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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
CARACTERIZAÇÃO PALINOTAXONÔMICA DAS
ESPÉCIES DE Copaifera L. (LEG. CAES.) QUE
OCORREM NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
FLÁVIA CRISTINA ARAÚJO BARATA
Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais
do convênio INPA/UFAM como requisito parcial à
obtenção do grau de Doutor em Ciências Biológicas,
área de concentração em Botânica.
Manaus – AM
2006
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
CARACTERIZAÇÃO PALINOTAXONÔMICA DAS
ESPÉCIES DE Copaifera L. (LEG. CAES.) QUE
OCORREM NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
FLÁVIA CRISTINA ARAÚJO BARATA
Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais
do convênio INPA/UFAM como requisito parcial à
obtenção do grau de Doutor em Ciências Biológicas,
área de concentração em Botânica.
Manaus - Amazonas
2006
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
CARACTERIZAÇÃO PALINOTAXONÔMICA DAS
ESPÉCIES DE Copaifera L. (LEG. CAES.) QUE
OCORREM NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
FLÁVIA CRISTINA ARAÚJO BARATA
Orientadora: MARLENE FREITAS DA SILVA (in memoriam)
Orientadora Substituta: MARIA TERESA FERNANDEZ PIEDADE
Co-Orientadora: LÉA MARIA MEDEIROS CARREIRA
Tese de doutorado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos
Naturais do convênio INPA/UFAM como requisito
parcial à obtenção do grau de Doutor em
Ciências Biológicas, área de concentração em
Botânica.
Manaus - Amazonas
2006
OFEREÇO
Ao meu grande amor, Beto.
Obrigada por você existir.
DEDICO
A minha querida mãe Lenita, que
abdicou parte de sua vida em prol
dos filhos. Obrigada, pelo exemplo
de força, amor e coragem.
I
BARATA, Flávia Cristina Araújo
Caracterização Palinotaxonômica das espécies de Copaifera L. (Leg. Caes.) que
ocorrem na Amazônia brasileira
149 p.: il.
Tese de Doutorado – INPA/UFAM
1. Botânica: Palinologia, Taxonomia. 3. Título.
Sinopse:
Descreve a morfologia do pólen das espécies do gênero Copaifera L. que
ocorrem na Amazônia brasileira. Relaciona os dados da Taxonomia com a Palinologia,
e elabora chave polínica. Classifica o gênero em um único Tipo Polínico, e as
espécies, em Subtipos.
Palavras-chaves: Leguminosae, Copaifera, Morfologia Polínica, Taxonomia,
Amazônia brasileira.
II
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forças para concluir essa importante etapa em minha vida
profissional.
Ao Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) em convênio com a
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pela oportunidade oferecida no curso de
Pós-Graduação em Botânica.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela
bolsa concedida.
Ao projeto Dendrogene (Conservação Genética e Florestas Manejadas da Amazônia),
pelo apoio dado na fase inicial da pesquisa.
À minha primeira orientadora, Dra. Marlene Freitas da Silva, (in memoriam) apesar de
não estar mais entre nós, nunca será esquecida em nossos corações. Agradeço pela
amizade, apoio, orientação, e, principalmente, pelo exemplo de caráter e amor ao
ensino e pesquisa em Botânica.
A minha orientadora substituta Dra. Maria Teresa Piedade, pelo carinho e atenção
dispensados em todos os momentos que precisei, principalmente quando solicitei sua
orientação.
À minha co-orientadora Dra. Léa Maria Medeiros Carreira, que iniciou-me na carreira
científica, abrindo as portas do saber, quando eu buscava conhecimento e
aprimoramento. Como grande amiga e mestra, ensinou-me a vencer barreiras
indispensáveis para o meu crescimento profissional e também, para que eu pudesse
ser uma pessoa melhor. Não tenho como agradecer todo carinho e atenção recebidos
nesses treze anos de convívio.
III
À Dra. Regina Martins-da-Silva, pela amizade, paciência, apoio, e estímulo em todos
os momentos dessa pesquisa. Com toda certeza, sem a sua valiosa contribuição
científica esse trabalho não teria o mesmo valor.
Ao Dr. Joaquim Gomes, Chefe do Departamento de Botânica, Embrapa-Amazônia
Oriental, por autorizar-me a trabalhar livremente no Departamento, e auxiliar-me
quanto à utilização dos microscópios de luz.
A Assistente de Pesquisa, Helena Josiane Raiol Souza, por todo apoio técnico-
laboratorial dado na fase inicial dessa pesquisa.
Ao Dr. Hilton Túlio Costis, pelas orientações e informações quanto ao uso da
microscopia eletrônica de varredura.
À Dra. Monika Barth, pelas sábias contribuições. Obrigada por toda a atenção
dispensada.
As Dra.(s) Regina Lobato, Helen Sótão e Raimunda Potiguara, pela inestimável
colaboração em todos os momentos que precisei.
À Dra. Ires Paula Miranda, pela amizade, e gentileza em permitir o uso do laboratório
de Palinologia no INPA.
À Dra. Maria Lúcia Absy, por todo apoio dado durante os períodos de minha
permanência em Manaus
À Dra. Cristina Senna, que gentilmente autorizou o uso do Laboratório de Microscopia
da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia (CCTE), do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Belém-PA.
À Neide, secretária da pós-graduação do INPA, pela amizade e atenção com que
resolvia os assuntos burocráticos em Manaus.
IV
Ao ilustrador Carlos Alvarez, pela confecção dos diagramas polínicos.
A Isabella, que foi mais que uma amiga, uma irmã leal, sincera, confidente, sem a qual
não sei como teriam sido os períodos de minha permanência em Manaus.
Aos inesquecíveis Cleo e Rodrigo que me acolheram em seu lar como um membro da
família, obrigada pela amizade e carinho.
Ao Seidel Santos, pela alegria, amizade, desabafos e estímulo para que eu
desenvolvesse o trabalho.
As atenciosas amigas Márlia Ferreira e Silvana Monteiro, obrigada pelos momentos
felizes.
Aos colegas e amigos da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Adalgisa, Berna, Cleberson, Ely Simone, Eunice, Rolf, Tatiana, pela atenção e
apoio.
Aos colegas e amigos de Manaus, Cilane, Cristiane Ferreira, Fernanda, Geisiane,
Jomber, Júlio, Lena, Lourdes, Mireide, Otilene, Robson, Rogério e Sônia.
A todos aqueles, que de uma forma ou de outra, me ajudaram a vencer mais esta
escalada, o meu sincero agradecimento.
V
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS.....................................................................................................
II
SUMÁRIO.......................................................................................................................
V
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................
VII
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................
XI
LISTA DE GRÁFICOS...................................................................................................
XIV
RESUMO........................................................................................................................
XV
ABSTRACT....................................................................................................................
XVII
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................
XVIII
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................
1
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A FAMÍLIA....................................................
3
2.1. TAXONOMIA....................................................................................................................... 3
2.2. PALINOLOGIA.................................................................................................................... 8
3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O GÊNERO..................................................................
10
3.1. ASPECTOS TAXONÔMICOS............................................................................................. 10
3.2. DESCRIÇÃO BOTÂNICA................................................................................................... 13
3.3. ASPECTOS PALINOLÓGICOS.......................................................................................... 14
3.4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA............................................................................................ 16
4. QUESTIONAMENTOS RELACIONADOS À DETERMINAÇÃO DAS ESPÉCIES
ESTUDADAS.................................................................................................................
22
5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES ESTUDADAS.............................
28
6. MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................
32
6.1. MATERIAL BOTÂNICO...................................................................................................... 32
6.2. METODOLOGIAS............................................................................................................... 34
6.2.1. PREPARAÇÃO DAS LÂMINAS DE PÓLEN...................................................................................
34
6.2.2. MONTAGEM DOS GRÃOS DE PÓLEN.........................................................................................
35
6.2.3. OBTENÇÃOS DAS MEDIDAS........................................................................................................
36
6.2.4. DESCRIÇÃO POLÍNICA.................................................................................................................
38
6.2.5. OBTENÇÃO DAS FOTOMICROGRAFIAS E ELETROMICROGRAFIAS.......................................
40
7. RESULTADOS...........................................................................................................
42
7.1. CARACTERES GERAIS DOS GRÃOS DE PÓLEN...............................................
42
VI
8. CARACTERES ESPECÍFICOS DOS SUBTIPOS ESTABELECIDOS......................
44
9. DESCRIÇÃO DOS SUBTIPOS POLÍNICOS.............................................................
45
9.1. SUBTIPO POLÍNICO officinalis......................................................................................... 45
9.2. SUBTIPO POLÍNICO guyanensis...................................................................................... 52
9.3. SUBTIPO POLÍNICO paupera............................................................................................ 59
9.4. SUBTIPO POLÍNICO multijuga.......................................................................................... 92
10. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS SUBTIPOS POLÍNICOS.................................
114
11. DISCUSSÃO............................................................................................................
115
11.1. CARACTERIZAÇÃO POLÍNICA EM Copaifera L. 115
11.1.1. HOMOGENEIDADE
115
11.1.2. VARIAÇÃO
115
11.1.3. A MORFOLOGIA POLÍNICA DE Copaifera L. COMO SUBSÍDIO PARA A TAXONOMIA DAS
ESPÉCIES ESTUDADAS..........................................................................................................................
119
12. CONSIDERAÇÕES EVOLUTIVAS SOBRE O PÓLEN DE Copaifera L.................
127
13. CONCLUSÕES........................................................................................................
131
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................
133
GLOSSÁRIO..................................................................................................................
147
VII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Cladograma representativo das relações filogenéticas de Detarieae s.l.
a partir de informações obtidas em análises filogenéticas
anteriores................................................................................................7
Figura 2 Mapa representativo da provável área de distribuição das espécies
estudadas, que ocorrem na Amazônia brasileira e extra-
brasileira................................................................................................31
Figura 3 Esquema do grão de pólen de Copaifera. a) VP; b) VE; c) Idem,
mostrando os eixos polar (P) e equatorial (E).......................................37
Figura 4 Esquema dos diferentes tipos de abertura encontrados nos grãos de
pólen de Copaifera................................................................................41
Figura 5 Contorno da base dos colpos no pólen de Copaifera em MEV. a)
Destaque do contorno dilatado; b) Detalhe da dilatação; c) Aspecto do
contorno regular....................................................................................43
Figura 6 Pólen de C. officinalis. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte
ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico; f) Idem,
ornamentação da exina e aspecto da
endoabertura.........................................................................................50
Figura 7 Pólen de C. officinalis. MEV: a) Vista geral dos grãos de pólen em VP e
VE; b) VP, pólen longicolpado; c) Idem, pólen parassincolpado; d)
Destaque da ornamentação da exina, dos longicolpos e
apocolpos..............................................................................................51
Figura 8 Pólen de C. guyanensis. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina, destaque da endoabertura.............................57
Figura 9 Pólen de C. guyanensis. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem,
aspectos dos longicolpos; c) VE, destaque da ponte de exina na região
da abertura; d) VP, ornamentação da exina punctada..........................58
Figura 10 Pólen de C. cearensis var. arenicola. ML: a) VP, pólen longicolpado,
VIII
corte ótico; b) Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen sincolpado,
corte ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VP, corte ótico; f) Idem,
ornamentação da exina........................................................................63
Figura 10 Continuação: Pólen de C. cearensis var. arenicola. ML: g) VE, corte
ótico; h) Idem, ornamentação da exina e endoabertura........................64
Figura 11 Pólen de C. cearensis var. arenicola. MEV: a) VP, pólen longicolpado;
b) Idem, aspecto dos longicolpos e ornamentação da exina; c) VE,
detalhe das aletas; d) Detalhes do colpo, da ponte de exina e da
superfície punctada...............................................................................65
Figura 12 Pólen de C. langsdorfii. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte
ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico; f) Idem,
ornamentação da exina e endoabertura...............................................69
Figura 13 Pólen de C. langsdorfii. MEV: a) Vista geral dos grãos de pólen em VP
e VE; b) VP, pólen longicolpado; c) Idem, pólen parassincolpado; d) VE,
destaque da ornamentação da exina
punctada................................................................................................70
Figura 14 Pólen de C. paupera. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte
ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico, detalhe das
aletas (setas); f) Idem, ornamentação da exina e endoabertura
(Endo)....................................................................................................74
Figura 15 Pólen de C. paupera. MEV: a) VP, aspecto dos longicolpos; b) VE,
mostrando a disposição do colpo; c) VE, destaque da ornamentação da
exina......................................................................................................75
Figura 16 Pólen de C. piresii. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b) Idem,
ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem, ornamentação da
exina......................................................................................................79
Figura 17 Pólen de C. piresii. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, aspecto do colpo; d) Idem, destaque do colpo e da
ornamentação da exina.........................................................................80
IX
Figura 18 Pólen de C. pubiflora. ML: a) VP, pólen longicolpado corte ótico, b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado; corte
ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico; f) Idem,
ornamentação da exina e endoabertura...............................................84
Figura 19 Pólen de C. publifora. MEV: a) VP, âmbito triangular; b) Idem, em
âmbito subtriangular; c) VE, destaque da ornamentação da exina
punctada; d) VP, detalhe dos longicolpos, apocolpo (Ap) e também,
ornamentação da exina.........................................................................85
Figura 20 Pólen de C. reticulata. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina.........................................................................89
Figura 21 Pólen de C. reticulata. MEV: a) Vista geral dos grãos de pólen em VP e
VE; b) VP, mostrando a disposição dos longicolpos; c) VE, detalhe do
colpo; d) Idem, destaque da ornamentação da exina, dos colpos e
apocolpo................................................................................................90
Figura 22 Pólen de C. martii. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b) Idem,
ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina e endoabertura...............................................96
Figura 23 Pólen de C. martii. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, aspecto do colpo; d) Destaque da ornamentação da
exina microrreticulada...........................................................................97
Figura 24 Pólen de C. multijuga. ML: a) VP, corte ótico, pólen longicolpado; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico, d) Idem,
ornamentação da exina e colpos........................................................101
Figura 25 Pólen de C. multijuga. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, mostrando as aletas na região do mesocolpo; d) VE,
destaque da ornamentação da exina, e do colpo...............................102
Figura 26 Pólen de C. oblongifolia. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina.......................................................................106
X
Figura 27 Pólen de C. oblongifolia. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem,
pólen sincolpado; c) VE, detalhe do colpo; d) VE, destaque da
ornamentação da exina, dos colpos e apocolpo.................................107
Figura 28 Pólen de C. rigida. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b) Idem,
ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico; f) Idem,
ornamentação da exina e endoabertura.............................................111
Figura 29 Pólen de C. rigida. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, aspecto do colpo; d) VE, destaque da exina
microrreticulada, e do colpo................................................................112
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Algumas das principais denominações populares associados ao gênero
Copaifera na América do Sul. (Fontes: Record & Hess (1924); Dwyer
(1951); Ducke (1949); Silva et al. (2004), Martins-da-Silva
(2006))....................................................................................................21
Tabela 2 Relação dos espécimes de C. officinalis com as respectivas informações
de herbário e palinoteca........................................................................46
Tabela 3 Relação dos espécimes de C. officinalis com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC.............................................47
Tabela 4 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. officinalis..................................................................48
Tabela 5 Relação dos espécimes de C. guyanensis com as respectivas
informações de herbário e palinoteca....................................................53
Tabela 6 Relação dos espécimes de C. guyanensis com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC.........................................54
Tabela 7 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. guyanensis..............................................................55
Tabela 8 Relação dos espécimes de C.cearensis var. arenicola com as
respectivas informações de herbário e palinoteca ................................60
Tabela 9 - Relação dos espécimes de C.cearensis var. arenicola com as
respectivas medidas em µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ....61
Tabela 10 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C.cearensis var. arenicola ...........................................62
Tabela 11 Relação dos espécimes de C. langsdorfii com as respectivas
informações de herbário e palinoteca .....................................................66
Tabela 12 Relação dos espécimes de C. langsdorfii com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ........................................67
Tabela 13 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. langsdorfii .................................................................68
Tabela 14 Relação dos espécimes de C. paupera com as respectivas informações
XII
de herbário e palinoteca .....................................................71
Tabela 15 Relação dos espécimes de C. paupera com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ........................................72
Tabela 16 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. paupera ....................................................................73
Tabela 17 - Relação dos espécimes de C. piresii com as respectivas informações
de herbário e palinoteca .........................................................................76
Tabela 18 Relação dos espécimes de C. piresii com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC...............................................77
Tabela 19 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. piresii.........................................................................78
Tabela 20 Relação dos espécimes de C. pubiflora com as respectivas informações
de herbário e palinoteca .....................................................81
Tabela 21 Relação dos espécimes de C. pubiflora com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC.........................................82
Tabela 22 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. pubiflora.....................................................................83
Tabela 23 Relação dos espécimes de C. reticulata com as respectivas
informações de herbário e palinoteca......................................................86
Tabela 24 Relação dos espécimes de C. reticulata com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ........................................87
Tabela 25 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. reticulata....................................................................88
Tabela 26 Relação dos espécimes de C. martii com as respectivas informações
de herbário e palinoteca..........................................................................93
Tabela 27 Relação dos espécimes de C. martii com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ..............................................94
Tabela 28 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. martii.........................................................................95
Tabela 29 Relação dos espécimes de C. multijuga com as respectivas
informações de herbário e palinoteca......................................................98
XIII
Tabela 30 Relação dos espécimes de C. multijuga com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC .......................................99
Tabela 31 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. multijuga..................................................................100
Tabela 32 Relação dos espécimes de C. oblongifolia com as respectivas
informações de herbário e palinoteca....................................................103
Tabela 33 Relação dos espécimes de C. oblongifolia com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ......................104
Tabela 34 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. oblongifolia..............................................................105
Tabela 35 Relação dos espécimes de C. rigida com as respectivas informações
de herbário e palinoteca........................................................................108
Tabela 36 Relação dos espécimes de C. rigida com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen incluindo P/E e IC ...........................................109
Tabela 37 Porcentagem dos grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. rigida.......................................................................110
XIV
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C.officinalis...............................................47
Gráfico 2 Idem, de C. guyanensis.......................................................................54
Gráfico 3 Idem, de C. cearensis var. arenicola...................................................61
Gráfico 4 Idem, de C.langsdorfii...........................................................................67
Gráfico 5 Idem, de C.paupera.............................................................................72
Gráfico 6 Idem, de C. piresi.................................................................................77
Gráfico 7 Idem, de C.pubiflora............................................................................82
Gráfico 8 Idem, de C.reticulata...........................................................................87
Gráfico 9 Idem, C. martii......................................................................................94
Gráfico 10 Idem, de C.multijuga..........................................................................99
Gráfico 11 Idem, de C. oblongifolia ..................................................................104
Gráfico 12 Idem, de C. rigida.............................................................................109
XV
RESUMO
Na Amazônia brasileira o gênero Copaifera L. está representado por cerca de
nove espécies: C. duckei Dwyer, C. glycycarpa Ducke, C. guyanensis Desf., C.
martii Hayne, C. multijuga Hayne, C. paupera (Herzog) Dwyer, C. piresii Ducke, C.
pubiflora Benth. e C. reticulata Ducke. Desse total, grãos de pólen de sete, C.
guyanensis, C. martii, C. multijuga, C. paupera, C. piresii, C. pubiflora e C.
reticulata, foram estudados quanto aos mais diversos aspectos morfológicos,
como tamanho, forma, número, posição e caráter das aberturas, e, ornamentação
da exina. Pelo fato de estarem taxonomicamente correlacionadas, outras cinco
espécies com distribuição extra Amazônia brasileira também tiveram seus grãos
de pólen analisados, como C. officinalis (Jacq.) L., C. cearensis Huber ex Ducke
var. arenicola Ducke, C. langsdorfii Desf., C. oblongifolia Mart. ex Hayne, e C.
rigida Benth. As observações feitas tanto em microscopia de luz, quanto em
eletrônica de varredura, revelaram que os grãos de pólen de Copaifera são muito
semelhantes entre si, tratando-se, portanto, de um gênero estenopolínico. Como
características gerais, as espécies do gênero apresentam grãos de pólen médios,
isopolares, de simetria radial, 3-colporados. Variam tanto na superfície, de psilada
a perfurada e na forma, de suboblata a prolato-esferoidal na maior parte das
espécies. Os colpos em vista polar podem projetar-se de três formas:
longicolpados, parassincolpados e sincolpados. Os mesocolpos podem ser
côncavos ou retilíneos, e na maioria das vezes, em vista equatorial, expandem-se
formando estruturas semelhantes a alas, denominadas aqui “aletas”. A
endoabertura é circular, contudo na maioria das espécies esta apresenta-se
encoberta pela sexina. A exina é fina e transparente, sendo que sexina e nexina
apresentam praticamente a mesma espessura.
Devido ao alto grau de homogeneidade morfológica, as espécies foram
divididas em quatro Subtipos Polínicos, nos quais tomou-se como base a
ornamentação da exina, descrita em microscopia eletrônica de varredura. Os
Subtipos Polínicos são representados pelas espécies C. officinalis, C. guyanensis,
C. paupera e C. multijuga, e, a fim de separá-los, uma chave polínica foi
elaborada. Com base nos caracteres morfológicos dos grãos de pólen, foi feita
XVI
uma correlação evolutiva entre os Subtipos analisados, sendo o Subtipo officinalis
considerado o menos derivado, com a superfície psilado-perfurada, e o Subtipo
multijuga, com a superfície variando de psilada a densamente perfurada, o mais
derivado
.
XVII
ABSTRACT
In the Brazilian Amazon the Copaifera L. genus is represented by nine species:
C. duckei Dwyer, C. glycycarpa Ducke, C. guyanensis Desf., C. martii Hayne,
C. multijuga Hayne, C. paupera (Herzog) Dwyer, C. piresii Ducke, C. pubiflora
Benth. e C. reticulata Ducke. From this, pollen grains of seven species, C.
guyanensis, C. martii, C. multijuga, C. paupera, C. piresii, C. pubiflora e C.
reticulata, were studied in regard to size, shape, number, position and character
of apertures, and exine ornamentation. Because of the taxonomic relationship,
more five species, presents outside of the Brazilian Amazon, were investigated
too, C. officinalis (Jacq.) L., C. cearensis Huber ex Ducke var. arenicola Ducke,
C. langsdorfii Desf., C. oblongifolia Mart. ex Hayne, e C. rigida Benth. Using
light and scanning electron microscopy, was noted that the Copaifera it is a
stenopalynous genus. The pollen grains are medium, isopolars, radial simetry
and tricolporate. Their shape, varies from suboblate to prolate spheroidal, and
the exine from psilated to perfurated. The colpori, in the polar view, have
demonstred three kinds of forms, longycolpate, parasyncolpate and syncolpate.
In the equatorial view, the mesocolpial showing protuding like a wings, called
“aletas”. The endoaperture is circular, however in several times it’s covered by
sexine. The exine appears transparent, provide sexine and nexine with same
thickness. Using the characteristics of exine ornamentation in scanning electron
microscopy, was possible to compose four Pollinics Subtype according to
morphological similar betewen pollen grains, which are represented by the
species, C. officinalis, C. guyanensis, C. paupera e C. multijuga. Pollen keys
were elaborated to separate the Subtypes. Finally, in this work is an
evolutionary correlation for the different Subtypes, concluding that the Subtype
officinalis, with psilate-perforate surface, may be less derivaded and the
Subtype multijuga, with psilate and strongly perfurate surface, more derivaded.
XVIII
APRESENTAÇÃO
O presente trabalho é requisito parcial para obtenção do título de Doutor
em Botânica, no Curso de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos
Naturais, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA, em convênio
com a Universidade Federal do Amazonas – UFAM.
Esta pesquisa apresenta os resultados obtidos a partir de observações
em herbários, e análises laboratoriais, do projeto de tese “Caracterização
Palinotaxonômica das espécies de Copaifera L. (Leg. Caes.) que ocorrem
na Amazônia brasileira”.
O texto deste trabalho foi preparado seguindo o padrão clássico para
apresentação de monografias, dissertações e teses. As referências
bibliográficas estão de acordo com as normas da revista cientifica do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, a Acta Amazonica.
Para digitação, Arial 12pts foi a fonte utilizada no texto. Não apenas nas
legendas, figuras e tabelas, como também, no corpo das tabelas, as fontes
variaram de 9 até 12pts, conforme a disponibilidade de espaço.
Os nomes científicos e os termos de origem latina foram escritos em
itálico”. As palavras consideradas relevantes foram citadas em “negrito” e as
que aparecem
sublinhadas estão incluídas no glossário.
1
1. INTRODUÇÃO
Copaifera L. pertencente à família Leguminosae Juss., subfamília
Caesalpinioideae Kunth., foi descrito por Linneu em 1762 e segundo Dwyer (1951) é
representado por aproximadamente 28 espécies, sendo 16 endêmicas do Brasil.
As espécies da Amazônia brasileira ocorrem freqüentemente nas matas de terra
firme, em terrenos argilosos, às vezes arenosos. Algumas espécies também podem ser
encontradas nas margens de lagos e igarapés, nos Cerrados do Brasil Central, na
Caatinga e na Mata Atlântica (Ducke, 1925; Corrêa, 1931, Dwyer, 1951).
Conhecida popularmente como “copaíba”, “copaíba angelim”, “copaíba branca”,
“copaíva branca“, copaúba”, “pau-de-óleo”, dentre outras denominações. Geralmente é
árvore de grande porte, encontrada em todos os trópicos e com maior incidência no
Brasil. A maioria das espécies deste gênero é considerada de expressiva importância
na indústria econômica. Por meio de incisões nos troncos das árvores extrai-se um tipo
de óleo-resina, que por apresentar propriedades cicatrizantes e antiinflamatórias, é
muito utilizado na medicina popular (Ducke, 1925; Corrêa, 1931; Shanley et al., 1998;
Silva et al., 1977, 2004).
Taxonomicamente, a maior parte das espécies desse gênero necessita ser alvo
de estudos aprofundados, já que apenas por meio de sua morfologia externa nem
todas são separáveis distintamente. Ducke (1949) citou que para América e África
Tropical estão descritas cerca de 40 espécies, e quanto à identificação das brasileiras,
esta encontra-se ainda bastante incompletas. Ducke (1958) ressaltou que a revisão
feita por Dwyer (1951), considerada a mais recente publicação que trata do gênero
como um todo, não incluiu as coleções dos herbários existentes na América do Sul,
algumas das quais, ricas em representantes deste gênero. Lewis (1987) comentou a
ocorrência de certas espécies no Estado da Bahia, ressaltando também a necessidade
de um estudo mais preciso. Dos trabalhos mais atuais, Martins-da-Silva (2006) faz um
tratamento taxonômico completo sobre as espécies de Copaifera para a Amazônia
brasileira. A referida autora cita que desde a descrição da primeira espécie por Jacquin
(1760) até a mais recente publicada por Poveda et al. (1989), passaram-se 229 anos, e
nesse período, foram descritas cerca de 100 espécies. Dentre essas espécies, várias
foram sinonimizadas, e outras transferidas para gêneros diferentes, resultando em
aproximadamente 40 espécies, sendo 35 americanos e cinco africanos. Desse total,
nove espécies estão distribuídas na Amazônia brasileira, C. duckei Dwyer, C.
2
glycycarpa Ducke, C. guyanensis Desf., C. martii Hayne, C. multijuga Hayne, C.
paupera (Herzog) Dwyer, C. piresii Ducke, C. pubiflora Benth. e C. reticulata Ducke
(Martins-da-Silva, 2006).
É indiscutível a importância econômica de Copaifera tanto a nível comercial
quanto industrial. Entretanto, percebe-se que o estudo da morfologia polínica do gênero
representa um grande desafio, uma vez que a são inúmeras as dificuldades de
identificação e delimitação das espécies que ocorrem na Amazônia brasileira.
Por sua ampla utilização, vários trabalhos foram realizados sobre o gênero
Copaifera, abordando suas diversas aplicações. A despeito dos mais de 200 artigos
publicados em diversas línguas, muitos dados sobre a composição química, atividade
farmacológica do óleo e identificação botânica são contraditórios (Veiga Jr. & Pinto,
2002).
Diante da complexidade em determinar as espécies de tão importante gênero,
não apenas no contexto econômico, mas também cultural, e, como até o momento, não
há estudos completos sobre o pólen de Copaifera, esse trabalho foi idealizado, e tem
como objetivo principal analisar a morfologia polínica das espécies deste gênero na
Amazônia brasileira, a fim de contribuir para a sua taxonomia. Dessa forma, com base
nas descrições minuciosas dos grãos de pólen, faz-se a caracterização da
ornamentação da exina em microscopia eletrônica de varredura, exames de corte ótico
e de superfície na microscopia de luz; demonstram-se as medidas dos grãos de pólen
por meio de diagramas comparativos, e elabora-se uma chave de Subtipos Polínicos
para o reconhecimento das espécies. Também, a partir dos dados morfológicos infere-
se a respeito da evolução dos caracteres polínicos entre os Subtipos estabelecidos e
suas respectivas espécies.
3
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A FAMÍLIA
2.1. TAXONOMIA
Em Polhill et al. (1981) Leguminosae está representada por cerca de 650
gêneros e 18.000 espécies Em recente publicação Lewis et al. (2005) atualizou esses
dados e citou que Leguminosae compreende aproximadamente 727 gêneros e 19.325
espécies.
É uma das maiores famílias entre as dicotiledôneas, e encontra-se amplamente
distribuída em todo o mundo, ocupando todos os habitats, além de ser dotada de
expressiva importância econômica. As sementes, os legumes verdes, as folhas, as
raízes e as flores de muitas leguminosas fornecem alimento rico em proteínas para o
homem e animais. Algumas das mais finas madeiras são oriundas de espécies de
leguminosas, conhecidas pelos trabalhos de marcenaria e carpintaria. Os arcos para os
violinos de melhor qualidade ainda são feitos de Caesalpinia echinata Lam., o “pau
brasil”. Alguns dos melhores copais ou resinas viscosas, largamente usadas na
produção de vernizes, tintas e lacas são produzidos de árvores de leguminosas,
especialmente dos gêneros Hymenaea L. e Copaifera. As leguminosas são também
usadas como medicinais, inseticidas, condimentos, aromatizantes e vários outros
empregos culinários. (Lewis & Owen, 1989).
No Brasil, Ducke (1949) foi pioneiro nos estudos sobre as Leguminosas da
Amazônia brasileira. Esse autor publicou o mais completo tratado referente às
subfamílias Caesalpinioideae, Mimosoideae e Papilionoideae, as quais, acham-se
representadas por 141 gêneros e 867 espécies. A partir do trabalho de Ducke, muitas
informações foram acrescentadas à família. Silva et al. (1989) com a “Lista Prévia das
leguminosas da Amazônia brasileira”, fizeram um levantamento das espécies com base
nas exsicatas dos herbários INPA, IAN e MG. Como resultados desta lista preliminar os
autores encontraram 146 gêneros e 1241 espécies.
Para Polhill et al. (1981) e Judd et al. (1999) a subfamília Caesalpinioideae
compreende 150 gêneros e 2700 espécies, com distribuição cosmopolita, e dentre as
subfamílias, é a menos estudada (Herendeen & Bruneae, 2000). Burkart (1987)
considerou as Caesalpinioideae como a mais primitiva das subfamílias, da qual
derivam as Papilionoideae e Mimosoideae, e, de acordo com Lewis & Polhill (1998),
está dividida em cinco tribos: Caesalpinieae, Cassieae, Cercideae, Detarieae e
4
Macrolobieae. Mais recentemente, Lewis et al. (2005) cita que as Caesalpinioideae
compreendem quatro tribos (Caesalpinieae, Cassieae, Cercideae e Detarieae) e 2.250
espécies.
Banks & Klitgaard (2000) declararam que Detarieae e Amherstieae
provavelmente não constituem um clado monofilético, mas inúmeros trabalhos estão
sendo desenvolvidos na tentativa de achar informações satisfatórias que possam
contribuir para a sistemática dessas duas tribos.
Bruneau et al. (2001) ressaltaram que Detarieae e Macrolobieae compreendem
mais de 84 gêneros, ou seja, representam mais da metade dos gêneros na subfamília
Caesalpinioideae, e, das cinco tribos acima citadas, são as menos investigadas, e as
que possuem a maior diversidade floral, com grande parte dos gêneros ocorrendo na
África, e, também, com representantes na América tropical e Ásia.
Do ponto de vista taxonômico, as Caesalpinioideae permanecem problemáticas
devido à dificuldade de estabelecer caracteres que sejam de fácil reconhecimento para
diferenciar os as espécies (Bruneau et al., 2001). Por isso, ao longo dos anos essa
subfamília tem sido alvo de vários estudos relacionados à morfologia, anatomia e
palinologia, bem como, de análises filogenéticas. Análises moleculares recentes,
baseadas nos genes de cloroplasto rbcL e trnL reconhecem o parafiletismo de
Caesalpinioideae, e o monofiletismo de Papilionoideae e Mimosoideae (Doyle et al.,
1997, 2000, baseado em dados de rbcL; Bruneau et al., 2000, 2001, baseado em
dados de trnL). Sendo o primeiro estudo filogenético a agrupar dados de genes de
cloroplasto trnL e informações sobre a morfologia, Herendeen et. al. (2003) investigou
112 gêneros de Caesalpinioideae. Nesse estudo, o clado Detarieae s.l. apresentou-se
bem sustentado com a adição de informações morfológicas. Herendeen et. al. (l.c.)
demonstra ainda o surgimento de um clado constituído por gêneros com flores dísticas,
o qual equivale ao grupo Detarium de Cowan & Polhill (1981a) e Polhill (1994). Nattier
(2004) utilizando o gene de cloroplasto matK avaliou um total de 99 gêneros,
pertencentes as tribos Cercideae, Detarieae, Caesalpinieae e Cassieae. Com os
resultados obtidos, o referido autor propôs uma classificação filogenética para
Leguminosae, dividindo-a em 20 clados que corresponderiam as subfamílias, das
quais, quatro seriam divididas em clados que representariam as tribos. Assim,
Herendeen et. al. (l.c.) classifica Copaifera em Detariumnoideae, tribo Detariumnieae,
juntamente com Baikiaea Benth
., Detarium Juss., Sindora Miq. e Tessmannia Harms.
Lewis et. al. (2005) discutiu a respeito da maioria dos dados filogenéticos já publicados
5
para a sistemática das quatros tribos, Caesalpinieae, Cassieae, Cercideae, Detarieae.
Para Detarieae, Lewis et. al. (l.c.) elaboraram um cladograma (Figura 1), no qual
Detarieae s.l. engloba: o clado Amherstieae (proposto por Bruneau et al., 2001), o
clado Detarieae s.s. (representado pelo grupo irmão Daniellia Benn., por uma politomia
e pelo clado Detarium, do qual o gênero Copaifera faz parte), o clado Prioria, e uma
politomia basal. Também, o referido autor informa que Detarieae continua a ser
representada por 82 gêneros, sendo o gênero Umtiza transferido de Deatarieae para o
clado Umtiza T. R. Sim da tribo Caesalpinieae. Com a remoção de Umtiza (Bruneau et
al., 2000) Detarieae representa um grupo monofilético bem suportado.
Sobre Detarieae e Macrolobieae, Bentham (1840) dividiu Caesalpinioideae em
tribos e incluiu os gêneros Apuleia Mart., Copaifera, Detarium Juss., Dialium L.
(Codarium Solander ex M.Vahl.), Crudia Schreb., Cynometra L. e Hardwichia Roxb. na
tribo Cynometreae Benth.. Baker (1930) apud Martins-da-Silva (2006) investigando
Leguminosae da África, uniu as tribos Cynometreae e Amherstieae. Dwyer (1954)
baseando-se na morfologia floral propôs que Sclerolobieae deveria estar unida à
Cynometreae e Amherstieae.
Léonard (1957) ao tratar taxonomicamente as tribos Cynometreae e
Amherstieae, utilizou uma combinação de dados anatômicos, morfológicos,
palinológicos e germinativos, e propôs novas delimitações genéricas, sugerindo o
restabelecimento de Cynometreae e Amherstieae com base principalmente na pré-
floração das bractéolas. Assim, os gêneros com bractéolas valvares estão inseridos em
Amherstieae, e os sem bractéolas valvares em Cynometreae. Como resultado dessa
revisão foram classificados em Cynometreae os seguintes gêneros: Afzelia Sm.,
Augouardia Pellegr., Baikiaea Benth., Colophospermum Kirk ex J. Léonard, Copaifera,
Crudia, Cynometra, Daniellia, Detarium, Eurypetalum Harms, Gilletiodendron
Vermoesen, Gossweilerodendron
Harms, Guibourtia Benn. (Gorskia), Hylodendron
Taub., Hymenostegia Benth. Harms. (Dipetalanthus), Lebruniodendron J. Léonard,
Loesenera Harms, Neochevalieirodendron J. Léonard, Oxystigma Harms
(Pterygopodium), Plagiosiphon Harms, Schotia Jacq., Scorodophloeus Harms, Sindora
Miq. (Echinocalyx Benth.), Sindoropsis J., Stemonocoleus Harms, Tessmannia Harms.,
Trachylobium Hayne (atualmente Hymenaea), Talbotiella E. G. Baker e Zenkerella
Taub.
Cowan & Polhill (1981a, 1981b) seguiram o sistema de Léonard (1957) e
subdividiram a tribo Amherstieae em quatro grupos (Amherstia Wall., Berlinia Soland.
6
ex Hook, Brachystegia Benth. e Macrolobium Schreb.), e a tribo Detarieae em seis
(Brownea Jacq., Crudia, Cynometra, Detarium, Hymenaea e Hymenostegia). Copaifera
está inserido no grupo Detarium, o qual está também representado pelos gêneros
Goniorrhachis, Gilletiodendron Vermoesen, Tessmannia Harms, Baikiaea Benth.,
Hylodendron Taub., Sindora Miq., Sindoropsis, Pseudosindora Symington e Detarium.
Esse sistema foi modificado por Polhill (1994) que incluiu Amherstieae em Detarieae
.Breteler (1995) propôs o reconhecimento de duas tribos dentro de Detarieae s. l. com
base no tamanho e posição das bractéolas antes da antese.
Bruneau et al. (2000) a partir de análises de trnL, inferiram que Macrolobieae e
Detarieae formam um clado basal bem suportado das Caesalpinioideae, contudo,
ressaltaram que nenhuma das duas tribos sustenta-se individualmente como
monofiléticas. Cowan & Polhill (1981a) argumentam que há estreitas relações entre os
membros dessas tribos.
Para Bruneau et al. (2000) todos os gêneros incluídos em Detarieae,
Cynometreae e Amherstieae (por Léonard, 1957), Detarieae e Amherstieae (por Cowan
& Polhill, 1981a, 1981b), Detarieae (por Polhill, 1994) e Macrolobieae e Detarieae (por
Breteler, 1995), ocorrem dentro de Detarieae s. l., exceto para o gênero monotípico
Umtiza, da África do Sul. Sobre o grupo Detarium, este é indicado filogeneticamente
como o mais bem sustentado dentre os grupos genéricos de Polhill (1994), sendo o
gênero monotípico brasileiro Goniorrhachis, grupo irmão de Detarieae s. l.. Essas
análises filogenéticas propõem ainda afinidades entre Sindora e Sindoropsis, e entre
Detarium e Copaifera, sendo Detarium considerado grupo irmão de Copaifera, por
apresentar três sinapomorfias, ápice dos folíolos obtusos, ápice dos folíolos
emarginados e pedicelos florais ausentes. Contudo, é necessário analisar outras
amostras de Copaifera, uma vez que as verificadas, são limitadas ao continente
africano, as quais diferem das espécies americanas, principalmente quanto ao ápice
dos folíolos obtusos e emarginados.
7
Figura 1 - Cladograma representativo das relações filogenéticas de Detarieae s.l. a
partir de informações obtidas em análises anteriores. (Lewis et. al. 2005)
8
2.2. PALINOLOGIA
Com relação aos estudos sobre a morfologia polínica da família, Fasbender
(1959) referiu-se aos gêneros americanos de Caesalpiniaceae, relacionando os dados
da morfologia polínica com a taxonomia dos gêneros pertencentes às tribos
Amherstieae, Cynometreae e Sclerolobieae. Neste trabalho, a autora descreveu o
pólen de 22 gêneros e 52 espécies da tribo Cynometreae, incluindo os gêneros
Detarium, Copaifera, Sindora e Tessmannia. Erdtman (1952) descreveu sucintamente
os grãos de pólen de algumas espécies. Em 1969, o mesmo autor considerou a família
como estenopolínica, e ressaltou a contribuição dos estudos palinotaxonômicos.
Graham & Barker (1981) teceram comentários gerais a respeito das afinidades
polínicas e taxonômicas de diversos gêneros da subfamília Caesalpinioideae, incluindo
Copaifera, e concentraram seus estudos na ornamentação da exina, com base nas
observações da microscopia eletrônica de varredura. Ferguson (1987) usando como
ferramenta principal a microscopia eletrônica de transmissão, descreveu em detalhes a
estratificação da exina.
Banks & Klitgaard (2000) divulgaram que o pólen do grupo Detarium tem sido
investigado por muitos autores, os quais têm dado relativa importância à estrutura da
parede. Também, Banks (l.c.) comentou que das três subfamílias das leguminosas,
Caesalpinioideae é a que apresenta o pólen mais diversificado, quando comparado à
Papilionoideae e Mimosoideae, e o grupo Detarieae s.l. tem a maior diversidade
morfológica floral e dos grãos de pólen dentro da família
A respeito das pesquisas palinológicas realizadas no Brasil, destacam-se as de
Melhem & Salgado-Labouriau (1963), Barros (1963) e Salgado-Labouriau (1973). Barth
& Bouzada (1964) discutiram que o pólen típico de Caesalpinioideae é o tricolporado,
de exina tectada ou reticulada, sendo a forma dos grãos geralmente prolata, e que
esse tipo de morfologia é semelhante, de modo geral, aos de Papilionoideae.
Para a Amazônia, Carreira e colaboradores desde 1973 vêm se dedicando aos
estudos palinológicos, em especial de grupos taxonômicos das Leguminosas da
Amazônia brasileira. Dos principais trabalhos realizados por Carreira et. al., pode-se
considerar como referência para a palinotaxonomia de Leguminosae: Cedrelinga
Ducke, (Silva et. al., 1992); Jacqueshuberia Ducke e Heterostemon Desf., (Silva &
Carreira 1994a,b); Monopteryx Spruce ex Benth., (Carreira & Gurgel 1995); Hymenaea
L., (Carreira & Barata 1996); Chaetocalyx DC, Dussia Krug. & Urb. ex Taub. e
9
Vataireopsis Ducke, (Carreira et. al. 1996b); Andira Lam., (Carreira et. al. 2002);
Diptychandra Tul., (Barata & Carreira 2005); Martiodendron Ducke, (Silva et. al. 2005).
10
3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O GÊNERO
3.1. ASPECTOS TAXONÔMICOS
No início da colonização, muitos botânicos e cronistas que estiveram nas Índias
Ocidentais e na América descreveram espécies do gênero Copaifera (Veiga Jr. & Pinto,
2002). Informações fornecidas por Dwyer (1951) demonstraram que o óleo
medicamentoso produzido pelas espécies desse gênero tenha sido inicialmente
registrado com o nome de “Copei”, por Petrus Martys em um documento enviado ao
Papa Leão X, publicado em 1534.
Em 1625, o nome popular “cupayba” foi referido por um monge português que
estava no Brasil e escrevia sobre o país e suas riquezas naturais (Dwyer, 1951).
Também, o referido autor citou que em 1648 Marcgrav & Piso descreveram aspectos
morfológicos da planta e empregaram o nome “copaíba” sem designar a espécie. Mais
tarde, Dwyer (1951) verificou que a espécie estudada por esses dois autores tratava-se
de Copaifera martii.
Jacquin (1760) dois anos antes da publicação do “Species Plantarum” de Linneu,
descreveu a primeira espécie do gênero Copaifera designando-a Copaiva officinalis
Jacq.. Linneu (1762) descreveu esse gênero, porém modificou sua grafia para
Copaifera e designou como espécie tipo Copaifera officinalis.
Hayne (1825) produziu a monografia das espécies de Copaifera da América e
Oeste da Índia, descrevendo e ilustrando 11 espécies novas e duas variedades.
Embora apresente muitos aspectos duvidosos em suas considerações, o trabalho de
Hayne (l.c.) é considerado um dos mais completos já apresentados para o gênero e
serviu de base para os estudos de Bentham (1870) na Flora Brasiliensis. Hayne foi o
primeiro pesquisador a elaborar um estudo detalhado das espécies existentes nas
Antilhas e América do Sul. Martins-da-Silva (2006) informa que mais recentemente,
Harms e Ducke descreverem várias espécies novas, sendo que este último autor
valorizou especialmente as espécies da região amazônica e do estado do Ceará
(Harms 1899, 1903, 1910 e 1928; Ducke 1915, 1922, 1925, 1930, 1932, 1949, 1959,
1979.).
O gênero Guibourtia foi estabelecido por Bennett (1857), baseado na espécie
africana Guibourtia copallifera Benn. Em 1862, o gênero Gorskia, presente na África, foi
descrito por Boelle (apud Léonard, 1949). Bentham (1865) ampliou o conceito de
Copaifera e recomendou como sinônimos desse gênero, Guibourtia e Gorskia. Léonard
11
(1949), estudando a tribo Amherstieae da América e da África, reconheceu Guibourtia
como gênero independente, com quatro espécies e uma variedade americana e 11
espécies e uma variedade africana.
Dwyer (1951) realizou um levantamento das espécies centro e sul americanas e,
de acordo com essa revisão, o gênero encontra-se representado por 28 espécies, das
quais cerca de 16 são endêmicas do Brasil. Devido à dificuldade em preparar uma
chave para separar as espécies, Dwyer (l.c.) discutiu a necessidade de utilizar outros
tipos de caracteres morfológicos nas descrições, com a finalidade de complementar os
dados já obtidos. Ele postulou que a presença ou ausência de pubescência nas
sépalas, comprimento das anteras, pistilos glabros ou com indumento, textura e
tamanho das valvas dos legumes e cor do arilo das sementes, são alguns dos mais
importantes caracteres diagnósticos.
O trabalho de Dwyer (1951) é a mais recente publicação que trata do gênero
Copaifera de forma mais ampla, porém, a ausência de ilustrações evidenciando as
características-chave dificulta bastante sua utilização. Outro fator a considerar, é a
qualidade do material botânico examinado pelo autor, cuja maioria das amostras eram
muito antigas, e levaram a obtenção de dados incompletos. Ducke (1958), que foi um
estudioso das espécies brasileiras, expôs claramente suas críticas a essa revisão ao
afirmar que esse estudo é apenas uma descrição dos espécimes conservados em seis
herbários dos Estados Unidos (F, G, A, NY, US, Y), incluindo fragmentos, fototipos e
tipos que se encontram na Europa. Portanto, para esse autor, Dwyer não fez
referências às condições ecológicas, muito importantes para a sistemática do gênero,
cujas espécies são desprovidas de caracteres diferenciais.
Outros problemas taxonômicos do gênero referem-se ao uso da nomenclatura
popular na Amazônia brasileira para a comercialização do óleo e da madeira, uma vez
que não há uma padronização que associe o nome popular ao científico. Essas
denominações populares podem variar de uma região para outra e também dentro da
mesma região.
Além dos questionamentos acima discutidos, atualmente depara-se também
com significativa quantidade de material botânico incorretamente identificado nos
acervos dos principais herbários do Brasil. Os caracteres macromorfológicos são
extremamente semelhantes, e na maioria das vezes, indistintamente separáveis. A
carência de profissionais especializados tem favorecido o surgimento de equívocos
12
taxonômicos, e conseqüentemente inviabilizando o desenvolvimento de pesquisas
relacionadas ao gênero.
Com a finalidade de contribuir para elucidar os inúmeros questionamentos a
respeito do gênero, Martins-da-Silva (2006) fez o tratamento taxonômico de Copaifera
para as espécies que ocorrem na Amazônia brasileira. Trata-se de uma ampla
pesquisa, que envolve informações sobre a morfologia, fitoquímica e anatomia das
espécies investigadas.
É válido reforçar que devido à complexidade dos estudos taxonômicos,
principalmente em grupos de elevado índice de homogeneidade de caracteres
morfológicos, é indispensável à investigação palinológica. Walker & Doyle (1975)
comentaram que os caracteres dos grãos de pólen são úteis nas análises filogenéticas,
e que, a partir do pólen, pode-se obter um grande número de informações, abrangendo
várias espécies, em curto espaço de tempo.
Por tudo que foi exposto, é indiscutível a necessidade de estudos
multidisciplinares que possam contribuir para elucidar as dúvidas quanto à identificação
correta das espécies de Copaifera, sobretudo na Amazônia brasileira.
13
3.2. DESCRIÇÃO BOTÂNICA
Copaifera Linn., Sp. Pl. ed. 2. 557. 1762. Nom. consev.
Árvore. Ramos terminais lisos escassamente pubescentes, nas extremidades
subangulosos; pecíolos glabros rígidos, retos, 12-13cm de comprimento; peciólulos
espessos, decíduos, glabros, ca. de 3mm de comprimento, as folhas até 15cm de
comprimento; folíolos 3 pares, coriáceos, rígidos, ligeiramente inequiláteros, ovado-
oblongos, 3-6cm de comprimento, 2,5cm de largura, obtusos e retusos (freqüentemente
sulcados ao longo da nervura principal) no ápice, obtusos ou ligeiramente cordados na
base, a nervura principal delgada e promínula na face superior, pubescente em ambas
as faces, raramente subglabras, proeminentes, vênulas secundárias paralelas, ca. de
15-20, promínulas ou algumas vezes evanescentes na face superior, proeminente na
inferior, formando com a nervura principal um ângulo de 55°, bifurcando-se a ¼ ou ¾
de distância da margem em ramos delgados, os últimos distintos da margem (na face
inferior), pluriramificados, as áreas reticuladas compactas; inflorescência axilar,
paniculada, a raque espessa, pubescente, ca. de 8-20cm de comprimento por 0,12cm
de espessura na base, os ramos fortemente oblíquo-ascendentes, e densamente
floridos, os ramos da base de 2-3 (5)cm de comprimento; flores ca. de 10p/ramo,
sésseis, as bractéolas côncavas, em secção transversal triangulares, densamente
pubescentes na face externa, glabras e preto-brilhantes internamente quando secas,
3,5-4cm de comprimento, ápice subagudo; botões florais ovais de 2,5cm de
comprimento; sépalas 4 valvares, desiguais, carnosas, vilosas externamente, hirsutas
na face interna, ca. de 4-5 (6)mm de comprimento, 2,3-5cm de largura falcado-
retangulares, oblongas ou ovado-oblongas um pouco subagudas no ápice, obtusas na
base; pétalas bem desenvolvidas; estames 10(11), até 8mm de comprimento; os filetes
livres, glabros, subulados, carnosos até 8mm de comprimento, anteras de 2mm, ovário
oblongo, viloso somente na margem, 2mm de comprimento por 1mm de largura, o
estilete glabro exceto próximo a base, estigma capitado; 2 óvulos. (Descrição baseada
em Dwyer, J. D. Brittonia 7 (3): 143-172. 1951).
14
3.3. ASPECTOS PALINOLÓGICOS
A morfologia polínica do gênero foi analisada por alguns autores, e dentre estes,
vale destacar Fasbender (1959), que até o momento é considerado o mais antigo e o
mais completo. Em seu estudo, a referida autora fez a descrição geral para os grãos de
pólen de Copaifera, e investigou oito espécies: C. chodatiana Hassl., C. mildbraedii
Harms, C. multijuga, C. officinalis, C. panamensis (Britton) Standl., C. pubiflora, C.
salikounda Heckel e C. venezuelana Harms & Pittier. Barth & Bouzada (1964)
estudaram e ilustraram os grãos de pólen de seis gêneros de Caesalpinioideae,
incluindo neste Copaifera trapezifolia Hayne. Apesar das referidas autoras examinarem
apenas um espécime, o caracterizaram com âmbito acentuadamente triangular, de
superfície completamente lisa.
Melhem & Salgado-Labouriau (1963) ao investigarem o pólen de 20 espécies de
Caesalpinioideae da vegetação do Cerrado, descreveram apenas um espécime de
Copaifera langsdorfii. Erdtman (1969) ressalta que em certos gêneros, como Copaifera,
Schotia e Sindora, os quais apresentam grãos de pólen muito semelhantes, os estudos
palinotaxonômicos têm fornecido resultados surpreendentes, quando estes revelam
que os caracteres analisados podem não ser tão homogêneos quanto parecem.
Salgado-Labouriau (1973) fez um estudo abrangente sobre o pólen das plantas do
Cerrado, incluindo neste Copaifera langsdorfii, que após ser descrita em detalhes, foi
incluída no Tipo Polínico Copaifera langsdorfii. Enrech et. al. (1983) examinou em
microscopia de varredura o pólen de 15 espécies, e os considerou típicos de um grupo
de gêneros da tribo Detarieae, como Hymenaea, Daniellia e Tessmannia. Carreira et.
al. (1996a) ao elaborar um catálogo sobre a morfologia polínica das leguminosas da
Amazônia brasileira, descreveram sucintamente o pólen de Copaifera langsdorfii.
Banks & Klitgaard (2000) classificaram alguns gêneros da tribo Detarieae utilizando a
ornamentação da superfície do pólen, constando nesta o gênero Copaifera. Banks &
Gasson (2003) utilizando as microscopias de luz e eletrônica descreveu e ilustrou a
abertura dos grãos de pólen de 16 gêneros de Detarieae s.s., incluindo Copaifera, e
discutiu a correlação entre a função das abertura e a filogenia.
Embora o pólen do gênero tenha sido pouco estudado, é unânime os autores o
considerarem como estenopolínico, ou seja, apresenta alto grau de homogeneidade.
Essas conclusões devem-se principalmente ao fato de que muitos dos referidos
15
autores não utilizaram recursos altamente especializados, levando-os a descrições
resumidas que não revelaram as características ultramicroscópicas dos grãos de pólen.
Estudos palinológicos utilizando microscopias eletrônicas para analisar
caracteres como forma, número e posicionamento das aberturas e ornamentação da
exina, são de valor incontestável na classificação e identificação das espécies. Melhem
(1978) comentou que a importância taxonômica e evolutiva da morfologia polínica pode
ser analisada em níveis específicos, genéricos e superiores a essas categorias e,
portanto, de alto valor taxonômico e evolutivo.
16
3.4. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
O nome do gênero Copaifera deriva de uma combinação de palavras da língua
tupi, comumente usada para descrever a resina da árvore de copaíba, “copai” e o
termo em latim “fero” que significa carregar ou produzir (Allen & Allen, 1981).
Por ser uma planta economicamente importante não só industrialmente como
também do ponto de vista cultural e etnobotânico, existe uma variedade de nomes
comuns associados com as espécies de copaíba na América do Sul. Ducke (1949)
citou que todas as espécies podem fornecer em maior ou menor abundância o óleo ou
bálsamo de copaíba, e são por esse motivo conhecidas pelo nome de “copaíba”,
“copaibeira” ou, sobretudo no Nordeste, “pau d’óleo”. Record & Hess (1949) citaram
uma lista de 54 nomes populares associados às copaíbas. Silva et al. (2004)
apontaram 22 nomes vulgares para o gênero, incluindo suas variações ortográficas de
acordo com a região e o local onde a espécie é conhecida. Algumas das principais
denominações populares encontram-se na Tabela 1.
O óleo de copaíba pode ser encontrado nas folhas, sementes e frutos. O óleo
extraído do tronco das árvores é produzido por canais secretores que se encontram na
região cortical do caule. Este óleo apresenta propriedades cicatrizantes e
antiinflamatórias, e é muito utilizado na medicina popular. É extraído por meio de
incisões nos troncos da maioria das espécies de árvores e arbustos do gênero
Copaifera. Tais perfurações são feitas com o auxílio de um trado, que penetra cerca de
20 a 50 cm de profundidade do centro do tronco (Siqueira et. al., 1998).
A madeira é empregada na construção civil leve, em movelarias e indústria de
compensados decorativos, embalagens, palitos, artigos de esporte e brinquedos. A
demanda por essa matéria prima também tem aumentado devido às suas propriedades
inseticidas naturais. O lenho apresenta alto teor de celulose e lignina, sendo indicado
para a produção de álcool, coque celulósico e carvão. A casca é utilizada para fazer
chá, o qual é usado como antiinflamatório. Em Belém, preparam-se “garrafadas” feitas
com essa casca, como produto substituto do óleo de copaíba. Este tipo de atividade
tem sido freqüente devido à dificuldade de se obter o óleo, e, também, por este,
mostrar-se de qualidade duvidosa (Ducke, 1925; Le Cointe, 1947; Ducke, 1949; Corrêa,
1931; Shanley et al. 1998; Siqueira et. al., 1998).
O óleo de copaíba contém resina, óleo essencial, e um ácido particular que é o
ácido copaívico (Langgaard, 1872). Trata-se de uma solução natural de ácidos
17
dipertênicos, em um óleo essencial, composto principalmente de sesquiterpenos, nos
quais destacam-se o cubebebo, copaeno, elemeno, cariofileno (considerado o maior
compononte, com 50%), humuleno, cadineno e muroleno (Mourão et. al., 1980).
Apresenta ação bactericida (Maruzzela & Sicurella, 1960; Opdyke, 1976), anti-
helmíntica (Pellegrino, 1967; Gilbert et al. 1972), analgésica (Fernandes & Pereira,
1989), antiinflamatória (Basile et al., 1988; Fernandes et al., 1992), gastro-protetora
(Paiva et al. 1998), antitumoral (Ohsaki et al., 1994) e tripanocidal (Cascon et al., 1998).
Corrêa (1931) comentou que os índios descobriram as propriedades terapêuticas do
óleo e utilizavam não só como cicatrizante de feridas e úlceras, mas também como
antitetânico sobre o umbigo de recém-nascidos. Também foi usado no tratamento de
gonorréia, na América Tropical, antes da descobertas de drogas mais eficazes.
De acordo com Langgaard (1872) o óleo das espécies brasileiras costuma ser o
mais apreciado, sendo o dos outros países considerado de qualidade inferior. Este óleo
caracteriza-se por ser relativamente líquido e transparente, tornando-se espesso e
amarelado pelo contato com o ar. Para o referido autor C. multijuga, C. officinalis, C.
langsdorfii, C. coriacea, C. jacquini, C. martii, são algumas das principais espécies
produtoras de óleo. Langenheim (1968) revelou que o gênero Copaifera é o que
provavelmente mais produz resinas na África, e destaca C. demeusii (“copal do
congo”), C. copallifera (“copal da Sierra Leone”) e C. mopane (“copal da Angola”).
Siqueira et.al. (1998) informaram que C. reticulata é a espécie que fornece o melhor e a
maior quantidade de óleo-resina, o qual é bastante grosso, de cor castanho-amarelado,
com cheiro forte e agradável. É semelhante ao verniz, possui sabor acre e amargo,
sendo pegajoso e insolúvel na água. Os autores comentam ainda que de uma árvore
adulta pode-se obter de duas a três latas de 20 litros por intervalo de extração.
Quanto à produção de óleo por árvore Shanley et al. (1998) citaram que esta
varia de ¼ de litro a 20 litros, contudo, nem todas as árvores o produzem. Os autores
também comentaram que esta produção é influenciada pelo tipo de solo, onde se
verificou que 45% das árvores produzem óleo em solo argiloso, e, 75% em solo
arenoso. A escolha da época ideal para a coleta do óleo depende da região. No Acre,
dizem que o melhor período é o chuvoso, enquanto no Pará, alguns produtores
extraem na estação seca, preferencialmente, de agosto a outubro (Shanley et. al., l.c.).
Mourão et al. (1980) também realizaram ensaios de combustão em motores
Diesel da empresa Modiesel Máquina e Motores e concluíram que o óleo-resina de
Copaifera é miscível com o óleo diesel e com o querosene em todas as proporções,
18
possuindo densidade, viscosidade e ponto de fulgor superiores ao diesel, o que de
modo algum pode comprometer seu desempenho como combustível.
O óleo-resina pode ser comercializado na forma de cápsulas, líquidos ou óvulos,
xaropes, bálsamos, pomadas, sabonetes e supositórios. É usado também na
preparação de cosméticos, espumas de banho, detergentes, vernizes, fixador de
perfumes, aromatizantes, laca, tintas, revelação de fotografias, etc. Por ser uma
substância comburente, é usado pelas populações do interior da Amazônia na
iluminação doméstica, em pequenos lampiões e lamparinas (Corrêa, 1931; Alencar,
1982; Berg, 1993).
Apesar da sua ampla utilização, tanto na indústria, como na medicina popular, o
público interessado no produto, desconhece a existência de mais de 20 espécies de
Copaifera no Brasil, e não leva em consideração as diferenças significativas na
composição química do óleo entre as espécies. Várias substâncias têm sido
identificadas, mas ainda pouco se conhece sobre a relação entre a estrutura e a
atividade específica de cada um dos componentes químicos (Cascon & Gilbert, 2000).
A falta de uma identificação taxonômica correta tem gerado dúvidas quanto à
origem do óleo, o qual é extraído de várias espécies, inclusive de outras leguminosas,
e misturado como um produto único. Este procedimento altera as propriedades físico-
químicas do óleo e não oferece a eficácia desejada, acarretando sérios prejuízos à
indústria e ao comércio. Há, portanto, a necessidade de se conhecer a diferença entre
o óleo-resina produzido pelas diversas espécies que estão sendo exploradas. Esse tipo
de avaliação, ainda não foi possível, dada a dificuldade em separar as espécies, cujas
características morfológicas são muito semelhantes. Ruiz (1994) informa que a maior
parte da copaíba encontrada nas farmácias do país e do mundo resulta da exploração
ilegal e adulterada.
Corrêa (1931) discutiu que o estado de pureza em que o óleo resina chega ao
comércio é um tanto duvidoso, sendo que a diversidade de cores, nuanças,
consistência e cheiro, ajudam a encobrir certas práticas fraudulentas. Martins-da-Silva
(2006) relata que o fato da coloração do óleo variar entre o transparente, amarelo,
avermelhado ou castanho-dourado, como resultado final, o gradiente visual é bastante
diverso, o que facilita ações inescrupulosas.
Desde o início da colonização portuguesa, no século 16, já era mencionado o
uso medicinal do óleo de copaíba pelas populações indígenas, e posteriormente sua
introdução como medicamento na Europa para o tratamento de blenorréias (Osol &
19
Farrar, 1955). No período da borracha, o óleo de copaíba foi exportado em grande
escala para França, Alemanha e Estados Unidos. Nessa época a exportação na
Amazônia alcançou 200 toneladas por ano (Fonseca, 1927; IBGE, 1962-1996). Ainda
hoje, as populações nativas e rurais, que não têm acesso a produtos farmacêuticos
industrializados e serviços básicos de saúde utilizam o óleo no tratamento de doenças
venéreas e principalmente como cicatrizante de feridas e cortes na pele Ruiz (1994).
Cascon & Gilbert (2000) afirmaram que o bálsamo de copaíba é o medicamento mais
usado pelas populações tradicionais da Amazônia brasileira.
Contudo, o acelerado desmatamento e a ausência de um programa de manejo
racional têm gerado prejuízos tanto na indústria e comércio, quanto nos consumidores
em geral. É fato que toda a produção do óleo resina é obtida manualmente nas
florestas por trabalhadores de campo, e, o processo de tirar o óleo de copaíba varia
entre as diferentes regiões extrativistas. Essas atividades, na maioria das vezes, são
executadas de forma irregular, desrespeitando qualquer programa sustentável. Shanley
et. al. (1998) comentaram que em muitos lugares costuma-se cortar a copaibeira com
terçado para tirar o óleo. Por este método, pode-se coletar até 20 litros de óleo de uma
única vez, e assim, compromete-se a vida do vegetal. Um corte profundo gera graves
ferimentos na casca, permitindo a entrada de insetos e fungos, que levam ao
decréscimo do estado fitossanitário da árvore. É importante ressaltar, que este óleo é
um agente de desintoxicação que funciona como defesa, e, portanto, se o método de
extração não for cuidadoso, a planta pode vir a morrer em menos de três anos. Ao
contrário, se as coletas procedem-se de forma correta, utilizando trados e com
intervalos de extração de pelo menos dois anos, a mesma árvore produz óleo por muito
mais tempo (Shanley et. al., 1998).
É urgente a necessidade de investimentos científicos e tecnológicos, uma vez
que ações irresponsáveis têm contribuído para a redução do número de espécies,
diminuindo o fornecimento deste produto, principalmente para o estado do Pará,
fazendo com que o óleo venha de lugares cada vez mais distantes, como por exemplo,
municípios do estado do Amazonas, e, elevando assim, seu preço final. Informações
obtidas nas feiras e mercados de Belém indicam que o óleo de copaíba custa cerca de
R$ 25,00 a R$ 35,00 o litro (Shanley et. al., 1998).
Martins-da-Silva (2006) afirma que no Estado do Acre estão sendo
desenvolvidos projetos de manejo de produtos não-madereiros envolvendo Copaifera,
como os liderados pela UFAC e pela Embrapa-Acre. A autora também cita que na
20
FLONA do Tapajós – Pará, no âmbito do projeto Promanejo, o óleo de copaíba
também tem sido investigado para fins de manejo.
Até o momento, a região Amazônica é a principal fornecedora do óleo-resina de
copaíba usado e comercializado no Brasil e no mundo (Cascon & Gilbert 2000). Em
levantamentos inferidos a partir do consumo estimado no mercado nacional, Siqueira
et. al. (1998) apontaram para uma produção regional máxima de 300t/ano, e desse
total, 90% são produzidos no estado do Amazonas. Os mesmos autores informaram
que não há informações suficientes a respeito do óleo e produtos derivados de
copaíbas nos mercados nacional e internacional.
Historicamente, o Brasil tem sido o maior produtor e exportador de copaíba e
seus produtos derivados. Estima-se que as exportações brasileiras de óleo estejam por
volta de 100t/ano. Os maiores importadores do produto são os Estados Unidos (50%),
França (30%) e Alemanha (15%), e, mais de 80% desse volume sai pelo porto de
Manaus. Os estados de Rondônia e Amapá vêm ganhando certo destaque como
produtores e exportadores. Venezuela, Colômbia e Guianas são também países
produtores, mas essa produção é ainda inexpressiva.
O óleo de copaíba tem importância significativa na pauta de exportações de
produtos florestais não-madereiros. Diversas organizações governamentais e não-
governamentais vêm estimulando a fabricação de produtos naturais, especialmente os
amazônicos. Empresas internacionais, como a cadeia de lojas inglesa “Body Shop”,
com sede em vários países da Europa, já lançou sua linha de cosméticos a base de
produtos da Amazônia, entre eles o óleo de copaíba (Siqueira et. al., 1998).
Com relação a patentes, empresas como a francesa Techino-Flor (S.A.),
publicada em 24/12/1993, número FR 2692480, com o título “Nouvelles Compositions
Cosmetiques ou Alimentaires Renfermant du Copaíba”, e, a americana Aveda Corp,
30/03/1999, US 5888251, título “Method of Coloring Hair or eyelashes with
compositions which contain metal containing pigments and a copaíba resin”, são
detentoras de produtos a base de copaíbas
(
www.amazonlink.org/biopirataria/copaiba.htm - acesso março 2006).
21
Tabela 1 – Algumas das principais denominações populares associados ao gênero Copaifera
na América do Sul. (Fontes: Record & Hess (1949); Dwyer (1951); Ducke (1949);
Silva et al. (2004), Martins-da-Silva (2006)).
ESPÉCIE
NOME VULGAR/LOCALIDADE
C. duckei
“copaíba” (Pará), “podói” (Maranhão).
C. glycycarpa
“copaíba cuiarana” (Maués-AM), “copaíba preta” (rio Tapajós-PA).
C. guyanensis
“copaíba branca” ou “copaíba do Pará” (foz do rio Jutaí-AM);
“copaíba verdadeira”, “copaíba vermelha” (BA).
C. langsdorfii
“copaibeira de minas”, “copaíba da várzea” (Amazonas), “copaíba
vermelha”, “copaúba”, “pau d’óleo”.
C. martii
“copaibarana” (Santarém-PA), “copaíba jutaí” (AM e PA); “jutaí
pororoca” (Monte Alegre); (“copaibarana” – Cynometra bauhiniifolia
Benth., Eperua campestris (Ducke) Ducke, E. ngelim Benth e
Macrolobium microcalyx Ducke).
C. multijuga
“marimari” (Óbidos-PA), “copaíba ngelim” (AM), “copaíba roxa”,
“copaíba verdadeira”, “copaíba parda”, “copaíba preta” (PA),
“copaíba vermelha”, (“copaíba angelim” – Senna multijuga (RJ));
“copaibeira”;“copaíba marimari” ou “copaíba ngelim” (rio Madeira,
Maués e Santa Júlia).
C. oblongifolia
“copaibeira”
C. officinalis
“copaúva”; “copaíba preta” (PA), “copaíba verdadeira”, “copaúva”.
C. paupera
“copaíba” (Acre), “copaíba-amarela” (Acre), ), “copaíba-amarela-
lisa” (Acre).
C. piresii
“copaíba” (PA), “copaíba Angelim” (MT), “copaíba mari-mari” (PA),
“falso pau-ferro” (RO).
C. pubiflora
“aceite” (Venezuela), “copaíba” (RR), “copaibeira” (RR), mi’ekë
(RR), “koruburelli” (Guiana)
C. reticulata
copaíba-marimarina”, “marimari”, “copaíba jutaí” (AM e PA), Eperua
purpurea (rio Negro-Santarém) e E. campestris (rio Madeira).
C. rigida
“copaibeira”
22
4. QUESTIONAMENTOS RELACIONADOS À DETERMINAÇÃO DAS
ESPÉCIES ESTUDADAS
De acordo com a literatura, um número significativo de espécies encontra-se
com determinação duvidosa. A seguir, essas espécies estão relacionadas com suas
respectivas indagações:
Copaifera cearensis Huber ex Ducke (Amazônia extra-brasileira) - Ducke
(1959) citou que Huber, determinando as plantas coletadas por Ducke nos anos de
1908 e 1909, reconheceu esta espécie como nova e designou-a como C cearensis,
substituindo mais tarde por C. duckei, porém sem publicá-la. Ducke (1959) afirmou que
Dwyer (1951) ao descrever C. duckei apenas juntou os espécimes incompletos
estudados por Huber, dos quais ele só viu fragmentos, juntou coletas procedentes da
Bahia, Ceará e Maranhão, e sinonimizou à sua C. duckei Dwyer de Belém, Estado do
Pará. Ducke (l.c.) fez essa afirmativa baseada no fato de que o indivíduo observado por
Dwyer é de grande porte, de mata pluvial, tem outras características de folhas, frutos e
madeira, cuja presença no Ceará exclui a possibilidade aos que possuem noções de
climatologia e fitogeografia da América do Sul. A forma típica desta espécie é bem
distribuída no Estado do Ceará; habita matas semidecíduas e lugares não muito
úmidos. Ducke (1959) também considerou que a espécie cearensis citada por
Lutzelburgii como C. officinalis seja provavelmente esta C. cearensis, uma vez que a
verdadeira C. officinalis é nativa da Venezuela e Antilhas. Para Martins-da-Silva (2006)
o conceito de C. duckei está ligado apenas às coleções Ducke s.n. (RB 16875),
procedente do Estado do Pará, e Fróes 1926 procedente do Estado do Maranhão,
ficando implícito que a referida autora concorda com as informações de Ducke.
Copaifera cearensis Huber ex Ducke var. arenicola Ducke (Amazônia extra-
brasileira) - Ducke (1959) descreveu essa variedade, destacando que a forma dos
frutos é freqüentemente mais alongada do que na forma típica C. cearaensis.
Entretanto, para o referido autor nenhum outro caráter a distingue da espécie típica.
23
Copaifera duckei Dwyer (Amazônia brasileira) – Dwyer (1951) considerou
essa espécie relacionada a C. reticulata Ducke, pórem o autor verificou que a forma e
disposição dos folíolos de C. duckei diferem dos padrões de C. reticulata. Ducke (1958)
questionou se convém conservar C. duckei, que pode ser apenas uma forma de C.
reticulata. Também afirmou, que o espécime estudado por Dwyer só é conhecido nos
municípios de Belém e Castanhal, no estado do Pará, e, que o espécime citado por
Dwyer para o Estado do Maranhão, rio Maracassumé, pode, no entanto, ser co-
específico. Ducke (l.c.) ressaltou que o mesmo não acontece com os espécimes do
Estado do Ceará atribuídos por Dwyer a C. duckei. Para Martins-da-Silva (2006) é
nítido que essas espécies apresentam expressivo grau de semelhanças morfológicas,
sendo, portanto, consideradas afins. Contudo, diferenças detectadas principalmente no
número de pares de folíolos (C. duckei 3-4 pares; C. reticulata 4-5-6 pares),
pubescência da nervura central e da raque, levaram a referida autora a separar C.
duckei de C. reticulata.
Copaifera glycycarpa Ducke (Amazônia brasileira) - Dwyer (1951) enfatizou
que C. glycycarpa está estreitamente relacionada com C. multijuga Hayne,
principalmente quanto ao número, forma e ápice dos folíolos, diferindo desta última
pela ausência de pontuações nos folíolos. Considerou também como outro fator
sugestivo dessa afinidade, o fato de que ambas as espécies foram coletadas por Ducke
na mesma área no Brasil. Martins-da-Silva (2006) revela que C. glycycarpa é afim de
C. multijuga, entretanto, C. glycycarpa separa-se por apresentar folíolos opostos,
simétricos, ovário séssil, fruto globoso com apículo rudimentar e anatomia do lenho.
Copaifera guyanensis Desf. (Amazônia extra-brasileira) – Dwyer (1951) citou
C. beyrichii Hayne e C. bijuga Hayne como sinônimo de C. guyanensis, porém C.
beyrichii é uma Connaraceae. Martins-da-Silva (2006) explica que segundo a diagnose
contida na Obra Princeps, não se pode concordar com a sinonímia proposta por Dwyer
(l.c.) quanto à C. bijuga, pois a mesma foi descrita como “foliolis bijugis incurvo-ovalibus
inaequilateris obtuse acuminatis pellucido-punctatis”, discordando de C. guyanensis,
24
que possui três a quatro jugas, raramente duas e os folíolos são retos e eqüiláteros.
Martins-da-Silva (l.c.) também informa que Desfontaines (1821) sugeriu que C.
officinalis (Jacq.) L. pudesse ser uma variedade de C. guyanensis. Contudo, a referida
autora justifica que a pubescência, na face abaxial da bráctea, das bractéolas e das
sépalas, em C. guyanensis, separa-a imediatamente de C. officinalis.
Copaifera langsdorfii Desf. (Amazônia extra-brasileira) – Dwyer (1951)
considerou C. nítida Hayne, C. sellowii Hayne e C. langsdorfii (Hayne) Kuntze como
sinônimo de C. langsdorfii Desf.. Quanto às variedades, o autor sinonimizou à
variedade laxa (Hayne) Benth., as espécies C. laxa Hayne e C. langsdorfii var. rupestris
Hassler. C. grandifolia (Benth.) Malme passou a sinônimo de C. langsdorfii var.
grandifolia e, C. glabra Vogel a sinônimo de C. langsdorfii var. glabra Vogel. O autor
descreveu a variedade krukovii Dwyer como nova devido a diferenças significativas na
composição dos folíolos, que segundo Dwyer (1951) não correspondiam aos caracteres
típicos de C. langsdorfii. Ducke (1979) discutiu que o material identificado por Dwyer
(1951) está de acordo com a estampa 19 de Hayne, a qual sem dúvida reproduz o
espécime típico. Para Ducke, as “variedades” propostas por diversos autores não
passam de simples espécimes de herbário, incompletos. Martins-da-Silva (2006)
comenta que C. langsdorfii var. krukovii provavelmente deva ser tratar de uma
variedade de C. reticulata, no entanto, até o momento não há estudos suficientes para
esclarecer o posionamento da referida variedade.
Copaifera martii Hayne (Amazônia brasileira) – Bentham (1870) apud Martins-
da-Silva (2006) estabeleceu C. pubiflora como variedade de C. martii. Dwyer (1951)
devolveu o “status” de espécie à C. pubiflora e deduziu que a variedade proposta por
Bentham seria, de fato, C. pubiflora. Sobre C. martii e C. rigida Ducke (1915) apud
Martins-da-Silva (2006) propôs que C. rigida (espécie extra-Amazônia brasileira) seria
uma forma de C.martii, com folíolos mais rígidos devido o clima seco. Posteriormente,
Ducke (1930) reduziu C. rigida à variedade de C. martii. Também, Dwyer (1951) indicou
como sinônimo de C. martii os seguintes “taxa”: C. rigida Benth., C. martii (Hayne)
Kuntze, C. rigida (Benth) Kuntze e C. martii Hayne var. rigida (Benth) Ducke. O referido
25
autor conclui que C. martii e C. rigida são co-específicas e que, a variedade proposta
por Ducke é resultado de um diagnóstico superficial. Martins-da-Silva (2006) discute
que embora seja necessário examinar os sintipos de C. rígida para confirmar a sua
inclusão como sinônimo de C. martii, os materiais procedentes do Pará, identificados
por Ducke (1915) como C. rígida foram considerados pela referida autora como C.
martii. Martins-da-Silva (2006) justifica que a ausência de caracteres seguros para
diferenciar as duas espécies contribuiu para sua decisão, mas enfatiza a necessidade
de estudos posteriores.
Copaifera multijuga Hayne (Amazônia brasileira) – Martins-da-Silva (2006)
discute que apesar de C. multijuga apresentar caracteres bem distintos das demais
espécies, é possível confundí-la com C. guyanensis, C. glycycarpa ou C. reticulata pelo
fato de todas possuírem o ápice acuminado. Contudo, a autora cita que esta espécie é
bem definida por apresentar seis ou mais pares de folíolos opostos,retos e sépalas
pubescentes externamente.
Copaifera officinalis L. (Amazônia extra-brasileira) - Ducke (1959) apud
Martins-da-Silva (2006) citou que os espécimes por ele coletados em Roraima, na mata
marginal do rio Branco, foram considerados como C.officinalis baseado em Bentham
(1870), que julgava C. bijuga Hayne idêntica à C.officinalis. Porém, Ducke no mesmo
ano assumiu que essas amostras são de C. bijuga, visto, que segundo este autor,
coincidem com a prancha dessa espécie apresentada por Hayne (1827).
Copaifera paupera (Herzog) Dwyer (Amazônia brasileira) – Dwyer (1951)
considerou C. langsdorfii Desf. var. peruviana Macbride como sinônimo de C. paupera
Herzog. O autor também citou que C. paupera está relacionada morfologicamente com
C. reticulata. Martins-da-Silva (2006) informa que C. paupera é afim de C. reticulata, da
qual difere pela inflorescência congesta, folíolos com nervura central impressa e
venação congesta e inconspícua na face adaxial.
26
Copaifera piresii Ducke (Amazônia brasileira) – Segundo Martins-da-Silva
(2006) está espécie havia sido denominada por Ducke (1954) como C. minima, porém
apenas na etiqueta de herbário. Depois, ao publicar essa espécie, o referido autor
substituiu o epíteto específico mínima por piresii em homenagem ao botânico Dr. João
Murça Pires. Ducke (1959) comentou as afinidades morfológicas entre C. piresii e C.
oblongifolia Mart. ex Hayne, contudo, correlatou que a primeira difere principalmente
pela ausência de pontos translúcidos nos folíolos, enquanto que na segunda espécie
estes são freqüentes. Martins-da-Silva (2006) ao analisar o typus, verificou que tais
pontuações podem estar presentes em alguns folíolos, mesmo que em menor tamanho
e quantidade, e, em outros, não. Para esta última autora, com certeza C. piresii tem
estreita afinidade com C. oblongifolia, por apresentarem pecíolos e peciólulos curtos,
folíolos pequenos, sendo de quatro a 10 pares e estípula na base das folhas. Contudo,
Martins-da-Silva (l.c.) considera a venação foliar laxa e conspícua na face adaxial, os
folíolos pequenos, como caracteres que contribuíram para considerar C. piresii como
espécie distinta de C. oblongifolia.
Copaifera pubiflora Benth. (Amazônia brasileira) – Bentham (1870) citou C.
pubiflora como uma variedade de C. martii. Dwyer (1951) restabeleceu C. pubiflora e
indicou C. martii var. pubiflora Benth. como sinônimo de C. pubiflora. Martins-da-Silva
(2006) informa que C. pubiflora é mais afim de C. officinalis (Jacq.) L. e C. venezuelana
Pittier & Harms do que de C. martii, uma vez que esta última espécie tem folíolos
opostos, coriáceos, margens semi-revolutas, enquanto as outras apresentam folíolos
subopostos ou alternos, cartáceos e margens retas. Martins-da-Silva (l.c.) também
discute que quanto à C. pubiflora e C.officinalis, podem ser separadas pela primeira
possuir folíolos com reticulação inconspícua na face adaxial, pontoações translúcidas
imperceptíveis à vista desarmada, e principalmente sépalas pubescentes na face
abaxial e o ovário hirsuto em ambas as margens. Para a referida autora esses
caracteres reforçam a distinção entre C. pubiflora e
C.officinalis.
27
Copaifera reticulata Ducke (Amazônia brasileira) - Ducke (1958) indagou que,
se C. duckei Dwyer for conservada como espécie (diferente da constatação de Dwyer),
a área geográfica de C. reticulata fica desfalcada da faixa oriental Atlântica. Ducke
(1958) discordou de Dwyer quanto aos espécimes de Cuiabá e São Paulo, que não
podem ser atribuídos a C. reticulata, uma vez que o clima desses lugares não permite a
existência de árvores típicas da mata pluvial equatorial. Dwyer (1951) alegou que
embora Ducke (l.c.) tenha analisado e investigado um grande número de coleções,
este autor não comentou a dificuldade encontrada em distinguir as amostras,
principalmente no que se refere a C. langsdorfii Desf.. Outro ponto considerado por
Dwyer diz respeito aos caracteres foliares que são freqüentemente instáveis nessas
duas espécies. Na opinião, o caráter arilo amarelo do fruto (in vivo) de C. reticulata é
mais confiável que outros caracteres acima mencionados para avaliar uma amostra
duvidosa de C. langsdorfii. Martins-da-Silva (2006) informa que C. reticulata é afim de
C. duckei da qual se separa por possuir quatro a seis pares de folíolos oblongo ou
oblongo-elípticos, raque da folha maior, sendo pubescente ou glabrescente; o pecíolo,
peciólulo e nervura central (face abaxial) pubescentes ou glabrescentes, e sépalas
glabrescentes ou glabras externamente.
28
5. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES ESTUDADAS
Na literatura pode-se encontrar uma variedade de citações e estudos sobre a
distribuição geográfica das copaíbas. Sabe-se, todavia, que ocupam os mais variados
habitats, desde as matas de terra firme, as margens inundáveis dos rios e igarapés,
margens arenosas de lagos, até as matas de cerrado.
Record & Hess (1949) e Langenheim (1973) afirmaram que a maioria das
espécies é nativa dos neotrópicos, principalmente da região amazônica, sendo que
quatro ou cinco espécies são também encontradas na África Tropical. Para Ducke
(1949) o gênero Copaifera na Amazônia, apresenta ampla distribuição geográfica,
ocorrendo desde o médio Tapajós até a Amazônia Ocidental (Amazonas e Rondônia).
Veiga Jr. & Pinto (2002) noticiaram que as copaíbas são árvores nativas da região
tropical da América latina e também da África Ocidental, e que na América Latina são
encontradas espécies desde o México ao norte da Argentina.
Quanto ao número de espécies, no Index Kewensis (1893) verifica-se a
ocorrência de cerca de 30 espécies. Ducke (1949) afirma que estão descritas mais de
40 espécies da América e África tropicais. Record & Hess (1949) e Allen & Allen (1981)
constataram que diversos autores atribuem de 30 a 35 espécies para o gênero, o qual
inclui arbustos e árvores.
Martins-da-Silva (2006) a partir de um levantamento completo sobre a zona de
distribuição das espécies para Amazônia brasileira, esquematiza um breve sobre a
área de ocorrência das mesmas: C. guyanensis e C. pubiflora ocorrem mais ao Norte
da Amazônia; C. piresii é encontrada ao Sul; C. paupera ocupa o Sudoeste; C. duckei o
Nordeste em direção ao Atlântico; C. multijuga faz parte da porção central, estendendo-
se pela Amazônia Ocidental; C. reticulata e C. martii ocupam a porção oriental; C.
glycycarpa ocorre em uma área mais restrita, na região Central em direção ao
Sudoeste da Amazônia.
Com base nos estudos de Martins-da-Silva (2006) a seguir encontra-se a
distribuição geográfica detalhada das espécies na Amazônia brasileira: Copaifera
duckei – Brasil, Amazônia brasileira. No Pará presente em Bagre, Bragança, Moju,
Tomé-Açu, Ipixuna do Pará, Paragominas, Acará, Belém, Benevides e Castanhal. No
Maranhão, encontrada nos municípios de Maracaçumé e Santa Luzia; Copaifera
glycycarpa – Brasil, ocorrendo na região Central da Amazônia brasileira, ou seja, no
sudoeste do Pará e leste do Estado do Amazonas. Vai até o Sul e Sudoeste da
29
Amazônia e Noroeste do Mato Grosso; Copaifera guyanensis – Brasil, Colômbia,
Guiana Francesa e Suriname. No Brasil, é encontrada nas porções central e ocidental,
ou seja, no oeste do Estado do Amazonas; Copaifera martii – Brasil, sendo que na
Amazônia brasileira, na sua porção oriental, é amplamente distribuída. No Estado do
Pará ocorre desde o oeste, mais precisamente, na região do baixo Amazonas,
estendendo-se pela região metropolitana de Belém, até o Nordeste e ainda encontrada
no Sudeste. No Maranhão aparece nas regiões norte e central, indo até a leste;
Copaifera multijuga – Brasil e Bolívia, com distribuição desde a Amazônia central, no
oeste do Estado do Pará, até a Amazônia ocidental, no Estado do Amazonas. Ocorre
também no sudoeste e noroeste do Estado de Rondônia e o oeste do Mato Grosso, até
a Bolívia; Copaifera paupera – Brasil, Bolívia e Peru. Na Amazônia brasileira , é
encontrada na sua porção ocidental, no Estado do Acre, onde está amplamente
distribuída, desde o município de Porto Walter (oeste do Estado) até o Rio Branco
(leste do Estado), ocorrendo nos municípios de Tarauacá, Santa Rosa, Sena Madureira
e Bujari; Copaifera piresii – Brasil, foi observada no sul da Amazônia brasileira,
Estado do Pará, próximo aos rios São Manoel ou Teles Pires, Curuá e nas matas do
município de Novo Progresso. No Estado do Mato Grosso, ao norte, no município de
Nova Bandeirantes. Em Rondônia, nas regiões central, nordeste e noroeste,
respectivamente nos municípios de Alvorada d’Oeste e Presidente Médice; Copaifera
pubiflora – Brasil, Colômbia, Guiana e Venezuela. Espécie com amplitude de
distribuição no Norte da América do Sul. No Brasil, está presente na Amazônia
brasileira, onde só foi encontrada no extremo Norte, no Estado de Roraima; Copaifera
reticulata – Brasil, Amazônia brasileira, onde foi encontrada amplamente distribuída na
porção oriental, estando ausente a nordeste. Ocorre em praticamente todo o Estado do
Pará até o sudoeste do Estado do Amapá.
Quanto as espécies que ocorrem na Amazônia extra-brasileira, levou-se em
consideração as informações obtidas nos herbários, anteriormente mencionados, e,
também, a literatura consultada. Os dados foram extraídos de forma integral, e por
isso, nem todas as espécies apresentam suas localidades especificadas: Copaifera
cearensis var. arenicola - Ceará (Ducke, 1958;1959); Copaifera langsdorfii -
Maranhão, Goiás, e Minas Gerais, Paraná, e Mato Grosso (Corrêa, 1931; Wood et. al.
1940), Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Paraná e São Paulo
(Dwyer, 1951); Copaifera oblongifolia - Minas Gerais e Goiás (Pio Corrêa, 1931);
30
Maranhão, Goiás e Minas Gerais (Dwyer, 1951); Copaifera rigida - Maranhão, Piauí
(Ducke, 1949).
Sobre C. officinalis, mesmo não sendo noticiada com ocorrência na Amazônia
brasileira, apresenta áreas de contato com C. pubiflora (Enrech et al., 1983). Segundo
esta autora C. pubiflora expande-se da região Amazônica em direção ao território
Colombiano. C. officinalis e C. pubiflora encontram-se na faixa geográfica Centro-
Oriental da Venezuela, onde não parece haver nem barreiras geográficas, nem
ecológicas. Para Haffer (1969), Simpson (1971), Éden (1974) e Simpson & Haffer
(1978) apud Enrech et al., (1983), uma possível explicação para essa distribuição, é
que o processo de expansão foi provocado por uma situação meteorológica favorável,
na qual mudanças climáticas ocorridas nos últimos milhões de anos, Pleistoceno,
provocaram o aparecimento de áreas de contato secundárias, entre espécies
anteriormente alopátricas.
A seguir, encontra-se representado na Figura 2 o mapa da distribuição geográfica
das espécies estudadas.
31
Figura 2 - Mapa representativo da provável área de distribuição das espécies
estudadas, que ocorrem na Amazônia brasileira e extra brasileira.
(Martins-da-Silva, 2006, modificado).
32
6. MATERIAL E MÉTODOS
6.1. MATERIAL BOTÂNICO
O gênero Copaifera está representado por cerca de nove espécies na
Amazônia brasileira (Martins-da-Silva, 2006): C. duckei Dwyer, C. glycycarpa Ducke,
C. guyanensis Desf., C. martii Hayne, C. multijuga Hayne, C. paupera Benth., C.
piresii Ducke, C. pubiflora (Herzog) Dwyer e C. reticulata Ducke. Destas, o presente
trabalho analisou o pólen de sete: C. guyanensis Desf., C. martii Hayne, C. multijuga
Hayne, C. paupera Benth., C. piresii Ducke, C. pubiflora (Herzog) Dwyer e C.
reticulata Ducke.
Copaifera duckei Dwyer e C. glycycarpa Ducke não constam nessa pesquisa
devido à escassez de botões florais adultos, dos quais a maior parte encontrava-se
imaturo. Dessas espécies foram testadas, sem sucesso, as seguintes amostras: C.
glycycarpa – Ducke, A., 17/12/1927 (syntypus RB 2018/); C. duckei - Oliveira, E. de,
334; 12/01/1960 (IAN 105082); Marinho, L. R. & Ribeiro, B. G. S., 697, 8/03/1982
(IAN 162745); Ducke, A., 10/11/1922 (typus RB 16.875); Pires, J. M., & Silva, N. T.
da, 4453, 23/01/1953 (IAN 77 656).
Outras cinco espécies, com ocorrência Amazônia extra-brasileira também
tiveram seus grãos de pólen aqui investigados por serem consideradas, segundo a
literatura, taxonomicamente afins. São elas: C. cearensis var. arenicola Huber ex
Ducke, C. langsdorfii Desf., C. oblongifolia Mart. e C. officinalis L. e C. rigida Benth..
Nos herbários, de um modo geral, é expressivo o número de exsicatas
identificadas incorretamente para as espécies de Copaifera. Por este motivo tentou-
se evitar a coleta de botões florais das exsicatas, sem que previamente fosse feita
pesquisa bibliográfica e consulta às demais exsicatas, principalmente dos typus.
Para esse estudo contou-se com a orientação da Dra. Regina Martins-da-Silva, que
ao desenvolver a Revisão Taxonômica das espécies aqui investigadas, forneceu os
possíveis dados necessários para que a coleta fosse feita com o máximo de cautela.
Por se tratar de um trabalho palinotaxonômico padronizou-se coletar no
mínimo três espécimes para cada espécie, com exceção válida apenas para material
33
typus. Em virtude da extrema quantidade de botões florais imaturos nas exsicatas
consultadas, de algumas espécies não foi possível coletar o número mínimo de
amostras pré-estabelecido. Todo material utilizado encontra-se nas tabelas
referentes a cada espécie (vide Resultados – Tabelas 2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 26,
29 e 32).
O mapa representativo das espécies estudadas foi construído com base nas
informações de Martins-da-Silva, para as espécies que estão presentes na Amazônia
brasileira, e, para as de ocorrência na Amazônia extra-brasileira, foram considerados
os dados obtidos nos herbários, e na literatura consultada.
Os herbários consultados acham-se relacionados a seguir, precedidos pelas
respectivas siglas designativas, de acordo com o “Index Herbariorum” (Holmgren, et
al. 1990):
- CAY - Herbier du Centre Office de la Recherche Scientifique et Technique
d’Outre-Mer, Cayenne, Guiane Françoise.
- ESA – Herbário da Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz, Piracicaba,
SP. Brasil.
- F – Herbarium Field Museum of Natural History, Chicago, IL. U.S.A.
- IAN – Herbário da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA. Brasil.
- INPA – Herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus,
AM. Brasil.
- IPA – Herbário da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária, Recife,
PE. Brasil.
- K - Royal Botanic Gardens, Kew, Richmond. United Kingdom.
- MG – Herbário João Murça Pires, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA.
Brasil.
- NY – Herbarium of New York Botanical Garden, Bronx Park, NY. U.S.A.
34
- RB – Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ.
Brasil.
- R – Herbário do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, RJ. Brasil.
- SP – Herbário Maria Eneida P. Kauffmann Fidalgo, do Instituto de Botânica de
São Paulo, São Paulo, SP. Brasil.
- UB - Universidade de Brasília, Brasília, D. F. Brasil.
- UEC – Herbário do Departamento de Botânica da Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, SP. Brasil.
- US – United States National Museum, Washington, U.S.A.
- VEN – Herbário Nacional de Venezuela, Venezuela.
6.2. METODOLOGIAS
6.2.1. Preparação das Lâminas de Pólen
Para a preparação das lâminas de pólen, o material botânico coletado foi
processado de acordo com os princípios básicos do método de acetólise de Erdtman
(1952). Os botões florais adultos coletados foram colocados em tubos de ensaio com
4ml de Ácido Acético Glacial, durante 24 horas, para que fossem hidratados e
posteriormente macerados. Após este período, o material foi coado em telas de
latão, centrifugado e decantado. A fim de destruir o conteúdo celular foi usada uma
mistura de Anidrido Acético + Ácido Sulfúrico numa proporção de 9:1,
proporcionando uma reação entre a
esporopolenina e o Anidrido Acético em meio
ácido, formando um
produto acetilado. Em seguida, os tubos contendo essa mistura,
foram colocados em banho-maria a uma temperatura que não excedeu os 70°C.
Com este procedimento, o conteúdo celular e a intina são destruídos e a exina fica
35
transparente, permitindo o estudo detalhado da membrana externa. Com o método
de acetólise a membrana externa torna-se resistente às oxidações e quimicamente
mais estável para o estudo morfológico. Após centrifugação e decantação, as
lâminas foram montadas.
É importante ressaltar toda dificuldade encontrada não somente na execução do
método de acetólise, como também, na preparação das lâminas de pólen. Em virtude
das características inerentes a cada espécie, sobretudo a fragilidade das camadas
externas dos grãos de pólen de Copaifera, algumas etapas desses procedimentos
foram modificadas, ou até mesmo eliminadas. São elas: 1) A temperatura, a qual
mostrou ser um fator altamente relevante quanto à integridade celular, e por esse
motivo, o banho-maria não ultrapassou 70°C; 2) Na ocasião da montagem das
lâminas foi utilizada uma placa aquecedora a fim de evitar contato direto com o fogo,
o qual
colapsava praticamente todos os grãos de pólen, impossibilitando qualquer
análise microscópica; 3) Uma vez que sexina e nexina mostraram-se extremamente
transparentes, o uso de glicerina a 50%, ao término da acetólise, foi dispensável.
Assim, a coloração acastanhada resultante do processo de acetilação foi preservada,
permitindo visualizar os caracteres morfológicos, uma vez que na ML não foi possível
distinguí-los.
6.2.2. Montagem dos Grãos de Pólen
A montagem foi feita com gelatina glicerinada (Kisser, 1935). Com o auxílio de
estiletes flambados, pequenos pedaços de gelatina glicerinada foram introduzidos no
tubo de ensaio contendo sedimento e submetidos ao calor de uma placa
aquecedora. Salgado-Labouriau (1966) informou que os grãos de pólen devem ser
montados num meio de índice de refração conveniente para contraste.
Para todas as espécies investigadas, foi montada uma lâmina com o material
polínico em glicerina pura, a fim de verificar a rotação do pólen em torno do seu
próprio eixo, permitindo assim, o exame de toda a sua superfície.
36
Para tornar as lâminas definitivas e isentas de contaminação, estas foram
lutadas com parafina fundida, que penetra por capilaridade entre lâmina e lamínula,
ocupando todo o espaço que circunda o meio de montagem (Müller, 1947).
Depois de prontas, as lâminas foram identificadas com o nome da espécie,
número de herbário, e finalmente registradas na Coleção de lâminas de pólen do
Museu Goeldi, para que recebessem o número da
Palinoteca.
6.2.3. Obtenção das Medidas
Como os grãos de pólen tendem a aumentar de tamanho após a acetólise
(Faegri & Deuse, 1960), as mensurações foram obtidas no prazo máximo de sete
dias após a preparação das lâminas. Em vista equatorial, as medidas dos eixos polar
(P) e equatorial (E) foram obtidas em 25 grãos de pólen escolhidos ao acaso. Tais
medidas foram tomadas de 5 lâminas contendo o material polínico, medindo-se o
máximo de sete grãos de pólen por lâmina, alcançando o padrão de 25 medidas por
espécime. Utilizando-se a objetiva de 40x, foi adaptada uma ocular micrometrada
num fotomicroscópio. O esquema dos eixos está representado na Figura 3. Pelo fato
da exina mostrar-se significativamente frágil às técnicas laboratoriais utilizadas, um
número expressivo de grãos de pólen colapsou, impossibilitando a obtenção de 25
medidas para algumas espécies. Das medidas, foram calculados a média (X),
variância (S
2
), desvio padrão (S) e coeficiente de variação (CV).
Sexina e nexina foram medidas em 10 grãos de pólen, usando-se a objetiva de
100x, e com os valores, calculada somente a média aritmética. Para a apresentação
das dimensões de todos os espécimes de cada espécie, foi utilizada a representação
gráfica baseada em Melhem (1971), a qual se refere a maior dimensão dos grãos de
pólen de cada amostra. Nesses gráficos, a linha horizontal representa a faixa de
variação do tamanho dos grãos de pólen; o retângulo preto indica o intervalo de
confiança a 95% e a linha vertical representa a média aritmética. O intervalo de
confiança (IC) é definido por dois limites numéricos, entre os quais situa-se o
verdadeiro parâmetro, com um grau de confiança especificado. Para a obtenção
37
desse intervalo, aplicou-se a seguinte fórmula: ( X - S
x
< µ > X + S
x
) = γ , sendo
X, a média aritmética, S
x
o desvio padrão da média, e γ o grau de confiança.
A porcentagem da freqüência de pólen longicolpado, parassincolpado e
sincolpado foi obtida pela contagem de 100 grãos de pólen na lâmina de todos os
espécimes de cada espécie. Quando a lâmina examinada não totalizava este
número, a contagem era complementada em outra lâmina do mesmo espécime.
(Verificar Tabelas de porcentagem após descrição de cada espécie).
a) VP b) VE
P
c)
E
Figura 3 - Esquema do grão de pólen de Copaifera. a) VP; b) VE; c) Idem, mostrando
os eixos polar (P) e equatorial (E), onde foram realizadas as medidas.
38
6.2.4. Descrições Polínicas
As espécies foram primeiramente descritas com base nos caracteres gerais, e
posteriormente, analisadas em seus pormenores. As descrições polínicas e
preparação da chave basearam-se nos trabalhos de Erdtman (1969), Walker & Doyle
(1975), Barth & Melhem (1988), Praglowisky & Punt (1973) e Punt et al. (1998).
Para o estudo detalhado da superfície do grão de pólen em microscopia de luz
utilizaram-se 2 tipos de exame: o exame de superfície e o exame em corte ótico.
O exame do corte ótico foi empregado para avaliar a estratificação da exina.
Este exame, só é possível em grãos de pólen acetolisados, os quais tornam-se
transparentes, e desprovidos de conteúdo celular, facilitando a interpretação da
escultura da exina em diferentes zonas do pólen, como margem dos colpos, pólos,
mesocolpos e contorno da base dos colpos.
A forma do grão de pólen aqui estabelecida foi baseada na relação entre os
eixos polar e equatorial (P/E), classificada por Erdtman (1952), e universalmente
adotada. A partir dessa relação numérica Erdtman (l.c.) postulou um índice para a
forma do pólen com oito classes, que seguem um intervalo padrão de comprimento.
Para o estudo das aberturas, adotou-se a classificação proposta por Erdtman
(1952), que denomina poro, todas aberturas mais ou menos circulares, em que a
relação entre os dois diâmetros da abertura é menor que 2:1, e, colpo, para todas as
aberturas alongadas, cuja relação é maior que 2:1. Quanto à caracterização dos
colpos, observados em Copaifera, a projeção destes em direção à área do apocolpo
pode resultar nos tipos: longicolpado, parassincolpado e sincolpado. Esta
classificação foi baseada no trabalho de Barth & Barbosa (1972), e o esquema dos
diferentes tipos de aberturas observado nos grãos de pólen de Copaifera encontra-se
na Figura 4.
Devido ao elevado grau de homogeneidade morfológica exibida pelos grãos
de pólen das espécies estudadas, achou-se conveniente estabelecer um único Tipo
Polínico que representasse os caracteres do gênero. Assim, classificou-se o Tipo
Polínico Copaifera. Com a finalidade de categorizar as espécies que fazem parte do
Tipo Polínico, este foi subdividido em Subtipos, tomando-se como base as diferenças
39
morfológicas verificadas na ornamentação da exina. A indicação dos Subtipos
baseou-se nos requisitos: 1) O aspecto morfológico escolhido para separar os
Subtipos deve ser o mais constante possível, a fim de se evitar condições de
multiestado para o mesmo caráter; 2) Cada Subtipo deve constar a espécie
representativa; 3) Os Subtipos são caracterizados por uma morfologia polínica
particular. É importante mencionar que o exame detalhado da exina só foi
conseguido sob MEV. A ML mostrou-se inviável pelo fato dos grãos de pólen
apresentarem-se muito semelhantes entre si.
Abreviaturas usadas nas descrições:
amb - âmbito
A - apocolpo
Ale - aletas
B - báculo
C - colpo
E - eixo equatorial
End - endoabertura
IC - intervalo de confiança
l.c. - aqui citado
Long - longicolpos
M - mesocolpo
MEV - microscópio eletrônica de varredura
ML - microscopia de luz
Nex - nexina
P - eixo polar
40
P/E - relação entre os eixos polar e equatorial
Pex - ponte de exina
Psi - psilada
Sex - sexina
s.d. - sem data
s.n. - sem número
VE – vista equatorial
VP - vista polar
6.2.5. Obtenção das Fotomicrografias e Eletromicrografias
As fotomicrografias de luz foram obtidas em um fotomicroscópio, modelo
ZEISS, na objetiva de 100x. Para cada espécie procurou-se evidenciar os principais
caracteres morfológicos, como número, posição e tipo de aberturas, assim como a
ornamentação da camada mais externa do grão de pólen.
Em investigações prévias a cerca da ornamentação da exina do pólen de
Copaifera, detectou-se significativa fragilidade celular aos diversos tratamentos
químicos empregados. Com a finalidade de imobilizar as moléculas que compõe a
amostra, e preservar a fina estrutura da exina, inicialmente procedeu-se na MEV com
técnicas de pré-fixação (glutaraldeído a 6,5% em tampão fosfato) e pós-fixação
(ácido ósmico a 2% em tampão fosfato). Essas metodologias mostraram-se
incapazes de imunizar o espécime biológico e evitar distorções. Após inúmeras
tentativas, os grãos de pólen, não acetolisados, foram depositados direta mente
sobre suportes cilíndricos metálicos, denominados
“stubs”, e recobertos por fitas de
carbono. A deposição direta de grãos de pólen nos “stubs” foi publicada por Melhem
et. al. (2003). Após essa etapa, os “stubs” foram cobertos por uma camada de 3,5
nanômetros de ouro, por cerca de três minutos, a fim de tornarem-se materiais
eletricamente condutivos. Assim, foram eletromicrografados no microscópio LEO
41
1450 VP, no Laboratório de Microscopia Eletrônica, da Coordenação de Ciências da
Terra e Ecologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém-Pará.
PARASSINCOLPADO
LONGICOLPADO
SINCOLPADO
Figura 4 - Esquema dos diferentes tipos de abertura encontrados nos grãos de pólen
das espécies de Copaifera aqui estudadas.
42
7. RESULTADOS
7.1. CARACTERES GERAIS DOS GRÃOS DE PÓLEN
Médios, isopolares, de simetria radial, 3-colporados, nos quais as aberturas
são caracterizadas como colpos que apresentam internamente um poro, também
denominado endoabertura. Variam a superfície, de psilada a perfurada, e a forma, de
suboblata a prolato-esferoidal. Os colpos em VP projetam-se de três formas: a)
longicolpados, com colpos alongados; c) parassincolpados, preservando pequena
área do apocolpo; e b) sincolpados, apresentando completa anastomose na região
do apocolpo (Figura 4). Segundo a classificação de Barth & Barbosa (1972) os
parassincolpados podem ser regularmente ou irregularmente parassincolpados, de
acordo com a fragmentação da ornamentação da exina na região do apocolpo. Em
Copaifera, os grãos de pólen são regularmente parassincolpados. Algumas espécies
apresentam as duas, ou até mesmo, as três formas de colpos na mesma amostra. O
contorno da base dos colpos vai de regular a dilatado (Figura 5). Os mesocolpos
podem ser côncavos ou retilíneos, e na maioria das vezes, em vista equatorial,
expandem-se formando estruturas semelhantes a alas, denominadas
aletas. A
endoabertura é circular, porém na maioria das espécies apresenta-se encoberta pela
sexina. Quanto à ornamentação da exina, as perfurações na superfície podem ser
esparsas ou aglomeradas.
A exina é fina e transparente. Sexina e nexina apresentam praticamente a
mesma espessura. As variações geralmente acontecem próximas à região das
aberturas, onde tendem a diminuir, até a falta total.
Ao MEV, os grãos de pólen em vista equatorial apresentam um tipo de
estrutura que emerge da região central da abertura, assemelhando-se a
protuberâncias, denominadas
pontes de exina.
43
Figura 5
do contorno dilatado; b) Idem, da dilatação; c) Idem, do contorno regular
.
c
b
a
Contorno da base dos colpos no pólen de Copaifera em MEV. a) Aspecto
44
8. CARACTERES ESPECÍFICOS DOS SUBTIPOS POLÍNICOS
ESTABELECIDOS
Em virtude dos grãos de pólen de Copaifera apresentarem-se muito
semelhantes entre si nos mais variados aspectos morfológicos, como o tamanho,
forma, número, posição e caráter das aberturas, pertencem a um único Tipo Polínico,
o Tipo Polínico Copaifera. Assim, as 12 espécies analisadas neste trabalho foram
divididas em quatro Subtipos polínicos, para os quais foi indicada uma espécie
representante. Na escolha dessas espécies foi selecionada aquela que apresentava
os grãos de pólen com uma forma mais definida, de maneira que fosse permitido
usá-la como padrão para a descrição dos grãos de pólen das demais espécies
constituintes de cada Subtipo.
Para a classificação dos Subtipos, tomou-se como base a ornamentação da
exina, a qual acha-se constituída pelos seguintes tipos de superfície:
psilado-
perfurada, psilado-verrucosa, levemente perfurada e densamente perfurada.
Os quatro Subtipos Polínicos estão representados pelas seguintes espécies:
Copaifera officinalis, C. guyanensis, C. paupera e C. multijuga.
45
9. DESCRIÇÃO DOS SUBTIPOS POLÍNICOS ESTABELECIDOS
9.1. SUBTIPO POLÍNICO officinalis
A)
MICROSCOPIA DE LUZ (Figura 6)
Caracteriza-se por apresentar forma oblato-esferoidal, amb variando de
subtriangular a triangular. O contorno da base dos colpos pode ser regular ou
dilatado. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm
praticamente a mesma espessura ao nível dos mesocolpos, sendo que a sexina é
constante e a nexina tende a se estreitar à medida que se aproxima dos colpos. A
endoabertura é circular, estando algumas vezes encoberta pela sexina. Em
microscopia de luz, a superfície apresenta-se psilada. É representado unicamente
pela espécie Copaifera officinalis.
B)
MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (Figura 7)
Ao microscópio eletrônico de varredura, o pólen de C. officinalis apresenta
superfície psilado-perfurada, na qual observam-se perfurações esparsas. Foi
verificado também que os grãos de pólen são longicolpados e parassincolpados.
Espécimes
Coletor/N° coleta
Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
M. A. de Andrade Jr. &
R. L. Ferreira 021
M. A. de Andrade Jr. &
R. L. Ferreira 021
INPA 191212
Roraima
01712
2
N. Xena 13 N. Xena, 1978 VEN 227569 Venezuela
01713
3
M. A. de Andrade Jr. &
R. L. Ferreira 020
M. A. de Andrade Jr. &
R. L. Ferreira 020
INPA 191.211 Roraima
01714
4
M. A. de Andrade Jr &
R. L. Ferreira s.n.
M. A. de Andrade Jr &
R. L. Ferreira s.n.
INPA 191.213 Roraima
01715
46
Tabela 2 – Relação dos espécimes de C. officinalis, com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
1) Copaifera officinalis (Figuras 6a-f, 7a-d;Tabelas 2; 3 e 4; Gráfico 1)
C)
ESPÉCIE
47
Espécimes
Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E
IC
Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
25,5±0,4(23,5-27,0)
23,0±0,4(21,0-25,0)
0,90
24,7 – 26,3
1,9
1,9
2
23,8±0,3(23,0-27,0)
25,0±0,4(23,5-26,0)
0,96
23,4 – 26,6
1,9
1,8
3
28,0±0,4(25,0-30,0)
27,0±0,4(25,0-30,0)
0,96
27,2 – 28,8
1,9
1,9
4
28,0±0,4(25,0-32,5)
26,0±0,2(22,5-27,5)
0,93
27,2 – 28,8
1,9
1,8
Tabela 3 – Relação dos espécimes de C. officinalis, com as respectivas medidas em µm
dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 1 - Diagrama comparativo das medidas do E dos grãos de pólen dos espécimes
examinados de
C.officinalis
48
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
INPA
191212
60
40
0
2
VEN
227569
100
0
0
3
INPA
191.211
60
40
0
4
INPA
191.213
60
40
0
Tabela 4 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. officinalis.
49
D) OBSERVAÇÕES
A superfície psilado-perfurada define o Subtipo Polínico officinalis. Trata-se de
um padrão de ornamentação da exina onde na região do apocolpo é psilada, e na
região dos colpos e mesocolpos é perfurada.
Dentre os espécimes que constituem o Subtipo Polínico officinalis foi
verificado que há mais similaridades quanto à morfologia polínica entre as amostras
(Martinho & Ferreira, 020 - INPA191211; Martinho & Ferreira, 021 - INPA 191212 e
Martinho & Ferreira, s/n - INPA 191213), do que com a amostra (Xena, N., 13 VEN -
227569). Tais mudanças refletem-se principalmente na forma das aberturas e
aspecto dos mesocolpos, nas quais VEN 227569 exibe apenas pólen do tipo
longicolpado com mesocolpo côncavo, enquanto as demais apresentam grãos de
pólen longicolpado e parassincolpados, com mesocolpo côncavo ou retilíneo. A
ornamentação da exina manteve-se constante. Analisando o diagrama comparativo
foi verificado que há superposição entre os espécimes 1 e 2, e entre 3 e 4.
50
Figura 6 - Pólen de C. officinalis. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte
ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico; f) Idem,
ornamentação da exina e aspecto da endoabertura. (Escala 10µm).
INPA 191212.
51
c
a
b
d
d
Psi
Figura 7 - Pólen de C. officinalis. MEV: a) Vista geral dos grãos de pólen em VP e
VE; b) VP, pólen longicolpado; c) Idem, pólen parassincolpado; d)
Destaque da ornamentação da exina perfurada, dos longicolpos e
apocolpos. INPA 191212.
52
9.2. SUBTIPO POLÍNICO guyanensis
MICROSCOPIA DE LUZ
A)
(Figura 8)
é representado unicamente pela espécie
is.
B)
MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA
Caracteriza-se por exibir a forma suboblata, amb triangular. O contorno da
base dos colpos pode ser regular ou dilatado. Os mesocolpos são côncavos.
Sexina e nexina têm praticamente a mesma espessura ao nível dos mesocolpos,
sendo que ambas tendem a reduzir à proporção que se aproximam dos colpos. A
superfície é psilada, e este subtipo
Copaifera guyanens
(Figura 9)
guyanensis
são longicolpados de superfície psilado-verrucosa.
Ao microscópio eletrônico de varredura, os grãos de pólen de C.
53
C) ESPÉCIE
1) Copaifera guyanensis (Figuras 8a-d, 9a-d; Tabelas 5, 6 e 7;Gráfico 2)
Espécimes
Coletor/N°coleta
Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
D. Sabatier 1544
D. Sabatier 1544
INPA 199166
Guiana Francesa
01718
2
J. Elburg 1962
M. F. da Silva,
05/05/1982
F1747033
Suriname
01719
3
B. Maguire 24015
M. F. da Silva,
05/05/1982
F1281643
Suriname
01720
Tabela 5 – Relação dos espécimes de C. guyanensis com as respectivas informações de herbário e palinoteca
54
Espécimes
Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E
IC
Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
30,0±0,4(27,5-35,0)
26,5±0,3(22,5-32,5)
0,88
29,2 – 30,8
1,8
1,5
2
31,0±0,4(27,5-35,0)
26,0±0,2(22,5-30,0)
0,84
30,2 – 31,8
1,8
1,8
3
38,0±0,4(32,5-42,5)
29,0±0,2(25,0-32,5)
0,76
37,2 – 38,8
2,0
1,8
Tabela 6 – Relação dos espécimes de C. guyanensis com as medidas em µm dos
respectivos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 2 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. guyanensis
55
100%
Espécimes
N°/Herbário
Longicolpados
Parassincolpado
s
Sincolpados
1
INPA
199166
100
0
0
2
F
1747033
100
0
0
3
F
1281643
100
0
0
Tabela 7 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. guyanensis.
56
D) OBSERVAÇÕES
O subtipo Polínico guyanensis apresenta os grãos de pólen com a superfície
psilado-verrucosa. As verrugas estão concentradas muito próximas umas das outras.
Foi verificado que entre os espécimes estudados, todos os caracteres
analisados mantiveram-se constantes.
No diagrama comparativo, foi observado que os espécimes 1 e 2 se
superpõem, enquanto o 3 mostra-se nitidamente distinto.
57
Figura 8 - Pólen de C. guyanensis. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d)Idem,
ornamentação da exina, aspecto da endoabertura. (Escala 10µm). F
1281643.
58
Pex
a
b
c
d
Figura 9 - Pólen de C. guyanensis. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem,
aspectos dos longicolpos; c) VE, aspecto da ponte de exina (Pex) na
região da abertura; d) VP, indicando a superfície verrucosa.
F1281643.
59
9.3. SUBTIPO POLÍNICO paupera
A)
MICROSCOPIA DE LUZ (Figuras 10,12,14,16,18,20,22)
Caracteriza-se por apresentar superfície psilada. Compreende as espécies C.
cearensis var. arenicola, C. langsdorfii, C. piresii, C. pubiflora e C. reticulata, das
quais C. paupera é a espécie representante.
B)
MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (Figuras 11,13,15,17,19,21,23)
Ao microscópio eletrônico de varredura, o pólen de C. paupera exibe
superfície levemente perfurada, cujas perfurações distribuem-se de forma
irregular.
São prolatos e prolato-esferoidais, com amb triangular, longicolpados, parassincolpados e sincolpados. O contorno da
base dos colpos pode ser regular ou dilatado. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm quase a mesma
espessura ao nível dos mesocolpos. A sexina estreita-se próximo aos colpos.
60
Tabela 8 – Relação dos espécimes de C. cearensis var. arenicola com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
Espécimes
Coletor/N° coleta
Determinador
N°/
Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
D. Andrade-Lima s.n.
D. Andrade-Lima s.d.
IAN 106064
Typus
Bahia
01721
2
D. Andrade-Lima s.n.
A. Ducke s.d.
MG 24489
Bahia
01722
1) Copaifera cearensis var. arenicola (Figuras 10a-h, 11a-d; Tabelas 8, 9 e 10; Gráfico 3)
C) Espécies
61
Espécimes
Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E
I.C.
Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
29,0±0,4(27,0-30,0)
32,0,0±0,4(30,0-34,0)
1,10
28,2 – 29,8
1,9
1,7
2
30,0±0,3(29,0-31,0)
47,0±0,5(40,0-52,5)
1,56
29,4 – 30,6
1,9
1,8
Tabela 9 – Relação dos espécimes de C. cearensis var. arenicola com as respectivas
medidas em µm dos grãos de pólen, incluindo o P/E e IC .
Gráfico 3 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. cearensis var. arenicola
62
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
IAN 106064
Typus
60
35
5
2
MG 24489
60
35
5
Tabela 10 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. cearensis var. arenicola.
63
Figura 10 - Pólen de C. cearensis var. arenicola. ML: a) VP, pólen longicolpado,
corte ótico; b) Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen sincolpado,
corte ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VP, corte ótico; f)
Idem, ornamentação da exina. (Escala 10µm). IAN 106064.
64
Figura 10 – Continuação. Pólen de C. cearensis var. arenicola. ML: g) VE, corte
ótico; h) Idem, ornamentação da exina e endoabertura. (10µm). IAN
106064.
65
d
c
b
a
Pex
Ale Ale
Figura 11 - Pólen de C. cearensis var. arenicola. MEV: a) VP, pólen longicolpado;
b) Idem, aspecto dos longicolpos e ornamentação da exina; c) VE,
detalhe das aletas (Ale); d) Detalhes do colpo, da ponte de exina (Pex)
e da superfície punctada. IAN 106064.
66
2) Copaifera langsdorfii (Figuras 12a-f, 13a-d; Tabelas 11, 12 e 13; Gráfico 4)
São oblato-esferoidais, com amb variando de subtriangular a triangular, longicolpados e parassincolpados. O contorno da
base dos colpos é regular. Os mesocolpos podem ser retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm quase a mesma espessura ao
nível dos mesocolpos, sendo que ambas reduzem próximo aos colpos.
Espécimes
Coletor/N° coleta
Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
H.S. Irwin
et. al. 30449
M. T. K. Arroyo,
01/1972
IAN 138832
Minas Gerais
01724
2
O. Roppa & Leoncini
883
D. Andrade-Lima,
03/1968
R 191223
São Paulo
01725
3
L. Barreto 5834
J. Dwyer, 1944
R 33010
Minas Gerais
01726
Tabela 11 – Relação dos espécimes de C. langsdorfii, com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
67
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E I.C. Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
31,0±0,5(25,0-37,5)
30,0±0,5(25,0-35,0)
0,97
30,0 – 32,0
2,0
1,8
2
30,0±0,6(27,5-35,0)
28,5±0,7(25,0-30,0)
0,95
28,8 – 31,2
2,0
1,8
3
38,0±0,5(32,5-42,5)
34,0±0,4(30,0-37,5)
0,89
37,0 – 39,0
2,0
2,0
Tabela 12 – Relação dos espécimes de C. langsdorfii , com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 4 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. langsdorfii.
68
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
IAN 138832
100
0
0
2
R 191223
70
30
0
3
R 33010
60
40
0
Tabela 13 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. langsdorfii.
69
Figura 12 - Pólen de C. langsdorfii. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte
ótico; b) Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen
parassincolpado, corte ótico; d) Idem, ornamentação da exina;
e) VE, corte ótico; f) Idem, ornamentação da exina e
endoabertura. (Escala 10µm). R 191223.
70
Long
a
b
c
d
Figura 13 - Pólen de Copaifera langsdorfii. MEV: a) Vista geral dos grãos de
pólen em VP e VE; b) VP, pólen longicolpado (Long); c) Idem,
pólen parassincolpado; d) VE, aspecto da ornamentação da exina
punctada. IAN R 191223.
71
3) Copaifera paupera (Figuras 14a-f, 15a-d; Tabelas 14, 15 e 16, Gráfico 5)
São oblato-esferoidais, amb variando de subtriangular a triangular, longicolpados e parassincolpados, sendo estes últimos
raros ( ver Tabela 16). O contorno da base dos colpos pode ser regular ou dilatado. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos.
Sexina e nexina têm, praticamente, a mesma espessura ao nível dos mesocolpos, contudo ambas tendem a se afinar à medida que
se aproximam dos colpos.
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/ Palinoteca
P/MG
1
M. Goulding 1392
M. Goulding 1392
MG 86889
Rondônia
01727
2
O. Rigamonte-Azevedo 05
O. Rigamonte-
Azevedo s.d.
I
IAN 175961
Acre
01728
3
O. Rigamonte-Azevedo 04
O. Rigamonte-
Azevedo s.d.
IAN 175962
Acre
01729
4
O. Rigamonte-Azevedo 17
O. Rigamonte-
Azevedo s.d.
IAN 175969
Acre
01730
Tabela 14 – Relação dos espécimes de C. paupera, com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
72
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
25,0±0,4(23,5-26,0)
24,0±0,5(22,0-27,0)
0,96
24,2 – 25,8
2,0
2,0
2
27,0±0,7(23,5-30,0)
25,0±0,4(23,5-27,0)
0,93
25,6 – 28,4
2,0
1,8
3
27,0±0,4(26,0-29,0)
26,0±0,2(26,0-28,0)
0,96
26,2 – 27,8
2,0
2,0
4
30,0±0,8(27,0-35,0)
27,0± 0,4(26,0-31,0)
0,90
28,4 – 31,6
2,0
2,0
Tabela 15 – Relação dos espécimes de C. paupera, com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC
.
Gráfico 5 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. paupera
73
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
MG
86889
95
5
0
2
IAN
175961
98
2
0
3
IAN
175962
97
3
0
4
IAN
175969
98
2
0
Tabela 16 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. paupera.
74
Figura 14- Pólen de C. paupera. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte
ótico; d) Idem, ornamentação da exina; e) VE, corte ótico, aspectos
das aletas (setas); f) Idem, ornamentação da exina e endoabertura
(Endo). (Escala 10µm). IAN 175961.
75
a
b
c
Figura 15 - Pólen de C. paupera. MEV: a) VP, aspecto dos longicolpos; b) VE,
mostrando a disposição do colpo; c) VE, destaque da
ornamentação da exina.
IAN 175961.
76
4) Copaifera piresii (Figuras 16a-d, 17a-d; Tabelas 17, 18 e 19; Gráfico 6)
A forma variou de suboblata a oblato-esferoidal, e o amb de subtriangular a triangular. São longicolpados e
sincolpados. O contorno da base dos colpos é regular. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm
praticamente a mesma espessura ao nível dos mesocolpos, no entanto, ambas tendem reduzir próximo aos colpos.
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
J. M. Pires 3876
M. F. da Silva, 1969
IAN 71503
Typus
Pará
01731
2
W. A. Egler 1185
W. A. Egler s.d.
UB 1329
Pará
01732
Tabela 17 – Relação dos espécimes de C. piresii com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
77
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
24,0±0,5(22,0-26,0)
23,0±0,4(22,0-25,0)
0,96
23,0 – 25,0
2,0
1,8
2
26,0±0,4(25,0-28,0)
22,0±0,4(20,0-23,5)
0,84
25,2 – 26,8
1,9
1,8
Tabela 18 – Relação dos espécimes de C. piresii com as respectivas medidas em µm dos
respectivos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 6 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos espécimes
examinados de C. piresi.
78
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
IAN 71503
typus
97
0
3
2
UB 1329
98
0
2
Tabela 19 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. piresii.
79
Figura 16 - Pólen de C. piresii. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina. (10µm). IAN 71503.
Figura 17 - Pólen de C. piresii. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, aspecto do colpo (C); d) Idem, do colpo e da
ornamentação da exina. IAN 71503.
80
C
a
b
c
d
81
5) Copaifera pubiflora (Figuras 18a-f, 19a-d; Tabelas 20, 21 e 22; Gráfico 7)
Os grãos de pólen são oblato-esferoidais, com amb variando de subtriangular a triangular. Os colpos são longicolpados e
parassincolpados, e o contorno da base dos colpos pode ser regular ou dilatado. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos.
Sexina e nexina têm, usualmente, a mesma espessura ao nível dos mesocolpos, porém a sexina permanece constante e a nexina
reduz próximo aos colpos.
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador N°/Herbário Procedência N°/Palinoteca
P/MG
1
B. Maguire, et. al. 36179 R. S. Cowan, 1956 IAN 96080 Venezuela
01733
2
R.C.V. Martins-da-Silva et. al.
163
R.C.V. Martins-da-
Silva, s.d.
IAN 180249 Roraima
01734
Tabela 20 – Relação dos espécimes de C. pubiflora com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
82
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
31,0±0,4(25,0-32,5)
28,0±0,5(25,0-32,5)
0,90
30,2 – 31,8
2,0
1,8
2
27,0±0,3(26,0-29,0)
25,0±0,2(22,0-26,0)
0,92
26,4 – 27,6
2,0
2,0
Tabela 21 – Relação dos espécimes de C. pubiflora com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC.
Gráfico 7 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. pubiflora.
83
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
IAN 96080
80
20
0
2
IAN 180249
70
30
0
Tabela 22 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. pubiflora.
84
Figura 18 - Pólen de C. pubiflora. ML: a) VP, pólen longicolpado corte ótico, b) Idem,
ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado; corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina; e) VE, corte ótico; f) Idem, ornamentação da exina
e endoabertura. (Escala 10µm). IAN 180249.
85
A
a
b
c
d
Figura 19 - Pólen de C. publifora. MEV: a) VP, âmbito triangular; b) Idem, âmbito
subtriangular; c) VE, aspecto da ornamentação da exina; d) VP,
mostrando os longicolpos, apocolpo (A).
IAN 180249.
86
6) Copaifera reticulata (Figuras 20a-d, 21a-d; Tabelas 23, 24 e 25; Gráfico 8)
A forma dos grãos de pólen variou de subprolato a oblato-esferoidal, e o amb de subtriangular a triangular. São longicolpados,
com o contorno da base dos colpos regular. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm praticamente a mesma
espessura ao nível dos mesocolpos, contudo, ambas se estreitam próximo aos colpos.
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
A. Ducke s.n.
M. F. da Silva,
09/1982
MG 16854
Pará
01735
2
A. Ducke s.n.
M. F. da Silva,
09/1982
MG 15603
Holotypus
Pará
01736
3
P. Lisboa et al. 3080
A. S. L. da Silva,
10/1998
MG 97679
Mato Grosso
01737
4
A. Ducke s.n.
M. F. da Silva,
09/1982
MG 16610
Pará
01738
Tabela 23 – Relação dos espécimes de C. reticulata com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
87
Tabela 24 – Relação dos espécimes de C. reticulata com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
29,5±1,0(27,0-32,0)
29,0±1,0(27,0-30,0)
0,98
27,5 – 31,5
1,8
1,8
2
31,5±1,0(28,0-34,0)
27±0,7(26,0-29,0)
1,16
29,5 – 33,5
1,8
1,8
3
30,0±0,5(29,0-34,0)
26,0±0,6(25,0-29,0)
0,86
29,0 – 31,0
1,8
1,8
4
32,0±0,6(29,0-34,0)
29,0±0,8(26,0-32,0)
0,90
30,8 – 33,2
2,0
1,8
Gráfico 8 - Diagrama comparativo dos grãos de pólen dos espécimes examinados
de C. reticulata.
88
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
MG 16854
100
0
0
2
MG 15603
Holotypus
100
0
0
3
MG 97679
100
0
0
4
MG 16610
100
0
0
Tabela 25 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. reticulata.
89
Figura 20 - Pólen de C. reticulata. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina. (Escala 10µm). MG 15603.
90
Pex
a
b
c
d
Figura 21 - Pólen de C. reticulata. MEV: a) Vista geral dos grãos de pólen em VP e
VE; b) VP, mostrando a disposição dos longicolpos; c) VE, aspecto do
colpo e da ponte de exina (Pex); d) Idem, da ornamentação da exina
perfurada, detalhe dos colpos e apocolpo. MG 15603.
91
D) OBSERVAÇÕES
A superfície levemente perfurada, distribuída de forma regular por toda a
superfície do grão de pólen, caracteriza este Subtipo. Das seis espécies que
constituem o Subtipo Polínico paupera foi verificado que, em todas, os mesocolpos
são retilíneos e côncavos. Sexina e nexina mantiveram-se constantes em quase
todas as espécies, ou seja, espessadas na região dos mesocolpos. Somente em C.
pubiflora, que a nexina torna-se mais estreita próximo aos colpos, e em C. cearensis
var. arenicola que a sexina diminui.
Em C. piresii e C. reticulata, foi verificado que a forma dos grãos de pólen
variou entre os espécimes analisados. C. piresii mostrou-se suboblata no espécime
(Egler, W. A., 1185- UB 1329), e oblato-esferoidal em (Pires, J. M., 3876- typus IAN
71503). C. reticulata exibiu forma suboblata nos espécimes (Ducke, A. s.n. – MG
15603; Lisboa, P. et al., 3080 - MG 97679) e oblato-esferoidal em (Ducke, A. s.n. –
MG 16854; Ducke, A. s.n.
- MG 16610).
Em C. langsdorfii, os resultados obtidos do espécime 1 (Irwin, H. S. et. al.
30449 – IAN 138832) mostram que este difere dos demais na maioria dos caracteres
analisados, principalmente quanto às perfurações da ornamentação da exina.
Por meio dos diagramas comparativos foi possível verificar superposição dos
espécimes nas seguintes espécies: C. langsdorfii, 1 e 2; C. paupera, 2 e 3; C.
reticulata, 2 e 4.
92
9.4. SUBTIPO POLÍNICO multijuga
A) MICROSCOPIA DE LUZ (Figuras 22, 24, 26 e 28)
Caracteriza-se por apresentar superfície psilada com perfurações. Compreende
as espécies C. martii, C. oblongifolia, C. rigida. C. multijuga é considerada a espécie
representante.
B) MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA
(Figuras 23,25,27 e 29)
Ao microscópio eletrônico de varredura, o pólen das espécies que constituem o
Subtipo Polínico multijuga apresenta a exina densamente perfurada, sendo que as
perfurações distribuem-se por toda superfície de forma regular.
Os grãos de pólen são oblato-esferoidais, amb variando de subtriangular a triangular. São longicolpados, parassincolpados e
sincolpados. O contorno da base dos colpos é regular. Os mesocolpos são retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm quase a
mesma espessura, e permanecem constantes até os colpos.
93
C) ESPÉCIES
1) Copaifera martii (Figuras 22a-f, 23a-d; Tabelas 26, 27 e 28; Gráfico 9)
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador N°/
Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
M. Macedo & S.
Assunção 2466
M. F. da Silva,
05/1990
INPA 176790
Mato Grosso
01746
2
J. Langenheim & M.
F. da Silva 6457
J. Langenheim & M.
F. da Silva s.d.
INPA 90522
Ceará
01747
3
H. S. Irwin et al.
14916
M. T. K. Arroyo,
1972
IAN 140741
Bahia
01749
Tabela 26 – Relação dos espécimes de C.martii com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
94
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
25,0±0,4(22,0-26,0)
22,0±0,3(21,0-23,5)
0,88
24,2 – 25,8
1,8
1,8
2
24,0±0,3(23,5-27,0)
23,0±0,3(22,0-26,0)
0,95
23,6 – 24,6
1,5
1,5
3
30,0±0,4(25,0-35,0)
30,0±0,4(25,0-35,0)
1,00
29,2 – 30,8
2,0
1,8
Tabela 27 – Relação dos espécimes de C.martii com as respectivas medidas em µm
dos grãos de pólen, incluindo P/E e I.C .
Gráfico 9 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. martii
95
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
INPA 176790
40
30
30
2
INPA 90522
45
30
25
3
IAN 140741
40
30
30
Tabela 28 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. martii.
96
Figura 22 - Pólen de C. martii. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado,
corte ótico; b) Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico;
d) Idem, ornamentação da exina e endoabertura. (Escala 10µm).
INPA 90522.
97
a
b
c
d
Figura 23 - Pólen de C. martii. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, aspecto do colpo e das pontes de exina; d) Idem, da
ornamentação da exina densamente perfurada.
INPA 90522.
98
2) Copaifera multijuga (Figuras 24a-d, 25a-d; Tabela 29, 30 e 31; Gráfico 10)
Os grãos de pólen variam de suboblatos a oblato-esferoidais, longicolpados e parassincolpados. O contorno da base dos colpos
é dilatado, e os mesocolpos podem ser retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina tendem a ter a mesma espessura nos mesocolpos, e se
estreitam à medida que se aproximam dos colpos. No teto simples baculado, os báculos projetam-se até a região dos colpos.
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador
N°/Herbário
Procedência
N°/Palinoteca
P/MG
1
W. Rodrigues &
Osmarino 8337
M. F. da Silva,
1970
INPA 19526 Manaus
01743
2
A. Ducke s.n. M. F. da Silva,
09/1982
INPA 16.910 Pará
01744
3
A. Ducke 678 M. F. da Silva,
09/1982
IAN 10.311 Manaus
01745
Tabela 29 – Relação dos espécimes de C. multijuga com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
99
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
31,0±1,0(29,0-34,0)
27,0±0,7(26,0-28,0)
0,87
29,0 – 33,0
2,0
1,8
2
33,0±0,4(30,0-37,5)
31,0±0,4(27,5-35,0)
0,94
32,2 – 33,8
2,0
2,0
3
35,0±0,3(32,5-40,0)
31,0±0,4(27,5-35,0)
0,88
34,4 – 35,6
2,0
1,8
Tabela 30 – Relação dos espécimes de C. multijuga com as respectivas medidas em
µm dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 10 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. multijuga.
100
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
1
INPA 19526
50
25
2
INPA 16.910
40
30
3
IAN 10.311
40
30
Tabela 31 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados
e sincolpados em C. multijuga.
101
Figura 24 - Pólen de C. multijuga. ML: a) VP, corte ótico, pólen longicolpado; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico, d) Idem,
ornamentação da exina e colpos. (Escala 10µm).
INPA 16.910.
102
C
Ale Ale
a
b
c
d
Figura 25 - Pólen de C. multijuga. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, mostrando as aletas (Ale) na região do mesocolpo;
d) VE, aspecto da ornamentação da exina, e do colpo (C).
INPA 16.910.
10
Os grãos de pólen variam de suboblatos a oblato-esferoidais, amb variando de subtriangular a triangular. São
longicolpados e sincolpados. O contorno da base dos colpos pode ser regular ou dilatado. Os mesocolpos são retilíneos ou
côncavos. Sexina e nexina têm praticamente a mesma espessura nos mesocolpos. A sexina se afina à proporção que se
aproxima dos colpos.
3
Tabela 32 – Relação dos espécimes de C. oblongifolia com as respectivas informações de herbário e palinoteca..
3) Copaifera oblongifolia (
Figuras 26a-d, 27a-d; Tabelas 32, 33 e 34; Gráfico 11)
Espécimes Coletor/N° coleta Determinador N°/Herbário Procedência N°/Palinoteca
P/MG
1
M. Salgado & R. M. G.
Cardoso 65
M. Salgado & R.
M. G. Cardoso
s.d.
IAN 163690 Maranhão
01746
2
H. S. Irwin et al. 16712 M. T. K. Arroyo,
01/1972
IAN 140767 Mato Grosso
01747
3
N. M. Ivanauskas et al.,
1695
V. C. Souza,
12/1997
ESA 42567 Mato Grosso
01748
4
Martinelli, & P. Jouvin P.
3782
Martinelli, & P.
Jouvin P. 3782
RB 71448 Goiás
01749
104
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
28,0±0,4(27,0-30,0)
26,0±0,4(25,0-27,0)
0,92
27,2 – 28,8
1,9
1,6
2
30,0±0,4(27,5-35,0)
25,0±0,4(20,0-30,0)
0,83
29,2 – 30,8
2,0
1,8
3
32,0±0,5(28,0-34,0)
26±0,4(25,0-27,0)
0,81
31,0 – 33,0
1,96
1,8
4
38,0±0,4(32,5-40,0)
29,3±0,3(25,0-32,5)
0,77
37,2 – 38,8
1,9
1,8
Tabela 33 – Relação dos espécimes de C. oblongifolia com as respectivas medidas
em µm dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 11 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. oblongifolia.
105
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
IAN 163690
100
0
0
2
IAN 140767
70
0
30
3
ESA 42567
100
0
0
4
RB 71448
80
0
20
Tabela 34 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. oblongifolia.
106
Figura 26 - Pólen de C. oblongifolia. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico;
b) Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina. (Escala 10µm).
IAN 140767.
107
namentação da
exina, dos colpos e apocolpo.
IAN 140767.
d
a
b
c
C. oblongifolia. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem,
pólen sincolpado; c) VE, detalhe do colpo; d) VE, or
Figura 27 - Pólen de
Os grãos de pólen são oblato-esferoidais, amb triangular, longicolpados, parassincolpados e sincolpados. O contorno da
base dos colpos é regular e os mesocolpos podem ser retilíneos ou côncavos. Sexina e nexina têm quase a mesma espessura e
permanecem constantes até os colpos.
108
Espécimes Coletor/
n° coleta
Determinador N°/ Herbário Procedência N°/Palinoteca
P/MG
1
Gardner, 2089
M. C. H. Mamede,
10/2000
SP 31869
Typus
Piauí
01750
2
J. M. Pires & N. T.
Silva 4249
A. Burkart s.d. IAN 74484 Pará
01751
3
G. A. Black, et. al.
54-16496
A. Ducke, 10/1956 IAN 83894 Maranhão
01752
Tabela 35 – Relação dos espécimes de C. rigida com as respectivas informações de herbário e palinoteca.
4) Copaifera rigida (
Figuras 28a-f, 29a-d; Tabelas 35, 36 e 37; Gráfico 12)
109
Espécimes Eixo Equatorial
(E) µm
Eixo Polar
(P) µm
P/E IC Sex
(µm)
Nex
(µm)
1
26,0±0,4(25,0-28,0)
24,0±0,4(22,0-26,0)
0,92
25,2 – 26,8
1,9
1,8
2
32,0±0,4(27,5-37,5)
29,0±0,4(25,0-32,5)
0,90
31,2 – 32,8
2,0
1,9
3
30,0±0,4(28,0-35,0)
27,0±0,4(23,0-33,0)
0,90
29,2 – 30,8
2,0
1,9
Tabela 36 – Relação dos espécimes de C. rigida com as respectivas medidas em µm
dos grãos de pólen, incluindo P/E e IC .
Gráfico 12 - Diagrama comparativo das medidas dos E dos grãos de pólen dos
espécimes examinados de C. rigida.
110
100%
Espécimes
N°/
Herbário
Longicolpados
Parassincolpados
Sincolpados
1
SP 31869
Typus
45
25
30
2
IAN 74484
40
30
30
3
IAN 83894
50
25
25
Tabela 37 - Porcentagem de grãos de pólen longicolpados, parassincolpados e
sincolpados em C. rigida.
111
Figura 28 - Pólen de C. rigida. ML: a) VP, pólen longicolpado, corte ótico; b) Idem,
ornamentação da exina; c) VP, pólen parassincolpado, corte ótico; b)
Idem, ornamentação da exina; c) VE, corte ótico; d) Idem,
ornamentação da exina e endoabertura. (Escala 10µm).
SP 31869
112
a
b
c
d
Figura 29 - Pólen de C. rigida. MEV: a) VP, pólen longicolpado; b) Idem, pólen
sincolpado; c) VE, aspecto do colpo; d) VE, ornamentação da exina
perfurada.
SP 31869.
113
D) OBSERVAÇÕES
O Subtipo Polínico multijuga destaca-se pelas perfurações que se distribuem
por toda a superfície do pólen, e por esse motivo, é caracterizado como o mais
diferenciado de todos.
Das quatro espécies que representam o Subtipo Polínico multijuga, C. martii e
C. rigida foram as que apresentaram muitos caracteres em comum, sobretudo por
exibirem os três padrões de projeção dos colpos: longicolpado, parassincolpado e
sincolpado. Em ambas as espécies, os tipos morfológicos encontrados foram bem
representados em todos os espécimes analisados.
Entre os espécimes de C. oblongifolia, as coletas de Irwin, H. S. et al., 16712 -
IAN140767, e, Martinelli & Jouvin, P. P., 3782 - RB 71448, assemelham-se em vários
aspectos da morfologia do pólen, como grãos de pólen suboblatos, longicolpados e
sincolpados, mesocolpo retilíneo, contorno dilatado e âmbito triangular.
Diferentemente das amostras de Ivanauskas, N. M. 1695 - ESA 42567 e Salgado, M.,
65 - IAN 163690, o pólen apresentou-se apenas como longicolpados, forma, prolato-
esferoidal, âmbito, subtriangular a triangular, com diferentes estruturas de mesocolpo
e contorno dos colpos.
Nos diagramas comparativos não houve superposição dos espécimes.
114
10. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DOS SUBTIPOS POLÍNICOS
1.Grãos de pólen 3-colporados
1.1. De superfície psilado-perfurada
Subtipo Polínico officinalis
1.2. De superfície psilado-verrucosa
Subtipo Polínico guyanensis
1.3. De superfície levemente perfurada
C. cearensis var. arenicola
C. langsdorfii
Subtipo Polínico paupera C. paupera
C. piresii
C. pubiflora
C. reticulata
1.4. De superfície densamente perfurada
C. martii
C. multijuga
Subtipo Polínico multijuga C. oblongifolia
C. rigida
115
11. DISCUSSÃO
11.1. CARACTERIZAÇÃO POLÍNICA EM Copaifera L.
11.1.1. HOMOGENEIDADE
As análises morfopolínicas do gênero Copaifera revelaram-no como
estenopolínico por apresentar os grãos de pólen com um tipo característico e
constante, ou seja, desprovido de variações marcantes quanto ao tamanho, forma e
número de aberturas e estratificação da exina.
11.1.2. VARIAÇÃO
As variações mais significativas revelaram-se na ornamentação da exina, e
foram fundamentais para a separação das espécies nos quatro Subtipos Polínicos.
As espécies foram divididas com base nos seguintes padrões de superfície: 1)
Psilado-Perfurado, o qual caracteriza-se por exibir a estrutura mais simplificada da
parede do pólen. A exina é formada por áreas psiladas e discretas perfurações; 2)
Psilado-Verrucoso, constituindo-se de verrugas distribuídas por toda a superfície.
Esse padrão é considerado intermediário entre os tipos de ornamentação da exina
observados nesta pesquisa; 3) Levemente Perfurado, encerrando um tipo
morfológico no qual as perfurações são esparsas e geralmente mais superficiais; 4)
Densamente Perfurado, cujas perfurações são condensadas e mais aglomeradas,
chegando-se a confundir com um microrretículo. Esses resultados coincidem em
parte com os de Watson & Dallwitz (2000), que descreveram o pólen do gênero
como punctado homogêneo, com as pontuações distribuídas discretamente por toda
a superfície.
A indicação da ornamentação da exina como principal caráter para analisar as
espécies representativas do gênero deve-se, sobretudo aos constituintes da parede
dos grãos de pólen. Segundo Faegri & Iversen (1964) o pólen das Angiospermas
consiste fundamentalmente de duas camadas: 1) celulósica, camada interna, mais
ou menos uniforme, a qual é comumente destruída na acetólise; 2) exina, ou exina-
escultural, camada externa resistente à acetólise, conhecida como esporopolenina
,
116
de grande complexidade estrutural, fossilizada, e portanto, taxonomicamente útil.
Para Walker & Doyle (1975) essa camada escultural fornece uma gama de
caracteres filogeneticamente importantes.
As pontes de exina revelaram-se em todas as espécies estudadas, e apenas
foram evidenciadas quando os grãos de pólen não acetolisados submeteram-se às
análises na MEV. Tais estruturas parecem induzir um espessamento da região
apertural, levando a formação de protuberâncias. Não foi possível visualizar pontes
de exina em grãos de pólen acetolisados, uma vez que a destruição do conteúdo
celular impediu que elementos situados abaixo da endoexina pudessem emergir para
o exterior da célula.
Banks & Klitgaard (2000) observaram a formação de saliências na região
apertural de grãos de pólen maduros de espécies de Detarieae s.s. e associaram
estas formações a camadas bem desenvolvidas de substâncias pécticas situadas
abaixo da endoexina, denominados “zwischenkörper”. Segundo as autoras, este é
considerado o primeiro relato de “zwischenkörper” para pólen de leguminosas, e tal
estrutura está presente nos gêneros Daniellia, Eurypetalum, Eperua, Augouardia,
Stemonocoleus, Baikiaea, Copaifera, Pseudosindora, Detarium, Sindora,
Sindoropsis, Tessmannia, Gilletiodendron, Hylodendron, Hymenaea, Peltogyne e
Guibourtia, os quais fazem parte do clado Detarieae s.s. com base em análises
moleculares recentes. Banks (l.c.) enfatizou, ainda, que não foi encontrado
“zwischenkörper” em grãos de pólen que não apresentaram projeções nas aberturas,
indicando estreita relação destes componentes com o acidente morfológico.
A presença de “zwischenkörper
” já tinha sido descrita para o pólen do gênero
Corylus por Rowley (1964), Heslop-Harrison & Heslop-Harrison (1980, 1981),
Heslop-Harrison et al. (1986), Heslop-Harrison & Heslop-Harrison (1991), El-Ghazaly
(2000) e El-Ghazaly & Jensen, (2003). Blackmore & Barnes (1986) interpretaram
“zwischenkörper” como estruturas portadoras de funções ecológicas, auxiliando nos
processos germinativos, acomodações volumétricas, economia de substâncias
intracitoplasmáticas e adaptações para dispersão.
Rowley (1981) analisou “zwischenkörper” como estruturas produzidas pela
célula, que funcionam como um mecanismo de proteção quando o citoplasma
117
aumenta ou diminui de tamanho em decorrência dos processos pré e pós
germinativos. Portanto, quando o protoplasma intumesce, a nexina também sofre
espessamento, gerando forte pressão, oriunda do protoplasma, em direção a zona
apertural. O referido autor complementou ainda, que essas formações atuam como
um verdadeiro “escudo”, impedindo a ruptura da membrana, e mantendo a
integridade da camada bacular e do teto.
Heslop-Harrison (1976), Banks & Klitgaard (2000) e Banks & Gasson (2003) e
explicaram as pontes de exina como elementos presentes nas membranas
aperturais, que ao invés de projetarem-se para o citoplasma da célula, como na
maioria das Leguminosas, voltam-se para o exterior, e conseqüentemente, as
paredes do mesocolpo vergam-se para dentro da célula, a partir de forças de
compressão do teto e infrateto (Crane, 1986; Banks & Klitgaard, 2000). Banks &
Gasson (2003.) que investigou na MET grãos de pólen não acetolisados, constatou
nos cortes ultrafinos a presença de componentes situados logo abaixo da
endoabertura, e acima da endoexina. Tais estruturas situam-se entre a ectoexina e a
endoexina, e, como nos grãos de pólen acetolisados ocorre a remoção de elementos
intracitoplasmáticos, essas áreas anteriormente preenchidas por “Zwischenkörper”,
tornam-se cavidades. A autora, também realizou testes com corantes específicos,
como “alcian blue”, a fim de evidenciar “Zwischenkörper”.
Banks (2003) reconheceu pontes de exina em uma espécie de Copaifera, (C.
baumiana Harms) de um total de 16 espécies examinadas, e em oito espécies de
Sindora, de 13 espécies analisados. Nesses gêneros, os grãos de pólen nitidamente
ostentam as saliências, e apresentam a forma de um losângulo, denominada pela
autora como “diamond-shaped pollen
”. De acordo com Banks (l.c.) estas
características são também encontradas no pólen de Detarium, Pseudosindora,
Hylodendron e Sindoropsis.
Com relação à forma dos grãos de pólen, mudanças verificadas em alguns
espécimes dentro da mesma espécie não foram significativas para caracterizar
dimorfismos polínicos, ou até mesmo, motivo para exclusão desses espécimes. Em
Copaifera, houve possibilidade de constatar diferentes formas na mesma espécie,
como por exemplo, em C. cearensis var. arenicola, variou de prolato-esferoidal a
118
prolato, e, em C. multijuga, C. oblongifolia, C. piresii e C.reticulata variou de
suboblata a oblato-esferoidal.
O estudo da caracterização dos colpos revelou que todas as espécies
constituem-se do tipo longicolpado, porém, em quatro espécies observou-se o
sincolpado, e, em 10 espécies, também o parassincolpado. A presença das 3 formas
de projeção dos colpos foi verificada em C. cearensis var. arenicola e C. martii e C.
rigida, sendo portanto, tal fato, sugestivo de polimorfismo polínico. Contudo, há
necessidade de estudos mais aprofundados a fim de investigar a origem dessa
variação.
O contorno regular ou dilatado da base dos colpos, identificado neste estudo
na grande maioria das espécies, é interpretado por Thanikaimoni (1986) como um
mecanismo de proteção que a célula utiliza para suportar variações volumétricas
intracelulares, as quais induzem a lise e perda do conteúdo celular. Para Wodehouse
(1935) tais mudanças volumétricas estão associadas às fases de hidratação e
desidratação nos períodos pré e pós-germinativos dos grãos de pólen. Rowley &
Skavarla (1976) explicam que a presença de dilatações na região apertural indica
uma grande quantidade de proteínas inorgânicas exógenas que se acumularam mais
nessa região do que nos estratos mais internos da exina. Banks & Klitgaard (2000)
interpretam essa estrutura morfológica como saliências na margem da abertura,
tornando esta área mais dilatada e acentuada.
A descrição do gênero feita por Fasbender (1959) classifica o pólen de
Copaifera como 3-colporado, âmbito circular a triangular, forma suboblata, oblato-
esferoidal ou prolato-esferoidal, colpos dispostos como longicolpados ou
sincolpados, endoabertura variando de lalongada retangular a circular, sexina
psilada, a qual tem a mesma espessura da nexina, ou o dobro do tamanho desta, e
em vista equatorial o pólen tem a forma elíptica ou como autora cita, “diamond-
shaped”. Esta autora, também concluiu que de todos os gêneros estudados para a
tribo Cynometreae a morfologia do pólen gerou duas classificações, a primeira, com
as espécies que apresentam a exina finamente estriada, e a segunda, com as que
exibem a exina psilada, na qual a autora incluiu Copaifera, Cynometra (algumas
espécies), Gossweilerodendron, Hardwickia, Kingiodendron, Oxystigma, Prioria,
119
Pterogyne, Guibourtia e Pseudocopaiva. Fasbender (l.c.) comentou, ainda, que o
aparecimento de pólen psilado, nestes gêneros, indica a existência de estreitas
relações entre os mesmos. Comparando-se os resultados observados por Fasbender
(l.c.) exceto pela endoabertura, que é aqui observada como circular, e a
ornamentação da exina, que variou de psilada a perfurada, nos demais aspectos os
resultados coincidem, principalmente no que se refere as espécies que também
fazem parte desta pesquisa, C. multijuga, C. officinalis e C. pubiflora. Outro ponto
fundamental, é que a falta de uma amostragem significativa para cada espécie levou
a obtenção de dados mais restritos, já que na maioria das vezes Fasbender (l.c.)
coletou apenas um espécime.
Banks & Klitgaard (2000) divulgaram que geralmente o pólen de Detarieae
varia de prolato a prolato-esferoidal, isopolar, 3-colporado, com ampla variação de
tamanho, forma e ornamentação da exina. Também, essas autoras acrescentaram,
que em certas espécies, no qual a ornamentação da exina é superficialmente similar,
há expressivas diferenças na estrutura da parede. Banks & Klitgaard (l.c.) verificaram
que o pólen de Copaifera tem ornamentação da superfície semelhante ao de
Sindora, contudo, no primeiro gênero a parede mostra-se densamente compactada,
sem ramificações ou interrupções em sua estrutura, com sólida camada basal,
sustentando columelas estreitamente alinhadas, enquanto que, em Sindora, esta
estrutura exibe um modelo descontínuo, com amplos espaços intercolumelares.
11.1.3. A MORFOLOGIA POLÍNICA DE Copaifera L. COMO SUBSÍDIO PARA A
TAXONOMIA DAS ESPÉCIES ESTUDADAS
Desde a descoberta do gênero Copaifera, até os tempos atuais, houve várias
mudanças na posição taxonômica, ou seja, foram descritas novas espécies, algumas
reduzidas a sinônimos e outras incluídas em categorias infraespecíficas. É sabido
que os grãos de pólen estão intimamente ligados aos fatores genéticos das espécies,
e por isso, são postulados como elementos celulares imutáveis ou conservativos.
Mas, ao longo da história taxonômica do gênero, variações ecológicas, ou caracteres
morfológicos não tão consistentes, foram, na maioria das vezes, enaltecidos pelos
120
estudiosos como “caráter novo”, e conseqüentemente, essa “novidade” era ratificada
com o estabelecimento de entidades taxonômicas. Ao final desta pesquisa, a
morfologia dos grãos de pólen recomenda certa cautela nesta questão, já que tantas
sinonímias foram correlatadas. Esta discussão torna-se também pertinente, pelo fato
de que a maioria dos taxonomistas trata a Palinologia como uma ciência sofisticada,
muito embora esta deveria ser considerada fundamental nos estudos taxonômicos.
Como já citado anteriormente, os estudos taxonômicos tradicionais geraram
inúmeros questionamentos a respeito de algumas espécies. Os dados alcançados
com a morfologia polínica neste trabalho chegaram às seguintes constatações:
- Copaifera pubiflora, Copaifera guyanensis e Copaifera officinalis
Para Copaifera officinalis Martins-da-Silva (2006) observou que dentre as
amostras coletadas por Ducke, algumas, procedentes de Roraima, que foram
primeiramente identificadas por este coletor como C. officinalis e depois como C.
bijuga, inserem-se em C. pubiflora. Porém, para outras amostras considerou-as um
tanto duvidosas, comentando que as mesmas apresentam caracteres tanto de C.
officinalis quanto de C. pubiflora, mas, ressaltou que não houve a possibilidade de
encontrar caracteres que justificassem considerá-las como terceira espécie,
relembrando assim os comentários de Enrech et al. (1983) quanto à possibilidade de
hibridização entre C. pubiflora e C. officinalis.
Desfontaines (1821) apud Martins-da-Silva (2006) citou a proximidade
morfológica entre C. guyanensis e C. officinalis, sugerindo que a primeira espécie
poderia ser uma variedade deste último táxon. Contudo a referida autora ressalta que
os folíolos subfalcados e assimétricos, bem como, as sépalas, brácteas e bractéolas
glabras externamente em C. officinalis, diferenciam-se em C. guyanensis, que possui
folíolos retos e simétricos, e as sépalas, brácteas e bractéolas acham-se
pubescentes. Tudo indica que, pelas citações de Desfontaines, e com o nível atual
de conhecimento morfológico, essas inferências não procedem. Os resultados da
morfologia polínica corroboram as informações de Martins-da-Silva (l.c.), visto que o
121
pólen de C. officinalis apresenta superfície psilado-perfurada, isolando-a no Subtipo
Polínico officinalis, enquanto em C. guyanensis mostra-se psilado-verrucosa, o que
faz desta espécie também a única representante do Subtipo Polínico guyanensis.
Dentre as espécies analisadas neste trabalho, C. guyanensis é a única com
caracteres bem estabelecidos e constantes, ou seja, não foi verificada variação
morfológica nos seus grãos de pólen. Esses dados são pertinentes com os dados
taxonômicos coletados por Martins-da-Silva (l.c.).
Ainda sobre C. officinalis, os dados divergentes obtidos entre os espécimes de
Martinho & Ferreira, 020 INPA191211; Martinho & Ferreira, 021 INPA 191212;
Martinho & Ferreira, s/n INPA 191213, e Xena, N., 13 VEN 227569, indicaram tratar-
se de espécies diferentes. Palinologicamente verificaram-se numerosas similaridades
entre C. pubiflora e as amostras Martinho & Ferreira, acima citadas. De acordo com
Enrech et al. (1983) C. pubiflora, citada para o Brasil, coabita determinadas faixas
geográficas com C. officinalis, que ocorre na Martinica, Trinidad e Tobago e na
Venezuela. Para esta autora, nessas áreas de contato provavelmente deve estar
ocorrendo hibridização. Martins-da-Silva (2006) ressalta que no Estado Bolívar
(Venezuela) ocorre C. officinalis, e que este Estado faz limites com Roraima (Brasil),
portanto, não havendo barreiras geográficas entre os mesmos, não se descarta a
possibilidade da distribuição dessa espécie no Estado de Roraima.
Bentham (1870) apud Martins-da-Silva (2006) considerou C. pubiflora como
variedade de C. martii Hayne. Dwyer (1951) devolveu o “status” de espécie a C.
pubiflora e indicou a variedade proposta por Bentham (l.c.) como sinônimo de C.
pubiflora. Martins-da-Silva (l.c.) afirmou que, morfologicamente, C. pubiflora está
mais próxima de C. officinalis do que de C. martii. Concordando com os resultados
obtidos por Martins-da-Silva (l.c.) o pólen também revelou tais afinidades, todavia
diferenças na ornamentação da exina separaram-nas nos seus respectivos Subtipos.
Copaifera guyanensis, C. officinalis e C. pubiflora, espécies taxonomicamente
sinonimizadas, no presente estudo, estão classificadas em diferentes Subtipos
Polínicos.
122
- C. martii e C. rigida
Os dados aqui obtidos mostram que os grãos de pólen dessas espécies são
muito semelhantes quanto à forma, tamanho, aberturas e ornamentação da exina.
Essas informações estão de acordo com as de Dwyer (1951) que considerou C.
rigida e C. martii Hayne var. rigida (Benth) como sinônimo de C. martii. Para o
referido autor a variedade proposta por Ducke é baseada em observações
ecológicas, e, portanto, superficiais. O fato das espécies ocorrerem em habitats
diferentes, não foi suficiente para alterar a morfologia dos grãos de pólen, que
permaneceram constantes. Corroborando com as informações de Martins-da-Silva
(l.c.) pela morfologia polínica não foi possível estabelecer caracteres para diferenciar
C. martii de C. rigida.
- C. multijuga
As espécies do Subtipo Polínico multijuga compartilham vários caracteres
polínicos, como grãos de pólen de superfície densamente perfurada, longicolpados e
parassincolpados e mesocolpo retilíneo ou côncavo. Entretanto, o pólen de C.
multijuga destaca-se das espécies pela presença de aletas evidentes e o contorno da
base dos colpos dilatado. Martins-da-Silva (2006) ressalta que o identificador menos
avisado pode confundí-la com C. guyanensis, C. glycycarpa ou com C. reticulata.
Pela morfologia do pólen de C. guyanensis e C. reticulata, é possível perceber que
diferenças na forma e ornamentação da exina, diferenciam estas espécise de C.
multijuga.
- C. paupera, C. langsdorfii e C. reticulata
Pela morfologia polínica, C. paupera, C. reticulata e C. langsdorfii são
espécies afins, por exibirem grãos de pólen longicolpados, forma oblato-esferoidal e
superfície densamente ornamentada. Variações foram detectadas na forma, no
123
contorno da base dos colpos e na presença de pólen parassincolpado. Em C.
reticulata verificou-se também a forma suboblata. Grãos de pólen parassincolpados e
contorno dilatado da base dos colpos aparecem em C. paupera e C. langsdorfii.
Contudo, em C. paupera os parassincolpados são raros, e em C. langsdorfii
compreendem um caráter marcante. Quanto à ornamentação da exina essas
espécies apresentam o mesmo padrão de pontuações, e, portanto, estão inseridas
no mesmo Subtipo Polínico, o Subtipo paupera. Esses dados são concordantes com
os de Dwyer (1951), quando este, comentou que C. paupera está morfologicamente
relacionada com C. reticulata. No mesmo ano, o referido autor também relatou a
dificuldade encontrada em distinguir amostras de C. reticulata e C. langsdorfii Desf.,
principalmente no que diz respeito aos caracteres foliares, os quais na sua opinião
são instáveis nas duas espécies. Do ponto de vista morfopalinológico, neste estudo
constatou-se que C. paupera e C. langsdorfii encontram-se mais estreitamente
relacionadas entre si do que com C. reticulata. Apenas pelo padrão de distribuição
das perfurações, aglomeradas em C. langsdorfii e mais esparsas em C. paupera, e,
pela expressiva presença de pólens parassincolpados em C. langsdorfii, foi possível
separar essas duas espécies.
Sobre o pólen de C. langsdorfii, Mellhem & Labouriau (1963) analisaram um
único espécime (Barreto, L. 5834 R 33010), e descreveram-no com forma oblata
esferoidal, amb triangular, trizonocolporado, longicolpados, anguloaperturado, com
endoabertura lalongada. A sexina é psilada, e ligeiramente mais espessa que a
nexina. O espécime estudado, acima citado, foi aqui examinado, e comparado com
mais outros dois. Os resultados obtidos por essas autoras coincidem apenas em
parte com os verificados nesta pesquisa. A ornamentação da exina, projeção dos
colpos e endoabertura, são os pontos mais contrastantes. Por exemplo, os colpos,
além de longicolpados exibem-se também como parassincolpados. A exina, mostra-
se psilada apenas na ML, contudo, na MEV é levemente perfurada. A endoabertura é
circular, o que o que diverge do tipo lalongado. Também, analisando o pólen de C.
langsdorfii, Salgado-Labouriau (1973) o descreveu de forma mais completa. O amb
triangular, de lados retos ou ligeiramente côncavos, e, a área do apocolpo,
considerada pequena ou nula, mesmo que sejam concordantes com esta pesquisa,
124
ainda são controversos. Carreira et. al. (1996) ao observar em ML o pólen de C.
langsdorfii o descreveu como médio, isopolar, simetria radial, amb triangular, forma
oblato-esferoidal, 3-colporados, de superfície psilada.
C. cearensis var. arenicola demonstrou expressiva relação com C reticulata,
sobretudo, no tipo e distribuição das perfurações. A princípio esta variedade foi
imediatamente sinonimizada a C. reticulata, mas, devido à abundância de pólen
parassincolpado na primeira, e, a falta total na segunda, essa hipótese foi
descartada.
- C. oblongifolia e C. piresii
Como Ducke (1959) diferenciou C. piresii de C. oblongifolia em virtude da
primeira não possuir pontos translúcidos, e a segunda apresentá-los em abundância,
interpretou-se que a amostra de Egler 1185, UB 1329, com pontos translúcidos,
pudesse ser C. oblongifolia. Contrariando este raciocínio, apesar dos dois espécimes
de C. piresii apresentarem diferenças na forma dos seus grãos de pólen, não foi
detectada nenhuma outra variação morfológica que fosse expressiva a ponto de
separá-los. Os dados aqui obtidos concordam com as indagações de Martins-da-
Silva (2006) que, ao analisar o typus de forma minuciosa, observou tais pontuações.
Martins-da-Silva (2006) argumenta que pela morfologia, C. piresii está
estreitamente correlacionada com C. oblongifolia e C. trapezifolia, e ressalta ainda
que C. piresii apresenta caracteres em comum com as duas espécies. Segundo a
autora, o caráter forma oblonga do folíolo é afim tanto para C. piresii quanto para C.
oblongifolia, sendo a venação laxa, presente na primeira espécie, o caráter
diferencial. Apesar das descrições polínicas aqui consideradas concordarem que C.
piresii e C. oblongifolia sejam semelhantes, confrontam quanto à ornamentação da
exina, a qual é levemente perfurada em C.piresii e, densamente perfurada em C.
oblongifolia. Por esse motivo, tais espécies enquadraram-se em diferentes Subtipos
Polínicos. A ornamentação da exina revelou que estas, mesmo morfologicamente
próximas, no principal caráter palinotaxonômico utilizado, separam-se. Este fato é
125
comprovado ao examinar isoladamente o pólen de cada espécime de C. oblongifolia.
É possível observar que as amostras gradativamente exibem caracteres polínicos
exclusivos. A coleta de Irwin, H. S. et al., 16712 - IAN 140767 é a única a exibir
morfologia constante e predominante, como grãos de pólen sincolpados, mesocolpo
retilíneo, contorno dilatado e âmbito triangular. O espécime coletado por Martinelli, &
Jouvin, P. P., 3782 - RB 71448, é o que mais se assemelha com o de Irwin, H. S. et
al., 16712, por possuir pólen longicolpado, sincolpados e exibir a forma suboblata.
Expondo variações na forma, prolato-esferoidal, âmbito, subtriangular a triangular,
estrutura de mesocolpo e contorno dos colpos, a coleta de Salgado, M., 65 - IAN
163690 difere em muitos aspectos à de Irwin, H. S. et al., 16712. Sobre a amostra
Ivanauskas, N. M. 1695 - ESA 42567, esta é a que exibe o menor número de
caracteres a serem analisados, e, portanto, foi considerada palinologicamente
complexa, em virtude dos grãos de pólen mostrarem-se de difícil diagnóstico.
Os resultados da morfologia polínica para os espécimes estudados de C.
oblongifolia encontram-se em situação ainda não bem estabelecida, sobretudo pelo
elevado grau de variabilidade morfológica intraespecífica. As divergências expostas
entre os espécimes levam a constatação de que o material de Irwin, H. S. et al.,
16712 apresenta o menor grau de variação morfológica, estando, Martinelli, & Jouvin,
P. P., 3782, em posição intermediária, sendo as maiores dúvidas referentes às
coletas feitas por Ivanauskas, N. M. 1695 - ESA 42567 e Salgado, M., 65 - IAN
163690, por possuírem grãos de pólen com morfologia mais variada. Esses dados
são complementados por Martins-da-Silva (2006) que ao descrever C. oblongifolia
com ovário piloso e venação congesta, confirma tais características no espécime de
Irwin, H. S. et al., 16712, considerando-o como padrão. Sobre as coletas,
Ivanauskas, N. M. 1695 e Salgado, M., 65, a referida autora questiona se realmente
trata-se de C. oblongifolia, principalmente em virtude de a primeira amostra possuir
ovário glabro.
Comparando-se a morfologia polínica entre Copaifera piresii e as demais
espécies do Subtipo paupera é detectável que a característica mais expressiva
reflete-se nas perfurações da ornamentação da exina, as quais tendem a ostentar-se
mais densamente do que nos demais representantes desse Subtipo.
126
Comparando os quatro Subtipos Polínicos, o Subtipo officinalis é o que
apresenta a superfície morfologicamente mais simplificada, e o Subtipo multijuga, a
mais elaborada, destacando-se entre os demais. Neste último Subtipo, é possível
evidenciar o maior grau de complexidade na forma de projeção dos colpos, no qual
revelam-se os tipos longicolpado e parassincolpado, presentes em todas as
espécies, e, em duas, também o tipo sincolpado.
127
12. CONSIDERAÇÕES EVOLUTIVAS SOBRE O PÓLEN DE Copaifera
A morfologia dos grãos de pólen das espécies aqui investigadas é,
aparentemente, comum nas Angiospermas, principalmente por exibir o pólen 3-
colporado, com as aberturas eqüidistantes, isopolar, de simetria radial. Entretanto,
quando são analisadas as tendências evolutivas de todos os caracteres
palinológicos, dentro do grupo das Angiospermas verifica-se que o padrão
morfológico encontrado no pólen de Copaifera é nitidamente mais simplificado.
Banks & Klitgaard (2000) selecionaram nove estruturas morfológicas
consideradas altamente significativas nos estudos filogenéticos: 1) aberturas,
colporadas ou poradas; 2) tipo de membrana apertural; 3) presença de apocolpo,
sincolpado ou parassincolpado; 4) presença ou ausência de pontes de membranas
nas aberturas; 5) presença ou ausência de pontes de exina cruzando endoaberturas;
6) presença ou ausência de aberturas marginais proeminentes; 7) presença ou
ausência de nexina 1 ou camada basal; 8) presença ou ausência de uma camada
infratectal adicional; 9) presença ou ausência de estruturas supratectais.
Analisando os componentes estruturais da exina, Walker & Doyle (1975)
verificaram que na maioria das Angiospermas, a exina acha-se constituída por duas
camadas, ectoexina e endoexina, as quais são nitidamentes diferentes e
quimicamente correlacionadas. Com tal modelo de estratificação, a ectoexina é
formada por sexina e ectonexina, ou Nex 1, sendo esta última, a porção mais basal
da sexina que sustenta os báculos ou columelas, e, a nexina, que é representada
pela ectonexina e endonexina, denominadas respectivamente de Nex 1 e Nex 2.
Em Copaifera, apesar da exina também apresentar ectoexina e endoexina, a
primeira camada é somente formada por sexina, e a segunda, apenas por nexina, a
qual sustenta a camada bacular. Há, portanto, dois componentes, um supratectal,
com significado escultural, que evidencia as perfurações, e outro infratectal, de
responsabilidade estrutural, que corresponde a camada baculada. A exina é tectada,
diferenciando-se em levemente perfurada e densamente perfurada. As perfurações
constituem espaços descontínuos do teto, ou seja, áreas não preenchidas que
exibem-se externamente na forma de perfurações.
128
Van Campo (1971) informou que a presença da exina baculada é tida como
um avanço evolutivo, quando comparada às Gimnospermas. Walker & Kemp (1972)
constataram que a proporção de sexina e nexina, encontrada na parede do grão de
pólen, assim como presença ou ausência de endoexina e ectonexina, já indicam
tendências evolutivas. Observações do pólen das Angiospermas primitivas,
subclasse Magnoliidae, evidenciaram pólen atectado, e, primitivamente, desprovido
de báculos ou columelas (Walker, 1974a; Walker & Skvarla, 1975). Contudo, Walker
(1974b) noticiou que há uma linha evolucionária migrando da estrutura tectal menos
elaborada, com o teto liso, para a mais elaborada, com grãos de pólen desprovidos
de teto. Nesse caso, a ausência de teto deve-se ao fato dos elementos esculturais,
como verrugas, pilos, etc, não necessitarem compartilhar uma mesma superfície, e
assim apresentam-se independentes.
A variação de da ornamentação da exina de psilada para densamente
perfurada delimitou extremos dentro de um contexto evolutivo. A superfície psilado-
perfurada do Subtipo Polínico officinalis, foi diferenciando-se em perfurações mais
evidentes, por toda a superfície do pólen, e adquirindo aspecto densamente
perfurado, com observado no Subtipo Polínico multijuga. No Subtipo paupera C.
pubiflora exibe as perfurações mais destacadas, dentro desse Subtipo,
assemelhando-se as observadas no Subtipo multijuga. Também, C. cearensis var.
arenicola, C. langsdorfii, C. paupera e C. reticulata coincidem palinologicamente.
Como tais similaridades puderam ser comprovadas também com as informações da
taxonomia, pode-se inferir sobre as afinidades entre essas espécies.
Para o estudo da superfície densamente perfurada, as investigações iniciais,
em ML, não foram suficientes para caracterizá-la. Apenas com o auxílio da MEV,
este padrão de ornamentação foi detectável. No Subtipo multijuga, todas as espécies
ostentam tais perfurações.
Sobre as aberturas dos grãos de pólen, a posição que as mesmas ocupam na
célula, é indubitavelmente o aspecto mais relevante em termos evolucionários-
filogenéticos. Em todas as espécies aqui analisadas, as aberturas são constituídas
de três sulcos, perpendiculares ao eixo equatorial, e, devido ao fato de possuírem
uma área no centro do colpo, denominada poro, são classificadas como aberturas
129
compostas, classificando o pólen como tricolporado. As aberturas compostas e o
pólen tricolporado tornam essas espécies morfologicamente mais elaboradas,
contudo, em âmbito geral, Thanikaimoni (1986) interpretou as formas tricolpada e
tricolporada nas Angiospermas, como pontos de diversificação para os demais tipos
de aberturas. Na Figura 35, o referido autor esquematizou a importância evolutiva do
pólen tricolpado, atestando que o mesmo encontra-se estrategicamente posicionado
como elemento de divergências e convergências.
A respeito das projeções verificadas na região das aberturas, como as pontes
de exina, e o contorno dilatado na base dos colpos, é provável que tais estruturas
estejam diretamente relacionadas à proteção celular, impedindo a ruptura da
membrana apertural quando há varições volumétricas intracitoplasmáticas. O fato
dos grãos de pólen de Copaifera apresentarem a exina fina e delgada torna-os
susceptíveis a colapsos, em decorrência dos vários processos químicos e
metabólicos celulares. Thanikaimoni (1986) concluiu que nessas situações, o pólen
está geneticamente programado para produzir elementos que têm como função dar
suporte à membrana celular. Este autor explicou que a ausência ou redução da
estratificação da exina induz o aparecimento dessas estruturas, e tal caráter é
considerado adaptativo. Corroborando com as conclusões de Thanikaimoni (l.c.)
Banks & Klitgaard (2000) interpretaram que as áreas não preenchidas por exina na
região apertural levaram ao surgimento desses elementos, que atuam como forma
de suprir a ausência desta.
A projeção dos colpos em longicolpados, sincolpados e parassincolpados, é
amplamente exibida nos grãos de pólen de Copaifera, sendo longicolpado, o tipo
mais freqüente. O tipo longicolpado, com colpos longos, preservando pequenas
áreas do apocolpo, é caracterizado por Banks & Klitgaard (2000) como o tipo mais
comum observado na tribo Detarieae.
O caráter polaridade e simetria, os quais são usualmente determinados pelo
tipo de abertura, são respectivamente identificados neste estudo como isopolar e
radial, para todas as espécies investigadas. Sobre estes dois padrões morfológicos,
Walker & Doyle (1975) esclareceram que as linhas evolucionárias direcionadas para
a polaridade dos grãos de pólen, possivelmente iniciaram com o pólen heteropolar,
130
monosulcado, indo em direção ao apolar, inaperturado, continuando até a forma
básica isopolar colpada, e daí, expandindo-se para os sub-isopolares e os
secundariamente apolares.
Dentro das principais linhas evolutivas em Palinologia, como a presença de
nexina 1, maior número de estratos na sexina e maior complexidade das aberturas, a
morfologia polínica das 12 espécies de Copaifera evidenciou apenas variabilidades
nas conformações aperturais. Concordando os resultados de Walker & Doyle (1975)
para a evolução de caracteres polínicos dentro de Leguminosae, provavelmente
Copaifera segue linhas evolutivas mais basais, situando-se em posição intermediária,
como zona de irradiação de caracteres derivados.
O estudo dos caracteres da morfologia polínica com interpretação evolutiva é
apenas uma breve contribuição para investigações posteriores acerca da filogenia de
Detarieae. Primeiramente, é importante definir se Copaifera é um grupo monofilético.
Utlizando como ferramenta a Biologia Molecular, e agregando outras linhas de
pesquisa, tais como macromorfologia, palinologia, anatomia, fitoquímica, dentre
outras, espera-se obter dados mais bem sustentados evolutivamente.
131
13. CONCLUSÕES
A Palinologia mostrou-se importante ferramenta na interpretação dos dados
taxonômicos, principalmente nos grupos complexos, como Copaifera. Devido ao
elevado grau de semelhança morfológica, as 12 espécies aqui analisadas, acham-se
representadas por apenas quatro, que correspondem aos seguintes Subtipos
Polínicos: Subtipo officinalis, Subtipo guyanensis, Subtipo paupera e Subtipo
multijuga.
Os dados da morfologia polínica inferem nos seguintes aspectos: 1) confirmam com
a sinonímia de C. rigida e C. martii proposta por Dwyer (1951) e Martins-da-Silva
(2006); 2) revisão dos espécimes duvidosos de Martinho & Ferreira, 020
INPA191211, 021 INPA 191212 e INPA 191213, identificados para C. officinalis,
contudo semelhantes na morfologia dos grãos de pólen com os de C. pubiflora; 3)
Para C. oblongifolia, o presente estudo sugere maiores investigações para esclarecer
a possibilidade da amostra Martinelli, & Jouvin, P. ser considerada uma variedade da
amostra Irwin, H. S. et al., 16712. Quanto aos espécimes Ivanauskas, N. M. 1695 e
Salgado, M., 65, os quais exibiram a morfologia polínica mais diversificada de C.
oblongifolia, propõe-se que sejam investigados mais detalhadamente a fim de que se
possa esclarecer a validade desses dois espécimes como C. oblongifolia.
A morfo-palinologia demonstrou que Copaifera ostenta caracteres polínicos instáveis,
os quais variam dentro da mesma espécie. Essa instabilidade pode gerar caracteres
adaptativos e multivariados, ou seja, polimorfismos polínicos freqüentes. Variações
verificadas na forma, posição das aberturas, assim como dilatações e pontes de
exina, confirmam tal fato. Os colpos, tendem de longicolpados para sincolpados, ou
ainda, de longicolpados para parassincolpados, resultando em expressiva
variabilidade morfológica.
Há poucos caracteres polínicos precisos, ou seja, aqueles que possam contribuir de
forma efetiva para a diagnose do grupo em estudo, sendo compreensíveis os
132
motivos pelo quais as revisões taxonômicas a respeito do gênero são complicadas e
às vezes incompletas.
Tomando-se como base a ornamentação da exina, o Subtipo Polínico officinalis é o
que está na condição morfológica mais simplificada, (superfície psilado-perfurada),
enquanto que o Subtipo multijuga é o que está na mais elaborada (superfície
densamente perfurada). Em posição intermediária, encontram-se os Subtipos
guyanensis e paupera, e quanto às afinidades palinológicas observadas entre toods
os Subtipos, os Subtipos officinalis e guyanensis estão mais próximos, enquanto o
Subtipo paupera está mais afim do Subtipo multijuga.
A utilização da MEV foi indispensável por ostentar a variação existente na
ornamentação da exina dos diferentes Subtipos Polínicos. Graças a essa importante
ferramenta da Ciência, tornou-se possível identificar alterações morfológicas não tão
evidentes, mas que permitiram a obtenção de informações capazes de individualizar
os grupos polínicos estabelecidos na chave.
133
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GLOSSÁRIO
Aletas = pequenas expansões, observadas na região dos mesocolpos dos grãos de
pólen em vista equatorial, semelhantes a alas.
Amb = abreviatura latina de âmbito, significa o contorno do pólen em vista polar.
Apocolpo = área que liga os ápices dos colpos ou colporos em grãos de pólen. Essa
área é definida pelos limites polares dos mesocolpos.
Colapso = qualquer deformidade exibida pelos grãos de pólen, após processo
metodológico.
Contorno da base dos colpos = diz-se da forma como a base dos colpos une-se as
linhas do mesocolpo em vista polar. Se houver união, o contorno é regular, caso haja
abertura, o contorno é dilatado.
Densamente perfurada = tipo de superfície na qual as perfurações estão
concentradas.
Diamond-shape = pólen com um tipo característico de forma, que assemelha-se a
um diamante ou losango, a qual é citada por certos autores para algumas
leguminosas.
Esporopolenina = substância resistente a colapsos, que é um dos constituintes da
camada externa dos grãos de pólen.
Levemente perfurada = tipo de superfície no qual as perfurações são esparsas.
Longicolpados = grãos de pólen, cujos colpos, em vista polar, projetam-se de forma
longa.
148
Mesocolpo = área delimitada entre dois colpos adjacentes.
Muro = são as malhas de um retículo que separam os lumens.
Nexina = parte interna, geralmente não escultural da exina.
Palinoteca = coleção de lâminas permanentes de diversos tipos de grãos de pólen.
Parassincolpado = grãos de pólen, cujos colpos, em vista polar, projetam-se de
forma mais longa que os longicolpados, ao ponto de preservarem pequena área do
apocolpo.
Perfurada = tipo de superfície constituída de perfurações diminutas, sem função
apertural.
Pontes de exina = estruturas constituídas de material péctico, situadas abaixo da
intina. Acredita-se que desempenhem importantes funções ecológicas.
Produto Acetilado = mistura do anidrido acético e ácido sulfúrico, que promove a
acetilação da esporopolenina.
Psilada = tipo de superfície lisa, desprovida de ornamento.
Psilado-perfurada = tipo de superfície lisa, apresentando leves perfurações em
outras áreas da superfície dos grãos de pólen.
Psilado-verrucosa = tipo de superfície lisa, provida de verrugas.
Sexina = camada mais externa, e escultural da exina. Essa camada pode apresentar
os mais variados tipos de ornamentação.
149
Simplesbaculado = muros, cujos báculos acham-se arrumados em apenas uma
fileira.
Sincolpado = colpos que projetam-se completamente até a região do apocolpo, em
vista polar, levando a completa anastomose nos pólos. Nesses casos, não há área
do apocolpo.
“Stubs” ou Porta-amostra = suporte metálico, no qual deposita-se o espécime a ser
examinado no MEV.
Tênue = refere-se a modificações brandas da ornamentação da exina, as quais
exibem discretos padrões de superfície. A exina não mostra esculturas marcantes e
evidentes.
Tricolpado derivado = termo utilizado nos trabalhos referentes à Palinologia e
Filogenia, o qual refere-se ao pólen tricolporado e as demais formas evolutivas que o
sucedem.
Zwischenkörper = é a denominação dada por certos autores para as estruturas
pécticas localizadas internamente na região das aberturas do pólen, que tem a
função de estabilizar a membrana apertural.
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