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distribuir a produção de café, vinda da região, e de outras áreas do Rio de Janeiro. O Rio Iguaçu
será um prolongamento da Estrada Real do Comércio. A partir de 1854, a região também
contará com a rede ferroviária. A primeira linha férrea inaugurada no país vai do Porto de Mauá
até a Fazenda Fragoso, e depois à Raiz da Serra, em Magé. Uma segunda linha é inaugurada em
1858, a Estrada de Ferro D. Pedro II, que vai da capital do Império até Queimados. A linha se
estenderá até as capitais de São Paulo e de Minas Gerais, até o final do século.
Conseqüentemente, as vias fluviais se tornaram obsoletas. Os rios da região, sofrendo processo
de assoreamento, vão provocar o desenvolvimento de charcos insalubres. A situação se agrava
em 1886, quando da inauguração da The Rio de Janeiro Northern Railway (futura Estrada de
Ferro Leopoldina), que vai da cidade do Rio à vila de Meriti (onde atualmente é a sede de
Duque de Caxias). Os aterros necessários para a nova ferrovia provocam mais alagamentos. O
porto de Iguaçu entra em desuso. A Vila de Iguaçu perde seu título de sede do município, que é
transferido para a estação ferroviária de Maxambomba.
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Nas três primeiras décadas do século XX, iniciam significativos deslocamentos
populacionais, propiciados pelo saneamento da parte noroeste da Baixada. A área saneada, que
compreendia as regiões de Duque de Caxias, São João de Meriti e Nilópolis, já era ligada à rede
ferroviária. Lá, as populações urbanas cresciam, fazendo com que essas localidades, ganhassem
à condição de “sede de distrito”.
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Iguaçu mantinha-se como área rural, livre de especulação imobiliária que assolava seus
já citados distritos. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o país aumenta sua atividade de
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Entre outros ver Beloch, 1986; Abreu, 1997; Enne, 2002.
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Nilópolis, São João de Meriti e Duque de Caxias eram até então distritos do Município de
Iguaçu. Respectivamente, tornaram-se “sede de distrito”, a partir de 1916, década de 1890, e
em 1931, conforme Abreu (1997). Beloch (1986:17) faz ressaltar que da região, foi a área de
Duque de Caxias, a de saneamento mais difícil, o que fez com que fosse “um grave foco de
malária, pestilenta e pantanosa”. Foi no governo de Vargas que o saneamento fez-se mais
eficaz na área, com a criação da Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense, em 1933.
Em 1936, esta se transformaria na Diretoria de Saneamento da Baixada Fluminense. O
Departamento Nacional de Obras de Saneamento, criado em 1940, será responsável pela
Baixada Fluminense, que em 1941 contará com 4.500 km2 saneados.