Download PDF
ads:
PATRÍCIA TOSQUI
Construção e Ancoragem Ontológica
do Vocabulário Básico Bilíngüe
do Turismo para Fins Didáticos
Araraquara - SP
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
PATRÍCIA TOSQUI
Construção e Ancoragem Ontológica
do Vocabulário Básico Bilíngüe
do Turismo para Fins Didáticos
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
e Letras, Universidade Estadual Paulista –
Campus de Araraquara, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Doutor em Letras – Área de Concentração:
Lingüística e Língua Portuguesa.
Orientador: Prof. Dr. Bento Carlos Dias da Silva
Araraquara - SP
2007
ads:
Tosqui, Patrícia
Construção e ancoragem ontológica do vocabulário básico
bilíngüe do turismo para fins didáticos / Patrícia Tosqui – 2007
246 f. ; 30 cm
Tese (Doutorado em Lingüística e Língua Portuguesa) –
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras,
Campus de Araraquara
Orientador: Bento Carlos Dias-da-Silva
1. Lingüística. 2. Lingüística Computacional -- Processamento
Automático de Línguas Naturais. 3. Semântica Lexical.
4. Lingüística aplicada. 5. Turismo. 6. Inglês para fins específicos
(turismo, restaurantes e hotéis). I. Título.
Termo de Aprovação
Patrícia Tosqui. Construção e Ancoragem Ontológica do Vocabulário Básico Bilíngüe do Turismo
para Fins Didáticos. Tese de Doutorado, apresentada Programa de Pós-Graduação em Letras – Lingüística
e Língua Portuguesa, da Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara, como requisito para obtenção
do título de Doutor em Letras.
Componentes da Banca Examinadora
Orientador: Prof. Dr. Bento Carlos Dias da Silva – FCL – UNESP – Araraquara – SP
Profa. Dra. Claudia Maria Xatara – IBILCE UNESP – São José do Rio Preto – SP
Profa. Dra. Gladis Maria de Barcellos Almeida – UFSCar - São Carlos – SP
Profa. Dra. Dirce Charara MonteiroFCL – UNESP – Araraquara – SP
Profa. Dra. Maria das Graças Gomes Villa da Silva – FCL – UNESP – Araraquara – SP
Araraquara, 24 de agosto de 2007
Ao Marcio
que, com a determinação,
o companheirismo e a paciência
que só o verdadeiro amor pode sustentar,
me incentivou desde o primeiro dia deste trabalho.
Agradecimentos
A Deus, por todas as maravilhas que faz em minha vida. A Ele, todo louvor e glória.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Bento Carlos Dias da Silva, pela amabilidade, tolerância, compreensão e
respeito ao longo do trabalho e por me conceder o privilégio de ter acesso a seus conhecimentos. O
crescimento intelectual e a maturidade como pesquisadora são parte de um processo que se estenderá por
toda a vida, mas os ensinamentos que recebi durante as orientações certamente transformaram para sempre
minhas concepções sobre como atuar como professora, pesquisadora e orientadora.
À Profa. Dra. Maria Helena Galvão Frem Dias da Silva, por me receber tão gentilmente em sua residência.
À Profa. Dra. Beatriz N. O. Longo pela amizade, pelo incentivo e pelos ensinamentos que levarei por toda a
vida e, em conjunto com a Profa. Dra. Dirce Charara Monteiro, pelas valiosas contribuições no exame de
Qualificação.
Ao Programa de Pós-Graduação em Lingüística e Língua Portuguesa (PPGLLP) da FCL/UNESP, na figura
de seus professores e funcionários. Agradeço especialmente a Diana, a Rita e a Fernanda.
Às Coordenadoras do Programa de Pós-Graduação em Lingüística e Língua Portuguesa, na gestão anterior e
na gestão atual, Profas. Dras. Gladis Massini-Cagliari e Renata M. F. C. Marchezan.
Aos funcionários das Bibliotecas da FCL/UNESP e do Campus Experimental de Rosana/UNESP.
Aos colegas do PPGLLP da FCL/UNESP, em especial do CELiC (Centro de Estudos Lingüísticos e
Computacionais da Linguagem Humana) e a todos os amigos que me apoiaram no decorrer do trabalho,
aliviando a solidão da árdua tarefa de escrever uma tese.
À Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PROPP) da UNESP, pela concessão da bolsa de auxílio-
deslocamento, por meio do Programa de Capacitação Docente.
À UNESP – Campus Experimental de Rosana, na figura de seus Coordenadores e membros dos
Conselhos, por compreenderem a necessidade de afastamentos parciais desde o primeiro momento, sem os
quais a realização desta pesquisa seria inviável.
Aos docentes do Curso de Turismo da UNESP – Campus Experimental de Rosana, estimados colegas que
me apoiaram e auxiliaram para que eu pudesse me afastar parcialmente a fim de trabalhar nesta tese.
Aos colegas especialistas em Turismo, em especial à Profa. Me. Claudia Correa de Almeida Moraes, pela
indicação da bibliografia especializada e pelas explicações sobre o que é, afinal, turismo.
Aos meus queridos alunos do Curso de Turismo da UNESP – Campus Experimental de Rosana, motivo e
fonte de inspiração para o tema deste trabalho, por tudo que me ensinaram durante estes anos.
Ao Marcio, por todo o carinho, o apoio, a compreensão, o incentivo e, principalmente, pela cumplicidade
neste sentimento tão forte, o verdadeiro amor, que, mesmo à distância, me confortou e deu forças para levar
este trabalho até o final.
À minha família, em especial: às minhas avós, Amélia (in memoriam) e Florença, pelas orações; ao meu
pai, José Carlos, por todo o empenho, sacrifício e carinho a mim sempre dedicados; à minha mãe, Maria
Inês, pelas orações, pelos esforços abnegados, pelo amor incondicional e por ter feito muito mais do que
palavras podem expressar; e à minha querida irmã, Priscilla, apoio certo e fundamental em todos os
momentos, pela maravilhosa amizade e pela confiança que existem entre nós e por ser tão presente em minha
vida.
A palavra
Pablo Neruda
... Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras, as que cantam, as que sobem e baixam ...
Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... Amo
tanto as palavras... As inesperadas... As que avidamente a gente espera, espreita até que de
repente caem... Vocábulos amados... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de
prata, são espuma, fio, metal, orvalho... Persigo algumas palavras... São tão belas que quero
colocá-las todas em meu poema... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-
as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais,
oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas... E então as revolvo, agito-as,
bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as... Deixo-as como estalactites em meu poema;
como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda...
Tudo está na palavra... Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque
outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu...
Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que, se lhes foi agregando de tanto
vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes... São antiqüíssimas e
recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada...
Trecho extraído do livro "Confesso que Vivi — Memórias", Difel — Difusão Editorial — Rio
de Janeiro, 1978, pág. 51, traduzido por Olga Savary.
Dados Curriculares
Nascimento: 20 de agosto de 1977, São Paulo – SP.
Filiação: José Carlos Tosqui e Maria Inês Siqueira Tosqui
1995 – 1998: Curso de Graduação – Bacharelado em Letras com Habilitação de Tradutor
(Inglês – 1
a
língua e Espanhol – 2
a
língua) – Instituto de Biociências, Letras e
Ciências Exatas – IBILCE/UNESP – Campus de São José do Rio Preto.
1996 (1
o
semestre) – Estágio em Língua Portuguesa: Os recursos estilísticos,
sob a orientação da Profª Drª Maria Isabel de Oliveira Massoni – IBILCE/UNESP.
1996 (1
o
semestre) – Estágio em Língua Inglesa: A abordagem comunicativa,
sob a orientação da Profª Drª Deusa Maria de Souza – IBILCE/UNESP.
1996 (2
o
semestre) – 1997 (1
o
semestre): Iniciação Científica (Bolsa CNPq/ PIBIC):
Glossário Inglês/Português de Termos Cinematográficos,
sob a orientação do Prof. Dr. Gentil Luiz de Faria – IBILCE/UNESP.
1997 (2
o
semestre) – 1998 (1
o
semestre): Iniciação Científica (Bolsa CNPq/ PIBIC):
Glossário Inglês/Português de Informática,
sob a orientação do Prof. Dr. Gentil Luiz de Faria – IBILCE/UNESP.
Janeiro de 1998: Curso de Inglês English as a Second Language no HCCS
(Houston Community College System) – Houston, Texas – EUA.
Março de 1999 – Abril de 2002: Curso de Pós-graduação Mestrado (Bolsa FAPESP):
Advérbios Modalizadores: Subsídios para Dicionários Bilíngües,
sob a orientação da Profª Drª Beatriz Nunes de Oliveira Longo – FCL/UNESP –
Campus de Araraquara.
Março de 2003 – Agosto de 2007: Curso de Pós-graduação – Doutorado:
Construção e Ancoragem Ontológica do Vocabulário Básico Bilíngüe do Turismo para
Fins Didáticos, sob a orientação do Prof. Dr. Bento Carlos Dias da Silva –FCL/UNESP
Campus de Araraquara.
Agosto de 2003: Aprovação em Concurso Público de Títulos e Provas – Contratação para a
função de Professor Assistente, em Regime de Dedicação Integral a Docência e Pesquisa
(RDIDP), na UNESP – Campus Experimental de Rosana, para o curso de Bacharelado em
Turismo com Ênfase em Meio Ambiente, no conjunto de disciplinas: Português
(Comunicação e Expressão), Inglês I, Inglês II e Inglês III.
Junho de 2006Casamento com Marcio Barbosa Lucks – passa a assinar Patrícia Tosqui Lucks.
(Em referências bibliográficas: TOSQUI, P.)
Julho de 2007Professora Homenageada na Colação de Grau da 1
a
turma do Curso de
Bacharelado em Turismo com Ênfase em Meio Ambiente, da UNESP – Campus
Experimental de Rosana.
Resumo
Na tentativa de suprir a necessidade do estudante de Cursos Superiores de Turismo de apropriar-se
do vocabulário básico do turismo e de contribuir para o estudo semântico-conceitual do léxico, esta
tese tem o objetivo de apresentar uma proposta de estruturação ontológica do vocabulário básico do
turismo que, de um lado, constitua um recurso lingüístico-pedagógico e, de outro, possa ser
integrada à construção de bases de dados lexicais específicas. Para isso, descreve o setor do turismo
por meio da delimitação dos principais conceitos que o caracterizam em termos de uma ontologia
do domínio, delimita o vocabulário básico do turismo e, por fim, ancora semanticamente os itens
lexicais que constituem esse vocabulário nos conceitos mapeados na ontologia. Na dimensão
lingüística, estabelece a discussão teórica sobre aspectos do léxico, da semântica lexical e das
relações de significado, bem como o estudo dos campos conceituais, dos campos lexicais, dos
campos semânticos e dos frames. Na dimensão lingüístico-computacional, discute a proposição de
uma representação formal da descrição feita na dimensão lingüística a partir do estudo de modelos
de construção e de implementação de ontologias e de bases de dados lexicais, isto é, discute a
proposição de uma parcela de um léxico computacional que se ancora semântico-conceitualmente
em uma ontologia construída para um domínio conceitual específico. Na dimensão didático-
pedagógica, procede à seleção dos itens lexicais, restritos à categoria dos substantivos, com base (i)
em obras lexicográficas de cunho didático-pedagógico organizadas onomasiologicamente e (ii) em
livros didáticos especificamente elaborados para o ensino de inglês para cursos de turismo. Conclui
com a estruturação dos vocabulários do inglês e do português e com a especificação da
correspondência semântica entre ambos por meio dos conceitos da ontologia básica construída para
o domínio do turismo.
Palavras-chave: Vocabulário Básico; Turismo; Léxico; Ontologia; ESP.
Abstract
In an attempt to fulfill the needs of a student of Tourism Graduation Courses to master the basic
vocabulary of tourism and to contribute to the semantic-conceptual study of the lexicon, this
dissertation presents an ontological structuring of the basic vocabulary of tourism which, on the one
hand, constitutes a linguistic and pedagogical resource and, on the other hand, can be integrated to
specific lexical data bases. To accomplish this goal, the dissertation (i) describes the tourism sector
conceptually by carving its main concepts into a domain tourism ontology, (ii) delimitates the basic
vocabulary of tourism, and (iii) anchors the lexical items that constitute the vocabulary to the
tourism ontology concepts. In the linguistic dimension of the research, the dissertation discusses
aspects of natural language lexicons and specific topics of lexical semantics such as meaning
relations, conceptual fields, lexical fields, semantic fields, and semantic frames. In the linguistic-
computational dimension, it discusses formal lexical-conceptual descriptions in terms of ontologies
and lexical data bases. In the ESP dimension, it proceeds to the selection of the lexical items,
restricted to nouns, based on (i) lexicographic works designed for learners and organized
onomasiologically, and (ii) course books designed for teaching English in tourism courses. The
conclusion presents the semantic anchorage of the English and Portuguese vocabularies to the basic
concept ontology built for the tourism domain.
Key-words: Basic Vocabulary; Tourism; Lexicon; Ontology; ESP.
Lista de Abreviaturas
BDL base de dados lexicais
CCALED Collins Cobuild Advanced Learner’s
English Dictionary
DB dicionários bilíngües
DM dicionários monolíngües
DUP Dicionário de Usos do Português
ESP English for Specific Purposes (inglês para fins específicos)
IA inteligência artificial
LE língua estrangeira
LEA Longman Essential Activator
LEXICON Longman Lexicon of Contemporary English
LGP Language for General Purposes (língua para objetivos gerais)
LLA Longman Language Activator
LSP Language for Specific Purposes (língua para objetivos específicos)
OAL Oxford Advanced Learner’s Dictionary
PLN processamento automático de línguas naturais
synset conjunto de sinônimos
WR Cambridge Word Routes Inglês-Português
Lista de Símbolos e Convenções Tipográficas
negrito sinaliza a primeira ocorrência de um termo: ontologia
sublinhado sinaliza destaque: soma de relações e serviços
itálico indica uma entidade lingüística: turista
MAIÚSCULA representa um conceito: TOURIST
{x, y, ...,z} representa um synset: {tourist, visitor, holidaymaker}
{MAIÚSCULA} representa uma categoria: {TOURIST}, o conjunto dos indivíduos que são turistas
“x” explicita um conceito: “someone who travels for pleasure”
[x] indica registro: tour rep [informal]
indica ancoragem semântica: tourist TOURIST turista
X/Y indica que X e Y estão em relação de contraste: BATH / SHOWER
X Y indica que X e Y estão em relação de oposição: CHECK-IN CHECK-OUT
X is-a Y indica que X é subordinado Y: DIVING is-a SPORT
X > Y indica que X é superordenado a Y: SPORT > DIVING
X part-of Y indica que X está contido em Y: ROOM part-of HOTEL
X has Y indica que X contém Y: HOTEL has ROOM
x = y indica que x é sinônimo de y: cruise ship = cruiser
x
y indica que x é quase-sinônimo de y: trip tour
x/y indica que x e y estão em relação de contraste: shower / bath
x
y indica que x é oposto de y: check-in check-out
x < y indica que x é hipônimo de y: diving < sport
x > y indica que x é hiperônimo de y: sport > diving
x y indica que x é merônimo de y: room hotel
x y indica que x é holônimo de y: hotel room
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Relação entre item lexical, conceito e categoria 51
Figura 2.2 – Exemplo de taxonomia 60
Figura 2.3 – Fragmento de uma rede semântica 70
Figura 3.1 – Elementos para a delimitação do conceito de TURISMO 88
Figura 3.2 – Caracterização informal dos conceitos básicos do domínio do turismo 88
Figura 3.3.1 – Primeira versão da ontologia do domínio do turismo (continua) 91
Figura 3.3.2 – Primeira versão da ontologia do domínio do turismo (continuação) 92
Figura 3.4 – LSP como subconjunto de LGP 96
Figura 3.5 – LSP e LGP são disjuntas 96
Figura 3.6 – LSP e LGP interseccionam-se 97
Figura 3.7 – O verbete da entrada tourism no WR 100
Figura 3.8 – Definição da entrada tourism do LEXICON 102
Figura 3.9 – Remissões das entradas tourism, travel e transport do LEA 104
Figura 3.10 – Definição das entradas tourism e tourist do LEA 105
Figura 3.11 – Definição da entrada tourism do LLA 106
Figura 3.12 – Definição da entrada tourist do LLA 115
Figura 3.13 – Parte do Quadro 3.7 (Cf. Apêndice 03) 115
Figura 3.14 – Segunda versão da ontologia básica do turismo 120
Figura 3.15 – O synset {hotel} da rede WordNet de Princeton 135
Figura 3.16 – Synsets hipônimos (abaixo do rótulo direct hyponym) e synsets merônimos
(abaixo do rótulo part meronym) do synset {hotel} 137
Figura 3.17 – A hierarquia de hiperônimos do synset {hotel} 132
Figura 3.18 – Estrutura de parte da EuroWordNet, com as wordnets do italiano, espanhol,
inglês britânico e holandês, interligadas pelo ILI {drive}, um synset da WordNet de Princeton 134
Figura 3.19 – O frame semântico TRANSPORTATION 140
Figura 3.20 – Versão final da ontologia básica do turismo 144
Figura 4.1 – Inserção da classe TOURISM e das suas grandes subclasses 166
Figura 4.2 – Inserção das subclasses TRANSPORTATION e de ACCOMMODATION 167
Figura 4.3 – Inserção das subclasses de HOTEL 168
Figura 4.4 – Inserção das duas subclasses de RECEPTION 169
Figura 4.5 – Especificação da propriedade opposite_CHECK-OUT para CHECK-IN 170
Figura 4.6 – Resultado da especificação da propriedade opposite_CHECK-OUT para CHECK-IN 171
Figura 4.7 – Visualização da propriedade opposite_CHECK-OUT para CHECK-IN 172
Figura 4.8 – Ancoragem ontológica dos itens lexicais reception, front desk, reception desk (inglês)
e recepção (português) 173
Figura 4.9 – Ancoragem ontológica dos itens lexicais check in (inglês) e check in (português) 174
Lista de Quadros
Quadro 2.1 – Os três níveis de significado 51
Quadro 2.2 – Uma tipologia de significados 52
Quadro 2.3 – Tipos de relação de oposição 58
Quadro 3.1 – Estrutura do WR 99
Quadro 3.2 – Categorias temáticas relacionadas ao turismo selecionadas do WR 100
Quadro 3.3 – Os campos semânticos do LEXICON 101
Quadro 3.4 – Os campos semânticos do LEXICON do domínio do turismo 102
Quadro 3.5 – A estrutura do LEA 103
Quadro 3.6 – As subclasses da segunda versão da ontologia básica do turismo 114
Quadro 3.7 – Quadro completo das subclasses da segunda versão da ontologia básica do turismo 232
Quadro 3.8 – Primeira versão do vocabulário básico do turismo em ordem alfabética 123
Quadro 3.9 – Versão final do vocabulário do turismo em ordem alfabética 148
Quadro 4.1 – Ancoragem ontológica do vocabulário básico do turismo inglês-português 157
Sumário
Introdução 15
Estrutura da tese 21
Seção 1 O ensino de inglês para Cursos de Turismo
1.1 O ensino de inglês para fins específicos 24
1.2 Um curso de ESP para estudantes de Cursos de Turismo 29
1.3 O estudo do vocabulário 33
1.3.1 O vocabulário especializado 36
1.4 Uma breve história do turismo 39
1.5 Afinal, o que é turismo? 45
Seção 2 Léxico e ontologia: fundamentos para a delimitação e organização
de entidades lingüísticas e conceituais do domínio do turismo
2.1 Noções e definições 47
2. 1.1 Significado lexical, conceito e categoria 49
2.2 Os níveis e tipos de significado 51
2.3 A delimitação do significado 53
2.3.1 A ambigüidade semântica 53
2.3.2 Relações de significado 54
2.4 Campos conceituais, campos lexicais, campos semânticos,
frames semânticos e redes semânticas 61
2.4.1 Campos conceituais, campos lexicais e campos semânticos 61
2.4.2 Os frames semânticos 67
2.4.3 As redes semânticas computacionais 69
2.5 Ontologia: definição do construto teórico e orientações para sua construção 71
2.5.1 A noção de ontologia 71
2.5.2 A relação entre léxico e ontologia 72
2.5.3 Metodologia de construção de ontologias 76
Seção 3 Da seleção das fontes para a extração de conhecimentos
ontológico e lexical ao planejamento da ontologia e do vocabulário básico
para Cursos Superiores deTurismo
3.1 Textos especializados do setor de turismo e a primeira versão
da ontologia básica do turismo 82
3.2 As fontes lexicográficas e didático-pedagógicas: subsídios para a elaboração da segunda
versão da ontologia e da primeira versão do vocabulário básico do turismo 93
3.2.1 As fontes lexicográficas: uma tipologia 93
3.2.2 Os dicionários 98
3.2.2.1 Cambridge Word Routes Inglês-Português 98
3.2.2.2 Longman Lexicon of Contemporary English 100
3.2.2.3 Longman Essencial Activator 103
3.2.2.4 Longman Language Activator 105
3.2.3 As fontes didático-pedagógicas: o material didático para ESP 107
3.2.4 Recorte do vocabulário 108
3.2.5 Os livros didáticos 109
3.2.5.1 At your service – English for the Travel and Tourist Industry 110
3.2.5.2 First class – English for Tourism 110
3.2.5.3 Tourism and Catering Workshop 111
3.2.5.4 Be my guest – English for the hotel industry 111
3.2.5.5 English for International Tourism 112
3.2.6 Segunda versão da ontologia e primeira versão do vocabulário básico do turismo 113
3.3 Modelos lingüístico-computacionais de representação e implementação de léxicos 128
3.3.1 Léxicos computacionais para PLN 128
3.3.2 A WordNet de Princeton: uma rede semântica para o inglês norte-americano 134
3.3.2.1 A EuroWordNet: uma multiwordnet 138
3.3.2.2 A FrameNet de Berkeley: uma rede de frames
para o inglês norte-americano 139
3.4 Versão final da ontologia e versão final do vocabulário básico do turismo 141
Seção 4 O vocabulário básico inglês-português para Cursos de Turismo
e sua ancoragem semântica na ontologia básica do turismo
4.1 A especificação do vocabulário básico inglês-português
e da sua ancoragem ontológica 154
4.2 A ferramenta de edição de ontologias Protégé 162
4.3 A edição eletrônica da ontologia e do vocabulário bilíngüe 166
Considerações Finais
176
Referências 179
Apêndices
Apêndice 01 – Fontes lexicográficas e didático-pedagógicas 189
Apêndice 02 – Fontes lingüístico-computacionais 204
Apêndice 03 – Quadro 3.7 - Quadro completo das subclasses da segunda versão
da Ontologia Básica do Turismo 232
Anexos
Anexo 01 – Esquemas, tabelas e gráficos de textos especializados de Turismo 241
Anexo 02Apresentação dos itens lexicais em forma de História em Quadrinhos Do LEA 244
15
Introdução
O tema desta pesquisa foi motivado pela minha atuação como professora de
línguas inglesa e portuguesa em um Curso Superior de Turismo. Desde agosto de 2003,
atuo como docente responsável pelas disciplinas Português (Comunicação e Expressão)
e Inglês I, II e III do curso de Bacharelado em Turismo da UNESP - Campus
Experimental de Rosana.
A prática profissional despertou meu interesse em realizar uma pesquisa que
pudesse combinar minha área de formação como pesquisadora de graduação e pós-
graduação, a Lingüística – mais especificamente os estudos de Análise Lingüística,
Estudo do Léxico e Lexicografia – com minha nova área de atuação, o ensino de línguas
para estudantes de Cursos de Turismo.
Considerando especialmente o turismo, o levantamento do léxico específico é de
suma importância, pois fornece os subsídios lexicais e conceituais para a proposição de
uma terminologia específica desse setor e também para a coleta de unidades lexicais de
outras áreas como artes, história, esportes, meio ambiente, economia e administração.
Assim, ao mesmo tempo em que é preciso oferecer ao estudante o vocabulário e as
estruturas necessárias para que ele possa se comunicar satisfatoriamente em situações
profissionais, devemos cuidar para não perdermos o foco na comunicação elementar e
dispersarmos por vários caminhos que, ao invés de auxiliar o estudante, podem
confundi-lo, com listas de vocabulários descontextualizados e específicos a outras áreas
diferentes do conhecimento.
Na tentativa de suprir essa necessidade dos estudantes de Cursos de Turismo e
de contribuir para os estudos do léxico e do PLN, nosso trabalho tem o objetivo de
apresentar uma proposta de estruturação do vocabulário básico do turismo que possa
16
subsidiar a montagem de uma base de dados lexicais aplicável, entre outras coisas,
como recurso lingüístico e didático. Para isso, propomos, em primeiro lugar, uma
descrição desse setor da atividade humana que, entre outras formas de sistematização,
será efetuada por meio da delimitação dos conceitos que o caracterizam para, com base
nela, montar a estrutura subjacente, isto é, a ontologia conceitual básica do turismo, para
servir de ancoragem semântica dos vocabulários básicos do inglês e do português
empregados por estudantes e profissionais do turismo no exercício do aprendizado e da
profissão, respectivamente. Assim, esta pesquisa visa a apresentar a fundamentação
instrumental e ferramentas de sistematização de ontologias não estruturadas e de bases
de dados lexicais já existentes para, com base nelas, estruturar o domínio do turismo em
termos de uma ontologia do domínio e do vocabulário a ela associado.
Uma vez que esta pesquisa é motivada pelos estudos lingüísticos, com uma
extensão que atinge os estudos lingüístico-computacionais, podemos dizer que ela se
contextualiza também nos estudos do Processamento Automático de Línguas Naturais
(PLN), que envolve, além dos estudos lingüísticos, estudos sobre inteligência artificial e
ciências da computação, na tarefa de solucionar problemas relativos à compreensão e
geração automáticas de línguas naturais. De acordo com Dias-da-Silva (1996, p. ii), no
PLN,
“um complexo de informações lingüísticas e extralingüísticas é
representado e automaticamente aplicado na investigação ou
execução de tarefas que envolvem conhecimentos de natureza
lingüística: revisão ortográfica, construção de gramáticas e de
léxicos, tradução automática, interpretação e produção de textos”.
Dias-da-Silva (2006) explica que, em termos tecnológicos, o PLN pode ser ainda
entendido como um nome genérico para definir todas as tecnologias que manipulam
inputs em língua natural por meio do computador como, por exemplo, etiquetação de
categorias gramaticais (tagging), análise sintática (parsing), geração de concordâncias
17
(concordancing), extração de informação, tradução e sumarização automáticas, correção
ortográfica e gramatical, entre outros. Nesse sentido, Engenharia da Linguagem,
Tecnologia da Linguagem e Lingüística Computacional podem ser considerados
sinônimos próximos.
A metodologia global desta pesquisa beneficia-se do modelo de
desenvolvimento de pesquisa em PLN que procura diminuir a distância entre os estudos
lingüísticos e computacionais. Nesse sentido, Dias-da-Silva (1996, 2006) propõe um
modelo de desenvolvimento da pesquisa interdisciplinar que divide o equacionamento
do problema alvo de investigação em três grandes frentes: LINGÜÍSTICA, LINGÜÍSTICO-
COMPUTACIONAL e COMPUTACIONAL.
Na frente lingüística, investigam-se as entidades e os processos da linguagem
humana, da língua, do discurso, do texto, da gramática e de suas dimensões, do léxico,
etc. Conceitos, termos, regras, princípios, estratégias de resolução de problemas e
formalismos lingüísticos são os elementos trabalhados nessa frente. Na frente
lingüístico-computacional, buscam-se os meios para a representação formal dessas
entidades e processos, a fim de que estes possam ser computacionalmente tratáveis.
Nela, abordam-se questões referentes à escolha ou à proposição de sistemas de
representação que podem incluir, por exemplo, redes semânticas, regras de reescrita e
frames, bem como as estratégias de codificação dos elementos trabalhados na frente
anterior. Na frente computacional, propõe-se a arquitetura de sistemas de PLN e
implementam-se as representações por meio de programas cuja função é modelar, no
computador, as entidades e os processos formalmente representados na frente anterior.
Essa frente aborda, ainda, questões que dizem respeito ao planejamento e
implementação do próprio sistema computacional em que os programas são alojados.
(DIAS-DA-SILVA, 2006, p.126).
18
Diante dessa motivação, esta pesquisa se realiza em três grandes dimensões:
lexical, lingüístico-computacional e didático-pedagógica. Na frente lingüística,
incluem-se a discussão teórica sobre aspectos da semântica lexical e das relações de
significação, bem como o estudo dos campos conceituais e lexicais. Para a investigação
das relações de significado lexical, recorremos ao estudo das relações de significado de
duas teorias: a de campos semânticos e a de frames.
Na frente lingüístico-computacional, inclui-se a proposição de uma
representação formal da dimensão lexical, a partir do estudo de modelos de construção e
implementação de ontologias e bases de dados lexicais, isto é, a proposição de uma
parcela de um léxico-computacional de itens lexicais do domínio do turismo
semanticamente ancorados na ontologia construída para esse domínio.
1
Há ainda uma terceira frente de investigação que perpassa as opções e decisões
tomadas: a frente didático-pedagógica. Como afirmamos, o domínio do turismo,
intuitivamente, abrange diversas áreas da atividade humana e um amplo vocabulário,
dependendo do foco e do ponto de vista adotados. Assim, faz-se mister fazer um recorte
para definir quais itens lexicais deverão compor o “inventário” do que chamamos de
“vocabulário básico”.
Para a composição desse inventário, procederemos a um levantamento dos itens
lexicais (unidades e expressões), da categoria dos substantivos, considerados
fundamentais para o desempenho de atividades comunicativas em contextos
profissionais relacionados ao setor do turismo. A seleção desses itens será feita com
base em (i) obras lexicográficas de cunho didático, organizadas em agrupamentos
semânticos nocionalmente definidos e (ii) livros didáticos de inglês elaborados para
1
Dessa forma, a pesquisa aqui apresentada situa-se principalmente na primeira frente, com extensões à
segunda, já que a proposição da ontologia do donio do turismo e o léxico computacionalmente tratável
a ela associado são investigações da segunda frente. A investigação do domínio computacional, objeto do
cientista da computação, está fora do escopo desta pesquisa, embora o trabalho apresente um tipo
rudimentar de implementação da ontologia e do léxico por meio de uma ferramenta computacional.
19
cursos específicos de Turismo (ESP). Optamos por partir dessas fontes por
considerarmos esses materiais elaborados criteriosamente, com orientação didática e
com base em corpora bem definidos.
Assim, a opção por investigar a construção de uma ontologia do turismo e do
vocabulário bilíngüe a ela associado tomando por base dicionários e materiais didáticos
justifica-se pelo fato de que, por meio da consulta a esses recursos impressos é possível
estabelecer um recorte que torna possível a extração dos itens lexicais mais utilizados
nos textos da área do turismo, já que eles normalmente têm como fonte bibliográfica
para sua elaboração materiais autênticos, tais como: catálogos e panfletos publicitários,
guias de viagem e folhetos de divulgação turística elaborados por órgãos oficiais de
turismo, agências e estabelecimentos de receptivo turísticos.
Confrontando os itens lexicais estruturados em agrupamentos semânticos
propostos nos dicionários com o vocabulário apresentado nos livros didáticos,
percebemos discrepâncias. Por não serem elaborados especificamente para atender ao
uso do léxico por profissionais, os agrupamentos semânticos apresentados nos
dicionários como pertencentes ao domínio do turismo deixam de considerar situações
relevantes para esse profissional como, por exemplo, a descrição dos itens que
compõem o cardápio de um restaurante. Por outro lado, os livros didáticos nem sempre
apresentam definições claras e precisas dos itens lexicais, tampouco as relações de
significado entre eles. Assim, as fontes se complementam e fornecem um inventário
inicial para a investigação que é suficientemente abrangente para os nossos propósitos.
A tendência pedagógica dos materiais atuais, mesmo aqueles elaborados com o
objetivo de formar um profissional para um setor específico da atividade humana, é
adotar a abordagem comunicativa, que procura desenvolver as quatro habilidades do
aprendiz de língua estrangeira: a oral, a escrita, a de leitura e a de escrita. Em virtude
20
dessa abordagem, neste trabalho, as funções específicas e o vocabulário apresentados
nos livros didáticos, mas não contemplados nos dicionários, foram analisados
criteriosamente, com a preocupação de atender ao propósito didático desta pesquisa, que
é o de auxiliar o estudante de Cursos de Turismo a adquirir um vocabulário estruturado
de maneira que possa desempenhar satisfatoriamente, pelo menos no nível elementar, as
suas habilidades comunicativas profissionais.
A fim de auxiliar a proposta de estruturação desse vocabulário, examinamos as
estratégias de análise empregadas na elaboração das redes WordNet de Princeton e
EuroWordNet. As redes wordnets são redes léxico-semânticas nas quais as unidades
básicas são conceitos, representados por conjuntos compostos por unidades lexicais
consideradas sinônimas em pelo menos um contexto de uso (esses conjuntos são
denominados synsets). Os diferentes projetos de wordnets, como por exemplo, a
WordNet.PT e a WordNet.Br, em construção, respectivamente, para as variedades
portuguesa e brasileira do português, são estruturados em função do projeto da WordNet
de Princeton. Analisamos também a rede FrameNet de Berkley, uma rede estruturada a
partir de frames, que representam situações descritas em língua natural em termos de
“cenas”. Estudamos, sobretudo, a construção de ontologias e de bases de dados lexicais
que fundamentam a construção dessas redes.
A ontologia básica do turismo que propusemos neste trabalho e a estruturação
dos itens lexicais do inglês e de seus correspondentes do português em função dessa
ontologia podem integrar uma base de dados lexicais bilíngüe cujas aplicações poderão
abranger desde a consulta por estudantes e profissionais do turismo, dado o seu caráter
didático, dinâmico e de acesso online, até o seu aproveitamento em aplicativos de PLN
como, por exemplo, programas de tradução automática e dicionários eletrônicos.
21
Estrutura da Tese
Na Seção 1 abordaremos o ensino de língua inglesa para Cursos de Turismo,
primeiramente tecendo considerações sobre o ensino de língua inglesa para fins
específicos e, em seguida, especificando quais devem ser as características de um curso
de ESP para estudantes de Cursos de Turismo. Na seqüência, apresentaremos um
referencial teórico sobre o estudo do vocabulário, no âmbito da Lingüística e da
Lingüística Aplicada, seguido por uma discussão sobre vocabulário especializado.
Antes de encerrar a seção, apresentaremos ainda uma breve história do turismo, a fim de
contextualizar o leitor nesse domínio e introduzir as noções iniciais dessa atividade
humana milenar.
A Seção 2 abordará os conceitos e as definições adotados na pesquisa, tanto
aqueles relacionados ao léxico quanto aqueles relacionados à ontologia, a fim de
fornecer os subsídios teóricos para delimitar e organizar de entidades e significados do
turismo. Serão estudados os níveis de significação e os tipos de significado, bem como
as noções de ambigüidade semântica e de relações de significado. Campos conceptuais,
campos semânticos, campos lexicais e frames serão comparados e contrastados. Ao
final da seção, apresentaremos as características e os elementos de uma ontologia, bem
como a metodologia de sua construção.
A Seção 3 apresentará as fontes selecionadas para a extração dos conhecimentos
ontológico e lexical para delimitar o domínio do turismo. Serão apresentados e
discutidos os textos especializados sobre turismo, que constituem fontes conceituais; os
materiais lexicográficos e os materiais didáticos, que constituem fontes lexicais e
ontológicas; e os léxicos computacionais, representados pelas redes WordNet de
Princeton e FrameNet de Berkeley, que subsidiam o estabelecimento de relações
22
semântico-conceituais entre as unidades e expressões lexicais, além de também
constituírem fontes lexicais e ontológicas.
A Seção 4 apresentará o desenvolvimento prático da pesquisa, a partir do
tratamento das unidades e expressões lexicais que constituem o vocabulário básico
inglês-português para Cursos de Turismo e sua ancoragem semântica na ontologia
básica do turismo. A ancoragem semântica do vocabulário à ontologia será feita com o
auxílio do Protégé, uma ferramenta computacional livre e disponível gratuitamente na
Internet cuja finalidade é possibilitar a construção e edição de ontologias.
Nas Considerações Finais retomamos nossos passos e sinalizamos para
possíveis prosseguimentos das investigações.
As seções são seguidas pelas referências bibliográficas e digitais consultadas.
Apresentamos ao final da tese os apêndices, que contêm nossas elaborações, e, por fim,
os anexos, com as nossas fontes de consulta.
Boa viagem!
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
b
reakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom, minibar
pricelocationfacilitiesrestaurantview
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumtheme
p
arkecotourismtrekkin
Seção1
Oensinodeinglês
paraCursosdeTurismo
“The navigational image is useful but deceptive.
Cartographers have a well-developed system
for mapping geographical space,
but the language teacher is not so fortunate.
There is no agreement about
how language should be mapped
and every new way of viewing it demands a new map.
(…) A route is to be charted not just through language,
but through the intricacies of different learner behaviors
and teaching conditions. (…)
An exact and uncontroversial voyage into language
is impossible.”
HOLME, R. (1996, p. 6)
24
Seção 1 – O ensino de inglês para Cursos de Turismo
1.1 O ensino de inglês para fins específicos
O tema desta pesquisa foi motivado pela minha atuação como professora de
língua inglesa instrumental para um curso superior de bacharelado em Turismo
2
. Um
curso de língua é chamado “instrumental” quando é planejado para um número de
estudantes com necessidades profissionais ou de estudo idênticas ou quase-idênticas
(ROBINSON, 1991, p. 12). Esses cursos são também chamados de “cursos para fins ou
propósitos específicos”, do termo inglês English for Specific Purposes (ESP).
Por muito tempo, o ensino instrumental de idiomas no Brasil foi sinônimo de
leitura, principalmente pelo impacto causado por projetos que trabalhavam de acordo
com a necessidade básica dos alunos dos cursos universitários e de cursos técnicos em
escolas federais: a leitura de textos acadêmicos. Com o passar do tempo, no entanto,
percebeu-se que era necessário organizar as aulas de acordo com a especialidade ou área
de atuação dos interessados nesse tipo de curso. O ensino instrumental, dessa forma,
passou a ser visto como uma abordagem de ensino de língua direcionada por razões
claras e específicas para o aprendizado, envolvendo três áreas do conhecimento: o
estudo de línguas e linguagem, com foco na língua estrangeira em si, os conhecimentos
de pedagogia e metodologia para elaboração dos cursos e a área específica de interesse
do aprendiz (ROBINSON, 1991, p. 01).
É da natureza de um curso de línguas ser seletivo. Um curso de inglês geral é
baseado em uma concepção do tipo de realidade que o estudante vai ter que enfrentar
em inglês. Por exemplo, um curso para adolescentes vai provavelmente ser elaborado a
partir das necessidades e da realidade dos alunos dessa faixa etária e a preparação desse
2
Utilizamos a inicial maiúscula quando nos referimos a áreas ou subáreas de estudo científico-acadêmico,
como Turismo, Lingüística, etc.
25
curso é feita a partir da análise das necessidades desse grupo. Assim, ainda que de
forma inconsciente, todo curso é elaborado de forma a ir ao encontro das necessidades e
expectativas dos alunos. Os cursos de ESP apenas estreitam um pouco mais esse
espectro de necessidades.
Para Holme (1996), a diferença entre o aprendizado das habilidades
comunicativas e o da língua é que as habilidades aprendidas serão retidas e levadas com
os alunos por toda a vida, o que permite que eles consigam empregá-las em outras
situações e circunstâncias. Já os conhecimentos da língua específica não podem ser
aprendidos em sua totalidade, pois o vocabulário que os alunos conseguem reter pode
servir em algumas situações, mas não em outras e, além disso, é impossível dominar
todo o vocabulário que existe e existirá, mesmo que de uma área específica. Segundo o
autor, isso é verdadeiro tanto para cursos de ESP quanto para os de língua geral. Assim,
apesar de haver distinções nos objetivos e nas metodologias dos cursos de língua
estrangeira, um curso de ESP não pode ficar isolado em um compartimento separado do
ensino da língua geral, pois muitas reflexões feitas para um tipo específico de curso
podem servir para outros também.
Guardadas as semelhanças e diferenças entre os cursos de língua geral e os de
fim específico, o desenvolvimento do ESP tem originado a criação de cursos cada vez
mais restritos a determinados propósitos, atendendo de maneira mais eficaz as
necessidades do aprendiz e fazendo surgir subáreas dentro de outras áreas outrora
existentes.
Além do ESP, há também o EAP (English for Academic Purposes), que se refere
a um curso de inglês voltado para o ensino das habilidades comunicativas necessárias
no meio acadêmico ou exigidas para propósitos de estudo no sistema formal de
educação. De acordo com Nunes (2003), o primeiro registro do termo EAP é de 1974 e,
26
na época, o conceito geral desse tipo de curso era focado no estudo de uma área, como
ciência e tecnologia, ou em determinadas habilidades e estratégias necessárias para o
desempenho acadêmico geral em inglês, tais como ouvir, ler, escrever e fazer anotações
acadêmicas. Segundo a autora, ainda hoje, muitos autores que publicam nessa área
consideram que um curso de EAP deve ser centrado em estratégias de estudo e
habilidades de ler textos científicos e acadêmicos e a partir delas levar o aluno a
resumir, fichar e fazer anotações, perpetuando a idéia de que cursos de língua
instrumental ou de EAP oferecidos no Brasil são sinônimos de cursos de leitura.
Segundo Holme (1996), o ESP e o EAP surgiram na mesma época, e muitos
professores universitários de língua inglesa consideravam o ensino acadêmico como um
fim específico. De acordo com essa interpretação, o EAP é um tipo de ESP. Textos mais
recentemente, contudo, consideram que o EAP cobre uma área de estudo maior e tem
conteúdo mais abrangente do que do ESP. O EAP é considerado um tipo de curso
especializado porque tem bem definidos os tipos particulares de habilidades que os
alunos devem dominar como, por exemplo, ler um texto ou tomar notas em uma aula ou
palestra, além de envolver também o conhecimento da terminologia da área específica
do curso superior que estão cursando como, por exemplo, Engenharia ou Direito. Nesse
sentido, o ESP estaria inserido no EAP (JORDAN, 1989 apud HOLME,1996).
Ainda no contexto dessa discussão, Holme (1996) apresenta a expressão EStP
(English for Study Purposes), empregada para definir o trabalho de alguns professores
de cursos de nível médio, vocacionais ou de outros tipos de ensino formal, mas não de
nível superior, que também abordam habilidades específicas como leitura, interpretação
de textos ou redação. Seguindo o mesmo raciocínio, o EAP insere-se no EstP, de maior
abrangência. Porém, esse tipo de classificação é improdutivo, pois essa tentativa de
27
compartimentar e hierarquizar o ensino de língua em tal grau de detalhamento é
dispensável para os objetivos dessa pesquisa.
Além dos termos ESP, EAP e EStP, também podemos encontrar, na literatura,
termos como EOP (English for Occupational Purposes), EPP (English for Professional
Purposes), EST (English for Science and Technology) ou mesmo ESBP (English for
Specific Business Purposes) (HOLME, 1996; VIAN Jr., 2003; BELL, 2005). O termo
Professional English é bastante utilizado na divulgação das editoras para se referir aos
materiais didáticos elaborados para profissionais ou estudantes de um setor específico.
Entretanto, essas nomenclaturas referem-se, a nosso ver, a uma explicação do tipo de
ESP que será trabalhado no curso. Quando um professor diz que está oferecendo um
curso a um determinado grupo de profissionais, isso significa que vai concentrá-lo em
certos tipos de linguagem, habilidades e gêneros e não em outros. O EOP é, então, uma
especificação do tipo de fim, ou seja, de ESP que será oferecido.
O grau de especificidade do curso, por sua vez, depende inteiramente das
circunstâncias (HOLME, 1996). Um curso oferecido dentro de um hotel, por exemplo,
como forma de treinamento para seus garçons, camareiras ou recepcionistas, tende a ter
um foco muito mais restrito do que um curso para estudantes universitários de
Hotelaria.
Um curso de língua pode ainda ser planejado com o propósito específico de
ajudar o desempenho profissional de secretárias, pilotos, aeromoças, funcionários de
hotelaria, engenheiros, etc. (JORDAN, 1997 apud NUNES, 2003). Porém, para elaborar
um curso com um fim específico, o professor de língua estrangeira deve desenvolver
estratégias e habilidades que também fazem parte de um curso de língua geral. Assim, a
diferença entre um curso de língua geral e um curso com fins específicos é a ênfase
28
dada a certas habilidades que devem ser aprendidas pelo grupo em questão, bem como à
linguagem própria desse grupo.
A partir dessa comparação, conclui-se que o termo ESP é o mais geral e
adequado para se referir ao estudo da língua para um fim ou propósito. Adotaremos
neste trabalho a definição de Holme (1996, p. 2-3), segundo a qual um curso com fins
específicos é aquele “oferecido a estudantes que precisam se especializar em uma área
identificável de linguagem ou de atividade”. O termo EAP sugere um tipo de área,
apesar de sua zona de especialidade ser muito ampla. Em suma, o EAP é uma forma de
ESP mais aberta, mas também pode ter um foco mais estreito, de abrangência mais
limitada.
No contexto do ensino superior, não há uma linha divisória clara de quando um
aluno deixa de estudar ESP e passa a estudar EAP e vice-versa. Nos cursos superiores
com fins profissionalizantes, como é o caso dos Cursos de Turismo, essa intersecção de
foco estende-se aos conceitos expressos pelos termos EPP e EOP.
Podemos afirmar, assim, que as estratégias e o conteúdo a serem adotados em
um curso são determinados pelas necessidades dos alunos, e que, quanto mais
especializadas elas forem, mais estreito será o foco do curso. Em outro trabalho
(HÖFLING, SILVA e TOSQUI, 2006), cunhamos a expressão LEFE (língua estrangeira
para fins específicos) para nos referirmos a essa finalidade do ensino de línguas, uma
vez que não tratávamos somente da língua inglesa, mas de outras línguas estrangeiras
também.
Após essas reflexões, consideramos que o ensino de língua inglesa em Cursos
Superiores de Turismo tem propósitos bem delimitados, referentes a uma área
identificável de linguagem e atividade, como será exposto na próxima seção; portanto,
neste trabalho, adotaremos a expressão “inglês para fins específicos”, que poderá ser
29
intercambiada pela abreviação equivalente em inglês, ESP, a qual, como vimos, está
amplamente difundida na literatura específica.
1.2 Um curso de ESP para estudantes de Cursos de Turismo
Höfling, Silva e Tosqui (2006) alertam que o crescente intercâmbio entre as
nações, tanto no nível tecnológico quanto comercial, principalmente com a
globalização, criou esta nova exigência do mercado: o domínio de uma ou mais línguas
estrangeiras tornou-se uma obrigação profissional ligada à prática de atividades
variadas. A língua se configura como a primeira barreira a ser transposta e,
conseqüentemente, hoje em dia há uma demanda muito expressiva por cursos e aulas
particulares para fins específicos. Essa realidade pode ser atestada facilmente pela
quantidade de anúncios de empregos que exigem desde bons conhecimentos de inglês
até inglês “fluente” como pré-requisito para permitir que o candidato participe de uma
entrevista no processo seletivo.
Como afirmamos acima, o ensino de uma língua estrangeira para um fim
específico apresenta distinções fundamentais em relação ao ensino da língua geral. É
preciso identificar as necessidades lingüísticas e comunicativas do futuro profissional e
moldar a disciplina a fim de atendê-las, levando-se em conta limitações como a reduzida
carga horária e a grande divergência no nível de conhecimento dos estudantes da língua
em estudo.
As características lingüísticas e funcionais que diferenciam um curso de língua
geral de um curso de língua com fins específicos fazem com que, muitas vezes, o
professor tenha dificuldade na elaboração das atividades. Segundo Sagnier (2004), dado
o público notadamente heterogêneo, o professor de cursos para fins específicos muitas
30
vezes se vê obrigado a criar ou a complementar seu próprio material, de modo a
explorá-lo numa seqüência coerente para atender às necessidades e ao ritmo de
aprendizagem do público, sem perder de vista a infraestrutura oferecida pela instituição.
Os métodos e manuais em inglês disponíveis hoje no mercado tentam suprir essa lacuna,
fornecendo ao professor um material mais completo e eficiente.
No caso dos Cursos de Turismo, por exemplo, a variedade de elementos a serem
trabalhados engloba uma heterogeneidade de serviços e funções que podem ser
desempenhados por um profissional da área. Frente a essa variedade, um curso que
trabalhe apenas a leitura de textos da área, usando técnicas tradicionalmente adotadas
em cursos “instrumentais”, como skimming, scanning, simples identificação de cognatos
e “falsos cognatos”, entre outras, não consegue satisfazer a todas as necessidades
comunicativas e expressivas que o aprendiz deve apresentar. Como verificou Sagnier
(2004), encontram-se no mercado hoje vários materiais didáticos para estudantes e
profissionais embasados na abordagem comunicativa e que procuram desenvolver todas
as habilidades descritas acima. Em outro capítulo, analisaremos alguns desses materiais
didáticos que selecionamos como fontes de dados lexicais e ontológicos desta pesquisa.
Segundo Vian Jr. (2003), com as novas mudanças do mercado, cada vez mais
globalizado, a necessidade de ensino de língua instrumental chegou às empresas, pois os
funcionários vêem-se na iminência de aprender o idioma para poder estabelecer uma
comunicação não só com falantes nativos de inglês, mas com o mundo como um todo,
pelo fato de o inglês ser indiscutivelmente uma língua franca. Nesse cenário, segundo o
autor, o mundo dos negócios começou a buscar apoio junto aos meios acadêmicos para
a solução deste problema: a impossibilidade do funcionário freqüentar um curso de
longa duração, como os oferecidos pelas escolas de idiomas em geral. Esse problema
decorre da necessidade de comunicação imediata, uma vez que o funcionário tem que
31
receber estrangeiros, falar ao telefone, receber e enviar e-mails e realizar diversas outras
tarefas que dependem do uso da língua. Essas necessidades são ainda maiores se
pensarmos em empresas prestadoras de serviços relacionados aos diversos locus em que
o turismo se realiza, como, por exemplo, hotéis, restaurantes, agências de viagem,
locadoras de automóveis, companhias de transporte, entre vários outros, que exigem de
diferentes profissionais o domínio de diferentes habilidades comunicativas e do
vocabulário específico, além dos conhecimentos lexical e cultural adequados a cada
situação e grau de exigência profissional. Esse público diferenciado precisa atingir seus
objetivos comunicativos de maneira rápida e eficiente.
Já no âmbito acadêmico, dentre as diferentes razões para o estudante
universitário buscar um aprendizado rápido e concentrado, voltado para necessidades
práticas, podemos destacar: preparar-se para uma prova de proficiência em seleções de
pós-graduação; ler e interpretar textos para cursar disciplinas de graduação e pós-
graduação; preparar-se para entrevistas para fins profissionais; desenvolver habilidades
de comunicação em ambiente profissional e de negócios; comunicar-se com clientes,
hóspedes ou turistas; aprender expressões gerais de situações comunicativas para fazer
uma viagem ao exterior; explorar adequadamente a Internet e seus recursos.
A necessidade de se obterem conhecimentos em outra língua voltados para o
desempenho de atividades relacionadas a uma profissão específica pode ser comprovada
pelo aumento do número de cursos de nível superior que têm em sua grade, como
disciplina obrigatória, a língua inglesa focada nas suas necessidades profissionais.
Cursos como Turismo, Hotelaria e Secretariado Executivo Bilíngüe têm, como
exigência do MEC, o domínio de uma língua estrangeira no mínimo e, em geral,
costumam oferecer inglês e espanhol. Outros cursos, como Ciências da Computação,
32
Processamento de Dados, Publicidade e Propaganda, Jornalismo e Desenho Industrial
também costumam oferecer inglês em sua grade.
A maioria dos aprendizes quer satisfazer principalmente às necessidades já
apresentadas como leitura para prestar exames de proficiência para os cursos de
mestrado e doutorado; leitura para compreensão de textos disponibilizados na Internet;
leitura de obras originais para pesquisa; leitura e escrita de mensagens eletrônicas para
fins particulares ou profissionais; comunicação nas relações comerciais entre empresas;
comunicação (tradução e interpretação) em congressos; redação de resumos para
publicação em tese ou periódico, entre outras.
Esse direcionamento das aulas de língua está gerando a necessidade de se
realizarem mais pesquisas que analisem e explorem essa tendência. Não vamos
aprofundar a discussão sobre as possibilidades de elaboração de cursos para fins
específicos, tampouco sobre abordagens e metodologias de ensino de línguas
estrangeiras. Nosso objetivo é focar um item essencial para o desempenho das
atividades acima mencionadas: o estudo do vocabulário específico, como veremos na
próxima subseção.
Considerando especialmente Cursos de Turismo, o levantamento do vocabulário
específico é de suma importância, pois deverá fornecer os subsídios lexicais para a
proposição de uma terminologia específica desse setor e também para a coleta de
unidades lexicais de outras áreas como a das artes, a da história, a dos esportes, a do
meio ambiente, a da economia e a da administração. Assim, ao mesmo tempo em que é
preciso oferecer ao estudante o vocabulário e as estruturas necessárias para que ele
possa comunicar-se satisfatoriamente em situações profissionais, deve-se cuidar para
não se perder o foco na comunicação elementar e se dispersar por vários caminhos que,
33
ao invés de auxiliar o estudante, podem confundi-lo com listas de vocabulários
descontextualizados e provenientes de áreas do conhecimento diversas.
1.3 O estudo do vocabulário
Faz-se necessária, neste momento, uma breve incursão sobre o que se entende
por vocabulário. O dicionário Aurélio (2000) registra diversas acepções para esse
termo. A primeira, sinônimo aproximado de léxico: “um conjunto de palavras de uma
língua”. Porém, no mesmo dicionário, outras acepções trazem significados mais
restritos: “conjunto das palavras em certo estágio da língua” e “conjunto das palavras e
expressões conhecidas e/ou empregadas por pessoa(s) de determinada faixa etária,
social, etc.” O Dicionário de Linguagem e Lingüística define: “todo falante de uma
língua possui um determinado vocabulário, que compreende seu vocabulário ativo, ou
seja, as palavras de que ele faz uso, e seu vocabulário passivo, ou seja, as palavras que
ele compreende, mas normalmente não usa” (TRASK, 2003).
Outras acepções do dicionário Aurélio aproximam-se mais do conceito de
vocabulário aqui empregado: “conjunto das palavras especializadas em qualquer campo
de conhecimento ou atividade; nomenclatura, terminologia” e “lista de palavras ou
expressões de uma língua ou de um estágio dela, de um dialeto, de um autor, e de um
ramo de conhecimento, técnica ou atividade
3
”. Por fim, a acepção “livro ou compêndio
que contém uma dessas listas” refere-se ao elemento material (palpável ou, mais
modernamente, digitalizado) que contém o vocabulário no sentido abstrato das
acepções anteriores e, nesse caso, relaciona-se com outros termos como glossário ou
dicionário.
3
Grifo nosso.
34
Vilela (1995 apud WELKER 2005, p. 25) resume os conceitos da seguinte
maneira:
“(...) o léxico é o conjunto das palavras fundamentais, das palavras ideais
de uma língua; o vocabulário é o conjunto dos vocábulos realmente
existentes num determinado lugar e num determinado tempo, ocupados
por uma comunidade lingüística; o léxico é o geral, o social e o essencial;
o vocabulário é o particular, o individual e o acessório. Há ainda uma
outra perspectiva, a da ‘coleção de unidades’, em que o vocabulário se
opõe a dicionário e glossário: o dicionário é a recolha ordenada dos
vocábulos duma língua, o vocabulário é a recolha de um setor
determinado duma língua e o glossário é o vocabulário difícil de um
autor, de uma escola ou de uma época”.
Após essas reflexões no âmbito da Lingüística Geral, é preciso recorrer à teoria
para compreender o que se entende por vocabulário no contexto do Ensino de Línguas.
Esse termo é bastante empregado na área de ensino de línguas estrangeiras e, por
conseguinte, nos livros didáticos, e normalmente refere-se a uma lista de palavras que
devem ser aprendidas pelo falante ou estudante de uma língua para que ele possa
empregá-las, de forma ativa, quando ele produz um discurso, ou para que ele, mesmo
não conhecendo ou utilizando habitualmente a palavra, seja capaz de compreendê-la de
forma passiva.
O estudo do vocabulário foi, durante muito tempo, negligenciado no ensino de
línguas estrangeiras. Porém, a partir dos anos 80, sua importância tem sido cada vez
mais destacada em áreas como estudo do processo de aquisição de línguas e de
determinação de estruturas lingüísticas (REYES ET AL, 1997). Pesquisas recentes têm
se beneficiado do desenvolvimento de corpora eletrônicos de inglês falado e escrito e
da criação de ferramentas sofisticadas de acesso a esses corpora (BELL, 2005) e,
35
conseqüentemente, o estudo do vocabulário tem recebido mais destaque. Diversos
autores, considerados autoridades no assunto, confirmam essa tendência
4
.
Nation (2003) arrola um conjunto de opções disponíveis para incorporar o
vocabulário a um curso de idiomas: por meio de aulas específicas para o
desenvolvimento do vocabulário, por meio da utilização de dicionários e testes de
conhecimento de vocabulário, ou por meio de integração desse componente às
habilidades de compreensão oral, fala, escrita e leitura, dentro de uma abordagem
comunicativa. Para o autor, planejar a forma segundo a qual o vocabulário será tratado
nas aulas apresenta benefícios consideráveis. Por essa razão, o professor deve utilizar
estratégias específicas para abordar esse tema, levando em conta aspectos como
pesquisas de corpus - que revelam a freqüência de ocorrência e de uso dos itens
lexicais; o ensino de vocabulário mais técnico ou específico - em conjunto com outros
professores especialistas na área estudada; e a definição do processo de aquisição de
vocabulário pelos alunos – que deve avaliar o estágio em que os alunos se encontram,
seus conhecimentos, suas experiências prévias e seus interesses. O autor ressalta que,
em cursos de ESP, é preciso oferecer uma lista de palavras que, mesmo não sendo de
alta freqüência de ocorrência, sejam úteis aos propósitos específicos desses alunos
(NATION, 2003).
Segundo Sousa e Bastos (2001), pesquisas mostram que, nos cursos de ESP, o
tratamento dado ao vocabulário reduz-se quase que exclusivamente ao ensino de
estratégias de fixação dos itens lexicais, com atividades como análise de afixos e de
classes gramaticais, identificação de cognatos e falsos cognatos, inferência pelo
contexto, uso de sinônimos e antônimos, dentre outras, que são apresentadas em uma
seção específica, geralmente antes da atividade de compreensão de textos. As autoras
4
Para uma discussão sobre a importância de estudos relacionando vocabulário e leitura de textos, ver
Reyes et al.(1997).
36
afirmam que o objetivo do uso de tais estratégias é a obtenção do significado das
palavras que causariam possíveis barreiras locais à compreensão, mas essas estratégias
pecam por não levar em conta sua contribuição efetiva para a construção do sentido
global do texto, bem como para a intenção do autor, refletida na escolha das palavras.
Essa postura de ensino também não considera o nível de conhecimento de língua que o
aluno traz para a sala de aula e acaba por frustrar o aprendiz. Como comentamos
anteriormente, pouco adianta abarrotar os estudantes com listas de itens
descontextualizados ou adequados somente ao contexto específico de um texto, uma vez
que a aprendizagem e a fixação do vocabulário podem ser muito mais eficazes se o
aprendiz conseguir estabelecer e compreender relações de significado entre as unidades
lexicais a que é exposto.
1.3.1 O vocabulário especializado
Bell (2005) apresenta uma discussão sobre vocabulário especializado
5
que
aproveitamos neste trabalho e que nesta seção comentamos resumidamente. Segundo a
autora, ao discutir os vários aspectos do conhecimento lexical, autores fazem uma
distinção entre conhecimento receptivo e conhecimento produtivo. Para Nation (2001
apud BELL 2005), o conhecimento receptivo envolve o reconhecimento da forma da
unidade lexical quando se participa de atividades auditivas e de leitura e de recuperação
do seu significado. Por outro lado, o conhecimento produtivo do vocabulário envolve a
necessidade de expressão do significado quando se participa de atividades orais e de
redação. Neste momento, não somente o indivíduo recupera o significado da unidade
lexical, mas também o produz apropriadamente de forma oral ou escrita.
5
Voltaremos à essa discussão na Seção 03, quando trataremos da lexicografia especializada e dos tipos de
dicionários.
37
Faerch, Haastrup & Phillipson (1984, apud BELL 2005) sugerem que o
conhecimento do vocabulário deve ser visto como um continuum entre os
conhecimentos receptivo e produtivo. Os autores indicam que o conhecimento receptivo
é a "habilidade de fazer uma palavra ter sentido" enquanto o conhecimento produtivo é
a "habilidade de ativar automaticamente a palavra para finalidades produtivas" (p. 232).
Essa discussão complementa as noções de vocabulário ativo e passivo, vistos
anteriormente.
No tocante à classificação do vocabulário especializado, Bell (2005) afirma que
pesquisadores classificam-no em categorias distintas.
6
Dentre eles, destacam-se os
trabalhos de Dudley-Evans e St. John (1998 apud BELL 2005) e de Trimble (1995 apud
BELL 2005).
Os dois primeiros classificam o vocabulário especializado em vocabulário
técnico e vocabulário semi-técnico e de negócios (core business). Os autores explicam
que o vocabulário técnico é composto das palavras gerais que têm significados
específicos em determinadas disciplinas (como, na Informática, bug, debug). A segunda
categoria é composta das palavras gerais que têm uma freqüência mais elevada em um
campo específico (por exemplo, nos textos acadêmicos: fator, método, função).
Para Trimble (1985, apud BELL 2005), o vocabulário especializado classifica-se
em vocabulário técnico, vocabulário sub-técnico e em substantivos compostos. De
acordo com o autor, o vocabulário técnico compreende palavras com um sentido
particular ditado pelo domínio, área ou assunto em questão. O vocabulário sub-técnico
compreende as unidades lexicais de alta freqüência que ocorrem nas várias disciplinas e
aquelas que ocorrem com significado especial em campos específicos. Finalmente, os
6
Para um aprofundamento sobre esse assunto, ver Bell (2005), que comenta pesquisas como as de Becka,
(1972); Dudley-Evans & St. John, (1998); Huizhong, (1986); Jordan, (1997); Nation, (2001); Lido,
(2000); Trimble, (1985).
38
substantivos compostos são itens lexicais compostos de duas ou mais palavras que, em
conjunto, dão forma a um único significado (por exemplo, Bed and Breakfast).
A partir dessas reflexões, consideraremos, neste trabalho, o termo vocabulário
como uma lista de palavras ou expressões de um ramo de conhecimento, técnica ou
atividade, e o utilizaremos para nos referir ao conjunto de palavras que devem ser
aprendidas pelo estudante de Cursos de Turismo. Por conseguinte, consideramos o
“vocabulário básico do Turismo” como uma lista de itens lexicais específicos e que um
estudante desses cursos deve conhecer, a fim de conseguir se comunicar
satisfatoriamente em nível básico, em seu futuro ambiente de trabalho. Consideramos
que estamos lidando com um recorte lingüístico da realidade, ou seja, com uma parcela
de léxicos (português e inglês) que “recobre lingüisticamente” o domínio do turismo.
Dessa forma, nosso vocabulário não é técnico, mas pode ser considerado sub ou semi-
técnico, uma vez que as unidades lexicais selecionadas são mais ou menos comuns na
língua geral e ocorrem com alta freqüência no domínio do turismo. Pelo que dizemos
acima, o vocabulário é considerado aqui vocabulário especializado, pois é composto
por itens lexicais com significados específicos no domínio particular do turismo,
englobando unidades altamente freqüentes (hotel, airplane
7
) ou não (trekking,
paragliding) e itens lexicais que têm uma freqüência mais elevada no domínio do
turismo (room service, check-in).
Antes de encerrar esta seção faremos uma breve incursão pela história do
turismo e, a partir dela, buscaremos uma melhor delimitação do que entendemos por
“domínio do turismo”.
7
O dicionário Collins Cobuild Advanced Learner’s English Dictionary (2003), que apresenta uma análise
da freqüência dos itens lexicais segundo o Bank of English, classifica hotel e airplane como itens de alta
freqüência e trekking e paragliding como itens de baixa freqüência.
39
1.4 Uma breve história do turismo
É difícil estabelecer o início da atividade turística em si, já que, desde a
Antigüidade, há relatos de viagens e deslocamentos humanos
8
. Moesch (2002) registra a
origem da palavra turismo:
O primeiro registro da palavra turismo remonta-se a 1800 e está no
Pequeno Dicionário de Inglês Oxford: “Turismo: A teoria e a prática de
viajar, deslocar-se por prazer. Uso, depredação. A raiz tour aparece
documentada em 1760, também na Inglaterra. A etimologia da palavra
permite indicar sua procedência latina tornus (torno) como substantivo, e
tornare (redondear, tornear, girar) como verbo. A idéia de giro, de
viagem circular, de volta ao ponto de partida, se deduz, claramente, da
raiz comum, que origina tornus e tornare. Parece que o turn britânico, de
1746 – to take a turn – cedeu lugar, em 1760, ao tour que usamos até
hoje, de influência francesa. Sua primeira utilização como título de obra
sobre viagens foi também em Londres, em 1810, no livro de Henry
Swinburne, Picturesque Tour Spain. Em seus princípios históricos, o
conceito simples e vulgar da palavra turismo seria sinônimo de “viagem
por prazer”.
A palavra inglesa tourist surgiu na Inglaterra, no século XVIII, referindo-se ao
viajante em geral. Neste período, os jovens filhos dos aristocratas deixavam as ilhas
britânicas e viajavam para o continente europeu a fim de obter conhecimentos sobre
cultura, artes, política e regras de trato social. Quando voltavam à Inglaterra, eram
direcionados para exercer cargos no governo e carreiras diplomáticas. Havia dois
circuitos principais: o Petit Tour, que correspondia a Paris e sudoeste da França, e o
Grand Tour, que abrangia mais regiões de França, e depois passou a expandir-se para
Roma, Florença, Amsterdã, Madri e outros centros políticos e culturais da Europa. Essa
8
Para uma revisão histórica do turismo, desde seus primórdios, ver GOELDNER, RITCHIE e
McINTOSH (2002) Turismo: Princípios, Práticas e Filosofias - Capítulo 2 – O Turismo através dos
Tempos. Os autores remontam às primeiras viagens organizadas, feitas pelos sumérios, em 4000 a.C. (a
quem atribuem a invenção da moeda, da escrita cuneiforme, da roda e do conceito de “guia de viagem”),
e relatam de forma fascinante como o “turismo” foi se desenvolvendo com os egípcios, os romanos e os
gregos e no Oriente, desde a Antigüidade até os dias atuais. Outra sugestão é PERROTTET, T. Férias
Pagãs. Trad. Ana Deiró. Rio de Janeiro: Rocco, 2005, que descreve as atividades de turismo da antiga
civilização romana.
40
prática também começou a ser adotada por nobres de outros países e, no século XIX,
surgiram as expressões Touring e Tourisme para denominar o Grand Tour, que podia
durar até dois ou três anos e era realizado na companhia de servos e de um tutor de
confiança da família. Dessa forma, os termos turismo e turista denominavam,
respectivamente, as viagens e os jovens dos países europeus filhos de nobres e, em
alguns casos, de comerciantes ricos, a fim de aprimorar sua educação e estabelecer
contatos políticos, comerciais e diplomáticos nas cidades européias mais importantes
(BARRETO, 1996; MOLINA, 2004).
Apenas na segunda metade do século XX o turismo surgiu como um fenômeno
de massa. O conceito de turismo como entendemos atualmente surgiu com a
modernidade, após a Revolução Industrial. As mudanças nas relações sociais nessa
época deram início ao capitalismo organizado, que possibilitou às classes trabalhadoras
conquistas como salário, mais tempo livre e acesso a diversas formas de diversão e
lazer. A burguesia buscava imitar a aristocracia e, nessa época, o turismo ganhou poder
simbólico e cultural de status social. Foi nesse período que surgiram as primeiras
viagens, organizadas pelo inglês Thomas Cook, que deram origem ao turismo moderno
(OLIVEIRA, 1998; CAMARGO, 2002). As melhorias nos meios de transporte, a vida
nas cidades e o trabalho nas fábricas também foram responsáveis para que o turismo se
transformasse em um fenômeno de massa mundial. O grande movimento dos ingleses
para o continente europeu contribuiu extraordinariamente com o desenvolvimento dos
transportes e da hotelaria. Segundo Oliveira (1998), o desenvolvimento dos meios de
transporte, como trem e navio, a evolução dos meios de comunicação e a
industrialização fizeram com que o turismo despontasse paulatinamente como um setor
econômico.
41
No início, os deslocamentos tinham, como motivação principal, a aventura. No
decorrer do século XVIII, até meados do século XIX, o objetivo do turismo era
principalmente educativo, passando depois a ser visto como atividade de lazer. No final
do século XX, o turismo passou a ser fenômeno de massas e tornou-se objeto de estudo
científico. Durante o século XIX, na Alemanha e na Suíça foram construídos hotéis de
alto padrão e despontaram grandes hoteleiros.
Mais de cinqüenta anos depois, durante a Segunda Guerra Mundial, houve uma
paralisação do setor. Porém, após esse período, o grande progresso econômico e social
na Europa e nos Estados Unidos impulsionou o turismo.
As rápidas mudanças na tecnologia dos transportes aéreos permitiram o
deslocamento de um número maior de pessoas em menos tempo. O setor hoteleiro
tornou-se mais profissional e adquiriu novas tecnologias, garantindo mais conforto e
eficiência aos hóspedes. O crédito facilitou a aquisição das passagens e dos pacotes de
viagens, dinamizando e aumentando o setor das operadoras de turismo e das agências de
viagens. Toda essa oferta encontrou uma demanda advinda de europeus, em
recuperação de um período pós-guerra, e de norte-americanos, em franco
desenvolvimento.
Essa sociedade pós-guerra gerou uma rotina massificante em que o trabalho
passou a ser cada vez mais mecanizado, monótono e compartimentado. A frieza e as
dificuldades da vida moderna, principalmente nas grandes cidades, o empobrecimento
das relações humanas, a repressão dos sentimentos e a degradação da natureza geraram
sintomas como estresse, depressão, esgotamento físico e psíquico. Como conseqüência
desses fatores, o turismo passou a ser visto, a partir desse período, como uma válvula de
escape, uma fuga do cotidiano. As pessoas passaram a viajar para se liberar da
dependência social, refazer as energias e buscar a realização de sonhos e desejos. Nesse
42
período, o conceito de turismo recebeu a conotação de um tipo de viagem, realizado em
seu tempo livre, sempre tendo o lazer como motivação (BARRETO, 1995). Por isso,
havia uma grande preocupação em se excluir das viagens turísticas qualquer referência
às viagens por motivo de trabalho e saúde, que, por serem obrigatórias, não eram
consideradas uma atividade de lazer. Barreto (1995, p.13) marcou essa diferenciação,
afirmando que viagem não é a mesma coisa que turismo. Por exemplo, as viagens de
negócios, de estudo ou para visitar parentes em ocasiões especiais, como doença ou
morte, são compromissos sociais ou profissionais. Nessas circunstâncias, as pessoas que
viajam por motivos alheios ao turismo utilizam os mesmos meios e serviços que os
turistas e, muitas vezes, acumulam as obrigações com a prática do turismo. É o caso,
por exemplo, de profissionais que viajam a trabalho, mas levam um cônjuge para
compartilhar os momentos “livres” em atividades de turismo. Não é ao acaso que os
organizadores de congressos e outros eventos propõem esquemas de atendimentos
turísticos aos participantes e aos seus acompanhantes.
No período que se seguiu ao pós-guerra, entre os anos 50 e 70 do século XX,
predominou o chamado “turismo de ver”. Essa modalidade de turismo, hoje bastante
conhecida e criticada, é feita normalmente em grupos, organizados por meio de pacotes
de viagem, que fazem visitas a locais pré-estabelecidos com duração pré-determinada,
normalmente breve, dando ao turista apenas a chance de “ver” o local. Há pouco
relacionamento com a comunidade local e pouca oportunidade de realmente conhecer o
local visitado. O turista tem algumas vantagens com essa modalidade de turismo, como
segurança, tranqüilidade em relação a roteiros, reservas e até mesmo economia, pois
esse tipo de viagem costuma ser mais econômico. Normalmente, o “turista de ver” quer
mostrar aos que ficaram o que foi visto, por isso traz fotografias e lembranças dos locais
43
visitados, em geral ícones como Torre Eiffel, Pão de Açúcar ou Coliseu como
testemunhos.
Já na década de 80, percebeu-se um crescimento dos turistas que buscavam o
“turismo de conviver”. O aumento de clubes, colônias de férias, resorts, acampamentos
e viagens em transatlânticos estimulou o turismo de convivência entre as pessoas. Essa
nova fase do turismo trabalha com a questão da espacialidade de maneira diferente. O
tempo e o espaço não são necessariamente reais, uma vez que se criam ambientes
artificiais, sem história e identidade entre a comunidade e o lugar (OLIVEIRA, 1998;
YAZIGI, CARLOS & CRUZ, 1996).
O turismo acompanhou o crescimento das cidades pós-modernas, que se
tornaram centros de consumo e entretenimento, como podemos verificar com o aumento
do número de shopping centers, que pouco se diferenciam dos parques temáticos. Os
lugares turísticos dos anos 90 são construídos para o consumo do turista, não para que a
comunidade local tenha condições de receber os turistas. Surge aí o “turismo de
consumir”, estimulado pela mídia, que transforma tudo em produto turístico: o sol, o
mar, a favela, os animais, o esporte, a comida, o estilo de vida, etc. Vendem-se paraísos,
aventuras, o exótico, o pitoresco, qualquer coisa que leve o turista a viver algo único,
exclusivo e diferente do que se faz no dia-a-dia.
O processo capitalista exige uma produção em grande escala, fazendo com que a
exploração de áreas naturais seja intensa, pois elas são vistas como bens que têm valor
medido pelo poder de troca, não de uso. Somente quando degradou muito o meio
ambiente, o homem percebeu as drásticas conseqüências da sua conduta e passou a se
preocupar com as questões ambientais. Nesse contexto, surgem os ambientalistas, que
passam a lutar pela sensibilização em relação a temas como conservação e preservação.
O turismo de massa tradicional e o turismo de consumo começam então a ser
44
questionados por políticas de preservação da natureza, passando a ser substituídos pelo
“turismo sustentável”, que compreende “formas de turismo que satisfaçam hoje as
necessidades dos turistas, da indústria do turismo e das comunidades locais, sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem suas próprias
necessidades” (SWARBOOK, 2000, p. 12).
Agora, no início do século XXI, as sociedades pós-industriais são dominadas
pelo setor terciário da economia. Apesar de a indústria continuar sendo importante, a
tecnologia diminui a empregabilidade nesse setor. As novas necessidades
contemporâneas fazem com que a economia se assente no vasto e complexo setor
terciário, que abrange, dentre outros, comércio, finanças, transporte, saúde, educação,
publicidade, comunicação, artes, lazer e turismo (TRIGO, 2002). A globalização
transforma o mundo, tornando-o “pequeno” e “sem fronteiras”. A tecnologia permite
levar o mundo para dentro das casas das pessoas e as viagens já não oferecem mais nada
a ser descoberto. Por outro lado, esse avanço tecnológico permite melhorar as condições
das viagens e estadas, estimulando os turistas. Os viajantes usam a estrutura turística
para vários fins, como lazer, negócios, tratamentos de saúde, beleza, eventos, entre
outros. Essa multifuncionalidade da estrutura do turismo leva a um novo patamar de
desenvolvimento do mercado e a uma nova conceitualização de turismo. Segundo
Cunha (1997), a internacionalização das atividades econômicas bem como os
deslocamentos cada vez mais longos no interior de um país ou entre países, motivadas
por razões diversas, atenuam as diferenças ente os movimentos turísticos e não-
turísticos, o que aumenta a dificuldade prática de separar uns dos outros. Do ponto de
vista econômico, segundo o autor, considera-se que o turismo abrange todos os
deslocamentos de pessoas, quaisquer que sejam suas motivações, que obriguem o
45
pagamento de prestações de serviços durante o seu deslocamento e permanência fora da
sua residência habitual.
1.5 Afinal, o que é turismo?
Esse histórico nos permite compreender melhor como o turismo surgiu e se
desenvolveu, desde os primórdios até os dias atuais. A partir das reflexões apresentadas
podemos aferir que, modernamente, o conceito de turismo abrange não somente as
viagens de lazer, mas qualquer deslocamento feito por um indivíduo, por motivos
relacionados a “fatores psicológicos, educacionais, culturais, técnicos, econômicos,
sociais e políticos” (MOESCH, 2002, p. 12).
Assim, para concluir esta seção, apresentamos uma definição preliminar do que
é turismo, proposta por De La Torre (1994, apud MOESCH, 2002, p. 12):
“O turismo é um fenômeno social, que consiste no deslocamento
voluntário e temporal de indivíduos ou grupos de pessoas que,
fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde,
saem do seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem
nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-
relações de importância social, econômica e cultural.”
Na Seção 3, os conceitos e as definições de turismo propostos por esses e outros
estudiosos da área serão retomados e apresentados de forma sistematizada e servirão de
subsídio para a construção da ontologia básica do turismo.
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
b
reakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom, minibar
pricelocationfacilitiesrestaurantview
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumthemeparkecotourismtrekkin
religioustourismbusinessdamagepol
lutionscubaflippersnorkelwebpager
Seção2
Léxico e ontologia:
fundamentos para a delimitação
e organização de entidades
lingüísticas e conceituais do
domínio do Turismo
“Ontologies and lexicons en
j
oy a complex relationship.
A
lthough words denote concepts and concepts make up
ontologies, a lexicon is at best an ersatz ontology:
there is no clear mapping between the words and
word relationships that it contains and
the concepts and concept relationships in an ontology.
Words senses overlap in complex ways:
many concepts are not lexicalized in some or all languages;
and languages make semantic distinctions that are not
ontological. Nonetheless, a lexicon can sometimes be the
basis for the development of a practical ontology.”
HIRST, R. (2004, p. 209)
47
0BSEÇÃO 2 – Léxico e ontologia: fundamentos para a delimitação e organização
de entidades lingüísticas e conceituais do domínio do turismo
2.1 Noções e definições
Iniciamos esta subseção apresentando as noções e definições que norteiam as
investigações deste trabalho. Apesar de, intuitivamente, associarmos o léxico a um
inventário das palavras da língua, palavra é uma unidade difícil de ser definida. Há
expressões lingüísticas compostas cujo significado deve ser aprendido como, por
exemplo, as expressões idiomáticas (blue tourism: “turismo realizado em cidades
litorâneas e normalmente associado a atividades ligadas à água”) ou os fraseologismos
terminológicos (check-in, check-out). Dizemos que uma expressão lexical, simples ou
complexa, representa uma unidade de sentido quando o seu significado não pode ser
derivado composicionalmente (ou seja, a partir da derivação dos significados de cada
item lexical que a compõe), devendo, portanto, ser aprendido pelo falante (LÖBNER,
2002).
As expressões lingüísticas com significado lexical são também denominadas
lexemas ou itens lexicais (LÖBNER 2002). Uma vez que, no vocabulário bilíngüe que
pretendemos construir, ocorrem lexemas simples, compostos e complexos como, por
exemplo, os acima citados, optamos por empregar o termo item lexical para designar as
unidades e expressões lexicais. Em outras palavras, usaremos esse termo para designar
uma unidade de significado, sem que ele necessariamente corresponda a uma seqüência
gráfica unitária.
Outra noção fundamental é a de léxico. Muito mais complexo do que uma mera
lista de palavras, o léxico de uma língua natural compreende o inventário sistemático
48
dos itens lexicais da língua e pode ser ainda considerado, conforme diz Trask (2006),
um conjunto de recursos disponíveis na língua para a construção de palavras.
Biderman (1998), ao qualificar o léxico mental enquanto elemento
compartilhado pelos os falantes de uma língua, qualifica-o também como o acervo do
saber vocabular de um grupo sociolingüístico e cultural. Para ela, o léxico constitui uma
forma de registrar o conhecimento, uma vez que, ao reunir objetos e seres em grupos,
identificando semelhanças e traços distintos, os itens lexicais auxiliam o homem a
estruturar o mundo e a rotular as entidades e os processos que o cercam. Em outras
palavras, o léxico é também uma forma de categorização de mundo.
Do ponto de vista de seus elementos, o léxico é formado por itens lexicais e itens
funcionais. Os itens lexicais, como já se disse, representam a realidade extralingüística,
constituem a maior parte do léxico e são elementos pertencentes às classes gramaticais
abertas: substantivos, adjetivos, verbos e advérbios. Os itens funcionais,
quantitativamente em número bem menor, mas de alta freqüência, derivam a sua
significação da própria gramática e pertencem às classes gramaticais fechadas:
conjunções, preposições, determinantes, afixos, entre outros expedientes. (LÖBNER,
2002; SAEED, 2003).
Welker (2005) apresenta um levantamento de diferentes concepções de léxico
que se depreendem da análise do termo
UléxicoU registrado em manuais teóricos e
dicionários, do qual destacamos a análise de Schindler (2002, apud WELKER 2005, p.
16). Nessa leitura, há três concepções de léxico, dentre as quais delimita-se a noção de
léxico computacional:
- um componente do sistema lingüístico, isto é, um componente da gramática de
uma língua natural (o léxico, sem adjetivação);
49
- um componente presente na mente dos usuários da língua (o componente que os
psicolingüistas denominam léxico mental);
- o componente lexical de um sistema de processamento automático de línguas
naturais (o léxico computacional, como parte de uma base de dados lexicais).
Finalmente, faz-se necessário estabelecer a distinção entre léxico e vocabulário,
apesar de o termo vocabulário já ter sido apresentado e comentado na Seção 01. Embora
sejam muitas vezes usados como sinônimosF
9
F, os termos UléxicoU e UvocabulárioU designam
objetos diferentes. Como o definimos na Seção 01, o vocabulário é um conjunto de
ocorrências do léxico de uma língua e configura-se como um recurso pedagógico. Nesta
tese, o que pretendemos construir são vocabulários e não léxicos. Assim, esse é o termo
que empregaremos neste estudo que envolve a investigação do vocabulário do turismo.
2. 1.1. Significado lexical, conceito e categoria
De acordo com Löbner (2002), o significado de um item lexical não deve ser
confundido com as informações dos verbetes dos dicionários. Estes descrevem os
diferentes significados de cada acepção por meio de paráfrases e sinônimos, de forma
que é preciso interpretar as paráfrases ou conhecer os sinônimos para compreender o
significado. Nesse sentido, essas informações são necessariamente circulares.
Diferentemente, os significados dos itens lexicais do léxico mental não são paráfrases –
mas conceitos lexicalizados, ou seja, é a informação contida na mente do falante que lhe
permite discriminar entidades e processos pertencentes a diferentes tipos. Por exemplo,
9
Alguns dicionários registram o termo léxico como sinônimo do termo vocabulário em ao menos uma
acepção: Conjunto de palavras de uma língua; vocabulário (DUP, 2002); Conjunto de vocábulos de um
idioma (Aurélio, 1986); O mesmo que dicionário e vocabulário. (Michaelis, 2003); relação de palavras
empregadas com sentido diferente do da língua comum, com as respectivas explicações, ou relação das
palavras usadas por um autor, um grupo social etc.; vocabulário
Ex.: <o l. dos juristas> <o l. de Guimarães Rosa> (Houaiss on line).
50
ao se ouvir ou se ler o item lexical barco, a descrição do que sejam barcos é
mentalmente evocada. Assim, o significado de um item lexical associa-se a uma
descrição mental, ou seja, a um conceito.
Classificamos o que está na mente em uma ou mais categorias. Categorizar é
perceber alguma entidade como pertencente a algum tipo, a uma categoria, que consiste
no conjunto de todas as entidades existentes de um determinado tipo. Já a denotação do
item lexical é mais do que o que conjunto de todas as entidades
UexistentesU. Ela inclui
referentes reais e fictícios, exemplares comuns e incomuns, ou mesmo exemplares que
não podemos imaginar porque ainda não foram inventados.
Para definir as categorias, precisamos de representações mentais, expressas por
meio de conceitos. Assim representamos essas noções: a categoria {BARCO} é
representada pelo conceito BARCO e é lingüisticamente expressa pelos itens lexicais
barco (no português) e boat (no inglês). As entidades que pertencem a uma categoria
são chamadas de instâncias, exemplares ou membros dela. Categorias maiores podem
abranger subcategorias, sendo que todos os membros de uma subcategoria são,
necessariamente, membros da categoria superior a ela. O significado de uma palavra
define, portanto, uma UcategoriaU, ou seja, o conjunto de todos os seus referentes
potenciais.
Em suma, estamos nos reportando a três dimensões diferentes e para isso também
empregamos notações diferentes: os itens lexicais são entidades lingüísticas (em itálico,
como barco) que evocam conceitos (em maiúsculas, como BARCO), que são entidades
extralingüísticas, talvez entidades mentais, que, por sua vez, categorizam os elementos
que existem no mundo (maiúsculas entre chaves, como {BARCO}). Essa discussão nos
apresenta as distinções fundamentais que serão constantemente retomadas neste
trabalho: de um lado, há os conceitos, que constituem ontologias, de outro, os itens
51
lexicais, que constituem vocabulários. Essa discussão será retomada na subseção 2.5.,
quando discutiremos o que são ontologias.
A relação entre item lexical (a expressão lingüística), conceito (o significado
descritivo do item lexical) e categoria (a denotação do item lexical) é ilustrada no
esquema da Figura 2.1, adaptada de Löbner (2002, p. 25). Nesse esquema, a seta que
conecta o item lexical à sua denotação é pontilhada para indicar que a essa ligação não é
direta, mas feita indiretamente, via seu significado descritivo. A explicitação do
conceito em inglês ressalta o fato de que se trata de uma metalinguagem (não é nem
português e nem inglês).
palavra de conteúdo
significa denota
determina a categoria {BARCO}
Condições de verdade
Figura 2.1- Relação entre item lexical, conceito e categoria
2.2 Os níveis e tipos de significado
Observe que, no último parágrafo da subseção anterior, mencionamos o
“significado descritivo” do item lexical. Essa expressão nos remete à apresentação de
três diferentes níveis de significado. O Quadro 2.1, adaptado de Löbner (2002), recorta
esses três níveis: o significado da expressão, o significado do enunciado e o significado
comunicado.
10
Definição extraída do dicionário LEXICON (1997).
O conceito BARCO
“a mean of travelling a across
water”
F
10
F
O item lexical barco
52
1BNível de Significação 2BDefinição
Significado da expressão Significado do item lexical enquanto entidade da
língua
Significado do enunciado
Significado do item lexical quando usado em um
dado contexto de ocorrência, com referência e valor
de verdade fixados (para sentenças declarativas)
Significado comunicado
Significado do item lexical enquanto um ato de fala
Quadro 2.1.Os três níveis de significado
O Quadro 2.2, adaptado de Biderman (1978, p. 189), apresenta uma proposta de
sistematização dos subtipos de significado. Nele, para cada tipo apresentado,
elaboramos uma sentença, à guisa de exemplo, com os itens lexicais relacionados ao
domínio do turismo em destaque.
1. Significado conceitual
Conteúdo lógico, cognitivo ou denotativo.
Ex: BARCO “meio de transporte aquático, feito de
madeira ou metal”
2. Significado
conotativo
O que é comunicado em razão daquilo a que a
língua se refere.
Ex: Nosso cruzeiro foi tão agradável que
parecíamos estar num barquinho. (= a intimidade,
suavidade do barco)
3. Significado
estilístico
O que é comunicado sobre as circunstâncias sociais
dos usos lingüísticos.
Ex: Nossa família sempre viaja de transatlântico
nas férias. (= navio com sofisticação)
4. Significado
afetivo
O que é comunicado dos sentimentos e atitudes do
locutor/escritor.
Ex: Não vejo a hora de fazer uma viagenzinha para
espairecer. ( viagem de curta duração)
5. Significado
refletido
O que é comunicado através da associação com
outro sentido da mesma expressão.
Ex: Os pilotos de aviões têm que estar mais bem
preparados que os de navios.(= condutor)
Significado
associativo
6. Significado
posicional
O que é comunicado através da associação com
palavras que tendem a ocorrer naquele ambiente.
Ex: O bilhete estava junto com o passaporte e os
documentos. (= passagem)
7. Significação temática O que é comunicado por meio da forma pela qual a
mensagem é organizada em termos de ordem e
ênfase.
Barcos, eu detesto. Só viajo se puder parar e descer
na hora em que eu quiser. (= meios de transportes
aquáticos)
Quadro 2.2 Uma tipologia de significados
53
Comparando os dois quadros, podemos observar que o Quadro 2.1 é mais geral. O
Quadro 2.2 subespecifica os tipos de significado, pertinente, por exemplo, para a
especificação de diferentes registros: tour rep é um registro coloquial, do tipo variante
estilística, do item lexical tour company representative. Aproveitaremos essa
classificação na apresentação do vocabulário básico do turismo, marcando as diferenças
em níveis de significado tanto em relação ao registro dos itens dentro da mesma língua,
quanto em contraste entre o português e o inglês. Por exemplo, a variante airplane será
marcada com o rótulo [ame] para indicar que se trata de inglês americano e aeroplane
[bre] para indicar inglês britânico. Já no caso de souvenir, haverá marcação que indica
informalidade, afetividade para o equivalente lembrancinha em português.
2.3. A delimitação do significado
2.3.1. A ambigüidade semântica
Um item lexical é ambíguo quando possui significados diferentes em contextos
diferentes. Apresentamos nesta subseção os principais tipos de ambigüidade semântica,
que são resultantes da homonímia, polissemia, sinonímia, metonímia e metáfora, com
base, principalmente, nos estudos de Löbner (2002) e Murphy (2003).
Na homonímia a mesma forma lexical têm diferentes significados lexicais. Em
relação ao som, trata-se da homofonia, como there e their; em relação à ortografia, da
homografia, como train (n) (trem) e train (v) (treinar).
Na polissemia, há dois ou mais significados inter-relacionados para a mesma
forma lexical, ou seja, são variantes de significado como, por exemplo, check-in
54
(registrar-se em um hotel) e check-in (apresentar-se no balcão da companhia aérea
munido de documentos e passagem, para viajar).
Na sinonímia, dois ou mais itens lexicais são sinônimos se eles têm o mesmo
significado. No sentido mais estrito, ou seja, a sinonímia total, inclui todas as variantes
de significado para os itens lexicais polissêmicos e isso inclui todas as partes do
significado, ou seja, significado descritivo, expressivo e social. Como essa condição
raramente é preenchida, existe a sinonímia parcial, em que duas unidades lexicais
podem ter uma variante de significado em comum (por exemplo: navio e
transatlântico). Por ser uma relação de maior saliência para este trabalho, veremos mais
sobre sinonímia a seguir.
Na metonímia, ocorre uma mudança de significado do seguinte modo: um termo,
que primariamente designa objetos de certo tipo, passa a designar partes/funções desse
objeto. Por exemplo: UO hotelU está contratando novos garçons.
Na metáfora, ocorre uma mudança de significado do seguinte modo: um conceito
é gerado no domínio alvo a partir de um conceito similar do domínio fonte. Por
exemplo: Tomamos tanto sol na praia que voltamos Uuns camarõesU.
2.3.2. Relações de significado
Cruse (1986) propõe quatro relações básicas para se estabelecer um agrupamento
das relações de significado e para se definir um conjunto de variações sistemáticas
aplicáveis, virtualmente, a todas as outras relações paradigmáticas. Para ele, as relações
conceituais básicas, chamadas de relações de congruência, são:
- A de identidade (A e B têm os mesmos membros), aqui representada por (X =
Y);
- A de inclusão (B está totalmente contido em A), aqui representada por (X Y);
55
- A de sobreposição ou intersecção (A e B têm alguns membros em comum),
aqui representada por (X Y);
- A de disjunção (A e B não têm nenhum membro em comum), aqui representada
por (X Y).
De certa forma espelhando essas relações no léxico, o autor apresenta também as
relações de significado que se estabelecem entre itens lexicais:
- A de sinonímia (A e B têm sentidos simelhantes), representada por (x = y), para
indicar que x e y são sinônimos, e por (x y), para indicar que x e y são quase-
sinônimos;
- A de antonímia (A e B têm sentidos opostos), representada por (x/y), para
indicar que x e y estão em relação de contraste, e por (x y), para indicar que x e
y são opostos;
- A de hiponímia (A é subordinado a B) e a de hiperonímia (B domina A), assim
representadas: (x < y), para indicar que x é hipônimo de y, e (x > y), para indicar
que y é hiperônimo de x;
- A meronímia (A é parte de B) e a de holonímia (B contém A), assim
representadas: (x y), para indicar que x é merônimo de y, e (x y), para
indicar que y é holônimo de x.
Vários estudiosos dedicaram-se ao estudo das relações de significado. Dentre eles,
destacamos Cruse (1986), Löbner (2002) e Saeed (2006), que se debruçaram sobre essas
relações, e Murphy (2003), que investigou essas relações, questionando paradigmas e
propondo novas classificações. A partir desses trabalhos, vamos tentar sistematizar
melhor cada uma delas.
Sinonímia: De acordo com Murphy (2003, p. 134), a sinonímia é definida como
uma relação de contraste, pela qual “um conjunto de sinônimos inclui palavras ou
56
conceitos que têm as mesmas propriedades relevantes contextualmente, mas diferem na
forma”. Distingue: a sinonímia lógica, que compreende a sinonímia completa (a qual,
como dissemos no item 2.3, é rara) e a sinonímia de sentido (sense synonymy), como
no par sofa/couch; a sinonímia dependente de contexto (como, por exemplo, quando
as palavras casa, moradia, prédio e habitação são intercambiadas em um mesmo texto,
para evitar repetição) e sinonímia gradativa (como, por exemplo, as listas de
sinônimos próximos, encontrados em thesaurus) (idem, p.146-147). Segundo a autora
(idem, p. 155), pares de sinônimos podem diferir quanto à conotação
(punir/disciplinar), ao uso (gay/homossexual), ao registro (mão/pata), ao dialeto
(chicória/escarola), ao vocabulário especializado (palavra/lexema) ou mesmo à língua
(tourism/turismo). Dessa forma, percebemos que os sinônimos são definidos por meio
de contraste entre as unidades lexicais, envolvendo critérios como conotações, usos e
significado social.
Oposição: De acordo com Löbner (2002), apesar de falarmos normalmente na
antonímia como oposta à sinonímia, a noção intuitiva de oposição abrange vários tipos
de relações de significado: antônimos, opostos direcionais, complementares,
heterônimos, contrários e conversíveis, que passaremos a comentar.
a) Antônimos: Duas expressões são antônimas se denotam dois
extremos opostos em uma gama de possibilidades. Os exemplos
típicos são: velho/novo, velho/jovem, bom/mau, fácil/difícil.
Antônimos são logicamente contrários, mas não logicamente
contraditórios: a negação de um termo não é equivalente ao seu
oposto. Por exemplo, dizer que algo não é caro não quer dizer que seja
barato, pode ter um preço neutro.
57
b) Opostos direcionais: Pares como frente/atrás, esquerda/direita,
acima/abaixo têm muito em comum com os antônimos. Para cada par
há um ponto de referência a partir do qual podemos observar em
direções opostas a partir de um eixo. Nesse tipo de oposição, a
oposição direcional, as unidades lexicais se relacionam a partir da
oposição em relação a um eixo. Outros exemplos incluem eixos
verticais e horizontais, como em cima/em baixo, alto/baixo,
subir/descer, ascender/descender, escada acima/escada abaixo, para
frente/para trás, avançar/recuar, ou o eixo temporal, como
antes/depois, passado/futuro, desde/até, ontem/amanhã. Outros pares
de opostos direcionais que se referem a tempo são:
amarrar/desamarrar,empacotar/desempacotar,
embrulhar/desembrulhar, vestir/despir, pôr/tirar, ligar/desligar,
embarcar/desembarcar, entrar/sair, começar/terminar,
começar/terminar, dormir/acordar, abrir/fecharetc.
c) Complementares: Opostos complementares são opostos logicamente
complementares: a negação de um termo é equivalente ao outro termo,
e.g. não par significa o mesmo que ímpar. Cada expressão denota uma
das duas únicas possibilidades em algum domínio de casos. Esse tipo
de oposição não permite gradação. Por exemplo, Maria é solteira ou
casada, não existe mais ou menos solteira ou casada. Exemplos
incluem: macho/fêmea, aberto/fechado, livre/ocupado,
possível/impossível, par/ímpar, membro/não-membro.
d) Heterônimos: Os heterônimos envolvem mais de duas expressões.
Um exemplo típico é o conjunto dos termos para os dias da semana,
58
para cores básicas, para tipos de animais, plantas, veículos, etc.
Logicamente, dois heterônimos são contrários: se hoje é domingo, não
pode ser sábado; se x é um pato, não pode ser um cachorro, etc. Mas
os heterônimos não são complementares, nem parte de uma gradação,
nem extremos opostos – eles são apenas membros de um conjunto de
expressões que têm, em geral, um hiperônimo em comum. (Existem
grandes campos de termos heterônimos: termos para plantas, flores,
raças de cachorros, veículos, além de outras categorias gramaticais,
como verbos de movimento, verbos que denotam atividades humanas,
etc.
e) Contrários: Os pares comprar/vender e tio/sobrinho-sobrinha
representam o que chamamos de contrários. Este tipo de relação é
restrito a expressões cujos significados envolvem dois ou mais
elementos. Tais termos expressam uma relação no sentido mais amplo,
como uma ação envolvendo dois participantes, uma comparação ou
uma relação de parentesco. Duas expressões são contrárias se, e
apenas se elas expressarem a mesma relação, com papéis inversos,
como acima/abaixo, marido/esposa, antes/depois,
hiponímia/hiperonímia. Os contrários diferem de outros tipos de
opostos por não corresponderem a uma relação lógica uniforme.
Podemos resumir as relações de oposição no Quadro 2.3, adaptado de Löbner
(2002).
59
Exemplos Tipo Caracterização Relação lógica
grande/pequeno,
guerra/paz,
gostar/detestar
antônimo
Extremos opostos
em uma escala
contrários
acima/abaixo,
antes/depois,
trancar/destrancar
opostos direcionais
Direções opostas
em um eixo
contrários
par/ímpar,
menino/menina,
votante/não-votante
complementares
Alternativas “um-
ou-outro” em um
dado domínio
complementares
segunda-feira /terça-
feira/..., azul/verde/...
heterônimos
Mais de duas
alternativas dentro
de um dado
domínio
contrários
comprar/vender,
marido/esposa,
maior/menor,
empregador/empregado
contrários
A mesma coisa,
com papéis
inversos
relações lógicas
diversas
Quadro 2.3. Tipos de relação de oposição
Hiponímia: Segundo Löbner (2002), pode ser definida como uma relação entre
itens lexicais que resulta de uma relação entre seus significados e leva a uma relação
entre suas denotações: o significado do hipônimo contém o significado do hiperônimo, e
a denotação do hipônimo é uma subcategoria do hiperônimo. Há vários exemplos de
hiponímia. Um grupo consiste em pares de subordinados e superordenados, em
hierarquias. Outro grupo de casos é constituído por pares de unidades lexicais simples e
compostas que contêm o item lexical simples como sua segunda parte, como hipônimo e
hiperônimo: river boat (hipônimo) – boat (hiperônimo).
Termos para animais, plantas, alimentos ou para artefatos como veículos, móveis,
roupas, etc. formam campos lexicais de tamanho bem maior. Sua estrutura subjacente é
uma hierarquia com dois ou mais níveis: um hiperônimo maior como veículo, um nível
de termos gerais como carro, bicicleta, barco, avião e níveis subseqüentes de tipos mais
específicos de carros, bicicletas, barcos, etc. Esses sistemas representam um tipo
60
especial de hierarquias, chamado de taxonomia. Segundo Murphy (2003, p. 219), a
taxonomia pode ser considerada um tipo de hiponímia. Os itens que compõem uma
taxonomia não são apenas subordinados arbitrariamente, mas sim hipônimos que
denotam subtipos. Por exemplo, uma hierarquia com os termos irmão/irmã e irmãos
não é uma taxonomia, pois irmão e irmã não são tipos de irmãos. Os referentes de co-
hipônimos em taxonomias diferem em muitas propriedades.
A Figura 2.2 apresenta um exemplo de taxonomia.
transporte
aéreo hidroviário rodoviário ferroviário outros
ônibus carro van motorhome/trailer
Figura 2.2 Exemplo de taxonomia
Meronímia: Muitos objetos são concebidos como um todo constituído por
diferentes partes. Da mesma forma, nossos conceitos de objetos complexos contêm
essas partes de elementos. O termo técnico para a relação de significado constitutivo é
meronímia. Se A é merônimo de B, então B é holônimo de A, ou seja, A contém B:
cabeça contém rosto, rosto contém boca, boca contém língua, língua contém ponta, etc.
Porém, há uma diferença importante entre hierarquias lexicais e sistemas meronímicos:
ao contrário da hiponímia e da subordinação, a meronímia geralmente não é uma
relação transitiva. A palavra olho é uma parte constitutiva de rosto, mas não de cabeça,
pois para ser considerado parte constitutiva, é preciso contribuir de forma essencial para
a constituição do todo.
61
2.4. Campos conceituais, lexicais e semânticos; frames e redes semânticas
2.4.1 Campos conceituais, campos lexicais e campos semânticos
Das relações conceituais entre entidades mentais e das relações semânticas entre
itens lexicais passamos para a discussão da atualização dessas relações em construtos,
como campos conceituais, campos lexicais e campos semânticos.
Segundo Murphy (2003, p. 92), os termos word field, lexical field, semantic
field e conceptual field são empregados, de forma inadequada, como se fossem
sinônimos ou se referissem aos mesmos construtos. Essa imprecisão pode levar ã
confusão entre os conceitos, por isso teceremos aqui considerações sobre essa
problemática, partindo de uma revisão histórica, até chegarmos ao construto que
empregaremos neste trabalho.
Para Lyons (1977), uma teoria de campos semânticos trata da análise das
relações de sentido, pois, para ele, o significado se reduz às relações que os itens
lexicais de uma língua mantêm entre si. O autor analisa principalmente o trabalho de
Trier (1934) e Porzig (1934), comparando-os. Segundo Lyons, Trier apresenta uma
definição de campos lexicais bastante difundida e citada por outros autores (Ullmann,
1957; Oksaar, 1958; Geckeler, 1972), que diz:
“os campos são realidades vivas intermediárias entre as palavras
individuais e a totalidade do vocabulário; como partes de um todo,
partilham com as palavras a propriedade de estarem integrados numa
estrutura mais vasta e, com o vocabulário, a propriedade de se
encontrarem estruturados em termos de unidades menores” (apud Lyons
1977:206).
Para exemplificar o conceito de campo conceitual, Trier apresenta o continuum
das cores, previamente à sua determinação pelas línguas particulares, pois, para ele, a
62
maneira como diferentes grupos sociais discriminam as diferentes cores a partir do
espectro solar ilustra bem as diferenças da estrutura lexical entre os diversos sistemas
lingüísticos. Considerada como um continuum, a substância da cor é uma área
conceitual, mas torna-se um campo conceitual em virtude de sua organização
estrutural, ou articulação, por este ou aquele sistema lingüístico.
Já o campo lexical é formado pelo conjunto de itens lexicais de qualquer
sistema lingüístico que cobre uma área conceitual e, por meio das relações de sentido
existentes entre eles, estruturam-na; cada item lexical cobre uma determinada área
conceitual que, por sua vez, pode ser estruturada como um campo por outro conjunto de
itens lexicais. Por exemplo: a área coberta por vermelho é estruturada por escarlate,
carmesim, vermelhão, etc. O significado de um item lexical é, portanto, uma área
conceitual no interior de um campo conceitual, e qualquer área conceitual que esteja
associada a um item lexical de que ela constitui o sentido, é um conceito.
Contemporâneo de Trier, Porzig (1934) desenvolveu uma noção de campos
semânticos fundamentada nas relações existentes entre pares de itens lexicais
sintagmaticamente relacionados, como <lamber:língua>, <louro:cabelo>, <cão:latir>,
questão que Pustejovsky (1995) vai abordar com detalhes ao propor a Estrutura Qualia
F
11
F
e os mecanismos gerativos na sua teoria lexical.
Algumas questões podem ser colocadas, como o fato de que os lexemas variam
muito em relação à liberdade com que podem ser combinados em sintagmas com outros
itens lexicais. Porzig considera impossível descrever o significado de um item lexical
sem levar em conta o conjunto de outros itens lexicais com os quais ele se encontra em
relação sintagmática. Porém, convém observar que há muitas distinções de sentido que
podem ser realizadas quer pela modificação sintagmática de um item lexical mais geral,
11
Para detalhes sobre a estrutura qualia, cf. Pustejovsky (1995).
63
quer pelo emprego de um único item lexical mais específico. É comum determinada
língua exigir um sintagma onde outra exige um item lexical com aproximadamente o
mesmo sentido. Por exemplo, os verbos kick e punch encontram-se em contraste
paradigmático no inglês. Em português, seus equivalentes poderiam ser bater com o pé
e bater com o punho, ao lado de chutar e esmurrar. Assim, há o que Porzig chama de
relação de significado essencial entre chutar e e entre esmurrar e punho. Lyons
chama a lexicalização deste componente modificador sintagmático de encaixe. ‘Com o
pé’ está encaixado no significado de chutar, assim como ‘com a língua’ está encaixado
no significado de lamber. De modo semelhante podemos citar, como exemplo, os
verbos to walk, to trek, to stroll, to foot que têm em comum o significado encaixado de
‘caminhar’, mas de modos ou com objetivos diferentes, de forma que em português seus
equivalentes precisam ser decompostos sintagmaticamente: caminhar, fazer uma trilha,
fazer um trekking, passear a pé.
Para Lyons, tanto as relações paradigmáticas de Trier quanto as sintagmáticas de
Porzig devem ser incorporadas em qualquer teoria satisfatória da estrutura lexical, e as
duas perspectivas defendidas, apesar de opostas, são complementares, e não
conflituosas.
Desenvolvendo as idéias de seus antecessores, Lyons oferece-nos uma
conceituação de campo lexical. Os itens lexicais e outras unidades semanticamente
relacionadas, seja na dimensão sintagmática ou paradigmática, dentro de um dado
sistema lingüístico, pertencem a um mesmo campo semântico, ou são membros dele, e
um campo cujos membros são itens lexicais é um campo lexical. Um campo lexical é,
por conseguinte, “um subconjunto paradigmática e sintagmaticamente estruturado do
vocabulário” (Lyons 1977:217).
64
No que se poderia descrever como a versão mais forte da teoria dos campos
semânticos, considera-se que o vocabulário V de uma língua é um conjunto fechado de
lexemas l, V = {l1 , l2 , l3 ..., ln} que pode ser repartido num conjunto de campos
lexicais {CL1, CL2, CL3..., CLn}, dividido em subconjuntos, de tal modo que (a) a
intersecção de quaisquer dois campos distintos seja vazia (nenhum item lexical é
membro de mais de um campo), (b) a união de todos os campos em V seja igual a V
(não há item lexical que não pertença a um campo).
Por fim, o autor cita dois pontos teórico-metodológicos importantes sobre a
teoria dos campos semânticos: o primeiro é, como já se apontou, a necessidade de ter
em conta o contexto em que as palavras ocorrem, e o segundo é a impossibilidade de
estudar o vocabulário de uma língua independentemente de sua estrutura gramatical.
Para este último, Lyons enfatiza a importância do estudo das “relações de sentido”
(sinonímia, antonímia, hiponímia, etc.), que determinam a estrutura dos campos lexicais
e da análise componencial do significado.
Kittay (1989) faz um histórico da teoria dos campos semânticos, culminando
com uma diferenciação entre três noções: campos semânticos, campos lexicais e
domínios de conteúdo. Em linhas gerais, de acordo com Kittay (1989, p. 229), um
campo semântico é composto por domínios de conteúdos (content domains), que são
articulados por campos lexicais. Um campo lexical constitui um “conjunto de rótulos”,
entendidos como itens lexicais não interpretados (idem, p. 224). A interpretação de um
elemento de um dado campo lexical é dada, nesse contexto, a partir de um domínio
particular (ibid, 225). Seguindo essa estrutura, Kittay argumenta que, quando dois
campos lexicais (L1 e L2), os quais compreendem um mesmo domínio de conteúdo (C),
forem isomórficos, tais campos devem definir o mesmo campo semântico (S). Em
termos formais, se L1=L2 e L1=C e L2=C, então L1=S e L2=S. Por outro lado, se não
65
houver isomorfismo, os dois campos lexicais que compreendem um mesmo domínio-
conteúdo, devem definir, necessariamente, diferentes campos semânticos. Assim, se
L1L2 e L1=C e L2=C, então L1=S1 e L2=S2.
Genouvrier e Peytard (1974) apresentam uma distinção entre campo semântico e
campo lexical. Para os autores, campo lexical é o conjunto das palavras que a língua
agrupa para designar os diferentes aspectos (ou os diferentes traços semânticos) de uma
técnica, de um objeto, de uma noção: campo lexical do automóvel, da aviação, da
álgebra, da idéia de Deus, etc. Nessa linha de raciocínio, o campo lexical do turismo
englobaria ‘aspectos’ como acomodação, transporte, público, atrativos, etc., cada qual
com seus conjuntos de unidades e expressões lexicais. Já campo semântico seria o
conjunto dos significados de uma unidade lexical pelos quais esta adquire uma carga
semântica específica, a partir do levantamento de todos os contextos imediatos em que a
unidade ocorre. Assim, o campo semântico do turismo envolveria a atividade turística
em si, a prestação de serviços como um ramo empresarial, a área do turismo como
conhecimento acadêmico, etc. Dessa forma, teríamos distinções entre FAZER TURISMO
“viajar para conhecer um local com atrativos específicos” e FAZER TURISMO “estudar
em um curso universitário de Turismo”. Em suma, os campos lexicais seriam, para os
autores, conjuntos de palavras que se agrupam para significar uma determinada
experiência: criação de uma técnica, designação de uma atividade prática ou racional; e
os campos semânticos partiriam da palavra, da qual se procurariam os sentidos, que
geralmente chamamos de diferentes acepções.
Para encerrar essa discussão, apresentamos a relação que Barbosa (1999)
estabelece entre os três construtos:
É importante ressaltar que existem diferentes tipos de relações que se
estabelecem entre os elementos do conjunto de campos conceituais e de
campos lexicais, e que há diferenças nocionais e estruturais entre campo
66
conceitual, campo lexical, campo semântico e respectivas unidades-
padrão: conceito, lexemas/vocábulos/termos, sememas, pois cada um
daqueles campos situa-se em diferentes patamares: o campo conceitual,
conjunto de conceitos é resultado do processo de conceitualização do
‘saber sobre o mundo’ – pré-lingüístico; o campo lexical, conjunto de
lexemas, vocábulos/termos que têm um núcleo sêmico comum, resulta do
processo de lexemização – conversão da informação conceitualizada em
significação lingüística; o campo semântico, em uma de suas acepções,
constitui um conjunto de sememas e resulta da intersecção do significado
das unidades lexicais de um campo lexical. As relações existentes entre
os três campos não são simétricas, visto que um campo lexical pressupõe
e contém necessariamente os seus correspondentes campo conceitual e
campo semântico; entretanto, um campo conceitual pode não ter, ainda,
os campos lexicais e semânticos que lhes corresponderiam. Constituem,
pois, construtos não confundíveis, na medida em que pertencem a níveis
de articulação e de análise distintos. (adaptado de BARBOSA, 1999, p.
29-52).
Dessa forma, consideraremos neste trabalho que os campos conceituais
representam conceitos afins, ainda no nível pré-lingüístico. Os conceitos podem ser
lexicalizados ou não. Quanto um conjunto de unidades lexicais pode ser constituído por
meio de alguma das relações aqui discutidas (sinonímia, antonímia, hiponímia,
meromia) temos aí um campo lexical. Por fim, os campos semânticos são formas de
organizar ou agrupar uma ou mais unidades lexicais, partindo da análise de todos os
seus significados e extensões possíveis.
Cabe ainda um último adendo: Murphy (2003, p. 11) alerta para o fato de que,
da mesma forma que não há consenso para os conceitos atribuídos a esses construtos, e
que eles muitas vezes são tomados uns pelos outros na literatura específica, o mesmo
ocorre com os termos semantic relations, sense relations, meaning relations e lexical
relations, pois alguns semanticistas afirmam que as relações semânticas não se dão
entre as palavras em si, mas entre os significados das palavras. Optamos, em nosso
trabalho, por não entrar no mérito dessas diferenciações, e vamos empregar os termos
relações semânticas e relações de significado como sinônimos.
67
3B2.4.2. Os frames semânticos
Fillmore (1968) utilizou o termo frame pela primeira vez na sua conhecida
gramática de casos, em que frames de casos são “descrições lingüísticas de cenas
conceituais”. Os frames de caso e de papel (case frames e role frames) caracterizam as
relações entre o verbo e seus argumentos como o seu frame sintagmático. As relações
sintagmáticas são dadas semanticamente ou conceitualmente, descrevendo papéis
temáticos que os argumentos podem desempenhar: agente, instrumento, objetivo,
locativo, entre outros.
Em 1975, Fillmore generalizou a noção de frames e os definiu como qualquer
sistema de escolhas lingüísticas que possa ser associado às instâncias prototípicas de
cenas. Fillmore explorou a relação entre campo conceitual e campo lexical. Ele não
considera, como nós, o campo conceitual como algo estruturado e apenas segmentado
em pedaços pelo vocabulário ou campo lexical. Para ele, o esquema conceitual e nosso
recorte do conhecimento em uma situação e em um contexto são subjacentes ao campo
lexical e assim o estruturam, e é o esquema conceitual que, quando ativado por uma
expressão lingüística de certo campo lexical, ajuda o ouvinte a entender o significado da
palavra. O significado não é, portanto, absolutamente dependente das diferenças
intrínsecas entre itens lexicais de um campo, mas é o resultado interpretativo da
interação entre o campo semântico no qual o item lexical está inserido e o campo
conceitual a que ele remete.
Em 1977, Fillmore chamou o campo lexical de frame e o campo conceitual de
scheme ‘esquema’. Por exemplo, o frame da unidade lexical bom contém os outros
termos que, por meio de uma relação semântica que estabelece gradação, podem fazer
parte do mesmo campo lexical {ótimo, muito bom, regular, ruim} e o esquema
conceitual associado a ela pode, por exemplo, ser SISTEMA DE AVALIAÇÃO ESCOLAR.
68
Fillmore também reformulou o tradicional exemplo dos dias da semana,
afirmando que seu significado depende de todo um conjunto de noções interconectadas,
desde o conhecimento sobre a delimitação astronômica dos dias, a utilização de um
calendário de sete dias até a prática cultural de se trabalhar em alguns dias da semana e
não em outros (Fillmore e Atkins 1992 apud NERLICH e CLARKE 2000). Assim, se
um item lexical existe, ele deve existir em alguma parte de um frame e estar associado a
algum esquema. Por exemplo, o esquema para “o conjunto de objetos que esperamos
encontrar em uma cozinha” inclui um protótipo para XÍCARA, COPO E TIGELA.
Os frames semânticos de Fillmore guardam grande relação com a semântica
cognitiva desenvolvida por Lakoff (1987), na medida em que levam em conta o
conhecimento enciclopédico, pragmático e contextual. Na gramática cognitiva,
domínios cognitivos são representações mentais de como o mundo é organizado pelo
homem e podem incluir um conjunto aberto de informações. O conceito de domínios
cognitivos é análogo ao conceito de frames de Fillmore (1975, 1985) e de modelos
cognitivos idealizados de Lakoff (1987), e é comparável também a termos como script e
esquema, além de ter pontos em comum com as noções mais tradicionais de campos
semânticos e campos lexicais, mas não devem ser encarados como meras coleções de
palavras relacionadas. Autores como Haiman (1980) argumentam que não é possível
traçar uma linha divisória clara e não arbitrária entre conhecimento lingüístico e
conhecimento de mundo, de modo que, conseqüentemente, seria artificial tentar
estabelecer a semântica como um módulo completamente encapsulado e separado da
pragmática.
Para entender itens lexicais como comprar, vender ou cobrar, é preciso entender
todo o frame de ‘transação comercial’, ou seja, um tipo de cenário estereotipado. As
palavras individualmente evocam ou instanciam elementos particulares desses frames,
69
para dar perspectiva a componentes particulares dessas estruturas de conhecimento
complexas. Por exemplo, o frame conceitual de uma transação conceitual tem elementos
como COMPRADOR, VENDEDOR, PAGAMENTO e PRODUTOS. Certos elementos desse
frame são evocados quando usamos palavras como comprar e vender.
Voltaremos ao tema dos frames na Seção 3, quando discutiremos a base
computacional FrameNet.
2.4.3. As redes semânticas computacionais
As redes semânticas foram aplicadas à psicolingüística na década de 60, por
Quilliam, e sua função era, originalmente, mostrar como construir uma estrutura
semântica humana e processá-la em um computador - por isso podem ser consideradas
modelos psicológicos e computacionais da memória humana (RICH, 1988). Em uma
rede semântica simples, os conceitos (objetos e eventos) são representados por nós
(nodes) e as relações semânticas entre eles são representadas por arcos (arcs) (RICH,
1988; HANDKE, 1995).
As redes semânticas são utilizadas na IA, pois são modelos de representação que
apresentam vantagens, tais como: permitem deduções visualmente elegantes de
estruturas hierárquicas e de relações de congruência; podem ser facilmente programadas
e no computador; permitem que as relações entre os nós sejam construídas de modo
imediato. (HANDKE, 1995, p. 94-5). No início, elas foram elaboradas para representar
conceitos nominais, mas a partir dos anos 70, foram se tornando cada vez mais
complexas, com a inserção de conhecimento predicativo, de mecanismos para lidar com
conectivos lógicos, de quantificadores, de mundos hipotéticos e outras relações internas
à própria rede (HANDKE, 1995, p. 94).
70
As redes semânticas computacionais são empregadas para realizar várias tarefas
práticas em um sistema de PLN, como desambiguação (isto é, encontrar o significado
apropriado de uma palavra a partir da análise de sua relação com outras palavras no
mesmo texto); como complemento nos motores de busca (que usam as relações de uma
rede semântica para reconhecer campos conceituais apropriados para dada consulta); e
como parte de bases de dados lexicais, na tarefa de determinar o lugar de uma palavra
em uma rede semântica por meio do uso automático de ferramentas lexicográficas
(MURPHY, 2003, p. 80). A Figura 2.3 ilustra um pequeno fragmento de uma rede
semântica simples.
HAS
HAS
Figura 2.3. Fragmento de uma rede semântica
Na Figura 2.3, os arcos (is_a) estabelecem uma hierarquia entre os conceitos
HOTEL FAZENDA, HOTEL e MEIOS DE HOSPEDAGEM; os arcos (has) por sua
vez, especificam propriedades (também denominadas atributos) dos nós conceituais
MEIOS DE HOSPEDAGEM, HOTEL e HOTEL FAZENDA.
POUSADA
MEIOS DE
HOSPEDAGEM
MOTEL
HOTEL
IS-A
HOTEL-
FAZENDA
IS-A
CAVALOS
QUARTO
71
2.5. Ontologia: definição do construto teórico e orientações para sua
construção
2.5.1 A noção de ontologia
Segundo Almeida e Bax (2003, p. 04), o termo ontologia, de origem grega “ontos”
(ser) e “logos” (estudo de todas as coisas), designa o ramo da metafísica que diz
respeito à investigação de tudo o que existe. Nas Ciências da Informação, IA e
Semântica Lexical, as ontologias têm sido usadas para designar uma estrutura de
representação de “informações enciclopédicas e outras informações de senso comum
sobre um dado domínio, assim como suas expressões metafóricas e retóricas” (SAINT-
DIZIER e VIEGAS, 1995, p. 19). No sentido mais restrito, uma ontologia é “um
sistema formal que visa a representar os diferentes conceitos de um domínio e suas
respectivas realizações lingüísticas (idem, p. 19). A literatura sobre IA contém muitas
definições de ontologia, por isso selecionamos aqui uma oferecida por Borst, 1997
(apud ALMEIDA e BAX, 2003) que consideramos simples e completa:
“uma especificação formal e explícita de uma conceitualização
compartilhada, em que ‘formal’ significa legível para computadores,
‘especificação explícita’ diz respeito aos conceitos, propriedades, relações,
funções, restrições e axiomas explicitamente definidos, ‘compartilhado’ quer
dizer conhecimento consensual e ‘conceitualização’ diz respeito a um modelo
abstrato de algum fenômeno do mundo real.”
Assim, uma ontologia, no sentido computacional e geral do termo, e o que vamos
empregar neste trabalho, é uma “especificação abstrata de uma conceitualização de um
dado domínio em que se definem as propriedades dos principais conceitos e as relações
entre eles” (BAADER, HORROCKS e SATTLER, 2004, p. 451).
72
Além de especificar de modo formal os conceitos que estruturam um domínio do
conhecimento ou de atividade, uma ontologia fornece uma estrutura de conceitos
comuns para pesquisadores que necessitam compartilhar informações em um domínio.
Vejamos algumas razões para se criar uma ontologia. Segundo Sachs (2006), cria-se
uma ontologia para:
Compartilhar um entendimento comum da estrutura de informação entre
pessoas ou agentes de software;
Possibilitar o reuso do domínio de conhecimento;
Tornar explícitas hipóteses sobre o domínio;
Separar o conhecimento do domínio e o conhecimento operacional;
Analisar o domínio de conhecimento.
Pode-se acrescentar a essa lista o papel crucial que uma ontologia de conceito
desempenha no estabelecimento da correspondência léxico-semântica entre unidades
lexicais de línguas diversas. Essa é, na verdade, a principal motivação responsável pela
elaboração de uma ontologia baseada no domínio do turismo para ancorar o vocabulário
básico desse domínio no português e no inglês.
2.5.2 A relação entre léxico e ontologia
Em uma organização ontológica, o significado de cada item lexical é associado a
determinado conceito. No caso de domínios estritamente técnicos, esse espelhamento
ocorre de forma trivial, porque a relação entre os termos e os conceitos é biunívoca.
Entretanto, quando as dificuldades de categorização e correlação com o léxico surgem, é
preciso usar estratégias adequadas para solucionar o problema. Não obstante, uma
73
ontologia pode atuar de modo muito eficiente como uma interpretação dos significados
dos itens lexicais.
No início desta seção, estabelecemos a diferença entre conceitos e definições e
as formas de conceitualização e de expressão do léxico mental. Apresentamos três
níveis do significado, o da expressão, o do enunciado e o comunicado, e os seus
diferentes tipos.
Observamos que existem problemas na delimitação do significado, como a
ambigüidade, devido à polissemia, à sinonímia, à homonímia, ou mesmo a processos
metonímicos ou metafóricos. Na seqüência, apresentamos as relações semânticas, ou
seja, as relações que se estabelecem entre os significados (sinonímia, antonímia,
hiponímia e meronímia). Em seguida, mostramos como os conceitos e os itens lexicais
que os expressam nas línguas naturais podem ser agrupados em função dessas relações.
Mostramos também que é possível estabelecer conjuntos abstratos, como domínios de
conteúdo e campos conceituais, que se situam no nível pré-lingüístico, e conjuntos de
unidades lexicais, ou seja, campos lexicais que agregam itens lexicais a partir de
critérios semânticos. Na intersecção entre os campos conceituais e lexicais, encontramos
os campos semânticos, que partem dos traços semânticos para estabelecer os membros
de seus conjuntos. Dando continuidade à teoria desenvolvida para os campos
semânticos e lexicais, abordamos os frames semânticos, que se diferenciam daqueles
por serem descrições lingüísticas de entidades e cenas conceituais, mas ambos
estruturam grupos de itens lexicais que pertencem ao mesmo conjunto conceitual e
refletem o mundo da forma como é experimentado pelos usuários de uma língua.
Observamos que estamos sempre nos deslocando entre as dimensões conceitual
e lingüística. Como afirmamos no início desta seção, essa gradação manifesta-se em
âmbito mais abstrato na ontologia, que trata do primeiro nível, ou seja, da representação
74
das entidades, de suas características, organização e redes de relacionamento no
universo natural ou imaginário, estruturando, portanto, os conceitos. Neste momento,
vamos observar mais de perto a relação, complexa, entre léxico e ontologia.
Segundo Hirst (2003), a maior parte das questões levantadas sobre a relação
entre léxicos e ontologias é relativa à natureza dos significados dos lexemas e às
relações entre esses significados, ou seja, à estrutura semântica do léxico. Dados os
paralelismos, seria possível pensar que léxicos e ontologias são muito semelhantes e que
bastaria associar um léxico às relações entre suas unidades, para e obter uma ontologia.
Isso está longe de ser verdade, pois, como vimos no início desta seção, não há
correspondência direta e exata entre conceitos e unidades lexicais e há várias
dificuldades em se tentar estabelecerem as relações entre esses dois construtos teóricos.
Uma ontologia, afinal, é definida como um conjunto de categorias de entidades do
mundo, juntamente com certas relações que se estabelecem entre eles; não se trata de
um objeto lingüístico. O léxico, por outro lado, é parte de uma língua natural e constitui-
se das unidades mínimas significativas que a compõem (HIRST, 2003, p. 216).
Por definição, o léxico omite qualquer referência a categorias ontológicas não
lexicalizadas na língua, ou seja, categorias que exigem uma descrição necessariamente
sintagmática, isto é, que exige a combinação de unidades lexicais e funcionais para
expressar o conceito. Ou seja, apesar de as unidades lexicais do léxico serem
consideradas representantes de categorias, elas são apenas subconjuntos de categorias
que estariam presentes em uma ontologia que cobre o mesmo domínio. De fato, toda
língua apresenta lacunas lexicais em relação a outras línguas, como é o caso do item
lexical saudade do português, por exemplo, que não encontra um item equivalente único
em outras línguas, e sim aproximações de sentido expressas de diferentes formas. Além
disso, há categorias ontológicas que não são lexicalizadas em língua alguma, pois,
75
certamente, o número de conceitos excede o número de expressões lexicais em qualquer
língua.
As línguas, de modo geral, concentram o léxico com itens usados no do dia-a-dia
e que são, por isso, registrados e perpetuados nas mentes dos falantes por serem de
conhecimento comum, ou seja, em categorias de nível básico. Por exemplo, ao avistar
um cachorro, é mais provável que um falante de qualquer língua se refira a esse animal
como cachorro, e não como ser vivo, animal doméstico, mamífero, entidade,
quadrúpede ou poodle. Certas categorizações lingüísticas não apresentam nenhuma
motivação ontológica clara como, por exemplo, as questões dos gêneros dos itens
lexicais, em línguas que fazem esse tipo de seleção. Por exemplo, mesa é feminino e
computador masculino em português.
Essa discussão sobre a distinção entre léxico e ontologia, na verdade, reflete os
problemas e as imprecisões da relação entre língua, cognição e nossa visão de mundo.
Evidentemente, essas questões não podem ser ignoradas, mas também não impedem que
se especifiquem ontologias com base emxicos e léxicos com base em ontologias.
Hirst (2003, p. 222) afirma que “um léxico com organização hierárquica pode auxiliar
na construção de uma ontologia, da mesma forma que uma ontologia pode servir de
base para a construção de um léxico”. O autor afirma ainda que o estudo do vocabulário
em duas línguas diferentes pode enriquecer em muito uma ontologia, pois possibilita a
fusão de duas formas diferentes de se ver o mundo. Apesar disso, é importante destacar
que uma ontologia espelha os conceitos do mundo, por isso deve ser independente de
língua. Argumenta também que as ontologias constituem uma boa maneira de estruturar
vocabulários técnicos e vocabulários para fins de PLN. No caso de domínios
específicos, como é o caso da nossa pesquisa, Hirst (2003, p. 223) afirma que uma
76
ontologia sempre existe, ainda que implicitamente, e onde há uma ontologia explicita,
certamente há também um vocabulário que nela se ancora.
2.5.3 Metodologia de construção de ontologias
Como construir uma ontologia? Vossen et al (1998), idealizadores da
EuroWordNet, afirmam que não existe, a priori, um consenso sobre o que é ou
tampouco como construir uma ontologia, e citam modelos muito diferentes entre si, que
se intitulam ontologias (CYC [Lenat and Guha, 1990], Generalized Upper Model
[Bateman et al. 1994] e WordNet1.5 [Miller et al. 1990]). Os autores citam uma
definição pragmática elaborada por Gruber (1992 apud Vossen et al 1998), segundo a
qual uma ontologia seria uma “especificação explícita de uma conceitualização”, ou
seja, uma descrição dos conceitos e relações que podem existir para um agente ou uma
comunidade. Assim, o importante é saber para que a ontologia será usada, pois o
propósito de uma ontologia é permitir o compartilhamento e a utilização das
informações que ela contém. Nesse contexto, uma ontologia pode incluir as formas mais
freqüentes de uma hierarquia taxonômica de classes ou um thesaurus, além de
estruturas que incluem e usam mecanismos de inferência mais sofisticados e que
aprofundam os conhecimentos sobre o domínio envolvido.
Ainda segundo Vossen et al (1998), as ontologias diferem em seu escopo (desde
as mais gerais até as de um domínio específico), na granularidade das unidades (apenas
unidades conceituais atômicas ou unidades conceituais complexas que possuem
estrutura interna), no tipo das relações que podem ser definidas entre as unidades e na
definição dos aspectos semânticos das unidades e das relações (como os mecanismos de
herança e outros mecanismos de inferência). Citando novamente Gruber, os autores
77
apresentam uma diferenciação entre Ontologias de Representação e Ontologias de
Conteúdo. As primeiras fornecem um arcabouço, mas não oferecem orientação sobre
como representar o mundo ou domínio, enquanto as últimas explicitam como deve ser a
representação da realidade. Vossen et al discutem, ainda, as abordagens para construção
de ontologias com base nessa distinção. Para eles, é importante atentar à ordem de
seleção dos conceitos que são candidatos aos nós que comporão a ontologia: a
abordagem top-down, que parte dos nós mais altos, independentes do domínio (como
veremos mais detalhadamente a seguir) é mais adequada para as ontologias mais gerais,
do primeiro tipo; a abordagem bottom- up tenta induzir comportamentos mais gerais a
partir de nós locais (principalmente terminológicos); e a abordagem híbrida tenta
combinar as vantagens das duas abordagens anteriores.
Contudo, a direção da montagem não é o único aspecto importante para decidir
qual a melhor estratégia de construção da ontologia. Há diversas estratégias para se
preencherem as informações. Uma delas se baseia em uma cascata de processos de
refinamento e enriquecimento: primeiro selecionam-se os nós candidatos e forma-se
uma lista simples. A partir desse ponto, são estabelecidos ciclos sucessivos de relações
entre eles e, finalmente, as informações de cada nó são preenchidas. Evidentemente,
alguns dos ciclos de refinamento podem ser feitos sem ordem pré-definida ou ainda
paralelamente. Uma abordagem alternativa consiste em estabelecer um nó inicial (ou
um pequeno conjunto de nós iniciais), preenchendo-o com todas as informações
disponíveis sobre ele, e estabelecer todas as relações que o envolvem, e assim
sucessivamente com cada um dos nós relacionados a ele. A abordagem selecionada
depende muito das características da ontologia a ser construída, como o seu domínio, o
seu tamanho, o seu conteúdo, a sua granularidade, o seu propósito, etc. Veremos a
seguir a metodologia que será empregada em nosso trabalho.
78
Lembramos que uma ontologia é uma forma de representação organizada do
conhecimento do mundo ou de um domínio específico, atuando como um modelo de
dados usado para identificar os objetos do dado domínio e estabelecer as relações entre
eles. Em geral, uma ontologia é formada pelos seguintes elementos: instâncias,
(sub)classes, atributos e relações.
As instâncias (individuals, instances) são os objetos de nível mais básico de
uma ontologia. Podem incluir objetos concretos, como pessoas, animais, lugares, ou
indivíduos abstratos, como números ou valores. No caso desta pesquisa, as instâncias
são as unidades e expressões lexicais do inglês e do português cujos significados são
representados pelos conceitos estruturados na ontologia.
As (sub)classes (ou conceitos) são conjuntos, coleções ou tipos de objetos.
Podem se dividir em subclasses. Uma característica das classes é que elas podem conter
ou ser contidas por outras classes. Por exemplo, a classe dos MEIOS DE
TRANSPORTE contém a subclasse TRANSPORTE TERRESTRE, pois,
necessariamente, qualquer membro desta será também membro daquela. Esse tipo de
relação estabelece uma hierarquia de classes, da (sub)classe mais geral à (sub)classe
mais específica.
Os atributos são propriedades, traços, características ou parâmetros que os
objetos podem ter ou compartilhar. Cada atributo tem ao menos um rótulo e um valor e
é usado para armazenar a informação que é específica ao objeto a que está ligado. O
valor de um atributo pode ser um tipo de dado complexo, uma lista de valores, e não
apenas um único valor. Por exemplo, para o conceito TÊNIS, podemos ter os seguintes
atributos: nome (tênis), número de jogadores (dois), equipamentos necessários (raquete,
bola), local onde é praticado (quadra), dentre outros.
79
As relações são maneiras como os objetos podem se relacionar uns com os
outros. Em geral, uma relação é um atributo cujo valor é outro objeto da ontologia. Por
exemplo, em uma ontologia que contenha os conceitos TÊNIS e RAQUETE, o conceito
RAQUETE deve ser parte do conceito EQUIPAMENTOS DE TÊNIS. A qualidade de
uma ontologia é determinada pela habilidade em descrever essas relações. Reunido, o
conjunto de relações descreve a rede semântica do domínio. A relação mais importante
de uma ontologia é a de super/subclasse, representada pelo símbolo (is_a). Ela define
quais objetos são membros de quais classes de objetos. Por exemplo, em uma ontologia
dos meios de transporte, as ligações entre as classes e seus objetos criariam uma
taxonomia hierárquica, em forma de árvore, em que navio é um tipo de transporte
marítimo, que por sua vez é um tipo de meio de transporte aquático. Outro tipo
importante de relação é a de parte-todo.
Uma ontologia somada a um conjunto de instâncias individuais das classes
constitui uma base de conhecimento. Segundo Almeida (2003), não existe uma única
metodologia correta para o desenvolvimento de ontologias, nem um único resultado
correto domínio. Existem muitas possibilidades de se estabelecerem ontologias para
um determinado domínio; qualquer ontologia específica é apenas uma maneira de
estruturar conceitos e relações. A melhor solução, quase sempre, depende da
aplicação que se está concebendo e na previsão para seu uso. Desenvolver uma
ontologia é, em geral, um processo interativo. Começa-se com um primeiro esboço da
ontologia. Essa primeira versão é refinada e detalhes são inseridos. Em termos
práticos, desenvolver uma ontologia envolve:
1. Definir as (sub)classes da ontologia;
2. Organizar as (sub)classes em uma hierarquia de subclasses e superclasses;
3. Definir os atributos e descrever os valores permitidos para eles;
4. Preencher os valores para os atributos com instâncias.
80
Segundo Almeida (2003), pode-se começar determinando para que se pretende
usar a ontologia e o seu nível de detalhamento. Entre várias alternativas viáveis, deve-se
determinar qual delas funcionará melhor para a tarefa imaginada, a mais intuitiva, mas
extensível e a mais fácil de se manter.
Apesar de a estrutura em forma de árvore ser clara e de fácil entendimento, à
medida que começamos a estabelecer novas relações entre as classes e subclasses,
percebemos que a complexidade das relações torna cada vez mais difícil registrar essas
relações manualmente. A estrutura que se forma é um grafo com nós e arcos, como
vimos na subseção sobre redes semânticas. Além dessas relações mais comuns, as
relações podem variar muito de uma ontologia para outra, dependendo do quão refinada
é a semântica que elas modelam. Essas relações normalmente são específicas ao
domínio e são usadas para responder questões particulares.
Uma das escolhas a se tomar no projeto de uma ontologia é o que UnãoU
considerar. Ao mesmo tempo em que é necessário assegurar-se de que foram incluídos
todos os conceitos relevantes, não se deve complicar a hierarquia adicionando classes
que são dispensáveis. Dessa forma, mesmo que uma motocicleta possa ser,
tecnicamente, um meio de transporte, não há interesse em criar a subclasse
MOTOCICLETA dentro da classe superior MEIOS DE TRANSPORTE que servem ao
turismo.
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
breakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom, minibar
pricelocationfacilitiesrestaurantview
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumthemeparkecotourismtrekkin
religioustourismbusinessdamagepol
lutionscubaflippersnorkelwebpager
Seção3
Da seleção das fontes para a
extração de conhecimentos
ontológico e lexical
ao planejamento da ontologia
e do vocabulário básico para
Cursos Superiores de Turismo
O lexicógrafo que quer praticar a lexicografia pedagógica
ou a lexicografia de aprendizagem (...)
com um certo sucesso, deve ser também um professor.
Para selecionar, organizar e apresentar o vocabulário
simultaneamente no plano lingüístico e conceitual,
ele deve conhecer as necessidades receptivas e produtivas
e as dificuldades dos aprendizes,
ter uma idéia dos processos de aquisição do vocabulário
e saber como este é ensinado.”
(ZÖFGEN, 1994 apud WELKER, 2005, p. 222)
82
Seção 3 – Da seleção das fontes para a extração de conhecimentos
ontológico e lexical ao planejamento da ontologia e do vocabulário
básico para Cursos Superiores de Turismo
3.1 Textos especializados do setor de turismo e a primeira versão da ontologia
básica do turismo
Como discutimos na subseção 1.4, o turismo, enquanto disciplina, começou a ser
estudado no período compreendido entre as duas grandes guerras mundiais (1919-
1938). Hoje, a disciplina Turismo, objeto de estudo científico-acadêmico, situa-se, no
Brasil, na área das Ciências Sociais Aplicadas. Existe um amplo debate acadêmico
sobre o que é exatamente o turismo, que elementos o compõem, incluindo, sobretudo, o
conceito de turista. Esse debate originou múltiplas definições para a atividade de
turismo, cada uma delas destacando seus diferentes aspectos que, como enfatizaremos
logo a seguir, decorrem da sua pluralidade. No domínio acadêmico, cabe afirmar, com
Sancho (1994: p. 35), que, para turismo, “não existe definição correta ou incorreta, uma
vez que todas contribuem de alguma maneira para aprofundar o entendimento do
turismo”.
Os textos especializados do setor de turismo, por sua vez, nos auxiliaram a
compreender e delimitar as atividades relacionadas a ele e, a partir daí, extrair os
conceitos que constituem esse domínio da atividade humana.
Em virtude da relativa juventude do setor, como atividade socioeconômica, e do
seu complexo caráter multidisciplinar, já que o turismo engloba uma variedade de
setores econômicos e de disciplinas acadêmicas, é natural não haver uma definição
conceitual única que delimite essa atividade. Decorre, então, que o turismo pode ser
estudado de diversas perspectivas e disciplinas, o que justifica a complexidade das
relações entre os elementos que o definem. Essa variedade e a complexidade acarretam,
83
portanto, a proposição de um número significativo de definições, cada uma delas
contribuindo para a delimitação da perspectiva de cada área/disciplina que o construiu:
Economia, Geografia, Sociologia, Ciência Política, Psicologia, Administração e
Filosofia (TRIGO e PANOSSO NETO, 2003, p. 68)
Dessa forma, para este trabalho exploratório inicial, optamos por fazer uma
leitura das obras teóricas consideradas fundamentais do setor do turismo, com a
finalidade de, com essa leitura, extrairmos os conceitos preliminares para a elaboração
de uma primeira versão da ontologia, que constituirá a “âncora semântica” para o
vocabulário básico de substantivos do inglês para o ensino de ESP em Cursos
Superiores de Turismo a ser delimitado na próxima subseção.
Nossa estratégia foi, ao “ler” os textos, “exercício” que se inicia no parágrafo a
seguir, sublinhar as definições e as conceitualizações neles explícitas ou subjacentes.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) apresentou, ao longo dos anos e a
partir do crescimento e desenvolvimento da atividade, diferentes definições. Duas delas
se destacam. A primeira define o turismo como “a soma de relações e serviços
resultantes de um câmbio de residência temporário e voluntário motivado por razões
alheias a negócios ou profissionais”. A segunda define o turista como “um visitante
temporário, proveniente de um país estrangeiro, que permanece no país mais de 24
horas e menos de três meses, por qualquer razão, exceto trabalho” (WAINBERG, 2002,
p.54).
A definição mais recente de turismo fornecida pela OMT, datada de 1994, o
conceitua como “as atividades
que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas
em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um
ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras” (SANCHO, 1994, p. 38).
84
Outras definições existem. Wahab (1972) define o turismo como “uma atividade
humana intencional que serve como meio de comunicação e como elo de interação entre
os povos, tanto dentro como fora de um país. Envolve o deslocamento temporário de
pessoas para outras regiões ou países visando à satisfação de outras necessidades que
não a de atividades remuneradas”. (WAHAB 1972, apud TRIGO, 2002, p. 12).
Trigo (2002, p.12) considera que “qualquer viagem temporária com duração
superior a vinte e quatro horas
é turismo, e as viagens de apenas um dia são excursões.
Em geral, não se classificam como turismo viagens de estudo ou trabalho
(caso das
migrações ou viagens profissionais de longa duração, como as empreendidas por
estudantes, diplomatas, militares, técnicos, religiosos, etc)”.
Apesar de muitas vezes intercambiáveis, os conceitos TURISMO e VIAGEM
são distintos. A viagem em si é um elemento dinâmico e conceitualiza-se como um
tipo particular de deslocamento de pessoas de uma origem a um destino estabelecido; já
o turismo refere-se a uma viagem acompanhada dos planejamentos do receptor e do
prestador de serviços no local para onde o turista se destina, envolvendo os elementos
estáticos, ou seja, toda a estrutura de atendimento ao turista, desde o local de origem até
o seu destino, que inclui: vias de acesso
, saneamento básico, alojamento, alimentação,
recreação
e atrativos. Decorre então que o turismo compreende a estrutura de
atendimento
no local de origem do turista, as transportadoras, os equipamentos
receptores no local de destino, os serviços prestados aos turistas e toda a trama de
relações entre visitantes e residentes do local visitado.
Trigo (2002) ressalta ainda que o conceito INDUSTRIA é com freqüência
inapropriadamente associado ao conceito de TURISMO, pois este se situa no setor
terciário da economia (setor de prestação de serviços) e não no setor secundário (o da
indústria).
85
Relembramos aqui a definição de turismo proposta por Cunha (1997),
apresentada na Seção 1.4. Nela está explicitado o conceito moderno de turismo,
segundo o qual a internacionalização das atividades econômicas e os deslocamentos
cada vez mais longos no interior de um país ou entre países, motivados por razões
diversas, atenuam as diferenças ente os movimentos turístico e não turístico. Isso
dificulta a determinação do que é ou não turismo. Do ponto de vista econômico,
segundo o autor, considera-se que “o turismo abrange todos os deslocamentos de
pessoas, quaisquer que sejam suas motivações, que obriguem ao pagamento de
prestações de serviços durante o seu deslocamento e permanência fora da sua residência
habitual” (CUNHA, 2007, p. 02).
Por fim, reapresentamos a definição de De La Torre (1994, apud MOESCH
2002, p. 12) já adaptada aos propósitos de nossa análise, ou seja, com nossos grifos
destacando os conceitos apreendidos a partir da definição:
“O turismo é um fenômeno social, que consiste no deslocamento voluntário e
temporal de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de
recreação, descanso, cultura ou saúde, saem do seu local de residência habitual para
outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando
múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.”
A partir dessas conceitualizações de turismo, é possível, de início, fazermos a
seleção de algumas características compartilhadas: o deslocamento de residência
permanente; a utilização de bens e serviços orientados para a satisfação das
necessidades do turista; a intenção de retorno; as motivações da viagem e a
incorporação das relações existentes entre o turista, a comunidade local e o ambiente.
Destacamos, neste ponto, as características que julgamos serem definidoras do
conceito subjacente à atividade turística:
86
O deslocamento do turista para fora de seu lugar de residência, isto é, a
viagem.
A delimitação de um período de duração.
A delimitação da duração da atividade desenvolvida antes e durante o
período de estada.
A localização da atividade realizada fora do seu entorno habitual.
A abrangência
tanto da viagem até o destino quanto das atividades realizadas
durante
a estada.
A introdução dos possíveis elementos motivadores de viagem (lazer,
negócios, cura, entre outros).
A inclusão dos serviços e dos produtos criados para satisfazer as
necessidades dos turistas.
A integração do turista com a comunidade local e a valorização das
características regionais.
A partir das reflexões e dos elementos sumarizados acima, o conceito de turismo
que se pretende construir é resultado de uma interpretação de fatos naturais e/ou
culturais. Podemos considerar, preliminarmente, o turismo como:
Uma atividade humana realizada voluntariamente, quer individual ou coletivamente, que inclui uma
viagem, com duração determinada, para fora do entorno habitual do turista, com fins de lazer, de
negócios, médicos, culturais, entre outros, e que envolve produtos, serviços e atividades econômicas
ligadas direta ou indiretamente a ela. Para que essa atividade aconteça, é preciso que haja planejamento,
que o local visitado tenha condições estruturais para receber o turista e que a comunidade local esteja
preparada para oferecer os serviços e produtos requisitados de forma sustentável dos pontos de vista
econômico, ambiental, cultural.
Figura 3.1 – Elementos para a delimitação do conceito de TURISMO.
87
A seleção e a sistematização dos conceitos subjacentes a esses trechos
sublinhados permitiram-nos propor a seguinte versão operacional dos elementos de
significado para conceitualmente delimitar o domínio do turismo:
1. O conceito de DESLOCAMENTO, que inclui os conceitos de
VIAGEM e TRANSPORTE.
2. O conceito de PÚBLICO, que se subespecifica por outros conceitos
como CONSUMIDORES DE BENS E SERVIÇOS TURÍSTICOS, ou
seja, conceito de TURISTA.
3. O conceito de ATRATIVOS, que, além de incluir o conceito de
ATRATIVO NATURAL, ATRATIVO CONSTRUÍDO e ATRATIVO
CULTURAL, inclui também os conceitos de PRODUTO DE
TURISMO, de SERVIÇO DE TURISMO e de ATIVIDADE DE
TURISMO.
4. O conceito de MOTIVAÇÃO (uma das causas do turismo), que inclui
os conceitos de LAZER, de RELAXAMENTO, de CULTURA, de
NEGÓCIOS, de EVENTO, de SAÚDE, entre outros.
5. O conceito de ESPAÇO, que se subespecifica com o conceito de
LOCAL DESTINADO À PERMANÊNCIA DOS TURISTAS, inclui
os conceitos de DESTINO e de HOSPEDAGEM.
6. O conceito de OPERADOR DE MERCADO, que envolve os
conceitos de EMPRESA e de ORGANISMO FACILITADORES DA
INTER-RELAÇÃO ENTRE A OFERTA E A DEMANDA, inclui
também os conceitos de AGÊNCIA DE VIAGEM, de OPERADORA
DE TURISMO e de ÓRGÃOS (PÚBLICO OU PRIVADO) QUE SÃO
88
ARTÍFICES E FACILITADORES DO PLANEJAMENTO, DA
ORGANIZAÇÃO OU DA PROMOÇÃO DO TURISMO.
A partir desses conceitos, esboçamos, na Figura 3.2, uma caracterização
conceitual básica do domínio do turismo, contendo os conceitos: TURISMO, TURISTA
VIAGEM, DESTINO, TRANSPORTE, HOSPEDAGEM, ATRATIVOS, ATIVIDADES, SERVIÇOS e
PLANEJAMENTO.
TURISTA VIAGEM DESTINO ATRATIVOS
TURISMO
TRANPORTE HOSPEDAGEM ATIVIDADES
SERVIÇOS PLANEJAMENTO
Figura 3.2 - Caracterização informal dos conceitos básicos do domínio do turismo
Ressaltamos que essa caracterização foi possível a partir da consulta à literatura
especializada. Essa pré-organização dos conceitos fundamentais do turismo
complementa-se com a análise dos esquemas, tabelas e gráficos do ANEXO 01, que
relacionam os conceitos de TRANSPORTES, HOSPEDAGEM, ATRATIVOS e
ATIVIDADES. A avaliação dessas informações, por meio de reelaborações e
reanálises, nos auxiliou no processo de identificação das categorias conceituais do
domínio. Reavaliando as caracterizações discursiva, Figura 3.1, e esquemática, Figura
3.2, do domínio, sob a luz das informações esquemáticas do ANEXO 01, apresentamos,
nas Figuras 3.3.1 e 3.3.2, que se complementam, uma primeira versão da ontologia do
domínio do turismo. Optamos por usar o inglês como metalinguagem para rotular
mnemonicamente os conceitos da ontologia, dado que os materiais didáticos, os
89
dicionários e as redes semânticas utilizados como fontes são elaborados em inglês e o
contexto de ensino é no sentido do inglês para o português, facilitando, assim, o
estabelecimento da correspondência léxico-conceitual que pretendemos fazer entre os
vocabulários básicos das duas línguas. Por isso, a partir de agora vamos apresentar os
mesmos conceitos já delimitados anteriormente em sua versão em língua inglesa.
As Figuras 3.3.1 e 3.3.2 apresentam o conceito maior, TOURISM, o conceito
“mais alto” na hierarquia da ontologia. Este contém, como partes os principais,
conceitos que o caracterizam. Cada conceito, que passaremos a chamar também de
classe ou subclasse, subdivide-se em subclasses hierarquicamente subordinadas por dois
tipos básicos de relação: a subordinação (is_a) e a de parte-todo (part-of). Essa
representação indica que as subclasses estabelecem algum tipo de relação lógico-
conceitual com a classe que a originou. Para diferenciar os dois tipos de relação,
posicionamos as sublcasses subordinadas pela relação (is_a) à direita e as subclasses
subordinadas pela relação (part_of) à esquerda do conceito superordenado.
Assim, o conceito TOURISM tem, como subordinado, o conceito KINDS OF
TOURISM e, como partes, os conceitos MOTIVATION, TOURISM BUSINESS,
TOURIST, TAVEL, DESTINATION, TANSPORTATION, ACCOMODATION,
ATTRACTIONS e ACTIVITIES. O conceito KINDS OF TOURISM tem, como
subordinados, os conceitos LEISURE TOURISM, MASS TOURISM, ECOTOURISM,
RURAL TOURISM, BUSINESS TOURISM, EVENTS TOURISM, CULTURAL
TOURISM, HEALTH TOURISM e SUSTAINABLE TOURISM. O conceito
TOURIST, por sua vez, tem, como conceitos que lhes são parte, os conceitos
BAGGAGE, DOCUMENTS e THINGS TOURISTS BUY e, como conceito
subordinado o conceito KINDS OF TOURIST. Ao conceito MOTIVATION, por
90
exemplo, subordinam-se os conceitos HOLIDAY, VACATION, HONEYMOON,
BUSINESS, EVENT, HEALTH TREATMENT.
Observamos também que há conceitos que se hierarquizam em vários níveis de
subordinação como, por exemplo, os conceitos TRANSPORTATION, RAIL TRAVEL
e TRAIN; TRANSPORTATION, WATER TRAVEL e SHIP. Procuramos também
estabelecer, quando salientes, propriedades de conceitos: o conceito CAR, por exemplo,
tem, como propriedade, o conceito RENTED ou (exclusivo) o conceito PRIVATE.
Esses conceitos não constituem classes, mas são propriedades associadas a conceitos.
Conclui-se, aqui, que os livros especializados nos auxiliaram, com sua parcela,
na compreensão e na delimitação dos conceitos do domínio do turismo. Outras fontes,
de natureza lingüístico-conceitual e pedagógica, revelaram-se também essenciais para o
refinamento dessa primeira versão da ontologia.
91
TOURISM
DESTINATION
TOURIST
TOURISM BUSINESS
KINDS OF TOURISM MOTIVATION TRAVEL
LEISURE HOLIDAY TOUR OPERATOR KINDS OF
TRIP
TOURISM
TOURIST
LEISURE TRAVEL AGENCY
MASS TOURISM BAGGAGE TOUR
TOURISM
ECOTOURISM HONEYMOON DOCUMENTS EXCURSION
INFORMATION
BUSINESS THINGS TOURISTS
RURAL TOURISM
BUY
SUSTAINABLE EVENT
TOURISM
CULTURAL HEALTH
TOURISM
TREATMENT
EVENTS TOURISM
BUSINESS TOURISM
HEALTH TOURISM
Figura 3.3.1 Primeira versão da ontologia do domínio do turismo (continua
)
92
Figura 3.3.2 Primeira versão da ontologia do domínio do turismo (continuação)
TOURISM
TRANSPORTATION
ACCOMMODATION ATTRACTIONS
AIR TRAVEL
ROAD TRAVEL
RAIL TRAVEL
WATER TRAVEL
HOTEL
BED AND BREAKFAST
INN
SPA
RESORT
YOUTH HOSTEL
MOTEL / MOTOR HOTEL
TIME SHARE
STABLISHMENT
AIRPLANE
BUS:
CHARTER, REGULAR
CAR:
PRIVATE, RENTED
MOTORHOME,
TRAIN
BOAT
FERRY BOAT
WALKING TRIP
CAMPSITE
HOUSE OR APARTMENT FOR
RENT
HOTEL CASINO
CULTURAL
NATURAL
MUSEUM
ART GALLERY
HISTORICAL SITES
CHURCH
THEME PARK
SHOPPING CENTER
THEATER
MONUMENT
NIGHTLIFE
NATURE RESERVE
PARK
BEACH
WILDLIFE
WATERFALL
RIVER
FESTIVITIES
ACTIVITIES
SIGHTSEEING
CAMPING
SHOPPING
SPORTS
AMUSEMENT PARK
TREKKING
HIKING
MOUNTAIN-BIKING
SKIING
SNOWBOARDING
SWIMMING
EATING OUT
FISHING
SPORTS EVENT
ENTERTAINMENT
FLIGHT
CHARTER; REGULAR
SHIP
93
3.2 As fontes lexicográficas e didático-pedagógicas: subsídios para a elaboração
da segunda versão da ontologia e da primeira versão do vocabulário básico do
turismo
3.2.1 As fontes lexicográficas: uma tipologia
No mercado atual existem diferentes tipos de dicionário, classificados em função
do público alvo. Há dicionários de língua, dicionários analógicos, dicionários
especializados, dicionários terminológicos, dicionários etimológicos, dicionários
históricos, entre tantos outros tipos. Há ainda dicionários específicos para ensino-
aprendizagem do inglês (learner’s dictionary), que podem ser monolíngües e
bilíngües
12
. Além disso, podemos classificá-los como dicionários de compreensão
(com ênfase na compreensão da língua de chegada) e dicionários de produção (com
ênfase na produção da língua de chegada).
Schorr (1987) adverte que há diferenças marcantes na escolha das entradas
lexicais que farão parte do dicionário, na escolha dos equivalentes entre as línguas de
partida (L1) e chegada (L2), no emprego das duas línguas, nas definições das entradas,
na seleção de exemplos e de expressões idiomáticas e nas observações estilísticas. Essa
diversidade visa a atender as necessidades dos dois tipos de consulentes: os que querem
decodificar e compreender a L2 e os que desejam se expressar na L2. No entanto, a
maioria dos dicionários bilíngües hoje em dia tende a ser do tipo recíproco, ou seja, ela
(a maioria) reúne as características dos dois tipos de dicionários bilíngües. Dentre as
fontes lexicográficas que selecionamos para a extração do vocabulário básico do
turismo, o único dicionário bilíngüe é o Cambridge Word Routes, que será apresentado
na Subseção 3.2.2.
12
Para um estudo sobre tipologia dos dicionários, com ênfase para os destinados ao ensino e à
aprendizagem de língua estrangeira, consultar Atkins (1990), Tosqui (2001; 2002) e Welker (2005).
94
A elaboração de dicionários, sobretudo aqueles dirigidos a aprendizes de língua
inglesa, vem se desenvolvendo massivamente nos últimos anos. Conforme assinala
Worsch (1999), já é uma tendência marcante a elaboração de dicionários de língua ainda
mais específicos, dirigidos a públicos muito especializados. Um turista, por exemplo,
deseja um dicionário de bolso com várias entradas e uma boa seleção de vocabulário
relacionado ao contexto de viagens. Já um tradutor deseja uma nomenclatura
abrangente, incluindo termos técnicos. Uma secretária, por sua vez, prefere um
dicionário que traga fraseologia típica de um ambiente de escritório. O autor prevê,
então, que, num futuro próximo, para suprir as exigências do maior número possível de
públicos, uma grande variedade de dicionários deverá ser oferecida no mercado.
Os dicionários acima mencionados, embora apresentem objetivos e públicos-
alvo variados, compartilham a mesma macroestrutura organizada em ordem alfabética.
Além desse tipo de dicionário, que se organiza em ordem alfabética e é
semasiologicamente orientado, lembramos aqui que há os dicionários
onomasiologicamente orientados, os dicionários ideológicos ou dicionários analógicos,
em que as unidades lexicais estruturam-se em função dos conceitos que elas que
lexicalizam. Babini (2001) nos lembra de que há também os dicionários temáticos, que
são organizados em termos do conteúdo das entradas, e os dicionários visuais, que são
organizados em ternos de ilustrações ou fotos e que seguem orientações muito
parecidas.
13
Ressaltamos que os dicionários analógicos surgiram na França no mesmo
período em que foi publicado o Thesaurus de Roget. O primeiro, o Dictionnaire
analogique de la langue française, de Boissière, em 1862, parte do pressuposto de que
as palavras de uma língua podem ser agrupadas em um repertório, seja por
13
Para uma análise comparativa detalhada dos tipos de dicionários a partir das principais obras
desenvolvidas para cada tipo, consultar Babini (2001).
95
compartilharem idéias, seja por compartilharem relações de uso habituais, de causa, de
meio, de efeito, ou seja, sempre por compartilharem algum tipo de analogia.
Os dicionários Longman Language Activator e Longman Essential Activator,
também fontes desta pesquisa, são exemplos de dicionários analógicos, em que as
entradas lexicais são apresentadas em ordem alfabética, porém há ainda um sistema de
remissões para outros itens, como explicaremos na Subseção 3.2.2.3 .
14
Por fim, antes de apresentarmos os dicionários selecionados para compor o
corpus deste trabalho, cabe fazer um comentário acerca da distinção entre obras
lexicográficas e terminológicas. Apesar de estarmos lidando com um domínio
específico, o turismo, não é nosso objetivo lidar somente com termos estritamente
técnicos ou específicos, e sim propor a organização do vocabulário comum da língua
que é utilizado em situações comunicativas no contexto das atividades turísticas. Dessa
maneira, optamos por utilizar principalmente como fonte dicionários que, apesar de
organizarem seus itens conceitualmente em campos semânticos, trabalham com a língua
geral e não com a língua de especialidade. Em seu Manual of Specialised Lexicography,
Bergenholtz e Tarp (1997) apresentam uma comparação entre obras lexicográficas
especializadas em um domínio e obras terminológicas, afirmando que, apesar de terem
algumas características em comum, são trabalhos diferentes, com objetivos bem
diferentes. Os autores comentam as diferenças entre LGP (língua para objetivos gerais)
e LSP (língua para objetivos específicos), afirmando que há diferentes maneiras de
14
Muitas vezes, os termos thesaurus, dicionário ideológico e dicionário analógico são empregados para
um mesmo tipo de repertório. Assim, há muitos dicionários chamados de ideológicos que têm
macroestrutura semelhante à do trabalho de Roget, e muitos chamados de analógicos cuja macroestrutura
assemelha-se à da obra de Boissière. As diferenças entre os dois tipos de dicionários encontram-se,
sobretudo, no âmbito da macroestrutura (BABINI, 2001; HARTMANN 2001; WELKER 2005). Segundo
Welker (2005), o dicionário analógico é a versão alfabética do dicionário ideológico, ou seja, é
organizado também a partir dos conceitos, mas em ordem alfabética. Para o autor, a entrada deve ser uma
palavra de grande potência onomasiológica, ou seja, deve-se supor que ela será escolhida como
representante máxima de um conceito para uma consulta.
96
comparar os dois usos da língua. A Figura 3.4 ilustra uma primeira abordagem que
classifica a LSP como um subconjunto da LGP.
LGP
LSP
Figura 3.4. LSP como subconjunto de LGP
Do ponto de vista comunicativo, entretanto, LGP e LSP são empregadas em
situações completamente diferentes. Neste caso, LSP refere-se à linguagem usada por
especialistas ao se comunicarem em suas áreas específicas de conhecimento. Como o
conhecimento especializado não pode ser pressuposto na comunicação do dia-a-dia, a
língua geral também é utilizada. A Figura 3.5 ilustra esse fato. Nela, LGP e LSP são
consideradas iguais, mas fenômenos distintos:
LGP LSP
Figura 3.5. LSP e LGP são disjuntas
Uma última possibilidade é considerar que, em várias situações, empregamos
uma linguagem específica, sem entrar na terminologia técnica. Isso se aplica, por
exemplo, a jornais ou revistas especializados em algum assunto, como carros ou saúde,
que, mesmo voltados para o público em geral, e não apenas para profissionais ou
especialistas da área, utilizam expressões, vocabulário e linguagem específica da área.
97
Nesses casos, LSP é usada em certas construções gramaticais e com certos termos e
expressões típicos daquela área, mas a LGP também é utilizada. A Figura 3.6 ilustra
essa possibilidade, indicada como a intersecção (INT) entre LGP e LSP, formada por
estruturas e elementos comuns aos dois tipos de linguagem:
INT
LGP LSP
Figura 3.6 LSP e LGP interseccionam-se
Essa discussão é relevante para nosso trabalho, pois delimita o campo de
abrangência da pesquisa: buscamos os itens lexicais, expressões e estruturas utilizados
para a comunicação no contexto do turismo, mais ou menos gerais ou específicos, mas
sem incluir itens muito gerais da língua comum ou muito específicos e técnicos da área,
como vimos na Seção 1 desta tese. Nosso critério para estabelecer quais unidades
devem compor nossa base foram estabelecidos pensando sempre na dimensão didático-
pedagógica da pesquisa, ou seja, fornecer ao futuro profissional do turismo o
vocabulário adequado para a comunicação com turistas e outros profissionais da área.
Assim, os itens não devem ser excessivamente técnicos (como nomes de equipamentos
e peças de cozinhas industriais ou sofisticadas técnicas gastronômicas, por exemplo)
nem excessivamente comuns, a ponto de não se relacionar diretamente com turismo
(como os números, dias da semana ou as expressões para falar as horas em inglês).
98
Para a montagem do vocabulário básico inglês-português para ESP em Cursos
Superiores de Turismo, iniciamos a seleção das unidades e expressões lexicais do inglês
que lexicalizam os conceitos da ontologia do turismo que estamos construindo (cf.
Figuras 3.3.1 e 3.3.2) em quatro dicionários, que, neste trabalho, preenchem duas
funções: (i) auxiliar na construção da ontologia e (ii) fornecer os itens lexicais para
compor o vocabulário
15
. A seguir, comentamos a metodologia subjacente à elaboração
de cada um dos dicionários. Na seqüência, apresentamos o vocabulário deles extraído.
16
3.2.2 Os dicionários
3.2.2.1. Cambridge Word Routes Inglês-Português
O dicionário Cambridge Word Routes Inglês-Português (WR) apresenta-se
como um dicionário temático do inglês contemporâneo e como ferramenta para o
estudante redigir em inglês ou melhorar a compreensão nessa língua, aprimorar técnicas
de comunicação, traduzir, escrever cartas e aprender o vocabulário de modo eficiente. A
equipe editorial adverte que um dos maiores problemas com que se depara o estudante
de idiomas é distinguir entre as muitas palavras de língua estrangeira que apresentam
significados semelhantes, principalmente quando não há equivalências exatas entre
essas palavras e palavras da língua materna. Nessa situação, os dicionários podem ser de
certa utilidade, mas, como os itens procurados estão dispersos em várias páginas, o
trabalho torna-se, muitas vezes, infrutífero. Mesmo quando os dicionários bilíngües
trazem uma lista de entradas equivalentes nas duas línguas, na maioria dos casos não há
indicação que esclareça em quais contextos esse itens equivalentes são intercambiáveis.
Para ajudar a solucionar esse problema, o WR agrupa as entradas semanticamente
15
O vocabulário selecionado em cada dicionário encontra-se no Apêndice 01.
16
Para o estabelecimento da equivalência entre os vocabulários das duas línguas, recorremos também a
dois glossários de turismo inglês-português/português-inglês:Vocabulário para Turismo, da série Mil &
Um Termos, editora SBS e Easy Way – Glossário de Turismo, da editora Disal.
99
relacionadas sob cabeçalhos que informam o leitor o campo semântico que as aproxima.
Essa estratégia auxilia o aluno a distinguir entre sinônimos próximos e oferece
correspondências em português para as diferentes gradações de significado. O WR
também apresenta exemplos dos diferentes usos de cada entrada e informações
detalhadas sobre seu nível de formalidade, sobre suas peculiaridades gramaticais e sobre
os contextos de uso usado. De acordo com a introdução do dicionário (p. vii), o WR:
“usa uma terminologia atual e prática, organizada para os mais variados
campos semânticos, como, por exemplo, o meio natural ou os aspectos
sociais. As categorias ou os grupos de palavras que constituem Word
Routes estão organizados a partir de um corpus de vocabulário básico,
que ajuda o leitor a aprimorar e ampliar seus conhecimentos de
vocabulário.”
Esse dicionário foi selecionado para constituir uma das fontes desta investigação
por estruturar as entradas em campos semânticos, organizá-las a partir de um
vocabulário básico e por ser elaborado especificamente para estudantes de inglês.
O Quadro 3.1 sintetiza as quatro partes do dicionário, conforme indicação do
sumário da obra e mostra que o dicionário organiza as suas entradas a partir de critérios
temáticos ou de significado, ou seja, cada categoria temática é explicitada por um
conceito e abarca as entradas que a denotam, organizadas em campos semânticos.
Grupos de palavras 450 categorias ou grupos de palavras distribuídas a partir de
critérios temáticos ou de significado.
Linguagem e Comunicação 40 seções incluindo frases e expressões habitualmente utilizadas
nas mais variadas situações cotidianas.
Índice de palavras em inglês Listagem em ordem alfabética de todas as palavras que servem de
cabeçalho em inglês e aparecem no dicionário, com pronúncia e o
número do grupo em que aparecem.
Índice de palavras em português Listagem em ordem alfabética de todas as principais palavras
traduzidas em português seguidas do número do grupo em que
ocorrem.
Quadro 3.1 Estrutura do WR
100
O Quadro 3.2 apresenta as cinco categorias temáticas diretamente relacionadas
ao domínio do turismo.
316 Travel documents and procedures/
Documentos e procedimentos para viajar
317 Travel / Viajar
318 Visit /Visita
319 Distance / Distância
183 Holidays
Quadro 3.2 - Categorias temáticas relacionadas ao turismo selecionadas do WR
A Figura 3.7 mostra como o WR define o verbete tourism.
tourism ssfn turismo tourist ssfn turista (usado como adj) the tourist trade o ramo do
turismo, a popular tourist resort/attraction um local/uma atração turística popular
uso: Não há adjetivo que corresponda ao substantivo tourist. Freqüentemente usa-se em
seu lugar o mesmo substantivo como adjetivo, conforme demonstrado nos exemplos
acima.
Figura 3.7 – O verbete da entrada tourism no WR
O item lexical tourism está agrupado como os itens travel (vti), travel
(ssfn), traveler, travel agent, travel agency, hitch-hike, hitch-hiker,
commute, commuter e passenger. Além disso, no verbete tourism, há os itens
tourist trade, tourist resort e tourist attraction. Por se tratar de um dicionário bilíngüe,
o WR não apresenta definições extensas para as suas entradas, mas sim os itens lexicais
equivalentes do português, bem como expressões, exemplos e notas de uso.
3.2.2.2 Longman Lexicon of Contemporary English
O dicionário Longman Lexicon of Contemporary English (LEXICON) foi
selecionado para compor uma das fontes desta pesquisa por ser também organizado
onomasiologicamente. Seu autor, McArthur (1981), introduz a fundamentação teórica
do dicionário no prefácio da obra (p. vi):
101
“Comenius tinha uma centena de capítulos e orientação religiosa,
enquanto Roget usou um esquema de conceitos universais como
arcabouço para suas longas listas. O Lexicon, entretanto, tem apenas
quatorze ‘campos semanticos’ de natureza pragmática, cotidiana, um
sistema simples de letras e números para fácil referência, e um índice
para tornar a referência ainda mais fácil. Sinônimos, antônimos,
hipônimos, e outras palavras relacionadas são apresentadas de modo
lingüisticamente apropriado, sem, entretanto, exigir que o usuário seja
familiarizado com a terminologia lingüística. Além disso, as definições
são complementadas com rótulos de estilo e exemplos de uso, e desenhos
e tabelas são acrescentados quando necessário.”
O Quadro 3.3 relaciona os quatorze campos semânticos do LEXICON.
A Life and Living Things
B The Body: its functions and welfare
C People and the Family
D Buildings, Houses, the Home, Clothes, Belongings, and Personal Care
E Food, Drink and Farming
F Feelings, Emotions, Attitudes, and Sensations
G Thought and Communication, Language and Grammar
H Substances, Materials, Objects and Equipment
I Arts and Crafts, Science and Technology, Industry and Education
J Numbers, Measurement, Money, and Commerce
K Entertainment, Sports, and Games
L Space and Time
M Movement, Location, Travel, and Transport
N General and Abstract Terms
Quadro3.3. Os campos semânticos do LEXICON
Dentre esses quatorze campos, o que contém conceitos relevantes para a seleção
de itens lexicais do domínio do turismo é o M (MOVEMENT, LOCATION, TRAVEL AND
TRANSPORT
); mais especificamente a subseção TRAVEL AND VISITING, especificada no
Quadro 3.4.
102
TRAVEL AND VISITING
M73 nouns: VISITING AND INVITING
M75 nouns: TRAVELING
M76 nouns: PEOPLE VISITING AND TRAVELING
M77 nouns: PEOPLE GUIDING AND TAKING
M78 nouns: TRAVEL BUSINESSES
M79 nouns: HOTELS, etc
M80 nouns: IN HOTELS, etc
M81 nouns: PEOPLE IN HOTELS, etc
M83 nouns: IN HOTELS, TRAVELING, etc
Quadro 3.4. Os campos semânticos do LEXICON do domínio do turismo.
Dentre esses subcampos, parte deles apresenta expressões relevantes para a
expressão do domínio do turismo (como exemplo, citamos o campo M75 – TRAVELING,
que contém os itens lexicais travel, tour e journey). Além disso, há itens lexicais em
outros subcampos do campo M que são pertinentes para nosso trabalho como, por
exemplo, VEHICLES AND TRANSPORT ON LAND, os subcampos de M90 a M112, e
PLACES, os subcampos de M120 a M136. Lembramos também que o próprio
LEXICON, ao apresentar os campos no sumário, faz referências remissivas para outros
campos. Por exemplo, no subcampo M70 TRAVEL AND VISITING, é feita uma referência
ao subcampo L80 GEOGRAPHY.
As definições apresentadas no LEXICON, por sua vez, são elaboradas de acordo
com o Longman Dictionary of Contemporary English. O item lexical tourism é
apresentado dentro do subcampo M75 nouns: TRAVELLING, ao lado de itens como
travel, travels, voyage, tour, journey, itinerary, expedition, trip, entre outros, com a
definição da Figura 3.8.
tourism [U] 1 the practice of travelling for pleasure, esp. on one’s holidays 2 the
business of providing holidays, tours, hotels, etc for tourists: Tourism is Spain’s biggest
industry.
Figura 3.8. Definição da entrada tourism do LEXICON
103
3.2.2.3 Longman Essencial Activator
O dicionário Longman Essencial Activator (LEA) não apresenta prefácio ou
introdução, apenas um sumário, um guia prático How to use the Longman Essential
Activator, baseado em exemplos transcritos do próprio dicionário, e comentários sobre
funções específicas para as quais pode contribuir, a saber: aprimoramento da
proficiência lingüística e competência comunicativa do aluno. Ao fim, o LEA resume
seu objetivo: “The Longman Essential Activator is the essential one-stop resource for
language production” (p. v). O LEA parte de 750 itens lexicais considerados básicos
que remetem para todos os demais. Cada entrada do LEA apresenta uma definição clara
e precisa.
O Quadro 3.5 reproduz parcialmente as partes, ou seções, que são apresentadas
no sumário do dicionário.
Pronunciation table
How to use the Longman Essential Activator
Explanatory page
The Dictionary A – Z
Essential Word Banks
Essential Communication
Essential Grammar
Index
Short forms, labels and symbols.
Quadro 3.5 A estrutura do LEA
O LEA não apresenta os campos pré-determinados em forma de lista, mas sim
em termos de um sistema de remissões por meio de setas que indicam os “caminhos”
que o aluno deve seguir para localizar itens lexicais semanticamente relacionados.
Apesar de sua macroestrutura ser completamente diferente de um dicionário
convencional, organiza-se em ordem alfabética. A Figura 3.9 ilustra o sistema de
remissões das entradas tourism, travel e transport.
104
Figura 3.9. - Remissões das entradas tourism, travel e transport do LEA
Como vimos no Quadro 3.5, além da listagem do vocabulário de A a Z, o LEA
apresenta bancos de palavras (Word Banks), inseridos em páginas especiais ao longo do
dicionário. Em cada uma dessas páginas, além de quadros com vocabulário temático
específico, o dicionário apresenta uma “história em quadrinhos” que ilustra o uso dos
itens lexicais tematicamente relacionados. Essa característica levou-nos a utilizar o
LEA, pois, de maneira didática, ele utiliza esse recurso pictórico para apresentar o
vocabulário relacionado ao turismo (cf. Anexo 02). Logo abaixo da história em
quadrinhos, são apresentados os itens lexicais que ocorrem nos diálogos, como
vacation, travel agent’s, brochure, watersports, skiing, museums, laze around, package
deals, campsite, flight, nightlife etc., e os itens lexicais semanticamente a eles
relacionados, como package tour, campground, book, make a reservation, entre outros.
A Figura 3.10 ilustra a definição das entradas tourism e tourist.
105
tourism [nU] the business of selling holidays and providing things for people to do,
places for them to stay etc while they are on holiday: The country depends on tourism
for most of its income
mass tourism (=when there are many tourists in an area and this changes its character.)
tourist [nC] someone who travels or visits a place for pleasure
touristy informal a place that is touristy has a lot of tourists visiting it, often with the
result that it becomes less attractive or interesting: Vancouver’s Chinatown is less
touristy than San Francisco’s.
Figura 3.10 Definição das entradas tourism e tourist do LEA
3.2.2.4 Longman Language Activator
O dicionário Longman Language Activator (LLA) tem objetivos semelhantes
aos do LEA, mas com a diferença de apresentar uma nomenclatura maior. Esse
dicionário é especificamente elaborado para que o aluno escreva e fale corretamente em
inglês, ou seja, trata-se de um dicionário para a produção de texto e se intitula “the
world’s first production dictionary”. Conforme registra o prefácio, o LLA foi
concebido como resultado de pesquisas sobre o ensino de língua inglesa em vários
países do mundo. Seu objetivo é fornecer ao aluno as informações necessárias para que
ele possa usar adequadamente um item lexical de maneira apropriada ao seu contexto de
uso, natural e fluente. Para isso, as definições das entradas, que somam um total de 866
entradas, são apresentadas de acordo com idéias, conceitos e significados que cobrem
um mesmo campo semântico. O aluno parte do conceito como, por exemplo, o conceito
SER RICO e a partir dele consulta a entrada (rich), apresentada em ordem alfabética,
que expressa esse conceito. A partir daí, o LLA “norteia” o aluno, apresentando-lhe
opções de itens lexicais que podem também expressar esse conceito, com nuanças de
significado e uso. No exemplo, o aluno pode escolher, dentre os itens lexicais e
expressões idiomáticas apresentados (wealthy, well-off, prosperous, affluent, have
money to burn), exatamente aquele que avaliar apropriado.
106
A Figura 3.11 mostra a especificação da entrada tourism. Nela, esse item é
registrado dentro da classificação HOLIDAY/VACATION item 7, “the business of
arranging holidays for people”, juntamente com travel/tourist industry, travel agency e
tour guide, com a seguinte definição
tourism [nU] when people travel to another place for a holiday – use this specially
when you are talking about all the services tourists need, such as hotels, food, etc: As
part of a plan to increase tourism, visitors staying less than 90 days do not need a visa.
/ The country relies on tourism and the sale of raw materials for hard currency.
Figura 3.11 Definição da entrada tourism do LLA
Já a Figura 3.12 mostra a especificação da entrada
tourist dentro do item 4,
“someone who is on holiday”, juntamente com holidaymaker e honeymooner.
tourist [n C] someone who visits a different place for interest and enjoyment: More
than 3 million American tourists visit Britain every year. / Tourists can use the colour-
coded map to guide themselves on walks of the city.
Figura 3.12 Definição da entrada tourist do LLA
Em outro trabalho, Tosqui (2002), já havíamos ressaltado que, apesar de não ser
recente, o recurso a corpus lingüístico tem se mostrado cada vez mais desenvolvido,
modernizado e adotado nas pesquisas lingüísticas.
17
Os dicionários LEA e LLA foram
elaborados com base na análise do British National Corpus, que contém mais de 300
milhões de ocorrências do inglês britânico e norte-americano, falado e escrito, e também
do Longman Corpus Network, que é um corpus de ocorrências geradas por aprendizes
de inglês, o que permite prever quais palavras são mais familiares para os alunos e quais
as que causam mais problemas ou dificuldades, devendo estas ficar fora dos exemplos.
17
Para Aston (2001), um corpus pode ser definido como um conjunto de amostras cuidadosamente
coletadas de textos escritos ou transcrições de fala de uma determinada língua, armazenadas em um
computador. Segundo o autor, muitos dicionários de inglês, diversas gramáticas e um número crescente
de materiais didáticos e suplementares para o ensino/aprendizado de um idioma se proclamam “baseados
em corpus”, o que significa que seus conteúdos foram parcialmente determinados pela contagem e exame
em um ou mais corpus de instâncias de ocorrências lingüísticas em particular.
107
Encerramos esta subseção relembrando que as informações lexicográficas e a
forma de organização semântica dos itens que gravitam no domínio do turismo foram
utilizadas em nosso trabalho para auxiliar tanto na sistematização e classificação dos
conceitos da ontologia básica do turismo que estamos construindo, quanto na seleção
dos itens lexicais que denotam esses conceitos; o WR, em particular, foi também de
grande valia no processo de busca de equivalências léxico-conceituais entre os itens
lexicais das duas línguas.
3.2.3. As fontes didático-pedagógicas: o material didático para ESP
Para Almeida Filho (1993), ensinar uma língua estrangeira exige do professor a
execução das seguintes tarefas: o planejamento de cursos e de suas unidades, a produção
ou a seleção criteriosa de materiais, a escolha e a construção de procedimentos para
fazer com que o aluno experiencie a língua-alvo e as maneiras de avaliar o desempenho
dos alunos.
Para auxiliá-lo nessas tarefas, o professor de ESP conta com materiais didáticos
próprios para os objetivos específicos que deseja atingir. A tendência dos materiais
atuais, mesmo tendo como objetivo a formação de um profissional para uma área de
atuação específica, é empregar a abordagem comunicativa. De acordo com Littlewood
(1981), essa abordagem pretende abordar quatro competências básicas, a saber: a
competência para manipular o sistema lingüístico de modo proficiente; a competência
para distinguir entre as estruturas gramaticais e estruturas funcionais; a competência
para manipular as diferentes formas de expressão; a competência para dosar a
linguagem de acordo com o contexto social.
Essas competências levam o aluno a aprender a relacionar formas lingüísticas a
funções comunicativas, em uma realidade não-lingüística, dentro de um contexto social
108
determinado, por meio de diálogos abertos, aprendendo a moderar os seus graus de
independência, usando as estruturas lingüísticas não como um fim, mas como um meio,
como um suporte para a comunicação. Para tanto, desenvolvem-se dois tipos de
atividade comunicativa: a comunicação funcional e a interação social.
Na comunicação funcional, a interação fica menos controlada por convenções
artificiais. Nela, simulam-se situações em que o aluno pode encontrar fora da sala de
aula. Os alunos devem, então, aprender a controlar os níveis de interação gradualmente
para saberem expressar suas opiniões, concordar e discordar na língua estrangeira, sem
parecerem inadequados ou artificiais. As oportunidades de interação social são criadas
usando-se técnicas compatíveis com o ambiente de sala de aula e também simulando
outras situações para superar as limitações da classe.
Os livros didáticos selecionados para esta pesquisa seguem predominantemente
as características dessa orientação didático-pedagógica. A seguir, apresentamos as
necessidades de um curso de ESP para Cursos Superiores de Turismo e a estratégia de
recorte de um vocabulário básico do turismo. Na seqüência, abordaremos
individualmente os livros didáticos que complementam as fontes conceituais e de dados
lexicais.
3.2.4 Recorte do vocabulário
Como já se disse desde o início, o objetivo deste trabalho é apresentar uma
proposta de estruturação ontológica do vocabulário básico do turismo que sirva também
como subsídio para a montagem de uma base de dados lexicais para uso por alunos de
Cursos Superiores de Turismo. Neste processo de organização dos itens lexicais em
termos de conceitos de uma ontologia específica do turismo, percebemos que não é
109
tarefa fácil delimitar exatamente quais são os conceitos e, por conseguinte, quais são as
unidades lexicais que devem fazer parte desse domínio.
Na Seção 2, vimos que os limites entre os campos semânticos são movediços e a
dificuldade de investigarmos a semântica das línguas naturais reside justamente na
impossibilidade de determinarmos limites estanques para os conceitos. Dessa forma, se
consideramos que uma série de conceitos leva a outra série, e esta leva ainda a outra, e
assim sucessivamente, nosso trabalho seria virtualmente infinito.
Assim, para a seleção dos conceitos que compõem, pelo menos, uma ontologia
básica do turismo, bem como do vocabulário a ela associado, decidimos estabelecer um
recorte tomando como base os livros didáticos de ESP para profissionais do turismo,
uma vez que eles são elaborados com o objetivo de explorar exclusivamente o
vocabulário desse domínio. O vocabulário e as funções específicas apresentados nos
livros didáticos foram analisados com a preocupação de atender ao propósito didático da
pesquisa, de auxiliar o graduando de Turismo a ter o vocabulário estruturado de maneira
que possa desempenhar satisfatoriamente as habilidades comunicativas em nível
elementar nas diversas atividades profissionais relacionadas do setor de turismo.
3.2.5 Os livros didáticos
Os livros didáticos foram selecionados em função da sua orientação específica
de preparar o profissional para as diversas atividades do turismo. São livros elaborados
nos últimos 15 anos, época em que houve um boom no desenvolvimento de livros
didáticos e dicionários dirigidos especificamente a públicos bem delimitados e ao ESP.
110
Outro critério que nos levou a selecionar esses livros é o fato de eles apresentarem um
vocabulário parcialmente sistematizado, contendo até glossários
18
.
3.2.5.1. At your service – English for the Travel and Tourist Industry
O livro didático At your service – English for the Travel and Tourist Industry
(STOTT e BUCKINGHAM, 2000) tem como público-alvo estudantes que estão se
preparando para trabalhar em hotéis, restaurantes, agências de viagem, postos de
informação turística e aeroportos. O livro é dividido em 15 unidades, que exploram
diferentes áreas comunicativas, como atender ao telefone ou dar informações a clientes,
e introduz práticas de estruturas gramaticais e de vocabulário (incluindo expressões
úteis), além de prática de pronúncia, que o aluno precisará saber para se comunicar com
eficácia. A ênfase recai sobre o desenvolvimento das habilidades auditiva e oral, mas
também há prática de leitura e de redação para algumas tarefas específicas como ler
tabelas de horários ou anotar recados simples. São elaborados para estudantes
provenientes de todas as partes do mundo que precisam utilizar o inglês como língua
franca de comunicação internacional e do turismo, independente de onde estiverem.
Apresenta, ao final, um vocabulário elementar com 398 unidades e expressões lexicais,
em inglês, japonês, espanhol, português, chinês, tailandês e coreano.
3.2.5.2 First class – English for Tourism
O livro didático First Class (STOTT e HOLT, 1991) foi elaborado para pessoas
trabalhando ou preparando-se para trabalhar em todas as áreas do setor do turismo. Ele
se inicia num nível de exigência de conhecimento lingüístico baixo (low level), leva os
18
O Apêndice 01 apresenta os conteúdos das unidades de cada livro e a seleção dos vocabulários
coletados em cada um deles.
111
estudantes ao nível de proficiência intermediário e fornece o vocabulário essencial do
turismo. Há 20 unidades que cobrem todos os aspectos do universo do turismo,
incluindo áreas de interesse em expansão, como passeios com objetivos especiais e
organização de eventos. O livro traz ainda um vocabulário básico em inglês, francês,
italiano, espanhol, alemão, turco e japonês.
3.2.5.3 Tourism and Catering Workshop
O livro didático Tourism and Catering Workshop (WOOD, 2003) compõe uma
série que tem como público-alvo estudantes de nível de proficiência intermediário-
básico (lower-intermediate), com o objetivo de fornecer uma fundamentação prática do
inglês que eles precisarão usar no dia-a-dia do ambiente profissional. Contém 27 lições
independentes, que podem ser estudadas em sala de aula ou individualmente pelo aluno.
As lições incluem textos autênticos, linguagem funcional e o vocabulário necessário
para todos os tópicos importantes do contexto profissional do turismo. O livro apresenta
um glossário com 359 termos do turismo presentes nas lições, acompanhados da
transcrição fonética, da classificação gramatical e da definição, em inglês.
3.2.5.4 Be my guest – English for the hotel industry
O livro Be my guest – English for the hotel industry (O’HARA, 2004) é
destinado especificamente a pessoas que trabalham ou estão se preparando para
trabalhar na área da hotelaria e que têm nível de proficiência elementar (elementary ou
lower-intermediate). Ele enfoca situações comunicativas do dia-a-dia profissional e dá
destaque a atividades que utilizam a Internet, como e-commerce e e-business. Contém
15 unidades que tratam de diferentes situações, incluindo trabalhar no bar e no
112
restaurante, atender ao telefone, dar instruções e direções, equacionar problemas dos
hóspedes, escrever cartas e e-mails curtos, sugerir locais para visita e explicar
funcionamentos. Os estudantes praticam as quatro habilidades, com consolidação do
vocabulário e da linguagem a cada lição. Em relação ao vocabulário, o livro traz apenas
uma lista com 63 verbos ao final e as expressões são apresentadas ao longo das lições.
3.2.5.5 English for International Tourism
O livro English for International Tourism (DUBICKA e O’KEEFFE, 2003) é
dirigido a estudantes que trabalham ou estão se preparando para trabalhar com turismo e
hotelaria, e que têm nível de proficiência pré-intermediário (pre-intermediate). Ele
enfoca situações comunicativas do dia-a-dia de um hotel para que os profissionais
estejam aptos a compreender e atender aos pedidos e necessidades dos hóspedes. O livro
também apresenta muitas atividades baseadas em materiais autênticos, como guias de
viagem publicados pela Eyewitness Travel Guide Series
19
, da editora DK, reproduções
de websites de hotéis, cardápios de restaurantes, entre outros. Contém 15 unidades que
tratam de diferentes situações, incluindo trabalhar no bar e no restaurante, atender ao
telefone, dar instruções e direções, equacionar problemas dos hóspedes, escrever cartas
e e-mails curtos, sugerir locais para visita, além de abordar temas, como cruzeiros
marítimos, estações de esqui, resorts, ecoturismo, turismo de aventura, eventos e
turismo de negócios. Os estudantes praticam as quatro habilidades, com consolidação
do vocabulário e da linguagem a cada lição.
Conforme explicitamos anteriormente, a utilização desses livros didáticos como
fonte didático-pedagógica demonstrou-se de alta relevância para: (a) subsidiar a
elaboração da ontologia e o estabelecimento de relações entre os conceitos,
19
Esta série foi publicada no Brasil com o título Guia Visual Folha de São Paulo.
113
possibilitando o recorte metodológico a partir da análise dos temas abordados nas
unidades didáticas; (b) fornecer os itens lexicais que compõem o que estamos
denominando vocabulário básico do turismo inglês-português.
3.2.6 Segunda versão da ontologia e primeira versão do vocabulário básico do
turismo
Após a análise das fontes lexicográfica e didático-pedagógica apresentadas nas
subseções 3.2.2 e 3.2.5, ilustramos, na Figura 4.11 a segunda versão da ontologia básica
do turismo, uma reelaboração da primeira versão apresentada nas Figuras 3.3.1 e3.3.2.
O Quadro3.9 reúne a primeira versão do vocabulário básico do turismo. Nos parágrafos
seguintes discutimos a passagem da primeira para a segunda versão.
A análise da informação lexical e conceitual contida nos dicionários e nos livros
didáticos (cf. Apêndice 01), permitiu-nos a reelaboração das classes e subclasses
propostas na primeira versão da ontologia, aumentando consideravelmente o seu
número e detalhando bem mais os conceitos relacionados a cada grande subclasse do
domínio do turismo. Esse processo de análise nos levou à reorganização dos conceitos
por meio de quatro procedimentos:
promoção de uma subclasse a uma nova classe. Na primeira versão,
propusemos oito grandes subclasses da classe inicial TOURISM: TOURIST,
MOTIVATION, TOURISM BUSINESS, DESTINATION, TRAVEL,
TRANSPORTATION, ACCOMODATION, ATTRACTIONS e
ACTIVITIES. Nesta segunda versão, porque se trata de mais uma classe
constituinte da classe TOURISM, elevamos a subclasse FOOD AND
DRINK para o mesmo nível dessas grandes subclasses e a retiramos da
posição de subclasse de CULTURAL ATTRACTIONS;
114
modificação da classificação do conceito. Após consulta à maneira como é
apresentada nos dicionários e nos livros didáticos fontes, a grande subclasse
TRAVEL foi rebaixada a uma subclasse de TOURISM BUSINESS. As suas
subclasses TRIP, TOUR e EXCURSION, por sua vez, foram rebaixadas a
subclasses de ACTIVITIES, por esse mesmo critério;
exclusão dos conceitos da primeira versão que não se mostraram recorrentes
nas fontes didático-pedagógicas: RURAL TOURISM, HEALTH
TREATMENT, MOTORHOME, TIME SHARE STABLISHMENT, SPA e
HOUSE OR APARTMENT FOR RENT;
acréscimo de novos conceitos a partir das grandes subclasses, resultando nas
43 subclasses do Quadro 3.6.
Grandes subclasses da classe TOURISM
Subclasses de subclasses
KINDS OF TOURISM LEISURE TOURISM
MASS TOURISM
ECOTOURISM
EVENTS TOURISM
BUSINESS TOURISM
CULTURAL TOURISM
SUSTAINABLE TOURISM
TOURISM BUSINESS TRAVEL
TOURIST INFORMATION OFFICE
BROCURE
TOUR OPERATOR
TRAVEL AGENCY
RESERVATION
MOTIVATION HOLIDAY
HONEYMOON
EVENT
BUSINESS
ECOTOURISM
TOURIST KINDS OF TOURIST
THINGS TOURISTS CARRY
THINGS TOURISTS BUY
AIR TRAVEL TRANSPORTATION
RAILWAY TRAVEL
WATER TRAVEL
DESTINATION
ARRIVAL
DEPARTURE ROAD TRAVEL
PASSENGER
TICKET
CABIN
115
SEAT
ACCOMMODATION GUEST
STAY
HOTEL
B&B
MOTEL
RESORT
YOUTH HOSTEL
CAMPSITE
ATTRACTIONS NATURAL ATTRACTIONS
CULTURAL ATTRACTIONS
ENTERTAINMENT
ACTIVITIES CAMPING
TOUR
SHOPPING
FISHING
HORSEBACK RIDING
SPORTS
FOOD AND DRINK RESTAURANT
Quadro 3.6 As subclasses da segunda versão da ontologia básica do turismo
As subclasses, por sua vez, foram desmembradas em outras subclasses, de forma
que a ontologia completa contém 184 conceitos, conforme mostra o Quadro 3.7,
apresentado no Apêndice 03. Esse quadro, de que reproduzimos apenas uma parte na
Figura 3.13, estrutura-se da seguinte maneira: a primeira coluna do quadro representa as
subclasses maiores da classe TOURISM; a segunda coluna representa as subclasses
dessas grandes subclasses, e assim sucessivamente.
GRANDE SUBCLASSE SUBCLASSES SUBCLASSES SUBCLASSES
MENU
APPETIZER
DISH
BEVERAGE
DESSERT
MEAL
BREAKFAST
LUNCH
DINNER
ORDER
STAFF
CHEF
COOK
WAITER
FOOD AND DRINK
RESTAURANT
CLIENT
Figura 3.13. Parte do Quadro 3.7 (Cf. Apêndice 03)
116
Como em toda ontologia, as relações entre os conceitos podem ser de
subordinação e superordenação, parte-todo e inclusão, identidade, semelhança, contraste
ou oposição. Na ontologia que estamos construindo, elas estruturam os conceitos da
seguinte maneira:
LEISURE TOURISM, MASS TOURISM e ECOTOURISM, EVENTS
TOURISM, BUSINESS TOURISM e CULTURAL TOURISM são tipos de
KINDS OF TOURISM.
TOURISM BUSINESS inclui TRAVEL, TOURIST INFORMATION OFFICE,
BROCHURE, TOUR OPERATOR e TRAVEL AGENCY.
TOURIST INFORMATION OFFICE inclui TOURIST INFORMATION
OFFICER.
TOUR OPERATOR inclui TOUR COMPANY REPRESENTATIVE.
TRAVEL AGENCY inclui PACKAGE TOUR, FARE, SEASON TRAVEL
AGENT, RESERVATION e CANCELLATION.
HIGH SEASON e LOW SEASON são tipos de SEASON e são subtipos
opostos.
HOLIDAY, HONEYMOON, EVENT, BUSINESS e ECOTOURISM são tipos
de MOTIVATION.
TRAVELLER, HOLIDAYMAKER, HONEYMOONER, BUSINESS
TRAVELER, EVENT PARTICIPANT e BACKPACKER são tipos de
TOURIST.
BAGGAGE, DOCUMENTS, MAP e TRAVEL GUIDE são tipos de THINGS
TOURISTS CARRY.
BAG e SUITCASE são tipos de BAGGAGE.
117
PASSPORT, VISA, VOUCHER, INSURANCE e TRAVELLER´S CHECK são
tipos de DOCUMENT.
SOUVENIR, POSTCARD e HANDICRAFTS são tipos de THINGS
TOURISTS BUY.
AIR TRAVEL contém AIRPLANE, AIRPORT e AIRLINE.
AIRPLANE contém FLIGHT, que por sua vez contém CLASS e FLIGHT
ATTENDANT.
AIRPORT contém GATE, TERMINAL e CHECK-IN COUNTER. Por sua vez,
GATE, TERMINAL e CHECK-IN COUNTER são partes de AIRPORT.
ROAD TRAVEL inclui CAR, BUS e BUS STATION. PLATFOTM é parte de
BUS STATION.
RAILWAY TRAVEL contém TRAIN e TRAIN STATION. BERTH é parte de
TRAIN e PLATFORM é parte de TRAIN STATION.
WATER TRAVEL contém BOAT, FERRY BOAT, CRUISE, CRUISE SHIP e
CRUISE LINE.
ARRIVAL está em relação de oposição a DEPARTURE.
HOTEL contém LOBBY, FACILITIES, RECEPTION, ROOM e STAFF.
SWIMMING POOL, FITNESS ROOM. ROOM SERVICE, CONFERENCE
FACILITIES, RESTAURANT e BAR são tipos de FACILITIES que é parte de
HOTEL.
CHECK-IN está em relação de oposição a CHECK-OUT.
SINGLE ROOM, DOUBLE ROOM, TWIN ROOM, TRIPLE ROOM, FAMILY
ROOM
DORMITORY são tipos de ROOM.
118
BED, TELEPHONE, SAFE, MINIBAR, TV e SUITE são partes de ROOM
FACILITIES
BATH e SHOWER estão em relação de contraste.
PARK, FOREST, NATURE RESERVE, MOUNTAIN, WATERFALL,
BEACH, RIVER, CAVE e WILDLIFE são tipos de NATURAL
ATTRACTION.
MUSEUM, ART GALLERY, CASTLE, CHURCH, TEMPLE, ZOO,
AQUARIUM, FESTIVITIES, THEATER, RUIN e MONUMENT são tipos de
CULTURAL ATTRACTION.
THEME PARK, AMUSEMENT PARK, CASINO e NIGHTLIFE são tipos de
ENTERTAINMENT.
NIGHTLIFE contém DISCO e BAR.
TOUR e TRIP são semelhantes.
CITY TOUR, SIGHTSEEING, WALKING TOUR e EXCURSION são tipos de
TOUR.
TOUR GUIDE é parte de TRIP.
BUNGEE JUMPING, HIKING, TREKKING, SKIING, SNOWBOARDING,
CLIMBING, MOUNTAIN-BIKING, DIVING, SCUBA DIVING,
SWIMMING, WATER SKIING e RAFTING são tipos de SPORT.
RESTAURANT contém MENU, MEAL, STAFF e CLIENT.
MENU contém APPETIZER, DISH, BEVERAGE, DESSERT.
BREAKFAST, LUNCH e DINNER são partes de MEAL.
À medida que a ontologia vai se delineando, novas classes e subclasses vão
sendo acrescidas e a apresentação em forma de esquema torna-se impraticável pela
119
limitação imposta pela página impressa.
20
Observe que, na Figura 3.11, passamos a
representar a ontologia com o recurso de recuos de parágrafos. Os conceitos gerais do
domínio do turismo, que constituem as grandes classes iniciais da ontologia básica, são
representados na margem esquerda da página sem qualquer recuo. Já as subclasses são
representadas por meio de recuos sucessivos de espaçamento. Por exemplo, FLIGHT é
uma subclasse de AIRPLANE, que é, por sua vez, uma subclasse de AIR TRAVEL.
Para sinalizar a organização hierárquica da ontologia da Figura 3.14, que
estabelece a taxonomia dos conceitos, bem com as outras relações que se estabelecem
entre os conceitos, utilizamos um conjunto específico de símbolos. As relações
hierárquicas são assim representadas: subordinação (is_a), superordenação (>), inclusão
(has) e parte-todo (part_of). As relações não hierárquicas são assim representadas:
identidade (=), semelhança (), contraste (/) e oposição (). As setas indicam entre quais
conceitos as relações semânticas se estabelecem: acima (), abaixo () e recíproco ().
Alguns conceitos recebem duas setas, pois se relacionam tanto ao conceito que está
acima quanto ao conceito que está abaixo de si. Nos casos em que o conceito inicia uma
subclassificação, ele sempre se relaciona aos conceitos que estão abaixo, por isso não
apresentam a seta sinalizadora. No caso dos conceitos que apresentam reciprocidade
(ARRIVAL é oposto a DEPARTURE e vice-versa), a seta sinalizadora foi posicionada
ao lado do conceito que ocorre primeiro na listagem , como em:
ARRIVAL (part_of) ()
DEPARTURE (part_of)
20
Neste ponto, cumpre observarvamos a importância de representarmos a ontologia, bem como nela
ancorarmos semanticamente os vocabulários do inglês e do português, por meio do editor de ontologias
Protégé (disponível em http://protege.stanford.edu), foco da Seção 5.
120
===================================================================================================
TOURISM
> (has)
KINDS OF TOURISM >
LEISURE TOURISM (is_a)
MASS TOURISM (is_a)
EVENTS TOURISM (is_a)
BUSINESS TOURISM (is_a)
CULTURAL TOURISM (is_a)
TOURISM BUSINESS
(has)
TRAVEL (part_of)
TOURIST INFORMATION OFFICE (has)
TOURIST INFORMATION OFFICER (part_of)
BROCHURE (part_of)
TOUR OPERATOR (part_of) (has)
TOUR COMPANY REPRESENTATIVE (part_of)
TRAVEL AGENCY(has)
PACKAGE TOUR (part_of)
FARE (part_of)
SEASON (part_of) >
HIGH SEASON (is_a) ()
LOW SEASON (is_a)
TRAVEL AGENT (part_of)
RESERVATION (part_of) ()
CANCELLATION (part_of)
MOTIVATION >
HOLIDAY (is_a)
HONEYMOON (is_a)
EVENT (is_a)
BUSINESS (is_a)
ECOTOURISM (is_a)
TOURIST
(has) >
KINDS OF TOURIST (is_a) >
TRAVELLER (is_a)
HOLIDAYMAKER (is_a)
HONEYMOONER (is_a)
BUSINESS TRAVELER (is_a)
EVENT DELEGATE (is_a)
BACKPACKER (is_a)
THINGS TOURISTS CARRY (part_of) >
BAGGAGE (is_a)) >
BAG (is_a)
SUITCASE (is_a)
DOCUMENT (is_a) >
PASSPORT (is_a)
VISA (is_a)
VOUCHER (is_a)
INSURANCE (is_a)
TRAVELER’S CHECK (is_a)
MAP (is_a)
TRAVEL GUIDE (is_a)
THINGS TOURISTS BUY >
SOUVENIR (is_a)
POSTCARD (is_a)
HANDICRAFTS (is_a)
TRANSPORTATION
has
AIR TRAVEL (part_of) (has)
AIRPLANE (part_of) (has)
FLIGHT (part_of) (has)
CLASS (part_of)
FLIGHT ATTENDANT (part_of)
AIRPORT (part_of) (has)
GATE (part_of)
TERMINAL (part_of)
CHECK IN COUNTER (part_of)
AIRLINE (part_of)
ROAD TRAVEL(part_of) (has)
121
CAR (part_of)
CAR RENTAL (part_of) (has)
CAR RENTAL OFFICE
BUS (part_of) (has)
BUS STATION (part_of) ↑↓ (has)
PLATFORM (part_of)
RAILWAY TRAVEL (part_of) (has)
TRAIN (part_of)
BERTH (part_of)
TRAIN STATION (part_of) (has)
PLATFORM (part_of)
WATER TRAVEL (part_of) (has)
BOAT (part_of)
FERRY BOAT (part_of)
CRUISE (is_a)
CRUISE SHIP (has)
CREW (part_of)
DECK (part_of)
CRUISE LINE (part_of)
DESTINATION (part_of)
ARRIVAL (part_of) ()
DEPARTURE (part_of)
PASSENGER (part_of)
TICKET (part_of)
CABIN (part_of)
SEAT (part_of)
ACCOMMODATION (
has) >
GUEST (part_of)
STAY (part_of)
HOTEL (part_of) (has)
LOBBY (part_of)
FACILITIES (part_of) >
SWIMMING POOL (is_a)
FITNESS ROOM (is_a)
ROOM SERVICE (is_a)
CONFERENCE FACILITIES (is_a)
RESTAURANT (is_a)
BAR (is_a)
RECEPTION (has)
CHECK IN (part_of)
CHECK OUT (part_of)
ROOM >
SINGLE ROOM (is_a)
DOUBLE ROOM (is_a)
TWIN ROOM (is_a)
TRIPLE ROOM (is_a)
FAMILY ROOM (is_a)
DORMITORY (is_a)
ROOM FACILITIES (has)
BED (part_of)
TELEPHONE (part_of)
SAFE (part_of)
MINIBAR (part_of)
TV (part_of)
SUITE (part_of) (has)
BATH /
SHOWER
PERSONNEL (part_of) (has)
MANAGER (part_of)
RECEPTIONIST (part_of)
CHAMBERMAID (part_of)
DOORMAN (part_of)
BELLHOP (part_of)
INN (is_a)
B&B (is_a)
MOTEL (is_a)
RESORT (is_a) >
SKI RESORT (is_a)
YOUTH HOSTEL (is_a)
122
CAMPSITE (is_a)
TOURIST ATTRACTIONS
NATURAL ATTRACTION >
PARK (is_a)
FOREST (is_a)
NATURE RESERVE (is_a)
MOUNTAIN (is_a)
WATERFALL (is_a)
BEACH (is_a)
RIVER (is_a)
CAVE (is_a)
WILDLIFE (is_a)
CULTURAL ATTRACTION >
MUSEUM (is_a)
ART GALLERY (is_a)
CASTLE (is_a)
CHURCH (is_a)
TEMPLE (is_a)
ZOO (is_a)
AQUARIUM (is_a)
FESTIVITIES (is_a)
THEATER (is_a)
RUIN (is_a)
MONUMENT (is_a)
ENTERTAINMENT >
THEME PARK (is_a)
AMUSEMENT PARK (is_a)
CASINO(is_a)
NIGHTLIFE (is_a) (has)
DISCO (part_of)
BAR (part_of)
ACTIVITIES
CAMPING (is_a)
TRIP
(is_a)
TOUR
CITY TOUR (is_a)
SIGHTSEEING (is_a)
WALKING TOUR (is_a)
EXCURSION (is_a)
TOUR GUIDE (part_of)
SHOPPING (is_a)
FISHING (is_a)
HORSEBACK RIDING (is_a)
SPORTS (is_a) >
BUNGEE JUMPING (is_a)
HIKING (is_a)
TREKKING (is_a)
SKIING (is_a)
SNOWBOARDING (is_a)
CLIMBING (is_a)
MOUNTAIN-BIKING (is_a)
DIVING (is_a)
SCUBA DIVING (is_a)
SWIMMING (is_a)
WATER SKIING (is_a)
RAFTING (is_a)
FOOD AND DRINK
has
RESTAURANT (part_of) >
MENU < (has)
APPETIZER (part_of)
DISH (part_of)
BEVERAGE (part_of)
DESSERT(part_of)
MEAL > (has)
BREAKFAST (is_a)
LUNCH (is_a)
DINNER (is_a)
ORDER (part_of)
STAFF has
123
CHEF (part_of)
COOK (part_of)
WAITER (part_of)
CLIENT (part_of)
==============================================================================================
Figura 3.14. Segunda versão da ontologia básica do turismo.
Na seqüência, no Quadro 3.8 apresentamos vocabulário básico do turismo,
constituído por substantivos e extraído das fontes didático-pedagógicas.
Vocabulário básico do turismo – primeira versão
Item lexical Itens equivalentes
accommodation lodging
airline
airline
airplane plane aeroplane
airport
appetizer
aquarium
arrival
art gallery
backpack
backpacker
bag suitcase
baggage Luggage
baggage Luggage
bar cocktail bar
bathtub bath
beach
bed
bed & breakfast bed and breakfast B&B
bedroom room
bellhop page page boy
berth
boat
booking reservation
breakfast
brochure
bus coach
bus line bus company
bus station
business
business traveler
cabin
camping
campsite campground
124
cancellation
car
casino
castle
cave
chambermaid maid housekeeper
check in
check- in
check in counter
check-out
chef
church
city tour
class
class
client
climbing
conference facilities
cook
crew
cruise
cruise lines cruise companies
cruise ship cruiser
cultural attractions
decks
delay
departure
dessert
destination
dinner
disco nightclub
dish
diving
doorman porter
dormitory
double room
drink beverage
duty-free shop tax-free shop
ecotourism
ecotourism
en suite bath room
en suite room
en suite shower room
event
event delegate
excursion day trip
facilities
family room
125
fare
ferry boat
festivity
fishing
fitness room gym
flight
flight attendant
food
forest
gate
guest
guide book travel book
guided tour
guided walks walking tour
handicraft arts and crafts
high season
highway road
hiking
holiday Vacation
holidaymaker vacationer
honeymoon
honeymooner
horseback riding
hostel youth hostel
hotel
inn
lobby
low season
lunch
manager
map
mass tourism
meal
menu
minibar mini-bar
monument
motel motor lodge
mountain
mountain-biking
mountaineering
museum
nature reserve
nightlife
order
package tour package holiday package deal
park
passenger
126
passport
pool swimming pool
postcard
rafting
railway
reception front desk reception desk
receptionist
rental office
resort
restaurant
river
room service
route way
ruins
scuba diving
season
seat
security box safe safe-deposit box
shopping
shower
sight
sightseeing
single room
skiing
snow boarding
souvenir
sports
station
stay
swimming
telephone phone
temple
terminal
theater
theme park
ticket
tour
tour company
representative
tour rep
tour guide
tour operator
tourism
tourist traveller excursionist
tourist attraction
tourist information
office
tourist information
officer
train
127
travel voyage journey
travel agency
travel clerk travel agent
traveller’s cheque traveler’s check
trekking
trip
triple rooms
tv television
twin room
visa
voucher
waiter
waitress
waterfall
water-skiing
zoo
Quadro 3.8. Primeira versão do vocabulário básico do turismo em ordem alfabética
Observando o vocabulário do Quadro 3.8 e segunda versão da ontologia da
Figura 3.11, verificamos que há conceitos semelhantes expressos em domínios
diferentes e com vocabulário específico. Por exemplo, o conceito FOOD AND DRINK
relaciona-se ao conceito RESTAURANT, que, por sua vez, ocorre também na ontologia
sob outro tipo de relação, ou seja, subordinado ao conceito FACILITIES, que se
subordina ao conceito HOTEL. Como representar formalmente as relações que se
estabelecem em diferentes níveis, inter e intraclasses?
Além dessas questões, notamos que tanto os conceitos quanto os itens lexicais
do vocabulário que os denotam estabelecem diferentes tipos de relações semânticas
entre si. Temos, por exemplo, uma relação de superordenação entre os conceitos
TOURIST e KIND OF TOURIST, mas o conceito de TOURIST também envolve
conceitos agrupados pelos rótulos THINGS TOURISTS CARRY e THINGS
TOURISTS BUY. Como aperfeiçoar a descrição para que haja o máximo possível de
homogeneidade entre os conceitos?
128
Outras dúvidas foram surgindo à medida que a ontologia ia se desenhando. Por
exemplo, os conceitos PLATFORM são semelhantes em TRAIN STATION e BUS
STATION. O conceito CABIN pode ser parte dos conceitos AIRPLANE e TRAIN, mas
com diferenças de significado. Como relacionar conceitos semelhantes em sublcasses
diferentes? Esses questionamentos nos levam à hipótese que, para desenvolver a
ontologia do turismo para nossos objetivos, é preciso estabelecer de forma completa e
formalmente compreensível relações que se estabelecem entre os conceitos.
Para nos auxiliar a resolver questões dessa natureza, recorremos, na subseção
seguinte, à exploração de fontes que se estruturam formalmente a partir de relações
semânticas: a WordNet e a FrameNet. Essas redes apresentam informação de natureza
léxico-conceitual, porque organizam os itens lexicais em função dos conceitos por eles
lexicalizados, além de especificarem também as relações que se estabelecem entre os
conceitos.
3.3 Modelos lingüístico-computacionais de representação e implementação de
léxicos
3.3.1 Léxicos computacionais para PLN
O PLN é uma área de estudos da Lingüística e da IA. Nela, estudam-se os
problemas relativos à compreensão e geração automática de frases e léxico em língua
natural e compreende o desenvolvimento de recursos tecnológicos aplicáveis ao
tratamento de informação codificada em língua natural. Os sistemas de geração
convertem informações de bases de dados computacionais em língua natural, e por sua
vez, os sistemas de compreensão convertem frases e textos, ou fragmentos de textos, em
representações formais próprias para serem manipuladas por programas
129
computacionais. Essa área de estudos, o PLN, surgiu do desafio posto pelo tratamento
computacional das línguas naturais e pelo próprio processo humano de comunicação,
que tem instigado os centros de tecnologia a investirem significativos recursos teóricos,
humanos e materiais na modelagem computacional de parcelas de competências e de
usos lingüísticos humanos. Nessa modelagem, criam-se modelos computacionalmente
tratáveis do uso do léxico e da gramática de uma língua natural nas diversas situações
comunicativas (DIAS-DA-SILVA 2006, p. 104).
De acordo com Dias-da-Silva (1996, p. ii), no PLN, “um complexo de
informações lingüísticas e extralingüísticas é representado e automaticamente aplicado
na investigação ou execução de tarefas que envolvem conhecimentos de natureza
lingüística”. Essas tarefas incluem revisão ortográfica, construção de gramáticas e
léxicos, tradução automática, interpretação e produção de textos. Como afirmamos na
Introdução, o autor propõe que a investigação do PLN seja realizada em três frentes:
lingüística, lingüístico-computacional e computacional. Em outro trabalho, o autor
afirma que há três fases solidárias e sucessivas para o desenvolvimento de sistemas de
PLN específico:
“Na Fase Lingüística, estabelece-se a construção do corpo de
conhecimentos sobre a própria linguagem, dissecando e compreendendo
os fenômenos lingüísticos necessários para o desenvolvimento do
sistema. Nesta fase, a análise dos fenômenos lingüísticos necessários
para o desenvolvimento do sistema. Na fase Lingüístico-Computacional,
procede-se à construção conceitual do sistema, que envolve a seleção ou
proposição de sistemas formais de representação para os resultados
alcançados na fase anterior. Nesta fase, projetam-se as representações
lingüísticas e extralingüísticas em sistemas formais computacionalmente
tratáveis. Na fase Computacional, planeja-se o sistema e codificam-se as
representações elaboradas na fase anterior em linguagens de
programação. Nesta fase, além das representações da fase anterior serem
codificadas em programas computacionais, estudam-se a integração
conceitual e física dos vários componentes do sistema, bem como o
desenho e a implementação do ambiente computacional em que o
sistema será desenvolvido”(DIAS-DA-SILVA, 2006, p. 126).
130
Segundo Kilgarriff (2000, p.2), o PLN pode ainda ser entendido como um termo
genérico para definir todas as tecnologias que manipulam inputs em língua natural
usando-se o computador como, por exemplo, etiquetação das categorias gramaticais
(tagging), análise sintática (parsing), geração de concordâncias (concordancing),
extração de informação, entre outros. Nesse sentido, “Engenharia da Linguagem” e
“Lingüística Computacional” são sinônimos próximos.
O PLN pode contribuir significativamente para o trabalho lexicográfico e este
para o desenvolvimento de "léxicos computacionais" para fins de PLN. Para justificar
esta afirmação, Kilgarriff (2000) afirma que “o PLN precisa de dicionários e os
lexicógrafos podem se aproveitar do PLN para fazer dicionários melhores, de modo que
há grande potencial para sinergia entre as duas atividades” (KILGARRIFF 2000, p.02).
Segundo o autor, os grupos de pesquisa em PLN podem fazer inúmeras correções,
melhorias, acréscimos e extensões aos bancos de dados dos dicionários. Por outro lado,
os pesquisadores em PLN precisam de informações lexicais para praticamente todas as
suas atividades. Uma vez que a produção de informações lexicais é algo caro e difícil, é
uma grande vantagem para eles aproveitar o trabalho já realizado pelos lexicógrafos.
Há, porém, certos impasses no confronto entre os dois grupos de pesquisadores.
Um problema verificado é que lexicógrafos e pesquisadores em PLN falam “línguas
muito diferentes”, pois têm formação advinda de áreas distintas. Isso acaba por acarretar
dificuldades de comunicação e de entendimento entre os dois grupos. Outro problema é
que, do ponto de vista dos grupos de PLN, muitas vezes a informação lexical oferecida
pelos trabalhos lexicográficos é apresentada na forma de inputs não suficientemente
estruturados para fins lingüístico-computacionais tendo, por vezes, erros,
inconsistências e omissões. A favor dos lexicógrafos, por sua vez, argumenta-se que
muitas informações lexicais podem ser verificadas com maior precisão e de modo
131
consistente se o modelo de dados subjacente à base de dados lexicais utilizada
beneficia-se de embasamento lexicográfico.
Pode-se perceber, com isso, que o PLN oferece novos recursos que vêm, entre
outras coisas, complementar o trabalho lexicográfico. Não obstante, Dias-da-Silva
(1996) afirma que há um desconcertante quadro de distanciamento entre os estudos em
PLN e os estudos especificamente lingüísticos. Para ele:
“enquanto os cientistas da linguagem lutam para compreender e
introduzir sofisticados recursos da informática e das ciências da
computação em suas pesquisas, os engenheiros da linguagem lutam para
‘domar’ as línguas naturais, sem recorrer ao conhecimento já produzido
pelos estudos da linguagem” (DIAS-DA-SILVA, 2006, p. 02).
Afirma também que o campo de estudos do PLN apresenta um crescimento
surpreendente e uma heterogeneidade de projetos que se espalham desordenadamente,
reunindo pesquisadores com embasamentos teóricos e interesses bastante diversos. Daí
a necessidade do “trabalho cooperativo, envolvendo lingüistas e projetistas de sistemas
de PLN, dando-se destaque ao potencial interdisciplinar, científico e tecnológico
resultante dessa parceria
21
.” (Dias-da-Silva, 1996).
Como também afirmamos na Introdução, nosso escopo limita-se às duas
primeiras fases de desenvolvimento de pesquisa que envolve o PLN - a lingüística e a
lingüístico-computacional – uma vez que realizamos aqui uma descrição e proposta de
organização formal de parcela do léxico.
O interesse pelas relações lexicais assume muitas formas no âmbito do PLN, que
integra pesquisas lingüísticas, psicolingüísticas e computacionais. Uma vez que “o
21
Para uma discussão sobre os entraves, desafios e propostas de cooperação entre lingüistas e cientistas
da computação, referentes ao desenvolvimento de pesquisas e trabalhos lingüístico-computacionais em
PLN, ver Dias-da-Silva (2006).
132
léxico é o componente central do PLN” (HANDKE 1995, p. v), uma das principais
questões lingüísticas é especificar a natureza e o conteúdo das entradas lexicais.
O léxico, cada vez mais, vem sendo reconhecido como um importante recurso de
PLN. Além de armazenar as unidades lexicais do sistema, o léxico faz a associação de
cada unidade lexical com outras informações pertinentes à aplicação, de forma
semelhante à que ocorre no léxico mental. Nesse âmbito, assumem importância
fundamental questões relativas à modelagem – como representar uma unidade lexical e
suas propriedades – e à aquisição lexical – como construir um léxico capaz de adquirir
novas unidades lexicais automaticamente (GIBBON, 2000).
Quanto à modelagem lexical, o problema subdivide-se em como definir as
informações que devem estar associadas aos itens lexicais e que estrutura impor sobre o
léxico computacional, isto é, como organizar suas informações. Nirenburg e Raskin
(2004) apresentam uma abordagem de PLN, denominada semântica ontológica, que se
ancora em ontologias como fontes principais para extração e representação do
significado de lexical e textual, para o “raciocínio” sobre conhecimento derivado de
textos e para a geração de textos em linguagem natural a partir das representações dos
significados lexical e textual.
No escopo do PLN, dadas as necessidades efetivas de processamento de textos, é
essencial que o léxico possua informações relativas à morfossintaxe (como restrições de
subcategorização), informações relativas à morfologia (como regras de flexão e
derivação) e informações semânticas (como significado e relações entre as unidades). A
organização dessas informações em um léxico computacional pode ser realizada de duas
maneiras: manualmente ou automaticamente. Essa segunda opção garante a
possibilidade de acréscimo de novas unidades lexicais sem comprometer ou modificar o
sistema (BORGURAEV e PUSTEJOVSKY, 1996).
133
De acordo com Bergenholtz e Tarp (1997, p. 42) uma base de dados [lexicais],
uma BDL, pode ser definida como “uma coleção de dados [lexicais] armazenados e
estruturados de modo que a utilização subseqüente de suas unidades, para objetivos não
determinados na sua realização, sejam possíveis.” Uma diferença importante entre uma
base dessa natureza e uma obra lexicográfica impressa (como, por exemplo, um
dicionário), é que nesta a informação é dada em certa ordem, enquanto que a ordem
sucessiva das informações em uma base de dados tem importância secundária. De uma
BDL, podem ser compiladas diferentes obras lexicográficas. Muitas informações
lineares diferentes podem ser extraídas da mesma base.
Por outro lado, a compilação de informações léxico-semânticas a partir de BDLs
pode ser feita de diferentes maneiras. De acordo com Oliveira (2002), há três métodos
para extração de dados semânticos para fins computacionais: (a) construir um léxico a
partir de corpora: é possível construir um sistema usando corpus eletrônico, processado
automaticamente, ou usando um corpus escrito, coletando-se manualmente as
ocorrências e anotando-as; (b) extrair informação lexical de dicionários
indexados/codificados automaticamente: para isso, utiliza-se um dicionário eletrônico
como, por exemplo, o Longman Dicitonary of Contemporary English (LDOCE), versão
digital, que tem suas entradas codificadas e armazenadas sob a forma de registros,
manipuláveis por computador; (c) extrair informação lexical manualmente, a partir de
dicionários impressos da língua: neste caso, é necessário reduzir cada significado do
verbete do dicionário aos principais elementos que aparecem na definição. Semelhante
princípio foi utilizado na construção da rede WordNet (MILLER & FELLBAUM,
1991).
Para nosso trabalho, mesclamos os métodos, aproveitando os corpora
existentes para complementar o nosso inventário, as definições lexicográficas dos
134
dicionários, tanto impressos quanto eletrônicos, e a extração de informações de bases já
digitalizadas, como as wordnets, como será detalhado na próxima seção. Passaremos
agora à análise de duas redes semânticas computacionais, que serviram de fonte
lingüístico-computacional e de modelo de sistematização léxico-conceitual.
3.3.2 A WordNet de Princeton: uma rede semântica para o inglês norte-
americano
A WordNet foi criada em 1985, pela equipe liderada por Miller, na Universidade
de Princeton. Seu objetivo foi produzir o que os lingüistas denominaram uma
combinação de um dicionário e de um thesaurus. As representações da WordNet são de
natureza lingüístico-computacional, pois estão estruturadas em termos de uma BDL,
contendo itens lexicais e conceitos codificados em uma interface para consulta online. O
termo WordNet é hoje internacionalmente consagrado para desinar redes léxico-
semânticas. Inicialmente, construída para o inglês norte-americano, hoje seu desenho
estende-se a outras línguas através de projetos como o EuroWordNet (VOSSEN et al,
1998), o WordNet.PT (MARRAFA, 2001), o WordNet.Br (DIAS-DA-SILVA, 2003),
por exemplo, como veremos a seguir.
A sinonímia é a relação lexical constitutiva da WordNet (MILLER e
FELLBAUM, 1991, p. 202), uma vez que ela agrupa os itens lexicais em conjuntos de
sinônimos, denominados synsets. Os synsets são construídos separadamente para
substantivos, verbos, adjetivos e advérbios e cada um deles representa o conceito que os
itens lexicais que o compõem lexicaliza. Esse conceito é explicitado por meio de uma
glosa, isto é, uma definição informal do conceito. A polissemia é representada na rede
135
por meio da ocorrência, de um mesmo item lexical, em diferentes synsets
(FELLBAUM, 1998).
Em termos gráficos, numa rede wordnet, os nós são os synsets e os arcos que
ligam os nós são as diferentes relações semânticas de antonímia, de
hiponímia/hiperonímia, de meronímia/holonímia, causa e acarretamento. Nela o
significado de cada item lexical não é dado por uma definição, como em um dicionário
convencional, mas emerge desses tipos de relações que a rede exprime e indiretamente
projeta sobre os itens lexicais.
Pela riqueza lexical do inglês nela codificada e, sobretudo, pelas relações que
explicita entre os synsets e itens lexicais, a rede WordNet constituiu uma fonte essencial
para esta pesquisa.
Os substantivos, especificamente, são organizados em hierarquias, definidas pelo
seu hiperônimo, ou seja, pela relação (is_a). Essas hierarquias são organizadas em 25
grupos primitivos para os nomes e 15 para os verbos. A rede semântica dos nomes é, de
longe, a mais profunda de todas, ao passo que a dos verbos tem mais ramificações.
Para exemplificar a representação das relações hierárquicas de uma wordnet,
apresentamos o synset unitário {hotel}, como mostra a Figura 3.15.
S: (n) hotel (a building where travelers can pay for lodging and meals and
other services)
o direct hyponym / full hyponym
o part meronym
o direct hypernym / inherited hypernym / sister term
Figura 3.15 – O synset {hotel} da rede WordNet de Princeton
136
Na Figura 3.15, S:simboliza o synset formado pelo item lexical hotel. Trata-se de um
synset unitário. “(n)” indica que o synset é da categoria dos substantivos (nouns). (a
building where travelers can pay for lodging and meals and other services) é a
glosa que explicita o conceito evocado pelo synset. Os links permitem ao usuário
“navegar” pelas diferentes relações codificadas para o synset {hotel}, conforme,
parcialmente, ilustra a Figura 3.16.
S: (n) hotel (a building where travelers can pay for lodging and meals and other
services)
o direct hyponym / full hyponym
S: (n) fleabag (a run-down hotel)
S: (n) hostel, hostelry, inn, lodge, auberge (a hotel providing
overnight lodging for travelers)
S: (n) motor hotel, motor inn, motor lodge, tourist court, court (a
hotel for motorists; provides direct access from rooms to parking
area)
S: (n) resort hotel, spa (a fashionable hotel usually in a resort
area)
S: (n) Ritz (an ostentatiously elegant hotel)
S: (n) ski lodge (a hotel at a ski resort)
S: (n) resort, resort hotel, holiday resort (a hotel located in a
resort area)
o part meronym
S: (n) hotel room (a bedroom (usually with bath) in a hotel)
Figura 3.16 Synsets hipônimos (abaixo do rótulo direct hyponym ) e synsets merônimos
(abaixo do rótulo part meronym ) do synset {hotel}.
A Figura 3.17 apresenta a relação hierárquica de hiperonímia, em que os níveis
estão representados por meio de recuos no texto. Ela se estende do synset {building,
edifice}, o nível mais baixo, em que está o primeiro hiperônimo do synset {hotel}, ao
synset mais alto da hierarquia de substantivos, o synset {entity}.
137
o direct hypernym / inherited hypernym / sister term
S: (n) building, edifice (a structure that has a roof and walls and
stands more or less permanently in one place) "there was a three-
story building on the corner"; "it was an imposing edifice"
S: (n) structure, construction (a thing constructed; a
complex entity constructed of many parts) "the structure
consisted of a series of arches"; "she wore her hair in an
amazing construction of whirls and ribbons"
S: (n) artifact, artefact (a man-made object taken
as a whole)
S: (n) whole, unit (an assemblage of parts
that is regarded as a single entity) "how big
is that part compared to the whole?"; "the
team is a unit"
S: (n) object, physical object (a
tangible and visible entity; an entity
that can cast a shadow) "it was full
of rackets, balls and other objects"
S: (n) physical entity (an
entity that has physical
existence)
S: (n) entity (that
which is perceived
or known or inferred
to have its own
distinct existence
(living or
nonliving))
Figura 3.17 – A hierarquia de hiperônimos do synset {hotel}
A partir dessas considerações, é possível constatar que a WordNet constitui uma
fonte bastante adequada aos propósitos de nossa pesquisa, pois nos auxiliará tanto na
determinação das relações que se estabelecem entre os conceitos, quanto na coleta dos
itens lexicais que comporão o vocabulário básico do turismo em inglês.
138
3.3.2.1 A EuroWordNet: uma multiwordnet
A EuroWordNet foi desenvolvida a partir dos mesmos princípios da WordNet,
para línguas da União Européia, como holandês, espanhol, italiano, alemão, francês e
tcheco e estende-se para outras em desenvolvimento.
Nessa rede, as wordnets são construídas em construção das diferentes línguas ligam-se à
WordNet de Princeton por meio do que se denominou ILI (Inter-Lingual-Index), que é
uma lista de todos os synsets da WordNet de Princeton, conforme pode ser observado
na Figura 3.18, extraída de Vossen et. al (1998, p. 23).Esse modelo de representação
interlingual motivou, como se verá na seção 4, a ancoragem dos vocabulários do inglês
e do português por meio da ontologia.
Figura 3.18 Estrutura de parte da EuroWordNet, com as wordnets do italiano, espanhol inglês britânico e
holandês, interligadas pelo ILI {drive}, um sysnet da WordNet de Princeton.
139
3.3.2.2 A FrameNet de Berkeley: uma rede de frames para o inglês norte-
americano
A rede FrameNet é uma base de dados lexicais baseada em frames, desenvolvida
por Fillmore e sua equipe, na Universidade de Berkeley. Segundo Boas (2005), o que
diferencia a FrameNet de outros projetos semelhantes feitos a partir de dicionários,
thesaurus e bases de dados lexicais, é exatamente o fato de que ela é totalmente
organizada em termos de frames semânticos altamente específicos e que capturam o
conhecimento contextual necessário para a interpretação do significado das unidades
lexicais. Por empregar frames semânticos como aparato estrutural, a rede FrameNet
diferencia-se da WordNet, pois os frames semânticos são unidades organizacionais
independentes e mais amplas, do ponto de vista do encapsulamento de significados, que
os itens lexicais.
A FrameNet compreende três grandes componentes: o léxico, a base de frames,
que contém as descrições da estrutura conceitual de cada frame e descreve os elementos
que participam dessa estrutura (os FEs, isto é, os frame elements) e as sentenças-modelo
anotadas e extraídas de corpora. Esses três componentes integram-se de forma que os
elementos de cada um deles permitem acesso aos dos outros.
Para ilustrar a estrutura da FrameNet, selecionamos o frame
TRANSPORTATION (FILLMORE et al, 2000). Ele se situa no domínio MOTION e
gera MOVERS, MEANS of TRANSPORTATION e PATHS. A Figura 3.19 ilustra esse
frame.
140
frame(TRANSPORTATION)
frame_elements (MOVER(S), MEANS, PATH)
scene (MOVER(S) move along PATH by MEANS)
frame (DRIVING)
inherit (TRANSPORTATION)
frame_elements (DRIVER (=MOVER), VEHICLE (=MEANS), RIDER(S) (=MOVER(S)), CARGO
(=MOVER(S)))
Scenes(DRIVER starts VEHICLE, DRIVER controls VEHICLE, DRIVER stops VEHICLE)
frame (RIDING_1)
inherit (TRANSPORTATION)
frame_elements (RIDER (S) (=MOVER)), VEHICLE (=MEANS))
scenes (RIDER enters VEHICLE,
VEHICLE carries RIDER along PATH,
RIDER leaves VEHICLE)
Figura 3.19 – O frame semântico TRANSPORTATION
O frame (TRANSPORTATION) é composto dos elementos (MOVERS,
MEANS, PATH) e a cena que ele descreve é (MOVER(S) move along PATH by
MEANS). Ou seja, são especificados os elementos relacionados ao elemento que se
move (MOVER(S)) ao longo de um caminho (PATH) usando um meio (MEANS). É
possível observar a hierarquia, pois o frame (DRIVING), além de ser composto pelos
seus elementos específicos, herda (inherit) os elementos do frame superordenado
(TRANSPORTATION). O frame (DRIVING) especifica um DRIVER (que é um tipo
de MOVER), um VEHICLE (uma particularização do elemento MEANS) e
potencialmente CARGO ou RIDERS como elementos secundários). Este frame
descreve a cena (DRIVER starts VEHICLE, DRIVER controls VEHICLE, DRIVER
stops VEHICLE).
141
3.4 Versão final da ontologia e versão final do vocabulário
básico do turismo
As redes semânticas WordNet e FrameNet contribuíram para o aperfeiçoamento
da ontologia. Ambas forneceram subsídios para a explicitação dos conceitos e para o
aprimoramento das hierarquias, possibilitando assim a verificação da acuidade dos
conceitos apresentados na segunda versão da ontologia e da coerência das relações que
se estabelecem entre eles. Esse processo levou-nos à reanálise do conteúdo e da
estrutura da segunda versão da ontologia da Figura 3.14. Além disso, a informação
lexical extraída dos synsets da WordNet contribuiu também para a complementação da
primeira versão do vocabulário do Quadro 3.9.
Analisando os dados oferecidos pelas duas fontes (Cf. Apêndice 03), assim
reelaboramos a ontologia:
Os conceitos NATIONAL TRAVEL e INTERNATIONAL TRAVEL foram
introduzidos como partes de TRAVEL, que é parte de TOURISM BUSINESS.
Os conceitos AIR TRAVEL, ROAD TRAVEL, WATER TRAVEL e
RAILWAY TRAVEL, classificados, na segunda versão da ontologia, como
partes do conceito TRANSPORTATION, foram reconceitualizados como tipos
de, e não como partes.
O conceito CABIN foi subespecificado em dois novos conceitos: CABIN(
BOAT,
SHIP, TRAIN
) e CABIN(
AIRPLANE
), definidos, respectivamente, como “small room
on a boat, ship or train where people sleep” e “the enclosed compartment of an
aircraft or space craft where passengers are carried”.
Os conceitos SCHEDULE e ITINERARY foram acrescentados à ontologia
como partes do conceito TRANSPORTATION. O conceito DELAY foi
142
especificado como parte dos dois conceitos DEPARTURE e ARRIVAL e estes,
como partes de SCHEDULE. Para representar que DELAY é subordinado aos
dois conceitos que imediatamente o antecedem, inserimos duas vezes seta () à
sua frente. ROUTE foi acrescentado como parte de ITINERARY.
O conceito TERMINAL foi subespecificado em três novos conceitos:
TERMINAL(
AIRPORT
), TERMINAL(
BUS
) e TERMINAL(
RAILROAD
), enquanto que
BUS STATION e RAILWAY STATION, previamente considerados conceitos,
não o são, mas sim itens lexicais, bus station e railway station, que juntamente
com bus terminal e railroad terminal, lexicalizam os conceitos
TERMINAL(
BUS
) e TERMINAL(
RAILROAD
), respectivamente.
CRUISE SHIP é um tipo de SHIP (“a vessel that carries passengers or freights”).
O conceito CREW subespecifca-se nos conceitos CREW(
AIRPLANE
) e
CREW(
SHIP
).
FERRYBOAT é tipo de BOAT.
TICKET (“a comercial document showing that the holder is entitled to
something, as ride on public transportation or to enter a public entertainment”)
em princípio, seria parte de TRANSPORTATION e ATTRACTIONS. Mas a
definição acima nos levou a considerá-lo um conceito mais geral e do tipo
DOCUMENTS. Acrescentamos à ontologia o BOARDING PASS(
SHIP,AIRPLANE
)
como tipo de DOCUMENTS.
O conceito SHOP (“a building or part of a building where goods or services are
sold to the public”) foi acrescentado à ontologia como tipo de ATTRACTIONS
e como conceito superordenado de SHOPPING CENTER e DUTY-FREE
SHOP, também incorporados à ontologia; os conceitos SOUVENIR,
143
POSTCARD e HANDICRAFTS também foram acrescentados à ontologia como
tipos de PRODUCTS.
ADJOINING ROOM, incorporado à ontologia, é um tipo de ROOM; AIR
CONDITIONING, também incorporado à ontologia, é parte de ROOM
FACILITIES.
HALF BOARD e FULL BOARD são tipos de HOTEL FACILITIES.
O conceito THINGS TOURIST CARRY foi eliminado; os conceitos
DOCUMENTS e TRAVEL GUIDE são parte do conceito TOURISM
BUSINESS e MAP é parte de TAVEL GUIDE. BAGGAGE é parte de
TOURIST. VISA é parte de PASSPORT.
Usamos o mesmo procedimento para THINGS TOURISTS BUY. O conceito
HANDICRAFT (“a work produced by hand labor”) é um tipo de PRODUCTS,
conceito incluído como um tipo de ATTRACTIONS.
HOSTEL, INN, MOTOR HOTEL e RESORT são tipos de HOTEL Assim,
consideramos que o conceito HOTEL (“a building where travelers can pay for
lodging and meals and other services”) é um “superconceito”, que engloba tipos
de acomodação que contém os mesmos atributos e propriedades de um hotel, ou
seja, acomodação para pernoite, recepção, possibilidade de alimentação e certos
serviços mínimos.
CLIENT não é parte exclusiva de RESTAURANT, mas sim parte do conceito
mais geral TOURISM BUSINESS. Seguindo o mesmo critério, MANAGER
(“person whose job is to control a business, a shop, a hotel, etc. of an
organization”) não é parte de HOTEL STAFF, mas sim parte de TOURISM
BUSINESS.
CHEF (“a professional cook”) é um tipo de COOK.
144
EXCURSION é parte de TOUR; TRIP é um conceito mais geral e um tipo de
ACTIVITIES. CITY TOUR e TOUR GUIDE são, respectivamente, um tipo de
e parte de TOUR.
Os conceitos SNOW e MARKET foram acrescentados à ontologia como
subtipos de NATURAL ATTRACTIONS e CULTURAL ATTRACTIONS,
respectivamente.
BACKPACKING foi acrescentado como subtipo de ACTIVITIES.
A Figura 3.20, a seguir, mostra a versão final da ontologia.
===================================================================================================
TOURISM
> (has)
KINDS OF TOURISM >
LEISURE TOURISM (is_a)
MASS TOURISM (is_a)
ECOTURISM (is_a)
EVENTS TOURISM (is_a)
BUSINESS TOURISM (is_a)
CULTURAL TOURISM (is_a)
TOURISM BUSINESS
(has)
TRAVEL (part_of)
NATIONAL TRAVEL (is_a)
INTERNATIONAL TRAVEL (is_a)
TOURIST INFORMATION OFFICE (has)
TOURIST INFORMATION OFFICER (part_of)
TRAVEL GUIDE (is_a)
MAP (part_of)
BROCHURE (part_of)
TOUR OPERATOR (part_of) (has)
TOUR COMPANY REPRESENTATIVE (part_of)
DOCUMENT (is_a) >
PASSPORT (is_a)
VISA (is_a)
VOUCHER (is_a)
INSURANCE (is_a)
TICKET (is_a)
BOARDING PASS
(SHIP, AIRPLANE)
(is_a)
TRAVELER’S CHECK (is_a)
TRAVEL AGENCY(has)
PACKAGE TOUR (part_of)
FARE (part_of)
SEASON (part_of) >
HIGH SEASON (is_a) ()
LOW SEASON (is_a)
TRAVEL AGENT (part_of)
RESERVATION (part_of) ()
CANCELLATION (part_of)
CLIENT (part_of)
MANAGER (part_of)
MOTIVATION >
HOLIDAY (is_a)
HONEYMOON (is_a)
EVENT (is_a)
BUSINESS (is_a)
TOURIST
(has) >
145
KINDS OF TOURIST (is_a) >
TRAVELLER (is_a)
HOLIDAYMAKER (is_a)
HONEYMOONER (is_a)
BUSINESS TRAVELER (is_a)
EVENT PARTICIPANT (is_a)
BACKPACKER (is_a)
BAGGAGE (part_of) >
BAG (is_a)
SUITCASE (is_a)
TRANSPORTATION
has >
AIR TRAVEL (is_a) (has)
AIRPLANE (part_of) (has)
CABIN (
AIRPLANE
) (part_of)
SEAT (part_of)
BERTH (part_of)
PERSONNEL(part_of)
FLIGHT ATTENDANT (is_a)
CREW (
AIRPLANE
) (is_a)
CLASS (part_of)
FLIGHT (part_of) (has)
AIRPORT (part_of) (has)
CHECK IN COUNTER (part_of)
CHECK-IN (part-of)
TERMINAL(
AIRPORT
) (part_of) (has)
GATE (part_of)
AIRLINE (part_of)
ROAD TRAVEL(is_a) (has)
CAR (part_of)
CAR RENTAL (part_of) (has)
CAR RENTAL OFFICE
BUS (is_a) (has)
SEAT (part_of)
TERMINAL(
BUS
) (part_of) (has)
PLATFORM (part_of)
RAILWAY TRAVEL (is_a) (has)
TRAIN (part_of)
CABIN
(
BOAT, SHIP, TRAIN
)
(part_of)
SEAT (part_of)
BERTH (part_of)
TERMINAL(
RAILROAD
) (part_of) (has)
PLATFORM (part_of)
WATER TRAVEL (is_a) (has)
BOAT (part_of)
FERRY BOAT (is_a)
CABIN
(
BOAT, SHIP, TRAIN
)
(part_of)
CREW (
BOAT
) (part_of)
SHIP (part_of)
CRUISE (is_a)
CRUISE SHIP (is_a)
CRUISE LINE (is_a)
DECK (part_of)
BERTH (part_of)
CREW (
SHIP
) (part_of)
CABIN
(
BOAT, SHIP, TRAIN
)
(part_of)
DESTINATION (part_of)
SCHEDULE (part_of) (has)
DEPARTURE (part_of) ()
ARRIVAL (part_of)
DELAY (part_of) ↑↑
ITINERARY (part_of) (has)
ROUTE (part_of)
PASSENGER (part_of)
ACCOMMODATION (
has) >
GUEST (part_of)
STAY (part_of)
HOTEL (part_of) (has)
146
LOBBY (part_of)
FACILITIES (part_of) >
SWIMMING POOL (is_a)
FITNESS ROOM (is_a)
ROOM SERVICE (is_a)
FULL BOARD (is_a)
HALF BOARD (is_a)
CONFERENCE FACILITIES (is_a)
RESTAURANT (is_a)
BAR (is_a)
RECEPTION (has)
CHECK IN (part_of)
CHECK OUT (part_of)
ROOM >
SINGLE ROOM (is_a)
DOUBLE ROOM (is_a)
TWIN ROOM (is_a)
TRIPLE ROOM (is_a)
FAMILY ROOM (is_a)
ADJOINING ROOM (is_a)
DORMITORY (is_a)
ROOM FACILITIES (has)
BED (part_of)
TELEPHONE (part_of)
SAFE (part_of)
MINIBAR (part_of)
TV (part_of)
AIR CONDITIONING (part_of)
SUITE (part_of) (has)
BATH /
SHOWER
PERSONNEL (part_of) (has)
RECEPTIONIST (part_of)
CHAMBERMAID (part_of)
DOORMAN (part_of)
BELLHOP (part_of)
INN (is_a)
B&B (is_a)
MOTEL (is_a)
RESORT (is_a) >
SKI RESORT (is_a)
YOUTH HOSTEL (is_a)
CAMPSITE (is_a)
ATTRACTIONS
>
NATURAL ATTRACTION (is_a)
PARK (is_a)
FOREST (is_a)
NATURE RESERVE (is_a)
MOUNTAIN (is_a)
WATERFALL (is_a)
BEACH (is_a)
RIVER (is_a)
CAVE (is_a)
WILDLIFE (is_a)
SNOW (is_a)
CULTURAL ATTRACTION >
MUSEUM (is_a)
ART GALLERY (is_a)
CASTLE (is_a)
CHURCH (is_a)
TEMPLE (is_a)
ZOO (is_a)
AQUARIUM (is_a)
FESTIVITIES (is_a)
THEATER (is_a)
RUIN (is_a)
MONUMENT (is_a)
MARKET (is_a)
ENTERTAINMENT >
THEME PARK (is_a)
AMUSEMENT PARK (is_a)
CASINO(is_a)
147
NIGHTLIFE (is_a) (has)
DISCO (part_of)
BAR (part_of)
PRODUCTS >
SOUVENIR (is_a)
POSTCARD (is_a)
HANDICRAFTS (is_a)
SHOP >
SHOPPING CENTER (is_a)
DUTY-FREE SHOP (is_a)
ACTIVITIES
CAMPING (is_a)
TRIP (is_a)
TOUR
CITY TOUR (is_a)
SIGHTSEEING (is_a)
WALKING TOUR (is_a)
EXCURSION (is_a)
TOUR GUIDE (part_of)
SHOPPING (is_a)
FISHING (is_a)
HORSEBACK RIDING (is_a)
BACKPACKING (is_a)
SPORTS (is_a) >
BUNGEE JUMPING (is_a)
HIKING (is_a)
TREKKING (is_a)
SKIING (is_a)
SNOWBOARDING (is_a)
CLIMBING (is_a)
MOUNTAIN-BIKING (is_a)
DIVING (is_a)
SCUBA DIVING (is_a)
SWIMMING (is_a)
WATER SKIING (is_a)
RAFTING (is_a)
FOOD AND DRINK
has
RESTAURANT (part_of) >
MENU < (has)
APPETIZER (part_of)
DISH (part_of)
BEVERAGE (part_of)
DESSERT(part_of)
MEAL > (has)
BREAKFAST (is_a)
LUNCH (is_a)
DINNER (is_a)
ORDER (part_of)
STAFF has
CHEF (part_of)
COOK (part_of)
WAITER (part_of)
==============================================================================================
Figura 3.20 Versão final da ontologia básica do turismo.
148
Essas alterações se refletem também na seleção do vocabulário, que foi revisto
para uma segunda versão, apresentada no Quadro 3.9, a seguir.
Vocabulário básico do turismo –versão final
Item lexical Itens equivalentes
accommodation lodging
air conditioning
airline
airplane plane aeroplane
airport
appetizer
aquarium
arrival
art gallery
backpack
backpacker
backpacking
bag suitcase
baggage luggage
bar cocktail bar
bathtub bath
beach
bed
bed & breakfast bed and breakfast B&B
bedroom room
bellhop page page boy
berth
boarding pass boarding card
boat
booking reservation
breakfast
brochure
bungee jumping
bus coach
bus line bus company
bus station
business
business tourism
business traveler
cabin
camping
campsite campground
cancellation
car
casino
castle
149
cave
chambermaid maid housekeeper
check- in
check in counter
check-out
chef
church
city tour
class
class
client
climbing mountaineering
conference facilities
cook
crew
cruise
cruise lines cruise companies
cruise ship cruiser
cultural attractions
cultural tourism
decks
delay
departure
dessert
destination
dinner
disco nightclub
dish
diving
doorman porter
dormitory
double room
drink beverage
duty-free shop tax-free shop
ecotourism
ecotourism
en suite bath room
en suite room
en suite shower room
event
event participant
events tourism
excursion day trip
facilities
family room
fare
ferry boat
festivity
150
fishing
fitness room gym
flight
flight attendant
food
forest
full board
gate
guest
guide book travel book
guided tour
guided walks walking tour
half board
handicraft arts and crafts
high season
highway road
hiking
holiday vacation
holidaymaker vacationer
honeymoon
honeymooner
horseback riding
hostel youth hostel
hotel
inn
interconnecting room adjoining room
leisure tourism
lobby
low season
lunch
manager
map
market
mass tourism
meal
menu
minibar mini-bar
monument
motel motor lodge
mountain
mountain-biking
museum
nature reserve
nightlife
order
package tour package holiday package deal
park
passenger
151
passport
pilot
pool swimming pool
postcard
rafting
railway
reception front desk reception desk
receptionist
rental office
resort
restaurant
river
room service
route way
ruins
schedule timetable
scuba diving
season
seat
security box safe safe-deposit box
shopping
shopping center shopping mall mall
shower
sight attraction Tourist attraction
sightseeing
single room
skiing
ski resort
snow
snow boarding
souvenir
sports
station
stay
swimming
telephone phone
temple
terminal
theater
theme park
ticket
timetable
tour
tour company
representative
tour rep
tour guide
tour operator
tourism
152
tourist traveller excursionist
tourist attraction
tourist information
office
tourist information
officer
train
transfer
travel voyage journey
travel agency
travel clerk travel agent
traveller’s cheque traveler’s check
trekking
trip
triple rooms
tv television
twin room
visa
voucher
waiter
waitress
waterfall
water-skiing
zoo
Quadro 3.9. Versão final do vocabulário básico do turismo em ordem alfabética
Após a construção da ontologia e do vocabulário básico do turismo do inglês,
passaremos à última seção da tese, em que apresentaremos a ancoragem desse
vocabulário à ontologia e, por meio dela, a estabeleceremos também a correspondência
desse vocabulário a seu equivalente no português.
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
b
reakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom, minibar
pricelocationfacilitiesrestaurantview
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumthemeparkecotourismtrekkin
gsatellitetvphonefazmachinesecreta
rialservicesflowersmicrophoneover
Seção4
Ovocabuláriobásico
inglêsportuguêspara
CursosdeTurismoesua
ancoragemontológica
Os pesquisadores da inteligência artificial costumam dizer
que a maneira mais estruturada de se ‘transferir
inteligência’ para os computadores é criar programas
modulares. (...) Essa ‘inteligência’, concebida como a
capacidade de resolver problemas, é medida em função da
quantidade e da qualidade das informações e dos
mecanismos de que o sistema dispõe para realizar suas
tarefas. Quanto mais representações do mundo físico e
conceitual e quanto mais regras de inferência e estratégias
de manipulação dessas representações o sistema possuir,
mais equipado estará para realizar as mais complexas
tarefas que dependam da linguagem humana.”
(DIAS-DA-SILVA, 1996, p. 230)
154
Seção 4 - O vocabulário básico inglês-português para Cursos de
Turismo e sua ancoragem ontológica
4.1 A especificação do vocabulário básico inglês-português e da sua ancoragem
ontológica
Nesta subseção, descrevemos o processo de ancoragem dos vocabulários básicos
do turismo do inglês e do português à ontologia do turismo construída na seção anterior.
Conforme explicitado anteriormente, nosso objetivo é apresentar uma organização
léxico-conceitual do turismo que possa servir, entre outras funções, como um
instrumento de apoio didático que possibilite ao estudante de Cursos de Turismo
associar os conceitos do domínio do turismo às suas representações lingüísticas no
português e no inglês, ou seja, aos itens lexicais dessas duas línguas.
Considerando que o português é a língua materna de nosso público-alvo (os
estudantes brasileiros de ESP) e que esse público-alvo precisa conhecer os itens lexicais
do inglês para o exercício da profissão, optamos por elaborar o vocabulário do inglês
para, a partir da ancoragem desse vocabulário aos conceitos da ontologia, apresentar o
vocabulário semanticamente equivalente do português. Esse procedimento
metodológico se justifica também pela escolha das fontes de informação lexical
selecionadas – os livros didáticos, os dicionários e as redes semânticas computacionais
– todas com ricas informações lexicais do inglês, além de apresentarem também
propostas de organização de ontologias de domínios.
Partindo do Quadro 3.9 da seção 3, que especifica os itens lexicais selecionados
para compor o vocabulário básico do turismo do inglês, e analisando as fontes
especificadas na seção anterior, procedemos (i) à ancoragem semântica do vocabulário
do inglês à ontologia e, simultaneamente, (ii) à especificação do vocabulário do
155
português, bem como à sua ancoragem na mesma ontologia, o que “gerou”, de imediato,
a relação de (quase)equivalência semântica entre os itens lexicais das duas línguas.
Lançamos mão, sobretudo, das glosas da WordNet de Princeton e das
informações organizadas nos dicionários que constituíram nossas fontes apresentadas na
seção anterior.
Essa etapa do trabalho contou também com o auxílio de dois glossários inglês-
português de turismo (STAVALE, 2004; GARCIA, 2004). Como o foco é ensinar
inglês para falantes de português, a nossa preocupação foi buscar o maior número de
sinônimos possível para os itens do vocabulário do inglês, ao passo que os itens do
vocabulário do português configuram equivalentes que auxiliam no processo de
compreensão dos itens lexicais do inglês e de assimilação dos conceitos a eles
associados.
Além do Quadro 3.9, tomamos também, como ponto de partida, para a
realização dessa etapa, a versão final da ontologia do domínio do turismo, apresentada
na Figura 3.20 da seção 3. Nessa tarefa, analisamos a correspondência semântica entre
CONCEITO_DA_ONTOLOGIA item_lexical_do_inglês. Associamos, então, as
informações lexicais do Quadro 3.9 às informações conceituais da Figura 3.20.
Como resultado desse trabalho de análise, apresentamos, no Quadro 4.1, os
vocabulários das duas línguas ancorados semanticamente na ontologia. A coluna
central contém os conceitos da ontologia explicitados com suas respectivas glosas; as
duas colunas laterais contêm, respectivamente, os vocabulários do inglês, à esquerda, e
do português, à direita.
Cabe aqui uma advertência. O Quadro 4.1 representa exclusivamente a
ancoragem do item lexical do vocabulário ao conceito que lhe é imediato, sem
apresentar conceitos relacionados ou hierarquicamente superiores. Isso significa que a
156
apreciação das relações hierárquicas e de outras relações que se verificam entre os
conceitos da ontologia e que projetam relações análogas sobre os itens do vocabulário
só pode ser feita com o auxílio da Figura 3.20
22
. Para marcar as relações entre os itens
lexicais, lançamos mão de símbolos. As relações de sinonímia e antonímia estão assim
sinalizadas no Quadro 4.1:
() indica quase-sinonímia (trip tour);
(/) indica que x e y estão em relação de contraste: (shower / bath);
(
) indica antonímia (check-in check-out).
Como a sinonímia é o tipo de relação mais freqüente, optamos por não indicar essa
relação com símbolos, mas sim pela seguinte convenção: itens sinônimos ocupam uma
mesma célula do quadro. Somente as outras relações são especificadas por meio de
símbolos.
Quando a variação de registro se mostrou pertinente, como em tour rep, que
indica registro informal, ela é assim apresentada: tour rep [inf] .
22
A edição da ontologia e dos vocabulários por meio da ferramenta Protegé, como veremos na subseção
4.3, soluciona essa limitação.
157
Ancoragem Ontológica do Vocabulário
Vocabulário do
inglês
CONCEITO
Vocabulário do
português
tourism, touristry TOURISM
“the practice of travelling for pleasure or other
reasons and the business of providing services
for tourists”
turismo
leisure tourism LEISURE TOURISM
“tourism for fun, recreation and relax
purposes”
turismo de lazer
mass tourism MASS TOURISM
“tourism in which there are very many tourists
in an area and this changes its character”
turismo de massa
ecotourism ECOTOURISM
“tourism to exotic or threatened ecosystems to
observe wildlife or to help preserve nature”
ecoturismo
events tourism EVENTS TOURISM
“tourism for participating in events”
turismo de eventos
business tourism BUSINESS TOURISM
“tourism for making business transactions”
turismo denegócios
cultural tourism CULTURAL TURISM
“tourism to know cultural, historical places,
participate in festivals, etc.”
turismo cultural
tourism industry, tourism
business, travel industry,
travel business
TOURISM BUSINESS
“the business of providing services to tourists”
setor do turismo, ramo do
turismo
travel, voyage, traveling
[ame]
23
, travelling [bre]
24
journey
TRAVEL
“the act of going from one place to another”
viagem
tourist information office TOURIST INFORMATION OFFICE
“place where a tourist information officer
works”
posto de informações
turísticas
tourist information officer TOURIST INFORMATION OFFICER
“person whose job is to give information of
people about places to visit, etc”
funcionário do posto de
informações turísticas
guide book
travel book
TRAVEL GUIDE
“a book who gives tourists information about
towns, areas, places, etc”
guia de viagem
brochure BROCHURE
“a small book usually having a paper cover”
catálogo
tour operator TOUR OPERATOR
“a company that organizes holidays during
which you visit many different places”
operadora de turismo
tour company representative
tour rep [inf]
25
TOUR COMPANY REPRESENTATIVE
“a person who works in a tourism company”
representante turístico
passport PASSPORT
“a document issued by a country to a citizen
allowing that person to travel abroad and re-
enter the home country”
passaporte
23
ame: inglês norte-americano
24
bre: inglês britânico
25
inf: Informal
158
visa VISA
“an endorsement made in a passport that
allows the bearer to enter the country
issuing it”
visto
voucher VOUCHER
“a negotiable certificate that can be detached
and redeemed as need”
voucher
insurance INSURANCE seguro
ticket TICKET
“a commercial document showing that the
holder is entitled to something (as to ride on
public transportation or to enter a public
entertainment)”
passagem,
entrada
traveller’s cheque [bre]
traveler’s check [ame]
TRAVELER’S CHECK
“a cheque of a fixed amount easily exchanged
for acash in foreign countries”
cheques de viagem
travel agency TRAVEL AGENCY
“an agency that arranges personal travel”
agência de viagens
package tour
package holiday
package deal
PACKAGE TOUR
“a tour arranged by a travel agent;
transportation and food and lodging are all
provided at an inclusive price”
pacote turístico
fare FARE
“Money charged for a journey by bus, ship,
taxi, etc.”
taxa
season SEASON
“The time of the year when something is
easily available or common, or when a certain
activity takes place”
temporada
high season HIGH SEASON
“The time of year when most visitors
regularly come to a resort, etc”
alta temporada
low season LOW SEASON
“The time of year when fewest visitors go to a
resort, etc”
baixa temporada
travel clerk
travel agent
TRAVEL AGENT
“a person whose job is to make travel
arrangements for people and to reserve tickets,
hotels, etc”
agente de turismo
booking
reservation
RESERVATION
“an arrangement for a seat on a plane, a table
in a restaurant, a room in a hotel, etc. to be
kept for you”
reserva
cancellation CANCELLATION
“something that has been cancelled”
cancelamento
map MAP
a diagrammatic representation of the earth's
surface (or part of it)
mapa
client, customer CLIENT
“someone who pays for goods or services”
cliente
holiday
vacation
HOLIDAY
“leisure time away from work devoted to rest
or pleasure”
férias,
feriado
honeymoon HONEYMOON
“a holiday taken by a newly married couple”
lua de mel
event EVENT
“a planned public or social occasion”
evento
business,commercial
enterprise, business
BUSINESS
“the activity of providing goods and services
negócios
159
enterprise, involving financial and commercial and
industrial aspects”
tourist
traveller
excursionist
TOURIST
TRAVELLER
“someone who travels”
turista
viajante
excursionista
holidaymaker
vacationer
HOLIDAYMAKER
“someone who travels for pleasure”
veranista
honeymooner HONEYMOONER
“a couple newlywed who is traveling”
casal em lua de mel
business traveler BUSINESS TRAVELER
“ a person who travels for business”
viajante a negócios
event participant EVENT PARTICIPANT
“ a person who attends an event”
participante de evento
backpacker BACKPACKER
“a person who travels carrying his own
equippment and clothes”
mochileiro
baggage=
luggage
BAGGAGE
“cases used to carry belongings when
traveling”
bagagem
bag
suitcase
BAG
SUITCASE
“a portable rectangular container for carrying
things”
mala
maleta
airplane [ame]
plane
aeroplane[bre]
AIRPLANE
“an aircraft that has a fixed wing and is
powered by propellers or jets
avião
aeronave
cabin CABIN
TRAIN, BOAT, SHIP
“small room on a ship or boat where people
sleep’
cabine, camarote
cabin CABIN
AIRPLANE
“the enclosed compartment of an aircraft or
spacecraft where passengers are carried”
cabine
seat, place SEAT
“a space reserved for sitting (as in a theater or
on a train or airplane)”
poltrona
berth BERTH
“ a place where you sleep on a ship, train, etc”
leito
personnel
staff
PERSONNEL
“The people employed in an organization”
pessoal, equipe, funcionários
flight attendant FLIGHT ATTENDANT
“a person whose job is to serve and look after
people traveling on an airplane”
comissário de bordo
crew CREW
“the men and women who man a vehicle
(ship, aircraft, etc.)”
tripulação
class CLASS
“each of several different levels of comfort.
Etc available for a traveler on a bus, train, etc”
classe
flight FLIGHT
“an instance of traveling by air”
vôo
airport AIRPORT
an airfield equipped with control tower and
hangars as well as accommodations for
passengers and cargo
aeroporto
check-in counter CHECK-IN COUNTER
“ the place where you go first when you arrive
at an airport or hotel”
balcão de embarque
160
check-in CHECK-IN
“the act of reporting your presence (as at an
airport or a hotel)”
check-in
terminal TERMINAL
“a terminal that serves air travelers or air
freight”
terminal
gate GATE
“passageway (as in an air terminal) where
passengers can embark or disembark”
portão
airline AIRLINE
“company that sells flights for people”
companhia aérea
road ROAD
“ a prepared surface which vehicles can use”
rodovia,
estrada
car, auto, automobile,
motorcar
CAR
‘a motor vehicle with four wheels; usually
propelled by an internal combustion engine
carro, auto,
automóvel
car rental CAR RENTAL
“a rented car”
carro alugado
car rental office CAR RENTAL OFFICE
“ a place that rents cars”
agência de aluguel de carros
coach, bus, autobus, coach, ,
motorbus,
BUS
“a vehicle carrying many passengers; used for
public transport”
ônibus
seat, place SEAT
“a space reserved for sitting (as in a theater or
on a train or airplane)”
poltrona
plataform PLATFORM
“place where passengers stand to get on and
off trains and buses”
plataforma
railway, railroad RAILWAY
“a track with rails on which trains run”
ferrovia
train
railroad train
TRAIN
“public transport provided by a line of railway
cars coupled together and drawn by a
locomotive”
trem
cabin CABIN
TRAIN
“the enclosed compartment of an aircraft or
spacecraft where passengers are carried”
cabine
seat, place SEAT
“a space reserved for sitting (as in a theater or
on a train or airplane)”
poltrona
berth BERTH
“ a place where you sleep on a ship, train, etc”
leito
boat BOAT
“a small vessel for travel on water”
barco
ferry boat FERRY BOAT
“a boat that transports people or vehicles
across a body of water and operates on a
regular schedule”
balsa
cabin CABIN
BOAT
“the enclosed compartment of an aircraft or
spacecraft where passengers are carried”
cabine
crew CREW
“the men and women who man a vehicle
(ship, aircraft, etc.)”
tripulação
ship SHIP
“a vessel that carries passengers or freight”
navio
161
cruise CRUISE
“a voyage by sea stopping at various places,
specially as a holiday”
cruzeiro
cruise ship
cruiser
CRUISE SHIP
“a passenger ship used commercially for
pleasure cruises”
navio de cruzeiro,
transatlantico
cruise lines
cruise companies
CRUISE LINE
“ a company who provides services for
transporting people by sea”
companhias de cruzeiro
empresas de cruzeiro
deck DECK
“any of various platforms built into a vessel”
convés
deque
berth BERTH
“ a place where you sleep on a ship, train, etc”
leito
crew CREW
“the men and women who man a vehicle
(ship, aircraft, etc.)”
tripulação
cabins CABIN
SHIP
“the enclosed compartment of an aircraft or
spacecraft where passengers are carried”
cabines
destination DESTINATION
“the place where to go on a journey”
destino
arrival ARRIVAL
“the act of coming to a place”
chegada
departure DEPARTURE
“The act of leaving or going away”
saída
itinerary ITINERARY
“a plan for a journey”
itinerário
roteiro
passenger, rider PASSENGER
“a traveler riding in a vehicle (a boat or bus
or car or plane or train etc) who is not
operating it”
passageiro
accommodation
lodging
ACCOMMODATION
“a place to live or to saty in”
acomodações,
alojamento
guest GUEST
“a customer of a hotel or restaurant etc”
hóspede
stay STAY
“a period of staying”
estada
hotel HOTEL
“a building where travelers can pay for
lodging and meals and other services”
hotel
lobby anteroom, entrance
hall, hall,
LOBBY
“a large entrance or reception room or area”
saguão
facility FACILITY
“something designed and created to serve a
particular function and to afford a particular
convenience or service”
instalações,
dependências,
estrutura
pool
swimming pool
SWIMMING POOL
“pool that provides a facility for swimming”
piscina
fitness room
gym
FITNESS ROOM
“a room with fitness equipment for doing
physical exercise”
academia de ginástica
room service ROOM SERVICE
“a service provided in a hotel, by which
people staying in the hotel can order food and
drink to be brought in their rooms”
serviço de quarto
162
conference facilities,
conference suite
CONFERENCE FACILITIES
“A set of rooms, usually in a hotel, that are
used for conferences”
estrutura para eventos
restaurant
RESTAURANT
“a building where people go to eat”
restaurante
bar
cocktail bar
BAR
“a room or establishment where alcoholic
drinks are served over a counter”
bar
reception
front desk
reception desk
RECEPTION
“a room for receiving and entertaining visitors
(as in a private house or hotel)”
recepção
check-in CHECK-IN
“the act of reporting your presence (as at an
airport or a hotel)”
check-in
check-out CHECK-OUT
“the latest time for vacating a hotel room”
check-out
bedroom
room
ROOM
“a room used primarily for sleeping”
quarto
single room SINGLE ROOM
“ a room for one person”
quarto simples
double room DOUBLE ROOM
“a room with bed for two people”
quarto de casal
twin room TWIN ROOM
“a room that has two single beds in it”
quarto duplo
triple rooms TRIPLE ROOM
“a room with bed for three people”
quarto triplo
family room FAMILY ROOM
“a room for three or four people, especially
parents and children”
quarto familiar
interconnecting room
adjoining room
ADJOINING ROOM
“a hotel room that shares a wall with another
hotel room
quartos contíguos
dormitory DORMITORY
“a large sleeping room containing several
beds”
dormitório coletivo
bed BED
“a piece of furniture that provides a place to
sleep”
cama
telephone
phone
TELEPHONE
“A system of sending sound to a distance by
wire or radio”
telefone
security box
safe
safe-deposit box
SAFE
“strongbox where valuables can be safely
kept”
cofre
minibar
mini-bar
MINIBAR
“sideboard with compartments for holding
bottles”
frigobar
tv
television
TV
“a piece of electrical equipments which shows
broadcast programs”
tv,
televisão
en suite room EN SUITE ROOM
“a bedroom having a private connecting
bathroom
quarto com suite
bathtub
bath
BATH
“a relatively large open container that you fill
with water and use to wash the body”
banheira
shower SHOWER
“a plumbing fixture that sprays water over
you”
chuveiro
ducha
163
manager MANAGER
“person whose job is to control a business, a
shop, a hotel, etc. of an organization”
gerente
receptionist RECEPTIONIST
“a person who works in a hotel, office, etc
answering the telephone and dealing with
visitors and guests when they arrive”
recepcionista
chambermaid
maid
housekeeper
CHAMBERMAID
“a maid who is employed to clean and care for
bedrooms (now primarily in hotels)”
camareiras
doorman
porter
DOORMAN
“someone who guards an entrance”
porteiro
bellhop
page
page boy
porter
BELLHOP
“someone employed as an errand boy and
luggage carrier around hotels”
mensageiro,
carregador de bagagem
inn INN
“a hotel providing overnight lodging for
travelers”
pousada
bed & breakfast
bed and breakfast
b&b
BED & BREAKFAST
“an overnight boardinghouse with breakfast”
pousada com café da manhã
motel
motor lodge
MOTEL
“a motor hotel”
hotel em rodovia
resort resort hotel, holiday
resort
RESORT
“a hotel located in a resort are”
resort
ski resort SKI RESORT
a resort with lodging and facilities for
skiing”
estação de esqui
hostel
youth hostel, student lodging
YOUTH HOSTEL
“inexpensive supervised lodging (especially
for youths on bicycling trips)”
albergue
campsite
campground, camping site,
camping ground,
encampment, camping area
CAMPSITE
“a site where people on holiday can pitch a
tent”
área de camping,
acampamento
park PARK
“a large area of land preserved in its natural
state as public property”
parque
forest,
wood, =
woods
FOREST
“the trees and other plants in a large densely
wooded area”
floresta
mata
bosque
nature reserve NATURE RESERVE
“a tract of land declared by the national
government to be public property”
reserva natural
mountain, mount MOUNTAIN
“a land mass that projects well above its
surroundings; higher than a hill”
montanha
waterfall, falls WATERFALL
“a steep descent of the water of a river”
cachoeira,
cataratas
beach BEACH
“an area of sand sloping down to the water of
a sea or lake”
praia
river RIVER
“a large natural stream of water (larger than a
creek)”
rio
164
cave CAVE
“a geological formation consisting of an
underground enclosure with access from the
surface of the ground or from the sea”
caverna
snow SNOW
“frozen water that falls from the sky in soft
white flakes”
neve
wildlife WILDLIFE
“all living things (except people) that are
undomesticated”
vida selvagem, natureza,
animais selvagens
cultural attractions CULTURAL ATTRACTIONS
“ a cultural enjoyable or interesting thing to
do”
atrações culturais
museum MUSEUM
a depository for collecting and displaying
objects having scientific or historical or
artistic
museu
art gallery ART GALLERY
a room or series of rooms where works of art
are exhibited
galeria de arte
castle CASTLE
“a great building , usually with towers where
royalty live”
castelo
church CHURCH
“a place for public (especially Christian)
worship”
igreja
temple TEMPLE
“place of worship consisting of an edifice for
the worship of a deity
templo
zoo ZOO
“the facility where wild animals are housed
for exhibition”
jardim zoológico
aquarium AQUARIUM
“a tank or pool or bowl filled with water for
keeping live fish and underwater animals”
aquário
festivity, celebration
FESTIVITIES
“any joyous diversion”
festividades
theater[ame]
theatre[bre]
THEATER
“a building where theatrical performances or
motion-picture shows can be presented”
teatro
ruin RUIN
“a ruined building”
ruínas
monument MONUMENT
a structure erected to commemorate persons or
events
monumento
entertainment
amusement
ENTERTANEMNT
“an activity that is diverting and that holds the
attention”
entretenimento
diversão
theme park THEME PARK
“an amusement park that is organized around
some theme
parque temático
amusement park,
funfair, pleasure ground
AMUSEMENT PARK
“a commercially operated park with stalls and
shows for amusement
parque de diversões
casino CASINO
a public building for gambling and
entertainment
cassino
165
nightlife NIGHTLIFE
the entertainment available to people seeking
nighttime diversion
vida noturna
disco
nightclub
DISCO
“a night place where people dance”
boate,
discoteca
bar
cocktail bar
BAR
“a room or establishment where alcoholic
drinks are served over a counter”
bar
souvenir SOUVENIR
“a thing kept to remind a place, a person or an
event”
lembrancinha,
souvenir
postcard POSTCARD
“a card for sending messages by post without
an envelope
cartão postal
handicraft, handwork
arts and crafts
handcraft, handiwork,
HANDICRAFTS
“a work produced by hand labor”
artesanato
camping, tenting CAMPING
“the act of encamping and living in tents in a
camp”
acampamento
trip TRIP
“a journey for some purpose (usually
including the return)”
vigem
tour TOUR
a journey or route all the way around a
particular place or area”
viagem, tour
city tour CITY TOUR
“a tour around a city passing by its main
attractions”
excursão pela cidade
city tour
sightseeing SIGHTSEEING
“going about to look at places of interest”
passeio
guided walks
walking tour
GUIDED WALKS
“a walk guided by a tour guide”
caminhadas com guia
excursion
day trip
EXCURSION
“a short trip where a group of people go for
pleasure”
excursão
tour guide TOUR GUIDE
a guide who leads others on a tour
guia de turismo
guia turístico
shopping SHOPPING
“the act of buy things”
fazer compras
fishing, FISHING
“the act of someone who fishes as a diversion”
pescaria
backpacking BACKPACKING
“Hiking with a backpack”
mochilar [inf]
horseback riding, riding HORSEBACK RIDING
“the sport of sitting on the back of a horse
while controlling its movements”
cavalgada
sports SPORTS
an active diversion requiring physical
exertion and competition
esportes
hiking HIKING
“a long walk usually for exercise or pleasure”
caminhada
trekking TREKKING
“ journey on foot, especially in the mountains”
trilha
skiing SKIING
“a sport in which participants must travel on
skis”
esqui
166
snow boarding SNOWBOARDING
“The act of sliding down a snow-covered
slope while standing on a snowboard”
snow boarding
climbing, rock climbing CLIMBING
“the sport or pastime of scaling rock masses
on mountain sides (especially with the help of
ropes and special equipment)”
escalada
mountain-biking MOUNTAIN-BIKING
“riding a bike on a mountain”
mountain-biking
diving DIVING
“swimming underwater”
mergulho
scuba diving SCUBA DIVING
“swim underwater wearing breathing
equipment”
mergulho com equipamento
swimming SWIMMING
“to move the body in water using arms and
legs”
natação
water-skiing WATER SKIING
“to ski on water while being pulled by a boat”
esqui aquático
rafting RAFTING
“crossing a river on a small boat of rubber
filled with air”
rafting
mountaineering
mountain climbing
MOUNTANEERING
“the activity of climbing a mountain”
montanhismo
food FOOD
“any solid substance (as opposed to liquid)
that is used as a source of nourishment”
comida
menu MENU
“a list of dishes available at a restaurant”
cardápio,
menu
appetizer APPETIZER
“food or drink to stimulate the appetite
(usually served before a meal or as the first
course)”
aperitivo
dish DISH
“a particular item of prepared food”
prato
drink
beverage
BEVERAGE
“any liquid suitable for drinking”
bebida
dessert, sweeties DESSERT
“a dish served as the last course of a meal”
sobremesa
meal MEAL
“the food served and eaten at one time”
refeição
breakfast BREAKFAST
“the first meal of the day (usually in the
morning”
café da manhã
lunch LUNCH
“a midday meal”
almoço
dinner DINNER
“the main meal of the day served in the
evening or at midday”
jantar, refeição completa
order ORDER
“a request for something to be made, supplied,
or served”
pedido
chef CHEF
“a professional cook”
chef de cozinha
cook COOK
“someone who cooks food”
cozinheiro
waiter, server, waitress WAITER
“a person whose occupation is to serve at table
(as in a restaurant)”
garçom
Quadro 4.1 Ancoragem ontológica do vocabulário básico do turismo inglês-português
162
Outra forma de representação da ontologia e dos itens lexicais que a instanciam
foi realizada por meio do uso da ferramenta computacional de edição de ontologias
chamada Protégé. Apresentaremos na seqüência essa ferramenta e, ao final, uma
amostra de sua aplicação em nosso trabalho.
4.2. A ferramenta de edição de ontologias Protégé
Como discutimos na Seção 2, uma ontologia é uma descrição formal de
conceitos de um domínio do conhecimento ou de atividades. Esses conceitos são
expressos por meio de classes e subclasses que descrevem as propriedades de cada
conceito, ou seja, suas características e atributos, e também as restrições dessas
propriedades, bem como tipos de relações que se estabelecem entre eles. É importante
enfatizar que as classes e subclasses representam os conceitos, e não entidades
lingüísticas.
Para editar a ontologia e nela ancorar os vocabulários, utilizamos o Protégé, uma
ferramenta computacional de edição de ontologias e bases de conhecimento,
desenvolvida na Universidade de Stanford
26
e disponibilizada gratuitamente na Internet.
Essa ferramenta permite a criação e edição de ontologias rápida e intuitivamente. Tem
por finalidade: (i) consentir a interoperabilidade com outros sistemas de representação
do conhecimento; (ii) ser uma ferramenta computacional de aquisição de conhecimento
fácil de se configurar e manejar; (iii) ser extensível. Seu modelo de conhecimento é
representado por meio de classes (que representam os conceitos do domínio a ser
modelado ontologicamente e podem ser taxonomicamente organizadas), as instâncias
26
Especificamente, a ferramenta Protégé foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa KMG (Knowledge
Modeling Group) do Departamento de Informática Médica (SMI - Stanford Medical Informatics) da
Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford.
163
dessas classes (ou seja, as entidades propriamente ditas), os slots (que descrevem as
propriedades e atributos das classes e instâncias), as facetas (que são restrições de
informações, especificando informações adicionais sobre propriedades) e os axiomas
que especificam contrastes adicionais.
Usamos aqui a versão 3.3 do editor de ontologias Protégé. Para a edição da
ontologia, seguimos o tutorial do Protégé, disponível na Internet. Explicaremos
simplificadamente os passos para montagem de uma ontologia no Protégé de acordo
com esse tutorial, traduzido por Almeida (2006), que apresenta como exemplo a criação
de uma ontologia do domínio Newspaper.
No Protégé, as classes são inseridas uma a uma e podem ser consideradas como
conceitos concretos do domínio, tal como Editor (Editor) e Colunista (Columnist).
Classes são mais do que simples objetos organizados na hierarquia. Elas podem também
ter atributos, tais como nome, número de telefone ou salário e também é possível
estabelecer relações entre elas, tais como o Autor (Author) de um Artigo (Article).
Uma classe do Protégé pode ser concreta, o que significa que ela pode ter
instâncias diretas, ou pode ser abstrata, o que significa que ela aparece na hierarquia,
mas não tem instâncias diretas.
É possível atribuir propriedades para as classes já inseridas, criando-se slots.
Existem várias formas de se criar um slot. Uma maneira é criar slots usando a "etiqueta
slots" e, então, atribuí-lo a uma ou mais classes. Essa etiqueta tem um layout similar ao
da "etiqueta classes", com os slots listados à esquerda, e o "editor de slots" mostrando as
propriedades dos slots, à direita.
Para incorporar o slot que define o atributo geral nome (name) à ontologia, é
preciso atribuí-lo a uma classe. Por exemplo: cada instância da classe Autor (Author)
deve ter um nome. Para fazer isso, retorna-se a "etiqueta Classes" (Classes Tab) e edita-
164
se a classe Autor (Author). Quaisquer atributos criados ou atribuídos a uma classe são
apresentados no "Editor de Classes" (Class Editor), à direita do "Navegador de Classes"
(Class Browser). O "Editor de Classes (Class Editor) pode ser usado para criar classes,
alterar o papel da classe Autor (Author) de concreta para abstrata. e para ver e nomear
slots. Para adicionar um slot a uma classe, clique no botão Adicionar Slot (Add Slot)
Os botões de slots aparecem a direita da janela do Protege, logo acima do painel de
"Modelos de Slots" (Template Slots).
Quando se clica no botão Adicionar Slot (Add Slot), a caixa de diálogo
"selecionar modelos de slots" (Select Template Slots) apresenta todos os slots do projeto
atual, em ordem alfabética (com exceção das classes de sistema do Protégé, as quais são
listadas abaixo da hierarquia de slots). Uma vez que slots representam propriedades de
classes, também é possível criar slots diretamente da "etiqueta classes" (Classes Tab).
Não é preciso atribuir o slot nome (name) a cada classe em que se deseja que ele
apareça. Qualquer subclasse de uma classe automaticamente herda todos os slots da
superclasse. Por exemplo, ao clicar na classe Serviço_de_Notícias (News_Service) será
possível verificar que: (a) o slot nome (name) já foi atribuído a essa classe através de
herança; (b) o ícone do slot está diferente de quando ele foi atribuído a Autor (Author),
ou seja, o ícone de "slot herdado" (inherited slot) mostra que esse slot foi atribuído por
herança.
Classes com mais de uma superclasse herdam slots de todas as classes
superiores. Por exemplo, ao clicar na classe Editor (Editor), pode-se ver que ela herda
o slot nome (name) de Autor (Author), e o slot salário (salary) de Empregado
(Employee). A herança múltipla é uma funcionalidade importante do Protege.
Os slots podem ter propriedades. Por exemplo, um "salário" (salary) é sempre
um número. Pode-se também utilizar slots para criar relacionamentos entre as classes.
165
As propriedades de um slot, chamadas facetas (facets), podem ser criadas e editadas a
partir "etiqueta classes" (Classes Tab) usando o diálogo de especificação de slots, ou a
partir da "etiqueta slots" (Slots Tab) no painel "editor de slots" (Slot Editor).
Instâncias são os dados reais da base de conhecimento. É importante assegurar-
se de que o projeto foi bem estruturado, antes de inserir um grande número de
instâncias. Caso sejam necessárias alterações na estrutura das classes ou slots após a
inserção das instâncias, pode ocorrer perda de informação. Além disso, caso se
adicionem outros slots, será necessário voltar e preencher os valores de slots para todas
as instâncias criadas anteriormente.
Após a apresentação da ferramenta, apresentamos uma amostra de como ela
pode ser usada para editar a ontologia do turismo.
166
4.3 A edição eletrônica da ontologia e do vocabulário bilíngüe
Nesta subseção, apresentamos parte da ontologia do turismo e parte do
vocabulário nela ancorado por meio do Protégé.
É importante esclarecer que as classes e subclasses da ontologia da Fig 3.12 são
editadas no Protégé em termos das classes dessa ferramenta e os itens lexicais que
constituem os dois vocabulários são as instâncias dessa ferramenta.
Iniciamos nossa ontologia inserindo a classe TOURISM e as suas grandes
subclasses (KINDS OF BUSINESS, TOURISM BUSINESS, MOTIVATION,
TOURIST, TRANSPORTATION, ACCOMMODATION, ATTRACTIONS,
ACTIVITIES e FOOD AND DRINK).
Figura 4.1 – Inserção da classe TOURISM e das suas grandes subclasses
167
Em seguida, passamos a inserir subclasses de subclasses, em um
procedimento em cascata. Nesta amostragem, apresentamos a inserção das subclasses
de TRANSPORTATION e de ACCOMMODATION, ilustrada na Figura 4.2.
Figura 4.2 Inserção das subclasses de TRANSPORTATION e de ACCOMMODATION
168
O próximo passo é inserir as subclasses da subclasse da classe HOTEL, como mostra
a Figura 4.3.
Figura 4.3 Inserção das subclasses de HOTEL
Até o momento, inserimos as subclasses da ontologia. Observe-se a
organização hierárquica: LOBBY é parte de HOTEL, que é parte de
ACCOMMODATION.
169
A Figura 4.4 mostra a inserção das duas subclasses de RECEPTION.
Figura 4.4 Inserção das duas subclasses de RECEPTION.
170
Especificaremos, na Figura 4.5, à classe CHECK-IN, a propriedade
opposite_CHECK-OUT.
Figura 4.5 Especificação da propriedade opposite_CHECK-OUT para CHECK-IN
171
A Figura 4.6 mostra o resultado dessa especificação.
Figura 4.6 Resultado da especificação da propriedade opposite_CHECK-OUT
para CHECK-IN
172
Essa especificação permite posteriormente consultar que CHECK-IN tem, como
propriedade, ser oposto a CHECK-OUT, como ilustra a Figura 4.7.
Figura 4.7 Visualização da propriedade opposite_CHECK-OUT de CHECK-IN
Para exemplificar a inserção de instâncias, que neste caso, são os itens lexicais dos dois
vocabulários, do inglês e do português, inserimos os itens lexicais das duas línguas
como instâncias das subclasses RECEPTION e CHECK-IN, como ilustra as Figuras
4.8 e 4.9, respectivamente.
173
Figura 4.8 Ancoragem ontológica dos itens lexicais reception, front desk, reception desk
(inglês) e recepção (português).
174
Figura 4.9 Ancoragem ontológica dos itens lexicais check in (inglês) e check in (português).
Por meio desse pequeno exercício de edição, demonstramos a funcionalidade da
ferramenta e a possibilidade de construir detalhadamente uma ontologia e nela ancorar
vocabulários.
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
b
reakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom, minibar
pricelocationfacilitiesrestaurantview
ConsideraçõesFinais
“No matter how well the student learns grammar, no matter
how successfully the sounds of L2 are mastered, without
words to express a wide range of meanings, communication
in an L2 just cannot happen in any meaningful way.”
McCARTHY, M. (1990, p. viii)
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumthemeparkecotourismtrekkin
mountainbikingdevelopmentplanre
sortwinterholidayscruisecomplaints
176
Considerações Finais
Nesta tese, apresentamos a construção de uma ontologia básica do domínio do
turismo e de um vocabulário bilíngüe inglês-português nela ancorado. A motivação para
a realização dessa pesquisa, que se manifestou em vários momentos durante o trabalho,
surgiu da necessidade de desenvolvermos um material que possa servir como subsídio
ao ensino de língua inglesa em Cursos de Turismo. Essa dimensão didático-pedagógica
se apresentou logo na Seção 1, quando foram abordados temas como o ensino de língua
inglesa para fins específicos, as características de um curso de ESP para estudantes de
Cursos de Turismo e o papel do ensino do vocabulário específico da área nesse contexto
de aprendizagem. Ao final da seção, apresentamos também um histórico da atividade
humana do turismo, desde os seus primórdios, que culminou com uma reflexão sobre o
que se considera, modernamente, turismo – e sobre como essa atividade se tornou
objeto de estudos em nível universitário.
Na Seção 2, fizemos uma breve incursão pelas principais noções e construtos
teóricos da Lingüística que se inserem nos estudos do léxico e da ontologia, com ênfase
na apresentação sumária, mas sistemática, das relações de significado e das teorias de
campos conceptuais, campos semânticos, campos lexicais e frames semânticos. Toda
essa discussão forneceu os subsídios teóricos consistentes para a delimitação e
organização de entidades e significados do turismo. No final dessa seção, introduzimos
ao leitor o conceito de ontologia – termo emprestado da Filosofia, na qual designa a
investigação de “todas as coisas” e que foi redefinido pela Inteligência Artificial e suas
áreas afins para denominar os estudos que buscam explicitar e organizar formalmente os
conceitos que representam as entidades e os processos existentes no mundo na tarefa de
177
construção de um simulacro deste no ambiente artificial dos computadores. Tarefa
pretensiosa, sem dúvida, plena de complexidades – na mesma medida em que são
complexas as relações entre mundo, mente e linguagem - mas abraçada pelos que
enxergam no computador um recurso capaz de realizar intentos que são ainda um
desafio para o homem. Essas considerações apontam para a dimensão lingüístico-
computacional de nossa pesquisa. Ao observarmos a tese de uma perspectiva maior,
percebemos sua inserção na proposta de metodologia de pesquisa em PLN elaborada
por Dias-da-Silva (1996), que apresenta investigações nos domínios lingüístico e
lingüístico-computacional. A metodologia que empregamos para a delineação da
ontologia é aplicável à construção de léxicos computacionais, relevantes para trabalhos
em Lingüística Computacional.
Essa constatação nos leva à Seção 3, na qual de fato é explicitada a metodologia
utilizada para selecionar, de cada um dos diferentes tipos de fontes disponíveis, as
informações léxico-conceituais relevantes para a montagem tanto da ontologia quanto
dos vocabulários. Se os livros especializados em turismo nos ensinaram como
classificar os diferentes ramos que compõem essa atividade, os livros específicos de
ESP contribuíram fundamentalmente para a seleção dos itens lexicais. Já as fontes
lexicográficas mostraram-se confiáveis e versáteis pois, se, por um lado, elas
representaram a autoridade esperada de uma obra de referência, por outro,
comprovaram que os dicionários em papel não estão com os dias contados, como já se
preconizou, mas adaptaram-se às novas realidades e necessidades dos aprendizes de
uma língua estrangeira. O último tipo de fonte de informações da pesquisa retoma as
reflexões esboçadas no parágrafo anterior sobre a contribuição das ferramentas
computacionais para auxiliar em tarefas que seriam demoradas ou dificultadas se
realizadas por homens. A consulta às redes WordNet de Princeton e FrameNet de
Berkeley descortinaram um mundo em que a rapidez da consulta, a quantidade de
178
informações disponíveis e as possibilidades de manipulação, análise e tratamento dos
dados conseguiram tornar prazerosa uma atividade que seria, sem sombra de dúvida,
impossível de se realizada apenas com dicionários tradicionais.
A Seção 4 dá seqüência a essa inclusão dos estudos lingüísticos na “era das
tecnologias lingüísticas”, pois apresenta a possibilidade de implementação dos
resultados da pesquisa por meio de uma ferramenta computacional que permite a
apresentação, a consulta e a manipulação dos dados, tarefas que seriam impossíveis de
ser realizadas nas dimensões da folha impressa.
Por todas essas considerações, entendemos que o trabalho trouxe contribuições
tanto para os estudos do significado conceitual e lexical, ao aproximar modelos de
descrição de ontologias e de léxicos, quanto para as aplicações práticas, em diferentes
áreas de pesquisa contempladas, como a sistematização conceitual de domínios, a
elaboração de vocabulários para ensino de línguas e a utilização de ferramentas
computacionais para a realização de tarefas de naturezas lingüística e didática. Por
exemplo, um possível prosseguimento das investigações seria a expansão da ontologia,
com o acréscimo de conceitos referentes a mais áreas conceituais que se relacionam
mais ou menos diretamente ao turismo.
Outra possibilidade seria a utilização do modelo de elaboração da ontologia
apresentado para a criação de outras ontologias, como a da hotelaria, da gastronomia,
dos transportes, das atividades culturais, e assim por diante. Na mesma linha de
raciocínio, o vocabulário também poderia ser expandido, atingindo um nível
intermediário ou mesmo avançado, o que poderia dar maiores contribuições à área de
ESP. Por fim, como já sinalizamos acima, vislumbramos ainda a possibilidade de
contribuição de nossa pesquisa para os estudos de Processamento Automático de
Línguas Naturais, na medida em que apresenta uma organização e sistematização
formalizada entre elementos lingüísticos e construtos computacionais.
179
Referências
ALMEIDA FILHO, J.C. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. Campinas:
Pontes, 1993.
ALMEIDA, M. B. Roteiro para construção de uma ontologia bibliográfica através de
ferramenta automatizada. Belo Horizonte: Revista Perspectivas em Ciência da Informação,
Escola de Ciência da Informação da UFMG, v. 8, n.2, jul./dez.2003.
ALMEIDA, M. B., BAX, M. Uma visão geral sobre ontologias: pesquisa sobre definições,
tipos, aplicações, métodos de avaliação e de construção. Brasília: Revista Ciência da
Informação, v.32, n. 3, set./dez./2003.
ASTON, G. (ed.) Learning with Corpora. Houston: Athelstan/CLUEB, 2001.
ATKINS, B. T. Monolingual and Bilingual Learner’s Dictionaries: a Comparison. In:
ILSON, R. (ed.) Dictionaries, Lexicography and Language Learning. Oxford, The British
Council & Pergamon Press, 1990, p.15-24.
BAADER, F., HORROCKS, I., SATTLER, U. Description Logics. In : STAAB, S.,
STUDER, R. (ed.) Handbook on ontologies. Berlin: Springer-Verlag, 2004, p. 03-28.
BABINI, M. Onomasiologie et Dictionnaires Onomasiologiques. São José do Rio Preto:
Ed. Beatriz, 2001.
BARBOSA, M. A. Estrutura e formação do conceito nas línguas especializadas: tratamento
terminológico e lexicográfico In: Rev. Brasileira de Lingüística Aplicada, v. 4, n. 1, 2004,
p. 55-86.
BARRETO, M. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas: Papirus, 1995.
BÉJOINT, H. Modern Lexicography: an Introduction. Oxford: OUP, 1994.
BELL C. D.S. EST Vocabulary Instruction. The ESPecialist, vol. 26, nº 2, 2005, p. 229-
262.
BENSON, M. et al. Lexicographic description of English. Amsterdã: John Benjamins,1986.
BERGENHOLTZ, H.; TARP, S. Manual of Specialised Lexicography.
Amsterdam/Philadelphia, John Benjamins Pub. Company, 1997.
BIDER, D.; CONRAD, S.; REPPEN, R. Corpus Linguistics: Investigating Language
Structure and Use. Cambridge: Cambridge Approaches to Linguistics, 1998.
BIDERMAN, M. T. C. Teoria Lingüística. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos/Martins Fontes, 1978 (2
a
ed. 2001).
180
BIERWISH, M.; SCHREUDER, R. From concepts to lexical items. Cognition, n. 42, 1992,
p. 23-60.
BOAS, H. C. Semantic Frames as Interlingual Representations for Multilingual Lexical
Databases. International Journal of Lexicography. Oxford: OUP, 2005, p. 1-34.
BOUGURAEV, B; BRISCOE, T. (ed.) Computational Lexicography for natural language
processing. London, New York: Longman, 1988.
BORBA, F. S. (coord.) Dicionário de Usos do Português do Brasil. São Paulo: Ed. Ática,
2002.
BRISCOE, T. Lexical issues in natural language processing. In: E. Klein; F. Veltman (ed.)
Natural language and speech. Berlin: Springer-Verlag, 1991, p.1-22.
CAMARGO, H. Patrimônio Histórico Cultural. São Paulo: ALEPH, 2002.
CAMBRIDGE Word Routes – Inglês-Português. São Paulo: Cambridge/Martins Fontes,
1999.
CAVANZZA, M.; ZWEIGENBAUM, P. Lexical Semantics: dictionary or encyclopedia?
Computational Lexical Semantics. Cambridge: CUP, 1995.
COLLINS Cobuild Advanced Learner’s English Dictionary, 4a ed. 2003.
CRUSE, D. A. Lexical Semantics. Cambridge: CUP, 1986.
DIAS-DA-SILVA, B. C. O estudo lingüístico-computacional da linguagem. Letras de
Hoje, Porto Alegre, v.41, 103-138, 2006.
DIAS-DA-SILVA, B.C. WordNet.Br: An Exercise of Human Language Technology
Research. Palavra, Rio de Janeiro, 12, p15-24, 2004.
DIAS-DA-SILVA, B.C. Human language technology research and the development of the
Brazilian Portuguese wordnet. In: HAJIČOVÁ, E., KOTĚŠOVCOVÁ, A., MÍROVSKÝ, J.
(Ed.). Proceedings of the 17th International Congress of Linguists. Prague: Matfyzpress,
MFF UK, 2003c. 12p. 1 cd.
DIAS-DA-SILVA, B. C. A construção de um thesaurus eletrônico para o português do
Brasil. V PROPOR- Encontro para o Processamento Computacional da língua portuguesa
escrita e falada. Anais... São Carlos: ICMC, p. 1-10, 2000.
DIAS-DA-SILVA, B. C. A face tecnológica dos estudos da linguagem: o processamento
automático das línguas naturais. Araraquara, 1996. 272p. Tese (Doutorado em Letras) -
Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara.
181
DIAS-DA-SILVA, B.C., FELIPPO, A. Di, HASEGAWA, R. Methods and Tools for
Encoding the WordNet.Br Sentences, Concept Glosses, and Conceptual-Semantic
Relations. In: Carbonell, J, Siekmann, J. Lecture Notes on Artificial Intelligence. Berlin /
Heidelberg: Springer, 2006, p.120-130.
DIAS-DA-SILVA, B.C., OLIVEIRA, M.F., MORAES, H.R. Reusability of Dictionaries in
the Compilation of NLP Lexicons In: N.J.MAMEDE; J.BAPTISTA; I. TRANCOSO;
M.G.V.NUNES (Eds.) Computational processing of the Portuguese language. Berlin:
Springer-Verlag, 2003. p. 78-85.
DIAS-DA-SILVA, B.C., OLIVEIRA, M.F., MORAES, H.R. Groundwork for the
development of the Brazilian Portuguese Wordnet. In: E.M. RANCHHOD; N.J.
MAMEDE (Eds.) Advances in natural language processing. Berlin: Springer-Verlag, 2002.
p. 189-196.
DIAS-DA-SILVA, B.C., OLIVEIRA, A. E. B., MARCELLI, K.J. Construção de uma rede
Wordnet para o português do Brasil In: Cd-rom do 10° Simpósio Internacional de Iniciação
Científica da USP, SIICUSP, 2002, SãoPaulo, Brasil, 2002, 1 cd.
DICIONÁRIO Oxford Escolar Oxford: Oxford University Press,1999.
DUBICKA I. E O’KEEFFE M. English for International Tourism. Longman / Pearson
Education Limited, 2003 (1
a
. edição).
EUROWORDNET. Rede EuroWordNet. Disponível em
<http://www.illc.uva.nl/EuroWordNet/data/sampleData.html>. Acesso em: 10 ago. 2004.
FELLBAUM, C. A Semantic Network of English: The mother of all WordNets. In:
Computers and the Humanities vol. 32, Amsterdã: Kluwer Academic Publishers, 1998, p.
209-220.
FELLBAUM, C. (Ed.) WordNet: An electronic Lexical Database. 2. Ed. Cambridge
(Mass.): MIT Press, 1999.
FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio eletrônico século XXI. (Versão 3.0). São
Paulo: Lexikon Informática Ltda, 1999.
FILLMORE, C. J. The Case for Case. In: E. Bach & E. R. Harns (eds) Universals in
Linguistic Theory. New York, Holt, Rinchart & Winston, 1968. p. 1-88.
182
FILLMORE, C. J. Frame Semantics. In: Linguistic Society of Korea (ed), Linguistics in the
morning calm. Seoul: Hanshin, 1982. p. 111-138.
FILLMORE, C. J. Frames and the Semantics of Understanding. Quaderni di Semântica,
1985. 6(2): 222-253.
FONTENELLE, T. Using a bilingual dictionary to create semantic networks. Journal of
International Lexicography, Vol 10, n. 4, 1995, p.
FONTENELLE, T. A Bilingual Lexical Database for Frame Semantics. International
Journal of Lexicography, Vol. 13 No. 4 Oxford University Press, 1997. p.232-248.
FRAMENET. The Berkeley FrameNet project on line. Disponível em:
<http://framenet.icsi.berkeley.edu>. Acesso em: 10 abril 2007
GIBBON, D. Computational Lexicography. In: VAN EYNDE, F.; GIBBON, D. Lexicon
Development for Speech and Language Processing. Dordrecht: Kluwer Academic
Publishers, 2000, p. 01-42.
GOELDNER, C. R.; RITCHIE, J. R. B.; McINTOSH, R. W. (2002), Turismo: Princípios,
Práticas e Filosofias. Tradução de Roberto Cataldo Costa (8
a
ed.). São Paulo: Bookman,
2000.
HAIMAN, J. Dictionaries and Encyclopedias. Canada, North-Holland Publishing
Company, 1980. p. 329-57.
HÄNDKE, J. The Structure of the Lexicon: Human versus Machine. Berlin/New York:
Mouton de Gruyter, 1995.
HARTMANN, R. R. K. Teaching and Researching Lexicography. Essex: Longman, 2001.
HIRST, G. Ontology and the Lexicon. In: STAAB, S.; STUDER, S. (eds) Handbook on
Ontologies. Berlin: Springer-Verlag, 2004, p. 209-229.
HOLME, R. ESP IdeasRecipes for teaching academic and professional English.
Canterbury: Pilgrims/Longman, 1996.
HORNBY, A. S. The Advanced Learner’s Dictionary of Current English. 2
ª
ed. London:
Oxford University, 1997.
HÖFLING, C.; TOSQUI; P. The use of corpora in the manufacturing of a bilingual
learner’s dictionary. Proceedings of the Fifth Teaching and Language Corpora Conference.
Bertinoro - Italy, 26-31 July, 2002, p. 74.
183
HÖFLING, C.; SILVA, M.C.P. da; TOSQUI, P. O dicionário como material didático na
aula de Língua Estrangeira. Intercâmbio, n°13, 2003.
<http://lael.pucsp.br/intercambio/13/13index.htm>. Acesso: 10 ago. 2004.
HÖFLING, C.; SILVA, M.C.P. da; TOSQUI, P. (2004) Técnicas de utilização de
dicionário como material didático na aula de LEFE (língua estrangeira para fins
específicos). In: VII CBLA - Congresso Brasileiro De Lingüística Aplicada, 2004, São
Paulo. Anais, 2004. Meio de divulgação: digital.
HÖFLING, C.; SILVA, M. C. P.; TOSQUI, P. Técnicas de utilização de dicionário como
material didático na aula de LE para fins específicos. In: Revista Brasileira de Lingüística
Aplicada, 60 v. 6, n. 1, 2006, p. 51-64.
HOUAISS, A. Webster’s Dicionário Inglês- Português. 12
ª
ed. Rio de Janeiro
Record,1998.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. (Versão 1.0) Rio de
Janeiro: FL Gama Design Ltda, 2001.
ILARI, R.; GERALDI, W. Semântica. 2 ed. São Paulo: Ática, 1990.
KILGARRIFF, A. Dictionary word sense distinctions: an inquiry into their nature.
Computers and the Humanities, Dordrecht, v.26, p.365-387, 1993.
KILGARRIFF, A. et al. A Formal Model of Dictionary Structure and Content. Papers from
ITRI - University of Brighton. ITRI-00-30,2000.
KITTAY, E. F. Metaphor – its Cognitive Force and Linguistic Structure. Oxford:
Clarendon Press, 1989.
LEECH, G. Principles of Pragmatics. London: Longman, 1976.
LEHRER, A. Semantic Fields and Lexical Structure. Amsterdam: North Holland, 1974.
LEHRER, A.; KITTAY, E. F. (eds) Frames, Fields and Contrasts. Hillsdale, N.J.:
Eribaum, 1992.
LAKOFF, G. Woman, fire and dangerous things. Chicago: University of Chicago Press,
1987.
LITTLEWOOD, W. Communicative Language Teaching. Cambridge: CUP, 1981.
LÖBNER, Sebastian. Understanding Semantics. Oxford: OUP, 2002.
LONGMAN Essential Activator. Essex: Longman Group Limited, 1997.
LONGMAN Language Activator. (2a. ed.) Essex: Longman Group Limited, 2005.
184
LONGMAN Dictionary of Contemporary English. London: Longman, 1988.
LYONS, J. Semantics. Cambridge: CUP, 1977.
MARRAFA, P. WordNet do Português: uma base de dados de conhecimento lingüístico.
Lisboa: Instituto Camões, 2001.
McARTHUR, T. Longman Lexicon of Contemporary English. Essex: Longman Group
Limited, 1981.
MILLER, G. A., FELLBAUM, C. Semantic networks of English. Cognition, Amsterdam,
v. 41., n.1-3, 1991. p. 197-229.
MILLER, G. A. et al Five Papers on WordNet, 1990. Disponível em
>http://www.cogsci.princeton.edu/~wn> Acesso em: 20 Ago 2004
MILLER, G. A.; FELLBAUM, C. Semantic Networks of English. Cognition, n. 41, 1991.
p. 197-229.
MINSKY, M. Semantic Information Processing. (6a ed) Cambridge/London : The MIT
Press, 1988.
MINSKY, M. A Framework for Representing Knowledge. In: J. HAUGELAND (ed.) Mind
Design. Cambridge, Mass; The MIT Press, 1975. p. 95-128.
MOESCH, M. A produção do saber turístico. (2
a
ed.) São Paulo: Ed. Contexto, 2002.
MOLINA, S. O pós-turismo. (2
a
ed.) São Paulo: Ed. Aleph, 2004.
MURPHY, M. L. Semantic Relations and the Lexicon: antonymy, synonymy, and other
paradigms. Cambridge: CUP, 2003.
NATION, P. Como estruturar o aprendizado de vocabulário. Portifólio SBS 5: Reflexões
sobre o ensino de idiomas. Tradução de Cristine Arruda. São Paulo: SBS, 2003.
NERLICH, B.; CLARKE, D. D. Semantic Fields and Frames : Historical Explorations of
the Interface between Language, Action and Cognition. Journal of Pragmatics vol 32,
2000. p. 125-150.
NERUDA, P. Confesso que Vivi — Memórias, Difel. Traduzido por Olga Savary.
Rio de Janeiro: Difusão Editorial, 1978.
NIRENBURG, S., RASKIN, V. Ontological Semantics. Cambridge: MIT, 2004.
NOY N. F., MCGUINNESS D. L. Ontology Development 101: A Guide to Creating Your
First Ontology. Disponível em
185
<http://protege.stanford.edu/publications/ontology_development/ontology101.html>
Acesso em outubro 2006.
NUNES, M. B. C. O professor de EAP: comportamentos fossilizados ou vivência
reflexiva? In: BARBARA, L.; RAMOS, R. C. G. (Org) Reflexões e ações no ensino-
aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras/Cultura Inglesa, 2003, p. 337-361.
O’HARA, F. Be my guest – English for the Hotel Indutry. Cambridge : CUP, 2002.
OLIVEIRA, D. Turismo e Consumo: a quarta geração turística. In: GASTAL, S. (org)
Turismo: nove propostas para um saber-fazer. Porto Alegre: Edelbra, 1998.
OLIVEIRA, M. F. Pressupostos teórico-metodológicos para a elaboração da base lexical
de um Thesaurus eletrônico. Araraquara, 2002. 196 p. Dissertação (Mestrado em Letras).
Faculdade de Ciências e Letras, UNESP, Araraquara.
OOI, V. B. V. Computer Corpus Lexicography. Edinburgh: Edinburgh Textbooks in
Empirical Linguistics, 1998.
PANDOLFI, M.A.; TOSQUI, P. Cultura e sociedade no ensino de línguas para o turismo.
In: XXVII Congresso Brasileiro De Ciências Da Comunicação, 2004, Porto Alegre. Anais,
2004. Meio de divulgação: digital.
PANOSSO NETO, A., TRIGO, L. G. G. Reflexões sobre um novo turismo: política, ciência
e sociedade. (2
a
ed.) São Paulo: Ed. Aleph, 2003.
PROTÉGÉ. Disponível em <http://protege.stanford.edu/>. Acesso em 01 Ago 2007
REY-DEBOVE, J. Léxico e dicionário. In: Alfa, n.º 28 (supl.). Tradução C. B. de Moraes.
São Paulo: UNESP, 1984. p.45- 69.
REYES S., BRIONES S., BOTTO de POCOVI M., FORTUNY L. & SASTRE S.
Vocabulary And Gist Reading. The ESP, São Paulo, vol. 18 no 1, 1997, p.53-69.
RICHARDS, J. C., RODGERS, J. Approaches and methods in language teaching: a
description and analysis. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.
RICH, E. Inteligência Artificial. (2
a
. ed) Tradução: Newton Vasconcelos. São Paulo:
McGraw-Hill, 1988.
ROBINSON, P. ESP Today: A Practitioner’s Guide. New York: Prentice Hall, 1991.
ROGET, P. M. Roget`s Thesaurus. Middlessex: Penguin Books, 1953. (ed. Original 1852).
SAEED, J. I. Semantics. Oxford: Blackwell Publishing, 2a. ed. 2003.
186
SAINT-DIZIER, P., VIEGAS, E. (Eds.) Computational Lexical Semantics. Cambridge:
Cambridge University Press, 1995.
SAINT-DIZIER, P., VIEGAS, E. An introduction to lexical semantics from a linguistic and
psycholinguistic perspective. In: SAINT-DIZIER, P., VIEGAS, E.(org.) Computational
Lexical Semantics. Studies in Natural Language Processing. New York: Cambridge
University Press, 1995.
SANCHO, A. Introdução ao Turismo. São Paulo: Organização Mundial do Turismo
(OMT)/ Ed. Roca, 2001.
SACHS, E. Getting Started with Protege-Frames. (2006) Available from Internet:
<http://protege.stanford.edu/doc/tutorial/get_started/get-started.html>. Acesso 9 July 2006.
SCHORR, G. Deux types de dictionnaires bilingues de poche. In: ILSON, R. (ed) A
Spectrum of Lexicography. Amsterdan: John Benjamins Pub. Company, 1987.
SOUZA, P. N. e BASTOS, L. K. X. O Conhecimento Lexical no Ensino da Leitura em
Língua Estrangeira. The ESPecialist, São Paulo, vol. 22, nº 1, 2001.
STOTT, T; BUCKINGHAM, A. At your service: English for the Travel and Tourist
Industry. 4th Edition. Oxford: Oxford University Press, 2000.
STOTT, T.; HOLT, R. First Class – English for Tourism. Oxford: Oxford University Press,
1995.
STUBBS, M. Words and phrases: corpus studies of lexical semantics. Oxford: Blackwell
Publishers, 2001.
SWARBOOK, J. Turismo sustentável conceitos e impacto ambiental. São Paulo: Ed.
Aleph, 2000.
THE EUROWORDNET Base Concepts and Top Ontology. Version 2, final, 1998.
Deliverable D017, D034, D036, WP5, EuroWordNet LE2-4003. Disponível em
<http://dienst.isti.cnr.it/Dienst/UI/2.0/Describe/ercim.cnr.ilc/1998>, consulta em 10 Jul
2005.
THEOBALD, W. F. (org) Turismo Global. Tradução de A. M. Capovilla et al. (2a ed.) São
Paulo: Ed. Senac, 1998.
TOMASZCZYK et al. Meaning and Lexicography. Oxfordshire: John Benjamins,
Publishing Company, 1990.
187
TOSQUI, P. O dicionário bilíngüe como ferramenta de ensino/aprendizagem de uma língua
estrangeira. Trabalhos em Lingüística Aplicada. Campinas, (40): 101-114, Jul./Dez. 2002.
TOSQUI, P. Advérbios Modalizadores - Subsídios para dicionários bilíngües. Araraquara,
2002. 144 p. Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Ciências e Letras, UNESP,
Araraquara.
TOSQUI, P. Dicionários Bilíngües: resultados de uma pesquisa com estudantes de inglês.
Estudos Lingüísticos XXXI. São Paulo, 2001, meio digital.
TOSQUI, P. Uma proposta de modelo de verbete para dicionários bilíngües dirigidos a
estudantes de língua inglesa. Anais do VI Congresso Brasileiro de Lingüística Aplicada.
Belo Horizonte, 2001b, meio digital.
TRASK, R. L. Dicionário de Linguagem e Lingüística. Trad. Rodolfo Ilari.São Paulo:
Contexto, 2006.
TRIGO, L. G. G. Turismo básico. São Paulo: Ed. SENAC, 2002.
Almeida, M.B. Tutorial: Noções básicas para uso do Protege. Disponível em <
http://www.eci.ufmg.br/mba/onto_frames/index.htm> Acesso em 01 Ago 2007.
ULLMANN, S. Semântica: uma introdução à ciência do significado, 1950.
VIAN Jr., O. O ensino de inglês instrumental para negócios, a lingüística sistêmico-
funcional e a teoria de gênero/registro. In: The ESPecialist, São Paulo, vol. 24, nº 1 1-16,
2003, p. 1-16.
VOSSEN, P. EuroWordNet: a multilingual database with semantic networks. Computers
and the Humanities, Dordrecht, v. 32., n.2 e 3, 1998.
WAINBERG, J. A. Anotações para uma teoria do turismo: a indústria da diferença. In:
Gastal, S. (org) Turismo: Nove propostas para um saber-fazer. Porto Alegre: Ed. PUCRS,
2002.
WEISZFLOG, W. (ed.) Michaelis português- moderno dicionário da língua portuguesa.
(Versão 1.0). São Paulo: DTS Software Brasil Ltda. 1998.
WIERZBICKA, A. Lexical and Grammatical Universals as a Key to Conceptual Structures.
In: ICL Papers, 11. Elsevier Science Ltda, 1996.
WELKER, H. A. Dicionáriosuma pequena introdução à lexicografia. Brasília: Thesaurus
Editora, 2005.
WOOD, N. Tourism and Catering Workshop. Oxford: OUP, 2003.
WORDNET. Rede WordNet de Princeton on-line. Disponível em
<http://www.cogsci.princeton.edu/cgi-bin/webwn.> Acesso em: 13 ago. 2004.
188
WORSCH, W. Recent trends in publishing bilingual learner’s dictionary. In:
HARTMANN, R. R. K. Dictionaries in Language Learning: Recommendations, National
Reports and Thematic Reports. Berlin: Frei Universität München, 1999.
YAZIGI, E., CARLOS, A., CRUZ, E. (org). Turismo: Espaço, paisagem e cultura. São
Paulo: HUCITEC, 1996.
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
b
reakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom,
minibnnnnnnnnnnnnnnnnnnnhotel
pricelocationfacilitiesrestaurantview
Apêndice
APÊNDICE 01 – FONTES LEXICOGRÁFICAS E DIDÁTICO-
PEDAGÓGICAS
APÊNDICE 02 – FONTES LINGÜÍSTICO-COMPUTACIONAIS
APÊNDICE 03 QUADRO 3.7 - QUADRO COMPLETO
DAS SUBCLASSES DA SEGUNDA VERSÃO
DA ONTOLOGIA BÁSICA DO TURISMO
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumthemeparkecotourismtrekkin
mountainbikingdevelopmentplanre
189
APÊNDICE 01 – FONTES LEXICOGRÁFICAS E DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
I – DICIONÁRIOS
A) VOCABULÁRIO
DOMÍNIO VOCABULÁRIO
Item lexical Itens lexicais equivalentes
travel
voyage
tour
tourism
TRAVEL
trip
visitor
guest
tourist
traveler
PEOPLE VISITING
AND TRAVELING
passenger
PEOPLE GUIDING
AND TAKING
guide tour guide
travel agency
travel agent
TRAVEL
BUSINESSES
tourist
agent/agency
hotel
inn
bed and breakfast
motel
HOTELS, ETC
hostel
reception
desk
lobby
room (double
room, single
room)
IN HOTELS, ETC
suite
receptionist
porter
page page boy
PEOPLE IN HOTELS,
ETC
doorman
booking
reservation
ticket
IN HOTELS,
TRAVELING, ETC
seat
STAY
accommodation
190
hotel
bed and breakfast b&b
reservation
brochure
package holiday package deal package tour
travel agency
tourist
TRAVEL AGENCY
resort
campsite
campground
waterskiing
water sports
windsurfing
resort
nightlife
sights
sightseeing
vacation
ACTIVITIES
holiday
air travel
road travel
rail travel
overland
THE ACTIVITY OF
TRAVELING
backpacking
train
bus
DIFFERENT WAYS
OF TRAVELING
plane
traveler
passenger
SOMEONE WHO IS
TRAVELING
tourist
reservation
TICKET
fare
191
ticket
airplane check-in counter
airport
arrivals
boarding
card
cabin
check in
check-in desk
delay
departure
departures board
departure lounge
arrive
destination
duty-free
flight
gate
journey trip
platform
terminal
line
luggage
passport
passport control
bag
TRANSPORT
seat
HOLIDAY
holiday vacation
192
honeymoon
tourist holidaymaker vacationer
resort
tourist attraction
tourist destination
tourist trap
camp
holiday camp
cruise
tourist industry,
agency
tour guide
package tour package holiday
VISIT
visitor tourist guest
ticket
fare
reservation
boarding pass
booking
duty-free shop duty-free
TRAVEL
DOCUMENTS AND
PROCEDURES
visa
B) FONTES
LONGMAN Essential Activator. Essex: Longman Group Limited, 1997.
LONGMAN Language Activator. (2a. ed.) Essex: Longman Group Limited, 2005.
McARTHUR, T. Longman Lexicon of Contemporary English. Essex: Longman Group
Limited, 1981.
CAMBRIDGE Word Routes – Inglês-Português. São Paulo: Cambridge/Martins Fontes,
1999.
193
II – LIVROS DIDÁTICOS
A) VOCABULÁRIO
DOMÍNIO VOCABULÁRIO
Item lexical Itens lexicais equivalentes
tourism
mass tourism
ecotourism
travel voyage
trip
tour operator
travel agency
travel clerk travel agent
tour company
representative
tour rep
tour guide
tourist information
office
tourist information
officer
ecotourism
mass tourism
package tour package holiday package deal
brochure
booking reservation
TRAVEL BUSINESS
cancellation
holiday vacation
honeymoon
event
MOTIVATION
business
accommodation lodging
hotel
resort
hostel
bed & breakfast bed and breakfast B&B
motel motor lodge
campsite campground
KINDS OF
ACCOMMODATION
inn
guest
reception front desk
check- in
check-out
facilities
HOTEL ELEMENTS
AND HOTEL
FACILITIES
lobby
194
restaurant
pool swimming pool
fitness room gym
bar cocktail bar
room service
conference facilities
receptionist
doorman porter
manager
bellhop
HOTEL STAFF
chambermaid maid housekeeper
bed
tv television
telephone phone
security box safe safe-deposit box
minibar mini-bar
bathtub bath
air conditioning
ROOM FACILITIES
shower
bedroom room
single room
double room
triple rooms
family room
interconnecting
room
adjoining room
twin room
dormitory
ROOM TYPE
en suite room en suite bath
room
en suite shower
room
natural attractions
nature reserve
park
forest
mountain
snow
river
cave
beach
NATURAL
ATTRACTIONS
waterfall
cultural attractions
temple
art gallery
museum
theme park
monument
castle
market
CULTURAL
ATTRACTIONS
shopping center shopping mall mall
195
aquarium
church
theater
zoo
ruins
festivity
casino
nightlife
ENTERTAINMENT
disco nightclub
tour
city tour
excursion day trip
guided tour
tour guide
guided walks walking tour
sightseeing
camping
backpacking
bungee jumping
sports
scuba diving
trekking
backpacking
water-skiing
skiing
snow boarding
mountaineering
diving
swimming
mountain-biking
hiking
rafting
horseback riding
climbing
fishing
ACTIVITIES
shopping
passenger
timetable
ticket
boarding pass
baggage luggage
seat
cabin
destination
departure
TRANSPORTATION
arrival
highway road
ROAD TRAVEL
bus coach
196
bus driver driver
bus station
airplane plane aeroplane
airport
airline
flight
flight attendant
gate
delay
cabin
check in counter
check in
pilot
class
airline
terminal
duty-free shop tax-free shop
class
AIR TRAVEL
transfer
car
CAR RENTAL
rental office
railway
train
station
berth
RAIL TRAVEL
conductor
boat
ferry boat
cruise ship cruiser
decks
cabins
cruise lines cruise companies
crew
WATER TRAVEL
captain
food
restaurant
meal
breakfast
menu
dinner
dish
appetizer
waiter
waitress
client
order
drink beverage
FOOD AND DRINK
dessert
197
lunch
chef
cook
tourist traveller excursionist
holidaymaker
business traveler
honeymooner
backpacker
KINDS OF
TOURISTS
event delegate
baggage luggage
bag
suitcase
guide book travel book
map
voucher
documents
passport
visa
THINGS TOURISTS
CARRY
traveller’s cheque traveler’s check
souvenir
postcard
THINGS TOURISTS
BUY
handicraft arts and crafts
B) FONTES
O’HARA, F. Be my guest – English for the Hotel Industry. Cambridge: CUP, 2002.
Unit Title Themes
1
Different kinds of people 9 Working in travel and Tourism
9 Being friendly and helpful
9 When in Rome
9 Dealing with enquiries
2
International Travel 9 Different ways of traveling
9 Asking questions
9 Taking a booking\
9 The best way to get there
9 Around the world
9 Organizing a trip
3
Phone calls 9 Using the phone
9 How may I help you?
9 Answering enquiries
9 Taking messages
4
Food and drink 9 Good morning
9 Explaining dishes
9 May I take your order?
9 Drinks, snacks and desserts
9 Eating habits
9 Welcome to our restaurant!
5
Correspondence 9 Responding to enquiries
9 Confirming reservations
9 Avoiding mistakes
9 We are very sorry…
6
Accommodation 9 Reservations
9 Checking in
9 Facilities: Enjoy your stay!
9 Giving information
198
9 The best hotel for you…
9 The perfect hotel…
7 Money 9 How would you like to pay?
9 Changing money
9 Explaining the bill
9 Is service included?
8
Travelling around 9 To and from the airport
9 Local knowledge
9 Offering and requesting
9 Car rental
9 Motoring
9 The best way to get there
9
Problems 9 Is there anything I can do?
9 Dealing with complaints
9 Better safe than sorry
9 Difficult customers?
10
Attractions and activities 9 Seeing the sights
9 Making suggestions and giving advice
9 Sun, sea and sand?
9 History and folklore
9 A nice day out
9 The future of tourism
STOTT, T; BUCKINGHAM, A. At your service: English for the Travel and Tourist
Industry. (4a. ed.). Oxford: Oxford University Press, 2000.
Unit Title Functions
1
May I introduce myself? 9 Greeting guests
9 Introducing yourself
9 Saying where people are from
9 Making a short welcome speech
2 What do you do? 9 Asking people about their jobs
9 Talking about jobs and workplaces
3 What time does the next train leave? 9 Asking about the time
9 Telling the time
9 Talking about timetables
4 What kind of room would you like? 9 Making a room reservation
9 Completing reservation details
9 Requesting information politely
5 Don’t leave your bags on the bus 9 Giving instructions politely
6 Is there a bank near here? 9 Giving and understanding directions
9 Saying where things are
7 Who’s calling please? 9 Answering the telephone politely
9 Giving information politely
9 Asking for information
9 Taking a message
8 Would you like a window seat? 9 Asking people to do things
9 Understanding and dealing with requests
9 How was your day? 9 Talking about the past
9 Asking someone about their day
10 Are you ready to order? 9 Greeting restaurant guests
9 Taking orders
9 Understanding orders
11 How will you be paying? 9 Talking about money
9 Asking about payment
9 Changing money for someone
12 We’ll meet back here at three o’clock 9 Explaining plans and itineraries to a tour group
9 Answering common questions asked by tourists
13 Why don’t you take the city bus tour? 9 Making suggestions and recommendations
9 Describing tourist attractions
14 Shall I send you a brochure? 9 Offering to help people
199
9 Understanding and dealing with tourists’problems
15 I look forward to hearing from you 9 Talking about experiences
9 Asking and answering interview questions
WOOD, N. Tourism and Catering Workshop. Oxford: OUP, 2003.
Unit Title
1 Tourism today
2 What’s your job?
3 Hotel facilities
4 Reserving accommodation
5 Writing a CV
6 IT and the travel industry
7 Who’s who in hotels and restaurants
8 Welcoming customers to a restaurant
9 Explaining the menu
10 At the airport
11 Package holidays
12 Facilities at a resort
13 Respecting cultural traditions
14 Giving tourist information
15 Booking a ticket
16 Dealing with money
17 Checking in to a hotel
18 Tour guide commentaries
19 Tour itineraries
20 Alternative holidays
21 Dealing with complaints
22 Tips for travelers
23 Describing a festival
24 Health and safety abroad
25 Adventure holidays
26 Ecotourism
27 Marketing and promotion
STOTT T. e BUCKINGHAM A. First class – English for Tourism American English.
(4a. ed.) Oxford: Oxford University Press, 2000.
Unit Title Contents chart
1 People in tourism 9 People working in tourism.
9 Job description.
2 Flight reservation 9 Dealing with flight reservations, days and dates.
3 Changes and cancellations 9 Making alterations to flight bookings.
9 Asking for and giving factual information.
4 Rail enquiries 9 Dealing with enquiries about rail travel.
9 Replying requests for information.
5 Timetables 9 Answering timetable enquiries on the telephone.
9 Using the 12-hour/24-hour clock.
6 Travel requirements 9 Informing customers about travel requirements. Writing
letters of confirmation.
7 Giving directions 9 Understanding and giving directions on a map and in
airport buildings. Talking about services and facilities.
8 Tourist information 9 Offering advice to tourists. Writing promotional
material.
9 Methods of payment 9 Dealing with different methods of payment.
10 Hotel facilities I 9 Comparing hotel facilities. Brochure descriptions of
hotel services.
11 Hotel facilities II 9 Visiting hotels as a tour company representative.
200
12 Telephone enquiries 9 Taking reservations on the telephone. Writing telephone
messages and letters of confirmation.
13 Checking in 9 Receiving guests. Features of the hotel industry.
14 Complaints 9 Dealing with complaints. Building dialogues. Guidance
on replying to letters of complaint.
15 Conference facilities 9 Describing conference requirements and facilities.
Organizing a conference.
16 Local tours 9 Effects of tourism in a country.
17 Foreign tours 9 Explaining tour itineraries. Special interest holidays.
18 Itineraries 9 Dealing with enquiries about itineraries.
19 Car and equipment hire 9 Arranging car equipment hire. Describing sports
facilities. Advising clients on choosing a resort.
Job interviews 9 Taking part in job interviews
DUBICKA I. E O’KEEFFE M. English for International Tourism. (1
a
.ed.) Essex:
Longman / Pearson Education Limited, 2003.
Unit Title Professional practice
1 All in a day’s work 9 Exchange personal details. Complete a register.
2 Fly-drive holidays 9 Take a booking. Deal with a telephone enquiry. Hire a
car. Plan a holiday.
3 Table for two 9 Deal with a complaint. Describe a traditional dish.
4 City tours 9 Give a guided tour. Describe a building.
5 Water cities 9 Write an email describing a hotel.
6 Cruise ships 9 Write a CV and a covering letter. Apply for a job.
7 Service and safety 9 Check in a guest. Give health and safety service.
8 East meets West 9 Exchange holiday plans. Describe traditional gifts.
Create a tourism development plan.
9 Window seat or aisle? 9 Produce an information leaflet. Sell on-board duty-free
goods.
10 Business or pleasure? 9 Hotel facilities. Conference equipment.
11 The great outdoors 9 Geographical features. Excursions.
12 Winter holidays 9 Ski equipment. Ski resort jobs. Giving directions.
Entertainment.
13 Lands of smiles 9 Ecotourism. Medical equipment.
14 Enjoy your stay 9 Currencies. Checking in / out
15 Winds of change The weather forecast
204
APÊNDICE 02 – FONTES LINGÜÍSTICO-COMPUTACIONAIS
I – INFORMAÇÕES LÉXICO-CONCEITUAIS EXTRAÍDAS DA REDE
WordNet
TOURISM
S: (n) tourism, touristry (the business of providing services to tourists) "Tourism is a major business in
Bermuda"
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) ecotourism (tourism to exotic or threatened ecosystems to observe wildlife or to help
preserve nature)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) commercial enterprise, business enterprise, business (the activity of providing
goods and services involving financial and commercial and industrial aspects) "computers
are now widely used in business"
o
derivationally related form
W: (n) tourist [Related to: tourism] (someone who travels for pleasure)
: (n) tourist, tourer, holidaymaker (someone who travels for pleasure)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) sightseer, excursionist, tripper, rubberneck (a tourist who is visiting sights of
interest)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) traveler, traveller (a person who changes location)
o
derivationally related form
W: (adj) touristy [Related to: tourist] (visited by throngs of tourists) "of the three American
Virgin islands St. Thomas is the most touristed"; "tourists descend in busloads...so the
whole place is rather touristy"
W: (n) tour [Related to: tourist] (a journey or route all the way around a particular place or
area) "they took an extended tour of Europe"; "we took a quick circuit of the park"; "a ten-
day coach circuit of the island"
W: (n) tourism [Related to: tourist] (the business of providing services to tourists)
"Tourism is a major business in Bermuda"
W: (v) tour [Related to: tourist, tourer] (make a tour of a certain place) "We toured the
Provence this summer"
TRAVEL
S: (n) travel, traveling, travelling (the act of going from one place to another) "he enjoyed selling but he hated
the travel"
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) walk (the act of walking somewhere) "he took a walk after lunch"
S: (n) riding, horseback riding (travel by being carried on horseback)
S: (n) air travel, aviation, air (travel via aircraft) "air travel involves too much waiting in
airports"; "if you've time to spare go by air"
S: (n) journey, journeying (the act of traveling from one place to another)
S: (n) stage, leg (a section or portion of a journey or course) "then we embarked on the
second stage of our Caribbean cruise"
S: (n) staging (travel by stagecoach)
S: (n) on the road, on tour (travelling about) "they took the show on the road"; "they lost
all their games on the road"
S: (n) water travel, seafaring (travel by water)
S: (n)
booklet, brochure, folder, leaflet, pamphlet (a small book usually having a paper cover)
205
TRAVEL AGENCY
S: (n) travel agency (an agency that arranges personal travel)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) agency (a business that serves other businesses)
TOUR
S: (n) tour, circuit (a journey or route all the way around a particular place or area) "they took an extended tour
of Europe"; "we took a quick circuit of the park"; "a ten-day coach circuit of the island"
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) walkabout (a walking trip or tour)
S: (n) grand tour (a sightseeing tour of a building or institution)
S: (n) grand tour (an extended cultural tour of Europe taken by wealthy young Englishmen
(especially in the 18th century) as part of their education)
S: (n) itineration (journeying from place to place preaching or lecturing; a preaching tour or
lecturing tour)
S: (n) package tour, package holiday (a tour arranged by a travel agent; transportation
and food and lodging are all provided at an inclusive price)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) journey, journeying (the act of traveling from one place to another) "
S: (n) trip (a journey for some purpose (usually including the return)) "he took a
trip to the shopping center"
S: (n)
trek (a journey by ox wagon (especially an organized migration by a group of
settlers))
S: (n) excursion, jaunt, outing, junket, pleasure trip, expedition, sashay (a
journey taken for pleasure) "many summer excursions to the shore"; "it was
merely a pleasure trip"; "after cautious sashays into the field"
S: (n) voyage (a journey to some distant place)
S: (n) way (a journey or passage) "they are on the way"
o
derivationally related form
W: (n) tourist [Related to: tour] (someone who travels for pleasure)
W: (v) tour [Related to: tour] (make a tour of a certain place) "We toured the Provence this
summer"
S: (n) sightseeing, rubber-necking (going about to look at
places of interest)
TOUR GUIDE
S: (n) tour guide (a guide who leads others on a tour)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) guide (someone who shows the way by leading or advising)
S: (n) cicerone (a guide who conducts and informs sightseers)
S: (n) tour guide (a guide who leads others on a tour)
HOLIDAY
S: (n) vacation, holiday (leisure time away from work devoted to rest or pleasure) "we get two weeks of
vacation every summer"; "we took a short holiday in Puerto Rico"
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) half-term (a short vacation about halfway through a school term) "he came to visit at
half-term"
S: (n) vac (informal term for vacation)
S: (n) field day, outing, picnic (a day devoted to an outdoor social gathering)
S: (n) honeymoon (a holiday taken by a newly married couple)
206
S: (n) paid vacation (a vacation from work by an employee with pay granted)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) leisure, leisure time (time available for ease and relaxation) "his job left him little
leisure"
S: (n) free time, spare time (time that is free from duties or responsibilities)
S: (n) vacation, holiday (leisure time away from work devoted to rest or
pleasure) "we get two weeks of vacation every summer"; "we took a short holiday
in Puerto Rico"
o
derivationally related form
W: (n) vacationist [Related to: vacation] (someone on vacation; someone who is devoting
time to pleasure or relaxation rather than to work)
W: (v) vacation [Related to: vacation] (spend or take a vacation)
W: (v) holiday [Related to: holiday] (spend or take a vacation)
S: (n) holiday (a day on which work is suspended by law or custom) "no mail is delivered on federal holidays";
"it's a good thing that New Year's was a holiday because everyone had a hangover"
BACKPACKER
S: (n) backpacker, packer (a hiker who wears a backpack)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) hiker, tramp, tramper (a foot traveler; someone who goes on an extended walk (for
pleasure))
S: (n) pedestrian, walker, footer (a person who travels by foot)
S: (n) traveler, traveller (a person who changes location)
BAGGAGE
S: (n) baggage, luggage (cases used to carry belongings when traveling)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) bag, traveling bag, travelling bag, grip, suitcase (a portable rectangular container
for carrying clothes) "he carried his small bag onto the plane with him"
MAP S: (n) map (a diagrammatic representation of the earth's surface (or part of it)
POSTCARD S: (n) p
ostcard, post card, postal card, mailing-card (a card for sending messages by post without an
envelope)
HANDICRAFT S: (n) handicraft, handcraft, handiwork, handwork (a work produced by hand labor)
TRANSPORTATION
TRAIN
S: (n) train, railroad train (public transport provided by a line of railway cars coupled together and drawn by a
locomotive) "express trains don't stop at Princeton Junction"
o
direct hyponym
/
full hyponym
o
domain term category
S: (n) passenger, rider (a traveler riding in a vehicle (a boat or bus or car or plane or train
etc) who is not operating it)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) public transport (conveyance for passengers or mail or freight)
S: (n) conveyance, transport (something that serves as a means of
transportation)
S: (n) transportation, transport, transfer, transferral, conveyance (the act of
moving something from one location to another)
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
207
S: (n) public transport (conveyance for passengers or mail or freight)
S: (n) bus, autobus, coach, charabanc, double-decker, jitney, motorbus,
motorcoach, omnibus, passenger vehicle (a v
ehicle carrying many passengers;
used for public transport) "he always rode the bus to work"
S: (n) train, railroad train (public transport provided by a line of railway cars
coupled together and drawn by a locomotive) "express trains don't stop at
Princeton Junction"
BUS
S: (n) bus, autobus, coach, charabanc, double-decker, jitney, motorbus, motorcoach, omnibus,
passenger vehicle (a veh
icle carrying many passengers; used for public transport) "he always rode the bus to
work"
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) minibus (a light bus (4 to 10 passengers))
S: (n) bus, autobus, coach, charabanc, double-decker, jitney, motorbus,
motorcoach, omnibus, passenger vehicle (a v
ehicle carrying many passengers;
used for public transport) "he always rode the bus to work"
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) public transport (conveyance for passengers or mail or freight)
S: (n) bus, autobus, coach, charabanc, double-decker, jitney, motorbus,
motorcoach, omnibus, passenger vehicle (a v
ehicle carrying many passengers;
used for public transport) "he always rode the bus to work"
S: (n) train, railroad train (public transport provided by a line of railway cars
coupled together and drawn by a locomotive) "express trains don't stop at
Princeton Junction"
CAR
S: (n) car, auto, automobile, machine, motorcar (a motor vehicle with four wheels; usually propelled by an
internal combustion engine) "he needs a car to get to work"
o
direct hyponym
/
full hyponym
o
part meronym
o
domain term category
S: (n) passenger, rider (a traveler riding in a vehicle (a boat or bus or car or plane or train
etc) who is not operating it)
CAR RENTAL
S: (n) car rental, hire car, rent-a-car, self-drive, u-drive, you-drive (a rented car) "she picked up a hire car
at the airport and drove to her hotel"
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) lease, rental, letting (property that is leased or rented out or let)
S: (n) property, belongings, holding (something owned; any tangible or
intangible possession that is owned by someone) "that hat is my property"; "he is
a man of property"
CABIN
S: (n) cabin (small room on a ship or boat where people sleep)
S: (n) cabin (a small house built of wood; usually in a wooded area)
S: (n) cabin (the enclosed compartment of an aircraft or spacecraft where passengers are carried)
208
AIRPLANE
S: (n) airplane, aeroplane, plane (an aircraft that has a fixed wing and is powered by propellers or jets) "the
flight was delayed due to trouble with the airplane"
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) seat, place (a space reserved for sitting (as in a theater or on a train or airplane)) "he
booked their seats in advance"; "he sat in someone else's place"
S: (n) passenger, rider (a traveler riding in a vehicle (a boat or bus or car or plane or train
etc) who is not operating it)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) aircraft (a vehicle that can fly)
AIRPORT / FLIGHT
S: (n)
airport, airdrome, aerodrome, drome (an airfield equipped with control tower and hangars as well as
accommodations for passengers and cargo)
S: (n) air terminal, airport terminal (a terminal that serves air travelers or air freight)
o
part meronym
S: (n) air travel, aviation, air (travel via aircraft) "air travel involves too much waiting in
airports"; "if you've time to spare go by air"
S: (n) flight, flying (an instance of traveling by air) "flying was still an exciting
adventure for him"
o
derivationally related form
STATION / GATE / TERMINAL
S: (n) air terminal, airport terminal (a terminal that serves air travelers or air freight)
o
part meronym
S: (n) gate (passageway (as in an air terminal) where passengers can embark or disembark)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) terminal, terminus, depot (station where transport vehicles load or unload
passengers or goods)
S: (n) station (a facility equipped with special equipment and personnel for a
particular purpose) "he started looking for a gas station"; "the train pulled into
the station"
S: (n)
terminal, terminus, depot (station where transport vehicles load or unload passengers or goods)
S: (n) air terminal, airport terminal (a terminal
that serves air travelers or air freight)
S: (n) bus terminal, bus depot, bus station,
coach station (a terminal that s
erves bus
passengers)
S: (n) railway station, railroad station, railroad
terminal, train station, train depot (t
erminal
where trains load or unload passengers or goods)
SHIP
S: (n) ship (a vessel that carries passengers or freight)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) passenger ship (a ship built to carry passengers)
S: (n) cruise ship, cruise liner (a passenger ship used commercially for
pleasure cruises)
o
part meronym
209
S: (n) deck (any of various platforms built into a vessel)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) vessel, watercraft (a craft designed for water transportation)
S: (n) craft (a vehicle designed for navigation in or on water or air or through
outer space)
S: (n) vehicle (a conveyance that transports people or objects)
S: (n) conveyance, transport (something that serves as a
means of transportation)
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) vessel, watercraft (a craft designed for water transportation)
S: (n) bareboat (a vessel (such as a yacht) that can be chartered without a captain
or crew or provisions)
S: (n) boat (a small vessel for travel on water)
S: (n) ship (a vessel that carries passengers or freight)
CREW
S: (n) crew (the men and women who man a vehicle (ship, aircraft, etc.))
BOAT
S: (n) boat (a small vessel for travel on water)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) ferry, ferryboat (a boat that transports people or vehicles across a body of water and
operates on a regular schedule)
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) vessel, watercraft (a craft designed for water transportation)
S: (n) craft (a vehicle designed for navigation in or on water or air or through
outer space)
S: (n) vehicle (a conveyance that transports people or objects)
S: (n) conveyance, transport (something that serves as a
means of transportation)
SEAT
S: (n) seat, place (a space reserved for sitting (as in a theater or on a train or airplane)) "he booked their seats in
advance"; "he sat in someone else's place"
TICKET
S: (n) ticket (a commercial document showing that the holder is entitled to something (as to ride on public
transportation or to enter a public entertainment))
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) plane ticket, airplane ticket (a ticket good for a trip on an airplane)
S: (n) transfer (a ticket that allows a passenger to change conveyances)
S: (n) railroad ticket, train ticket (a ticket good for a ride on a railroad train)
S: (n) theater ticket, theatre ticket (a ticket good for admission to a theater)
S: (n) bus ticket (a ticket good for a ride on a bus)
210
S: (n) round-trip ticket, return ticket (a ticket to a place and back (usually over the same
route))
S: (n) day return (a return ticket (at reduced fare) for traveling both ways in the
same day)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) coupon, voucher (a negotiable certificate that can be detached and
redeemed as needed)
HOTEL ROOM
S: (n) hotel room (a bedroom (usually with bath) in a hotel)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) adjoining room (a hotel room that shares a wall with another hotel room)
S: (n) connecting room (a hotel room that shares a wall with an adjoining room and is
connected by a private door)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) bedroom, sleeping room, sleeping accommodation, chamber, bedchamber (a
room used primarily for sleeping)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) dormitory, dormitory room, dorm room (a large sleeping room
containing several beds)
S: (n) guestroom (a bedroom that is kept for the use of guests)
S: (n) hotel room (a bedroom (usually with bath) in a hotel)
S: (n) motel room (a sleeping room in a motel)
o
part meronym
o
part meronym
S: (n) bed (a piece of furniture that provides a place to sleep) "he sat on
the edge of the bed"; "the room had only a bed and chair"
o services)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) room (an area within a building enclosed by walls and floor and
ceiling) "the rooms
S: (n) gallery, art gallery, picture gallery (a room or series of rooms
where works of art are exhibited) were very small but they had a nice
view"
o
part holonym
o
part holonym
S: (n) hotel (a building where travelers can pay for lodging and meals and other
HOTEL
S: (n) hotel (a building where travelers can pay for lodging and meals and other services)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) fleabag (a run-down hotel)
S: (n) hostel, hostelry, inn, lodge, auberge (a hotel providing overnight lodging
for travelers)
S: (n) hostel, hostelry, inn, lodge, auberge (a hotel providing overnight lodging for travelers)
S: (n) hostel, youth hostel, student lodging (inexpensive supervised lodging (especially for youths on
bicycling trips))
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
o
derivationally related form
S: (n) motor hotel, motor inn, motor lodge, tourist court, court (a hotel for motorists;
provides direct access from rooms to parking area)
S: (n) motel (a motor hotel)
S: (n) resort hotel, spa (a fashionable hotel usually in a resort area)
S: (n) Ritz (an ostentatiously elegant hotel)
S: (n) ski lodge (a hotel at a ski resort)
S: (n) resort, resort hotel, holiday resort (a hotel located in a resort area)
211
S: (n) dude ranch (a holiday resort offering ranch activities (riding and
camping))
S: (n) honeymoon resort (a resort that caters to newlyweds) "Niagra Falls is a
well-known honeymoon resort"
S: (n) ski resort (a resort with lodging and facilities for skiing)
o
part meronym
S: (n) hotel room (a bedroom (usually with bath) in a hotel)
S: (n) reception room (a room for receiving and entertaining visitors (as in a private house
or hotel))
S: (n) anteroom, antechamber, entrance hall, hall, foyer, lobby, vestibule (a large
entrance or reception room or area)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) building, edifice (a structure that has a roof and walls and stands more or less
permanently in one place) "there was a three-story building on the corner"; "it was an
imposing edifice"
FACILITIES
S: (n)
facility (something designed and created to serve a particular function and to afford a particular convenience or
service) "catering facilities"; "toilet facilities"; "educational facilities"
B&B
S: (n) bed and breakfast, bed-and-breakfast (an overnight boardinghouse with breakfast)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) boarding house, boardinghouse (a private house that provides accommodations
and meals for paying guests)
S: (n) housing, lodging, living accommodations (structures
collectively in which people are housed)
CAMPSITE
S: (n) campsite, campground, camping site, camping ground, bivouac, encampment, camping area (a
site where people on holiday can pitch a tent)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) site, land site (the piece of land on which something is located (or is to be located))
"a good site for the school"
S: (n) camp, summer camp (a site where care and activities are provided for
children during the summer months) "city kids get to see the country at a summer
camp"
S: (n) campsite, campground, camping site, camping ground, bivouac,
encampment, camping area (a
site where people on holiday can pitch a tent)
GUEST
S: (n) guest (a customer of a hotel or restaurant etc.)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) no-show (a guest who fails to notify a hotel or restaurant when canceling a
reservation)
S: (n) overnighter (a guest who stays overnight)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) customer, client (someone who pays for goods or services)
S: (n) consumer (a person who uses goods or services)
212
SWIMMING POOL
S: (n) swimming pool, swimming bath, natatorium (pool that provides a facility for swimming) "`swimming
bath' is a British term"
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) pool (an excavation that is (usually) filled with water)
RESTAURANT
S: (n) restaurant, eating house, eating place, eatery (a building where people go to eat)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) cafe, coffeehouse, coffee shop, coffee bar (a small restaurant where drinks and
snacks are sold)
BAR
S: (n) barroom, bar, saloon, ginmill, taproom (a room or establishment where alcoholic drinks are served
over a counter) "he drowned his sorrows in whiskey at the bar"
DOORMAN
S: (n) doorkeeper, doorman, door guard, hall porter, porter, gatekeeper, ostiary (someone who guards an
entrance)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) commissionaire (a uniformed doorman)
HOTEL MANAGER
S: (n)
hotelier, hotelkeeper, hotel manager, hotelman, hosteller (an owner or manager of hotels)
BELLHOP
S: (n)
bellboy, bellman, bellhop (someone employed as an errand boy and luggage carrier around hotels)
CHAMBERMAID
S: (n)
chambermaid, fille de chambre (a maid who is employed to clean and care for bedrooms (now primarily in
hotels))
SAFE
S: (n) safe (strongbox where valuables can be safely kept)
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) strongbox, deedbox (a strongly made box for holding money or valuables; can be
locked)
S: (n) cashbox, money box, till (a strongbox for holding cash)
S: (n) safe (strongbox where valuables can be safely kept)
S: (n) safe-deposit, safe-deposit box, safety-deposit, safety deposit box,
deposit box, lockbox (a f
ireproof metal strongbox (usually in a bank) for storing
valuables)
213
MINIBAR
S: (n) minibar, cellaret (sideboard with compartments for holding bottles)
BATH
S: (n) bathroom, bath (a room (as in a residence) containing a bathtub or shower and usually a washbasin and
toilet)
o
part meronym
S: (n) bathtub, bathing tub, bath, tub (a relatively large open container that you fill with
water and use to wash the body)
S: (n) shower stall, shower bath (booth for washing yourself, usually in a bathroom)
part meronym
S: (n) shower (a plumbing fixture that sprays water over you) "they
installed a shower in the bathroom"
SUITE ROOM
S: (n)
suite, rooms (apartment consisting of a series of connected rooms used as a living unit (as in a hotel)
CHECK IN
S: (n) check-in (the act of reporting your presence (as at an airport or a hotel))
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) arrival (the act of arriving at a certain place) "they awaited her arrival"
S: (n) entrance, entering, entry, ingress, incoming (the act of entering) "she
made a grand entrance"
S: (n) appearance (the act of appearing in public view) "the rookie made a brief
appearance in the first period"; "it was Bernhardt's last appearance in America"
S: (n) return, homecoming (a coming to or returning home) "on his return from
Australia we gave him a welcoming party"
S: (n) landing (the act of coming down to the earth (or other surface)) "the plane
made a smooth landing"; "his landing on his feet was catlike"
S: (n) check-in (the act of reporting your presence (as at an airport or a hotel))
W: (n) checkout [Rel
ated to: check out] (the latest time for vacating a hotel room) "the checkout here is 12 noon"
S: (n)
departure, going, going away, leaving (the act of departing)
S: (n)
boarding, embarkation, embarkment (the act of passengers and crew getting aboard a ship or aircraft)
PASSPORT
S: (n) passport (a document issued by a country to a citizen allowing that person to travel abroad and re-enter
the home country)
o
part meronym
S: (n) visa (an endorsement made in a passport that allows the bearer to enter the country
issuing it)
ATTRACTION
S: (n)
tourist attraction (a characteristic that attracts tourists)
PARK
S: (n) park, parkland (a large area of land preserved in its natural state as public property) "there are laws that
protect the wildlife in this park"
o
direct hyponym
/
full hyponym
214
S: (n) national park (a tract of land declared by the national government to be public
property)
S: (n) safari park (an area of parkland where wild animals are kept and can be viewed by
visitors driving through)
S: (n) theme park (an amusement park that is organized around some theme (as the world of
tomorrow))
BEACH
S: (n) beach (an area of sand sloping down to the water of a sea or lake)
S: (n)
cave (a geological formation consisting of an underground enclosure with access from the surface of the ground or
from the sea)
S: (n)
waterfall, falls (a steep descent of the water of a river)
S: (n)
mountain, mount (a land mass that projects well above its surroundings; higher than a hill)
S: (n)
forest, wood, woods (the trees and other plants in a large densely wooded area)
S: (n)
river (a large natural stream of water (larger than a creek)) "the river was navigable for 50 miles"
S: (n)
menagerie, zoo, zoological garden (the facility where wild animals are housed for exhibition)
S: (n)
aquarium, fish tank, marine museum (a tank or pool or bowl filled with water for keeping live fish and
underwater animals)
S: (n) theater, theatre, house (a building where theatrical performances or motion-picture shows can be presented) "the
house was full"
S: (n)
ruin (a ruined building) "they explored several Roman ruins"
S: (n)
casino, gambling casino (a public building for gambling and entertainment)
S: (n)
celebration, festivity (any joyous diversion)
S: (n)
nightlife, night life (the entertainment available to people seeking nighttime diversion)
S: (n)
nightlife, night life (the activity of people seeking nighttime diversion (as at the theater, a nightclub, etc.)) "a futile
search for intelligent nightlife"; "in the summer the nightlife shifts to the dance clubs
ART GALLERY
S: (n)
gallery, art gallery, picture gallery (a room or series of rooms where works of art are exhibited)
MUSEUM
S: (n)
museum (a depository for collecting and displaying objects having scientific or historical or artistic value)
MONUMENT
S: (n)
memorial, monument (a structure erected to commemorate persons or events)
215
TEMPLE
S: (n)
temple (place of worship consisting of an edifice for the worship of a deity)
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) place of worship, house of prayer, house of God, house of worship (any
building where congregations gather for prayer)
S: (n) church, church building (a place for public (especially Christian) worship)
the church was empty"
ACTIVITIES
S: (n) s
wimming, swim (the act of swimming) "it was the swimming they enjoyed most": "they took a short swim
in the pool"
SPORTS
S: (n) sport, athletics (an active diversion requiring physical exertion and competition)
o
direct hyponym
/
full hyponym
S: (n) rock climbing (the sport or pastime of scaling rock masses on mountain sides
(especially with the help of ropes and special equipment))
S: (n) skiing (a sport in which participants must travel on skis)
S: (n) water sport, aquatics (sports that involve bodies of water)
S: (n) riding, horseback riding, equitation (the sport of siting on the back of a horse while
controlling its movements)
S: (n) fishing, sportfishing (the act of someone who fishes as a diversion)
S: (n)
hike, hiking, tramp (a long walk usually for exercise or pleasure) "she enjoys a hike in
her spare time"
S: (n) snowboarding (the act of sliding down a snow-covered slope while standing on a
snowboard)
S: (n)
diving, diving event (an athletic competition that involves diving into water)
S: (n)
mountain climbing, mountaineering (the activity of climbing a mountain)
S: (v) trek (jo
urney on foot, especially in the mountains) "We spent the summer trekking in
the foothills of the Himalayas"
S: (n) camping,
encampment, bivouacking, tenting (the act of encamping and living in tents in a camp)
W: (v) tent [Related to: tenting] (live in or as if in a tent) "Can we go camping again this
summer?"; "The circus tented near the town"; "The houseguests had to camp in the living
room"
INSURANCE
S: (n) insurance (promise of reimbursement in the case of loss; paid to people or companies so concerned about
hazards that they have made prepayments to an insurance company)
S: (n) policy, insurance policy, insurance (written contract or certificate of insurance) "you should have read
the small print on your policy"
216
FOOD AND DRINK
S: (n)
food, solid food (any solid substance (as opposed to liquid) that is used as a source of nourishment) "food and
drink"
S: (n)
beverage, drink, drinkable, potable (any liquid suitable for drinking) "may I take your beverage order?"
MEAL
S: (n) meal, repast (the food served and eaten at one time)
o
direct hyponym
/
full hyponym
)
S: (n) breakfast (the first meal of the day (usually in the morning))
S: (n) lunch, luncheon, tiffin, dejeuner (a midday meal)
S: (n) dinner (the main meal of the day served in the evening or at midday) "dinner will be
at 8"; "on Sundays they had a large dinner when they returned from church"
S: (n) menu, bill of fare, card, carte du jour, carte (a list of dishes available at a restaurant) "the menu was in French"
S: (n)
dish (a particular item of prepared food) "she prepared a special dish for dinner"
S: (n)
appetizer, appetiser, starter (food or drink to stimulate the appetite (usually served before a meal or as the first
course))
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) course (part of a meal served at one time) "she prepared a three course meal"
S: (n) entree, main course (the principal dish of a meal)
S: (n) appetizer, appetiser, starter (food or drink to stimulate the appetite
(usually served before a meal or as the first course))
S: (n) dessert, sweet, afters (a dish served as the last course of a meal)
S: (n)
order (a request for something to be made, supplied, or served) "I gave the waiter my order"; "the company's
products were in such demand that they got more orders than their call center could handle"
S: (n) chef (a professional cook)
o
direct hyponym
/
full hyponym
o
direct hypernym
/
inherited hypernym
/
sister term
S: (n) cook (someone who cooks food)
S: (n)
waiter, server (a person whose occupation is to serve at table (as in a restaurant))
S: (n)
customer, client (someone who pays for goods or services)
217
II – INFORMAÇÕES LÉXICO-CONCEITUAIS EXTRAÍDAS DA REDE
FrameNet
FrameNet
Frame: Travel
Definition: a short journey or trip, especially one taken for leisure.
Lexical Units
commute.v, excursion.n, expedition.n, journey.n, journey.v, junket.n, odyssey.n, peregrination.n, pilgrimage.n,
safari.n, tour.n, tour.v, travel.n, travel.v, traveler.n, trip.n, voyage.n, voyage.v
In this frame a Traveler goes on a journey, an activity, generally planned in advance, in which the Traveler moves
from a Source location to a Goal along a Path or within an Area. The journey can be accompanied by Co_participants
and Baggage. The Duration or Distance of the journey, both generally long, may also be described as may be the
Mode_of_transportation. Words in this frame emphasize the whole process of getting from one place to another,
rather than profiling merely the beginning or the end of the journey.
Ellen JOURNEYED to Europe with five suitcases.
FE
1
s:
Core:
Area [Area]
Semantic Type Location
This is the Area in which the traveling takes place. This frame element describes the
enclosed area inside which travelling, of unspecified Source, Path or Goal takes place.
We TRAVELLED in Europe.
Direction [dir] The direction in which the Traveler goes.
They began their ODYSSEY north.
Goal [Goal]
Semantic Type Goal
The Goal is the location where the travelers end up.
Mode_of_transportation [MoT] The Mode_of_transportation expresses how the motion of the Traveler is effected, by
their body or by a vehicle which holds and conveys the Traveler. Vehicles can move in
any way and in any medium. They are usually expressed obliquely with 'in' or 'by'.
Barney used to TRAVEL by bus a lot
Strom TRAVELLED on foot to see the Pope
1
FEs = Frame elements, ou seja, os elementos de um frame.
218
Path [Path]
Semantic Type Path
The Path is the route along which the travel takes place.
Source [Src]
Semantic Type Source
The Source is the starting point of the trip.
Traveler [Trav]
Semantic Type Sentient
This is the living being which travels. Normally, the Traveler is expressed as an
external argument.
Non-Core:
Baggage [Bag] The Baggage are the items necessary for travel that accompany the Traveler.
Ellen JOURNEYED to Europe with five suitcases.
Co_participant [cop]
Semantic Type Sentient
The Co_participant is the person or persons who accompany the Traveler on the
journey.
Depictive [Depict]
Semantic Type State
The state of the Traveler during the journey.
We TRAVELED around unencumbered.
Descriptor [] A characterisitic of the traveling event.
Distance [Dist]
Semantic Type Quantity
This FE dientifies the Distance traveled.
Duration [Dur]
Semantic Type Duration
This FE identifies the Duration of time during which the trip occurs.
Frequency [Freq] The Frequency with which the Traveler makes the journey.
Iterations [Iter] The number of times the trip is traveled by the Travelers.
Manner [Manr]
Semantic Type Manner
The Manner in which the traveling takes place.
The Brownie troop TRAVELLED hurriedly.
Means [Mns]
Semantic Type Human_act
The action done by the Traveler by which the traveling is accomplished.
I TRAVELED to London by hitchhiking and walking.
Period_of_Iterations [P_it] The Time throughout which the traveling repeatedly takes place.
Place []
Semantic Type
Locative_relation
The Place is the location of the motion. It describes the area in which motion (with a
specified Source, Path or Goal) takes place.
Purpose [Purp]
Semantic Type Human_act
This FE identifies the Purpose for which the Traveler travels, i.e. the future state of
affairs that will hopefully come about.
Reason [Reason] The Reason for which the travel is undertaken.
219
Semantic Type
State_of_affairs
Result [Res]
Semantic Type Event
The affect of travel on a Traveler.
We JOURNEYED to exhaustion.
Speed [Spd]
Semantic Type Speed
The Speed is the rate at which the travel takes place.
The Simpsons TRAVELLED at 60 km per hour.
Time [Time]
Semantic Type Time
When the traveling occurs.
Travel_means [Trvl_mns] This FE applies to expressions that indicate documents, money, tickets, etc. which
allow people to engage in travel.
He TRAVELED to San Diego on a standby ticket.
EXCURSION
Frame Elements Core Type
Area Core
Baggage Peripheral
Co_participant Extra-Thematic
Depictive Extra-Thematic
Distance Peripheral
Duration Peripheral
Frequency Extra-Thematic
Goal Core
Iterations Extra-Thematic
Manner Peripheral
Means Peripheral
Mode_of_transportation Peripheral
Path Core
Period_of_Iterations Extra-Thematic
Place Peripheral
Purpose Extra-Thematic
Reason Extra-Thematic
Result Extra-Thematic
Source Core
Speed Peripheral
Time Peripheral
Travel_means Extra-Thematic
Traveler Core
220
TOUR
Frame: Travel
Definition
COD: a journey for pleasure in which several different places are visited.
Supports: go on , make , on , take
Frame Elements and Their Syntactic Realizations
The Frame elements for this word sense are (with realizations):
Frame Element
Area
Co_participant
Distance
Duration
Goal
Manner
Means
Mode_of_transportation
Path
Purpose
Source
Time
Traveler
TRIP
Frame: Travel
Definition
COD: a journey or excursion, especially for pleasure.
Supports: do , go on , have , make , on , take
Governors: embark , run
Frame Elements and Their Syntactic Realizations
The Frame elements for this word sense are (with realizations):
Frame Element
Area
221
Co_participant
Distance
Duration
Frequency
Goal
Iterations
Manner
Mode_of_transportation
Path
Purpose
Source
Time
Traveler
Visiting_scenario_stay
Definition:
An Agent matches location with an Entity in order to fulfil some Purpose. Quite often, the Purpose is social- or
entertainment-oriented. This scene is point-of-view-neutral.
Semantic Type Non-Lexical Frame, Non-perspectivalized_frame
FEs:
Core:
Agent []
Semantic Type
Sentient
The sentient entity that is temporarily with the Entity in order to fulfil some Purpose.
Entity []
Semantic Type
Physical_object
The physical entity that is permanently associated with entities or characteristics that the
Agent wishes to use for some Purpose. During the visit, the Agent matches location with the
Entity.
Non-Core:
Dependent_state [Dep] A state (of the Agent) that results as a consequence of the Agent being situated at the Entity.
Duration [] The amount of time that the Agent spends at the Entity.
Frequency [fre] A characterization of the average number of times a visit happens over a period of time.
Iterations [ite] The number of instances of the described event.
Manner [] Any overall description of the details of the visit, either in terms of how it matches other
events (
the same way
) or in terms of states of the Agent that affect the action.
Means [] An action of the Agent that enables their visit.
Normal_location []
Semantic Type
The location that the Agent normally resides in or is (permanently) associated with.
222
Source
Place [] A description of the position of the Agent during the visit.
Purpose [] The activity that is enabled by the Entity and that the Agent wishes to achieve.
Time [] The time at which a visit is made.
Inherits From:
Is Inherited By: Visit_host_stay, Visiting
Subframe of: Visiting_scenario
Ha
s Subframes:
Precedes: Visiting_scenario_departing
Is Preced
ed by: Visiting_scenario_arrival
Uses:
Is Used By:
Perspec
tive on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Frame: Use_vehicle
Definition:
A Driver transports themself and possibly other passengers (the Theme) to another location.
Semantic Type Non-Lexical Frame
FEs:
Core:
Area [] The Area is the location where the motion takes place.
We RODE around the state.
Driver [dri] The individual that directs the motion of the Vehicle
Goal []
Semantic
Type Goal
The Goal is the endpoint of the trajectory of motion.
We SAILED to Morocco.
Path [] The Path describes the trajectory of the motion.
The caravan RODE through the desert.
Source []
Semantic
Type Source
Any expression which implies a definite starting-point of motion expresses the frame element
Source.
We FLEW from Atlanta.
Theme [Thm]
Semantic
Type
Physical_object
The Theme is the entity which moves by means of the Vehicle.
223
Margeret FLEW to Cabo San Lucas.
Vehicle [] The Vehicle is the means of conveyance of the Theme. It is usually expressed in a
PP
-complement
or the direct object.
Professor Frink SAILED to Italy on an oceanliner.
Non-Core:
Cotheme [CT] A theme that rides in the same Vehicle as the main Theme.
My family always FLIES to New York with our good friends, the Jacksons.
Distance [] The Distance is the extent of the motion.
We FLEW 300 miles in 40 minutes.
Duration []
Semantic
Type Duration
The Duration is the amount of time the motion takes.
We RODE in the van for 45 minutes.
Manner []
Semantic
Type Manner
The Manner describes a property of the motion not related to its trajectory.
Samantha always RODE gracefully on the back of a motorcycle.
Road [] The Road is the thoroughfare on which the Vehicle travels.
We RIDE the bus on highway 580.
Route [] The Route is the usual path that the Vehicle travles.
I RIDE the London-Birmingham route almost everyday.
Speed []
Semantic
Type Speed
The Speed is the rate at which the motion occurs.
WeFLEWat nearly 600 miles per hour.
Time [Time]
Semantic
Type Time
When the riding takes place.
We will FLY back to New York in September.
Board_vehicle
Definition:
A Traveller boards a Vehicle that they intend to use as a means of transportation either as a passen
g
er or as a driver.
224
On the 5th of December, 1834, we EMBARKED on board the merchant ship Hellespont.
She BOARDED the train ahead of him.
On 19 September the battalion EMBUSSED and headed southward into the Swordfish training
area some 40 miles away.
FEs:
Core:
Traveller [tra] The Traveller is the entity which boards the Vehicle.
At approximately 07:30 hours we EMPLANED in England and after circling to
gather other units that made up the 1st Airborne Army, we headed for the
Rhine.
Vehicle [veh] The Vehicle is the intended means of conveyance of the Traveller.
When he had MOUNTED the horse, his armour glittered in the sun, and he
looked so brave and handsome.
Non-Core:
Circumstances [] Circumstances describe the state of the world (at a particular time and place) which is
specifically independent of the event itself and any of its participants.
Cotheme [CT] A theme that rides in the same Vehicle as the main Traveller. This may be an entity the
Traveller transports or a co-traveller moving under their own power.
This woman GOT on the bus with a whole gaggle of little children.
Depictive [dep] The state of the Traveller or Vehicle during the boarding.
Kate Lawler (no relation) reportedly BOARDED a plane drunk after hitting the
bar when her flight was delayed for five hours.
Duration_of_final_state [dfs]
Semantic Type Duration
The amount of time the Traveller spends on the Vehicle after boarding it.
Manner []
Semantic Type Manner
The Manner describes a property of the motion not related to its trajectory.
Path [] The Path describes the trajectory of the Traveller's motion onto the Vehicle.
Place [pla]
Semantic Type
Locative_relation
The location in which the Traveller boards the Vehicle.
You can GET on the shuttle bus at the Bank of America across from the BART
station.
Purpose [Pur]
Semantic Type
State_of_affairs
The Purpose for which the Traveller boards the vehicle.
225
Source []
Semantic Type Source
Any expression which implies a definite starting-point of motion outside of or off the
Vehicle expresses the frame element Source.
Time [Time]
Semantic Type Time
When the boarding of the Vehicle takes place.
Therese ENTRAINED at 9am on 4 October for the Brandhoek area. .
Inherits From:
Is Inherited By:
Subframe of:
Has Subframes:
Precedes:
Is Preceded by:
Uses: Ride_vehicle
Is Used By:
Perspec
tive on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Lexical Units
board.v, embark.v, embarkation.n, embarkment.n, embus.v, emplane.v, entrain.v, get.v, hop.v, mount.v
Vehicle
Definition:
The frame concerns the vehicles that human beings use for the purpose of transportation.
FEs:
Core:
Vehicle [Veh] Vehicle is the transportation device that the human beings use to travel.
To get to the island, you need to take a FERRY.
Non-Core:
Descriptor [Desc] This FE identifies a characteristic or description of the Vehicle.
Kim drove a used CAR.
Itinerary [Iti] The frame element tells about the time and route of the service of the transportation
device.
You must take the midnight TRAIN to get there by tomorrow noon.
Means_of_propulsion [Prop] The Means_of_propulsion designates how the vehicle is moved.
They rode in a horse-drawn CARRIAGE.
Possessor [Poss] This Frame Element denotes the Possessor of the Vehicle.
226
His CAR crashed into a tree
.
Use [use] The task which the Vehicle is put to. Normally, this includes the transportation of some
kind.
Inherits From: Artifact
Is Inherited By:
Subframe of:
Ha
s Subframes:
Precedes:
Is Preceded by:
Uses:
Is Used By:
Perspective on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Lexical Units
aeroplane.n, automobile.n, bicycle.n, bike.n, boat.n, buggy.n, bus.n, cab.n, canoe.n, car.n, carriage.n, cart.n,
coach.n, convertible.n, ferry.n, helicopter.n, kayak.n, limousine.n, liner.n, lorry.n, pick-up.n, plane.n, schooner.n,
scooter.n, sedan.n, ship.n, submarine.n, tank car.n, tank.n, taxi.n, toboggan.n, train.n, tram.n, tricycle.n, truck.n,
van.n, vehicle.n, vessel.n
Hospitality
Definition:
A Host is judged regarding their attitude as a potential host in a guest-host relationship. The Host exhibits a Behavior
that is judged as demonstrating a particular degree hospitality towards a Guest. Alternatively, the Host may reveal an
Expressor that indicates a particular sort of attitude.
FEs:
Core:
Behavior [Beh] The Behavior is the action of the Host on which the evaluation of the Host's character is based.
Expressor [Exp] The Expressor is the body part or action by a body part which indicates the character of the Host.
Guest [gue] The Guest is the entity which is positively or negatively treated by the Host.
Host [hos]
Semantic Type
Human
The Host is the person whose Behavior towards others as a (potential) host is evaluated.
Judge [jud]
Semantic Type
Human
The individual whose point of view is taken in assigning the evaluation.
Topic [Gr] The Topic is the situation or person that the Host's Behavior responds to or is related to.
Non-Core:
Degree [Deg] The Degree is the extent to which the Host exhibits the particular Behavior towards others.
227
Semantic Type
Degree
Manner [Manner]
Semantic Type
Manner
The Manner is the way in which the Host embodies the characters of a good or poor host.
Inherits From: Social_interaction_evaluation
Is Inherited By:
Subframe of:
Ha
s Subframes:
Precedes:
Is Preceded by:
Uses: Guest_and_host
Is Used By:
Perspec
tive on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Lexical Units
hospitable.a, hospitality.n, red carpet.n
Provide_lodging
Definition:
A Host provides a temporary Residence for a Lodger.
FEs:
Core:
Host [Gro]
Semantic Type
Sentient
The Host is the individual (or group of individuals) that own or control the Residence and allow
the Lodger to temporarily stay there.
Lodger [Gre]
Semantic Type
Sentient
The Lodger is the individual who is given permission to lodge in the Residence.
Residence [] The location controlled by the Host which the Lodger stays at temporarily.
Non-Core:
Circumstances [cir] The Circumstances are the conditions under which the Host provides lodging.
Manner []
Semantic Type
Manner
Any description of the provision of lodging which is not covered by more specific FEs, including
secondary effects (
quietly, loudly
), and general descriptions comparing events (
the same way
). In
addition, it may indicate salient characteristics of the Host that also affect the action
(
presumptuously, coldly, deliberately, eagerly, carefully
).
Means [mea]
Semantic Type
State_of_affairs
An action of the Host whereby they communicate or enact the granting of permission to stay in
the Residence.
228
Place [Place]
Semantic Type
Locative_relation
The Place is where the Host provides a temporary Residence.
Purpose [Purp]
Semantic Type
State_of_affairs
The Purpose is the goal of the Host in allowing the Lodger to stay.
Reason [Reason]
Semantic Type
State_of_affairs
The Reason is the cognitive cause of the Host's granting of permission.
Time [Time]
Semantic Type
Time
The Time is when the Host provides a Residence to the Lodger
Inherits From: Grant_permission
Is Inherited By:
Subframe of:
Ha
s Subframes:
Precedes:
Is Preceded by:
Uses:
Is Used By:
Perspective on: Lodging_scenario
Is perspec
tivized in:
Is Causative of:
See Also:
Lexical Units
host.v, house.v, lodge.v, put up.v
Receive_visitor_scenario
Definition:
A (potential) Visitor arrives at a location associated with a (potential) Host. The Host permits the Visitor to enter the
location, and allows the Visitor to avail him/herself of available resources, in order to pursue some goal. The visit is
often for social or entertainment reasons. After a temporary stay at the Host's location, the Visitor departs.
FEs:
Core:
Host [hos] The Host allows the Visitor to remain with him/her to acheive a goal.
Visitor [vis] The Visitor temporarily remains with the Host in order to achieve his/her purpose.
Non-Core:
Purpose [pur] The goal of the Host in allowing the Visitor to enter the Host's location.
Inherits From:
Is Inherited By:
Subframe of:
Has Subframes: Have_visitor_over
229
Precedes:
Is Preceded by:
Uses:
Is Used By:
Perspective on: Visitor_and_host
Is perspec
tivized in:
Is Causative of:
See Also:
Visiting_scenario_arrival
Definition:
An Agent arrives at a location that should help them achieve their Purpose. This situation is point-of-view-neutral.
Semantic Type Non-Lexical Frame, Non-perspectivalized_frame
FEs:
Core:
Agent [Thm]
Semantic Type
Physical_object
Agent is the object that moves under its own power.
Goal [Goal]
Semantic Type Location
Goal is any expression that tells where the Agent ends up, or would end up, as a
result of the motion. Although always conceptually present and specific, Goalmay
sometimes be understood from context, rather than expressed by any separate
constituent.
Non-Core:
Manner [Manr]
Semantic Type Manner
A Manner expression describes a property of motion which is not directly related to
the trajectory of motion. Descriptions of speed, steadiness, grace, means of motion,
and other things count as Manner expressions.
Means [Mns]
Semantic Type
State_of_affairs
This FE identifies the Means by which an Agent arrives.
Mode_of_transportation [MoT] The Mode_of_transportation expresses how the motion of the Agent is effected, by its
body or by a vehicle which holds and conveys the Agent. Vehicles can move in any
way and in any medium. They are usually expressed obliquely with 'in' or 'by'.
Normal_location [Src]
Semantic Type Source
Normal_location is any expression which implies a definite starting-point of motion.
While Normal_location expressions are possible in this frame, they are relatively
infrequent. If present, they often express a general direction from which a Agent
moves, rather than a landmark away from which it moves.
Path [Path] Path is any description of a trajectory of motion which is neither a Normal_location
nor a Goal. In this frame, Path expressions almost always have a via-sense.
Purpose []
Semantic Type
State_of_affairs
This FE identifies the purpose for which the Agent arrives at the Goal.
Time [Time]
Semantic Type Time
This FE identifies the Time when arriving occurs.
230
Inherits From: Arriving
Is Inherited By: Visit_host_arrival, Visitor_arrival
Subframe of: Visiting_scenario
Ha
s Subframes:
Precedes: Visiting_scenario_stay
Is Preced
ed by:
Uses:
Is Used By:
Perspective on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Visitor_departure
Definition:
After a visit is complete, the Agent departs the Source, normally bound for their normal haunts.
FEs:
Core:
Agent [Thm]
Semantic Type
Physical_object
This is the individual which moves under their own power.
Source [Src]
Semantic Type Location
Any constituent that expresses the initial position of the Agent, before the change of
location, is tagged with Source. Often the Source is understood from context.
Non-Core:
Distance [Dist] The distance that the Agent has traveled.
He WITHDREW a little from her.
Goal [Goal]
Semantic Type Goal
This FE labels any expression which tells where the Agent ends up, or would end up,
as a result of departing from the Source.
Our visitors LEFT for Los Angeles.
Manner [Manr]
Semantic Type Manner
Any expression which describes a property of motion which is not directly related to
the trajectory of motion expresses the frame element Manner. Descriptions of
steadiness, grace, and many other things count as Manner expressions, though Speed
and Means should be tagged using the more specific FE labels.
The messenger LEFT the room clumsily.
Means [Mns]
Semantic Type
State_of_affairs
The action of the Agent which results in their departure.
He RETREATED from his opponent by taking a quick leap backwards.
Mode_of_transportation [MoT] The Mode_of_transportation expresses how the motion of the Agent is effected, by its
body or by a vehicle which holds and conveys the Agent. Vehicles can move in any
way and in any medium. In this frame, Mode_of_transportation is often expressed
obliquely in a prepositional phrase headed by 'in' or 'by'.
231
We SET OUT by boat for Nova Scotia.
Wilbur DEPARTED on foot for London.
Path [Path] Any description of the trajectory of the departure which is neither a Source nor a Goal
expresses the frame element Path. In this frame, Path expressions almost always
have a sense meaning 'via'.
Spiderman LEFT through the window.
Place [pla] The Place is the location in which the departing takes place.
Purpose []
Semantic Type
State_of_affairs
This FE identifies the Purpose for which the Agent departs from the Source.
Speed [Spd]
Semantic Type Speed
This frame element labels words or phrases that describe how quickly the Agent is
moving.
He quickly EXITED the crowded terminal.
Time [Time]
Semantic Type Time
The Time at which the departure takes place.
We LEFT in the morning.
Inherits From: Departing, Visiting_scenario_departing
Is Inherited By:
Subframe of: Visitor_scenario
Ha
s Subframes:
Precedes:
Is Preceded by: Visiting
Uses:
Is Used By:
Perspec
tive on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Vehicle
Definition:
The frame concerns the vehicles that human beings use for the purpose of transportation.
FEs:
Core:
Vehicle [Veh] Vehicle is the transportation device that the human beings use to travel.
To get to the island, you need to take a FERRY.
Non-Core:
Descriptor [Desc] This FE identifies a characteristic or description of the Vehicle.
232
Kim drove a used CAR.
Itinerary [Iti] The frame element tells about the time and route of the service of the transportation
device.
You must take the midnight TRAIN to get there by tomorrow noon.
Means_of_propulsion [Prop] The Means_of_propulsion designates how the vehicle is moved.
They rode in a horse-drawn CARRIAGE.
Possessor [Poss] This Frame Element denotes the Possessor of the Vehicle.
His CAR crashed into a tree
.
Use [use] The task which the Vehicle is put to. Normally, this includes the transportation of some
kind.
Inherits From: Artifact
Is Inherited By:
Subframe of:
Ha
s Subframes:
Precedes:
Is Preceded by:
Uses:
Is Used By:
Perspective on:
Is perspectivized in:
Is Causative of:
See Also:
Lexical Units
aeroplane.n, automobile.n, bicycle.n, bike.n, boat.n, buggy.n, bus.n, cab.n, canoe.n, car.n, carriage.n, cart.n,
coach.n, convertible.n, ferry.n, helicopter.n, kayak.n, limousine.n, liner.n, lorry.n, pick-up.n, plane.n, schooner.n,
scooter.n, sedan.n, ship.n, submarine.n, tank car.n, tank.n, taxi.n, toboggan.n, train.n, tram.n, tricycle.n, truck.n,
van.n, vehicle.n, vessel.n
232
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
KINDS OF TOURISM
LEISURE TOURISM
MASS TOURISM
ECOTOURISM
EVENTS TOURISM
BUSINESS TOURISM
CULTURAL TOURISM
TRAVEL
TOURIST INFORMATION OFFICE
TOURIST INFORMATION OFFICER
BROCHURE
TOUR OPERATOR
TOUR COMPANY REPRESENTATIVE
PACKAGE TOUR
FARE
SEASON
HIGH SEASON
LOW SEASON
TRAVEL AGENCY
TRAVEL AGENT
TOURISM BUSINESS
RESERVATION
CANCELLATION
APÊNDICE 03 – Quadro 3.7 QUADRO COMPLETO DAS SUBCLASSES DA
SEGUNDA VERSÃO DA ONTOLOGIA BÁSICA DO TURISMO
233
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
MOTIVATION
HOLIDAY
HONEYMOON
EVENT
BUSINESS
ECOTOURISM
KINDS OF TOURIST
TRAVELLER
HOLIDAYMAKER
HONEYMOONER
BUSINESS TRAVELER
EVENT DELEGATE
BACKPACKER
BAGGAGE
BAG
SUITCASE
DOCUMENT
PASSPORT
VISA
VOUCHER
INSURANCE
TRAVELER’S CHECK
MAP
THINGS TOURISTS
CARRY
TRAVEL GUIDE
TOURIST
THINGS TOURISTS BUY
SOUVENIR
POSTCARD
HANDICRAFTS
234
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
AIRPLANE
FLIGHT
CLASS
FLIGHT ATTENDANT
AIRPORT
GATE
TERMINAL
CHECK-IN COUNTER
AIR TRAVEL
AIRLINE
CAR
CAR RENTAL
CAR RENTAL OFFICE
BUS
ROAD TRAVEL
BUS STATION
PLATFORM
TRAIN
BERTH
RAILWAY TRAVEL
TRAIN STATION
PLATFORM
BOAT
FERRY BOAT
CRUISE SHIP CREW
DECK
TRANSPORTATION
WATER TRAVEL
CRUISE
CRUISE LINE
235
DESTINATION
ARRIVAL
DEPARTURE ROAD TRAVEL
PASSENGER
TICKET
CABIN
SEAT
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
GUEST
STAY
LOBBY
FACILITIES
SWIMMING POOL
FITNESS ROOM
ROOM SERVICE
CONFERENCE FACILITIES
RESTAURANT
BAR
RECEPTION >
CHECK-IN
CHECK-OUT
SINGLE ROOM
DOUBLE ROOM
TWIN ROOM
TRIPLE ROOM
ACCOMMODATION
HOTEL
ROOM
FAMILY ROOM
236
DORMITORY
BED
TELEPHONE
SAFE
MINIBAR
TV
ROOM FACILITIES
SUITE
BATH
SHOWER
PERSONNEL
MANAGER
RECEPTIONIST
CHAMBERMAID
DOORMAN
BELLHOP
INN
BED & BREAKFAST
MOTEL
RESORT
SKI RESORT
YOUTH HOSTEL
237
CAMPSITE
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
NATURAL ATTRACTIONS
PARK
FOREST
NATURE RESERVE
MOUNTAIN
WATERFALL
BEACH
RIVER
CAVE
WILDLIFE
CULTURAL ATTRACTIONS
MUSEUM
ART GALLERY
CASTLE
CHURCH
TEMPLE
ZOO
AQUARIUM
FESTIVITIES
THEATER
RUIN
MONUMENT
THEME PARK
AMUSEMENT PARK
CASINO
ATTRACTIONS
ENTERTAINMENT
NIGHTLIFE
DISCO
BAR
238
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
CAMPING
TOUR
TRIP
CITY TOUR
SIGHTSEEING
WALKING TOUR
EXCURSION
TOUR GUIDE
SHOPPING
FISHING
HORSEBACK RIDING
ACTIVITIES
SPORTS
BUNGEE JUMPING
HIKING
TREKKING
SKIING
SNOWBOARDING
CLIMBING
MOUNTAIN-BIKING
DIVING
SCUBA DIVING
SWIMMING
WATER SKIING
RAFTING
239
Grande subclasse Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses Subclasses
MENU
APPETIZER
DISH
BEVERAGE
DESSERT
MEAL >
BREAKFAST
LUNCH
DINNER
ORDER
STAFF
CHEF
COOK
WAITER
FOOD AND DRINK
RESTAURANT
CLIENT
Quadro 3.7 - Quadro completo das subclasses da segunda versão da ontologia básica do turismo
tourism24hourroomservicetwinbed
sbathbalconydoublebedshowerspaci
ousrooms, Quality furnishings
b
reakfast, Dry cleaning, laundry
service Range of facilities, include
toiletries in the bathroom, minibar
pricelocationfacilitiesrestaurantview
alarmcallaccommodationplaneshipb
oatferryboattrainbuscoachbagboard
boardingpassbuildingcheckincheck
outdepartureelevatorfastenseatbeltfl
ightgatepassportreceptiondesktagte
rminalvisaflylongdistancerentacarfl
ybeachrainforestartgalleryhistorym
useumthemeparkecotourismtrekkin
Anexos
ANEXO 01 ESQUEMAS, TABELAS E GRÁFICOS DE TEXTOS
ESPECIALIZADOS DE TURISMO
ANEXO 02APRESENTAÇÃO DOS ITENS LEXICAIS EM
FORMA DE HISTÓRIA EM QUADRINHOS
DO LEA
mountainbikingdevelopmentplanre
sortwinterholidayscruisecomplaints
241
ANEXO 01 – ESQUEMAS, TABELAS E GRÁFICOS DE TEXTOS ESPECIALIZADOS DE
TURISMO
1. Esquema de transportes
Fonte: GOELDNER, C. R.; RITCHIE, J. R. B.; McINTOSH, R. W. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofias. Tradução de Roberto
Cataldo Costa (8
a
ed.). São Paulo: Bookman, 2002, p. 103.
2. Esquema de acomodações
Fonte: GOELDNER, C. R.; RITCHIE, J. R. B.; McINTOSH, R. W. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofias. Tradução de Roberto
Cataldo Costa (8
a
ed.). São Paulo: Bookman, 2002, p. 122.
242
3. Esquema de atrativos
Fonte: GOELDNER, C. R.; RITCHIE, J. R. B.; McINTOSH, R. W. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofias. Tradução de Roberto Cataldo Costa
(8
a
ed.). São Paulo: Bookman, 2002, p. 103.
4. Tabela de atividades
Fonte: GOELDNER, C. R.; RITCHIE, J. R. B.; McINTOSH, R. W. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofias. Tradução de Roberto Cataldo Costa
(8
a
ed.). São Paulo: Bookman, 2002, p. 255.
243
5. Gráfico de atrativos: fatores gerais e elementos sociais e culturais
Fonte: GOELDNER, C. R.; RITCHIE, J. R. B.; McINTOSH, R. W. Turismo: Princípios, Práticas e Filosofias. Tradução de Roberto Cataldo Costa
(8
a
ed.). São Paulo: Bookman, 2002, p. 191.
244
ANEXO 02 - APRESENTAÇÃO DOS ITENS LEXICAIS EM FORMA DE
HISTÓRIA EM QUADRINHOS DO LEA
245
246
Fonte: LONGMAN Essential Activator. Essex: Longman Group Limited, 1997.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo