ou do Corão, que se relacionavam por sua vez com a higiene), psicológico e
pragmático.
Ditos fatores evoluem ao longo dos anos e constituem a resposta aos novos
estilos de vida, aos novos produtos a consumir, às comidas rápidas (fast foods), e se
relacionam muito diretamente com o aumento dos recursos e com o contato entre
pessoas de culturas alimentares distintas (sirva como exemplo disto, os hábitos
anteriores e posteriores ao descobrimento de América, tanto pelo contato com
outras culturas não conhecidas então, como pela aparição de novos produtos na
dieta, como tomates, batatas, etc)
3
.
John Urry, em seu livro O Olhar do Turista
4
, traça o perfil do empregado em
cozinhas de restaurantes ingleses e indaga como esse trabalhador, que
desempenha mais horas de trabalho diárias, com remuneração inferior às outras
profissões e em um ambiente quente, abafado, em pé e submetido a ritmos de
produção estressantes, se satisfaz e se realiza com seu trabalho.
A resposta parece estar na aplicação de preceitos abordados por Karl
Albrecht
5
, em que a noção do destino comum da empresa e do trabalhador é
bastante arraigada. Segundo tal noção, que pode ser estendida não somente à
empresa, mas a todo um núcleo turístico, o sucesso dessa garante o sucesso
daquele trabalhador – nesse caso, o sucesso do trabalhador está intimamente
associado ao sucesso de sua cidade ou núcleo – ele tem papel ativo nos destinos de
sua comunidade.
A atividade turística, no descortinar do século XXI, em que os hábitos e
costumes são severamente modificados no refluir da pós-modernidade, tem
demonstrado enorme capacidade de segmentar-se em conjuntos cada vez mais
específicos de necessidades, comportamentos e interesses que deixam o
profissional de turismo em dificuldades para estabelecer seus serviços, estruturar a
distribuição e elencar prioridades de investimentos.
3
GARCIA, R., Representações Sociais da alimentação e Saúde e Repercussões no Comportamento Alimentar.
In: Revista de Saúde Coletiva, volume 7, nº 2, pp.51-58, Rio de Janeiro: EDUERJ/Instituto de Medicina Social-
UERJ (artigo), 1997.
4
URRY, John. Olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo: Nobel/ Sesc, 2001.
p.23.
5
ALBRECHT, Karl. Virando a Pirâmide de Cabeça para Baixo. In Revolução nos Serviços. São Paulo:
Pioneira, 1992. p.15.