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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA – CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA
CURSO DE AGRONOMIA
A RELEVÂNCIA DA FRUTICULTURA NA AGRICULTURA FAMILIAR DO
MUNICÍPIO DE JALES - SP.
ILHA SOLTEIRA
Estado de São Paulo – Brasil
Agosto 2005
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA – CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA
CURSO DE AGRONOMIA
A RELEVÂNCIA DA FRUTICULTURA NA AGRICULTURA FAMILIAR DO
MUNICÍPIO DE JALES - SP.
ANA PAULA BOTE RODRIGUES
ENGENHEIRA AGRÔNOMA
Profª. Drª. MARIA APARECIDA ANSELMO TARSITANO
ORIENTADORA
Dissertação apresentada a Faculdade de
Engenharia da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Campus de Ilha Solteira, como um dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Agronomia, especialidade
em Sistema de Produção.
ILHA SOLTEIRA
Estado de São Paulo – Brasil
Agosto 2005
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DEDICO
Ao meu marido Fábio Roque Amado
Pelo amor, carinho, companheirismo e paciência a mim dedicados,
Por suas lutas, pelo amor e oportunidade de crescer,
OFEREÇO
Aos meus pais, Nelson e Neide,
A quem devo a minha educação e formação.
A minha irmã Luciana,
Pela amizade e apoio.
MINHA GRATIDÃO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela força e conquistas permitidas até aqui.
Aos meus pais pelo exemplo de vida, pelas lutas, pela educação propiciada e
pelas oportunidades oferecidas, a quem tudo devo, expresso minha eterna gratidão.
A minha orientadora, Prfª. Drª. Maria Aparecida Anselmo Tarsitano, pela
compreensão, colaboração, incentivo e ensinamentos proporcionados.
Aos membros da banca examinadora, Prf.. Dr. Antonio Lazaro Sant’ Ana e
Drª. Rosemeire de Lellis Naves, pela criteriosa avaliação e sugestões apresentadas.
A todos os professores do Campus de Ilha Solteira, pelos conhecimentos
transmitidos, e aos funcionários da UNESP Ilha Solteira, pelo bom atendimento e amizade.
Aos colegas de turma e de viagem que sempre se mostraram solidários.
A ETE Dr. JoLuiz Viana Coutinho, que contribuiu com minhas ausências
quando necessárias.
Aos colegas da ETE em especial, Ana Maria, Afonso e José Molina e aos
pacientes funcionários, Sandra, Rogério e Sonia que sempre me ajudaram com os e-mails, ou
simplesmente ouviam minhas lamentações.
A todos os produtores rurais em especial o Sr. Sebastião Cestari que
contribuíram para a efetivação deste trabalho.
A minha irmã Luciana pela amizade e companheirismo.
Ao Pingo, por me ouvir calado e por ser meu anti-estresse.
Ao meu marido Fábio, companheiro inseparável, que sem ele não conseguiria
realizar este trabalho, minha gratidão e admiração.
A todos que diretamente ou indiretamente me ajudaram na realização deste
trabalho, o meu mais sincero MUITO OBRIGADA.
SUMÁRIO
LISTAS DE TABELAS
LISTAS DE FIGURAS
SUMMARY Página
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 14
2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ESTUDADA............................................ 16
3. METODOLOGIA .............................................................................................. 23
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 26
4.1. Caracterização do Município de Jales e do Bairro do Jataí ......................... 26
4.2. Caracterização das unidades produtivas pesquisadas.................................. 30
4.2.1. Dados referentes ao fruticultor e família......................................... 31
4.2.2. Atividades produtivas..................................................................... 44
4.2.3. Infra-estrutura e Tecnologia ........................................................... 53
4.2.4. Fonte de Renda e Mão-de-obra....................................................... 56
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 63
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 65
7. ANEXOS ........................................................................................................... 68
7.1. Questionário .............................................................................................. 69
7.2. Mapa do Município de Jales – SP .............................................................. 74
7.3. Evolução do número de pés plantados de frutíferas no EDR de Jales – SP
em hectares................................................................................................ 75
LISTA DE TABELAS
Número da Página
Tabela
01. Estratificação Fundria do Município de Jales – SP. ..................................... 29
02. Utilização das terras no município de Jales (SP). ........................................... 30
03. Área ocupada com as principais culturas no Bairro do Jataí em Jales (SP). .... 47
04. Área ocupada com as principais frutíferas no Bairro do Jat em Jales (SP). .. 47
05. Número de propriedades que possuem máquinas, veículos, implementos e
equipamentos disponíveis. .............................................................................. 54
06. Número de propriedades que possuem benfeitorias disponíveis. .................... 55
LISTA DE FIGURAS
Número da Página
Figura
01. Evolução da área (em hectares) plantada de frutíferas no EDR de Jales-SP
(1994-2004). .................................................................................................. 22
02. Mapa do Estado de São Paulo dividido em 40 Escritórios de
Desenvolvimento Rural (EDRs). .................................................................... 23
03. Mapa do EDR de Jales com seus 22 municípios. ............................................ 24
04. Faixa etária do produtor e conjugue pela propriedade familiar no Bairro do
Jataí em Jales (SP). ......................................................................................... 32
05. Distribuição do Poder decisório dos fruticultores no Bairro do Jataí em Jales
(SP). ............................................................................................................... 32
06. Onde os fruticultores do Bairro Jat em Jales (SP) obtêm informações para
tomada de decisão. ......................................................................................... 33
07. Faixa etária dos filhos ativos no Bairro do Jataí em Jales (SP). ...................... 34
08. Nível de instrução do produtor e conjugue no Bairro do Jataí em Jales (SP).... 35
09. Nível de instrução dos filhos ativos no Bairro do Jataí em Jales (SP). ............ 36
10. Fruticultores que fazem parte de Associação no Bairro do Jataí em Jales (SP) 38
11. Associações que os fruticultores que fazem parte no Bairro do Jataí em Jales
(SP). ............................................................................................................... 38
12. Cargos ocupados pelos produtores que fazem parte da Associação do Bairro
Jataí em Jales (SP). ......................................................................................... 39
13. Produtores que fazem parte de Cooperativas no Bairro Jat em Jales (SP). ... 40
14. Cooperativas que os Produtores do Bairro Jataí em Jales (SP) são cooperados 42
15. Utilização de assistência Técnica no Bairro do Jat em Jales (SP). ................ 43
16. Uso de crédito rural pelos fruticultores no Bairro Jataí em Jales (SP). ............ 44
17. Utilização das terras no Bairro do Jat em Jales (SP). ................................... 45
18. Disposição das culturas no Bairro do Jataí em Jales (SP). .............................. 46
19. Interesse em implantar novos projetos no Bairro do Jataí em Jales (SP). ........ 50
20. Novos projetos que os fruticultores têm interesse de implantar no Bairro do
Jataí em Jales, (SP).......................................................................................... 51
21. Dificuldades para implantar novos projetos no Bairro do Jataí em Jales (SP). 52
22. Máquinas, veículos, implementos e equipamentos disponíveis em unidades
para os produtores do Bairro do Jataí em Jales (SP). ....................................... 53
23. Benfeitorias disponíveis para os produtores do Bairro do Jataí em Jales (SP). 55
24. Tecnologias utilizadas quanto ao solo pelos produtores do Bairro do Jataí em
Jales (SP)........................................................................................................ 56
25. Divisão do pró-labore entre os membros da família dos produtores do Bairro
do Jataí em Jales (SP). .................................................................................... 57
26. Quem recebe o pró-labore entre os produtores do Bairro do Jataí em Jales
(SP). ............................................................................................................... 58
27. Fonte de renda monetária das famílias dos produtores do Bairro do Jat em
Jales (SP)........................................................................................................ 59
28. Outras fontes de renda monetária da família dos produtores do Bairro do Jataí
em Jales (SP). ................................................................................................. 60
29. Mão-de-obra utilizada pelos produtores do Bairro do Jataí em Jales (SP). ...... 61
30. Qualificação da mão-de-obra utilizada pelos produtores do Bairro do Jataí em
Jales (SP). ...................................................................................................... 62
RODRIGUES, A.P.B. A Relevância da Fruticultura na Agricultura Familiar do
Município de Jales SP. Ilha Solteira, 2005. 75 p Dissertação (Mestrado em Agronomia
Sistema de Produção) – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Paulista.
A RELEVÂNCIA DA FRUTICULTURA NA AGRICULTURA FAMILIAR DO
MUNICÍPIO DE JALES - SP.
RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo geral verificar a relevância da fruticultura na
Agricultura Familiar, a partir de uma caracterização socioeconômica dos fruticultores do
Bairro Jataí no município de Jales, e do levantamento e análise de alguns parâmetros técnicos
produtivos das frutíferas predominantes. A pesquisa de campo foi realizada no Bairro do Jataí
no município de Jales SP, onde a presença de fruticultores familiares é predominante. A
viticultura foi introduzida no município de Jales exatamente no Bairro do Jataí, pela iniciativa
pioneira de produtores da colônia japonesa ainda na década de 60, tornando-se a principal
atividade econômica local. Inicialmente foram realizadas visitas aos técnicos do EDR e da
Casa da Agricultura de Jales para conhecer melhor as características do município e de seus
produtores, e especificamente dos produtores do Bairro do Jat. Também foi entrevistado o
presidente da associação dos produtores de Jataí para definição dos 26 fruticultores que
seriam pesquisados, com base nos critérios de tamanho da área da propriedade e da
diversidade de frutas produzidas comercialmente. A metodologia proposta neste trabalho é
composta pela aplicação de um questionário que foi elaborado visando levantar as principais
características das famílias e das propriedades desses fruticultores, participação em
associações e cooperativas, acesso à assistência técnica, uso de financiamento rural, as
atividades produtivas, área e produção das principais frutíferas, tipo de mão-de-obra utilizada,
entre outros. Os resultados obtidos na pesquisa evidenciaram a importância da fruticultura na
agricultura familiar, verificando que a grande maioria dos produtores pesquisados mora na
propriedade, sendo que o cultivo de frutas, como é exigente em mão-de-obra, tem uma
participação relevante na fixação do homem no campo. A cultura da uva se destaca entre as
frutíferas, ocupando mais da metade da área cultivada, seguida pela laranja, manga, atemóia,
abacaxi, tangerina, limão, goiaba e o caju. Por se tratarem de pequenos produtores rurais com
área média de 17 hectares, precisam desenvolver formas de organização que lhes propiciem
melhores resultados na compra e venda dos produtos, uma das maiores dificuldades, assim
como na resolução de problemas coletivos do Bairro Jataí.
Palavras-chave: Agricultura Familiar, Fruticultura, Uva, Bairro Jataí.
RODRIGUES, A.P.B. A Relevância da Fruticultura na Agricultura Familiar do
Município de Jales SP. Ilha Solteira, 2005 75 p Dissertação (Mestrado em Agronomia
Sistema de Produção) – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Paulista.
THE RELEVANCE OF THE HORTICULTURE IN THE FAMILY AGRICULTURE
OF THE MUNICIPAL OF JALES - SP.
ABSTRACT: This research had as general objective to verify the relevance of the
horticulture in the Family Agriculture, that it leaves of a general socioeconomic
characterization of Jataí's neighborhood horticulturist in the municipal of Jales, besides to lift
and to analyze some productive technical parameters of the fruitful ones predominant. The
field research was accomplished in the Neighborhood of Jataí in the municipal district of Jales
- SP spies with the municipal district of Urânia, where the presence of family horticultures is
predominant. The viticultura was introduced exactly in the municipal district of Jales in the
Neighborhood of Jat, for the pioneering initiative of producing of the Japanese colony still
in the decade of 60, becoming to main local economical activity. Initially visits were
accomplished the technicians of EDR of Jales and of the House of the Agriculture of Jales to
know the general characteristics of the municipal district better and of your producers,
specifically of the producing of the Neighborhood of Jat. The president of the association of
the producing of Jataí was also interviewed for definition of the 26 horticulture that they
would be researched, with base in the criteria of size of the area of the property and of the
diversity of fruits produced commercially. The methodology proposed in this work it is
composed by the application of a questionnaire that was elaborated seeking to lift the
principal characteristics of the families and of the properties of those horticulture,
participation in associations and cooperatives, access to the technical attendance, use of rural
financing, the productive activities, area and the fruitful principal production, type of people
involved in the work, among others. The culture of the grape stands out among the fruitful
ones, occupying more of the half of the cultivated area, followed for the orange, mango,
atemoia, pineapple, tangerine, lemon, guava and the cashew. For if they treat of small rural
producers with medium area of 17 hectares, they need to develop organization forms that
propitiate them better results in the purchase and sale of the products, one of the largest
difficulties, as well as in the resolution of collective problems of the Jataís neighborhood.
Word-key: Family Agriculture, Horticulture, Grape, Neighborhood Jat.
14
1. INTRODUÇÃO
A fruticultura é uma atividade que se destaca no mercado internacional e muito
embora o Brasil seja um grande produtor de frutas, sua inserção no mercado internacional é
insignificante, representando apenas cerca de 1% do total produzido.
Atualmente é um dos segmentos agrícolas mais rentáveis, despertando a
atenção não só de empresários rurais e agricultores, mas também de óros governamentais.
Com uma produção de 38 milhões de toneladas, o Brasil ocupa a posição de
terceiro produtor mundial de frutas, ficando atrás apenas da China (133 milhões de toneladas)
e da Índia (58 milhões de toneladas) segundo (FERNANDES et al., 2004). Calcula-se que o
setor de fruticultura, incluindo seus diferentes segmentos e serviços agregados, responda pela
geração e manutenção de 4 milhões de empregos diretos e por um PIB de US$ 11 bilhões
(FERNANDES, 2003).
A fruticultura no Estado de São Paulo se destaca no cenário nacional,
principalmente pelas produções de citros e banana. No entanto, em virtude de suas
características edafoclimáticas, o Estado de São Paulo oferece condições propícias para a
produção de diversas frutíferas, com diferentes ciclos de maturação, englobando espécies
tropicais, temperado-subtropicais e temperadas típicas, permitindo o cultivo e a colheita ao
longo do ano. Com a crescente expansão e diversificação de espécies frutíferas, a fruticultura
paulista apresenta bons resultados na economia estadual, pois além de suprir parte de suas
15
necessidades internas, ainda destina boa parte para demanda externa, contribuindo para a
geração de divisas (SANTIAGO e ROCHA, 2001).
A fruticultura é uma atividade que pela sua característica de tratos culturais,
tratamento fitossanitário e a própria colheita, ocupa uma grande quantidade de mão-de-obra.
Por ser uma atividade que envolve muita habilidade e dedicação, ela passa a ser desenvolvida
principalmente pela família.
A agricultura familiar no campo da fruticultura é bastante dinâmica no
ambiente socioeconômico em que atua, relacionada à formação dos proprietários com
aquisição de informações, a diversidade de mercado tanto de compra de insumos como de
venda dos produtos finais, sistema de produção e aquisição de crédito. Por este dinamismo e
devido à mão-de-obra ser da própria família, é possível ter seu produto final, as frutas, com
qualidade, uma vez que é crescente a demanda por produtos saudáveis e diferenciados.
No Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Jales (SP), a fruticultura é a
principal fonte de recursos da região e, também, a atividade que ocupa a maior quantidade de
o-de-obra direta e indireta. É geradora de renda e empregos através de diferentes formas de
contratos, seja como diaristas, mensalistas e até parceiros e meeiros. Além disso, ainda é
significativo o número de produtores rurais residentes na propriedade.
A relevância da fruticultura na Agricultura Familiar motivou a realização desta
pesquisa que parte de uma caracterização socioeconômica geral dos fruticultores do Bairro
Jataí no município de Jales, rego noroeste do Estado de o Paulo, além de levantar e
analisar alguns parâmetros técnicos produtivos das frutíferas predominantes.
Os resultados desta investigação poderão ser instrumentos importantes para
subsidiar a ação dos órgãos de extensão público ou privado, das Associações, Cooperativas,
instituições financeiras e de fomento, e desta forma contribuir para poticas adequadas para a
realidade desses fruticultores familiares.
16
2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ESTUDADA
A ocupação da região noroeste do estado de São Paulo, assim como do EDR de
Jales, ocorreu na década de 20 com o crescimento da exploração cafeeira e da bovinocultura
no Estado. A região de Jales sempre teve sua economia voltada para a agropecuária. No inicio
foi o algodão e o amendoim; depois a expansão do café ocupou grande parte da região até
início dos anos 80 quando havia 26 milhões de pés. Nesta época ocorreu um longo período de
estiagem, a queda do consumo mundial, a grande quantidade de café estocado, os problemas
com nematóides, além dos decorrentes das variações climáticas que afetaram muito a
produtividade da cultura ocorreram à decadência da lavoura cafeeira na região que foi
reduzida a 14 milhões de pés de caem 1985. (TERRA et al.,1998). Hoje na região tem
aproximadamente em torno de 4 milhões de pés de café.
A crise cafeeira acabou por delinear três grupos de produtores: o primeiro
grupo de produtores com áreas maiores em que a pecuária passou a ser a atividade principal; o
segundo grupo que manteve a cultura do cafeeiro aliada as outras atividades de subsisncia, e
o terceiro grupo, o mais importante para o processo de diversificação, que erradicou ou
manteve o cafeeiro como atividade secundária, procurando alternativas mais rentáveis,
principalmente na fruticultura e olericultura (GIELFI et al., 1992).
Essa diversificação agrícola revitalizou as pequenas propriedades rurais
permitindo bons resultados econômicos e a permanência de muitas famílias na zona rural,
17
enquanto outras, mesmo tendo migrado para os centros urbanos, continuaram a trabalhar nas
propriedades. Esse êxodo foi maior em municípios em que o processo de diversificação
agrícola foi menos intenso (PELINSON, 2000).
A estrutura agrária da região de Jales, caracterizada por pequenas propriedades
rurais, facilitou o desenvolvimento da fruticultura na região, com a utilização da mão-de-obra
familiar no trabalho na propriedade, além da contratação de trabalhadores temporários e
permanentes. A estratificação fundiária do EDR de Jales mostra que mais de 86% do número
total de Unidade Produção Agropecuária1 (UPA’s), possui área inferior a 50 ha ocupando
38% da área total da região de Jales.
A citricultura destacou-se como uma cultura pioneira neste processo,
alcançando já no ano de 1986 uma área cultivada superior a 2.800 hectares. As boas
perspectivas econômicas da atividade estimularam um acelerado plantio, perfazendo uma área
cultivada em 2004 superior a 12.000 hectares, segundo o EDR de Jales. Problemas
fitossanitários e principalmente econômicos tem conduzido a atividade para um cerio de
crise.
A viticultura foi introduzida na região ainda na década de 60, a partir da
pioneira iniciativa de produtores da colônia japonesa, que trouxe material vegetativo do
cultivar Itália (Pirovano 65).
A falta de conhecimento sobre a cultura, a distância de outros centros mais
tradicionais no plantio de uvas finas, as dificuldades de transporte e financeiras fizeram com
que os agricultores que iniciaram na viticultura acabassem experimentando e desenvolvendo
técnicas próprias, algumas das quais utilizadas até os dias atuais.
Em 1970, foram comercializadas as primeiras caixas de uva ‘Itália’, enviadas
para São Paulo pela Cooperativa Sul-Brasil. Nessa época, havia 2 produtores de uva que
1
A Unidade Produção Agropecuária (UPA) corresponde à definição de imóvel adotada pelo INCRA, ou seja,
uma área contínua de terra do(s) mesmo(s) proprietário(s).
18
totalizavam 500 pés em produção. A partir disto, houve um incremento da cultura no
município de Jales.
Dada a importância técnica, econômica e social do cultivo da uva nesta região,
relata-se a seguir o desenvolvimento das técnicas experimentadas e testadas na atividade, que
podem ser encontradas detalhadas em Terra et al. (1998).
Inicialmente, testaram-se métodos de condução das videiras em sistema
espaldeira ou manjedoura, (utilizada no EDR de Itapetininga) e o sistema de condução em
latada que apresentou melhores resultados e representa a maioria absoluta dos parreirais. A
latada, também conhecida como pérgola ou caramanchão, é o sistema em que as copas das
plantas são conduzidas em um plano horizontal, que proporciona a maior expansão da copa e
os maiores rendimentos por área, embora apresente um custo de implantação maior, devido à
quantidade de postes e de arames necessários. A espaldeira é o sistema de condução em que
as copas das plantas são conduzidas em um plano vertical. A construção é semelhante à de
uma cerca, com dois a quatro fios de arame. Este sistema é mais simples do que a latada, mais
barato, porém proporciona rendimentos bastante inferiores, cerca de 50% em alguns casos.
Devido ao baixo rendimento, este sistema praticamente não tem sido utilizado pelos
produtores. Além disso, algumas variedades apresentam problemas de queimaduras de bagas
pelo sol, quando implantadas na espaldeira. (NACHTIGAL, 2000). O sistema inicial de
irrigação utilizado foi o de inundação após o nivelamento do terreno ou irrigação individual
de cada planta, logo foi substituída pelo tipo aspersão que continua sendo o mais utilizado até
hoje.
Até 1975, era efetuada apenas uma poda para a produção, mas neste ano
alguns pés foram podados mais cedo, em abril e maio, pois havia a intenção de experimentar a
chamada "poda de operação" (segunda poda). Ocorreu que nesse ano uma geada intensa no
dia 18 de julho "queimou" os cachos e ramos novos das parreiras, assim como os cafezais,
19
obrigando os agricultores a efetuar nova poda na videira, pois não houve produção. No ano
seguinte, em 1976, foi feita à primeira poda normalmente no período de abril a junho, e a
produção obtida aumentou de 1,25 para 2,5 kg/metro quadrado.
Os cachos eram desbastados com tesouras na “fase de ervilha”, havendo a
necessidade de grande número de pessoas para essa operação. Com a descoberta da
revolucionária técnica do uso da escova plástica (pente) no desbaste dos cachos houve boas
perspectivas de melhoria do rendimento econômico.
A utilização de tela de cobertura também trouxe grande impulso na expansão
da viticultura, pois anteriormente os cachos eram envolvidos um a um com papel manteiga,
jornal e plástico, evitando o ataque de pássaros e queimaduras pelo sol. Antes do final da
maturação dos cachos, o jornal era retirado. As operações de desbaste e ensacamento dos
cachos demandavam quantidade de mão-de-obra cinco vezes maior do que a utilizada hoje.
Até o ano de 1997 observou-se incremento anual significativo de novas
parreiras e de novos produtores, alcançando aproximadamente 1.150 hectares cultivados e
uma produção anual superior a 3,7 miles de caixas.
Entretanto, o cenário começou a alterar-se na safra de 1997 com o advento
de problemas fisiológicos, os quais em interação com desordens de natureza climática
provocaram significativos danos nas safras de 1998 e 1999. Registraram-se as primeiras
dificuldades para a atividade, com fortes implicações no rendimento econômico e
conseqüente reflexos na condução da lavoura.
A partir da demanda do setor produtivo vitícola da região e da assinatura de
convênio entre a Prefeitura Municipal de Jales, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento/Embrapa, a Secretaria da Agricultura de Jales e a Associão dos Viticultores
da Região de Jales foi instalado no município de Jales a Estação Experimental de Viticultura
20
Tropical da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS), vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Em setembro de 2001, o terreno para a instalão do "Campo de Pesquisas em
Fruticultura", foi doado pela Prefeitura Municipal de Jales e pela Associação dos Viticultores
da Região de Jales - AVIRJAL.
Segundo informações obtidas no site da EMBRAPA, a Estação Experimental
de Viticultura Tropical conta com 16 hectares, dos quais oito são ocupados com parreirais,
todos cobertos com tela de proteção e dotados de irrigação localizada. As principais linhas de
pesquisa da Estação são o melhoramento genético da videira, objetivando a criação de
variedades de uvas finas de mesa sem sementes, uvas rústicas de mesa e uvas para suco, todas
adaptadas às condições de clima tropical. Além disso, são desenvolvidos trabalhos nas áreas
de irrigação, manejo de plantas, nutrição, fitopatologia e outras.
As primeiras cultivares de uva de mesa sem sementes desenvolvidas
especialmente para o solo e o clima brasileiros foram apresentadas ao público no dia 19 de
dezembro de 2003, em Jales (SP), depois de sete anos de pesquisa de laboratório e de campo.
Duas - a BRS Linda e a BRS Clara - são de uva branca, a outra, a BRS Morena, de uva tinta.
Estas variedades estão disponíveis desde abril de 2004 para produtores de todo o país.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo através
das Casas da Agricultura, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a UNESP de Ilha
Solteira, entre outras instituições, também foram responsáveis pelo desenvolvimento de
pesquisas que resultaram na introdução de novas variedades, recomendações de
espaçamentos, nova formas de desbastes de cachos, entre outros procedimentos.
Diante das imeras dificuldades da agricultura e do alto investimento na
implantação da viticultura, cerca de US$ 25,000.00/ha (60% deste total somente com
aquisição do telado), segundo Tarsitano (2001), grande parcela dos produtores locais
21
buscam outras alternativas na própria fruticultura, através da exploração de atividades com
valores menores de investimento inicial como a pinha, mamão, abacaxi, limão, coco, banana e
outras frutas, porém não perdendo a vocação regional. Na Figura 1 observamos que no ano de
1997 ocorreu o crescimento de plantio da área em hectares das culturas da laranja, banana,
limão e uva fina.
22
Figura 01. Evolução da área (em hectares) plantada de frutíferas no EDR de Jales-SP (1994-2004).
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento/CATI Jales-SP.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
13000
14000
15000
16000
17000
18000
19000
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Área em hectares
Banana Coco Goiaba Laranja Limão Mamão Manga Ponkan Uva Fina Uva Comum
23
3. METODOLOGIA
O EDR (Escririo de Desenvolvimento Rural) de Jales situado na porção
noroeste do estado de São Paulo, pertence a uma das 40 Unidades Administrativas da
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) / Secretaria da Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, conforme mostra na Figura 02.
Figura 02. Mapa do Estado de São Paulo dividido em 40 Escritórios de
Desenvolvimento Rural (EDRs).
Fonte:
http://www.cati.sp.gov.br/novacati/index.php
24
O EDR de Jales tem uma área de 311.733,2 ha abrange 22 municípios:
Aparecida D’Oeste, Aspásia, Dirce Reis, Dolcinópolis, Jales, Marinópolis, Mesópolis, Nova
Canaã Paulista, Palmeira D’Oeste, Paranapuã, Pontalinda, Rubinéia, Santa Albertina, Santa
Clara D’Oeste, Santa do Sul, Santa Rita D’Oeste, Santa Salete, Santana da Ponte Pensa,
São Francisco, Suzanápolis, Três Fronteiras, Urânia e Vitória Brasil (Figura 03).
Figura 03. Mapa do EDR de Jales com seus 22 municípios.
Fonte: http://cati.sp.gov.br/novacati/index.php
A pesquisa de campo foi realizada no Bairro do Jat no município de Jales
SP divisa com o município de Urânia, onde a presença de fruticultores familiares é
predominante.
25
Inicialmente foram realizadas visitas aos técnicos do EDR de Jales e da Casa
da Agricultura de Jales para conhecer melhor as características gerais do município e de seus
produtores, e mais especificamente dos produtores do Bairro do Jataí.
Foram realizados levantamentos de dados sobre a evolução do setor
agropecuário do EDR e do município através de dados do Instituto de Economia Agrícola
(IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, da Casa da Agricultura e da Prefeitura
de Jales.
Também foi entrevistado o presidente da associação dos produtores do Jat
para definição dos fruticultores que seriam pesquisados, com base nos critérios de tamanho da
área da propriedade e da diversidade de frutas produzidas comercialmente. Foram
selecionados 26 fruticultores do Bairro do Jataí no município de Jales – SP.
A metodologia utilizada neste trabalho foi a aplicação de um questionário
(Anexo) que foi elaborado visando levantar as principais características das famílias e das
propriedades desses fruticultores, participação em associações e cooperativas, acesso à
assistência técnica, uso de financiamento rural, as atividades produtivas, área e produção das
principais frutíferas, tipo de mão-de-obra utilizada, entre outros.
É fundamental a importância de se ter informações consolidadas e atualizadas
que permitem entender a agricultura familiar desses fruticultores com suas especificidades.
Visando atender aos objetivos propostos, os dados foram tabulados no software
Microsoft Excel for Windows e sistematizados em gráficos e tabelas.
26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4. 1. Caracterização do município de Jales e do Bairro do Jataí.
O município de Jales foi fundado pelo engenheiro Euphly Jalles no dia 15 de
abril de 1941, fruto da expansão das fronteiras para o Oeste do Estado de São Paulo e
resultante do direcionamento das frentes de expansão e pioneira do final do século XIX e
início do século XX. Em todo o Oeste do Estado de São Paulo, fundar uma cidade constituiu
em uma estratégia para promover a venda das terras rurais. O início do século XX foi
marcado pela transformação na forma de apropriação da terra no extremo Noroeste de São
Paulo, em especial em uma gleba de mais de 500000 hectares, denominada de Fazenda Ponte
Pensa, onde está localizado o município de Jales. Vendeu-as a ex-colonos de regiões mais
antigas de ocupação do Estado de São Paulo e de outros estados, incluindo imigrantes, que
conseguiram formar um pequeno pecúlio, trabalhando nas fazendas de café, que davam de
entrada no pagamento parcelado efetuado ao especulador. Naquele momento, deu-se início a
extração da renda capitalista da terra, através da venda das glebas maiores em pequenos lotes
a migrantes, que passaram a conhecer a concretização do sonho de terem sua terra para o
trabalho e, assim, tornarem-se proprietários. Assim, Jales tornou-se parte da, definitivamente,
frente pioneira com o retalhamento da gleba, onde se riscou a zona urbana e suburbana em
27
função de um planejamento: loteou-se a propriedade a partir do núcleo, em círculos
concêntricos, em lotes desde um alqueire de área, com limites máximos de 2,5 e 10 alqueires.
Foi elevada a condição de Distrito de Paz pelo decreto-lei nº. 14334 de 30 de
novembro de 1944 e tornou-se município no dia 24 de novembro de 1948 pela lei nº. 233.
Tornou-se comarca pela lei nº. 1940 de 3 de dezembro de 1950.
O município se encontra na latitude 20016’S, longitude 50033’W e altitude
dia de 483 m. O solo predominante é o podzólicos - podzolizados variação de Lins e
Marília, Lato-solo. O clima é tropical, verão com altas temperaturas e inverno extremamente
seco, com temperaturas entre 18º e 20º C. Sua localização geográfica é estratégica, pois
pertence a uma região bastante irrigada por rios como Paraná, o Rio Grande e seus afluentes,
considerada a região dos Grandes Lagos. A proximidade com os Estados de Minas Gerais e
Mato Grosso facilita a produção agrícola, pois, a o-de-obra que é numerosa, e, portanto
barata e de fácil qualificação.
Com uma área de 36.800 ha o Município de Jales possui, de acordo com o
Censo Demográfico do IBGE de 2000, 46.178 habitantes, sendo 3.846 rurais e 42.332
residentes na cidade. Destes temos 36.201 pessoas alfabetizadas sendo a taxa de alfabetização
de 91,7% do município.
O município de Jales é formado pelos seguintes bairros: Barra Bonita, Sofia,
Araras, Helena, Picadão, Jataí, Matão, Mico, Ribeirão Lagoa, Açude, Café, Coqueiro,
Rosalina, Arribada, Pimenta, Quebra Cabaça, Marimbondo, Veadinho, Perobas, Perobinha,
Perobão, Tanquinho, Figueira, Veadão, Tamboril, Açoita Cavalo, Sete de Setembro e
Jacutinga (Mapa Anexo).
A ocupação do Bairro do Jataí ocorreu com o crescimento da exploração
cafeeira e da bovinocultura no Estado de São Paulo antes da década de 50. A cultura do café
ocupou grande parte do bairro até o final da década de 70 quando ocorreu a estiagem
28
prejudicando a produção. Com a erradicação de grande parte desta lavoura houve uma
substituição por frutíferas, como a laranja e a uva. A viticultura foi introduzida na região de
Jales exatamente no Bairro do Jataí, pela a iniciativa pioneira de produtores da colônia
japonesa ainda na década de 60, sendo exatamente em 1966 pelo Senhor Massaharu Nagata (a
família ainda mantém moradia no bairro) e outros poucos produtores do bairro, sendo que a
viabilização técnica ocorreu entre 1975 e 1980, tornando-se graças às suas excepcionais
perspectivas de rendimento, uma importante alternativa econômica para a agricultura local.
Uma das características desse município de Jales é o predomínio de pequenas
propriedades, tanto em número quanto em área ocupada.
O município de Jales, como toda a região em que se encontra envolvido, teve
sua colonização através da implantação das culturas de café e de alimentos básicos.
Devido às exincias das culturas utilizadas no passado e o loteamento de um
alqueire até 10 alqueires, a região herdou uma estrutura tipicamente de agricultura familiar e a
estratificação fundiária com predomincia de pequenas propriedades rurais. Com a
acentuada decadência do setor cafeeiro na década de 80 e a baixa rentabilidade das culturas de
alimentos básicos, a região viu agravar o êxodo rural e a descapitalização foi inevitável, com
o empobrecimento do setor.
Na busca por soluções na atividade agrícola, a fruticultura apresentou-se como
uma alternativa viável para o município e o ramo da citricultura em termos de área plantada e
a viticultura em valor agregado foram às opções mais utilizadas. Hoje a diversificação
favoreceu a implantação de outras culturas, tornando a região umlo de fruticultura.
Com o objetivo de fomentar cada vez mais o desenvolvimento da fruticultura
no município e na região, a Prefeitura Municipal juntamente com a Secretaria Municipal de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente de Jales, trabalham sempre a procura
29
de novas tecnologias, sistemas de manejos e cultivares, para maiores opções dos produtores
rurais.
A estratificação fundiária do município de Jales está apresentada na Tabela 01.
Verifica-se que quase 52% do número total de unidades produtivas possuem até 20 hectares
ocupando apenas 18% da área total, este valor aumenta para 96% se considerarmos
propriedades com área total de até 100 hectares e ocupam 67% da área total do município.
Em relação à utilização das terras, pode-se observar a partir dos dados da
Tabela 2, que a pastagem é amplamente predominante ocupando 75% da área total de
31.603,80 hectares, em segundo lugar vem às culturas perenes, principalmente as frutíferas,
seringueira e café, que ocupam quase 13% da área total, totalizando essas duas atividades
88% da área total.
As culturas anuais representam 3,5% da área total, ocupada principalmente
com as culturas do milho e algodão.
Tabela 01. Estratificação Fundiária do Município de Jales – SP.
ITEM
UNIDADE
DE UPAS TOTAL
Área das UPAs com (0,1) ha ha 43 26,30
Área das UPAs com (1, 2) ha ha 21 31,50
Área das UPAs com (2,5) ha ha 119 485,70
Área das UPAs com (5,10) ha ha 186 1.460,30
Área das UPAs com (10,20) ha ha 274 3.790,50
Área das UPAs com (20,50) ha ha 282 8.969,50
Área das UPAs com (50,100) ha ha 92 6.447,50
Área das UPAs com (100,200) ha ha 29 4.179,20
Área das UPAs com (200,500) ha ha 10 3.484,60
Área das UPAs com (500,1.000) ha ha 4 2.728,70
Área total ha 1.060 31.603,80
Fonte: Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente.
Lupa: 1996
30
Tabela 2. Utilização das terras no município de Jales (SP).
ITEM UNIDADE DE UPAS TOTAL
Área total ha 1.060 31.603,80
Área com cultura perene ha 586 4.022,40
Área com cultura semi-perene ha 254 255,20
Área com cultura anual ha 242 1.112,30
Área com pastagem ha 1.013 23.777,30
Área de reflorestamento ha 176 112,10
Área de vegetação natural ha 306 1.164,30
Área inaproveitada ha 433 629,10
Área inaproveitável ha 70 118,10
Área complementar ha 1.002 413,00
Fonte: Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Meio Ambiente.
Lupa: 1996
4. 2. Caracterização das unidades produtivas pesquisadas.
Efetuar-se-á a análise dos dados de fonte primária, obtidos a partir da aplicação
do questionário dividido em:
Dados referentes ao fruticultor.
Atividades produtivas.
Infra-estrutura e Tecnologia.
Fonte de renda e mão-de-obra.
Os resultados que serão discutidos a seguir referem-se à tabulação dos dados
dos questionários aplicados junto às 26 propriedades rurais do Bairro do Jat do município de
Jales.
31
4.2.1. Dados referentes ao fruticultor e família.
Dentre os dados referentes ao fruticultor, buscou-se efetuar o levantamento
quanto ao tempo em anos que o produtor trabalha na agricultura. Verificou-se que, a grande
maioria, dos fruticultores pesquisados, quase 90% do total se encontrava mais de 20 anos
trabalhando na agricultura, principalmente com a fruticultura, somente 3 trabalham a menos
de 20 anos, sendo 1 há seis meses, outro há 1 ano e o terceiro abaixo de 10 anos.
Na questão relacionada ao local de residência dos produtores rurais e seus
familiares contatou-se que a grande maioria, 96% mora na propriedade, apenas 1 fruticultor
mora fora do setor rural, na cidade de Jales, se deslocando todos os dias para a propriedade. A
fruticultura demanda mão-de-obra intensiva e qualificada, fixando o homem no campo, e na
maioria dos casos permite boas condições de vida para uma família que tenha pequena
propriedade.
Em relação à faixa etária, de todos os fruticultores responsáveis pela
propriedade familiar nota-se na Figura 04 que 73,17% estão acima de 50 anos, mas isto não
impede que as decisões tomadas sejam ainda de responsabilidade da família constatado na
Figura 05, onde 57,7% do poder decisório são tomadas em reunião familiar.
32
Figura 04. Faixa etária do produtor e conjugue pela propriedade familiar no Bairro do
Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de Campo, 2005.
Figura 05. Distribuição do Poder decisório dos fruticultores no Bairro do Jat em
Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de Campo, 2005.
38,46%
57,69%
3,85%
Proprietário Reunião familiar Outros
7,32
14,63
21,95
7,32
4,88
17,07
9,76
2,44
7,32
0
5
10
15
20
25
20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 60 - 69 70 -79
Porcentagem (%)
Homem Mulher
33
Na Figura 06 podemos observar que as informações que a família utiliza para
as tomadas de decisão provêm em 30,77% dos casos de assisncia técnica direta ou através
de palestras e cursos; 15,38% obm informações através da imprensa televisiva ou escrita; já
a grande maioria, 53,85% não obtém nenhum tipo de informação externa usando somente o
conhecimento próprio das práticas de campo.
Figura 06. Onde os fruticultores do Bairro Jatem Jales (SP) obtêm informações
para tomada de decisão.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2005.
Existe certo equilíbrio entre as faixas etárias dos produtores e seus familiares
(Figura 07) que pode ser considerado como fruto da exploração em regime familiar. Observa-
se que 65,85% estão abaixo do 39 anos comprovando que os filhos em regime familiar
permanecem na propriedade.
30,77%
15,38%
53,85%
Assistência técnica Imprensa Nenhuma fonte
34
Figura 07. Faixa etária dos filhos ativos no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Quanto ao índice de escolaridade optou-se por classificá-la segundo a
nomenclatura atual de ensino.
Barros e Lam (1993) destacam quatro tros indesejáveis da educação no
Brasil: o nível educacional médio da população é baixo; a educação está desigualmente
distribuída; existe uma correlação alta entre as realizações educacionais das crianças e as de
seus pais e avós, indicando a presença de desigualdade de oportunidades, e há grandes
disparidades regionais nas realizações educacionais das crianças.
Quanto ao grau de escolaridade do fruticultor e conjugue (Figura 08) observa-
se que quase 90,24% do total dos pesquisados concluíram até a série (ensino fundamental)
e não há analfabetos.
21,95
24,39
2,44
14,63
4,88
7,32
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 60 - 69 70 -79
Porcentagem (%)
Homem Mulher
35
Figura 08. Nível de instrução do produtor e conjugue no Bairro do Jataí em Jales
(SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Em relação ao nível de escolaridade dos familiares ativos (pessoas da família
que trabalham na propriedade) (Figura 09) houve um aumento significativo de pessoas que
terminaram o ensino médio sendo que de 4,88% (obtido pelo fruticultor e conjugue)
aumentou para 46,35% com relão aos filhos.
em relação ao estudo superior o modificou, ainda é baixo o índice de
pessoas (4,88%) que se encontram cursando ou concluíram alguma faculdade. As razões
para baixa inserção de membros da família em ensino superior vão desde o custo de se cursar
em uma faculdade particular até a grande concorrência para se conseguir entrar em uma
faculdade Estadual ou Federal.
51,22
4,88
39,02
2,44
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
Ensino fundamental
até o básico
Ensino médio Superior
Porcentagem (%)
Homem Mulher
36
Figura 09. Nível de instrução dos filhos ativos no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Na Figura 10 observa-se que pouco mais de um terço dos fruticultores
pesquisados fazem parte de alguma associação. Destes 38% que responderam participar de
associações 80% (Figura 11) participam da Associação de Desenvolvimento Comunitário do
Bairro do Jataí, isto se deve em parte a persistência dos produtores, sendo que os mesmos são
na maioria fundadores da Associação e acreditam que a mesma pode trazer benefícios para o
Bairro. Também temos 10% dos produtores que participam de duas associações, sendo elas: a
Associação do Bairro e Central Associações Município de Urânia – CAMU, que é uma
associação para utilização de máquinas agrícolas. Os outros 10% são produtores que
participam da Associação do Complexo Agroturístico Jataí-Barra Bonita. Esta última
Associação foi um trabalho realizado entre 1998 e 1999 com o propósito de aproximar a
população urbana da natureza, promovendo o intercâmbio entre o homem da cidade e o
homem do campo, com isto revitalizando a qualidade de vida rural, gerando novos empregos
17,07
34,15
12,20 12,20
2,44
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
Ensino fundamental
até o básico
Ensino médio Superior
Porcentagem (%)
Homem Mulher
37
e conservando os recursos sociais e econômicos do produtor rural. Este trabalho iniciou em
1998 através de pesquisas no Bairro do Jat e no Bairro Barra Bonita para levantamento das
propriedades que poderiam receber as excursões que foram realizadas em 2000 até 2002, mas
este trabalho entrou no esquecimento já faz alguns anos.
Os produtores participam da Associação de Desenvolvimento Comunitário do
Bairro do Jataí. Esta associação foi criada em 1989 devido ao histórico de deficiência hídrica
do bairro. Com a introdução da viticultura em 1965 e por ser uma frutífera exigente em água
começou os problemas com a irrigação devido ao rrego local ter uma vazão pequena. Com
o aumento da área ocupada pela viticultura no bairro o problema com a irrigação foi se
tornando mais grave até que os produtores se reuniram e criaram a associação. Os produtores
sempre tiveram dificuldade para conseguirem benefícios pela prefeitura, isto se deve ao
córrego que passa pelo Bairro ser o marco de divisa com o município de Urânia. Pela
associação os produtores conseguiram cursos locais sobre conservação de solo, mata ciliar
para preservação do córrego, além de reivindicarem a construção de curvas de nível e açudes
no local, até minimizarem os problemas com a deficiência hídrica. Depois de o problema
hídrico foi resolvido os associados foram desistindo da Associação devido à mesma não ter
um objetivo em comum. Hoje a Associação tem apenas 19 associados.
38
Figura 10. Fruticultores que fazem parte de Associão no Bairro do Jataí em Jales
(SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Figura 11. Associações que os fruticultores que fazem parte no Bairro do Jataí em
Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
38%
62%
Sim Não
10%
10%
80%
Associação do Jataí
Associaçao do Jataí + Camu
Associação do Agroturismo
39
Na Figura 12 podemos observar que dos produtores entrevistados que fazem
parte da Associação de Desenvolvimento Comunitário do Bairro do Jat, 10% fazem parte da
diretoria e outros 10% fazem parte do Conselho Fiscal.
Figura 12. Cargos ocupados pelos produtores que fazem parte da Associação do
Bairro Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
A questão da organização de produtores é fundamental, mas na prática os
problemas são muitos e via de regra os produtores acabam se desestimulando e deixando de
participar da associação. Como os fruticultores do Bairro Jat são de pequenos produtores
com área dia de 17,08 hectares (sendo a menor com 4,84 hectares e a maior com 48,4
hectares), precisam desenvolver formas de organização que lhes propicie melhores resultados
na compra e venda dos produtos, assim como na resolução de problemas coletivos, seja do seu
10 10
80
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Diretoria Conselho fiscal Associados
Porcentagem (%)
40
bairro ou do município. A Prefeitura e outros órgãos públicos e privados do município podem
contribuir nesse processo não só atendendo as reivindicações, mas incentivando a participação
dos produtores nas associações ou em grupos informais.
A figura 13 mostra que apenas 31 % fazem parte de alguma cooperativa, sendo
que metade destes cooperados pertence à Cooperativa Jales.
Figura 13. Produtores que fazem parte de Cooperativas no Bairro Jat em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
A Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores da Região de Jales Ltda.,
conhecida como Cooperativa Jales, foi criada em 1993 substituindo a Associação dos
Viticultores da Região de Jales (AVIRJAL), devido a problemas de ordens diversas além das
limitações inerentes à personalidade jurídica da Associação.
31%
69%
Sim Não
41
A Cooperativa Jales conseguiu através de financiamentos do BNDES construir
uma estrutura gigantesca com galpões para recebimento, classificação e embalagem da fruta,
além de maras frias para armazenar cerca de 100.000 caixas de 6 kg de uva, durante três
meses.
Nesta época (1993) o preço do kg da uva para exportação era em média
US$1,50, valor bem acima do preço recebido no mercado interno. Após a implantação do
Plano Real, a decorrente tendência à valorização da moeda nacional contribuiu para reduzir a
competitividade da uva regional limitando sua capacidade exportadora. A partir daí, as
dívidas começaram a aumentar, e a Cooperativa não conseguia mais honrar seus
compromissos. Hoje o pensamento é diferente e a idéia é arrendar a estrutura para conseguir
pagar a dívida, que já foi negociada com o banco.
Das cooperativas que se encontra em funcionamento no município de Jales
destaca-se Cooperativa Jales que trabalha com compra de produtos agrícolas e venda de
insumos, Cooperativa Sul - Brasil e Coopercitrus que basicamente tem exercido a função de
venda de insumos.
Na Figura 14 podemos observar que dos 31% dos produtores entrevistados que
fazem parte de alguma cooperativa 44,5% são cooperados da Cooperativa Jales, sendo que os
mesmos não podem se desfazer de suas cotas devido a Cooperativa estar em dívida, com isto
o pode negociar suas cotas até que a mesma seja quitada. 22,2% são cooperados da
Cooperativa Sul-Brasil sendo que a mesma trabalha com revenda de insumos que são
repassados mais baratos para os cooperados, outros 33,3% o cooperados da Coopercitrus
que também trabalha com revenda de insumos.
42
Figura 14. Cooperativas que os Produtores do Bairro Jataí em Jales (SP) são
cooperados.
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
O acesso à assistência técnica pelos produtores rurais, permite avaliar tanto a
incorporação de novas técnicas de cultivo (orientação) como os cuidados com a utilização de
agrotóxicos, principalmente com os produtos in natura e com o meio ambiente.
Como pode ser observada na Figura 15 a maioria dos fruticultores do Bairro
Jataí (69%) o atendidos por algum tipo de assistência técnica, sendo que quase a metade
deste total utiliza assistência técnica de mais de uma instituição pública e/ou privada.
Podemos notar que 35% dos entrevistados recebem assistência técnica particular, a maioria é
oriunda dos técnicos de lojas de revenda de produtos agrícolas. A Casa da Agricultura é citada
17% dos produtores, a Cooperativa por 8% e a Embrapa por 6%. Dos 31% que não recebem
assistência técnica a maioria é viticultor há mais de 10 anos e acredita que já tem as
informações necessárias para produção.
33,3
22,2
44,5
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
Cooperativa
Jales
Cooperativa
Coopercitrus
Cooperativa Sul-
Brasil
Porcentagem (%)
43
Figura 15. Utilização de assistência Técnica no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Mercês (2004) em um estudo sobre a assistência técnica em um grupo de
produtores familiares destaca como ação positiva para o trabalho de extensão rural, visitas
mais freqüentes e individuais às propriedades, além de oferecimento de palestras e/ou cursos
que atendam as condições econômicas dos produtores em uma linguagem simplificada.
As informações acerca da utilização ou não do crédito rural podem ser
visualizadas na Figura 16. Cerca de 57,7% dos fruticultores pesquisados utilizam algum tipo
de financiamento agrícola para o desenvolvimento de suas atividades na propriedade e 42.3%
o fazem uso de financiamento agrícola. São vários os motivos que levam a baixa utilização
de crédito, entre eles, a burocracia para conseguir crédito, receio dos produtores de se
endividarem e não conseguirem pagar o financiamento, entre outros.
Informações colhidas em entrevistas indicaram que os produtores que não
utilizam crédito rural o exatamente aqueles em que os filhos mesmos casados
17%
35%
6%
31%
8%
3%
Casa da agricultura Particular Embrapa
Não utiliza Cooperativa Outros
44
permaneceram no tio trabalhando com os pais. Com a presença dos filhos os mesmos muitas
vezes se voltam além da área produtiva também para a área administrativa (custo de produção
e muitas vezes até análise de mercado), com isso o dinheiro é mais bem administrado e os
investimentos são mais seguros, evitando assim o uso de crédito rural.
Figura 16. Uso de crédito rural pelos fruticultores no Bairro Jat em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
4. 2.2. Atividades Produtivas
Em relação à utilização das terras, pode-se observar a partir dos dados na
Figura 17 que dos 444,08 ha, a pastagem é predominante ocupando 53,5% da área total,
mesmo sendo um bairro com forte presença da fruticultura. Em segundo lugar temos as
culturas com 42,88%, sendo que às mesmas estão discriminadas na Figura 18.
42,3
57,7
- 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0
Nenhum
Crédito oficial
Porcentagem (%)
45
A pecuária de corte ou de leite não é uma atividade relevante no Bairro Jataí,
mesmo ocupando 53% da área total, a produção é mais para consumo da família e muito
pouco é comercializado.
Figura 17. Utilização das terras no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Em relação às culturas (Figura 18), as frutíferas consistem na atividade mais
expressiva, ocupando mais da metade da área total cultivada com culturas, seguida pelas
culturas anuais, seringueira e área produzida com hortaliças que é bem significativa neste
Bairro. As outras atividades referem - se ao cultivo com pupunha e palmeira ornamental.
190,44 ha
43%
237,57 ha
53%
16,07 ha
4%
Reflorestamento Culturas Pastagens
46
Figura 18. Disposição das culturas no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Dentre as culturas anuais (Tabela 03) destaca-se o milho ocupando 22% da
área total e o algodão com 8,9%da área ocupada com culturas. A produção de látex com o
cultivo de seringueiras vem aumentando na região. Com o objetivo de aumentar a renda do
produtor e a utilização da mão-de-obra diversificando suas atividades várias frutíferas se
destacam, conforme pode ser observado na Tabela 04.
59,76
7,23
1,18
0,79
31,04
0
10
20
30
40
50
60
70
Frutíferas Anuais Outros Seringueira Horta
Porcentagem (%)
47
Tabela 03. Área ocupada com as principais culturas no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Produto
Área (ha)
Porcentagem
da área
Nº. de propriedades com a
atividade
Frutíferas 113,80 59,76
25
Milho 42,18 22,15
03
Algodão 16,94 8,90
01
Outros 13,29 6,98
03
Seringueira 2,25 1,18
01
Horta 1,00 0,52
01
Tomate 0,50 0,26
01
Palmeira 0,40 0,21
01
Pupunha 0,08 0,04
01
TOTAL 190,44 100,00% 26
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Tabela 04. Área ocupada com as principais frutíferas no Bairro do Jat em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Produto Área (ha) Porcentagem Nº. de propriedades com
frutíferas
Uva 57,55 50,57
20
Laranja 25,76 22,64
05
Manga 6,40 5,62
01
Atemóia 5,25 4,61
02
Abacaxi 4,84 4,25
01
Tangerina 4,00 3,51
01
Limão 3,90 3,43
02
Goiaba 2,00 1,76
01
Caju 1,44 1,27
01
Maracujá 1,16 1,02
02
Caqui 1,05 0,92
01
Lichia 0,45 0,40
01
TOTAL 113,80 100,00%
26
48
A uva ainda é a principal fruta cultivada e ocupa 57,55 há. O EDR de Jales é
referência na produção de uvas finas de mesa fora de época com o cultivo das variedades
‘Itália’ (predominante entre as variedades cultivadas) e das suas mutações, ‘Rubi e ‘Benitaka’,
além de outras que foram introduzidas como a ‘Redglobe’ e a ‘Centennial Seedlles’. Mais
recentemente estão sendo introduzidas novas variedades sem sementes provenientes de
pesquisas da Embrapa de Jales para condições tropicais como a uva BRS Morena. Nesta
região, a uva exige grande conhecimento técnico, sendo a irrigação e o sistema de podas
fundamentais para a produção de frutas com qualidade, em virtude do inverno ameno que
torna possível realizar a poda de produção de março a maio, o que permite, por sua vez, a
colheita da uva em plena época de entressafra (de julho até meados de novembro), quando o
produto alcança melhores preços. Há de se considerar, entretanto, os custos de produção
relativamente mais elevados na região, devido à necessidade de duas podas ao ano, irrigação,
além de exaustivo programa de tratamento fitossanitário (Tarsitano et al.,1992).
Apesar dos preços pagos aos produtores de uva na região Noroeste do estado
de São Paulo ser, em média, os maiores verificados no Estado, (época de entressafra das
regiões tradicionais produtoras), nos últimos anos esses preços vêm apresentando uma queda.
Enquanto em 1995, os produtores da região de Jales receberam em média R$2,00/kg (US$
1.08) da uva fina, em 1999 o preço médio atingiu seu nível mais baixo: R$0,80/kg (US$
0.43). No início da colheita em 2005, os preços médios pagos ao produtor estavam em torno
de R$1,40/kg (US$ 0.76).
A viticultura tem gradualmente perdido posição para outras explorações, os
motivos que explicam tal ocorrência são, por um lado, a assimetria entre o comportamento
dos preços pagos pelo mercado para a uva de mesa e seus respectivos custos de produção. Por
outro lado, os problemas relativos à comercialização da fruta são comumente referidos como
um dos mais importantes obstáculos interpostos ao desenvolvimento da fruticultura regional.
49
Em especial apresenta-se o fato de os produtores mostrarem-se muito vulneráveis e temerosos
quanto à possibilidade de defrontarem-se, em suas relações comerciais, com frustrações de
receitas decorrentes de inadimplência dos agentes compradores. Este temor está relacionado a
grandes calotes, muitos de grande monta, sofridos por parte dos produtores regionais em anos
de boas safras e boas produtividades (COSTA et al., 2005).
A seguir vem a laranja que ocupa 22,64% da área total cultivada com frutas e
se considerarmos a área ocupada com citrus (área com laranja, tangerina e limão) esta
participação aumenta para quase 30%. Devido a problemas fitossanitários, em 1990 iniciou-se
o desestímulo a citricultura. Em 1992 os riscos aumentaram surgindo doenças como o
Declínio, a Clorose Variegada dos Citros (CVC), Cancro Cítrico entre outros. Em 1997 além
dos problemas fitossanitários ocorreu o desestímulo devido aos preços baixos e a redução nas
exportações para os EUA. A partir de 2002 os preços tornaram-se compensadores tanto para o
mercado interno como externo, mas muitos problemas ainda persistem e ameaçam a
citricultura brasileira, a exemplo do Cancro trico, Bicho Furão, Clorose Variegada dos
Citros (CVC), Minador das folhas, Pinta Preta, além de outros, aumentando os custos com
tratamento fitossanitário. (RAMOS, 2002)
Traçar as perspectivas econômicas na citricultura não é tarefa fácil, pois o alto
grau de incertezas predominantes no mundo face as recentes mudanças geopolíticas e,
principalmente, a globalização, dificultam o processo. O Brasil tem a sua produção voltada na
sua maioria, ao Suco de Laranja Concentrado Congelado (SLCC). Ocupa atualmente a
primeira posição em produção e exportação de SLCC, porém, de acordo com previsões
efetuadas por especialistas, os EUA se tornarão auto-suficientes na produção de suco para seu
consumo. Uma alternativa viável para o Brasil seria melhorar a qualidade dos frutos
consequentemente elevando a qualidade do SLCC e com mais oportunidades para o mercado
externo de frutas in natura.
50
A produção de manga, atemóia e abacaxi também se destacam e vem
aumentando a área cultivada na região. Mais recentemente o cultivo do caju anão precoce,
que ao contrário do que ocorre no Nordeste, que é a comercialização da castanha de caju, na
região oeste do Estado de São Paulo predomina a comercialização da fruta in natura.
A produção de fruta in natura ainda é a forma predominante de
comercialização da fruta na região, mesmo exigindo um sistema de cultivo mais intensivo
principalmente no que se refere ao uso de fertilizantes e controle de pragas e doenças,
exigindo também maior demanda de mão-de-obra elevando o custo de produção, que por via
de regra é compensada pelos melhores preços alcançados.
Em relação às alternativas de produção (Figura 19) a maioria dos fruticultores
(58%) gostaria de implementar outras atividades e 42% não pretende introduzir novas
atividades na propriedade.
Figura 19. Interesse em implantar novos projetos no Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
58%
42%
Sim Não
51
Dos que pretendem iniciar novas atividades as mais citadas (Figura 20) foram a
cultura da laranja, a produção de hortaliças e a pecuária leiteira, o aumento da área de
produção de uva é mencionado por um produtor.
Ao diversificar ou combinar atividades, os fruticultores familiares procuram
articular diferentes estratégias, envolvendo graus diferenciados de risco, de tempo e de
rentabilidade.
Figura 20. Novos projetos que os fruticultores têm interesse de implantar no Bairro do
Jataí em Jales, (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Das dificuldades para implantação de novas atividades no Bairro do Jat
(Figura 21), destaca-se com 50% a falta de tempo, isto é, falta de o-de-obra familiar para
4
3
2
1
0
1
2
3
4
Quantidade
(produtores)
1
Produção de laranja
Produção de olericultura
Retiro de leite
Aumetar o rol de produção
Sistema de irrigação
Retiro de leite e criação de frango
Produção de uva
Produção de laranja e limão
Criação de avestruz
52
novas atividades, principalmente na fruticultura que requer muita mão-de-obra durante seu
ciclo de produção, na colheita e pós-colheita.
Os outros problemas dizem respeito à falta de água para novas atividades que
exigem o uso da irrigação, problemas com a falta de conhecimento da legislação, e recursos
financeiros para implantar novas atividades sem utilização de crédito de terceiros.
Figura 21. Dificuldades para implantar novos projetos no Bairro do Jat em Jales
(SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
8
2
1
0
2
4
6
8
Quantidade
(produtores)
Falta de tempo - 50%
Falta conhecimento da legislação - 12,5%
Falta de água crítica - 12,5%
Falta de dinheiro - 12,5%
Falta de mercado - 6,25%
Muitas doenças - 6,25%
53
4.2.3. Infra-estrutura e Tecnologia.
A Figura 22 apresenta os números em unidades de quinas, veículos,
implementos e equipamentos dispoveis aos produtores rurais entrevistados no Bairro do
Jataí.
Figura 22. Máquinas, veículos, implementos e equipamentos dispoveis em unidades
para os produtores do Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Podemos observar na tabela 05 que mais de 84% dos produtores entrevistados
tem disponíveis em sua propriedade trator, grade, carreta, pulverizador e carro ou
caminhonete. Isto só comprova a exigência da viticultura em relação a tratos culturais,
tratamento fitossanitário e a própria colheita.
44
40
34
33
31
7
4
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Trator
Carro / utilitário
Grade
Carreta
Pulverizador
Triturador
Semeadeira
Quantidade (unidades)
54
Tabela 05. mero de propriedades que possuem máquinas, veículos, implementos e
equipamentos disponíveis.
Máquinas Número de propriedades encontradas Porcentagem (%)
Trator 23 88,46
Grade 22 84,62
Carreta 23 88,46
Pulverizador 22 84,62
Semeadeira 04 15,38
Triturador 06 23,08
Carro 22 84,62
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Na Figura 23 temos a quantidade em unidades de benfeitorias disponíveis para
os produtores e na Tabela 06 mais uma vez podemos constatar que devido à fruticultura
demandar mão-de-obra intensiva e qualificada, acaba fixando o homem no campo, onde
100% das propriedades entrevistadas têm pelo menos uma casa de moradia ocupada.
Como a maioria dos produtores trabalha com frutíferas, principalmente a uva,
73,08% dos entrevistados possui um barracão onde podem classificar, padronizar e embalar
sua produção com isto ter frutas, com qualidade, uma vez que é crescente a demanda por
produtos diferenciados.
55
Figura 23. Benfeitorias disponíveis para os produtores do Bairro do Jataí em Jales
(SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Tabela 06. Número de propriedades que possuem benfeitorias disponíveis.
Benfeitorias Número de propriedades encontradas Porcentagem (%)
Casa 26 100,00
Barracão 19 73,08
Curral 10 38,46
Paiol 13 50,00
Poço artesiano 25 96,15
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Na Figura 24 podemos verificar que mais de 92% dos produtores fazem análise
de solo, calagem, irrigação e Manejo Integrado de Pragas (MIP), devido à fruticultura
responder bem a estes fatores. a rotação de culturas não é uma prática muito realizada
justamente pelos produtores trabalharem com frutíferas permanentes impossibilitando a sua
57
29
26
14
9
0 10 20 30 40 50 60
Casas de moradia
Poços artesiano
Barracão
Paiol
Curral
Quantidade (unidades)
56
utilização. Aqueles que usam esta prática o produtores, que além das frutíferas, trabalham
também com culturas anuais como: milho, algodão, tomate entre outras.
Figura 24. Tecnologias utilizadas quanto ao solo pelos produtores do Bairro do Jataí
em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
4.2.4. Fonte de Renda e Mão-de-obra
Os dados de renda monetária que serão apresentados a seguir foram levantados
diretamente dos questionários que foi aplicado aos produtores rurais do Bairro Jat no
município de Jales (SP). A Figura 25 mostra que para a grande maioria, quase 77% dos
fruticultores pesquisados, a divisão do pró-labore entre os familiares que trabalham na
propriedade é determinada feita com base em uma porcentagem da renda líquida
30,77
96,15
92,31
0 20 40 60 80 100 120
Irrigação
MIP
Alise de solo
Calagem
Rotação de
culturas
Porcentagem (%)
57
(praticamente um sistema de parceira, mas dentro da própria família). 15,38% trabalham
com divisão de safra sendo que a divisão é da renda bruta, ou seja, dividem também os gastos
com a produção e em apenas 7,69% dos fruticultores pesquisados é estabelecido um valor
monetário fixo por mês, como um salário”.
Figura 25. Divisão do pró-labore entre os membros da família dos produtores do
Bairro do Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Das pessoas que recebem o pró-labore podemos verificar na Figura 26 que em
quase 31%do total das propriedades pesquisadas a renda líquida fica apenas para o
proprietário (chefe da família), 38,46% da renda total é dividida entre o proprietário e os
filhos, tanto os solteiros como os casados que permaneceram na propriedade. Observamos
76,93
15,38
7,69
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Porcentagem da renda
líquida
Divisão da produção Valor monetário fixo por
mês
Porcentagem (%)
58
também que em 23,09% das propriedades pesquisadas a renda é dividida entre o produtor e os
parceiros.
Este sistema de parceria é muito utilizado na viticultura na região de Jales,
onde muitas vezes são famílias que entram com a mão-de-obra e recebem de 30% a 40% da
renda líquida da safra dependendo do contrato estabelecido entre a família e o produtor. É
chamada de parceria, isto porque esta família é realmente parceira da família do produtor,
sendo que muitas vezes trabalham juntas.
Figura 26. Quem recebe o pró-labore entre os produtores do Bairro do Jataí em Jales
(SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Sobre a fonte de renda da família constatamos que 96% das propriedades têm
produção agrícola e somente 4% não trabalha com produção, isto se deve ao fato da
propriedade ser arrendada, mas o proprietário continua a morar na mesma e sobrevive com o
30,76%
38,46%
23,09%
7,69%
Proprietário
Proprietário + filho (s)
Proprietário + filho (s) + parceiro (s)
Proprietário + parceiro (s)
59
dinheiro recebido do arrendamento da propriedade, inclusive da parreira de uva, além de
receber aposentadoria.
Em relação à renda das 26 propriedades entrevistadas, apenas em 15,39% das
empresas a renda familiar é exclusiva da produção agrícola, já 84,61% das propriedades tem
mais de uma fonte de renda dentro da família (sendo que a maior prevalece da agricultura),
demonstrada na Figura 27.
Figura 27. Fonte de renda monetária das famílias dos produtores do Bairro do Jat
em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Das outras fontes de renda 62% tem ligação com a agricultura e 38% não. Do
total da renda que tem ligação com agricultura um terço é obtido com o aluguel de pasto,
outros 23,81% são produtores familiares que vendem seus produtos agrícolas em feiras no
19,23
15,39
3,85
7,69
46,15
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Produção agrícola (bruta) + outros
Produção agrícola (bruta) + aposentadoria
/ pensão + outros
Produção agrícola (bruta)
Produção agrícola (bruta) + aposentadoria
/ pensão
Produção agrícola (bruta) + trabalho não
agrícola
Aposentadoria / pensão + outros
Porcentagem (%)
60
município, melhorando assim a comercialização bem como aumentando a renda familiar,
4,76% com arrendamento agrícola.
Dos 38% que não tem ligação com a área rural, 23,81% é oriunda de membros
da família que recebem salários por empregos na cidade, mas que também trabalha na
propriedade nas horas livres e nos finais de semana. 9,52% vêm da colônia japonesa que
por ter parentes no Japão recebe ajuda dos mesmos e quase 5% da renda total não agrícola é
obtida com o aluguel de residências na cidade.
Figura 28. Outras fontes de renda monetária da família dos produtores do Bairro do
Jataí em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Sobre a mão-de-obra pode-se verificar na Figura 29 de que se trata
exclusivamente de fruticultores familiares, sendo que do total das propriedades entrevistadas
em 38,5% das propriedades a mão-de-obra é exclusivamente da família. Nas demais, 26,9%
33,34
9,52
23,81
4,76
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Porcentagem (%)
Aluguel de
pasto
Feira livre
Salário
Parentes no
Japão
Aluguel de
casa
Arrendamento
agrícola
61
dos produtores trabalham em sistema de parceria, quase 20% tem mão-de-obra mensalista e as
15% restantes trabalham com diaristas em época de colheita da uva, sendo que no restante do
ano a mão-de-obra volta ser exclusivamente familiar.
Figura 29. o-de-obra utilizada pelos produtores do Bairro do Jat em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
Do total da o-de-obra utilizada pelos produtores, inclusive o produtor e sua
família, 32,8% das pessoas participam de palestras, 29,3% participam de visitas técnicas em
outras propriedades, 25,9% participam de cursos oferecidos por diversas entidades e 12,1
responderam não participar de nenhum evento, alegando não acrescentar nada em seus
conhecimentos.
38,5
26,9
19,2
15,4
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Porcentagem (%)
1
Somente familiares Parceiros Mensalista Diarista
62
Figura 30. Qualificação da o-de-obra utilizada pelos produtores do Bairro do Jataí
em Jales (SP).
Fonte: Pesquisa de campo, 2005.
32,8
29,3
25,9
12,1
0 5 10 15 20 25 30 35
1
Quantidade (produtores)
Palestras Visitas Cursos Nenhuma
63
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos na pesquisa evidenciam a importância da fruticultura na
agricultura familiar no Bairro do Jataí no município de Jales.
Verificou-se que a grande maioria dos fruticultores pesquisados mora na
propriedade evidenciando que o cultivo de frutas, como é exigente em mão-de-obra, e na
maioria das vezes qualificada, que deve ser treinada para determinadas tarefas, tem uma
participação relevante na fixação do homem no campo.
Apesar do baixo vel de escolaridade o índice de analfabetismo é zero.
A fruticultura é a atividade principal no Bairro Jataí e a cultura da uva
ocupando mais da metade da área cultivada, se destaca entre as frutíferas, seguida pela
laranja, manga, atemóia, abacaxi, tangerina, limão, goiaba e o caju.
A fruticultura, principalmente a viticultura, exige grande conhecimento técnico
em relação aos tratos culturais, como na adubação, no tratamento fitossanitário, na irrigação e
na própria colheita. Em função do exposto, verificou-se que a grande maioria realiza análise
do solo, manejo integrado das frutas, tem disponível em sua propriedade máquinas,
implementos e barracão para classificar padronizar e embalar sua produção procurando obter
uma fruta de maior qualidade.
Em seguida, sugerem-se algumas ações imediatas ou de médio prazo:
64
1.Principalmente por se tratar de pequenos produtores rurais com área média
de 17 hectares precisam desenvolver formas de organização que lhes propicie
melhores resultados na compra e venda dos produtos, uma das maiores
dificuldades, assim como na resolução de problemas coletivos do Bairro
Jataí. A prefeitura e outros óros públicos e privados do município podem
contribuir nesse processo não atendendo as reivindicações, mas
incentivando a participação dos produtores nas associações ou em grupos
informais;
2.Para implantação de novos pomares é necessária a interferência do setor
público municipal, estadual e federal, com novos refinanciamentos das
dívidas dos fruticultores e de novas alternativas de fontes de financiamentos
com taxas mais competitivas, e
3.Neste sentido, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, pretende lançar um projeto de Revitalização da Vitivinicultura do
Estado de São Paulo juntamente com UNESP, USP, UNICAMP,
EMBRAPA, IAC, entre outros. Dada à importância desta atividade na
regional de Jales é fundamental que lideranças locais, técnicos do EDR de
Jales e da Estação Experimental de Pesquisa da EMBRAPA de Jales, entre
outros, participem deste projeto para que se consiga tornar as unidades
produtivas mais competitivas e economicamente viáveis.
65
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Ricardo e LAM, David (1993), “Incone Inequality, Inequality in Education,
and Children’s Schooling Attainment in Brazil”. Textos para Discussão Nº294, IPEA, 1p.
COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIACNICA INTEGRAL. Disponível em:
<http://www.cati.sp.gov.br/novacati/index.php > Acesso em: jun. 2005.
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comercialização de uvas finas na Região de Jales/ SP, Brasil. In:V International PENSA
Conference on Agri-food Chain/Networks Economics and Management 2005. Ribeirão Preto.
Anais... Ribeirão Preto: FEA/USP, 2005. (CD Rom).
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE VITICULTURA TROPICAL DA EMBRAPA UVA E
VINHO EMBRAPA. Disponível em: <http://www.cnpuv.embrapa.br >. Acesso em: jun.
2005.
FERNANDES, M. S. Frutas brasileiras no rumo do mercado asiático. In: NEHMI, I. M. D.;
FERRAZ, J. V.; NEHMI FILHO, A. SILVA, M. L. (Coords.). AGRIANUAL 2003: Anuário
66
da Agricultura Brasileira. São Paulo: Argos Comunicação, 2002. p.47-48. (AGRIANUAL,
2003).
FERNANDES, M. S.; FERRAZ, M. S.; OLIVEIRA, V. Mais espaço no mercado mundial de
frutas. In: NEHMI, I. M. D.; FERRAZ, J. V.; NEHMI FILHO, A. SILVA, M. L. (Coords.).
AGRIANUAL 2004: Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: Argos Comunicação,
2003. p.40-41. (AGRIANUAL, 2004).
GIELFI, F.S.; PELINSON, J.B.; PIMENTEL, M.H.L.; SILVA, N.A.I. da; NOGUEIRA,
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Delegacia Agrícola de Santa do Sul. Nov, 1992 (mimeo).
MÊRCES, D.L. Análise da extensão rural no Cinturão Verde de Ilha Solteira (SP). Ilha
Solteira, 2004. 40p. Trabalho de Graduação (Agronomia) Faculdade de Engenharia
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NACHTIGAL, J.C. Propagação e instalação da cultura da videira. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO SOBRE UVAS DE MESA, 1, 2000, Ilha Solteira. Anais... Ilha Solteira:
Unesp/FEIS, 2000. P. 93.
PELINSON, G.J.B. Importância da viticultura na região noroeste do estado de São Paulo. In:
SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE UVAS DE MESA, 1, 2000, Ilha Solteira. Anais... Ilha
Solteira: Unesp/FEIS, 2000. P.19-29.
67
RAMOS, J. D. Fruferas de Clima Subtropical. Lavras: UFLA/FAEPE, 2002. 81p.: il.
Curso de Pós Graduação Lato Senso” (Especialização) a Distância: Fruticultura Comercial,
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SANTIAGO, M. M. D.; ROCHA, M. B. O mercado de frutas e as estimativas dos preços
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TARSITANO, M.A.A. Avaliação econômica da cultura da videira na região de Jales-SP.
2001. 121p. Tese (Livre-Docência) Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho”.
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estado de São Paulo. 2. ed. Campinas: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1998,
p.2-4 (Documento Técnico, 97).
68
7. ANEXOS
69
Anexo 7.1. Questionário
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP) – Campus de Ilha Solteira
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA, TECNOLOGIA DE ALIMENTOS E SÓCIO-
ECONOMIA.
PEQUISA: A relevância da fruticultura na agricultura familiar do município de Jales (SP)
Nº do questionário: _______ Data do levantamento: ___________.
Informações sobre o proprietário
Nome ou razão social do proprietário: _________________________________________
Endereço para correspondência: ______________________________________________
Bairro: _______________________ Complemento: _____________________________
Município: ____________________ Estado: _______ CEP: ______________
Telefone: _____________________ Celular: ___________________
E-mail: _______________________
Reside na UPA? ( ) Sim ( )o
Posse da terra:
( ) Proprietário ( ) Arrendatário ( ) Parceiro
( ) Outro: _________________________
Classificação do produtor:
( ) Pequeno ( ) Médio ( ) Grande
Nível de instrução do proprietário
( ) sem instrução ( ) 1º grau completo ( ) superior completo
( ) primário completo ( ) 2º grau completo ( ) pessoa jurídica
Dados da falia
Trabalha fora Nome Parentesco Idade Escolaridade Trabalha na UPA
(atividade)
Integral Parcial
70
Tomada de decisão e planejamento
A – Quem tem o poder decisório
Poder decisório Sim Não
Proprietário
Reunião familiar
Outros
B – Se for outros na questão anterior, especifique: ________________________________
C – Onde obtém informações necessárias ao gerenciamento
( ) Assistência técnica oficial / particular ( ) Imprensa (rádio, TV, jornal, etc)
( ) Palestras e cursos específicos ( ) Nenhuma
Identificação e localização da UPA
Nome da UPA: ____________________________________________________________
Localização: ______________________________________________________________
Município: ____________________
Distância à sede do município: ______ km
Infra-estrutura existente
A – Benfeitorias
Casas de moradia
Barracão / galpão
Curral
Estábulo
Paiol
Poço semi-artesiano
B – Máquinas e equipamentos
Trator
Grade
Carreta
Pulverizador
Semeadeira tração mecânica
Triturador
Carroça / carrinho
Camioneta / utilitário
Ocupação do solo
Área total da UPA...: ______
Reflorestamento......: ______
Cultura perene.........: ______
Vegetação natural ...: ______
Cultura temporária ..: ______
Área em descanso ...: ______
Pastagens................: ______
Exploração vegetal
Culturas existentes na safra 2004/2005, e comercialização
Cultura Área/nº de pés Produção Quantidade vendida Preço recebido Época de venda
Mobilização do solo
Mobilização do solo
Culturas temporárias Pastagens Culturas perenes
Plantio tradicional Sem reforma Grade entre-linhas
Cultivo mínimo Reforma em rotação Capina entre-linhas
Plantio direto Reforma sem rotação Roçadeira entre-linhas
Herbicida entre-linhas
71
Tecnologias quanto ao solo
Tecnologias Sim Não
Alise de solo
Calagem
Irrigação
M.I.P.
Rotação de cultura
Exploração animal
Composão do rebanho por categorias:
Categoria Nº de cabeças Quantidade vendida Preço recebido Época de venda
Bezerros (as)
Garrotes
Novilhas
Vacas secas
Vacas em lactação
Touro / tourinhos
Total
Produção de leite na seca: ______ l/leite dia. Preço médio recebido: _____ l/leite.
Produção de leite nas águas: _____ l/leite dia. Preço médio recebido: _____ l/leite.
Outras criações
Categoria Nº de cabeças Quantidade vendida Preço recebido Época de venda
Fontes de renda
A – Como é estabelecido o pró-labore
Tipos
Determinado fixo por mês
Divisão de safra
Determinada porcentagem da renda
B – Quem recebe e quando
Individuo Sim Não Mensal Safra
Proprietário
Esposa
Filho solteiro
Filho casado
D – Fonte de renda monetária atual da família (% do total)
Produção agropecuária (bruta)
Trabalho não agrícola
Trabalho agrícola para terceiros
Aposentadoria / pensão
Outros rendimentos
72
Tecnologia utilizada na comercialização
A – Caracterização da produção animal
Tecnologia Canais de comercialização
Tecnologia e
comercialização da
produção animal
Sal mineral
Vacinas
Vermífugos
Outros prod. veterinários
Volumoso
Ração / silagem
Inseminação artificial
Rotação de pastagens
Auto consumo
Consumidor
Intermediário
Agroindústria
Cooperativa
Varejo
Leilão de gado
Bovinos
Suínos
Aves
Peixes
B – Caracterização da produção vegetal
Tecnologia Canais de comercialização
Tecnologia e
comercializaçã
o da produção
vegetal
Adubo mineral
Adubo orgânico
Adubo verde
Calcário
Irrigação
Certificada
Análise de solo
Herbicidas
Fungicidas
Inseticidas / acaricidas
Plantio em nível
Terraços
Tração animal
Tração mecânica
Colheita manual
Colheita mecânica
Auto consumo
Consumidor
Intermediário
Agroindústria
Cooperativa
Varejo
Associativismo
A – Participa de alguma associação? ( ) Sim ( ) Não
Caso participe, nome da associação: ___________________________________________
Cargo que ocupa: ( ) Associado ( ) Diretoria ( ) Conselho fiscal
B – Participa de alguma cooperativa? ( ) Sim ( ) Não
Caso participe, nome da cooperativa: __________________________________________
Assistência técnica
Assistência técnica
73
Entidade prestadora Sim Não
Casa da agricultura
Cooperativa / associação
ITESP / Embrapa / Emater
Particular
Outros
Mão-de-obra
A o-de-obra utilizada na UPA tem algum tipo de qualificação?
Qualificação Sim Não
Cursos / treinamentos
Seminários / palestras
Intercâmbios (visitas em outras UPA)
Tipo de mão-de-obra:
Mão-de-obra Numero
Quantidade
Diarista
Empreita
Empregado permanente
Troca de dias
Outros
Crédito Rural
A – Qual fonte utiliza:
( ) Nenhum ( ) Crédito oficial ( ) Cooperativas ( ) Firmas privadas ( ) Outras
B – Caso utilize, qual o fim? Especifique: ______________________________________
Alternativas de exploração
A – Gostaria de implementar outras alternativas de exploração para esta UPA?
( ) Sim ( ) Não
B – Caso sim, especifique:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
C – Quais as dificuldades encontradas para por esta iia em prática?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
Problemas locais
A – Existe algum problema no bairro que prejudique a produção ou a família?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
74
Anexo 7.2. Mapa do Município de Jales – SP.
75
Anexo 7.3. Evolução do número de pés plantados de frutíferas no EDR de Jales-SP em hectares.
CULTURA JUN/94 JUN/95 JUN/96 JUN/97 JUN/98 JUN/99 JUN/00 JUN/01 JUN/02 JUN/03 JUN/04
BANANA
67,0
136,0
178,0
725,0
830,0
1785,0
1845,0
3020,0
2807,0
1944,0
3247,6
COCO
0,0
0,0
0,0
39,8
90,0
113,0
178,0
189,0
278,0
232,0
283,2
GOIABA
0,0
0,0
0,0
7,0
6,0
6,0
6,0
7,5
6,6
6,0
3,0
LARANJA
12576,0
14270,0
14841,0
9520,0
16265,0
16938,0
17180,0
14689,0
13124,0
13423,0
15384,0
LIMÃO
522,0
725,0
800,0
836,0
2268,0
0,0
2763,0
2495,0
2388,0
2270,0
3028,0
MAMÃO
53,0
15,0
18,0
92,0
38,0
0,0
19,0
6,0
3,5
2,5
1,0
MANGA
690,0
712,0
660,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
1550,0
1550,0
PONKAN
0,0
0,0
0,0
7,0
72,0
67,0
85,0
111,0
134,0
207,0
207,0
UVA
COMUM
7,3
4,5
8,7
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
4,8
150,4
UVA FINA
911,0
990,0
1042,0
1066,0
1364,0
1500,0
1206,0
1199,0
1412,0
973,0
980,1
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento/CATI Jales-SP.
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