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em reuniões de análise de resultados, como foi citado pela auditora do lócus B. Um sistema de
comunicação mais forte entre elas e as enfermeiras da assistência, unidas em prol de um
objetivo comum que é a prestação de um atendimento de qualidade com o uso racional dos
materiais e registros fidedignos, pode tornar o resultado da prática da enfermagem, tanto na
auditoria como na assistência, mais evidente, decorrente da sua efetividade.
QUADRO 7 – O Dilema Enfrentado para Exercer a Função de Auditoria.
Salvador/BA – 2005
Questão 7 – Qual o maior dilema que você enfrenta para exercer a função de auditoria? E
como você acha que pode superara esse problema?
Dados comuns Dados importantes para a administração e
para a qualidade
O principal dilema enfrentado pelas
enfermeiras auditoras foi a conotação de
vigilância e fiscalização atribuídas à auditoria.
Este fato leva muitos componentes da equipe
multiprofissional a não aceitarem as
sinalizações das não conformidades. Muitos
atores sociais da pesquisa afirmaram que a
falta de conhecimento e de conscientização
quanto aos objetivos da auditoria contribuem
para a não aceitação quando os erros são
identificados. Destacaram a necessidade de
aproximação entre os profissionais. A postura
de técnicos de enfermagem em subestimarem
o trabalho da auditoria, associado ao
pensamento de que auditar significa apenas
cobrar os registros em prontuário relativos à
assistência. Dentre as soluções apontadas,
sugerem a realização de atividades de
integração entre auditores e demais
profissionais, no sentido de iniciar um
trabalho de conscientização, para que, com o
tempo, as pessoas incorporem a auditoria
como algo natural, com o intuito de sinalizar a
necessidade de cobrança e para a melhoria da
qualidade da assistência, não para vigiar.
A inexperiência quanto à assistência de
enfermagem, bem como o afastamento dela,
são fatores que, segundo três entrevistadas,
comprometem a qualidade do trabalho da
auditora. A falta de registros e de
padronização influenciam na auditoria,
levando à "montagem" de toda a conta
manualmente. Uma das entrevistadas
demonstrou preocupação com o custo do
sistema de saúde brasileiro, reiterando as
diferenças acentuadas entre os serviços
públicos e privados. No sentido de superar os
problemas apontados, sugerem a realização de
seminários abordando os aspectos legais dos
registros e maior acompanhamento por parte
da coordenação de enfermagem e supervisão
médica; integração com a equipe do
faturamento; implantação da padronização e a
não utilização do impresso de controle de
sinais vitais como folha de gastos.
Defenderam a atuação do serviço de educação
continuada junto aos profissionais da
assistência e recomendaram que as
enfermeiras assistenciais fizessem curso de
auditoria. No lócus A, predominou a idéia de
que o fortalecimento da relação se dará por
meio de feed-back; no lócus B, a enfermeira
acredita que deve continuar mostrando os
índices de glosas decorrentes das falhas
médicas para que o trabalho obtenha
visibilidade e respeito.
Fonte: Dados do estudo / Hospitais A e B. Salvador/Bahia - 2005