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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA
SOLTEIRA
AVALIAÇÃO FENOLÓGICA DE DEZ VARIEDADES DE
CAQUIZEIRO Diospyros kaki L. E PROPAGAÇÃO POR
ESTAQUIA EM REGIÕES TROPICAIS.
Patrícia Lydia Gin Razzouk
ILHA SOLTEIRA
Estado de São Paulo – Brasil
Fevereiro - 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA
SOLTEIRA
AVALIAÇÃO FENOLÓGICA DE DEZ VARIEDADES DE
CAQUIZEIRO Diospyros kaki L. E PROPAGAÇÃO POR
ESTAQUIA EM REGIÕES TROPICAIS.
Eng
a
Agrônoma Patrícia Lydia Gin Razzouk
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Aparecida Conceição Boliani
Dissertação apresentada à Faculdade de
Engenharia- UNESP- Campus de Ilha
Solteira para a obtenção do título de
MESTRE EM AGRONOMIA – Área de
Concentração em Sistemas de Produção.
ILHA SOLTEIRA
Estado de São Paulo – Brasil
Fevereiro - 2007
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4
DEDICO
A meus pais Richard e Laura
por terem a essa essência de pessoas formadas de simplicidade,
pelo amor incondicional,
incentivo constante,
confiança em mim,
apoio nas horas difíceis
e por suportarem a distância que nos separou por dois anos,
clamando a Deus em silêncio por mim e pela minha felicidade.
5
AGRADEÇO
à Deus por iluminar meus caminhos,
meus pensamentos e por estar sempre em minha vida,
guiando meus passos.
6
OFEREÇO
Á minha querida irmã Luciana,
companheira,
amiga fiel e conselheira.
7
AGRADECIMENTOS
A Prof
a
. Dr
a
. Aparecida Conceição Boliani, pela orientação, amizade,
sugestões, incentivo durante o curso e na realização deste trabalho.
A Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista, Campus de
Ilha Solteira, pela oportunidade oferecida para a realização deste curso.
Aos Professores da Engenharia da Universidade Estadual Paulista, Campus de
Ilha Solteira, pela excelente qualidade das aulas e pelas oportunidades de
crescimento profissional.
Ao Conselho Nacional de Pesquisa pela bolsa de um ano e oportunidade de
realização deste trabalho.
A Prof
a
.Dr
a
. Alecsandra de Almeida pela amizade, carinho, profissionalismo,
incentivo constante, incansável ajuda, pelo amor que tem pela Agronomia e em
especial pela Fruticultura, me inspirando a ingressar na Pós-graduação.
Ao Prof. Dr. Luiz de Souza Correa pela oportunidade da realização do estágio
docência em sua disciplina, Fruticultura Especial, pelas sugestões, incentivo e pela
amizade.
Aos colegas de curso de mestrado Edicléia Aparecida da Silva, Alexsander
Seleguini e Débora Cristiane Nogueira pela convivência harmoniosa, grupos de
estudos e apoio nas disciplinas.
8
Aos funcionários da Faculdade de Engenharia da UNESP, Campus de Ilha
Solteira, Senhores Delcir Sambugari e Oswaldo Teixeira pela disponibilidade e
auxilio durante a condução do experimento.
Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação pela atenção e dedicação.
Ao funcionário da Biblioteca João Josué Barbosa, pela atenção e auxílio com
as regras da ABNT.
A minha família, meus avós George Razzouk e Hugette Lydia Zirlis (in
memorian), Mario Gin e Maria Biasi Gin, tios e tias, primos e primas pelo
constante incentivo, carinho e por acreditarem em mim.
A minha família em Ilha Solteira, meus amigos, afinal, amigos são a família
que Deus nos permitiu escolher: Cristiane, Júlio e Juju; Roberta (Jú) e família (Tia
Yoshico e Seu Milton); Luciane (Lú), Gisele (Toko), Elaine (Creuza), Ana Letícia,
Simone, Talita, Marcelo (Outdoor) e David (Quebradin), pela amizade, carinho,
pelos momentos de descontração, pelo apoio nas horas difíceis, por compartilharem
comigo alegrias e tristezas, me ajudando a suportar a distância e a saudade de casa.
Aos meus amigos da Faculdade (Unitau) Thiago, Fabrícia e Fábio, pelo apoio
constante, carinho, pelos emails cheios de saudade, e por torcerem muito por mim
sempre!
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho, muito obrigada!
9
VIDA
A vida são deveres que nós trouxemos pra fazer em casa.
Quando se vê já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada inútil das horas...
Dessa forma eu digo:
não deixe de fazer algo que gosta
devido à falta de tempo.
A única falta que terá, será desse tempo
que infelizmente... não voltará mais.
Mario Quintana
10
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo avaliar os estádios fisiológicos de 10 variedades de
caquizeiro em condições de clima tropical, devido à escassez de estudos em regiões quentes;
verificar a capacidade de enraizamento de estacas lenhosas e herbáceas de caquizeiro bem como
determinar a concentração mais adequada de indolbutírico (AIB) e a melhor época de propagação
devido à falta de resultados relevantes sobre a produção de mudas de caquizeiro. Os ensaios
foram conduzidos na área experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da
Universidade Estadual Paulista - Campus de Ilha Solteira, localizada no município de
Selvíria/MS. As variedades utilizadas para a avaliação fenológica, com início em Julho/2005 e
término em Fevereiro/2006, foram: Pomelo, Rubi, Fuyuhana, Rama Forte, Taubaté, Giombo,
Toote, Suruga, Fuyu e Jiro. O delineamento estatístico experimental utilizado foi o de blocos
casualizados, com tratamentos (dez variedades-copa), sendo quatro blocos e duas plantas por
parcela, totalizando 80 plantas. Avaliou-se após a poda a fenologia das plantas determinando-se
através de avaliações semanais os estádios: gema dormente, gema inchada, brotação,
florescimento, frutificação, queda natural dos frutos e colheita; massa média, comprimento e
diâmetro dos frutos, número de frutos por planta e produção. Para o segundo experimento foram
coletadas estacas em novembro (15/11/2005) e janeiro (10/01/2006) de brotações oriundas do
porta-enxerto da variedade Rama Forte e tratadas com AIB (testemunha/sem aplicação de AIB),
11
1500 e 2500 mg.l
-1
por cinco minutos. As estacas com cerca de 20 cm de comprimento que
apresentavam um par de folhas cortadas na extremidade foram plantadas em jardineiras pretas de
polietileno (42 x 14 x 14 cm) com vermiculita média sob nebulização intermitente e telado com
50% de sombreamento (Sombrite
(R)
), num delineamento inteiramente casualizado, com duas
épocas, dois tipos de estacas e três concentrações de AIB, totalizando 480 estacas. As
características avaliadas 80 dias após o estaqueamento foram: porcentagem de enraizamento de
estacas, comprimento e número de raízes, número de brotos. Os resultados obtidos permitiram
concluir que: a) as variedades Fuyu e Jiro apresentaram o maior número de gemas por ramo (10)
b) A variedade Pomelo e Giombo foram as mais precoces, atingindo todos os estádios
fenológicos antes das demais variedades c) A variedade Jiro produziu frutos com maiores massas
d) Os maiores frutos em diâmetro e comprimento foram produzidos pela variedade Fuyuhana e os
menores pela variedade Giombo e) A variedade Pomelo apresentou o maior número de frutos por
planta e as variedades Taubaté, Suruga e Toote não produziram frutos (g) A variedade Pomelo
apresentou a maior produtividade e Rama Forte a menor. Para o experimento com estacas os
resultados obtidos permitiram concluir que: a) O enraizamento de estacas de caquizeiro é afetado
pela época de coleta das estacas e a melhor época para a propagação das estacas é a primavera. b)
O melhor tipo de estacas para a propagação do caquizeiro são as lenhosasc) O AIB é eficiente
para estimular o enraizamento de estacas lenhosas coletadas na primavera. na dose de 2500 mg.L
-
1
.
12
ABSTRACT
The present work had as objective to evaluate physiological stadiums of 10 varieties of Japanese
persimmom in conditions of tropical climate, due to scarcity of studies in hot regions; to verify
the capacity of rooting of hardwood and herbaceous props of Japanese persimmon as well as
determining the concentration most adequate of indolbutiric acid (IBA) and the best time of
propagation due to lack of excellent results on the production of Japanese persimmom changes.
The assays had been lead in the experimental area of the Farm of Education, Research and
Extension of the UNESP - Campus of Ilha Solteira, located in the city of Selvíria/MS. The
varieties used for the fenology evaluation had been, with beginning in July/2005 and ending in
February/2006 : Pomelo, Rubi, Fuyuhana, Rama Forte, Taubaté, Giombo, Toote, Suruga, Fuyu
and Jiro. For this assay the used experimental statistical delineation was of blocks, with
treatments (ten variety-pantry), being four blocks and two plants for parcel, totalizing 80 plants.
The pruning was evaluated after the fenology of the plants determining itself through weekly
evaluations the stadiums: bud, bud swelled, allonge of the branches, bloom, fruition and harvest;
the production of the fruits, determined for average mass, length and diameter of the fruits, the
number of fruitsn and production. For the second experiment with props, hardwood and
herbaceous props had been collected in November (15/11/2005) and January (10/01/2006) of
deriving shoots of the rootstocks of the variety Rama Forte and treated with AIB (witness/without
IBA application), 1500 and 2500 mg.l
-1
for five minutes. The props with about 20 cm of length
that presented a pair of leves cut in the extremity had been planted in black polyethylene
13
gardenings (42 x 14 x 14 cm) with average vermiculita under intermittent with 50% of shade
(Sombrite ®), the experimental delineation was entirely, with 240 props in house assay. The
evaluated characteristics 80 days the grillage had after been: percentage of taken root props,
length and number of roots, number of sprouts. The gotten results had allowed to conclude that:
a) the varieties Fuyu and Jiro had presented the biggest egg yolk number for branch (10) b) the
Pomelo variety and Giombo had been precocious, reaching all the fenologics stadiums before too
much varieties c) the variety Jiro produced fruits with bigger masses d) the biggest fruits in
diameter and length had been produced by the Fuyuhana variety and the minors for the variety
Giombo e) the Pomelo variety presented the biggest number of fruits for plant and the varieties
Taubaté, Suruga and Toote had not produced fruits (g) the Pomelo variety presented the biggest
productivity and Rama Forte the minor.
For the experiment with props the gotten results had
allowed to conclude that: a) The rooting of Japanese persimmon props is affected by the time of
collection of the props and the best time for the propagation of the props is the spring. b)
Optimum type of props for the propagation of the Japanese persimmom the IBA is hardwood c)
is efficient to stimulate the rootinh of collected haedwood props in the spring in the dose of 2500
mg. L-1.
14
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Temperaturas médias, máximas e mínimas, precipitação pluvial e radiação durante o
período de condução do experimento (ciclo 2005/2006), Selviria – MS............45
FIGURA 2 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Pomelo em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................47
FIGURA 3 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Rubi em região
de clima tropical, Selviria-MS, 2006.....................................................................48
FIGURA 4 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Fuyuhana em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................49
FIGURA 5 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Rama Forte em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................50
FIGURA 6 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Taubaté em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................51
FIGURA 7 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Giombo em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................52
FIGURA 8 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Suruga em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................53
FIGURA 9 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Toote em região
de clima tropical, Selviria-MS, 2006......................................................................54
FIGURA 10 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Fuyu em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006...........................................................55
15
FIGURA 11 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Giro em região
de clima tropical, Selviria-MS, 2006......................................................................56
FIGURA 12 - Número de gemas por ramo do caquizeiro após a poda das 10 variedades de
caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-
Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selviria – MS, 2006................60
FIGURA 13 - Número médio de dias necessários para realização dos estádios fenológicos da
poda à gema dormente (GD) e à gema inchada (GI) em 10 variedades de
caquizeiro de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-
Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS,
2006........................................................................................................................61
FIGURA 14 - Estádios fenológicos: gema dormente (A) e gema inchada (B), respectivamente,
após a poda nas 10 variedades de caquizeiro em Selvíria-MS, 2006.....................62
FIGURA 15 - Número médio de dias necessários para realização dos estádios fenológicos da
poda à ponta verde (PV) e a brotação (BR) em 10 variedades de caquizeiro, sendo:
1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-
Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006......................................................63
FIGURA 16 - Estádios fenológicos: ponta verde (A) e brotação (B), respectivamente, após a poda
nas 10 variedades de caquizeiro em Selvíria-MS, 2006.........................................64
FIGURA 17 - Número médio de dias necessários para realização dos estádios fenológicos da
poda ao florescimento (FL) em 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-
Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-
Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-
MS,2006......................................................................65
FIGURA 18- Estádio fenológico florescimento de caquizeiro em Selvíria-MS, 2006..................66
16
FIGURA 19 - Número médio de dias necessários para realização dos estádios fenológicos da
poda à frutificação (FR) e à colheita (CO) em 10 variedades de caquizeiro, sendo:
1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-
Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006......................................................67
FIGURA 20- Estádio fenológico frutificação após a poda nas 10 variedades de caquizeiro em
Selvíria-MS, 2006...................................................................................................70
FIGURA 21 – Número de dias após o florescimento do pico de queda natural dos frutos de 10
variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-
Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS,
2006........................................................................................................................71
FIGURA 22- Massa média dos frutos de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi,
3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e
10-Jiro em Selvíria-MS,
2006.................................................................................72
FIGURA 23 - Comprimento dos frutos medido em dezembro/2005 e fevereiro/2006 de 10
variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-
Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS,
2006........................................................................................................................73
FIGURA 24 - Diâmetro dos frutos medido em dezembro/2005 e fevereiro/2006 de 10 variedades
de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-
Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006...................74
FIGURA 25 - Número médio de frutos por planta de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-
Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-
Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006......................................................75
17
FIGURA 26 - Produção por planta de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-
Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-
Jiro em Selvíria-MS, 2006......................................................................................76
FIGURA 27- Produção por hectare de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-
Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-
Jiro em Selvíria-MS, 2006.....................................................................................77
FIGURA 28 - Porcentagem de enraizamento de estacas lenhosas de caquizeiro cv. Rama Forte,
sob diferentes doses de AIB, Selvíria-MS, 2006....................................................83
18
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 - Porcentagem de enraizamento (PE), comprimento de raiz (CR), número de raízes
(NR), e número de brotos (NB) de estacas lenhosas e herbáceas de caquizeiro cv.
Rama Forte, tratadas com AIB e coletadas em na primavera, Selvíria-MS,
2006......................................................................................................................82
TABELA 02 - Porcentagem de enraizamento (PE), porcentagem de sobrevivência (PS)
comprimento de raiz (CR), número de raízes (NR), e número de brotos (NB) de
estacas lenhosas e herbáceas de caquizeiro cv. Rama Forte, tratadas com AIB e
coletadas no verão, Selvíria-MS, 2006.................................................................84
19
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................................20
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................................22
2.1 Histórico da cultura e importância econômica da cultura no mundo...................................22
2.2 Classificação botânica e descrição da planta........................................................................26
2.3 Variedades de caquizeiro......................................................................................................28
2.3.1 Grupo Sibugaki..................................................................................................................29
2.3.2 Grupo Amagaki.................................................................................................................30
2.3.3 Grupo Variável..................................................................................................................31
2.4 Condições climáticas para a cultura do caquizeiro e uso de regulador vegetal.............................32
2.5. Fenologia..........................................................................................................................................34
2.6 Propagação assexuada......................................................................................................................37
3 CAPITULO 01
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTADIOS FENOLÓGICOS DE DEZ VARIEDADES
DE CAQUIZEIRO EM CLIMA TROPICAL................................................................................42
3.1.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................42
3.1.2 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................43
3.1.2.1 Caracterização edafoclimática da área experimental......................................................43
3.1.2.2 Variedades......................................................................................................................46
3.1.2.3 Características das plantas..............................................................................................46
3.1.2.4 Delineamento experimental............................................................................................57
3.1.2.5 Implantação e condução do experimento.......................................................................57
3.1.2.6 Tratos culturais...............................................................................................................57
3.1.2.7 Avaliações Fenológicas..................................................................................................58
3.1.2.8 Produção e característica dos frutos...............................................................................59
3.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................60
3.1.3.1 Avaliações Fenológicas..................................................................................................60
3.1.3.1.1 Número de gemas por ramo.........................................................................................60
20
3.1.3.1.2 Períodos: da poda à gema dormente (GD) e da poda à gema inchada (GI).................60
3.1.3.1.3 Períodos: da poda à ponta verde (PV) e da poda a brotação (BR)..............................62
3.1.3.1.4 Período: da poda ao florescimento (FL)......................................................................64
3.1.3.1.5 Períodos: da poda a frutificação (FR) e da poda à colheita (CO)................................67
3.1.3.1.6 Período: do florescimento à queda natural dos frutos.................................................70
3.1.3.2 Característica dos frutos.................................................................................................72
3.1.3.2.1. Massa, Comprimento e Diâmetro dos frutos..............................................................72
3.1.3.3 Produção.........................................................................................................................75
3.1.3.3.1 Número médio de frutos por planta e produção..........................................................75
3.1.4 CONCLUSÕES.................................................................................................................78
4 CAPITULO 02
4.1 EFEITOS DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO E ÉPOCAS DE PROPAGAÇÃO NO
ENRAIZAMENTO DE ESTACAS LENHOSAS E HERBÁCEAS DE
CAQUIZEIRO................................................................................................................................79
4.1.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................79
4.1.2 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................80
4.1.2.1 Caracterização edafoclimática da área experimental......................................................80
4.1.2.2 Delineamento experimental............................................................................................81
4.1.2.3 Implantação e condução do experimento.......................................................................81
4.1.2.4 Caracteres avaliados.......................................................................................................81
4.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................................82
4.1.5 CONCLUSÕES.................................................................................................................88
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................89
21
1 INTRODUÇÃO
O caqui, embora tradicionalmente cultivado nas regiões de clima ameno do Estado de São
Paulo (Mogi das Cruzes, Taubaté, Louveira, São Miguel Arcanjo), tem também se comportado
muito bem em regiões de clima quente. Plantas cultivadas em pomares caseiros revelam
claramente a possibilidade de cultivo em todo o Estado de São Paulo. O cultivo no Noroeste do
Estado de São Paulo, distante dos grandes centros produtores, traz como vantagem a redução nas
perdas pós-colheita, visto que o caqui é um fruto muito perecível, além da oferta do fruto na
entressafra.
Apesar da evidência da possibilidade de cultivo do caquizeiro em condição de climas
tropical e subtropical existe carência de estudos sobre seu desenvolvimento nestas condições
visando à adoção de técnicas de manejo que resulte em produtividade e qualidade da fruta.
Informações referentes ao comportamento do caquizeiro em regiões quentes são escassas,
dessa forma, o presente trabalho poderá contribuir com essas informações e, possivelmente,
eleger essa frutífera, como mais uma alternativa para a exploração na região Noroeste do Estado
de São Paulo. Para tanto é fundamental o conhecimento dos estádios fenológicos de uma planta e
as necessidades dos diferentes órgãos, a fim de modificar práticas de manejo e programá-las com
o objetivo de melhorar a produção e produzir no período de entressafra.
Porém a produção de mudas de caquizeiro ainda é um fator limitante a expansão da cultura,
visto que os porta-enxertos são obtidos de sementes, fato que induz a uma grande variabilidade
22
das plantas produzidas e são submetidas à enxertia que onera o custo de produção da muda e
prolonga a fase de viveiro, bem como prolonga o período de entrada na fase de maturidade
produtiva da planta.
A obtenção de mudas de boa qualidade para a implantação de pomares constitui-se em sério
problema para os fruticultores que pretendem cultivar o caquizeiro (BIASI et al., 1999). Sua
propagação comercial é realizada por enxertia do tipo garfagem ou borbulhia, utilizando-se porta-
enxertos provenientes de sementes (BASTOS et al., 2005).
A obtenção de porta-enxertos a partir de sementes causa grande desuniformidade quanto ao
porte e vigor das plantas, além de a enxertia ser um processo demorado, oneroso e com baixas
taxas de pegamento (BIASI et al., 2002; COOPER E COHEN, 1984; FUKUI et al., 1992;
RUBBO, 1989; TAO E SUGIURA, 1992).
Além disso, há uma grande variabilidade genética dos porta-enxertos devido à segregação
envolvida no processo de multiplicação via semente (PASQUAL et al., 2001; HARTMANN et
al., 2002), assim a estaquia torna-se um importante aliado na produção de mudas.
Em função disso o presente trabalho tem como objetivos avaliar os estádios fisiológicos de
10 variedades de caqui, cultivados em condição de clima tropical, verificar a capacidade de
enraizamento de estacas lenhosas e herbáceas de caquizeiro bem como determinar a concentração
mais adequada de indolbutírico (AIB) e a melhor época de propagação.
23
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Histórico da cultura e Importância econômica da cultura no mundo
O caquizeiro (Diospyros kaki) pertence à família Ebenáceas, é originário da Ásia,
principalmente na China e no Japão. O centro de origem são as montanhas centrais da China,
onde é cultivado há milhares de anos, daí se espalhou, estando presente em quase todas as regiões
de clima temperado e subtropical do mundo (SIMÃO, 1998). Sua introdução como árvore
frutífera nos países ocidentais com condições climáticas e edáficas semelhantes ocorreu no século
XIX, inicialmente, nos Estados Unidos, seguindo para França, Espanha e Itália (ANDERSEN E
PINHEIRO, 1974).
A produção mundial de caqui, em 2004 foi de 2,5 milhões de toneladas, segundo a Food
Agricultural Organization (FAO, 2005). A China é o maior produtor, com 1,7 milhão de
toneladas, seguida de Japão com 270 mil toneladas e Coréia do Sul com 250 mil toneladas,
enquanto o Brasil, com 158 mil toneladas, ocupa o quarto lugar no ranking mundial.
Segundo Yonemori (1997) o caquizeiro é a quarta frutífera mais produzida no Japão,
perdendo apenas para citrus, maçã e uva. Em 1994 a produção foi de 302.200 toneladas,
correspondendo a 7% do total de frutas produzida. As principais variedades não adstringentes são
Fuyu, Matsumotowase Fuyu, Jiro e Maekawa Jiro e as adstringentes são a Hiratanenashi,
Tonewase e Hachiya.
24
Itamura et al. (2005) relatam que a área cultivada com caqui no Japão em 2001 foi estimada
em 25.700 hectares, as variedades não adstringentes mais produzidas são a Fuyu,
Matsumotowase- Fuyu, Nishimurawase, Jiro, e Wasekei Jiro, as adstringentes incluem o
Hiratanenashi, Tonewase, Hachiya, Ichidagaki, e Saijo. A variedade Fuyu sempre foi a mais
produzida no país, em 1934 a área produzida era de 17% do total, em 1986 cresceu para 38% e
em 2001 uma queda, passando para 27,4%.
Segundo Ryuago (1988), no Japão, a variedade Fuyu, de maturação tardia (março), é
vigorosa e produtiva, apresenta frutos grandes e globosos, vemelho-alaranjados, com sabor doce
e suave. Ela também é cultivada no Hawai, vigorosa e de rápido crescimento, com produção de
flores exclusivamente femininas, frutos grandes e não adstringentes (CHIA et al., 1989).
Sato et al. (2003) relatam que as variedades
Fuyu, Hiratanenashi, e Jiro ocupam dois teos
da área produzida de caqui no Japão. As variedades Fuyu e Jiro são do tipo não adstringente de
polinização constante (PCNA), de maturação tardia (outubro) produzem frutos grandes e
suculentos com tendência a rachamento da casca. A Jiro, quando cultivada na Califórnia,
assemelha-se a Fuyu, apresenta frutos grandes, saborosos e de excelente qualidade, com
amadurecimento tardio de outubro a novembro (RYUAGO, 1988).
O caquizeiro foi introduzido na Califórnia por volta de 1800, adaptou-se melhor nas regiões
que tem inverno moderado e verão ameno, podendo tolerar temperaturas de 0
o
C quando
dormente. A planta apresenta crescimento rápido e a variedade não-adstringente mais produzida
na Califórnia é a Fuyu (RYUAGO, 1988).
No Brasil, o caquizeiro entrou pela primeira vez em São Paulo, por volta de 1890, mas a
expansão da cultura só ocorreu a partir de 1920, com a chegada de fruticultores japoneses (SATO
E ASSUMPÇÃO, 2002). Segundo o IBGE (2004) que destaca os Estados do Rio Grande do Sul
(27.139 t em 1.965 ha), Paraná (22.938 t em 1.769 ha), Rio de Janeiro (18.090 t em 613 ha),
Minas Gerais (4.441 t em 457 ha), Santa Catarina (2.771 t em 245 ha) e Espírito Santo (39 t em 3
ha) como grandes produtores nacionais.
O caquizeiro adaptou-se perfeitamente às nossas condições climáticas, por ser uma planta
rústica, vigorosa e produtiva, que apresenta menos problemas de produção que as outras
frutíferas, como pragas e doenças, sobretudo as de clima temperado (MARTINS E PEREIRA,
1989). A produção nacional de caqui atinge valores consideráveis de 162.288 toneladas,
25
ocupando uma área de cerca de 8.134 hectares (ROCHA E BENATO, 2006). Ela está presente no
Sul, Sudeste e em algumas partes do Brasil Central.
O Estado de São Paulo é o maior produtor do País e o volume vem crescendo
substancialmente nos últimos anos, atendendo tanto o mercado interno como a exportação, em
plena expansão, onde mais da metade dessa produção é proveniente dos grandes pomares
existentes especialmente nas regiões de Vale do Paraíba, Campinas, Sorocaba e Grande São
Paulo (município de Mogi das Cruzes), destinando-se, principalmente, ao mercado interno. O
Estado responde por aproximadamente 58% da produção nacional, atingindo em torno de 89,8
mil t em 4,1 mil ha cultivados (TODA FRUTA, 2006).
A cultura do caquizeiro é de fácil manejo, todavia demanda grande emprego de mão-de-
obra nos tratos culturais para evitar o ataque de pragas e doenças nos frutos, que são ensacados
individualmente, prática comum na variedade Fuyu (CAMARGO FILHO et al., 2003) e na
colheita, por ser seletiva. Somente os frutos bem maduros são tirados dos pés. Deve-se também
ressaltar que a cultura do caquizeiro constitui-se em uma excelente opção para a regionalização
da propriedade frutícola, visto que a maior demanda de mão de obra e de outros recursos ocorre
na época da colheita, que se estende de fevereiro a junho, período que normalmente há
disponibilidade de mão de obra, máquinas, galpões e equipamentos. A época da colheita é
influenciada pela variedade e pelas condições climáticas, sendo precoce em regiões quentes e
tardias em regiões mais frias, e geralmente começa em fevereiro e termina em agosto (TODA
FRUTA, 2006).
A cultura do caqui vem ganhando importância no Brasil, tanto pela área plantada quanto
pela diversificação de regiões de plantio, o que tem aumentado as quantidades ofertadas do
produto graças à organização de produtores que, associados buscam competitividade no mercado
interno, com vistas à exportação (IBRAF, 2006).
É considerada muito promissora pelos exportadores de frutas, já que o período de safra do
caqui paulista (fevereiro a maio) tem a vantagem de atender a um período de carência do produto
no mercado internacional, embora seja ainda incipiente (ROCHA E BENATO, 2006).
A produção de caqui se destina, na sua quase totalidade, ao consumo como fruta fresca, no
mercado interno, para onde é enviada em diversos tipos de embalagem. Em uma área de um
hectare com espaçamento 6 x 4 m, com produção média de 110 kg por planta, em um ano, o
produtor obtém uma receita de R$ 22.500 (CEAGESP, 2006).
26
No Estado de São Paulo, as cotações do produto, no caso das variedades dos tipos taninoso
e variável, oscilam durante a safra; de modo geral, em fevereiro e começo de março, os preços
são elevados, caindo bruscamente a partir da terceira semana de março, com a entrada de grandes
quantidades no mercado, para depois reagir no fim da safra, em maio. No caso das variedades do
tipo doce, a cotação permanece estável durante todo o período de safra (TODA FRUTA, 2006).
No entreposto comercial da CEAGESP, são comercializadas principalmente as variedades
Taubaté, Rama Forte e Giombo (também conhecidas como Chocolate), em geral no período de
janeiro a maio, e Fuyu e Rama Forte, de fevereiro a junho. No período de novembro a dezembro,
encontra-se no mercado alguma produção do caqui Chocolate. Normalmente, são embaladas em
caixas de papelão com 8-10 unidades para a venda ao consumidor. Nos entrepostos atacadistas,
existem embalagens de caixa de 4,5 kg, 8kg e 26kg, com predominância para as menores
(ROCHA E BENATO, 2006).
A produção e o consumo nacional de caquis (Diospyrus kaki, L.) vem aumentando.
Entretanto, o período de oferta é relativamente curto, de abril a junho, dependendo da cultivar e
região de produção. Como conseqüência desta sazonalidade, há uma marcante variação de
preços, tanto para o produtor quanto para o consumidor. Após uma significativa queda nos
valores de comercialização desta fruta no segundo trimestre do ano, a partir do mês de julho os
preços aumentam, atingindo em alguns casos, incrementos de até 300%. Entretanto, um dos
pontos de estrangulamento da cadeia produtiva está na dificuldade para manter a qualidade das
frutas até esta época (BRACKMANN et al., 1997).
A região produtora de Mogi das Cruzes vem explorando de forma crescente as variedades
Rama Forte e Giombo. Estas variedades são do tipo taninoso, que apresentam, porém, vantagens
de alta produtividade e alto teor de açúcar quando maduras. Grande parte da produção local é
vendida nos mercados atacadistas ou enviada para o Nordeste do país. A região de São Miguel
Arcanjo planta principalmente a variedade Fuyu, do tipo doce, que é preferida pelos
consumidores de outros países (TODA FRUTA, 2006).
Rocha e Benato (2006) relataram as principais características dos 22 produtores da região
do Alto Tietê, onde há a maior concentração de área e produção de caqui do Estado de São Paulo, e os
dividiram em três grupos: produtores especializados apenas no mercado interno (54%), produtores que
comercializam seu produto tanto no mercado interno como no mercado externo (37%) e produtores que têm
toda sua produção voltada para a exportação (9%). Observaram que todos demonstraram interesse em se
27
estruturar para acompanhar as tendências do mercado, principalmente os exportadores, esforçaram-se
para se adequar às regras, como no uso de embalagens diferenciadas para o mercado nacional e o
internacional. Nenhuma propriedade paulista adotava o sistema de Produção Integrada efetivamente, ou
seja, 100% das propriedades utilizaram o cultivo convencional, sendo que em 81% delas havia
um Agrônomo ou Técnico responsável pelo pomar.
O mercado externo ainda não está consolidado para esses produtores, segundo Rocha e Benato
(2006), problemas como frete aéreo e burocracia para embarque são entraves, assim como a falta de um
programa de capacitação para atender à exportação. Nossos principais concorrentes nas exportações são
Israel, Nova Zelândia, China, África do Sul e Chile. O mercado mundial abre uma janela de comercialização
no período que vai de Janeiro a Junho, onde o Brasil se torna competitivo, enviando as frutas principalmente
para a União Européia, e num futuro próximo também para o Canadá.
O caqui é uma das frutas contempladas no Projeto Produção Integrada de Frutas do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que visa estabelecer as normas PIF pós-colheita, estabelecimento
de uma relação de confiança com o consumidor tendo suas bases voltadas para o sistema
integrado de produção, sustentabilidade do processo, expansão da produção, emprego e renda
(REVISTA HORTIFRUTIBRASIL, 2006). Todavia um gargalo para a produção de caqui é a
falta de agrotóxicos registrados para a cultura o que compromete a prodão e comercialização,
prejudicando a competitividade do agronegócio brasileiro no exterior.
2.2 Classificação Botânica e Descrição da Planta
O caquizeiro pertence à família botânica Ebenaceae, gênero Diospyros e espécie Diospyros
kaki. Possui 200 espécies e cerca de 800 variedades, com fins madeireiros e paisagísticos
destacam-se o Diospyros lótus, usada em alguns países como porta-enxerto e o Diospyros
ebenum, produtora de madeira de fama mundial (ébano). As espécies que produzem frutos
comestíveis pertencem ao gênero Diospyros, que são cognominados de fruta dos deuses (dios =
Deus, pyros = alimento). Este gênero com a maioria das espécies de interesse econômico
apresenta a Diopyros kaki como a mais importante (RAGAZZINI, 1985).
Penteado (1986), descreve o caquizeiro como uma planta de crescimento lento, atingindo o
estágio adulto aos 7-8 anos, entretanto, com 3-4 anos já produz uma boa quantidade de frutos.
28
Martins e Pereira (1989) citam que a planta possui uma longevidade de várias dezenas de
anos, existem referências sobre a existência de plantas, no Japão com mais de 600 anos de idade,
podendo atingir até 15 metros de altura.
O tronco das plantas, quando cultivadas em pomares, é curto, tortuoso e a copa muito
ramificada e arredondada. Os ramos novos são angulosos e verde-amarelados. Com o tempo
tornando-se arredondados, de cor parda ou acinzentada e glabros com lentículas. As folhas são
caducas, dísticas com pecíolos curtos e dispostas alternadamente nos ramos. São variáveis,
quanto à forma o que permite distinguir as espécies e, às vezes, as variedades (MARTINS E
PEREIRA, 1989).
As flores de coloração branco-creme surgem junto à axila das folhas dos ramos novos, logo
após a brotação, que sucede o período de repouso hibernal. O caquizeiro pode apresentar três
tipos de flores: masculina, feminina e hermafrodita, podendo encontrar as três formas numa
mesma planta (MARTINS E PEREIRA, 1989).
Segundo Ragazzini (1985), as flores masculinas são facilmente identificadas, pois são
menores (em torno de 1,3 cm maioria de 0,8 a 1,8 cm de comprimento), estão dispostas em
cachos de três flores curto-pecioladas ou subsésseis no mesmo pedúnculo. Elas têm estames
normais, em número par de 14 a 24 na base da corola, com ovário atrofiado. Já as flores
femininas aparecem isoladas nas axilas das folhas; são maiores que as masculinas, com 1,5 a 2,5
cm de comprimento e 0,5 a 1 cm de largura. Há 8 a 16 estaminóides, quando 8 livres, 16 quando
unidos aos pares, inseridos na base do tubo da corola. Nelas, o cálice, a corola, e o ovário são
bastante desenvolvidos e os estames atrofiados. As flores hermafroditas, que são raras, surgem
quase sempre associadas às flores masculinas. Freqüentemente a flor central do conjunto é
hermafrodita, quando a outra for masculina, e as frutas que derivaram delas são muito pequenas e
não têm nenhum valor comercial.
O caquizeiro tem, predominantemente, as características de planta dióica, isto é, quando as
flores masculinas e femininas estão em plantas diferentes. Mas, pode haver plantas monóicas,
que, no mesmo pé, apresentam, separadas, as flores masculinas e femininas. Plantas com flores
hermafroditas (bissexuadas) são pouco comuns no caquizeiro. Suas características são
intermediárias entre as flores femininas e masculinas, mas elas ocorrem, geralmente, associados a
esta última. Os principais cultivares produzem, com raras exceções, somente flores femininas
(PARK et al., 2004).
29
No que diz respeito à frutificação, a maioria das variedades tem tendência para produção de
frutos partenocárpicos, ou seja, frutificam mesmo que não haja polinização, do que resulta a
formação de frutos sem sementes (MURAYAMA, 1973).
O fruto é uma baga, que traz consigo, na base, o cálice persistente e bastante desenvolvido.
Os frutos se apresentam sob diversas formas, ovóide, globoso, quadrático, achatado, tronco de
cone e outras formas que podem variar, segundo o cultivar (MURAYAMA, 1973). A cor da
casca, quando madura, varia de amarelo a vermelha e a polpa, que, geralmente, é amarelada, nas
variedades do grupo variável pode variar em função da presença ou não de sementes (MARTINS
E PEREIRA, 1989). O fruto verde possui coloração verde oliva, e é rico em tanino, que
proporciona a adstringência na fruta. Com a maturação, ocorre a polimerização destes taninos
devido à ação de acetaldeídeos, transformando-os em açúcar ou, então, são consumidos, durante a
respiração (RAGAZZINI, 1985).
O fruto quando verde é rico em tanino, já quando maduro não apresenta acidez, é rico em
amido, sais minerais e açúcares (glicose). Constitui-se numa fruta rica em elementos nutritivos e
muito saborosa, concentra boas quantidades de caroteno (vitamina A) e vitaminas do complexo B
e C, dois a três caquis médios suprem a necessidade diária de vitaminas A de uma pessoa adulta,
além de apresentar elevado teor de potássio, assemelha-se à banana. É indicado contra as
afecções do fígado, transtornos intestinais e enfermidades das vias respiratórias (TODA FRUTA,
2006), pesquisas evidenciam efeito benéfico no controle dos níveis de colesterol (GORINSTEIN
et al., 1999).
De aparência gelatinosa e fria, o fruto concentra boas quantidades de caroteno (vitamina A)
e vitaminas dos complexos B e C, a polpa do caqui é constituída basicamente de mucilagem e
pectina, responsáveis pela aparência característica da fruta. O seu teor de açúcar, que varia entre
14 e 18%, superando o da maioria das frutas de consumo popular, nas quais, em termos gerais,
não ultrapassam 12% (SATO E ASSUMPÇÃO, 2002).
2.3 Variedades de caquizeiro
As variedades de caquizeiro foram separadas de acordo com as características físico-
químicas e propriedades organolépticas, e reunidas em três grupos, com a finalidade de facilitar
os estudos, pois o número de variedades e híbridos é muito grande (SATO E ASSUMPÇÃO,
2002).
30
Ryuago (1988) descreve que os caquis cultivados na Califórnia são divididos em duas
categorias, adstringentes e não adstringentes, e dentro de cada categoria existem aqueles que são
e aqueles que não são influenciados pela polinização. Nas variedades adstringentes são as
sementes que influenciam na característica dos frutos, quando presentes os frutos são saborosos e
de aparência gelatinosa. Estas variedades são cultivadas nas regiões de clima ameno, enquanto as
cultivares não adstringentes necessitam de verões quentes para produzir.
No Brasil, são cultivados basicamente três grandes grupos de caqui, os Taninosos ou
Sibugaki, os Amagaki e os Variáveis.
Os três grupos estão descritos a seguir:
2.3.1 Grupo Sibugaki
Os Sibugaki ou Taninosos são de coloração quase vermelha necessitam de tratamento
especial após a colheita para se tornarem comestíveis, pois deixam na boca uma sensação
adstringente ruim em virtude do excesso de tanino que possuem em sua composição
(CAMARGO FILHO, 2003).
Neste grupo estão as variedades Taubaté, Pomelo e Rubi.
O caqui Taubaté é uma variedade muito cultivada no estado de São Paulo, com frutos
grandes (180 gramas), globosos e ligeiramente achatado, com polpa amarela clara (TODA
FRUTA, 2006). As plantas são muito vigorosas e produtivas, porém muito sujeitas ao
quebramento dos galhos quando sobrecarregados. É muito usado no processo industrial de caqui-
passa e sua colheita ocorre em meados de março a fins de abril, na região do Vale do Paraíba e
Mogi das Cruzes.
A variedade Pomelo (IAC 6-22) apresenta plantas vigorosas e bastante produtivas, com
necessidade de desbastes, a fim de se evitar a alternância de safras em condições de clima quente.
A florada é precoce e com produção de flores masculinas em grande quantidade, porém, não
polinizantes. Produz frutos grandes e globosos (160 gramas), polpa de coloração alaranjada,
ligeiramente avermelhada, com bom sabor e sementes em grande quantidade. A colheita também
é precoce, realizada em fevereiro, ou seja, uma alternativa para as regiões mais quentes, tais
como o Noroeste Paulista, substituindo a variedade Taubaté (TODA FRUTA, 2006).
Diferentemente da Taubaté, a variedade Rubi apresenta frutos de tamanho médio (140
gramas), globoso-achatados, com bom aspecto e excelente sabor, a polpa é vermelho-alaranjado,
31
pouco fibrosa e normalmente com sementes, de sabor agradável e com teor de sólidos solúveis
totais de 16
o
Brix (TODA FRUTA, 2006). Os frutos são de excelente qualidade, e destaca o
vigor da planta e a precocidade da maturação, por volta de fevereiro a março, como as principais
características da variedade (PENTEADO,1986).
2.3.2 Grupo Amagaki
Os Amagaki, doces ou não taninosos de polpa firme e mais amarelos quando maduros, que
podem ser consumidos sem nenhum tratamento (TODA FRUTA, 2006).
As variedades Fuyu, Jiro e Fuyuhana pertencem a este grupo
A variedade Fuyu do grupo de caquis não taninosos ou doces os quais são muito bem
aceitos pelo mercado, podendo ser consumidos ainda verdes ou após complementação da
maturação natural (PENTEADO, 1986).
Nessa última década, ocorreu acréscimo nas áreas cultivadas e na produção de caquis
(Dyospyros kaki L.), principalmente pela implantação de pomares com cultivares não-taninosos,
como o Fuyu, o que impulsionou a abertura de novos mercados. A excelente aceitabilidade dessa
variedade deve-se à sua boa aparência, ao tamanho médio a grande (180 gramas) e à polpa
amarelo-avermelhada, de textura firme, sabor adocicado e baixa acidez (MARTINS et al., 2004).
De porte médio, é exigente em clima ameno e tratos culturais, como desbaste e
ensacamento de frutos. Produz somente flores femininas e frutifica paternocarpicamente. Todavia
para um bom pegamento e aspecto de fruto requer polinização cruzada. Ela é a principal
representante da boa adaptação do cultivo de caqui nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Seu
período de colheita, nestas regiões, é de aproximadamente 30 dias (de abril a maio), quando mais
de 90% da produção é comercializada imediatamente após a colheita (KRAMMES et al., 2005).
O caqui Fuyuhana é uma variedade lançada pelo IAC, menos exigente que a Fuyu e a Jiro
em condições climáticas, por que produz bem em regiões de inverno ameno. É uma planta
vigorosa, bastante produtiva, produz flores masculinas que aparecem em quantidade limitada e
variável durante o ano. Os frutos são atraentes, médios a grandes (200 gramas), globoso-
cordiformes, com base calicinal ampla e cálice bem aderido. A pele é alaranjado-clara, com
ligeira tonalidade esverdeada em direção ao cálice. A polpa é de consistência firme quando "de
vez" e macia, com granulação fina, quando em ponto de consumo e o sabor doce-suave agrada a
todos os paladares, com doçura ao redor de 18ºBrix. Ele se adapta adequadamente em diversas
32
regiões do Estado de São Paulo, nas condições climáticas de Jundiaí/SP a maturação ocorre em
fevereiro e março, já em locais mais frios os frutos amadurecem em abril, sendo possível retardar
ainda mais a safra utilizando-se de manejos especiais (TODA FRUTA, 2006).
A variedade Jiro é uma planta de porte médio e com produção ligeiramente inferior à Fuyu,
exigente em tratos culturais e clima ameno sem as quais não frutificam satisfatoriamente. Seus
frutos são grandes (180 gramas), achatados, com polpa de coloração amarelo-avermelhada,
consistente e saborosa, com colheita em março e abril (TODA FRUTA, 2006).
2.3.3 Grupo Variável
Estes, quando apresentam a polpa amarela não possuem sementes nem tanino, já quando a
polpa é escura têm sementes e tanino. Quando as sementes são numerosas, a polpa é de cor
escura, enquanto nos frutos com poucas sementes, a tonalidade escura aparece ao redor delas,
originando o que popularmente é chamado de “chocolate” (TODA FRUTA, 2006).
Pertencem a este grupo as variedades Rama Forte, Giombo e Kaoru.
A variedade Rama Forte, cujo cultivo tem se estendido no Estado de São Paulo, apresenta
plantas vigorosas e bastante produtivas, exigente em tratos culturais como o escoramento dos
ramos. Produz frutos de
tamanho médio (130 gramas), achatados, bem consistentes (após destanização) de sabor
bastante agradável. Quando sem sementes são taninosos e de polpa amarelo escura tendendo a parda, se
apresentarem sementes são do tipo chocolate. A colheita é realizada de março a maio, na Região de Mogi das Cruzes
(PENTEADO, 1986).
A variedade Giombo apresenta plantas bastante vigorosas e muito produtivas, seus frutos
são de tamanho médio (140 gramas) e formato ovóide, quando não apresentam sementes a polpa
é amarelo-avermelhada e bastante taninosa, quando com sementes os frutos são do tipo chocolate
e sem adstringência (Martins e Pereira, 1989). Os frutos apirenos são utilizados pela indústria
para a produção de caqui-passa. A colheita é realizada de março a maio no Rio Grande do Sul
(DANIELI et al., 2002).
A variedade Kaoru (IAC 13-6) apresenta plantas vigorosas e bastante produtivas com
frutos grandes (180 gramas), globosos, de boa qualidade e firmes quando destanizados com
álcool , a polpa é laranja avermelhada e pouco fibrosa com 3 a 4 sementes. O sabor á agradável e
o teor de sólidos solúveis totais é de 14,5
o
Brix. A colheita e realizadas nos meses de fevereiro e
março, em regiões de clima ameno (PENTEADO, 1986).
33
2.4 Condições climáticas para a cultura do caquizeiro e uso de regulador vegetal
A família Ebenaceae agrega predominantemente espécies sempre verdes encontradas em
climas subtropicais e tropicais, no entanto, um pequeno número de espécies adaptou-se ao clima
temperado ao redor do mundo dando origem a algumas espécies de habito decíduo, dentre estas a
de maior valor comercial é o caquizeiro (Diospyros kaki L.), ele pode ser considerado a espécie
que teve a maior adaptação ao clima tropical se comparada a outras frutíferas de clima decíduo,
suportando bem o calor, desde que o inverno seja frio e ocorra na época certa (MOWAT et al.,
1997).
O caquizeiro é uma planta caducifólia, ou seja, perde as folhas e permanece em dormência
no inverno, a exemplo das fruteiras de clima temperado (RAGAZZINI, 1985). Por tratar-se de
uma planta de clima subtropical, seu cultivo em condições de pouco frio hibernal, tal como
ocorre no Brasil e em outros países, se dá com a utilização de cultivares pouco exigentes em frio
e com a quebra de dormência com produtos químicos. As variedades Fuyu e Jiro são mais
exigentes em frio, enquanto a variedade Giombo apresenta produção adequada em ambientes
mais amenos, mas não tem condições satisfatórias para completar o ciclo em regiões mais frias
(ARELLANO, 1991).
A época de ocorrência da brotação das gemas é importante, uma vez que influência o
período de duração do desenvolvimento do fruto, seu atraso reduz esse período dificultando a
perda natural de adstringência, ao passo que sua antecipação coloca em risco o desenvolvimento
das brotações em regiões sujeitas a geadas (GEORGE et al., 1994).
O Estado de São Paulo, segundo a classificação climática de Koeppen (1931), baseada em
dados mensais pluviométricos e termométricos, abrange sete tipos climáticos distintos, a maioria
correspondente a clima úmido. O tipo dominante na maior área é o Cwa, que abrange toda a parte
central do Estado e é caracterizado pelo clima tropical de altitude, com chuvas no verão e seca no
inverno, com a temperatura média do mês mais quente superior a 22°C (MIRANDA et al., 2006).
Em muitos anos, especialmente em regiões marginais para o cultivo de frutíferas temperadas, não
ocorre a superação efetiva da dormência das gemas pela insuficiente acumulação de frio. Nestes
casos, a utilização de produtos químicos é prática comum na viabilização destas espécies
(MARODIN et al., 2002).
A quebra de dormência das plantas caducifólias envolve fatores internos, como balanço dos
promotores e inibidores de crescimento, ou externos, como temperatura, fotoperíodo e a radiação
34
solar, entre outros. Dos fatores externos, o que mais se destaca é a temperatura, sendo que,
quando as plantas são cultivadas em regiões com insuficiências de frio hibernal, apresentam
sintomas de falta de adaptação como atraso e maior duração do período de floração e abertura de
menor número de gemas floríferas e vegetativas, resultando em redução na produção, com frutos
desuniformes e de baixa qualidade (MARODIN et al., 2002).
Os produtos utilizados para a quebra de dormência como o óleo mineral, cálciocianamida
(CaCN
2
), nitrato de potássio (KNO
3
), cianamida hidrogenada (H
2
CN
2
) e paclobutrazol, podem
uniformizar e antecipar a brotação e a floração em determinadas condições, como verificado em
pessegueiro, pereira, videira e macieira (ARELLANO, 1991; MANN et al., 1994). Pesquisas
realizadas demonstram que a cianamida hidrogenada é a substância mais eficiente para a quebra
de dormência em videiras, macieiras e pereiras (GEORGE e NISSEN, 1988, 1993; FINETTO,
1993; MANN et al., 1994).
Pires (1991), avaliando o efeito de agentes químicos na indução da brotação, no
desenvolvimento dos ramos e na produção da videira cv. Niagara Rosada verificou que os
tratamentos com cianamida hidrogenada, independentemente das doses aplicadas, quebraram a
dormência das gemas e anteciparam o desenvolvimento vegetativo em vinte e um dias.
Mann et al. (1994) verificaram que pereiras 'Baggugosha', tratadas com cianamida
hidrogenada a 20, 30 e 40 mL.L
-1
do produto comercial, tiveram o florescimento antecipado em
dez dias, e George e Nissen (1993) verificaram dez dias de antecipação para o florescimento de
pessegueiro cultivar Flordaprince, pulverizando-os com 5 mL.L
-1
de cianamida hidrogenada.
Com relação aos resultados obtidos, pode-se relatar que, como a cianamida hidrogenada
compensa a falta de horas de frio necessárias para que a dormência seja rompida e proporciona
rápida quebra de dormência das gemas vegetativas, permite também que haja antecipação do
florescimento (GEORGE E NISSEN, 1993; PETRI, 1987; PETRI E STUKER, 1995).
A aplicação de cianamida hidrogenada em kiwi (Actinida deliciosa) tem apresentado bons
resultados, com aumentos significativos na produção dos pomares, em decorrência da maior
uniformidade e aumento da brotação, com o conseqüente aumento do número de flores por planta
(SCHUCK E PETRI, 1995).
Para o caquizeiro cultivar Rubi, Mizobutsi (2003) em Arapongas/MG, avaliou o efeito da
aplicação de 7,8 g. i.a.L
-1
de cianamida hidrogenada + 8,0 mL.L
-1
de óleo mineral e o efeito de
épocas de aplicações (9/junho, 30/junho, 21/julho e 11/agosto/1994). Todos os tratamentos com
35
cianamida hidrogenada óleo mineral anteciparam o início da brotação, do florescimento e da
colheita em relação às plantas-testemunha, permitindo colheita precoce a partir de dezembro.
Para caquizeiro cultivar Costata, Mizobutsi et al. (2004) avaliaram em Arapongas/MG, o
uso de cianamida hidrogenada nas doses de 2,4; 7,3; 12,2 mL.L
-1
, combinadas com 8,0 mL.L
-1
de
óleo mineral, em 9/junho, 30/junho, 21/julho e 11/agosto/1999, quando as gemas se encontravam
dormentes, visando a antecipação da colheita, para se obter preços mais elevados no mercado
através da quebra de dormência artificial. Quando comparada com a planta-testemunha, a
aplicação de cianamida hidrogenada e óleo mineral antecipou a brotação, o florescimento e a
colheita em 12; 10 e 10 semanas, respectivamente. Desse modo, a colheita pôde ser realizada a
partir de dezembro.
2.5 Fenologia
A fenologia é o ramo da Ecologia que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e
suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz, umidade, etc. A palavra
fenologia vem do grego “fenos” (fenômeno) e “logos” (estudo, tratado) (De FINA E RAVELO,
1973). Para tanto é preciso diferenciar crescimento de desenvolvimento, pois durante seu ciclo a
planta sofre diversas e contínuas transformações do volume, peso, forma e estrutura. O
crescimento pode ser caracterizado pelo aumento do peso sólido ou seco do vegetal (aspecto
quantitativo), enquanto no desenvolvimento as mudanças são na forma e no grau de diferenciação
alcançado pelo organismo (aspecto qualitativo). Crescimento pode ser medido pelo aumento do
comprimento de um ramo ou o aumento de peso, ao passo que desenvolvimento é normalmente
observado pela data de germinação, brotação, floração, frutificação e outros. Conclui-se,
portanto, que o estudo do desenvolvimento de uma planta é morfológico e fenológico, enquanto
que crescimento é geralmente fisiológico e ecológico (BERGAMASCHI, 2005).
Os estádios fenológicos surgiram pela necessidade de detalhar de maneira clara e objetiva
as etapas de desenvolvimento das plantas, na elaboração das chamadas ESCALAS
FENOLÓGICAS. Hoje, para inúmeras espécies vegetais, existem escalas que possibilitam
descrever e reproduzir com detalhes o ciclo de uma planta, através de estádios muito bem
caracterizados (BERGAMACHI, 2005).
Para Terra et al. (1998) na introdução de novas variedades, a fenologia desempenha
importante função, pois permite a caracterização da duração das fases do desenvolvimento em
36
relação ao clima, especialmente às variações estacionais, além de ser utilizada para interpretar
como as diferentes regiões climáticas interagem com a cultura.
Para Torres (1995) torna-se possível utilizar a fenologia para finalidades bem mais
específicas, como em adubações de cobertura, em tratamentos fitossanitários, ou na observação
de um evento importante qualquer (uma geada ou um estresse hídrico), associados a estádios bem
definidos. Conhecer os estádios fenológicos de uma planta e as necessidades dos diferentes
órgãos significa modificar práticas de manejo e programá-las com o objetivo de melhorar a
produção.
As principais vantagens do estudo da fenologia são: redução dos tratamentos fitossanitários,
que passam a ser realizados de maneira mais racional de acordo com as principais pragas e
doenças, dentro da fase de desenvolvimento em que a cultura se encontra; melhoria na qualidade
dos frutos; economia de insumos; previsão de datas e colheita na entressafra brasileira
(MURAKAMI et al., 2002).
O desenvolvimento fenológico das plantas é influenciado por alguns fatores ambientais,
dentre eles podemos destacar a temperatura do ar, o fotoperíodo, regime pluviométrico,
ocorrência de frio (FOURNIER E CHARPANTIER, 1978).
O desenvolvimento das plantas é afetado de forma direta pela temperatura do ar, ou seja,
em regiões ou épocas mais quentes ele é mais rápido determinando a precocidade no
desenvolvimento das mesmas. Se a oscilação térmica anual for muito acentuada, muitas espécies
perenes entram em dormência no inverno, pela ocorrência de baixas temperaturas
(BERGAMASCHI, 2005).
Segundo Chariani e Stelbius (1994), o requerimento de frio é um fator limitante para a
produção comercial de frutas de clima temperado em regiões de inverno ameno. O conhecimento
do requerimento de frio da espécie e da cultivar, é fundamental para que se obtenha sucesso na
produção. Em macieiras, quando a exigência em frio não é satisfeita, muitas gemas vegetativas e
floríferas permanecem dormentes, mesmo que as condições ambientais sejam favoráveis ao
crescimento (Weinberger, 1950; Petri, 1986).
O florescimento é o principal mecanismo de resposta ao fotoperíodo, pois se caracteriza
pela passagem da planta do crescimento vegetativo ao processo reprodutivo. Algumas espécies
apresentam resposta a variação na duração do dia, se ela for sensível ao fotoperíodo, uma mesma
37
cultivar terá seu ciclo alterado ao ser cultivada em diferentes épocas ou em diferentes latitudes
(VILLALPANDO E RUIZ, 1993).
A fenologia das espécies e bastante alterada pelas condições hídricas, principalmente em
regiões em que se alternam períodos secos e úmidos. Das espécies perenes, muitas entram em
repouso (dormência) durante o período da seca, com ciclo vegetativo anual na estação chuvosa
(TORRES, 1995).
Como vimos anteriormente, as baixas temperaturas retardam o desenvolvimento fenológico
das plantas, entretanto o frio hibernal pode auxiliar
na antecipação de algumas fases importantes,
durante o ciclo vegetativo posterior, pode ser observado em algumas espécies perenes que entram
em repouso no inverno. Mais de um fator pode influenciar o processo e quando se manifestam
juntos ocorre uma interação. Quando se trata de fenologia a interação mais comum é temperatura
x fotoperíodo, neste caso o fator que tiver em nível mais limitante irá determinar o padrão de
resposta e a sua intensidade (FOURNIER E CHARPANTIER, 1978).
Na viticultura brasileira realizaram-se estudos de fenologia e caracterização térmica nas
tradicionais regiões produtoras de uva no sudeste e sul do país. Mandelli (1984) caracterizou a
potencialidade climática da região de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul para o cultivo de
algumas variedades para vinificação. A fenologia da variedade Niagara Rosada foi estudada por
Pedro Júnior et al. (1993), Ferri (1994) e Guerreiro (1997). Por sua vez, Silva et al. (1990)
estudaram o comportamento de vinte variedades americanas de videira em Jundiaí. Boliani
(1994) avaliou o comportamento fenológico das variedades Itália e Rubi na região oeste do
Estado de São Paulo. No Vale do São Francisco, seis cultivares de uvas sem sementes foram
avaliadas em condições tropicais (LEÃO E PEREIRA, 2001).
Na região serrana do Rio Grande do Sul o cultivo do pessegueiro está assentado quase que
exclusivamente sobre as cultivares Marli, Chiripá e Chimarrita, fato que justificou a realização de
trabalhos por Somonetto et al. (2004), de avaliação de cultivares para selecionar novos genótipos,
tanto destinados à industrialização quanto ao consumo “in natura”.
A literatura sobre o comportamento fenológico do caquizeiro é escassa, poucos são os
trabalhos encontrados e se limitam a algumas variedades, muitas vezes somente aquelas de
interesse econômico para a região (Corsato et al., 2005).
A fenologia do caquizeiro já foi bastante estudada em países de clima temperado,
principalmente no Japão (GEORGE et al., 1994). Contudo, existem poucos trabalhos que a
38
descrevam em condições de clima tropical e subtropical. Os trabalhos desenvolvidos com o
caquizeiro nesses países, assim como no Brasil, abordam poucos aspectos do seu ciclo de
desenvolvimento, tratados na maioria das vezes de forma isolada dos demais (TOMBOLATO,
1989; COLLINS e GEORGE, 1996; MIZOBUTSI et al., 1997 e MOWAT et al.,1997), fato que
dificulta o entendimento da relação entre os diferentes estádios fenológicos e o ambiente de
cultivo.
Corsato et al. (2005) com o objetivo de estudar e caracterizar os estádios fenológicos do
caquizeiro cultivar ‘Rama Forte’, desenvolveram um estudo no Setor de Horticultura da Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em Piracicaba/SP, durante o ciclo
2002/2003. Observaram que da brotação das gemas até a abscisão foliar foram caracterizados
doze estádios fenológicos, sendo eles: gema dormente, gema intumescida, ponta verde,
alongamento do ramo e expansão foliar, aparecimento dos botões florais nos ramos mistos, fim
do alongamento e abertura do cálice do botão, mudança na cor da corola, antese, secamento e
queda da corola, fruto verde, fruto maduro, senescência foliar e planta desfolhada. Do
intumescimento das gemas no fim do inverno, até o amadurecimento dos frutos no fim do verão
passaram-se 203 dias. Do florescimento até o amadurecimento dos frutos transcorreram 169 dias.
Ocorreram dois picos no abortamento de frutos. Os primeiros sintomas de senescência das folhas
ocorreram aos 60 dias, a partir do término da expansão foliar. Do início da brotação das gemas no
fim do inverno, até o completo desfolhamento das plantas, somaram-se 264 dias no decorrer de
toda a primavera, verão e outono.
2.6 Propagação Assexuada
A propagação por estaquia ou assexuada é um dos métodos mais importantes de propagação
de mudas frutíferas e baseia-se no princípio de que é possível regenerar uma planta a partir de
uma parte da planta-mãe através da diferenciação dos tecidos (HARTMANN E KESTER, 1990;
FACHINELLO et al., 1995). Dentre os processos de propagação assexuada, destaca-se a
estaquia, que, segundo Bastos et al. (2005) é um método interessante por proporcionar redução no
tempo de formação das mudas e dar origem a pomares mais homogêneos, representando uma
evolução no seu cultivo.
Dentre os vários fatores de que depende o enraizamento de estacas, destacam-se os
ambientais, o estado fisiológico, a maturação, o tipo de propágulo, a sua origem na copa e a
39
época de coleta, que influenciam, sobretudo, na capacidade e na rapidez de enraizamento
(GOMES, 1987), o sucesso, no entanto, depende de fatores internos e externos.
A capacidade de emissão de raízes por um ramo é uma característica varietal, devido à
interação de fatores inerentes, que se encontram presentes em suas células, bem como as
substâncias produzidas pelas folhas, como: auxinas, carboidratos, compostos nitrogenados e
vitaminas. Portanto, a formação de raízes está associada à fisiologia, à química e à estrutura
anatômica. A macieira, cerejeira, pessegueiro e mangueira apresentam dificuldades de enraizar,
devido à presença de inibidores de enraizamento (SIMÃO, 1998).
Os fatores que determinam a condição fisiológica são, ainda, relativamente desconhecidos,
muito embora sejam fundamentais, principalmente no domínio da enzimologia para o controle do
processo. Sabe-se, no entanto, que elevado nível de reservas com uma elevada relação C/N
favorece o enraizamento, desconhecendo-se, todavia, o metabolismo dos carboidratos (GOMES,
1987).
As reservas parecem ser indispensáveis à sobrevivência do propágulo até o enraizamento e
posterior desenvolvimento. Mesmo nos casos em que há retenção das folhas pelo propágulo, as
reservas a um nível conveniente facilitam a emissão de raízes e incrementam a fotossíntese.
Acrescente-se que boa parte destas se transferem para a base da estaca, contribuindo para a
formação de primórdios radiculares (GOMES, 1987). Assim sendo, estacas de plantas jovens
enraízam melhor que as de plantas velhas, ou seja, o rejuvenescimento, por meio de poda,
favorece o enraizamento, as estacas de plantas jovens, procedentes de sementes, enraízam com
maior facilidade que as estacas retiradas de plantas da mesma espécie, porém mais velhas
(SIMÃO, 1998).
O tipo de estaca pode também ser decisivo e deve-se usar o mais adequado. Com relação
às estacas obtidas de ramos, a parte da copa onde é extraído o material não é indiferente quanto
ao resultado do enraizamento. Por uma questão, normalmente, de maturação fisiológica, a base da
copa é mais favorável que a parte superior para colheita. Os ramos laterais parecem enraizar
melhor e em maior número que os verticais e também apresentam o dobro de raízes que os
vértices ou terminais. O enraizamento parece ser mais favorável às estacas da parte basal do ramo
que as da parte superior, devido ao maior teor de amido (SIMÃO, 1998).
A umidade é fator de grande importância para o sucesso de um programa de propagação
vegetativa por meio de enraizamento de estacas. A retirada das estacas deve ser feita sempre que
40
possível pela manhã, quando estão ainda túrgidas e com maior teor de ácido abscísico e de
etileno. O ambiente seco favorece o ressecamento das estacas, reduzindo sua possibilidade de
enraizamento, ou seja, a umidade relativa mais alta, mantém as estacas túrgidas, favorecendo o
seu enraizamento (SIMÃO, 1998).
Em espécies que enraízam com facilidade, a rápida formação de raízes permite que a
absorção de água compense a quantidade perdida pela transpiração; porém, em espécies que
enraízam mais lentamente deve-se reduzir a níveis bem baixos a transpiração pelas folhas, até que
se formem as raízes. Para contornar o problema da transpiração, deve-se manter a umidade
relativa do ar na região das estacas em torno de 80 a 100%, conservando-se assim a turgescência
dos tecidos (SIMÃO, 1998). Pode-se obter esta umidade relativa com o uso de um sistema de
nebulização, que proporciona a formação de uma fina película de água na superfície da folha,
reduzindo assim, a transpiração e mantendo uma temperatura relativamente constante na
superfície das folhas das estacas.
A luz interfere na produção de carboidratos, de ramos e nas suas características, pela sua
intensidade, qualidade e fotoperiodismo (SIMÃO, 1998). A luminosidade fornecida às estacas
durante o período de enraizamento é de fundamental importância na emissão de raízes. Portanto,
deve-se fornecer às estacas com folhas luminosidade máxima, de forma a propiciar um máximo
de fotossíntese, para que haja acúmulo de substâncias indutoras do enraizamento HARTMANN E
KESTER, 1990).
A temperatura tem importante função regulatória no metabolismo das estacas, devendo
fornecer condições para que haja indução, entre 12 e 27ºC, favorecem o aumento de carboidratos
e o enraizamento das plantas (SIMÃO, 1998).
A qualidade da muda é, sem dúvida, um dos principais fatores a ser observado na
implantação adequada de um pomar, sendo assim, uma das carências observadas nas frutíferas
temperadas em geral é a necessidade de novas tecnologias na área de produção de mudas (Pereira
e Mayer, 2005).
Em pessegueiros a produção comercial de mudas dá-se pelo processo de enxertia por
borbulhia. Contudo, com exceção da cultivar Okinawa, usada como porta-enxerto resistente a
nematóides, nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, a produção de porta-enxertos
ocorre a partir de sementes (caroços) de diferentes cultivares obtidas junto às indústrias, sem
qualquer característica agronômica desejável, como resistência a pragas e doenças, adaptação às
41
condições climáticas (períodos de seca) e de solo (características físico-químicas), efeitos sobre o
vigor da planta ou produtividade que as recomende. Nesse contexto, é razoável considerar que,
para regiões sem restrições técnicas de solo, o uso de mudas obtidas pelo processo de estaquia
pode ser plenamente viável. Conforme Chalfun e Hoffmann (1997), essa técnica vem sendo
utilizada com o pessegueiro em escala comercial, em países como Israel, Itália e Estados Unidos.
O método de propagação de mudas mais usado na viticultura mundial para a formação de
pomares é o assexuado, através do emprego da estaquia de porta-enxertos e posterior enxertia da
variedade a ser cultivada (SOUZA, 1996). A propagação de porta-enxertos de videiras e outras
plantas frutíferas por estaquia baseia-se no princípio de que é possível regenerar uma planta a
partir da planta-mãe (HARTMANN E KESTER, 1990).
Segundo Chalfun e Hoffman (1997) a figueira é uma planta propagada basicamente por
processos vegetativos, sendo a estaquia o método mais empregado comercialmente.
Em geral, o
método mais utilizado é a propagação através de estacas lenhosas, pois permite o uso do material
descartado pela poda. A estaquia pode ser realizada em leitos de enraizamento, em recipientes ou
diretamente no campo, ou seja, na cova de plantio. O método de estaquia diretamente nas covas
de plantio é muito utilizado nas principais regiões produtoras de figo do Brasil, com pegamento
médio de 60%.
A propagação comercial do caquizeiro é realizada por enxertia do tipo garfagem ou
borbulhia, utilizando-se porta-enxertos provenientes de sementes. Neste caso, podem ser
utilizados os caquis comuns (D. kaki L.), que apresentam sistema radicular pivotante e poucas
raízes secundárias ou os caquis americanos (D. virginiana L.), que possuem sistema radicular
fasciculado (BASTOS et al., 2005). A obtenção de mudas de qualidade para a implantação de
pomares constitui-se em sério problema para os fruticultores que pretendem cultivar o caquizeiro
(BIASI et al., 1999), visto que a obtenção de porta-enxertos a partir de sementes causa grande
desuniformidade quanto ao porte e vigor das plantas, além de a enxertia ser um processo
demorado, oneroso e com baixas taxas de pegamento (BIASI et al., 2002; COOPER E COHEN,
1984; FUKUI et al., 1992; RUBBO, 1989; TAO E SUGIURA, 1992).
Além disso, há uma grande variabilidade genética dos porta-enxertos devido à segregação
envolvida no processo de multiplicação via semente (PASQUAL et al., 2001; HARTMANN et
al., 2002), assim a estaquia torna-se um importante aliado na produção de mudas.
42
A viabilidade de propagação do caquizeiro por estacas tem sido estudada, principalmente
com relação ao uso de auxinas, como o ácido indolbutírico (AIB), e à época de coleta das estacas
de diferentes cultivares. Bastos et al. (2005), compararam estacas lenhosas e herbáceas de
caquizeiro coletadas em agosto em Piracibaca/SP de ramos dos cultivares Pomelo (13,17%),
Rama Forte (7,32%), Taubaté (5,70%), Giombo (5,70%) e Fuyu (4,05%) submetidas à aplicação
de AIB (0; 3.000 e 6.000 mg.L
-1
por vinte segundos). Concluíram que as cultivares de caquizeiro
apresentam diferenças quanto ao potencial de formação de raízes e brotações e que estacas
herbáceas apresentam melhores resultados quando comparadas às estacas lenhosas.
Biasi et al. (2002) verificaram que a utilização de AIB nas concentrações de 0 a 4000 mg.L
1
não apresentou efeito sobre a emissão de raízes nas estacas semilenhosas do caquizeiro 'Fuyu',
onde todas as estacas morreram até a data da avaliação (90 dias), sem apresentar brotação ou
formação de calo na base. Este resultado também foi observado por Rubbo (1989) em estacas
lenhosas e herbáceas do caquizeiro 'Giombo', que morreram sem apresentar resposta à aplicação
de AIB, após 90 dias.
43
3 CAPITULO 1
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DE DEZ VARIEDADES DE
CAQUIZEIRO EM CLIMA TROPICAL
3.1.1 INTRODUÇÃO
O caquizeiro (Diospyros kaki) pertence à família Ebenáceas, é originário da Ásia,
principalmente na China e no Japão. O centro de origem são as montanhas centrais da China,
onde é cultivado há milhares de anos, daí se espalhou, estando presente em quase todas as regiões
de clima temperado e subtropical do mundo (SIMÃO, 1998). No Brasil, o caquizeiro entrou pela
primeira vez em São Paulo, por volta de 1890, mas a expansão da cultura só ocorreu a partir de
1920, com a chegada de fruticultores japoneses (SATO E ASSUMPÇÃO, 2002).
O caquizeiro adaptou-se perfeitamente às nossas condições climáticas, por ser uma planta
rústica, vigorosa e produtiva, que apresenta menos problemas de produção que as outras
frutíferas, como pragas e doenças, sobretudo as de clima temperado (MARTINS E PEREIRA,
1989).
O estudo da fenologia é importante para determinar a duração das fases de desenvolvimento
das plantas, assim como sua relação com o clima, com o objetivo de auxiliar no planejamento das
atividades a serem realizadas no pomar indicando o potencial climático da região para o cultivo
de cada frutífera.
44
Entre as frutíferas de características climáticas temperado-subtropicais no Estado de São
Paulo, o caquizeiro é uma das que apresenta importância econômica, ao lado de culturas como o
pessegueiro, figueira e videira (CAMPO-DALLl’ORTO et al., 1996). Segundo Carvalho (2000) é
uma das espécies frutíferas de melhor adaptação nas regiões de clima temperado e na década de
90 expandiu rapidamente o plantio nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
A utilização dos índices bioclimáticos, em regiões diferentes daquelas para as quais foram
estabelecidas, pode acarretar em resultados que não correspondam às expectativas. Portanto são
necessários estudos do comportamento da cultura onde que será cultivada, relacionando os
fatores do ambiente, especialmente o clima.
O presente trabalho objetivou avaliar a fenologia de dez variedades de caquizeiro (Taubaté,
Fuyuhana, Giombo, Pomelo, Fuyu, Rubi, Toote, Suruga, Rama forte e Jiro), selecionar aquelas
que apresentem boas características agronômicas e que sejam adaptadas às regiões de clima
quente.
3.1.2 MATERIAL E MÉTODOS
3.1.2.1 Caracterização edafoclimática da área experimental
O presente trabalho foi conduzido na área experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa e
Extensão da Universidade Estadual Paulista - Campus de Ilha Solteira, localizada no município
de Selviria-MS, com 20
0
14’ longitude sul e 51
0
19’ longitude oeste e altitude ao redor de 335m.
A precipitação média anual é de 1300mm, sendo os meses de dezembro a março, com
maiores índices pluviométricos (250 mm). A estação seca ocorre de maio a agosto, sendo este o
mês de menor índice (15 mm) (UNESP- Campus de Ilha Solteira, 2006).
O clima segundo a classificação de Koeppen (1931), para o Estado de São Paulo, baseada
em dados mensais pluviométricos e termométricos, abrange sete tipos climáticos distintos, a
maioria correspondente a clima úmido. O tipo dominante na maior área é o Cwa, que abrange
toda a parte central do Estado e é caracterizado pelo clima tropical de altitude, com chuvas no
verão e seca no inverno, com a temperatura média do mês mais quente superior a 22°C
(MIRANDA et al., 2006). A temperatura média anual é de 24
0
C, sendo a média das máximas de
29,9
0
C e das mínimas de 19,9
0
C. A umidade relativa é de 70 a 80% em média no ano (UNESP-
Campus de Ilha Solteira, 2006).
45
O solo da área em estudo é do tipo LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico argiloso
(EMBRAPA, 1999).
Os dados de temperatura, precipitação pluvial, e radiação durante o período em que foi
conduzido este experimento, encontram-se na Figura 01.
46
0
5
10
15
20
25
30
35
mar/05
abr/05
mai/05
jun/05
jul/05
ago/05
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
Temperatura (oC)
minima media maxima
0
50
100
150
200
250
300
jun jul ago set out nov dez jan fev
Precipitação Pluvial (mm)
0
5
10
15
20
25
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez jan fev
Radiação global ( MJ/m2.dia)
FIGURA 1 - Temperaturas médias, máximas e mínimas, precipitação pluvial e radiação global
durante o período de condução do experimento (ciclo 2005/2006), Selvíria – MS.
47
3.1.2.2 Variedades
As variedades utilizadas foram: Taubaté, Fuyuhana, Giombo, Pomelo, Fuyu, Toote, Suruga,
Rubi, Rama Forte e Jiro.
Cujas características das plantas estão demonstradas a seguir.
3.1.2.3 Características das variedades
As características das plantas, folhas e frutos de cada variedade avaliada podem ser
observadas nas Figuras de 2 a 11; respectivamente para as variedades Pomelo, Rubi, Fuyuhana,
Rama Forte, Taubaté, Giombo, Suruga, Toote, Fuyu e Jiro.
48
FIGURA 2 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Pomelo em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
49
FIGURA 3 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Rubi em região
de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
50
FIGURA 4 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Fuyuhana em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
51
FIGURA 5 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Rama Forte em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
52
FIGURA 6 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Taubaté em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
53
FIGURA 7 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Giombo em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
54
FIGURA 8 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Suruga em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
55
FIGURA 9 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Toote em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
56
FIGURA 10 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Fuyu em
região de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
57
FIGURA 11 - Características da planta, folhas e frutos da variedade de caquizeiro Jiro em região
de clima tropical, Selviria-MS, 2006.
58
3.1.2.4 Delineamento experimental
O delineamento estatístico experimental utilizado foi blocos casualizados, dez variedades
(tratamentos), sendo quatro blocos e duas plantas por parcela, totalizando 80 plantas.
3.1.2.5 Implantação e condução do experimento
As sementes dos porta-enxertos, variedade Rama Forte, foram semeadas em sacos plásticos
com capacidade para 5,0kg, em janeiro de 1999. Em agosto do ano 2000, esses porta-enxertos
foram transplantados para o local definitivo, no espaçamento de 7 x 5 m, respectivamente para
distância entre linhas e entre plantas. Em julho de 2001 foi realizada a enxertia garfagem tipo
fenda cheia, cujos garfos foram obtidos de plantas instaladas na Estação Experimental da
Agencia Paulista de Tecnologia de Agronegócios, localizada em Adamantina-SP. Posteriormente
as plantas foram conduzidas em haste única até altura de 0,50m, ocasião na qual receberam a
poda de formação (julho de 2002). As podas de formação continuaram até julho de 2004.
O presente trabalho teve início com os tratos culturais realizados no dia 01 de julho de
2005, quando as plantas, ainda com as gemas dormentes, foram despontadas eliminando-se a
extremidade dos ramos ainda não lignificadas e os ramos secos, doentes e mal posicionados,
sempre mantendo-se a copa em formato de vaso.
3.1.2.6 Tratos culturais
As plantas foram submetidas aos tratos culturais usuais para a cultura.
O controle das plantas daninhas foi efetuado usando roçadeira na entrelinha e de herbicida
Roundap®, glifosato, na dose de 250 ml do p.a. para 20 litros de água) a cada dois meses, na
linha de plantio.
As adubações foram realizadas com base na análise de solo e exigências da cultura, de
acordo com as recomendações de QUAGGIO et al. (1997).
Na adubação de plantio (22/06/1999), foi aplicado 300 g de Cloreto de Potássio e 2 kg de
esterco de curral por cova. Na adubação de formação foi aplicado em cobertura, a cada 30 dias,
75 g de sulfato de amônio por planta; foi aplicado 1500 g por planta de calcário no dia
02/09/1999; e no dia 12/11/1999 20 litros de esterco de curral por planta.
Na adubação de formação foi aplicado por planta 120 g de 20-05-20 (12/2000), 250 g de 8-
28-16 (11/2001), 200 g de 20-05-20 (05/2002), 150 g de 20-00-20 (07/2002), 300 g de 20-05-20
59
(09/2002 e 12/2002), 300 g de sulfato de amônio, 600 g de superfosfato simples e 250 g de
cloreto de potássio (01/2003), 300 g de sulfato de amônio e 230 g de cloreto de potássio
(05/2003), 200 g de 20-05-20 (08/2003), 1kg de calcário, 350 g de superfosfato simples, 150 g de
cloreto de potássio e 2 litros de esterco de curral (09/2003).
Na adubação de manutenção foi aplicado por planta 300 g de 20-05-20 (08/2004), 300g de
sulfato de amônio, 350 g de superfosfato simples, 1 kg de calcário e 5 kg de composto orgânico
humificado (11/2004). Na adubação de produção foi aplicado por planta 350 g de 20-05-20
(09/2005), 400 g de sulfato de amônio, 400 g de superfosfato simples (11/2005).
Efetuou-se o tratamento fitossanitario visando o controle de pragas e doenças. Para a lagarta
dos frutos (Hypocala andremona), foram três aplicações de Tamaron (Metamidofos), de janeiro
de 2004 a novembro de 2004, na dose de 60 g de i.a para 100 litros de água. Para antracnose
(Colletotrichum gloeosporioides) foram 7 aplicações de Dithane (Mancozeb), de julho de 1999 a
março de 2006, na dose de 300 g de i.a. para 100 litros de água.
As plantas foram irrigadas por meio de microaspersão, todos os dias no período de seca
(0,08 m
3
, por duas horas por dia) e quando necessário no período das chuvas.
Utilizou-se cianamida hidrogenada (Dormex 3%) com pulverizador costal, para a quebra de
dormência das plantas no dia 17/07/2005.
A colheita foi realizada no dia 24/01/2005 para a variedade Pomelo, e no dia 03/02/2005
para as demais variedades, quando os frutos apresentavam a casca na cor verde alaranjada, para
evitar problemas de furto.
3.1.2.7 Avaliações Fenológicas
Para efetuar as avaliações marcaram-se quatro ramos por planta ao acaso, que iniciaram-se
no dia 24/07/2005 e terminaram no dia 23/02/2006.
Caracterizou-se a fenologia das plantas, da poda aos estádios de: gemas dormentes, gemas
inchadas, brotação, florescimento, frutificação, inicio do amadurecimento e colheita dos frutos.
Durante as avaliações por meio de leituras semanais foi observado a duração em dias para
completar os estádios fenológicos, a partir da poda (considerados quando mais de 50% das gemas
atingiram determinado estádio). A queda natural dos frutos foi determinada em dias após o
florescimento em que se observou o maior número de frutos caídos no chão.
60
Os caracteres avaliados foram o número de gemas por ramo após o seu encurtamento. A
partir desta data observou-se o estádio de gema inchada, conforme a variedade. As gemas
dormentes foram observadas nos ramos produzidos na ultima estação de crescimento, de formato
cordiforme e protegidas por um par de brácteas lenhosas de coloração marrom escura. Já as
gemas inchadas foram caracterizadas pelo seu entumescimento, expondo uma pilosidade dourada
na região apical, semelhante às observadas e descritas por Corsato (2004). A passagem de gema
dormente para gema inchada se caracterizou pela mudança na coloração das gemas, passando de
pardo acinzentado a marrom escuro. O estádio de ponta verde com o início do aparecimento do
broto sobre as gemas, e as brotações de aspecto anguloso e verde amareladas.
3.1.2.8 Produção e características dos frutos
Para determinar a produção e caracterizar os frutos, contou-se o número de frutos, mediu-se
com o auxilio de um paquímetro (graduado em centímetros) o diâmetro e comprimento de todos
os frutos ainda na planta (24/12/2005), e, novamente após a colheita nos dias 24/01/2006, na
variedade Pomelo e 03/02/2006 nas demais variedades. Após a coleta dos dados esses foram
tabulados e analisados por variedade.
Para determinar a massa média todos os frutos foram pesados em balança analítica, e
posteriormente calculou-se a produção por planta (número de frutos) e produtividade por hectare.
61
3.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1.3.1 Avaliações Fenológicas
3.1.3.1.1 Número de gemas por ramo
O número médio de gemas por ramo das 10 variedades estudadas é apresentado na Figura
12.
0
2
4
6
8
10
12
Número de gemas por
ramo
12345678910
Variedades de Caquizeiro
FIGURA 12 – Número médio de gemas por ramo do caquizeiro após a poda das 10 variedades
de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-
Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria – MS/2006.
As variedades Fuyu e Jiro apresentaram o maior número médio de gemas por ramo (10). Já
as variedades Suruga e Toote apresentaram valores médios de 6,8 gemas. As demais variedades
apresentaram valores entre 7,8 e 9,3 gemas.
3.1.3.1.2 Períodos: da poda à gema dormente (GD) e da poda à gema inchada (GI)
Na Figura 13 são apresentados o número de dias necessários para a realização dos estádios
gema dormente e gema inchada.
62
0
10
20
30
40
50
60
70
dias após a poda
12345678910
Variedades de Caquizeiro
GD GI
FIGURA 13 – Número médio de dias necessários para realização dos estádios fenológicos da
poda à gema dormente (GD) e à gema inchada (GI) em 10 variedades de
caquizeiro, 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-
Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS/2006.
As variedades Pomelo, Rama Forte, Giombo, Suruga, Fuyu e Jiro apresentaram o estádio
de gema dormente no mesmo período, no final do mês de julho, variando de 27 a 33 dias após a
poda. Já as variedades Rubi, Fuyuhana, Taubaté e Toote, na primeira quinzena de agosto,
variando de 40 a 47 dias, ou seja, levaram de 13 a 14 dias à mais para atingir esse estádio.
No inicio do mês de agosto, de 35 a 47 dias após a poda as variedades Pomelo, Giombo,
Suruga, Fuyu e Jiro já apresentavam gemas inchadas. Enquanto que nas demais variedades as
gemas inchadas só foram observadas nas últimas semanas de agosto, 54 a 61 dias após a poda.
Neste período a temperatura média da região estava ao redor de 22
o
C, com média de mínimas de
15,9
o
C e média de máximas de 28,7
o
C (UNESP-Campus de Ilha Solteira, 2006). O caquizeiro é
uma espécie de menor exigência em frio, comparada com outras frutíferas temperadas, pode-se
plantar o caquizeiro em regiões de zero a 150 horas de frio (temperatura menor que 7,2o C), que
são regiões com menor disponibilidade hibernal e, portanto, próprias para o caquizeiro, entretanto
nos meses anteriores, de março a maio não foram observadas temperaturas baixas, sendo que a
63
temperatura média foi de 26
o
C, com média de máximas de 29,1
o
C e média de mínimas de 20
o
C.
Essas variações em dias necessários para as gemas incharem, possivelmente esteja ligado à
necessidade diferente de frio para as cultivares quebrarem a dormência e iniciarem a brotação. O
uso da cianamida hidrogenada na concentração utilizada não foi suficiente para substituir a
exigência em frio para estimular as gemas. Essas observações estão de acordo com Camelatto
(1990) e que podem estar relacionadas ao fator genético, que é o mais importante na definição da
necessidade de frio de cada cultivar para quebrar a dormência.
Na Figura 14 são apresentados os estádios fenológicos gema dormente e gema inchada.
FIGURA 14 - Estádios fenológicos: gema dormente (A) e gema inchada (B), respectivamente,
após a poda nas 10 variedades de caquizeiro em Selvíria-MS, 2006.
3.1.3.1.3 Períodos: da poda à ponta verde (PV) e brotação (BR)
Na Figura 15 são apresentados os números médios de dia necessários para os estádios
fenológicos ponta verde (PV) e brotação (BR). Nas variedades Pomelo, Giombo, Suruga, Fuyu e
Jiro estádio ponta verde foi observado na primeira quinzena de agosto, ou seja, entre 42 e 68 dias
após a poda (Figura 15). Nas demais variedades somente na primeira quinzena de setembro,
A B
64
variando de 64 a 89 dias após a poda, demonstrando precocidade dessas variedades para
completar esses estádios.
FIGURA 15 – Número médio de dias necessários para realização dos estádios fenológicos da
poda à ponta verde (PV) e brotação (BR) em 10 variedades de caquizeiro, sendo:
1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga,
8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
A brotação nas variedades Pomelo e Giombo foi observada no final do mês de agosto aos
63 e 55 dias, respectivamente, demonstrando intervalo menor do que as demais variedades que
apresentaram de 89 a 110 dias após a poda para atingir este estágio, ou seja, do final de setembro
à primeira quinzena de outubro.
Neste trabalho, observou-se que com temperatura média de 24
o
C , e temperaturas acima de
23,8
o
C nos meses anteriores, as brotações foram observadas aos 34 dias após a poda, ou seja, não
houve frio suficiente para estimular a brotação em algumas variedades, o que permite concluir
que a fenologia varia em função do genótipo e das condições climáticas de cada região produtora.
Dessa forma, Corsato et al. (2005), trabalhando também com a variedade Rama Forte em
Piracicaba – SP no período de 2002/2003, obtiveram valores diferentes, onde a brotação das
gemas ocorreu sob temperatura média de 20
o
C, 4 dias após o inchamento das gemas. Isso
demonstra que a fenologia varia em função do genótipo e das condições climáticas de cada região
produtora, ou em uma mesma região devido às variações estacionais do clima ao longo do ano
(LEÃO et al., 2003).
0
20
40
60
80
100
120
Dias após a poda
12345678910
Variedades de Caquizeiro
PV BR
65
Quando a exigência não é satisfeita, há uma série de sintomas e prejuízos, assim como os
observados no presente trabalho: baixa porcentagem de brotação de gemas laterais (Suruga e
Toote) ou retardamento da brotação (Rubi, Fuyuhana e Rama Forte); relativa antecipação da
brotação das gemas terminais (Pomelo, Giombo, Suruga, Fuyu e Jiro). Além disso, o baixo
enfolhamento reduz a fotossíntese, afeta a frutificação, a qualidade dos frutos e as reservas de
carboidratos da planta no início da brotação. Isso confirma a diferença, neste trabalho, entre as
variedades, demonstrando as diferentes exigências térmicas para a ocorrência dos estádios
fenológicos.
Pela Figura 16 observa-se os estádios de ponta verde e brotação.
FIGURA 16 - Estádios fenológicos: ponta verde (A) e brotação (B), respectivamente, após a
aplicação de cianamida hidrogenada, em caquizeiro em Selvíria-MS/2006.
3.1.3.1.4 Período: da poda ao florescimento (FL)
Através da Figura 17, verifica-se que as variedades Pomelo e Giombo floresceram,
respectivamente, aos 77 e 72 dias após a poda, ou seja, na primeira quinzena de setembro. Nas
demais, o florescimento ocorreu nos meses de outubro a novembro, variando de 103 a 124 dias.
As variedades Pomelo e Giombo apresentaram comportamento precoce para os estádios
brotação e o florescimento.
A
B
66
0
20
40
60
80
100
120
140
Dias após a poda
12345678910
Variedades de Caquizeiro
FIGURA 17 – Número médio de dias necessários para realização da poda ao florescimento (FL)
em caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté,
6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
A variedade Pomelo, floresceu 77 dias após a poda, e produziu flores masculinas em
abundância, resultando num bom pegamento dos frutos e produção que se destacou das demais
variedades. Estes dados são confirmados por Ojima et al. (1976), que relatam que o caqui Pomelo
apresenta como vantagem a produção regular de flores masculinas, o que garante a
autopolinização e, conseqüentemente um bom pegamento de frutos, graças ao desenvolvimento
normal das sementes, e por Petri (1996), que comenta que a antecipação da floração propicia um
maior desenvolvimento dos frutos, pois os mesmos permanecem por um maior período na planta.
A variedade Rama Forte produziu somente flores femininas, de coloração amarelo-creme,
aos 49 dias após a brotação das gemas. Os dados obtidos neste trabalho foram maiores do que
aqueles verificados por Corsato et al. (2005), que trabalhando em Piracicaba com a mesma
variedade verificaram um período de apenas 31 dias entre a brotação e o florescimento, com
flores exclusivamente femininas e de coloração amarelo creme. Isso possivelmente deve-se às
diferentes temperaturas observadas nas duas regiões, em Selvíria/MS com temperaturas médias
de 27º C e em Piracicaba com médias de 20º C. As temperaturas mais baixas acumuladas nos
67
períodos que antecederam a brotação na região de Piracicaba, que apresenta clima mais ameno, e
das temperaturas que ocorreram no período de florescimento nas duas regiões.
No Rio Grande do Sul, na região da Encosta Superior do Nordeste próximo à Serra
Gaúcha, segundo Souza et al. (2006) o florescimento do caquizeiro Fuyu ocorre no final de
outubro, assim como dos resultados verificados neste trabalho, ou seja, o uso de regulador vegetal
substitui o frio quando utilizado em regiões quentes.
O florescimento do caqui é influenciado pela temperatura. Neste contexto, observou-se que
na Austrália, com temperatura média na primavera e de 21
o
C o florescimento ocorreu 30 dias
após a brotação das gemas e na Nova Zelândia, de clima temperado ameno e temperatura média
na primavera de 14
o
C, o florescimento ocorreu 75 dias após a brotação das gemas (MOWAT et
al., 1997).
Segundo Martins e Pereira (1989) o caquizeiro é resistente a baixas temperaturas e para
quebra do repouso fisiológico requer determinado regime de frio e apresenta acentuado repouso
vegetativo. A temperatura mais favorável ao desenvolvimento de fruteiras de clima temperado
varia de 5oC a 15º C. Pode-se plantar o caquizeiro em regiões de zero a 150 horas de frio
(temperatura menor que 7,2o C), que são regiões com menor disponibilidade hibernal e, portanto,
próprias para o caquizeiro, que é uma espécie de menor exigência de frio em relação a outras
fruteiras temperadas.
Verifica-se pela Figura 18 estádio fenologico florescimento do caquizeiro.
FIGURA 18 - Estádio fenológico: florescimento de caquizeiro em Selvíria-MS, 2006.
68
3.1.3.1.5 Períodos: da poda à frutificação (FR) e da poda à colheita (CO)
Pela Figura 19 observa-se que as variedades Pomelo, Giombo e Rama Forte frutificaram no
final de outubro e início de novembro, aos 119, 128 e 131 dias após a poda, respectivamente.
Enquanto as variedades Rubi, Fuyuhana, Suruga, Toote, Fuyu e Jiro frutificaram do final de
novembro ao inicio de dezembro, entre 145 e 166 dias após a poda. Isso influenciou na colheita,
ou seja, as variedades Pomelo e Giombo tiveram um comportamento precoce na frutificação e
também na colheita, que foi realizada em meados de fevereiro. A variedade Rama Forte
apresentou comportamento precoce na frutificação, entretanto a colheita foi realizada juntamente
com as demais variedades tardias, Rubi, Fuyuhana, Fuyu e Jiro. Mesmo com a colheita sendo
realizada com frutos de coloração verde-amarelada em fevereiro, esta região apresenta condições
para o cultivo do caquizeiro.
0
50
100
150
200
250
Dias após a poda
12345678910
Variedades de Caquizeiro
FR CO
FIGURA 19 – Número médio de dias necessários dos estádios fenológicos da poda à frutificação
(FR) e à colheita (CO) de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-
Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em
Selvíria-MS, 2005.
O comportamento das variedades Rubi, Fuyuhana, Suruga, Toote, Fuyu e Jiro, pode ser
explicado segundo Marodin et al. (2002) pelo fato que, quando cultivadas em regiões com
insuficiência de frio hibernal, as frutíferas caducifólias apresentam sintomas erráticos, como
69
atraso e maior duração do período de floração e menor percentual de floração e brotação,
resultando em redução na produção, com frutos desuniformes e de baixa qualidade,
características de plantas mal adaptadas.
Na variedade Pomelo verificou-se a presença de flores masculinas e femininas na mesma
planta, as demais variedades só apresentaram flores femininas, o que justifica o maior pegamento
e conseqüentemente maior produção de frutos nesta variedade.
Em Selviria/MS a colheita das variedades Fuyu e Jiro foi realizada no final de fevereiro,
com frutos de tamanho médio a grande e vermelho-alaranjados, o que as torna variedades com
potencial para exportação e comércio em outros estados do Brasil, pois sua oferta ocorre na época
de entressafra.
Segundo Ryuago (1988) no Japão a variedade Fuyu, de maturação tardia (março), é
vigorosa e produtiva, apresenta frutos grandes e globosos, vemelho-alaranjados, com sabor doce
e suave. Ela também é cultivada no Hawai, vigorosa e de rápido crescimento, com produção de
flores exclusivamente femininas, frutos grandes e não adstringentes (CHIA et al., 1989).
O comportamento das plantas pode variar em função das condições climáticas reinantes na
região. Assim, Wen (2003) descreve as características da planta e frutos de onze variedades de
caquizeiro cultivados em Taiwan, na região de Formosa, de altitude de 600 m, dentre elas as mais
produzidas no país, a Fuyu e a Jiro. A Jiro se adaptou melhor nestas condições de altitude,
enquanto que a Fuyu foi melhor no Planalto Central, com altitudes menores.
Sato et al. (2003) relatam que as variedades
Fuyu, Hiratanenashi, e Jiro ocupam dois
terços da área produzida de caqui no Japão. As variedades Fuyu e Jiro são do tipo não
adstringente de polinização constante (PCNA), de maturação tardia (outubro) produzem frutos
grandes e suculentos com tendência a rachamento da casca. A Jiro, quando cultivada na
Califórnia, assemelha-se a Fuyu, apresenta frutos grandes, saborosos e de excelente qualidade,
com amadurecimento tardio de outubro a novembro (RYUAGO et al., 1988). Na Serra
Gaúcha/RS a colheita é realizada no mês de abril (BAVARESCO et al., 2005), em Santa Catarina
(CARVALHO, 2000) de fevereiro a março.
Segundo Ryuago et al. (1988) a variedade Suruga é cultivada em regiões de clima ameno
na Califórnia, é muito vigorosa e produtiva, apresenta frutos grandes, de cor vermelho-alaranjada
e excelente qualidade, com amadurecimento em novembro. Entretanto em condições tropicais
esta variedade não produziu nenhum fruto, e apresentou queda natural de frutos 63 dias após o
70
florescimento. Observou-se apenas flores femininas, com produção de frutos por partenocarpia
(sem sementes), o que segundo Souza et al. (2006) estes frutos têm maior tendência à queda ao
longo do desenvolvimento vegetativo, resultando em baixa produtividade, como consequência da
ausência de sementes. Segundo George at al. (1994), frutos sem sementes são fracos
competidores por nutrientes e carboidratos em relação aos pontos de crescimento vegetativo.As
sementes são fontes produtoras de acido giberélico, hormônio responsável pela fixação dos
frutos. A presença de giberilinas é essencial à frutificação efetiva, porém tem-se encontrado
diferentes respostas às aplicações exógenas (PIRES, 1991), o que torna interessante testar a
aplicação exógena de giberilina nesta variedade.
Com relação à colheita, a variedade Pomelo e Giombo foram as mais precoces, atingindo
todos os estádios fenológicos antes das demais, sendo a melhor época de colheita no início de
fevereiro, aos 202 e 207 dias após a poda, respectivamente. Os frutos da variedade Giombo
apresentaram tamanho médio de polpa escura, tipo chocolate, e com várias sementes por fruto.
Segundo Park et al. (2004) a época de amadurecimento do caqui Giombo vai de fevereiro a abril
nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É uma planta muito vigorosa e
produtiva, com amadurecimento dos frutos na Califórnia de outubro a novembro, apresenta frutos
de tamanho médio, cor vermelho-alaranjada, polpa escura quando polinizado, necessita de
destanização para o consumo.
As variedades Rama Forte, Suruga, Fuyu e Jiro apresentaram um comportamento variável
nos estádios fenológicos. Nas variedades Fuyu, Jiro e Rama Forte observou-se baixa produção e
colheita no final de fevereiro, aos 214 dias após a poda, enquanto na Suruga não houve produção.
Já as variedades Rubi, Fuyuhana, Taubaté e Toote apresentaram um comportamento tardio em
todos os estádios fenológicos, entretanto a colheita foi realizada na mesma época, aos 214 dias
após a poda, exceto a variedade Taubaté que não produziu.
Estudos relacionados com as épocas de poda, uso de reguladores vegetais, polinização
artificial podem ser de grande auxílio no incremento da produção, assim como no
desenvolvimento destas variedades na região Oeste do Estado de São Paulo.
Na Figura 20 observa-se o estádio frutificação nas variedades de caquizeiro em
Selvíria/MS.
71
FIGURA 20 - Estádio fenológico frutificação após a poda de caquizeiro em Selvíria-MS, 2006.
3.1.3.1.6 Período: do florescimento à queda natural dos frutos
Pela Figura 21 observa-se que todas as variedades produziram flores, exceto as variedades
Taubaté e Suruga não produziram nenhum fruto. As demais produziram frutos, contudo em cada
uma delas houve um período em que a queda foi maior, a qual denomina-se pico de queda
natural.
O pico de queda natural dos frutos ocorreu nas variedades Rubi, Taubaté, Toote e Fuyu
(Figura 21) aos 42 dias após o florescimento, ou seja, na primeira quinzena de dezembro.
Enquanto para as variedades Pomelo, Rama Forte, Giombo e Suruga este pico foi mais tardio,
dos 63 aos 98 dias, do inicio de dezembro ao inicio de Janeiro. A Jiro apresentou o pico de queda
mais precoce, apenas uma semana após o florescimento.
72
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Dias após o florescimento
12345678910
Variedades de Caquizeiro
FIGURA 21 – Número de dias após o florescimento do pico de queda natural dos frutos de 10
variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-
Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
Esses resultados estão de acordo com Corsato et. (2005) que, trabalhando com caquizeiro
variedade Rama Forte, registraram dois picos de queda de frutos na variedade em Piracicaba/SP,
um no final de outubro e outro na segunda quinzena de novembro, com temperatura máxima de
30
o
C, mínima de 17
o
C e média de 23
o
C, ou seja, um mês antes do observado neste trabalho, onde
registrou-se temperatura máxima de 32
o
C, mínima de 20
o
C e média de 25
o
C.
Para Bergamaschi (2005) o desenvolvimento das plantas é afetado de forma direta pela
temperatura do ar, ou seja, em regiões ou épocas mais quentes ele é mais rápido determinando a
precocidade no desenvolvimento das mesmas, o que explica o comportamento da variedade
Rama Forte em Selvíria/MS.
A variedade Jiro apresentou queda dos frutos aos sete dias e a Fuyu aos 42 dias após o
florescimento, que pode ser explicado pela falta de polinização, produzindo frutos por
partenocarpia, e a alta queda dos mesmos, resultados semelhantes foram observados por Matos
(1993), no Estado de Santa Catarina onde as variedades doces, como Fuyu e Jiro, também
apresentaram problemas com a queda acentuada de frutos, devido à falta de polinização.
No Japão, a polinização artificial é pratica regular, principalmente em cultivares produtoras
de frutos não adstringentes (KITAGAWA, 1984), porque contribui para a melhoria do tamanho
73
formato dos frutos, além de modificar a coloração e sabor da polpa. O autor descreve que a queda
prematura dos frutos logo após a queda das pétalas num período de duas a três semanas é mais
acentuado quando não ocorre a polinização, e os frutos polinizados que apresentaram seis ou
mais sementes obtiveram um peso médio 65% superior aos frutos sem sementes, o que mostra a
importância da polinização nas variedades doces.
3.1.3.2 Característica dos frutos
3.1.3.2.1 Massa, Comprimento e Diâmetro dos frutos
Na Figura 22 verifica-se a massa dos frutos, sendo que a variedade Jiro produziu os
maiores frutos (290,75 g), seguido pelas variedades Fuyuhana (148,21g), Fuyu (116,26 g)
Pomelo (116,22 g), Rubi (93,31 g), Rama Forte (70,03 g) e Giombo (68,97 g).
0
50
100
150
200
250
300
Massadi dos frutos (g)
12345678910
Variedades de Caquizeiro
FIGURA 22– Massa média dos frutos de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi,
3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e
10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
74
Para a variedade Fuyu, a massa média dos frutos foi de 116,26 g, os resultados aqui
obtidos, para essa variedade, estão abaixo daqueles relatados por Choi et al. (2003), onde a
variedade Fuyu no Japão produz frutos variando de 150 a 190 gramas.
Em condições tropicais observou-se frutos grandes (6,5 cm), na variedade Fuyuhana, de
coloração verde-alaranjada e com massa de 148,21g, inferior a observada em outras regiões do
Brasil, conforme Rigitano et al. (1984) que descreve frutos com massa de 200 gramas.
Nas Figuras 23 e 24 observa-se, respectivamente o aumento no comprimento e diâmetro dos
frutos nas variedades Pomelo, Rubi, Fuyuhana, Rama Forte, Fuyu e Jiro.
Os maiores frutos foram produzidos pela variedade Fuyuhana e os menores pela variedade
Giombo. As variedades Jiro, Pomelo, Rama Forte, Fuyu e Rubi produziram frutos medianos, de
formato achatados ou globosos, e as variedades Taubaté, Suruga e Toote não produziram nenhum
fruto.
0
1
2
3
4
5
6
7
Comprimento do fruto
(cm)
12345678910
Variedades de Caquizeiro
Dezembro Fevereiro
FIGURA 23 – Comprimento dos caquis medido em dezembro/2005 e fevereiro/2006 de 10
variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte,
5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS,
2006.
75
0
1
2
3
4
5
6
7
Diâmetro dos frutos (cm)
12345678910
Variedades de Caquizeiro
Dezembro Fevereiro
FIGURA 24 – Diâmetro dos caquis medidos em dezembro/2005 e fevereiro/2006 de 10
variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama
Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-
MS, 2006.
A variedade Giombo apresentou um crescimento diferente das demais, cresceu juntamente
com as outras, primeiro em diâmetro, entretanto aumentou em comprimento, produzindo frutos
de formato ovóide, característico da variedade.
Nas variedades Pomelo e Rubi observou-se um maior crescimento no comprimento dos
frutos, enquanto nas variedades Fuyuhana, Rama Forte e Fuyu o maior crescimento ocorreu no
diâmetro, ou seja, eles não aumentaram na mesma proporção em nenhuma das variedades
estudadas.
Partindo desses resultados, recomenda-se que avaliações sejam realizadas durante vários
anos para verificar e poder indicar se existe ou não variedades com potencial para a região.
76
3.1.3.3 Produção
3.1.3.3.1 Número de frutos por planta, produção por planta e produção por hectare
Na Figura 25 verifica-se o número médio de frutos por planta. A variedade Pomelo
apresentou o maior número (9,75), seguida pelas variedades Giombo (7,16), Fuyuhana (3), Rubi
e Jiro (2,5), Fuyu (2) e Rama Forte (1), considerando-se que foi avaliado apenas o primeiro ano
de produção.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Número de frutos por planta
12345678910
Variedades de Caquizeiro
FIGURA 25 – Número médio de frutos por planta de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-
Pomelo, 2-Rubi, 3-Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-
Toote, 9-Fuyu e 10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
Pela Figura 26 observa-se que a variedade Pomelo foi a que mais produziu (756,25 g)
seguida pelas variedades Giombo (641,52 g), Giro (290,65 g), Fuyuhana e Fuyu (148,21 g e
116,25 g/planta). Já as variedades Rubi e Rama Forte apresentaram produção bem inferior às
demais, com respectivamente, produção total de 93,31g e 70,03g, ambas com somente um fruto
em todas as plantas.
77
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Produção por planta (g)
12345678910
Variedades de Caquizeiro
produção por planta
FIGURA 26 – Produção por planta de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-
Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e
10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
A variedade Pomelo apresentou a maior produção por planta (756,25 g), entretanto a massa
dos seus frutos não foi a maior (116,26 g), assim como a Giombo que foi a segunda em maior
produção (641,52 g) com os menores frutos (68,97 g). A maior quantidade de frutos, ou seja,
maior produção por planta nestas variedades determinou o tamanho menor de seus frutos. As
demais variedades variaram em produção por planta e massa dos frutos, não necessariamente na
mesma proporção. O tamanho dos frutos é um dos requisitos para uma boa aceitação do produto
no mercado consumidor, frutos maiores possibilitam maiores ganhos financeiros. O raleio é uma
pratica cultural, consiste na retirada do excesso de frutos sem prejudicar a produção e tem como
objetivo aumentar o tamanho do fruto, podendo ser adotada como prática para a cultura na região,
com possibilidades de incremento na produção.
Na variedade Fuyuhana verificam-se produções, em plantas adultas, de médias anuais de 80
kg, com alternância de safras da ordem de 40 a 150 kg por planta (RIGITANO et al., 1984), no
presente trabalho a produção foi inferior (148,21 g por planta) considerando que são plantas de 4
anos de idade , e o primeiro ano de produção.
De acordo com a Figura 27, observa-se que a variedade Pomelo apresentou a maior
produtividade 0,216 (toneladas/ha), seguido pela variedade Giombo 0,183 (toneladas/ha), Jiro
78
0,083 (toneladas/ha), Fuyuhana 0,042 (toneladas/ha), Fuyu 0,033 (toneladas/ha), Rubi 0,026
(toneladas/ha), e Rama Forte 0,020 (toneladas/ha).
Segundo Ojima et al. (1998) a produtividade em pomares adultos é de 15 a 35 toneladas
por hectare. Considerando o espaçamento utilizado no presente trabalho 7 x 5 m, temos uma
densidade de 285 plantas por hectare, e uma produção média de 75 kg por planta. Se
considerarmos um pomar em adulto em plena produção (com 10 a 15 anos) o número aumenta
para 150 kg por planta. A produção em todas as variedades estudadas foi bem inferior a produção
nacional, entretanto deve-se considerar que é o primeiro ano de produção.
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
produção por hectare
(tonelada)
12345678910
Variedades de Caquizeiro
produção por hectare (tonelada)
FIGURA 27 – Produção por hectare de 10 variedades de caquizeiro, sendo: 1-Pomelo, 2-Rubi, 3-
Fuyuhana, 4-Rama Forte, 5-Taubaté, 6-Giombo, 7-Suruga, 8-Toote, 9-Fuyu e
10-Jiro em Selvíria-MS, 2006.
Novos estudos referentes à fenologia do caquizeiro devem ser efetuados durante vários
anos em regiões tropicais para a correta definição dos caracteres estudados, podendo ser de
grande auxílio no incremento da produção, assim como no desenvolvimento destas variedades na
região Oeste do Estado de São Paulo.
79
As variedades com potencial para o plantio na região são a Pomelo e a Giombo, as quais
apresentaram os ciclos mais precoces. Entretanto faz-se necessário o estudo por mais ciclos de
produção, a fim de se verificar o comportamento de cada variedade, durante vários anos, bem
como determinar a produção, qualidade dos frutos e época de colheita.
3.1.4 CONCLUSÕES
Nas condições em que foi conduzido o experimento os resultados obtidos permitiram as seguintes
conclusões:
a) As variedades Fuyu e Jiro apresentaram o maior número de gemas por ramo.
b) A variedade Pomelo e Giombo foram as mais precoces, atingindo os estádios
fenológicos gema dormente, gema inchada, brotação, ramo em crescimento,
florescimento, frutificação e colheita antes das demais.
c) A variedade Jiro produziu frutos com maiores massas.
d) Os maiores frutos em diâmetro e comprimento foram produzidos pela variedade
Fuyuhana e os menores pela variedade Giombo.
e) A variedade Pomelo apresentou o maior número de frutos por planta e as variedades
Taubaté, Suruga e Toote não produziram frutos.
f) A variedade Pomelo apresentou a maior produtividade e Rama Forte a menor.
80
4. CAPITULO 02
4.1. EFEITOS DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO E ÉPOCAS DE PROPAGAÇÃO NO
ENRAIZAMENTO DE ESTACAS LENHOSAS E HERBÁCEAS DE CAQUIZEIRO
4.1.1 INTRODUÇÃO
No Brasil, o caquizeiro entrou pela primeira vez em São Paulo, por volta de 1890, mas a
expansão da cultura só ocorreu a partir de 1920, com a chegada de fruticultores japoneses (SATO
E ASSUMPÇÃO, 2002). Segundo o IBGE (2004) que destaca os Estados do Rio Grande do Sul
(27.139 t em 1.965 ha), Paraná (22.938 t em 1.769 ha), Rio de Janeiro (18.090 t em 613 ha),
Minas Gerais (4.441 t em 457 ha), Santa Catarina (2.771 t em 245 ha) e Espírito Santo (39 t em 3
ha) como grandes produtores nacionais.
A cultura do caqui vem ganhando importância no Brasil, tanto pela área plantada quanto
pela diversificação de regiões de plantio, o que tem aumentado as quantidades ofertadas do
produto graças à organização de produtores que, associados buscam competitividade no mercado
interno, com vistas à exportação (IBRAF, 2006).
A obtenção de mudas de boa qualidade para a implantação de pomares constitui-se em
sério problema para os fruticultores que pretendem cultivar o caquizeiro (BIASI et al., 1999).
Segundo Pio et al. (2003) devido à inexistência de programas de produção de mudas no Brasil
que envolvam a utilização dos caquis americanos ou ainda a existência de um caqui com
81
potencial de utilização como porta-enxerto, a única alternativa é a extração de sementes das
próprias cultivares comerciais que apresentam o inconveniente de nem todas possuírem sementes
e, quando possuem, são escassas, além do baixo poder germinativo.
Uma alternativa para o caquizeiro seria a formação de mudas pelo método da estaquia, com
a utilização de estacas lenhosas coletadas na época da poda hibernal, realizada nos meses de julho
a agosto ou ainda a utilização de estacas herbáceas coletadas junto à desbrota, 60 dias após a
quebra da dormência (PIO et al., 2003). A propagação por estaquia é um dos métodos mais
importantes de propagação de mudas frutíferas e baseia-se no princípio de que é possível
regenerar uma planta a partir de uma parte da planta-mãe através da diferenciação dos tecidos
(HARTMANN E KESTER, 1978; FACHINELLO et al., 1995).
Tem-se observado que o enraizamento de estacas de espécies de difícil enraizamento pode
ser conseguido se forem fornecidos fatores adequados para o enraizamento das mesmas. A busca
de técnicas auxiliares, como o uso de reguladores de crescimento (AIB), tem sido utilizada com
freqüência a fim de proporcionar melhoria do enraizamento (BIASI, 1996).
Entre as principais funções biológicas das auxinas, pode-se citar o crescimento de órgãos,
especialmente as raízes. A auxina de presença natural é sintetizada principalmente em gemas
apicais e em folhas jovens e, de maneira geral, move-se através da planta, do ápice para a base.
Uma das formas mais comuns de favorecer o balanço hormonal para o enraizamento é a
aplicação exógena de reguladores de crescimento, tais como o ácido indolbutírico (AIB)
(PASQUAL et al., 2001).
Em função da escassez de estudos relacionados à propagação do caquizeiro, o presente
trabalho foi desenvolvido com o objetivo de verificar a capacidade de enraizamento de estacas
lenhosas e herbáceas de caquizeiro bem como determinar a concentração mais adequada de
indolbutírico (AIB) e a melhor época de propagação.
4.1.2 MATERIAL E MÉTODOS
4.1.2.1 Caracterização edafoclimática da área experimental
O presente trabalho foi conduzido no viveiro da área experimental da Fazenda de Ensino,
Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual Paulista - Campus de Ilha Solteira, localizado no
município de Selviria-MS, a mesma área descrita no item 3.1.2.1 da página 43.
82
4.1.2.2 Delineamento experimental
O delineamento estatístico utilizado para cada ensaio (duas épocas de coleta) foi
inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 2 x 3, constituído por dois tipos de estacas
(herbáceas e lenhosas), duas épocas de coleta (primavera e verão) e três tratamentos, sendo duas
concentrações de AIB e a testemunha (água - testemunha, sem aplicação de AIB; 1500 e 2500
mg.L
-1
por cinco minutos) com quatro repetições e dez estacas por unidade experimental.
4.1.2.3 Implantação e condução do experimento
As estacas lenhosas e herbáceas foram coletadas de caquizeiro com quatro anos de idade,
oriundas das brotações do porta-enxerto da cultivar Rama Forte, em duas épocas: primavera
(15/11/2005) e no verão (10/01/2006), padronizadas com 0,20 m de comprimento e cerca de 0,8
cm de diâmetro, com 5 gemas mantendo um par de folhas na extremidade apical. Os tratamentos
foram: (água - testemunha, sem aplicação de AIB); 1500 e 2500 mg.L
-1
por cinco minutos,
imergindo-se 5 centímetros da base. As estacas foram plantadas em jardineiras pretas de
polietileno de dimensões 0,42 x 0,14 x 0,14 m (comprimento, largura e profundidade), com
vermiculita média como substrato, colocadas para enraizar sob tela de polipropileno com 50% de
luz (Sombrite
(R)
), submetidas à nebulização intermitente, com tempo de aspersão de 20 segundos
e intervalos de 5 minutos, durante o período de 80 dias, de novembro a janeiro (31/01/2006) e
janeiro a março (30/03/2006).
4.1.2.4 Caracteres avaliados
Foram avaliadas as porcentagens de estacas enraizadas, número de brotos, número e
comprimento de raízes no final de 80 dias. Os resultados foram submetidos à análise de variância
pelo Teste F e regressão polinomial. As diferenças entre médias foram comparadas pelo teste de
Tukey (P <
0,05), utilizando-se o programa ESTAT.
83
4.1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados referentes aos caracteres avaliados para estacas colhidas na primavera são
apresentados na Tabela 1. Verifica-se que houve efeito do tratamento para porcentagem de
estacas enraizadas e número de raízes.
TABELA 1 -
Porcentagem de estacas enraizadas (PEE), comprimento de raiz (CR), número de
raízes (NR), e número de brotos (NB) de estacas lenhosas e herbáceas de
caquizeiro cv. Rama Forte, tratadas com AIB e coletadas na primavera, Selvíria-
MS, 2006.
TIPO DE ESTACA
DOSES DE AIB (
mg.L
-1
)
PEE (%)* CR (CM)*
1
NR * NB*
2
herbácea Testemunha – sem AIB 20 b 7,12 a 23,45 ab 1,0 a
herbácea 1500 37,5 ab 7,32 a 15,97 b 1,0 a
herbácea 2500 30 b 7,75 a 20,86 ab 1,0 a
lenhosa Testemunha – sem AIB 20 b 7,5 a 13,96 b 1,10 a
lenhosa 1500 45 ab 9,16 a 34,43 ab 1,0 a
lenhosa 2500 60 a 8,9 a 42,07 a 1,01 a
Média geral 35,41 7,96 25,12 1,02
C.V. (%) 37,5 25,78 44,33 8,43
* Medias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey (P = 0,05). Médias não diferem pelo teste F da
análise de variância
(1 e 2).
Para estacas herbáceas, apesar do teste de Tukey não apontar diferença entre as taxas de
enraizamento, verifica-se um aumento de 46,7% e 33% para a dose de 1500 a 2500 mg.L
-1
,
respectivamente, em relação a testemunha.
Para as estacas lenhosas o uso de AIB proporcionou maior percentual de enraizamento e a
dose de 2500 mg.L
-1
foi estatisticamente superior a testemunha. A porcentagem de estacas
lenhosas enraizadas se ajustou a equação de regressão linear (Figura 28), indicando que aumentos
na dose de AIB resultam em aumento do percentual de estacas enraizadas. Segundo Zuffellato-
Ribas e Rodrigues (2001), a auxina, dependendo da concentração, inibe ou estimula o
crescimento e a diferenciação dos tecidos, existindo um nível ótimo para estas respostas
fisiológicas, dependendo diretamente dos níveis endógenos dessas substâncias.
Comparando as estacas lenhosas com as herbáceas verifica-se que o percentual de
enraizamento foi maior nas estacas lenhosas com aumento de 16,7% para a dose de 1500 mg.L
-1
e de 50% na dose de 2500 mg.L
-1
de AIB. Isso pode ser explicado conforme observações de
Hartmann et al. (1990) e Nachtigal (1999) onde as estacas menos lignificadas (herbáceas) são
84
mais sensíveis à desidratação e à morte, pois o baixo índice de enraizamento, a permanência na
câmara de nebulização e o excesso de umidade são fatores que influenciam na sobrevivência das
estacas.
y = 0,0103x + 21,645
R
2
= 0,9293
0
10
20
30
40
50
0 500 1000 1500 2000 2500
concentracões
% enraizamento
FIGURA 28 - Porcentagem de enraizamento de estacas lenhosas de caquizeiro cv. Rama Forte,
sob diferentes doses de AIB, Selvíria-MS, 2006.
Os resultados obtidos neste trabalho diferem e são superiores aqueles obtidos por Nishimoto
(1994), que também trabalhou com a cultivar Rama Forte, porém com brotações da copa, e
obteve 15,68% de enraizamento; e no presente trabalho as estacas foram juvenis, oriundas de
brotações do porta-enxerto, esses resultados estão de acordo com Bastos et al. (2005), que
afirmam que as melhores porcentagens de sobrevivência das estacas lenhosas desta cultivar
(47,21%) foram observadas na ausência do AIB.
Para as estacas coletadas no verão (Tabela 02) não houve diferença significativa os
tratamentos, apresentando resultados inferiores, quando comparados com as estacas coletadas na
primavera. Comparando a dose de 2500 mg.L
-1
para estacas lenhosas colhidas na primavera e no
verão verifica-se que no verão obteve-se redução de 83% em relação à coleta da primavera.
Doses de AIB
85
TABELA 2 - Porcentagem de estacas enraizadas (PEE), porcentagem de sobrevivência (PS)
comprimento de raiz (CR), número médio de raízes (NR), e número de brotos
(NB) de estacas lenhosas e herbáceas de caquizeiro cv. Rama Forte, tratadas
com AIB e coletadas no verão, Selvíria-MS, 2006.
TIPO DE ESTACA
DOSES DE AIB (
mg.L
-1
)
PEE (%)* PS (%)* CR (CM) * NR* NB*
herbácea Testemunha – sem AIB 10,0 a 12,5 a 2,12a 5,5 a 0,25 a
herbácea 1500 7,5 a 5,0 a 0,62a 12,75 a 1,37 a
herbácea 2500 12,5 a 12,5 a 3,62a 8,37 a 2,32 a
lenhosa Testemunha – sem AIB 0,5 a 37,5 a 4,07a 3,0 a 0,30 a
lenhosa 1500 17,75 a 15,0 a 2,87a 5,82 a 1,87 a
lenhosa 2500 10,0 a 10,0 a 3,37a 2,12 a 1,75 a
Média geral
9,62 15,41 2,78 6,26 1,31
C.V. (%)
110,9 135,24 137,73 201,42 188,97
*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey (P = 0,05). * Médias não diferem pelo teste F da
análise de variância.
Vários trabalhos foram desenvolvidos com estacas de caquizeiro, porém todos eles com
resultados inferiores aos obtidos neste. Estacas herbáceas de caquizeiro ‘Fuyu’ apresentaram
maior tendência na propagação via estaquia porém apresentando apenas 4,05 % de enraizamento.
Em estacas lenhosas, não houve enraizamento e a sobrevivência aos 90 dias foi de apenas 43,29
% (BASTOS et al., 2005). Biasi et al. (2002) em experimento com AIB nas concentrações de 0 a
4.000 mg L-1, não obtiveram enraizamento, brotação ou calo na base das estacas semi-lenhosas
do caquizeiro ‘Fuyu’.
As auxinas são conhecidas pelo seu efeito indutor de raízes em estacas e freqüentemente
consideradas como limitantes do enraizamento, mas possuem pequeno ou nenhum efeito em
espécies lenhosas de difícil enraizamento (WILSON, 1994).
Em plantas que se propagam facilmente por estacas, a idade da planta-mãe tem pouca
importância, porém, em plantas difíceis de enraizar, este fator é relevante. Em geral, estacas
tomadas de plantas jovens (crescimento juvenil) enraízam com maior facilidade que tomadas de
ramos de plantas velhas (HARTMANN E KESTER, 1990). Pode-se dizer que quanto mais
juvenil o material, maior será o sucesso do enraizamento, quer expresso em porcentagem, quer
pela rapidez de formação e, ainda, pela qualidade das próprias raízes, bem como pela capacidade
de crescimento da nova planta (GOMES, 1987), pois o problema apresentado pelo material
adulto é o aparecimento ou a produção de substâncias inibidoras do enraizamento.
A época do ano, em alguns casos, pode exercer grande influência sobre o enraizamento das
estacas. Para algumas espécies que enraízam com facilidade, a estacas podem ser colhidas em
86
qualquer época do ano, enquanto para outras o período de maior enraizamento coincide com a
estação de repouso ou com a estação de crescimento (SIMÃO, 1998). Para cada planta específica
é necessário que se determine qual a melhor época do ano para retirar as estacas, a qual está
diretamente relacionada com a condição fisiológica da planta-mãe (HARTMANN E KESTER,
1990).
A presença de folhas nas estacas é um forte estímulo para a formação de raízes, porém a
perda de água pela transpiração pode levar as estacas à morte antes que se formem as raízes. Alto
grau de umidade relativa do ar é necessário para evitar o dessecamento das estacas. Os efeitos de
folhas e gemas são de grande importância no enraizamento de estacas, em virtude da produção de
auxinas e de outras substâncias que atuam no enraizamento. Há muitas provas experimentais de
que a presença de folhas em estacas exerce forte influência estimuladora da formação de raízes,
pois os carboidratos resultantes da atividade fotossintética das folhas, também contribuem para a
formação de raízes, embora os efeitos estimuladores de folhas e gemas se devam, principalmente,
à produção de auxina (HARTMANN E KESTER, 1990).
O processo de formação de raízes em estacas é influenciado por um grande número de
fatores que podem atuar isoladamente ou em conjunto. Dentre esses, destacam-se as condições
fisiológicas da planta-matriz (presença de carboidratos, substâncias nitrogenadas, aminoácidos,
auxinas, compostos fenólicos e outras substâncias não identificadas), o período e posição de
coleta das estacas, juvenilidade, estiolamento, presença de folhas e gemas, idade da planta-matriz
e fatores do ambiente, como disponibilidade de água, luminosidade e substrato (HARTMANN et
al., 1990). Vários autores citam a influência da estação climática sobre o enraizamento de estacas.
Essa variação na capacidade de enraizamento é atribuída às fases de crescimento da planta
(Mercado Flores e Kester, 1966) e ao estado bioquímico das estacas (BASU et al., 1973).
Nas estacas coletadas na primavera considerara-se o percentual de sobrevivência igual ao
percentual de estacas enraizadas, por que todas as sobreviventes enraizaram. Na coleta de verão
verificou-se que a porcentagem das estacas que sobreviveram foi diferente da porcentagem
enraizada (Tabela 2).
Não houve diferença significativa para porcentagem de sobrevivência, entretanto para
estacas herbáceas e lenhosas na dose de 2500 mg.L
-1
ocorreu, respectivamente, 12,5% e 10% de
sobrevivência. Já a testemunha das estacas lenhosas proporcionou sobrevivência (37,5%) e
somente 0,5% de enraizamento. Bastos et al. (2005) verificaram que para estacas herbáceas
87
coletadas em agosto em Piracicaba/SP, a cultivar Taubaté apresentou maior porcentagem de
sobrevivência (73,89%), em comparação com as demais cultivares em estudo, como a Rama
Forte (49,96 %), sendo que a cultivar Fuyu apresentou os menores resultados (6,59 %).
Para número de folhas também não houve diferença significativa entre os tratamentos,
porém houve tendência de maiores números (4,95) em estacas lenhosas na dose de 1500 mg.L
-1
.
Para as estacas coletadas no verão, ocorreu maior mortalidade de estacas em relação à
primavera, a alta temperatura (29,9
o
C) pode ter sido a provável causa, estes dados são
confirmados por Leonel et al. (1991), em trabalho com estacas de aceroleira e jaboticabeira.
Hartmann e Kester (1990) chamam a atenção para o fato de que temperaturas mais elevadas
podem proporcionar a brotação das gemas sem que haja formação de raízes, provocando perda de
umidade da estaca sem absorção de água, tornando a brotação indesejável para o sucesso do
enraizamento das estacas.
O desenvolvimento de raízes nas estacas é influenciado não só pelas condições internas da
planta, mas também pelo ambiente. Essas condições ambientais estão estreitamente relacionadas
com a época do ano, afetando fortemente o potencial de formação de raízes na base de uma
estaca (FACHINELLO et al., 1995).
A época do ano está estreitamente relacionada com a consistência da estaca, e estacas
coletadas no período de crescimento vegetativo intenso (primavera/verão) apresentam-se mais
herbáceas e, de modo geral, espécies de difícil enraizamento mostram maior capacidade de
enraizamento, enquanto estacas coletadas no inverno possuem maior grau de lignificação e
tendem a enraizar menos (FACHINELLO et al., 1995).
O tratamento com estacas lenhosas coletadas na primavera e tratadas com de 2500 mg.L
-1
de AIB (Tabela 01) proporcionou o maior número de raízes (42,07) sendo que a testemunha
apresentou o menor valor (13,96). Por outro lado, nas estacas coletadas no verão (Tabela 02) não
houve diferença significativa para este parâmetro, sendo que as estacas lenhosas na dose de 2500
mg.L
-1
apresentaram o menor valor (2,12) e a testemunha os maiores valores (23,45). As estacas
herbáceas apresentaram os maiores valores para número de raízes quando coletadas no verão
(Tabela 02), não diferindo estatisticamente das estacas lenhosas, porém com tendência de maior
número de raízes (12,75) na dose de 1500 mg.L
-1
.
Nas estacas herbáceas, coletadas na primavera, o número de raízes foi maior na testemunha
(23,45) e não apresentou diferença estatística com a dose de 2500 mg.L
-1
(20,86). Dados
88
semelhantes foram encontrados por Bastos et al. (2005) em estacas herbáceas de caquizeiro
coletadas em agosto onde não observaram efeito da utilização de AIB para nenhuma das
variáveis analisadas (porcentagens de sobrevivência, estacas brotadas, enraizadas e calejadas no
final de 90 dias) apenas diferença estatística para a porcentagem de sobrevivência, formação de
calos e número de raízes por estaca entre as cultivares (Pomelo, Rama Forte, Taubaté, Giombo e
Fuyu).
Segundo Dutra e Kersten (1996), a influência da época de estaquia no enraizamento de
estacas ocorre por causa das variações no conteúdo dos cofatores na formação e no acúmulo de
inibidores do enraizamento, o que provavelmente explique a resposta mais ou menos efetiva à
aplicação do regulador nas épocas testadas.
Nas estacas coletadas na primavera (Tabela 01) não houve diferença significativa entre os
tratamentos, entretanto destacaram-se as estacas lenhosas na dose de 1500 mg.L
-1
com os maiores
números de comprimento de raízes (9,16 cm) e as estacas lenhosas da testemunha para número de
brotos (1,10). Bastos et al. (2005) também verificaram no final do ensaio que poucas brotações
permaneceram nas estacas lenhosas (11,17%), mas a maioria das estacas permaneceram vivas.
Nas estacas coletadas no verão não houve diferença significativa para nenhum dos
tratamentos (Tabela 02). Entretanto houve uma tendência de maior comprimento de raízes (4,07
cm) na testemunha das estacas lenhosas e maior número de brotos (2,32) em estacas herbáceas na
dose de 2500 mg.L
-1
. Esse resultado sugere que as condições ambientais nas épocas mais tardias
sejam mais favoráveis ao desenvolvimento da parte aérea, principalmente em conseqüência da
elevação da temperatura (Fachinello et al., 1995). Os autores chamam a atenção para o fato de
que temperaturas mais elevadas podem proporcionar a brotação das gemas sem que haja
formação de raízes, provocando perda de umidade da estaca sem absorção de água, tornando a
brotação indesejável para o sucesso da estaquia.
Contudo, esse resultado não é satisfatório, pois é de se esperar a obtenção de mudas sadias e
vigorosas, com sistema radicular e parte aérea bem formados, para plantio em qualquer época do
ano, de preferência sem uso de irrigação minimizando as perdas com sua transferência para o
campo.
89
4.1.4 CONCLUSÕES
a) O enraizamento de estacas de caquizeiro é afetado pela época de coleta das estacas e a
melhor época para a propagação das estacas é a primavera.
b) O melhor tipo de estacas para a propagação do caquizeiro são as lenhosas.
c) O AIB é eficiente para estimular o enraizamento de estacas lenhosas coletadas na
primavera. na dose de 2500 mg.L
-1
.
90
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