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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA
AVALIAÇÃO DO MANEJO DE CASOS DOS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE NA ESTRATÉGIA DE ATENÇÃO INTEGRADA
ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI) EM
QUATRO ESTADOS DO NORDESTE DO BRASIL
JOÃO JOAQUIM FREITAS DO AMARAL
Pelotas-RS, 2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA
AVALIAÇÃO DO MANEJO DE CASOS DOS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE NA ESTRATÉGIA DE ATENÇÃO INTEGRADA
ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI) EM
QUATRO ESTADOS DO NORDESTE DO BRASIL
Doutorando: JOÃO JOAQUIM FREITAS DO AMARAL
Orientador: CESAR GOMES VICTORA
Tese apresentada à Universidade Federal
de Pelotas, como requisito parcial do
Programa de Pós-Graduação em
Epidemiologia, para obtenção do título de
Doutor em Ciências.
Pelotas, RS, 2007
Dados de catalogação na fonte
Vivian Iracema Marques Ritta CRB 10/1488
A485a Amaral, João Joaquim Freitas do
Avaliação do manejo de casos dos profissionais
de saúde na estratégia de atenção integrada às
doenças prevalentes na infância (AIDPI) em quatro
estados do Nordeste do Brasil / João Joaquim Freitas
do Amaral. – Pelotas, 2007.
150f.
Orientador: Cesar Gomes Victora
Tese (doutorado). Programa de Pós-Graduação
em Epidemiologia. Universidade Federal de Pelotas, 2007.
1. Epidemiologia. 2. Saúde da Criança. 3. Unidades
de Saúde. 4. Avaliação. 5. Indicadores de Saúde. I. Título.
CDD: 614.4
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA
PARECER
Considerando aprovada a Tese Avaliação do manejo de casos dos
profissionais de saúde na estratégia de Atenção Integrada às Doenças
Prevalentes na Infância (AIDPI) em quatro estados do nordeste do
Brasil”, apresentada pelo aluno João Joaquim Freitas do Amaral, a este
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, aos vinte e sete dias do mês
de abril de dois mil e sete, às oito horas e trinta minutos, a Comissão
Examinadora é de parecer que o candidato está habilitado a obtenção do
grau de Doutor em Ciências, pela Universidade Federal de Pelotas.
Pelotas, 27 de abril de 2007.
Prof. Dr. Cesar Gomes Victora (Presidente)
PPG em Epidemiologia – UFPel
Prof. Dr. Luis Augusto Facchini
PPG em Epidemiologia – UFPel
Prof. Dr. Juraci Almeida Cesar
Faculdade de Medicina – FURG
Prof. Dr. Oswaldo Yoshimi Tanaka
Faculdade de Saúde Pública – USP
“Ai de nós, educadores, se deixarmos
de sonhar sonhos possíveis”.
Paulo Freire
À Rayna Victoria e Rose Mary
Com imenso amor e carinho....
.
VII
AGRADECIMENTOS
______________________________________________________________
Muitas pessoas e instituições contribuíram para que esse projeto se tornasse
realidade. Em tudo aprendi a ser mais persistente e nunca desistir de um
sonho. A todos, quero expressar o meu profundo agradecimento.
Ao Programa de s-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal
de Pelotas pela oportunidade de realizar o curso de Mestrado e Doutorado.
Aos professores, em especial a Aluisio Barros pelos ensinamentos recebidos
no Doutorado, fundamentais na minha formação como pesquisador.
Aos amigos da Pós-Graduação, especialmente a Anelise Breier, Celene
Silva, Felipe Reichert, Andréa Bertoldi e Pedro Hallal pelo apoio recebido
nessa fase.
Às secretárias, em especial à Margarete Marques, Maria Angélica Rodrigues,
Maria Mercedes Lucas e Olga Medeiros pelo carinho, assistência e gentileza
em que sempre fui recebido em todos esses anos.
À bibliotecária Vivian Iracema Marques Ritta, pelo apoio recebido na pesquisa
bibliográfica e fornecimento de todas as referências solicitadas.
Aos funcionários do Centro de Pesquisas Luis Fernando Barros e Lenir da
Silva pelo cuidado e apoio que recebi nessa fase.
À estatística Eleanor Gouws pelo apoio inestimável e críticas importantes na
análise estatística do primeiro artigo.
Ao assessor de informática Tiago Oliveira pelo apoio no fornecimento e
atualização de todos os programas estatísticos.
Ao digitador Evandio Pereira pelo apoio inestimável e esmero na digitação
dos dados.
VIII
Aos profissionais de saúde que gentilmente participaram da avaliação nos
quatro estados do nordeste do Brasil.
Às mães e crianças que contribuíram com o seu consentimento para que a
pesquisa se tornasse realidade.
Aos entrevistadores: Gilda Bringel, Rosiani Videres Alexandre Oliveira,
Antonia Elísia Santos, Ionise França, Joacilda Nunes, Tânia Ribeiro, Verônica
Castro, Mary Silveira, Benedita Soares, Débora Amorim, Diva Fernandes,
Daisy Silva, Luzia Machado, Heliane Farias, Regina Célia Silva, Maria
Rosário Barretto, Maria Ester Marinho, Cristina Santos, Maria das Graças
Magalhães, Maria Leopoldina Falcão, Luciana Ferreira, Maria Madalena de
Oliveira, Maria Fernanda Barbosa e Gláucia Espindola pelo grande empenho
e responsabilidade na coleta das informações necessárias para a pesquisa.
À Organização Mundial da Saúde (OMS), representada por Jennifer Bryce,
pela oportunidade de participação em um projeto de suma importância para
as crianças de todo o mundo.
À Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), em especial aos
consultores Julio Javier Espindola, Christopher Drasbeck, e Yehuda
Benguigui pelo apoio e estímulo para realização da pesquisa.
Ao Ministério da Saúde (MS), nas pessoas que na época trabalhavam no
mesmo, Maria Anice Fontenele Saboia e Silva, Ana Goretti Kalume
Maranhão, Danuza Benjamin, Eronildo Felisberto, Alexia Ferreira e Celina
Setsuko Kawano pelo apoio recebido na primeira fase da pesquisa.
Às Secretarias de Saúde dos Estados do Ceará, Bahia, Pernambuco, e
Paraíba, nas pessoas dos secretários Dr. Anastácio Queiroz, Dr. José Maria
Magalhães Neto (in memorian), Dr. Guilherme Robalinho e Dr. Estaninlau
Barbosa de Lucena pelo apoio logístico recebido.
Aos amigos e pesquisadores Álvaro Jorge Madeiro Leite e Antonio José Ledo
Alves da Cunha pela amizade e apoio constante em todas as fases da
pesquisa.
IX
AGRADECIMENTO ESPECIAL
______________________________________________________________
Um agradecimento muito especial ao meu orientador, Prof. Cesar Gomes
Victora, pela confiança, amizade, tolerância, dedicação, muita paciência,
apoio nos momentos mais difíceis, generosidade em compartilhar sua
experiência, oportunidade de conhecer culturas tão distantes, infinitos
ensinamentos e estímulo para tornar esse sonho possível.
A este agradeço com a denominação do seu nome para o Núcleo de Ensino,
Assistência e Pesquisa da Infância Cesar Victora da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal do Ceará, que tem mostrado os primeiros frutos
na área de pesquisa epidemiológica; e especialmente pela homenagem do
segundo nome da minha filha Rayna Victoria.
X
SUMÁRIO
______________________________________________________________
Agradecimentos ....................................................................................
Agradecimento especial .......................................................................
Lista de abreviaturas e siglas ...............................................................
Prefácio ................................................................................................
I. Projeto de pesquisa ...........................................................................
1. Introdução .............................................................................................
1.1. Histórico .............................................................................................
1.2. Modelos teóricos ..............................................................................
1.3. Justificativa ........................................................................................
1.4. Objetivos ............................................................................................
2. Metodologia ..........................................................................................
A) Primeiro componente: Avaliação nas Unidades de Saúde ..................
2.1. Delineamento ....................................................................................
2.2. Hipóteses ...........................................................................................
2.3. População ..........................................................................................
2.4. Critérios de elegibilidade ...................................................................
2.5. Instrumentos ......................................................................................
2.6. Logística ............................................................................................
2.7. Seleção e treinamento da equipe ......................................................
2.8. Processamento e análise dos dados ................................................
2.9. Controle de qualidade .......................................................................
2.10. Aspectos éticos ...............................................................................
B). Segundo componente: Fatores associados à
implantação da AIDPI ........................................................................
2.1. Delineamento ...................................................................................
2.2. Tipos de análise ................................................................................
VII
IX
XIII
XIV
1
2
2
4
14
14
16
16
16
16
16
17
17
18
18
18
19
19
20
20
20
XI
2.3. Hipóteses ...........................................................................................
2.4. População ..........................................................................................
2.5. Instrumentos ......................................................................................
2.6. Fontes de dados ................................................................................
2.7. Logística ............................................................................................
2.8. Processamento e análise dos dados ................................................
2.9. Controle de qualidade .......................................................................
C) Terceiro componente: Revisão sistemática sobre AIDPI ....................
2.1. Objetivos ............................................................................................
2.2. Metodologia ......................................................................................
3. Cronograma ..........................................................................................
4. Orçamento ............................................................................................
5. Referências ..........................................................................................
II. Relatório do trabalho de campo ........................................................
1. Identificação das parcerias ...................................................................
2. Seleção dos entrevistadores ................................................................
3. Curso de capacitação ...........................................................................
4. Estudo piloto .........................................................................................
5. Trabalho de campo ...............................................................................
6. Problemas em cada estado ..................................................................
7. Controle de qualidade ..........................................................................
8. Processamento e análise dos dados ....................................................
III. Artigos ................................................................................................
Artigo 1: Effect of lntegrated Management of Childhood
Illness (IMCI) on health worker perfomance in
Northeast-Brazil ..................................................................................
Artigo 2: Fatores associados à implantação da estratégia de
Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) em
três estados do Nordeste do Brasil ...................................................
20
21
21
21
21
22
22
22
22
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30
31
32
32
33
34
35
36
37
38
39
51
XII
Artigo 3: Efeito da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância (AIDPI) sobre o desempenho dos profissionais de saúde:
revisão sistemática .............................................................................
IV. Divulgação ........................................................................................
1. Eventos científicos ..............................................................................
2. Gestores e profissionais de saúde .......................................................
3. Imprensa ...............................................................................................
V. Anexos ................................................................................................
1. Formulários de pesquisa ......................................................................
2. Declaração do Conselho de Ética ........................................................
3. Declaração de Consentimento Informado ............................................
4. Formulário de Avaliação de artigos (Downs e Black) ...........................
69
103
104
105
111
113
114
136
137
138
XIII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
______________________________________________________________
AIDPI – Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância.
AUS – Avaliação nas Unidades de Saúde.
DATASUS – Sistema de Informação do Ministério da Saúde.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
IRA – Infecção Respiratória Aguda.
MCE Multi-Country Evaluation of IMCI Effectiveness, Cost and Impact.
MS – Ministério da Saúde.
OMS – Organização Mundial da Saúde.
OPAS – Organização Pan-americana da Saúde.
PACS – Programa de Agentes Comunitários de Saúde.
PNUD – Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
PSF – Programa Saúde da Família.
PRMI – Projeto de Redução da Mortalidade na Infância.
SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria.
SIAB – Sistema de Informação da Atenção Básica.
SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática.
SIM – Sistema de Informação de Mortalidade.
SINASC – Sistema de Informação de Nascidos Vivos.
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância.
XIV
PREFÁCIO
______________________________________________________________
Esse trabalho tem como estrutura básica o projeto de tese a ser apresentado
no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial para
obtenção do título de Doutor em Ciências.
Na primeira parte, é apresentado o projeto de pesquisa, incluindo as bases
teóricas para sua elaboração e a metodologia. A seguir, é apresentado o
planejamento do projeto em termos de disseminação de informações,
cronograma e orçamento.
O projeto de doutorado, conforme consta no regimento do Programa de Pós-
Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Pelotas, resultará na elaboração de três artigos científicos,
apresentados abaixo:
Artigo 1: Effect of Integrated Management of Childhood Illness (IMCI)
on health worker performance in Northeast-Brazil.
Artigo 2: Fatores determinantes da implantação da estratégia de
Atenção Integrada das Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) em
três estados do Nordeste do Brasil.
Artigo 3: Efeito da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância (AIDPI) sobre o desempenho dos profissionais de saúde:
revisão sistemática.
Na quarta parte é apresentado um resumo dos principais achados e
contribuições da pesquisa para divulgação nos meios de comunicação, como
uma forma de mostrar o trabalho a sociedade e dar subsídios aos gestores
para a tomada de decisão.
1
I. PROJETO DE PESQUISA
2
1. INTRODUÇÃO
______________________________________________________________
1.1. Histórico
Apesar da melhoria dos indicadores de saúde nos últimos anos, as
doenças transmissíveis e as deficiências nutricionais ainda são
responsáveis por mais de 10 milhões de mortes em menores de cinco
anos a cada ano no mundo, sendo que a maioria dessas mortes ocorre
nos países em desenvolvimento. Nesses países, muitas das que
sobrevivem não crescem adequadamente nem desenvolvem todo o
seu potencial esperado.
1,2
As principais causas de morte dessas crianças incluem pneumonia,
diarréia e desnutrição como causa básica associada a doenças
infecciosas, todas passíveis de tratamento e prevenção.
3,4
Essas
doenças continuarão a contribuir de maneira significativa para a
mortalidade na criança até o ano 2020, se medidas efetivas não forem
tomadas para o seu controle.
5
Na última década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a
Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), juntas com o Fundo
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), elaboraram novos
enfoques e intervenções, baseados nas experiências acumuladas com
programas implementados no passado, visando melhorar os
indicadores da saúde infantil. O resultado se traduziu na estratégia de
Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI),
adotada oficialmente pelo Ministério da Saúde (MS) do Brasil em
1996.
6-10
A estratégia AIDPI consiste em um conjunto de critérios simplificados
para a avaliação, classificação e tratamento das crianças menores de
cinco anos que procuram as unidades de saúde através de quadros
3
que mostram a seqüência e a forma dos procedimentos a serem
adotados pelos profissionais de saúde. Esses quadros foram divididos
em crianças menores de dois meses de idade e de dois meses a cinco
anos de idade, em função de características especificas dessas faixas
etárias.
Além disso, a estratégia AIDPI é um somatório de ações preventivas e
curativas, pois contempla ainda o aconselhamento e recuperação
nutricional, incentivo ao aleitamento materno e à imunização, sendo
fundamental para a melhoria das condições de saúde das crianças.
Permite também a organização do sistema de saúde através de
protocolos bem definidos em sistema de referência dos casos mais
graves. Facilita também o trabalho em equipe abordando de modo
integrado as demandas de crianças e de seus familiares. Com isso,
essa estratégia poderá ajudar na reorganização de outras ações na
área de atenção básica, especialmente no estímulo a capacitação dos
profissionais de saúde.
A estratégia AIDPI tem os objetivos de reduzir a mortalidade na
infância e contribuir de maneira significativa com o crescimento e
desenvolvimento saudáveis das crianças, em especial daquelas que
vivem em países e regiões menos desenvolvidas. Enfatiza a criança
como um todo em vez de enfatizar apenas uma doença ou uma
condição individual. Além disso, procura integrar os diversos insumos
envolvidos na saúde da criança como, por exemplo, o de
medicamentos e vacinação.
Com essa abordagem, a estratégia AIDPI se constitui em um enfoque
altamente efetivo, em relação a seu custo, para o manejo e controle
das doenças prevalentes da infância. Procura, assim, otimizar a
utilização dos recursos existentes, identificando e promovendo a
utilização dos tratamentos e medicamentos mais apropriados e, ainda,
4
evitando a duplicação de esforços que poderia ocorrer com a
implantação de programas de controle de doenças individuais.
O Ministério da Saúde incorporou a estratégia AIDPI em todas as
políticas de atenção à saúde da criança, uma vez que tem ênfase
preponderante na atenção básica.
11-14
A implantação da AIDPI no
Brasil foi amplamente discutida e aprovada por técnicos e consultores
dos diferentes programas do Ministério da Saúde que trabalham com a
saúde das crianças, representantes de instituições governamentais e
não governamentais, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), de
universidades e cnicos das Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde.
A implantação da estratégia AIDPI foi priorizada nas regiões Norte e
Nordeste, onde se situavam os municípios de maior mortalidade infantil
(acima de 40/1000 nascidos vivos). Na ocasião, foi proposto que a
implantação da AIDPI fosse iniciada nos 913 municípios incluídos no
Projeto de Redução da Mortalidade na Infância PRMI, do Ministério
da Saúde, e nos municípios que contavam com os Programas do
Programa de Saúde da Família (PSF) e Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS) implantados.
15-18
1.2. Modelos teóricos
A construção de um modelo hierárquico é muito útil para estudos
epidemiológicos, especialmente para análise multivariada. Esses
modelos permitem a determinação do risco de adoecer para um
indivíduo em determinadas sub-populações através de técnicas
estatísticas, tal como regressão logística.
19
Pode ser também utilizada
para avaliar a determinação de um problema, ou seja, o efeito de um
fator de risco em um desfecho.
Essa análise estatística multivariada está baseada em um modelo
conceitual mais amplo definido “a priori”, baseado em dados de
5
literatura ou inferência de possíveis relações. Entretanto, nem todas as
variáveis do modelo conceitual podem necessariamente fazer parte do
modelo estatístico.
Os primeiros estudos nessa área surgiram a partir da avaliação dos
determinantes da mortalidade infantil, em que foram definidos vários
fatores que podem relacionar os processos rbidos com seus
determinantes sociais na família e, mais amplamente, na comunidade
para se construir uma hierarquia de determinações e interações entre
esses determinantes.
20
Os fatores foram organizados em três grupos distais, intermediários
e proximais. Os determinantes distais são aqueles que estão mais
distantes da variável desfecho de interesse e agem indiretamente
através dos determinantes proximais para afetar o risco do desfecho.
As variáveis intermediárias procuram ampliar o entendimento dos
determinantes proximais, através da valorização das complexas
interações existentes entre esses fatores. Os determinantes proximais
são definidos como aqueles intimamente ligados à variável desfecho
de interesse.
Esse modelo foi ampliado para o estudo da determinação das
doenças, especialmente em países em desenvolvimento, em que
muitas variáveis estão interrelacionadas.
21-23
As varáveis distais podem
não agir diretamente, mas são permeadas por variáveis intermediárias
que influenciam as variáveis proximais na determinação do desfecho.
Essa análise permite o controle de fatores de confusão.
A elaboração de modelos explicativos continua a ser um
empreendimento complexo, em particular, nas regiões onde o
determinismo econômico se apresenta como importante força
explicativa.
6
A multiplicidade de fatores de risco associados, com o desfecho, pode
ser mais bem compreendida através da elaboração de um marco
conceitual que hierarquize as variáveis independentes numa lógica
seqüencial na qual os fatores de risco hierarquicamente superiores
exercem sua ação sobre aqueles situados inferiormente.
Assim, a análise hierarquizada aparece como uma estratégia
adequada para identificar as características associadas aos
municípios, às crianças, a suas famílias e às variáveis relacionadas
com os serviços de saúde que aumentam a probabilidade de uma
criança residente no município apresentar algum problema. Por outro
lado, esse modelo explicativo ainda não foi aplicado à implantação de
programas de saúde na área infantil, sendo esse estudo muito útil para
avaliar esses determinantes.
Nesse trabalho, propõe-se o estudo de dois modelos conceituais sobre
a estratégia AIDPI. O primeiro relacionado aos fatores associados ao
desempenho dos profissionais de saúde nas unidades de saúde (Fig.
1), e o segundo relacionado aos fatores de implantação da estratégia
AIDPI (Fig. 2).
Esses modelos teóricos foram elaborados a partir da literatura
científica revisada e de prováveis hipóteses que explicam a estratégia
AIDPI, por constituir-se em dos primeiros estudos que levam em
consideração um modelo explicativo hierarquizado.
Assim, é que, no primeiro modelo teórico conceitual, o desempenho
dos profissionais de saúde depende de vários fatores que incluem as
características dos estados e municípios, a organização do serviço de
saúde, a capacitação do profissional de saúde e as características dos
treinandos.
No primeiro nível, encontram-se fatores estaduais e municipais, a
organização do estado na área de saúde infantil, o apoio do município
7
para tais atividades, o tipo de gestão do município, os quais permitem
a estrutura adequada para as atividades da AIDPI.
A AIDPI combina várias estratégias relacionadas à nutrição,
imunização, prevenção de doenças, tratamento e promoção do
crescimento e desenvolvimento, as quais requerem uma
disponibilidade de material para a sua implantação. Nesse sentido, é
imprescindível uma organização mínima do município para a sua
aplicação. É de se esperar, portanto, que um município com maior
participação da comunidade e com um sistema de saúde
descentralizado tenha uma maior facilidade de aplicação da estratégia
AIDPI.
24
No segundo nível, encontram-se fatores relacionados à organização
do serviço, incluindo a disponibilidade de insumos e medicamentos, a
disponibilidade de vacinas, a disponibilidade de material educativo, a
localização da unidade, que, por outro lado, dependem dos fatores
estaduais e municipais.
Estudo anterior evidenciou que determinadas prioridades aumentam a
parceria entre as unidades de saúde e o envolvimento da comunidade.
Esse programa inclui um sistema adequado de manutenção dos
suprimentos e medicamentos, o monitoramento e incentivo para o
desempenho dos profissionais de saúde.
25
É possível também que o
acesso à unidade de saúde possa influenciar o desempenho dos
profissionais, especialmente se as unidades mais distantes da zona
rural não disponham de uma infra-estrutura adequada.
26
A aplicação do curso, tais como a duração e tempo de prática clínica,
encontra-se no terceiro nível, por estarem mais diretamente
relacionados ao desempenho dos profissionais de saúde.
Estudos mostram que, para um adequado desempenho dos
profissionais de saúde, necessidade de um treinamento adequado,
8
incluindo uma prática clínica e um tempo suficiente inicialmente
proposto para 11 dias.
3,27
As experiências iniciais mostraram que o
treinamento clínico é essencial, mas não suficiente para o sucesso da
estratégia.
28
Por fim, existem algumas características individuais dos treinandos
que são importantes, mas que o fazem parte da estrutura causal,
mas que podem estar associados com o desempenho dos mesmos.
Em estudo realizado no Vietnam foi mostrado que as enfermeiras
classificavam apropriadamente a maioria dos problemas das crianças
doentes menores de cinco anos. Espera-se que outras características
individuais também possam afetar o desempenho dos profissionais de
saúde, mas que necessitam ser mais bem avaliadas.
Vale ressaltar que esse é um modelo teórico conceitual para explicar a
relação entre as variáveis, mas que nem todas as variáveis, por
questões operacionais, foram utilizadas no modelo estatístico de
análise. Isso aconteceu com os fatores estaduais e municipais por
serem difíceis de mensuração.
9
Fig. 1. Modelo teórico conceitual para o desempenho dos profissionais
de saúde.
1 - Características dos estados e municípios
Organização do Estado
Apoio da Secretaria de Saúde
Tipo de gestão do município
Monitoramento
2 - Organização do Serviço de Saúde
Localização da unidade
Disponibilidade de insumos e medicamentos
Disponibilidade de vacinas
Disponibilidade de material educativo
3 - Capacitação dos profissionais
Experiência prévia dos instrutores
Duração do curso
Tempo de prática clínica
Desempenho do
profissional de saúde
(Bom/Não)
4
-
Treinando
Sexo
Idade
Tempo de formatura
Profissão
Tempo desde o treinamento
10
O modelo teórico conceitual, para explicar a implantação da AIDPI,
está diretamente relacionado ao enfoque de risco, visto que a AIDPI é
uma estratégia que tem um maior impacto em áreas de maior risco
para a saúde da criança, especialmente na redução da morbi-
mortalidade infantil nos países em desenvolvimento. Nesse sentido, a
AIDPI deve ser inicialmente implantada nos municípios de maior risco.
O material de treinamento e os guias que foram desenvolvidos são
apropriados para a maioria dos países em desenvolvimento em que a
mortalidade infantil é maior do que 40 por 1000 nascidos vivos com o
objetivo de tratar as crianças e reduzir essa mortalidade e evitar as
complicações da doença.
30-1
Entretanto, para a sua implantação é importante que haja o mínimo de
apoio da Secretaria de Saúde em termos de estrutura e disponibilidade
de recursos. O tipo de gestão do município que implica uma maior
organização, descentralização e monitoramento do sistema de saúde
também são fatores importantes que predispõem a implantação da
estratégia.
A AIDPI combina vários itens para melhorar o manejo de caso pelos
profissionais de saúde, os quais requerem uma disponibilidade de
material para a sua implantação. O curso foi delineado para melhorar o
suprimento de suprimentos e medicamentos em nível do primeiro nível
e outros aspectos relacionados à infra-estrutura que são necessários
para um efetivo manejo das doenças das crianças.
24
É de se esperar,
portanto, que um município com maior participação da comunidade e
com um sistema de saúde descentralizado tenha uma maior facilidade
de aplicação da estratégia.
25
No segundo nível, encontram-se fatores motivacionais relacionados
aos estados e municípios, o que inclui o interesse da Secretaria
Estadual ou Municipal de Saúde. Aqueles municípios, com prefeitos de
partidos políticos com maior participação da comunidade e com
11
programas voltados à atenção de saúde básica, terão provavelmente
maior decisão política para implantação da estratégia.
Estudos anteriores mostram que a maioria das mortes nos países que
representam 90% das mortes poderiam ser evitadas por intermédio de
intervenções conhecidas e efetivas. O pior é que muitas das ações
efetivas se encontram estagnadas ou mesmo em queda em muitos
desses países pobres.
32
São necessárias, portanto, ações urgentes
para essa mudança que depende de uma decisão política para
melhoria no sistema de saúde e no nível comunitário.
33
Os fatores socioeconômicos estão diretamente relacionados aos
municípios de maior risco em que a implantação da estratégia AIDPI
seria prioritária. Quanto pior o Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH), maior taxa de pobreza, pior renda per capita, menor taxa de
alfabetização, municípios com menor taxa de urbanização, mais
distantes da capital e de menor população, maior a necessidade da
implantação da AIDPI.
Basicamente a estratégia AIDPI foi desenvolvida para países em
desenvolvimento, onde a mortalidade infantil é maior. Ora, são
exatamente os municípios que têm os piores indicadores
socioeconômicos que estão diretamente relacionados a piores
condições de vida. Esses municípios deveriam, portanto, ser
priorizados.
3,34
Os fatores relacionados à organização do serviço de saúde e à
situação de saúde infantil estão mais diretamente relacionados à
implantação, isso porque a estratégia depende de uma mínima infra-
estrutura e tem um impacto maior em municípios de piores condições
de saúde.
Estudos que mostram determinadas condições facilitam a implantação
da estratégia, principalmente com o envolvimento da comunidade.
12
Com o enfoque de risco a sua implantação seria prioritária em
municípios com piores indicadores de saúde infantil.
31,35
Do mesmo modo que no primeiro modelo, este é um modelo teórico
conceitual para explicar a implantação da AIDPI, mas, no modelo
estatístico, nem todas as variáveis foram utilizadas, por questões
operacionais. Nesse sentido, não foram analisadas o fator relacionado
às características dos estados e municípios e motivacionais.
13
Fig. 2. Modelo teórico para implantação da AIDPI.
A - Características dos estados e municípios
Apoio da Secretaria de Saúde
Tipo de gestão do município
Disponibilidade de recursos
Monitoramento
B - Fatores motivacionais
Interesse da Secretaria Estadual de Saúde
Interesse da Secretaria Municipal de Saúde
Partido político no poder
Formação do Secretário Municipal de Saúde
C - Fatores socioeconômicos
IDH
Taxa de pobreza
Renda per capita
Taxa de alfabetização
D - Fatores geográficos
População no município
Densidade demográfica
Distância da capital
Taxa de urbanização
E - Fatores ambientais
Taxa de água
Taxa de esgoto
F - Fatores nutricionais
Taxa de desnutrição
Taxa de aleitamento materno
G - Organização do serviço de
saúde
Número de hospitais
Cobertura do PSF e ACS
Taxa de cobertura vacinal
H - Situação de saúde infantil
Taxa de mortalidade infantil
Taxa de mortalidade por IRA
Taxa de mortalidade por diarréia
Cobertura vacinal
Implantação da AIDPI
(Sim/Não)
14
1.3. Justificativa
A Organização Mundial da Saúde desenvolveu um estudo
multicêntrico para avaliar a eficácia, efetividade, impacto e custos da
AIDPI chamado Multi-Country Evaluation of IMCI Effectiveness, Cost
and Impact (MCE).
36
O mesmo foi desenhado para avaliar se a AIDPI
tem um significante impacto na melhoria da saúde da criança e qual é
o seu custo-efetividade. Desse estudo, participam Tanzânia, Uganda,
Bangladesh e Peru. O Brasil foi incluído devido aos altos níveis de
mortalidade infantil no Nordeste, forte implantação em alguns
municípios o que permitirá comparabilidade e porque esse estudo
ajudará muito em políticas de saúde infantil. Esse protocolo serviu de
base para fazer um estudo que é extremamente importante em nossa
realidade.
Passados seis anos da implantação da AIDPI no Brasil, a avaliação
nas unidades de saúde é um elemento fundamental para melhor
conhecimento de como se encontra a atenção à criança. Por outro
lado, é uma ferramenta para avaliar como os profissionais de saúde
aplicam as normas da AIDPI no manejo de crianças no primeiro nível
de atenção. A informação obtida nessa avaliação também ajudará no
planejamento e priorização de elementos essenciais na implantação de
serviços integrados de saúde da criança.
1.4. Objetivos
a) Objetivos gerais:
1. Avaliar o manejo de casos pelos profissionais de saúde capacitados
para a AIDPI.
2. Investigar os determinantes da implantação da AIDPI.
15
b) Objetivos específicos:
1. Obter informações sobre o manejo de casos das causas mais
importantes de morbidade de crianças em quatro estados do Nordeste
do Brasil após a implantação da AIDPI.
2. Descrever a disponibilidade atual de insumos básicos que o
necessários para uma efetiva implantação da AIDPI nas unidades de
saúde, tais como suprimento de medicamentos e equipamentos.
3. Comparar cuidados à criança nas unidades de saúde primárias em
municípios com e sem AIDPI quanto ao desempenho dos profissionais
de saúde e estrutura de apoio do sistema de saúde.
4. Fornecer as informações necessárias para o exame de adequação da
implantação da AIDPI nos municípios em questão.
5. Identificar pontos fracos na implantação da AIDPI a serem corrigidos
pelo sistema de saúde.
6. Avaliar os determinantes da implantação da AIDPI em três estados do
Nordeste do Brasil, identificando diferenças entre municípios que
adotaram ou não a estratégia.
16
2. METODOLOGIA
______________________________________________________________
O estudo tem três componentes: um inquérito em serviços de saúde, a
construção de um banco de dados municipais para analisar fatores
associados com a implantação da AIPDI e uma revisão sistemática
sobre o desempenho dos profissionais de saúde após a implantação
da AIDPI.
A) Primeiro componente: Avaliação nas Unidades de Saúde
2.1. Delineamento
O delineamento utilizado foi do tipo transversal através da aplicação de
um protocolo padronizado da Organização Pan-americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde, adaptado para o Brasil pelo
autor.
2.2. Hipóteses
A atenção à saúde da criança nas unidades primárias dos municípios
que têm AIDPI é superior a dos municípios sem AIDPI em termos de:
desempenho dos profissionais de saúde.
estrutura de apoio do sistema de saúde.
intensidade de atividades comunitárias.
2.3. População
Foram selecionados dois grupos de municípios: um com AIDPI e outro
sem AIDPI distribuídos em quatro Estados do Nordeste: Bahia, Ceará,
Pernambuco e Paraíba, todos com Programa Saúde da Família (PSF).
Ao total foram visitadas 96 unidades de saúde.
17
2.4. Critérios de elegibilidade
Foram selecionados os municípios, segundo os seguintes critérios:
Tamanho da população entre 5.000 e 50.000 habitantes, de acordo
com o censo de 2001.
Rede de unidades de atenção primária adequada com relação ao
tamanho da população (exemplo: pelo menos uma unidade para
10.000 habitantes), quadro de funcionários e horários de
expediente.
Permanência no emprego e cobertura apropriada, nos últimos dois
anos, de profissionais de saúde de atendimento pediátrico
capacitados em AIDPI.
Mais de 80% da população coberta pelos agentes comunitários de
saúde.
Presença do Programa Saúde da Família em todos os municípios.
2.5. Instrumentos
Foram utilizados quatro formulários de pesquisa (Anexo 1):
1) Observação do profissional de saúde: observação de como o
profissional de saúde atende uma criança com doenças
prevalentes desta faixa etária;
2) Re-exame da criança: exame pelo entrevistador de uma criança
segundo o protocolo da AIDPI, o qual se compara com a avaliação,
classificação e tratamento prescrito pelo profissional de saúde;
3) Entrevista da mãe ou acompanhante: entrevista para determinar se
a mãe ou responsável entendeu o que foi prescrito e se conhece o
cuidado domiciliar;
4) Verificação de equipamentos e suprimentos: observação e
entrevista com o coordenador da unidade para avaliar os recursos
18
humanos, disponibilidade de equipamentos, vacinas e
medicamentos.
2.6. Logística
Cada equipe incluiu um supervisor (aquele que fez a seleção dos
pacientes e avaliou a infra-estrutura da unidade de saúde), um
entrevistador (o que observou o atendimento dos pacientes) e um
outro entrevistador (o que fez o re-exame e a entrevista da mãe ou
acompanhante).
Cada equipe fez, em média, a cobertura de quatro a seis crianças por
dia. Todas as crianças na faixa etária de dois meses a cinco anos de
idade que procuraram a unidade de saúde em horário de expediente
normal, de 8:00 a 17 h foram selecionadas para o estudo.
2.7. Seleção e treinamento da equipe
A seleção dos entrevistadores foi feita através do seguinte perfil:
profissionais de saúde que tenham realizado o curso clínico de
capacitação em AIDPI, preferencialmente com experiência em
pesquisa anterior.
O treinamento foi realizado durante cinco dias em um dos estados
selecionados. Constou da leitura dos questionários e do manual de
instruções, de encenação das situações e de trabalho de campo para
aplicação das técnicas aprendidas.
2.8. Processamento e análise dos dados
Os dados foram digitados no programa Epi-Info 6.1b. A rotina constou
de mecanismos de verificação de extensão e consistência. As análises
iniciais foram feitas no Epi-Info, ao passo que as análises posteriores
foram realizadas utilizando o programa Stata versão 7. Foram
19
elaborados indicadores prioritários e suplementares e foi realizada
análise dos fatores de confusão.
2.9. Controle de qualidade
O controle de qualidade foi realizado através dos seguintes
mecanismos:
Questionários padronizados da OPS/OMS.
Manual de instruções detalhado.
Treinamento rigoroso dos entrevistadores.
Revisão de todos os questionários antes da digitação.
Supervisão direta pelo coordenador.
Experiência prévia em pesquisa semelhante.
Limpeza rigorosa de todos os questionários.
2.10. Aspectos éticos
O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal do Ceará, vinculado ao Comitê
de Ética Nacional. O protocolo seguiu normas da Organização Mundial
da Saúde (Anexo 2).
A investigação foi feita mediante consentimento dos profissionais de
saúde e das mães ou acompanhantes, garantindo a confidencialidade
dos resultados (Anexo 3). Todos os dados foram digitados através de
códigos.
Não houve interferência na consulta e procedimentos dos profissionais
de saúde. As crianças que foram detectadas com problemas graves
pelo entrevistador, que fez o re-exame (padrão-ouro) foram retornadas
ao profissional de saúde para reavaliação.
20
B) Segundo componente: Fatores associados à implantação da
AIDPI
2.1. Delineamento
O delineamento utilizado foi do tipo ecológico através da comparação
da distribuição espacial de uma variável dependente (implantação da
AIDPI) com variáveis independentes em três estados do Nordeste do
Brasil (Ceará, Paraíba e Pernambuco) com o objetivo de avaliar
fatores associados à implantação da AIDPI. O estado da Bahia foi
excluído dessa análise em função de ter começado posteriormente à
implantação da AIDPI.
2.2. Tipos de análise
A variável dependente consistiu de implantação da AIDPI. As variáveis
independentes incluíram variáveis socioeconômicas, demográficas,
infra-estrutura dos serviços de saúde, nutricionais, e indicadores de
morbidade e mortalidade medidas antes da implantação da AIDPI.
Para o estudo dos determinantes da implantação da AIDPI, foi utilizada
regressão de Poisson.
2.3 Hipóteses
A implantação da AIDPI é maior nos municípios com:
piores indicadores socioeconômicos.
piores condições ambientais.
piores condições nutricionais.
pior organização do sistema de saúde.
piores indicadores de saúde infantil.
21
2.4. População
Foram selecionados dois grupos de municípios: um com AIDPI e outro
sem AIDPI distribuídos em três estados do Nordeste do Brasil: Ceará,
Pernambuco e Paraíba.
2.5. Instrumentos
Foram utilizadas planilhas no programa Excell, em que foram
preenchidos dados sobre:
- fatores socioeconômicos.
- fatores geográficos.
- fatores ambientais.
- fatores nutricionais.
- organização do serviço de saúde.
- indicadores de saúde infantil.
2.6. Fontes de dados
As seguintes fontes de dados secundários foram pesquisadas:
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas).
DATASUS (Sistema de Informação do Ministério da Saúde).
SIM (Sistema de Informação de Mortalidade).
SINASC (Sistema de Informação de Nascidos Vivos).
SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica).
2.7. Logística
A coleta de dados foi realizada através de informações contidas nas
respectivas instituições, tais como Ministério da Saúde e Secretarias
22
Estaduais de Saúde, as quais foram coletadas diretamente pelo
coordenador da pesquisa. Foi feito treinamento com técnicos do IBGE,
para uso do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA).
2.8. Processamento e análise dos dados
A maioria das informações foram copiadas diretamente dos bancos de
dados das respectivas instituições disponibilizadas no programa
TabWin e exportados para o Excell. Dados nutricionais foram
digitados. Foi feita verificação e consistência das informações. As
análises foram realizadas no programa Stata versão 8. Para o estudo
dos fatores determinantes foi utilizada regressão de Poisson.
2.9. Controle de qualidade
O controle de qualidade foi realizado através dos seguintes
mecanismos:
Verificação das informações.
Redigitação dos dados não disponibilizados na Internet.
Checagem das inconsistências.
C) Terceiro componente: Revisão sistemática sobre AIDPI
2.1. Objetivos
Delinear as informações sobre a estratégia AIDPI.
Revisar informações sobre o manejo de casos nas unidades de
saúde após AIDPI.
Sumarizar dados sobre desempenho dos profissionais de saúde
após a implantação da AIDPI.
23
2.2. Metodologia
Serão levantados dados de literatura sobre estudos realizados sobre
estratégia da AIDPI que possam responder à pergunta: O desempenho
dos profissionais de saúde é melhor nas unidades de saúde com
AIDPI? Como critérios de inclusão, serão considerados estudos em
que foram comparadas unidades de saúde com profissionais de saúde
capacitados ou não na estratégia AIDPI.
Serão considerados participantes todos os artigos em que foi avaliada
a estratégia AIDPI em delineamentos analíticos. O desfecho será o
desempenho dos profissionais de saúde após a implantação da
estratégia AIDPI.
Os estudos serão identificados através das seguintes bases de dados
on line: MEDLINE, LILACS, OPAS e WHOLIS através das seguintes
palavras-chave: aidpi, imci e aiepi.
A revisão será ampliada através da busca em outras fontes:
documentos de instituições de saúde: OPAS, OMS, Ministério da
Saúde; sites na internet sobre AIDPI/IMCI, referências dos artigos
relacionados, carta aos autores e aos representantes da OMS e OPAS
para identificação de estudos realizados.
Os dados serão coletados através de uma ficha resumo de cada artigo
com as seguintes informações: referência, objetivos, delineamento,
local, participantes, principais resultados e comentários.
A partir disso, será feita uma ficha de extração com as seguintes
variáveis: autor, país, ano, delineamento, indicadores propostos. A
qualidade dos dados será feita através de uma checklist proposta por
Downs e Black (Anexo 4).
24
3. CRONOGRAMA
______________________________________________________________
Atividade 2002 2003 2004
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
1
1
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
1
1
1
2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
1
1
1
2
Avaliação
nas unidades
de saúde
X
X
X
Identificação
de municípios
X
X
X
Preparação X
X
Treinamento X
Coleta de
dados
X
X
X
Processa-
mento dos
dados
X
X
X
X
Análise dos
dados
X
X
Relatório
parcial
X
Artigo
X
Fatores
determi-
nantes
Elaboração X
X
Coleta de
dados
X
X
X
X
X
X
X
X
Processa-
mento dos
dados
X
X
X
X
X
Análise dos
dados
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Artigo
X
Artigo de
revisão
Coleta de
dados
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Processa-
mento das
informações
X
X
Preparação do
material
X
Artigo
X
25
4. ORÇAMENTO
______________________________________________________________
O financiamento da pesquisa se feito com recursos da Organização
Mundial da Saúde por intermédio do projeto MCE financiado pela Fundação
Bill e Melinda Gates. Parte dos recursos será feito também pelo Ministério da
Saúde para o transporte dos entrevistadores para o curso de capacitação, e
uma outra parte pelas Secretarias de Saúde dos estados do Ceará, Paraíba,
Bahia e Pernambuco pela disponibilidade de seus profissionais de saúde e
apoio logístico.
26
5. REFERÊNCIAS
______________________________________________________________
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Integrated Management of the sick child. Bull World Health Organ 1995;
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dying every year. Lancet 2003; 361: 2226-34.
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Salud, Acciones de Salud Materno Infantil a Nivel Local: Según las metas
de la Cumbre Mundial en favor de la Infancia. Washington, D.C.
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Unidade Básica de Saúde da Família. Brasília, DF, junho de 2000.
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13. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica - DAB. Divulgação
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escrevendo suas histórias. Rio de Janeiro, RJ, Número 21, dezembro
2000.
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I Seminário de Experiências Internacionais em Saúde da Família. Brasília,
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15. Ministério da Saúde /SAS/ Coordenação de atenção Básica/ REFORSUS.
Livro de Resumos. 1ª Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família
- Construindo um novo modelo. Brasília, DF, 1999.
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public health interventions. Am J Public Health 94(3): 406-15.
30
II. RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO
31
RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO
______________________________________________________________
1. Identificação das parcerias
Foi realizada em Brasília-DF, no período de 18 a 19 de outubro de
2001, a primeira reunião para apresentação da Avaliação Global da
AIDPI: eficácia, custos e impacto. Teve como objetivo discutir uma
proposta de protocolo para a pesquisa e envolver o Ministério da
Saúde e outros parceiros nessa pesquisa. Contou com participação de
diversos técnicos do Ministério da Saúde e da OPAS/OMS. Nessa
reunião, foram definidos os estados de Ceará, Pernambuco, Paraíba e
Bahia para serem avaliados.
Foram realizadas reuniões em cada um dos estados selecionados
para apresentação da proposta e definição de apoio logístico e
operacional dos estados. Inicialmente foi realizada uma reunião com o
secretário de saúde e coordenadores dos programas de saúde
vinculados à criança (PACS, PSF, Universidade) para apresentação da
proposta. A seguir uma reunião com os técnicos da própria secretaria
em que foram abordados aspectos relacionados aos instrumentos de
avaliação, período da avaliação, recursos financeiros e situação dos
municípios.
A primeira reunião foi realizada em Fortaleza-Ceará no dia 2 de janeiro
de 2002, tendo como proposta um levantamento das unidades no setor
de informática, informações no Programa Saúde da Família, envio de
uma carta para todos os municípios e elaboração de uma planilha com
as informações.
Em Salvador-Bahia, a reunião foi realizada no período de 15 a 16 de
janeiro de 2002. Foi definido que a Secretaria de Saúde ficaria
responsável pelo transporte para os municípios, diárias (hospedagem,
32
alimentação), reprografia e por uma secretaria local. Houve também
visita ao Centro Pediátrico Prof. Hosanah de Oliveira da Universidade
Federal da Bahia.
A reunião em João Pessoa-Paraíba foi realizada nos dias 5 e 6 de
fevereiro de 2002. Foi definido que a Secretaria da Saúde daria todo o
apoio necessário em termos de pessoal e de transportes, que a
pesquisa se insira na proposta de avaliação da Secretaria de modo a
ser muito útil ao Estado e aos municípios. Foi feita também uma visita
ao Serviço de Puericultura do Hospital Universitário Lauro Wanderley
da Universidade Federal da Paraíba.
Em Recife-Pernambuco, a reunião foi realizada no dia 7 de fevereiro
de 2002. Ficou acertado que a Secretaria de Saúde daria todo apoio á
pesquisa no fornecimento de informações, apesar dos dados
relacionados aos indicadores de saúde dos municípios serem muito
difíceis de conseguir. Foram abordados também aspectos relativos ao
treinamento para capacitação dos entrevistadores a ser realizado em
Recife.
2. Seleção dos entrevistadores
Durante as visitas nos estados, foi discutida com a equipe da
Secretaria de Saúde que haveria a necessidade de quatro
entrevistadores para aplicação dos formulários com as seguintes
características: formação clínica em AIDPI, experiência prévia em
avaliação, alto grau de motivação e disponibilidade de tempo para três
meses. Para isso, foi solicitado o preenchimento de um formulário com
os seguintes itens: nome, profissão, fone residencial, celular, e-mail,
titulo acadêmico, experiência em pesquisa (título, ano, atuação),
capacitação em AIDPI (ano, atuação, locais de trabalho), interesse
(motivo) na pesquisa.
33
3. Curso de capacitação
Realizou-se em Recife-Pernambuco, no período de 6 a 10 de maio de
2002, a “Reunião de Capacitação para a avaliação da AIDPI”.
Participaram 31 pessoas dos estados da Bahia (6), Ceará (8),
Pernambuco (6), Paraíba (6), além do Distrito Federal (1), Rio de
Janeiro (1) e do exterior (2),
A capacitação teve um controle rígido de atividades, segundo agenda
definida anteriormente, em que os entrevistadores foram
supervisionados pela equipe central de pesquisa como forma de
controle de qualidade. Ao final do primeiro dia, foram definidos os
entrevistadores para cada formulário, a partir das observações durante a
reunião e do perfil enviado anteriormente.
A parte teórica consistiu na leitura dos formulários e do manual de
instruções e dramatização dos seguintes formulários: Form. 1.
Observação do profissional da saúde, Form. 2. Re-exame da criança,
Form. 3 – Entrevista de saída, Form. 4 – Lista de equipamentos e
suprimentos, Form. 5 – Custos e Form. 6 – Cenários de casos.
.
4. Estudo piloto
A parte prática foi realizada em seis unidades de saúde em municípios
não elegíveis para a pesquisa. Foram selecionadas oito unidades,
ficando duas em reserva. Os grupos foram divididos em duas unidades
diferentes para evitar aglomeração e proporcionar uma maior
participação em situações diferentes.
Os entrevistadores do formulário 1 observaram três atendimentos dos
profissionais de saúde juntamente com os coordenadores em cada
visita por unidade. Ao total foram visitadas cinco unidades de saúde.
Depois os coordenadores observavam um atendimento dos
entrevistadores do formulário 2 e 3 e observavam a participação do
34
supervisor na aplicação do formulário 4. Ao final, havia a comparação
das respostas dos entrevistadores com a dos coordenadores.
Ao final do dia, foi realizada uma encenação dos formulários e teste de
confiabilidade. O valor obtido foi acima de 92% para todos os
formulários. Foi feita também uma avaliação de toda participação e
algumas sugestões que foram incorporadas aos formulários para um
melhor entendimento dos mesmos. Não ocorreram problemas na
aplicação dos formulários, estando todos motivados a participar da
pesquisa.
5. Trabalho de campo
O trabalho de campo foi realizado no período de julho a outubro de 2002
em cada um dos estados. Foram visitadas unidades de saúde em cada
um dos municípios selecionados previamente.
A avaliação nas unidades de saúde (AUS 2002) foi realizada por 24
entrevistadores em quatro Estados (Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco) durante o período de julho a novembro de 2002. Isso foi
feito durante o período normal das atividades da unidade. Foram
estudadas 653 crianças ao total (105 na Bahia, 193 no Ceará, 184 na
Paraíba e 171 em Pernambuco).
Doze municipios foram avaliados na Bahia, 14 no Ceará, 16 na Paraíba
e 16 em Pernambuco. Doze unidades foram avaliadas com AIDPI e 12
sem AIDPI em cada Estado, perfazendo 48 unidades com AIDPI e 48
unidades sem AIDPI. Todos os municípios tinham PSF.
35
6. Problemas em cada estado
a) Paraíba
Não houve nenhum problema nesse estado. Todas as unidades
selecionadas foram visitadas.
b) Pernambuco
Municípios sem AIDPI
Itaquetinga: o prefeito suspendeu o PSF.
Palmeirina: o PSF foi desqualificado pelo Ministério da Saúde.
Itaiba: havia um programa similar (PITS), mas que não era PSF.
Xexeu: havia PSF somente no papel, mas que na realidade não
existia.
Iati: semelhante a Xexeu e não havia médico na unidade de saúde.
Esses municípios foram substituídos por Lagoa de Itaenga, Itambé,
Primavera e Capoeiras.
Municípios com AIDPI
Glória do Goitá: dois dicos saíram do município, ficando somente
uma enfermeira. Somente 33% dos profissionais de saúde foram
treinados em AIDPI.
Esse município foi substituído por Riacho das Almas, dentre os
elegíveis.
36
c) Bahia
Municípios sem AIDPI
Conde: foi excluído porque havia um profissional de saúde contratado
esse ano capacitado em AIDPI vindo de outro estado.
Cardeal da Silva: diminuiu duas unidades de saúde de três anteriores.
Uma unidade de saúde iniciou suas atividades em 2001. Não havia
uma unidade de saúde fixa.
Ipacaetá: reduziu uma unidade de saúde porque o se médico recusou
a responder aos formulários de avaliação. Não havia outro profissional
de saúde que pudesse completar o formulário.
O município excluído foi substituído por Entre Rios, dentre os
elegíveis.
d) Ceará
Municípios sem AIDPI
Hidrolândia: não existia PSF na prática.
Milhã: tinha um profissional de saúde treinado em AIDPI em outro
estado.
Esses municípios foram substituídos por Boa Viagem e Ipueiras. Em
todos os estados, o principal problema que retardou o trabalho de
campo foi à eleição em dois turnos. Não havia transporte para os
municípios duas semanas antes e após o dia da eleição.
7. Controle de qualidade
O controle de qualidade foi realizado através das seguintes atividades:
curso de capacitação rigoroso; teste de confiabilidade com valores
37
acima de 92%; questionários padronizados; manual de instruções
detalhado; visitas de supervisão semanais em cada um dos estados e
revisão de todos os questionários antes da digitação.
8. Processamento e análise dos dados
Os formulários foram pré-codificados e tiveram as questões fechadas
codificadas pelos próprios entrevistadores. Antes da digitação, o
coordenador fez uma revisão dessa codificação para evitar dados
incongruentes.
Os dados foram digitados no programa Epi-Info em dupla entrada.
Procedeu-se a limpeza dos dados para detectar erros de digitação,
observado através da listagem das freqüências.
A análise dos dados foi realizada no programa Stata, em que algumas
variáveis foram recodificadas e calculados os indicadores chaves e
suplementares.
38
III. ARTIGOS
39
Artigo 1
______________________________________________________________
Effect of Integrated Management of Childhood Illness (IMCI) on
health worker performance in Northeast-Brazil
Efeito da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI)
sobre o desempenho de profissionais de saúde no Nordeste do Brasil
João Amaral
1
, Eleanor Gouws
2
, Jennifer Bryce
2
, Álvaro Jorge Madeiro Leite
1
,
Antonio Ledo Alves da Cunha
3
, Cesar Gomes Victora
4
1) Departamento de Saúde Materno Infantil, Universidade Federal do
Ceará.
2) Department of Child and Adolescent Health and Development, World
Health Organization, Geneva, Switzerland.
3) Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
4) Departamento de Medicina Social. Programa de Pós-Graduação em
Epidemiologia, Universidade Federal de Pelotas.
Endereço para correspondência:
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará
Departamento de Saúde Materno Infantil
Rua Prof. Costa Mendes 1608 – 2º. andar
CEP: 60430-140
Rodolfo Teófilo – Fortaleza-Ceará
E-mail: joaoamaral@terra.com.br
Publicado na revista Cadernos de Saúde Pública.
51
Artigo 2
______________________________________________________________
Fatores associados à implantação da estratégia de Atenção Integrada às
Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI) em três estados
do Nordeste do Brasil
Factors associated with the implementation of Integrated Management
of Childhood Illness (IMCI) in three states of Northeastern Brazil
João Amaral
1
, Cesar Gomes Victora
2
, Álvaro Jorge Madeiro Leite
1
,
Antonio José Ledo Alves da Cunha
3
1) Departamento de Saúde Materno Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará.
2) Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de Pelotas.
3) Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
Endereço para correspondência:
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará
Departamento de Saúde Materno Infantil
Rua Prof. Costa Mendes 1608 – 2º. andar
CEP: 60430-140
Rodolfo Teófilo – Fortaleza-Ceará
E-mail: joaoamaral@terra.com.br
Enviado para publicação na Revista de Saúde Pública.
52
Fatores associados à implantação da estratégia de Atenção
Integrada às Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI) em
três estados do Nordeste do Brasil
Factors associated with the implantation of Integrated Management of
Childhood Illness (IMCI) in three states of Northeastern Brazil
João Amaral
1
, Cesar Gomes Victora
2
, Álvaro Jorge Madeiro Leite
1
,
Antonio José Ledo Alves da Cunha
3
1) Departamento de Saúde Materno Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará.
2) Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de Pelotas.
3) Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
Resumo:
Objetivos: A maioria das mortes em crianças é evitável. A estratégia AIDPI
desenvolvida pela OMS/UNICEF pretende reduzir a mortalidade infantil através de
ações para melhorar o desempenho dos profissionais de saúde, a organização do
sistema de saúde e as práticas da família e da comunidade. Este trabalho visa
descrever fatores associados à implantação da AIDPI em três estados do nordeste
do Brasil.
Métodos: Estudo ecológico comparando a distribuição da implantação da AIDPI
com variáveis independentes econômicas, geográficas, ambientais, nutricionais,
organização do serviço de saúde e mortalidade infantil. Esses fatores foram
avaliados através de um modelo hierárquico utilizando regressão de Poisson para o
cálculo de razões de prevalência após ajuste para fatores de confusão.
Resultados: Foram incluídos 443 municípios nos estados do Ceará, Paraíba e
Pernambuco, dos quais 54% possuíam a estratégia AIDPI. Os fatores
significativamente associados com a ausência da AIDPI, após controle para fatores
de confusão, foram: menor IDH, menor população e maior distância da capital. As
variáveis: menor renda per capita e pior taxa de abastecimento de água
apresentaram valores próximos da significância estatística.
Conclusões: Houve iniqüidade na implantação da AIDPI, pois municípios de maior
risco para a saúde infantil apresentaram menores taxas de implantação. São
necessárias, portanto, políticas de saúde que reforcem a implantação da AIDPI em
municípios de maior risco.
Palavras-chave: Estudos de Avaliação, Saúde da Criança, Serviços de Saúde da
Criança, Assistência à Saúde, Mortalidade Infantil.
53
Abstract:
Objectives: Most deaths in children are avoidable. The IMCI strategy was developed
by WHO/UNICEF in order to reduce infant mortality through improvements in health
worker performance, health system organization and family/community practices.
The present study describes factors associated with the implementation of IMCI in
three states of Northeastern Brazil.
Methods: The study design was ecological, comparing the geographical distribution
of IMCI implementation in three states with independent economic, geographic,
environmental, nutritional, health care organization and mortality variables. The
factors were analyzed with a hierarchical model using Poisson regression to
calculate prevalence ratios after adjusting for confounding factors.
Results: The study included 443 municipalities in three states (Ceará, Paraíba and
Pernambuco), most of which (54%) have implemented IMCI. After adjusting for
confounding factors, the following factors were found to be significantly associated
with the absence of IMCI: low HDI, long distance from state capital and small
population. The associations with low income and low water/sanitation coverage
were close to reaching statistical significance.
Conclusions: IMCI is not evenly and fairly distributed in the region, as shown by the
fact that municipalities with higher risk of child mortality presented the lowest levels of
IMCI coverage. Thus, IMCI implementation in high-risk municipalities should be
encouraged through adequate health policies.
Key words: Evaluation Studies, Child Health, Child Health Services, Delivery of
Health Care, Infant Mortality
54
Introdução
As mortes de crianças menores de cinco anos continuam ocorrendo em larga
escala, especialmente em países em desenvolvimento, apesar da
disponibilidade de tecnologias de saúde efetivas.
1
Em nível global, cinco
causas de doenças são responsáveis por mais de 70% dessas mortes
pneumonia, diarréia, desnutrição, sarampo e malária.
2
A Organização Mundial da Saúde (OMS) em conjunto com o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF) elaboraram, em 1993, uma
estratégia denominada de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Criança (AIDPI), com o objetivo de reduzir a mortalidade e morbidade
associada a essas doenças e contribuir para o crescimento e
desenvolvimento saudáveis das crianças.
3
Essa estratégia tem três
componentes principais: melhorar o desempenho dos profissionais de saúde,
melhorar a organização do sistema de saúde e melhorar as práticas da
família e da comunidade.
4
O primeiro componente envolve o treinamento dos profissionais de saúde
através de protocolos padronizados. Isso possibilita a identificação precoce
das crianças gravemente doentes, assegura o tratamento das doenças
prevalentes e a aplicação de medidas preventivas como imunizações e
promoção do aleitamento materno. O segundo componente objetiva melhorar
a organização do sistema de saúde através do suporte adequado para
disponibilidade de equipamentos, medicamentos, vacinas, materiais
educativos e atividades de supervisão, além de um sistema de referência
para os casos graves. O terceiro componente inclui atividades na família e na
comunidade baseadas em práticas de promoção de saúde.
5
No Brasil a estratégia foi implantada em 1996 no contexto do Programa
Saúde da Família (PSF), inicialmente nos estados do Nordeste e Norte, onde
existiam os piores indicadores de saúde.
6,7
A expansão ocorreu em 1998 e
atualmente todos os estados do Brasil têm profissionais capacitados. No
55
entanto, a implantação tem ocorrido de forma desigual em diferentes áreas
geográficas.
A investigação dos fatores associados à implantação municipal de uma
estratégia como a AIDPI pode ser realizada sob várias óticas. Um primeiro
enfoque seria entender as características das políticas nacionais, estaduais e
municipais de saúde que podem incentivar a adoção de uma estratégia em
determinado município e não em outros. Estas características podem incluir,
por exemplo, a forma como a estratégia é financiada e os incentivos a sua
implantação pelo município, sejam financeiros, logísticos ou técnicos.
No ponto de vista do município, fatores como o tipo de gestão do sistema de
saúde municipal por ocasião da implantação, a disponibilidade de recursos
próprios, a motivação e formação do Secretário de Saúde, e a ideologia do
governo municipal, podem todos afetar a adoção de uma estratégia
inovadora. Este tipo de análise requer coleta de dados primários em nível
municipal, através de métodos quantitativos e qualitativos.
Uma segunda ótica para examinar fatores associados à implantação é aquela
que diz respeito às necessidades de saúde. Este tipo de enfoque é mais
apropriado à análise através de um modelo estatístico para estudos
ecológicos, baseado em dados secundários existentes, que considere a
hierarquia entre os possíveis determinantes da implantação.
8,9
Segundo uma lógica de racionalidade epidemiológica, a AIDPI deve ser
prioritariamente implantada em áreas mais carentes.
10
A hipótese de
pesquisa foi de que a implantação da AIDPI é maior nos municípios com:
piores indicadores sócio-econômicos, ambientais, nutricionais e de saúde
infantil, assim como em municípios com sistemas de saúde mais precários.
Esta análise permite identificar as características municipais que aumentam a
probabilidade de implantação da AIDPI. Este enfoque explicativo ainda não
foi aplicado à implantação de programas de saúde no Brasil, sendo esse
estudo direcionado para avaliar sua adequação. Foram avaliados
56
determinantes da implantação da AIDPI em três estados do Nordeste do
Brasil, identificando diferenças entre municípios que adotaram ou não essa
estratégia.
Estas análises foram realizadas como parte de uma pesquisa mais ampla de
avaliação da AIDPI em cinco países Bangladesh, Brasil, Peru, Tanzânia e
Uganda.
11
Uma análise comparativa de alguns fatores associados com a
implantação da AIDPI no Brasil, Peru e Tanzânia foi recentemente publicada
em periódico de língua inglesa.
12
A presente análise inclui uma série de
variáveis que não foram abordadas naquela publicação, e ao mesmo tempo
divulga estes resultados de forma acessível a leitores brasileiros e aprofunda
sua discussão no contexto nacional.
Métodos
O delineamento utilizado foi do tipo ecológico através da comparação da
distribuição de uma variável dependente (implantação da AIDPI) com
variáveis independentes em três estados do Nordeste do Brasil (Ceará,
Paraíba e Pernambuco).
A variável dependente foi a implantação da AIDPI, definida como a presença
na rede municipal de pelo menos um profissional capacitado na estratégia.
Esta informação foi obtida diretamente através de contatos com as
secretarias estaduais de saúde em 2002.
As seguintes variáveis independentes socioeconômicas, demográficas,
nutricionais, relativas à infra-estrutura dos serviços de saúde e indicadores de
morbidade e mortalidade foram obtidas de dados oficiais disponíveis em
2000, sendo medidas antes da implantação da AIDPI:
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): calculado a partir das
informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
13
Renda per capita: média de renda por pessoa (em reais).
13
57
Taxa de analfabetismo: percentual de pessoas acima de 15 anos sem
escolaridade.
13
População: população residente no município.
14
Distância da capital: distância do município a capital do estado em Km.
13
Urbanização: taxa de indivíduos vivendo em áreas urbanizadas.
14
Abastecimento de água: percentual de pessoas com fonte de água em
casa.
14
Esgoto: percentual de esgotos em nível domiciliar.
14
Taxa de mortalidade infantil: baseada na estimativa de mortalidade
indireta do PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas).
13
Aleitamento materno: percentual de es que amamentaram até os três
meses de idade.
Desnutrição: taxa de desnutrição infantil de peso para idade.
Cobertura vacinal: cobertura vacina para criança de 0 a 1 ano.
Para os três últimos indicadores, foram utilizados os bancos de dados do
SIAB
15
. Os bancos estaduais do SIAB, que não estiveram disponíveis na
internet, foram consultados nas Secretarias Estaduais de Saúde quando os
dados não estavam compilados em nível nacional.
Todos os municípios dos três estados foram considerados, sendo incluídos
aqueles que preencheram os seguintes critérios: tamanho da população entre
5.000 e 50.000 habitantes, de acordo com o censo de 2001, uma vez que
seria difícil medir o impacto da AIDPI em municípios muito pequenos e
porque as mais altas taxas de mortalidade são observadas em municípios da
zona rural com a50.000 habitantes. Os outros critérios para a seleção dos
municípios incluíram a presença de uma rede apropriada de unidades de
atenção primária (uma ou mais unidades para 10.000 habitantes), e mais de
80% da população coberta por agentes comunitários de saúde. Todos os
municípios possuíam unidades do PSF (Programa de Saúde da Família). Os
municípios de comparação deviam ter equipe atuantes do PSF, mas nenhum
profissional treinado em AIDPI.
58
Elaborou-se um modelo conceitual propondo uma hierarquia entre fatores
possivelmente associados à implantação da AIDPI, baseado no pressuposto
teórico de que esta estratégia teria um maior impacto em áreas de maior risco
para a saúde da criança (Figura 1).
16
Fig. 1. Modelo teórico para implantação da AIDPI.
1º.
n
i
v
e
l
A - Fatores socioeconômicos
IDH
Renda per capita
Taxa de alfabetização
B - Fatores geográficos
População no município
Distância da capital
Taxa de urbanização
2º.
n
i
v
e
l
C - Fatores ambientais
Taxa de abastecimento de água
Taxa de esgoto
3º.
n
i
v
e
l
D - Fatores nutricionais
Desnutrição
Aleitamento materno
E - Organização do serviço de saúde
Número de hospitais
Cobertura do PSF e PACS
Cobertura vacinal
4º.
n
i
v
e
l
F - Situação de saúde infantil
Taxa de mortalidade infantil
Taxa de mortalidade por diarréia
Taxa de mortalidade por pneumonia
Implantação da AIDPI
(Sim/Não)
59
Essa figura organiza os possíveis determinantes da implantação da AIDPI,
sob a ótica da necessidade da estratégia, em diferentes níveis hierárquicos.
Nos grupos A e B situam-se fatores sócio-econômicos e geográficos,
incluindo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), renda per capita, taxa
de alfabetização, taxa de urbanização, distância da capital e população. O
grupo C incluiu fatores ambientais que podem ser afetados pelo nível
socioeconômico, tais como a taxa de abastecimento de água e esgoto.
No grupo D foram incluídos dois fatores nutricionais, a prevalência de baixo
peso para idade e a prevalência de aleitamento materno exclusivo aos três
meses de idade. Foram incluídos também nesse nível (Grupo E) fatores
relacionados à organização do serviço de saúde, tal como a cobertura
vacinal.
O grupo F incluiu a situação de saúde infantil antes da implantação da AIDPI,
por intermédio da taxa de mortalidade infantil, que pode ser influenciada por
todas as variáveis incluídas nos níveis acima.
O modelo de análise efetivamente utilizado foi simplificado para um modelo
hierárquico com quatro níveis: nível 1 (grupos A e B), 2 (C), 3 (D e E) e 4 (F).
Todas as variáveis independentes foram classificadas em quartis para avaliar
efeitos de dose-resposta. As análises bivariada e multivariada foram
realizadas no programa Stata versão 8, sendo utilizada regressão de Poisson
para o cálculo de razões de prevalência.
17
Consideraram-se como fatores associados à implantação da AIDPI aqueles
com teste de heterogeneidade ou de tendência linear significativo (p < 0,05).
As variáveis foram introduzidas no modelo progressivamente conforme o
nível hierárquico, sendo mantidas aquelas com p < 0,20, pois mesmo o
alcançando a significância estatística podem atuar como fatores de
confusão.
18
60
Resultados
Foram incluídos no estudo 443 municípios em três estados, Ceará (65 com e
43 sem AIDPI), Paraíba (27 com e 21 sem AIDPI) e Pernambuco (147 com e
140 sem AIDPI). No total, a presença da AIDPI foi registrada em 54% dos
municípios.
Na tabela 1 observa-se como as variáveis socioeconômicas, geográficas,
ambientais, nutricionais, organização do serviço de saúde e de situação de
saúde infantil estão relacionadas com a implantação da AIDPI.
Das variáveis socioeconômicas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
apresentou uma relação linear estatisticamente significativa, ou seja, quanto
menor o IDH maior a probabilidade do município o ter AIDPI. Esta variável
se manteve no modelo quando ajustada para fatores de confusão,
permanecendo para a análise dos níveis seguintes.
A renda per capita, que foi estatisticamente significativa na análise bruta,
perdeu a significância após o ajuste para as demais variáveis do nível 1, mas
ficou próxima ao nível de significância (p=0,09). a taxa de analfabetismo
não foi significativa nem na análise bruta nem na ajustada, embora seu efeito
tenha aumentado após o ajuste. Ambas estas variáveis permaneceram no
modelo para controle dos fatores de confusão nos níveis seguintes, por
apresentarem p<0,20.
As variáveis geográficas - população e distância da capital - mostraram uma
associação linear com a implantação da AIDPI, ou seja, municípios menores
e mais distantes apresentaram maior probabilidade de não dispor de AIDPI.
Estas associações se mantiveram estatisticamente significativas, mesmo
quando ajustadas para fatores de confusão, permanecendo para a análise
dos níveis seguintes. A variável taxa de urbanização saiu do modelo por não
ter alcançado significância (p > 0,20).
61
As variáveis ambientais, taxa de abastecimento de água e de esgoto, não
foram significativas na análise bruta e tampouco quando ajustadas.
Entretanto, ambas estas variáveis permaneceram no modelo para controle
dos fatores de confusão nos níveis seguintes, por apresentarem p<0,20.
Em relação às variáveis nutricionais aleitamento materno e desnutrição
ambas não se mostraram associadas com a implantação da AIDPI quer na
análise bruta ou ajustada, sendo então excluídas do modelo.
A variável relacionada à organização dos serviços de saúde – cobertura
vacinal antes da implantação do AIDPI o apresentou associação
estatisticamente significativa na análise bivariada. Quando ajustada para
outras variáveis do terceiro nível houve um aumento da associação, embora
permanecendo não significativa.
A variável taxa de mortalidade infantil previamente a implantação da AIDPI
não se mostrou estatisticamente significativa, sendo excluída do modelo.
No modelo final restaram as variáveis IDH, população e distância da capital.
As variáveis renda per capita (p=0,09) e taxa de abastecimento de água
(p=0,08) apresentaram valores próximos à significância.
62
Tabela 1. Distribuição dos municípios sem AIDPI, de acordo com variáveis
socioeconômicas, geográficas e ambientais, e conforme níveis de desnutrição e
mortalidade infantil prévios à implantação.
Variáveis* Número de
municípios
% municípios
sem ADPI
RP bruta
(IC95%)
RP ajustada
(IC95%)
Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH)
p**=0,01 p**=0,01
> 0,64 106 40,6 1,0 1,0
> 0,61 – 0,64 114 42,1 1,04 (0,76 – 1,42) 1,15 (0,84 – 1,58)
> 0,58 – 0,61 110 43,6 1,08 (0,79 – 1,47) 1,05 (0,74 – 1,48)
0 – 0,58 113 57,5 1,42 (1,07 – 1,88) 1,48 (1,00 – 2,19)
Renda percapita
p=0,03 p=0,09
> 90,7 111 33,3 1,0 1,0
> 78,1 – 90,7 111 47,8 1,43 (1,03 – 1,99) 1,41 (1,02 – 1,94)
> 66,7 – 78,1 111 53,2 1,59 (1,16 – 2,19) 1,32 (0,93 – 1,87)
0 – 66,7 110 50,0 1,50 (1,09 – 2,07) 1,13 (0,77 – 1,66)
Taxa de analfabetismo
p=0,62 p=0,16
> 43,6 110 47,3 1,00 (0,76 – 1,32) 0,77 (0,53 – 1,11)
> 39,4 – 43,6 111 40,5 0,86 (0,64 – 1,15) 0,73 (0,53 – 1,01)
> 35,9 – 39,9 110 49,1 1,04 (0,79 – 1,36) 0,88 (0,66 – 1,16)
0 – 35,9 112 47,3 1,0 1,0
População (habitantes)
p** < 0,01 p** <0,01
>25.000 – 50.000 106 29,3 1,0 1,0
>15.000 – 25.000 111 37,8 1,29 (0,88 – 1,89) 1,27 (0,88 – 1,83)
>10.000 – 15.000 111 47,8 1,63 (1,15 – 2,33) 1,57 (1,11 – 2,23)
>5.000 – 10.000 109 68,8 2,35 (1,70 – 3,25) 1,98 (1,42 – 2,76)
Distância da capital (Km)
p** < 0,01 p** <0,01
> 318,4 110 66,4 1,67 (1,28 – 2,18) 1,72 (1,31 – 2,26)
> 194,9 – 318,4 111 47,8 1,20 (0,89 – 1,63) 1,31 (0,97 – 1,77)
> 94,2 – 194,9 111 30,6 0,77 (0,54 – 1,11) 0,82 (0,58 – 1,17)
0 – 94,2 111 39,6 1,0 1,0
Urbanização
p**=0,03 p**=0,57
> 61,8 111 41,4 1,0 1,0
> 47,9 – 61,8 110 39,6 0,96 (0,70 – 1,32) 0,82 (0,60 – 1,13)
> 38,1 – 47,9 111 49,1 1,18 (0,88 – 1,59) 1,01 (0,75 – 1,35)
0 – 38,1 111 54,1 1,30 (0,99 – 1,73) 1,00 (0,74 – 1,36)
Taxa de abastecimento de água
p=0,11 p=0,08
> 46,5 110 41,8 1,0 1.0
> 35,8 – 46,5 112 42,0 1,00 (0,74 – 1,37) 0,88 (0,66 – 1,18)
> 25,5 – 35,8 110 55,5 1,33 (1,01 – 1,75) 1,24 (0,93 – 1,66)
0 – 25,5 111 45,1 1,08 (0,80 – 1,46) 1,03 (0,75 – 1,41)
Taxa de esgoto
p=0,11 p=0,17
> 20,6 110 41,0 1,0 1.0
> 5,9 – 20,6 112 44,6 1,09 (0,80 – 1,48) 0,95 (0,71 – 1,28)
> 0,7 – 5,9 111 43,2 1,06 (0,78 – 1,44) 1,02 (0,75 – 1,39)
0 – 0,7 112 55,5 1,36 (1,02 – 1,79) 1,25 (0,94 – 1,67)
Desnutrição (peso para idade)
p=0,61 p=0,32
> 11,5 110 48,0 0,93 (0,70 – 1,25) 0,89 (0,65 – 1,22)
> 8,0 – 11,5 109 42,2 0,90 (0,67 – 1,21) 0,97 (0,71 – 1,32)
> 5,7 – 8,0 111 50,5 1,08 (0,82 – 1,41) 1,14 (0,87 – 1,50)
0 – 5,7 111 46,9 1,0 1,0
Aleitamento materno
p=0,99 p=0,34
> 61,1 107 44,9 1,0 1.0
> 54,7 – 61,1 106 45,3 1,00 (0,75 – 1,36) 1,23 (0,90 – 1,67)
> 46,4 – 54,7 108 46,3 1,03 (0,77 – 1,38) 1,28 (0,96 – 1,70)
0 – 46,4 106 45,3 1,00 (0,75 – 1,36) 1,26 (0,94 – 1,70)
Cobertura vacinal 0 a 1 ano
p**=0,48 p**=0,16
> 92,0 109 47,7 1,0 1,0
> 88,2 – 92,0 109 37,6 0,79 (0,58 – 1,08) 0,85 (0,63 – 1,14)
> 81,4 – 88,2 111 46,0 0,96 (0,73 – 1,28) 1,07 (0,81 – 1,41)
0 – 81,4 93 50,5 1,06 (0,80 – 1,40) 1,21 (0,90 – 1,62)
Mortalidade infantil PNUD
p=0,99 p=0,27
> 67,5 110 46,4 1,03 (0,77 – 1,37) 0,66 (0,42 – 1,02)
> 54,4 – 67,5 111 46,9 1,04 (0,78 – 1,38) 0,74 (0,51 – 1,08)
> 44,1 – 54,4 111 46,0 1,02 (0,76 – 1,36) 0,86 (0,63 – 1,19)
0 – 44,1 111 45,1 1,0 1.0
* em quartis - ** valor p de tendência linear.
1º. nível: IDH, renda per capita, analfabetismo, população, distância da capital, urbanização.
2º. nível: taxa de abastecimento de água, taxa de esgoto,
3º. nível: desnutrição, aleitamento materno, cobertura vacinal.
4º. nível: taxa de mortalidade infantil.
Modelo final: IDH, população, distância da capital.
63
Discussão
Algumas limitações metodológicas devem ser inicialmente assinaladas. A
primeira refere-se à forma como os dados foram coletados. Como se utilizou
dados secundários de fontes diversas é possível que tenham ocorrido
problemas na qualidade de informação como subnotificação ou dados
incompletos. No entanto, é provável que estes problemas tenham afetado
igualmente municípios com e sem AIDPI. Outra limitação importante a ser
considerada refere-se ao fato de que outros programas de saúde poderiam
interferir nos resultados (como fatores de confusão não mensurados), mas
novamente isso somente distorceria os resultados se estes programas
fossem mais comuns nos municípios com AIDPI ou vice-versa.
Conforme mencionado na introdução, a presente análise adotou uma lógica
de necessidade da estratégia, utilizando variáveis disponíveis em bancos de
dados secundários. Outras gicas poderiam ter sido utilizadas na presente
análise, mas pelos motivos expostos acima se optou for adotar o modelo aqui
empregado.
Para a interpretação dos resultados é importante levar em consideração uma
relação hierárquica entre as variáveis que permitiu identificar os possíveis
determinantes da implantação da AIDPI. Esse modelo hierarquizado também
se mostrou útil em outros estudos relacionados a fatores de risco para
doenças infantis, em análises em nível individual.
19
Sugere-se que sua
utilização na avaliação de programas de saúde possa ser disseminada.
Para a adequada interpretação dos resultados, é importante descrever o
processo de implantação da AIDPI no país. A primeira fase de introdução da
estratégia iniciou-se com uma reunião em 1996 quando a proposta foi
apresentada a técnicos do Ministério da Saúde, Sociedade de Pediatria,
universidades públicas e técnicos de Secretarias de Saúde Municipal e
Estadual. Posteriormente, foi feita a tradução e adaptação do material
produzido pela Organização Mundial da Saúde.
64
O primeiro curso realizou-se em 1997. Nessa época, a taxa de mortalidade
infantil (TMI) no Brasil era de 33 por 1000 nascidos vivos (NV), segundo o
IBGE.
1
O treinamento iniciou-se em quatro dos 27 estados: Ceará,
Pernambuco e Sergipe (TMI de 45, 54 e 49 por 1000 NV respectivamente), e
Pará na região amazônica (TMI de 32/1000 NV) (Celso Simões, IBGE,
comunicação pessoal). Portanto, três dos quatro estados em que a AIDPI foi
implantada apresentavam TMI maiores do que a taxa nacional. Estes estados
eram conhecidos por ter uma forte implementação de programas verticais de
saúde da criança, incluindo o Programa de Controle das Doenças Diarréicas
e Infecções Respiratórias Agudas. Outros estados com níveis mais elevados
de TMI, como Alagoas e Maranhão, não foram priorizados inicialmente.
Entrevistas com informantes-chaves confirmaram que a presença de uma
equipe estadual competente foi um pré-requisito na primeira fase de
implantação da AIDPI.
Os cursos rapidamente expandiram para outros estados do país, incluindo
estados da região sul e sudeste onde as TMI são menores que 20/1000 NV.
Embora não existam dados sobre as coberturas de treinamento em cada
estado, estas parecem ter sido baixas, certamente menores de 10% na
grande maioria dos estados.
Portanto, a AIDPI foi priorizada inicialmente em alguns dos estados mais
pobres do país, mas esta lógica não foi seguida dentro de cada estado, como
demonstraram as análises acima. As Secretarias Estaduais de Saúde não
pareceram haver levado em conta a equidade ao promover a implantação da
estratégia em nível municipal. Nossos resultados mostraram que, dentro de
cada estado, quanto menor o IDH, menor a população e maior a distância da
capital, menor foi a implantação da AIDPI em nível municipal. Houve ainda
associações com significância estatística limítrofe com renda per capita
(p=0,08) e taxa de abastecimento de água (p=0,09).
1
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000 – Fecundidade e Mortalidade
Infantil (Resultados Preliminares da Amostra). Rio de Janeiro:IBGE; 2002.
65
Nossos resultados relativos ao IDH contradizem dados de literatura que
propõem que a estratégia seja implantada preferencialmente em áreas de
pior nível socioeconômico.
10
Conforme a “lei do cuidado inverso” de Hart, as
populações que mais necessitam de atenção médica de alta qualidade são as
que menos a recebem.
20
Os resultados atuais confirmam a “hipótese da
equidade inversa”, ou seja, de que as novas intervenções em saúde (como a
AIDPI) tendem a serem inicialmente adotadas por aqueles que menos delas
necessitariam.
21
No caso do Brasil, isso foi demonstrado para outras
intervenções como a fluoretação da água.
22
A disponibilidade de água e esgoto são indicadores indiretos da pobreza e do
risco para doenças transmissíveis em um município. Vários estudos
mostraram que a ausência de água encanada no domicilio está associada à
incidência e mortalidade por doenças infecciosas, mas apesar disso a
estratégia AIDPI foi implantada preferencialmente em municípios com maior
cobertura de água encanada.
23
Por outro lado, não foi evidenciada
associação entre a taxa de esgoto e a implantação da AIDPI.
A desnutrição é uma das doenças especificamente abordadas pela estratégia
AIDPI, a qual inclui um forte componente de aconselhamento sobre a
amamentação.
24
Seria esperado, portanto, que a implantação ocorresse mais
fortemente em municípios com altas taxas de desnutrição e baixa prevalência
de aleitamento. A falta de associação mostra que estes municípios não foram
priorizados.
A AIDPI também prioriza a vacinação, mas não houve maior implantação da
estratégia em municípios com menores coberturas vacinais. Nos últimos
anos, atividades de vacinação vêm sendo reforçadas pelo sistema de saúde
em todos os municípios, fato este que pode justificar não ter sido encontrada
diferença estatisticamente significativa.
Finalmente, tampouco houve maior implantação da AIDPI em áreas de alta
mortalidade infantil. Novamente, isso contradiz a racionalidade
66
epidemiológica, pois a estratégia AIDPI foi prioritariamente elaborada para
ser implantada em locais com maiores taxas de mortalidade.
25
Em estudo recentemente publicado, analisamos a implantação da AIDPI em
três paises (Brasil, Peru e Tanzânia) em relação a algumas das variáveis
acima.
12
Concluímos ser o Brasil o país onde há maiores evidências de que a
AIDPI tenha priorizado as áreas menos carentes. As análises agora
apresentadas expandem e complementam aquelas incluídas no referido
artigo.
Os achados deste estudo evidenciaram que uma iniqüidade na
implantação da AIDPI: municípios de maior risco para a saúde infantil
apresentaram menores taxas de implantação da AIDPI. São necessárias,
portanto, definir políticas de saúde dentro de cada estado que reforcem a
implantação da AIDPI em municípios de maior risco.
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69
Artigo 3
______________________________________________________________
Efeito da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI)
sobre o desempenho dos profissionais de saúde: revisão sistemática
Effect of Integrated Management of Childhood Illness (IMCI) on the
performance of health care workers: a systematic review
João Amaral
1
e Cesar Gomes Victora
2
1) Departamento de Saúde Materno Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará.
2) Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de Pelotas.
Endereço para correspondência:
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará
Departamento de Saúde Materno Infantil
Rua Prof. Costa Mendes 1608 – 2º. andar
CEP: 60430-140
Rodolfo Teófilo – Fortaleza-Ceará
E-mail: joaoamaral@terra.com.br
Enviado para publicação na Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil.
70
Efeito da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI)
sobre o desempenho dos trabalhadores de saúde: revisão sistemática
Effect of Integrated Management of Childhood Illness (IMCI) on the
performance of health care workers: a systematic review
João Amaral
1
e Cesar Gomes Victora
2
1) Departamento de Saúde Materno Infantil, Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará.
2) Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, Faculdade de Medicina,
Universidade Federal de Pelotas.
Resumo:
Objetivo: A estratégia AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância) visa melhorar o desempenho de trabalhadores de saúde atuando no
nível primário. Ao momento não existem revisões sistemáticas da literatura
demonstrando se o treinamento em AIDPI efetivamente resulta em uma
melhor qualidade do atendimento. Esta revisão avalia o manejo de casos por
profissionais de saúde treinados nesta estratégia.
Métodos: Foram revisados estudos nas bases de dados MEDLINE, LILACS,
PAHO e WHOLIS com as palavras-chave: AIDPI, IMCI e AIEPI; além de
documentos da OPAS, OMS e do Ministério da Saúde do Brasil, de janeiro de
1993 até julho de 2006. A qualidade metodológica dos artigos foi avaliada
pelos critérios de Downs e Black.
Resultados: Trinta e três artigos foram identificados. Desses, quatorze
tinham como objetivo validar os algoritmos da AIDPI obtendo altos níveis de
sensibilidade e especificidade para as principais doenças. Dez artigos
avaliaram o desempenho do trabalhador de saúde sem incluir um grupo
externo de comparação, e nove artigos compararam o desempenho de
trabalhadores de saúde treinados e não treinados na estratégia. Os estudos
mostraram evidência significativa de melhora no desempenho dos
trabalhadores de saúde em unidades com AIDPI. Os principais problemas
metodológicos encontrados foram a falta de controle de fatores de confusão e
a falta de registro do poder estatístico.
Conclusões: evidências científicas de melhoria do cuidado às crianças
em unidades com profissionais treinados em AIDPI.
Palavras-chave: Criança, Literatura de Revisão, Avaliação de Desempenho,
AIDPI.
71
Abstract:
Objective: This is to our knowledge the first literature review focused on
improvements in the performance of health care workers subsequent to the
implementation of the IMCI strategy. The findings are relevant to child health
policy making. The objective of the study was to review papers on case
management at health facilities with and without IMCI.
Methods: The authors searched the databases MEDLINE, LILACS, PAHO
and WHOLIS with the search terms AIDPI, IMCI and AIEPI, and analyzed
documents published by PAHO, WHO and the Brazilian Ministry of Health
between January 1993 and July 2006. The methodological quality was
assessed using the criteria of Downs and Black.
Results: Thirty-five papers were reviewed. Twelve of these validated the IMCI
algorithm and found the sensitivity to be high and the specificity to be over 80%
for major illnesses. Twenty-three papers assessed the performance of health
care workers, eight of which without a control group. The present study shows
clear evidence of improvement in the performance of health care workers
employed at health facilities with IMCI. The main methodological weaknesses
of the study were lack of control of confounding factors and lack of information
regarding statistical power.
Conclusions: The performance of health care workers is improved at public
health facilities with IMCI.
Key words: Child, Review Literature, Employee Performance Appraisal, IMCI.
72
Introdução
A estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
(AIDPI) foi elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em
conjunto com o Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) com o
objetivo de melhorar os indicadores de saúde infantil. A estratégia global foi
lançada em 1993.
1,2
A mesma foi implantada no Brasil em 1996, inicialmente
em estados da região Norte e Nordeste onde são menos favoráveis as
condições de saúde infantil.
3
A estratégia AIDPI inclui o treinamento de trabalhadores de saúde no manejo
de doenças comuns na infância, com ênfase na diarréia, infecções
respiratórias, malária, sarampo e desnutrição. Inclui também ações de
suporte aos serviços de saúde, prevenção específica e de promoção da
saúde. O curso de formação da AIDPI originalmente durava 11 dias, mas foi
adaptado em diferentes países, tendo sido encurtado para 7 a 8 dias em
diversos locais.
4
Embora a estratégia AIDPI já tenha sido implementada em mais de 100
países
5
, até o momento não existem revisões sistemáticas da literatura
avaliando se ocorreu melhora no desempenho dos trabalhadores de saúde
após a implantação dessa estratégia. Esta informação será de extrema
utilidade para ajudar no planejamento das ações de saúde da criança. A
presente revisão tem como objetivo revisar a literatura sobre a qualidade do
manejo de casos por trabalhadores de saúde treinados em AIDPI.
Métodos
A revisão bibliográfica sistemática sobre a estratégia AIDPI incluiu estudos
que, direta ou indiretamente, responderam à pergunta: a capacitação dos
trabalhadores de saúde em AIDPI resulta em um desempenho adequado no
manejo dos principais problemas de saúde da criança?
73
Os estudos foram localizados e selecionados através de bases eletrônicas de
dados sobre ciências da saúde em geral MEDLINE (National Library of
Medicine) e LILACS (Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde) e
bases específicas de organismos internacionais PAHO (Pan American
Health Organization) e WHOLIS (World Health Organization), utilizando as
seguintes palavras-chave: AIDPI (Atenção Integrada às Doenças Prevalentes
da Infância), IMCI (Integrated Management of Childhood Illness) e AIEPI
(Atención Integrada a las Enfermedades Prevalentes de la Infancia). A
revisão foi ampliada mediante a busca em outras fontes. Representantes de
instituições de saúde (OPAS, OMS e Ministério da Saúde do Brasil) foram
contatados para identificar estudos realizados sobre AIDPI. Artigos o
publicados também foram incluídos, desde que sua qualidade fosse aceitável.
O período da busca foi de janeiro de 1993 (ano do lançamento da AIDPI) até
julho de 2006.
Como critérios de inclusão, foram considerados estudos comparando
trabalhadores de saúde capacitados em AIDPI com profissionais não
capacitados, assim como estudos não controlados em que foi descrito o
desempenho de trabalhadores de saúde treinados em AIDPI. Não foram
incluídos estudos que mediram o impacto da AIDPI sobre indicadores de
saúde, mas que não avaliaram o desempenho dos trabalhadores de saúde,
nem tampouco estudos com metodologia exclusivamente qualitativa.
Foram considerados delineamentos analíticos experimentais ou
observacionais. Os desfechos de interesse incluíram indicadores de
desempenho de trabalhadores de saúde na avaliação, classificação,
tratamento e aconselhamento das mães.
A seguir foi feita uma avaliação crítica dos artigos selecionados, conforme os
27 critérios de qualidade propostos por Downs e Black incluindo os seguintes
itens: comunicação, validade externa, validade interna (viés), validade interna
(fatores de confusão) e poder estatístico.
6
As respostas aos 27 critérios de
qualidade foram digitadas no programa Excel, tendo-se criado um escore
74
metodológico indicador da qualidade do artigo, dividindo-se o número de itens
positivos pelo número total de itens avaliados.
A coleta de dados foi feita através de uma ficha de extração do artigo com as
seguintes informações: referência, palavras-chave, país, objetivos,
delineamento, tamanho da amostra, desfechos, principais resultados e
comentários. Esse último item incluiu uma análise sucinta da metodologia e
implicações do estudo para a tomada de decisões e para futuras pesquisas.
O uso de um escore metodológico permitiu avaliar os estudos através da
força da evidência em termos de qualidade dos artigos selecionados para
responder à pergunta pesquisada. Para facilitar a análise, os artigos foram
separados em: 1) estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI, 2) estudos
sem grupo controle externo (delineamento do tipo “antes e depois”) e 3)
estudos com grupo controle externo.
Resultados
Foram identificados 430 documentos com as palavras-chave IMCI, AIDPI ou
AIEPI nas bases de dados MEDLINE, LILACS, WHOLIS e PAHO, além de 7
documentos da OMS e OPAS no período de janeiro de 1993 a julho de 2006.
A maioria do material identificado era composta de manuais, informes técnicos
e relatórios, sendo que apenas 33 artigos foram considerados relevantes para a
revio por inclrem dados quantitativos sobre o desempenho de
trabalhadores de saúde treinados na estragia. Observou-se que a maioria
desses estudos foi realizada por pesquisadores de países desenvolvidos
atuando em países em desenvolvimento, principalmente nos países africanos,
onde a estratégia foi inicialmente testada e aplicada.
Esses 33 artigos se encontram resumidos na Tabela 1 (estudos de avalião
inicial do algoritmo AIDPI com objetivo de validação), Tabela 2 (estudos de
avaliação do desempenho de trabalhadores de saúde treinados em AIDPI sem
75
grupo controle externo) e Tabela 3 (estudos de avalião do desempenho de
trabalhadores de sde treinados em AIDPI com grupo controle externo).
Os principais problemas metodológicos encontrados incluíram a falta de
controle de fatores de confusão em estudos que incluíram grupo de
comparação, e a falta de registro do poder estatístico na maior parte dos
artigos não controlados. Em função da variabilidade dos problemas
detectados, o escore metodológico dos artigos variou de 0,50 a 1,00.
Quatorze artigos foram realizados para validar aspectos espeficos do
algoritmo da AIDPI, comparando os diagsticos realizados por trabalhadores
de saúde treinados na estragia com um pado-ouro constituído por pediatras
experientes. Estes estudos mostraram veis de sensibilidade e especificidade
superiores a 80% para a maioria das doeas (Tabela 1).
7-20
A principal
exceção foi a baixa sensibilidade do sinal palidez palmar como indicador de
anemia.
10,16
Dois autores relataram baixa especificidade dos sinais indicativos
da necessidade de referência para hospital
11,18
,mas um terceiro
17
encontrou
especificidade de 74%.
Nove artigos avaliaram o desempenho do trabalhador de saúde sem grupo
controle externo.
21-9
Alguns estudos transversais mediram o desempenho após
o treinamento e relataram veis satisfatórios de adequação
21,23-6
, por exemplo,
80% dos profissionais perguntaram sobre imunizões. Outros compararam o
desempenho dos mesmos profissionais antes e depois do treinamento.
28,29
Em
geral, estes estudos mostraram níveis satisfatórios de desempenho, com
algumas excões que incluíram o tratamento correto para anemia
23,24
,
avaliação dos sinais gerais de perigo
21,23
, avalião da sde dos
cuidadores
26,27
, ou quando retornar imediatamente à unidade de saúde.
21,23
O estudo de Kelley em Uganda, incluído tamm nesta categoria, comparou o
desempenho de profissionais que receberam treinamento em AIDPI mais
retroalimentação imediata com outros profissionais treinados que não
receberam retroalimentão, mostrando que esta melhora o desempenho.
22
76
Dez artigos avaliaram o desempenho dos trabalhadores de saúde com grupo
controle externo
30-39
; dos quais cinco foram de alta qualidade com escore
metodológicos acima de 0,9
31,32,34,35,38,39
, tendo os restantes recebido escores
entre 0,5 a 0,86.
30, 33, 36,37
Os estudos com grupo controle externo inclram tanto estudos de eficácia, em
que profissionais foram treinados especialmente pelos pesquisadores e
avaliados em seguida, e estudos de efetividade, em que profissionais
previamente treinados foram avaliados sob condições rotineiras de atendimento
médico. Todos os estudos (Tabela 3) mostraram evincias significativas de
melhora no desempenho dos profissionais treinados, em termos de
reconhecimento dos sinais gerais de perigo
34
, verificação do estado vacinal
32,34
,
aconselhamento nutricional
31
, conhecimento dos cuidadores sobre a saúde das
crianças
32
, desempenho dos profissionais nas unidades de saúde
32,34,37,38
,
prescrão correta de antibióticos
34,35,36,39
e comunicão com as es.
33-35
O estudo de Uganda mostrou um impacto significativo em vários itens
estudados, mas as diferenças entre profissionais treinados e não treinados
foram pequenas.
38
Isso pode ser atribdo ao curto período de treinamento, e
ao uso de treinadores pouco qualificados, em uma tentativa de alcaar alta
cobertura rapidamente.
38
77
Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI, através da comparação de diagnósticos realizados por
trabalhadores de saúde treinados na estratégia com um padrão-ouro.
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Bern,
Quênia,
1997.
Transversal
(validação);
1.202 crianças para
desnutrição grave e
1.735 para crianças de
peso baixo para idade
em crianças menores
de 59 meses.
Mortalidade.
Sensibilidade e
especificidade
(desnutrição).
Edema em ambos os pés e peso muito
baixo estiveram associados com alta
mortalidade. A sensibilidade para detectar
crianças de peso para altura foi elevada
(74-100%). Entre as crianças pequenas,
um escore de peso para idade de abaixo
de -3 teve uma sensibilidade de 89-100%
na detecção de crianças com peso para
altura abaixo de -3.
0,50 Estudo evidenciou a
importância da
AIDPI para
problemas
nutricionais.
Perkins,
Quênia,
1997.
Transversal
(validação); 1.795
crianças de 2 a 59
meses de idade.
Sensibilidade e
especificidade
(pneumonia,
desidratação,
malária e
problema de
ouvido).
Sensibilidade superior a 80%, exceto para
desidratação. Especificidade superior a
60%, exceto para pneumonia, maria e
problema de ouvido.
0,71 Estudo demonstrou
níveis variáveis de
sensibilidade e
especificidade para
rias doenças.
78
Cont. Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Weber,
Gâmbia,
1997.
Transversal
(validação); 440
crianças de 2 a 59
meses de idade.
Sensibilidade e
especificidade
(pneumonia,
desidratação,
malária,
sarampo, otite
média e
desnutrição).
Sensibilidade e especificidade superiores a
80% para doenças comuns. A AIDPI não
abordou algumas doenças, tais como, rash
cutâneo, problemas da boca e oculares.
0,71 Estudo evidenciou a
importância da
AIDPI para detectar
os problemas
prevalentes da
criança.
Kalter,
Uganda e
Bangladesh,
1997
Transversal
(validação); 1.226
crianças em Uganda e
668 em Bangladesh
de 2 a 59 meses de
idade.
Sensibilidade e
especificidade
(palidez palmar e
da conjuntiva)
Palidez palmar e da conjuntiva grave
tiveram, individualmente e em conjunto, 10
a 50% de sensibilidade e 99% de
especificidade para anemia grave. Palidez
palmar não funcionou tão bem para
detecção de anemia moderada ou grave.
0,71 Estudo evidenciou
que o algoritmo
AIDPI apresentou
baixa sensibilidade
e alta especificidade
no diagnóstico de
anemia grave.
79
Cont. Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Kalter
Bangladesh,
1997.
Transversal
(validação); 234
crianças de 1 a 24
meses de idade e 668
crianças de 2 a 59
meses.
Sensibilidade e
especificidade
(necessidade de
referência).
O algoritmo teve uma boa sensibilidade (84
a 86%), mas baixa a moderada
especificidade (47-51%) para a avalião da
necessidade de referência.
0,79 Estudo mostrou a
importância da
AIDPI para
identificação e
referência de
crianças graves.
Kolstad,
Uganda,
1997.
Transversal
(validação); 2
assistentes de saúde e
4 médicos (padrão
ouro), 1.365 crianças
de 2 a 59 meses de
idade.
Sensibilidade e
especificidade.
(pneumonia
grave, diarréia,
disenteria,
infecção do
ouvido, anemia,
desnutrição).
Sensibilidade e especificidade superiores a
80% exceto para pneumonia grave
(sensibilidade 53%).
0,71 Estudo mostrou
altos níveis de
sensibilidade e
especificidade para
praticamente todas
as doenças
avaliadas.
80
Cont. Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Gove,
Tanzânia,
1997.
Transversal
(validação); 23
trabalhadores de
saúde que atendiam 9
a 10 crianças
hospitalizadas e mais
de 30 crianças em
nível ambulatorial.
Avaliação e
tratamento
(sinais gerais de
perigo, tosse,
diarréia, febre,
problema de
ouvido,
desnutrição,
anemia).
Todos os três grupos (médicos assistentes,
auxiliares de saúde rurais e auxiliares de
saúde materno-infantil) conseguiram
avaliar, classificar e tratar a maioria das
crianças doentes ao final do curso. A
maioria sabia dar aconselhamento
adequado.
0,50 Estudo evidenciou a
importância da
AIDPI para o
manejo de diversas
doenças
prevalentes da
infância.
Sies,
Etiópia,
1997.
Transversal
(validação); 6
enfermeiras e 449
criaas de 2 a 59
meses de idade.
Avaliação,
tratamento e
aconselhamento
para seis
doenças comuns.
A avaliação de sinais comuns foi adequada,
mas para sinais menos freqüentes a
sensibilidade foi baixa. A maioria das
criaas foi corretamente tratada e, quando
necessário, referidas. Aconselhamento
adequado.
0,57 Estudo sem grupo
de comparão,
cujo principal
objetivo foi validar o
algoritmo da AIDPI.
81
Cont. Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Kolstad,
Uganda,
1997.
Transversal
(validação); 2
trabalhadores de
saúde;
1.226 crianças de 2 a
59 meses de idade.
Classificão (19
itens), referência,
tempo de
consulta e custo.
O uso da AIDPI teria encaminhado 16,2%
para o hospital comparado com 22% para
os médicos que constituíram o padrão ouro
(sensibilidade de 73%). A AIDPI reduziu o
uso de drogas e os custos, mas aumentou
a duração da consulta.
0,79 Estudo evidenciou a
importância da
AIDPI para a
referência de
pacientes e redão
de custos.
Zucker,
Quênia,
1997.
Transversal
(validação); 1.666
criaas de 2 a 59
meses de idade.
Sensibilidade e
especificidade
(anemia).
Para anemia grave em pacientes
internados, a sensibilidade e especificidade
foram respectivamente de 53% e 77%
(palidez da conjuntiva), 42 % e 93%
(palidez da língua) e 53% e 81% (palidez
palmar).
0,71 Estudo evidenciou
que o algoritmo da
AIDPI apresenta
baixa sensibilidade
para anemia.
82
Cont. Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore Comentários
Shah,
Índia,
1999.
Transversal
(validação); 203
crianças de 2 a 59
meses de idade.
Sensibilidade e
especificidade.
(sinal geral de
perigo e critério
de referência).
O algoritmo cobre a maioria das doenças
(92%). Para internamento, a sensibilidade
para sinal geral de perigo foi baixa (39%),
enquanto que a especificidade foi alta
(87%). Em relação ao critério de referência,
a sensibilidade e especificidade foram
respectivamente de 81% e 74%. O
algoritmo da AIDPI reduziu pela metade as
oportunidades perdidas em imunização.
0,79 Estudo evidenciou a
importância da
AIDPI para a
imunizão.
Gupta,
Índia,
2000.
Transversal
(validação);129
crianças de 2 meses a
59 meses de idade.
Sensibilidade e
especificidade
(infecção
bacteriana,
diarréia,
imunização,
aleitamento).
O critério de encaminhamento foi bastante
sensível, mas com especificidade baixa. A
sensibilidade para identificar infecção
bacteriana grave foi alta e especificidade
baixa.
0,71 Estudo mostrou que
o reconhecimento
de doença grave
teve boa
sensibilidade.
83
Cont. Tab. 1. Estudos de avaliação inicial do algoritmo AIDPI
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Factor,
Bangladesh,
2001.
Transversal
(validação); 669
crianças doentes entre
2 a 59 meses de
idade.
Tratamento,
sensibilidade e
especificidade
(febre).
A combinação de febre e percepção
materna de respiração rápida resultou ser
um critério mais sensível que o módulo
atual para detectar casos de bacteriemia.
Antibióticos foram prescritos em 78% de
crianças com infecção bacteriana.
0,57 Estudo evidenciou
que o AIDPI resulta
em tratamento
adequado para a
maioria das
crianças com
infecção bacteriana,
mas que necessita
melhorar no modulo
de febre.
Pluong,
Vietnã,
2004.
Transversal
(validação); 1.250
crianças entre 2 meses
a 10 anos de idade.
Classificação,
sensibilidade e
especificidade
(pneumonia,
diarréia e
dengue).
Sensibilidade maior que 60% e
especificidade maior que 85%. Para a
classificação de dengue a especificidade
foi de 50 a 55% em crianças com sorologia
positiva para dengue.
0.79 Estudo evidenciou
alta especificidade
e moderada
sensibilidade no
diagnostico da
dengue.
84
Tab. 2. Estudos sobre o desempenho de trabalhadores de saúde treinados em AIDPI sem grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore Comentários
Ministerio de
Salud Publica,
Equador,
2000.
Transversal; 28
trabalhadores de
saúde e 195 crianças 2
a 59 meses em 41
unidades. Re-exame
das crianças por um
padrão ouro.
Avaliação,
classificação,
tratamento e
aconselhamento.
Houve bom desempenho dos profissionais
em relação ao manejo das doenças, exceto
para avaliação dos sinais gerais de perigo
(34,5%). O aconselhamento sobre quando
voltar imediatamente à unidade de saúdde
não se realizou de maneira adequada
(33,9%).
0,50 Estudo evidenciou
bons níveis de
desempenho dos
trabalhadores de
saúde após
capacitação em
AIDPI.
Kelley,
Niger,
2001.
Quase experimento.
Avaliação do efeito da
retroalimentação em
profissionais treinados
em AIDPI; 483 criaas
de 2 a 59 meses de
idade.
17 indicadores de
avaliação,
tratamento e
aconselhamento.
Houve desempenho adequado quanto ao
reconhecimento dos sinais gerais de perigo,
verificão de vacinação, e avalião de
criaas doentes. A retroalimentação do
desempenho dos trabalhadores de sde
teve um efeito significativo no seu
desempenho.
0,74 Estudo mostrou que
a retroalimentação
melhora o
desempenho dos
trabalhadores de
saúde treinados em
AIDPI.
85
Cont. Tab. 2. Estudos sobre o desempenho de trabalhadores de sde treinados em AIDPI sem grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore Comenrios
Amaral,
Brasil,
2002.
Transversal; 164
crianças de 2 a 59
meses de idade
atendidas por
profissionais treinados
em AIDPI. Re-exame
das crianças por um
padrão ouro.
Avaliação,
classificação e
tratamento.
Houve desempenho adequado dos
trabalhadores de saúde em relação ao
manejo das doenças, exceto para
tratamento de anemia (20%) e avaliação
dos sinais de perigo (23,8%).
0,50 Estudo realizado
pela OMS para
testar o inquérito de
serviços de saúde
para AIDPI. Impacto
positivo do
treinamento sobre o
desempenho.
Zamora,
Bolívia,
2002.
Transversal; 36
unidades, 102 crianças
menores de 59 meses,
101 mães e 54
trabalhadores de
saúde. Re-exame das
crianças por um
padrão ouro.
Indicadores de
avaliação,
classificação,
tratamento,
comunicação e
estrutura.
Houve desempenho adequado dos
profissionais, exceto para tratamento
correto de anemia (21%). Para 3
indicadores, foi comparado com um estudo
anterior de linha de base, evidenciando
importantes melhoras na investigação de
sinais gerais de perigo, sintomas principais
e prescrição desnecessária de antibióticos.
0,50
Estudo realizado
pela OMS para
testar o inquérito de
serviços de saúde
para AIDPI. Sugere
impacto positivo do
treinamento.
86
Cont. Tab. 2. Estudos sobre o desempenho de profissionais treinados em AIDPI sem grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore Comenrios
Ministry of
Health,
Egito,
2003.
Transversal; 296
crianças de 2 a 59
meses de idade; 292
entrevistados em 50
unidades. Re-exame
das crianças por um
padrão ouro.
Avaliação,
classificação,
tratamento,
aconselhamento
e infra-estrutura.
Desempenho adequado quanto à
imunização, problemas respiratórios,
anemia, diarréia e problema de ouvido.
Para 73% das crianças houve
concordância entre o diagnóstico e a
avaliação feita por um pediatra (padrão-
ouro). O tratamento foi adequado para
referência ao hospital, prescrição correta
de antibióticos e diarréia.
0,50 Estudo realizado
pela OMS para
testar o inquérito de
serviços de saúde
para AIDPI. Sugere
impacto positivo do
treinamento.
Freitas,
Brasil,
2003.
Transversal; 203
crianças menores de
59 meses atendidas
por trabalhadores de
saúde treinados em
AIDPI. Re-exame das
crianças por um
padrão ouro.
Avaliação,
classificação,
tratamento e
infra-estrutura.
Houve bom desempenho dos profissionais
em relação ao manejo das doenças,
exceto para tratamento para avaliação do
emagrecimento acentuado (18%) e saúde
da mãe (7%).
0,50 Estudo realizado
pela OMS para
testar o inquérito de
serviços de saúde
para AIDPI. Impacto
positivo do
treinamento sobre o
desempenho.
87
Cont. Tab. 2. Estudos sobre o desempenho de profissionais treinados em AIDPI sem grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore Comenrios
Karamagi,
Uganda,
2004.
Transversal; 37
trabalhadores de
saúde treinados em
AIDPI.
Adesão aos itens
incluídos no
algoritmo AIDPI;
20 indicadores
de avaliação e
aconselhamento.
Os profissionais mostraram alta adesão ao
algoritmo em termos da maior parte dos
itens estudados, e identificou áreas
específicas onde o desempenho foi fraco
(aconselhamento sobre como ministrar os
medicamentos e perguntar sobre
problemas de saúde das cuidadoras).
0,79 Estudo evidenciou a
importância do
aconselhamento em
AIDPI; necessita
reforço sobre a
saúde dos
cuidadores.
Anand,
Índia,
2004.
Estudo longitudinal
sem grupo controle
externo (antes e
depois); 948
prontuários foram
analisados antes e
depois da implantação
da AIDPI.
Avaliação do
desempenho dos
trabalhadores de
saúde. Taxa de
mortalidade
infantil na área
do estudo.
O conhecimento dos profissionais
treinados melhorou inicialmente e depois
estacionou. A classificação e o manejo não
foram satisfatórios para a pneumonia e
para recém-nascidos doentes. O
desempenho foi melhor para febre,
sarampo, disenteria e diarréia. Não houve
impacto na mortalidade infantil.
0,52
Tempo muito curto
para medir impacto.
A formação em
AIDPI durou apenas
4 dias, e a
mortalidade infantil
era baixa (37 por
mil).
88
Cont. Tab. 2. Estudos sobre o desempenho de profissionais treinados em AIDPI sem grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Chopra,
África do Sul,
2004.
Estudo longitudinal
sem grupo controle
externo (antes e
depois); 21
enfermeiros
observados antes e
após intervenção da
AIDPI e 90 crianças
antes e 70 depois na
idade de 2 a 55 meses.
Indicadores de
avaliação,
classificação e
tratamento.
Houve uma melhora significativa na
avaliação dos sinais gerais de perigo,
prescrição racional de medicamentos e
inicio de tratamento na clínica. Não houve
mudança em relação ao aconselhamento
sobre a medicação ou quando retornar a
unidade de saúde. Havia uma boa infra-
estrutura nas unidades.
0,83 Estudo evidenciou
que a AIDPI
melhora o
atendimento a
crianças doentes. O
treinamento requer
uma boa infra-
estrutura nas
unidades de saúde
e que são
necessários
esforços para
melhorar o
aconselhamento.
89
Tab. 3. Estudos de melhorias no desempenho de trabalhadores treinados em AIDPI, com grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Dávila,
Peru,
1999.
Transversal; 90
unidades (60 com e 30
sem AIDPI), 428
crianças de 2 a 59
meses (294 com e 134
sem), 202
trabalhadores de
saúde (148 com e 54
sem).
Avaliação,
classificação,
tratamento,
comunicação,
estrutura (28
indicadores).
Houve melhor desempenho dos
trabalhadores de saúde treinados em
AIDPI em termos de diversos indicadores
relativos ao manejo das doenças
prevalentes. A infra-estrutura foi
semelhante em ambos os tipos de
unidades (77-76%), mas a proporção de
equipamentos para vacinação foi maior nas
unidades com AIDPI.
0,50 Estudo evidenciou
um melhor
desempenho dos
trabalhadores de
saúde em unidades
com AIDPI.
Santos,
Brasil,
2002.
Ensaio randomizado;
28 unidades (14
intervenção e 14
controle) com 33
médicos, cada um
avaliando 12 a 13
pacientes menores de
18 meses.
Avaliação do
módulo de
aconselhamento
nutricional:
conhecimento
dos médicos e
adesão das
mães a
recomendações
Comparados com o grupo controle, houve
melhora significativa no desempenho dos
profissionais, no conhecimento e práticas
maternas, e no ganho de peso das
crianças.
1,00 Estudo
randomizado de
eficácia,
evidenciando efeito
positivo da AIDPI
sobre o estado
nutricional.
90
Cont. Tab. 3. Estudos de melhorias no desempenho da AIDPI com grupo controle externo,
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore Comentários
Schellenberg,
Tanzânia,
2004.
Transversal; 75
unidades (39 com e 34
sem AIDPI); 419
crianças menores de
59 meses. Re-exame
das crianças por um
padrão ouro.
Indicadores de
avaliação,
classificação,
tratamento,
aconselhamento,
estrutura e
referência.
O desempenho dos trabalhadores de
saúde foi notadamente superior nas
unidades com AIDPI. As estruturas de
ambos os grupos de unidades de saúde
foram semelhantes.
0,93 Estudo de
efetividade, não
randomizado, com
boa qualidade
metodológica. O
estudo evidenciou
ganhos da AIDPI.
Gilroy,
Mali,
2004.
Ensaio randomizado.
182 crianças menores
de 59 meses (182 no
grupo de intervenção e
182 no grupo controle).
Selecionadas 5
unidades com AIDPI e
outras 5 unidades para
comparação.
10 desfechos
relacionados à
comunicação
entre
trabalhadores de
saúde e mães.
A comunicação é melhor no grupo com
AIDPI em relação à informação sobre a
dose da droga, sobre a compreensão da
cuidadora sobre o aconselhamento
recebido, sobre quantos dias deve ser
tomada à droga e o número de
comprimidos.
0,85 Estudo de eficácia,
com boa qualidade
metodológica,
evidenciando a
importância da
AIDPI para a
comunicação.
91
Cont. Tab. 3. Estudos de melhorias no desempenho da AIDPI com grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Amaral,
Brasil,
2004.
Transversal; 48
unidades com e 48 sem
AIDPI; 653 crianças de
2 a 59 meses. Re-
exame das crianças
por um padrão ouro.
20 desfechos
incluindo
avaliação,
classificão,
tratamento e
aconselhamento.
AIDPI associado com melhoria na avaliação
e classificão das crianças, e no
aconselhamento das es; efeito sobre
indicadores de tratamento adequado.
Atividades de supervisão eram
inadequadas na maioria dos estados.
0,93 Estudo de
efetividade,
mostrando a
implementação da
AIDPI sob
condições
rotineiras.
El Arifeen,
Bangladesh,
2004.
Ensaio randomizado;
10 unidades com e 10
sem AIDPI; cerca de
600 crianças menores
de 59 meses
examinadas na linha de
base e 18 meses após
o treinamento. Re-
exame das crianças
por um padrão ouro.
Índice de
avaliação
adequada e
índice de
tratamento e
aconselhamento
corretos.
o houve difereas entre os grupos na
linha de base; 18 meses após o
treinamento o índice médio de avaliação foi
igual a 73 no grupo AIDPI e 17 no grupo
controle (máximo = 100). O índice de
tratamento e aconselhamento foi de 54
(AIDPI) e 9 (controle).
1,00 Estudo de alta
qualidade, Mediu
eficia, pois a
AIDPI foi
implementada pelo
grupo de
pesquisadores sob
condões ideais,
com atividades de
supervisão intensas.
92
Cont. Tab. 3. Estudos de melhorias no desempenho da AIDPI com grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Gouws,
Brasil, Tanzânia
e Uganda,
2004.
Transversal;
419 crianças menores
de 59 meses em
Tanzânia, 516 em
Uganda e 653 no
Brasil. Re-exame das
crianças por um
padrão ouro.
Tratamento
correto com
antibiótico.
As criaas atendidas por profissionais
capacitados em AIDPI apresentaram maior
probabilidade de receber prescrões
corretas de antibióticos do que aquelas
tratadas pelo grupo controle.
0,86 Estudo de
efetividade de boa
qualidade.
Evidenciou a
importância da
AIDPI para o uso
correto de
antimicrobianos.
Bryce,
Tanzânia,
2005.
Transversal;
419 crianças menores
de 59 meses (231
vistas por
trabalhadores
treinados em AIDPI e
188 sem AIDPI). Re-
exame das crianças
por um padrão ouro.
Indicadores de
tratamento e
aconselhamento.
Treinamento em AIDPI esteve associado
significativamente com uma melhora nos
cuidados de saúde em unidades para
diversas doenças. Não foram evidenciadas
diferenças significativas no manejo da
diarréia com desidratação e dor de ouvido.
0,81 Estudo de
efetividade de boa
qualidade. Mostrou
o impacto da AIDPI
para o tratamento
adequado, exceto
para diarréia e dor
de ouvido.
93
Cont. Tab. 3. Estudos de melhorias no desempenho da AIDPI com grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Pariyo,
Uganda,
2005.
Transversal;
10 distritos com
diferentes graus de
implementação de
AIDPI avaliados em
2000, 2001 e 2002.
Avaliadas crianças:
516 (2000), 332 (2001)
e 211 (2002). Re-
exame das crianças
por um padrão ouro.
Indicadores de
avaliação,
tratamento,
vacinas,
equipamentos e
materiais
essenciais.
Trabalhadores de saúde treinados em
AIDPI tiveram desempenho
significativamente melhor do que os
profissionais não treinados, mas os níveis
absolutos da qualidade do desempenho
foram baixos em ambos os grupos.
0,93 Estudo de
efetividade,
sugerindo que a
estratégia de
treinamento curto (5
dias) e a
implementação
rápida em todo o
país prejudicaram a
qualidade do
desempenho.
94
Cont. Tab. 3. Estudos de melhorias no desempenho da AIDPI com grupo controle externo
Autor principal,
pais e ano
Delineamento e
tamanho da amostra
Desfechos Resultados Escore
Comentários
Naimoli,
Marrocos,
2006.
Transversal; 2
províncias de
intervenção e 2 de
controle; 467 crianças
menores de 59 meses
(242 no grupo de
intervenção e 225 no
grupo de comparação);
32 unidades no grupo
intervenção e 55 no
controle. Re-exame
das crianças por um
padrão ouro.
Indicador de
adesão ao
tratamento.
A qualidade do atendimento nas províncias
de intervenção foi maior em relação ao
grupo controle de acordo com o índice de
adesão e prescrição correta de
antibióticos.
0,93 Estudo de
efetividade.
Evidenciou melhora
do profissional de
saúde com
capacitação em
AIDPI.
95
Discussão
Os estudos revisados encontraram-se basicamente em três categorias: 1)
estudos de validação inicial do algoritmo AIDPI, 2) estudos sem grupo controle
externo, avaliando o desempenho de profissionais treinados e 3) estudos com
grupo controle externo, comparando profissionais treinados e não treinados.
Os primeiros estudos realizados foram de validação, pois havia uma
necessidade de se avaliar o poder discriminatório do algoritmo da AIDPI, antes
de sua disseminação para todos os países. Estes estudos evidenciaram níveis
adequados de sensibilidade e especificidade para os principais problemas de
saúde da criança. A principal exceção foi o diagnóstico da anemia através da
palidez palmar, que apresentou precisão entre baixa e moderada. Esses
estudos iniciais foram muito úteis para fundamentar a estratégia e ganhar
respeitabilidade no meio médico, que inicialmente apresentava certo ceticismo
quanto a alguns procedimentos incluídos na AIDPI, como o diagnóstico de
pneumonia pela freqüência respiratória, sem uso de radiologia ou ausculta.
Os demais estudos foram realizados para avaliar o desempenho dos
trabalhadores de saúde, incluindo delineamentos não controlados e
controlados. Os estudos não controlados avaliaram a adequação do
desempenho
40
, isto é, se os profissionais treinados possuíam níveis elevados
de desempenho na avaliação, classificação e aconselhamento de crianças e
suas cuidadoras. Em sua grande maioria, esses estudos demonstraram níveis
adequados de desempenho de profissionais capacitados em AIDPI. Esses
achados foram confirmados em estudos com grupo controle externo, cuja
metodologia é mais sofisticada, pois permite avaliar a plausibilidade de que o
efeito observado seja devido ao treinamento com AIDPI.
40,41
Houve considerável variabilidade entre os diversos estudos, em termos de
delineamentos diferentes, distintas variáveis avaliadas, heterogeneidade de
população alvo e variação nos tamanhos de amostra. Isso não permitiu a
obtenção de uma medida agregada por intermédio de técnicas de metánalise.
96
Entretanto, isso não prejudica sobremaneira o fato de que a maioria dos
estudos mostrou uma associação positiva entre treinamento por AIDPI e
desempenho, inclusive nos estudos de alto escore metodológico. Dois dos
estudos aqui descritos
36,37
incluíram análises agregadas de inquéritos
realizados pela Avaliação Multi-Paises da AIDPI, constituindo, portanto uma
forma de meta-análise.
É importante salientar que os tipos de trabalhadores de saúde treinados em
AIDPI variaram substancialmente. Em países africanos a grande maioria era
constituída por diversas categorias de assistentes dicos ou de enfermagem,
com treinamento de nível dio ou superior de 18 a 36 meses. Uma recente
avaliação mostrou que o treinamento em AIDPI melhora o desempenho de
profissionais de todos os níveis, inclusive médicos.
42
No Brasil, enfermeiros
treinadas em AIDPI mostraram desempenho igual ou superior ao de médicos
também treinados em AIDPI.
34
A maioria dos estudos foram publicados no idioma inglês, apenas seis em
outros idiomas.
21,23,24,26,30,31
É possível que os próprios autores de outras
línguas dêem preferência de publicação em língua inglesa, o que foi
evidenciado pela publicação de um autor.
34
Deve-se levar em consideração
também o preconceito contra trabalhos de países subdesenvolvidos por parte
de editores em que se concentram a maioria das revistas em língua inglesa.
43
Um problema a ser considerado é o viés de publicação, visto que uma
probabilidade maior na aceitação de artigos com resultados positivos do que
artigos com resultados negativos.
44
Ressalta-se que esta revisão identificou
três trabalhos não publicados, todos com resultados positivos.
21,25,30
Quanto aos problemas metodológicos encontrados, segundo os critérios de
Downs e Black, a falta de descrição do poder estatístico do estudo e a falta de
controle de fatores de confusão foram os mais freqüentes. Apesar de não
especificar seu o poder estatístico, os estudos que avaliaram o desempenho
tiveram amostra superiores a 100 crianças, e, portanto apresentaram poder
suficiente para detectar diferenças importantes. Mesmo entre os estudos
97
controlados em que houve ajuste para os fatores de confusão, houve
evidências de melhora no desempenho dos trabalhadores de saúde nas
unidades com AIDPI.
31-6
Em conclusão, os estudos avaliados mostraram que evidências científicas
demonstrando a melhoria dos cuidados às crianças em unidades com
profissionais treinados em AIDPI em relação ao aconselhamento nutricional,
ganho de peso, conhecimento sobre a saúde das crianças, tratamento correto,
avaliação dos sinais gerais de perigo e prescrição correta de antibióticos.
Novos estudos devem ser desenvolvidos em relação a detecção e tratamento
da anemia. Os locais que ainda não implantaram a AIDPI ou que tiveram
redução em sua implementação devem ser incentivadas a investir na
estratégia.
Em vista das conclusões da presente revisão sistemática, alguns
desenvolvimentos recentes no Brasil que geram preocupação. O primeiro foi a
diminuição do apoio provido pelo Ministério da Saúde para o treinamento em
AIDPI, a partir de 2002. O segundo é o movimento a favor do Ato Médico, que
restringe a capacidade de prescrever medicamentos a uma única categoria,
quando há fortes evidências científicas de que profissionais não médicos, como
os enfermeiros, apresentam ótimo desempenho na prescrição de
medicamentos simples, no contexto de programas de saúde pública como a
AIDPI
34,42
. Finalmente, uma movimentação para criar uma reserva de
mercado para pediatras no atendimento à saúde de crianças. Este último
movimento vai de encontro à tendência universal de utilizar generalistas no
nível básico de saúde, e contraria as evidências cientificas aqui mostradas, de
que médicos gerais e não médicos adequadamente treinados em AIDPI
apresentam níveis adequados de desempenho.
A saúde de nossas crianças deve ser posta acima de interesses corporativos e
fortemente embasada em conhecimentos científicos, como os incluídos na
presente revisão sistemática da literatura.
98
Referências
1. Gove S. Integrated management of childhood illness by outpatient health
workers: technical basis and overview. The WHO Working Group on
Guidelines for Integrated Management of the Sick Child. Bull World Health
Organ 1997; 75 (Suppl 1):7-24.
2. Tulloch J. Integrated approach to child health in developing countries. The
Lancet 1999; 354 (Suppl.2):SII 16-20.
3. Cunha ALA, Silva MAF, Amaral J. A estratégia de Atenção Integrada às
Doenças Prevalentes na Infância – AIDPI e sua implantação no Brasil. Rev
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4. Bryce J et al. Programmatic pathways to child survival: results of a multi-
country evaluation of Integrated Management of Childhood Illness. Health
Policy Plan. 2005; 20: i5-i17.
5. Child and Adolescent Health and Development, World Health Organization,
IMCI [site na Internet]. Disponível: http://www.who.int/child-adolescent-
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IV. DIVULGAÇÃO
104
1. EVENTOS CIENTÍFICOS
______________________________________________________________
Os resultados da avaliação estão sendo utilizados para reforçar a
capacitação com ênfase nos aspectos que necessitam de
aprimoramento; apresentar aos gestores e profissionais de saúde os
resultados da avaliação para discussão e sensibilização da AIDPI; e
divulgar no meio científico como um modelo de investigação
epidemiológica para futuras pesquisas.
Nesse sentido, foi elaborado um folder explicativo com os principais
resultados da pesquisa distribuídos para gestores e profissionais de
saúde, reunião com técnicos e secretário de saúde do Ceará, reunião
com pediatras e presidente da SBP, reunião com técnicos e
coordenadora da área de Saúde da Criança do Ministério da Saúde,
elaboração de uma homepage para divulgação na internet
(http://geocities.yahoo.com.br/mcebrasil) e apresentação nos seguintes
eventos científicos:
- . Global Forum for Health Research, México, 2004.
- 57ª. Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência,
Fortaleza, 2005.
- 5ª. Mostra Nacional de Experiências Bem-sucedidas em
Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (EXPOEPI),
Brasília, 2005.
- 2ª. Exposição da Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará
(EXPOESP), Fortaleza, 2006.
- . Congresso Cearense de Pediatria, Fortaleza, 2006.
- 33º. Congresso Brasileiro de Pediatria, Recife, 2006.
105
2. GESTORES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE
______________________________________________________________
EFEITO DA ESTRATÉGIA DE ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS
PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI) NO DESEMPENHO DOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO NORDESTE DO BRASIL
Estratégia AIDPI
A estratégia da Atenção Integrada às
Doenças Prevalentes na Infância
(AIDPI) foi desenvolvida pela
Organização Mundial da Saúde (OMS),
Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) e o UNICEF com o objetivo de
melhorar as condições de saúde das
crianças. Inclui três componentes:
capacitação dos profissionais de saúde
em manejo de caso, melhoria na infra-
estrutura dos serviços de saúde e
melhoria nas práticas adotadas pela
família e pela comunidade.
AIDPI no Brasil
A implementação da AIDPI começou em 1996 e foi rapidamente disseminada
para vários os estados, particularmente para a região Norte e Nordeste, os
quais apresentam as maiores taxas de mortalidade infantil no país. Em 2002,
os cursos de treinamento clínico para médicos e enfermeiros tinham sido feitos
em 27 estados, apesar da cobertura ainda estar longe de ser total. Mudanças
recentes afetaram a implementação da AIDPI. Em 2002, devido a pressão de
associações médicas, o curso para enfermeiros foi descontinuado. Em 2003,
todas as atividades de treinamento da AIDPI foram temporariamente
interrompidas.
HISTÓRICO DA AIDPI
AIDPI.
Boa saúde
para crianças
Sistema de
Saúde
Desempenho do
profissional de saúde
Famílias e comunidades
106
Intensidade da implementação da AIDPI no Brasil
A intensidade da implementação da AIDPI no Brasil variou conforme cada um
dos três componentes:
1) Melhoria das habilidades do manejo de casos pelos profissionais de
saúde. Este foi o foco central da implementação da AIDPI no país. Como
mostrado no mapa, todos os estados haviam promovido cursos até 2001,
mas a real cobertura de treinamento foi muito baixa na maioria dos estados.
2) Melhoria do apoio do sistema de saúde. AIDPI foi implementada sob o
Programa Saúde da Família (PSF), cujo objetivo é melhorar o acesso e
qualidade da atenção. Mesmo assim, as contribuições críticas da estratégia
AIDPI tais como supervisão incluindo a observação do manejo de casos
nunca foram totalmente implementadas. A rotatividade dos profissionais de
saúde foi muito alta e, portanto, poucos municípios tinham profissionais de
saúde treinados em AIDPI de uma forma contínua. Por exemplo, somente
23 de 443 municípios em três estados avaliados tinham 60% ou mais de
profissionais de saúde treinados em AIDPI durante o triênio 2000-2002.
3) Melhoria das práticas comunitárias e familiares. Agentes Comunitários
de Saúde (ACS) estavam presentes em todos os municípios, e muitas das
orientações de saúde infantil dadas por esses profissionais são compatíveis
com AIDPI, por exemplo, vacinação e aleitamento materno. Por outro lado,
orientações essenciais sinergísticas em relação à AIDPI aplicada nas
unidades de saúde, por exemplo, quando retornar às unidades de saúde e
aderência às orientações dos profissionais de saúde, não foram
disseminados. Material específico de treinamento do AIDPI comunitário foi
elaborado apenas em 2003.
DISSEMINAÇÃO DA AIDPI
107
Delineamento do MCE
A OMS através do Departamento de Saúde e Desenvolvimento da Criança e
do Adolescente elaborou um estudo sobre Avaliação Multi-Países da
Efetividade, Custo e Impacto da AIDPI (MCE), para determinar se a estratégia
da AIDPI produz um impacto mensurável sobre a saúde infantil e para melhor
avaliar os custos a ela associados. O estudo MCE envolveu cinco países:
Bangladesh, Brasil, Tanzânia, Uganda e Peru. No Brasil o objetivo geral foi
avaliar o impacto da estratégia da AIDPI sobre a saúde infantil através da
comparação de municípios com e sem implementação da AIDPI.
MCE no Brasil
Foram selecionados municípios de 5.000 a 50.000 habitantes em quatro
estados brasileiros: Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. A avaliação incluiu
quatro componentes:
1) Documentação da implementação da AIDPI, com ênfase nos fatores
determinantes da adoção da AIDPI por municípios.
2) Avaliação nas Unidades de Saúde em 96 unidades de municípios com e
sem AIDPI, em que foram aplicados quatro formulários: observação do
profissional de saúde, entrevista com a mãe após o atendimento, exame
pelo pesquisador (padrão-ouro), verificação de equipamentos e insumos.
3) Uma análise exploratória do impacto da AIDPI usando indicadores de rotina.
4) Um estudo de custos da atenção às crianças nos municípios acima com e
sem AIDPI, e nos níveis estadual e nacional.
AVALIAÇÃO MULTI-PAÍSES (MCE)
108
Adoção da AIDPI pelos municípios
Apesar de que a AIDPI foi inicialmente planejada para os estados mais pobres
do país, dentro de cada um desses estados a implementação foi mais rápida
nos municípios mais ricos, mais próximos da capital e mais populosos. Como
mostra a figura abaixo, municípios com maiores níveis do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) foram aqueles mais prováveis de ter “AIDPI
forte” (mais de 60% de profissionais de saúde treinados) e “algum AIDPI”
(cobertura até 60%) do que os municípios com baixos níveis de
desenvolvimento. Em outras palavras, municípios que mais precisavam AIDPI
foram os menos prováveis de receber.
Municípios mais ricos tinham maior
probabilidade de implementar AIDPI
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Baixo
2
3
Alto
Índice de
Desenvolvimento
Humano (IDH)
AIDPI forte Algum AIDPI Sem AIDPI
DOCUMENTAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA AIDPI
109
Unidades de saúde e crianças selecionadas
A pesquisa incluiu 12 municípios da Bahia, 14 do Ceará, 16 da Paraíba e 16 de
Pernambuco. Em cada estado, 24 unidades de saúde (12 com e 12 sem AIDPI)
foram selecionadas para inclusão na pesquisa. No total, 653 crianças foram
selecionadas nestas 96 unidades de saúde. Não houve diferença entre os
perfis das crianças examinadas por profissionais de saúde com e sem
treinamento em AIDPI, em termos de idade, sexo ou distribuição das doenças.
AIDPI melhorou o desempenho dos profissionais de saúde
Profissionais de saúde treinados em AIDPI prestaram assistência de melhor
qualidade comparada com profissionais sem treinamento em AIDPI, em termos
de classificação da doença, tratamento da criança doente e na comunicação
com a mãe.
Apoio do sistema de saúde para AIDPI foi variável
As atividades de supervisão foram geralmente infrequentes e não incluíram a
observação do manejo de casos pelo supervisor. As unidades tinham um
estoque adequado de medicamentos orais, vacinas, equipamentos e
suprimentos para vacinação. Entretanto, a disponibilidade para medicamentos
injetáveis pré-referência foi geralmente baixo em unidades com e sem AIDPI.
AVALIAÇÃO NAS UNIDADES DE SAÚDE
Desempenho dos profissionais
de saúde varia por estado
0
20
40
60
80
100
%
Bahia Ceará Paraíba Pernambuco
Pct de crianças com classificação correta
Com AIDPI
Sem AIDPI
Desempenho das enfermeiras é tão bom
quanto, se não superior, ao dos médicos
0
20
40
60
80
100
%
Bahia Ceará
Pct de crianças com classificação correta
Médicos
Enfermeiras
110
AIDPI melhora o desempenho dos profissionais de saúde.
O manejo por enfermeiras treinadas é tão bom quanto, se não melhor, do
que o manejo pelos médicos.
A qualidade da assistência variou entre os estados, provavelmente devido a
diferenças em termos de treinamento e supervisão.
Embora a estratégia AIDPI tenha sido planejada para os estados mais
pobres, dentro desses estados a implementação foi mais provável nos
melhores municípios.
AIDPI no Brasil consistiu primariamente no treinamento de profissionais de
saúde, sem ações específicas no sistema de saúde ou no nível comunitário.
Resumo das Mensagens Chaves
111
3. IMPRENSA
______________________________________________________________
A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância - AIDPI é uma
estratégia criada em 1993 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) em conjunto com o UNICEF
que traçou como objetivos reduzir a mortalidade na infância e contribuir de
maneira significativa para a melhoria da qualidade da atenção à saúde
prestada às crianças. Para alcançar tais objetivos ações de promoção e
prevenção juntamente com ações assistenciais, ajudam ao crescimento e
desenvolvimento saudáveis da população infantil, em especial daquela que
vive em países e regiões menos desenvolvidas.
A AIDPI enfatiza a visão integrada da criança, ao invés de enfocar apenas uma
doença ou uma condição individual. Além disso, procura enfatizar os diversos
setores envolvidos na saúde da criança, como, por exemplo, a capacitação dos
profissionais de saúde, a organização dos serviços, a educação da família e da
comunidade no que tange à sua saúde.
No Brasil, a estratégia foi implantada em 1996 nas regiões Norte e Nordeste, sendo o
Ceará o estado em que foi realizado o primeiro curso de capacitação de profissionais
de saúde.
De todas as regiões do país, o estas que apresentam os piores
indicadores socio-econômicas e de saúde.
Ainda as doenças perinatais,
pneumonia, diarréia e a desnutrição são responsáveis por um elevado número de
mortes, todas passíveis de prevenção e tratamento.
Apesar da disseminação dessa estratégia para mais de 100 países e para todos os
estados brasileiros havia dúvidas se a AIDPI tinha um impacto significativo na saúde
infantil e se havia redução nos custos de saúde a ela associada.
Um estudo foi realizado em quatro estados brasileiros: Bahia, Ceará, Paraíba e
Pernambuco comparando unidades de saúde com e sem AIDPI, como parte da tese
de doutorado do Prof. João Amaral da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Ceará, sob orientação do Prof. Cesar Victora da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Pelotas-RS.
112
A pesquisa incluiu 12 municípios da Bahia, 14 do Ceará, 16 da Paraíba e 16 de
Pernambuco. Em cada estado, 24 unidades de saúde (12 com e 12 sem AIDPI)
foram selecionadas para inclusão na pesquisa. No total, 653 crianças foram
selecionadas nestas 96 unidades de saúde.
Os resultados mostraram que os profissionais de saúde treinados em AIDPI
prestaram assistência significativamente melhor, comparada com profissionais
sem treinamento em AIDPI. Essa assistência foi melhor em relação à avaliação
do estado de saúde da criança, classificação da doença, tratamento dos
problemas da criança e comunicação com a mãe ou acompanhante. O estudo
também mostrou que os enfermeiros apresentaram bom desempenho na
prescrição de medicamentos simples, no contexto de programas de saúde
pública como o AIDPI.
Ambas os tipos de unidades (com e sem AIDPI) estavam com estoque
adequado de medicamentos e vacinas. Entretanto, a disponibilidade para
medicamentos injetáveis foi geralmente baixa para os dois tipos de unidades.
Esse foi um achado preocupante, uma vez que crianças graves necessitam ser
transferidas para hospitais, uma vez que apresentam com risco de morte e
necessitam receber medicamentos desse porte antes da referência.
Dado o impacto desse estudo para a saúde infantil, o mesmo foi publicado em
revistas nacionais e internacionais, apresentado no Fórum Global para a Saúde
e faz parte de um livro da Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde
(FIOCRUZ) sobre a saúde da criança. Todos os esforços devem ser feito para
melhorar a saúde de nossas crianças e a estratégia AIDPI apresenta os
requisitos para assim faze-lo.
113
V. ANEXOS
114
ANEXO 1: FORMULÁRIOS DE PESQUISA
_______________________________________________________________
Ficha de Inscrição
Questionário: ____________
Cidade: _________________________________
Nome da unidade: _________________________
Nome da criança: ___________________________
Sexo da criança: 1 ( ) Masculino 2 ( ) Feminino
Data de nascimento: ___/___/___
Idade: ___ ___ meses
Peso: ___________ gr
Temperatura: ___ ___ , ___
Hora de chegada a unidade de saúde: ___ ___ hs ___ ___ min
Data da entrevista : ___/___/___
Form. 1: Observação Form. 2: Entrevista com a mãe Form. 3: Reexame
115
Form. 1. OBSERVAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SDE
Questionário: ___ ___ ___ ___ ___ Quest _____
Cidade: _________________________________ Cida ___
Estado: 1 ( ) Ba 2 ( ) Ce 3 Pb 4 ( ) Pe Esta: ___
Nome da unidade: _________________________ Uni: ___
Tipo de unidade:
1 ( ) PSF 2 ( ) CS 3 ( ) Outro__________
Tipo: ___
Nome do profissional de saúde: ________________ Nome: ___
Tipo: 1 ( ) Médico 2 ( ) Enferm 3 ( ) Outro____________ Tiro: ___
Capacitado em AIDPI: 1 ( ) Sim 2 ( ) Não Capa: ___
SE SIM: Ano de capacitação: __ __ __ __
Aca: _____
Nome da criança: ___________________________
Sexo da criança: 1( ) Masc. 2 ( ) Fem. Seci: ___
Data de nascimento: ___/___/___ Data:__/__/__
Idade: ___ ___ meses Ida: __ __ __
Entrevistador: ____________________________ Ent: ___
Data da entrevista : ___/___/___ Dent:__/__/__
Anote a hora em que se inicia a observação: __ __ hs __ __ min
Se parar a consulta, anote a hora do inicio da interrupção: __ __ hs __ __ min
E a hora do retorno a consulta: ___ ___ hs __ __ min
Obs: ______
Inter: ______
Reto: ______
MÓDULO DE AVALIAÇÃO
Anote tudo o que você ouve ou vê:
3. O <profissional> ou auxiliar pesou a criança hoje?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A3: ___
4. O <profissional> ou auxiliar mediu a temperatura da criança?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A401: ___
5. Quais razões que a mãe ou acompanhante disse para trazer a criança
na unidade?
Marque todos os sinais mencionados:
a. Tosse/dificuldade para respirar 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
b. Diarréia/vômitos 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
c. Febre 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
d. Problema de ouvido 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
e. Puericultura/consulta de rotina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
f. Outro ______________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A5a: ___
A5b: ___
A5c: ___
A5d: ___
A5e: ___
A5f: ___
116
6. O <profissional> perguntou se a criança pode beber ou mamar?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A6: ___
7. O <profissional> perguntou se a criança vomita tudo?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A701: ___
8. O <profissional> perguntou se a criança teve convulsões?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A8: ___
9. A criança está visivelmente desperta (p.ex correndo, chorando com
energia)?
1 ( ) Sim
VÁ PARA 11
2 ( ) Não
A901: ___
10. SE NÃO, A CRIANÇA NÃO ESTÁ DESPERTA: o <profissional>
verificou a letargia ou inconsciência (tratou de despertar a criança)?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
A10: ___
11a. O <profissional> perguntou se a criança teve tosse ou dificuldade
para respirar?
1 ( ) Sim, tem tosse 2 ( ) Sim, não tem tosse 3 ( ) Não
11b. SE SIM, TEM TOSSE: O <profissional> contou a freqüência
respiratória?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
A11a: ___
A11b: ___
12. O <profissional> perguntou se a criança teve diarréia?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A1201: ___
13. O <profissional> perguntou/palpou/checou se a criança tem/teve febre
(ou referiu a temperatura se medida anteriormente)?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A1301: ___
14. O <profissional> perguntou se a criança tem algum problema de
ouvido?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A14: ___
15. O <profissional> verificou presença de emagrecimento acentuado
visível?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A1501: ___
16. O <profissional> verificou se a criança tem palidez palmar?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A16: ___
17. O <profissional > verificou se a criança tem edema em ambos os pés?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A1701: ___
117
18. O <profissional> comparou o peso com a curva de crescimento?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A18: ___
19. O <profissional> solicitou o cartão da criança?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A1901: ___
20. A <mãe ou acompanhante> trouxe o cartão da criança?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 22
A20: ___
21. O <profissional> checou o esquema de vacinação no cartão?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A2101: ___
22. O <profissional> perguntou a mãe ou acompanhante se criança
tomou:
a. Vacina contra tuberculose (BCG) 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. Gotinha contra pólio (VPO) 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
c. Vacina contra DPT (tríplice) 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
d. Tetra bacteriana 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
e. Vacina contra sarampo 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
f. Vacina contra hepatite B 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
g. Vacina contra H. influenzae 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
h. Dupla viral 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
i. Tríplice viral (SCR) 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
j. Febre amarela 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
l. Capsulas de vitamina A 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
A22a: ___
A22b: ___
A22c ___
A22d: ___
A22e: ___
A22f: ___
A22g: ___
A22h: ___
A22i: ___
A22j: ___
A22l: ___
23. O <profissional> perguntou se a criança está mamando ao peito?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A23: ___
24. O <profissional> perguntou se a criança toma outros
alimentos/líquidos?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A2401: ___
25. O <profissional> perguntou se a alimentação mudou durante a
doença?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
8 ( ) NSA = criança sadia
A25: ___
26. O <profissional> perguntou sobre possíveis “outros problemas”?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
A2601: ___
MÓDULO DE CLASSIFICAÇÃO
27 . <Profissional> deu uma ou várias classificações ou diagnósticos?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 34 (TRATAMENTO)
C1: ___
118
Circule a classificação e anote 1 SIM e 2 NÃO nas Para ser preenchido pelo supervisor
classificações ou diagnósticos dados pelo profissional: Marque a classificação do reexame (3A)
Um ou mais sinais de perigo
Pneumonia grave ou DMG
Pneumonia
Não é pneumonia
C2X: ___
C3X: ___
C4X ___
C5X ___
28a Um ou mais sinais de perigo
Pneumonia grave ou DMG
Pneumonia
Não é pneumonia
C2Y: ___
C3Y: ___
C4Y: ___
C5Y: ___
Diarréia
a. Desidratação grave
b. Desidratação
c. Sem desidratação
Diarréia persistente grave
Diarréia persistente
Disenteria
C6X ___
C6aX:___
C6bX:___
C6cX ___
C7X: ___
C8X: ___
C9X ___
29a Diarréia
a. Desidratação grave
b. Desidratação
c. Sem desidratação
Diarréia persistente grave
Diarréia persistente
Disenteria
C6Y ___
C6aY: ___
C6bY:___
C6cY: ___
C7Y: ___
C8Y: ___
C9Y: ___
Doença febril muito grave
Doença febril
C10X: ___
C11X: ___
30a Doença febril muito grave
Doença febril
C10Y: ___
C11Y: ___
Mastoidite
Possível inf. aguda do ouvido
Infecção aguda do ouvido
Infecção crônica do ouvido
Não há infecção de ouvido
C12X: ___
C13X: ___
C14X: ___
C15X: ___
C16X: ___
31a Mastoidite
Possível infecção ag. do
ouvido
Infecção aguda do ouvido
Infecção crônica do ouvido
Não há infecção de ouvido
C12Y: ___
C13Y: ___
C14Y: ___
C15Y: ___
C16Y: ___
Desnutrição grave
Anemia grave
Anemia
Peso muito baixo
Peso baixo/ganho insuficiente
Peso não é baixo
C17X ___
C18X: ___
C19X: ___
C20X: ___
C21X: ___
C22: ___
32a Desnutrição grave
Anemia grave
Anemia
Peso muito baixo
Peso baixo/ganho
insuficiente
Peso não é baixo
C17Y: ___
C18Y: ___
C19Y: ___
C20Y: ___
C21Y: ___
C22Y: ___
Outros problemas
(especifique)
Asma/sibilância
______________________
______________________
C23X:___
C24X: ___
C25X: ___
33a
Outros problemas
(especifique)
Asma/sibilância
______________________
______________________
C23Y: ___
C24Y:___
C25Y:___
119
MÓDULO DE TRATAMENTO
34. O <profissional> administrou ou prescreveu injeções?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 36
T1: ___
35. SE SIM: Quais injeções foram administradas ou prescritas?
a. Antibiótico __________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. Outra _____________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
T2a: ___
T2b: ___
36. O <profissional> prescreveu SRO?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 38
T3: ___
37. O <profissional> administrou SRO na unidade de saúde?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
T401: ___
38. O <profissional> indicou a referência imediata da criança?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 40
T5: ___
39. A mãe ou acompanhante aceitou a referência da criança?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
SE SIM: Se o profissional administrou qualquer tratamento antes de referir a
criança, anote o tratamento dado na pergunta 41 e, então vá para a
pergunta 57 no final do questionário. Se nenhum tratamento foi
administrado, vá para a pergunta 57.
T5a: ___
40. O <profissional> administrou ou prescreveu tratamento oral?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 44
T601: ___
41. Qual o tratamento oral que foi prescrito/administrado?
a. Antidiarreico/antiespasmódico 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. Metronidazol 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
c. Mebendazol/albendazol 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
d. Salbutamol/fenoterol 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
e. Prednisona/prednisolona 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
f. Paracetamol/dipirona 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
g. Antibiótico recomendado 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
h. Outros antibióticos 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
i. Vitamina A 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
j. Polivitaminas 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
T7a: ___
T7b: ___
T7c: ___
T7d: ___
T7e: ___
T7f: ___
T7g: ___
T7h: ___
T7i: ___
T7j: ___
120
k. Sulfato ferroso 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
l. Outro1 _________________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
m. Outro2 _________________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
T7k: ___
T7l: ___
T7m: ___
42. O <profissional> prescreveu antibiótico oral?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 44
8 ( ) NSA
T8: ___
43. SEM SIM: anote o que o profissional de saúde disse:
1
o
antibiótico
a. Nome: ________________
b. Apresentação: __________
c. Dose: _________________
d. N
o
de doses por dia: _____
e. Total de dias: ___________
2
o
antibiótico
f. Nome: ________________
g. Apresentação: __________
h. Dose: _________________
i. N
o
de doses por dia: _____
j. Total de dias: ___________
T9a: ___
T9b: ___
T9c: ___
T9d: ___
T9e: ___
T9f: ___
T9g: ___
T9h: ___
T9i: ___
T9j: ___
MÓDULO DE COMUNICAÇÃO
Em alguns locais o atendimento é partilhado entre profissionais de saúde e nem sempre quem
prescreve é quem orienta ou dá a primeira dose. Neste caso, a criança deve ser acompanhada
.
44. O <profissional de saúde> orientou como administrar tratamento oral?
a. Antibiótico 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. SRO 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
c. Outro ____________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
CM1a: ___
CM1b: ___
CM1c: ___
45. O <profissional de saúde> demonstrou como administrar tratamento
oral?
a. Antibiótico 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. SRO 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
c. Outro ____________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
CM2a: ___
CM2b: ___
CM2c: ___
121
46. O <profissional de saúde> verificou através de perguntas se a mãe ou
acompanhante compreendeu como se administra o tratamento oral?
a. Antibiótico 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. SRO 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
c. Outro ________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
CM3a: ___
CM3b: ___
CM3c: ___
47. O <profissional de saúde> orientou a mãe ou acompanhante a dar a
primeira dose do medicamento oral indicado na unidade de saúde?
a. Antibiótico 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. Outro __________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
CM4a: ___
CM4b: ___
48. O <profissional > prescreveu ou orientou quando a criança deve
retornar?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 50
CM5a: ___
49. SE SIM: Em quantos dias <profissional de saúde> disse a mãe ou
acompanhante para retornar? __ __ dias 88 ( NSA)
CM6: __ __
50. O <profissional> explicou a necessidade de dar mais líquidos ou leite
materno em casa?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
CM701: ___
51. O <profissional> explicou a necessidade de continuar com a
alimentação ou aleitamento materno em casa?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
CM801: ___
52. O <profissional> orientou a freqüência de alimentação/aleitamento
materno especifica para a idade?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
CM9: ___
53. O <profissional> orientou a mãe ou acompanhante que traga a
<criança> imediatamente se apresentar os seguintes sintomas:
a. Não consegue beber ou mamar no peito 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
b. Piora do estado geral 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
c. Aparecimento ou piora da febre 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
d. Dificuldade para respirar 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
e. Respiração rápida 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
f. Sangue nas fezes 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
g. Dificuldade para beber 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
h. Outro: ______________________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
CM10a ___
CM10b ___
CM10c ___
CM10d ___
CM10e ___
CM10f: ___
CM10g ___
CM10h ___
122
A pergunta 54 é feita somente se a acompanhante é mulher:
54. O <profissional> fez pelo menos uma pergunta sobre a saúde da mãe
ou acompanhante (sua própria saúde, acesso a planejamento familiar
e estado de vacinação)?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
CM1101: ___
55. O <profissional> utilizou o quadro de condutas da AIDPI durante o
atendimento da criança?
1( ) Sim 2 ( ) Não
CM1201:___
56. O <profissional> utilizou o formulário de registro da AIDPI durante o
atendimento da criança?
1( ) Sim 2 ( ) Não
CM13: ___
57. Registre a hora em que a mãe ou acompanhante saiu: ___ hs ___ min
Hora: ______
FINAL
DA
OBSERVAÇÃO
O entrevistador pode perguntar ao profissional de saúde sobre o diagnóstico e o
tratamento dado, se estes dois componentes não foram anotados durante a consulta.
Deve-se terminar de preencher esse formulário antes da próxima observação da criança.
FORMULÁRIO 1: CODIFICAÇÃO DO SUPERVISOR
Indicador Fórmula Código
A
Se antibióticos foram
prescritos, há uma
razão não incluída na
AIDPI que justifique
esse tratamento?
Baseado no re-exame 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
(Não ATB)
B
Se antibióticos foram
prescritos (qualquer
razão), eles foram
prescritos
corretamente?
SIM em T8 e
CORRETO em T9c, d,
e; h, i, j se 2º
antibiótico
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
(Não ATB)
C
Se criança foi referida
(qualquer razão), ela
recebeu um tratamento
pré-referência
apropriado?
SIM em T5a e
apropriada tratamento
pre-referência em T2
e/ou T3
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
(Não REF)
123
Form. 2. ENTREVISTA COM A MÃE OU ACOMPANHANTE DA CRIAA
Questionário: ___ ___ ___ ___ ___ Quest: _____
Cidade: _________________________________ Cida ___
Estado: 1 ( ) Ba 2 ( ) Ce 3 ( ) Pb 4 ( ) Pe Esta: ___
Nome da unidade: _________________________ Uni: ___
Tipo de unidade: 1( ) PSF 2 ( ) CS 3 ( ) Outro___ Tipo: ___
Nome da mãe ou acompanhante: ________________
Relação com a criança: 1 ( ) Mãe biológica 2 ( ) Pai 3 ( ) Outro ___
Rela: ___
Sexo da mãe ou acompanhante: 1( ) Masc. 2 ( ) Fem. Sexo: ___
Nome da criança: ___________________________
Sexo da criança: 1( ) Masc. 2 ( ) Fem. Seci: ___
Data de nascimento: ___/___/___ Data:__/__/__
Idade: ___ ___ meses Idad: _____
Entrevistador: ____________________________ Ent: ___
Data da entrevista : ___/___/___ Dent:__/__/__
Para as perguntas 1 e 2 leia todas as opções para a mãe ou acompanhante
1.
O que você pensa sobre o atendimento das crianças nesta unidade de
saúde? Não apresse. Se a mãe ou acompanhante não responde, repita
prontamente a pergunta.
1 ( ) Bom como está
2 ( ) Necessita melhorar
SE MARCOU O ITEM 2:
O que necessita melhorar?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
P1a: ___
P1b: ___
P2b: ___
2. O que você achou sobre do tempo de espera antes de ser atendida?
Não apresse. Se a mãe ou acompanhante não responde, repita
prontamente a pergunta.
1 ( ) Muito demorado
2 ( ) Demorado
3 ( ) Rápido
P2: ___
124
3. O <profissional> deu ou prescreveu algum medicamento oral para
<criança> na unidade de saúde no dia de hoje?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 12
SE SIM: Compare os medicamentos da mãe ou acompanhante com a receita
para identificar qual o tipo de medicamento foi prescrito.
P301: ___
O entrevistador avalia baseado nas informações:
4. Foi prescrito ou dado algum antibiótico?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 12
8 ( ) NSA
9 ( ) Não sabe
VÁ PARA 12
SE SIM: Verifique a receita e copie as informações da prescrição.
a. Nome: ________________________
b. Apresentação: ____________________
P401: ___
P4a: ___
P4b: ___
Devolva a receita a mãe ou acompanhante e siga com as seguintes perguntas:
5. Qual a quantidade você dará a <criança> cada vez? ___ ___
P5: __ __
6. Quantas vezes ao dia você dará o antibiótico a <criança>? ___ ___
P601: __ __
7. Por quantos dias você dará o antibiótico a <criança>? ___ ___
P7: __ __
8. Foi prescrito ou dado um segundo antibiótico?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 12
8 ( ) NSA
9 ( ) Não sabe
VÁ PARA 12
SE SIM: Verifique a receita e copie as informações da prescrição.
a. Nome: __________________________
b. Apresentação: ____________________
P801: ___
P8a: ___
P8b: ___
Devolva a receita a mãe ou acompanhante e siga com as seguintes perguntas:
9. Qual a quantidade você dará a <criança> cada vez? ___ ___
P901: __ __
10. Quantas vezes ao dia você dará o antibiótico a <criança>? ___ ___
P1001: __ __
11. Por quantos dias você dará o antibiótico a <criança>? ___ ___
P11: __ __
12. O <profissional> prescreveu ou deu SRO?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 16
9 ( ) Não sabe
VÁ PARA 16
P1201: ___
13. Qual a quantidade de água que você mistura em um pacote de SRO?
____ ml
P1301: ___
125
14. Em que situação deve dar o SRO a <criança>? ____
P1401: ___
15. Qual a quantidade que você dará a <criança> cada vez? ___
P15: ___
16. O <profissional> disse para você retornar com <criança>?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 18
9 ( ) Não sabe
VÁ PARA 18
P1601: ___
17. SE SIM: Em quantos dias o <profissional> disse para você retornar?
__ __ dias 88 (NSA) 99 (Não sabe)
00 (disse e não especificou os dias)
77 (especificou somente se piorar)
P1701: __ __
18. O <profissional> orientou para você retornar de imediato a unidade de
saúde se a <criança> apresentar algum sintoma?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 20
9 ( ) Não sabe
VÁ PARA 20
P1801: ___
19. SE SIM: Quais sintomas disse para retornar de imediato? Não apresse.
Pergunte por mais sinais e sintomas até que a mãe ou acompanhante não
esqueça de nenhum.
a. Não consegue beber ou mamar no peito 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
b. Piora do estado geral 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
c. Aparecimento ou piora da febre 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
d. Dificuldade para respirar 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
e. Respiração rápida 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
f. Sangue nas fezes 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
g. Dificuldade para beber 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
h. Outro: ______________________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não citado
P19a: ___
P19b: ___
P19c: ___
P19d ___
P19e: ___
P19f: ___
P19g: ___
P19h: ___
Se a mãe ou acompanhante for mulher, pergunte:
20. O <profissional> perguntou ou recomendou algo sobre sua saúde?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
P20: ___
21. Você já tomou vacina contra tétano?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
SE SIM: Quando você recebeu a última injeção? Ano: ___ ___ ___ ___
P21a: ___
P21b: ___
22. Você recebeu algum folheto explicativo no dia de hoje?
Mostre o folheto explicativo
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
P2201: ___
FINAL
DA
ENTREVISTA
126
FORMULÁRIO 2: CODIFICAÇÃO DO SUPERVISOR
Indicador Fórmula Código
A
Se antibiótico foi
dado ou prescrito
(qualquer razão), a
mãe ou
acompanhante
descreveu
corretamente como
dar o antibiótico?
SIM em 4 e responde
corretamente em 5, 6, 7.
SE SIM em 8, e também
correto em 9, 10 e 11
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
(Não
recebeu
ATB)
B
Se SRO foi dado ou
prescrito, a mãe ou
acompanhante
descreveu
corretamente como
dar o SRO?
SIM em 12 e responde
corretamente em 13, 14
e 15.
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
(Não
recebeu
SRO)
127
Form. 3. REEXAME DA CRIANÇA (2 meses – 5 anos)
Questionário: ___ ___ ___ ___ ___ Quest: _____
Cidade: _________________________________ Cida ___
Estado: 1 ( ) Ba 2 ( ) Ce 3 Pb 4 ( ) Pe Esta: ___
Nome da unidade: _________________________ Uni: ___
Nome da criança: _________________________
Sexo da criança: 1( ) Masc. 2 ( ) Fem. Seci: ___
Peso: _______ Copie da ficha de inscrição
Peso: _____
Temperatura: ___ ___, ___ °C Copie da ficha de inscrição
Temp: __ __
Idade: ___ ___ meses Copie da ficha de inscrição
Idad: _ _ _
Entrevistador: ____________________________ Ent: ___
Data da entrevista : ___/___/___ Dent:__/__/__
128
CONSULTA À CRIANÇA DE 2 MESES A < 5 ANOS DE IDADE
Nome:____________________________________ Idade:___ Peso: ___ Kg Temperatura:___ °C
PERGUNTE: Quais são os problemas da criança: _______Primeira consulta? ___ Consulta de retorno? ___
AVALIE: Marque um X em todos os sinais presentes CLASSIFIQUE
VERIFIQUE SE HÁ SINAIS GERAIS DE PERIGO: Sim ___ Não __
SE SIM: Quais? Não consegue beber ou mamar no peito ___ Vomita tudo ___
Letárgica ou inconsciente ___ Convulsões ___
A CRIANÇA ESTÁ COM TOSSE OU DIFICULDADE PARA RESPIRAR? Sim ___ Não ___
SE SIM: Há quanto tempo? ____ dias Conte as respirações em um minuto ____ rpm
Respiração rápida? ___
Observe se há tiragem subcostal ___
Verifique se há estridor ou sibilância ___
A CRIANÇA ESTÁ COM DIARRÉIA? Sim __ Não ___
SE SIM: Há quanto tempo? ____ dias. Examine estado geral da criança. Encontra-se:
Há sangue nas fezes? ___ Letárgica ou inconsciente? ___
Inquieta ou irritada? __
Observe se os olhos estão fundos __
Ofereça líquidos a criança. A criança:
Não consegue beber ou não bebe bem? ___
Bebe avidamente, com sede? __
Sinal da prega: pele retorna ao estado anterior:
Muito lentamente (> de 2 segundos) ___
Lentamente __
A CRIANÇA ESTÁ COM FEBRE? Sim ___ Não __
Determine se o Risco de Malária é: Observe e palpe se está com:
Alto___ Baixo ___ Sem risco ___ Rigidez de nuca ___
Há quanto tempo: ____ dias Petéquias ___
SE HÁ MAIS DE 7 DIAS: Abaulamento de fontanela ___
Houve febre todos os dias? ___
A CRIANÇA ESTÁ COM ALGUM PROBLEMA DE OUVIDO? Sim ___ Não ___
Está com dor de ouvido? ___ Observe se há secreção purulenta no ouvido __
Há secreção no ouvido? __ Palpe para determinar se há tumefação dolorosa
SE HOUVER: Há quanto tempo? ___ dias atrás do ouvido ___
A SEGUIR, VERIFIQUE SE HÁ DESNUTRIÇÃO OU ANEMIA
Observe se há emagrecimento acentuado? ___
Verifique se há edema em ambos os pés ___
Observe se há palidez palmar. ___ Leve ____ Grave ___
Determine o peso para a idade: Muito baixo ___ Baixo ___o é baixo __
Avalie se há ganho insuficiente de peso ___
VERIFIQUE A SITUAÇÃO DAS VACINAS: Marque com um X as vacinas a serem dadas hoje
BCG-1 __VHB-2 __ DTP-1 __ VPO-2 __ HaemB2 _ DTP-3 __ HaemB3 __ VAS-1__ DTP-
4 _ BCG2__
VHB-1__ VPO-1 __ HaemB1 _ DTP-2 __ VPO-3 __ VHB-3 __ VFA-1 __ VPO-4 __ SCR ou VAS_
Retornar
para a
próxima
vacinação
AVALIE A SITUAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO
(se estiver anêmica, com peso muito baixo, peso baixo, ganho insuficiente de peso, < de 2
anos de idade)
Você alimenta sua criança no peito? Sim ___ Não ___
Se amamenta, quantas vezes no período de 24 horas? ___ vezes.
Amamenta à noite? Sim ___ Não ___
A criança come algum outro alimento ou toma líquidos? Sim ___ Não ___
SE SIM: que alimentos ou líquidos? _________________________________________
Quantas vezes ao dia ___ vezes. Usa o que para alimentar à criança? ________________
Se o peso for baixo para a idade? Qual o tamanho das porções? ____________________
Durante esta doença, houve mudança na alimentação da criança? Sim ___ Não ___
SE HOUVE, como? _____________________________________________________
Problemas
de
alimentação:
AVALIE OUTROS PROBLEMAS E AS DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
129
0a. A <criança> foi vacinada no dia de hoje?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
R0a: ___
0b. O <profissional> pediu a você para trazer a <criança> para ser
vacinada em outro dia?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
SE SIM: Quando? _____dias 00 (quando chegar) 99 (não sabe)
R0b1: ___
R0b201: ___
0c. Mãe trouxe o cartão da criança?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
R0c: ___
Se a criança não tem cartão de vacinação ou se o cartão não foi visto, faça as
perguntas 1 a 7. Se a criança tem cartão, vá para a pergunta 8.
1. A <criança> foi vacinada contra tuberculose (BCG) – isto é, tem uma
cicatriz no braço direito?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
R1: ___
2. Veja se tem cicatriz de BCG no braço direito.
1 ( ) Presente
2 ( ) Ausente
3 ( ) Não foi possível examinar
8 ( ) NSA
R201: ___
3. A <criança> foi vacinada contra difteria, tétano e coqueluche (DPT)?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
SE SIM: Quantas vezes: ___
SE SIM: Quando foi a última dose: ___ ___ meses
R3a: ___
R3b: ___
R3c: __ __
4. A <criança> tomou gotinha contra pólio?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
SE SIM: Quantas vezes: ___
SE SIM: Quando foi a última dose: ___ ___ meses
R4a: ___
R4b ___
R4c __ __
5. A <criança> foi vacinada contra hepatite B?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
SE SIM: Quantas vezes: ___
SE SIM: Quando foi a última dose: ___ ___ meses
R5a: ___
R5b ___
R5c __ __
6. A <criança> foi vacinada contra Haemophilus influenzae?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
SE SIM: Quantas vezes: ___
SE SIM: Quando foi a última dose: ___ ___ meses
R6a: ___
R6b ___
R6c __ __
7. A <criança> foi vacinada contra triplice viral (SCR)?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA 9 ( ) Não sabe
R7: ___
130
8. A <criança> recebeu cápsula de vitamina A?
Mostre a capsula para a mãe.
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 9 ( ) Não sabe
R801: ___
Entrevistador, baseado na entrevista com a responsável e/ou no reexame da criança, responde
as seguintes perguntas:
9. A <criança> ao sair da unidade ainda precisa ser vacinada no dia de
hoje?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
R901: ___
10.O cartão da criança foi avaliado?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
R10: ___
Supervisor copia a classificação no espaço na página 3 do form. 1
FINAL DO REEXAME
131
Form. 4. LISTA DE EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS
Questionário: ___ ___ ___ ___ ___ Quest: _____
Cidade: _________________________________ Cida: ___
Estado: 1 ( ) Ba 2 ( ) Ce 3 Pb 4 ( ) Pe Esta: ___
Nome da Unidade: _________________________ Uni: ___
Tipo de Unidade: 1( ) PSF 2 ( ) CS 3 ( ) Outro ________ Tipo: ___
Entrevistador: ____________________________ Ent: ___
Data da entrevista: ___/___/___ Dent:__/__/__
Solicite ao chefe da unidade o número de profissionais que geralmente atendem crianças.
Tabela 1: Características dos profissionais e suas responsabilidades no manejo de casos:
Categoria
N° na
unidade
N° que
atendem
crianças
N° que
atendem
crianças no dia
da visita
N° capacitados
em AIDPI que
atendem
crianças
N° capacitados
em AIDPI no
presente dia
Médico Méd Med1 Med2 Med3 Med4
Enfermeira Enferm Enferm1 Enferm2 Enferm3 Enferm4
Aux de enf. Auxenf Auxenf1 Auxenf2 Auxenf3 Auxenf4
ACS Acs Acs1 Acs2 Acs3 Acs4
Outro Outro Outro1 Outro2 Outro3 Outro4
Total Ttal Ttal1 Ttal2 Ttal3 Ttal4
MÓDULO DE EQUIPAMENTOS E SUPRIMENTOS
Peça ao profissional de saúde que mostre a unidade. Complete as seguintes perguntas:
1. A unidade de saúde tem os seguintes equipamentos e materiais?
a. Balança de adulto disponível e funcionando 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
b. Balança de bebê disponível e funcionando 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
c. Relógio ou cronometro funcionando 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
d. Materiais para preparar e administrar SRO 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
e. Fonte de água limpa 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
f. Formulário de registro de atenção a criança 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
g. Quadros de condutas da AIDPI acessível 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
h. Cartões de saúde da criança 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
i. Folhetos explicativos as mães 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
j. Transporte para referência dos pacientes 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
k. Cartazes das ações nos consultórios 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
m. Nebulizador 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
n. Estufa/autoclave 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
E1a: ___
E1b: ___
E1c: ___
E1d: ___
E1e: ___
E1f: ___
E1g: ___
E1h: ___
E1i: ___
E1j: ___
E1k: ___
E1m: ___
E1n: ___
132
2. A unidade de saúde tem agulhas e seringas descartáveis para
vacinação?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 3
SE SIM: como o profissional de saúde usa essas agulhas?
1 ( ) Uso único (descartável)
2 ( ) Múltiplo uso
8 ( ) NSA
E2a: ___
E2b: ___
3. A unidade tem um refrigerador exclusivo e em funcionamento para
vacina?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 5
E3: ___
4. A unidade de saúde tem saco de gelo ou caixa de isopor?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 6
E401: ___
5. A unidade de saúde tem as seguintes vacinas em estoque?
a. BCG 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
b. Pólio 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
c. DPT 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
d. Tetra bacteriana 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
e. Sarampo 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
f. Dt 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
g. Hepatite B 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
h. H. influenzae 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
i. Dupla viral 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
j. Triplice viral (SCR) 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
k. Febre amarela 1 ( ) Sim 2 ( ) Não 8 ( ) NSA
E5a: ___
E5b: ___
E5c: ___
E5d: ___
E5e: ___
E5f: ___
E5g: ___
E5h: ___
E5i: ___
E5j: ___
E5k: ___
133
MÓDULO DE DISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS
Verifique o estoque de medicamentos. Responda as seguintes perguntas, baseado no que
você viu.
6.A unidade de saúde tem os seguintes medicamentos no dia da visita?
a. SRO 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
b. Amoxicilina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
c. Sulfametoxazol + trimetoprim 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
d. Ampicilina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
e. Eritromicina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
f. Cefalexina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
g. Acido nalidixico 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
h. Outro antibiótico ______________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
i. Vitamina A 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
j. Sulfato ferroso 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
k. Paracetamol/dipirona 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
l. Mebendazol/albendazol 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
m. Salbutamol/fenoterol 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
n. Prednisona/prednisolona 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
o. Nistatina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
p. ________________________ 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
D1a: ___
D1b: ___
D1c: ___
D1d: ___
D1e: ___
D1f: ___
D1g: ___
D1h: ___
D1i: ___
D1j: ___
D1k: ___
D1l: ___
D1m: ___
D1n: ___
D1o: ___
D1p: ___
7. A unidade tem os seguintes medicamentos injetáveis no dia da visita?
a. Penicilina procaína 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
b. Penicilina benzatina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
c. Cloranfenicol 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
d. Gentamicina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
e. Diluente para injeção 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
f. Soro fisiológico 0,9% 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
g. Ringer lactato 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
h. Diazepam 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
i. Hidrocortisona 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
j. Adrenalina 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
D2a: ___
D2b: ___
D2c: ___
D2d: ___
D2e: ___
D2f: ___
D2g: ___
D2h: ___
D2i: ___
D2j: ___
8. A unidade de saúde tem os seguintes insumos no dia da visita?
a. Equipamento para venoclise 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
b. Cateteres 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
c. SNG para crianças 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
d. Seringas e agulhas descartáveis 1 ( ) Sim 2 ( ) Não
D3a: ___
D3b: ___
D3c: ___
D3d: ___
134
MÓDULO DE SERVIÇOS NA UNIDADE
Faça as seguintes perguntas ao profissional de saúde observado durante o atendimento. Se
vários profissionais de saúde foram observados na mesma unidade, discuta as questões com
todos eles e procure chegar a um consenso. Anote no verso do formulário se tiver algum
problema.
9. Quantos dias por semana esta unidade de saúde fica aberta? ___ dias
S1: ___
10. Quantos dias por semana estão disponíveis os serviços de atenção à
criança? ___ dias
S201: ___
11. Quando dias por semana tem serviços de vacinação disponíveis? ___
dias
S301: ___
12. Quando dias por semana outros serviços estão disponíveis? ___ dias
S4: ___
13. Esta unidade nos últimos seis meses unidade recebeu uma visita de
supervisão?
1 ( ) Sim
2 ( ) Não
VÁ PARA 15
SE SIM: quantas vezes? ____ vezes
S501: ___
S5a: ___
14. Quantas das visitas de supervisão eram visitas de seguimento aos
profissionais que foram capacitados em AIDPI? ___ ___ visitas
S601: ___
Faça a pergunta 16 com base na última visita de supervisão que envolveu o seguimento da
AIDPI
15. O supervisor observou o manejo de casos de crianças na última vez
que visitou a unidade?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não 88 ( ) NSA 99 ( ) Não sabe
S7: ___
16. A que unidade de saúde encaminha as crianças muito doentes?
1 ( ) Hospital/SPA__________________________________
2 ( ) Médico particlar _______________________________
3 ( ) Outro ________________________________________
S801: ___
17. Quanto tempo leva para o paciente chegar na unidade de referência
usando o transporte local comum? __ __ __ minutos
S901: __ __
135
18. Alguma vez teve necessidade de encaminhar uma criança
gravemente doente mas não o pôde fazer?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
SE SIM: Porquê? _______________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
S10a: ___
S10b: ___
19. Se você referiu dez crianças para um hospital, quantas delas você
pensa que chegou até o hospital: __ __
S11: __ __
MÓDULO DE REGISTRO NA UNIDADE
Pergunte ao profissional de saúde responsável pela estatística se ele pode ajudar a você
a identificar os registros de todas as visitas na unidade de saúde Use esses registros
para responder as perguntas abaixo. Se não suficiente informação disponível para
responder a pergunta, anote IGN (99).
20. Quantos atendimentos ambulatoriais foram realizados na sua unidade
no mês passado? ___ ___ ___ Fonte: ________________
R1: _ _ _
21. Quantos desses atendimentos foram para crianças menores de 5
anos de idade? ___ ___ ___ Fonte: ________________
R201: _ _ _
22. Quantas desses atendimentos foram para crianças menores de 1 ano
de idade?___ ___ ___ Fonte: ________________
R4: _ _ _
23. Quantas atendimentos foram para:
a. Consulta ___ ___ ___ atendimentos
b. Puericultura ___ ___ ___ atendimentos
c. Pré-natal: ___ ___ ___ atendimentos
Conte o total para cada tipo de serviço. As crianças às vezes usam mais de
um serviço durante o atendimento na unidade
R5a: _ _ _
R5b: _ _ _
R5c: _ _ _
24. Você tem alguma sugestão para melhorar o atendimento nesta
unidade?
1 ( ) Sim 2 ( ) Não
SE SIM: Quais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
R6a: ___
R6b1: ___
R6b201:
___
R6b: ___
FINAL DA OBSERVAÇÃO
136
ANEXO 2: DECLARAÇÃO DO CONSELHO DE ÉTICA
_______________________________________________________________
Federal University of Ceará - UFC
Research Ethics Committee
Document No. 80/02
Protocol No. 41/02
Researcher: Dr. João Joaquim Freitas do Amaral
Department: Child and Maternal Health, UFC
Project title: IMCI Evaluation: Cost, Effectiveness and Impact
We hereby declare that the Research Ethics Committee of the Federal
University of Ceará and the UFC University Hospital Compound COMEPE - has
approved the protocol and the informed consent form of the project above in a meeting
on March 27, 2002, with due consideration given to the legal norms applied to research
involving human beings, according to Law No.196 of October 10, 1996 and Law No.
251 of August 7, 1997, as published in the Diário Oficial on October 16, 1996 and
September 23, 1997, respectively.
Cordially,
Dr. Maria Elizabete Amaral de Moraes
Research Ethics Committee Coordinator
COMEPE/HUWC/UFC
137
ANEXO 3: DECLARAÇÃO DO CONSENTIMENTO INFORMADO
_______________________________________________________________
Olá, eu sou _______________________________ do Ministério da Saúde.
Eu gostaria de convidá-la a participar de uma avaliação, nos seguintes termos.
1. A avaliação é coordenada pela Organização Mundial da Saúde e está sendo
implementada em diversos países com o objetivo de melhorar a saúde da criança.
2. Esse estudo visa estudar a crianças com doenças comuns, e sobre a maneira de
rotina em que elas são avaliadas e tratadas nas unidades de saúde.
3. Se você concordar, um membro de nossa equipe observará o seu atendimento.
Após a consulta, um outro membro re-examinará a criança e lhe fará algumas
perguntas sobre a sua experiência durante a consulta. Isso não implica dizer que a
criança esteja grave ou necessite de maiores cuidados. Isso tomará poucos
minutos.
4. Não há nenhum risco nem benefícios diretos para si por sua participação na
pesquisa mas a sua participação contribuirá para melhorar os serviços de saúde
nesta e em outras unidades.
5. Esteja seguro de que toda informação prestada às equipes da avaliação será
considerada estritamente confidencial. Os responsáveis e crianças serão
identificados somente por números.
6. O responsável participante poderá desistir de sua participação da avaliação a
qualquer momento, bastando para isso comunicar a sua decisão para um dos
membros da equipe de pesquisa.
A este ponto, deseja me fazer alguma pergunta sobre a avaliação?
Tenho o seu acordo de que quer participar?
Se você tiver qualquer problema ou pergunta para tirar quaisquer dúvidas pode
contactar com o Dr. João Amaral telefone +85-33668046 (Departamento de Saúde
Materno Infantil, Setor de Pediatria, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do
Ceará) ou pelo celular +85-88055999
138
ANEXO 4: Form. AVALIAÇÃO DE ARTIGOS (DOWNS e BLACK)
_______________________________________________________________
Identificação
0. Referência: ___ REF __
Comunicação
1. As hipóteses e/ou objetivos do estudo foram claramente descritos?
1 Sim
0 Não
A1A __
2. Os principais desfechos a serem medidos foram claramente descritos
na seção de Introdução ou Metodologia?
1 Sim
0 Não
A2A __
3. As características dos sujeitos incluídos no estudo foram claramente
descritas?
1 Sim
0 Não
A3A__
4. As intervenções de interesse foram claramente descritas?
1 Sim
0 Não
A4A __
5. As distribuições dos principais fatores de confusão foram claramente
descritas?
2 Sim
1 Parcialmente
0 Não
A5A __
6. Os achados principais do estudo foram claramente descritos?
1 Sim
0 Não
A6A __
7. O estudo forneceu dados sobre as estimativas de variabilidade
aleatória dos principais achados?
1 Sim
0 Não
A7A __
8. Foram comunicados todos os importantes eventos adversos
potencialmente causados pela intervenção?
1 Sim
0 Não
A8A __
139
9. Foram descritas as características dos pacientes perdidos no
seguimento?
1 Sim
0 Não
A9A __
10. Foram relatados os valores de probabilidades reais (p.ex. 0,035 ao
invés de < 0,05) para os principais desfechos, exceto quando a
probabilidade foi < 0,001?
1 Sim
0 Não
A10A __
Validade externa
11. Os sujeitos selecionados para o estudo foram representativos da
população inteira de onde foram recrutados?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A11A __
12. Os sujeitos incluídos no estudo foram representativos da população
inteira da qual foram recrutados?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A12A __
13. A equipe, o local e as unidades em que os pacientes foram tratados
eram representativos do tratamento recebidos pela maioria dos
pacientes?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A13A __
Validade interna – viés
14. Houve uma tentativa de cegamento dos sujeitos para as intervenções
que estavam recebendo?
1 Sim
0 Não
A14A __
15. Houve uma tentativa de cegamento dos examinadores dos principais
desfechos para a exposição?
1 Sim
0 Não
A15A __
140
16. Se quaisquer resultados do estudo eram baseados em análises não
definidas a priori, isso ficou claro?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A16A __
17. Em ensaios e estudos de coortes, as análises foram ajustadas para
diferentes durações de follow-up; ou em estudos de caso-controle, o
período de tempo da intervenção e desfecho foi o mesmo para casos
e controles?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A17A __
18. Os testes estatísticos utilizados para medir os principais desfechos
foram apropriados?
1 Sim
0 Não
A18A __
19. A adesão com a intervenção foi confiável?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A19A __
20. As medidas dos principais desfechos foram acuradas (válidas e
confiáveis)?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A20A __
Validade interna – fator de confusão (viés de seleção)
21. Os sujeitos que estavam em grupos de intervenção (ensaios e
estudos de coorte) ou os casos e controles (estudos de caso-controle)
foram recrutados da mesma população?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A21A __
141
22. Os sujeitos estavam em grupos de intervenção diferentes (ensaios e
estudos de coorte) ou os casos e controles (estudo der caso-controle)
foram recrutados no mesmo tempo?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A22A __
23. A distribuição dos sujeitos nos grupos de intervenção foi aleatória?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A23A __
24. A distribuição de intervenção aleatória foi mantida secreta para
pacientes e profissionais de saúde até o recrutamento ser completo e
irrevogável?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A24A __
25. Foi feito ajuste adequado para confundimento nas análises das quais
foram baseadas os principais achados?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A25A __
26. Foi levado em conta perda de pacientes durante o acompanhamento?
1 Sim
0 Não
0 Impossível de determinar
A26A __
Poder
27. O estudo teve poder estatístico suficiente para detectar um efeito
clinicamente importante para a qual o valor de probabilidade de uma
diferença ser devida ao caso é menor do quer 5%?
1 Sim
0 Não
A27A __
Codificação
28. Número de perguntas avaliadas: ___
(coorte: 18, ensaio clínico: 27, transversal: 14)
A28A __
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