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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS PONTA GROSSA
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
PPGEP
JUNIOR CLACINDO DEFANI
AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E
ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES
DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS
E ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO -
CARAMBEÍ
PONTA GROSSA
2007
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JUNIOR CLACINDO DEFANI
AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E
ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS TRABALHADORES
DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS
E ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO -
CARAMBEÍ
Dissertação apresentada como requisito parcial
à obtenção do título de Mestre em Engenharia
de Produção, do Programa de Pós-Graduação
em Engenharia de Produção, Área de
Concentração: Gestão Industrial, Departamento
de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus
Ponta Grossa, da UTFPR.
Orientador: Prof. Dr
. Antonio Augusto de
Paula Xavier.
PONTA GROSSA
2007
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ii
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PR
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Ponta Grossa
Departamento de Pós-Graduação
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção
TERMO DE APROVAÇÃO
AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS
TRABALHADORES DA AGROINDUSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS E ABATEDOUROS: O
CASO DA PERDIGÃO – CARAMBEÍ – Nº052
por
JUNIOR CLACINDO DEFANI
Esta dissertação foi apresentada às 09 horas e 30 minutos do dia 09 de julho de 2007 como
requisito parcial para a obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO,
com área de concentração em Gestão Industrial, linha de pesquisa Gestão de Produção e
Manutenção, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. O candidato foi
argüido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após
deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.
Prof(a). Dr JOSÉ ADELINO KRUGER (UEPG)
Prof(a). Dr(a). ANTONIO CARLOS DE
FRANCISCO (UTFPR)
Prof(a). Dr(a). (MAGDA LAURI GOMES LEITE
(UTFPR)
Prof. DR. ANTONIO AUGUSTO DE PAULA
XAVIER ( UTFPR)
Orientador
Visto do Coordenador
KAZUO HATEKEYAMA (UTFPR) (UTFPR)
Coordenador do PPGEP
iii
A Deus, por sua presença constante em minha vida.
À minha família – meus pais, Alcindo Defani e Iracema Z. Defani, alicerces de toda
minha formação profissional e, principalmente, como pessoa.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao prof. Antonio Augusto de Paula Xavier, orientador, pelo direcionamento
preciso e confiança depositada, elementos imprescindíveis para a confecção deste
trabalho;
aos professores Antonio Carlos de Francisco e Luiz Alberto Pilatti que com
profissionalismo admirável, auxiliaram e incentivaram meus estudos dentro desta
instituição de ensino;
à todos aqueles que acreditaram no meu potencial e que de uma forma ou
outra contribuíram para que eu tivesse êxito neste inicio de caminhada acadêmica;
à Perdigão, empresa que possibilitou a realização deste estudo e que confiou
plenamente em minha capacidade.
à instituição, mais especificamente ao Departamento de Pós-Graduação em
Engenharia da Produção, por prover uma formação de qualidade.
v
Uma mente aberta é o começo da
autodescoberta e do crescimento. Não
podemos aprender nada novo até
admitirmos que não conhecemos tudo.
Erwin G. Hall
vi
RESUMO
Esta dissertação tem como objetivo avaliar o perfil físico do trabalhador da
agroindústria, do setor de abatedouros e frigoríficos, da empresa Perdigão, regional
Carambeí - PR. No estudo foram analisadas a antropometria e a dinamometria, para
adequação ergonômica da empresa. Para alcançar o objetivo, foi elaborada a
seguinte questão: Quais aspectos antropométricos e dinamométricos devem ser
levados em consideração no estabelecimento de parâmetros ergonômicos para
adequação dos postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores do setor de
abatedouros e frigoríficos? A pesquisa é considerada aplicada, quantitativa -
descritiva, com aplicação de método estatístico, para compilação dos dados
aplicados, a fim de realizar um levantamento descritivo da população quanto ao perfil
físico, relativo à força e as dimensões corporais. A expectativa deste estudo é a
criação de indicadores que descrevam quantitativamente o perfil físico de força e
antropometria dos trabalhadores, assim como o dimensionamento comparativo entre
os postos de trabalho e o perfil físico do trabalhador, possibilitando a adequação
ergonômica para a população pesquisada.
Palavras-chave
Ergonomia, Antropometria, Dinamometria, Abatedouro
vii
ABSTRACT
This dissertation has as its goal to analyse the physique profile of the agroindustry
workers of the slaughter and process department at Perdigão Company – Carambeí
– PR. In this study, anthropometry and dynamometry were analysed to propose the
company’s ergonomic adequation. To reach this goal, the following question has
been created: Which anthropometric and dynamometric aspects must be considered
to estabilish the ergonomic parameters to the adequation of the work’s posts to the
physique profile of the agroindustry workers of the slaughter and process
department? The research is considered applied, quantitative – descriptive,
employing the statistic method to the compilation of the applied data, purposing to
make a descriptive survey about the physique profile, related to the bodily strength
and dimension. The expectation is to create indicators witch describe in a quantitative
manner, the worker’s physique profile of strength and anthropometry, as well, the
comparative measurement between the work posts and the worker’s physique profile,
enabling the ergonomic adequation to the measured population.
Keywords
Ergonomy, Anthropometry, Dynamometry, Slaughterhouse,
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Metodologia para AET............................................................................11
Figura 02 – Fluxograma para definição de postura de trabalho ................................25
Figura 03 – Dinamômetro manual digital...................................................................51
Figura 04 – Estadiômetro ..........................................................................................52
Figura 05 – Fluxograma da área de frangos .............................................................57
Figura 06 – Fluxograma da área de suínos...............................................................58
Figura 07 – Fluxograma da área de perus ................................................................58
Figura 08 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
abate e evisceração suínos.......................................................................................60
Figura 09 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de evisceração e abate de suínos.....................................................61
Figura 10 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do
espostejamento de suínos ........................................................................................62
Figura 11 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades do espostejamento de suínos............................................................62
Figura 12 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
embutimento de massas ...........................................................................................63
Figura 13 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de embutimentos massas de suínos........................................................64
Figura 14 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do
preparo de massas....................................................................................................65
Figura 15 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades preparo de massas............................................................................65
Figura 16 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades da
embalagem de lingüiça granada ...............................................................................66
Figura 17 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades da embalagem de lingüiça granada .........................................................67
ix
Figura 18 Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
presuntaria de suínos................................................................................................68
Figura 19 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades da presuntaria de suínos..........................................................................68
Figura 20 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
recepção, pendura e abate de frango .......................................................................69
Figura 21– Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de recepção e abate de frango ................................................................70
Figura 22 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
escaldagem e evisceração de frango........................................................................71
Figura 23 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de evisceração de frango .........................................................................71
Figura 24 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango ...........................................72
Figura 25 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango...............73
Figura 26 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
espostejamento de frango.........................................................................................74
Figura 27 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de espostejamento de frango ............................................................74
Figura 28 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
embalagem secundária de frango.............................................................................75
Figura 29 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de embalagem secundária de frango ................................................76
Figura 30 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
recepção de peru ......................................................................................................77
Figura 31 – Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de recepção de peru ................................................................................77
x
Figura 32 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
evisceração de peru ..................................................................................................78
Figura 33 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de evisceração de peru .....................................................................79
Figura 34 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
espostejamento de peru............................................................................................80
Figura 35 – Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de espostejamento de peru ...............................................................80
Figura 36 – Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
embalagem secundária de peru................................................................................81
Figura 37– Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho
nas atividades de embalagem secundária de peru ...................................................82
Figura 38Linha de produção da área de perus....................................................105
Figura 39Linha de produção da área de suínos ..................................................105
Figura 40 – Linha de produção da área de frangos.................................................106
Figura 41 – Linha de produção da área de túneis...................................................106
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 01– Medidas antropométricas dinâmicas ......................................................16
Tabela 02 – Medidas antropométricas estáticas na posição sentada e em pé .........16
Tabela 03 – Lehman, estimativa de metabolismo conforme classe de trabalho e
postura ......................................................................................................................22
Tabela 04 – Classificação de carga de trabalho........................................................23
Tabela 05 – Estimativa de consumo energético durante a realização de trabalho....24
Tabela 06 – Valores dinamométricos manuais referentes a estudo com população
norte americana ........................................................................................................32
Tabela 07 – Quantidade de acidentes do trabalho registrados em 2002, por motivo
conforme tabela das Grandes Regiões e Unidades da Federação...........................36
Tabela 08 – Relação entre fatores de risco para desenvolvimento de lesões ..........38
Tabela 09 – Correspondência entre os procedimentos de pesquisa em Ergonomia e
as etapas da analise ergonômica de uma situação de trabalho................................41
Tabela 10 – Modelo aplicado na pesquisa de dinamometria ....................................51
Tabela 11 – Modelo aplicado na pesquisa de antropometria ....................................52
Tabela 12– Distribuição de horários e turnos............................................................57
Tabela 13 – Resultados dinamométricos do setor abate e evisceração de suínos...60
Tabela 14 – Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de suínos.....61
Tabela 15 – Resultados dinamométricos do setor de embutimento de massas........63
Tabela 16 – Resultados dinamométricos do setor de preparo de massas................64
Tabela 17 – Resultados dinamométricos do setor de embalagem granada..............66
Tabela 18 – Resultados dinamométricos do setor de presuntaria.............................67
Tabela 19 – Resultados dinamométricos do setor de recepção, pendura e abate de
frango ........................................................................................................................69
Tabela 20 – Resultados dinamométricos do setor de escaldagem e evisceração de
frango ........................................................................................................................70
xii
Tabela 21 – Resultados dinamométricos do setor de pendura saída do chiller e
embalagem de frango ...............................................................................................72
Tabela 22 – Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de frango .....73
Tabela 23 – Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de
frango ........................................................................................................................75
Tabela 24 – Resultados dinamométricos do setor de recepção de peru...................76
Tabela 25 – Resultados dinamométricos do setor de evisceração de peru ..............78
Tabela 26 – Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de peru ........79
Tabela 27 – Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de peru
..................................................................................................................................81
Tabela 28 – Comprimento de braço – área de suínos ..............................................82
Tabela 29 – Altura de ombros - área de suínos ........................................................83
Tabela 30 – Estatura da população - área de suínos................................................83
Tabela 31 – Altura de cotovelo - área de suínos.......................................................84
Tabela 32 – Altura epigástrica - área de suínos........................................................84
Tabela 33 – Altura de púbis - área de suínos............................................................85
Tabela 34 – Comprimento de braço – área de frangos .............................................85
Tabela 35 – Altura de ombros - área de frangos.......................................................86
Tabela 36 – Estatura da população - área de frangos ..............................................86
Tabela 37 – Altura de cotovelo - área de frangos......................................................87
Tabela 38 – Altura epigástrica - área de frangos.......................................................87
Tabela 39 – Altura de púbis - área de frangos ..........................................................88
Tabela 40 – Comprimento de braço – área de perus ................................................88
Tabela 41 – Altura de ombros - área de perus..........................................................89
Tabela 42 – Estatura da população - área de perus .................................................89
Tabela 43 – Altura epigástrica - área de perus..........................................................90
xiii
Tabela 44 – Altura de cotovelo - área de perus.........................................................90
Tabela 45 – Altura de púbis - área de perus .............................................................91
Tabela 46 – Comprimento de braço – área de túneis, câmaras e almoxarifado .......91
Tabela 47 – Altura de ombros - área de túneis, câmaras e almoxarifado .................92
Tabela 48 – Estatura da população - área de túneis, câmaras e almoxarifado.........92
Tabela 49 – Altura de cotovelo - área de túneis, câmaras e almoxarifado................93
Tabela 50 – Altura epigástrica - área de túneis, câmaras e almoxarifado.................93
Tabela 51 – Altura de púbis - área de túneis, câmaras e almoxarifado.....................97
Tabela 52 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de
perus .........................................................................................................................97
Tabela 53 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de
suínos........................................................................................................................97
Tabela 54 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de
frangos ......................................................................................................................96
Tabela 55 – Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de
túneis, câmaras e almoxarifado.................................................................................98
Tabela 56 – Modelo geral para adequação antropométrica na agroindústria ...........98
Tabela B.1 – Modelo de tabulação dos questionários de sensão de força aplicados
nos setores da indústria ..........................................................................................107
Tabela C.1 – Dados parciais da pesquisa antropométrica na área de perus ..........108
Tabela D.1 – Dados parciais da pesquisa dinamométrica na área de perus ..........121
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1-RM
- Repetição Máxima
AET
- Análise ergonômica do trabalho
Cerest /SP
- Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Secretaria de
Saúde do Estado de São Paulo
CID
- Código Internacional de Doenças
CNH
- Carteira Nacional de Habilitação
Contran
- Conselho Nacional de Trânsito
DIN
- Deutsches Institut Für Normung
DORT
- Distúrbio ósteo muscular relacionado ao trabalho
ECT
- Empresa de Correios e Telégrafos
EUA
- Estados Unidos da América
IEA
- International Ergonomcs Association
INSS
- Instituto Nacional de Seguridade Social
Kcal/h
- Quilo caloria por hora
Kcal/min
- Quilo caloria por minutos
Kg
- Quilograma
Kgf
- Quilograma força
LER
- Lesão por esforço repetitivo
MTE
- Ministério do Trabalho e emprego
NIOSH
- National Institute for Occupational Safety and Health
NR 7
- Norma Regulamentadora 7
NR17
- Norma Regulamentadora 17
Nusat-BH
- Núcleo de Saúde do trabalhador
PCMSO
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
RSI
- Repetition Strain Injuries
SNP
- Sistema Nervoso Periférico
xv
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS................................................................................................. iv
RESUMO.................................................................................................................... vi
ABSTRACT............................................................................................................... vii
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................viii
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................. xiv
SUMÁRIO ................................................................................................................. xv
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................1
1.1. INTRÓITO ............................................................................................................1
1.2. PROBLEMA DE PESQUISA ...............................................................................2
1.3. OBJETIVO GERAL..............................................................................................2
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................2
1.5. HIPÓTESE PRIMÁRIA.........................................................................................3
1.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO.................................................................................3
1.7. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................................4
2. REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................6
2.1. ERGONOMIA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................6
2.2. CLASSIFICAÇÃO DA ERGONOMIA ..................................................................9
2.2.1. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ...................................................10
2.3. ANTROPOMETRIA............................................................................................12
2.4. TABELA ANTROPOMÉTRICA ALEMÃ DE MEDIDAS ESTRANGEIRAS .......15
2.4.1. DIMENSIONAMENTO DE ALTURAS DE TRABALHO..................................18
2.4.2. CONSUMO DE ENERGIA NO TRABALHO ...................................................21
2.4.3. TÉCNICAS DE MEDIÇÕES ANTROPOMÉTRICAS.......................................26
xvi
2.5. DINAMOMETRIA ...............................................................................................28
2.5.1. FUNDAMENTAÇÃO DO USO DA DINAMOMETRIA ....................................28
2.6. CONSIDERAÇÕES DO TESTE DINAMOMÉTRICO MANUAL ........................31
2.7. RELAÇÃO DE FORÇA ENTRE HOMENS E MULHERES................................33
2.8. LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER/DORT).................................34
2.8.1. PRINCIPAIS SINTOMAS LER/DORT.............................................................39
2.9. AVALIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO .....................................................40
2.10. DIMENSÕES E ESPAÇOS DE TRABALHO ...................................................42
2.11. TIPOS DE ESFORÇOS FÍSICOS............................................................................43
3. METODOLOGIA ..............................................................................................47
3.1. CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO........................................................................47
3.2. MATERIAL E MÉTODO.....................................................................................50
3.3. INSTRUMENTO UTILIZADO.............................................................................51
3.4. VARIÁVEIS........................................................................................................52
3.4.1. VARIÁVEIS INDEPENDENTES...................................................................................52
3.4.2. VARIÁVEIS DEPENTENTES.......................................................................................52
3.4.3. VARIÁVEIS INTERVENIENTES ................................................................................. 52
3.4.4. COLETA DE DADOS ..................................................................................................53
3.4.5. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
............................................................................... 55
3.4.6. TRATAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS .........................................55
3.5. ESTUDO DE CASO ..........................................................................................56
3.5.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA PERDIGÃO EM CARAMBEÍ–PR.........................56
3.5.2. SELEÇÃO DA POPULAÇÃO ......................................................................................57
xvii
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ 59
4.1. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS ..........................59
4.2. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS ......................69
4.3. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS ...........................76
4.4. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS ......................82
4.5. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS...................85
4.6. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS ........................88
4.7. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE TÚNEIS, CÂMARAS E
ALMOXARIFADOS...................................................................................................91
5. CONCLUSÃO...................................................................................................96
5.1. SUGESTÕES PARA EMPRESA ......................................................................98
5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................99
REFERÊNCIAS ..................................................................................................100
APÊNDICE A - FOTOS DA LINHA DE PRODUÇÃO.............................................103
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA PESQUISA .........................105
APÊNDICE C – PESQUISA ANTROPOMÉTRICA.................................................107
APÊNDICE D – PESQUISA DE DINAMOMETRIA.................................................121
APÊNDICE E – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA .............................................126
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1. INTRÓITO
A expressão “sistemas homens-máquinas” foi criada nos anos 60, por
engenheiros industriais, psicólogos e sociólogos do trabalho, baseada na teoria da
informação (SANTOS e FIALHO, 1997, p.97).
“...o termo sistemas homens - máquinas diz respeito tanto a um
sistema um homem - uma máquina (por exemplo, um posto de
trabalho, constituído por um digitador em um terminal de computador
como também a um sistema vários homens - várias máquinas por
exemplo, um conjunto de operadores encarregados de toda uma
linha de produção de uma usina siderúrgica” (SANTOS, 1997, p.97).
Segundo Kennedy (1962) apud Santos e Fialho (1997, p.97) “um sistema
homens – máquinas é uma organização cujos componentes são homens e
máquinas, trabalhando juntos para atingir um objetivo comum, ligados através de
uma rede de comunicação”.
A relação de trabalho sistema homem - máquina se deve à revolução industrial
e ao avanço tecnológico que transformou e descaracterizou o trabalho artesanal. O
homem, que antes tinha em seu cotidiano laboral a diversificação de tarefas e o
conhecimento holístico do trabalho, passou a trabalhar de forma cartesiana,
estreitando a relação homem – máquina, interagindo apenas com os equipamentos
e maquinários. A interação entre o homem e a máquina propõe um sistema que para
Vieira (1994, p.260), “tem por finalidade a realização de uma tarefa predeterminada”.
“...sob o nome sistema homem - máquina entendemos as relações
de reciprocidade entre a máquina e o ser humano que a opera.
Homem – (percepção interpretação e manuseio do controle) máquina
(indicador de controle produção e mostrador)” (GRANDJEAN, 1998).
Esta reciprocidade entre a máquina e o ser humano tem causado grandes
problemas à saúde das pessoas que, por vez, adoecem por diversos fatores, que
levam ao surgimento das doenças ocupacionais. Entre estes fatores, “a tendência
2
para eliminação do esforço físico convive com a necessidade maior de produção e a
eficácia, o que resultou num ritmo acelerado na maioria das operações industriais”
(CANETE, 1996, p.44).
É neste universo de fatores influenciadores que a antropometria se estabelece
como o elo de ligação entre estes sistemas, uma vez que é através da antropometria
que a adaptação entre os equipamentos, máquinas e ferramentas e as
características físicas do homem ocorrem.
A força muscular aplicada pelo trabalhador para realização de tarefas também
é fator determinante no processo de adequação das condições de trabalho. A
aplicação de testes para verificação de forças necessárias na realização do trabalho
pode ajudar a definir um dimensionamento mais preciso na interação do sistema
homem-máquina.
1.2. PROBLEMA DE PESQUISA
Quais aspectos antropométricos e dinamométricos devem ser levados em
consideração no estabelecimento de parâmetros ergonômicos para adequação dos
postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores do setor de abatedouros e
frigoríficos?
1.3. OBJETIVO GERAL
Estabelecer parâmetros antropométricos e dinamométricos que viabilizem a
adequação dos postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores da
agroindústria.
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São os seguintes os objetivos específicos deste estudo:
Avaliar as questões antropométricas e dinamométricas dos postos e
trabalhadores dentro da agroindústria no setor de frigoríficos e abatedouros,
verificando sua adequabilidade;
Criar tabelas com parâmetros que viabilizem a adequação dos postos de trabalho
ao perfil físico dos trabalhadores;
3
Identificar as ferramentas eficientes na análise antropométrica;
Verificar as incompatibilidades entre as estruturas físicas da empresa e o perfil
antropométrico do trabalhador;
Avaliar a força manual exigida para a realização das tarefas dentro dos setores e
a capacidade máxima de carga dos trabalhadores, analisando dados
dinamométricos e sensação subjetiva de aplicação de força do trabalhador.
Identificar se o trabalho está condizente com a antropometria da população local
que desenvolve o trabalho.
1.5. HIPÓTESE PRIMÁRIA
Com os resultados das avaliações realizadas com os trabalhadores e das
medições de alturas dos postos de trabalho, será possível verificar qual a
necessidade de adequação das instalações da empresa em relação às tarefas que
são desenvolvidas, possibilitando a implementação ergonômica com foco na
antropometria e dinamometria dos funcionários, proporcionando bem-estar geral
para o desenvolvimento das tarefas.
1.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O estudo limitou-se a avaliar nas questões antropométricas apenas valores
referentes a medidas e comprimentos corporais que interessavam para a pesquisa.
Não foram avaliadas questões antropométricas relacionadas ao Índice de Massa
Corporal (IMC), pregas cutâneas, perimetrias ou qualquer outro teste relacionado a
esta área de estudo.
No que tange à dinamometria, percebe-se que, pela dimensão do estudo, não
foi possível realizar as avaliações com as pessoas em um único momento ou
horário. Portanto, as pessoas avaliadas ao final da jornada de trabalho
provavelmente apresentaram resultados menos expressivos em relação à força
muscular dos braços. Este fato é proveniente de possível fadiga que acomete
naturalmente as pessoas no final de uma jornada de trabalho.
Embora os dados sejam de uma empresa apenas, os resultados poderão
servir de valores referencias para empresas similares.
4
1.7. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
Das diversas atividades realizadas dentro de empresas do ramo do agro-
negócio, o abate de animais em frigoríficos se apresenta, para o Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), como um problema crescente em relação às doenças
ocupacionais, por se tratar de atividades laborais nas quais as pessoas demandam
esforços físicos repetitivos e posturas inadequadas, provenientes de uma
inadequação ergonômica dos mobiliários e equipamentos e de tarefas
extremamente segmentadas. Os distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (DORT), neste ramo de atuação, estão entre os principais problemas que
acometem a saúde das pessoas.
Uma das causas deste acometimento, conforme Busin e Hoffmann (2005,
p.46), é que “quase sempre o trabalho não é adaptado às condições
psicofisiológicas dos trabalhadores”. Esta evidência é confirmada pelo estudo de
Rosemary Dutra Leão, auditora fiscal da Delegacia Regional do Trabalho de Santa
Catarina, membro da Comissão Nacional de Ergonomia - MTE, que realizou estudo
nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande de Sul, Mato Grosso do Sul,
Goiás e São Paulo, no qual, após diagnóstico dos fatores que influenciam no
surgimento dos DORT dentro das empresas deste segmento, sugeriu, como uma
das recomendações, a adaptação de 95% dos mobiliários para atender às
características antropométricas dos trabalhadores.
Com a preocupação de reverter a atual situação encontrada nos abatedouros e
frigoríficos onde ocorre o processamento de carnes, em uma reunião que ocorreu na
cidade de Florianópolis (SC), em 18 de janeiro de 2005, o MTE - Departamento de
Segurança e Saúde no Trabalho, estabeleceu nota técnica sobre as medidas para
controle de riscos ocupacionais nas indústrias de abate e processamento de carnes,
apresentando as observações do setor sobre o assunto, nas quais com vistas a
abreviar os aspectos objetivos do debate foram limitadas ao tópico
“RECOMENDAÇOES MÍNIMAS A SEREM OBSERVADAS PELAS EMPRESAS”.
Dentre as várias observações realizadas pelo Ministério do Trabalho, destaca-
se a do item 3 desta nota técnica, quanto ao mobiliário, incluindo dimensões,
distâncias e alturas, onde deve-se:
5
“a) assegurar que esteja de acordo com as características
antropométricas dos trabalhadores, a fim de proporcionar condições
de boa postura, visualização e operação;
b) posicionar as “nóreas” (sistema utilizado para transporte de
produtos a serem desmontados em linha), bancadas, trilhagem aérea
mecanizada e esteiras, de maneira a atender às características
antropométricas dos trabalhadores”.
As incompatibilidades entre os postos de trabalho e os trabalhadores são
evidências claras de um estudo prévio realizado pelo MTE, com o intuito de
identificar as condições ergonômicas existentes dentro dos frigoríficos e
abatedouros. Percebe-se, pela nota técnica, que a falta de Ergonomia, mais
especificamente de estudo antropométrico para adequação das linhas de produção
ao perfil da população dos frigoríficos e abatedouros, tem se tornado um problema
latente neste ramo, gerando desconforto e doenças ocupacionais para as pessoas, e
um aumento nos índices de rotatividade e absenteísmo para empresa, assim como,
afastamentos do trabalho provenientes dos DORT’s.
Uma das medidas para adequar as condições de trabalho às características
físicas do trabalhador é a utilização do estudo antropométrico e dinamométrico,
sendo que este tipo de trabalho pode envolver profissionais das áreas de Educação
Física, Fisioterapia e Engenharia, com o intuito de proporcionar uma adequabilidade
das condições de trabalho ao perfil físico do trabalhador, proporcionando uma
melhor postura ao realizar o trabalho, evitando sobrecargas e tensões excessivas,
assim como esforços físicos exagerados com membros superiores. Portanto, o
presente estudo procura avaliar as questões antropométricas e dinamométricas dos
trabalhadores, assim como medir os mobiliários e equipamentos existentes na
empresa para verificar sua adequabilidade ao perfil físico dos trabalhadores.
CAPÍTULO 2: REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. ERGONOMIA - CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A palavra Ergonomia tem seu significado derivado do grego na qual érgon
significa trabalho e nomos, leis ou regras. Conforme Deliberato (2002, p.123), este
termo pode ser sintetizado como “as leis que regem o trabalho”. Numa visão mais
específica, estas leis que regem o trabalho e que representam a palavra ergonomia
são definidas por Oliveira et al. (1998, p.124) como “o estudo das regras e normas
do trabalho, visando sua humanização”. Assim, a Ergonomia tem uma preocupação
maior com as questões humanas que são o foco do estudo ergonômico.
Conhecer as diversas facetas do trabalho e saber usufruir deste conhecimento
é um desafio para o homem moderno. Buscar, conforme Santos e Fialho (1997,
p.15), “mudar as condições de trabalho, adaptando-as às características fisiológicas
e psicológicas do ser humano, para que este seja ergon - realização, e não ponein -
sofrimento”, sendo esta a premissa básica da Ergonomia.
O conhecimento e a definição do que trata a Ergonomia tem sido definido de
diversas formas pelos cientistas. Wisner (1987, p.73) definiu a Ergonomia como “o
conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário para a
concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com
o máximo de conforto, de segurança e eficácia”. Conhecer profundamente o trabalho
e, principalmente, as necessidades humanas é premissa básica da Ergonomia.
Saber entender as relações entre o trabalhador e seu ambiente laboral possibilita
buscar, de maneira contínua, a adequação do trabalho às necessidades das
pessoas.
O trabalho, ao longo dos tempos, sofreu muitas modificações, havendo um
avanço tecnológico contínuo. Tanto que, para Santos e Fialho (1997, p.18), “a
Ergonomia se transmuda, se transmuta e se transforma em face dos novos desafios
tecnológicos que resultam em novos constrangimentos impostos aos trabalhadores/
operadores/usuários/consumidores”. Portanto, a Ergonomia deve exercer um papel
contínuo no processo de transformação do ambiente de trabalho, possibilitando
7
sempre que o ambiente seja propício ao homem na realização do trabalho e não ao
contrário.
A definição de Ergonomia formulada pelo conselho da Sociedade de
Ergonomia da França, no XXIV Congresso realizado em Paris, em 1988, enfoca que
“...pelos seus métodos e etapas a ergonomia permite uma nova
percepção do funcionamento da empresa, a partir da compreensão
do trabalho do homem, esta compreensão é necessária para
conceber as situações nas quais o operador tem domínio: para seu
equilíbrio físico mental e psíquico e para melhoria do sistema.
(NASCIMENTO E MORAES, 2000)”.
Nesta definição, a interação entre o sistema homem-máquina torna-se
indivisível, não havendo possibilidade de se ter um ambiente ou posto de trabalho
que permita ao ser humano ter saúde física e mental, sem que seja compreendido o
trabalho como um todo.
Deliberato (2002, p.123) considera que “a Ergonomia busca a perfeita
integração entre as condições de trabalho e a tríade formada pelo conforto,
segurança e eficiência do trabalhador em sua situação de trabalho”. Portanto, os
estudos ergonômicos devem levar em consideração esta tríade, para ter
consistência e atingir um padrão de qualidade de vida no trabalho, capaz de diminuir
o sofrimento do homem durante sua vida laboral. Desta forma, o estudo ergonômico
torna-se abrangente em seu conteúdo, uma vez que analisar a tríade conforto,
segurança e eficiência demanda um conhecimento multidisciplinar. Tanto que, para
Santos e Fialho (1997, p. 18), “a Ergonomia teve sua base alicerçada durante muito
tempo na Fisiologia e na Psicologia; depois, à medida que o trabalho passava a ser
cada vez mais mental e menos físico, outras disciplinas passaram a contribuir para a
expansão dos conhecimentos sobre o homem no trabalho”.
Os diversos conceitos e definições corroboram em afirmar que a Ergonomia se
preocupa com a inter-relação entre o homem e o ambiente, levando em
consideração tanto os ativos tangíveis quanto os intangíveis de uma empresa. Nesta
condição, acredita-se que a Ergonomia é:
“...um aspecto fundamental a ser considerado dentro da nossa
realidade a partir do momento que intervêm diretamente em pontos
como: elevados índices de acidentes de trabalho, nos problemas
8
associados à doença do trabalho; nas questões responsáveis pela
redução da produtividade nos locais de trabalho, por exemplo, o alto
índice de absenteísmo, queda de motivação no trabalho; na
qualidade de vida no trabalho; propiciando mais que um posto de
trabalho melhor, mas principalmente uma vida melhor.
(GRANDJEAN, 1998)”.
Estas definições deixam claro que o homem tem que ser o centro das
atenções. Todo ambiente laborativo deve adaptar-se a ele. Isto, de fato, só irá
ocorrer se os conhecimentos em Ergonomia forem esclarecidos a tal ponto, que ele
próprio, homem, à entenda.
A Ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando, pela
primeira vez, houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as
ciências humanas. Fisiologistas, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros
trabalharam juntos para resolver os problemas causados pela operação de
equipamentos militares complexos. Os resultados deste esforço interdisciplinar
foram tão gratificantes que foram aproveitados pela indústria, no pós-guerra (DUL;
WEERDMEESTER, 1995).
O interesse neste novo ramo de conhecimentos cresceu rapidamente, em
especial na Europa e nos EUA. Na Inglaterra, cunhou-se o termo Ergonomia onde foi
criada a Associação Internacional de Ergonomia (IEA). Atualmente, ela representa
as associações de ergonomia de quarenta diferentes países, com um total de quinze
mil sócios. No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia foi fundada em 1983 e
também é filiada à IEA.
Visando a adaptação dos meios de trabalho à maioria da população de
trabalhadores potenciais (percentis de 5% ou 95%), a Ergonomia procura evitar uma
concepção de sistemas de produção que possa levar à exclusão dos trabalhadores.
Enfim, a ergonomia, quando aplicada corretamente dentro das empresas,
permite ao empregado e ao empregador qualidade de vida e produtividade;
principalmente porque permite que as condições de trabalho se adaptem à maioria
da população.
9
2.2. CLASSIFICAÇÃO DA ERGONOMIA
Ao se estudar as questões ergonômicas, duas tendências aparecem como
linhas mestras que servem de parâmetros para os pesquisadores desta área:
“A Ergonomia dos métodos e das tecnologias, caracteristicamente
americana, centrada na contínua necessidade de adaptação da
máquina ao homem, e assim escrava do aperfeiçoamento
tecnológico; e a Ergonomia da organização do trabalho, de linha
européia, cujas bases centralizam-se no estudo da inter-relação
entre homem e o trabalho (DELIBERATO, 2002 p.122)”.
A intervenção ergonômica pode ser aplicada seguindo quatro modalidades
distintas, todas buscando a melhor adaptação do meio ao homem. Entre os quatro
tipos de Ergonomia (a de concepção, a corretiva, a prospectiva e a Ergonomia de
mudança), é a de concepção que, segundo Iida (2005, p.14) “se faz durante o
projeto do produto, da máquina, ambiente ou sistema” permitindo agir
antecipadamente sobre o produto ou sistema, tornando os custos normalmente mais
baixos. Neste tipo de Ergonomia, a premissa básica está centrada em estudo
voltado ao perfil das pessoas.
Já a Ergonomia corretiva “é realizada quando é feito o diagnóstico de algum
problema, seja por fadiga, falta de segurança, presença de distúrbios ou diminuição
da produtividade” (DELIBERATO, 2002 p.124). Este tipo de Ergonomia normalmente
apresenta um custo mais elevado, o que dificulta sua implementação.
Nestes dois tipos de intervenção ergonômica, a experiência por parte dos
projetistas é fundamental, pois há uma necessidade implícita de se conhecer o perfil
da população usuária do produto do sistema ou do trabalho.
Uma terceira modalidade de intervenção é apresentada por Vieira (1994,
p.253), como sendo a Ergonomia prospectiva que “apóia o planejamento e o projeto
de produtos e sistema de trabalho”. Neste modo de Ergonomia, todos os tipos de
informações necessárias devem estar disponíveis.
Existe ainda uma modalidade de Ergonomia denominada de Ergonomia de
mudança. Esta recebe esta denominação por “aproveitar para melhorar as
condições de trabalho por ocasião de mudanças na fábrica” (VIEIRA, 1994, p.253).
10
Este tipo de modalidade de intervenção ergonômica é diferente da ergonomia
de correção, que pode ser interpretada de forma errônea quando aplicada na
melhoria do ambiente.
Uma outra classificação de Ergonomia, que permeia a participação do próprio
usuário do sistema na solução de problemas, é sugerida por Iida (2005, p.15): “esse
princípio é baseado na crença de que eles possuem um conhecimento prático, cujos
detalhes podem passar desapercebidos ao analista ou projetista”.
Todas as modalidades apresentadas demonstram uma característica comum,
que deve ser levada em consideração para que a intervenção ocorra com sucesso.
Este algo em comum está diretamente relacionado com as questões
antropométricas e com a análise ergonômica do trabalho (AET).
2.2.1. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
A realização da Análise Ergonômica do Trabalho (AET) pela empresa é uma
etapa fundamental no diagnóstico das condições laborais. Esta análise é elaborada
e aplicada seguindo as orientações da Norma Regulamentadora 17 (NR 17), que
inicialmente teve seu texto construído com foco nas atividades desenvolvidas na
área de informática, mas que, segundo Oliveira (1998, p.390), “contém parâmetros
que podem ser utilizados, de uma forma muito mais ampla e abrangente, em todas
as formas e em todos os ramos de trabalho”.
As Normas que regem a Ergonomia estão descritas dentro da NR 17, contudo,
esta Norma não traz, de maneira clara e objetiva, um roteiro de análise ergonômica
para ser seguido. Entretanto, a NR 17 apresenta tópicos que devem ser levados em
consideração quando da formulação e da aplicação da AET. Questões como
levantamento, transporte e descarga individual de materiais, mobiliário dos postos de
trabalho, equipamentos dos postos de trabalho e as condições ambientais de
trabalho são requisitos básicos a serem estudados na formulação e no
desenvolvimento de uma AET.
Portanto, a análise ergonômica do trabalho tem como objetivo segundo Franco
(2000, p.8):
11
“...produzir dados que permitam reduzir a distância nas concepções
formuladas no trabalho (as prescrições, as regras, os procedimentos
oficiais e explícitos) e atividade oficial do operador (os aspectos
informais, implícitos, imprevistos das condutas de trabalho)”.
A AET, assim como qualquer outra área de conhecimento, deve estabelecer
sob o modelo de um projeto, o que, dentro do universo do trabalho, deverá ser
pesquisado. Para efetiva realização de uma AET, faz-se necessário estudar três
etapas: a análise da demanda, a análise da tarefa e a análise das atividades
(SANTOS e FIALHO, 1997, p.55). Cada uma destas etapas do estudo é
segmentada, visando buscar respostas para sugerir melhorias das condições do
trabalho.
Santos e Fialho (1997, p.54) propõe o seguinte esquema metodológico para a
Análise Ergonômica do Trabalho, apresentado na Figura 1, a seguir:
Análise Ergonômica do Trabalho, apresentado na Figura 1, a seguir:
Figura 01- Metodologia para AET
Fonte: (Adaptado de SANTOS e FIALHO, 1997, p.54)
Quadro teórico de referência
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
Análise da demanda:
definição do problema
Análise da Tarefa: análise
das condições
de trabalho
Análise das atividades:
análise dos
comportamentos do
homem no trabalho
Hipótese
Dados Hipótese
Dados
Hipótese
Dados
Diagnóstico: modelo
operativo da situação de
Síntese Ergonômica do Trabalho
Caderno de Encargos e
Recomendações Ergonômicas
12
Este esquema metodológico, criado para Análise Ergonômica do Trabalho, teve
como premissa básica o levantamento de um problema, a análise das condições de
trabalho e a análise das situações comportamentais do homem frente ao trabalho
desenvolvido. O resultado final deste esquema metodológico permite a criação de
um caderno de encargos, que, por fim, representa todas as indicações e sugestões
que possibilitam melhorar as condições laborais para o homem.
Outro roteiro metodológico estabelece a análise da demanda e do contexto,
definição de situações para a análise, pré-diagnóstico, entendimento real do
problema, análise das atividades, conclusões e recomendações e a validação e o
acompanhamento das ações ergonômicas realizadas (OLIVEIRA, 1998, p.126).
Dentre os vários itens que compõem um estudo ergonômico e que devem ser
avaliados e analisados pela Ergonomia, o estudo antropométrico tem papel
fundamental dentro do processo da AET para identificar as incompatibilidades do
sistema homem-máquina, estando a antropometria inserida no contexto da análise
física do homem executando a tarefa, objetivando a adaptação dos postos de
trabalho e das ferramentas ao perfil físico do trabalhador.
2.3. ANTROPOMETRIA
A origem da palavra antropometria é grega (Antropo= homem; metria= medida)
e tem por definição o estudo das medidas físicas do corpo humano. Conforme
Norton e Olds (2005, p.256), “a antropometria é de vital importância para a
ergonomia”. A antropometria tem um papel fundamental dentro do contexto
ergonômico, pois, através dela, é possível adequar os postos de trabalho em relação
ao trabalhador que nele atua (OLIVEIRA, 1998).
Para atender à Norma Regulamentadora 17, no que tange à adequação ao
perfil fisiológico do trabalhador, a antropometria é, conforme Deliberato (2002 p.131),
“a ciência que, baseando-se nas estruturas anatômicas, fornece as medidas do
corpo humano”.
A antropometria é uma parte importante e funcional da Ergonomia. Ela tem
como um de seus principais objetivos, contribuir na concepção ergonômica. Na área
do trabalho apresenta um grande desafio que é adaptar, seja na concepção ou na
13
correção, os postos de trabalho de acordo com as características físicas das
pessoas, sendo que o resultado das medidas antropométricas deve ser capaz de
proporcionar maior conforto, saúde e segurança às pessoas, possibilitando uma
postura adequada (OLIVEIRA, 1998).
Esta ciência, conforme Iida (2005, p.97), “trata de medidas físicas do corpo
humano”, sendo estas medidas físicas, muito importantes à definição dos diversos
aspectos relacionados ao ambiente de trabalho, com objetivo de proporcionar uma
postura corporal adequada para realização de trabalho.
Esta ciência que estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo
humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessita
equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro (FERNADES, 2003, p.33).
As concepções dos espaços físicos dos ambientes de trabalho, bem como dos
materiais, ferramentas e equipamentos utilizados, devem levar em consideração,
além das dimensões corporais, os movimentos realizados pelo corpo na execução
das tarefas.
As pessoas são diferentes em alturas, estruturas ósseas e musculares.
Algumas são mais fortes e com capacidade definida para suportar o estresse físico e
mental, outras não. Estes fatos básicos não podem ser alterados e devem ser
utilizados como base para o planejamento das condições de trabalho (BENITO;
COUTINHO, 2000, p.561).
No Brasil, Iida (2005 p.121) relata o trabalho desenvolvido pelo Instituto
Nacional de Tecnologia, em 1988, que realizou um levantamento em 26 empresas
do Rio de Janeiro, abrangendo 3100 trabalhadores e que teve como foco a
concepção de vestuário. Mesmo sendo criada uma tabela com os dados desta
população analisada pelo Instituto Nacional de Tecnologia, estes dados não
representam o perfil antropométrico da população brasileira geral, por tratarem do
perfil de uma população e de uma região específica. Outros esforços isolados de
pesquisas antropométricas são encontrados na literatura. Contudo, nenhuma delas
possibilita a extrapolação dos resultados encontrados para outras regiões do país.
Portanto, não existem normas antropométricas determinadas em nível nacional que
possam servir de parâmetros para concepção dos postos de trabalho em outras
14
regiões do país. Isto acontece, principalmente, devido ao fato da grande
miscigenação no Brasil, constituindo-se assim num problema para as empresas
instaladas no país (OLIVEIRA, 1998, p.135).
A falta de uma norma com parâmetros antropométricos para a população
trabalhadora no Brasil dificulta, em muitos casos, que as empresas adquiram
equipamentos e máquinas com características que se adaptem aos trabalhadores
das indústrias brasileiras, não atendendo desta feita, a itens da NR 17. Esta Norma
estabelece parâmetros que permitem segundo o Manual de Legislação Atlas (2003,
p.225), “adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente”.
A antropometria busca definir características físicas dos indivíduos e deve ser
utilizada como meio para concepção de utilitários, máquinas, equipamentos e todo
aparato de uso das pessoas, seja em ambiente fabril ou do lar.
Desta maneira, pode-se supor que equipamentos importados para postos de
trabalho brasileiros muito provavelmente não atendem aos requisitos
antropométricos de nossa população. Isto se deve ao fato de que a altura da
população brasileira é, em média, 5 a 6 cm menor do que a européia e a americana
(OLIVEIRA, 1998, p.135).
Estas diferenças podem causar alguns transtornos à saúde dos trabalhadores
brasileiros que, na maioria das vezes, utilizam máquinas e equipamentos de origem
americana ou européia. Nascimento e Morais. (2000, p.33) relatam:
“...as mulheres são cerca de 12 cm menores que os homens e
muitas vezes trabalham com máquinas, acessórios e em postos de
trabalho que foram projetados baseados nos padrões masculinos. A
falta de adaptação a esses equipamentos torna o trabalho das
mulheres ainda mais fatigante, deixando-as expostas a erros e
acidentes”.
Na realização de trabalhos antropométricos são utilizadas técnicas de medidas
específicas dos segmentos corporais, sendo que a antropometria está dividida de tal
forma que a decisão quanto ao método utilizado é fundamental. Dentre os métodos,
Deliberato (2002 p.131) cita que, “na antropometria estática, as medidas são
15
realizadas com o corpo parado; já a dinâmica é idealmente recomendada para
projetos ergonômicos com máquinas ou postos de trabalhos com estruturas que se
movimentam”.
A aplicação das técnicas antropométricas depende fundamentalmente do tipo
de trabalho a ser analisado. Norton e Olds (2005, p.256) relatam que “os dados
antropométricos humanos podem ser divididos em dois grupos: dados estáticos ou
estruturais e dados funcionais ou dinâmicos”. A antropometria é dividida em estática
e dinâmica, a primeira tendo contribuído pouco com a Ergonomia enquanto a
segunda apresenta um papel fundamental para o desenvolvimento de projetos de
concepção e correção ergonômica (OLIVEIRA, 1998).
Independentemente do tipo de antropometria, se estática ou dinâmica, “sempre
que for possível e economicamente justificável, as medidas antropométricas devem
ser realizadas diretamente, tomando-se uma amostra significativa de sujeitos que
serão usuários ou consumidores do objeto a ser projetado” (IIDA, 1990, p.101).
Na realização das medidas antropométricas, há uma necessidade explicita de
saber o que se pretende medir, pois sair medindo alturas e comprimentos sem se ter
um objetivo estabelecido parece não ser conveniente nem econômico do ponto de
vista de tempo.
Portanto, conforme Iida (2005, p.110), “a definição das medidas envolve a
descrição dos dois pontos entre os quais serão tomadas as medidas”. Estes pontos
são estabelecidos por normas e tabelas e devem ser determinadas pela demanda
que se apresenta.
2.4. TABELA ANTROPOMÉTRICA ALEMÃ DE MEDIDAS ESTRANGEIRAS
Uma das principais tabelas de medidas antropométricas foi constituída na
Alemanha, sendo denominada de Deutsches Institut Für Normung (DIN) 33402, de
junho de 1981. Ela apresenta medidas de 54 variáveis do corpo, sendo 9 do corpo
em pé, 13 do corpo sentado, 22 da mão, 3 dos pés e 7 da cabeça (IIDA, 2005,
p.116).
Esta Norma “é considerada a mais completa tabela de medidas
antropométricas existentes” (OLIVEIRA, 1998). Para cada variável, a norma
16
descreve os pontos entre os quais são tomados: as medidas, a postura adotada
durante a medida e o instrumento de medida usado em cada caso. A DIN 33402
apresenta técnicas de medidas antropométricas estáticas e dinâmicas na posição
sentada e na posição em pé, estabelecendo referências para medição,
determinando a utilidade destas medidas e o percentil recomendado. A Tabela 01, a
seguir, aponta as principais medidas antropométricas dinâmicas estabelecidas pela
DIN 33402:
TABELA 01- Medidas antropométricas dinâmicas
Dinâmicas
Área de alcance dos braços Área de movimentação da cabeça Área de visão
Área de máxima rotação do olho Alcance das pernas
Fonte: (Adaptado de OLIVEIRA, 1998).
A Tabela 02, a seguir apresenta as medidas antropométricas estáticas, em que
uma gama maior de segmentos corporais é avaliada, em relação às medidas
dinâmicas estabelecidas pela DIN. Na medição estática quase todos os segmentos
corporais são avaliados. Este tipo de avaliação é comum, principalmente na
Ergonomia de concepção de produtos, uma vez que os resultados destas medidas
permitem o dimensionamento correto dos produtos e utensílios.
TABELA 02- Medidas antropométricas estáticas na posição sentada e em pé
Na posição sentada
Altura da cabeça a partir do assento Comprimento nádega poplítea Largura do pé
Altura dos olhos a partir do assento Comprimento nádega joelhos Tamanho da mão
Altura do ombro a partir do assento Alt. do cotovelo a partir do assento Largura da mão
Altura do joelho Largura do quadril Altura da coxa
Alcance vertical do braço Largura entre os cotovelos Altura dorsal
Comp. Nádega- pé com a perna fletida Altura poplítea Altura lombar
Comp.Nádega-pé c/ a perna estendida Comprimento do pé
Na posição em pé
Estatura Largura do ombro Alcance do braço
Altura dos olhos a partir do chão Comprimento do antebraço Altura do mamilo
Altura do ombro Alcance lateral do braço Altura do púbis
Altura do cotovelo Profundidade máxima do corpo Largura do tórax
Fonte: (Adaptado de OLIVEIRA, 1998).
17
Nos Estados Unidos da América (EUA), as medidas mais utilizadas para fins
civis são apresentadas pela publicação: Weight, Hight and Selected Dimensions of
Adults (U.S. Dept. of Health, Education and Welfare, junho de 1965). Esta publicação
se baseou em medidas de 6.672 adultos representativos da população norte-
americana. (IIDA, 2005, p.120).
Outro estudo desenvolvido com a população inglesa, apresentado por Iida
(1990, p.23), estabelece que a média de estatura de ingleses adultos é de 167,5 cm,
sendo que os mais baixos, 5%, apresentam estatura menor do que 150,5 cm,
enquanto que os mais altos, 5% acima de 185,5 cm. No Brasil, ainda não existem
medidas antropométricas normalizadas para população. A ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) tem projeto para normalizá-las, mas são baseadas
em medidas norte-americanas. Isto significa que não existem ainda medidas
abrangentes e confiáveis da população brasileira (IIDA, 2005, p.120).
O uso de tabelas internacionais para utilização em território nacional brasileiro,
pode não ser aconselhável. Isto porque conforme Iida (1990, p.129):
“...as diferenças antropométricas podem ser facilmente comprovadas
com as máquinas e equipamentos importados que não se adaptam
aos operadores brasileiros. No caso de máquinas industriais, este
problema pode ser parcialmente resolvido, providenciando-se
estrados e banquetas para os operadores, para compensar as
diferenças de estaturas”.
Uma vez que estas diferenças antropométricas entre as populações são
evidentes e abrangentes, até mesmo em países constituídos de pessoas com
características genéticas pouco miscigenadas, como a população alemã, parece
ficar mais claro que a utilização destas tabelas para desenvolvimento de trabalhos
aqui no Brasil se torna um erro. Grandjean (2005, p.44) relata que, “infelizmente,
foram realizadas poucas pesquisas antropométricas em larga escala, e geralmente
com populações militares”, tornando dificultosa a extrapolação dos valores
encontrados em militares para o resto da população. Portanto, uma melhor interação
do sistema homem-máquina deve ocorrer quando o dimensionamento
antropométrico for realizado com a população alvo, ou aquela que faz parte da
demanda que se pretende atingir.
18
2.4.1. DIMENSIONAMENTO DE ALTURAS DE TRABALHO
As alturas de trabalho com membros superiores na posição em pé, obedecem
a parâmetros como os citados por Couto (1995, p.231), que define:
“a) para trabalhos pesados - bancada na altura do púbis;
b) para trabalhos moderados - bancada na altura dos cotovelos,
estando os braços na vertical;
c) para trabalhos leves - bancada a 30 cm dos olhos;
d) para trabalhos de escrita - bancada ou mesa na altura da linha
epigástrica (boca do estômago), caso a mesa tenha a borda anterior
arredondada; ou na altura dos cotovelos, estando os braços na
vertical”.
Concordando com estes parâmetros para a realização de trabalhos na posição
em pé, Iida (2005, p.147) acredita que a altura de trabalho “depende da altura do
cotovelo e do tipo de trabalho que se executa”, pois posturas forçadas dos ombros
ou das costas podem ficar acentuadas dependendo destas alturas.
Para Kroemer (2005, p.47), “se a área de trabalho é muito alta, freqüentemente
os ombros são erguidos para compensar, o que leva a contrações musculares
dolorosas na altura da nuca e das costas”. Ao contrário, uma área de trabalho muito
baixa pode ser prejudicial à coluna, pois os usuários mais altos tendem a curvar-se
para realizar a tarefa. Portanto, a correta altura de trabalho deve ser dimensionada
levando em consideração o percentil que inclua a maioria dos usuários do posto de
trabalho.
As atividades laborativas são diversificadas em seu conteúdo de tal modo que
as pessoas adotam diversas posturas durante a realização do trabalho. Cada
profissão demanda uma postura diferente. Em alguns casos, há predomínio de um
tipo de movimento corporal, e o uso de determinados grupos musculares acaba
sendo mais freqüente. Uma simples tarefa, como a de varrer o chão, exige do corpo
a ação conjunta de diversos ossos, músculos e articulações que, ao serem utilizados
de forma inadequada, podem causar lesão. De uma maneira especial, os trabalhos
manuais em bancadas, propostos por Iida (2005, p.147), determinam que:
19
“...a superfície da bancada deve ficar 5 a 10 cm abaixo dos
cotovelos. Para trabalhos de precisão, é conveniente uma superfície
ligeiramente mais alta (até 5 cm acima do cotovelo) e aquela para
trabalhos mais grosseiros e que exijam pressão para baixo,
superfícies mais baixas (até 30 cm abaixo do cotovelo)”.
Percebe-se que a análise prévia do tipo de tarefa realizada é fundamental para
determinar a altura correta da bancada. Isto ocorre em detrimento das capacidades
físicas dos indivíduos de executarem movimentos. O estudo cinesiológico e
biomecânico permite uma visão mais precisa dos órgãos envolvidos nas tarefas,
possibilitando determinar uma melhor condição de trabalho frente a uma bancada.
Até mesmo a tarefa de misturar a massa de um bolo utilizando membros
superiores envolve um conjunto grande de ossos, músculos, tendões e articulações,
que podem ser sobrecarregados, dependendo da posição, da altura da superfície de
trabalho e da distância do indivíduo em relação à tigela (BUKOWSKI 2002, p.117).
Portanto, são várias as situações em que uma superfície mais baixa pode ser
melhor que uma mais alta e vice-versa. Dul e Weerdmester (1995, p.28) acreditam
que:
“...uma superfície baixa é melhor, porque os braços não precisam ser
erguidos e, nesta posição, é mais fácil aplicar forças. Em
compensação as superfícies mais altas permitem uma melhor
visualização do trabalho, sem necessidade de curvar-se para frente”.
Em contrapartida, Kroemer (2005, p.47) define que “se a área de trabalho é
muito baixa as costas são sobrecarregadas pelo excesso de curvatura do tronco, o
que dá freqüentemente margem a queixas de dores nas costas”.
Tanto o dimensionamento de alturas como as distâncias e comprimentos dos
braços para determinar áreas de alcance dos membros, são de fundamental
importância dentro da Ergonomia. Neste aspecto, a antropometria permite identificar
fisicamente os limites de alcance dos segmentos corporais. Para Couto (1995,
p.235), “todos os objetos, ferramentas e controles a serem pegos/operados
freqüentemente devem estar dentro da área de alcance normal”. Iida (2005, p.146)
afirma que esta medida máxima de alcance dos objetos “será obtida fazendo-se girar
20
os braços estendidos em torno do ombro. Estes descrevem arcos de 55 a 65 cm de
raio”.
Os trabalhos, quando realizados na posição assentada, também seguem
teorias semelhantes quanto a alturas de bancadas, aplicação de forças e áreas de
alcance. Iida (1990, p.137) descreve que “as duas variáveis que influenciam na
altura da mesa, para trabalho sentado, são a altura do cotovelo e o tipo de trabalho a
ser executado”. Com a definição do tipo de trabalho que se realiza, torna-se
possível dimensionar a altura da bancada e suas áreas de alcance. A altura de
trabalho na posição sentada é definida segundo modelo proposto por Iida (1990,
p.137):
“...quando o trabalhador está sentado, a altura do cotovelo depende
da altura do assento e, desta forma, deve-se dimensionar
inicialmente a altura do assento usando-se a altura poplítea (parte
posterior da coxa). Somando-se esta à altura do cotovelo (acima do
assento), obtém-se a altura da mesa”.
A realização de tarefas em linhas de produção ou bancadas específicas é
situação encontrada na maioria das indústrias. São raros os casos em que estas
bancadas ou linhas de produção apresentam dimensionamento exato para toda a
população atuante, portanto, a busca por uma condição adequada deve seguir como
premissa básica à identificação da melhor postura do corpo frente ao trabalho
executado. Couto (1995, p.169) descreve algumas regras que podem ser seguidas
com o intuito de manter uma boa postura e eliminar esforços desnecessários:
“...quando o trabalho exigir força física, a bancada deve estar à altura
do osso púbis; quando o trabalho não exigir força física, a bancada
deve estar à altura do cotovelo do trabalhador; quando o trabalho
exigir empenho visual, a bancada deve estar a 30 cm dos olhos”.
Estas alturas são determinadas prevendo a interação entre a antropometria e a
biomecânica
21
2.4.2. CONSUMO DE ENERGIA NO TRABALHO
Para determinar se o trabalho é considerado leve, moderado ou pesado
existem alguns métodos capazes de mensurar tal esforço conforme relata Couto
(1995, p. 44).
“...basicamente, a avaliação do dispêndio energético de uma tarefa é
feita através da chamada metabolimetria indireta, na qual se mede o
consumo de oxigênio por minuto. E sabendo-se que 1 litro de O
2
é a
quantidade necessária para a metabolização aeróbia de
aproximadamente 4,86 quilocaloria, deduz-se o dispêndio energético
em Kcal/min”.
Este método nem sempre se encontra à disposição para uso dentro das
empresas. Outras formas de verificação do dispêndio energético podem apresentar
resultados significativos para se encontrar o gasto de energia na execução da tarefa.
Exemplo disto é a chamada tabela de Lehman.(COUTO, 1995, p.90)
A tabela de Lehman apresenta-se como importante ferramenta para realização
de estudos direcionados à estimativa do gasto energético por tarefa executada. Para
Couto (1995, p.90), “a tabela de Lehman possibilita a estimativa do metabolismo
com boa precisão, desde que seguidos os cuidados descritos”.
Para identificar o metabolismo (em Kcal/min ou Kcal/h) é necessário aplicar a
soma do valor obtido na análise da POSIÇÃO DO CORPO e na análise da CLASSE
DE TRABALHO (A + B). Além deste cálculo, orienta-se que, para se utilizar de forma
correta esta ferramenta,
“...o observador deve primeiro tomar conhecimento do que é o
trabalho, quais as diferentes tarefas que o constituem; no período de
tempo em que o trabalhador esteja desenvolvendo uma atividade
típica, deve-se cronometrar durante 30 minutos a 1 hora as variações
nas tarefas, anotar o metabolismo de cada uma, e depois fazer uma
extrapolação para o número de horas de trabalho; a coluna de
metabolismo /minuto deve ser usada para o cálculo dos picos de
atividade intensa ; geralmente os valores obtidos pela observação de
um minuto são 20% maiores do que os obtidos em uma hora, isto
porque as pausas curtíssimas e curtas estão incluídas nos valores
de “uma hora”; as grandes pausas devem ser calculadas à parte; no
caso de trabalho feminino, todos os valores devem ser multiplicados
por 0,85 (COUTO, 1995)”.
22
Estas orientações são fundamentais no momento da aplicação desta ferramenta
para verificação das demandas energéticas do trabalhador. A Tabela 03, a seguir,
demonstra o modelo estabelecido por Lehman.
Posição do Corpo e Classe de Trabalho Kcal em 1minuto Kcal em 1 Hora
A) Posição do Corpo
Deitado, Sentado
Em pé
Andando
Subindo
0,4
0,8
2,4
5
20
40
120
250
B)Classe de Trabalho
Manual
Fácil
Difícil
0,5
1
25
50
Dos Membros Superiores
Fácil
Difícil
1,5
2,5
75
125
De Todo o Corpo
Fácil
Ligeiro
Difícil
Muito Difícil
4
6
8
10
200
300
400
500
Fonte: (Adaptado de COUTO, 1995)
A utilização da tabela de Lehman possibilita, de maneira simples, quantificar o
dispêndio energético da tarefa. Obtendo-se os valores de gasto energético para
trabalhos em linhas de produção, faz-se necessária extrapolação dos resultados
para outra tabela de classificação de esforço que, ao ser aplicada, possibilita a real
classificação quanto ao esforço físico da tarefa. A Tabela 04, a seguir, apresenta a
classificação da carga de trabalho.
23
TABELA 04- Classificação da carga de trabalho
Classificação da Carga de Trabalho Físico
Categoria de Trabalho Físico Dispêndio Energético
Kcal/min Kcal/Hora
Leve <3,0 <180
Moderadamente pesado 3 a 5,1 181 a 306
Pesado 5,11 a 6,8 307 a 408
Pesadíssimo 6,81 a 8,5 409 a 510
Extremamente pesado >8,5 >510
Fonte: Adaptado de (COUTO, 1995).
Outra determinação de gasto de energia é estabelecida por Christensen (apud
Couto, 1995, p.40). Levando em consideração a capacidade aeróbia das pessoas, o
autor estabelece que:
“...um indivíduo estará executando uma atividade física: muito leve
ou leve quando estiver usando até 25% de sua capacidade aeróbia;
moderadamente pesada, de 25
a 37,5 % de sua capacidade aeróbia;
pesada, de 37,5 a 50% ; pesadíssima, de 50 a 62,5%; extremamente
pesada, acima de 62,5% de sua capacidade aeróbia”.
Ao se realizar um trabalho, são diversas as posturas que podem ser adotadas
para uma correta aplicação de força. Mecânicos de automóveis estão
constantemente adotando posturas que exigem muita flexibilidade e força.
Repositores de supermercados, professores, vendedores de sapatos em lojas e
tantas outras profissões também exigem determinadas aplicações de força e adoção
de posturas que podem comprometer as estruturas do corpo, causando danos à
saúde.
A Portaria 3214 do Ministério do Trabalho, datada de 08/06/78, em sua Norma
Regulamentadora nº 15, anexo 3, também estabelece, levando em consideração as
atividades desenvolvidas pelos trabalhadores, o consumo energético dos mesmos
durante a realização de trabalho, determinando os seguintes valores em Tabela.
24
TABELA 05- Estimativa de consumo energético durante a realização de trabalho
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/hora
- Sentado, em repouso. 100
TRABALHO LEVE
- Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex: datilografia)
- Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex: dirigir)
- De pé, trabalho leve em máquina ou bancada principalmente com os braços
125
150
150
TRABALHO MODERADO
- Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas
- De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, c/ alguma movimentação
- De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, c/ alguma movimentação
- Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar
180
175
220
300
TRABALHO PESADO
- Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos
(ex: remoção com pá)
- Trabalho fatigante
440
550
Fonte: Araújo (Norma regulamentadora 15 anexo 3).
Esta tabela representa, em índices gerais, os gastos energéticos e a
classificação do tipo de trabalho realizado.
Contudo, a carga física do trabalhador deve ser identificada levando em
consideração também agentes ambientais, como calor e frio, que exercem influência
na liberação de calor pelo corpo, o que pode aumentar ou diminuir a demanda
energética do organismo.
Para tanto, se consideram os valores descritos na Tabela acima como um bom
referencial para determinar o gasto de energia, em que a relação entre postura
adotada, ambiente ao qual o trabalhador está exposto e a aplicação de esforço
físico, determinam a quantidade de energia que será gasta na realização da tarefa.
Havendo uma relação estreita entre estes fatores e pensando em determinar a
melhor postura para o trabalho, Couto (1995, p.164) propõe um modelo para a
definição da postura de trabalho.
25
Figura 02– Fluxograma para definição de postura de trabalho
Fonte: Adaptado de Couto (1995, p.164)
O resultado do fluxograma proposto por Couto viabiliza uma melhor postura de
trabalho para as pessoas, uma vez que o fluxograma leva em consideração,
diversas variáveis do trabalho, como: a natureza do posto de trabalho, o esforço
Posto de trabalho
Posto fixo
Posto não fixo
Cargas leves
( <3 Kg)
Cargas pesadas
(>3 Kg)
Natureza
do
p
osto
Sustentação
e
manipulação
Há espaço
para
membros
inferiores
Sem espaço
para membros
inferiores
Plano de
trabalho não é
ao nível do solo
Plano de
trabalho é ao
nível do solo
Há pouca
necessidade
de se
levantar ( <
10
vezes//hora)
necessida
de de se
levantar
freqüente
mente ( >
10
Há pouca
necessidade
de se
movimentar
Movimenta-se
freqüentemente
Pouca
movimen
tação
Mobilidade
Localização
e disposição
do posto
Natureza
do
trabalho
Alta precisão
visual e ou
montagem fina
Desnecessário
precisão visual
e /ou
montagem fina
Melhor
postura
de
trabalho
Sentado
Alternado /
sentado/ de pé
Posição semi-
sentado
Em
De
cócoras
26
físico realizado, a localização do posto (espaços físicos), a mobilidade do
trabalhador ao executar a tarefa e a natureza do trabalho realizado. A definição da
postura de trabalho pode ser encarada como um dos primeiros passos para o
dimensionamento do trabalho. Porém, é o estudo antropométrico que possibilita
adequar as alturas de trabalho ao perfil físico do trabalhador, frente a bancadas ou
linhas de produção.
2.4.3. TÉCNICAS DE MEDIÇÕES ANTROPOMÉTRICAS
Das técnicas recentes utilizadas para a análise antropométrica, a técnica que
utiliza um scanner tridimensional a laser, que possibilita a medição detalhada da
superfície externa do corpo, é a que mais chama a atenção. Este estudo, conforme
Zamberlan (2006) foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de
Tecnologia, e o projeto de pesquisa antropométrica da população brasileira visa:
“... levantar dados antropométricos da população brasileira em três
dimensões, e gerar ferramentas de auxilio ao projeto de produtos,
postos e ambientes de trabalho em sistemas CAD. Esses dados
serão a base para o correto dimensionamento dos produtos com os
quais a nossa população interage cotidianamente, o que trará
melhorias para a qualidade do produto e conforto e segurança para o
usuário”.
Sendo esta máquina tridimensional, um equipamento sofisticado e de alto custo
para as empresas adquirirem, as técnicas tradicionais parecem ser mais viáveis
financeiramente na realização de estudo antropométrico. Portanto, na realização de
um estudo que tem como foco a antropometria, é fundamental o estabelecimento de
objetivos, definindo onde e para que serão utilizadas as medidas. É interessante
neste processo determinar quais os tipos de medidas que serão realizadas, se
estáticas ou dinâmicas, ou ainda definir os pontos de referências que deverão ser
utilizados para a realização das medidas. A medotologia das avaliações
antropométricas pode ser direta, através da utilização de instrumentos como
estadiômetro e adipômetro, entre outros, ou ainda, de forma indireta, através de
fotos ou imagens.
27
Tomando-se estes cuidados, as medidas físicas do corpo humano estarão
sendo padronizadas de maneira a possibilitar aos avaliadores a aplicação de
técnicas tradicionais idênticas durante a tomada das medidas, não importando onde
estas avaliações estejam ocorrendo. Entretanto, para que tais medições sejam
homogêneas, faz-se necessário definir qual técnica antropométrica será aplicada.
Para medição da altura das pessoas, orienta-se que a medida seja realizada
através do estadiômetro de madeira ou através de uma fita métrica fixada à parede,
sendo fundamental que esteja graduada em centímetros e em décimos de
centímetros (FERNANDES, 2003, p.35).
Outras variáveis antropométricas podem ser medidas tomando-se cuidados
quanto à técnica utilizada na aplicação das medições. Estas medições podem ser
realizadas de forma simples, com o uso de uma fita métrica como foi observado
anteriormente. Contudo, nas avaliações realizadas com os trabalhadores de linha de
produção, é fundamental que no momento da aplicação das medidas o avaliado
utilize o mesmo calçado de trabalho, pois quando se trata de medir alturas para
determinar bancadas de trabalho, deve-se buscar a situação real do trabalhador
frente à linha de produção, para que o dimensionamento do posto de trabalho seja
correto.
Ao se medir as alturas dos olhos, ombros, cotovelos, punhos, umbigo, púbis e
apêndice xifóide, instrui-se que sejam feitas as medidas desde o ponto de referência
até o chão (COUTO 1995, p.179).
Na realização de técnicas antropométricas é comum para quem avalia, ocorrer
o fato de distorção em alguns centímetros. Para Couto (1995, p.182), “uma variação
de mais ou menos 0,5 cm não compromete a precisão da medida”. Portanto, cabe
ao avaliador prestar atenção para não ultrapassar este limite de variação na hora da
aplicação das técnicas antropométricas que dizem respeito a medidas de segmentos
corporais.
28
2.5. DINAMOMETRIA
A dinamometria refere-se a todo o tipo de processos que têm em vista a
medição de forças, bem como a medição da distribuição de pressões (Adrian,
Cooper e Amadio apud SANTOS, 2002, p.1).
A força é aquela gerada pelo sistema músculo-esquelético para ser aplicada
sobre um objeto exterior e que pode ser medida (MAENO et al. 2001).
A força muscular, ou mais precisamente a força máxima ou força gerada por
um músculo (ou grupo musculares), em geral, é medida por um de quatro métodos:
(1) tensiometria, (2) dinamometria, (3) uma repetição máxima ou 1-RM e a
abordagem mais moderna, (4) determinações da produção de força e trabalho com a
ajuda do computador (McARDLE et al., 1991).
Dinamômetros de preensão manual e de tração lombar, utilizados para medir
força, funcionam através de dispositivos que operam segundo o princípio da
compressão. Quando uma força externa é aplicada ao dinamômetro, uma mola de
aço é comprimida e movimenta um ponteiro. Sabendo-se quanta força é necessária
para deslocar o ponteiro através de determinada distância, pode-se determinar
então, com exatidão, quanta força “estática” externa foi aplicada ao dinamômetro
(McARDLE, 1991).
O teste de carga dinamométrica serve para avaliar a força isométrica (estática)
do indivíduo, podendo ser realizados os testes de dinamometria manual do tórax,
lombar e dos membros inferiores. Sua realização necessita de aparelhos especiais,
os dinamômetros Kioshiya (apud SANTOS, 2002, p.1).
Estes aparelhos predizem com exatidão a força aplicada, tornando-se assim,
um meio científico de verificação da capacidade individual de força de um grupo
muscular ou de um músculo.
2.5.1 FUNDAMENTAÇÃO DO USO DA DINAMOMETRIA
Em texto definido pela Norma Regulamentadora 7 (NR 7) da Portaria 3214 do
MTE, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),
29
“...visa o acompanhamento da saúde dos trabalhadores de uma
empresa, através do gerenciamento e monitoramento dos dados dos
exames médicos e complementares realizados, sempre com foco na
prevenção da ocorrência de doenças relacionadas ao trabalho”.
Esta Norma não expõe como exigência obrigatória o uso da dinamometria nos
testes de admissão ou de demissão, mas deixa claro que exames complementares
podem e devem ser realizados conforme necessidade determinada pela tarefa a ser
executada, a pedido do médico do trabalho.
Algumas empresas brasileiras utilizam testes de força em seus processos de
triagem para contratação de pessoas. A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT)
disponibiliza edital de concurso, no qual foram descritas as competências
necessárias para vagas de trabalho no cargo de atendente comercial I e operador
de triagem e transbordo I. Dentre as competências exigidas para o cargo,
especificamente para a atividade de operador de triagem, há uma exigência quanto
à capacidade de exercer força repetitiva durante a execução do trabalho, sendo que,
para a identificação desta capacidade, realizam o teste de robustez física (força
muscular), sendo este de caráter eliminatório. Neste teste são utilizados
equipamentos de dinamometria manual, escapular e dorsal.
Por ser a atividade de Operador de Triagem um trabalho considerado pesado,
esta empresa utiliza-se de meios preventivos no que tange ao recrutamento de
pessoal, buscando identificar pessoas com perfil físico para a função.
A utilização do teste manual de força, através da dinamometria, pode ser
realizada com o intuito apenas de quantificar força. A exemplo disto, Estivalet (2004,
p.81) desenvolveu estudo no qual procurou “identificar a força de preensão e a
medida de pega da mão dominante dos trabalhadores como uma medida de
caracterização dos sujeitos”. Constatou-se que, pelo teste de dinamometria, a
maioria dos trabalhadores (12 do total de 18) encontra-se nas três categorias
inferiores de força de preensão, ou seja, abaixo da média de força de preensão
apresentada pelo grupo, que foi de 41,02 kgf.
Os testes realizados com o dinamômetro são utilizados nas mais diversas
modalidades de trabalho. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), dentre os
30
testes que realiza com o objetivo de identificar se as pessoas estão aptas ou não
para adquirirem o direito de conduzirem veículos e a respectiva Carteira Nacional de
Habilitação (CNH), aplica o teste com o dinamômetro manual em candidatos,
estabelecendo uma tabela de valores mínimos. O Detran do Rio de Janeiro (2003)
determina que ”para candidatos à condução de veículos das categorias A e B, força
manual = 20 kg; para candidatos à condução de veículos das categorias C, D e E,
força manual = 30 kg” . Estes valores são mínimos e aplicados sem distinção de
sexo, variando apenas quanto à categoria da carteira.
Enfim, são várias as empresas e os ramos de atuação nos quais os testes
dinamométricos são aplicados. Muitos deles visam a profilaxia das lesões
ocasionadas por esforços repetitivos e posturas inadequadas. Contudo, não se têm
ainda parâmetros nacionais que possam ser utilizados de forma homogênea, mesmo
porque a heterogeneidade da população brasileira dificulta em muito este tipo de
estudo, havendo assim a necessidade coletiva de cada órgão, empresa ou
instituição estabelecer seus próprios critérios, embasado numa população local que
exerce a atividade.
Contudo, o foco dado por estas empresas são em parte, discriminatórios, uma
vez que se excluem as pessoas que não atendem à demanda de força estabelecida
pelas empresas.
É interessante e fundamental lembrar que a Ergonomia tem outros objetivos,
como o de melhorar as condições de trabalho, adaptando o ambiente ao
trabalhador, levando em consideração as características psicofisiológicas do
homem, e não ao contrário.
Portanto, o estudo da força do trabalhador deve ser realizado com o intuito de
identificar se a força aplicada na realização da tarefa é compatível com sua
capacidade individual de aplicação de força. Esta constatação pode auxiliar em
muito na adaptação das tarefas em relação à condição física e individual do
trabalhador e definir, com relação à aplicação de força, se a condição é ou não
ergonômica.
31
2.6. CONSIDERAÇÕES DO TESTE DINAMOMÉTRICO MANUAL
Alguns itens devem ser levados em consideração na aplicação de testes
específicos de verificação de força manual. Conforme McArdle et al.(1991, p.296), os
testes devem ser preparados para atender aos seguintes critérios metodológicos:
“a) instruções padronizadas devem ser fornecidas antes do teste;
b) se for realizado um “aquecimento” o mesmo deverá ser de
duração e intensidade uniformes;
c) o indivíduo deve possuir uma prática suficiente antes do teste real,
para minimizar um possível componente de aprendizado, que
poderia comprometer os resultados iniciais;
d) convém tomar cuidado para certificar-se de que o ângulo de
mensuração sobre o membro ou o dispositivo de teste seja constante
entre os diferentes indivíduos;
e) um número de ensaios (repetições) deve ser determinado a priori
com a finalidade de estabelecer um escore padrão. Desta forma
todos estarão cientes de como devem agir durante o teste;
f) selecionar os testes que resultam em fidedignidade reconhecida da
mensuração;
g) estar preparado para considerar as diferenças individuais em
certos fatores, tipo tamanho corporal e composição ao avaliar os
escores de força entre indivíduos e grupos”.
Os sete itens anteriores garantem a fidedignidade dos testes dinamométricos e,
conseqüentemente, da pesquisa. Portanto, é fundamental que estes critérios sejam
aplicados para que a metodologia seja cumprida. Outros procedimentos básicos a
serem seguidos durante o teste com dinamômetro manual podem ser adotados,
levando em consideração, conforme Fernandes (2003, p.189) que:
“a) o aluno deve estar em pé;
b) a cabeça do aluno deve estar na horizontal;
c) o tamanho da pegada deve ser ajustado de tal forma que a
falange mediana do dedo médio esteja em ângulo reto.
d) o antebraço deve estar posicionado em qualquer ângulo entre
90º e 180º em relação ao braço; que deve estar em posição
vertical;
e) o pulso e o antebraço devem estar em leve pronação;
f) o aluno deve exercer uma força máxima e breve;
g) o aluno deve realizar duas ou três tentativas alternadas com
cada mão, com intervalos de 30 seg.
h) somar o melhor resultado de cada mão (direita-esquerda) e
comparar nas tabelas”.
Na Tabela 06 a seguir, é apresentado o resultado da soma das mãos direita e
esquerda de ambos os sexos da população americana.
32
TABELA 06- Valores dinamométricos manuais referentes a estudo com população norte
americana
Idade 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69
Sexo M F M F M F M F M F
95% 136 78 135 80 128 80 119 72 110 67
90% 127 74 127 76 123 76 114 69 106 62
85% 124 71 123 73 119 73 110 65 102 60
80% 120 70 120 71 117 71 108 63 99 58
75% 118 68 117 69 115 69 105 62 96 56
70% 115 67 115 68 112 67 103 60 94 55
65% 113 65 113 66 110 65 102 59 93 54
60% 111 64 111 65 108 64 100 58 91 53
55% 109 63 109 63 106 62 99 57 89 52
50% 107 62 107 62 104 61 97 56 88 52
45% 106 61 105 61 102 59 96 55 86 51
40% 104 59 104 60 100 58 94 54 84 50
35% 102 58 101 59 98 57 92 53 82 49
30% 100 56 99 58 96 56 90 53 81 49
25% 97 55 97 56 94 55 87 51 79 48
20% 95 53 94 55 91 53 85 50 76 47
15% 91 52 91 53 89 51 83 48 73 45
10% 87 50 87 51 84 49 80 46 69 43
05%% 81 47 81 48 76 46 74 42 62 39
Fonte: Fernandes (2003, p.190)
Esta Tabela, com valores de referência, pode ser utilizada para estabelecer
comparativos de força estática da mão da população americana em relação à
brasileira. Contudo, acredita-se não ser possível utilizá-la como parâmetro para
determinar se a população brasileira enquadra-se dentro de um padrão normal. Isto
porque o biótipo da população brasileira em relação à população norte-americana é
diferente, assim como o estilo de vida e, portanto, não seria prudente a utilização
desta Tabela para determinar parâmetros de força para a população brasileira.
Entretanto, o modelo apresentado na Tabela pode ser utilizado aplicando a
mesma metodologia de divisão de força por faixa etária, a fim de encontrar a média
de força manual da população que se deseja estudar. Assim, os projetos de
concepção ou correção ergonômica de equipamentos, ferramentas e até mesmo de
sistema de trabalho, tendem a priorizar as necessidades de força manual da
população pesquisada.
33
2.7. RELAÇÃO DE FORÇA ENTRE HOMENS E MULHERES
A força física muscular é definida por Powers e Howley (2000, p.385) como
sendo “a força máxima que pode ser gerada por um músculo ou por um grupo
muscular”. Esta força pode ser medida através de testes dinamométricos
específicos, buscando determinar a força máxima de contração do músculo. Tanto
homens como mulheres apresentam características fisiológicas e anatômicas que
permitem a aplicação de força. Porém, há uma distinção entre a força de homens e
de mulheres, que é percebida de forma subjetiva pelas pessoas. A diferença sexual
produz a impressão de que mulheres possuem menor capacidade de força física do
que os homens.
Para identificar as reais diferenças entre as forças musculares de homens e de
mulheres McArdle et al. (1991, p.297) realizaram uma comparação de um grupo
muscular específico de homens e mulheres e concluiram que:
“...em relação ao corte transversal do músculo, é evidente que a
maior força é exercida por indivíduos com maior corte transversal do
músculo. Entretanto, a relação linear entre força e volume indica uma
diferença discreta na força flexora do braço para a mesma massa
muscular em homens e mulheres”.
Quanto à força muscular absoluta, há uma diferença significativa na relação
entre homens e mulheres. De acordo com McArdle et al.(1991, p.297), “nas
comparações de força para os segmentos superiores do corpo as mulheres são
cerca de 50% mais fracas do que os homens, em contraste com a força dos
segmentos inferiores do corpo onde elas são aproximadamente 30% mais fracas”.
Powers e Howley (2000, p.402) relatam que “quando a força absoluta (quantidade
total de força aplicada) é comparada em homens e mulheres não-treinados, os
homens são mais fortes”.
A priori, o que evidencia as diferenças entre homens e mulheres no quesito
força, tem relação estreita com as questões antropométricas. Percebe-se que
disposição muscular, estruturas ósseas e os sistemas de alavanca possibilitam ao
homem maior grau de força.
34
Portanto, as mulheres podem ser mais susceptíveis às demandas impostas
pelo trabalho e, conseqüentemente, sofrerem com maior freqüência os problemas
relacionados a lesões por esforços repetitivos (LER).
2.8. LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER/DORT)
Buscar entender através de uma visão macroscópica o porquê do surgimento
das LER é tarefa bastante simples no mundo de hoje, basta olhar a forma pela qual
o trabalho se constitui, sua organização, seus meios de execução e sua condição
fragmentada estabelecida pelos métodos de trabalhos.
Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho foram “inicialmente
usados para caracterizar o conjunto de disfunções músculo-esqueléticas que
acometem os membros superiores e região cervical, relacionadas ao trabalho“
(DELIBERATO 2002, p.110). Estes distúrbios têm se constituído como um grande
problema para as empresas, pois o processo de industrialização mantém, ainda
hoje, modelos de linhas de trabalho fordistas. Estas lesões são, para Oliveira (1998,
p.193), “afecções do aparelho osteomuscular que acometem músculos, fáscias,
tendões e ligamentos, articulações e nervos”, que acometem as pessoas,
impossibilitando a realização de trabalho com a mesma eficiência.
Realizar uma análise deste trabalho torna-se fundamental para que se consiga
identificar, de uma maneira aguçada, os agentes mais lesivos à saúde dos
trabalhadores, pois, conforme Oliveira (1998, p.65):
“...a LER é uma doença ou um conjunto de doenças que se
manifestam sob determinadas condições em que o trabalho é
exercido, estando intimamente relacionada às relações sociais e
econômicas da sociedade, que determinam as formas de
organização do trabalho e dos indivíduos, enquanto seres sociais”.
Esta necessidade social, preconizada por uma condição capitalista, torna as
condições de trabalho quase sempre inadequadas, em que as pessoas acabam
executando os mais diversos tipos de trabalho, mesmo não apresentando, muitas
vezes, uma condição psicofisiológica mínima para a sua realização.
Não é de hoje que as LER vêm acometendo pessoas nos mais diversos ramos
de atuação. De acordo com Campana et al. (apud Oliveira, 1998, p.59), as LER no
35
Brasil foram primeiramente descritas como tenossinovite ocupacional. LER traduz o
termo.
“...RSI (Repetition Strain Injuries), utilizado inicialmente na Austrália e
definido por Browne como Doença músculo tendinosas dos membros
superiores, ombros e pescoço, causadas pela sobrecarga de um
grupo muscular particular, devido ao uso repetitivo ou pela
manutenção de posturas contraídas, que resultam em dor, fadiga e
declínio do desempenho profissional” (COUTO,1998 p.17).
Uma vez que o potencial de trabalho fica comprometido perante a condição
quase sempre repetitiva das tarefas, causando dor e desconforto em determinados
segmentos corporais das pessoas e por ser este o resultado de posturas estáticas
prolongadas, é crescente o número de queixas relacionadas às LER no Brasil.
Estas lesões, conforme Bawa (1997, p.145), “apresentam diversas causas
complexas e qualquer um que sofra delas será vítima de uma infinita variedade de
fatores e influências sutis”.
Desta diversidade de causas que levam ao surgimento das LER, a organização
do trabalho, os fatores biomecânicos e ambientais se destacam. Segundo Maeno et
al. (2001), “como determinantes do adoecimento da enorme parcela de
trabalhadores, nas mais diversas categorias e desenvolvendo as mais diversas
atividades, fato que configura, atualmente, epidemias de LER/DORT, tanto na
maioria dos países industrializados, quanto em países que se encontram em
processo de industrialização”, uma vez que as alterações nos sistemas de produção
vêm acontecendo a cada ano, tornando o trabalho muito mais monótono e repetitivo.
No Brasil, são muitos os casos de acidentes e doenças ocupacionais. E estes
números vêm aumentando proporcionalmente com os anos. A tabela 07 demonstra
os acidentes ocorridos até o ano de 2002, incluindo as Grandes Regiões e unidades
da Federação. Os números demonstram–se alarmantes e representam uma
realidade apenas dos acidentes e doenças que foram comunicadas através da
abertura de Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT).
36
TABELA 07- Quantidade de acidentes do trabalho registrados em 2002, por motivo, segundo
as Grandes Regiões e Unidades da Federação
QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO REGISTRADOS PELO MOTIVO GRANDES REGIÕES
E UNIDADES DA
FEDERAÇÃO
Ano 2002
Total Típico Trajeto Doença do Trabalho
Brasil 387.905 320.398 46.621 20.886
NORTE 12.829 10.496 1.510 823
Acre 305 243 55 7
Amapá 287 222 56 9
Amazonas 3.059 2.425 323 311
Pará 6.312 5.224 672 416
Rondônia 1.981 1.653 263 65
Roraima 106 73 30 3
NORDESTE 33.098 25.746 4.441 2.911
Alagoas 3.035 2.767 240 28
Bahia 11.758 8.821 1.300 1.637
Ceará 3.709 2.747 700 262
Maranhão 1.376 1.085 205 86
Paraíba 1.768 1.405 246 117
Pernambuco 7.012 5.432 1.103 477
Piauí 613 455 133 25
Rio Grande do Norte 2.227 1.814 331 82
Sergipe 1.600 1.220 183 197
SUDESTE 225.078 184.619 27.923 12.536
Espírito Santo 8.512 7.155 942 415
Minas Gerais 38.507 32.878 4.021 1.608
Rio de Janeiro 25.914 19.782 4.479 1.653
São Paulo 152.145 124.804 18.481 8.860
SUL 94.015 80.855 9.399 3.761
Paraná 27.477 23.801 2.832 844
Rio Grande do Sul 39.271 33.496 3.460 2.315
Santa Catarina 27.267 23.558 3.107 602
CENTRO-OESTE 22.885 18.682 3.348 855
Distrito Federal 4.462 3.329 748 385
Goiás 8.731 7.047 1.406 278
Mato Grosso 4.896 4.232 557 107
Mato Grosso do Sul 4.796 4.074 637 85
Tocantins 779 656 111 12
Fonte: Dataprev, CAT disponível em www.fundacentro.gov.br acessado em 05/05/ 2006
Dentre as regiões citadas na Tabela 07, percebe-se que o sudeste e o sul são
as regiões com um número mais elevado de doenças do trabalho. Dentre os
diversos tipos de doenças do trabalho, as tenossinovites e as tendinites são as que
37
se destacam, sendo estas tendinites e tenossinovites na experiência da
NUSAT/INSS-Mg, conforme Oliveira (1998 p.214), “as formas mais incidentes na
população de risco, notadamente nas situações em que grande repetitividade se
associa à exigência de força”.
A repetição de movimentos associada à exigência de força parece ser o grande
causador destas lesões. Contudo, outros fatores como o ambiente de trabalho, a
temperatura inadequada, a pressão de chefias, a biomecânica inadequada e
equipamentos ou ferramentas que não se adaptam ao perfil físico do trabalhador,
também podem ser encaradas como causas fundamentais para o surgimento de
lesões.
As tenossinovites são, para Oliveira (1998, p.215), “um processo inflamatório
que acomete os tendões”, caracterizando-se conforme a região do corpo afetada. As
lesões do tipo dedo em gatilho, enfermidade de Quervain, tenossinovite de flexores
dos dedos ou flexores do carpo ou ainda extensores dos dedos, epicondilites lateral
e medial, tendinite bicipital e do supra-espinhoso fazem parte de conjunto de
processos inflamatórios descritos por (OLIVEIRA, 1998).
A realização de força e repetição normalmente se dá por tarefas, nas quais há
uma utilização excessiva de membros superiores. São as tarefas de linha de
produção que possuem características específicas, que levam o trabalhador a
permanecer horas adotando posturas ortostáticas fixas, e que exigem movimentação
constante dos membros superiores e cintura escapular.
Na grande maioria das vezes, estas posturas tornam-se mais prejudiciais ainda
quando da flexão da coluna cervical, que é exigida pela necessidade de se
direcionar o olhar para baixo, para acompanhamento do processo de trabalho.
Segundo Couto et al. (1998, p.81), “as lesões por traumas cumulativos nos
membros superiores são da interação inadequada de quatro fatores biomecânicos
principais”. A Tabela número 08 elaborada pelo NIOSH, a seguir, demonstra os
fatores que exercem maiores influências no surgimento das lesões apontando as
maiores evidências científicas entre os fatores biomecânicos e as lesões.
38
TABELA 08- Relação entre fatores de risco para desenvolvimento de lesões
Punho/ mão
Fator de risco Pescoço e cintura escapular Ombro Cotovelo
S.túnel do
carpo
Tendinites
Repetitividade ++ ++ +/- ++ ++
Força ++ +/- ++ ++ ++
Postura +++ ++ +/- +/- ++
Vibração +/- +/- ++
Combinação +++ +++ +++
+++ Evidência forte ++ Evidência razoável +/- Evidência insuficiente
Fonte: (COUTO et al.; 1998 p.81)
Conforme Tabela acima, a associação dos diversos fatores influenciadores é
que leva ao surgimento das LER, sendo que, para Lech (1998, p.IV), “a LER
geralmente se instala de forma lenta e também é curada de forma lenta”.
Entretanto, a LER não é considerada como uma doença e sim uma lesão que
“ocasionalmente adquire a conformação de uma doença” (COUTO, 1998 p.19).
Ressalta ainda que as lesões “não costumam ser graves, a maioria é totalmente
curável e regride com o tratamento, apenas uma minoria evolui mal” (COUTO, 1998
p.19).
Não sendo este um problema recente, algumas empresas buscam formas de
preveni-la. A missão não parece ser fácil. Programas de qualidade de vida, ginástica
laboral, ações de melhorias contínuas, entre outros aspectos relacionados a
programas de prevenção, são emergentes dentro de algumas companhias e visam
proporcionar conforto e segurança aos trabalhadores.
Porém, mesmo com uma gama de ações profiláticas, evidencia-se que muitas
destas empresas continuam tendo funcionários afastados por LER. A implantação de
programas de Ergonomia dentro das empresas, conforme Lech (1998, p.IV), é
“raramente aceito como forma de proteção ao trabalhador, muitas vezes é visto
como um gasto desnecessário”.
Realizar procedimentos preventivos na contratação de pessoal, estabelecendo
uma gama de exames e testes que indiquem que o candidato possui perfil para o
cargo, faz parte da rotina das empresas. Estes testes são realizados com a intenção
de identificar possíveis patologias que os candidatos à vaga nas empresas possam
39
ter. Os resultados encontrados ajudam a minimizar os riscos de exposição do
trabalhador a um ambiente que provavelmente poderia lhe causar dano a saúde.
O direcionamento do trabalhador e os remanejamentos internos de funcionários
para postos de trabalho que mais se adaptem à sua característica física, podem ser
passos fundamentais para as empresas, no que tange à exposição do trabalhador
ao ambiente inadequado ao seu perfil.
2.8.1. PRINCIPAIS SINTOMAS LER/ DORT
Os principais sintomas das LER são provenientes de quadros dolorosos que
surgem em decorrência de fatores considerados lesivos ao organismo. Estes fatores
estão associados à repetição excessiva de movimento, vibração, força, posturas
incorretas, ergonomia inadequada e solicitações cumulativas do sistema
osteomuscular, dentre outros (OLIVEIRA, 1998, p.194).
Alguns destes sintomas são observados em pacientes com LER, podendo
estar relacionados a alterações morfo-funcionais dos tecidos (lesão / reparação) e
como comportamento adaptativo das estruturas relacionadas.
A LER é entendida por Deliberato (2002, p. 307) como uma “síndrome clínica,
caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não por alterações objetivas e que
se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores
em decorrência do trabalho”.
Pessoas acometidas por LER apresentam certo grau de dificuldade na
realização comum de tarefas diárias. Segundo Oliveira (1998, p.194), nos pacientes
com LER, “as vias aferentes primárias do sistema nervoso periférico (SNP) contendo
receptores polimodais sensibilizados são mais sensíveis a estímulos periféricos
nociceptivos que nos indivíduos não acometidos”.
Portanto, o aumento da sensibilidade do sistema nervoso periférico torna os
agentes influenciadores externos, como a repetição do movimento, a temperatura do
ambiente e o grau de movimentação dos segmentos corporais, um problema para
estas pessoas que ficam impossibilitadas de realizar algumas das tarefas diárias
comuns às demais pessoas.
40
A LER, como uma patologia que possui um termo genérico, não determina
eficientemente um diagnóstico, pois estas lesões causadas por esforços repetitivos,
além de serem patologias, apresentam manifestações ou síndromes que acometem
partes do organismo em decorrência de uma forma inadequada de se realizar o
trabalho (DELIBERATO, 2002 p.307).
Em um estudo desenvolvido, Leão (2004) Auditora Fiscal do Trabalho –
DRT/SC, membro da Comissão Nacional de Ergonomia, procurou identificar os
fatores que levam as pessoas ao adoecimento, com o surgimento da LER dentro das
empresas do ramo da agroindústria e do processamento de carnes, onde foram
estudadas empresas das regiões centro-oeste, sudeste e sul, sendo identificados os
seguintes fatores geradores de LER: fragmentação das tarefas, ciclo de trabalho
muito curto, cadência imposta pela produção sob pressão, invariabilidade de tarefas,
falta de controle pelo trabalhador sobre o trabalho, tarefas monótonas e
desinteressantes, temperaturas baixas, postos planejados para trabalhos
exclusivamente em pé, mobiliário inadequado, posições articulares extremas, ruídos
das máquinas e materiais maior que 85 dB (A), espaços de trabalho exíguos,
trabalho sobre estrados, plataformas e a umidade.
2.9. AVALIAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO
A avaliação do posto de trabalho pode seguir padrões estabelecidos ou não,
dependendo da demanda. A análise das atividades desenvolvidas conduz a um
caminho para definir a estratégia a ser adotada na avaliação do posto de trabalho,
buscando sempre manter a produtividade em questão e principalmente, a
preservação da saúde do trabalhador (OLIVEIRA, 1998, p.126).
O desenvolvimento estratégico para realização de estudo ergonômico deve ser
pautado na determinação de um roteiro que, para Oliveira (1998, p.126), apresenta
uma ordem contendo as seguintes questões:
a) análise da demanda e do contexto;
b) definição de situações para análise;
c) pré-diagnóstico;
d) entendimento real do problema;
e) hipótese;
41
f) análise das atividades;
g) conclusões e recomendações;
h) validação e acompanhamento.
Uma vez determinado e aplicado o roteiro para análise, a criação de
informações pertinentes em relação à situação ergonômica do trabalho possibilita
que ocorram melhorias no ambiente laboral. Estas melhorias, quando
implementadas, devem ser acompanhadas para que se tenha o aval do trabalhador
que atua no posto de trabalho que sofreu a alteração, validando ou não a mudança.
A construção de roteiro ou a elaboração da análise ergonômica pode abranger
outros itens que tornam a análise mais clara, possibilitando um número maior de
informações a respeito da condição ergonômica do trabalho. Desta maneira, o
estudo ergonômico apresenta uma correlação entre os procedimentos de pesquisa e
as etapas da análise ergonômica. Tanto que Santos e Fialho (1997, p.49) propõem
que as etapas de uma análise ergonômica do trabalho constituam-se, conforme
Tabela 09, a seguir:
TABELA 09- Correspondência entre os procedimentos de pesquisa em ergonomia e as etapas
da análise ergonômica de uma situação de trabalho.
PROCEDIMENTOS DE PESQUISA EM
ERGONOMIA
ETAPAS DE UMA ANÁLISE ERGONÔMICA DO
TRABALHO
1. Quadro teórico de referência 1. Formulação da demanda
2. Análise das referências bibliográficas sobre o
homem em atividade de trabalho
3. Questão de pesquisa
2. Análise ergonômica da situação de trabalho 4. Análise Ergonômica da demanda: definição
do problema (entrevistas exploratórias e
problemática de pesquisa)
5. Análise ergonômica da tarefa: análise das
condições de trabalho (elaboração do modelo
de análise das atividades)
6. Análise ergonômica das atividades de
trabalho: análise dos comportamentos do
homem no trabalho (observação)
3. Síntese ergonômica da situação de trabalho 7. Diagnóstico em Ergonomia: análise e
tratamento dos dados (termos de referência
da situação analisada)
8. Caderno de Encargos de Recomendações
Ergonômicas: as conclusões da pesquisa.
9. Avaliação dos resultados: Memorial Descritivo
dos avanços dos conhecimentos científicos
em Ergonomia.
Fonte: (SANTOS e FIALHO, 1998)
42
Das etapas da AET, percebe-se que a determinação da demanda é ponto
fundamental no processo de construção da análise, sendo que, dependendo do tipo
de demanda, outros procedimentos e ferramentas podem ser utilizados para
responder à questão determinada pela demanda. Ou seja, se a demanda for
relacionada a transporte de cargas, a avaliação da situação pode ser resolvida com
a aplicação dos critérios estabelecidos pelo National Institute for Occupacional
Safety and Health (NIOSH), que estabeleceu os limites individuais para o
levantamento, o transporte e a deposição manuais de cargas em 1/3 da massa
corporal da pessoa.
Além do estabelecimento de limites para carga no transporte de peso,
conforme Deliberato (2002, p.129), “o posto de trabalho em que serão realizados o
levantamento e o deslocamento da carga deve estar adequadamente preparado
para essa atividade”, sendo fundamental que se observem os aspectos
biomecânicos na realização destas tarefas.
Na avaliação do posto de trabalho, deve-se levar em consideração que um
posto de trabalho nunca está sozinho; sempre há pessoas que interagem com este.
Portanto, a avaliação deve contemplar esta relação entre o homem e o posto, para
que realmente se alcancem os objetivos determinados pela demanda. Assim, faz-se
necessário um aprofundamento no conhecimento das diversas variáveis que
compõem este sistema entre homem e posto de trabalho.
2.10. DIMENSÕES E ESPAÇOS DE TRABALHO
A Ergonomia tem seu foco voltado ao bem-estar do trabalhador, sua segurança
e saúde. Estas três palavras, saúde, segurança e bem-estar, definem os objetivos
finais desta disciplina que se utiliza de diversas outras para alcançar suas metas.
Para isto, a Ergonomia busca aplicar os mais diversos conceitos teóricos e
práticos que estão alicerçados em áreas distintas do conhecimento.
O estudo das dimensões corporais e dos espaços de trabalho é uma mescla
do conhecimento biomecânico, que resulta em análise dos movimentos corporais
avaliados a partir do conhecimento da Física e da Anatomia, enquanto os espaços
43
físicos utilizados para desenvolvimento de ações corporais estão embasados no
conhecimento da organização ergonômica do trabalho.
Os espaços de trabalho são determinados pelo leiaute ou planta baixa, que
visam fundamentalmente a interação harmônica entre as pessoas, os equipamentos
e as ferramentas utilizadas para desenvolvimento de uma produção ou serviços.
Para que as pessoas possam realizar serviços ou tarefas, o leiaute deve prever
espaços mínimos que condigam com as necessidades das pessoas (COUTO, 1996,
p.147).
Quando observadas as características das tarefas a serem realizadas, os
espaços de trabalho devem seguir determinadas regras básicas, que permitam ao
trabalhador realizar tais tarefas com o máximo de conforto e segurança. Para isto, se
faz necessário conhecer todos os processos que serão realizados naquele posto,
assim como as características antropométricas da população que irá ocupar tal local.
A dimensão do posto de trabalho pode forçar os indivíduos a adotarem
posturas ou métodos de trabalho que causam ou agravam as lesões
osteomusculares (DELIBERATO, 2002 p.309). Fatores como espaço físico, áreas de
alcance vertical e horizontal das mãos e os espaços de circulação devem ser
dimensionados de tal forma que impeçam que posturas inadequadas sejam
adotadas.
2.11. TIPOS DE ESFORÇOS FÍSICOS
A energia gerada no organismo do ser humano para realização de esforços
físicos é proveniente de diversas fontes alimentares existentes na natureza. O
alimento é degradado no corpo de forma a produzir energia. Esta energia gera força
nos órgãos que realizam o trabalho muscular e mantém o funcionamento do corpo.
Esta energia armazenada nos tecidos e células viabiliza o combustível para a
atividade física, seja recreativa ou laboral, sendo expressa em calorias.
Na realização de trabalho, o esforço físico de uma pessoa pode ser medido por
meio de métodos adequados. Os testes realizados por meio da calorimetria direta e
indireta possibilitam a caracterização do tipo de esforço físico, identificando a
44
energia gerada pelo corpo, tanto em repouso como em esforço muscular (McARDLE
et al., 1991, p.94).
Nas tarefas diárias ou nas atividades desenvolvidas dentro de uma empresa,
as fontes de energia para realização de trabalho são determinantes para caracterizar
o tipo de esforço físico realizado. Identificar esta capacidade de trabalho através do
gasto energético parece ser fundamentalmente um passo importante para as
empresas, pois desta forma,
“...um engenheiro industrial pode mensurar o gasto energético de
várias tarefas de um local de trabalho e utilizar essas informações
para auxiliar na designação adequada de tarefas aos trabalhadores.
No que diz respeito a isso, o engenheiro pode recomendar que o
supervisor designe tarefas que demandam maior gasto energético
aos trabalhadores condicionados fisicamente e com alta capacidade
de trabalho”. (POWERS E HOWLEY, 2000, p.99)
O organismo humano consome energia constantemente e este consumo
varia de acordo com o esforço realizado. Em situação de repouso, conforme Batiz
(2003, p.36), este metabolismo “varia dependendo do sexo, ou seja, para as
mulheres este metabolismo seria de 40,6 w/m² e para os homens de 42,9w/m²”.
Dependendo do tipo de trabalho realizado, este gasto energético pode ser
maior ou menor.
“...O funcionamento orgânico do corpo humano, tanto em repouso
como quando exposto a esforço físico, depende de um adequado
sistema de produção e transferência de energia. Exemplificando: em
repouso, a necessidade energética de um indivíduo adulto gira por
volta de 1,2 Kcal/minuto, ao passo que em esforço físico intenso a
utilização da energia pode alcançar limites entre 18 e 30 kcal/minuto;
ou seja de 15 a 25 vezes maior do que os
valores de repouso”
ARMSTRONG, apud (GUEDES e GUEDES, 1995, p.35 ).
Fundamentalmente, o homem realiza dois tipos básicos de esforços físicos
musculares: o esforço físico dinâmico e o esforço físico estático. Nos dois tipos de
atividades musculares pode-se evitar a fadiga se houver uma limitação na força
máxima de contração estática ou na potência máxima dinâmica do músculo ativo
(SANTOS e FIALHO, 1997, p.136).
45
Os movimentos realizados através das contrações musculares interagem com o
sistema ósseo na aplicação de alavancas. Estas alavancas determinam a
quantidade de esforço físico realizado.
“...As alavancas, que, em última instância, determinam os
movimentos articulares, são de três tipos possíveis, segundo a
posição relativa de seus três elementos: potência, apoio e
resistência. A alavanca capaz de gerar maior força é rara no corpo
humano” (OLIVEIRA, 1998 p.119).
Na geração de força as contrações musculares isométricas e isotônicas
distinguem-se pela ação do músculo, sendo que na força estática ou isométrica não
há movimento dos segmentos corporais, enquanto, na força dinâmica ou isotônica
os ângulos articulares são alterados durante o movimento. Powers e Howley (2000,
p.142) relatam que “as contrações isométricas são comuns nos músculos posturais
do corpo, os quais atuam para manter uma posição corporal estática durante
períodos em pé ou sentado”.
Esta posição, comum ao corpo principalmente para trabalhadores de linha de
produção que permanecem em pé parados e de pessoas que atuam na digitação de
documentos na posição assentada, é considerada fatigante ao organismo quando
realizada por períodos prolongados.
A fadiga é para Powers e Howley (2000, p.142) “simplesmente uma
incapacidade de manutenção de produção de potência ou força durante contrações
musculares repetidas”. Esta fadiga ocorre nas atividades nas quais o trabalho
muscular é repetitivo e dinâmico, e também em atividades onde há contrações
musculares estáticas. Deliberato (2002, p.108) acredita que “a fadiga pode ser
entendida como efeito de um trabalho continuado, que tende a provocar redução
reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa desse
trabalho”.
Enfim, seja para manter uma atividade física recreacional ou laborativa, os
esforços físicos geram como conseqüência um estado de fadiga que determina o
grau de condicionamento físico das pessoas, uma vez que, quanto mais
rapidamente se entra em estado de fadiga, menor é o grau de condicionamento
46
físico. Portanto, o tipo de esforço realizado pode determinar se uma pessoa entrará
ou não mais rapidamente em fadiga.
CAPÍTULO 3: METODOLOGIA
3.1. CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO
Nesta etapa da dissertação foi apresentada a classificação do estudo, em que
se definiu a pesquisa quanto à sua natureza, quanto à abordagem feita em relação
ao problema de pesquisa, quanto ao objetivo de levantamento da pesquisa,
determinando o método aplicado no estudo e os procedimentos técnicos utilizados
para a pesquisa.
Por apresentar conforme Lakatos e Marconi (2001, p.239), “tratamento escrito,
original, de assunto específico, com metodologia própria que resulte de pesquisa
pura ou aplicada”, a pesquisa buscou apenas demonstrar a sua realidade. Para
Rudio (1986, p.56) “a pesquisa descritiva está interessada em descobrir e observar
fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los”.
Desejando conhecer a natureza e como ela se constitui, a pesquisa descritiva
estuda o fenômeno, sendo que para Rudio (1986, p.57)
“...a pesquisa descritiva pode aparecer sob diversas formas, uma
delas é através do estudo de caso - onde se faz uma pesquisa de um
determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade com o objetivo
de realizar uma indagação em profundidade para se examinar o ciclo
de sua vida, ou algum aspecto particular desta”.
A pesquisa, do ponto de vista de sua natureza, está classificada como
aplicada, por apresentar característica de busca de respostas referentes a um
problema pontual em uma empresa. Para Silva e Menezes (2001, p.20) “a pesquisa
aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.
Nesta pesquisa pretendeu-se abordar, em relação ao problema, a
apresentação de dados estatísticos relacionados à média, desvio padrão e
percentis, uma vez que para Lakatos e Marconi (2001, p.108) “o papel do método
estatístico é, antes de tudo, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade,
considerada como um todo organizado”. Estes valores são a tradução em números
dos resultados de força e comprimentos dos segmentos corporais da população
48
avaliada, caracterizando-se como um estudo quantitativo, que analisou dados
coletados diretamente da população pesquisada, transformando os dados
qualitativos e quantitativos em produtos numéricos estatísticos quantificáveis, que
possibilitaram o melhor entendimento dos resultados.
“...Assim, o método estatístico significa redução de fenômenos
sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos quantitativos e a
manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos
fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza,
ocorrência ou significado” (LAKATOS e MARCONI, 2001, p.108).
Portanto, a pesquisa teve como premissa básica o estabelecimento de
indicadores por meio da aplicação do método estatístico para demonstração do
fenômeno e análise dos resultados.
Com o objetivo de realizar um levantamento descritivo da população
pesquisada quanto ao perfil físico relativo à força muscular e às dimensões
corporais, a pesquisa é considerada como qualitativa e quantitativa, sendo descritiva
por constituir-se em uma “investigação de pesquisa empírica cuja principal finalidade
é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação
ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou
o isolamento de variáveis principais ou chave” (LAKATOS e MARCONI, 2001,
p.187), por meio do método fenomenológico que se apresenta.
Quanto aos procedimentos técnicos, trata-se de um estudo de caso, em que os
objetos estudados são delimitados pela necessidade de responder a um fenômeno.
Dados foram coletados de forma direta para compilação dos resultados estatísticos
que responderam ao problema. Na realização deste estudo de caso, foi aplicada
uma pesquisa de campo que é, para Lakatos e Marconi (2001, p.186), “aquela
utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca de um
problema, para o qual se procura uma resposta, ou uma hipótese, que se queira
comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.
A amostra foi composta por 2.890 trabalhadores que atuam nas áreas de
produção de perus, frangos, suínos e de câmaras, túneis e almoxarifados da
empresa, correspondentes a 96% de uma população de 3.000 trabalhadores. Isto é,
49
para Lakatos e Marconi (2001, p.163), “um subconjunto do universo” por ser uma
amostra parcial de um grupo de trabalhadores que pertencem a um universo.
Para a pesquisa quanto a esforço físico subjetivo, a amostragem foi do tipo
probabilística sendo pesquisados 20% dos funcionários de cada setor, utilizando o
método aleatório. Conforme Lakatos e Marconi (2001, p. 224), “esta maneira permite
a utilização de tratamento estatístico, que possibilita compensar erros amostrais e
outros aspectos relevantes para a representatividade e significância da amostra”.
Antes da aplicação dos testes específicos foram realizadas perguntas não
estruturadas. Estas perguntas serviram para responder a questões subjetivas
relacionadas à sensação de dor na região do corpo avaliada e à força aplicada na
realização do trabalho. Este tipo de questionamento despadronizado visou dar
liberdade para a pesquisa no que tange ao direcionamento que se quis tomar.
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p.197), esta forma de questionamento permite
“liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere
adequada”.
A etapa seguinte da pesquisa ocorreu por meio da coleta de dados
propriamente dita. Esta apontou valores quantitativos e qualitativos que foram
analisados e interpretados para fornecer as respostas ao problema de pesquisa.
Sendo que o objetivo deste processo para Rudio (1986, p.89) é “obter informações
da realidade”.
Na etapa que segue, estas informações foram analisadas e interpretadas. Após
a coleta dos dados, estes foram organizados em forma de tabelas para facilitar o
processo de análise. Para isto, os dados foram, conforme Rudio (1986, p.98),
“codificados e tabulados, começando-se o processo pela classificação".
A etapa de classificação da dinamometria se consistiu em ordenar os dados, de
maneira a colocá-los cada um em seu devido lugar, obedecendo a determinados
critérios. A formação de uma tabela se fez necessária. Nesta tabela, os critérios para
classificação da amostra foram relacionados à idade, ao sexo, ao tipo de atividade e
ao setor, codificados por 4 letras (A, B, C e D). A tabela foi constituída de valores
referentes a pessoas com faixa etária entre 18 e 24 anos pertencentes ao grupo A,
25 a 29 anos, pertencentes ao grupo B, 30 a 34 anos, pertencentes ao grupo C, e
50
acima de 35 anos pertencentes ao grupo D. O grupo E foi constituído de pessoas
com queixas de dor no braço. Cada faixa etária foi composta por pessoas do sexo
masculino e feminino. Este método, conforme Rudio (1986, p.57), visa “dividir um
todo em partes, dando ordem às partes e colocando cada uma no seu lugar”.
3.2.MATERIAL E MÉTODO
Os estudos de caso podem seguir estratégias, sendo que estas estratégias
podem ser determinadas através de estudos de caso exploratórios, descritivos ou
explanatórios (YIN, 2002, p.23).
Por se tratar de um estudo de caso descritivo, tem-se como objetivo obter
informações a respeito de um problema, procurando uma resposta para elucidar a
questão problema, buscando descrever o perfil físico da população, transcrevendo
em números suas características de força e dimensões corporais.
O estudo foi realizado através da análise de processos estatísticos verificando
média, percentil 5 e 95 e desvio padrão, que permitem o entendimento das
características físicas das pessoas. Este tipo de estudo, que foi planejado por
Quetelet e tem como característica básica o método estatístico, busca “fornecer uma
descrição quantitativa da sociedade” (LAKATOS e MARCONI, 200, p.108).
Nesta lógica o estudo aconteceu através do método citado acima, sendo que a
pesquisa teve caráter quantitativo de natureza interpretativa. Este estudo de caso
classifica-se conforme Tripodi (apud Lakatos e Marconi, 2001, p.187) como
quantitativo-descritivo por apresentar “como função primordial a exata descrição de
certas características quantitativas de populações como um todo, organizações ou
outras coletividades específicas”.
As fases do estudo de caso seguiram um roteiro preestabelecido para que se
pudesse ter confiança no método adotado, estabelecendo-se conforme Lakatos e
Marconi, (2001, p.186) a seguinte ordem: como primeiro passo, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão; num segundo momento foi
estabelecido um modelo teórico inicial de referência que permitiu apresentar e
estabelecer as variáveis para elaboração do plano geral de pesquisa; em outro
momento foram estabelecidas as técnicas para coleta dos dados e o número de
51
elementos da amostra; como passo final da construção deste estudo de caso, se fez
necessário, antes da coleta de dados, o estabelecimento das técnicas de registro
dos dados para posterior análise.
Uma vez realizado o levantamento dos dados físicos da população, foi dado o
tratamento estatístico necessário, levando em consideração as variáveis, média,
desvio padrão, percentil 5% e 95% para as variáveis antropométricas. Para as
medidas dinamométricas, foram verificadas apenas as médias de força manual da
população em questão, verificando a força do braço esquerdo e do braço direito,
correlacionando-a com sexo, idade, função, tempo de empresa, excluindo-se os
valores espúrios que se relacionavam aos valores obtidos de pessoas com queixas
de dor no membro avaliado.
3.3.INSTRUMENTOS UTILIZADOS
Para levantamento das informações referentes à dinamometria foi utilizada a tabela
10, a seguir:
TABELA 10- Modelo aplicado na pesquisa de dinamometria
Sexo Idade Função
Tempo de Função Kgf braço
esquerdo
Kgf braço
direito
Queixa de dor
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Na aplicação dos testes foi utilizado o equipamento dinamométrico demonstrado na
figura 03 a seguir:
Figura 03- Dinamômetro manual digital
52
Para levantamento das informações referentes à antropometria foi utilizada a tabela
11 a seguir:
TABELA 11- Modelo aplicado na pesquisa de antropometria
Antropometria
Comprimento do
braço (cm)
Altura do
ombro (cm)
Estatura (cm) Altura da
cotovelo (cm)
Altura do púbis
(cm)
Altura do
epigástrico (cm)
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Na verificação antropométrica foi utilizado o equipamento estadiômetro,
demonstrado na Figura 04, a seguir:
Figura 04- Estadiômetro
3.4.VARIÁVEIS
As variáveis deste estudo são apresentadas e divididas conforme Lakatos e
Marconi (2001, p.183), em independentes, dependentes e intervenientes.
3.4.1.VARIÁVEIS INDEPENDENTES
Diferencial entre medidas do posto e dados antropométricos dos trabalhadores;
Postura adotada na realização do trabalho;
Diferencial de carga exigida pelo posto e capacidade de carga máxima dos
trabalhadores.
3.4.2.VARIÁVEIS DEPENDENTES
Bem-estar e saúde dos trabalhadores.
3.4.3.VARIÁVEIS INTERVENIENTES
Repetitividade, ruídos, temperatura ambiente e turnos de trabalho.
53
3.4.4.COLETA DE DADOS
A coleta de dados ocorreu dentro da linha de produção, onde foi realizada
investigação referente ao biótipo dos funcionários da empresa, verificando através
das medidas antropométricas e da dinamometria as dimensões corporais e a força
dos trabalhadores que atuavam dentro dos setores, nas linhas de produção.
Quanto às questões antropométricas, as medições foram realizadas com todos
os funcionários da amostra, sem exceção, verificando as seguintes variáveis
antropométricas: i) estatura, ii) altura dos ombros iii) altura do cotovelo, iv)
comprimento do braço, v) altura do púbis e, vi) altura epigástrica.
Na aplicação do teste de força foram verificadas as forças de ambas as mãos
através do teste de preensão manual, possibilitando a identificação e a quantificação
da força dos pesquisados.
Para realização dos testes dinamométricos, a amostra foi dividida de tal forma
que outras variáveis pudessem definir padrões por escala de idade, função, tempo
de função, setor e sexo, avaliando também as pessoas acometidas de dor nos
membros superiores.
Os postos de trabalho da empresa foram avaliados através de medições com
fita métrica, produzindo respostas referentes à altura de trabalho das mãos, que
estavam envolvidas diretamente na ação ou execução da tarefa. A utilização de
referenciais teóricos que tratam de questões de pesquisa serviu de base para
aplicação metodológica e prática dos testes.
As informações foram obtidas pelo método de observação direta primária,
avaliando antropometricamente os trabalhadores.
Foram elaboradas, simultaneamente, perguntas diretas para responder a
questões relacionadas à algias, para identificar possíveis valores espúrios
relacionados a pouca força braquial, pois os resultados desta medida poderiam
interferir nos resultados finais da pesquisa. Para verificar e correlacionar os dados
dinamométricos das tabelas com a compatibilidade das tarefas em relação à força
dos trabalhadores foi aplicado um questionário para 20% das pessoas de cada
setor. Estes trabalhadores responderam a questões relacionadas à aplicação de
54
mais força do que o normal durante o trabalho e à sensação subjetiva de esforço
físico na realização das tarefas, com o objetivo de identificar a compatibilidade ou
não entre as atividades exercidas e a capacidade de força.
Estas informações foram anotadas ao lado dos valores obtidos nos testes de
força, para que se tivesse controle da influência desta variável, o que permitiu a
exclusão destes dados no momento do tratamento estatístico para formulação das
tabelas.
Foram utilizados como fonte de informação e protocolo de execução na
aplicação da antropometria: Tabela Internacional de Antropometria, Deutsches
Institut Für Normung (DIN 33402) apud (IIDA, 2005, p.118), estadiômetro e fita
métrica, para verificação das alturas e comprimentos dos segmentos corporais. Para
aplicação do teste de força foi utilizado o protocolo estabelecido por Filho (2003,
p.189).
Do ponto de vista técnico, foi realizado um estudo de caso com 100% dos
trabalhadores de cada setor produtivo, excluindo-se apenas os setores
administrativos.
As avaliações para coleta seguiram a seqüência normal dos sistemas
produtivos apresentados nos fluxogramas no item 3.5.2. Figuras, (05,06 e 07).
Utilizou-se a relação de nomes por área e setor para identificar na produção as
pessoas a serem avaliadas, permitindo identificar quem estava sendo avaliado e
quem faltava ser avaliado. Inicialmente, a primeira área avaliada foi a de perus,
passando pela área de frangos, suínos e terminado na área de túneis, câmaras e
almoxarifados. Todos os turnos foram avaliados. O grupo que realizou a coleta de
dados através das avaliações era formado por 4 estagiários do 4º ano de Educação
Física e pelo professor coordenador da pesquisa. Todos foram orientados da mesma
forma para seguirem o mesmo padrão de avaliação, embasados em uma mesma
metodologia e método.
Após treinamento padrão para aplicar as avaliações antropométricas e
dinamométricas, os avaliadores foram para dentro da linha de produção e iniciaram
as pesquisas.
55
De posse de uma lista com os nomes dos funcionários, os avaliadores solicitavam à
supervisão de cada setor que encaminhasse para os locais de avaliação dentro do
próprio setor o funcionário a ser avaliado.
Num primeiro momento, foi verificada a estatura total do trabalhador quando o
mesmo permaneceu utilizando o uniforme padrão da empresa: calça, blusa de
moletom e botas de PVC com padrão único de altura. Na seqüência, foram
verificadas as outras variáveis antropométricas: altura de ombro, cotovelo, púbis,
epigástrico e o comprimento do braço. Cada um dos resultados encontrados foi
anotado em uma planilha específica.
Após esta etapa, o trabalhador respondeu verbalmente a questões
relacionadas a dores no corpo, sendo solicitado em caso de queixa de dor, que
apontasse a localização da dor no corpo. Estas questões serviram para demonstrar
se a queixa de dor relacionava-se com membros superiores, região avaliada com o
teste dinamométrico para verificação da força manual.
Logo em seguida foram realizados os testes dinamométricos. Nestes testes
foram solicitadas três repetições com cada braço, alternadamente, com intervalos de
aproximadamente 30 segundos entre um teste e outro. Os valores foram anotados
em uma planilha específica, para posteriormente serem analisados e selecionados
conforme respostas referentes à dor e à localização.
3.4.5.
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Como critérios de exclusão de dados, foram separados em planilha eletrônica
os resultados das pessoas acometidas de alguma algia relacionada ao segmento
corporal avaliado no teste de força. Estes resultados foram separados dos
resultados de pessoas sem queixas de dor.
3.4.6.
TRATAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
O tratamento estatístico ocorreu através da tabulação e transposição dos
dados coletados na produção para duas planilhas eletrônicas no computador,
considerando as variáveis estatísticas relacionadas à média, que corresponde a
50%, percentil 5% e percentil 95% e a identificação do desvio padrão. Para as
medidas dinamométricas, foi estabelecida a média dos três momentos de força. Em
56
uma planilha foram tabulados os dados referentes à antropometria e na outra os
dados referentes à dinamometria. Os dados da dinamometria foram selecionados,
priorizando setor, idade e sexo dos funcionários. Já para os dados antropométricos
foram separadas as informações por setor de trabalho.
3.5. ESTUDO DE CASO
3.5.1. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA PERDIGÃO EM CARAMBEÍ (PR)
A empresa pesquisada iniciou suas atividades produtivas na cidade de
Carambeí no ano de 2000, quando houve a compra de 51% do antigo Frigorífico
Batávia S/A, mantendo-o como uma empresa independente. Este investimento foi
realizado pela empresa pesquisada - Perdigão Agroindustrial S.A. - que iniciou assim
suas atividades no mercado de carne de peru, dando início a uma parceria na área
de distribuição na América do Sul com a Parmalat. Neste mesmo ano, a empresa
figurou entre as 100 melhores empresas para se trabalhar. No ano seguinte, em
2001, a Empresa adquiriu os 49% restantes do controle acionário do Frigorífico
Batávia e o incorporou à Perdigão Agroindustrial S.A., mantendo a marca Batavo no
mercado.
Este investimento está proporcionando novos negócios tanto no país como no
exterior, principalmente com derivados de carne de peru, uma das especialidades do
frigorífico. No mercado interno, a Perdigão conta também com um extenso mix de
produtos da marca Batavo (Intranet, Perdigão Agroindustrial S.A., 2005).
Atualmente a empresa apresenta um quadro de 3000 funcionários, atuando em
três grandes áreas produtivas: perus, suínos e frangos e áreas de apoio
administrativo e manutenção.
As jornadas de trabalho da empresa estão distribuídas conforme Tabela 12, a
seguir:
57
TABELA 12- Distribuição de horários e turnos
ÁREAS
TURNOS PERUS FRANGOS SUÍNOS TÚNEIS/CÂMARAS E
ALMOXARIFADOS
20:00 h - 02:00 h 20:00 h - 02:00 h 05:00 h - 13:00 h 20:00 h - 02:00 h
02:00 h - 10:00 h 02:00 h - 10:00 h 13:00 h – 21:00 h 02:00 h - 10:00 h
10:00 h - 18:00 h 10:00 h - 18:00 h 10:00 h - 18:00 h
3.5.2. SELEÇÃO DA POPULAÇÃO
O estudo foi realizado com 2.890 funcionários dos setores de produção. Esta
amostra equivale a 96% do total da empresa, que é de 3.000 funcionários. Destes
trabalhadores ativos das áreas produtivas de peru, suínos e frangos, 75% são do
sexo masculino e 25% do sexo feminino, todos apresentando idade superior a 18
anos, com tempo de empresa acima de 3 meses.
A Figura 05, a seguir, demonstra o processo desde a chegada do frango na
recepção até a embalagem secundária, de onde o produto final é encaminhado para
os túneis de congelamento.
Figura 05- Fluxograma da Área de frangos
A Figura 06, a seguir, demonstra o processo desde a chegada do suíno no
abate e evisceração até a embalagem de lingüiça, de onde o produto final é
encaminhado para os túneis de congelamento.
ESCALDAGEM E EVISCERAÇÃO
EMBALAGEM DE FRANGO
SALA DE CORTES DE FRANGO
EMBALAGEM SECUNDÁRIA
RECEPÇÃO, PENDURA E
ABATE
TÚNEIS/ CAMARAS/ ALMOXARIFADOS
58
Figura 06- Fluxograma da Área de suínos
A Figura 07, a seguir apresenta o fluxograma da área de perus desde o
processo de chegada do peru até o processo de embalagem secundária, de onde o
produto é encaminhado aos túneis.
Figura 07- Fluxograma da Área de Perus
Todos estes setores apresentados nos fluxogramas anteriormente fizeram
parte do estudo antropométrico e dinamométrico.
ABATE E EVISCERAÇÃO
ESPOSTEJAMENTO
PREPARO DE MASSA
EMBUTIMENTO DE MASSAS
PRESUNTARIA
EMBALAGEM DE LINGUÍÇA
RECEPÇÃO DE PERU
ESCALDAGEM E
EVISCERAÇÃO
ESPOSTEJAMENTO DE PERUS
EMBALAGEM SECUNDÁRIA
TÚNEIS/ CAMARAS/ ALMOXARIFADOS
TÚNEIS/ CÂMARAS/ ALMOXARIFADOS
CAPÍTULO 4: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O estudo possibilitou encontrar resultados que demonstram o perfil físico dos
trabalhadores quanto à dinamometria e à antropometria, identificando se há uma
adequabilidade das tarefas e postos de trabalho ao perfil físico dos trabalhadores
que atuam na empresa, para, a partir deste perfil físico, disponibilizar tabelas que
possibilitem à empresa buscar a adaptação dos postos de trabalho ao perfil físico
dos trabalhadores, caso as respostas apontem para esta necessidade.
Havendo tal necessidade, os resultados contidos nas tabelas facilitarão a
adequação e o dimensionamento dos postos de trabalho ao perfil físico, uma vez
que as tabelas constituem-se de informações segmentadas por setor de trabalho.
Para isto, a área de manutenção da empresa deverá utilizar as tabelas para executar
todas as modificações de cunho corretivo nos postos de trabalho.
Além das adequações ergonômicas, que devem ser embasadas nos resultados
das tabelas, esperam-se mudanças em relação ao direcionamento dos próximos
candidatos a cargos efetivos dentro da empresa, pois se acredita que, com a
adequação ergonômica não será necessário selecionar pessoas, uma vez que as
linhas de trabalho deverão estar adequadas para atender ao perfil dos
trabalhadores.
Enfim, através da definição ergonômica, este trabalho possibilitou atender ao
conceito básico da Ergonomia, que visa a adequação do trabalho ao trabalhador.
4.1. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS
As tabelas a seguir apresentam os resultados dinamométricos da área de
suínos, nas quais se apresenta a média de força do membro superior esquerdo
(MSE) e membro superior direito (MSD), assim como a sensação de aplicação de
força dos trabalhadores em relação ao trabalho realizado.
60
TABELA 13- Resultados dinamométricos do setor de abate e evisceração de suínos
SETOR
ABATE E EVISCERAÇÃO DE SUÍNOS
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 52 kgf 39 kgf 54 kgf 40 kgf 50 kgf 37kgf
MÉDIA MSE 54 kgf 37 kgf 56 kgf 38 kgf 48 kgf 37 kgf
MÉDIA GERAL 53 kgf 38 kgf 55 kgf 39 kgf 49 kgf 37 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 13 apresentou um resultado médio para o sexo masculino de 52,3
kgf. para pessoas com idade entre 19 e 34 anos, enquanto que, para mulheres na
mesma faixa etária, a força média é de 38 kgf.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 08- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de abate e
evisceração suínos
Percebe-se pela Figura 08, que as pessoas sentem que as atividades
realizadas dentro do setor de abate e evisceração de suínos são compatíveis com a
capacidade de produzir força. Os resultados demonstram que os trabalhadores não
se sentem sobrecarregados no que tange ao esforço físico.
61
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 09- Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de evisceração e abate de suínos
A Figura 09 demonstrou que os trabalhadores acreditam que as atividades do
setor são compatíveis no que tange ao perfil de força física manual. A média
encontrada nas pessoas que realizam as atividades de evisceração e abate 38 kgf.,
demonstra que as tarefas são compatíveis para pessoas com força muscular acima
de 37 kgf., sendo que na Figura 09, 60% das pessoas têm a percepção das
atividades serem compatíveis e 40% acreditam realizar, às vezes, mais esforço do
que o normal durante a jornada de trabalho.
TABELA 14- Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de suínos
SETOR
ESPOSTEJAMENTO DE SUÍNOS
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 47 kgf 33 kgf 45 kgf 31 kgf 42 kgf 29 kgf
MÉDIA MSE 47 kgf 32 kgf 34 kgf 29 kgf 42 kgf 29 kgf
MÉDIA GERAL 47 kgf 33 kgf 39 kgf 30 kgf 42 kgf 30 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 14, apresentou um resultado médio para o sexo masculino de 42,6
kgf para pessoas com idade entre 19 e 34 anos, enquanto que para mulheres na
mesma faixa etária, a força média é de 31kgf. A diferença de força entre homens e
mulheres nesta tabela é de 11,6 kgf. Portanto, as atividades realizadas por homens
devem ser diferentes daquelas realizadas por mulheres.
62
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 10- Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do
espostejamento de suínos
Nesta Figura, 84% das pessoas acreditam que suas atividades são
compatíveis com o esforço físico realizado, e 18% acreditam estar realizando
esforço físico superior à sua capacidade individual de esforço físico.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 11-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades do espostejamento de suínos
No que tange à aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de
trabalho, percebe-se que 10% das pessoas aplicam mais força do que o normal
durante a jornada de trabalho, enquanto mais de 60% acreditam estar aplicando
uma quantidade de força considerada normal e 30% acreditam aplicar mais força
que o normal.
63
TABELA 15- Resultados dinamométricos do setor de embutimento de massas
SETOR
EMBUTIMENTO DE MASSAS
IDADE
18 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 36 kgf 31 kgf 48 kgf 30 kgf 44 kgf 28 kgf
MÉDIA MSE 36 kgf 31 kgf 46 kgf 31 kgf 41 kgf 27 kgf
MÉDIA GERAL 36 kgf 32 kgf 47 kgf 31 kgf 43 kgf 27 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela15 apresentou um resultado médio para o sexo masculino de 42 kgf.
para pessoas com idade entre 19 e 34 anos, enquanto que para mulheres na
mesma faixa etária, a força média é de 30 kgf. A diferença de força entre homens e
mulheres nesta tabela é de 12 kgf. Portanto, acredita-se que as atividades
realizadas pelos homens devam ser diferentes daquelas realizadas por mulheres.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 12-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embutimento
de massas
A Figura 12 demonstrou que 87,5 % dos funcionários têm a sensação subjetiva
de que as atividades realizadas no setor de embutimento de suínos são compatíveis
com sua capacidade de força, enquanto que apenas 12,5% responderam que se
sentem sobrecarregados.
64
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 13-
Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades
de embutimentos massas de suínos
Quanto à aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de
trabalho, percebe-se pela Figura 13 que 25,2% acreditam aplicar mais força do que
o normal. Em uma análise geral entre a tabela e as figuras do embutimento de
massas, conclui-se que 25,2% das pessoas estão sofrendo com a incompatibilidade
das atividades em relação ao esforço físico na realização das tarefas do setor.
TABELA 16-
Resultados dinamométricos do setor de preparo de massas
SETOR
PREPARO DE MASSAS
IDADE
19 a 24 anos 25 a 29 30 acima
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 36 kgf 31 kgf 48 kgf 30 kgf 44 kgf 28 kgf
MÉDIA MSE 36 kgf 31 kgf 46 kgf 31 kgf 41 kgf 27 kgf
MÉDIA GERAL 36 kgf 32 kgf 47 kgf 31 kgf 43 kgf 27 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela16 demonstrou que a força média dos homens com idade acima de 19
anos é de 42 kgf. e que as mulheres na mesma faixa etária apresentam, em média,
força igual a 30 kgf. Evidencia-se com os resultados da tabela que os homens
apresentam, na média, 12 kgf. a mais que as mulheres. Contudo, quando analisada
por escala cronológica, a diferença de força entre homens e mulheres na faixa etária
dos 19 aos 24 anos é de apenas 4 kgf.
65
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 14-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades do preparo de
massas
De acordo com a Figura 14, para 67% dos pesquisados as atividades
realizadas no setor são compatíveis com a capacidade de força, enquanto 33%
sentem-se sobrecarregados.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 15-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de preparo de massas
Quanto à questão de aplicação de mais força na realização de tarefas,
percebe-se na Figura 15 que 8% das pessoas realizam mais força do que o normal,
enquanto 66,7% aplicam, às vezes, mais força do que o normal.
66
TABELA 17- Resultados dinamométricos do setor de embalagem granada
SETOR
EMBALAGEM GRANADA
IDADE
19 até 24 25 até 29 30 até 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 45 kgf 23 kgf 47 kgf 35 kgf 42 kgf 24 kgf
MÉDIA MSE 48 kgf 24 kgf 45 kgf 33 kgf 42 kgf 26 kgf
MÉDIA GERAL 46 kgf 24 kgf 46 kgf 34 kgf 42 kgf 25 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela 17 apresentou, para pessoas do sexo masculino com faixa etária entre
19 e 34 anos, uma média de força igual a 44,6 kgf., enquanto para a mesma faixa
etária, porém para o sexo feminino, a média é de 27,6 kgf. Percebe-se que a
diferença de força entre homens e mulheres é de 17kgf. na preensão manual.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 16-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades da embalagem de
lingüiça granada
De acordo com a Figura 16 a sensação subjetiva de esforço físico aponta para
uma compatibilidade das tarefas com o perfil de força física dos trabalhadores deste
setor, independente do sexo, pois 100% das pessoas acreditam nesta
compatibilidade.
67
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 17-
Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades
da embalagem de lingüiça granada
Conforme demonstrou a Figura 17, de uma forma geral, a aplicação de mais
força do que o normal durante a jornada de trabalho não é percebida pelos
trabalhadores, uma vez que nenhum trabalhador relatou aplicar mais força do que o
normal na realização das tarefas na atividade de embalagem de suínos.
TABELA 18- Resultados dinamométricos do setor de presuntaria
SETOR
PRESUNTARIA
IDADE
19 até 24 25 até 29 30 até 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 47 kgf - 45 kgf - 45 kgf -
MÉDIA MSE 48 kgf - 45 kgf - 46 kgf -
MÉDIA GERAL 47 kgf - 45 kgf - 45 kgf -
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 18,de resultados dinamométricos do setor de presuntaria, apontou
para uma média de 45,6 kgf. para pessoas do sexo masculino, em uma faixa etária
entre 19 e 34 anos. É importante lembrar que as atividades desse setor são hoje
realizadas apenas por homens.
68
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 18-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de presuntaria de
suínos
A Figura 18 mostrou que a sensação subjetiva de esforço físico das pessoas
neste setor aponta para uma compatibilidade entre a força realizada e as atividades
executadas, não havendo queixas de sobrecarga num primeiro momento.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 19-
Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades
da presuntaria de suínos
Quanto à aplicação de mais força do que o normal, percebe-se na análise da
Figura 19, que a maioria das pessoas acreditam não aplicar força além do seu limite,
na maioria dos casos. Na correlação entre a Tabela 18 e às Figuras 18 e 19,
percebe-se que, para pessoas com força média manual igual a 45,6 kgf., as
atividades são compatíveis.
69
4.2. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS
As tabelas a seguir demonstram os resultados dinamométricos da área de
frangos, nas quais se apresenta a média de força do membro superior esquerdo
(MSE) e membro superior direto (MSD), assim como a sensação de aplicação de
força dos trabalhadores em relação ao trabalho realizado.
TABELA 19- Resultados dinamométricos do setor de recepção, pendura e abate de frango
SETOR
RECEPÇÃO, PENDURA E ABATE DE FRANGO
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 acima
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 47 kgf - 43 kgf - 44 kgf -
MÉDIA MSE 46 kgf - 43 kgf - 43 kgf -
MÉDIA GERAL 47 kgf - 43 kgf - 44 kgf
-
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 19 demonstrou que a força braquial dos trabalhadores da linha de
produção de recepção, pendura e abate de frango apresenta, na média geral, um
valor igual a 44,7 kgf. para pessoas do sexo masculino com idade superior a 19
anos. Esta força representa a capacidade média dos indivíduos de exercerem força
com ambas mãos. Nestes setores pessoas com idade entre 19 e 24 anos
apresentam uma média de força igual a 47 kgf.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 20-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de recepção,
pendura e abate de frango
70
A Figura 20 apresentou a percepção dos trabalhadores quanto à sensação subjetiva
de esforço físico para realização das tarefas dos setores, apresentando, como
resultado, que 97% das pessoas acreditam que as tarefas são compatíveis com sua
capacidade de força física, sendo que 3% apresentaram resultado de queixas
quanto à sobrecarga de trabalho.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 21-
Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades
de recepção e abate de frango
Na Figura 21 percebeu-se que 14% das pessoas aplicam mais força do que o
normal durante a jornada de trabalho e 35% aplicam, às vezes, mais força do que o
normal. 51% das pessoas apresentaram força compatível com as atividades
realizadas. Conclui-se que as atividades realizadas dentro dos setores de recepção,
penduras e abates de frango são compatíveis apenas com a força de 51% da
população trabalhadora daqueles setores.
TABELA 20-
Resultados dinamométricos do setor de escaldagem e evisceração de frango
SETOR
ESCALDAGEM E EVISCERAÇÃO DE FRANGO
IDADE
18 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 45 kgf 29 kgf 44 kgf 33 kgf 43 kgf 30 kgf
MÉDIA MSE 43 kgf 28 kgf 42 kgf 31 kgf 45 kgf 31 kgf
MÉDIA GERAL 44 kgf 29 kgf 43 kgf 32 kgf 44 kgf 31 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 20 demonstrou que a média geral de força das pessoas do sexo
masculino que atuam no setor de escaldagem e evisceração de frango é de 43,6
71
kgf., e a média de força das mulheres é de 33,6 kgf. Os homens apresentam 10kgf a
mais do que as mulheres.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 22-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização da atividades de escaldagem e
evisceração de frango
A Figura 22 demonstrou que as atividades desenvolvidas dentro dos setores de
escaldagem e evisceração de frango são compatíveis com força manual de 92% dos
trabalhadores, e apenas 8% relataram que sentem-se sobrecarregados na
realização das tarefas.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 23-
Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades
de evisceração de frango
A figura demonstra que 4,7% das pessoas aplicam mais força do que o normal
durante a realização do trabalho e que 45,3% sentem, às vezes, que aplicam mais
força que o normal. Para estas pessoas, a sobrecarga de esforço físico nem sempre
ocorre. Portanto, de uma forma geral, as atividades são, em partes, compatíveis com
suas capacidades de força.
72
TABELA 21- Resultados dinamométricos do setor de pendura saída do chiller e embalagem de
frango
SETOR
PENDURA SAÍDA DO CHILLER E EMBALAGEM DE FRANGO
IDADE
18 a 24 25 a 29 30 acima
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 42 kgf 31 kgf 37 kgf 31 kgf 51 kgf 30 kgf
MÉDIA MSE 43 kgf 32 kgf 35 kgf 31 kgf 51 kgf 30 kgf
MÉDIA GERAL 43 kgf 31 kgf 36 kgf 31 kgf 51 kgf 30 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstrou que a força média dos trabalhadores do sexo masculino
deste setor é de 43 kgf. e a força média das mulheres é de 30,6 kgf., sendo que, na
média geral, os homens apresentam 12,4 kgf. a mais que as mulheres. Isto
demonstra que, das atividades desenvolvidas dentro dos setores, algumas devem
ser específicas apenas para mulheres.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 24-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de pendura saída
do chiller e embalagem inicial de frango
Observando a Figura 24, do aspecto subjetivo, observa-se que 92,1% das
pessoas acreditam que as atividades desenvolvidas são compatíveis com sua
capacidade de força. Correlacionando com a força média das pessoas do setor,
percebe-se que 7,9% acreditam que as atividades não são compatíveis com sua
capacidade de força muscular braquial.
73
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 25-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de pendura saída do chiller e embalagem inicial de frango
Percebe-se na Figura 25, que apenas 34,2% das pessoas não exercem esforço
maior do que o seu normal durante a jornada de trabalho. Portanto, na correlação
entre a subjetividade de esforço e na aplicação de mais força do que o normal, a
maior parte das pessoas acredita estar aplicando mais força na realização do
trabalho do que o normal. Conclui-se que, mesmo realizando mais esforços do que o
normal, as pessoas acreditam que as atividades são compatíveis com sua
capacidade quando observada a questão subjetiva de esforço físico manual.
TABELA 22- Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de frango
SETOR
ESPOSTEJAMENTO DE FRANGO
IDADE
19 a 20 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 43 kgf 30 kgf 44 kgf 34 kgf 43 kgf 29 kgf
MÉDIA MSE 42 kgf 28 kgf 42 kgf 32 kgf 42 kgf 28 kgf
MÉDIA GERAL 43 kgf 29 kgf 43 kgf 33 kgf 43 kgf 28 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Na Tabela 22 se viu que, o resultado médio de força entre os homens,
independentemente da idade, é de 43 kgf., sendo que para as mulheres esta média
é de 30kgf. Na média geral a diferença de força entre homens e mulheres é de 13
kgf.
74
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 26-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
espostejamento de frango
A Figura 26 demonstrou que 94% das pessoas acreditam que as atividades
desenvolvidas nos setores são compatíveis com sua capacidade de força manual e
apenas 6% acreditam que as tarefas não são compatíveis com a força manual.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 27-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de espostejamento de frango
Percebe-se com os resultados da Figura 27 que 60% das pessoas não
acreditam realizar mais força do que o normal para realizar o trabalho. Contudo, 40%
das pessoas acreditam aplicar mais força do que o normal nas tarefas.
75
TABELA 23- Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de frango
SETOR
EMBALAGEM SECUNDÁRIA DE FRANGO
IDADE
19 a 20 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 43 kgf - 44 kgf - 43 kgf -
MÉDIA MSE 42 kgf - 42 kgf - 42 kgf -
MÉDIA GERAL 43 kgf - 43 kgf - 43 kgf -
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 23 demonstrou que, no setor de embalagem secundária de frango, a
média de força manual dos trabalhadores é de 43 kgf., para pessoas com idade
entre 19 e 34 anos. Neste setor também trabalham apenas homens.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 28-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embalagem
secundária de frango
A Figura 28 apontou que as atividades desenvolvidas dentro do setor de
embalagem secundária de frango são compatíveis com a força de 100% da
população pesquisada. Portanto, no que a tange à força muscular, as tarefas são
compatíveis com a capacidade individual dos trabalhadores.
76
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 29-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de embalagem secundária de frango
A Figura 29 mostrou que quanto à questão de aplicação de mais força do que o
normal, 50% dos trabalhadores relataram que somente às vezes aplicavam mais
força do que o normal. Conclui-se que as atividades são compatíveis com a
capacidade das pessoas no que tange à aplicação de força muscular.
4.3. RESULTADOS DINAMOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS
As tabelas a seguir demonstram os resultados dinamométricos da área de
perus, nas quais apresenta-se a média de força do membro superior esquerdo
(MSE) e membro superior direto (MSD), assim como a sensação de aplicação de
força dos trabalhadores em relação ao trabalho realizado.
TABELA 24- Resultados dinamométricos do setor de recepção de peru
SETOR
RECEPÇÃO DE PERU
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 48 - 50 - 44 -
MÉDIA MSE 48 - 49 - 43 -
MÉDIA GERAL 48 kgf - 49 kgf - 43 kgf -
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 24, mostrou que a força braquial, dos trabalhadores da linha de
produção de recepção de peru apresenta, na média geral, uma força igual a 46,6
77
kgf., para pessoas do sexo masculino com idade entre 19 e 34 anos. Esta força
representa a capacidade média dos indivíduos de exercerem força com ambas mãos
na realização das tarefas. Observou-se que neste setor trabalham apenas homens.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 30-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de recepção de
peru
A Figura 30 apresentou a percepção dos trabalhadores quanto à sensação
subjetiva de esforço físico para realização das tarefas no setor de pendura de peru.
Como resultado, observa-se que 75% das pessoas acreditam que as tarefas não são
compatíveis com sua capacidade de força física, sendo que apenas 25% das
pessoas acreditam que as tarefas são compatíveis com sua força.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 31-
Aplicação de mais força que o normal durante a jornada de trabalho nas atividades
de recepção de peru
Na Figura 31 percebeu-se que 75% das pessoas aplicam mais força do que o
normal durante a jornada de trabalho e 25% não aplicam mais força do que o
78
normal. Conclui-se que as tarefas realizadas dentro do setor de recepção não são
compatíveis com a força da maioria dos trabalhadores deste setor.
TABELA 25- Resultados dinamométricos do setor de evisceração de peru
SETOR
EVISCERAÇÃO DE PERU
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 48 kgf 35 kgf 44 kgf 35 kgf 42 kgf 33 kgf
MÉDIA MSE 47 kgf 34 kgf 43 kgf 36 kgf 43 kgf 33 kgf
MÉDIA GERAL 47,5 kgf 34,5 kgf 44 kgf 35,5 kgf 43 kgf 33 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 25 apresentou na média geral para pessoas do sexo masculino com
faixa etária entre 19 e 34 anos uma força de 44,8kgf. Para a mesma faixa etária,
porém para pessoas do sexo feminino, a média é de 34,3 kgf. Isto determina uma
diferença de 10,5 kgf entre homens e mulheres, no que tange à força de preensão
manual. É importante lembrar que as atividades no setor exigem, de uma forma
geral, movimentos de pinça dos dedos e preensão manual para agarrar e puxar
vísceras.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 32-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de evisceração de
peru
A Figura 32 mostrou que, de uma forma geral, as pessoas acreditam que as
atividades são compatíveis com sua capacidade de realizar força com os membros
superiores na realização das tarefas. Isto significa que, mesmo havendo uma
79
diferença de força entre homens e mulheres de aproximadamente 10,5 kgf para
realização das tarefas, as pessoas devem ter capacidade de exercer no mínimo
35kgf, independentemente do sexo. Caso contrário, as atividades podem se tornar
incompatíveis com a força dos trabalhadores.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 33-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de evisceração de peru
A Figura 33 demonstrou que, para a maioria das pessoas, a força aplicada nas
atividades da evisceração somente às vezes é maior do que a capacidade individual,
e que uma minoria, equivalente a 10%, realiza as atividades aplicando mais força do
que o normal.
TABELA 26- Resultados dinamométricos do setor de espostejamento de peru
SETOR
ESPOSTEJAMENTO DE PERU
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 47 kgf 38 kgf 44 kgf 39 kgf 42 kgf 35 kgf
MÉDIA MSE 47 kgf 36 kgf 43 kgf 37 kgf 43 kgf 33 kgf
MÉDIA GERAL 47 kgf 37 kgf 44 kgf 38 kgf 43 kgf 34 kgf
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 26 demonstrou que a força manual das pessoas que trabalham no
setor de espostejamento de perus, numa faixa etária entre 19 e 34 anos para o sexo
masculino, é de 44,6 kgf, na média. E, para o sexo feminino na mesma faixa etária, é
de 36,3 kgf.
80
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 34-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de
espostejamento de peru
A Figura 34 demonstrou que as pessoas acreditam que as atividades
realizadas no setor de espostejamento de perus são compatíveis em 100% com a
força física dos trabalhadores.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 35-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de espostejamento de peru
Percebe-se que na Figura 35, a maioria das pessoas que atuam nas atividades
de espostejamento, não realiza mais força do que o normal durante o trabalho.
Portanto, numa leitura de correlação da tabela e das figuras do espostejamento,
conclui-se que as tarefas são compatíveis com pessoas que apresentam força igual
ou superior a 36,3 kgf.
81
TABELA 27- Resultados dinamométricos do setor de embalagem secundária de peru
SETOR
EMBALAGEM SECUNDÁRIA DE PERU
IDADE
19 a 24 25 a 29 30 a 34
SEXO
M F M F M F
MÉDIA MSD 48 kgf - 44 kgf - 42 kgf -
MÉDIA MSE 48 kgf - 43 kgf - 43 kgf -
MÉDIA GERAL 48 kgf - 44 kgf - 43 kgf -
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A Tabela 27 demonstrou que as tarefas deste setor são realizadas apenas por
pessoas do sexo masculino e que, na média, apresentam uma força igual a 45 kgf.
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 36-
Sensação subjetiva de esforço físico na realização das atividades de embalagem
secundária de peru
De acordo com a Figura 36, as atividades realizadas no setor demonstram ser
compatíveis com a força dos trabalhadores que, na média, apresentam 45 kgf, não
havendo sobrecarga no que tange o esforço físico.
82
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Figura 37-
Aplicação de mais força do que o normal durante a jornada de trabalho nas
atividades de embalagem secundária de peru
No que tange à aplicação de mais força do que o normal, percebeu-se pela
Figura 37 que menos de 30% das pessoas aplicam mais força na realização do
trabalho. Em uma correlação entre a tabela e as figuras do setor de embalagem
secundária de peru, percebe-se que, de uma forma geral, no que diz respeito ao
esforço físico, as tarefas são condizentes com a força da maioria das pessoas.
4.4. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE SUÍNOS
As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a
antropometria da população trabalhadora da área de suínos. Os valores
representam comprimentos, alturas e distâncias dos segmentos corporais, e alturas
de trabalho das mãos. Com estas informações torna-se possível uma comparação
para verificar incompatibilidades ou compatibilidades entre o sistema homem–
máquina. Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado, a Tabela
28, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 28- Comprimento de braço – área de suínos
Medidas do ser humano (in loco)
Área de alcance
5% 50% 95% Desvio Padrão
73 cm 62 cm 74 cm 85 cm 0,05
83
A área de alcance e a distância média de comprimento dos braços em relação ao
produto manipulado é considerada como uma área de alcance máximo, pois a
distância entre o homem e a manipulação do produto é quase a mesma distância de
comprimento médio dos braços dos trabalhadores. Esta não é uma condição
adequada, pois a postura com os braços estendidos gera desconforto ao
trabalhador, sendo indicada a redução na distância da área de alcance para 37 cm.
Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 29,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 29- Altura dos ombros – área de suínos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
107 cm 139 cm 141 cm 165 cm 0,12
Fonte: (O AUTOR, 2006)
De um modo geral, a altura de trabalho das mãos está abaixo da altura de
ombro da população. Isto significa que os braços trabalham com angulação menor
do que 90º, sendo considerada uma condição ergonômica, uma vez que não há
tensão estática prolongada na musculatura dos ombros.
A Tabela 30, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de
estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange ao contato com
equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores.
TABELA 30- Estatura da população – área de suínos
Medidas do ser humano (in loco)
Equipamentos
5% 50% 95% Desvio Padrão
208 cm 145 cm 171 cm 192 cm 0,09
Fonte: (O AUTOR, 2006)
84
Conclui-se que os trabalhadores da área de suínos apresentam, em média, 171 cm
de altura e que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre cabeça
e equipamentos.
Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação a altura de
cotovelo, a Tabela 31, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 31- Altura de cotovelo – área de suínos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
107 cm 59 cm 105 cm 121 cm 0,10
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A altura da bancada está adequada à altura correspondente ao percentil 50 da
população. Portanto, para trabalhos leves, a bancada está adequada ao perfil
antropométrico dos funcionários.
Para altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os
produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para
verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos, a Tabela 32,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 32: Altura epigástrica – área de suínos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
107 cm 97 cm 116 cm 134 cm 0,17
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A altura da bancada não é condizente com a média de altura da região
epigástrica dos trabalhadores, pois para trabalhos leves de revisão ou precisão o
trabalho deve ser realizado o mais próximo possível do campo visual, conforme a
literatura.
85
Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do chão
até altura de trabalho das mãos, comparando com altura do chão até altura de púbis
para verificar se há compatibilidade, a Tabela 33, a seguir, apresenta o seguinte
perfil antropométrico:
TABELA 33- Altura de púbis – área de suínos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
107 cm 54 cm 87 cm 96 cm 0,11
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A altura de trabalho das mãos é acima da linha pubiana da média da população
avaliada. Portanto, para trabalho manual pesado que preconiza ser realizado na
altura do púbis, a condição apresentada necessita de adequação ergonômica da
bancada em 20 cm para menos.
4.5. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE FRANGOS
As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a
antropometria da população trabalhadora da área de frangos. Os valores
representam comprimentos, alturas e distâncias dos segmentos corporais, e alturas
de trabalho das mãos. Com estas informações torna-se possível uma comparação
para verificar incompatibilidades ou compatibilidades entre o sistema homem –
máquina.
Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado, a Tabela 34,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 34- Comprimento de braço – área de frangos
Medidas do ser humano (in loco)
Área de alcance
5% 50% 95% Desvio Padrão
62 cm 40 cm 72 cm 86 cm 0,04
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Percebe-se que a área de alcance é 10 cm menor do que a distância média de
comprimento dos braços dos funcionários. Esta não é uma condição adequada, pois
86
a postura com os braços estendidos gera desconforto ao trabalhador, sendo
indicada a redução na distância da área de alcance para 36 cm, proporcionando
uma posição neutra dos braços e criando uma condição ergonômica.
Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 35,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 35- Altura de ombros – área de frangos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
104 cm 118 cm 138 cm 171 cm 0,07
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que o trabalho é realizado, na média geral, com as mãos
abaixo da altura do ombro dos trabalhadores. Esta é uma condição considerada
ergonômica do ponto de vista biomecânico, pois não há grandes tensões sobre a
região do ombro e músculos adjacentes.
A Tabela 36, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de
estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange ao contato com
equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores:
TABELA 36- Estatura da população – área de frangos
Medidas do ser humano (in loco)
Equipamentos
5% 50% 95% Desvio Padrão
204 cm 144 cm 167 cm 184 cm 0,08
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Conclui-se que os trabalhadores da área de frangos apresentam, em média,
167 cm de altura e que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre
cabeça e equipamentos.
Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação à altura
de cotovelo, Tabela 37, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
87
TABELA 37- Altura de cotovelo – área de frangos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
104 cm 85 cm 103 cm 115 cm 0,05
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que há compatibilidade de altura entre a bancada de
trabalho e a altura média do cotovelo. Portanto, para trabalhos manuais leves, a
condição é considerada ergonômica.
Para altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os
produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para
verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos em tarefas
leves de revisão e precisão, a Tabela 38, a seguir, apresenta o seguinte perfil
antropométrico:
TABELA 38- Altura epigástrica – área de frangos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
104 cm 98 cm 114 cm 131 cm 0,05
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que a altura da bancada não é condizente com a média de
altura da região epigástrica dos trabalhadores. Portanto, para trabalhos leves de
revisão ou precisão que devem ser realizados mais próximos do campo visual, a
altura da bancada não está adequada ao perfil antropométrico dos funcionários.
Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do
chão até altura de trabalho das mãos, comparando com a altura do chão até a altura
de púbis para verificar se há compatibilidade, a Tabela 39, a seguir, apresenta o
seguinte perfil antropométrico:
88
TABELA 39- Altura de púbis – área de frangos
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
104 cm 87 cm 94 cm 66 cm 0,06
A altura de trabalho das mãos esta acima da linha pubiana da média da
população avaliada. Portanto, para trabalho manual pesado que preconiza trabalho
na altura do púbis, a condição apresentada necessita de adequação ergonômica da
bancada em 10 cm.
4.6. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE PERUS
As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a
antropometria da população trabalhadora da área de perus. Os valores representam
comprimentos, alturas e distâncias dos segmentos corporais, e alturas de trabalho
das mãos. Com estas informações, torna-se possível uma comparação para verificar
incompatibilidades ou compatibilidades entre o sistema homem – máquina.
Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado a Tabela 40,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 40- Comprimento de braço – área de perus
Medidas do ser humano (in loco)
Área de alcance
5% 50% 95% Desvio Padrão
76 cm 71 cm 75 cm 86 cm 0,04
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Na média geral da área de perus, no que tange ao comprimento de braço,
percebe-se que a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado é maior
do que o comprimento em extensão do braço dos funcionários. Portanto, há uma
incompatibilidade ergonômica que deve ser corrigida para melhorar a área de
alcance, possibilitando que os braços trabalhem em uma posição neutra.
89
Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 41, a
seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 41- Altura de ombros – área de perus
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
120 cm 139 cm 142 cm 164 cm 0,07
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Na média geral, a Tabela 41, apresenta uma compatibilidade ergonômica no
que tange à altura de trabalho das mãos em relação à altura de ombros, uma vez
que o trabalho com as mãos é realizado abaixo da altura dos ombros. Portanto, a
tarefa realizada tende a não sobrecarregar a estrutura dos ombros.
A Tabela 42, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de
estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange ao contato com
equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores:
TABELA 42- Estatura da população – área de perus
Medidas do ser humano (in loco)
Equipamentos
5% 50% 95% Desvio Padrão
205 cm 170 cm 173 cm 194 cm 0,20
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Conclui-se que os trabalhadores da área de perus apresentam, em média, 173
cm de altura e que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre
cabeça e equipamentos.
Para altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os
produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para
verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos em tarefas
leves de revisão e precisão, a Tabela 43, a seguir, apresenta o seguinte perfil
antropométrico:
90
TABELA 43- Altura epigástrica – área de perus
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
120 cm 116 cm 118 cm 136 cm 0,05
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que a diferença de altura de trabalho das mãos, quando
comparada com a altura média do epigástrico, é muito pequena, havendo
compatibilidade ergonômica, principalmente para tarefas que exijam que o produto
seja manipulado o mais próximo possível do campo visual, ou seja, trabalhos de
precisão ou revisão de produtos.
Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação à altura de
cotovelo, a Tabela 44, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 44- Altura de cotovelo – área de perus
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
120 cm 104 cm 106 cm 120 cm 0,05
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Percebe-se que a altura média de cotovelo está abaixo da altura média de
trabalho com as mãos. Portanto, o antebraço permanece com grau articular menor
do que 90º, ocasionando a incompatibilidade entre a altura de cotovelo e altura de
trabalho com as mãos.
Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do
chão até altura de trabalho das mãos, comparando com a altura do chão até a altura
de púbis para verificar se há compatibilidade, a Tabela 45, a seguir, apresenta o
seguinte perfil antropométrico:
91
TABELA 45- Altura de púbis – área de perus
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
120 cm 84 cm 88 cm 101 cm 0,07
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A altura de trabalho das mãos esta acima da linha pubiana da média da
população avaliada. Portanto, para trabalho manual pesado que preconiza trabalho
na altura do púbis, a condição apresentada necessita de adequação ergonômica da
bancada em 32 cm para menos.
4.7. RESULTADOS ANTROPOMÉTRICOS DA ÁREA DE TÚNEIS, CAMARAS E
ALMOXARIFADOS
As tabelas apresentadas a seguir traduzem, em números percentis, a
antropometria da população trabalhadora da área de túneis, câmaras e
almoxarifados. Os valores representam comprimentos, alturas e distâncias dos
segmentos corporais, e alturas de trabalho das mãos. Com estas informações, torna-
se possível uma comparação para verificar incompatibilidades ou compatibilidades
entre o sistema homem – máquina.
Para a distância horizontal entre o homem e o objeto manipulado, a Tabela 46,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 46- Comprimento do braço – área de túneis, câmaras e almoxarifado
Medidas do ser humano (in loco)
Área de alcance
5% 50% 95% Desvio Padrão
57 cm 68 cm 74 cm 78 cm 0,06
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que a área de alcance com o braço estendido é maior do
que a distância entre o homem e o objeto manipulado. Isto significa que o produto
está próximo ao corpo do trabalhador. Porém, para que haja uma condição
92
ergonômica, deve-se adequar a área de alcance para 37 cm no máximo,
possibilitando que o braço fique numa posição neutra.
Para verificar se as mãos trabalham abaixo da linha dos ombros, a Tabela 47,
a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 47- Altura de ombros – área de túneis, câmaras e almoxarifado
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
95 cm 128 cm 142 cm 151 cm 0,07
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que o trabalho é realizado, na média geral, com as mãos
abaixo do nível do ombro dos trabalhadores. Esta é uma condição considerada
ergonômica do ponto de vista biomecânico, pois não há grandes tensões sobre a
região do ombro, o que possibilita ao trabalhador adotar uma postura correta de
membros superiores.
A tabela 48, a seguir, demonstra a estatura dos trabalhadores, a fim de
estabelecer se há ou não risco de acidentes no que tange contato com
equipamentos suspensos que possam atingir a cabeça dos trabalhadores:
TABELA 48- Estatura da população – área de túneis, câmaras e almoxarifado
Medidas do ser humano (in loco)
Equipamentos
5% 50% 95% Desvio Padrão
206 cm 148 cm 171 cm 183 cm 0,05
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Conclui-se que os trabalhadores apresentam, em média, 171 cm de altura e
que, portanto, não há risco de acidentes em relação ao vão entre cabeça e
equipamentos suspensos.
93
Para verificar se as mãos trabalham em altura adequada em relação à altura de
cotovelo, a Tabela 49, a seguir, apresenta o seguinte perfil antropométrico:
TABELA 49- Altura de cotovelo – área de túneis, câmaras e almoxarifado
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
95 cm 95 cm 104 cm 114 cm 0,06
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Percebe-se na tabela que há uma compatibilidade entre a altura de trabalho
das mãos e a altura média de cotovelo. Portanto, a condição ergonômica é
considerada boa, uma vez que esta área de alcance para as mãos é aceitável,
permitindo boa postura de membros superiores.
Para a altura de trabalho das mãos, medindo do chão até a altura onde os
produtos são manipulados, comparando com a altura da região epigástrica para
verificar compatibilidade de altura em relação ao trabalho com as mãos em tarefas
leves de revisão e precisão, a Tabela 50, a seguir, apresenta o seguinte perfil:
TABELA 50- Altura epigástrica – área de túneis, câmaras e almoxarifado
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
95 cm 103 cm 116 cm 125 cm 0,04
Fonte: (O AUTOR, 2006)
A tabela demonstra que a altura da bancada não é condizente com a média de
altura da região epigástrica dos trabalhadores. Portanto, para trabalhos leves de
revisão ou precisão, que devem ser realizados mais próximos do campo visual,
estes não estão adequados ao perfil antropométrico dos funcionários.
Para trabalhos considerados pesados com os membros superiores, a altura do
chão até altura de trabalho das mãos, comparando com a altura do chão até a altura
94
de púbis para verificar se há compatibilidade, a Tabela 51, a seguir, apresenta o
seguinte perfil antropométrico:
TABELA 51- Altura de púbis – área de túneis, câmaras e almoxarifado
Medidas do ser humano (in loco)
Altura de
trabalho das
mãos
5% 50% 95% Desvio Padrão
95 cm 82 cm 88 cm 90 cm 0,05
Fonte: (O AUTOR, 2006)
Percebe-se, nestas medidas, que a bancada de trabalho está incompatível com
a altura de púbis dos trabalhadores. Portanto, para trabalhos manuais pesados que
devem ser realizados na altura do púbis, a bancada deve ser adequada em 7 cm
para menos, atendendo à necessidade da média de altura de púbis da população
Os resultados apresentados traduzem, de maneira numérica, o perfil físico dos
trabalhadores da agroindústria avaliada. Percebe-se que as questões
antropométricas relevantes neste tipo de estudo relacionam-se a comprimentos e
alturas, pois as bancadas de trabalho das linhas produtivas devem ser
dimensionadas atendendo a este tipo de perfil antropométrico.
As distâncias e comprimentos encontrados possibilitaram a criação de
parâmetros de dimensionamento para a adequabilidade do sistema homem-
máquina, que, por sua vez, interferem diretamente nas posturas corporais adotadas
pelos trabalhadores frente à linha de produção.
As tabelas elaboradas em percentil, 5, 50 e 95 possibilitaram um
dimensionamento das linhas de produção, de tal modo que a escolha da média
tornou-se valor de referência, uma vez que esta abrange um número maior de
pessoas.
Ao se analisar as ferramentas eficientes na análise antropométrica, percebeu-
se que, de maneira prática, a fita métrica e o estadiômetro são bem aplicáveis nas
linhas de produção. Quanto à metodologia, a norma DIN 33402, de junho de 1981,
oferece excelente parâmetro a ser seguido.
95
No que tange às incompatibilidades entre as estruturas físicas da empresa e o
perfil antropométrico dos trabalhadores, observa-se que, na área de perus, há 50%
de incompatibilidade antropométrica. Este mesmo percentual foi encontrado na área
de suínos. Na área de frangos, túneis, câmaras e almoxarifados há 33% de
incompatiblidade. Portanto, de uma forma geral, para que haja compatibilidade entre
a estrutura física de trabalho e o perfil antropométrico, a empresa deve adequar-se
em 41,7% das variáveis estudadas.
Quanto às questões metodológicas dos testes práticos dinamométricos, o
protocolo estabelecido por (FERNANDES 2003), foi aplicado seguindo os critérios
estabelecidos de posição corporal e intervalo de tempo entre um teste e outro,
possibilitando a padronização rigorosa nos testes.
Os resultados apresentados nas tabelas dinamométricas apontam que, na área
de suínos, 89,75% dos entrevistados acreditam que o esforço físico na realização
das tarefas é compatível com a força e 57,83% acreditam que não fazem mais força
do que o normal na execução de suas atividades.
Para a área de frangos, 95,02% dos entrevistados acreditam que o esforço
físico na realização das tarefas é compatível com a força e 49,04% acreditam que
não fazem mais força do que o normal na execução de suas atividades.
Na área de perus, 81,25% dos entrevistados acreditam que o esforço físico na
realização das tarefas é compatível com a força e 40,75% acreditam que não fazem
mais força do que o normal na execução de suas atividades.
CAPÍTULO 5: CONCLUSÃO
Conclui-se, com este estudo, que as variáveis antropométricas de alturas e
comprimentos são fundamentais para a adequação física das alturas e distâncias de
trabalho, e que a identificação da capacidade de força manual das pessoas
possibilita determinar as cargas de trabalho que são suportáveis pelos
trabalhadores
.
Embasado nos resultados encontrados, sugere-se adotar a indicação das
tabelas a seguir para adequação dos postos de trabalho ao perfil físico dos
trabalhadores.
TABELA 52- Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de perus
Área de perus
Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 142 cm
Área de alcance máxima indicada 37,5 cm
Mínima 88 cm
Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas
Máxima 106 cm
Fonte: (O AUTOR, 2006)
TABELA 53-
Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de suínos
Área de suínos
Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 141 cm
Área de alcance máxima indicada 37 cm
Mínima 87 cm
Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas
Máxima 105 cm
Fonte: (O AUTOR, 2006)
TABELA 54-
Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de frangos
Área de frangos
Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 138 cm
Área de alcance máxima indicada 36 cm
Mínima 94 cm
Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas
Máxima 103 cm
Fonte: (O AUTOR, 2006)
97
TABELA 55- Alturas e comprimentos para adequação ergonômica geral – Área de túneis,
câmaras e almoxarifado
Área de túneis, câmaras e almoxarifado
Altura máxima para trabalho com as mãos em nóreas 142 cm
Área de alcance máxima indicada 37 cm
Mínima 88 cm
Altura indicada para trabalho com as mãos em bancadas
Máxima 104 cm
Fonte: (O AUTORI, 2006)
A seguir apresenta-se na Tabela 56 um modelo para adequação
antropométrica geral na agroindústria. Ocorrendo adequação conforme a Tabela 56
sugere a condição de adaptação das bancadas e nóreas ao perfil físico da média
geral de alturas e comprimentos dos braços dos trabalhadores na agroindústria será
atendida, pois todas as áreas terão opções de postos de trabalho com medidas que
permitam uma condição ergonômica.
TABELA 56- Modelo geral para adequação ergonômica antropométrica na agroindústria
Dimensionamento de alturas e
distâncias
perus
suínos
frangos
túneis/câmaras/
almoxarifados
Medidas
gerais
indicadas
Altura máxima para trabalhos com
as mãos
142 cm 141 cm 138 cm 142 cm
140,7 cm
Área de alcance máxima indicada 37,5 cm 37 cm 36 cm 37 cm
36,8 cm
mínima 88 cm 87 cm 94 cm 88 cm
89,2 cm
Altura indicada para
trabalhos com as mãos
em bancadas
máxima 106 cm 105 cm 104 cm 104 cm
104,5 cm
Fonte: (O AUTOR, 2006)
O modelo de tabela apresentado indica três medidas para dimensionamento de
altura das bancadas, nóreas e áreas de alcance horizontais dentro da agroindústria.
Porém, percebe-se que, dependendo do perfil antropométrico da população
estudada, os resultados poderão ou não apresentar uma pequena diferença nas
medidas. No caso estudado, o estabelecimento de uma média entre as três medidas
indicadas para cada área, possibilita um dimensionamento geral para as alturas
máximas de trabalho com as mãos em sistema de nóreas, área de alcance máxima
de trabalho com as mãos em bancadas.
98
O estabelecimento da média geral dimensionamento da agroindústria só foi possível
em razão da pequena diferença existente entre os valores encontrado nas áreas.
Com exceção da diferença de 7 cm na altura mínima indicada para trabalhos em
bancadas, encontrada entre a área de suínos e a área de frangos, as diferenças em
centímetros entre as três medidas indicadas por área foi menor do que 5 cm, o que
pode ser considerado um valor pouco significativo quando aplicado na prática para
dimensionar alturas de trabalho.
Os indicadores possibilitam o dimensionamento da área industrial, a fim de
adequar as condições estruturais de bancadas, nóreas e áreas de alcance
horizontais ao perfil físico antropométrico e dinamométrico, proporcionando bem-
estar físico aos seus trabalhadores. Essas medidas facilitarão o desempenho das
funções, de tal forma que se eliminarão incompatibilidades de distâncias na área de
alcance, o que, por sua vez, previne possíveis tensões nos membros superiores, nos
ombros e na cintura escapular. A indicação das alturas para trabalhos com as mãos,
da mesma forma, criará para o trabalhador uma condição favorável, evitando que o
mesmo sofra tensões sobre as colunas cervicais e lombares. A necessidade de
adaptar as atividades à capacidade máxima de força dos trabalhadores, em cada
setor das diversas áreas da indústria, deve seguir o preceito de valor mínimo
apontado nos testes e tabelas dinamométricos destes setores, apresentados neste
estudo. Percebe-se que existem necessidades de adaptações no método de
trabalho para minimização do esforço, a fim de reduzir a sobrecarga física na
realização de tarefa nos setores de espostejamento, embutimento, preparo de
massas de suínos e recepção de perus
5.1. SUGESTÕES PARA EMPRESA
Como sugestão, algumas recomendações ergonômicas para melhoria dos
postos de trabalho podem ser seguidas. Como exemplo, cita-se: adequar estrados
para melhorar alturas de trabalho, adequação de apoios de pés para alternância e
descanso de membros inferiores, disponibilização de cadeiras ergonômicas para
alternar posição sentada e em pé, implementação de rodízio de funções a cada uma
hora, para enriquecimento da tarefa e alternância de postura e esforço físico, pausas
99
para ginástica laboral, com o objetivo de compensar a musculatura. Outras ações
pertinentes à Ergonomia podem ser aplicadas. Dentre elas, questões de ambiente
como melhoria na temperatura, na iluminação e ruído.
5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Outras pesquisas podem ser desenvolvidas, buscando avaliar a influência do
estudo antropométrico e dinamométrico na prevenção de lesões por esforços
repetitivos.
Sugere-se também um estudo para análise minuciosa das questões
biomecânicas em relação aos sistemas de alavancas que ocorrem em razão da
interação homem-máquina e do método para realizar o trabalho.
Para continuidade no estudo dinamométrico apresentado, sugere-se a análise
eletromiográfica de superfície para identificação do limiar anaeróbio no esforço ao se
realizarem as tarefas dentro da agroindústria, possibilitando avaliar o percentual de
força aplicada em comparação à capacidade total de força indicada nas tabelas
dinamométricas.
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APÊNDICE A – FOTOS DA LINHA DE PRODUÇÃO
Figura 38- Linha de produção da área de perus
Figura 39- Linha de produção da área de suínos
105
Figura 40- Linha de produção da área de frangos
Figura 41- Linha de produção da área de túneis
106
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIOS APLICADOS NA PESQUISA
Modelo do questionário aplicado na pesquisa de sensação de esforço
1- Pergunta 01- quanto às atividades:
Sinto que estou sobrecarregado ( )
As atividades são compatíveis com minha força ( )
2- Pergunta 02- você aplica mais força que o normal durante a jornada de
trabalho:
Sim ( ) Não ( ) as vezes ( )
TABELA B.1. – Modelo de tabulação dos questionários de sensação de força aplicados nos
setores da indústria
Pergunta 01
Embutimento de suínos
São compatíveis com minha força 14
Sinto que estou sobrecarregado 2
Pergunta 02
Embutimento de suínos
Sim
4
Não
9
As vezes
3
APÊNDICE C– PESQUISA ANTROPOMÉTRICA
TABELA C. 1 – Dados parciais da pesquisa antropométrica na área perus
Legenda
X = Comprimento do braço
X1 = Altura dos ombros (do pé até o ombro)
X2 = Estatura do funcionário
X3 = Altura do cotovelo (do pé até o cotovelo)
X4 = Altura do púbis (do pé até a região pubiana)
X5 = Altura do epigástrico (do pé até a altura da região epigástrica)
Posto de Trabalho X X1 X2 X3 X4 X5 trabalhadores
Sala de cortes peru CBÍ 0,58 1,18 1,44 0,88 0,70 0,96 1
Sala de cortes peru CBÍ 0,58 1,18 1,44 0,88 0,70 0,96 2
Sala de cortes peru CBÍ 0,60 1,22 1,48 0,89 0,72 0,96 3
Sala de cortes peru CBÍ 0,60 1,22 1,48 0,89 0,72 0,96 4
Sala de cortes peru CBÍ 0,62 1,23 1,50 0,89 0,76 0,10 5
Sala de cortes peru CBÍ 0,62 1,23 1,50 0,89 0,76 0,10 6
Sala de cortes peru CBÍ 0,63 1,25 1,53 0,91 0,77 0,01 7
Sala de cortes peru CBÍ 0,63 1,25 1,53 0,91 0,77 0,01 8
Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,25 1,53 0,92 0,77 1,02 9
Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,25 1,53 0,92 0,77 1,02 10
Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,03 11
Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,03 12
Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,04 13
Sala de cortes peru CBÍ 0,64 1,26 1,54 0,93 0,77 1,04 14
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,27 1,54 0,94 0,77 1,04 15
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 16
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 17
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,27 1,54 0,94 0,77 1,04 18
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 19
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,77 1,04 20
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 21
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 22
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 23
Sala de cortes peru CBÍ 0,65 1,28 1,55 0,94 0,78 1,05 24
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,55 0,94 0,78 1,05 25
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,94 0,79 1,05 26
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,55 0,94 0,78 1,05 27
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,94 0,79 1,05 28
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 29
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 30
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 31
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 32
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108
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,56 0,95 0,79 1,06 38
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 39
Sala de cortes peru CBÍ 0,66 1,29 1,57 0,95 0,80 1,06 40
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Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 43
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Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 47
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 48
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 49
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 50
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 51
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 52
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 53
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 54
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,58 0,96 0,81 1,07 55
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 56
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 57
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 58
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,80 1,07 59
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 60
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Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,57 0,95 0,81 1,07 62
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Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,30 1,58 0,96 0,81 1,07 66
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Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,58 0,96 0,81 1,07 68
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 69
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 70
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 71
Sala de cortes peru CBÍ 0,67 1,31 1,59 0,96 0,81 1,08 72
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Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 74
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 75
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Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 77
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Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 79
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,97 0,82 1,08 80
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Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,59 0,96 0,82 1,08 84
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Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 95
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,60 0,98 0,82 1,09 96
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,31 1,60 0,98 0,82 1,09 97
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 98
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 99
Sala de cortes peru CBÍ 0,68 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 100
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 101
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 102
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Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 104
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 105
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,09 106
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Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 110
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Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 122
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,60 0,98 0,82 1,10 123
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,98 0,82 1,10 124
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Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 126
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 127
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 128
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 0,99 0,82 1,10 129
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 130
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 131
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,32 1,61 1,00 0,82 1,10 132
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,82 1,10 133
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,82 1,10 134
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 135
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 136
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 137
110
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,61 1,00 0,83 1,10 138
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 139
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 140
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 141
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 142
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 143
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 144
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 145
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 146
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,33 1,62 1,00 0,83 1,11 147
Sala de cortes peru CBÍ 0,69 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 148
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,00 0,83 1,11 149
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 150
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 151
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 152
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 153
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 154
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 155
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Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 157
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,62 1,01 0,83 1,11 158
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 159
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 160
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 161
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,11 162
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 163
Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,34 1,63 1,01 0,83 1,12 164
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Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,35 1,63 1,01 0,83 1,12 181
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Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 214
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Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 216
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Sala de cortes peru CBÍ 0,70 1,36 1,65 1,02 0,84 1,13 218
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112
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Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 315
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Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 318
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Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,41 1,70 1,05 0,87 1,16 320
Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 321
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Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 324
Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,86 1,16 325
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Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 327
Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 328
Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 329
Sala de cortes peru CBÍ 0,73 1,40 1,70 1,05 0,87 1,16 330
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Sala de cortes peru CBÍ 0,75 1,43 1,74 1,07 0,88 1,19 410
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Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 593
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 594
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 595
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 596
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 597
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,49 1,80 1,12 0,92 1,25 598
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 599
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,25 600
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 601
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 602
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 603
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 604
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 605
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,12 0,92 1,26 606
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 607
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 608
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 609
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,50 1,81 1,12 0,92 1,26 610
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 611
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 612
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,82 1,12 0,92 1,26 613
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,12 0,92 1,26 614
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 615
Sala de cortes peru CBÍ 0,79 1,51 1,83 1,13 0,92 1,26 616
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,51 1,83 1,13 0,92 1,27 617
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 618
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 619
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 620
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,53 1,83 1,14 0,92 1,27 621
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,53 1,83 1,14 0,92 1,27 622
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,53 1,84 1,14 0,93 1,27 623
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,51 1,83 1,13 0,92 1,27 624
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 625
Sala de cortes peru CBÍ 0,80 1,52 1,83 1,14 0,92 1,27 626
Sala de cortes peru CBÍ 0,81 1,53 1,85 1,14 0,94 1,29 639
Sala de cortes peru CBÍ 0,81 1,53 1,85 1,14 0,94 1,29 640
Média 0,73 1,40 1,70 1,04 0,86 1,16
Sala de Cortes de Peru
Compri. Altura Estatura Altura Altura Altura
Braço Ombro Funcion. Cotov. púbis Epigas.
Média
0,73 1,40 1,70 1,04 0,86 1,16
95%
0,84 1,59 1,91 1,2 0,96 1,36
5%
0,58 1,18 1,44 0,88 0,70 0,01
121
APÊNDICE D – PESQUISA DE DINAMOMETRIA
TABELA D.1 – Dados parciais da pesquisa dinamométrica na área perus
Dinamometria membros superiores e inferiores e costas
Posto de trabalho: sala de corte peru 3T
S Id. Função T.F MSD1 MSE1 MSD2 MSE2 MSD3 MSE3 Observação
M 26 CORTAR PEITO 12 50 48,6 42,9 43,9 42 45
M 27 CORTAR PEITO 18 39,4 49,9 49,6 47,7 51,8 45,9
M 24 CÂMARA FRIA 6 58,1 56,3 59 50,9 52,7 39,9
M 19 DM 11 40,1 36,4 39,9 41,1 43,7 42,6
M 28 CORTAR PEITO 36 51,8 45,1 47,7 43,7 42,1 47,4
M 24 CÂMARA FRIA 19 46,7 45 44,9 43,4 48,4 44,6
M 20 CÂMARA FRIA 4 44,9 46 45,1 46,1 38,7 44,1
M 20 CORTAR PEITO 4 42,4 44,4 42,7 40,4 44,6 44
M 23 ABRIR PEITO 4 56,9 47 47,4 50,3 47 47,7
M 23 CÂMARA FRIA E COXA 52 45,7 41,3 43,3 42,4 42,6 44,7
M 27 DM 37 38,7 20,9 40,4 22,4 40,1 25
M 20 SOBRE COXA 1 48,7 46,4 41 43,9 45,3 42
M 27 TIRAR ASA 36 36,9 44,3 44,3 38,6 46,2 41,3 Dor lombar e peito
M 21 DESLOCAR COXA 5 47,3 39,3 40,4 39 44 41,6
M 23 CÂMARA FRIA 36 60,6 51,3 43,9 53,1 52,4 47
M 20
D
ESOSSAR SOBRE
COXA
18 42,4 39,1 39,4 35,7 38,7 42,4 Dor punho D e E
M 20 TIRAR SOBRE COXA 5 38,1 39,9 40,4 35,1 40 35,5
M 19 CÂMARA FRIA 11 46,6 41,1 50,4 49,4 47,1 44,6 Dor ombro D e coluna
M 28 CÂMARA FRIA 60 61,8 51,9 56,1 46,6 58,8 54
M 25 CÂMARA FRIA 36 37,7 28 40,9 36,4 38,7 40,1 Dor ombro E
M 21 CÂMARA FRIA 5 65 52,7 62,2 58,7 62,8 53,1
M 24 CÂMARA FRIA 18 39,9 39,9 47,7 46,9 44,6 49 Dor lombar e ombro D
M 31 RETIRAR PEITO 22 42,6 38,1 38,6 43,7 42,9 40
M 32 DESOSSAR COXA 36 38,1 33 35,5 34,8 35,9 31,6
M 24 ADM 48 47,1 54,8 47,1 49 48,7 51,9
M 21 HIGIENIZAÇÃO 3 40,4 43,6 49,3 44,1 42,1 42,4
M 23 CÂMARA FRIA 48 53,9 48,4 53,9 52,5 50,4 42,9
M 29 ADM SOBRE ASA 5 41,2 37,7 40,3 33,6 37,7 36,7
M 20
D
ESOSSA SOBRE
COXA
25 34,3 38,7 34,3 38,6 31,5 39,6 Dor antebraço D
M 21 DESLOCAMENTO 4 48,3 40,3 45,1 44,7 42,6 40,4
M 34 EVISCERAÇÃO 39 41,3 45,9 43,3 42,7 43,9 42,9
M 22 LÍDER MESA COXA 42 43,9 45 48 45,3 43 44,9 Dor lombar
M 28
S
OBREASA
MEDALHÃO 4 42,3 35,5 38,6 40,3 37,1 36,1
M 24 DESLOCAR COXA 4 47,1 54,3 45,4 51,2 44,4 55,4 dar nas mãos d e E
M 21 CONE SOBREASA 4 38,4 41 40,7 36,5 41,1 33,9
M 20 CONE COXA 7 48,3 48,6 43,6 53,9 43,4 59,4
M 24 ABRIR COXA 42 43,4 44,4 46 44,4 41,6 42 dor lombar
M 19 BALANCEIRO 60 37 36 35,2 35 33,2 33
M 28 ABRIR PERNA, 1 30,3 48,9 32,8 48,4 35,1 44,4
122
M 19 L
ÍDER MEDALHÃO 11 53,9 49,1 49,6 40,8 49,3 37,4 dor antebraço esquerdo
M 24 LIDER ADM 11 40,1 39,1 43,9 43,1 41,5 38,4
M 29 PESCOÇO SOBRE ASA 36 42,4 43 42 47 46,3 45
M 33 MESA MEDALHÃO 8 26,6 30,3 32,3 32,6 34,1 32
M 37 MESA MEDALHÃO 24 39,6 39,6 35,9 37 39,1 38,8 dor no ombro di
M 25 MESA PEITO REFILE 12 55,7 46 49,4 45,9 49,9 45
M 34 ADM, CCM 60 41,7 35,7 42,7 36,5 43,1 29,3
M 26 MESA PEITO LIDER 60 48,7 48,6 48,3 50,1 48,1 48,7
M 23 MESA PEITO LIDER 4 44,1 38,3 42,2 48,3 44,3 47,2
M 28 CLASSIFICAR PEITO 9 45,6 48,9 53,2 51,2 53,4 49,7
M 21 MESA PEITO 5 51,6 46,9 47,3 42,1 43,4 45
M 26 OPERADOR MÁQUINA 54 45,4 50,1 43,6 52,1 44 53 dor lombar
M 30 DESOSSA DRUMETE 120 40,6 44,9 47,7 46,9 44,4 41,9 dor lombar
M 35 DESOSSA DRUMETE, 48 50,4 50,1 50 49,3 53,7 50,3 dor punho esq.
M 19 TIRAR ASA 4 44,7 34,5 45,1 41,3 42,1 43,4
M 25 CORTAR ASA 12 29,1 37,4 35,4 38,8 35,4 37,7 dor punho direito
M 23 REFILE PEITO 36 45,1 55,2 43,4 50,6 41,9 50,1 dor ombro esq.
M 21 CORTAR ASA 5 34,1 36,2 37,7 39,1 37,7 38
M 28 PRÁTICO 42 40,1 43,6 42,7 47,1 43,7 43,6
M 21 SECUNDÁRIA 4 42,9 40 44,8 41 44,7 40
M 23 SECUNDÁRIA 20 63,8 61,9 64,3 59,4 65,6 57,8
M 28 MESA PEITO 1 43,1 47,9 47,4 45 46,6 49,1 dor ombro Esq.
M 23 SECUNDARIA 1 34,6 31 33,3 27,9 32,5 28,1
M 22 MESA PEITO 7 42,1 50 45,3 48,6 38,4 50,3
M 22 HIGIENIZAÇÃO 3 29,9 25,2 31,2 30,9 32,6 26,1
M 20 MESA MEDALHÃO 7 35,9 35,4 38 39,6 31,4 37,7 dor punho direito
M 20 SECUNDÁRIA 4 45,3 40,4 44,4 41,7 40,7 45,9
M 20 MESA PEITO 4 42,7 43,7 42,9 38,7 43,3 46,7
M 26 MESA PEITO 30 57,3 50,3 54 53,6 50,3 44,3
M 30 MESA SOBRE COXA 24 45,7 44,3 50,6 47,7 45,9 44,3 coluna dor lombar
M 20 SECUNDÁRIA 4 47,1 44 44,6 43,9 46,3 45,6
M 19
BALANÇA SOBRE
COXA
4 44,6 40,7 46,7 41,3 41,7 45,4
M 19 MESA PEITO 4 47,4 37,1 45,9 40,7 44,4 43,1
M 26 SECUNDÁRIA 7 40,7 39,3 39,9 39,3 43,7 40,6
M 31
BALANÇA SOBRE
COXA
36 49,4 38,3 43,7 45,1 47 44,3 dor coluna
M 21 ADM 4 43,7 44,2 40,3 37,8 40,8 37,8
M 22 MESA PEITO 25 44,1 40,3 36,7 42 39,8 40,1 dor ombro Direito
M 21 MESA SOBRE COXA 3 51 46,9 53,9 49,7 50 49,9
M 30 MESA SOBRE COXA 8 36,2 38,3 33 36,5 33,5 37,2 dor ombro D.
M 22 CÂMARA FRIA 18 27,1 45,6 38,7 46,9 43,3 48,6 Dor ombro
M 20 HIGIENIZAÇÃO 4 35,5 41,4 36,4 38,3 32,5 36,4
M 22 MESA PEITO 12 48 56,1 56,7 55,4 54 49,3
M 21 TIRAR ASA 1 41,1 44,4 39,3 46,9 46,1 49,7
M 23 REFILE PEITO 16 47,7 46,1 43,7 39,4 43,1 42,3
123
M 19 T
IRAR ASA 4 35,7 41,3 31,4 41,9 30,1 37
M 18 TIRAR ASA SEPARAR 4 40,3 46,4 47,3 44,7 51,8 47,3
M 22 TIRAR ASA SEPARAR 3 43 46,4 35,2 43,1 38 45,9
M 35 REFILE PEITO 4 42,1 41 42,9 40,1 42,9 43,3
M 33 CORTE DE ASA 3 24,7 35,1 24 32,9 25 29 dor mão D
M 23 DESOSSA COXA 46 60,1 64 59,3 61,9 58,2 64,3 dor lombar e ombro E
M 32 DESOSSA COXA 24 36,1 39,7 36,4 35,7 35,7 33,2 dor ombro D
M 36 DESOSSA COXA 11 43,9 37,5 44,1 43 42,6 43,1
M 34 DESOSSA COXA 7 39 53,6 48,9 56,9 48,9 55,8
M 29 DESOSSA COXA 20 37,8 45,1 34,1 38 37,2 35,4 dor ombro E
M 22 DESOSSA COXA 5 41,3 40 42,1 40,7 36,1 42
M 29 DESOSSA COXA 1 39,7 40,1 40,6 34,3 39,1 36,9
M 19 MESA PEITO 4 38,4 33,9 37,1 34,5 34,8 36,8
M 29
D
ESOSSA SOBRE
COXA
16 29,1 35,7 28,3 31,2 27,9 33,9 dor ombro E
M 25 MESA PEITO 1 41,9 39,1 41,4 27,9 37,2 30,9
M 23 CÂMARA FRIA 40 51,3 48,3 53,9 47,1 53,1 50
M 23 MESA PEITO 36 37,5 39,1 37,2 40,3 33,9 39,6 dor ombro E
M 32 PRÁTICO 30 44,3 49,9 43,1 47,6 47,7 50,2
M 30 MESA PEITO 12 39,6 38,6 35,9 36,7 41,3 40
M 38 MESA PEITO 15 38,1 35,8 37,2 36,8 37,2 43,4
M 33 SECUNDÁRIA 11 53,4 49 50,3 51,6 48,7 47,6 dor cotovelo D
M 32 EMBALAR PEITO 36 29,6 34,1 43 40,8 42,4 41,3 dor lombar D
M 36 PRÁTICO 40 48,9 57,6 50,9 54,9 46,6 50,9 dor ombro D e E
M 24 OPERADOR MÁQUINA 62 46 48,6 52,1 48,1 53,9 44,9
M 26 PRÁTICO 33 36,2 37,7 36,7 40,3 41,1 40,3
M 21 ALMOXARIFADO 36 32,6 37,1 38,3 38,1 39,1 42,1 dor coluna
M 40 BALANÇA MEDALHÃO 36 38,7 38,7 39,6 42,1 41,3 43,1
M 20 SECUNDÁRIA 24 52,2 54,3 47,6 50,1 47,7 52,4
M 38 MESA SOBRE COXA 34 38,1 38,6 40 38,7 40,6 40,4 dor ombro D e E
M 41 SECUNDÁRIA 2 38,7 37,2 33,2 35,9 37,7 35,9
M 21 MESA SOBRE COXA 4 41,7 38,1 38,4 36,8 39,3 35,9
M 22 SECUNDÁRIA 4 51,5 46,6 51,8 47,9 51,9 50,7
M 24 MESA SOBRE COXA 4 44,6 43,6 43,1 46,3 38,1 40,6
M 20 MESA SOBRE COXA 8 40,7 34,9 42,9 40,6 41,7 39,9 dor punho direito
M 30 SECUNDÁRIA 7 55,2 46,7 57,8 53 53,9 50,1
M 30
D
ESOSSA SOBRE
COXA
36 51,2 45,3 49,1 44,3 47,4 45,9
M 25 HIGIENIZAÇÃO 15 34,5 36,2 34,7 34,6 36,7 35,6 dor joelho D e E
M 20
D
ESOSSA SOBRE
COXA
4 43 48,1 44,4 50 47,9 51,6
M 25 CONE 24 44 45 45,4 40,3 46 44,3 dor braço D e E
M 23 DESOSSA COXA 4 42,1 42,9 42,4 43,1 43,3 43,1
M 39
E
MBALAR
SAMBIQUIRA
96 38,8 37 38,3 35,5 36,2 36,8
M 20 LAVAR CESTA 19 35,2 41 35,5 38,6 41,1 38,7
M 29 CONE COXA 39 43,3 46,4 45,7 49,4 45,7 47,7
124
M 25 ADM/CMM 54 43,6 44 41,3 44,7 42,1 49,1 dor ombro e pulso D
M 28
D
ESLOCAR E
SEPARAR
43 45,1 52,2 45,3 52,5 48 46,6 dor coluna e pulso E
M 33 HIGIENIZAÇÃO 10 53,1 48,7 53,9 46,4 55,4 47,4
M 30 HIGIENIZAÇÃO 60 56 55,7 57,8 48,3 53,7 56,9 dor coluna e braço E
M 25 CMM 48 47,9 58,5 47,9 57,9 46,4 51 dor punho direito
M 20 PESCOÇO 1 44,9 44,7 39,1 41,7 39,3 42
M 39 AFIAÇÃO DE FACA 54 56,7 50,4 52,7 44 52,4 46,3 dor nos costas
M 23 CONE 30 41,1 37 35,2 41 39,9 39,1 dor ombro D.
M 28 AFIAÇÃO DE FACA 60 43 48,4 45,9 50 39 43,4
M 36 RETIRANDO PELE 24 29,3 38,7 28,6 31,2 29,3 29,6 Dor abdominal
M 25 MESA PEITO, EMBA. 10 42,7 39,7 40,1 35,2 40,1 34,9 Dor punho D.
M 23
BALANÇA SOBRE
COXA
36 47,9 43,9 43,9 54,5 50 48,3
M 29 GANCHEIRA 36 47,7 33,8 43,7 34,3 39,4 33,9 dor braço. Direito
M 30 MESA COXA 36 49,6 41,1 50,3 41,9 50,4 38,1 dor lombar
M 22 MESA COXA 4 39,3 37 42,2 38,6 39,3 36,7 dor ombro e braço di
M 20 MESA SOBRE COXA 6 37,8 42,7 41,5 40,7 40,6 37,2 Dor região escapular
M 22
D
ESOSSA SOBRE
COXA
9 53,1 45,7 54,5 46,6 54,6 49,1 Dor ombro direito
M 19 MESA SOBRE COXA 6 63,4 60,1 59,4 49,4 60,9 54,8 Dor Braço direito
M 25 SAMBIQUIRA 20 50,3 43,4 41,1 42,1 44,9 37,7 Dor Lombar
M 23 MESA ASA 36 50,1 49,6 56,1 60,3 52,5 53,3
M 25 CÂMARA FRIA 36 59,4 57,6 58,1 57,3 58,4 56
M 26 SAMBIQUIRA 24 17,9 46 17,9 48,7 17,2 49 Dor braço direito
M 21 MESA ASA 36 57,5 43,4 46,7 51 47,3 51,8 Dor lombar e ombro esq.
M 26 MESA PEITO 5 46,9 47,7 42,4 48,3 47,1 47,1
M 29 EPI E BALANÇA 60 46,1 52,2 46 50 45,3 49,4 Dor lombar
M 21 MESA PEITO 38 45,4 47,7 49,9 50,7 50,7 49,3 Dor ombro direito e esq.
M 21 CONDENAÇÃO 6 53 42,4 53,4 46,3 53,1 45,4 Dor coluna
SEXO FEMININO
F 33 BIFE COXA 1 26,9 26 28,6 20,4 20,1 19,4
F 33 MESA SOBRE COXA 144 22,9 28 24,3 31,4 24,1 26,1 Dor Ombro Direito
F 23 BIFE COXA 18 27,1 27 25,7 25,9 25,9 25,9
F 22 MESA SOBRE COXA 1 26,7 28,7 25,7 30 29,1 28,7
F 30 MESA BIFE 12 24,6 27,7 26,6 28,4 24,6 22,9
F 24 MESA SOBRE COXA 36 22 25,6 22,6 23 23,4 22,6 Dor punho direito
F 25 MESA BIFE COXA 6 35,8 33,9 33,5 33,3 33,3 28,9 Dor ombro direito
F 23 TÉCNICA 10 239,1 33,3 29,4 31,3 29 30,6
F 23 MESA BIFE COXA 12 38,7 32,2 29,3 30,7 31,6 31,3
F 22 MESA SOBRE COXA 18 29,3 31,7 28,1 26,6 28,7 28,6 Dor ombro direito e esq.
F 24 MESA BUFE COXA 14 31,7 29,3 30,3 26 29,4 29,3 Dor ombro direito
F 28 MESA BIFE COXA 4 38,4 36,2 39,6 32,6 37,8 33,8
F 27 MESA SOBRE COXA 4 28,7 27,3 27,4 25,9 26,7 25,7
F 21 MESA SOBRE COXA 6 30,8 21,9 27,1 28,1 28,4 21,6 Dor Punho D.
F 37 MESA SOBRE COXA 17 26,7 16,5 26,3 19,6 26,4 19,9 Dor dedão esquerdo
125
F 22 A
UXILIAR GERAL 4 31,4 32,2 29,7 28,4 31 28,9 Dor braço direito e esq.
F 43 MESA PEITO 30 38,4 40,7 34,1 38,8 36,5 36,7 Dor Lombar D.E Esq.
F 21 MESA MEDALHÃO 60 33,5 31,2 30,6 31,4 31,3 29,2
F 37
C
LASSIFICAÇÃO
PEITO
32 31,7 33,4 31,2 32 30,1 32
F 26 CLASSIFICAR PEITO 12 24,7 19 27,9 18,3 26,4 19,4 Tendinite Braço direito
F 35 MESA MEDALHÃO 15 27,7 30,9 31,4 27,9 26 27 Dor Ombro esquerdo
F 27 MESA MEDALHÃO 15 40,0 38,1 35,4 33 34,6 33,3 Dor ombro direito
F 25 ADM 18 26,7 24,2 25,3 24,1 24,1 24 Dor mão direita
F 25 MESA PESCOÇO 13 25,3 25,3 25,4 23,3 26,6 25 Dor ombro esquerdo
F 21 MESA PEITO 24 21,6 24,3 21,3 25,6 22,6 25,4 Dor braço esquerdo
F 23 MESA BIFE COXA 18 21 25,5 30,4 28,4 32 31 Dor Punho Direito
F 23 MESA BIFE COXA 24 26 29,6 28,7 29 28,1 27,7 Dor Lombar D.E Esq.
F 22 MESA SOBRE COXA 21 26,4 25,1 29 29,4 32,3 33,3
F 26 MESA SOBRE COXA 32 21,3 28,6 29 24,1 26,3 24,9 Dor punho e esquerdo
F 22 MESA BIFE COXA 48 32,8 30,1 31,9 27,9 25,4 30,3 Dor braço e mão esq.
F 33 REFILE BIFE COXA 17 33,8 36,3 32,3 32,3 34,2 31,7 dor nos ombros D.
F 20 REFILE DE PEITO 8 38,8 36,8 44 37,2 41,1 34,9
F 21 MESA PEITO REFILE 20 33,5 27 30,1 29,1 30,6 30,4 Dor no ombro e cotovelo
F 27 MESA PEITO REFILE 26 37,5 36,8 36,4 39,3 34,3 35,1 Dor punho esquerdo
F 21 MESA DE PEITO 17 28,7 29,9 30,1 31,2 27,7 27,4 Dor ombro direito
F 35 MEDALHÃO 16 31,3 33,5 28,3 28,6 28,9 28,3 Dor braço e mão direita
F 29 MEDALHÃO 13 26 34,3 24,3 28,7 22,6 25,7 Dor ombro direito
F 32 MESA BIFE COXA 156 20,9 21,1 30,6 34,6 27,1 28
F 27 MESA SOBRE COXA 16 33,6 30,6 34,3 32,6 32,3 33,5
F 35 MESA PEITO 161 23,3 22,1 22,3 21,4 23,5 26,9 Dor pescoço e Ombro
F 22 MESA BIFE COXA 6 35,5 40,7 33,2 38 35,9 39,6
F 28 REFILE COXA 3 34,8 31 32,3 33,9 30,1 30,3
F 24 ALMOXARIFADO 21 18 21,1 29,6 22,4 29,6 25,3 Dor braço esquerdo
F 23 MESA SOBRE COXA 17 32,5 31 30,9 29 31,3 26 Dor coluna, punho d.
F 20 TLT ADM 36 35,4 28,4 32,5 28,7 28,7 29,6
F 43
D
ESOSSA SOBRE
COXA
180 30,6 31,2 31,4 31,6 30 31,4
126
APÊNDICE E – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ
UNIDADE DE PONTA GROSSA-DEPARTAMENTO DE PÓS GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
CONSENTIMENTO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA E PARA DIVULGAÇÃO
DOS RESULTADOS PARA O MEIO CIENTÍFICO
Eu, Flavio Carlos Kaiber representando a empresa Perdigão S/A, autorizo por meio
desta a participação da empresa no projeto de pesquisa intitulado “AVALIAÇÃO DO
PERFIL ANTROPOMÉTRICO E ANÁLISE DINAMOMÉTRICA DOS
TRABALHADORES DA AGROINDÚSTRIA DO SETOR DE FRIGORÍFICOS E
ABATEDOUROS: O CASO DA PERDIGÃO–CARAMBEÍ” conduzido pelo
Mestrando Junior Clacindo Defani e por seu orientador Prof. Dr. Antonio Augusto de
Paula Xavier, do programa de Engenharia da Produção da UTFPR, Unidade Ponta
Grossa.
Eu compreendo que a pesquisa envolve um estudo quantitativo com pesquisa direta,
descritiva, estando interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando
descrevê-los, classificá-los e interpretá-los.
A participação dos funcionários é completamente voluntária, e tanto a empresa
quanto os funcionários são livres para decidir interromper sua participação a
qualquer momento no projeto sem qualquer penalidade.
Os resultados da pesquisa poderão ser relatados de modo a manter anônimos os
funcionários participantes, caso isso se faça necessário.
Os pesquisadores comprometem-se apresentar os dados transcritos à empresa,
para que esta possa utilizar esta informação como ferramenta para possíveis
melhorias ergonômicas nos processos produtivos. A empresa também terá assim a
oportunidade de avaliar a veracidade da descrição dos fatos antes de uma
apresentação pública dos resultados.
Por tratar-se de um estudo científico, e de acordo ao exposto acima, eu autorizo
ainda a publicação dos resultados desta pesquisa aos grupos científicos.
Responsável ___________________________
Assinatura ____________________________
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