Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO
“PROF JOSÉ DE SOUZA HERDY”
MARLEI DE FÁTIMA BONELLA ZORZAL
AVALIAÇÃO DA FIDELIDADE DAS TOMOGRAFIAS CONVENCIONAL LINEAR E
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO POR MEIO DE MENSURAÇÕES
MORFOMÉTRICAS EM CRÂNIOS SECOS
DUQUE DE CAXIAS
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARLEI DE FÁTIMA BONELLA ZORZAL
AVALIAÇÃO DA FIDELIDADE DAS TOMOGRAFIAS CONVENCIONAL LINEAR E
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO POR MEIO DE MENSURAÇÕES
MORFOMÉTRICAS EM CRÂNIOS SECOS
Dissertação apresentada à Universidade do
Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”, como
parte dos requisitos para obtenção do grau de
Mestre em Odontologia.
Área de concentração: Implantodontia
Orientador: Prof. Dr. Nassim David Harari
DUQUE DE CAXIAS
2007
ads:
CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA - UNIGRANRIO
Z88a Zorzal, Marlei de Fátima Bonella.
Avaliação da fidelidade das tomografias convencional linear e
computadorizada de feixe cônico às mensurações morfométricas em
crânio seco / Marlei de Fátima Bonella Zorzal; orientador: Nassim
David Harari. – Duque de Caxias, RJ, 2007.
146 f. : il. ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) – Universidade do Grande Rio “Prof. José
de Souza Herdy”, Escola de Odontologia , 2006.
Bibliografia: f. 128-136
1.Odontologia. 2. Implantes dentários. 3. Tomografia – Utilização. 4
Tomografia – Diagnóstico. I. Harari, Nassim David. II.
Título.
CDD – 617.6
Ao meu grande amor, Rogerio Zorzal, meu porto
seguro, companheiro que esteve ao meu lado durante
este período de mestrado, participando da realização
de cada parte desta pesquisa, acompanhando meu
entusiasmo e, muitas vezes, minhas dificuldades, mas
nunca deixou de acreditar em mim.
À minha mãe, Marli, por sua ternura e amor
incondicional.
Ao meu avô, Vergílio, pelo seu exemplo de mestre,
pelo amor e xodó que sempre teve comigo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente a Deus, pelo dom do amor, fortaleza e renúncia.
In memoriam, à tia Nete, que me acompanhou desde os meus primeiros passos,
lado a lado comigo, que sempre torceu e se emocionou com as minhas conquistas.
À minha tia Lena e tio Vanvan, que custearam boa parte de meus estudos e fazem
parte da minha vida. Sem eles, não chegaria até aqui.
Ao meu cunhado Beto, que me acolheu em sua casa como uma irmã.
Ao professor Dr. Nassim David Harari, meu orientador, que me fez acreditar neste
tema. Com seu jeito, muitas vezes crítico, não imagina o quanto me fez crescer. Em
outras vezes foi meu colega e professor ao mesmo tempo, ensinando com
dedicação.
Ao querido mestre Marcelo Correa Manso, “minha descoberta no mestrado”, que
soube transmitir seus conhecimentos científicos com brilhantismo e uma técnica
cirúrgica admirável.
Ao professor Dr. Guaracilei Maciel Vidigal Jr., coordenador do Curso de Mestrado
em Implantologia Oral da UNIGRANRIO, por seu exemplo de mestre, de trabalho e
dedicação à pesquisa.
A professora Lenize Zanotti Soares Dias, por sempre transmitir seu conhecimento,
apoio e me incentivar na carreira acadêmica.
À professora Zilda, por acreditar nesta pesquisa, pela paciência e boa vontade que
teve comigo nas sessões de realização das tomografias convencionais lineares,
pelos minutos de descontração durante essas sessões que nos tornaram amigas.
Ao professor Rubens Raimundo e a seus filhos (Melissa e Denis) por me receberem
em sua clínica com todo carinho, e pela realização das tomografias computadoriza-
das de feixe cônico.
Ao professor Edson Jorge Lima Moreira, sempre gentil, por seus conhecimentos e
orientação no tratamento estatístico dos resultados.
Aos professores do Curso de Mestrado em Implantologia Oral da UNIGRANRIO que,
com desprendimento e competência, souberam transmitir mais do que
conhecimento.
Aos colegas de turma do Mestrado (Júlio, Fred, Altair, Sandro, Sabrina, Carlos
Frederico, Márcio, Luíz Fernando, José Ricardo e Eduardo), sempre generosos,
compartilharam comigo seu conhecimento, amizade e carinho. Vocês certamente
são parte desta conquista.
A Helena Zorzal Nodari e a Maria da Penha Zorzal Sugüi pelo empenho quando
precisei fazer uso do programa AutoCAD, cedido pela Companhia de Habitação e
Urbanização do Estado do Espírito Santo (COHAB).
A estimada professora Maria Domingas Covre Loss pelo tanto que me ensinou, não
só como aluna, mas como ser humano.
Às companheiras de todos os dias no consultório, Zete, Nalva, Marinei e Simone,
pela dedicação, zelo e apoio aos meus trabalhos, dedicando horas extras e
compartilhando comigo múltiplas tarefas.
Aos funcionários da UNIGRANRIO Gilvanete, Sara, Thielle, Ademir, Ana, Maria
Cristina e Rogério, pelo apoio nessa jornada.
À Arnóbio I. Vassem Jr. (mestrando em Física pela UFES), que tanto contribuiu para
elaboração deste trabalho, na realização das fotos dos crânios secos.
Aos professores José Barroso dos Santos e Marco Antônio Pereira Stuzel pelo
auxílio e permissão dos cortes dos crânios secos nas máquinas do Laboratório de
Mecânica da Escola Técnica Federal do Espírito Santo.
Ao professor Rogério Azeredo pelo incentivo a esta pesquisa.
A professora Tereza Júlia Pacheco Heringer pela sua colaboração na pesquisa.
Aos pacientes, pela compreensão e por torcerem pelo meu êxito.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a elaboração desta
pesquisa, compartilhando idéias e incentivando este trabalho, meu profundo
agradecimento e respeito.
O valor das coisas não está no tempo que elas
duram, mas na intensidade com que
acontecem. Por isso, existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas
incomparáveis.
Fernando Pessoa
RESUMO
O planejamento do tratamento com implantes requer avaliação da região selecionada
quanto à densidade, largura e altura óssea e localização das estruturas anatômicas,
como o seio maxilar e canal mandibular. Todos esses aspectos evidenciam a
importância de um exame radiográfico para diagnóstico que forneça boas imagens e
precisão para o tratamento. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a precisão das
tomografias convencional linear e computadorizada de feixe cônico comparadas com
pontos de referência predeterminados e marcados em cinco mandíbulas e maxilas de
crânios secos. Após a realização das tomografias, os crânios secos foram preparados
para a execução das mensurações e estas consideradas medidas reais. As
mensurações dos crânios secos e das tomografias convencionais lineares foram feitas
por meio da captura das imagens obtidas e da utilização do programa AutoCAD®,
enquanto as mensurações das tomografias computadorizadas de feixe cônico foram
executadas com auxílio do programa DentalSlice versão 2.4.3. Na análise estatística
dos resultados, o teste não-paramétrico de Wilcoxon indicou diferenças entre as
medidas obtidas dos crânios secos e as das tomografias computadorizadas de feixe
cônico; entre as medidas dos crânios secos e as das tomografias convencionais
lineares; e entre as tomografias computadorizadas de feixe cônico e as convencionais
lineares, apresentando valor de P<0,0001. Em se tratando da determinação de uma
maior precisão de técnica, o teste não-paramétrico de Mann-Whitney evidenciou que os
dois métodos apresentaram diferenças estatisticamente significantes, com valor de
P<0,0001. As menores diferenças foram encontradas nas tomografias
computadorizadas de feixe cônico.
Palavras-chave: Avaliação óssea. Implantes dentários. Tomografia convencional
linear. Tomografia computadorizada de feixe cônico.
ABSTRACT
Dental Implant treatment planning requires an accurate evaluation of bone site which
includes density, width and height as well the relationship with anatomic structures
such as maxillary sinus and mandibular canal. In order to have precise dental implant
treatment it is important to have radiographies exams that would provide diagnosis,
good quality images and accuracy to the treatment. The present study aims to
evaluate the accuracy of conventional linear tomography and cone beam
computerized tomography compared to predetermined and marked points of
references in five dry mandibles and maxillas skulls. After all tomography were
performed, the dry mandibular and maxilla bones were prepared for measurements
thus considered real measurements. Dry bone and conventional linear tomography
measurements were performed using the obtained image using the program
AutoCAD® while the cone beam computerized tomography measurements were
recorded using Dental Slice 2.4.3 software (BIOPARTS - prototipagem biomédica).
Regarding, statistical analyses of the results, Wilcoxon non parametric statistic test
showed differences between dry bones and cone beam computerized tomography
(P<0,0001). There were differences between dry bones and conventional linear
tomography (P< 0,0001). In addition, there were differences between cone beam
computerized tomography and conventional linear tomography (P<0,0001).
Concerning the preciseness of technique, Mann-Whitney non parametric statistic test
demonstrate that both tomography methods presented statistic significant
differences, showing P<0,0001. Although, the cone beam computerized tomography
presented with lower statistical significant differences.
Key-words: Bone evaluation. Dental implants. Conventional linear tomography. Cone
beam computerized tomography.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Disposição óssea para instalação de implantes...................................29
Figura 2 - Classificação do osso disponível (Divisões A, B, C e D)......................30
Figura 3 - Movimento sincronizado do tubo dos raios X e a película....................40
Figura 4 - Esquema mostrando a formação de nebulosidades na tomografia .....40
Figura 5 - Tomada lateral .....................................................................................42
Figura 6 - Tomada frontal.....................................................................................42
Figura 7 - Imagem do corte tomográfico transversal............................................45
Figura 8 - Imagem do corte tomográfico sagital ...................................................45
Figura 9 - Obtenção da imagem tomográfica .......................................................47
Figura 10 - Vista frontal da maxila com as perfurações preenchidas com guta-
percha para identificação durante a execução das tomografias e no
momento das mensurações.................................................................72
Figura 11- Vista lateral da maxila com os pontos de referência para
identificação durante a execução das tomografias e no momento
das mensurações.................................................................................72
Figura 12 - Mandíbula com as perfurações preenchidas com guta-percha para
identificação durante a execução das tomografias e no momento
das mensurações.................................................................................73
Figura 13 - Imagem do corte da mandíbula demonstrando as mensurações L1,
L2 e H...................................................................................................74
Figura 14 - Aparelho Quint Sectograph no qual foram realizadas as
tomografias convencionais lineares nos crânios secos........................76
Figura 15 - Imagem da área do canino superior direito para ser seccionada. A
faixa densa central corresponde a região do corte, onde incide o
feixe de raios X. ..................................................................................76
Figura 16 - Mandíbula posicionada no aparelho de tomografia convencional
linear Quint Sectograph, no qual foi realizada a tomografia na
região do forame mental ......................................................................77
Figura 17 - Imagem demonstrando a incidência do feixe de luz que delimita a
área a ser segmentada............................................................................. 77
Figura 18 - Aparelho New Tom realizando a tomografia computadorizada de
feixe cônico no crânio seco..................................................................78
Figura 19 - Imagem demonstrando a realização da tomografia
computadorizada de feixe cônico.........................................................79
Figura 20 - Serra elétrica na qual foi realizada a segmentação dos crânios
secos....................................................................................................80
Figura 21 - Imagem demonstrando o início do corte axial de anterior para
posterior realizado na maxila ...............................................................81
Figura 22 - Imagem demonstrando o corte axial realizado na maxila com uma
visão da região posterior......................................................................82
Figura 23 - Imagem demonstrando o corte coronal, de inferior para superior
realizado na maxila ..............................................................................82
Figura 24 - Imagem demonstrando a separação total da maxila do restante do
crânio ...................................................................................................83
Figura 25 - Imagem evidenciando a segmentação da maxila ................................83
Figura 26 - Imagem demonstrando a maxila segmentada .....................................84
Figura 27 - Imagem demonstrando o corte por vestibular efetuado na
mandíbula D4, separando os segmentos K e L ...................................84
Figura 28 - Imagem demonstrando o seccionamento feito com a serra elétrica
na mandíbula D3, separando os pontos de referência G e H ..............85
Figura 29 - Imagem demonstrando o recorte executado na face lingual da
mandíbula D4, separando os pontos de referência I e J......................85
Figura 30 - Ismeril no qual foi realizado o acabamento dos cortes dos crânios
secos....................................................................................................86
Figura 31 - Imagem demonstrando o acabamento do segmento D4 (G e H)
para expor as perfurações com guta-percha, visando a melhores
condições para as mensurações..........................................................87
Figura 32 - Câmera fotográfica PL - A742..............................................................88
Figura 33 - Imagem demonstrando o nivelamento realizado no posicionamento
do segmento ósseo, anteriormente à efetuação da fotografia .............89
Figura 34 - Paquímetro digital com abertura de 10,00 mm para ser usado como
escala conhecida para mensurações no programa AutoCAD®...........90
Figura 35 - Imagem demonstrando o processo de execução da fotografia ...........90
Figura 36 - Imagem da fotografia dos segmentos ósseos realizada com uma
câmara fotográfica PL – A742 (PixeLINK®).........................................91
Figura 37 - Imagem da janela do ”AutoCAD®”.......................................................92
Figura 38 - Imagem demonstrando o clique no menu “Insert................................93
Figura 39 - Imagem demonstrando o clique no menu “Insert”: clicar no “Image
manager..............................................................................................93
Figura 40 - Janela “Image Maneger......................................................................94
Figura 41 - Janela Select image file” demonstrando a imagem que fornecerá
as mensurações................................................................................... 94
Figura 42 - Janela “Image ..................................................................................... 95
Figura 43 - Janela do AutoCAD®........................................................................... 95
Figura 44 - Imagem aparecendo na tela do programa AutoCAD......................... 96
Figura 45 - Menu “dimension” na tela principal ...................................................... 96
Figura 46 - Opções do menu “dimension” e o click na opção “aligned.................. 97
Figura 47 - Zoom na escala e clique no ponto da borda esquerda interna do
paquímetro digital................................................................................. 97
Figura 48 - Clique no ponto da borda direita interna do paquímetro digital............ 98
Figura 49 - Imagem da medida num ponto abaixo da escala................................. 98
Figura 50 - Comando “scale.................................................................................. 99
Figura 51 - Comando “select objects”..................................................................... 99
Figura 52 - Imagem na tela do “AutoCAD®” com a área demarcada pela janela...100
Figura 53 - Seleção da imagem..............................................................................100
Figura 54 - Comando “specify base point..............................................................101
Figura 55 - Imagem do canto esquerdo da tela do “AutoCad®”.............................101
Figura 56 - Tela com imagem na escala conhecida...............................................102
Figura 57 - Zoom na tela com imagem na escala conhecida.................................102
Figura 58 - Menudimension” ................................................................................103
Figura 59 - Opção “aligned....................................................................................103
Figura 60 - Mensuração da largura da mandíbula no corte tomográfico pelo
programa “AutoCAD®”.........................................................................104
Figura 61 - Imagem da tomografia convencional linear com as medidas L1 e L2
realizada pelo programa AutoCAD ....................................................105
Figura 62- Imagem com a janela “Dental Slice” aberta. A margem superior
esquerda contém os cortes para-axiais- moldura azul, a margem
inferior esquerda a vista panorâmica - moldura verde, a margem
superior direita os cortes axiais - moldura vermelha, e a inferior
direita, a reconstrução tridimensional (3D)...........................................106
Figura 63- Imagem da maxila no programa DentalSlice, onde visualiza-se o
seio maxilar, fossa nasal, presença de elementos dentários com
restaurações e os pontos evidenciados pelo preenchimento com
guta percha. ........................................................................................107
Figura 64- Imagem demonstrando a região de interesse ampliada e o
posicionamento dos pontos de referência para realização das
mensurações. ......................................................................................107
Figura 65- Obtenção da medida L1 (5,77) do ponto K da mandíbula 01 ..............108
Figura 66- Obtenção da medida L2 (10,97mm) no ponto D da maxila 5. .............108
Figura 67- Modelo de régua utilizada para mensuração na radiografia
panorâmica, demonstrando a medida de um segmento de 1,5mm. ....125
Figura 68- Imagem com a linha azul indicando a medida vestíbulo-lingual de
6,7mm, e a instalação de um implante.................................................128
Figura 69- A linha vermelha circunscrita, ao lado da azul, indica a ampliação
da imagem de 0,02mm.........................................................................128
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Comparação da ampliação média das mensurações nas tomografias
computadorizadas de feixe cônico em relação as mensurações dos
crânios secos e das mensurações nas tomografias convencionais
lineares em relação as mensurações nos crânios secos. ......................116
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Estruturas anatômicas e tomográficas na maxila e mandíbula que são
pertinentes à instalação de implantes.................................................... 35
Quadro 2- Fabricantes e características dos aparelhos de tomografia
computadorizada de feixe cônico .......................................................... 51
Quadro 3- Mensurações morfométricas nos crânios secos, nas tomografias
convencionais lineares e computadorizadas de feixe cônico ................111
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Porcentagem de ampliação de acordo com seus respectivos
aparelhos............................................................................................... 40
Tabela 2- Ampliação média e desvio padrão entre as mensurações realizadas
nos crânios secos e as nas tomografias computadorizadas de feixe
cônico e entre as medidas realizadas nos crânios secos e nas
tomografias convencionais lineares........................................................117
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS
AAOMR Academia Americana de Radiologia Oral e Bucomaxilofacial
CEFETES Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo
CM Canal mandibular
COHAB Companhia de Habitação e Urbanização do Espírito Santo
DF Distrito Federal
ES Espírito Santo
EUA Estados Unidos da América
ICRP Comissão Internacional de Proteção Radiológica
ICRU Comissão Internacional de Aparelhos e Medidas Radiográficas
KV kilovoltagem
Ltda limitada
mA miliampere
mGy micrograys
NIH Instituto Nacional de Saúde
PC Computador
RJ Rio de Janeiro
SP São Paulo
TC Tomografia computadorizada
TH Tomografia hipocicloidal
TL Tomografia linear
TCFC Tomografia computadorizada de feixe cônico
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................22
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................25
2.1 IMPLANTES DENTÁRIOS......................................................................................25
2.2 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ÓSSEA ..............................................................26
2.3 CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS........................................................................31
2.3.1 Mandíbula........................................................................................................31
2.3.1.1 Localização do canal mandibular ..................................................................31
2.3.1.2 Processo alveolar..........................................................................................31
2.3.2 Maxila ..............................................................................................................32
2.3.2.1 A morfologia do alvéolo.................................................................................32
2.3.2.2 O seio maxilar ...............................................................................................33
2.4 RELEVÂNCIA DAS ESTRUTURAS ANATÔMICAS...............................................34
2.5 PRINCÍPIOS DOS RAIOS X NA ODONTOLOGIA.................................................36
2.6 EXAMES RADIOGRÁFICOS NA IMPLANTODONTIA...........................................37
2.6.1 Radiografia periapical....................................................................................37
2.6.2 Radiografia oclusal ........................................................................................37
2.6.3 Radiografia cefalométrica lateral..................................................................38
2.6.4 Radiografia panorâmica.................................................................................38
2.6.5 Tomografias convencionais..........................................................................39
2.6.5.1 Indicações da tomografia convencional.........................................................43
2.6.5.2 Tomografia convencional linear.....................................................................44
2.6.5.3 Tomografia convencional multidirecional.......................................................47
2.6.6 Tomografias computadorizadas ...................................................................48
2.6.7 Tomografia computadorizada de feixe cônico (cone beam). .....................51
2.7 A APLICAÇÃO DAS TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS PARA
DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO DE TRATAMENTOS COM IMPLANTES...53
2.8 A APLICAÇÃO DAS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE
CÔNICO (CONE BEAM) PARA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO DE
TRATAMENTOS COM IMPLANTES......................................................................58
2.9 FATORES IMPORTANTES NA SELEÇÃO DA TÉCNICA RADIOGRÁFICA........61
3 PROPOSIÇÃO.......................................................................................................68
4 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................69
4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA.......................................................................................69
4.2 SELEÇÃO DAS ÁREAS DE CORTE......................................................................69
4.3 DETERMINAÇÃO DOS PONTOS DE REFERÊNCIA NA MAXILA E
MANDÍBULA ...........................................................................................................71
4.4 EXECUÇÃO DAS TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS LINEARES .....................75
4.5 EXECUÇÃO DAS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE
CÔNICO (CONE BEAM).........................................................................................78
4.6 EXECUÇÃO DOS CORTES DOS CRÂNIOS.........................................................80
4.7 ANÁLISE MORFOMÉTRICA...................................................................................87
4.7.1 Mensurações morfométricas realizadas nos crânios secos .....................87
4.7.2 Mensurações morfométricas realizadas por meio das tomografias
convencionais lineares ..............................................................................104
4.7.3 Mensurações realizadas por meio das tomografias computadorizadas
de feixe cônico (cone beam)......................................................................105
4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................................109
5 RESULTADOS.....................................................................................................110
5.1 TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE CÔNICO ..........................116
5.2 TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS LINEARES .................................................117
6 DISCUSSÃO........................................................................................................119
7 CONCLUSÕES....................................................................................................130
8 REFERÊNCIAS....................................................................................................131
22
1 INTRODUÇÃO
A perda dental pode afetar psicologicamente um indivíduo, levando-o a dificuldades
com o convívio social e causando desordens orofaciais. O tratamento com implantes
osseointegrados oferece melhor condição de vida para os pacientes, no momento
em que promove sua estabilidade funcional e estética.
Informações precisas, quanto à configuração do osso receptor, tornam-se
fundamentais para um eficiente plano do tratamento com implantes, respeitando o
seu posicionamento tridimensional em função da localização de estruturas
anatômicas nobres.
Com a evolução da tecnologia, ocorreram grandes avanços na Odontologia,
principalmente no campo da Implantodontia, com o desenvolvimento de implantes
com diferentes superfícies, técnicas aprimoradas, novos e melhores métodos de
diagnósticos por imagem.
Se for feita uma análise retrospectiva a respeito dos exames diagnósticos, iniciando
por Wilhelm Conrad Roetgen que, em 1895, descobriu os raios X, até a década de
70, quando a tomografia computadorizada foi desenvolvida, e atualmente
aperfeiçoada pela técnica de feixe cônico, pode-se observar o quanto as técnicas
radiográficas evoluíram e as possibilidades que essa evolução permitiu.
O mecanismo da tomografia convencional linear foi baseado na cefalometria e, por
ter a propriedade de fornecer informações sobre a distância vestibulolingual e/ou
vestibulopalatina e sobre a topografia das estruturas anatômicas (ENGELMAN;
23
SORENSEN; MOY, 1988), e também por apresentar baixa dose de radiação
comparada com a tomografia computadorizada, essa técnica foi indicada para
planejar o tratamento com implantes (CLARK et al., 1990).
Com o desenvolvimento e popularização do uso de programas de computação, um
passo a mais foi dado para aprimorar o tratamento com implantes. Normalmente
realizado por intermédio de radiografias panorâmicas, tomografias convencionais e
computadorizada, atualmente, pode ser executado interativamente pelo clínico,
utilizando uma técnica radiográfica associada a um programa de computação
dinâmico. Esta técnica possibilita visualizar a situação atual do paciente e o
resultado pós-operatório, permitindo elaborar um melhor plano do tratamento com
implantes e fornece informações com excelente qualidade de imagens
tridimensionais, provendo ao dentista relação espacial de estruturas anatômicas,
como a altura óssea, espessura e inclinação do processo alveolar, em áreas onde os
implantes devem ser instalados (ARAI et al., 1998, 1999) e com baixa dose de
radiação (KOBAVASHI et al., 2004).
Diante das várias técnicas radiográficas, muitas vezes torna-se difícil indicar o
método para o planejamento com implantes, principalmente no que se refere à
precisão das informações adquiridas. Cabe ao cirurgião-dentista selecionar qual a
melhor técnica dentro do seu plano de tratamento, considerando a qualidade das
imagens, o risco biológico mínimo e o custo financeiro, tendo consciência da sua
responsabilidade profissional, conhecimento da anatomia e interpretação das
imagens radiográficas.
24
O presente estudo tem como objetivo principal avaliar a fidelidade das tomografias
convencional linear e computadorizada de feixe cônico, comparando-as com
medidas reais realizadas em crânios humanos secos. Dessa forma, procura
contribuir com alguns conceitos a respeito de suas indicações e vantagens, de modo
a auxiliar no diagnóstico para um correto plano do tratamento com implantes
osseointegrados.
25
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 IMPLANTES DENTÁRIOS
A Implantodontia é uma das áreas da Odontologia que tem apresentado grande
progresso, quer seja em relação às técnicas cirúrgicas, quer seja no avanço
tecnológico e científico dos materiais usados para confecção de implantes. Para que
o sucesso seja alcançado, é necessário um bom planejamento associado à seleção
de uma técnica radiográfica que forneça informações precisas, principalmente
durante as fases de diagnóstico (LINDH, 1996).
Potter et al. (1997) evidenciaram que um excelente diagnóstico e planejamento
incluem: conhecimento da anatomia; ciência dos materiais dentários; técnica cirúrgica
e restauradora; e, principalmente, exames radiográficos apropriados.
O tratamento com implantes dentais é uma opção para a reposição do dente perdido.
Esse processo é realizado pela inserção de um material relativamente inerte
(biomaterial) nos tecidos mucosos e ósseos dos maxilares, fornecendo suporte e
retenção para as próteses dentárias (JAMES; MCKINNEY JUNIOR; MEFFERT, 2000).
A conferência organizada pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) e pela
Universidade de Harvard, em 1978, procurou estabelecer o primeiro consenso sobre
critérios e normas para um melhor prognóstico das técnicas de implantes dentários.
Esse evento reuniu 53 cirurgiões-dentistas (pesquisadores e peritos em implantes)
para analisar quatro desenhos de implantes utilizados até então: o implante
26
laminado, o subperiosteal, o implante em forma de grampo e aquele com formato
radicular de carbono vítreo (SHULMAN; DRUSKELL, 1995).
Durante a Conferência de Toronto, em 1982, Brånemark apresentou seu estudo
longitudinal clássico de quinze anos com implantes osseointegrados realizado na
Universidade de Gotemburgo (SHULMAN; DRUSKELL, 1995). Baseado em seus
experimentos, Brånemark conceituou osseointegração como a adesão microscópica
estrutural e funcional direta entre o osso vital organizado e a superfície de um
material aloplástico (SPIEKERMANN, 2000b).
Albrektsson et al. (1986, p. 13) definiram certos critérios necessários para alcançar
resultados satisfatórios no tratamento com implantes:
[...] um implante quando osseointegrado deve estar imóvel quando testado
clinicamente;
não deve haver área radiolúscida perimplantar através da imagem
radiográfica;
a perda óssea vertical deve ser inferior a 0,2 mm anualmente, após o
primeiro ano da instalação do implante;
não deve haver sinais clínicos ou sintomas persistentes ou irreversíveis
como dor, infecções, neuropatias, parestesia ou violação do canal
mandibular;
deve ter um índice de sucesso de 85% no final de um período de
observação de 5 anos e 80% depois de 10 anos
.
2.2 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO ÓSSEA
Antes da escolha e instalação dos implantes, é necessário realizar exame clínico da
região, bem como a palpação das estruturas anatômicas superficiais, análise das
relações maxilomandibulares (WILSON, 1989) e avaliação do osso disponível
quanto à quantidade, densidade e morfologia (SHULMAN; DRUSKELL, 1995;
ISMAIL; MOHSEN; KAPA, 1995; SPIEKERMANN, 2000a).
27
O exame radiográfico pré-operatório permite a classificação dos tipos de atrofia óssea,
a avaliação do rebordo residual, a análise das estruturas anatômicas; a análise de
anormalidades ou doenças e a observação da geometria do sítio do implante, a
verificação do volume e densidade da respectiva região óssea de interesse (ISMAIL;
MOHSEN; KAPA, 1995); e o preestabelecimento do melhor ângulo de implantação em
relação à posição final protética (ANDERSSON; SVANTZ, 1988; CLARK et al., 1990).
Para a obtenção de resultados satisfatórios, principalmente na região anterior, são
necessárias medidas precisas da região selecionada, como a distância mesiodistal de
7mm para instalação de um implante de diâmetro 4.1, mantendo uma distância de
1,5mm entre o implante e os dentes adjacentes e uma espessura de 2mm de osso
entre a superfície vestibular do implante e a face externa da cortical vestibular do osso
(CHICHE; LERICHE, 1998; SAADOUN; LE GALL, 1998; SAADOUN; LE GALL;
TOUATI, 1999).
Misch (2000 a) aconselhou que seja mantida uma margem de segurança de 1,5mm
entre o implante e qualquer outro marco adjacente, principalmente quando o marco
oposto é o nervo mandibular.
De acordo com Tatum Júnior e Lebowitz (1991, p.16), “[...] disponibilidade óssea é o
termo usado para descrever a área compacta, densa, que recebe ou suporta um
implante”. A instalação de implantes provoca um efeito semelhante à presença de
dentes naturais, aumentando a densidade óssea, reduzindo e diminuindo a taxa de
reabsorção óssea (TATUM JÚNIOR; LEBOWITZ, 1991).
28
Mercier (1995) afirmou que a extração dentária é uma das mais freqüentes injúrias
que afetam o esqueleto humano. O osso precisa de estímulo para manter sua forma
e densidade. A perda de um dente provoca a falta de estímulo ao osso residual,
causando alterações anatômicas importantes. Tais alterações caracterizam-se como
diminuição no trabeculado ósseo, na sua densidade, altura, largura e volume
(MISCH, 2000a).
A reabsorção alveolar é variável, não previsível e depende de fatores sistêmicos,
como nutrição, anormalidades no cálcio, metabolismo fosfórico e endocrinopatias
(HABETS; BRAS; BORGMEYER-HOELEN, 1988).
Segundo Stover (1995), a reabsorção inicial da crista óssea alveolar acarreta a
diminuição das dimensões vestibulolingual e formação de um rebordo delgado em
forma de faca ou, quando a reabsorção é mais severa, a mandíbula anterior torna-se
plana. Normalmente, na região da sínfise mandibular, os tubérculos genianos podem
tornar-se picos proeminentes, e o músculo mental anterior ali inserido pode
apresentar-se vestibularizado.
Mercier (1995) afirmou que a duração e o tipo de forças compressivas são os
parâmetros que mais influenciam a taxa de reabsorção óssea. Pessoas de ambos os
sexos que usam próteses totais por muitos anos, associadas com um desenho
inadequado, hábito nocivo, como o seu uso noturno, além de apresentarem
bruxismo e apertamento, são os primeiros candidatos à atrofia óssea severa.
Ulm et al. (1999) compararam as qualidades estruturais das maxilas edêntulas
femininas e masculinas, considerando a quantidade e a qualidade em diferentes
29
regiões do processo alveolar da maxila. De acordo com esses autores, o volume e a
espessura do osso trabecular são menores nas regiões de molares, comparados
com as regiões de incisivos e pré-molares. Há diferenças entre os sexos em todas
as regiões: as maxilas femininas comparadas com as dos homens apresentam
menos quantidade óssea e uma redução na união do osso trabeculado.
Albrektsson et al. (1986) citaram como fatores importantes para que ocorra a
osseointegração: biocompatibilidade e desenho do implante; condições da sua
superfície; estado do hospedeiro; técnica cirúrgica; e condições de cargas aplicadas
sobre os implantes. Misch (2000a) acrescentou a importância da densidade óssea,
altura, largura, comprimento ósseo, angulação do osso disponível para instalação de
implantes e resultados satisfatórios quanto à estabilidade primária (Figura 1).
Figura 1- Disposição óssea para instalação de implantes
Fonte: Misch, 2000a, p. 91.
30
a) altura óssea
É a medida desde a margem do rebordo edêntulo até o limite anatômico, como o
seio maxilar ou o canal mandibular das regiões posteriores, ou limite anatômico,
como as fossas nasais na região anterior (MISCH, 2000a).
b) largura óssea
É a medida entre as lâminas vestibular e lingual do rebordo ósseo no local do
sítio para implante (MISCH, 2000a).
Spiekermann (2000d) citou a estabilidade primária como o principal determinante
para o sucesso em longo prazo dos implantes. Essa estabilidade é comprovada se a
fixação alcançar uma camada cortical do osso (LINDHE, 1996).
Misch (2000a) apresentou a classificação modificada a respeito das divisões ósseas
propostas por Misch e Judy (1985), abordando especificamente as opções dos
tratamentos com implantes para a cirurgia e a prótese (Figura 2).
Figura 2 - Classificação do osso disponível (Divisões A, B, C e D)
Fonte: Misch, 2000a, p. 90.
31
2.3 CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS
2.3.1 Mandíbula
2.3.1.1 Localização do canal mandibular
É importante conhecer o trajeto do canal mandibular nas dimensões superior-inferior
e vestibulolingual antes da instalação dos implantes, evitando, assim, transtornos
durante a cirurgia (LINDH, 1996; HARRIS et al., 2002).
O feixe neurovascular alveolar inferior entra na mandíbula através do forame
mandibular que está localizado no aspecto interno do ramo, no seu ponto central,
nas dimensões ântero-posterior e súpero-inferior (STOVER, 1995).
Na região dos pré-molares, o canal mandibular se divide em canal mental e canais
incisivos. Geralmente, o canal mental apresenta-se radiograficamente com o mesmo
diâmetro do canal mandibular, embora possa variar ao longo do seu curso. O canal
incisivo pode, não obstante, apresentar-se mais largo do que o canal mandibular
inicialmente, afunilando-se gradativamente ao se encaminhar para a linha média, até
desaparecer.
2.3.1.2 Processo alveolar
O processo alveolar é composto de lâmina externa e interna de osso compacto
preenchido com osso trabecular esponjoso ao redor do alvéolo do dente. O osso
32
compacto que cobre o processo alveolar externamente é denominado de lâmina
cortical e apresenta-se contínua com o osso compacto revestindo o alvéolo
dental, denominado osso alveolar propriamente dito (STOVER, 1995).
Segundo esse autor, o processo alveolar é formado em resposta ao desenvolvimento
do dente. Quando não há presença de dentes, como no caso de anodontias ou
oligodontias, ocorrem falhas no desenvolvimento do processo alveolar.
2.3.2 Maxila
2.3.2.1 A morfologia do alvéolo
O arco maxilar é composto por osso esponjoso que se estende superiormente para
uma lâmina fina de osso compacto formando o assoalho nasal anteriormente, e o
assoalho do seio maxilar posteriormente. As lâminas corticais vestibulares e palatais
são finas no arco maxilar (HOFFMANN, 1995).
A avaliação da altura óssea na região anterior da maxila é geralmente mais
previsível do que na região posterior. O osso alveolar anterior se estende até o
assoalho nasal permitindo uma estimativa previsível da altura óssea no exame
clínico. Entretanto, a presença do seio maxilar na região posterior diminui a altura
óssea disponível (HOFFMANN, 1995).
A maior altura óssea na maxila é normalmente localizada na região dos caninos. Ele
localiza-se no ápice formado pela parede lateral da cavidade nasal e da parede
mesial do seio maxilar (TATUM JÚNIOR; LEBOWITZ, 1991).
33
A densidade óssea na região posterior da maxila geralmente é menor. Por isso a
presença de dentes de diâmetro mais largo, maior quantidade de raízes e maiores
áreas de superfície radicular. Essas características visam a suportar forças mais
intensas, em ossos menos densos (MISCH, 2000b).
2.3.2.2 O seio maxilar
Hoffmann (1995) definiu o seio maxilar como uma cavidade pneumática localizada
na maxila, na porção superior do crânio, tendo como função proteger o trato
respiratório por meio do aquecimento, filtração e umedecimento do ar, dissipação
das forças ao redor do osso na mastigação, bem como pela diminuição do peso do
crânio (ASHKINAZY, 1982).
Após a perda dos dentes posteriores, essa cavidade anatômica se expande no
sentido inferior e lateral, podendo estender-se também para a borda piriforme lateral
da fossa nasal ou invadir a região da eminência do canino (DELBALSO; GREINER;
LICATA, 1994; MISCH, 2000b). Esta expansão do seio maxilar no osso alveolar
representa o fator mais significante na diminuição da quantidade óssea disponível
para instalação de implantes na maxila posterior (HOFFMANN, 1995). Apesar disso,
diversas técnicas estão sendo aprimoradas para suplantar essa limitação (MISCH,
2000b).
34
2.4 RELEVÂNCIA DAS ESTRUTURAS ANATÔMICAS
O tratamento com implantes requer a atuação de uma equipe de especialistas. Do
radiologista é esperado o fornecimento de informações sobre a quantidade de osso
disponível, além de medidas precisas quanto à localização de estruturas nobres.
Diversos pesquisadores registraram altos índices de perfurações no seio maxilar ou
parestesia após cirurgias com implantes, como Ellies (1992), Abrahams (1993),
Wismeijer, Van Waas e Vermeeren (1997), Bartling, Freeman e Kraut (1999). Em
seu estudo, Berberi et al. (1993) relataram incidência de parestesia após cirurgia de
implante na região posterior da mandíbula, cujo planejamento foi realizado apenas
por meio de radiografias periapicais e panorâmicas.
Segundo Ellies (1992), as áreas mais afetadas pelas alterações sensoriais foram os
lábios (64%), em seguida o queixo (46%), gengivas (32%) e língua (14%). Mais de
um sítio foi afetado (44% dos pacientes), com a combinação envolvendo comumente
os lábios e o queixo (19%). Essas alterações transitórias na sensibilidade foram
resolvidas dentro de seis meses em mais de 80% dos pacientes.
Abrahams (1993) e Dula et al. (2001) evidenciaram a necessidade da avaliação
radiográfica da qualidade óssea, largura vestibulolingual do osso alveolar, altura do
osso alveolar e a relação entre o sítio determinado para instalação de implantes e
estruturas anatômicas nobres adjacentes a essa área (Quadro 1).
A localização do canal mandibular, nas regiões de pré-molares e molares,
normalmente é difícil (LINDH; PETERSON, 1989). O posicionamento vestibulolingual
do canal mandibular pode influenciar a escolha da angulação do implante,
35
principalmente se o osso apresentar-se extensivamente reabsorvido (GRÖNDAHL et
al., 1991).
Regiões Maxila Mandíbula
Região anterior
Fossa canina
Nervo nasopalatino
Fossa mental
Vasos menores
Músculos
Região de pré-molar Seio maxilar
Artéria sublingual
Artéria submentoniana
Região de molar Seio maxilar
Artéria facial
Ramo tonsilar da artéria faríngea
ascendente
Nervo lingual
Nervo milo - hióideo
Quadro 1 - Estruturas anatômicas e tomográficas na maxila e mandíbula que são
pertinentes à instalação de implantes
Fonte: Dula et al., 2001, p. 84.
Gröndahl et al. (1991) relataram que a largura dos arcos pode apresentar-se limitada
por concavidades linguais, por exemplo, a fossa submandibular, na qual se encontra
um ramo da artéria facial; ou pode ocorrer uma pronunciada inclinação lingual da
porção posterior do processo alveolar. É importante a determinação da largura do
rebordo, a localização do canal mandibular e a distância entre a borda superior
desse canal e a crista óssea marginal, como medida da altura da crista óssea
alveolar na região posterior da mandíbula. Se essa altura não for suficiente, os
36
implantes devem ser posicionados vestibular ou lingualmente ao canal. Por isso,
exames tomográficos tornam-se necessários para uma análise tridimensional,
alertando sobre possíveis injúrias às estruturas nobres adjacentes à região a ser
implantada (LINDH; PETERSSON; KLINGER, 1995).
2.5 PRINCÍPIOS DOS RAIOS X NA ODONTOLOGIA
O descobridor dos raios X foi Wilhelm Conrad Röntgen (mestre de Física e reitor da
Universidade de Wurzuburg) em 1895. Röntgen estudou as propriedades dos raios X
e constatou que estes eram invisíveis, produziam fluorescência em certas
substâncias, propagavam-se em linha reta e impressionavam chapas fotográficas, à
semelhança da luz (FREITAS A, 2000).
Quatorze dias após a descoberta dos raios X (dezembro de 1895), o Dr. Otto
Walkhoff realizou a primeira radiografia dentária da sua própria boca, utilizando uma
placa fotográfica de vidro, envolta em papel preto, e submeteu-se a uma exposição
de 25 minutos.
Ainda segundo Freitas A (2000), Edmundo Kell (USA) é considerado o mártir da
Radiologia Odontológica, pois foi o primeiro profissional da área que deu importância
à utilização dos raios X como elemento indispensável associado ao exame clínico.
Realizou diversas pesquisas clínicas com aplicação dos raios X e, em conseqüência,
foi vitimado pelos seus efeitos biológicos. Sofreu inúmeras queimaduras e teve
amputadas várias falanges, dedos e a mão, fatos que o levaram ao suicídio.
37
2.6 EXAMES RADIOGRÁFICOS NA IMPLANTODONTIA
2.6.1 Radiografia periapical
Conforme Kraut (1995), as indicações das radiografias periapicais para o
planejamento de cirurgias de implantes dentais são: localização das raízes de
dentes adjacentes ao sítio proposto para implante; localização do canal incisivo;
presença de raízes residuais; lâminas ósseas ou parafusos que possam interferir na
instalação ou osseointegração do implante. Ademais, fornece informação detalhada
sobre o formato trabecular e a relação das estruturas anatômicas do sítio do
implante (TYNDALL; BROOKS, 2000), como fossa incisiva e canina, forame mental,
seio maxilar, nervo alveolar inferior e altura óssea (MILES; VAN DIS, 1993).
Tyndall e Brooks (2000) descreveram como vantagens da radiografia periapical, o
baixo custo e a fácil interpretação. Normalmente são bem toleradas pelos pacientes
e possuem alta resolução de imagens do sítio do implante. Como desvantagens, os
autores citaram: não reprodução da imagem geométrica; ausência de informações
de cortes transversais e distorções, que são sempre inerentes às radiografias
periapicais (YANG et al., 1999; TYNDALL; BROOKS, 2000).
2.6.2 Radiografia oclusal
Kraut (1995) indicou esses exames para avaliação da sínfise mandibular no
planejamento de cirurgias para implantes. Por sua vez, Miles e Van Dis (1993)
38
afirmaram que a tomada radiográfica oclusal, com uma angulação de 90 graus,
oferece informações sobre a espessura vestibulolingual do osso.
2.6.3 Radiografia cefalométrica lateral
A radiografia cefalométrica lateral provê uma imagem exata da relação oclusal entre os
arcos e das anormalidades esqueletais que são importantes para a determinação da
força que será aplicada na prótese sobre implante (KRAUT, 1995). Para Tyndall e
Brooks (2000), essa técnica fornece informações sobre: angulação, altura óssea vertical
na linha média e perfil do tecido mucoso. Apresenta, como vantagens, o baixo custo
financeiro, fácil aquisição e interpretação, porém não provê uma imagem exata da
região para instalação de implantes (ENGELMAN; SORENSEN; MOY, 1988).
2.6.4 Radiografia panorâmica
Essa técnica fornece uma descrição geral da mandíbula e posição dos seios
maxilares e cavidade nasal (KASSEBAUM et al., 1992a). Está indicada para
localização ântero-posterior do forame mental relativo ao sítio proposto para
implante, provê informações sobre altura óssea e é a mais utilizada para o
planejamento de implantes devido à habilidade do cirurgião-dentista na visualização
da presença de dentes ou implantes em ambos os arcos (KRAUT, 1995). Entretanto,
não fornece informações quanto à largura óssea, dimensões e formato do seio
maxilar, além de apresentar sobreposições e uma distorção de imagem de 20%
(ENGELMAN; SORENSEN; MOY, 1988).
39
2.6.5 Tomografias convencionais
Kirkos e Misch (2000) definiram tomografia como uma palavra grega que significa:
tomo (fatia) e grafia (imagem). Em 1962, foi idealizada para descrever as formas de
tomografia transversal do corpo pela Comissão Internacional de Aparelhos e
Medidas Radiográficas (ICRU).
Segundo Langland, Sippy e Langlais (1984), o tomograma é feito por um mecanismo
especial em que o tubo do RX e o filme são fixados a um bastão conectados
rigidamente, que gira ao redor de um fulcro fixo. Quando o tubo se movimenta em
um sentido, o filme movimenta-se no sentido oposto. Ou seja, ocorre um movimento
sincronizado dos tubos dos raios X e a película radiográfica ao redor do ponto fixo,
em sentidos opostos, para produzir um corte ou uma imagem da estrutura de
interesse (MILES; VAN DIS, 1993) (Figura 3).
Com o movimento coordenado entre o tubo e o filme, a imagem de um objeto,
situado em um ponto de apoio dentro do plano focal, permanecerá em uma posição
fixa sobre a película ao longo do percurso do tubo, de modo que a visualização se
tornará nítida. Enquanto isso, os objetos situados fora do plano focal pela frente ou
por trás experimentarão mudanças constantes da posição da película, fato que
resultará numa imagem nebulosa (DAGUM, 1999) (Figura 4).
40
Figura 3 - Movimento sincronizado do tubo dos raios X e a película
Fonte: Dagum, 1999, p. 149.
Figura 4 - Esquema mostrando a formação de nebulosidades na tomografia
Fonte: Dagum, 2000, p. 150.
A ampliação das tomografias convencionais depende da relação entre o foco-filme e
entre o foco-objeto e varia também segundo os aparelhos tomográficos (Tabela 1).
Tabela 1 - Porcentagem de ampliação de acordo com seus respectivos aparelhos
Aparelho Movimento Ampliação
Commcat Hipocicloidal 26%
Scanora Espiralado 70%
Tomax Hipocicloidal, circular e espiralado 20%
Quint sectograph Linear 10%
*Constante
Fonte: Dagum, 2000, p. 150.
41
De acordo com Thunthy e Weinberg (1996), a extensão do movimento do tubo dos
raios X determina a espessura do corte. Essa espessura é inversamente
proporcional à extensão do movimento do tubo dos raios X. O movimento do tubo
dos raios X pode ser linear ou multidirecional.
Muitos radiologistas tomam como base a técnica cefalométrica para realizar as
tomografias, principalmente o posicionamento do paciente, pois essa técnica era
utilizada para avaliação da articulação temporomandibular (ATM). O posicionamento
da película e da cabeça do paciente para a tomada radiográfica se faz com o auxílio
de um aparelho: o cefalostato (PEREIRA; MUNDSTOCK; BERTHOLD, 1984).
Baseada nos conhecimentos da técnica cefalométrica, a distância de 1,52m entre a
fonte geradora de raios X e o plano médio sagital do paciente foi convencionada
universalmente, pois minimiza os efeitos distorcidos da divergência dos raios X
(PEREIRA; MUNDSTOCK; BERTHOLD, 1984).
A Figura 5 mostra a tomada em norma lateral:
a) distância de 1,52m entre a fonte geradora de raios X e o plano médio sagital do
paciente;
b) menor distância possível entre o lado esquerdo da face do paciente e a película
radiográfica;
c) feixe central dos raios X na horizontal, incidindo perpendicularmente à película
radiográfica, passando através das duas olivas.
42
Figura 5 - Tomada lateral
Fonte: Pereira et al., 1984, p. 38.
A Figura 6 mostra a tomada em norma frontal:
a) distância de 1,52m entre a fonte geradora de raios X e eixo das duas olivas;
b) eixo das duas olivas paralelo à película radiográfica;
c) menor distância possível entre a face e a película radiográfica;
d) feixe central dos raios X na horizontal e incidindo perpendicularmente à película
radiográfica, passando pelo ponto médio do eixo das duas olivas.
Figura 6 - Tomada frontal
Fonte: Pereira et al., 1984, p. 38.
Marcantonio et al. (1994) descreveram que as técnicas tomográficas são
denominadas de acordo com a característica da trajetória de movimentação do tubo,
podendo ser multidirecional (circular, triespiral, elíptica, hipocicloidal) ou linear (reta
ou curva). O tempo da exposição da tomografia é determinado pelo tempo em que
43
se realiza o movimento em sua totalidade (GRÖNDAHL; EKESTUBBE; GRÖNDAHL,
1996).
Tyndall e Brooks (2000) citaram, em sua pesquisa, que a tomografia convencional
apresenta como vantagens: custo moderado (comparado com a tomografia
computadorizada); magnificação uniforme; visão transversal segura de algumas
localizações; reprodução geométrica. Apresentaram como desvantagens: eficácia
limitada; necessidade de mais tempo para produzir as imagens (comparado com as
radiografias panorâmicas); experiência significante; treinamento para interpretação
das imagens.
2.6.5.1 Indicações da tomografia convencional
A tomografia convencional pode ser usada para:
a) produzir imagens de cortes transversais da mandíbula para a localização do canal
mandibular, na análise de cirurgias orais, como exodontias de dentes impactados
(KAEPPLER, 2000);
b) determinar lesões osteolíticas extensas (KAEPPLER, 2000);
c) diagnosticar a presença de condições patológicas, raízes residuais, corpos
estranhos na região a ser implantada (GRÖNDAHL; LEKHOLM, 1997);
d) planejar o procedimento para instalação de implantes.
Com relação ao planejamento pré-cirúrgico, essa técnica apresenta as seguintes
propriedades: fornece medidas verticais no rebordo (altura da base à crista óssea
44
alveolar em mandíbula; e da crista ao assoalho do seio maxilar ou fossa nasal),
permitindo a seleção do comprimento do implante; fornece medidas mesiodistais
com ampliação constante e menor que a das panorâmicas, auxiliando na
distribuição, direcionamento e escolha do diâmetro dos implantes; oferece
dimensões vestibulolinguais, permitindo a análise da necessidade ou não de enxerto
ósseo (MARCANTONIO et al., 1994).
2.6.5.2 Tomografia convencional linear
A tomografia convencional linear é a técnica radiográfica que fornece informações de
dois planos da zona sob estudo, ou seja, resulta em dois tipos de imagens (URSINO,
2006):
a) imagens dos cortes transversais: são realizadas por meio de um ângulo reto
ao longo eixo do arco (Figura 7). Esta técnica, aplicada na mandíbula,
fornecerá informações do contorno e formato da crista óssea alveolar, altura
do osso, dimensão vestibulolingual do processo alveolar e espessura do osso
cortical circunjacente à posição do nervo alveolar inferior (MONAHAN;
FURKART, 1996).
b) imagens dos cortes sagitais (paralelos): o longo eixo da mandíbula é
posicionado de forma paralela ao filme e perpendicular ao tubo dos raios X
(Figura 8), fornecendo imagens para avaliação da localização do canal
mandibular (MONAHAN; FURKART, 1996).
45
Com esses tipos de imagens, obtém-se a altura e profundidade do corpo em estudo
(MONAHAN; FURKART, 1996).
Figura 7 - Imagem do corte tomográfico transversal
Fonte: Monahan e Furkart, 1996, p. 299.
Figura 8 - Imagem do corte tomográfico sagital
Fonte: Monahan e Furkart, 1996, p. 299.
Ursino (2006) descreveu os componentes básicos de um tomógrafo linear:
46
a) posicionadores: utilizado para fixar a cabeça do paciente, que se encontra
sentado. Geralmente se constituem de duas olivas que se colocam nos ouvidos e
uma fixação anterior, que é colocada em contato com os dentes ou, em sua
ausência, com o rebordo desdentado;
b) fonte de radiação
c) suporte: onde se coloca o chassi com uma película radiográfica;
d) computador (PC): no qual se introduzem todos os parâmetros de
posicionamento, localização e quantidade de cortes a serem realizados, assim
como todo movimento feito no tomógrafo durante as exposições.
Um tomógrafo linear funciona da seguinte forma: uma vez posicionado o paciente
com o plano oclusal paralelo ao solo, incorporam-se os dados necessários (de
acordo com o modelo do tomógrafo) e realiza-se a exposição. O chassi se desloca
para um lado e as películas para o lado oposto, fazendo com que os raios convirjam
para o ponto a ser estudado (fulcro), não projetando todas as imagens adjacentes
(Figura 9). Quanto maior a complexidade do movimento que o tomógrafo realiza,
mais nítida será a imagem (URSINO, 2006).
As imagens obtidas com o tomógrafo apresentam ampliação constante ou
proporcional em toda a imagem, sem deformação. Nesta técnica, é fundamental que
o profissional conheça qual a ampliação das imagens que recebe para realizar as
medições necessárias e transformá-las em medidas reais, provendo informações
relevantes para o diagnóstico (URSINO, 2006).
47
Figura 9 - Obtenção da imagem tomográfica
Fonte: Ursino, 2006; p. 95.
2.6.5.3 Tomografia convencional multidirecional.
Caracteriza-se por movimentos multidirecionais mais complexos entre o tubo dos
raios X e o filme, podendo ser do tipo espiral ou hipocicloidal (URSINO, 2006).
Thunthy e Weinberg (1996) definiram que o movimento multidirecional fornece
uniformidade no borramento, possibilitando imagens com melhor qualidade e de fácil
interpretação. Mesmo assim, a presença de borramentos e a ampliação das imagens
podem afetar a realização das mensurações (ARYATAWONG; ARIATAWONG,
2000). Quando o movimento do tubo dos raios X circular, elíptico, espiral e
hipocicloidal muda a espessura do corte, não ocorrem alterações na densidade do
filme. O aparelho é programado para produzir tempos de exposição similares por
48
meio do aumento da velocidade do tubo dos raios X, com o aumento da amplitude
angular do arco tomográfico (THUNTY; WEIMBERG, 1996).
Gröndahl et al. (1991) indicaram a tomografia hipocicloidal para avaliação da
distância entre a crista óssea alveolar e a borda superior do canal mandibular em
pacientes candidatos à instalação de implantes.
2.6.6 Tomografias computadorizadas
O desenvolvimento da tomografia computadorizada (TC) para diagnósticos em 3D,
ocorreu a partir de 1972, mas foi somente registrada em 1973 (HOUNSFIELD,
1973). Esta técnica permite a captura de informações por meio de um movimento
espiral da fonte de radiação e dos detectores ao redor da região de interesse. A
tomografia computadorizada apresenta a propriedade de separar tecidos de
diferentes densidades, provendo a visualização das estruturas anatômicas, como
canal mandibular, seios maxilares e cavidades nasais (SCHWARZ et al., 1997). Em
pacientes edêntulos totais, os mapeamentos devem ser feitos separadamente. Para
o mapeamento mandibular, o paciente deve ser posicionado de forma que a borda
da mandíbula fique paralela ao plano do aparelho e, para o arco maxilar, o paciente
é posicionado de maneira que o plano do alvéolo maxilar esteja paralelo ao plano do
aparelho (KASSEBAUN et al., 1992a).
Esta técnica baseia-se em diversas exposições radiais ao redor da face do paciente,
na região da maxila, mandíbula ou ambas, que são captadas por sensores do
tomógrafo. Com o auxílio de um software, as imagens captadas pelos sensores são
armazenadas, podendo ser reconstruídas em 3D, em cortes axiais, panorâmicos ou
49
oblíquo-sagitais de uma região específica ou de toda a arcada (SCHWARZ et al.,
1989; GUEDES et al., 2004).
De acordo com Ursino (2006), as tomografias computadorizadas fornecem imagens
com mais de 200 tonalidades da cor cinza que indicam alterações na densidade dos
tecidos, diferentemente das imagens conseguidas com a radiologia convencional
(KRAUT, 1995).
Existem programas que produzem o software capaz de fornecer imagens em três
dimensões para planejamento de implantes: O programa 3D/Dental® (Columbia
Scientific, Inc. Columbia, MD, EUA) permite exames em tamanho natural (sem
distorções) panorâmicas, de cortes transversais e imagens tridimensionais. Um outro
é o programa da Dental/Scan (General Eletric Co, Milwaukee, WI, EUA) que
fornece uma escala para que o cirurgião possa converter as medidas das imagens
obtidas para o tamanho real com bastante precisão (KRAUT, 1995).
O equipamento da General Eletric Corporation utiliza a técnica MSPA (análise do
padrão da forma da maxila e da mandíbula), cujas imagens são de secção
transversal (cerca de 50 secções por arco) com intervalos de 1,5mm. Dos valores
digitados, são criadas imagens panorâmicas e várias secções verticais e horizontais
no computador (SPIEKERMANN, 2000a).
Kirkos e Misch (2000) relataram que o programa “DentaScan®” apresenta algumas
limitações: as imagens são diferentes do tamanho real e os métodos para a
compensação das diferenças são questionáveis; a determinação da qualidade do
osso exige o uso do computador; e a inclinação da cabeça do paciente torna-se
50
crítica, devido ao fato de as imagens transversais serem perpendiculares ao plano
da imagem axial.
Em relação ao protocolo de imagens obtidas pela tomografia computadorizada,
Kassebaun et al. (1992a) citaram um protocolo que consiste de 36 cortes axiais,
1,5mm de espessura e 1,0mm entre estes cortes no arco mandibular. No arco
maxilar, aproximadamente, 23 a 27 cortes axiais são obtidos da crista alveolar de um
extremo ao outro do seio maxilar. Durante a tomografia computadorizada, são
usados guias com marcadores, de preferência de guta-percha, para facilitar a
correlação dos cortes com suas localizações clínicas. Os marcadores de metal
funcionam como artefatos obstruindo a imagem da tomografia computadorizada
(KASSEBAUM et al., 1992a).
A tomografia computadorizada fornece imagens em três dimensões, permitindo
medidas precisas da altura e largura óssea, principalmente em regiões do canal
mandibular (YANG et al., 1999), diagnósticos de tumores, cistos odontogênicos,
fraturas, avaliação da posição de corpos estranhos (ABRAHAMS, 1993), injúrias
traumáticas e problemas na articulação temporomandibular (HASHIMOTO et al.,
2003). Entretanto, é limitada pelo alto custo (REDDY et al., 1994); ocorrência de
distorções na presença de restaurações metálicas ou de implantes já instalados na
cavidade bucal (STOVER, 1995); não fornece informações ideais para situações
particulares, como dentes impactados ou lesões apicais, e requer um tempo maior na
produção de uma imagem (20-25 minutos) (ALLEN; SMITH, 2000). O uso do
mapeamento por meio da TC pode ser limitado devido à dose de radiação absorvida
durante esse processo, sendo de 3mGy para cada paciente, medidos na superfície da
pele (CANN, 1988).
51
2.6.7 Tomografia computadorizada de feixe cônico (cone beam).
Em 1997, Arai et al. (1998; 1999) desenvolveram um protótipo da TC feixe cônico
para uso odontológico, que obteve a denominação de Ortho-CT dublado. Avaliaram
2.000 casos de dentes impactados, lesões apicais e doenças mandibulares antes e
depois da cirurgia realizada pelo Departamento de Radiologia da University School
of Dentistry Dental Hospital (NIHON), obtendo excelentes resultados.
Hoje, existem no mercado diversos aparelhos que fornecem caractéristicas ósseas
para o planejamento e tratamento com implantes (Quadro 2).
Aparelhos Companhia Tamanho da
imagem
reconstruída
(diâmetro e
altura)
Kilovoltagem
do raios X
Corrente
da
superfície
dos raios
X (tempo)
mA
Tempo do
escaneamento
3D
Accuitomo
J. Morita,
Kyoto, Japan
4X3, 4X4, 6X6 60-80 1-10 mA 18
NewTom
9000
Quantitative
Raiology,
Verona , Italy
13X13 110 15 mA 72
NewTom
3G
8X8, 19X10,
13X13, 15X15,
18X18, 22X22
110 15 mA 36
I-CAT Imaging
Sciences,
Hatfield,
Pennsylvania,
USA
16X21, 16X13,
16X8,
120 12.48 mA
23,87 mA
46,72 mA
10, 20, 40
CB
Mercuray
Hitachi,
Medical,
Kyoto, Japan
5.12 X5.12,
10.2X10.2,
15X15, 19X19
60-120 10 ou 15
mA
10
3D
Panoramic
X-Ray CT
scanner
pPSR 9000
Asahi
Roentgen,
Kyoto, Japan
3.6X4, 4.1X4 60-100 2- 12 mA 20,30
Quadro 2- Fabricantes e características dos aparelhos de tomografia computadorizada de
feixe cônico
Fonte: Guerrero et al., 2006.
52
Esses aparelhos consistem de uma unidade de raios X maxilofacial que realiza o
mapeamento da região a ser examinada, coletando dados e imagens em 3D (ITO et
al., 2001a; ZIEGLER et al., 2002).
Para a realização dessa técnica, posiciona-se o paciente de modo que o tubo de
raios X e o detector giram 360 graus ao seu redor, num plano horizontal gerando
uma imagem dentomaxilofacial (MOZZO et al., 1998; BABA; UEDA; OKABE, 2004).
Após essa etapa, as imagens são processadas por um programa, pelo qual são
obtidas imagens axiais, reconstruções sagital e coronal, bem como a imagem
tridimensional da área a ser examinada (ITO et al., 2001a; ZIEGLER et al., 2002;
LASCALA; PANELLA; MARQUES, 2004). O sistema produz finas secções da
imagem, projeção com intensidade máxima e alta qualidade (BABA; UEDA; OKABE,
2004). Há um controle de exposição automático que permite a seleção do início da
intensidade do feixe de raios X, de acordo com o tamanho do paciente, modificação
no momento do mapeamento e espessura dos tecidos atravessados pelos raios X. O
tamanho do feixe e o volume irradiado também são controlados pelo programa do
aparelho (MOZZO et al., 1998).
Com o software, é possível determinar na mandíbula a distância entre a crista óssea
alveolar e o forame mental por meio de um marcador colorido. Também é possível
apontar detalhes anatômicos em 2D, como exemplo o canal mandibular (MOZZO et
al., 1998).
A tomografia computadorizada de feixe cônico provê imagens com precisão em
todos os planos espaciais, informações em três dimensões dos dentes, da anatomia
53
craniofacial e fornece detalhes específicos da morfologia da mandíbula, localização
do canal mandibular, forame mental e a relação dos guias cirúrgicos e o osso (ITO et
al., 2000a; ZIEGLER et al., 2002; MAH et al., 2003).
2.7 A APLICAÇÃO DAS TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS PARA DIAGNÓSTICO
E PLANEJAMENTO DE TRATAMENTOS COM IMPLANTES
As tomografias convencionais são usadas para estudar as camadas dos tecidos em
sua profundidade específica e predeterminada, que permita a visualização com
acurácia das estruturas anatômicas, incluindo sua altura, largura e características
ósseas. São indicadas como pré-requisito na avaliação óssea para seleção da
geometria do implante (ISMAIL; MOHSEN; KAPA, 1995; MERCIER, 1995).
Chilvarquer (2000) indicou como avaliação pré-cirúrgica de tratamento com
implantes, o seguinte protocolo: radiografia panorâmica e cortes tomográficos axiais
e laterais corrigidos, executados no aparelho Quint Sectograph. Segundo este autor,
os cortes axiais proporcionam o exame do contorno do rebordo, a posição do canal
mandibular, a distância da crista óssea alveolar até o canal e a espessura óssea,
lembrando que a tomografia convencional linear produz uma ampliação de 10%.
Ludlow et al. (1995) pesquisaram a acurácia das radiografias periapicais, oclusais e
das tomografias de cortes transversais na avaliação da perda óssea na crista
osseoalveolar vestibular e lingual ao redor do implante de titânio de formato
radicular. Os resultados comprovaram que as tomografias de cortes transversais
realizadas com movimento linear, pelo aparelho Quint Sectograph, apresentaram
54
melhores imagens e a crista óssea vestibular e lingual das áreas dos implantes não
foi ofuscada pela adição de componentes e restaurações (LUDLOW et al., 1995).
Ismail, Mohsen e Kapa (1995) desenvolveram um protocolo para avaliação
tomográfica de sítios para implantes osseointegrados, que consistiu de confecção de
uma placa radiopaca com marcadores nas linhas perpendiculares aos sítios de
implantes propostos e produziram imagens tomográficas lineares com pacientes
usando essa placa. Com esse estudo, eles concluíram que a tomografia
convencional linear é um procedimento menos complexo e com menor custo do que
a tomografia computadorizada. É útil para diagnóstico pré e pós-cirúrgico de sítios
para implantes, exame das dimensões verticais e horizontais da área em questão,
anormalidades e patologias, qualidade óssea, estruturas anatômicas. Além disso, os
marcadores usados como referências permitiram mais clareza nos exames (ISMAIL;
MOHSEN; KAPA, 1995).
Kassebaum et al. (1990) utilizaram o aparelho Quint Sectograph em suas pesquisas
com a tomografia linear e relataram que essa técnica resultou em considerável
redução da dose de radiação. Assim, foram obtidas informações a respeito da
espessura, da qualidade óssea e das características da crista osseoalveolar,
permitindo a visualização da altura óssea para fixação dos implantes. Nessa
pesquisa, os autores relataram uma magnificação das imagens de 6 a 10%, certas
limitações, como a visibilidade do seio maxilar, e observaram que os sítios na
mandíbula necessitam de cálculos adicionais (KASSEBAUM et al., 1990).
Monahan e Furkart (1996) demonstraram que a tomografia convencional de corte
transversal, feita por meio do aparelho Quint Sectograph (Denar Corporation,
55
Anahein, Califórnia), é indicada para a avaliação das estruturas anatômicas para
instalação e implantes, por fornecer imagens da crista óssea alveolar, altura,
dimensão vestibulolingual do processo alveolar e a posição e trajetória do canal
mandibular.
Butterfield et al. (1997) realizaram estudos em que foi examinada a acurácia da
tomografia linear em mandíbulas edentulas, com o aparelho Quint Sectograph Linear
Tomographic Unit (Soredex Corporation, Anaheim, Califórnia). Sete observadores
(seis cirurgiões bucomaxilofaciais e um radiologista) traçaram o osso cortical e o
canal mandibular. O resultado dessa pesquisa evidenciou certa dificuldade dos
observadores para a compreensão da tomografia linear, atribuída às suas limitações
(embaçamento da imagem, flutuação da magnificação e instabilidade dimensional).
A análise estatística desse estudo registrou uma variabilidade intraobservador
estatisticamente significante, e segundo os autores, esse resultado levou ao
questionamento da qualidade das imagens da tomografia linear.
Com relação a estudos sobre mensurações, o Centro de Ciências Exatas do
Departamento de Física da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) elaborou
certos critérios sobre medidas:
a) a execução de uma medida qualquer deve apresentar o valor de grandeza com
todos os seus algarismos significativos, inclusive com o último, que é duvidoso.
b) existem fatores que podem causar erros acidentais nas mensurações:
defeitos não sistemáticos de leitura (imperícia do operador);
variação da capacidade de avaliação, com o número de medidas efetuadas;
56
variação da capacidade de avaliação ou da perícia, no caso de observação de
uma mesma grandeza por vários observadores;
condições próprias dos aparelhos de medidas (certos aparelhos apresentam
erros de paralaxe que variam com o tamanho da grandeza);
reflexos variáveis do operador (por exemplo, no caso de apertar um
cronômetro).
Com relação ao “erro de paralaxe”, já citado anteriormente, este reside na distância
entre o ponteiro e a escala. Conforme o ângulo de visão do operador em relação ao
ponteiro (mais à esquerda ou à direita). Isto resultaria numa pequena diferença na
leitura do valor indicado, afetando o resultado final das medidas (LETRON, 2007).
Segundo Jekel et al. (1996, p. 109-110):
[...] a concordância intra-observador ou inter-observador torna os dados no
estudo altamente fidedignos e confiáveis. Porém confiança não é prova de
validade: dois observadores podem relatar a mesma leitura (demonstrando
fidedignidade), no entanto, estarem errados. Não é incomum encontrar
concordância imperfeita entre observadores, nem é incomum observar que
o mesmo indivíduo, olhando para o mesmo dado, muitas vezes discorda de
sua própria leitura, feita em ocasiões anteriores.
De acordo com Ellies (1992), muitos métodos têm sido usados para localização do
canal mandibular durante o planejamento para instalação de implantes. A tomografia
hipocicloidal é usada com mais freqüência em pacientes com reabsorção óssea
severa, cuja análise da eficácia da sua técnica é considerada segura.
Lindh (1996) avaliou a acurácia das técnicas radiográficas em mandíbulas e usou,
como pontos de referência, pinos de tântalo. Concluiu que a tomografia espiral, a
hipocicloidal e a computadorizada foram superiores à periapical e à panorâmica na
57
visualização do canal mandibular; e que as tomografias foram mais eficazes para
medir a distância entre a borda superior do canal mandibular e a base da mandíbula.
Aryatawong e Aryatawong (2000) avaliaram a acurácia da tomografia hipocicloidal
na localização do canal mandibular e constataram a alta percentagem (74%) de
visibilidade do canal mandibular, comprovando a indicação da tomografia
hipocicloidal para planejamento de tratamento com implantes.
Stella e Tharanon (1990a) analisaram a instalação de implantes na região posterior
de mandíbulas de cadáveres edêntulos pela tomografia hipocicloidal. O resultado
mostrou que a tomografia hipocicloidal é indicada para planejamento pré-cirúrgico de
implantes.
Gröndahl et al. (1991) avaliaram a confiabilidade das tomografias hipocicloidais para
mensuração da distância vertical entre a crista osseoalveolar e borda superior do
canal mandibular. Seis observadores (três radiologistas e três cirurgiões
bucomaxilofaciais) realizaram as medidas, juntamente com as correções quanto à
magnificação das imagens. Os resultados demonstraram que, apesar de a
tomografia hipocicloidal ser comumente usada para avaliação de sítios selecionados
para implantes, houve uma variação relativamente grande nas mensurações entre
os observadores. Mesmo assim, os autores aconselham o uso de diversos
observadores, pois, na prática clínica, muitas vezes os cirurgiões tendem a comparar
suas medidas com as do radiologista. Ademais, as variações entre os observadores
dependem da forma como as estruturas anatômicas são delineadas nas radiografias
e são determinadas por alguns fatores, como a projeção geométrica, o tipo de filme
e técnica usada.
58
2.8 A APLICAÇÃO DAS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE
CÔNICO (CONE BEAM) PARA DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO DE
TRATAMENTOS COM IMPLANTES
Com a grande demanda para tratamentos com implantes dentários, a utilização de
exames, como as tomografias computadorizadas, tem aumentado também no
mundo inteiro. De acordo com Bahador (1996), o número anual de exames com
tomografia computadorizada nos EUA, sem incluir exames para avaliação dental,
aumentou de aproximadamente 5 milhões em 1983 para 20 milhões em 1995. Esse
fato levou à reflexão de um outro aspecto: a dose de radiação absorvida pelo
paciente durante esses exames.
Com essa preocupação, surgiram muitas pesquisas e novos aparelhos mais
específicos para a classe odontológica, visando ao maior acesso do paciente a um
exame radiográfico com índice de radiação reduzido (MOZZO et al., 1998; MAH et
a.l., 2003; HASHIMOTO et al., 2003).
Aranyarachkul et al. (2005) compararam a densidade óssea em tomografias
computadorizadas de feixe cônico com as da técnica de tomografia computadorizada
quantitativa. Concluíram que a técnica de feixe cônico pode ser considerada uma
alternativa para diagnóstico e planejamento de implantes, principalmente pelo fato
de a taxa de radiação apresentar-se menor. Porém, como o trabalho foi realizado em
cadáveres, a densidade óssea poderia não corresponder à densidade de um osso
vital.
59
Lascala, Panella e Marques (2004) avaliaram a acurácia das medidas lineares
obtidas pela tomografia computadorizada de feixe cônico no aparelho NewTom
9000, realizadas em crânios secos. No experimento, foram selecionados 19 sítios
anatômicos referenciados com esferas metálicas fixadas com godiva. As medidas
lineares foram realizadas unindo os sítios anatômicos. Esses sítios foram a sutura
frontozigomática, forame infra-orbitário, espinha nasal anterior e posterior, lâmina
pterigóidea lateral esquerda e direita, côndilo occipital, sulco do seio petroso
posterior direito e esquerdo, processo clinóide posterior direito e esquerdo e
processo clinóide anterior direito e esquerdo. Após a efetuação e comparação das
mensurações, os autores concluíram que os dados obtidos nos crânios (medida real)
se apresentaram sempre maiores que as mensurações feitas nas imagens do
aparelho NewTom. Porém, ressaltaram que as diferenças só foram estatisticamente
significantes para as medidas feitas entre os sítios internos anatômicos na base do
crânio, e que o aparelho NewTom foi desenvolvido especificamente para regiões
dentais.
Kobavashi et al. (2004) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a acurácia da
técnica de feixe cônico e comparar as medidas realizadas nas estruturas ósseas
mandibulares com as imagens na TC no aparelho RADIX prima (Hitachi Medical,
Tókio, Japan) e no aparelho da TC de feixe cônico no aparelho Dental 3D – CT (PSR
9000 [protótipo]; Asahi Roentgen, Kyoto, Japan).
Os autores realizaram perfurações de 2mm de diâmetro referenciando sete regiões
em cada mandíbula (molar direito, pré-molar direito, canino direito, linha média,
canino esquerdo, pré-molar esquerdo e molar esquerdo). Uma perfuração passou
através da cortical vestibular e lingual, e outra foi feita na borda inferior da
60
mandíbula, fazendo com que esses furos formassem um plano. Após o
escaneamento completo da TC, as mandíbulas foram cortadas, usando as
perfurações como referência. Os pontos selecionados puderam ser medidos nas
imagens das tomografias computadorizadas como na mandíbula cortada. A distância
vertical do topo do furo de referência na superfície cortical para a crista alveolar foi
medida usando um paquímetro digital para avaliar a acurácia das medidas nas
imagens da tomografia computadorizada.
Após execução de todas as mensurações, os autores concluíram que a TC de feixe
cônico demonstrou ser mais útil para avaliação pré-operatória em cirurgias dentais,
devido à sua alta resolução e ao tamanho da área de suas imagens. Com relação à
dose de radiação, a dose integral absorvida na TC feixe cônico foi 1/15 menor que a
TC espiral (KOBAVASHI et al., 2004).
Segundo Kobavashi et al. (2004), a TCFC foi desenvolvida especialmente para
exames de lesões dentais, cuja extensão das imagens é adequada para observação
da estrutura óssea mandibular. É indicada para diversas áreas na Odontologia,
como a Implantodontia, Cirurgia Bucomaxilofacial e diagnóstico. Apresenta as
seguintes vantagens: requisição rápida da imagem volumétrica com baixa dose de
radiação para o paciente e baixo custo (LUDLOW; DAVIES-LUDLOW; BROOKS,
2003; LASCALA; PANELLA; MARQUES, 2004; LOUBELE et al., 2006; GUERRERO
et al., 2006). As imagens são de excelente qualidade para observação da morfologia
óssea, incluindo integridade e espessura, identificação dos espaços da medula
óssea ampliados, irregularidades pós-extração, densidade do trabeculado ósseo
(ARAI et al., 1999), defeitos ósseos periodontais e envolvimento de furca (ITO et al.,
2001b).
61
2.9 FATORES IMPORTANTES NA SELEÇÃO DA TÉCNICA RADIOGRÁFICA
Bons resultados nos tratamentos com implantes requerem seleção adequada dos
pacientes, estrutura clínica, equipamento adequado, e principalmente, conhecimento
e responsabilidade profissional (SPIEKERMANN, 2000c).
A radiografia é empregada como um exame adjunto para a avaliação pré-operatória
do potencial sítio para a instalação de implantes. Considerando-se cada um dos
sistemas de análises de imagens usados para o planejamento cirúrgico, cada um
deles apresenta vantagens e desvantagens (YANG et al., 1999), como:
a) precisão e qualidade da imagem
Em qualquer técnica, tanto o paciente, a fonte dos raios X, quanto o receptor de
imagem devem ser posicionados de forma que minimize a distorção. Todas as
imagens devem ter adequada densidade e contraste e devem ser livres de
artefatos que possam interferir na interpretação das imagens (TYNDALL;
BROOKS, 2000).
Thunthy e Weinberg (1996) relataram que, na tomografia convencional, o
movimento do tubo dos raios X, a espessura do corte tomográfico e a espessura
do objeto afetam a densidade do filme. Enquanto a espessura do corte é mais
afetada na tomografia linear, a espessura do objeto apresenta maior efeito na
tomografia multidirecional.
62
Tyndall e Brooks (2000) citaram, em sua pesquisa, que a tomografia
convencional apresenta magnificação uniforme, visão transversal segura de
algumas localizações e reprodução de imagem geométrica, quando usada com o
cefalostato. Porém, é necessário experiência significante e treinamento para os
cirurgiões-dentistas interpretarem as imagens.
Segundo Chilvarquer (2000), a tomografia convencional linear executada com o
aparelho Quint Sectographic apresenta ampliação de 10%. O Dentascan, um dos
aparelhos usados na tomografia computadorizada, promove uma imagem
tridimensional com uma ampliação de 2 a 5%, e é aconselhável no caso de
estudos do maxilar por completo.
Ylikontiola et al. (2002) realizaram um estudo comparando as radiografias
panorâmicas, tomografia convencional espiral e tomografia computadorizada na
localização vestibulolingual do canal mandibular. Esses pesquisadores
concluíram que a tomografia computadorizada é melhor para esta visualização;
que a radiografia panorâmica não proporcionou diagnóstico satisfatório; e que as
tomografias espirais (Scanora) apresentaram boa visualização em 60% a 95%
dos casos. Entretanto, interferências de restaurações metálicas podem criar
artefatos nas imagens da tomografia computadorizada.
A tomografia computadorizada apresenta ampliação uniforme, fácil identificação
de enxertos ósseos, alto contraste e definição de imagens. É indicada
principalmente em regiões do seio maxilar e canal mandibular, por se tratar de
uma área que necessita de avaliação minuciosa (FREDHOM; BOLIN;
ANDERSSON, 1993; TYNDALL; BROOKS, 2000); contudo apresenta maior
63
exposição à radiação (CLARCK et al., 1990). Sofre influência de artefatos, como
restaurações metálicas (TYNDALL; BROOKS, 2000), e necessita de
conhecimento específico dos cirurgiões-dentistas para interpretar as imagens.
Kobavashi et al. (2004) e Aranyarachkul et al. (2005) relataram que a tomografia
computadorizada de feixe cônico produz alta resolução de imagem, provendo
excelentes informações da morfologia óssea, incluindo a integridade e a
espessura. Arai et al. (1999) registraram que o osso esponjoso é claramente
visualizado pela técnica de feixe cônico, enquanto que TC espiral, o osso
esponjoso não é visível nas imagens de cortes transversais do arco dental.
Hashimoto et al. (2003) avaliaram a qualidade das imagens da tomografia
computadorizada de feixe cônico, comparando com as da tomografia
computadorizada, e o resultado demonstrou a superioridade da primeira técnica,
principalmente na avaliação óssea.
Arai et al. (1999) afirmaram que a técnica do feixe cônico é limitada na
discriminação de tecido mole, devido à sua baixa resolução de contraste.
Apresenta radiação dispersa (LOUBELE et al., 2006), e a presença de artefatos
pode prejudicar a visualização das imagens (MOZZO et al., 1998).
b) Execução da técnica
Aryatawong e Aryatawong (2000) enfatizaram que a tomografia hipocicloidal de
alta freqüência promove adequado diagnóstico para a localização do canal
mandibular e que esse exame é de fácil execução.
64
A tomografia linear é uma técnica de fácil acesso em escolas de Odontologia,
consultórios e clínicas privadas; já a tomografia computadorizada é encontrada
com mais facilidade em hospitais (KASSEBAUM et al., 1990). Na tomografia
computadorizada, o paciente entra deitado em uma cabine, o gantry (um
equipamento da tomografia computadorizada que contém um tubo, detectores e
sistema de aquisição de dados) (PAPAIZ; CARVALHO, 2000). Geralmente é
contra-indicado para pacientes claustrofóbicos. Com relação à técnica da
tomografia computadorizada de feixe cônico, a efetuação da imagem é de fácil
manuseio e rápida (média de 18 segundos) (MOZZO et al., 1998; LASCALA;
PANELLA; MARQUES, 2004).
Todd et al. (1993) relataram diferença estatística entre os membros de uma
equipe para medidas em tomografias convencionais lineares e as imagens da
tomografia computadorizada. A incapacidade dos membros em identificar o canal
mandibular pela TL variou de 14% a 50%. Segundo os autores, essa dificuldade
na interpretação das imagens das tomografias lineares torna essa técnica menos
utilizada, contrastando com a qualidade das informações adquiridas com as
tomografias computadorizadas.
c) Número de implantes e áreas relacionadas com enxerto ósseo
Para casos envolvendo um só implante ou uma pequena extensão edêntula, a
tomografia convencional linear é um método indicado para o diagnóstico (LINDH;
PETERSSON, 1989; STELLA; THARANON, 1990b; KASSEBAUM et al., 1990;
FREDHOM; BOLIN; ANDERSSON, 1993; DAGUM, 1999). Em casos em que há
necessidade de muitos implantes (8 a 10), casos clínicos que envolvam o arco
65
total com atrofia óssea severa, história de falha de implantes, ou quando
enxertos ou cirurgias reconstrutivas estão relacionadas com o planejamento
cirúrgico, a TC está indicada (FREDHOM; BOLIN; ANDERSSON, 1993;
DELBALSO; GREINER; LICATA, 1994, TYNDALL; BROOKS, 2000).
d) Custo financeiro da técnica
A tomografia convencional apresenta menor custo quando comparado com o
valor da tomografia computadorizada (LINDH; PETERSSON, 1989;
ARYATAWONG; ARYATAWONG, 2000; YLIKONTIOLA et al., 2002). E a TCFC é
considerada um exame rápido e com um custo financeiro menor que a TC
(MOZZO; PROCACCI; TACCONI et al., 1998; ZIEGLER; WOERTCHE; BRIEF et
al., 2002).
e) Dose de radiação absorvida pelo paciente
Imagens precisas, para melhor mensuração no tratamento com implantes, são de
fundamental importância. Porém, deve-se considerar o risco biológico para os
pacientes, principalmente o grau de absorção das doses radioativas nos órgãos
das áreas de cabeça e pescoço (CLARK et al., 1990; GRÖNDAHL, 1997).
Kassebaum et al. (1992b) evidenciaram que as áreas de maior risco são as
glândulas tireóides, as salivares, o cérebro e a medula óssea. Os autores
compararam as doses absorvidas durante a execução das tomografias lineares e
dos mapeamentos da TC. Os resultados mostraram que exames, em sítios
66
unitários ou em regiões múltiplas com tomografias lineares apresentaram menor
dose de radiação do que a TC, tanto na maxila como na mandíbula.
Comparando a tomografia computadorizada com tomografias convencionais,
Ekestubbe et al. (1993) afirmaram que a tomografia computadorizada é limitada
em conseqüência das altas doses absorvidas pela pele, glândulas
submandibulares, parótidas, olhos, glândula pituitária e tireóide.
Ekestubbe et al. (1996) testaram a influência das doses de radiação e técnica de
mapeamento nos exames pré-cirúrgicos de implantes pela tomografia
computadorizada e compararam a qualidade das imagens dessa técnica com as
obtidas na tomografia convencional espiral. As imagens da tomografia
convencional espiral tiveram o mesmo resultado das imagens da tomografia
computadorizada na avaliação da visibilidade do canal mandibular. No entanto,
as imagens frontais da tomografia computadorizada foram consideradas
melhores na descrição da crista óssea alveolar. De acordo com os resultados, os
autores consideraram que tanto a tomografia computadorizada com redução da
dose, quanto a tomografia com alta dose são indicadas para avaliação pré-
implante nas regiões posteriores da mandíbula. O mapeamento frontal das
tomografias computadorizadas ou tomografias convencionais espirais é preferido
para a identificação de estruturas anatômicas circunscritas ao sítio selecionado
para implante. Esses autores alegam que, apesar de a tomografia espiral com a
técnica de Scanora ser considerada de baixa dose de radiação, especialmente
na região posterior da mandíbula, não é uma técnica acessível, sendo a
tomografia computadorizada de baixa dose uma alternativa, e a tomografia
computadorizada de alta dose uma técnica a ser evitada.
67
Ekestubbe et al. (1996) esclareceram nesse estudo que o aumento da dose de
radiação melhora a qualidade da imagem. Ou seja, há indicação de um protocolo
de mapeamento apropriado entre a dose e a qualidade das imagens.
De acordo com as pesquisas realizadas por Dula et al. (2001) e Lecomber et al.
(2001), a dose de radiação na tomografia convencional é menor que a da
tomografia computadorizada, especialmente na mandíbula (cerca de 20%). Se o
método de redução da dose na técnica da tomografia computadorizada for
utilizado, essa dose será reduzida em 50% da absorvida na tomografia
convencional. Entretanto, nos casos de exames de um a três dentes, a dose de
absorção da tomografia convencional será ainda menor do que a da tomografia
computadorizada com redução da dose (DULA et al., 2001).
Atualmente, a maioria dos pacientes reabilitados com implantes são edêntulos
parciais, ou seja, só necessitam de avaliação radiográfica na região do sítio do
implante. Enquanto o uso de imagens da tomografia computadorizada espiral
corrigida implica mapeamento total da mandíbula, a tomografia convencional
pode ser limitada ao sítio cirúrgico. Portanto, esta técnica envolve menores doses
de radiação (BOU SERHAL et al., 2001).
De acordo com Mozzo et al. (1998), Mah et al. (2003), Hashimoto et al. (2003) e
Guerrero et al. (2006), a tomografia computadorizada de feixe cônico apresenta
baixa dose de radiação. Kobavashi et al. (2004) relacionaram a tomografia
computadorizada espiral com a de feixe cônico e concluíram que a última
apresenta menor dose de radiação.
68
3 PROPOSIÇÃO
Esta pesquisa tem como propósito:
a) avaliar a precisão da tomografia convencional linear, comparando suas medidas
com as medidas aferidas na análise morfométrica em crânios secos; e
b) avaliar a fidelidade da tomografia computadorizada de feixe cônico, comparando
suas medidas com as medidas aferidas na análise morfométrica em crânios
secos.
69
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade do Grande Rio
“Prof. José de Souza Herdy”, Duque de Caxias, RJ, sob o número de protocolo
033/2005, no dia 16 de maio de 2007 (ANEXO A).
4.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA
Nesta pesquisa foram utilizados cinco crânios secos completos (maxila e
mandíbula), edentados totais e parciais, alguns apresentando dentes com
restaurações de amálgama e metálicas, cedidos pelo Setor de Anatomia do
Departamento de Morfologia do Centro Biomédico da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES). Esses crânios foram selecionados por amostragem
probabilística aleatória estratificada, não sendo determinados sexo, idade nem etnia
(ANEXO B).
4.2 SELEÇÃO DAS ÁREAS DE CORTE
Foram selecionadas as seguintes regiões para realização dos cortes tomográficos,
mensurações e recortes dos crânios (Figuras 10, 11 e 12):
Regiões da maxila (identificadas por letras):
A- primeiro molar superior direito (crista óssea do rebordo alveolar ao assoalho do
seio maxilar);
70
B- canino superior direito;
C- entre o incisivo lateral e o incisivo central direito;
D- entre o incisivo lateral e o incisivo central esquerdo;
E- canino superior esquerdo;
F- primeiro molar superior esquerdo (crista óssea alveolar ao assoalho do seio
maxilar).
Regiões da mandíbula (identificadas por letras):
G- segundo molar inferior direito (crista óssea do rebordo alveolar até um ponto
limitado pelo canal mandibular);
H- primeiro e segundo pré-molar inferior direito na crista óssea do rebordo alveolar
até o forame mental;
I- entre o incisivo lateral e canino inferior direito;
J- Entre o incisivo lateral e canino inferior esquerdo;
K- entre primeiro e segundo pré-molar inferior esquerdo na crista óssea do rebordo
alveolar até o forame mental;
L- segundo molar inferior esquerdo (crista óssea do rebordo alveolar até um ponto
limitado pelo canal mandibular).
71
4.3 DETERMINAÇÃO DOS PONTOS DE REFERÊNCIA NA MAXILA E
MANDÍBULA
Em cada área edêntula selecionada da maxila e mandíbula, foram realizadas quatro
perfurações com broca diamantada esférica de alta rotação KG Soresen nº 16,
envolvendo as corticais vestibulares e linguais. Essas perfurações foram
preenchidas com guta-percha cor rosa (Odahcan – Dentisply - Indústria e
Comércio Ltda., Petrópolis, RJ) que serviram como referência para efetuação das
mensurações lineares.
A guta-percha foi escolhida pela sua radiopacidade nas imagens tomográficas,
possibilitando tanto a aferição nestas como nas mensurações nos crânios secos.
Local das perfurações:
a) maxila
Região A e F - primeiros molares superiores (direito e esquerdo): um ponto na
crista óssea do rebordo e outro abaixo do assoalho do seio maxilar, nas faces
vestibular e palatina.
Região B e E - caninos superiores (direito e esquerdo): um ponto na crista
óssea do rebordo e outro ponto posicionado no local do ápice da raiz do
canino, por vestibular e palatino.
72
Região C e D - entre os incisivos centrais e laterais superiores direito e
esquerdo, um ponto na crista óssea do rebordo alveolar e outro abaixo da
cavidade nasal, por vestibular e palatino (Figuras 10 e 11).
Figura 10 - Vista frontal da maxila com as perfurações preenchidas com guta-percha para
identificação durante a execução das tomografias e no momento das mensurações
Figura 11 - Vista lateral da maxila com os pontos de referência para identificação durante a
execução das tomografias e no momento das mensurações
A
B
C
D
E
F
A
B
C
73
b) Mandíbula
Região G e L - um ponto na crista óssea alveolar e outro ponto acima do canal
mandibular, nas faces vestibular e lingual, na área do segundo molar inferior
direito e esquerdo, respectivamente.
Região H e K - entre o primeiro e segundo pré-molar inferior (direito e
esquerdo): um ponto na crista óssea do rebordo alveolar e outro ponto acima
do forame mental, nas faces vestibular e lingual.
Região I e J - entre os incisivos e caninos inferiores (direito e esquerdo): um
ponto na crista óssea alveolar e outro na base da mandíbula, nas faces
vestibular e lingual (Figura 12).
Figura 12 - Mandíbula com as perfurações preenchidas com guta-percha para identificação
durante a execução das tomografias e no momento das mensurações
G
H
I
74
Para realização das mensurações morfométricas nos crânios secos, nas tomografias
convencionais lineares e nas computadorizadas de feixe cônico, foram estabelecidas
as seguintes medidas:
a) largura (L1) – corresponde a distância entre os dois orifícios vestibular e lingual,
preenchidos com guta-percha, localizados na região do rebordo alveolar;
b) largura (L2) – corresponde a distância entre os dois orifícios vestibular e lingual,
preenchidos com guta-percha, localizados próximo a base da mandíbula ou nos
limites anatômicos da mandíbula e maxila;
c) altura (H) – corresponde a distância entre o orifício posicionado no rebordo
alveolar e os orifícios próximos à base da mandíbula ou limites anatômicos da
mandíbula e maxila na face vestibular do crânio ().
Figura 13 - Imagem do corte da mandíbula demonstrando as mensurações L1, L2 e H
L2
H
L1
75
4.4 EXECUÇÃO DAS TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS LINEARES
As tomografias convencionais lineares foram realizadas com o aparelho Quint
Sectograph (Soredex Corporation, Anaheim, Califórnia, EUA) (Figura 14), com
distância foco-filme de 1,52m, o que determina uma ampliação de 8 a 10%, livre
de distorção. As maxilas e mandíbulas foram posicionadas no aparelho de modo
que a área de incidência do feixe se mantivesse perpendicular ao solo. A região
selecionada para a tomografia foi identificada com pontos com a guta-percha,
onde foram realizados os cortes coronais nas regiões predeterminadas (Figuras
15, 16 e 17). O movimento linear da tomografia convencional foi executado com
uma angulação que variou de 30º a 90º, de acordo com cada área selecionada
para a tomada radiográfica. O diâmetro do colimador foi determinado
manualmente. O filme utilizado para realização das tomografias lineares foi o
Kodak T-MATG/ AR (KODAK DA AMAZONIA - Indústria e Comércio Ltda.,
Manaus, AM, Brasil), tamanho 20X25cm ou 8X10 in. Os cortes foram de 4mm
de espessura. A exposição desses crânios variou de 61 a 65 Kilovoltagen (Kv),
conforme a região, com 25mA num tempo de 1,5s.
76
Figura 14 - Aparelho Quint Sectograph no qual foram realizadas as tomografias
convencionais lineares nos crânios secos
Figura 15 - Imagem da área do canino superior direito para ser seccionada. A faixa densa
central corresponde a região do corte, onde incide o feixe de raios X.
77
Figura 16 - Mandíbula posicionada no aparelho de tomografia convencional linear Quint
Sectograph, no qual foi realizada a tomografia na região do forame mental
Figura 17 - Imagem demonstrando a incidência do feixe de luz que delimita a área a ser
segmentada
Obs.: A parte central da luz (escura) mede 4mm e corresponde à faixa exata do corte.
78
4.5 EXECUÇÃO DAS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE
CÔNICO (CONE BEAM)
O aparelho utilizado para aplicação dessa técnica foi o NewTom 3G (Model QR-
Verona, Itália) (Figura 18).
Figura 18 - Aparelho NewTom realizando a tomografia computadorizada de feixe cônico no
crânio seco
Para a realização das tomadas, o crânio foi posicionado dentro do gantry (local onde
se dispõem a fonte que emite a radiação e os sensores de captação), usando dois
padrões de referência de laser para posicionar o plano sagital e o plano oclusal. O
aparelho foi operado com 110 KV, com 3,0mA, por 7,2 segundos com dose de 0,69
(mgy), e o tamanho do campo correspondeu a 9” (polegadas). Em um único
mapeamento da região, com uma completa rotação de 360º do tubo de raios X e seu
sensor ao redor do crânio, uma imagem em volume da região foi adquirida (Figura
19).
79
Figura 19 - Imagem demonstrando a realização da tomografia computadorizada de feixe cônico
Com essa rotação foram geradas 360 imagens brutas que foram armazenadas em
um computador. Esse computador reconstrói as imagens em camadas tomográficas
de 1mm de espessura e o intervalo entre elas é também de 1mm.
Após esse processo, as imagens dos cortes axiais, transaxiais e as reconstruções
em 3D foram convertidas para o programa DentalSlice versão 2.4.3 (BIOPARTS
prototipagem biomédica - Brasília, DF, Brasil).
80
4.6 EXECUÇÃO DOS CORTES DOS CRÂNIOS
Os crânios foram seccionados no Laboratório de Fabricação Mecânica e Usinagem da
Coordenadoria do Curso de Mecânica do Centro Federal de Educação Tecnológica do
Espírito Santo (CEFETES). A segmentação foi realizada com uma máquina de
contornar, limar e polir -serra de fita e limas de precisão, modelo nº DBW – 1, série nº
9463982C (SELETOR DE SERVIÇO - THE DOALL COMPANY®, Minneapolis, MINN,
EUA) (Figura 20).
O processo de recorte dos crânios foi dividido nas seguintes etapas:
a) Maxila - primeiramente, foi realizado um corte axial de anterior para posterior,
tendo como referência uma linha traçada a partir da borda superior do arco
Figura 20 - Serra elétrica na qual foi realizada a segmentação dos crânios secos
81
zigomático (Figuras 21 e 22). A seguir, foi executado um corte coronal, de
inferior para superior, tendo como referência a sutura entre os processos
pterigóideos e a tuberosidade da maxila bilateralmente, separando, dessa forma,
a maxila do restante do crânio (Figuras 23 e 24).
Figura 21 - Imagem demonstrando o início do corte axial de anterior para posterior realizado
na maxila
82
Figura 22 - Imagem demonstrando o corte axial realizado na maxila com uma visão da
região posterior
Figura 23 - Imagem demonstrando o corte coronal, de inferior para superior realizado na
maxila
83
Figura 24 - Imagem demonstrando a separação total da maxila do restante do crânio
A seguir, a maxila foi dividida em três segmentos: um segmento contendo um corte
com os pontos de referência A e B, um segundo segmento contendo os pontos C e
D e um terceiro com os pontos de referência E e F (Figuras 25 e 26).
.
Figura 25 - Imagem evidenciando a segmentação da maxila
84
Figura 26 - Imagem demonstrando a maxila segmentada
b) Mandíbula - o seccionamento da mandíbula foi realizado separando-a em três
segmentos: o primeiro nos pontos de referência G e H; o segundo contendo os
pontos I e J; e o terceiro com os pontos K e L (Figuras 27, 28 e 29).
Figura 27 - Imagem demonstrando o corte por vestibular efetuado na mandíbula D4,
separando os segmentos K e L
85
Figura 28 - Imagem demonstrando o seccionamento feito com a serra elétrica na mandíbula
D3, separando os pontos de referência G e H
Figura 29 - Imagem demonstrando o recorte executado na face lingual da mandíbula D4,
separando os pontos de referência I e J
86
Após esse procedimento, os segmentos passaram por um acabamento feito por
esmeril (moto ismeril 1,5 CV trifásico coluna, 220 V, número de inscrição
7.896845900383, Bambozzi Talhas e Moto Ismeril LTDA – Indústria Brasileira,
Matão – SP, Brasil) (Figura 30). Esse procedimento teve o intuito de expor, com
exatidão, o ponto de referência utilizado nas tomografias (preenchimentos com guta-
percha), de modo que as mensurações fossem realizadas com precisão e
segurança, de acordo com os cortes axiais realizados nas tomografias (Figura 31).
Figura 30 - Ismeril no qual foi realizado o acabamento dos cortes dos crânios secos
87
Figura 31 - Imagem demonstrando o acabamento do segmento D4 (G e H) para expor as
perfurações com guta-percha, visando a melhores condições para as mensurações
4.7 ANÁLISE MORFOMÉTRICA
4.7.1 Mensurações morfométricas realizadas nos crânios secos
Os segmentos ósseos foram fotografados por uma câmera fotográfica PL – A742
(PixeLINK® – Soluções de imagens digitais para aplicação em máquinas industriais
– Ottawa, ON, Canadá) (Figura 32). Essa câmara pertence ao Laboratório de
Materiais Carbonosos do Departamento de Física – Centro de Ciências Exatas da
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo – Vitória, ES, no qual foram
executadas as fotografias.
88
Figura 32 - Câmara fotográfica PL - A742
Para execução das fotos foi feito um nivelamento da superfície dos cortes e do
paquímetro digital de alta precisão (Starrett, nº 723, LS STARRETT, Athol,
Massachusetts, EUA) (Figura 33) que foram posicionados no mesmo plano, ou seja,
na mesma distância da lente da câmera. Esse paquímetro digital foi calibrado no dia
89
20-3-2007, pela Peso Exato Indústria e Comércio de Balanças, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil, que atende aos requisitos de acreditação pela CGCRE/ INMETRO (Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial). O número do
certificado é 20071045, e o procedimento foi a comparação das indicações do objeto
calibrado com padrões certificados conforme procedimento documentado POT – 04
– 201. O paquímetro digital apresentou faixa nominal de 0 a 150mm, valor de uma
divisão de 0,01mm (ANEXO C).
Figura 33 - Imagem demonstrando o nivelamento realizado no posicionamento do segmento
ósseo, anteriormente à efetuação da fotografia
O paquímetro digital foi utilizado como parâmetro para estabelecer uma escala
conhecida ao realizar a fotografia. Foi aberto em uma medida conhecida (10,00mm)
para ser usada como referência no programa AutoCAD para execução das
mensurações (Figuras 34, 35 e 36).
90
Figura 34 - Paquímetro digital com abertura de 10,00mm para ser usado como escala
conhecida para mensurações no programa AutoCAD
Figura 35 - Imagem demonstrando o processo de execução da fotografia
91
Figura 36 - Imagem da fotografia dos segmentos ósseos realizada com uma câmara
fotográfica PL – A742 (PixeLINK®)
Após as realizações das fotos, as imagens foram importadas para o programa
AutoCAD e escalonadas pela abertura do paquímetro digital para que fossem
realizadas as mensurações. O programa AUTOCAD (número de série 343 –
78913116) pertence à Companhia de Habitação e Urbanização do Estado do
Espírito Santo (COHAB), localizada em Vitória, ES, que permitiu o seu uso como
apoio ao estudo e pesquisas científicas (ANEXOS D e E).
O AutoCAD é um programa do tipo Computed Aided Design (CAD), ou “Desenho
Auxiliado por Computador”, criado e comercializado pela AUTODESK. Esse
programa é utilizado em Arquitetura, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil e em
outros ramos da indústria, permitindo a elaboração de desenhos técnicos em duas
dimensões e, limitadamente, o modelamento de objetos em três dimensões.
92
A AUTODESK é uma empresa de programas de desenhos e de conteúdo digital,
fundada por John Walker e mais doze outros co-fundadores, em 1982. Sua atual
sede localiza-se em San Rafael, Califórnia, EUA.
Os passos realizados para obtenção das mensurações nos crânios secos, pelo
programa AutoCAD foram:
a) Abertura do programa, abrindo a janela “AUTOCAD®” (Figura 37)
Figura 37 - Imagem da janela do ”AutoCAD®”
b) Foi realizado um clique no menu “Insert” (Figura 38) para aparecer os comandos
(Figura 39)
93
Figura 38 - Imagem demonstrando o clique no menuInsert
Figura 39 - Imagem demonstrando o clique no menuInsert”: clique no “Image manager
c) Clicar no “Image manager”, visualizando sua janela, e clique no “attach” (Figura
40), para abrir a janela “Select image file” (Figura 41). A imagem de interesse para
a mensuração foi selecionada.
94
Figura 40 - Janela “Image Maneger
Figura 41 - ”Janela “Select image file” demonstrando a imagem que fornecerá as
mensurações
d) Foi selecionada a imagem desejada e clicou-se em abrir para aparecer a janela
da Figura 42.
95
Figura 42 - Janela “Image
e) Foi clicado “Ok” e a janela foi fechada. Efetuou-se um click para marcar o local em
que a foto foi colada (Figura 43).
Figura 43 - Janela do AutoCAD®
96
f) Clicou-se em outro ponto da tela (Figura 43) e a imagem apareceu (Figura 44).
Figura 44 - Imagem aparecendo na tela do programa AutoCAD
Para a realização das medidas, é preciso colocar a imagem em uma escala
conhecida.
g) Para isso, clicou-se em “dimension” na tela principal (Figura 45).
Figura 45 - Menu “dimension” na tela principal
97
h) A seguir, Clicou-se na opção “aligned” (Figura 46).
Figura 46 - Opções do menu “dimension” e o click na opção “aligned
i) Foi dado um zoom na tela do “AutoCAD®” para visualização das pontas do
paquímetro digital (escala conhecida de 10,00mm) que foi fotografado junto ao
segmento ósseo (Figura 47).
Figura 47 - Zoom na escala e clique no ponto da borda esquerda interna do paquímetro
digital
98
j) Foi dado um click na borda esquerda interna (Figura 47) e na direita interna do
paquímetro digital (Figura 48). A distância entre esses dois pontos foi descrita na
tela (Figura 49).
Figura 48 - Clique no ponto da borda direita interna do paquímetro digital
k) Arrastou-se o mouse e clicou-se num ponto abaixo da escala (Figura 49).
Figura 49 - Imagem da medida num ponto abaixo da escala
99
l) Na tela, dentro da área de comando, foi digitado o comando “scale” (Figura 50) e
foi clicado “enter”. Assim, apareceu a opção “select objects” (Figura 51).
Figura 50 - Comando “scale
Figura 51 - Comando “select objects
m) Na tela, clicou-se em um ponto à esquerda e na parte inferior da imagem,
arrastando o mouse até a parte superior do lado direita da imagem (Figura 52).
Então, uma janela foi aberta. Dessa forma, a imagem foi selecionada (Figura 53)
e ficou pontilhado o contorno dos objetos selecionados.
100
Figura 52 - Imagem na tela do “AutoCAD®” com a área demarcada pela janela
Figura 53 - Seleção da imagem
101
n) Foi clicado “enter” e apareceu na caixa de comando “specify base point” (Figura 54).
Figura 54 - Comando “specify base point
o) Foi feito um click na tela no canto esquerdo inferior da imagem (Figura 55).
Figura 55 - Imagem do canto esquerdo da tela do “Autocad”
102
p) Na tela de comando “Specify scale factor or (Reference), foi digitada a escala
conhecida, neste caso, 1.000, e foi feita a divisão pela mensuração executada
anteriormente 1.241 (Figura 56).
q) Clicou-se “enter” e a imagem passou para a escala conhecida (Figura 56).
Figura 56 - Tela com imagem na escala conhecida
Com um zoom na tela, pôde-se visualizar a imagem com a escala conhecida. Neste
caso, a dimensão de 10mm (Figura 57).
Figura 57 - Zoom na tela com imagem na escala conhecida
103
r) Para a realização das mensurações desejadas foi preciso novamente clicar
dimension” (Figura 58) e “aligned” (Figura 59), pois o objetivo foi obter medidas
fora dos eixos ortogonais. Dessa forma, com a opção “aligned”, podem ser
executadas medidas em qualquer direção.
Figura 58 - Menudimension” Figura 59 - Opção “aligned
s) Clicou-se nas perfurações localizadas em um ponto indicado por vestibular e outro
por lingual na crista óssea alveolar (correspondendo à L1- largura 1),
determinados anteriormente como pontos de referência para estas medidas.
Assim, foi obtida a mensuração L1 desse segmento ósseo. Ex.: avaliação
morfométrica da largura do rebordo alveolar da mandíbula no corte do crânio seco
(Figura 60).
104
Figura 60 - Mensuração da largura da mandíbula no corte tomográfico pelo programa
“AutoCAD®”
O uso do AUTOCAD® permite aproximar a visão da figura para a mais precisa
mensuração. Considerando a qualidade da imagem, quanto maior a definição, ou
seja, a resolução da imagem, melhor a qualidade.
4.7.2 Mensurações morfométricas realizadas por meio das tomografias
convencionais lineares
As tomografias convencionais lineares foram escaneadas pelo scanner Epson
Expression 636 – resolução de 300dpi (SEIKO EPSON CORPORATION, Pólo
Industrial de Manaus, AM, Brasil). Durante o processo de escaneamento, foi utilizada
uma régua com largura de 15,03mm (essa medida foi considerada como escala
conhecida). As imagens das tomografias convencionais lineares foram importadas
para o programa AUTOCAD (Figura 61). O processo de medida se deu de forma
semelhante ao da mensuração nos crânios secos, já citado.
105
Figura 61 - Imagem da tomografia convencional linear com as medidas L1 e L2 realizada
pelo programa AutoCAD
4.7.3 Mensurações realizadas por meio das tomografias computadorizadas de
feixe cônico (cone beam)
As mensurações foram feitas pelo programa do software Dental Slice versão 2.4.3.
Este programa apresenta na tela quatro tipos de imagens: A margem superior
esquerda contém os cortes para-axiais- moldura azul, a margem inferior esquerda a
vista panorâmica - moldura verde, a margem superior direita os cortes axiais -
moldura vermelha, e a inferior direita, a reconstrução tridimensional (3D) (Figura 62).
O DentalSlice permite a avaliação óssea de uma região em diferentes planos, no
corte axial aparecem as faces oclusais e pode ser feita uma varredura da base da
mandíbula até a crista óssea alveolar, observando a espessura óssea e outros
detalhes importantes, como por exemplo, o posicionamento do canal mandibular. O
ponto observado na imagem do corte axial, no caso a perfuração preenchida com
106
guta-percha, é visualizado automaticamente nas outras três imagens ao mesmo
tempo. Da mesma forma, na imagem panorâmica observam-se detalhes de planos
internos e pode-se caminhar para a parte exterior, sendo possível a análise do perfil
da estrutura óssea; visão do trajeto do canal mandibular na arcada inferior (Figura
62), e na arcada superior, o seio maxilar e fossas nasais (Figura 63). A reconstrução
tridimensional é ilustrativa e possibilita uma visão próxima da real anatomia do
paciente. Essa imagem permitiu a observação da presença das perfurações
preenchidas por guta percha e a localização do forame mental (Figura 62).
Figura 62- Imagem com a janela “Dental Slice” aberta. A margem superior esquerda contém
os cortes para-axiais
moldura azul, a margem inferior esquerda a vista panorâmica –
moldura verde, a margem superior direita os cortes axiais – moldura vermelha, e a inferior
direita, a reconstrução tridimensional (3D)
107
Figura 63- Imagem da maxila no programa DentalSlice, onde visualiza-se o seio maxilar,
fossa nasal, presença de elementos dentários com restaurações e os pontos evidenciados
pelo preenchimento com guta percha.
A região selecionada para a mensuração ou avaliação da densidade óssea, no caso
o ponto K da mandíbula 01, pode ser ampliada para melhor análise (Figura 64).
Figura 64- Imagem demonstrando a região de interesse ampliada e o posicionamento dos
pontos de referência para realização das mensurações.
108
Na barra de ferramentas do programa há um comando representado por uma régua.
Com este comando são realizadas as mensurações desejadas. Como exemplo,
temos a medida L1 (5,77mm) realizada na região do canal mandibular (Figura 65), e
a medida L2 (10,97mm) efetuada na maxila (Figura 66).
Figura 65- Obtenção da medida L1 (5,77) do ponto K da mandíbula 01
Figura 66- Obtenção da medida L2 (10,97mm) no ponto D da maxila 5.
Todas as mensurações foram obtidas por um único observador, técnico especialista
em medidas. E as medidas nas tomografias convencionais lineares e as nos crânios
109
secos foram aferidas com três casas decimais, seguindo a considerações feitas no
trabalho realizado pelo Centro de Ciências Exatas do Departamento de Física da
Universidade Federal do Espírito Santo (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO
SANTO, 2001).
4.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A avaliação da fidelidade da tomografia convencional linear e computadorizada de
feixe cônico foi realizada em duas análises: o teste não-paramétrico de Wilcoxon,
indicado para dados pareados, analisou a diferença entre as medidas obtidas dos
crânios secos e as das tomografias computadorizadas de feixe cônico e as do crânio
seco e as das tomografias convencionais lineares e entre as tomografias
computadorizadas de feixe cônico e as tomografias convencionais lineares.
Considerando as diferenças percentuais obtidas pelas medidas da tomografia
computadorizada de feixe cônico, menos as medidas dos crânios secos e as
medidas da tomografia linear menos as medidas dos crânios secos, foi aplicado o
teste não-paramétrico de Mann-Whitney para verificar qual tomografia apresenta
maior precisão. A utilização do teste de Mann-Whitney basea-se na determinação da
diferença de uma medida frente a outra.
Ambos os testes estatísticos foram empregados utilizando-se o nível de significância
de 5%.
110
5 RESULTADOS
Os resultados das mensurações realizadas nos crânios secos, nas tomografias
convencionais lineares e nas computadorizadas de feixe cônico encontram-se no
Quadro 3.
O teste não-paramétrico de Wilcoxon revelou que existem diferenças entre as
medidas obtidas dos crânios secos e as das tomografias de feixe cônico, crânios
secos e das tomografias convencionais lineares e entre as tomografias de feixe
cônico e as tomografias convencionais lineares, apresentando valor de P<0,0001.
Com relação à análise de precisão da técnica, foi utilizado o teste não-paramétrico
de Mann-Whitney, no qual foi possível observar que as diferenças obtidas nas duas
técnicas são estatisticamente significativas, com valor de P<0,0001. As menores
diferenças foram encontradas no emprego das tomografias computadorizadas de
feixe cônico.
As tomografias computadorizadas de feixe cônico apresentaram uma ampliação
média de 1,42% e as tomografias convencionais lineares de 6,02% (GRÁFICO 1).
Analisando separadamente a ampliação de cada mensuração (L1, L2 e H), foi
observado que cada uma delas apresentou diferentes resultados. A mensuração L1
na TCFC apresentou ampliação média de 1,11%, e na TL, 6,36%. A medida L2,
1,16% na TCFC, e na TL 5,75%. A medida H apresentou uma ampliação média de
2,00% na TCFC e de 5,94% na TL.
111
Peças Cortes Medidas Cranio Seco Tomogr. Computad.
Feixe Conico
Tomografia
Convencional Linear
Mandibula 01
L1
6,03 6,03 6,09
G
L2
11,29 11,80 13,01
H
14,83 14,91 16,22
L1
6,04 6,19 6,85
H
L2
12,63 12,74 12,94
H
10,78 10,94 11,73
L1
6,24 6,42 6,91
I
L2
11,08 11,22 11,74
H
14,85 14,95 14,96
L1
7,35 7,52 7,76
J
L2
11,73 11,70 12,82
H
13,21 13,57 13,56
L1
5,71 5,77 6,31
K
L2
11,74 11,83 13,33
H
9,38 9,82 10,23
L1
8,60 8,76 9,11
L
L2
11,89 11,95 12,77
H
12,51 12,86 13,92
Mandibula 02
L1
11,45 11,92 12,69
G
L2
9,71 9,76 10,46
H
9,10 9,03 9,72
L1
2,81 2,98 3,60
H
L2
9,13 8,82 9,40
H
9,48 9,83 10,29
L1
8,35 8,50 8,99
I
L2
7,90 8,07 8,11
H
11,33 11,48 11,95
L1
5,04 5,18 5,98
J
L2
8,26 8,56 8,89
H
14,77 15,21 15,83
L1
3,93 3,71 4,05
K
L2
9,26 9,44 9,38
H
9,24 9,35 9,83
L1
3,71 3,77 3,82
L
L2
9,20 9,26 9,72
H
12,74 12,82 13,62
Continua
Quadro 3 – Mensurações morfométricas nos crânios secos, nas tomografias convencionais
lineares e computadorizadas de feixe cônico
112
Continuação
Peças
Cortes
Medidas
Cranio Seco Tomogr. Computad.
Feixe Conico
Tomografia
Convencional Linear
Mandibula
03
L1
7,76 7,71 8,50
G
L2
10,12 10,28 11,03
H
15,76 16,15 16,67
L1
6,03 6,06 6,67
H
L2
10,10 10,37 10,86
H
11,01 11,11 11,18
L1
11,46 11,58 12,93
I
L2
10,32 10,40 10,73
H
18,00 18,53 20,03
L1
8,51 8,54 9,35
J
L2
10,55 10,65 11,29
H
15,87 16,61 16,70
L1
8,72 8,50 9,06
K
L2
12,95 13,00 13,84
H
10,93 10,99 11,69
L1
11,97 12,09 12,90
L
L2
9,97 10,09 10,76
H
14,90 15,56 15,36
Mandibula
04
L1
13,44 13,75 14,78
G
L2
12,16 12,36 13,48
H
13,95 14,58 15,39
L1
8,77 8,89 9,64
H
L2
12,77 12,92 13,37
H
12,56 12,52 13,24
L1
7,45 7,48 8,02
I
L2
13,54 13,77 14,95
H
19,50 20,07 20,89
L1
8,31 8,87 8,86
J
L2
13,84 14,17 14,95
H
21,59 22,31 22,99
L1
9,60 9,77 10,93
K
L2
13,55 13,70 14,19
H
11,85 12,28 13,33
L1
12,21 12,42 13,08
L
L2
11,70 11,60 12,44
H
13,09 13,53 14,43
Continua
113
Continuação
Peças
Cortes
Medidas
Cranio Seco Tomogr. Computad.
Feixe Conico
Tomografia
Convencional Linear
Mandibula
05
L1
8,30 8,63 8,77
G
L2
8,48 8,61 8,56
H
9,88 10,14 11,20
L1
9,01 9,10 9,04
H
L2
10,11 10,31 11,35
H
10,73 10,74 11,22
L1
6,93 6,73 7,26
I
L2
11,45 11,63 12,22
H
20,84 21,30 22,17
L1
8,15 8,35 8,41
J
L2
10,51 10,53 10,59
H
15,88 16,48 16,62
L1
8,20 8,32 8,18
K
L2
8,56 8,55 8,75
H
11,08 11,54 11,68
L1
8,67 8,68 9,29
L
L2
9,37 9,31 9,81
H
10,53 10,97 11,19
Maxíla 01
L1
13,36 13,34 15,15
A
L2
19,73 19,74 20,49
H
14,05 13,72 14,81
L1
8,77 8,71 9,39
B
L2
9,00 9,22 10,04
H
11,91 12,08 11,98
L1
7,77 7,79 7,87
C
L2
13,44 13,33 13,21
H
15,12 15,43 15,88
L1
7,42 7,39 7,60
D
L2
11,28 11,52 11,92
H
12,11 12,26 12,71
L1
9,79 9,80 9,98
E
L2
11,80 11,54 12,36
H
12,22 12,56 13,08
L1
11,72 11,74 11,56
F
L2
18,80 19,27 19,03
H
10,19 10,22 10,30
Continua
114
Continuação
Peças
Cortes
Medidas
Cranio Seco Tomogr. Computad.
Feixe Conico
Tomografia
Convencional Linear
Maxíla 02
L1
9,90 9,93 9,66
A
L2
8,19 8,23 8,87
H
7,95 8,11 7,89
L1
6,46 6,48 6,85
B
L2
8,24 8,25 8,30
H
9,87 10,32 10,50
L1
6,22 6,36 6,49
C
L2
7,44 7,47 7,89
H
10,85 11,19 10,08
L1
5,43 5,48 5,95
D
L2
6,47 6,65 6,74
H
10,57 10,65 11,55
L1
4,37 4,39 4,78
E
L2
6,66 6,94 7,76
H
14,16 14,08 14,83
L1
8,86 8,58 8,88
F
L2
8,03 8,37 8,32
H
10,25 10,46 10,40
Maxíla 03
L1
7,83 8,00 8,78
A
L2
13,51 13,30 14,52
H
8,85 9,12 10,31
L1
7,28 7,21 7,59
B
L2
12,04 12,10 13,29
H
11,71 11,87 12,38
L1
8,24 8,25 6,29
C
L2
11,93 11,94 11,96
H
10,98 11,03 12,87
L1
4,76 4,90 4,98
D
L2
10,87 11,03 11,23
H
11,78 11,89 12,34
L1
7,77 7,79 7,97
E
L2
13,38 13,48 13,86
H
11,28 11,34 11,68
L1
10,89 10,87 11,26
F
L2
15,56 15,60 15,92
H
6,16 6,36 6,20
Continua
115
Conclusão
Peças
Cortes
Medidas
Cranio Seco Tomogr. Computad.
Feixe Conico
Tomografia
Convencional Linear
Maxíla 04
L1
12,30 12,71 13,08
A
L2
20,28 21,26 22,43
H
10,96 10,87 11,50
L1
8,33 8,36 8,42
B
L2
12,23 12,24 12,57
H
14,87 14,88 15,01
L1
4,00 3,98 4,41
C
L2
8,78 8,79 8,84
H
11,18 11,32 11,66
L1
4,64 4,99 4,78
D
L2
7,60 7,63 7,60
H
12,61 12,69 12,79
L1
7,29 7,31 7,73
E
L2
10,34 10,64 11,30
H
14,84 15,52 16,57
L1
9,36 9,44 9,94
F
L2
9,77 10,23 10,74
H
11,79 11,88 12,15
Maxíla 05
L1
9,67 9,92 10,54
A
L2
13,36 13,62 13,81
H
8,31 8,52 8,62
L1
8,58 8,64 9,46
B
L2
13,57 13,67 13,86
H
16,84 17,37 17,45
L1
7,73 7,74 8,06
C
L2
12,61 12,22 12,63
H
11,69 11,70 12,50
L1
6,11 6,13 6,55
D
L2
10,94 10,97 11,44
H
14,71 15,02 15,55
L1
6,50 6,79 7,25
E
L2
9,82 9,98 10,24
H
11,76 12,23 12,01
L1
9,13 9,16 9,36
F
L2
13,24 13,84 14,34
H
9,17 9,37 10,23
116
1.42%
6.02%
0.00%
1.00%
2.00%
3.00%
4.00%
5.00%
6.00%
7.00%
Percentual
de
Ampliação
1
Tipos de Tomografias
Ampliação Media das Mensurações
TCFC
TL
Gráfico 1- Comparação da ampliação média das mensurações nas tomografias
computadorizadas de feixe cônico em relação as mensurações nos crânios secos e das
mensurações nas tomografias convencionais lineares em relação as mensurações nos
crânios secos.
5.1 TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS DE FEIXE CÔNICO
A diferença entre as mensurações dos crânios secos e as da tomografia
computadorizada de feixe cônico foi de 0,00mm a 0,98mm, respectivamente,
apresentando um desvio-padrão (s) de 0,01, sendo o coeficiente de variação (cv) de
126,5% (TABELA 2).
A mensuração mais precisa se deu na L1, no ponto G (correspondendo à região do
canal mandibular). E a maior ampliação ocorreu na L2, ponto A (correspondente à
117
região do seio maxilar), com uma diferença de 0,98mm da mensuração da largura L2
da TCFC para a mensuração no crânio seco.
Ampliação Média
Desvio Padrão
Crânio Seco/ TCFC 1,42%
0,018976
Crânio Seco/ TL 6,02%
0,049723391
Tabela 2: Ampliação média e desvio padrão entre as mensurações realizadas nos crânios
secos e as nas tomografias computadorizadas de feixe cônico e entre as medidas realizadas
nos crânios secos e nas tomografias convencionais lineares.
Algumas mensurações da TCFC apresentaram-se menores que a mensurações no
crânio seco (medida real). Por exemplo, a medida L1 realizada no ponto C (entre os
incisivos centrais e os laterais), na qual a mensuração na TCFC foi de 3,98mm, no
crânio seco apresentou 4,00mm, representando uma diferença de 0,02mm.
5.2 TOMOGRAFIAS CONVENCIONAIS LINEARES
A diferença entre as mensurações dos crânios secos e as da tomografia
convencional linear foi de 0,00mm a 1,95mm, apresentando um desvio-padrão (s) de
0,51, e o coeficiente de variação (cv) de 82,59% (TABELA 2).
A mensuração correspondente à menor ampliação foi na L2, no ponto D
(correspondendo à região dos incisivos superiores), com uma diferença de medidas
do crânio seco (12,61mm) para a TCFCE (12,63mm), de 0,02mm. A maior
ampliação ocorreu na L1, ponto H (correspondente à região do forame mental), a
118
diferença entre a medida do crânio seco (2,81mm) e a da TCFC (3,60mm) foi de
0,79mm.
Nesta técnica, algumas mensurações também apresentaram subtração, como no
ponto A, na medida L1. Esta medida no crânio seco foi de 9,90mm e a na TL foi de
9,66mm, apresentando uma diferença de 0,24mm.
119
6 DISCUSSÃO
No planejamento de tratamento com implantes é fundamental a avaliação da altura,
espessura e morfologia óssea, localização de estruturas anatômicas nobres como
canal mandibular e seio maxilar, para realização de cirurgias com excelente
posicionamento dos implantes, evitando distúrbios sensoriais como parestesia
(ELLIES, 1992; SPIEKERMANN, 2000c). Esta avaliação é realizada por técnicas
radiográficas, entretanto somente as tomografias convencionais e computadorizadas
fornecem informações a respeito da largura óssea (ISMAIL; MOHSEN; KAPA, 1995;
MOZZO et al., 1998; YLIKONTIOLA et al., 2002).
Com o intuito de avaliar a fidelidade das tomografias convencional linear e a
computadorizada de feixe cônico no planejamento pré-cirúrgico com implantes, foi
utilizado, nesta pesquisa, o crânio seco, um material que permitiu a realização das
tomografias, os cortes dos crânios, estabelecimento de pontos de referência e
efetuação de mensurações, fornecendo precisão e confiabilidade na pesquisa.
Tomografias executadas somente in vivo limitam a execução das mensurações nos
pacientes e a comparação para avaliação da precisão dessas técnicas tomográficas.
No trabalho de Lindh (1996), pinos de tântalo foram inseridos nas faces vestibulares
das regiões posteriores das mandíbulas, e estas foram submetidas às tomografias
com seus pontos de referências fixos. Na pesquisa atual, foram selecionadas áreas
no crânio relacionadas com estruturas nobres, como a região posterior da mandíbula
(canal mandibular) e a região de molar superior (relacionada com o seio maxilar).
Foram confeccionadas perfurações no crânio seco e estas foram preenchidas com
120
guta-percha para que as referências fossem bem definidas e identificadas nas
imagens tomográficas.
O objetivo do preenchimento com guta-percha foi a fácil identificação dos pontos
para medida por se tratar de um material radiopaco e, sobretudo, por esse material
não interferir na qualidade das imagens. Ao contrário das restaurações metálicas,
que podem produzir artefatos nas imagens da tomografia computadorizada
(TYNDALL; BROOKS, 2000) e da tomografia computadorizada de feixe cônico
(MOZZO et al., 1998).
Para seleção das técnicas do planejamento de implantes, é necessário avaliar certos
critérios, como a facilidade da técnica, fidelidade das medidas fornecidas pelas
imagens, custo financeiro e a dose de radiação absorvida pelos pacientes, um fator
biológico relevante e preocupante, citado por muitos pesquisadores, como Bou
Serhal et al. (2001) e Ekestubbe et al. (1996).
Ekestubbe et al. (1993) relataram que altas doses de radiação são absorvidas na
glândula parótida, submandibular, pituitária e tireóide durante procedimento da
tomografia computadorizada. A dose de radiação nesta técnica é maior, quando
comparada com a tomografia convencional (CLARK et al., 1990; EKESTUBBE et al.,
1993). A TCFC apresentou menor dose de radiação, comparada com a tomografia
computadorizada espiral (KOBAVASHI et al., 2004). Na atual pesquisa, para a
execução da TL, foi necessária uma tomada radiográfica para cada região. Na
execução da TCFC, em apenas um giro de rotação do aparelho, são obtidas
informações de ambos os arcos. Isso significa que, em casos de um implante ou
somente um quadrante edêntulo, a TL pode ser indicada. No entanto, se há
121
interesse por um exame com mais de um quadrante e/ou maxila ou mandíbula total,
a TCFC é mais aconselhável.
A escolha da tomografia convencional linear desta pesquisa foi em conseqüência de
várias especulações que existem entorno da mesma. A Academia Americana Oral e
a Européia recomendam o uso de tomografias convencionais de cortes transversais
para o planejamento de cirurgias de implantes (TYNDALL; BROOKS, 2000; HARRIS
et al., 2002). Mercier (1995) relatou que a radiografia panorâmica é insatisfatória
para este tipo de tratamento, indicando cefalogramas laterais e tomografias para
análise das mudanças ósseas que ocorrem após a perda dental.
Para efetuação das tomografias convencionais lineares, foi utilizado o aparelho
Quint Sectograph, também usado nas pesquisas realizadas por Monahan e Furkart
(1996), Chilvarquer (2000), Ludlow et al. (1995) e Kassebaum et al. (1990). Os
crânios foram posicionados de forma que as áreas que sofreram os cortes coronais
apresentavam sua base paralela ao solo, e foi utilizada uma técnica de fácil
execução, pois no crânio seco não há movimentação do paciente, mudando muitas
vezes a angulação do feixe de raios X. Em adição, deve-se levar em conta o fator
psicológico do paciente que pode alterar ou mesmo atrapalhar o procedimento
tomográfico. Muitas vezes, durante a tomografia computadorizada, o paciente
movimenta-se e pode comprometer a qualidade da imagem severamente, entretanto
a técnica da tomografia convencional é mais simples e rápida (LECOMBER et al.,
2001).
Após a execução das tomografias, os crânios foram cortados com uma serra elétrica
e depois foi realizado um acabamento com um esmeril, para que, assim, fossem
122
expostos os pontos de referência, sem mudar a angulação do corte no crânio,
seguindo a direção dos cortes das duas técnicas tomográficas e conseqüentemente,
obtenção da fidelidade das mensurações.
A opção por fotografar os segmentos ósseos e efetuar as mensurações pelo
programa AutoCAD® teve como objetivo precisão, técnica nas mensurações e evitar
erros como manuseio do aparelho de medida (erros de paralaxe), ou mudar a
posição do segmento ósseo durante a execução da medida, mudando a angulação e
alterando o seu resultado.
Kassebaum et al. (1990) avaliaram imagens realizadas no aparelho de tomografia
Quint Sectograph e concluíram que este apresenta uma ampliação de 10%. Dagum
(1990) e Chilvarquer (2000) citaram que o mesmo aparelho apresenta ampliação de
6 a 10%. Nos estudos de Lindh (1996), todas as medidas foram subtraídas em 10%,
considerando a ampliação do aparelho Quint Sectograph. Nesse estudo, foi
observada a ampliação média de 6,02% para as mensurações realizadas nas
tomografias convencionais lineares.
Atualmente, há muitas investigações a respeito da tomografia computadorizada de
feixe cônico, também investigada nesta pesquisa, por se tratar de uma técnica nova
e especialmente confeccionada para uso dentro da Odontologia (ARAI et al., 1999).
De acordo com Kobavashi et al. (2004) e Aranyarachkyl et al. (2005), a TCFC
apresenta boa resolução de imagem, fornece dimensões precisas da largura e altura
óssea. Porém, Aranyarachkyl et al. (2005) evidenciaram que sua pesquisa foi
realizada em cadáveres, cuja densidade óssea não pôde corresponder à densidade
123
de um osso vital. No estudo atual, as TCFCs foram feitas em crânios secos, nos
quais foi possível observar a localização do canal mandibular, visualização do seio
maxilar.
Na pesquisa realizada por Gröndal et al. (1991), seis observadores (três
radiologistas e três cirurgiões-dentistas bucomaxilofaciais) participaram da
realização das medidas, com as correções quanto à ampliação das imagens feitas
no momento da mensuração. Foi observado que os cirurgiões tenderam a comparar
suas medidas com as dos radiologistas, e o resultado demonstrou que houve uma
grande variação nas mensurações entre estes observadores. Butterfield et al. (1997)
registraram também a dificuldade dos observadores para a compreensão da
tomografia linear, atribuída às suas limitações (embaçamento da imagem, flutuação
da ampliação e instabilidade dimensional). Observou-se também uma variabilidade
estatisticamente significante intra-observador, o que foi relevante para o
questionamento quanto à qualidade das imagens na TL. No presente estudo, a
seleção de um único observador, especialista em medidas, levou em consideração
sua destreza e técnica profissional, visando à medição precisa e à não influência ou
tendência para valorização de uma das técnicas tomográficas. Para análise da
precisão e ampliação das duas modalidades de tomografia, não foram feitas
correções nas mensurações.
Todd et al. (1993) relataram que, durante análise das imagens nas TL, houve
dificuldade na visualização do canal mandibular e do seio maxilar. No atual estudo,
houve boa visualização do seio maxilar, do canal mandibular e do contorno da crista
óssea. Entretanto, foram observadas dificuldades para execução de algumas
medidas nas tomografias lineares, devido às perfurações preenchidas com guta-
124
percha apresentarem-se nebulosas, dificultando assim o estabelecimento de um
ponto fixo preestabelecido para a mensuração.
Durante as mensurações, foram verificados diversos aspectos que possivelmente
influenciaram os resultados desta pesquisa:
As mensurações feitas entre furos mais próximos, por exemplo, a medida L1 do
ponto G da mandíbula 2 (Quadro 3), apresentaram diferença de 0,79mm, isto é, uma
ampliação de 28%. Considerando-se mensurações realizadas em pontos mais
distantes, como a medida H do ponto G da mandíbula 2 (Quadro 3), observou-se
uma diferença de 0,81mm, ou uma ampliação de 8,54%. Nota-se então um índice de
precisão maior que a medida L1, já citada. Foi observado que pontos mais próximos,
apresentando medidas pequenas, podem sofrer maior influência nos exames de
imagens do que distâncias com espaçamentos maiores. A seleção de implantes de
diferentes diâmetros pode representar uma possível relevância clínica desses
achados, já que, no presente estudo, regiões da crista óssea mostraram menores
distâncias vestibulopalatina ou vestibulolingual. Portanto, parece recomendável a
padronização dos pontos de referência alinhados num mesmo plano e assim sejam
bem localizados na análise tomográfica.
No dia-a-dia do cirurgião-dentista, observa-se que muitas vezes o planejamento de
cirurgias de implantes é feito apenas com o auxílio de uma régua milimetrada
comum para medir a imagem nas radiografias panorâmicas ou nas tomografias
convencionais. Em geral essa régua possui sua escala dividida em mm, fazendo
com que seu algarismo duvidoso esteja na ordem de decímetros (Figura 67).
125
Figura 67- Modelo de régua utilizada para mensuração na radiografia panorâmica,
demonstrando a medida de um segmento de 1,5mm.
Para a execução de uma medida de 1,5mm (exemplo Figura 67), considera-se o 5
como algarismo duvidoso, uma vez que ele não existe na marcação da escala, e sim
representa uma apreciação do experimentador, que vê apenas as marcações a cada
milímetro na escala. Como o programa DentalSlice apresenta dois algarismos depois
da vírgula, tomando como exemplo a mesma medida anterior (1,50mm), o algarismo
duvidoso neste caso é o 0, o que sugere maior precisão da medida. Parece plausível
inferir que, para a seleção de implantes em cristas ósseas cujas distâncias são
pequenas, seja utilizado o programa DentalSlice, já que, com a utilização de réguas
comuns, não parece ser possível a obtenção de grande precisão nas medidas. Não
obstante, há indícios de que os procedimentos de mensurações em pesquisas sejam
reavaliados e otimizados, e que seja estabelecido um protocolo com orientações
para os profissionais da área, com o objetivo de serem obtidos resultados mais
confiáveis.
O diâmetro das perfurações de 2mm foi estabelecido durante a execução do projeto
piloto, pois observou-se que perfurações menores não seriam identificadas com
nitidez nas imagens da TL. A TCFC foi incluída no presente estudo após terem sido
confeccionados os referidos pontos. Na realização das mensurações, porém,
especulou-se que, se o diâmetro das perfurações fosse menor, por exemplo, de
126
0,5mm, essas medidas seriam mais precisas. Isso porque quanto maior o seu
diâmetro, maior a dificuldade em estabelecer-se um referencial exato para esse
procedimento. Perfurações com diâmetros menores, como 0,5mm, são visíveis nas
TCFCs e são mais fiéis para a mensuração. Entretanto, tal referência pode não ser
visualizada nas imagens da TL.
Durante a análise das TCFCs, verificou-se que alguns pontos perfurados não
ficaram alinhados no mesmo plano, ou seja, ficaram posicionados em níveis
diferentes, dificultando as medidas. Contudo, foi possível realizar as mensurações já
que o programa DentalSlice permite que o espaçamento entre os cortes possa ser
diminuído (a espessura dos cortes pode ser de até 1mm), e o plano entre os cortes é
determinado pelo operador, o que se pode considerar uma vantagem deste método.
Assim, o operador pode manipular o programa, selecionando o plano que estará
sendo analisado na maxila ou na mandíbula, e efetuar mensurações da área
desejada, otimizando o planejamento.
Segundo Mozzo et al. (1998), a presença de artefatos pode prejudicar a visualização
das imagens da TCFC, porém, na atual pesquisa, foi possível a realização das
mensurações em regiões adjacentes a dentes com restaurações de amálgama,
como o caso da medida L1, do ponto C e D da maxila 5, que foram de 0,01mm e
0,02mm, com uma ampliação de imagem de 0,13% e 0,33%, respectivamente.
Os resultados da análise estatística evidenciaram que houve diferença entre as
medidas obtidas dos crânios secos e as das tomografias computadorizadas de feixe
cônico, dos crânios secos e das tomografias convencionais lineares e entre as duas
técnicas tomográficas. Quanto à precisão da técnica, a tomografia computadorizada
127
de feixe cônico apresentou maior precisão, com uma taxa de ampliação média de
apenas 1,42%. Em relação à TL, a ampliação média foi de 6,02%.
Tem sido descrito na literatura que, em casos de reconstrução de arcos edentados
parciais, a menor distância entre um implante e um dente natural presente na região
anterior é de 1,5mm (CHICHE; LERICHE, 1998; SAADOUN; LE GALL, 1998;
SAADOUN; LE GALL; TOUATI, 1999). Misch (2000a) orientou que durante a
instalação de implantes seja mantida uma margem de segurança de 1,5mm entre o
implante e qualquer outro marco adjacente, principalmente quando o marco oposto é
o nervo mandibular.
Utilizando-se esses exemplos, e levando-se em conta as limitações do presente
estudo, a ampliação da TCFC poderia incorrer num erro cirúrgico de 0,02mm,
enquanto a TL geraria um erro de 0,09mm. Deve-se questionar a relevância clínica
dessa pequena ampliação, principalmente em relação à TCFC. Sabemos que, uma
ampliação da imagem de 0,02mm não influenciará o resultado do posicionamento do
implante (Figuras 68 e 69). Não obstante, torna-se importante a realização de
cálculos de compensação da imagem, principalmente durante a interpretação das
imagens adquiridas pelas TL, e suas possíveis nebulosidades. Quanto maior a
precisão da técnica, melhor o planejamento e, conseqüentemente, melhor o
resultado no tratamento.
Com relação à análise de cada mensuração, L1, L2 e H, a medida H apresentou
maior ampliação das imagens na TCFC, e a medida L1 na TL, excetuando as
medidas H dos pontos G da mandíbula 2, H da mandíbula 4, A da maxila 1, E da
maxila 2 e A da maxila 4 nas tomografias computadorizadas de feixe cônico; as
128
medidas L1 dos pontos K da mandíbula 5, F da maxila 1, A da maxila 2 e C da
maxila 3 nas tomografias lineares, apresentaram-se menores que as mensurações
realizadas nos crânios secos, significando que nos pontos citados acima, houve
redução da imagem (Figuras 68 e 69).
As mensurações mais precisas ocorreram nas regiões do canal mandibular na
TCFC, não apresentando diferença nas medidas, assim como na região da pré-
maxila na TL, que apresentou uma diferença de 0,02mm. As medidas que
apresentaram maior ampliação foi na região do canal mandibular na TCFC e na
região do seio maxilar na TL, com diferenças entre as medidas 0,74mm e 2,15mm,
na TCFC e na TL, respectivamente.
Como citado acima, algumas medidas, tanto na TCFC como na TL, apresentaram
redução da imagem. Como a medida L1 realizada no ponto C, na qual a
mensuração na TCFC foi de 3,98mm e a mensuração no crânio seco foi de 4,00mm,
representando uma redução de 0,02mm, o que estatisticamente não foi significante,
pois o número de mensurações que apresentou redução da imagem foi pequeno.
Figura 68- Imagem com a linha azul
indicando a medida vestíbulo-lingual
de 6,7mm, e a instalação de um
implante
Figura 69- A linha vermelha
circunscrita, ao lado da azul, indica a
ampliação da imagem de 0,02mm
129
De acordo com Clark (1990) e Chilvaquer (2000), a TL é uma técnica indicada para
planejar o tratamento com implantes, pois apresenta como vantagens a menor dose
de radiação e o baixo custo. Porém, Butterfield et al. (1997) e Tyndall e Brooks
(2000) relataram que esta técnica está em desuso, pela dificuldade de interpretação
das suas imagens. Durante este estudo, foi observado que as pesquisas a respeito
da TL datam principalmente da década de 90, podendo apresentar-se
desatualizadas. Estudos mais recentes, como os de Ludlow et al. (2003) e de
Guerrero et al. (2006), relatam que TCFC é de baixo custo e com menor dose de
radiação. Torna-se relevante a continuidade de estudos associando as pesquisas de
avaliação de fidelidade das mensurações, a influência das doses de radiação,
relacionado-as com a tomografia linear, com a tomografia computadorizada
convencional e com a de feixe cônico.
Kirkos e Misch (2000) citaram, como limitação do programa Dentascan®, o uso do
computador ou de uma estação de trabalho para a determinação da densidade
óssea. Na realização das mensurações, foi observado que o programa DentalSlice
foi de fácil manuseio, forneceu ferramentas e recursos, possibilitando a realização de
medidas, avaliação da densidade óssea, determinação da perda óssea em altura e
espessura, localização do canal mandibular e seio maxilar. Esse programa permite
ao operador diminuir, se necessário, a espessura dos cortes para melhor análise e
planejamento. Portanto, os progressos tecnológicos de diagnósticos apresentam
novas possibilidades para um melhor planejamento de cirurgias com implantes.
130
7 CONCLUSÕES
Dentro dos parâmetros abordados e das limitações do presente estudo, pôde-se
concluir, a partir de medidas reais obtidas em análise de crânios secos:
a) a tomografia convencional linear apresentou uma ampliação média de 6,02% nas
imagens;
b) a tomografia volumétrica de feixe cônico, associada à utilização do programa
DentalSlice, apresentou uma ampliação média de 1,42% nas imagens;
c) o teste não-paramétrico de Wilcoxon na análise estatística dos resultados indicou
diferenças entre as medidas obtidas dos crânios secos e as das tomografias
computadorizadas de feixe cônico; entre as medidas dos crânios secos e as das
tomografias convencionais lineares; e entre as tomografias computadorizadas de
feixe cônico e as convencionais lineares, apresentando valor de P<0,0001. Em se
tratando da determinação de uma maior precisão de técnica, o teste não-paramétrico
de Mann-Whitney evidenciou que os dois métodos apresentaram diferenças
estatisticamente significantes. As menores diferenças foram encontradas nas
tomografias computadorizadas de feixe cônico.
131
8 REFERÊNCIAS
1. Abrahams J. The role of diagnostic imaging in dental implantology. Radiol Clin
North Am. 1993; 31: 163-80.
2. Albrektsson T, Zarb GA, Wothington P, Eriksson AR. The long term efficacy of
currently used dental implants: a review and proposed criteria of success. Int J
Oral Maxillofac Implants. 1986; 1:11-25.
3. Allen F, Smith DG. An assessment of the accuracy of ridge-mapping in planning
implant therapy for the anterior maxilla. Clin Oral Implants Res. 2000; 11: 34-8.
4. Andersson JE, Svantz, K. CT-scanning in the preoperative planning of
Osseointegrated Implants in the Maxilla. Int J Oral Maxillofac Surg. 1988; 17: 33-
5.
5. Arai Y, Tammisalo E, Iwai K, Hashimoto K, Shinoda K. Development of ortho
cubic super high resolution CT (Ortho – CT): Car 98 Comp Assist Radiol Surg.
1998; 780-5.
6. Arai Y, Tammisalo E, Iwai K, Hashimoto K, Shinoda K. Development of a compact
computed tomographic apparatus for dental use. Dentomaxillofac Radiol. 1999;
28: 245-8.
7. Aranyarachkul P, Caruso J, Gantes B, Schulz E, Riggs J, Dus I. Bone Density
assessments of dental implant sites: 2. Quantitative cone-beam computerized
tomography. Int J Oral Maxillofac Implants. 2005; 20: 416-24.
8. Aryatawong S, Aryatawong K. Evaluation of the inferior alveolar canal by cross-
sectional hypocycloidal tomography. Implant Dent. 2000; 9: 339-45.
9. Ashikinazy LR. Tomography in implantology. J Oral Implantol. 1982; 10 (1):100-8.
10. Baba R, Ueda K, Okabe M. Using a flat-panel detector in high resolution cone
beam CT for dental imaging. Dentomaxillofac Radiol. 2004; 33: 285-90.
11. Bahador B. Trends in diagnostics imaging to 2000. London: Financial Times
Pharmaceuticals and Healtheare Publishing; 1996.
132
12. Bartling R, Freeman K, Kraut RA. The incidence of altered sensation of the
mental nerve after mandibular implant placement. J Oral Maxillofac Surg. 1999,
57: 1408-10.
13. Berberi A, Le Breton G, Mani J, Woimant H, Nasseh I. Lingual paresthesia
following surgical placement of implants: report of a case. Int J Oral Maxillofac
Implants. 1993; 8: 580-2.
14. Bou Serhal C, van Steenberghe D, Bosmans H, Sanderink GCH, Quirynen M,
Jacobs R. Organ radiation dose assessment for conventional spiral tomography:
a human cadaver study. Clin Oral Implants Res. 2001, 12: 85-90.
15. Butterfield KJ, Dagenais M, Clokie C.Liner tomography`s clinical accuracy and
validity for presurgical dental implant analysis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol.
Endod, 1997; 84:203-9.
16. Cann CE. Quantitative CT for determination of bone mineral density: a review.
Radiology 1988; 166: 509-22.
17. Chiche FA, Leriche MA. Multidisciplinary implant dentistry for improved aesthetics
and function. Pract Periodont Aesthetic Dent. 1998; 10(2): 177-86.
18. Chilvarquer I. Radiologia na implantodontia osseointegrada. In: Freitas A, Rosa
JE, Faria e Souza I, editores. Radiologia odontológica. São Paulo: Artes Médicas;
2000. Cap. 31, p.604-5.
19. Clark DE, Danforth RA, Barnes RW, Burtch Ml. Radiation absorbed from dental
implant radiography: a comparison of linear tomography, CT scan, and panoramic
and intra-oral techniques. J Oral Implantol. 1990; 16(3):156-64.
20. Dagum HM. Tomografia convencional para Implantes. Rev Asoc Odontol Argent.
1999; 87(2):149-53.
21. DelBalso A, Greiner FG, Licata M. Role of diagnostic imaging in evaluation of
dental implant patient. Radiographs. 1994; 14: 699-719.
22. Dula K, Mini R, van der Stelt PF, Buser D. The radiographic assessment of
implant patients: decision-making criteria. Int J Oral Maxillofac Implants. 2001; 16:
80-9.
133
23. Ekestubbe A, Gröndahln K, Ekholm S, Johansson PE, Gröndahln H. Low-dose
tomographic techniques for dental implant planning. Int J Oral Maxillofac Implants.
1996; 11:650-9.
24. Ekestubbe A, Thilander A, Gröndahl K, Gröndahl H-G. Absorbed doses from
computed tomography for dental implant surgery: comparison with conventional
tomography. Dentomaxillofac Radiol. 1993; 22: 13-7.
25. Ellies LG. Altered sensation following mandibular implant surgery: a retrospective
study. J Prosthet Dent. 1992; 68: 664-71.
26. Engelman MJ, Sorensen JA, Moy P. Optimum placement of osseointegrated
implants. J Prosthet Dent. 1988; 59(4): 467-73.
27. Fredhom U, Bolin A, Andersson L. Preimplant radiographic assessment of
available maxillary boné support. Comparison of tomographic and panoramic
technique. Swed Dent J. 1993. 17: 103-9.
28. Freitas A. Conceito, importância e histórico dos raios X. In Freitas A, Rosa JE,
Faria e Souza I, editores. Radiologia odontológica. São Paulo: Artes Médicas;
2000. Cap. 1, p. 4-7.
29. Gröndahl HG. Exames radiográficos. In: Lindhe J, Thorkild K, Lang NP, editores.
Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 1997. cap. 30, p. 640.
30. Gröndahl K, Ekestubbe A, Gröndahl HG. Radiography in oral endosseous
prosthetics. Nobel Biocare AB. 1996: 41-99.
31. Gröndahl K, Ekestubbe A, Gröndahl HG, Johnsson T. Reliability of hypocycloidal
tomography for the evaluation of distance from the alveolar crest to the
mandibular canal. Dentomaxillofac. Radiol. 1991 Nov; 19: 200-4.
32. Grondahl K, Lekholm U. The predictive value of radiographic diagnosis of implant
instability. Int J Oral Maxillofac Implants. 1997; 12: 59-64.
33. Guedes, FR, Faria MDB, Guedes, AML, Ambrosano GMB. Exames radiográficos
auxiliares ao planejamento pré-operatório de implantes. RBO. 2004; 61: 104-7.
34. Guerrero ME, Jacobs R, Loubele M, Schutyser F, Suetens P, van Steenberghe D.
State of the art on cone beam CT imaging for preoprerative planning of implant
placement. Clin Oral Invest. 2006;10: 1-7.
134
35. Habets LL, Bras J, Borgmeyer-Hoelen AM. Mandibular atrophy and metabolic
bone loss, endocrinology, radiology and histomorphometric. Int J Oral Maxillofac
Surg. 1988; 17:208.
36. Harris D, Buser D, Dula K, Gröndahl K, Harris D, Jacobs R. European Association
for Osseointegration (EAO) Guidelines for the use of diagnostic imaging in implant
dentistry. A consensus workshop organized by the European Association for
Osseointegration in Trinity College Dublin. Clin Oral Implant Res. 2002; 13: 566-
70.
37. Hashimoto K, Yoshinori A, Iwai K, Araki M, Kawashima S, Terakado M. A
comparison of a new limited cone beam computed tomography machine for
dental use with a multidetector row helical CT machine. Oral Med Oral Surg Oral
Med Oral Pathol. 2003; 95: 371-7.
38. Hoffmann K. Anatomic considerations. Maxilla. In: Block MS, Kent JN, editors.
Endosseous implants for maxillofacial reconstruction. Philadelphia: W.B. Saunders;
1995. cap.7, p. 111-2.
39. Hounsfield GN. Computerized transverse axial scanning (tomography). 1.
description of system. Br J Radiol. 1973; 46: 1016-22.
40. Ismail YH, Mohsen A, Kapa SF. Conventional linear tomography: protocol for
assessing endosseous implant sites. J Prosthet Dent. 1995; 73:153-7.
41. Ito K, Gomi Y, Sato S, aria Y, Shinoda K. Clinical application of a new compact
CT system to assess 3-D images for the preoperative treatment planning of
implants in the posterior mandible. A case report. Clin Oral Impl. Res. 2001a; 12:
539-42.
42. Ito K, Yoshinuma N, Goke E, Arai Y, Shinoda K. Clinical application of a new
compact computed tomography system for evaluation the outcome of
regenerative therapy: A case report. J Periodontol. 2001b; 72: 696-702.
43. James RA, Mckinney Junior RV, Meffert RM. Tecidos circunjacentes aos
implantes dentários. In: Mish CE, editor. Implantes dentários contemporâneos.
São Paulo: Santos; 2000. Cap.18, p.239
44. Jekel JF, Elmore JG, Katz DL. Epidemiologia, bioestatística e medicina
preventive. Rio Grande do Sul: Artes Médicas; 1996. Entendendo e reduzindo
erros em medicina clínica, Cap. 7, p. 109-10.
135
45. Kaeppler G. Conventional cross-sectional tomographic evaluation of mandibular
third molars. Quintessence Int. 2000; 31: 49-56.
46. Kassebaum DK, Nummikoski PV, Triplett RG, Langlais RP. Cross-sectional
radiography for implant site assessment. Oral Med Oral Surg Oral Med Oral
Pathol. 1990; 70: 674-8.
47. Kassebaum D, Stoller NH, Goshorn BI. Radiographic techniques for presurgical
assessment of dental implant sites. Gen Dent. 1992a Nov-Dec.;40(6):502-10.
48. Kassebaum D, Stoller NE, McDavid WD, Goshorn B, Ahrens CR. Absorbed dose
determination for tomographic implant site assessment techniques. Oral Surg
Oral Med Oral Pathol Endod. 1992b; 73: 502-9.
49. Kircos TL, Mish CE, Imagem e técnicas diagnósticas. In: Misch CE, editor.
Implantes dentários contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos; 2000.
Imagens e técnicas diagnósticas, Cap. 6, p.77-80.
50. Kobavashi K, Shimoda S, Nakagawa Y, Yamamoto A. Accuracy in mensurement
of distance using limited cone-beam computerized tomography. Int J Oral
Maxillofac Implants. 2004, 19: 228- 31.
51. Kraut, R. Radiologic planning for dental implants. In: Block MS, Kent JN, editors.
Endosseous implants for maxillofacial reconstruction. Philadelphia: W.B.
Saunders; 1995. cap.8, p. 113-9.
52. Langland OE, Sippy FH, Langlais RP. Textbook of dental radiology. 2
nd
. ed.
Illinois: Charles C. Thomas Publisher; 1984. Cap. 15, p. 534-535.
53. Lascala CA, Panella J, Marques MM. Analysis of the accuracy of linear
mesurements obtained by cone beam computed tomography (CBCT-NewTom).
Dentomaxillofac Radiol. 2004, 33: 291-4.
54. Lecomber AR, Yoneyama Y, Lovelock DJ, Hosoi T, Adams AM. Comparison of
patient dose from imaging protocols for dental implant planning using
conventional radiography and computed tomography. Dentomaxillofac Radiol.
2001; 30(5):225-59.
55. Letron. [acessado em: 10 maio 2007]. Disponível em: http://www.letronet.com.br/
psist/ppesq/ppesqlivcap/ppesqin/ppesqind2/ppesqin2d8.htm---
136
56. Lindh C. Radiography of the mandible prior to endosseous implant treatment.
Localization of the mandibular canal and assessment of trabecular bone [tese].
Malmo: Faculty of Odontology Lund University; 1996.
57. Lindh C, Petersson A. Radiologic examination for location of the mandibular
canal: a comparison between panoramic radiography and conventional
tomography. Int J Oral Maxillofac Implants. 1989; 4: 249-53.
58. Lindh C, Petersson A, Klinger B. Measurements of distances related to the
mandibular canal in radiographs. Clin Oral Impl Res. 1995; 6: 96-103.
59. Loubele M, Maes F, Schutyser F Assessment of bone segmentation quality of
cone beam CT versus multislice spiral CT: a pilot study. Oral Med Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Endod. 2006; 102: 225-34.
60. Ludlow JB, Nason RH, Hutchens Jr LH, Moriarty J. Radiographic evaluation of
alveolar crest obscured by dental implants. Implant Dent. 1995; 4: 13-8.
61. Ludlow JB, Davies-Ludlow LE, Brooks SL. Dosimetry of two extraoral direct digital
imaging devices: NewTom cone beam CT e orthophos plus DS panoramic unit.
Dentomaxillof Radiol. 2003, 32: 229-34
62. Mah JK, Danforth RA, Bumann A, Hatcher D. Radiation absorbed in maxillofacial
imaging with a new dental computed tomography device. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol Oral Radiol Endod. 2003; 96: 508-13.
63. Marcantonio C, Tanaka EE, Denigres MZ, Arita ES. Tomografia convencional
aplicada aos implantes osseointegrados. RPG. 1994 abr-jun; 1(2):36-40.
64. Mercier P. Resorption patterns of residual ridge. In: Block MS, Kent JN, editors.
Endosseous implants for maxillofacial reconstruction. Philadelphia: W.B.
Saunders; 1995. cap. 2, p. 13.
65. Miles, DA, Van Dis, ML. Implant radiology. Dent Clin North Am. 1993; 37(4): 645-
68.
66. Misch CE. Implantes dentários contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos;
2000a. Divisões do osso disponível, Cap. 7, p. 89-105.
67. Misch CE, editor. Implantes dentários contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Ed.
Santos; 2000b. Plano de tratamento para a região posterior edêntula da maxila,
Cap. 14, p. 194-202.
137
68. _____. Implantes dentários contemporâneos. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos;
2000c. Densidade óssea: efeito sobre a abordagem cirúrgica e a cicatrização,
Cap. 25, p. 373-83.
69. Monahan R. Furkart AJ. Technical note. Sagittal tomography as an adjunct to
cross-sectional evaluation of select implant sites. Dentomaxillofac Radiol. 1996;
25: 298-301.
70. Mozzo PC, Procacci A, Tacconi A, Tinazzi MP, Bergamao AIA. A new volumetric
tomography Machine for dental imaging base don the cone-beam technique:
preliminary results. Eur Radiol. 1998; 8: 1558-64.
71. Papaiz RG, Carvalho PL. Métodos recentes de diagnósticos através da imagem.
In: Freitas A, Rosa JE, Faria e Souza I., editores. Radiologia odontológica. São
Paulo: Artes Médicas; 2000. Cap. 34, p. 644.
72. Pereira CB, Mundstock CA, Berthold TB. Introdução à cefalometria radiográfica.
2. ed. Rio Grande do Sul: Pancast; 1984. Introdução, Cap. 2, p. 35.
73. Potter BJ, Shrout MK, Russel CM, Shaarawy M. Implant site assessment using
panoramic cross-sectional tomographic imaging. Oral Surg Oral Med Oral Pathol
Oral Radiol Endod. 1997 Oct; 84(4): 436-42.
74. Reddy M, Mayfield-Donahoo T, Vanderven F, Jeffcoat M.A comparison of the
diagnostics advantages of panoramic radiography and computed tomography
scanning for placement of root form dental implants. Clin Oral Implant Res. 1994;
5: 229-38.
75. Saadoun AP, Le Gall MG. Periodontal implications in implant treatment planning
for aesthetic results. Pract Periodont Aesthet Dent. 1998; 10(5): 665-664.
76. Saadoun AP,Le Gall MG, Touati B. Selection and ideal tridimensional implant
position for soft tissue aesthetics. Pract Periodont Aesthet Dent. 1999; 11(9):
1063-1072.
77. Schwarz MS, Rothman SLG, Rhodes ML, Chafetz N. Computed tomography: part
II. Preoperative assessment of the maxilla for endosseous implant surgery. Int J
Oral Maxillofac Implants. 1997; 2(3): 143-8.
78. Schwarz MS, Rothman SLG, Chafetz N, Rhodes M.. Computed tomography in
dental implantation surgery. Dent Clin North Am 1989; 33: 555-97.
138
79. Shulman LB, Druskell TD. Dental implants: an historical perspective. In: Block
MS, Kent JN, editors. Endosseous implants for maxillofacial reconstruction.
Philadelphia: W.B. Saunders; 1995. Cap. 1, p.1.
80. Spiekermann H. Implantologia. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000a. Métodos
de diagnóstico especiais para pacientes de implantes, p. 91-106.
81. _____. Implantologia. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000b. Sistemas de
Implantes, p.26.
82. Spiekermann H. Implantologia. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000c. Pré-
Requisitos, p. 3.
83. Spiekermann H. Implantologia: Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000d.
Procedimento Cirúrgico, p. 126.
84. Stella JP, Tharanon W. A precise radiographic method to determine the location
of the inferior alveolar canal in the posterior edentulous mandible: implications for
dental implants. Part 1: technique. Int J Oral Maxillofac Implants. 1990a; 5:15-22.
85. Stella JP, Tharanon W. A precise radiographic method to determine the location
of the inferior alveolar canal in the posterior edentulous mandible: implications for
dental implants. Part 2: Clinical application. Int J Oral Maxillofac Implants. 1990b;
5:23-9.
86. Stover J. Anatomic considerations. Mandible. In: Block MS, Kent JN, editors.
Endosseous implants for maxillofacial reconstruction. Philadelphia: W. B.
Saunders; 1995. cap.7, p. 94-101.
87. Tatum Jr OH, Lebowitz MS. Anatomic considerations for dental implants. J Oral
Implantol. 1991; 17: 16-21.
88. Thunthy KH, Weinberg R. Effects of tomographic motion, slice thickness, and
object thickness on film density. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol
Endod. 1996; 81: 368-73.
89. Todd AD, Gher ME, Quintero G, Richardson C. Interpretation of linear and
computed tomograms in the assessment of implant recipient sites. J Periodontol.
1993; 64: 1243-49.
139
90. Tyndall AA, Brooks SL. Selection criteria for dental implant site imaging: a
position paper of the American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology. Oral
Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2000; 89: 630-7.
91. Ulm C, Kneissel M, Schdle A et al. Characteristics features of trabecular bone in
edentulous maxilla. Clin Oral Impl Res 1999; 10: 459-67.
92. Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Exatas.
Departamento de Físicas. Física experimental 1. [online]. Vitória, 2001.
[acessado em 24 fev 2007]. Disponível em:
http://www.modelab.ufes.com.br/fisexp1.
93. Ursino P. Técnicas atuais no diagnóstico por imagens em cirurgia implantológica.
In: Bechelli AH, editor. Carga imediata em implantologia oral: protocolos
diagnósticos, cirúrgicos e protéticos. Casos clínicos. São Paulo: Ed. Santos;
2006. cap. 4, p. 94-5.
94. Wilson DJ. Ridge mapping for determination of alveolar ridge width. Int J Oral
Maxillofac Implants. 1989; 4: 41-3.
95. Wismeijer D, Van Waas MAJ, Vermeeren JIJF. Patients, perception of sensory
disturbances of the mental nerve before and after implant surgery: a prospective
study of 110 patients. Br J Oral Maxillofac Surg. 1997; 85: 254-9.
96. Yang J, Cavalcanti MGP, Ruprecht A, Vannier MW. 2-D and 3-D reconstructions
of spiral computed tomography in localization of the inferior alveolar canal for
dental implants. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 1999; 87:
369-74.
97. Ylikontiola L, Moberg K, Huumonen S, Soikkonen K, Oikarinen K. Comparison of
three radiographic methods used to locate the mandibular canal in the
buccolingual direction before bilateral sagittal split osteotomy. Oral Surg Oral Med
Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2002; 93: 736-42.
98. Ziegler CM, Woertche R, Brief J, Hassfeld S. Clinical indications for digital volume
tomography in oral and maxillofacial surgery. Dentomaxillofac Radiol. 2002; 31:
126-30.
140
ANEXO A – AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
141
142
ANEXO B- AUTORIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA, DO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ESPÍRITO SANTO PARA USO DOS CRÂNIOS SECOS
143
ANEXO C – CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO DO PAQUÍMITRO DIGITAL
144
145
ANEXO D – AUTORIZAÇÃO DA COMPANHIA DE HABITAÇÃO E URBANIZAÇÃO
DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (COHAB) PARA UTILIZAÇÃO DO
PROGRAMA AUTOCAD®
146
ANEXO E – REGISTRO DO PROGRAMA AUTOCAD®
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo