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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO INTESTINO E
HEMATOLÓGICA DE AVES DE CORTE (
Gallus ga
lus
domesticus
) INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE POR
S
almonella
ENTERITIDIS E SU
BMETIDOS AO
TRATAMENTO POR EXCLUSÃO COMPETITIVA
Elton Vinicius Sterzo
dico
Veterinário
JABOTICABAL
SÃO PAULO
BRASIL
Fevereiro de 2007
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2
UNIVERSIDADE ES
TADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO INTESTINO E
HEMATOLÓGICA DE AVES DE CORTE (
Gallus ga
lus
domesticus
) INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE POR
S
almonella
ENTERITIDIS E SUBMETIDOS AO
TRA
TAMENTO POR EXCLUSÃO COMPETITIVA
Elton Vinicius Sterzo
Orientadora: Profa.
Dra. Isabel Cristina Boleli
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, para a obtenção do
Título de Mestre em Medicina Veterinária - Área
de Concentração em Patologia Animal.
JABOTICABAL
SÃO PAULO
BRASIL
Fevereiro de 2007
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3
DADOS CURICULARES DO AUTOR
ELTON VINICIUS STERZO Nascido em Leme SP no dia 24 de
setembro de 1978, graduou-se em Medicina Veterinária pela Faculdade de
Ciência
s Agrárias e Veterinárias UNESP,
mpus de Jaboticabal em Janeiro de
2005. Em março de 2005 iniciou o curso de mestrado em Medicina Veterinária no
Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária na Universidade Estadual
Paulist
a, Câmpus de Jaboticabal.
4
“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o
melhor fosse feito ... Não somos o que deveríamos ser, não somos o que
iremos ser,
mas Graças a Deus
não
somos o que éramos”
Martin Luther King
5
Aos meus queridos pais
ETHOCLES & ELZA
Presentes nos caminhos escolhidos em minha vida sempre com muita dedicação,
esforço e principalmente amor
Aos meus irmãos
e cunhada
CLAYTON
,
CHISTIANE, EVERTON & ANA
E min
ha sobrinha
CAROLINA
Que apesar da separação por Km de distância sempre permaneceram em meu
pensamento
A minha família japonesa
SR. TOSSAO, D. JULIA, FRANCO, RAFA, SANDRO, MICHELE, SOFIA E THEO
A DEUS & NOSSA SENHORA APARECIDA
Que sempre me protegem
, amparam e guiam nos caminhos percorridos
nesta vida
DEDICO
6
A minha noiva
FERNANDA MICHELE SATAKE
Companheira, amiga, meu porto seguro, presente em todos os momentos de
minha vida
OFEREÇO
7
AGRADECIMENTO ESPECIAL
A
Pro
fa
. Dr
a.
ISABEL CRISTINA BOLELI
Meu sincero agradecimento e reconhecimento pela orienta
ção, confiança em mim
depositada
e amizade durante esses anos de convívio
8
AGRADECIMENTOS
A Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual
Paulista, Campus de Jaboticabal, especialmente aos Departamentos de
Patologia
Veterinária e
Morfologia e
Fisiologia Animal
.
Ao Prof. Dr. Ângelo Berchieri Júnior, pela orientação, incentivo e seriedade
no desenvolvi
mento deste trabalho.
As Profas. Dras. Julieta Rodini Engracia de Moraes, Ângela Cleusa de
Fátima Banzatto de Carvalho, Silvana Martinez Baraldi Artoni e a Dra. Nilce Maria
Soares Queiroz Gama pelas correções e sugestões propostas durante a
qualificação
e defesa
deste trabalho.
Ao Prof. Dr.
Alberto Cargnelutti Filho
pela auxílio nas análise
s
estatísticas.
Aos funcionários D. Cida, Sr. Antônio (laboratório de Ornitopatologia), Sr.
Orandi (laboratório de Histologia), Claudinha e Carlos (laboratório de microscopia
eletrônica) pela colaboração na execução
das an
álises.
Aos colegas da graduação e da p
ós
-
graduação
, Fernanda Satake,
Aline
Mesquita, Alberto Inoue, Dayane Pires, Estela Pereira, Eliane Nakagi
,
Jacqueline
Paiva
,
Oliveiro Caetano
,
Rafael Penha Filho, Rafael Ricardi e Viviane Morita pela
ajuda nos experimentos e pela convivência
.
A Prof. Dra. Maria
Imaculada
Fonseca, pela amizade, atenção e
responsabilidade n
a minha formação acadêmica.
A Empresa
Frango Sertanejo pela
as aves.
9
A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (
FAPESP
)
,
pelo apoio financeiro em forma de Bolsa de Estudos e Reserva Técnica (Processo
04/12
020
-
7)
.
Ao Ensino Público Brasileiro.
A todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram com a realização
deste trabalho, e que por minha falha, não estão aqui citados, o meu profundo
agradecimento.
OBRIGADO
10
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
E REVISÃO DE LITERATURA
.......
1
INTRODUÇÃO
.....................................................................................................
1
Histórico e caracterização do gênero Salmonella
................................................
2
Salmoneloses
aviárias
.........................................................................................
4
Saúde Pública
......................................................................................................
6
Exclusão competitiva
...........................................................................................
7
Hematologia aviária
.............................................................................................
8
Manutenção, desenvolvimento e r
enovaçã
o da mucosa intestinal
....................
11
OBJETIVOS
.......................................................................................................
13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
...................................................................
14
CAPÍTULO 2 - AVALIAÇÃO HEMATOLÓGICA DE PINTOS DE CORTE DE
AMBOS OS SEXOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO POR EXCLUSÃO
COMPETITIVA ANTES E APÓS INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS
..............................................................................
21
INTRODUÇÃO
...................................................................................................
23
MATERIAL E MÉTODOS
...................................................................................
25
RESULTADOS E DISCUSSÃO
.........................................................................
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
...................................................................
54
CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DA MUCOSA INTESTINAL DE
PINTOS DE CORTE DE AMBOS OS SEXOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO
POR EXCLUSÃO COMPETITIVA ANTES E APÓS INFECÇÃO EXPERIMENTAL
POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS
......................................................................
57
INTRODUÇÃO
...................................................................................................
59
MATERIAL E MÉTODOS
...................................................................................
61
RESULTADOS
...................................................................................................
66
DISCUSSÃO
......................................................................................................
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
...................................................................
84
11
CAPÍTULO 4 - AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA MUCOSA
INTESTINAL DE PINTOS DE CORTE DE AMBOS OS SEXOS SUBMETIDOS
AO TRATAMENTO POR EXCLUSÃO COMPETITIVA ANTES E APÓS
INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS
.....................
87
INTRODUÇÃO
...................................................................................................
89
MATERIAL E MÉTODOS
...................................................................................
91
RESULTADOS E DISCUSSÃO
.........................................................................
95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
................................................................
.
119
ÍNDICE DE TABELAS
CAPÍTULO 2
Tabela 1. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o número (Log
10
) de UFC de
Salmonella
Enteritidis (SE) por grama de conteúdo cecal, em pintos de corte, nos
primeiros dias pós
-
infecção (1, 3 , 5 e 7 dias)....................................................... 30
Tabela 2.
Interação
entre
os sexos e tratamentos sobre o número (Log
10
) de UFC
de
Salmonella
Enteritidis (SE) por grama de conteúdo cecal, em pintos de corte,
nos primeiros dias pós
-
infecção (1, 3 , 5 e 7 dias)................................................ 31
Tabela 3. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o peso corporal (g) e do fígado
(g) de pintos de corte, nos primeiros dias pós
-
infecção (1, 3, 5 e 7 dias)............. 33
Tabela 4. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o peso da bursa de Fabrício (g)
e glicemia (mg/
dL) em pintos de corte, nos primeiros dias pós
-
infecção (1, 3 , 5 e 7
dias)....................................................................................................................... 36
12
Tabela 5.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o número de erit
rócitos (RBC) em
10
6
L. e a hemoglobina (HGB) em g/dL, em pintos de corte, nos primeiros dias
pós
-
infecção (1, 3, 5 e 7 dias)................................................................................ 39
Tabela 6. Efeitos dos sexos e sobre o hematócrito (HCT) em % e o volume
corpuscular médio (VCM) em µm
3
, em pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção (1, 3, 5 e 7 dias)....................................................................................... 40
Tabela 7.
Interação
entre
os sexos e tratamentos sobre o número de eritrócitos
(RBC) em 10
6
L e a hemoglobina (HGB) em g/dL, em pintos de corte, nos
primeiros dias pós
-
infecção (1, 3 , 5 e 7 dias)....................................................... 41
Tabela 8. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre a hemoglobina corpuscular
média (HCM) em pg e a concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
em g/dL, em pintos de corte, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3 , 5 e 7
dias)...........................................................
............................................................ 43
Tabela 9. Efeitos do sexo e tratamentos sobre a contagem total de leucócitos
(LEU, 10
3
/ L) e o percentual de linfócitos, em pintos de corte, nos primeiros dias
pós
-
infecção (1, 3 , 5 e 7 dia
s)............................................................................... 45
Tabela 10. Efeitos do sexo e tratamentos sobre o percentual de heterófilos e de
basófilos, em pintos de corte, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3 , 5 e 7
dias)......
................................................................................................................. 48
Tabela 11. Interação entre sexos e tratamentos sobre a contagem total de
leucócitos (LEU) em 10
3
/ L e os percentuais de linfócitos e heterófilo, em pintos
de corte, nos primeiros dias pós
-
infecção (DPI) (1, 3 , 5 e 7 dias)........................ 49
Tabela 12. Efeitos dos sexos e tratamentos nos quatro dias pós-infecção (1, 3 , 5
e 7 dias) sobre o percentual de eosinófilos e monócitos....
................................... 53
13
CAPÍTULO 3
Tabela 1. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o a porcentagem de vilos
normais da mucosa do duodeno, jejuno e íleo em pintos de corte, nos primeiros
dias pós
-
infecção (1, 3, 5 e 7 dias)..................
...................................................... 68
Tabela 2. Interação entre sexos e tratamentos para o número de vilos por área e
porcentagem de vilos normais da mucosa do duodeno, em pintos de corte, nos
primeiros dias pós
-
infecção...............
.................................................................... 69
Tabela 3.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004), no duodeno de pintos de
corte, machos, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias), de acordo com
os
tratamentos (NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com
SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com SE)....................... 72
Tabela 4.
Porcentagens de vi
los, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no duodeno de pintos de
corte, fêmeas, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias), de acordo com
os
tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção
com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com SE)............... 73
Tabela 5. Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1,
2, 3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no jejuno de pintos de
corte, machos, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias), de acordo com
os
tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção
com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com SE)....
........... 75
Tabela 6.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no duodeno de pintos de
corte, fêmeas, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias), de acordo com
14
o
s
tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção
com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com SE)............... 76
Tabela 7.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no íleo de pintos de corte,
machos, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias), de acordo com os
tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com
SE e tratado com EC, EC
I: tratado com EC e infectado com SE)....................... 78
Tabela 8.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no duodeno de pintos de
corte, fêmeas, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias), de acordo com
os
tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção
com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com SE)............... 79
CAPÍTULO 4
Tabela 1. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o número de vilos por área da
mucosa do duodeno, jejuno e íleo em pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção (1, 3, 5 e 7 dias)....................................................................................... 98
Tabela 2. Interação entre sexos e tratamentos para o número de vilos por área da
mucosa do duodeno e íleo, em pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção...........................................................................................................
....... 99
Tabela 3.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre altura de vilo (
m) e profundidade
de cripta ( m) do epitélio do duodeno de pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção (1, 3 , 5 e 7 dias)....................................................
................................ 116
15
Tabela 4. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre altura de vilo ( m) e
profundidadede cripta ( m) do epitélio do jejuno de pintos de corte, nos primeiros
dias pós
-infecção (1, 3 , 5 e 7 dias)............................
......................................... 117
Tabela 5.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre altura de vilo (
m) e profundidade
de cripta ( m) do epitélio do íleo de pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção (1, 3 , 5 e 7 dias)....................
................................................................ 118
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 3
Figura 1. A F: Graus de perda de epitélio em vilos intestinais de pintos. A: graus
0 e 1, B: grau 2, C: grau 3, D: grau 4, E: grau 5 e F: grau 6. Barras: A, C, D e F =
50
m; B = 10
m; F = 100
m (GOMIDE JÚNIOR
et al
., 2004)...............................64
CAPÍTULO 4
Figura 1.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE,
C: Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e
infectado com SE, E: Fêmea o infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE,
G: Fêmea infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e
infectada com SE.
...............................................................................................
100
Figura 2.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE,
C: Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e
infectado com SE, E: Fêmea o infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE,
G: Fêmea infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e
infectada com SE.
...............................................................................................
101
16
Figura 3.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no
dia pós-
infecção;
A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE,
C: Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e
infectado com SE, E: Fêmea o infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE,
G: Fêmea infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e
infectada com SE.
...............................................................................................
102
Figura 4.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE,
C: Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e
infectado com SE, E: Fêmea o infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE,
G: Fêmea infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e
infectada com SE.
...............................................................................................
103
Figura 5:
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestin
ais do jejuno no 1º
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infe
ctada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE.
.......................................................................................................................
104
Figura 6.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no 3º
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infect
ado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE.
.......................................................................................................................
105
Figura 7. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE,
C: Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e
17
infectado com SE, E: Fêmea o infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE,
G: Fêmea infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e
infectada com SE
................................................................................................
106
Figura 8.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no 7º
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE
........................................................................................................................
1
07
Figura 9. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE
........................................................................................................................
108
Figura 10. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE.
.......................................................................................................................
109
Figura 11. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho trata
do com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE.
.......................................................................................................................
110
18
Figura 12. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo no
dia pós-infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C:
Macho infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado
com SE, E: Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea
infectada com SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com
SE.
.......................................................................................................................
111
19
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DO INTESTINO E HEMATOLÓGICA DE AVES
DE CORTE (GALLUS GALLUS DOMESTICUS) INFECTADOS
EXPERIMENTALMENTE POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS E SUBMETIDOS
AO TRATAMENTO POR EXCLUSÃO COMPETITIVA
RESUMO
O experimento foi realizado com o objetivo de avaliar os pesos
corporal (PC), do fígado (PF) e da bursa de Fabrício (PB), o perfil hematológico
(eritrograma, leucograma e glicemia), a
integridade
e o desenvolvimento da
mucosa
intestinal de pintos de corte de submetidos ao tratamento por exclusão
competitiva (EC) antes e após infecção experimental por
Salmonella
Enteritidis
(SE). Foram utilizados 128 pintos, distribuídos num delineamento ao acaso com
esquema
fatorial 2 x 4 [2 sexos e 4 tratamentos (NI: não infectados com SE; I
:
infectados com SE; IEC: infectados com SE e tratados com EC 24 h após
infecção; ECI: tratados com EC e infectados com SE 24 h após tratamento)]. Os
animais foram sacrificados com 1, 3, 5 e 7 dias pós-infecção (dpi) para obtenção
do conteúdo cecal (microbiológico), fígado, bursa de Fabrício e fragmentos do
intestino delgado. Os dados demonstram que o uso de EC após infecção não evita
a colonização cecal por SE, mas que a mesma é evitada quando a EC é realizada
antes da infecção. A partir do dpi as aves infectadas apresentaram os menores
valores de PC e PB, e não se evidenciou diferenças na glicemia e no PF. As
alterações do eritrograma ficaram restritas aos três primeiros dpi e os resu
ltados
do leucograma mostraram uma resposta sexo-específica frente à infecção por SE.
Em relação à integridade, o presente trabalho mostrou que os vilos do intestino
delgado dos pintos de corte apresentam um grande processo de renovação celular
ao final da primeira semana de vida e que EC acelera este processo.
O
desenvolvimento intestinal variou de acordo com o segmento, o sexo, o tratamento
e a idade analisada
.
Palavras
-
Chave:
Salmonella
Enteritidis, exclusão competitiva, hematologia,
integridade, desenv
olvimento, intestino
, aves
.
20
MORPHOLOGIC INTESTINE EVALUATION AND HEMATOLOGY OF
BROILERS CHICKENS (GALLUS GALLUS DOMESTICUS) EXPERIMENTALLY
INFECTED WITH
SALMONELLA
ENTERITIDIS AND SUBMITTED TO
COMPETITIVE EXCLUSION TREATMENT
SUMMARY
- The present experiment was carried out with the objective to
evaluate the weights corporal (WC), of the liver (WF) and bursa of Fabrício (WB),
the hematology profile (erytrogram, leucogram and
glycemia
), the integrity and the
development of the intestinal mucosa by young chickens submitted to competitive
exclusion treatment (CE) before and after experimental infection with
Salmonella
Enteritidis (SE). 128 young chickens, distributed in completely randomized design
in 4 x 2 factorial arrangement [had been used 2 sex and 4 treatments (NI: not
infection with SE - Control; I: infection with SE; ICE: infection with SE and treated
with CE 24 h after infection; CEI: treated with CE and infection with SE 24 h after
treatment)]. The animals had been sacrificed with 1, 3, 5 and 7 days post infection
(dpi) for attainment of the cecal content (microbiological), liver, bursa of Fabrício
and fragments of the thin intestine. The data demonstrate that the CE use after
infection does not prevent the cecal settling for SE, but that the same one is
prevented when the CE is carried through before the infection. From dpi the
infections birds had presented the lesser values of WC and WB, and it did not
prove differences in the glycemia and the WF. The alterations of the erytrogram
had been restric
ted to three first dpi, and the results of the leucogram had shown to
a sex-specific reply front to the infection for SE. In relation to the integrity, the
present work showed that the vilos of the thin intestine of young chickens present a
great process of cellular renewal to the end of the first week of life and that CE
speeds up this process. The intestinal development in accordance with varied the
segment, the sex, the treatment and the analyzed age.
Key
-
words:
Salmonella
Enteritidis, competitive exclusion, hematology, integrity,
development, intestine
, chickens
.
21
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES GERAIS
INTRODUÇÃO
E REVISÃO DE LITERATURA
O desenvolvimento da avicultura brasileira moderna foi possível graças a
um conjunto de fatores, dentre eles, uma nutrição balanceada, seleção genética
de linhagens e da utilização de
rigorosos programas sanitários em granjas.
Todavia, no que diz respeito à sanidade, o retardamento da aquisição da
microflora intestinal normal, provocado pelo rigoroso programa sanitário, tornou
os
pintos mais susceptíveis a enfermidades entéricas. As infecções por salmonelas
são um dos maiores entraves econômicos, pois afetam o bem estar animal e o
nível de produção acarretando anualmente grandes prejuízos à indústria avícola.
Segundo MACARI & MAIORKA (2000), as técnicas de manejo para a
melhoria do desempenho do frango estão na dependência do entendimento do
funcionamento dos sistemas orgânicos, pois, através da manutenção da
homeostase, o custo energético de mantença pode ser reduzido e aumentar a
produção. Neste contexto, a avaliação dos parâmetros hematológicos das aves se
faz
necessária para melhor caracterização da resposta da ave ao processo
infeccioso, representando uma ferramenta importante e auxiliar de diagnóstico na
medicina veterinária como o é na medicina humana. No entanto, análises de
s
angue têm sido uma prática pouco freqüente em aves (STOSKOPF
et al
., 1983).
As enfermidades entéricas têm sido controladas pelo uso de anti-
microbianos como coccidiostáticos, os promotores de crescimento anti-
microbianos e medicamentos específicos. Todavia, a crescente preocupação dos
consumidores com a possível transmissão da resistência antibiótica a patógenos
causadores de doenças humana tem levado a Comunidade Européia a proibir
o
uso da maioria dos promotores de crescimento anti-microbianos e restringir o uso
de medic
amentos.
Sendo assim, se faz necessário o desenvolvimento de
produtos
ou formas de controle
al
ternativo que possam prevenir de forma eficaz as
enfermidades entéricas ou minimizar os efeitos adversos das mesmas sobre o
bem estar animal e so
bre a produção.
22
Uma das medidas importantes a serem tomadas, principalmente no que se
refere às salmonelas, é manter a integridade do trato gastrintestinal das aves.
Vários métodos têm sido testados a fim de combater ou controlar a colonização do
trato intestinal por salmonelas. Um deles, e que vem mostrando-se eficaz durante
anos, é o método da Exclusão Competitiva (EC) ou Conceito de "Nurmi". Ele
consiste na administração
oral
de microbiota intestinal de aves adultas em aves
recém eclodidas, com o objetivo de acelerar a colonização intestinal por
microrganismos benéficos, evitando a infecção por bactérias indesejáveis (NURMI
& RANTALA, 1973).
Segundo SPENCER & GARCIA (1995), em aves de exploração comercial,
a microbiota normal é adquirida durante as primeiras 6 semanas de vida e a
proteção das aves jovens contra a colonização por salmonelas parece ser
resultado direto da colonização do e
pitélio intestinal por uma microbiota
bacteriana
protetora. De acordo com OLIVEIRA et al. (2000), o tratamento com micro
biota
intestinal de aves adultas mostrou-se eficiente no controle da transmissão por
contato do paratifo aviário em pintos. Dado similar também foi observado por
STERZO
et al. (2005), os quais, utilizando uma suspensão de cultura fecal de
aves adultas, registraram inibição da colonização do trato gastrintestinal de pintos
de um dia por
Salmonella
Enteritidis
Histórico e caracterização do gênero
Salmonella
As primeiras bactérias do gênero
Salmonella
foram identificadas em fins do
século passado.
Salmonella
typhy, a primeira a ser reconhecida como patógeno,
foi encontrada em baço e linfonodos de seres humanos em 1880, porém seu
isolamento e descrição morfológica só foram feitos por Gaffky, em 1884 (CORRÊA
& CORRÊA, 1992).
Em 1885, Salmon e Smith isolaram um bacilo de suínos doentes, ao qual
denominaram
Bacterium suipestifer, considerando-o erroneamente o agente da
peste suína. Esta bactéria foi denominada posteriormente Salmonella cholerasuis
.
23
Em 1888, houve registro de Salmonella enteritidis por Gaetner e em 1892 Loefer
isolou a
S. typhimurium
(CORRÊA & CORRÊA, 1992).
Em 1889, na Inglaterra, Klein identificou o tifo aviário em aves adultas,
demonstrando sua etiologia bacteriana. Rettger, em 1899, descreveu a pulorose,
diferenciando
-a da enfermidade anterior. Jones, em 1913, aplicou a prova de
aglutinação para identificação de portadores de Salmonella pullorum (CORRÊA &
CORRÊA, 1992).
No início do século XX, a caracterização das bactérias deste nero ainda
era confusa.
A partir de 1925, com a utilização de métodos sorológicos, iniciaram-se os
esclarecimentos sobre a classificação do gênero
Salmonella
, criada por Lignières
em 1900 em homenagem a Salmon. Foram incluídos no gênero,
Salmonella
typhimurium
denominada por Loeffler (1892), Salmonella paratyphi por
Sc
hottimuller (1899). Posteriormente foram sendo descritos vários sorotipos de
Salmonella
, classificados de acordo com a terminologia de White (1929), atingindo
aproximadamente 900 sorotipos (CORRÊA & CORRÊA, 1992).
Na classificação apresentada pelo Manual Bergey, todos os sorotipos de
Salmonella
pertencem a duas espécies: Salmonella bongori, que contém menos
de 10 sorotipos extremamente raros, e Salmonella cholerasuis, com 2500
sorotipos que dividem-se fenotípica e genotipicamente em seis subespécies
(HOLT
et al.,
1994; GAST, 1997).
Atualmente
POPOFF
et al. (1996) apresentaram uma proposta de
reclassificação do gênero
Salmonella
, que passaria a apresentar duas espécies:
Salmonella enterica com seis subespécies (
enterica
,
salamae
,
arizonae
,
houtenae
e
indica
)
e
Salmonella bongori. Assim a designação de Salmonella typhimurium
passaria a ser Salmonella enterica subespécie
enterica
sorotipo Typhimurium ou
de forma simplificada
Salmonella
Typhimurium.
As salmonelas são microorganismos pertencentes à família
Entero
bacteriaceae
. A taxonomia do gênero por muito tempo permaneceu
confusa, onde os conceitos sorotipo e espécie confundiam-se. Por definição, os
organismos do gênero
Salmonella
são bastonetes curtos (0,7 - 1,5µ/ 2,0 - 5,0µ),
24
gram
-negativos, móveis com flagelos petríquios, sendo alguns imóveis. o
aeróbios e facultativamente anaeróbios, catalase positiva, oxidase negativa,
fermentam açúcares com produção de gás, são produtores
d
e H
2
S. As salmonelas
possuem uma complexa constituição antigênica (antígeno somático "O", flagelar
"H", capsular "K") (HOLT
et al
., 1994; GAST, 1997).
A maior parte das culturas de
Salmonel
la
sp
crescem em meio contendo
citrato. Em meios comuns com nutrientes podem ser confundidos com coliformes.
A detecção deve ser feita através da sua pesquisa em órgãos de eleição
,
como o fígado, baço e ceco. As amostras podem ser plaqueadas diretamente em
meios sólidos, seletivos para enterobactérias ou passar por processo de
enriquecimento em caldos seletivos (Selenito, Tetrationato, Rappaport-
Vass
iliadis) (HOLT
et al.,
1994; GAST, 1997).
As salmonelas são mortas pelo calor, 55º por 1 hora ou 60º durante 15 a 20
minutos. A resistência a antibióticos começou a ser observada em 1958 por
HUEY
& EDWARDS, que estudaram amostras de
Salmonella
resistentes as tetraciclinas.
Logo após, em 1962, cepas de Salmonella typhimurium mostraram-se resistentes
a ampicilina, estreptomicina e sulfonamidas (HOLT
et al
., 1994; GAST, 1997).
Sa
lmoneloses aviárias
As salmoneloses aviárias são enfermidades provocadas por bactérias do
gênero
Salmonella
, pertencentes da família
Enterobacteriaceae
. Essas bactérias
infectam as aves e podem causar três enfermidades distintas: a pulorose, cujo
agente é
Salmonella
Pullorum; o tifo aviário, causado pela
Salmonella
Gallinarum;
e o paratifo aviário, causado por salmonelas não espécie específicas.
(BERCHIERI JR. 2000).
São conhecidos mais de 2500 sorotipos de Salmonella, contudo cerca de
80 a 90 são os mais comuns em casos de infecções em seres humanos e em
animais. Dentre as salmonelas paratíficas, as mais comuns são:
Salmonella
Typhimurium,
Salmonella
Enteritidis,
Salmonella
Hadar,
Salmonella
Heidelberg,
25
Salmonella
Montevideo,
Salmonella
Senftenberg e
Salmonella
SaintPaul
(BERCHIERI JR., 2000).
Em relação à saúde animal, para que haja o aparecimento da salmonelose
aviária é necessária integração de alguns fatores, que envolvem tanto o lado do
hospedeiro quanto do agente infectante. As salmonelas paratíficas podem causar
doença em aves, nos primeiros dias de vida e o quadro é passível de confusão
com a pulorose.
O mecanismo de patogenicidade de
Salmonella
tem sido associado ao
lipopolissacarídeo de membrana (LPS). O LPS é o responsável pela interação
com os macrófagos, sensibilidade ao complemento, pelo decréscimo da
susceptibilidade
aos peptídeos catiônicos e apresenta ação endotóxica, ou seja,
provoca reações tóxicas no hospedeiro (COOPER, 1994).
A presença do plasmídeo contribui para aumentar o período de
sobrevivência da bactéria no Sistema Retículo Endotelial do hospedeiro. Tem
ainda sido atribuído aos membros do gênero
Salmonella
dois outros fatores de
virulência, que seriam uma toxina termolábil similar à toxina do Vibrio cholerae e
uma citotoxina localizada na membrana celular da bactéria (COOPER, 1994).
Os sinais da doença nas aves são mortalidade no período final da
incubação, onfalite, desuniformidade do lote e diarréia. Em aves adultas,
raramente se observam os sinais clínicos, mas pode haver queda na produção
devido a alterações de ovário e de oviduto, que se apresentam atrofiados ou com
folículos irregulares, hemorrágicos e necróticos (BLAXLAND et al., 1982; GAST,
1994; BERCHIERI JR., 2000).
A severidade da enfermidade depende da virulência da cepa, estado geral
da ave, condições de estresse e utilização de medicamentos. Usualmente, as
aves jovens são mais susceptíveis às enfermidades paratíficas, onde a
mortalidade e morbidade ocorrem durante as duas primeiras semanas de vida,
portanto podendo ocasionar retardo no crescimento (MEAD & IMPEY, 1987;
HINTON JR.
et al.
, 1990; GAST, 1997).
26
A transmissão vertical ocorre quando o ovo de uma galinha infectada,
contamina
-se ao longo do aparelho reprodutor ou da cloaca, neste último caso por
contato com as fezes.
Ovos infectados incubados são responsáveis por decréscimo na curva de
nascimento de pintos, provocam o paratifo aviário entre as aves recém eclodidas
disseminado, a partir daí, a bactéria entre as aves da granja (GAST, 1997;
BERCHIERI JR., 2000).
Saúde Pública
O paratifo aviário é causado por salmonelas paratifícas, que podem infectar
vários tipos de hospedeiros. Pesquisas em países industrializados (Inglaterra,
Estados Unidos da América e Canadá) têm mostrado uma maior ocorrência de
Salmonella
Enteritidis nos últimos anos (GAST & BEARD, 1990; BARROW, 1993).
Estas
pesquisas corroboram as de TAUNAY et al. (1996), que observaram que a
partir da década de noventa, no Brasil, a
Salmonella
Enteritidis passou a ser o
sorotipo mais identificado nos casos de toxinfecção alimentar em seres humanos,
sendo que antes a
Salmonel
la
Typhimurium era a que mais prevalecia nos
estudos relacionados aos produtos de origem animal destinados ao consumo
humano.
Estudos realizados na Escócia e nos Estados Unidos da América, em
meados da década de 70 e 80, mostraram, respectivamente, que 84 e 51% dos
casos de toxinfecção alimentar em humanos era devido a bactérias do gênero
Salmonella
(GAST 1997).
Em relação à saúde pública, registros de aquisição de
Salmonella
via
alimentar em seres humanos desde o século XIX, quando a contaminação ocorr
eu
pela ingestão de carne bovina contaminada (BARROW, 1993).
Segundo GAST (1994), a salmonela como um problema de saúde pública,
está muito associado à ingestão de carnes de aves contaminadas ou
indevidamente preparadas e ao consumo de ovos crus, também c
ontaminados.
Entre 1985 a 1991, nos Estados Unidos da América, 82% dos sorotipos de
27
Salmonella
Enteritidis isolados de alimentos estavam relacionados a ovos para
consumo (GAST, 1997).
Segundo ROBERTS & SOCKETT (1994), o impacto econômico causado
pela
Salmo
nella
Enteritidis não atinge somente a indústria avícola, mas também a
economia dos países. Em 1993, nos Estados Unidos, estima-se que foram gastos
cerca de 3,5 milhões de dólares decorrentes de gastos médicos. Esses fatores
tornam necessárias e urgentes a realização de investimentos em biossegurança e
programas de controle da doença (GAST, 1997).
Exclusão competitiva
Como já mencionado, atualmente, a indústria avícola é provida de um
sistema de higiene e desinfecção bastante eficiente, principalmente no
s
incubatórios, o que torna o ambiente onde nascem as aves praticamente estéril.
Desse modo, a colonização do trato digestório das aves demora mais tempo,
deixando
-as expostas a microrganismos indesejáveis nos primeiros dias de vida
(FOWLER & MEAD, 1989).
Em condições naturais, aves jovens obtêm sua microbiota intestinal por
contato direto com a mãe e com o meio ambiente. Segundo SAVAGE (1987) e
MILES (1993), os microrganismos que primeiro se estabelecem, na maioria dos
casos, são aqueles que colonizam e persistem durante toda a vida do animal.
Assim
, a colonização ocorre nas primeiras horas após o nascimento,
desenvolvendo
-se rapidamente e formando uma barreira de defesa, prevenindo o
estabelecimento e multiplicação das bactérias patogênicas, como as do
nero
Salmonella
(FOWLER & MEAD, 1989; OLIVEIRA
et al
., 2000).
MILES (1993) relata que a população microbiana normal do trato intestinal
age no hospedeiro como uma barreira de defesa, através da criação de um meio
ambiente nocivo aos microrganismos patogênicos. Essa população microbiana
normal, formada por microrganismos protetores, é adquirida durante as seis
primeiras semanas de vida por aves de exploração comercial.
28
A prática moderna de criação industrial favorece a transmissão vertical e
horizontal de patógenos como
Salmonella,
em plantéis avícolas (COX et al
.,1990).
Métodos alternativos como o da exclusão competitiva vem sendo investigado
visando prevenir as infecções por Salmonelas paratíficas (NURMI
et al
.,1992).
A exclusão competitiva (EC) ou conceito de Nurmi consiste na
administração de microbiota intestinal de aves adultas em aves recém eclodidas
no intuito de acelerar a colonização intestinal por microrganismos benéficos,
excluindo aqueles indesejáveis (NURMI & RANTALA, 1973). O mecanismo de
exc
lusão competitiva ainda não está elucidado, mas sabe-se que a proteção das
aves por meio de EC é efetiva contra uma série de sorotipos de
Salmonella
,
incluindo aqueles que podem causar mortalidade em aves muito jovens e também
toxinfecção alimentar em sere
s humanos (LLOYD
et al
., 1997).
CORRIER
et al. (1994) e RAMBOUSEK et al. (1995) relataram a eficiência
da EC para impedir a colonização intestinal de pintos por Salmonelas paratíficas,
entre as quais a
Salmonella
Enteritidis.
Na Suécia, em 1981, o uso do método de exclusão competitiva em aves foi
adotado como parte do programa nacional de controle de
Salmonella
. WIERUP
et
al
. (1992), observaram em vários anos de estudos, feitos a campo, que menos de
1% dos frangos, depois do abate,
apresentaram
Salmonell
a, após a adoção da
EC.
Hematologia aviária
Paralelamente ao crescimento da atividade avícola, ocorreu grande
desenvolvimento dos métodos de diagnósticos e de profilaxia das doenças
aviárias. Entretanto, aspectos básicos relacionados à fisiologia e aval
iações clínico
laboratoriais foram pouco estudados. Em diversas enfermidades avícolas,
observam- se alterações nos parâmetros hematológicos (KOHAYAGANA et. al.
,
2001). Dessa forma, o emprego da hematologia e da química sanguínea é
representativo para estabelecer um diagnóstico definitivo, permitindo orientar e
29
aprofundar a natureza de diversas situações fisiopatológicas que afetam as aves
(CHARLES NORIEGA, 2000).
O sistema imunológico das aves opera de acordo com os mesmos
princípios do sistema imunológico dos mamíferos (SHARMA, 1984). Os
monócitos, macrófagos, heterófilos e linfócitos constituem os componentes
celulares das respostas imunológicas nas aves (ELSBACH, 1980; POWELL, 1987;
MORGULIS, 2002).
Nas aves, os trombócitos são células bastante importantes na resistência
imunológica inespecífica, que estão circulando em grande número no sangue
(GRECCHI
et al., 1980; MORGULIS, 2002). Eles possuem função semelhante à
das plaquetas nos mamíferos no processo da coagulação sanguínea, mas sua
principal característica é que são células altamente fagocíticas (CAMPBELL &
DEIN, 1984; CHARLES NORIEGA, 2000), apresentam capacidade de aderir e de
fagocitar inúmeras partículas estranhas (GRECCHI et al., 1980). A capacidade
fagocitária dos trombócitos depende da idade das aves, é de 2 a 3 vezes mais
rápida que no caso dos heterófilos e dos monócitos, podendo fagocitar 1,7 vezes
mais bactérias que estas células (CHARLES NORIEGA, 2000).
O hemograma consta de uma série de provas que possibilitam detectar
anormalidades
que se apresentam em certos fenômenos fisiopatológicos
importantes nos animais e nos homens e que se refletem no sangue (CHARLES
NORIEGA, 2000).
O hematócrito permite avaliar a parte globular em uma amostra de sangue.
Baixo índice de hematócrito pode ser observado em doenças agudas ou crônicas,
septicemias e doenças hemorrágicas (CAMPBELL & DEIN, 1984). Os valores
normais do hematócrito nas aves variam de acordo com a idade (CHARLES
NORIEGA, 2000).
As proteínas plasmáticas do sangue são formadas por albumina, globulinas
alfa, beta, gama e fibrinogênio e a maioria destas são sintetizadas no fígado.
Estas
equivalem a 20% do sangue, são nutrientes essenciais para a vida, entre
suas funções estão a de manter a pressão osmótica, serem reguladoras do
mecanismo
ácido-base do sangue, serem transportadoras de hormônios e
30
formarem parte importante das enzimas e imunoglobulinas. A quantificação é
utilizada
para detectar processos inflamatórios graves (CHARLES NORIEGA,
2000).
Os caminhos iniciais da coagulação sanguínea nas aves e mamíferos
diferem
-se consideravelmente (STURKIE, 1976; HODGES, 1977). Sendo a
coagulação sanguínea (CHARLES NORIEGA, 2000) e a maturação das hemácias
é muito mais rápida nas aves (STURKIE, 1976).
A hemoglobina, intervém no transporte de CO
2
desde os tecidos até os
alvéolos pulmonares, mantendo desta maneira o pH do sangue e a entrada de
oxigênio nas células. A concentração da hemoglobina é importante para
determinar a capacidade de oxigenação tissular que prevalece nos seres vivos
(CHARLES
NORIE
GA, 2000) e também para classificar um processo anêmico
(STURKIE , 1976).
Os índices de Wintrobe (WINTROBE, 1933): hemoglobina corpuscular
média (HCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e volume
corpuscular médio (VCM) detectam a
presença de anemia e avaliam a capacidade
que a medula óssea tem de produzir hemácias de tamanho e capacidade
metabólica normais, assim como o conteúdo de hemoglobina.
O tempo de vida das hemácias varia e
ntre as espécies de aves domésticas.
Nas galinhas
,
ele
é em torno de 28 a 35 dias (STURKIE, 1976) e nos mamíferos é
de 120. A curta vida das hemácias nas aves atribuiu-se a seu elevado
metabolismo e a temperatura corporal de 41º C. Nas aves, as hemácias são ovais
e nucleadas, medem 7,7 micra de largura e 8,1 a 10 micra de comprimento. A
contagem total de hemácias permite realizar uma análise mais pormenorizada
com presença ou ausência de anemia ou hemoconcentração (CHARLES
NORIEGA, 2000). A anemia nas aves pode ser causada por hemorragia,
destruição das hemácias ou diminuição na sua produção. Certas infecções
bacterianas como as salmoneloses, podem causar anemia provocada pela
destruição de hemácias (CAMPBELL & DEIN, 1984).
O número de hemácias varia entre as diferentes espécies aviárias, idade,
sexo, influências hormonais e meio ambiente (HODGES, 1977). CHARLES
31
NORIEGA (2000) relata que a contagem total de leucócitos é necessária para
poder interpretar com maior certeza a natureza de uma infecção viral ou
bacteriana quando se associa com a interpretação da contagem diferencial de
leucócitos ou também avalia o estado geral de um animal.
A contagem diferencial de leucócitos é de extrema importância para o
diagnóstico de doença no homem e também para doenças aviárias (ANDERSON
& STEPHENS, 1970), pois estabelece a percentagem e a quantidade de cada tipo
de leucócito que se encontra em uma determinada circunstância ou enfermidade
na ave. Em conjunto com a contagem total de leucócitos é possível determinar o
diagnóstico de um modo mais preciso.
Na maioria das espécies aviárias, a porcentagem de linfócitos é maior que
qualquer outro elemento celular, compreendendo entre 40 a 70% da contagem
total, sendo os heterófilos o segundo grupo. O contrário observa-se em avestruz e
faisão,
nos quais os mais abundantes são os heterófilos (CHARLES NORIEGA,
2000).
As leucocitoses geralmente devem-se as heterofilias e suas causas mais
comuns são infecções generalizadas que podem ser devido a septicemias
causadas por salmonelas (MORGULIS, 2002).
Manutenção, desenvolvimento e
renovação da mucosa intestinal
A mucosa intestinal representa uma extensa área de exposição animal a
agentes exógenos (patogênicos ou não) e responde pelos processos de digestão,
absorção e proteção, o que torna a manutenção de sua integridade morfo-
funcional um fator importante para o controle da saúde animal e da manutenção
de um alto nível de crescimento.
A manutenção da integridade morfo-funcional da mucosa intestinal está
diretamente relacionado com o processo contínuo e dinâmico de renovação do
ep
itélio intestinal. Esse processo envolve dois eventos citológicos: proliferação e
diferenciação celular, resultantes das divisões mitóticas sofridas por células
indiferenciadas localizadas na cripta e ao logo dos vilos (UNI et al, 1998), e perda
32
de células (extrusão), que ocorre normalmente no ápice dos vilos. As células
resultantes das mitoses são impelidas para o vilo, diferenciam-se em um dos três
tipos celulares (enterócitos, células neuro-endócrinas e células caliciformes) que
formam o epitélio interno do intestino, e quando chegam ao topo do vilo (zona de
extrusão) descamam para a luz do intestino. Neste caso, segundo CUNNINGHAN
(1992), a população celular do epitélio é mantida em equilíbrio dinâmico, no qual
as células geradas nas criptas são equivalentes ao número de células perdidas na
zona de descamação.
A mucosa intestinal, entretanto, possui grande plasticidade de resposta
adaptativa
à presença quantitativa e qualitativa de alimento e de microbiota no
trato gastrintestinal, o que pode determinar uma taxa de proliferação e
diferenciação celular diferente da taxa de extrusão, promovendo alterações no
tamanho dos vilos. Assim, se ocorrer um aumento na taxa de mitose
concomitantemente com ausência, diminuição ou manutenção da taxa de
extrusão, deverá ocorrer um aumento no tamanho dos vilos e até dobramento da
parede dos mesmos. Se o estímulo levar a uma aumento na taxa de extrusão,
havendo manutenção ou diminuição da taxa de proliferação, a mucosa intestinal
deverá responder com uma redução na altura dos vilos e, conseqüentemente, com
uma diminuição em sua capacidade de digestão e absorção.
O maior ou menor desenvolvimento da mucosa intestinal é avaliado por
meio de dados morfométricos do tamanho dos vilos, da profundidade das criptas,
do número
de vil
os, altura do epitélio,
altura e número de microvilos enterocíticos e
integridade da mucosa (perda de epitélio).
No caso de injúrias à mucosa intestinal, o processo de reconstituição inicia-
se rapidamente após a lesão (5 a 30 minutos), sendo dependente da secreção de
uma espessa camada de muco sobre a área injuriada (MAIORKA et al. 2002).
Após a perda de grandes áreas na mucosa intestinal, responsável pela absorção
de nutrientes, são estimulados mecanismos moleculares de adaptação e reparo
da mucosa. O epit
élio remanescente torna
-
se hiperplásico com maior altura de vilo
e profundidade de cripta (PORUS, 1965; DOWLING, 1992).
33
OBJETIV
OS
Gerais
Avaliar o efeito do tratamento pelo método de Exclusão Competitiva (EC)
antes ou após a infecção experimental por
Salmonella
Enteritidis sobre os
parâmetros hematológicos e morfométricos da mucosa do intestino delgado de
pintos de corte, macho
s e fêmeas, durante a primeira semana de vida.
Específicos
Avaliar o efeito do tratamento pelo método de Exclusão Competitiva (EC)
antes ou após a infecção experimental por
Salmonella
Enteritidis sobre os
seguintes parâmetros:
pesos corporal, do fígado
e da bursa de Fabrício;
perfil hematológico [eritrograma: RBC (Red Blood Cells - Número de
eritrócitos), HGB (Hemoglobina), HCT (Hematócrito), VCM (Volume
corpuscular médio), HCM (Hemoglobina corpuscular média), CHCM
(Concentração de hemoglobina corpuscul
ar média); leucograma: contagem
total de leucócitos e contagem diferencial de leucócitos; e glicose
plasmática]
morfometria intestinal: altura de vilo e profundidade de cripta, densidade e
integridade dos vilos, e presença de células apoptóticas.
34
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41
CAPÍTULO 2 -
AVALIAÇÃO
HEMATOLÓGICA
DE PINTOS DE CORTE
DE
AMBOS OS SEXOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO POR EXCLUSÃO
COMPETITIVA ANTES OU APÓS INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS
Avaliação
hematológica
de pintos de corte de ambos os sexos
subme
tidos
ao tratamento
por exclusão competitiva antes ou
após infecção experimental
por
S
almonella
E
nteritidis
RESUMO
O presente experimento foi realizado com o objetivo de avaliar
os pesos corporal (PC), do fígado (PF) e da bursa de Fabrício (PB), e o pe
rfil
hematológico
(eritrograma, leucograma e glicemia) de pintos de corte
submetidos
ao tratamento por exclusão competitiva (EC) antes e após infecção experimental
por
Salmonella
Enteritidis (SE)
.
Foram utilizados 128 pintos, distribuídos num
delineamento
ao acaso com esquema fatorial 2 x 4, onde 2 é o número de sexos e
4 o número de tratamentos (NI: não infectados com SE - Controle; I: infectados
com SE; IEC: infectados com SE e tratados com EC 24 h após infecção; ECI:
tratados com EC e infectados com SE 24 h após tratamento). Os animais foram
sacrificados com 1, 3, 5 e 7 dias pós-infecção (dpi) para obtenção
do
conteúdo
cecal (
microbiológico
), fígado e bursa de Fabrício. O sangue foi obtido
anteriormente ao sacrifício, por meio de punção intracardíaca. Os
dado
s
demonstram que
o uso de EC após infecção não evita a colonização cecal por SE,
mas que a mesma é evitada quando a EC é realizada antes da infecção. A partir
do dpi as aves infectadas (I e IEC) apresentaram os menores valores de PC e
PB, entretanto não se evidenciou alterações significativas na glicemia e no PF. A
s
alterações do eritrograma ficaram restritas aos três primeiros dias pós-
infecção,
indicando que o quadro em questão é uma reação temporária. Os resultados do
leucograma mostraram a existência de resposta sexo-específica frente à infecção
por SE
.
Palavras
-
Chave:
Salmonella
Enteritidis, Exclusão C
ompetitiva, Hematologia, Aves
.
42
CHAPTER 2 HEMATOLOGY EVALUATION OF YOUNG CHICKENS
FROM
BOTH SEXES SUBMITTED TO COMPETITIVE EXCLUSION TREATMENT
BEF
ORE AND AFTER EXPERIMENTAL INFECTION WITH
SALMONELLA
ENTERITIDIS
H
ematology evaluation of young
chickens
from
both sexes
submitted to
the
treatment for competitive exclusion before and after experimental infection
for
S
almonella
E
nteritidis
SUMMARY
-
T
he
presen
t experiment was carried out
with the objective to
evaluate
corporal weight (WC),
liver
weight
(W
F) and
bursa of Fabrício
weight (WB)
, and the
hematology
profile (erytrogram, leucogram and glycemia) of young chickens
submitted to competitive exclusi
on
treatment
(CE) before and after experimental
infection
with
Salmonella
Enteritidis (SE
).
128 young chickens, distributed in
completely randomized design in 4 x 2 factorial arrangement, where 2 are the
number of sex and 4 the number of treatments (NI: not infection with SE - Control;
I: infection with SE; ICE: infection with SE and treated with
CE
24
h after infection;
CEI: treated with CE and infection with SE 24 h after treatment).The animals had
been sacrificed with 1, 3, 5 and 7 days
post
infection (d
pi)
for attainment of the
cecal content (microbiological), liver and bursa of Fabri
cio.
The blood was gotten
previously to the sacrifice, by means of intracardiac puncture
.
The data
demonstrate that the CE use after infection does not prevent the cecal settling for
SE
, but that the same one is prevented when the CE is carried out before the
infection. From dpi the
infections
birds (
treatment
I and IEC) had presented the
lesser values of WC and WB, however did not prove significant alterations in the
gly
cemia and the WF. The alterations of the erytrogram had been restricted to the
three first days after-infection, indicating that the picture in question is a temporary
reactio
n. The results of the leucogram had after shown to the existence of sex-
specific r
ep
ly front to the infection for SE
.
Key
-
words:
Salmonella
Enteritidis, Competitive E
xclusion, Hematology
, Chickens
43
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento da indústria avícola, cresceram também as
doenças que acometem as aves, como a
salmonelose
. As salmonelas pa
ratifóides
podem não causar doença clínica em aves, mas deixam-nas como portadoras,
eliminando as bactérias nas fezes por longos períodos, e contaminando assim os
aviários e abatedouros.
A suscetibilidade das aves à colonização intestinal por
Salmonella
spp
. é
maior durante os primeiros dias de vida, sendo posteriormente reduzida, na
medida em que o desenvolvimento da microbiota intestinal normal. Esta
proteção exercida pela microbiota é denominada exclusão competitiva (EC).
Define
-se EC como o conjunto de fatores exercido e/ou estimulado por bactéria
intestinal benéfica, que iniba, de alguma forma, a instalação e/ou multiplicação de
bactéria patogênica. Os fatores de inibição da EC podem ser por meio da
competição por nutrientes e sítios de ligação, estimulação do sistema imune
celular e humoral, e produção de bacteriocinas, dentre outros
(
ANDREATTI FILHO
et al.,
2000)
.
Paralelamente ao crescimento da atividade avícola, ocorreu grande
desenvolvimento dos métodos de diagnósticos e de profilaxia das doe
nças
aviárias. Entretanto, aspectos básicos relacionados à fisiologia e avaliações clínico
laboratoriais foram pouco estudados. Em diversas enfermidades avícolas,
observam- se alterações nos parâmetros hematológicos (KOHAYAGANA et. al.
,
2001). Dessa forma, o emprego da hematologia e da química sanguínea é
representativo para estabelecer um diagnóstico definitivo, permitindo orientar e
aprofundar a natureza de diversas situações fisiopatológicas que afetam as aves
(CHARLES NORIEGA, 2000).
A hematologia aviária ainda não está bem desenvolvida como a
hematologia do homem e demais mamíferos (ANDERSON & STEPHENS, 1970;
CAMPBELL & DEIN, 1984). CHARLES NORIEGA (2000) ressalta que as provas
hematológicas isoladas nem sempre dão informações suficientes para determin
ar
a natureza e severidade de um quadro clínico, por isso é importante completar o
44
diagnóstico paralelamente com exames bacteriológico, micológico, virológico,
parasitológico
ou anatomopatológico.
O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do tratamento com EC
antes ou após a infecção experimental por
Salmonella
Enterititis sobre os
parâmetros hematológicos
de pintos de corte durante a primeira semana de vida.
45
MATERIAL E MÉTODOS
Aves e Tratamentos
O presente experimento foi realizado entre os meses de junho e julho de
2006 nos Laboratórios de O
rnitopatologia
do Departamento de Patologia
Veterinária e Histologia/E
mbriologia
do Departamento de Morfologia e Fisiologia
Animal
da FCAV
UNESP
Jaboticabal.
Foram utilizados 128 pintos recém-eclodidos (64 machos e 64 fêmeas) de
linhagem de corte (Cobb
500), provenientes de matrizes com 32 semanas de
idade. Inicialmente foram realizados suabes do mecônio das caixas, para
confirmar ausência de
Salmonella
Enteritidis
. O sexo das aves foi confirmado pela
análise das gônadas, as quais estão presentes em número par nos machos e
ímpar nas fêmeas. As aves foram divididas em 2 grupos, machos e fêmeas, e
para cada sexo
separadas em 4 outros tratamentos com 4 repetições de 16 aves:
NI
: não
infectados com
Salmonella
Enteritidis (Controle);
I
: infectados com
Salmonella
Enteritidis;
IEC: infectados com
Salmonella
Enteritidis e tratados com exclusão
competitiva (EC) 24 h após infecção;
ECI
: tratados com EC e infectados com
Salmonella
Enteritidis 24 h após
tratamento
Todas as aves foram acondicionadas em caixas de madeira teladas,
previamente desinfetadas, em sala climatizada à 33
o
C. Elas foram alimentadas
com água e ração (22% PB, 2.900 Kcal EM/Kg, isenta de antimicrobianos e
anticoccidianos
) “ad libitum”. A cama composta de maravalha foi autoclavada
antes do uso.
Os pintos foram analisados quanto a parâmetros sangüíneos com 1, 3, 5 e
7 dias pós-infecção, sendo utilizados 4 pintos por grupo, um de cada repetição,
considerando
-
se cada ave uma
parcela.
Os animais foram pesados e foi coletado o sangue para a hematologia. Em
seguida as aves foram sacrificadas por meio de deslocamento cervical, e durante
46
a necropsia foi coletado e pesado o
fígado e a bursa de Fabricius,
foram efetuadas
também as coletas de conteúdo cecal, para análise microbiológica.
Bactéria, Inoculação e Contagem de Colônias
Foi utilizado um mutante espontâneo de
Salmonella
Enteritidis, resistente
ao ácido nalidíxico e a espectinomicina (SE NalSpec
), mantido pelo L
ab
oratório de
Ornitopatologia da FCAV
-
Unesp de Jaboticabal.
A cultura e o inóculo foram preparados seguindo a metodologia adotada por
OLIVEIRA
et al. (2000), como segue: a cultura foi preparada em caldo nutriente
(OXOID CM 67) e incubada sob agitação (100 m
ovimentos/minuto) a 37
C durante
24 horas. O inóculo foi preparado a partir desta cultura (1,2 x 10
9
células viáveis
por mL de cultivo), diluindo-se 1mL de cultura (1:1000) em caldo nutriente. Foi
realizada a
dministração esofágica de 100 µL
de SE NalSpec p
or
ave, utilizando
-
se
uma cânula. Para contagem de
Salmonella
seguiu o modelo empregado por
BARROW
et al. (1987), como descrito a seguir: colheu-se o conteúdo cecal, que
foi diluído a 1:10 em solução salina tamponada (PBS pH 7,4). Em seguida, 0,1mL
desta suspensão foi submetida a 5 diluições decimais seriadas (até 1:10
6
). Foi
plaqueado 0,1ml de cada uma das diluições em ágar verde brilhante contendo
ácido nalidíxico (100
g/mL
) e espectinomicina (100
g/mL
). A contagem das
colônias foi realizada após 24 horas de incubação a 37 C e os dados foram
expressos como número de unidades formadoras de colônia (UFC) por grama de
conteúdo cecal. Estes valores foram transformados em log
10
para análise e
interpretação dos resultados. Contagens (log10) inferiores a 2 UFC de SE foram
indicativas de ausência da bactéria.
Exclusão Competitiva (EC)
Foi efetuada seguindo a metodologia adotada por OLIVEIRA et al. (2000).
Uma suspensão de cultura fecal foi obtida misturando-se fezes frescas de aves
adultas saudáveis com caldo nutriente (1:10 Peso/Volume). A mistura foi mantida
em estufa a 37 C por 24 horas, para crescimento da microbiota intestinal. Em
47
seguida, 0,1 mL da parte líquida foi inoculada endoesofagicamente, de forma
similar à
descrita no item anterior.
Parâmetros Hemat
ológicos
Coleta de Sangue
O sangue foi coletado por punção intracardíaca, com auxílio de uma s
eringa
contendo anticoagulante
(EDTA acrescido de Fluoreto de Potássio).
Eritrograma e Leucograma
A determinação do hematócrito foi realizada através do método do
microhematócrito, utilizando-se tubo capilar centrifugado a 1.200g por 5 minutos,
sendo o resultado expresso em porcentagem. A concentração de hemoglobina
(g/dL) foi medida através da técnica de cianometahemoglobina. Para a contagem
de eritrócitos e leucócitos, utilizou-se uma amostra de sangue e a solução de
NATT & HERRICK (1952), em uma diluição de 1:100, realizando-se a contagem
(n/µL de sangue) em câmara de Neubauer. A partir dos dados obtidos no
hemograma, foram calculados os seguintes índices hematimétricos de Wintrobe:
hemog
lobina corpuscular média (HCM), expressa em picogramas (pg);
concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), expressa em g /dL;
volume corpuscular médio (VCM), expresso em fentolitros (fL).
Para a contagem difere
nc
ial leucocitária, preparou-
se
esfregaço sanguíneo
corado
s com Panótico Rápido L
aborClin
®
.
A contagem leucocitária foi
classificatória para linfócitos, heterófilos, eosinófilos, monócitos e basófilos,
calculando
-
se
a proporção de cada tipo em 100
células
contadas.
Concentração de Glicose
O sangue foi centrifugado e o plasma sangüíneo utilizado para a dosagem
de concentração de glicose plasmática, para a qual foi utilizado o Kit Glicose PAP,
500mL (Labtest).
Foram realizadas 2 leituras por ave.
48
Delineamen
to experimental
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) disposto
em um arranjo fatorial 2 x 4, onde 2 é o número de sexos (machos e fêmeas) e 4 o
número de tratamentos (NI: Não infectado, I: Infectado por SE, IEC: Infectado por
SE e
tratado com EC e ECI: tratado com EC e infectado por SE).
Analise estatística
Os dados referentes á microbiologia, peso corporal, peso do fígado e peso
da bursa de Fabrícius e parâmetros hematológicos foram submetidos, a cada dia
pós
-infecção, à análise de variância (ANOVA), sendo cada ave considerada como
uma parcela. A comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey com nível
de significância de 5%.
49
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Número (Log
10
) de UFC de
Salmonella
Enteritidis (SE) por grama de
conteúdo cecal (UFC de SE)
Na tabela 1 estão os dados referentes ao número (Log
10
) de UFC de
Salmonella
Enteritidis por grama de conteúdo cecal (UFC de SE).
Não houve efeito do sexo em nenhuma das idades analisadas. Todavia, o
s
efeitos dos tratamentos foram significativos (p<0,05) no 1º, 3º, e dias pós-
infecção. Nestas idades, as aves dos tratamentos NI e ECI apresentaram
contagens de UFC de SE similares entre si e significativamente inferiores (p<0,05)
aos dos tratamentos I e IEC, os quais não diferiram entre si quanto às contagens.
Estes dados mostraram
que
o tratamento com EC após a infecção (IEC) não
eliminou a bactéria do intestino dos pintos, em nenhum dos sexos, mas que a
utilização da EC antes da infecção foi eficiente na eliminação da infecção,
concordando com os achados de STERZO et al (2005), os quais também
registraram efeito inibitório da EC sobre a infecção por SE.
Os dados do presente estudo
reforçam
os dados de LEV & BRIGGS (1956),
MEAD & ADAMS (1975) e CORRIER et al. (1994), os quais comprovaram a
importância do tratamento precoce da ave, que o trato digestório das mesmas é
praticamente estéril no momento da eclosão, e a microbiota intestinal é
naturalme
nte estabelecida 48 horas após o início da alimentação. Nossos da
dos,
entretanto,
diferem dos obtidos por
ZIPRIN
et al. (1993) para aves que foram
desafiadas oralmente com
Salmonella
Typhimurium (mesmo sorogrupo da
Salmonella
Enteritidis) no dia de vida e tratadas com EC após 72 horas, pois as
mesmas apresentaram cap
acidade protetora contra este sorotipo
.
50
Tabela 1. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o número (Log
10
) de UFC de
Salmonella
Enteritidis (SE) por grama de conteúdo cecal, em pintos de
corte, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias). Jabotic
abal,
2006.
Dias pós
-
infecção
Sexo (S)
M
4,39 a 3,70 a 3,71 a 4,01 a
F
4,36 a 3,51 a 3,69 a 3,92 a
Tratamentos (T)
NI
< 2,00 b
< 2,00 b
< 2,00 b
< 2,00 b
I
6,45 a 6,34 a 5,73 a 6,11 a
IEC
7,05 a 5,08 a 5,08 a 5,74 a
ECI
< 2,0
0 b
< 2,00 b
< 2,00 b
< 2,00 b
Probabilidades
S
0,8870
ns
0,6110
ns
0,9450
ns
0,5210
ns
T
0,0000 * 0,0000 * 0,0000 * 0,0000 *
S x T
0,2290
ns
0,3050
ns
0,1450
ns
0,0000 *
C.V.
(%)
1
23,43
17,23
11,90
13,54
1
= Coeficiente de variação
;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey (
p
= 0,05). M: macho, F: f
êmea,
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
t
ratado com EC
e infectado com SE.
51
Foi registrada interação significativa (p<0,05) entre sexo e tratamento no
dia pós-infecção (Tabelas 1 e 2), mostrando que apesar do tratamento com EC
após a infecção (IEC) não ter eliminado a bactéria do intestino dos pintos,
em
nenhum dos sexos, ele promoveu um aumento do número de colônias nos
machos e uma redução da mesma nas fêmeas em relação aos pintos infectados.
Além disso, no tratamento I, os pintos machos apresentaram valores de UFC de
SE significativamente (p<0,05) inferiores aos das fêmeas, enquanto que no
tratamento IEC os machos apresentam os maiores (p<0,05) valores de UFC de
SE. Estes dados mostraram que machos e fêmeas podem responder de forma
distinta ao tratamento com EC após infecção e que este tratamento reduz a
infecção nas fêmeas.
Os pintos, de ambos os sexos, não apresentaram mortalidade até o dia
em nenhum dos tratamentos, indicando que os tratamentos não afetaram a
capacidade criatória das aves.
Tabela 2. Interação entre os sexos e tratamentos sobre o número (Log
10
) de UFC
de
Salmonella
Enteritidis (SE) por grama de conteúdo cecal, em pintos
de corte
. Jaboticabal, 2006.
Tratamentos
Sexo
NI I
IEC
ECI
M
< 2,00 Ca
5,52 Bb
6,52 Aa
< 2,00 Ca
F
< 2,00 Ca
6,70 Aa
4,90 Bb
< 2,00
Ca
A-B, a b: Médias seguidas de letras distintas (linhas e colunas, respectivamente) diferem
significativamente pelo teste de Tu
key ( p
= 0,05); M: macho, F: f
êmea NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com
SE.
52
Peso Corporal
Os dados (Tab
ela
3) mostraram que houve influência significativa (p<0
,05)
do sexo sobre o peso corporal (PC) dos pintos apenas no dia pós-
infecção,
sendo o PC maior nas fêmeas do que nos machos Também houve efeito
significativo (p<0,05) dos tratamentos sobre o PC, mas no e dias pós-
infecção, nos quais os pintos dos tratamentos I, IEC e ECI não diferiram entre si
quanto aos seus PC, mas apresentaram PC menores (p<0,05) do que os
registrados para os pintos NI. Não foi registrada interação significativa entre sexos
e tratamentos em nenhum dos dias analisados.
A redução do PC das aves dos tratamentos I e IEC em relação às aves do
tratamento NI, a partir do até o dia pós-infecção, corrobora com os dados de
MEAD & IMPEY (1987), HINTON JR. et al, (1990) e GAST (1997), os quais
afirmaram que a enfermidade paratífica pode ocasionar retardo no crescimento.
Chama a atenção o fato dos pintos do tratamento ECI também ter apresentado, a
partir do até o dia pós-infecção, PC menor que os pintos do tratamento NI.
Considerando que os pintos desse tratamento (ECI) não apresentaram contagem
significativa de SE, o menor PC dos mesmos em relação aos pintos controles (NI)
pode ter sido provocado pela EC, provavelmente uma conseqüência da exposição
das aves a uma microbiota, até então, inexistente no trato gastrintestinal.
53
Tabela 3. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o peso corporal (g) e do fígado
(g) de pintos de corte, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7
dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Peso
Corporal
Sexo (S)
M
50,36 a
61,70 b
79,60 a
98,40 a
F
50,06 a
69,10 a
82,70 a
95,30 a
Tratamentos (T)
NI
49,80 a
67,90 a
92,70 a
114,00 a
I
48,20 a
64,70 a
76,40 b
86,10 b
IEC
50,70 a
61,70 a
74,10 b
90,60 b
ECI
52,10 a
67,20 a
81,50 b
96,70 b
Probabilidade
S
0,7680
ns
0,0000 *
0,2090
ns
0,4940
ns
T
0,0740
ns
0,0750
ns
0,0000 * 0,0010 *
S x T
0,2040
ns
0,0920
ns
0,2650
ns
0,3310
ns
C.V. (%)
1
22,34
18,97
21,76
8,72
Peso do Fígado
Sexo (S)
M
1,43 a 1,94 a 2,82 a 3,40 a
F
1,42 a 2,12 a 2,66 a 3,29 a
Tratamen
tos (T)
NI
1,42 a 2,18 a 3,14 a 3,72 a
I
1,37 a 2,02 a 2,26 a 3,40 a
IEC
1,43 a 2,00 a 2,72 a 3,59 a
ECI
1,48 a 1,97 a 2,85 a 3,67 a
Probabilidade
S
0,8520
ns
0,1050
ns
0,4980
ns
0,6630
ns
T
0,7810
ns
0,5110
ns
0,0810
ns
0,2400
ns
S x T
0,
1920
ns
0,1370
ns
0,7380
ns
0,2170
ns
C.V. (%)
1
8,93
11,32
24,13
14,42
1
= Coeficiente de variação
;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05); M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC e infectado com SE.
54
Peso do Fígado
Na tabela 3
estão contidos os dados referen
te
s ao peso do fígado (PF)
. Não
houve influência significativa dos sexos e/ou dos tratamentos (T) sobre este
parâmetro em nenhum dos dias pós-infecção analisados. Também não houve
interação entre sexos e tratamentos.
Contudo, alterações macroscópicas não foram observadas durante a
necropsia das aves em nenhum dos dias pós-infecção analisados. Sendo assim,
nossos dados sugerem que a infecção por
Salmonella
Enteritidis e tratamento com
EC antes ou após a infecção não alteraram o peso e anatomia do órgão,
pr
ovavelmente em função do curto período ao qual as aves foram expostas ao
agente patogênico no presente estudo.
Peso da Bursa de Fabrícius
Os dados sobre o peso da bursa de Fabrícius constam na tabela 4. Os
dados mostraram que o sexo não influenciou sig
nificativamente
(p>0,05) o peso
do órgão em nenhuma das idades analisadas. Foi registrado efeito significativo
dos tratamentos (p<0,05), mas apenas no dia pós-infecção, idade na qual os
pintos do tratamento I e IEC apresentaram menor peso de bursa do que os pintos
dos tratamentos
N
I e ECI, que não diferiram entre s
i quanto a este parâmetro. Não
foi registrada interação significativa entre sexos e tratamentos para peso de bursa.
Estes dados mostram que infecção com SE resultou em redução do peso
órgão, sugerindo uma atrofia, ou falta de desenvolvimento do mesmo, e que EC
após infecção não inibe o efeito da SE sobre a bursa.
Alteraç
ão
no
desenvolvimento da bursa tem sido registrada em casos de infecções virais como
no caso da doença de Gumboro (MONTASSIER, 2000). A redução no peso das
mesmas em pintos infectados, neste experimento, sugere que infecção bacteriana
exerce sobre estes órgãos efeitos similares aos de infecções virais, ou seja,
depressão do sistema imune. De acordo com os dados do presente estudo
,
entretanto, tratamento com EC antes da infecção por SE inibe o efeito da infecção
de SE sobre o órgão, contrariamente ao observado para o peso do fígado, o que
55
indica uma maior sensibilidade da bursa
,
que do fígado à infecção por SE, apesar
deste último ser um dos mais importantes órgãos de eleição para a pesquisa de
Salmonella
segundo BERCHIERI JR (2000).
Parâmetros
Hematológicos
Glicemia
Os valores de glicemia são mostrados na tabela 4. Eles não sofreram
influência significativa (p>0,05) dos sexos e/ou tratamentos em nenhum dos dias
pós
-infecção analisados, e não houve interação significativa entre sexos e
tratamentos.
Os valores encontrados foram similares aos encontrados por de BELO
et al
.
(1976) e mostraram que a infecção pós-eclosão não deprimiu o metabolismo
energético das aves.
56
Tabela 4.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o
peso da bursa de Fabrício (g)
e
glicemia (mg/dL) em pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção
(1, 3 , 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infe
cção
Peso da Bursa de Fabricius
Sexo (S)
M
0,08 a 0,09 a 0,13 a 0,17 a
F
0,08 a 0,09 a 0,14 a 0,17 a
Tratamentos (T)
NI
0,08 a 0,09 a 0,14 a 0,21 a
I
0,08 a 0,08 a 0,12 a 0,13 b
IEC
0,08 a 0,10 a 0,14 a 0,15 b
ECI
0,08 a
0,10
a
0,14 a 0,18 a
Probabilidade
S
0,6290
ns
0,6220
ns
0,1790
ns
0,9490
ns
T
0,9870
ns
0,4380
ns
0,1120
ns
0,0380 *
S x T
0,5000
ns
0,4280
ns
0,9750
ns
0,5090
ns
C.V. (%)
1
23,74
17,76
12,13
9,78
Glicemia
Sexo (S)
M
239,30 a
283,00 a
261,00
a
231,00 a
F
241,10 a
267,00 a
278,00 a
233,30 a
Tratamentos (T)
NI
244,90 a
282,00 a
238,00 a
226,00 a
I
235,40 a
314,00 a
315,00 a
225,00 a
IEC
237,30 a
242,00 a
265,00 a
249,00 a
ECI
243,10 a
262,00 a
262,00 a
229,00 a
Probabilidade
S
0
,8310
ns
0,5270
ns
0,4220
ns
0,8610
ns
T
0,8290
ns
0,2100
ns
0,0980
ns
0,5260
ns
S x T
0,2630
ns
0,2910
ns
0,5020
ns
0,1700
ns
C.V. (%)
1
8,76
7,49
11,95
17,34
1
= Coeficiente de variação
;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias segu
idas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05); M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC,
ECI:
tratado com EC
e infectado com SE.
57
Eritrograma
O hemograma consta de uma série de provas que possibilitam detectar
anormalidades que se apresentam em certos fenômenos fisiopatológicos
importantes nos animais e que se refletem no sangue (CHARLES NORIEGA,
2000). Os valores referentes às provas do eritrograma do presente estudo
constam nas tabelas 5, 6,
7 e 8.
Houve efeito significativo (p<0,05) do sexo sobre os valores do RBC e HGB,
mas apenas no dia pós-infecção (Tabela 5), sendo os mesmos maiores nas
fêmeas do que nos machos. Todavia, interação significativa entre sexos e
tratamentos (Tabelas 5 e 7) mostrou que os valores de RBC foram maiores nas
fêmeas do que nos machos apenas nos tratamentos I e IEC. No tratamento NI, os
valores de RBC foram maiores nos machos do que nas fêmeas, enquanto que no
tratamento EIC não ocorreu diferença entre os sexos
.
Os valores de HGB, por sua vez, foram maiores nas fêmeas do que nos
machos apenas nos pintos do tratamento I. Nos demais tratamentos não foram
registradas
diferenças entre os sexos para HGB. Também houve efeito
significativo dos tratamentos sobre os valores de RBC e HGB (Tab
ela
5),
mostrando que pintos tratados com EC antes da infecção com SE (IEC)
apresentaram valores de ambos os parâmetros menores do que os pintos dos três
outros grupos (NI, I e ECI), os quais não diferiram entre si quanto a estes
pa
râmetros. Entretanto, a interação entre sexos e tratamentos (Tab
elas
5 e 7)
mostrou que nos pintos machos infectados (I) os valores de RBC foram similares
aos valores observados para os pintos do tratamento IEC, que tiveram os
menores valores.
Em relação aos valores de HCT, não houve efeito principal significativo
(p>0,05) dos tratamentos, mas ocorreu efeito significativo (p<0,05) dos sexos e
apenas no 3º dia pós-infecção (Tab
ela
6), sendo os valores deste parâmetro
maiores nas fêmeas do que nos machos. Contudo, interação significativa entre
sexos e tratamentos mostrou que os tratamentos afetam os valores de HCT dos
machos, sendo os mesmos menores (p<0,05) nos pintos dos tratamentos I e IEC
58
do que nos tratamentos NI e ECI (Tab
elas
6 e 7). A interação também mostrou
que
a diferença nos valores de HCT entre os sexos ocorreu apenas nos
tratamentos I e IEC.
Os dados acima mostraram que os pintos machos do tratamento IEC
apresentaram redução do RBC, HGB e HCT (em comparação ao tratamento
controle NI), concordando com os achados de CARDOSO et al. (2003), os quais
afirmaram que a infecção aguda causada pela
Salmonella
Gallinarum
pode causar
um quadro de severa anemia, caracterizada pela acentuada queda do RBC, HGB
e HCT. Os pintos machos do tratamento I, por sua vez, apresentaram redução do
RBC e HCT. Por outro lado, as fêmeas do tratamento I, apresentaram redução
apenas do HGB.
O ferro é um elemento essencial para a multiplicação bacteriana (BULLEN,
1981). Assim, é possível que a redução nos valores de HGB observados nos
pintos machos e fêmeas no presente estudo seja resultante de uma redução
momentânea no ferro, utilizada pela bactéria para multiplicar-
se
, uma vez que,
segundo HIRSH (2003), as salmonelas invasivas são capazes de secretar um
sideróforo, a enterobactina, que remove o ferro das proteínas quelantes do ferro
do hospedeiro.
Quanto aos valores de VCM, não houve efeito principal dos sexos e
tratamentos em nenhum dos dias analisados, e nem interação entre sexos e
tratamentos (Tab
ela
6).
59
Tabela 5.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o número de eritrócitos (RBC) em
10
6
L e hemoglobina (HGB) em g/dL, em pintos de corte, nos primeiros
dias pós
-
infecção (1, 3, 5 e 7 dias).
Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Número de eri
trócitos
Sexo (S)
M
2,07 a 1,94 b 2,16 a 2,23 a
F
2,18 a 2,20 a 2,12 a 2,42 a
Tratamentos (T)
NI
2,09 a 2,32 a 1,91 a 2,47 a
I
2,17 a
2,17 ab
2,12 a 2,44 a
IEC
2,27 a 1,71 b 2,51 a 2,28 a
ECI
1,97 a
2,10 ab
2,03 a 2,11 a
Probabilidade
S
0,4670
ns
0,0460 *
0,8740
ns
0,4220
ns
T
0,5740
ns
0,0100 *
0,2490
ns
0,6850
ns
S x T
0,4440
ns
0,0010 *
0,2990
ns
0,6910
ns
C.V. (%)
1
14,32
15,43
6,63
18,96
Hemoglobina
Sexo (S)
M
11,08 a
9,03 b
11,22 a
11,55 a
F
10,62 a
10,88 a
10,40 a
12,0
6 a
Tratamentos (T)
NI
11,59 a
9,88 ab
11,10 a
11,70 a
I
10,72 a
11,56 a
10,50 a
13,00 a
IEC
10,61 a
8,32 b
12,40 a
11,10 a
ECI
10,46 a
10,07 ab
9,30 a
11,40 a
Probabilidade
S
0,5620
ns
0,0160 *
0,5320
ns
0,6170
ns
T
0,7350
ns
0,0330 *
0,42
20
ns
0,5640
ns
S x T
0,4320
ns
0,0070 *
0,5150
ns
0,5010
ns
C.V. (%)
1
22,42
11,34
17,89
13,69
1
= Coeficiente de
variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05). M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC,
ECI:
tratado com EC e infectado com SE.
60
Tabela 6. Efeitos dos sexos e sobre o hematócrito (HCT) em % e o volume
corpuscul
ar médio (VCM) em µm
3
, em pintos de corte, nos primeiros
dias pós
-infecção (1, 3, 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Hematócrito
Sexo (S)
M
31,40 a
27,30 b
32,80 a
34,10 a
F
30,50 a
31,30 a
29,90 a
36,30 a
Tratament
os (T)
NI
30,30 a
30,10 a
28,40 a
37,10 a
I
29,60 a
31,10 a
30,50 a
36,20 a
IEC
31,30 a
25,30 a
36,90 a
33,50 a
ECI
32,60 a
30,70 a
29,60 a
33,90 a
Probabilidade
S
0,6850
ns
0,0410 *
0,3800
ns
0,5450
ns
T
0,8010
ns
0,1330
ns
0,2830
ns
0,864
0
ns
S x T
0,4720
ns
0,0020 *
0,5030
ns
0,5310
ns
C.V. (%)
1
14,97
12,43
15,56
12,54
V
olume
C
orpuscular
M
édio
Sexo (S)
M
81,84 a
84,2 a
88,38 a
89,20 a
F
82,00 a
81,4 a
88,05 a
88,54 a
Tratamentos (T)
NI
81,32 a
83,6 a
88,95 a
90,09 a
I
81,98 a 86,0 a
86,50 a
88,96 a
IEC
83,14 a
79,9 a
88,14 a
87,96 a
ECI
81,24 a
81,6 a
89,27 a
88,46 a
Probabilidade
S
0,8010
ns
0,5690
ns
0,6730
ns
0,4610
ns
T
0,1360
ns
0,8330
ns
0,0880
ns
0,3790
ns
S x T
0,4530
ns
0,6940
ns
0,7900
ns
0,4980
ns
C
.V. (%)
1
9,78
7,75
9,27
11,32
1
= Coeficiente de
variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05). M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC e infectado com SE.
61
Tabela 7. Interação entre os sexos e tratamentos sobre o número de eritrócitos
(RBC) em 10
6
L e a hemoglobina (HGB) em g/dL, em pintos de corte,
nos primeiros dias pós
-infecção (1, 3 , 5 e 7 dias).
Tratamentos
Sexos
NI I
IEC
ECI
Número de erit
rócito
M
2,52 Aa
1,59 Cb
1,57 Cb
2,09 Ba
F
2,11 Ab
2,73 Aa
1,84 Aa
2,11 Aa
Hemoglobina
M
9,92 Aa
8,25 Ab
7,82 Ba
10,14 Aa
F
9,83 Aa
14,87 Aa
8,83 B
a
10,00 Aa
Hematócrito
M
31,96 Aa
22,50 Bb
22,67 Bb
32,02 Aa
F
28,20 Aa
39,71 Aa
28,00 Aa
29,48 Aa
A-B, a b: Médias seguidas de letras distintas (linhas e colunas, respectivamente) diferem
significativamente pelo teste de Tukey ( p
= 0,05); M: macho, F: f
êmea NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com
SE.
62
Os valores de HCM e CHCM não foram influenciados pelo sexo (p>0,05),
mas ocorreu efeito significativo dos tratamentos no 1º e dias pós-
eclosão
(Tab
ela
8). Em ambos os dias, os valores de HCM foram similares nos pintos dos
tratamentos I e IEC e menores (p<0,05) do que nos pintos dos tratamentos NI e
ECI, que não diferiram entre si. Dados similares foram obtidos para os valores de
CHCM no dia pós-
in
fecção. No dia, entretanto, pintos infectados (I)
apresentaram os maiores valores de CHCM, e não houve diferença significativa
(p>0,05) entre os pintos dos três outros tratamentos. Não foi registrada interação
significativa entre sexos e tratamentos para HCM e CHCM (Tab
ela
8).
Segundo
WINTROBE (1933), esses índices (VCM, HCM e CHCM)
detectam a presença de anemia e avaliam a capacidade que a medula óssea tem
de produzir hemácias de tamanho e capacidade metabólica normais, assim como
o conteúdo de hemoglobina. Considerando que aves dos tratamentos I e IEC (as
quais apresentam contagem significativa para SE) apresentaram redução
significativa (p<0,05) destes parâmetros (HCM e CHCM), nossos dados sugerem
que a presença da bactéria no organismo da ave, pode provocar um quadro
anêmico, pelo menos até o 3º dia pós
-infecção.
Entre os sexos, as interações demonstraram que no tratamento I os machos
apresentaram o RBC, HGB e HCT menores que os das fêmeas, enquanto que no
tratamento IEC os machos
apresentaram apenas o RBC e o HCT menores.
Tais dados indicam que a presença de
Salmonella
Enteritidis nas aves
provoca uma resposta sexo-específica para o RBC, HGB e HCT. Em conjunto as
provas
do eritrograma sugerem um quadro anêmico, porém momentâneo, uma
vez que, a partir do dia pós-infecção, essas diferenças não foram
mais
registradas
Em suma, as alterações hematológicas encontradas na série vermelha dos
pintos ficam restritas aos três primeiros dias pós-infecção, indicando que o quadro
em questão é uma reação temporária.
63
Tabela 8. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre a hemoglobina corpuscular
média (HCM) em picograma (pg) e a concentração de hemoglobina
corpuscular média (CHCM) em g/dL, em pintos de corte, nos primeiros
dias pós
-infecção (1, 3 , 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
H
emoglobina
C
orpuscular
M
édia
Sexo (S)
M
61,70 a
55,90 a
51,80 a
52,90 a
F
59,70 a
54,20 a
51,50 a
49,60 a
Tratamentos (T)
NI
73,70 a
59,30 a
53,10 a
49,30 a
I
49,60 b
52,70 b
50,00 a
55,10 a
IEC
47,00 b
48,80 b
48,70 a
48,90 a
ECI
72,50 a
59,30 a
54,80 a
51,70 a
Probabilidades
S
0,3020
ns
0,5380
ns
0,9120
ns
0,3440
ns
T
0,0000 * 0,0200 *
0,4090
ns
0,5570
ns
S x T
0,8700
ns
0,7750
ns
0,5130
ns
0,7930
ns
C.V. (%)
1
13,23
16,27
13,78
19,78
C
oncentração de
H
emoglobina
C
orpuscular
M
édia
Sexo (S)
M
73,50 a
56,30 a
58,60 a
58,10 a
F
73,00 a
54,70 a
61,10 a
55,00 a
Tratamentos (T)
NI
87,90 a
54,50 b
61,90 a
54,70 a
I
59,70 b
61,30 a
57,70 a
62,10 a
IEC
56,80 b
55,10 b
55,30 a
55,60 a
ECI
88,50 a
51,10 b
64,60 a
53,70 a
Proba
bilidades
S
0,8130
ns
0,3570
ns
0,5080
ns
0,4230
ns
T
0,0000 * 0,0010 *
0,3390
ns
0,4280
ns
S x T
0,9800
ns
0,1030
ns
0,2680
ns
0,7130
ns
C.V. (%)
1
21,78
19,78
12,65
15,45
1
= Coeficiente de
variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05). M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC
e infectado com SE.
64
Leucograma
Em relação à série branca do sangue (leucograma), foram realizadas a
contagem total
e diferencial dos leucócitos.
Conforme
consta da tabela 9, não ocorreu efeito significativo (p>0.05) do
sexo sobre os valores da contagem total de leucócitos
(CTLEU)
, mas houve efeito
significativo (p<0,05) dos tratamentos (T) no 1º, e dias pós-
infecção
Nestas
três idades, as aves dos tratamentos I e IEC (com contagem significativa de SE),
apresentaram valores de CTLEU superiores (p<0,05) aos dos tratamentos NI e
ECI. Tais dados evidenciam um quadro de leucocitose e que, tratamento com EC
antes da infecção, mas não pós-infecção, pode evitá-lo. Houve interação
significativa (p<0,05) entre sexo e tratamentos apenas no 3º dia
pós
-
infecção
(Tab
elas 9 e 11), mostrando que nesta idade os machos do tratamento I e IEC
apresentaram, ao contrário das fêmeas, CTLEU menores do que os machos dos
tratamentos NI e ECI. Considerando que
os pintos destes dois últimos
tratamentos
não apresentaram contagem significativa de SE, nossos dados mostram a
ocorrênci
a de uma leucopenia temporária nos machos 3 dias após a infecção,
indicando uma depressão temporária do sistema imune celular e, portanto, uma
maior sensibilidade dos machos à infecção, em comparação com as fêmeas. A
int
eração também registrou uma CTLEU sexo específica nos pintos NI, no dia
pós
-infecção, sendo os valores maiores nos machos do que nas fêmeas.
65
Tabela 9. Efeitos do sexo e tratamentos sobre a contagem total de leucócitos
(LEU, 10
3
/
L)
e o percentual de linfócitos, em pintos de corte, nos
pr
imeiros dias pós
-
infecção (1, 3
, 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
D
ias pós
-
infecção
Leucócitos
Sexo (S)
M
10,18 a
9,62 a
10,89 a
14,81 a
F
13,19 a
8,37 a
11,91 a
15,27 a
Tratamentos (T)
NI
8,54 b 8,79 a 8,41 b
10,87 b
I
14,58 a
7,50 a
12,66 a
21,95 a
IEC
12,84 a
9,91 a
15,29 a
16,87 a
ECI
10,80 b
9,79 a 9,25 b
10,45 b
Probabilidades
S
0,0550
ns
0,1710
ns
0,4620
ns
0,8140
ns
T
0,0480 *
0,2160
ns
0,0050 * 0,0010 *
S x T
0,306
0
ns
0,0000 *
0,3540
ns
0,4170
ns
C.V. (%)
1
6,98
9,06
14,95
11,23
Linfócitos
Sexo (S)
M
56,9 a
70,44 b
72,25 b
66,60 a
F
53,7 a
74,81 a
75,00 a
67,90 a
Tratamentos (T)
NI
59,90 a
69,50 b
79,38 a
69,60 a
I
50,40 b
72,88 b
71,75 bc
65,10 a
I
EC
54,40 b
79,38 a
76,88 ab
70,30 a
ECI
56,50 b
68,75 b
66,50 c
64,35 a
Probabilidades
S
0,1340
ns
0,0000 * 0,0000 *
0,6930
ns
T
0,0240 * 0,0000 * 0,0000 *
0,4580
ns
S x T
0,0800
ns
0,0000 * 0,0000 *
0,4010
ns
C.V. (%)
1
19,24
14,98
17,07
13,76
1
= Coeficiente de
variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05). M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC:
inf
ecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC
e infectado com SE.
66
Em relação aos linfócitos (Tab
ela
9), foi registrado efeito significativo
(p<0,05) do sexo no e dias pós-infecção e efeito significativo (p<,05) dos
tratamentos no 1º, 3º e
5º dias pós
-
infecção.
No dia pós-infecção, as aves dos tratamentos I, IEC e ECI apresentaram
porcentagens de linfócitos significativamente (p<0,05) inferiores ao do tratamento
NI, ou seja, houve uma linfopenia dos tratamentos I, IEC e ECI (infectados) em
relação ao tratamento controle NI, indicando que no início da infecção EC após ou
antes da infecção não evita o efeito depressivo da infecção sobre o sistema imune
celular. Esta linfopenia observada na fase inicial do processo inflamatório pode ser
dev
ido à liberação de hormônios adrenocorticosteróides que são linfodepressores
(MORGULIS, 2002).
No dia pós-infecção, em relação aos efeitos principais, fêmeas
apresentaram maior percentagem de linfócitos do que os machos, e os pintos dos
tratamentos I e ECI adquiriram contagem de linfócitos similar à dos pintos NI,
enquanto que os pintos IEC adquiriram contagem significativamente (p<0,0
5)
maior do que as observadas para os pintos dos três outros tratamentos. Todavia,
houve interação significativa (p<0,05) entre sexo e tratamentos, mostrando que a
maior contagem de linfócitos nas fêmeas do que os machos ocorreu apenas nos
pintos I e ECI. A interação também registrou a ocorrência de diferenças entre os
sexos nas respostas à infecção e ao tratamento com
EC.
Em comparação com os machos NI, machos infectados (I) não
apresentaram alteração na contagem de linfócitos, enquanto que os machos IEC
tiveram um aumento (leucocitose) e os machos ECI uma redução (linfopenia) na
contagem de linfócitos. Por sua vez, as fêmeas I, IEC e ECI apresentaram
aumento (linfocitose) na contagem de linfócitos em relação às fêmeas NI,
mostrando uma maior sensibilidade ou maior poder de resposta das fêmeas do
que dos machos
à infecção por SE e que, aparentemente, na idade em quest
ão (3
dias após infecção), EC antes da infecção foi eficaz em minimizar o efeito da
infecção, mas apenas nos machos.
No dia pós-
infecção,
fêmeas continuaram a apresentar maior contagem
de linfócitos do que os machos (Tab
ela
9). Além disso, pintos I apresentaram uma
67
redução (linfopenia) na contagem de linfócitos em relação aos pintos NI, enquanto
que
os pintos IEC apresentaram valores similares aos obtidos para pintos NI e os
pintos ECI tiveram uma redução (linfopenia) na contagem em relação aos
tratam
entos NI e IEC. Entretanto, houve interação significativa (p<0,05) entre sexo
e tratamentos no dia pós-infecção, mostrando que diferença na contagem de
linfócitos entre machos e fêmeas ocorreu nos tratamentos NI e I, sendo a
contagem maior nos machos qu
e nas fêmeas, no primeiro tratamento, e maior nas
fêmeas do que nos machos, no segundo tratamento.
A interação também mostrou que no 5º dia, machos infectados (I) e tratados
com EC (IEC e ECI) tiveram menor contagem de linfócitos do que os NI. No caso
da
s fêmeas, apenas as do tratamento ECI tiveram contagens menores (linfopenia)
do que as das fêmeas do tratamento controle (NI). As fêmeas dos tratamentos I e
ECI apresentaram contagens de leucóc
itos
similares entre si e à das fêmeas NI.
No dia pós-
inf
ecção não foram mais registradas diferenças nas
contagens de linfócitos entre os tratamentos. Esses dados são muito
interessantes, pois mostram que tanto machos quanto fêmeas, infectados com e
sem tratamento com EC, conseguiram recuperar os efeitos da infecção por SE
sobre a contagem de linfócitos aos 7 dias pós-infecção. Todavia, as respostas dos
dois sexos até a normatização da contagem de linfócitos não foram as mesmas, e
fêmeas se mostraram uma recuperação mais rápida, provavelmente em função da
leucoci
tose apresentada pelas mesmas já no 3º dia.
68
Tabela 10. Efeitos do sexo e tratamentos sobre o percentual de heterófilos e de
basófilos,
em pintos de corte, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3 , 5
e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Heterófilos
Sexo (S)
M
39,30 a
26,19 a
26,63 a
30,80 a
F
42,30 a
23,31 b
23,06 b
29,70 a
Tratamentos (T)
NI
35,60 b
27,40 a
18,80 c
27,30 a
I
44,40 a
24,80 a
27,30 ab
32,40 a
IEC
42,30 ab
17,30 b
20,90 bc
27,00 a
ECI
40,90 ab
29,60 a
32,50 a
34,30 a
Probabilidades
S
0,0740
ns
0,0110 * 0,0030 *
0,7240
ns
T
0,0070 * 0,0000 * 0,0000 *
0,2360
ns
S x T
0,0140 * 0,0000 * 0,0000 *
0,2360
ns
C.V. (%)
1
13,43
11,96
13,45
16,79
Basófilos
Sexo (S)
M
1,25 a 1,44 a 0,19 a
1,00
a
F
1,94 a 0,50 b 0,75 a 1,06 a
Tratamentos (T)
NI
1,63 a 1,63 a 0,63 a 1,38 a
I
2,50 a 0,88 a 0,00 a 1,00 a
IEC
1,25 a 0,63 a 0,88 a 1,00 a
ECI
1,00 a 0,75 a 0,38 a 0,75 a
Probabilidades
S
0,1340
ns
0,0090 *
0,1410
ns
0,8370
ns
T
0,1150
ns
0,1620
ns
0,4020
ns
0,5390
ns
S x T
0,2020
ns
0,1990
ns
0,6450
ns
0,4230
ns
C.V. (%)
1
16,78
15,24
14,54
11,22
1
= Coeficiente de
variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05). M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC
e infectado com SE.
69
Tabela 11. Interação entre sexos e tratamentos sobre a contagem total de
leucócitos em 10
3
/ L e os percentuais de linfócitos e heterófilos, em
pintos de corte
. Jaboticabal, 2006.
Tratamentos
Sexos
NI I
IEC
ECI
Leucócitos
M
12,66 Aa
5,16 Ba
9,00 Ba
11,66 Aa
3º DPI
F
4,91 Bb
9,83 Aa
10,83 Aa
7,91 Ba
Linfócit
os
M
69,00 Ba
69,00 Bb
81,25 Aa
62,50 Cb
3º DPI
F
70,00 Ba
76,75 Aa
77,50 Aa
75,00 Aa
M
84,00 Aa
65,75 Cb
76,50 Ba
62,75 Ca
5º DPI
F
74,75 Ab
77,75 Aa
77,25 Aa
70,25 Ba
Heterófilos
M
29,25 Bb
46,00 Aa
41,50 Aa
40,25 Aa
1º DPI
F
42,00 Aa
42
,75 Aa
43,00 Aa
41,50 Aa
M
26,25 Ba
28,75 Ba
14,50 Ca
35,25 Aa
3º DPI
F
28,50 Aa
20,75 Bb
20,00 Ba
24,00 Bb
M
14,75 Cb
33,50 Aa
22,00 Ba
36,25 Aa
5º DPI
F
22,75 Ba
21,00 Bb
19,75 Ba
28,75 Aa
A-B, a b: Médias seguidas de letras distintas (linhas e colunas, respectivamente) diferem
significativamente pelo
teste de Tukey ( p
= 0,05); M: macho, F: f
êmea NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado com
SE.
70
Os dados de contagens de heterófilos constam nas tabelas 10 e 11.
Ocorreu efeito significativo (p<0,05) do sexo no e dias pós-infecção e dos
tratamentos no 1º, 3º e 5º dias.
No dia, os pintos infectados tiveram um aumento na contagem de
heterófilos (heterofilia) em comparação com os pintos controles (NI). Todavia,
hou
ve interação significativa (p<0,05) entre sexo e tratamentos, mostrando que
nesta idade, no tratamento NI, fêmeas apresentaram contagem maior de heterófilo
do que os machos e, mais que isso, que apenas os machos apresentaram
alteração na contagem de heterófilos, sendo as contagens nos machos dos
tratamentos I, ECI e IEC similares entre si e maiores do que a contagem para os
machos do tratamento NI.
No 3º dia pós-infecção, machos apresentaram contagem de heterófilos
maior do que as fêmeas. Além disso, apenas os pintos do tratamento IEC
apresentaram contagem de heterófilos diferente da do tratamento NI, sendo menor
do que a mesma. Entretanto, ocorreu interação significativa (p<0,05) entre sexos e
tratamentos, segundo a qual apenas os machos dos tratamentos I e ECI
apresentaram contagens de heterófilos maiores do que as fêmeas. Ainda segundo
a interação, no 3º dia pós-infecção, as fêmeas dos tratamentos I, IEC e ECI
tiveram contagens de heterófilos similares entre si, mas menores (heteropenia)
do
que as registradas para as fêmeas do tratamento NI. Por outro lado, machos do
tratamento IEC tiveram uma redução (heteropenia) da contagem de heterófilos,
enquanto que os machos do tratamento ECI tiveram um aumento (heterofilia).
No dia pós-infecção, machos continuaram com contagem de heterófilos
maior do que as fêmeas, mas segundo interação significativa entre sexos e
tratamentos, isso ocorreu apenas nos pintos do tratamento I. Em relação aos
tratamentos, nos efeitos principais, pintos do tratamentos I e ECI tiv
eram
contagens de heterófilos maiores (p<0,05) (heterofilia) do que os pintos NI e IEC.
Interação mostrou que isso ocorreu apenas para os machos. No caso das fêmeas,
apenas as do tratamento ECI tiveram contagem de heterófilos diferente da
registrada para as fêmeas NI, ou seja, menor (heteropenia) do que a mesma. No
dia pós-infecção, como ocorreu para a contagem de linfócitos, não foram mais
71
registradas diferenças entre os tratamentos quanto à contagem de heterófilos. De
forma similar ao observado para a contagem de linfócitos, em relação aos
heterófilos, houve uma normatização das contagens no dia pós-
infecção,
machos e fêmeas responderam de forma distinta á infecção até a normatização.
Nossos dados anteriores sobre a série branca mostraram uma coinci
dência
temporal entre a ocorrência de leucocitose e heterofilia, concordando com os
achados de MORGULIS (2002), o qual registrou, que as leucocitoses geralmente
devem
-se às heterofilias, sendo suas causas mais comuns às infecções
bacterianas, entre elas as
salmoneloses.
Apesar das aves do tratamento ECI, não terem apresentado leucocitose,
elas apresentaram um quadro de linfopenia e os machos um quadro de heterofilia.
Considerando que os pintos desse tratamento não apresentaram contagem
significativa de SE
,
tais alterações no perfil dos tipos leucócitários sugere que a
exposição precoce a um “pool” de bactérias (pela EC) desencadeia uma reação
hematológica inicial semelhante ao de uma infecção.
Todavia, nos chama atenção o fato de que, no dia pós-
infec
ção, os
pintos machos dos tratamentos I e IEC (com contagem significativa de SE)
apresentaram acentuada diminuição do número total de leucócitos, evidenciando
uma leucopenia. O perfil leucocitário apresentado pelos machos do tratamento
IEC (leucopenia com heteropenia e linfocitose), sugere, provavelmente, uma
grande migração (diapedese) de heterófilos, para o foco inflamatório, no ceco dos
pintos. Apesar dos machos do tratamento I apresentarem uma acentuada
leucopenia, não foi registrado diferenças na distribuição percentual dos tipos
leucocitários. Diferentemente dos machos, as fêmeas (com contagem significativa
de SE) dos tratamentos I e IEC apresentaram um quadro de leucocitose
acompanhado de linfocitose com heteropenia, tais resultados sugerem que a
heteropenia se deve a migração (diapedese) desse tipo celular para o foco
inflamatório.
Nas aves do tratamento ECI, os machos apresentaram heterofilia e
linfopenia e as fêmeas heteropenia e linfocitose em comparação ao tratamento
controle NI, apesar de não t
erem apresentado leucocitose.
72
Na tabela 10 também são apresentados os dados das porcentagens de
basófilos. De acordo com os dados, ocorreu efeito significativo (p<0,05) do sexo
apenas no dia pós-infecção, quando as fêmeas apresentaram percentual de
bas
ófilos inferior ao dos machos. Não foram registrados efeitos significativos
(p>0,05) dos tratamentos e nem interação significativa (p>0,05) entre sexos e
tratamentos para este parâmetro em nenhuma das idades analisadas.
Em relação à contagem de eosinófilos e monócitos (Tab
ela
12), não houve
efeito significativo do sexo e tratamentos sobre as contagens, e nem interação
entre sexo e tratamentos, mostrando que estes parâmetros não são afetados pela
infecção com SE.
Do ponto de vista temporal, os
dados
do
dia pós-
infecção
indicaram um
quadro de leucocitose. Entretanto nesta idade ocorreu apenas leucocitose sem
alterações significativas dos tipos leucocitários específicos, sugerindo uma
cronificação do quadro inflamatório.
Em suma, do ponto de vista prático,
os dado
s demonstram que
o uso de EC
após infecção não evita a colonização cecal por SE, mas que a mesma é evitada
quando a EC é realizada antes da infecção. Além disso, eles também mostraram a
existência de resposta sexo-específica frente à infecção por SE e tratamento com
EC antes ou após infecção, sugerindo a necessidade de um manejo distinto para
pintos machos e fêmeas nos primeiros dias pós-infecção.
73
Tabela 12. Efeitos dos sexos e tratamentos nos quatro dias pós-infecção (1, 3, 5
e 7 dias) sobre o percentual de eosinófilos e monócitos. Jaboticabal,
2006.
Dias pós
-
infecção
Eosinófilos
Sexo (S)
M
0,75 a 0,94 a 0,31 a 0,81 a
F
1,06 a 0,75 a 0,75 a 0,94 a
Tratamentos (T)
NI
0,88 a 1,00 a 0,75 a 1,00 a
I
1,00 a 1,00 a 0,13 a 0,88 a
IEC
1,38 a 1,38 a 0,88 a 1,38 a
ECI
0,38 a 0,00 a 0,38 a 0,25 a
Probabilidades
S
0,3680
ns
0,6100
ns
0,1740
ns
0,5330
ns
T
0,2470
ns
0,0720
ns
0,3260
ns
0,0500
ns
S x T
0,0660
ns
0,5370
ns
0,7820
ns
0,5810
ns
C.V. (%)
1
13,45
16
,78
18,78
13,98
Monócitos
Sexo (S)
M
1,00 a 1,00 a
0,625 a
1,25 a
F
1,88 a 0,63 a
0,438 a
0,81 a
Tratamentos (T)
NI
2,00 a 0,50 a 0,50 a 1,13 a
I
1,75 a 0,50 a 0,88 a 1,00 a
IEC
0,75 a 1,38 a 0,50 a 1,00 a
ECI
1,25 a 0,88 a 0,25 a 1,00 a
Probabilidades
S
0,0580
ns
0,2740
ns
0,4010
ns
0,1090
ns
T
0,2170
ns
0,2310
ns
0,2730
ns
0,9820
ns
S x T
0,2170
ns
0,9860
ns
0,0870
ns
0,3090
ns
C.V. (%)
1
14,89
17,56
12,87
14,24
1
= Coeficiente de
variação;
ns
= não significativo; * = Significat
ivo; a
– b: Médias seguidas de letras
distin
tas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05). M: macho, F: f
êmea
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC
e infectado com SE.
74
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77
CAPÍTULO 3 - AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE DA MUCOSA INTESTINAL DE
PINTOS DE CORTE DE AMBOS OS SEXOS SUBMETIDOS AO TRATAMENTO
POR EXCLUSÃO COMPETITIVA ANTES E APÓS INFECÇÃO EXPERIMENTAL
POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS
Avaliação
da integridade da mucosa intestinal de pintos de corte de ambos
os sexos
submetidos ao tratamento por exclusão competitiva antes e após
infecção experimental por
Salmonella
Ente
ritidis
RESUMO
O presente experimento foi realizado com o objetivo de avaliar
a
integridade da mucosa intestinal, por meio de microscopia eletrônica de
varredurra,
de pintos de corte submetidos ao tratamento por exclusão competitiva
(EC) antes e após infecção experimental por S
almonella
E
nteritidis
(SE).
Foram
utilizados 128 pintos, distribuídos num delineamento ao acaso com esquema
fatorial 2 x 4, onde 2 é o número de sexos e 4 o número de tratamentos (NI: não
infectados com SE - Controle; I: infectados com SE; IEC: infectados com SE e
tratados com EC 24 h após infecção; ECI: tratados com EC e infectados com SE
24 h após tratamento). Os animais foram sacrificados com 1, 3, 5 e 7 dias pós-
infecção (dpi) para obtenção
das amostras do intestino delgado (duo
deno, jejuno e
íleo). Os dados mostra
ram
que, nos machos, o tratamento com EC antes da
infecção com SE age sobre o epitélio do intestino delgado de forma similar ao
tratamento realizado após a infecção, reforçando a possibilidade da EC estar
acelerando o processo de renovação celular
.
Ao mesmo tempo, nossos dados
também ref
orçam os dados de GOMIDE et al.
(
2004), segundo os quais o intestino
dos machos seriam mais susceptível a perda de epitélio do que fêmeas
.
Em suma,
o presente trabalho mostra que os vilos do intestino delgado dos pintos de corte
apresentam um grande processo de renovação celular ao final da primeira
semana de vida e que EC acelera ou acentua o processo.
Palavras
-
Chave:
Salmonella
Enteritidis,
Exclusão C
ompetitiva,
I
ntestino
, Aves
.
78
CHAPT
ER 3 -
INT
ESTINAL
MUCOSA
INTEGRITY
EVALUATION OF
YOUNG
CHICKENS
FROM BOTH SEXES
SUBMITTED
TO
COMPETITIVE EXCLUSION
TREATMENT
BEFORE AND AFTER EXPERIMENTAL INFECTION
WITH
SALMONELLA
ENTERITIDIS
I
nt
estinal
mucosa
integrity
evaluation
of
young chickens
from
both sexes
submitted
to
competitive exclusion
treatment
before and after experimental
infection
with
S
almonella
E
nteritidis
SUMMARY
- The present experiment was carried out with the objective to
evaluate the integrity of the intestinal mucosa, through
sca
nning electron
m
icroscopy
where young chickens were submitted to competitive exclusion
treatment
(CE) before and after experimental infection with
Salmonella
Enteritidis
(SE
). 128 young chickens, distributed in completely randomized design in 4 x 2
factori
al arrangement, where 2 are the number of sex and 4 the number of
treatments (NI: not infection with SE - Control; I: infection with SE; ICE: infection
with SE and treated with
CE
24 h after infection; CEI: treated with CE and infection
with SE 24 h after treatment). The animals had been sacrificed with 1, 3, 5 and 7
days
post infection (dpi) for attainment of samples from the thin intestine
(duodenum, jejunum and ileum). The data had shown that, in the males, the
treatment with CE before the infection with SE acts on the epit
he
li
um
of the thin
intestine in a similar form to the treatment carried out after the infection,
streng
thening the possibility of the CE to be speeding up the process of cellular
renewal. At the same time, our data also
support
GOMIDE et al. (2004), according
to which the intestine of the males would have more
susceptibility
to
the loss of
epit
he
li
um
than
female. In short, the present work
shows
that the vilos of the thin
intestine
from the
broilers
chickens presents a great process of cellular renewal to
the end of t
he first week of life and that
CE
speeds up or accents the process.
Key
-
words:
Salmonella
Enteritidis, Competitive Exclusion, I
ntestine
, Chickens
.
79
INTRODUÇÃO
As aves recém-eclodidas apresentam sistema digestório
completo
(OVERTON & SHOUP, 1964), mas com capacidade funcional de digestão e
absorção ainda imatura, se comparada com aves adultas.
Após a eclosão, com a ingestão de alimento, o trato gastrintestinal das aves
apresentam, entre outras coisas, mudanças na densidade e tamanho de vilos,
profundidade de criptas, altura de epitélio da mucosa, densidade e tamanho de
microvilos enterocíticos, e densidade de células caliciformes e produção de
mucinas, que determinam a capacidade digestiva, absortiva e de proteção
da
mucosa intestinal
(MACARI, 1999).
Com a ingestão da dieta exógena, o trato gastrointestinal passa a ser
colonizado por microbiota, que juntamente com as funções digestórias, a barreira
de muco, a integridade da mucosa e a resposta imune exerce papel f
undamental
na prevenção contra enfermidades entéricas.
A possibilidade de transmissão da resistência antibiótica a patógenos
causadores de enfermidade humanas provocou a proibição do uso da maioria dos
agentes anti
-
microbianos e medicamentos utilizados
no controle de enfermidades
entéricas das aves (BERCHIERI JR & BARROW, 1998).
Considerando
que a
manutenção da sanidade dos lotes de frango de corte, em especial face às
doenças ou agentes que atuam n
o trato gastrintestinal (TGI),
é fundamental para o
bem
estar animal e alto vel de produção, métodos alternativos de controle dos
agentes patogênicos intestinais se fazem necessários.
Um método que vem mostrando-se eficaz durante anos, na prevenção de
doenças e possivelmente
na melhoria no desempenho e esta
do geral das aves
é o
método da Exclusão Competitiva (EC) ou Conceito de "Nurmi". Ele consiste na
administração de microbiota intestinal de aves adultas no intestino de aves recém
eclodidas, com o intuito de excluir a presença de microrganismos indesejávei
s
devido à aceleração da colonização intestinal por microrganismos benéficos
(NURMI & RANTALA, 1973).
80
Segundo FERREIRA & FERREIRA (2006) a ação da exclusão competitiva
pode ser explicada pelo estabelecimento de uma microbiota intestinal antes do
contato
com
Salmonella
,
formando
-se uma barreira física à colonização por esta
bactéria, pela competição entre o patógeno e a microbiota por nu
trientes
essenciais ou, ainda, pela produção de ácidos graxos voláteis, principalmente por
bactérias
anaeróbicas, o que diminui o pH intestinal e serve como bacteriostático
para
Salmonella
spp.
O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do tratamento com EC
antes e após a infecção experimental por
Salmonella
Enterititis sobre a integridade
da mucosa intesti
nal de pi
ntos de corte durante
a primeira semana de vida.
81
MATERIAL E MÉTODOS
Aves e Tratamentos
O presente experimento foi realizado entre os meses de junho e julho de
2006 nos Laboratórios de Ornitopatologia do Departamento de Patologia
Vete
rinária e Histologia/Embriologia do Departamento de Morfologia e Fisiologia
Animal da FCAV
UNESP
Jaboticabal.
Foram utilizados 128 pintos recém-eclodidos (64 machos e 64 fêmeas) de
linhagem de corte (Cobb
500), provenientes de matrizes com 32 semanas de
idade. Inicialmente foram realizados suabes do mecônio das caixas, para
confirmar ausência de
Salmonella
Enteritidis
. O sexo das aves foi confirmado pela
análise das gônadas, as quais estão presentes em número par nos machos e
ímpar nas fêmeas. As aves foram divididas em 2 grupos, machos e fêmeas, e
para cada sexo separadas em 4 outros tratamentos com 4 repetições de 16 aves:
NI
: não infectados com
Salmonella
Enteritidis (Controle);
I
: infectados com
Salmonella
Enteritidis;
IEC: infectados com
Salmon
ella
Enteritidis e tratados com exclusão
competitiva (EC) 24 h após infecção;
ECI
: tratados com EC e infectados com
Salmonella
Enteritidis 24 h após
tratamento
Todas as aves foram acondicionadas em caixas de madeira teladas,
previamente desinfetadas, em sala climatizada à 33
o
C. Elas foram alimentadas
com água e ração (22% PB, 2.900 Kcal EM/Kg, isenta de antimicrobianos e
anticoccidianos) “ad libitum”. A cama composta de maravalha foi autoclavada
antes do uso.
Os pintos foram analisados quanto a parâmetros intestinais com 1, 3, 5 e 7
dias pós-infecção, sendo utilizados 4 pintos por grupo, um de cada repetição,
considerando
-se cada ave uma parcela. Os animais foram sacrificados por meio
de deslocamento cervical e durante a necropsia foi coletado as três regiões do
intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) para mensurações dos parâmetros
intestinais.
82
Bactéria, Inoculação e Contagem de Colônias
Foi utilizado um mutante espontâneo de
Salmonella
Enteritidis, resistente
ao ácido nalidíxico e a espectinomicina (S
E NalSpec), mantido pelo Laboratório de
Ornitopatologia da FCAV
-
Unesp de Jaboticabal.
A cultura e o inóculo foram preparados seguindo a metodologia adotada por
OLIVEIRA
et al. (2000), como segue: a cultura foi preparada em caldo nutriente
(OXOID CM 67) e
incubada sob agitação (100 movimentos/minuto) a 37
C durante
24 horas. O inóculo foi preparado a partir desta cultura (1,2 x 10
9
células viáveis
por mL de cultivo), diluindo-se 1mL de cultura (1:1000) em caldo nutriente. Foi
realizada administração esofági
ca de 100 µL de SE NalSpec por ave, utilizando
-
se
uma cânula. Para contagem de
Salmonella
seguiu o modelo empregado por
BARROW
et al. (1987), como descrito a seguir: colheu-se o conteúdo cecal, que
foi diluído a 1:10 em solução salina tamponada (PBS pH 7,4). Em seguida, 0,1mL
desta suspensão foi submetida a 5 diluições decimais seriadas (até 1:10
6
). Foi
plaqueado 0,1ml de cada uma das diluições em ágar verde brilhante contendo
ácido nalidíxico (100 g/mL) e espectinomicina (100 g/mL). A contagem das
colônia
s foi realizada após 24 horas de incubação a 37 C e os dados foram
expressos como número de unidades formadoras de colônia (UFC) por grama de
conteúdo cecal. Estes valores foram transformados em log
10
para análise e
interpretação dos resultados. Contagens (log10) inferiores a 2 UFC de SE foram
indicativas de ausência da bactéria.
Exclusão Competitiva (EC)
Foi efetuada seguindo a metodologia adotada por OLIVEIRA et al. (2000).
Uma suspensão de cultura fecal foi obtida misturando-se fezes frescas de aves
adu
ltas saudáveis com caldo nutriente (1:10 Peso/Volume). A mistura foi mantida
em estufa a 37 C por 24 horas, para crescimento da microbiota intestinal. Em
seguida, 0,1 mL da parte líquida foi inoculada endoesofagicamente, de forma
similar à descrita no item
anterior.
83
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
Para a análise da integridade dos vilos, amostras do duodeno, jejuno e íleo
(3 cm de comprimento) foram abertas longitudinalmente pela borda mesentérica,
estendidas pela túnica serosa e lavadas delicadamente com tampão fosfato 0,1M
pH 7,4 (para retirada de restos de alimento e muco) e estiradas sobre papel. As
amostras foram fixadas em glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato por 24 horas a
4 C e pós-fixadas em tetróxido de ósmio 1 % por 2 horas. Em seguida, elas foram
lavadas com a mesma solução tampão acima citada, para retirada do fixador, e
desidratadas em série de concentração crescente de etanol (50, 60, 70, 80, 90,
100%). As amostras foram, então, submetidas à obtenção do ponto crítico de
secagem (
BAL
-TEC), fixadas e orientadas em suporte de cobre, metalizadas com
ouro paládio (denton vacum desk II), e fotografados em um microscópio eletrônico
de varredura (modelo Jeol JSM 25II ), pertencente ao laboratório de Microscopia
Eletrônica da FCAV, UNESP, Jaboticabal.
A porcentagem de vilos normais (graus 0 e 1) e a porcentagem de vilos
apresentando os diferentes graus de perda de epitélio/área/região do intestino
foram determinadas sobre quatro eletromicrografias (com área equivalente a
1.855.213,7
m
2
) por segmento intestinal e por ave, num total de 4 aves por
tratamento .
Os graus de perda de epitélio foram determinados segundo GOMIDE JR
et
al
(2004) (Figura 1), como: grau 0, sem extrusão aparente (vilo normal); grau 1
,
pequena extrusão no ápice do vilo ou pontos de extrusão na porção apical e ao
longo do vilo (vilo normal ); grau 2, perda de epitélio com exposição do tecido
conjuntivo no ápice do vilo; grau 3, perda de epitélio na porção apical do vilo e
exposição do tecido conjuntivo, assemelhando-se à extremidade de uma língua;
grau
4, perda do epitélio de metade do vilo com exposição do tecido conjuntivo;
grau 5, perda total do epitélio com exposição total do tecido conjuntivo do interior
do vilo, assemelhando a uma língua totalmente exposta; e
grau
6, perda do tecido
conjuntivo e conseqüente perda do vilo (vilo quebrado).
84
Figura 1.
A
F: Graus de perda de epitélio em vilos intestinais de pintos. A: graus 0 e 1, B: grau 2,
C: grau 3, D: grau 4, E: grau 5 e F: grau 6. Barras: A, C, D e F = 50
m;
B = 10 m; F =
100
m (GOMIDE JÚNIOR
et al
., 2004)
85
Microscopia de Luz
A presença de células apoptóticas foi analisada sobre cortes histológicos
para microscópica de luz. Para isso, amostras (2 cm de comprimento) das 3
regiões do intestino delgado foram fixadas em Dietrich (4% de formalina, 28% de
etanol, 0,34N de ácido acético glacial), para serem processadas pelo método de
rotina para microscopia de luz. Os cortes foram corados com hematoxilina férrica
de Weigert (10mL de solução estoque de hematoxilina 10% + 90mL de água
destilada + 7mL de solução saturada de carbonato de lítio) e contrastados com
eosina.
Delineamento experimental
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) disposto
em um arranjo fatorial 2 x 4, onde 2 é o número d
e sexos (machos e fêmeas) e 4 o
número de tratamentos (NI: Não infectado, I: Infectado por SE, IEC: Infectado por
SE e tratado com EC e ECI: tratado com EC e infectado por SE).
Aná
lise estatística
Os dados referentes aos parâmetros intestinais foram submetidos, a cada
dia pós-infecção, à análise de variância (ANOVA), sendo cada ave considerada
como uma parcela. A comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey
com nível de significância de 5%.
86
RESULTADOS
Porcentagens de vilos normais
As tabelas 1 e 2 apresentam os dados referentes às porcentagens de vilos
normais (Grau 0+1 de perda de epitélio) para o duodeno, jejuno e íleo.
Para o duodeno, os dados mostraram efeito significativo (p<0,05) do sexo
no 1º e 5º dias pós
-
infecção e dos tr
atamentos nos dias 1º e 7º pós
-
infecção sobre
as porcentagens de vilos normais (Tabela 1).
No dia, as fêmeas apresentaram maior porcentagem de vilos duodenais
normais do que os machos (Tabela 1). Entretanto, de acordo com a interação
sexos e tratamentos (Tabela 2), isso ocorreu apenas nos pintos do tratamento
ECI. Além disso, os pintos machos dos tratamentos NI, I e IEC não diferiram entre
si, mas tiveram maior porcentagem de vilos duodenais normais do que os pintos
do tratamento ECI, enquanto que nos pintos fêmeas não houve diferença entre
nenhum dos quatro tratamentos.
No dia, não houve diferença significativa entre os sexos e nem entre os
tratamentos, e todas as aves apresentaram 100% de vilos normais.
No dia, ao contrário do observado no 1º, a porcentagem de vilos
duodenais normais foi maior nos machos do que nas fêmeas. Todavia, a interação
entre sexos e tratamentos mostrou que isso ocorreu apenas para pintos dos
tratamentos NI e I, pois nos dois outros tratamentos (IEC e ECI) não ocorreu
dif
erença entre os sexos. A interação também registrou que, no dia pós-
infecção, as fêmeas NI, I e IEC apresentaram uma redução da porcentagem de
vilos duodenais normais em comparação com as fêmeas do tratamento ECI, ao
contrário dos machos que não apresentaram efeito dos tratamentos sobre esse
parâmetro.
No dia pós-infecção, houve efeito principal significativo (p<0,05) apenas
dos tratamentos, sendo que os pintos do tratamento IEC não mostraram nenhum
vilo duodenal normal, enquanto que os pintos dos demais tratamentos
apresentaram porcentagem similares de vilos normais. Entretanto, segundo
87
interação sexo e tratamentos, esses dados foram encontrados apenas nos
machos, pois nas fêmeas do tratamento IEC e do tratamento NI não foram
registrados vilos duodenais normais. Além disso, a interação também registrou a
ocorrência de maior porcentagem de vilos duodenais normais nos machos do que
nas fêmeas, no tratamento NI, e maior nas fêmeas do que nos machos, no
tratamento ECI.
Em relação ao jejuno, não foram registrados efeitos principais significativos
(p>0,05) dos tratamentos e/ou sexo em nenhum dos dias pós-
infecção analisados.
Entretanto, foi registrada interação significativa entre sexos e tratamentos
no dia pós-infecção (Tabs. 1 e 2), mostrando que nas fêmeas não houve
diferenças entre os tratamentos, mas que os pintos machos do tratamento ECI
apresentaram redução dos valores de vilos jejunais normais em comparação aos
demais tratamentos (NI, I e IEC). Além disso, diferença entre os sexos foi
registr
ada no tratamento ECI, sendo que os pintos machos apresentaram
porcentagem menor de vilos jejunais normais do que as fêmeas.
No que se refere às porcentagens de vilos normais no íleo (Tab
elas
1 e 2),
houve efeito significativo (p<0,05) dos tratamentos e interação significativa
(p<0,05) entre sexos e tratamentos apenas no dia pós-infecção, bem como
efeitos significativos dos sexos e tratamentos no 7º dia pós
-
infecção.
No dia, os pintos dos tratamentos I, IEC e ECI tiveram porcentagens
similares de vilos normais no íleo, mas maiores do que as observadas para as
aves do tratamento NI. Todavia, segundo interação sexos e tratamentos (Tabela
2), isso ocorreu apenas nos pintos fêmeas. Além disso, a diferença entre os sexos
foi registrada apenas no tratamento NI, sendo que os machos apresentaram maior
porcentagem de vilos ilíacos normais do que as fêmeas. No dia pós-
infecção,
a
porcentagem de vilos ilíacos normais foi maior nos machos do que as fêmeas, e
menor nos pintos do tratamento IEC do que nos demais tratamentos, os quais não
diferiram entre si para este parâmetro.
88
Tabela 1.
Efeitos
dos sexos e tratamentos sobre a porcentagem de vilos normais
da mucosa do duodeno, jejuno e íleo em pintos de corte.Jaboticabal,
2006
Duodeno
Sexo (S
)
M
81,30 b
100,00 a
54,20 a
43,80 a
F
100,00 a 100,00 a
14,50 b
48,80 a
Tratamentos (T)
NI
100,00 a 100,00 a
33,40 a
50,00 a
I
100,00 a 100,00 a
52,10 a
77,00 a
IEC
100,00 a 100,00 a
12,50 a
0,00 b
ECI
62,50 b
100,00 a
39,40 a
58,00 a
Prob
abilidade
S
0,0060 *
0,9999
ns
0,0030 *
0,6620
ns
T
0,0000 *
0,9999
ns
0,1480
ns
0,0010 *
S x T
0,0000 *
0,9999
ns
0,0060 *
0,0000 *
C.V. (%)
1
13,67
11,24
16,54
11,98
Jejuno
Sexo (S)
M
100,00 a
99,44 a
84,50 a
42,80 a
F
99,78 a
99,09 a
79,4
0 a
45,70 a
Tratamentos (T)
NI
99,59 a
100,00 a
75,00 a
28,90 a
I
99,96 a
97,00 a
92,00 a
60,50 a
IEC
99,99 a
100,00 a
93,00 a
50,00 a
ECI
100,00 a 100,00 a
67,00 a
37,50 a
Probabilidade
S
0,2940
ns
0,7510
ns
0,6250
ns
0,8630
ns
T
0,4450
ns
0,1560
ns
0,2210
ns
0,5780
ns
S x T
0,4330
ns
0,9560
ns
0,0230 *
0,1060
ns
C.V. (%)
1
16,78
10,97
9,37
11,74
Íleo
Sexo (S)
M
90,00 a
100,00 a
98,90 a
84,10 a
F
100,00 a
98,31 a
85,80 a
66,90 b
Tratamentos (T)
NI
100,00 a 100,00 a
69,50 b
10
0,00 a
I
80,10 a
98,80 a
100,00 a
95,00 a
IEC
100,00 a
97,90 a
100,00 a
18,30 b
ECI
100,00 a 100,00 a 100,00 a
88,80 a
Probabilidade
S
0,1160
ns
0,1840
ns
0,0540
ns
0,0290
*
T
0,0720
ns
0,5560
ns
0,0050 *
0,0000 *
S x T
0,0720
ns
0,5560
ns
0,0170 *
0,3590
ns
C.V. (%)
1
12,09
8,74
15,67
13,57
1
= Coeficiente de variação
;
ns
= não significativo; * = Significativo; a b: Médias com letras
distintas (colunas) diferem pelo teste de Tukey (p<0,05).
89
Tabela 2. Interação entre sexos e tratamentos para o número de vilos por área e
porcentagem de vilos normais da mucosa do duodeno, em pintos de
corte, nos primeiros dias pós
-
infecção. Jaboticabal, 2006.
NI I
IEC
ECI
Duodeno
M
100,00 Aa
100,00 Aa
100,00 Aa
25,00 Bb
1º DPI
F
100,00 Aa
10
0,00 Aa
100,00 Aa
100,00 Aa
M
66,75 Aa
100,00 Aa
25,00 Aa
25,00 Aa
5º DPI
F
0,00 Bb
4,25 Bb
0,00 Ba
53,75 Aa
M
100,00 Aa
50,00 Aa
0,00 Ba
25,00 Ab
7º DPI
F
0,00 Bb
78,50 Aa
0,00 Ba
91,50 Aa
Jejuno
M
100,00 Aa
100,00 Aa
95,50 Aa
42,75 Bb
5º DPI
F
50,00 Aa
85,00 Aa
91,30 Aa
91,25 Aa
Íleo
M
95,75 Aa
100 Aa
100 Aa
100 Aa
5º DPI
F
43,25 Bb
100 Aa
100 Aa
100 Aa
A-B, a b: Médias seguidas de letras distintas (linhas e colunas, respectivamente) diferem
significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05); M: macho, F: fêmea; NI: não infectado com SE,
I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado
com SE.
90
Porcentagens de vilos de acordo com os graus de perda de epitélio
A caracterização geral e percentual dos graus de perda de epitélio
apresentados pelos vilos do duodeno, jejuno e íleo, de pintos machos e fêmeas,
são mostrados nas tabelas 3 e 4, 5 e 6, e 7 e 8, respectivamente.
No 1º dia pós
-
infecção, os pintos machos e fêmeas
de todos os tratamentos
apresentaram 100 % de vilos duodenais normais, exceção feita aos pintos machos
do tratamento ECI, os quais apresentaram 75 % de vilos alterados, sendo 50 % de
grau 2 e 25 % de grau 3.
No dia pós-infecção, os pintos de todos os tratamentos, em ambos os
sexos, apresentaram 100 % de vilos duodenais normais, valendo ressaltar que os
pintos machos do tratamento ECI que apresentavam apenas 25% de vilos normais
no dia pós-infecção, passaram a apresentar 100% de vilos normais,
caract
erizando um processo regenerativo da mucosa do duodeno, do para o
dia pós
-
infecção.
No dia pós-infecção, nos machos dos tratamentos NI, IEC e ECI ocorreu
perda de epitélio graus 2 e/ou 3, enquanto que nas fêmeas apenas do tratamento
IEC a porcentagem de vilo duodenal com grau 3 foi alta. Todavia, os pintos
fêmeas dos tratamentos NI e IEC não apresentaram vilos duodenais normais e
tiveram alta porcentagem de vilos duodenal com perda de epitélio grau 2. nos
machos, os pintos do tratamento I tiveram baixa taxa de vilos normais e altas
porcentagens de vilos com perda de epitélio grau 2 e grau 3. Por sua vez, os
pintos machos do tratamento ECI apresentaram alta taxa de vilos duodenais
normais e com grau 2 de perda de epitélio e baixa taxa de vilo com perda de
epitélio grau 3. Essa perda de epitélio registrada no dia em todos os
tratamentos e em ambos os sexos, exceção feita aos machos do tratamento I,
provavelmente indicam que a taxa de
extrusão do epitélio intestinal está maior que
a taxa de atividade mitótica da região de transição cripta-vilo, cujas células são
impelidas para o topo do vilo.
no dia pós-infecção, os pintos machos (Tab
ela
3) do tratamento NI
apresentaram todos os vilos duodenais normais. Por sua vez, os pintos machos
91
do
tratamento I apresentaram 50% dos vilos com grau 2, os do tratamento ECI
apresentaram vilos com grau 2 (53,50%) e 3 (21,50%), e os do tratamento IEC,
mais afetados, apresentaram vilos com grau 2 (50%), 3 (1,39%), 4 (45,83%) e 6
(2,78%). Nas fêmeas (Tab
ela
4), os pintos do tratamento NI apresentaram-
se
100% dos vilos duodenais com perda de epitélio grau 2, enquanto que os pintos
dos tratamentos I e ECI apresentaram apenas 21,5 e 8,5 % de vilos com grau 2,
respectivamente, e os do tratamento IEC apresentara
m vilos com grau 2 (79%) e 3
(21%).
92
Tabela 3.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004), no duodeno
de
pintos de corte, machos, nos primeiros dias p
ós
-infecção (1, 3, 5 e 7
dias),
de acordo com os tratamentos (NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado
com EC e infectado com SE). Jaboticabal, 2006.
Tratamentos
Grau 0+1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau
5
Grau 6
1º D
ia pós-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
25,00
50,00
25,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,
00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
66,75
29,25
4,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
25,00
0,00
75,00
0,00
0,00
0,00
ECI
25,00
56,50
18,50
0,00
0,00
0,00
7
º
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
50,00
50,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
0,00
50,00
1,39
45,83
0,00
2,78
ECI
25,00
53,50
21,50
0,00
0,00
0,00
N = 4 aves/tratamento.
93
Tabela 4.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de
perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no duodeno
de
pintos de corte, fêmeas, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7
dias),
de acordo com os tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC:
inf
ecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado
com EC e infectado com SE). Jaboticabal, 2006.
Tratamentos
Grau 0+1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
0,00
94,75
5,25
0,00
0,00
0,00
I
4,17
56,83
39,00
0,00
0,00
0,00
IEC
0,00
95,59
4,50
0,00
0,00
0,00
ECI
53,80
42,25
3,95
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
0,00
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
78,50
21,50
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
0,00
79,00
21,00
0,00
0,00
0,00
ECI
91,48
8,52
0,00
0,00
0,00
0,00
N = 4 aves/tratamento.
94
Em relação ao jejuno, verificou-se que no e dias pós-
infecção,
praticamente todas as aves de ambos os sexos e de todos os tratamentos
apresentaram 100% de vilos jejun
ais normais. Apenas os pintos infectados (I) e de
ambos os sexos apresentaram uma pequena percentagem de vilos com perda de
epitélio grau 2.
no dia pós-infecção, os pintos machos do tratamento ECI
apresentaram vilos jejunais com grau 2 (32,25 %), 3 (22,50%) e 4 (2,05%),
enquanto que os machos dos demais tratamentos apresentaram 100% de vilos
jejunais normais. Nas fêmeas, vilos jejunais com perda de epitélio grau 2 foram
observados nos tratamentos I (15%), IEC (8,7%) e ECI (8,75%), enquanto que no
tr
atamento NI foram registrados apenas vilos normais (100 %).
Por sua vez, no dia pós-infecção, os pintos machos do tratamento NI
apresentaram 50% de vilos jejunais com perda de epitélio grau 2, os do tratamento
I tiveram vilos com grau 2 (24,24%) e 3 (4,76), os do tratamento IEC tiveram
metade dos vilos do com grau 4, e os do tratamento ECI apresentaram 100% de
vilos alterados (89,9 % de grau 2 e 10,10% de grau 3). Em relação às fêmeas, no
tratamento NI foi registrado cerca de 41 % de vilos jejunais com perda de epitélio
grau 2, nos tratamentos I e IEC foram 50% de vilos alterados (grau 4 para o
tratamento I e grau 2 para o tratamento IEC), e no tratamento ECI apenas 25% de
vilos eram alterados e todos de grau 2.
95
Tabela 5. Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1,
2, 3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no jejuno
de
pintos de corte, machos, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7
dias),
de acordo com os tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC,
ECI:
tratado com EC e infectado com SE). Jaboticabal, 2006.
Tratamentos
Grau 0+1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
97,75
2,25
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
5
º
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
42,75
32,25
22,50
2,50
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
50,00
50,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
71,00
24,24
4,76
0,00
0,00
0,00
IEC
50,00
0,00
0,00
50,00
0,00
0,00
ECI
0,00
89,81
10,19
0,00
0,00
0,00
N = 4 aves/tratamento.
96
Tabela 6.
Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1, 2,
3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al
., 2004) no jejuno
de
pintos
de corte, fêmeas, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7 dias),
de
acordo com os tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I: infectado
com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC
e infectado com SE). Jaboticabal, 2
006.
Tratamentos
Grau 0+1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100
,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
96,30
3,70
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
85,00
15,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
91,30
8,70
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
91,25
8,75
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
58,56
41,41
0,00
0,00
0,00
0,00
I
50,00
0,00
0,00
50,00
0,00
0,00
IEC
50,00
50,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
75,00
25,00
0,00
0,00
0,00
0,00
N = 4 aves/tratamento.
97
No íleo, no dia pós-infecção, todos os tratamentos, de ambos os sexos,
apresentaram 100% de vilos normais no íleo, exceção feita aos pintos machos do
tratamento I, os quais apresentaram 36,21 % de vilos com grau 2 e 3,60% de vilos
com grau 3.
No 3º dia pós-
inf
ecção, foi observado a regeneração tissular dos vilos
ilíacos dos machos do tratamento I, ou seja, os machos de todos os tratamentos
apresentaram 100% de vilos normais. Os pintos fêmeas dos tratamentos I e IEC
apresentaram pequena porcentagem de vilos ilíacos com perda de epitélio grau 2
(2,5 e 4,25%, respectivamente).
no dia pós-infecção, apenas os machos do tratamento NI
apresentaram perda de epitélio grau 2 e em baixa porcentagem (4,25%) no íleo.
Os machos dos demais tratamentos apresentaram 100% de vilos ilíacos
normais.
Nas fêmeas dos tratamentos I, IEC e ECI ocorreram 100% de vilos normais no
íleo, enquanto que nos pintos do tratamento NI foram registrados cerca de 56% de
vilos alterados, sendo 49% de grau 2 e 7 % de grau 3.
Por sua vez, no 7º dia pós-infecção, os machos dos tratamentos NI, I e ECI
apresentaram 100% de vilos ilíacos normais, enquanto que nos machos do
tratamento IEC cerca de 64% de vilos ilíacos encontravam-se alterados, sendo
13% de grau 2 e 50% grau 4. Nas fêmeas, apenas os pintos do tratamento NI
apresentaram 100% de vilos ilíacos normais. Os pintos do tratamento IEC,
similarmente aos machos, foram os pintos que apresentaram as maiores lesões
tissulares (25% grau 3 e 75% grau 4). Ainda sobre as fêmeas, os pintos dos
tratam
entos I e ECI apresentaram respectivamente 10 e 25% de vilos ilíacos com
perda epitelial de grau 2, respectivamente.
98
Tabela 7. Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1,
2, 3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no íleo
de
pintos de corte, machos, nos primeiros dias pós-
infe
cção (1, 3, 5 e 7
dias),
de acordo com os tratamentos (T) (NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC,
ECI:
tratado com EC e infectado com SE). Ja
boticabal, 2006.
Tratamentos
Grau 0+1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
60,19
36,21
3,60
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infe
cção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
95,75
4,25
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
36,50
13,50
0,00
50,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
N = 4 aves/tratamento.
99
Tabela 8. Porcentagens de vilos, de acordo com grau de perda de epitélio (0+1,
2, 3, 4, 5 e 6) (segundo GOMIDE JÚNIOR et al., 2004) no íleo
de
pintos de corte, fêmeas, nos primeiros dias pós-infecção (1, 3, 5 e 7
dias),
de acordo com os
tratamentos
(T) (NI: não infectado com SE, I:
infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC,
ECI:
tratado com EC e infectado com SE). Jaboticabal, 2006.
Tratamentos
Grau 0+1
Grau 2
Grau 3
Grau 4
Grau 5
Grau 6
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
97,50
2,50
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
95,75
4,25
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,
00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
43,25
49,25
7,50
0,00
0,00
0,00
I
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
ECI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Dia pós
-
infecção
NI
100,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
I
90
,00
10,00
0,00
0,00
0,00
0,00
IEC
0,00
0,00
25,00
75,00
0,00
0,00
ECI
77,50
22,50
0,00
0,00
0,00
0,00
N = 4 aves/tratamento.
100
Presença e extensão de células apoptóticas
A presença e extensão de células apoptóticas não foi observada em
nenhum dos cortes histológicos analisados, esses dados indicam que a infecção
por
Salmonella
Enteritidis não induz este tipo de morte celular no epitélio intestinal
das aves.
101
DISCUSSÃO
Os dados do presente estudo mostraram que os pintos controles (NI)
apresentam uma intensa renovação epitelial no duodeno a partir do dia, no
jejuno ao 7º dia e no íleo a
o 5º dia de vida. É conhecido que o intestino apresenta
alterações morfo-funcional pós-eclosão em adaptação à ração exógena ingerida,
be
m como em adaptação à exposição e à colonização intestinal por microbiota
(KELLY et al., 1992; NOY & SKLAN, 1997; KOJIMA et al., 1999). Sendo assim, é
possível que a perda acentuada de epitélio intestinal ao final da primeira semana
de vida represente um processo rápido de renovação celular para aquisição de
células epitelias com características morfo-funcionais adequadas à digestão e
absorção, bem como proteção epitelial frente à nova digesta e colonização
intestinal.
Além de registrarem uma dinâmica funcional distinta entre os segmentos
intestinais, nossos dados também mostram que a dinâmica de perda de epitélio
duodenal e ilíaca difere entre os sexos, o que também foi constatado por GOMIDE
JR
et al. (2004) para pintos em condições de jejum. No duodeno, a perda de
epitélio foi mais acentuada e longa nas fêmeas do que nos machos. No íleo, ela foi
focada no 5º dia, mas também foi mais acentuada nas fêmeas do que nos
machos. Esses resultados indicam uma adaptação mais rápida e mais intensa do
sexo feminino
do que do masculino à dieta exógena, o que pode estar relacionado
com o maior peso corporal registrado aos 7 dias de idade para pintos fêmeas em
relação aos pintos machos.
Após a eclosão, o intestino delgado passa a ser colonizado por rica
microbiota, podendo a mesma incluir agentes patogênicos ou não (FOWLER &
MEAD, 1989; OLIVEIRA et al., 2000). Independentemente do sexo e do segmento
intestinal, a dinâmica de renovação de epitélio intestinal apresentada pelos pintos
não infectados envolveu no máximo perda de epitélio grau 2, mostrando que o
processo não envolve grandes perdas de epitélio, as quais poderiam expor as
aves de forma mais fácil e acentuada a patógenos entéricos.
102
Os pintos infectados por SE não apresentaram alterações significativas na
dinâmi
ca epitelial geral do intestino delgado em relação aos pintos não infectados,
indicando ausência de efeito significativo da infecção sobre a integridade do
epitélio intestinal. Considerando que o órgão de eleição para o alojamento e
proliferação intestinal da SE são os cecos (DAY, 1992; ANDREATTI FILHO et al.,
1993
);
É possível que as adaptações gastro-intestinais digestivas e de proteção
frente à nova dieta e microbiota não propiciem a instalação e proliferação das
mesmas no intestino delgado. Em relação
aos graus de perda de epitélio, apenas
do duodeno das fêmeas e no dia de vida ocorreu pequena porcentagem de
perda de epitélio grau 3, representativo de um efeito muito leve e focal da infecção
sobre a perda de epitélio.
De acordo com os dados, pintos machos tratados com EC após a infecção
por SE (IEC) mostraram alteração na dinâmica de perda ou renovação do epitélio
intestinal. Em relação ao duodeno, eles apresentaram uma alteração drástica da
dinâmica de renovação celular, apresentando um perfil mais acentuado (graus 2,
3 e/ou 4) e longo de perda de epitélio duodenal do que os machos não infectados.
Em relação ao sexo oposto, eles mostraram um perfil similar ao apresentado pelas
fêmeas do mesmo tratamento, que coincide com o das fêmeas não infectada
s,
porém com graus de perda de epitélio maiores (graus 3 e 4). Os pintos do
tratamento IEC não apresentaram efeito do tratamento também no jejuno e íleo,
segmentos nos quais apresentaram graus mais acentuados de perda de epitélio
(graus 3 e/ou 4) do que os machos (grau 2) e as fêmeas (grau 2 e 3) não
infectados e do que as fêmeas do mesmo tratamento (grau 2). Esses dados
chamam atenção por mostrarem que o tratamento com EC após infecção
aumentou a perda de epitélio pelos vilos. Considerando que a microbiota intestinal
também contém organismos promotores de crescimento (ZIPRIN et al., 1993;
NISBET et al., 1994; HOLLISTER et al., 1995) é possível que o tratamento por EC
esteja atuando de forma direta ou indireta como acelerador do processo de
renovação celul
ar e desenvolvimento dos vilos nos pintos machos.
Os pintos machos tratados com EC antes da infecção também tiveram uma
perda mais acentuada (graus 2 e 3) e longa de epitélio duodenal e jejunal do que
103
os pintos machos não infectados, mais acentuada do que as fêmeas de mesmo
tratamentos, mas muito próxima à apresentada pelas fêmeas não infectadas.
Esses dados mostram que tratamento com EC antes da infecção com SE agem
sobre o epitélio intestinal de forma similar ao tratamento realizado após a infecção,
reforçando a possibilidade da EC estar acelerando o processo de renovação
celular nos machos, provavelmente via ação como promotor de crescimento dos
vilos. Ao mesmo tempo, nossos dados também reforçam os dados de GOMIDE et
al., 2004), segundo os quais o intestino dos machos seria mais susceptível à
perda de epitélio do que fêmeas
.
Em suma, o presente trabalho mostra que os vilos do intestino delgado dos
pintos de corte apresentam um processo grande de renovação celular ao final da
primeira semana de vida e
que EC acelera ou acentua o processo.
104
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107
CAPÍTULO 4 - AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA MUCOSA
INTESTINAL DE PINTOS DE CORTE DE AMBOS OS SEXOS SUBMETIDOS
AO TRATAMENTO POR EXCLUSÃO COMPETITIVA ANTES E APÓS
INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR
SALMONELLA
ENTERITIDIS
A
valiação do desenvolvimento da mucosa intestinal de pintos de corte de
ambos os sexos submetidos ao tratamento por exclusão competitiva antes e
após infecção experimental por
Salmonella
Enteritidis
RESUMO
O presente experimento foi realizado com o objetivo de avaliar
o desenvolvimento da mucosa intestinal de pintos de corte submetidos ao
tratamento por exclusão competitiva (EC) antes e após infecção experimental por
Salmonella Enteritidis (SE). Foram utilizados 128 pintos, distribuídos num
delineamento
ao acaso com esquema fatorial 2 x 4, onde 2 é o número de sexos e
4 o número de tratamentos (NI: não infectados com SE - Controle; I: infectados
com SE; IEC: infectados com SE e tratados com EC 24 h após infecção; ECI:
tratados com EC e infectados com SE 24 h após tratamento). Os animais foram
sacrificados com 1, 3, 5 e 7 dias pós-infecção (dpi) para obtenção das amostras
do intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo). Os dados do presente trabalho
mostraram que o desenvolvimento da mucosa intestinal dos pintos de corte é
influenciado pelo sexo e pelos tratamentos, que os efeitos de ambos podem diferir
entre os segmentos intestinais, e que os sexos podem responder de forma distinta
aos tratamentos. Do ponto de vista prático, evidenciou-se que a infecção por SE
influencia negativamente o crescimento dos vilos dos três segmentos intestinais
na primeira semana de vida dos pintos, mas não de forma contínua, e que
tratamento com EC antes da infecção evita os efeitos da infecção sobre o
desenvolvimento dos vilos d
o duodeno e íleo.
Palavras
-
Chave:
Salmonella
Enteritidis,
Exclusão C
ompetitiva,
I
ntestino
, Aves
.
108
CHAPTER 4 - EVALUATION OF INTESTINAL MUCOSA DEVELOPMENT
OF
YOUNG
CHICKENS
FROM
BOTH SEXES
SUBMITTED
TO
COMPETITIVE
EXCLUSION
TREATMENT
BEFORE AND AFTER EXPERIMENTAL INFECTION
WITH
SALMONELLA
ENTERITIDIS
E
valuation of
intestinal mucosa
development
of young
chickens
from
both
sexes
submitted to
competitive exclusion treatment before and after
exp
erimental infection with S
almonella
E
nteritidis
SUMMARY
- T
he
present experiment was carried out with the objective to
evaluate
the development of
intestinal
mucosa of young chickens submitted to
competitive exclusion treatment (
CE
) before and after experimental infection with
Salmonella
Enteritidis (SE). 128 young chickens, distributed in
completely
randomized design in 4 x 2 factorial arrangement, where 2 are the number of sex
and 4 the number of treatments (NI: not infection with SE - Control; I: infection with
SE
;
ICE: infection with SE and treated with CE 24 h after infection; CEI: treated
with CE and infection with SE 24 h after treatment). The animals had been
sacrificed with 1, 3, 5 and 7 days post infection (dpi) for attainment of the samples
from
thin intestine (duodenum, jejunum and ileum). The data of the present work
had shown that the intestinal mucosa development of young chickens is influenced
by the sex and the treatments, that the effect of both can differ between the
intestinal
segments, and that the sexes can answer of distinct form to the
treatment
s. Of the practical point of view, it was proven that the infection for SE
influences
in
negative way the growth of the vilos
from
the three intestines
segments in the first week of life of the young chickens, but not
in
continuous form,
and that treatment with CE before the infection prevents the effect of the infection
on the development of the vilos from
duodenum and
ileum
.
Key
-
words:
Salmonella
Enteritidis, Competitive Exclusion, I
ntestine
, Chickens
.
109
INTRODUÇÃO
A primeira semana de vida do frango de corte equivale a 17% do tempo
entre eclosão e idade de abate (42 dias). Após a eclosão, o trato gastrintestinal
sofre grandes alterações morfológicas e fisiológicas, que proporcionam aumento
da área de superfície de digestão e absorção intestinais (OVERTON & SHOUP,
1964). Entre essas alterações, destacam-se os aumentos no comprimento do
intestino, na altura e densidade dos vilos e, conseqüentemente, no número de
enterócitos, células caliciformes e células enteroendócrinas (BARANYIOVA &
HOLMAN, 1976). Esse processo decorre primariamente de dois eventos
citológicos associados: renovação celular (proliferação e diferenciação) resultantes
das divisões mitóticas sofridas por células totepotentes (stem cell) localizadas na
cripta e ao logo dos vilos (UNI, 1998), e perda de células (extrusão), que ocorre
normalmente no ápice dos vilos.
Conforme mencionado por MAIORKA et al. (2002), o equilíbrio entre esses
dois processos (proliferação e extrusão) possibilita a manutenção do tamanho dos
vilos e, portanto, a manutenção da capacidade digestiva e absortiva. Quando o
intestino responde a algum agente com um desequilíbrio da renovação celular
(“turnover”) a favor de um desses processos, ocorre uma modificação na altura
dos vilos. Assim, se ocorrer um aumento na taxa de mitose com ausência,
diminuição ou manutenção da taxa de extrusão, deverá haver um aumento no
número de células e, conseqüentemente, um aumento no tamanho dos vilos. Se o
estímulo levar a um aumento na taxa de extrusão, havendo manutenção ou
diminuiç
ão da taxa de proliferação, o intestino deverá responder com uma redução
no tamanho dos vilos e, conseqüentemente, com uma diminuição em sua área de
digestão e absorção.
Segundo ELIA et al. (2002), o trato gastrintestinal apresenta a maior
interface do organismo com o meio externo, sendo, portanto, a porta de entrada
para a maioria dos patógenos entéricos. VISEK (1978), demonstrou que, quando o
trato digestório é submetido a injúrias, seja por agentes físicos, químicos ou
biológicos, o organismo da ave responde a agressão por meio de um processo
110
inflamatório, podendo ocorrer, conseqüentemente, aumento de renovação celular,
diminuição dos vilos e diminuição da atividade digestiva e absortiva. Assim, as
enfermidades entéricas, além de causar a doença clínica, podem comprometer o
desempenho da ave por prejudicar o desenvolvimento do trato gastrintestinal.
Dessa forma, a manutenção da integridade morfo-funcional do trato
gastrintestinal é um fator importante para o controle da saúde animal e da
manutenção de um
alto nível de crescimento.
Exclusão Competitiva (EC) ou Conceito de "Nurmi" é um método alternativo
para o controle de enfermidades entéricas e que vem mostrando-
se eficaz durante
anos. Ele consiste na administração intestinal de microbiota intestinal de aves
adultas em aves recém eclodidas, com o intuito de excluir a presença de
microrganismos indesejáveis devido à aceleração da colonização intestinal por
microrganismos benéficos (NURMI & RANTALA, 1973).
O objetivo do presente estudo foi analisar o efeito do tratamento com EC
antes e após a infecção experimental por
Salmonella
Enteritidis sobre o
desenvolvimento da mucosa intestinal de pintos de corte durante a primeira
semana de vida.
111
MATERIAL E MÉTODOS
Aves e Tratamentos
O presente experimento foi realizado entre os meses de junho e julho de
2006 nos Laboratórios de Ornitopatologia do Departamento de Patologia
Veterinária e Histologia/Embriologia do Departamento de Morfologia e Fisiologia
Animal da FCAV
UNESP
Jaboticabal.
Fo
ram utilizados 128 pintos recém-eclodidos (64 machos e 64 fêmeas) de
linhagem de corte (Cobb
500), provenientes de matrizes com 32 semanas de
idade. Inicialmente foram realizados suabes do mecônio das caixas, para
confirmar ausência de
Salmonella
Enteriti
dis
. O sexo das aves foi confirmado pela
análise das gônadas, as quais estão presentes em número par nos machos e
ímpar nas fêmeas. As aves foram divididas em 2 grupos, machos e fêmeas, e
para cada sexo separadas em 4 outros tratamentos com 4 repetições d
e 16 aves:
NI
: não infectados com
Salmonella
Enteritidis (Controle);
I
: infectados com
Salmonella
Enteritidis;
IEC: infectados com
Salmonella
Enteritidis e tratados com exclusão
competitiva (EC) 24 h após infecção;
ECI
: tratados com EC e infectados com
Salmonella
Enteritidis 24 h após
tratamento
Todas as aves foram acondicionadas em caixas de madeira teladas,
previamente desinfetadas, em sala climatizada à 33
o
C. Elas foram alimentadas
com água e ração (22% PB, 2.900 Kcal EM/Kg, isenta de antimicrobianos
e
anticoccidianos) “ad libitum”. A cama composta de maravalha foi autoclavada
antes do uso.
Os pintos foram analisados quanto a parâmetros intestinais com 1, 3, 5 e 7
dias pós-infecção, sendo utilizados 4 pintos por grupo, um de cada repetição,
consideran
do
-
se cada ave uma parcela.
Os animais foram sacrificados por meio de deslocamento cervical e durante
a necropsia foi coletado as três regiões do intestino delgado (duodeno, jejuno e
íleo) para mensurações dos parâmetros intestinais.
112
Bactéria, Inoculação e Contagem de Colônias
Foi utilizado um mutante espontâneo de
Salmonella
Enteritidis, resistente
ao ácido nalidíxico e a espectinomicina (SE NalSpec), mantido pelo Laboratório de
Ornitopatologia da FCAV
-
Unesp de Jaboticabal.
A cultura e o inócul
o foram preparados seguindo a metodologia adotada por
OLIVEIRA
et al. (2000), como segue: a cultura foi preparada em caldo nutriente
(OXOID CM 67) e incubada sob agitação (100 movimentos/minuto) a 37
C durante
24 horas. O inóculo foi preparado a partir desta cultura (1,2 x 10
9
células viáveis
por mL de cultivo), diluindo-se 1mL de cultura (1:1000) em caldo nutriente. Foi
realizada administração esofágica de 100 µL de SE NalSpec por ave, utilizando
-
se
uma cânula. Para contagem de
Salmonella
seguiu o modelo empregado por
BARROW
et al. (1987), como descrito a seguir: colheu-se o conteúdo cecal, que
foi diluído a 1:10 em solução salina tamponada (PBS pH 7,4). Em seguida, 0,1mL
desta suspensão foi submetida a 5 diluições decimais seriadas (até 1:10
6
). Foi
plaque
ado 0,1ml de cada uma das diluições em ágar verde brilhante contendo
ácido nalidíxico (100 g/mL) e espectinomicina (100 g/mL). A contagem das
colônias foi realizada após 24 horas de incubação a 37 C e os dados foram
expressos como número de unidades formadoras de colônia (UFC) por grama de
conteúdo cecal. Estes valores foram transformados em log
10
para análise e
interpretação dos resultados. Contagens (log10) inferiores a 2 UFC de SE foram
indicativas de ausência da bactéria.
Exclusão Competitiva (EC)
Foi
efetuada seguindo a metodologia adotada por OLIVEIRA et al. (2000).
Uma suspensão de cultura fecal foi obtida misturando-se fezes frescas de aves
adultas saudáveis com caldo nutriente (1:10 Peso/Volume). A mistura foi mantida
em estufa a 37 C por 24 horas, para crescimento da microbiota intestinal. Em
seguida, 0,1 mL da parte líquida foi inoculada endoesofagicamente, de forma
similar à descrita no item anterior.
113
Microscopia Eletrônica de Varredura
Para a análise da densidade dos vilos, amostras do duodeno, jejuno e íleo
(3 cm de comprimento) foram abertas longitudinalmente pela borda mesentérica,
estendidas pela túnica serosa e lavadas delicadamente com tampão fosfato 0,1M
pH 7,4 (para retirada de restos de alimento e muco) e estiradas sobre papel. As
amostras foram fixadas em glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato por 24 horas a
4 C e pós-fixadas em tetróxido de ósmio 1 % por 2 horas. Em seguida, elas foram
lavadas com a mesma solução tampão acima citada, para retirada do fixador, e
desidratadas em série de concentração crescente de etanol (50, 60, 70, 80, 90,
100%). As amostras foram, então, submetidas à obtenção do ponto crítico de
secagem (BAL-TEC), fixadas e orientadas em suporte de alumínio ou cobre,
metalizadas com ouro paládio (denton vacum desk II), e fotografados em um
microscópio eletrônico de varredura (modelo Jeol JSM 25II ), pertencente ao
laboratório de Microscopia Eletrônica da FCAV, UNESP, Jaboticabal.
O número total de vilos por área (densidade de vilos) foram determinadas
sobre quatro eletromicrografias (com área equivalente a 1.855.213,7 m
2
) por
segmento intestinal e por ave, num total de 4 aves por tratamento .
Microscopia de Luz
Para as análises da altura de vilo e profundidade de cripta, amostras (2 cm
de comprimento) das 3 regiões do intestino delgado foram
abertas
longitudinalmente pela borda mesentérica, estendidas pela túnica serosa, e
fixadas, imediatamente, em solução de Bouin por 36 horas. Em seguida, as
amostras foram lavadas em álcool 70% para a retirada do fixador e desidra
tadas
em série crescente de etanol, diafanizadas em xilol e incluídas em histotec,
seguindo o método de rotina para microscopia de luz. De cada segmento
intestinal foram realizados e analisados 8 cortes histológicos seriados (5-6µm de
espessura), corados com HE. Foram realizadas 30 mensurações de vilo e 30 de
cripta por segmento intestinal por ave.
114
Os dados morfométricos de altura dos vilos e profundidade das criptas
int
estinais (em µm) foram obtidos
utilizando
-
se um sistema de captura e análise de
imag
em (Leica).
Delineamento experimental
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) disposto
em um arranjo fatorial 2 x 4, onde 2 é o número de sexos (machos e fêmeas) e 4 o
número de tratamentos (NI: Não infectado, I: Infectado por SE, IEC: Infectado por
SE e tratado com EC e ECI: tratado com EC e infectado por SE).
Analise estatística
Os dados referentes aos parâmetros intestinais foram submetidos, a cada
dia pós-infecção, à análise de variância (ANOVA), sendo cada ave considerada
co
mo uma parcela. A comparação de médias foi realizada pelo teste de Tukey
com nível de significância de 5%.
115
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Densidade dos vilos duodenais, jejunais e ilíacos
As tabelas 1 e 2 e as Figuras 1-4 apresentam os dados referentes à
densidade de vilos duodenais.
A densidade dos vilos duodenais apresentou efeito significativo (p<0,05)
dos sexos e dos tratamentos apenas no e no dia pós-
infecção,
respectivamente, e interação significativa (p>0,05) entre sexos e trat
amentos no 1º
dia pós
-
infecção (Tabela 1).
Assim, do 1º ao 5º dia de vida não foram observadas diferenças na
densidade dos vilos entre machos e fêmeas (Tabela 1, Figuras 1-3
).
No dia
pós
-infecção, entretanto, houve diferença entre os sexos, sendo que os machos
apresentaram maior densidade de vilos do que as fêmeas (Tabela 1, Figura 4).
Contudo, segundo interação significativa entre sexos e tratamentos (Tabela 2), no
dia pós-infecção também ocorreu diferença entre os sexos, mas apenas nos
pintos do tratamento ECI, no qual os pintos fêmeas tiveram maior densidade de
vilos do que os machos (Figuras 1D e 1H). Esses dados mostraram que ocorre
uma resposta sexo-dependente sobre o desenvolvimento da mucosa do duodeno
na primeira semana de vida, mas que a ocorrência da mesma não é uma
característica contínua.
Em relação aos tratamentos, no dia pós-infecção, os pintos do
tratamento NI apresentaram maior (p<0,05) densidade de vilos do que os pintos
dos outros três tratamentos (I, IEC e ECI)(Tabela 1).
Seg
undo MACARI (1999),
uma menor contagem de vilos por área indica um maior desenvolvimento do vilo.
Todavia, as análises das fotomicrografias de varredura referentes à mesma idade
(Figura 3) mostraram que os vilos duodenais das aves dos tratamentos I, IEC e
ECI apresentaram um
maior distanciamento entre eles.
Considerando que as aves
dos tratamentos I, IEC e ECI (presente trabalho) receberam inóculos bacterianos,
nossos dados parecem indicar que a presença do agente infeccioso, com ou sem
tratamento com EC, prejudicou o desenvolvimento da mucosa duodenal, ou seja,
116
que os inóculos bacterianos agiram momentaneamente como agentes anti-
tróficos
sobre a mucosa intestinal
.
O efeito dos tratamentos, entretanto, foi focal e não foi
mais registrado a partir do dia
pós
-infecção. Todavia é interessante notar que o
efeito da infecção, com ou sem EC, sobre a densidade de vilos ocorreu
exatamen
te no período correspondente à redução significativa do número de vilos
das aves controles, ou seja, do 3º para o 5º dia. Esses dados traduzem um
crescimento dos vilos dos pintos controles e, mais uma vez, indicam que os
agentes de infecção agiram negativamente sobre o crescimento dos vilos,
possivelmente inibindo a proliferação celular, que, ocorre nas criptas e ao longo
dos vilos
(UNI et al., 1998; APPLEGATE et al., 1994).
Em relação ao jejuno, os dados sobre a densidade de vilos são mostrados
nas Tabelas 1 e 2 e nas Figuras 5-8. Não foram registrados efeitos significativos
(p>0,05) dos sexos sobre a densidade de vilos jejunais em nenhuma das idades
analisadas (Tabela 1 e Figuras 5-8) e nem interação entre sexos e tratamentos.
Todavia, houve influência significativa (p<0,05) dos tratamentos sobre a densidade
de vilos jejunais, mas apenas no 5º dia pós
-infecção.
Assim, no dia
pós
-infecção, as aves do tratamento ECI apresentaram
redução na densidade de vilos jejunais em relação aos outros tratamentos (NI, I e
ECI), que não diferiram entre si para este parâmetro. Considerando a relação
existente entre densidade e tamanho de vilos (MACARI, 1999; MAIORKA et al.,
2002), esses dados registram um maior desenvolvimento dos vilos jejunais nos
pintos do tratamento ECI. O desenvolvimento da mucosa intestinal pode ser
estimulado pela ação de agentes tróficos, os quais estimulam a proliferaç
ão
celular resultante em aumento do tamanho dos vilos (MAIORKA et al. (2002).
Neste contexto, nossos dados sugerem uma ação trófica da administração pré-
infecção do inóculo sobre a mucosa do jejuno (Figuras 7D e 7H).
Os dados sobre a densidade de vilos no íleo constam das tabelas 1 e 2 e
figuras 9-
12.
De acordo com os dados, houve efeito significativo (p<0,05) dos sexos
sobre a densidade de vilos no íleo apenas no dia, e dos tratamentos no e
117
dias pós-infecção. Além disso, houve interação significativa entre sexos e
tratamentos no 1º e 7º dias (Tabelas 1 e 2).
No 1º dia, segundo a intera
ção entre sexos e tratamentos,
houve diferença
s
entre os sexos no tratamento ECI, sendo que os machos apresentaram maior
densidade de vilos do que as fêmeas. Além disso, também ocorreu redução na
densidade de vilos nos pintos fêmeas do tratamento ECI em relação aos demais
tratamentos (Tabelas 1 e 2, Figura 9).
No e dias de vida não foram constatadas diferenças entre os sexos e
nem entre os tratamentos (Tabelas 1 e 2, Figuras 10 e 11). Entretanto, no dia
pós
-infecção, machos apresentaram maior densidade de vilos do que as fêmeas,
nos pintos infectados, com ou sem EC (I, IEC e ECI). Além disso, não houve
diferença entre os tratamentos para os pintos machos, mas as fêmeas do
tratamento I tiveram menor densidade de vilos do que as fêmeas dos outros três
tratamentos (Tabelas 1 e 2, Figura 12).
Esses dados mostram que também no íleo diferenças na densidade de vilos
entre os sexos ocorrem de forma focal e não contínua. Por outro lado, o fato dos
machos infectados, com ou sem EC, terem apresentado maior densidade de vilos
ilíacos do que as fêmeas sugere um efeito maior da infecção sobre os mesmos e
uma maior sensibilidade dos machos ao agente infeccioso do que as fêmeas.
Maior sensibilidade dos machos do que ás fêmeas à tratamentos também foram
registrados para pintos de corte por GOMIDE JR
et al. (2004).
Os resultados do presente estudo referentes a densidade de vilos também
mostraram que o crescimento dos vilos dos três segmentos intestinais o
influenciados de forma distinta pela infecção com SE e tratamento com EC.
118
Tabela 1. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre o número de vilos por área da
mucosa do duodeno, jejuno e íleo.
Jaboticabal, 20
06.
Duodeno
Sexo (S)
M
30,60 a
33,20 a
22,40 a
21,19 a
F
33,40 a
30,30 a
20,80 a
15,81 b
Tratamentos (T)
NI
32,00 a
27,10 a
26,10 a
21,60 a
I
35,00 a
29,60 a
19,00 b
18,30 a
IEC
28,40 a
30,60 a
20,50 b
17,00 a
ECI
32,60 a
29
,60 a
20,80 b
17,10 a
Probabilidade
S
0,1500
ns
0,2090
ns
0,3890
ns
0,0000 *
T
0,1150
ns
0,1000
ns
0,0470 *
0,0630
ns
S x T
0,0420 *
0,1240
ns
0,1990
ns
0,1480
ns
C.V. (%)
1
16,05
14,98
11,65
14,15
Jejuno
Sexo (S)
M
79,00 a
51,40 a
33,30 a
26,70 a
F
75,50 a
45,70 a
31,90 a
28,30 a
Tratamentos (T)
NI
70,80 a
50,50 a
36,30 a
28,30 a
I
68,40 a
55,80 a
33,50 a
29,00 a
IEC
82,30 a
47,00 a
36,10 a
27,10 a
ECI
87,60 a
41,00 a
24,50 b
25,60 a
Probabilidade
Sexo (S)
0,6720
ns
0,1630
ns
0,6170
ns
0,3330
ns
Tratamentos (T)
0,3080
ns
0,0920
ns
0,0110
*
0,5070
ns
S x T
0,1030
ns
0,7510
ns
0,1210
ns
0,1180
ns
C.V. (%)
1
16,91
17,24
10,99
13,42
Íleo
Sexo (S)
M
56,50 a
57,70 a
45,60 a
36,40 a
F
64,50 a
57,40 a
46,60 a
31,80 b
Tr
atamentos (T)
NI
77,30 a
58,40 a
44,90 a
32,00 ab
I
64,40 ab
60,30 a
47,30 a
26,50 b
IEC
56,00 ab
61,10 a
42,60 a
44,80 a
ECI
44,40 b
50,50 a
49,80 a
33,10 ab
Probabilidade
Sexo (S)
0,1880
ns
0,9460
ns
0,7320
ns
0,0250 *
Tratamentos (T)
0,00
50 *
0,1850
ns
0,3570
ns
0,0000 *
S x T
0,0030 *
0,5900
ns
0,5220
ns
0,0000 *
C.V. (%)
1
9,98
14,68
19,21
12,34
1
= Coeficiente de variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a b: Médias distintas diferem
pelo teste de Tukey (
p
= 0,05)
.
119
Tabela 2. Interação entre sexos e tratamentos para o número de vilos por área da
mucosa do duodeno e íleo, em pintos de corte, nos primeiros dias pós-
infecção. Jaboticabal, 2006.
NI I
IEC
ECI
Duodeno
M
34,00 Aa
35,25 Aa
26,25 Aa
27,0
0 Ab
1º DPI
F
30,00 Aa
34,75 Aa
30,50 Aa
38,25 Aa
Íleo
M
71,00 Aa
63,00 Aa
54,25 Aa
57,75 Aa
1º DPI
F
83,50 Aa
65,75 Aa
67,75 Aa
31,00 Bb
M
35,25 Aa
36,25 Aa
54,50 Aa
39,75 Aa
7º DPI
F
28,75 Aa
16,75 Bb
35,00 Ab
26,50 Ab
A-B, a b: Médias seguidas de letras distintas (linhas e colunas, respectivamente) diferem
significativamente pelo teste de Tukey ( p = 0,05); M: macho, F: fêmea; NI: não infectado com SE,
I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI: tratado com EC e infectado
com SE.
120
MACHOS FÊMEAS
Figura 1. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE
e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
F
G
H
121
MACHOS
FÊMEAS
Figura 2. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
mea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE
e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
122
MACHOS FÊMEAS
Figura 3. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectad
a com SE, G: Fêmea infectada com SE
e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE
.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
123
MACHOS FÊMEAS
Figura 4. Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do duodeno no dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE
e trata
da com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
124
MACHOS FÊMEAS
Figura 5: Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no 1º dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infe
ctada com SE
e tratada com EC,
H: Fêmea tratada com EC e infe
ctada com SE
.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
125
MACHOS FÊMEAS
Figura 6
.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no 3º dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE
e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
126
MACHOS FÊMEAS
Figura 7
.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no 5º dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com
SE e tratada com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
127
MACHOS
FÊMEAS
Fig
ura 8
.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do jejuno no 7º dia pós-
infecção; A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho
infectado com SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E:
Fêmea
não infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infe
ctada com SE
e tratada com EC,
H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
128
MACHOS FÊMEAS
Figura 9
.
Eletromicrografia de varredura das vi
losid
ades intestinais do íleo no 1
º dia pós
-
infecção;
A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho infectado com
SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E: Fêmea não
infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE e tratada
com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
129
MACHOS FÊMEAS
Figura 10
.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo
no 3
º dia pós
-
inf
ecção;
A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho infectado com
SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E: Fêmea não
infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE e tratada
com EC,
H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
130
MACHOS FÊMEAS
Figura 11.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo
no 5
º dia pós
-
infecção;
A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho infectado com
SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E: Fêmea não
infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE e tratada
com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
131
MACHOS FÊMEAS
Figura 12
.
Eletromicrografia de varredura das vilosidades intestinais do íleo no
7
º dia pós
-
infecção;
A: Macho não infectado com SE, B: Macho infectado com SE, C: Macho infectado com
SE e tratado com EC, D: Macho tratado com EC e infectado com SE, E: Fêmea não
infectada com SE, F: Fêmea infectada com SE, G: Fêmea infectada com SE e tratada
com EC, H: Fêmea tratada com EC e infectada com SE.
NI
I
IEC
ECI
A
B
C
D
E
F
G
H
132
Altura de vilo e profundidade de cripta
Nas
tabelas 3, 4 e 5 são apresentados os dados referentes à altura dos
vilos e as profundidades das criptas para o duodeno, jejuno e íle
o,
respectivamente.
Para altura de vilos duodenais, os dados mostraram efeito significativo
(p<0,05) dos sexos no 5º e 7º
dia pós
-
infecção e dos tratamentos no 7º dia, e não
houve interação entre sexos e tratamentos em nenhum
a
das idades analisados.
No
dia pós-infecção, as fêmeas apresentaram altura de vilos
significativamente (p<0,05) maior que os machos. O contrário foi registrado no
dia pós-infecção, sendo que os machos apresentaram vilos significativamente
(p<0,05) mais altos. Esses dados reforçam a ocorrência de
desenvolvimento sexo
-
específico da mucosa duodenal a partir do até o dia pós-infecção, também
re
gistrado pelos dados de densidade de vilos. Além disso, eles mostram que os
machos apresentaram crescimento dos vilos em altura, enquanto que nas fêmeas
o crescimento dos vilos foi em largura, o que explica o fato das fêmeas terem
apresentado menor densida
de de vilos, e que ao final da primeira semana de vida
ele é maior nas fêmeas do que nos machos. Considerando que tamanho dos vilos
(largura, altura) é determinado pela relação entre perda e proliferação celular (UNI
et al., 1998), a menor altura de vilos observada para fêmeas no dia pode ter
sido decorrente da maior perda de epitélio (maior taxa de renovação celular)
apresentada pelas mesmas em relação aos machos (Capítulo 3).
No que diz respeito aos tratamentos, no dia pós-infecção, os pintos dos
tratamentos NI e ECI (sem contagens significativas de SE, capítulo 2)
apresentaram valores similares de altura de vilos duodenais e significativamente
(p<0,05) maiores que os dos tratamentos I e IEC. Esses dados são interessantes,
pois mostram que as menores alturas de vilos foram apresentadas pelos pintos
com contagens significativas de SE (Tratamentos I e IEC) (Capítulo 2).
Eles
reforçam os dados de VISEK (1978), o qual mostrou que quando o trato digestório
é submetido a injúrias, o organismo da ave respon
de rapidamente mediante
de um
processo de descamação e reação inflamatória do tecido conjuntivo, com
133
con
seqüente diminuição dos vilos,
em decorrência, provavelmente, de aumento da
perda celular.
Em relação à profundidade das criptas duodenais (Tabela 3), os dados
mostraram efeito significativo (p<0,05) do sexos e tratamentos apenas no dia
pós
-infecção, e não foi observado interação entre sexos e tratamentos em
nenhuma das idades analisadas.
No dia pós-infecção constatou-se que os machos apresentaram
maior
profundidade de cripta em comparação com as fêmeas e que os pintos dos
tratamentos NI e I apresentaram criptas com profundidades similares, porém
significativamente menores (p<0,05) que os pintos dos tratamentos IEC e ECI.
De
acordo com PLUSKE et al. (1997), profundidades maiores de cripta indicam maior
taxa de proliferação celular. Tanto machos quanto fêmeas apresentaram 100% de
vilos normais no dia pós-infecção (Capítulo 3). Assim sendo, nossos dados
sugerem que as maiores profundidades de cripta duodenal apresentadas pelos
pintos tratados com EC, antes ou após a infecção por SE, representam uma maior
taxa de proliferação celular, estimuladas possivelmente por uma ação trófica da
EC sobre o processo mitótico nas criptas duodenais. Todavia, como t
ais
diferenças entre os tratamentos não foram mais registradas a partir do dia pós-
infecção, os dados traduzem uma ação focal dos inóculos bacterianos sobre a
mucosa desse segmento intestinal..
Em relação ao jejuno, verificou-se efeito significativo (p<0,05) dos sexos no
e dias pós-infecção e dos tratamentos no dia sobre a altura dos vilos
(Tabela 4). Não foi observada interação entre sexos e tratamentos em nenhum
dos dias pós
-
infecção analisados.
No
dia pós-infecção, as fêmeas apresenta
ram
altura de vilos
significativamente (p<0,05) maiores do que os machos, enquanto que, no dia
pós
-infecção, os machos apresentaram valores maiores de altura de vilo.
Esses
dados são similares aos observados para o duodeno, mostrando que o efeito do
sexo está presente e de forma similar em ambos os segmentos intestinais sobre a
altura dos vilos, ao final da primeira semana de vida.
134
Ainda no dia pós-infecção, constatou-se que os pintos do tratamento NI
(controle) apresentaram significativamente (p<0,05) as maiores alturas de vilos
jejunais em comparação aos demais tratamentos. os pintos dos tratamentos I e
ECI apresentaram alturas de vilos semelhantes entre si e significativamente
(p<0,05) maiores que o do tratamento IEC. Esses dados indicam um efeito
negativo do agente infeccioso sobre a mucosa jejunal. Eles também sugerem que
a EC atua de forma distinta no duodeno e jejuno, pois no duodeno apenas as aves
infectadas (presença de SE) apresentaram redução nos valores de altura de vilo
em relação ás aves controles. Tais diferenças entre as respostas da mucosa do
jejuno e duodeno podem estar relacionadas com os dados obtidos por HARGIS et
al., (1995) e ANDREATTI FILHO et al., (1997, 2000) segundo os quais o duodeno,
juntamente com o ceco e o inglúvio é um
dos
locais de maior importância na
patogenia das infecções paratifóides nas aves.
Em relação às profundidades das criptas jejunais, não houve influência
significativa (p>0,05) dos sexos e/ou dos tratamentos sobre este parâmetro em
nenhum
a das idades analisadas, nem interação entre sexos e tratamentos. Esses
dados mostram que, contrariamente ao observado para o duodeno, as
profundidades das criptas do jejuno independem desses fatores. Considerando,
mais uma vez, que a altura dos vilos intestinais está relacionada diretamente com
a taxa de proliferação e perda celular (UNI et ., 1998, MAIORKA et al., 2002),
nossos dados também indicam que as diferenças na altura dos vilos jejunais
registradas entre os sexos e entre os tratamentos estão relacionadas com
dife
renças na taxa de extrusão celular e não de proliferação. Tal fato é
comprovado pelas diferentes porcentagens de vilos normais e graus de perda de
epitélio existentes entre os sexos e entre os tratamentos no jejuno (Capítulo 3).
Em relação ao íleo (T
abe
la 5), os dados mostram que houve efeito
significativo (p<0,05) dos sexos no 1º dia pós-infecção sobre a altura de vilo e dos
tratamentos no 1º e 5º dias.
No 1º dia pós
-
infecção, as fêmeas apresentaram alturas de vilos maiores do
que os machos, e os pintos dos tratamentos NI (controle) apresentaram valores
maiores do que os demais tratamentos, os quais não diferiram entre si para este
135
parâmetro. Todavia, no 5º dias pós-infecção, observou-se que os pintos dos
tratamentos I e IEC apresentaram altura de vilos similares entre si e
significativ
amente (p<0,05) maiores do que os pintos dos tratamentos NI e ECI,
sendo que os pintos do tratamento NI apresentaram vilos ilíacos maiores que os
dos tratamentos ECI. Além disso, houve influência significativa dos tratam
entos
sobre as profundidades das criptas no dia pós-infecção, onde os pintos dos
tratamentos I e IEC apresentaram valores significativamente (p<0,05) maiores que
os dos demais tratamentos (tratamentos NI e ECI).
Esses dados referentes ao íleo mostraram que o agente infeccioso e a EC
atuam de modo distinto sobre os três segmentos intestinais, sendo o efeito do
primeiro maior sobre o duodeno. Segundo PLUSKE et al. (1997), os maiores
valores de profundidade de cripta indicam maior proliferação celular. Sen
do assim,
os dados de profundidade de cripta sugerem que as maiores alturas de vilos
ilíacos observados nos tratamentos I e IEC no dia sejam resultantes de maior
proliferação celular registrada no 3º dia pós
-
infecção.
Em suma, os dados do presente trabalho mostraram que o
desenvolvimento da mucosa intestinal dos pintos de corte é influenciado
pelo sexo
e pelos tratamentos, que os efeitos de ambos podem diferir entre os segmentos
intestinais, e que os sexos pod
em responder de forma distinta
aos tratament
os.
Do ponto de vista prático, ele mostrou que a infecção por SE influencia
negativamente o crescimento dos vilos dos três segmentos intestinais na primeira
semana de vida dos pintos, mas não de forma contínua, e que trata
mento com EC
antes da infecção
evi
ta os efeitos da infecção sobre o desenvolvimento dos vilos
duodenais e ilíacos.
136
Tabela 3.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre altura de vilo (
m) e profundidade
de cripta ( m) do epitélio do duodeno de pintos de corte, nos primeiros
dias pós
-
infecção (1
, 3
, 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Altura de vilo (
m)
Sexo (S)
M
678,00 a
793,00 a
895,00 b
1012,00 a
F
684,00 a
823,00 a
975,00 a
911,00 b
Tratamentos (T)
NI
672,00 a
787,00 a
941,00 a
1057,00 a
I
647,00 a
799,00 a
855,00 a
891,00 b
IEC
708,00 a
806,00 a
958,00 a
952,00 b
ECI
696,00 a
839,00 a
987,00 a
1045,00 a
Probabilidade
S
0,7900
ns
0,2790
ns
0,0490 * 0,0050 *
T
0,3020
ns
0,5840
ns
0,1240
ns
0,0000 *
S x T
0,9070
ns
0,0520
ns
0,11
70
ns
0,0510
ns
C.V. (%)
1
12,36
13,34
17,90
15,88
Profundidade de cripta (
m)
Sexo (S)
M
90,90 a
99,90 a
119,10 a
115,10 a
F
82,90 b
96,20 a
127,40 a
125,10 a
Tratamentos (T)
NI
83,50 b
93,30 a
108,10 a
117,80 a
I
80,20 b
100,90 a
109,70 a
118,60 a
IEC
95,80 a
96,50 a
104,20 a
125,60 a
ECI
88,00 a
101,50 a
101,10 a
108,30 a
Probabilidade
S
0,0250 *
0,4840
ns
0,2830
ns
0,1280
ns
T
0,0180 *
0,6580
ns
0,1290
ns
0,1390
ns
S x T
0,3930
ns
0,4260
ns
0,1000
ns
0,1310
ns
C.V. (%)
1
12,42
7,39
6,90
11,24
1
= Coeficiente de variação
;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significa
tivamente pelo teste de Tukey (
p
= 0,05); M: machos, F: f
êmeas;
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC e infectado com SE.
137
Tabela 4. Efeitos dos sexos e tratamentos sobre altura de vilo ( m) e
profundidadede cripta ( m) do epitélio do jejuno de pintos de corte,
nos pr
imeiros dias pós
-
infecção (1, 3
, 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Altura de vilo (
m)
Sexo (S)
M
351,00 a
409,00 b
527,00 a
610,00 a
F
376,00 a
432,70 a
530,00
a
54
5,00 b
Tratamentos (T)
NI
372,00 a
405,00 a
548,00 a
770,00 a
I
379,00 a
409,00 a
531,00 a
522,00 b
IEC
336,00 a
406,00 a
550,00 a
483,00 c
ECI
365,00 a
404,00 a
484,00 a
536,00 b
Probabilidade
S
0,1180
ns
0,0310
*
0,9020
ns
0,0100 *
T
0,2340
ns
0,2100
ns
0,1050
ns
0,0000 *
S x T
0,1320
ns
0,2240
ns
0,7200
ns
0,0530
ns
C.V. (%)
1
17,29
13,43
13,68
14,87
Profundidade de cripta (
m)
Sexo (S)
M
77,10 a
98,20 a
102,10 a
106,00 a
F
80,20 a
102,40 a
108,40 a
91,10 a
Tratamentos (T)
NI
80,10 a
98,70 a
101,10 a
109,30 a
I
82,10 a
103,30 a
108,10 a
90,60 a
IEC
81,70 a
98,70 a
107,20 a
92,50 a
ECI
70,60 a
100,40 a
104,60 a
101,60 a
Probabilidade
S
0,3570
ns
0,4490
ns
0,2980
ns
0,0600
ns
T
0,0760
ns
0,9220
ns
0,8390
ns
0,297
0
ns
S x T
0,3070
ns
0,6550
ns
0,3950
ns
0,6740
ns
C.V. (%)
1
11,90
9,12
13,46
16,78
1
= Coeficiente de variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tu
key (p
= 0,05); M: machos, F: f
êmeas;
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC,
ECI:
tratado com EC e infectado com SE.
.
138
Tabela 5.
Efeitos dos sexos e tratamentos sobre altura de vilo (
m) e profundidade
de
cripta ( m) do epitélio do íleo de pintos de corte, nos primeiros dias
pós
-
infe
cção (1, 3
, 5 e 7 dias). Jaboticabal, 2006.
Dias pós
-
infecção
Altura de vilo (
m)
Sexo (S)
M
328,50 b
359,00 a
400,00 a
411,20 a
F
354,60 a
333,00 a
424,00 a
416,70 a
Tratamentos (T)
NI
357,20 a
337,00 a
398,00 b
432,00 a
I
329,40 b
381,00 a
446,00 a
429,00 a
IEC
326,60 b
336,00 a
439,00 a
411,00 a
ECI
312,90 b
329,00 a
365,00 c
384,00 a
Probabilidade
S
0,0090 *
0,0800
ns
0,2480
ns
0,6950
ns
T
0,0010 *
0,0640
ns
0,0250 *
0,0840
ns
S x T
0,2780
ns
0,2280
ns
0,0660
ns
0,3020
ns
C.V. (%)
1
7,89
8,59
12,34
15,90
Profundidade de cripta (
m)
Sexo (S)
M
81,60 a
96,50 a
95,90 a
95,60 a
F
81,80 a
92,10 a
97,20 a
98,00
Tratamentos (T)
NI
74,90 a
91,00 b
103,00 a
107,80 a
I
84,00 a
105,20 a
103,40 a
93,40 a
IEC
88,40 a
95,10 a
103,40 a
94,00 a
ECI
79,60 a
85,90 b
96,50 a
91,90 a
Probabilidade
S
0,9460
ns
0,3190
ns
0,1600
ns
0,6250
ns
T
0,0940
ns
0,0250
*
0,6170
ns
0,1080
ns
S x T
0,0640
ns
0,4450
ns
0,4090
ns
0,3710
ns
C.V. (%)
1
14,35
17,89
13,98
17,99
1
= Coeficiente de variação;
ns
= não significativo; * = Significativo; a – b: Médias seguidas de letras
distintas (colunas) diferem significativamente pelo teste de Tukey (p
= 0,05); M: machos, F: f
êmeas;
NI: não infectado com SE, I: infectado com SE, IEC: infecção com SE e tratado com EC, ECI:
tratado com EC e infectado com SE.
139
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MAIORKA, A. Efeitos da idade da matriz, do jejum, da energia da ração e da
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