com o Roberto Santos, o Ronaldo Lucas Ribeiro,
um assistente de direção, e um assistente de
câmera e fomos para o Rio. Tinha um
apartamento alí na Cruz Vermelha, do Salvyano
Cavalcanti de Paiva e nós ficamos lá. Bom, dois
problemas: Tem um cara aí que vai dar cem mil,
então vamos fazer a lista do material que a gente
precisa. Enquanto isso o pessoal se reunia ali na
ABI, fazendo relação de atores, das pessoas
envolvidas. Era bastante trabalho. Eu fiz os
cálculos do negativo que precisava, do positivo
para o copião, 6000 metros, do negativo de som
etc. Tudo que eu podia fazer eu fiz e coloquei
numa relação. Fui conversar com Mesieur
Duverger. É Mesieur Duverger, eu estou
envolvido aqui com um filme, mas não tem
dinheiro para o laboratório, compreendeu? Você
está na equipe do filme? Estou. O que você vai
fazer? Bem, eu vou fazer a fotografia e a câmera.
É? Está bom; pode trazer o material que a gente
ajeita aqui. Então, para não ficar muito pesado, a
gente entrou com o positivo e foi fazendo. Mas
antes, tinha um outro problema. O material da
lista, que ficou até mais barato porque foi
comprado direto sem passar pela Kodak do Brasil,
acabou com os cem mil cruzeiros e a produção
voltou a não ter dinheiro nenhum. Precisavam de
ir a São Paulo e não podiam, porque a passagem
era muito cara. Outro problema: câmera. Chegava
um e dizia: Não tem problema, minha câmera está
a disposição de vocês. Chegava lá não tinha
câmera, ou estava toda incompleta. Até que
chegamos no Humberto Mauro, lá no Instituto
Nacional do Cinema Educativo. Eu olhei as
câmeras e disse: Bom, a gente pode levar aquela
Super Parvo. Não é câmera para exterior, mas
não tendo outra eu dou um jeito. E ele disse:
Não, essa não sai daqui não porque está
novinha. Leva essa aqui. Ai ele abriu um armário.
As portas rangiam, parecia filme de mistério. Lá
no meio da poeira e de teias de aranha, estava
uma câmera. Está aí. Tem essa Debrie. Não é
nem Parvo L, nem Parvo M era anterior, Parvo K.
Ela tinha sido usada numa filmagem com o Ugo
Lombardi, Hospede de uma Noite com D´Andréa
Neto. O filme todo era na praia. Você já viu, não
é? Uma filmagem sem assistente, na praia, onde
o diretor e o fotografo eram a mesma pessoa.
Resultado: a média era de um, dois milímetros de
ferrugem em cima da câmera toda. Aí, tinha uma