia económica, financiera y contable con referencia a las
funciones que le son propias de acuerdo con el presente artículo.
b) En materia judicial para la producción y firma de dictámenes relacionados con
las siguientes cuestiones:
1.-En los concursos de la Ley 19.551 para las funciones de síndico.
2.-En las liquidaciones de averías y siniestros y en las cuestiones relacionadas con los
transportes en general para realizar los cálculos y distribución correspondientes.
3.-Para los estados de cuenta en las disoluciones, liquidaciones y todas las cuestiones
patrimoniales de sociedades civiles y comerciales y las rendiciones de cuenta de
administración de bienes.
4.-En las compulsas o peritajes sobre libros, documentos y demás elementos concurrentes
a la dilucidación de cuestiones de contabilidad y relacionadas con el comercio en general,
sus prácticas, usos y costumbres.
5.-Para dictámenes e informes contables en las administraciones e intervenciones
judiciales.
6.-En los juicios sucesorios para realizar y suscribir las cuentas particionarias
conjuntamente con el letrado que intervenga.
7.-Como perito en su materia en todos los fueros. En la emisión de dictámenes, se
deberán aplicar las normas de auditoría aprobadas por los organismos profesionales
cuando ello sea pertinente.
256
ARTICULO 14.-Se requerirá título de Licenciado en Administración o equivalente:
A) Para todo dictamen destinado a ser presentado ante autoridades judiciales,
administrativas o a hacer fe pública en materia de dirección y administración para el
asesoramiento en:
1.-Las funciones directivas de análisis, planeamiento, organización, coordinación y control.
2.-la elaboración e implantación de políticas, sistemas, métodos y procedimientos de
administración, finanzas, comercialización, presupuestos, costos y administración de
personal.
3.-La definición y descripción de la estructura y funciones de la organización.
4.-La aplicación e implantación de sistemas de procesamiento de datos y otros métodos en
el proceso de información gerencial.
5.-Lo referente a relaciones industriales, sistemas de remuneración y demás aspectos
vinculados al factor humano en la empresa.
6.-Toda otra cuestión de dirección o administración en material económica y financiera con
referencia a las funciones que le son propias de acuerdo con el presente artículo.
b) En materia judicial:
1.-Para las funciones de liquidador de sociedades comerciales o civiles.
2.-Como perito en su materia en todos los fueros.
En las designaciones de oficio para las tareas de administrador a nivel directivo o gerencial
en las intervenciones judiciales, se dará preferencia a los licenciados en administración sin
perjuicio de que sean tomados en consideración otros antecedentes en relación con tales
designaciones.
ARTICULO 15.-Se considera título habilitante para el ejercicio de las funciones para las
cuales se requiere el de Licenciado en Administración, el de los Contadores Públicos
egresados con anterioridad a la vigencia de la presente Ley y que hubieran iniciado su
carrera con anterioridad a la vigencia del plan de estudios de Licenciados en
Administración en las respectivas Universidades.
Si la Universidad que emitió el Título de Contador Público no tuviere en vigencia la carrera
de Licenciado en Administración, los egresados hasta la vigencia de la presente ley se
encuentran comprendidos en las disposiciones del primer párrafo del presente artículo.
ARTICULO 16.- Se requerirá título de Actuario o equivalente:
1.-Para todo informe que las compañías de seguros, de capitalización, de ahorro, de
ahorro y préstamo, de autofinanciación (crédito recíproco) y sociedades mutuales,
presenten a sus accionistas o asociados o a terceros, a la Superintendencia de Seguros u
257
otra repartición pública, nacional provincial o municipal, que se relacione con el cálculo de
primas y tarifas, planes de seguros, de beneficios, subsidios y reservas técnicas de dichas
compañías y sociedades.
2.-Para dictamen sobre las reservas técnicas que esas mismas compañías y sociedades
deben publicar junto con su balance y cuadros de rendimiento anuales.
3.-En los informes técnicos de los estados de las sociedades de socorros mutuos,
gremiales o profesionales, cuando en sus planes de previsión y asistenciales, incluyan
operaciones relacionadas con aspectos biométricos.
4.-Para todo informe requerido por autoridades administrativas o que deba presentarse a
las mismas o en juicios, sobre cuestiones técnicas relacionadas con la estadística, el
cálculo de las probabilidades en su aplicación al seguro, la capitalización, ahorro y
préstamo, operaciones de ahorro autofinanciado ( crédito recíproco) y a los empréstitos.
5.-Para todo informe o dictamen que se relacione con la valuación de acontecimientos
futuros fortuitos, mediante el empleo de técnicas actuariales.
6.-En asuntos judiciales cuando a requerimiento de autoridades judiciales deba
determinarse el valor económico del hombre y rentas vitalicias.
7.-Para el planeamiento económico y financiero de sistemas de previsión social, en cuanto
respecta al cálculo de aportes, planes de beneficios o subsidios, reservas técnicas o de
contingencia.
ARTICULO 17.-El ejercicio de las profesiones reglado por la presente ley, en lo que
respecta a las actuaciones en materia judicial, queda sujeto al requisito de que el
profesional sea independiente respecto de la o las partes involucradas. Lo mismo ocurrirá
cuando en cuestiones extrajudiciales haya situaciones conflictivas entre las partes.
ARTICULO 18.- Se entiende por títulos equivalentes los otorgados por las Universidades
citadas en la presente Ley que se diferencien en su denominación de las expresamente
citadas en el Artículo 1, pero que sean similares en las exigencias de sus planes de estudio
así como en la extensión y nivel de los distintos cursos, a juicio del respectivo Consejo
Profesional previo acuerdo con el Ministerio de Cultura y Educación.
TITULO II- DE LOS CONSEJOS PROFESIONALES
ARTICULO 19.-En la CAPITAL FEDERAL, TERRITORIO NACIONAL DE TIERRA DEL FUEGO,
ANTARTIDA E ISLAS DEL ATLANTICO SUR y en cada una de las provincias que así lo
dispusiere funcionará un Consejo Profesional de los graduados a que se refiere el artículo
258
ARTICULO 20.-La inscripción de un título de los reglados por la presente ley en
una jurisdicción de las indicadas en el artículo 19, no obliga necesariamente a su
inscripción en los otros si no se ha dado cumplimiento, a entender del respectivo
Consejo Profesional con los requisitos establecidos en el artículo 2 de esta ley.
ARTICULO 21.-Corresponderá a los Consejos Profesionales de Ciencias Económicas
dentro de sus respectivas jurisdicciones:
a) Dar cumplimiento a las disposiciones de la presente ley y otras relacionadas con el
ejercicio profesional, y sus respectivas reglamentaciones.
b) Crear, cuando corresponda y llevar las matrículas correspondientes a las profesiones a
que se refiere la presente ley.
c) Honrar, en todos sus aspectos, el ejercicio de las profesiones de ciencias económicas,
afirmando las normas de especialidad y decoro propias de la carrera universitaria, y
estimulando la solidaridad entre sus miembros.
d) Velar para que sus miembros actúen con un cabal concepto de lealtad hacia la patria,
cumpliendo con la Constitución y las leyes.
e) Cuidar que se cumplan los principios de ética que rigen el ejercicio profesional de
ciencias económicas.
f) Ordenar, dentro de sus facultades, el ejercicio profesional de ciencias económicas y
regular y delimitar dicho ejercicio en sus relaciones con otras profesiones.
g) Perseguir y combatir por los medios legales a su alcance, el ejercicio ilegal de la
profesión.
h) Secundar a la administración pública en el cumplimiento de las disposiciones que se
relacionen con la profesión, evacuar y suministrar los informes solicitados por entidades
públicas, mixtas y privadas.
i) Certificar las firmas y legalizar los dictámenes expedidos por los profesionales
matriculados cuando tal requisito sea exigido.
j) Aplicar las correcciones disciplinarias por violación a los códigos de ética y los aranceles.
ARTICULO 22.-Las correcciones disciplinarias que aplicará cada Consejo
Profesional a sus matriculados consistirán en:
1. Advertencia.
2. Amonestación privada.
3. Apercibimiento público.
4. Suspensión en el ejercicio de la profesión de UN (1) año.
259
5. Cancelación de la matrícula.
ARTICULO 23.-Las resoluciones de los Consejos Profesionales denegando la inscripción o
reinscripción en la matrícula, como así también las referidas a los incisos 4 y 5 del artículo
anterior darán recurso de apelación ante el Tribunal Judicial que determinan las
respectivas jurisdicciones.
ARTICULO 24.-Cada Consejo Profesional, conforme a las Leyes que reglamentan su
ejercicio, estará autorizado a percibir derechos de inscripción en la matrícula, de ejercicio
profesional anual, de certificación de firmas y de legalización de dictámenes.
ARTICULO 25.-La presente ley comenzará a regir a partir de la fecha de su publicación.
ARTICULO 26.-El Poder Ejecutivo reglamentará la presente ley en el término de SESENTA
(60) días a contar de su publicación.
ARTICULO 27.-Deróganse los artículos 1 al 14 del Decreto-Ley 5 103/45 (Ley 12.921).
ARTICULO 28.-Comuníquese, publíquese, dése a la Dirección Nacional del Registro Oficial
y archívese. LANUSSE - Rey -Coda - San Sebastian.
260
ANEXO IV - Sócios do IFAC - Federação Internacional de Contadores
PAÍS
ENTIDADE
The South African Institute of Chartered Accountants
África do Sul
Institute of Commercial and Financial Accountants of Southern
Africa
Institut der Wirtschaftspruefer in Deutschland e.V.
Alemanha
Wirtschaftsprüferkammer
Arábia Saudita
Saudi Organization for Certified Public Accountants
Argentina
Federación Argentina de Consejos Profesionales de Ciencias
Económicas
CPA Austrália
The Institute of Chartered Accountants in Australia
Austrália
National Institute of Accountants in Australia
Institut Österreichischer Wirtschaftsprüfer
Áustria
Kammer der Wirtschaftstreuhänder
Bahamas
The Bahamas Institute of Chartered Accountants
Bahrain
Bahrain Accountants Association (BAA)
The Institute of Cost and Management Accountants of
Bangladesh
Bangladesh
The Institute of Chartered Accountants of Bangladesh
Barbados
The Institute of Chartered Accountants of Barbados
Institut des Experts-comptables et des Conseils fiscaux
Bélgica
Institut des Reviseurs d'Entreprises
Bolívia
Colegio de Auditores de Bolivia
Botswana
Botswana Institute of Accountants
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON
Brasil
Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
Bulgária
Institute of Certified Public Accountants of Bulgaria
Camarões
The Institute of Chartered Accountants of Cameroon
CMA Canada
The Canadian Institute of Chartered Accountants
Canadá
Certified General Accountants' Association of Canada
Cazaquistão
Chamber of Auditors of the Republic of Kazakhstan
Chile
Colegio de Contadores de Chile
China
The Chinese Institute of Certified Public Accountants (CICPA)
Chipre
The Institute of Certified Public Accountants of Cyprus
Colômbia
Instituto Nacional de Contadores Públicos de Colombia
Coréia
Korean Institute of Certified Public Accountants
Costa do Marfim
Ordre des Experts Comptables et Comptables Agréés de Côte
d'Ivoire
261
Costa Rica
Colegio de Contadores Públicos de Costa Rica
Croácia
Croatian Association of Accountants and Financial Experts
Foreningen af Statsautoriserede Revisorer
Dinamarca
Foreningen Registrerede Revisorer FRR
Egito
The Egyptian Society of Accountants & Auditors
Eslováquia
Slovenska Komora Auditorov
Eslovênia
The Slovenian Institute of Auditors
Espanha
Instituto de Censores Jurados de Cuentas de Espana
Institute of Management Accountants
American Institute of Certified Public Accountants
Estados Unidos
National Association of State Boards of Accountancy
Estônia
Audiitorkogu (Estonian Auditing Board)
Federação das Repúblicas da
Sérvia e Montenegro
Serbian Association of Accountants and Auditors
Fiji
Fiji Institute of Accountants
Filipinas
Philippine Institute of Certified Public Accountants
KHT-yhdistys-Föreningen CGR ry
Finlândia
HTM-tilintarkastajat ry
Compagnie Nationale des Commissaires aux Comptes
França
Conseil Supérieur de l'Ordre des Experts-Comptables
Gana
The Institute of Chartered Accountants (Ghana)
Geórgia
Georgian Federation of Professional Accountants and Auditors
Grécia
Institute of Certified Public Accountants of Greece (SOEL)
Guatemala
Instituto Guatemalteco de Contadores Públicos y Auditores
Guiana
The Institute of Chartered Accountants of Guyana
Haiti
Ordre des Comptables Professionels Agrees d'Haiti
Honduras
Colegio de Peritos Mercantiles y Contadores Públicos
Hong-Kong
Hong Kong Institute of Certified Public Accountants
Hungria
Chamber of Hungarian Auditors
Islândia
Félag löggiltra Endurskoðenda
The Institute of Chartered Accountants of India
Índia
The Institute of Cost and Works Accountants of India
Indonésia
Indonesian Institute of Accountants
Irã
The Iranian Institute of Certified Accountants
Iraque
Association of Public Accountants and Auditors (Iraq)
The Institute of Certified Public Accountants in Ireland
Irlanda
The Institute of Chartered Accountants in Ireland
.Israel
Institute of Certified Public Accountants in Israel
262
Consiglio Nazionale dei Dottori Commercialisti
Itália
Consiglio Nazionale dei Ragionieri e Periti Commerciali
Jamaica
The Institute of Chartered Accountants of Jamaica
Japão
The Japanese Institute of Certified Public Accountants
Jordanian Association of Certified Public Accountants
Jordânia
Arab Society of Certified Accountants
Kuwait
Kuwait Association of Accountants and Auditors
Líbano
Lebanese Association of Certified Public Accountants (LACPA)
Lesotho
Lesotho Institute of Accountants
Libéria
The Liberian Institute of Certified Public Accountants
Luxemburgo
Institut des Réviseurs d'Entreprises
Madagascar
Ordre des Experts Comptables et Financiers de Madagascar
Malásia
The Society of Accountants in Malawi
Malaysian Institute of Accountants
Malásia
The Malaysian Institute of Certified Public Accountants
Malta
The Malta Institute of Accountants
Marrocos
Ordre des Experts Comptables du Royaume du Maroc
(Morocco) (Certified Public Accountants Association)
México
Instituto Mexicano de Contadores Públicos, A.C.
Namíbia
Institute of Chartered Accountants of Namibia
Nigéria
The Institute of Chartered Accountants of Nigeria
Noruega
Den norske Revisorforening (DnR)
Nova Zelândia
New Zealand Institute of Chartered Accountants
Países Baixos Kon
inklijk Nederlands Instituut van Registeraccountants (Royal
NIVRA)
Panamá
Colegio de Contadores Públicos Autorizados de Panamá
Institute of Cost and Management Accountants of Pakistan
Paquistão
The Institute of Chartered Accountants of Pakistan
Paraguai
Colegio de Contadores de Paraguay
Peru
Junta de Decanos de Colegios de Contadores Publicos del Peru
National Board of Chartered Accountants Association in Poland
Polônia
National Chamber of Statutory Auditors
Portugal
Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
Quênia
Institute of Certified Public Accountants of Kenya
The Chartered Institute of Management Accountants (CIMA)
The Institute of Chartered Accountants in England & Wales
Chartered Institute of Public Finance and Accountancy
The Association of Chartered Certified Accountants
Reino Unidos
The Institute of Chartered Accountants of Scotland
263
Republica Dominicana
Instituto de Contadores Publicos Autorizados de la Republica
Dominicana
República de Moldova Association of Prof
essional Accountants and Auditors of the
Republic of Moldova
Chamber of Auditors of the Czech Republic
Republica Tcheca
Union of Accountants of the Czech Republic
Romênia
Corpul Expertilor Contabili si Contabililor Autorizati din
Romania (CECCAR)/Th
e Body of Expert and Licensed
Accountants of Romania
Rússia
The Institute of Professional Accountants of Russia (IPAR)
Serra Leoa
The Institute of Chartered Accountants of Sierra Leone,
(ICASL)
Singapura
Institute of Certified Public Accountants of Singapore
Sirilanka
The Institute of Chartered Accountants of Sri Lanka
Swaziland
Swaziland Institute of Accountants
Föreningen Auktoriserade Revisorer (FAR)
Suécia
Svenska Revisorsamfundet SRS
Suíça Treuhand-Kammer -Swiss Institute of Certified
Accountants and
Tax Consultants
Tanzânia
National Board of Accountants and Auditors (NBAA) Tanzania
Tailândia
Federation of Accounting Professions
Taiwan
Federation of CPA Associations of Chinese Taiwan
Trinidad Tobago
The Institute of Chartered Accountants of Trinidad & Tobago
Tunísia
Ordre des Experts Comptables de Tunisie
Expert Accountants' Association of Turkey
Turquia
Union of Chambers of Certified Public Accountants of Turkey
(TÜRMOB)
Uganda
Institute of Certified Public Accountants of Uganda
Uruguai
Colegio de Contadores, Economistas y Administradores del
Uruguay
Uruguai
Colegio de Contadores, Economistas y Administradores del
Uruguay
Venezuela
Federación de Colegios de Contadores Públicos de Venezuela
Vietnam
Vietnam Accounting Association
Zâmbia
Zambia Institute of Chartered Public Accountants
Zimbábue
The Institute of Chartered Accountants of Zimbabwe
Fonte: http://www.ifac.org/About/MemberBodies.tmpl
264
ANEXO V Membros Associados do IFAC - Federação Internacional de Contadores
PAÍS
ENTIDADE
Albânia
Institute of Authorized Chartered Auditors of Albania (IEKA)
Armênia
Association of Accountants and Auditors in Armenia
Azerbaijão
The Chamber of Auditors of Azerbaijan Republic
Bahrain
Accounting and Auditing Organization for Islamic Financial
Institutions
Bósnia-Herzegovina
Association of Accountants and Auditors of Republika Srpska
Institute of Accountants and Auditors of Montenegro
Federação das Republicas Sérvia
e Montenegro
Society of Certified Accountants and Auditors of Kosovo
(SCAAK)
França Fédération Internationale des Experts-
Comptables
Francophones
Irã
Iranian Association of Certified Public Accountants
Irlanda
The Institute of Accounting Technicians in Ireland
Kyrgyzstan
Union of Accountants and Auditors of Kyrgyzstan
Latvia
Latvian Association of Certified Auditors
Lituânia
Lithuanian Chamber of Auditors
Mongólia
Mongolian Institute of Certified Public Accountants
(MonICPA)
Nepal
The Institute of Chartered Accountants of Nepal
Paquistão
Pakistan Institute of Public Finance Accountants
Romênia
The Chamber of Financial Auditors of Romania
Rússia
Russian Collegium of Auditors
Sri Lanka
Association of Accounting Technicians of Sri Lanka
Ucrânia
Ukrainian Federation of Professional Accountants and Auditors
Reino Unido
Association of Accounting Technicians (AAT)
Information Systems Audit & Control Association
United States
The Institute of Internal Auditors
Uzbequistão
National Association of Professional Accountants and Auditors
of Uzbekistan
Fonte: http://www.ifac.org/About/MemberBodies.tmpl
265
ANEXO VI Resolução CNE Nº. 10, de 16 de Dezembro de 2004, Ministério da
Educação. Brasil
INSTITUI AS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIAS CONTÁBEIS, BACHARELADO, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, no uso
de suas atribuições, conferidas pelo art. 9º, § 2º, alínea "c", da Lei 4.024, de 20 de
dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e
tendo em vista as diretrizes e os princípios fixados pelos Pareceres CNE/CES 776, de
3/12/97, CNE/CES 583, de 4/4/2001, CNE/CES 67, de 11/3/2003, bem como o Parecer
CNE/CES 289, de 6/11/2003, alterado pelo Parecer CNE/CES 269, de 16/09/2004, todos
homologados pelo Ministro da Educação,
RESOLVE:
Art. 1º - A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de
graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, a serem observadas pelas Instituições de
Educação Superior.
Art. 2º - As Instituições de Educação Superior deverão estabelecer a organização
curricular para cursos de Ciências Contábeis por meio de Projeto Pedagógico, com
descrição dos seguintes aspectos:
I - perfil profissional esperado para o formando, em termos de competências e
habilidades;
II - componentes curriculares integrantes;
III - sistemas de avaliação do estudante e do curso;
IV - estágio curricular supervisionado;
V - atividades complementares;
VI - monografia, projeto de iniciação científica ou projeto de atividade - como Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) - como componente opcional da instituição;
VII - regime acadêmico de oferta;
VIII - outros aspectos que tornem consistente o referido Projeto.
§ 1º - O Projeto Pedagógico, além da clara concepção do curso de graduação em Ciências
Contábeis, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e operacionalização, abrangerá,
sem prejuízo de outros, os seguintes elementos estruturais:
266
I - objetivos gerais, contextualizados em relação às suas inserções institucional, política,
geográfica e social;
II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso;
III - cargas horárias das atividades didáticas e para integralização do curso;
IV - formas de realização da interdisciplinaridade;
V - modos de integração entre teoria e prática;
VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
VII - modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando houver;
VIII - incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e como
instrumento para a iniciação científica;
IX - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado, suas
diferentes formas e condições de realização, observado o respectivo regulamento;
X - concepção e composição das atividades complementares;
XI - inclusão opcional de trabalho de conclusão de curso (TCC).
§ 2º - Projetos Pedagógicos para cursos de graduação em Ciências Contábeis poderão
admitir Linhas de Formação Específicas nas diversas áreas da Contabilidade, para melhor
atender às demandas institucionais e sociais.
§ 3º - Com base no princípio de educação continuada, as IES poderão incluir no Projeto
Pedagógico do curso, a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, nas respectivas
Linhas de Formação e modalidades, de acordo com as efetivas demandas do desempenho
profissional.
Art. 3º - O curso de graduação em Ciências Contábeis deve ensejar condições para que o
futuro contador seja capacitado a:(1)
I - compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em
âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização;
II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações,
auditorías, perícias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de
informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de
inovações tecnológicas;
III - revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações
organizacionais com o advento da tecnologia da informação.
Art. 4º - O curso de graduação em Ciências Contábeis deve possibilitar formação
profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:
I - utilizar adequadamente a terminologia e a linguagem das Ciências Contábeis e
Atuariais;
267
II - demonstrar visão sistêmica e interdisciplinar da atividade contábil;
III - elaborar pareceres e relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e eficaz
de seus usuários, quaisquer que sejam os modelos organizacionais;
IV - aplicar adequadamente a legislação inerente às funções contábeis;
V - desenvolver, com motivação e através de permanente articulação, a liderança entre
equipes multidisciplinares para a captação de insumos necessários aos controles técnicos,
à geração e disseminação de informações contábeis, com reconhecido nível de precisão;
VI - exercer suas responsabilidades com o expressivo domínio das funções contábeis,
incluindo noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras,
patrimoniais e governamentais, que viabilizem aos agentes econômicos e aos
administradores de qualquer segmento produtivo ou institucional o pleno cumprimento de
seus encargos quanto ao gerenciamento, aos controles e à prestação de contas de sua
gestão perante à sociedade, gerando também informações para a tomada de decisão,
organização de atitudes e construção de valores orientados para a cidadania;
VII - desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle
gerencial, revelando capacidade crítico analítica para avaliar as implicações organizacionais
com a tecnologia da informação;
VIII - exercer com ética e proficiência as atribuições e prerrogativas que lhe são prescritas
através da legislação específica, revelando domínios adequados aos diferentes modelos
organizacionais.
Art. 5º - Os cursos de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, deverão
contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos
que revelem conhecimento do cenário econômico e financeiro, nacional e internacional, de
forma a proporcionar a harmonização das normas e padrões internacionais de
contabilidade, em conformidade com a formação exigida pela Organização Mundial do
Comércio e pelas peculiaridades das organizações governamentais, observado o perfil
definido para o formando e que atendam aos seguintes campos interligados de formação:
I - conteúdos de Formação Básica: estudos relacionados com outras áreas do
conhecimento, sobretudo Administração, Economia, Direito, Métodos Quantitativos,
Matemática e Estatística;
II - conteúdos de Formação Profissional: estudos específicos atinentes às Teorias da
Contabilidade, incluindo as noções das atividades atuariais e de quantificações de
informações financeiras, patrimoniais, governamentais e não-governamentais, de
auditorías, perícias, arbitragens e controladoria, com suas aplicações peculiares ao setor
público e privado;
268
III - conteúdos de Formação Teórico-Prática: Estágio Curricular Supervisionado, Atividades
Complementares, Estudos Independentes, Conteúdos Optativos, Prática em Laboratório de
Informática utilizando softwares atualizados para Contabilidade.
Art. 6º - A organização curricular do curso de graduação em Ciências Contábeis
estabelecerá, expressamente, as condições para a sua efetiva conclusão e integralização
curricular, de acordo com os seguintes regimes acadêmicos que as Instituições de Ensino
Superior adotarem: regime seriado anual; regime seriado semestral; sistema de créditos
com matrícula por disciplina ou por módulos acadêmicos, com a adoção de pré-requisitos,
atendido o disposto nesta Resolução.
Art. 7º - O Estágio Curricular Supervisionado é um componente curricular direcionado
para a consolidação dos desempenhos profissionais desejados, inerentes ao perfil do
formando, devendo cada instituição, por seus Colegiados Superiores Acadêmicos, aprovar
o correspondente regulamento, com suas diferentes modalidades de operacionalização.
§ 1º - O estágio de que trata este artigo poderá ser realizado na própria instituição de
ensino, mediante laboratórios que congreguem as diversas ordens práticas
correspondentes aos diferentes pensamentos das Ciências Contábeis e desde que sejam
estruturados e operacionalizados de acordo com regulamentação própria, aprovada pelo
conselho superior acadêmico competente, na instituição.
§ 2º - As atividades de estágio poderão ser reprogramadas e reorientadas de acordo com
os resultados teórico-práticos gradualmente revelados pelo aluno, até que os responsáveis
pelo estágio curricular possam considerá-lo concluído, resguardando, como padrão de
qualidade, os domínios indispensáveis ao exercício da profissão.
§ 3º - Optando a instituição por incluir no currículo do curso de graduação em Ciências
Contábeis o Estágio Supervisionado de que trata este artigo, deverá emitir
regulamentação própria, aprovada pelo seu Conselho Superior Acadêmico, contendo,
obrigatoriamente, critérios, procedimentos e mecanismos de avaliação, observado o
disposto no parágrafo precedente.
Art. 8º - As Atividades Complementares são componentes curriculares que possibilitam o
reconhecimento, por avaliação, de habilidades, conhecimentos e competências do aluno,
inclusive adquiridas fora do ambiente escolar, abrangendo a prática de estudos e
atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade, especialmente
nas relações com o mundo do trabalho e com as ações de extensão junto à comunidade.
269
Parágrafo único. As Atividades Complementares devem constituir-se de componentes
curriculares enriquecedores e implementadores do próprio perfil do formando, sem que se
confundam com estágio curricular supervisionado.
Art. 9º - O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um componente curricular opcional
da instituição que, se o adotar, poderá ser desenvolvido nas modalidades de monografia,
projeto de iniciação científica ou projetos de atividades centrados em áreas teórico-
práticas e de formação profissional relacionadas com o curso.
Parágrafo único. Optando a Instituição por incluir Trabalho de Conclusão de Curso - TCC,
nas modalidades referidas no caput deste artigo, deverá emitir regulamentação própria,
aprovada pelo seu Conselho Superior Acadêmico, contendo, obrigatoriamente, critérios,
procedimentos e mecanismos de avaliação, além das diretrizes técnicas relacionadas à sua
elaboração.
Art. 10 - A duração e a carga horária dos cursos de graduação, bacharelados, serão
estabelecidas em Resolução da Câmara de Educação Superior.
Art. 11 - As Diretrizes Curriculares Nacionais desta Resolução deverão ser implantadas
pelas Instituições de Educação Superior, obrigatoriamente, no prazo máximo de dois anos,
aos alunos ingressantes, a partir da publicação desta.
Parágrafo único. As IES poderão optar pela aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais
aos demais alunos do período ou ano subseqüente à publicação desta.
Art. 12 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se a
Resolução CNE/CES nº 6, de 10 de março de 2004, e demais disposições em contrário.
EDSON DE OLIVEIRA NUNES
Publicada no Diário Oficial da União de 28.12.2004.
(1) Redação alterada conforme retificação publicada no Diário Oficial da União de
11.03.2005.
270
ANEXO VII Contenidos Mínimos - Consejo de Decanos de Facultades de Ciencias
Económicas de Universidades Nacionales
ü Carrera Contador Público Nacional
Área de Contabilidad:
La Contabilidad. Antecedentes y evolución.
Los Entes. Sus recursos y fuentes. Operaciones y hechos económicos.
El patrimonio y la contabilidad.
El ejercicio económico. Las variaciones patrimoniales.
El sistema Contable. Métodos de registración.
Estructuración del sistema contable. Medios de procesamiento.
Registración de los hechos económicos en distintos momentos de la vida del
Ente.
Culminación del proceso contable, los informes contables.
Los modelos contables.
La valuación del patrimonio en los distintos momentos de la vida del Ente.
La unidad de medida.
Informes contables internos y externos. Usuarios.
Principios o cualidades de la información.
Estados contables. Su exposición.
La consolidación de estados contables.
Análisis e interpretación de estados contables.
Conversión de estados contables a moneda extranjera.
Estados contables proyectados.
Las normas contables. Distintas fuentes. Normas comparadas.
Teoría general de los costos.
Elementos del costo.
Sistemas de costeo.
Costos para la toma de decisiones.
Auditoría interna y externa. Auditoría operativa.
La auditoría de sistemas computarizados.
271
El informe del auditor. Normas y responsabilidades legales y profesionales en el
ejercicio de la auditoría.
Régimen financiero del Sector Público.
Derecho tributario. Imposición sobre las rentas. Consumos y patrimonio.
Tributación sobre el salario. Régimen de coparticipación. Procedimientos
tributarios. Autoridad de aplicación (nación, provincias y municipalidades).
Área de Economía:
Conceptos Básicos. Delimitación del campo de la economía como ciencia.
Problemas económicos centrales. Los recursos, la tecnología, las instituciones, la
población, los sistemas económicos.
Conceptos Básicos de Microeconomía. Sectores económicos. Sistemas de
Precios. Las funciones de oferta y demanda. Competencia perfecta y monopolio.
Conceptos Básicos de Macroeconomía. los modelos macroeconómicos básicos.
La demanda agregada: consumo, inversión y gasto público. El mercado de
bienes.
La función ISEC. Mercado financiero. la función L. M. El sector externo.
El equilibrio general. El Multiplicador. Política económica. Aspectos
Sectoriales.
Conceptos Básicos de Finanzas Públicas. Marco institucional. El presupuesto
público. Gastos públicos. Recursos públicos.
Área de Administración:
Administración General. Caracterización de las Organizaciones. Tipología.
Enfoques y modelos. Los procesos de política, conflicto, decisión, influencia,
comunicación, planificación, gestión y control. Autoridad y poder la estructura
organizacional. la administración y los procesos de cambio. Responsabilidad
social.
Sistemas Administrativos. Conceptualización y clasificación de modelos.
Caracterización y elementos constitutivos. Teoría general de sistemas.
Metodología para los estudios administrativos. Desarrollo de las etapas para
estudio de sistemas e implementación. Aspectos tecnológicos de los medios de
272
procesamiento y de comunicaciones. Software de base y utilitarios. Redes.
Evaluación de sistemas aplicativos. Seguridad en los sistemas de información.
Administración Financiera. Decisiones financieras básicas de las
organizaciones. Análisis financiero. Decisiones de inversión, de financiación, de
dividendos. Administración del capital del trabajo.
Mercado de capitales. Derivados financieros.
Las áreas funcionales de la empresa. Producción. Comercialización. Finanzas.
Personal. Planeamiento. Registración y Métodos. Dirección Superior.
Área Humanística:
Introducción al estudio de las Ciencias Sociales. Sociología de las
Organizaciones.
Conocimiento Científico. Elementos de filosofía. Concepto de ciencia. Las
ciencias sociales áreas, contenido y metodología. Teoría y método científico.
Área Jurídica:
Derechos humanos. Estado y Constitución. Constitución Argentina.
Órganos y Poderes del Estado.
Derechos Civiles y garantías constitucionales.
Contratos y actos administrativos.
La función pública y el servicio público.
Aspectos económicos y de control.
Responsabilidad del Estado.
Regímenes Provinciales y Municipales.
Principios generales del derecho, fuentes.
Persona: atributos y capacidad.
Hechos y actos jurídicos. Obligaciones.
Teoría de los contratos.
Aspectos generales de matrimonio, filiación, régimen sucesorio y derechos
reales.
Concepto y origen del derecho comercial.
La empresa y el comerciante.
273
Contratos comerciales.
Sociedades comerciales y agrupaciones empresarias.
Cooperativas y otras asociaciones civiles.
Títulos de crédito.
Mercado de Capitales, entidades financieras y seguros.
Concursos comerciales y quiebras.
El trabajo humano.
La relación del trabajo y la empresa.
Derecho individual del trabajo.
Derecho colectivo del trabajo.
Seguridad social.
Área de Matemática:
Números Reales.
Funciones.
Límites y Continuidad.
Derivada.
Sucesiones y Series.
Extremos.
Integrales.
Vectores y Matrices.
Sistemas de Ecuaciones Lineales.
Estadística Descriptiva.
Elementos de Probabilidad.
Inferencia Estadística.
Elementos de Muestreo.
Regresión.
Series de Tiempo. Índices.
Cálculo Actuarial.
Teoría del Interés.
Amortizaciones.
274
Rentas.
ü Carrera Licenciatura en Economía
Área de Contabilidad
La Contabilidad. Antecedentes y evolución.
Los Entes. Sus recursos y fuentes. Operaciones y hechos económicos.
El patrimonio y la contabilidad.
El ejercicio económico. Las variaciones patrimoniales.
El sistema Contable. Métodos de registración.
Estructuración del sistema contable. Medios de procesamiento.
Registración de los hechos económicos en distintos momentos de la vida del
Ente.
Culminación del proceso contable, los informes contables.
Estados contables. Su exposición.
Análisis e interpretación de estados contables.
Área de Economía:
Conceptos Básicos. Delimitación del campo de la economía como ciencia.
Problemas económicos centrales. Los recursos, la tecnología, las instituciones, la
población, los sistemas económicos.
Conceptos Básicos de Microeconomía. Sectores económicos. Sistemas de
Precios. Las funciones de oferta y demanda. Competencia perfecta y monopolio.
Conceptos Básicos de Macroeconomía. Los modelos macroeconómicos básicos.
La demanda agregada: consumo, inversión y gasto público. El mercado de
bienes. La función ISEC. Mercado financiero. La función L. M. El sector
externo. El equilibrio general. El Multiplicador. Política económica. Aspectos
Sectoriales.
Conceptos Básicos de Finanzas Públicas. Marco institucional. El presupuesto
público. Gastos públicos. Recursos públicos.
275
Microeconomía: Elasticidades. Competencia monopólica. Oligopolio.
Determinación de precios y empleo, competencia perfecta e imperfecta. Precios
y equilibrio general. Regulación de precios.
Macroeconomía: Inflación. Análisis estático y dinámico. Ciclos y crecimiento.
Modelos macroeconómicos desagregados. Desarrollo económico.
Econometría: Modelo uniecuacional básico y generalizado. Modelos de
hipótesis estructurales. Modelos de perturbación aleatoria. Modelos
multiecuacionales. Modelos de series temporales.
Finanzas de Empresas: Decisiones de inversión y financiamiento. Estructura de
financiamiento: corto, largo plazo y recursos propios.
Moneda y Crédito: Oferta y demanda de dinero. Tasas de interés. Modelos
monetarios de inflación. Sistemas financieros. Política monetaria. Dinero y
crecimiento.
Comercio Internacional: Teoría pura. Los instrumentos de la política comercial.
Las uniones económicas. La balanza de pagos: enfoque real y monetario.
Globalización.
Evaluación de Proyectos: Formulación y evaluación de proyectos. Evaluación
privada y social. Los criterios de evaluación. Riesgos e incertidumbre.
Área de Administración:
Administración General. Caracterización de las Organizaciones. Tipología.
Enfoques y modelos. Los procesos de política, conflicto, decisión, influencia,
comunicación, planificación, gestión y control. Autoridad y poder. La estructura
organizacional. La administración y los procesos de cambio. Responsabilidad
social.
Área Humanística:
Introducción al estudio de las Ciencias Sociales. Sociología de las
Organizaciones.
Conocimiento Científico. Elementos de filosofía. Concepto de ciencia. Las
ciencias sociales: áreas, contenido y metodología. Teoría y método científico.
276
Historia de las doctrinas económicas.
Área Jurídica:
Derechos humanos. Estado y Constitución. Constitución Argentina.
Órganos y Poderes del Estado.
Derechos Civiles y garantías constitucionales.
Contratos y actos administrativos.
La función pública y el servicio público.
Aspectos económicos y de control.
Responsabilidad del Estado.
Regímenes Provinciales y Municipales.
Principios generales del derecho, fuentes.
Persona: atributos y capacidad.
Hechos y actos jurídicos. Obligaciones.
Teoría de los contratos.
Aspectos generales de matrimonio, filiación, régimen sucesorio y derechos
reales.
Concepto y origen del derecho comercial.
La empresa y el comerciante.
Contratos comerciales.
Sociedades comerciales y agrupaciones empresarias.
Cooperativas y otras asociaciones civiles.
Títulos de crédito.
Mercado de Capitales entidades financieras y seguros.
Área de Matemática:
Números Reales.
Funciones.
Límites y Continuidad.
Derivada.
Sucesiones y Series.
Extremos.
277
Integrales.
Ecuaciones Diferenciales.
Vectores y Matrices.
Sistemas de Ecuaciones Lineales.
Espacios Vectoriales.
Transformaciones Lineales.
Autovalores y Autovectores.
Diagonalización de Matrices.
Formas Cuadráticas.
Estadística Descriptiva.
Elementos de Probabilidad.
Inferencia Estadística.
Elementos de Muestreo.
Regresión.
Series de Tiempo. Índices.
Teoría del Interés.
Amortizaciones.
Rentas.
ü Carrera Licenciatura en Administración
Área de Contabilidad:
La Contabilidad. Antecedentes y evolución.
Los Entes. Sus recursos y fuentes. Operaciones y hechos económicos.
El patrimonio y la contabilidad.
El ejercicio económico. Las variaciones patrimoniales.
El sistema Contable. Métodos de registración.
Estructuración del sistema contable. Medios de procesamiento.
Registración de los hechos económicos en distintos momentos de la vida del
Ente.
Culminación del proceso contable, los informes contables.
Elementos del costo.
278
Costos para la toma de decisiones.
Área de Economía:
Conceptos Básicos. Delimitación del campo de la economía como ciencia.
Problemas económicos centrales. Los recursos, la tecnología, las instituciones, la
población, los sistemas económicos.
Conceptos Básicos de Microeconomía. Sectores económicos. Sistemas de
Precios. Las funciones de oferta y demanda. Competencia perfecta y monopolio.
Conceptos Básicos de Macroeconomía. Los modelos macroeconómicos básicos.
La demanda agregada: consumo, inversión y gasto público. El mercado de
bienes. La función ISEC. Mercado financiero. La función L. M. El sector
externo. El equilibrio general. El Multiplicador. Política económica. Aspectos
Sectoriales.
Conceptos Básicos de Finanzas Públicas. Marco institucional. El presupuesto
público. Gastos públicos. Recursos públicos.
Área de Administración:
Administración General. Caracterización de las Organizaciones. Tipología.
Enfoques y modelos. Los procesos de política, conflicto, decisión, influencia,
comunicación, planificación, gestión y control. Autoridad y poder. La estructura
organizacional. La administración y los procesos de cambio. Responsabilidad
social.
Sistemas Administrativos. Conceptualización y clasificación de modelos.
Caracterización y elementos constitutivos. Teoría general de sistemas.
Metodología para los estudios administrativos. Desarrollo de las etapas para
estudio de sistemas e implementación. Aspectos tecnológicos de los medios de
procesamiento y de comunicaciones. Software de base y utilitarios. Redes.
Evaluación de sistemas aplicativos. Seguridad en los sistemas de información.
Administraci6n Financiera. Decisiones financieras básicas de las
organizaciones. Análisis financiero. Decisiones de inversión, de financiación, de
dividendos. Administraci6n del capital del trabajo. Mercado de capitales.
Derivados financieros.
279
Sistemas de información administrativa. Marco conceptual de los sistemas de
comunicación en el contexto de las organizaciones.
Sociología de las Organizaciones. Organización y sociedad. Dinámica de los
estudios sociales. Aspectos psicosociales. Conductas individuales y realidad
Social. Relaciones de poder y comunicación. Liderazgo.
Administración de la Producción. Sistema y dirección de producción.
Estrategia. Decisiones de producto, proceso, equipamiento, dimensión y
localización. Planeamiento y control, Control de calidad y sistemas de
aseguramiento de la calidad.
Administración de la Comercialización. La comercialización y la gestión
empresaria. Análisis del entorno, sector industrial, competencia y demanda. El
proceso decisorio del consumidor. Decisiones de portafolio de negocio y
posicionamiento. Diferenciación de producto y segmentación de mercado.
Estrategia operativa de comercialización.
Administración de Personal. Funciones. La fuerza del trabajo y el mercado
laboral. Políticas de personal. Remuneraciones y beneficios. Regulación jurídica
de las relaciones laborales. Conflictos del Trabajo.
Dirección General. La visión sistémica y enfoque organizacional de la realidad.
La función de dirección como espacio y nivel de coordinación y conducción.
Formas y modelos de dirección. Criterios de racionalidad directiva. Teoría de la
negociación. La dinámica de cambio y la dirección. La gerencia social y la
gerencia pública. la ética en la dirección de los negocios e instituciones.
Administración Pública. El sector público de las administraciones nacional,
provincial y municipal. Las funciones de planeamiento, gesti6n y control de la
hacienda pública. Formas de contratación. Sistemas de Contabilidad, la
organización del sector público.
Área Humanística:
Introducción al estudio de las Ciencias Sociales. Sociología de las
Organizaciones.
Conocimiento Científico. Elementos de filosofía. Concepto de ciencia. Las
ciencias sociales: áreas, contenido y metodología. Teoría y método científico.
280
Área Jurídica:
Derechos humanos. Estado y Constitución. Constitución Argentina.
Órganos y Poderes del Estado .
.Derechos Civiles y garantías constitucionales.
La función pública y el servicio público.
Aspectos económicos y de control.
Responsabilidad del Estado.
Regímenes Provinciales y Municipales.
Principios generales del derecho, fuentes.
Persona: atributos y capacidad.
Hechos y actos jurídicos. Obligaciones.
Teoría de los Contratos. Aspectos generales de matrimonio, filiación, régimen
sucesorio y derechos reales.
Concepto y origen del derecho comercial.
La empresa y el comerciante.
Contratos comerciales.
Sociedades comerciales y agrupaciones empresarias.
Cooperativas y otras asociaciones civiles.
Títulos de crédito.
Mercado de Capitales, entidades financieras y seguros.
El trabajo humano.
La relación del trabajo y la empresa.
Derecho individual del trabajo.
Derecho colectivo del trabajo.
Seguridad Social.
Área de Matemática:
Números Reales. Funciones.
Límites y Continuidad.
Derivada.
Sucesiones y Series.
281
Extremos.
Integrales.
Vectores y Matrices.
Sistemas de Ecuaciones Lineales.
Estadística Descriptiva.
Elementos de Probabilidad.
Inferencia Estadística.
Elementos de Muestreo.
Regresión.
Series de Tiempo. Índices.
Teoría del Interés.
Amortizaciones.
Rentas.
Río Cuarto, 22 de Abril de 1997.-
Señor Secretario :
De mi mayor consideración :
En virtud del convenio firmado entre la SECRETARIA DE POLITICAS UNIVERSITARIAS
y el CONSEJO DE DECANOS DE FACULTADES DE CIENCIAS ECONOMICAS DE
UNIVERSIDADES NACIONALES (CO.DE.C.E.), venimos a presentar los Contenidos
Mínimos para las 3(tres) Carreras Bases de las Facultad de Ciencias Económicas como son
Contador Público, Licenciatura en Administración de Empresas y Licenciatura en Economía,
que fue aprobado unánimemente en la Reunión Plenaria del CO.DE.CE realizada el 14 de
Noviembre de 1996, organizada por la Facultad de Economía y Administración de la
Universidad Nacional del Comahue.
Con ello damos cumplimiento a lo acordado oportunamente y esperamos que los mismos sean
considerados como base para la elaboración del documento final de acuerdo a la Ley de
Educación Superior .
282
Además solicitamos se nos permita participar en las discusiones de referencia con el objeto de
que las conclusiones de las mismas tengan la opinión de quienes de alguna manera trabajamos
en su elaboración.
Sin otro particular, hacemos propia la oportunidad para saludarle muy atentamente.
Secretario de Políticas Universitarias
Lic. Eduardo SANCHEZ MARTINEZ
283
ANEXO VIII Acuerdo Nº 3 de fecha 18 de diciembre de 1996. Ministerio de Educación,
Ciencia y Tecnología. Argentina
Visto, el artículo 42 de la Ley Nº 24.521 y,
Considerando:
Que la mencionada norma establece que este Ministerio debe fijar, con acuerdo del CONSEJO
DE UNIVERSIDADES, la carga horaria mínima que deberán respetar los planes de estudio de
las carreras de grado universitario.
Que mediante Acuerdo Nº 3 de fecha 18 de diciembre de 1996 el CONSEJO DE
UNIVERSIDADES prestó conformidad para la fijación de una carga horaria mínima en la
modalidad presencial de DOS MIL SEISCIENTAS (2.600) horas reloj o su equivalente, como
condición necesaria para calificar a una carrera universitaria como de grado, las que deberán
desarrollarse en un mínimo de cuatro años.
Que las facultades para dictar el presente acto resultan de lo dispuesto en el mencionado
artículo 42 de la Ley Nº 24.521.
Por ello,
La Ministra de Cultura y Educación
Resuelve:
ARTICULO 1º. Fíjase en DOS MIL SEISCIENTAS (2.600) horas reloj o su equivalente, en la
modalidad presencial, la carga horaria mínima que deberán contemplar los planes de estudio,
para calificar a una carrera como de grado universitario.
ARTICULO 2º. La carga horaria prevista en el artículo anterior deberá desarrollarse en un
mínimo de (4) cuatro años académicos.
ARTICULO 3º. A partir de la fecha de la presente resolución el Ministerio no otorgará
reconocimiento oficial a carreras de grado que no se ajusten a las exigencias previstas en los
artículos precedentes.
ARTICULO 4º. Regístrese, comuníquese y archívese.
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