são eles que constituem a criação e recriação de sistemas simbólicos, de novos
valores e de novas atitudes coletivas, vez que a identidade como já mencionamos,
não é estática, está sempre em movimento permitindo que os indivíduos se
identifiquem no interior do grupo conforme sua realidade. Nestes termos, Berger e
Luckmann apontam que
A identidade é um fenômeno que deriva da dialética entre um individuo e a
sociedade. Os tipos de identidade, por outro lado, são produtos sociais tout
court, elementos relativamente estáveis da realidade social, objetiva (sendo
de estabilidade evidentemente determinado socialmente, por sua vez).
Assim sendo, são o tema de alguma forma de teorização em uma
sociedade, mesmo quando são estáveis e a formação das identidades
individuais é relativamente desprovida de problemas. As teorias sobre
identidade estão sempre encaixadas em uma interpretação mais geral da
realidade. São embutidas no universo simbólico e suas legitimações
teóricas, variando com o caráter destas ultimas. A identidade permanece
ininteligível a não ser quando é localizada em um mundo (BERGER e
LUCKMANN, 1985, p. 230)
Portanto, a identidade se constitui também como uma organização social,
onde o indivíduo se localiza e se reconhece em seu espaço, tomando consciência
do papel que deve assumir diante do outro. É o que D’Adesky (2001), chama de
identidade coletiva. Segundo o autor, há uma passagem da identidade individual
para a coletiva, faz referência a Malek Chebel, que usa a noção de pertencimento
para a instalação da identidade coletiva, porém não concorda que esta a seja a
única forma de ocorrer esta passagem, sendo necessários outros elementos de
compreensão para mostrar a ligação entre as duas noções diz, ele:
A identidade coletiva ainda que sustente a identidade étnica, situa-se em um
nível inferior de intensidade, porque permanece insuficiente para abarcar os
diversos aspectos de uma realidade complexa que inclui a raça, a religião a
língua e a historia como elementos de coesão e de solidariedade do grupo.
Mesmo assim, ela estabelece um elo entre os fenômenos próprios à
identificação coletiva e aqueles que caracterizam a identificação étnica em
uma relação que coloca em jogo as percepções, o imaginário e os conceitos
de âmbito antropológico e cultural (D’ADESKY, 2001, p. 44).