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ÂNGELA APARECIDA BARRA
ESTUDO DAS VILOSIDADES EM
SEGMENTOS DO INTESTINO DE
RATOS
APÓS A CONFECÇÇÃO
DE ESFÍNCTERES
Belo Horizonte
Universidade Federal de Minas Gerais
2007
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ii
ÂNGELA APARECIDA BARRA
ESTUDO DAS VILOSIDADES EM SEGMENTOS DO
INTESTINO DE
RATOS APÓS A CONFECÇÃO DE
ESFÍNCTERES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Cirurgia, da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Minas
Gerais, como requisito parcial à obtenção do grau
de Mestre em Medicina. Área de Concentração:
Etiofisiopatologia Cirúrgica
Orientador: Prof. Dr. Alcino Lázaro da Silva
Belo Horizonte
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
(2007)
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iii
Barra, Ângela Aparecida
Estudo das vilosidades em segmentos do intestino de ratos após
a confecção de esfíncteres / Ângela Aparecida Barra ; orientador:
professor Alcino Lázaro da Silva. -- 2007.
xv, 61 f.
Dissertação (Mestre em Medicina) Faculdade de Medicina, Univer-
Federal de Minas Gerais.
1. Mucosa intestinal. 2. Ratos. I. Silva, Alcino Lázaro da,
orientador. II Título.
CDU 591.434-018.7
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
REITORIA
Reitor: Prof. Ronaldo Tadeu Pena
Vice-Reitora: Profª. Heloisa Maria Murgel Starling
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Prof. Jaime Arturo Ramirez
Pró-Reitor de Pesquisa: Prof. Carlos Alberto Pereira Tavares
FACULDADE DE MEDICINA
Diretor: Prof. Francisco José Penna
Vice-Diretor: Prof. Tarcizo Afonso Nunes
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Coordenador: Prof. Carlos Faria Santos Amaral
Sub-coordenador: Prof. João Lúcio dos Santos Jr.
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA
Chefe: Prof. Walter Antônio Pereira
COLEGIADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA
Prof. Edson Samesima Tatsuo (Coordenador)
Prof. Alcino Lázaro da Silva
Prof. Andy Petroianu
Prof. Marcelo Dias Sanches (Sub-coordenador)
Prof. Marco Antônio Gonçalves Rodrigues
Prof. Tarcizo Afonso Nunes
Mestrando Juliano Alves Figueiredo (representante discente)
v
Ângela Aparecida Barra (mestranda)
ESTUDO DAS VILOSIDADES EM SEGMENTOS DO INTESTINO DE
RATOS APÓS A CONFECÇÃO CIRÚRGICA DE ESFÍNCTERES
Dissertação apresentada para a defesa perante a Banca examinadora,
constituída por:
Prof. Murched Omar Taha (UNIFESP)
Profª. Ivana Duval de Araújo (UFMG)
Prof. Dr. Alcino Lázaro da Silva. UFMG (Orientador)
vi
DEDICATÓRIA
Para Maria Antônia...
vii
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Dr. Alcino Lázaro da Silva, um exemplo a ser seguido, pelo
apoio e orientação durante a elaboração desse trabalho
A todos os Professores que contribuíram para a minha formação
profissional
Aos meus colegas de equipe, Dra. Maria Cristina Vasconcelos Furtado e
Dr. Cícero de Lima Rena, pelo empenho, dedicação e estímulo na elaboração e
execução deste trabalho
Aos Professores e funcionários do Biotério do Centro de Biologia da
Reprodução da Universidade Federal de Juiz de Fora
A Professora Vera Maria Peters, Bióloga, Doutora em Embriologia Animal,
Mestre em Histologia e Embriologia
A Professora Martha de Oliveira Guerra, Médica, Doutora em Morfologia
A Professora Ângela Maria Gonçalves Felga, Médica, Mestre em Patologia
A Professora Floripes Maria Cardoso Rosman da Disciplina de Histologia
A Bióloga Velise Rocha de Souza Almeida, especialista em fármacos e
medicamentos, técnica em laboratório
Ao Paulo Sérgio do Carmo, bioterista
A Rosimar Rodrigues de Azevedo, técnica em laboratório
Ao Guilherme Duim Riane, técnico em laboratório de anatomia patológica
Ao acadêmico de medicina, bolsista do CBR, Rafael Moraes Pinto que
colaborou na realização das medidas morfométricas
viii
A Professora Jane Azevedo da Silva, mestre em Bioestatística e Adjunta
do Departamento de Estatística da Escola de Engenharia da UFJF
À minha família
ix
“Quando nada é certo, tudo é possível”
Margareth Drabble
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INDICE
1 - LISTA DE ABREVIATURAS xi
2 - LISTA DE FIGURAS xii
3 - LISTA DE TABELAS xiv
4 - RESUMO xv
5 - INTRODUÇÃO 1
2 - REVISÃO DA LITERATURA 4
3 - OBJETIVOS 12
4 - MÉTODO 14
4.1 - Animais 15
4.1.1 - Grupos de Estudo 15
4.2-Procedimento 18
4.2.1 - Pré-operatório e anestesia 18
4.2.2 - Procedimento cirúrgico 18
4.2.3 - Cuidados pós-operatórios 22
4.3 - COLHEITA E PROCESSAMENTO DO MATERIAL 23
4.4 - ANÁLISE ESTATÍSTICA 27
5 - RESULTADOS 29
5.1 - Análise do parâmetro peso 30
5.2 - Análise do parâmetro diâmetro 30
5.3 - Estudo das vilosidades 32
6 - DISCUSSÃO 35
7 - CONCLUSÃO 42
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44
xi
9 - APÊNDICE 52
10 - ANEXOS 58
xii
LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA - Análise de variância
DII - Doença inflamatória intestinal
GL - Gay Lussac
LSD - Menor diferença significante
NPT - Nutrição parenteral total
SIC - Síndrome do intestino curto
SPSS - Statistical package for social sciences
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Desenho esquemático de segmento de intestino humano com
representação das seromiotomias (B e C). A régua representa a
distância em cm entre a anastomose (A) e as seromiotomias
16
Figura 2 Representação esquemática do fio de sutura (setas azuis) entre
a borda proximal da seromiotomia proximal e a borda distal da
seromiotomia distal(E1 e E). Anel seromuscular X
16
Figura 3 Sutura parcial das seromiotomias (seta)
A: Linha da anastomose
X:- Anel intermediário das seromiotomias parcialmente sepultado
17
Figura 4 Sutura das bordas das seromiotomias com anel seromuscular
sepultado. (setas)
17
Figura 5 Seromiotomias (Setas) para confecção de esfíncter proximal em
animal do grupo B
20
Figura 6 Sutura das bordas cruentas das seromiotomias para confecção
de esfíncter proximal em animal do grupo B
20
Figura 7 Aspecto final da confecção dos esfíncteres proximal (A) e distal
(B) em animal do grupo B
21
Figura 8 Aspecto final da confecção do esfíncter (A) em animal do grupo
C
21
Figura 9 Segmento intestinal contendo o esfíncter proximal (A) e a distal
(B) do grupo B no dia da eutanásia
24
Figura 10 Apresentação dos esfíncteres proximal (A) e distal (B) em animal
xiv
do grupo B na face mucosa 24
Figura 11 Apresentação do esfíncter na face mucosa de peça do animal do
grupo C (seta)
25
Figura 12 Fotomicrografia das cinco vilosidades do segmento intermediário
em animal do grupo B
27
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Tempo para a morte, em dias, dos animais dos grupos B
e C
23
Tabela 2 Comparação do peso dos ratos, em gramas, no pré e
pós-operatório dos grupos B e C
30
Tabela 3 Medidas de diâmetro das alças, em milímetros, entre o
pré e pós-operatório dos grupos B e C.
31
Tabela 4 Média da altura das vilosidades dos segmentos, em
milimicra, dos Grupos A, B e C
32
Tabela 5 Comparação das médias, em milimicra, da altura das
vilosidades entre os segmentos dos Grupos A, B e C
34
Tabela 6 Média das medidas, em milimicra, da altura das
vilosidades dos três grupos estudados.
53
Tabela 7 Peso dos animais, em gramas, do grupo B pré-operatório
e pós-operatório.
54
Tabela 8 Medida, em milímetros, do diâmetro de alças dos animais
do grupo B.
55
Tabela 9 Pesos, em gramas, dos animais do grupo C. 56
Tabela 10 Medida, em milímetros, dos diâmetros de alças dos
animais do grupo C.
57
xvi
RESUMO
As alterações da camada mucosa ocorrem quando as alças do intestino
delgado são submetidas a trauma cirúrgico com ressecção de um segmento.
Esta pesquisa buscou identificar a resposta das vilosidades em segmentos de
intestino de ratos submetidos à confecção de esfíncteres. Foram utilizados 30
ratos, Wistar adultos, machos e distribuídos em três grupos de 10 animais. Do
grupo controle (A) foi retirado um segmento do intestino distal para comparação
com os grupos operados. Em outro grupo (B) foram confeccionados dois
esfíncteres localizados a 100 milímetros e 150 milímetros da junção ileocecal. No
terceiro grupo (C) foi realizada a confecção de apenas um esfíncter distante 100
milímetros da junção ileocecal. Entre o 10º e o 14º dia os animais foram,
novamente, operados para retirada de segmento intestinal envolvendo os locais
dos esfíncteres. Os animais foram pesados antes da realização das duas
operações. Medidas dos diâmetros das alças foram tomadas nos atos
operatórios antes e após o procedimento. O exame histopatológico permitiu a
observação da altura das vilosidades medidas com auxílio de morfometria dos
segmentos pré-esfíncter proximal, intermediário e pós-esfíncter distal do grupo B;
pré-esfíncter pós-esfíncter do grupo C e com o segmento do grupo controle. Os
resultados mostraram um aumento da média de altura das vilosidades para os
segmentos pré e pós-esfíncter dos grupos B e C quando comparados com o
grupo A. O segmento intermediário do grupo B não mostrou significância em
relação ao controle, mostrando, no entanto em relação aos segmentos pré e pós-
esfíncter dos grupos operados. Os animais de ambos os grupos apresentaram
ganho ponderal e aumento do diâmetro da alças.
xvii
SUMMARY
When the handles of the small bowel are submitted to surgical traumas
with resection of a segment significant changes occur in the mucous layer. This
research tried to identify the reactions of the villus in intestinal segments of rats
underwent the confection of sphincters. Male Wistar’s adult rats, had been
distributed among three groups of 10 animals. In control group (A) had been
removed a segment of the distal intestine for comparison with the operated
groups. In group (B) at 100 millimeters and 150 millimeters from the ileocecal
junction had been performed two located sphincters. In group (C) had been
performed only one sphincter 100 millimeters from the ileocecal junction.
Between 10
th
and 14
th
days the animals had been reoperated for withdrawal of
intestinal segment involving the sphincters. The animals had been weighted
before the two operations. The intestinal caliber had been measured during both
the surgical procedures. Villus height had been achieved during histological
examination through morfometry of the several segments. In group B that had
been carried out before the proximal sphincter, after the distal sphincter and at
the intermediate segment. In group C had been carried out at pre and
postsphincter segments, meanwhile in group A villus height were considered the
normal parameter. The results had shown an increase of the villus height in the
segments before proximal sphincter and after distal sphincter in group B as well
as in the pre and postsphincter segments in group C, when compared with the
control group. No histologic changes had been observed at the intermediate
segment in group B. The animals of both the groups had presented body weight
and an increase of the handles’ diameter.
1-INTRODUÇÃO
1
2
A pesquisa pioneira do professor Di Dio nos meados do século
passado serviu de estímulo para inúmeras outras pesquisas relativas ao estudo
do “piloro ileocecal”. O conhecimento do mecanismo de fechamento e abertura
da papila foi dissecado em laboratórios e em experimentos na busca de
encontrar substituto para a sua função, tal sua importância na transição do
intestino delgado para o intestino grosso. O interesse aumentou quando se
iniciou a aplicação dos conhecimentos resultantes desses estudos em
pacientes que apresentavam “pressa abdominal” após ressecções extensas de
intestino que limitavam as atividades habituais.
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1
Ressecções maciças do intestino delgado são, por vezes, necessárias
em pacientes acometidos por processos isquêmicos extensos com grandes
áreas de gangrena e outras causas.
2
A resultante Síndrome do Intestino Curto
(SIC) não é uma entidade clínica precisamente definida pelo comprimento
residual de intestino delgado, mas por um somatório de sinais e sintomas
caracterizado primariamente por diarréia intratável, desidratação, perda de
peso e má-absorção de nutrimentos. Embora haja uma considerável variação
individual, em geral a ressecção de até 75% pode ser tolerada se forem
preservados o íleo terminal e a válvula íleo-cecal.
3, 4
Após a ressecção intestinal, o segmento remanescente passa por
processo de adaptação que envolve hiperplasia e hipertrofia compensatórias
da mucosa a fim de aumentar a capacidade da superfície absortiva. Medidas
clínicas como controle hidroeletrolítico e início de terapia nutricional,
apresentam resposta satisfatória para a fase inicial da enfermidade.
5
A abordagem terapêutica dos portadores da SIC implica em atuação
multidisciplinar. Freqüentemente, os cirurgiões são chamados para contribuir
3
no tratamento de pacientes que requerem novas intervenções com finalidade
de viabilizar o trato intestinal e o retorno da ingestão oral de alimentos.
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3, 4
Procedimentos cirúrgicos aliados ao suporte nutricional foram
propostos e não existem ainda resultados definitivos e satisfatórios. A
estratégia cirúrgica deve ser empregada para situações específicas.
Interposição de colo, reversão de segmento intestinal, enteroplastia, bipartição
de segmento dilatado e enteroplastia transversa seriada e transplante intestinal
são algumas das opções técnicas que podem ser empregadas. A confecção de
válvulas e esfíncteres tem indicação principalmente quando a área
remanescente é suficiente, mas a velocidade do trânsito é acelerada
dificultando o processo de absorção.
5
Dentre as propostas de confecção de esfíncteres, Rena et al
propuseram a realização de seromiotomias duplas com sepultamento de anel
muscular entre as seromiotomias objetivando o controle da velocidade do
trânsito e o impedimento de refluxo colo-entérico por mecanismo de contração
e relaxamento do anel muscular. Os resultados obtidos em pacientes
portadores de SIC foram animadores e nos pacientes nos quais o
procedimento teve por finalidade substituir a válvula ileocecal não
apresentaram complicações ou intercorrências.
6
O presente estudo propõe
analisar a morfometria das vilosidades intestinais após o emprego da técnica
descrita por Rena et al.
4
2-REVISÃO DA LITERATURA
1
5
A SIC é caracterizada por um conjunto de distúrbios metabólicos
decorrentes da perda de área de absorção do trato gastrointestinal devido a
ressecções anatômicas extensas ou por incapacidade funcional como na
Doença Inflamatória Intestinal (DII) ou enterite actínica. Estudos com 61
pacientes adultos com diagnóstico de SIC mostraram que as causas mais
freqüentes da ressecção foram: trombose ou infarto mesentérico, 17 casos
(28%); Doença de Crohn, 16 casos (26%); trauma, 12 casos (20%); aderências
levando a obstrução oito casos (13%); anomalias congênitas cinco pacientes
(8%) e outras causas três pacientes (5%)
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2
. Em crianças, as causas da SIC
foram enterite necrótica, em 13 pacientes (43%) e 17 recém-nascidos tinham
má-formação intestinal (57%).
7
A incidência de acometimento da SIC é desconhecida. Um percentual
identificado está relacionado ao número de pacientes em uso de terapia
nutricional domiciliar. Nos EUA, estão cadastrados, em programas de terapia
nutricional domiciliar, 120 por milhão e estima-se que 25% desses são
portadores de SIC. Entretanto existe um percentual não estimado o que não
permite estabelecer, com segurança, sua prevalência.
8
As manifestações clínicas da SIC já estão bem estabelecidas e
culminam com desnutrição protéico-calórica grave. A doença primária que
levou a perda do segmento ressecado; a extensão da ressecção; a
permanência da válvula ileocecal e a capacidade individual de reabilitação do
segmento remanescente
são fatores que interferem na instalação do quadro de
desnutrição.
3
Pacientes submetidos a grandes ressecções que necessitam receber
NPT por período superior a três meses podem ser caracterizados como
6
portadores de SIC. Outro critério que caracteriza a síndrome está baseado no
percentual da perda intestinal. Ressecção superiores a 75% da extensão do
intestino delgado caracterizam os portadores da SIC.
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Com o advento da NPT, a sobrevida dos pacientes submetidos a
grandes ressecções do trato gastrointestinal aumentou, permitindo o
acompanhamento da evolução desses.
3, 4
Assim, foi possível iniciar estudos
sobre o restabelecimento do segmento remanescente do intestino. Desde o
início, investigadores observaram tanto no homem como em animais, ocorria
uma atenuação dos sintomas da SIC com o passar do tempo. Essa atenuação
foi atribuída ao aumento da capacidade de absorção do intestino
remanescente, dita adaptação intestinal. A adaptação intestinal começa 24
horas a 48 horas após a ressecção e continua por um período de um ano a
dois anos. É caracterizada pelo alongamento e dilatação do intestino
remanescente, aumento dos vilos, depressão das criptas, proliferação celular e
atividade enzimática.
9,10
Acredita-se que a exposição da mucosa remanescente
a nutrimentos luminares, efeitos de alguns aminoácidos e hormônios, por via
parenteral, influenciam no mecanismo de adaptação intestinal.
8, 11
Uma forte
evidência da ação do alimento em contato com a superfície absortiva deve-se a
pesquisa desenvolvida com animais com uso de NPT exclusiva quando foi
observada ausência da adaptação intestinal e atrofia da mucosa nos animais
sem a dieta oral.
5, 12
A adaptação intestinal têm sido monitorada com a dosagem de
marcadores específicos para segmentos ileais ou jejunais, além de marcadores
de sítios específicos como vilos, criptas e enterócitos com utilização de
técnicas de imunohistoquímica em estudos experimentais. Em humanos a
7
resposta adaptativa ainda não está caracterizada. A absorção aumentada de
nutrimentos foi documentada, porém o papel das modificações morfológicas
não foi mostrado de maneira conclusiva.
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O controle dos sintomas da SIC e o suporte nutricional, principalmente
enteral permitem a introdução de fatores que estimulam a adaptação intestinal.
Existem fatores reguladores e aminoácidos específicos que contribuem para a
readaptação do intestino. Destaque tem sido dado à glutamina, aminoácido não
essencial considerado o combustível do enterócito, no entanto, alguns
trabalhos apresentam controvérsias quanto ao uso de glutamina na SIC por
não apresentar resultados conclusivos em relação aos benefícios de sua
administração.
9, 11, 12, 15
O uso prolongado da NPT pode causar alterações hepáticas, infecções
graves por translocação bacteriana, além de dificuldades de acesso venoso
que comprometem a sobrevida dos pacientes, sobretudo em crianças. Deve-se
considerar também o alto custo dessa terapia, com menor grau de importância.
Procedimentos cirúrgicos fazem parte de linhas de pesquisa que visam
restabelecer a autonomia intestinal e a suspensão da terapia nutricional
prolongada.
7, 10, 11
O transplante intestinal tornou-se a melhor opção para a substituição
da área absortiva perdida, porém encontra-se longe sua aplicabilidade clínica
rotineira. Nas fases iniciais de sua realização estava associado a um alto índice
de mortalidade. Atualmente, os resultados são promissores com taxas de
76,9% de sobrevida no primeiro ano pós enxerto e 66,5% em cinco
anos.
9,10,12,16
8
Os procedimentos cirúrgicos auxiliares podem ser distribuídos
conforme a meta desejada. Existem opções que procuram recuperar a função
intestinal, aumentando a superfície absortiva do intestino remanescente ou
controlando o tempo do trânsito intestinal. A escolha do procedimento cirúrgico
é também influenciada pelo comprimento, calibre e função do remanescente
intestinal. Nos casos de remanescente com comprimento adequado e dilatação
intestinal acentuada com redução da peristalse, permitindo colonização de
segmento intestinal com eventual super crescimento bacteriano, pode ser
realizada a enteroplicatura ou retirada em extensão de uma faixa da parede da
alça na face anti-mesentérica, promovendo seu afilamento, conhecida com
enteroplastia. Quando se têm um segmento de intestino remanescente curto e
dilatado pode-se utilizar técnicas de alongamento. Para as situações de
remanescente intestinal curto em pacientes que apresentam complicações
inerentes a NPT prolongada o transplante de intestino é a solução. Quando o
intestino remanescente possui comprimento moderado, porém o trânsito dos
alimentos está acelerado têm-se as opções de confecção de válvulas,
esfíncteres, reversão de segmentos intestinais e interposição do colo
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O alongamento intestinal, descrito por Bianchi, tem sido empregado,
sobretudo em crianças. Necessita de uma dilatação do intestino remanescente
maior que 4cm, para que a bipartição longitudinal do intestino na face
antimesentérica e a tubulização dos segmentos bipartidos possa ser realizada
com posterior anastomose dos mesmos.
16, 19
Outra técnica para realizar o aumento do comprimento do intestino
remanescente foi descrita por Kim. Consiste na clipagem em ziguezague,
9
perpendicular ao maior eixo da alça, conhecida como enteroplastia
segmentar transversa.
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Para o remanescente intestinal que possui uma extensão moderada,
maior que 100cm, porém o trânsito se faz de forma acelerada ou houve perda
do papila íleo cecal, existem propostas cirúrgicas que têm por finalidade
aumentar o tempo do trânsito intestinal. Com o aumento do tempo de
exposição dos alimentos à superfície absortiva há a possibilidade de maior
absorção dos nutrimentos.
17
As principais técnicas descritas para controle da
velocidade do trânsito são:
Interposição de segmento do intestino grosso
Essa técnica procura transpor um segmento distal do colo de 8cm a
24cm para a alça do intestino delgado com intenção de reduzir o trânsito
naquele segmento, pois os movimentos peristálticos do colo são mais lentos. A
interposição deve ser posicionada no sentido isoperistáltico reduzindo o risco
de obstrução.
9
O resultado tardio desta técnica revela uma delgatização do
segmento de intestino grosso interposto.
22
Reversão de segmento do intestino delgado
Técnica que busca o retardo do trânsito utilizando um segmento de
intestino delgado revertido no sentido antiperistáltico. A extensão deste deve
ser de até 10cm aproximadamente, reduzindo os riscos de obstrução intestinal.
A localização do segmento a ser revertido deverá ser o mais distalmente
possível no intestino remanescente.
9
O procedimento revelou ser adjuvante
para a suspensão parcial ou total do uso de NPT a médio e longo prazo.
23
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Válvulas e esfíncteres do intestino 1
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Existem inúmeras técnicas descritas para a criação de um mecanismo
semelhante, morfológica ou funcionalmente, ao esfíncter ileocecal. Dessa
forma criar-se-ía um controle do tempo de trânsito intestinal e impedir o refluxo
do conteúdo colônico para o segmento de intestino delgado, evitando a
contaminação da flora bacteriana do colo para o segmento distal do intestino
delgado.
24
As primeiras publicações datam de 1942, quando Glassman
descreveu a ressecção circular da camada seromuscular do intestino delgado
do cão e mostrou a capacidade de impedir o refluxo colônico.
25
Pode-se
conseguir tal efeito por constrição externa com o uso de sutura ou prótese
envolvendo a alça, desnervação química ou cirúrgica de um segmento,
tunelização da submucosa, miectomia circular ou longitudinal, seromiectomia
ou seromiotomia.
26
Schiller, Di Dio e Anderson, em 1967, comprovaram a redução da
velocidade do trânsito intestinal em cães ressecados, ao realizar a remoção de
1cm das camadas serosa e muscular longitudinal, circunferencialmente, a
10cm da sutura da anastomose término-terminal.
27
Lázaro da Silva, em 1974, realizou uma seromiectomia para controle de
síndrome de “dumping” com sucesso em pacientes gastrectomizados
28
. Em
1991, o mesmo autor confeccionou válvulas mucosas continentes em pacientes
submetidos à amputação abdominoperineal do reto. O resultado apresentado
mostrou ser eficaz no controle do efluxo intestinal.
29
Kapritchkoff, Stachini e Cruz, em 1977, propuseram técnica modificada
de Shiller, Di Dio e Anderson ao realizarem um pregueamento da camada
muscular circular e aproximação da área cruenta confeccionando um piloro
11
para tratamento da síndrome de “dumping”.
30
Em 1982 e 1986, Stachini e cols.
publicaram resultado de controle de trânsito intestinal de cães submetidos a
ressecção de 85% do intestino delgado e confecção de esfíncter com a
extirpação perimetral de 1cm das camadas muscular longitudinal e circular em
um local e em dois locais do intestino remanescente.
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Em trabalho publicado, em 1996, Rena et al. apresentaram a criação
de piloro em substituição a perda da válvula ileocecal nas ressecções do colo
direito e íleo terminal em 20 pacientes. Na publicação, em quatro casos a
técnica foi usada para tratamento de SIC. Em um dos pacientes, portador de
DII foram realizados dois piloros há 2cm e 12cm do orifício da ileostomia
terminal. Os resultados satisfatórios no controle da SIC dos 4 pacientes e a
ausência de complicações ou intercorrências nos pacientes onde o esfíncter
substituiu a ressecção da válvula íleo-cecal incentivaram a necessidade de
avaliar as alterações decorrentes da execução deste procedimento, motivo da
elaboração dessa pesquisa.
6
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3-OBJETIVOS
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Analisar as alterações da camada mucosa do intestino de ratos
submetidos à confecção cirúrgica de “esfíncteres artificiais”.
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4-MÉTODOS
1
15
4.1-ANIMAIS 1
2
3
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21
Foram utilizados 30 ratos da raça Rattus novergicus albinus, linhagem
Wistar, adultos, machos e com peso médio de 261,47g, obtidos na colônia do
Biotério do Centro de Biologia da Reprodução da Universidade Federal de Juiz
de Fora.
O Biotério de Experimentação do Centro de Biologia da Reprodução
possui cadastro no Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA),
Para desenvolver projetos em suas dependências é necessária a aprovação do
Comitê de Ética e Experimentação Animal da UFJF, recebendo todo o
acompanhamento técnico de profissionais com formação específica na área de
bioterismo.
4.1.1-Grupos do estudo
Os animais foram divididos em três grupos de 10 animais cada. Um
grupo controle denominado grupo A foi realizada apenas ressecção de
segmento distal do intestino delgado de 20 milímetros de comprimento para
gabarito das medidas da altura das vilosidades do intestino.
Em outro grupo, grupo B, foram realizados a confecção de dois
esfíncteres em pontos previamente determinados do jejuno, descrito abaixo
conforme a técnica realizada e publicada por Rena et al (FIG 1, 2, 3 e 4).
No grupo C confeccionou-se um único esfíncter a 100 milímetros da
junção íleo-cecal.
16
José Airton Magaldi
Figura 1 – Desenho esquemático do segmento de intestino humano com
representação de seromiotomias (B e C). A régua representa a
distância em centímetros entre a anastomose (A) e as
seromiotomias
X
1
José Airton Magaldi
Figura 2 - Representação esquemática do fio de sutura (setas azuis) entre a
borda proximal da seromiotomia proximal e a borda distal da
seromiotomia distal (E1 e E). Anel seromuscular (X)
17
X
José Airton Magaldi
Figura 3 - Sutura parcial das seromiotomias (seta)
A: Linha da anastomose íleo-cólica.
X:- Anel intermediário da seromiotomias parcialmente sepultado.
José Airton Magaldi
Figura 4 - Sutura das bordas das seromiotomias com anel seromuscular
sepultado.(setas)
18
4.2-PROCEDIMENTO
4.2.1-Pré-operatório e anestesia 1
2
3
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23
Os animais foram submetidos a jejum absoluto de 12h noturnas para o
procedimento cirúrgico realizado sempre pela manhã. Antes da cirurgia, foram
feitas a pesagem e raspagem dos pêlos da região ventral, com utilização de
aparelho elétrico específico para este fim. A área a ser operada foi limpa e
desinfetada com álcool a 70
0
GL. A técnica anestésica usada foi a de dose
única de injeção intraperitoneal de 10mg/kg de xilazina e 90mg/kg de ketamina.
Após a constatação do estado de anestesia, os animais foram submetidos ao
procedimento
33
.
4.2.2-Procedimento cirúrgico
Constatado o plano anestésico, o rato era posicionado na mesa cirúrgica,
em decúbito dorsal. Realizada incisão abdominal mediana longitudinal, de 2cm
de extensão, abrangendo pele e tela subcutâneo. Os músculos foram
afastados na linha mediana utilizando-se tesoura e a cavidade peritoneal foi
atingida. Identificados o ceco e o íleo terminal, procedeu-se a medida do
diâmetro da alça intestinal nos locais marcados para a confecção dos
esfíncteres usando régua milimetrada posicionada perpendicular a alça
projetada pela polpa digital do cirurgião. Uma lupa de aumento de quatro vezes
foi empregada par auxiliar a realização do procedimento.
Nos animais do grupo A, em uma única intervenção, a partir de 100
milímetros da junção íleo-ceco-cólica, foi retirado de cada animal um segmento
do intestino de 20 milímetros de comprimento para medida da altura das
vilosidades.
19
1
2
3
4
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14
Nos animais do grupo B, a 100 milímetros da junção íleo-ceco cólica,
foram realizadas duas seromiotomias circunferênciais, interessando as
camadas serosa e muscular separada, por dois milímetros de parede
seromuscular intestinal íntegra, com uso de bisturi oftalmológico (FIG. 5). A
borda cruenta proximal da seromiotomia proximal foi suturada à borda cruenta
distal da seromiotomia distal com pontos separados de ácido poliglicólico 5.0
(FIG. 6), confeccionado-se um primeiro esfíncter. Um segundo esfíncter foi
confeccionado a 150 milímetros da junção íleo-ceco-cólica, com a técnica
descrita anteriormente. (FIG. 7)
Nos animais do grupo C, aplicando a mesma técnica do grupo anterior foi
confeccionado um esfíncter localizado a 100 milímetros da junção íleo-ceco-
cólica (FIG.8).
Após inventário da cavidade abdominal, a parede foi suturada em dois
planos, por suturas contínuas, com fio de seda 3.0.
20
Figura 5 - Seromiotomias (Setas) para confecção de esfíncter proximal em
animal do grupo B
Figura 6 - Sutura das bordas cruentas das seromiotomias para confecção de
esfíncter proximal em animal do grupo B
21
B
A
Figura 7 - Aspecto final da confecção dos esfíncteres proximal (A) e distal (B)
em animal do grupo B
A
Figura 8 - Aspecto final da confecção do esfíncter (A) em animal do grupo C
1
22
4.2.3-Cuidados pós-operatórios 1
2
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21
Após a operação, os animais eram mantidos em gaiolas apropriadas,
evitando-se a hipotermia e aspiração de pó proveniente de maravalhas.
A alimentação oferecida foi composta de água “ad libitum”, alimentação
pastosa (ração umedecida e triturada) nos dois primeiros dias, e ração seca a
partir do terceiro dia. Os animais foram observados quanto ao ritmo intestinal
apresentado. O volume diário das fezes não foi pesado.
O analgésico para os animais foi dissolvido na água disponível no
bebedouro, conforme preconizado pelo “Canadian Council on Animal Care”
(CCAC).
32
4.2.4- Eutanásia
Entre o 10º e o 14º dia os animais foram levados à nova intervenção
seguida de óbito (TAB 1). Foi realizada nova pesagem desses animais.
Após a raspagem dos pêlos da parede do abdome, quando necessária,
os animais foram anestesiados da mesma forma que para a cirurgia.
Em seguida, os animais foram submetidos à laparatomia para colheita
das peças para os estudos. Identificava-se na extensão da alça e os
esfíncteres. Procedia-se a medida dos diâmetros tomadas a 5 milímetros da
linha de sutura com o emprego da técnica para a medida na primeira
intervenção. Após a retirada do material (peças cirúrgica) foi realizada punção
cardíaca levando ao óbito por exanguinação.
23
TABELA 1 - Tempo para a morte, em dias, dos animais dos grupos B e C.
Animal Grupo B Grupo C
1 12 12
2 11 12
3 13 12
4 13 12
5 13 12
6 11 12
7 11 12
8 14 12
9 13 12
10 13 10
Mínimo
Máximo
M ± DPM
11
14
12,4 ± 1,07
10
12
11,8 ±0,63
Grupo B: animais submetidos à seromiotomia dupla em dois locais
Grupo C: animais submetidos à seromiotomia dupla em um local
M ± DPM: média e desvio padrão da média.
4.3-COLHEITA E PROCESSAMENTO DO MATERIAL 1
2
3
4
5
6
7
Foram ressecados os esfíncteres e segmentos intestinais de,
aproximadamente, 10 milímetros proximal e distalmente aos esfíncteres (FIG.
9).
Os segmentos intestinais eram abertos na face antimesentérica (FIG. 10
e 11), fixados com grampo a um suporte de isopor e acondicionados em
recipientes com formol a 10%.
24
B
Figura 9 - Segmento intestinal contendo o esfíncter proximal (A) e o esfíncter
distal (B) do grupo B no dia da eutanásia
A
B
Figura 10 - Apresentação dos esfíncteres proximal (A) e distal (B) em animal
do grupo B na face mucosa
25
Figura 11 - Apresentação do esfíncter na face mucosa de peça do animal do
grupo C (seta).
A obtenção do material para estudo à microscopia óptica de luz seguiu
as etapas da técnica histológica convencional. A desidratação em álcool etílico,
em concentrações crescentes, iniciando com álcool a 70º GL e finalizando com
álcool absoluto, foi realizada em 12 horas (seis séries de duas horas).
Seguiram-se a diafanização com xilol por três horas e a impregnação pela
parafina, fundida em estufa a 60
1
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5
6
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10
11
12
13
14
o
C, em dois banhos de duas horas, perfazendo
quatro horas.
Para obtenção de um bloco regular de parafina, o material foi imerso em
um molde retangular que continha parafina fundida (inclusão). Os blocos com
tecidos incluídos foram seccionados em micrótomo, obtendo-se cortes de seis
micra. Os cortes foram estirados em água aquecida e dispostos em lâminas.
34
Para visibilização dos componentes teciduais realizou-se coloração pela
hematoxilina-eosina. A montagem foi feita em lâminas em bálsamo do Canadá.
Para o estudo histológico, foi utilizado o microscópico óptico de luz da marca
26
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16
Olimpus com óptica de X10 e X40. O segmento analisado compreendeu,
aproximadamente, 10 milímetros proximais ao esfíncter e 10 milímetros distais
ao mesmo
Para o estudo morfométrico, foi utilizado microscópico Zelss modelo
“Axiostar Plus” conectado à câmera “Carl Zeiss Axioncam Version 5.05.10” com
objetiva X5 / 0,12 no programa “AxioVision 3.1.2.1” nos laboratórios do Centro
de Biologia da Reprodução da Universidade Federal de Juiz de Fora . As
lâminas eram posicionadas na objetiva em busca de melhor campo para
realizar a medida da altura as vilosidades. A partir de uma linha traçada na
base das criptas, foram medidas as cinco vilosidades íntegras, desde a base
até a extremidade livre.
35 (
FIG. 12)
Foram realizadas as medidas das alturas das vilosidades nos
segmentos pré-esfíncter proximal, intermediário e pós-esfíncter distal dos
animais grupo B, pré-esfíncter proximal e pós-esfíncter distal dos animais do
grupo C e medidas da altura de vilosidades em segmento de intestino do grupo
A.
27
412,51
452,93
442,54
435,91
444,62
Figura 12 - Fotomicrofotografia das cinco vilosidades do segmento
intermediário em animal do grupo B
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8
9
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11
4.4-ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todos os dados colhidos foram transportados para o programa SPSS
para estudo estatístico
37
.
Foram realizados os testes de normalidade (Shapiro-Wilk) e de
correlação (Pearson). Os resultados sugerem que as variáveis estudadas são
independentes para p=0,01 e seguem uma distribuição normal para p=0,01. Os
resultados encontrados para p, nos testes de correlação e normalidade, foram,
no mínimo, p< 0,011 e p< 0,048, respectivamente.
Foi realizada a analise de variância - ANOVA após verificar a
homocedasticidade das populações para nível de significância de 5%.
28
5-RESULTADOS
1
29
5.1-ANÁLISE DO PARÂMETRO PESO 1
2
3
Os grupos apresentaram um ganho ponderal, no entanto houve
significância apenas para os animais do grupo B com p =0,002. (TAB. 2).
TABELA 2 - Comparação do peso de ratos, em grama, no pré e pós-operatório
dos grupos B e C.
Média do peso em grama
Pré Pós
Grupo B 280,95 ± 7,89 293,64 ± 8,53 (p=0,002)
Grupo C 242 ± 7,41 247 ± 7,46 (p=0,132)
Grupo B: animais com esfíncteres em dois locais
Grupo C: animais com esfíncter em um local
M ± DPM: média e desvio padrão da média
Pré: peso pré-operatório
Pós: peso pós-operatório
5.2 - ANÁLISE DO PARÂMETRO DIÂMETRO 4
5
6
7
8
9
Em relação à medida dos diâmetros entre o pré-operatório e a medida
dos diâmetros de todos os segmentos dos dois grupos no pós-operatório foi
encontrado um aumento significativo. A medida do pré-operatório apresentou
um valor constante de quatro milímetros. (TAB. 3).
30
TABELA 3 - Medidas de diâmetro dos segmentos, em milímetros, no
pós-operatório dos grupos B e C
1
2
Pré-
esfíncter
proximal
Intermediário Pós-
esfíncter
distal
Pré-esfíncter Pós-esfíncter
Grupo
B
7,10 ± 0,69 6,4 ± 0,73 5,6 ± 0,8
Grupo
C
7,7 ± 0,86 5,20 ± 0,59
p
0,00 0,003 0,002 0,00 0,003
Grupo B: animais com esfíncter em dois locais
Grupo C: animais com esfíncter em um local
M ± DPM: média e desvio padrão da média
3
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5
6
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14
A medida do diâmetro do pós-operatório em relação ao pré-operatório
revelou um aumento de 3,5 vezes para o segmento do esfíncter proximal, 3,2
vezes para o segmento intermediário e 2,8 vezes para o segmento pós-
esfíncter distal do grupo B. No grupo C o aumento foi de 3,85 vezes para o
segmento pré-esfíncter e 2,6 vezes para o segmento pós-esfíncter.
A variância das medidas de diâmetro entre os vários segmentos dos
dois grupos apresentou diferença significativa quando foram comparadas:
-pré-esfíncter proximal do grupo B X pós-esfíncter do grupo C
(p=0,05);
-intermediário do grupo B X pré- esfíncter do grupo C (p=0,031);
-pós- esfíncter do Grupo C X pré- esfíncter do grupo C (p=0,011).
As demais comparações não apresentaram diferenças significativas.
31
5.3 - ESTUDO DAS VILOSIDADES 1
2
3
As medidas da altura das vilosidades dos vários segmentos do intestino
analisados estão descritos a seguir (TAB. 4)
TABELA 4 – Média da altura das vilosidades dos segmentos, em milimicra, dos
grupos A, B e C
Segmentos Grupo A Grupo B Grupo C
278,96 ± 22,57
Pré-esfíncter
proximal
394,07 ± 67,99
Intermediário 285 ± 109,74
Pós-esfíncter
distal
393,51 ± 103,55
Pré-esfíncter 467,24 ± 92,56
Pós-esfíncter 340,1 ± 50,60
Grupo A: Animais controle
Grupo B: animais com esfíncter em dois locais
Grupo C: animais com esfíncter em um local
M ± DPM: média e desvio padrão da média
A análise de variância entre os grupos operados e o controle
apresentou p< 0,0001. Foi realizado teste “post-hoc” (LSD), para identificação
de quais médias apresentaram diferenças significativa, para um intervalo de
confiança de 95%. Os resultados foram os seguintes (TAB. 5)
4
5
6
7
32
TABELA 5 - Comparação das médias, em milimicra, da altura das
vilosidades entre os segmentos dos Grupos A B C
Grupos Segmentos
p
Controle (A) Grupo B - Pré-esfíncter proximal .002
Intermediário .980
Pós-esfíncter .003
Grupo C - Pré-esfíncter .000
Pós-esfíncter .096
Grupo B - Pré-esfíncter proximal Grupo B - Intermediário .003
Pós-esfíncter distal .942
Grupo C - Pré-esfíncter .047
Pós-esfíncter .140
Grupo B - Intermediário Grupo B - Pós-esfíncter distal .003
Grupo C - Pré-esfíncter .000
Pós-esfíncter .101
Grupo B - Pós-esfíncter distal Grupo C - Pré-esfíncter .040
Pós-esfíncter .160
Grupo A: animais controle
Grupo B: animais submetidos à seromiotomia dupla em dois locais
Grupo C: animais submetidos à seromiotomia dupla em um local
33
6-DISCUSSÃO
1
34
O sistema digestório sofre influências de fatores para o desempenho
da função de absorção de nutrimentos e a manutenção das condições de
homeostase. O tempo de trânsito dos alimentos pelo canal alimentar, a
extensão da superfície absortiva e a integridade desta superfície são objetos de
estudo em modelos animais e humanos.
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38, 39
Para a extrapolação de dados
entre as espécies é importante fazer comparações entre parâmetros
anatômicos e fisiológicos do sistema digestório de roedores e humanos.
13, 40
O comprimento, em centímetros, do intestino delgado de ratos Wistar,
do gênero masculino, adultos (120 dias) é em média de 100,3 ± 4,4cm e o de
humanos, sete metros.
39, 41
Apesar do peso corporal maior, 70Kg em média, o
trato intestinal do humano é somente 6 vezes maior que o do rato (0,25Kg). As
subdivisões do trato intestinal também diferem. Em ratos, o intestino delgado
compreende 83% do comprimento total do trato intestinal, sendo que 90%
deste segmento correspondem ao jejuno. O intestino delgado de humanos
abrange 81% do trato intestinal, mas somente 38% dele é de jejuno. A despeito
do fato de ser o intestino delgado de humanos apenas seis vezes mais longo
que o do rato, sua área de superfície é 200 vezes maior. Das modificações
anatômicas relacionadas com o aumento da área de superfície, o intestino
delgado de humanos e ratos exibem vilosidades na membrana mucosa e
microvilos na superfície dos enterócitos. As vilosidades aumentam a área de
superfície em um fator cinco vezes em ratos e 10 vezes em humanos. As
microvilosidades correspondem a um fator 20 nas duas espécies. Entretanto,
as pregas circulares, presentes no intestino humano, relacionadas a um fator
de multiplicação de três vezes, inexiste em ratos. Em ambas as espécies, o
jejuno é o maior sítio de absorção. Na espécie humana isso se deve à
35
presença das pregas circulares e em ratos, ao maior comprimento relativo
deste segmento.
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40
A escolha do modelo animal do presente estudo recaiu sobre o rato
Wistar em função das facilidades de criação e manejo, bem como do
conhecimento das correlações anátomo-funcionais descritas anteriormente.
42
Linhas de pesquisas monstraram que o rato foi o animal mais viável em
experimentos com ressecções com finalidade de produzir a SIC.
43
Experimentos envolvendo ressecções do intestino e uso de fatores
específicos e hormônios tróficos do intestino revelaram a restauração do
segmento intestinal remanescente por meio de aferições como medida de
altura de vilosidades, profundidade das criptas, avaliações ponderais e análise
metabólica de concentração da D-Xilose.
44-46
. Os dados referentes à média das
alturas das vilosidades mostraram hipertrofia dos vilos nos segmento pré-
esfíncter e pós-esfíncter do grupo C e dos segmentos proximal e distal do
Grupo B em relação às medidas do grupo controle, mesmo não realizando
ressecções do intestino delgado dos animais operados, no entanto, o segmento
intermediário do grupo B não apresentou diferença significativa em
comparação com o controle.
A ressecção programada de segmentos do intestino delgado de
animais de experimento revelou que na adaptação do segmento remanescente
ocorrem mudanças na morfologia da parede para compensar a perda. Uma das
observações feitas é em relação à profundidade das criptas que demonstra
uma resposta diretamente proporcional a extensão da ressecção. No entanto, a
compensação ocorre pelo aumento do tamanho das estruturas já existentes
(hipertrofia) sem alterar o seu número (hiperplasia). Essas alterações são mais
36
evidentes nos segmentos proximais do trato gastrointestinal que nos
segmentos distais. A fase de restauração, quando as alterações morfométricas
estão mais evidentes, é no período do oitavo dia ao décimo segundo dia pós-
intervenção.
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45, 46
Dessa forma, ficou estabelecido, para o estudo em questão,
que a colheita do material para estudo compreendia o intervalo acima.
Outros estudos mostraram alterações do comprimento dos vilos e do
diâmetro da alça maiores no íleo em relação ao jejuno quando se realizou
colectomia com confecção de bolsa ileal para a anastomose íleo-anal. Houve
aumento do diâmetro, do comprimento intestinal e ganho de peso em animais
submetidos à ressecção de 67% do jejuno e íleo em comparação com animais
submetidos apenas a secção e anastomose de segmento ileal. As
modificações descritas foram mais proeminentes no íleo. Resultados
semelhantes foram encontrados em camundongos, após ressecção de 60% de
intestino proximal em um grupo, 60% do intestino distal em outro grupo e um
terceiro grupo submetido apenas à secção e anastomose, com morte dos
animais em sete dias.
47-49
O presente estudo apresentou um aumento do
diâmetro ao longo de toda a extensão tanto no grupo B quanto no grupo C.
Uma das alternativas cirúrgicas usadas na SIC para controle do
trânsito é a reversão de segmento ileal com resultados controversos. Para
avaliar as alterações decorrentes desse procedimento, foram comparados dois
grupos de animais (ratos). Ambos os grupos foram submetidos à ressecção de
80% do intestino. Realizou a reversão de segmento de 2 cm de íleo em 180
0
em um grupo e, noutro, apenas 2cm do mesmo segmento foram retirados Os
resultados desse estudo mostraram que no grupo com reversão do segmento
houve um aumento do diâmetro das alças sem apresentar sintomas de
37
obstrução por um período de dois meses de observação e um aumento
significativo da altura dos vilos em relação ao grupo controle. A conclusão foi
que a reversão de segmento ileal aumenta o tempo do trânsito do intestino, e
possivelmente interfere, de forma favorável, na adaptação intestinal.
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50
Embora
o tempo de observação dos animais no estudo proposto tenha sido menor, não
foram notados sinais de obstrução intestinal.
Técnica de enteromiotomia helicoidal para alcançar alongamento
intestinal e aumentar o diâmetro de intestino sem ressecção do intestino
mostrou aumento significativo do comprimento intestinal. Os animais utilizados
estavam em fase de crescimento, porém apresentaram ganho de peso e
alongamento do intestino sem dilatação das alças. O autor salienta o fato da
realização do procedimento ocorrer sem a abertura da luz intestinal, reduzindo
os riscos de deiscências e fístulas, além de não excluir segmento do intestino.
51
A técnica empregada para a confecção do piloro implica na manutenção da
integridade da camada mucosa, com aproximação das bordas cruentas para
sepultamento do anel muscular, dessa forma reduzindo o risco de fístulas. As
outras técnicas descritas para a confecção de esfíncteres artificiais envolvem
ressecção de camada muscular do trato gastrointestinal e mostram-se eficazes
para redução da velocidade do trânsito intestinal em SIC e síndrome de
“dumping”.
25, 27-32
Autores em revisão discutem os resultados dessa opção
citando o risco de obstrução por funcionarem como processo estenótico.
5, 9 11,12
Outra opção com finalidade de promover a diminuição de trânsito
intestinal e dilatação de alça foi a confecção de esfíncteres artificiais no íleo de
ratos sem secção de camada seromuscular. O trabalho resultou em dilatação
do segmento de intestino proximal aos esfíncteres. Os autores concluíram que
38
não é necessário seccionar a musculatura e o plexo nervoso para promover a
dilatação e redução do trânsito.
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52
A secção interessando apenas as camadas seromusculares, além de
não promover exclusão de nenhum segmento do trânsito, permite a integridade
parcial de plexos nervosos da parede do intestino, mostrado em estudo
radiográfico e endoscópico por meio de mecanismo de contração e
relaxamento do anel seromuscular invaginado funcionando de modo
semelhante a um esfíncter verdadeiro.
6
De acordo com descrição da
distribuição e das particularidades do plexo mioentérico acredita-se que a
técnica empregada mantém a atividade de fibras de plexos nervosos
mioentéricos no segmento.
53, 54
De acordo com publicações, quando se realiza desnervação química
(cloreto de benzalcônio) intrínseca do jejuno de ratos promove-se hiperplasia
da camada mucosa com conseqüente aumento da superfície absortiva e ganho
de peso.
55, 56
Os dados obtidos no experimento indicam que a técnica testada altera
as medidas do diâmetro, do peso e da altura dos vilos com valores
semelhantes aos publicados de literatura com emprego de outras opções de
tratamento da SIC.
46, 47, 50, 51
Não foram encontradas publicações utilizando
técnica de confecção de válvulas com estudo de morfometria da mucosa, mas
existem estudos envolvendo as camadas musculares com aumento significante
da musculatura longitudinal e circular em experimento com criação de
piloros.
57
.
39
1
2
3
4
5
6
7
8
9
A confecção de esfíncteres pela técnica empregada induzindo a
dilatação, sem sinais de obstrução, sem exclusão de segmentos do trato
intestinal e apresentando hipertrofia dos vilos pode ser aplicada e utilizada
como procedimento prévio a outras intervenções de alongamento do intestino
como as descritas por Bianchi e Kim que necessitam de dilatação do segmento
intestinal.
40
7-CONCLUSÃO
1
41
Houve hipertrofia das vilosidades na camada mucosa dos segmentos pré-
esfíncter proximal e pós-esfíncter distal dos grupos B e C em relação ao
controle. As médias das alturas das vilosidades do segmento intermediário e do
controle não apresentaram diferença significa.
1
2
3
4
42
8-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
43
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circular de ratos submetidos à criação de piloros no intestino delgado.
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1
2
3
4
5
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8
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*
* Utilizado o Sistema de Vancouver para a listagem de referências
bibliográficas
50
9-Apêndice
51
Tabela 6- Média das medidas, em milimicra da altura das vilosidades dos três
grupos estudados
Animais Grupo A Grupo B Grupo C
Pré-
piloro
Intermediário Pós-
piloro
Pré-
piloro
Pós-
piloro
1 255,27
346,48
140,36 191,52 472,55 343,14
2 290,04
407,38
437,72 399,22 371,64 354,37
3 288,57
479,06
182,06 510,02 345,35 294,71
4 264,58
440,58
207,87 433,52 493,36 319,07
5 295,96
357,10
270,58 501,68 514,30 394,26
6 311,02
505,68
405,85 499,8 618,35 246,01
7 233,52
395,6
353,06 357,06 352,07 246,01
8 293,85
358,6
354,35 376,72 553,44 349,38
9 278,97
274,16
293,74 335,4 418,54 377,95
10 277,87
376,14
206,32 329,62 532,8 305,61
Média 278,96
394,07
279,88 391,45 467,24 340,1
Desvio
Padrão
22,57 67,99 109,74 103,55 92,56 50,60
Grupo A: animais controle
Grupo B: animais submetidos à seromiotomia dupla em dois locais
Grupo C: animais submetidos à seromiotomia dupla em um local
52
Tabela 7 Peso dos animais, em grama do grupo B pré-operatório e pós-
operatório
Animais Pré-operatório s-operatório Diferença %
1 308 321,5 13,5 4,38
2 299 293 -6 -2,01
3 273 281 8 2,93
4 279 292,6 13,6 4,87
5 264 285,6 21,6 8,18
6 313 339,5 26,5 8,47
7 243 261 18 7,61
8 281 288 7 2,49
9 246 253 7 2,85
10 303,5 320,7 17,2 5,67
Média 280,95 293,64
53
Tabela 8 - Medida em milímetros do diâmetro dos animais do grupo B
Pré-operatório Pós-operatório
Piloro proximal Piloro distal
Pré-piloro Pós-piloro Pré-piloro Pós-piloro
4 9 9 7 7
4 6 6 5 5
4 5 5 4 3
4 9 9 5 4
4 5 7 4 3
4 8 5 6 5
4 5 4 5 5
2 8 7 7 7
2 5 5 4 5
2 11 9 15 12
MÉDIA 7,1 6,6 6,2 5,6
54
Tabela 9 - Pesos em grama dos animais do grupo C
Animais Pré-operatório s-operatório Diferença %
1 225,0 244,0 19 8,4
2 261,0 279,0 18 6,8
3 243,0 247,0 4 1,6
4 265,0 276,0 11 4,1
5 255,0 248,0 -7 -2,7
6 225,0 231,0 6 2,6
7 210,0 213,0 3 1,4
8 282,0 278,0 -4 -1,6
9 216,0 226,0 10 4,6
10 238 229 -9 -3,7
Média 242 247
55
Tabela 10 - Medida em milímetros dos diâmetros dos animais do grupo C
Animais Pré-operatório Pós-operatório
Pré-piloro Pós-piloro
1 4 10 4
2 4 8 6
3 4 9 6
4 4 4 4
5 4 4 8
6 4 8 4
7 4 7 5
8 4 13 8
9 4 8 5
10 4 6 4
Média 4 7,7 5,4
56
10-ANEXOS
1
57
Universidade Federal de Juiz de Fora 1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
Centro de Biologia da Reprodução
INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS SOBRE O MODELO ANIMAL E
PARA A CONFIABILIDADE DOS RESULTADOS DE UM EXPERIMENTO
O Biotério de Experimentação do Centro de Biologia da Reprodução
encontra-se cadastrado no Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
(COBEA), e os projetos desenvolvidos nas suas dependências são
previamente analisados e aprovados pelo Comitê de Ética e Experimentação
Animal da UFJF, recebendo todo o acompanhamento técnico de profissionais
com formação específica na área de bioterismo.
O Biotério de Experimentação do Centro de Biologia da Reprodução
encontra-se cadastrado no Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
(COBEA), e os projetos desenvolvidos nas suas dependências são
previamente analisados e aprovados pelo Comitê de Ética e Experimentação
Animal da UFJF, recebendo todo o acompanhamento técnico de profissionais
com formação específica na área de bioterismo.
Os alojamentos de ratos possuem janelas teladas e lacradas, sistema de
ar refrigerado, iluminação mista - luz natural e lâmpadas incandescentes -
sendo as últimas controladas para acenderem às 6orash e apagarem às
18horas, mantendo segundo, Wolfensohn & Lloyd (2003), um fotoperíodo
adequado de 12horas de luminosidade e12horas de escuridão. Possuem
também armários climatizados, com controle de temperatura, umidade e troca
de ar programada, em que os animais são alojados em gaiolas de
prolipropileno, providos de maravalha selecionada, mamadeira para água e
cocho para ração do tipo peletizada.
58
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A água é oferecida ad libitum e cada rato recebe, em média, 8-10g de
ração/100g de peso corporal por dia.
DADOS BIOLÓGICOS DO ANIMAL (Rato), NECESSÁRIOS AO USUÁRIO
DO MODELO.
Tempo de gestação: entre 21 a 23 dias
Tempo médio de vida: sob condições favoráveis podem viver até três
anos, o que corresponderia a 90 anos da vida humana. Em condições de
grande variabilidade climática e de umidade, poucos indivíduos vivem mais do
que dois anos.
Temperatura para o conforto e bem-estar dos animais: 19-23º C
Umidade: 40-70 %
Luminosidade: 100 lux para ratos albinos Fotoperíodo de 12/12 ou
12/16Ventilação: 12-15 trocas de ar por hora, filtrado.
Água e ração diária: 10ml de água/100g de peso corporal/dia e 5-10g de
ração /100g peso corporal/dia. Os animais têm hábito noturno para ingesta
alimentar.
Peso corporal: desmame (21 dias) - 40/50g.
Idade de 90 dias - fêmea com 200g a 275g e macho com 300g a 450g.
59
CERTIFICADO DA COMISSÃO DE ÉTICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
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