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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MEIO AMBIENTE
DESCOBERTA DE CONHECIMENTO EM BASE DE
DADOS DE MONITORAMENTO AMBIENTAL PARA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
INARA APARECIDA FERRER SILVA
ORIENTADOR: PROF. DR. PETER ZEILHOFER
Cuiabá- MT, junho/2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA E MEIO AMBIENTE
DESCOBERTA DE CONHECIMENTO EM BASE DE
DADOS DE MONITORAMENTO AMBIENTAL PARA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA
INARA APARECIDA FERRER SILVA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Física e Meio Ambiente da
Universidade Federal de Mato Grosso, como parte
dos requisitos para obtenção do título de Mestre em
Física e Meio Ambiente.
ORIENTADOR: PROF. DR. PETER ZEILHOFER
Cuiabá- MT, Junho/2007
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DEDICATÓRIA
Ao bom Deus pela vida, aos meus
pais pelo infinito amor e ajuda nesta
caminhada, ao meu esposo pelo
companheirismo e paciência, a
minha irmã Ivana que me incentivou
em todos os sentidos, aos meus filhos
Giovanni e Enzo que me fazem
renascer a cada dia.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Peter Zeilhofer, pela orientação, incentivo, paciência,
confiança e grande amizade, itens que possibilitaram a realização deste trabalho, a
minha gratidão.
Ao Prof. José de Souza Nogueira por permitir através da coordenação deste
curso de mestrado o meu ingresso e realização.
Aos especialistas Prof. Márcio Mecca, Marizete Caovilla, Andreza Thiesen,
Liliana Zeilhofer, que responderam `a nossa classificação com dedicação, item
primordial para a realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.
A todos os professores do Programa de Mestrado em Física e Meio
Ambiente da Universidade Federal de Mato Grosso pela dedicação a este curso e
transmissão de conhecimento.
Ao meu pai, pela força moral, pelo apoio nas horas difíceis, pela palavra
certa nas horas incertas, meu eterno amor.
`A minha mãe, que não mediu esforços para me ajudar com meus filhos, a
minha eterna gratidão e amor.
`A minha irmã que pelos incentivos e forças nas horas em que elas
desaparecem.
`A Soilce pela gentileza em nos atender, pela amizade e carinho de
sempre.
Aos funcionários e técnicos da UFMT que proporcionaram o ambiente
propício para as aulas e desenvolvimento deste trabalho.
A todos os colegas de mestrado, pela amizade, pela palavra amiga, pela
ajuda, toda a minha gratidão.
Ao Centro Federal de Educação Tecnológica, pelo apoio e liberação de
50% da carga horária.
Aos colegas de trabalho do CEFET que assumiram os 50% de carga
horária para que eu pudesse realizar este trabalho.
`A minha chefe Danusa Balthazar Gonçalves pela compreensão e apoio
para a realização deste trabalho, dedico o sucesso desta realização profissional,
meus sinceros agradecimentos.
iv
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
2- REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 5
2.1- A ÁGUA.......................................................................................................... 5
2.2- ASPECTOS INSTITUCIONAIS DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS
HÍDRICOS.............................................................................................................. 7
2.3- FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA ........................................................... 9
2.4- PADRÕES AMBIENTAIS E VARIÁVEIS DA QUALIDADE DA ÁGUA10
2.4.1 - Variáveis da Qualidade da Água ............................................................... 13
2.4.1.1- pH ........................................................................................................... 13
2.4.1.2- Oxigênio dissolvido................................................................................ 14
2.4.1.3- Demanda bioquímica do oxigênio (DBO) e demanda química do oxigênio
(DQO) ................................................................................................................... 14
2.4.1.4 - Sólidos .................................................................................................... 15
2.4.1.5 - Compostos de Nitrogênio ....................................................................... 15
2.4.1.6 - Fósforo.................................................................................................... 16
2.4.1.7 – Coliformes.............................................................................................. 16
2.4.1.8- Turbidez................................................................................................... 17
2.5- TOMADA DE DECISÃO E DESCOBERTA DE CONHECIMENTO (KDD)
EM BASES DE DADOS...................................................................................... 17
2.5.1– Sistemas Inteligentes.................................................................................. 20
2.5.2- Descoberta de Conhecimento (KDD) em Bases de Dados......................... 21
2.5.2.1- O Processo da Descoberta de Conhecimento .......................................... 23
2.5.2.2- Metas da Mineração................................................................................. 28
2.5.2.3 -Tarefas da Mineração............................................................................... 29
2.5.2.4- Métodos ou Técnicas de Mineração ........................................................ 30
2.5.2.5 – Tipo de aprendizado em Bases de Dados............................................... 31
2.5.3.6 Ferramentas utilizadas em Data Mining .................................................. 33
2.5.3- Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados de Monitoramento de
Qualidade da Água................................................................................................ 34
2.5.4- Medidas de Avaliação de Regras................................................................ 36
2.5.4.1- Taxa de Acerto......................................................................................... 37
2.5.4.2- “Hold Out”............................................................................................... 38
v
2.5.4.3- Validação Cruzada.................................................................................. 39
2.5.4.4- Taxa de erro............................................................................................ 39
2.5.4.5 Fator de Confiança................................................................................... 40
2.5.4.6- Matriz de Confusão................................................................................. 40
3 – MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................... 43
3.1 Área de Estudo................................................................................................ 43
3.1.1- Aspectos Demográficos.............................................................................. 45
3.2- Sistema Integrado de Monitoramento Ambiental da bacia do Rio Cuiabá
(SIBAC) ................................................................................................................ 47
3.3- Conjunto de dados e sua classificação por especialistas................................ 49
3.4- Mineração de dados....................................................................................... 51
3.4.1 Tarefas de Mineração de Dados implementadas na Weka........................... 51
3.4.2- Entrada de Dados na Weka......................................................................... 52
3.4.3- Ambiente Weka.......................................................................................... 54
3.4.2- Weka Explorer............................................................................................ 56
3.4.2.1- Preprocessing........................................................................................... 57
3.4.2.2- Current Relation....................................................................................... 57
3.4.2.3- Attributes ................................................................................................. 58
3.4.2.4- Selected Attribute .................................................................................... 59
3.5- ALGORITMOS DE CLASSIFICAÇÃO E SUA VALIDAÇÃO ................. 60
3.5.1- Classifier Output Text................................................................................. 65
4. RESULTADOS................................................................................................. 71
4.1- PRÉ-PROCESSAMENTO ............................................................................ 71
4.2- MINERAÇÃO DE DADOS.......................................................................... 77
4.2.1- Visão geral dos classificadores................................................................... 77
4.2.2- Resultado do uso “Abastecimento” ............................................................ 79
4.2.3- Resultado do uso “Balneabilidade ” ........................................................... 84
4.2.4- Resultado do uso “Irrigação”.................................................................... 87
4.2.5- Resultado do uso “Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais”.... 91
5- DISCUSSÃO.................................................................................................... 94
5.1- ENQUETE COM ESPECIALISTAS............................................................ 94
5 - CONCLUSÕES............................................................................................. 104
6 – BIBLIOGRAFIAS CITADAS...................................................................... 108
7 – BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS.......................................................... 116
i
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Valor potencial da informação (Fonte: www.inteliiwise.com/navega) 18
Figura 2- Evolução do valor estratégico das bases de dados (Cabena et al & Tyson
apud Quoniam)...................................................................................................... 19
Figura 3- Ciclo básico de descoberta de conhecimento em BD. (Barreto, 1999). 22
Figura 4- Etapas da descoberta do conhecimento. (Quoniam et al., 2001) .......... 24
Figura 5- Fases da descoberta de conhecimento................................................... 25
Figura 6- Tarefas da mineração de dados ............................................................ 30
Figura 7- DM em Meteorologia........................................................................... 34
Figura 8- Interface WWW para consulta de médias mensais de qualidade de água
no Banco de Dados SIBAC. (Fonte: www.geohidro.ufmt.br).............................. 48
Figura 9- Formato do arquivo arff para entrada na Weka..................................... 54
Figura 10- Janela de entrada do Weka.................................................................. 55
Figura 11- Tela inicial da Weka com as variáveis e o arquivo abastecimento.arff
aberto..................................................................................................................... 56
Figura 12- Seção Attributes da Weka.................................................................... 58
Figura 13- Seção “selected attribute”................................................................... 59
Figura 14- Tela do Weka na guia Classify (classificadores)................................. 64
Figura 15- Seção Run Information do Classifier Output Text.............................. 65
Figura 16- Seção Classifier Model do Classifier Output Text com as regras....... 66
Figura 17- Regras geradas pelo algoritmo JRIP e porcentagem de instâncias
classificadas corretamente..................................................................................... 67
Figura 18- Seção summary, detailed accuracy by class e confusion matrix do
classifier output text.............................................................................................. 68
Figura 19- Curva ROC.......................................................................................... 70
Figura 20- Histograma das variáveis da amostra de abastecimento (n:366)......... 72
Figura 21- Histograma das variáveis da amostra de Balneabilidade (n:351) ....... 73
Figura 22- Histograma das variáveis da amostra de irrigação (n:379)................ 73
Figura 23- Histograma das variáveis da amostra de Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos Naturais (n:114)......................................................................... 74
ii
Figura 24- Histograma da amostra abastecimento de acordo com a classificação dos
especialistas (n: 50)............................................................................................... 75
Figura 25- Histograma da amostra balneabilidade de acordo com a classificação
dos especialistas (n: 50) ........................................................................................ 76
Figura 26- Histograma da amostra irrigação de acordo com a classificação dos
especialistas........................................................................................................... 76
Figura 27- Histograma da amostra Manutenção dos ciclos biogeoquímicos naturais
de acordo com a classificação dos especialistas (n: 50)........................................ 77
Figura 28- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra "
Abastecimento"..................................................................................................... 80
Figura 29- Valores de Kappa Statistic para amostra "Abastecimento"................ 81
Figura 30- Métricas de avaliação do algoritmo PART na amostra "Abastecimento"
( Validação Cruzada)............................................................................................. 82
Figura 31- Regras geradas pelo algoritmo PART amostra Abastecimento (classes
em negrito)............................................................................................................ 84
Figura 32- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra
“Balneabilidade”................................................................................................... 84
Figura 33- Valor de Kappa Statistic dos algoritmos para amostra de
“Balneabilidade”................................................................................................... 85
Figura 34- Métrica de avaliação do algoritmo Jrip para a amostra
“Balneabilidade" ................................................................................................... 86
Figura 35- Regras geradas pelo algoritmo JRIP amostra Balneabilidade (classes em
negrito).................................................................................................................. 87
Figura 36- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra
“Irrigação”............................................................................................................. 88
Figura 37- Valor de kappa statistic para os algoritmos da amostra de “Irrigação”89
Figura 38- Métrica de avaliação do algoritmo OneR para amostra "Irrigação" (
Validação Cruzada)............................................................................................... 90
Figura 39- Regras geradas pelo algoritmo OneR amostra Irrigação..................... 90
Figura 40- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra
“Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos” ( validação cruzada)......................... 91
Figura 41- Valor de kappa para ciclos biogeoquímicos naturais.......................... 92
iii
Figura 42- Métrica de validação do algoritmo OneR para amostra "Manutenção dos
Ciclos Biogeoquímicos Naturais” ( Validação Cruzada)...................................... 93
Figura 43- Regras geradas pelo algoritmo OneR amostra Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos Naturais...................................................................................... 93
iv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Parte da tabela de registros do SIBAC classificados por um especialista para os
usos de abastecimento e irrigação (5: ótimo até 1: péssimo)................................ 51
Tabela 2- Tabela comparativa da freqüência de classificação das classes............ 75
Tabela 3- Desempenho dos classificadores para a amostra “Abastecimento”...... 80
Tabela 4- Porcentagens corretas dos algoritmos de classificação para Balneabilidade 85
Tabela 5- Porcentagem de Instâncias corretas dos algoritmos de classificação para
irrigação ................................................................................................................ 88
Tabela 6- Porcentagem de dados corretos para amostra “Manutenção dos Ciclos...
Biogeoquímicos Naturais...................................................................................... 91
v
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Avaliação da qualidade das águas de modo a atender seu uso mais restritivo
dentro da classe................................................................................... 12
Quadro 2- Cronologia da era do conhecimento .................................................... 20
Quadro 3- Matriz de Confusão.............................................................................. 41
Quadro 4- Variáveis indicadoras de qualidade da água e seus limites segundo o
CONAMA 357/2005........................................................................... 50
Quadro 5- Classificadores para predições na Weka.............................................. 61
Quadro 6- Quadro demonstrativo das variáveis de saída nas regras..................... 96
Quadro 7- Comparação dos limites de Classificação da CPRH e regras geradas pelos
algoritmos............................................................................................ 98
Quadro 8- Quadro comparativo das regras classificadas pelo algoritmo por uso e
CPRH .................................................................................................. 99
vi
LISTA DE SIGLAS
IA- Inteligência Artificial
KDD- Knowledge Discovery in Databases
DM- Data Mining
BD- Banco de Dados
SIBAC- Sistema de Monitoramento Ambiental da Bacia do Rio Cuiabá
SGBD- Sistema Gerenciador de Banco de Dados
CF- Coliforme Termotolerante
CT- Eschrichia Coli
NTK- Nitrogênio Total Kjheldal
P- Fósforo
OD- Oxigênio Dissolvido
DBO- Demanda Bioquímica de Oxigênio
pH- Potencial Hidrogeniônico
ST- Sólidos Dissolvidos Totais
DQO- Demanda Química de Oxigênio
Turb- Turbidez
CPRH- Agência Estadual do Meio Ambiente do Estado de Pernambuco
vii
RESUMO
SILVA, I.A.F. Descoberta de Conhecimento em Base de Dados de Monitoramento
Ambiental para Avaliação da Qualidade da Água. Cuiabá, 2007. 134 p. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Física e Meio Ambiente, Universidade
Federal de Mato Grosso.
Com o sucessivo crescimento econômico e populacional, aumenta a demanda
pelo uso dos recursos hídricos, intensificam-se os conflitos entre os diversos usos e a
degradação da qualidade dos corpos da água. Assim entidades e órgãos
governamentais mantêm bases de dados de qualidade de água para subsidiar o
monitoramento ambiental. Porém, o volume crescente desses dados, associado a
limitação humana em analisá-los e relacioná-los em sua totalidade, faz com que a
interpretação conclusiva da situação real da qualidade da água de uma bacia seja uma
tarefa difícil. Em conseqüência disso, a necessidade de se desenvolver novas
ferramentas e técnicas de extração de conhecimento a partir de dados armazenados
também vem crescendo, juntamente com a necessidade de se criar instrumentos
automatizados para avaliar a evolução da qualidade das águas em seus estados atuais.
Assim, o objetivo deste trabalho é propor a descoberta de conhecimento em bases de
dados de monitoramento ambiental, utilizando técnicas de mineração de dados (Data
Mining) para descobrir regras que representem níveis de qualidade da água nos seus
estados atuais. Em um estudo de caso utilizando a base de dados de monitoramento
ambiental da bacia do Rio Cuiabá (SIBAC), no Estado de Mato Grosso, obteve-se uma
classificação de especialistas do domínio para quatro usos (Balneabilidade,
Abastecimento, Irrigação e Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais) nos
níveis de qualidade (ótimo, bom, regular, ruim e péssimo). Posteriormente as amostras
foram submetidas a um software de Mineração de Dados, oito algoritmos de
classificação foram utilizados para desenvolvimento de regras de avaliação
automatizada. Nas classificações obtidas, destacaram-se os algoritmos PART, JRIP e
OneR com níveis de acerto entre 37.7 e 74.5 %, mostrando uma possível contribuição
das técnicas avaliadas para a sintetização e interpretação de dados presentes em bases
de dados de qualidade da água.
Palavras-chave: mineração de dados, qualidade da água, monitoramento ambiental,
base de dados.
viii
ABSTRACT
SILVA, I.A.F. Knowledge Discovery in Databases of monitored ambient to
Evaluation of the Quality of the Water. Cuiabá, 2007. 134p. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Física e Meio Ambiente, Universidade Federal de
Mato Grosso.
The successive economic and population growth has increased the demand for
the use of the hybrid resources, the conflicts between the diverse uses and the
degradation of the quality of the bodies of the water have been intensified. Thus,
entities and governmental organizations have kept databases about the quality of water
in order to subsidize the environmental supervision. However, the increasing volume
of these data associated the limitation of human resources for analyzing and relating
them to the totality, makes the conclusive interpretation of the real situation about the
quality of the basin water a difficult task. In consequence, the necessity of developing
new tools and extraction techniques of knowledge from stored data have been
increasing with the necessity of creating automatized instruments to evaluate the
evolution of the quality of waters in their current phases. Consequently the objective
of this study is to consider the knowledge discovery in databases of monitored ambient
by means of techniques of data mining to find out rules that represent levels of quality
of the water in their current phases. In a case study using the database of monitored
ambient of the basin of Cuiaba river (SIBAC), in the State of Mato Grosso, in Brazil.
A classification of specialists was obtained. It presents the domain for four uses
(Balneability, Supplying, Irrigation and Maintenance of the Natural Biogeochemical
Cycles) in the quality levels (excellent, good, regular, bad and very bad). Afterward
the samples had been submitted to a Data Mining Software, eight algorithms of
classification had been used for development of automatized rules evaluation. In the
obtained classifications, the algorithms PART, JRIP and OneR with levels of rightness
between 37.7 and 74.5 % had been distinguished, revealing to a possible contribution
of the techniques evaluated for the sintetization and interpretation of data gifts in
databases of quality of the water.
Key words: data mining, quality of the water, environmental checking, data base.
1
1- INTRODUÇÃO
A água é um bem que não se produz, é um recurso que a natureza recicla através do
seu ciclo hidrológico. Observa-se que a medida que as regiões se desenvolvem, mais
intenso é o uso dos recursos hídricos, maior o potencial de conflitos entre usos e
maiores os riscos de degradação da qualidade dos corpos d’água. Assim a
preocupação com a água é crescente, ela precisa ser gerida como um bem escasso, de
alto valor econômico, não só nos seus aspectos quantitativos, mas, principalmente
em relação a sua qualidade, causando prejuízos e restrições nos seus usos múltiplos.
Os problemas relativos a qualidade da água envolvem um espectro bastante amplo
dentro das áreas de estudo hidroambiental e na determinação das potenciais fontes de
contaminação resultantes de: disposições inadequadas de resíduos sólidos e líquidos,
de natureza doméstica e industrial, alterações provocadas por empreendimento para
geração de energia, resfriamento de águas de termoelétricas, agricultura e criação de
animais. Todas essas ações de origem antrópica que ocorrem na bacia causam
impactos que se inter-relacionam com os processos naturais que ocorrem na bacia.
A questão da qualidade ganhou evidência com a sanção da Lei Federal N° 9.433, de
8 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, tendo
como um dos seus fundamentos gerir tais recursos, proporcionando uso múltiplo, em
consonância com objetivos que assegurem a atual e as futuras gerações a necessária
disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos.
Isto demonstra a preocupação com a integração da gestão dos aspectos de qualidade
e quantidade, onde uma das ações principais é a “integração da gestão de recursos
hídricos com a gestão ambiental”.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA N° 357, de 17 de
março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões
2
de lançamento de efluentes , e dá outras providências. Segundo o CONAMA 357 as
águas são tratadas como: águas doces, águas salobras, águas salinas, ambiente lêntico
e ambiente lótico. As águas doces, salobras e salinas do Território Nacional são
classificadas, segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes, em
treze classes de qualidade. As águas doces, objeto do nosso estudo de caso na Bacia
do Rio Cuiabá, podem ser classificadas em: classe especial, classe 1, classe 2, classe
3 e classe 4. O rio Cuiabá, é classificado como um rio de classe 2, onde suas águas
podem ser destinadas:
Ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional;
A proteção de comunidades aquáticas;
A recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução CONAMA 274, de 2000;
A irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins,
campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato
direto; e,
A aqüicultura e `a atividade de pesca.
Os padrões de qualidade das águas determinados nesta Resolução estabelecem
limites individuais para cada substância. O conjunto de parâmetros de qualidade de
água selecionado para subsidiar a proposta de enquadramento deverá ser monitorado
periodicamente pelo Poder Público.
Sendo o enquadramento de um manancial nas classes do CONAMA 357/2005
comumente um ato estático, persiste a necessidade de se criar instrumentos para
avaliar a evolução da qualidade das águas. Neste contexto, este trabalho propõe a
descoberta de conhecimento para avaliação das condições atuais de qualidade da
água dos mananciais da bacia do Rio Cuiabá, em sua grande maioria enquadrada na
classe 2 do CONAMA, visando o estabelecimento de critérios mais restritivos para
os usos dos recursos hídricos na bacia do rio Cuiabá.
Para monitorar a qualidade das bacias hidrográficas, universidades e órgãos
governamentais mantém registros das coletas realizadas in loco em bancos de dados.
Normalmente estes registros indicam o trecho do rio onde foi feita determinada
coleta, o mês e o ano da coleta, os elementos químicos, físico-químicos e biológicos
3
presentes e suas respectivas concentrações. O volume de dados armazenados nessas
bases cresce rapidamente, elas contêm informações valiosas, porém, a recuperação
dessas informações não é de forma direta, muita informação e conhecimento úteis
podem estar sendo desperdiçados, ficando ocultos dentro das bases de dados.
Usualmente, estas informações não estão disponíveis devido a falta de ferramentas
adequadas para sua extração, associada a limitação humana de analisar extensas
bases de dados e extrair relações entre elas.
Assim o aumento no volume das bases de dados de monitoramento ambiental
associado a demanda crescente por conhecimento novo, voltado a decisões
estratégicas, tem provocado o interesse crescente em descobrir conhecimentos
relevantes nessas bases de dados, especialmente em bases de monitoramento
ambiental
Neste contexto, a descoberta de conhecimento em bases de dados de monitoramento
ambiental, utilizando técnicas de Data Mining, para avaliar a qualidade da água pode
ser uma ferramenta importante para o processo de tomada de decisão realizados por
órgãos e gestores de recursos hídricos na avaliação qualitativa dos mesmos. Este
processo de “busca” de conhecimento implícito em bases de dados é uma área da
Inteligência Artificial, chamada de KDD (Descoberta de Conhecimento em Bases de
Dados). KDD pode ser visto ainda como o processo da descoberta de novas
correlações, padrões e tendências significativas por meio da análise minuciosa de
grandes conjuntos de dados. É um processo genérico de descoberta de conhecimento
que inclui três fases: pré-processamento, mineração de dados e pós-processamento
do conhecimento obtido. A mineração de dados (Data Mining) é a principal fase do
processo de KDD, pode ser usada sob vários segmentos que armazenam
informações, aplicando algoritmos nesses segmentos. As ferramentas de Data Mining
identificam todas as correlações existentes nessas fontes de dados, assim é possível
extrair o conhecimento sucinto e com maior facilidade para subsidiar a tomada de
decisão.
Considerando que o objetivo deste trabalho é a descoberta de conhecimento não
trivial em bases de dados de monitoramento ambiental para avaliação da qualidade
da água, este trabalho tem a intenção de realizar:
Um estudo sobre o processo de descoberta de conhecimento (KDD) em
4
bases de dados, especificamente as de monitoramento ambiental;
Acessar padrões dos dados de uma base de Monitoramento Ambiental –
SIBAC (Sistema Integrado de Monitoramento Ambiental da Bacia do Rio
Cuiabá) utilizando técnicas de mineração de dados para descobrir
conhecimento dos níveis de qualidade da água, no contexto de seus possíveis
usos. Explicitar este conhecimento através de modelos de regras de
classificação e previsão destes padrões na Bacia do rio Cuiabá.
Avaliar o desempenho de diversos algoritmos de classificação presentes no
software Weka para o problema em estudo, visando uma futura utilização
destes em um Sistema Especialista para avaliação automatizada da base de
dados SIBAC e de saídas de modelos de qualidade de água.
Assim, o propósito deste trabalho é responder a seguinte questão: Como extrair o
conhecimento implícito em bases de dados de monitoramento ambiental e com isto
melhorar o processo de tomada de decisão para avaliação qualitativa da gestão de
recursos hídricos?
5
2- REVISÃO DE LITERATURA
2.1- A ÁGUA
NALINI (2003) diz que o mais valioso recurso natural da humanidade é a água, sem
ela não há vida.
O conjunto das atividades humanas cada vez mais diversificado,
associado ao crescimento demográfico, vem exigindo atenção
maior às necessidades de uso de água para as mais diversas
finalidades. Essas necessidades cobram seus tributos tanto em
termos quantitativos como qualitativos, e se evidenciam
principalmente em regiões com características de maior
desenvolvimento urbano, industrial e agrícola .(PHILLIPI JR apud
MANCUSO & SANTOS, 2003).
O Brasil detém 8% das reservas de água doce de todo o planeta.
De toda a água da Terra, só 0,2% pode ser aproveitada. 97,3%
da água concentra-se nos oceanos, 2,07% nas geleiras e calotas
polares e somente 0,63% de água doce, própria para o uso. No
Brasil 80% da água disponível está na Bacia Amazônica, onde
vivem apenas 7% da população. Os 20% restantes distribuem-se
desigualmente pelo país, segundo dados de 1997 do CPRM -
Serviço Geológico do Brasil. A região Sudeste é aquela em que os
rios se encontram mais comprometidos. Enquanto que de 92 a
95% das casas do país recebem água potável, apenas 35% delas
possuem coleta de esgotos. Pior ainda, 16% dos dejetos das zonas
urbanas são tratados. Os outros 84% são despejados diretamente
nos rios.(NALINI, 2003)
6
A falta d’agua tornará o produto mais valioso, suas taxas consequentemente serão
aumentadas e a disponibilidade do produto será controlada. Hoje cobra-se pelo
tratamento, encanamento, ou seja pelos serviços que a companhia de saneamento
presta a população. As tarifas são até irrisórias se pensarmos na raridade do bem e
nos problemas que estamos enfrentando. Muito em breve teremos a água sendo
cobrada como bem econômico justamente pela escassez do produto.
Cobrar pela água in natura não eliminará o problema. Mas o
atenuará. Em seguida virá a legislação impondo a obrigatoriedade
de equipamentos que disciplinem a vazão máxima para as casas e
empresas. Depois, normas para a utilização de eletrodomésticos,
aparelhos hidráulicos e encanamentos de controle no fornecimento
e de vazão intermitente, ou reduzida. Planos para reutilização da
água e para o seu uso racional, (NALINI,2003).
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade da
população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do
consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo
doméstico. Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não
têm acesso a água tratada. Um bilhão e oitocentos milhões de pessoas (43% da
população mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico, ou
seja, são dez milhões de pessoas que morrem anualmente em decorrência de doenças
intestinais transmitidas pela água.
De acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos instituída pela Lei n° 9.433
de 08.01.97, o intuito da cobrança pela utilização dos recursos hídricos é reconhecer
a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor. Além
disso, o propósito é incentivar o uso racional e sustentável da água e obter recursos
financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos
planos de recursos hídricos. A fixação dos valores a serem cobrados pela utilização
dos recursos hídricos considerará três fases: a captação, a extração e derivação, a
diluição, transporte e assimilação de efluentes e outros usos que alterem o regime, a
quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo d’água.
7
Portanto o uso da água como bem econômico deverá ser controlado por um
instrumento jurídico que discipline seu uso e manutenção para garantir o consumo
das populações e outras atividades econômicas.
2.2- ASPECTOS INSTITUCIONAIS DE GERENCIAMENTO DE
RECURSOS HÍDRICOS
A Lei Federal 9.433, de 08.01.97, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos,
cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o
inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal.
A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes
fundamentos: a água é um bem de domínio publico; a água é um
recurso natural limitado, dotado de valor econômico; em situações
de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos e o consumo
humano e a dessedentação de animais; a gestão de recursos
hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; a
bacia hidrográfica e a unidade territorial para a implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos e a atuação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; a gestão de
recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
participação do Poder Publico, dos usuários e das
comunidades.(REBOUÇAS et al.,1999)
Também estabelece as seguintes diretrizes gerais de ação: a gestão sistemática de
recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de qualidade e quantidade; a
adequação da gestão de recursos hídricos as diversidades físicas, bióticas,
demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do Pais; a
integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental; a articulação do
planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os
planejamentos regional, estadual e nacional; a articulação da gestão de recursos
hídricos com a do uso do solo; a integração da gestão das bacias hidrográficas com a
dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
8
Possui como instrumentos: os Planos de Recursos Hídricos; o enquadramento dos
corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; a outorga dos
direitos de uso de recursos hídricos; a cobrança pelo uso de recursos hídricos; a
compensação a municípios e o Sistema de Informações sobre recursos hídricos.
Outorga de direito de uso de recursos hídricos é o ato administrativo mediante o qual
o poder público outorgante faculta ao outorgado o uso de determinado recurso
hídrico, e por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no ato de
outorga. Prevista na Lei 9.433/97 como um dos instrumentos da Política Nacional de
Recursos Hídricos com o objetivo de assegurar o controle quantitativo e qualitativo
da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso a este bem.
Conforme a Política Nacional de Recursos Hídricos estão sujeitos a outorga pelo
Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos: derivação ou
captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final,
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; extração de água
de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
lançamento em corpo d’água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos,
tratados ou não, com fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; outros usos que alterem o regime, a
quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de água.
Conforme HORA (2001), embora a Lei n° 9.433/97 reconheça a outorga como um
instrumento de controle na distribuição de recursos hídricos de competência do Poder
Público, estabeleceu alguns quesitos que tornam esse controle participativo, isso para
levar em consideração aspectos tradicionais e valores culturais das comunidades que
utilizam a bacia. Assim, as prioridades de uso na concessão da outorga, serão
definidas pelos Planos de Recursos Hídricos aprovados pelos comitês de Bacias
Hidrográficas. Fica estabelecida também ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos
a competência para estabelecer diretrizes gerais para este instrumento de gestão.
No Estado de Mato Grosso foi instalado o Conselho Estadual de Recursos Hídricos -
CEHIDRO em 06 de marco de 2002, através do decreto de regulamentação n° 3.952.
Atualmente, o instrumento de gestão de recursos hídricos "Outorga de Direitos de
Uso da Água" está em fase inicial no Estado. Para tanto, foram publicados no DOE
do dia 06/06/07 o Decreto n° 336 que regulamenta a outorga de direitos de uso dos
9
recursos hídricos. A Resolução n° 12 do CEHIDRO é que estabelece critérios
técnicos para outorga de captações de águas superficiais de domínio do Estado e a
Portaria n° 04 dispõe sobre os procedimentos para tal. Além disso, estuda-se qual a
UPG (Unidade de Planejamento e Gerenciamento de Bacia) que dará início a
emissão da Outorga, com excessão da outorga para geração de energia hidrelétrica (a
qual necessita da solicitação do pedido de outorga, independente da UPG). Com
relação ao Plano Estadual de Bacias neste estado, atualmente está em fase de
discussão e apresentação para a sociedade do Diagnóstico realizado.
Segundo PROENÇA et al.(2004), outro instrumento de gerenciamento de recursos
hídricos da Lei n. 9.433/97 é a implementação do enquadramento dos corpos de
água em classes, isso demanda o conhecimento da qualidade das águas a serem
geridas e das influências ambientais e antrópicas que possam alterá-la. Dessa forma
é possível a utilização das normas de qualidade das águas, garantindo os padrões
para os usos múltiplos desejados pela comunidade, preservando os aspectos
qualitativos para a vida aquática e demais usos.
Assim a medida que as regiões crescem e se desenvolvem, maior é o uso dos
recursos hídricos, maiores são os conflitos e riscos ambientais da qualidade dos
corpos d’ água.
2.3- FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA
REBOUÇAS et al.(1999) diz que a qualidade dos corpos dágua dependem dos
ambientes naturais e antrópicos de onde se originam, circulam , percolam ou ficam
estocadas. Os principais problemas de escassez de água que ameaçam a
sobrevivência das populações e da vida na Terra, são causados pelo crescimento
desordenado das demandas e pelos processos de degradação da qualidade dos corpos
d’água, atingindo valores nunca imaginados, a partir da década de 50.
Segundo LIMA (2001), os conceitos de qualidade e poluição estão interligados. A
poluição decorre de uma mudança na qualidade física, química, radiológica ou
biológica do ar, água ou solo causada pelo homem ou por outra atividade que pode
ser prejudicial ao uso do recurso.
HOLT apud LIMA (2001) diz que a industrialização e urbanização, juntamente com
10
a intensificação das atividades agrícolas, têm resultado no aumento da demanda pela
água. Em conseqüência disto também aumentam a contribuição de contaminantes
nos corpos d’água. As maiores rotas de contaminação são ocasionadas por emissões
diretas e indiretas dos esgotos tratados e não-tratados (produtos tóxicos e metais
pesados), escoamento e deposição atmosférica e por lixiviação do solo.
LIMA (2001) diz que as variedades de poluentes lançados nos corpos d’água podem
ser agrupadas em duas classes:pontual e difusa. Os resíduos domésticos e industriais
constituem o grupo das fontes pontuais por se restringirem a um simples ponto de
lançamento, facilitando o sistema de coleta através de canais ou rede. Em geral a
fonte de poluição pontual pode ser reduzida através tratamento apropriado para
posterior lançamento. A poluição difusa, caracteriza-se por apresentar múltiplos
pontos de descarga resultantes do escoamento em áreas urbanas e ou agrícolas e
ocorrem durante os períodos de chuva, atingindo concentrações bastante elevadas
dos poluentes. A redução dessas fontes requer mudanças nas práticas de uso da terra
e na melhoria de programas de educação ambiental.
Assim, o índice de poluição não é determinado pela intensidade dos poluentes, mas
pela capacidade de assimilação dos corpos d’ água.
2.4- PADRÕES AMBIENTAIS E VARIÁVEIS DA QUALIDADE
DA ÁGUA
Segundo a Organização Mundial da Saúde-OMS, água potável é aquela que
apresenta aspecto límpido e transparente, não apresenta cheiro ou gosto objetáveis,
não contém nenhum tipo de microrganismo que possa causar doença; e não contém
nenhuma substância em concentrações que possam causar qualquer prejuízo a saúde
(padrão de potabilidade para as águas destinadas ao abastecimento humano).
No Brasil, o uso da água doce para consumo humano está sujeito a fatores
específicos de qualidade que são definidos pelos Padrões de Potabilidade. Os
Padrões de Potabilidade são definidos pelo Ministério da Saúde (BRASIL,2000),
através da Portaria n.518 de 26/03/2004. Esses valores são valores máximos
permitidos (VMP) de concentração para uma série de substâncias e componentes
presentes na água.
11
Segundo BLUM apud MANCUSO & SANTOS (2003) o fato de estabelecer a
qualidade da água a seu uso visa simplificar e tornar mais objetiva a avaliação, mas
tem limitações que devem ser consideradas. Por exemplo, quando se trata de avaliar
a qualidade de uma água para consumo humano, deve-se levar em conta que não são
ainda suficientemente conhecidos os efeitos sobre a saúde provocados pela presença
de várias substâncias químicas, especialmente compostos orgânicos sintéticos. Ou
seja, não se dispõe de padrões de potabilidade para todos os possíveis constituintes
de uma água. Além disso, não se conhecem suficientemente os efeitos da associação
de duas ou mais substâncias (efeitos sinérgicos), nem estão definidos métodos de
análise para identificação e quantificação de outras.
Conforme NASCIMENTO (1998) os padrões são utilizados para a proteção da
qualidade da água, de forma a assegurar seus usos previstos. A ABNT (NBR
9896/87) preconiza que os padrões de qualidade são constituídos por um conjunto de
parâmetros e respectivos limites, e são estabelecidos com base em critérios
científicos que avaliam risco para um dado indivíduo e o dano causado pela
exposição a uma dose de determinado poluente. Um critério científico é uma
quantidade limite fixada para um determinado parâmetro que, estando dentro dos
limites máximos (ou mínimos), conforme a natureza do constituinte, protegerá os
usos desejados para um determinado corpo d’agua, dentro de um grau de segurança.
Assim REBOUÇAS et al. (1999) diz que a escassez quantitativa é um fator limitante
ao desenvolvimento, enquanto que a qualitativa traz problemas sérios a saúde
pública, `a economia e ao meio ambiente. Da mesma forma os métodos sofisticados
de tratamento podem criar problemas complexos que afetam a qualidade do ambiente
e a saúde pública.
A Legislação Brasileira também estabelece padrões de qualidade para águas
superficiais, através do CONAMA n°357 de 17 de março de 2005 .
De acordo com REBOUÇAS et al.(1999) na avaliação da qualidade da água
considera-se a composição de uma amostra que são constituídas por características
químicas, microbiológicas e físicas, observando limites estabelecidos pela Resolução
CONAMA n°357 de 17 de março de 2005 e o respectivo objetivo.
O enquadramento nas classes da CONAMA, entretanto é estático, precisa de uma
avaliação constante. No estado de Pernambuco criou-se, por exemplo, um sistema de
12
avaliação periódico. A Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do
Estado de Pernambuco- CPRH, considerando a real situação das águas nas estações
monitoradas, e a classificação das águas interiores segundo os usos preponderantes,
estabelecida no Decreto Estadual 7.269/81, adota, na determinação da qualidade dos
corpos d’ água, a classificação constante do Quadro 1 .
Quadro 1-Avaliação da qualidade das águas de modo a atender seu uso mais
restritivo dentro da classe
CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
Não comprometida Enquadram-se, nesta categoria, os corpos de água que apresentam
condições de qualidade de água compatíveis com os limites
estabelecidos para a classe especial das águas doces, salinas e
salobras e classe 1 das águas doces (Resolução CONAMA n°
357/05). Estes corpos d’água apresentam qualidade da água ótima,
com níveis desprezíveis de poluição.
Pouco comprometida Enquadram-se, nesta categoria, os corpos de água que apresentam
condições de qualidade de água compatíveis com os limites
estabelecidos para a classe 2 das águas doces e a classe 1 das águas
salinas e salobras (Resolução CONAMA n° 357/05). Estes corpos
d’água apresentam qualidade da água boa, com níveis baixos de
poluição.
Moderadamente
comprometida
Enquadram-se, nesta categoria, os corpos de água que apresentam
condições de qualidade de água compatíveis com os limites para a
classe 3 das águas doces e a classe 2 das águas salinas e salobras
(Resolução CONAMA n° 357/05). Estes corpos d’água apresentam
qualidade da água regular, com níveis aceitáveis de poluição.
Poluída Enquadram-se, nesta categoria, os corpos de água que apresentam
condições de qualidade de água compatíveis com os limites
estabelecidos para a classe 4 das águas doces e a classe 3 das águas
salinas e salobras (Resolução CONAMA n° 357/05). Estes corpos
d’água apresentam qualidade da água ruim, com poluição acima dos
limites aceitáveis.
Muito Poluída Enquadram-se, nesta categoria, os corpos de água que não se
enquadram em nenhuma das classes acima estabelecida. Estes corpos
13
d’água apresentam qualidade da água péssima, com poluição muito
elevada.
Não Monitorada
Fonte: www.cprh.pe.gov.br
Observa-se que um trecho da bacia hidrográfica com 1005 Mg/L de Coliformes
Termotolerantes em 80% de 6 amostras e outro com 4.000 Mg/L Coliformes
Termotolerantes em 80% de 6 amostras, pertencem a mesma classe 3, segundo a
Resolução CONAMA 357, e verifica-se que os investimentos para recuperar esses
trechos são financeiramente diferentes. Assim percebe-se que o CONAMA 357/05
generaliza os casos dentro de suas classes pela própria característica estática que
possui, um nível de detalhamento na qualidade para estabelecer avaliações periódicas
e o estado de qualidade atual do corpo hídrico pode ser uma alternativa viável, como
mostra o exemplo adotado pela CPRH (Quadro 1).
2.4.1 - Variáveis da Qualidade da Água
O levantamento de qualquer sistema ambiental depende fundamentalmente da
escolha dos parâmetros representativos de seu “status” por ocasião do momento da
amostragem. Esses parâmetros e seus padrões de qualidade da água só têm sentido
se são determinados em função dos seus usos preponderantes atuais e futuros.
Assim, neste item falaremos dos parâmetros utilizados para avaliar qualidade da água
e seus limites estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 357 (fixa valores de
diferentes classes para um corpo receptor). Em seguida, faremos uma exposição das
variáveis físico-químicas e biológicas para identificar a qualidade da água utilizadas
neste estudo, são elas: Turbidez, OD, DBO, DQO, NTK, P, pH, Sólidos Dissolvidos
Totais, Coliformes (Termotolerantes e Eschrichia Coli).
2.4.1.1- pH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) é usado universalmente para expressar o grau
de acidez ou basicidade de uma solução, ou seja, é o modo de expressar a
concentração de íons de hidrogênio nessa solução. A escala de pH é constituída de
14
uma série de números variando de 0 a 14, os quais denotam vários graus de acidez ou
alcalinidade. Valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam aumento de acidez,
enquanto valores de 7 a 14 indicam aumento da basicidade. Para ESTEVES (1998)
as medidas de pH são de extrema utilidade e complexas de se interpretar pelo grande
número de fatores que podem influenciá-lo. Às águas superficiais possuem um pH
entre 4 e 9. Naturalmente, nesses casos, o pH reflete o tipo de solo por onde a água
percorre. Em lagoas com grande população de algas, nos dias ensolarados, o pH pode
subir muito, chegando a 9 ou até mais. Isso porque as algas, ao realizarem
fotossíntese, retiram muito gás carbônico, que é a principal fonte natural de acidez da
água. Geralmente um pH muito ácido ou muito alcalino está associado à presença de
despejos industriais.
2.4.1.2- Oxigênio dissolvido
BRANCO (1986) diz que a determinação do oxigênio dissolvido é de fundamental
importância para avaliar as condições naturais da água e detectar impactos
ambientais como eutrofização e poluição orgânica. Do ponto de vista ecológico, o
oxigênio dissolvido é uma variável extremamente importante, pois é necessário para
a respiração da maioria dos organismos que habitam o meio aquático. Geralmente o
oxigênio dissolvido se reduz ou desaparece, quando a água recebe grandes
quantidades de substâncias orgânicas biodegradáveis encontradas, por exemplo, no
esgoto doméstico, em certos resíduos industriais, vinhoto, e outros. Os resíduos
orgânicos despejados nos corpos d’água são decompostos por microorganismos que
se utilizam do oxigênio na respiração. A morte de peixes em rios poluídos se deve,
portanto, à ausência de oxigênio e não à presença de substâncias tóxicas. Na
ausência de oxigênio temos a geração de maus odores.
2.4.1.3- Demanda bioquímica do oxigênio (DBO) e demanda química do oxigênio
(DQO)
LIMA (2001) diz que a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), exprime o valor
da poluição produzida por matéria orgânica oxidável biologicamente, corresponde à
quantidade de oxigênio que é consumida pelos microorganismos do esgoto ou águas
poluídas, na oxidação biológica, a DBO5 é convencionalmente usada, considera a
15
medida de 5 dias, incubada a 20 graus de temperatura associada a fração
biodegradável dos componentes carbonáceos. Essa demanda pode ser
suficientemente grande, para consumir todo o oxigênio dissolvido da água, o que
condiciona a morte de todos os organismos aeróbios de respiração subaquática. O
teste de Demanda Química de Oxigênio (DQO) é a medida da quantidade de
oxigênio consumido pela oxidação química de substâncias orgânicas presentes na
águas (SPERLING,1996).
2.4.1.4 - Sólidos
É o material particulado não dissolvido, encontrado suspenso no corpo d’água,
composto por substâncias inorgânicas e orgânicas, incluindo-se aí os organismos
planctônicos (fito e zooplâncton). Sua principal influência é na diminuição na
transparência da água, impedindo a penetração da luz. BRANCO (1986) afirma que
todos os contaminantes com exceção dos gases dissolvidos contribuem para a carga
de sólidos, os que possuem características físicas(suspensos e dissolvidos) e
químicas(orgânicos e inorgânicos). O mesmo autor ainda complementa que os
sólidos voláteis representam uma estimativa orgânica nos sólidos, ao passo que os
sólidos fixos caracterizam a presença de matéria inorgânica ou mineral.
2.4.1.5 - Compostos de Nitrogênio
As águas naturais, em geral, contêm nitratos em solução e, além disso,
principalmente tratando-se de águas que recebem esgotos, podem conter quantidades
variáveis de compostos mais complexos, ou menos oxidados, tais como: compostos
orgânicos quaternários, amônia e nitritos. Em geral, a presença destes denuncia a
existência de poluição recente, uma vez que essas substâncias são oxidadas
rapidamente na água, graças principalmente à presença de bactérias nitrificantes.
MOTA (1995) diz que o nitrogênio orgânico e amônia estão associados a efluentes e
águas recém-poluídas. Com o passar do tempo, o nitrogênio orgânico é convertido
em nitrogênio amoniacal e, posteriormente, se possuem condições aeróbias , a
oxidação da amônia acontece transformando nitrito em nitrato, indicadores de estágio
de poluição remota.
16
2.4.1.6 - Fósforo
Apresenta-se na água nas formas orgânica e inorgânica, na forma natural (tais como
dissolução de compostos do solo e decomposição da matéria orgânica) e de origem
antropogênica (despejos domésticos, esgotos, detergentes, inseticidas fertilizantes).
FEITOSA et al. (1997) dizem que devido a ação de microrganismos, a concentração
de fósforo pode ser baixa em águas com menor índice de poluição (< que 0,5mg/l) e
em águas poluídas valores acima de 1,0 mg/l. Os compostos de fósforo são um dos
fatores limitantes à vida dos organismos aquáticos e o seu controle, em um corpo
d’água, é de importância fundamental no controle ecológico das algas.
2.4.1.7 – Coliformes
Conforme CANHAMERO (2006), a qualidade de uma água de abastecimento é
avaliada usando organismos indicadores. A probabilidade de existência das doenças
na água passadas a ela por fezes do indivíduos doentes, se faz por contagem de
microorganismos não patogênicos, produzidos em grande numero no intestino, sendo
uma referência(um indicador). Os organismos usados como referência pertencem a
um grupo de bactérias chamados Coliformes dividido em três sub-grupos:
coliformes totais, coliformes fecais e estreptococos fecais. De acordo com o
mesmo autor, os Coliformes Totais (CT) reúnem um grande número de bactérias,
entre elas a Eschrichia Coli
1
, de origem exclusivamente fecal e que dificilmente se
multiplica fora do trato intestinal. O problema é que outras bactérias dos gêneros
Citrobacter, Eriterobacter e Klebsiella, igualmente identificadas pelas técnicas
laboratoriais como coliformes totais, podem existir no solo e nos vegetais. Desta
forma, não é possível afirmar categoricamente que uma amostra de água com
resultado positivo para coliformes totais tenha entrado em contato com fezes. Os
Coliformes Fecais pertencem a esse subgrupo os microorganismos que aparecem
exclusivamente no trato intestinal. Em laboratório, a diferença entre coliformes totais
e fecais é feita através da temperatura (os coliformes fecais continuam vivos mesmo
a 44ºC, enquanto os coliformes totais têm crescimento a 35ºC). Sua identificação na
1
No CONAMA 357/2005 Coliforme Total é referenciada como Eschrichia Coli
17
água permite afirmar que houve presença de matéria fecal, embora não
exclusivamente humana.
BRANCO (1986) enfatiza que a presença de coliformes na água indica a presença de
fezes e, portanto, a potencialidade da veiculação de seres patogênicos.
2.4.1.8- Turbidez
LIMA (2001) afirma que a presença de partículas em suspensão, que causam a
turbidez, ou de substâncias em solução, relativas `a cor, pode concorrer para o
agravamento da poluição. A turbidez limita a penetração de raios solares,
restringindo a realização da fotossíntese que, por sua vez, reduz a reposição do
oxigênio.
2.5- TOMADA DE DECISÃO E DESCOBERTA DE
CONHECIMENTO (KDD) EM BASES DE DADOS
A capacidade de um indivíduo ou empresa de tomar decisões é frequentemente
associada ao conhecimento que ela possui. Um dos problemas dos analistas de
informação é a transformação de dados em informação relevante para a tomada de
decisão. Através de técnicas para exploração de dados, pode-se desenvolver
aplicações que venham a extrair, das bases de dados de empresas e instituições
acadêmicas, informações críticas, com o objetivo de subsidiar o processo decisório
de uma organização.
REZENDE (2003) diz que os conceitos de dados, informação e conhecimento estão
relacionados entre si. Antes de estabelecer a ligação desses conceitos com as
tecnologias utilizadas para seu registro e armazenamento, é preciso descrever a
distinção entre dado, informação e conhecimento .
MOTTA (2004) diz que os dados são elementos puros, quantificáveis sobre
determinado evento; a informação é um contexto, uma referência, um parâmetro para
analisar dados e o conhecimento é a habilidade de se criar um modelo mental que
18
descreva o evento e indique as decisões a tomar (permitindo a compreensão, análise
e síntese para a tomada de decisão inteligente).
Para REZENDE (2003) dado além de ser um elemento puro, quantificável sobre um
determinado evento, são fatos, números, texto ou qualquer outra mídia que possa ser
processada pelo computador. A informação é o dado analisado e contextualizado,
envolve a interpretação de um conjunto de dados, é constituída por padrões,
associações ou relações que todos os dados juntos podem proporcionar. Esta pode
gerar conhecimento que auxilie na análise de padrões históricos para conseguir uma
previsão de dados futuros. Uma decisão é o uso explícito de um conhecimento.
Segundo NAVEGA (2002), podemos identificar vários níveis de informação em
função da capacidade de entendimento desses conceitos, Figura 1. Assim, a
tradicional pirâmide da informação mostra um aumento do valor da informação ao
subir de nível, `a medida em que aumenta o grau de conhecimento sobre a relação
dos dados.
Figura 1- Valor potencial da informação (Fonte: www.inteliiwise.com/navega)
Quanto maior o grau de abstração da informação, ou seja, maior o conhecimento
dessa relação, melhor o processo de tomada de decisão.
As empresas e instituições acadêmicas interagem com o meio ambiente a todo o
momento. Essa interação tem gerado grandes volumes de dados que são
armazenados em suas bases de dados e podem auxiliar na tomada de decisão.
19
Na Figura 2 podemos verificar a tradução da Figura 1 para a base de dados de uma
empresa. Em geral, o valor da informação nas bases de dados, para apoiar a tomada
de decisão, aumenta a partir da base da pirâmide. Uma decisão baseada em dados nas
camadas mais baixas (nível operacional), onde há tipicamente milhões de registros
de dados ainda não-estruturados, não possui valor de conhecimento, pois tem-se
pouco entendimento sobre eles. Já a decisão apoiada em dados altamente resumidos
nas camadas superiores da pirâmide, onde já passaram por ferramentas de
organização e estruturação da informação, tem probabilidade de alto valor estratégico
para tomada de decisão nas empresas. Assim, como mostra a Figura 2, o processo de
tomada de decisão é fundamentado nos níveis tático (gerencial) e estratégico
(direção), onde os dados passaram por técnicas de descoberta de conhecimento,
descobrindo novos conceitos e relações entre eles e com isto facilitando o processo
decisório.
Figura 2- Evolução do valor estratégico das bases de dados (Cabena et al & Tyson apud
Quoniam)
Esse processo de transformação de dados em conhecimento em bases de dados, para
melhorar o processo decisório utiliza-se da técnica de data mining (principal fase do
processo de descoberta de conhecimento), que localiza padrões de informação em
bases de dados através do processo de generalização ou indução, descobrindo novos
conhecimentos em bases de dados. As ferramentas de Data Mining identificam todas
20
as possibilidades de correlações existentes nas fontes de dados sendo portanto uma
fase do processo de descoberta de conhecimento.
2.5.1– Sistemas Inteligentes
Entende-se como inteligente um sistema computacional que obtém e usa o
conhecimento para resolver problemas. Sistemas Inteligentes têm aplicação nos mais
diversos setores, incluindo: energético, econômico/comercial, seguros,
telecomunicações, mercado de capitais, industrial, meio-ambiente e medicina.
De acordo com MOTTA (2005) a obtenção e a utilização do conhecimento são
realizadas através de um sistema inteligente ou de um ser humano como forma de
apoio a tomada de decisão.
Segundo MOTTA (2005) a cronologia da era do conhecimento obedece ao Quadro
02.
Quadro 2 - Cronologia da era do conhecimento
ÉPOCA VALOR DESAFIO
Até 80 Dado Sistemas de
processamento de dados
Entre décadas de 80 e 90 Informação Sistemas de informação
Atualmente Conhecimento
Sistemas inteligentes
O Quadro 2 mostra que até os anos 80 preocupava-se somente com o armazenamento
de dados e com a extração eficiente dos mesmos. Segundo BARRETO (1999), nos
anos 60, acreditava-se que os computadores eram enciclopédias ambulantes, nesta
época desenvolveram-se o conceito de bases de dados, o computador servia apenas
para memorizar e extrair dados. Entre os anos 80 e 90, segundo REZENDE (2003),
o desafio foi migrar os dados para as informações através dos Sistemas de
Informação que tinham por objetivo a análise e organização da informação para
melhorar o processo de tomada de decisão. A partir dos anos 90 o desafio era criar
sistemas que pudessem representar e processar conhecimento em resposta `as muitas
necessidades dos indivíduos. Assim, atualmente busca-se o desenvolvimento de
sistemas inteligentes para auxiliar gestores na difícil tarefa de decidir.
BARRETO (1999) diz que Sistema de Informação e Inteligência Artificial são
tópicos intimamente ligados. SI é um problema que engloba aquisição,
21
armazenamento e recuperação da informação. IA é uma metodologia de resolver
problemas em geral, cuja solução requeira inteligência. Assim a junção das duas
áreas é perfeita se a aquisição, armazenamento e recuperação da informação
caracterizar o uso de inteligência.
Através de técnicas específicas, os computadores além de armazenar e recuperar
informações, combinam dados e geram novos conhecimentos. Este fato faz o
computador comportar-se como inteligente, ou seja, ele tem habilidades inteligentes.
Para descobrir este novo conhecimento e se tornar um sistema inteligente, temos uma
área de estudo na IA , chamada KDD (Knowlegde Discovery Databases) que se
preocupa com obtenção de conhecimento útil e interessante , muitas vezes implícito
em bases de dados.
2.5.2- Descoberta de Conhecimento (KDD) em Bases de Dados
Com os avanços tecnológicos, os sistemas de armazenamento de dados e
monitoramento de fenômenos observados têm acumulado grandes volumes de dados
que ocultam conhecimento para o ser humano. Assim, o “KDD - Knowledge
Discovery in Databases” (Descoberta de Conhecimento em Banco de Dados) é uma
área da IA que se preocupa em descobrir conhecimento oculto, importante para
empresas e órgãos governamentais através do uso de algoritmos eficientes de
mineração de dados.
“O KDD (knowledge Discovery in Databases) pode ser visto como o
processo da descoberta de novas correlações, padrões e tendências
significativas por meio da análise minuciosa de grandes conjuntos de
dados estocados. Este processo se vale de tecnologias de reconhecimento
utilizando padrões e técnicas estatísticas e matemáticas. O Data Mining
é uma das técnicas utilizada para a realização de KDD. (NORTON,
1999).
Segundo FAYYAD et al. (1996) a descoberta de conhecimento em bases de dados,
KDD, é vista como algo mais amplo, e o termo Data Mining (mineração ou
22
garimpagem de dados) como um componente que trabalha com os métodos de
descoberta do conhecimento.
LACERDA & SOUZA (2004) afirmam que, devido ao imenso volume de dados,
várias informações acabam ficando escondidas, sendo formadas implicitamente por
relações entre campos, formando padrões imperceptíveis a “olho nu”. O ciclo
iterativo de descoberta do conhecimento em base de dados é mostrado na Figura03.
Figura 3 - Ciclo básico de descoberta de conhecimento em BD. (Barreto, 1999)
De acordo com BARRETO (1999) as principais tecnologias usadas em KDD são:
Organização dos dados (Data Warehousing);
Bancos de dados distribuídos (quando os dados estão distribuídos em
diferentes plataformas);
IA e Sistemas Especialistas;
Redes Neurais e seus paradigmas de aprendizado supervisionado e não
supervisionado;
Interfaces amigáveis incluindo realidade virtual.
LACERDA & SOUZA (2004) afirmam que a natureza do descobrimento é tanto
iterativa quanto interativa. A iteratividade está no fato do processo ser realizado em
etapas seqüenciais de maneira que seja possível voltar `as etapas anteriores criando
ligações entre elas. Isso traz muitas possibilidades de seqüências, de forma que os
passos possam ser repetidos o número de vezes que se façam necessários. O usuário
pode dar continuidade ao processo ou transformar uma etapa alterando um atributo,
23
por exemplo. Assim o usuário é responsável por várias tomadas de decisão durante o
ciclo, na modelagem das informações, na escolha do algoritmo a se usado e sob os
objetivos a ser seguidos, garantindo a interatividade no processo.
De acordo com MOTTA (2005) existem inúmeras áreas de aplicação de KDD:
bancária (aprovação de crédito), ciências e medicina (descoberta de hipóteses,
diagnóstico, classificação, predição), comerciais (segmentação, localização de
consumidores, identificação de hábitos de consumo), engenharia ( simulação e
análise, reconhecimento de padrões , processamento de sinais e planejamento),
financeira(apoio para investimentos, controle de carteira de ações), gerencial (tomada
de decisão, gerenciamento de documentos), internet (ferramentas de busca,
navegação, extração de dados), manufatura (modelagem e controle de processos,
controle de qualidade, alocação de recursos), segurança (detecção de bombas,
icedbergs e fraudes), etc. Recentemente, temos as bases de dados Monitoramento
ambiental , utilizando KDD para diagnóstico e prevenção de danos ambientais.
Portanto, o processo de Extração de Conhecimento em Bases de Dados (KDD) tem
o objetivo de encontrar conhecimento a partir de um conjunto de dados para ser
utilizado em processo decisório. Esta técnica, poderá auxiliar gestores de empresas e
órgãos governamentais na tomada de decisão, uma vez que obtém conhecimento
novo, que não está explícito na base de dados.
2.5.2.1- O Processo da Descoberta de Conhecimento
A descoberta do conhecimento em bases de dados envolve três etapas principais
(Figura 4).
24
Figura 4 – Etapas da descoberta do conhecimento. (Quoniam et al., 2001)
1) A primeira fase que contempla a limpeza e preparação dos dados (pré-
processamento);
2) A segunda que compreende a mineração para descoberta de padrões;
3) A terceira que compreende a avaliação e interpretação do resultado obtido.
De acordo com NAVEGA (2002) um ciclo completo de descoberta de conhecimento
com Data mining pode ser representado conforme Figura 5. A partir de fontes de
dados (bancos de dados, relatórios, logs de acesso, transações, etc) efetua-se uma
limpeza (consistência, preenchimento de informações, remoção de ruídos e
redundâncias, etc). Assim surgem os repositórios organizados (Data Warehouses).
Após isso temos a utilização das ferramentas de Data Mining e a última fase de
avaliação ou interpretação do resultado onde um analista refina e conduz o processo
até que valiosos padrões apareçam. Assim a hierarquia começa em instâncias
elementares (normalmente volumosas) e termina em um ponto relativamente
concentrado e mais valioso.
25
Figura 5 - Fases da descoberta de conhecimento (Fonte: www.inteliiwise.com/navega)
2.5.2.1.1-Pré-Processamento
Segundo QUONIAM et al. (2001) nesta fase os dados são coletados, armazenados e
passam por uma limpeza na base de dados. Para ter sucesso nesta fase é preciso
conhecer a base de dados e entender os dados para que na limpeza e preparação não
haja duplicação de conteúdo através de erros de digitação, abreviações, valores
omissos, entre outros.
Para LACERDA & SOUZA (2004) o pré-processamento é dividido em sub-etapas:
Entendimento do domínio da aplicação: entender objetivos e metas
para posteriormente verificar se o conhecimento descoberto é útil e
identificar as transformações ocorridas na base de dados antes do
inicio da aplicação.
Seleção dos Dados: Após o entendimento do problema analisar quais
variáveis são relevantes para solucioná-lo, ou obter algum resultado.
Essa escolha deve ser feita sob o escopo do problema.
Limpeza e pré-processamento: após extração dos dados da base
pode ser que ocorram inconsistências, como dados errados, campos
26
sem preenchimento, etc. É necessário a remoção desses ruídos ou
erros para o bom funcionamento do modelo.
Transformação: redução e projeção dos dados considerando conjunto
de atributos úteis.
Após esta fase de pré-processamento segue a aplicação da mineração sob os dados.
2.5.2.1.2-Mineração de Dados (Data Mining)
São técnicas de descoberta de conhecimento em bases de dados que não
conseguimos visualizar através das consultas realizadas no banco de dados. A
mineração de dados trabalhará na busca por padrões e relacionamentos entre os
dados a fim de facilitar o entendimento.
As ferramentas de Data Mining identificam todas as possibilidades
de correlações existentes nas fontes de dados. Através de técnicas
para exploração de dados pode-se desenvolver aplicações que
venham a extrair, dos bancos de dados informações críticas , com
o objetivo de subsidiar plenamente o processo decisório de uma
organização, (QUONIAM,2001).
A definição de Mineração de Dados aceita por diversos autores e pesquisadores
foram elaborados por Fayyad et al. (1996) e diz: “Extração de Conhecimento de
Base de dados é o processo de identificação de padrões válidos, novos,
potencialmente úteis e compreensíveis embutidos nos dados”. Segundo REZENDE
(2003) analisando individualmente cada palavra desta definição é melhor para
compreendê-la:
Dados: conjunto de fatos presentes em um repositório. Ex: Valores dos
campos de um registro de vendas em uma base qualquer.
Padrões: denota alguma abstração de um subconjunto dos dados em alguma
linguagem descritiva de conceitos.
27
Processo: a extração do conhecimento envolve várias etapas como
preparação dos dados, busca por padrões e avaliação do conhecimento.
Válidos: os padrões descobertos devem possuir algum grau de certeza,
devem satisfazer funções ou limiares que garantam que os exemplos cobertos
e os casos relacionados ao padrão sejam aceitáveis.
Novos: um padrão deve fornecer novas informações sobre os dados. Pode ser
medido por comparações entre as alterações ocorridas e os dados anteriores.
Úteis: os padrões descobertos devem ser incorporados para serem utilizados.
Compreensíveis: um dos objetivos da MD é encontrar padrões descritos em
alguma linguagem que possa ser compreendida pelos usuários permitindo
uma análise profunda dos dados.
Conhecimento: o conhecimento é definido em função do seu domínio de
aplicação, utilidade, originalidade e compreensão.
LACERDA & SOUZA (2004) dizem que a principal característica do data mining é
a aplicação de algoritmos ao dados pré-processados. As sub-etapas da mineração
são:
1. Escolha da tarefa de mineração (as ferramentas possuem vários tipos):
regressão,classificação, associação, sumarização, dependência, agrupamento,
etc.
2. Determinar dentro da tarefa escolhida o algoritmo que seja mais
adequada para o problema em questão.
3. Aplicar o algoritmo de mineração sob os dados e variáveis na busca de
padrões.
Assim KDD ou descoberta de conhecimento é o conjunto de tarefas que permite
detectar conhecimentos implícitos em bases de dados. Data Mining é uma técnica
usada em uma das fases do processo de KDD onde o resultado pode ser utilizado
para tomada decisão.
28
2.5.2.1.3-Pós-Processamento
Após as etapas anteriores pode-se verificar se houve mudança nos dados da base de
dados e aí passa-se para outra fase de interpretação dos resultados obtidos.
Segundo LACERDA & SOUZA (2004), no pós-processamento a principal função é
usar as descobertas úteis. Suas sub-etapas são:
Interpretação de padrões: avaliar se os padrões descobertos terão alguma
utilidade ou geram algum conhecimento. Servem de suporte a tomada de
decisão.
Consolidação dos dados: verificar e utilizar o novo conhecimento sobre os
dados através de ferramentas de visualização.
2.5.2.2- Metas da Mineração
O ciclo de descoberta de conhecimento envolve o usuário desde o início de sua fase,
ou seja, na preparação dos dados até a obtenção dos resultados. O usuário precisa ter
em mente os objetivos que deverão ser alcançados com a fase de mineração de
dados, isto porque para alcançar estes objetivos é preciso escolher um algoritmo que
atenderá as necessidades do problema a ser resolvido. Outra razão para isto é que
existem inúmeros conhecimentos que se pode retirar de uma base de dados. Dentre
eles, descoberta de associações, descoberta de regras de previsão, hierarquias de
classificação, descoberta de padrões seqüenciais, descoberta de padrões em séries
temporais, categorização e segmentação (ALVARES,2000).
Assim faz-se necessário a definição clara do objetivo do problema para o bom
desempenho da técnica.
A etapa de mineração de dados possui duas metas (ou atividades) principais
(FAYYAD,1996): previsão e descrição.
Previsão: serve para antecipar os valores de variáveis conhecidas ou analisar
um possível valor para uma variável com o passar do tempo, ou seja,
determina as chances de uma ação ocorrer.
Descrição: é a busca por uma descrição padrão dos dados para posterior
entendimento e melhor compreensão dos usuários.
29
Existem diversas tarefas para se alcançar as metas de previsão e descrição e ainda
vários algoritmos estão disponíveis para resolver cada tarefa. Assim depende do
objetivo do problema (ou da meta da mineração) a escolha da tarefa ideal para
solucioná-lo.
2.5.2.3 -Tarefas da Mineração
Tarefa é no contexto da mineração um tipo de problema de descoberta de
conhecimento a ser solucionado, Figura 6. Podem ser de:
Classificação: constrói um modelo de forma que possa ser aplicado a dados
não classificados a fim de caracterizá-los em classes, assim é possível
antecipar tendências futuras;
Estimativa ou regressão: usada para definir um valor para alguma variável
contínua e desconhecida;
Associação: LACERDA & SOUZA (2004) dizem que a associação
determina grupos de itens que tendem a ocorrer ao mesmo tempo, na mesma
transação, gerando-se uma grande quantidade de regras.
Agrupamento, segmentação ou clusterização: processo de partição de uma
população heterogênea em vários subgrupos ou grupos mais homogêneos
Sumarização: busca métodos para encontrar uma descrição compacta para
um subconjunto de dados. Usada para análise exploratória de dados e criação
de relatórios de maneira automática (FAYYAD,1996).
Desvio: tem por objetivo descobrir um conjunto de valores que não seguem
padrões definidos, é necessário adotar padrões antecipadamente. Pode-se
usar esta tarefa para identificar fraudes baseadas em elementos que estão fora
de padrões ou são exceções `a regra (FELDENS,1997).
Dependência: Verifica a existência de um modelo que descreva a
dependência entre variáveis.
30
Figura 6 - Tarefas da mineração de dados
2.5.2.4- Métodos ou Técnicas de Mineração
De acordo com DIAS (2001) as técnicas (métodos) de mineração de dados podem ser
aplicadas as tarefas. Elas correspondem a técnica computacional implementada por
determinado algoritmo para resolver uma tarefa.
HARRISON (1998) dia que não há uma técnica que resolva todos os problemas de
mineração de dados. Existem diferentes métodos para diferentes propósitos, cada um
com suas vantagens e desvantagens. A familiaridade com as técnicas é necessária
para facilitar a escolha de uma tarefa de mineração conforme o problema a ser
tratado. Assim para ser executada, cada tarefa possui várias técnicas de mineração
envolvidas na busca por padrões ocultos de dados, naturalmente umas mais indicadas
que outras para o problema em questão.
LACERDA & SOUZA (2004) dizem que a técnica (método) de regra de associação
resolve problemas de associação. A técnica (método) de árvore de decisão resolve
problemas de classificação e regressão. As demais técnicas resolvem problemas de
classificação e segmentação.
As técnicas (ou métodos) de mineração de dados normalmente usadas são (DIAS,
2001):
Regras de associação: estabelece uma correlação estatística entre atributos de dados
e conjunto de dados;
Arvore de decisão: hierarquização dos dados, baseando-se em estágios de decisão
(nós) e na separação de classes e subconjuntos. É um bom método quando o objetivo
do data mining é a classificação de dados ou predição de saídas, usado para
categorizar dados de arquivos.
Raciocínio baseado em casos (MBR): baseado no método do vizinho mais próximo,
combina e compara atributos par estabelecer hierarquia de semelhança.
31
Algoritmos genéticos: métodos gerais de busca e otimização, inspirados na Teoria
da Evolução, onde cada nova geração, soluções melhores têm mais chances de ter
“descendentes”;
Redes neurais artificiais: modelos inspirados na fisiologia do cérebro, na qual o
conhecimento é fruto do mapa das conexões neurais e dos pesos dessas conexões. É
uma boa maneira de se predizer regras e classificá-las. Não funcionam muito bem
com muitas entradas e muitos dados.
2.5.2.5 – Tipo de aprendizado em Bases de Dados
O objetivo de um banco de dados é armazenar os dados com segurança e recuperá-
los de forma eficiente conforme necessidade do usuário . Muitas vezes a informação
necessária pode não estar contida explicitamente na base de dados, podendo ser
inferida. HAL apud BOGORNY (2000) salienta duas técnicas para a inferência dos
dados: dedução e indução. A dedução é uma conseqüência lógica das informações
contidas na base de dados, a informação é extraída da base através de operadores
lógicos e comandos dos próprios SGBD. A indução é uma técnica de inferência que
generaliza as informações contidas na base de dados. Nela a base é percorrida em
busca de padrões ou regularidades, que são combinações de valores para certos
atributos que compartilham características comuns. Cada regularidade forma uma
regra, prevendo o valor de um atributo com base em outros atributos. O
aprendizado indutivo consiste na criação de um modelo, onde os objetos e eventos
são agrupados em classes. Para cada classe é criado um conjunto de regras.
AVI apud BOGORNY afirma que existem duas técnicas de aprendizado indutivo:
Aprendizado supervisionado ou de exemplos: nesta técnica são fornecidos classes
e exemplos de cada classe ao sistema, o qual precisa encontrar a descrição
(propriedades comuns nos exemplos) de cada classe. Existe neste aprendizado um
professor que guia o processo. Esse professor é o conhecimento prévio dos conceitos
ou classes que estão descritas pelo conjunto de exemplos de treinamento.
Aprendizado não-supervisionado ou por observação: o sistema precisa descobrir a
classe dos objetos através das propriedades que os mesmos têm em comum. Neste
tipo de aprendizado, o indutor analisa os exemplos fornecidos e tenta determinar se
alguns deles podem ser agrupados, formando clusters. Após isso é necessária análise
32
para determinar o que cada agrupamento significa no contexto do problema que está
sendo analisado.
De acordo com NAVEGA (2002) padrões são unidades de informação que se
repetem, ou então são sequências de informações que dispõe de uma estrutura que se
repete. A tarefa de localizar padrões não é privilégio do Data Mining. Nosso cérebro
utiliza-se de processos similares, pois muito do conhecimento que temos em nossas
mentes é, de certa forma, um processo que depende da localização de padrões.
O exemplo a seguir sugerido por NAVEGA (2002) mostra os possíveis
procedimentos na descoberta de padrões em uma sequência de letras. Utilizando a
sequência “ABCXYABCZKABDKCABCTUABEWLABCWO procura-se algum
dado relevante. Abaixo seguem algumas possibilidades:
1. A primeira etapa é perceber que existe uma sequência de letras que se repete
bastante. Temos as sequências "AB" e "ABC" e concluimos que elas ocorrem
com frequência superior à das outras sequências.
2. Após determinarmos as sequências "ABC" e "AB", verificamos que elas
segmentam o padrão original em diversas unidades independentes:
3. "ABCXY","ABCZK","ABDKC","ABCTU","ABEWL","ABCWO"
4. Fazem-se agora induções, que geram algumas representações genéricas
dessas unidades:
5. "ABC??" "ABD??" "ABE??" e "AB???",onde o símbolo
(interrogação) '?' representa qualquer letra
6. No final do processo, toda a sequência original é substituída por regras
genéricas indutivas que simplificou (reduziu) a informação original a algumas
expressões simples.
Este processo é um dos pontos essenciais do Data Mining, ou seja, extrair certos
padrões de dados brutos através da indução, reduzindo a informação bruta. Além
disso, esse processo nos permite gerar formas de predizer futuras ocorrências de
padrões.
AVI apud BOGORNY (2003) salienta que com relação ao tipo de aprendizado em
banco de dados, existe o aprendizado de máquina e o aprendizado em mineração de
dados. Um sistema de aprendizado de máquina utiliza informações de um conjunto
de treinamento, ou seja, uma amostra de dados selecionada. A amostra é gerada de
33
acordo com uma técnica : supervisionada ou não-supervisionada. Na supervisionada
o sistema busca as descrições das classes definidas pelo usuário e, se for não-
supervisionada, o sistema gera um conjunto de novas classes de acordo com suas
descrições.
HAL apud BOGORNY (2003) diz que um sistema de aprendizado em mineração de
dados busca descrições de dados em uma base inteira e não em uma amostra,
resultando em um processo mais complexo e demorado.
DIAS & PACHECO (2005) afirmam que os principais objetivos da mineração são
descobrir os relacionamentos entre dados e fornecer subsídios para fazer uma
previsão das tendências futuras de acordo com os dados anteriores. Os resultados
obtidos da mineração podem ser usados para tomada de decisão, controle de processo
e muitas outras aplicações.
2.5.3.6 Ferramentas utilizadas em Data Mining
Existem diversas ferramentas disponíveis no mercado que realizam várias tarefas de
mineração. A escolha pode ser feita de acordo com o problema e com o resultado
pretendido. São elas:
WEKA: um software de domínio público, desenvolvido em Java, pela
Universidade de Waikato, que implementa uma série de algoritmos de Data
mining.
INTELLIGENT MINER: desenvolvido pela IBM, também é uma ferramenta
de mineração, possui interligação com banco de dados DB2 da IBM.
ORACLE DATA MINER: é uma ferramenta de mineração que possui
interligação com o banco de dados Oracle Enterprise.
ENTERPRISE MINER: nova versão do SAS Enterprise Miner, usado na
área de negócios, marketing e inteligência competitiva.
STATISTICA DATA MINER: este software acrescenta as ferramentas de
mineração ao tradicional pacotes de aplicações estatística.
34
2.5.3- Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados de Monitoramento de
Qualidade da Água
O processo de monitoramento ambiental gera um grande conjunto de dados que são
armazenados em uma base de dados. Normalmente são pouco favoráveis a análise de
gestores e pesquisadores ambientais devido a limitação humana em analisá-los e
guardá-los na memória. Neste caso a descoberta de conhecimento, através de suas
técnicas de mineração de dados poderá , através de algoritmos descobrir padrões de
classificação da qualidade da água.
As técnicas de data mining já são utilizadas em diversas áreas e recentemente estão
sendo utilizadas para descoberta de conhecimento em bases de dados de
monitoramento ambiental através do reconhecimento de padrões inicialmente
ocultos, inclusive bases de dados com dados geo-espaciais como na Figura 07.
Figura 7 – DM em Meteorologia. (Fonte: www. crossgrid.org/.../meteo_pollution.html)
A Figura 07 mostra a aplicação de data mining na área de meteorologia,
primeiramente as informações geo-espaciais são armazenadas em bases de dados
distribuídas, em seguida é feita a pré-seleção ou limpeza de dados incorretos para
aplicar a técnica de DM, o resultado é a interpretação dos padrões de dados
encontrados pela técnica.
DELAVAR (2005) retrata a utilização de data mining em bases de dados geo-
espaciais para monitoramento da qualidade da água. Esta aplicação é pela análise da
vizinhança que especifica os rios com a mesma poluição. A técnica de data mining
35
geoespacial pode ser usada para mostrar a quantidade de poluentes e estimá-las para
proteção ambiental.
PEREIRA (2005) salienta as comunidades ecológicas representam uma complexa
rede de interações entre muitas espécies. Sua análise visa acessar padrões de
comportamento trófico do ecossistema, explicitando esses conhecimento através de
regras geradas de modelos de classificação e previsão, para investigar padrões da
variabilidade temporal de espécies e examinar relações destes padrões `a
disponibilidade de alimento e a relação deste alimento com parâmetros físico-
químicos de qualidade de água.
BIRANT (2006) apresenta o algoritmo ST-DBSCAN, usado para agrupamento
(clustering) de dados espaciais-temporais obtidos por satélite, onde cluster é um dos
métodos de KDD largamente utilizados em bases de dados, também GIBERT (2006)
apresenta estudos realizados no projeto GESCONDA: um sistema de análise de
dados inteligente para descoberta de conhecimento e
gerenciamento em bases de dados ambientais.
Vislumbrando o contexto deste trabalho, o objetivo principal é obter conhecimento
relevante em uma base de dados de monitoramento de qualidade da água. Neste caso,
é importante empregar uma tarefa de classificação, capaz de extrair regras de
previsão dos estados de qualidade da água para avaliar os dados atuais da qualidade
da água da bacia e possíveis situações futuras.
Como exposto nos estudos citados, a classificação é uma das tarefas de DM mais
referenciadas na literatura para KDD. Nela o objetivo é descobrir as relações entre
um atributo meta (cujo valor, ou classe será previsto) e um conjunto de atributos
previsores. O sistema deve descobrir este relacionamento a partir de exemplos com
classe conhecida, ou seja com a classificação de uma amostra a priori realizada. O
relacionamento descoberto será usado para prever o valor do atributo meta (ou a
classe) para exemplos desconhecidos. Neste trabalho pode-se definir classificação da
qualidade da água como atributo meta a ser atingida, com os valores: ótimo, bom ,
regular, ruim e péssimo, e os atributos previsores as variáveis indicadoras da
qualidade da água, tais como: pH, OD, DBO, DQO, TURBIDEZ, SÓLIDOS
DISSOLVIDOS TOTAIS, NTK, P, COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES
36
FECAIS. A tarefa de classificação é composta por vários algoritmos que podem ser
aplicados resultando em conhecimento obtido sob a forma de regras de classificação.
Conforme ROMÃO (2002), as regras do tipo SE...ENTÃO..., também chamadas
regras de produção constituem uma forma de representação simbólica e possuem o
seguinte formato:
SE <antecedente> ENTÃO <conseqüente>
O antecedente é formado por expressões condicionais envolvendo atributos do
domínio da aplicação existentes no banco de dados. O conseqüente é formado por
uma expressão que indica a previsão de algum valor para um atributo meta (neste
caso qualidade da água), obtido em função dos valores encontrados nos atributos que
compõem o antecedente. Assim, a tarefa é descobrir regras de classificação capazes
de avaliar a qualidade da água objetivando auxiliar gestores e órgãos governamentais
no planejamento de ações futuras.
2.5.4- Medidas de Avaliação de Regras
Independente do tipo de algoritmo usado na tarefa de classificação, as regras
descobertas precisam ser avaliadas. Para isto vários autores utilizam técnicas
estatísticas para avaliar a capacidade de representação do conhecimento adquirido
sob a forma de regras.
Existem poucos estudos analíticos sobre o comportamento de algoritmos de
aprendizagem. A análise de classificadores é fundamentalmente experimental.
Dimensões da análise: taxa de acerto, complexidade dos modelos, tempo de
aprendizagem.
Segundo ROMAO (2002) existem diversas abordagens para avaliar o processo de
descoberta de conhecimento, incluindo-se: exatidão dos resultados (alguma medida
de taxa de acerto), eficiência, compreensão do conhecimento extraído.
A cobertura (razão entre o número de casos cobertos e o número total de casos)
também é uma métrica relevante neste processo de avaliação. É uma medida da
37
generalidade da regra, quanto maior a cobertura maior o número de exemplos
cobertos pelo corpo da regra.
A maior parte da literatura utiliza taxa de acerto como principal meio de avaliação
das técnicas de KDD (FREITAS, 1997a), principalmente para tarefa de classificação.
Em algumas situações o tempo de aprendizagem é de extrema importância,
especialmente quando o sistema está inserido em um ambiente altamente dinâmico.
Facilidade de compreensão nos resultados da classificação (ex. nas regras) é outra
forma de avaliação do processo de descoberta que favorece a credibilidade no
sistema por parte do usuário. Em muitas aplicações a compreensão por parte dos
humanos é extremamente importante, exigindo algum complemento no pós-
processamento. Em geral considera-se que quanto menor o número de regras
descobertas e menor o número de condições por regra, maior a compreensibilidade
do conjunto de regras. No entanto, esse critério é puramente sintático e objetivo,
ignorando aspectos semânticos e subjetivos das regras. (ROMÃO, 2002)
PAZZANI apud ROMÃO (2002) salienta que “não há nenhum estudo que mostre
que pessoas acham modelos menores mais compreensíveis, ou que o tamanho de um
modelo é o único parâmetro que determina sua compreensibilidade”.
WITTEN & FRANK (2000) salientam que o conjunto de dados utilizados para
extração do conhecimento deve ser dividido em dois grupos, um conjunto de
treinamento e um conjunto de teste. O algoritmo de classificação é aplicado ao
conjunto de treinamento, as regras são descobertas. Em seguida a performance do
algoritmo para estas regras é realizado pela aplicação das mesmas no conjunto de
treinamento, caracterizando uma forma de aprendizagem supervisionada.
2.5.4.1- Taxa de Acerto
A exatidão de um resultado de extração de conhecimento, pode ser medido pela taxa
de acerto. Conforme ROMAO (2002), a taxa de acerto pode ser definida pela
proporção de classificações realizadas corretamente pelas instâncias dos dados
aplicáveis. Ela pode ser medida sobre os dados de treinamento e sobre os dados de
teste, sendo que a exatidão do conjunto de teste alcançada possui geralmente taxas
inferiores, devido ao fato de se utilizar dados que não foram considerados
38
anteriormente durante o treinamento. Logo, a exatidão perante os dados de teste é
considerada mais representativa para caracterização do universo classificado, fornece
uma medida mais precisa da confiabilidade das regras (ROMÃO, 2002).
Salienta-se que a Taxa de acerto (relação das instâncias dos dados classificadas
corretamente, dividido pelas instâncias dos dados aplicáveis), não se mostrou muito
eficaz em situações nas quais a distribuição das classes é desbalanceada, ou seja, as
classes mais raras são mais difíceis de serem previstas.
Segundo WITTEN & FRANK (2000), os usuários citam três conjuntos de dados
como ideal: treinamento, a validação e ao conjunto de teste. O conjunto de
treinamento pode ser usado para esquema de aprendizagem do classificador, a
validação para otimizar parâmetros destes classificadores e o conjunto de teste é
usado para calcular o erro no final. Segundo os mesmos autores não há problema
quando se tem um grande conjunto de dados, usa-se uma boa parte para fase de
treinamento para descobrir conhecimento e testa-se independentemente em outro
conjunto de teste, aí temos um erro no conjunto de teste representativo, que indica
verdadeiramente a performance futura do conhecimento encontrado.
Geralmente quanto maior o conjunto de treinamento melhor o classificador. Quanto
maior o conjunto de teste mais exata a estimativa do erro.
2.5.4.2- “Hold Out”
Este método é adequado quando uma grande quantidade de registros está disponível.
O conjunto de dados é separado em dois subconjuntos: dados para treinamento e
dados para para teste. Os registros do conjunto devem ser separados dos registros de
teste de forma aleatória, com uma exceção: manter a mesma proporção de registros
de cada classe nos dois conjuntos, o que é chamado de hold out estratificado. O
conjunto pra treinamento é usado para descobrir regras de classificação. O conjunto
para teste deve permanecer separado e ser utilizado apenas para validação dos
resultados obtidos pelo algoritmo de treinamento. Esse método é simples e
apropriado quando se tem abundância de dados. Segundo WEISS (1991) um
conjunto de dados disponíveis para teste precisa de pelo menos 1000 registros, caso
contrário deve-se usar outro método de validação, tal como validação cruzada.
39
2.5.4.3- Validação Cruzada
Este método é utilizado quando se tem poucos dados para treinamento e teste.
Considerando que a amostra de dados pode não ser representativa todos os dados são
utilizados para treinamento e para teste. Os dados são divididos em n partes e cada
parte contendo o mesmo número de registros. Uma parte é omitida, aplica-se o
esquema de aprendizagem nas outras nove partes, assim o algoritmo de
aprendizagem é executado n vezes nos diferentes conjuntos de treinamento. É
realizada a média do erro de todas as aplicações. WITTEN & FRANK (2000)
consideram, após extensivos testes em bases de dados que um n de dez é um valor
padrão apropriado para conseguir uma boa estimativa de erro.
2.5.4.4- Taxa de erro
WITTEN &s FRANK (2000) salientam que para os problemas de classificação é
natural mensurar a performance do classificador em termos da taxa erro (error rate).
O classificador prediz a classe de cada instância: se é correta, isso é contado como
sucesso, se não for, considera-se um erro. Estado de erro (error rate) é justamente a
proporção de erros realizados no conjunto inteiro de instâncias e mostra a
performance do classificador. Ele é chamado de erro de re-substituição ou enviesado
quando estimado no conjunto de treinamento, e o erro de generalização é estimado
no conjunto de testes independente por isso não é um erro enviesado. O error rate
no conjunto de treinamento não é um bom indicador de performance futura do
classificador. Isso por que o classificador aprendeu as regras no mesmo conjunto de
treinamento, sendo qualquer estimativa de performance nesse conjunto otimista.
Para predizer a performance de um classificador em uma nova informação, precisa-
se obter o error rate num conjunto independente de dados chamado conjunto de
teste.
O erro pode ser decomposto em erros provenientes de ruído no conjunto de dados,
erro de viés (estimado no conjunto de treinamento) e de variância. Se o tipo de
classificador não é adequado para problema o erro de viés será alto. Fazer uma pré-
40
seleção dos classificadores elimina o erro de viés. O erro de variância existe na
medida em que outro conjunto de dados está sendo coletado e oferece melhor
desempenho que a amostra utilizada.
2.5.4.5 Fator de Confiança
A utilização de um fator de confiança é uma forma simples de se avaliar a precisão
das regras obtidas apenas nos dados de treinamento. Uma regra é uma expressão na
forma X=> Y, onde X é chamado de antecedente e Y denominado conseqüente da
regra. Tanto X como Y pode ser formado por conjuntos de dados. X é formado por
expressões condicionais envolvendo atributos previsores do domínio da aplicação
presente na base de dados e Y é formado por uma expressão que indica a previsão de
algum valor para um atributo meta, obtido em função dos valores previsores
encontrados nos atributos que compõem o antecedente. Assim, o fator de confiança é
calculado pela razão X/Y, onde X é o número de registro que satisfaz o antecedente e
o conseqüente da regra (número de casos que a regra cobre) e Y é o número total de
registros que satisfazem o antecedente da regra(total de casos aplicáveis).
Segundo FREITAS (1999), quando uma regra cobre poucos (registros, este método
apresenta limitações, resultando em superestimações da confiabilidade das regras.
Para minimização destas distorções, QUINLAN (1987) propôs a subtração de uma
constante de 0,5 do valor X [1]:
Fator de Confiança=(X-1/2)/Y [1]
De acordo o fator de confiança é reduzido fortemente no caso de regras
com poucos registros, mas não penaliza a avaliação de regras baseadas em muitos
registros, permitindo a distinção entre regras especializadas e generalizadas.
2.5.4.6- Matriz de Confusão
Há situações onde os métodos simples de validação das regras são insuficientes.
Existem casos onde é necessário descobrir os custos das classificações erradas, os
41
tipos dos erros. A matriz de confusão foi exemplificada por ROMÃO (2002), para
um sistema que auxilia um diagnóstico médico. São diferenciadas decisões negativas
falsas (paciente classificado como não doente, sendo ele na verdade doente) e
decisões positivas falsas (paciente classificado como doente, sendo ele na verdade
não doente). No método é construída uma matriz de confusão NxN (Quadro 4) com
domínio composto por duas classes, denominadas aqui de “sim” e “não”.
Quadro 3-Matriz de Confusão
Classe prevista
sim Não
sim
SC SE
Classe
atual
não
NE NC
O algoritmo de classificação deve ser executado sobre os dados de treinamento e o
resultado da classificação dividido em quatro categorias:
Classificações “sim” classificadas corretamente (SC);
Classificações “sim” classificadas erradamente (SE);
Classificações “não” classificadas erradamente (NE);
Classificações “não” classificadas corretamente (NC);
Os contadores internos da matriz de confusão indicarão as quantidades de exemplos
sim corretamente e sim erroneamente classificados. Quanto mais coberturas corretas
(SC e NC) e menos erradas (SE e NE) maior a precisão da regra.
Para ROMAO (2002) a qualidade da regra pode então ser calculada por uma das
seguintes equações (2 a 4):
QUALIDADE=(SC/(SC+NE))*(NC/NC+SE)) [2]
QUALIDADE=(SC/(SC+SE))*(SC/(SC+NE)) [3]
QUALIDADE=(SC-1/2)/(SC+SE) [4]
A equação 4 é uma adaptação da equação 1, conhecida como fator de confiança. A
equação 3 é conhecida como Precision*Recall (HAND, 1997). Na equação 2 o
primeiro termo é chamado de “sensibilidade” ou “completeza de positivos” ou “taxa
42
de acerto na classe positiva”. O segundo termo é chamado de “especificidade” ou
“completeza de negativos” ou “taxa de acerto na classe negativa”. Os dois termos da
equação são multiplicados para forçar a descoberta de regras que tenham alta
sensibilidade e alta especificidade (Carvalho & Freitas, 2000).
Sensibilidade (abrangência) é a habilidade do teste em identificar corretamente os
casos que são positivos. Especificidade é a habilidade do teste em identificar
corretamente os casos negativos.
43
3 – MATERIAIS E MÉTODOS
Avaliando o crescente processo de urbanização das cidades banhadas pela bacia do
Rio Cuiabá e nas implicações deste processo optamos por aplicar técnicas de
Descoberta de Conhecimento (KDD) para descobrir conhecimentos ocultos em um
dos módulos do Sibac (na base de dados) para avaliar qualidade da água nos trechos
do rio Cuiabá . As amostras foram selecionadas na base de dados do SIBAC através
de consultas ao site http://www.geohidro.ufmt.br , especificando o trecho, a data de
coleta dos mesmos e as variáveis indicadoras de qualidade sugeridas pelos
especialistas. Em seguida, estes registros passaram pela avaliação sistemática de
especialistas da área que os classificaram segundo os critérios: ótimo, bom, regular,
ruim e péssimo. Posteriormente a amostra foi submetida a ferramenta de mineração
de dados Weka, para aplicação das tarefas de mineração e descoberta de padrões.
3.1 ÁREA DE ESTUDO
O Estado de Mato Grosso está localizado na região Centro Oeste do Brasil, com
cerca de 900.000 km
2
de extensão territorial e ocupa 11% do território brasileiro.
Abriga as principais nascentes de três bacias hidrográficas brasileiras: Bacia
Amazônica, Araguaia/Tocantins e Platina. A Bacia Platina, no Estado de Mato
Grosso, é chamada de Bacia do “Alto Rio Paraguai”, estende-se até o Estado de
Mato Grosso do Sul e pode ser dividida em cinco sub-bacias. São elas: a do rio
Cuiabá, Rio Paraguai, Rio São Lourenço/Rio Vermelho, Rio Itiquira/Rio Correntes e
o Pantanal (ALVARENGA,1984).
Um dos principais rios desta bacia é o Rio Cuiabá, que drena aproximadamente
44
28.000 km
2
até a cidade de Barão de Melgaço, abrangendo os seguintes municípios:
Acorizal, Campo Verde, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Cuiabá,
Jangada, Nobres, Nossa Senhora do Livramento, Nova Brasilândia, Poconé, Rosário
Oeste, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande. O rio Cuiabá tem suas nascentes
no município de Rosário Oeste e é inicialmente formado por dois pequenos cursos
d’água, Cuiabá Bonito e Cuiabá da Larga, que afloram entre as Serras Azuis e
Cuiabá. O ponto de união desses dois cursos d’água é chamado Limoeiro, onde o rio
passa a chamar-se Cuiabazinho, logo abaixo recebe águas do Manso dobrando de
volume, sendo desse ponto em diante chamado de Cuiabá (SONDOTÉCNICA apud
LIMA,2001).
O alto curso do rio Cuiabá e seus afluentes drenam nos municípios de Nobres,
Rosário Oeste, Nova Brasilândia, Campo Verde, Acorizal, Jangada e Chapada dos
Guimarães em áreas do planalto. O médio rio Cuiabá atravessa uma extensa
superfície aplainada com baixas altitudes entre 200m e 450m, conhecida por
Depressão ou Baixada Cuiabana nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nossa
Senhora do Livramento e Santo Antônio do Leverger, compreende uma área de
depressão que fica entre as partes mais altas do planalto e o início da planície
inundável do Pantanal Mato-grossense setentrional, nos municípios de Barão de
Melgaço e Poconé (SALOMÃO,1999).
LIMA (2001) salienta que a bacia do rio Cuiabá é constituída por três regiões
geomorfológicas, com características bióticas e abióticas definidas e próprias, que
correspondem `a área de planalto e serras circunvizinhas, `a Baixada Cuiabana e `a
planície do pantanal. Assim em função da declividade ele possui comportamento de
rio de planalto, controlado pela estrutura geológica, com diversas corredeiras até
atingir o nível da base regional, como um rio de planície, representado pelo Pantanal
Matogrossense.
Na área de estudo denominada de Baixada Cuiabana, o clima predominante é do tipo
quente tropical sub-úmido, com temperatura média anual de 26 graus, ocorrendo as
máximas médias diárias em torno de 36 graus, em setembro, e as mínimas de 15
graus, em julho. A precipitação média anual chega a valores de 1342 mm/ano, de
acordo com a série temporal medida entre 1989-2000 (INMET, 2000). A bacia
apresenta sazonalidade marcada por dois períodos distintos de estiagem, de maio a
45
outubro ,e cheia de novembro a abril.
A bacia do Rio Cuiabá, uma das mais importantes para a formação bacia do Alto
Paraguai, é a principal bacia considerando o ponto de vista econômico e também a
que está mais comprometida pelos impactos ambientais, devido a atração de
atividades altamente consumidoras e degradadoras de recursos hídricos, tais como:
agropecuária, garimpos, construção civil, aglomerado urbano.
3.1.1- Aspectos Demográficos
Segundo dados do IBGE (2000), a população da bacia do rio Cuiabá é
predominantemente urbana, com somente 7% na zona rural. A maior concentração
populacional encontra-se na parte média da bacia, onde são localizados os
municípios de Cuiabá e Várzea Grande que concentram 35% da população de todo
Estado de Mato Grosso.
As principais cidades em Mato Grosso, localizadas na Região Hidrográfica, que
promovem a economia da região são: Cuiabá, com 483.346 habitantes e Várzea
Grande, com 215.298 habitantes. As Sub-bacias mais populosas são as do Cuiabá 02,
com 39,80%, devido a localização das cidades de Cuiabá e Várzea Grande
respectivamente. Em termos gerais, a densidade habitacional na Bacia é de
5,21hab/km2
O Caderno da Região Hidrográfica do Paraguai/MMA (2006) apresenta que as
principais atividades desenvolvidas na região Hidrográfica estão relacionadas
historicamente com agropecuária, embora em diversas regiões, tanto no Mato Grosso
como no Mato Grosso do Sul, exista o uso localizado mais intenso para mineração,
turismo, pesca e industrial. Em termos da ocupação das terras, a atividade mais
intensa se refere a pecuária seguida pela atividade agrícola. Parte da pecuária
extensiva também se utiliza de parcela significativa dos campos naturais,
especialmente na planície pantaneira, que corresponde a 25,7% da área dos
estabelecimentos agropecuários, e em pastagens artificiais, 38,8% das terras
ocupadas pela atividade. Na mesma bacia, os estudos demonstraram que dos
103.510 km
2
, 64% estão em área urbana, que conta com uma população de 1.072.985
hab, dos quais 91,37% residem em área urbana com uma densidade populacional de
46
14,85 hab/km
2
e 2,47 hab/km
2
na área rural.
TUCCI (2000) salienta que a grande concentração urbana é a principal responsável
pelos conflitos e problemas gerados nessa bacia, tais como: degradação e
assoreamento de mananciais; aumento de riscos das áreas de abastecimento por
poluição orgânica e química; contaminação dos rios por esgoto doméstico e
industrial; gerenciamento inadequado da drenagem urbana e falta de coleta e
disposição do lixo urbano.
Nas décadas de 1970 e 1980, a maior fonte de impactos ambientais para a região foi
a atividade agropecuária no planalto adjacente, em grande parte realizada sem os
cuidados previstos na legislação, causando desmatamentos em área de preservação
permanente(mata ciliar e nascentes), erosão, perda de solos e assoreamento de rios.
(GOMES e PADOVANI-CATELLA, 2004).
A mudança de cenários no setor da pecuária regional, com a mudança da propriedade
das terras, passando dos pecuaristas pertencentes a comunidades tradicional- para
empresários ou grupos empresariais do centro-sul do País, e a subdivisão das
fazendas elevou em muito as taxas de desmatamento e de queimadas, inclusive na
áreas de planície. No Mato Grosso 35% da área do pantanal está desmatada
(PADOVANI et al, 2004).
O Caderno da Região Hidrográfica do Paraguai/MMA (2006) apresentou que, na
última década, houve aumento da atividade agrícola na região de planície (aumento
da área de cultivo de feijão e de arroz irrigado), da exploração mineral, da navegação
fluvial com impactos expressivos na margens do rio Paraguai em especial, e da carga
de poluentes domésticos, industriais e agrícolas lançados em muitos dos seus rios. A
atividade mineral teve importância no processo de ocupação da Bacia Hidrográfica.
A extração de ouro descoberto no rio Coxipó até os tempos atuais tem sido por
garimpagem. A extração do ouro é histórica e tem sido combatida em função dos
riscos ambientais provocados na região devido ao uso do mercúrio, ao assoreamento
provocado pelas deagas e ao desmatamento ciliar. A Universidade Federal de Mato
Grosso(UFMT) pesquisa, ao longo dos anos, nos rios próximos a Poconé a
contaminação por mercúrio, que já foi identificada na cadeia alimentar.
Segundo LIMA (2001) o rio Cuiabá tem seus usos diretos e indiretos tais como:
abastecimento público e rural, produção de energia, irrigação, diluição de esgoto
47
domiciliar e industrial, pesca e turismo. As alterações na ocupação da bacia,
principalmente a intensificação da atividade agrícola nas últimas décadas, vêm
causando impactos nos recursos hídricos tais como erosão, assoreamento,
eutrofização e contaminação por agrotóxicos.
De acordo com a classificação CONAMA (2005), todos os rios da bacia do rio
Cuiabá são considerados de classe 2, áreas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) a proteção das comunidades aquáticas;
c) a recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho);
d) a irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;
e) a criação natural e/ou intensiva(aqüicultura) de espécies destinadas `a
alimentação humana
3.2- SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO
AMBIENTAL DA BACIA DO RIO CUIABÁ (SIBAC)
Os dados de qualidade da água analisados neste estudo são provenientes do Sistema
Integrado de Monitoramento Ambiental da Bacia do Rio Cuiabá (SIBAC). SIBAC
visa subsidiar o controle e manejo dos recursos hídricos desta bacia, na área
compreendida entre as nascentes até o inicio da planície pantaneira na região de
Barão de Melgaço. Foi projetado e implementado pelo grupo de pesquisa
GEOHIDRO da na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O componente
de Banco de Dados de SIBAC inclui um conjunto de registros multivariados de mais
de 150 pontos de monitoramento, provenientes de diversos órgãos tais como UFMT,
SEMA, Furnas etc., abrangendo um período de cerca de 30 anos.
O banco de dados possui interface WWW, que pode ser acessado pelo endereço
http://www.geohidro.ufmt.br, permitindo ao usuário buscas interativas, escolhendo
pontos de monitoramento, período e variáveis de qualidade de água. A Figura 08
mostra a interface de consulta aos dados.
48
Figura 8 - Interface WWW para consulta de médias mensais de qualidade de água no Banco de
Dados SIBAC. (Fonte: www.geohidro.ufmt.br)
Acoplado ao componente de Banco de Dados, o SIBAC possui um Sistema de
Informação Geográfica (SIG) implementado em ArcView, para análises e
visualizações espaciais com modelos hidrológicos e de qualidade de água integrados,
entre eles o NGFlow (SANTOS & ZEILHOFER, ), QUAL2E (ZEILHOFER et al.
2001 ) e Outorga (ZEILHOFER et al ,2001).
O modelo Outorga, proposto por HORA (2001), permite a simulação da
disponibilidade hídrica na rede hidrográfica em função da quantidade e qualidade da
água nos mananciais superficiais. Como resultado tem-se que a disponibilidade
hídrica para a concessão da outorga será positiva ou negativa, ou seja, o modelo
transforma o aspecto qualitativo da outorga em disponibilidade hídrica (quantitativo).
49
3.3- CONJUNTO DE DADOS E SUA CLASSIFICAÇÃO POR
ESPECIALISTAS
Foram extraídos do banco de dados SIBAC um total de 300 amostras (registros de
dados), como mostra tabela exemplar. Devido as classificações realizadas pelos
especialistas, alguns usos tem número menor de registros que outros, isto porque os
especialistas mostraram-se insatisfeitos com tamanho número de registros, alguns
responderam só 50 registros, alegando ser dispendiosa a classificação.
Inicialmente selecionamos a amostra através de diversas consultas ao site. Por meio
de entrevistas com 3 (três) engenheiros(as) sanitaristas foram escolhidas dez
variáveis que tiveram, de acordo com a opinião dos especialistas, a maior
importância na caracterização da qualidade da água para os seguintes usos:
Abastecimento, Irrigação, Balneabilidade e Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos, conforme Tabela1.
O uso “Abastecimento” compreende as atividades de consumo humano após
tratamento convencional; A “Balneabilidade” corresponde ao uso da água para
recreação de contato primário (probabilidade alta do usuário ingerir água: natação,
esqui aquático,mergulho), na “Irrigação” a água é usada para irrigar campos,
hortaliças, plantas frutíferas, jardins; e, “Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos
deve ser entendido como uma avaliação composta da similaridade ou dissimilaridade
das características de qualidade de água sob condições naturais (sem introdução de
poluição pontual ou difusa nas mananciais).
As variáveis selecionadas para este estudo de caso tem o limite de suas
concentrações e unidades especificados segundo a classe 2 da resolução CONAMA
n° 357/2005 classe onde o rio Cuiabá está enquadrado (Quadro 4).
50
Quadro 4-Variáveis indicadoras de qualidade da água e seus limites segundo o CONAMA
357/2005
Variável Descrição Unidade Limite CONAMA,
classe 2
CF
2
Coliforme Termotolerante NMP/100ml Até 1000 por 100ml em
80% de 6 amostras
CT
3
Eschrichia Coli
NMP/100ml Até 5000 por 100ml em
10% de 5 amostras
NTK Nitrogênio Total Kjheldal
Mg/L
Até 10 mg/l
P Fósforo Mg/L de P Até 0,025mg/l de
fósforo
OD Oxigênio Dissolvido Mg/L Acima de 5mg/l de O
2
DBO Demanda Bioquímica de
Oxigênio
Mg/L
em dias a 20
°
C até 5
mg/l de O
2
pH Potencial Hidrogeniônico 6 a 9
ST
Sólidos Dissolvidos Totais Mg/L Até 500
DQO Demanda Química de
Oxigênio
Mg/L sem limite para classe 2
Turb Turbidez UNT (unidade
nefelométrica
de turbidez)
até 100 UNT
Os registros foram repassados para quatro especialistas (três engenheiros(as)
sanitaristas, e uma bióloga), para classificação de cada registro de acordo com a sua
qualidade em cinco classes (1-péssimo, 2-ruim, 3-regular, 4-bom, 5-ótimo). A
classificação foi efetuada separadamente para cada uso. A tabela 2 mostra, de forma
2
O CONAMA 357 alterou a nomenclatura de Coliformes Fecais para Coliformes Termotolerantes.
3
Os dados coletados no Sibac ainda estão com a nomenclatura do CONAMA 20, assim justifica-se o
valor da variável indicadora CT (antes Coliformes Totais) com a descrição Eschrichia Coli e valores
conforme CONAMA 20 .
51
exemplar a classificação de alguns registros para os usos “Abastecimento” (Abast) e
“Irrigação” (Irrig).
Para não induzir a classificação dos especialistas foram retirados dos registros as
informações sobre o local e data das coletas das tabelas da amostra, conforme
Tabela 1.
Tabela 1 - Parte da tabela de registros do SIBAC classificados por um especialista para os usos
de abastecimento e irrigação (5: ótimo até 1: péssimo)
3.4- MINERAÇÃO DE DADOS
3.4.1 Tarefas de Mineração de Dados implementadas na Weka
O processo de mineração de dados foi realizado a partir da ferramenta de extração de
conhecimento denominada Weka Knowledge (WITTEN & FRANK, 2000) no intuito
de descobrir regras ou padrões de qualidade da água desta bacia. Weka é um
software implementado em JAVA, segundo o paradigma de orientação a objetos, e é
composto de uma série de algoritmos de aprendizagem para solucionar problemas de
pH OD DQO DBO Turb ST NTK P CT CF Abast Irrig
6.48 4.64 19 1.46 36.9 116 14 0.04 14670 100 4 5
6.46 7.25 24 5.4 124 238 1.26 0.69 120331 1610 3 3
6.91 1.58 32 7.26 37.8 264 16.35 0.53 24192 9208 1 1
6.7 1.74 6 5.94 100 42 8.4 0.17 20140 840 3 5
6.43 1.76 25 1.64 36.8 147 5.27 0.38 43520 3540 2 2
6.6 3.42 31 3.24 96 174 6.72 0.58 198628 43520 2 1
6.58 3.04 13 1.8 77.2 178 2.96 0.38 61310 6970 2 2
6.3 4.58 33 2.02 128 94 3.68 0.36 86640 2430 3 3
6.26 2.96 21 8.56 173 10 6.19 0.07 241920 1350 2 3
6.13 2.7 36 1.64 187.4 149 0.63 0.03 198628 8160 2 1
6.32 2.02 18 1.82 132.5 307 5.99 0.06 26130 2980 3 3
52
mineração de dados. Os algoritmos podem ser aplicados diretamente a uma série de
dados. Os motivos da escolha desta ferramenta foram:
1. É uma ferramenta desenvolvida na linguagem JAVA, que tem como
característica principal a portabilidade (facilidade de ser executada em
várias plataformas de Sistema Operacional), facilidade para
pesquisadores;
2. Tem o código fonte aberto e as vantagens de uma linguagem orientada
a objeto (modularidade, polimorfismo, encapsulamento, reutilização de
código) para os desenvolvedores, importante para continuidade da
pesquisa;
3. É de fácil acesso pela internet.
São distinguidas sete tarefas na mineração de dados, cada uma é adequada para
atingir um objetivo, ou seja, possuem melhores soluções para determinados
problemas. São elas: Regressão, Associação, Agrupamento (segmentação ou
clusterização), Sumarização, Desvio, Dependência e Classificação. O software
Weka é formado por pacotes que disponibilizam em sua estrutura algumas dessas
tarefas.
Uma forma de representar conhecimento é a utilização de regras do tipo “Se
<condição> então <faça> senão <atributo meta>”. Os métodos de classificação
geram regras apropriadas para este tipo de representação de conhecimento
Como a meta deste trabalho é descobrir um modelo de avaliação para qualidade da
água e em seguida aplicá-lo em toda a base de dados do SIBAC, foi utilizada a tarefa
de classificação de dados. Esta tarefa possui uma série de algoritmos que podem ser
utilizados para gerar um modelo de dados (regras), baseado em uma amostra.
Posteriormente esse modelo de dados encontrado (regras) pode ser utilizado para
classificar novos conjuntos de dados pertencentes a toda a base de dados e assim
predizer classificações sobre a qualidade da água.
3.4.2- Entrada de Dados na Weka
O software Weka lê um formato de arquivo texto padronizado com extensão .arff.
Para importar as amostras do SIBAC, inicialmente armazenadas em tabelas, foi
53
necessário transformá-las neste formato. Este procedimento foi realizado da seguinte
maneira e pode ser visualizado na Figura 9:
Salva-se a planilha com os dados, sem nenhuma formatação, no
formato CSV (separado por vírgula);
Abre-se este arquivo em formato csv em um editor de textos para
acréscimo dos parâmetros requeridos do formato de arquivo com
extensão .arff ;
A primeira linha contém o nome do arquivo salvo (@relation
irrigação), portanto o nome do arquivo foi irrigação (Figura 09).
Os itens @atributte são seguidos das variáveis que serão avaliadas no
sistema. Contém uma lista de todos os atributos seguidos do tipo (real,
inteiro, string) do atributo e dos valores dependentes (categorias da
classificação); no caso é a variável classificação com valores de 1 a 5.
A terceira parte @data corresponde aos dados que a ferramenta
avaliará, os registros de qualidade de água e sua respectiva
classificação. Esta parte consiste das instâncias a serem mineradas
com o valor dos atributos. A última variável (classificação)
corresponde a classificação realizada pelos especialistas, onde o
número 5 significa ótimo estado de qualidade da água, 4 é bom, 3 é
regular, 2 é ruim e 1 é péssimo.
O arquivo é salvo com o nome e a extensão .arff que pode ser aberto a
partir do módulo “Weka Explorer” para visualização e escolha do
algoritmo adequado para classificação.
54
Figura 9 - Formato do arquivo arff para entrada na Weka
3.4.3- Ambiente Weka
A Weka possui interface para o usuário. Existem duas possibilidades de utilização :
GUI interface gráfica e Simple CLI que é uma interface simples onde os usuários
entram com linhas de comando (Figura 10).
55
Figura 10 - Janela de entrada do Weka
A janela Weka Gui Chooser é usada para introduzir o ambiente de aplicação Weka.
Possui seis botões:
1. Simple CLI: é uma interface que permite a execução direta de linhas
de comando do Weka pelo sistema operacional;
2. Explorer: Um ambiente para explorar informação no Weka. Explorer
contém as funcionalidades de pré-processamento, análise,
(classificação, associação e clusterização) e visualização dos
resultados.
3. Experimenter: Um ambiente onde o usuário pode conduzir testes
estatísticos entre os esquemas de aprendizagem da ferramenta; usuário
pode usar diferentes algoritmos simultaneamente e comparar os
resultados, e então escolher o melhor algoritmo para o seu conjunto
de dados.
4. Knowledge Flow: Ambiente essencialmente com as mesmas funções
do Explorer mas com interface draw-and-drop, com a vantagem de
suportar aprendizagem incremental;
5. Arff Viewer: Um visualizador de arquivos .arff que permite edição,
alteração de dados e atributos.
56
6. Log: É uma área que registra todas as ações efetuadas durante uma
sessão com Weka.
Neste trabalho utiliza-se como ambiente de estudo o Explorer e o Arff Viewer para
visualização e análise dos arquivos de dados antes da mineração.
3.4.2- Weka Explorer
O botão Explorer (Figura 10) aciona a interface exposta na Figura 11. Podemos
verificar as principais tarefas que a ferramenta realiza, ou seja as tarefas de
classificação (Classify), associação (Associate) e agrupamento (Cluster). Neste
trabalho utilizaremos especificamente a tarefa de classificação (Classify).
Figura 11 - Tela inicial da Weka com as variáveis e o arquivo abastecimento.arff aberto
A seção “Tabs” (guias) é composta por sete itens:
1. Preprocess: escolhe e modifica a informação antes da ação de
mineração;
57
2. Classify: testa ou treina esquemas de aprendizagem em classificação
ou regressão;
3. Cluster: executa tarefas de agrupamento (“Cluster”);
4. Associate: aprende regras de associação para a informação;
5. Select Attribute: seleciona os atributos relevantes para a informação;
6. Visualize: visualiza a informação em gráfico 2D.
3.4.2.1- Preprocessing
A seção Preprocessing habilita o usuário a introduzir os dados a serem minerados na
ferramenta de quatro maneiras:
1. Open file: Abre uma caixa de diálogo permitindo o usuário digitar o nome do
arquivo a ser minerado ou o local de origem do mesmo. Utilizamos este
botão pois introduzimos um arquivo com extensão .arff.
2. Open URL: Abre uma caixa de diálogo onde o usuário deve digitar o
endereço da URL (Uniform Resource Locator) onde a informação está
armazenada (acesso em ambientes de rede);
3. Open DB: Lê a informação de uma base de dados. Para isto deve-se
fazer uma edição no arquivo a partir do utilitário
weka/experiment/DatabaseUtils.props.
4. Generate: permite o usuário gerar dados através de funções específicas
denominadas Datagenerators.
3.4.2.2- Current Relation
O item “Current relation”, permite a visualização das características básicas do
conjunto de dados sendo elas:
Relation: o nome do arquivo que será minerado;
Instances: número de instâncias que serão analisadas neste arquivo
Attributes: o número de atributos analisados
58
3.4.2.3- Attributes
O item de menu chamado “Attributes” mostra as variáveis (atributos) da amostra,
pode-se visualizar três colunas caracterizando as variáveis (Figura 12). São eles:
No.: identifica a ordem do atributo especificado no arquivo da relação;
Selection tick boxes: permite o usuário marcar ou desmarcar o atributo na
relação;
Name: nome do atributo como foi declarado no arquivo .arff.
Figura 12 - Seção Attributes da Weka
Na lista de atributos especificada pela Figura 12, seguem os botões all, none, invert e
pattern, usados para alterar a seleção dos atributos. Assim:
All: todos os atributos são selecionados;
None: nenhum atributo selecionado, as caixas de seleção são desmarcadas;
Pattern: habilita o usuário a selecionar atributos baseados em expressões
regulares da linguagem Perl5.
O botão Remove localizado abaixo da lista de variáveis pode ser utilizado para
remover atributos indesejados. Esta ação pode ser desfeita acionando o botão Undo
no painel de Preprocess.
59
3.4.2.4- Selected Attribute
Ao selecionar individualmente um atributo no painel Attributes, obtém-se a
visualização das características do mesmo na janela chamada Select Attribute, como
mostra Figura 13. São elas:
Name: nome do atributo ou variável;
Type: tipo do atributo, normalmente nominal ou numérico;
Missing: o número ou percentagem de instâncias para este atributo que não
foram especificadas;
Distinct: o número de valores distintos na relação para este atributo.
Unique: especifica o número ou percentagem de instâncias únicas, ou seja,
valores que nenhuma outra instância possui.
Figura 13 - Seção “selected attribute”
Os valores estatísticos presentes nesta janela dependem do tipo do atributo. Se ele
for numérico como no exemplo da Figura 13, os valores minimum (mínimo),
maximum (máximo), mean (média) e stdDev (desvio padrão) especificados, se for
60
nominal a lista conterá a lista dos valores permitidos para o atributo e suas
respectivas quantidades. Abaixo dos valores estatísticos é apresentado um
histograma com faixas de valores da respectiva variável e o número de casos
conforme a classificação adotada pela variável dependente. O histograma e os
valores estatísticos da Figura 13 correspondem ao atributo OD (oxigênio dissolvido)
e sua avaliação relativo ao uso “Abastecimento”. O botão Visualize All mostra o
histograma para todos os atributos da relação. O histograma mostra a variabilidade
de cada variável no conjunto de dados especificado, neste caso a variabilidade do
atributo OD (Figura 13).
3.5- ALGORITMOS DE CLASSIFICAÇÃO E SUA VALIDAÇÃO
A tarefa de classificação é a técnica de mineração de dados mais apropriada para o
objetivo deste estudo, que visou, a partir da análise numérica de amostras de
variáveis analíticas multivariadas, a descoberta de regras para avaliação da qualidade
de água de mananciais superficiais. Segue o Quadro 5 com alguns classificadores e
seus métodos de classificação disponíveis na Weka. Os classificadores do grupo
Lasy (os algoritmos utilizados nestes classificadores são baseados no método do
vizinho mais próximo), os Trees (os algoritmos destes classificadores utilizam
árvores de decisão para criar as regras), Rules (criam conjunto de regras capazes de
predizer ações futuras), Bayes (classificam utilizando redes bayesianas), Functions
(os algoritmos implementam método de regressão linear).
Dentre os algoritmos disponíveis pelo software, selecionamos o grupo de
classificadores chamado Regras (rules) por gerar o tipo de conhecimento mais
apropriado para este trabalho. Este algoritmo gera um modelo de dados (conjunto de
regras) que posteriormente permitirá a classificação dos dados do SIBAC com
relação a qualidade da água.
61
Quadro 5-Classificadores para predições na Weka
Classificador Grupo Método
Weka.classifiers.Ibk Lazy MBR (K-vizinho mais
próximo)
Weka.classifiers.j48.J48 Trees Árvore de decisão
Weka.classifiers.PART Rules Árvore de decisão
Weka.classifiers.NaiveBayes Bayes Bayes ingênuo
Weka.classifiers.OneR Rules Regras
Weka.classifiers.ZeroR Rules Regras
Weka.classifiers.RIDOR Rules Regras
Weka.classifiers.JRIP Rules Regras
Weka.classifiers.NNGE Rules MBR (K-vizinho mais
próximo)
Weka.classifiers.ConjuntiveRules Rules Regras
Weka.classifiers.Decision Table Rules Tabela de decisão
Weka.classifiers.MultilayerPerceptron Functions Regressão Linear
Dentre os classificadores disponíveis no Software utilizou-s os seguintes:
OneR
Produz regras simples baseadas em apenas um atributo, usa o atributo do mínimo-
erro para a predição( IREP- Incremental Reduced Erro Prunning, técnica de
simplificação de árvores que melhoram erros em conjuntos de dados com ruídos).
ZeroR
É o mais primitivo dos algoritmos de aprendizagem. Para as classes nominais ele
prediz a classe de maior ocorrência nos dados do conjunto de treinamento. Para as
classes numéricas este algoritmo prediz a média. Mesmo sendo um algoritmo com
baixa performance, o seu esquema de predições pode ser usado para testar outros
classificadores e servir com padrão de benchmark.
62
PART (Partial Decision Trees)
É uma variação do J48, que constrói regras a partir da árvore de decisão. O processo
de geração de regras para classificação de sistemas normalmente atua em dois
estágios: Regras são induzidas inicialmente e posteriormente refinadas . Isto é feito
através de dois métodos, através da geração da árvore de decisão e posteriormente o
mapeamento da árvore de decisão em regras aplicando processos de refinamento, ou
pela utilização do paradigma dividir-para– conquistar.
FRANK E WITTEN (1999) combinam estas duas aproximações em um algoritmo
chamado PART (trabalha construindo a regra e estimando sua cobertura como no
processo de dividir–para–conquistar repetidamente até que todas as instâncias
estejam cobertas). Constrói uma árvore de decisão parcial em cada interação e
converte os ramos com a mais alta cobertura em regras.
Conjuntive Rules
Esta classe cria uma única regra conjuntiva (simples) de aprendizagem capaz de
predizer para variáveis de classes numéricas e nominais. Se o exemplo do teste não
for coberto por esta regra a seguir, prediz usando as distribuições da classe default
dos dados não cobertos pela regra nos dados do treinamento.
JRIP (Optimizing IREP-Incremental Reduced Erro Prunning)
O IREP integra a simplificação de árvores pela redução do erro através da técnica
dividir-para-conquistar. Este algoritmo possui um conjunto de regras e testa todas as
regras, uma por vez. Depois que uma regra é encontrada, todos os exemplos que são
cobertos por ela são deletados. Este processo é repetido até que não exista exemplos
corretamente classificados, ou até que a regra encontrada pelo IREP (Incremental
Reduced Erro Prunning) possua um erro inaceitável. Ele é uma variação do REP
(Reduced Error Pruning), algoritmo de poda pela redução do erro.
Decision Table
Cria uma tabela de decisão para classificar as condições.
63
NNGE (Nearest Neighbor With Generalization)
Classifica utilizando o método do vizinho-mais-próximo (árvore de decisão) com o
algoritmo usando generalização (poda). É um classificador no qual o aprendizado é
baseado em analogia. O conjunto de treinamento é formado por vetores de n
dimensões e cada elemento deste conjunto representa um ponto no espaço n-
dimensional. Ele funciona de maneira que é calculado os k’ vizinhos mais próximos
de um determinado conjunto de dados, isso é feito usando métricas específicas, tal
como a distância euclidiana. Para determinar a classe de um elemento que não
pertença ao conjunto de treinamento, o classificador procura k elementos do conjunto
de treinamento que estejam mais próximos deste elemento, que tenham a menor
distância. Esses são os chamados vizinhos mais próximos. Verificam -se as classes
desses k vizinhos e a classe mais freqüente será a atribuída.
RIDOR (RIpple-DOwn Rule)
Gera uma primeira regra default do erro e então as exceções para esta regra. Daí gera
as “melhores” exceções para cada exceção e as itera até criar o modelo. Assim
executa a árvore como a expansão das exceções. As exceções são conjuntos de regras
que predizem classes à exceção do erro geradas pelo IREP (Incremental Reduced
Erro Pruning).
Na Figura 14, é apresentada a tela do Classify, na qual o software Weka disponibiliza
várias implementações de classificadores (algoritmos). Após a escolha de um deles
deve-se executá-lo, clicando no botão Choose, como mostra a Figura 14.
Posteriormente, seleciona-se na opção Test Options as opções de teste do
classificador. Existem quatro modos de teste:
Training test: Faz a predição (regras) e testa com o próprio conjunto de
treinamento submetido ao classificador.
Supplied test set: Faz a predição (regras) e testa em outro conjunto de teste
inserido pelo botão set pelo usuário.
Cross-validation: O classificador é avaliado por validação cruzada. O
conjunto de teste é dividido em partes iguais e a predição é aplicada a cada
um separadamente.
64
Percentage split: Faz a predição baseada na porcentagem dos dados que o
usuário determina na própria ferramenta. A quantidade de dados capturados para
teste pela ferramenta, depende do valor atribuído ao campo porcentagem.
Essas opções de teste permitem a validação da performance do classificador, se há
abundância de dados o ideal é testar as regras obtidas pelo classificador em outro
conjunto de dados utilizando para isso a opção conjunto de teste (test set). Se os
dados são poucos deve-se utilizar a validação cruzada (cross-validation) ou o
porcentagem (percentage split) para validar as regras obtidas.
Após a escolha da opção de teste a ser realizada pelo classificador pode-se acionar o
botão start. Assim tem-se como resultado no lado direito da Figura 14, a saída do
classificador (Classifier Output ) que mostra os dados estatísticos para avaliação do
modelo gerado.
Figura 14 - Tela do Weka na guia Classify (classificadores)
65
3.5.1- Classifier Output Text
A interface “Classifier Output Text” pode ser visualizada com a utilização da barra
de rolagem e possui as seções:
Run information: contém todas as informações do esquema de
aprendizagem, nome da relação, instâncias, atributos e modo de teste envolvido no
processo (Figura 15).
Classifier model (full training test): representação textual das regras
produzidas para o conjunto de treinamento inteiro, ou seja, o modelo de classificação
gerado para a amostra (Figura 16).
Figura 15 - Seção Run Information do Classifier Output Text
66
Figura 16 - Seção Classifier Model do Classifier Output Text com as regras
Os resultados do modo de teste podem ser desmembrados em:
Summary: lista de resumo dos valores estatísticos que mostram como
aquele classificador está habilitado a predizer as classes corretas de acordo com
aquele modo de teste (Figura 17).
Detailed accuracy by class: acurácia da predição do classificador
detalhada por classe, (Figura 18).
Confusion matrix: Visualização da matriz de confusão; mostra como as
instâncias foram classificadas em cada classe, (Figura 18).
67
Figura 17 - Regras geradas pelo algoritmo JRIP e porcentagem de instâncias classificadas
corretamente.
Alguns pontos de avaliação no resultado:
A primeira linha do Classifier Output indica o algoritmo usado e as regras
geradas pelo conjunto de treinamento (modelo classificador escolhido no modo de
teste), neste exemplo o algoritmo utilizado foi o JRIP, Figura 17. Ainda na Figura 17
tem-se o número de regras geradas (6 regras) e o tempo que a ferramenta levou
para construir o modelo (0.17 segundos), eficiência do classificador.
A seguir tem-se a performance do classificador, no item avaliação pelo
conjunto de treinamento (Porcentagem de Instâncias Corretas e Incorretas), primeiro
treina-se o algoritmo com os dados (gera as regras) e depois verifica-se a
performance com os mesmos dados de treinamento (opção de teste), Figura 17.
Existem outras possibilidades de teste dessas regras, tais como conjunto de teste
(com outro conjunto de dados), validação cruzada e porcentagem split etc. A
performance desta opção de teste é mostrada nos itens Classificação de Instâncias
Corretas e Incorretas onde está a porcentagem de cada uma. Para validar o
68
classificador é melhor utilizar conjunto de teste validação cruzada ou porcentagem
split.
Figura 18 - Seção summary, detailed accuracy by class e confusion matrix do classifier output
text
Ainda na tela de saída do resultado é apresentada a matriz de confusão
(Confusion Matrix) que indica que instâncias foram classificadas de forma correta e
incorreta por classe. Importante observar a taxa de falsos positivos na matriz de
confusão. Se houve 100% de classificação correta podemos esperar uma matriz de
confusão onde todo elemento fora das diagonais é igual a zero.
O Kappa Statistic é um índice que compara o valor encontrado nas
observações com aquele que se pode esperar do acaso. É o valor calculado dos
resultados encontrados na observações e relatado como um decimal (0 a 1). Quanto
menor o valor de kappa menor a confiança da observação, o valor 1 implica a
69
correlação perfeita, difícil de ser encontrada. Para ser boa uma observação, com 95%
confiável, o valor de kappa deve estar no intervalo (0.279, 0.805).
Root Mean-Squared Error é muito usado para medir o sucesso de uma
predição numérica.. Este valor é calculado pela média da raiz quadrada da diferença
entre o valor calculado e o valor correto. O root mean-squared error é simplesmente
a raiz quadrada do mean-squared-error (dá o valor do erro entre os valores atuais e os
valores preditos, Figura 18.
Mean Absolute Error: média da diferença entre os valores atuais e os
preditos em todos os casos, é a média do erro da predição, Figura 18.
Root Relative Squared Error: reduz o quadrado do erro relativo na
mesma dimensão da quantidade sendo predita incluindo raiz quadrada. Assim como
a raiz quadrada do erro significativo(root mean-squared error), este exagera nos
casos em que o erro da predição foi significativamente maior do que o erro
significativo, Figura 18.
Relative Absolute Error: É o erro total absoluto. Em todas as
mensurações de erro, valores mais baixos significam maior precisão do modelo, com
o valor próximo de zero temos o modelo estatisticamente perfeito, Figura 18.
True Positives (TP): são os valores classificados verdadeiramente
positivos.
False Positives (FP): são os falsos positivos, são os dados classificados
erroneamente como positivos pelo classificador.
Precisão (precision): É o valor da predição positiva (número de casos
positivos por total de casos cobertos), muito influenciada pela especificidade e pouco
pela sensitividade. Sensitividade é o número de casos positivos que são
verdadeiramente positivos e especificidade é o número de casos negativos que são
verdadeiramente negativos.
Recall (Cobertura): É o valor da cobertura de casos muito influenciada
pela sensitividade e pouco pela especificidade. É calculada por número de casos
cobertos pelo número total de casos aplicáveis.
F-measure: Usada para mensurar a performance pois combina valores de
cobertura e precisão de uma regra numa única fórmula. É calculada por
2TP/2TP+FP+FN, onde TP (true positives) são os verdadeiros positivos, FP (False
70
positives) são os falsos positivos, FN (false negative) são os falsos negativos ou
(2*recall*precision/recall+precision)
ROC Curve (Curva ROC): A curva ROC plota os números de positivos
no eixo vertical(x), e os expressa como uma porcentagem do total do número de
casos positivos, contra o número de casos negativos incluídos no exemplo, expressos
como uma porcentagem do total de casos negativos no eixo horizontal. Uma curva
ROC perfeita corresponde a uma linha horizontal no topo do gráfico, ponto
(100,100) que corresponde a 100% sensitividade contra o ponto (0,0) no eixo
horizontal que corresponde a 0% de especificidade. Curvas abaixo desses pontos
indicam métodos de decisão menos perfeitos, mas qualquer curva situada acima da
reta diagonal que atravessa o gráfico entre os pontos [0,0] e [100,100] pode ser
considerada como boa, Figura 19.
Figura 19 - Curva ROC. (Fonte:www.scielo.cl/fbpe/img/rmc/v134n3/fig06-02.jpg)
71
4. RESULTADOS
A apresentação dos resultados é dividida em quatro sub-items: Pré-processamento
(4.1), Mineração dos dados (4.2), Análise dos Resultados e Validação (4.3). É
exposta a performance dos algoritmos para classificação dos registros de qualidade
de água proveniente do SIBAC referente a sua aptidão para quatro formas de uso:
Abastecimento Doméstico, Irrigação, Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos
Naturais e Balneabilidade.
4.1 PRÉ-PROCESSAMENTO
Foram testadas quatro amostras de dados, classificadas pelos especialistas de acordo
com a sua aptidão qualitativa para cada um dos quatro tipos de uso de água. Cada
amostra contém 11 variáveis (ou atributos), sendo uma delas o atributo “meta”
chamado classificação que representa a avaliação das amostras.
Inicialmente os especialistas foram solicitados para classificar um conjunto de 300
registros de acordo com cada tipo de uso. Este volume, entretanto, foi considerado
muito extenso pelos especialistas, resultando em um retorno limitado de registros
classificados. Foram recebidos os seguintes números de registros classificados
(somatório dos registros obtidos dos quatro especialistas):
1. Amostra de Abastecimento com 366 registros de dados;
2. Amostra de Balneabilidade com 351 registros de dados;
3. Amostra de Irrigação com 379 registros de dados;
4. Amostra de Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos com 114
registros de dados.
72
As Figuras 20 a 23 mostram os histogramas das variáveis de qualidade de água para
cada amostra, construídos no pré-processamento na Weka.
Observando os histogramas dos usos de água verifica-se a disposição dos registros
classificados pelos especialistas ainda na fase de pré-processamento. As cores
vermelho, laranja, amarelo, verde e azul presentes no histograma da variável
classificação nas Figuras 20 a 23 representam, respectivamente, as classes péssimo,
ruim, regular, bom e ótimo na classificação dos especialistas. Assim é possível
observar nas figuras a distribuição das classes nas barras do histograma de cada
variável (pH, OD, TURB, P, DQO, ST, NTK, DBO, CF e CT).
Observa-se que existem quantidades de registros diferentes para cada classe. O
ideal seria que o número de classificações realizadas pelos especialistas em cada
amostra( presente nas Figuras 20 a 23) estivesse uniforme, isto para não direcionar o
aprendizado das regras, uma vez que alguns algoritmos tem como critério classificar
pelo atributo majoritário da amostra.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Abastecimento
Classe1-Péssimo
Classe2-Ruim
Classe3-Regular
Classe4-Bom
Classe5-Ótimo
Figura 20-Histograma das variáveis da amostra de abastecimento (n:366)
Verifica-se na amostra de “Abastecimento”, a maior quantidade de registros para a
classe bom e ótimo.
73
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Balneabilidade
Classe1-Péssimo
Classe2-Ruim
Classe3-Regular
Classe4-Bom
Classe5-Ótimo
Figura 21-Histograma das variáveis da amostra de Balneabilidade (n:351)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Irrigação
Classe1-Péssimo
Classe2-Ruim
Classe3-Regular
Classe4-Bom
Classe5-Ótimo
Figura 22-Histograma das variáveis da amostra de irrigação (n:379)
Nas amostras de “Balneabilidade” e “Irrigação” o número maior de registros estão
nas classes péssimo e ótimo.
74
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Manutenção dos Ciclos
biogeoquímicos naturais
Classe1-Péssimo
Classe2-Ruim
Classe3-Regular
Classe4-Bom
Classe5-Ótimo
Figura 23-Histograma das variáveis da amostra de Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos
Naturais (n:114)
Na amostra de “Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos” tem-se o maior número de
registros nas classes regular e bom.
Verifica-se que o número de registros classificados nas classes intermediárias ruim
(laranja), regular (amarelo) e bom (verde) tem similaridade na distribuição das
quantidades presentes em todas as amostras (Figuras 20 a 23). Isso é relevante para
não direcionar o aprendizado do algoritmo e consequentemente o resultado das
regras de classificação.
Pode-se acrescentar ainda que a disposição diferenciada dos registros classificados
nas quatro amostras (Balneabilidade, Irrigação, Abastecimento e Manutenção dos
Ciclos Biogeoquímicos) deve-se aos:
1. limites impostos pelo CONAMA para cada uso, associado a
subjetividade da classificação utilizada pelos especialistas; e,
2. aos trechos selecionados no SIBAC que envolvem nascentes(sem
poluição), trechos de média poluição e trechos poluídos.
Observa-se na Tabela 2 as freqüências das classes avaliadas para cada amostra (uso),
de acordo com a classificação dos especialistas.
75
Tabela 2-Tabela comparativa da freqüência de classificação das classes
Amostra Classe1
(Péssimo)
Classe2
(Ruim)
Classe3
(Regular)
Classe4
(Bom)
Classe5
(Ótimo)
Total de
instâncias
Abastecimento
49 23 59
124
111 366
Balneabilidade
102 22 56 55
116
351
Irrigação
60 33 51 45
190
379
Manutenção
dos Ciclos
Biogeoquímicos
16 20 32
34
12 114
A seguir são apresentados histogramas das classificações dos três especialistas por
tipo de uso (Figuras 24 até 27).
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
especialista1 especialista2 especialista3
pessimo
ruim
regular
bom
otimo
Figura 24-Histograma da amostra abastecimento de acordo com a classificação dos especialistas
(n: 50)
76
Observa-se uma discordância maior na classificação realizada pelos especialistas em
relação a classe 1 (péssimo) e classe 5 (ótimo) da amostra “Abastecimento”. Nas
demais classes dessa amostra têm-se uma regularidade nos registros.
Na amostra “Balneabilidade” verifica-se discordâncias entre os especialistas nos
valores de classificação onde a qualidade é péssima (1), ruim (2) e ótima (5), Figura
25.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
especialista1 especialista2 especialista3
pessimo
ruim
regular
bom
otimo
Figura 25-Histograma da amostra balneabilidade de acordo com a classificação dos especialistas
(n: 50)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
especialista1 especialista2 especialista3
pessimo
ruim
regular
bom
otimo
Figura 26-Histograma da amostra irrigação de acordo com a classificação dos especialistas
(n: 50)
77
Na amostra de “Irrigação” tem-se as maiores discordâncias entre os especialistas nas
classes 1 (péssimo), 2 (bom) e 5 (ótimo), Figura 26.
Para a amostra de “Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais” tem-se
discordâncias nas classificações realizadas nas classes 1 (péssimo), e 2 (ruim), e 5
(ótimo), conforme Figura 27.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
especialista1 especialista2 especialista3
pessimo
ruim
regular
bom
otimo
Figura 27-Histograma da amostra Manutenção dos ciclos biogeoquímicos naturais de acordo
com a classificação dos especialistas (n: 50)
Analisando as amostras, observa-se que os especialistas se divergiram em relação as
classes 1 (péssimo) e 5 (ótimo), isto mostra a incerteza em classificar os extremos.
Por se tratar de um critério subjetivo, onde o especialista é quem decide o que é
ótimo, bom, regular, ruim e péssimo baseado em 10 valores de variávei,s é aceitável
que haja concordâncias e discordâncias na classificação.
4.2- MINERAÇÃO DE DADOS
4.2.1- Visão geral dos classificadores
Em seguida a esta análise exploratória das variáveis de qualidade de água e sua
classificação, foram realizados os procedimentos de mineração dos dados, que se
constituiu em um comparativo empírico de oito algoritmos de classificação do tipo
“rules”, sendo eles:
78
ZeroR
OneR
Ridor
NNge
JRIP
Decision Table
PART
ConjuntiveRule
As Figuras 28 até 30 e Tabelas 5 até 12 mostram o desempenho comparativo dos
algoritmos de classificação, cada um validado por três opções de teste: treinamento,
validação cruzada e porcentagem split.
No conjunto de treinamento todas as amostras são usadas para testar as regras do
classificador, fato este que comprova o bom desempenho de todos os algoritmos para
esta opção de teste. As regras são testadas nos mesmos dados que a formaram, não é
boa opção para medir a performance,WITTEN & FRANK (2000).
Na k- validação cruzada (cross-validation-10 folds) a amostra é dividida em k partes
de igual tamanho, de preferência as partes (ou folds) devem possuir a mesma
quantidade de padrões, garantindo a mesma proporção de classes para cada
subconjunto. O algoritmo é executado sob k-1 “folds”(subconjuntos) gerando as
regras, posteriormente ele é validado sob o fold que sobrou. Assim neste caso onde
usamos 10 partes (10 folds), o conjunto de treinamento é criado sob 9 (nove) partes e
testado calculando a taxa de acerto sob os dados da parte não utilizada, a parte que
sobrou. Ao final a taxa de acerto é uma média das taxas de acerto nas k iterações
realizadas. É uma boa opção para medir a performance dos algoritmos e dos erros,
WITTEN & FRANK (2000).
Na opção porcentagem split separa-se uma porcentagem dos dados para testar as
regras do classificador, neste caso selecionou-se 66% das amostras.
Neste trabalho ilustra-se nas Figuras 28 a 34 a opção de teste conjunto de
treinamento, mas não a utiliza para validar os algoritmos devido a performance
otimista que apresenta.
79
Existem outras medidas de avaliação de resultados disponíveis pela ferramenta,
apresentaremos um resumo com algumas métricas para cada uso. Neste trabalho
utiliza-se as medidas de predições numéricas somente para os algoritmos que
obtiveram a melhor porcentagem de acerto, fez-se uma pré-seleção.
4.2.2- Resultado do uso “Abastecimento”
Para a amostra “Abastecimento” tem-se a porcentagem correta dos classificadores
para as três opções de teste na Figura 28.
Ao observar o número de instâncias corretas para o teste de validação cruzada
destacou-se o algoritmo PART, Tabela 3.
A taxa de erro ou porcentagem de instâncias incorretas é de muita relevância para
avaliar a aproximação do modelo gerado e a função que governa o fenômeno em
estudo. Erro de treinamento pode significar muitos ruídos e valores vazios nas
amostras. Para minimizar este problema deve-se procurar algoritmos que minimizem
o problema.
A melhor porcentagem de erro confirma-se no algoritmo PART, modo de teste
validação cruzada. Verifica-se que os algoritmos que possuem altas porcentagens de
erro para o conjunto de treinamento podem indicar ruídos nas amostras.
80
.
10.
20.
30.
40.
50.
60.
70.
80.
90.
Conjun
tive
rules
De
cision t
able
R
idor
Jr
ip
Part
o
neR
N
nge
Zero
R
Tarefas de classificação
Porcentagem de instâncias corretas
training set
cross validation
porcentagem
split
Figura 28-Desempenho dos classificadores para classificação da amostra " Abastecimento"
Tabela 3- Desempenho dos classificadores para a amostra “Abastecimento”.
Porcentagem de instâncias corretas - 366 instancias
training set cross validation porcentagem split
Conjuntive rules 43.16 44.53 38.4
Decision table 65.02 55.46 53.6
Ridor 61.2 53.82 60
Jrip 66.93 55.46 44
Part
75.4
57.1
64.8
OneR 63.66 55.73 49.6
Nnge 84.15 52.45 39.2
ZeroR 33.87 33.87 28
O valor de Kappa Statistic é um índice que mede a confiança na observação, valores
de Kappa acima de 0.6 são considerados significativos, LANDIS & KOCH (1977).
Para a amostra de abastecimento observa-se os melhores valores no algoritmo PART
com valor 0,42, Figura 29.
81
.
.1
.2
.3
.4
.5
.6
.7
.8
.9
1.
Conjuntiverules
Decisi
o
n tabl
e
R
i
d
o
r
Jrip
Part
o
n
eR
Nng
e
Zero
R
Tarefas de classificação
Valor de Kappa Statistic
training set
cross validation
porcentagem
split
Figura 29-Valores de Kappa Statistic para amostra "Abastecimento"
Pode-se observar além das porcentagens corretas, incorretas e valor de kappa destes
algoritmos para o uso de abastecimento, os itens: TP (True Positive), FP (False
Positive), Precisão (Precision), Cobertura (Recall), F-measure, Curva ROC e Matriz
de Confusão, Figura 30.
=== Summary ===
Correctly Classified Instances 209 57.1038 %
Incorrectly Classified Instances 157 42.8962 %
Kappa statistic 0.42
Total Number of Instances 366
=== Detailed Accuracy By Class ===
TP FP Precision Recall
F-
Measure
ROC
Area
Class
0.816
0.057
0.69 0.816 0.748 0.91 1
0.087 0.038 0.133 0.087 0.105 0.74
2
0.373 0.121 0.373 0.373 0.373 0.67
3
82
0.573
0.244
0.546 0.573 0.559 0.72 4
0.667
0.118
0.712 0.667 0.688 0.86 5
=== Confusion Matrix ===
a b c d e <-- classified as
43 1 5 0 0 | a = 1
9 5 8 1 0 | b = 2
1 0 45 12 1 | c = 3
0 0 5 110 9 | d = 4
0 0 0 38 73 | e = 5
Figura 30 - Métricas de avaliação do algoritmo PART na amostra "Abastecimento" ( Validação
Cruzada)
True positives (TP): são os valores verdadeiramente positivos classificados para
cada classe (Figura 30). A classe onde esta taxa foi mais baixa, ou seja, onde houve
menos classificações verdadeiramente positivas foi a classe 2. Na matriz de
confusão verifica-se apenas 2 classificações de TP .
False positives (FP): os falsos positivos são os dados classificados erroneamente
como positivos pelo classificador para cada classe, neste índice verifica-se o maior
problema na classe 4, verificando a matriz de confusão Figura 30.
Precision (Precisão): é o valor do número de casos positivos por total de casos
cobertos, muito influenciada pela especificidade. É calculada por TP/TP+FP, Figura
30. Observa-se a maior precisão na classe 1 onde há maior número de casos TP e a
pior precisão na classe 2 onde há muitos casos classificados erroneamente.
Recall (Cobertura): É o valor muito influenciado pela sensibilidade e pouco pela
especificidade. É calculada por número de casos cobertos pelo número total de
casos aplicáveis, Figura 30. Verifica-se a maior cobertura para classe 1.
F-measure: Usada para mensurar a performance pois combina valores de cobertura
e precisão de uma regra numa única fórmula. É calculada por 2TP/2TP+FP+FN, ou
(2*recall*precision/recall+precision), Figura 30. Para classe 3 é a pior e para a
classe 1 é melhor.
ROC curve (Curva ROC): Qualquer curva situada acima da reta diagonal que
atravessa o gráfico entre os pontos [0,0] e [100,100] pode ser considerada boa, assim
83
observando a Figura 30 verifica-se que todos os valores de ROC de cada classe estão
dentro do intervalo mencionado.
As regras geradas pelo algoritmo PART para classificação (em negrito) a amostra de
Abastecimento são expostas na Figura 31.
Scheme: weka.classifiers.rules.PART -M 2 -C 0.25 -Q 1
Relation: Abastecimento
Instances: 366
Attributes: 11
Test mode: 10-fold cross-validation
Classifier model (full training set)Î PART decision list
dbo > 6.88 AND solTotais > 117 AND coliformesFecais > 63000: 1 (53.0/10.0)
coliformesFecais <= 1220 AND fosfTotal > 0.16 AND coliformesFecais > 32.8
AND ntk <= 1.68 AND dbo > 0.87 AND fosfTotal <= 0.25: 4 (9.0)
fosfTotal <= 0.16 AND coliformesFecais <= 1220 AND turbidez > 100 AND
fosfTotal <= 0.095: 4 (13.0)
fosfTotal <= 0.16 AND turbidez > 100 AND coliformesTotais <= 73287 AND
fosfTotal > 0.07 AND dqo > 19 AND dqo > 24: 4 (5.0/2.0)
coliformesFecais <= 1600 AND turbidez > 96 AND dqo > 18: 3 (7.0/1.0)
coliformesFecais <= 1600 AND fosfTotal <= 0.16 AND od > 5.62 AND dqo > 2.5
AND dbo <= 5.4 AND turbidez > 4.66 AND fosfTotal <= 0.1: 5 (79.0/9.0)
coliformesFecais <= 2950 AND fosfTotal > 0.16 AND coliformesFecais > 32.8
AND coliformesTotais <= 51720: 4 (18.0/7.0)
fosfTotal > 0.2 AND dbo <= 5.4 AND dbo <= 1.32: 3 (8.0/1.0)
fosfTotal <= 0.2 AND coliformesFecais <= 2950 AND od > 4.02 AND dqo > 2.5: 4
(88.0/38.0)
turbidez <= 26 AND dbo > 0.36 AND ph > 3.795 AND fosfTotal <= 0.29 AND ph >
5.13 AND coliformesTotais > 4130 AND solTotais > 77 AND od <= 6.44: 4
(12.0/3.0)
turbidez <= 4.2 AND turbidez > 1.7 AND coliformesFecais <= 110 AND fosfTotal >
0.02: 4 (11.0/1.0)
84
coliformesFecais <= 3000 AND turbidez > 4.2 AND od > 4.02: 3 (6.0)
turbidez <= 4.8 AND dbo <= 0.36: 3 (4.0)
coliformesTotais <= 9804 AND turbidez <= 4.66: 5 (4.0/1.0)
od <= 4.52 AND coliformesFecais <= 6300: 3 (13.0/6.0)
od > 4.02 AND coliformesFecais > 5470: 3 (25.0/10.0)
coliformesFecais > 5830: 2 (6.0/1.0): 4 (5.0)
Number of Rules : 18
Figura 31-Regras geradas pelo algoritmo PART amostra Abastecimento (classes em negrito).
4.2.3- Resultado do uso “Balneabilidade ”
Para a amostra “Balneabilidade” tem-se a porcentagem correta dos classificadores
para as três opções de teste na Figura 32.
.
10.
20.
30.
40.
50.
60.
70.
80.
90.
Conjuntiverules
D
e
c
i
sion
t
able
Rido
r
Jrip
Part
oneR
Nnge
Ze
roR
Tarefas de classificação
Porcentagem de instâncias
corretas
training set
cross validation
porcentagem
split
Figura 32- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra “Balneabilidade”.
Ao observar o número de instâncias corretas para o teste de validação cruzada
destacou-se o algoritmo JRIP, Tabela 4.
85
Tabela 4-Porcentagens corretas dos algoritmos de classificação para Balneabilidade
Porcentagem de instâncias Corretas - 351 instâncias
training set cross validation porcentagem split
Conjuntiverules 61.82 61.82 64.17
Decision table 77.2 74.25 74.06
Ridor 75.49 72.36 70.83
Jrip 76.63
74.35
74.16
Part 80.6 70.37 70
OneR 75.44 74.35 72.5
Nnge 78.06 44.4 49.16
ZeroR 33.04 33.04 33.3
O valor de kappa da amostra de Balneabilidade no algoritmo Jrip é 0.64, valores
acima de 0.6 indicam confiabilidade na relação conforme Figura 33.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Conjuntiverules
D
eci
s
ion
t
a
bl
e
Ridor
Jrip
Part
oneR
Nnge
Ze
r
o
R
Tarefas de classificação
Valor de Kappa Statistic
training set
cross
validation
porcentagem
split
Figura 33- Valor de Kappa Statistic dos algoritmos para amostra de “Balneabilidade”
Com relação a acurácia (soma de positivos verdadeiros e negativos verdadeiros) por
classe detectou-se os maiores problemas na classe 2, Figura 34.
86
=== Summary ===
Correctly Classified Instances 261 74.359 %
Incorrectly Classified Instances 90 25.641 %
Kappa statistic 0.647
Total Number of Instances 351
=== Detailed Accuracy By Class ===
TP FP Precision Recall F-Measure ROC Area
Class
0.931 0.133 0.742 0.931 0.826 0.90 1
0 0 0 0 0 0.77
2
0.375 0.037 0.656 0.375 0.477 0.76
3
0.618 0.068 0.63 0.618 0.624 0.85 4
0.957 0.111 0.81 0.957 0.877 0.93 5
=== Confusion Matrix ===
a b c d e <-- classified as
95 0 5 1 1 | a = 1
18 0 0 0 4 | b = 2
11 0 21 15 9 | c = 3
4 0 5 34 12 | d = 4
0 0 1 4 111 | e = 5
Figura 34- Métrica de avaliação do algoritmo Jrip para a amostra “Balneabilidade"
(Validação Cruzada)
87
As regras geradas pelo algoritmo JRIP são, Figura 35:
Scheme: weka.classifiers.rules.JRip -F 3 -N 2.0 -O 2 -S 1
Relation: Balneabilidade
Instances: 351
Attributes: 11
Test mode: 10-fold cross-validation
Classifier model (full training set)Î JRIP rules:
(coliformesFecais <= 1000) and (coliformesFecais >= 259) => Classificacao= 4
(64.0/23.0)
(coliformesTotais >= 10170) and (coliformesFecais <= 2920) and (coliformesFecais
>= 1010) => Classificacao= 3 (24.0/4.0)
(coliformesFecais >= 1236) => Classificacao= 1 (126.0/30.0)
=> Classificacao= 5 (137.0/25.0)
Number of Rules : 4
Figura 35- Regras geradas pelo algoritmo JRIP amostra Balneabilidade (classes em negrito)
4.2.4- Resultado do uso “Irrigação”
Para a amostra “Irrigação” tem-se a porcentagem correta dos classificadores para as
três opções de teste, Figura 36.
88
.
10.
20.
30.
40.
50.
60.
70.
80.
90.
C
on
j
u
n
ti
veru
l
e
s
Decision table
R
i
do
r
J
ri
p
Part
oneR
Nnge
Ze
r
o
R
Tarefas de classificação
Porcentagem de instâncias
corretas
training set
cross validation
porcentagem split
Figura 36- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra “Irrigação”.
Observa-se que para o uso de irrigação a melhor porcentagem de acerto, para o modo
de teste cross-validation (validação cruzada) no algoritmo OneR, Tabela 5.
Tabela 5-Porcentagem de Instâncias corretas dos algoritmos de classificação para irrigação
Porcentagem de instâncias Corretas - 379 instâncias
Training set Cross validation Porcentagem split
Conjuntiverules 65.43 65.17 65.89
Decision table 78.62 71.65 69.76
Ridor 78.89 69.12 68.21
Jrip 79.15 68.07 71.31
Part 81.79 70.71 72.09
OneR
78.1
74.67
72.09
NNge 81.26 57.7 59.6
ZeroR 50.13 50.13 53.48
O valor de kappa da amostra de Irrigação no algoritmo OneR é 0.61, valores acima
de 0.6 indicam confiabilidade na relação conforme Figura 37.
89
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Co
n
juntive
rul
es
De
c
is
i
on table
R
i
dor
Jri
p
P
a
rt
oneR
N
n
g
e
Zer
oR
Tarefas de classificação
Valor de kappa statistic
training set
cross validation
porcentagem
split
Figura 37- Valor de kappa statistic para os algoritmos da amostra de “Irrigação”
Para a amostra de irrigação obtivemos um bom resultado, basta verificar a
porcentagem de acerto elevada, a baixa porcentagem de erro (instâncias incorretas) e
o valor de Kappa acima de 0.6.
Com relação a acurácia (soma de positivos verdadeiros e negativos verdadeiros) por
classe tem-se que os maiores problemas de classificação ocorreram nas classes 2 e 4
onde as taxas de TP (True Positives) são mais baixas, indicando erro nessas
classificações, Figura 38.
=== Summary ===
Correctly Classified Instances 283 74.6702 %
Incorrectly Classified Instances 96 25.3298 %
Kappa statistic 0.6119
Total Number of Instances 379
=== Detailed Accuracy By Class ===
TP FP Precision Recall F-Measure
ROC
Area
Class
0.967 0.078 0.699 0.967 0.811 0.944 1
0.273 0.026 0.273 0.353 0.623 0.5
2
90
0.353 0.046 0.545 0.353 0.429 0.654
3
0.311 0.039 0.519 0.311 0.389 0.636
4
0.968 0.18 0.844 0.968 0.902 0.894 5
=== Confusion Matrix ===
a b c d e <-- classified as
58 1 0 0 1 | a = 1
15 9 8 1 0 | b = 2
8 7 18 6 12 | c = 3
2 1 7 14 21 | d = 4
0 0 0 6 184 | e = 5
Figura 38- Métrica de avaliação do algoritmo OneR para amostra "Irrigação" ( Validação
Cruzada)
As regras geradas pelo algoritmo OneR foram (Figura 39):
Scheme: weka.classifiers.rules.OneR -B 6
Relation: Irrigacao
Instances: 379
Attributes: 11
Test mode: 10-fold cross-validation
=== Classifier model (full training set) ===
coliformesFecais:
< 1095.0 -> 5
< 1605.0 -> 4
< 5560.0 -> 3
< 10031 -.> 2
>= 1003 1-> 1
(296/379 instances correct)
Figura 39-Regras geradas pelo algoritmo OneR amostra Irrigação
91
4.2.5- Resultado do uso “Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais”
Para a amostra “Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais” tem-se a
porcentagem correta dos classificadores para as três opções de teste, Figura 40.
Observa-se que para este uso a melhor porcentagem de acerto, para o modo de teste
cross-validation (validação cruzada) no algoritmo OneR, Tabela 6.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
C
o
n
junti
v
eru
l
es
D
ec
ision t
a
ble
R
i
dor
J
ri
p
P
a
rt
o
n
e
R
N
n
ge
Z
e
r
o
R
Tarefas de classficação
Porcentagem de valores corretos
training set
cross
validation
porcentagem
s
p
lit
Figura 40- Desempenho dos classificadores para classificação da amostra “Manutenção dos
Ciclos Biogeoquímicos” ( validação cruzada).
Tabela 6 - Porcentagem de dados corretos para amostra “Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos Naturais”
Porcentagem de instâncias corretas
training set cross validation porcentagem split
Conjuntiverules 35.08 27.15 33.33
Decision table 41.22 34.21 23.07
Ridor 55.26 25.43 17.94
Jrip 41.22 29.82 25.64
Part 57.01 19.29 38.46
OneR 47.36
37.7
35.89
Nnge 59.64 10.52 23.07
ZeroR 29.82 29.82 23.07
92
O valor de kappa desta amostra foi de 0.61 para o algoritmo OneR. Como valores
acima de 0.6 indicam confiabilidade na relação percebe-se que o resultado não foi
bom, Figura 41.
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
Con
j
unt
i
ve
r
ule
s
D
e
c
is
i
on
table
Rido
r
Jrip
Part
o
n
eR
Nng
e
Ze
roR
Tarefas de classificação
Valor de kappa statistic
training set
cross validation
porcentagem
s
p
lit
Figura 41- Valor de kappa para ciclos biogeoquímicos naturais
Observando a Figura 42, tem-se o desempenho do algoritmo OneR selecionado, visto
que este obteve melhor performance de acertos perante os outros analisados.
Verificamos na Figura 42 baixos índices de acerto deste algoritmo para a amostra
(Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais) comprovados pela alta taxa de
erro (porcentagem incorreta), baixo valor de kappa e baixos índices de TP
(verdadeiros positivos). Ao olhar a matriz de confusão observa-se os maiores
problemas de classificação nas classes 1, 2, 3 e 5, apenas a classe 4 obteve boa
classificação.
=== Summary ===
Correctly Classified Instances 43 37.7193 %
Incorrectly Classified Instances 71 62.2807 %
Kappa statistic 0.1451
Total Number of Instances 114
93
=== Detailed Accuracy By Class ===
TP FP Precision Recall F-Measure
ROC
Area
Class
0 0.061 0 0 0 0.469
1
0.25 0.085 0.385 0.25 0.303 0.582
2
0.375 0.207 0.414 0.375 0.393 0.584
3
0.765 0.5 0.394 0.765 0.52 0.632 4
0 0 0 0 0 0.5
5
=== Confusion Matrix ===
a b c d e <-- classified as
0 5 4 7 0 | a = 1
4 5 3 8 0 | b = 2
2 3 12 15 0 | c = 3
0 0 8 26 0 | d = 4
0 0 2 10 0 | e = 5
Figura 42- Métrica de validação do algoritmo OneR para amostra "Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos Naturais” ( Validação Cruzada)
As regras geradas pelo algoritmo OneR foram (Figura 43):
Scheme: weka.classifiers.rules.OneR -B 6
Relation: Ciclosbiogeoquimicos
Instances: 114
Attributes: 11
Test mode: 10-fold cross-validation
=== Classifier model (full training set) ===
dbo:
< 3.05 -> 4
< 72.2 -> 3
>= 72.2-> 2
(54/114 instances correct)
Figura 43 - Regras geradas pelo algoritmo OneR amostra Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos Naturais
94
5- DISCUSSÃO
5.1- ENQUETE COM ESPECIALISTAS
Para a realização deste estudo realizou-se uma classificação prévia de um conjunto
de registros (selecionados no SIBAC) por especialistas em avaliação de qualidade da
água, por se tratar de um aprendizado supervisionado (onde há necessidade de um
guia para o algoritmo). Foram entrevistados três Engenheiros (as) Sanitaristas e uma
Bióloga. No decorrer deste procedimento foram encontradas várias dificuldades,
dentre elas:
Desinteresse pela pesquisa;
Limitações do tempo disponível dos profissionais para classificar a enquete
de 300 registros (alegaram não ter tempo mesmo sabendo da importância do
trabalho para a área);
Desistência: um quinto especialista previsto para a pesquisa não preencheu a
enquete alegando sobrecarga de trabalho;
Dificuldade para recolher as classificações: parcialmente a tabela para
classificação foi recebida com aceitação, mas teve demora demasiada para
responder, causando atraso no andamento da pesquisa.
Preenchimento da pesquisa com número menor de registros: dois dos
especialistas só concordaram em responder 50 registros.
Na mineração de dados é aconselhável que se tenha um número elevado de registros,
principalmente para o conjunto de treinamento (que gera as regras). Neste trabalho
optou-se pelo número de registros obtidos (classificados) dos especialistas.
Certamente após a realização desta enquête com os especialistas concordamos que a
95
mesma deva ser realizada de outra maneira e com menos variáveis para a avaliação,
determinando as variáveis que são mais problemáticas para cada uso.
A escolha dos algoritmos foi baseada no tipo de conhecimento a ser encontrado,
visando a obtenção de regras de classificação para avaliar qualitativamente o Banco
de Dados de Monitoramento Ambiental (SIBAC). Supõe-se que os melhores
desempenhos de alguns algoritmos em detrimento de outros se deve ao método de
busca de conhecimento que ele utiliza.
Para o uso de abastecimento por exemplo (Figuras 23, 24 e 25), observa-se que as
maiores dúvidas na classificação dos especialistas estão nos valores extremos, onde a
qualidade da água deve ser considerada de péssima qualidade (1) ou ótima qualidade
(5). Ao observar as Figuras 26, 27 e 28 verificamos a mesma situação.
O resultado de balneabilidade e irrigação foram melhores, demonstrando através do
valor de kappa statistic confiabilidade na amostra. Com relação as amostras de
abastecimento e ciclos biogeoquímicos tem-se baixos índices de kappa, altos índices
para as porcentagens de erro e baixos índices de porcentagens corretas, isto no
melhor algoritmo selecionado para a amostra. Podemos enumerar possíveis causas
para este resultado:
Valores altos de porcentagens incorretas no conjunto de treinamento (training
test) pode significar ruído nas duas amostras. Elas possuem esse índice
elevado;
Como o algoritmo ZeroR (considerado um algoritmo primitivo, que classifica
as amostras pelo atributo majoritário) apresentou elevada porcentagem de
erro em todas as amostras a que foi submetido, se ocorrer outro algoritmo
com pior eficiência tem-se overfitting (regras muito especializadas) do
modelo gerado. Assim observamos que o desempenho do OneR foi pior do
que ele, isso demonstra overfitting das regras(regras muito especializadas).
Poucos registros nesta amostra (Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos)
pode ter contribuído para esta especialização;
Baixos valores de Kappa Statistic também demonstram pouca confiabilidade
nas classificações da amostra, as duas possuem valores de kappa abaixo de
0.6, valores acima deste demonstram confiabilidade na amostra.
96
Observando a acurácia dos resultados por classe, verifica-se que os índices de
classificação correta são mais baixos para as classes intermediárias, ou seja, classe 2
(ruim), classe 3 (regular), classe 4 (bom). Provavelmente isso se deve ao caráter
subjetivo da enquete submetida aos especialistas. Há mais chances de ocorrerem
classificações errôneas nas classes intermediárias pela dificuldade em mensurar o
que é ruim (classe 2), regular (classe3) e não é péssimo (1), por exemplo, o extremo
da relação.
Verifica-se que o conjunto de regras não foi muito complexo, apenas o algoritmo
NNGE (Nearest Neighbor With Generalization), que classifica utilizando o
método do vizinho-mais-próximo (árvore de decisão), gerou elevado número de
regras (90) com muitos testes lógicos (em todos os quatro tipos deste estudo de caso),
o que poderia causar pouca compreensão dos fatos por especialistas no assunto.
Com relação as regras geradas pelo algoritmo de melhor performance nas amostras
obteve-se regras com número de variáveis diferenciadas, ou seja, o conhecimento dos
níveis de qualidade da água encontrados na saída dos algoritmos (expressos sob a
forma de regras) não incluíram todas as variáveis iniciais do arquivo de entrada.
(Quadro 6).
Quadro 6- Quadro demonstrativo das variáveis de saída nas regras
Uso Algoritmo de
melhor
desempenho
Variáveis
consideradas nas
regras
Variáveis importantes
segundo especialistas
Abastecimento (Part)
OD, DBO, DQO, CF,
CT, NTK, P, TURB,
ST
pH, DBO, DQO, CT, CF,
NTK, P, TURB, ST
Balneabilidade (JRIP)
CF e CT CF e CT
Irrigação (OneR)
CF pH, DQO, DBO, NTK, CT,
CF, P
Manutenção dos
Ciclos
Biogeoquímicos
Naturais
(OneR)
DBO PH, OD, DQO, DBO, NTK,
P
97
Pode-se observar no Quadro 6 que as variáveis de saída estão presentes na avaliação
inicial realizada pelos especialistas como uma das mais importantes para cada uso.
Observa-se, que as variáveis consideradas para classificação dos usos
“Abastecimento” e “Balneabilidade correspondem basicamente com as variáveis
consideradas pelos especialistas, enquanto o algoritmo OneR, por exemplo, o de
melhor performance nos usos irrigação e Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos
Naturais é um algoritmo que escolhe o atributo mais relevante para construir a sua
regra baseada em um único atributo. Para o uso de irrigação percebe-se que o
mesmo foi rígido escolhendo a variável CF, isto porque para classificar irrigação de
hortaliças esta variável é relevante, porém, para irrigação de campos não seria
necessário. Para Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais tem-se a variável
DBO escolhida pelo algoritmo para compor as regras. Embora seja uma variável
importante para este uso, tem-se P, NTK, DQO, OD e pH como variáveis relevantes
para esta classificação, embora desconsideradas pelo algoritmo OneR.
Para o uso de Balneabilidade, contato primário (natação, esqui-aquático) tem-se
como variáveis mais relevantes para avaliar este uso CF (Coliformes
Termotolerantes) e CT(Eschrichia Coli), segundo os especialistas (embora existam
outras também importantes). O algoritmo JRIP também as utilizou para representar o
modelo de classificação (regras) criado para este para avaliar a qualidade da água.
Para o uso de abastecimento, o algoritmo PART considerou todas as variáveis
relevantes para construir o modelo de classificação de regras, descrevendo todas as
variáveis nas regras, só não utilizou a variável pH.
Observou-se através de comparação, que as regras produzidas neste estudo tem
analogia com a classificação realizada pela Agência Estadual de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco- CPRH, na determinação da qualidade
dos corpos dágua. Pode-se observar nos Quadros 7 e 8, um comparativo entre as
Regras de classificação descobertas e a classificação adotada pela CPRH.
98
Quadro 7-Comparação dos limites de Classificação da CPRH e regras geradas pelos algoritmos
Classificação
CPRH
Descrição dos limites
Estudo do
Sibac
Usos com Regras
semelhantes a
CPRH
Não
Comprometida
Limites obedecem
Decreto Estadual N°
7.269/81 para classe 1
5(ótima)
Abastecimento
Balneabilidade
Irrigação
Pouco
Comprometida
Limites obedecem
Decreto Estadual N°
7.269/81 para classe 2
4(Boa)
Abastecimento
Balneabilidade
Irrigação
Manutenção dos
Ciclos
Biogeoquímicos
Naturais
Moderadamente
Comprometida
Limites obedecem
Decreto Estadual N°
7.269/81 para classe 3
3(Regular)
Abastecimento
Balneabilidade
Irrigação
Manutenção dos
Ciclos
Biogeoquímicos
Naturais
Poluída
Limites obedecem
Decreto Estadual N°
7.269/81 para classe 4
2(Ruim)
Manutenção dos
Ciclos
Biogeoquímicos
Naturais
Muito Poluída
Limites não obedecem
Decreto Estadual N°
7.269/81
1(Péssima)
Abastecimento
Balneabilidade
Irrigação
99
Observa-se que as regras tem uma certa equivalência , Quadro 8:
Quadro 8- Quadro comparativo das regras classificadas pelo algoritmo por uso e CPRH
Uso Regras Comparação com a CPRH
CF < 1095 Î5 Intervalo equivalente a classe 2
CONAMA 357 e pouco
comprometida (CPRH)
CF < 1605 Î4 Equivalente a classe 3 CONAMA
357 e moderadamente
comprometida (CPRH)
CF < 5560 Î3 Classe 3 e 4 CONAMA 357 e
poluída (CPRH)
CF < 10.031 Î2 Entre a classe 3 e 4 CONAMA
357, poluída (CPRH)
Irrigação
CF>=10.031 Î1 Sem limites e muito poluída CPHH
DBO < 3.05Î 4 Classe 1 CONAMA357 e Não
comprometida CPRH
DBO<72.2Î3 Valores na Classe 2 , 3 e 4 (sem
limite), moderadamente poluída a
poluída na CPRH
Manutenção dos
Ciclos
Biogeoquímicos
Naturais
DBO>=72.2Î2 Sem limites no CONAMA 357 e
muito poluída CPRH
CF<1000 and
CF>=259Î4
Classe 2 CONAMA, Pouco
comprometida CPRH
CF>=10.170 and
CF<=2920 and
CF>=1010Î3
Entre Classe 3 e 4 CONAMA,
Moderadamente Comprometida e
Poluída CPRH
CF>=1236Î1 Classe 3 e 4, de Moderadamente
Comprometida a muito poluída
Balneabilidade
CFÎ5 Classe 1 CONAMA e Não
Comprometida pela CPRH
100
Dentre os melhores algoritmos testados nestes conjunto de dados ( Abastecimento,
Balneabilidade, Irrigação e Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais),
observou-se que possivelmente os métodos de classificação utilizados por eles sejam
mais indicados para pequenos conjuntos de dados em processos de mineração.
Assim, tem-se a descrição dos algoritmos e dos métodos que eles utilizam:
PART (Partial decision trees) : Constrói regras a partir de árvores de decisão
parciais usando o J4.8. Constrói uma árvore de decisão parcial em cada
iteração e converte a melhor folha (nó da árvore) em regra. O processo de
geração de regras tem dois estágios: Regras são induzidas inicialmente e
posteriormente refinadas (dividir-para-conquistar). Uma árvore de decisão
(Decision Trees) (Quinhan,1993) utiliza a estratégia de dividir-para-
conquistar, onde um problema complexo é decomposto em subproblemas
mais simples e recursivamente, a mesma estratégia é aplicada a cada
subproblema. Algoritmo de uma árvore decisão:
Apresenta-se um conjunto de dados ao nó inicial ( ou nó raiz) da
árvore;
Dependendo do resultado do teste lógico aplicado ao nó raiz, a árvore
ramifica-se para um dos nós filhos (ou uma sub-árvore);
Este procedimento é repetido até que um nó terminal seja alcançado.
JRIP (Optimizing IREP-Incremental Reduced Erro Prunning): Existem
muitas técnicas de aprendizado que vêm sendo adaptadas para o aprendizado
e árvores de decisão. A maioria das árvores de decisão utiliza a estratégia de
sobrecarregar para posteriormente simplificar, para tratar dados com ruído.
Assim, nessa estratégia, uma hipótese é formada gerando inicialmente uma
árvore complexa que super-utiliza os dados, e depois simplifica esta árvore
utilizando técnicas de poda. As técnicas de poda melhoram taxas de erros de
dados não vistos quando o conjunto de dados possui ruído. Existem inúmeros
métodos propostos para poda de árvores e uma técnica eficiente é a poda do
mínimo erro REP (Reduced Erro Pruning) (Cohen, 1995). Dentre as
variações deste método está o IREP (Incremental Reduced Erro Pruning)
(Cohen, 1995), utiliza árvore de decisão e as simplifica pela redução do erro,
com um algoritmo que trabalha a técnica dividir-para-conquistar. Depois que
101
uma regra é encontrada, todos os exemplos que são cobertos por ela são
deletados. Um caminho para melhorar a abordagem incremental do IREP é
adiar o processo de produção de regras deste método, assim esse método se
aproxima do método de poda pelo erro, uma otimização conhecida como
JRIP(Cohen, 1995).
OneR: É uma das formas mais elementares de encontrar regras muito simples
a partir de um conjunto de instâncias, é o método 1R( 1-rule). O método 1R
gera uma árvore de decisão de apenas um nível, que é expressa através de um
conjunto de regras que testa apenas um atributo em particular. É um método
simples, econômico e frequentemente obtém boas regras para caracterizar a
estrutura de dados. Muitas vezes a estrutura dos registros são simples,
tornando um único atributo capaz de classificar uma instância com um bom
nível de precisão. Mesmo que isto não aconteça, é sempre bom começar os
testes pelos métodos mais simples. Usa o atributo do mínimo-erro para a
predição (REP- Reduced Erro Prunning técnica de simplificação de árvores
que melhoram erros em conjuntos de dados com ruídos). Exemplo do
algoritmo 1R:
Para cada valor do atributo, criar uma regra:
Contar o numero de vezes que a classe aparece
Determinar a classe mais freqüente
Criar a regra associando a classe a este valor do atributo
Calcular as taxas de erro das regras
Escolher as regras com menor taxa de erro
O pior comportamento observado foi do algoritmo NNGE (Nearest
Neighbor With Generalization), elevado número de regras criando uma
certa complexidade em todos os usos. O método de classificação que ele
utiliza é o método do vizinho-mais-próximo (árvore de decisão). É um
classificador onde o aprendizado é baseado em analogia. O conjunto de
treinamento é formado por vetores de n dimensões e cada elemento deste
conjunto representa um ponto no espaço n-dimensional. Ele calcula os k
vizinhos mais próximos (distância euclidiana) de um determinado conjunto
102
de dados e atribui como da mesma classe. Representa um dos paradigmas da
aprendizagem indutiva, ou seja, objetos semelhantes pertencem ao mesmo
grupo. Vantagens: a aprendizagem consiste em memorizar exemplos,
indicada para problemas complexos. Desvantagem: não obtém uma
representação compacta dos exemplos, tempo de aplicação é lento (para cada
exemplo de teste calcula a distância a cada exemplo de treino). É altamente
afetado por atributos redundantes (exemplos onde os vizinhos são da mesma
classe ou com ruído) e irrelevantes.
Outra observação que se pode fazer é com relação as regras geradas por cada
conjunto de dados (usos). Para as amostras:
Abastecimento: o maior caso de ocorrências (classificações) na classe 4 e 5.
Percebe-se nas regras geradas pelo algoritmo PART (algoritmo de melhor
performance) que existem 10 regras que contemplam os casos de
classificação 4 (Boa) e 5 (Ótima), de um total de 18 (dezoito) regras geradas
pelo mesmo algoritmo.
Balneabilidade: o resultado ignora a Classe 2 ( classe de menor ocorrência de
casos), elabora regras para as Classes 4 , 3 e 1. O que não se enquadra nestes
casos é considerado Classe 5 (maior número de ocorrências).
Irrigação: este uso possui uma equivalência entre a ocorrência das classes,
elaborou portanto regras para todos os casos.
Manutenção dos Ciclos Biogeoquímicos Naturais: criou regras para as
maiores ocorrências, Classes 2, 3 e 4.
A técnica de descoberta de conhecimento tem a vantagem de aprender num conjunto
de dados para posteriormente ser aplicada a outros, podendo ser utilizada para
predições futuras até em outros conjuntos de dados. Esse é o motivo que nos levou a
escolher esta técnica em detrimento de outras para avaliar a qualidade da água em
Bases de Dados (SIBAC)
As regras resultantes deste trabalho podem futuramente compor o módulo baseado
em conhecimento (Sistema Especialista) de um Sistema Inteligente para
Monitoramento Ambiental e assim avaliar outras bacias hidrográficas.
A automatização de regras pode ser realizada com o desenvolvimento de aplicações
em uma linguagem de programação (Java é mais indicada para a Weka), que
103
especifique o Banco de dados de monitoramento ambiental como entrada e utilize as
regras geradas em um sistema inteligente para avaliar qualitativamente outras bacias
hidrográficas.
104
5 - CONCLUSÕES
Consta-se uma disponibilidade crescente de dados multi-variados de qualidade da
água mantidos em base de dados ambientais, cuja avaliação conclusiva por avaliação
qualitativa, se torna cada vez mais complexa. Neste contexto, a presente dissertação
teve como objetivo principal uma discussão do seguinte questionamento: Como
extrair conhecimento implícito em bases de dados de monitoramento ambiental e
com isto melhorar o processo de tomada de decisão para avaliação qualitativa da
gestão de recursos hídricos?
Foi identificada, a partir da revisão bibliográfica, a área de KDD (Knowledge
Discovery Databases) como propícia para subsidiar a extração de conhecimento
implícito em bases de dados para melhorar a tomada de decisão no contexto de
monitoramento ambiental.
Em um estudo de caso utilizando a Base de Dados do SIBAC, observou-se a
viabilidade de se obter conhecimento através da investigação de técnicas de
mineração, onde testou-se o desempenho de sete algoritmos de classificação do tipo
rules” visando a extração de regas para enquadrar registros de qualidade de água
em cinco classes qualitativas (ótimo, bom, regular, ruim, péssimo) para os usos:
“Abastecimento”, “Balneabilidade”, “Irrigação” e “Manutenção dos Ciclos
Biogeoquímicos Naturais”. Para fins de validação do desempenho dos algoritmos de
classificação foram utilizadas métricas como: índice de Kappa, Matriz de Confusão,
Valores de TP (True Positives), Valores de FP (False Positives), Precisão
(Precision), Cobertura (Recall), F-Measure, Curva ROC (ROC Curve). Baseado na
classificação de um conjunto de treinamento de em média 300 registros, realizada
por três especialistas pôde-se observar que:
105
1. O processo de KDD (descoberta de conhecimento em bases de dados) inclui
um volume extenso de técnicas aptas para subsidiar a tomada de decisão no
monitoramento ambiental, sendo entretanto, o grupo rules da técnica de
classificação (os que representam o conhecimento através de regras de
decisão), o mais indicado para a tarefa em questão. Essas regras são
condições do tipo if-then que são generalizadas de forma que resumem o
conteúdo da base de dados.
2. Dentre as vantagens do uso das regras está a facilidade da incorporação do
conhecimento (ele fica explícito), facilidade na interpretação do resultado e a
facilidade de futuramente armazenar essas regras numa base de
conhecimento.
3. Existe uma variação expressiva no desempenho dos algoritmos testados para
o domínio em questão, sendo o algoritmo de melhor desempenho o “PART”
para classificação do uso “Abastecimento”, o algoritmo Jrip para o uso
“Balneabilidade”, o algoritmo OneR para Irrigação e para “Manutenção dos
Ciclos Biogeoquímicos Naturais”.
4. Os algoritmos aplicados na classificação tem métodos de classificação
distintos, sendo uns bastante simples (ONeR) e outros consideravelmente
mais complexos, como o Nnge. Neste estudo a simplicidade provou ter bons
resultados, uma vez que o algoritmo OneR obteve bom desempenho para
todos os usos, embora não tenha apresentado o melhor desempenho em
“Abastecimento” (está em segundo lugar na lista dos melhores
classificadores) e em “Balneabilidade” teve o mesmo desempenho do JRip.
Optou-se por considerar o Jrip porque em avaliação de qualidade da água faz-
se necessário o uso de vários atributos (ele utiliza vários), também houve um
aumento de performance deste algoritmo no modo de teste porcentagem split.
5. O método utilizado pelo algoritmo NNge (método do vizinho mais próximo),
tornou a gama de resultados muito extensa, ou seja, o conjunto de regras
muito grande, difícil de ser interpretado e armazenado numa base de
conhecimento. Estas características estiveram presentes nos conjuntos de
regras obtidas por este algoritmo para todos os usos.
106
6. As regras geradas pelo algoritmo OneR são baseadas em um único atributo.
O resultado mostrou que o algoritmo escolheu a variável mais relevante para
cada uso: em “Balneabilidade”, “Abastecimento” e “Irrigação” escolheu
CF, somente em Ciclos Biogeoquímicos Naturais escolheu DBO.
Provavelmente os classificadores acharam a estrutura desta amostra de dados
simples, por isto este algoritmo obteve um bom desempenho.
7. Observou-se a importância da Cobertura (Recall) das regras geradas para
cada classe em seus usos distintos. Faz-se necessário que o modelo cubra o
maior número de casos e que além disso seja preciso na sua cobertura. A
cobertura minimizará a ocorrência de problemas matemáticos que nunca
sejam classificados. Se algum conjunto de dados não for coberto, o sistema
pode não ser capaz de acompanhar o aprendizado que ocorre na resolução
desse problema. Por outro lado tem-se a exatidão (casos cobertos
corretamente sob o número de casos cobertos), esta minimizará os problemas
relativos a predições incorretas, que dependendo da classe pode ter um alto
custo (por exemplo, água com estado de qualidade péssimo (1) avaliada como
ótima (5)). Como em alguns casos é interessante utilizar uma única medida
para avaliar o algoritmo, e visto que cobertura e precisão cobrem diferentes
aspectos de um algoritmo, medidas alternativas foram criadas, tal como F-
Measure, que combina em sua fórmula precisão e cobertura. Assim, além de
verificar as porcentagens corretas, valor de kappa, deve-se prestar atenção aos
FP(falsos positivos), Cobertura(Recall), Precisão (precision), Matriz de
Confusão (erros e acertos de cada classe), principalmente erros nas classes
1(péssimo), 2 (Ruim) e 3 (Regular) . Erros de classificação nestas três classes
podem significar riscos para a população e investimentos desnecessários na
recuperação de determinado trecho da bacia hidrográfica.
8. Entende-se que as técnicas avaliadas consistem em uma complementação de
outras ferramentas em uso operacional como o sistema CONAMA. A
avaliação automatizada pode subsidiar um diagnóstico periódico de
monitoramento, indicando o nível de um eventual desvio da qualidade de
água pré-estabelecida pelas classes estáticas da CONAMA, melhorando o
processo de tomada de decisão.
107
9. As técnicas de mineração de dados (etapa do processo de KDD) podem
auxiliar na descoberta automática ou semi-automática de conhecimento pois
permitem a previsão de valores de atributos com maior probalidade de acerto.
São previsões seguras, baseadas em informações reais disponíveis nas bases
de dados ambientais.
10. Em um sistema operacionalizado acoplado a uma base de conhecimento, as
regras geradas podem ser aperfeiçoadas, dependendo da alimentação de
novos registros classificados por especialistas do domínio. Da mesma forma
permitiria a classificação periódica de toda a base de dados, através de uma
análise automatizada, classificando toda a bacia em níveis de qualidade
propostos neste trabalho.
11. A desvantagem frente aos índices IQA (Índice de Qualidade da Água) é que
nesta técnica as regras mudam em função do conjunto de treinamento, há
produção de regras a cada conjunto de treinamento da base submetido a
mineração.
12. Constatam-se que os algoritmos não somente geram as regras, mas incluem, a
partir das saídas geradas pelas técnicas de validação, uma avaliação da
confiabilidade do conhecimento gerado, indicando desta forma a necessidade
específica de aprimorar os conhecimentos sobre a qualidade de água no
contexto de um determinado uso e sugerir o consenso dos especialistas neste
processo.
13. Entende-se que a aplicação das técnicas possui, sobretudo, utilidade na
avaliação constante de grandes conjuntos de dados dinâmicos. Permitem uma
visão sinóptica em áreas abrangentes, ex. bacia hidrográficas inteiras, tarefa
complexa e dispendiosa se realizada por avaliação interativa por um
técnico/especialista.
108
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