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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
BARREIRAS DE ADOÇÃO DE INTERNET
BANDA LARGA EM PEQUENAS EMPRESAS
Leonardo Felipe Japur de Sá
Orientadora: Profa. Dra. Maria Aparecida Gouvêa
SÃO PAULO
2006
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Livros Grátis
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Prof
a
. Dr
a
. Suely Vilela
Reitora da Universidade de São Paulo
Prof. Carlos Roberto Azzoni
Diretora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Prof. Dr. Isak Kruglianskas
Chefe do Departamento de Administração
Prof. Dr. Lindolfo Galvão de Albuquerque
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração
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LEONARDO FELIPE JAPUR DE SÁ
BARREIRAS DE ADOÇÃO DE INTERNET
BANDA LARGA EM PEQUENAS EMPRESAS
Dissertação apresentada ao Departamento de
Administração da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo como requisito para
obtenção do título de Mestre em
Administração.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Aparecida Gouvêa
SÃO PAULO
2006
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção de Processamento Técnico do SBD/FEA/USP
Dissertação defendida e aprovada no Departamento de
Administração da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo – Programa de
Pós-Graduação em Administração, pela seguinte banca
examinadora:
Sá, Leonardo Felipe Japur de
Barreiras de adoção de Internet banda larga em pequenas empresas /
Leonardo Felipe Japur de Sá. -- São Paulo, 2006.
155 p.
Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, 2006
Bibliografia.
1. Internet 2. Tecnologia – Modelos 3. Serviços – Qualidade
4. Pequenas e médias empresas I. Universidade de São Paulo. Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade ??II. Título.
CDD – 004.678
iii
A Marcos e Marina, meus pais, que sempre
me apoiaram em cada degrau de minha vida
A Fernanda, minha namorada, que me
apoiou (e agüentou) todo este tempo com
muita paciência e compreensão
iv
Depois de quase três anos construindo esta dissertação que sela o final de mais uma etapa da
minha vida, chego ao momento mais gratificante: lembrar por tudo que passei e,
principalmente, das pessoas que colaboraram para que este momento chegasse. Sei que é
impossível mencionar todos nesta página, mas também é impossível deixar de mencionar
alguns nomes.
Acima de tudo, agradeço à professora Maria Aparecida por sua dedicação incondicional
(incluindo reuniões em fins-de-semana e fora de hora), paciência e ensinamentos. Aliás,
confesso que, por várias vezes, era ela que me fazia cobranças, mesmo sendo eu o maior
interessado!
Agradeço também aos meus pais, Marcos e Marina, que sempre fizeram questão de me
garantir uma educação de qualidade e me apoiaram em cada degrau de minha escalada. E,
claro, não posso deixar de mencionar que só cheguei aqui pelo carinho e estrutura familiar
que sempre tive. Por isso e por outras, estendo este agradecimento também aos meus irmãos,
Ana Carolina e Guilherme.
Mando os “agradecimentos mais gratos” à minha namorada, Fernanda, que enquanto eu
escrevia esta dissertação de mestrado em administração, ela cumpria o seu “doutorado em
paciência” pelas noites e fins de semana que passei debruçado sobre livros, textos e um
computador (sem falar no mau humor que ela agüentou).
Agradeço a todos os professores e funcionários da FEA que garantem o renome desta
instituição. Em particular, agradeço aos professores que compuseram minha banca de
qualificação e contribuíram para os passos que vieram em seguida (Fernando de Almeida e
Tânia Casado). Também destaco os professores que, no cumprimento de meus créditos, me
ofereceram a vivência e o aprendizado do ambiente acadêmico (Abraham Yu, Adolpho
Cantón, Ana Ikeda, Bernadete Marinho, Celso Grisi, Fernando de Almeida, Liége Petroni,
Marcos Campomar, Ronaldo Zwicker e, novamente, Maria Aparecida Gouvêa).
Agradeço também ao prof. André Costa, da FEA-RP que me abriu os olhos para o mundo
acadêmico quando o mestrado ainda era uma dúvida para mim.
Agradeço à equipe da Telefônica (onde trabalho, em paralelo com desenvolvimento deste
mestrado) pelo apoio e, em particular, meu chefe Fabrício Bindi.
Por fim, agradeço a todos os outros que também contribuíram, direta ou indiretamente, para
que eu alcançasse sucesso nesta dissertação, onde incluo todos os meus ex-professores (do
primário à graduação na Poli), familiares, amigos (abraço ao Juliano Mundim, grande
companheiro e até office boy quando necessário) e colegas de trabalho.
v
“Nunca pare de estudar. Você pode perder
tudo na vida, mas a única coisa que nunca
vão tirar de você é o seu conhecimento.”
Meu pai, professor titular da FMRP-USP
(não me lembro se foram exatamente estas as
palavras, mas era este o sentido!)
vi
RESUMO
A crescente influência que a internet tem trazido à população e às organizações do início do
século XXI é, certamente, um dos fatos marcantes desta época. Por sua versatilidade e custo
relativamente baixo, a internet tem se destacado como meio de comunicação nas mais
diversas formas, desde um simples e-mail à transmissão de imagem e som em tempo real.
Todo este desenvolvimento não seria possível (pelo menos da forma que se conhece
atualmente) se a tecnologia de transmissão de dados via internet não tivesse se desenvolvido a
ponto de permitir velocidades adequadas para estas aplicações. Ou seja, evidencia-se a
importância da internet em banda larga.
No mercado de pequenas empresas (porém, não apenas neste mercado), constata-se que ainda
há uma parcela significativa de usuários de internet discada que não aderiram à banda larga.
Este trabalho tem o objetivo de identificar os motivos que provocam esta resistência (as
chamadas barreiras de adoção).
Para tanto, foi feita uma revisão da literatura sobre qualidade em serviço (seguindo a linha de
pesquisa de Parasuraman, Zeithaml e Berry) e modelos de aceitação de tecnologia (seguindo a
linha de pesquisa de Davis e Venkatesh) com seus respectivos desdobramentos. Baseado nesta
literatura, este estudo foi composto de três partes: i) pesquisa qualitativa com um fornecedor
de banda larga, ii) pesquisa qualitativa com usuários de internet discada e iii) pesquisa
quantitativa com usuários e não usuários de internet.
A pesquisa qualitativa com fornecedor foi focada no modelo de lacunas de qualidade
(PARASURAMAN et al., 1985 e ZEITHAML et al., 1988). Nesta etapa, foram identificados
dois tipos de lacuna: controladas e não controladas. Enquanto as lacunas não controladas são
consideradas pouco significativas como barreiras de adoção (podendo, no entanto, estimular o
cancelamento do serviço), as lacunas controladas são barreiras bem conhecidas: preço e forma
de precificação (fixo versus variável). Como as decisões do fornecedor buscam geração de
valor, estas barreiras são mantidas em um nível controlado, procurando-se um equilíbrio entre
volume e preço.
A pesquisa qualitativa com usuário de internet discada foi focada na UTAUT (VENKATESH
et al., 2003). Teve o objetivo de avaliar qualitativamente as percepções de usuários de internet
discada sobre o serviço de internet banda larga, à luz das dimensões de expectativa de
desempenho, expectativa de esforço, condições facilitadoras e influência social. Neta etapa,
identificou-se claramente uma barreira na percepção de valor (custo/benefício) por parte dos
potenciais clientes.
A pesquisa quantitativa também foi focada na UTAUT, mas com algumas adaptações ao
contexto. Foram identificados como fatores relevantes para diferenciar os usuários dos não
usuários de banda larga: intenção de comportamento, viabilidade (construto análogo às
“condições facilitadoras” da UTAUT original) e influência social. O resultado esperado
(análogo à “expectativa de desempenho”) não foi significativo na diferenciação dos dois
públicos, contrariando uma forte hipótese da UTAUT. Por fim, o fator de facilidade esperada
(análogo à “expectativa de esforço”) também apareceu como não significativo; porém, sob
alguns critérios, este fator apresentou sinais de que pode diferenciar os dois públicos.
vii
ABSTRACT
The growing influence that internet has brought to population and to organizations since the
beginning of 21
st
. century is, certainly, one of the outstanding factors of this time. For its
versatility and relatively low cost, internet has been detached as communication means in
many different ways, from a simple e-mail to the transmission of image and sound on real
time.
All this development would not be possible (at least as it is known nowadays) if data
transmission technology through internet had not have been developed enough to allow
adequate speed for these applications. Thus, it is shown the importance of broadband internet.
In small business market (though not only in this market), one can still find significant part of
dial-up internet users that have not adopted broadband. This work has the objective of
identifying the reasons that lead to this resistance (the so called adoption barriers).
For such, a literature review was done about quality service (following the research line of
Parasuraman, Zeithaml and Berry) and technology acceptance models (following the research
line of Davis and Venkatesh), with its respective deployments. Based on this literature, this
study was composed by three parts: i) qualitative research with a broadband provider, ii)
qualitative research with dial-up internet users and iii) quantitative research with broadband
users and not users.
The qualitative research with provider was focused on the quality gaps model
(PARASURAMAN et al., 1985 and ZEITHAML et al., 1988). At this stage, two kinds of
gaps were identified: controlled and uncontrolled. While the uncontrolled gaps are considered
to be lowly significant as an adoption barrier (however, possibly stimulating the canceling of
the service), the controlled gaps are well known barriers: price and pricing model (fix versus
variable). Since the providers decisions aim value generation, these barriers are kept at a
controlled level, seeking for a balance between volume and price.
The qualitative research with dial-up internet users was focused on UTAUT (VENKATESH
et al., 2003). It had the objective of evaluating qualitatively the dial-up internet users’
perceptions about broadband internet, under the point of view of performance expectancy,
effort expectancy, facilitating conditions and social influence. At this stage, it was clearly
identified a barrier of value perception (cost/benefit) by the potential clients.
The quantitative research was also focused on UTAUT, but with some adaptations to its
context. It was identified as relevant factor for differentiating broadband users and not users:
behavior intention, viability (construct analog to the facilitating conditions) and social
influence. The expected performance was not significant in differentiating the two publics,
against one of UTAUT strongest hypothesis. At last, the factor expected facility (analog to
effort expectancy) also appeared as not significant; though, under some criteria, this factor
presented signs that it may differentiate the two publics.
1
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.......................................................................................................... 3
LISTA DE QUADROS......................................................................................................................................... 4
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................................... 5
LISTA DE GRÁFICOS........................................................................................................................................ 6
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................................................... 7
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................................................. 9
1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 9
1.2 PROBLEMA DO ESTUDO....................................................................................................................... 10
1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................................................... 11
1.3.1 Objetivos gerais ............................................................................................................................ 11
1.3.2 Objetivos específicos..................................................................................................................... 11
1.3.3 Definições operacionais................................................................................................................ 12
1.4 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................................... 12
1.4.1 Relevância do tema....................................................................................................................... 12
1.4.2 Originalidade do tema .................................................................................................................. 13
1.4.3 Viabilidade do estudo.................................................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................................................ 15
2.1 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS .............................................................................................................. 15
2.1.1 Classificações de atributos para avaliação de produtos............................................................... 16
2.1.2 Conceitos de qualidade, valor e preço.......................................................................................... 16
2.2 QUALIDADE EM SERVIÇOS .................................................................................................................. 20
2.2.1 O estudo exploratório de Parasuraman et al. (1985) ................................................................... 20
2.2.2 A ferramenta ‘SERVQUAL’.......................................................................................................... 22
2.2.3 As lacunas de qualidade em serviços............................................................................................ 23
2.3 ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA, ADOÇÃO DE INOVAÇÃO E TEORIAS RELACIONADAS.............................. 26
2.3.1 UTAUT: a Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia.................................................. 27
2.3.2 Os modelos e teorias que embasaram a UTAUT .......................................................................... 29
2.3.3 Modelos já utilizados para avaliação de adoção de internet banda larga................................... 42
3 O MERCADO DE INTERNET BANDA LARGA E O CLIENTE EMPRESARIAL ........................ 45
3.1 SITUAÇÃO DO MERCADO BRASILEIRO DE BANDA LARGA .................................................................... 45
3.1.1 Evolução do mercado de banda larga no Brasil........................................................................... 45
3.1.2 Carência de produtos de banda larga específicos para pequenas empresas................................ 48
3.2 A REGULAMENTAÇÃO DO SETOR......................................................................................................... 49
3.3 PARTICULARIDADES DO CLIENTE EMPRESARIAL ................................................................................. 51
2
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DO ESTUDO.................................................................... 55
4.1 PESQUISA QUALITATIVA COM FORNECEDOR ....................................................................................... 56
4.2 PESQUISA QUALITATIVA COM USUÁRIOS DE INTERNET DISCADA ........................................................ 58
4.3 PESQUISA QUANTITATIVA COM USUÁRIOS E NÃO USUÁRIOS DE BANDA LARGA .................................. 59
4.3.1 População, amostragem e procedimento para coleta de dados.................................................... 59
4.3.2 Cuidados metodológicos na elaboração do questionário quantitativo......................................... 60
4.3.3 Hipóteses de pesquisa ................................................................................................................... 61
4.3.4 Composição do questionário......................................................................................................... 64
4.3.5 Plano de análise............................................................................................................................ 65
4.4 LIMITAÇÕES........................................................................................................................................ 68
5 RESULTADOS.......................................................................................................................................... 69
5.1 PESQUISA QUALITATIVA COM FORNECEDORES.................................................................................... 69
5.1.1 Lacuna 1........................................................................................................................................ 69
5.1.2 Lacuna 2........................................................................................................................................ 70
5.1.3 Lacuna 3........................................................................................................................................ 73
5.1.4 Lacuna 4........................................................................................................................................ 74
5.1.5 Lacuna de comunicação................................................................................................................ 74
5.2 PESQUISA QUALITATIVA COM USUÁRIOS DE INTERNET DISCADA ........................................................ 75
5.3 PESQUISA QUANTITATIVA COM USUÁRIOS E NÃO USUÁRIOS DE BANDA LARGA .................................. 77
5.3.1 Caracterização da amostra........................................................................................................... 77
5.3.2 Variáveis de perfil que se diferenciam entre os dois grupos......................................................... 79
5.3.3 Associação das características de perfil com os dois grupos pesquisados................................... 81
5.3.4 Avaliação da escala adotada ........................................................................................................ 82
5.3.5 Verificação das hipóteses da pesquisa.......................................................................................... 98
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................. 109
6.1 CONCLUSÕES SOBRE OS OBJETIVOS PROPOSTOS................................................................................ 109
6.1.1 Barreiras por parte dos fornecedores......................................................................................... 109
6.1.2 Barreiras por parte dos potenciais clientes ................................................................................ 111
6.2 CONCLUSÕES SOBRE O MODELO TESTADO ........................................................................................ 113
6.3 APLICAÇÕES PRÁTICAS DESTE ESTUDO ............................................................................................. 114
6.4 LIMITAÇÕES DO ESTUDO................................................................................................................... 115
6.5 RECOMENDAÇÃO PARA PESQUISAS POSTERIORES ............................................................................. 116
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 117
APÊNDICES ..................................................................................................................................................... 127
3
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DTPB: Teoria Decomposta do Comportamento Planejado (“Decomposed Theory of Planned
Behavior”)
IDT: Teoria de Difusão da Inovação (“Innovation Diffusion Theory”)
MM: Modelo Motivacional (“Motivational Model”)
MPCU: Modelo de Utilização de PC (“Model of PC Utilization”)
SCT: Teoria Social Cognitiva (“Social Cognitive Theory”)
TAM: Modelo de Aceitação de Tecnologia (“Technology Acceptance Model”)
TIC: Tecnologia de Informação e Comunicação
TPB: Teoria do Comportamento Planejado (“Theory of Planned Behavior”)
TRA: Teoria da Ação Racionalizada (“Theory of Reasoned Action”)
UTAUT: Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia (“Unified Theory of
Acceptation and Use of Technology”)
4
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Principais definições conceituais (qualidade, preço e valor)....................................................... 17
Quadro 2 - Proposições sobre qualidade percebida, preço percebido, relacionamento preço-qualidade e
valor percebido.......................................................................................................................................... 18
Quadro 3 - As dimensões do SERVQUAL........................................................................................................ 23
Quadro 4 - Construtos e variáveis que potencializam as lacunas de qualidade do fornecedor.................... 25
Quadro 5 – Os fatores principais da UTAUT................................................................................................... 28
Quadro 6 – As hipóteses da UTAUT................................................................................................................. 29
Quadro 7 – Modelos e teorias que originaram a UTAUT ............................................................................... 29
Quadro 8 - Os conceitos da TRA....................................................................................................................... 32
Quadro 9 - Os atributos percebidos da inovação ............................................................................................. 37
Quadro 10 – Fonte de dados da pesquisa qualitativa com fornecedores........................................................ 56
Quadro 11 - Especialistas entrevistados............................................................................................................ 57
Quadro 12 – Roteiro resumido de entrevista qualitativa em profundidade com fornecedor....................... 57
Quadro 13 – Roteiro resumido de entrevista qualitativa com usuário de internet discada.......................... 59
Quadro 14 – Hipóteses originais e adaptadas da UTAUT............................................................................... 62
Quadro 15 – Questionário quantitativo original e adaptado da UTAUT....................................................... 64
Quadro 16 – Plano de análise de dados quantitativos...................................................................................... 65
Quadro 17 – Comparação das técnicas estatísticas teste t, ANOVA e MANOVA ........................................ 67
Quadro 18 – Resultados das entrevistas qualitativas com usuários de internet discada.............................. 76
Quadro 19 – Passos para verificação da validade............................................................................................ 88
Quadro 20 – Conclusões sobre as hipóteses da pesquisa (H
1a
a H
4a
) ............................................................ 102
Quadro 21 – Conclusões sobre as hipóteses da pesquisa (H
4b
a H
5
).............................................................. 106
Quadro 22 – Consolidação das conclusões sobre verificação de hipóteses................................................... 106
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Variáveis de perfil que se diferenciam entre grupos 80
Tabela 2 – Variância total explicada (análise fatorial) 84
Tabela 3 – Matriz de componentes rotacionada (relação entre variáveis e fatores da análise fatorial) 85
Tabela 4 – Avaliação da fidedignidade da escala com o coeficiente Alpha de Cronbach 86
Tabela 5 – Estatísticas descritivas dos fatores da UTAUT (por grupo) 90
Tabela 6 – Teste Kolmogorov-Smirnov (normalidade dos fatores da UTAUT) 92
Tabela 7 – Teste de Levene (homogeneidade de variância entre amostras) 92
Tabela 8 – Teste de esfericidade de Bartlett 93
Tabela 9 – Teste Box-M 94
Tabela 10 – MANOVA (testes multivariados) 94
Tabela 11a – Análise stepdown sobre 5 fatores (variáveis em ordem decrescente de relevância) 95
Tabela 12 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t) 95
Tabela 13 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t ajustado) 96
Tabela 14 – Comportamento observado versus previsão por análise de regressão logística 97
Tabela 15 – Estatísticas por variável da regressão logística 97
Tabela 16 – Teste de esfericidade de Bartlett 103
Tabela 17 – Teste Box-M 103
Tabela 18 – MANOVA (testes multivariados) 104
Tabela 19a – Análise stepdown sobre 2 fatores (variáveis em ordem decrescente de relevância) 104
Tabela 20 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t) 104
Tabela 21 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t ajustado) 105
Tabela 22 – Comportamento observado versus previsão por análise de regressão logística 105
Tabela 23 – Estatísticas por variável da regressão logística 105
6
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Evolução anual do número de acessos banda larga no Brasil (em milhões).............................. 45
Gráfico 2 – Evolução anual do número de acessos (x1000) entre os maiores fornecedores......................... 46
Gráfico 3 – Comparação de acessos DSL em relação ao número de linhas em serviço (em milhões)......... 47
Gráfico 4 – Comparação de número de acessos banda larga por 1000 habitantes....................................... 48
Gráfico 5 – Distribuição da amostra ................................................................................................................. 78
Gráfico 6 – Mapa perceptual de associação de características de perfil e comportamento de uso de
banda larga............................................................................................................................................... 81
Gráfico 7 – histograma por fator........................................................................................................................90
Gráfico 8 – histograma por fator e grupo........................................................................................................ 90
Gráfico 9 – dispersão para análise de H
1
........................................................................................................ 98
Gráfico 10 – dispersão para análise de H
2
......................................................................................................100
Gráfico 11 – dispersão para análise de H
3
......................................................................................................100
Gráfico 12 – dispersão para análise de H
4
......................................................................................................101
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura cognitiva de absorção de informação............................................................................. 17
Figura 2 – Modelo de relacionamento de preço, qualidade e valor................................................................ 18
Figura 3 - Modelo de qualidade em serviços..................................................................................................... 24
Figura 4 - A “Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia”............................................................... 27
Figura 5 - Teoria da Ação Racionalizada (TRA).............................................................................................. 31
Figura 6 - Teoria do Comportamento Planejado............................................................................................. 32
Figura 7 - TAM (Modelo de Aceitação de Tecnologia).................................................................................... 33
Figura 8 – O Modelo de Utilização de PC (MPCU) ......................................................................................... 35
Figura 9 - Variáveis determinantes da taxa de adoção de inovação............................................................... 37
Figura 10 - Teoria Decomposta do Comportamento Planejado...................................................................... 38
Figura 11 – Modelo motivacional ...................................................................................................................... 40
Figura 12 – Aplicação da SCT na avaliação de adoção de tecnologia............................................................ 41
Figura 13 - Modelo testado e modelo validado por Oh et al. (2003) ............................................................... 42
Figura 14 - Modelo de qualidade em serviços................................................................................................... 56
Figura 15 – UTAUT adaptada ao estudo.......................................................................................................... 63
Figura 16 – Influências validadas e não validadas do modelo testado.......................................................... 113
9
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As considerações iniciais deste trabalho partem de uma introdução do tema (seção 1.1), sobre
o qual é destacado o problema do estudo (seção 1.2) e, em seguida, são definidos os objetivos
(seção 1.3) com suas justificativas (seção 1.4).
1.1 Introdução
Pesquisa divulgada pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil (COMITÊ GESTOR DE
INTERNET NO BRASIL, 2005), apresenta que mais de 95% das empresas brasileiras com 10
ou mais funcionários têm acesso à internet. No entanto, grande parte deste público ainda
trabalha com acesso discado de baixa velocidade. E se forem consideradas as empresas com
menos de 10 funcionários, espera-se que o índice de penetração de internet banda larga seja
ainda menor.
Na totalidade do mercado no Brasil, os serviços de internet banda larga têm registrado forte
crescimento ano após ano, alcançando a marca de 3,8 milhões de acessos no final de 2005. Se
comparada a países de maior avanço tecnológico, no entanto, a difusão deste serviço ainda é
baixa. Países como Holanda ou Coréia do Sul, por exemplo, chegam à marca aproximada de
270 acessos por 1000 habitantes, treze vezes superior aos 20 do Brasil
1
.
Parte deste forte avanço da banda larga, no Brasil e no mundo, pode ser atribuída à
necessidade de conexões mais velozes provocada pela popularização de aplicações que
envolvem alto volume de tráfego, geralmente de som ou imagem, tais como download de
arquivos de música, voz sobre IP (VoIP), fotos digitais, vídeos etc. Além disso, mesmo em
aplicações de baixo volume de tráfego, há demanda por praticidade no acesso devido à
dependência crescente que se está criando da internet (principalmente para uso profissional),
seja por ferramentas de comunicação (ex.: e-mail, instant messenger), serviços on-line (ex.:
net banking, consulta a serviços de proteção de crédito), substituição de informações em papel
1
Índice do Brasil calculado considerando-se 3,8 milhões de acessos e 185 milhões de habitantes (IBGE). Vide
seção 3.1 para considerações sobre comparação de dados de penetração de banda larga
10
por consulta a sites (ex.: lista telefônica, editais de concorrências e concursos públicos) ou
outros serviços.
Mas apesar desta revolução e do grande crescimento apresentado pela internet, as pesquisas
acadêmicas consultadas sobre estudos relacionados à internet freqüentemente abordam temas
como usos e impactos, tecnologias, comércio eletrônico ou serviços disponíveis on line. São
temas variados que, em comum, têm a visão de internet como um “meio” (o lado da demanda)
para geração de oportunidades de negócios em diversos ramos de atividade ou simplesmente
como entretenimento. O estudo proposto, em contrapartida, aborda a internet como umfim
(o lado da oferta) e busca explorar este mercado do ponto de vista da oferta de soluções de
acesso banda larga para pequenas empresas. Como será comentado adiante neste trabalho, as
pesquisas científicas consultadas sobre internet banda larga já começaram a dar mais foco à
oferta do serviço, mas sempre baseadas em aspectos estruturais (ex.: novas tecnologias ou
regulamentação) e não em aspectos individuais dos usuários ou fornecedores.
1.2 Problema do estudo
Considerando-se as características destacadas para o mercado de internet e analisando-se as
pesquisas já desenvolvidas sobre o tema, observa-se que:
i. O tema “mercado de internet” tem alto potencial para geração de pesquisas
acadêmicas;
ii. A demanda (e-commerce, aplicações para supply chain, mudanças de processos
corporativos, influência na vida pessoal dos usuários e serviço on line) tem sido
bastante explorada;
iii. O lado da oferta ainda apresenta uma produção acadêmica pouco desenvolvida,
focada principalmente em questões de médio e longo prazo (tais como a
regulamentação e universalização do serviço), sem preocupação com fatores
individuais que levam ou não à adoção de internet.
Com estas observações, o problema de pesquisa pode ser definido como: “quais são as
barreiras de adoção de internet banda larga em pequenas empresas no Brasil?”.
11
1.3 Objetivos
Neste contexto, são estabelecidos os objetivos gerais e específicos deste trabalho, com as
definições operacionais necessárias para uniformização de conceitos e delimitação do escopo
do estudo.
1.3.1 Objetivos gerais
O objetivo geral deste estudo define-se como:
Identificar e avaliar as principais barreiras de adoção de internet banda
larga em pequenas empresas.
1.3.2 Objetivos específicos
Para o alcance do objetivo geral, são definidos dois blocos de objetivos específicos, visando
avaliar as barreiras por parte do fornecedor e por parte dos clientes.
Do lado do fornecedor, os objetivos específicos buscam identificar lacunas de qualidade
baseadas na linha de pesquisa de Parasuraman, Zeithaml e Berry, iniciada em Parasuraman et
al. (1985):
Nível de conhecimento que os fornecedores têm das expectativas dos clientes efetivos
e potenciais;
Nível em que os fornecedores conseguem converter seu entendimento de expectativa
dos clientes em especificações adequadas do serviço;
Nível em que as áreas operacionais dos fornecedores conseguem cumprir
adequadamente as especificações definidas;
Nível de coerência entre a comunicação feita aos clientes (na venda ou pós-venda)
com os serviços realmente entregues;
Nível em que a comunicação do fornecedor responde às expectativas dos potenciais
clientes.
Do lado dos clientes, os objetivos específicos buscam identificar fatores que podem reduzir a
percepção de valor sobre o serviço, antes mesmo de sua adoção. Neste bloco, será adotada
como base a linha de pesquisa de Venkatesh e Davis, culminando na Teoria Unificada de
Aceitação e Uso de Tecnologia (UTAUT), de Venkatesh et al. (2003). Os objetivos
específicos passam por entender:
12
Resultado esperado da internet banda larga (em pequenas empresas) pelos potenciais
usuários;
Facilidade esperada pelos potenciais clientes para adoção do serviço;
Viabilidade e condições que podem restringir a adoção do serviço entre potenciais
clientes que têm interesse no serviço (ex.: financeira ou técnica);
Efeito da opinião de terceiros na formação de opinião do decisor em uma pequena
empresa.
1.3.3 Definições operacionais
Para uniformização de conceitos e delimitação de escopo do estudo, as seguintes definições
operacionais são adotadas ao longo deste trabalho:
Internet banda larga: meio de acesso à internet caracterizado por alta velocidade
(igual ou superior a 256 kbps) e por permitir conexão permanente à internet, sem
depender de ligações telefônicas (ou seja, não é “dial up”);
Penetração de banda larga: relação entre endereços
2
com banda larga e o total de
endereços do mercado em questão
1.4 Justificativa
Os objetivos definidos para este estudo justificam-se por sua: (i) relevância, (ii) originalidade
e (iii) viabilidade, conforme descrito nas seções 1.4.1 a 1.4.3 a seguir.
1.4.1 Relevância do tema
A relevância deste tema compõe-se de dois pontos de vista complementares: conhecimento
acadêmico e aplicação gerencial.
Do ponto de vista de conhecimento acadêmico, a relevância pode ser detectada por um
conjunto de fatores já introduzidos, sendo que alguns ainda serão mais detalhados ao longo
deste trabalho. Destacam-se entre estes fatores:
O impacto “revolucionário” da internet no cotidiano de empresas e consumidores
finais (seção 1.1);
2
Analogamente, a penetração também pode ser calculada por cliente, mas, devido ao fato de que 1 acesso banda
larga atende a apenas 1 endereço, considerar-se-á a penetração por endereço (uma vez que um cliente pode ter
mais do que um endereço)
13
A existência de uma grande quantidade de pequenas empresas que ainda acessam
internet discada de baixa velocidade (seção 1.1);
A escassez de pesquisas acadêmicas sobre a internet como um fim (seção 1.1);
O acelerado crescimento do mercado de internet banda larga no Brasil (seção 3.1.1);
A baixa penetração deste serviço no Brasil quando comparado com outros países
(seção 3.1.1);
A atualidade do tema de inclusão digital, que gera um paradoxo competição versus
universalização (seção 3.2).
A estes fatores, somam-se as contribuições do ponto de vista de aplicação gerencial:
Identificação de barreiras para adoção de banda larga que podem ser avaliadas como
potenciais barreiras à adoção de outros serviços de tecnologia, principalmente aqueles
ancorados pela internet (como, por exemplo, o e-commerce);
Sinalização de oportunidades de melhoria dos serviços atualmente prestados em banda
larga, assim como a comunicação dos mesmos.
1.4.2 Originalidade do tema
Uma vasta quantidade de artigos científicos já foi publicada sobre os mais variados temas
relacionados com a internet. Como referência, uma consulta ao banco de dados ProQuest,
realizada em 15/out/06 com o assunto “internet” gerou mais de 7,6 mil resultados
3
. Na mesma
data, uma consulta com os assuntos “internet” e “broadband
4
gerou apenas 103 resultados.
Ou seja, a banda larga ainda é um campo relativamente pouco explorado no mundo internet.
Do que já foi publicado sobre banda larga (entre estes 103 resultados), os aspectos mais
estudados são os estruturais deste mercado, em detrimento de pesquisas sobre comportamento
individual de consumidores ou fornecedores do serviço. Algumas pesquisas que tiveram esse
enfoque (fatores individuais) ressaltam esta mesma observação.
Segundo Oh et al. (2003, p. 267):
“[...] pesquisa tem sido conduzida com o objetivo de explicar a difusão e adoção de acesso à
tecnologia de internet de alta velocidade e a maioria das abordagens, incluindo a Organização para
3
Foi aplicado o filtro de “Publicações acadêmicas, incluindo avaliadas por pares acadêmicos”
4
Do inglês, “banda larga”
14
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2001) e Lee et al. (2003), tem endereçado a estrutura
nacional e ambiental, majoritariamente ignorando fatores pessoais.”
Complementando, Choudrie e Dwivedi (2005, p. 94) escrevem que “O entendimento dos
impactos do uso de banda larga no dia-a-dia do consumidor ainda está intocado nos estudos
anteriores”. Locke (2004, p. 94) comenta que “[...] a maioria das pesquisas tende a ter um
interesse mais amplo do que o impacto de TIC
5
no crescimento individual de negócios”.
Assim considerando, espera-se que este estudo contribua em originalidade para a pesquisa
acadêmica através da:
Incorporação de conhecimento ao campo de pesquisa de banda larga com foco no lado
da oferta (internet como um fim) e, mais especificamente, sobre os fatores individuais
de adoção ou não do serviço;
Aplicação de uma teoria recentemente publicada para avaliação de aceitação e uso de
tecnologia, a UTAUT (VENKATESH et al., 2003).
1.4.3 Viabilidade do estudo
Além da relevância e originalidade do tema, o estudo justificou-se também por sua
viabilidade operacional.
O mestrando tem, atualmente, vínculos profissionais com a divisão comercial de clientes
empresariais da Telefônica
6
, concessionária de telefonia fixa no estado de São Paulo e líder
dos serviços de internet banda larga no Brasil. Esta condição favorece acesso a especialistas
do mercado de banda larga, bem como às práticas comerciais mais comuns deste fornecedor.
No capítulo 1 a seguir, apresenta-se a fundamentação teórica que sustenta o direcionamento
do problema central deste estudo.
5
TIC: tecnologia da informação e de comunicação
6
Nome fantasia da Telecomunicações de São Paulo S/A (Telesp)
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica deste trabalho inicia-se com uma introdução necessária para
alinhamento de conceitos sobre qualidade, valor e preço (seção 2.1) e, em seguida, são
apresentados dois conjuntos de teorias. O primeiro conjunto (apresentado na seção 2.2) segue
a linha de pesquisa de A. Parasuraman, V. Zeithaml e L. Berry, iniciada com Parasuraman et
al. (1985). Esta linha de pesquisa tem foco em qualidade em serviços e inclui modelos
conhecidos como as lacunas de qualidade e o SERVQUAL. O segundo conjunto de teorias
(apresentado na seção 2.3) tem foco em aceitação de tecnologia e segue a linha de pesquisa de
F. Davis e V. Venkatesh, culminando na UTAUT – Teoria Unificada de Aceitação e Uso de
Tecnologia (VENKATESH et al., 2003).
2.1 Conceitos introdutórios
Qualidade é um termo que ainda hoje permite interpretações distintas que podem variar de
referência a processos estáveis de produção (como a certificação ISO-9000, que independe do
produto entregue ao consumidor) a referência a produtos considerados de padrão excelente
(como, por exemplo, um relógio Rolex). Quando se fala em qualidade em serviços, somam-se
a este discurso três propriedades que a distinguem de qualidade em bens: intangibilidade,
heterogeneidade (variações “de produtor a produtor, de cliente a cliente e de dia a dia”) e
inseparabilidade entre produção e consumo (PARASURAMAN et al., 1985, p. 42).
Esta primeira seção da fundamentação teórica tem o objetivo de esclarecer alguns conceitos
introdutórios que serão úteis no decorrer deste trabalho. Primeiramente, apresentam-se
algumas classificações de atributos (seção 2.1.1), a partir dos quais se avalia a qualidade e o
valor de um produto. Em seguida, apresenta-se como Zeithaml (1988) utiliza estas
classificações implícita e explicitamente para definir os conceitos de qualidade, valor e preço
(seção 2.1.2).
16
2.1.1 Classificações de atributos para avaliação de produtos
Nesta seção, serão apresentadas três formas de classificação de atributos de produtos que
facilitarão, na seção 2.1.2, o entendimento dos conceitos de qualidade, valor e preço.
A primeira classificação a ser apresentada diferencia os atributos de (i) pesquisa, (ii)
experiência e (iii) credibilidade (NELSON, 1974 apud PARASURAMAN et al., 1985, p. 48,
DARBY; KARNI, 1973 apud PARASURAMAN et al., 1985, p. 48). Os atributos de pesquisa
representam os que podem ser conhecidos e avaliados antes do consumo do produto (ex.: peso
de um aparelho portátil). Os atributos de experiência são aqueles que somente podem ser
avaliados durante ou após o consumo (ex.: a comida de um restaurante). E os atributos de
credibilidade representam os que normalmente não podem ser avaliados nem mesmo após o
consumo do produto por falta de conhecimento técnico (ex.: um paciente dificilmente pode
avaliar se um tratamento médico que lhe foi prescrito é o mais recomendado para o seu caso).
A segunda classificação, segundo Olson (1977) apud Zeithaml (1988, p. 6) e Olson e Jacoby
(1972) apud Zeithaml (1988, p. 6), diferencia os atributos “intrínsecos” (diretamente ligados
ao produto, como cor ou potência) dos “extrínsecos” (indiretamente ligados ao produto e que
podem ser manipulados sem alteração do produto propriamente dito, como preço, marca ou
publicidade).
Por fim, Zeithaml (1988) também contrapõe “atributos de baixo nível de abstração” (aqueles
que são mais facilmente observáveis e independentes de interpretações pessoais), das
“abstrações de alto nível” (que representam a percepção pessoal de um consumidor).
2.1.2 Conceitos de qualidade, valor e preço
Voltando à obra de Zeithaml (1988), a autora busca, por meio de revisão da literatura e de um
estudo exploratório, consolidar a definição de alguns conceitos usados de maneira indistinta
entre pesquisas diferentes: preço, qualidade e valor. Para tanto, a autora inicia por: (i)
qualidade percebida, (ii) preço percebido, (iii) relacionamento preço-qualidade e (iv) valor
percebido.O Quadro 1 resume as definições mais relevantes para este estudo:
17
Quadro 1 – Principais definições conceituais (qualidade, preço e valor)
Conceito Principais definições
“Diferente de qualidade objetiva ou real
(julgamento do consumidor versus superioridade mensurável)
“Um nível de abstração mais alto que um atributo específico de um produto”
(consumidores absorvem e avaliam informações sobre produtos em uma estrutura
cognitiva em vários níveis de abstração
7
, conforme Figura 1)
“Um conceito global que em alguns casos se reflete em atitude”
(a qualidade pode ser “cognitiva”, caso em que se baseia em atributos de
pesquisa, ou “afetiva”, quando se baseia mais em atributos de experiência)
A qualidade percebida é...
“Um julgamento realizado em contexto adotado por um consumidor”
(o contexto é alguma referência de comparação adotada pelo consumidor, seja um
outro produto similar ou uma expectativa criada pelo consumidor)
O preço percebido é... “Diferente de preço objetivo
(o cliente pode registrar o preço de uma forma diferente do preço objetivo, como,
por exemplo, “caro” ou “barato”, ao invés do valor real)
Sobre relacionamento
preço-qualidade...
“Não existe uma relação clara entre preço e qualidade”
(enquanto algumas pesquisas indicam esta relação, outras a desconfirmam)
“Valor é preço baixo”
(foco no sacrifício, sem ênfase nos benefícios)
“Valor é qualquer coisa que eu quero em um produto”
(focos nos benefícios e nenhuma ênfase nos sacrifícios)
“Valor é a qualidade que eu ganho com o preço que eu pago”
(dada uma qualidade mínima desejada, quanto menor o sacrifício maior o valor)
O valor percebido pode ser
definido sob quatro visões
“Valor é o que eu ganho com o que eu dou”
(razão entre benefícios e sacrifícios)
FONTE: Interpretação de Zeithaml (1988, p. 3-5; 10; 11; 13-14) pelo autor
Produto
Æ
Benefício
funcional
Æ
Benefício
prático
Æ
Satisfação
emocional
Figura 1 - Estrutura cognitiva de absorção de informação
FONTE: Zeithaml (1988, p. 5)
Além disso, com uma proposta mais ampla, a autora busca também responder a algumas
perguntas sobre a formação das percepções de preço, qualidade e valor pelos consumidores:
(i) ‘o que os consumidores entendem como qualidade e valor?’, (ii) ‘como as percepções de
qualidade e valor são formadas?’, (iii) ‘esse processo é igual entre os consumidores e
produtos?’ e (iv) ‘como os consumidores relacionam qualidade, preço e valor em suas
decisões sobre produtos e serviço?’. Para responder a essas perguntas, a autora retoma um
modelo de relacionamento de preço, qualidade e valor (Figura 2), que se explica pelas
proposições apresentadas em seguida (Quadro 2).
7
Zeithaml (1988) em referência a Cohen (1979); Myers, Shocker (1981), Olson, Reynolds (1983); Young,
Feigen (1975)
18
Abstração de
alto nível
Valor
percebido
Qualidade
percebida
Atributos
extrínsecos
Atributos
intrínsecos
Atributos
intrínsecos
Preço objetivo
Preço
monetário
percebido
Sacrifício
percebido
Preço não
monetário
percebido
Compra
Percepção de atributos de baixo nível
Atributos de alto nível
Atributos de baixo nível
Figura 2 – Modelo de relacionamento de preço, qualidade e valor
FONTE: Zeithaml (1988, p. 4)
8
, adaptado de Dodds, Monroe (1985)
Quadro 2 - Proposições sobre qualidade percebida, preço percebido, relacionamento preço-qualidade e
valor percebido
Proposição
9
Justificativa
P
Q1
) “Consumidores adotam pistas
de atributos de baixo nível para
inferir qualidade”
Por serem mais fáceis de mensurar, os atributos de baixo nível (de
abstração) são usados como “preditores” da percepção que um
consumidor espera obter de um produto. Um atributo de baixo nível
freqüentemente usado para isso é o preço (consumidores esperam que
produtos mais caros tenham melhor qualidade).
P
Q2
) “Os atributos intrínsecos do
produto que sinalizam qualidade
são específicos do produto, mas
dimensões de qualidade podem ser
generalizadas para classes de
produtos ou categorias”
Consumidores tendem a absorver mais as informações com alto nível de
abstração ao invés dos atributos intrínsecos. Por exemplo, para optar entre
a compra de um móvel novo ou a pintura de sua casa, o consumidor pensa
em atributos como ‘utilidade’, ‘conforto’, ‘beleza’ etc., permitindo uma
comparação entre produtos que têm poucos atributos intrínsecos em
comum.
P
Q3
) “Pistas extrínsecas servem
como indicadores gerais de
qualidade de marcas, produtos e
categorias”
Quando um consumidor não tem informações adequadas sobre os
atributos intrínsecos de um produto, acaba por adotar pistas extrínsecas
para “estimar” a qualidade do produto. Por exemplo, produtos mais caros
ou com alto nível de publicidade são esperados como de melhor
qualidade.
P
Q4
) “Consumidores dependem
mais de atributos intrínsecos que
extrínsecos: (a) no ponto de
consumo, (b) em situações de
compra em que os atributos
intrínsecos são atributos de
pesquisa (e não atributos de
experiência) e (c) quando os
atributos intrínsecos têm alto valor
preditivo”
Por oferecerem maior possibilidade de objetividade na avaliação do
produto, os atributos intrínsecos são preferidos, em resumo, nas situações
em que esta possibilidade de objetividade realmente se concretiza.
8
Na figura original de Zeithaml (1988, p. 4), os retângulos de atributos intrínsecos estão hachurados no padrão
dos hexágonos de percepção de atributos de baixo nível
9
As proposições referentes a “qualidade percebida”, “preço percebido”, “relacionamento preço-qualidade” e
“valor percebido” estão identificadas, respectivamente, pelos prefixos P
Q
, P
P
, P
PQ
e P
V
19
Quadro 2 - Proposições sobre qualidade percebida, preço percebido, relacionamento preço-qualidade e
valor percebido (cont.)
Proposição
10
Justificativa
P
Q5
) “Consumidores dependem
mais de atributos extrínsecos que
intrínsecos (a) em situações de
primeira compra quando atributos
intrínsecos não estão disponíveis,
(b) quando a avaliação de atributos
intrínsecos requer mais esforço e
tempo que o consumidor considera
que vale a pena e (c) quando
qualidade é difícil de avaliar (ex.:
uma consulta médica)”
Nas situações em que a possibilidade de avaliação objetiva de qualidade
por atributos intrínsecos não se concretiza, o consumidor busca outros
critérios de avaliação, como garantia ou confiança na marca.
P
Q6
) “As pistas que sinalizam
qualidade variam com o tempo por
causa de competição, esforço
promocional de companhias,
mudanças na preferência dos
consumidores e informação”
Por motivos diversos, os atributos que garantem a percepção de qualidade
de um produto (intrínsecos e extrínsecos), assim como o nível destes
atributos, se alteram. Conseqüentemente, um produto pode ter sua
qualidade percebida incrementada ou reduzida sem que suas
características sejam alteradas.
P
P1
) “Preço monetário não é o
único sacrifício percebido por
consumidores”
Além do sacrifício monetário despendido pelo cliente, devem ser
considerados também outros custos não monetários, como tempo ou
esforço necessário para compra.
P
PQ1
) “Não existe uma relação
geral para preço-qualidade”
Considerando-se as pesquisas realizadas até então, não se pode adotar
como verdadeira a existência ou inexistência de uma relação em que
produtos de alto preço implicam maior qualidade ou vice-versa. Entre
estes estudos, alguns confirmaram e outros negaram esta relação em
situações específicas, mas não há pesquisas focadas na identificação das
situações em que isso ocorre ou deixa de ocorrer.
P
PQ2
) “O uso de preço como um
indicador de qualidade depende de
(a) disponibilidade de outras pistas
de qualidade, (b) variação de
preços em uma classe de produtos,
(c) variações de qualidade em uma
categoria de produtos, (d) grau de
consciência de preços e (e)
habilidade dos consumidores de
detectar variações de qualidade em
um grupo de produtos”
Da mesma forma que outros atributos extrínsecos (P
Q5
), o preço também é
adotado como um ‘estimador’ da qualidade de um produto. Apesar da não
existência de uma relação genérica entre preço e qualidade (P
PQ1
), preços
mais altos podem gerar expectativas de qualidade mais alta.
P
V1
) “As componentes de benefício
de valor incluem atributos
intrínsecos, atributos extrínsecos,
qualidade percebida e outras
abstrações de alto nível”
Os benefícios esperados por um consumidor que compra um produto
incluem benefícios além daqueles definidos como objetivo do produto.
Por exemplo: uma caneta tem como utilidade principal a capacidade de
‘escrever’, mas há consumidores que valorizam o status que uma caneta
pode lhe dar e, por isso, preferem canetas mais caras que escrevem
igualmente a outra caneta mais barata.
P
V2
) “As componentes de sacrifício
de valor incluem preço monetário e
não monetário”
Da mesma forma que os benefícios de atributos não intrínsecos, os
sacrifícios não monetários (ex.: tempo) influenciam a percepção de valor
de um consumidor. E, além disso, há componentes de mais abstração que
também podem exercer influência nas decisões de um consumidor. Por
exemplo: um consumidor pode deixar de freqüentar um ambiente para
evitar que isso lhe gere um ‘sacrifício social’.
P
V3
) “Atributos extrínsecos servem
como ‘sinalizadores de valor’ e
podem substituir uma ponderação
mais efetiva de benefícios e custos”
Alinhada com P
Q3
, esta proposição destaca a importância de atributos
extrínsecos na geração de expectativa do consumidor.
10
As proposições referentes a “qualidade percebida”, “preço percebido”, “relacionamento preço-qualidade” e
“valor percebido” estão identificadas, respectivamente, pelos prefixos P
Q
, P
P
, P
PQ
e P
V
20
Quadro 2 - Proposições sobre qualidade percebida, preço percebido, relacionamento preço-qualidade e
valor percebido (cont.)
Proposição
11
Justificativa
P
V4
) “A percepção de valor
depende do conjunto de referências
sobre o qual o consumidor está
fazendo avaliação”
A cada ‘contato’ do consumidor com o produto (da intenção de compra ao
uso), um conjunto de atributos diferentes é considerado e,
conseqüentemente, a cada momento a percepção de valor de um mesmo
produto pode melhorar ou piorar, em uma avaliação absoluta ou relativa a
outros produtos semelhantes.
P
V5
) “Valor percebido afeta o
relacionamento entre qualidade e
compra”
Como a compra de um produto envolve um conjunto de sacrifícios para se
obter um conjunto de benefícios, há situações em que o consumidor
considera os sacrifícios proporcionalmente altos demais e, portanto, não
compra o produto, apesar de aprovar sua qualidade (por exemplo, é a
situação em que o consumidor não tem renda suficiente para a aquisição).
FONTE: interpretação de Zeithaml (1988, p. 5-16) pelo autor deste trabalho
Estas proposições serão usadas posteriormente na interpretação dos modelos de qualidade em
serviços e de aceitação de tecnologia. Na seção 2.2, retoma-se a discussão de qualidade em
serviços.
2.2 Qualidade em serviços
Para a fundamentação teórica sobre qualidade em serviços, será adotada como referência uma
linha de pesquisa de grande influência acadêmica sobre o tema (encabeçada por A.
Parasuraman, V. Zeithaml e L. Berry), que teve início em um estudo exploratório publicado
em 1985 e gerou dois desdobramentos principais: o modelo de lacunas (“gaps”) de qualidade
em serviços e a ferramenta SERVQUAL. Nas seções 2.2.1 a 2.2.3 são apresentados,
respectivamente, o estudo exploratório de Parasuraman et al. (1985), a ferramenta
SERVQUAL e o modelo de lacunas de qualidade.
2.2.1 O estudo exploratório de Parasuraman et al. (1985)
12
Neste artigo, os autores colocam-se entre os pioneiros em pesquisas sobre qualidade em
serviços e, por isso, destacam duas dificuldades iniciais: a escassez de pesquisas sobre o tema
e a dificuldade em se definir “qualidade em serviços” (tanto por consumidores como por
prestadores de serviço). A partir destas dificuldades, o estudo foi definido com quatro
objetivos: (i) revisar o pequeno número de estudos que investigaram qualidade em serviços,
(ii) reportar os “insights” obtidos em uma investigação exploratória intensiva sobre qualidade
11
As proposições referentes a “qualidade percebida”, “preço percebido”, “relacionamento preço-qualidade” e
“valor percebido” estão identificadas, respectivamente, pelos prefixos P
Q
, P
P
, P
PQ
e P
V
12
PARASURAMAN, A.; ZEITHAML, V.; BERRY, L. A conceptual model of service quality and its
implications for future research. Journal of Marketing, vol. 49, nº 4, pg 41-50, 1985
21
em quatro tipos de serviços, (iii) desenvolver um modelo de qualidade em serviço e (iv)
oferecer proposições para estimular pesquisas futuras sobre qualidade.
Na revisão da literatura (primeiro objetivo de PARASURAMAN et al., 1985), os autores
inicialmente destacam três características que distinguem a avaliação de serviços da avaliação
de bens: intangibilidade, heterogeneidade (variações “de produtor a produtor, de cliente a
cliente e de dia a dia”) e inseparabilidade entre produção e consumo (que automaticamente
incrementa a influência do cliente na entrega do produto final). Entre os estudos avaliados
pelos autores
13
, três conclusões emergiram e são de grande relevância para o desenvolvimento
deste estudo:
1. Qualidade em serviço é mais difícil de ser avaliada do que qualidade em bens. Isso
ocorre devido à falta de atributos de pesquisa (critérios de comparação que podem ser
identificados antes da compra), levando a comparações baseadas apenas nos aspectos
tangíveis dos serviços (ex.: aparência das instalações físicas). Na ausência de aspectos
tangíveis (e em adição a estes), “alguns autores têm sugerido que o preço torna-se um
indicador pivô de qualidade” (PARASURAMAN et al., 1985, p. 42).
2. Percepção de qualidade em serviços resulta da comparação entre expectativas do
consumidor com o desempenho real do serviço: “Entregar serviços de qualidade
significa corresponder à expectativa do cliente em uma base consistente” (LEWIS;
BOOMS, 1983 apud PARASURAMAN et al., 1985, p. 42).
3. Avaliações de qualidade não são feitas apenas no resultado do serviço, mas também
envolvem avaliações do processo de entrega do serviço. Grönroos (1983) tipifica dois
tipos de qualidade em serviço: técnica (relacionada ao resultado) e funcional
(relacionada ao processo).
No estudo exploratório (segundo objetivo de PARASURAMAN et al., 1985), os autores
realizaram um conjunto de entrevistas pessoais com executivos responsáveis por empresas de
quatro setores de prestação de serviço (banco de varejo, cartão de crédito, corretagem de
valores e assistência técnica & manutenção) e grupos de foco com clientes destas mesmas
13
Principais referências: Grönroos (1982); Lehtinen, Lehtinen (1982); Lewis, Booms (1983); Sasser, Olsen,
Wyckoff (1978)
22
empresas. Entre os executivos, apesar de particularidades em cada um dos serviços, os autores
destacam uma conclusão como principal e comum: “Um conjunto de discrepâncias-chave ou
lacunas existe em relação à percepção dos executivos sobre qualidade em serviços e as tarefas
associadas com a entrega de serviços aos consumidores” (PARASURAMAN et al., 1985, p.
44). Entre os clientes, a lacuna que mais se destacou foi a diferença entre expectativas do
serviço e entrega real (como já previsto pela segunda conclusão da revisão da literatura).
Baseados nas entrevistas e grupos de foco exploratórios, os autores estruturaram, em suma,
dois modelos para avaliação de qualidade em serviço (terceiro objetivo de PARASURAMAN
et al., 1985): uma sugestão de 10 determinantes da qualidade em serviço, que posteriormente
deu origem ao SERVQUAL (apresentado a seguir na seção 2.2.2) e um modelo de qualidade
em serviços baseado em cinco lacunas, denominadas “gaps” (seção 2.2.3).
Por fim, por se tratar de um estudo teórico e exploratório, os autores estimulam cinco linhas
de pesquisas futuras (quarto objetivo de PARASURAMAN et al., 1985): (i) desenvolvimento
de um instrumento padrão de medida de percepção de qualidade em serviços, (ii)
desenvolvimento de métodos para medida acurada das lacunas de qualidade, (iii) exame da
natureza da associação entre qualidade percebida e seus determinantes, (iv) avaliação da
utilidade de segmentação de consumidores com relação às suas expectativas e (v)
identificação e priorização dos fatores que influenciam a criação de expectativa sobre
consumidores.
2.2.2 A ferramenta ‘SERVQUAL’
Alavancados pelas descobertas qualitativas do estudo exploratório de PARASURAMAN et
al. (1985), e buscando atender à primeira linha de pesquisa estimulada pelos próprios autores
no final do artigo (“desenvolvimento de um instrumento padrão de medida de percepção de
qualidade em serviços”), os mesmos autores publicam, em 1988, uma nova pesquisa com o
desenvolvimento de um instrumento de medida de qualidade em serviços e varejo,
denominado SERVQUAL (PARASURAMAN et al., 1988).
Esta ferramenta está alinhada com o modelo de lacunas de qualidade (discutida com mais
detalhes na seção 2.2.3) e tem o objetivo de medir a qualidade percebida pelo cliente através
da diferença entre serviço esperado e serviço percebido pelo consumidor em cinco dimensões
(Quadro 3).
23
Quadro 3 - As dimensões do SERVQUAL
Dimensão Definição
Tangibilidade
(“tangibles”)
Facilidades físicas, equipamentos e aparência de
pessoal
Confiabilidade
(“reliability”)
Habilidade de desempenhar o serviço prometido de
maneira confiável e com precisão
Presteza
(“responsiveness”)
Disposição em ajudar clientes e prover serviço
imediato
Assertividade
(“assurance”)
Conhecimento e cortesia de empregados e sua
habilidade em inspirar confiança
Empatia
(“empathy”)
Atenção cuidadosa e individualizada que a firma
provê a seus clientes
FONTE: adaptado de PARASURAMAN et al. (1988, p. 23)
Especificamente para este estudo, o SERVQUAL não tem aplicação direta (e portanto não
será extensivamente discutido), mas suas dimensões serão qualitativamente aproveitadas. Para
tanto, é necessário considerar uma divisão da prestação deste serviço em duas partes: (i) o
acesso à internet propriamente dito, que não envolve nenhuma interação entre cliente e
fornecedor, tratando-se apenas de uma funcionalidade técnica e (ii) os processos de suporte
necessários – instalação, atendimento ao cliente, cobrança e assistência técnica – que, em
geral, envolvem algum tipo de interação entre cliente e fornecedor.
Dado que o conceito das dimensões definidas pela ferramenta (e principalmente o detalhe das
variáveis que compõem cada dimensão) é focado na interface cliente-fornecedor, a
aplicabilidade da ferramenta a este estudo restringiu-se à segunda parte do serviço. Para a
primeira parte, apenas a dimensão de “confiabilidade” (entregar o que foi vendido) faz
sentido, e com adaptações no detalhamento das variáveis. Desta forma, o SERVQUAL foi
usado como referência para o desenvolvimento de um roteiro de entrevista qualitativa.
2.2.3 As lacunas de qualidade em serviços
Além do SERVQUAL, o outro desdobramento importante do estudo exploratório de
Parasuraman et al. (1985) foi o desenvolvimento do modelo de lacunas de qualidade em
serviços. Este modelo define cinco lacunas (ou “gaps”) que podem sacrificar a qualidade
percebida na prestação de serviços (Figura 3).
24
Percepção dos executivos
sobre expectativa dos
clientes
Tradução de percepções em
especificação de qualidade
do serviço
Serviço entregue
(incluindo contatos
pré e pós serviço)
Comunicação externa
aos consumidores
Serviço percebido
Serviço esperado
Necessidades
pessoais
Experiência
passada
Comunicação boca
a boca
GAP 2
GAP 3
GAP 4
GAP 1Empresa
Consumidor
GAP 5
Figura 3 - Modelo de qualidade em serviços
FONTE: Parasuraman et al. (1985, p. 44)
Destas cinco lacunas, uma (a de número 5) é a diferença entre serviço percebido e o serviço
esperado, que os autores atribuem ao consumidor e que podem ser avaliadas pelo
SERVQUAL. As outras quatro referem-se a deficiências por parte do fornecedor e foram
detalhadas e definidas em Zeithaml et al. (1988, p. 35-36) como:
Lacuna 1: Diferença entre “expectativas do consumidor” e “percepção da gerência
das expectativas do consumidor
Lacuna 2: Diferença entre “percepções da gerência das expectativas do consumidor
e “especificações de qualidade do serviço
Lacuna 3: Diferença entre “especificações de qualidade do serviço” e “serviço
realmente realizado
Lacuna 4: Diferença entre serviço realizado” e “o que é comunicado aos
consumidores sobre o serviço
Ainda em Zeithaml et al. (1988), os autores identificam construtos teóricos e variáveis
específicas que controlam ou potencializam estas quatro lacunas (Quadro 4).
25
Quadro 4 - Construtos e variáveis que potencializam as lacunas de qualidade do fornecedor
Lacuna Construto teórico Variáveis específicas
Orientação à pesquisa de
mercado
Quantidade de pesquisas de mercado
Uso de pesquisas de mercado
Grau em que as pesquisas de mercado focam questões de qualidade
Intensidade da interação direta entre executivos e clientes
Comunicação para cima Intensidade da comunicação entre empregados e executivos
Intensidade em que informações da linha de frente são avaliadas
Qualidade do contato entre altos executivos e linha de frente
1. Expectativas do consumidor
(-)
Percepção da gerência com
relação às expectativas do
consumidor
Níveis hierárquicos Número de níveis entre linha de frente e altos executivos
Comprometimento de
executivos com qualidade
do serviço
Comprometimento de recursos para qualidade
Existência de programas internos de qualidade
Percepção dos executivos do reconhecimento ao comprometimento
para qualidade
Definição de metas Existência de um processo formal para definição de metas de
qualidade nos serviços
Padronização de tarefas Uso de tecnologia pesada (“hard technology”) para padronizar
operações
Uso de tecnologia leve (“soft technology”) para padronizar
operações
2. Percepção da gerência com
relação às expectativas do
consumidor
(-)
Especificações de qualidade
Percepção de viabilidade Ferramentas e sistemas para cumprimento de especificações
Intensidade com que executivos acreditam que as expectativas dos
clientes podem ser alcançadas
Trabalho em equipe Intensidade na qual empregados vêm outros empregados como
clientes
Intensidade em que a linha de frente sente que altos executivos têm
preocupações genuínas com a equipe
Intensidade em que a linha de frente sente que estão cooperando (e
não competindo) com outros na organização
Intensidade em que os empregados se sentem pessoalmente
envolvidos e comprometidos
Adequação entre trabalho e
empregado
Habilidade dos empregados em desempenhar o trabalho
Importância e efetividade do processo seletivo
Adequação entre trabalho e
tecnologia
Adequação das ferramentas e tecnologia para desempenhar o
trabalho
Controle percebido Intensidade na qual empregados percebem que estão no controle de
seu trabalho
Intensidade na qual a linha de frente sente que tem flexibilidade
para lidar com clientes
Previsibilidade da demanda
Sistemas de controle da
supervisão
Intensidade na qual os empregados são avaliados sobre o que
fazem (comportamentos) e não apenas em quantidade produzida
Conflito de escopo de
trabalho
Conflito percebido entre expectativas de clientes e expectativas da
organização
o Volume de formulários necessários para completar transações
de serviços
o Número de contatos internos que a linha de frente precisa
fazer para completar uma transação de serviço ou responder a
solicitação de cliente
Existência de uma política de gerenciamento que entre em conflito
com especificações
3. Especificações de qualidade
(-)
Serviço realizado
Ambigüidade de escopo de
trabalho
Clareza percebida de metas e expectativas
o Freqüência e qualidade da comunicação para baixo
o Intensidade dos feedbacks construtivos dados a toda a linha de
frente
Nível percebido de competência e confidência
o Conhecimento dos produtos pela linha de frente
o Treinamento específico dos produtos fornecido à linha de
frente
o Treinamento em técnicas de comunicação fornecido à linha de
frente
Comunicação horizontal Intensidade das informações providas pela equipe de operações em
planos de publicidade e execução
Intensidade na qual a linha de frente está ciente das comunicações
externas antes que estas ocorram
Comunicação entre equipes de venda e operação
Similaridade de procedimentos entre departamentos e lojas
4. Serviço realizado
(-)
Comunicação externa
Propensão à “sobre-
promessa”
Intensidade em que a empresa sofre pressão para gerar novos
negócios
Intensidade em que a empresa percebe que competidores fazem
“sobre-promessa”
FONTE: consolidado de Zeithaml et al. (1988, p. 38, 39, 41 e 44)
26
Estudos posteriores ainda propuseram adaptações e complementos ao modelo de lacunas de
qualidade. Lovelock (1994, p. 112) apud Lovelock e Wright (2001, p. 108) expande este
modelo para sete lacunas de qualidade, ressaltando também as diferenças entre:
A especificação do serviço e a comunicação com cliente
A comunicação com o cliente e a interpretação que o cliente faz desta comunicação
Os conceitos apresentados sobre a qualidade em serviços serão posteriormente utilizados no
capítulo 4 (procedimentos metodológicos) para estruturação do problema em estudo, assim
como os conceitos sobre aceitação de tecnologia apresentados na seção 2.3 a seguir.
2.3 Aceitação de tecnologia, adoção de inovação e teorias relacionadas
“Sistemas de computador não podem melhorar o desempenho organizacional se não são usados.
Infelizmente, resistência a sistemas para ‘o usuário final’ por executivos e profissionais é um
problema generalizado. Para melhor prever, explicar e incrementar a aceitação do usuário
precisamos entender melhor porque as pessoas aceitam ou rejeitam computadores.” (DAVIS et al.,
1989, p. 982)
Foram com estas palavras que Davis et al. (1989) iniciaram seu texto para justificar o
desenvolvimento do Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM
14
). Para melhor compreendê-
las, no entanto, é importante relembrar que, em 1989, o uso de PC’s e sistemas de informação
pelo “usuário final” (e não apenas por técnicos de informática) ainda era algo muito recente.
Hoje em dia, obviamente o contexto é bastante diferente. Mas os fundamentos propostos no
TAM ainda continuam válidos, inclusive para aplicações em um conceito mais amplo de
“tecnologia” (como ilustração, vale observar que em DAVIS et al., 1989, a validação do
modelo foi baseada na aceitação de um software de edição de texto).
Na década seguinte (anos 1990), outros modelos e teorias foram também publicados buscando
identificar os fatores que levam à adoção ou não de tecnologia até que Venkatesh et al. (2003)
formulam a Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia (que passará a ser referida
como UTAUT
15
) a partir da consolidação de conceitos de oito destes modelos e teorias
16
.
Neste estudo, a UTAUT será adaptada para avaliar a aceitação e uso de internet banda larga.
14
Do inglês: “Technology Acceptance Model
15
Do inglês: “Unified Theory of Acceptation and Use of Technology
27
A seguir, apresentam-se os fundamentos desta teoria (seção 2.3.1), complementados de forma
introdutória pelos modelos e teorias que a originaram (seção 2.3.2) e, por fim, aplicações
destas teorias na avaliação de internet banda larga (seção 2.3.3).
2.3.1 UTAUT: a Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia
Venkatesh et al. (2003) propuseram uma consolidação de oito modelos e teorias para gerar a
Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia” (UTAUT), baseados em construtos que
agregam a essência dos modelos e teorias que a compõem (Figura 4).
Sexo
Expectativa de
desempenho
Expectativa
de esforço
Influência
social
Condições
facilitadoras
ExperiênciaIdade
Intenção de
comportamento
Comportamento
de uso
Voluntariedade
do uso
Figura 4 - A “Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia”
FONTE: Venkatesh et al. (2003, p. 447)
Nesta teoria, os autores determinam quatro construtos como determinantes diretos da intenção
de comportamento e do comportamento de uso: (i) expectativa de desempenho, (ii)
expectativa de esforço, (iii) influência social e (iv) condições facilitadoras. A definição e
origem de cada um destes determinantes consta no Quadro 5.
O construto de intenção de comportamento, presente na teoria como mediador do
comportamento de uso, tem sua origem na Teoria da Ação Racionalizada (apresentado na
seção 2.3.2.1). Este construto define o grau em que o indivíduo sente-se motivado a adotar o
comportamento em questão (com base na expectativa de desempenho, expectativa de esforço
e na influência social), independentemente das condições que viabilizam este comportamento
(que, segunda esta teoria, são limitadas pelas condições facilitadoras).
16
Entre estas teorias, incluem-se algumas da psicologia que são genéricas para explicar comportamentos (ou
seja, não são focadas em aceitação de tecnologia)
28
Quadro 5 – Os fatores principais da UTAUT
Construto Definição Origem
17
1. Expectativa de
desempenho
“Grau em que um indivíduo acredita
que o uso do sistema vai ajudá-lo a
atingir ganhos no resultado do trabalho”
Utilidade Percebida (TAM/TAM2 e DTPB)
Motivação extrínseca (MM)
Adequação da função (MPCU)
Vantagem relativa (IDT)
Expectativa de resultados (SCT)
2. Expectativa de
esforço
“Grau de facilidade associada ao uso do
sistema”
Facilidade de uso percebida (TAM/TAM2)
Complexidade (MPCU)
Facilidade de uso (IDT)
3. Influência social “Grau em que um indivíduo percebe
que outras pessoas importantes
acreditam que ele deveria usar o novo
sistema”
Norma subjetiva (TRA, TAM2, TPB,
DTPB)
Fatores sociais (MPCU)
Imagem (IDT)
4. Condições
facilitadoras
“Grau em que um indivíduo acredita
que existe uma infra-estrutura
organizacional e técnica para suportar o
uso do sistema”
Controle percebido do comportamento
(DTPB)
Condições facilitadoras (MPCU)
Compatibilidade (IDT)
FONTE: Venkatesh et al. (2003, p. 447, 450, 451 e 453)
Nos oito modelos e teorias que compuseram a UTAUT os autores ainda identificam três
outros determinantes indiretos da intenção de comportamento (atitude em relação ao uso de
tecnologia, auto-eficácia e ansiedade) que não foram incluídos na teoria final por se tornarem
irrelevantes na presença dos outros quatro determinantes diretos
18
.
Por fim, os autores definem alguns mediadores dos determinantes diretos, incluindo aspectos
pessoais (sexo e idade) e aspectos com relação à situação de uso (experiência e voluntariedade
de uso).
Uma interpretação mais objetiva da Figura 4 e a inter-relação entre cada um dos construtos
adotados pode ser obtida pelas hipóteses definidas no artigo original (Quadro 6).
17
TRA: Theory of Reasoned Action (AJZEN; FISHBEIN, 1980)
TPB: Theory of Planned Behavior (AJZEN, 1991)
TAM: Technology Acceptance Model (DAVIS et al., 1989)
IDT: Innovation Diffusion Theory (ROGERS, 1995)
DTPB: Decomposed Theory of Planned Behavior (TAYLOR; TODD, 1995)
MM: Motivational Model (DAVIS et al., 1992)
MPCU: Model of PC Utilization (THOMPSON et al., 1991)
SCT: Social Cognitive Theory (BANDURA, 1986, COMPEAU; HIGGINS, 1995 e COMPEAU et al., 1999)
18
No desenvolvimento da pesquisa, os autores definiram e validaram hipóteses que sustentam a não inclusão
destes determinantes na teoria final
29
Quadro 6 – As hipóteses da UTAUT
H Definição da hipótese
H
1
“A influência da expectativa de desempenho na intenção de comportamento é moderada por sexo e
idade, de forma que o efeito será mais forte em homens e particularmente para homens jovens”
H
2
“A influência da expectativa de esforço na intenção de comportamento é moderada por sexo, idade e
experiência, de forma que o efeito será mais forte em mulheres, particularmente para mulheres
jovens e em estágio de pouca experiência”
H
3
“A influência de ‘influência social’ na intenção de comportamento é moderada por sexo, idade,
voluntariedade e experiência, de forma que o efeito será mais forte em mulheres, particularmente em
mulheres mais velhas, em situação de uso mandatório e em estágios de pouca experiência”
H
4
“Condições facilitadoras NÃO têm influência significativa sobre intenção de comportamento”
H
5a
“Auto-eficácia com computador NÃO tem influência significativa sobre intenção de
comportamento”
H
5b
“Ansiedade com computador NÃO tem influência significativa sobre intenção de comportamento”
H
5c
“Atitude com relação ao uso de tecnologia NÃO tem influência significativa sobre intenção de
comportamento”
H
6
“Intenção de comportamento exerce uma influência significativa e positiva sobre comportamento de
uso”
FONTE: Venkatesh et al. (2003, p. 450 e 453 a 456)
É importante ressaltar que a nomenclatura adotada pelos autores busca melhor representar o
conteúdo de cada construto, independentemente de definições anteriores na literatura.
2.3.2 Os modelos e teorias que embasaram a UTAUT
Nesta seção, os oito modelos e teorias que compõem a UTAUT são apresentados de maneira
resumida, com o objetivo de melhor contextualizar sua formação (Quadro 7). Para maior
detalhamento destes fundamentos, recomenda-se consultar as obras originais de cada um dos
modelos e teorias.
Quadro 7 – Modelos e teorias que originaram a UTAUT
Modelo / Teoria Principais construtos
TRA: Teoria da
Ação Racionalizada
Atitude em relação ao comportamento: “sentimento positivo ou negativo de um
indivíduo sobre a execução de um determinado comportamento” (FISHBEIN;
AJZEN et al., 1975, p. 216)
Norma subjetiva:percepção de um indivíduo de que a maioria das pessoas que
são importantes para ele pensam que deveria ou não deveria adotar o
comportamento em questão” (FISHBEIN; AJZEN et al., 1975, p. 302)
TPB: Teoria do
comportamento
planejado
Atitude em relação ao comportamento: adaptado da TRA
Norma subjetiva: adaptado da TRA
Controle percebido do comportamento: ‘a facilidade ou dificuldade percebida em
executar o comportamento’ (AJZEN, 1991, p. 188). No contexto de pesquisa de
sistemas de informação, ‘percepções de restrições internas e externas ao
comportamento’ (TAYLOR, TODD, 1995, p. 149)
TAM e TAM2:
Modelo de Aceitação
de Tecnologia
Utilidade Percebida: ‘grau em que uma pessoa acredita que o uso de um sistema
em particular aumentaria seu desempenho(DAVIS, 1989, p. 320)
Facilidade de uso percebida: ‘grau em que uma pessoa acredita que o uso de um
sistema em particular seria livre de esforço’ (DAVIS, 1989, p. 320)
Norma subjetiva: adaptado da TRA (somente no TAM2)
30
Quadro 7 – Modelos e teorias que originaram a UTAUT (cont.)
Modelo / Teoria Principais construtos
MPCU: Modelo de
utilização de PC
Adequação da função: ‘intensidade na qual um indivíduo acredita que usar uma
tecnologia pode incrementar o desempenho de seu trabalho’ (THOMPSON et al.,
1991, p. 129)
Complexidade: baseado em Rogers, Shoemaker (1971), ‘grau em que uma inovação
é percebida como relativamente difícil de entender e usar’ (THOMPSON et al.,
1991, p. 128)
Conseqüências de longo prazo: resultados que têm uma contrapartida no futuro
(THOMPSON et al., 1991, p. 129)
Afeição em relação ao uso: ‘sentimento de satisfação, prazer, depressão, desgosto,
desprazer, ou ódio associado por um indivíduo a um ato particular (THOMPSON et
al., 1991, p. 127)
Fatores sociais: ‘internalização do indivíduo da cultura subjetiva de um grupo de
referência, e acordos específicos interpessoais que o indivíduo tem com outros em
situações sociais’ (THOMPSON et al., 1991, p. 126)
Condições facilitadoras: fatores objetivos no ambiente que observadores
concordam como facilitador de um fato. Por exemplo, devolução de itens
comprados on-line é facilitada quando nenhuma taxa é cobrada sobre o item
devolvido. Em um contexto de sistemas de informação, ‘provisão de suporte para
usuários de PC pode ser um tipo de condição facilitadora que influencia na
utilização do sistema’ (THOMPSON et al., 1991, p. 129)
Teoria de difusão da
inovação (IDT)
Vantagem relativa: ‘grau em que uma inovação é percebida como sendo melhor
que sua precursora’ (MOORE, BENBASAT, 1991, p. 195)
Facilidade de uso: ‘grau em que uma inovação é percebida como de difícil uso’
(MOORE, BENBASAT, 1991, p. 195)
Imagem: ‘grau em que o uso de uma inovação é percebido como benéfico para a
imagem ou status do indivíduo em seu sistema social’ (MOORE, BENBASAT, 1991,
p. 195)
Visibilidade: grau em que um indivíduo pode ver outros usando o sistema na
organização (adaptado de MOORE, BENBASAT, 1991)
Compatibilidade: ‘grau em que uma inovação é percebida como sendo consistente
com os valores existentes, necessidades e experiência passada dos adotantes
potenciais’ (MOORE, BENBASAT, 1991, p. 195)
Demonstrabilidade de resultados: ‘a tangibilidade dos resultados do uso de uma
inovação, incluindo sua observabilidade e comunicabilidade’ (MOORE,
BENBASAT, 1991, p. 203)
Voluntariedade do uso: ‘grau em que o uso de uma inovação é percebido como
voluntário, ou de vontade própria’ (MOORE, BENBASAT, 1991, p. 195)
C-TAM-TPB: TAM
combinado com TPB
Atitude em relação ao comportamento: adaptado da TRA/TPB
Norma subjetiva: adaptado da TRA/TPB
Controle percebido do comportamento: adaptado da TRA/TPB
Utilidade percebida: adaptado do TAM
MM: Modelo
motivacional
Motivação extrínseca: percepção de que os usuários vão querer executar uma
atividade ‘porque é percebida como um instrumento em alcançar resultados valiosos
que são distintos da atividade propriamente dita, como melhoria de desempenho no
trabalho, pagamento ou promoção’ (DAVIS et al., 1992, p. 1112)
Motivação intrínseca: percepção de que usuários vão querer executar uma atividade
‘sem objetivo aparente além do processo de executar a atividade por si’ (DAVIS et
al., 1992, p. 1112)
31
Quadro 7 – Modelos e teorias que originaram a UTAUT (cont.)
Modelo / Teoria Principais construtos
Teoria social
cognitiva (SCT)
Expectativas de resultado (desempenho): as conseqüências do comportamento
relacionadas ao desempenho. Especificamente, expectativas de desempenho lidam
com resultados relacionados à função
Expectativas de resultado (pessoal): as conseqüências pessoais do comportamento.
Especificamente, expectativas pessoais lidam com a auto-estima e senso de
cumprimento do indivíduo
Auto-eficácia: julgamento do indivíduo de sua habilidade de usar tecnologia (ex.:
computador) para cumprir uma tarefa em particular
Afeto: gosto de um indivíduo a um comportamento em particular (ex.: uso de
computador)
Ansiedade: ansiedade ou reações emocionais evocadas quando se trata de adotar um
computador (ex.: uso de um computador)
FONTE: Venkatesh et al. (2003, p. 428 a 432)
2.3.2.1 Teoria da Ação Racionalizada
A mais antiga das teorias que compõem a UTAUT é a Teoria da Ação Racionalizada
(TRA
19
), de Ajzen e Fishbein (1980)
20
, definida por Davis et al. (1989, p. 983) como “[...] um
modelo largamente estudado da psicologia social que se preocupa com os determinantes dos
comportamentos conscientemente pretendidos”. Observa-se que esta teoria trata de
comportamentos em geral, e não apenas em relação ao uso de tecnologia.
A TRA define que a adoção de um determinado comportamento depende da intenção de
adoção deste comportamento que, por sua vez, é função da atitude do indivíduo em relação a
este comportamento e de normas subjetivas, conforme ilustrado na Figura 5. Em seguida, no
Quadro 8, os principais construtos são resumidamente definidos.
Comportamento
adotado
Intenção de
comportamento
(BI)
Atitude em relação
ao comportamento
(A)
Norma subjetiva
(SN)
Crenças e avaliações
(
Σ
b
i
e
i
)
Crenças normativas e
motivação para cumprir
(
Σ
nb
i
mc
i
)
Figura 5 - Teoria da Ação Racionalizada (TRA)
FONTE: Davis et al. (1989, p. 984), adaptado de Ajzen e Fishbein (1980)
19
Do inglês: “Theory of Reasoned Action
20
A literatura consultada atribui a TRA a a Fishbein e Ajzen (1975) e a Ajzen e Fishbein (1980), porém se
referem com maior freqüência à obra mais recente
32
Quadro 8 - Os conceitos da TRA
Conceito Definição
Comportamento adotado Comportamento praticado pelo indivíduo com relação
à situação em questão
Intenção de comportamento Medida da intensidade com que um indivíduo tem a
intenção de adotar um comportamento específico
Atitude em relação ao
comportamento
Sentimentos positivos ou negativos de um indivíduo
sobre a realização de um comportamento objetivado
Norma subjetiva Percepção do indivíduo de que a maioria das pessoas
que lhe são importantes pensam que deveria ou não
deveria adotar o comportamento em questão
FONTE: Davis et al. (1989, p. 984), adaptado de Ajzen e Fishbein (1980)
Da TRA, a UTAUT adotou explicitamente, a relação direta entre “intenção de
comportamento” e “comportamento de uso”. Além disso, a essência das “normas subjetivas
foi contida no construto de “influência social”.
2.3.2.2 Teoria do Comportamento Planejado
Mais de uma década depois, Ajzen (1991) propõe a Teoria do Comportamento Planejado
(TPB
21
), que complementa a TRA, agregando-lhe mais um conceito: o controle percebido do
comportamento
22
. Este conceito foi introduzido na teoria para melhor explicar a influência da
intenção de comportamento sobre o comportamento adotado (Figura 6), justificado por Ajzen
(1991, p. 181-182):
“[...] a intenção de comportamento se reflete no comportamento apenas se o comportamento em
questão estiver sob controle voluntário, ou seja, se a pessoa pode decidir por vontade própria a
adotar ou não o comportamento. [...] Coletivamente, estes fatores
23
representam o real controle
sobre comportamento das pessoas”.
Atitude em
relação ao
comportamento
Norma subjetiva
Controle
percebido do
comportamento
Intenção Comportamento
Figura 6 - Teoria do Comportamento Planejado
FONTE: Ajzen (1991, p. 182)
21
Do inglês: “Theory of Planned Behavior
22
O termo “percebido”, incluso na denominação do novo conceito, visa a diferenciá-lo do controle real do
comportamento (AJZEN, 1991, p. 183)
23
O autor cita exemplos comuns destes fatores: tempo, dinheiro, habilidades e cooperação alheia
33
Na UTAUT, o conceito de “controle percebido do comportamento” está refletido no construto
de “condições facilitadoras”.
2.3.2.3 Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM e TAM2)
Em paralelo com as teorias da psicologia, e também tomando-as como base, alguns modelos e
teorias surgiram para tentar explicar o comportamento específico de adoção de tecnologia. O
primeiro, e mais influente, foi o Modelo de Aceitação de Tecnologia (que neste estudo será
referido como TAM), de Davis et al. (1989)
24
, que propõe-se a complementar – e não
substituir – a TRA. A idéia central do TAM, ilustrada na Figura 7, é proposta por Davis et al.
(1989, p. 985) como:
“[...] duas crenças particulares, utilidade percebida e facilidade de uso percebida, são de
relevância primária para comportamentos de aceitação de computadores. [...] Similarmente à TRA,
o TAM postula que o uso de computador é determinado pela intenção de comportamento.”
Uso do sistema
Intenção de
comportamento
para uso (BI)
Atitude em relação
ao uso (A)
Utilidade
percebida (U)
Facilidade de uso
percebida (E)
Variáveis externas
Figura 7 - TAM (Modelo de Aceitação de Tecnologia)
FONTE: Davis et al. (1989, p. 985)
Neste modelo, a relação direta entre Utilidade Percebida e Intenção de comportamento para
uso é baseada na idéia de melhoria de desempenho no trabalho, referindo a um contexto
organizacional. “Isso é porque melhoria de desempenho é um meio para alcance de diversas
recompensas extrínsecas ao trabalho propriamente dito, como aumentos salariais ou
promoções.” (DAVIS et al., 1989, p. 986).
O modelo também sugere que a facilidade de uso influencia a adoção ou não do sistema, por
meio de dois mecanismos. Primeiramente, a auto-eficácia postula que quanto maior a
facilidade de interação com o sistema, maior a propensão de sua adoção. Além disso, a
instrumentalidade gera a utilidade percebida. Ou seja, os dois principais construtos do
modelo, Utilidade Percebida e Facilidade de uso percebida, são “distintos, porém
24
A primeira publicação do TAM foi de Davis (1986), uma tese de doutorado. No entanto, a literatura que o
sucede, inclusive do próprio autor, freqüentemente menciona como referências pioneiras os trabalhos de Davis et
al. (1989) e Davis (1989).
34
relacionados”, sendo ambos influenciados por variáveis externas – tais como treinamento,
documentação, suporte etc. Estas variáveis externas “[...] provêem uma ponte entre crenças
internas, atitudes e intenções representadas no TAM e as várias diferenças individuais,
restrições situacionais e intervenções controláveis que recaem sobre o comportamento.”
(DAVIS et al., 1989, p. 987). Os dados empíricos de Davis et al. (1989) e outras pesquisas
posteriores que adotaram este modelo comprovam a relevância da “utilidade percebida” e, em
menor grau, também da “facilidade de uso percebida”.
Na UTAUT, os conceitos de “utilidade percebida” e “facilidade de uso percebida” estão
refletidos nos construtos de “expectativa de desempenho” e “expectativa de esforço”,
respectivamente.
2.3.2.4 Modelo de Utilização de PC
Já na introdução de sua pesquisa, Thompson et al. (1991, p. 125) comentam que:
“Pesquisa que investiga a relação entre atitudes e uso de computador é uma área onde muitos
pesquisadores de sistemas de informação têm sido negligentes, até então, em usar modelos ou
teorias existentes, particularmente aquelas da psicologia social [...]”
25
Buscando suprimir esta carência, os autores se baseiam em Triandis (1971) e Triandis (1980)
para desenvolver um Modelo de Aceitação de PC (MPCU
26
). Segundo Triandis (1971), o
comportamento é moldado por quatro pilares:
Atitude: o que as pessoas gostariam de fazer
Fatores sociais: o que as pessoas acham que deveriam fazer
Hábito: o que as pessoas normalmente têm feito
Conseqüências percebidas: as conseqüências esperadas do comportamento
Posteriormente, Triandis (1980) refina seu modelo, colocando os quatro pilares anteriores
como moderadores da intenção de comportamento e ainda acrescenta um “filtro” a estes
pilares, denominado de condições facilitadoras, que é relevante em situações onde há
intenção, mas também há restrições que impedem o comportamento. O autor ainda substitui o
construto atitude pelo construto afeto (argumentando que o segundo representa o mesmo
conceito, porém com mais precisão).
25
O TAM, de Davis et al. (1989), mencionado anteriormente neste estudo, é colocado como uma exceção desta
situação
26
Do inglês: “Model of PC Utilization
35
Para compor o MPCU, Thompson et al. (1991) fazem duas adaptações ao modelo de Triandis
(1980). A primeira é a não inclusão do construto hábito, uma vez que a existência do hábito
de usar um PC já estaria diretamente relacionada ao construto final na situação em avaliação,
a utilização de PC. A segunda alteração foi a divisão das conseqüências percebidas em três
itens, sendo os dois primeiros de curto prazo e o terceiro de longo prazo:
Complexidade: “grau em que uma inovação é percebida como relativamente difícil de
ser entendida e usada” (ROGERS; SHOEMAKER, 1971, p. 154 apud THOMPSON et
al., 1991, p. 128);
Adequação à função: “mede a extensão em que um indivíduo acredita que usar um PC
pode melhorar seu desempenho no trabalho” (THOMPSON et al., 1991, p. 129);
Conseqüências de longo prazo: “resultados que têm uma compensação no futuro,
como aumento da flexibilidade para mudança de tarefas ou oportunidade de conseguir
um trabalho mais valorizado” (THOMPSON et al., 1991, p. 129).
A Figura 8 ilustra o modelo testado por Thompson et al. (1991), diferenciando as relações que
foram ou não estatisticamente validadas.
Conseqüências
de longo prazo
do uso de PC
Adequação da
função com uso
de PC
Condições
facilitadoras para
uso de PC
Utilização
de PCs
Fatores sociais
que influenciam
o uso de PC
Afeto com
relação ao uso de
PC
Complexidade do
uso de PC
Relação testada e validada
Relação testada e não validada
Figura 8 – O Modelo de Utilização de PC (MPCU)
FONTE: adaptado de Thompson et al. (1991, p. 131)
Com relação ao método utilizado, os próprios autores ressaltam algumas limitações,
colocando a pesquisa como não totalmente conclusiva. Desta forma, todos os construtos
36
analisados (tendo suas hipóteses confirmadas ou não) tiveram seus conceitos considerados na
composição da UTAUT, na qual se observam diretamente a presença dos construtos de
conseqüências de longo prazo”, “adequação da função” (ambas na “expectativa de
desempenho”), “complexidade de uso”, “condições facilitadoras” (ambas nas “condições
facilitadoras”) e “fatores sociais” (em “influência social”). O construto “afeto”, como outros
relacionados à “atitude”, são intermediados pelas expectativas de desempenho e de esforço.
2.3.2.5 Teoria de Difusão de Inovação
A Teoria de Difusão da Inovação (IDT
27
) apresentada por Rogers (2003)
28
inclui uma vasta
literatura sobre diversos aspectos da adoção de inovação. Para este estudo, serão de particular
interesse a taxa de adoção e os atributos da inovação.
Rogers (2003, p. 221), define a taxa de adoção (referindo-se à adoção de inovação) como:
“[...] a velocidade relativa com que uma inovação é adotada por membros de um sistema social.
Geralmente é medida pelo número de indivíduos que adotam a nova idéia em um período
específico, como um ano. Então a taxa de adoção é um indicador numérico de quão íngreme é a
curva de adoção para uma inovação.”
As variáveis que determinam esta taxa, ainda seguindo Rogers (2003, p. 221) estão ilustradas
na Figura 9.
Segundo Rogers (1995) apud Rogers (2003, p. 221), o primeiro conjunto de variáveis (os
atributos percebidos da inovação) explica a maior parte das variações nesta taxa, entre 49% e
87%. Estes atributos, portanto, também são de particular interesse para esta dissertação e
estão explicados no Quadro 9.
27
Do inglês: “Innovation Diffusion Theory
28
A primeira edição deste livro é de 1962. As obras consultadas para a elaboração desta dissertação
freqüentemente referem-se à quarta edição, de 1995
37
Variáveis determinantes
da taxa de adoção
I. Atributos percebidos da inovação
1. Vantagem relativa
2. Compatibilidade
3. Complexidade
4. Experimentabilidade
5. Observabilidade
II. Tipo de decisão de inovação
1. Opcional
2. Coletiva
3. Autoritária
III. Canais de comunicação
(ex.: mídia de massa ou interpessoal)
IV. Natureza do sistema social
(ex: normas, grau de relacionamento
entre os indivíduos etc.)
V. Intensidade do esforço
promocional do agente de
mudança
Variável dependente
que é explicada
Taxa de adoção
da inovação
Figura 9 - Variáveis determinantes da taxa de adoção de inovação
FONTE: Rogers (2003, p. 222)
Quadro 9 - Os atributos percebidos da inovação
Variável Definição: “grau em que...” Generalização proposta
1. Vantagem relativa [...] uma inovação é percebida como
sendo melhor que a idéia que a
antecede
A vantagem relativa de uma inovação,
como percebida por membros de um
sistema social, é positivamente
relacionada com sua taxa de adoção
2. Compatibilidade [...] uma inovação é percebida como
consistente com os valores existentes,
experiências passadas e necessidades
dos potenciais adotantes
A compatibilidade de uma inovação,
como percebida por membros de um
sistema social, é positivamente
relacionada com sua taxa de adoção
3. Complexidade [...] uma inovação é percebida como
consistente com os valores existentes,
experiências passadas e necessidades
dos potenciais adotantes
A complexidade de uma inovação, como
percebida por membros de um sistema
social, é negativamente relacionada com
sua taxa de adoção
4. Experimentabi-
lidade
29
[...] uma inovação pode ser
experimentada em uma base limitada
A experimentabilidade de uma inovação,
como percebida por membros de um
sistema social, é positivamente
relacionada com sua taxa de adoção
5. Observabilidade [...] os resultados de uma inovação são
visíveis a outros
A observabilidade de uma inovação,
como percebida por membros de um
sistema social, é positivamente
relacionada com sua taxa de adoção
FONTE: Rogers (2003, p. 229-259)
30
Na UTAUT, os conceitos de “Vantagem relativa”, “Facilidade de uso” e “Compatibilidade
estão refletidos nos construtos de “expectativa de desempenho”, “expectativa de esforço” e
condições facilitadoras”. Os autores ainda atribuem o construto “imagem” à IDT devido às
adaptações realizadas na teoria por Moore e Benbasat (1991).
29
O texto original em inglês utiliza o termo “Trialability”. Neste trabalho, foi adotada a tradução de Costa Filho
(2002, p. 13)
30
Citação de trechos de Rogers (2003, p. 229-259) selecionados pelo autor
38
2.3.2.6 Teoria Decomposta do Comportamento Planejado
Taylor e Todd (1995) foram os pioneiros na inclusão do conceito de controle percebido do
comportamento na avaliação de uso de tecnologia da informação. Em uma teoria que tem
como fundamentos a TPB (atitude, normas subjetivas e controle percebido), os autores usam
construtos do TAM e da IDT para chegar a um nível adicional (de menor abstração) dos
determinantes do comportamento. A esta teoria os autores dão o nome de Teoria Decomposta
do Comportamento Planejado (Figura 10).
Essa decomposição, em conjunto com as adaptações necessárias para uma aplicação mais
específica (aceitação de sistemas de informação), incrementou a capacidade de explicação de
resultados comparativamente às referências TPB e TAM. Outro fator que contribui na
melhora dos resultados da teoria é a capacidade de operacionalizar os conceitos envolvidos,
ou seja, tangibilizar estes conceitos em um questionário com baixo nível de abstração
(TAYLOR; TODD, 1995, p. 151).
Atitude em
relação ao
comportamento
Norma subjetiva
Controle
percebido do
comportamento
Intenção de
comportamento
Comportamento
de uso
Utilidade
percebida
Facilidade de
uso
Compatibilidade
Influência de
pares
Influência de
superiores
Auto-eficácia
Condições
facilitadoras de
tecnologia
Condições
facilitadoras de
recursos
Figura 10 - Teoria Decomposta do Comportamento Planejado
FONTE: Taylor e Todd (1995, p. 146)
Para o atual estudo, o ponto de maior relevância da Teoria Decomposta de Comportamento
Planejado é a inclusão do controle percebido do comportamento como um “filtro” da adoção
de tecnologia da informação.
39
Na UTAUT, o conceito de “controle percebido do comportamento” está refletido no construto
de “condições facilitadoras”.
2.3.2.7 Modelo motivacional
Buscando complementar o entendimento dos motivos que levam ou não à adoção de
computadores no ambiente de trabalho, Davis et al. (1992) agregam mais uma dimensão em
sua linha de pesquisa, também oriunda da psicologia social: a motivação, que pode ser
classificada em extrínseca ou intrínseca. Segundo Davis et al. (1992, p. 1112):
“Teoristas da motivação geralmente distinguem entre duas classes básicas de motivação para
executar uma atividade: motivação extrínseca e intrínseca. [...] Motivação extrínseca se refere à
execução de uma atividade porque é percebida como um instrumento para se atingirem resultados
desejáveis que são distintos da atividade em si, como melhoria de alguma entrega no trabalho,
pagamento ou promoção [...]. Enquanto a motivação extrínseca influencia comportamento
reforçando os resultados esperados, a motivação intrínseca se refere à execução de uma atividade
sem nenhum outro resultado esperado que não seja a própria execução da atividade [...].”
Para aplicação em seu modelo, os autores “traduzem” os conceitos de motivação extrínseca e
intrínseca em dois construtos: “Dentro desta dicotomia, utilidade percebida é um exemplo de
motivação extrínseca, enquanto prazer
31
é um exemplo de motivação intrínseca.” (DAVIS et
al., 1992, p. 1112).
A utilidade percebida segue o mesmo conceito proposto no TAM, sob o argumento de que
“[...] uso voluntário é determinado, em larga escala, pela utilidade percebida” (DAVIS et al.,
1992, p. 1112). E complementam: “Em contraste com a utilidade, o prazer se refere ao grau
em que a atividade de usar o computador é percebida como prazerosa por si só, independente
de qualquer conseqüência de desempenho que possa ser antecipada.” (DAVIS et al., 1992, p.
1113). Tanto a utilidade quanto o prazer são, pelo modelo proposto, únicos mediadores
diretos da intenção de comportamento que, por sua vez, é o único mediador direto do
comportamento adotado.
Os autores ainda definem outros dois construtos (facilidade de uso e qualidade de resultado)
como antecedentes da utilidade e do prazer, sendo a influência de ambos sobre a utilidade
moderada pela utilidade da tarefa. Ou seja, facilidade de uso e qualidade do resultado somente
são relevantes se a tarefa a ser executada representar algo importante.
31
Do inglês: “enjoyment” (tradução livre do autor)
40
A Figura 11 representa o modelo proposto pelos autores:
Comportamento
de uso
Intenção de
comportamento
Utilidade
Prazer
Facilidade de uso
Qualidade do
resultado
Importância
da tarefa
Figura 11 – Modelo motivacional
FONTE: esquema elaborado pelo autor, baseado em Davis et al. (1992)
Na UTAUT, a motivação extrínseca (através do conceito de “utilidade”) está refletida no
construto de “expectativa de desempenho”. A motivação intrínseca não foi refletida na
UTAUT.
2.3.2.8 Teoria Social Cognitiva (SCT)
32
Compeau e Higgins (1995, p. 190) descrevem a Teoria Social Cognitiva como:
“[...] um modelo validado, largamente aceito, do comportamento individual. Ele é baseado na
premissa de que influências do ambiente (como pressões sociais ou características de situações
únicas) fatores cognitivos e outros fatores pessoais (incluindo personalidade e características
demográficas) e comportamento são reciprocamente determinados.”
Da SCT, Compeau e Higgings (1995, p. 191) destacam dois fatores que são aplicados em seu
estudo sobre aceitação do uso de computador: expectativa de resultados e auto-eficácia. Com
relação à expectativa de resultados, os próprios autores ressaltam a relevância e presença
deste fator nos estudos existentes sobre aceitação de computador até então (ex.: DAVIS,
1989; DAVIS et al., 1989; THOMPSON et al., 1991; ROBEY, 1979). Já a auto-eficácia é
colocada como algo complementar aos estudos sobre o tema e, por este motivo, é mais
destacada.
Segundo Bandura (1986) apud Compeau e Higgings (1995, p. 191), a auto-eficácia é:
“O julgamento dos indivíduos de suas capacidades de organizar e executar cursos de ação
requeridos para atingir alguns tipos designados de desempenho. Refere-se não somente às
habilidades que o indivíduo tem, mas também aos julgamentos do que um indivíduo pode fazer
com as habilidades que possui.”
32
Do inglês: “Social Cognitive Theory”. Atribuída pelos autores a Bandura (1977), Bandura (1978), Bandura
(1982) e Bandura (1986)
41
A partir desta definição, Compeau e Higgings (1995, p. 191) ressaltam que o ponto principal
da auto-eficácia não se refere apenas a habilidades específicas de um indivíduo com relação a
uma ferramenta (por exemplo, no caso de internet, seria navegar em um site específico). Ao
contrário, refere-se principalmente à capacidade do indivíduo de resolver problemas
completos, aproveitando-se desta habilidade (por exemplo, encontrar um conjunto de
informações dispersas na internet, sem referência prévia).
Partindo destes e de outros conceitos, Compeau e Higgings (1995) propõem um modelo para
explicar o uso de computador baseado na “reciprocidade tríade” ou “determinismo
recíproco”, também da SCT. Este conceito define a existência de influência mútua entre os
fatores: indivíduo, ambiente e comportamento. A Figura 12 ilustra este modelo proposto, após
os ajustes necessários em conseqüência da validação com pesquisa de campo.
Uso
Ansiedade
Afeto
Auto-eficácia com
computador
Expectativas de
resultado:
desempenho
Expectativas de
resultado:
fatores pessoais
Encorajamento
por outros
Uso de outros
Suporte
Ambiente
Indivíduo
Comportamento
Figura 12 – Aplicação da SCT na avaliação de adoção de tecnologia
FONTE: Compeau e Higgins (1995, p. 201)
33
Neste modelo, os autores inter-relacionam os fatores referentes aos três pilares da
reciprocidade tríade, até chegar ao comportamento de uso dos sistemas avaliados. Levando
este modelo para a UTAUT, observa-se que:
A “influência social” representa os construtos de encorajamento por outros e uso de
outros;
A “expectativa de esforço” representa a auto-eficácia com computador;
As “condições facilitadoras” representam o suporte;
33
Figura adaptada pelo autor para identificação dos pilares da tríade da reciprocidade: ambiente, indivíduo e
comportamento
42
A “expectativa de resultado” da UTAUT representa as duas parcelas referentes à
expectativa de resultado deste modelo (desempenho e pessoal).
2.3.3 Modelos já utilizados para avaliação de adoção de internet banda larga
Além da UTAUT e da DTPB apresentadas, outros autores já realizaram estudos consolidando
modelos e teorias para explicar a aceitação de tecnologia. Por exemplo, Devaraj et al. (2002)
consolidaram TAM e SERVQUAL.
O exemplo de Oh et al. (2003), que se focam em estudar a adoção de internet banda larga, é
de particular interesse para esta dissertação. Neste artigo, os autores “destacam os fatores em
nível individual que afetam a adoção de acesso banda larga” (OH et al., 2003, p. 267),
adotando, para tanto, um modelo que consolida conceitos do TAM, Teoria do
Comportamento Planejado (TPB) e Teoria de Difusão da Inovação (IDT).
Para gerar este modelo, os autores sugerem similaridades entre construtos do TAM e IDT (por
exemplo, entre utilidade percebida e vantagem relativa). Além disso, procuram
complementar as carências de um modelo com construtos de outros (por exemplo, agregam o
conceito de controle percebido de comportamento, da TPB, que falta no TAM). Desta forma,
propõem o modelo da Figura 13. A validação do modelo, no entanto, não confirmou todas as
hipóteses previstas.
Utilidade
percebida
Compatibilidade
Possibilidade
de ser testado
Visibilidade
Demonstrabilidade
de resultado
Facilidade de uso
percebida
Recursos
percebidos
Atitude
Relação testada e validada
Relação testada e não validada
Figura 13 - Modelo testado e modelo validado por Oh et al. (2003)
FONTE: Oh et al. (2003, p. 271 e 278)
Uma avaliação crítica deste modelo indica que, se este fosse incluído na composição da
UTAUT, a teoria proposta por Venkatesh et al. (2003) não se alteraria, visto que os construtos
43
adotados por Oh et al. (2003) já estão representados, direta ou indiretamente, na UTAUT.
Desta forma, observa-se a consistência da adoção da UTAUT como referência neste estudo.
45
3 O MERCADO DE INTERNET BANDA LARGA E O CLIENTE EMPRESARIAL
Para melhor entender o mercado de banda larga, neste capítulo serão apresentadas a situação
do mercado brasileiro (seção 3.1) e a influência da regulamentação no setor (seção 3.2). Em
complemento, por ser foco deste trabalho o cliente empresarial, serão apresentados também
alguns conceitos que o diferenciam de um consumidor final (seção 3.3).
3.1 Situação do mercado brasileiro de banda larga
Nesta seção, serão apresentadas a evolução do mercado de banda larga no Brasil (seção 3.1.1)
e uma constatação da carência de produtos específicos para pequenas empresas (seção 3.1.2).
3.1.1 Evolução do mercado de banda larga no Brasil
O mercado de internet caracteriza-se, entre outros fatores, por ser um mercado ainda em
crescimento acelerado, de forma que não se sabe exatamente como se comportará em um
mercado “maduro”. Segundo os sites Teleco e IDG Now, o mercado de acesso banda larga no
Brasil apresentou crescimento anual médio próximo de 90% entre 2001 e 2005 (Gráfico 1).
0,3
0,7
1,1
1,9
0,7
1,2
2,3
3,8
2001* 2002 2003 2004 2005
IDGNow Teleco
Gráfico 1 - Evolução anual do número de acessos banda larga no Brasil (em milhões)
FONTE: reportagens divulgadas pelo site IDG Now
34
e Teleco
35
34
Consulta ao site IDG Now em 29/12/05, nos endereços abaixo.
http://idgnow.uol.com.br/AdPortalv5/InternetInterna.aspx?GUID=A2000012-D200-4010-0200-DF0F6FB24004&ChannelID=2000012
http://idgnow.uol.com.br/AdPortalv5/InternetInterna.aspx?GUID=B99BAF9B-FE12-4018-B5BF-4E53401C8D7C&ChannelID=2000012
35
http://www.teleco.com.br/blarga.asp
N
/D
N
/D
46
Outra característica bastante marcante deste mercado é a barreira de entrada de novos
competidores pela dificuldade de acesso à “última milha”, ou seja, um canal de transmissão
de dados que chegue até o cliente final, que pode ser por cabeamento metálico, fibra óptica,
rádio ou até por satélite. Dada esta barreira, é comum que este mercado passe a ser dominado
pelas grandes empresas de telefonia fixa local, que se aproveitam da capilaridade de sua rede
para oferecer o serviço DSL
36
. Essa situação é também encontrada no Brasil, com o mercado
dominado pela Telefônica (no estado de São Paulo), Brasil Telecom (atuante nas regiões sul,
Centro-Oeste e parte da Norte) e Telemar (no restante da região Sudeste, região Nordeste e
parte da região Norte). O Gráfico 2 exibe a evolução destes três fornecedores, juntamente com
a Net, principal operadora de internet banda larga por cabo.
198
333
484
826
1.207
1.378
34
141
282
535
1.155
0
41
217
496
970
56
91
189
366
532
1.014
805
dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05
Telefônica Brasil Telecom Telemar Net
Gráfico 2 - Evolução anual do número de acessos (x1000) entre os maiores fornecedores
FONTE: relatórios divulgados pelas próprias empresas
A Telefônica, pioneira no lançamento desta tecnologia no Brasil em 1999, vem mantendo um
crescimento relativamente constante. A Brasil Telecom, apesar do lançamento tardio,
apresentou forte crescimento em 2005 e está, proporcionalmente ao número de linhas em
serviço, na liderança entre as três concessionárias. Já a Telemar optou por iniciar seu foco em
internet com outros produtos (tecnologia RDSI
37
) e atualmente apresenta, tanto em valores
absolutos como em valores relativos, a menor planta de DSL entre as três operadoras (Gráfico
3). A Net é uma operadora de televisão por assinatura e não tem dados comparáveis com as
outras empresas mencionadas.
36
DSL (“Digital Subscriber Line”) é a tecnologia de acesso à internet banda larga via linha de telefone fixo,
como o Speedy (Telefônica), Velox (Telemar) ou BRTurbo (Brasil Telecom). Desta tecnologia, existem algumas
variações. O ADSL (“Assimetric Digital Subscriber Line”) é o padrão mais comum no Brasil e recebe essa
denominação porque as velocidades de download e upload são diferentes
37
RDSI (“Rede Digital de Serviços Integrados”) é uma tecnologia para tráfego de voz (como uma linha
convencional), vídeo-conferência e acesso à internet. O acesso à internet é discado, porém com possibilidade de
velocidades mais altas que dial-up de uma linha convencional, mas inferior a um acesso DSL
47
9,5
0,9
12,5
1,1
14,9
0,7
Linhas em serviço Acessos DSL
Brasil Telecom Telefônica Telemar
Gráfico 3 - Comparação de acessos DSL em relação ao número de linhas em serviço (em milhões)
FONTE: relatório das operadoras (set/2005)
Essa rápida evolução do mercado é um dos fatores que destacam a relevância do tema adotado
neste estudo. Além disso, outro fator que complementa o interesse no estudo desenvolvido é
que, apesar deste crescimento, o Brasil ainda está longe de uma posição de destaque mundial.
O país figura no ranking dos países com maior número absoluto de acessos, mas a penetração
proporcional à população é muito baixa.
Para uma comparação precisa entre países, no entanto, atualmente encontram-se duas
dificuldades:
A confiabilidade dos números dos relatórios que fazem essa comparação é
questionável: dados referentes ao Brasil, por exemplo, não batem com outras fontes
nacionais (o que indica que é possível que o mesmo ocorra com dados de outros países
também);
O crescimento muito acelerado deste mercado faz com que dados divulgados
(independentemente de sua confiabilidade) tornem-se obsoletos em pouco tempo.
O Gráfico 4 apresenta uma comparação, entre países, do número de acessos por 1000
habitantes, segundo duas fontes: Computer Industry Almanac
38
(divulgado em novembro de
2005) e Internet World Stats
39
(divulgado no quarto trimestre de 2004, baseado
principalmente em dados da Nielsen/NetRatings, considerando somente DSL).
38
Computer Industry Almanac define-se como “uma companhia de pesquisa de mercado para as indústrias de
PC, internet e relacionadas. A companhia foi fundada em 1986 (...)”. Em seu site (http://www.c-i-a.com), a
empresa reforça sua credibilidade com depoimentos de especialistas no setor como o CEO da Symantec e revisor
da ACM Computing.
39
Internet World Stats define-se como “um site internacional que caracteriza, com dados atualizados até 2005,
uso de internet, estatísticas de população e dados de mercado, para 233 países e regiões do mundo”
(http://www.internetworldstats.com
)
4,9%
8,7%
9,3%
48
9
53
63
72
45
56
116
88
128
94
100
81
242
95
17
110
114
115
128
149
160
160
190
202
206
210
267
271
Brasil
Espanha
Itália
Alemanha
Austrália
Reino Unido
Estados Unidos
França
Taiwan
Bélgica
Japão
Canadá
Coréia do Sul
Holanda
Computer Industry Almanac (nov 2005)
Internet World Stats (4º tri 2004, somente DSL)
Gráfico 4 - Comparação de número de acessos banda larga por 1000 habitantes
FONTE: Computer Industry Almanac (nov/05)
40
; Internet World Stats (4º tri 2004, somente DSL)
41
Pelo gráfico, apesar das discrepâncias entre as duas fontes, fica evidente a distância que existe
entre o Brasil e os primeiros colocados no ranking.
Em suma, tanto o crescimento acelerado (observado nos últimos anos) como o potencial ainda
existente para crescimento do mercado de banda larga no Brasil (observado na comparação
com outros países) despertam interesse no entendimento mais profundo das barreiras de
adoção do serviço, motivando este estudo. Particularmente para o mercado de pequenas
empresas, uma análise das ofertas existentes antecipa uma das barreiras por parte dos
fornecedores, conforme descrito na seção 3.1.2.
3.1.2 Carência de produtos de banda larga específicos para pequenas empresas
Dos volumes de acessos apresentados anteriormente no Brasil, a parcela atribuída a empresas
fica em torno de 20%, evidenciando o predomínio dos acessos residenciais. Por este motivo,
40
Consulta realizada em 07/jan/06 ao site http://www.c-i-a.com/pr1105.htm
41
Consulta realizada em 07/jan/06 ao site http://www.internetworldstats.com/dsl.htm
49
há interesse dos fornecedores de banda larga em desenvolver produtos e alocar esforço
comercial focados para este público. Ao mesmo tempo, há também interesse dos fornecedores
nas grandes corporações que, apesar de representarem um público limitado, representam
também um público de alta rentabilidade porque, individualmente, consomem grandes
volumes de produtos de maior valor.
As necessidades de pequenas empresas, no entanto, normalmente são definidas em uma
situação intermediária entre estes dois públicos (residencial e grandes corporações). Neste
sentido, o mercado brasileiro pode ser considerado ainda pouco desenvolvido. Em um
extremo, têm-se produtos para o público residencial por meio, principalmente, de tecnologia
DSL ou cabo (oferecidos, respectivamente, por operadoras de telefonia fixa e de televisão por
assinatura). Para grandes empresas, no outro extremo, há outros produtos (denominados link
IP) que garantem maior estabilidade de conexão (o que implica maior confiabilidade no
serviço), porém com custos em torno de cinco vezes mais altos para a mesma velocidade de
acesso
42
.
Para as pequenas empresas, as concessionárias de telefonia fixa, operadoras de TV a cabo ou
outros fornecedores criaram “evoluções” dos planos residenciais. No entanto, estes planos
apresentam pouca diferenciação de benefícios em relação ao “original”
43
, apesar de haver
diferenças significativas no custo final para o cliente. Este posicionamento de produtos gera
também uma barreira potencial para adoção de banda larga em pequenas empresas.
3.2 A regulamentação do setor
Outra característica marcante deste mercado refere-se às questões de regulamentação e
universalização da inclusão digital. Com este enfoque, Faulhaber e Hogendorn (2000)
desenvolveram uma pesquisa na qual destacam dois motivos que justificam intervenção
governamental neste mercado: “a crença de que (i) este serviço constitui um monopólio
natural para o qual a competição não é viável e alguma regulamentação é necessária para
42
Informações levantadas com especialistas do mercado
43
As diferenciações mais comuns são: IP fixo (característica técnica que possibilita o acesso ao servidor da
empresa por qualquer outro computador conectado à internet, dentro ou fora da empresa), possibilidade de
compartilhamento do acesso em uma rede de computadores e, em alguns casos, atendimento diferenciado em
relação ao público residencial.
50
controlar o poder do monopólio, e (ii) para atingir ‘serviço universal’, no qual todos (ou quase
todos) os cidadãos têm acesso, é requerido um baixo custo de serviços da rede de banda
larga”.
Utilizando-se de dados de engenharia e estimativas de crescimento do mercado, os autores
desenvolvem um modelo para avaliação do trade-off competição versus universalização. Estes
dois conceitos, neste mercado, podem ser considerados antagônicos porque, enquanto a
competição prioriza a disputa entre operadores pelas áreas de maior concentração e, portanto,
mais rentáveis (com oportunidade de preços mais altos e custos unitários mais baixos), a
universalização obriga a ampliação das redes para áreas menos rentáveis (o que,
conseqüentemente, aumenta os custos de infra-estrutura e inibe a competição). Ao final, os
pesquisadores concluem que, como esperado, livre competição e universalização são fatores
de difícil co-existência no mercado de acesso à internet banda larga, porém viável em alguns
cenários estimados para custos e demanda.
Considerando a relevância da barreira de acesso à última milha, uma iniciativa governamental
que já foi adotada em vários países – porém com poucos casos de sucesso provocados por
restrições operacionais e comerciais – é o chamado unbundling. Por esta norma, as
concessionárias de telefonia fixa passam a ter a obrigação de alugar parte da infra-estrutura de
rede a qualquer operador de banda larga que demonstre interesse, com preços regulamentados
por uma agência governamental.
Além disso, outra iniciativa governamental que regulamenta a atuação das concessionárias de
telefonia fixa em diversos países (incluindo o Brasil) é a isonomia de cliente. Ou seja, o
fornecedor não pode “discriminar clientes”, sendo obrigado a oferecer o mesmo serviço e a
cobrar preços iguais para clientes equivalentes. Isto inibe parte das possibilidades de ação dos
fornecedores para segmentação de público, tanto em produtos como em preços.
Por fim, os fatores de regulamentação apresentados (pressão governamental por
universalização, restrições para sucesso do unbundling e isonomia de clientes) geram
restrições aos fornecedores que, indiretamente, podem potencializar algumas barreiras de
adoção de banda larga em pequenas empresas.
51
3.3 Particularidades do cliente empresarial
Por ser foco deste trabalho o mercado de pequenas empresas, torna-se importante diferenciar
o comportamento de um comprador empresarial de um comprador como consumidor final.
Webster (1991) menciona algumas das principais destas diferenças:
O comprador empresarial considera sua demanda como derivada do mercado de
consumo (ao final da cadeia produtiva, sempre há o consumidor final);
Freqüentemente a figura do “comprador empresarial” envolve mais do que uma
pessoa. Entre os envolvidos, pode-se encontrar: usuários (interessado pela compra),
influenciadores, compradores, decisores e filtros. Este conjunto de pessoas é
denominado de central de compras (KOTLER; ARMSTRONG, 2003, p. 125);
A escolha do fornecedor por um comprador empresarial tende a ser mais técnica e
menos impulsiva do que um consumidor final.
Para os objetivos deste estudo, as três diferenças mencionadas resumem-se no fato de que a
adoção ou não de banda larga em empresas é mais direcionada por fatores objetivos e que
podem ser racionalmente demonstrados, em detrimento de fatores mais subjetivos (como, por
exemplo, “comodidade”) adotados por consumidores residenciais.
Não se deve, no entanto, acreditar que os fornecedores de uma empresa são escolhidos
exclusivamente por critérios técnicos ou por preço. Ao contrário, deve-se considerar que o
centro de compras é composto por pessoas e que, portanto, também são parcialmente
suscetíveis a critérios emocionais, sendo influenciados por uma série de fatores. Kotler e
Armstrong (2003) apresentam as principais influências sobre um comprador empresarial em
quatro níveis:
1. Os fatores ambientais referem-se à conjuntura econômica, condições de
fornecimento, mudanças tecnológicas, desenvolvimento político e de leis,
desenvolvimento da concorrência e cultura e costumes;
2. Os fatores organizacionais referem-se aos objetivos, políticas, procedimentos,
estrutura organizacional e sistemas disponíveis na organização do comprador;
3. Os fatores interpessoais referem-se à autoridade, status, empatia e poder de persuasão
entre os integrantes do centro de compras;
52
4. Os fatores individuais referem-se à idade, nível de instrução, cargo, personalidade e
atitude em relação ao risco do próprio comprador.
Novamente, focando-se no mercado de pequenas empresas, deve-se considerar que estas
freqüentemente se encontram em uma situação intermediária entre o público de consumidores
finais e grandes corporações.
Outro conceito importante que deve ser considerado quando se analisa uma relação de compra
e venda entre duas empresas é a situação de compra (KOTLER; ARMSTRONG, 2003,
WEBSTER, 1991, p. 30):
Em uma situação de nova compra, trata-se de uma transação inédita. Ou seja, o
comprador não tem experiência prévia com a compra do produto em questão. Neste
caso, normalmente haverá uma negociação mais longa envolvendo um número maior
de responsabilidades dentro do centro de compra;
Em outro extremo, a recompra simples representa a situação onde o comprador
repete um pedido anterior, incorrendo em baixa necessidade de negociação ou
especificação e um processo burocrático mais simples;
Entre essas duas situações, a recompra modificada ocorre quando o comprador faz
um pedido de algum produto com o qual já teve alguma experiência de compra,
porém há alguma alteração neste pedido, seja com relação à especificação do produto,
preço ou qualquer outra característica.
O produto em análise neste estudo, no entanto, encontra-se em um caso particular e não se
encaixa diretamente em nenhuma destas três situações. Por um lado, quando um fornecedor
de acesso à internet banda larga convence uma pequena empresa a comprar seu produto, trata-
se de uma nova compra (considerando-se que o cliente está comprando pela primeira vez).
Por outro lado, este produto caracteriza-se por gerar receita recorrente. Ou seja, todo mês
haverá um pagamento pelo produto, em situação similar à recompra simples
44
. Essa
característica aumenta a complexidade da decisão por parte do potencial cliente, pois este
passa a se comprometer com uma despesa mensal por um prazo indeterminado.
44
O mesmo ocorre com outros produtos que geram receita recorrente, como, por exemplo: planos de saúde,
serviços de vigilância, assinatura de periódicos e despesas de condomínio.
53
Todas essas particularidades do mercado em análise (decisão de compra mais racional,
envolvendo um “centro de compras” e um compromisso mensal por prazo indeterminado)
também podem compor as barreiras de adoção de internet banda larga em pequenas empresas.
55
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DO ESTUDO
Em consonância com o objetivo geral definido para este estudo
45
, a estruturação do problema
se dará em um conjunto de pesquisas independentes e complementares, de acordo com a
origem das barreiras de adoção de banda larga em pequenas empresas, que podem ser: (i)
deficiências na prestação do serviço por parte dos fornecedores e/ou (ii) baixa percepção de
valor por parte dos potenciais clientes.
Para o primeiro caso (deficiências na prestação do serviço por parte dos fornecedores), foi
desenvolvida uma pesquisa qualitativa baseada no modelo de lacunas de qualidade
(PARASURAMAN et al., 1985, p. 44 e ZEITHAML, 1988), adotando-se o pressuposto de
que estas lacunas podem gerar uma degradação do valor do serviço, e, portanto, barreiras de
adoção entre potenciais clientes.
Para o segundo caso (baixa percepção de valor por parte dos potenciais clientes), foi
desenvolvida uma pesquisa em duas fases (qualitativa e quantitativa) com pequenas empresas,
usuárias e não usuárias de banda larga. Esta pesquisa foi baseada na UTAUT (VENKATESH
et al., 2003), buscando explicar os fatores que provocam esta baixa percepção de valor por
parte dos potenciais usuários que não aderem à banda larga.
Para este conjunto de pesquisas (qualitativa com fornecedores, qualitativa com usuários de
internet e quantitativa com usuários e não usuários de banda larga) foram adotadas três fontes
de informação: (i) entrevista qualitativa com fornecedor, (ii) entrevista qualitativa com
usuários de internet discada
46
e (iii) levantamento amostral quantitativo com usuários e não
usuários de banda larga.
Os procedimentos metodológicos adotados estão apresentados a seguir, nas seções 4.1
(pesquisa qualitativa com fornecedor), 4.2 (pesquisa qualitativa com usuários de internet
discada) e 4.3 (pesquisa quantitativa com usuários e não usuários de banda larga). Ao final
(seção 4.4) são apresentadas as limitações do estudo.
45
“Identificar e entender as principais barreiras de adoção de internet banda larga em pequenas empresas”
46
Ou seja, potenciais usuários de internet banda larga
56
4.1 Pesquisa qualitativa com fornecedor
A pesquisa qualitativa com fornecedor teve o objetivo de identificar as possíveis lacunas de
qualidade no fornecimento do serviço de internet banda larga. Esta pesquisa foi direcionada
pelo modelo de lacunas de qualidade proposto por Parasuraman et al. (1985, p. 44) e Zeithaml
(1988). A Figura 14 retoma este modelo e o Quadro 10 indica as fontes de informações dos
construtos envolvidos no modelo.
Percepção dos executivos
sobre expectativa dos
clientes
Tradução de percepções em
especificação de qualidade
do serviço
Serviço entregue
(incluindo contatos
pré e pós serviço)
Comunicação externa
aos consumidores
Serviço percebido
Serviço esperado
Necessidades
pessoais
Experiência
passada
Comunicação boca
a boca
GAP 2
GAP 3
GAP 4
GAP 1Empresa
Consumidor
GAP 5
Figura 14 - Modelo de qualidade em serviços
FONTE: Parasuraman et al. (1985, p. 44)
Quadro 10 – Fonte de dados da pesquisa qualitativa com fornecedores
Construto Fonte
Percepção dos executivos sobre
expectativa dos clientes
Entrevista qualitativa com fornecedor
Especificações de qualidade do
serviço
Dados secundários de fornecedor
Serviço entregue Dados secundários de fornecedor
Comunicação externa aos
consumidores
Dados secundários de fornecedor
Serviço esperado (pelo cliente) Entrevista qualitativa com usuários de internet discada
O fornecedor selecionado para esta pesquisa foi a Telefônica, que oferece ao mercado o
produto Speedy. Esta empresa foi selecionada por conveniência (facilidade de acesso a
pessoas e dados internos por parte do mestrando), mas sustenta-se também pela sua liderança
no mercado nacional, com forte concentração no estado de São Paulo (onde estão focadas
também as pesquisas com clientes).
57
As entrevistas foram realizadas com cinco pessoas-chave na comercialização do Speedy para
o mercado em estudo (pequenas empresas), que compõem as áreas de marketing e vendas em
um nível hierárquico médio (gerência). Os cargos das pessoas selecionadas para entrevista
constam no Quadro 11:
Quadro 11 - Especialistas entrevistados
Cargo Responsabilidade
Gerente de produto Speedy Produto’ e ‘preço’ no modelo dos 4 P’s
Gerente de desenvolvimento
comercial
Promoção’ e ‘praça’ (interface entre marketing de
produtos e canais de vendas) no modelo dos 4 P’s
Gerente de “Laboratório de
Marketing”
Identificação de formas mais eficazes de venda
Gerente de vendas de
telemarketing receptivo
Vendas pelo telemarketing receptivo (principal canal
do Speedy neste público)
Gerente de Atendimento Atendimento ao cliente
Tanto as entrevistas como as análises de dados secundários permitiram avaliar,
qualitativamente, as variáveis do Quadro 4 (“Construtos e variáveis que potencializam as
lacunas de qualidade do fornecedor”), propostas por Zeithaml (1988, p. 38, 39, 41 e 44).
O roteiro adotado nas entrevistas com fornecedor foi estruturado em três partes e está
resumido no Quadro 12. O roteiro completo consta no Apêndice 1.
Quadro 12 – Roteiro resumido de entrevista qualitativa em profundidade com fornecedor
Parte Pergunta
1. O que você entende que seja a expectativa do cliente de banda larga?
2. Quando um cliente proativamente busca um serviço de internet banda larga,
que benefício ele espera? Ou seja, o que gera valor para o cliente?
3. Quando um fornecedor procura um cliente para oferecer-lhe um serviço de
internet banda larga, o que faz o cliente se convencer do valor deste serviço?
4. Quais são os pontos chaves que um fornecedor de internet banda larga
precisa ter para que os potenciais clientes tenham percepção de que o
serviço agrega valor?
PARTE I:
Percepção de expectativa
do cliente pela
administração
5. Qual é a mensagem que um fornecedor de banda larga deve passar a um
potencial cliente em suas comunicações para convencê-lo a adotar o
serviço?
Lacuna 2
6. Você acha que a Telefônica investe o suficiente e de maneira adequada para
conhecer o cliente e entender suas expectativas?
Lacuna 3
7. Você acha que a Telefônica dá foco suficiente para garantir a qualidade dos
serviços que oferece? Como isso se reflete em “evidências concretas”?
Lacuna 4
8. Quanto o serviço efetivamente entregue ao cliente está alinhado com suas
especificações?
PARTE II:
Auto-crítica do fornecedor
com relação às variáveis
que potencializam as
lacunas de qualidade
Lacuna 5
9. Você acha que as comunicações feitas pela Telefônica podem levar a
alguma frustração do cliente?
58
Quadro 12 – Roteiro resumido de entrevista qualitativa em profundidade com fornecedor (cont.)
Parte Pergunta
Expectativa de esforço
10. A adoção de internet banda larga pode implicar algum esforço adicional de
aprendizado ou conhecimento?
Influência social
11. A influência social (opinião de outras pessoas) é relevante na formação de
opinião de um potencial cliente pequena empresa?
Condições facilitadoras
12. Quais são as condições que podem restringir a decisão de compra em um
potencial cliente que tenha interesse no serviço?
Moderadores (experiência)
13. Como a experiência em banda larga (em outras empresas ou em casa)
influencia a decisão de adoção na empresa?
PARTE III:
Percepção do fornecedor
com relação às variáveis
que compõem a UTAUT
Moderadores (fatores pessoais)
14. A decisão do pequeno empresário é totalmente racional ou tem influência de
fatores pessoais?
4.2 Pesquisa qualitativa com usuários de internet discada
A pesquisa qualitativa com usuários de internet discada teve dois objetivos, ambos
exploratórios:
Levantar informações sobre a expectativa dos clientes, complementando a análise das
lacunas de qualidade;
Garantir que as principais barreiras de adoção de internet banda larga estivessem
cobertas no questionário quantitativo previamente elaborado, validando seu conteúdo.
Esta fase da pesquisa baseou-se em cinco entrevistas em profundidade com usuários de
internet discada, na categoria de pequena empresa, representados pelo responsável por
decisões de informática ou telecomunicações (que geralmente são coincidentes neste público).
Estas entrevistas foram realizadas por telefone e conduzidas pelo próprio mestrando.
Foram explorados os desejos, expectativas e frustrações deste público. Por sua natureza
exploratória, seus resultados não permitem generalização da amostra para a referida
população.
O roteiro adotado nas entrevistas qualitativas com usuários de internet foi estruturado em duas
partes e está resumido no Quadro 13. O roteiro completo consta no Apêndice 2.
59
Quadro 13 – Roteiro resumido de entrevista qualitativa com usuário de internet discada
Parte Pergunta
1. O que você espera de um serviço de internet banda larga?
2. Que vantagem relativa você esperaria de um serviço de internet banda larga?
Ou seja, o que gera valor para você?
3. Se um fornecedor lhe procurar para oferecer-lhe um serviço de internet banda
larga, o que o faria se convencer do valor agregado por este serviço?
4. Quais são os pontos chaves que um fornecedor de internet banda larga precisa
ter para lhe gerar uma boa percepção de valor do serviço?
PARTE I:
Expectativa do cliente e
desempenho esperado
5. Qual é a mensagem que um fornecedor de banda larga deveria lhe passar em
suas comunicações para convencê-lo a adotar o serviço?
Expectativa de esforço
6. Você imagina que a adoção de internet banda larga pode implicar algum esforço
adicional de aprendizado ou conhecimento?
Influência social
7. A opinião de outras pessoas é relevante na formação de sua opinião sobre a
adoção de banda larga?
Condições facilitadoras
8. Quais são as condições que podem restringir sua decisão de compra?
Moderadores (experiência)
9. Como a experiência em banda larga (em outras empresas ou em casa) influencia
a decisão de adoção na empresa?
PARTE II:
Percepção qualitativa do
usuário de internet
discada com relação às
variáveis que compõem a
UTAUT
Moderadores (fatores pessoais)
10. Existem fatores pessoais que influenciam suas decisões ou você considera que
sempre consegue tomar as decisões mais racionais?
4.3 Pesquisa quantitativa com usuários e não usuários de banda larga
A pesquisa quantitativa teve o objetivo de avaliar, com consistência estatística, as possíveis
barreiras de adoção de banda larga do lado do cliente. Devido ao seu caráter conclusivo, é a
de maior impacto para este estudo. Nas seções seguintes, serão apresentados os critérios de
população, amostragem e procedimento para coleta de dados (seção 4.3.1), cuidados
metodológicos na elaboração do questionário quantitativo (seção 4.3.2), hipóteses de pesquisa
(seção 4.3.3) e elaboração do questionário (seção 4.3.4).
4.3.1 População, amostragem e procedimento para coleta de dados
O público alvo da pesquisa quantitativa é composto por pequenas empresas localizadas no
estado de São Paulo. Neste estudo, definem-se como “pequenas empresas” os clientes não
residenciais da empresa Telecomunicações de São Paulo S.A. (que atua com o nome fantasia
Telefônica), com até 49 funcionários. O critério para definição de “pequeno porte” refere-se
ao padrão adotado pelo SEBRAE
47
(incluindo também micro-empresas), escolhido por
conveniência (critérios baseados em faturamento seriam mais difíceis de se levantarem na
47
Disponível em http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/estudosepesquisas.asp, acessado em 28/10/2006
60
amostragem
48
). Para este público, dois grupos (“sub-amostras”) foram definidos: usuários e
não usuários de banda larga (no segundo caso, incluem-se usuários de internet discada e não
usuários de internet).
A amostragem foi probabilística, atendendo à necessidade de generalização de resultados.
Como não foi previsto nenhum critério para estratificação das amostras, foi empregada
amostragem casual simples. Em cada uma das amostras (uma para cada público), foram
planejadas 100 entrevistas, que correspondem a um erro amostral de 10% nas amostras
individuais, ou de 7% nas duas amostras em conjunto, considerando-se um nível de confiança
de 95%. Na amostra final, chegou-se a um número ligeiramente superior de entrevistas (107
usuários de banda larga e 112 não usuários).
O levantamento dos dados, baseado em questões fechadas, foi realizado por telefone. As
empresas sorteadas que não se dispuseram a participar da pesquisa foram substituídas de
maneira aleatória. Foi escolhido este método por facilidade operacional, garantindo foco no
público de interesse para este estudo (pequenas empresas).
4.3.2 Cuidados metodológicos na elaboração do questionário quantitativo
Para a elaboração de um questionário quantitativo, Malhotra (2001, p. 276) sugere um
processo interativo em 10 passos:
1) Especificar a informação de que se necessita
2) Especificar o tipo do método da entrevista
3) Determinar o conteúdo das perguntas individuais
4) Planejar as questões de modo a superar a incapacidade e/ou má vontade do
entrevistado
5) Decidir quanto à estrutura das questões
6) Determinar o fraseado das questões
7) Dispor as questões na ordem adequada
8) Identificar a forma e o layout
9) Reproduzir o questionário
10) Eliminar defeitos por meio de um pré-teste
48
Segundo IBGE (2003, p. 17), “Não há unanimidade sobre a delimitação do segmento das micro e pequenas
empresas. Observa-se, na prática, uma variedade de critérios para a sua definição tanto por parte da legislação
específica, como por parte de instituições financeiras oficiais e órgãos representativos do setor, ora baseando-se
no valor do faturamento, ora no número de pessoas ocupadas, ora em ambos. A utilização de conceitos
heterogêneos decorre do fato de que a finalidade e os objetivos das instituições que promovem seu
enquadramento são distintos (regulamentação, crédito, estudos, etc.).”
61
Nestes 10 passos, alguns merecem cuidados metodológicos mais detalhados. Malhotra (2001,
p. 273-298) dá algumas sugestões, que foram seguidas na composição do questionário (seção
4.3.4):
Ao determinar o conteúdo das perguntas individuais (passo 3):
- Avalie se a pergunta é realmente necessária
- Resolva um problema em cada pergunta
Ao determinar o fraseado das questões (passo 6):
- Seja claro na definição do problema
- Utilize palavras comuns
- Use palavras sem ambigüidade
- Evite perguntas de liderança ou tendenciosas
- Evite alternativas implícitas
- Evite suposições implícitas
- Evite generalizações e estimativas
Ao dispor as questões na ordem adequada (passo 7):
- Adie as perguntas difíceis para o final
- Adote abordagem do tipo “funil”: primeiro as perguntas gerais, depois as
específicas
- Agrupe as perguntas por assunto
Outro cuidado metodológico adotado na elaboração das perguntas é que, como se trata de uma
pesquisa com cliente empresa (e não pessoa física), o fraseamento adotado destacou se a
pergunta se refere ao respondente ou à empresa em geral. Ou seja, foi necessário considerar
que diferenças entre expressões como “no meu trabalho” ou “no trabalho da empresa”.
Por fim, vale atenção especial à escala de medida das variáveis. Como regra geral, as
perguntas tiveram como alternativas de resposta uma escala intervalar de números de 0 a 10.
Esta escala, se comparada a uma ordinal de cinco ou sete pontos (freqüentemente usada nas
pesquisas referenciadas neste artigo), apresenta a vantagem de permitir uma gama maior de
análises estatísticas.
4.3.3 Hipóteses de pesquisa
As hipóteses de pesquisa foram elaboradas com base na UTAUT original, sendo realizadas
algumas adaptações necessárias para o caso específico em estudo. A primeira adaptação foi na
nomenclatura dos construtos, tornando-os mais adequados a este caso. Em seguida, as
hipóteses de pesquisa foram redefinidas, com dois objetivos:
62
Restringir o escopo de cada hipótese de modo que fosse integralmente aceita ou
integralmente rejeitada (no estudo original, as hipóteses podem ser parcialmente
aceitas);
Adequar os fatores que mediam a expectativa de resultado para fatores menos pessoais
e mais “racionais”, ressaltando que este estudo se refere a clientes empresariais.
O Quadro 14 enuncia estas hipóteses adaptadas, comparando-as com as hipóteses originais da
UTAUT.
Quadro 14 – Hipóteses originais e adaptadas da UTAUT
H Hipótese UTAUT original Hipótese adaptada
H
1
“A influência da expectativa de
desempenho na intenção de
comportamento é moderada por
sexo e idade, de forma que o efeito
será mais forte em homens e
particularmente para homens
jovens”
H
1a
: Resultado esperado é um fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
1b
: A influência de resultado esperado é mediada pelo fator
“quantidade de pessoas que usam internet”
H
1c
: A influência de resultado esperado é mediada pelo fator
“tempo diário de uso de internet”
H
1d
: A influência de resultado esperado é mediada pelo fator
“ramo de atividade”
H
1e
: A influência de resultado esperado NÃO é mediada pelo
fator idade
H
1f
: A influência de resultado esperado NÃO é mediada pelo
fator grau de escolaridade
H
1g
: A influência de resultado esperado NÃO é mediada pelo
fator sexo
H
2
“A influência da expectativa de
esforço na intenção de
comportamento é moderada por
sexo, idade e experiência, de forma
que o efeito será mais forte em
mulheres, particularmente para
mulheres jovens e em estágio de
pouca experiência”
H
2a
: Facilidade esperada é um fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
2b
: A influência de facilidade esperada é mediada pelo fator
idade
H
2c
: A influência de facilidade esperada é mediada pelo fator
grau de escolaridade
H
2d
: A influência de facilidade esperada é mediada pelo fator
sexo
H
3
“A influência de ‘influência social’
na intenção de comportamento é
moderada por sexo, idade,
voluntariedade e experiência, de
forma que o efeito será mais forte
em mulheres, particularmente em
mulheres mais velhas, em situação
de uso mandatório e em estágios de
pouca experiência”
H
3a
: Influência social é um fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
3b
: A influência social é mediada pelo fator idade
H
3c
: A influência social é mediada pelo fator grau de
escolaridade
H
3d
: A influência social é mediada pelo fator sexo
H
4
“Condições facilitadoras NÃO têm
influência significativa sobre
intenção de comportamento”
H
4a
: Viabilidade NÃO é um fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
4b
: Viabilidade é um fator relevante na adoção de internet
banda larga
63
Quadro 14 – Hipóteses originais e adaptadas da UTAUT (cont.)
H Hipótese UTAUT original Hipótese adaptada
H
5a
“Auto-eficácia com computador
NÃO tem influência significativa
sobre intenção de comportamento”
H
5b
“Ansiedade com computador NÃO
tem influência significativa sobre
intenção de comportamento”
H
5c
“Atitude com relação ao uso de
tecnologia NÃO tem influência
significativa sobre intenção de
comportamento”
Não será testado.
No estudo original da UTAUT, Venkatesh et al. (2003)
testaram e validaram a não inclusão destes construtos como
fatores necessários na teoria, pois são indiretamente
“representados” por outros construtos
H
6
“Intenção de comportamento
exerce uma influência significativa
e positiva sobre comportamento de
uso”
H
5
: Intenção de comportamento é um fator relevante na
adoção de internet banda larga
A Figura 15 ilustra a teoria gerada com as hipóteses adaptadas, incluindo os novos fatores
mediadores de perfil da empresa (número de pessoas que usam internet, tempo diário de uso
de internet, ramo de atividade) e do decisor (grau de escolaridade).
Sexo
Resultado
esperado
Facilidade
esperada
Influência
social
Viabilidade
ExperiênciaIdade
Intenção de
comportamento
Comportamento
de uso
Voluntariedade
do uso
H
1a
Quantidade de
pessoas que
usam internet
Ramo de
atividade
Tempo diário
de uso de
internet
Grau de
escolaridade
H
1b
H
1c
H
1d
Hipótese de influência
Hipótese de NÃO influência
H
1e
H
3c
H
1g
H
2a
H
2b
H
2c
H
2d
H
3a
H
3b
H
1f
H
3d
H
4a
H
4b
H
5
Construtos da teoria original (UTAUT) não
adotados neste estudo
Figura 15 – UTAUT adaptada ao estudo
64
4.3.4 Composição do questionário
O questionário quantitativo foi baseado na UTAUT adaptada pelo contexto de internet banda
larga, tanto em conteúdo da pergunta como na forma das frases. O Quadro 15 explicita o
questionário original
49
e o final adaptado.
Quadro 15 – Questionário quantitativo original e adaptado da UTAUT
Questionário UTAUT original Questionário adaptado
50
Expectativa de desempenho
1. Eu acharia o sistema útil no meu trabalho
2. Usar o sistema me permite cumprir minhas tarefas
mais rapidamente
3. Usar o sistema aumenta minha produtividade
4. Se eu usar o sistema, aumentarei minhas chances
de conseguir um aumento
Resultado esperado
Utilidade no trabalho
Agilidade no cumprimento de tarefas
Aumento de produtividade
Aumento das chances de sucesso da
empresa/escritório
Expectativa de esforço
5. Minha interação com o sistema seria clara e
compreensível
6. Para mim, seria fácil tornar-me um usuário
habilidoso do sistema
7. Eu acharia o sistema fácil de usar
8. Aprender a operar o sistema seria fácil para mim
Facilidade esperada
Clareza e compreensão no uso
Facilidade em tornar-se um usuário habilidoso
Facilidade de uso
Facilidade no aprendizado
Condições facilitadoras
9. Eu tenho os recursos necessários para usar o
sistema
10. Eu tenho conhecimento necessário para usar o
sistema
11. O sistema não é compatível com outros sistemas
que eu uso
12. Uma pessoa (ou grupo) específica(o) está
disponível para assistência com dificuldades no
sistema
Viabilidade
Posse de recursos necessários (verba, equipamentos,
etc.)
Posse de conhecimento específico para operar com
internet banda larga
Compatibilidade com outros sistemas da
empresa/escritório
Disponibilidade de suporte técnico interno para caso
de dificuldades
Influência social
13. Pessoas que influenciam meu comportamento
acham que eu deveria usar o sistema
14. Pessoas que são importantes para mim acham que
eu deveria usar o sistema
15. A alta administração deste negócio tem ajudado
no uso do sistema
16. Em geral, a organização tem suportado o uso do
sistema
Influência social
Opinião de pessoas que influenciam minhas decisões
Opinião de pessoas importantes para mim
Apoio do(s) principal(is) responsável(is) pela
administração da empresa/escritório
Apoio das pessoas que trabalham na
empresa/escritório
Intenção de comportamento
17. Eu pretendo usar o sistema nos próximos <n>
meses
18. Eu prevejo que eu usaria o sistema nos próximos
<n> meses
19. Eu planejo usar o sistema nos próximos <n>
meses
Intenção de adoção
Pretensão de adotar internet banda larga
Expectativa de efetivamente adotar internet banda
larga
Planos para contratar um serviço de internet banda
larga
49
Foram excluídas 12 questões que integram o questionário original por se referirem a três construtos que não
compõem a UTAUT (questões que foram utilizadas para validar a não inclusão dos respectivos construtos na
teoria)
50
O questionário adaptado foi montado de forma que o respondente desse notas de 0 a 10 para cada um dos itens
descritos no Quadro 15
65
Relembrando que o público alvo da pesquisa quantitativa é composto por usuários de internet
banda larga, usuários de internet discada e não usuários de internet, algumas adaptações foram
feitas para cada situação
51
. Neste aspecto, merecem destaque as variáveis que compõem o
construto de intenção de comportamento: enquanto para os não usuários de banda larga este
construto se refere à intenção de adoção de banda larga, para os usuários se refere à intenção
de manutenção da banda larga.
Complementando, para uma melhor compreensão do problema, foram acrescentadas algumas
perguntas referentes ao perfil da empresa (incluindo hábitos de uso de internet) e do
respondente. Os questionários completos constam nos apêndices (Apêndice 3 a Apêndice 5).
4.3.5 Plano de análise
Para os dados quantitativos, foi previsto um plano de análise, exibido no Quadro 16.
Quadro 16 – Plano de análise de dados quantitativos
Objetivo da análise Técnica Variáveis de entrada Resultados esperados
1) Descrição do perfil da
amostra
Tabulação simples
de dados e gráficos
Região geográfica
Grau de escolaridade
Faixa de idade
Sexo
Ramo de atividade
Quantidade de funcionários
Quantidade de funcionários
com internet
Tempo diário de uso de
internet
Descrição da amostra (sem
objetivos conclusivos)
2) Associação entre tipo de
usuário e variáveis de perfil
Teste de
independência
Idem análise (1)
Grupo pesquisado: usuário
ou não usuário de banda
larga
Identificação das associações
estatisticamente relevantes
3) Associação das variáveis de
perfil com o grupo
pesquisado (usuário ou não
usuários de banda larga)
Análise de
correspondência
Idem análise (2) Mapa perceptual com associação
entre características de variáveis de
perfil e grupo pesquisado
4) Avaliação da escala adotada
4.a) Dimensionalidade Análise fatorial Dezenove variáveis
referentes à UTAUT
Cinco fatores alinhados com a
UTAUT
4.b) Fidedignidade Alpha de Cronbach Dezenove variáveis
referentes à UTAUT
(agrupadas por construto
teórico da UTAUT)
Altos coeficientes, indicando que
as variáveis de um mesmo
construto apresentam similaridade
entre si
4.c) Validade MANOVA
Teste t
Regressão logística
Fatores resultantes da
análise fatorial (análise 4.a)
Significância da diferença dos
fatores da UTAUT entre os grupos
(usuários e não usuários de banda
larga)
51
O Quadro 15 se refere ao questionário de usuários de internet discada
66
Quadro 16 – Plano de análise de dados quantitativos (cont.)
Objetivo da análise Técnica Variáveis de entrada Resultados esperados
5) Verificação das hipóteses do modelo
5.a) H
1a
a H
4a
Análise de
correlação
Fatores resultantes da
análise fatorial (análise
4.a), porém somente para o
grupo de não usuários de
banda larga
Identificação da relevância dos
fatores resultado esperado,
f
acilidade esperada, influência
social e viabilidade sobre a
intenção de comportamento
5.b) H
4b
e H
5
Idem análise (4.c) Idem análise (4.c) Identificação da relevância dos
fatores viabilidade e intenção de
comportamento sobre o
comportamento de uso
Sobre o Quadro 16, há três pontos importantes a destacar. O primeiro é que apenas as análises
5.a e 5.b referem-se diretamente à verificação das hipóteses do modelo, sendo as demais
análises apenas parte do entendimento geral do problema e preparação para esta verificação
de hipóteses.
O segundo ponto a destacar refere-se ao método para verificação das hipóteses H
4b
e H
5
(análise 5.b no Quadro 16). O método adotado na pesquisa de Venkatesh et al. (2003)
52
foi do
tipo “painel”, o que possibilita comparar a intenção de comportamento num tempo t
0
com o
comportamento de uso no tempo t
1
posterior. No caso desta dissertação, como foi uma
pesquisa “ocasional” (realizada em um único momento no tempo e que, portanto, não conta
com amostras pareadas), esta análise não foi possível. Para superar esta limitação, a
verificação das hipóteses H
4b
e H
5
foi baseada na comparação entre os grupos de usuários e
não usuários de banda larga. As hipóteses H
1a
a H
4a
podem ser testadas diretamente apenas
com o grupo de não usuários de banda larga (público de interesse deste estudo), pois não
envolvem o construto de comportamento de uso.
Por fim, o terceiro ponto a destacar se refere às diferenças entre três técnicas estatísticas que
apresentam objetivos semelhantes (aplicáveis ao bloco 4.a): teste t, ANOVA e MANOVA.
Todas elas buscam identificar diferença de médias de uma variável dependente (intervalar)
entre grupos (variável independente, categórica), mas que devem ser usadas em situações
distintas (Quadro 17).
52
Artigo de origem da UTAUT, teoria adotada como base na parte quantitativa deste estudo
67
Quadro 17 – Comparação das técnicas estatísticas teste t, ANOVA e MANOVA
Técnica Situação de uso Premissas
Teste t 1 variável independente,
com apenas 2 níveis
1 variável dependente
(intervalar)
Amostras aleatórias e independentes;
Normalidade. Ainda assim, segundo Anderson et al. (2005, p.
363), esta técnica apresenta robustez quanto à normalidade,
sendo dispensável para grandes amostras (n>30);
Igualdade de variância entre as amostras (“opcional”, pois
existem técnicas que consideram a inexistência desta
igualdade)
ANOVA 1 ou mais variáveis
independentes, com 3 ou
mais níveis
1 variável dependente
(intervalar)
Amostras aleatórias e independentes;
Normalidade. Ainda assim, segundo Anderson et al. (2005, p.
363), esta técnica apresenta robustez quanto à normalidade,
sendo dispensável para grandes amostras (n>30);
Igualdade de variância entre as amostras: como a ANOVA
compara médias entre diferentes amostras, a dispersão
individual de cada amostra deve ser “controlada” para se
manter a consistência do teste
MANOVA 1 ou mais variáveis
independentes, com 2 ou
mais níveis
2 ou mais variáveis
dependentes (intervalar)
Amostras aleatórias e independentes
Normalidade multivariada (refere-se à normalidade do efeito
combinado entre duas variáveis). No entanto, “[...] a violação
desta premissa tem pouco impacto em grandes amostras,
como na ANOVA.” (HAIR et al., 2006, p. 410);
Equivalência das matrizes de covariância: devem ser
equivalentes entre as amostras todas as variâncias individuais
de cada variável, assim como as covariâncias entre as
variáveis, porém “uma violação desta premissa tem mínimo
impacto se os grupos tiverem aproximadamente o mesmo
tamanho” (HAIR et al., 2006, p. 409).
FONTE: Anderson et al. (2005, p. 384) e Hair et al. (2006, p. 408-410)
Complementando o Quadro 17, Hair Jr. et al. (2006, p. 400) justificam a necessidade da
MANOVA (ao invés do uso de vários testes ANOVA), argumentando porque testes
independentes para cada uma das N variáveis podem não ser adequados:
Controle da taxa de erro: toda ANOVA tem associada uma taxa de erro Tipo I
(geralmente definida em α=5%), que representa a probabilidade de o teste identificar
uma diferença inexistente entre duas amostras. Quando se realizam cinco testes
ANOVA de maneira independente, este erro torna-se desconhecido, podendo variar
entre 5% (se as variáveis independentes forem perfeitamente correlacionadas) e 23%
53
(se as variáveis dependentes forem não correlacionadas);
Diferenças entre combinações de variáveis dependentes: caso haja alguma combinação
linear das variáveis dependentes que diferenciem as amostras avaliadas, este efeito não
será identificado por um conjunto de testes ANOVA univariados.
53
23% = 1 - 0,95
5
(HAIR et al., 2006, p. 400)
68
4.4 Limitações
O vínculo do autor com a divisão de clientes empresariais da Telefônica apresenta benefícios
relevantes para este estudo, mas não evita algumas restrições relacionadas principalmente às
pesquisas de campo: todo o levantamento de informações (qualitativo e quantitativo) foi
baseado em funcionários, clientes e dados secundários da Telefônica (e, portanto, referem-se
ao estado de São Paulo). Particularmente as entrevistas qualitativas restringem-se à cidade de
São Paulo.
Acrescenta-se ainda como limitação operacional que a pesquisa quantitativa foi ocasional (em
um único momento no tempo), diferentemente da proposta da UTAUT que demanda uma
pesquisa do tipo “painel” (coleta periódica de dados, baseada na mesma amostra).
Por fim, além destas restrições operacionais, a fundamentação teórica deste estudo enfoca-se
nos aspectos mais relevantes para resolução do problema proposto, sem a intenção de esgotar
toda a teoria que possa ter alguma relação com o tema.
69
5 RESULTADOS
Nesta seção são apresentados os resultados das três pesquisas que compõem este estudo:
qualitativa com fornecedores (seção 5.1), qualitativa com usuários de internet discada (seção
5.2) e quantitativa com usuários e não usuários de banda larga (seção 5.3).
5.1 Pesquisa qualitativa com fornecedores
A pesquisa qualitativa com fornecedores teve o objetivo de avaliar a qualidade do serviço sob
a óptica das lacunas de qualidade proposta por Parasuraman et al. (1985), incluindo: a lacuna
1 (complementada pela entrevista com usuários de internet discada) e lacunas 2 a 4
(complementadas pela análise de dados internos do fornecedor). A lacuna 5 não será avaliada
por envolver a percepção dos usuários do serviço, sendo o foco deste estudo os não usuários.
É importante ressaltar que esta pesquisa foi conduzida apenas com um fornecedor
(Telefônica). E como esta empresa apresenta posição de liderança no mercado – sua
participação de mercado é maior do que a dos outros concorrentes somados – supõe-se que
apresente alguns traços de opinião e posicionamento distintos dos demais fornecedores.
5.1.1 Lacuna 1
A lacuna 1 compõe-se da diferença entre a expectativa do cliente e a percepção dos
executivos sobre a expectativa do cliente.
Nas entrevistas qualitativas com usuários de internet discada, o que foi observado como
expectativa dos clientes é, em resumo (apresentada com mais detalhes a seguir, na seção 5.2),
um serviço de alta velocidade, com custos compatíveis ao seu nível de utilização.
Nas entrevistas qualitativas com fornecedores, observou-se que a percepção de expectativa do
cliente concentra-se em comodidade, que efetivamente se reflete nos três atributos mais
valorizados no momento da venda do serviço: alta velocidade, “always on” (usuário
permanentemente conectado à internet, sem custo adicional) e linha telefônica desocupada.
70
No entanto, como esta expectativa se manifesta em diferentes níveis entre os usuários de
internet, chega-se à formação – de maneira simplificada – de dois grupos de usuários: (i) os
que estão disponíveis a pagar por esta comodidade e (ii) os que ambicionam esta comodidade,
desde que não lhes custe mais caro. Atualmente, considera-se que grande parte dos usuários
do primeiro grupo já adotou internet banda larga, enquanto no segundo grupo ainda existe a
barreira de custo. E, considerando-se que a internet discada tem custo variável (proporcional
ao tempo de uso
54
) e a banda larga tem custo fixo, espera-se que apenas usuários de baixa
utilização ainda se mantenham com internet discada.
Ou seja, para o público em questão, pode-se dizer que a expectativa do cliente (“serviço de
alta velocidade, com custos compatíveis ao seu nível de utilização”) está alinhada com a
percepção de expectativa por parte do fornecedor (“comodidade”), indicando inexistência da
lacuna 1.
5.1.2 Lacuna 2
A lacuna 2 compõe-se da diferença entre a percepção dos executivos sobre a expectativa do
cliente e a especificação dos serviços.
A partir da percepção dos executivos sobre a expectativa do cliente, a especificação do
serviço é conceitualmente simples, resumindo-se a alguns poucos atributos. Destacam-se:
Velocidade nominal: velocidade teórica do produto. Na prática, pode ser inferior, tanto
por restrições da rede do ponto onde há download, quanto do upload
55
;
Precificação: valor final para o usuário (incluindo gastos que os clientes têm com
terceiros, como provedor de conteúdo);
Composição do preço:
opções de valor fixo, variável por tempo, variável por consumo
(medido em megabytes) ou uma composição destes critérios;
Garantia de banda:
velocidade mínima garantida pelo fornecedor (como um percentual
da velocidade nominal);
Disponibilidade:
percentual do tempo em que o produto esteve em bom
funcionamento (considerando que o serviço pode passar parte do tempo “fora do ar”);
Nível de serviço em processos operacionais de suporte: prazos de instalação e reparos,
exatidão na cobrança e agilidade e eficiência no atendimento ao cliente.
54
O custo deixa de ser proporcional ao tempo de uso se o acesso ocorrer em horários de tarifação local reduzida
(fim-de-semana e madrugada), o que é pouco comum no mercado em análise
55
Na internet há tráfego de “pacotes de dados” de uma origem (rede do ponto onde há upload) a um destino
(rede do ponto onde há download). A velocidade de tráfego é sempre limitada pela rede de menor capacidade
71
Na prática, no entanto, outros fatores ainda devem ser levados em conta para a especificação
do serviço (do ponto de vista do fornecedor), destacando-se:
1. Viabilidade técnica: capacidade e limitações da infra-estrutura de rede;
2. Viabilidade nos processos operacionais de suporte: capacidade e limitações das
equipes de suporte (ex.: instalação e reparo);
3. Rentabilidade: maximização de margem, considerando balanço favorável entre preço e
custo, além da elasticidade da demanda pelo preço.
Especificamente com relação à rentabilidade, um ponto reforçado pelos especialistas do
fornecedor foi o risco de “canibalização de receita”. Ou seja, uma redução de preço para
aumentar a penetração do produto (como é a expectativa dos clientes) reduziria
automaticamente a receita nos clientes que já têm o serviço com a precificação atual. Assim,
resta a pergunta: o ganho de clientes pela redução de preços compensaria a perda de receita
nos clientes atuais? E para responder a esta pergunta não basta pensar no balanço de receita,
sendo necessário também pensar na margem final.
A seguir, são discutidos os atributos destacados pelo fornecedor, buscando entender a
dimensão da lacuna 2.
Velocidade nominal
Há coincidência entre a expectativa do usuário e a percepção de expectativa pelos executivos:
quanto mais alta melhor, sem uma definição precisa de um nível mínimo que satisfaça o
cliente. Por conta disso, ocasionalmente o fornecedor eleva a velocidade dos produtos
ofertados, mantendo os preços nos mesmos níveis. No entanto, atualmente há restrições
técnicas que limitam estes aumentos de velocidade (que podem ser amenizadas com
investimentos em rede). Além da limitação técnica, há também a preocupação em não
incentivar o “downgrade” (migração de clientes para planos inferiores, que geram menor
receita). Mas o recente aumento da concorrência em algumas áreas específicas – com oferta
de alta velocidade e baixo preço – acrescentou uma preocupação adicional aos executivos:
não perder a base atual de clientes. Em resumo, a especificação está alinhada com a percepção
dos executivos, porém limitada por restrições técnicas em áreas onde há concorrência forte.
Precificação
Neste critério, a especificação do fornecedor é conscientemente desalinhada com a
expectativa do cliente. Enquanto o cliente espera redução de preços, o fornecedor apresenta
72
preocupação com a rentabilidade. Para minimizar este desalinhamento, o fornecedor
freqüentemente trabalha com promoções de aquisição, com descontos por período limitado
(por exemplo: 50% de desconto nos 3 primeiros meses).
Composição do preço
A percepção de expectativa do cliente por parte do fornecedor indica que o serviço deve ter
um valor fixo, independente do uso. No entanto, alguns produtos ofertados atualmente, têm
uma franquia (medida em megabytes) que os clientes podem utilizar sem custo adicional, e a
partir da qual pagam pelo uso. Segundo o fornecedor, esta franquia é bastante alta (são poucos
os clientes que a excedem) e foi criada para cobrir os custos variáveis em clientes de uso
muito intenso. Mas, como esta franquia efetivamente eleva uma barreira para novas vendas, o
fornecedor vem praticando promoções sucessivas na qual isenta o cliente deste custo
adicional (e alinha a percepção de expectativas com a especificação do serviço).
Por outro lado, as entrevistas qualitativas com usuários de internet discada (detalhadas na
seção 5.2 a seguir) indicam que alguns potenciais clientes não estão dispostos a pagar por um
serviço que usam pouco. Este aspecto, também de conhecimento do fornecedor, gera uma
questão adicional (ainda não concluída pelo fornecedor): vale a pena ter um produto de banda
larga com precificação variável para clientes de baixo uso? Novamente, a dúvida recai sobre a
rentabilidade do portfólio (margem e risco de canibalização de receita). Na prática, o
fornecedor tem em seu portfólio um produto com esta característica; porém, este é pouco
trabalhado comercialmente.
Garantia de banda
Na visão do fornecedor, a garantia de banda, definida como a velocidade mínima garantida de
transmissão de dados, é um aspecto pouco relevante para a maioria dos clientes (efetivos e
potenciais): “geralmente, o cliente nem sabe que tem variação de velocidade e, quando sabe,
interessa-se mais pela velocidade média que a mínima”. Na prática, existe uma especificação
formal que pode causar uma impressão negativa nos clientes pelo baixo valor (10% da
velocidade nominal), sendo que, em geral, este valor é mais alto. Assim, do ponto de vista
comercial, seria mais interessante definir a garantia de banda pela velocidade média, porém
isto esbarraria em restrições técnicas para medida (por exemplo: a média seria diferente para
cada cliente, variando com o horário de uso).
73
Disponibilidade
Na visão do fornecedor, os potenciais clientes esperam que o serviço funcione 100% do
tempo; porém, não têm esta preocupação no momento da contratação do serviço (consideram
isto como uma característica básica do produto). Aliada a esta “não-preocupação”, existe
também a dificuldade técnica de se garantir este nível de disponibilidade. Na prática,
internamente observam-se esforços em manter a disponibilidade do serviço (algo que os
clientes passam a prestar atenção e exigir a partir do momento que têm algum problema);
porém, sem uma especificação formal (algo que seja comunicado ao cliente) deste critério.
Níveis de serviço em processos operacionais de suporte
Assim como a disponibilidade, a preocupação com os serviços de suporte é relevante para
garantir a satisfação e manutenção dos clientes existentes, e não para conquistar novos
clientes. E, também como a disponibilidade, não existe uma especificação formal para estes
serviços.
5.1.3 Lacuna 3
A lacuna 3 compõe-se da diferença entre a especificação dos serviços e o serviço efetivamente
entregue.
Analisando-se os seis atributos discutidos na seção anterior 5.1.2 (Lacuna 2), observa-se a
existência de dois grupos que merecem avaliações distintas:
1. Atributos considerados relevantes (do ponto de vista de aquisição de novos clientes,
que é o foco deste trabalho, e não de manutenção dos clientes atuais) pelos
fornecedores: velocidade nominal, precificação e composição do preço. Nestes três
critérios, o alinhamento entre especificação e realidade depende apenas de tomadas de
decisão (ou seja, não há dificuldades de processos operacionais para o cumprimento da
especificação), o que facilmente elimina a lacuna 3;
2. Atributos considerados menos relevantes (também do ponto de vista de aquisição de
novos clientes): garantia de banda, disponibilidade e serviços de suporte. Observa-se
que nestes atributos podem ocorrer dificuldades operacionais para alinhar a execução à
especificação do serviço (ao contrário dos mencionados no item 1). Entre estes
atributos:
74
- A garantia de banda tem uma especificação formal (que efetivamente é
cumprida)
- A disponibilidade e os serviços em processos operacionais de suporte não têm
especificação formal, sendo acompanhados por metas gerenciais que não
necessariamente são diretamente ligadas à expectativa do cliente.
5.1.4 Lacuna 4
A lacuna 4 compõe-se da diferença entre o serviço efetivamente entregue e a comunicação
externa ao cliente.
A comunicação externa ao cliente mantém o foco nos pontos principais da percepção dos
fornecedores sobre expectativa do cliente:
Comodidade, refletida por alta velocidade, “always on” (usuário permanentemente
conectado à internet, sem custo adicional) e linha telefônica desocupada;
Baixo custo, através de promoções de aquisição (ex.: desconto nas primeiras
mensalidades).
Conforme justificado na seção anterior 5.1.3 (Lacuna 3), estes itens são de fácil alinhamento
entre comunicação e realidade, eliminando a lacuna 4.
No entanto, esta comunicação não necessariamente inclui pontos que podem gerar resistência
por parte do comprador (ex.: a garantia de banda é inferior à velocidade nominal) ou
insatisfação posterior (ex.: risco de problemas técnicos). Na prática, estes fatores somente são
comunicados quando são questionados pelo comprador. Ou seja, apesar de inexistência da
lacuna 4 (diferença entre comunicação e realidade), pode-se dizer que em algumas situações
há omissão de fatos na comunicação.
5.1.5 Lacuna de comunicação
Esta lacuna, ainda que não conste no modelo original de PARASURAMAN et al. (1985), será
avaliada neste estudo, sendo definida como a diferença entre a expectativa do cliente e a
comunicação externa realizada ao cliente. Ou seja, avalia o alinhamento entre o que o
fornecedor fala e o que o potencial cliente quer ouvir (claramente um item relevante para a
aquisição de novos clientes).
75
Neste aspecto, observa-se uma divergência parcial entre a expectativa do cliente e a
comunicação realizada pelo fornecedor, novamente com relação ao custo do serviço: dado que
o cliente espera “custos compatíveis ao seu nível de utilização”, a comunicação do fornecedor
procura atender a esta expectativa através de descontos por período limitado (alinhado com as
promoções vigentes). Neste sentido, a comunicação dá alta ênfase ao “baixo custo”
(minimizando a lacuna em questão); porém, não se pode deixar de comunicar que se trata de
tarifa promocional (voltando a gerar, parcialmente, a lacuna em questão). Saindo da questão
de custo e voltando-se para os benefícios do serviço, a comunicação está alinhada com a
expectativa do cliente.
Na seção 5.2, a seguir, apresentam-se os resultados da pesquisa qualitativa com potenciais
clientes (usuários de internet discada).
5.2 Pesquisa qualitativa com usuários de internet discada
Nesta etapa do estudo, foram entrevistados cinco usuários de internet discada, entre
profissionais e pequenos empresários
56
.
Todos os entrevistados apresentaram um motivo em comum para não utilizar a internet banda
larga: julgam um custo alto para o nível de utilização que têm. Além do baixo uso, os
entrevistados também têm em comum a aplicação da internet: e-mails e navegação simples
(ou seja, atividades que não necessariamente demandam altas velocidades).
Esta percepção, no entanto, ainda é influenciada por particularidades em alguns casos,
destacando-se:
A experiência negativa com o serviço em casa – mau funcionamento do produto,
referindo-se a um fornecedor em específico diminuiu fortemente a percepção de
benefício. Com isso, o equilíbrio da relação custo/benefício somente se daria com uma
forte redução de preços do serviço (loja de cosméticos);
Um dos entrevistados não tem computador fixo no trabalho – utiliza um lap top
pessoal para acesso à internet discada – e coloca este fato como uma condição
56
1 loja de acessórios automotivos, 2 restaurantes, 1 loja de cosméticos e 1 dentista
76
limitante para a contratação de banda larga, aliado à necessidade de redução de custos
(loja de acessórios automotivos).
Com vistas aos dois modelos teóricos que embasam este estudo (lacunas de qualidade e
UTAUT), a análise em relação ao primeiro foi discutida na seção 5.1. A seguir, serão
analisadas as opiniões dos entrevistados sob a óptica da UTAUT
57
:
Quadro 18 – Resultados
58
das entrevistas qualitativas com usuários de internet discada
Construto Avaliação Comentários
Resultado
esperado
Oscila entre
“indiferente” e
“favorável”
Todos os entrevistados têm como principal expectativa da banda
larga “apenas ter mais velocidade
No entanto, para alguns usuários este benefício é irrelevante
(considerando o uso que têm), enquanto para outros esta facilidade
poderia até incrementar o uso de internet. Em todos os casos, a
velocidade mais alta foi vista como comodidade, e não como
produtividade
Outros itens estimulados durante a entrevista (mencionados pelos
fornecedores ou identificados na revisão da literatura) não foram
considerados pelos clientes:
- Praticidade do acesso permanente
- Mais tecnologia no escritório
- Influência social
Facilidade
esperada
Favorável Nenhum dos entrevistados tem expectativa de esforço adicional
para o uso de internet banda larga
Foi mencionada também a expectativa de que, caso fosse contratada
a banda larga, o fornecedor deveria oferecer o suporte técnico,
eliminando esta barreira do usuário
Viabilidade Favorável Apesar de colocarem o custo como principal barreira para a banda
larga, os entrevistados argumentam que têm os recursos necessários
(exceto loja de acessórios automotivos, que está “em um ano que
precisa reduzir custos”), porém não vêm benefício suficiente no
serviço
Todos os entrevistados comentaram que contratariam o serviço se
houvesse uma oferta de mais baixo custo
Quando se referem a “alto custo”, em geral os usuários fazem
comparação com a solução que têm atualmente: internet discada
(novamente a exceção foi a loja de acessórios automotivos, que
avalia o valor absoluto do serviço)
Influência social Baixa influência Todos os entrevistados se dizem pouco influenciados pela opinião
de terceiros
57
A nomenclatura adotada para os construtos está alinhada com as adaptações realizadas na formulação das
hipóteses da pesquisa (seção 4.3.3)
58
Resultados sem validade estatística
77
Quadro 18 – Resultados das entrevistas qualitativas com usuários de internet discada (cont.)
Construto Avaliação Comentários
Experiência Não conclusivo Três situações distintas foram encontradas nas 5 entrevistas:
- Experiência positiva (2 entrevistados): conhecem o serviço e
têm uma avaliação favorável, concentrando a barreira de
contratação no custo do serviço;
- Experiência negativa (1 entrevistado):
conhecem o serviço,
porém com uma avaliação desfavorável por considerar o
desempenho aquém do esperado (muito problema de
funcionamento);
- Sem experiência (2 entrevistados):
não conhecem, ou conhecem
muito pouco do serviço. Neste caso, apesar de a barreira
declarada pelo entrevistado ser o custo, observa-se um
ceticismo com relação aos benefícios do serviço (o que reduz o
resultado esperado)
Fatores
moderadores
(perfil pessoal)
Baixa influência Nenhum dos entrevistados apresentou sinais de que a decisão de
adoção ou não de banda larga seja dependente do perfil pessoal
(considerando idade, sexo e nível de escolaridade)
Na seção 5.3 a seguir, são analisados os resultados do levantamento amostral.
5.3 Pesquisa quantitativa com usuários e não usuários de banda larga
Nesta seção serão apresentados os resultados do levantamento amostral quantitativo realizado
com dois grupos (“sub-amostras”): usuários e não usuários de internet banda larga. Na seção
5.3.1 descreve-se o perfil da amostra (tanto do respondente quanto da empresa que este
representa). Na seção 5.3.2, são identificadas as variáveis de perfil que se diferenciam entre os
dois grupos. Na seção 5.3.3, é realizada uma associação de características (níveis) das
variáveis de perfil com os grupos pesquisados. Na seção 5.3.4 avalia-se a escala adotada pelos
conceitos de dimensionalidade, fidedignidade e validade. Por fim, na seção 5.3.5, são
verificadas as hipóteses do modelo (propostas nos procedimentos metodológicos).
5.3.1 Caracterização da amostra
Nesta seção, será apresentado o perfil da amostra pesquisada (tanto do respondente quanto da
empresa que este representa).
Com relação à região geográfica, a amostra pesquisada concentrou-se, na cidade de São
Paulo: 66% dos entrevistados (Gráfico 5a). Se comparada à distribuição da população
(estimada entre 40% e 50% na capital, segundo o fornecedor entrevistado), observa-se uma
divergência entre amostra e população. No entanto, como será apresentado na seção 5.3.2, a
78
seguir, a geografia não é um fator relevante no comportamento de respostas dos entrevistados.
Ou seja, esta divergência não influencia o resultado da pesquisa.
Com relação ao perfil do respondente, observa-se equilíbrio dos administradores por faixa de
idade (Gráfico 5b) e sexo (Gráfico 5c), com pequeno desequilíbrio sobre o grau de
escolaridade (Gráfico 5d). No perfil da empresa, observa-se predominância do setor de
serviços, seguido por comércio (Gráfico 5e), com até 4 funcionários (Gráfico 5f) e também
até 4 funcionários com acesso à internet (Gráfico 5g). Sobre o tempo de uso de internet,
observam-se basicamente dois comportamentos antagônicos: empresas com baixo uso – até
15 min/dia – e empresas com alto uso – superior a 90 min/dia (Gráfico 5h).
Capital:
66%
Interior:
34%
Gráfico 5a – Distribuição da amostra por região
geográfica
4%
13%
15%
16%
13%
14%
12%
7%
6%
Até 19
20 a 24
25 a 29
30 a 34
35 a 39
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 ou +
Gráfico 5b: Distribuição da amostra por idade
52%
48%
Mas c ulino Feminino
Gráfico 5c – Distribuição da amostra por sexo
59%
41%
Até superior incompleto Superior completo
Gráfico 5d - Distribuição da amostra por grau
de escolaridade
79
5%
43%
4%
48%
Serviço Comércio Indústria Outros
Gráfico 5e – Distribuição da amostra por ramo
de atividade
57%
23%
20%
Até 4 5 a 9 10 ou mais
Gráfico 5f: Distribuição da amostra por
quantidade de funcionários
83%
12%
5%
Até 4 5 a 9 10 ou mais
Gráfico 5g – Distribuição da amostra por número
de funcionários com acesso à internet
25%
12%
14%
49%
o utiliza De 1 a 30 min
De 31 a 90 min Mais que 90 min
Gráfico 5h – Distribuição da amostra por tempo
diário de uso de internet
Na seção (5.3.2) a seguir, todas estas variáveis de perfil da amostra são analisadas, buscando-
se identificar quais se diferenciam entre os dois grupos pesquisados (usuários e não usuários
de internet banda larga).
5.3.2 Variáveis de perfil que se diferenciam entre os dois grupos
As variáveis descritas na seção 5.3.1 foram comparadas nos dois grupos da pesquisa (usuários
e não usuários de banda larga), de modo a identificar diferenças estatisticamente
significativas. O método adotado em todos os casos foi o teste de independência, também
chamado de teste da tabela de contingência
59
. Para garantir a validade do teste, em algumas
variáveis foi necessário agrupar categorias para que o valor esperado de cada célula da tabela
de contingência fosse maior ou igual a 5 (ANDERSON et al.,2005, p. 424).
59
Este teste é adequado para identificar relações estatisticamente significativas entre duas variáveis categóricas
(neste caso, o grupo e as variáveis de caracterização), baseado na comparação de freqüências esperadas e
observadas nas combinações entre as variáveis (ANDERSON et al., 2005, p. 422-426)
80
Das oito variáveis testadas, apenas três não se diferenciaram entre os dois grupos: região
geográfica, faixa de idade e sexo. É importante ressaltar, no entanto, que as relações
encontradas, ainda que estatisticamente significativas, não necessariamente indicam uma
relação de causa e efeito. A Tabela 1 resume os resultados destas análises. Os resultados
específicos (tabelas de contingência com as respectivas estatísticas) de cada análise constam
no Apêndice 6.
Tabela 1 – Variáveis de perfil que se diferenciam entre grupos
ESTATÍSTICAS
Variável Níveis analisados
χ
2
GL χ
2
crit
P-value
Conclusão
1. Região
geográfica
Capital
Interior
0,5 1 3,8 34% Não significativo
2. Nível de
instrução
Superior
Não superior
18,2 1 3,8 0% Significativo
3. Faixa de
idade
60
Até 29 anos
30 a 43 anos
44 ou mais
0,5 2 6,0 76% Não significativo
4. Sexo Masculino
Feminino
0,5 1 3,8 47% Não significativo
5. Ramo de
atividade
Serviço
Comércio
Indústria
Outros
15,5 3 7,8 0,1% Significativo
6. Quantidade de
funcionários
Até 4
5 a 9
10 ou mais
7,8 2 6,0 2% Significativo
7. Quantidade de
funcionários
com internet
Até 4
5 a 9
10 ou mais
33,6 2 6,0 0% Significativo
8. Tempo de uso
de internet
61
De 1 a 30 min
De 31 a 90 min
Mais que 90 min
84,1 2 6,0 0% Significativo
Para interpretação deste quadro, as definições das estatísticas são:
GL: graus de liberdade, calculado pela fórmula [(n-1) x (m-1)], onde “n” e “m”
representam a quantidade de níveis que assumem as duas variáveis em análise. Neste
caso, uma delas sempre é o grupo (em dois níveis: usuários e não usuários de banda
larga) e a segunda está indicada no quadro;
χ
2
: qui-quadrado calculado, que mede o grau em que uma variável tem relação de
inter-dependência com outra (este valor deve ser comparado com o qui-quadrado
crítico para conclusão);
χ
2
crit
: qui-quadrado crítico, que representa o valor a partir do qual a relação de inter-
dependência entre as variáveis passa a ser significativa. É calculado com base nos
60
Os “cortes” das faixas foram definidos para gerar grupos com aproximadamente a mesma quantidade de
entrevistados
61
Exclui entrevistados que não utilizam internet
81
graus de liberdade e no nível de confiança desejado (neste estudo, o nível de confiança
adotado foi de 95%);
P-value: probabilidade de se cometer um erro ao afirmar que as variáveis têm relação
de inter-dependência. Considera-se que a relação é estatisticamente significativa
quando o P-value fica abaixo de um valor aceitável (neste estudo, o valor aceitável foi
definido em 5%).
5.3.3 Associação das características de perfil com os dois grupos pesquisados
A associação das características de perfil com os grupos pesquisados foi realizada por meio de
um mapa perceptual. Este mapa, segundo Hair Jr. et al (2006, p. 631), significa:
“Representação visual das percepções de respondentes sobre objetos em duas ou mais dimensões.
Geralmente este mapa tem níveis opostos de dimensões nas extremidades dos eixos X e Y, como
por exemplo ‘doce’ a ‘azedo’ nas extremidades do eixo X e ‘caro’ e ‘barato’ nas extremidades do
eixo Y. Cada objeto, então, assume uma posição no mapa perceptual, refletindo a similaridade
relativa ou preferência sobre outros objetos com relação às dimensões do mapa perceptual.”
As dimensões plotadas no mapa perceptual seguem exclusivamente critérios quantitativos, de
acordo com os dados disponíveis. Ou seja, não necessariamente seguem algum conceito
teórico. Na prática, a definição do que representa cada dimensão depende de uma
interpretação qualitativa.
Neste estudo, o objetivo do mapa perceptual foi a comparação do posicionamento relativo dos
dois grupos (usuários e não usuários de banda larga) com os níveis das variáveis de perfil
(considerando apenas as que foram identificadas como estatisticamente diferentes entre os
dois grupos, segundo o teste de independência). Os resultados são apresentados no Gráfico 6.
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
-1,5 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5
Grupo Ramo de atividade
Tempo de uso de internet Quantidade de funcionários
Quantidade de funcionários com internet Grau de escolaridade
NÃO USUÁRIO BL
USRIO BL
A
4
Não superior
Comércio
S
erv
i
ço
O
u
t
ras
Su
p
erior
Não utiliza
31 a 90 min
1 a 30 min
>90 min
5 a 9
10 ou +
10 ou +
A
té 4
5 a 9
Gráfico 6 – Mapa perceptual de associação de características de perfil e comportamento de uso de banda
larga
82
A análise deste mapa perceptual destaca as características mais fortemente associadas a cada
um dos comportamentos de uso
62
:
Usuários de banda larga: empresas do setor de serviços, com cinco ou mais
funcionários, administrado por profissional
63
com nível superior e com uso de internet
acima de 90 minutos/dia.
Não usuários de banda larga: empresas de comércio, com até quatro funcionários,
administrados por profissional sem nível superior.
5.3.4 Avaliação da escala adotada
Para avaliar a adequação da escala adotada para medida dos construtos da UTAUT, foram
testadas – seguindo recomendação de Urdan (1995, p. 294) – a dimensionalidade, a
fidedignidade e a validade desta escala. Segundo Urdan (1995, p. 294-299):
A dimensionalidade sintetiza as dimensões (construtos) que são representadas pelo
conjunto de variáveis da escala
64
;
A fidedignidade de um instrumento de medida representa a capacidade deste
instrumento de “[...] produzir resultados consistentes se repetidas mensurações são
realizadas”;
A validade “[...] denota o grau em que um instrumento capta a totalidade dos aspectos
do construto a ser medido. Isto é, até que ponto o instrumento realmente mede o que
deve ser medido”.
Hair et al. (2006, p. 136) ainda acrescentam um quarto ponto que compõe a avaliação de uma
escala: a definição conceitual, que “[...] especifica as bases teóricas para a escala, definindo o
conceito que está sendo representado em termos aplicáveis ao contexto da pesquisa”. No caso
deste estudo, a definição conceitual deriva da UTAUT.
Ainda seguindo as recomendações de Urdan (1995, p. 297-299), a dimensionalidade foi
testada por meio de uma análise fatorial (seção 5.3.4.1), a fidedignidade pelo coeficiente
Alpha de Cronbach (seção 5.3.4.2) e a validade por quatro técnicas complementares
65
(seções
62
Foram destacados os pontos que, na escala do mapa perceptual, estão distantes em até 0,6 unidades dos pontos
“USUÁRIO BL” ou “NÃO USUÁRIO BL”. O critério utilizado para este corte foi o “salto” que existe entre as
distâncias destes pontos (até 0,6 unidades) dos demais (superiores a 1,0 unidade)
63
O termo “administrado por profissional” refere-se ao respondente da pesquisa, que se identificou como decisor
(ou influenciador das decisões) referente a questões de telecomunicações ou informática
64
Esta definição é a interpretação do autor desta dissertação sobre o artigo de Urdan (1995), o qual não define
explicitamente o conceito de dimensionalidade
65
MANOVA, teste t, regressão logística e correlação de Pearson
83
5.3.4.3 e 5.3.5). A definição conceitual, por sua natureza teórica, não demanda testes
estatísticos.
5.3.4.1 Dimensionalidade
A dimensionalidade da escala (lembrando que o questionário quantitativo contém dezenove
variáveis para representar cinco construtos da UTAUT) foi testada por meio de análise
fatorial. Segundo Hair el al. (1995, p. 366-367):
“Análise fatorial é um nome genérico dado a uma classe de métodos estatísticos multivariados
cujo propósito principal é definir a estrutura inerente a uma matriz de dados. Genericamente
falando, ela endereça o problema de analisar a estrutura das inter-relações (correlações) entre um
grande número de variáveis (ex.: pontuação em testes, itens de testes e questionários), definindo
um conjunto de dimensões inerentes, conhecidas como fatores. Com análise fatorial, o analista
pode primeiramente identificar as dimensões independentes da estrutura e então determinar em
que nível cada variável é explicada por cada dimensão. Uma vez que estas dimensões e
explicações de cada variável estão determinadas, os dois principais usos da análise fatorial –
sumarização e redução de dados – foram alcançados.”
Ainda segundo Hair Jr. et al. (2006, p. 113-115), a análise fatorial é pouco exigente com
relação às premissas para sua utilização. Porém, os autores ressaltam como precauções
necessárias o dimensionamento da amostra e a existência de correlações entre as variáveis da
análise.
Com relação ao dimensionamento da amostra: “Como regra geral, o mínimo é ter pelo menos
cinco vezes mais observações do que variáveis a serem analisadas, e uma faixa mais aceitável
seria uma razão de dez-para-um” (HAIR et al., 2006, p. 112). No caso deste estudo, esta
relação foi superada (207 casos para 19 variáveis).
Com relação à existência de correlações entre as variáveis, três testes são recomendados:
Teste de esfericidade de Bartlett: “teste estatístico para a significância geral de todas
as correlações em uma matriz de correlações” (HAIR et al., 2006, p. 102). Em outras
palavras, o objetivo deste teste é a identificação da existência ou não de variáveis
correlacionadas entre si. Como resultado, espera-se que efetivamente estas correlações
existam, sendo pertinente a análise fatorial;
MSA (measure of sampling adequacy): “medida calculada para toda a matriz de
correlação e para cada variável individual, avaliando a adequação de se aplicar a
análise fatorial” (HAIR et al., p. 103). Como resultado, esperam-se valores altos
66
para
cada variável individualmente;
66
>0,5 segundo Hair et al. (2006, p. 103) ou >0,6 segundo Tabachnick (2001, p. 589)
84
KMO (Kaiser – Meyer – Olkin): representa a proporção entre as correlações entre
as variáveis (que devem ser altas) e as correlações parciais
67
(que devem ser baixas).
“KMO provê uma medida de quanto os indicadores pertencem a um mesmo
construto” (SHARMA, 1996, p. 116). Como resultado, esperam-se valores altos
68
.
O método para definição da quantidade de fatores foi pela raiz latente, no qual todos os
fatores resultantes têm auto-valor superior a 1, conforme recomendado por Hair et al. (2006,
p. 120). O método de extração foi o de componentes principais. Para facilitar a identificação
das variáveis que compõem cada fator, foi utilizado o método de rotação VARIMAX.
Como resultados, foram definidos cinco fatores, sendo a relação entre variáveis e fatores
perfeitamente alinhada com a teoria. Ou seja, cada fator gerado estatisticamente coincide
exatamente com um dos cinco construtos propostos na UTAUT. Como medida do poder de
síntese destes fatores, verificou-se que foram capazes de explicar 83% da variação total das
dezenove variáveis da amostra (Tabela 2).
Tabela 2 – Variância total explicada (análise fatorial)
Auto-valor inicial
Soma das cargas ao quadrado
(antes da rotação)
Soma das cargas ao quadrado
(após rotação)
Componente
Total
% da
variância
%
acumulado
Total
% da
variância
%
acumulado
Total
% da
variância
%
acumulado
1
7,569
39,837 39,837 7,569 39,837 39,837 3,489 18,363 18,363
2
3,452
18,170 58,006 3,452 18,170 58,006 3,376 17,768 36,131
3
2,047
10,776 68,782 2,047 10,776 68,782 3,096 16,297 52,428
4
1,669
8,783 77,565 1,669 8,783 77,565 3,091 16,267 68,695
5
1,182
6,220 83,785 1,18
2
6,220
83,785
2,867 15,090
83,785
6 ,555 2,924 86,708
7 ,495 2,606 89,314
8 ,349 1,834 91,148
9 ,292 1,537 92,686
10 ,238 1,254 93,940
11 ,226 1,189 95,129
12 ,197 1,035 96,164
13 ,181 ,953 97,117
14 ,131 ,689 97,806
15 ,121 ,635 98,441
16 ,102 ,536 98,977
17 ,078 ,411 99,388
18 ,076 ,401 99,789
19 ,040 ,211 100,000
Destaque para auto-valor>1 e percentual da variância explicada pelos fatores em conjunto
A Tabela 3 apresenta a matriz de componentes rotacionada desta análise, indicando em qual
fator cada variável foi alocada.
67
Correlações parciais: “correlações entre variáveis quando os efeitos de outras variáveis são considerados”
68
>0,6 segundo Tabachnick (2001, p. 589)
85
Tabela 3 – Matriz de componentes rotacionada (relação entre variáveis e fatores da análise fatorial)
Variável 1 2 3 4 5
9.1) Utilidade no trabalho 0,304 0,033
0,804
0,123 0,263
9.2) Agilidade no cumprimento de tarefas 0,334 0,058
0,769
0,197 0,185
9.3) Aumento de produtividade 0,187 0,001
0,874
0,139 0,123
9.4) Aumento das chances de sucesso da empresa/escritório 0,190 0,040
0,778
0,154 0,109
10.1) Clareza e compreensão no uso
0,835
0,019 0,277 0,237 0,138
10.2) Facilidade em tornar-se um usuário habilidoso
0,865
-0,025 0,262 0,247 0,150
10.3) Facilidade de uso
0,855
-0,019 0,279 0,294 0,118
10.4) Facilidade no aprendizado
0,867
-0,046 0,232 0,225 0,094
11.1) Posse de recursos necessários (verba, equipamentos, etc.) 0,104 -0,184 0,217
0,775
0,155
11.2) Posse de conhecimento específico para operar com internet
banda larga
0,285 -0,026 0,091
0,822
0,194
11.3) Compatibilidade com outros sistemas da empresa/escritório 0,253 -0,027 0,134
0,820
0,149
11.4) Disponibilidade de suporte técnico interno para caso de
dificuldades
0,274 -0,049 0,158
0,826
0,084
12.1) Opinião de pessoas que influenciam suas decisões -0,022
0,875
0,020 -0,036 0,031
12.2) Opinião de pessoas importantes para você -0,023
0,911
-0,016 -0,068 -0,043
12.3) Apoio do(s) principal(is) responsável(is) pela administração
da empresa/escritório
-0,009
0,921
0,047 -0,059 0,006
12.4) Apoio das pessoas que trabalham na empresa/escritório 0,003
0,940
0,051 -0,072 -0,051
13.1) Sua pretensão de adotar internet banda larga 0,143 -0,005 0,161 0,221
0,908
13.2) Sua expectativa de efetivamente adotar internet banda larga 0,132 -0,030 0,180 0,176
0,942
13.3) Seus planos para contratar um serviço de internet banda
larga
0,126 -0,022 0,221 0,121
0,929
Fator no qual a variável é alocada
Os resultados dos testes de validação foram todos satisfatórios:
Teste de esfericidade de Bartlett: H
0
rejeitada (conforme esperado)
MSA: das 19 variáveis analisadas, 16 obtiveram índice superior a 0,8 e 3 obtiveram
índice superior a 0,7
69
KMO: 0,86, superior ao mínimo recomendado de 0,6 (TABACHNICK, 2001, p. 589)
Para utilização dos fatores nas análises seguintes, foram utilizados os escores fatoriais, criados
pelo método de regressão (pelo software SPSS), que gera variáveis padronizadas com média
igual a “0” e desvio padrão igual a “1”.
5.3.4.2 Fidedignidade
Complementando a avaliação da escala adotada, Urdan (1995, p. 298) sugere o uso do
coeficiente Alpha de Cronbach para verificação de sua fidedignidade. Segundo Hair et al.
(1995, p. 618), este coeficiente significa:
69
Segundo Hair et al. (2006, p. 114-115), estes índices podem ser classificados, respectivamente, como “de
grande mérito” e “mediano”. Como referência, os autores classificam como inaceitáveis valores abaixo de 0,5.
86
“Medida comumente usada de confiabilidade para um conjunto de dois ou mais indicadores de um
construto. Os valores variam entre 0 e 1, com valores mais altos indicando maior confiabilidade
entre indicadores.”
Segundo Cooper e Schindler (2003, p. 187-188) apud Sobreira Netto (2006, p. 116), este
coeficiente “[...] é capaz de revelar o grau em que os itens de um instrumento são homogêneos
e refletem o mesmo construto implícito.”.
Para a confirmação da relação entre construtos e variáveis com o coeficiente Alpha de
Cronbach, duas medidas são utilizadas:
O próprio coeficiente
α
da dimensão, calculado por dimensão (ou fator), que deve
assumir valores superiores a 0,7 (HAIR et al., 2006, 103)
O coeficiente α sendo removida a variável específica (calculado por variável), que
deve assumir valores inferiores ao coeficiente
α
da dimensão (indicando que a
remoção da variável representa uma perda para o fator avaliado).
Os resultados encontrados (Tabela 4) reforçam a conclusão da análise fatorial de adequação
entre as dezenove variáveis e os cinco construtos. Pode-se observar que, em alguns casos, o
coeficiente Alpha de Cronbach seria ligeiramente mais elevado com a exclusão de uma
variável. Porém, por ser esta elevação muito pequena, preferiu-se manter todas as variáveis
em alinhamento com a teoria original (UTAUT). Na prática, outros autores também optam
por manter as variáveis originais do modelo em situações semelhantes (ex.: SOBREIRA
NETTO, 2006, p. 120).
Tabela 4 – Avaliação da fidedignidade da escala com o coeficiente Alpha de Cronbach
Dimensão
Coeficiente α
da dimensão
Variável
α sendo removida a
variável específica
1. Resultado
esperado
0,8696 9.1
9.2
9.3
9.4
0,8511
0,8627
0,8513
0,9033
2. Facilidade
esperada
0,9545 10.1
10.2
10.3
10.4
0,9488
0,9343
0,9334
0,9445
3. Influência social 0,8931 11.1
11.2
11.3
11.4
0,8862
0,8531
0,8558
0,8524
4. Viabilidade 0,9351 12.1
12.2
12.3
12.4
0,9360
0,9154
0,9092
0,8981
5. Intenção de
comportamento
0,9698 13.1
13.2
13.3
0,9736
0,9347
0,9569
87
5.3.4.3 Validade
As análises anteriores (dimensionalidade e fidedignidade) demonstraram adequação das
relações entre variáveis e construtos teóricos. As análises desta seção têm o objetivo de
verificar o grau em que estes construtos são válidos. Segundo Kinnear e Taylor (1995, p.
232):
“A validade de uma escala se refere ao quanto o processo de medida é livre de erros sistemáticos e
aleatórios. [...]. A validade preocupa-se com a questão: estamos medindo o que achamos que
estamos medindo?”
Ainda segundo Kinnear e Taylor (1995, p. 235-236), há quatro métodos para estimativa da
validade de uma escala:
“A validade de construto
70
envolve o entendimento do racional teórico implícito nas medidas
obtidas. A abordagem é o relacionamento entre o construto de interesse e outros construtos,
desenvolvendo-se um modelo teórico para o fenômeno de marketing
71
em estudo.”
“A validade de conteúdo
72
envolve a subjetividade de julgamento por um expert sobre a
adequação da medida. Este é um método comum usado em pesquisa de mercado para determinar a
validade de escalas.”
“A validade simultânea
73
envolve a correlação de duas diferentes escalas para o mesmo
fenômeno de marketing que devem ser administradas no mesmo ponto ao mesmo tempo. É
principalmente usada para determinar a validade de novas técnicas de escalas, correlacionando-as
com técnicas estabelecidas.”
“A validade preditiva
74
envolve a habilidade de uma medida de um fenômeno de marketing
realizada em um momento de prever outro fenômeno de marketing em um momento futuro.”
Neste estudo, foi adotado o método de validade de construto por ser o mais viável e coerente
com a situação. Como restrições para os outros métodos, destacam-se: inexistência de um
expert (validade de conteúdo), inexistência de escala alternativa (validade simultânea) e
impossibilidade de medida em dois momentos diferentes (validade preditiva).
Complementando as definições dos métodos para verificação da validade de uma escala, Hair
et al. (2006, p. 137-138) definem validade convergente (“grau em que duas medidas do
mesmo conceito estão correlacionadas”), validade discriminante (“grau em que dois conceitos
70
Do inglês: “construct validity
71
Os autores se referem a “fenômeno de marketing” por se tratar de um livro de pesquisa de mercado, devendo-
se generalizar esta definição para uso em outros contextos
72
Do inglês: “content validity
73
Do inglês: “concurrent validity
74
Do inglês: “predictive validity
88
similares conceitualmente são distintos”) e validade nomológica
75
(“grau em que a escala faz
previsões acuradas sobre outros conceitos em um modelo embasado teoricamente”).
As validades convergente e discriminante são mencionadas por Kinnear e Taylor (1995, p.
235) como casos particulares da validade de construto. A validade nomológica, apesar de não
mencionada explicitamente por estes autores, também se enquadra como um caso particular
da validade de construto e foi o método empregado neste estudo. Complementando sua
definição (HAIR et al., 2006, p. 138):
“O pesquisador precisa identificar relações suportadas teoricamente por pesquisas prévias ou
princípios aceitos e então avaliar se a escala tem relações correspondentes. Em resumo, [...]
validade nomológica determina se a escala demonstra as relações identificadas como existentes
baseadas na teoria ou pesquisa prévia.”
Dadas estas definições, a verificação de validade da escala adotada neste estudo foi realizada
em quatro passos (Quadro 19).
Quadro 19 – Passos para verificação da validade
Passo Objetivo Descrição da análise Técnica adotada e justificativa Seção
Levantamento de
estatísticas descritivas
sobre os 5 fatores da
UTAUT
Média
Desvio padrão
5.3.4.3
“Inspeção visual” de
distribuição
Histogramas 5.3.4.3
Teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov 5.3.4.3
1 Exploratório,
buscando
entendimento geral
das variáveis do
modelo
Teste de igualdade de
variância
Levene 5.3.4.3
2 Exploratório,
buscando avaliar
se os construtos
que compõem a
escala discriminam
os grupos
pesquisados
Busca de diferenças estatis-
ticamente significativas:
5 fatores versus 2 grupos
Foi adota uma simplificação
sobre o modelo original
76
MANOVA: avaliação da influência
de uma variável categórica (grupo)
sobre o conjunto de cinco variáveis
intervalares;
Teste t: avaliação da influência de
uma variável categórica (grupo) sobre
cada variável intervalar
separadamente;
Logística: avaliação da influência do
conjunto de cinco variáveis
intervalares sobre uma variável
categórica;
5.3.4.3
75
Do inglês: “nomological validity”. Segundo o dicionário eletrônico Michaelis (www.michaelis.com.br),
nomologia é o “estudo das leis que regem os fenômenos naturais”
76
Na UTAUT os fatores resultado esperado, facilidade esperada e influência social são mediados pela intenção
de comportamento; porém, neste momento, considerou-se que os cinco fatores são influenciadores diretos do
comportamento de uso. Além disso, não foram consideradas as variáveis mediadoras (sexo, idade, quantidade de
pessoas que usam internet, tempo diário de uso de internet, ramo de atividade e grau de escolaridade)
89
Quadro 19 – Passos para verificação da validade (cont.)
Passo Objetivo Descrição da análise Técnica adotada e justificativa Seção
3 Verificação das
hipóteses do
modelo (H
1a
a H
4a
)
Busca de diferenças estatis-
ticamente significativas:
3 fatores versus
intenção de comportamento
Análises seguiram fielmente
o modelo proposto
Correlação: atendimento ao objetivo
da análise, com uma técnica simples e
que se aproveita da natureza intervalar
das variáveis
5.3.5.1
4 Verificação das
hipóteses do
modelo (H
4b
a H
5
)
Busca de diferenças estatis-
ticamente significativas:
2 fatores versus
comportamento de uso
Análises seguiram fielmente
o modelo proposto
Idem passo (2) 5.3.5.2
Iniciando-se o passo 1, foram realizadas algumas análises exploratórias:
Levantamento de estatísticas descritivas (média e desvio padrão)
“Inspeção visual” de distribuição (histogramas)
Teste de normalidade (Kolmogorov-Smirnov)
Teste de igualdade de variância (Levene)
O levantamento de estatísticas descritivas sobre os cinco fatores (média e desvio padrão)
buscou identificar, a “olho nu”, diferenças entre os grupos de usuários e não usuários de
banda larga. A simples análise destas estatísticas descritivas (Tabela 5) já ressalta duas
propriedades interessantes:
Na coluna de “total geral” observam-se valores de média muito próximos de “0” e
valores de desvio padrão muito próximos de “1”. Isto se deve à própria definição do
método de geração dos fatores, que tem como resultados variáveis padronizadas;
Em quatro dos cinco fatores, a média no grupo de usuários de banda larga é maior que
a média de não usuários (a exceção fica para a influência social). Isto indica – como já
era de se esperar – que as barreiras dos já usuários de banda larga são menores do que
para os não usuários de banda larga. No entanto, estas diferenças ainda devem ser
testadas estatisticamente.
90
Tabela 5 – Estatísticas descritivas dos fatores da UTAUT (por grupo)
Usuário
banda larga
Não usuário
banda larga Total geral
Dimensão da amostra 103 104 207
Resultado esperado Média 0,038 -0,061 -0,012
Desvio padrão 0,781 1,175 0,997
Facilidade esperada Média 0,184 -0,164 0,009
Desvio padrão 0,621 1,220 0,983
Influência social Média -0,297 0,336 0,021
Desvio padrão 0,936 0,960 0,998
Viabilidade Média 0,246 -0,210 0,017
Desvio padrão 0,776 1,066 0,958
Intenção de comportamento Média 0,584 -0,507 0,036
Desvio padrão 0,433 1,055 0,974
Após o levantamento das estatísticas descritivas, dois histogramas foram montados para cada
fator avaliado: um “consolidado” (Gráfico 7a a Gráfico 7e) e um que diferencia os usuários
dos não usuários de banda larga (Gráfico 8a a Gráfico 8e). O objetivo destes histogramas foi
de pré-avaliar – por meio de “inspeção visual” – a normalidade de cada fator e a existência de
diferenças entre os grupos de usuários e não usuários de banda larga.
0
10
20
30
40
50
60
Até -3,2
-3,2 a -2,8
-2,8 a -2,4
-2,4 a -2,0
-2,0 a -1,6
-1,6 a -1,2
-1,2 a -0,8
-0,8 a -0,4
-0,4 a 0,0
0,0 a 0,4
0,4 a 0,8
0,8 a 1,2
1,2 a 1,6
> 1,6
Observado Normal
Gráfico 7a: histograma por fator
(“Resultado esperado”)
0
5
10
15
20
25
30
35
Até -3,2
-3,2 a -2,8
-2,8 a -2,4
-2,4 a -2,0
-2,0 a -1,6
-1,6 a -1,2
-1,2 a -0,8
-0,8 a -0,4
-0,4 a 0,0
0,0 a 0,4
0,4 a 0,8
0,8 a 1,2
1,2 a 1,6
> 1,6
Usuário BL Não usuário BL Normal
Gráfico 8a: histogramas por fator e grupo
(“Resultado esperado”)
0
10
20
30
40
50
60
Até -2,4
-2,4 a -2,0
-2,0 a -1,6
-1,6 a -1,2
-1,2 a -0,8
-0,8 a -0,4
-0,4 a 0,0
0,0 a 0,4
0,4 a 0,8
0,8 a 1,2
1,2 a 1,6
1,6 a 2,0
2,0 a 2,4
> 2,4
Observado Normal
Gráfico 7b: histograma por fator
(“Facilidade esperada”)
0
5
10
15
20
25
30
35
Até -2,4
-2,4 a -2,0
-2,0 a -1,6
-1,6 a -1,2
-1,2 a -0,8
-0,8 a -0,4
-0,4 a 0,0
0,0 a 0,4
0,4 a 0,8
0,8 a 1,2
1,2 a 1,6
1,6 a 2,0
2,0 a 2,4
> 2,4
Usuário BL Não usuário BL Normal
Gráfico 8b: histogramas por fator e grupo
(“Facilidade esperada”)
91
0
10
20
30
40
50
60
70
Até -2,80
-2,80 a -2,45
-2,45 a -2,10
-2,10 a -1,75
-1,75 a -1,40
-1,40 a -1,05
-1,05 a -0,70
-0,70 a -0,35
-0,35 a 0,00
0,00 a 0,35
0,35 a 0,70
0,70 a 1,05
1,05 a 1,40
> 1,40
Observado Normal
Gráfico 7c: histograma por fator
(“Viabilidade”)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Até -2,80
-2,80 a -2,45
-2,45 a -2,10
-2,10 a -1,75
-1,75 a -1,40
-1,40 a -1,05
-1,05 a -0,70
-0,70 a -0,35
-0,35 a 0,00
0,00 a 0,35
0,35 a 0,70
0,70 a 1,05
1,05 a 1,40
> 1,40
Usuário BL Não usuário BL Normal
Gráfico 8c: histogramas por fator e grupo
(“Viabilidade”)
0
10
20
30
40
50
60
Até -1,25
-1,25 a -1,00
-1,00 a -0,75
-0,75 a -0,50
-0,50 a -0,25
-0,25 a 0,00
0,00 a 0,25
0,25 a 0,50
0,50 a 0,75
0,75 a 1,00
1,00 a 1,25
1,25 a 1,50
1,50 a 1,75
> 1,75
Observado Normal
Gráfico 7d: histograma por fator
(“Influência social”)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Até -1,25
-1,25 a -1,00
-1,00 a -0,75
-0,75 a -0,50
-0,50 a -0,25
-0,25 a 0,00
0,00 a 0,25
0,25 a 0,50
0,50 a 0,75
0,75 a 1,00
1,00 a 1,25
1,25 a 1,50
1,50 a 1,75
> 1,75
Usuário BL Não usuário BL Normal
Gráfico 8d: histogramas por fator e grupo
(“Influência social”)
0
10
20
30
40
50
60
70
Até -2,1
-2,1 a -1,8
-1,8 a -1,5
-1,5 a -1,2
-1,2 a -0,9
-0,9 a -0,6
-0,6 a -0,3
-0,3 a 0,0
0,0 a 0,3
0,3 a 0,6
0,6 a 0,9
0,9 a 1,2
1,2 a 1,5
> 1,5
Observado Normal
Gráfico 7e: histograma por fator
(“Intenção de comportamento”)
0
10
20
30
40
50
60
Até -2,1
-2,1 a -1,8
-1,8 a -1,5
-1,5 a -1,2
-1,2 a -0,9
-0,9 a -0,6
-0,6 a -0,3
-0,3 a 0,0
0,0 a 0,3
0,3 a 0,6
0,6 a 0,9
0,9 a 1,2
1,2 a 1,5
> 1,5
Usuário BL Não usuário BL Normal
Gráfico 8e: histogramas por fator e grupo
(“Intenção de comportamento”)
A “inspeção visual” destes histogramas já indica que, aparentemente, os fatores gerados não
apresentam distribuição normal. Para verificar estatisticamente esta constatação, foi realizado
92
o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Os resultados
77
(Tabela 6) indicam que,
efetivamente, nenhum dos fatores apresenta distribuição normal.
Tabela 6 – Teste Kolmogorov-Smirnov (normalidade dos fatores da UTAUT)
Facilidade
esperada
Influência
social
Resultado
esperado Viabilidade
Intenção de
comportamento
Tamanho da amostra
207 207 207 207 207
Parâmetros de normalidade:
Média
Desvio padrão
0,009
0,983
0,021
0,998
-0,012
0,997
0,017
0,958
0,036
0,974
Diferenças mais extremas:
Absoluto
Negativo
Positivo
0,146
0,090
-0,146
0,180
0,180
-0,101
0,131
0,095
-0,131
0,155
0,106
-0,155
0,207
0,114
-0,207
Kolmogorov-Smirnov Z
2,098 2,590 1,885 2,229 2,984
P-value 0,03% 0,00% 0,16% 0,01% 0,00%
Para o teste de igualdade de variância entre amostras (grupos), foi realizado o Teste de
Levene. Os resultados
78
(Tabela 7) indicam que apenas o fator de “influência social
apresenta esta característica.
Tabela 7 – Teste de Levene (homogeneidade de variância entre amostras)
Fator
Estatística de
Levene
GL 1 GL 2 P-value
Facilidade esperada 29,350 1 205 0,5%
Influência social ,734 1 205 39,3%
Resultado esperado 10,177 1 205 0,2%
Viabilidade 13,294 1 205 0,0%
Intenção de comportamento 119,579 1 205 0,0%
Concluídas as análises exploratórias do passo 1 (levantamento de estatísticas descritivas,
“inspeção visual” de histogramas, teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov e teste de
igualdade de variância de Levene), foram realizados testes estatísticos mais específicos para
confirmar a existência ou não de influência entre os cinco fatores da UTAUT e o
comportamento de uso (passo 2 da verificação da validade da escala). Estes testes
(MANOVA, teste t e regressão logística) estão descritos a seguir.
77
Neste teste, a rejeição de H
o
(P-value<5%) indica não normalidade da variável
78
Neste teste, a rejeição de H
o
(P-value<5%) indica não igualdade de variâncias
93
MANOVA
O objetivo da MANOVA foi identificar a existência de diferenças significativas de média dos
cinco fatores da UTAUT – em conjunto – entre os dois grupos avaliados (usuários e não
usuários de banda larga). O uso da MANOVA se justifica por:
Natureza do problema (uma variável independente categórica e cinco variáveis
dependentes intervalares);
Existência de inter-relação entre as variáveis dependentes (caso contrário, a técnica
ANOVA seria suficiente), identificado pelo teste de esfericidade de Bartlett
79
(Tabela
8) e pela análise stepdown (comentado adiante);
Tabela 8 – Teste de esfericidade de Bartlett
Likelihood Ratio 0,000
Approx. Chi-Square 35,942
Df 14
Sig. 0,001
Relembrando as três premissas para execução da MANOVA (Quadro 17):
Aleatoriedade e independência das amostras: premissa satisfeita pelo método de coleta
de dados;
Normalidade multivariada: conforme verificado na Tabela 6, as variáveis
individualmente não apresentam normalidade. E considerando que “[...] normalidade
em cada uma das variáveis separadamente é uma condição necessária, mas não
suficiente, para sustentar a normalidade multivariada” (STEVENS, 2002, p. 262),
pode-se concluir também que não há normalidade multivariada das cinco variáveis.
No entanto, “[...] a violação desta premissa tem pouco impacto em grandes amostras
[...]” (HAIR et al., 2006, p. 410);
Equivalência das matrizes de covariância: o teste Box-M
80
(Tabela 9) indica que não
há esta equivalência, mas “[...] uma violação desta premissa tem mínimo impacto se os
grupos tiverem aproximadamente o mesmo tamanho
81
” (HAIR et al., 2006, p. 409),
como ocorre neste caso (103 e 104 respostas válidas em cada grupo).
79
Neste teste, a rejeição de H
0
(Sig. < 5%) indica a existência de correlações significativas entre as variáveis
80
Neste teste, a rejeição de H
0
(Sig. < 5%) indica a não equivalência das matrizes de covariância
81
Consideram-se duas amostras “aproximadamente do mesmo tamanho” quando a razão (n
1
÷ n
2
) < 1,5
94
Tabela 9 – Teste Box-M
Box's M 219,09
F 14,22
df1 15
df2 169171
Sig. 0,000
Como resultado da MANOVA, observou-se que, no conjunto das cinco variáveis, há
diferenças significativas entre os dois grupos. Esta conclusão pode ser tomada pelas quatro
estatísticas resultantes da técnica: Pillai’s Trace, Wilk’s Lambda, Hotelling’s Trace e Roy’s
Largest Root
82
(Tabela 10).
Tabela 10 – MANOVA (testes multivariados)
Estatística Valor F
GL da
hipótese
GL do
erro
P-value
Poder
observado
Pillai's Trace ,501 40,362 5,000 201,000 ,000 1,000
Wilks' Lambda ,499 40,362 5,000 201,000 ,000 1,000
Hotelling's Trace 1,004 40,362 5,000 201,000 ,000 1,000
Roy's Largest Root 1,004 40,362 5,000 201,000 ,000 1,000
Para avaliar as diferenças individuais de cada variável (fator) entre os dois grupos, foi
realizada uma análise stepdown e, em seguida, cinco Testes t.
A análise stepdown identifica “[...] o poder discriminatório incremental de uma variável
dependente depois que os efeitos de outras variáveis dependentes foram levados em conta”
(HAIR et al., 1998, p. 272)
83
.
E como esta análise depende da ordem em que as variáveis são acrescentadas, esta ordem foi
definida com base no ranking de relevância das variáveis identificado pela regressão logística
e testes-t (cujos resultados são apresentados a seguir), em dois cenários: relevância
decrescente e crescente. Ambos os resultados (Tabela 11a e Tabela 11b) indicam que apenas o
fator resultado esperado não foi estatisticamente significativo
84
.
82
Todas estas estatísticas avaliam, por diferentes métodos, se há ou não diferença significativa entre as amostras
analisadas e tendem a gerar conclusões semelhantes
83
Definição completa de Hair et al. (1998, 272): “Teste para o poder discriminatório incremental de uma
variável dependente depois que os efeitos de outras variáveis dependentes foram levados em conta. Semelhante à
regressão stepwise ou análise discriminante, esse procedimento, que se baseia em uma ordem especificada de
entrada, determina o quanto uma variável dependente adicional acrescenta à explicação das diferenças entre os
grupos na análise MANOVA”
84
Conclusão observada pela significância de cada variável, indicada na coluna “Sig. of F”
95
Tabela 11a – Análise stepdown sobre 5 fatores (variáveis em ordem decrescente de relevância)
Fator Hypoth. MS Error MS StepDown F Hypoth. DF Error DF Sig. of F
Intenção de comportamento 61,537 0,653 94,269 1 205 0,0%
Influência social 29,939 0,859 34,863 1 204 0,0%
Viabilidade 17,682 0,841 21,013 1 203 0,0%
Facilidade esperada 11,154 0,930 11,999 1 202 0,1%
Resultado esperado 0,580 1,011 0,574 1 201 45,0%
Tabela 11b – Análise stepdown sobre 5 fatores (variáveis em ordem crescente de relevância)
Fator Hypoth. MS Error MS StepDown F Hypoth. DF Error DF Sig. of F
Resultado esperado 0,512 0,997 0,514 1 205 47,4%
Facilidade esperada 6,462 0,941 6,866 1 204 0,9%
Viabilidade 11,023 0,875 12,592 1 203 0,0%
Influência social 20,722 0,910 22,781 1 202 0,0%
Intenção de comportamento 75,904 0,593 127,921 1 201 0,0%
Os resultados dos cinco Testes t estão apresentados a seguir. Os resultados completos da
MANOVA constam no Apêndice 7
85
.
Teste t
Dado que a MANOVA identificou que, no conjunto dos cinco fatores, há diferença entre os
dois grupos pesquisados, os Testes-t foram realizados (como uma alternativa à análise
stepdown) para identificar os fatores individuais que se diferenciam entre os dois grupos. Os
resultados (Tabela 12) indicam alinhamento com as conclusões da análise stepdown.
Tabela 12 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t)
86
Diferença de médias
87
Fator t
Graus de
liberdade
P-value
Inferior Superior
Intenção de comportamento -9,743 137 0,0% -1,3118 -0,8691
Influência social 4,806 205 0,0% 0,3735 0,8934
Viabilidade -3,524 188 0,1% -0,7117 -0,2009
Facilidade esperada -2,589 153 1,1% -0,6134 -0,0824
Resultado esperado -0,718 179 47,4% -0,3728 0,1738
Por se tratar de uma análise que envolve diversos fatores, no entanto, é importante observar
um ajuste que deve ser feito ao Teste-t “comum”. Segundo Hair (1998, p. 292):
“De um ponto de vista pragmático, surgem situações em que uma variável dependente chave deve
ser isolada e testada com o máximo poder. Recomendamos que um teste a priori seja executado
em tais situações. A abordagem mais comum é a execução de testes univariados para as variáveis
85
Ao realizar a MANOVA, também se obtém resultados referentes a cada variável individualmente (equivalente
a uma ANOVA). No entanto, foi dada preferência ao teste t por ser mais flexível em situações onde não há
igualdade de variância, conforme já foi verificado na Tabela 7
86
Nestes testes, apenas o resultado referente à influência social considera igualdade de variância entre as
amostras (conforme Tabela 7). Nos demais, considera-se desigualdade de variância entre amostras
87
Intervalo de confiança da média entre as amostras, considerando confiabilidade de 95%
96
selecionadas. Por exemplo, em um caso de dois grupos, um teste-t comum é um teste a priori para
uma dada variável dependente. No entanto, os pesquisadores devem estar cientes de que, quando o
número destes testes a priori aumenta, um dos maiores benefícios da abordagem multivariada para
os testes de significância – controle da taxa de erro Tipo I – é negado, a menos que sejam
realizados ajustes específicos para controlar a inflação do erro Tipo I.
Para uma MANOVA de dois grupos, esse ajuste envolve a estatística T
2
. Dado que a estatística T
2
excede a T
2
crit
para um nível α especificado, concluímos que os vetores dos escores médios são
diferentes. A função discriminante nos diz qual combinação linear das variáveis dependentes
produz a diferença de grupos mais confiável, mas outras comparações de grupos também podem
ser de interesse. Se desejarmos testar as diferenças de grupos individualmente para cada uma das
variáveis dependentes, podemos computar uma estatística t padrão e compará-la com a raiz
quadrada de T
2
crit
(ou seja, T
crit
) para julgar sua significância. Esse procedimento garantiria que a
probabilidade de qualquer erro Tipo I ao longo de todos os testes se manteria em α (onde α é
especificado no cálculo de T
2
crit
).”
A fórmula para cálculo de T
2
crit
é dada abaixo (HAIR et al., 1995, 265). Nesta fórmula p
equivale ao número de variáveis dependentes e F
crit
é definido com p e (N
1
+ N
2
– 2 – 1) graus
de liberdade.
critcrit
F
pNN
NNp
T
1
)2.(
21
21
2
+
+
=
A Tabela 13 exibe os resultados deste ajuste e as conclusões sobre cada fator. Estes resultados
indicam que os fatores viabilidade, influência social e intenção de comportamento se
diferenciam entre os dois grupos, enquanto a facilidade esperada e o resultado esperado não
apresentam diferença estatisticamente significativa. Em comparação com os resultados da
Tabela 12 (teste-t “comum”), observa-se diferença de conclusão apenas sobre a facilidade
esperada.
Tabela 13 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t ajustado)
Conclusão sobre o Teste-t
Fator F t T
crit
Ajustado “Comum”
Intenção de comportamento 94,269 -9,743 3,39 Significativo Significativo
Influência social 23,093 4,806 3,39 Significativo Significativo
Viabilidade 12,383 -3,524 3,39 Significativo Significativo
Facilidade esperada 6,667 -2,589 3,39 Não significativo Significativo
Resultado esperado 0,514 -0,718 3,39 Não significativo Não significativo
Regressão logística
Por fim, a técnica de regressão logística foi utilizada para medir a capacidade dos fatores de
diferenciarem os dois grupos. Nesta análise, a variável dependente foi o comportamento de
uso (que, neste caso, equivale a dizer o grupo pesquisado) e as variáveis independentes foram
97
os cinco fatores (mesmo que, na teoria, não haja relação direta entre facilidade esperada e
comportamento de uso). Observa-se que esta análise faz o “caminho inverso” da MANOVA.
Avaliando-se o resultado final, o modelo gerado pela regressão logística foi capaz de acertar
86% dos casos (Tabela 14). Outras estatísticas que avaliam a qualidade total do modelo
também foram adequadas: Cox and Snell de 0,50 e Nagelkerke de 0,67 (ambas as estatísticas
são análogas ao coeficiente de determinação R
2
da análise de regressão).
Tabela 14 – Comportamento observado versus previsão por análise de regressão logística
Previsto
Observado
Usuário de
banda larga
Não usuário de
banda larga
Total
Usuário de banda larga 87 17 104
Não usuário de banda larga 11 92 103
Total 98 109 207
Acertos: 87+92 = 179 (86%)
Erros: 17+11 = 28 (14%)
Em complemento, a regressão logística também fornece estatísticas para cada um dos fatores
analisados. Na Tabela 15, observa-se que o resultado esperado novamente aparece como não
estatisticamente significativo na previsão do comportamento de uso
88
.
Tabela 15 – Estatísticas por variável da regressão logística
Variável B S.E. Wald df P-value R Exp(B)
Intenção de comportamento 2,604 0,429 36,891 1 0,0% 0,349 13,513
Influência social -1,147 0,242 22,520 1 0,0% -0,267 0,318
Viabilidade 1,106 0,279 15,710 1 0,0% 0,219 3,021
Facilidade esperada 1,025 0,309 10,975 1 0,1% 0,177 2,787
Resultado esperado -0,010 0,265 0,001 1 97,2% 0,000 0,991
Constante -0,581 0,288 4,074 1 4,4%
Na interpretação desta tabela, além do “P-value”, é interessante comentar:
A estatística Wald – que compara o erro padrão (coluna “S.E.”) com o coeficiente
padrão da variável (coluna “B”) – indica a prioridade da “relevância” das variáveis
(quanto mais alta esta estatística, mais discriminante é a variável);
A coluna “Exp(B)” indica o quanto o resultado final é alterado se cada variável
individualmente for alterada em 1 unidade, também demonstrando a baixa relevância
do fator resultado esperado.
88
Nesta análise foi utilizado o método “enter”. Ou seja, todos os fatores foram considerados no modelo, mesmo
que não apresentem significância estatística
98
5.3.5 Verificação das hipóteses da pesquisa
A verificação das hipóteses da pesquisa tem o objetivo de complementar a verificação de
validade do modelo (passos 3 e 4, definidos no Quadro 19), avaliando-se especificamente
cada uma das relações propostas nas hipóteses da pesquisa (seção 4.3.3), que foram
“convertidas” em hipóteses estatísticas.
Devido à necessidade de aplicação de diferentes técnicas estatísticas, esta verificação será
realizada em duas partes. A primeira parte se concentra nas relações que “chegam” no
construto de intenção de comportamento (variável intervalar), representadas pelas hipóteses
H
1a
a H
4a
(seção 5.3.5.1). A segunda parte se concentra nas relações que “chegam” no
construto de comportamento de uso (variável categórica), representadas pelas hipóteses H
4b
e
H
5
(seção 5.3.5.2).
5.3.5.1 Verificação das hipóteses H
1a
a H
4a
As hipóteses H
1a
a H
4a
foram testadas exclusivamente no grupo de não usuários de banda
larga (por ser este o foco das hipóteses). Por se tratarem de hipóteses que envolvem duas
variáveis intervalares discretas (se referem às relações entre os construtos de resultado
esperado, facilidade esperada, influência social e viabilidade com o construto de intenção de
comportamento), o teste escolhido foi a análise de correlação. Antes da análise estatística, no
entanto, foi feita inspeção visual sobre os gráficos de correlação.
Os gráficos referentes às hipóteses H
1a
a H
1g
(sobre resultado esperado) são apresentados a
seguir (Gráfico 9a a Gráfico 9g). O resultado detalhado das análises consta no Apêndice 9.
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
Gráfico 9a: dispersão para análise de H
1a
(resultado esperado x intenção)
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
1 a 4 5 a 9 10 ou +
Gráfico 9b: dispersão para análise de H
2b
(resultado esperado x intenção, por número de
funcionários com internet)
99
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
o utiliza 1 a 30 min 31 a 90min 91min ou +
Gráfico 9c: dispersão para análise de H
1c
(resultado esperado x intenção, por tempo diário de
uso de internet)
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
Serviço Comércio Outros
Gráfico 9d: dispersão para análise de H
1d
(resultado esperado x intenção, por ramo de
atividade)
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
Até 29 30 a 42 43 ou mais
Gráfico 9e: dispersão para análise de H
1e
(resultado esperado x intenção, por faixa de idade)
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
Não superior Superior
Gráfico 9f: dispersão para análise de H
1f
(resultado esperado x intenção, por grau de
escolaridade)
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Resultado esperado
Masculino Feminino
Gráfico 9g: dispersão para análise de H
1g
(resultado esperado x intenção, por sexo)
Os gráficos referentes às hipóteses H
2a
a H
2d
(sobre facilidade esperada) estão apresentados a
seguir (Gráfico 10a a Gráfico 10d). O resultado detalhado das análises consta no Apêndice 10.
100
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Facilidade esperada
Gráfico 10a: dispersão para análise de H
2a
(facilidade esperada x intenção)
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Facilidade esperada
Até 29 30 a 42 43 ou mais
Gráfico 10b: dispersão para análise de H
2b
(facilidade esperada x intenção, por faixa de idade)
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Facilidade esperada
Não superior Superior
Gráfico 10c: dispersão para análise de H
2c
(facilidade esperada x intenção, por grau de
escolaridade)
-5,0
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Facilidade esperada
Masculino Feminino
Gráfico 10d: dispersão para análise de H
2d
(facilidade esperada x intenção, por sexo)
Os gráficos referentes às hipóteses H
3a
a H
3d
(sobre influência social) estão apresentados a
seguir (Gráfico 11a a Gráfico 11d). O resultado detalhado das análises consta no Apêndice 11.
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Influência social
Gráfico 11a: dispersão para análise de H
3a
(influência social x intenção)
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Influência social
Até 29 30 a 42 43 ou mais
Gráfico 11b: dispersão para análise de H
3b
(influência social x intenção, por faixa de idade)
101
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Influência social
Não superior Superior
Gráfico 11c: dispersão para análise de H
3c
(influência social x intenção, por grau de
escolaridade)
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Influência social
Masculino Feminino
Gráfico 11d: dispersão para análise de H
3d
(influência social x intenção, por sexo)
O gráfico referente à hipótese H
4a
(sobre viabilidade) vem a seguir (Gráfico 12). O resultado
detalhado das análises consta no Apêndice 12.
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0
Intenção de comportamento
Viabilidade
Gráfico 12: dispersão para análise de H
4a
(viabilidade x intenção)
A simples inspeção visual dos gráficos desta seção (Gráfico 9a a Gráfico 12) indica,
aparentemente, baixa correlação entre os construtos avaliados. Para verificar esta constatação,
foram feitas análises de correlação de Pearson. Os resultados finais e conclusões dos testes
estatísticos das hipóteses H
1a
a H
4a
são apresentados no Quadro 20.
102
Quadro 20 – Conclusões sobre as hipóteses da pesquisa (H
1a
a H
4a
)
Hipótese da pesquisa
(definida na seção 4.3.3)
Hipótese estatística
89
Conclusão estatística
Conclusão
da
pesquisa
H
1a
: Resultado esperado é um
fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
0
: r
rslt, intç
= 0
H
0
não rejeitada
(P-value = 66%)
H
1a
: falsa
H
1b
: A influência de resultado
esperado é mediada pelo fator
“quantidade de pessoas que
usam internet”
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: faixas de número de
funcionários com internet
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1b
: falsa
H
1c
: A influência de resultado
esperado é mediada pelo fator
“tempo diário de uso de internet”
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: faixas de tempo de
uso diário de internet
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1c
: falsa
H
1d
: A influência de resultado
esperado é mediada pelo fator
“ramo de atividade”
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: ramos de atividade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1d
: falsa
H
1e
: A influência de resultado
esperado NÃO é mediada pelo
fator idade
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: faixas de idade
H
0
rejeitada
(P-value<5% apenas para faixa de
30 a 42 anos)
H
1e
: falsa
H
1f
: A influência de resultado
NÃO é mediada pelo fator grau
de escolaridade
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: grau de escolaridade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1f
:
verdadeira
H
1g
: A influência de expectativa
de desempenho NÃO é mediada
pelo fator sexo
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: sexo
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1g
:
verdadeira
H
2a
: Facilidade esperada é um
fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
0
: r
facl, intç
= 0
H
0
não rejeitada
(P-value = 12%)
H
2a
: falsa
H
2b
: A influência de facilidade
percebida é mediada pelo fator
idade
H
0
: r
A
facl, intç
= r
B
facl, intç
A e B: faixas de idade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
2b
: falsa
H
2c
: A influência de facilidade
percebida é mediada pelo fator
grau de escolaridade
H
0
: r
A
facl, intç
= r
B
facl, intç
A e B: grau de escolaridade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
2c
: falsa
H
2d
: A influência de facilidade
percebida é mediada pelo fator
sexo
H
0
: r
A
facl, intç
= r
B
facl, intç
A e B: sexo
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
2d
: falsa
H
3a
: Influência social é um fator
relevante na intenção de adoção
de internet banda larga
H
0
: r
infl, intç
= 0
H
0
rejeitada
(P-value = 1,2%)
H
3a
:
verdadeira
H
3b
: A influência social é
mediada pelo fator idade
H
0
: r
A
infl, intç
= r
B
infl, intç
A e B: faixas de idade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
3b
: falsa
H
3c
: A influência social é
mediada pelo fator grau de
escolaridade
H
0
: r
A
infl, intç
= r
B
infl, intç
A e B: grau de escolaridade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
3c
: falsa
H
3d
: A influência social é
mediada pelo fator sexo
H
0
: r
A
infl, intç
= r
B
infl, intç
A e B: sexo
H
0
rejeitada
(P-value<5% apenas para sexo
masculino)
H
3d
:
verdadeira
H
4a
: Condições facilitadoras
NÃO é um fator relevante na
intenção de adoção de internet
banda larga
H
0
: r
viab, intç
= 0
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
4a
:
verdadeira
89
Abreviaturas utilizadas para indicar as variáveis testadas nas análises de correlação (indicadas no subscrito da
letra “r”, que indica o coeficiente de correlação): rslt (resultado esperado), facl (facilidade esperada), viab
(viabilidade), infl (influência social), intç (intenção de comportamento)
103
5.3.5.2 Verificação das hipóteses H
4b
e H
5
As hipóteses H
4b
e H
5
(que se referem às relações entre os construtos de facilidade esperada e
intenção de comportamento com o construto de comportamento de uso
90
) foram
estatisticamente testadas pelos mesmos métodos do passo 2 (exploratório) na verificação da
validade da escala: MANOVA, teste-t e regressão logística.
MANOVA
Neste caso, novamente a MANOVA se justifica pela natureza do problema (uma variável
independente categórica e cinco variáveis dependentes intervalares) e existência de inter-
relação entre variáveis dependentes (teste de esfericidade de Bartlett na Tabela 16 e análise
stepdown na Tabela 19).
Tabela 16 – Teste de esfericidade de Bartlett
Likelihood Ratio 0,002
Approx. Chi-Square 12,114
Df 2
Sig. 0,002
Com relação às premissas da MANOVA, há aleatoriedade e independência das amostras,
porém não há normalidade multivariada (o teste Kolmogorov-Smirnov na Tabela 6 verifica a
normalidade univariada; como esta não se confirma, conclui-se que as variáveis não atendem
a premissa de normalidade multivariada
91
) nem equivalência das matrizes de covariância
(teste Box-M na Tabela 17). No entanto, conforme argumentado na seção 5.3.4.3, o não
cumprimento destas premissas não é crítico (amostras são grandes e aproximadamente do
mesmo tamanho).
Tabela 17 – Teste Box-M
Box's M 93,480
F 30,831
df1 3
df2 7.587.128
Sig. 0,000
Como resultado da MANOVA, observou-se que, no conjunto das duas variáveis, há
diferenças significativas entre os dois grupos. Esta conclusão pode ser tomada pelas quatro
90
H
4b
: Viabilidade é um fator relevante na adoção de internet banda larga
H
5
: Intenção de comportamento é um fator relevante na adoção de internet banda larga
91
Caso fosse verificada a normalidade univariada, poderia utilizar o teste pk de mardia (disponível no software
LISREL) para verificação da normalidade multivariada. Neste caso, não foi realizado por se tornar desnecessário
104
estatísticas resultantes da técnica: Pillai’s Trace, Wilk’s Lambda, Hotelling’s Trace e Roy’s
Largest Root
92
(Tabela 18). Os resultados completos da MANOVA constam no Apêndice 8.
Tabela 18 – MANOVA (testes multivariados)
Estatística Valor F
GL da
hipótese
GL do
erro
P-value
Poder
observado
Pillai's Trace 0,378 62,056 2,000 204,000 ,000 1,000
Wilks' Lambda 0,622 62,056 2,000 204,000 ,000 1,000
Hotelling's Trace 0,608 62,056 2,000 204,000 ,000 1,000
Roy's Largest Root 0,608 62,056 2,000 204,000 ,000 1,000
Para avaliar as diferenças individuais de cada variável (fator) entre os dois grupos, novamente
foi realizada uma análise stepdown e, em seguida, dois Testes-t.
A análise stepdown foi feita em dois cenários, alterando-se a ordem de entrada das variáveis.
Os resultados de ambos os casos (Tabela 19a e Tabela 19b) confirmam a relevância da
intenção de comportamento e da viabilidade na previsão do comportamento de uso.
Tabela 19a – Análise stepdown sobre 2 fatores (variáveis em ordem decrescente de relevância)
Fator Hypoth. MS Error MS StepDown F Hypoth. DF Error DF Sig. of F
Intenção de comportamento 10,777 0,870 12,383 1 205 0,1%
Viabilidade 66,524 0,631 105,421 1 204 0,0%
Tabela 19b – Análise stepdown sobre 2 fatores (variáveis em ordem crescente de relevância)
Fator Hypoth. MS Error MS StepDown F Hypoth. DF Error DF Sig. of F
Viabilidade 61,537 0,653 94,269 1 205 0,0%
Intenção de comportamento 17,463 0,841 20,757 1 204 0,0%
Teste t
Os Testes-t realizados para complementar a análise stepdown com relação à relevância das
duas variáveis individualmente levam às mesmas conclusões (Tabela 20 e Tabela 21) que a
análise anterior: significância de ambos os fatores.
Tabela 20 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t)
93
Diferença de médias
94
Fator t
Graus de
liberdade
P-value
Inferior Superior
Intenção de comportamento -9,743 137 0,0% -1,3118 -0,8691
Viabilidade -3,524 188 0,1% -0,7117 -0,2009
92
Todas estas estatísticas avaliam, por diferentes métodos, se há ou não diferença significativa entre as amostras
analisadas e tendem a gerar conclusões semelhantes
93
Nestes testes, apenas o resultado referente à influência social considera igualdade de variância entre as
amostras (conforme Tabela 7). Nos demais, considera-se desigualdade de variância entre amostras
94
Intervalo de confiança da média entre as amostras, considerando confiabilidade de 95%
105
Tabela 21 – Teste de igualdade de médias entre os fatores da UTAUT (teste-t ajustado)
Conclusão sobre o Teste-t
Fator F t T
crit
Ajustado “Comum”
Intenção de comportamento 94,269 -9,743 2,47 Significativo Significativo
Viabilidade 12,383 -3,524 2,47 Significativo Significativo
Regressão logística
Por fim, a técnica de regressão logística foi utilizada para medir a capacidade dos fatores de
diferenciarem os dois grupos. Nesta análise, a variável dependente foi o comportamento de
uso e as variáveis independentes foram os fatores intenção de comportamento e viabilidade.
Observa-se que esta análise faz o “caminho inverso” da MANOVA.
Avaliando-se o resultado final, o modelo gerado pela regressão logística foi capaz de acertar
78% dos casos (Tabela 22). O coeficiente de Cox and Snell chegou a 0,39 e o de Nagelkerke a
0,52.
Tabela 22 – Comportamento observado versus previsão por análise de regressão logística
Previsto
Observado
Usuário de
banda larga
Não usuário de
banda larga
Total
Usuário de banda larga 93 10 103
Não usuário de banda larga 34 70 104
Total 127 80 207
Acertos: 93+70 = 163 (78%)
Erros: 34+10 = 44 (22%)
Em complemento, a regressão logística também fornece estatísticas para cada um dos fatores
analisados. Na Tabela 23, observa-se que ambos os construtos analisados (intenção de
comportamento e viabilidade) novamente aparecem como estatisticamente significativos na
previsão do comportamento de uso
95
. As estatísticas Wald e “Exp(B)” corroboram esta
conclusão.
Tabela 23 – Estatísticas por variável da regressão logística
Variável B S.E. Wald df Sig R Exp(B)
Intenção de comportamento 2,1618 0,3564 36,788 1 0,00% 0,349 8,687
Viabilidade 0,9261 0,2305 16,142 1 0,01% 0,222 2,525
Constante -0,549 0,2401 5,232 1 2,22%
95
Nesta análise foi utilizado o método “enter”. Ou seja, todos os fatores foram considerados no modelo, mesmo
que não apresentem significância estatística
106
Com base nas três técnicas adotadas (MANOVA, teste-t e regressão logística), o Quadro 21
resume as conclusões sobre as hipóteses H
4b
e H
5
.
Quadro 21 – Conclusões sobre as hipóteses da pesquisa (H
4b
a H
5
)
Hipótese da pesquisa
(definida na seção 4.3.3)
Hipótese estatística Conclusão estatística
Conclusão
da
pesquisa
H
4b
: Viabilidade é um fator
relevante na adoção de internet
banda larga
H
0
: µ
A
viab
= µ
B
viab
A e B: usuários e não
usuários de banda larga
H
0
rejeitada
(Tabela 15 a Tabela 19)
H
4b
:
verdadeira
H
5
: Intenção de comportamento
é um fator relevante na adoção
de internet banda larga
H
0
: µ
A
intç
= µ
B
intç
A e B: usuários e não
usuários de banda larga
H
0
rejeitada
(Tabela 15 a Tabela 19)
H
5
:
verdadeira
5.3.5.3 Resumo da verificação de hipóteses
O Quadro 22 consolida as conclusões sobre a verificação de todas as hipóteses (H
1a
a H
5
):
Quadro 22 – Consolidação das conclusões sobre verificação de hipóteses
Hipótese da pesquisa
(definida na seção 4.3.3)
Hipótese estatística
96
Conclusão estatística
Conclusão
da
pesquisa
H
1a
: Resultado esperado é um
fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
0
: r
rslt, intç
= 0
H
0
não rejeitada
(P-value = 66%)
H
1a
: falsa
H
1b
: A influência de resultado
esperado é mediada pelo fator
“quantidade de pessoas que
usam internet”
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: faixas de número de
funcionários com internet
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1b
: falsa
H
1c
: A influência de resultado
esperado é mediada pelo fator
“tempo diário de uso de internet”
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: faixas de tempo de
uso diário de internet
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1c
: falsa
H
1d
: A influência de resultado
esperado é mediada pelo fator
“ramo de atividade”
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: ramos de atividade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1d
: falsa
H
1e
: A influência de resultado
esperado NÃO é mediada pelo
fator idade
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: faixas de idade
H
0
rejeitada
(P-value<5% apenas para faixa de
30 a 42 anos)
H
1e
: falsa
H
1f
: A influência de resultado
NÃO é mediada pelo fator grau
de escolaridade
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: grau de escolaridade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1f
:
verdadeira
H
1g
: A influência de expectativa
de desempenho NÃO é mediada
pelo fator sexo
H
0
: r
A
rslt, intç
= r
B
rslt, intç
A e B: sexo
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
1g
:
verdadeira
96
Abreviaturas utilizadas para indicar as variáveis testadas nas análises de correlação (indicadas no subscrito da
letra “r”, que indica o coeficiente de correlação): rslt (resultado esperado), facl (facilidade esperada), viab
(viabilidade), infl (influência social), intç (intenção de comportamento)
107
Quadro 22 – Consolidação das conclusões sobre verificação de hipóteses (cont.)
Hipótese da pesquisa
(definida na seção 4.3.3)
Hipótese estatística Conclusão estatística
Conclusão
da
pesquisa
H
2a
: Facilidade esperada é um
fator relevante na intenção de
adoção de internet banda larga
H
0
: r
facl, intç
= 0
H
0
não rejeitada
(P-value = 12%)
H
2a
: falsa
H
2b
: A influência de facilidade
percebida é mediada pelo fator
idade
H
0
: r
A
facl, intç
= r
B
facl, intç
A e B: faixas de idade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
2b
: falsa
H
2c
: A influência de facilidade
percebida é mediada pelo fator
grau de escolaridade
H
0
: r
A
facl, intç
= r
B
facl, intç
A e B: grau de escolaridade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
2c
: falsa
H
2d
: A influência de facilidade
percebida é mediada pelo fator
sexo
H
0
: r
A
facl, intç
= r
B
facl, intç
A e B: sexo
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
2d
: falsa
H
3a
: Influência social é um fator
relevante na intenção de adoção
de internet banda larga
H
0
: r
infl, intç
= 0
H
0
rejeitada
(P-value = 1,2%)
H
3a
:
verdadeira
H
3b
: A influência social é
mediada pelo fator idade
H
0
: r
A
infl, intç
= r
B
infl, intç
A e B: faixas de idade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
3b
: falsa
H
3c
: A influência social é
mediada pelo fator grau de
escolaridade
H
0
: r
A
infl, intç
= r
B
infl, intç
A e B: grau de escolaridade
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
3c
: falsa
H
3d
: A influência social é
mediada pelo fator sexo
H
0
: r
A
infl, intç
= r
B
infl, intç
A e B: sexo
H
0
rejeitada
(P-value<5% apenas para sexo
masculino)
H
3d
:
verdadeira
H
4a
: Condições facilitadoras
NÃO é um fator relevante na
intenção de adoção de internet
banda larga
H
0
: r
viab, intç
= 0
H
0
não rejeitada
(P-value>5% em todos os casos)
H
4a
:
verdadeira
H
4b
: Viabilidade é um fator
relevante na adoção de internet
banda larga
H
0
: µ
A
viab
= µ
B
viab
A e B: usuários e não
usuários de banda larga
H
0
rejeitada
(Tabela 12 e Tabela 15)
H
4b
:
verdadeira
H
5
: Intenção de comportamento
é um fator relevante na adoção
de internet banda larga
H
0
: µ
A
intç
= µ
B
intç
A e B: usuários e não
usuários de banda larga
H
0
rejeitada
(Tabela 12 e Tabela 15)
H
5
:
verdadeira
Observando-se que a maior parte das hipóteses da pesquisa (11 de 18) não foi confirmada,
Kinnear e Taylor (1995, p. 235) argumentam que “[...], poderíamos questionar a validade de
construto da escala e/ou questionar a validade das relações propostas nas hipóteses”. Neste
caso, o “questionamento da validade das relações propostas nas hipóteses” é mais coerente,
considerando-se que:
A escala foi adaptada de um modelo já validado na literatura (VENKATESH et al.,
2003), porém aplicado em outro contexto;
Nas análises da seção 5.3.4.3, que refletem uma simplificação do modelo adotado (ou
seja, manutenção dos construtos com alteração das relações entre eles), observou-se a
validade da escala.
108
Dados os resultados apresentados, o capítulo a seguir destaca as conclusões do estudo.
109
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nestas considerações finais, são apresentadas as conclusões do estudo com foco nos objetivos
propostos (seção 6.1) e no modelo testado (seção 6.2). Em seguida, discutem-se aplicações
práticas deste estudo (seção 6.3), suas limitações (seção 6.4) e, por fim, são dadas
recomendações para pesquisas posteriores (seção 6.5).
6.1 Conclusões sobre os objetivos propostos
Nesta seção são apresentadas as conclusões geradas pelos resultados apresentados, buscando
responder aos pontos definidos como objetivos específicos do estudo. Primeiramente, serão
avaliadas as possíveis barreiras por parte do fornecedor (seção 6.1.1) e, em seguida, por parte
do potencial cliente (seção 6.1.2).
6.1.1 Barreiras por parte dos fornecedores
Nesta seção, discutem-se cada um dos cinco objetivos específicos com relação às barreiras
geradas pelos fornecedores para adoção de internet banda larga em pequenas empresas.
Com relação ao “nível de conhecimento que os fornecedores têm das expectativas dos clientes
e potenciais clientes”, observa-se que este fator não é crítico (seção 5.1.1): os principais
atributos destacados pelos potenciais clientes foram também destacados pelo fornecedor.
Com relação ao “nível em que os fornecedores conseguem converter seu entendimento de
expectativa dos clientes em especificações adequadas do serviço”, observam-se as primeiras
barreiras relevantes: precificação e composição do preço
97
, sendo ambas de conhecimento do
fornecedor (seção 5.1.2), e ambas geradas conscientemente com o objetivo de manter a
rentabilidade do negócio. Ou seja, os preços são definidos buscando-se maximizar o resultado
do produto por meio de um equilíbrio entre margem e penetração (o que, conseqüentemente,
vai contra o objetivo de maximizar apenas a penetração). Da mesma forma, os planos de
banda larga com precificação variável (que poderiam atender bem a usuários de baixo
97
Composição do preço: opções de valor fixo, variável por tempo, variável por consumo (medido em
megabytes) ou uma composição destes critérios
110
consumo de internet) não são trabalhados comercialmente pelo risco de “canibalização de
receitas”. Nos demais atributos avaliados (velocidade nominal, garantia de banda,
disponibilidade e nível de serviço em processos operacionais de suporte), não há divergências
relevantes para a composição de uma barreira adicional.
Com relação ao “nível em que as áreas operacionais dos fornecedores conseguem cumprir
adequadamente as especificações definidas”, também se observa que este fator não é crítico
como barreira de adoção (seção 5.1.3). Verifica-se que os atributos mais relevantes no
momento da adoção (velocidade nominal, precificação e composição do preço) são claros e
plenamente cumpridos. Outros atributos de menor relevância, também são cumpridos
(garantia de banda) ou não têm especificação formal
98
. É importante ressaltar que esta
avaliação foi feita do ponto de vista de aquisição de novos clientes, podendo mudar se for
feita do ponto de vista de satisfação e retenção dos clientes (que não foi foco deste estudo),
devido à mudança de peso relativo entre os atributos.
Com relação ao “nível de coerência entre a comunicação feita aos clientes (na venda ou pós-
venda) com os serviços realmente entregues”, observa-se que há adequação neste critério
(seção 5.1.4). No entanto, em algumas situações há omissão de parte da comunicação que
pode gerar insatisfação posterior (ainda assim, esta omissão não faz deste fator uma barreira
relevante para a adoção de banda larga).
E, por fim, com relação ao “nível em que a comunicação do fornecedor responde às
expectativas dos potenciais clientes”, observa-se adequação parcial (seção 5.1.5): por um lado
o cliente espera um serviço de baixo custo; por outro lado, a mensagem do fornecedor
promete baixo custo apenas por um período promocional limitado
99
.
Em resumo, pode-se dizer que as únicas barreiras geradas do lado do fornecedor se referem à
precificação e à composição do preço. Ou seja, ambas se refletem no que o cliente considera
como custo. A seção 6.1.2 a seguir discute as barreiras por parte dos potenciais clientes.
98
Não há especificação formal para o cliente. Por outro lado, há gestão interna para melhoria destes atributos,
mas não há controles específicos sobre o que é realmente entregue ao cliente
99
Na prática, comunicação dá alta ênfase ao “baixo custo” (minimizando a barreira em questão), porém não
pode deixar de comunicar que se trata de tarifa promocional (voltando a gerar, parcialmente, a lacuna em
questão)
111
6.1.2 Barreiras por parte dos potenciais clientes
As barreiras por parte dos clientes foram concluídas com base nas pesquisas qualitativa (com
usuários de internet discada) e quantitativa (com usuários e não usuários de banda larga).
A pesquisa qualitativa identificou claramente uma barreira de valor percebido, que pode ser
visto como uma composição de resultado esperado e viabilidade. Esta lacuna de percepção de
valor foi observada ora em entrevistados que não percebem nenhum benefício, ora em
entrevistados que reconhecem a existência dos benefícios, porém não estão dispostos a
assumir um sacrifício adicional (no caso, o custo mensal do serviço). Na pesquisa qualitativa
também foram avaliadas a facilidade esperada e a influência social, sendo que nenhuma foi
considerada como uma barreira de adoção de banda larga. Por fim, observou-se também que a
experiência de uso de banda larga pode contribuir, positiva ou negativamente, na percepção
de valor.
Passando para as análises quantitativas, a comparação do perfil dos entrevistados – e
respectivas empresas que representam – entre os dois grupos (seção 5.3.2) em conjunto com o
mapa perceptual (seção 5.3.3) indicaram o “estereótipo” de empresas usuárias e não usuárias
de internet banda larga.
Usuários de banda larga: empresas do setor de serviços, com cinco ou mais
funcionários, administrado por profissional com nível superior e com uso de internet
acima de 90 minutos/dia;
Não usuários de banda larga: empresas de comércio, com até quatro funcionários,
administrados por profissional sem nível superior.
Sobre as variáveis da teoria estudada (UTAUT), a avaliação da dimensionalidade da escala
(por meio de análise fatorial, na seção 5.3.4.1) indicou total adequação entre as dezenove
variáveis do questionário e os cinco construtos teóricos. Esta adequação foi verificada
também na avaliação da fidedignidade da escala (por meio do coeficiente Alpha de Cronbach,
na seção 5.3.4.2).
Em seguida, foi avaliada a validade da escala por dois critérios: identificação de diferenças
nos construtos entre os dois grupos pesquisados (seção 5.3.4.3) e verificação das hipóteses da
pesquisa (seção 5.3.5).
112
No primeiro critério, identificou-se diferença significativa para os fatores intenção de
comportamento, influência social e viabilidade, nesta ordem de prioridade (pelos critérios da
análise stepdown, Teste-t e regressão logística). O construto de resultado esperado não foi
significativo por nenhum critério. A facilidade esperada apareceu em uma situação
“intermediária”, variando com o critério de análise. Estas diferenças encontradas (juntamente
com as variáveis de perfil) sinalizam os fatores que podem também representar barreiras de
adoção de internet banda larga por parte do potencial cliente.
O fato de o resultado esperado não ter sido identificado como fator de distinção entre as duas
amostras foi contra as expectativas baseadas na literatura consultada e, em particular, contra
Venkatesh et al. (2003, p. 447), que colocam “O construto expectativa de desempenho
100
dentro de cada modelo individual
101
é o preditor mais forte de intenção de comportamento e
se demonstra significante em todos os pontos de medida [...]”. Uma das possíveis explicações
para este fato (sugerido para pesquisas posteriores) pode ser pelo conceito de valor percebido.
Segundo Zeithaml (1988, p. 16): “valor percebido afeta o relacionamento entre qualidade e
compra”
102
. Ou seja, por mais que o resultado esperado seja “unanimemente” aceito como
positivo, isto não necessariamente gera percepção de valor o suficiente para garantir a
contratação do serviço, como pode ser novamente observado pela relevância do construto de
viabilidade (benefícios menores que o sacrifício associado).
Também chamou a atenção o fato de a influência social ter apresentado valores mais elevados
para os não usuários de banda larga (ao contrário de todos os outros fatores). Em princípio,
isto indicaria que a influência social é uma barreira para os já usuários de banda larga (o que
não faz muito sentido, dado que já são usuários de banda larga). No entanto, uma outra
interpretação mais coerente é que, entre os usuários de banda larga – justamente por já
possuírem banda larga – a influência social não se manifesta, ocorrendo o contrário entre os
não usuários.
As conclusões sobre o segundo critério de avaliação da validade (verificação de hipóteses)
estão apresentadas na seção 6.2 a seguir.
100
Nome original do construto que, neste estudo, foi adaptado para “resultado esperado”
101
Esta citação se refere à UTAUT (VENKATESH et al., 2003), teoria que foi composta a partir de oito modelos
e teorias anteriores
102
Vide Quadro 2
113
6.2 Conclusões sobre o modelo testado
Complementando as conclusões sobre os objetivos específicos, é relevante voltar-se às
conclusões sobre as hipóteses da pesquisa. A Figura 16 ilustra as relações que foram
estatisticamente confirmadas e não confirmadas (seção 5.3.5).
Sexo
Resultado
esperado
Facilidade
esperada
Influência
social
Viabilidade
Idade
Intenção de
comportamento
Comportamento
de uso
H
1a
Quantidade de
pessoas que
usam internet
Ramo de
atividade
Tempo diário
de uso de
internet
Grau de
escolaridade
H
1b
H
1c
H
1d
Influências confirmadas no modelo
Influências NÃO confirmadas no modelo
H
1e
H
3c
H
1g
H
2a
H
2b
H
2c
H
2d
H
3a
H
3b
H
1f
H
3d
H
4a
H
4b
H
5
Construtos e variáveis que não influenciam as
relações estatisticamente significativas
Figura 16 – Influências validadas e não validadas do modelo testado
Em princípio, a Figura 16 parece indicar baixa aderência entre o modelo adotado e a situação
em que foi aplicado pelo número de relações significativas relativamente pequeno. No
entanto, é importante ressaltar as consistências encontradas, tanto nas variáveis de perfil como
nos construtos principais.
As variáveis de perfil foram pouco relevantes como mediadores dos construtos principais no
modelo testado. Porém, as análises realizadas nas seções 5.3.2 e 5.3.3 (retomadas na seção
6.1.2) possibilitaram o levantamento de estereótipos dos dois grupos com estas mesmas
variáveis.
Em complemento, quase todas as hipóteses (H
1a
a H
4a
) foram testadas apenas no grupo de não
usuários de banda larga (alinhado com o objetivo do estudo). As análises anteriores
(apresentadas na seção 5.3.4.3) – que comparam os dois grupos pesquisados – identificaram
clara diferença baseada em três construtos:
114
Intenção de comportamento (refletido na confirmação de H
5
);
Influência social (refletido na confirmação de H
4b
e não confirmação de H
4a
,
conforme esperado);
Viabilidade (refletido na confirmação de H
3a
e H
3d
, apesar de não confirmação de H
3b
e H
3c
).
A não confirmação das hipóteses referentes aos construtos de resultado esperado e facilidade
esperada (H
1a
a H
2d
) coincidiu com os resultados das mesmas análises referidas
anteriormente.
6.3 Aplicações práticas deste estudo
Complementando as conclusões apresentadas, este estudo também pode contribuir
gerencialmente na administração de empresas que fornecem serviço de internet banda larga
(ou outros serviços correlatos) para pequenas empresas. Neste sentido, destacam-se três
contribuições:
1.
O preço do serviço é a barreira mais relevante para sua adoção: uma redução de preços
tem alto potencial para aumentar a penetração do serviço (como é bastante intuitivo
imaginar). Porém, como normalmente não se pode abrir mão da rentabilidade
(considerando uma empresa com fins lucrativos), uma pesquisa de elasticidade passa a
ser altamente recomendável;
2.
Existe demanda por serviço de precificação variável: um serviço de baixo custo fixo
pode ter alto valor percebido por clientes que desejem a comodidade da alta
velocidade, porém não estão dispostos a pagar um valor fixo elevado devido ao baixo
consumo que têm. Para estes casos (identificados na pesquisa qualitativa com usuários
de internet discada), uma solução de precificação variável deve ter boa aceitação;
3.
Identificação de perfis mais propensos à adoção de banda larga: a associação de
variáveis do perfil da empresa (ex.: setor e número de funcionários) e perfil pessoal do
administrador (ex.: grau de escolaridade) com algumas percepções do administrador
(facilidade esperada, viabilidade e influência social) auxiliam na identificação de
pequenas empresas mais propensas ao uso de internet banda larga (e, talvez, também
de serviços on-line associados à internet);
115
6.4 Limitações do estudo
Na seção 4.4 foram definidas algumas limitações do estudo que já podiam ser previstas a
priori:
Restrição da coleta de dados (qualitativos e quantitativos) a funcionários e clientes de
uma única empresa fornecedora de serviço de internet banda larga, além da restrição
geográfica ao estado de São Paulo;
Realização de levantamento quantitativo ocasional, sendo que a proposta original da
UTAUT propõe que seja realizado um painel. Conseqüentemente, a verificação das
hipóteses H
4a
e H
5
foi feita por meio de comparação entre os grupos de usuários e não
usuários de banda larga, ao invés de comparação entre fatores (intenção de
comportamento e viabilidade) medidos em um tempo t
0
com o comportamento de uso
em um tempo t
1
posterior;
Revisão da literatura restrita à resolução do problema proposto, sem intenção de
esgotar toda a teoria que possa ter alguma relação com o tema.
Passada a coleta e análise de dados, mais duas limitações devem ser acrescentadas ao estudo:
Não normalidade de algumas das variáveis analisadas, o que pode fragilizar algumas
análises. Porém, isto não deve alterar as conclusões do estudo, dado que as conclusões
geradas por análises que têm a normalidade como pré-requisito foram confirmadas
também por meio de outros métodos;
O fato de os não usuários de banda larga estarem mais suscetíveis à influência social
(constatado estatisticamente) pode ter gerado viés nas respostas de intenção de
comportamento deste público (suposição do autor). Ou seja, por sofrer “pressão da
influência social”, os entrevistados podem ter superestimado sua intenção de adoção
de banda larga. Neste caso, as hipóteses H
3a
e H
3d
(que relacionam influência social e
intenção de comportamento) podem ter sido confirmadas artificialmente.
Por fim, vale ressaltar uma limitação comum a qualquer estudo quantitativo: a simples
identificação de correlações ou relações estatisticamente significativas não necessariamente
indica uma relação de causa e efeito.
116
6.5 Recomendação para pesquisas posteriores
Concluindo este estudo, são levantadas quatro recomendações de pesquisas que podem
aprofundar o conhecimento sobre o tema em questão.
A primeira recomendação consiste na avaliação de como (e quanto) a intenção de
comportamento efetivamente influencia o comportamento de uso. Conforme comentado nas
limitações deste estudo, a proposta original da teoria adotada (UTAUT) demanda a aplicação
de uma pesquisa painel
103
, possibilitando que se compare a intenção de comportamento em
um período t
0
com o comportamento de uso em um período posterior t
1
. No caso deste estudo,
como isto não foi possível, uma amostra de controle (usuários de banda larga) foi usada para
viabilizar contrastes com a amostra de interesse (não usuários de banda larga).
A segunda recomendação busca entender por que o construto de “resultado esperado
demonstrou-se tão inexpressivo na determinação da intenção de comportamento. Neste ponto,
é importante lembrar que os construtos dos modelos que compõem a UTAUT (seção 2.3.2) e
deram origem ao “resultado esperado” invariavelmente são bastante relevantes neste aspecto.
A terceira recomendação seria a avaliação da elasticidade de demanda por banda larga em
função do preço. Dado que a principal barreira identificada foi o custo, resta a pergunta: o que
acontece se o custo baixar (ou aumentar)? Complementando, deve-se também identificar os
efeitos de variações na composição do preço entre valores fixos e variáveis.
A quarta e última recomendação seria a identificação de formas de agregar mais benefícios à
banda larga e, conseqüentemente, mais valor ao serviço
104
. Este estudo deveria responder a
perguntas como: que serviço ou aplicação on-line aumentaria a percepção de benefício da
banda larga (ex.: programação de TV via internet)? É relevante oferecer maior velocidade ou
já se atingiu um “ponto de saturação”? Que outros produtos (bens ou serviços) podem ser
combinados com banda larga (“pacotes”)?
103
Pesquisa painel: pesquisa evolutiva (“coleta e análise periódica das mesmas variáveis”), baseada sempre na
mesma amostra (MATTAR, 1999, p. 91)
104
Considera-se que haverá aumento de valor percebido se forem mantidos constantes os sacrifícios (financeiros
e não financeiros) associados ao serviço
117
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127
APÊNDICES
Apêndice 1: Roteiro de entrevista qualitativa com fornecedores
Apêndice 2: Roteiro de entrevista qualitativa com clientes de internet discada
Apêndice 3: Questionário quantitativo (usuários de internet banda larga)
Apêndice 4: Questionário quantitativo (usuários de internet discada)
Apêndice 5: Questionário quantitativo (não usuários de internet)
Apêndice 6: Análises para identificação das variáveis de perfil que se diferenciam entre as duas amostras
(tabelas de contingência)
Apêndice 7: MANOVA (5 fatores versus comportamento de uso)
Apêndice 8: MANOVA (viabilidade e intenção de comportamento versus comportamento de uso)
Apêndice 9: Análises de correlação para validação das hipóteses H
1a
a H
1g
Apêndice 10: Análises de correlação para validação das hipóteses H
2a
a H
2d
Apêndice 11: Análises de correlação para validação das hipóteses H
3a
a H
3d
Apêndice 12: Análise de correlação para validação da hipótese H
4a
ção de adoção de internet banda larga
128
Apêndice 1: Roteiro de entrevista qualitativa com fornecedores
Pergunta Pontos específicos a explorar
1) O que você entende que seja a
expectativa do cliente de banda
larga?
(resposta espontânea)
2) Quando um cliente
proativamente busca um serviço
de internet banda larga, que
benefício ele espera? Ou seja, o
que gera valor para o cliente?
Maior velocidade de navegação (e por que a velocidade é
importante: produtividade e/ou comodidade?)
Praticidade do acesso permanente
Redução de custos
Mais tecnologia no escritório
Influência social
3) Quando um fornecedor procura
um cliente para oferecer-lhe um
serviço de internet banda larga,
o que faz o cliente se convencer
do valor deste serviço?
Maior velocidade de navegação (e por que a velocidade é
importante: produtividade e/ou comodidade?)
Praticidade do acesso permanente
Redução de custos
Mais tecnologia no escritório
Influência social
4) Quais são os pontos chaves que
um fornecedor de internet
banda larga precisa ter para que
os potenciais clientes tenham
percepção de que o serviço
agrega valor?
Acesso estável com alta velocidade
Preço baixo
Qualidade nos processos de suporte (atendimento, cobrança,
suporte técnico etc.)
Orientação ao cliente de serviços e aplicações via internet
que demandam banda larga
PARTE I
Percepção de expectativa do cliente pela administração
5) Qual é a mensagem que um
fornecedor de banda larga deve
passar a um potencial cliente
em suas comunicações para
convencê-lo a adotar o serviço?
Benefícios técnicos
Benefícios financeiros
Imagem de “empresa tecnológica”
Aplicações da solução (serviços disponíveis via internet que
demandam banda larga)
Lacuna 1
6) Você acha que a Telefônica
investe o suficiente e de
maneira adequada para
conhecer o cliente e entender
suas expectativas?
Pesquisas de mercado: quantidade, foco e aplicação
Proximidade entre executivos e linha de frente (canais de
venda e atendimento)
Tempo investido por executivos em alinhar-se com linha de
frente (canais de venda e atendimento)
Contato direto de executivos com clientes
Registro e aplicação de dados cadastrais do cliente
Lacuna 2
7) Você acha que as
especificações de qualidade do
serviço estão alinhadas com as
necessidades do cliente? Como
este foco em qualidade se
reflete em “evidências
concretas”?
Metas individuais
Incentivos para linha de frente (ex.: bônus por nota de
monitoria de qualidade)
Padronização de tarefas
Investimento em ferramentas de controle
Lacuna 3
8) Quanto o serviço efetivamente
entregue ao cliente está
alinhado com suas
especificações?
Capacitação e perfil necessários da linha de frente para as
tarefas que executam
Tecnologia e ferramentas disponíveis
Nível de autonomia dado à linha de frente para atendimento
das demandas do cliente
PARTE II
Auto-crítica com variáveis que potencializam as lacunas de qualidade
Lacuna 4
9) Você acha que as comunicações
feitas pela Telefônica podem
levar a alguma frustração do
cliente?
Tipos de comunicação:
- Escrita
- Site internet
- Verbal (força de vendas e atendimento)
Motivos de frustrações:
- Falsa promessa
- Comunicação ambígua
129
Pergunta Pontos específicos a explorar
Expectativa de esforço
10) A adoção de internet banda
larga pode implicar algum
esforço adicional de
aprendizado ou conhecimento?
Situações a avaliar:
- Instalação
- Uso “normal”
- Resolução de problemas
Influência social
11) A influência social (opinião de
outras pessoas) é relevante na
formação de opinião de um
potencial cliente pequena
empresa?
Influência positiva ou negativa
Quem são as pessoas que influenciam a decisão de adoção
Quanto essa influência pesa na decisão de adoção
Condições facilitadoras
12) Existem condições que podem
restringir a decisão de compra
em um potencial cliente que
tenha interesse no serviço?
Quais são estas condições?
Custo
- Investimento inicial e gasto recorrente
- Referências para avaliar custo (outras opções de acesso à
internet, outros serviços de telecom, outras despesas da
empresa, ...)
“Medo” de tecnologia
Atitude negativa (ex.: perda de foco dos funcionários)
Moderadores (experiência)
13) Como a experiência em banda
larga (em outras empresas ou
em casa) influencia a decisão de
adoção na empresa?
Sentido da influência: positiva ou negativa
Grau de influência
“Dependência” provocada pelo costume a um serviço de
qualidade superior
PARTE III
Percepção do fornecedor com relação às variáveis que compõem a UTAUT
Moderadores (fatores pessoais)
14) A decisão do pequeno
empresário é isenta de
características de seu perfil
pessoal?
Sexo
Idade
Formação (educação formal)
Capital / interior
130
Apêndice 2: Roteiro de entrevista qualitativa com clientes de internet discada
Pergunta Pontos específicos a explorar
1. O que você espera de um
serviço de internet banda larga?
(resposta espontânea)
2. Que vantagem relativa você
esperaria de um serviço de
internet banda larga? Ou seja, o
que gera valor para você?
Maior velocidade de navegação (e por que a velocidade é
importante: produtividade e/ou comodidade?)
Praticidade do acesso permanente
Redução de custos
Mais tecnologia no escritório
Influência social
3. Se um fornecedor lhe procurar
para oferecer-lhe um serviço de
internet banda larga, o que o
faria se convencer do valor
agregado por este serviço?
Maior velocidade de navegação (e por que a velocidade é
importante: produtividade e/ou comodidade?)
Praticidade do acesso permanente
Redução de custos
Mais tecnologia no escritório
Influência social
4. Quais são os pontos chaves que
um fornecedor de internet
banda larga precisa ter para lhe
gerar uma boa percepção de
valor do serviço?
Acesso estável com alta velocidade
Preço baixo
Qualidade nos processos de suporte (atendimento, cobrança,
suporte técnico etc.)
Orientação ao cliente de serviços e aplicações via internet
que demandam banda larga
PARTE I
Expectativa do cliente e desempenho esperado
5. Qual é a mensagem que um
fornecedor de banda larga
deveria lhe passar em suas
comunicações para convencê-lo
a adotar o serviço?
Benefícios técnicos
Benefícios financeiros
Imagem de “empresa tecnológica”
Aplicações da solução (serviços disponíveis via internet que
demandam banda larga)
Expectativa de esforço
6. Você imagina que a adoção de
internet banda larga pode
implicar algum esforço
adicional de aprendizado ou
conhecimento?
Situações a avaliar:
- Instalação
- Uso “normal”
- Resolução de problemas
Influência social
7. A opinião de outras pessoas é
relevante na formação de sua
opinião sobre a adoção de
banda larga?
Influência positiva ou negativa
Quem são as pessoas que influenciam a decisão de adoção
Quanto essa influência pesa na decisão de adoção
Condições facilitadoras
8. Existem condições que podem
restringir sua decisão de
compra, mesmo que tenha
interesse no serviço? Quais são
estas condições?
Custo
- Investimento inicial e gasto recorrente
- Referências para avaliar custo (outras opções de acesso à
internet, outros serviços de telecom, outras despesas da
empresa, ...)
“Medo” de tecnologia
Atitude negativa (ex.: perda de foco dos funcionários)
Moderadores (experiência)
9. Como a experiência em banda
larga (em outras empresas ou
em casa) influencia a decisão de
adoção na empresa?
Sentido da influência: positiva ou negativa
Grau de influência
“Dependência” provocada pelo costume a um serviço de
qualidade superior
PARTE II
Prévia da UTAUT UTAUT
Moderadores (fatores pessoais)
10. A decisão do pequeno
empresário é isenta de
características de seu perfil
pessoal?
Sexo
Idade
Formação (educação formal)
Capital / interior
131
Apêndice 3: Questionário quantitativo (usuários de internet banda larga)
BARREIRAS DE ADOÇÃO DE INTERNET BANDA LARGA EM PEQUENAS EMPRESAS
Roteiro de entrevista (usuários de internet banda larga)
<solicitar contato com o responsável pela decisão de compra de informática ou telecomunicações>
<com o responsável>
Nome:
Telefone:
1
(resposta induzida)
1. ( ) Tem poder de decisão
2. ( ) Tem influência na decisão (compartilhada com outra pessoa)
3. ( ) Exerce pouca influência na decisão
FINALIZAR (procurar re-agendar)
2
(resposta espontânea)
1. ( ) Serviço
2. ( ) Comércio
3. ( ) Indústria
4. ( ) Agrícola ou extrativista
5. ( ) Construção
6. ( ) Outros (por favor especifique)
3
Considerar os funcionários que executam majoritariamente atividades internas, incluindo terceiros
Se a empresa tiver filiais, avalie apenas a unidade onde você se localiza
4
(resposta induzida: discado ou banda larga)
1. ( ) Não utilizo internet
2. ( ) Discado
3. ( ) Banda larga (Speedy)
4. ( ) Banda larga (Vírtua)
5. ( ) Banda larga (outros)
5
6
7
(resposta espontânea)
0. ( ) Não utiliza
1. ( ) Até 15 min
2. ( ) De 16 a 30 min
3. ( ) De 31 a 60 min
4. ( ) De 61 a 90 min (1h01min a 1h30min)
5. ( ) De 91 a 120 min (1h31min a 2h)
6. ( ) Mais que 120 min (2h)
Bom dia/boa tarde,
Eu sou ________________, auxiliar de pesquisa para uma tese acadêmica da FEA/USP. Nós estamos
realizando um breve estudo sobre uso de internet. Eu poderia falar com o responsável pelas decisões
referentes à compra de produtos de informática ou telecomunicações?
Bom dia/boa tarde,
Eu sou ________________, auxiliar de pesquisa para uma tese acadêmica da FEA/USP. Nós estamos
realizando um breve PESQUISA de opinião sobre uso de internet. Eu posso contar com sua colaborão?
Com relação à sua participação na decisão sobre contratação de um serviço de internet banda larga,
você diria que:
O ramo de atividade da empresa/escritório é:
Quantos funcionários internos trabalham na empresa / escritório?
O seu acesso atual à internet é:
Quantas pessoas acessam internet na empresa / escritório?
Quantos computadores são utilizados para acesso à internet?
Qual é o tempo aproximado de uso de internet na empresa / escritório (tempo diário, considerando
todos os usuários somados)?
132
8
(resposta múltipla e espontânea)
1. ( ) E-mails
2. ( ) Comunicação por mensagem instantânea ou voz (ex.: MSN Messenger e Skype)
3. ( ) Navegação para pesquisa de oportunidade de negócios (clientes, fornecedores, concorrentes, etc.)
4. ( ) Navegação em busca de serviços on-line (ex.: bancos, sites de governo, etc.)
5. ( ) Navegação em busca de outros sites para uso profissional
6. ( ) Rede para troca de arquivos entre localidades diferentes
7. ( ) Uso pessoal
8. ( ) Outros, por favor especifique
9
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
9.1. ( ) Utilidade no trabalho
9.2. ( ) Agilidade no cumprimento de tarefas
9.3. ( ) Aumento de produtividade
9.4. ( ) Aumento das chances de sucesso da empresa/escritório
10
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
10.1. ( ) Clareza e compreensão no uso
10.2. ( ) Facilidade em tornar-se um usuário habilidoso
10.3. ( ) Facilidade de uso
10.4. ( ) Facilidade no aprendizado
11
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
11.1. ( ) Posse de recursos necessários (verba, equipamentos, etc.)
11.2. ( ) Posse de conhecimento específico para operar com internet banda larga
11.3. ( ) Compatibilidade com outros sistemas da empresa/escritório
11.4. ( ) Disponibilidade de suporte técnico interno para caso de dificuldades
12
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
12.1. ( ) Opinião de pessoas que influenciam minhas decisões
12.2. ( ) Opinião de pessoas importantes para mim
12.3. ( ) Apoio do(s) principal(is) responsável(is) pela administração da empresa/escritório
12.4. ( ) Apoio das pessoas que trabalham na empresa/escritório
Agora vou pedir que você avalie alguns aspectos do uso de internet banda larga no trabalho, tudo bem!?
Eu vou ler alguns aspectos relacionados à sua AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO da internet banda larga
no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
Por fim, vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10 com relaçâo às INFLUÊNCIAS DE OUTRAS PESSOAS
sobre a adoção de banda larga no trabalho:
Quais são os principais usos da internet na empresa / escririo?
Agora eu vou ler alguns aspectos relacionados às CONDIÇÕES QUE VIABILIZAM a adoção de internet
banda larga no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
Agora eu vou ler alguns aspectos relacionados ao GRAU DE FACILIDADE sobre internet banda larga no
trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
133
13
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
Se for usuário de internet discada (questão 4)
13.1. ( ) Sua pretensão de adotar internet banda larga
13.2. ( ) Sua expectativa de efetivamente adotar internet banda larga
13.3. ( ) Seus planos para contratar um serviço de internet banda larga
Se for usuário de internet banda larga (questão 4)
13.1. ( ) Sua pretensão de manter internet banda larga
13.2. ( ) Sua expectativa de efetivamente manter internet banda larga
13.3. ( ) Seus planos para manter o fornecedor atual de internet banda larga
14
(resposta induzida)
1. ( ) Nunca utilizou (não ler esta opção se respondeu banda larga na questão 4)
2. ( ) Utiliza apenas no trabalho
3. ( ) Utiliza apenas em casa
4. ( ) Utiliza no trabalho e em casa
15
16
(resposta induzida)
1. ( ) Sócio, proprietário ou diretor
2. ( ) Gerente
3. ( ) Analista ou técnico em informática
4. ( ) Secretário(a) ou assistente administrativo
5. ( ) Outros (por favor, especifique)
17
(resposta induzida)
1. ( ) 1º grau incompleto
2. ( ) 1º grau completo ou 2º grau incompleto
3. ( ) 2º grau completo ou Superior incompleto
4. ( ) Superior completo
5. ( ) Pós-graduação (completa ou em andamento)
18
19
(não perguntar: marcar pela voz)
1. ( ) Masculino
2. ( ) Feminino
A decisão de manutenção ou não de um serviço de internet banda larga na empresa / escritório
de
p
ende de
q
uantos decisores?
Grau de formação:
Sexo
Qual é o seu ano de nascimento?
concluímos o questionário.
Com isso, você acabou de contribuir para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica no Brasil.
Muito obrigado e tenha um bom dia/boa tarde!
Com relação à sua experiência com internet banda larga, você diria que:
Qual é o seu cargo na empresa / escritório?
E pensando nos próximos 6 meses, que nota você daria para:
Apenas para finalizar, tenho mais 3 perguntas do seu perfil:
134
Apêndice 4: Questionário quantitativo (usuários de internet discada)
BARREIRAS DE ADOÇÃO DE INTERNET BANDA LARGA EM PEQUENAS EMPRESAS
Roteiro de entrevista (usuários de internet discada)
<solicitar contato com o responsável pela decisão de compra de informática ou telecomunicações>
<com o responsável>
Nome:
Telefone:
1
(resposta induzida)
1. ( ) Tem poder de decisão
2. ( ) Tem influência na decisão (compartilhada com outra pessoa)
3. ( ) Exerce pouca influência na decisão
FINALIZAR (procurar re-agendar)
2
(resposta espontânea)
1. ( ) Servo
2. ( ) Comércio
3. ( ) Instria
4. ( ) Agrícola ou extrativista
5. ( ) Construção
6. ( ) Outros (por favor especifique)
3
Considerar os funcionários que executam majoritariamente atividades internas, incluindo terceiros
Se a empresa tiver filiais, avalie apenas a unidade onde você se localiza
4
(resposta induzida: discado ou banda larga)
1. ( ) Não utilizo internet
2. ( ) Discado
3. ( ) Banda larga (Speedy)
4. ( ) Banda larga (Vírtua)
5. ( ) Banda larga (outros)
5
6
7
(resposta espontânea)
0. ( ) Não utiliza
1. ( ) Até 15 min
2. ( ) De 16 a 30 min
3. ( ) De 31 a 60 min
4. ( ) De 61 a 90 min (1h01min a 1h30min)
5. ( ) De 91 a 120 min (1h31min a 2h)
6. ( ) Mais que 120 min (2h)
Qual é o tempo aproximado de uso de internet na empresa
/
escritório (tempo diário, considerando
todos os usuários somados)?
Quantos funcionários internos trabalham na empresa / escririo?
O seu acesso atual à internet é:
Quantas pessoas acessam internet na empresa / escririo?
Quantos computadores são utilizados para acesso à internet?
Bom dia/boa tarde,
Eu sou ________________, auxiliar de pesquisa para uma tese acadêmica da FEA/USP. Nós estamos
realizando um breve estudo sobre uso de internet. Eu poderia falar com o responsável pelas decisões
referentes à compra de produtos de informática ou telecomunicações?
Bom dia/boa tarde,
Eu sou ________________, auxiliar de pesquisa para uma tese acadêmica da FEA/USP. Nós estamos
realizando um breve PESQUISA de opinião sobre uso de internet. Eu posso contar com sua colaboração?
Com relação à sua participação na decisão sobre contratação de um serviço de internet banda larga,
você diria que:
O ramo de atividade da empresa/escritório é:
135
8
(respostaltipla e espontânea)
1. ( ) E-mails
2. ( ) Comunicação por mensagem instantânea ou voz (ex.: MSN Messenger e Skype)
3. ( ) Navegação para pesquisa de oportunidade de negócios (clientes, fornecedores, concorrentes, etc.)
4. ( ) Navegação em busca de serviços on-line (ex.: bancos, sites de governo, etc.)
5. ( ) Navegação em busca de outros sites para uso profissional
6. ( ) Rede para troca de arquivos entre localidades diferentes
7. ( ) Uso pessoal
8. ( ) Outros, por favor especifique
9
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
9.1. ( ) Utilidade no trabalho
9.2. ( ) Agilidade no cumprimento de tarefas
9.3. ( ) Aumento de produtividade
9.4. ( ) Aumento das chances de sucesso da empresa/escritório
10
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
10.1. ( ) Clareza e compreensão no uso
10.2. ( ) Facilidade em tornar-se um usuário habilidoso
10.3. ( ) Facilidade de uso
10.4. ( ) Facilidade no aprendizado
11
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
11.1. ( ) Posse de recursos necessários (verba, equipamentos, etc.)
11.2. ( ) Posse de conhecimento específico para operar com internet banda larga
11.3. ( ) Compatibilidade com outros sistemas da empresa/escritório
11.4. ( ) Disponibilidade de suporte técnico interno para caso de dificuldades
12
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
12.1. ( ) Opinião de pessoas que influenciam minhas decisões
12.2. ( ) Opinião de pessoas importantes para mim
12.3. ( ) Apoio do(s) principal(is) responsável(is) pela administração da empresa/escritório
12.4. ( ) Apoio das pessoas que trabalham na empresa/escritório
Por fim, vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10 com relaçâo às INFLUÊNCIAS DE OUTRAS PESSOAS
sobre a adoção de banda larga no trabalho:
Agora eu vou ler alguns aspectos relacionados à sua EXPECTATIVA DE FACILIDADE sobre internet
banda larga no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
Agora eu vou ler alguns aspectos relacionados às CONDIÇÕES QUE VIABILIZAM a adoção de internet
banda larga no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
Quais são os principais usos da internet na empresa / escririo?
Agora vou pedir que você avalie alguns aspectos do uso de internet banda larga no trabalho, tudo bem!?
Eu vou ler alguns aspectos relacionados à sua EXPECTATIVA DE DESEMPENHO sobre internet banda
larga no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
136
13
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
Se for usuário de internet discada (questão 4)
13.1. ( ) Sua pretensão de adotar internet banda larga
13.2. ( ) Sua expectativa de efetivamente adotar internet banda larga
13.3. ( ) Seus planos para contratar um serviço de internet banda larga
Se for usuário de internet banda larga (questão 4)
13.1. ( ) Sua pretensão de manter internet banda larga
13.2. ( ) Sua expectativa de efetivamente manter internet banda larga
13.3. ( ) Seus planos para manter o fornecedor atual de internet banda larga
14
(resposta induzida)
1. ( ) Nunca utilizou (não ler esta opção se respondeu banda larga na questão 4)
2. ( ) Utiliza apenas no trabalho
3. ( ) Utiliza apenas em casa
4. ( ) Utiliza no trabalho e em casa
15
16
(resposta induzida)
1. ( ) Sócio, proprietário ou diretor
2. ( ) Gerente
3. ( ) Analista ou técnico em informática
4. ( ) Secretário(a) ou assistente administrativo
5. ( ) Outros (por favor, especifique)
17
(resposta induzida)
1. ( ) 1º grau incompleto
2. ( ) 1º grau completo ou 2º grau incompleto
3. ( ) 2º grau completo ou Superior incompleto
4. ( ) Superior completo
5. ( ) Pós-graduação (completa ou em andamento)
18
19
(não perguntar: marcar pela voz)
1. ( ) Masculino
2. ( ) Feminino
Qual é o seu ano de nascimento?
Sexo
concluímos o questionário.
Com isso, você acabou de contribuir para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica no Brasil.
Muito obrigado e tenha um bom dia/boa tarde!
Apenas para finalizar, tenho mais 3 perguntas do seu perfil:
Qual é o seu cargo na empresa / escritório?
Grau de formação:
E pensando nos próximos 6 meses, que nota você daria para:
Com relação à sua experiência com internet banda larga, você diria que:
A decisão de contratação ou não de um serviço de internet banda larga na empresa / escritório depende
de
q
uantos decisores?
137
Apêndice 5: Questionário quantitativo (não usuários de internet)
BARREIRAS DE ADOÇÃO DE INTERNET BANDA LARGA EM PEQUENAS EMPRESAS
Roteiro de entrevista (não usuários de internet)
<solicitar contato com o responsável pela decisão de compra de informática ou telecomunicações>
<com o responsável>
Nome:
Telefone:
1
(resposta induzida)
1. ( ) Tem poder de decisão
2. ( ) Tem influência na decisão (compartilhada com outra pessoa)
3. ( ) Exerce pouca influência na decisão
FINALIZAR (procurar re-agendar)
2
(resposta espontânea)
1. ( ) Serviço
2. ( ) Comércio
3. ( ) Indústria
4. ( ) Agrícola ou extrativista
5. ( ) Construção
6. ( ) Outros (por favor especifique)
3
Considerar os funcionários que executam majoritariamente atividades internas, incluindo terceiros
Se a empresa tiver filiais, avalie apenas a unidade onde você se localiza
4
(resposta induzida: discado ou banda larga)
1. ( ) Não utilizo internet
2. ( ) Discado
3. ( ) Banda larga (Speedy)
4. ( ) Banda larga (Vírtua)
5. ( ) Banda larga (outros)
5
6
1. ( ) Não
2. ( ) Sim. Quantos?
7
(resposta espontânea)
Bom dia/boa tarde,
Eu sou ________________, auxiliar de pesquisa para uma tese acadêmica da FEA/USP. Nós estamos
realizando um breve estudo sobre uso de internet. Eu poderia falar com o responsável pelas decisões
referentes à compra de produtos de infortica ou telecomunicações?
Bom dia/boa tarde,
Eu sou ________________, auxiliar de pesquisa para uma tese acadêmica da FEA/USP. Nós estamos
realizando um breve PESQUISA de opinião sobre uso de internet. Eu posso contar com sua colaboração?
Com relação à sua participação na decisão sobre contratação de um serviço de internet banda larga,
você diria que:
O ramo de atividade da empresa/escririo é:
Quantos funcionários internos trabalham na empresa / escritório?
O seu acesso atual à internet é:
Quantas pessoas acessam internet na empresa / escritório?
A empresa / escritório tem computadores? Quantos?
V
ocê tem costume de utilizar internet?
Qual é o tempo aproximado de uso de internet na empresa / escritório (tempo diário, considerando
138
8
(respostaltipla e espontânea)
1. ( ) E-mails
2. ( ) Comunicação por mensagem instantânea ou voz (ex.: MSN Messenger e Skype)
3. ( ) Navegação para pesquisa de oportunidade de negócios (clientes, fornecedores, concorrentes, etc.)
4. ( ) Navegação em busca de serviços on-line (ex.: bancos, sites de governo, etc.)
5. ( ) Navegação em busca de outros sites para uso profissional
6. ( ) Rede para troca de arquivos entre localidades diferentes
7. ( ) Uso pessoal
8. ( ) Outros, por favor especifique
9
Não usuário de internet (questão 4)
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
9.1. ( ) Utilidade no trabalho
9.2. ( ) Agilidade no cumprimento de tarefas
9.3. ( ) Aumento de produtividade
9.4. ( ) Aumento das chances de sucesso da empresa/escritório
10
Não usuário de internet (questão 4)
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
10.1. ( ) Clareza e compreensão no uso
10.2. ( ) Facilidade em tornar-se um usuário habilidoso
10.3. ( ) Facilidade de uso
10.4. ( ) Facilidade no aprendizado
11
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
11.1. ( ) A empresa tem os recursos necessários (verba, equipamentos, etc.)
11.2. ( ) A empresa tem o conhecimento para utilizar internet
11.3. ( ) Compatibilidade com outros sistemas da empresa/escritório
11.4. ( ) Disponibilidade de suporte técnico interno para caso de dificuldades
12
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
12.1. ( ) Opinião de pessoas que influenciam minhas decisões
12.2. ( ) Opinião de pessoas importantes para mim
12.3. ( ) Apoio do(s) principal(is) responsável(is) pela administração da empresa/escritório
12.4. ( ) Apoio das pessoas que trabalham na empresa/escritório
Agora vou pedir que você avalie alguns aspectos com relação à expectativa de uso de internet no trabalho,
tudo bem!?
Por fim, vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10 com relaçâo às INFLU
Ê
NCIAS DE OUTRAS PESSOAS
sobre a adão de internet no trabalho:
Você veria alguma utilidade em utilizar internet na empresa / escritório? Qual?
Eu vou ler alguns aspectos relacionados à sua EXPECTATIVA DE RESULTADO sobre internet no
trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
Agora eu vou ler alguns aspectos relacionados às CONDIÇÕES QUE VIABILIZAM a adoção de internet
no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
Agora eu vou ler alguns aspectos relacionados à sua EXPECTATIVA DE FACILIDADE sobre o uso de
internet no trabalho e vou pedir que você dê uma nota de 0 a 10:
139
13
(resposta múltipla; ler cada uma das opções abaixo)
Se for usuário de internet discada (questão 4)
13.1. ( ) Sua pretensão de adotar internet no trabalho
13.2. ( ) Sua expectativa de efetivamente adotar internet no trabalho
13.3. ( ) Seus planos para contratar um serviço de internet (pago ou gratuito)
14
(resposta induzida)
1. ( ) Nunca utilizou
2. ( ) Utiliza de vez em quando
3. ( ) Utiliza com freqüência
15
16
(resposta induzida)
1. ( ) Sócio, proprietário ou diretor
2. ( ) Gerente
3. ( ) Analista ou técnico em informática
4. ( ) Secretário(a) ou assistente administrativo
5. ( ) Outros (por favor, especifique)
17
(resposta induzida)
1. ( ) 1º grau incompleto
2. ( ) 1º grau completo ou 2º grau incompleto
3. ( ) 2º grau completo ou Superior incompleto
4. ( ) Superior completo
5. ( ) Pós-graduação (completa ou em andamento)
18
19
(não perguntar: marcar pela voz)
1. ( ) Masculino
2. ( ) Feminino
Grau de formação:
Sexo
Qual é o seu ano de nascimento?
concluímos o questionário.
Com isso, você acabou de contribuir para o desenvolvimento da pesquisa acadêmica no Brasil.
Muito obrigado e tenha um bom dia/boa tarde!
Apenas para finalizar, tenho mais 3 perguntas do seu perfil:
Com relação à sua experiência com internet, você diria que:
Qual é o seu cargo na empresa / escritório?
E pensando nos próximos 6 meses, que nota você daria para:
A decisão de contratação ou não de um serviço de internet para a empresa / escritório depende de
q
uantos decisores?
140
Apêndice 6: Análises para identificação das variáveis de perfil que se diferenciam entre
as duas amostras (tabelas de contingência)
GEOGRAFIA
Capital Interior Total
Linhas 2
Esperado
75 32 107
Colunas 2 Usuário Real 72 35 107
GL 1 Qui-quadrado 0,1 0,3 0,5
Esperado 79 33 112
Q-quad 0,9
Não usuário Real
82 30 112
Q-quad crit 3,8
Qui-quadrado
0,1 0,3 0,4
Esperado 154 65 219
Confiab 95% Total Real 154 65 219
P-value 33,74% Qui-quadrado 0,3 0,6 0,9
ESCOLARIDADE
Superior o superior Total
Linhas 2
Esperado
43 64 107
Colunas 2 Usuário Real 59 48 107
GL 1 Qui-quadrado 5,5 3,8 9,3
Esperado 46 66 112
Q-quad 18,2
Não usuário Real
30 82 112
Q-quad crit 3,8
Qui-quadrado
5,3 3,6 8,9
Esperado 89 130 219
Confiab 95% Total Real 89 130 219
P-value 0,00% Qui-quadrado 10,8 7,4 18,2
FAIXA IDADE
Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total
Linhas 2 Esperado 31,1 35,4 31,6 98,0
Colunas 3
Usuário Real
33,0 33,0 32,0 98,0
GL 2 Qui-quadrado 0,1 0,2 0,0 0,3
Esperado 33,9 38,6 34,4 107,0
Q-quad 0,5
o usuário Real
32,0 41,0 34,0 107,0
Q-quad crit 6,0 Qui-quadrado 0,1 0,1 0,0 0,3
Esperado 65,0 74,0 66,0 205,0
Confiab 95%
Total Real
65,0 74,0 66,0 205,0
P-value 76,08
%
Qui-quadrado 0,2 0,3 0,0 0,5
SEXO
Masculino Feminino Total
Linhas 2
Esperado
56 51 107
Colunas 2 Usuário Real 53 54 107
GL 1 Qui-quadrado 0,1 0,1 0,3
Esperado 58 54 112
Q-quad 0,5
Não usuário Real
61 51 112
Q-quad crit 3,8
Qui-quadrado
0,1 0,1 0,3
Esperado 114 105 219
Confiab 95% Total Real 114 105 219
P-value 46,52% Qui-quadrado 0,3 0,3 0,5
RAMOS DE ATIVIDADE
1 2 3 a 7 Total
Linhas 2
Esperado
50,3 45,5 9,2 105,0
Colunas 3 Usuário Real 63,0 35,0 7,0 105,0
GL 2 Qui-quadrado 3,2 2,4 0,5 6,1
Esperado 53,7 48,5 9,8 112,0
Q-quad 11,9
o usuário Real
41,0 59,0 12,0 112,0
Q-quad crit 6,0 Qui-quadrado 3,0 2,3 0,5 5,8
Esperado 104,0 94,0 19,0 217,0
Confiab 95% Total Real 104,0 94,0 19,0 217,0
P-value 0,26
%
Qui-quadrado 6,2 4,7 1,0 11,9
141
FAIXA FUNCIONÁRIOS
Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total
Linhas 2
Esperado
61,1 24,2 21,7 107,0
Colunas 3 Usuário Real 51,0 29,0 27,0 107,0
GL 2 Qui-quadrado 1,7 1,0 1,3 3,9
Esperado 62,9 24,8 22,3 110,0
Q-quad 7,8
o usuário Real
73,0 20,0 17,0 110,0
Q-quad crit 6,0 Qui-quadrado 1,6 0,9 1,3 3,8
Esperado 124,0 49,0 44,0 217,0
Confiab 95% Total Real 124,0 49,0 44,0 217,0
P-value 2,04
%
Qui-quadrado 3,3 1,9 2,6 7,8
FUNC COM INTERNET
Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Total
Linhas 2
Esperado
88,9 12,7 5,4 107,0
Colunas 3 Usuário Real 73,0 25,0 9,0 107,0
GL 2 Qui-quadrado 2,9 11,9 2,4 17,2
Esperado 93,1 13,3 5,6 112,0
Q-quad 33,6
o usuário Real
109,0 1,0 2,0 112,0
Q-quad crit 6,0 Qui-quadrado 2,7 11,4 2,3 16,4
Esperado 182,0 26,0 11,0 219,0
Confiab 95% Total Real 182,0 26,0 11,0 219,0
P-value 0,00
%
Qui-quadrado 5,6 23,3 4,8 33,6
TEMPO DE USO
0 1 a 2 3 a 4 5 a 6 Total
Linhas 2
Esperado
26,9 12,2 14,7 52,3 106,0
Colunas 4 Usuário Real 0,0 7,0 3,0 96,0 106,0
GL 3 Qui-quadrado 26,9 2,2 9,3 36,6 75,0
Esperado 28,1 12,8 15,3 54,7 111,0
Q-quad 146,5
o usuário Real
55,0 18,0 27,0 11,0 111,0
Q-quad crit 7,8 Qui-quadrado 25,7 2,1 8,9 34,9 71,6
Esperado 55,0 25,0 30,0 107,0 217,0
Confiab 95% Total Real 55,0 25,0 30,0 107,0 217,0
P-value 0,00
%
Qui-quadrado 52,5 4,3 18,1 71,5 146,5
142
Apêndice 7: MANOVA (5 fatores versus comportamento de uso)
Box's Test of Equality of Covariance Matrices
a
219,091
14,225
15
169171
,000
Box's M
F
df1
df2
Sig.
Tests the null hypothesis that the observed covariance
matrices of the dependent variables are equal across groups.
Design: Intercept+AMOSTRA2
a.
Bartlett's Test of Sphericity
a
,000
35,942
14
,001
Likelihood Ratio
Approx. Chi-Square
df
Sig.
Tests the null hypothesis that the residual covariance
matrix is proportional to an identity matrix.
Design: Intercept+AMOSTRA2
a.
Multivariate Tests
c
,004 ,149
b
5,000 201,000 ,980 ,004 ,743 ,084
,996 ,149
b
5,000 201,000 ,980 ,004 ,743 ,084
,004 ,149
b
5,000 201,000 ,980 ,004 ,743 ,084
,004 ,149
b
5,000 201,000 ,980 ,004 ,743 ,084
,501 40,362
b
5,000 201,000 ,000 ,501 201,809 1,000
,499 40,362
b
5,000 201,000 ,000 ,501 201,809 1,000
1,004 40,362
b
5,000 201,000 ,000 ,501 201,809 1,000
1,004 40,362
b
5,000 201,000 ,000 ,501 201,809 1,000
Pillai's Trace
Wilks' Lambda
Hotelling's Trace
Roy's Largest Root
Pillai's Trace
Wilks' Lambda
Hotelling's Trace
Roy's Largest Root
Effect
Intercept
AMOSTRA2
Value F
Hypothesi
s df
Error df Sig.
Eta
Squared
Noncent.
Parameter
Observed
Power
a
Computed using alpha = ,05
a.
Exact statistic
b.
Design: Intercept+AMOSTRA2
c.
Levene's Test of Equality of Error Variances
a
29,350 1 205 ,000
,734 1 205 ,393
10,177 1 205 ,002
13,294 1 205 ,000
119,579 1 205 ,000
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
F df1 df2 Sig.
Tests the null hypothesis that the error variance of the dependent
variable is equal across groups.
Design: Intercept+AMOSTRA2
a.
143
Tests of Between-Subjects Effects
6,267
b
1 6,267 6,667 ,011 ,031 6,667 ,729
20,768
c
1 20,768 23,093 ,000 ,101 23,093 ,998
,512
d
1 ,512 ,514 ,474 ,003 ,514 ,110
10,777
e
1 10,777 12,383 ,001 ,057 12,383 ,939
61,537
f
1 61,537 94,269 ,000 ,315 94,269 1,000
2,174E-02 1 2,174E-02 ,023 ,879 ,000 ,023 ,053
7,998E-02 1 7,998E-02 ,089 ,766 ,000 ,089 ,060
2,770E-02 1 2,770E-02 ,028 ,868 ,000 ,028 ,053
6,865E-02 1 6,865E-02 ,079 ,779 ,000 ,079 ,059
,308 1 ,308 ,472 ,493 ,002 ,472 ,105
6,267 1 6,267 6,667 ,011 ,031 6,667 ,729
20,768 1 20,768 23,093 ,000 ,101 23,093 ,998
,512 1 ,512 ,514 ,474 ,003 ,514 ,110
10,777 1 10,777 12,383 ,001 ,057 12,383 ,939
61,537 1 61,537 94,269 ,000 ,315 94,269 1,000
192,703 205 ,940
184,361 205 ,899
204,340 205 ,997
178,414 205 ,870
133,820 205 ,653
198,988 207
205,222 207
204,881 207
189,252 207
195,624 207
198,970 206
205,129 206
204,852 206
189,191 206
195,356 206
Dependent Variable
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
Source
Corrected Model
Intercept
AMOSTRA2
Error
Total
Corrected Total
Type III
Sum of
Squares
df
Mean
Square
F Sig.
Eta
Squared
Noncent.
Parameter
Observed
Power
a
Computed using alpha = ,05
a.
R Squared = ,031 (Adjusted R Squared = ,027)
b.
R Squared = ,101 (Adjusted R Squared = ,097)
c.
R Squared = ,003 (Adjusted R Squared = -,002)
d.
R Squared = ,057 (Adjusted R Squared = ,052)
e.
R Squared = ,315 (Adjusted R Squared = ,312)
f.
Residual SSCP Matrix
192,703 9,111 -11,972 -9,663 -18,459
9,111 184,361 3,577 3,998 35,038
-11,972 3,577 204,340 7,274 -2,075
-9,663 3,998 7,274 178,414 -30,132
-18,459 35,038 -2,075 -30,132 133,820
,940 4,445E-02 -5,840E-02 -4,714E-02 -9,00E-02
4,445E-02 ,899 1,745E-02 1,950E-02 ,171
-5,840E-02 1,745E-02 ,997 3,548E-02 -1,01E-02
-4,714E-02 1,950E-02 3,548E-02 ,870 -,147
-9,005E-02 ,171 -1,012E-02 -,147 ,653
1,000 ,048 -,060 -,052 -,115
,048 1,000 ,018 ,022 ,223
-,060 ,018 1,000 ,038 -,013
-,052 ,022 ,038 1,000 -,195
-,115 ,223 -,013 -,195 1,000
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: influência
FATOR: resultado
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
Sum-of-Squares
and Cross-Products
Covariance
Correlation
FATOR:
facilidade
FATOR:
influência
FATOR:
resultado
FATOR:
viabilidade
FATOR:
intenção
Based on Type III Sum of Squares
144
Apêndice 8: MANOVA (viabilidade e intenção de comportamento versus
comportamento de uso)
Box's Test of Equality of Covariance Matrices
a
93,480
30,831
3
7587128
,000
Box's M
F
df1
df2
Sig.
Tests the null hypothesis that the observed covariance
matrices of the dependent variables are equal across groups.
Design: Intercept+AMOSTRA2
a.
Bartlett's Test of Sphericity
a
,002
12,114
2
,002
Likelihood Ratio
Approx. Chi-Square
df
Sig.
Tests the null hypothesis that the residual covariance
matrix is proportional to an identity matrix.
Design: Intercept+AMOSTRA2
a.
Multivariate Tests
c
,003 ,324
b
2,000 204,000 ,724 ,003 ,648 ,101
,997 ,324
b
2,000 204,000 ,724 ,003 ,648 ,101
,003 ,324
b
2,000 204,000 ,724 ,003 ,648 ,101
,003 ,324
b
2,000 204,000 ,724 ,003 ,648 ,101
,378 62,056
b
2,000 204,000 ,000 ,378 124,111 1,000
,622 62,056
b
2,000 204,000 ,000 ,378 124,111 1,000
,608 62,056
b
2,000 204,000 ,000 ,378 124,111 1,000
,608 62,056
b
2,000 204,000 ,000 ,378 124,111 1,000
Pillai's Trace
Wilks' Lambda
Hotelling's Trace
Roy's Largest Root
Pillai's Trace
Wilks' Lambda
Hotelling's Trace
Roy's Largest Root
Effect
Intercept
AMOSTRA2
Value F
Hypothesis
df
Error df Sig.
Eta
Squared
Noncent.
Parameter
Observed
Power
a
Computed using alpha = ,05
a.
Exact statistic
b.
Design: Intercept+AMOSTRA2
c.
Levene's Test of Equality of Error Variances
a
13,294 1 205 ,000
119,579 1 205 ,000
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
F df1 df2 Sig.
Tests the null hypothesis that the error variance of the dependent
variable is equal across groups.
Design: Intercept+AMOSTRA2
a.
Tests of Between-Subjects Effects
10,777
b
1 10,777 12,383 ,001 ,057 12,383 ,939
61,537
c
1 61,537 94,269 ,000 ,315 94,269 1,000
6,865E-02 1 6,865E-02 ,079 ,779 ,000 ,079 ,059
,308 1 ,308 ,472 ,493 ,002 ,472 ,105
10,777 1 10,777 12,383 ,001 ,057 12,383 ,939
61,537 1 61,537 94,269 ,000 ,315 94,269 1,000
178,414 205 ,870
133,820 205 ,653
189,252 207
195,624 207
189,191 206
195,356 206
Dependent Variable
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
Source
Corrected Model
Intercept
AMOSTRA2
Error
Total
Corrected Total
Type III
Sum of
Squares
df
Mean
Square
F Sig.
Eta
Squared
Noncent.
Parameter
Observed
Power
a
Computed using alpha = ,05
a.
R Squared = ,057 (Adjusted R Squared = ,052)
b.
R Squared = ,315 (Adjusted R Squared = ,312)
c.
145
Residual SSCP Matrix
178,414 -30,132
-30,132 133,820
,870 -,147
-,147 ,653
1,000 -,195
-,195 1,000
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
Sum-of-Squares and
Cross-Products
Covariance
Correlation
FATOR:
viabilidade
FATOR:
intenção
Based on Type III Sum of Squares
146
Apêndice 9: Análises de correlação para validação das hipóteses H
1a
a H
1g
105
H
1a
: Resultado esperado é um fator relevante na intenção de adoção de internet banda larga
Correlations
1 ,044
, ,656
104 104
,044 1
,656 ,
104 104
1 -,224*
, ,023
103 103
-,224* 1
,023 ,
103 103
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
H
1b
: A influência de resultado esperado é mediada pelo fator “quantidade de pessoas que
usam internet”
Correlations
1 -,061
, ,682
48 48
-,061 1
,682 ,
48 48
,
a
,
a
, ,
1 1
,
a
,
a
, ,
1 1
1 ,158
, ,249
55 55
,158 1
,249 ,
55 55
1 -,190
, ,115
70 70
-,190 1
,115 ,
70 70
1 -,299
, ,156
24 24
-,299 1
,156 ,
24 24
1 -,363
, ,338
9 9
-,363 1
,338 ,
9 9
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
Qtde funcs com internet
Ate 4
5 a 9
10 ou +
Ate 4
5 a 9
10 ou +
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
Cannot be computed because at least one of the variables is constant.
a.
105
Estão apresentadas também as análises para a amostra de usuários de banda larga, porém estas não foram
consideradas no estudo (o foco foi concentrado nos não usuários)
147
H
1c
: A influência de resultado esperado é mediada pelo fator “tempo diário de uso de internet”
Correlations
1 ,161
, ,250
53 53
,161 1
,250 ,
53 53
1 -,094
, ,859
6 6
-,094 1
,859 ,
6 6
1 -,437
, ,239
9 9
-,437 1
,239 ,
9 9
1 ,089
, ,672
25 25
,089 1
,672 ,
25 25
1 -,112
, ,759
10 10
-,112 1
,759 ,
10 10
,
a
,
a
, ,
1 1
,
a
,
a
, ,
1 1
1 -,904
, ,282
3 3
-,904 1
,282 ,
3 3
1 -,965
, ,169
3 3
-,965 1
,169 ,
3 3
1 ,214
, ,863
3 3
,214 1
,863 ,
3 3
1 -,200
, ,054
93 93
-,200 1
,054 ,
93 93
,
a
,
a
, ,
1 1
,
a
,
a
, ,
1 1
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
Tempo diário de uso
Não utiliza
Até 15 min
16 a 30 min
31 a 90 min
Acima de 90 min
99
Até 15 min
16 a 30 min
31 a 90 min
Acima de 90 min
99
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
Cannot be computed because at least one of the variables is constant.
a.
148
H
1d
: A influência de resultado esperado é mediada pelo fator “ramo de atividade”
Correlations
1 ,104
, ,540
37 37
,104 1
,540 ,
37 37
1 ,034
, ,804
57 57
,034 1
,804 ,
57 57
1 -,577
, ,134
8 8
-,577 1
,134 ,
8 8
1 1,000**
, ,
2 2
1,000** 1
, ,
2 2
1 -,323*
, ,013
59 59
-,323* 1
,013 ,
59 59
1 -,117
, ,505
35 35
-,117 1
,505 ,
35 35
1 -1,000**
, ,
2 2
-1,000** 1
, ,
2 2
1 -,305
, ,618
5 5
-,305 1
,618 ,
5 5
1 -1,000**
, ,
2 2
-1,000** 1
, ,
2 2
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
Ramo de atividade
Serviço
Comércio
Indústria
Outros
Serviço
Comércio
Indústria
Outros
99
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
149
H
1e
: A influência de resultado esperado NÃO é mediada pelo fator idade
Correlations
1 -,354
, ,646
4 4
-,354 1
,646 ,
4 4
1 ,025
, ,897
29 29
,025 1
,897 ,
29 29
1 ,326*
, ,040
40 40
,326* 1
,040 ,
40 40
1 -,208
, ,261
31 31
-,208 1
,261 ,
31 31
1 -,030
, ,939
9 9
-,030 1
,939 ,
9 9
1 -,099
, ,592
32 32
-,099 1
,592 ,
32 32
1 -,274
, ,128
32 32
-,274 1
,128 ,
32 32
1 -,522**
, ,003
30 30
-,522** 1
,003 ,
30 30
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
Ano nascimento
0
Apos 1977
1964 a 1976
Anterior a 1963
0
Apos 1977
1964 a 1976
Anterior a 1963
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
150
H
1f
: A influência de resultado NÃO é mediada pelo fator grau de escolaridade
Correlations
1 -,052
, ,798
27 27
-,052 1
,798 ,
27 27
1 ,084
, ,465
77 77
,084 1
,465 ,
77 77
1 -,429**
, ,001
57 57
-,429** 1
,001 ,
57 57
1 -,149
, ,323
46 46
-,149 1
,323 ,
46 46
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
Escolaridade
Superior
Nao superior
Superior
Nao superior
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
H
1g
: A influência de expectativa de desempenho NÃO é mediada pelo fator sexo
Correlations
1 ,070
, ,600
59 59
,070 1
,600 ,
59 59
1 ,003
, ,982
45 45
,003 1
,982 ,
45 45
1 -,263
, ,062
51 51
-,263 1
,062 ,
51 51
1 -,226
, ,107
52 52
-,226 1
,107 ,
52 52
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
FATOR: resultado
FATOR: intenção
19) Sexo
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
resultado
FATOR:
intenção
151
Apêndice 10: Análises de correlação para validação das hipóteses H
2a
a H
2d
106
H
2a
: Facilidade esperada é um fator relevante na intenção de adoção de internet banda larga
Correlations
1 -,154
, ,119
104 104
-,154 1
,119 ,
104 104
1 ,070
, ,480
103 103
,070 1
,480 ,
103 103
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
facilidade
FATOR:
intenção
H
2b
: A influência de facilidade percebida é mediada pelo fator idade
Correlations
1 ,400
, ,600
4 4
,400 1
,600 ,
4 4
1 -,058
, ,767
29 29
-,058 1
,767 ,
29 29
1 -,245
, ,127
40 40
-,245 1
,127 ,
40 40
1 -,165
, ,375
31 31
-,165 1
,375 ,
31 31
1 -,416
, ,266
9 9
-,416 1
,266 ,
9 9
1 -,216
, ,235
32 32
-,216 1
,235 ,
32 32
1 ,440*
, ,012
32 32
,440* 1
,012 ,
32 32
1 ,208
, ,271
30 30
,208 1
,271 ,
30 30
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
Ano nascimento
0
Apos 1977
1964 a 1976
Anterior a 1963
0
Apos 1977
1964 a 1976
Anterior a 1963
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
facilidade
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
106
Estão apresentadas também as análises para a amostra de usuários de banda larga, porém estas não foram
consideradas no estudo (o foco foi concentrado nos não usuários)
152
H
2c
: A influência de facilidade percebida é mediada pelo fator grau de escolaridade
Correlations
1 -,278
, ,160
27 27
-,278 1
,160 ,
27 27
1 -,106
, ,359
77 77
-,106 1
,359 ,
77 77
1 ,042
, ,754
57 57
,042 1
,754 ,
57 57
1 ,092
, ,544
46 46
,092 1
,544 ,
46 46
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
Escolaridade
Superior
Nao superior
Superior
Nao superior
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
facilidade
FATOR:
intenção
H
2d
: A influência de facilidade percebida é mediada pelo fator sexo
Correlations
1 -,178
, ,178
59 59
-,178 1
,178 ,
59 59
1 -,122
, ,423
45 45
-,122 1
,423 ,
45 45
1 ,050
, ,729
51 51
,050 1
,729 ,
51 51
1 ,044
, ,759
52 52
,044 1
,759 ,
52 52
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
FATOR: facilidade
FATOR: intenção
19) Sexo
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
facilidade
FATOR:
intenção
153
Apêndice 11: Análises de correlação para validação das hipóteses H
3a
a H
3d
107
H
3a
: Influência social é um fator relevante na intenção de adoção de internet banda larga
Correlations
1 ,246*
, ,012
104 104
,246* 1
,012 ,
104 104
1 ,226*
, ,022
103 103
,226* 1
,022 ,
103 103
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
influência
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
H
3b
: A influência social é mediada pelo fator idade
Correlations
1 -,859
, ,141
4 4
-,859 1
,141 ,
4 4
1 ,314
, ,097
29 29
,314 1
,097 ,
29 29
1 ,199
, ,218
40 40
,199 1
,218 ,
40 40
1 ,302
, ,099
31 31
,302 1
,099 ,
31 31
1 ,139
, ,722
9 9
,139 1
,722 ,
9 9
1 ,345
, ,053
32 32
,345 1
,053 ,
32 32
1 ,270
, ,135
32 32
,270 1
,135 ,
32 32
1 -,042
, ,827
30 30
-,042 1
,827 ,
30 30
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
Ano nascimento
0
Apos 1977
1964 a 1976
Anterior a 1963
0
Apos 1977
1964 a 1976
Anterior a 1963
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
influência
FATOR:
intenção
107
Estão apresentadas também as análises para a amostra de usuários de banda larga, porém estas não foram
consideradas no estudo (o foco foi concentrado nos não usuários)
154
H
3c
: A influência social é mediada pelo fator grau de escolaridade
Correlations
1 ,300
, ,128
27 27
,300 1
,128 ,
27 27
1 ,219
, ,056
77 77
,219 1
,056 ,
77 77
1 ,142
, ,293
57 57
,142 1
,293 ,
57 57
1 ,322*
, ,029
46 46
,322* 1
,029 ,
46 46
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
Escolaridade
Superior
Nao superior
Superior
Nao superior
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
influência
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
H
3d
: A influência social é mediada pelo fator sexo
Correlations
1 ,324*
, ,012
59 59
,324* 1
,012 ,
59 59
1 ,147
, ,337
45 45
,147 1
,337 ,
45 45
1 ,184
, ,197
51 51
,184 1
,197 ,
51 51
1 ,234
, ,094
52 52
,234 1
,094 ,
52 52
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
FATOR: influência
FATOR: intenção
19) Sexo
Masculino
Feminino
Masculino
Feminino
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
influência
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).
*.
155
Apêndice 12: Análise de correlação para validação da hipótese H
4a
108
ção de adoção de
internet banda larga
Correlations
1 -,145
, ,142
104 104
-,145 1
,142 ,
104 104
1 -,389**
, ,000
103 103
-,389** 1
,000 ,
103 103
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
FATOR: viabilidade
FATOR: intenção
Amostra (2 níveis)
Nao usuario BL
Usuario BL
FATOR:
viabilidade
FATOR:
intenção
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
108
Está apresentada também a análise para a amostra de usuários de banda larga, porém esta não foi considerada
no estudo (o foco foi concentrado nos não usuários)
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