Capítulo 5 – O Caso do Clube Atlético Paranaense
PPGEP – Gestão Industrial - 2006
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A cultura pioneira que o clube vem implantando no futebol brasileiro, desde a
inauguração da Arena foi introduzida também com a política de retorno das famílias
ao estádio onde, atualmente, o torcedor pode sentir segurança ao freqüentar os
jogos do Atlético na Arena.
O engenheiro responsável pela construção da Arena da Baixada, Luiz Carlos
Volpato, em entrevista publicada na página do clube na Internet, citou que:
O conceito que diferencia a Arena de outros grandes estádios brasileiros, é
justamente, a racionalidade com que foi executada a obra, nada de mais e
nada de menos. A Arena, segundo Volpato, é um estádio compacto com
uma visão perfeita do campo de qualquer lugar em que se esteja no estádio,
o que as grandes obras não permitem. Volpato exemplifica que, no
Maracanã cabem 120 mil pessoas mas o posicionamento mais próximo da
linha lateral do campo é de 50 ou 60 metros, na Arena a distância é de 8
metros. O estádio foi projetado para atender à média de público durante
toda a temporada. O aspecto da infra-estrutura faz grande diferença. Como
o estádio é menor, pôde-se dar ênfase também para o conforto do torcedor.
Os acessos, as catracas, os sanitários, etc. o conceito da Arena foi
estudado em todos os sentidos. Até mesmo para os deficientes”. físicos, o
tratamento será diferenciado. A obra equivale a um prédio de 12 andares e
tem uma área comercial para aumentar ainda mais o conforto, com diversos
tipos de operações de alimentação, tudo de alto nível.
Em outro trecho da entrevista o engenheiro explica como foram realizados
os estudos para a concepção arquitetônica da Arena:
Antes de desenvolvermos este projeto executivo – que é aquele utilizado
exatamente com as medidas certas, específicas para se fazer a obra –
iniciou-se junto a diretoria do Atlético, o estudo do que seria o conceito da
Arena – o que seria uma Arena, quais as diferenças de uma Arena para um
estádio comum... Então, como faltavam informações, fizemos uma viagem
à Europa e visitamos diversas arenas, ou estádios-arenas e então
começamos a perceber quais eram essas diferenças... aumentamos a área
comercial para 12 mil metros quadrados. Fizemos os camarins... e mais:
começamos a conversar com empresas que produzem e realizam grandes
shows e grandes eventos no Brasil para saber quais as deficiências dos
estádios brasileiros e começamos eliminar estes problemas. A iluminação
da Arena é completamente independente e há uma subestação de energia
separada só para shows. Foram estas modificações que fomos
implementando na planta original até chegar a um conceito final.
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Fragmentos da entrevista concedida em junho de 1999. Disponível em <http://www.atleticopr.com.br>.