67
paixão de Jesus, relatada de maneira concisa que, precisamos reler
várias vezes o texto para perceber o profundo significado de tal
afirmação:
1
º
) que Jesus teve seguidoras discípulas (o verbo “akolouteo”
= seguir, tem o sentido de discipulado);
2
º
) que essas mulheres foram constantes e fiéis a Jesus desde
a Galiléia até a morte de cruz;
3
º
) que, embora os discípulos homens (e até mesmo os Doze)
ante o perigo tenham abandonado a Jesus, elas não o
abandonam e o seguiram, até o fim (cf. Mt 27,55-56; Mc
15,40,41,47; Lc 23,49,55,56; Jo 19,25).
4
º
) por não o terem abandonado, são elas as primeiras a
testemunhar a ressurreição de Jesus e a ser enviadas (verbo
“apostello” = enviar; “apóstolos” = enviado) na missão da Boa-
Nova (cf. Mc 16,1-10; Lc 24,1-11; Mt 28,1-10; Jo 20,1,2,11-18)
(TOMITA, 1991, p. 47).
Schottroff (1995, p. 22) destaca que as mulheres foram corajosas
e solidárias para com Jesus, quando ele foi executado. Marcos conta
em seu Evangelho, que Jesus partiu com um grupo de discípulas e
discípulos, da Galiléia rumo a Jerusalém. Mesmo sabendo que estaria
arriscando a se confrontar com as autoridades judaicas e com o poder
romano que ocupava Jerusalém ele tinha que fazer isso. Pois fazia
parte do projeto de Deus e Jesus predissera a suas discípulas e
discípulos que também eles corriam perigo de vida. Marcos relata que,
ao ser crucificado, Jesus estava sozinho no local da crucificação. No
entanto, no relato sobre a crucificação de Jesus termina com um rasgo
de esperança. Ele fala da solidariedade das mulheres para com Jesus:
Ali, no entanto, estavam mulheres, as quais observavam de
longe; entre elas estavam Maria Madalena, Maria, a (mãe) de
Tiago, o menor, a mãe e Joset e Salomé. Elas, quando Jesus
(ainda) estava na G aliléia, o seguiam e o serviam. (Além
disso, ali ainda estavam) muitas outras mulheres, as que
haviam subido com ele para Jerusalém” (Mc 15, 40-1).