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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CORRELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA (DMO),
VOLUME, CINZAS, CÁLCIO E FÓSFORO DO CARPO ACESSÓRIO
DE EQÜINOS
SILVIO HENRIQUE SANTI ANTUNES
BOTUCATU-SP
Abril 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CORRELAÇÃO ENTRE A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA (DMO),
VOLUME, CINZAS, CÁLCIO E FÓSFORO DO CARPO ACESSÓRIO
DE EQÜINOS
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Vulcano
BOTUCATU-SP
Abril 2007
Dissertação apresentada junto ao Programa de
Pós-Graduação em Medicina Veterinária para
obtenção do título de Mestre
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AGRADECIMENTOS
A Deus, obrigado por ter me concedido saúde e perseverança para a conclusão
deste trabalho.
A meus pais, Silvio Antunes e Diva Rosa Santi Antunes, obrigado por me
ensinarem o caminho correto da vida, pelos exemplos de honestidade, justiça,
amor; pela presença em todos os momentos e principalmente por terem me
mostrado que a Família é a base de tudo na vida. Sem vocês nada disso seria
possível.
À minha irmã, Daniele Santi Antunes, obrigado pelo carinho e amor presente em
nossa relação. Sempre de bem com a vida, uma ótima companhia para todos os
momentos.
A Ariane Marques Mazini, obrigado pelo companheirismo em todos os
momentos, pelo incentivo, demonstração de amor, carinho e respeito, sempre me
fazendo pensar grande. Exemplo de mulher forte e vencedora.
Ao meu tio e funcionário da Sessão de Finanças da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Luiz Carlos Fernandes, obrigado pela
motivação que sempre fez parte das nossas conversas bem humoradas.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Carlos Vulcano, obrigado pela oportunidade
concedida. Com suas cobranças me fez mais responsável, engrandecendo meu
caráter.
À Médica Veterinária e amiga Taizha Cristine Ciasca Santos, obrigado por
sempre estar presente nos momentos que precisei. Ótima companhia para todas
as ocasiões.
A Médica Veterinária e amiga Marcela Marcondes, obrigado. Prestativa a
qualquer hora, tanto na Patologia Veterinária, quanto para um bom papo.
A Médica Veterinária e amiga Thaís Roberto, obrigado, companheira de
trabalho, ajudou na conclusão deste trabalho.
Aos funcionários da Radiologia Veterinária de Botucatu, João Borioli Cassetari,
Benedito José Alho Favan e Wilma Maria de Castro, obrigado por terem me
recebido muito bem desde o primeiro encontro. Amizade, respeito, dedicação e
conselhos fizeram parte do tempo que passamos juntos em Botucatu. Amigos
que sinto muita saudade.
Às professoras Dra. Lucy Marie Ribeiro Muniz e Dra. Maria Jaqueline
Mamprim, obrigado por terem compartilhado comigo seus conhecimentos em
radiologia, e por terem me ouvido nas horas difíceis, dando sempre bons
conselhos.
Ao funcionário da Patologia Animal de Botucatu, Maury Raul, obrigado pela
atenção e cooperação sempre que requisitado. Foi fundamental para conclusão
deste experimento.
À equipe do SCAN-Campinas, obrigado por fazerem parte desta nova etapa de
minha vida, e pela amizade acima de tudo.
Ao professor Dr. Roberto de Oliveira Roça, do Departamento de Gestão e
Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp -
Botucatu, obrigado pela atenção concedida durante a etapa de obtenção da
porcentagem de cinzas.
Ao professor Dr. Hélio Grassi Junior, do Departamento de Recursos Naturais,
Área de Ciências do Solo, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp -
Botucatu, obrigado pela ajuda na etapa de obtenção dos níveis de cálcio e
fósforo.
Ao professor Dr. Marcos Antônio de Rezende, do Departamento de Biofísica do
Instituto de Biociências da Unesp - Botucatu, obrigado pela atenção e
cooperação durante a etapa de obtenção do volume das amostras.
Ao professor Luciano Barbosa, do Departamento de Bioestatística do Instituto
de Biociências da Unesp – Botucatu, obrigado pela realização das análises
estatísticas do experimento.
Aos amigos e veterinários André Crepaldi e Mariana Andrés, pela ajuda na fase
final deste trabalho.
SUMÁRIO
Resumo 06
Abstract 07
1- INTRODUÇÃO 08
2- REVISÃO DE LITERATURA 10
3- OBJETIVOS 15
4- MATERIAIS E MÉTODOS 16
4.1. Seleção dos animais 16
4.2. Radiografias 16
4.3. Extração e limpeza do material 17
4.4. Obtenção da densidade mineral óssea 17
4.5. Mensuração do volume 18
4.6. Porcentagem de cinzas 18
4.7. Níveis de fósforo e cálcio 18
4.8. Análises estatísticas 18
5- RESULTADOS 20
6- DISCUSSÃO 28
7- CONCLUSÃO 31
8- REFERÊNCIAS 32
9- APÊNDICE 37
10- ANEXOS 38
ANTUNES, S.H.S. Correlação entre a Densidade Mineral Óssea (DMO),
volume, cinzas, cálcio e fósforo do carpo acessório de eqüinos. Botucatu,
2007. 42p. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Campos de Botucatu, Universidade Estadual Paulista.
RESUMO
O objetivo do presente experimento foi o de determinar a densidade mineral
óssea (DMO) do osso acessório do carpo de 30 eqüinos que foram a óbito sem
alterações do sistema ósseo, com idade entre um e 19 anos, da raça Quarto de
Milha e Sem Raça Definida (SRD). Os animais foram divididos em três grupos
por idade: grupo um (G1) animais com idade até sete anos, n = 10; grupo dois
(G2) sete a 13 anos, n = 12; grupo três (G3) 13 a 19 anos, n = 08. Demarcada a
região do carpo acessório para a leitura dos valores da DMO, esta região foi
seccionada e foi determinado o volume das amostras e, após estas serem
incineradas, foi calculada a porcentagem de cinzas, das quais foram dosados os
níveis de cálcio e fósforo.
Palavras-chave: Cálcio; Densidade; Densitometria; Eqüino; Mineral.
ANTUNES, S.H.S.
Correlacion between bone mineral density, volume, ash,
calcium and phosphorus the carpus accessory of horses. Botucatu, 2007. 42p.
Thesis (Master Science) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Campos de Botucatu, Universidade Estadual Paulista.
ABSTRACT
The aim of this experiment was to evaluate the bone mineral density (BMD) in
millimeters of aluminum (mm Al) of carpus accessory bone from 30 horses,
Quarto de Milha and Mixed breed, within age between one and 19 years old,
that died form pathologies without bone system involvement. The animals were
separated into 3 different groups according to the age: Group 1 (G1) animals up
to seven years, n = 10; Group 2 (G2) animals aged between seven and 13 years,
n = 12; Group 3 (G3) animals aged between 13 and 19 years, n = 8. Established
the region of the carpus accessory bone for readings BMD values, they were
separated determining the volume of the samples and, after its incineration, the
percentage of ashes was calculated in which the calcium and phosphorous levels
were obtained.
Key words: Calcium; Density; Densitometry; Horse; Mineral.
1- INTRODUÇÃO
O esqueleto é responsável por 99,5 % dos estoques de cálcio do
organismo e constitui um reservatório de minerais que pode suprir os níveis
plasmáticos de cálcio quando necessário. Sabe-se que no homem 60 % da massa
óssea final é depositada durante a fase de crescimento, sendo assim, uma dieta
inadequada pode levar a distúrbios do tecido ósseo neste período (MARCUS,
1996).
A densidade mineral óssea é um importante meio de diagnóstico na
avaliação da mineralização óssea, permite também avaliar as doenças ósseas
metabólicas tanto no seu diagnóstico como na sua evolução frente ao tratamento
instituído (LOUZADA et al., 1997).
O exame radiográfico convencional não possui a sensibilidade
necessária para avaliar a perda óssea nos animais, e nem de quantificar a perda
que está ocorrendo. Estudos têm mostrado que as perdas ósseas podem ser
detectadas radiograficamente quando ocorrem entre 30% e 50% (MIRSKY &
EINHORN, 1998).
Entre as técnicas de avaliação não invasiva e de alta precisão,
empregadas no acompanhamento da densidade mineral óssea em pacientes
humanos, temos a técnica de Absorção de Raios X de duas energias (DXA), que
fornece também informações da composição de tecidos moles ao redor do osso.
Tem sido empregada em medicina veterinária com o inconveniente que o animal
a ser examinado deve permanecer, no caso dos grandes animais, de 10 a 15
minutos imóveis. A técnica se torna viável com a utilização de determinados
protocolos anestésicos (Tool et al., 1994), o que eleva o custo do exame, além de
requerer infra-estrutura adequada para sua operacionalização e de não ser
encontrada em muitos centros, o que limita a sua utilização.
A tomografia computadorizada, que permitem a avaliação óssea
quantitativa, também vem sendo utilizada em veterinária, tendo como
inconveniente, o alto custo e a existência de poucos centros veterinários de
diagnósticos por imagem que contam com este equipamento. Também para sua
utilização em grandes animais, se faz necessário tomógrafos especiais e
protocolos anestésicos específicos (Tool et al., 1994).
Houve a necessidade de buscar e/ou aperfeiçoar técnicas e
metodologias mais acessíveis e de baixo custo para a medicina veterinária, em
especial para os grandes animais. Com o avanço da informática com
computadores, leitores e programas mais potentes, as análises qualitativas e
quantitativas ósseas tornaram-se mais precisas e de baixo custo (LOUZADA et
al., 2001).
A técnica de densitometria óptica em imagem radiográfica ganhou
projeção na medicina veterinária decorrente aos avanços na área da informática.
LOUZADA et al., (1998) demonstraram a funcionalidade, a precisão e a
sensibilidade da metodologia na avaliação da densidade mineral óssea em tíbias
de cães em processo de descalcificação.
Com o avanço do conhecimento, necessidade na clínica veterinária
de diagnósticos mais precisos em determinadas alterações que afetam o tecido
ósseo, e levam a perda de massa óssea pelas mais variadas causas. Portanto se
faz necessário correlacionar o valor da densidade mineral óssea com o conteúdo
mineral ósseo do paciente a ser examinado, objetivando uma padronização de
valores que possam auxiliar no estabelecimento de protocolos terapêuticos que
ajudem na recuperação das osteopatias.
Assim sendo, o objetivo do presente experimento foi determinar a
densidade mineral óssea (DMO) do osso acessório do carpo, através da Técnica
de Densidade Óptica em Imagem Radiográfica, em cadáveres eqüinos com
idade entre um e 19 anos, da raça Quarto de Milha e Sem Raça Definida (SRD),
que foram a óbito por doenças que não comprometiam o sistema ósseo,
correlacionando os valores da DMO do acessório do carpo com o volume da
amostra, % de cinzas, e os níveis de Ca e P da região sob estudo.
09
2- REVISÃO DE LITERATURA
A técnica de densitometria óptica em imagem radiográfica óssea
(LOUZADA, 1994) permite a análise seqüencial de variações de massa óssea
em partes do esqueleto, além de ser um exame rápido, não invasivo e
relativamente barato (LOUZADA et al., 1997). Técnicas não invasivas tem sido
usadas com sucesso na detecção precoce de distúrbios no processo de
recuperação normal ou anormal das injúrias ocorridas no tecido ósseo
(MARKEL et al., 1994).
Radiografias convencionais têm sido usadas para quantificar o
conteúdo mineral ósseo em animais vivos, mas estas não possuem sensibilidade
para detectar perda de massa óssea entre 30% e 50% (LAUTEN et al., 2001;
GARTON, 1993).
Tiedeman et al., (1990) relataram que a densitometria óptica de
radiografias foi metodologia capaz de detectar pequenas diferenças no conteúdo
mineral ósseo quando se utilizam radiografias padronizadas.
Vulcano et al., (1997), trabalhando com a técnica de densitometria
óptica radiográfica, na avaliação da densidade mineral óssea do carpo ulnar de
eqüinos em crescimento da raça Quarto de Milha, assim como Santos (2002) e
Campos (2005) trabalhando com a espécie felina, utilizando a mesma técnica,
concluíram que esta é de fácil aplicação na avaliação da densidade óssea,
passível de ser usada na rotina da clínica veterinária, devido ao baixo custo,
sensibilidade, precisão e reprodutibilidade. Em animais da raça Puro Sangue
Inglês, avaliando a DMO a partir de 12 meses de idade até o fechamento da
epífise distal do rádio, Vulcano (2001), não observou diferença entre sexos, e
detectou aumento contínuo e gradual da densidade mineral óssea, independente
do sexo, com a progressão da idade.
Meakim et al., (1981) utilizaram a técnica de densitometria óptica
radiográfica para estimar o conteúdo mineral ósseo do III metacarpo em
cadáveres de eqüinos. Após os membros serem radiografados, amostras de osso
foram retiradas, secas, pesadas, incineradas e novamente pesadas. Com os
valores das cinzas ósseas, em massa, foi determinado o conteúdo mineral ósseo.
Estes valores do conteúdo mineral ósseo foram comparados com os valores da
densidade mineral óssea obtida através da técnica de densitometria óptica
radiográfica. Concluíram que o método de densitometria óptica radiográfica é de
baixo custo, exato e preciso para estimar o conteúdo mineral ósseo do III
metacarpiano.
Cantley et al., (1999) valeram-se da densitometria óptica radiográfica
em fragmentos de peças ósseas para avaliar esclerose subcondral nas
osteoartrites em cavalos selvagens, e constataram que um aumento da
densidade mineral óssea na região examinada, justificando este aumento pela
esclerose do osso subcondral, causada pelo uso do membro.
Oden et al., (1998) afirmaram que com a determinação da densidade
mineral óssea, pode-se estudar as variações que o osso apresenta nos animais em
desenvolvimento.
A densidade mineral óssea é a concentração de mineral por unidade de
volume de osso. Os minerais estão incrustados na matriz orgânica do osso para
fornecer ao esqueleto a sua dureza e rigidez. Técnicas precisas e seguras usadas
para medir a densidade mineral óssea no homem têm permitido aos
pesquisadores identificar os fatores de riscos associados à osteoporose, fornecer
um mecanismo para a avaliação preventiva e instituir-se tratamento
(MCCLURE et al., 2001).
A osteoporose e a osteopenia tem sido tradicionalmente definida como
uma condição de massa óssea baixa acompanhada por fraturas patológicas.
Recentemente, mais ênfase tem sido dada a densidade mineral óssea do paciente
na tentativa de identificar aqueles que possuem maiores riscos para desenvolver
fraturas osteoporóticas antes que estas ocorram. Com isso a técnica de
densitometria óssea tem se tornado importante (GENANT et al., 1991).
11
Grier et al., (1996) observaram que muitas outras técnicas têm sido
utilizadas para medidas de densidade mineral óssea in vivo, como a Tomografia
Computadorizada Quantitativa (QCT), que possui sensibilidade para
diagnosticar perdas ósseas relacionadas à idade ou processos patológicos,
entretanto, trata-se de um exame caro e a dose de radiação empregada é muito
alta.
A Absorção de Fótons de Uma Energia (SPA) foi o primeiro método
prático de medida não invasiva da densidade óssea, surgiu nos anos 60, mas é
limitada por medir apenas tecido ósseo que estiver imerso em água. A Absorção
de Fótons de Duas Energias (DPA) foi desenvolvida para superar algumas das
limitações da (SPA), esta técnica pode medir tecido ósseo que não esteja
circundado por uma constante espessura de tecidos moles, como a coluna
lombar e fêmur proximal, fornecendo a composição mineral total do organismo,
mas conta com a desvantagem do longo tempo do exame (GRIER et al., 1996).
O esqueleto é formado por 80% de osso cortical e 20% de osso
trabecular, sendo que o osso trabecular está localizado principalmente no
esqueleto axial. Devido a grande superfície de área, o osso trabecular é
metabolicamente mais ativo e mais sujeito à mudança. Fisiologicamente as
perdas ósseas afetam o esqueleto inteiro. Há, no entanto, diferença no padrão de
perda óssea em diferentes ossos, e em diferentes superfícies dentro de um
mesmo osso (WAHNER, 1984).
Tanto a formação e a mineralização do osso, como a reabsorção,
depende da concentração plasmática de cálcio e fósforo. Por sua vez, o esqueleto
é o grande reservatório de cálcio e fósforo disponível para a manutenção dos
níveis normais destes minerais no sangue (COFFMAN, 1981).
Korstjens et al., (1996) medindo a geometria do osso trabecular, bem
como sua orientação, e comparando-as às suas características biomecânicas,
observaram que o padrão trabecular radiográfico esta significativamente
relacionado com a força compressiva, à densidade e a idade.
12
As principais enfermidades dos cavalos acometem o aparelho
locomotor, as quais podem advir de traumas ou de distúrbios ósseos metabólicos
ou regenerativos (MCILWRAITH, 1996).
Godoy et al., (2005) concluíram que a densidade mineral óssea do
acessório do carpo, determinada por densitometria óptica em imagem
radiográfica em eqüinos da raça Brasileiro de Hipismo, mantidos em idêntico
manejo, permanece estável dos 20 aos 30 meses de idade, com médias de 4,7 ±
0,1 mm Al para machos e 4,6 ± 0,1 mm Al para fêmeas, não ocorrendo variação
significativa entre os valores em relação ao sexo dos animais; assim como
Sterman e Prado Filho (2004) trabalhando com eqüinos da raça Puro Sangue
Inglês em início de treinamento, chegando às médias de 5,44 ± 0,62 para
machos e 5,28 ± 0,65 para fêmeas; Vulcano et al., (2006) trabalhando com
eqüinos atletas da raça Quarto de Milha com idade entre 42 e 48 meses,
avaliaram a densidade mineral óssea do acessório do carpo, com médias de 4,49
± 0,69 mm Al para meas com idade de 43 ± 2 meses, e 4,43 ± 0,81 mm Al
para machos com idade de 45 ± 2 meses; e Prado Filho (2001) trabalhando com
eqüinos da raça Puro Sangue Inglês, obtendo os valores de 5,44 ± 0,62 para
machos e 5,28 ± 0,65 para fêmeas.
Vulcano (2001) padronizou uma técnica que avaliou de forma
eficiente, prática e economicamente viável, a densidade mineral óssea (DMO)
normal dos eqüinos da raça Puro Sangue Inglês (PSI). A avaliação da DMO
juntamente com a avaliação do condicionamento físico que vem sendo hoje
realizada rotineiramente nos animais de esporte, proporciona uma análise mais
eficiente do potencial esportivo destes animais. A avaliação da densidade
mineral óssea nos eqüinos da raça PSI baseou-se na técnica de densitometria
óptica em imagem radiográfica, que pode ser utilizada para uma análise
seqüencial de massa óssea, com um custo reduzido em relação às demais
metodologias e tendo como fator preponderante à precisão e a praticidade.
13
Tzaphlidou e Zaichick (2003) determinaram as concentrações de
cálcio e fósforo bem como a relação Ca:P no esqueleto humano utilizando
análise instrumental de ativação de nêutrons. Observaram que indivíduos
normais apresentavam variações individuais significativas nos níveis de cálcio e
fósforo dos ossos. Entretanto nesses indivíduos, a relação Ca:P se manteve
estável, em média igual a 1,63:1 indicando que esta estimativa é mais adequada
para a determinação de alteração óssea.
Haddad (1987) concluiu que os cavalos são altamente suscetíveis a
apresentar perda de massa óssea quando alimentados com dietas contendo níveis
inadequados de cálcio e/ou fósforo, mais do que qualquer outro mineral. Os
concentrados são ricos em energia e fósforo e pobres em cálcio, o excesso da
ingestão de concentrados é a principal causa do aparecimento de lesões ósseas
nos cavalos, devido ao desequilíbrio entre cálcio e fósforo.
Mcilwraith (1993) observou que a ingestão contínua de uma dieta
desequilibrada leva a um estado permanente de hiperparatireoidismo
compensatório e ao desenvolvimento progressivo de distúrbios metabólicos no
osso por reabsorção da matriz óssea decorrente a ação do paratormônio. Os
cavalos se desenvolvem com peso e tamanho normais, mas podendo apresentar
fragilidade óssea, destacando as osteocondroses; deformidades angulares;
epifisites; fraturas; osteoperiostite; exostoses e osteodistrofia fibrosa.
14
3- OBJETIVOS
Os objetivos do presente experimento foram:
Determinar e correlacionar entre si a Densidade Mineral Óssea (DMO), o
volume, % de cinzas, e o nível de cálcio e de fósforo, do carpo acessório
de eqüinos da raça Quarto de Milha e Sem Raça Definida (SRD), com
idade entre um e 19 anos.
Calcular a relação cálcio : fósforo (Ca:P) para a espécie eqüina.
4-
MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Seleção dos animais
Foram selecionados 30 eqüinos da raça Quarto de Milha (QM) e Sem Raça
Definida (SRD) com idade entre um e 19 anos, divididos em três grupos por
idade: grupo 01 (G1) com 10 animais com idade entre 01 e 06 anos; grupo 02
(G2) com 12 animais com idade entre 07 e 12 anos; e grupo 03 (G3) com oito
animais com idade entre 13 e 19 anos, que vieram a óbito no Hospital
Veterinário da FMVZ-Unesp-Botucatu por patologias que não afetavam o
sistema ósseo.
4.2. Radiografias
Dos cadáveres selecionados, foram seccionados o membro anterior esquerdo, na
altura do terço distal do rádio. Estes membros foram radiografados em projeção
médio-lateral, na altura dos ossos do carpo (acessório do carpo). Foi utilizado
chassi tamanho 24x30 cm, contendo filme radiográfico, o qual foi inserido em
um porta-chassi de madeira compensada com espessura de 3 mm, contendo uma
escala de alumínio fixa (referencial densitométrico), constituída de 29 degraus
variando 1mm de altura de um para o outro, sendo cada degrau com área de
5x15mm. O porta-chassi foi fixado em um suporte de madeira, com ajuste de
altura, que ficava apoiado no chão. Para realização das radiografias, foi utilizado
um aparelho de Raio-X portátil modelo FNX-90 JOCKEY
1
, à distância foco-
filme foi de 70 cm, a projeção realizada foi a médio-lateral, o
_______________________________________
1- FNX – Distribuidora de Equipamentos Médicos Ltda - RJ
fator de exposição utilizado foi de 56 kVp com a miliamperagem por segundo
(mAs) variando entre 3,0 e 5,0, dependendo da espessura da região radiografada.
A revelação foi realizada em processadora automática
2
.
4.3. Extração e limpeza dos ossos
Após serem radiografados, os ossos acessórios do carpo foram retirados,
depositados em recipientes individuais submersos em água oxigenada, sendo
esta trocada semanalmente, até limpeza total dos tecidos moles adjacentes aos
ossos.
4.4. Obtenção da densidade mineral óssea
As radiografias dos ossos ao lado da escala de alumínio, foram escaneadas e
digitalizadas por meio de um Scanner HP ScanJet 6C
3
com adaptador para
transparência. As densidades ópticas em imagens radiográficas dos ossos
acessórios do carpo, em mm Al, foram obtidas por meio de um programa
computacional (software)
4
, o qual realizou as leituras em uma janela de 4 mm
de largura no osso acessório do carpo. Foram realizadas três leituras em cada
amostra e retirado à média aritmética das mesmas.
_________________________________________
2- MACROTEC – Indústria e Comércio de Equipamentos Ltda
3- Hewlett Packard – Scanner ScanJet 6C. Fabricado na China
4- ATHENA – SAI Sistema de Inteligência Avançada Com. Imp. Exp. Ltda SJC - SP
17
4.5. Mensuração do volume
Para obtenção do volume das amostras foi utilizado fragmento compatível com
a área em que foi realizada a leitura da densidade mineral óssea em mm Al. O
volume foi calculado pela Técnica de Imersão em Água sobre uma Balança de
Precisão, sendo o resultado obtido em cm
3
. Foi utilizada a fórmula do Empuxo
(E = S H
2
O . Vc . g), onde E = empuxo, S H
2
O = massa da água, Vc = volume e
g = gravidade. Como a balança foi zerada com o Becker sobre ela, a massa da
água (S) foi igual a zero, a gravidade tem valor um (1), logo E = Vc. Os
fragmentos foram presos a um fio de cobre com peso desprezível, e foram
imersos no Becker com água onde foram obtidos os volumes das amostras em
cm
3
.
4.6. Porcentagem de cinzas
Para obtenção do resíduo mineral ósseo (% de cinzas) os fragmentos foram
secos à temperatura de 100º C por 24 horas, após a secagem passaram pelo
tratamento de extração de gordura no Extrator de Soxhlet durante 2 dias. Em
seguida foram macerados em cadinhos e levadas para a mufla a 550ºC por 7 a 10
dias, resultando em resíduo mineral ósseo (% de cinzas) em g/100g de material
seco desengordurado.
4.7. Níveis de fósforo e cálcio
Os níveis de fósforo das amostras de cinzas foram determinados pelo método de
Calorimetria do Metavanadato, e os níveis de cálcio através do método de
Espectrofotometria de Absorção Atômica a partir da digestão nítrico-perclórica
de 0,40g do resíduo mineral ósseo.
18
4.8. Análises estatísticas
Foi utilizada a análise de Correlação de Pearson entre a densidade mineral óssea
(DMO) em mm Al e as variáveis, volume, porcentagem de cinzas, e valores de
cálcio e fósforo.
O estudo comparativo da Densidade Mineral Óssea (DMO) em mm Al, para
animais de diferentes raças e sexos, foi feito pelo Teste “T de Student para
comparação de dois grupos diferentes.
Foi realizada Análise de Variância (ANOVA) para três grupos de diferentes
idades, com as variáveis DMO, volume, cinzas, cálcio e fósforo.
19
5- RESULTADOS
As médias (x) e os desvios padrão (s) das variáveis: Densidade
Mineral Óssea (DMO) em mm Al, Volume (cm
3
), porcentagem de Cinzas, nível
de Cálcio (g) e nível de Fósforo (g), em relação aos três grupos etários distintos,
raças e sexo, estão expressos nas tabelas 01, 02 e 03, respectivamente.
O coeficiente de correlação entre as variáveis: Densidade Mineral
Óssea (DMO) em mm Al, Volume (cm
3
), Porcentagem de Cinzas, nível de
Cálcio (g) e nível de Fósforo (g), estão expressas na tabela 04.
As médias das variáveis: Densidade Mineral Óssea (DMO) em mm
Al, Volume (cm
3
), porcentagem de Cinzas, nível de Cálcio (g) e nível de
Fósforo (g), em relação aos três grupos etários distintos, raças e sexo, estão
expressos nos gráficos 01, 02, 03, 04 e 05 respectivamente.
A média da porcentagem de cálcio e fósforo presente nas cinzas foi de
55,5 %, e a relação Ca:P para a espécie eqüina foi de 1,98:1.
Tabela 01 Análise da Variância (ANOVA), com Média (x) e Desvio
Padrão (s), para as variáveis: Densidade Mineral Óssea (DMO) em mm Al,
Volume (cm
3
), Porcentagem de Cinzas, Concentração de Cálcio (g) e
Concentração de Fósforo (g), em relação a três grupos etários distintos e o
número de indivíduos (n)
DMO VOLUME
CINZAS CÁLCIO FÓSFORO
Grupo 01 (n=10)
01 a 06 anos
x = 4,479
s = 0,46
x = 1,140
s = 0,16
x = 62,23
s = 1,51
x = 0,279
s = 0,05
x = 0,141
s = 0,02
Grupo 02 (n=12)
07 a 12 anos
x = 4,372
s = 0,74
x = 1,133
s = 0,23
x = 61,91
s = 2,92
x = 0,277
s = 0,08
x = 0,138
s = 0,03
Grupo 03 (n=08)
13 a 19 anos
x = 4,505
s = 1,55
x = 1,239
s = 0,31
x = 63,28
s = 1,95
x = 0,295
s = 0,09
x = 0,148
s = 0,04
Valor p
p = 0,945 p = 0,579 p = 0,420 p = 0,875 p = 0,843
p > 0,05, não existem diferenças estatísticas significativas das médias das
variáveis quanto à idade dos animais.
21
Tabela 02 Teste “t” de Student, com Médias (x) e Desvios Padrão (s) para
as variáveis: Densidade Mineral Óssea (DMO) em mm Al, Volume (cm
3
),
Porcentagem de Cinzas, Concentração de Cálcio (g) e Concentração de
Fósforo (g), em relação a raça Quarto de Milha (Q.M.) e Sem Raça Definida
(S.R.D.) dos animais com o número de indivíduos (n).
DMO VOLUME
CINZAS CÁLCIO FÓSFORO
S.R.D.
n = 20
x = 4,491
s = 1,06
x = 1,170
s = 0,26
x = 62,22
s = 2,64
x = 0,279
s = 0,08
x = 0,140
s = 0,04
Q.M.
n = 10
x = 4,347
s = 0,61
x = 1,152
s = 0,15
x = 62,70
s = 1,37
x = 0,289
s = 0,06
x = 0,145
s = 0,02
Valor p
p = 0,696 p = 0,849 p = 0,598 p = 0,730 p = 0,720
p > 0,05, não existem diferenças estatísticas significativas das médias das
variáveis quanto à raça dos animais.
22
Tabela 03 Teste “t” de Student, com as Médias (x) e Desvios Padrão (s)
para as variáveis: Densidade Mineral Óssea (DMO) em mm Al, Volume
(cm
3
), Porcentagem de Cinzas, Concentração de Cálcio (g) e Concentração
de Fósforo (g), em relação ao sexo dos animais com o número de indivíduos
(n).
DMO VOLUME
CINZAS CÁLCIO FÓSFORO
MACHO
n = 23
x = 4,532
s = 0,95
x = 1,198
s = 0,23
x = 62,79
s = 1,77
x = 0,290
s = 0,07
x = 0,145
s = 0,03
FÊMEA
n = 07
x = 4,151
s = 0,83
x = 1,051
s = 0,18
x = 61,04
s = 3,30
x = 0,256
s = 0,03
x = 0,128
s = 0,41
Valor p
p = 0,352 p = 0,146 p = 0,075 p = 0,308 p = 0,279
p > 0,05, não existem diferenças estatísticas significativas das médias das
variáveis quanto ao sexo dos animais.
23
Tabela 04 Coeficiente de Correlação (r) entre as variáveis: Densidade
Mineral Óssea (DMO), Cinzas, Cálcio, Fósforo e Volume, medido através
da Correlação de Pearson.
DMO FÓSFORO VOLUME DMO
CINZAS
N = 30
r = 0,730
P = 0,000004
r = 0,753
P = 0,000001
r = 0,646
P = 0,000116
r = 0,360
P = 0,0505
CÁLCIO
N = 30
r = 0,992
P = 4,41
r = 0,897
P = 2,01
r = 0,571
P = 0,000975
FÓSFORO
N = 30
r = 0,908
P= 4,46
r = 0,591
P= 0,000578
VOLUME
N = 30
r = 0,491
P = 0,00592
Na Correlação de Pearson, -1 r 1, ou seja, o valor de “r” ficou sempre entre –
1 e 1, assim quanto mais positivo for o valor de “r”, maior a correlação entre as
variáveis.
24
Gráfico 01 Valores médios da Densidade Mineral Óssea (DMO)
em mm Al, em relação à idade, raça e sexo dos animais.
3,9
4
4,1
4,2
4,3
4,4
4,5
4,6
DMO(mm Al) DMO(mm Al) DMO(mm Al)
G1(até 7 anos)
G2(7 a 12 anos)
G3(13 a 19 anos)
SRD
Q.M.
Machos
Fêmeas
Gráfico 02 Valores médios do volume (cm
3
) em relação à idade,
raça e sexo dos animais.
0,95
1
1,05
1,1
1,15
1,2
1,25
Volume(cm3) Volume(cm3) Volume(cm3)
G1(até 7 anos)
G2(7 a 12 anos)
G3(13 a 19 anos)
SRD
Q.M.
Machos
Fêmeas
25
Gráfico 03 Valores médios da porcentagem de cinzas em relação
à idade, raça e sexo dos animais.
59,5
60
60,5
61
61,5
62
62,5
63
63,5
% Cinzas % Cinzas % Cinzas
G1(até 7 anos)
G2(7 a 13 anos)
G3(13 a 19 anos)
SRD
Q.M.
Machos
Fêmeas
Gráfico 04 Valores médios do cálcio (g) em relação à idade, raça
e sexo dos animais.
0,23
0,24
0,25
0,26
0,27
0,28
0,29
0,3
Cálcio(g) Cálcio(g) Cálcio(g)
G1(até 7 anos)
G2(7 a 12 anos)
G3(13a 19 anos)
SRD
Q.M.
Machos
Fêmeas
26
Gráfico 05 Valores médios do sforo (g) em relação à idade,
raça e sexo dos animais.
0,115
0,12
0,125
0,13
0,135
0,14
0,145
0,15
Fósforo(g) Fósforo(g) Fósforo(g)
G1(até 7 anos)
G2(7 a 12 anos)
G3(13 a 19 anos)
SRD
Q.M.
Machos
Fêmeas
27
6- DISCUSSÃO
No presente estudo, foi avaliado a Densidade Mineral Óssea (DMO)
em milímetros de Alumínio (mm Al) do osso carpo acessório de cadáveres
eqüinos, o volume ósseo da região estudada, a porcentagem de cinzas, a
concentração de cálcio e fósforo presente nas cinzas, correlacionando todas estas
variáveis entre si.
A escolha do osso acessório do carpo para o uso neste experimento se
justificou por tratar-se de um osso de fácil individualização radiográfica devido
a sua anatomia topográfica, facilitando assim a leitura densitométrica.
A técnica radiográfica utilizada neste experimento foi de 56
kilovoltagem (kVp), para todas as peças ósseas radiografadas, variando apenas a
miliamperagem por segundo (mAs), que ficou entre 3 e 5 mAs, em função da
espessura da região radiografada, em acordo com Tiedeman et al. (1990), que
concluíram que utilizando técnicas padronizadas, a densitometria óptica
radiográfica é uma metodologia capaz de detectar perdas de massa óssea entre
30 e 50%.
Animais que vieram a óbito por enfermidades diretamente associadas
à alteração no tecido ósseo não foram usados neste estudo, com a finalidade de
evitar diferenças nos valores médios da Densidade Mineral Óssea (DMO) em
relação a animais sem alteração do tecido ósseo, que Cantley et al. (1999)
constataram aumento da DMO em cavalos selvagens com esclerose subcondral e
osteoartrite, usando a técnica de densitometria óptica radiográfica em
fragmentos de peças ósseas.
A análise dos valores da densidade mineral óssea (DMO) por meio da
técnica de densitometria óptica em imagem radiográfica, do osso acessório do
carpo das raças estudadas, não apresentou diferenças estatísticas significativas
quando comparados, o mesmo ocorrendo em relação ao sexo dos animais. Os
valores da DMO em milímetros de alumínio (mm Al) tanto para machos 4,53 ±
0,95 como para as fêmeas 4,15 ± 0,83 (Tab. 03), foram similares aos
encontrados por Vulcano et al. (2006), utilizando a mesma técnica na raça
Quarto de Milha, 4,43 ± 0,81 mm Al e 4,49 ± 0,69 mm Al respectivamente.
Também não foram encontradas diferenças estatísticas significativas da DMO
em relação ao sexo, nos estudos de Sterman e Prado Filho (2004) em eqüinos da
raça Puro Sangue Inglês em início de treinamento, e por Godoy et al. (2005) nos
animais da raça Brasileiro de Hipismo, utilizando a mesma técnica deste estudo,
resultados que confirmam que o tecido ósseo não sofre interferência do sexo no
seu desenvolvimento e maturação.
Neste estudo, não houve diferença estatística significativa da DMO em
relação à idade dos animais, resultados similares aos estudos de Vulcano et al.
(2006) em animais atletas da raça Quarto de Milha, com idade entre 42 e 48
meses, porém diferente do estudo de Vulcano (2001), na raça Puro Sangue
Inglês com animais na faixa etária entre 12 e 24 meses, quando ocorreu o
fechamento da epífise distal do rádio, onde se observou aumento da DMO com a
progressão da idade dos animais, o que era de se esperar, tendo em vista que os
animais estavam no seu período de desenvolvimento, diferentes deste trabalho
que foram utilizados animais adultos.
O estudo do coeficiente de correlação (Tab.04), entre as variáveis
DMO, volume e os níveis de cálcio e fósforo, mostraram correlação positiva, ou
seja, se o valor da DMO em mm Al aumenta, conseqüentemente também
aumentam o volume e os veis de cálcio e fósforo, concluindo que os valores
das variáveis acima descritas são diretamente proporcionais entre si. Em
projetos futuros deve-se realizar estudos com padronizações mais acuradas com
relação à idade e ao peso dos animais, determinando a DMO através dos níveis
de Ca e P presentes nos ossos, como também a relação Ca:P, como foi
observado por Coffman (1981), que afirmou que a formação e a mineralização
dos ossos depende dos níveis plasmáticos de cálcio e fósforo, e nos estudos de
Tzaphlidou e Zaichick (2003) avaliando as concentrações plasmáticas de cálcio
29
e fósforo e a relação Ca:P no homem, e observando que indivíduos mesmo
apresentando alterações significativas nos níveis de cálcio e fósforo, mantiveram
a relação Ca:P estável, com média igual a 1,63. Neste estudo a correlação entre
esses minerais e a densidade mineral óssea, foi estatisticamente positiva.
Novos estudos devem ser realizados com animais formando grupos
mais homogêneos em relação à dieta, manejo, pesos, raças e idades, para uma
melhor definição dos resultados.
30
7- CONCLUSÃO
O experimento nas condições em que foi realizado nos permitiu
concluir que:
Os valores médios da DMO não apresentaram diferenças estatísticas
significativas em relação à raça Quarto de Milha e animais Sem Raça Definida
(SRD), assim como em relação ao sexo e a idade dos animais.
A correlação foi positiva entre a Densidade Mineral Óssea e as
variáveis volume, cálcio e fósforo, sendo diretamente proporcional o aumento
dos valores destas variáveis entre si. Já em relação a variável cinza, a correlação
foi negativa, mas a média manteve-se constante em 62,38, independente dos
grupos estudados.
A porcentagem de cálcio e fósforo presente nas cinzas ósseas foi
55,5% do total de minerais (mais de 50%), confirmando assim a importância da
dosagem desses minerais, já que eles estão diretamente relacionados à densidade
mineral óssea.
Neste estudo, foram utilizados animais heterogêneos em relação à
idade, raça, peso, dieta, sem mesmo conhecer o manejo utilizado em suas
criações. As conclusões deste trabalho foram diretamente influenciadas por esta
heterogenicidade. Assim, abre-se caminho para novos experimentos com
amostras homogêneas, já que a técnica de densitometria óptica em imagem
radiográfica provou sua confiabilidade e eficácia, esperamos com isso, que esta
possa fazer parte da rotina da clínica veterinária, para beneficio dos animais.
8- REFERÊNCIAS
CAMPOS, J.F.A. Avaliação da densidade mineral óssea do rádio e ulna de
gatos por meio da técnica de densitometria óptica em imagem radiográfica
e sua correlação com o peso, porcentagem de cinzas e os níveis de cálcio e
fósforo da amostra de tecido ósseo da região estudada. 2005. 57 p.
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Vet., v.25, n.3, p.383-384, 1984.
36
9 – APÊNDICE
Grupo 01 – Animais de 01 a 06 anos
Animal/raça/sexo/idade
DMO VOLUME
%CINZAS
CÁLCIO
FÓSFORO
04 QM / f / 6 anos
4,12 mm
1,31 cm
3
63,02 0,356 g 0,176 g
05 SRD / m / 3 anos
5,18 mm
1,27 cm
3
60,30 0,338 g 0,163 g
06 SRD / m / 1 ano
4,54 mm
0,85 cm
3
59,66 0,189 g 0,094 g
10 SRD / m / 6 anos 5
,34 mm
1,28 cm
3
61,16 0,262 g 0,134 g
11 SRD / m / 6 anos
4,06 mm
0,93 cm
3
63,36 0,229 g 0,120 g
12 QM / m / 6 anos
4,28 mm
0,98 cm
3
61,23 0,242 g 0,132 g
14 QM / m / 5 anos
4,15 mm
1,12 cm
3
63,28 0,260 g 0,131 g
19 QM / m / 3 anos
4,75 mm
1,20 cm
3
62,91 0,365 g 0,178 g
25 QM / m / 6 anos
4,22 mm
1,24 cm
3
63,24 0,263 g 0,136 g
30 SRD / m / 5 anos
4,15 mm
1,22 cm
3
64,15 0,290 g 0,144 g
Grupo 02 – Animais de 07 a 12 anos
Animal/raça/sexo/idade
DMO VOLUME
%CINZAS
CÁLCIO
FÓSFORO
07 SRD / f / 7 anos
3,56 mm
1,03 cm
3
60,89 0,255 g 0,129 g
08 QM / f / 9 anos
5,71 mm
1,01 cm
3
64,31 0,257 g 0,134 g
13 SRD / f / 8 anos
3,67 mm
1,04 cm
3
61,26 0,225 g 0,115 g
15 QM / m / 8 anos
4,27 mm
1,37 cm
3
62,31 0,327 g 0,161 g
17 SRD / m / 8 anos
5,50 mm
0,99 cm
3
60,65 0,217 g 0,110 g
18 SRD / m / 10 anos
4,70 mm
1,25 cm
3
62,35 0,287 g 0,146 g
20 SRD / f / 12 anos
3,23 mm
0,89 cm
3
54,67 0,135 g 0,066 g
21 SRD / m /12 anos
4,47 mm
1,32 cm
3
63,93 0,357 g 0,178 g
22 SRD / m / 8 anos
4,57 mm
1,02 cm
3
63,57 0,279 g 0,139 g
24 QM / f / 7 anos
4,73 mm
1,28 cm
3
63,80 0,378 g 0,182 g
26 SRD / f / 12 anos
4,04 mm
0,80 cm
3
59,37 0,186 g 0,094 g
27 SRD / m / 11 anos
4,01 mm
1,60 cm
3
65,88 0,417 g 0,198 g
Grupo 03 – Animais de 13 a 19 anos
Animal/raça/sexo/idade
DMO VOLUME
%CINZAS
CÁLCIO
FÓSFORO
01 SRD / m / 14 anos
4,43 mm
1,09 cm
3
62,09 0,273 g 0,133 g
02 QM / m / 14 anos
3,57 mm
1,10 cm
3
63,36 0,265 g 0,128 g
03 SRD / m / 15 anos
3,93 mm
1,06 cm
3
63,55 0,262 g 0,124 g
09 SRD / m / 13 anos
8,25 mm
1,86 cm
3
66,41 0,514 g 0,256 g
16 QM / m / 13 anos
3,67 mm
0,91 cm
3
59,59 0,181 g 0,091 g
23 SRD / m / 19 anos
4,56 mm
1,11 cm
3
63,15 0,278 g 0,141 g
28 SRD / m / 17 anos
3,64 mm
1,24 cm
3
64,65 0,265 g 0,141 g
29 SRD / m / 17 anos
3,99 mm
1,54 cm
3
63,50 0,319 g 0,168 g
10 - ANEXOS
Figura 01 - Página inicial do programa cromox de densitometria
Figura 02 - Seleção da imagem a ser mensurada
Figura 03 - Identificação do paciente
Figura 04 - Centralização do phantom
39
Figura 05 - Enquadramento do carpo acessório
Figura 06 - Angulação da área de leitura da DMO
40
Figura 07 - Área de tecidos moles adjacentes ao osso
Figura 08 - Definição da área de tecidos moles
41
Figura 09 - Leitura da DMO
42
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