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A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
A IMAGEM DO BRASIL NA ITÁLIA:
Divulgação do Patrimônio Natural, Cultural e
Antropológico
MARIA CRISTINA CAPONERO
São Paulo
2007
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A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
A IMAGEM DO BRASIL NA ITÁLIA:
Divulgação do Patrimônio Natural, Cultural e
Antropológico
MARIA CRISTINA CAPONERO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Comunicação, Área de
Concentração Interfaces Sociais da Comunicação,
Linha de Pesquisa Comunicação e Cultura, da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo, como exigência parcial para obtenção
do Título de Mestre em Comunicações, sob
orientação da Profa. Dra. Beatriz Helena Gelas
Lage.
São Paulo
2007
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A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Profa. Dra. Beatriz Helena Gelas Lage
(Orientadora)
_______________________________
_______________________________
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha orientadora Prof. Dra. Beatriz Helena Gelas Lage pelo
seu incansável apoio, incentivo, confiança e sugestões para o desenvolvimento
deste trabalho, mas principalmente agradeço pelo seu carinho e amizade que
me são tão preciosos.
Agradeço ao Prof. Dr. Sérgio Francisco Costa e Profa. Dra. Maria
Lourdes Motter que com suas disciplinas muito me ajudaram no
desenvolvimento deste trabalho.
Agradeço à minha família que muito me ajudou em alguns momentos
difíceis. Em especial ao meu marido, José Orlando Trevisani, pelo
companheirismo, compreensão, motivação e pela extrema paciência em ler
cuidadosamente todos meus manuscritos e à minha mãe, Neuracy Christovam
Caponero, pelo seu eterno amor e colaboração.
Agradeço aos meus amigos que souberam compreender minha
ausência em alguns momentos desejados.
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
RESUMO
O objetivo deste estudo é conhecer a atual Imagem do Brasil na Itália
caracterizada como um receptáculo de conteúdos expressivos da comunicação e
influenciada por fatores históricos, culturais, sociais, econômicos e outros, visando
obter um reflexo da Imagem formada
de um país e de seu povo por meio de estereótipos
criados na mente dos leitores, como uma idéia consagrada, um cenário criado à
distância, principalmente derivado da leitura de textos impressos pela mídia italiana.
Partiu-se da dupla hipótese: de que sob a ótica da mídia italiana a Imagem do
Brasil é negativa e pouco valorizada não despertando curiosidade a ponto de atrair
grande número de turistas italianos; ou a Imagem é positiva, mas não está sendo
suficientemente bem divulgada pelos meios de comunicação.
Para análise foram coletados e averiguados metodologicamente uma série de
discursos textuais divulgados pela mídia impressa, em particular obtidos por meio de
catálogos publicados pelas Operadoras de Turismo Italianas pertencentes à ASTOI –
Associazione Tour Operator Italiani (Associação das Operadoras de Turismo
Italianas), os catálogos publicados por outras Operadoras de Turismo Italianas não
pertencentes à ASTOI, as reportagens publicadas em revistas italianas especializadas
em turismo e outros artigos da mídia impressa italiana, exceto os publicados em
jornais, delimitando-se para a investigação o período entre segundo semestre de 2004
e o primeiro semestre de 2006.
Após esses dados terem sido colhidos e analisados cientificamente, podem-se
concluir como principais resultados de que a Imagem do Brasil que está sendo
divulgada na Itália é extremamente positiva, sendo o Brasil considerado um país com
um exuberante patrimônio natural, divulgado pelas belíssimas praias; com um rico e
diversificado patrimônio cultural, divulgado pela gastronomia, pela arquitetura e pelas
festas populares; com um fascinante patrimônio artístico divulgado pela música e pela
dança; com um patrimônio antropológico divulgado por um povo alegre e festivo, os
quais constituem um país paradisíaco, não contaminado e animado atraindo
basicamente pessoas interessadas em divertimento e aventura.
Palavras-Chave: Imagem – Cultura – Estereótipos – Meios de Comunicação –
Divulgação – Turismo
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
RIASSUNTO
L’oggettivo di questo lavoro è conoscere l’Immagine attuale del Brasile in Italia
concettuata come un ricettacolo di contenuti espressivi della comunicazione ed
influenzata dai fattori storici, culturali, sociali, economici ed altri, per ottenere un riflesso
dell’Immagine fatta di un paese e del suo popolo, per mezzo di stereotipi creati nella
mente dei lettori, come un’idea consagrata, un cenacolo creato da lontano, sopratutto
derivati della lettura di testi impressi dalla stampa italiana.
Partendosi dalla doppia ipotesi: che sotto il punto di vista della stampa italiana
l’Immagine del Brasile è negativa e poco valorizzata non avvivando la curiosità a punto
di attrarre grandi numeri di turisti italiani; oppure l’immagine è positiva, ma non
sufficientemente bene divulgata dai mezzi di comunicazione.
Per l’analisi sono stati raccolti e considerati metodologicamente una serie di
discorsi testuali divulgati dalla stampa impressa, in particolare ottenuti per mezzi di
cataloghi pubbicati dalle Operatori di Turismo Italani membri dell’ASTOI –
Associazione Tour Opertor Italiani, i cataloghi pubblicati dall’altre Operatori di Turismi
Italiani che non sono membri dell’ASTOI, cronache pubblicate nelle riviste italiane
specializzate in turismo ed altri articoli della stampa italina, eccetto quelli pubblicati nei
giornali, restringendo per l’investigazione il periodo dal secondo semestre di 2004 fino
al primo semestre di 2006.
Dopo che tutti questi datti sono stati raccolti e analizzati scientificamente, si può
concludere come risultati principali che l’Immagine del Brasile che è divulgata in Italia è
molto positiva, essendo il Brasile considerato un paese con un esuberante patrimonio
naturale, bellissime spiagge, con un ricco e diverso patrimonio culturale, divulgato dalla
gastronomia, l’architettura e le feste popolari, con un fascinante patrimonio artistico
divulgato dalla musica e la danza; con un patrimonio antropologico divulgato da un
popolo allegre e festivo, i qualli costituiscono un paese paradisiaco, incontaminato e
animato attraendo sopratutto le persone interessate in divertimento ed avventura.
Parole chiavi: Immagine – Cultura – Stereotipi – Mezzi di Comunicazione –
Divulgazione - Turismo
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
ABSTRACT
This study has an objective to know the Brazil’s actual image in Italy understood
as an expressive content receiver of the communication and influenced by some
history, cultural, social, economic and others factors, sighting to obtain the Image’s
reflection of some country and its people by means of the stereotypy created in the
reader’s mint, as a consecrated idea, a scene created far away, mainly derived from
reading some texts printed by the Italian media.
Starting from the double hypothesis: or, from the point of view of the Italian
media, the Brazil’s Image is negative and not very well valorized to attract a great
number of Italian tourist; or the Brazil’s Image is positive but not very well published by
the communication means.
To make this analysis a row of textual speeches edited by the press media
were collected and checked methodologically, specially some obtained by the
catalogues published by the Italian Tour Operator members of the ASTOI –
Associazione Tour Operator Italiani (Italian Tour Operator Association), the catalogues
published by others Italian Tour Operator not members of the ASTOI, some reports
published at some Italian specialized tourism magazine, and some others articles of
the Italian press media, except some published at the newspapers, it was delimitated
for the investigation the period from the beginning of the second semester of 2004 to
the end of the first semester of 2006.
After this data had been collected and analyzed scientifically, it follows that, as
a main result, the Brazil’s Image that has been published in Italy is extremely positive,
the Brazil has been considered as a country owner of an exuberant natural inheritance,
divulgated by very beautiful beaches; owner of a diversified cultural inheritance,
divulgated by the gastronomy, by the architecture and by the popular festival; owner of
a fascinate artistic inheritance, divulgated by the music and by the dance, owner of an
anthropological inheritance, divulgated by the happy and festive people, which consist
a paradisiacal country, uncontaminated and animate attracting basically people who is
interested in entertainment and adventure.
Key Words: Image – Culture – Stereotypy – Communication means – Divulgation -
Tourism.
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
RELAÇÃO DE TABELAS
Tabela 1: Meio de Comunicação que Influenciou a Decisão da Viagem ..........98
Tabela 2: Meio de comunicação que influencia a decisão de viagem por país de
residência.........................................................................................................100
Tabela 3: Principais Regiões, Estados, Cidades ou Localidades Brasileiras
divulgadas........................................................................................................114
Tabela 4: A Extensão do Território Brasileiro .................................................121
Tabela 5: O Patrimônio Natural Brasileiro ......................................................149
Tabela 6: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em Relação ao
Patrimônio Histórico ........................................................................................168
Tabela 7: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em Relação à
Arquitetura, Esportes, Festas Populares, Folclore, Religião e Ritos ..............188
Tabela 8: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em relação à
Gastronomia ...................................................................................................199
Tabela 9: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em relação aos
Produtos Brasileiros.........................................................................................206
Tabela 10: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em relação ao
Patrimônio Artístico..........................................................................................214
Tabela 11: O Patrimônio Antropológico Brasileiro...........................................234
Tabela 12: Os Problemas Sociais Brasileiros .................................................248
Tabela 13: Estereótipos em relação ao Brasil em Geral ................................282
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
CAPÍTULO 1 – A IMAGEM ...............................................................................7
1.1. A Noção de Imagem ................................................................................7
1.2. O Processo de Construção da Imagem .................................................11
1.3. O processo de Divulgação da Imagem ..................................................85
CAPÍTULO 2 – A IMAGEM DO BRASIL NA ITÁLIA .....................................104
2.1. Idéias Preconcebidas, Estereótipos e Preconceitos em relação ao Brasil
..............................................................................................................109
2.2. Principais Regiões, Estados, Cidades ou Localidades Brasileiras
divulgadas.............................................................................................110
2.3. A Extensão do Território, da Costa, da Floresta Amazônica e do
Pantanal................................................................................................117
CAPÍTULO 3 – O PATRIMÔNIO NATURAL BRASILEIRO ..........................122
3.1. Biodiversidade, Ecossistema, Fauna e Flora........................................124
3.2. Recursos Naturais.................................................................................128
CAPÍTULO 4 – O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO ........................151
4.1. O Patrimônio Histórico Brasileiro .........................................................154
4.2. A Arquitetura Brasileira ........................................................................169
4.3. Os Esportes .........................................................................................176
4.4. As Festas Populares ............................................................................179
4.5. O Folclore e as Tradições ....................................................................184
4.6. A Religião e os Ritos Religiosos e os Cultos .......................................185
4.7. A Gastronomia Brasileira......................................................................190
4.8. Os produtos Brasileiros.........................................................................200
4.9. O Patrimônio Artístico.... ......................................................................207
A Imagem do Brasil na Itália
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 5 – O PATRIMÔNIO ANTROPOLÓGICO BRASILEIRO............216
5.1. As Características Étnicas do Povo Brasileiro......................................218
5.2. As Características Culturais do Povo Brasileiro....................................223
5.3. O Estilo de Vida e as Profissões do Povo Brasileiro.............................230
5.4. Os Problemas Sociais Brasileiros.........................................................235
CAPÍTULO 6 – ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO AO BRASIL EM GERAL..249
II. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................284
III. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................290
IV. ANEXO – Relação de Operadoras de Turismo Italianas Pesquisadas
.........................................................................................................................309
A Imagem do Brasil na Itália 1
Maria Cristina Caponero
I. INTRODUÇÃO
A investigação da Imagem do Brasil na Itália é uma temática que
desperta curiosidade humana e motivação de descoberta, além de possibilitar a
geração de uma pesquisa ligada a experiências práticas e com intervenção
direta na realidade.
A delimitação do estudo na Itália deve-se a três fatores: a) elevado
número de habitantes na Itália com, aproximadamente, 56,3 milhões de
habitantes
1
; b) importância dos italianos na colonização do Brasil; c) ser o
maior grupo étnico a emigrar para o Brasil.
2
A análise foi feita particularmente
em Milão, por ser a cidade italiana com maior densidade demográfica,
3.707.210
3
e por abrigar um grande número de Operadoras de Turismo
Italianas além do Ufficio Brasiliano del Turismo (Escritório Brasileiro de
Turismo), escritório da EMBRATUR - Instituto Brasileiro de Turismo na Itália,
criando possibilidade de realização de uma pesquisa de campo mais profunda.
Os dados acima citados nos levam a acreditar que a Imagem do Brasil
na Itália deveria ser muito positiva, acarretando um grande interesse pelo
nosso país e, conseqüentemente, trazendo um número relativamente grande
de entrada de turistas italianos. Este fato não pode cientificamente ser
comprovado, pois, em 2002, foram 183.469 turistas
4
, representando apenas
5,22% do mercado emissor de turistas para o Brasil. Enquanto que, em 2005
foram 303.878 turistas
5
, considerando 5,67% do mercado emissor, ou seja,
embora em valores absolutos tenha havido crescimento do número de turistas
italianos que, no período acima, vieram ao Brasil, o valor relativo praticamente
vem se mantendo estável nos últimos quatro anos, sendo pouco significativo
em relação ao número total de entradas de turistas internacionais.
1
Censo de 2001, divulgado pelo Ministero degli Affari Esteri (Ministério de Relações Exteriores), último
censo divulgado até a presente data.
2
Pereira, João Batista Borges. Os imigrantes na construção histórica da pluralidade étnica brasileira.
Revista USP, Formação do Brasil: São Paulo, no. 46, junho/agosto 2000, página 11.
3
Censo de 2001, divulgado pelo Ministero degli Affari Esteri (Ministério de Relações Exteriores), último
censo divulgado até a presente data.
4
Fonte: DPF e EMBRATUR, Anuário Estatístico da EMBRATUR, volume 31, 2004, página 15.
5
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 2
Maria Cristina Caponero
Essa situação, quase que de estabilidade de entrada de turistas no
Brasil é preocupante e desperta grande interesse científico nessa descoberta,
de se saber a razão e compreender essa incógnita que pode parcialmente ser
explicada pela noção de como os italianos imaginam nosso país.
Para tanto é preciso considerar uma dupla hipótese: primeira de que a
Imagem do Brasil é negativa ou pouco valorizada, não despertando interesse a
ponto de atrair grande número de turistas italianos; ou ainda, segunda, de que
a Imagem, embora positiva, não está sendo suficientemente bem divulgada
pelos meios de comunicação a ponto de despertar interesse.
Cabe esclarecer que, aparentemente, o estudo não está focado
diretamente para o estudo do turismo, mas que, no caso, foi fundamental
importância pelo fato de ser assumida como uma atividade multidisciplinar que
serve de meio de comunicação e interação entre os povos, tanto internamente
como fora dos limites geográficos do país, além de interferir nos setores
culturais, sociais, políticos, econômicos e outros.
Outras técnicas metodológicas de trabalho científico foram utilizadas,
foram utilizadas, com base em uma pesquisa descritiva quali-quantitativa,
considerando-se como descritiva a pesquisa que busca divulgar o que já se
conhece sobre o assunto; e, qualitativa, pois tem a finalidade de descrever uma
situação e quantitativa, pois os dados coletados foram analisados
quantitativamente.
Metodologicamente, no início foi feita uma pesquisa bibliográfica
utilizando-se fontes secundárias, ou seja, livros, teses, dissertações, anuários,
relatórios, revistas especializadas e outras publicações para se obter um
embasamento teórico. Fontes oficiais primárias também foram utilizadas como
instrumentais da análise pretendida das informações, compilando grande parte
da literatura e dos documentos existentes.
A Imagem do Brasil na Itália 3
Maria Cristina Caponero
O processo de análise da Imagem do Brasil na Itália foi delimitado em
um período de dois anos, iniciando-se no segundo semestre de 2004 até o final
do primeiro semestre de 2006. Para a presente pesquisa foi coletado e
analisado um conjunto de discursos textuais divulgados pela mídia impressa.
Em particular, buscou-se uma amostragem com os obtidos por catálogos
publicados pelas Operadoras de Turismo Italianas, por reportagens publicadas
em revistas especializadas em turismo e por meio de outros artigos da mídia
impressa italiana, exceto os publicados em jornais, acreditando na cobertura
quase que integral da oferta do material necessário para a análise da Imagem
do Brasil na Itália.
Considerou-se, nessa análise, que caberia às agências não só a
responsabilidade pelas funções operacionais e comerciais com a montagem de
pacotes turísticos e negociações com hotéis e companhias aéreas, mas
também a responsabilidade promocional e de marketing, preocupando-se com
assuntos referentes à divulgação da imagem do país. Para esta coleta de
dados foi feita uma pesquisa de campo junto às operadoras de turismo
visitadas com base em um roteiro a fim de se obter respostas e coletar material
sobre diversos aspectos brasileiros por elas publicado e veiculado.
A amostragem analisada foi composta por catálogos publicados por
todas as Operadoras de Turismo Italianas pertencentes à ASTOI - Associazione
Tour Operator Italiani (Associação das Operadoras Italianas de Turismo) que
comercializam o “produto” Brasil, composta por 10 Operadoras, mas que, na
prática, totalizam 17 catálogos, com algumas delas publicando mais de um
catálogo no período delimitado. Além disso, foi selecionada para a análise uma
amostra aleatória de outras 13 Operadoras dentre o grupo de Operadoras de
Turismo Italianas não pertencentes à ASTOI, totalizando 15 catálogos
publicados. Foram consideradas tanto as operadoras de grande, médio ou
pequeno porte, característica esta de grande importância para maior
compreensão dos fatos relacionados, pois tanto as operadoras que criam um
produto quanto as agências que o comercializam possuem perfis e características
muito peculiares, atingindo diferentes classes sócio-econômicas.
A Imagem do Brasil na Itália 4
Maria Cristina Caponero
O processo de análise da Imagem do Brasil na Itália também teve como
fonte os discursos textuais publicados pela mídia impressa italiana, foram
analisadas as reportagens publicadas em revistas especializadas em turístico
tais como Dove, Gente Viaggi, Gulliver, In the World, Partiamo, Travel, Tutto
Turismo e Viaggiando, as quais totalizaram 14 reportagens publicadas no
período delimitado. Considere que embora estas revistas especializadas em
turismo não ajam diretamente na comercialização, interferem na Imagem criada
à distância (imagem virtual) e costumam realçar aspectos considerados
motivacionais pela opinião geral, mas deve-se ter muito cuidado ao se divulgar
determinados aspectos, pois estes devem ser reais e não simples recursos de
marketing.
Foram também analisados 14 artigos sobre o Brasil publicados nas
revistas L’Espresso, Famiglia Cristiana e no Jornal News
1
, pois em sendo
pertencentes à mídia de massa, trabalham com a padronização e com a
criação de um consenso. Eventualmente recorreu-se à Internet quando
informações extras se fizeram necessárias, a fim de se obter uma
documentação mais completa e precisa da realidade para conhecer e
elucidando a Imagem do Brasil na Itália, além de saber como o país é de fato
apresentado e divulgado; e, quais são as estratégias de posicionamento do
Governo Brasileiro para consolidar ou reformular a Imagem do Brasil na Itália.
Um fato de grande importância a ser considerado e salientado é o fato
de o produto turístico ser intangível, isto é, não pode ser visto, tocado e levado,
antes da compra e, portanto, a imagem de um lugar (como o Brasil) acaba
sendo formada por um processo cognitivo que envolve a assimilação de
informações divulgadas fotográfica ou textualmente, reais ou virtuais (criadas à
distância), positivas ou negativas, verdadeiras ou não, divulgadas pelos setores
das atividades turísticas e, muitas vezes, escritas por autores estrangeiros,
italianos ou não, sendo pertinente à existência de determinado etnocentrismo
na análise, divulgação e posicionamento. Cabe saber se estas imagens
1
Apesar do nome “Jornal News”, não pode exatamente ser considerado um jornal a não ser pela sua
apresentação, publica apenas artigos referentes ao turismo na Itália e no mundo.
A Imagem do Brasil na Itália 5
Maria Cristina Caponero
correspondem ou não à nossa realidade, pois é preciso “mostrar, apresentar o
produto turístico da forma mais atraente possível”, ressaltando os aspectos
diferenciais e atrativos. Mas, importa de se cuidar para não embelezá-los
demais ou divulgar o que não existe, pois isto gerará uma decepção com
conseqüências negativas ao próprio povo brasileiro.
Posteriormente, foi feita uma análise exaustiva do material coletado, até
a saturação, ou seja, até o momento em que se percebeu que por mais
informações que se coletassem não mais ocorriam alterações e ampliações de
conhecimento; sendo que, esses documentos coletados foram então reunidos,
relacionados e ordenados metodologicamente em tabelas. Concluída esta fase,
novamente fez-se uma revisão da literatura, realizou-se uma análise descritiva
de estudos sobre imagem, identidade, cultura, globalização, meios de
comunicação e outros assuntos relacionados para se amparar na teoria suporte
e poder compreender a dinâmica da prática. Passou-se então para a fase de
levantamento, classificação e observação sistemática dos dados que implicou
em análises, observações, interpretações e registros de forma individual para
posterior análise qualitativa e quantitativa das informações.
Um fato histórico que deve ser considerado, durante o período de estudo
o Brasil sob o governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, foi a criação do
Ministério de Turismo, representado pelo Ministro Walfrido Silvino dos Mares
Guia. Atualmente, este Ministério está subdividido em duas Secretarias e o
Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, sendo que a Secretaria de
Políticas de Turismo assume como missão “a execução da política nacional
para o setor, orientada pelas diretrizes do Conselho Nacional do Turismo e a
promoção interna, zelando pela qualidade da prestação do serviço turístico
brasileiro e entre suas metas está a estruturação de produtos turísticos em
cada estado brasileiro até 2007, usando a estratégia da regionalização”; a
Secretaria de Programas de Desenvolvimento do Turismo tem como missão
“promover o desenvolvimento da infra-estrutura e a melhoria da qualidade dos
A Imagem do Brasil na Itália 6
Maria Cristina Caponero
serviços prestados no turismo”
1
e o Instituto Brasileiro de Turismo –
EMBRATUR tem como missão “a promoção, marketing e apoio à
comercialização dos produtos brasileiros no exterior, tendo como conceito
estratégico a diversificação da imagem do país
2
, sendo objetivo do presente
estudo e pelo fato de algumas vezes os discursos textuais dos catálogos das
operadoras de turismo terem como base o material divulgado pela própria
EMBRATUR
3
.
Estruturalmente o presente trabalho foi dividido em duas partes. A
primeira apresenta um embasamento teórico sobre Imagem para melhor
compreensão dos fatos em questão e está subdividida em três partes: a Noção
da Imagem, o Processo de Construção da Imagem e o Processo de Divulgação
da Imagem. A segunda parte traduz o objetivo principal do presente trabalho
que é o estudo do caso específico da Imagem do Brasil na Itália e está
subdividida em três partes: o Patrimônio Natural, o Patrimônio Cultural e o
Patrimônio Antropológico.
Como resultado encontrado vemos que a Imagem do Brasil que está
sendo divulgada na Itália é extremamente positiva, sendo o Brasil considerado
um país com um exuberante patrimônio natural, divulgado pelas belíssimas
praias e uma fascinante floresta; com um rico e diversificado patrimônio
cultural, divulgado pela gastronomia, pela arquitetura e pelas festas populares;
com um fascinante patrimônio artístico divulgado pela música e pela dança;
com um patrimônio antropológico divulgado por um povo alegre, festivo e
hospitaleiro, os quais conjuntamente constituem um país paradisíaco, não
contaminado e autêntico atraindo basicamente pessoas interessadas em
divertimento e aventura.
1
Portal Brasileiro do Turismo – www.turismo.gov.br – consultado em 07/06/2005.
2
Idem
3
Essas informações foram fornecidas no final de 2005 pelo Sr. Geraldo Peccin, na época responsável
pelo Ufficio Brasiliano del Turismo, escritório da EMBRATUR localizado em Milão.
A Imagem do Brasil na Itália 7
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 1: A IMAGEM
A Imagem positiva de um país pode despertar o desejo de conhecê-lo,
pode atrair investimentos nas mais diversas áreas refletindo no país
econômica, social e culturalmente, além de interferir diretamente na auto-
estima do cidadão que sentirá orgulho de seu país. Uma imagem negativa
pode agir de forma exatamente oposta, criando uma certa repulsa ao
estrangeiro e vergonha ao cidadão de seu país afetando até mesmo na sua
auto-estima e segurança. Pensando desta forma é extremamente importante
conhecer qual a Imagem que o país tem no exterior e se conscientizar que a
imagem de um lugar é formada a partir da leitura de reportagens, folheterias,
anúncios publicitários, narrativas em livro ou no cinema, comentários de
amigos ou outros, ou seja, os meios de comunicação exercem uma função
essencial, pois cabe a eles a divulgação da Imagem, esta podendo ser um
reflexo da realidade ou sua própria distorção. Portanto, para que se possa
conhecer a Imagem do Brasil deve-se primeiramente compreender o que é
imagem e considerar os diferentes aspectos de estudo, os quais se distinguem
em: a noção de imagem, o processo de construção da imagem e o processo de
divulgação da imagem.
1.1. A Noção de Imagem
Embora seja muito difícil dar uma definição exata para o termo “imagem”
devido a diferentes utilizações, nas mais diversas disciplinas, em múltiplos empregos e
com diversas significações, é imprescindível que se compreenda o seu significado.
Partir-se-á do princípio geral de que um País é um bem, um “produto”
1
vendável e como todo e qualquer produto ou serviço tem capacidade de criar
1
A definição para o termo “produto” é a de Philip Kotler, segundo ele um produto envolve “qualquer
coisa que possa ser oferecida a um mercado para a devida atenção, aquisição ou consumo: objetos físicos,
serviços, pessoas, lugares, organizações ou idéias.”
(KOTLER, Philip. Marketing para organizações que
não visam lucro. São Paulo: Atlas, 1994:173 apud PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São
Paulo: Editora Manole, 2002:30).
A Imagem do Brasil na Itália 8
Maria Cristina Caponero
uma imagem boa ou ruim que se comunica, transmite mensagens por ela
veiculada e tem uma característica determinante no processo de decisão de
compra, uma vez que a compra deste produto pode ir além da satisfação de
uma necessidade, pois pode passar a agregar valor ao cliente.
“A Imagem das destinações insere-se no conceito geral a que todos os
outros bens e serviços estão sujeitos. Destinações são produtos
vendáveis e, portanto, capazes de criar imagens boas ou ruins, em tudo
semelhantes aos produtos considerados – erroneamente, aliás,
tangíveis”.
1
(Ryan, 1994:294 apud Pires, 2001: 21).
No presente trabalho o termo “imagem” foi limitado ao emprego
contemporâneo o qual remete, na maioria das vezes, à imagem da media, uma
expressão comum no vocabulário de marketing. A imagem produz uma
mensagem que se materializa pela publicidade, sendo esta uma ferramenta de
promoção e divulgação dirigida a um consumidor em potencial. Tanto o
marketing quanto a publicidade preocupam-se em estudar, construir, trabalhar,
modificar ou mesmo substituir a imagem se for o caso. O termo “imagem” foi,
portanto, considerado em seu aspecto expressivo, como um instrumento de
comunicação, como produtor de uma mensagem benéfica ou ameaçadora,
construtiva ou destrutiva, a qual pode educar, levar ao conhecimento e
possibilitar a pesquisa, o que significa dizer que o termo “imagem” foi
considerado como um conjunto opiniões e percepções a respeito de algo ou de
algum lugar, um receptáculo de conteúdos a serem decifrados, que insistem no
aspecto de identificação ou representação em alusão às operações mentais,
sejam individuais ou coletivas.
“Aquilo que chamamos de representações ou imagens não são somente
discursos ou signos abstratos, mas também práticas sociais, já que os
efeitos dos discursos não se disseminariam se não encontrassem
elementos muito concretos para agirem na vida social, como os seus
1
PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 9
Maria Cristina Caponero
suportes, os lugares de circulação, os leitores, os espectadores. (...) As
imagens, para nós, mais do que depósitos inertes de significações são
verdadeiras forças que atuam no seio mesmo da experiência, das
comunidades falantes e das subjetividades”.
1
(Guimarães, 2002: 18)
Ao se ler um catálogo publicitário, por exemplo, cria-se uma imagem
mental, lê-se a descrição de um lugar e se faz uma representação mental que
parece tomar emprestada as características da visão, pode-se “ver” este local
como se lá estivesse, Joly diz que “a imagem mental é a impressão dominante
de visualização que se assemelha com a da fantasia ou do sonho”.
2
(Joly,
2005:20).
Pode-se dizer que imagem e linguagem se complementam, uma vez que
a linguagem não apenas participa da construção da mensagem visual, como a
substitui e até a complementa, sendo a grande mediação com o mundo. As
palavras possuem força criadora de imagens, dando a impressão de
visualização mental, observação e semelhança com a realidade, sendo que ela
não a cria e sim reflete a realidade, dando forma à imagem que se tem de um
país ou mesmo do mundo, isto é, ela é mediadora entre o social e o individual e
é por meio dela que gerações transmitem conhecimentos.
“Compreendemos que indica algo que, embora nem sempre remeta ao
visível, toma alguns traços emprestados do visual e, de qualquer modo,
depende da produção de um sujeito: imaginário ou concreta, a imagem
passa por alguém que a produz ou reconhece”.
3
(Joly, 2005:13)
Considere que no caso do estudo da Imagem de um país, sua imagem é
a idéia que se tem do produto que o diferencia de outro. Essa diferenciação da
1
GUIMARÃES, César G. A Imagem e o Mundo Singular da Comunidade. In: FRANÇA, Vera Regina
(organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora,
2002.
2
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. São Paulo: Papirus, 1996 – Coleção Ofício da Arte e
Forma. 8ª. Ed., 2005.
3
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. São Paulo: Papirus, 1996 – Coleção Ofício da Arte e
Forma. 8ª. Ed., 2005.
A Imagem do Brasil na Itália 10
Maria Cristina Caponero
imagem é fundamental nas decisões estratégicas de posicionamento de
produto que pode ser confundida com o próprio conceito de imagem, para isso
é possível usar imagens visuais, isto é, cartazes, fotografias, filmes e outros
para fazer com que a imagem do local seja diferenciada e não só desperte o
interesse do consumidor em conhecê-lo, mas dê credibilidade e principalmente
se identifique com a realidade do lugar, uma vez que de nada serve uma
imagem criada que não leve em conta a realidade e as características locais,
embora não se possa deixar de considerar que mesmo essas imagens visuais
são bastante “subjetivas” pois são ângulos, visões ou mesmo interpretações
pessoais do autor.
“A imagem é uma hipotética síntese de idéias, um estereótipo que se
repete nos discursos dos interlocutores e que, por acúmulo irá
caracterizar um lugar”.
(Bignami, 2002:19).
Cabe ainda ressaltar que ao fazer da imagem uma representação
mental e difusa, uma semelhança com a realidade deve-se ter muito cuidado,
pois da mesma forma que ela pode ser real ela também pode se desviar da
verdade, enganar, o que é extremamente prejudicial, portanto deve haver uma
política de comunicação “baseada no zelo pela imagem e no fornecimento de
informações adequadas e estruturadas nas ações públicas, promoção de
vendas e propaganda”.
1
(Ruschmann, 2002:70/71), pois a imagem divulgada
de um país deve ser atrativa, mas deve, sobretudo ser o reflexo da própria
“imagem”, não se distanciando da realidade para não afetar na credibilidade.
Não basta criar uma bela imagem se ela não refletir a realidade. Pior do que ter
uma imagem ruim é tentar transmitir para o público uma imagem falsa, que não
corresponde à realidade.
A credibilidade deve ser um fator predominante, pois o cliente compra
um produto e somente poderá comprovar a veracidade das informações
recebidas no momento do seu consumo. Se estas não correspondem às
1
RUSCHMANN, Doris. Turismo no Brasil. Análise e Tendências. São Paulo: Editora Manole, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 11
Maria Cristina Caponero
expectativas geradas, haverá uma frustração e descontentamento, que
refletirão negativamente sobre a imagem do local”.
1
(Ruschmann,
2002:68)
1.2. O Processo de Construção da Imagem
O processo de Construção da Imagem de um País tem como
característica a dinamicidade e está vinculado a conhecimentos ativos e
contínuos que podem se alterar no tempo e no espaço. A construção da
imagem depende da produção de um sujeito, passa por alguém que a produz e
se dá por meio de um conjunto de fatores que compreendem processos de
conhecimentos históricos e sociais da nação, fatores culturais, linguagem,
discursos da imprensa, meios de comunicação, a própria identidade nacional,
os estereótipos e outros, sendo que estes acabam atuando como filtro ao
despertar nas pessoas conhecimentos e curiosidades. A assimilação de
informações de diversas instituições sociais como família, igreja, estado, escola
e outras também são de grande valia, pois o contato entre grupos é um
aspecto que dá sentido a um país, determinando a construção da imagem que
é reproduzida pelos mais variados discursos.
Uma imagem de um local decorre de um amplo processo dinâmico
onde entram em jogo variáveis como relações internacionais, identidade
nacional, discurso, linguagem, conhecimento, história e meios de
comunicação entre outros”.
2
(Bignami, 2002:16)
No caso da imagem de uma localidade existem dois tipos de imagem:
uma prévia que é uma representação mental imaginária “primária”, como diz
Bignami, que é a imagem formada à distância, antes de se entrar em contato
com o local, com o real. É uma imagem pré-concebida que depende de fatores
subjetivos, objetivos ou sociais, variáveis de acordo com o grau de interesse e
1
RUSCHMANN, Doris. Turismo no Brasil. Análise e Tendências. São Paulo: Editora Manole, 2002.
2
BIGNAMI, Rosana. A Imagem do Brasil no Turismo: Construção, Desafios e Vantagem Competitiva.
São Paulo: Editora Aleph, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 12
Maria Cristina Caponero
processos de aprendizagem. A outra imagem seria uma imagem mais completa
e complexa, criada posteriormente ao contato com o lugar e com a realidade, é
uma imagem gerada pelas experiências vividas, sensações, impressões,
visões, “cheiros” e uma série de reações subjetivas.
“Ela pode ser associada a um conjunto de percepções a respeito de
algo, a uma representação de um objeto ou ser, a uma projeção futura, a
uma lembrança ou recordação passada”.
1
(Bignami, 2002:12)
Essas diversas imagens que são fabricadas no terreno do imaginário,
espaço onde se formam as necessidades, os desejos e as vontades humanas
são resgatados pela publicidade que busca na fantasia a matéria-prima para os
criativos anúncios publicitários convertidos em realidade e postos à disposição
para o consumo, transformando-os em imagens de qualidade base para a
sobrevivência do turismo.
1.2.1. A Influência da Cultura na Construção da Imagem
Nos últimos anos, a preocupação com a cultura tem feito parte das
constantes reflexões nos mais diversos países sobre sua própria identidade e
realidade, ou seja, sua própria Imagem. Essas reflexões estão relacionadas
com o processo de constituição de nações modernas que procuram conhecer o
que há em cada cultura especificamente, levando-se em consideração não só a
própria cultura, mas as diferenças culturais e a pluralidade de modos de ser e
agir no mundo, para então compreender as tendências de formação de uma
civilização mundial globalizada. A globalização que está em andamento coloca
povos e culturas frente a frente nos mais diversos e distantes lugares fazendo
com que estes se comuniquem e da mesma forma que podem levar a um
desenvolvimento, podem levar a um desenraizamento cultural, causando
diversos problemas, pois novas formas de ser, sentir, pensar e agir dos
indivíduos estão sendo criadas e afetando na construção da própria imagem.
1
BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 13
Maria Cristina Caponero
1.2.1.1. As Concepções de Cultura
Para se compreender este processo deve-se primeiramente
compreender bem o complexo conceito de cultura e sua evolução, muito
embora este conceito por ser intangível, muito abrangente e aplicado com
diversos significados e nas mais diversas situações, acabe sendo considerado
indefinível. A palavra cultura é originária do verbo latino colere e seu significado
original era cultivar, ou seja, estava ligada às atividades agrícolas. Na
antiguidade, com os pensadores romanos, foi usada pela primeira vez, no
sentido de conhecimento, de destacar a educação aprimorada de uma pessoa
em relação às artes, ciências e filosofia e no referimento e sofisticação pessoal.
Desde então até o presente momento estes conceitos vêm sendo aplicados,
mas a abrangência do termo muito se ampliou nas diversas situações,
podendo-se falar em cultura ao se referir especificamente ao conhecimento
associado à educação, à formação escolar ou ao trabalho científico realizado
nas Universidades, ou mesmo a todo tipo de conhecimento num sentido mais
amplo, referindo-se à música, pintura, escultura, teatro, cinema, televisão,
rádio, esportes, tecnologia, ciências e política e outros, mas pode-se também
falar em cultura como as diversas maneiras como esse conhecimento é
expresso por uma sociedade, referindo-se ao uso da linguagem, à religião, às
manifestações artísticas, ou seja, a toda dimensão da sociedade.
“Certamente, a mais antiga e mais recente obra do homem é a cultura. Desde
que existe como espécie até o estágio atual, ele jamais deixou de produzir. O
uso das cavernas para abrigar-se das intempéries climáticas, os desenhos e
pinturas feitos nas paredes desses abrigos, a fabricação de ferramentas
primitivas, a descoberta de um pedaço de madeira como arma, o cultivo do
solo para alimentar-se, a produção industrial automatizada, a construção de
grandes edifícios, das antigas pirâmides,
a realização de uma grande obra
literária, a nave que vai para o espaço, o coração, o rim, o fígado e a córnea
transplantados, a criação da democracia, o telefone, a televisão e o livro são
algumas das realizações do homem. Tudo isso é cultura”.
1
(Caldas, 1991:11)
1
CALDAS, Waldenyr. Cultura. São Paulo: Global, 4ª. Edição, 1991.
A Imagem do Brasil na Itália 14
Maria Cristina Caponero
Certos padrões de comportamento considerados básicos na vida em
sociedade, como o processo de comunicação e interação social fazem com
que os seres humanos compreendam a si mesmos e aos outros, sendo a
cultura o elo dessas interações, dessas relações sociais passadas, presentes
ou futuras. O mesmo ocorre nas interações entre os indivíduos e seu meio
ambiente, de tal forma que eles são afetados pelas sociedades às quais
pertencem.
“A primeira concepção de cultura remete a todos os aspectos de uma
realidade social, preocupa-se com todos os aspectos de uma realidade
social. Assim, cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a
existência social de um povo ou nação, ou então, de grupos no interior
de uma sociedade. (...) Nesses casos, cultura refere-se a realidades
sociais bem distintas. No entanto o sentido em que se fala de cultura é o
mesmo: em cada caso dar conta das características dos agrupamentos
a que se refere, preocupando-se com a totalidade dessas
características, digam elas respeito às maneiras de conceber e organizar
a vida social ou a seus aspectos materiais”.
1
(Santos, 2000:24)
Seguindo-se esta linha de pensamento, é de grande importância o
conceito de cultura dado pelos antropólogos, que criaram então o conceito
antropológico de cultura que compreende todos os patrimônios sociais
humanos, como o conhecimento, a ideologia, os símbolos, as normas e os
valores. Alguns estudiosos falam até mesmo de “antropologia cultural”, um
conceito bastante vasto, embora limitado, uma vez que “a antropologia é a
ciência que estuda o homem e suas manifestações físicas e culturais”; e “a
cultura é a disposição que os indivíduos têm para enfrentar a realidade”.
2
Cabe
enfatizar que sociedades diferentes podem ter concepções da existência
divergentes entre si, mas igualmente boa para cada uma, o que significa dizer
que cada sociedade tem sua própria cultura a qual tem significado somente à
sociedade a qual pertence.
1
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983, 6ª. Reimpressão, 2000.
2
GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas. Apud ROCHA, Everardo. O que é Etnocentrismo. São
Paulo: Brasiliense, 16ª. Reimpressão, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 15
Maria Cristina Caponero
Dessa forma, o conceito antropológico de cultura caracteriza a forma de
produzir as condições de vida, de se relacionar com a natureza e com os
recursos naturais, representando tudo o que os seres humanos vêm
produzindo ao longo de sua história e todas as suas características. Por
exemplo, atividades aparentemente simples como a produção necessária para
a sobrevivência, desde o plantio de um produto agrícola, a pesca, a criação de
animais, a distribuição, o armazenamento e até mesmo o consumo dos
alimentos, são atos carregados de significados culturais, uma vez que regras
de conduta diferentes no tempo e no espaço orientam o que e como plantar, o
que e como comer, como organizar a vida e se comportar em sociedade, como
superar os conflitos de interesse e tensões geradas na vida social e outros, ou
seja, cada sociedade em particular está marcada pela sua própria cultura a
qual só tem sentido para a sociedade na qual está inserida e deve ser
entendida como referência à história da sociedade.
Como se pode observar, a cultura é “considerada como um complexo de
características e padrões de comportamento, crenças, costumes e valores
espirituais e materiais transmitidos coletivamente por uma particular
sociedade”
1
(Lage & Milone, 1995:8), sendo este conceito muito genérico,
abrangente e totalizador, uma vez que está relacionado com tudo o que existe
na vida social, como característica de uma população humana, o modo de vida
e as maneiras pelas quais uma sociedade é codificada através do cotidiano e
práticas rotineiras, dos hábitos e costumes, dos estereótipos e preconceitos,
das regras, valores, idéias, doutrinas, teorias, lendas, religiões, crenças, rituais,
festas populares, cerimônias tradicionais, arquitetura, maneira de habitar, de se
vestir, de se alimentar, de se relacionar, de falar, de distribuir de trabalho, de
constituir uma família e tantos outros fatores que compõem o patrimônio
cultural da humanidade, pois trazem em si fatores culturais sobre quem somos,
o que. pensamos e fazemos.
1
LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César. Cultura, Lazer e Turismo. In: Turismo em
Análise. São Paulo: ECA, novembro de 1995.
A Imagem do Brasil na Itália 16
Maria Cristina Caponero
“Cultura é tudo que existe no universo: idéias, pensamentos, hábitos,
costumes, comportamentos, valores, normas e outras formas de vida
criadas pelos seres humanos”.
1
(Lage & Milone, 1995:23)
Desta forma quando se fala em cultura deve-se ter em mente a
sociedade na qual está inserida, devido a grande diversidade cultural existente,
pois é a sociedade que produz a cultura e a cultura é tudo o que move a
sociedade, e cada cultura só tem sentido para a sociedade que a vive. Assim,
“a cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada
um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos”.
2
(Santos, 2000:8)
“Cultura é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade.
Não diz respeito apenas a um conjunto de práticas e concepções, como
por exemplo, se poderia dizer da arte. Não é apenas uma parte da vida
social como, por exemplo, se poderia falar da religião. Não se pode dizer
que a cultura seja algo independente da vida social, algo que nada tenha
a ver com a realidade onde existe. Entendida dessa forma, cultura diz
respeito a todos os aspectos da vida social, e não se pode dizer que ela
exista em alguns contextos e não em outros”.
3
(Santos, 2000:44)
Os antropólogos e os etnólogos muitas vezes usam indistintamente os
conceitos de cultura, antropologia, sociedade e civilização que são termos com
a mesma denotação, para caracterizar os aspectos da vida social, que incluem
todas as características de uma população, sua atividade humana, sua
realidade e prática social, artística, econômica, ideológica e etc., ou seja, todas
as características que representam a complexidade da existência de cada
população humana e à maneira como a expressam. Mas, esses termos
possuem distinção, normalmente utiliza-se civilização para fazer referência a
sociedades poderosas, de longa tradição histórica e cultura para falar não
1
LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César. Cultura. Lazer e Turismo. In: Turismo em
Análise. São Paulo: ECA, novembro de 1995.
2
SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983, 6ª. Reimpressão, 2000.
3
SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1983, 6ª. reimpressão, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 17
Maria Cristina Caponero
apenas em sociedades, mas também de grupos no interior da sociedade, o que
não ocorre com civilização. Braudel definiu a civilização como a “maneira de
nascer, de viver, de amar, de se casar, de pensar, de crer, de rir, de se
alimentar, de se vestir, de construir suas casas e de agrupar seus campos, de
se comportar uns com os outros”.
1
(Braudel, 1991)
Da mesma forma que Braudel, Tylor também usa o termo cultura e
civilização no mesmo sentido, para ele “cultura ou civilização, no seu sentido
etnográfico estrito, é este todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte,
leis, moral, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo
homem enquanto membro da sociedade”.
2
(Tylor apud Rocha, 2000:30). Essas
definições caracterizam também o conceito de cultura, dado por Aurélio
Buarque de Holanda: cultura é “o complexo dos padrões de comportamento,
das crenças, das instituições e doutos valores espirituais e materiais
transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade: civilização; a
cultura ocidental; a cultura dos esquimós”.
3
Cabe, portanto, a definição dada
por Lage que muito esclarece a diferenciação:
“Cultura e sociedade não podem ser consideradas como a mesma
coisa. Sociedade é interpretada como sendo o povo; enquanto que
cultura representa alguma coisa que o povo tem e faz. Este
comportamento é aprendido de geração em geração, e um indivíduo
pode se dizer pertencente a uma sociedade, mas não a uma cultura”.
4
(Lage, 1995:9)
1
BRAUDEL, Fernando. Las civilizaciones actuales. México: Ed. Tecnos, 1991 apud ORTIZ, Renato,
Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 2000.
2
TYLOR, Sir Edward. A origem das Culturas apud ROCHA, Everado. O que é Etnocentrismo. São
Paulo: Brasiliense, 16ª. Reimpressão, 2000.
3
HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora Nova
Fronteira, 15. edição, s/d, página 407.
4
LAGE, Beatriz Helena Gelas; MILONE, Paulo César. Cultura, Lazer e Turismo. In: Turismo em
Análise. São Paulo: ECA, novembro de 1995.
A Imagem do Brasil na Itália 18
Maria Cristina Caponero
Cada sociedade seja ela a mais simples ou a mais complexa,
desenvolve sua cultura através dos níveis de sua estrutura: o econômico, o
político e o educacional, e reproduz tanto os padrões culturais característicos
da sociedade global, como também seus próprios, característicos de cada
classe social, desenvolvendo sua própria cultura ou cultura particular.
“Às classes subalternas, são dirigidos os cursos técnico-
profissionalizantes como forma de eventualmente amenizar seus
problemas imediatos. À classe dominante, reserva-lhe a cultura
científica, a produção cultural erudita e mais sofisticada. É essa classe,
precisamente, a responsável pelo desenvolvimento científico e
tecnológico da sociedade. Ela é monopolizadora da cultura. Ela produz a
cultura científica e tecnológica nos laboratórios e nos centros de
pesquisa, e a classe proletária executa os projetos com sua força de
trabalho. O saber científico está estritamente ligado ao mundo
acadêmico, o que significa dizer, à Universidade”.
1
(Caldas, 1991:35)
“As elites aristocráticas procuram criar uma “elite cultural” própria. Com
isso pretendem que certos traços essenciais de sua cultura, como as
formas de relação social, os passatempos, padrões de discurso, assim
como várias técnicas e sistemas de conhecimento não sejam
compartilhados pelos demais.”
2
(Mannheim, 1974:177)
Nas sociedades capitalistas a organização social ocorre de acordo
com diversos critérios de estratificação social, implicando na distribuição
desigual de direitos e deveres entre os indivíduos. Assim, sociólogos e
antropólogos considerados clássicos, como o polonês Bronislaw Malinowski, o
francês Lévi-Strauss e mais recentemente Clifford Geertz, estão de acordo no
tocante à existência de uma ‘cultura de classe’
3
(Caldas, 1991:20), isto é, a
1
CALDAS , Waldenyr. Cultura. São Paulo: Global, 1986, 4ª. Edição, 1991.
2
MANNHEIM, Karl. Sociologia da Cultura. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1974 apud CALDAS,
Waldenyr. Cultura. São Paulo: Global, 1986, 4ª. Edição, 1991.
3
CALDAS, Waldenyr. Cultura. São Paulo: Global, 1986, 4ª. Edição, 1991.
A Imagem do Brasil na Itália 19
Maria Cristina Caponero
produção e o consumo da cultura também se estratificam, seguindo a mesma
trajetória determinada pela lógica de classe e pela lei de estratificação social.
“Cultura pode por um lado referir-se à alta cultura, à cultura dominante, e
por outro, a qualquer cultura. No primeiro caso, cultura surge em
oposição à selvageria, à barbárie, a cultura é então a própria marca da
civilização. Ou ainda, a alta cultura surge como marca das camadas
dominantes da população de uma sociedade; opõe-se à falta de domínio
da língua escrita, ou à falta de acesso à ciência, à arte e à religião
daquelas camadas dominantes. No segundo caso, pode-se falar de
cultura a respeito de qualquer povo, nação, grupo ou sociedade humana.
Considera-se como cultura todas as maneiras de existência humana”.
1
(Santos, 2000:35)
Além dessa “estratificação cultural” econômica, pode-se dizer ainda que
mesmo no interior de um mesmo território, há uma cultura urbana, uma rural,
ou outras, mas no contexto nacional há uma realidade cultural comum a todos
os membros de uma mesma sociedade no que se refere às normas e padrões
de comportamento gerais, como por exemplo, a língua, a moeda, a lei, o
governo, a família e outros, de onde se conclui que ao mesmo tempo em que
existem realidades culturais específicas de determinados grupos no interior da
sociedade, também existem realidades gerais que são compartilhadas por
todos, portanto é necessário que se reconheça a diversidade interna para que
se compreenda a sociedade como um todo, não esquecendo que há uma inter-
relação dentro de uma sociedade ou entre sociedades diferentes.
“A América Latina, e o Brasil são casos onde as culturas de povos e
nações que habitavam suas terras antes da conquista européia foram
sistematicamente tratadas como mundos à parte das culturas nacionais
que se desenvolveram”.
2
(Santos, 2000:33)
1
SANTOS, José Luiz dos Santos. O que é Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994, 6ª.
Reimpressão, 2000.
2
SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994, 6ª. Reimpressão, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 20
Maria Cristina Caponero
Portanto, deve-se observar que diferenças culturais locais existem, são
muito importantes e devem ser preservadas e conservadas apesar de estarmos
vivendo um período de dissolução de fronteiras causada pela globalização,
seja econômica, social ou cultural.
“É preciso cautela ao tentar entender países com misturas de traços
culturais. O importante para pensarmos a nossa realidade cultural é
entendermos o processo histórico que a produz, as relações de poder e
o confronto de interesses dentro da sociedade e compreendermos afinal
o que é cultura”.
1
(Hall, 2003: 51)
Além disso, as tecnologias, os meios de transporte e de comunicação
estão revolucionando o mundo, homogeneizando-o e transformando a forma de
olhar dos seres humanos e nesse contexto pode-se dizer que a cultura passou
a ocupar uma posição de destaque na organização das sociedades atuais, pois
embora esteja sempre se alterando, evoluindo, modernizando por princípios
diferentes, ela registra as transformações, tendências e conflitos da história,
procurando enfatizar as particularidades de cada realidade cultural, mas tendo
sempre a humanidade como referência, o que leva a utilizar a cultura como um
instrumento para compreender as sociedades contemporâneas, pois qualquer
que seja a realidade de um determinado país, seja no seu aspecto material ou
nas formas de conhecimento e concepções de vida, todos eles possuem sua
própria cultura a qual se forma no dia-a-dia, nas ações e reações dos sujeitos
produzindo sentido sobre a nação, sentidos estes que unem e identificam cada
indivíduo em uma sociedade e constituem uma das principais fontes de
construção da identidade cultural e sua respectiva Imagem.
1
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 7ª. Edição. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 21
Maria Cristina Caponero
1.2.1.2. A Dinamicidade das Culturas – Cultura e Evolução
Para se compreender a realidade cultural de uma sociedade é essencial
que se entenda o processo histórico que a produz e as constantes
transformações pelas quais passam as culturas, as sociedades e classes
sociais no seu interior, afinal as sociedades, assim como as culturas, não são
estáticas, o dinamismo da vida as coloca na presença uma das outras e fazem
com que traços culturais migrem de uma para a outra. Pensando-se de forma,
a visão de cultura corresponde à própria visão da história, visto que a cultura é
uma construção histórica e é a história de cada sociedade que nos conta a
forma pela qual os homens organizam sua sociedade e sua existência através
do tempo, as maneiras como seus setores, suas concepções, formas,
produtos, técnicas, instituições se relacionam, os muitos caminhos que
conduziram os grupos humanos às suas relações presentes e suas
perspectivas de futuro. Dessa forma, as diferentes realidades sociais de cada
sociedade assim como as diversas maneiras de ver o mundo que podem ser
bem diferentes uma das outras, embora possam também partilhar de
características em comum, podem explicar as particularidades de cada cultura
e o caminho da humanidade em busca de um desenvolvimento permanente.
Enfim, a cultura de uma sociedade é um elemento da história da humanidade
gerado no processo de formação de uma civilização mundial.
A história nos conta a forma pela qual os homens organizam suas
condições de existência através do tempo; a descoberta do fogo, dos metais,
da máquina a vapor, da eletricidade, do aço, do motor a combustão, do
computador e do satélite que são consideradas essenciais para o
desenvolvimento do mundo. Essas descobertas que unem a ciência e a
tecnologia são aspectos da cultura que causam um impacto direto, cada uma a
seu modo, nos destinos das sociedades atuais, pois possibilitam novas formas
de produção da vida social e, conseqüentemente, novas formas de
comunicação entre indivíduos e coletividades.
A Imagem do Brasil na Itália 22
Maria Cristina Caponero
A questão não é só pensar na evolução de sociedades humanas, mas
entender a história da humanidade. A partir do século XIX as potências
européias, industrializadas e marcadas pelo processo de expansão política e
econômica frente aos outros povos do resto do mundo, entraram em contato
com outros povos, incorporando nações e territórios. Sociedades antes
isoladas foram subjugadas e incorporadas ao âmbito de influência européia,
submetendo suas populações a seu mando político e controle militar. Foi nessa
época que a preocupação com a cultura moderna se generalizou como uma
questão de conhecimento científico, quer dizer, não religiosa, do mundo social
e da vida humana, pois até então as idéias dominantes eram de cunho
religioso.
A ruptura dessa visão religiosa fez-se através de preocupações com o
entendimento da origem e transformação da sociedade e também das espécies
de vida, as diferentes estruturas sociais, artísticas e econômicas, mediante as
quais classificavam e interpretavam os vários aspectos com os quais uma
sociedade se apresentava e que iam contra a visão religiosa. Baseava-se em
uma teoria da evolução das espécies, numa humanidade com uma vida social
também sujeita a evolução em virtude de fatores materiais.
“Nesta visão de cultura entram em cena problemas como a tecnologia
empregada no meio ambiente, os modelos de comportamento e
exploração de uma área ecológica e a busca de equilíbrio entre a esfera
ambiental e a cultural”.
1
(Rocha, 2000:54)
Não se pode esquecer que o desenvolvimento da humanidade está
marcado por contatos e conflitos entre modos diferentes de organizar a vida
social, de se apropriar dos recursos naturais e transformá-los, de conceber a
realidade e expressá-la. As preocupações com cultura voltaram-se tanto para a
compreensão das sociedades modernas e industriais quanto das que iam
desaparecendo ou perdendo suas características originais em virtude daqueles
1
ROCHA, Everardo. O que é Etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 16ª. Reimpressão, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 23
Maria Cristina Caponero
contatos. Assim, a cultura faz parte tanto da história do desenvolvimento
intelectual, científico quanto da história das relações internacionais de poder.
Mas não se pode esquecer que as preocupações com a cultura estavam
associadas às interpretações, que permitiam que fosse considerado superior
tudo o que fosse ocidental e ao se compreender isso, estamos contribuindo
para o combate aos preconceitos. Cornélius Castoriadis referindo-se à
superioridade das culturas escreve: “Todas as culturas são iguais, mas há uma
que é mais igual que as outras, porque ela é a única que reconhece a
igualdade das culturas”.
A cultura é uma preocupação de pensadores engajados em interpretar a
história humana, em compreender a particularidade dos costumes e crenças,
em entender o desenvolvimento dos povos no contexto das condições
materiais em que se desenvolviam. Portanto é importante ressaltar que a
cultura é um aspecto da realidade de uma sociedade que sofre alterações
constantes, na tentativa de localizar traços e características que se distingam,
pode-se chegar a pensar na cultura como algo parado, acabado, fechado,
estagnado, mas as culturas humanas são dinâmicas, vivas, em constante
processo de transformação, importantes nos processos internos da sociedade,
importantes para entender as relações internacionais, pois fazem parte da
construção permanente dessa, uma vez que se modificam, sofrem alterações
constantes. Essa mudança é fundamental para que se incorporem novos
conhecimentos, para que as culturas se transformem e sociedades possam
sobreviver, abandonando certos elementos, adquirindo outros ao longo da sua
história, de tal forma que determinadas normas de comportamento hoje aceitas
e respeitadas, amanhã serão consideradas obsoletas, ultrapassadas e em
desuso. Esses novos valores nem sempre são unanimemente aceitos, as
pessoas mais velhas resistem aos novos valores, enquanto que nas gerações
mais novas há uma predisposição quase natural em absorver com mais
facilidade os novos valores, o que, seguramente, traz transformações à cultura
da sociedade. A música, a moda, as artes em geral e o avanço tecnológico
estão entre os elementos que mais modificam a cultura, criando novas
A Imagem do Brasil na Itália 24
Maria Cristina Caponero
concepções, nova visão do mundo. As regras de sociabilidade embora variem
no tempo e no espaço, podem ser consideradas formais - estabelecidas pelo
direito, religião, ciência ou técnica - ou informais - estabelecidas pela moral,
através dos costumes ou da opinião pública.
1.2.1.3. A Diversidade Cultural
Segundo Barbero, “a idéia de cultura foi modificada a partir de 1778,
quando se aceita a pluralidade cultural, ou seja, a partir do contato com
sociedades primitivas não-européias é que se constata os diferentes modos de
configuração da vida social e se aceita a diversidade cultural”.
1
(Martin-Barbero,
2003)
Em sendo a cultura motivo de conflitos de interesses nas sociedades
contemporâneas, o estudo da cultura antropológica pode ajudar a pensar na
realidade social. Na verdade, para se compreender as diferentes culturas é
preciso saber o porquê de elas variarem tanto, isto é, quais são os contextos em que
foram produzidas, quais os processos históricos que as formaram e quais as razões
que explicam a existência de costumes.
“Cada cultura é o resultado de uma história particular, e isso inclui
também suas relações com outras culturas, as quais podem ter
características bem diferentes”.
2
(Santos, 2000:12)
É preciso considerar que essa diversidade não é feita só de idéias, mas
de diferentes maneiras de viver, de atuar na vida social, de padrões de
comportamento, de sistemas de crenças, normas e leis, de procedimentos
culturais, de relações sociais do país que são característicos de cada
sociedade e é o que as diferenciam.
1
MARTIN-BARBERO, Jésuz. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
2
SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994, 6ª. Reimpressão, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 25
Maria Cristina Caponero
“O mundo se forma como um vasto e complexo caleidoscópio de
nações, nacionalidades, etnias, minorias, grupos e classes. Aí se
reproduzem diversidades e desigualdades sociais, econômicas, políticas
e culturais, em distintas gradações e múltiplos arranjos. Se há algo que
se reproduz e acentua em escala mundial, é o desenvolvimento desigual
e combinado das relações e produções materiais e culturais (...) São
vários os universos culturais e materiais, reais e imaginários, que se
entrecruzam e superpõem, complementam e divorciam, integram e
antagonizam”.
1
(Ianni, 2001)
Cada grupo produz a partir de suas condições históricas, climáticas,
lingüísticas e sociais, uma determinada cultura que se caracteriza então, por
ser única, específica e que faz sentido para os agrupamentos humanos que as
vivem, pois fazem parte e são os resultados de sua história. Segundo Warnier,
“não existe nenhum sociedade no mundo que não possua sua própria
cultura”.
2
(Warnier, 2000)
Assim, os habitantes de cada país conhecem muito bem o local onde
nascem e vivem, têm uma percepção da natureza e um modo de vida que
dizem respeito diretamente ao clima e às práticas, hábitos, costumes e
tradições populares daquele país, ou seja, o que se vê e faz é percebido e
realizado de acordo com o local em que se vive e, portanto, diz respeito a uma
determinada cultura, a uma determinada forma de organização social. São as
características de cada povo que tornam cada sociedade diferente, única,
quando comparada com outras realidades sociais muito distintas, resultantes
de experiências históricas muito diferentes, expressando diferentes
possibilidades de vida social.
“Tornar-se humano é tornar-se individual, e nós nos tornamos individuais
sob a direção dos padrões culturais(...). Os padrões culturais envolvidos
não são gerais, mas específicos”.
3
(Geertz, 1989)
1
IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
2
WARNIER, Jean-Pierre. A Mundialização da Cultura. São Paulo: EDUSC, 2000.
3
GEERTZ, Clifford. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 26
Maria Cristina Caponero
Nunca serão encontradas comunidades com culturas iguais, uma vez
que nenhuma nação, nenhuma sociedade, nenhum povo seja ele atrasado ou
desenvolvido, primitivo ou civilizado, jamais será ou agirá de forma idêntica aos
demais, poderá haver algumas características em comum, algumas
semelhanças, mas as culturas nunca serão iguais, serão diferentes entre si,
chegando até mesmo a serem contraditórias, embora igualmente boas para
cada sociedade que a vive.
“A diferença deve ser respeitada e acolhida como manifestação das
potencialidades das pessoas e das culturas e como riqueza nas formas
de participação. São as diferenças que revelam a riqueza da mesma e
única humanidade”.
1
(Boff, 2000)
Essa diferenciação embora básica é muito complexa, pois decorre do
fato de que a população se posiciona de modo diferente no processo de
produção, e mesmo dentro das diferentes classes sociais, seja a classe
trabalhadora ou a proprietária não existem maneiras homogêneas de viver,
elas têm formas diferentes e enfrentam problemas diferentes na sua vida
social. A constatação que tal diversidade cultural existe implica entender as
realidades culturais no contexto de uma história específica de cada sociedade,
das relações sociais ocorridas no interior destas e entre elas.
Portanto deve-se compreender a diversidade como traço fundamental na
construção de uma identidade cultural que se constrói e se altera
permanentemente e que se manifesta em formas concretas e diversas no ser
humano, construindo um mundo complexo, multifacetado e algumas vezes
paradoxal. Mas deve-se ter cuidado, pois o tema da diversidade cultural deve
ser pensado em conjunto com o tema da desigualdade social, elemento
fundamental das preocupações com cultura, pois há uma tendência a abafar e
encobrir os problemas vividos pela diversidade.
1
BOFF, Leonardo. Nova Era: A Civilização Planetária. São Paulo: Editora Ática, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 27
Maria Cristina Caponero
“A atenção é cada vez mais dada ao conflito, à instabilidade, à
assimetria, à diversidade. A desordem, o inesperado e a turbulência
fascinam; a banalidade transforma-se em mistério”.
1
(Pais, 2002:52)
O aparecimento de movimentos étnicos, culturais, religiosos pode
também ser um sinal de que as diversidades estão se transformando em
desigualdades e antagonismos e a integração das raças deixou pouco ou
nenhum espaço para que se encarassem as reais dificuldades das diferentes
etnias em um contexto social.
“Há também lugar para a diversidade de paradigmas que assegurem a
passagem de concepções teóricas abstratas, universais e mecanicistas
para formas concretas, particulares e contingentes de teorização. Ao
lado de quem prega teorias gerais do social, reivindica-se a
possibilidade de estudar de modo mais pertinente possível à diversidade
das formas de vida social”.
2
(Pais, 2002:46)
Deve-se respeitar e valorizar as diferenças religiosas, étnicas e culturais
de cada sociedade, o que não significa aderir aos valores do outro, mas sim,
respeitá-los como expressão da diversidade, sem qualquer discriminação, mas
sempre tendo em mente que ao se referir à discriminação, deve-se pensar
imediatamente no contexto social “autoritário”, nas relações de poder que são a
estrutura que marcam algumas sociedades e suas respectivas produções
culturais, envolvendo um permanente processo de reformulação, resistência,
dominação e exploração sócio-econômica e política tão presente nas
sociedades contemporâneas. Esse é um fato evidente da história
contemporânea e não há como refletir sobre cultura ignorando essas
desigualdades; é necessário reconhecê-las e buscar sua superação para evitar
um “choque de civilizações” causado por diferenças culturais e religiosas e tão
discutido por autores como os norte-americanos John Esposito, Manuel
Castells e o britânico Fred Halliday.
1
PAIS, José Machado, 1986 apud TEDESCO, João Carlos. Paradigmas do Cotidiano. Introdução à
constituição de um campo de análise social. Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC, 1999.
2
PAIS, José Machado, 1986. Idem
A Imagem do Brasil na Itália 28
Maria Cristina Caponero
Da mesma forma é preciso muita cautela na compreensão da cultura de
diversos países, pois o tema da cultura está muito relacionado com a
civilização ocidental e é pelos olhos dessa civilização que se vê o mundo e
procura compreender os seus destinos e há países como o Brasil, por exemplo,
com uma grande mistura de traços culturais internos, formas de conduta e os
padrões culturais nitidamente diferentes de uma região para outra, embora
formalmente haja uma unidade cultural determinada principalmente pela
unicidade do idioma e da religião, das leis, moedas e outros como já foi visto
anteriormente. Portanto, ao pensar em diversidade cultural, não se deve pensar
na sociedade dividida em grupos culturais fechados, mas no enriquecimento
propiciado a cada um e a todos pelo convívio com a pluralidade de formas de
vida e pela coexistência da ampla diversidade étnica, lingüística e religiosa.
1.2.1.4. Etnocentrismo, Relativismo e Hierarquização das
Culturas
Como visto anteriormente, a cada cultura corresponde uma forma de
estar no mundo. A avaliação de cada cultura e do conjunto de culturas
existentes é relativa, pois os traços culturais variam de acordo com a cultura
particular da qual se efetue a observação e análise. Diferentes expressões
culturais são compreendidas a partir de referenciais que nada têm a ver com a
realidade de suas manifestações, com os meios em que são criadas, isto é, a
observação de culturas alheias se faz segundo pontos de vista definidos pela
cultura do observador. A esse tipo de atitude chama-se etnocentrismo, o que pode
ser definido como a identificação de cada um na sociedade a qual pertence e a
valorização de sua própria cultura, embora haja uma grande dificuldade
intelectual e emocional por parte dos indivíduos e grupos sociais, para pensar o
diferente, o “outro”, pois consideram a sociedade do “eu” como a melhor, a superior.
Diversos autores definiram o etnocentrismo, e sua compreensão é de
grande importância no presente trabalho. Dentre as diversas definições,
podemos ressaltar as seguintes:
A Imagem do Brasil na Itália 29
Maria Cristina Caponero
“Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso grupo e formado
como centro de tudo e de todos os outros são pensados e sentidos
através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que
é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de
pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimento de
estranheza, medo, hostilidade, etc.”
1
(Rocha, 2000:7)
“Etnocentrismo designa o comportamento daquele que pensa que
apenas sua cultura é válida e ‘normal’. Todas as outras são exóticas,
pecaminosas ou uma afronta à civilização”.
2
(Trigo, 2000)
Este tipo de atitude pode ser percebido desde o início de nossa história
na época do descobrimento, onde o índio representa o “selvagem”, o
“primitivo”, o “pré-histórico”, o “antropófago” e etc., isto para mostrar o quanto
os portugueses, os colonizadores, isto é a sociedade do “eu”, estava sendo
considerada como “superior” e “civilizada”.
“O etnocentrismo não é propriedade, de uma única sociedade, apesar de
que, na nossa, revestiu-se de um caráter ativista e colonizador, com os
mais diferentes empreendimentos de conquista e destruição de outros
povos”.
3
(Rocha, 2000:10)
A questão etnocêntrica pode levar a um choque cultural, de um lado está
o grupo do “eu” e do outro o grupo do “outro”, o “diferente”, que não age da
mesma forma e nem mesmo dá os mesmos significados às coisas. “Cada um
‘traduziu’ nos termos de sua própria cultura o significado dos objetos cujo
sentido original foi forjado na cultura do “outro”. O etnocentrismo passa
exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro” nos termos da
cultura do grupo do “eu”.”
4
(Rocha, 2000:13)
1
ROCHA, Everardo. Op. Cit.
2
TRIGO. Luiz Gonzaga Godoi. Turismo e Qualidade. Tendências Contemporâneas. São Paulo: Papirus
Editora, 2000.
3
ROCHA, Everardo. Op. Cit.
4
ROCHA, Everardo. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 30
Maria Cristina Caponero
Nossas próprias atitudes frente a outros grupos sociais com os quais
convivemos nas grandes cidades são, muitas vezes, repletas de resquícios de
atitudes etnocêntricas. Rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais
nos guiamos para o confronto cotidiano com a diferença. As idéias
etnocêntricas que temos sobre os outros são uma espécie de formulações
ideológicas, que transformam a diferença em um valor perigosamente
etnocêntrico. O etnocentrismo é alimentado quando classificamos o “nós” e o
“eles”. O outro passa a ser o incompreensível, remoto e pode ser entendido no
seu exotismo, na sua integridade, na sua autenticidade.
Na década de 30 o antropólogo americano Melville Jean Herskovitz
preconizava que “nenhuma cultura é superior a outra e cada uma deve ser entendida
dentro de seu próprio contexto e por isso mesmo, não cabem comparações entre
elas”. Em 1947, Herskovitz apresentou à Organização das Nações Unidas uma
“recomendação” para que fossem respeitadas as culturas dos diferentes povos,
criando-se assim a idéia do relativismo cultural em contraposição ao
etnocentrismo. Deve-se considerar que não há superioridade ou inferioridade
entre as culturas e os traços culturais e deve-se, portanto considerar o “outro”
como não igual e não como inferior, relativizar é não transformar a diferença
em hierarquia.
“Uma das mais importantes idéias que se contrapõem ao etnocentrismo é a de
relativização. Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão
de posição: estamos relativizando. Quando o significado de um ato é visto não
na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece: estamos
relativizando. Quando compreendemos o” outro “nos seus próprios valores e
não nos nossos: estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do
mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um
fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas.
Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. Relativizar é
não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em
bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por sua diferença”.
1
(Rocha, 2000:20)
1
ROCHA, Everardo. O que é Etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 16ª. Reimpressão, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 31
Maria Cristina Caponero
Muitos estudos foram feitos desde o século XIX, baseando-se na
concepção de cultura da ciência e nas maneiras de ordenar e hierarquizar as
culturas humanas. Segundo as versões mais comuns desses estudos, a
humanidade passaria por etapas sucessivas de evolução social que a
conduziria desde um estágio primordial onde se iniciaria a distinção da espécie
humana de outras espécies animais até a civilização tal como conhecida na
Europa ocidental de então e todas as sociedades humanas fariam
necessariamente parte dessa escala evolutiva. Mas, esta é uma visão européia
da humanidade na tentativa de hierarquizar diferentes culturas, o que é
impossível, pois quando se consideram as culturas particulares que existem ou
existiram, logo se constata sua grande variação e multiplicidade, pois cada
cultura tem sua própria verdade e critérios de avaliação e para uma tal
hierarquização ser feita seria necessário subjugar uma cultura aos critérios da outra.
1.2.2. A Influência da Identidade na Construção da Imagem
Ao pensar na questão da identidade, deve-se esclarecer que esta pode
ser tratada sob diferentes aspectos. No presente trabalho a ênfase será dada
ao conceito pós-moderno de identidade, uma vez que no contexto atual estão
presentes as diversas transformações ocasionadas pela globalização, na qual
a questão do processo de construção da identidade se insere, como um lugar
de conflito e pertinente de reflexão, não se esquecendo que as culturais
nacionais nas quais se nasce, constituem-se em uma das principais fontes de
identidade cultural, ou seja, a cultura se traduz como centro do fenômeno da
identidade, uma vez que o ser humano contribui para o desenvolvimento da
cultura e é influenciado por ela na sua identidade. Também a diversidade
cultural, vista anteriormente, deve ser compreendida como um traço
fundamental na construção de uma identidade cultural, pois ambas são frutos
de um longo processo histórico de interação política e econômica, nacional e
internacional, que se constrói e se altera permanentemente e se manifesta em
formas
concretas e diversas no ser humano, construindo um mundo complexo,
multifacetado,
algumas vezes paradoxal e dando origem a diferentes grupos
étnicos e culturais.
A Imagem do Brasil na Itália 32
Maria Cristina Caponero
Com relação à Imagem, a identidade não é somente a essência
fundadora e definitiva de um povo, mas um traço agregador, pois expressa
traços de experiência social, histórica e cultural e leva os indivíduos a
reconhecer por força de identificação a sociedade a qual pertence, isto é,
permite o auto-reconhecimento e a constituição do sentimento de comunidade.
A identidade cultural influencia na construção de nossa imagem e surge
marcada pelo conflito, pela convivência de traços heterogêneos, são formadas
e transformadas em relação a um sistema de construção das imagens
simbólicas que constroem cotidianamente núcleos instáveis de identificação e
aglutinação.
“São diversas as linhas de significação que atravessam as imagens que
os sujeitos fazem de suas experiências, de seu lugar, de seus vizinhos e
iguais, dos outros habitantes da cidade (distantes e diferentes) e que,
constituem, cada um a seu modo, mundos inventados pelo discurso
“mundos singulares de comunidades”
1
(Rancière, 1996:70 apud
Guimarães, 2002:24)
“Um povo se constitui enquanto tal ao construir uma imagem de si
mesmo, quando se vê enquanto corpo coletivo elege símbolos de
reconhecimento e identificação, partilha valores e traços de
comportamento. Esse processo de constituição se realiza tanto a partir
de mecanismo internos, de agregação (a construção do” nós “), quanto
externos – a identificação do outro, a diferenciação do outro. Tanto se
produz através de movimentos mais ou menos espontâneos, quanto
através de processos de indução ou construção intencional".
(Guimarães e outros, 2003:10)
1
RANCIÈRE, Jacques. 1996:70 apud Guimarães, César. A Imagem e o Mundo Singular da Comunidade.
In: FRANÇA, Vera Regina (Org.). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2002:24.
A Imagem do Brasil na Itália 33
Maria Cristina Caponero
A formação da identidade nacional está intimamente ligada à projeção
da imagem do Brasil no exterior. A imagem nacional não é resultante
unicamente da visão do estrangeiro a respeito do País, o Brasil e o brasileiro
parecem se interessar muito mais pelo que se diz no exterior do que pela
própria formação interna do País. A nossa imagem é também uma projeção da
nossa identidade. É comum o brasileiro se identificar como sendo um povo
repleto de defeitos.
“A idéia geral é que somos totalmente incompetentes, um povo sem
heróis nacionais, sem história, sem cultura e sem raça”.
1
(Bignami,
2002:39)
1.2.2.1. O Conceito de Identidade
O conceito de identidade é demasiadamente complexo e pouco
compreendido. A identidade pode ser considerada como um conjunto de
fatores que compreendem a linguagem, os processos de conhecimento, os
meios de comunicação, os estereótipos e os processos históricos e sociais da
nação, ou seja, a identidade cultural surge do pertencimento a culturas étnicas,
raciais, lingüísticas e religiosas.
“A identidade nacional é o conjunto de características que qualificam
uma nação, de certo modo, ela é a própria nação, com seu território, seu
conjunto de raças, sua língua e cultura, sua religião e crenças, seus
interesses, sua geografia”.
2
(Bignami, 2002:41)
A identidade é concebida enquanto busca de origens, de semelhanças,
do substrato comum, refere-se à “essência” comum subjacente às muitas
diferenças que atravessam um determinado grupo social; é aquilo que, por
baixo das diferenças, do movimento, das mudanças, costura e mantém a
1
BIGNAMI, Rosana, op. cit.
2
BIGNAMI, Rosana. A Imagem do Brasil no Turismo. São Paulo: Aleph, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 34
Maria Cristina Caponero
unidade. A identidade é pensada enquanto processo de apreensão dos
diferentes aspectos e valores do quadro situacional em que estão inseridos.
Nessa concepção, a identidade está assentada na busca da unidade, na
semelhança, no comum – num núcleo partilhado e unificador.
“As identidades longe de estarem alicerçadas numa simples
“recuperação” do passado (...), são apenas os nomes que aplicamos às
diferentes maneiras que nos posicionam, e pelas quais nos
posicionamos, nas narrativas do passado.”
1
(Hall, 2003:69)
“Identidades são posicionamentos, e se referem a “pontos instáveis de
identificação ou sutura, feitos no interior dos discursos, da cultura e da
história. Não uma essência, mas um posicionamento.”
2
(Hall, 2003:70)
Hall (2003) estabelece conceitos diferentes de identidades, seja nas
sociedades tradicionais ou nas sociedades pós-modernas. Nas sociedades
tradicionais, a identidade era encarada como algo fixo desde seu surgimento e
não sujeito a mudanças; o conceito de identidade espelhava uma organização
do mundo que preservava a permanência de um certo estado de coisas, onde
tudo era examinado com base na tradição.
“Nas sociedades tradicionais, o passado é venerado e os símbolos são
valorizados porque contêm e perpetuam a experiência de gerações. A
tradição é um meio de lidar com o tempo e o espaço, inserindo qualquer
atividade ou experiência particular na continuidade do passado, presente
e futuros, os quais, por sua vez, são estruturados por práticas sociais
recorrentes”.
3
(Giddens, apud Hall 2003: 14)
1
HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A., 7ª. Edição, 2003.
2
HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7a. Edição, 2003.
3
GIDDENS. The consequences of Modernity. Cambridge: Polity Press, 1990 apud Hall, Stuart. A
Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7a. edição, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 35
Maria Cristina Caponero
Nas sociedades pós-modernas, seja no interior delas ou mesmo no
interior dos indivíduos a ela pertencentes, o que se observa é uma pluralidade
de identidade, as quais se constroem a partir da hibridização de elementos
variados e de uma heterogeneidade de códigos, pois devido à globalização há
um estilhaçamento da identidade, não sendo mais possível pensar na
identidade como referência estável, homogênea, coesa e unificada. Nestas
sociedades, a identidade é vista como um processo sempre em construção,
formado e transformado como uma produção que nunca se completa, traços
renovam-se e traços perduram-se, propiciando às pessoas o sentimento de
pertencimento a um lugar, a uma nação. Já não se trata de uma identidade
una, mas de uma construção permanente. As identidades e as diferenças de
indivíduos e coletividades não são algo perfeito e acabado, mas são articuladas
pelo processo de convivência e comunicação. Portanto, diz Hall, a identidade
pergunta menos “o que nós somos” (estado) e mais “o que nos tornamos
(processo)
1
. (Hall, 2003)
“A identidade nacional se constitui por meio de processos de interação
entre as nações. A partir do momento em que padrões de comportamento são
aceitos como parâmetros de identidade nacional, eles passam a ser
reproduzidos e incorporados como padrões de comportamento individual ou
mesmo adquirem valor de imagem”.
2
(Bignami, 2002:40)
“As velhas identidades estão em declínio, fazendo surgir novas
identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como
um sujeito unificado. Atualmente está em curso um processo de
mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das
sociedades modernas, abalando os indivíduos e causando uma crise de
identidade. As identidades modernas estão sendo ‘ descentradas’, isto é,
deslocadas ou fragmentadas”.
3
(Hall, 2003:8)
1
HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7a. edição, 2003.
2
BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
3
HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7a. edição, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 36
Maria Cristina Caponero
Concordar com Hall implica dizer que na pós-modernidade há um
colapso da idéia fixa da identidade, pois esta é continuamente reformulada e
elaborada a partir da relação com o outro em um processo dinâmico que está
sempre em andamento uma vez que as sociedades modernas são “híbridas
culturais” (Hall, 2003:62), de mudança constante, rápida e permanente, mas
não se desintegram totalmente não porque elas são unificadas, mas porque
seus diferentes elementos e identidades podem, sob certas circunstâncias ser
conjuntamente articulados.
“Hoje a identidade mesmo em amplos setores populares, é poliglota,
multi-étnica, migrante, feita com elementos mesclados de várias
culturas”.
1
(Canclini, 1996:142)
“As sociedades da modernidade tardia são caracterizadas pela
‘diferença’; elas são atravessadas por diferentes divisões e
antagonismos sociais que produzem uma variedade de diferentes
‘posições do sujeito’ – isto é, identidades – para os indivíduos”.
2
(Laclau
apud Hall, 2003:17)
Nas sociedades pós-modernas, portanto, as identidades dos indivíduos
não são únicas e definidas, mas sim múltiplas e em constantes mudanças.
Abandona-se a idéia de uma pretensa estabilidade do ser, porque a identidade
é matéria maleável sempre em formação e que se modifica nas relações com o
mundo e com as outras pessoas. O foco está na dinâmica, na existência de um
e de outros e na relação entre eles, trazendo em pauta a questão da
pluralidade cultural, e a discussão tanto da similaridade quanto das diferenças,
sendo ambos ingredientes presentes e necessários, uma vez que a própria
identidade é formada a partir do reconhecimento das diferenças no “outro”.
1
CANCLINI, Nestor G. Consumidores e Cidadãos. Rio de Janeiro: URFJ, 1996.
2
LACLAU, E. New Reflections on the Resolution of our Time. Londres apud HALL, Stuart. A
Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7a. edição, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 37
Maria Cristina Caponero
“Discurso de identidade, discurso de alteridade: se o primeiro objetivo
desta introdução foi destacar essa equação identidade, o segundo é
ressaltar que esse jogo das similaridades e diferenças é jogado no
terreno dos discursos e das representações. Significaria, essa assertiva,
que os “sentidos” da identidade se encontram nos discursos – e,
portanto, poderiam ser desvelados por meio de um trabalho de recorte e
análise de materiais discursivos? O que podemos desprender da pista
lançada por Hall é que a questão é mais complexa – e não são
discursos prontos que vão nos revelar as tramas identitárias, mas o
espaço das relações, das interseções entre discursos e posicionamento
dos sujeitos Situamo-nos, portanto no terreno do dizer, no terreno das
enunciações – no espaço tenso entre falas e lugares.”
1
(França, 2002:28)
A identidade tem a ver com objetos, práticas simbólicas que nos
posicionam no mundo e dizem nosso lugar em relação ao outro; ela se constrói
na intersecção entre discursos que nos posicionam enquanto sujeitos no
mundo no qual construímos e estamos inseridos, portanto história, memória e
esquecimento também caminham juntos no processo de construção da
identidade e da imagem.
1.2.2.2. A Identidade Cultural e Nacional
Em um determinado momento histórico os povos tiveram necessidade
de originar discursos, de adquirir uma identidade que os distinguisse, de dar
sentidos a uma nação, surgindo assim o nacionalismo que se pode entender
como uma força política de uma nação em relação à outra, “o nacionalismo
seria a forma que a nação usa para construir uma identidade”. (Bignami,
2002:42), o que se pressupõe um certo etnocentrismo entre as nações, ou
seja, houve uma necessidade de se identificar, de dar sentidos e imagens a
uma nação em relação à outra e entre si.
1
FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade, Discurso de Alteridade: A Fala do Outro. In:
FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 38
Maria Cristina Caponero
Falar sobre a identidade nacional é importante na medida em que um
padrão cultural nacional se transforma em padrão de personalidade individual,
fornecido pela cultura onde este está inserido. Atualmente há um debate
teórico sobre a destruição da identidade individual. A concepção do “sujeito
iluminista”, citado por Hall (2003:11), previamente concebido como tendo uma
identidade centrada, unificada, completa, coerente, estável, racional,
consciente, dotado de um núcleo interior estável e permanente e de
capacidades de ação, cujo centro consistia em um núcleo interior que emergia
pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia, está sendo
alterada, passando pelo “sujeito sociológico” que reflete a crescente
complexidade do mundo moderno e a consciência de que este núcleo interior
do sujeito não é autônomo e auto-suficiente, mas é formado na relação com
“outras pessoas importantes para ele”, que mediam os valores, sentidos e
símbolos, ou seja, a cultura em geral do mundo em que ele habita.
“De acordo com essa visão, que se tornou a concepção sociológica
clássica da questão, a identidade é formada na ‘interação’ entre o eu e a
sociedade..., mas este é formado e modificado num diálogo contínuo
com mundos culturas ‘exteriores’ e as identidades que esses mundos
oferecem”.
1
(Hall, 2003: 11)
Também esta noção do sujeito está sendo substituída pela noção de um
novo sujeito, o pós-moderno, que é identificado como não tendo uma
identidade fixa, essencial ou permanente, está se tornando fragmentado, pois à
medida que os sistemas de significação e representação cultural se
multiplicam, os indivíduos são confrontados por uma multiplicidade cambiante
de identidades possíveis, o que os torna compostos não de uma única, mas de
várias identidades, algumas vezes contraditórias, o que inclui tanto aquelas que
ele é forçado a assumir quanto aquelas que ele pode escolher.
1
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7ª. Edição, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 39
Maria Cristina Caponero
“O sujeito pós-moderno é fragmentado, dotado de identidades múltiplas
e contraditórias, resultado de mudanças estruturais institucionais e de
valores da sociedade contemporânea”.
1
(Hall, 2003)
Portanto o próprio processo de identificação, através do qual os
indivíduos se projetam em suas identidades culturais tornou-se mais provisório,
variável e porque não dizer problemático, pois a identidade é, portanto, definida
historicamente e não biologicamente. As identidades estão sendo
continuamente deslocadas, formadas e transformadas continuamente em
relação às formas pelas quais são representadas nos sistemas culturais aos
quais estão inseridas.
“Assim, em vez de falar da identidade como uma coisa acabada,
deveríamos falar de identificação, e vê-la como um processo em
andamento. A identidade surge não tanto da plenitude da identidade que
já está dentro de nós como indivíduos, mas de uma falta de inteireza
que é ‘preenchida’ a partir de nosso exterior, pelas formas através das
quais nós imaginamos ser visto pelos outros”.
2
(Hall, 1998:39)
A identidade cultural é, portanto, entendida como algo que reúne uma
diversidade de identificações. Segundo Hall, “a identidade cultural é
compartilhada pelas pessoas não somente porque estão localizadas no mesmo
território político. A nação é uma comunidade simbólica, uma representação.
Compartilhamos acima de tudo, uma idéia de nação”.
3
(Hall, 2003:49).
A identidade nacional é um universo simbólico que caracteriza a
coletividade, requer um sentimento de pertencimento como forma de inscrição
em um universo simbólico, estabelecendo padrões singulares de interpretação
da realidade, códigos de vida e pensamento que permeiam as diversas formas
de manifestação e sentidos, gerando valores e proporcionando elementos
concretos de referência e comparação e coesão.
1
HALL, Stuart. Op. Cit.
2
HALL, Stuart. Op. Cit
3
HALL, Stuart. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 40
Maria Cristina Caponero
“O indivíduo passou a ser visto como mais localizado e “definido” no
interior dessas grandes estruturas e formações sustentadoras da
sociedade moderna. Dois importantes eventos contribuíram para
articular um conjunto mais amplo de fundamentos conceptuais para o
sujeito moderno”.
1
(Hall, 2003:30)
Mas apesar disto, o conceito de identidade nacional não é aglutinador,
não determina o fim das diferenças culturais, é um composto híbrido porque a
nação comporta vários povos, religiões, engloba simultaneamente tradições,
costumes e modernidade, abrindo novos olhares. Portanto a identidade é
formada e tencionada pelas similitudes e diferenças, pelo passado e presente,
abrangendo a pluralidade e a diversidades presentes, reafirmando estereótipos
e criando novos.
“A questão das identidades culturais, ou das identidades nacionais, se
vê igualmente tencionada – seja em debates que vão contrapor sistemas
socioculturais estáveis e unificados (características tanto das sociedades
tradicionais quanto do contexto de Estados nacionais fortes) ao cenário
da globalização, da erosão das fronteiras nacionais e multiculturalismo,
seja na rediscussão do próprio conceito de identidade, em busca de uma
formulação mais alargada, que dê conta do movimento e diversidade
que atravessam os processos identitários na contemporaneidade. Em
suma: quando se fala em “crise da identidade” da identidade dos
indivíduos ou nações – na verdade estamos falando de duas coisas: de
uma crise, uma conturbação no âmbito dos processos ordenadores da
vida social, mas também da insuficiência de nossos instrumentos
analíticos que, nesses momentos, revelam suas limitações.”
2
(Guimarães e outros, 2002:9)
1
HALL, Stuart. Op. Cit.
2
GUIMARÃES, César; VAZ, Paulo B; SILVA, Regina H.; FRANÇA, Vera R. Das Origens e
Motivações de um Trabalho. In: FRANÇA, Vera Regina (Org.). Imagens do Brasil: modos de ver, modos
de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 41
Maria Cristina Caponero
Portanto, pode-se dizer que as identidades culturais não são coisas que
nascem com as pessoas, mas são formadas e transformadas no interior das
sociedades, e essas transformações constantes mudam as identidades
pessoais, abalando a idéia que temos de nós mesmo como sujeitos integrados,
deslocando ou descentrando os indivíduos tanto de seu lugar no mundo social
e cultural quanto de si mesmos, causando uma crise de identidade para o
indivíduo.
“As identidades nacionais são formadas e transformadas dentro e em
relação a um sistema de representação simbólica, pois uma nação não é
somente uma entidade política; é produtora de significados que
conformam uma idéia de nação representada nas diferentes
manifestações culturais. Uma cultura nacional é, portanto, um discurso
que constrói identidades ao produzir significados sobre a “nação” com a
qual podemos nos identificar. “Estes significados estão contidos nas
histórias que são contadas sobre ela, memórias que conectam seu
presente com seu passado e imagens que são construídas a propósito
delas.”
1
(Hall, 1995: 40)
O que se pode observar é que a identidade não é um processo acabado,
pois permanece sempre incompleta, está sempre “em andamento”, sempre
“sendo formada” ao longo do tempo, através de processos inconscientes. Não
é algo inato, existente na consciência no momento do nascimento. A identidade
surge não tanto da plenitude da identidade que já está dentro de nós como
indivíduos, mas de uma falta de inteireza que é “preenchida” a partir de nosso
exterior, pelas formas através das quais nós imaginamos sermos vistos por
outros, ou seja, o imaginário nacional passa a fazer parte do imaginário
individual. Canclini estuda os processos de transformação da identidade,
analisando as formas como ela é construída e concretizada no mundo
globalizado. Para ele “a noção de uma identidade única e coerente é errônea,
1
HALL, Stuart. Op. Cit..
A Imagem do Brasil na Itália 42
Maria Cristina Caponero
porque o sujeito não pertence a uma cultura homogênea”.
1
(Canclini, 1996)
Geertz tem o mesmo modo de pensar, pois diz que “cada povo é uma entidade,
um mundo diverso dos outros”.
2
(Geertz apud Ortiz, 2000:21)
“O indivíduo desenvolve-se absorvendo a cultura naturalmente. É tão
estranho falar em homem desvinculado de qualquer cultura quanto sugerir a
existência de um indivíduo destituído de caracteres próprios. Então é a cultura
que proporciona a tão decantada Identidade Cultural”.
3
(Pires, 2001: 102)
“Poderíamos dizer que a Identidade Cultural é o conjunto de caracteres
próprios e exclusivos de um corpo de conhecimentos, seus elementos
individualizadores e identificadores; enfim, o conjunto dos traços psicológicos, o
modo de ser, de sentir e de agir de um grupo, que se reflete nas ações e na
cultural material”.
4
(PIRES, 2001:102)
1.2.2.3. Os Fatores Históricos, Geográficos, Antropológicos,
Sociológicos e Culturais na Formação da Identidade
Nacional Brasileira
A História do Brasil é a história da construção de um povo, de uma
cultura nacional. “É preciso ter uma visão crítica da história do Brasil para que
se consiga entender quem é o brasileiro
5
(Lara, 2002:110), ou seja, a questão
da identidade é radicalmente histórica, pois é no âmbito da história e da cultura
que a identidade cultural de um país é construída, daí a importância destas,
não no sentido de que reconstrução do passado, mas no sentido de construção
do terreno de ação e intervenção dos homens; é preciso entender como elas se
constroem, sua dinâmica, sua natureza móvel. Conhecer fatos históricos
1
CANCLINI, Nestor G. Consumidores e Cidadãos. Rio de Janeiro: URFJ, 1996.
2
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Apud ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São
Paulo: Editora Brasiliense, 4ª. Reimpressão, 2000.
3
PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
4
PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
5
LARA, Silvia Monteiro de Castro. E assim nos Tornamos Brasileiros. In: FRANÇA, Vera (Org.).
Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 43
Maria Cristina Caponero
significa compreender o processo de surgimento de tendências, idéias,
crenças, maneiras de pensar, influências culturais, criação e recriação
constantes de tradições e seu percurso por diversos continentes, além da
complexidade da convivência com a diversidade em um mesmo território, nem
sempre harmônica.
O estudo dos aspectos históricos e geográficos, da ocupação e
conquista do território, expõe uma diversidade regional marcada pela
desigualdade, do ponto de vista não só econômico como social e de cultural.
Ela mostra mecanismos de resistência ao processo de dominação
desenvolvidos por grupos sociais em diferentes momentos: escravização,
constituição da população, imigração e emigração, formação das sociedades,
relações políticas com os outros continentes e outros aspectos que expõem
uma diversidade regional e identidades culturais diferentes, levando a
compreensão da construção de um povo, de uma cultura nacional, o que no
caso do Brasil pode ser empreendido por intermédio da trajetória das etnias, ou
seja, houve uma forma de resistência o que fez com que cada grupo encontrasse
maneiras de preservar sua identidade cultural, ainda que às vezes de forma precária.
No Brasil, no início do século XIX, elites intelectuais e políticas, frente ao
ideal republicano passaram a tratar do tema da identidade nacional e tentaram
construir uma identidade cujo eixo agregador foi a mistura das três raças
formadoras do país, os brancos, os negros e os índios. Por volta de 1950, a
necessidade de modernização acabou trazendo consigo as evidências e o
agravamento da exclusão social. Foi criado um projeto nacional e começou-se
a estudar o caráter e a identidade nacional, com a construção discursiva a
respeito da identidade brasileira feita por autores como Silvio Romero, Euclides
da Cunha, Oliveira Viana, Gilberto Freire, Affonso Arinos e outros. No governo
Juscelino discutiu-se internacionalmente os problemas do Terceiro Mundo e
define-se um contorno praticamente decisivo para a identidade nacional.
Também nos anos 60 surge a EMBRATUR e vai-se reafirmando a unicidade na
construção de uma identidade nacional autêntica que é a Imagem do país.
A Imagem do Brasil na Itália 44
Maria Cristina Caponero
A identidade brasileira é marcada não só pelo sincretismo de três raças,
há muito conhecido como o “Mito das Três raças” que se consolidou durante a
constituição do Estado Novo, considerando-se que “raças são categorias
discursivas e não categorias biológicas, isto é, elas são categorias organizadas
de formas de falar, de práticas sociais, sendo diferenciadas não a partir de
características físicas, mas sim a partir de marcas simbólicas que as traduzem
e diferenciam socialmente”. (Hall, 1999) Muitos autores brasileiros aceitaram
diversas teorias raciais para justificar o atraso do Brasil pela existência de
grupos de raças “inferiores” e de mestiços e o domínio das sociedades mais
ricas. Na nossa história o branco, colonizador de origem européia, aparece no
campo político no lugar do detentor de poder e como privilegiado social. Sérgio
Buarque de Holanda analisa o comportamento e a moral do povo brasileiro
fundamentalmente a partir de uma comparação com o colonizador, isto é, o
português, branco e europeu.
“Características como a repulsa pelo culto ao trabalho, a imprudência, a
ousadia, a busca de proezas, a adaptabilidade, a ausência do orgulho
de raça, a falta de interesse em planejar antecipadamente as coisas, a
hospitalidade e a generosidade, dentre outros, seriam traços definidos
do caráter brasileiro, cujas origens se encontrariam já no caráter do
colonizador português e que, por evoluções naturais e acontecimentos
históricos, mantiveram-se mais ou menos inalterados”.
1
(Holanda apud
Bignami, 2002:48/49)
Os índios eram os excluídos, ou simplesmente “devorados” e destruídos,
enquanto os negros, povos africanos, assumem a condição de escravos,
passivos de castigo e retratados como sujeitos sofredores, seja em sua captura
na África, no aprisionamento nos porões dos navios durante o transporte para o
Brasil ou mesmo nos engenhos. Segundo Marilena Chauí (2000) “a mão-de-
obra negra ajuda a marcar as diferenças na sociedade da época” embora a
escravidão tenha afetado o povo brasileiro não só no passado, mas também
1
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil apud BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 45
Maria Cristina Caponero
traz conseqüências até o presente, exemplo disso é o trabalho manual, que por
ter origem escravista, passa a ser desprezado pelas elites brasileiras. Portanto,
o complexo estudo dos continentes de origem dos diversos povos que
compuseram a população brasileira em um processo de influência recíproca é
um aspecto importante que faz com que se compreenda a produção da
riqueza, da pobreza, da miséria, da exclusão, do racismo e das injustiças que
ocorrem no Brasil e demonstram que nos âmbitos social e político este
sincretismo raramente está presente.
“É, sem dúvida, no campo das relações sócio-políticas, da disputa e
repartição do poder e da riqueza que vamos encontrar a gênese do atual
quadro de desigualdade e da perversa estratificação da sociedade
brasileira”.
1
(França, 2002:30/31)
Portanto, fazer uma análise a respeito da identidade nacional brasileira é
muito difícil, uma vez que desde a época dos jesuítas, os costumes das aldeias
vêm se modificando, pela imposição de seus valores aos nativos, afetando a
formação da identidade do povo brasileiro. Dessa forma, deve-se partir do
princípio que essa identidade é multifacetada e plural, marcada por forte
hierarquização e desigualdade social, isto é, ela abriga muitas identidades,
tornando inócuo o esforço em busca de uma identidade única. Ou seja, cada
cultura tem sua história e suas características, não cabendo qualquer
classificação que sobreleve uma em detrimento da outra, embora ao longo de
nossa história, fomos buscando identidades quase sempre relacionadas a um
outro, exterior, que sempre esteve em outro lugar, inserido em outros sistemas
culturais, transformados numa espécie de referência para nós, o que perdura
até os dias atuais, pois num cenário atual globalizado, fatos internacionais
interferem no cotidiano de muitas e variadas formas tornando difícil descobrir
exatamente quem somos nós.
1
FRANÇA, Vera Regina. Discurso de Identidade, Discurso de Alteridade: A Fala do Outro. In:
FRANÇA, Vera (Org.). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 46
Maria Cristina Caponero
“As identidades são construídas relacionalmente, isto é, entre uns e
outros, entre sujeitos que se relacionam, se dizem, marcados por
condições diferenciadas de intervenção e negociação”.
1
(Guimarães,
2002:12)
Além disso, o Brasil apresenta uma grande mistura de traços culturais
internos, formas de conduta e padrões culturais nitidamente diferentes de uma
região para outra, criando identidades locais diferentes, embora formalmente
haja uma unidade cultural determinada principalmente pela unicidade do
idioma, das leis, da moeda, da religião e outros. Afinal somos nós brancos,
negros e índios; ricos e pobres; nordestinos, paulistas, cariocas, gaúchos e
outros e todos colaboram na construção da identidade do povo brasileiro e sua
imagem.
“No Brasil atual, as cercas e as fronteiras entre as identidades vacilam,
as imagens e os deuses se tocam, se assimilam e se unificam; por isso,
tem-se certa dificuldade em construir identidade racial e/ou cultural
‘pura’, que não se mistura com a identidade dos outros”.
2
(Munanga,
1996:189 apud Vaz e outros 2002:77)
Como se podem perceber, assim como os aspectos históricos e
geográficos, os conhecimentos antropológicos e sociológicos também são
indispensáveis na formação da identidade nacional brasileira e sua diversidade
cultural que vem sendo construída ao longo de cinco séculos e vem sofrendo
influência de muitos povos. Os conhecimentos sociológicos permitem explicar
como as diferenças étnicas, culturais e regionais não podem ser reduzidas à
dimensão sócio-econômica e os conhecimentos antropológicos dão subsídios
para que se possam entender algumas das questões da pluralidade cultural e
1
GUIMARÃES, César; VAZ, Paulo; SILVA, Regina; FRANÇA, Vera. Das Origens e Motivações de um
Trabalho. In: Vera (Org.). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2002.
2
MUNANGA, Kabengele. Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil. In: Vaz, Paulo Bernardo
F.; MENDONÇA, Ricardo Fabrino; ALMEIDA, Sílvia Capanema Pereira de. Quem é quem nessa
história? Iconografia do Livro Didático. In: FRANÇA, Vera (Org.). Imagens do Brasil, modos de ver,
modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 47
Maria Cristina Caponero
étnica cada vez mais presente em um mundo que se torna cada vez mais
complexo, sob aparência de homogeneização, pois não se está dando atenção
à questão da diferença cultural, o que tem sido instrumento que reforça e
mantém a desigualdade social e a injustiça sócio-econômica, apoiando-se em
preconceitos e discriminações de caráter etno-cultural de tal forma que, muitas
vezes, não é possível saber se a discriminação vem pelo fato étnico, pelo
sócio-econômico ou por ambos.
A própria história brasileira é a origem da pluralidade cultural, pois como
foi visto anteriormente, o brasileiro descende de uma mistura de raças cuja
base são os colonizadores portugueses, os nativos e os escravos africanos,
mas já na época do descobrimento havia uma diversidade interna uma vez que
os próprios índios que aqui habitavam antes da chegada dos brancos eram
diferentes entre si; os negros trazidos da África pertenciam a diversas etnias e
tinham seus próprios costumes, suas próprias crenças e seus próprios ritos,
também em relação aos brancos ocorre o mesmo, apesar de que oficialmente
os portugueses foram os primeiros a chegar, eram os degredados e os exilados
em Portugal por terem cometido algum tipo de crime que chegaram em maior
quantidade, com estes fatos pode-se perceber que a diversidade brasileira foi
se acentuando e transformando com o decorrer do tempo, intensificando a
desigualdade numérica entre homens e mulheres brancas levando à
miscigenação, os colonizadores portugueses relacionavam-se com índias ou
escravas negras.
“Essa miscigenação dá origem a outros tipos raciais como o mulato,
originado da miscigenação do branco com o negro; o caboclo ou
mameluco, originado da miscigenação do branco com o amarelo; o
cafuzo, originado da miscigenação do negro com o amarelo.”
1
(Cultura e
Religião do Povo Brasileiro - www.embratur.gov.br)
1
Cultura e Religião do Povo Brasileiro - www.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005
A Imagem do Brasil na Itália 48
Maria Cristina Caponero
“Do contato sexual da mulher negra com o homem branco nasceu o
mulato, um novo elemento étnico que, assim como o mameluco, fazia
parte de uma nova composição racial, que daria origem ao atual povo
brasileiro. Era uma categoria especial, pois não era branco e também
não era negro, era a base de uma nova gente que se formava, buscando
sua identidade tanto na cultura da mãe quanto na do pai que o
renegava. Assim, a miscigenação racial promovia também uma
miscigenação cultural, tornando o atual brasileiro tão diferente de seus
ancestrais colonizadores, os portugueses”.
1
(Malerba & Bertoni,
2001:57)
“Não deixa de ser curioso notar que, nas primeiras décadas de
colonização, quando da África eram trazidos os melhores negros, os
mais fortes e resistentes, vinham da metrópole os piores portugueses,
os bandidos, os criminosos, os marginais. Foram os degredados os
principais agentes brancos no início do processo de miscigenação; do
encontro desses homens com as mulheres índias surgiram os
mamelucos, a primeira mistura de raças que daria origem mais tarde aos
brasileiros”.
2
(Malerba & Bertoni, 2001:83)
Mas, paralelamente à miscigenação, começa a se formar uma futura
elite colonial, uma sociedade patriarcal e machista que tenta manter-se branca
e garante a propriedade e o poder nas mãos dos brancos. Assim, os filhos
brancos de um casamento católico eram herdeiros de seus pais brancos e
futuros proprietários de bens, enquanto que filhos mamelucos ou mulatos eram
trabalhadores e despossuídos e herdavam os infortúnios da mãe índia ou
negra, relegando assim às mulheres e outras etnias a uma situação de
minoridade jurídica, assim como os negros, até a abolição, e assim como
acontece com os índios até hoje. Assim, paralelamente à miscigenação surge o
preconceito e a desigualdade tornou-se uma característica constante na
história da sociedade brasileira.
1
MALERBA, Jurandir; BERTONI, Mauro. Nossa Gente Brasileira. São Paulo: Papirus, 2001.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 49
Maria Cristina Caponero
“Sobre a base miscigenada inicial foi montada uma sociedade
escravista. Mas que, apesar de escravista, nunca conseguiu eliminar o
costume já tornado tradicional – e que podia ser visto a cada dia em
filhos de brancos com negros, negros com índios, mulatos com brancos,
brancos com índios. Essa gente condenada como inferior, conseguiu
transformar a condenação em identidade, no momento da
independência. E uma identidade tão forte que não houve divisão no
território, disputas políticas internas de maior monta. Pelo contrário, a
Nação foi construída com base em arranjos que muitas vezes parecem
disparatados aos olhos europeus – e mesmo a muitos brasileiros – mas
que funcionam até hoje de maneira um tanto inusual.”
1
(O Brasil -
www.embratur.gov.br )
Também vieram para cá, ainda no século XVI, os “cristãos-novos”, que
eram judeus convertidos ao catolicismo que vinham para o Brasil fugindo da
perseguição religiosa. No final do século XVI essa situação se alterou, em
1580, tendo morrido o rei de Portugal, a Espanha aproveitou-se da falta de
herdeiros do trono português para subordinar Portugal ao rei espanhol e
durante essa dominação da União das Coroas Ibéricas ocorreu
predominantemente a imigração dos espanhóis, mas também vieram os
franceses e holandeses, parceiros dos portugueses no comércio do açúcar
brasileiro e resolveram invadir o nordeste açucareiro do Brasil. Com a
restauração portuguesa em meados do século XVII, o Brasil viveu novamente
um período de abertura para a imigração e vieram seus aliados na luta pela
Restauração, os ingleses. O ideal de “fazer a América” foi alimentado pelo
sonho de enriquecimento fácil com a exploração do ouro, nessa época teria
migrado para cá 40% da população de Portugal.
Uma nova fase para a imigração branca no Brasil ocorreu oficialmente
no contexto das guerras napoleônicas, mais precisamente com a vinda da
família real para o Brasil. Em novembro de 1808, Dom João VI promulga a lei
1
O Brasil - www.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005
A Imagem do Brasil na Itália 50
Maria Cristina Caponero
que permite a posse de terras por estrangeiros, o objetivo da lei é facilitar a
ocupação do sul do país, garantindo um território que despertava interesse dos
castelhanos. Com a abertura dos portos inúmeros aventureiros chegaram ao
Brasil, incentivou-se o comércio com a Inglaterra, mas com as mercadorias,
vieram também os mercadores, diplomatas e militares ingleses.
Há interesse também em “branquear” a pele da população, na época
majoritariamente negra. A presença dos imigrantes provoca mudanças
na vida do país. Eles introduzem novos produtos e técnicas de cultivo, a
noção de pequena propriedade, a economia de subsistência e as
pequenas indústrias domésticas (têxtil, alimentícia, de couro e de
cerâmica).”
1
(Cultura e Religião do Povo Brasileiro -
www.embratur.gov.br)
Na verdade a abertura dos portos representou a abertura para o mundo,
vieram portugueses, holandeses, franceses, espanhóis, italianos, suíços,
alemães e mais tarde os russos, austríacos, romenos, poloneses, lituanos,
sérvios, croatas, húngaros, eslavos e tchecos e outros que começaram a
chegar no passado e continuam até hoje num processo de imigração em
massa, comprando terras aproveitando-se de suas moedas fortes e interferindo
diretamente na constituição do povo brasileiro e tornando a cultura brasileira
cada vez mais plural.
O Brasil era visto como um lugar extraordinário e exótico aos olhos do
europeu, estereótipo que perdura até os dias de hoje, desde o início do século
XIX vieram para cá inúmeros naturalistas e cientistas estrangeiros ávidos por
desvendar os segredos da fauna e da flora, das selvas tropicais em um clima
causticante que em nada se comparava com o que os europeus conheciam,
vieram para cá também fotógrafos europeus que tiravam fotos povo brasileiro
que eles classificavam como “exóticos” em sua aparência, nos seus costumes
e nos seus valores; eles vendiam essas fotos para o mercado europeu
1
Cultura e Religião do Povo Brasileiro - www.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005
A Imagem do Brasil na Itália 51
Maria Cristina Caponero
divulgando uma imagem do Brasil feita através dos “filtros” dos olhos da cultura
européia, isto é, eram impressões, imagens carregadas de etnocentrismo que
esses europeus registraram e acabaram por deixaram marcas profundas na
História do Brasil.
Além dos europeus, desde o final do século XIX e início do século XX,
vieram para cá inúmeros contingentes de orientais como os japoneses, cujo
fluxo foi intensificado após a Segunda Guerra Mundial; os coreanos, os
chineses e os cambojanos além de povos de origem muçulmana do Oriente
Médio: sírios, libaneses e árabes. “A guerra mundial foi um fator decisivo na
chegada de um grande número de judeus, sobretudo judeus europeus, que
formam entre nós uma grande comunidade”.
1
(Malerba & Bertoni, 2001:81)
Portanto, quando se estuda a História do Brasil, percebe-se que houve
um grande ingrediente étnico e racial na sua formação, “dominantes e
dominados eram de raças diferentes e isso fez com que a condição social do
Brasil estivesse ligada à condição étnica, expressa pela cor da pele”. (Malerba
& Bertoni, 2001:105). Houve um congraçamento entre as raças, fruto de
séculos de miscigenação, vive-se em uma suposta “democracia racial”, sem
racismo, o que faz do Brasil um país multirracial, exemplo de convivência racial
pacífica, sem qualquer superioridade racial.
“Somos um povo formado pelo suor e pelo desejo de muitas raças.
Somos um povo moldado na variedade de culturas e hoje, vemos, em
muitos pontos do planeta, o crescimento de uma nova atitude plural,
multicultural, tolerante e fraterna, segundo a qual a maior riqueza de um
povo está em sua diversidade. E esta, o brasileiro tem de sobra”.
2
(Malerba & Bertoni, 2001:107)
1
MALERBA, Jurandir; BERTONI, Mauro. Op. Cit.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 52
Maria Cristina Caponero
Também em relação à religião, o Brasil apresenta grande sincretismo,
segundo a EMBRATUR, “não existe nenhuma religião oficial no país. Quase
88% dos habitantes do Brasil são católicos. Contudo, aproximadamente vinte
milhões de católicos também praticam algum tipo de culto ritual de origem
africana. Existem ainda pelo menos cinco milhões de protestantes, entre os
quais se incluem um número importante de luteranos, metodistas e episcopais
e judeus. A maioria dos indígenas professam religiões tradicionais.”
1
(Cultura e
Religião do Povo Brasileiro - www.embratur.gov.br)
Portanto, observando-se a História do Brasil percebe-se que os
brasileiros são talvez o povo mais miscigenado racialmente. De acordo com
dados de 1993 da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a população brasileira totaliza 151.523.449 habitantes, sendo que a
composição étnica da população inclui 55,2% de brancos: 39,3% de pardos:
4,9 de negros e 0,5% de amarelos
2
, o que faz com que seja praticamente
impossível pensar em uma identidade cultural única.
1.2.3. A Influência da Vida Cotidiana na Construção da Imagem
Como visto anteriormente, fatores históricos, geográficos, sociológicos e
culturais influenciam na formação da Identidade Nacional e conseqüentemente
na Construção da Imagem do Brasil. A vida cotidiana, considerada como um
fator cultural, influencia na construção da Imagem, pois é no cotidiano que os
valores culturais, os estereótipos e os preconceitos expressam-se e é através
da linguagem que eles são transmitidos aos indivíduos, ou seja, ela atua como
mediadora, reforçando velhos sentidos ou dando origem a novos. Portanto, é
muito importante que se compreenda a vida cotidiana como o espaço onde a
imagem é construída e também difundida. A vida cotidiana é a própria vida do
indivíduo, pode ser vista como o lugar onde as diferenças aparecem e se
constituem, por isso pode-se considerar que a cultura se forma dia-a-dia, nas
1
Cultura e Religião do Povo Brasileirowww.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005
2
Geografia do Brasilwww.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005.
A Imagem do Brasil na Itália 53
Maria Cristina Caponero
ações e relações dos sujeitos. A vida cotidiana acaba sendo considerada como
o terreno da experiência, a realidade predominante, um mundo estável e
ordenado no qual ele se locomove devido à sua constância e à segurança que o
conhecimento de que dispõe lhe dá.
“A vida cotidiana é a vida de todo o homem e do homem todo e do
indivíduo (enquanto particular e genérico) (...) é um campo de apreensão
do real (a realidade está oculta)”.
1
(Heller, 1985:17)
O ser humano apesar de ser o construtor do mundo e da realidade em
que vive, possuindo capacidade relativa para modificá-la mesmo que
lentamente, na sua vida cotidiana ele não se percebe desta forma, percebe-se
como um ser passivo que apenas aceita o que lhe é imposto pela sociedade,
submetido a uma realidade e conduzido por forças naturais e sociais, por uma
rigidez de formas de pensamento e de comportamento sob as quais ele não
tem nenhum controle para modificar.
“São traços característicos da vida cotidiana: o caráter momentâneo dos
efeitos, a natureza efêmera das motivações e, a fixação repetitiva do
ritmo, a rigidez do modo de vida”.
2
(Heller, 1985:43)
A vida cotidiana é um contexto de difícil entendimento, embora
vulgarmente falando, signifique o que se sucede habitualmente, todos os dias;
é a “rotina” como se costuma dizer; é o hábito de fazer as coisas sempre da
mesma maneira e nesse sentido tem o significado de banalidade, monotonia,
significa mais do que este sentido vulgar do termo, pois é um conceito que
pode e deve ser tomado como um campo de ritualidades, o fio condutor ou
uma rota de conhecimento da sociedade. “O quotidiano seria o que no dia a dia
se passa quando nada se parece passar”.
3
(Pais, 2002, p. 30).
1
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2ª. Edição, 1985.
2
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2ª. Edição, 1985.
3
PAIS, José Machado. Sociologia da Vida Quotidiana: Teorias, métodos e estudos de caso. Lisboa:
Imprensa de Ciências Sociais, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 54
Maria Cristina Caponero
O estudo da vida cotidiana tem como tema o indivíduo, a rotina, e
reprodução das relações sociais, o virtual, as representações, os elementos
disciplinares, é constituída por atividades que promovem a reprodução do
indivíduo e do social, como o trabalho, o lazer, e tudo o tipo de uso do tempo e
do espaço, enfim a vida cotidiana é uma totalidade. “O mundo chegou até nós
e penetrou no nosso cotidiano”.
1
(Ortiz, 2000:8) Maffesoli diz que “a
importância que reveste o cotidiano é a preocupação com o doméstico”.
2
(Maffesoli, 1999:126). Segundo ele o cotidiano não é uma “simples frivolidade
sem importância, mas um vetor de conhecimento, uma alavanca metodológica
de importância para a compreensão da estrutura orgânica”.
3
(Maffesoli,
1999:129)
“Pode-se perguntar se não existe um ambiente geral que serve de
agente revelador das imagens particulares que constituem a vida
cotidiana, que seja, de algum modo, causa e efeito dessas imagens”.
(Maffesoli, 1999:130)
“A vida cotidiana organiza-se em torno de imagens a partilhar, sejam as
imagens macroscópicas, ou as que modelam a intimidade das pessoas e
de seus microagrupamentos.”
4
(Maffesoli, 1999:130)
1.2.3.1. Os Valores Sociais e Culturais Expressos na Vida
Cotidiana
Cada cultura atribui significados, sentidos, destinos próprios, seja ao
tempo, à vida, à morte, à doença, à sexualidade, à miséria, à riqueza, à higiene
pessoal, à limpeza, ao corpo, à beleza, ao casamento, à família, às relações de
parentescos, à herança, à monogamia, ao adultério, à mulher, à religião, à
1
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 4ª. Reimpressão, 2000.
2
MAFFESOLI, Michel. No fundo das aparências. Capítulo IV, O Reino da Aparência. Petrópolis:
Editora Vozes, 2ª. Edição, 1999.
3
Idem.
4
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 55
Maria Cristina Caponero
moda, à gestualidade, ao conforto e outros. Sociedades comparadas podem
diferir fundamentalmente em sua organização da vida social, em suas
concepções, nas crenças, nas variações de constituir uma família, nas
maneiras de definir as relações de parentesco entre seus membros, na forma
de regular o casamento, nas maneiras de se habitar, de se vestir ou de
distribuir os produtos do trabalho, de produzir o necessário para a
sobrevivência, nas técnicas, nos instrumentos e utensílios e tantos outros
aspectos como nas formas de acumulação material, pois enquanto culturas
como a nossa tem como objetivo a acumulação sistemática, outras não
acumulam não porque não podem, ou por serem pobres sob nosso conceito
etnocêntrico, mas porque não querem, porque fizeram uma opção diferente de
renúncia material plena.
Todos esses diferentes valores sociais e culturais são expressos no dia-
a-dia, na vida cotidiana e devem ser percebidos e respeitados. Além dos acima
citados, podemos destacar também a moral que está ligada a costumes e a
tradições específicas de cada povo, vinculada a um sistema de valores, próprio
de cada cultura e de cada caminho espiritual. Existem sistemas morais que
permanecem inalterados por séculos, são reproduzidos e vividos por
determinadas populações ou regiões culturais.
A pluralidade dos mundos religiosos também é uma conseqüência da
modernidade. Ao observar as sociedades existentes, percebe-se que as
“religiões mundiais” mostram uma diversidade de cultos e de seitas, variando
desde o catolicismo, confucionismo, protestantismo, islamismo, budismo,
hinduísmo, jainismo, Brahma kumari, judaísmo, taoísmo, zoroastrismo, até as
religiões dos orixás e das crenças tradicionais afro-americanas como o
candomblé, o xangô, a santería, o vodu, etc. Todas essas religiões, crenças ou
seitas dão sentido à vida de um número significativo de pessoas e têm crescido
nos quatro continentes.
A Imagem do Brasil na Itália 56
Maria Cristina Caponero
Também a gestualidade está carregada de valores culturais. Uma
demonstração de afeto, como, por exemplo, o beijo, está carregado de sentidos
culturais. Há lugares e contextos em que o beijo entre um homem e uma
mulher é uma manifestação de amor, em outros, expressa respeito, gratidão e
admiração, em outros pode ser interpretado como uma expressão de assédio
sexual e é considerado um crime passível de punição. Da mesma forma o
andar de mãos dadas que pode ser característica de casais enamorados, mas
também pode ser uma prática comum entre pessoas do mesmo sexo,
particularmente entre os homens. Atitudes como o noivo lamber os dedos da
noiva lambuzados de mel pode em algumas culturas ser falta de educação,
mas em outras sela a união do casamento.
Também os hábitos alimentares espelham a cultura de um povo e seu
estilo de vida refletida na vida cotidiana, não só os tipos de alimentos diferem,
mas também seu preparo e consumo e a forma de se comportar durante as
refeições, ambos governados por regras particulares, revelando a natureza dos
agrupamentos sociais. No mundo contemporâneo globalizado, o contato entre
os povos acabou levando a assimilação de hábitos, como por exemplo, o fogão
elétrico, os talheres, o sentar-se à mesa e mais comumente o “fast-food”,
expressão do movimento de aceleração da vida, um modo norte-americano de
se alimentar que, nos dias de hoje, torna-se praticamente mundial. A
penetração da cozinha industrial torna-se uma referência para os estilos de
vida. A introdução de alimentos industrializados como biscoitos, chocolates,
coca-cola, cerveja, whisky, cachaça, molho de tomate, sardinha em lata,
chicletes, alimentos e bebidas dietéticas, além de tantos produtos que trazem
em si um complexo de valores, condutas, atitudes e condutas estranhas a algumas
comunidades.
Também em relação aos animais cada cultura tem sua peculiaridade: animais
como formigas, búfalos, elefantes, escorpiões, jacarés, baratas, ratos, vacas,
serpentes, gatos, cachorros, porcos e outros adquirem valores completamente
diferentes em diversas culturas variando desde animais
sagrados praticamente
indestrutíveis, como desempenhando papéis em rituais ou verdadeiras pragas ou
excelentes pratos exóticos.
A Imagem do Brasil na Itália 57
Maria Cristina Caponero
A engenharia e a arquitetura de uma sociedade revelam muito sobre sua
natureza, sua cultura e a maneira como são interpretadas. As edificações são
um ponto alto da realização humana, igrejas, palácios, arcos triunfais, sedes de
fazendas, templos, castelos, fortalezas, fortes militares, conjuntos residenciais,
cidades de interior, de várias épocas, com diferentes estilos e em qualquer um
dos continentes fazem parte do patrimônio cultural de um país, embora a noção
de patrimônio cultural não se restrinja à arquitetura. Além disso, também o
mobiliário e a decoração interna apresentam grande diversidade cultural;
mesas de jantar, cadeiras, camas e outros, muitas vezes contrastam-se com
tapetes, colchões, escabelos e almofadas.
A moda também pode expressar valores culturais, na medida em que o
homem se espalhava pelo globo ele vestia peles nos climas frios e tangas ou
nada nos climas quentes assim, as roupas além de servirem para a proteção
do corpo acabam sendo uma maneira de indicar a identidade da pessoa, uma
declaração de sua origem, seu grupo étnico, sua seita religiosa. Cada tribo,
cada região e às vezes, cada profissão tem sua própria maneira de se trajar,
seja por normas estabelecidas pela cultura, pela religião, pela sociedade, por
convenções ou restrições às vezes machistas ou mesmo como uma forma de
protesto ou influenciado por certas tendências sobre os costumes em geral.
Assim, o vestuário além de ser um ícone imposto pelo clima e pela cultura é
também determinado pelo universo de consumo de um mercado cada vez mais
mundial e pode variar desde pareôs multicolores que deixam o corpo
praticamente todo exposto até mesmo a burcas que o cobrem-no por inteiro ou
mesmo o jeans e camisetas tão disseminados e padronizados pelo mundo todo.
Até mesmo o problema da língua pode ser expresso na vida cotidiana,
não é apenas o falar, é emitir as palavras e frases apropriadas, nas situações
apropriadas. Atualmente, com a globalização do mundo, um dos problemas
que se está vivenciando é o problema da unificação lingüística, um sintoma
muito característico da forma pela qual isso vem ocorrendo está no fato de a
língua inglesa diluir barreiras e selar o destino “cosmopolita”, isto é, ser
A Imagem do Brasil na Itália 58
Maria Cristina Caponero
considerado como o idioma do mundo. É usada não somente entre europeus e
norte-americanos, mas também entre diferentes povos como os asiáticos,
africanos e latino-americanos quando necessitam comunicar-se entre si,
tornando-se dessa forma uma língua universal o que não significa superior,
mas sim uma língua de comunicação entre as civilizações, uma espécie de
língua franca em que se comunicam os que participam da sociedade global e
por meio da qual se expressam indivíduos, grupos e classes sociais, sejam em
suas relações políticas, sociais, econômicas ou culturais.
Os códigos morais também exercem uma grande influência na vida
cotidiana dos indivíduos, por serem justamente uma atitude prática de
exigência social e de subordinação aos costumes. Relacionado à moral, há um
sistema de motivações que inclui desejos, costumes e conhecimentos, todos
impregnados de sentimentos e atuantes na vida cotidiana.
A fé e a confiança desempenham na vida cotidiana um papel muito mais
importante que nas demais esferas da vida, o que não significa serem mais
intensas que em outros campos, pois a fé religiosa costuma ser mais intensa e
incondicional, enquanto a confiança tem significado mais intenso e emocional
na ética. A importância na vida cotidiana desses dois sentidos é que no
cotidiano ocupam uma função mediadora.
Compreender todos esses valores acima expostos como característica
de cada sociedade é entender que o indivíduo está exposto desde o
nascimento até a morte às influências culturais e sociais que determinam sua
própria identidade e personalidade sob o estímulo dos sistemas e
comportando-se na sua vida cotidiana segundo os ideais vigentes na
sociedade a qual pertence, ou seja, a “humanização” de uma sociedade reflete-
se nos seu cotidiano, nos seus valores e podem variar dependendo das
sociedades e dos períodos históricos, ou em outras palavras, a base da vida
cotidiana é constituída pelos objetos, pela linguagem, pelos usos e costumes,
pela lei, pela moral, pelo sentimento étnico, pela cultura e outros fatores que
determinam o comportamento dos homens para que vivam em sociedade.
A Imagem do Brasil na Itália 59
Maria Cristina Caponero
“O social não existe senão através dos indivíduos, estes, por sua vez,
não podem ser sociologicamente estudados senão a partir das regras,
das normas, das instituições dos valores e das representações que
interiorizam ou que, pelo menos, reproduzem, como um hábito, nos seus
comportamentos”.
1
(Pais, 2002:117)
1.2.3.2. Os Preconceitos e Estereótipos Expressos na Vida
Cotidiana
Observa-se grande dificuldade em se lidar com a temática do
preconceito e da discriminação racial/étnica que se manifestam no cotidiano. É
comum prevalecerem vários estereótipos, tanto regionais quanto em relação a
grupos étnicos, sociais e culturais. Mudar mentalidades, superar preconceitos e
combater atitudes discriminatórias são finalidades que envolvem lidar com
valores de reconhecimento e respeito mútuo, o que é tarefa para a sociedade
como um todo.
“Só podemos nos libertar dos preconceitos se assumirmos o risco do
erro e se abandonarmos – juntamente com a ‘infalibilidade’ sem riscos –
a não menos tranqüila carência de individualidade”.
2
(Heller, 1985: 63)
Preconceitos e estereótipos estão associados e ambos dificultam a
compreensão global do mundo afetando na construção da Imagem de um país,
por isso é preciso compreender em que estes consistem, considerando-se que
os estereótipos são provisórios e podem vir a ser preconceitos; enquanto os
estereótipos empobrecem
o próprio sujeito, os preconceitos empobrecem o outro.
1
PAIS, José Machado. Sociologia da Vida Quotidiana: Teoria, métodos e estudos de caso. Lisboa:
Imprensa de Ciências Sociais, 2002.
2
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2ª. Edição, 1985.
A Imagem do Brasil na Itália 60
Maria Cristina Caponero
Kotler distingue imagem e estereótipo afirmando que, enquanto o
estereótipo é mais generalizado, a imagem é mais subjetiva, podendo
variar de pessoa a pessoa. O estereótipo seria uma imagem largamente
mantida, altamente deturpada e simplificada de algo, que levaria a
pessoa a ter uma atitude favorável ou desfavorável com relação ao
objeto. A imagem por outro lado, seria mais pessoal”.
1
(Kotler, 1984
apud Bignami, 2002:15).
As pessoas normalmente só se movimentam em um espaço restrito e só
vêem um determinado aspecto de um determinado assunto dependendo de
seu conhecimento, de sua capacidade de assimilação e da orientação. É
preciso que se forme e se informe, pois durante toda a vida os seres humanos
são influenciados por entidades, grupos de relacionamentos, familiares, igrejas,
meios de comunicação em geral e outros que atuam como mediadores
fornecendo normas de comportamento e pensamento e em seus discursos
constantemente se utilizam estereótipos para comunicar uma verdade, a qual
só será aceita se for aceita a realidade do mundo ao qual se pertence e se
forem aceitos os estereótipos com os quais se aprende a conviver
principalmente nos dias atuais em que vivemos em um mundo globalizado
constituído por diversos problemas sociais e fatores culturais carregados de
mitos, estereótipos e preconceitos.
“Um relato é o produto conjunto do conhecedor e do conhecido no qual o
papel do observador é sempre seletivo e geralmente criativo. Os fatos
que vemos dependem da posição em que estamos colocados e dos
hábitos de nossos olhos”.
2
(Lippmann, 1970:150)
1
KOTLER, Philip. Marketing para organizações que não visam o lucro. São Paulo: Atlas, 1984 apud
BIGNAMI, Rosana. A Imagem do Brasil no Turismo. São Paulo: Editora Aleph, 2002
2
LIPPMANN, Walter. Estereótipos. In: STEIMBERG, C. H. (Org.). Meios de Comunicação de Massa.
São Paulo: Cultrix, 1970.
A Imagem do Brasil na Itália 61
Maria Cristina Caponero
Os estereótipos são um instrumento utilizado pelos homens para se
socializar, compreender e dialogar com o mundo de modo mais fácil, por meio
deles reproduz-se e relata-se o mundo como se entende. Ao se utilizar
determinados estereótipos tende-se a saber que são apenas estereótipos, e
portanto a utilizá-los despreocupadamente.
“Tendemos também a compreender cada vez com maior clareza quando
começaram nossas idéias, onde começaram, como nos chegaram, por
que as aceitamos”.
1
(Lippmann, 1970:157)
“A mais sutil e penetrante de todas as influências são as que criam e
mantém o repertório de estereótipos. Dizem-nos tudo sobre o mundo
antes que o vejamos. Imaginamos a maioria das coisas antes de
experimentá-las. E a menos que a educação nos tenha tornado
agudamente conscientes, essas pré-concepções governam
profundamente todo o processo de percepção. Assinalam certos objetos
como familiares ou estranhos, destacando a diferença, de sorte que o
levemente familiar é visto como muito familiar, e o algo estranho como
profundamente estranho. São despertadas por pequenos sinais, que
podem variar desde um verdadeiro índice até uma vaga analogia”.
2
(Lippmann, 1970:156)
Considerando-se o pensamento de Lippmann, pode-se dizer que os
estereótipos representam um perigo em relação ao conhecimento do mundo,
pois se por um lado as pessoas assumem estereótipos e esquemas já
elaborados, por outro eles são impingidos pelo meio em que se cresce. “No
processo de estereotipia, os padrões correntes interceptam as informações no
trajeto rumo à consciência”.
3
(Bosi, 1977: 98). Dependendo da época e do indivíduo,
pode-se passar muito tempo até que se passe a ter uma atitude crítica.
1
LIPPMANN, Walter. Estereótipos. In: STEIMBERG, C. H. (Org.). Meios de Comunicação de Massa.
São Paulo: Cultrix, 1970.
2
Idem.
3
BOSI, Ecléa. A Opinião e o Estereótipo. Revista Contexto, no. 2. São Paulo: Hucitec, 1977.
A Imagem do Brasil na Itália 62
Maria Cristina Caponero
“Em períodos estáticos, passam-se freqüentemente inteiras gerações
sem que se problematizem os estereótipos de comportamento e o
pensamento. Em épocas dinâmicas, esses elementos podem tornar-se
problemáticos até mesmo várias vezes em uma só geração”.
1
(Heller,
1985:44)
Para se compreender os preconceitos deve-se partir do princípio que
eles nascem na esfera da vida cotidiana, nascem do senso comum, da relação
do indivíduo com o seu meio ambiente, são frutos do social e resistem à
argumentação pessoal, estão ligados com a fé inabalável, com uma
particularidade individual cujas necessidades são satisfeitas. Segundo Heller,
os preconceitos “são produtos da vida e do pensamento cotidiano”, são “juízos
provisórios refutados pela ciência e por uma experiência cuidadosamente
analisada, mas que se conservam inabalados contra todos os argumentos da
razão”.
2
(Heller, 1985:47)
“O preconceito é uma categoria do pensamento e do comportamento
cotidiano. (...) O preconceito é um juízo, uma regra provisória de
comportamento, pois se antecipa à situação ou atividade possível. Não
há dúvidas de que assumimos estereótipos, esquemas já elaborados,
empurrados pelo meio, ultrageneralizados, considerados pelo
pragmatismo do pensamento e da ação cotidiana como afirmação de um
saber e critério de ação”.
3
(Heller, 1985:43)
Os preconceitos caracterizam-se por um posicionamento moral embora
possam ser morais, raciais, religiosos, científicos, políticos, nacionais e outros,
mas qualquer que seja seu conteúdo, sua esfera é sempre a vida cotidiana.
Estereótipos de comportamentos embora possam ser falsos, estão carregados
de preconceitos e são necessários à vida cotidiana principalmente como
proteção frente aos conflitos, objetivando consolidar e manter a estabilidade e a
1
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2ª. Edição, 1985.
2
Idem.
3
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 63
Maria Cristina Caponero
coesão nas integrações sociais, mas acabam tendo uma ação inibitória,
criando obstáculos de aproveitamento do que a cotidianidade tem a nos
ensinar, reduzindo as alternativas do homem e impedindo sua autonomia, ou
seja, os preconceitos diminuem a liberdade relativa diante do ato de escolha,
ao deformar e, conseqüentemente estreitar a margem real de alternativa do indivíduo.
“Existem preconceitos acerca de nossa própria vida, nossa própria
moral, nossa própria comunidade, nossas próprias idéias e preconceitos
referentes aos “demais” alienados e contrapostos a nós.”
1
(Heller, 1985:49)
Os preconceitos podem ser universais, referindo-se à totalidade da
natureza ou da classe, a proposições morais ou religiosas. Os preconceitos
sociais têm precedentes históricos, apesar de um preconceito social típico não
conseguir exercer função rígida de preconceito em todos os membros da
sociedade; tratando-se nestes casos apenas de um juízo provisório que
consegue se afirmar tão só até o momento em que o indivíduo se vê
confrontado com verdades que ignorava.
“O homem pode estar cheio de preconceitos com relação a uma pessoa
ou instituição concreta que não lhe faça absolutamente falta a fonte
social do conteúdo do preconceito. Mas a maioria de nossos
preconceitos tem um caráter mediata ou imediatamente social e estes
podem ser estereotipados ou não estereotipados”.
2
(Heller, 1985:49)
Os preconceitos poderiam ser refutados com base nos critérios de
pensamento, da ciência e da moral; no entanto, isso não seria possível, pois
eles poderiam acabar, não seriam mais preconceitos e sim, razão, por ser mais
lúcida, assim pode-se dizer que o preconceito contrapõe-se à razão e estes se
distinguem entre si nos planos antropológico, epistemológico e ético.
1
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2ª. Edição, 1985.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 64
Maria Cristina Caponero
”Um modo de ‘provar’ se um preconceito social tem função de
preconceito também no indivíduo ou carece dela consiste sempre na
confrontação com os fatos. Se a fonte de um juízo é uma autoridade,
aprova será do mesmo tipo, embora indiferentes; pois nesse caso, o que
deve investigar é o fundamento e o respeito com os quais a autoridade
em questão obteve essa função de autoridade, ou seja, se é possível
confiar com fundamento em seus juízos ou se eles são apenas
merecedores de fé”.
1
(Heller, 1985:49)
Crer em preconceitos é cômodo porque protege os indivíduos de
conflitos. Heller diz que “nossa vida consegue um ‘sentido’ pleno no
preconceito”.
2
(Heller, 1985: 48).Os grupos que se sentem ameaçados na sua
coesão produzem preconceitos sociais. Segundo Heller e Lefebvre, as classes
dominantes são produtoras de alguns preconceitos, embora nem todos, uma
vez que os impõem, mesmo quando pretendem contar com uma imagem do
mundo relativamente isenta de preconceitos. O fundamento dessa situação é
evidente: as classes dominantes desejam manter a coesão de uma estrutura
social que lhes beneficie e mobilize em seu favor inclusive os homens que
representam interesses diversos; são as mais interessadas no conformismo.
Enquanto que a classe dominada procura imitar a classe dominante. Deve-se
observar ainda que a classe burguesa produzia preconceitos em muito maior
medida que todas as classes sociais conhecidas até hoje, pois a classe
burguesa aspirava a universalizar sua ideologia.
Os preconceitos podem ser positivos ou negativos, individuais ou
sociais. Os positivos produzem uma coesão social e servem para solidificar,
fortalecer certos valores ou pensamentos, depois disso passam a ser
negativos.
1
HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2ª. Edição, 1985.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 65
Maria Cristina Caponero
1.2.4. A Influência da Globalização na Construção da Imagem
O mundo mudou muito ao longo do século XX e início do séc. XXI. Não
é mais um mundo dividido em capitalismo e socialismo e sim um mundo
articulado em uma sociedade global, uma interconexão generalizada, uma
interdependência recíproca de vários países do mundo operando de modo
desigual e até mesmo contraditório, apesar de suas diversidades,
desigualdades, contradições e tensões, tanto internas quanto externas.
“Uma das características principais da globalização no final do século XX
é a de que, com os imensos avanços dos meios de comunicação, os
pobres vêem e sabem o que é ser “moderno”. Isso tem levado a um
aumento da angústia, visto que a necessidade de ser moderno é de
todos, mas os meios para se tornar moderno são escassos.”
1
(Appadurai
apud Ianni, 2001)
1.2.4.1. Histórico da Globalização
Se voltarmos ao passado, veremos que a dimensão histórica é
imprescindível para compreensão da globalização. A partir de uma origem
biológica comum, grupos humanos expandiram-se progressivamente,
ocupando praticamente todos os continentes do planeta. A princípio o contato
entre esses grupos era pequeno permitindo que civilizações ficassem isoladas
e que se desenvolvessem muitos grupos humanos com histórias paralelas e
elementos desconectados. Mas, o contato entre os povos foi aumentando
gradativamente; a distância e o isolamento tornaram-se cada vez mais
ilusórios, desaparecendo então os grupos isolados e surgindo uma tendência à
formação de uma civilização mundial.
1
APPADURAI, Arjum; BRESKENRIDGE, Carol A., Public Culture in Late 20th. Century India, Items,
vol. 44, no. 4, Nova York, 1977 pp. 77-80; apud IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 66
Maria Cristina Caponero
A história nos conta que, há muito tempo, já se efetuavam trocas
culturais e comerciais entre várias civilizações. Os grandes descobrimentos
marítimos da Idade Média, as viagens de circunavegação, o comércio de
especiarias, a antiga Rota da Seda ligando o Ocidente com o Oriente, a
conquista do Novo Mundo abrindo horizontes inesperados e transformando
profundamente as estruturas econômicas, sociais, culturais e o pensamento
dos povos europeus, a exploração científica do século XVIII, a Primeira Guerra
Mundial rompendo com o funcionamento do sistema e manifestando os limites
da missão civilizatória do Ocidente, o período posterior à Segunda Guerra
Mundial, as telecomunicações como telégrafo, telefone e atualmente a Internet,
os meios de transporte como o trem, navio e principalmente o avião, além de
tantas outras mudanças significativas ocorridas, sobretudo no século XX (mais
visíveis a partir da década de oitenta) e XXI, fazendo com que em alguns
séculos o mundo se tornasse geograficamente unificado, dando início a um
processo de globalização da sociedade.
Levando-se em consideração a afirmação de Magdoff: “Em 1880 a
Europa controlava teoricamente 55% do globo e utilizava efetivamente 35% de
sua superfície
1
”, poder-se-ia então dizer que houve uma Europeização ou
mesmo Ocidentalização do mundo, mas não é mais a realidade atual, uma vez
que o mundo não é mais controlado pela Europa, nem a geográfica nem a
histórica; não é só a religião católica; não é mais a filosofia Iluminista; não é
mais a raça branca. Atualmente pode-se dizer que o mundo é um conjunto de
valores, de crenças partilhadas por um grupo humano que circulam pelo
planeta, uma entidade “cultural”, um fenômeno de civilização que engloba a
religião, a ética, a raça ou mesmo a economia, cujo traço dominante é a
universalidade, mais ideológica do que geográfica.
1
MAGDOFF, Harry. The age of Imperialism (The Economics of U.S. Foreign Policy), Monthly Review
Press, Nova York, 1968 apud IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 67
Maria Cristina Caponero
“Ocidente e Oriente são metáforas (...) em larga medida, são realidades
e metáforas produzidas pela prática e o pensamento europeu e norte-
americano, católico e protestante, mercantil e pragmático, de modo a
reconhecer, classificar, delimitar, codificar, destacar, privilegiar, marcar e
estigmatizar”. (Ianni, 2001:157)
O imperialismo americano ocupou o lugar deixado vago pelas potências
européias, embora o direito de os países mais fortes dominarem politicamente
o mundo entra em conflito com o direito igual dos povos, base da soberania
nacional e sem o qual não há ordem internacional, fazendo com que europeus,
norte-americanos, africanos, asiáticos, latino-americanos e outros se
empenhem em compreender as condições, as vantagens, as desvantagens e
os custos da ocidentalização.
“Como um sistema vivo e em constante expansão, o capitalismo existe
há cerca de 500 anos. Sempre foi internacional no seu escopo e durante
os dois ou três últimos séculos alcançou dimensões globais”.
1
(Sweezy,
Paul M., apud Ianni, 2001:55)
O que se pode observar na história atual é que todos os povos estão
sendo atingidos pelo funcionamento mundial, estão tendo uma participação
internacional, diversas partes do mundo estão sendo integradas e acabam
sendo marcadas por uma miscigenação cultural, causando um impacto entre
sociedades e destruindo o sentido do sistema social. Esse processo embora
contemporâneo, foi gerado em épocas passadas e ainda está em andamento,
caminhando com a humanidade, criando valores universais sob forte influência
do capitalismo, Paula Montero diz que “a história da globalização confunde-se
inteiramente com a história do capitalismo”.
2
Vendo-se sob este cenário
histórico e geográfico, pode-se dizer que a força do capitalismo, provocada
1
SWEEZY, Paul M. Nineteen Eighty-Nine, Monthly Review, no. 11, Nova York, 1990 pp 18-21; citação
da p. 18 apud IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
2
Montero, Paula O problema das diferenças em um mundo global. In: MOREIRA, Alberto da Silva
(Org.). Sociedade Global. 2
ª
edição. RJ: Editora Vozes, 1999.
A Imagem do Brasil na Itália 68
Maria Cristina Caponero
pelas grandes expansões contribuiu para o crescimento do processo da
globalização reiniciando a história planetária, produzindo uma interdependência
mundial e global e reproduzindo contradições locais e gerais, nacionais e
globais. Assim, o capitalismo não é apenas um modo de produção material,
mas também um processo civilizatório, onde tudo se move, transfigura-se,
transformando valores e comportamentos em mercadoria.
“(...) A cultura do capitalismo seculariza tudo o que encontra pela frente
e pode transformar muita coisa em mercadoria, inclusive signos,
símbolos, emblemas, fetiches. Tudo se seculariza, instrumenta,
desencanta. (...) Aos poucos, em todos os lugares, regiões e países,
continentes, a despeito das diferenças socioculturais que lhe são
próprias, os indivíduos e coletividades são movidos pela mercadoria,
mercado, dinheiro, capital, produtividade, lucratividade”.
1
(Ianni, 2001:73)
Este é um cenário de transformações que modificam a qualidade e a
quantidade das relações sociais de forma rápida e intensa. Não se pode negar
que embora ocorram em ambientes diferentes há um intercâmbio comercial,
cultural e intelectual, pois condições de vida, assim como de trabalho
relacionam-se, mesclam-se e antagonizam-se. Dissolvem-se fronteiras
espaciais e temporais, desenraizam-se e mesclam-se coisas, povos e idéias,
revolucionando não só as condições sociais, mas também culturais,
econômicas e políticas de povos, nações, grupos e classes sociais. Diferentes
povos, terras, etnias, culturas, nacionalidades, comunidades e sociedades em
qualquer lugar do planeta tendem a serem codificados, fazendo com que a
história atual se observada rigorosamente seja a própria história da
mundialização, da ocidentalização, da globalização do planeta. Segundo Ianni
“A gloriosa trajetória do capitalismo, europeização ou ocidentalização do
mundo, pode ser vista, também como uma espécie de holocausto”.
2
(Ianni, 2001:62)
1
IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 69
Maria Cristina Caponero
Assim, criam-se conceitos como Ocidente, Oriente, Oriente Próximo e
Extremo Oriente, Norte e Sul, Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Mundos,
países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento, dependentes
ou dominantes, centro ou periférico, bárbaros ou civilizados, com ou sem
história, industrializado ou agrário, moderno ou arcaico, brancos, amarelos,
negros, aborígines e outros grupos étnicos ou raciais, ricos e pobres,
nacionalismo e globalismo. Estes conceitos da mesma forma que nomeiam,
delimitam e aproximam, em certos casos afastam, devido a um confronto de
idéias indicando novos caminhos para uma civilização mundial, quando muitas
culturas humanas deverão inevitavelmente encontrar o seu destino quando não
o seu fim. A compreensão desta civilização mundial exige o entendimento dos
múltiplos percursos que levaram a ela.
1.2.4.2. Os Efeitos da Globalização sobre a Cultura
É no âmbito da cultura que se revelam muitos dos sinais da globalização
que se acha em curso no século XXI. A globalização faz com que se acelere a
interação entre os povos; culturas e sociedades humanas acabam
relacionando-se de modo desigual e em ritmos diferentes fazendo com que
todos os valores culturais estejam em constante processo de transformação,
uma vez que se não o estivessem não haveria necessidade, nem motivo e nem
ocasião para que se considerasse tal diversidade.
Como visto anteriormente, embora a globalização traga consigo uma
tendência à formação de uma civilização global que partilhe características
comuns, ainda é praticamente impossível se falar em uma cultura homogênea
em sua totalidade, muito embora natureza e população fazem parte de um
sistema de intercâmbio que agora é mundial, global, e busque desenvolver
relações internacionais, economias interdependentes, atingindo padrões
internacionais de qualidade de vida e superando desigualdades sociais
internas, desigualdades estas não só econômicas, mas de poder que acabam
por erroneamente hierarquizar de fato os povos e nações.
A Imagem do Brasil na Itália 70
Maria Cristina Caponero
“Não vejo a globalização como uma espécie de maremoto varrendo o
mundo como um todo, destruindo valores sociais e comunais; não
considero a globalização uma conseqüência da modernidade e sim uma
condição que facilita a modernização e que promove modernidades
divergentes”.
1
(Giddens, 1990)
Muitos autores tratam o processo da globalização da cultura como
caminhando junto com a sociedade, a economia e a política, ainda que de
forma desigual. Para eles houve um declínio da sociedade nacional e a
emergência de uma sociedade global, mundial, enraizada em diferentes
patrimônios culturais e iniciando um novo ciclo na história. Este fenômeno já
havia sido previsto no século XIX por Karl Marx, o qual o denominou
“universalização” da cultura, pressupondo referências culturais comuns à
grande maioria dos habitantes do planeta.
“Não existe nem pode existir uma civilização mundial no sentido absoluto
que damos a este termo, uma vez que a civilização implica a
coexistência de culturas que oferecem entre si a máxima diversidade e
consiste mesmo nessa coexistência. A civilização mundial só poderia ser
coligação, à escala mundial, de culturas que preservassem cada uma a
sua originalidade”. (Lévi-Strauss)
A globalização da cultura é propiciada pela cultura de massa que
influencia, de forma decisiva, indivíduos e coletividades em todos os recantos
do mundo. A partir de determinados símbolos e referenciais culturais,
reconhecidas mundialmente, tais como a música, o teatro, o cinema, a
literatura e as artes em geral, a mídia global, a televisão, as revistas de
circulação ampla, as corporações internacionais, o vestuário com as t-shirts e o
jeans, a gastronomia, o turismo e outros, são apreciados e compartilhados por
indivíduos e coletividades em todo o mundo. Os consumidores tornam-se
influenciados por culturas cada vez mais globalizadas, construídas
1
GIDDENS. The consequences of Modernity. Cambridge: Polity Press, 1990 apud Hall, Stuart. A
Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 7a. edição, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 71
Maria Cristina Caponero
mundialmente, veiculando estilos de vida, fornecendo referências culturais para
a manifestação de uma identidade planetária. Mesmo que os indivíduos ainda
conservem certos hábitos de consumo regional, tornar-se-ão influenciados por
culturas cada vez mais globalizadas. McLuhan diz que “Hoje passamos da
produção de artigos empacotados para o empacotamento de informações.
Antigamente invadíamos culturas inteiras com mercadorias. Hoje invadimos
culturas inteiras com pacotes de informações, entretenimentos e idéias”.
“Aos poucos, a morfologia da sociedade global envolve direitos
humanos, narcotráfico, proteção do meio ambiente, dívida externa,
saúde, educação, meios de comunicação de massa, satélites e outros
itens. Assuntos sociais, econômicos, políticos e culturais que sempre
pareceram nacionais, internos, logo se revelam internacionais, externos,
relativos à harmonia da sociedade global”.
1
(Ianni, 2001)
1.2.4.3. Os Efeitos da Globalização sobre a Identidade
Nas últimas décadas com a integração completa do mundo devido aos
meios de comunicação de massa e dos meios de transporte, o processo de
globalização tornou-se inevitável, evidente e crucial, dando origem tanto às
tentativas de esclarecer e consolidar as identidades como à produção de um
enorme campo de diferenças culturais. Modifica-se a própria identidade, os
valores, ideologias, formas e condições de vida, o cotidiano, as formas de
pensamento e os princípios de liberdade e igualdade.
“As referências habituais na constituição do indivíduo, (...)
compreendendo elementos culturais, são complementadas,
impregnadas ou redescobertas por padrões, valores, ideais, signos e
símbolos de circulação mundial”.
2
(Ianni, 2001:113)
1
IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 9ª. Edição, 2001.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 72
Maria Cristina Caponero
A globalização da cultura vista anteriormente, assegura a produção cada
vez maior de multiplicidades ou multiculturalismo que é um argumento em favor
da diversidade, seria a sobreposição de identidades e a afirmação de que
pessoas de culturas diferentes podem viver juntas em harmonia e para mútuo
benefício em um mesmo país ou mesmo em países diferentes.
“O fato é que hoje, talvez mais do que nunca, verifica-se uma
polarização entre o universal e o local. É verdade que sociedades
fechadas e grupos tradicionais estão expostos a mensagens
multiculturais”.
1
(DaMatta, 2001:178)
Questiona-se atualmente o posicionamento de certos centros
hegemônicos como Ocidente e Estados Unidos assim como a entrada em cena
da “periferia” do mundo, o fortalecimento do sentimento étnico e a luta das
minorias, entre outros aspectos, obrigando-nos a repensar a ordem do mundo
e os sistemas de ordenação da realidade.
“A fusão progressiva de populações até ao presente separadas pela
distância geográfica, bem como por barreiras lingüísticas e culturais,
marcava o fim de um mundo que foi o dos homens durante centenas de
milênios, quando eles viviam em pequenos grupos durante longo tempo,
separados uns dos outros e cada um evoluindo de maneira diferente,
tanto no plano biológico como no plano cultural. As convulsões
desencadeadas pela revolução industrial em expansão, a rapidez
crescente dos meios de transporte e de comunicação destruíram essas
barreiras”.
2
(Lévi-Strauss, apud Ianni, 2001)
1
DAMATTA, Roberto. Globalização e Identidade Nacional: Considerações a partir da Experiência
Brasileira. In: MENDES, Candido. Pluralismo Cultural, Identidade e Globalização. Rio de Janeiro:
RECORD, 2001.
2
LÉVI-STRAUSS, Claude apud IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 73
Maria Cristina Caponero
O que se pode concluir pelos fatos apresentados é que está se
caracterizando a modernidade como pressupondo a padronização e a
eliminação das diferenças e heterogeneidades, o que seria o fim das fronteiras,
das histórias e das culturas, seria uma aculturação forçada. Mas, muito embora
o espaço se globalize, não há um espaço propriamente mundial, pois isso
significaria o fim de uma identidade social nos países pós-industriais. Milton
Santos escreve: “Quem se globaliza, mesmo, são as pessoas e os lugares (...)
O que globaliza separa”.
1.2.4.4. Os problemas da Globalização: Homogeneização,
Fragmentação e Desigualdade
À medida que áreas diferentes do globo são postas em interconexão
umas com as outras, ondas de transformação social atingem
virtualmente toda a superfície da terra”.
1
(Giddens, 1990:6)
Quando falamos em globalização não podemos nos esquecer de que ela
caminha em ritmo acelerado e generaliza-se por todos os cantos. Como futuro
da história é muito preocupante, pois da mesma forma em que há um
progresso econômico e tecnológico, há simultaneamente problemas que
podem sofrer uma sociedade ligados à globalização e que colocam em pauta
os perigos da globalização atual.
Embora uma das metas principais da globalização fosse a de “fazer
prevalecer o interesse dos povos” ocultando as diferenças e desigualdades,
segundo Ianni (2001:23) “a globalização presente na modernidade acabou
deixando bastante à parte duas imensas regiões do globo, compreendendo
mais de 60 países, com cerca de 20% da população mundial, este é o caso da
África e da América Latina, Oriente Médio e alguns países da Ásia”.
2
1
GIDDENS apud HALL, Stuart. Op. Cit.
2
IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 74
Maria Cristina Caponero
Pensando-se no desenvolvimento do sistema mundial como um processo
cultural, a globalização é considerada como uma invasão cultural que agrava o
problema das populações do mundo, exacerbando as oposições entre ricos e
pobres ou dominantes e dominados, aumentando os distúrbios e
desigualdades e levando a manifestações antiglobalização como critica aos
símbolos do ocidente, pois se pode considerar que os povos poderosos
impõem suas leis aos povos fracos ou às raças inferiores, verdadeiramente
degeneradas.
Diversos são os autores que criticam essa posição ao dizer que o
Ocidente deve deixar de impor sua cultura essencialmente materialista e vista
como agressiva. Leonardo Boff questiona: “Como fica o processo de
mundialização em face do crescimento da pobreza no mundo? Na Ásia, África
e América Latina predomina a maior parte da pobreza do mundo e condições
de vida muito piores do que no tempo da escravidão”.
1
(Boff, 2000) Serge
Latouche ao comentar que: “A missão do Ocidente não é explorar o Terceiro
Mundo, nem cristianizar os pagãos, nem dominar por uma presença branca,
nem transformar não-ocidentais em ocidentais e sim libertar os homens da
opressão e da miséria(...)”
2
(Latouche, 1996:42)
A globalização propaga-se pelo mundo rapidamente e acaba causando
uma série de problemas que se fundem em alguns pontos fundamentais,
dentre os quais se pode considerar que a globalização causa a integração e
homogeneização de grupos e classes sociais, movimentos sociais, partidos
políticos, ideologias, utopias, padrões, estilos, linguagens e modos que se
produzem e pasteurizam. Para muitos o conceito de “aldeia global” de
McLuhan consagra uma homogeneização dos hábitos e do pensamento.
1
BOFF, Leonardo. Nova Era: A civilização Planetária. São Paulo: Editora Ática, 2000.
2
LATOUCHE, Serge. A ocidentalização do Mundo: ensaio sobre a significação, o alcance e os limites
da uniformização planetária. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1996.
A Imagem do Brasil na Itália 75
Maria Cristina Caponero
“Historicamente uma civilização se estendia para além dos limites dos
povos, mas se confinava a uma área geográfica determinada. Uma
cultura mundializada corresponde a uma civilização cuja territorialidade
se globalizou. Isso não significa, porém, que o traço comum seja
sinônimo de homogeneidade”.
1
(Ortiz, 2000)
Assim, apesar de se viver em um determinado país, em uma
determinada cidade, onde existiriam diferentes maneiras de agir, pensar e
sentir estas são cada vez mais, influenciadas por uma totalidade nova, mais
abrangente, relativa a uma realidade unificada que está sendo construída
mundialmente. Ao lado das singularidades de cada lugar, dos valores, práticas,
hábitos, costumes e tradições surgem outros elementos novos que se somam
aos ingredientes nativos, mas que são próprias da sociedade global, são
referentes ao processo da globalização e estão inseridos nesse processo, isto
é, ao globalizar-se o mundo torna-se múltiplo, pluralitário e até certo ponto
homogêneo e esta tendência parece irreversível e irresistível.
“A mundialização produz uma grande homogeneização. Pelo mundo
todo, os mesmos valores do sistema global, as mesmas tendências
culturais, o mesmo estilo de consumo. A virulência do mercado está
destruindo as culturas indefesas. Tudo fica monotonamente igual ao
centro do Rio, no centro do México, no centro de Praga, igual ao centro
de Paris, ao centro de Nova York e ao centro de Berlim”.
2
(Boff, 2000)
A globalização tende a tornar o mundo “pequeno”, homogêneo e
articulado, desenraizando as coisas, as pessoas e as idéias, e fazendo com
que formas de vidas e trabalho que permaneciam isolados e diversos passem a
se tornar interligados, interdependentes, mostrando-se capazes de modificar-
se, afirmar-se e enriquecer-se.
1
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 2000.
2
BOFF, Leonardo. Economia, Mundialização, Espiritualidade. São Paulo: Editora Ática, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 76
Maria Cristina Caponero
“Assim, a formação da sociedade global pode ser vista como horizonte
no qual se revela a multiplicidade das formas de ser, viver, sentir, agir,
pensar, sonhar, imaginar”.
1
(Ianni, 2001)
Kristeva pergunta: “Hoje, face a uma integração econômica e política à
escala do planeta, poderemos nós, intimamente, subjetivamente, viver com os
outros, viver outros, sem ostracismo, mas também sem nivelamento?
2
A
globalização, atravessando fronteiras e promovendo a exposição da
diversidade, permite a convivência com a diferença enquanto tal? Estimula
outras dinâmicas que não o nivelamento, a homogeneização – ou a
destruição? (Kristeva, 1991:10 apud França, 2002:33)
Outros autores partilham da idéia que a globalização rearticula o mundo,
causando não uma homogeneização, mas uma fragmentação cultural e política
e em alguns casos pode levar a destruição de diferentes culturas; mas, há
outros que dizem que tais culturas não estão sendo destruídas e sim
modificadas, está se criando uma nova maneira de estar no mundo,
modificando religiões, línguas, culturas e invadindo estilo de vida, modos de ser
e pensar, isto é, está sendo criada uma nova cultura baseada na diversidade,
que tende a impor-se e acentuar-se. Esta cultura está sendo chamada de
cultura universal ou global, ou “cultura internacional popular”, como escreve
Ortiz, o que segundo ele seria o mesmo que o processo de mundialização, pois
tem como centro o mercado consumidor: “Sob vários aspectos, o novo ciclo de
ocidentalização recoloca o problema da mundialização da indústria cultural,
com a expansão dos meios de comunicação de massa e a produção de uma
cultura do tipo internacional-popular”.
1
IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 9ª. Edição, 2001.
2
KRISTEVA, KRISTEVA, Julia. Étrangers à nous même. Paris: Gallimard, 1991. (Coll. Folio Essais)
apud FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade, Discurso de Alteridade: A Fala do Outro. In:
FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 77
Maria Cristina Caponero
Para ele, assim como para Ianni, a cultura internacional popular
corresponde a um sistema de idéias, opiniões, ilusões, atitudes e valores que
se criam no interior de uma sociedade de consumo, em âmbito mundial,
carrega padrões e ideais, modos de ser, sentir e imaginar, isto é, é uma
mundialização construída por vários elementos culturais das variadas nações e
não uma mundialização massificante. Se a massificação ocorrer não haverá
sentido nesse processo de integração das culturas, pois levaria à massificação dos
indivíduos. Nesse sentido é que a “cultura internacional popular” entra na construção e
reconstrução da hegemonia dos povos que se articulam em escala global.
“A mundialização transforma tudo num imenso “Big Mac”, o mesmo
estilo de hotéis, de vestuário, de filmes, de vídeos, de música, de
programas de TV”. (...) O paradigma da modernidade se expressou em
dois sistemas sociais antagônicos: o capitalismo e o socialismo. O
capitalismo privatizou os bens e socializou os sonhos. O capitalismo
criou uma cultura do eu sem o nós. O socialismo criou uma cultura de
nós sem o eu.”
1
(Boff, 2000:65/67)
Com a globalização tem-se a idéia de que se transformaria o mundo, o
distante, o esquecido, criando uma falsa imagem de que um dia poderemos vir
a ser um planeta onde não existam enormes diferenças entre as pessoas de
uma ou de outra localidade, o que poderia levar a uma “monocultura global”,
mas isso poderia ser considerado como uma “utopia global igualitária”, pois
assim como a globalização leva a uma homogeneização também causa uma
fragmentação, desagregação, desculturação, causando uma determinada
tensão e enfatizando as desigualdades.
“O mundo se forma como um vasto e complexo caleidoscópio de nações,
nacionalidades, etnias, minorias, grupos e classes. Aí se reproduzem
diversidades e desigualdades sociais, econômicas, políticas e culturais, em
distintas gradações e múltiplos arranjos. Se há algo que
se reproduz e acentua
em escala mundial, é o desenvolvimento desigual e combinado das relações e
1
BOFF, Leonardo. Nova Era: A Civilização Planetária. São Paulo: Editora Ática, 2000.
A Imagem do Brasil na Itália 78
Maria Cristina Caponero
produções materiais e culturais (...) São vários os universos culturais e
materiais, reais e imaginários, que se entrecruzam e superpõem,
complementam e divorciam, integram e antagonizam”.
1
(Ianni, 2001:127)
As diferenças devem ser respeitadas e acolhidas como manifestação das
potencialidades das culturas e como riqueza da humanidade. Muitas são as
culturas que retratam o mundo como sendo dominado pelo Ocidente e este
como sendo uma civilização baseada na cobiça, materialismo, corrupção e falta
de religião. Conseqüentemente a globalização é vista como opressão gerando
uma certa repulsa como ato de “autodefesa cultural”, o que contraria a lógica
da globalização.
Outros problemas causados pela globalização são: a difusão e a
aculturação. A difusão nada mais é do que uma identidade cultural que sai de
um sistema e é adotada noutro lugar. A aculturação se refere ao modo pelo
qual um certo dado ou valor cultural vindo de fora é reinterpretado por um povo
e pode ser redefinido em termos da cultura local, portanto, ao se falar em
globalização deve-se ter em mente a descontinuidade, a fragmentação, a
ruptura e o deslocamento ou descentralização, uma vez que esta causa grande
impacto sobre a identidade cultural, tais como: a desintegração como resultado
do crescimento da homogeneização cultural e do “pós-moderno global”; a
criação de uma nova identidade híbrida devido ao declínio das identidades
nacionais ou o reforço das identidades nacionais e outras identidades “locais”
ou particularistas devido à resistência à globalização.
“Não importa quão diferentes seus membros possam ser em termos de
classe, gênero ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa
identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo à
mesma e grande família nacional. Mas seria a identidade nacional uma
identidade unificadora desse tipo, uma identidade que anula e subordina
a diferença cultural?”
2
(Hall, 2003:59)
1
IANNI, Octavio. A Sociedade Global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
2
HALL, Stuart. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 79
Maria Cristina Caponero
1.2.5. A Experiência, o Sujeito da Experiência e a Apreensão
do Olhar na Construção da Imagem
Pode-se dizer que a construção da imagem de uma localidade é um
processo objetivo-subjetivo, extremamente dinâmico onde o sujeito da
experiência e suas características de personalidade auxiliam na formação da
experiência e na apreensão do olhar e conseqüentemente no processo de
construção da imagem.
Como visto anteriormente, um país pode ter uma Imagem prévia ou
primária, isto é uma Imagem formada à distância formada por conhecimentos
adquiridos através de livros, catálogos, revistas especializadas e etc. e uma
outra uma outra imagem mais complexa, criada após o contato direto com o
lugar, com a realidade, gerada por uma série de reações, impressões,
sensações e experiências vividas. Pode ocorrer de esta imagem posterior
coincidir com as representações prévias na mente dos indivíduos,
consolidando-a, mas pode ser divergente, causando uma distorção e alteração.
Benjamin
1
(apud França 2002:31) faz a divisão do mundo em dois
momentos: um primeiro momento que ele chama de “homogeneizado e
padronizado pela racionalização técnica, pela lógica da dominação e do
consumo” e um segundo momento que ele chama de “mágico” pela sensação
da descoberta. Fazendo-se uma analogia com relação à Imagem, pode-se
concluir que este primeiro momento seria a construção da imagem prévia e o
segundo momento a posterior.
1
BENJAMIN, Walter. Haxixe em Marselha. In _____. Walter Benjamin. Obras Escolhidas II. 4 ed. São
Paulo: Brasiliense, 1994, p. 248-254 apud FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade,
discurso de alteridade: a fala do outro in FRANÇA, Vera Regina Veiga (Org.). Imagens do Brasil: modos
de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 80
Maria Cristina Caponero
Neste segundo momento que Benjamin (apud França 2002:31) chama
de mágico, pela sensação da descoberta da qual se revestiu, consegue-se
olhar para o mundo e perceber toda a diversidade existente, embora muitas
vezes nesse contexto descobre-se que apesar do diverso tudo se parece,
causando um conflito de olhares confundindo o mundo, tornando-o
contraditório, mundo das igualdades e mundo das diferenças. “Fugir do igual,
buscar o diferente; atravessar o diferente, buscar o igual...”
1
(França, 2002:32).
1.2.5.1. A Experiência e o Sujeito da Experiência
Como visto anteriormente, a experiência é um fator fundamental na
construção da Imagem, mas, o que é experiência? Experimentar é conhecer, é
uma forma e um caminho de aprender e apreender as coisas e o mundo pelos
sentidos. Através do conhecimento é que as coisas passam a existir para os
seres humanos. Através desse processo de apreensão pode-se falar que a
experiência assume uma dimensão constitutiva do mundo e dos seres
humanos. Enfim, é através do processo de aprender, de conhecer, de
apreender e das experiências vividas que os homens se constroem como seres
humanos e se constituem enquanto sujeitos pertencentes a um mundo e é
também através desse processo que os homens constroem o mundo.
“O que é experiência? Etimologicamente, a palavra vem do latim, do
substantivo experientia, do verbo experire: fazer um ensaio de, ato ou
efeito de experimentar. Então a palavra resgata ou ressalva sua
natureza de prática, de ação, de vivência. Uma prática é desenvolvida
por alguém; a experiência se coloca sempre na perspectiva do sujeito
que está no mundo, experimenta o mundo. O sujeito no mundo, o sujeito
vivenciando o mundo”.
2
(França, 2002:34)
1
FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade, Discurso de Alteridade: A Fala do Outro. In:
FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2002.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 81
Maria Cristina Caponero
A experiência tem uma dimensão prática, de conhecimento e uma
dimensão constitutiva articulando os homens com o mundo em que vivem. Eles
apreendem interpondo sentidos, pois a experiência no mundo não é desprovida
de referências, é construída, necessita de um conhecimento prévio, ou seja, a
nossa experiência se dá no mundo a partir de referências. Essas referências
são aquilo que Rodrigues (1996) chama de “quadros de sentido”
1
que são os
sentidos que se atribui às vivências do dia-a-dia e se constituem da conjugação
de elementos valorativos, decorrentes da vivência de um grupo social, quanto
às premissas de convivência desse mesmo grupo. É a partir desses quadros
que um grupo tanto nomeia um mundo comum quanto nele se reconhece e
com ele se identifica.
“O processo pelo qual o homem acumula as experiências que vai sendo
capaz de realizar, discerne entre elas, fixa as de efeito favorável e, como
resultado da ação exercida, converte em idéias as imagens e
lembranças, a princípio coladas às realidades visíveis, e depois
generalizadas, desse contato com o mundo natural”.
2
(Pinto, 1986)
Quanto ao sujeito da experiência, pode-se dizer que há uma
reciprocidade e inter-relação entre sujeitos e sociedade, um cruzamento entre
experiência coletiva e a singular de cada um: os sujeitos constroem e
produzem sentidos a partir de sua vivência cotidiana num dado contexto e
grupo social; sua cultura exprime sua vivência e é considerada a produção da
sociedade em que vive. Nessa correlação interativa de um lado estão homens
que buscam compreender o mundo, atribuir sentido ao mundo, de outro, devem
se submete às regras, o que significa entender o mundo a partir das
referências que lhes são impostas, dos quadros de sentido que foram
construídos socialmente, significando uma certa tensão entre sujeito e
sociedade, autonomia e condicionamento social.
1
RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo e espaço. Rumo a um conhecimento transdiscipliar. São Paulo:
Hucitec, 1997 apud AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo. São Paulo: Editora
Papirus, 2001.
2
PINTO, Vieira N. Comunicação e cultura Brasileira. São Paulo, Editora Ática, 1986.
A Imagem do Brasil na Itália 82
Maria Cristina Caponero
É a cultura de uma sociedade, seus valores e práticas sociais que
permitem que os homens tenham uma consciência reflexiva, enxergarem-se,
constituírem-se, ter consciência da vida comum e da vida do outro.
“É nas manifestações simbólicas da cultura que o homem preenche o
abismo que o separa das coisas, de si própria e dos outros, acedendo
assim à consciência reflexiva e à experiência da vida em comum”.
1
(Rodrigues, 1991:27)
“Diante de um grupo estranho, o observador tem duas tendências
deformativas: de um lado, perceber todos os participantes do grupo
estranho como se fossem iguais; de outro, dar um valor desproporcional
às características distintas do grupo estranho. (...) A segunda tendência
nos leva a supor que as características aparentemente mais diversas
das nossas sejam as mais importantes”. (Leite, 1983:19 apud Bignami,
2002:42)
1.2.5.2. A Apreensão do Olhar
Ao entrar em contato com um País, o olhar é padronizado,
homogeneizado e só se enxerga o que se previu enxergar através da Imagem
prévia que foi criada na mente dos indivíduos, buscando avidamente o refúgio
da diferença. Mesmo que neste primeiro momento a realidade não coincida
com o seu olhar, encontram-se argumentos para que se veja o que se deseja
ver, fazendo-se uma conexão entre a imagem exterior e a interior que foi
mentalizada e é através da qual o mundo será observado, fazendo uma
conexão entre a visão e os fatos, é uma observação não adestrada.
1
RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo e espaço. Rumo a um conhecimento transdiscipliar. São Paulo:
Hucitec, 1997 apud AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo. São Paulo: Editora
Papirus, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 83
Maria Cristina Caponero
“Na observação não adestrada o indivíduo colhe sinais reconhecíveis
do meio. Esses sinais representam idéias, às quais irá se unir uma
provisão de imagens, escolhidas na grande confusão do mundo exterior
com base no que a cultura já definiu; dessa maneira tende-se a ter uma
percepção do mundo de forma estereotipada. Ou seja, o olhar do
observador irá produzir o objeto observado da maneira como ele o
entendeu e aprendeu, mediante suas imagens já constituídas e
memorizadas em seu processo de aprendizagem”.
1
(Lippmann,
1972:155)
Em um segundo momento e conforme a “história das utilizações e das
sociabilidades do olhar”, de Régis Debray, deve-se compreender o processo
que leva a se admirar as imagens, a força que elas dispõem não somente para
representar algo, mas para atrair ou causar estranheza, com sua potência de
impressionar o olhar pelo exterior”. (Debray, 1996:42) e então colocar o visível
em ordem e organizar a experiência.
“Há uma diversidade de imagens que disputam, conflituosamente, a
constituição de nossa identidade, cuidamos não apenas das
representações, valores e sentidos que elas trazem consigo (marcados
tanto pelo consenso quanto pelo litígio), mas procuramos também
entender os vínculos que elas criam, de tal maneira que os diferentes
modos de ver a identidade – sempre pensada em confronto com o outro
surgiram modelados pelos modos de conviver”.
2
(Guimarães, 2002: 25)
1
LIPPMANN, W. Estereótipos. In STEINBERG, G.S. (org.) Os meios de comunicação de massa. São
Paulo: Cultrix, 1970.
2
GUIMARÃES, César G. A Imagem e o Mundo Singular da Comunidade. In: FRANÇA, Vera Regina
(organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora,
2002.
A Imagem do Brasil na Itália 84
Maria Cristina Caponero
1.2.5.3. A Própria Imagem e o Sentimento de Inferioridade
Pensar na auto-imagem dos brasileiros, causa uma grande polêmica,
pois há uma grande dúvida sobre qual é a imagem que temos de nós mesmos.
Esta auto-imagem pode ter sido preconcebida, construída pelo contato entre o
colonizador e o colonizado que acabou dando ao brasileiro a projeção da sua
própria visão, do jeito “brasileiro de ser”, mas também pode se dizer que somos
reflexos das imagens incorporadas e divulgadas pelos estrangeiros, pois não
se pode esquecer que os primeiros documentos que falam sobre o Brasil foram
escritos por estrangeiros europeus. Existe uma tendência a analisar a auto-
imagem sob este aspecto, mas a imagem nacional não pode ser a resultante
da visão do estrangeiro, muito pelo contrário a Imagem do Brasil deveria ser a
Imagem divulgada no exterior pelos brasileiros, apesar de que diversos
estereótipos divulgados realmente façam parte da própria auto-imagem.
“O próprio povo brasileiro não consegue identificar o Brasil senão como
um país sensual ou emotivo e poucas alusões se fazem ao intelecto, ou
à razão”.
1
(Bignami, 2002:35)
As imagens que os brasileiros têm de si promovem a identificação; são
imagens de identificação das semelhanças e da própria noção de diferença que
tanto unificam os iguais como permitem a acomodação da pluralidade, fazendo
com que identidade e alteridade formem um par. Por isso ao se pensar na
identidade brasileira deve-se refletir sobre a questão do outro – ou dos outros –
que compõem esse amplo e contraditório cenário de constituição do “nós”,
brasileiros.
“Olhando para fora, sob o olhar desse outro – europeu, americano –
viemos construindo a imagem de nós mesmos”.
2
(Guimarães e outros,
2002:10)
1
BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
2
GUIMARÃES, César; VAZ, Paulo Bernardo; SILVA, Regina Helena; FRANÇA, Vera Regina. Das
A Imagem do Brasil na Itália 85
Maria Cristina Caponero
O brasileiro se sente muito inferior em relação ao estrangeiro, por isso
tende a preferir o estrangeiro, a se interessar somente pelo que é estrangeiro,
achando que tudo o que é estrangeiro é melhor, nesse sentido acaba
modificando sua própria imagem, sua cultura, seus valores e comportamentos,
numa tentativa de copiar e valorizar as culturas estrangeiras, relevando a um
plano inferior sua própria cultura. A nossa imagem é a projeção da nossa
identidade, infelizmente voltada ao pessimismo, vemo-nos como um povo
repleto de defeitos, tudo o que é nacional não funciona ou não presta, o povo
não é educado nem qualificado, a qualidade de ensino é ruim, os políticos são
corruptos, somos incompetentes, um povo sem heróis, sem história, sem
cultura e sem raça, embora muitas vezes quando em contato direto com os
estrangeiros é que nos damos conta do quanto somos alegres, hospitaleiros,
exportamos tecnologias e tantas outras qualidades tanto em relação ao povo
como ao próprio país, mas que não são por nós valorizadas e, portanto não
fazem parte nem do processo de construção e nem de divulgação da nossa
Imagem.
1.3. O Processo de Divulgação da Imagem
“Neste contexto, quando da divulgação de produtos turísticos, é preciso
considerar dois aspectos que se tornam cada vez mais importantes e
merecedores de considerações especiais: a promoção da imagem e a
informação”.
1
(Ruschmann, 2002:70)
“Não se deve esquecer atualmente a velocidade e o alcance da mídia.
Vivemos e participamos diretamente do que acontece no mundo, na
aldeia global de McLuhan”.
2
(Beni, 2003: 65)
Origens e Motivações de um Trabalho. In: FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de
ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
1
RUCHMANN, Doris. Turismo no Brasil. Análise e Tendências. São Paulo: Editora Manole, 2002.
2
BENI, Mario Carlos. Globalização no Turismo. Megatendências do Setor e a Realidade Brasileira. São
Paulo: Editora Aleph, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 86
Maria Cristina Caponero
Muitas vezes justifica-se a Imagem de um país pela divulgação feita
pelos meios de comunicação em geral e pela imprensa estrangeira
internacional, que recebe as notícias das principais agências noticiosas
internacionais como Reuteurs, United Press International (UPI), e Associated
Press (AP), as quais manipulam e alteram as informações, exercendo uma
seleção arbitrária da informação e uma avaliação tendenciosa da realidade,
expondo determinados problemas nacionais, o que significa dizer que as
notícias do mundo são etnocêntricas, refletem a opinião da Europa e dos
Estados Unidos, e estão carregadas de elementos estereotipados, imagens,
idéias e conceitos que nem sempre representam a realidade, mas que acabam
sendo aceitas pelas pessoas que as tomam como reais tornando de um certo
modo um consenso sobre uma imagem veiculada a respeito de algo ou algum país.
“As diferentes modulações da aparência (moda, espetáculo político,
teatralidade, publicidade, televisão) formam um conjunto significativo, um
conjunto que enquanto tal exprime bem uma dada sociedade”.
1
(Maffesoli, 1999:126/127)
Embora a divulgação da Imagem de um País seja um processo de
decisões estratégicas que se inicia na Política Nacional de Turismo,
presenciamos desde meados do século XIX com o aumento contínuo da
velocidade das mudanças que as sociedades vêm experimentando nos últimos
anos, acompanhada da globalização, da velocidade da comunicação e dos
avanços nas telecomunicações, dando-nos a sensação de já conhecermos
uma localidade antes mesmo de a conhecermos no momento da chegada,
amortecendo a observação e exigindo julgamentos sumários, muitas vezes
estereotipados, pois uma boa imagem é reflexo da auto-imagem nacional, e é
muito importante por ser capaz de atrair fluxos turísticos internacionais.
1
MAFFESOLI, Michel. No fundo das aparências. Capítulo IV, O Reino da Aparência. Petrópolis:
Editora Vozes, 2ª. Edição, 1999.
A Imagem do Brasil na Itália 87
Maria Cristina Caponero
Na divulgação da Imagem de um País pelos meios de comunicação
podem ser usados elementos básicos como em qualquer esquema de
interpretação como guias, roteiros, folders, cartões postais, mapas ilustrativos,
textos, representações gráficas ou fotográficas que cumpram o objetivo de
revelar, mas que despertem curiosidade, como dizem Murta e Goodney:
“As publicações vão desde cópias xerox até folders impressos em cores.
Qualquer que seja sua forma, elas complementam a informação obtida
nas exibições e servem como guias pessoais para os visitantes. O
material impresso oferece mais oportunidade adicional para a
publicidade das atrações, melhorando a percepção do público, tornando-
se mesmo um souvenir a ser levado para casa.” (Murta e Goodey,
2002:26)
O marketing utiliza-se de diversos estereótipos étnicos, sociais, culturais
ou territoriais para caracterizar um determinado país, região ou mesmo
localidade a fim de divulgá-los, realçando sua história, características culturais
e ambientais, não procurando dar à localidade uma identidade.
“Essa imagem estereotipada do país tem aceitação no próprio território
nacional: ela é assumida como elemento verdadeiro da cultura brasileira
e dessa forma é difundida.(...) Dessa forma, há que se reconhecer a
importância dos meios de comunicação de massa, sem desconsiderar a
existência de uma visão estereotipada que nós mesmos assumimos
para nos apresentarmos ao mercado internacional.”
·
Deve-se considerar que as reportagens divulgadas na media de massa
são diferenciadas das divulgadas pelas reportagens turísticas que devem
despertar no turista a imaginação, a fantasia na fuga do cotidiano e a vontade
de conhecer a localidade, realçando assim aspectos considerados motivantes
pela opinião geral e destacando as idéias que fazem parte do imaginário
desejado do público, o que no mundo publicitário os profissionais chamam de
A Imagem do Brasil na Itália 88
Maria Cristina Caponero
“‘conjunto de valores eternos’, que vão do amor à felicidade, do mar à
montanha, do pássaro ao tigre, da riqueza à alegria, e “esses valores” são
equacionados com os mais diversos produtos.
1
(Rocha, 1995:108 apud AOUN,
2001:82). Por isso, não se vêem reportagens turísticas denegrindo a
localidade, não se vêem reportagens dizendo o quanto são sujas as praias ou
quais os problemas sociais da localidade, ou seja, a reportagem de turismo
passa a ser entendida como instrumento de marketing na divulgação de
destinações turísticas, ela não se limita à informação, mas busca a promoção,
embora muitas vezes o façam de uma maneira fantasiosa e pouco
esclarecedora, pois pelo necessidade de ser atrativa acabam não só não
refletindo a realidade da melhor forma como também se distanciando da
realidade.
A fotografia é um método de registro que busca a beleza, mas,
sobretudo a precisão, por isso, normalmente se usa um grande número de
fotografias para ressaltar uma paisagem ou contexto local, afinal a intenção
deve ser sempre revelar mais, e acrescentar detalhes históricos e ambientais,
mas é importante equilibrar textos e ilustrações de maneira atraente, apesar de
as ilustrações predominarem por quebrarem a barreira da linguagem, por
serem um meio de comunicação mais universal, embora muitos especialistas
usem adjetivos em excesso para descrever uma localidade.
O objetivo é que o público conheça a essência do lugar, o patrimônio
local, os fatos e eventos que são comunicados, mas é preciso despertar o
estado emocional e muitas vezes seduzir o público de forma a incitar emoção
em relação ao local. Para isso é preciso conhecer a que tipo de público será
dirigida o texto para ajustar a mensagem à metodologia mais adequada a fim
de que as pessoas processem na mente uma Imagem interessante e agradável
da localidade. É preciso elaborar textos interessantes e de fácil compreensão
para o público alvo que contenham informações instigantes sobre as
1
ROCHA, Everaldo P. Guimarães. Magia e Capitalismo: Um Estudo antropológico da publicidade, São
Paulo: Brasiliense, 3ª. Edição, 1995 apud AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo.
São Paulo: Editora Papirus, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 89
Maria Cristina Caponero
características do lugar, tornando a visita uma experiência única e estimulando
a curiosidade afinal é a surpresa ou a variação de imagens que produz a
qualidade do local.
As modernas técnicas de provocação usadas na propaganda contemporânea,
estão sendo cada vez mais empregadas para despertar e explorar a
curiosidade natural de adultos e crianças.”(Murta e Goodey, 2002:34)
Mudar mentalidades, superar preconceitos e combater atitudes
discriminatórias são finalidades que envolvem lidar com valores de
reconhecimento e respeito mútuo, o que é tarefa para a sociedade brasileira
como um todo, não cabendo ao estrangeiro mudar nenhuma imagem e sim
divulgá-la. Convém lembrar aos órgãos oficiais e às operadoras de turismo que
antes de anunciarem roteiros e atrações nas publicações especializadas, ou
mesmo antes de publicar folders e brochuras, devem certificar-se da
veracidade das informações divulgadas, pois em geral nestes materiais
impressos há um desequilíbrio entre o conhecimento e o entusiasmo do autor.
O objetivo pode ser provocar curiosidade sobre o lugar, mas o maior perigo é
fugir da realidade, pois em se tratando da Imagem, temos que reconhecer que
não adianta uma mera divulgação por meio de uma boa campanha
institucional, se o fruto for inevitavelmente uma imagem artificial ou postiça.
Mudanças verdadeiras só ocorrerão quando mudarmos a imagem que nós
temos de nós mesmos e que estamos refletindo. Como diz Machado Junior:
“Somos um povo puramente fisiológico, em que sol, floresta, praia, corpo e
sexo representam o lado usufruível. Essa idéia, facilmente constatável na
cabeça do europeu, representa o éden dessacralizado da modernidade,
despojado de pureza e ingenuidade, uma vez que tal perfeição não cabe mais
na categoria mental do homem amargurado e descrente do século XX.”
1
(Machado Júnior, 1995:124-125 apud Pires, 2001:22).
1
MACHADO JUNIOR, C. O mercado simbólico. In: Comunicação para o mercado. São Paulo: Edicaon,
1995 apud PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 90
Maria Cristina Caponero
3.1. A Linguagem, o Discurso da Imprensa e o Marketing
“É na linguagem que se fundamenta e se representa o fato de os
homens possuírem mundo”.
1
(Gadamer 1988 apud França, 2002:37)
A linguagem e outras formas de expressão atuam como mediadoras,
reforçando velhos sentidos ou dando origem a novos. Ela é o lugar de
apropriação e realização da experiência, pela linguagem o homem transforma
suas relações com as coisas, interpretando e construindo discursos com os
quais constrói o mundo e sua imagem. O mundo em que se vive é aquele
falado pela própria pessoa e pela coletividade da qual se faz parte, daí a
importância do resgate da experiência e da fala dos homens para a
compreensão da ordenação dos lugares na construção de um mundo comum.
Esse universo de interlocução e de ação dos homens é o terreno de
experiências onde os homens vivem na qualidade de sujeitos desse mundo,
sujeitos de ação e de fala, constituindo e utilizando quadros de sentido para
conviver, estabelecer suas diferenças e marcar seus lugares. “Não é senão no
domínio de suas práticas, e constituindo discursos, que os homens
estabelecem quem são – dizem o “nós”, dizem o “outro”.
2
(França, 2002:37)
Há uma analogia entre as reportagens publicadas em revistas
especializadas, a propaganda e o marketing, pois ambos têm como objetivo a
promoção e divulgação de um produto para um determinado público. A
diferença de posicionamento acaba sendo muito sutil e estaria no fato de que
as reportagens publicadas em revistas especializadas deveriam se limitar a
relatar, narrar, informar determinados fatos, dando informações úteis e práticas
a respeito de uma localidade, mas isso geralmente não ocorre, pois em geral o
1
GADAMER, Hans-Georg. Verdad y Método. 3a. ed. Salamanca: Sígueme, 1988 apud RODRIGUES, A.
D. Arte e experiência. Revista de Comunicação e Linguagens. A experiência estética, n. 12/13. Lisboa:
Cosmos, jan. 1991. In: FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade, Discurso de Alteridade: A
Fala do Outro. In: FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
2
FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade, Discurso de Alteridade: A Fala do Outro. In:
FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 91
Maria Cristina Caponero
autor ao transmitir essas informações usa de uma linguagem extremamente
subjetiva, apoiando-se no que a localidade tem de maravilhoso ou de diferente
a oferecer, selecionando os pontos fortes, as vantagens, as melhores
qualidades de um produto, as imagens mais atrativas e acabam chamando a
atenção do leitor, despertando nele a vontade de conhecer a localidade por
realçar aspectos considerados motivacionais pela opinião em geral, na
tentativa de persuadi-lo.
Portanto, o que ocorre é que indiretamente essas reportagens acabam
atuando como propaganda, com propósitos de promoção e venda de uma
localidade no mercado e acabam sendo consideradas instrumentos de
marketing na divulgação de determinadas destinações, por isso acabam
ocultando determinados fatos ou situações, sendo raro encontrar reportagens
que denigram uma localidade, desaconselhando-a devido a problemas sociais,
ou mesmo informando, por exemplo, o quanto o local é caro, o quanto às
praias são sujas, os museus não visitáveis etc.
Dessa forma, esta divulgação na imprensa pode criar a imagem de um
local desconhecido, ou pode projetar intencionalmente uma imagem positiva e
atrativa de um local ou pode modificar uma imagem negativa, ou seja, em
termos de marketing, “Imagem” é o elemento que serve para criar um vínculo
entre o público e o produto, sendo que a imagem deve sempre reflete o
posicionamento e a realidade de um produto, diferenciando um do outro.
Para isso o marketing utiliza-se da divulgação feita pelos meios de
comunicação, como a televisão, o jornal e as revistas que têm o poder de dar
sentidos às coisas, de criar identidades e imagens na medida em que têm
capacidade de influenciar quantitativamente devido à tecnologia e graças a sua
credibilidade por utilizar-se de informações e idéias aceitas socialmente na
reprodução de seus discursos, muito embora não se possa creditar toda a
culpa da formação da imagem de um país à imprensa, pois muitas vezes a ela
cabe somente a divulgação e não a causa.
A Imagem do Brasil na Itália 92
Maria Cristina Caponero
O texto de uma reportagem turística, assim como um catálogo
publicitário, utiliza-se de ferramentas de marketing, constituindo-se um
instrumento desta análise, na medida em que se considera que viajar é sair da
realidade, fugir do cotidiano, é evadir e para isso utilizam-se idéias repletas de
imaginação e fantasia, misturando imagens reais com imaginárias e com
fantasia. Mas é importante que para dar credibilidade ao texto ela não deve se
distanciar da realidade, muito pelo contrário, deve ter um vínculo com a
realidade e com os fatos, esclarecendo e refletindo a realidade da melhor
maneira possível, criando-se um “efeito de real” e gerando a verossimilhança, a
fim de evitar frustrações no consumidor.
3.2. A Realidade, a Percepção da Realidade e o “Efeito de
Real” no Processo da Divulgação da Imagem
A formação de uma imagem se dá por meio de processos de
conhecimento em que ocorre uma interação entre os indivíduos e a realidade,
mediada por aquilo que se poderia chamar de filtros. A percepção da realidade
se dá, antes de tudo a partir da nossa capacidade sensorial, que faz com que
nem tudo o que parece ser de um modo, seja isso na realidade.
A realidade tem sua definição ditada pelos grupos sociais e culturais aos
quais se pertence, e só é percebida de acordo com o significado que tem para
aquele que a percebe, por isso uma realidade pode parecer ilógica e insana
para um grupo cultural se vista a partir de outro, daí a necessidade que se
considere cada sociedade em particular, pois mesmo dentro de uma mesma
sociedade diferentes culturas coexistem e cada uma desenvolve diferentes
maneiras de viver, de compreender a vida criando a sua própria realidade.
A Imagem do Brasil na Itália 93
Maria Cristina Caponero
“Dentro de uma mesma cultura coexistem grupos distintos e mesmo
dentro de tais grupos, os indivíduos apresentam características
exclusivamente suas, personalísticas”.
1
(Duarte Junior, 2003: 97)
Esta colocação não pode ser dissociada da necessidade de se
considerar as relações entre as culturas que ocorre quando culturas diferentes,
ou seja, sociedades diferentes, são colocadas frente a frente devido ao
processo da globalização. Com a globalização sociedades diferentes que
embora coexistam pacificamente com seus diferentes universos simbólicos,
seus diferentes valores e seus diferentes conceitos de realidade passam a se
defrontar e confrontar, como também passam a se entrechocar acelerando as
transformações e tornando mais rápidas as mudanças sociais, não havendo
mais um único universo simbólico estável, definido que reja toda uma
sociedade e todas as sociedades causando uma tolerância maior entre os
grupos que apresentam diferenças em suas visões da realidade.
“Quando uma sociedade defronta-se com outra, cuja história e modo de
vida são muito diferentes dos seus, ocorre um confronto entre distintos
universos simbólicos, isto é, entre diferentes realidades. Isto gera um
problema bem mais agudo do que o criado por dissidentes internos, pois
nesse caso há uma alternativa entre dois universos simbólicos
fortemente estabelecidos: ambos possuem uma tradição “oficial” (...)
“Nesse embate o que acontece é que um universo procura enfrentar o outro
munido das melhores razões possíveis a fim de provar sua própria
superioridade e a inferioridade do oponente. Note ainda que o simples
aparecimento deste universo opositor constitui-se numa séria ameaça,
pois coloca em xeque a definição de realidade do primeiro, até então
considerada a única possível. Os membros da sociedade como que
descobrem que há outras maneiras de se viver e se construir a
existência, vale dizer, a realidade.”
2
(Duarte Junior, 2004: 65)
1
DUARTE JUNIOR, João-Francisco. O que é realidade. São Paulo: Editora Brasiliense, 5ª.
Reimpressão, 2004.
2
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 94
Maria Cristina Caponero
A compreensão da realidade só é possível tendo presente as
experiências vividas pelos indivíduos, as atitudes, os desejos, as definições dos
sujeitos e situações e suas percepções imediatas que fornecem as descrições
da realidade, por isso deve-se ter muito cuidado ao divulgar a “imagem” de
uma localidade, pois embora o domínio do imaginário esteja sempre presente,
necessariamente deve haver uma relação com a realidade e a verdade.
“Quando falamos de imagem (...) havemos de reconhecer que não
adianta uma mera divulgação por meio de uma boa campanha
institucional, porque o fruto será inevitavelmente uma imagem artificial e
postiça”.
1
(Pires, 2001:27)
Barthes dizia que a realidade social não existe a não ser de forma
interpretada e a interpretação é sempre construção, isto é a realidade é
aparente e superficial, é uma realidade não real, mas “construída” no real,
construída socialmente e dada pelas suas aparências, mistificadas pelo senso
comum do cotidiano, esses vestígios do social que constituem a realidade
social ele identifica como “efeitos do real”.
Portanto, as imagens não são somente subjetivas, mas encontram um
apoio no mundo das ideologias, estas se alteram de acordo com contextos
históricos e sociais, gerando novos comportamentos e novas imagens. O
indivíduo recebe a mensagem de acordo com o seu universo, por meio de
processos de conhecimento, surgindo as “verdades” e a realidade social que
interage com o indivíduo fazendo com que ele a aceite como uma realidade dada
socialmente e que vai influenciar o processo de formação e divulgação da imagem.
“A realidade – a plena e autêntica realidade – não é a realidade que
pensamos ser real, mas aquela que acreditamos ser real”.
2
(Pais,
2002:37)
1
PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
2
PAIS, José Machado. Sociologia da Vida Quotidiana: Teorias, Métodos e Estudos de Caso. Lisboa:
Imprensa de Ciências Sociais, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 95
Maria Cristina Caponero
É preciso que se considere que a realidade é conservada pelos aos
indivíduos, na vida cotidiana, isto é a realidade é interiorizada pelos indivíduos
na vida do dia-a-dia, através dos hábitos e rotinas, e através da interação com
os outros que constituem a essência da institucionalização.
“Enquanto minha realidade cotidiana se desenvolve de forma rotineira,
isto é, de maneira já conhecida, estão suspensas quaisquer dúvidas e
questionamentos que me obrigariam a pensar sobre a minha identidade
(quem sou?) e a identidade das coisas e pessoas que me cercam (...)
tudo isso reafirme continuamente a solidez da realidade e me dá a
segurança de que necessito para desenvolver minhas atividades”.
1
(Duarte Junior, 2004:71)
3.3. Os Meios de Comunicação de Massa na Construção e
Divulgação da Imagem
O cenário contemporâneo, midiático trouxe em pauta de forma
contundente o complexo e irreversível processo da globalização, que pode ser
tratada não só em termos econômicos, com geração de divisas pela troca de
bens e serviços, pelos meios de transporte, pela hotelaria, pela mão de obra,
pelas viagens internacionais e outros, mas também como um processo de
intercâmbio cultural, de transgressão e enfraquecimento das fronteiras
nacionais, com intensificação da interdependência das nações, como
progresso e expansão das novas tecnologias, dos meios de comunicação, com
difusão territorial do consumo devido à circulação e troca frenética de
informações e produtos, intensificando o fenômeno da hibridação cultural e
tantas outras filosofias decorrentes de um mundo globalizado.
Embora a invenção dos tipos móveis de imprensa, feita por Gutenberg
no século XV marque o surgimento dos meios de comunicação, ainda não se
1
DUARTE JUNIOR, João-Francisco. O que é Realidade. São Paulo: Editora Brasiliense, 5ª.
Reimpressão, 2004.
A Imagem do Brasil na Itália 96
Maria Cristina Caponero
podia dizer que eram considerados meios de comunicação de massa,
globalizados, pois muito embora o meio inventado pudesse reproduzir
ilimitadamente os textos da época, o consumo por ele permitido era baixo e
restrito a uma elite de letrados. Somente com o fenômeno da industrialização e
inúmeras alterações nos modos de produção é que se pode dizer que surgiu a
cultura de massa e o “sistema de comunicação de massa”, formado pelos
meios de comunicação de massa, tais como a imprensa escrita: o jornal e os
livros, a imprensa falada: o rádio, a imprensa televisionada: a televisão e a
imprensa eletrônica: a Internet que chegam a qualquer parte do mundo levando
imagens e informações.
“A mídia impressa, como as outras visuais e eletrônicas, criam mundos
imaginários, no sentido de que propiciam a criação de uma pluralidade
de concepções do globo”.
1
(Appadurai apud Ianni, 2001:101)
Tais meios de comunicação têm tido uma influência notável no processo
de construção e divulgação de imagens nas sociedades pós-modernas ou
globalizadas, pois não só transmitem informações e agregam mensagens,
como também difundem maneiras de se comportar, propõem estilos de vida,
juízo de valores, modos de organizar a vida cotidiana, criam padrões de gosto,
provocam a alienação, aceita pela maioria das pessoas e dão origem a uma
nova cultura, considerada homogênea e estandardizada, padronizada porque o
objetivo é agradar ao gosto médio, criando uma clientela indiferenciada, onde a
principal meta é o lucro, por isso alguns teóricos da comunicação de massa
falam da cultura de massa como responsável pela “persuasão do consumo”
·
,
como diz Waldenyr Caldas.
Os discursos elaborados e divulgados por esses meios de comunicação
têm um papel importante, pois trabalham com idéias e imagens, formulam
discursos estereotipados reproduzidos em larga escala, de amplo alcance e
1
APPADURAI, Arjum e BRESKENRIDGE, Carol A., Public Culture in Late 20th. Century India, Items,
vol. 44, no. 4, Nova York, 1977 pp. 77-80; citação das pp. 77-78) apud IANNI, Octavio. A Sociedade
Global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001 p. 101)
A Imagem do Brasil na Itália 97
Maria Cristina Caponero
aceitos socialmente pela sua credibilidade e têm a capacidade de impregnar a
experiência e de orientar a compreensão que os sujeitos têm do mundo, seja
na parcela diminuta de invenção da vida cotidiana, seja nos variados saberes
que circulam pelas instituições sociais, exercendo grande influência na criação
e divulgação da imagem não só de uma localidade, mas do próprio povo
através de mitos ou figuras nacionais, ou seja, os meios de comunicação de
massa influenciam a imagem do mundo. Ruschmann diz que “a comunicação
é todo e qualquer esforço realizado para persuadir as pessoas a comprar
determinado produto ou utilizar serviços prestados por empresas”.
1
(Ruschmann, 2002:61)
Segundo ela, “a comunicação eficaz, neste caso, será aquela em que o
consumidor (emissor) consegue detectar os gostos e as preferências do
público alvo (receptor), criando imagens que influenciem favoravelmente as
pessoas, estimulando-as a viajar para a destinação divulgada.
2
(Ruschmann,
2002:62)
3.3. Os meios de Comunicação e a Imagem de um País
Pode-se dizer que os meios de comunicação são muito importantes pelo
seu alcance, por terem uma influência notável no processo de formação das
imagens nas sociedades pós-modernas ou globalizadas, trabalhando com
discursos estereotipados, mas aceitos socialmente e reproduzidos em larga
escala, embora em muitos casos estejam a serviço do marketing e das vendas
de produtos. Ruschmann diz que “a criação de uma imagem positiva diante da
opinião pública requer a atuação de profissionais específicos e, sobretudo,
competentes”.
3
(Ruschmann, 2002:66)
1
RUSCHMANN, Doris. Turismo no Brasil. Análise e Tendências. São Paulo: Editora Manole, 2002.
2
Idem.
3
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 98
Maria Cristina Caponero
Se pensarmos em relação do Turismo, os meios de comunicação irão
interferir na escolha de uma determinada localidade como destino de uma
viagem, pois eles interferem na formação da Imagem de um país, embora
segundo as estatísticas da EMBRATUR em seu Estudo da Demanda Turística
Internacional, os meios de comunicação impressa como folhetos de caráter
informativo e/ou comercial, catálogos e outros pouco vinham influenciando na decisão
da viagem, pois mais de 60% dos turistas, em sua primeira visita ao País, apontaram a
Informação de amigos como principal fator de influência para escolher o Brasil como
destino de sua viagem, como pode ser observado na tabela a seguir.
ANO MEIO DE
COMUNICAÇÃO
1999 2000 2001 2002 2003
Informação de
amigos
45,0% 44,1% 47,4% 51,8% 61,9%
Internet 5,6% 6,8% 3,1% 12,8% 13,4%
Folders/guias 16,1% 16,9% 6,2% 11,7% 11,8%
Televisão 10,5% 13,6% 8,2% 5,5% 7,2%
Revista 5,5% 5,1% 4,6% 4,3% 3,9%
Jornal 2,7% 3,3% 2,6% 2,0% 1,5%
Outros 14,6% 10,2% 27,9% 11,9% 0,3%
Fonte: EMBRATUR – Estudo da Demanda Turística Internacional, 2003:26
Tabela 1- Meio de Comunicação que Influenciou a Decisão da Viagem
A tabela acima deve ser considerada com relação a dois fatores
importantes: primeiramente mostra que os meios de comunicação em geral
estão exercendo uma influência muito baixa, embora se deva destacar o
expressivo crescimento das citações obtidas na opção Internet, que atingiu
13,4%, seguida de Folders/Guias
Impressos que se manteve estável em 11,8%, ou
seja, a mídia não está atingindo suficientemente o público alvo ou a Imagem que está
sendo divulgada é uma Imagem negativa. Outro fator de grande importância é a
informação obtida através de amigos, ou seja, a informação boca a boca está
exercendo a maior influência, o que mais uma vez confirma a importância da
Imagem posterior ser positiva, pois a experiência vivida no Brasil exercerá uma
função determinante.
A Imagem do Brasil na Itália 99
Maria Cristina Caponero
Embora em uma outra situação, mas Ruschmann confirma o resultado
acima obtido, dizendo que “pesquisas realizadas na Europa, com turistas reais
e potenciais, demonstram que apenas 5% a 10% daqueles que visitaram uma
região ou local turístico ou tem intenção de fazê-lo devido a uma influência da
propaganda. Em todos os casos, uma porcentagem muito maior se concentrou
na categoria de “recomendação de amigos e parentes”. Isto prova que a
propaganda é considerada insuficiente para o turista comum e que este prefere
complementar suas informações com aquelas obtidas de pessoas que
conhecem o local ou a região que pretende visitar.”
1
(Ruschmann, 2002:70)
O que pode se observar é que no turismo a comunicação com o público
constitui uma tarefa bastante complexa, pois é dirigida a um grande número de
pessoas pertencentes a diversas regiões ou mesmo países de culturas
diferentes e mesmo condições socioeconômicas diversas, com diferentes
necessidades, atitudes, gostos, expectativas e padrões comportamentais,
portanto, com diz Ruschmann, “uma comunicação eficaz é aquela na qual o
consumidor consegue detectar os gostos e as preferências do público-alvo,
criando imagens que influenciam favoravelmente as pessoas, estimulando-as a
viajar para uma destinação específica”.
2
(Ruschmann, 2002: 86)
Segundo Pires, o “produto” turístico mais do que qualquer outro pretende
satisfazer a necessidade do sonho. “O sonho tem início no momento da
escolha da localidade a ser visitada e é composto, sobretudo, da imagem que
se tem do lugar. Assim ela pode ser estereotipada ou não de acordo com o
suporte de diversas fontes, tais como matérias em jornais e revistas,
documentários e folheteria específica. Mas o que mais influencia essa imagem
é o relato de amigos e parentes que já tiverem a experiência da viagem”.
3
(Pires, 2001:25)
1
RUSCHMANN, Doris. Turismo no Brasil. Análise e Tendências. São Paulo: Editora Manole, 2002.
2
Idem..
3
PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 100
Maria Cristina Caponero
Considerando-se o nosso objetivo de estudo, é necessário saber o que
ocorre em relação à eficácia dos meios de comunicação na Itália, o que pode
ser observado na tabela a seguir, que exemplifica o fato de acordo com o país
de procedência.
MEIO DE COMUNICAÇÃO PAÍS DE
RESIDÊNCIA
Informação
de amigos
Folders/Guias
impressos
Internet Televisão Revista Outros
Argentina 55,0% 18,9% 14,4% 7,2% 3,6% 0,9%
Chile 49,9% 19,4% 14,5% 9,7% 6,5% -
Estados
Unidos
67,1% 5,7% 14,0% 5,3% 6,4% 1,5%
Alemanha 68,5% 8,1% 14,0% 4,7% 3,5% 1,2%
Espanha 61,4% 17,1% 10,2% 5,7% 4,5% 1,1%
França 67,1% 9,1% 13,6% 4,5% 3,4% 2,3%
Inglaterra 67,5% 2,6% 5,2% 15,6% 7,8% 1,3%
Itália 59,5% 12,5% 14,3% 7,7% 3,6% 2,4%
Portugal 63,5% 16,0% 7,1% 9,6% 2,6% 1,2%
Média
Global(1)
61,9% 11,8% 13,4% 7,2% 3,9% 1,8%
Fonte: EMBRATUR – Estudo da Demanda Turística Internacional, 2003:26
(1) Média para todos os emissores pesquisados.
Tabela 2 – Meio de comunicação que influencia a decisão de viagem por país
de residência
O que se pode constatar na tabela acima é que no caso da Itália a influência
dos meios de comunicação segue a mesma tendência mundial, ou seja, a influência
das informações dos amigos é a maior com 59,5% dos casos,
seguida pela Internet
e depois pelos folders e impressos. Portanto é cabível a verificação da Imagem
do Brasil na Itália e a eficácia dos meios de comunicação, pois a imagem virtual
tem que corresponder necessariamente à real, pois também as informações
obtidas através de amigos têm grande influência, não podendo causar
decepção embelezando demais ou divulgando o que não existe.
A Imagem do Brasil na Itália 101
Maria Cristina Caponero
3.3.1. A divulgação da Imagem do Brasil pela EMBRATUR
A Imagem de um país pode ser divulgada por órgãos
governamentais ou mesmo por empresas privadas como, por exemplo,
Operadoras de Turismo, além da mídia impressa em geral. No caso do Brasil, o
órgão responsável é a EMBRATUR, a qual tem grande responsabilidade, pois
como foi observado e será posteriormente explicado no caso específico da
Itália, os discursos textuais publicados pela meada impressa, incluindo-se
também os catálogos das Operadoras de Turismo, muitas vezes apóiam-se em
informações divulgadas pela própria EMBRATUR para transformar o patrimônio
do país em uma atração, tentando formar na mente dos leitores uma imagem
que desperte curiosidade e interesse, considerando-se também que viajar é
uma fantasia que pode se tornar realidade. “Só se vê a realidade através dos
próprios olhos, e segundo a informação que tenhamos em nossa memória”.
(Tilden, 1957 apud Miranda, 2002:99)
3.3.1.1. Projetos desenvolvidos pela EMBRATUR
Todo país tem uma imagem e ela é fruto da identidade nacional,
portanto estratégias de mudança devem ser constantemente empreendidas a
fim de cada vez mais conseguir melhorar a Imagem do país, mas essas
profundas alterações só ocorrerão a partir de mudanças na auto-estima do
povo e na valorização da imagem positiva. Uma boa imagem desenvolvida
através de um planejamento estratégico de marketing com objetivos bem
definidos não basta para solidificar a Imagem do país se não for “real”, não
corresponder à realidade, ou seja, nada adianta uma imagem positiva à
distância se quando in loco a realidade for diversa.
A Imagem do Brasil na Itália 102
Maria Cristina Caponero
“Campanhas ufanistas veiculadas na mídia, sem alteração da realidade
atual, não passarão de um embuste, cujo fruto se voltará de maneira
mais violenta contra nós mesmos”.
1
(PIRES, 2001:27/28)
O projeto Aquarela
O Projeto Aquarela – Marketing Turístico Internacional do Brasil foi
encomendado pelo Ministério do Turismo, por meio da EMBRATUR (Instituto
Brasileiro de Turismo) a Chias Marketing, tendo como objetivo principal
investigar qual a Imagem do Brasil no exterior. Segundo Eduardo Sanovicz,
foram ouvidos 190 operadores turísticos de 18 mercados, 1.200 turistas que
visitaram o país e 5.000 pessoas em 18 países que nunca estiveram no Brasil.”
·
O Projeto Aquarela previu a criação de uma logomarca, a “Marca Brasil”,
criada em 18 de fevereiro de 2004 por Kiko Farkas, que será aplicada em todo
o programa de promoção, divulgação e apoio à comercialização de produtos,
serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior, como parte de um projeto
de consolidação da nova imagem turística do Brasil no mercado internacional
ressaltando as diversidades culturais, étnicas e sociais do país. Essa
logomarca representa a diversidade das cores, sabores, formas e raízes
brasileiras, com foco na diversidade e modernidade do país, segundo a
explicação de seu próprio criador:
“Nada representa tão bem o Brasil quanto a curva. A sinuosidade das
montanhas, a oscilação do mar, o desenho das nuvens, das praias. A
alegria do nosso povo é carregada de subjetividade, e a subjetividade é
curva, assim como a objetividade é reta. A curva envolve e aconchega, é
receptiva. O Brasil também é um país luminoso, brilhante e colorido.
·
1
PIRES, Mario Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 103
Maria Cristina Caponero
O Projeto Cara Brasileira
As diretrizes do Projeto Cara Brasileira são “Identificar os fazeres,
saberes, costumes e tradições locais, visando à criação e diferenciação de
destinos turísticos, como foco na hospitalidade, resgate da gastronomia,
tematização e equipamentos turísticos”
1
, buscando identificar e fortalecer os
valores culturais do país para valorizar e fortalecer a identidade cultural como
estratégia de criação e auto-estima da população e/ou fortalecendo o
sentimento de pertencimento a uma localidade.
O Brasil tem uma identidade cultural rica, muito estudada e comentada,
mas questiona-se até que ponto ela é utilizada na divulgação da Imagem do
País e este é presente estudo de caso no caso específico da Itália, como
veremos a seguir.
1
Projeto Cara Brasileira – SEBRAE – www.embratur.gov.br – consultado em 30/03/2005
A Imagem do Brasil na Itália 104
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 2: A IMAGEM DO BRASIL NA ITÁLIA
Em todo o mundo existem lugares muito especiais, são áreas de valores
históricos, culturais, antropológicos, verdadeiros Patrimônios Naturais e
Culturais que constituem o chamado Patrimônio da Humanidade. Desde 1972,
a responsabilidade de inventariar e registrar estes bens de notável valor é a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –
UNESCO. O Brasil, “com sua diversidade de Ecossistemas, mistura de
diferentes culturas e rica hereditariedade cultural, possui em seu território
dezessete bens classificados como Patrimônio Mundial”
1
, cabe verificar como
esses bens, assim como os outros não declarados pela UNESCO são
divulgados formando a Imagem do Brasil.
Pode-se dizer que o processo de formação de Imagem do Brasil foi e
continua sendo influenciado por diversos momentos históricos importantes que
tiveram início na época do Descobrimento com a carta de Pero Vaz de
Caminha, primeiro documento a descrever o nosso país e que continua atual
até os dias de hoje, como se pode observar no texto a seguir:
“Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta mais ao sul que vimos até
a outra ponta mais ao norte que deste porto pode-se ver, é tão grande
que serão bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. No mar existem
grandes barreiras, algumas vermelhas e outras brancas; e a terra é toda
plana e cheia de árvores. De uma ponta a outra existem praias (...) muito
planas e bela. A floresta, vista do ar, parece muito grande; porque, até
onde os olhos alcançam, não se pode ver nada além de terra e
árvores.”
2
(Texto extraído da carta ao rei de Portugal escrita por Pedro
Vaz de Caminha, escrita da frota que descobriu o Brasil)
1
EMBRATUR. Guida per Professionisti del Turismo. (Guia para Profissionais de Turismo), sem data.
2
CAMINHA, Pero Vaz apud FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 19.
A Imagem do Brasil na Itália 105
Maria Cristina Caponero
Esse período foi marcado pela chegada dos colonizadores, e
conseqüentemente pela interferência de uma outra cultura, língua e religião,
num longo processo de conhecimento e estabelecimento de identidades,
predominando um sentido europeu revestido de forte dominação e
superioridade considerado o modelo ideal de sociedade, fato constatado pelo
massacre de indígenas, catequização, sistema escravagista e alguns outros
fatos que demonstram a imposição européia.
“O período que vai do Descobrimento do Brasil até praticamente a
abertura dos portos revela um momento histórico para a nação
predominantemente marcado pelo domínio da Igreja”. (Bignami, 2002:79). A
Igreja dominava tanto ideologicamente quanto culturalmente, cabendo a ela o
discurso sobre a Imagem do Brasil onde existia uma contradição entre a
imagem do Éden, Paraíso Terrestre Natural que era a palmeira projetada
contra um céu azul e calmo e a Imagem do Inferno marcada pelo canibalismo e
rituais antropofágicos. Este contraste entre a visão paradisíaca e a visão
infernal foi freqüentemente reproduzida pelos europeus ao longo dos séculos
XVI e XVII e ainda hoje continua sendo divulgado, embora alguns valores
tenham sido modificados, mas a comunicação publicitária reforça esta idéia de
‘Paraíso’, como será visto mais adiante.
“A herança que o mundo ocidental recebeu do paraíso original descrito
na Bíblia tem características muito definidas. Em primeiro lugar, sua
forma e sua nomeação – é para ser lido como jardim, fértil e belo, que
possui água em seu solo que irriga uma grande variedade de árvores,
plantas, frutas e flores. Possui um clima suave que mantém essa
natureza exuberante e sempre abundante e a comunhão entre os
homens, os animais e Deus, estabelecendo esse estado de perfeição,
de saúde e de felicidade.”
1
(Aoun, 2001:43/44)
1
AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo. São Paulo: Editora Papirus, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 106
Maria Cristina Caponero
Na época do Brasil Colonial os detentores do poder eram os senhores,
donos dos engenhos açucareiros. A Revolução Industrial no século XVIII
alterou o progresso das ciências e conseqüentemente o comportamento social,
ressaltando questões como a diversidade cultural. No final do século XIX e
início do século XX, o surgimento das Ciências Sociais no Brasil causou um
impacto relevante na formação da auto-imagem nacional, com uma
preocupação em retratar as raças em diferentes contextos, projetadas a partir
das teorias européias, conferindo uma identidade brasileira essencial e dando
um maior significado à imagem, que não era mais a imagem contraposta do
europeu versus ameríndio, mas que aos poucos foi se tornando a imagem mais
complexa do Brasil e de seu povo e foi sendo assimilada no exterior. Foi
somente a partir dessa época que passou a existir uma preocupação em dar
uma identidade nacional ao povo e ao país como sendo independente, muito
embora ainda houvesse o uso da paisagem tropical como elemento da
identidade.
Carvalho
1
(1998 apud França 2002:39) em seu estudo apresenta três
imagens da nação elaboradas pelas elites políticas e intelectuais brasileiras: A
primeira é a imagem de um Brasil sem povo, a natureza era a fonte do
nacionalismo. Este período vai desde a Independência até o início do século
XIX, período este em que o Brasil não existia nem política, nem econômica e
nem culturalmente. Os “políticos” da época, considerados independentistas,
idealizam um “império brasileiro” em oposição aos portugueses, voltando-se
para a socialização e o convencimento das elites. Criou-se naquela época o
“mito do indianismo romântico, da natureza como fonte do nacionalismo”.
2
A segunda é a imagem de um povo que aparece, mas de forma
negativa. Este período se inicia com a Abolição da Escravatura e vai até a
proclamação da República, nesta época “o país adotou uma classificação racial
1
CARVALHO, José Murilo. Brasil: nações imaginadas. In ______. Pontos de bordados. Belo Horizonte:
UFMG, 1998, p. 233-268. In: FRANÇA, Vera Regina Veiga. Discurso de Identidade, Discurso de
Alteridade: A Fala do Outro. In: FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver,
modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
2
CARVALHO, José Murilo de. Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 107
Maria Cristina Caponero
cromática”
1
(Munanga, 1996:185), as classes sociais da época eram
diferenciadas principalmente em virtude da cor da pele, não pela origem ou
sangue, sendo impossível passar de uma à outra, embora os fatores
econômicos também estivessem embutidos nessa classificação racial. Políticos
e intelectuais da época queriam o “branqueamento” da população. Era preciso
construir uma nação moderna e eles se lançavam em missões “civilizatórias”,
era preciso apagar as marcas da escravidão que tanto incomodavam para dar
lugar a uma nova imagem do povo. Segundo Schwarcz, as “pessoas podem
‘enegrecer’ ou ‘embranquecer’ a partir da posição social e econômica que
ocupam”.
2
(1996:177 apud Vaz, 2002: 79).
A terceira imagem é uma “visão paternalista do povo”, como diz
Carvalho. Surge com a derrubada da Primeira República: o Estado descobre o
povo e se coloca na posição de seu tutor; índios e natureza perdem seu lugar
de ícones do nacionalismo; a questão da raça deixa de ser salientada e
promove-se uma reconstrução e melhoria da imagem do povo que passa a ser
um povo cordial, fraterno, generoso, honesto e trabalhador.
Estas três imagens identificadas por Carvalho constituem uma análise
da imagem conferida ao país e ao povo em vários momentos, eram uma
representação construída, imagens que as elites acreditavam ser a Imagem do
Brasil. Cabe ressaltar que o papel de enunciador nos discursos oficiais cabia
primeiramente à Igreja, como visto anteriormente, e depois às elites, sendo que
o povo não tinha acesso aos discursos. Somente na segunda metade do
século XX é que se vê uma mudança nesta posição, sinal disto foi o pedido de
perdão da Igreja aos negros, índios e demais excluídos da sociedade por sua
omissão no passado.
1
MUNANGA, Kabengele. Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil. In VAZ, Paulo Bernardo
F.; MENDONÇA, Ricardo Fabrino; ALMEIDA, Sílvia Capanema Pereira de. Quem é quem nessa
história? Iconografia do Livro Didático. In: FRANÇA, Vera (organizadora). Imagens do Brasil: modos de
ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
2
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Questão Racial no Brasil. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia V.
de Souza (Org.). Negras Imagens. São Paulo: Edusp, 1996. In: FRANÇA, Vera (Org). Imagens do Brasil:
modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 108
Maria Cristina Caponero
O Brasil do presente pode ser percebido em sua singularidade,
revelando aspectos da identidade brasileira, dos lugares definidos para cada
sujeito, onde o outro é definido por sua condição de miséria e exclusão,
semelhantemente ao índio e ao negro da sociedade colonial que permaneciam
à margem da cidadania e do direito à privacidade e à posse.
Orlandi
1
(apud Bignami, 2002:35) dá ênfase à divulgação da Imagem do
Brasil e diz que os propósitos da análise são de grande importância. Também
ele acredita que houve três momentos históricos determinantes nas imagens e
sentidos dominantes dados ao Brasil, os quais proporcionaram a legitimação
de um sentido, mas diferentemente de Carvalho, ele os define a partir dos
diversos relatos e produções realizadas por indivíduos autorizados que faziam
parte das viagens de exploração científica, legitimadas pelo poder da época.
O primeiro e longo período inicia-se com as viagens de descobrimento,
entre os séculos XVI e XVIII e caracteriza-se pela difusão de relatos e
produções pictóricas de viajantes e cientistas que visitaram a América e foram
responsáveis pela formação da identidade nacional. O segundo período, entre
o século XIX e início do século XX, caracteriza-se pela introdução de um
sentido urbano no Brasil, pela preocupação em miscigenar raças, tentando dar
um sentido realista em relação às produções dos séculos anteriores, as quais
eram consideradas místicas pelo contexto em que se encontravam,
predominando o imaginário. O terceiro período começa por volta dos anos 30 e
irá encerrar-se com o final do período Kubitschek, é a reiteração do primeiro,
ou seja, é a tentativa de inserir a nação no contexto internacional por meio
políticas e estratégias sócio-econômicas ligadas à constituição do Estado Novo
e suas diversas formas de identificação e relação com os Estados Unidos e
com a Europa. Este é o período marcado pelo advento das comunicações de
massa, os meios utilizados foram predominantemente o cinema, as artes e a
cultura popular. Os sentidos originados neste período acabaram identificando o
Brasil e criando estereótipos que foram incorporados à imagem da nação e
1
ORLANDI, Eni Pulcinelli. Vão Surgindo os Sentidos. In: ORLANDI, Eni Pulcinelli (org.). O discurso
fundador. São Paulo. Pontes, 1993 apud BIGNAMI, Rosana, Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 109
Maria Cristina Caponero
continuam presentes até o momento, como um país de contrastes marcantes,
de pobreza, miséria, cultura afro ou negra, grandes metrópoles, rituais exóticos
ou místicos, dança, alegria, manifestações populares, confraternização e
misturas raciais sem limites. Mas, questiona-se se esta é a Imagem que
realmente permanece até hoje.
2.1. Idéias Pré-concebidas, Estereótipos e Preconceitos em
relação ao Brasil
No presente estudo, para se conhecer a Imagem atual do Brasil na Itália
foram utlizados para análise artigos publicados pela mídia impressa italiana,
mas, deve-se ter em mente que a maioria dos artigos foi escrita por italianos,
portanto está caracterizada por uma visão etnocêntrica, conceito já visto
anteriormente, o que mostra que é sob o olhar do estrangeiro que nosso país
está sendo definido e divulgado, criando-se novos estereótipos ou muitas
vezes reforçando os que já haviam sido criados na época do Descobrimento,
mas que continuam vivos até o presente momento, pois os meios de
comunicação acabam em geral reforçando-os, não se preocupando em corrigir
alguns erros ou em destruir certos “mitos”, o que faz com que a Imagem do
Brasil nem sempre corresponda à realidade atual do nosso país, mas sim a
imagem estereotipada que a imprensa utiliza para divulgar o produto Brasil,
tendo-se em mente a diferença entre o conceito de estereótipo e imagem dada
por Kotler:
“O estereótipo seria uma imagem largamente mantida, altamente
deturpada e simplificada de algo, que levaria a pessoa a ter uma atitude
favorável ou desfavorável com relação ao objeto. A imagem por outro
lado seria mais pessoal”.
1
(Kotler, 1984 apud Bignami, 2002:15)
1
KOTLER, Philip. Marketing para organizações que não visam o lucro. São Paulo: Atlas, 1984 apud
BIGNAMI, Rosana. A Imagem do Brasil no Turismo. São Paulo: Editora Aleph, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 110
Maria Cristina Caponero
Para se conhecer a Imagem do Brasil na Itália primeiramente foi feito
uma relação das localidades divulgadas para se saber quais as localidades
mais divulgadas e que refletem a Imagem do Brasil pelo seu contexto
geográfico, histórico ou cultural e que constituem o Patrimônio Brasileiro.
Posteriormente foi feito um inventário do que constitui o Patrimônio Natural, o
Patrimônio Cultural que compreende o Patrimônio Histórico e o Artístico e o
Patrimônio Antropológico, pois juntos compõem o Patrimônio da Humanidade.
Considere que a expressão “bem cultural” pode ser usada como denominador
comum das várias denominações dadas a essas categorias de bens, tanto um
bem de valor artístico, como arqueológico, como histórico, cultural,
paisagísticos ou outros.
2.2. Principais Regiões, Estados, Cidades ou Localidades
Brasileiras divulgadas
Existe uma imagem difusa, fundamentada em estereótipos, aceita pela
maioria das pessoas, mas para se ter uma idéia real de qual é a Imagem
divulgada na Itália, primeiramente é necessário saber quais são as principais
regiões, estados ou cidades conhecidas, divulgadas e valorizadas, e que
acabam sendo responsáveis pela Imagem do Brasil.
Ao analisar a tabela 3 a seguir, pode-se constatar que a Região
Nordeste embora seja considerada “a área mais enfraquecida do Brasil”
1
, é a
mais divulgada, aparece em 100% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 100% das não pertencentes, em 71% das revistas
especializadas e em 14% dos artigos diversos, seguida da região Sudeste que
é divulgada em 93% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI, em 82% das pertencentes, em 64% das revistas
especializadas e em 28% dos artigos diversos, depois a região Norte divulgada
em 87% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI,
1
“Ballando nella Favela”. Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 49, 4 de dezembro de 2005,
página 64.
A Imagem do Brasil na Itália 111
Maria Cristina Caponero
em 53% das pertencentes, em 28% das revistas especializadas e em 14 % dos
artigos diversos, a seguir igualmente divulgadas são as regiões Sul divulgada
em 87% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI,
em 70% das pertencentes, em 14% das revistas especializadas e em 7% dos
artigos diversos e a Região Centro-Oeste divulgada em 65% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 60% das não pertencentes,
em 36% das revistas especializadas e em 14% dos artigos diversos.
Observa-se que a divulgação dessas regiões muitas vezes está centrada
em apenas alguns estados, cidades ou localidades que são considerados
atrativos alavancando essa divulgação. Dentre os estados mais divulgados
estão o Rio de Janeiro que aparece em 93% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 82% das pertencentes, em 64% das
revistas especializadas e em 28% dos artigos diversos; a Bahia divulgada em
93% dos catálogos das Operadoras não pertencentes à ASTOI, em 70% das
pertencentes, em 36% das revistas especializadas e em 7% dos artigos
diversos; o Amazonas divulgado em 87% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 70% das pertencentes e em 28% das
revistas especializadas; o Ceará divulgado em 100% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 53% das não
pertencentes e em 28% das revistas especializadas; Pernambuco divulgado
em 87% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI,
em 65% das não pertencentes e em 21% das revistas especializadas; Rio
Grande do Norte divulgado em 76% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 47% das não pertencentes e em 28% das revistas
especializadas e Minas Gerais divulgada em 76% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 33% das não pertencentes
e em 21% das revistas especializadas.
Com relação às cidades, observa-se que a Imagem do Brasil está
fundamentalmente baseada em apenas algumas cidades brasileiras, podendo-
se dizer que é representada pelo Rio de Janeiro, pois é divulgada em 82% dos
A Imagem do Brasil na Itália 112
Maria Cristina Caponero
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 80% das não
pertencentes, em 57% das revistas especializadas e em 28% dos artigos
diversos. Rio de Janeiro é famoso pelo seu carnaval, pelo Cristo Redentor, pelo
Pão de Açúcar, pela Floresta da Tijuca, pelas famosas praias e por diversas
paisagens naturais muito valorizadas, mas o grande destaque é dado por ser a
“cidade dos contrastes sociais”, as enormes favelas, como a Favela da
Rocinha, as drogas e a violência que aparecem lado a lado com seus
indiscutíveis estereótipos: “samba, mulheres maravilhosas, futebol e o grande
carnaval”,
1
representando “a liberdade e na alegria do povo”,
2
embora ainda
são comuns “imagens de jovens favelados roubando e espancando turistas na
Praia do Leblon, um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro”.
3
“Há uma predominância da imagem do Rio de Janeiro como representação
urbana do Brasil, em cuja caracterização são valorizados a paisagem, seus
recursos naturais (praias, floresta tropical, etc.) em alguns aspectos culturais,
sobretudo o carnaval. Esse esquema permite a concepção de tipos humanos
ligados a essas categorias e que acabam por constituir uma idéia da sociedade
carioca: a mulata, figura por excelência, o sambista, a mãe de santo e o
malandro, permeados por problemas sociais evidentes como a droga, a
prostituição, a violência, a polícia, o trânsito e a delinqüência infantil”.
4
(Bignami, 2002:99)
O Rio de Janeiro è um notável centro cultural, de arte e de moda
5
, além
de ser um dos principais pólos culturais do país com numerosos cimenas,
teatros, museus, galerias de arte e biblioteca, os quais apresentam um
contraste entre a modernidade da arquitetura dos anos 50 e o passado,
observado no barroco das igrejas e monastérios e na art déco das fachadas
residenciais bastante preservadas
6
.
1
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
2
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 12.
3
CARNEIRO, Marcelo. Dois retratos do Mesmo Brasil, Revista VEJA, São Paulo, Ed. Abril, 6 de
outubro de 2004.
4
BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
5
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
6
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 45.
A Imagem do Brasil na Itália 113
Maria Cristina Caponero
A seguir aparece Salvador divulgada em 87% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 65% das não
pertencentes e em 28% das revistas especializadas. É a cidade que mais
representa o Brasil pela sua cultura afro, pela sua magia e misticismo, dela são
conhecidos os orixás, a baiana, os acarajés, a capoeira e o candomblé. Foz do
Iguaçu aparece a seguir divulgada em 87% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 70% das pertencentes, em 14% das
revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos, pouco se fala da cidade
em si, a qual só é divulgada devido às Cataratas de Foz do Iguaçu que “atraem
turistas do mundo inteiro”.
1
Fortaleza é divulgada em 93% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 53% das pertencentes,
em 28% das revistas especializadas. Manaus é divulgada em 87% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 53% das
não pertencentes, em 14% das revistas especializadas e em 14% dos artigos
diversos, é alavancada pela Floresta Amazônica. Depois a cidade mais
divulgada é Recife que aparece em 80% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 65% das pertencentes e em 7% das
Revistas Especializadas. Natal é alavancada pelo Parque das Dunas de
Genipabu e é divulgada em 76% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 47% das não pertencentes e em 21% das revistas
especializadas. Jericoacoara é divulgada em 60% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 47% das pertencentes
e em 21% das revistas especializadas. O Mato Grosso do Sul é alavancado
pelo Pantanal, mas é divulgado em apenas 47% dos catálogos das Operadoras
de Turismo pertencentes à ASTOI, em 40% das não pertencentes e em 28%
das revistas especializadas. São Paulo embora seja “a capital dos negócios de
todo o país e, de fato, o centro político
2
é divulgada em 35% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 33% das não pertencentes,
em 21% das revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos, sendo
pouco significativa para a Imagem do Brasil.
1
RUSCHMANN, Doris. Turismo no Brasil. Análise e Tendências. São Paulo: Editora Manole, 2002,
página 77.
2
Brasile: un Paese a Colori. Revista In the World, número 17, maio de 2005, página 70.
A Imagem do Brasil na Itália 114
Maria Cristina Caponero
A tabela 3 a seguir demonstra os dados acima citados em relação às principais
regiões, estados, cidades ou localidades divulgadas, apresentando um inventário de
determinadas localidades esclarecendo-se que não constam todas as localidades
brasileiras, somente as que em algum momento foram divulgadas. É oportuno
esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada a sua divulgação em um
determinado discurso textual, não importando quantas vezes aparecesse em uma
mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão, considere VA = Valor Absoluto e
VR = Valor Relativo em relação ao total de fontes investigadas, especificadas na
respectiva tabela.
PRINCIPAIS REGIÕES, ESTADOS, CIDADES OU LOCALIDADES DIVULGADAS
Operadoras
pertencentes
à ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
REGIÁO SUL
12 70% 13 87% 2 14% 1 7%
Paraná
-
- 13 87% 2 14% - -
- Foz do Iguaçu 12 70% 13 87% 2 14% 1 7%
Rio Grande do Sul
-
- 1 7% - - - -
- Bento Gonçalves - - 1 7% - - - -
- Porto Alegre - - 1 7% - - - -
Santa Catarina
-
- 1 7% - - - -
- Florianópolis - - 1 7% - - - -
REGIÁO SUDESTE
14 82% 14 93% 9 64% 4 28%
Espírito Santo
-
- 1 7% - - - -
Minas Gerais
13
76% 5 33% 3 21% - -
- Belo Horizonte 5 29% 5 33% - - - -
- Caeté - - 7% - - - -
- Congonhas do
Campo
5 29% 27% - - - -
- Diamantina 2 12% 1 7% - - - -
- Mariana 4 23% 2 13% - - - -
- Sabará 1 6% 2 13% - - - -
- São João Del Rey 5 29% 2 13% - - - -
- Tiradentes 4 23% 2 13% - - - -
- Ouro Preto 13 76% 5 33% - - - -
Rio de Janeiro
14
82% 14 93% 9 64% 4 28%
- Angra dos Reis 7 41% 4 27% - - - -
- Búzios 8 47% 5 33% - - - -
- Ilha Grande 6 35% 3 20% - - - -
- Ilha de Paquetá - - - - 1 7% - -
- Paraty 6 35% 4 27% 1 7% - -
- Petrópolis 1 6% 1 7% - - - -
- Rio de Janeiro 14 82% 12 80% 8 57% 4 28%
A Imagem do Brasil na Itália 115
Maria Cristina Caponero
São Paulo
6
35% 5 33% 3 21% 1 7%
- Ilhabela 1 6% - - - - - -
- Iporanga 1 6% - - - - - -
- São Paulo 6 35% 5 33% 3 21% 1 7%
REGIÁO CENTRO-
OESTE
11 65% 9 60% 5 36% 2 14%
Brasília
7
41% 7 47% 2 14% - -
Goiás
-
- 1 7% - - - -
- Goiânia - - 1 7% - - - -
Mato Grosso
4
23% 3 20% 2 14% 1 7%
- Chapada dos
Guimarães
- - - - 1 7% - -
- Corumbá - - - - 1 7% - -
- Cuiabá 1 6% 2 13% 1 7% 1 7%
- Nova Xavantina - - - - - - 1 7%
Mato Grosso do
Sul
8
47% 6 40% 4 28% - -
- Aquidauana - - - - 1 7% - -
- Bonito 1 6% 1 7% 3 21% - -
- Campo Grande 4 23% 1 7% 1 7% 2 14%
REGIÀO NORTE
12 70% 13 87% 4 28% 2 14%
Acre
-
- 1 7% - - - -
Amapá
-
- 1 7% - - - -
Amazonas
12
70% 13 87% 4 28% - -
- Manaus 9 53% 13 87% 2 14% 2 14%
Pará
2
12% - - - - - -
- Belém 2 12% - - - - - -
- Ilha de Marajó 1 6% - - - - - -
Rondônia
-
- 1 7% - - - -
- Santarém - - 1 7% - - - -
Roraima
-
- - - 1 7% - -
Tocantins
1
6% 1 7% - - - -
- Jalapão 2 12% - - - - - -
- Palmas 1 6% - - - - - -
REGIÃO
NORDESTE
17 100% 15 100% 10 71% 2 14%
Alagoas
2
12% 3 20% 3 21% - -
- Maceió 2 12% 3 20% 3 21% - -
Bahia
12
70% 14 93% 5 36% 1 7%
- Arraial D’Ajuda - - 2 13% - - - -
- Boipeba - - 1 7% - - - -
- Cachoeira - - 1 7% - - - -
- Caraíva - - - - 1 7% - -
- Chapada
Diamantina
2 12% 2 13% - - - -
* Costa do Sauípe 5 29% 2 13% - - - -
- Ilha de Itaparica 2 12% 2 13% - - - -
- Ilhéus 2 12% 1 7% 1 7% - -
- Itacaré 1 6% - - - - - -
- Morro de S.Paulo 4 23% 4 27% 1 7% - -
- Porto Seguro 8 47% 5 33% 3 21% - -
A Imagem do Brasil na Itália 116
Maria Cristina Caponero
* Praia do Forte 7 41% 6 40% - - - -
- Salvador 11 65% 13 87% 4 28% - -
- São Felix 3 18% 1 7% - - - -
- Trancoso 6 35% 1 7% - - - -
- Valença - - - - 1 7% - -
Ceará
9
53% 15 100% 4 28% - -
- Aracati - - - - 2 14% - -
- Beberibe - - 2 13% 1 7% - -
- Camocim 1 6% 3 20% 2 14% - -
- Canoa Quebrada 5 29% 6 40% 3 21% - -
- Cruzeiro - - - - 1 7% - -
- Cumbuco - - 1 7% - - - -
- Fleixeiras - - - - 1 7% - -
- Fortaleza 9 53% 14 93% 4 28% - -
- Jericoacoara 8 47% 9 60% 3 21% - -
- Lagoinha 1 6% 3 20% - - - -
- Morro Branco 2 12% - - 1 7% - -
- Mundaú - - 1 7% - - - -
- Quixaba 1 6% - - 1 7% - -
- Serra do Félix - - - - 1 7% - -
- Taiba 1 6% 1 7% 1 7% - -
Maranhão
8
47% 7 47% - - - -
- Alcântara - - 2 13% - - - -
- Barreirinhas 3 18% 4 27% - - - -
- Caburé 3 18% 2 13% - - - -
- Ilha do Caju - - 2 13% - - - -
- Mandacaru 2 12% - - - - - -
- São Luís 4 23% 5 33% - - -
- Vassouras 2 12% - - - - - -
Paraíba
2
12% 2 13% 1 7% - -
- Caruaru - - - - 1 7% - -
- Campina Grande 1 6% - - 1 7% - -
- João Pessoa 1 6% - - - - - -
Pernambuco
11
65% 13 87% 3 21% - -
- Fernando de
Noronha
7 41% 7 47% 1 7% - -
- Olinda 11 65% 5 33% 2 14% - -
* Porto de Galinhas 9 53% 6 40% 1 7% - -
- Recife 11 65% 12 80% 1 7% - -
Piauí
-
- 3 20% - - - -
- Parnaíba - - 1 7% - - - -
Sergipe
1
6% 2 13% - - 1 7%
- Aracajú 1 6% - - - - - 7%
Rio Grande do
Norte
13
76% 7 47% 3 28% - -
- Natal 13 76% 7 47% 2 21% - -
- Praia da Pipa 4 23% 3 20% 1 14% - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 3: Principais Regiões, Estados, Cidades ou Localidades Brasileiras divulgadas
A Imagem do Brasil na Itália 117
Maria Cristina Caponero
2.3. A Extensão do Território Brasileiro, da Costa Brasileira,
da Floresta Amazônica e do Pantanal
Como visto anteriormente, desde o Descobrimento, com a carta de Pero
Vaz de Caminha, a Imagem do Brasil está sendo associada à sua grandeza,
seja em relação à extensão do território, da costa, da Floresta Amazônica ou
mesmo do Pantanal.
Extensão do Território Brasileiro
A extensão do território é um dos fatores que compõem a Imagem do
Brasil, sendo destacada em 73% dos catálogos das Operadoras de Turismo
não pertencentes à ASTOI, em 65% das pertencentes, em 28% das revistas
especializadas e em 7% dos artigos diversos, sendo o Brasil considerado “o 5
o
.
país no mundo em extensão de área territorial
1
,
2
,
3
, medindo 8.547.403 km2
4
,
aproximadamente metade da América do Sul
5
, ou melhor, 47,7% da América
do Sul. É considerado um grande território
6
,
7
, grandíssimo, imenso
8
, tão grande
que é comparado a um continente
9
,
10
, “é um país que é um continente no
continente”
11
,
12
, é considerado uma terra sem fim
13
, de tão grande que é seu
território, além de ser comparado a outros países por ter quase o tamanho dos
Estados Unidos
14
e medir aproximadamente 28
15
ou 30
1
vezes a Itália, sendo
1
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
3
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
4
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
6
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 41.
7
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
8
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 35.
9
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
10
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
11
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3.
12
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
13
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
14
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 58.
15
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
A Imagem do Brasil na Itália 118
Maria Cristina Caponero
apenas o nordeste quinze vezes maior do que a Itália; e Pernambuco um
estado quase do tamanho da Itália
2
e o Ceará mede 146.000 km2. Ainda
quanto ao território destaca-se que Brasil compreende vários estados
fascinantes e possui todos os números para seduzir a fantasia
3
, é composto
por 26 estados e o Distrito Federal, os quais contrastam em relação ao
tamanho, é um imenso país com grandes cidades e pequenas localidades,
sendo o Rio de Janeiro a maior cidade tropical do mundo
4
, Belo Horizonte a
terceira cidade do Brasil em ordem de grandeza
5
; e Alagoas o menor estado do
Brasil.
Extensão da Costa Brasileira
A extensão da Costa é a que mais representada a Imagem do Brasil, por
ser a mais divulgada. É destacada em 70% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 57% das revistas especializadas e em 53%
das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI. Divulga-se que o Brasil
possui uma extensa costa banhada pelo Oceano Atlântico e que forma
belíssimas e infinitas praias de norte a sul do país, medindo 8.500 km
6
, embora
haja um desencontro de informações com relação à extensão da costa, não é
divulgado um número preciso, fala-se em mais de 7.000
7
, 7.500
8
ou 8.000
9
de
costa, enfim, são quilômetros de praias de sonho.
10
Considera-se a Costa do Nordeste “um quebra-cabeça de cinco estados
que vai desde a Bahia até a Floresta Amazônica
11
(erradamente divulgado,
pois costa do nordeste compreende nove estados, a Floresta Amazônica não
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
2
Idem, página 22.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
4
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
5
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 97.
6
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
7
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
8
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 9.
9
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
10
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 138.
11
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano
15, no. 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 236.
A Imagem do Brasil na Itália 119
Maria Cristina Caponero
fica na Região Nordeste e muito menos no litoral). Assim como com relação à
extensão total da costa, também não há números precisos com relação a costa
de cada um dos estados, destacam-se a Bahia com 932 km
1
de praia e o
Ceará com 560 km
2
, ou 573 km
3
ou quase 600 km
4
,
5
,
6
ou ou mais de 600 km
7
,
não sendo divulgado um número preciso, os artigos analisados são unânimes
somente em divulgar a costa do Ceará como sendo ininterrupta, com
belíssimas praias de areia finas
8
, solitárias
9
, infinitas
10
e repletas de dunas
brancas
11
.
Extensão da Floresta Amazônica
A extensão da Floresta Amazônica também merece destaque especial
por ser considerada a maior floresta fluvial do mundo, é divulgada em 65% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 53% das não
pertencentes e em 14% das revistas especializadas. Assim como a costa, não
existe uma uniformidade de informação sobre a extensão exata. A Floresta
Amazônica é considerada interminável
12
, gigantesca, atravessa quase o continente
inteiro
13
, ocupando uma área superior a 6.000.000 km2
14
ou 6.500.000 km2,
correspondendo a 40% do Brasil inteiro
15
ou quase a metade do território brasileiro
16
ou mais de 56% do território brasileiro
17
ou “uns vinteavos da superfície terrestre,
sendo quatro décimos da América do Sul e três quinto do próprio Brasil”.
18
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 68.
2
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, número 7, julho de 2005, página 123.
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 46.
4
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 6.
5
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
6
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 4.
7
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
8
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 4.
9
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
10
Idem.
11
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 46.
12
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
13
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
14
Idem.
15
DIMENSIONE TURISMO. Brasil – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
16
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
17
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 76.
18
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 120
Maria Cristina Caponero
Extensão do Pantanal
A extensão do Pantanal também é destacada, como sendo uma área
paludosa, entre o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. É divulgada em 29% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 27% das não
pertencentes e em 14% das Revistas Especializadas. Erros absurdos
encontram-se com relação ao Pantanal, por exemplo, é dito que pertence à
região sudoeste
1
do Brasil e não centro-oeste, com relação ao seu território,
também existem erros absurdos, pois embora ocupe uma área de 230.000
km2
2
, dizem que ocupa uma área de 240.000 metros quadrados
3
ou mais
absurdamente 1.230.000 km2
4
, sendo 130.000 km2 no território brasileiro
5
,
6
.
Para que melhor consiga se imaginar o tamanho do Pantanal, diz-se que quase
tão grande quanto a Itália
7
e mede quase metade do território francês.
8
1
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 38.
2
Idem, página 40.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 64.
4
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
5
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 40.
6
Idem, página 38.
7
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 31.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 60.
A Imagem do Brasil na Itália 121
Maria Cristina Caponero
A tabela 4 a seguir demonstra os dados acima citados em relação à
extensão do território brasileiro, esclarecendo-se que o registro foi feito ao ter
sido constatada a sua divulgação em um determinado discurso textual, não
importando quantas vezes aparecesse em uma mesma fonte pesquisada. Para
melhor compreensão, considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em
relação ao total de fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
.
A EXTENSÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
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Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Extensão do
Território
11 65% 11 73% 4 28% 1 7%
Extensão da
Costa
12 70% 8 53% 8 57% - -
Extensão da
Floresta
Amazônica
11 65% 8 53% 2 14% - -
Extensão do
Pantanal
5 29% 4 27% 2 14% - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 4: A extensão do Território Brasileiro
A Imagem do Brasil na Itália 122
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 3: O PATRIMÔNIO NATURAL BRASILEIRO
No presente estudo considerou-se o Patrimônio Natural como um
conjunto de bens que fazem parte do Patrimônio Mundial da Humanidade e
devem ser preservados, pois “a degradação ou o desaparecimento de um bem
do patrimônio cultural e natural constitui um empobrecimento nefasto do
patrimônio de todos os povos do mundo”.
1
(Silva, 2003:43) Para que se
pudesse fazer um inventário de todos esses bens, foi utilizada a definição
constante no Artigo 2º. da Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio
Mundial Cultural e Natural de 1972 que considera como Patrimônio Natural:
- os monumentos naturais constituídos por formações físicas e
biológicas, ou por grupos de tais formações, que tenham um valor universal
excepcional do ponto de vista estético ou científico;
- as formações geológicas e fisiológicas e áreas nitidamente delimitadas
que constituam o hábitat de espécies animais e vegetais ameaçadas e que
tenham valor universal excepcional do ponto de vista da ciência ou da
conservação;
- os lugares notáveis naturais ou as zonas naturais nitidamente
delimitadas, que tenham valor universal excepcional do ponto de vista da
ciência, da conservação ou da beleza natural”.
·
Seguindo esta classificação, o Patrimônio Natural do Brasil é constituído
por todos os seus elementos naturais como ilhas, praias, dunas, cachoeiras,
rios, montanhas e outros, mas considerou-se também a fauna, a flora e o clima,
que embora não se constituam exatamente um bem natural, conforme a
classificação acima descrita, têm uma relação direta com o patrimônio natural e
são muito importantes na divulgação da Imagem do Brasil.
1
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 123
Maria Cristina Caponero
Assim como desde o Descobrimento, a Imagem do Brasil está associada
à grandeza do território, também está associada à abundância da vida natural,
à riqueza da fauna e flora e de todo o riquíssimo Patrimônio Natural, não
faltando estereótipos para caracterizar toda sua beleza e diversidade,
principalmente em relação às praias, sobretudo as do Nordeste, às Cataratas
de Foz do Iguaçu, à Floresta Amazônica, ao Pantanal e ao Arquipélago de
Fernando de Noronha, ambos considerados áreas ecológicas de vital
importância pelo seu inestimável valor e pertencentes ao Patrimônio da
Humanidade, acrescentando-se ainda Jericoacoara considerada área de
Proteção Ambiental.
A Imagem do Brasil em relação ao Patrimônio Natural é um dos
estereótipos que mais caracterizam o Brasil, pois aparecem em 100% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 100% das
não pertencentes, em 100% das revistas especializadas e em 43% dos artigos
diversos. Uma pesquisa realizada pela EMBRATUR concluiu que “três quartos
dos visitantes estrangeiros elegeram as atrações naturais do Brasil como o
fator decisivo na escolha de visitar o país. Não surpreende se pensarmos que
hospeda a maior biodiversidade do mundo inteiro”.
1
Campanhas publicitárias
divulgadas no mundo inteiro partem da idéia de que “as praias paradisíacas do
mundo tropical, hoje, com a moda do turismo ecológico, cedem lugar aos
parques naturais, às reservas florestais e biológicas terrestres ou submarinas.
Estar in hoje é praticar o turismo de aventura, o turismo místico, o turismo
exótico”.
2
(Rodrigues, 1997: apud Aoun, 2001: 32), mas o aumento deste tipo
de demanda turística pode provocar danos às vezes irreversíveis ao meio
ambiente. “Por sorte os apaixonados por este tipo de turismo (...) preocupam-
se com o futuro do nosso planeta”.
3
1
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 60.
2
RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo e Espaço. Rumo a um conhecimento transdisciplinar, São
Paulo: Hucitec, 1997 apud AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo. São Paulo:
Editora Papirus, 2001.
3
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 47.
A Imagem do Brasil na Itália 124
Maria Cristina Caponero
3.1. Biodiversidade, Ecossistema, Fauna e Flora.
A Imagem do Brasil em relação aos recursos naturais, biodiversidade e
ecossistema é divulgada em 76% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 73% das não pertencentes, em 50% das revistas
especializadas e em 14% dos artigos diversos. O Brasil é considerado um continente
verde
1
, “um dos mais ricos ambientes naturais com grande diversidade de
ecossistema
2
e hospeda a maior biodiversidade do mundo.
3
“Aqui vivem
aproximadamente entre 15 a 20% das espécies identificadas no mundo, sem contar as
que ainda não foram classificadas”.
4
Destacam-se “as maravilhas da natureza em
todos os seus aspectos”.
5
Esta grande diversidade está concentrada em algumas
áreas ecológicas de importância primordial, consideradas obras-primas
6
da
humanidade: dentre elas a Mata e a Costa Atlântica
7
, as reservas naturais de Ilha
Grande e Fernando de Noronha, a infinita e misteriosa Floresta Amazônica
8
,
9
, a
espetacular Cascata de Foz do Iguaçu
10
e o Pantanal
11
,
12
, com seu extraordinário
patrimônio composto por plantas e animais. A flora brasileira possui a maior
concentração da América, devido à grande riqueza e variedade: são plantas exóticas,
palmeiras refrescantes, árvores gigantescas, plantas medicinais seculares, enfim uma
vegetação exuberante que a cada dia que passa aumenta a quantidade de plantas
conhecidas e comercializadas. “Sessenta por cento do mundo, vive incoscientemente
do conhecimento derivado dos índios”
13
, embora seja inconcebível que “diversas
plantas medicinais foram ‘registradas’ pelos americanos, apesar de virem
sendo
usadas pelos índios ha milhares de anos”.
14
(Padre Bortolomeo Giaccaria, 2005)
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006.
2
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
3
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 60.
4
Idem.
5
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 7.
6
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
7
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 59.
9
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
10
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
11
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
12
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 59.
13
BERTOLOTTI, Patrizia. Biopirateria. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 57.
14
GIACCARIA, Padre Bortolomeo apud DETOMAS, Margherita. Una cura missionária. Itália: Revista
Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 45, 06 de novembro de 2005, página 71.
A Imagem do Brasil na Itália 125
Maria Cristina Caponero
Ainda em relação ao Patrimônio Natural, a grande riqueza e variedade
de espécies vegetais e animais, fauna e flora, são divulgadas em 65% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 53% das não
pertencentes e em 43% das revistas especializadas. É curioso observar a
divergência dos números citados, não só em relação à enorme variedade da
Floresta Amazônica
1
. Calcula-se que existam 10 milhões de espécies vegetais
e animais ou mais de um milhão de espécies viventes, sendo que somente 1,5
milhão foram classificadas até hoje
2
. Destaca-se também a grande diversidade
de pássaros e borboletas, embora os valores também variem muito, às vezes
cita-se como sendo mais de 700 espécies ou mais de 2.000 espécies de
pássaros e mais de 1.000 tipos de borboletas. As espécies de peixes variam
entre 200 ou 2.500 tipos, além de diversas espécies de mamíferos, répteis e
animais silvestres, os quais totalizam mais de 8 mil espécies
3
, algumas das
quais ainda desconhecidas, outras em via de extinção. São jaguarés, jacarés,
botos cor de rosa, lontras gigantes, caimanis, bradipis, serpentes e outros.
Mas, não se pode deixar de citar que um símbolo do Brasil que permanece até
hoje é o coloridíssimo papagaio
4
.
A região Amazônica destaca-se não só por possuir a Reserva Ecológica
de Xisuaú-Xiparina, enorme patrimônio natural, considerada a mais ampla
reserva natural do mundo, “cobrindo uma área de 17.700 km2 de floresta
virgem (...) povoada por mais de 8 mil espécies de animais, algumas ainda
desconhecidas, outras em via de extinção
5
, mas também a Floresta
Amazônica onde as cores inimitáveis fundem-se com o verde de uma intrigante
vegetação alimentada por um grande rio “constituindo um dos mais ricos
ambientes naturais pela diversidade do seu ecossistema”
6
e pela “maior
concentração de árvores de diversas tipologias do mundo, além da possuir a
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 60.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
3
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 42.
4
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 40.
5
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 42.
6
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
A Imagem do Brasil na Itália 126
Maria Cristina Caponero
maior e mais variada fauna do mundo”.
1
Só na Amazônia vivem mais de 2.500
tipos de peixes dentre eles a piranha, mais de 200 espécies de mamíferos e
2.000 pássaros
2
dentre eles tucanos, borboletas de todas as cores, além de
alguns milhões de espécies conhecidas de insetos
3
. Quanto à flora, também
existe uma grande variação, são mais de 50.000 espécies de plantas
4
ou
200.000 espécies diferentes, incluindo 70% das plantas medicinas conhecidas,
além de não menos de cinco mil tipos de árvores
5
, dentre as que atingem 45
metros de altura convivem dezenas de espécies de orquídeas. Essa grande
variedade do ecossistema é garantia de sobrevivência.
6
Em se falando de riqueza da fauna e da flora, destaca-se o Pantanal
considerado “um verdadeiro triunfo de diversidade ecológica”.
7
Tanto “a fauna
quanto à flora apresentam uma grande variedade de espécies”,
8
em relação à
flora, são mais de 1.700 tipos de plantas
9
espalhadas pelo seu território coberto
de florestas e com relação à fauna, o Pantanal é um ótimo ponto para
observação
10
por apresentar a mais alta concentração do mundo ou da
América.
11
A riqueza da fauna é tão grande que basta pensar que mais de
600
12
ou quase 700
13
,
14
ou 1.000
15
, ou 8.700 espécies de pássaros
16
que foram
1
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 30.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 30.
6
Idem.
7
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 47.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 60.
9
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 38.
10
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
11
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 40.
12
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 64.
13
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
14
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 40.
15
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 7.
16
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
A Imagem do Brasil na Itália 127
Maria Cristina Caponero
catalogados no mundo vivem no Pantanal, dentre eles o tuiuiú ou jaburu,
pássaro símbolo do país
1
,
2
, além de 230 espécies de peixes, 1000 tipos de
borboletas, 89 espécies de mamíferos e 50 tipos de répteis dentre eles os
jacarés
3
, sendo considerada uma região com a maior variedade de animais
selvagens
4
e agressivos
5
, sendo que alguns desses animais correm o risco de
extinção.
6
Ainda em relação ao Patrimônio Natural “o ecossistema da Mata
Atlântica é destacado por estar em vias de extinção, devendo ser severamente
protegido e preservado”.
7
Também são destacadas diversas cidades, como por exemplo, o Rio de
Janeiro pela sua natureza considerada triunfante
8
; a exuberante vegetação de
Búzios
9
; a natureza de beleza resplandecente do Ceará
10
, sendo Jericoacoara
um verdadeiro santuário ecológico
11
e Canoa Quebrada uma jóia da
natureza
12
; na Bahia, Porto Seguro é uma reserva natural gloriosa
13
; em
Pernambuco, Porto de Galinhas é considerada uma jóia naturalística e na
Paraíba, João Pessoa destaca-se por ser considerada pela ONU a cidade mais
arborizada da América.
14
Fernando de Noronha destaca-se por possuir uma
natureza incomparável
15
, um verdadeiro paraíso ecológico pela riqueza de sua
fauna, inacreditavelmente única e variada ao mesmo tempo
16
. Quem chega em
1
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
2
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 40.
3
Idem.
4
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 47.
5
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 124.
6
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 40.
7
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
número 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 240 e 243.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 7.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005.
10
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
11
Idem
12
Idem
13
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 18.
14
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 38.
15
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34
16
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 31.
A Imagem do Brasil na Itália 128
Maria Cristina Caponero
Noronha tem a felicidade de viver uma privilegiada relação com a natureza
ainda hoje riquíssima quanto à fauna marinha e a avifauna.
1
Ilha Grande
também destaca-se pela espetacular fauna existente
2
, por preservar intacta a
sua natureza
3
e por possuir um belíssimo contexto natural
4
. Foz do Iguaçú é
destacada pela exuberante vegetação sub-tropical, constituída por uma rica e
ampla variedade de árvores e plantas trepadeiras, além de inúmeros pássaros
e mais de 500 espécies de borboletas
5
identificadas. Enfim, a riqueza dos
recursos naturais no Brasil é tanta que encontra neste país a sua celebração
6
.
“Ter-se-á a sensação de que viver nos espaços infinitos da natureza extrema
será a coisa mais óbvia do mundo”.
7
3.2. Recursos Naturais
O Brasil é um país rico em recursos naturais e diversas formações
geográficas como por exemplo cachoeiras, praias, florestas, rios, lagos,
deserto, falésia, palude, grutas, ilhas e outros. Destacam-se:
Cachoeiras
Sem dúvida alguma, as Cataratas de Foz do Iguaçu (escrita de forma
errada: Iguacù
8
, Iguassu
9
, Iguassú ou Iguazù) são tidas como a representação
máxima das cachoeiras do Brasil. São divulgadas em 80% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 59% das pertencentes,
em 14% das revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos. Não faltam
estereótipos para classificá-las, desde de sua formação “há aproximadamente
1
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13
2
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 20.
3
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 86.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 75.
6
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
7
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 47.
8
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 9.
9
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 129
Maria Cristina Caponero
120 milhões de ano de uma ruptura improvisada da crosta terrestre
1
, até sua
beleza, sendo considerada a rainha das cachoeiras
2
, uma das maravilhas do
mundo
3
, as mais bonitas cachoeiras do mundo
4
, além de ser considerada a
maior atração natural do país
5
, a maravilha mais espetacular do Brasil
6
, são
superiores do ponto de vista de espetacularidade
7
, da imponente beleza
8
,
magnitude
9
e principalmente uma obra-prima da natureza
10
,
11
,
12
, fenômeno
único no mundo
13
, metáfora potente do grandioso, do imensurável
14
. Imponente
espetáculo, na moldura intacta da floresta que representa uma das
experiências emocionalmente mais sugestivas.
15
Além da beleza, também a grandiosidade e as proporções gigantescas
das Cataratas são muito divulgadas e expressas numericamente, embora
também haja divergência. As cachoeiras são consideradas uma das maiores
do mundo
16
,
17
,
18
,
19
, são 275 quedas d’água
20
(erradamente divulgadas como
260
21
,
22
) formando um muro de pedra
1
de mais de 3 km de largura e 60 metros
1
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 32.
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
3
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 11.
5
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 3.
6
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 49.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
8
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 9.
9
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 37.
10
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
11
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 31.
12
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
13
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, páginas 56.
14
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
15
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
16
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, páginas 56.
17
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 26.
18
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 62.
19
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e I Poveri. Revista Famiglia Cristiana, Ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 70.
20
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
21
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
22
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 130
Maria Cristina Caponero
de altura (erradamente divulgadas como 65 metros
2
,
3
ou 90 metros de altura
4
),
com uma queda de aproximadamente 1500 metros cúbicos de água por
segundo
5
ou 30.000 metros cúbicos a cada minuto
6
, formando um efeito de
nebulização tal que provoca o fenômeno da formação de um arco-íris
constante.
7
As Cataratas de Foz do Iguaçu foram declaradas pela UNESCO
Patrimônio da Humanidade,
8
sua visitação é considerada imperdível por ser um
dos espetáculos mais inacreditável que a natureza pode oferecer
9
,
10
, um dos
espetáculos mais emocionantes, grandiosos e inesquecíveis do país.
11
,
12
Ilhabela também é citada como sendo “um lugar de origem vulcânica,
caracterizado por relevos rochosos recobertos por uma floresta tropical e 360
cachoeiras”,
13
mas tal informação não é muito divulgada.
Deserto
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, considerado uma
descoberta geográfica, um verdadeiro mistério geológico
14
, um oásis que se
estende por 155.000 hectáres de terra
15
,
16
(também divulgado erradamente
como 1550 hectáres
17
), tecnicamente considerado uma imensidão de areia
1
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e I Poveri. Revista Famiglia Cristiana, Ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 70.
2
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 32.
6
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
7
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 32.
8
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
9
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 31.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
11
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 88.
12
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 22.
13
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 24.
14
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 72.
15
EMBRATUR. Guida per Professionisti del Turismo, sem ano e sem página.
16
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
17
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 72.
A Imagem do Brasil na Itália 131
Maria Cristina Caponero
desértica
1
, um deserto branco
2
, também chamado de Sahara Brasileiro, porém
muito diferente dos desertos tradicionais, pois é rico em lagoas de água
cristalina inseridas entre as dunas brancas
3
que chegam a 21 metros de altura
4
(também divulgado erradamente pois chegam a 40 metros de altura
5
). o
Parque dos Lençóis Maranhenses é divulgado em 47% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 40% das não
pertencentes.
Destaca-se também o Jalapão, considerado um misto de deserto,
cerrado e savana
6
e o Ceará, considerado um deserto de dunas de areia
altíssimas
7
, principalmente na área entre Fortaleza e Jericoacora, um deserto
que termina no mar que é preciso conhecê-lo pessoalmente, porque é tudo
mais verdadeiro e mais belo do que dizem, despertando exclamações como “O
Paraíso existe!”
8
Falésia
O único lugar do Brasil que apresenta este tipo de formação geográfica é
o Ceará
9
e quase não é divulgado, pois aparecem em apenas 18% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 13% das
não pertencentes. Destaca-se Morro Branco, considerado um labirinto de
falésias formadas pela erosão do vento e do mar
10
e Canoa Quebrada,
caracterizada por belíssimas falésias de cor alaranjada, dunas brancas e
lagoas azuis.
11
1
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 13.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 72.
3
Idem, página 45.
4
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
5
EMBRATUR. Guida per Professionisti del Turismo, sem ano e sem página.
6
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
7
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 4.
8
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
9
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
10
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
11
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 15.
A Imagem do Brasil na Itália 132
Maria Cristina Caponero
Florestas
As florestas representam a Imagem do Brasil e fazem parte do rico
Patrimônio Natural do Brasil, são divulgadas em 87% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 76% das pertencentes,
em 64% das revistas especializadas e em 14% dos artigos diversos. São
consideradas não contaminadas, virgens, imensas, verdíssimas, além de
tantos outros estereótipos que lhes conferem uma Imagem extremamente
positiva, sendo um bem natural tão divulgado quanto as famosas praias do
Brasil. Destacam-se as Florestas de Mangrovia do Morro de São Paulo (BA) e
do Parque dos Lençóis Maranhenses (MA), a Floresta Tropical ou subtropical
de Foz do Iguaçu (PR), a Floresta Urbana da Tijuca (RJ), a Floresta Atlântica
em Iporanga (SP) e principalmente a Floresta Amazônica (AM).
A Floresta Tropical da Tijuca é considerada uma das únicas florestas
urbanas no mundo
1
sendo a maior delas
2
,
3
,
4
e uma das mais fascinantes
florestas tropicais do Brasil, compacta e perfumada com flores, borboletas e
pássaros multicoloridos.
5
É destacado o contraste entre o verde da floresta que
contrabalanceia com o concreto urbano.
6
É divulgada em 40% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 29% das não
pertencentes e em 21% das revistas especializadas.
Mas, sem dúvida alguma, a Floresta Amazônica é a mais divulgada,
aparece em 87% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes
à ASTOI, em 59% das pertencentes e em 28% das revistas especializadas.
Oferece um dos mais entusiasmantes espetáculos da natureza, cheio de magia
e mistério.
7
É considerada imensa
8
, misteriosa
1
, virgem
2
, impenetrável
3
,
4
e
1
ATITUR – Gruppo Dertour Itália. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 14.
2
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 86.
3
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 63.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 10.
5
ATITUR – Gruppo Dertour Itália. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 14.
6
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
7
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 83.
8
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2.
A Imagem do Brasil na Itália 133
Maria Cristina Caponero
legendária
5
, um imenso tapete de vegetação, tão fechada que somente 20% de
luz chega ao solo
6
. Ocupa um lugar na imaginação de todos
7
, representa um
território absolutamente novo no imaginário do homem do Velho Continente
8
e
tem-se a sensação de viver un sonho de tão irreal que são as sensações
sentidas.
9
É considerada um fascínio fora do tempo...
10
“A maior extensão de floresta tropical do nosso planeta encontra-se na
Amazônia e representa mais do que umsimples’ ecossistema: é o
pulmão da terra, mas principalmente um dos maiores mistérios em
relação à enorme quantidade de vida que o homem conseguiu classificar
até hoje. Muitas espécies animais e vegetais extingüem-se sem que sua
existência tenha sido pelo menos conhecida”.
11
A Floresta Amazônica é ainda considera a maior floresta tropical fluvial
do mundo,
12
,
13
um universo verde
14
, um planeta verde
15
, o grande pulmão
verde do nosso planeta
16
,
17
,
18
por ser a reserva de oxigênio da terra
19
, e a
1
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2.
2
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 42.
3
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
4
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 30.
6
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
7
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
8
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2.
9
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 48.
10
Idem, página 47.
11
BERTOLOTTI, Patrizia. Biopirateria. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 57.
12
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
13
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 56.
14
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
15
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
16
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
17
BERTOLOTTI, Patrizia. Biopirateria. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 57.
18
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 136.
19
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
A Imagem do Brasil na Itália 134
Maria Cristina Caponero
maior bacia hidrográfica do mundo
1
,
2
, contendo não apenas um quinto da água
doce de todo o planeta
3
, mas também a maior reserva biológica do mundo com
infinitos recursos naturais
4
, cujo potencial permanece desconhecido.
5
Apresenta uma imagem privilegiada pela importância mundial e pelos seus
recursos naturais, este sim um verdadeiro e inestimável tesouro
6
, uma
formidável fonte de vida e memória biológica do planeta.
7
Chama-se a atenção para a importância de preservar a Floresta
Amazônica, pois embora majestosa, é muito delicada e frágil e corre o risco de
se transformar de pulmão terrestre em um árido deserto, cabendo a nós a
tutelarmos (...) obtendo uma harmonia entre o homem e a natureza
8
e pela sua
importância para o equilíbrio ecológico do mundo inteiro.
9
Desde 2004 existe
um plano para defesa ambiental que compreende entre outros o
monitoramento por satélite da área e está em discussão um lei para a gestão
da Floresta.
10
Grutas
As grutas brasileiras são muito pouco divulgadas, aparecem em 14%
das revistas especializadas e em 12% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI. Bonito é o local mais famoso do Brasil por
possuir mais de 80 grutas naturais,
11
destacam-se as cores da água das
1
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
2
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 30.
3
Idem.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 30.
6
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
7
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 124.
8
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 59.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 28.
10
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 136.
11
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 46.
A Imagem do Brasil na Itália 135
Maria Cristina Caponero
grutas, incrivelmente límpidas, transparentes, irresistíveis
1
, sendo a Gruta do
Mimoso divulgada como sendo a meta mais espetacular do mundo
2
e a Gruta
do Lago Azul por possuir água de uma incrível cor azul
3
, límpida, um irresistível
atrativo para os amantes da natureza e do mergulho que podem explorar
fundos transparentes e ver de perto mais de 650 espécies de peixes que aí
habitam.
4
Ilhas
Desde a Antigüidade Grega, as ilhas são lugares de predileção das
aventuras humanas e divinas mais notáveis”,
5
em virtude das narrativas de
viagens que as apresentavam como lugares de isolamento, distantes e lugares
de grandes mistérios sendo que este fascínio continua até hoje.
“As ilhas, mais do que qualquer outro acidente geográfico, ocupavam
espaços nos mapas-mundi e nos atlas da época de forma abundante,
em virtude das narrativas de viagens como significado de grandes
mistérios. ‘A lonjura embeleza e o isolamento preserva.’”
6
(Delumeau,
1992:121 apud Aoun, 2001:56)
O Brasil destaca-se pela quantidade de ilhas, são centenas
7
, sendo mais
de 370 só no estado do Rio de Janeiro além de tantas outras isoladas como
pérolas no mar azul banhadas por uma brisa ligeira
8
. As ilhas são divulgadas
em 53% dos catálogos das Oeradoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
1
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 38.
2
Idem, página 47.
3
Idem, página 46.
4
Idem, página 46.
5
C.Kappler, Monstres, Démons et Merveilles à Fin du Moyen Age, 1980, p. 35 apud DELUMEAU,
1992, p. 120 apud AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo. São Paulo: Editora
Papirus, 2001, página 55.
6
DELUMEAU, Jean. Uma história do paraíso. O jardim das delícias. Trad. Teresa Perez, Lisboa:
Terramar, 1992 apud AOUN, Sabáh. A procura do Paraíso no Universo do Turismo. São Paulo: Editora
Papirus, 2001.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
8
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
A Imagem do Brasil na Itália 136
Maria Cristina Caponero
47% das não pertencentes e em 7% das revistas especializadas. Dentre elas
destacam-se Ilhabela, Ilha de Paquetá, Ilha Grande, Ilha do Caju, Ilha de
Itaparica, Ilha de Marajó e Fernando de Noronha.
O Arquipélago de Fernando de Noronha, composto por 21 ilhas, ilhotas
de origem vulcânica numa área de 26 km2
1
, é o mais divulgado, aparece em
47% dos catálogos de Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em
41% das pertencentes e em 7% das revistas especializadas. É descrito como
um dos mais bonitos lugares do mundo,
2
lugar de distanciamento e isolamento
que reúne muitos dos elementos do estereótipo do paraíso: águas translúcidas,
de rara qualidade e beleza despretensiosa, um frágil ecossistema e um
fantástico oásis protegido,
3
pois possui uma reserva natural controlada pelo
Instituto Nacional do Ambiente e em 1988 foi declarado Parque Nacional
Marinho pela sua incrível beleza
4
e riqueza da fauna e flora marinhas ideal para
a prática de mergulho
5
,
6
sendo considerado absolutamente inesquecível
7
,
8
pelos golfinhos e tartarugas.
9
Erradamente é divulgado como um lugar ideal
para pesca submarina
10
, sendo que é terminantemente proibida a pesca nesta
localidade. As praias de Fernando de Noronha estão classificadas entre as
mais bonitas do mundo, com um mar verde azulado de água limpa e agitada.
11
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 69.
2
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 22.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 17.
4
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006., pagina 10.
5
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 32.
6
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 69.
7
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 18.
9
Idem.
10
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 69.
11
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006., pagina 10.
A Imagem do Brasil na Itália 137
Maria Cristina Caponero
Ilha Grande é divulgada em 35% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI e em 20% das não pertencentes à ASTOI. É
uma área protegida e possui um esplêndido patrimônio natural,
1
uma magnífica
combinação de praias tropicais e natureza selvagem.
2
No século XVI foi refúgio
de piratas ingleses e espanhóis.
3
Destacam-se ainda outras ilhas como a Ilha
de Itaparica por ser uma esplêndida ilha de paisagem tipicamente tropical
4
(divulgada em 13% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI e em 6% das pertencentes); a Ilha de Marajó por ser a
maior ilha fluvial do mundo
5
(divulgada em apenas 6% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI); Ilhabela por ser uma magnífica
ilha de origem vulcânica, localizada ao longo da costa paulista
6
, caracterizada
por um relevo rochoso recoberto por uma foresta tropical e 360 cachoeiras
7
(divulgada em apenas 6% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI) e a Ilha do Caju por ser um santuário ecológico de
praias virgens, rios, mangrovias, lagos, povoada por muitas espécies de
pássaros
8
e por estar inserida em um projeto de tutela ambiental pela sua
vegetação e pela abundância de animais que vivem ainda em estado
selvagem
9
(divulgada em 13% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI).
Lagos e Lagoas
Os lagos e as lagoas embora numerosas e sugestivas, somente destacam-se
quando inseridas em uma paisagem natural ou por serem lagoas de água doce em um
ambiente marítimo, são divulgados em 60% dos catálogos das Operadoras de Turismo
não pertencentes à ASTOI, em 41% das
pertencentes e em 36% das revistas
especializadas, mas não recebem grande destaque.
1
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
2
Idem, página 31.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 12.
4
Idem, página 17.
5
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 9.
6
Idem.
7
Idem, página 24.
8
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 20.
9
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 60.
A Imagem do Brasil na Itália 138
Maria Cristina Caponero
Palude
O único palude existente no Brasil é o Pantanal, erradamente dito estar
localizado na região sudoeste
1
do Brasil e não na região centro-oeste. É
considerado Patrimônio da Humanidade
2
,
3
,
4
por possuir uma natureza incrível
5
,
riquíssima de vida,
6
e um extraordinário ecossistema
7
, um verdadeiro tesouro
naturalístico
8
com uma floresta, grutas subterrâneas que conduzem a lagos e
rios de água de cor turquesa, é o maior e mais interessante palude de água
doce do mundo
9
,
10
,
11
,
12
; diz-se que é a maior atração natural do País.
13
A
natureza do Pantanal é a menos contaminada do país e é um dos melhores
pontos de pesca do mundo.
14
O Pantanal é divulgado em 47% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 40% das não
pertencentes e em 28% das revistas especializadas.
Praias
De todos os bens pertencentes ao Patrimônio Natural do Brasil, as
praias são os mais divulgados representando a Imagem do Brasil, destacando-
se as praias do Nordeste e do Rio de Janeiro, além de desempenhar um papel
importante na vida de muitas cidades brasileiras por serem a atração principal,
1
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 31.
2
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
3
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 60
4
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 16.
6
Idem.
7
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 32.
8
Idem, página 40.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 25.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 60
11
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
12
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2.
13
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 32.
14
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 139
Maria Cristina Caponero
como, por exemplo, Natal
1
. As praias são divulgadas em 94% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 80% das não
pertencentes e em 71% das revistas especializadas. Não faltam estereótipos
para caracterizá-las nem quanto à diversidade, são praias para todos os gostos
e desejos, com areias planas, com dunas ou rochosas, com mar calmo,
plácido, agitado ou exposto ao vento
2
nem quanto à grandiosidade e beleza,
assim como não faltam descrições poéticas para descrevê-las, como por
exemplo, “as ondas são uma orquestra de fundo que nunca silenciam, nem de
dia e nem à noite”.
3
Enfim, as praias do Brasil são inacreditáveis, podendo ser:
- contornadas por coqueiros
4
,
5
,
6
,
7
destacando-se as praias do nordeste,
sobretudo as da Bahia, como a Praia do Forte
8
,
9
e as de Natal
10
ou com
uma exuberante floresta de coqueiros
11
, destacando-se a de Porto de
Galinhas, “são quilômetros de praias de sonho abraçadas por coqueiros,
formando uma moldura para aquele mosaico de corpos bronzeados de
todas as idades”;
12
- urbanas, populares, familiares, lotadas ou lotadíssimas
13
destacando-se
as Praias de Ipanema e Copacabana
14
ou as praias do Ceará,
consideradas lotadas de festas e de esportes;
1
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3.
2
ATITUR – Gruppo Dertour ItaliaBrasile – 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 48.
3
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
5
Idem, página 17.
6
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 46.
7
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
8
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 47.
9
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
10
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 12.
11
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 54.
12
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
13
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
14
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
A Imagem do Brasil na Itália 140
Maria Cristina Caponero
- desertas, remotas, tranqüilas, solitárias destacando-se as praias do
Ceará, sobretudo Jeriocoacoara e a Praia do Forte
1
ou pouco
freqüentadas
2
ou desconhecidas como as do Rio Grande do Norte
3
;
- selvagens, não contaminadas, intactas como as praias da Bahia
4
sobretudo as do Morro de São Paulo
5
;
- renomadas, famosas no mundo inteiro como as praias do Rio de
Janeiro
6
, destacando-se Ipanema, Copacabana, Flamengo e Búzios ou Recife;
- Chiques, clássicas, refinadas, como a Praia de Ipanema ou dotadas de
um ótimo serviço receptivo, como a Costa do Sauípe considerada a
melhor praia do nordeste do Brasil
7
; luxuosas como a praia de
Copacabana, “luxo feito de corpos estatuários”;
·
- extensas, longas
8
, infinitas
9
, imensas, intermináveis
10
, a se perder de
vista
11
como as do Morro de São Paulo, Porto de Galinhas
12
, as praias
de Maceió, Barra da Tijuca, Copacabana e Ipanema com as quais “todos
sonham e têm impresso na mente a imagem das imensas praias de
Copacabana e Ipanema”.
13
É dado muita importância à extensão das
praias que é divulgada em 60% dos catálogos das Operadoras de
1
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 47.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 17.
3
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, número 7, julho de 2005, página 123.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 17.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
6
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
7
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
8
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
9
Idem.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
11
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 108.
12
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 138.
13
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
A Imagem do Brasil na Itália 141
Maria Cristina Caponero
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 29% das pertencentes e em
28% das revistas especializadas;
- pequenas, minúsculas, íntimas como a praia da Urca no Rio de Janeiro;
- tropicais como as praias da Bahia
1
, considerando-se como praias
tropicais as praias banhadas por águas mornas e cristalinas, com areia
finíssima, circundadas por coqueiros e com clima quente e ventilado
durante o ano inteiro;
- míticas, como as de Copacabana, Ipanema e Leblon ou mágicas como
as praias da Bahia.
2
Mas, é principalmente em relação à beleza que as praias do Brasil são
estereotipadas e destacadas, sendo divulgadas em 82% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 73% das não pertencentes
e em 57% das revistas especializadas. São consideradas:
- belas, belíssimas, espetaculares, esplêndidas, resplandecentes,
extraordinárias, fantásticas, paradisíacas, maravilhosas, encantadoras,
sugestivas, magníficas
3
, como as praias do nordeste em geral,
sobretudo da Bahia, de Natal, João Pessoa, Maceió e Aracajú
4
, ou
fascinante como a de Porto de Galinhas;
5
- as mais bonitas do mundo, como as praias do Rio
6
e do nordeste em
geral, principalmente as do Ceará
7
, destacando-se Fortaleza, Canoa
Quebrada, Morro Branco, Camocim, Lagoinha, Fleixeiras, Redonda,
Taiba, Mundaú e Jericoacoara, esta última considerada uma das dez
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 58.
2
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Spiagge Magiche: Non solo i riti misteriosi
del candomblé. La costa a sud di Salvador de Bahia nasconce piccoli paradisi, carichi di magia. Itália:
Revista Travel, ano 8, número 10, outubro de 2005, página 104.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
4
Idem, página 5
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 10.
6
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
7
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
A Imagem do Brasil na Itália 142
Maria Cristina Caponero
praias mais bonitas do planeta
1
segundo Washington Post Magazine
2
(Revista Washington Post) e segundo a UNESCO
3
, está incluída em
uma APA (Área de Proteção Ambiental) devendo ser garantida a sua
conservação
4
,
5
. Devido a sua formação de rara beleza,
6
Jericoacora
tornou-se uma das metas preferidas do turismo internaciona.l
7
Também
merece um destaque especial as praias do arquipélago de Fernando de
Noronha, por também estar entre as mais bonitas do mundo, por serem
de uma beleza inacreditável;
8
- as mais bonitas do país, como Ilha Grande
9
e em especial a Praia da
Pipa
10
, considerada pela imprensa local como uma das cinco mais belas
do País
11
; Porto Seguro, belíssima praia
12
, foi considerada uma das 13
praias brasileiras mais bonitas
13
; Grumari é considerada a mais bonita
da Bahia
14
; Recife e Porto de Galinhas consideradas praias de rara
beleza
15
e
16
também estão dentre as mais bonitas do País
17
e
18
, sendo
que esta última foi eleita por mais de quatro ano como sendo a mais
bela do Brasil.
19
1
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 45.
2
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 93.
3
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
no. 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 250.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 12.
5
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 16.
6
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 11.
7
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 46.
8
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006., pagina 10.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 20.
10
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano
15, número 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 246.
11
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, no. 12,
dezembro de 2005/janeiro 2006, página 266.
12
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 14.
13
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 92.
14
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 115.
15
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 50.
16
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 14.
17
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
18
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 142.
19
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 22.
A Imagem do Brasil na Itália 143
Maria Cristina Caponero
A Água das Praias
A água das praias do Brasil, sobretudo as do nordeste, merece destaque
tanto pela temperatura, considerada sempre morna, em torno de 22 a 27°C
1
,
sendo que em Fortaleza é sempre quente
2
, divulgada em 59% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 20% das não pertencentes;
quanto pela cor da água, divulgada em 70% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 67% das não pertencentes e em 28% das
revistas especializadas. É descrita com as mais diversas tonalidades, variando
do verde azulado, como em Natal
3
; até inúmeras tonalidades de azul
4
e
5
, desde
o azul turquesa nas praias Grumari na Bahia
6
, passando pelo azul cobalto, o
azulão em Natal
7
, o azul intenso
8
e o verde
9
ou verde esmeralda em Fortaleza
10
,
Canoa Quebrada
11
e Morro de São Paulo.
12
,
13
A limpeza, limpidez
14
e transparência
da água das praias também é destacada, sendo considerada limpa em Angra,
Búzios
15
, cristalina em Morro de São Paulo
16
, transparente em Natal
17
,
18
,
Recife
19
, Porto de Galinhas
20
e, sobretudo Fernando de Noronha
1
que possui
um mar de cores e transparências tropicais.
2
1
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 6.
2
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 14.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
5
Idem.
6
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 115.
7
DIMENSIONE TURISMO. Natal, dezembro 2005/abril 2006, página 27.
8
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 9.
9
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 50.
10
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 6.
11
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 11.
12
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
13
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Spiagge Magiche: Non solo i riti misteriosi
del candomblé. La costa a sud di Salvador de Bahia nasconce piccoli paradisi, carichi di magia. Itália:
Revista Travel, ano 8, número 10, outubro de 2005, página 107.
14
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
15
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile. 1 de junho/20 de dezembro 2005.
16
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
17
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3.
18
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 50.
19
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
20
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 142.
A Imagem do Brasil na Itália 144
Maria Cristina Caponero
A Cor da Areia das Praias
Também é destacada a cor da areia das praias, divulgada em 76% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 60% das não
pertencentes e em 28% das revistas especializadas. São consideradas claras
em Porto de Galinhas
3
, brancas
4
no Rio de Janeiro, branquíssimas
5
no Ceará e
em Natal, douradas
6
em Fortaleza, rosada na Praia Vermelha no Rio de
Janeiro e coloridas em Morro Branco no Ceará onde os geólogos cadastraram
mais de 24 tonalidades de areia
7
. Enfim, são fascinantes
8
e diversas as
colorações da areia
9
. A textura da areia também chama a atenção, por ser
muito diferente da Itália, são consideradas finas ou até mesmo finíssimas.
10
,
11
A cor da areia das praias
Dunas
As dunas são consideradas paisagens tropicais de grande beleza
12
,
são fantásticas
13
, inacreditáveis e magníficas
14
. Destacam-se pelo seu
tamanho, pequenas ou gigantescas
15
, pela formação, pela textura finíssima
16
e
aveludada
17
e pela coloração, são dunas de areia branca
1
,
2
ou coloridas:
1
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 47.
2
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 109.
3
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 144.
4
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
5
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
6
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
7
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 10
9
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
10
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
11
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
12
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
13
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3
14
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 14.
15
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
16
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 50.
17
SEMPLICI Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
A Imagem do Brasil na Itália 145
Maria Cristina Caponero
amarelo, vermelho, verde esmeralda e cinza.
3
As dunas são divulgadas em
80% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
70% das não pertencentes e em 28% das revistas especializadas. Fortaleza e
Canoa Quebrada são destacadas por serem consideradas famosas pelas
incríveis dunas de areia
4
brancas
5
e avermelhadas
6
respectivamente.
Jericoacoara também é destacada por ser um oásis de dunas brancas e
coqueiros que se espelham no mar cristalino.
7
Também o Rio Grande do Norte
é famoso pelas dunas gigantes que chegam a 50 metros de altura
8
,
9
,
destacando-se as enormes dunas de Natal
10
e principalmente o Parque das
Dunas de Genipabu, considerado único em todo o Brasil, tornando mágico os
arredores de Natal pela sua vasta área de 1.172 hectares
11
, atraindo visitantes
de todo o mundo.
12
É divulgado em 41% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 13% das não pertencentes e em 14% das
revistas especializadas.
O Parque dos Lençóis Maranhenses (erradamente escrito como
Marhanenses)
13
é tecnicamente considerado um deserto
14
, também chamado
de Saara Brasileiro, embora muito diferente dos tradicionais, pois é rico de
lagoas de água cristalina incrustadas entre dunas de areia branca
15
atraindo
1
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 14.
3
Idem, página 11.
4
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 11.
6
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, número 7, julho de 2005, página 123.
7
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
8
CARDINI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
no. 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 246.
9
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 143.
10
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 29. BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de
2003 – outubro 2005, página 16.
11
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 105.
12
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 29. BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de
2003 – outubro 2005, página 16.
13
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 61.
14
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
15
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
A Imagem do Brasil na Itália 146
Maria Cristina Caponero
milhares de pássaros migratórios.
1
É uma distância infinita de dunas
2
que
formam um cenário natural único no mundo criado por uma complexa interação
de circunstâncias climáticas e morfológicas.
3
É um ecossistema rico, formado
pelo contraste de lagoas verdes e azuis com dunas
4
, florestas
5
e oceano,
6
considerado um verdadeiro oásis de 155.000 hectares de terra.
7
Rios
Os rios são divulgados em 53% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI, em 41% das pertencentes, em 50% das revistas
especializadas e em 7% dos artigos diversos. Destacam-se pela sua os do Pantanal e
da Região Amazônica pela grandeza semelhante ao mar.
8
O Pantanal é caracteriza
por “um reino feito de água
9
não apenas pela presença de muitos rios que o
atravessam, mas pela água que fluem fazendo com que o Pantanal exista somente
seis meses por ano, os outros passam temporariamente inundado, submerso.
10
A
Região Amazônica é um gigantesco sistema fluvial atravessado pelo Rio Amazonas,
importante por conter um quinto da água doce do mundo,
11
sendo assim considerado
o mais importante rio do mundo
12
. É uma maravilha natural, metáfora potente do
grandioso, do imensurável
13
. Destaca-se o “Encontro das Águas”, por ser um estranho
fenômeno único no mundo
14
, do encontro de dois rios, o Rio Solimões de água mais
clara e o Rio Negro, com água mais escura, que por vários quilômetros correm
paralelamente sem se
misturar,
15
formando uma sugestiva divisão de coloração
e dando origem ao grande Rio Amazonas.
1
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 61.
3
Idem
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
5
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 45.
6
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 59.
7
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
8
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
9
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 40.
10
Idem, página 38.
11
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
12
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
13
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004 – dezembro de 2005,
página 54.
14
Idem, página 55.
15
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 10.
A Imagem do Brasil na Itália 147
Maria Cristina Caponero
Sertão
O Sertão é divulgado em apenas 23% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 20% das não pertencentes, em 7% das
revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos. É considerado uma área
árida, semi-desértica no interior do Ceará
1
, região de vaqueiros e imensas
fazendas onde crescem plantações de cana de açúcar.
2
É também divulgado
como um lugar onde imperam caristias, ilegalidades e injustiças.
3
Clima
Embora o clima não possa exatamente ser considerado como um bem
do Patrimônio Natural, ele é destacado, pois caracteriza a Imagem do Brasil e é
divulgado em 73% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes
à ASTOI, em 70% das pertencentes e em 43% das revistas especializadas. Destaque
é dado ao fato de as estações serem oposta às da Europa
4
, mais
especificamente às da Itália.
5
A vastidão do território brasileiro justifica variações
climáticas de uma região para outra
6
,
7
e essa diversidade também é influenciada pelo
seu posicionamento geográfico, localizado entre a Linha do Equador ao Norte e o
Trópico de Capricórnio ao Sul.
8
Esta característica faz com que o país seja especial do
ponto de vista climático, pois possui um clima estupendo
9
reforçando a imagem do
país tropical, sempre agradável
10
e com um verão que dura o ano inteiro. O clima
no país subdivide-se da seguinte maneira:
1
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
2
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
3
BIFFI, Gianni. Ballando nella Favela. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 49, 4 de
dezembro de 2005, página 65.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 131.
6
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 56.
7
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2005, página 36.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
9
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 12.
10
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 148
Maria Cristina Caponero
- Na região norte: clima tropical, muito quente e úmido com temperatura
constante entre 27ºC e 29ºC;
- Na região nordeste: clima tipo equatorial, com temperatura constante
entre 25ºC e 30ºC
1
e um clima de verão eterno
2
, um verão que dura o
ano inteiro. Esta é a Imagem que esta associada a diversas localidades
como Natal onde se diz que “o sol é mais sol! (...) ele brilha o ano inteiro
3
e Fortaleza onde o sol ilumina todos os dias do ano
4
, e ao longo da
costa além do clima quente é sempre ventilado
5
;
- No região sul: clima parecido com o da Itália e
- No sertão: clima semi-árido.
O clima é muito divulgado pois além tornar o país especial sob o ponto
de vista climático é também utilizado para justificativa o espírito do povo. Pois
diz-se que se por um lado “o sol que brilha durante quase todo o ano ilumina o
espírito de um povo acolhedor por excelência”,
6
por outro a elevada
temperatura no nordeste, em torno de 30°C é um convite para que as pessoas
não façam nada.
7
1
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 50.
2
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3.
3
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3.
4
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
5
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, pa
6
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
7
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 149
Maria Cristina Caponero
A tabela 5 a seguir demonstra os dados acima citados apresentando um
inventário dos bens pertencentes ao Patrimônio Natural, esclarecendo-se que
constam apenas os que foram divulgados e que o registro foi feito apenas por
ter sido divulgados em um determinado discurso textual, não importando
quantas vezes aparecessem em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor
compreensão, considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação
ao total de fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
O PATRIMÔNIO NATURAL BRASILEIRO
Operadoras
pertencentes
à ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes
à ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
17 100% 15 100% 14 100% 6 43%
Reserva Natural,
Natureza, Reserva
Ecológica,
Biodiversidade,
Ecossistema
13
76% 11 73% 7 50% 2 14%
Fauna e Flora 11 65% 8 53% 6 43% - -
Plantas Medicinais - - - - 2 14% 1 7%
Fauna e Flora
Marinha
5 29% 4 27% - - - -
Cachoeiras 10 59% 12 80% 5 36% 1 7%
- Cataratas de Foz
do Iguaçu
10 59% 12 80% 2 14% 1 7%
Deserto 8 47% 8 53% - - - -
- Parque dos
Lençóis
Maranhenses
8 47% 6 40% - - - -
Falésias 3 18% 2 13% - - - -
Floresta 13 76% 13 87% 9 64% 2 14%
- Floresta
Amazônica (Floresta
Fluvial)
10 59% 13 87% 4 28% - -
- Floresta da Tijuca
(Floresta Urbana)
5 29% 6 40% 3 21% - -
Grutas 2 12% - - 2 14% - -
Ilhas 9 53% 7 47% 1 7% - -
- Arquipélago de
Fernando de
Noronha
7 41% 7 47% 1 7% - -
- Ilhabela (SP) 1 6% - - - - - -
A Imagem do Brasil na Itália 150
Maria Cristina Caponero
- Ilha do Caju (MA) - - 2 13% - - - -
- Ilha Grande (RJ) 6 35% 3 20% - - - -
- Ilha de Itamaracá
(PE)
1 6% - - - - - -
- Ilha de Itaparica
(BA)
2 12% 2 13% - - - -
- Ilha de Marajó (PA) 1 6% - - - - - -
- Ilha de Paquetá
(RJ)
- - - - 1 7% - -
Lagos, Lagoas 7 41% 9 60% 5 36% - -
Montanhas 4 23% 2 13% 4 28% - -
Palude 8 47% 7 47% 4 28% - -
- Pantanal 8 47% 6 40% 4 28% - -
Praias 16 94% 12 80% 10 71% - -
- Extensão das
Praias
5 29% 9 60% 4 28% - -
- Beleza das Praias 14 82% 11 73% 8 57% - -
- Cor da areia das
praias
13 76% 9 60% 4 28% - -
- Cor da água das
praias
12 70% 10 67% 4 28% - -
- Temperatura da
água das praias
10 59% 3 20% - - - -
- Barreira de Coral 3 18% 2 13% 1 7% - -
Dunas 12 70% 12 80% 4 28% - -
- Parque das Dunas
de Genipabu
7 41% 2 13% 2 14% - -
Rios 7 41% 8 53% 7 50% - 7%
Sertão 4 23% 3 20% 1 7% - 7%
* Clima 12 70% 11 73% 6 43% - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 5: O Patrimônio Natural Brasileiro
A Imagem do Brasil na Itália 151
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 4: O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO
O Patrimônio cultural constitui um elemento essencial do patrimônio da
humanidade.”
1
(Silva, 2003:43) No presente trabalho foi utilizada a definição de
Patrimônio Cultural dada pelo Artigo 1º. da Convenção Relativa à Proteção do
Patrimônio Mundial,
2
Cultural e Natural de 1972 que considera como
Patrimônio Cultural:
- os monumentos: obras arquitetônicas (...) e grupos de elementos que
tenham um valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou
da ciência;
- os conjuntos: grupos de construções isoladas ou reunidas que, em
virtude de sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem tenham um
valor universal excepcional do ponto de vista da história da arte ou da ciência;
- Os lugares notáveis: obras do homem ou obras conjugadas do homem
e da natureza (...) que tenham valor universal excepcional do ponto de vista
histórico, estético, etnológico ou antropológico”.
3
(Silva, 2003:87)
Além do acima definido, também as festas culturais, folclóricas, o
cinema, o teatro, a literatura, a música, a dança, o esporte, a gastronomia e
outros fatores culturais podem ser considerados bens pertencentes ao
Patrimônio Cultural que fazem parte do processo de estereotipia e compõem a
Imagem do país. Em um certo momento passado esses estereótipos
começaram a ser divulgados, conhecidos e valorizados pelos meios de
comunicação de massa e acabam criando uma Imagem do Brasil altamente
estereotipada como sendo o País do Carnaval, do Samba e do Futebol, mas a
1
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 43.
2
Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural de 1972 apud SILVA,
Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São Paulo:
Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
3
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 184.
A Imagem do Brasil na Itália 152
Maria Cristina Caponero
Imagem do Brasil não é só essa, embora em um determinado momento de
nossa história elas simbolizavam a nossa identidade, determinando padrões de
comportamento e estereotipando o povo brasileiro com a imagem de que todo
brasileiro sabe sambar e gosta de futebol, deixando-se de lado um rico
patrimônio cultural.
O Brasil é composto por uma cultura única no mundo
1
, capaz de atrair
milhões de pessoas.
2
É muito diversificada devido às influências culturais
sofridas durante sua colonização, influências essas indígenas, portuguesas,
holandesas, francesas e, sobretudo africana
3
, por ter sido a mais importante
4
na Bahia, as quais influenciaram a arquitetura, o folclore, a música, a dança, o
artesanato, a gastronomia, os usos, os costumes, as crenças pagãs
5
, as
festas
6
, como por exemplo, a influência indígena na festa do Boi Bumba,
7
os
ritos religiosos e outros que acabaram formando a identidade ao povo
brasileiro. Essa diversidade cultural é divulgada em 29% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 20% das não pertencentes
e em 21% das revistas especializadas. Diz-se que:
Será natural sentir-se atraído pelos seus milhares de apelos hipnóticos
presentes em muitos aspectos da vida cotidiana: na música, no modo de
se vestir e se comunicar, nas suntuosas cerimônias, nos perfumes
exóticos de sua gastronomia convidativa (...) nas Imagens sacras e na
sua esplêndida dimensões arquitetônicas”.
8
1
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 12.
2
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 60.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
5
Idem.
6
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 87.
7
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
A Imagem do Brasil na Itália 153
Maria Cristina Caponero
Salvador é a cidade que mais reflete essa influência cultural, por ser um
ponto de encontro de diversas etnias e culturas: índios, europeus em geral,
sobretudo portugueses, africanos, brancos e negros vivem em simbiose.
1
,
2
É
um encontro rico de contaminação dando origem à autêntica identidade
brasileira.
3
Salvador é sem dúvida, uma das cidades mais ricas de cultura do
Brasil, fruto da sua hereditariedade africana
4
, o que faz com que Salvador seja
considerada a cidade alma do Brasil,
5
,
6
o verdadeiro berço da civilização
brasileira
7
,
8
e capital cultural do Brasil.
9
Viver Salvador significa ter uma
experiência especial, mas significa sobretudo compreender o Brasil.
10
A
inflência africana é tão grande que a Bahia é considerada o mais importante
centro de cultura africana fora da África,
11
,
12
um lugar onde se misturam
hereditariedade étnica e cultural africana com alegria e magia
13
e este encontro
entre a cultura branca e negra é a chave para se compreender esta cidade que
vive entre o catolicismo e animismo.
14
Salvador não é só uma cidade cheia de
música e cor, mas um conjunto de imagens e sensações fortes e contrastantes,
e sobretudo um modo de entender a vida.
15
1
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 45.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
3
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 45.
4
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 70.
5
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
6
Idem, página 4.
7
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 41.
8
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 24.
9
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 62.
10
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
11
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 111.
12
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta,
con le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 70.
13
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 60.
14
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
15
Idem
A Imagem do Brasil na Itália 154
Maria Cristina Caponero
Na Região Sul também predomina a cultura da imigração, dada à
influência dos europeus sobretudo na arquitetura,
1
da mesma forma que em
determinados lugares da Região Norte e Nordeste, como por exemplo em
Fortaleza onde se encontram diversas construções históricas, como museus e
igrejas com forte influência européia
2
; em Recife a cultura é uma curiosa
mistura de influência portuguesa, holandesa, francesa e africana, com história,
folclore, música e danças famosas em todo o país.
3
4.1. O Patrimônio Histórico Brasileiro
O Patrimônio da Humanidade é composto pelo Patrimônio Natural e pelo
Histórico Cultural, sendo o Patrimônio Histórico uma parte do Cultural, mas
igualmente responsável pela construção da Imagem do País. O Patrimônio
Histórico é divulgado em 100% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI, em 94% das pertencentes, em 78% das revistas
especializadas e em 7% dos artigos diversos. Processos Históricos e eventos
passados explicam alguns sentidos que se tornam dominantes e se difundem,
assim como as cidades históricas, as cidades modernas, os monumentos, as
obras de arte conservadas em museus e outros que fazem parte de um
passado importante e constituem criações passadas de um povo, mas que
permanecem importantes nos dias atuais e são indicativos de sua identidade
cultural. Pode-se dizer que algumas das imagens que hoje identificam nosso
país nada mais são do que cópias já divulgadas desde a época do
descobrimento do Brasil. A Imagem do Brasil na Itália é caracterizada como
possuidora de uma história, a qual é ressaltada pelo chamado publicitário “O
Brasil o espera com sua história.
·
1
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 3.
2
Idem, página 6.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
A Imagem do Brasil na Itália 155
Maria Cristina Caponero
4.1.1. As Cidades Históricas Vivas
Pode-se dizer que Cidades Históricas Vivas são “cidades que possuem
uma função contemporânea, sem perderem vestígios significativos de antigas
civilizações”.
1
(UNESCO apud Silva, 2003:89), ou seja, são cidades
representativas da Imagem do País por pertencerem a um passado.
“Considera-se como cidade histórica aquela que possui a maior parte de seus
bairros ou distritos como históricos”.
2
(Pires, 2001:16)
Dentre as Cidades Históricas que fazem parte do nosso Patrimônio
Histórico e Cultural destacam-se as cidades de Porto Seguro (BA), Olinda (PE),
Salvador (BA), Brasília (DF), Paraty (RJ), São Luís (MA), algumas cidades do
Estado de Goiás, algumas cidades do Estado de Minas Gerais, dentre as quais
destacam-se Ouro Preto, Congonhas do Campo, Diamantina, Mariana e
Sabará, sendo que todas estas estão sob tutela do Patrimônio Cultural Mundial
estabelecida pela Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial,
Cultural e Natural de 1972.
Porto Seguro
Porto Seguro pertence ao Patrimônio Histórico por ser o início da nossa
história, é a primeira localidade avistada pelos exploradores portugueses
3
que
conserva da época do domínio português as características da arquitetura
colonial. Divulga-se que em Porto Seguro respira-se a história da origem do
Brasil a cada passo
4
,
5
pode-se observar o “Marco do Descobrimento” que é a
pedra colocada pelos portugueses para declarar a descoberta desta terra
6
e
também um centro histórico muito interessante. “Foi exatamente em Porto
1
Conf. documento SC/84/Conf. 004/9, UNESCO, Buenos Aires, 2 de novembro de 1984, p. 6 apud
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
2
PIRES, Mário Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
3
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
4
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 18.
5
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro de 2005, página 48.
A Imagem do Brasil na Itália 156
Maria Cristina Caponero
Seguro que o Velho Mundo desembarcou no Brasil, aqui começou a história e
por isso que ainda hoje os seus habitantes gostam de chamá-la de Costa do
Descobrimento.
1
,
2
Porto Seguro é divulgado em 47% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 33% das não pertencentes
e em 21% das revistas especializadas.
Salvador
O Centro Histórico de Salvador na Bahia foi inscrito na Lista do
Patrimônio Mundial em 1985, sob número C 309
3
, por conservar a estrutura
urbana original do século XVI. A cidade de Salvador tem importância política e
econômica por ter sido um centro administrativo e econômico dos mais
notáveis do Brasil entre a metade do século XVI e a metade do século XVIII,
destacando-se pela sua posição estratégica e pelo porto, considerado um dos
mais importantes do mundo português durante o Brasil Colônia, sendo ponto
de convergência entre o comércio português e os países ultramarinos.
Salvador é considerada uma das cidades mais sugestivas do Brasil pela
sua memória histórica, pela sua atmosfera
4
,
5
e “por ser um ponto de encontro
de diversas etnias e culturas: índios, portugueses, africanos. Um encontro rico
de contaminação na origem da autêntica identidade brasileira, cujos sinais
vivem e pulsam ainda hoje nas paisagens urbanas e no povo desta
extraordinária cidade. A dimensão mística e animística é um fruto original desta
história e é parte integrante da vida dos baianos.”
6
Mas, a maior influência foi
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 80.
2
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
3
Dossiê para instruir a inscrição do centro histórico de Salvador na lista do Patrimônio Mundial, item 5:
“Justificativa da inscrição na ‘Lista do Patrimônio Mundial’- Bem Cultural”, p. 91 apud SILVA,
Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São Paulo:
Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 101.
4
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 112.
5
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
6
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
A Imagem do Brasil na Itália 157
Maria Cristina Caponero
da cultura africana como se pode observar na cultura do seu povo seu povo,
nas tradições, na música, na dança, na culinária, nas crenças pagãs e nos ritos
religiosos.
1
Salvador é divulgada em 87% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 65% das pertencentes e em 28% das
revistas especializadas, sendo a cidade histórica mais divulgada.
Olinda
O Centro Histórico de Olinda, em Pernambuco, foi inscrito na Lista do
Patrimônio Mundial na 6°. Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial em 1982
sob o número C 189
2
. Foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural da
Humanidade pela UNESCO
3
e tombado pelo SPHAM – Serviço do Patrimônio
Histórico, Artístico e Natural do Município, sob o título de “Acervo Arquitetônico e
Urbanístico da Cidade de Olinda”.
4
“Olinda teve rápido desenvolvimento devido ao
cultivo da cana de açúcar na região nordestina. A cidade ainda conserva em suas
colinas construções que testemunham os períodos colonial e imperial do Brasil”.
5
Olinda é uma cidade em estilo português, um verdadeiro museu a céu aberto
6
a ser explorado a pé caminhando pelas suas tortuosas ruelas. Destaca-se pelas
suas elaboradas igrejas dos séculos XVI e XVII
7
, pelos monastérios, conventos,
edifícios coloniais e diversas construções históricas que caracterizam esta cidade.
Olinda é destacada em 65% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 33% das não
pertencentes e em 14% das revistas especializadas.
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
2
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 100
3
UNESCO (Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e a Cultura) foi criada em
1945 e é uma organização internacional de caráter governamental vinculada à ONU (Organização das
Nações Unidas).
4
Inicialmente o acervo arquitetônico e urbanístico da cidade de Olinda foi tombado nos termos do
Decreto-Lei no. 25/37, no livro Belas- Artes, 1, sob o número 487, em 19 de abril de 1968, e na mesma
data, no livro Histórico, 1, sob o número 412 apud SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades
Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São Paulo: Editora Petrópolis/Editora da
Universidade de São Paulo, 2003, página 101.
5
Dossiê para instruir a inscrição do centro histórico de Olinda na Lista do Patrimônio Mundial, caderno
no. 1, anexo 9, item 5: “Justificativa da inscrição na ‘Lista do Patrimônio Mundial’- Bem cultural”, p. 57
apud SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade.
São Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 100
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 36.
7
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 18.
A Imagem do Brasil na Itália 158
Maria Cristina Caponero
Minas Gerais
As cidades de Minas Gerais são divulgadas em 76% dos catálogos de
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 33% das não
pertencentes, como testemunho de uma época gloriosa e de um passado rico
1
,
são conhecidas e divulgadas como a terra dos minérios, de histórias e de
lendas relacionadas com a epopéia do ouro
2
que fez com que homens das
mais variadas procedências e ofícios desafiassem a natureza e a Coroa
Portuguesa e constituíssem a primeira sociedade urbana do Brasil Colônia. As
cidades mineiras são ricas de preciosidades barrocas
3
, destacando-se em
especial Ouro Preto, antiga cidade de Vila Rica, pela sua belíssima cidade
colonial, perfeitamente conservada
4
, declarada Patrimônio da Humanidade pela
UNESCO e inscrita em 1980 na Lista do Patrimônio Mundial sob o número C
124
5
. Representa um dos mais importantes centros históricos e maior conjunto
arquitetônico e urbanístico em estilo barroco do Brasil, construídos no período
denominado “Idade do Ouro”, por volta do final do século XVII e século XVIII,
época de euforia da corrida ao ouro
6
, quando foram descobertos ouro e
diamante marcando um passado de riqueza que permanece na hereditariedade
de tesouros artísticos e arquitetura colonial
7
, presente nas igrejas ricas de
obras de arte
8
, nos palácios suntuosos, adornos de estuque e fachadas
complexas, testemunhando assim o importante ciclo histórico de mineração do
ouro e outros metais preciosos,
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 47.
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 57.
3
Idem.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 9.
5
Dossiê apresentado pelo governo brasileiro para instruir a inscrição do conjunto arquitetônico e
urbanístico de Ouro Preto, elaborado por Luiz Gonzaga Teixeira, p.1-17 apud SILVA, Fernando
Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São Paulo: Editora
Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 100.
6
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 57.
7
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
A Imagem do Brasil na Itália 159
Maria Cristina Caponero
Ouro Preto contém um importante acervo de obras de Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho, considerado o principal artista da época colonial.
1
É o
único artista (pintor e escultor) que é divulgado na Itália, aparece em 18% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 13% das
não pertencentes. Em seu conjunto, as obras de Aleijadinho representam um
estilo barroco brasileiro próprio, típico, entre o final do século XVIII e o início do
século XIX. O governo brasileiro realçou a importância de Aleijadinho na
história universal da arte e enfatizou o conjunto da sua obra como
representativo de um estilo barroco único e de criação artística única, sem
igual, criou numerosas e esplêndidas obras de arte
2
, sendo que o maior
conjunto arquitetônico e escultural construído por Aleijadinho são as Estátuas
dos Profetas feita para a Basílica de Bom Jesus de Matosinhos
3
em
Congonhas do Campo, o que fez com que também esta cidade também foi
inscrita como Patrimônio da Humanidade em 1985, sob o número C 334
4
, além
de também representar uma cidade típica da “Idade do Ouro” tendo seu ápice
em meados do século XVIII. Congonhas do Campo é divulgada em 29% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 27% das
não pertencentes.
Ainda em Minas Gerais, o Centro Histórico de Diamantina também foi
inscrito em 1999 na Lista do Patrimônio Mundial sob número C 890
5
por
possuir “um conjunto arquitetônico e urbanísitco típico dos séculos XVIII e XIX
e representar o ápice da exploração de diamantes ocorrida na mesma época.
O centro histórico forma com a serra dos Cristais uma paisagem cultural que
justifica a inscrição no conjunto na Lista do Patrimônio Mundial.”
6
Diamantina é
divulgada em 12% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
1
Dossiê para instruir a inscrição do santuário de Bom Jesus de Matozinho na Lista do Patrimônio
Mundial., p. 49 apud SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da
Humanidade. São Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 102.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 9.
4
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 106.
5
Idem.
6
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 160
Maria Cristina Caponero
ASTOI e em 7% das não pertencentes. Também são divulgadas as cidades
históricas de Mariana que aparece em 23% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI e em 13% das não pertencentes e Sabará que
aparece em 13% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes
à ASTOI e em 6% das pertencentes.
Brasília
Brasília é a única cidade moderna declarada Patrimônio Histórico e
Cultural da Humanidade pela UNESCO
1
e foi a primeira cidade inscrita na Lista
do Patrimônio Mundial em 1987 sob o número C 445
2
. O plano da cidade
idealizado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer segue os princípios básicos da
Carta de Atenas de 1933: “Uma cidade estruturada em áreas, cada qual com
uma função específica (área monumental, onde se concentram os prédios de
administração, área residencial, área gregária e área de lazer), separadas por
vastos espaços naturais que se comunicam pelo traçado das grandes vias.”
3
Brasília é divulgada em 47% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI, em 41% das pertencentes e em 14% das revistas
especializadas.
São Luís
O Centro Histórico de São Luís também foi inscrito na Lista do
Patrimônio Mundial em 1997, sob o número C 821
4
“pelo fato de representar
uma construção arquitetônica única em estilo português do período colonial,
pela generosidade dos materiais empregados na construção e pela utilização
de materiais únicos, não encontrados em outras construções brasileiras
daquele período, como os azulejos refinados utilizados na decoração e na
1
EMBRATUR, Guida per Professionisti del Turismo (Guia para Profissionais de Turismo).
2
SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São
Paulo: Editora Petrópolis/Editora da Universidade de São Paulo, 2003, página 102.
3
Idem.
4
Idem, página 105.
A Imagem do Brasil na Itália 161
Maria Cristina Caponero
proteção térmica”.
1
Atualmente São Luís está sendo objeto de restauração pela
beleza de seus edifícios com fachadas decoradas por azulejos de tradição
portuguesa e está sob a tutela da UNESCO.
2
São Luís é divulgada em 33%
dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI e em
23% das pertencentes.
Paraty
Paraty também é uma das cidades históricas declaradas Patrimônio
Histórico e Cultural pela UNESCO,
3
,
4
testemunha de um passado colonial. É
considerada uma encantadora cidadezinha colonial onde os portugueses
instalaram-se no século XVI e no século seguinte tornou-se uma base para o
comércio e transporte marítimo do ouro proveniente das minas da região de
Minas Gerais e enviadas para a Europa.
5
Paraty é divulgada em 35% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 27% das não
pertencentes e em 7% das revistas especializadas.
4.1.2. Construções Históricas, Civis, Militares, Museus, Teatros,
Catedrais e Igrejas
Assim como as cidades históricas, também os monumentos históricos,
os museus, os teatros, as igrejas, as construções civis ou militares são
importantes para a Imagem do país e são destacados pela sua importância
artística e arquitetônica. São considerados históricos as “edificações públicas
ou privadas, urbanas ou rurais, com funções de residências, ensino e pesquisa,
1
Conf. parecer da ICOMOS, setembro de 1997, p. 6 apud SILVA, Fernando Fernandes da. As Cidades
Brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São Paulo: Editora Petrópolis/Editora da
Universidade de São Paulo, 2003, página 105
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 60.
3
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 21.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 12.
5
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 162
Maria Cristina Caponero
serviço e comércio.”
1
(EMBRATUR, 1984:131) Também podem ser
considerados históricos, alguns atrativos turísticos que caracterizam a Imagem
do Brasil, sendo que alguns são amplamente divulgados, como a estátua do
Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o Pelourinho, o Teatro Amazonas e outros,
considerados ícones do Brasil.
Catedrais, Igrejas e Conventos
As Catedrais, as Igrejas e os Conventos também fazem parte do
Patrimônio Histórico e Cultural, mas não são muito divulgadas, exceto as da
Bahia e algumas poucas do nordeste como, por exemplo, a Catedral de
Salvador (BA), a Catedral de São Pedro dos Cléricos (PE), o Convento São
Bernardino do Sena (RJ), a Igreja Carmelita (BA, 1585), a Igreja Dominicana
(BA, séc. XVII), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (PE), a Igreja de Nossa
Senhora do Rosário dos Pretos, a Igreja de São Francisco (BA) e a Igreja de
São Pedro (BA, séc. XVIII). As catedrais, igrejas, conventos e outras
construções religiosas de um modo geral, são divulgadas em 70% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 53% das não
pertencentes e em 21% das revistas especializadas, sendo que as igrejas da
Bahia em muito contribuem para essa porcentagem elevada. O destaque
quanto às igrejas é muito mais em relação à arquitetura do que pela religião.
Museus
Os museus embora façam parte do Patrimônio Histórico e Cultural de
um país, devendo representar a Imagem do Brasil não são muito divulgados,
aparecem em 59% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 20% das não pertencentes e em 14% das revistas especializadas,
valores muito baixo demonstrando pouco interesse nos museus brasileiros.
Apenas alguns poucos catálogos destacam o Museu de Arte Sacra da Bahia,
1
EMBRATUR. Metodologia do inventário e da oferta turística. Rio de Janeiro, 1984 apud PIRES, Mário
Jorge. Lazer e Turismo Cultural. São Paulo: Editora Manole, 2001.
A Imagem do Brasil na Itália 163
Maria Cristina Caponero
Museu do Homem do Nordeste em Recife, Museu da Cidade em Recife, o
Museu do Índio de Manaus e do Rio de Janeiro e o Museu de Ciências
Naturais de Manaus.
Teatros
Os teatros embora também façam parte do Patrimônio Histórico e
Cultural de um país, assim como os museus, as igrejas e os conventos,
devendo representar a Imagem do Brasil não são muito divulgados, aparecem
em 53% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e
em apenas 7% das não pertencentes e Revistas Especializadas. Destacam-se
apenas o Teatro Amazonas com seu suntuoso interior decorado com vitrais de
Murano e mármores de Carrara,
1
testemunho do período dourado de Manaus
2
e o Teatro Municipal de Fortaleza, dedicado à memória do mais famoso poeta
e romancista cearence, José de Alencar.
3
Cristo Redentor
No imaginário coletivo italiano a estátua do Cristo Redentor é divulgada
como a principal Imagem do Brasil, ícone do País,
4
símbolo da cidade do Rio
de Janeiro,
5
e conhecida como imperdível cartão postal da cidade carioca,
6
majestosa e célebre.
7
É divulgada em 47% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 40% das não pertencentes e em 28% das
revistas especializadas. É sempre visível de qualquer parte da cidade e chama
a atenção pelas suas dimensões gigantescas
8
, espantosas e imensuráveis
1
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 27.
3
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 10.
4
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
5
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
6
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
7
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 133.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 57.
A Imagem do Brasil na Itália 164
Maria Cristina Caponero
medidas,
1
está situada a 710 metros acima do nível do mar, tem 35 metros de
altura, os braços medem 28 metros sendo 30 metros de mão a mão, a mão
esquerda aponta para o norte e a direita para o sul. Dizem que “os braços
estão abertos em um gesto de boas vindas, como no início de um abraço, mas
alguns cínicos dizem que na realidade representam um gesto que significa
‘Vocês estão perdidos!’”
2
Pão de Açúcar
O Pão de Açúcar (escrito erradamente Azuçar) também representa a
Imagem do Brasil na Itália, é divulgado em 47% dos catálogos das Operadoras
de Turismo pertencentes à ASTOI, em 33% das não pertencentes e em 21%
das revistas especializadas, sendo considerado imponente visto do mar
3
e um
imperdível cartão postal da cidade carioca.
4
Pelourinho
O quarteirão localizado no centro histórico de Salvador, chamado
Pelourinho, ou “Pelo” pelos amigos, representa o coração histórico da capital
bahiana
5
ou o coração africano da cidade mais africana do Brasil.
6
Desde
1985, é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, por ser a maior
de mais importante coleção da arquitetura colonial da América.
7
Possui um
fascínio antigo e discreto, onde se admiram as grandes casas coloridas e
decoradas do período colonial do séculos XVII e XVIII.
8
O Pelourinho é
divulgado em 47% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 40% das não pertencentes, em 21% das revistas especializadas e
em 7% dos artigos diversos.
1
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 69.
2
Idem.
3
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 113.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
6
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 109.
7
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 60.
8
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
A Imagem do Brasil na Itália 165
Maria Cristina Caponero
4.1.3. Colonização
Os diversos aspectos da colonização brasileira são divulgados em 82%
dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 67% das
não pertencentes, em 36% das revistas especializadas e em 7% dos artigos
diversos. A importância dada à colonização é devido a grande influência de
outras culturas durante sua colonização, as quais foram se diluindo, formando
a cultura nacional. As maiores influências foram das culturas africana,
portuguesa, holandesa, inglesa, espanhola, alemã, francesa e italiana.
Influência Africana
A influência africana é uma das mais divulgadas, aparece em 53% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 47% das
pertencentes e em 7% dos artigos diversos. Sua maior importância foi na
cultura, especificamente na música, nos ritos e na gastronomia sendo a Bahia
o estado que sofreu maior influência africana e ainda hoje o sentimento
brasileiro se nutre das tradições e ritualidades de sua longínqua origem
africana,
1
sendo considerada a capital da alma brasileira.
2
O Maranhão
também sofreu influência africana, expressa sobretudo na riqueza do folclore,
nas manifestações artísticas e em particular na saborosa culinária.
3
É curioso notar que os africanos que vieram para o Brasil eram
escravos, sem poder aquisitivo, portanto sua maior influência foi na cultura,
criando a identidade do povo, suas tradiçoes e rituais religiosos, assim como a
diversão.
1
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 5.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 62.
A Imagem do Brasil na Itália 166
Maria Cristina Caponero
Influência Portuguesa
A influência portuguesa é a mais divulgada, aparece em 76% dos
catálogos das Operadoras de Turismo Italianas pertencentes à ASTOI, em 60%
das não pertencentes e em 21% das revistas especializadas. Sua maior
influência foi na arquitetura. Em Porto Seguro atracaram os primeiros
portugueses, influenciando na sua formação. Pernambuco foi uma das
primeiras áreas brasileiras ocupada por portugueses durante o período colonial
e tornou-se o maior produtor e exportador de açúcar do mundo, chamando a
atenção dos europeus com essa riqueza e fundando primeiramente Olinda,
depois Recife,
1
cidade que melhor conservou as tradições coloniais
portuguesas
2
e depois Fernando de Noronha que embora tenha sido descoberta por
Américo Vespuccio em 1503, só foi ocupada pelos portugueses em 1737.
3
Rio de Janeiro também sofreu grande influência portuguesa,
principalmente em Búzios no século XVI. No Rio Grande do Norte, Natal foi
iniciada em 1598 por portugueses que construíram uma fortaleza (Forte dos
Reis Magos) para defender-se dos franceses.
4
No Ceará, em Fortaleza
especificamente, “por não ter tido necessidade de escravos negros para sua
construção, foi influenciada mais pelo filão índio-português que pelo africano.”
5
São Luís, no Maranhão, embora tenha sido fundada por franceses no século
XVII, depois ocupada por holandeses durante um breve período, acabou
caindo sob o domínio dos portugueses,
6
revelando grande influência
portuguesa na arquitetura de numerosos edifícios coloniais, praças, igrejas e
museus,
7
fato este curioso, pois como detinham o poder aquisitivo
influenciaram muito mais na arquitetura do que na cultura, contrariamente aos
africanos.
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
2
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 69.
4
Idem, página 74.
5
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
6
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 61.
7
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 62.
A Imagem do Brasil na Itália 167
Maria Cristina Caponero
Influência Holandesa
Os holandeses conquistaram o Rio Grande do Norte e Fortaleza, Recife
emborta tenha sido fundada por portugueses foi conquistada pelos holandeses
em 1630, os quais a governaram por mais de 30 anos e portanto conserva
ainda hoje traços na arquitetura e no folclore.
1
Influência Francesa
A influência francesa não foi muito percebida durante a colonização,
exceto em Fortaleza e São Luís. A influência francesa é divulgada em apenas
18% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em
7% das não pertencentes.
A tabela 6 a seguir demonstra os dados acima citados em relação às
principais às cidades históricas e à colonização, apresentando um inventário de
determinadas localidades esclarecendo-se que constam apenas as que em
algum momento foram divulgadas. O mesmo ocorre com relação à
colonização, foram inventariadas somente as influências divulgadas,
esclarecendo-se que o registro foi feito por ter sido divulgada em um
determinado discurso textual, não importando quantas vezes aparecesse em
uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão, considere VA =
Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de fontes
investigadas, especificadas na respectiva tabela.
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 67.
A Imagem do Brasil na Itália 168
Maria Cristina Caponero
O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO – ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO AO
PATRIMÔNIO HISTÓRICO
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total:
16 94% 15 100% 11 78% 7%
Cidades
Históricas:
13
76% 14 93% 6 43% - -
- Brasília 7 41% 7 47% 2 14% - -
- Cong. do Campo 5 29% 4 27% - - - -
- Diamantina 2 12% 1 7% - - - -
- Mariana 4 23% 2 13% - - - -
- Ouro Preto 13 76% 5 33% - - - -
- Paraty 6 35% 4 27% 1 7% - -
- Porto Seguro 8 47% 5 33% 3 21% - -
- Sabará 1 6% 2 13% - - - -
- Salvador 11 65% 13 87% 4 28% - -
- São Luís 4 23% 5 33% - - - -
- Olinda 11 65% 5 33% 2 14% - -
Const. Históricas 3 18% - - - - - -
Marco do
Descobrimento
1 6% - - - - - -
Const. Militares 5 29% 1 7% - - - -
Museus 10 59% 3 20% 2 14% - -
Teatros 9 53% 1 7% 1 7% - -
Catedrais e Igrejas 12 70% 8 53% 3 21% - -
Pelourinho 8 47% 6 40% 3 21% 1 7%
Cristo Redentor 8 47% 6 40% 4 28% - -
Pão de Açúcar 8 47% 5 33% 3 21% - -
Maracanã 2 12% 1 7% 1 7% - -
Sambódromo - - - - 1 7% - -
Colonização:
14
82% 10 67% 5 36% 1 7%
- Africana 8 47% 8 53% - - 1 7%
- Européia: 13 76% 9 60% 3 21% - -
- Alemães 1 6% - - - - - -
- Espanhóis - - 1 7% - - - -
- Franceses 3 18% 1 7% - - - -
- Holandeses 8 47% 2 13% - - - -
- Ingleses - - 1 7% - - - -
- Italianos 1 6% - - - - - -
- Portugueses 13 76% 9 60% 3 21% - -
- Suíços 1 6% - - - - - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 6: O Patrimônio Cultural Brasileiro–Estereótipos em Relação ao Patrimônio
Histórico
A Imagem do Brasil na Itália 169
Maria Cristina Caponero
4.2. A Arquitetura Brasileira
Os monumentos históricos ou não, palácios imponentes, museus,
igrejas, casas, teatros, pontes, edifícios modernos e outros são bens culturais
que representam a Imagem e a identidade de um lugar, pelas suas
características artísticas e arquitetônicas, ou seja, a arquitetura é um “bem
cultural” que representa a imagem de um país. No caso do Brasil é a que mais
representa, pois é o bem mais divulgado, aparece em 82% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 67% das não pertencentes
e em 64% das revistas especializadas. Como visto anteriormente, sofreu
muitas influências européias, ressaltam-se as formas arquitetônicas e
artísticas, com misturas de estilos: portugueses e barrocos
1
, mas dentre os
diversos estilos arquitetônicos pode-se dizer que o brasileiro é
predominantemente: colonial, barroco, moderno e futurístico. Dentre os
diversos arquitetos brasileiros, apenas dois são destacados, embora com
pouca significação: Oscar Niemeyer, divulgado em apenas 14% das revistas
especializadas, em 12% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 7% das não pertencentes, considerado estrela da
arquitetura, ‘inventor’ da capital do país, Brasília,
2
o qual sofreu grande
influência das idéias modernistas de Le Corbusier
3
e Ormy Toledo, arquiteta e
animadora cultural do espírito livre e visionário
4
que é divulgada em apenas 7%
das revistas especializadas.
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasil – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
2
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 110.
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 94.
4
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 122.
A Imagem do Brasil na Itália 170
Maria Cristina Caponero
Arquitetura Colonial e Barroca
A arquitetura colonial é testemunha de uma época colonial passada
1
e
predomina em muitas cidades do nordeste, como em Salvador, Porto Seguro,
Fortaleza, Recife, Olinda, São Luís e Alcântara; nas cidades mineiras de Belo
Horizonte, São João Del Rey, Tiradentes, Congonhas, Mariana, Ouro Preto e
Cachoeira e em Paraty.
Olinda é uma cidade em estilo português, considerada uma típica
cidade colonial
2
, a mais colonial do Nordeste,
3
fundada em 1585 e declarada
Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO.
4
,
5
,
6
,
7
,
8
É um
verdadeiro e próprio museu a céu aberto,
9
com atmosfera tranqüila
10
que
mantém inalterado o seu estilo barroco;
11
é um quadro rico de atmosfera de
casas de cores vívidas, de arquitetura sugestiva e de arte barroca,
12
composta
por ruas estreitas e tortuosas, casas revestidas de azulejos e adornadas com
balcões de ferro batido.
13
É uma jóia da arquitetura colonial
14
,
15
composta pelo
centro histórico intacto,
16
pelas igrejas dos séculos XVI e XVII, por edifícios
coloniais,
17
lojas de artesanatos e galerias de arte local.
1
Recife é a Veneza
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11 e ILG TOUR
OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
2
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 26.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
4
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
5
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 92.
6
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 34.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 67.
8
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 141.
9
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 35.
10
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 34.
11
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 35.
12
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
13
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 92.
14
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 141.
15
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, número
12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 266.
16
Idem.
17
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
A Imagem do Brasil na Itália 171
Maria Cristina Caponero
brasileira, assim chamada devido às 49 pontes (ou 40 pontes
2
) que interligam
as diversas partes da cidade.
3
,
4
É considerada a pérola do nordeste,
5
possui
um centro histórico em estilo holandês e é rica de monumentos e igrejas
6
de
grande beleza arquitetônica. Fortaleza possui características arquitetônicas do
século passado, com edifícios restaurados dos primeiros anos do século XX
que mantém intacto o fascínio colonial português.
7
Porto Seguro é um centro
histórico rico de tesouros inacreditáveis
8
e interessantes construções típicas,
coloridas, em estilo colonial.
9
Salvador é um exemplo de arquitetura colonial dos séculos XVII e
XVIII.
10
A beleza da cidade é tanta que se diz que faz o coração disparar.
11
É
uma cidade antiga, com um rico e incrível patrimônio arquitetônico e cultural
12
classificado entre os mais belos da América do Sul,
13
composto pelo centro
histórico rico de suntuosas igrejas , conventos, edifícios barrocos, conventos,
museus
14
e casas coloniais com um fascínio antigo,
15
pintadas de uma cor
pastel;
16
,
17
as ruas são estreitas e existem palácios do século XVI que
contrastam com a modernidade dos belíssimos edifícios, das avenidas largas
18
demonstrando um verdadeiro contraste entre o passado e o progresso
1
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 92.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
3
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 36.
4
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 35.
5
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
6
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 50.
7
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 10.
8
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 10.
9
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 80.
10
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 55.
11
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
12
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 24.
13
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 91.
14
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 16.
15
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 7.
16
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 91.
17
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
18
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 24.
A Imagem do Brasil na Itália 172
Maria Cristina Caponero
tecnológico.
1
O Pelourinho, é um quarteirão onde se agrupa um extraordinário
e fascinante
2
complexo arquitetônico de edifícios em estilo colonial
3
do século
XVII e XVIII.
4
pintados na cor pastel,
5
grandes palácios decorados que
remontam ao período colonial e dão a sensação de uma cidade encantada
parada no tempo, rica de antigos tesouros
6
e melhor conservada no mundo.
7
Paraty é uma encantadora cidade colonial histórica considerada um dos
mais completos monumentos do período colonial do Estado do Rio de Janeiro
8
que mantém intactas as características do século XVIII.
9
As suas casas antigas
em ruas estreitas testemunham o antigo esplendor.
10
É considerada pérola do
barroco ao longo da ‘via do ouro’, terra de antigos minérios,
11
local onde no
século XVI atracaram os portugueses e no século seguinte, tornou-se uma
base importante para o comércio e transporte marítimo de ouro proveniente
das minas da região de Minas Gerais e levados diretos para a Europa.
12
É
considerada Patrimônio Histórico Arquitetônico único e bem conservado.
13
Ainda no estado do Rio de Janeiro, Petrópolis é destacada por ser uma
pequena cidade colonial.
No Estado do Maranhão, destacam-se Alcântara e São Luís. Alcântara é
uma cidade colonial fundada em uma ilha no século XVII que iniciou o seu
declínio na segunda metade do século XIX e continua até hoje, embora a
cidade continue sendo uma jóia arquitetônica esquecida mas intacta, que
espera ser um dia recuperada.
14
São Luís é uma belíssima cidade colonial,
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 55.
2
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130
3
Natale al caldo di Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
5
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 9.
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 112.
6
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130
7
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 17.
8
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 86.
9
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 31.
10
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 86.
11
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004 – dezembro de
2005, página 56.
12
Idem, página 57.
13
Idem.
14
Idem, página 61.
A Imagem do Brasil na Itália 173
Maria Cristina Caponero
maior e mais homogêneo complexo arquitetônico em estilo português,
1
possui
um centro histórico que foi objeto de importantes intervenções de restauração e
hoje, pela beleza de seus edifícios decorados de azulejos portugueses, foi
declarada Patrimônio da Humanidade
2
e está sob a tutela da Unesco.
3
Minas Gerais é um estado ligado à época do ouro, rico de preciosidades
barrocas
4
que caracterizam o estilo barroco brasileiro, e a estética barroca
mineira caracterizada pela audácia, sensualidade e universalidade. Fazem
parte deste rico acervo arquitetônico as cidades do ouro e do diamante: Ouro
Preto, Tiradentes, São João Del Rey consideradas testemunho do barroco
brasileiro, ou o “coração do barroco brasileiro”.
5
Ouro Preto é testemunha do
antigo esplendor ocorrido no século XVIII graças aos minérios de ouro.
6
Foi
considerada cidade obra-prima do barroco colonial, capital do barroco
brasileiro, perfeitamente conservada e declarada pela Unesco Patrimônio
Cultural da Humanidade
7
,
8
e por ela tutelada. É caracterizada por ruelas
ladrilhadas em pedra e “conserva o maior acervo arquitetônico em estilo
barroco do Brasil, com fontes, igrejas barrocas
9
e palácios suntuosos
adornados de estuques e fachadas complexas, criadas sob a onda da euforia
de uma corrida ao ouro.
10
É seguramente considerada a pedra mais preciosa
dentre as inumeráveis cidades maravilhosas do Brasil inteiro, um verdadeiro e
próprio tesouro arquitetônico, com suas ruas estreitas e tortuosas.
11
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 61.
2
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 45.
3
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 61.
4
Idem, página 57.
5
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
6
Idem.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 53.
8
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
9
Idem.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
11
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 174
Maria Cristina Caponero
Ainda no estado de Minais Gerais são divulgadas as cidades de São
João del Rey, por ser uma das mais bonitas cidades coloniais do Brasil e
oferece uma impressionante coleção de igrejas, museus e edifícios coloniais;
1
Congonhas do Campo (erradamente escrita Conghonas do Campo) devido aos
magníficos edifícios do século XVII e às obras do grande escultor Aleijadinho
2
e
Cachoeira por possuir uma bela arquitetura colonial ainda não comprometida
pela presença de modernos edifícios. Foi declarada Monumento Nacional em
1971 devido a sua atmosfera intacta, e às igrejas com ricas decorações
barrocas adornadas de azulejos, típicos da tradição portuguesa.
3
A arquitetura colonial é a mais divulgada, aparece em 53% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 46%
dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 43%
das revistas especializadas. A arquitetura barroca é divulgada em 47% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 29% das
pertencentes à ASTOI em em 21% das revistas especializadas.
Dentre os diversos escultores brasileiros, o único citado nos artigos
analisando, portanto o que representa a Imagem do Brasil é Antônio Francisco
Lisboa (1730-1814), conhecido como o Aleijadinho e cujas obras de arte são
as mais importantes da época colonial,
4
é divulgado em 18% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 13% das não
pertencentes.
1
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 90.
2
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 62.
3
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
4
Idem, página 57.
A Imagem do Brasil na Itália 175
Maria Cristina Caponero
Arquitetura Religiosa
Salvador além de representar a Imagem do Brasil em termos de
arquitetura colonial, é também a principal representação da arquitetura
religiosa, devido às suas 365 igrejas, dos mais diversos tamanhos, desde
pequenas até as mais suntuosas ou de grandes dimensões,
1
todas
consideradas as mais ricas do mundo.
2
Na prática diz-se que é uma para cada
dia do ano.
3
Arquitetura Moderna e Futurística
A arquitetura moderna distingue-se pelo uso de vidro e aço e pela
ausência total de elementos decorativos. Dentre as cidades consideradas como
a Imagem do Brasil com relação à arquitetura moderna destacam-se Belo
Horizonte que dita a tendência nas artes e arquitetura;
4
Rio de Janeiro, com
uma arquitetura moderna
5
dos anos 50
6
e em especial a Barra da Tijuca
considerada a Miami do Rio,
7
São Paulo, uma das maiores cidades da América
do Sul, primeiro centro industrial do país e centro comercial de grande
importância, capital de negócios
8
, Salvador, Recife
9
e Fortaleza, esta última
considerada uma cidade moderna com arquitetura audaciosa
10
.
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página
55.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 17.
3
Natale al caldo di Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
4
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
5
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
6
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 45.
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
8
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 96.
9
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 141.
10
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 10.
A Imagem do Brasil na Itália 176
Maria Cristina Caponero
Mas a capital Brasília é a principal Imagem do estilo arquitetônico
moderno
1
e futurístico do Brasil, construída segundo um projeto urbanístico do
arquiteto Lúcio Costa, sob direção do arquiteto Oscar Niemeyer.
2
Ainda hoje é
fascinante a audácia arquitetônica e a beleza dos edifícios de Brasília,
3
até
mesmo segundo Oscar Niemeyer que demonstra o fascínio desta cidade com
as seguintes palavras: “Tentei utilizar linhas curvas e sensuais, as mesmas
curvas que vejo nas colinas brasileiras, no corpo da pessoa amada, nas
nuvens no céu e nas ondas do oceano”.
4
Brasília é uma das maravilhas
arquitetônicas do século XX, considerada Patrimônio da Humanidade pela
Unesco.
A arquitetura moderna é divulgada em 35% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 7% das não pertencentes e
em 7% das revistas especializadas. A arquitetura futurística é divulgada em
35% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
13% das não pertencentes e em 7% das revistas especializadas.
4.3. Os Esportes
Os esportes também são considerados um bem cultural e para os
italianos, o que mais chama a atenção com relação aos esportes é a eterna
preocupação que os brasileiros têm com a forma física, sobretudo no Rio de
Janeiro, onde o esporte é uma paixão coletiva
5
, dizem que freqüentemente se
pode encontrar nas praias pessoas fazendo exercícios.
6
São vários os esportes
praticados, como o tradicional futebol, ainda hoje Imagem do Brasil, o futevôlei
7
1
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
2
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 94.
3
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
4
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
5
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 114.
6
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 3.
7
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 118.
A Imagem do Brasil na Itália 177
Maria Cristina Caponero
ou o vôlei de praia. É curioso a importância que é dada na região Amazônica
ao tiro ao alvo, considerada uma atividade que se pode desenvolver durante a
manhã ou à tarde
1
. Os esportes em geral são divulgados em 86% das revistas
especializadas, em 41% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 33% das não pertencentes e em 7% dos artigos
diversos.
Futebol
O Futebol continua sendo uma das principais Imagens do Brasil, que o
caracteriza como o País do Futebol
2
, pela importância da mítica seleção verde
e amarelo cinco vezes campeã do mundo
3
, orgulho da Nação
4
. Mas, apesar de
o Brasil ser estereotipado como o País do Futebol, esta imagem é divulgada
em apenas 50% das revistas especializadas, em 20% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 12% das pertencentes
e em 7% dos artigos diversos.
Dizem que os brasileiros são apaixonados por futebol, todos jogam não
importando a idade, se com 12 ou 60 anos, alguns vão para o campo
descalços outros com tênis e bermudas
5
; são acrobatas, velozes, ótimos
6
. Uma
partida de futebol é irrecusável depois de um dia de trabalho.
7
Não é só o
esporte em si que é destacado, mas também os torcedores, uma vez que estes
fazem festa em todos os jogos, considerados espetáculos, com instrumentos
musicais, bandeiras, rojões e fogos de artifícios
8
. O Maracanã é divulgado em
1
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 50.
2
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
3
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 127.
4
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
5
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 48.
6
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
7
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 48.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
A Imagem do Brasil na Itália 178
Maria Cristina Caponero
12% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em
7% das não pertencentes e das revistas especializadas, por ser o maior estádio
de futebol do mundo
1
e por significar para os brasileiros um santuário
2
, um
caldeirão de alegria, torcida, drible em ritmo de samba, sob os olhos de
duzentos mil espectadores.
3
Os campeões de futebol Ronaldo, Rivaldo e
Ronaldinho são um modelo de exportação para a Europa com os quais os
jovens se identificam,
4
embora nenhum deles é divulgado em mais de 7% da
mídia impressa analisada. A paixão pelo futebol é tão grande que mesmo os
caboclos que vivem em condições muito precárias dizem que “lhes falta só uma
coisa, uma televisão, para que possam ver o Brasil jogar”.
5
Os Esportes Aquáticos
Se considerarmos os esportes aquáticos em geral, são muito mais
divulgados do que o futebol, aparecem em 47% dos catálogos das Operadoras
de Turismo pertencentes à ASTOI, em 27% das não pertencentes e em 36%
das revistas especializadas. Dentre os esportes aquáticos divulgados,
destacam-se o surfe
6
, o windsurfe e o kitesurf, a pesca, o mergulho e o
snorkeling, praticados em Jericoacora, Recife, Angra dos Reis, Búzios e outras
localidades litorâneas, mas Bonito e principalmente Fernando de Noronha são
ótimos locais de mergulho. É curioso observar que o surfe é praticamente táo
divulgado quanto o futebol, aparece em 41% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 27% das não pertencentes e em 7% das
revistas especializadas.
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
2
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 127.
3
Idem.
4
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
5
Gomez, João S. Apud FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista
Gulliver, outubro de 2005, página 138.
6
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 10.
A Imagem do Brasil na Itália 179
Maria Cristina Caponero
Os Esportes Radiciais
Dentre os esportes radicais divulgados, destacam-se o bóia cross (dito
erradamente boa cross) explicado como uma descida no rio sentado em uma
grande câmara de ar de caminhão; o rapel, descida de precipício com cordas; a
tirolesa que é um gancho preso a uma longa corda que faz com que se voe e
provoque um excesso de adrenalina
1
, o kiteboard e o sandboard que no Ceará
chamam de skibunda e consiste em cavalgar as dunas com uma tábua
semelhante a do snowboard,
2
sendo que para se compreender este tipo de
esporte o compararam a esquiar na neve, as pranchas são comparadas aos
esquis e as dunas às pistas.
3
Os esportes radicais são divulgados em 21% das
revistas especializadas, em 12% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 7% das não pertencentes.
4.4. As Festas Populares
A Imagem de um lugar é divulgada através de festivais, eventos e
manifestações artísticas, comemorações e outros, os quais enriquecem a vida
social e constituem importante elemento no processo de recomposição da
identidade, realçando características e identidades culturais e por isso têm sido
objeto de atenção especial dos poderes públicos. Ao mesmo tempo em que
são entendidas como um ritual nacional, onde a tônica é o sentimento de
nacionalidade, são também tratadas como espetáculo, um divertimento em
grande escala dirigido a consumidores e a telespectadores. As festas
populares são divulgadas em 76% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 73% das não pertencentes, em 36% das revistas
especializadas e em 14% dos artigos diversos.
1
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 108.
2
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 88.
3
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, número
12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 271.
A Imagem do Brasil na Itália 180
Maria Cristina Caponero
Devido ao grande número e variedade de festas, diz-se que o Brasil vive
a sua história com um calendário repleto de festas e manifestações folclóricas
1
,
existem festas para tudo e para todos, datas comemorativas, santos, eventos,
chegadas e partidas, festas que revivem lutas, batalhas e conquistas, prestam
homenagens à personalidades e aos mitos. Estas festas populares são ricas de
dança, música e alegria
2
, pois no Brasil festeja-se a vida.
3
Destaca-se Salvador
por possuir um calendário rico de festas populares
4
interessantes e
normalmente acompanhadas de uma procissão alegre
5
e Olinda por ser uma
cidade animada por festas locais e espetáculos folclóricos.
6
Dentre as festas populares, as que mais representam a Imagem do
Brasil são: a festa do Boi Bumba em Parintins, em plena Floresta Amazônica,
que representa a ‘guerra’ entre o azul e o vermelho;
7
a festa do Bumba meu
Boi, considerada uma das mais bonitas festas populares brasileiras
8
, o Festival
do Bonfim realizado na terceira quinta-feira de janeiro na Bahia; as Festas
Juninas realizadas em junho, no meio do inverno, são populares em todo o
nordeste e dedicadas a Santo Antônio, São João e São Pedro sendo que as
principais comemorações ocorrem em Caruaru e Campina Grande
9
,
10
e
certamente o Carnaval.
1
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 9.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 13.
3
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
4
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
5
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
6
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 22.
7
SUNTUR INTERNATIONAL. Peixe Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 61.
9
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
10
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
A Imagem do Brasil na Itália 181
Maria Cristina Caponero
O Carnaval
A Imagem do Brasil continua sendo estereotipada como o país do
Carnaval
1
, embora um país não deva ser caracterizado e divulgado baseado
em uma única festa popular, fazendo dela a essência da representação do
país
2
. É divulgado em 70% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 67% das não pertencentes, em 36% das revistas
especializadas e em 14% dos artigos diversos. O Carnaval é um rito com o
qual se manifesta a alegria, a arte e a cultura do Brasil, expressão da riqueza
cultura brasileira
3
, maior
4
, mais colorida
5
e espetacular
6
festa popular do
mundo, caracterizando desta forma toda uma nação e atraindo grande número
de turistas vindos do exterior principalmente para as localidades onde ocorrem
as manifestações mais interessantes como no Rio de Janeiro, Salvador,
Olinda
7
e Recife. Em Fortaleza ocorre o Fortal que é um pirotécnico Carnaval
fora da estação, pois ocorre em julho e atrai apaixonados de todo o Brasil.
8
O Carnaval do Rio de Janeiro é considerado a festa popular que mais
fielmente exprime “as grandes contradições do país”,
9
é um mítico e mágico
turbilhão de agitação da humanidade,
10
um espetáculo refinado e assombroso
por ser o mais famoso e colorido do mundo,
11
embora para turistas.
12
Os
desfiles de fantasias ocorrem no ritmo de uma típica escola de samba,
13
onde a
1
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
2
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3.
3
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 82
4
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
5
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 14.
6
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
7
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
páginas 69/70.
8
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 100.
9
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 44.
10
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 14.
11
Idem.
12
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
13
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 82
A Imagem do Brasil na Itália 182
Maria Cristina Caponero
magia e as cores fazem desta festa popular uma grande opera a céu aberto.
1
Durante o desfile todos sorriem e utilizam extravagantes e luxuosas fantasias
2
com plumas e muitas cores compondo um desfile surrealista de maravilhas no
caos regenerante da música e de ritmos desencadeados da dança.
3
As
mulheres, normalmente belíssimas, são um componente importante do
Carnaval do Rio.
4
Durante o Carnaval no Rio de Janeiro todas as atividades
ficam suspensam e por quatro dias e quatro noites os cariocas se dedicam
completamente às festas e aos desfiles de fantasias,
5
fazendo deste período,
uma época de férias em todo o Brasil.
6
É considerada a semana mais tola do
ano,
7
quando se vive uma experiência única,
8
pois a cidade transforma-se em
uma imensa discoteca a céu aberto
9
que necessita de meses de preparação.
10
O carnaval da Bahia é considerado o mais original do mundo pelo seu
apelo místico;
11
ocorre em um clima de puro divertimento,
12
pois quando
explode o Canaval na Bahia todo momento é bom para ir para a rua e festejar
em um tripúdio de cor e música,
13
sendo que Salvador ostenta um dos
melhores carnavais do país,
14
por ser mais envolvente e grandioso devido aos
trios elétricos, um tipo de orquestra que toca o rítmo da música da antiga
1
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
2
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 125.
3
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
4
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 67.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
6
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
páginas 69/70.
7
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
8
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 44.
9
Idem, página 43.
10
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
11
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
12
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
13
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta,
com le sue spiagge, l’architettura futuristica e il cálcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de
2005, página 61.
14
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 8.
A Imagem do Brasil na Itália 183
Maria Cristina Caponero
tradição africana. O Carnaval de Olinda e Recife são considerados mais
populares, mais autênticos
1
e mais animados do país,
2
distinguem-se das
outras manifestações carnavalescas do Brasil pela originalidade
3
e são
famosos em todo o mundo pela sua dança na rua
4
e não há nada para invejar
do Carnaval do Rio de Janeiro ou da Bahia.
5
Mas, não é só a beleza do Carnaval que é divulgada e sim outros fatores
que envolvem essa louca paixão pelo Carnaval,
6
loucura coletiva
7
onde é
impossível não se envolver.
8
O Carnaval é um momento catártico onde as
pessoas se liberam das tensões e problemas transformando e reinventado sua
própria realidade,
9
além de ser uma explosão de energia, é uma cerimônia para
exorcizar a dureza da vita cotidiana.
10
O Carnaval exprime fielmente as
grandes contradições do Brasil,
11
pois certamente é a festa que melhor exprime
a alma do seu povo, sobretudo a das famílias pobres e mais profundamente
ligadas às tradições.
12
Essa ‘loucura’ é tanta que recomenta-se estar preparado
para os mais extremos excessos, pois tudo será permitido, até mesmo o
impensável,
13
pois o que se vive deste momento em dia e as sensações que se
provará serão difíceis de serem contadas, principalmente de serem
esquecidas.
14
1
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005– novembro de 2006, página 18.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
4
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005-novembro de 2006, página 18.
5
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 87.
6
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 35.
7
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
8
Idem, página 44
9
Idem, página 45.
10
Idem, página 43.
11
Idem, página 45.
12
Idem, página 44.
13
Idem, página 43.
14
Idem, página 45.
A Imagem do Brasil na Itália 184
Maria Cristina Caponero
4.5. O Folclore e as Tradições
As tradições são consideradas o ‘mundo dos homens’, a expressividade
de sua cultura
1
e sua origem.
2
O Brasil possui tradições arcaicas no nordeste,
principalmente no Ceará, na Bahia
3
,
4
e em Natal
5
, e tem como característica
típica a existência de cultos que unem elementos de tradições cristãs e
elementos de tradições africanas, como por exemplo, o Candomblé, na Bahia
6
que remonta ao tempo dos escravos negros.
7
As tradições brasileiras são
divulgadas em 53% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI, em 35% das pertencentes e em 14% das revistas
especializadas.
O folclore brasileiro é considerado único, diversificado
8
e coloridíssimo,
9
destacando-se o folclore da Bahia pela sua riqueza e variedade e por refletir
uma musicalidade e uma maneira particular de viver diferentemente dos outros
povos brasileiros;
10
o folclore de São Luís por ser uma manifestação animada e
divertida
11
e o folclore de Manaus pela grande influência indígena
12
e por
contar a integração entre o povo octótone e os imigrantes.
13
É divulgado em
47% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em
20% das não pertencentes.
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
2
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 4.
3
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 54.
4
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 14.
6
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 6
7
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
8
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 56.
10
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
11
Idem, página 34.
12
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 90.
13
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
A Imagem do Brasil na Itália 185
Maria Cristina Caponero
4.6. A Religião, os Ritos Religiosos e os Cultos
O Brasil possui um verdadeiro sincretismo religioso, elementos
indígenas, católicos e ocultistas coexistem na alma deste país.
1
O cristianismo
é muito difundido, principalmente nas favelas, onde muitos sacerdotes
combatem a batalha da vida ao lado dos pobres,
2
o catolicismo é a religião
mais difundida no interior
3
e em todos os lugares é difundido o protestantismo e
o espiritualismo. Mas, a religião não é um bem cultural muito divulgado, aparece
em apenas 33% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à Astoi,
em 21% das revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos.
O Brasil vive a sua história na magia dos ritos religiosos
4
descritos como
fascinantes, inexplicáveis, mágicos, contrastantes, rítmicos e sensuais. Muito
divulgados são os cultos de origem africana,
5
trazidos pelos escravos negros
na época da colonização, os quais encontraram terreno fértil na mágica terra
do Brasil,
6
acentuando o forte caráter da mistura do sacro com o profano,
principalmente em Salvador, onde os ritos são considerados cristãos-pagãos
7
e
traduzem-se pelo ritmo e pela dança. Dentre os mais divulgados por despertam
temor e curiosidade entre os visitantes do Brasil estão o Candomblé e a misteriosa
Macumba
8
,
9
, um tipo de magia branca e negra que se pratica em todo o território e foi
introduzida pelos escravos negros da África Ocidental.
10
Os ritos religiosos ou não,
pelo seu mistério despertam curiosidade e são muito divulgados, até mesmo mais do
que as religiões. Aparecem em 70% dos catálogos das Operados de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 53% das
Operados de Turismo não pertencentes à
ASTOI, em 28% das revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos.
1
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
2
Idem, página 56.
3
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2005, página 36.
4
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 9.
5
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 52.
6
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
7
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
8
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
9
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
10
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 51.
A Imagem do Brasil na Itália 186
Maria Cristina Caponero
Candomblé
O Candomblé, considerado um rito misterioso
1
,
2
que une elementos de
tradições cristãs com elementos de tradições africanas, esparramou-se muito
rapidamente por todo o país embora tenha sido mais difundido na Bahia, em
Salvador, considerada a cidade dos Santos e dos Orixás.
3
Deixou de ser uma
religião exclusiva dos negros para se transformar numa ‘religião universal’,
aberta a todos, independentemente das origens raciais, sociais ou geográficas.
É considerado um tipo de macumba praticada na área de Salvador de Bahia
4
e
diz-se que as cerimônias que são encenadas para os turistas em busca de
emoções são pseudo cerimônias, pois as verdadeiras ocorrem geralmente em
tendas isoladas ou nos quarteirões populares.
5
Os afoxés são os fiéis do
Candomblé; o Orixá é a divindade negra do Candomblé;
6
Yemanjá é a rainha,
a deusa do mar
7
,
8
do Candomblé, comparada à Stella Maris
9
na Itália, à Nossa
Senhora e Oxumaré é comparado a Santo Antônio na religião católica,
10
ou
seja, o Candomblé possui inúmeros santos católicos cuja identidade mistura-se
com os orixás. O Candomblé é divulgado em 59% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 33% das Operadoras de
Turismo não pertences à ASTOI e em 14% das revistas especializadas.
1
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
2
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 104.
3
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 41.
4
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 51.
5
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
6
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
7
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3.
8
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 107.
9
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
10
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
A Imagem do Brasil na Itália 187
Maria Cristina Caponero
A Umbanda
A Umbanda é considerada uma ‘versão mais branqueada’ do
candomblé. Foi introduzida no início do século em princípio no Rio de Janeiro
e depois difundiu-se nas outras cidades. É uma seita na qual coexistem
elementos católicos, africanos, indígenas e ocultistas e que conta com mais de
6 milhões de seguidores,
1
os quais se incluem em uma ‘religião’ que durante
séculos tinha sido a religião dos negros.
2
É divulgada em apenas 7% das
revistas especializadas.
1
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
2
PRANDI, Reginaldo. De africano a afro-brasileiro: etnia, identidade, religião. Revista USP. Formação
do Brasil. São Paulo, no. 46, agosto 2000, página 63.
A Imagem do Brasil na Itália 188
Maria Cristina Caponero
A tabela 7 a seguir demonstra os dados acima citados em relação ao
Patrimônio Cultural Brasileiro apresentando um inventário de bens e
esclarecendo-se que constam somente os que em algum momento foram
divulgados. É oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada
a sua divulgação em um determinado discurso textual, não importando quantas
vezes aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão,
considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de
fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO – ARQUITETURA, ESPORTES, FESTAS
POPULARES, FOLCLORE, RELIGIÃO E RITOS
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
15 88% 12 80% 12 86% 4 28%
Diversidade
Cultural
5 29% 3 20% 3 21% - -
Arquitetura: 14 82% 10 67% 9 64% - -
- Barroca 5 29% 7 47% 3 21% - -
- Colonial 8 47% 8 53% 6 43% - -
- Moderna 6 35% 1 7% 1 7% - -
- Futurística 6 35% 2 13% 1 7% - -
- Arquitetos: -
- Oscar
Niemeyer
2 12% 1 7% 2 14% - -
- Ormy Toledo - - - - 1 7% - -
Esportes: 7 41% 5 33% 12 86% 1 7%
- Arco e Flecha - - - - 1 7% - -
- Caminhada - - - - 1 7% - -
- Vôlei de Praia 2 6% 1 7% 1 7% - -
- “Whale
watching”
- - - - 1 7% - -
- Futebol 2 12% 3 20% 7 50% 1 7%
- Jogadores de
Futebol:
- Pelé - - 1 7% 1 7% - -
- Rivaldo - - - - 1 7% - -
- Ronaldo - - - - 1 7% - -
- Ronaldinho - - - - 1 7% - -
A Imagem do Brasil na Itália 189
Maria Cristina Caponero
- Futevôlei 1 6% - - 1 7% - -
Esportes
Aquáticos:
8 47% 4 27% 5 36% - -
- Kitesurf 1 6% 1 7% 1 7% - -
- Mergulho e
Snorkeling
5 29% 1 7% 1 7% - -
- Surfe 7 41% 4 27% 1 7% - -
- Pesca 3 18% - - 2 14% - -
- Windsurfe - - 1 7% - - - -
Esportes
Radicais:
2 12% 1 7% 3 21% - -
- Bóia Cross - - - - 1 7% - -
- Kiteboard - - - - 1 7% - -
- Rapel - - - - 1 7% - -
- Snowboard - - - - 1 7% - -
- Skybunda
(sandboard)
2 12% - - 1 7% -
- Tirolesa - - - - 1 7% - -
- Passeio a
Cavalo
3 18% - - 1 7% - -
- Passeio de
Buggy
3 18% - - 3 21% - -
Festas
Populares:
13
76% 11 73% 5 36% 2 14%
- Carnaval 12 70% 10 67% 5 36% 2 14%
- São João 3 18% - - 1 7% - -
- Boi Bumba - - 1 7% - - - -
- Bumba meu
Boi
- - 1 7% - - -
Folclore
8
47% 3 20% - - - -
Tradições 6 35% 8 53% 2 14% - -
Religião
-
- 5 33% 3 21% 1 7%
Ritos
Religiosos:
12
70% 8 53% 4 28% 1 7%
- Candomblé 10 59% 5 33% 2 14% - -
- Macumba 1 6% 2 13% 2 14% - -
- Umbanda - - - - 1 7% - -
- Voodoo - - 1 7% - - - -
- Yemanjá 3 18% 1 7% 2 14% 1 7%
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 7: O Patrimônio Cultural Brasileiro - Estereótipos em relação à
Arquitetura, Esportes, Festas Populares, Folclore, Religião e Ritos
A Imagem do Brasil na Itália 190
Maria Cristina Caponero
4.7. A Gastronomia Brasileira
A gastronomia é um bem que faz parte do patrimônio cultural de um
país, considerando-se que para se conhecer verdadeiramente a cultura e as
tradições de um país é preciso conhecer a sua gastronomia,
1
pois esta se
reflete no estilo e vida do povo e na cultura do próprio país.
2
A gastronomia é o
segundo bem cultural mais divulgado, aparece em 87% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 71% das revistas
especializadas e em 70% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI.
As Plantações
As plantações também fazem parte do Patrimônio Cultural de um país, pela
sua presença marcante na vida econômica e cultural do país. São divulgadas em 47%
dos catálogos de Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 36% das revistas
especializadas e em 13% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes
à ASTOI. Dentre as plantações, destacam-se o algodão, o tabaco, a mandioca, a
seringueira, o café, o milho, a soja, o cacau e a cana de açúcar, sendo que estes dois
últimos itens destacam-se principalmente da Bahia e em Pernambuco, não só pela
beleza dos cacaueiros e da cana de açúcar que crescem sob a mata, mas por terem
inspirado poetas e escritores como Jorge Amado.
3
O açúcar era um produto muito
caro na Europa e o fato de Pernambuco possuir plantações grandes a ponto de se
perder de vista,
4
tornando-se o maior produtor e exportador desta mercadoria durante
o período colonial atraiu a atenção dos europeus para esta riqueza
5
, valorizando
também a área. Grande importância é dada à mandioca devido ao fato de sua
plantação e preparação fazer parte de um ritual indígena.
6
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
2
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
3
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, páginas 112.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
6
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 40.
A Imagem do Brasil na Itália 191
Maria Cristina Caponero
A Qualidade e Variedade da Gastronomia Brasileira
A gastronomia brasileira é considerada excelente, muito rica e
diversificada devido a grande extensão territorial do país,
1
e por ter sofrido
diversas influências culturais. A qualidade da gastronomia brasileira é
divulgada em 40% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes
à ASTOI, em 23% das pertencentes e em 14% das revistas especializadas e a
variedade da gastronomia brasileira é divulgada em 40% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI e em 23% das pertencentes
e em 7% das revistas especializadas. Mas, maior destaque é dado à
diversidade por ter sofrido diversas contaminações devido ao encontro com
culturas diversas: influência portuguesa (divulgada em 27% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 12% das pertencentes
e em 7% das revistas especializadas), africana (divulgada em 47% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 35% das
pertencentes e em 14% das revistas especializadas) criando um mix que sem
equivalente em relação aos aromas e escolhas de ingredientes, criando um
verdadeiro festival de sabores onde cada estado possui sua própria
especialidade.
2
As variações regionais ressentem obviamente à história local e
aos imigrantes de outras regiões
3
formando um verdadeiro quadro culinário.
Por isso, é muito difícil falar de uma gastronomia típica brasileira,
4
apesar de se
poder observar uma grande influência portuguesa e africana em todo o país
devido a ingredientes comuns cujos elementos de base são o feijão e a
mandioca.
5
1
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 18.
2
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 131.
3
Idem.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
5
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 36.
A Imagem do Brasil na Itália 192
Maria Cristina Caponero
A Região Amazônica sofreu grande influência indígena
1
(divulgada em
13% dos catálogos das Operadoras não pertencentes à ASTOI e em 6% das
pertencentes) e Manaus especificamente sofreu influência índio-portuguesa
2
; a
Região Nordeste desfruta daquilo que oferecem o mar e a terra, encontrando-
se grande variedade de peixes e crustáceos, assim como verduras e frutas
tropicais tais como papaia, maracujá, abacate, coco e outras,
3
é uma
gastronomia rica de pratos típicos e saborosos
4
; a Bahia sofreu uma
preponderante influência africana
5
na presença de alimentos como o azeite de
dendê, o coentro e o gengibre,
6
é uma cozinha tipicamente a base de peixe,
principalmente cozidos com leite de coco, é a cozinha mais divulgada devido a
sua diferenciação dita como ‘de sabor insólito’, saborosa, picante
7
,
8
e exótica,
9
cujos nomes normalmente são de origem africana; o Ceará encontra-se uma
gastronomia rica de pratos típicos a base de frutos do mar, sobretudo lagosta,
camarão e caranguejo
10
, e a carne de sol
11
; a Região Sul e Sudeste tiveram
grandes influências européias, dependendo do grupo colonizador europeu,
12
mas pode-se dizer que São Paulo teve forte influência italiana (divulgada em
apenas 6% dos catálogos de Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI),
sendo considerada a mais apetitosa do Brasil
13
e o sul do país influência
alemã, embora prevaleça a carne, principalmente assada.
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 131.
2
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
4
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
5
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 88.
6
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
7
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 18.
8
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 91.
9
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
10
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 10.
11
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
12
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32.
13
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 193
Maria Cristina Caponero
Diz-se que a cozinha brasileira é convidativa,
1
saborosa
2
, ótima, festiva
3
,
rica de pratos tradicionais,
4
possui grande qualidade e variedade de gostos e
cores
5
: carne, peixes, frutos do mar, frutas e verduras, tudo em abundância
6
a
ponto de não desiludir nenhum paladar.
7
Ao longo de toda a costa prevalecem
o peixe, os crustáceos e os frutos do mar também encontrados em abundância,
sendo que o nordeste é particularmente famoso pelos camarões, pelos
carangueiros e pelas lagostas. A saborosa gastronomia a base de lagosta de
Fortaleza é considerada imperdível.
8
Os peixes e frutos do mar são divulgados
em 53% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI,
em 41% das pertencentes e em 14% das revistas especializadas.
Pratos Típicos
Dentre os pratos típicos brasileiros, destaca-se o feijão com arroz, prato
típico por excelência que teve origem nos primeiros contatos entre colonos e
indígenas,
9
a mandioca que é um alimento típico dos índios
10
do Brasil e ainda
hoje considerado um alimento base da cozinha brasileira,
11
consumida de
diversas maneiras
12
seja como farofa ou farinha torrada agradando a todos.
13
É
fundamental com peixe
14
e é utilizada tão freqüentemente como os italianos
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
2
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 9
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
4
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
5
DIMENSIONE TURISMO. Natal, dezembro 2005/abril 2006, página 13.
6
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
7
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
8
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 16.
9
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
10
Idem.
11
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 41.
12
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 65.
13
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 91.
14
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 41.
A Imagem do Brasil na Itália 194
Maria Cristina Caponero
usam o queijo ralado.
1
A mandioca é divulgada em 53% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 23% das não
pertencentes e em 28% das revistas especializadas.
A moqueca é a máxima expressão da cozinha baiana, onde a
abundância de peixes e os radiciais africanos produzem resultados
inimagináveis
2
como o pirão e o acarajé, típico da cozinha baiana, explicado
como uma “almondega de farinha de mandioca recheada com camarões secos
em um molho doce e picante”, considerado o verdadeiro sabor de Salvador .
3
A famosa feijoada é um delicioso prato nacional brasileiro por
excelência,
4
uma das especialidades brasileiras mais apreciadas
5
, considerada
imperdível
6
pois identifica a cozinha brasileira
7
. É explicada como sendo um
complicado mas gostosíssimo cozido de carne de porco, carne seca, feijão
preto, alho, pimenta, arroz, verdura e farinha de mandioca
8
,
9
,
10
servida em
todo o território nacional,
11
preferencialmente aos sábados.
12
A feijoada é
divulgada em 47% dos catálogos das Operadoras e Turismo pertencentes à
ASTOI, em 47% das não pertencentes e em 21% das revistas especializadas.
O churrasco representa a Imagem do Brasil em relação à gastronomia,
sendo o mais divulgado, aparece em 67% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI, em 41% das pertencentes e em 43% das
1
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
2
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 115.
3
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 18.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 11.
5
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 84.
6
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 10.
7
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
9
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 10.
10
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
11
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32
12
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
A Imagem do Brasil na Itália 195
Maria Cristina Caponero
revistas especializadas. É considerado o prato preferido dos turistas.
1
,
2
É uma
varidade de carne no espeto,
3
grelhada, originalmente preparada pelo gaúchos
no sul do país.
4
As churrascarias por serem inexistentes na Itália, despertam
curiosidade e são explicadas como restaurantes de carne de ótima qualidade
servidas em abundância em grandes e suculentas porções,
5
onde por um
preço fixo pode-se comer a quantia que desejar até se satisfazer,
6
são
divertidas e diz-se que ir à uma churrascaria é uma verdadeira maratona
gastronômica.
7
Quanto às frutas tropicais causa grande surpresa a grande abundância
de frutas frescas disponíveis em forma sólida ou em suco natural.
8
Chama-se a
atenção para a qualidade das frutas e a grande quantidade e variedade
9
consideradas inacreditáveis: não faltam bananas, mangas, melões, abacates,
figos, uvas, abacaxis
10
e também o caju, considerado fruta símbolo do Ceará.
11
As frutas são divulgadas em 40% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 23% das não pertencentes.
Bebidas Típicas
Quanto às bebidas, destaca-se o café por ser o Brasil considerado a
Pátria do Café,
12
sendo imperdível, ótimo
13
e consumido abundantemente a
qualquer hora. É destacada a forma com que nós brasileiros preparamos o
café, considerado um método estranho, pois coloca-se para ferver um pouco
de
1
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 4.
2
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2005, página 36.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
4
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2005, página 36.
5
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 9.
7
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 130.
8
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 18.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 9.
10
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 18.
11
Idem, página 4.
12
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
13
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 9.
A Imagem do Brasil na Itália 196
Maria Cristina Caponero
água sob a qual é colocado um filtro com pó de café deixando que o calor, pouco a
pouco a façam correr e filtrar através do coador. O resultado é uma bebida muito mais
concentrada do que o café italiano.
1
Apesar de ser um ícone do Brasil, não é muito
divulgado, aparece em 18% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 7% das não pertencentes e em 7% das revistas especializadas.
Dentre as bebidas analcólicas, é divulgada a garapa, suco de cana de
açúcar,
2
a água de coco pela curiosidade e por ser muito refrescante
3
e o
guaraná dito erradamente “limonada de gauraná”
4
, produzido industrialmente e
considerado um fruto da juventude, um preparado energético que lembra o
ginseng e é aconselhável por favorecer o organismo nos momentos de
fraqueza podendo causar taquicardia portanto é melhor não abusar.
5
O
guaraná é também considerado como um produto especial, para ser
consumido ou presenteado, podendo ser comprado na farmácia ou em uma
casa de produtos naturais e dizem que tem virtudes afrodisíacas.
6
,
7
O guaraná
é divulgado em 18% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 13% das não pertencentes e em 7% das revistas especializadas.
Dentre as bebidas alcoólicas a cerveja gelada é muito divulgada,
considerada ótima
8
, leve, clássica
9
,
10
, clara ou escura, além de muito
barata.
11
,
1
É divulgada em 33% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
1
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
2
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
3
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 105.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
5
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 65.
6
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 10.
7
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 54.
8
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 62.
9
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
10
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
11
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 62.
A Imagem do Brasil na Itália 197
Maria Cristina Caponero
não pertencentes à ASTOI, em 29% das pertencentes e em 21% das revistas
especializadas. Também o vinho é divulgado seja tinto, branco ou espumante,
2
apesar de caro é de boa qualidade.
3
Também destacado é o capeta, uma
bebida preparada com vodka, guaraná e leite condensado, servida em Porto
Seguro. As batidas são destacadas por serem preparadas tendo como base o
leite de coco
4
ou suco de frutas tropicais e cachaça.
5
A cachaça é considerada uma bebida destilada (às vezes erradamente
dita fermentada) típica do Brasil e muitas vezes escrita erradamente (cashaça
ou cachaca). É um destilado do suco do açúcar não refinado extraído da cana,
a ser degustado na caipirinha e nas batidas locais
6
ou pura. A cachaça surgiu
de tentativas dos colonos de fabricar um destilado a base do bagaço da uva
dando origem à aguardente, um destilado de suco de cana de açúcar. O
estágio final do processo de destilação deu lugar à cachaça, considerado um
licor de cor ámbar.
7
A cachaça no passado era esnobada, considerada bebida
pobre das pessoas do interior, mas há alguns anos conquistou o coração do
Rio de Janeiro. Obtida do álcool da cana de açúcar é um rum brasileiro
8
, muito
forte (acima de 40°) e com um gosto variado, dependendo do tonel onde foi
envenhecida. É curioso perceber que os italianos não conseguem definir o que
é a cachaça, dizendo ser um lícor, um rum, um fermentado ou outro tipo
qualquer tamanha é a estranheza com relação à bebida.
As etiquetas coloridas, às vezes com referências sexuais, são um
reflexo da origem popular da bebida”.
9
Aconselha-se depois da cachaça beber
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 131.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
3
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 131.
4
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 105.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 - novembro de 2006, página 4.
6
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
7
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 65.
8
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 122.
9
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 198
Maria Cristina Caponero
uma cerveja gelada.
1
A cachaça é muito famosa por ser a base da da famosa
caipirinha, considerada uma bebida nacional, célebre, famosa, mito brasileiro,
2
preparada a base de suco de limão, açúcar e gelo e cachaça.
3
Beber uma
caipirinha na praia ou na bar da piscina é um ritual obrigatório.”
4
A cachaça e a
caipirinha representam a Imagem do Brasil, são divulgadas em 53% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 40% das não
pertencentes e em 50% das revistas especializadas.
A tabela 8 a seguir demonstra os dados acima citados em relação à
gastronomia brasileira apresentando um inventário de bens e esclarecendo-se
que constam somente os que em algum momento foram divulgados. É
oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada a sua
divulgação em um determinado discurso textual, não importando quantas vezes
aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão,
considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de
fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
1
Idem.
2
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 122.
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
4
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, no. 12,
dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
A Imagem do Brasil na Itália 199
Maria Cristina Caponero
O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO - ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO À
GASTRONOMIA BRASILEIRA
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
12 70% 13 87% 10 71% - -
Plantações:
8
47% 2 13% 5 36% - -
- Algodão 1 6% 1 7% - - - -
- Cacau 4 23% 1 7% - - - -
- Café - - - - 1 7% - -
- Cana de açúcar 5 29% 2 13% 2 14% - -
- Mandioca 3 18% - - 3 21% - -
- Milho - - - - 1 7% - -
- Seringueira 3 18% - - 1 7% - -
- Soja - - - - 1 7% - -
- Tabaco 1 6% - - - - - -
Gastronomia:
Qualidade 4 23% 6 40% 1 7% - -
Variedade 4 23% 6 40% 2 14% - -
Influência indígena 1 6% 2 13% - - - -
Influência africana 6 35% 7 47% 2 14% - -
Influência italiana 1 6% - - - - - -
Infl.portuguesa 2 12% 4 27% 1 7% - -
Café 3 18% 1 7% 1 7% - -
Água de coco 1 6% 2 13% 2 14% - -
Guaraná 3 18% 2 13% 1 7% - -
Batida 1 6% 1 7% 2 14% - -
Cachaça, Caipirinha
9 53% 6 40% 7 50% - -
Capeta 3 18% - - - - - -
Cerveja 5 29% 5 33% 3 21% - -
Vinho 1 6% 1 7% 1 7% - -
Churrasco 7 41% 10 67% 6 43% - -
Farinha de Mandioca
4 23% 8 53% 4 28% - -
Acarajé 3 18% 2 13% 1 7% - -
Caruru - - - - 1 7% - -
Feijoada 8 47% 7 47% 3 21% - -
Frutas 4 23% 6 40% - - - -
Peixe e Fr. do mar 7 41% 8 53% 2 14% - -
Moqueca - - 1 7% 1 7% - -
Pão de Queijo 1 6% - - 3 21% - -
Pirão 1 6% - - - - - -
Quindim - - - - 1 7% - -
Vatapá 3 18% - - 1 7% - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 8: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em relação à Gastronomia
A Imagem do Brasil na Itália 200
Maria Cristina Caponero
4.8. Os Produtos Brasileiros
Os produtos brasileiros são considerados bens pertencentes ao
Patrimônio Cultural, devido a sua importância na cultura e formação da
identidade do povo brasileiro. Os produtos brasileiros são divulgados em 80%
dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 64%
das revistas especializadas e em 47% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI.
Artesanato Local
Entre os séculos XVIII e XIX desenvolveu-se o artesanato e sua
comercialização criando uma nova classe social muito importante.
1
O artesanato
deveria representar a memória e a cultura da comunidade produtora, mas devido à
globalização vem sendo substituído por diversos outros produtos, descaracterizando a
identidade, como diz Pinho:
“Por vocação, o produto artesanal deveria ser o legítimo representante e a
memória material de uma comunidade, revelada através de traços, formas,
funções e cores. Deveria ser o porta-voz das histórias e da cultura das
comunidades produtoras, elaborado por mãos talentosas, mestres
surpreendentes e grupos de aprendizes. O objeto artesanal deveria ser o
portador autêntico de raízes originais, o mensageiro dinâmico, transformador
de sonhos e ideais em matéria. Deveria representar o espírito da ação coletiva,
de almas unidas, inconscientes e conscientes, inseridos num contexto que
funde magia e história. (...) Este certificado de origem, que seria natural ao
produto artesanal, tem sido substituído nos últimos anos, por uma imensa
invasão de estereótipos externos e desnaturalizados que assolam e invadem
as imagens, os objetos e os diversos produtos, provocando absoluta e
profunda descaracterização da identidade. Assustadoramente, a
globalização,
efeito constrangedor e maléfico, quando mal utilizado, vem causando ao
universo do artesanato conseqüências desastrosas”.
2
(Pinho, 2002:169)
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
2
PINHO, Maria Sonia Madureira de. Produtos Artesanais e Mercado Turístico. In: Murta, Stela Maris e
Albano, Celina (Org.). Interpretar o Patrimônio um exercício do olhar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 201
Maria Cristina Caponero
Embora alguns digam que se tratando de produtos artesanais, “apesar
da abundância de oferta, é muito difícil encontrar artesanato de qualidade,
exceto em Trancoso que devido a uma clientela sofisticada encontram-se
objetos tradicionais interessantes”,
1
os italianos valorizam os produtos
artesanais indígenas de Manaus,
2
do Pantanal e de Porto Seguro,
caracterizados por cestos e artigos em pena e/ou sementes,
3
assim como os
produtos típicos do nordeste diferenciados pela beleza e expressividade,
4
em
especial o artesanato de Recife, com seus artigos em couro e pele pintados à
mão e os objetos em corda e a cerâmica
5
e o do Ceará,
6
famoso e valorizado
por produzir objetos segundo técnicas do passado.
7
Podem-se encontrar belos
produtos típicos da região, tais como instrumentos musicais, esculturas,
cerâmica, objetos em terracota ou madeira, tapetes e muitos outros artigos,
8
,
9
mas, dentre os produtos que mais atraem os italianos destacam-se as
famosas
10
e confortáveis redes de algodão
11
com bordas rendadas ou franjas
longas, e as belas e excelentes rendas feitas à mão,
12
as quais podem ser
compradas das ‘rendeiras’, mulheres que fazem as redes.
13
O artesanato local
é divulgado em 67% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI, em 47% das pertencentes e em 36% das revistas
especializadas.
1
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 116.
2
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
4
Idem, página 5.
5
Idem, página 19.
6
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 8.
7
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 17.
9
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 9.
10
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 4.
11
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 54.
12
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 4.
13
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
A Imagem do Brasil na Itália 202
Maria Cristina Caponero
Camisetas e Biquínis
A moda também é um bem pertencente ao patrimônio cultural, sendo
famosos os biquínis e camisetas brasileiros que consideram a moda de verão
sensual e colorida e traduz o espírito do Brasil,
1
em particular as alegres,
simpáticas e divertidas camisetas estampadas,
2
divulgadas em 20% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 12% das
pertencentes e em 14% das revistas especializadas. Também a grande
variedade de biquínis coloridíssimos
3
,
4
é divulgada em 36% das revistas
especializadas, em 29% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 27% das não pertencentes, os quais recomenda-
se que não se deixe de comprá-los,
5
,
6
pois são imperdíveis, fabulosos,
7
famosos e imitados no mundo inteiro,
8
souvenires baratos que sempre
agradam.
9
No Brasil existe a fenomenologia do biquíni
10
liderada pelas marcas
Rosa Chá e Bum Bum de Ipanema
11
,
12
, para explicar o uso do biquíni como um
traje comum do dia a dia, dizem que no Rio de Janeiro o biquíni é praticamente
um vestido, pois se vai para a praia e depois com uma pareô ou camiseta
passeia-se pela cidade.
13
1
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32
2
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
3
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 36.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
5
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 36.
6
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
7
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 116.
8
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32
9
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 54
10
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 122.
11
Idem.
12
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 132.
13
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 122.
A Imagem do Brasil na Itália 203
Maria Cristina Caponero
Sandálias Havaianas
As famosas sandálias Havaianas também são um bem cultural que
representam a Imagem do Brasil, são muito divulgadas e desejadas pelos
italianos. São divulgadas em 41% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 7% das não pertencentes e em 7% das revistas
especializadas. São fabricadas pela Alpargatas em borracha, cômodas,
resistentes e econômicas. Dizem que as Havaianas foram produzidas em 14 de
junho de 1962 e eram consideradas o calçado dos pobres, dos sem-terras, dos
hippies e dos artistas. Jorge Amado as considera um símbolo de igualdade:
“sandálias para os mais ricos e para os mais pobres”. Em 1994 as/os modelos
as descobriram, em 1998 foram o emblema do Brasil na Expo de Lisboa e
foram utilizadas por Luciano Huck e Angélica em seu casamento além destes
tê-las oferecido aos convidados. Destaca-se a grande produção destas
sandálias, uma vez que a fábrica de Campina Grande produz cinco pares por
secundo e 105 milhões ao ano.
1
Produtos Diversos
Diz-se que no Brasil é difícil resistir à tentação de comprar
2
devido a
grande variedade e ao baixo preço dos produtos, até mesmo devido ao câmbio
euro/real ser favorável permitindo comprar muitas coisas gastando
pouquíssimo.
3
Recomenda-se para que não se deixe de comprar os CDs de
música brasileira;
4
as típicas figas, consideradas amuletos, tão estranhas aos
italianos que são descritas como um “objeto entalhado em madeira
representando um punho fechado com o polegar erguido entre o dedo
indicador e o dedo médio.
5
Outro amuleto são as coloridas fitas do Nosso
1
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 98.
2
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 131.
3
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 5.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
5
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 9.
A Imagem do Brasil na Itália 204
Maria Cristina Caponero
Senhor do Bonfim, típicas de Salvador de Bahia
1
que por também serem
desconhecidas da cultura italiana assim como as figas, explica-se claramente o
seu significado e utilização: são coloridas fitas que devem ser amarradas no
pulso ou no tornozelo com três nós, sendo que para cada um deve-se fazer um
pedido a ser realizado
2
dentre os quais voltar ao Brasil...
3
Dentre os outros artigos artesanais que podem ser comprados
destacam-se as típicas garrafinhas de areia de Morro Branco, consideradas
autênticos afrescos de areia colorida moldados dentro de recipientes de vidro
4
e os belos artigos bordados,
5
os artigos em madeira, terracota
6
e em palha que
traduzem a singularidade e as tradições de cada região.
7
Ouro e Pedras Preciosas
Dentre os produtos que muito atraem os turistas estão as pedras preciosas e o
ouro ambos divulgados em 33% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI e em 23% das pertencentes. O Brasil é considerado um país
muito rico, um dos maiores produtores de ouro do mundo e um dos principais
fornecedores de pedras preciosas coloridas,
8
tanto nas minas como no leito dos rios
encontram-se praticamente todos os tipos de pedras preciosas, tais como topázio,
água-marinha, rubi, esmeralda, diamante, turmalina, ametista e outras
9
, as quais são
utilizadas na fabricação de belíssimos anéis, pulseiras, colares ou outros tipos de
jóias
10
. Com certeza os preços são convenientes, mas adverte-se para que sejam
comprados em joalherias confiáveis
11
e que se obtenha o certificado de garantia.
12
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
2
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 9.
3
Idem, página 41.
4
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
5
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
6
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
7
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 32.
8
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
9
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2005, página 36.
10
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
11
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 9.
12
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 205
Maria Cristina Caponero
As Jangadas
Pode-se dizer que embora as jangadas não possam ser exatamente
classificadas como um “produto”, são sem dúvida alguma, um bem cultural
muito divulgado e considerado um ícone do Brasil, um símbolo de Fortaleza,
1
representação da Imagem do Ceará e do estilo de vida do povo cearense. São
muito divulgadas não só pela sua forma de construção: típicas embarcações
2
à
vela de fundo plano, feitas com pedaços de madeira e usadas para a pesca no
Ceará,
3
,
4
,
5
mas também por serem consideradas primitivas e rústicas.
6
Aparecem em 35% das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
33% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI e
em 14% das Revistas Especializadas.
A tabela 9 a seguir demonstra os dados acima citados em relação aos
produtos brasileiros pertencentes ao Patrimônio Cultural, apresentando um
inventário de bens e esclarecendo-se que constam somente os que em algum
momento foram divulgados. É oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter
sido constatada a sua divulgação em um determinado discurso textual, não
importando quantas vezes aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para
melhor compreensão, considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em
relação ao total de fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 5.
2
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 10.
4
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 32.
5
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 71.
6
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 91.
A Imagem do Brasil na Itália 206
Maria Cristina Caponero
O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO – ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO AOS
PRODUTOS BRASILEIROS
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
8 47% 12 80% 9 64% - -
Artesanato Local 8 47% 10 67% 5 36% - -
Biquínis e
Tangas
5 29% 4 27% 5 36% - -
Camisetas 2 12% 3 20% 2 14% - -
CD - - 3 20% - - - -
Cerâmica 4 23% 4 27% - - - -
Artigos em
Couro
2 12% 3 20% - - - -
Artigos em
Madeira
2 12% 6 40% - - - -
Artigos em Palha - - 2 13% - - - -
Artigos em
Pedra Sabão
1 6% - - - - - -
Artigos em
Terracota
2 12% 3 20% - - - -
Esculturas 1 6% - - - - - -
Figa - - - - - - - -
Fitas do Senhor
do Bonfim
- - 1 7% - - - -
Garrafinhas de
areia
- - 1 7% 1 7% - -
Instrumentos
Musicais
1 6% - - - - - -
Ouro 1 6% - - - - - -
Pedras
Preciosas
4 23% 5 33% - - - -
Pele 2 12% 2 13% - - - -
Redes de
Algodão
- - 3 20% 3 21% - -
Sandálias
Havaianas
7 41% 1 7% 1 7% - -
Tapetes 1 6% - - - - - -
Jangadas 6 35% 5 33% 2 14% - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 9: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estenótipos em Relação aos
Produtos Brasileiros
A Imagem do Brasil na Itália 207
Maria Cristina Caponero
4.9. O Patrimônio Artístico Brasileiro
O Patrimônio Artístico faz parte do Patrimônio Cultural e representa uma
das Imagens do Brasil mais divulgadas, embora extremamente estereotipada.
É divulgado em 88% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 87% das não pertencentes, em 71% das revistas especializadas e
em 36% dos artigos diversos. As expressões artísticas são exaltadas e
valorizadas em todas as suas formas, sendo, sem dúvida, a música a forma de
arte mais desenvolvida, talvez devido às suas raízes africanas
1
e por isso
Salvador é a cidade onde existem mais brasileiros de talento na música, na
literatura e na arte.
2
Dança e/ou Música
A dança e a Música são as principais Imagens do Brasil, são divulgadas
em 88% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
87% das não pertencentes, em 71% das revistas especializadas e em 28% dos
artigos diversos. A música brasileira assim como a dança é considerada
mágica·, intensa, envolvente·, efervescente·, autêntica e desenvolvem um
papel muito importante na vida do povo brasileiro
3
que ama a música
4
e fazem
com que sua alma secreta esteja na sensualidade de sua música e de sua
dança.
5
O Brasil é considerado um país onde a música está presente em todas
as localidades,
6
garantindo divertimento durante toda a semana,
7
pode-se
escutar boa música de diversos artistas brasileiros.
8
Destacando-se o Ceará,
9
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
2
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 12.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
4
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 8.
5
DIMENSIONE TURISMO. Brasil – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 7.
7
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 13
8
Idem, página 9.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
A Imagem do Brasil na Itália 208
Maria Cristina Caponero
Salvador
1
e o Rio de Janeiro
2
como sendo locais repletos de musicalidade,
considerada uma verdadeira arquitetura de música com mistura de estilos. A
música é tão importante que dizem que o Rio de Janeiro recebe o visitante
dançando.
3
A música brasileira tem radicais e tradições distantes, pois tiveram
origem de diversas culturas, alguns ritmos tiveram forte influência indígena,
principalmente dos índios Bororo,
4
alguns sons foram importados dos escravos
africanos no final do século dezessete, século de influências culturais e raciais
que originaram estilos musicais diversos,
5
diz-se que a variedade musical é
tanta que o Brasil é considerado um caldeirão de criatividade musical.
6
Dentre os ritmos divulgados destacam-se a bossa nova, considerada um
ícone musical, o choro, o forró, o frevo, a MPB, o samba, o sertanejo, o
tropicalismo, os quais fazem parte dos diversos estilos difundidos em todo o
país.
7
A música nordestina (erradamente dita pelos italianos com “nordestinha’)
é considerada típica e a mais autêntica,
8
porém a menos conhecida do
universo sonoro brasileiro,
9
apesar de o recente e efervescente axé na Bahia
10
alegrar o carnaval baiano e ser difundido em todo o nordeste
11
. Destacam-se
1
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
2
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 14.
3
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 124.
4
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 63.
5
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
6
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 63.
7
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 26
8
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
9
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 112.
10
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta,
con le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio
2005, página 60.
11
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 26.
A Imagem do Brasil na Itália 209
Maria Cristina Caponero
os trios elétricos na Bahia, descritos como grupos musicais que fazem as
pessoas dançar nas ruas e nas praças
1
e fazem com que Salvador seja
considerada uma cidade cheia de música,
2
mas aprender a dançar como um
baiano é uma missão impossível.
3
O axé é divulgado em 7% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, das revistas especializadas
e dos artigos diversos e em 6% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI.
O forró que se originou com os antigos escravos é considerado o
‘samba’ do Ceará,
4
é um ritmo musical muito popular que tem como base o
triângulo e os grandes tambores africanos,
5
é também uma dança típica do
nordeste
6
, vivaz e sensual,
7
,
8
,
9
pois se dança em um ritmo desencadeado,
10
esfregando-se nas pernas das moças.
11
É uma obrigação conhecê-lo!
12
O forró
é divulgado em 29% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI, em 28% das revistas especializadas e em 27% das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI.
Destacam-se também o frevo, classificado como uma espécie de polca
típica de Pernambuco
13
, uma espetacular dança acrobática interpretada com
fantasias tradicionais do folclore Pernambuco, é alegre e explosivo
14
, divulgado
em 18% dos catálogos das Operados de Turismo pertencentes à ASTOI e em
1
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 58.
3
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 115.
4
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 8.
5
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 113.
6
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
7
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 63.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 32.
10
Idem.
11
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 91.
12
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 12.
13
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
14
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
A Imagem do Brasil na Itália 210
Maria Cristina Caponero
7% das não pertencentes e revistas especializadas; o maculele, dança
acrobática que utiliza bastões e espadas e que lembra a colheita da cana de
açúcar
1
, divulgado em 6% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI; o maracatu em Pernambuco
2
, divulgado em 13% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 12% das não
pertencentes; a milonga na região sul
3
, divulgada em 7% das revistas especializadas;
a MPB, música popular brasileira, divulgada em 14% das revistas especializadas e em
7% dos artigos diversos; o reggae no Maranhão, divulgado em 14% das revistas
especializadas, em 7% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à
ASTOI e em 6% das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, sendo São Luís
considerada a capital do reggae brasileiro
4
e o rock em Recife, considerada a
‘Seattle do Brasile’ pela difusão das bandas de rock que acrescentaram na
música os sons tradicionais das várias regiões
5
, divulgado em 7% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e revistas especializadas.
Mas, indiscutivelmente o ritmo que mais representa a Imagem de
Salvador
6
, do Rio de Janeiro e do próprio Brasil
7
, representando também a
identidade nacional, é o divertido, animado
8
e eletrizante samba
9
que recebeu
influência do Lundu, dança africana considerada o pai do samba, da polca,
habanera, maxixe e tango
10
. Surgiu no Brasil para depois se difundir em todo o
mundo.
11
O samba é divulgado em 70% dos catálogos das Operadoras de
1
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 45.
2
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
3
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 63.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 61
5
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 63.
6
Idem.
7
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 84.
8
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
9
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 9.
10
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 26.
11
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
A Imagem do Brasil na Itália 211
Maria Cristina Caponero
Turismo pertencentes à ASTOI, em 40% das não pertencentes, em 28% das
revistas especializadas e artigos diversos.
Dentre os cantores e compositores brasileiros mais conhecidos e
divulgados na Itália, destacam-se Caetano Veloso, Gilberto Gil
1
, Vinicius de
Moraes e Antônio Carlos Jobim que compuseram a uma das canções mais
famosas do mundo: Garota de Ipanema
2
, transformada em música símbolo do
espírito carioca e o grupo Sepultura, famosa banda de heavy metal de Belo
Horizonte muito conhecida dos jovens estrangeiros
3
.
A capoeira era uma mística técnica de combate introduzida no país por
volta de 1500, pelos escravos negros provenientes de Angola.
4
Era uma arte
de defesa dos escravos negros
5
e foi transformada em um tipo de dança
acrobática,
6
,
7
sendo um espetáculo único no mundo e que contagia toda a
Europa
8
com a elegância da dança e a magia da música brasileira.
9
É ainda
considerada uma mistura de dança, luta, arte marcial
10
,
11
e jogo, no meio do
caminho entre o lúdico e o ritual,
12
uma espécie de Judô
13
que utiliza todas as
1
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 63.
2
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 130.
3
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 63.
4
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
5
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 112.
6
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 68.
7
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 115.
8
BIFFI, Gianni. Ballando nella Favela. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 49, 4 de
dezembro de 2005, página 64.
9
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
10
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 7, julho de 2005, página 123.
11
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 45.
12
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 111.
13
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
A Imagem do Brasil na Itália 212
Maria Cristina Caponero
partes do corpo.
1
A capoeira assim como o samba e o Carnaval tiveram origem
no Rio de Janeiro
2
e representam a Imagem do Brasil, sendo tão enraizadas na
vida dos brasileiros que se diz que os brasileiros nascem doentes por futebol e
capoeira, aprendendo quando ainda pequenos
3
. O berimbau é um instrumento
de corda que acompanha o rítmo da capoeira.
4
A capoeira é divulgada em 53%
dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 28% das
revistas especializadas, em 20% dos catálogos das Operadoras de Turismo
não pertencentes à ASTOI e em 7% dos artigos diversos.
Artistas
Poucos são os artistas conhecidos, destacam-se apenas Angélica e
Luciano Huck por serem citados como exemplos de pessoas famosas que
usam sandálias Havaianas e a atriz Maria Fernanda Cândido por ser
protagonista da novela Terra Nostra, telenovela que foi muito acompanhada
pelos brasileiros e tem como protagonistas dois italianos.
5
Escritores
São Luís no Maranhão é conhecida como a Atenas Brasileira por ser a
cidade natal de muitos escritores importantes
6
. Os escritores são divulgados
em 41% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
27% das não pertencentes e em 14% das revistas especializadas. Dentre os
escritores conhecidos destacam-se Gilberto Freyre, mais importante
antropólogo brasileiro; Jorge Amado, conhecido como Amato, por ser o escritor
1
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
2
BIFFI, Gianni. Ballando nella Favela. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 49, 4 de
dezembro de 2005, página 64.
3
Idem.
4
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
5
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
6
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
A Imagem do Brasil na Itália 213
Maria Cristina Caponero
mais amado e premiado
1
e o que melhor soube interpretar os segredos da sua
pátria, a Bahia,
2
,
3
o império da cana de açúcar
4
e a vivacidade de seu povo
5
, é
o mais divulgado, aparecendo em 35% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 20% das não pertencentes e em 14% das
revistas especializadas; José de Alencar por ter escrito “O Guarani” e Paulo
Coelho, cujos livros foram impressos mais de quarenta milhões de cópia em
todo o mundo.
6
1
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 44.
2
Idem, página 41.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
4
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, páginas 112.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
6
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 214
Maria Cristina Caponero
A tabela 10 a seguir demonstra os dados acima citados em relação ao
Patrimônio Artístico apresentando um inventário de determinados bens e
esclarecendo-se que constam somente os que em algum momento foram
divulgados. É oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada
a sua divulgação em um determinado discurso textual, não importando quantas
vezes aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão,
considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de
fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
O PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO – ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO AO
PATRIMÔNIO ARTÍSTICO
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
15 88% 13 87% 10 71% 5 36%
Música e/ou
Dança:
15
88% 13 87% 10 71% 4 28%
- Axé 1 6% 1 7% 1 7% 1 7%
- Bossa Nova 2 12% - - 3 21% 1 7%
- Capoeira 9 53% 3 20% 4 28% 1 7%
- Chorinho 1 6% - - 1 7% - -
- Frevo 3 18% 1 7% 1 7% - -
- Forró 5 29% 4 27% 4 28% - -
- Lambada - - - - 1 7% - -
- Maculele 1 6% - - - - - -
- Maracatu 2 12% 2 13% - - - -
- Milonga - - - - 1 7% - -
- MPB - - - - 2 14% 1 7%
- Reggae 1 6% 1 7% 2 14% - -
- Rock - - 1 7% 1 7% - -
- Samba 12 70% 6 40% 4 28% 4 28%
- Sertanejo 1 6% - - - - - -
Artistas:
-
- - - 2 14% - -
- Angélica - - - - 1 7% - -
- Luciano Huck - - - - 1 7% - -
- Maria Fernanda
Cândido
- - - - 1 7% - -
Cantores e
Compositores:
2
12% 3 20% 5 36% 2 14%
- Alcione - - - - - - 1 7%
- Baden Powell 1 6% - - - - 1 7%
A Imagem do Brasil na Itália 215
Maria Cristina Caponero
- Beth Carvalho - - - - - - 1 7%
- Caetano Veloso 2 12% 1 7% 2 14% - -
- Carlinhos
Brown
- - - - 1 7% 1 7%
- Chico Buarque - - - - 1 7% - -
- Daniela
Mercury
- - - - 1 7% 1 7%
- Elis Regina - - - - - - 1 7%
- Elza Soares - - - - - - 1 7%
- Gilberto Gil 2 12% 1 7% 2 14% - -
- Ivete Sangalo - - - - - - 1 7%
- João Gilberto 1 6% 1 7% 1 7% - -
- Leny Andrade - - - - - - 1 7%
- Olodum - - 1 7% 1 7% - -
- Sepultura 1 6% - - 1 7% - -
- Tom Jobim 2 12% - - 3 21% - -
- Toquinho 1 6% - - - - - -
- Vinicius de
Moraes
2 12% 2 13% 2 14% 1 7%
- Zeca
Pagodinho
- - - - - - 1 7%
Escritores:
7
41% 4 27% 2 14% - -
- Gilberto Freyre 1 6% - - - - - -
- Jorge Amado
(Amato)
6 35% 3 20% 2 14% - -
- José de
Alencar
2 12% 1 7% - - - -
Repentistas - - - - 1 7% - -
Novela: - - - - 3 21% - -
- Terra Nostra - - - - 2 14% - -
Corredores:
-
- - - 1 7% 1 7%
- Airton Senna - - - - - - 1 7%
- Barrichello - - - 1 7% - -
Pintor e
Escultor:
3
18% 2 13% - - - -
- Antonio
Francisco
Lisboa,
Aleijadinho
(1730-1814)
3 18% 2 13% - - - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 10: O Patrimônio Cultural Brasileiro – Estereótipos em relação ao
Patrimônio Artístico
A Imagem do Brasil na Itália 216
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 5 – O PATRIMÔNIO ANTROPOLÓGICO
Partindo-se do princípio de que conhecer uma terra é conhecer as
pessoas que a habitam ou que a habitaram,
1
muito se divulga sobre a Imagem
do Povo Brasileiro por representarem a Imagem do próprio Brasil. O Patrimônio
Antropológico Brasileiro, logo após do Patrimônio Natural é o que mais
representa a Imagem do Brasil na Itália, é divulgado em 100% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 93% das não pertencentes,
em 28% dos artigos diversos e em 7% das revistas especializadas.
O brasileiro é um povo que resulta de relações complexas e prolongadas entre
três raças ou etnias, relações estas não apenas biológicas, mas históricas e culturais,
como visto anteriormente, mas que acabaram criando um povo possuidor de uma
unidade étnica básica que caracteriza o Patrimônio Antropológico Brasileiro
A EMBRATUR muito divulga sobre essa Imagem do Povo Brasileiro e criou o
slogan “O melhor do Brasil é o Brasileiro”, com base nas qualidades do seu povo,
passando a Imagem que este é o melhor atrativo do país na esperança de que os
estrangeiros encantem-se pelo país por meio deste, ou seja, o povo brasileiro é uma
vertente explorada pelos meios de comunicação para divulgar a Imagem do Brasil,
incluindo todos os estereótipos a ele atribuídos, desde o seu modo de ser, sua beleza,
principalmente a da mulher brasileira, sua sensualidade, misticismo, alegria, felicidade,
musicalidade, doçura, cortesia, cordialidade, espontaneidade, hospitalidade, ausência
de racismo e preconceitos, mas também a malandragem, indolência, a esperteza, a
diversão e tantos outros estereótipos que foram incorporados como símbolos do povo
brasileiro e são quase sempre associados ao emotivo fazendo-se poucas alusões ao
intelecto ou à razão ou quando se faz é de forma negativa. “Emerge [a imagem]
(...) de uma terra de povo não educado, com um líder pouco esclarecido,
incapaz de ajudar seu povo a realizar seu potencial”.
2
(Manthorme, Katherine,
1996:68 apud Bignami, 2002:90).
1
BERTOLOTTI, Patrizia. Indios, il popolo silenzioso. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 50.
2
MANTHORME, Katherine E. O imaginário brasileiro para o público norte-americano do século XIX.
In: Brasil dos Viajantes. Revista USP. São Paulo, USP, jun/jul/ago 1996, páginas 60-71 apud BIGNAMI,
Rosana, Op. Cit.
A Imagem do Brasil na Itália 217
Maria Cristina Caponero
Densidade Demográfica
O Brasil é considerado o 6
o
. país do mundo em população,
1
possuindo
aproximadamente 160.000.000 habitantes
2
(ou 170.000.000)
3
sendo 5,5
milhões de estrangeiros, os quais vivem de uma maneira exuberante.
4
Estima-
se que na “Grande São Paulo” vivam 17 milhões de pessoas, classificando-a
em terceiro lugar dentre as maiores metrópoles do mundo e tem o privilégio de
acolher um grande número de comunidades étnicas de diferentes
proveniências.
5
O Rio de Janeiro possui 12 milhões de habitantes, sendo que
40% destes vive em favelas.
6
Somente no nordeste do Brasil vive o número
equivalente à metade da população da Itália,
7
sendo que apenas o Ceará
possui sete milhões e meio de habitantes, destacando-se Fortaleza com 2
milhões de habitantes
8
(ou 2.200.000)
9
, sendo a quinta cidade brasileira em
número de habitantes.
10
,
11
Porto Seguro é uma cidade com aproximadamente
100.000 habitantes
12
e o Pantanal possui um número escasso de habitantes.
A densidade demográfica é divulgada em 27% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 21% das revistas
especializadas, em 14% dos artigos diversos e em 6% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI.
1
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 60.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
3
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
4
Idem.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 23.
6
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
7
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
8
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 98.
9
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
10
Idem.
11
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
12
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
A Imagem do Brasil na Itália 218
Maria Cristina Caponero
5.1. As Características Étnicas do Povo Brasileiro
As características étnicas do povo brasileiro são muito divulgadas, pois
muitas vezes explicam a identidade cultural brasileira. São divulgadas em 88%
dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 57% das
revistas especializadas, em 47% dos catálogos das Operadoras de Turismo
não pertencentes à ASTOI e em 21% dos artigos diversos.
Em termos étnicos, a Imagem do Povo Brasileiro é de um povo único,
1
uma mistura ideal de raças
2
, uma resultante da miscigenação de três raças,
da fusão harmônica entre brancos portugueses, indígenas e escravos negros
africanos
3
e
4
os quais são responsáveis pela formação da identidade cultural
brasileira e pela construção da Imagem do Povo Brasileiro,
5
sendo também a
justificativa para a alegre unicidade do povo brasileiro
6
e para o fato de o povo
brasileiro ser um povo ordeiro e sem preconceitos,
7
pois aqui convivem
harmoniosamente diversas religiões e diversos povos que se misturam e se
aceitam, facilitando as igualdades sociais. Ortiz utiliza-se de parâmetros como
clima e raça, para explicar a natureza do povo brasileiro que é considerado
indolente em função de suas raízes: “É folgado porque é negro, mestiço ou
índio no sangue”.
Hoje em dia vivencia-se um movimento de contestação desses
estereótipos que, durante séculos fundamentaram ‘a grande nação brasileira”.
8
Segundo Lara “o mito do povo brasileiro pacífico, feliz mistura de três raças e
por isso sem preconceitos, assim como um povo unido, pois no Brasil não há
1
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
2
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
3
Idem, página 12.
4
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
5
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
6
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
7
LARA, Silvia Monteiro de Castro. E assim nos Tornamos Brasileiros. In: FRANÇA, Vera
(organizadora). Imagens do Brasil
: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002.
8
LARA, Silvia Monteiro de Castro. E assim nos Tornamos Brasileiros. In: FRANÇA, Vera
(organizadora). Imagens do Brasil: modos de ver, modos de conviver. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2002,
página 87.
A Imagem do Brasil na Itália 219
Maria Cristina Caponero
guerras separatistas ou religiosas é impróprio e questionável, pois neste
contexto pode ocorrer desigualdade social e discriminação que se articulam no
que se convencionou denominar de exclusão social, assentada em discriminações e
preconceitos de todo tipo: sócio-econômico, étnico e cultural, ou em outras palavras:
dominação, exploração e exclusão interagem”.
1
(Lara, 2002:19)
Essa miscigenação também pode ser observada na coloração da pele
dos brasileiros, são as cores das diferentes raças que compõem esta complexa
sociedade
2
. Page diz que “uma visão panorâmica da população brasileira
revelaria colorações de pele de todas as tonalidades possíveis, do preto mais
escuro ao branco mais claro, da tonalidade de cobre dos índios à cor amarela
dos orientais”.
3
(Page apud Bignami, 2002: 45)
Os brancos europeus
O povo e a cultura são uma forte mistura de influência portuguesa,
holandesa, francesa e africana
4
mas também belga e inglesa,
predominantemente na Região Sul do Brasil, onde a maior parte dos habitantes
é descendente de imigrantes alemães, italianos, suíços ou da Europa oriental
5
com história, folclore, música e danças famosas em todo o país.
6
Os brancos
europeus são divulgados em 23% dos artigos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 7% das não pertencentes e dos artigos diversos.
Embora se diga que a “essência da alma composta do Brasil é a sua
gente, uma mistura de sangue belga, holandês, inglês, africano, não se pode
esquecer da antiga índole dos índios (...): é uma índole doce, honesta, gentil e
que respeitadora da natureza”.
7
1
LARA, Silvia Monteiro de Castro. Op. Cit., página 19.
2
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
3
PAGE, Joseph A. The Brazilians. EUA: Perseus Boods, 1995 p. 58 apud BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
4
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 18.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 26.
6
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 18.
7
BOLKAN, Florinda apud SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli
hippy. Itália: Revista Gulliver, junho de 2005, página 84.
A Imagem do Brasil na Itália 220
Maria Cristina Caponero
Os Índios
Os índios do Brasil são muito retratados nas reportagens sobre o Brasil
como se fossem a maioria da população e fossem encontrados com
freqüência. São divulgados em 53% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 50% das revistas especializadas, em 40% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI e em 14%
dos artigos diversos.
Divide-se em diversas tribos, são mais de 285, sendo 180 somente na
Região Amazônica
1
dentre eles os bororos, caduveos, canayurás, carajás,
moros, mundurucus, nambikwaras, pataxos, tapuias, tupinambás, xavantes e
yanomanis. Na realidade não se conhece muito sobre eles, pois é um povo que
permaneceu isolado do mundo exterior
2
, vivendo em comunidades muito
fechadas e mantendo os usos e costumes de seus antepassados.
3
,
4
“Escondidos, é o termo mais apropriado, entre as florestas e os bosques
tropicais, os índios, antigos habitantes do Brasil, tentam resistir ao avanço do
progresso, às multinacionais e tentam sobreviver apesar do encontro com o
homem branco”.
5
,
6
Dentre eles o que temos mais notícias e documentários são
os Yanomanis
7
que vivem na Floresta Amazônica, os xavantes que são
atualmente cerca de 15.000 índios e os pataxos, considerada a última tribo
existente na costa da época da descoberta portuguesa.
8
1
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 132.
2
BERTOLOTTI, Patrizia. Indios, il popolo silenzioso. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 49.
3
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 68.
4
Brasile: un Paese a Colori, Revista In the World, número 17, página 68.
5
BERTOLOTTI, Patrizia. Indios, il popolo silenzioso. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 48.
6
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 52.
7
BERTOLOTTI, Patrizia. Indios, il popolo silenzioso. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 49.
8
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 66.
A Imagem do Brasil na Itália 221
Maria Cristina Caponero
Manaus é a região que mais sofreu influência indígena em todos os
aspectos da vida cotidiana
1
. À cultura indígena cabe o aspecto exótico, seus
ritos e rituais, embora se questione a autenticidade dos índios ao dizer que
para se encontrar índios autênticos muitas vezes é necessário ter vistos ou
permissões de visitas a áreas reservadas. Algumas reportagens dizem que “os
índios que se encontram facilmente nas excursões turísticas não são índios
autênticos”.
2
(Bignami, 2002:121)
Quem tem interesse pelo turismo étnico, não deve permanecer
indiferente à cultura indígena.
3
Uma viagem à Reserva Xixuaú-Xiparina é uma
experiência única, uma imersão em uma cultura muito diferente da ocidental
4
e
que deve ser preservada, por ter sido muito importante para a formação da
identidade e da cultura do povo brasileiro, dos mitos e ritos em relação com a
natureza.
Os Negros Africanos
Os escravos negros africanos foram os que mais influenciaram na
história do Brasil,
5
por isso diz-se que o Brasil tem uma alma negra fortemente
relacionada com o elemento místico e se manifesta por intermédio dos rituais,
crenças e mitos provenientes da cultura de numerosos escravos vindos da
Guiné, de Angola e do Congo que trouxeram com eles a sua religião.
6
Os
negros africanos são divulgados em 29% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 21% das revistas especializadas e em 7%
dos catálogos das Operadoras não pertencentes à ASTOI e dos artigos
diversos.
1
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 48.
2
BIGNAMI, Rosana. Op. Cit.
3
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 50.
4
Idem, página 52.
5
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 13.
6
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
A Imagem do Brasil na Itália 222
Maria Cristina Caponero
A hereditariedade étnica e cultural africana emerge em Salvador
1
considerada a capital da alma do Brasil,
2
,
3
muito mais do que qualquer outra
cidade, pois na Bahia as diversas culturas e etnias misturam-se em um
encontro rico de contaminação dando origem a tudo que se pode definir como
autenticamente brasileiro
4
e à própria identidade brasileira,
5
originada de uma
harmônica fusão de culturas africanas, ameríndeas e européias.
6
Essa
mistura de raças contribuiu para sua alegre unicidade”,
7
vive-se um clima de
alegria e magia,
8
de catolicismo e animismo,
9
dando “a sensação de uma
agradável e doce alegria”.
10
Os baianos são felizes por serem negros
11
(afro), dizem-se afro-
brasileiros, têm orgulho de sua própria origem e consideram-se uma raça que
tem duas pátrias e que hoje representa 70% da população da cidade.
12
Essa
mistura é de grande riqueza cultural e histórica e faz da Bahia o berço de
muitos artistas e muitas artes
13
, como se pode observar na música e dança,
nos seus rituais, nas suas festas, na sua culinária, na sua vestimenta, nas suas
crenças e religiosidade.
14
,
15
Os caboclos
Os caboclos são os habitantes da floresta que tiveram influência
portuguesa e africana, são sobreviventes da escravidão, vivem isolados, e
1
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 23.
2
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
3
Brasile, la festa di Yemanjá. Itália: Revista L’Espresso, ano LI, no. 43, 03 de novembro de 2005, página 17
4
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 30.
5
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 15.
6
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
7
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
8
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 23.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 58.
10
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
11
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 37.
12
Idem.
13
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 23.
14
Idem.
15
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
A Imagem do Brasil na Itália 223
Maria Cristina Caponero
deram vida a uma cultura original em harmonia com seu ambiente.
1
Assim
como os indígenas, chamam-se de “mestiços” para indicar precisamente os
nativos com os quais os portugueses tiverem contato há três séculos
2
(erradamente divulgado “três séculos”). Eles defendem a sua espécie para
preservar a própria identidade,
3
vivem da pesca feita com pequenas lanças e
da agricultura: papaia, abacaxi, cana de açúcar e mandioca e são hábeis em
construir qualquer tipo de objeto com os materiais encontrados na floresta
4
.
Diz-se que hoje os caboclos são um povo que olha para o futuro com
desconfiança.
5
Os caboclos são divulgados em 13% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 6% das pertencentes e
em 7% das revistas especializadas.
5.2. As características Culturais do Povo Brasileiro
Para o entendimento do caráter e da identidade nacional do povo brasileiro é
importante ressaltar que os fatos históricos e as teorias raciais explicam sua formação
e servem para justificar a falta de preconceito racial no País. O que distingue o
povo brasileiro e que contagia o estrangeiro é o jeito, ou melhor, o modo de ser do
brasileiro, sua posição no confronto da vida, é o relaxar-se, deixar caminhar, viver o
dia a dia e não ficar nervoso com nada.
6
,
7
é sua vontade de viver,
8
sua própria energia,
alegria, felicidade, fantasia, musicalidade, hospitalidade, cordialidade e tantos outros
atributos do brasileiro e em especial dos nordestinos, cariocas e os baianos. O povo
brasileiro e suas características é divulgado em 94% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 87% das não pertencentes, em 57% das revistas
especializadas e em 14% dos artigos diversos.
1
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 132.
2
Idem, página 124.
3
Idem, página 122.
4
Idem, página 138.
5
Idem..
6
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 51.
8
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
A Imagem do Brasil na Itália 224
Maria Cristina Caponero
Acolhedor, Caloroso, Cordial, Generoso e Hospitaleiro
Diz-se que o povo brasileiro é cordial
1
, acolhedor
2
, caloroso
3
, generoso e
hospitaleiro sobretudo do nordeste, em Porto Seguro,
4
,
5
no Piauí
6
e no Ceará,
mais precisamente em Fortaleza onde o povo se caracteriza por ter um grande
calor humano, ser generoso e ter o espírito de hospitalidade,
7
pois o sol que
brilha quase todo o ano ilumina o espírito de um povo acolhedor por
excelência.
8
Essas características do povo brasileiro são estereótipos que
surgiram no passado e persistem até hoje fazendo com que o Brasil gere um
equilíbrio agradável ao visitante
9
representando uma das principais Imagens do
povo brasileiro. É divulgada em 47% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes e não pertencentes à ASTOI e em 7% das revistas especializadas
e artigos diversos.
Buarque de Holanda define a cordialidade do brasileiro “como uma
conseqüência da maneira como este se relaciona com a sociedade
10
. Na visão
dele “o desejo de estabelecer intimidade seria, uma das formas como se
expressaria a chamada ‘cordialidade brasileira’.”
11
(Holanda, 1978:109 apud
Pires, 2002:129). Segundo Pires, a hospitalidade, a generosidade e a
cordialidade do brasileiro têm origem no século passado e se camuflavam sob
o manto de outros interesses. Segundo ele “muitas hospedagens, no século
passado, ofereciam-se para aqueles que se encontravam em posições de
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
2
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 97.
3
SANTURRIONE, Silvia in BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana,
ano LXXV, no. 43, 23 de outubro de 2005, página 68.
4
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 18.
5
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
6
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 66.
7
Idem, página 48.
8
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
9
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 5
10
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 12ª. Edição, Rio de Janeiro, 1978 apud PIRES,
Mário Jorge. Raízes do Turismo no Brasil. Hóspedes, Hospedeiros e Viajantes no século XIX. 2ª. Edição.
São Paulo: Editora Manole, 2002, página 128.
11
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 12ª. Edição, Rio de Janeiro, 1978 apud PIRES,
Mário Jorge. Raízes do Turismo no Brasil. Hóspedes, Hospedeiros e Viajantes no século XIX. 2ª. Edição.
São Paulo: Editora Manole, 2002.
A Imagem do Brasil na Itália 225
Maria Cristina Caponero
mando em troca de favores e benesses pessoais. Desse modo poderíamos
supor que certos aspectos do caráter nacional são mais míticos do que
históricos, embora tenham sido reconhecidos de fato.
1
(Pires, 1991)
Destaca-se a hospitalidade do carioca
2
, que é capaz de repartir com
todos o seu espírito e de fazer com que o hóspede se sinta em um lugar que
com certeza terá vontade de voltar.
3
O carioca gosta de exibir sua cidade a
todos que a visitam.
4
Alegre, Sorridente, Animado e festivo
Os brasileiros são pessoas animadas
5
, possuem uma alegria
6
contagiante
7
que não pode ser capturada com uma simples foto,
8
mas que
diferencia o povo brasileiro, considerando-o único. Destacam-se os cariocas
por serem alegres
9
, sendo que esta alegria é própria do povo e não tem
nenhuma relação econômica, pois se passeando pela Rocinha vêem-se
pessoas sorridentes, apesar de sua condição social
10
.
A Imagem do Povo Brasileiro é de um povo que possui um grande amor
pela música
11
e que exprime suas próprias tradições na música, na dança e
nas festas
12
, portanto só pensa em dançar, cantar e se divertir. A musicalidade
do povo, especialmente do carioca, é tanta que freqüentemente se pode
1
PIRES, Mario Jorge. Hospedes, hospedeiros e viajantes no século XIX: raízes do turismo no Brasil. São
Paulo:ECA/USP, 1991.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 58.
4
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 22.
5
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 8.
6
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 54.
8
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 45.
9
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 84.
10
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 71.
11
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 35.
12
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 60.
A Imagem do Brasil na Itália 226
Maria Cristina Caponero
observar pessoas improvisando passos de samba na calçada, mesmo sem
música ambiente ou sem fones de ouvido, pois diz-se que “a música escorre no
sangue
1
e “a alma secreta do brasileiro está na sensualidade da sua música”.
2
Destacam-se ainda os baianos por possuírem um grande espírito festivo.
Dizem que quando um baiano não está em uma festa está se preparando para
ir a alguma...
3
, pois a riqueza e variedade do folclore fazem com a da Bahia
seja um estado cheio de manifestações culturais e folclóricas, de musicalidade
e de uma maneira de viver muito particular e única dentre os povos brasileiros
4
.
Também os cearenses são destacados por serem um povo sorridente
5
, com
muitas festas populares ricas em dança e alegria.
6
A alegria, felicidade, festividade e outras características semelhantes
são as que mais representam a Imagem do Povo e são divulgadas em 76%
dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 47% das
não pertencentes e em 36% das revistas especializadas.
Beleza, sensualidade e exotismo
A Imagem do Povo Brasileiro é de sensualidade e exotismo, sendo que
principalmente o exotismo é aceito e incorporado como representação da
identidade nacional, um estereótipo da nação, elemento de composição e
exportação, incorporado aos discursos da própria nação, dos próprios
brasileiros e até das instâncias políticas que se promovem por intermédio desta
imagem, e fazem dela sua auto-imagem. Pires diz que “a idéia de um Brasil
exótico é muito anterior ao século XIX”.
7
(Pires, 1991:81) e segundo Lya Luft,
1
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
3
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 23.
4
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
5
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
6
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 13.
7
PIRES, Mário Jorge. Hóspedes, hospedeiros e viajantes no século XIX: Raízes do Turismo no Brasil.
São Paulo: ECA/USP, 1991, p. 81.
A Imagem do Brasil na Itália 227
Maria Cristina Caponero
no exterior sempre se sabe pouco sobre nós (...) de nós sabem e querem o
chamado exótico, (...) Os Europeus se deliciam com o diferente, o aventuresco,
o que pensam ser o ‘brasileiro’. Culpa nossa que exportamos demais
caipirinha, mulatas, Carnaval”.
1
Mas, por outro lado, certos estereótipos atribuídos ao povo brasileiro
acabam causando danos à Imagem do Brasil, como por exemplo, o estereótipo
da “beleza e sensualidade das mulheres brasileiras”, que atrai grande número
de turistas estrangeiros interessados em sexo e incentiva a prostituição adulta
e infantil, prejudicando algumas iniciativas que vêm sendo tomadas pelos
dirigentes brasileiros numa tentativa de melhorar a Imagem do Brasil. O jornal
italiano Turismo & Attualità mantém um site na Internet onde o Brasil é
apontado como destino de turismo sexual, ou seja, a Imagem do Brasil está
vinculada à idéia de sexo fácil e barato: “É fácil encontrar companhia, as
mulheres brasileiras não se fazem de difícil”.
2
Os estereótipos da beleza e da
sensualidade são tão fortes que acabam caracterizando todos os biótipos das
mulheres brasileiras: “as cariocas são tentadoras”,são um mito que se torna
realidade na Praia de Ipanema”
3
, “possuem corpos estatuários; formam um
mosáico de corpos bronzeados de todas as idades que persegem o sonho do
hedonismo coletivo’
4
; “as mulatas são esplêndidas”, ”são maravilhosas
criaturas dançantes”
5
, que surpreende todos que as vêem, tanto é que “as
mulatas de flanclos sinuosos tornaram-se o símbolo do Brasil, o ícone brasileiro
mais difundido pelo mundo”.
6
Também se faz alusão às baianas, não pelos
seus corpos e sim pelo seu porte, saúde e vestimenta, “mulheres sadias que
usam típicas roupas rodadas e cheias de renda, de um branco cândido”.
7
1
LUFT, Lya. Índios em Paris. São Paulo: Revista Veja, 18 de maio de 2005.
2
BUFFA, Giovanni. Rio: Le mete eccitanti d’inverno. Milão: Revista Tutto Turismo, Ed. Domus, nov.
1981, ano V, n. 11.
3
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 122.
4
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
5
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 40.
6
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
7
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 7.
A Imagem do Brasil na Itália 228
Maria Cristina Caponero
Aos olhos do italiano a Imagem do Povo Brasileiro é a de um povo
interessado em sexo e deve-se admitir que essa imagem é fruto da nossa
identidade e que alterações só ocorrerão a partir de mudanças da nossa auto-
imagem. É uma imagem “marcada por uma liberdade sexual e uma
‘normalidade’ que não se respira em nenhuma parte da Itália”
1
, “gays, trans-
sexuais, bissexuais, heterossexuais freqüentam os mesmos lugares, têm os
mesmos amigos, não há nenhuma discriminação”.
2
Essa imagem é divulgada
em 14% das revistas especializadas, em 12% dos catálogos das Operadoras
de Turismo pertencentes à ASTOI e em 7% das não pertencentes.
Ainda sob o ponto de vista dos italianos, os brasileiros preocupam-se
demais com a forma física que acreditam ser importantíssima
3
, fazem um culto
pela forma física
4
de tal forma que em todas as praias e em qualquer hora do
dia ou da noite se vêem pessoas correndo ou fazendo exercícios,
5
,
6
principalmente os cariocas considerados a juventude dourada e esportiva
7
do
Rio. “São homens de todas as idades e profissões – com o peito nu e com
calções – que perseguem a eterna juventude molhados de suor. Aposentados,
diretores, pedreiros e soldados (...) que correm como se fosse o último suspiro
da vida”.
8
Mas, alguns também “permanecem repousando na sombra de um
coqueiro e levantam os olhos somente para ‘dar uma olhadar’ nas garotas de
biquíni que andam de um lado para outro”.
9
1
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
2
Idem.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 51.
4
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 3.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 51.
6
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 3.
7
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 120.
8
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
9
Idem.
A Imagem do Brasil na Itália 229
Maria Cristina Caponero
Incansável, vital, cheio de energia, com vontade de viver
A Imagem do Povo Brasileiro é de um povo que demonstra uma grande,
verdadeira e contagiosa
1
vontade de viver,
2
,
3
,
4
,
5
são pessoas vitais,
6
cheias de
energia,
7
que não param nunca, são incansáveis.
8
Essa imagem do povo
brasileiro é divulgada em 23% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 20% das não pertencentes e em 7% das revistas
especializadas. Destacam-se os cearenses
9
por representarem o autêntico
caráter do povo brasileiro,
10
os baianos por também possuírem uma enorme
vontade de viver, cantada por Vinicius de Moraes
11
e principalmente os
cariocas que se sobressaem, dizem que certamente foi a beleza do Rio de
Janeiro que influenciou a personalidade e o caráter dos cariocas,
12
todos os
ângulos do Rio esprimem o amor dos cariocas pela vida,
13
pois eles souberam
driblar a miséria da vida
14
e a um simples olhar respondem levantando o dedo
indicador, para dizer que tudo está bem, sempre e em todo lugar.
15
Dizem que
Cristo, lá no alto do Corcovado por um momento pode fechar os olhos para o
que estão fazendo dez milhões de cariocas, doentes de tanto amor pela vida”;
16
a alegria de viver está no ar e é tanta que se torna quase paupável ...
17
1
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
2
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 35.
3
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 130.
4
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 5.
5
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
6
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 97.
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
8
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
9
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 48.
10
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
11
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
12
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 14.
13
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
14
Idem.
15
Idem.
16
Idem, página 127.
17
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 14.
A Imagem do Brasil na Itália 230
Maria Cristina Caponero
Simples, Autêntico, Espontâneo e Genuino
A Imagem do Povo Brasileiro é de um povo simples
1
e genuíno,
destacando-se os cearenses por representarem a tipicidade e a genuinidade do
país. Diz-se que a beleza do Brasil está no seu povo genuíno, guerreiro, gentil
e alegre tanto nas favelas quanto na cidade
2
e está generosidade própria do
Brasil gera um equilíbrio agradável para o visitante
3
. Essa imagem do povo
brasileiro é divulgada em 27% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI e em 18% das pertencentes.
5.3. O Estilo de Vida e As Profissões do Povo Brasileiro
A extensão do país acaba sendo associada a uma grande diversidade
cultural, geográfica e climática que afeta o estilo de vida e algumas profissões
do povo brasileiro. A Região Sul caracteriza-se pelo “mítico cowboy gaucho”
que reina na agricultura,; a sudeste é industrializada;
4
nas planícies do centro-
oeste convivem fazendeiros, pastores e pescadores,
5
sendo Cuiabá,
considerada uma “cidade jovem e em pleno crescimento
6
e o Pantanal uma
área selvagem; no Nordeste encontram-se tradições arcaícas
7
, um ritmo
agitado em Morro de São Paulo, mas relaxado em Salvador, lento no Estado
do Ceará
8
, hippy em Canoa Quebrada, calmo e tranqüilo em Fernando de
Noronha, onde “tudo é lento e repousante”
9
; e no norte o ar úmido da
1
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
2
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 54.
3
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 5
4
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
5
Idem.
6
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 38.
7
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
8
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 7, julho de 2005, página 123.
9
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 39.
A Imagem do Brasil na Itália 231
Maria Cristina Caponero
Amazônia traduz-se em um estilo de vida relaxado e uma cultura local.
1
O
estilo de vida do povo brasileiro é destacado em 36% das revistas
especializadas, em 12% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 7% das não pertencentes.
O estilo de vida também acaba delineando algumas profissões exercidas
pelos brasileiros, é curioso notar as que são divulgadas, pois não fazem
menção a nenhuma atividade intelectual, são somente empregos primários e
que muitas vezes relacionam-se com a pobreza ou precariedade, dentre eles
destacam-se os vaqueiros no sertão, os fazendeiros, plantadores de cana de
açúcar, café e caju; os seringueiros que vivem da coleta da borracha,
2
os
regatões que são vendedores do Rio Jauaperí, no Amazonas, vendem
produtos locais como café, leite em pó, açúcar, arroz, feijão e tabaco;
3
os
justiceiros que são pessoas pagas pelos comerciantes para matar”
4
e os
sacoleiros que são “contrabandistas desesperados”,
5
calcula-se que “pelo
menos 14.000 sacoleiros atravessam a ponte entre o Brasil e o Paraguai pelo
menos cinco ou seis vezes por dia”.
6
As profissões do povo brasileiro é
destacada em 43% das revistas especializadas, em 23% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 14% das não pertencentes
e em 7% dos artigos diversos.
Mas, são principalmente os pescadores, sobretudo no nordeste,
considerados pessoas analfabetas,
7
que são os mais divulgados, aparecem em
43% das revistas especializadas, em 14% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI e em 12% das pertencentes. Também as
1
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
2
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 132.
3
Idem, página 134.
4
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 50.
5
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 71.
6
Idem, página 73.
7
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
A Imagem do Brasil na Itália 232
Maria Cristina Caponero
cidades consideradas antigas ou atuais vilas de pescadores despertam grande
curiosidade pela sua precariedade, falta de infra-estrutura e modo de vida
primitivo e constitui-se um forte atrativo, dentre as quais destacam-se:
- Búzios, antiga vila de pescadores, divulgada em 47% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 33% das não
pertencentes;
- Ilha Grande, jóia do Brasil antigo que se tornou Patrimônio Histórico
Nacional, conservando as características arquitetônicas coloniais em
plena Serra do Mar,
1
divulgada em 35% dos catálogos das Operadoras
de Turismo pertencentes à ASTOI e em 20% das não pertencentes;
- Jericoacoara, pequena e graciosa vila de pescadores rodeada de
dunas de areia
2
que até há poucos anos era uma cidadezinha perdida
longe da sociedade moderna, onde o ambiente é preservado em todos
os seus aspectos, inclusive urbanização e em 1984 foi declarada Área
Ambiental Protegida.
3
Não tem nenhuma semelhança com a frenética
vida na cidade, tornou-se uma meta para aqueles que desejam desfrutar
de um ambiente sob muitos pontos de vistas ‘mágico’.
4
É divulgada em
60% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI em
47% das não pertencentes e em 21% das revistas especializadas;
- Canoa Quebrada era uma das mais famosas e antigas vilas de
pescadores do Ceará
5
e hoje se transformou em um refúgio de muitos
viajantes contemporâneos,
6
é divulgada em 40% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 29% das não
pertencentes e em 21% das revistas especializadas;
1
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 12.
2
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, número 7, julho de 2005, página 123.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 71.
4
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
5
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 15.
6
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
A Imagem do Brasil na Itália 233
Maria Cristina Caponero
- Camocim (escrita erradamente Camoçim), divulgada em 20% dos
catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em
14% das revistas especializadas e em 6% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI;
- Porto Seguro, divulgado em 47% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 33% das não pertencentes e em
21% das revistas especializadas;
- Praia do Forte, originalmente uma antiga e pitoresca vila de
pescadores e hoje muito procurada pelos turistas internacionais,
1
é
divulgada em 41% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI e em 40% das não pertencentes;
- Trancoso, antiga e remota vila de pescadores descobertos pelos
hippies que está se transformando em um refúgio secreto para os vips,
profissionais liberais e artistas
2
em busca de anonimato
3
ou em busca de
‘sexo, droga e rock&roll’, como recorda com auto-ironia um postal online
de Trancoso,
4
é divulgada em 35% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI e em 7% das não pertencentes;
- Morro de São Paulo, antiga vila de pescadores que se tornou famosa
pelas suas esplêndidas praias,
5
é divulgado em 27% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 23% das não
pertencentes e em 7% das revistas especializadas e
- Arraial d’Ajuda, divulgada em 13% dos catálogos das Operadoras de
Turismo não pertencentes à ASTOI.
1
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
2
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 107.
3
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 112.
4
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 113/115.
5
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 57.
A Imagem do Brasil na Itália 234
Maria Cristina Caponero
A tabela 11 a seguir demonstra os dados acima citados em relação ao
Patrimônio Antropológico Brasileiro, apresentando um inventário de
determinados estereótipos, estilos de vida e profissões do povo brasileiro,
esclarecendo-se que constam somente os que em algum momento foram
divulgados. É oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada
a sua divulgação em um determinado discurso textual, não importando quantas
vezes aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão,
considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de
fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
O PATRIMÔNIO ANTROPOLÓGICO BRASILEIRO
Operadoras
pertencentes à
ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes à
ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
17 100% 14 93% 10 71% 4 28%
Densidade
Demográfica
1 6% 4 27% 3 21% 2 14%
Étnicos: 15 88% 7 47% 8 57% 3 21%
- Índios 9 53% 6 40% 7 50% 2 14%
- Caboclos 1 6% 2 13% 1 7% - -
- Negros 5 29% 1 7% 3 21% 1 7%
Culturais: 16 94% 13 87% 8 57% 2 14%
- Acolhedor,
Caloroso,
Cordial, Gentil,
Generoso,
Hospitaleiro
8 47% 7 47% 1 7% 1 7%
- Alegre,
Sorridente,
Animado,
Festivo
13
76% 7 47% 5 36% - -
- Autêntico,
espontâneo,
simples
3 18% 4 27% - - - -
- Beleza,
exotismo
- - 1 7% 5 36% - -
Despreocupados 1 6% 1 7% - - - -
- Incansável,
vital, cheio de
energia, com
vontade de viver,
4 23% 3 20% 1 7% - -
A Imagem do Brasil na Itália 235
Maria Cristina Caponero
eterna
juventude,
- Interessado em
sexo, com
liberdade sexual
2 12% 1 7% 2 14% - -
- Musicalidade 5 29% - - 1 7% - -
- Mágico, exótico 2 12% - - 2 14% - -
- Sem
preconceitos
1 6% - - - - - -
Estilo de Vida:
2
12% 1 7% 5 36% - -
- Agitado - - - - 2 14% - -
- Hippies 1 6% - - 3 21% - -
- Relaxado,
Lento, Calmo,
Tranqüilo
2 12% 1 7% 2 14% - -
- Selvagem,
Improvisado
1 6% - - - - - -
Profissões:
4
23% 2 14% 6 43% 1 7%
- Pescadores 2 12% 2 14% 6 43% - -
- Regatão 2 12% - - 1 7% - -
- Sacoleiros - - - - - - 1 7%
- Seringueiros - - - - 1 7% - -
- Vaqueiros - - - - 1 7% - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 11: O Patrimônio Antropológico Brasileiro
5.4. Os Problemas Sociais Brasileiros
Quando se observa a Imagem do Brasil na Itália, observa-se que
infelizmente os Problemas Sociais Brasileiros são muito divulgados, pois
aparecem em 65% dos catálogos das Operadoras de Turismo Italianas
pertencentes à ASTOI, em 53% das não pertencentes, em 93% das revistas
especializadas e em 57% dos artigos diversos, com a diferença que nos
catálogos das Operadoras de Turismo, até mesmo por razões óbvias,
apresentam-nos em forma de recomendações. Constata-se que os problemas
sociais estão focados em alguns pontos como o problema da droga, da miséria,
da criminalidade, da prostituição, até mesmo infantil, da violência e
principalmente dos contrastes, criando uma Imagem negativa até mesmo
repulsiva, mas que felizmente não é muito enfaixada.
A Imagem do Brasil na Itália 236
Maria Cristina Caponero
Os Contrastes
A Imagem do Brasil é marcada por grandes contradições e contrastes
1
sociais, econômicos
2
, climáticos, geográficos
3
e arquitetônicos, sendo o Rio de
Janeiro a cidade que apresenta maiores contrastes
4
e Salvador a cidade
repleta de imagens e sensações fortes e contrastantes.
5
Os contrastes são
divulgados em 78% das revistas especializadas, em 53% dos catálogos de
ambas as Operadoras de Turismo pertencentes ou não à ASTOI e em 21% dos
artigos diversos.
Contraste Sócio-econômico (Riqueza x Pobreza –
Paraíso x Inferno)
Um dos contrastes que mais marcam a Imagem do Brasil é o contraste
sócio-econômico, são enormes e imensuráveis riquezas e uma pobreza
extrema,
6
desesperada.
7
É divulgado em 36% das revistas especializadas, em
23% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
13% das não pertencentes e em 7% dos artigos diversos.
O Rio de Janeiro é a cidade que apresenta os maiores e mais evidentes
contrastes, são milhares,
8
,
9
principalmente contrastes sociais,
10
caracterizando
o Rio como uma cidade de luxo, mas de grandes favelas.
11
São bairros ricos,
com edifícios luxuosos à beira-mar convivendo lado a lado com as favelas nos
1
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
2
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
número 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 236.
3
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 55.
5
Idem, página 58.
6
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 39.
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 55.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
9
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 9.
10
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
11
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 69.
A Imagem do Brasil na Itália 237
Maria Cristina Caponero
morros,
1
,
2
,
3
diz-se que os prédios luxuosos começam onde terminam as
favelas,
4
,
5
como se pode observar no rico e cintilante bairro da Gávea, a favela
da Rocinha, a maior favela do Rio
6
e da América Latina, ou as favelas nos
bairros modernos de Ipanema e Leblon.
7
É interessante que é muito divulgado
o fato de os habitantes da favela da Rocinha e dos edifícios luxuosos ao lado,
desfrutarem de uma das melhores vistas do mundo, a da Baia da Guanabara.
8
O Carnaval do Rio de Janeiro é a Festa Popular que “exprime fielmente
as grandes contradições do país”,
9
mas ao mesmo tempo em que as
demonstram, “essas diferenças desaparecem”,
10
todos se igualam: famílias de
classe alta, aposentados, esportistas, favelados, intelectuais, gays e turistas
estrangeiros convivem em um clima de paz.
11
Também nas praias cariocas
estes contrastes desaparecem “a maioria caminha na passarela do calçadão,
com uma garrafinha de água na mão e uma camiseta na outra. Todos iguais,
ricos e pobres”.
12
Em Manaus também se observa um grande contraste sócio-econômico,
pois ao lado de grandes e poderosas indústrias e casas repletas de mármore
italiano encontram-se favelas coloridas,
13
,
14
o que repercute também no estilo
de vida de seu povo, ao lado dos seringueiros que trabalham na coleta
1
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
2
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 69.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
4
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 134.
5
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 113.
6
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 125.
7
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 8.
8
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
9
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 44.
10
Idem, página 45.
11
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 113.
12
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
13
Frazetta, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de 2005,
página 129.
14
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 55.
A Imagem do Brasil na Itália 238
Maria Cristina Caponero
tradicional da borracha encontra-se os executivos das multinacionais.
1
Esse
contraste econômico pode ser encontrado no seio de uma mesma cidade,
como, por exemplo, em Salvador, considerada uma cidade rica é miserável ao
mesmo tempo,
2
mas também em relação a diferentes regiões: é a forte
economia paulista versus o dramático sertão.
3
De São Paulo a Salvador tudo
muda, apesar de serem apenas pouco mais de 1.000 km, parece uma viagem
ao passado, um baiano não tem nenhuma semelhança com um paulista,
4
enquanto em São Paulo os paulistas usam sapatos de última moda, em
Salvador o povo anda descalço, se em São Paulo quase todos trabalham, em
Salvador quase todos estão desempregados, enfim, é um país de contraste
que reflete em uma grande variedade humana
5
, em um outro mundo.
6
Esse contraste econômico observado entre moradias de luxo e as
favelas mostra uma péssima distribuição de rendas no Brasil,
7
vinte por cento
da população mais rica ganha em média trinta vezes mais do que os vinte por
cento da população mais pobre”,
8
causando uma pobreza sem salvação para
as faixas mais baixas da população.
9
Há necessidade de uma vida mais justa e
igualitária,
10
pois o Brasil é uma sociedade hipócrita que não oferece recursos
para quem quer mudar de vida ou para as crianças pobres
11
causando
enormes injustiças sociais.
1
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 132.
2
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro de 2005, página 41.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
4
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
5
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 9.
6
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
7
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, com
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il cálcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 60.
8
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 71.
9
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, com
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il cálcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 60.
10
BERTOLLI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
11
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 52.
A Imagem do Brasil na Itália 239
Maria Cristina Caponero
Este contraste entre riqueza e pobreza não é apenas sócio-econômico,
pois há também um grande contraste entre a riqueza ambiental e a pobreza do
povo o que acaba passando a idéia de um país mal governado e de um povo
que não sabe aproveitar as riquezas abundantes em seu país. A diferença
sócio-econômica é tanta que se diz que no Brasil existe o Paraíso representado
pela riqueza da natureza e o calor humano do povoe o Inferno, representado
pelos pobres
1
e pela pobreza nas favelas. Minas Gerais, por exemplo, é uma
da região rica em belezas naturais, mas muito pobre na distribuição de rendas.
Dizem que as pessoas que admiram as Cataratas de Iguaçu, não vêem a
miséria e o tráfico inclusive se seres humanos.
2
Mas, apesar da pobreza
brasileira ser muito divulgada, também se diz que , o Brasil não é uma
República de Bananas, está inserido entre as doze primeiras economias
mundiais.
3
Desmatamento
Embora o problema do desmatamento esteja muito atual, principalmete
em relação à Amazônia, muito pouco se é divulgado a respeito, pois aparecem
apenas em 7% das revistas especializadas. O aumento do desmatamento é
devido à procura de novas terras para camponeses e “o povo que o governo
deseja tirar das favelas (...) o desmatamento aumentou em 134% nos últimos
dois anos e 80% das madeiras comercializados derivam de um corte selvagem
e ilegal”.
4
1
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de outubro
de 2005, página 70.
2
Idem.
3
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, com
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il cálcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 60.
4
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 136.
A Imagem do Brasil na Itália 240
Maria Cristina Caponero
Discriminação
A Imagem do Brasil é de um país onde não há nenhum tipo de
discriminação sexual, há uma liberdade sexual e uma ‘normalidade’ nas
diferenças
1
, gays, trans-sexuais, bissexuais, heterossexuais freqüentam
normalmente os mesmos lugares e têm os mesmos amigos. Mas, há uma
discriminação com relação aos pobres: “tanto a polícia quanto os justiceiros
não têm respeito pelas pessoas que vivem nas favelas”.
2
Também os negros e
os indígenas freqüentemente são condenados à morte porque são pobres.
3
O
problema da discriminação praticamente não é divulgado, aparece em apenas
7% das revistas especializadas.
Tráfico de drogas, de armas e de mulheres
Infelizmente não é somente o problema do livre tráfico de drogas e de
armas que acaba estereotipando a Imagem negativa do Brasil, mas também o
tráfico de seres humanos em geral,
4
principalmente mulheres e crianças, ao
redor de “Foz do Iguaçu, local onde ocorre um marasmo de problemas: tráfico
de mulheres, crianças, drogas e armas e vários assassinatos que aumentam
diariamente. Dá medo, pois normalmente são adolescentes
5
de 14 anos que
morrem por 50 dólares, crianças compradas e vendidas no paraíso de Foz de
Iguaçu, sob as Cascatas do Sonho.
6
1
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
2
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 50.
3
Idem, página 112.
4
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 70.
5
Idem.
6
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 71
A Imagem do Brasil na Itália 241
Maria Cristina Caponero
O problema do tráfico de drogas, de armas e de seres humanos acaba
criando uma Imagem negativa do Brasil, embora esse problema só seja
divulgado em 14% das revistas especializadas e em 28% e nos artigos
diversos, não aparecendo nos catálogos das Operadoras de Turismo.
Corumbá é uma cidade usada pelos traficantes de droga
1
e recebeu a
triste fama de centro de distribuição da droga, por isso é preciso prestar
atenção para não se aproximar de pessoas desconhecidas ou supeitas durante
sua estada: a polícia nesta zona fronteira não e muito branda com quem é
encontrado com cocaína.
2
É comum encontrar crianças cheirando cola para
enganar a fome.
3
Rio de Janeiro é uma cidade onde ocorre uma verdadeira guerra
desencadeada pela polícia dentro das favelas, sobretudo na Rocinha, onde a
autoridade reconhecida é do chefe da quadrilha que lidera os tráficos ilegais
principalmente de drogas.
4
Favelas
Infelizmente a Imagem do Brasil está muito vinculada às favelas, as
quais tornaram-se uns dos grandes problemas do Brasil. Atualmente a
visitação a estas favelas foi aberta ao público e tornaram-se um atrativo para o
turista interessado em “aventura” ou mais recentemente o “turismo de risco”
para designar viagens organizadas para locais de conflitos e guerras. As
favelas são divulgadas em 36% dos artigos diversos, em 28% das revistas
especializadas, em 20% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI e em 12% das pertencentes. É um dos maiores
problemas sociais divulgados.
1
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 50.
2
Idem, página 42.
3
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 52.
4
CRIPPA, Maurizio. Brasile, guerra ai narcos della favela di Rio. Itália: Revista News Settimanale, no.
26, 16 de novembro de 2005, página 17.
A Imagem do Brasil na Itália 242
Maria Cristina Caponero
Para os italianos, construções como as favelas despertam muita
curiosidade embora sejam totalmente desconhecidas, por isso muitas vezes ao
citá-las, acompanha uma explicação sobre este tipo de moradia: “Os pobres e
abandonados moram nas favelas, estruturas que vão desde papelão molhado
pela chuva até tijolos, são pequenas, sujas e muito movimentadas
1
e
construídas com uma desordem científica em cada centímetro disponível.
2
São citadas em praticamente todas as reportagens que citam o Rio de Janeiro,
pois a famosa abundância do Rio de Janeiro refere-se também às favelas
3
e em
especial a Favela da Rocinha, considerada a maior favela do Rio e da América Latina,
pois vivem cerca de 200.000 pessoas
4
(ou 150.000
5
ou 75.000
6
). Caminhando pela
favela podem-se ver pessoas sorridentes, apesar de suas condições sociais, sentadas
à mesa para a refeição, nas capelas ou nos salões de beleza
7
. Ainda no Rio de
Janeiro encontra-se a favela de Manguinhos, considerada uma das mais degradantes
e em Aracajú encontra-se a favela Fango do Lamarão, onde vivem as pessoas vindas
do sertão
8
. Há uma grande discriminação com relação ao povo que vive nas favelas e
na Itália são freqüentes os pedidos de doação para ajudar as favelas brasileiras, como
por exemplo, o feito pela COREPLA que é um consórcio nacional para a coleta,
reciclagem e recuperação de embalagens plásticas que em dezembro de 2005
publicou em uma página inteira da Revista News Settimanale um pedido de ajuda.
Diferentemente das favelas, as malocas não são casas de pessoas pobres e
necessitadas e sim cabanas típicas da floresta,
9
construções circulares em madeira
com um teto em palha entrelaçada,
10
construídas em estilo indígena.
11
1
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
2
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 125.
3
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 69.
4
Idem, página 72.
5
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 17.
6
CRIPPA, Maurizio. Brasile, guerra ai narcos della favela di Rio. Itália: Revista News Settimanale, no.
26, 16 de novembro de 2005, página 17.
7
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
8
BIFFI, Gianni. Ballando nella Favela. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 49, 4 de
dezembro de 2005, página 64.
9
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 136.
10
Idem, página 140.
11
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 47.
A Imagem do Brasil na Itália 243
Maria Cristina Caponero
Prostituição, Turismo Sexual e Mercado do Sexo
Embora prostituição, turismo sexual e mercado do sexo sejam Imagens que
denigrem qualquer país, no caso da Imagem do Brasil não é diferente, pois se sabe
que infelizmente não é uma imagem forjada pela imprensa, é um reflexo da realidade
social brasileira, fruto de circunstâncias históricas, sociais e econômicas, mas
felizmente o problema da prostituição é divulgado em apenas 14% das revistas
especializadas e em 7% dos artigos diversos.
Muitas pessoas prostituem-se e famílias inteiras vivem do dinheiro da
prostituição
1
, sendo muito difícil convencê-las de que o mercado do sexo não é
a solução para a pobreza.
2
Existe ainda a prostituição infantil, são aproximadamente
3.500 meninas
3
(ou 500.000
4
) e sabe-se que os clientes são homens brancos vindos
da Itália, da Europa em geral e dos Estados Unidos,
5
freqüentemente pousam aviões
fretados vindos em busca de turismo sexual, principalmente no Nordeste,
6
apesar de
ser cada vez mais desencorajado pelas leis brasileiras, certas localidades balneárias
ainda continuam sendo metas para esse tipo de turismo
7
. Um outro tipo de prostituição
comum no
Brasil é o uso do corpo feminino na propaganda comercial
8
e no Carnaval.
Cada vez mais encontram-se cartazes e propagandas a fim de coibir este tipo de
turismo, como se pode observar no texto abaixo, extraído de um cartaz:
“Férias no Brasil – em busca da descoberta do sexo dos anjos. Carmita tem 9
anos e é uma das 500.000 meninas que no Brasil são a principal atração para
os suspeitos europeus. Carmita é uma mercadoria, um
objeto sem dignidade
e sem direitos. Vamos deixá-la voltar a ser menina, vamos juntos libertá-la!”
9
1
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 52.
2
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 73.
3
Idem..
4
Cartaz desmotivando o turismo sexual apud FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista
Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 54.
5
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 54.
6
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, no. 12,
dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
7
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
no. 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 236.
8
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 54.
9
Cartaz desmotivando o turismo sexual apud FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista
Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 244
Maria Cristina Caponero
Pobreza, Miséria, Indigência e os “Sem Terra”
A Imagem do Brasil é a de um país onde o problema da pobreza, da miséria e
da indigência é sempre atual, caracterizando-o, é divulgado em 36% dos artigos
diversos e em 14% das revistas especializadas. Dizem que são muitas as pessoas
que vivem em situação de pobreza,
1
que têm uma vida de sobrevivência
2
e de
miséria,
3
,
4
são mais de 50% da população
5
e as crianças são pressionadas, muitas
vezes pela própria família, a mendigar ou a se prostituir,
6
principalmente em se
tratando do Rio de Janeiro onde grande número de pessoas são pobres e
abandonadas, incluindo-se crianças. Diz-se que “a única riqueza dos pobres são os
filhos”.
7
Don Cruz diz que “na América Latina em geral as pessoas nunca
erguem a cabeça. Não é apenas uma questão de miséria, a maior pobreza está
em não possuir nem educação e nem consciência crítica. Sem ser alguém, os
pobres nunca mudarão”.
8
Existem ainda pessoas do campo que não possuem terras, são
pequenos cultivadores que querem a propriedade de um pedaço de terra para
criar pequenas cooperativas, são chamados os sem terras
9
e nas fronteiras de
Foz do Iguaçu e Ciudad del Leste atravessam diariamente os “sacoleiros”,
considerados contrabandistas desesperados.
10
1
FERRANTE, Maria. Il Brasile di Valdenia. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 50.
2
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 68.
3
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 45.
4
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
5
DON CRUZ, in BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano
LXXV, no. 43, 23 de outubro de 2005, página 65.
6
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 45.
7
DON CRUZ, Valtewan Correia in BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia
Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de outubro de 2005, página 64.
8
Idem, página 65.
9
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 132.
10
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 71.
A Imagem do Brasil na Itália 245
Maria Cristina Caponero
Falta de Infra-estrutura e Sujeira
Muito pouco se fala a respeito da infra-estrutura do país, a qual é citada
somente com relação ao Ceará
1
, onde é considerada ótima. Única exceção é
quanto às indicações nas estradas brasileiras que não são sempre claras e
freqüentes.
2
Quanto à sujeira, somente São Paulo é considerada uma cidade
enorme, caótica e suja.
3
O problema da falta de infra-estrutura aparece em
apenas 21% das revistas especializadas e em 7% dos artigos diversos, embora
uma pesquisa recente da EMBRATUR tenha mostrado que a assustadora
violência urbana incomoda tanto quanto o lixo e a falta de conservação das
cidades e de atrações, segundo a respectiva pesquisa, dos entrevistados
metade reclamou do desconforto provocado pela sujeira e mais de um quinto
classificou-o como o pior do Brasil.
Criminalidade, Falta de Segurança, Violência, Homicídios
e Terrorismo
O problema da criminalidade, violência, falta de segurança e outros
relacionados não é clara e amplamente divulgado nos catálogos das
Operadoras de Turismo, pois aparecem em apenas 7% das não pertencentes à
ASTOI e em 18% das pertencentes à ASTOI e como dito anteriormente
somente como recomendação. Mas, este problema social é divulgado em 28%
das revistas especializadas e em 36% dos artigos diversos, sendo um dos
problemas sociais mais divulgado, como observa-se a seguir:
“Aconselha-se a não utilizar jóias ou acessórios vistosos, para evitar
roubos e furtos, uma vez que devido ao grande disparate entre riqueza e
pobreza, o fenômeno da micro-criminalidade é muito difundido”.
4
,
1
1
BEBERIBE TOUR, Lusomania: Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
2
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, no. 12,
dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
3
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
4
ATITUR – Gruppo Dertour ItaliaBrasile – 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 9.
A Imagem do Brasil na Itália 246
Maria Cristina Caponero
O tema da violência e falta de segurança são problemas sociais que
fazem com que a Imagem do Brasil na Itália seja negativa, principalmente em
São Paulo e Rio de Janeiro, embora não apareçam claramente descrito,
somente de uma forma amena, como dica ou recomendação ao turista:
“Aconselha-se a não andar sozinho, principalmente no Rio de Janeiro e
em São, não usar jóias, nem documentos pessoais originais e nem muito
dinheiro. Não ostentar máginas fotográficas ou filmadoras de último
modelo e não se aventurar nunca sozinho em ruas isolados
principalmente à noite”.
2
Portanto, pode-se observar que a Imagem do Rio de Janeiro não é da
cidade mais segura
3
, mas atualmente São Paulo é menos segura do que o
Rio
4
, portanto além do que já foi anteriormente citado, é comum encontrar
também recomendações como “tomar cuidado e ser prudente em determinados
locais e no centro da cidade, se desejar sair à noite, tomar um taxi, e se alugar
um carro, tomar cuidado com furtos quando parar nos sinais vermelhos
5
.
A criminalidade do Rio de Janeiro, onde é comum haver lutas
sangüinárias entre gangues rivais
6
é comparada à ausência de criminalidade
no Nordeste, considerada uma região onde “não existe criminalidade
7
e
destaca-se a ajuda italiana em relação ao fato, pois “a Associação Italiana
construiu um quadra de esportes para retirar os jovens da rua e da
criminalidade”.
8
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 11.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 51.
3
Idem, página 58.
4
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 24.
5
Idem, página 26.
6
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 113.
7
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
no. 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 235.
8
BIFFI, Gianni. Ballando nella Favela. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 49, 4 de
dezembro de 2005, página 64.
A Imagem do Brasil na Itália 247
Maria Cristina Caponero
Quanto aos homicídios, o Brasil é o país que apresenta maior número de
homicídios no mundo, ocorre um a cada 12 minutos, totalizando 45.000 ao
ano.
1
A fronteira entre o Brasil, Argentina e Paraguai é vista como um triângulo
de dor e morte, protegida pela Unesco.
2
Quanto ao terrorismo, os Estados
Unidos estão convencidos que em Foz do Iguaçu pode existir uma base do
terrorismo internacional, mas até o momento nada foi comprovado.
3
1
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Itália: Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de
outubro de 2005, página 70.
2
Idem.
3
Idem, página 73.
A Imagem do Brasil na Itália 248
Maria Cristina Caponero
A tabela 12 a seguir demonstra os dados acima citados em relação aos
Problemas Sociais Brasileiros, apresentando um inventário de problemas e
esclarecendo-se que constam somente os que em algum momento foram
divulgados. É oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada
a sua divulgação em um determinado discurso textual, não importando quantas
vezes aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão,
considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de
fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
OS PROBLEMAS SOCIAIS BRASILEIROS
Operadoras
pertencentes
à ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes
à ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializadas
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
Total
11 65% 8 53% 13 93% 8 57%
Contrastes: 9 53% 8 53% 11 78% 3 21%
- Sócio-econômico 4 23% 2 13% 5 36% 1 7%
- Arquitetônico 3 18% 7 47% 3 21% 1 7%
Desmatamento - - - - 1 7% - -
Discriminação - - - - 1 7% - -
Narcotráfico, Tráfico
de drogas, armas e
mulheres
- - - - 2 14% 4 28%
Favelas 2 12% 3 20% 4 28% 5 36%
- Favela da Rocinha 1 6% - - 3 21% - -
Prostituição, Turismo
Sexual e Mercado do
Sexo
- - - - 2 14% 1 7%
Pobreza, miséria,
indigência, os sem
terras
- - 1 7% 2 14% 5 36%
Falta de infra-
estrutura, sujeira
- - - - 3 21% 1 7%
Criminalidade, falta
de segurança,
violência, homicídios
e terrorismo
3 18% 1 7% 4 28% 5 36%
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 12: Os Problemas Sociais Brasileiros
A Imagem do Brasil na Itália 249
Maria Cristina Caponero
CAPÍTULO 6: ESTEREÓTIPOS EM RELAÇÃO AO BRASIL EM
GERAL
O Brasil é uma terra única no mundo, sem comparativos, é “sinônimo de
imagens e sensações incomparáveis
1
, “tem uma alma antiga, um caráter forte,
não sendo possível descrevê-lo em uma, dez, ou cem definições”,
2
,
3
é
necessário ‘vivê-lo’ pessoalmente
4
, mas alerta-se para o fato de que é
“impossível compreender o Brasil em uma única viagem”.
5
Rio de Janeiro, Salvador de Bahia e Natal são as três princesas dos
olhos da oferta brasileira
6
, sobressaindo-se o Rio de Janeiro por ser uma
“metrópole tentadora e sem igual no Brasil e no mundo
7
, pelo seu famoso
carnaval
8
, e por representar a verdadeira alma do País inteiro
9
, diz-se que o
Brasil é um “grande país carioca”.
10
País Africano
O Brasil é considerado um país onde predomina uma atmosfera
africana, sobretudo na Bahia e especificamente Salvador, divulgando-o como
“o lugar mais brasileiro do Brasil”
11
que tem a África no coração
12
e possui uma
alma africana a qual se traduz na música, na dança, na originalidade das
crenças pagãs e nos ritos religiosos
13
ou nos ritos do candomblé que se
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 138.
2
BERTOLOTTI, Patrizia. Indios, il popolo silenzioso. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 49.
3
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 45.
4
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130
6
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
7
Idem.
8
Idem
9
Idem.
10
Idem.
11
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
12
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 136.
13
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 58.
A Imagem do Brasil na Itália 250
Maria Cristina Caponero
misturam com o axé e a capoeira.
1
Também Porto Seguro é o local onde se respira
uma atmosfera africana ao som do samba e da lambada.
2
Em sendo a Bahia um dos
estados mais divulgados pela mídia impressa, conseqüentemente acaba-se
associando a Imagem do Brasil como um País Africano e esta imagem é divulgada em
12% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 7% das
não pertencentes.
País Amplo, Abundante e Rico
Como visto anteriormente, a Imagem do Brasil é marcada por um país
abundante, muito amplo,
3
,
4
tão grande que é considerado um país-continente
5
,
verdadeiro continente verde
6
, país das grandes águas
7
, rico de paisagens diferentes
8
,
de bio-diversidade
9
, de natureza incontaminada
10
, de longas praias desertas
11
, de uma
floresta exuberante, de grandes capitais, grandes árvores
12
, grande natureza e
enormes favelas
13
, mas também é um país rico de cultura
14
, de tradições
15
, de
tesouros
16
, “de um passado glorioso, cuja arte e cultura são o tema que predominam
em uma viagem no interior do país”, além de cidades barrocas protegidas pela
Unesco
17
. Enfim, é uma terra onde “tudo assume dimensões extraordinárias
18
:
grandes capitais, grande natureza e grande divertimento
19
e o Rio de Janeiro é a
cidade que mais caracteriza esta abundância, por ser considerada uma cidade
imensurável.
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
2
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 82.
4
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 2.
5
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 62.
6
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
8
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 2.
9
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
10
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 2.
11
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
12
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 69.
13
Idem.
14
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 2.
15
Idem.
16
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
17
Idem.
18
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, páginas 36.
19
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 10.
A Imagem do Brasil na Itália 251
Maria Cristina Caponero
País Alegre, Animado, Dinâmico, Divertido, Festivo e
Vivaz
A Imagem do Brasil é marcada por diversos estereótipos que a caracterizam,
em especial a alegria contagiante, o divertimento e as festas, diz-se que “chegar no
Brasil é como escancarar uma porta para a alegria de viver, com imagens e sensações
que conquistam até quem não acredita na existência do paraíso.
1
A Imagem do Brasil
associada a estes estereótipos é divulgada em 82% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 47% das não pertencentes e em 28% das revistas
especializadas.
É um país alegre. É muito comum ouvir dos estrangeiros que o brasileiro está
sempre em festa!”
2
Diz-se que no Brasil festeja-se a vida, são festas para tudo e para
todos e em qualquer lugar, santos, datas, eventos, chegadas, partidas, com música,
dança, fantasias, instrumentos musicais e coreografia que revivem lutas, batalhas e
conquistas. Homenageia-se personalidades e mitos.
3
Diversas localidades destacam-
se entre elas o Ceará, divulgada como uma área onde se respira puro divertimento;
4
Fortaleza é divulgada como a capital do divertimento
5
e da alegria
6
, é considerada
uma das localidades mais animadas
7
e vivazes do nordeste do Brasil,
8
,
9
,
10
“cidade da
alegria do Brasil Tropical”,
11
sendo duas as palavras que a definem: sol e festa,
12
,
13
pois a cidade está sempre em festa, animada por ritmos e músicas locais
14
, garantidos
durante toda a semana
15
, seja nos locais do centro ou nos localizados ao longo das
praias da cidade.
16
Todos os meses são organizadas festas populares, acompanhadas
de alegres procissões.
17
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
2
Brasil, Press Release – www.embratur.gov.br – 30/03/2005
3
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
4
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
5
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 8.
6
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
7
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
8
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 8.
9
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 5.
10
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 6.
11
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 13.
12
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
13
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 32.
14
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 48.
15
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
16
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 36.
17
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 68.
A Imagem do Brasil na Itália 252
Maria Cristina Caponero
Ainda no nordeste, Salvador é considerada a Terra da Felicidade
1
, sua
beleza e alegria conquistam os turistas
2
; Porto Seguro é descrito como alegre a
ponto de chamar atenção dos turistas
3
, a festa começa na passarela do álcool
4
;
em Morro de São Paulo quando se faz a pergunta típica de quem vem de fora:
quando tem festa? Respondem com o ar mais natural do mundo: Sempre!
5
Recife é sobretudo divertimento
6
, principalmente nos locais noturnos,
considerados “ângulos de divertimento”,
7
em uma atmosfera efervescente
animado ao rítmo latino americano
8
; Natal é considerada uma cidade dinâmica
e vivaz
9
que embora não ofereça muito do ponto de vista histórico e
arquitetônico os seus atrativos mais importante são as praias e a vida
noturna
10
, oferecendo uma beira-mar animada com pessoas que lotam bares,
restaurantes e discotecas.
11
Também o Rio de Janeiro é divulgado como uma cidade tão alegre
12
que
dizem que se fizesse um pouco de silêncio ouvir-se-ia até o Cristo Redentor
rindo...
13
O Rio de Janeiro é uma cidade viva
14
que está sempre em clima de
festa
15
, diz-se que para se fazer festa nesta cidade não precisa ter data
16
, pois
o Rio cultua o divertimento em torno de suas praias animadas
17
ao som do
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 62.
2
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
3
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
4
LENITNI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
5
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 108.
6
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
7
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 36.
8
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
9
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3.
10
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 29.
11
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
12
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
13
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 120.
14
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 7.
15
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 134.
16
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
17
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
A Imagem do Brasil na Itália 253
Maria Cristina Caponero
samba
1
e acolhe as pessoas dançando
2
com sua constante celebração pela
vida.
3
É considerada uma das poucas cidades que possuem todos os
ingredientes para transformar a vida em uma festa: praia, cerveja gelada, boa
comida, futebol, gente bonita.
Búzios oferece um mix entre relax e divertimento
4
; São Paulo é um
lugar que chama a atenção no campo das artes e do divertimento diurno e
noturno.
5
Até mesmo nos lugares mais longíguos da Amazônia e sob condições
mais adversas encontra-se alegria: “na água encontram-se casas-barcos habitadas
por famílias de pescadores e bares embarcadouros onde se bate papo e bebe-se”.
6
País do Divertimento Noturno
Como visto anteriormente, um dos estereótipos que caracteriza a
Imagem do Brasil na Itália é a alegria e o divertimento, mas também o
divertimento noturno é muito divulgado, sobretudo a música e dança, onde
cada pessoa é um protagonista absoluto
7
. O divertimento noturno é divulgado
em 76% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em
67% das não percentes e em 57% das revistas especializadas.
Destacam-se as cidades grandes onde se pode desfrutar de inúmeras
possibilidades de divertimentos noturnos como por exemplo, dançar em uma das
inúmeras discotecas, muito parecidas com as da Itália; nas ‘danceterias’ onde se
dança samba e se ouve rítmos verdadeiramente sulamericanos, com música ao vivo;
nas choperias (cervejarias) que apresentam em dias fixos
grupos musicais
exclusivamente dedicados a um repertório local
8
ou nos restaurantes.
1
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
2
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 122.
3
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 18.
4
Idem.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 23.
6
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 132.
7
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 138.
8
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
A Imagem do Brasil na Itália 254
Maria Cristina Caponero
Também as cidades do nordeste são muito divulgadas com relação às
diversões noturnas, principalmente Salvador, Recife, Natal e Fortaleza. Em
Salvador a vida noturna é movimentada feita de boas músicas, danças
desencadeadas
1
e encontros festivos
2
; em Morro de São Paulo sempre tem muito
agito, como dizem os habitantes locais que entendem do assunto: “muito movimento.”
3
É uma peregrinação entre pequenos bares na praia e festas que começam depois de
meia-noite, transformando as praias em uma pista de dança
4
e em Porto Seguro, à
noite, a festa começa na passarela do álcool,
5
assim definida pelos inúmeros locais
existentes e anima-se sob a luz dos diversos pequenos locais e restaurantes na praia
6
.
Em Recife a vida noturna é agradável, animada
7
e rica em atrações e divertimento.
Todas as noites pequenos bares e cafés atraem as pessoas com petiscos, bebidas e
música ao vivo
8
. Também em Natal a vida noturna é agradável, agitada
9
e alegre
10
,
sendo um de seus maiores atrativos
11
, quem ama divertir-se pode ir a uma discoteca e
dançar a noite toda
12
ou pode ouvir uma boa música ao vivo nos vários locais noturnos
ou bares
13
, sob um céu estrelado que convida para um passeio romântico à beira-
mar
14
, além dos luais que são noitadas divertidas na praia, organizadas pelos
habitantes locais.
15
Ponta Negra é o símbolo do divertimento noturno.
16
Diz-se
que em Maceió os amantes da vida noturna encontram restaurantes bares e
discotecas, mas erradamente é divulgado que esses locais são animados por
uma hospitaleira população “indígena”
17
, como se todos os habitantes de
Maceió fossem índios.
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 138.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 17.
3
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 108.
4
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 108.
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 138.
6
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 140.
7
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 14.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
9
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 14.
10
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 13.
11
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 29.
12
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 54.
13
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 9
14
DIMENSIONE TURISMO. Natal, dezembro 2005/abril 2006, página 25.
15
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 29.
16
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 5.
17
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 54.
A Imagem do Brasil na Itália 255
Maria Cristina Caponero
Mas, é à noite, ao rítmo do forró, que a alma alegre e divertida do Ceará
exalta-se na música e na dança
1
e faz de Fortaleza a destinação preferida
pelos turistas italianos.
2
,
3
,
4
,
5
,
6
Quando baixa o sol Fortaleza torna-se uma
festa
7
, os diversos locais da cidade animam-se com músicas e danças.
8
De
domingo a domingo é divertimento puro,
9
com noites quentes, divertidas e
inesquecíveis
10
ao rítmo de forró. As noitadas começam sempre à mesa, em
um dos tantos restaurantes à beira-mar, depois do jantar, o divertimento
continua em um dos inúmeros bares, pubs ou locais típicos com música ao
vivo
11
onde se dança o desencadeado ‘forró’, samba do nordeste, até o
amanhecer
12
. Em Fortaleza, é famosíssimo o Bar do Pirata, considerado o bar
mais famoso de Fortaleza
13
, local onde toda segunda-feira ocorre uma festa
imperdível
14
, uma das mais célebres do Brasil
15
, local onde durante horas,
centenas de corpos agitam-se em uma praça. O Pirata conquistou as páginas
do New York Times
16
com sua noite definida como “a mais louca do mundo”
17
.
Em Jericoacora os locais noturnos são de tal nível que são capazes de
satisfazer a clientela mais exigente, amante da boa música brasileira cantada
ao vivo
18
e em Canoa Quebrada a vida noturna também é considerada
divertida, animada
19
e inesquecível
1
.
1
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 4.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 70
3
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 144.
4
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 13
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 144.
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 32.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 70
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
9
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
10
Idem.
11
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 6.
12
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 100.
13
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 100.
14
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 8.
15
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 8.
16
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 98.
17
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 48.
18
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
19
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
A Imagem do Brasil na Itália 256
Maria Cristina Caponero
Na Região Sudeste do Brasil, destaca-se São Paulo que é caracterizada
por uma vida noturna particularmente animada
2
e o Rio de Janeiro que oferece
uma vida noturna efervescente
3
, extraordinária, sem igual
4
. A noite no Rio
enche-se de música e emoção
5
, é uma febre coletiva de pressa de viver e de
não perder o passo
6
. Os cariocas são pessoas alegres que animam a vida
noturna ao rítmo de samba
7
, sendo este o motivo principal da noite da cidade
carioca.
8
,
9
Para os cariocas a noite representa um espaço de energia mais
importante ainda do que o dia, com as primeiras sombras da noite, a cidade
ilumina-se e é atingida por um grande desejo de alegria
10
. Também Búzios é
famosa por oferecer uma vida noturna agitada e excitante, com locais que
permanecem aberto até o amanhecer.
11
País de Aventura
A Imagem do Brasil ainda é divulgada como sendo “uma terra
profundamente desconhecida”,
12
,
13
insólita
14
, o que o torna um “país de
aventura
15
, diz-se que quem escolhe como meta de viagem este país “deve
estar preparado para tudo
16
, pois as férias no Brasil são consideradas “férias à
1
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 46.
2
Idem, página 95.
3
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 11.
5
Idem.
6
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 120.
7
Idem.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 11.
9
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 120.
10
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 11.
11
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 135.
12
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 52.
13
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 12.
14
Alla scoperta di un Brasile insolito. Itália: Revista Partiamo, ano V, número 7, julho de 2005, página 123.
15
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 21.
16
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 41.
A Imagem do Brasil na Itália 257
Maria Cristina Caponero
Indiana Jones”
1
; pela sua “natureza não contaminada
2
, são “áreas não
contaminadas, verdadeiramente espetaculares
3
, como o Ceará, mas sabe-se
que com a divulgação que está sendo feita, tudo pode ser diferente, por isso
recomenda-se que “o visite imediatamente para que se possa conhecê-lo ainda
em seu melhor estado, ainda não transformado e antes que venha a ser
descoberto por muitas pessoas”.
4
A Imagem do Brasil associada ao País de
Aventura é divulgada em 27% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
pertencentes à ASTOI e em 18% das pertencentes.
País de Grande Beleza
A Imagem do Brasil é de um País de beleza infinita
5
,
6
e
resplandescente
7
, sendo considerado uma das mais belas nações da América
do Sul
8
e um dos países mais belos do mundo.
9
,
10
Não faltam estereótipos para
caracterizá-la, como por exemplo: país belíssimo,
11
encantador, espetacular,
esplêndido
12
, estupendo, fascinante,
13
,
14
magnífico, maravilhoso.
15
,
16
É
considerado um país “extraordinário em tudo”,
17
,
1
um “país inesquecível”.
2
O
1
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 37.
2
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 2.
3
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 46.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
6
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
7
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 81.
8
Natale al caldo di Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 102.
9
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 44.
10
BOLKAN, Florinda apud SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare
degli hippy. Itália: Revista Gulliver, junho de 2005, página 84.
11
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de
2006, página 62.
12
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 2
13
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 12.
14
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 62.
15
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
16
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 61.
17
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
A Imagem do Brasil na Itália 258
Maria Cristina Caponero
nordeste é destacado por compreender nove dentre os estados mais
fascinantes do Brasil.
3
Esta Imagem de grande beleza é uma das mais
divulgadas, aparece em 80% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 70% das não pertencentes e em 36% das revistas
especializadas.
Dizem que “as férias no Brasil devem ser desfrutadas sem a típica ânsia
européia de querer ver tudo e fazer tudo. Vale a pena voltar várias vezes
tamanha é a beleza dos lugares
4
, sendo “praticamente impossível
compreendê-lo em uma única viagem, mas se apaixonar sim”
5
, pois é
impossível não se deliciar e encantar com as milhares paisagens que se
encontram no Brasil, capazes de satisfazer qualquer desejo de férias”.
6
Este é
um país que fascina e contagia todos os que o conhecem e é fatal ficar
apaixonado.
7
É divulgada tanto a beleza da natureza nas paisagens naturais e
costeiras
8
, como a beleza da arquitetura, ou a beleza do povo, ou memo pelo
conjunto de todas essas características. Esta beleza é tanta que não faltam
descrições poéticas, para caracterizá-lo, como por exemplo: “é um país que
parece ter saído da tela de um pintor divino que preencheu com luzes e cores
os grandes espaços nos quais as maravilhas da natureza e do período colonial
misturam-se, numa desordem harmônica, com as modernas megalópoles.”
9
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 13.
2
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 5
3
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
4
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 18.
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
6
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 82.
7
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
8
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
9
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
A Imagem do Brasil na Itália 259
Maria Cristina Caponero
Quanto à beleza natural inúmeras e exuberantes são as belezas deste
paraíso tropical divulgadas, como a Costa Atlântica
1
, o Pantanal
2
, a imensidão
da floresta Amazônica
3
, a incomparável beleza do encantador ecossistema do
arquipélago de Fernando de Noronha,
4
,
5
as Cascatas de Foz do Iguaçu,
6
,
7
considerada encantadora
8
,
9
e a Ilha de Itaparica. Diz-se que “uma viagem mais
aprofundada na beleza deste Brasil é intrigante: olhe para o oceano durante
horas e depois deixe-se surpreender pelos seres humanos que ainda
conseguem conviver com a sua força e seu infinito ... Prolongue seu olhar às
costas do mar, onde o mundo parece acabar: as chapadas do Sertão sabem
surpreender”.
10
Também o nordeste é considerado uma área espetacular
11
e
“incomparável no Brasil e no mundo”
,
12
,
13
sendo o Ceará um dos lugares mais
belos do mundo e quanto a Pernambuco questiona-se “como tanta beleza pode
ter sido reunida em um único estado
14
, Recife também é divulgada pelo
fascínio de suas praias repletas de coqueiros,
15
pelas fileiras de jangadas na
praia de Boa Viagem
16
, por Porto de Galinhas, também considerada uma
fascinante localidade de relax da costa de Pernambuco
17
. Natal e as Dunas de
Genipabu são consideradas emocionantes, espetaculares e a praia da Pipa é
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
2
Idem, página 32.
3
Idem, página 5.
4
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
5
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel Paese
delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
6
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 3.
7
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
8
Idem, página 136.
9
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 23.
10
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 91.
11
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano
15, no. 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 235.
12
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 58.
13
Natale al caldo di Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
14
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 18.
15
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
16
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 18.
17
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 260
Maria Cristina Caponero
considerada fascinante principalmente pelo contrantes entre o azul intenso do
mar e o vermelho de suas falésias. No Ceará, Canoa Quebrada que nos anos
70 foi povoada por grupos de hippies vindos de toda parte do mundo, continua
mantendo boa parte de seu antigo fascínio,
1
é uma das localidades mais
surpreendentes, um lugar estupendo feito de dunas, lagoas e quilômetros de
praias selvagens.
2
Fortaleza é considerada uma das localidades mais bonitas
do nordeste
3
e Jericoacora é descrita poeticamente:
“Jeri, assim chamada confidencialmente pelos habitantes locais, onde a
luz e o asfalto ainda não são conhecido (...) é um lugar que permanece
verdadeiramente “encantado” diante de uma paisagem, uma natureza
que se modifica pouco a pouco a medida em que se percorre,
oferecendo a todo instante e todos os lugares escondidos, cenários e
cores capazes de surpreendê-los e de deixá-los sem palavras.”
4
Quanto à arquitetura destacam-se as fascinantes paisagens coloniais de
Paraty
5
e Ouro Preto, jóia deste continente
6
ou mesmo Belo Horizonte com seu
fascinante complexo arquitetônico
7
. Olinda é considerada uma cidades
encantadora
8
e
9
. Salvador é considerada a alma do Brasil com sua
extraordinária beleza, que desperta profundas emoções, é uma cidade
fascinante
10
principalmente pela sua arquitetura barroca e em especial do
Pelourinho
11
, é uma cidade tão bonita que “faz com que o coração bata mais
forte, e está pronta para conquistar o visitante com seu fascínio, de modo a não
mais deixá-la”.
12
Possui um fascínio exótico onde os mistérios do candomblé,
1
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 35.
2
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
3
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 4.
4
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 12.
5
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 56.
6
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 36.
7
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 97.
8
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 136.
9
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 23.
10
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41
11
Idem.
12
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
A Imagem do Brasil na Itália 261
Maria Cristina Caponero
da macumba e de outras religiões afro-brasileiras convivem muito bem com a
beleza natural do país
1
. Viver Salvador significa ter uma experiência especial,
mais significa compreender o Brasil e a sua cultura única no mundo.
2
,
Rio de Janeiro é considerada a oitava maravilha do mundo,
3
,
4
cidade
maravilhosa,
5
,
6
explêndida
7
pela sua extraordinária beleza,
8
pelo seu
extraordinário panorama urbano
9
que a contradistingue. É considerada uma
das mais bonitas, exuberantes e fascinantes do mundo
10
,
11
,
12
,e
13
e tornou-se o
próprio símbolo
14
, a própria Imagem do Brasil. Diz-se que é impossível não
ficar fascinado pela sua incomparável
15
e irresistível beleza
16
exaltada pela
afirmação de que “Deus é Brasileiro!”
17
, como dizem os cariocas. Charles
Darwin escreve que o Rio de Janeiro “supera em esplendor qualquer coisa que
os europeus possam ter admirado em seu país”
,
18
é uma cidade cenográfica
nascida de um especial acordo entre a natureza e o homem
19
, uma perfeita
combinação entre natureza, vida cultural e a doçura da vida tropical
20
. São “belas
praias, grandes árvores, montanhas, gente maravilhosa, mulheres belíssimas”.
21
A
1
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
2
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
3
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 7.
5
Idem, página 5.
6
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 45.
7
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 60.
8
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 14.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página
57.
11
FRANCOROSSO. Brasile, Argentina, Venezuela, inverno 2005/06, página 45.
12
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 55.
13
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
14
FRANCOROSSO. Brasile, Argentina, Venezuela, inverno 2005/06, página 45.
15
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
16
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 17.
17
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
18
DARWIN, Charles apud DIMENSIONE TURISMO. Brasil – Costa Rica, novembro 2005/março
2006, página 7.
19
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
20
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
21
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 69.
A Imagem do Brasil na Itália 262
Maria Cristina Caponero
beleza do Rio de Janeiro
1
é tanta que de qualquer ponto que se observa, parece um
quadro de formas harmoniosas
2
. Não faltam descrições poéticas para descrevê-la,
como por exemplo:
“O arquiteto do mundo quis, por amor ou por vaidade, fazer do Rio de Janeiro
Sua obra-prima. Quando se sobrevoa o Rio pode-se constatar como Deus
trabalhou bem, posicionando ilhas a perder de vista, uma floresta no coração
da cidade, uma baia com ótimas condições de navegação, praias, lagoas e
longos bancos de areia de fácil acesso. E ainda não satisfeito completou este
fantástico cenário com um clima mais ameno que se possa imaginar. Mas um
lugar não é feito somente de natureza, é preciso que no ar haja amor,
harmonia, música e muita alegria. Assim é o carioca. Muito
hospitaleiro,
agrada-lhe exibir a sua cidade a todos aqueles que venham visitá-la.”
3
País Caótico
Este é um estereótipo que não caracteriza o país como um todo,
somente algumas cidades e mesmo assim não recebe grande destaque, pois é
divulgado em apenas 7% das revistas especializadas e em 6% dos catálogos
das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI. Dentre estas cidades,
destaca-se São Paulo que é considerada capital dos negócios de todo o país e,
de fato, centro político;
4
possui grandes edifícios e um trânsito enlouquecido,
5
sendo divulgada como uma cidade caótica, suja e enorme, sendo poucos os
que ficam satisfeitos com esta cidade cujas casas da periferia não são bonitas
e nem as ruas larguíssimas, mas, no entanto aqui a vida não pára nunca...
6
e
segue ritmos muito mais rápidos do que no resto do país.
7
1
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 60.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 7.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 22.
4
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori: se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le sue spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, número 17, maio 2005,
página 70.
5
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, número
12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
6
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 23.
A Imagem do Brasil na Itália 263
Maria Cristina Caponero
País Colorido
O Brasil é considerado um “País Colorido
1
devido a diversidade de
cores
2
,
3
,
4
que aqui se observam, são “as cores das mil raças que compõem
esta complexa sociedade”;
5
é o azul do céu;
6
as diversas as tonalidades que
caracterizam a água do mar, embora geral diz-se que é o “azul do oceano”
7
,
8
;
são as cores da barreira de coral; as cores das dunas
9
; as diversas cores da
areia das praias, pois só em Morro Branco no Ceará foram encontradas mais
de 24 tonalidades de areia, embora se se fale do “branco das praias”
10
; são as
cores da sua natureza, considerada a mais rica do planeta
11
; é o “verde
exuberante da floresta”
12
,
13
; das flores, das aves, das borboletas exóticas, dos
multicoloridos pássaros em geral, mas em especial dos coloridíssimos
papagaios, considerados “símbolo do Brasil
14
; é a cor negra do cafezinho
15
e
da pele dos banhistas que tende ao negro”
16
; são as cores do artesanato; das
1
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori, se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le se spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 60.
2
RIVA, Alberto. LatinoAmericando. Vincono il samba e i colori del Brasile. Itália: Jornal Corriere della
Sera, 1
o
. de junho de 2005, pg. 57.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 64.
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro 2005,
página 18.
4
BLANDINO, Francesca. Il mondo nel piatto: Brasile. Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 62.
5
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
6
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 11.
7
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 61.
9
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 64.
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro 2005,
página 18.
10
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3
11
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
12
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 61.
13
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3
14
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 40.
15
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 14.
16
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 112.
A Imagem do Brasil na Itália 264
Maria Cristina Caponero
multicoloridas redes; dos biquínis; dos rótulos coloridos das cachaças
1
; é a
grande variedade e cores da comida
2
; as cores de um folclore único e variado
3
;
as cores da nação do Futebol
4
; a explosão de cores do Carnaval
5
, enfim, são
inúmeras as cores que caracterizam o País e fazem desta a Imagem do País,
sendo divulgada em 53% dos catálogos das Operadoras de Turismo
pertencentes à ASTOI, em 50% das revistas especializadas, em 33% dos catálogos
das Operadoras não pertencentes à ASTOI e em 14% dos artigos diversos.
Dentre os lugares que mais se caracterizam pelas suas cores destacam-se a
Amazônica pelas cores inimitáveis da fauna e da flora
6
. Salvador também é
considerada uma cidade cheia de cores
7
,
8
, com graduações cromáticas cor pastel com
as quais foram pintadas as fachadas das casas e igrejas nos bairros coloniais
9
e estas
contrastam com o branco da roupa das baianas
10
,
11
. São as cores do colorido e rítmico
Maracatu em Pernambuco
12
; o colorido das favelas metropolitanas de Manaus e
Campo Grande, “Cidade Morena, assim denominada pela coloração avermelhada da
sua terra”.
13
Canoa Quebrada é uma localidade de cores e luz impressionante
14
,
caracterizada por belíssimas falésias alaranjadas, dunas brancas e lagos azuis
15
.
Chama a atenção o contraste entre o azul do Oceano Atlântico, o branco das dunas do
Parque dos Lençois Maranhenses e o verde esmeralda
da floresta
16
. A cor
inimitável da fauna e da flora funde-se com o verde intenso da vegetação
17
.
1
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 112.
2
DIMENSIONE TURISMO. Natal, dezembro 2005/abril 2006, página 13.
3
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
4
Idem.
5
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
6
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
8
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 58.
10
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 136.
11
Idem, página 135.
12
SUNTUR INTERNATIONAL. Perchè Brasile? Inverno 2005/2006, página 134.
13
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 43.
14
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 46.
15
Idem, página 54.
16
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 72.
17
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
A Imagem do Brasil na Itália 265
Maria Cristina Caponero
País dos Contrastes, das Diferenças e das Diversidades
Devido a grande diversidade, contradições, contrastes e diferenças
existentes no Brasil esta é uma das Imagens que mais o caracteriza, por ser o
Brasil considerado “um dos países mais variado, interessante e intrigante do
mundo”
1
, “assinalado por relevantes diferenças culturais, geográficas
2
,
climáticas e gastronômicas que formam um “mosáico brasileiro”
3
; um “país das
mil facetas”
4
, sendo que tantas características diferentes fazem do país “um
verdadeiro tesouro
5
, mas também é um país contraditório
6
, país de diversas
realidades
7
, de eternos contrastes
8
e contradições
9
. Estes estereótipos são
divulgados em 78% das revistas especializadas, em 53% dos catálogos das
Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI, em 53% das não pertencentes
e em 21% dos artigos diversos.
A região nordeste é formada por um quebra-cabeças de cinco Estados”
10
e o Rio de Janeiro é a “cidade marcada por diferenças culturais e geográficas
relevantes
11
, cidade das “mil facetas e mil contrastes
12
, uma “combinação
perfeita de mar, terra, clima, pessoas, uma mistura agradável de cultura
indígena, branca e negra enriquecida por um grande cenário natural”.
13
1
BEBERIBE TOUR. Lusomania: Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
2
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 8.
4
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 7.
5
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 56.
6
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 62.
7
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 18.
8
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 54.
10
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano
15, número 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 236.
11
Natale al caldo di Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 104.
12
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 57.
13
FRANCOROSSO. Brasile, Argentina, Venezuela, inverno 2005/2006, página 45.
A Imagem do Brasil na Itália 266
Maria Cristina Caponero
Devido a esta grande diversidade, a Imagem do Brasil e de “um país
para todos os gostos, para quem prefere a natureza, para quem deseja
mergulhar nas tradições culturais e folclóricas, para quem quer relaxar ou
mesmo para quem quer tudo isso junto em um mesmo lugar”
1
, pois tudo isto é
o Brasil, e muito mais”
2
. É um “país que precisa ser vivido
3
, indo “desde o
divertimento de Fortaleza às dunas de Jericoacoara, do folclore de Salvador ao
paraíso incontaminado da Costa do Sauípe, até chegar no Rio, onde a alegria
saberá como envolver o visitante, até a grandiosidade da Amazonia”.
4
O Brasil é clássico, é mar, cultura, aventura, relax e ecologia, é
fascinante e variado como poucos e apesar da diversidade cenográfica,
existem sempre denominadores comuns em todas as reportagens que são
eternos ícones como “o sol, a brisa do oceano, a água morna do mar e a
sombra de numerosos coqueiros”
5
. Enfim “é um país de depois de conhecê-lo
deseja-se voltar, pois todos os sonhos se tornam realidade no país da alegria e
da hospitalidade
6
, um país que “desperta fortes emoções pela vida”
7
, mas
apesar de todas esses numerosos atrativos, “pode ser que para muitos
estrangeiros o Brasil seja um País difícil”.
8
1
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 3.
2
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
3
Idem..
4
Idem.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
6
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 130.
7
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 4.
8
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori, se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le se spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 60.
A Imagem do Brasil na Itália 267
Maria Cristina Caponero
Contraste Geográfico (Verde x Concreto – Mar x
Montanha – Praia x Floresta)
A Imagem do Brasil também é marcada por grandes contrastes
geográficos, como por exemplo “o esplêndido cenário que varia desde as
imensas florestas às magníficas praias do nordeste, à economia paulista e o
dramático sertão
1
ou seja, o contraste da natureza, do verde das florestas com
as grandes cidades, o concreto urbano, considerada a selva urbana
2
. Mas, as
diferenças não se encontram apenas na “morfologia da paisagem”,
3
nas
diversidades dos cenários, na “variedade territorial das florestas tropicais aos
terrenos queimados do sertão”.
4
Este contraste pode ser observado dentro de uma mesma cidade como
no caso do Rio, onde o Parque Nacional da Tijuca, uma floresta verdíssima e
maior floresta urbana do mundo
5
e
6
contrasta com o concreto urbano
7
, diz-se
que o Rio é uma cidade incrustada no granito da montanha e ornamentada
pela floresta e por longas praias
8
, oferecendo um cenário de mar e
montanha
9
e
10
e demonstrando um total entrosamento entre o homem e a
natureza que impressiona
11
. Também Fortaleza é considerada uma cidade de
grandes contrastes
12
, observados na grande e moderna cidade construída em
um estilo arquitetônico audaz que convive com belíssimas praias e altas
palmeiras
13
, são prédio protegidos por dunas de areia de trinta metros de
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
2
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 121.
3
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
4
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
5
Idem, página 119.
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 14.
7
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
8
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 4.
9
LONGONI, Roberto. Rio de Janeiro, il ritmo nella pelle. Itália: Revista Travel, ano 9, no. 4, março de
2006, página 121.
10
BRIXIA VIAGGI. Brasile, inverno 2006, página 2.
11
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 54.
12
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 8.
13
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 10.
A Imagem do Brasil na Itália 268
Maria Cristina Caponero
altura
1
. Mas, este contraste além de ser observado dentro de uma mesma
cidade, pode ser observado em praticamente todo o país, são florestas
imensas e impenetráveis, longas praias, grandes metrópoles e um dramático
sertão
2
, é o Pantanal que parece estar anos luz distante da moderna e
Brasília
3
, além de tantos outros contrastes geográficos.
Contraste Arquitetônico (Moderno x Antigo)
A Imagem do Brasil também é marcada por um grande contraste
arquitetônico devido aos diversos estilos e influência na colonização. O
contraste arquitetônico é o mais divulgado, aparecendo em 47% dos catálogos
das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 18% das
pertencentes, em 21% das revistas especializadas e em 7% dos artigos
diversos. Pode-se observar este tipo de contraste em diferentes cidades uma
vez que cidades ricas de um passado glorioso convivem com cidades
modernas e futurísticas
4
,
5
, como por exemplo, as cidades coloniais de Paraty e
Olinda e a futurística Brasília, ou dentro de uma mesma cidade, onde o antigo e
o moderno fundem-se obtendo resultados fascinantes devido a enorme riqueza
arquitetônica que encanta os visitantes
6
, como por exemplo, Recife, Salvador,
Rio de Janeiro e Fortaleza
7
.
Recife é uma cidade onde coexistem sinais de passado e presente:
igrejas, bairros e casas coloniais relembram o tempo de ocupação portuguesa
e holandesa
8
mistura-se com casas e estruturas modernas em um ritmo
frenético de uma metrópole moderna
9
e contrasta com a vizinha Olinda em
1
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 8.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 4.
3
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 25.
4
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 10.
6
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006-outubro 2006, página 11.
7
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 100.
8
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 24.
9
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 92.
A Imagem do Brasil na Itália 269
Maria Cristina Caponero
estilo português
1
. Salvador possui um rico patrimônio arquitetônico, é uma cidade
antiga e ao mesmo tempo moderna
2
, onde se encontram igrejas barrocas, casas do
século XVI, pitorescas ruelas estreitas e altos, modernos
3
edifícios
4
em avenidas
largas
5
, é uma cidade onde convivem progresso tecnológico e antigos ritos
6
, é um
conjunto de fortes e contrastantes sensações
7
. Rio de Janeiro contrasta a
modernidade com o passado: as maravilhas da arte barroca das igrejas e
monastérios
8
, a art déco das fachadas residenciais muito preservadas e a arquitetura
moderna dos anos 50
9
e modernos edifícios
10
. Também Manaus apresenta um
contraste entre a arquitetura industrial, o porto fluvial e as coloridas favelas.
11
Contraste Climático (Secas x Enchentes)
Devido à grande extensão territorial, o Brasil apresenta uma grande diferença
climática, do sul para o norte tudo muda, enquanto em São Paulo a chuva é constante
no nordeste o sol brilha o ano inteiro.
12
Na região centro-oeste o clima equatorial
apresenta duas faces, principalmente no Pantanal. Na estação das chuvas a água
pode atingir até 12 metros alagando partes da floresta e na estação das secas tudo se
transforma em uma ampla praia de areia fina totalmente sem água
13
. Além dessa
diferença climática em uma
mesma localidade, existe uma diferença territorial
entre as florestas fluviais e o sertão do nordeste
14
.
1
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 36.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
3
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 24.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 58.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 22.
6
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
7
Idem..
8
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 8.
9
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 45.
10
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 8.
11
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 129.
12
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
13
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 129.
14
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 44.
A Imagem do Brasil na Itália 270
Maria Cristina Caponero
Contraste de Estilo de Vida (Tranqüilidade x Agitação)
A imagem do Brasil também é marcada por fortes contrastes no estilo de
vida. É a vida frenética, caótica
1
, de tráfego intenso, nervoso
2
e veloz como em
São Paulo e no Rio de Janeiro
3
e
4
, que contrastam, sem nenhuma semelhança,
com o ritmos cotidianos lentos, tranqüilos e calorosos do nordeste,
principalmente de Salvador
5
, Fortaleza e Jericoacora
6
. Mas, mesmo nesta
localidades é muito divulgado o contraste entre a tranqüilidade da vida diurna e
a agitação da vida noturna; em Fortaleza o dia depois de uma noite de forró
transcorre em paz, é a calmaria depois da tempestade!
7
O litoral do Morro de
São Paulo é tranqüilo durante o dia e à noite é um teatro de festas e danças
8
.
País Exótico e Pitoresco
A Imagem de País exótico ainda representa o Brasil e acaba
estereotipando praticamente tudo o que faz alusão ao país, considerado um
Éden exótico, com índios, pássaros e plantas e que atualmente reforça a idéia
de uma terra pitoresca e estranha, como descreve Pires:
“A idéia de um reino exótico, no espírito do estrangeiro, é anterior ao
século XIX. Escrevendo sobre uma monarquia na América, que ainda se
1
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 42.
2
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, no. 12,
dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
3
Mitica Rio. Itália: Revista In the World, no. 19/20, junho/agosto, página 72.
4
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, no. 12,
dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
5
LENTINI, Alberto. Brasile: Anima e Corpo. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006,
página 43.
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 35.
7
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 100.
8
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 108.
A Imagem do Brasil na Itália 271
Maria Cristina Caponero
utilizada de mão-de-obra escrava, repleta de florestas e animais
selvagens, contribuíram os viajantes do século passado para reforçar,
nos seus país de origem, a noção corrente, de um Brasil bizarro que, em
grande parte, perdura até hoje”.
1
(Pires, 2002:211)
Esta Imagem de País exótico, pitoresco é divulgada em apenas 13% dos
catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI e em 7% dos
Artigos diversos e esta vinculada a algumas localidades no Brasil que são
consideradas pitorescas como por exemplo as cidades da pitoresca Bahia
2
como Morro de São Paulo
3
, São Felix, Cachoeira, Santo Amaro
4
, Salvador
5
e a
Praia do Forte
6
, mas também as feiras de artesanato de Recife
7
.
País Autêntico, Genuíno, Não contaminado, Selvagem,
Virgem, Primitivo, Natural, Oásis naturalista e Oásis Verde
A Imagem do Brasil na Itália é de um éden selvagem, porque a própria
nação se vende como tal, pois é divulgada em 80% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em 78% das Revistas
Especializadas e em 59% das Operadoras de Turismo pertencentes à ASTOI.
Dentre as cidades consideradas mais autênticas e emocionantes, destacam-se
Salvador
8
, Porto Seguro
9
e Manaus. Mas, quando se pensa em um ambiente
genuíno, incontaminado, selvagem, virgem, automaticamente leva-se a lugares
de natureza preservada, destacando-se a Floresta Amazônica por ser a região
1
PIRES, Mário Jorge. Raízes do Turismo no Brasil. Hóspedes, Hospedeiros e Viajantes no século XIX.
2ª. Edição. São Paulo: Editora Manole, 2002.
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 54.
3
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
4
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 24.
6
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
7
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 19.
8
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 136.
9
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 76.
A Imagem do Brasil na Itália 272
Maria Cristina Caponero
mais selvagem
1
e fascinante do Brasil
2
, possui uma natureza não
contaminada
3
,
4
, um ambiente autenticamente primitivo
5
; o Pantanal,
considerado o coração selvagem do Brasil,
6
,
7
o lugar mais incontaminado do
Brasil
8
,
9
,
10
, um lugar de natureza selvagem, propositalmente pouco
desenvolvido do ponto de vista turístico
11
; Bonito por também ser um dos
lugares mais incontaminados e selvagens do Brasil; as Cascatas de Foz do
Iguaçu, consideradas um espetáculo da natureza com uma atmosfera primitiva;
12
Ilha Grande com seus incríveis jardins tropicais
13
e algumas praias do Rio de
Janeiro, considerada a capital natural do Brasil
14
, sendo Búzios considerado
um mix de beleza natural, aspecto rústico e refinamento internacional
15
. No
nordeste, destaca-se o Ceará e seus arredores, com suas paisagens naturais
feitas de grandes dunas de areia, florestas, lagoas e cachoeiras
16
; Fortaleza
por possuir uma bela selvagem
17
; Canoa Quebrada com uma atmosfera
primitiva onde a natureza é soberana
18
que permanece um lugar
incontaminado
19
; Camocim considerada o centro de uma região cujas belezas
1
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 78.
3
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
4
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 59.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 11.
6
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 38.
7
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 60.
8
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 60.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 59.
11
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 25.
12
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 49.
13
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 60.
14
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 5.
15
FRANCOROSSO. Brasile, inverno 2005/2006, página 48.
16
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
17
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 23.
18
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 69.
19
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, número
12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 265.
A Imagem do Brasil na Itália 273
Maria Cristina Caponero
naturais são únicas e não contaminadas
1
; Jericoacoara, ambiente selvagem e
preservado em todos os seus aspectos
2
; Salvador, pelas praias não
contaminadas, paraíso do turismo ecológico devido aos diversos parques
naturais
3
; a Chapada Diamantina que compreende uma vasta área não
contaminada
4
; Maceió, lugar de beleza não contaminada
5
; Fernando de
Noronha, lugar não contaminado e Barreirinhas: lugares encantados e
incontaminado com dunas de areia branca que circundam uma piscina natural
de água verde e clara.
6
No estado do Maranhão encontram-se diversas
localidades naturais ainda não descobertas pelo turismo
7
, em especial as
dunas do Parque dos Lençóis Maranhenses
8
considerada a última zona
‘virgem’ do planeta
9
; com um cenário natural único no mundo surgido devido a
uma complexa interação de circunstâncias climáticas e morfológicas
10
.
País Inesquecível
A Imagem do Brasil como um País Inesquecível está relacionada com
algumas poucas localidades e é divulgada em 33% dos catálogos das
Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI e em 23% das
pertencentes, destacando-se o Pantanal com seu inesquecível safári
11
, uma
vez que uma estada no Pantanal é uma experiência inesquecível, onde o
silêncio é quebrado somente pelos sons dos animais e onde se vive em contato
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 13.
2
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 35.
3
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 13.
4
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 79.
5
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
número 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 239.
6
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 20.
7
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 20.
8
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 14.
9
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 72.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe, outubro 2004 – dezembro de 2005, página 61.
11
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 11.
A Imagem do Brasil na Itália 274
Maria Cristina Caponero
com a natureza de uma maneira absoluta e satisfatória.
1
O arquipélago de
Fernando de Noronha
2
que oferece paisagens e cenários muito interessantes,
onde se pode viver emoções únicas
3
, absolutamente inesquecíveis
4
e as
Cachoeiras de Foz do Iguaçu divulgadas como um espetáculo extraordinário e
inesquecível.
5
País Calmo e Tranqüilo
A calma e a tranqüilidade reinam em muitas localidades do Brasil,
caracterizando assim a sua Imagem, a qual é divulgada pelo Pantanal
6
, Angra
dos Reis
7
, Búzios
8
, Olinda
9
, a costa de Pernambuco, Natal, Cumbuco e Morro
de São Paulo
10
, consideradas regiões tranqüilas, onde se pode desfrutar de
esplêndidas paisagens em uma tranqüilidade mais absoluta
11
. Mas Fernando
de Noronha destaca-se por ser um lugar onde tudo é lento, calmo, tranqüilo e
relaxante, parece ter parado, o tempo não existe
12
, não é consumido
rapidamente mas vivido segundo ritmos naturais
13
. Muito pouco é divulgado
sobre esta Imagem, pois aparece em 41% dos catálogos das Operadoras de
Turismo pertencentes à ASTOI, em 27% das não pertencenes e em 21% das
revistas especializadas.
1
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 25.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 21.
3
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 31.
4
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
5
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 132.
6
Pantanal: Cuore selvaggio del Brasile. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005,
página 50.
7
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 10.
8
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 18.
9
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 35.
10
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 47.
11
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 57.
12
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 109/110.
13
VALLA, Ilaria. Amazzonia: il richiamo della foresta. Siamo tutti Indiana Jones. Itália Revista Gente
Viaggi, outubro de 2005, página 44.
A Imagem do Brasil na Itália 275
Maria Cristina Caponero
País Mágico, Misterioso, Mítico e Místico
Pelo fato de o Brasil possuir uma cultura muito diferente da européia, o
País acaba tendo uma Imagem de um País Mágico
1
ou repleto de magia, uma
terra mágica
2
em diversos aspectos desde a magia da além da magia do
candomblé, da música da dança
3
, da natureza
4
. Esta imagem é uma das mais
divulgadas, pois aparece em 67% dos catálogos das Operadoras de Turismo
não pertencentes à ASTOI, em 65% das perencentes e em 64% das revistas
especializadas. Destaca-se a magia das grandes cidades brasileiras como Rio
de Janeiro e principalmente a Bahia, destacando-se Salvador
5
, considerada
uma cidade mágica
6
, e o Pelourinho, considerado o mais bonito centro colonial
transformado em um lugar mágico
7
. Jorge Amado, escritor que melhor do que
ninguém soube interpretar a magia desta terra, escreve:
“Não é preciso explicar a Bahia porque o seu mistério é como um
unguento que escorre do céu e recobre completamente o seu corpo, sua
alma e seu coração.”
8
Também a costa sul de Salvador esconde pequenos paraísos, repletos
de magia
9
, como o Morro de São Paulo, onde o misticismo
10
e a magia
resistem intactos apesar das inevitáveis modificações que transformaram as
1
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 4.
2
BERTOLOTTI, Patrizia. Anima Nera. Itália: Revista Viaggiando, ano II, fevereiro de 2006, página 55.
3
BEBERIBE TOUR. Brasile – Ceará, 2005, página 3.
4
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 5
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 16.
6
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 44.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 29.
8
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 41.
9
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Spiagge Magiche: Non solo i riti misteriosi
del candomblé. La costa a sud di Salvador de Bahia nasconce piccoli paradisi, carichi di magia. Itália:
Revista Travel, ano 8, número 10, outubro de 2005, página 104.
10
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
A Imagem do Brasil na Itália 276
Maria Cristina Caponero
casinhas de pescadores em pousadas coloridas
1
. No Ceará, as cidades
consideradas mágicas são Canoa Quebrada, onde a imensa praia em forma de
meia lua, as encostas rochosas avermelhadas e as noites repletas de música,
dão a este local um clima de autêntica magia
2
e misticismo
3
. e Jericoacoara,
pequena vila de pescadores com uma atmosfera sob muitos pontos de vista
mágica
4
. Também são considerados mágicos e misteriosos a Floresta
Amazônica
5
, Manaus
6
e as dunas de Genipabu que dão aos arredores de Natal
um ambiente mágico.
7
O Piauí é um estado diferente, com pouco mar e muita
natureza, aventura e mistério! Uma magnética trilogia que resulta em emoção
pura descobrindo fenômenos megalíticos e sítios pré-históricos habitados há
milhões de anos por um povo misterioso, que contou sua história através de
uma inusitada quantidade de pinturas rupestres esplendidamente conservadas,
fazendo do Piauí o maior museu arqueológico a céu aberto do mundo.
8
Quanto ao misticismo, este encontra-se fortemente relacionado com a
raça negra no país e manifesta-se por intermédio dos rituais místicos que, sob
o olhar do estrangeiro, consistem numa mistura de sensualidade e
musicalidade mágica.
País Antigo, Decadente, com Ambiente do Passado
A Imagem do Brasil, como País antigo e decadente está na maioria das
vezes relacionada com algumas cidades históricas do período colonial que
parecem ter parado no tempo, mantendo traços significativos do seu passado
9
.
É divulgada em 40% dos catálogos das Operadoras de Turismo não
1
MARTINO, Enrico. Brasile: le magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, no. 10, outubro
de 2005, página 109.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 25.
3
SEMPLICI, Andrea. Nuovi Hippy a Fortaleza. Oltre Fortaleza sul mare degli hippy. Itália: Revista
Gulliver, junho de 2005, página 82.
4
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
5
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
6
KUONI GASTALDI TOURS. Sudamerica. Brasile: L’essenza della vita, maio-outubro 2005, página 11.
7
Natale al caldo in Sudamerica. Itália: Revista Partiamo, ano V, no. 12, dezembro de 2005, página 105.
8
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 65.
9
DIMENSIONE TURISMO. Brasil – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 7.
A Imagem do Brasil na Itália 277
Maria Cristina Caponero
pertencentes à ASTOI, em 23% das pertencentes e em 14% das Revistas
Especializadas. Destaca-se, por exemplo, no Rio de Janeiro o bairro da Lapa,
com ruas decadentes
1
, a Urca com uma atmosfera fora de época
2
e uma
arquitetura que preserva a atmosfera de outro tempo
3
; a Ilha de Paquetá, cuja
época do ouro acabou no final dos anos 70 e depois veio a decadência
4
, é um
local onde não existem prédios, somente praias desertas e pequenas casas
coloridas dos anos 50
5
, mais ou menos restauradas e onde circula-se de
charrete
6
e em Paraty onde se respira uma atmosfera relaxada e distante de
uma cidade onde o tempo parou
7
, suas ruas estreitas com casas antigas são
testemunho de seu antigo esplendor
8
. A cidade lembra a história de um
passado feito de pessoas simples e não é por acaso que foi escolhida por
muitos diretores para se ambientar filmes de época
9
.
Minas Gerais é um estado ligado à época do ouro
10
, destacam-se
Congonhas, típica cidade de um passado colonial
11
, Diamantina onde se
encontram casas de época e ruas tortuosas que em nada se modificaram em
relação aos dois últimos séculos, dando a impressão de que o tempo parou
12
e
ainda Tiradentes que também se modificou muito pouco nos dois últimos
séculos conseguindo conservar aquela atmosfera mágica de outrora
13
.
1
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 111.
2
Idem, página 113.
3
Idem.
4
Idem, página 122.
5
Idem, página 112.
6
Idem, página 122.
7
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho – 20 de dezembro 2005, página 21.
8
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
9
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 12.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 57.
11
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 9.
12
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
13
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 9.
A Imagem do Brasil na Itália 278
Maria Cristina Caponero
Em Olinda o tempo parece ter parado
1
e em Recife ainda se respira a
atmosfera da antiga estação colonial
2
importante na comercialização da cana
de açúcar no século XVIII
3
. Em Salvador tem-se a sensação de uma volta ao
passado
4
, Pelourinho é o antigo bairro colonial da cidade
5
, esquecido no tempo
e rico de antigos tesouros
6
; em Porto Seguro também se desfruta de um estilo
de vida e uma atmosfera colonial
7
que nos transporta para os anos 60
8
; Morro
de São Paulo é um testemunho de um turbulento passado, do tempo em que
as potências européias controlavam as pequenas colônias e se escultarmos
bem, no silêncio quebrado somente pelas ondas, aí pode-se realmente escultar
algum sussurro do passado, como aquele dos escravos que freqüentemente
morriam nos subterrâneos, afogados pela maré muito alta
9
.
Ainda na Região Nordeste, a arquitetura de São Luís e Alcântara
demonstram a preciosa hereditariedade do passado
10
. Alcântara foi fundada
em uma ilha no século XVII, seu declínio começou na segunda metade do
século XIX e ainda hoje é uma realidade, no entanto a cidade permanece
sendo uma jóia arquitetônica esquecida mas intacta que espera ser um dia
recuperada
11
. Na Região Norte, Manaus conserva ainda hoje os sinais de seu
glorioso passado de uma cidade que enriqueceu graças ao comércio da
borracha,
12
,
1
sendo o Teatro Amazonas o símbolo de uma época de opulência.
2
1
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 36.
2
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
3
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 87.
4
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 136.
5
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 13.
6
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 140.
7
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 66.
8
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
9
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Itália: Revista Travel, ano 8, número 10,
outubro de 2005, página 112.
10
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 59.
11
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 61.
12
ILG TOUR OPERATOR. Brasile: Magia Tropical – Nordeste do Brasil, 2006, página 90.
A Imagem do Brasil na Itália 279
Maria Cristina Caponero
País em Desenvolvimento
Embora o Brasil tente projetar de si a Imagem de um “País que olha
avante”;
3
um “País do Futuro”
4
e um “País em forte desenvolvimento
5
com um
povo que olha para o futuro com confiança”,
6
apesar de todas as contradições
econômicas e contrastes sociais, essa Imagem não é muito divulgada, aparece
em apenas 18% dos catálogos das Operadoras de Turismo pertencentes à
ASTOI.
País Paradisíaco
A Imagem do Brasil como um País Paradisícado, um verdadeiro
Paraíso Tropical
7
ou um “éden paradisíaco” permeia o discurso da mídia
impressa como complemento de fotografias de locais naturais sofisticados
associando o País a um local de beleza primordial a fim de despertar a atenção
e a fantasia do leitor, estimulando o interesse e o desejo de conhecê-lo, pois o
Brasil “consegue entusiasmar como nenhum outro país sulamericano”
8
ou seja,
o “Brasil Paraíso” é divulgado como um produto de consumo e é divulgado em
87% dos catálogos das Operadoras de Turismo não pertencentes à ASTOI, em
65% das pertencentes, em 28% das revistas especializadas e em 7% dos
artigos diversos.
1
RALLO LUXURY TRAVEL. America Latina. Alla scoperta del Brasile, abril 2005 – março 2006,
página 86.
2
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
3
LUPARIA, Gianni. Un paese a colori, se viaggiare è la vostra passione, il Brasile è la vostra meta, con
le se spiagge, l’architettura futuristica e il calcio. Itália: Revista In the World, no. 17, maio de 2005,
página 60.
4
MARTINELLI, Leonardo. Rio vista dal mare. Spiagge, isole e bellezze navigando tra Copacabana e il
Pan di Zucchero. Itália: Revista Gulliver, novembro de 2005, página 111.
5
CARDANI, Silvia. Comprare case da sogno. Il villone è (quasi) un regalo. Itália: Revista Dove, ano 15,
número 12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 236.
6
FRAZETTA, Andrea e Neri, Grazia. I guardiani del Rio Jauaperí. Itália: Revista Gulliver, outubro de
2005, página 138.
7
PRESS TOUR. Viaggi e Soggiorni in Sud America. Brasile, abril – dezembro 2005, página 67.
8
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
A Imagem do Brasil na Itália 280
Maria Cristina Caponero
Sérgio Buarque de Holanda refere-se ao Brasil como “o ‘Paraíso Edênico’, na
visão dos colonizadores, mito que também vai permear a natureza (1969), associando
a idéia de paraíso ao paraíso natural, às praias consideradas um autêntico paraíso
tropical, repletas de palmeiras com um céu azul ensolarado e uma luminosidade fora
do comum
1
e com um mar translúcido e calmo, tudo em perfeita paz e harmonia.
Diversas localidades são divulgadas com essa idéia de paraíso, mas
destacam-se as praias do Nordeste, sobretudo as longas praias do Ceará.
2
Divulga-se que a poucos quilômetros de Fortaleza encontram-se verdadeiros
paraísos, onde a vegetação é exótica e exuberante, a água do mar é morna e a
natureza mostra-se em toda sua fulgurante beleza
3
; Jericoacoara é um ângulo
do paraíso
4
, um verdadeiro paraíso terrestre
5
, um paraíso incontaminado
6
,
uma paradisíaca vila de pescadores
7
, o paraíso dos surfistas
8
, é preciso
conhecê-la pessoalmente, porque é tudo muito mais verdadeiro e mais belo do
que dizem, despertando exclamações como “O paraíso existe!”
9
Camocim
também é um verdadeiro paraíso terrestre
10
,
11
; o litoral sul da Bahia esconde
pequenos paraísos
12
; Morro de São Paulo é um verdadeiro paraíso com uma
tranqüilidade absoluta
13
, assim como Porto Seguro
14
, Búzios e as praias de
Natal, em especial a Praia de Pitangui e Pipa
15
, todas consideradas pequenos ângulos
de paraíso.
16
,
1
1
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
2
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 5.
3
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005/novembro de 2006, página 5.
4
DIMENSIONE TURISMO. Brasile – Costa Rica, novembro 2005/março 2006, página 21.
5
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 71.
6
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 35.
7
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese da Vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 33.
8
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 71.
9
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 – março 2006, página 26.
10
TRAVELANDIA. Brasil Tropical. Catalogo Generale, dezembro 2005 – novembro de 2006, página 12.
11
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 71.
12
MARTINO, Enrico. Brasile: le Magiche spiagge di Bahia. Spiagge Magiche: Non solo i riti misteriosi
del candomblé. La costa a sud di Salvador de Bahia nasconce piccoli paradisi, carichi di magia. Itália:
Revista Travel, ano 8, número 10, outubro de 2005, página 104.
13
GOING. Un paese da vivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
14
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 48.
15
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 29.
16
DIMENSIONE TURISMO. Natal, dezembro 2005/abril 2006, página 29.
A Imagem do Brasil na Itália 281
Maria Cristina Caponero
Mas, não só as praias são consideradas paradisíacas, pois o Brasil possui
também outros atrativos naturais e paisagísticos divulgados como verdadeiros
paraísos naturais, sendo os últimos do mundo, sintetizados pela imensidão da
Amazônia
2
, pela paradisíaca Castata de Foz do Iguaçu
3
, pelo verdadeiro paraíso
ecológico de Fernando de Noronha
4
,
5
, um dos últimos paraísos naturais sob proteção
6
,
um verdadeiro paraíso para os amantes de mar e de mergulho
7
,
8
e o Pantanal
9
,
10
verdadeiro paraíso para quem ainda sabe ouvir o apelo da natureza.
11
País Surpreendente
A Imagem de País Surpreendente está muito relacionada com todos os
fatores anterioremente citados, mas sobretudo o Brasil surpreende pela beleza,
pelos contrastes naturais e pela grande diversidade. O Brasil pode ser
considerado uma destinação tanto de aventura, de descoberta ou mesmo de
relax, diz-se que é um país “que com certeza não deixará de surpreendê-lo”.
12
Destaca-se o nordeste do Brasil entre Maceió e Fortaleza por ser considerado
um lugar surpreendente devido a diversidade, são mais de mil quilômetros de praias,
dunas de areia branca, barreiras de coral, vilas de pescadores e uma arquitetura
colonial, mas também destaca-se que “não são só surpresas agradáveis, mas
também desilusão, como as cidades dos grandes edifícios e de um trânsito infernal”.
13
1
SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de 2005, página 143.
2
VIAGGI DELL’ELEFANTE. Viaggi nelle Americhe. Brasile, janeiro – dezembro 2005, página 36.
3
BOBBIO, Alberto. Il Paradiso e i Poveri. Revista Famiglia Cristiana, ano LXXV, no. 43, 23 de outubro
de 2005, página 71.
4
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 39.
5
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 55.
6
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, página 3.
7
GOING. Villagi e Vacanze nel Mondo. Un Paese daVvivere: I volti del Brasile, verão 2005, página 34.
8
Idem, página 47.
9
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 59.
10
BRASIL WORLD – Quality Group. Brasile, Venezuela e Costa Rica, novembro de 2003 – outubro
2005, página 31.
11
IL TUCANO TOUR OPERATOR. La via delle Americhe. Brasile: Incanto, Bellezza e Cultura nel
Paese delle Grandi Acque, outubro 2004-dezembro 2005, página 60.
12
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro 2005, página 7.
13
CARDANI, Silvia. Mare da scoprire. La spiaggia è solo nostra. Itália: Revista Dove, ano 15, número
12, dezembro de 2005/janeiro 2006, página 264.
A Imagem do Brasil na Itália 282
Maria Cristina Caponero
País Tropical
A Imagem do Brasil como um típico País Tropical
1
caracterizada pela
sua beleza, pelas praias de águas mornas e cristalinas, rodeadas de coqueiros,
areia branca finíssima
2
, ar puro e um clima de verão ventilado durante o ano
inteiro
3
é divulgada em apenas 12% dos catálogos das Operadoras de Turismo
Pertencentes à ASTOI.
A tabela 13 a seguir demonstra os dados acima citados em relação aos
Brasil em Geral apresentando um inventário de estenótipos, esclarecendo-se
que constam somente os que em algum momento foram divulgados. É
oportuno esclarecer que o registro foi feito ao ter sido constatada a sua
divulgação em um determinado discurso textual, não importando quantas vezes
aparecia em uma mesma fonte pesquisada. Para melhor compreensão,
considere VA = Valor Absoluto e VR = Valor Relativo em relação ao total de
fontes investigadas, especificadas na respectiva tabela.
ESTEREÓTIPOS COM RELAÇÃO AO BRASIL EM GERAL
Operadoras
pertencentes
à ASTOI
Total: 17
Operadoras
não
pertencentes
à ASTOI
Total: 15
Revistas
Especializa-
das
Total: 14
Artigos
Diversos
Total: 14
VA VR VA VR VA VR VA VR
País Africano 2 12% - - 1 7% - -
País Agradável 2 12% - - - - - -
País Amplo,
Abundante, Rico
- - - - 1 7% - -
País Alegre,
Animado, Dinâmico,
Divertido,
Movimentado,
Festivo, Vivaz
14 82% 7 47% 4 28% - -
País do Divertimento
Noturno
13 76% 10 67% 8 57% - -
1
DIMENSIONE TURISMO. Natal – Fortaleza, julho – dezembro de 2005, página 3.
2
DIMENSIONE TURISMO. Panamá – Cartagena & Santa Marta – San Andrés – Salvador Bahia –
Vietnam – Cambogia – Phuket, outubro 2005/abril 2006, página 50.
3
DIMENSIONE TURISMO. Natal, dezembro 2005/abril 2006, página 5.
A Imagem do Brasil na Itália 283
Maria Cristina Caponero
País Belíssimo,
Encantador,
Espetacular,
Esplêndido,
Estupendo,
Extraordinário,
Fascinante,
Magnífico,
Maravilhoso
12
70% 12 80% 5 36% - -
País Caótico e Veloz 1 6% - - 1 7% - -
País Colorido 9 53% 5 33% 7 50% - -
País dos Contrastes,
das Diferenças
9 53% 8 53% 11 78% 3 21%
- Geográfico
- Arquitetônico 3 18% 7 47% 3 21% 1 7%
- Climático
- de Estilo de Vida
País de Aventura 3 18% 4 27% - - - -
País Exótico,
Pitoresco
- - 2 13% - - 1 7%
País Autêntico,
Genuíno,
Incontaminado,
Selvagem, Virgem,
Primitivo, de
Aventura, Natural,
Oásis naturalista,
Oásis verde
10
59% 12 80% 11 78% - -
País Inesquecível 4 23% 5 33% - - - -
País, Calmo,
Tranqüilo
7 41% 4 27% 3 21% - -
País Mágico,
Misterioso, Mítico,
Místico
11 65% 10 67% 9 64% - -
País com Ambiente
do Passado, Antigo,
Decadente
4 23% 6 40% 2 14% - -
País em
Desenvolvimento
3 18% - - - - - -
País Paradisíaco,
Pacífico, Relaxante,
Tranqüilo
11
65% 13 87% 4 28% 1 7%
País Surpreendente,
Emocionante,
Imprevisível
- - 1 7% 2 14% - -
País Pacífico 1 6% - - - - - -
País Romântico 2 12% - - - - - -
País Tropical 1 6% - - - - - -
Fonte: Maria Cristina Caponero
Tabela 13: Estereótipos em relação ao Brasil em Geral
A Imagem do Brasil na Itália 284
Maria Cristina Caponero
II. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente vive-se em uma época de conflitos raciais, de terrorismo e
de medo; vive-se em um mundo globalizado, onde as mudanças são
constantes e as informações cada vez mais numerosas e mais rápidas, o que é
válido hoje, amanhã é obsoleto e não responde mais às necessidades do que
parecia satisfazer, abrangendo diversas áreas, inclusive o turismo. Segundo o
Fórum Econômico Mundial, “as vantagens comparativas estarão contidas nos
recursos naturais, no diferencial dos aspectos geográficos, do natural e do
patrimônio cultural”
1
levando o Brasil grandes vantagens competitivas neste
cenário devido a sua extraordinária oferta diferencial. Os estudos divulgados
pela OMT – Organização Mundial do Turismo complementam que “a ênfase na
‘Imagem’ será um pré-requisito para a diversificação e expansão do efeito
diferencial e da atratividade dos principais destinos.”
2
(apud Beni, 2003:31),
importante, portanto, saber qual a Imagem do Brasil constituida pelo seu
Patrimônio Natural, Cultural e Antropológico, os quais são a maior fonte de
identificação e diferenciação de um País.
Ao analisarmos a Imagem do Brasil na Itália, constata-se que há uma
divergência dependendo da mídia impressa estudada. Estudando-se os
discursos textuais publicados nos catálogos das Operadoras de Turismo que
comercializam o “produto” Brasil, mas que também são responsáveis pela
divulgação da imagem do país, percebe-se que por visarem lucro fazem
prevalecer uma Imagem Positiva, observando uma diferenciação entre as que
pertecem à ASTOI – Associazione Tour Operator Italiani (Associação das
Operadoras de Turismo Italianas) que tendem a manter o discurso e os
“produtos” mais divulgados pela própria EMBRATUR, uma sub-divisão do
Ministério de Turismo com a responsabilidade de promoção e marketing do
Brasil no exterior representada na Itália pelo Ufficio Brasiliano del Turismo
1
Fonte: Fórum Econômico Mundial apud BENI, Mário Carlos. Globalização no Turismo.
Megatendências do Setor e a Realidade Brasileira. São Paulo: Editora Aleph, 2003.
2
Fonte: OMT apud BENI, Mário Carlos. Globalização no Turismo. Megatendências do Setor e a
Realidade Brasileira. São Paulo: Editora Aleph, 2003.
A Imagem do Brasil na Itália 285
Maria Cristina Caponero
(Escritório Brasileiro de Turismo), os quais mais “conservadores” em relação
aos locais e bens divulgados, sendo mais precisas nas informações do ponto
de vista do Patrimônio Natural, Cultural, Histórico e Antropológico, valorizando
o Patrimônio Nacional como um todo (O Patrimônio Natural é divulgado em
100% dos catálogos, o Histórico em 94%, o Cultural em 88% e o Anttropológico
em 100%). Quanto às Operadoras de Turismo Italianas não pertencentes à
ASTOI, constata-se que permanecem em um ponto intermediário, pois mantêm
parcialmente o discurso tradicional (O Patrimônio Natural é divulgado em 100%
dos catálogos, o Histórico em 100%, o Cultural em 80% e o Antropológico em
93%), mas enfatisa outros bens que compõem o rico Patrimônio Nacional
Brasileiro, como por exemplo a gastronomia e os produtos brasileiros
(divulgados em 87% e 80% dos catálogos respectivamente). Em ambos os
casos percebe-se que fatores ou dados que possam compor uma Imagem
Negativa e seriam um obstáculo ao estrangeiro são discretamente divulgados
em forma de recomendações, tais como não beber água da torneira, não
comer verduras cruas, evitar se aproximar de pessoas desconhecidas, não
utilizar jóias ou acessórios que chamem a atenção, mas estes são discursos
padronizados para qualquer país do mundo, o maior problema reside na
justificativa que a criminalidade, a prosituição e também o tráfego de drogas é
devido ao grande disparate entre riqueza e pobreza existente neste País de
Contrastes.
Ao serem analisados os discursos textuais publicados nas Revistas
Especializadas em Turismo deve-se ter em mente que estas visam a
comercialização da revista em si e não do “produto” Brasil, portanto tendem a
divulgar mais os aspectos motivacionais que despertem a curiosidade do leitor
pela beleza, exotismo, alegria, diversão ou mesmo pelo povo e pelas
diferenças em relação à cultura italiana. Estas reportagens também interferem
na Imagem criada à distância e deve-se tormar muito cuidado para não criarem
uma Imagem que não corresponda à realidade e possam causar decepção,
como, por exemplo, “A Amazônia não corresponde à imagem que os turistas
têm. Freqüentemente as expectativas exageradas nesta região provovam
A Imagem do Brasil na Itália 286
Maria Cristina Caponero
desilusão devido à imponência do território e à dificuldade de visualização da
fauna e ao extremo isolamento das tribos indígenas”
1
, pois normalmente quem
as escreve são italianos, em sua maioria, e resultam de experiências por eles
vividas apresentando um certo etnocentrismo. Nem sempre fontes oficiais
foram consultadas sendo freqüentes alguns erros grosseiros, principalmente
em relação a dados numéricos ou outros como, por exemplo, a divulgação de
Fernando de Noronha ser o lugar ideal para pesca submarina
2
, Rio de Janeiro
ser a capital do Brasil
3
, o atendimento nos bares e restaurantes de Maceió ser
feito por indígenas hospitaleiros
4
, a língua oficial ser o português, mas a
população fala o ameríndeo
5
e outros erros já visto no decorrer do trabalho. É
curioso constatar que são as revistas especializadas que mais divulgam os problemas
sociais brasileiros (93% dos textos), destacando-se os contrastes sócio-econômicos,
as favelas e a criminalidade, sendo que em alguns casos estes problemas passam a
ser objetos de curiosidade, como é o caso do
turismo crescente às favelas do Rio
de Janeiro ou a prostituição infantil, sobretudo no Nordeste.
Ao serem analisados outros artigos publicados pela mídia impressa
italiana os quais também visam a sua própria comercialização, tendo como
objetivo a informação sem nenhuma preocupação promocional, observa-se
que a Imagem positiva do Brasil é divulgada focada no Patrimônio Natural e
Artístico (divulgados em 43% e 36% respectivamente), mas predominam os
problemas sociais (57%) fato até mesmo que pode ser explicado por serem
assuntos que afligem o mundo como um todo, mas que fazem do Brasil um de
seus grandes representantes devido principalmente à pobreza, à miséria e à
falta de segurança aqui existentes. Infelizmente estes problemas não são
forjados pela imprensa, são frutos de circunstâncias sociais e históricas que
devem ser enfrentadas e resolvidas, pois fazem parte da cruel realidade do
país exposta pela imprensa.
1
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. Brasile, abril 2006 – outubro 2006, página 11.
2
HOTELPLAN VIAGGI INCONFONDIBILI. America Latina. Il Brasile, abril 2005-outubro 2005,
página 69.
3
Idem, página 58.
4
TEOREMA TOUR. Something Special. Brasile. Prima edizione, novembro 2005/abril 2006, página 54.
5
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, página 6.
A Imagem do Brasil na Itália 287
Maria Cristina Caponero
Mas, como resultado obtido do presente investigação científica pode-se
concluir que a Imagem do Brasil que está sendo divulgada na Itália é
extremamente positiva e está sendo focada principalmente pela exuberância de
seu Patrimônio Natural, sendo este sua maior fonte de representação
(divulgado em média em 88% dos discursos analisados), destacando-se as
belas e ensolaradas praias (61% em média), sobretudo as do nordeste repletas
de coqueiros, as florestas (60%), representadas principalmente pela Floresta
Amazônica e as cachoeiras (40%) representadas pela Cascata de Foz do
Iguaçu, os quais constituem uma grande riqueza da natureza e são
considerados ‘neo-mitos’ da contemporaneidade. É curioso observar que as
descrições da natureza são freqüentes e extensas fazendo com que o Brasil
seja estereotipado como um País Paradisíaco, prevalecendo a Imagem de um Brasil
edênico que nasceu com os viajantes dos séculos XVI e que continua até hoje, por ser
um país rico em belezas naturais, não contaminado, autêntico, até
certo ponto
selvagem e primitivo, além de um dos mais belos lugares do planeta.
O Patrimônio Antropológico é divulgado em média em 73% dos textos,
pois conhecer um País é conhecer o povo que o habita ou que o habitou. A
própria EMBRATUR criou o slogan “O melhor do Brasil é o brasileiro”, fazendo
da Imagem do povo a Imagem do País, na esperança de que o turista encante-
se pelo país por meio de seu povo, mas deve-se ter muita cautela, pois nas
sociedades globalizadas as identidades dos indivíduos não são únicas e
definidas, estão em constantes mudanças em função das relações com o
mundo e com outras pessoas. Os traços étnicos da população são muito
divulgados (53%) e são importantes, pois essa mistura das três raças
originárias justificam, sob o ponto de vista do europeu, a magia e o exotismo do
povo e caracterizam o povo brasileiro com sendo alegre, animado, festivo
(40%) e hospitaleiro (27%), sendo estes os estereótipos que caracterizam o
povo brasileiro, mas que por outro lado fazem do brasileiro um povo
intelectualmente inferior ao europeu, fato comprovado pela estatística da
EMBRATUR que informa que dentre os turistas italianos somente 18,3% vem a
A Imagem do Brasil na Itália 288
Maria Cristina Caponero
trabalho e 57,6% vem a lazer
1
. Portes diz que: “O interessante é notar que um
turista tem a sua decisão de vir ao Brasil basicamente por conta dos recursos
naturais do país. E, na hora que sai ele diz que o que mais o atraiu foi o povo
brasileiro, principalmente por causa de sua hospitalidade, da sua amabilidade,
do seu gesto acolhedor e das manifestações culturais”.
2
(Portes, 2005)
Com relação ao Patrimônio Cultural, constituído pelo Patrimônio
Histórico e pelo Patrimônio Artístico, é divulgado em média em 70% dos textos,
sendo representado pela música e pela dança (68%), destacando-se o samba (41%),
a capoeira (27%) e o forró, o samba do nordeste segundo os italianos (21%); pela
gastronomia (57%), destacando-se o churrasco e a cachaça (ambos divulgados em
38% da média dos textos); a arquitetura (53%) sobretudo a colonial (38%); as festas
populares (50%) tendo o carnaval como sua representação máxima (47%); os
produtos brasileiros (48%) representados pelo artesanato
local (37%) e pelos
famosos biquínis (23%) e os esportes considerando curiosamente que o
futebol, símbolo do país (divulgado em 22%) é menos divulgado do que os
esportes aquáticos (27%), sendo quase que equiparado ao surfe (19%).
Com relação à Imagem do Brasil em geral é muito marcada pelos
problemas sociais (67%), destando-se os contrastes sócio-econômicos (51%),
embora estatísticamente mais divulgado não é enfatisado, pois a autenticidade
(54%) e a diversão (50%) sobretudo noturna, é o que compõem a Imagem do
País, considerado um verdadeiro “Paraíso Terrestre” (47%) e representado
pelo Rio de Janeiro (62%) considerado o símbolo do Brasil, a “Cidade
Maravilhosa”, famosa pela alegria de viver, pela música, pelo samba, pela
alegria dos cariocas, pela beleza das mulheres, pelo carnaval, pelas noites
quentes e festivas, pelas esplêndidas praias, pela única floresta urbana do
mundo, por alguns pontos turísticos, como o Cristo Redentor e o Pão de
Açúcar; Salvador (45%) também considerada a cidade que mais representa o
Brasil, é a “Terra da Felicidade”, berço da civilização brasileira e a alma do povo negro
brasileiro pelo seu fascínio, mistério, misticismo, dela são divulgados a gastronomia, o
1
EMBRATUR. Anuário Estatístico, volume 31, 2004, página 144.
2
PORTES, Ivone. Governo cria marca para promover produtos e serviços do Brasil no exterior. Folha
Online: 18 de fevereiro de 2005.
A Imagem do Brasil na Itália 289
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candomblé, a capoeira e a musicalidade e Fortaleza divulgada como a “Capital do
Divertimento”, principalmente noturno,
pelo seu belíssimo litoral, pela simpatia de
seu povo e sobretudo pelo seu belíssimo litoral. O Ceará uma das principais
portas de ingresso para o público italiano
1
,
2
que vêm principalmente para
Fortaleza em busca do binômio sol e mar acrescentados à aventura e ao
divertimento. A mídia impressa enfoca a imagem de que tudo o que se verá no
Brasil “ficará impresso na sua memória, não terá nunca visto na televisão,
portanto é inútil tentar imaginar que já o conhece: abandone-se. Fale com as
pessoas. Deixe-se seduzir pela cultura e pelo ambiente.”
3
Concluindo-se que a Imagem do Brasil na Itália é extremamente
positiva,
embora irreal sob alguns aspectos, pois está sendo subtraída de um contexto social,
mas essa imagem é forte o suficiente para atrair os italianos
que vêm para o Brasil
em busca de aventura e divertimento como descrito no texto a seguir:
“Paixão e emoção são os termos que melhor definem uma viagem ao
Brasil (...) Um país que parece ter saído da tela de um pintor divino que
preencheu com luzes e cores os grandes espaços deixados, onde
natureza e o período colonial misturam-se, em uma desordem
harmônica, com as modernas megalópoles e uma cultura baseada na
liberdade e alegria de um povo extraordinariamente cordial. Porque este
é o país de belezas infinitas, instintivamente amigo e candidamente
sensual que fascina e contagia todos aqueles que venham visitá-lo e
pelo qual ficar apaixonado é fatal. Chegar no Brasil é como escancarar a
porta da alegria de viver, da imaginação e sensações que conquistarão
até aqueles que não crêem na existência do paraíso.”
4
1
BEBERIBE TOUR. Lusomania. Brasile – Capo Verde, 2006, página 5.
2
ATITUR – Gruppo Dertour Italia. Brasile, 1 de junho/20 de dezembro de 2005, página 33.
3
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4
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A Imagem do Brasil na Itália 305
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A Imagem do Brasil na Itália 307
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2005, páginas 54-64.
KING HOLIDAYS. Brasile, abril – dezembro 2005, páginas 1-35.
MY SUN SEA. Brasile da Bologna. Capodanno, Epifania 2006, outubro 2005 –
março 2006, páginas 26-27.
PRESS TOURS. Viaggi e Soggorni in Sud America. Brasile, abril-dezembro
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PRIMOPIANO T. O. Dall’Italia al Mondo. Centro & Sud America. Brasília, sem
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SHANGRILÀ VACANZE. Top Caribe e le Americhe. Brasile, abril-outubro de
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UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2005, páginas 34-39.
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR. Brasile, 2006, páginas 4-9.
A Imagem do Brasil na Itália 308
Maria Cristina Caponero
SITES CONSULTADOS:
O Brasilwww.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005
Brasil Press Release - www.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005.
Censo Italiano de 2001 divulgado pelo Ministero degli Affari Esteri –
www.esteri.it – site consultado em 19/10/2005.
Cultura e Religião do Povo Brasileirowww.embratur.gov.br – site consultado
em 30/03/2005.
Geografia do Brasilwww.embratur.gov.br – site consultado em 30/03/2005.
Portal Brasileiro do Turismowww.turismo.gov.br – site consultado em
07/06/2005.
Road Show do Brasil pela Itália atinge mais de 400 Agências de Viagens
www.institucional.turismo.gov.br – site consultado em 17/10/2005.
PORTES, Ivone. Governo cria marca para promover produtos e serviços do
Brasil no exterior. Folha Online, 18/02/2005 – 17h18 –www1.folha.uol.com.br
site consultado em 19/02/2005.
A Imagem do Brasil na Itália 309
Maria Cristina Caponero
IV. ANEXO
RELAÇÃO DAS OPERADORAS DE TURISMO ITALIANAS
PESQUISADAS
ATITUR – Gruppo Dertour Itália (pertence à ASTOI)
BEBERIBE TOUR
BRASIL WORLD – Quality Group
BRIXIA VIAGGI
DIMENSIONE TURISMO (pertence à ASTOI)
FRANCOROSSO – Alpitour World (pertence à ASTOI)
GOING – Villaggi e Vacanza nel Mondo
HOTELPLAN – Viaggi Inconfondibili (pertence à ASTOI)
IGIESSE TOUR OPERATOR
ILG TOUR OPERATOR
IL TUCANO TOUR OPERATOR
KING HOLIDAYS
KUONI GASTALDI TOURS – The Kuoni Travel Group (pertence à ASTOI)
MY SUN SEA
PRESS TOURS
PRIMOPIANO – Anxur Tours Group
RALLO LUXURY TRAVEL (pertence à ASTOI)
SHANGRILÀ VACANZE
SUNTUR INTERNATIONAL (pertence à ASTOI)
TEOREMA TOUR – Teo Club (pertence à ASTOI)
TRAVELANDIA (pertence à ASTOI)
UN ALTRO SOLE TOUR OPERATOR
VIAGGI DELL’ELEFANTE (pertence à ASTOI)
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