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produção. Este modelo se apresenta no espaço fabril moderno das empresas de tecnologia
avançada da seguinte forma,
o toyotismo (ou ohnismo, de Ohno, engenheiro que o criou na fábrica
Toyota), como via japonesa de expansão e consolidação do capitalismo
monopolista industrial, é uma forma de organização do trabalho que nasce
na Toyota, no Japão pós- 45, e que, muito rapidamente se propaga para as
grandes companhias daquele país. Ele se diferencia do fordismo basicamente
nos seguintes traços:
1) é uma produção muito vinculada à demanda, visando atender às
exigências mais individualizadas do mercado consumidor, diferenciando – se
da produção em série e de massa do taylorismo/ fordismo. Por isso sua
produção é variada e bastante heterogênea, ao contrário da homogeneidade
fordista;
2) fundamenta-se no trabalho operário em equipe, com multivariedade de
funções, rompendo com o caráter parcelar típico do fordismo;
3) a produção se estrutura num processo produtivo flexível, que possibilita
ao operário operar simultaneamente várias máquinas (na Toyota, em média
até 5 máquinas), alterando-se a relação homem/ máquina na qual se baseava
o taylorismo/fordismo;
4) tem como princípio o
just in time, o melhor aproveitamento possível do
tempo de produção;
5) funciona segundo o sistema de
kanban, placas ou senhas de comando para
reposição de peças e estoques. No toyotismo, os estoques são mínimos
quando comparados ao fordismo;
6) as empresas do complexo produtivo toyotista, inclusive as terceirizadas,
têm uma estrutura horizontalizada, ao contrário da verticalidade fordista.
Enquanto na fábrica fordista aproximadamente 75% da produção era
realizada no seu interior, a fábrica toyotista é responsável por somente 25%
da produção, tendência que vem se intensificando ainda mais. Essa última
prioriza o que é central em sua especialidade no processo produtivo (a
chamada “teoria do foco”) e transfere a “terceiros” grande parte do que antes
era produzido dentro de seu espaço produtivo. Essa horizontalização
estende-se às subcontratadas, às firmas terceirizadas, acarretando a expansão
dos métodos e procedimentos para toda a rede de fornecedores. Desse modo,
flexibilização, terceirização, subcontratação, CCQ, controle de qualidade
total,
kanban, just in time, kaizen, team work, eliminação do desperdício,
“gerência participativa” e sindicalismo de empresa, entre tantos outros
pontos, são levados para um espaço ampliado do processo produtivo;
7) organiza os círculos de controle de qualidade (CCQ’s), constituindo
grupos de trabalhadores que são instigados pelo capital a discutir seu
trabalho e desempenho, com vistas a melhorar a produtividade das empresas,
convertendo-se num importante instrumento para o capital apropiar-se do
savoir faire intelectual e cognitivo do trabalho, que o fordismo desprezava;
8) o toyotismo implantou o “emprego vitalício” para uma parcela dos
trabalhadores das grandes empresas (cerca de 25 a 30% da população
trabalhadora, onde se presenciava a exclusão das mulheres), além de ganhos
salariais intimamente vinculados ao aumento da produtividade. O “emprego