Uma pesquisa do NCE com um grupo de 172 especialistas de 12 países da
América Latina entre 1997 e 1999 (pesquisa confirmada por outra posterior, de
2000) indica a existência de pelo menos quatro gerações de educomunicadores
na América Latina, conforme dados do coordenador do Núcleo, Ismar de Oliveira
Soares:
uma primeira, formada pelos fundadores do campo, com nomes como Paulo Freire
(Brasil), Mário Kaplún (Uruguai), Jesús Martín-Barbero (Colômbia), Daniel Prietto
(Argentina), Francisco Gutiérrez (Costa Rica), entre outros; uma segunda,
composta de especialistas entre seus 35 e 55 anos, que hoje coordenam projetos
de pesquisa e de intervenção em todos os países, destacando-se pela
sistematizaçao que vêm oferecendo ao campo, com nomes como Maria Teresa
Quiróz (Peru), Washington Uranga, Jorge Huergo e Marita Mata (Argentina), Pablo
Ramos (Cuba), Guilhermo Orozco (México), José Luiz Olivari (Chile), Cristina
Balestra (Uruguai), Ronald Greve (Bolívia), Rolando Calle (Equador), José
Martínez de Toda (Venezuela), Sérgio Gomes, Bete Carmona, Fernando Rossetti
e Marlene Blois, entre tantos outros, no Brasil; uma terceira geração, constituída
por jovens profissionais, entre 25 e 35 anos, que hoje encontram-se à frente de
projetos de Educomunicação nas mais diversas áreas, especialmente em
empresas como TVs educativas, emissoras radiofônicas, escolas, empresas
voltadas para a produção multimidiática, centros culturais, secretarias de cultura e
outros departamentos governamentais [...] A quarta geração vem sendo
constituída por jovens vocacionados para o novo campo e que já atuam em
projetos colaborativos, especialmente mediante o uso da informática e da internet.
Essa quarta geração está ainda despontando: são os jovens que freqüentam
cursos universitários em nível de graduação, ou são recém-egressados de
Faculdades de Educação ou de Comunicação, ou mesmo de outros cursos da
área das ciências sociais e que já atuam no campo.
30
Outras tantas iniciativas bem-sucedidas já foram registradas no país, como a
Agência Uga-Uga de Comunicação (Manaus-AM), a Cidade Escola Aprendiz (São
Paulo-SP), Cipó-Comunicação Interativa (Salvador-BA), Comunicação e Cultura
(Fortaleza-CE), Fundação Casa Grande (Nova Olinda-CE), MOC-Movimento de
Organização Comunitária (Feira de Santana-BA) e Oficina de Imagens (Belo
Horizonte). Em todas elas, setores da sociedade civil estudaram os meios de
30
Metodologias da educação para comunicação e gestão comunicativa no Brasil e na América
Latina. In: Maria Aparecida B
ACCEGA
(org.), Gestão dos processos comunicacionais. Op. cit. p. 116.