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sociais e econômicos. O homem tem uma força interior, um dinamismo, uma
energia que o impele para Deus.
Observamos o que afirma uma entrevistada, quando questionada sobre
o que espera acontecer com o seu paciente:
Milagre, eu acho assim, acontece. Eu, logicamente, coloco nas mãos de Deus,
pra ele nada é impossível. Mas assim perante, por exemplo, assim, se for
pensar do lado da ciência, a gente sabe que é uma doença que, não sei, ela
pode, como se diz, dar uma amenizada, sei lá, estagnar, alguma coisa assim.
No ponto da ciência em si, não, ela vai estagnar. Mas, quer dizer, pensando
pelo lado espiritual, pra Deus nada é impossível (Alice, 47 anos, filha, católica).
Nessa resposta, podemos perceber que a religião traz conforto à alma,
ao corpo; muitas são as pessoas que buscam a religião no momento de
atribulação como numa doença grave (o câncer). No momento da doença, a
religião atua como ‛terapêutica’, dando possibilidades de cura, entendimento,
provação, esperança e fé.
Para Savioli (2004, p. 20), o problema da fé é o seguinte:
Muito se tem discutido a respeito de como a fé pode atuar em nosso
inconsciente, ou mesmo consciente, liberando-nos de doenças. Pesquisadores
de respeito demonstraram, em estudos de neurofisiologia, a existência, no
sistema nervoso central, de um “centro da fé”. Essa região estaria localizada em
áreas contíguas àquela que regula toda a defesa do organismo, de modo que
estímulos de fé acionariam todas as áreas da defesa orgânica. Assim, a prática
da fé liberaria substâncias que estimulariam as células da defesa do organismo,
combatendo assim as doenças.
Notamos isso em alguns dos nossos pacientes portadores de câncer
(oncológicos) que, muitas vezes, por terem religião, fé e apoio familiar, passam
pelo tratamento, bastante doloroso, com maior entusiasmo, resignação,