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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA
FILHO
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
RECUPERAÇÃO DA FUNÇÃO LOCOMOTORA DE CÃES
COM DISCOPATIA APÓS CIRURGIA DE FENESTRAÇÃO
DISCAL TÓRACO-LOMBAR. ESTUDO RETROSPECTIVO.
Vanessa Morales Meirelles
Médica Veterinária
JABOTICABAL-SÃO PAULO-BRASIL
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA
FILHO
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
RECUPERAÇÃO DA FUNÇÃO LOCOMOTORA DE CÃES
COM DISCOPATIA APÓS CIRURGIA DE FENESTRAÇÃO
DISCAL TÓRACO-LOMBAR. ESTUDO RETROSPECTIVO.
Vanessa Morales Meirelles
Orientadora: Prof. Dr. João Guilherme Padilha Filho
JABOTICABAL-SÃO PAULO-BRASIL
Março-2007
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias
UNESP, Câmpus de Jaboticabal, como
parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Cirurgia Veterinária
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
VANESSA MORALES MEIRELLES - nascida em 15 de maio de
1981, em Guarulhos, SP. Concluiu o primeiro grau no Colégio
Guilherme de Almeida, localizado em Guarulhos-SP em 1995, e o
segundo grau no Colégio Máter Amábilis, localizado em Guarulhos-SP
em 1998. Formada em Medicina Veterinária pela Universidade de São
Paulo (USP), em 2003. Concluiu a Residência em Cirurgia Veterinária
no Hospital Veterinário Governador Laudo Natel da FCAV-UNESP em
janeiro de 2005. Ingressou no programa de Pós-graduação em
Cirurgia Veterinária da FCAV-UNESP, curso de mestrado, em março
de 2006.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho:
à minha família, por todo o sacrifício que fizeram em suas vidas para que eu
chegasse até aqui
ao meu professor, mestre e amigo Prof. Dr. João Guilherme Padilha Filho, que
nestes anos em Jaboticabal foi um pai para mim, por tudo que me ensinou, por ter
confiado em mim, por ter me ajudado em todos os momentos difíceis
a todos os animais paralíticos, em especial ao Toco e à Danna, animais que
marcaram o meu período de residência, e ao Scooby e Salsicha, meus cãezinhos
paralíticos. Vocês são o símbolo da minha luta e a razão pela qual estou aqui!
AGRADECIMENTOS
À Deus sobre todas as coisas.
Aos meus pais, Sérgio e Bete, e minha irmã Silmara por todo amor,
carinho, confiança e apoio incondicional em todos os momentos. Obrigada por
tudo que sou e por acreditarem em mim. Amo vocês!
Aos meus tios Cristóvão e Cida, que sempre zelaram por mim e minha
família. Obrigada pelo amor e carinho!
Ao Professor Doutor João Guilherme Padilha Filho, orientador deste
trabalho, pela orientação, dedicação e confiança durante estes anos.
À Professora Doutora Denise Tabacchi Fantoni não pelos
ensinamentos, como também pela amizade e incentivo desde a graduação.
À Professora Doutora Angélica Miglino pela convivência e aprendizado.
Obrigada por me receber com tanto carinho após estes anos.
À Professora Márcia Machado pelo carinho e auxílio nas correções deste
trabalho.
Ao Professor Doutor Gener, que prontamente atendeu ao meu pedido,
ajudando com as análises estatísticas.
Aos colegas de Residência Gustavo, Virgínia, Beto, Priscila, Jane,
Paulinha, Nicole e Renato por tudo que vivemos e aprendemos juntos durante
este período.
Aos funcionários do Hospital Veterinário pela colaboração com a coleta dos
dados.
Aos estagiários que estiveram presentes neste período, ajudando com os
animais internados, auxiliando em cirurgias e mielografias.
Às amigas eternas Mastite, Barbie e Pisco que estiveram sempre presente
desde a minha vida acadêmica. Obrigada pelo carinho, amizade verdadeira e
ajuda nos momentos difíceis. Amo muito vocês!
Às amigas Tati, Cris, Jana e Roméria, pessoas mais que especiais, que
me receberam com muito carinho em suas casas em Jaboticabal. Obrigada por
me acolherem e cuidarem dos meus animais com tanto carinho quando eu não
podia estar presente!
À amiga Ângela Padilha, que acompanhou de perto todo minha trajetória
em jaboticabal, me ajudando e incentivando nos momentos difíceis com suas
palavras de carinho.
Às amigas Rosana e Carol, minhas companheiras em todos os momentos
desde a época da residência.
À amiga Gabi, minha irmãzinha de coração que, mesmo estando longe
agora, estará sempre comigo!
Às amigas Fernanda, Fabiana, Flávia e Flavinha, naturais de Jaboticabal,
por tudo que passamos juntas nos momentos felizes e tristes! Vocês estarão para
sempre no meu coração.
Às amigas Carol e Samy, as quais tive o prazer de conhecer durante o
estágio, e que a distância não nos separou!
Aos colegas veterinários e acima de tudo amigos Melissa, Renata,
Luciane e Dr. Nicolau pela amizade, confiança e respeito. É um prazer trabalhar
com vocês!
Àqueles que de alguma forma participaram da minha vida, que por serem
muitos, não poderia citar todos aqui!
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIATURAS.........................................................................
iii
LISTA DE TABELAS E QUADROS .............................................................
v
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................
vi
GLOSSÁRIO.................................................................................................
viii
RESUMO.......................................................................................................
ix
PALAVRAS-CHAVES...................................................................................
ix
SUMMARY....................................................................................................
x
KEY-WORDS................................................................................................
x
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................
1
2. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................
3
2.1 Morfofisiologia....................................................................................
3
2.1.1 Medula Espinhal e Corpos Vertebrais......................................
3
2.1.2 Disco Intervertebral....................................................................
6
2.2 Mielopatias..........................................................................................
8
2.3 Discopatias.........................................................................................
9
2.3.1 Patofisiologia..............................................................................
9
2.3.2 Sinais Clínicos............................................................................
14
2.3.3 Diagnóstico.................................................................................
17
2.3.4 Tratamento Clínico.....................................................................
19
2.3.5 Tratamento Cirúrgico.................................................................
21
3. MATERIAL E MÉTODOS.........................................................................
25
3.1 Casos Clínicos ....................................................................................
25
3.2 Cirurgia................................................................................................
26
3.2.1 Da Anestesia...............................................................................
26
3.2.2 Fenestração Tóraco-lombar......................................................
26
3.2.3 Pós-operatório............................................................................
29
3.3 Estabelecimento dos Grupos............................................................
29
4. RESULTADOS..........................................................................................
30
4.1 Afecções cirúrgicas de coluna vertebral submetidas à intervenção cirúrgica
no HV-FCAV no período de novembro de 2004 a novembro de
2006................................................................
30
4.1.1 Distribuição das afecções de coluna.......................................
30
4.1.2 Intervenções cirúrgicas realizadas...........................................
31
4.1.3 Casos de discopatias submetidos à cirurgia..........................
32
4.1.3.1 Distribuição racial...................................................................
32
4.1.3.2 Distribuição das discopatias quanto à região
anatômica...
33
4.1.3.3 Cirurgias realizadas para tratamento das
discopatias........
34
4.2 Casos de DTL submetidos à cirurgia de FTL durante o período de fevereiro de
2002 a novembro de 2006........................................
35
4.2.1 Avaliação dos cães com diferentes GL....................................
35
4.2.2 Avaliação dos cães em relação ao TP......................................
37
5. DISCUSSÃO.............................................................................................
42
6. CONCLUSÕES.........................................................................................
50
7. REFERÊNCIAS.........................................................................................
51
APÊNDICES..................................................................................................
58
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BID: duas vezes ao dia
C: Vértebra Cervical
Cc: Vértebra Coccígea
DIV: Disco Intervertebral
DP: duration of the paralisys
DTL: Discopatia Tóraco-Lombar
EG: Early Group
FTL: Fenestração Tóraco-Lombar
GI: grupo que recebeu intervenção cirúrgica intermediária
GL: Grau de Lesão
GP: grupo que recebeu intervenção cirúrgica precoce
GT: grupo que recebeu intervenção cirúrgica tardia
HV: Hospital Veterinário
IG: Intermediary Group
kg: quilogramas
L: Vértebra Lombar
LFR: Locomotive Function Reestablished
LG: Late Group
LCR: Líquido Cefalorraquidiano
S: Vértebra Sacral
HV: Hospital Veterinário
ME: Medula Espinhal
mg: miligramas
n: número de animais
NMI: Neurônio Motor Inferior
NMS: Neurônio Motor Superior
NP: Não Paralisou
NR: Não Recuperou
PO: Pós-operatório
RFL: Recuperação da Função Locomotora
RMV: Recuperação de Movimentos Voluntários
RVM: Recovery of Voluntary Movements
S: Vértebra Sacral
SID: uma vez ao dia
SNC: Sistema Nervoso Central
SNP: Sistema Nervoso Periférico
SRD: Sem Raça Definida
T: Vértebra Torácica
TID: três vezes ao dia
TLDD: Thoracolumbar Disc Disease
TLF: Thoracolumbar Fenestration
TP: Tempo de Paralisia
TS: Tempo de Sintomatologia
GLOSSÁRIO
Ataxia: andar incoordenado
Paresia: perda parcial da função locomotora
Paralisia: perda total da função locomotora
Plegia: sinônimo de paralisia
Monoparesia: perda parcial da função locomotora de um único membro
Hemiparesia: perda parcial da função locomotora de membros torácico e pélvico
ipsilaterais
Paraparesia: perda parcial da função locomotora dos membros pélvicos
Tetraparesia: perda parcial da função locomotora dos quatro membros
Monoparalisia: perda total da função locomotora de um único membro
Hemiparalisia: perda total da função locomotora de membros torácico e pélvico ipsilaterais
Paraparalisia: perda total da função locomotora dos membros pélvicos
Tetraparalisia: perda total da função locomotora dos quatro membros
Mielomalácea: degeneração da medula espinhal
RECUPERAÇÃO DA FUNÇÃO LOCOMOTORA DE CÃES COM
DISCOPATIA AS CIRURGIA DE FENESTRAÇÃO DISCAL
TÓRACO-LOMBAR. ESTUDO RETROSPECTIVO
RESUMO - Objetivou-se neste trabalho avaliar a importância de
intervenção cirúrgica precoce, em cães com discopatia tóraco-lombar
(DTL), relacionando o tempo de recuperação (total ou parcial) da
função locomotora, com o tempo de paralisia (TP) decorrido até o dia
da cirurgia de fenestração tóraco-lombar (FTL), nos cães atendidos no
HV-FCAV-UNESP de fevereiro de 2002 a novembro de 2006 . Foram
incluídos 81 cães no estudo e classificados nos graus de lesão (GL)
medular 1 a 5 e divididos em três grupos: GP (precoce), GI
(intermediário) e GT (tardio) conforme o tempo decorrido do dia da
paralisa até o dia da FTL. Destes, 74 obtiveram recuperação da
função locomotora (RFL). Os cães foram avaliados quanto à
correlação do TP com o tempo de recuperação dos movimentos
voluntários (RMV) e RFL nos grupos GP, GI e GT, e também
separadamente em cada GL. A análise estatística de todos os
parâmetros foi realizada através do Teste de Fischer com nível de
significância 5%. A raça mais prevalente foi a Teckel, com 78,3 % dos
casos. O tempo de RMV em dias foi em média 8,84 ± 11 para o GP,
9,18 ± 8,6 para o GI e 27,71 ± 21,6 para o GT. O tempo de RFL em
dias foi em média 21,52 ± 23,51 para o GP, 21,23 ± 18,09 para o GI e
41,43 ± 30,92 para o GT. À análise estatística verificou-se que existe
relação entre RMV e TP com alto nível de significância (p = 0,002),
mas não entre RFL e TP, pois o valor de p = 0,12. Concluiu-se que o
tempo de RMV foi maior para os cães do GT, e o tempo de RFL foi
maior, mas não estatisticamente significante, no GT comparado ao GP
e GI.
Palavras-chaves: neurologia, coluna vertebral, medula espinhal.
RETROSPECTIVE STUDY OF THE RECOVERY OF THE LOCOMOTIVE FUNCTION AFTER
FENESTRATION IN THORACOLUMBAR DISC DISEASE IN DOGS
SUMMARY - The aim of this study was to evaluate the relevance of early surgical intervention in
dogs with thoracolumbar disc disease (TLDD) by relating the recovery period (total or partial) of
locomotive function with the duration of the paralysis (DP) till the day of the thoracolumbar
fenestration surgery (TLF) for dogs admitted at the Veterinary Teaching Hospital of the FCAV-
UNESP (HV FCAV-UNESP) from February 2002 to November 2006. It has been included in the
study 81 dogs, all classified according to the degree of spinal cord lesion (DL) from 1 to 5 and then
divided into early (EG), intermediary (IG) and late (LG) groups, in regard to the time elapsed from
the day of the lesion until the day of the TLF. Among these animals, 74 had their locomotive
function reestablished (LFR). The dogs had been evaluated for the correlation of DP with the time of
recovery of voluntary movements (RVM) and LFR in the EG, IG and LG groups, besides a separate
evaluation for each DL. Statistical analysis for all parameters was done by use of the Fischer Test,
with 5% significance. Most prevalent breed was the Teckel with 78.3% of cases. Time for RVM had
an average of 8.84±11 days for EG, 9.18 ± 8.6 for the IG and 27.71±21.6 for the LG. Time for LFR
had an average of 21.52 ± 23.51 for the PG, 21.23 ± 18.09 for the IG and 41.43 ± 30.92 for the LG.
Statistically was verified a correlation between RVM and DP with high level of significance
(p=0.002) but none between LFR and DP, hence p=0.12. It has been concluded that time of RVM
was longer for dogs in the LG and that the time of LFR was longer, although not statistically
significant, in the LG when compared to the EG and IG.
Key-Words: neurology, vertebral column, spinal cord.
1. Introdução
A incidência da doença do disco intervertebral (DIV) na população
canina é ao redor de 2% (SIMPSON, 1992). A discopatia tóraco-lombar (DTL) é a
principal causa de disfunção neurológica em pequenos animais, afetando
principalmente raças condrodistróficas (OLBY et al., 1994; SEIM, 1996; NECAS,
1999; COATES, 2000; McDONNELL et al, 2001).
A hérnia de disco ocorre quando o DIV desloca-se dorsal ou
dorsolateralmente em relação à sua posição anatômica, com ou sem ruptura do
anel fibroso dorsal. Se não houver ruptura deste anel, a lesão é classificada como
hérnia do tipo II, na qual ocorre apenas a protrusão do DIV (HANSEN, 1952) Ela é
mais comum nas raças não condrodistróficas, em animais com cerca de seis a oito
anos de idade (COATES, 2000). Quando ocorre a ruptura completa do anel, temos
a lesão classificada como hérnia tipo I, havendo extrusão do material interno
aguda ou lentamente (HANSEN, 1952), e este material pode se instalar no interior
do canal medular ou comprimir uma raiz nervosa.
Os sinais clínicos da discopatia irão variar de acordo com o grau e o local
da compressão desde leve ataxia, pequenos déficits de propriocepção consciente
e dor até paralisia completa com perda de sensibilidade dolorosa e força motora
(CHRISMAN, 2005). De acordo com o grau de compressão pode haver necrose
medular nos casos mais graves (FERREIRA et al, 2002).
A progressão dos sinais clínicos ocorre de acordo com o aumento da lesão
medular e sua relação com o envolvimento de fibras nervosas de diversos
tamanhos (JERRAM & DEWEY, 1999a).
O diagnóstico é baseado em idade, raça, histórico, sinais clínicos, exame
neurológico e exames complementares (TOOMBS, 1992; DUVAL et al, 1996;
CHRISMAN, 1999; PADILHA FILHO & SELMI, 1999b; COATES, 2000).
O tratamento clínico pode ser realizado por mediante repouso absoluto,
antiiflamatórios, analgésicos, nucletídeos e acupuntura (PADILHA FILHO &
SELMI, 1999b).
Animais com paralisia dos membros, mas que tenham ainda a percepção
da dor profunda preservada o candidatos à cirurgia descompressiva
(descompressão ventral, hemilaminectomia, facetectomia lateral, laminectomia
dorsal, pediculectomia) ou a fenestração dos discos intervertebrais, com bom
prognóstico quanto à recuperação da função locomotora. Animais com perda da
sensibilidade dolorosa profunda há mais de 48 horas já não são mais candidatos à
cirurgia por não haver expectativa de retorno à função locomotora devido às
lesões medulares inerentes (KNECHT, 1972
;
LINEBERGER e KORNEGAY
citados por WHEELER & SHARP, 1999).
De novembro de 2004 a novembro de 2006, 121 animais foram submetidos
a intervenções cirúrgicas no Hospital Veterinário Governador Laudo Natel da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Campus de Jaboticabal, UNESP
(HV-FCAV-UNESP) após diagnóstico de enfermidade em coluna vertebral. Dentre
essas ocorrências, 97 casos eram discopatia, sendo 54 DTL. Paralelamente a isto,
desde 2002, foram realizadas 129 cirurgias de fenestração tóraco lombar (FTL).
Diante destes números, objetiva-se neste trabalho avaliar a importância de
uma intervenção cirúrgica precoce, em cães com DTL, relacionando o tempo de
recuperação (total ou parcial) da função locomotora, com o tempo decorrido desde
a apresentação dos sintomas até o dia da cirurgia de FTL, nos cães atendidos no
HV-FCAV-UNESP
de fevereiro de 2002 a novembro de 2006
1
.
1 - Fonte: Arquivos HV-FCAV-UNESP
2. Revisão de Literatura
2.1 Morfofisiologia
2.1.1 Medula Espinhal e Corpos Vertebrais
A medula espinal (ME) situa-se no canal vertebral alojada adequadamente
sendo o espaço residual preenchido por tecido adiposo epidural (BOYD &
PATERSON, 1991). Ela está protegida pelas meninges: dura-máter, membrana
aracnóide e pia-máter. O quido cefalorraquidiano (LCR) situa-se no espaço
subaracnóideo (JERRAM & DEWEY, 1999a). A ME é composta por substância
cinzenta central com cornos ventrais e dorsais de morfologia semelhante a letra H
compostos de corpos celulares neuronais, e por substância branca
perifericamente, formada principalmente por axônios mielinizados em sua maior
parte e oligodendrócitos (CHRISMAN, 2005). Estende-se desde o limite caudal do
tronco encefálico no forame magno até a porção caudal das vértebras lombares,
terminando na sexta vértebra lombar na maioria dos cães (BOYD & PATERSON,
1991).
Com exceção das duas primeiras vértebras cervicais (C) e das vértebras
sacrais (S) fusionadas, os corpos vertebrais o articulados por meio de discos
intervertebrais e por seus processos articulares cuja articulação é classificada
como sinovial (WHEELER & SHARP, 1999).
A ME está localizada dentro do canal vertebral e contém raízes dorsais e
ventrais que formam o sistema nervoso periférico (LECOUTEUR & CHILD, 1993).
A ME é dividida em regiões compostas por diversos segmentos espinhais
(raízes nervosas espinhais) representados nas figuras 1, 2 e 3. A primeira é a
cevical cranial, composta pelos segmentos C1 a C5. Segue-se a região cervical
caudal correspondente aos segmentos C6 a T2, que é a região da intumescência
cervical, onde se localizam os corpos celulares dos neurônios que comandam os
movimentos e a sensibilidade dos membros torácicos. A terceira região e a mais
ampla é a tóraco-lombar, que corresponde aos segmentos T3 a L3. A última
região é a lombossacral referente aos segmentos L4 a S3, que corresponde à
intumescência lombar, onde se localizam os neurônios responsáveis pelos
movimentos e sensibilidade dos membros pélvicos além das funções dos
esfíncteres anal externo e vesical. Estes segmentos não correspondem às
vértebras de mesmo número (LECOUTEUR & CHILD, 1992, WHEELER &
SHARP, 1999; CHRISMAN, 2005). O segmento craniocervical (C1-C5) está
localizado nos corpos vertebrais C1-C4, o segmento caudocervical (C6-T2) em
C5-T1, o segmento tóraco-lombar (T3-L3) em T2-L3, o segmento lombossacral
(L4-S3) em L4-L6 (FOSSUM, 2005).
Figura 1. Segmentos cervicais ilustrados em imagem de mielografia
Figura 2. Segmentos lombares ilustrados em imagem de mielografia
Figura 3. Segmentos sacrais ilustrados em imagem de mielografia
Os nervos espinhais são constituídos por quatro segmentos: raízes dorsal e
ventral, tronco principal, quatro ramificações primárias e numerosas ramificações
periféricas. Os cães apresentam variações anatômicas importantes como a
presença de anastomoses entre uma raiz espinhal e outra raiz adjacente, ou a
formação de uma raiz única proveniente de filamentos de segmentos medulares
adjacentes (KITCHELL & EVANS, 1993).
Os nervos sensoriais ou aferentes do sistema nervoso periférico (SNP) e do
sistema nervoso central (SNC) são responsáveis pela transmissão dos sentidos
especiais e também dos sentidos somáticos da dor, tato, temperatura e
propriocepção. A informação é coletada do SNP através de axônios sensoriais,
cujos corpos celulares estão no gânglio espinhal ou da raiz dorsal, e que possuem
projeções ascendentes da ME para o cérebro, constituindo os tratos sensoriais
ascendentes da ME, nomeados segundo o local de origem e o rmino
(CHRISMAN et al, 2005).
Os nervos motores ou eferentes promovem os movimentos dos músculos
esqueléticos e lisos, sendo sua origem nos núcleos do encéfalo e tronco cerebral,
descendo através de tratos motores, chamados tratos descendentes motores
(CHRISMAN et al, 2005).
A função motora é transmitida através de dois sistemas: neurônios motores
superiores (NMS), que formam os tratos motores, e neurônios motores inferiores
(NMI), que partem das intumescências cervical e lombar para os membros
torácicos e pélvicos respectivamente (Figura 4), constituindo os nervos periféricos
(CHRISMAN et al, 2005). O NMS tem um efeito inibitório ou calmante no reflexo
do NMI, e em lesões do NMS sem lesão de NMI, o reflexo do nervo espinhal
associado tornar-se-á exacerbado ou hiperativo. Quanto mais tempo um reflexo
estiver sem a influência do NMS, mais hiperativo ele será, e em lesões do NMI, o
reflexo do nervo espinhal correspondente estará diminuído ou ausente e pode ser
observada paresia ou paralisia flácida, diminuição ou perda da sensibilidade e
hipotonia ou atonia dos músculos correspondentes (McDONNELL et al, 2001).
Figura 4. Ilustração das intumescências cervical e lombossacral e dos segmentos crânio
cervical (C1-C5), caudocervical (C6-T2), tóraco-lombar (T3-L3) e lombossacral
(L4-S3).
2.1.2 Disco Intervertebral
As vértebras são unidas pelos discos intervertebrais (DIV), com exceção
das duas primeiras cervicais e das vértebras sacrais fusionadas. Estes discos
fornecem flexibilidade à coluna vertebral, e com a idade, podem sofrer
degeneração, perdendo sua função (HANSEN, 1952).
Os DIV são amortecedores de tecido elástico localizados entre os corpos
vertebrais a partir de C2 e C3 até as vértebras coccígeas (Cc). Eles absorvem
choques e facilitam a movimentação da coluna vertebral (CHRISMAN, 1999).
A coluna vertebral do cão é muito flexível na direção dorsal e muito pouco
na direção ventral, sendo que a região de maior mobilidade é a tóraco-lombar, por
promover impulso aos membros pélvicos (BRAY & BURBIDGE, 1998).
O DIV é constituído pelo anel fibroso mais externamente e pelo núcleo
pulposo mais internamente, que consiste de material gelatinoso, dentre outros
componentes como a água (componente principal, constituindo cerca de 80 a
88%), fibras de colágeno, moléculas de proteoglicanas e outras células como
fibrócitos e condrócitos (JERRAM & DEWEY, 1999a). As características do núcleo
pulposo se alteram com a idade (WHEELER & SHARP, 1999). O núcleo pulposo
geralmente está sob um grau constante de compressão pela musculatura
adjacente (BRAY & BURBIDGE, 1998).
O anel fibroso é constituído de lâminas fibrosas concêntricas, sendo mais
espessas ventral e lateralmente que dorsalmente (TOOMBS, 1992; BRAY &
BURBIDGE, 1998; JERRAM & DEWEY, 1999a; COATES, 2000), e está sujeito a
um estresse de tensão maior do que o de compressão. Existem ainda as
estruturas de suporte do DIV, que são: os ligamentos longitudinais (dorsal e
ventral) e as placas cartilaginosas que recobrem as epífises dos corpos vertebrais
(BRAY & BURBIDGE, 1998; COATES, 2000).
O ligamento longitudinal ventral estende-se das superfícies ventrais dos
corpos vertebrais a partir de C2, e o ligamento longitudinal dorsal une os corpos
vertebrais desde a região mediana do canal até o anel fibroso dorsal de cada DIV
(TOOMBS, 1992). Este ligamento se afila na região tóraco-lombar, sendo mais
freqüente a extrusão do material intradiscal do que na região cervical, onde esse
ligamento é mais espesso. Na superfície dorsal do canal vertebral está o
ligamento amarelo, contínuo com as cápsulas dos processos articulares
(WHEELER & SHARP, 1999). Os ligamentos do canal vertebral são importantes
para a estabilidade e a mobilidade da coluna vertebral, e a sustentação
proporcionada varia de acordo com a região da coluna (TOOMBS, 1992).
O DIV é nutrido através da irrigação presente nas placas cartilaginosas,
pois possui uma escassa irrigação (JERRAM & DEWEY, 1999a). O metabolismo
do DIV é principalmente anaeróbico, mesmo com altos níveis de tensão de
oxigênio. Em situações de hipóxia, ocorre aumento da produção de ácido lático,
baixando o pH do meio, havendo, conseqüentemente, ativação de enzimas
degradantes de matriz extracelular. O exercício esintimamente relacionado ao
metabolismo aeróbico do meio, podendo aumentar o suprimento sanguíneo do
DIV (COATES, 2000).
2.2 Mielopatias
Mudanças patológicas secundárias na ME incluem a mielopatia
compressiva e mielomalácea com desmielinização dos funículos ventral, lateral e
dorsal. Pode ocorrer degeneração Walleriana nos segmentos espinhais acima e
abaixo da lesão nos tratos ascendentes e descendentes. Como resultado do
processo de degeneração neuronal uma reação inflamatória formada
primariamente por macrófagos e desenvolvimento de astrócitos fibrosos
(COATES, 2000).
A mielomalácea é uma liquefação da ME, sendo uma mielopatia
autodestrutiva, com indício de ser um estágio final dos processos circulatórios e
isquêmicos, estendendo-se do local do impacto à região ascendente ou
descendente da ME. Sua patogenia é desconhecida, mas provavelmente reflexo
de uma lesão extensa da vasculatura intramedular acompanhada por infarto
hemorrágico ou não hemorrágico (COATES, 2000).
2.3 Discopatias
2.3.1 Fisiopatologia
A doença do DIV representa uma das afecções músculo-esqueléticas
degenerativas mais comuns na medicina veterinária (OLBY et al., 1994;
MCDONNELL et al., 2001), sendo a região tóraco-lombar a mais acometida
(RUDDLE et al, 2006), atingindo em média 85% dos casos de discopatia. Ela pode
levar às alterações neurológicas desde hiperestesia até paralisia com perda da
sensibilidade dolorosa profunda nos casos mais severos (PADILHA FILHO &
SELMI, 1999; COATES, 2000). As raças condrodistróficas são as mais
susceptíveis (TOOMBS, 1992; OLBY et al., 1994; OLIVER et al., 1997, NECAS
1999; COATES 2000), porém também foi relatada em cães de grande porte
(CUDIA & DUVAL, 1997; MACIAS et al, 2002).
A hérnia de disco ocorre quando o DIV desloca-se dorsal ou
dorsolateralmente em relação à sua posição anatômica, com ou sem ruptura do
anel fibroso dorsal. Se não houver ruptura deste anel, a lesão é classificada como
hérnia do tipo II (Figura 5), na qual ocorre apenas a protrusão do DIV (HANSEN,
1952, FERREIRA et al, 2002).
Figura 5. Ilustração da protrusão do DIV
(a seta indica a protrusão)
A protrusão é mais comum nas raças não condrodistróficas, em animais na
faixa etária de seis a oito anos (COATES, 2000).
Quando ocorre a ruptura completa do anel, a lesão é classificada como
hérnia tipo I (Figura 6), havendo extrusão do material interno aguda ou lentamente
(HANSEN, 1952), e este material pode se instalar no interior do canal medular
(Figura 7) ou comprimir uma raiz nervosa (Figura 8). Ocorre freqüentemente em
cães, acometendo principalmente as raças condrodistróficas entre três a seis anos
de idade, pois nelas ocorre geralmente a metamorfose condróide do núcleo
pulposo do disco, o qual sofre desidratação e é invadido por cartilagem hialina,
que mineraliza, tornando o disco gido, diminuindo a sua capacidade de
amortecer choques, sua função primordial, por diminuição de sua propriedade
hidrostática e enfraquecimento das fibras do anel (TOOMBS, 1992; WHEELER &
SHARP, 1999).
Figura 6. Ilustração da ruptura total do
anel fibroso com extrusão do
material do interior do DIV (a
seta indica a extrusão).
Segundo COATES (2000), a metaplasia condróide pode ocorrer a partir dos
dois meses de idade, e este processo envolve a queda dos níveis de glicosamina
na proporção em que aumentam os níveis de colágeno. Este processo se conclui
ao redor de um ano de idade. Nas outras raças, com o passar da idade, em geral
os animais sofrem a metamorfose fibróide do disco, na qual também ocorre
desidratação do disco, porém, aumento de glicoproteína não colágena e o
núcleo é invadido por fibrocartilagem, a qual não mineraliza, e o disco sofre
apenas pequeno déficit da sua função de amortecedor (WHEELER & SHARP,
1999).
O material no interior do canal medular leva à compressão da medula
espinal que pode comprimir também raízes nervosas, além do processo
inflamatório gerado no local, que acentua a compressão (CHRISMAN, 2005). As
lesões podem ser por concussão ou compressão. As lesões do tipo concussivas
são caracterizadas por mudanças isquêmicas pós-traumáticas secundárias, como
hemorragias, edema e necrose neuronal (COATES, 2000).
Figura 7. Extrusão de DIV dorsolateral Figura 8. Extrusão de DIV dorsal
A habilidade da ME em tolerar um deslocamento é determinada pela
dinâmica das forças de compressão (TOOMBS, 1992). Isso depende dos
seguintes fatores: relação do diâmetro da ME com o diâmetro do canal vertebral,
taxa de protrusão ou extrusão do disco, e volume da massa compressiva (material
discal, coágulos e tecido inflamatório). Volumes pequenos de material extravasado
vagarosamente para dentro do canal vertebral produzem uma pequena força
dinâmica de compressão e causam mínima disfunção neurológica (TOOMBS,
1992).
A velocidade e duração da compressão da ME são os dois principais
fatores que determinam a severidade da lesão medular e o grau de recuperação
clínica (FERREIRA et al, 2002).
Massas compressivas com igual velocidade e volume causam menor
disfunção neurológica em região cervical comparada à região tóraco-lombar
devido à menor taxa de ME no interior do forame do canal vertebral
comparativamente (TOOMBS, 1992).
Se houver extrusão aguda, pode ocorrer hemorragia significante do plexo
venoso vertebral, cujo coágulo pode acentuar a compressão medular. reação
inflamatória local com aderências entre o material intradiscal e a dura-máter
(COATES, 2000).
A ruptura de membranas celulares bem como o seu aumento de
permeabilidade pode levar à lesão pela presença de radicais livres, agregação
plaquetária e mediadores da inflamação, ocasionando edema, hipóxia e
consequente morte celular em 24 horas da lesão. também o aumento de íons
de cálcio intraneuronal, e aumento da concentração de glutamato,
neurotransmissor excitatório que se liga ao complexo receptor de N-metil D-
aspartato, que é associado ao canal iônico e permite a entrada predominante de
íons de cálcio, ocorrendo lesão celular maior ainda de neurônios e axônios
(JANSSENS, 1991).
A isquemia da ME ocorre tanto no local da compressão, quanto cranial e
caudal a este local. A isquemia é explicada pela compressão da artéria espinhal
ventral, responsável pelo maior suprimento sanguíneo das porções central e
ventral da ME; e pela compressão do plexo no interior da pia-máter, responsável
pelo maior suprimento sanguíneo da porção dorsal da ME. A compressão da
drenagem venosa também pode levar è lesão da ME. Esta compressão pode
causar desmielinização (COLTER, 1978).
A remielinização inicia-se após uma semana e se completa após quatro
semanas. O edema persiste até duas semanas e a deposição de cálcio é máxima
do terceiro ao 14° dia (JANSSENS, 1991).
Lesões secundárias à hipóxia medular são ocasionadas por hipertensão
sistêmica inicial, curto período de paralisia simpática inicial, e hipotensão
prolongada por várias horas na dependência da intensidade da lesão. Ocorre
decréscimo progressivo no fluxo sanguíneo da ME como resultado da perda da
autorregulação, destruição da microvasculatura, formação de trombos e
vasoespasmo (OLBY et al, 1999). De acordo com o grau de compressão pode
haver necrose medular nos casos mais graves (FERREIRA et al, 2002).
As fibras de condução rápida (mielinizadas, de maior calibre) são as mais
susceptíveis à lesão, correspondendo à transmissão da propriocepção. As fibras
pequenas são as mais resistentes. As fibras mielinizadas intermediárias são as
fibras motoras, e as fibras mielinizadas de menor calibre e as não mielinizadas são
as responsáveis pela transmissão da percepção dolorosa (WHEELER & SHARP,
1999).
Como o canal medular possui diâmetro maior na sua porção cervical,
hérnias cervicais raramente levam à paralisia, porém o animal apresenta muita dor
à manipulação do pescoço e pode apresentar déficits proprioceptivos nos quatro
membros (PADILHA FILHO & SELMI, 1999a).
A causa mais comum de disfunção raco-lombar nos cães é a hérnia de
disco (SEIM, 1996). Outras causas de disfunção são: neoplasias, discoespondilite,
embolismo fibrocartilaginoso e mielopatia degenerativa (SEIM, 1996
;
CHRISMAN,
2005). O canal vertebral na região tóraco-lombar possui um diâmetro muito
estreito se comparado à região cervical. Desta forma, pequenas massas
compressivas acarretam em sinais clínicos mais graves como paralisia completa
dos membros pélvicos com perda da sensibilidade e da função motora (PADILHA
FILHO & SELMI, 1999).
2.3.2 Sinais Clínicos
O exame clínico pode ser normal nos casos não complicados de protrusão
de DIV (CHRISMAN, 1999).
Os sinais clínicos da discopatia variam de acordo com o grau e o local da
compressão desde leve ataxia, pequenos déficits de propriocepção consciente e
dor até paralisia completa com perda de sensibilidade dolorosa e força motora
(CHRISMAN, 2005).
Cinco grupos de sinais clínicos são observados, em grau variável, em
animais portadores de discopatia: diminuição ou perda dos movimentos
voluntários, alteração dos reflexos posturais e espinhais, mudanças no tono
muscular, atrofia muscular e disfunção sensitiva (LECOUTEUR & CHILD, 1992).
Outras alterações incluem disfunção da bexiga, esfíncter uretral e esfíncter anal,
perda de controle voluntário da micção e defecação (LECOUTEUR & CHILD,
1992).
A perda total dos movimentos voluntários em decorrência da interrupção
das vias motoras é classificada como paralisia, e graus menores de perda motora
são classificados como paresia. Os reflexos espinhais são respostas involuntárias
que ocorrem independentemente da chegada do impulso ao córtex cerebral. Os
componentes do arco reflexo estão inteiramente localizados na ME (LECOUTEUR
& CHILD, 1992). Animais com DTL possuem exacerbação dos reflexos espinhais
(BRAUND, 1986; PADILHA FILHO & SELMI, 1999b).
O tono muscular está diretamente relacionado aos reflexos espinhais
(LECOUTEUR & CHILD, 1992), portanto, o tono muscular apresenta-se
aumentado em animais com reflexos espinhais aumentados (BRAUND, 1986).
A atrofia muscular pode ocorrer por duas causas: atrofia por denervação,
observada em lesões de NMI (nas quais os reflexos espinhais e tono muscular
estão diminuídos ou ausentes), e atrofia por desuso, observada em músculos
inervados por NMS caudais à lesão da ME (LECOUTEUR & CHILD, 1992).
Animais com DTL apresentam atrofia muscular por desuso, porém, após decurso
de prazo variável (BRAUND, 1986).
A propriocepção consciente (percepção da posição ou do movimento
corporal) e a percepção da dor fazem parte do exame neurológico. A
propriocepção é um indicador sensível da função da ME, e a sua depressão ou
perda é o primeiro sinal produzido por mielopatia. A percepção da dor pode estar
normal, deprimida (hipoestesia), ausente (anestesia) ou exacerbada
(hiperestesia), e pode ser diferenciada em dor superficial (testada por
beliscamento cutâneo), e dor profunda (testada por beliscamento dos ossos dos
dedos ou cauda), a qual é a última a desaparecer em qualquer mielopatia
(LECOUTEUR & CHILD, 1992; MCDONNELL, 2001).
Animais com DTL podem apresentar déficits variados de propriocepção ou
sensibilidade dolorosa podendo chegar a ausência de acordo com o grau da lesão
medular (COATES, 2000; FERREIRA et al., 2002).
Embora a extrusão aguda do DIV possa acarretar em disfunção neurológica
grave como paraparesia a paraplegia com ou sem disfunção urinária, pode-se
encontrar também animais que tenham somente hiperestesia na região da coluna,
como ocorrem geralmente na discopatia cervical (JERRAM & DEWEY, 1999a).
A percepção da dor profunda é comandada por fibras não-mielinizadas dos
tratos espinotalâmico e espinorreticular localizados nos funículos lateral e ventral
da substância branca da medula espinhal (DE LAHUNTA citado por LAITINEN &
PUERTO, 2005).
Em estudo realizado com cães com DTL sem percepção da dor, observou-
se que os animais com rápida perda da função motora tinham prognóstico ruim
quanto à função quando comparados aos que possuíam perda progressiva e lenta
da capacidade de andar (SCOTT & McKEE, 1999). Paralelamente a isto, quando a
perda da percepção da dor profunda e da função motora é temporária, ou seja,
apenas por um curto período, o prognóstico é melhor (DUVAL et al, 1996), porém
nos últimos anos tem-se discutido se a severidade e duração dos sintomas
realmente estão relacionadas com o tempo de recuperação da função motora
(DAVIS & BROWN, 2002; KAZAKOS et al, 2005).
A DTL, também denominada síndrome tóraco-lombar compressão
medular dos segmetos T3 a L3, é caracterizada por tônus muscular espástico,
paresia ou paralisia dos membros pélvicos, com os reflexos patelar, tibial cranial e
gastrocnêmio variando de normais a aumentados, sendo compatível com lesão de
NMS. Concomitantemente, os membros torácicos apresentam-se normais quanto
aos reflexos e função locomotora (BRAUND, 1986; JERRAM & DEWEY, 1999a). A
sensibilidade cutânea é reduzida ou ausente caudalmente à lesão, e aumentada
na região ou imediatamente após o vel da lesão. Se a lesão ocorrer
caudalmente a L3, haverá sinais de NMI nos membros pélvicos, devido
compressão da medula espinhal lombo-sacra ou nervos da cauda eqüina ou
mielomalácea progressiva descendente (LECOUTEUR & CHILD, 1992). Podem
ocorrer sinais assimétricos, principalmente nos casos agudos (SMITH et al, 1997).
O local mais comum de ocorrência da hérnia tóraco-lombar é entre os
espaços T11-T12 e L1-L2 (NECAS, 1999).
Sinais clínicos compatíveis com síndrome Schiff-Scherrington (rigidez de
membros torácicos e flacidez de membros pélvicos) podem ser ocasionalmente
vistos em animais com extrusão de disco. A presença desses sinais é evidência
de lesão de medula tóraco-lombar, mas não é indicativa de prognóstico (JERRAM
& DEWEY, 1999a).
A progressão dos sinais clínicos ocorre de acordo com o aumento da lesão
medular e sua relação com o envolvimento de fibras nervosas de diversos
tamanhos. Nas compressões dias, pode-se observar perda da propriocepção.
Lesões mais severas podem acarretar em incapacidade de sustentação do peso,
ausência de movimentos voluntários e por fim a perda da sensibilidade dolorosa
profunda. Isto ocorre porque o trato proprioceptivo ascendente está mais
superficial na ME, e por este motivo, mais sensível a lesão. os tratos
espinotalâmico e proprioespinhais ascendentes, que levam os impulsos dolorosos
estão localizados mais profundamente. Portanto, a lesão medular com maior grau
de compressão pode acarretar em perda da sensibilidade dolorosa profunda do
paciente, implicando em prognóstico grave (DUVAL et al. 1996).
Outro mecanismo de dor observado nas discopatias é a dor discogênica,
relatada em humanos, provocada pela desidratação do núcleo pulposo e
degeneração do anel fibroso sem extrusão do material discal para o interior do
canal. A dor é originada do processo inflamatório do ligamento longitudinal dorsal
e camadas superficiais do anel fibroso inervadas pelo nervo sinuvertebral
(SUKHIANI et al, 1996).
Em três a seis por cento dos casos de DTL pode ocorrer mielomalácea, e o
animal pode apresentar tetraplegia, arreflexia e analgesia, e a perda ascendente
do reflexo panículo pode indicar mielomalácea ascendente, levando a morte do
animal por falência respiratória (COATES, 2000). Este processo pode ocorrer em
três a dez dias (JERRAM & DEWEY, 1999a). A mielomalácea pode ocorrer
principalmente nos cães que apresentam grau de lesão medular cinco. Em estudo
realizado com 46 cães com ausência de sensibilidade profunda, DUVAL et al
(1996) encontraram evidências de mielomalácea à necrópsia em 43% (20) dos
animais.
2.3.3 Diagnóstico
O diagnóstico é baseado em idade, raça, histórico, sinais clínicos,
exame neurológico e exames complementares (TOOMBS, 1992; DUVAL et al,
1996; CHRISMAN, 1999; PADILHA FILHO & SELMI, 1999b; COATES, 2000).
O diagnóstico diferencial inclui: fraturas e luxações da coluna,
embolismo fibrocartilaginoso, discoespondilite, meningite/mielite, mielopatia
degenerativa e neoplasias (JERRAM & DEWEY, 1999a).
Em todos os casos de suspeita de DTL deve ser realizado exame
neurológico completo e de maneira sistemática, desde avaliação dos nervos
craniais, reações posturais, reflexos espinhais e percepção consciente da dor
(JERRAM & DEWEY, 1999a). Também fazem parte de um exame neurológico
completo a avaliação do estado mental, a movimentação do animal dentro e fora
da gaiola e palpação para identificar atrofia ou hipertrofia muscular (McDONNELL
et al, 2001).
Em relação aos exames complementares, a radiografia simples permite
descartar alterações ósseas vertebrais, mas apresenta baixa precisão na
localização exata dos discos comprometidos (TORELLI, 2006). Ela deve ser
realizada sob anestesia geral com projeções laterais e ventro-dorsais (COATES,
2000). A anestesia é necessária devido à dificuldade de um correto
posicionamento desses animais (JERRAM & DEWEY, 1999a).
Os achados dos exames radiográficos variam muito em discopatias, a
degeneração condróide pode ser observada como uma série de DIV calcificados.
Os DIV que apresentam degeneração fibrosa não são facilmente vistos ao raio
X, uma vez que raramente se calcificam (CHRISMAN, 1999). Material
extravasado calcificado pode ser visto no interior do canal vertebral e o espaço
entre os corpos vertebrais pode apresentar-se estreitado (CHRISMAN, 1999;
COATES, 2000).
Quando radiografias simples não confirmarem a ocorrência de hérnia de
disco, ou não forem compatíveis com o local da hérnia ao exame neurológico,
mielografias podem ser necessárias (TOOMBS, 1992). Se existirem muitos locais
apresentando estreitamento ou calcificações no interior do canal vertebral,
também é indicada a mielografia, principalmente quando se pretende realizar uma
cirurgia (TOOMBS, 1992; CHRISMAN, 1999).
A mielografia é realizada sob anestesia geral, e requer injeção de agente de
contraste radiopaco no espaço subaracnóideo. Existem trabalhos reportando seus
efeitos colaterais, como depressão respiratória, sinais neurológicos e morte,
porém, o uso de contrastes como iohexol ou iopamidol reduzem essas
complicações (JERRAM & DEWEY, 1999a). O intervalo entra cada radiografia
deve ser rigorosamente controlado para se obter um diagnóstico mais preciso
(GIBBONS, 2006).
A mielografia com punção em cisterna magna é um método preciso para
identificar os locais de compressão medular (TANAKA, 2004; TORELLI, 2006). A
mielografia por punção lombar também é um acurado método para localização da
compressão, e projeções oblíquas associadas às projeções laterais e dorso-
ventrais aumentam o percentual de localização quando as lesões são lateralizadas
(GIBBONS et al, 2006). Uma das importâncias da mielografia está relacionada à
alta freqüência de ocorrência de sinais contra-laterais ao local da compressão
(SMITH et al, 1997).
Tomografia computadorizada e ressonância magnética são usadas
freqüentemente em humanos para localizar o lado da lesão no canal vertebral. A
ressonância magnética é um método ainda mais preciso de diagnóstico quando
comparada a mielografia, pois as compressões por edemas, hemorragias e
processos inflamatórios podem ser diferenciadas de compressões por massas
discais (TIDWELL et al, 2002). O uso destas técnicas avançadas de imagem vem
aumentando na medicina veterinária e tem sido utilizada para maior acurácia em
localizar o lado exato da extrusão discal (JERRAM & DEWEY, 1999a).
Apesar de sua precisão em localizar extrusões discais, a ressonância
magnética não tem valor prognóstico, pois o grau de compressão documentado
nas imagens obtidas pode o estar relacionado com a severidade dos sinais
neurológicos observados (PENNING, et al, 2006).
2.3.4 Tratamento Clínico
O tratamento clínico indicado pode ser através de repouso absoluto,
administração de antiinflamatórios, analgésicos, nucleotídeos e acupuntura
(PADILHA FILHO & SELMI, 1999b).
O termo manejo conservativo tem sido usado para descrever a terapia
médica para extrusões de disco tóraco-lombares. O fator chave nesta terapia é o
confinamento, que pode ser feito em gaiolas ou caixas, por cerca de três
semanas, podendo o animal dar pequenas caminhadas apenas para urinar ou
defecar. Cateterização urinária pode ser necessária em animais com hipotonia do
esfíncter uretral. Colchões macios devem ser utilizados com a finalidade de evitar
úlceras de decúbito. Exercícios passivos para manutenção do tono muscular e
movimentação das articulações podem ser benéficos (JERRAM & DEWEY,
1999b).
O objetivo do confinamento é permitir a cicatrização do anel fibroso
evitando a ocorrência de extrusões subseqüentes de material discal, permitindo a
resolução da reação inflamatória causada por pequenas quantidades de material
no interior do canal (LECOUTEUR & CHILD, 1992; JERRAM & DEWEY, 1999b).
Em estudo realizado com seis cães para avaliar o curso natural da hérnia de
disco, imagens obtidas por ressonância magnética demonstraram que após dois
meses não existe mais a compressão medular causada por núcleo pulposos
extravasado, porém a lesão medular causada na época da extrusão pode ser
irreversível (OTANI et al, 1997).
O uso de analgésicos, relaxantes musculares e antiinflamatórios é
controverso, pois acredita-se que seu uso incentive os animais à pratica de
exercícios, ocasionando subseqüentes extrusões discais (LECOUTEUR & CHILD,
1992). Antagonistas de canais de cácio, succinato de predinisolona sódica,
antagonistas narcóticos, dimetil sulfóxido e antiinflamatórios não esteroidais
podem ser benéficos no tratamento do trauma espinhal, no entanto, nenhum deles
tem sido avaliado quanto a possíveis efeitos colaterais. Manitol, um potente
diurético osmótico é eficaz no tratamento do edema cerebral, porém pode impedir
recuperação neurológica da ME como resultado de aumento da hemorragia, não
sendo recomendado o seu uso (JERRAM & DEWEY, 1999b).
A quimionucleólise é a dissolução do núcleo pulposo por injeção de
composto químico no interior do DIV e tem sido utilizada com sucesso em
humanos, no entanto ainda faltam estudos em cães com relação a sua eficácia.
Colagenase e quimopapaína são os agentes quimonucleotídeos mais comumente
utilizados e podem ser administrados percutaneamente guiado por fluoroscópio ou
injetado durante cirurgia (JERRAM & DEWEY, 1999b). Em estudo realizado com
49 cães, 45 apresentaram melhora dos sinais clínicos sem presença de efeitos
adversos utilizando condroitinase na quimionucleólise (TAKAHASHI et al, 1997).
A acupuntura pode ser utilizada em afecções do DIV tóraco-lombares
com o intuito de controlar a dor, normalizar a função motora e sensorial e
alterações na micção. A melhora pode ser observada a partir de uma semana até
seis meses, na dependência do grau da lesão neurológica (HAYASHI, 2006).
Em animais com discopatia entre graus três e quatro o tratamento com
acupuntura antecipa a melhora do estado neurológico e retorno a função
locomotora quando comparado ao tratamento médico isolado. Ela proporciona
melhor recuperação dos animais quanto à função de micção e à propriocepção
(HAYASHI, 2006).
2.3.5 Tratamento Cirúrgico
A decisão entre proceder com o tratamento clínico ou cirúrgico é baseada
no grau de disfunção neurológica (JERRAM & DEWEY, 1999a). Em geral, a
cirurgia é indicada para os animais com grau de lesão neurológica três, quatro ou
cinco, porém, nos casos de recorrência ou persistência dos sinais de hiperestesia
e ataxia nos graus um e dois, a hipótese de cirurgia também deve ser considerada
(JERRAM & DEWEY, 1999b).
Animais com paralisia dos membros, mas que possuam ainda a percepção
da dor profunda são candidatos à cirurgia descompressiva (hemilaminectomia e
facetectomia lateral, laminectomia dorsal ou pediculectomia) ou a fenestração dos
DIV, com bom prognóstico quanto à função locomotora. Animais com perda da
sensibilidade dolorosa profunda há mais de 48 horas já não são mais candidatos à
cirurgia por não haver expectativa de retorno à função locomotora devido às
lesões medulares inerentes (LINEBERGER e KORNEGAY citados por WHEELER
& SHARP, 1999; JERRAM & DEWEY, 1999b).
controvérsia em relação à necessidade de cirurgia descompressiva, tipo
de cirurgia descompressiva e a necessidade da retirada do material da extrusão e
o valor terapêutico da fenestração de disco (NECAS, 1999). Alguns autores
acreditam que a fenestração discal realmente evita a recidiva da extrusão de disco
em mesmo local ou em locais diferentes (PADILHA FILHO & SELMI, 1999), pois é
comum a realização de uma segunda cirurgia descompressiva em animais com
DTL (DHUPA, 1999; MAYHEW et al, 2004). Outros acreditam que somente a
descompressão da ME no local da extrusão discal inicial é o indicado, pois a baixa
incidência de recidiva tornaria a fenestração dos DIV desnecessária
(LECOUTEUR & CHILD, 1992; MUIR, 1985; KAZAKOS et al, 2005).
Como a maioria das extrusões resulta em compressão ventral ou
compressão ventrolateral, a técnica descompressiva de escolha é a
hemilaminectomia, e pode ser realizada em quatro ou cinco espaços
intervertebrais se necessária, pois não afeta a estabilidade vertebral. Se indicada,
pode ser realizada também a durotomia (JERRAM & DEWEY, 1999b).
Laminectomia dorsal é a remoção do arco vertebral dorsal e
dorsolateralmente. Porém, esta técnica tem sido modificada com extrações de
porções do processo articular e lâmina dorsolateral para evitar complicações pós-
operatórias como compressão da ME por tecido fibrótico. A durotomia também
pode ser associada se necessária. Esta técnica promove acesso dorsal,
portanto, para remoção de material ventral, deve-se manipular a ME (JERRAM &
DEWEY, 1999b).
Em estudo comparando hemilaminectomia e laminectomia dorsal,
cães que passaram por hemilaminectomia apresentaram significante melhora na
recuperação da função neurológica (MUIR et al, 1995). A laminectomia dorsal não
apresenta vantagens em relação à hemilaminectomia, e requer dissecção
muscular mais extensa (SHORES, 1985 citado por KINZEL et al, 2005).
A pediculectomia é a remoção do osso lateral entre o corpo vertebral
e o processo articular. Esta técnica promove menor desestabilização e
manipulação mínima da medula se comparada à hemilaminectomia ou
laminectomia dorsal, e também promove descompressão da medula e remoção do
material extravasado. Outras vantagens desta técnica estão relacionadas a um
menor tempo cirúrgico e mínima hemorragia (JERRAM & DEWEY, 1999b).
A corpectomia lateral consiste na criação de uma janela lateral nas epífises
dos dois corpos vertebrais adjacentes e DIV. Esta técnica permite fácil remoção do
material discal protruído ou extravasado para dentro do canal vertebral com menor
risco de lesão iatrogênica à ME, sendo uma alternativa às cirurgias de
laminectomia dorsal e hemilaminectomia (MOISSONNIER et al, 2004).
A fenestração dos DIV faz parte dos procedimentos cirúrgicos indicados
para tratamento da doença do DIV (TUDURI et al, 2004).
O princípio da fenestração é criar uma janela no anel fibroso para a
remoção de núcleo pulposo restante do disco intervertebral (FLO & BRINKER,
1975).
A fenestração discal associada à cirurgia descompressiva em es
paralíticos é controversa (FERREIRA et al, 2002). Quando a compressão é
severa, descompressão cirúrgica incluindo remoção do material discal no interior
do canal vertebral é o tratamento de escolha, diminuindo o tempo de recuperação
(KNECHT, 1972), porém FLO & BRINKER (1975) obtiveram resultados
semelhantes utilizando apenas a fenestração discal de múltiplos discos.
A técnica de fenestração tem sido recomendada para o tratamento de cães
com extrusão de disco e profilaticamente, para reduzir a recorrência de extrusão
em outros espaços discais. Ela pode ser realizada por via dorsolateral, lateral ou
ventral. Uma janela retangular é incisada no anel fibroso para dar acesso ao
conteúdo no interior do disco para a introdução de curetas dentárias, agulhas
hipodérmicas ou espátulas para remoção do núcleo pulposo (JERRAM & DEWEY,
1999b).
Após a realização da fenestração, o espaço discal diminui. Verificou-se
mediante análise histológica que, em 16 semanas, tecido fibroso preenche o
espaço discal. Além disso, aumento de ocorrência de espondilose no pós-
operatório tem sido associado à fenestração discal, indicando que instabilidade da
coluna vertebral pode ocorrer (JERRAM & DEWEY, 1999b). A fenestração não
remove material do interior do canal vertebral, porém, este procedimento remove
núcleo pulposo degenerado que continuaria extravasando para o interior do canal
(JERRAM & DEWEY, 1999b).
Uma alternativa para a cirurgia de fenestração seria a discectomia parcial
percutânea, cuja finalidade é a mesma: remoção do núcleo pulposo dos DIV,
agindo profilaticamente em relação às recidivas de hérnia de disco. A vantagem
desta técnica está relacionada com menor desconforto pós-operatório (PO), pois o
trauma é mínimo, não sendo cirurgia invasiva nem tecnicamente complexa. Ela
resulta em baixa morbidade e baixas taxas de complicações (KINZEL et al, 2005).
Outra alternativa para a fenestração seria a ablação percutânea a laser dos
DIV, na qual é realizada a remoção dos mesmos discos da FTL. Resulta em
poucas complicações, incluindo pneumotórax, formação de abscesso e
discoespondilite, e a recorrência dos sinais clínicos é baixa (KENNETH et al,
2003).
3. Material e Métodos
3.1 Casos clínicos
O estudo foi realizado com todos os cães atendidos no HV-FCAV-
UNESP no período de fevereiro de 2002 a novembro de 2006 que tenham
realizado a cirurgia de FTL após o diagnóstico de hérnia de disco tóraco-lombar
por meio de exame físico e neurológico, radiografia simples e mielografia quando
necessária .
Os animais foram avaliados quanto ao estado neurológico: presença
e intensidade de dor tóraco-lombar, presença de paraparesia ou parapalisia.
Foi verificada a função de micção dos cães quanto ao controle, para
detectar se havia retenção urinária (casos de incontinência por repleção total
foram considerados como retenção).
Foi observada a presença de movimentos voluntários, e estes, quando
presentes, foram avaliados quanto à força, intensidade, capacidade de manter-se
em estação e capacidade de caminhar.
Os reflexos patelar, ciático e tibial cranial foram avaliados e classificados de
acordo com a sua intensidade em: arreflexia, hiporreflexia, normorreflexia,
hiperreflexia e clônus.
A propriocepção consciente e a percepção da dor profunda foram avaliadas
e classificadas em: ausente, normal ou diminuída.
Após a verificação da avaliação neurológica, os cães deste trabalho
foram classificados, de acordo com a gravidade da lesão medular, segundo
GRIFFITHS citado por KINZEL et al, 2005:
Grau um: presença de dor tóraco-lombar e sem deficiência neurológica.
Grau dois: presença de dor raco-lombar, ataxia, paraparesia, déficits
proprioceptivos, percepção da dor profunda presente.
Grau três: paraparalisia, ausência de propriocepção, ausência de
locomoção, percepção da dor profunda presente, retenção ou incontinência
urinária, sem capacidade de sustentar o próprio peso.
Grau quatro: paraparalisia, ausência de propriocepção, ausência de
locomoção e movimentos voluntários, retenção urinária, sem capacidade de
sustentar o próprio peso, e com alguma sensibilidade ainda presente.
Grau cinco: paraparalisia, ausência de propriocepção, ausência de
locomoção e movimentos voluntários, percepção da dor profunda ausente,
distenção vesical, sem capacidade de sustentar o próprio peso.
3.2 Cirurgia
3.2.1 Da Anestesia
O protocolo predominante empregado nos cães foi levomepromazina
1mg/Kg por via IV e meperidina 5mg/Kg por via IM como medicação pré-
anestésica; dez minutos depois seguiu-se a indução à anestesia geral com
propofol 5mg/Kg por via IV e manutenção com anestesia inalatória pelo
Isofluorano em circuito com reinalação parcial de gases. Este protocolo sofreu
pequenas variações em animais portadores de outras enfermidades
concomitantes, como cardiopatias, nefropatias, hepatopatias entre outras.
3.2.2 Fenestração Tóraco-lombar
Foram submetidos à cirurgia de FTL 129 cães no período de fevereiro de
2002 a novembro de 2006.
A cirurgia de FTL realizada no Hospital Veterinário da Faculdade de Ciência
Agrárias UNESP de Jaboticabal é composta por duas etapas: uma toracotomia
intercostal esquerda com acesso no 11° espaço intercostal, seguida por um
acesso paravertebral esquerdo desde a primeira até a quarta vértebra lombar.
Na primeira etapa, são fenestrados os DIV contidos entre a décima
vértebra torácica até a primeira vértebra lombar. Os núcleos dos DIV são
removidos delicadamente através de curetagem com auxílio de curetas de uso em
periodontia, sendo realizada em seguida toracorrafia padrão.
Na segunda etapa, são fenestrados os DIV contidos entre a primeira até a
quarta vértebra lombar. Após curetagem delicada dos núcleos dos discos, a
musculatura espinhal é reposicionada para a rafia da fáscia lombodorsal, seguida
por dermorrafia padrão.
Registros deste procedimento estãp na Figura 9.
Figura 9. Fotografias ilustrativas da FTL realizada no HV-FCAV-UNESP. A, Localização
do DIV. B, Incisão do anel fibroso do DIV com lâmina de bisturi número 15. C,
Remoção do núcleo pulposo. D, Aspecto do DIV fenestrado. E, Toracorrafia
padrão. F, aspecto final da FTL. UNESP Jaboticabal, 2007.
A B
C
A
D
E F
3.2.3 Pós-operatório
No PO os cães foram medicados com antibiótico (cefazolina 30mg/kg/BID),
antiinflamatório (meloxicam 0,1mg/kg/SID) e analgésico (cloridrato de tramadol
2mg/kg/TID) durante sete dias,sendo reavaliados com dez dias de PO e também
no dia do último retorno, e os proprietários foram interrogados por telefone após
meses de recuperação.
3.3 Estabelecimento dos Grupos
Após a coleta de dados, os cães foram divididos em três grupos:
GP (grupo precoce): cães que receberam intervenção cirúrgica precoce, ou
seja, até três dias decorridos desde o dia da paresia/paralisia, composto por
49 animais.
GI (grupo intermediário): cães que receberam intervenção cirúrgica entre
quatro a dez dias decorridos desde o dia da paresia/paralisia, composto por
22 animais.
GT (grupo tardio): cães que receberam intervenção cirúrgica decorridos
mais de dez dias desde o dia da paresia/paralisia, composto por dez
animais.
Os cães foram avaliados quanto à correlação do tempo de paralisia (TP)
com o tempo de recuperação dos movimentos voluntários (RMV) e recuperação
da função locomotora (RFL) nos grupos GP, GI e GT, e também separadamente
em cada grau de lesão GL medular.
Outros parâmetros também foram analisados, como a correlação entre a
idade e o tempo de RMV, idade e tempo de RFL, raça e GL, idade e GL.
A análise estatística de todos os parâmetros foi realizada através do Teste
de Fischer com nível de significância p < 5%.
4. Resultados
4.1 Afecções cirúrgicas de coluna vertebral submetidas à intervenção
cirúrgica no HV-FCAV no período de novembro de 2004 a novembro de 2006
4.1.1 Distribuição das afecções de coluna
Neste período, 121 cães foram submetidos à cirurgia de coluna (Apêndice
A), sendo 80% devido à discopatia, 13% por afecções congênitas (luxações ou
instabilidades congênitas), 5% por afecções traumáticas (fraturas ou luxações) e
2% por neoplasia (Figura 10 e Tabela1).
2% Neoplasias
Congênitas
5% Afecções
Traumáticas
80% Discopatias
Figura 10. Distribuição das afecções de coluna nos cães atendidos no HV-FCAV durante o
período de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Tabela 1. Distribuição das afecções de coluna de cães atendidos no HV-FCAV no período
de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Afecções Número de cães
acometidos
Porcentagem do total de
afecções (%)
Discopatias 97 80
Afecções Congênitas 16 13
Afecções Traumáticas 6 5
Neoplasias 2 2
Total 121 100
4.1.2 Intervenções cirúrgicas realizadas
Dentre as cirurgias realizadas, 61% foram fenestrações
(cervicais, torácicas, tóraco-lombares e lombares); 17% foram cirurgias
descompressivas (laminectomias dorsais, hemilaminectomias,
pediculectomias, laminectomias e corpectomias ventrais parciais); 13%
foram fenestrações associadas às descompressões e 9% foram
estabilizações (Figura 11 e Tabela 2).
61% Fenestrações
13% Fenestrações
+Descompressões
9% Estabilizações
17% Cirurgias
Descompressivas
Figura 11. Distribuição das cirurgias de coluna realizadas em cães no HV-FCAV no
período de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal,
2007
Tabela 2. Distribuição das cirurgias de coluna realizadas em cães no HV-FCAV no período
de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Cirurgias
Número de cirurgias
realizadas
Porcentagem do total de
cirurgias (%)
Fenestrações 74 61
Cirurgias Descompressivas 20 17
Fenestrações+Descompressões 16 13
Estabilizações 11 9
Total 121 100
4
.1.3 Casos de discopatias submetidos à cirurgia
4.1.3.1 Distribuição racial
A raça mais acometida foi a Teckel, com 67% dos casos, seguida por
Poodle e SRD com 11% cada uma, Cocker Spaniel com 4%, Beagle e Pinsher
com 2%, Pequinês, Lhasa Apso e Yorkshire com 1% (Figura 12 e Tabela 3).
Pequinês 1%
Lhasa Apso 1%
Yorkshire 1%
Beagle 2%
Poodle 11%
SRD 11%
Pinscher 2%
Cocker 4%
67% Teckel
Figura 12. Distribuição racial das discopatias nos cães atendidos no HV-FCAV no período
de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Tabela 3. Distribuição racial das discopatias nos cães atendidos no HV-FCAV no período
de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Raças mais
acometidas
Número de cães de cada
raça
Porcentagem de cada raça(%)
Lhasa Apso 1 1
Yorkshire 1 1
Pequinês 1 1
Pinscher 2 2
Beagle 2 2
Cocker 4 4
SRD 11 11
Poodle 11 11
Teckel 64 67
Total 97 100
4.1.3.2 Distribuição das discopatias quanto à região
anatômica
Dentre os casos de discopatias (Apêndice B), a discopatia
mais prevalente foi a tóraco-lombar com 56% dos casos,
seguida pela cervical (37% dos casos) e lombar (7% dos casos),
(Figura 13 e Tabela 4).
0
10
20
30
40
50
60
n
Discopatias
Discopatia Tóraco-lombar
Discopatia Cervical
Discopatia Lombar
Figura 13. Distribuição das discopatias nos cães atendidos no HV-FCAV durante o período
de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Tabela 4. Distribuição das discopatias nos cães atendidos no HV-FCAV no período de
novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Tipo de Discopatia Número de cães acometidos Porcentagem do total de
discopatia (%)
Cervical
36 37
Tóraco-lombar 54 56
Lombar 7 7
Total 97 100
4.1.3.3 Cirurgias realizadas para tratamento das discopatias
Dentre as cirurgias realizadas nos casos de discopatia, houve predomínio
da cirurgia de fenestração discal, sendo realizada em 75% dos casos (Figura 14 e
Tabela 5).
75%
Fenestrações
9%
Descompressões
15% Fenestações
+
Descompressões
1% Estabilizões
Figura 14. Tipos de cirurgia realizada nos casos de discopatia no HV-FCAV no
período de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal,
2007
Tabela 5. Tipo de cirurgia realizada nos casos de discopatia no HV-FCAV no período
de novembro de 2004 a novembro de 2006, UNESP Jaboticabal, 2007
Tipo de cirurgia realizada Número de cães
operados
Porcentagem de cães
operados (%)
Fenestrações
72 75
Fenestrações + Descompressões 15 15
Descompressões 9 9
Estabilizações 1 1
Total 97 100
4.2 Casos de DTL submetidos à cirurgia de FTL durante o período de
fevereiro de 2002 a novembro 2006
De 2002 a 2006, foram realizadas 129 cirurgias de FTL (Apêndice C),
sendo 49,58 % em machos e 50,42 % em fêmeas. A idade média dos cães em
anos foi 5,63 ± 2,08 (média ± desvio padrão) variando de um a 12 anos. O peso
médio dos cães em quilogramas foi 8,13 ± 2,82, variando de 2,5 a 14. A raça mais
prevalente foi a Teckel, com 78,3 % dos casos, seguida pela raça poodle com
10% dos casos. As outras raças somaram 11,7 % dos casos. Destes animais, 48
foram excluídos do estudo pois não foi possível localizar o proprietário para
obtenção das informações necessárias e 81 foram incluídos no estudo (Apêndices
D e E), sendo que 7 não obtiveram RFL.
4.2.1 Avaliação dos cães com diferentes GL
Quando comparados de acordo com o GL, o tempo de RMV foi em
média um para o grau um; 2,36 ± 2,38 dias para o grau dois; 8,14 ± 9,71 para o
grau três; 15 ± 14,62 para o grau quatro e 20,67 ± 17,21 para o grau cinco (Figura
15).
RMV em dias para cada GL
0
5
10
15
20
25
30
35
40
GL
média RMV GL 1
média RMV GL 2
média RMV GL 3
média RMV GL 4
média RMV GL 5
Figura 15. Comparação das médias dos tempos de RMV para os cães com diferentes GL
Quando comparados de acordo com GL, o tempo de RFL foi em média dez
para o grau um; 7,18 ± 3,73 dias para o grau dois; 17,03 ± 18,35 para o grau três;
34 ± 26,44 para o grau quatro e 37 ± 24,64 para o grau cinco (Figura 16).
RFL em dias para cada GL
0
10
20
30
40
50
60
70
GL
média RFL GL 1
média RFL GL 2
média RFL GL 3
média RFL GL 4
média RFL GL 5
Figura 16. Comparação das médias dos tempos de RFV para os cães com diferentes GL
4.2.2 Avaliação dos cães em relação ao TP
Quando comparados de acordo com TP, o tempo de RMV foi em média
8,84 ± 11 dias para o GP, 9,18 ± 8,6 para o GI e 27,71 ± 21,6 para o GT,
apresentado na Figura 17.
Comparão de RMV em dias nos diferentes grupos
0
10
20
30
40
50
60
Grupos
média de RMV no GP
média de RMV no GI
média de RMV no GT
Figura 17. Comparação das dias dos tempos de RMV para os grupos GP, GI e
GT.
Quando comparados de acordo com TP, o tempo de RFL foi em média
21,52 ± 23,51 dias para o GP, 21,23 ± 18,09 para o GI e 41,43 ± 30,92 para o GT
(Figura 18).
Comparão de RFL em dias nos diferentes grupos
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Grupos
média de RFL no GP
média de RFL no GI
média de RFL no GT
Figura 18. Comparação das médias dos tempos de RFL para os grupos GP, GI e GT.
Dos 81cães, 7 (9%) não recuperaram a função locomotora, sendo 3 cães
com GL 4 (4%) e 4 cães com GL 5 (5%). 74 cães obtiveram RFL, sendo 45
(56%) dos cães entre os GL 1 a 3 e 29 (37%) cães entre os GL 4 e 5 (Apêndice
D).
Conhecidas as médias dos tempos de RMV e RFL, estes parâmetros foram
dividos em escores para realização da análise estatística.
Para a análise estatística, foi utilizado o teste de Fischer para todos
os parâmetros com nível de significância p < 0,05.
RMV e RFL foram divididos de acordo com a tabela 6:
Tabela 6. Classificação de RMV e RFL em escores
RMV RFL Escore
Rápido (0-5 dias) Rápido (0-10 dias) 0
Médio (6-15 dias) Médio (11-30 dias) 1
Lento (> 15 dias) Lento (> 30 dias) 2
Após esta classificação, o resultado obtido da relação entre o tempo de
RMV com TP pode ser observado na Figura 19 e no Quadro 1.
Figura 19. Representação de animais de cada grupo (GP, GI e GT) nos escores de
RMV
Quadro 1.
Freqüência dos cães de cada grupo (GP, GI e GT) em cada escore de RMV
obtida pelo teste de Fischer, 5% - p < 0,05
RMV
TP
0 1 2 Total
GP
21(25,93%) 20 (24,69%) 8 (9,88%) 49 (60,49%)
GI
6 (7,41%) 14 (17,28%) 2 (2,47%) 22 (27,16%)
GT
1(1,23%) 2 (2,47%) 7 (8,64%) 10 (12,35%)
Total
28 (34,57%) 36 (44,44%) 17 (20,99%) 81 (100%)
A análise estatística através do teste de Fischer demonstrou que existe
relação entre RMV e TP com alto nível de significância (p = 0,002).
O resultado obtido da relação do tempo de RFL com TP pode ser
observado na Figura 20 e no Quadro 2.
Relação de RMV com TP
0
5
10
15
20
25
Rápida Média Lenta
n
GP
GI
GT
Figura 20. Freqüência de animais de cada grupo (GP, GI e GT) nos escores de RFL
Quadro 2. Freqüência dos cães de cada grupo (GP, GI e GT) em cada escore de RFL obtida
pelo teste de Fischer, 5% - p < 0,05
RFL
TP
0 1 2 Total
GP
22 (27,16%) 12 (14,81%) 15 (18,52%) 49 (60,49%)
GI
8 (9,88%) 10 (12,35%) 4 (4,94%) 22 (27,16%)
GT
2 (2,47%) 2 (2,47%) 6 (7,41%) 10 (12,35%)
Total
32 (39,51%) 24 (29,63%) 25 (30,86%) 81 (100%)
A análise estatística através do teste de Fischer demonstrou que não existe
relação significativa (p > 0,05) entre RFL e TP, pois o valor de p = 0,12.
Os outros parâmetros também foram analisados pelo teste de Fischer com
nível de significância p = 5%. Os resultados foram:
Relação de RFL com TP
0
5
10
15
20
25
Rápida Média Lenta
n
GP
GI
GT
Não houve relação significativa entre a idade e o tempo de RMV, (p = 0,74).
Não houve relação significativa entre a idade e o tempo de RFL, (p = 0,56).
Não houve relação significativa entre a raça do animal e o GL apresentado
pelo animal (p = 0,25).
Não houve relação significativa entre a idade do animal e o GL apresentado
pelo animal (p = 0,09)
Para esta análise, os animais foram divididos de acordo com a tabela 7:
Tabela 7.
Classificação da idade em escores
Idade Escore
Jovem (0-2 anos) 0
Adulto (3 a 8 anos) 1
Idoso (> 8 anos) 2
Não houve relação significativa entre o sexo do animal e o GL
apresentado pelo animal (p = 0,45).
Ao analisar a relação de RMV e TP para cada GL individualmente,
houve relação significante com p = 0,006 entre RMV e TP para o GL três. Para GL
um, dois e cinco não foi possível efetuar a análise devido ao número de
observações insuficiente nestes graus. Para o GL quatro, p = 0,23.
Ao analisar a relação de RFL e TP para cada GL individualmente, a
maior relação obtida foi com p = 0,15 e ocorreu para o GL três. Para GL um, dois e
cinco não foi possível efetuar a análise devido ao número de observações
insuficiente nestes graus. Para o GL quatro, não houve relação significante (p =
0,72)
5. Discussão
Tanto a alta incidência da doença do DIV como a prevalência da DTL e o
acometimento principalmente da raça Teckel também foram observadas no
presente estudo, pois a discopatia constituiu cerca de 80% das afecções de
coluna atendidas no HV-FCAV UNESP, sendo que destes casos, 56% foram DTL
corroborando com os resultados de OLBY et al (1994), SEIM (1996), NECAS
(1999), COATES (2000) e McDONNELL et al (2001).
Nenhum dos animais deste estudo era de grande porte, porém CUDIA &
DUVAL (1997) reportaram que a ocorrência de discopatias em cães de grande
porte não é tão rara, tendo sido observada em 62 cães durante o período de dez
anos, sendo que a maior prevalência foi em cães mestiços (43,5%), seguido pela
raça Pastor Alemão (14,5%). MACIAS e colaboradores (2002), também
observaram alta ocorrência de discopatias (99 casos num período de cinco anos)
em cães de raças de grande porte, principalmente na raça Pastor Alemão (33,3%).
Os achados dos exames radiográficos variam muito em discopatias,
portanto, a degeneração condróide pode ser observada como uma série de DIV
calcificados e material extravasado calcificado pode ser visto no interior do canal
vertebral e o espaço entre os corpos vertebrais pode apresentar-se estreitado
(CHRISMAN, 1999; COATES, 2000). Neste trabalho a maioria dos cães em que
se empregou a cirurgia de FTL foi submetida a exame radiográfico simples como
exame de imagem complementar, sendo possível observar a presença de DIV
calcificados ou espaços entre os corpos vertebrais diminuídos.
Nos casos em que não foi possível o diagnóstico por radiografia simples, foi
indicada a mielografia como relatado por TOOMBS (1992) e CHRISMAN (1999). A
mielografia cisternal, e em alguns casos também a lombar,
foi realizada sob anestesia geral, utilizando-se iohexol ou iopamidol, sem
ocorrência de complicações graves como depressão respiratória, sinais
neurológicos e morte, descritas por JERRAM & DEWEY (1999a).
Alguns cães do presente estudo possuíam tomografia computadorizada
realizada em outros locais. O HV-FCAV UNESP não possui equipamentos para a
realização de tomografia computadorizada e ressonância magnética. Esses
exames de imagem possuem alto valor diagnóstico (TIDWEL, 2002; TORELLI,
2006, PENNING, 2006), porém seu custo é ainda elevado.
No presente trabalho foi verificada alta incidência da discopatia cervical,
37%, dentre o total dos casos de discopatias atendidos no HV-FCAV UNESP, em
oposição à incidência encontrada por GAGE e HOERLEIN citados por TOOMBS
(1992), que é de 15%. A discopatia cervical pode se apresentar apenas com
manifestações de hiperestesia difusa que podem responder ao tratamento com
analgésicos, não sendo muitas vezes diagnosticada, porém sua incidência deve
ser maior do que a relatada pelos autores.
A maioria dos cães submetidos à FTL estava entre os graus três e quatro
de lesão neurológica, e animais com graus um ou dois foram submetidos à cirurgia
apenas nos casos em que houve persistência dos sinais de hiperestesia e ataxia,
corroborando com as descrições de JERRAM & DEWEY (1999a). Não houve
muitos cães entre os GL um e dois porque nestes casos, em geral, somente o
tratamento clínico já leva à remissão dos sintomas. Também não houve muitos
cães submetidos à FTL no GL cinco porque se a ausência da dor profunda
persistia há mais de 48 horas, também não havia mais indicação cirúrgica por não
haver expectativa de retorno à função locomotora devido às lesões medulares
inerentes (LINEBERGER e KORNEGAY citados por WHEELER & SHARP, 1999;
JERRAM & DEWEY, 1999b).
Alguns autores consideram a cirurgia descompressiva como a primeira
escolha para o tratamento da DTL (COLTER, 1978; MUIR, 1995; NECAS, 1999).
FERREIRA e colaboradores (2002) em estudo realizado com 71 cães
submetidos à cirurgia de hemilaminectomia com a fenestração dos discos
adjacentes (um cranial e um caudal ao local da lesão), observaram que os cães
que realizaram a intervenção cirúrgica em um período inferior a seis dias de
apresentação dos sintomas obtiveram RFL em um período menor do que os cães
que realizaram a cirurgia com mais de seis dias de apresentação de sintomas,
sendo estes resultados semelhantes aos obtidos com a cirurgia de FTL realizada
no presente estudo.
A taxa de sucesso obtida por FERREIRA e colaboradores (2002) foi de
86%, e houve a ocorrência de recidivas, o que não aconteceu neste estudo, no
qual a taxa de sucesso foi de 91%, e não houve recidiva dos sintomas em nenhum
caso. Recidivas dos sinais clínicos após cirurgia descompressiva foram também
observadas por outros autores. MUIR e colaboradores (1995) encontraram 5%,
DHUPA e colaboradores (1999) encontraram 6,7%.
NECAS (1999) em estudo realizado com 300 cães submetidos à cirurgia
descompressiva, verificou recidiva dos sinais clínicos em 41 casos (14,59%) por
extrusão de outros discos, porém considera este percentual baixo, não
recomendando a fenestração profilática dos discos, assim como MUIR (1995).
MAYHEW e colaboradores (2004), estudaram os fatores de recorrência dos
sinais clínicos de DTL em 229 cães submetidos à cirurgia de laminectomia sem
fenestração dos outros discos. Dentro de um período de três anos após a cirurgia,
44 (19,2%) dos cães apresentaram recidiva dos sinais clínicos, sendo estes,
principalmente da raça Teckel. Concluíram que o número de discos calcificados é
um significante fator de recorrência dos sinais, e cães com cinco ou seis discos
calcificados antes da primeira cirurgia possuíam uma taxa de recidiva dos
sintomas de 50%.
SUKHIANI e colaboradores (1996) avaliaram em 25 cães as possíveis
causas para recorrência dos sinais de dor sem recorrência de déficits
neurológicos. Todos os cães foram submetidos à cirurgia de fenestração, e 18
(72%) realizaram também cirurgia descompressiva. Encontraram alta recorrência,
pois 20 (80%) dos cães apresentavam sinais de dor crônica ou episódios isolados
de dor, e presença de extrusão de material calcificado, concluindo que parte do
material extravasado não é retirado durante a cirurgia descompressiva, podendo
se alojar juntamente ao ligamento longitudinal dorsal ou se dispersar no espaço
epidural. No presente estudo, não houve nenhum animal com recidiva dos sinais
clínicos, e isto é devido à remoção do material do interior de múltiplos DIV.
A corpectomia lateral é uma alternativa à descompressão dorsal no
tratamento das discopatias crônicas tóraco-lombares, permitindo a remoção de
material protruído ou extravasado para o interior do canal vertebral sem lesões
iatrogênicas à ME. Em estudo realizado com 15 cães (sete de raças de grande
porte não condrodistróficas e oito de raças condrodistróficas) entre os GL dois a
quatro, MOISSONNIER e colaboradores (2004) concluíram que a corpectomia
lateral promoveu adequada descompressão da ME sem desestabilização da
coluna vertebral nem ocorrência de complicações severas, melhorando sua
condição neurológica.
De acordo com SUKHIANI e colaboradores (1996), JERRAM & DEWEY
(1999b) e MAYHEW e colaboradores (2004), cães que realizam cirurgia
descompressiva podem reapresentar os sinais clínicos por várias causas: o
material decorrente da extrusão pode não ter sido completamente removido por
haver migrado através do canal medular; após a cirurgia descompressiva, material
restante no interior do DIV pode continuar extravasando para o interior do canal
medular; novas extrusões de outros DIV podem ocorrer; e a ocorrência da dor
discogênica em animais com discopatia em múltiplos discos.
Segundo PADILHA FILHO & SELMI, (1999b) apesar de muito controversa,
a fenestração discal, quando realizada adequadamente, promove bons resultados
por não haver risco de novas extrusões em mesmo local ou locais diferentes por
impedir que material do interior do DIV continue extravazando através da fissura
do anel fibroso para o interior do canal medular.
Em estudo realizado com 29 cães, PADILHA FILHO & SELMI observaram
que todos os cães que pertenciam aos GL um a três (24) recuperaram a função
motora, e 80% (quatro dos cinco cães) que pertenciam ao GL quatro recuperaram
a função motora.
TUDURI e colaboradores (2004) em estudo realizado em 45 cadáveres
concluíram que a fenestração discal pode acarretar em extravasamento de
material para o interior do canal vertebral, em oposição aos resultados de
excelente recuperação e ausência de recidiva dos sintomas encontradas no
presente estudo. Dos 81 cães incluídos no estudo, apenas sete (9%) não
recuperaram a função locomotora, sendo três cães com GL quatro (4%) e quatro
cães com GL cinco (5%). Dos 45 (56%) cães que pertenciam GL entre um e três,
100% recuperaram a função locomotora. Dos 29 (37%) cães restantes que
obtiveram recuperação da função locomotora, 28 (36%) pertenciam ao GL quatro,
e um (1%) pertencia ao GL cinco. Nenhum deles sofreu recidiva do problema.
Com estes resultados verificou-se a alta taxa de RFL com a cirurgia de FTL, assim
como FLO & BRINKER (1975), PADILHA & SELMI (1999b), BOJRAB (2005).
É importante ressaltar que para se obter bons resultados no PO, a cirurgia
de FTL requer prática e delicadeza para sua realização. No estudo de TUDURI e
colaboradores (2004), a técnica de fenestração foi realizada em cadáveres, com
remoção dos segmentos espinhais e realização de abertura dorsal do anel fibroso,
pela qual houve saída de núcleo pulposo para o interior do canal durante o
processo de fenestração, porém a presença da medula espinhal e do ligamento
longitudinal dorsal no animal vivo já exerceriam pressão sobre o anel fibroso
dorsal, o que poderia minimizar esta saída de material do interior do DIV para o
canal medular.
KENNETH e colaboradores (2003) após análise de 277 casos de discopatia
tóraco-lombar tratados por ablação a laser percutânea dos DIV, também
considerada cirurgia profilática no tratamento da discopatia, obtiveram poucas
complicações pós-cirúrgicas, incluindo pneumotórax, abscesso e discoespondilite,
e concluíram que este tipo de intervenção cirúrgica profilática reduz o risco de
recorrência dos sinais clínicos, já que apenas 3,4% dos cães apresentaram
recidiva dos sinais. Apesar de ser uma cirurgia diferente da fenestração, a
finalidade é a mesma, ou seja, a remoção de múltiplos discos, com a finalidade de
diminuir a recorrência dos sinais clínicos. Esta taxa de recorrência de 3,4%
também foi menor do que as taxas obtidas pelos autores já citados quando foi
realizada cirurgia descompressiva.
A discectomia parcial percutânea também tem o mesmo princípio da FTL, e
possui baixas taxas de complicações da mesma forma que a ablação a laser e
também previne outras extrusões em discos adjacentes ao local da lesão (KINZEL
et al, 2005).
A dor discogênica provocada pela desidratação do núcleo pulposo e
degeneração do anel fibroso sem extrusão do material discal para o interior do
canal é originada do processo inflamatório do ligamento longitudinal dorsal e
camadas superficiais do anel fibroso inervadas pelo nervo sinuvertebral. A FTL
alivia esta dor porque diminui a pressão exercida sobre o ligamento logitudinal
dorsal e a parte dorsal do anel fibroso (SUKHIANI et al, 1996).
O material que extravasou para o interior do canal, na dependência da
quantidade, pode ser reabsorvido ou se alojar de forma a não comprimir a ME,
não agravando os déficits neurológicos (COLTER, 1978; TOOMBS, 1992).
Muitos autores reportaram algumas variáveis como prognóstico para o
retorno à função locomotora, sendo a presença ou ausência de dor profunda a
principal delas (KNECHT, 1972; DUVAL et al, 1996; CUDIA & DUVAL, 1997).
RUDDLE e colaboradores (2006) em estudo realizado com 308 cães,
propuseram uma nova variável como fator prognóstico do tempo de RFL: a
localização do DIV herniado, se era tóraco-lombar (T10 a L3) ou lombar (caudal a
L3). Para isto, os cães foram divididos de acordo com os sinais clínicos. Cães com
DTL apresentavam sinais de compressão de NMS, e cães com discopatia lombar
apresentavam sinais de compressão de NMI. Concluíram que não houve
influência da localização da hérnia (tóraco-lombar ou lombar) no tempo de RFL.
No mesmo estudo, observaram que 69% dos pacientes que não possuíam
percepção da dor profunda ou esta era duvidosa recuperaram a função
locomotora, e 92% dos cães que apresentavam percepção da dor profunda
recuperam a função locomotora, concluindo que a presença da percepção da dor
profunda no pré-operatório é um indicador de prognóstico favorável quanto à
locomoção. RUDDLE e colaboradores (2006) não encontraram influência das
outras variáveis estudadas como idade, sexo, peso e raça no tempo de RFL,
embora duas destas, idade e peso tenham sido reportados por OLBY e
colaboradores (2003) como fatores prognósticos do tempo de RFL. No presente
estudo, a variável idade não foi correlacionada diretamente com o tempo de RFL,
porém foi correlacionada com o GL apresentado pelo cão, que influencia no tempo
de RFL, e após análise estatística não foi encontrada relação significante da
variável idade com GL.
Em estudo realizado com 112 cães, DAVIS & BROWN (2002) avaliaram se
as variáveis idade, peso, presença de movimentos voluntários, uso de
glicocorticóides, tempo de indução anestésica, tempo de anestesia, tempo
cirúrgico, número de injeções de contraste durante a mielografia, presença de
percepção da dor no PO, TP decorrido até o dia da cirurgia, presença de
movimentos voluntários no PO influenciavam no tempo de RFL em animais com
percepção da dor profunda presente submetidos à cirurgia descompressiva, e
observaram que apenas a presença de movimentos voluntários no PO influenciou
no tempo de RFL, sendo considerado um indicador de prognóstico favorável. No
presente estudo também não houve correlação de TP com o tempo de RFL,
porém houve influência do TP no tempo de RMV.
LAITINEN & PUERTO (2005) em estudo realizado com 46 cães submetidos
à cirurgia descompressiva reportaram que o retorno da percepção da dor profunda
em até duas semanas após a cirurgia também pode ser um indicador de
prognóstico favorável em relação à RFL.
Em estudo realizado com 30 cães submetidos à cirurgia de
descompressiva, KAZAKOS e colaboradores (2005) avaliaram a duração e
severidade dos sinais clínicos como indicadores prognósticos de RFL, e não
encontraram correlações significativas. Em oposição a isto, no presente estudo, foi
observado que cães com GL quatro e cinco obtiveram RMV e RFL mais lenta que
os cães entre os GL um a três. Duas diferenças importantes entre esses trabalhos
devem ser ressaltadas, o tipo de cirurgia realizada, e a taxa de RFL. No estudo de
KAZAKOS e colaboradores (2005), a cirurgia realizada foi a hemilaminectomia, e
dos 11 cães que pertenciam ao GL quatro, apenas cinco (45,5%) obtiveram boa
RFL. No presente estudo foi realizada a FTL, e dos 31 cães que pertenciam ao GL
quatro, 28 (90,3%) obtiveram RFL.
DUVAL e colaboradores (1996) avaliaram a RFL em 46 cães com ausência
de dor profunda em menos de 12 horas (17), entre 12 e 24 horas (21), entre 24 e
48 horas (sete), e acima de 48 horas (um) submetidos à cirurgia de
hemilaminectomia com realização de durotomia. O percentual de RFL obtido foi de
53% (nove) para os cães submetidos à cirurgia em menos de 12 horas, 38% (oito)
para os cães que realizaram cirurgia entre 12 e 24 horas, 43% (três) para os cães
operados entre 24 e 48 horas e não houve RFL no cão submetido à cirurgia após
48 horas de perda da dor profunda corroborando com os autores LINEBERGER e
KORNEGAY citados por WHEELER & SHARP (1999), JERRAM & DEWEY
(1999b) em relação à não recuperação da função em animais submetidos à
cirurgia com mais de 48 horas de perda da sensibilidade profunda.
A variável tempo de RMV possui menos fatores de interferência, pois é um
período mais curto, e em geral, é o período de repouso do PO ainda. Já a variável
tempo de RFL possui alguns fatores de interferência, pois como é um período
prolongado, alguns cães passaram por sessões de fisioterapia ou acupuntura.
Além disso, proprietários que exercitam mais seus cães do que outros,
promovendo dessa forma a RFL mais rápida.
Em estudo realizado por HAYASHI (2006), cães com DTL entre os GL três
e quatro que foram submetidos à acupuntura apresentaram RFL mais precoce que
o grupo sem acupuntura. Além disso, os cães do grupo com acupuntura
apresentaram melhores taxas de recuperação total em relação à micção e à
propriocepção quando comparados aos cães do grupo sem acupuntura.
6. Conclusões
A FTL apresenta alta taxa de sucesso em relação à RFL em animais com
GL um, dois, três e quatro.
O tempo de RMV foi maior com alto grau de significância para os cães que
sofreram intervenção cirúrgica tardiamente.
O tempo de RFL foi maior, mas não estatisticamente significante, no GT
comparado ao GP e GI, porém houve outras variáveis que influenciaram neste
resultado, como a realização de sessões de fisioterapia e acupuntura em alguns
animais.
Novos estudos devem ser realizados com padronização do tratamento no
PO (com ou sem acupuntura e mesma freqüência de sessões, com ou sem
fisioterapia e mesma freqüência de sessões).
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RGHV Raça Idade (A) Enfermidade Cirurgia
45949-6 Dog Alemão 2 Fratura Odontóide Estabilização C1-2
46117-2 Teckel 7 Discopatia TL FTL
46355-2 Teckel 4 Discopatia TL FTL
39655-9 Teckel 8 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
46266-7 Pinscher 5 Subluxação A-A Estabilização A-A
46400-7 Teckel 7 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
46366-3 Cocker
Spaniel
5 Discopatia Lombar Laminectomia
46534-8 Pinscher 7 Trauma (luxação) Laminectomia
46564-4 Teckel 4 Discopatia TL FTL
46648-1 Teckel 3 Discopatia TL FTL
46541-0 Pinscher 2 Subluxação A-A Estabilização A-A
46549-6 Beagle 7 Discopatia Cervical Fenestração cervical +
Descompressão ventral
46708-2 Teckel 14 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
46724-3 Teckel 3 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
46781-2 Boxer 2 Trauma Fratura
T12
Estabilização
46791-0 Pinscher 6 Discopatia
Torácica
Fenestração Torácica
46817-7 Cocker
Spaniel
11 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
46834-7 Poodle 2 Discopatia TL FTL
46560-7 Rottweiller 3 Wobbler Fenestração Cervical +
Estabilização
47019-8 Poodle 6 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
47040-6 Fila
Brasileiro
8 Neoplasia Hemilaminectomia C3-4
47130-5 Poodle 5 Discopatia TL FTL
47170-4 Teckel 5 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
47213-1 Labrador 0,5 Luxação T13-L1 Laminectomia Dorsal +
Estabilização T13-L1
47242-5 Teckel 5 Discopatia TL FTL
47116-0 Pitbull 1 Wobbler Estabilização Cervical
47292-1 Teckel 10 Trauma (luxação
T10-11)
Laminectomia Dorsal
31515-0 Boxer 8 Compressão Laminectomia Dorsal
Cauda Equina L7-S1
47323-5 Teckel 10 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
47350-2 Teckel 6 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
47463-0 Teckel 6 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão C4-5
47497-5 Poodle 4 Discopatia TL Hemilaminectomia
47550-5 SRD 7 Discopatia TL FTL
47626-9 Poodle 4 Discopatia TL FTL
47760-5 Teckel 5 Discopatia TL FTL
47797-4 Teckel 5 Discopatia TL FTL
47888-3 Teckel 5 Discopatia TL FTL + hemilaminectomia
48037-1 Lhasa Apso 3 Discopatia TL FTL
43061-7 Pastor
Alemão
2 Compressão
Cauda Equina
Laminectomia Dorsal
L7-S1
48108-4 Teckel 5 Discopatia TL FTL
48111-4 Teckel 6 Discopatia TL FTL
47968-3 Cocker 5 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
48227-7 SRD 13 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
48382-6 Poodle 3 Discopatia TL Hemilaminectomia
48385-0 SRD 8 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
48537-3 Teckel 6 Discopatia TL FTL
48593-4 Pequinês 4 Discopatia TL FTL
48642-6 Teckel 6 Discopatia TL FTL
48699-0 Teckel 5 Discopatia TL FTL
48703-2 SRD 5 Discopatia TL FTL
48712-0 Teckel 8 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
48397-4 Boxer 10 Neoplasia Hemilaminectomia
48805-4 Teckel 7 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
48899-2 SRD 5 Compressão
Cauda Eqüina
Laminectomia
Dorsal L7-S1
49018-0 Yorkshire 0,1 Subluxação A-A Estabilização A-A
49130-6 SRD 3 Discopatia TL Hemilaminectomia
49110-0 Teckel 9 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
49396-1 Teckel 7 Discopatia TL Fenestração Torácica
49398-8 Teckel 10 Discopatia TL Hemilaminectomia
49229-9 Yorkshire 9 Discopatia Cervical Estabilização Cervical
C4-5, C5-6
49358-9 Teckel 7 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
40197-8 SRD 8 Discopatia Lombar Hemilaminectomia
49223-0 Teckel 7 Discopatia TL FTL
49467-4 Pinscher 3 Subluxação A-A Estabilização A-A
49568-9 Teckel 9 Discopatia TL FTL
SRD Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
49594-8 Yorkshire 0,5 Subluxação A-A Estabilização A-A
48699-0 Teckel 5 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
42531-1 SRD 6 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
49720-7 Labrador 5 Compressão
Cauda Eqüina
Laminectomia Dorsal
L7-S1
35421-0 SRD 8 Trauma (luxação
T12-13)
Laminectomia T12-13
49834-3 Teckel 10 Discopatia TL FTL
49853-0 Weimaraner 8 Wobbler Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
21292-0 Teckel 7 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
49997-8 Teckel 9 Discopatia TL FTL
50009-7 SRD 9 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
49743-6 Teckel 5 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
50071-2 Teckel 6 Discopatia TL FTL
34051-0 Pastor
Alemão
5 Compressão
Cauda Eqüina
Laminectomia
Dorsal L7-S1
49834-3 Teckel 10 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
50332-0 Teckel 8 Discopatia TL FTL
27634-0 Teckel 15 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
50394-0 Teckel 4 Discopatia TL FTL
50480-7 TEckel 7 Discopatia TL FTL
50392-4 Poodle 9 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
50453-0 Teckel 6 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
50429-7 Teckel 4 Discopatia TL FTL
50527-7 Beagle 5 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
50534-0 Poodle 4 Discopatia TL FTL
50632-0 Teckel 8 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
50742-3 Dog Alemão 5 Compressão
Cauda Eqüina
Laminectomia
Dorsal L7-S1
50510-2 Teckel 4 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
50681-8 Teckel 9 Discopatia TL FTL
50628-4 Teckel 8 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
50988-4 Poodle 4 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
51008-4 SRD 6 Discopatia TL FTL
51135-8 Teckel 7 Discopatia TL FTL
51142-0 Rottweiller 8 Woobler Fenestração Cervical +
Estabilização
51152-8 Teckel 8 Discopatia TL FTL
51424-1 Teckel 4 Discopatia TL FTL
40369-5 Teckel 5 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
51524-8 Poodle 3 Discopatia TL FTL
51504-3 Teckel 8 Discopatia TL FTL
51644-9 Teckel 6 Discopatia TL FTL
51720-8 Teckel 6 Discopatia TL FTL + hemilaminectomia
51763-1 Teckel 9 Discopatia TL FTL
40683-0 Pinscher 6 Discopatia Cervical Laminectomia Dorsal
C6-7
51894-9 Teckel 5 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
51966-9 Rottweiller 7 Wobbler Descompressão Ventral
52147-7 Teckel 7 Discopatia TL FTL
52118-3 Teckel 8 Discopatia TL FTL
47009-0 Teckel 3 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
52284-8 Teckel 4 Discopatia TL FTL
52303-8 SRD 4 Discopatia TL Hemilaminectomia
52574-8 Teckel 5 Discopatia TL FTL
52940-0 Teckel 3 Discopatia TL FTL + pediculectomia
52856-0 Poodle 8 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
53020-4 Teckel 10 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
53252-5 Teckel 7 Discopatia Cervical Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
53311-4 Teckel 9 Discopatia Cervical Fenestração Cervical
53387-0 Cocker
Spaniel
8 Discopatia TL FTL + pediculectomia
APÊNDICE B
Número do prontuário, raça, idade (em anos), tipo de discopatia e cirurgia realizada
referente aos cães atendidos no HV-FCAV no período de novembro de 2004 a novembro
de 2006, UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2007.
RGHV Raça Idade (A)
Enfermidade Cirurgia
46117-2 Teckel 7 Discopatia TL FTL
46355-2 Teckel 4 Discopatia TL FTL
39655-9 Teckel 8 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
46400-7 Teckel 7 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
46366-3 Cocker
Spaniel
5 Discopatia Lombar Laminectomia (L5 até S1)
46564-4 Teckel 4 Discopatia TL FTL
46648-1 Teckel 3 Discopatia TL FTL
46549-6 Beagle 7 Discopatia
Cervical
Fenestração cervical +
Descompressão ventral
46708-2 Teckel 14 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
46724-3 Teckel 3 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
46791-0 Pinscher 6 Discopatia TL Fenestração Torácica
46817-7 Cocker
Spaniel
11 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
46834-7 Poodle 2 Discopatia TL FTL
47019-8 Poodle 6 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
47130-5 Poodle 5 Discopatia TL FTL
47170-4 Teckel 5 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
47242-5 Teckel 5 Discopatia TL FTL
47323-5 Teckel 10 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
47350-2 Teckel 6 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
47463-0 Teckel 6 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão C4-5
47497-5 Poodle 4 Discopatia TL Hemilaminectomia
47550-5 SRD 7 Discopatia TL FTL
47626-9 Poodle 4 Discopatia TL FTL
47760-5 Teckel 5 Discopatia TL FTL
47797-4 Teckel 5 Discopatia TL FTL
47888-3 Teckel 5 Discopatia TL FTL + hemilaminectomia
48037-1 Lhasa
Apso
3 Discopatia TL FTL
48108-4 Teckel 5 Discopatia TL FTL
48111-4 Teckel 6 Discopatia TL FTL
47968-3 Cocker
Spaniel
5 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
48227-7 SRD 13 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
48382-6 Poodle 3 Discopatia TL Hemilaminectomia
48385-0 SRD 8 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
48537-3 Teckel 6 Discopatia TL FTL
48593-4 Pequinês 4 Discopatia TL FTL
48642-6 Teckel 6 Discopatia TL FTL
48699-0 Teckel 5 Discopatia TL FTL
48703-2 SRD 5 Discopatia TL FTL
48712-0 Teckel 8 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
48805-4 Teckel 7 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
49130-6 SRD 3 Discopatia TL Hemilaminectomia
49110-0 Teckel 9 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
49396-1 Teckel 7 Discopatia TL Fenestração Torácica
49398-8 Teckel 10 Discopatia TL Hemilaminectomia
49229-9 Yorkshire 9 Discopatia
Cervical
Estabilização Cervical
C4-5, C5-6
49358-9 Teckel 7 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
40197-8 SRD 8 Discopatia TL Hemilaminectomia
49223-0 Teckel 7 Discopatia TL FTL
49568-9 Teckel 9 Discopatia TL FTL
SRD Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
48699-0 Teckel 5 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
42531-1 SRD 6 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
49834-3 Teckel 10 Discopatia TL FTL
21292-0 Teckel 7 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
49997-8 Teckel 9 Discopatia TL FTL
50009-7 SRD 9 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
49743-6 Teckel 5 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
50071-2 Teckel 6 Discopatia TL FTL
49834-3 Teckel 10 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
50332-0 Teckel 8 Discopatia TL FTL
27634-0 Teckel 15 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
50394-0 Teckel 4 Discopatia TL FTL
50480-7 Teckel 7 Discopatia TL FTL
50392-4 Poodle 9 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
50453-0 Teckel 6 Discopatia Lombar Fenestração Lombar
50429-7 Teckel 4 Discopatia TL FTL
50527-7 Beagle 5 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
50534-0 Poodle 4 Discopatia TL FTL
50632-0 Teckel 8 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
50510-2 Teckel 4 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
50681-8 Teckel 9 Discopatia TL FTL
50628-4 Teckel 8 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
50988-4 Poodle 4 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
51008-4 SRD 6 Discopatia TL FTL
51135-8 Teckel 7 Discopatia TL FTL
51152-8 Teckel 8 Discopatia TL FTL
51424-1 Teckel 4 Discopatia TL FTL
40369-5 Teckel 5 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
51524-8 Poodle 3 Discopatia TL FTL
51504-3 Teckel 8 Discopatia TL FTL
51644-9 Teckel 6 Discopatia TL FTL
51720-8 Teckel 6 Discopatia TL FTL + hemilaminectomia
51763-1 Teckel 9 Discopatia TL FTL
40683-0 Pinscher 5 Discopatia
Cervical
Descompressão Ventral
51894-9 Teckel 5 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
52147-7 Teckel 7 Discopatia TL FTL
52118-3 Teckel 8 Discopatia TL FTL
47009-0 Teckel 3 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
52284-8 Teckel 4 Discopatia TL FTL
52303-8 SRD 4 Discopatia TL Hemilaminectomia
52574-8 Teckel 5 Discopatia TL FTL
52940-0 Teckel 3 Discopatia TL FTL + pediculectomia
52856-0 Poodle 8 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
53020-4 Teckel 10 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
53252-5 Teckel 7 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical +
Descompressão Ventral
53311-4 Teckel 9 Discopatia
Cervical
Fenestração Cervical
53387-0 Cocker
Spaniel
8 Discopatia TL FTL + pediculectomia
APÊNDICE C
Número do prontuário, raça, idade (em anos), peso e sexo referente a todos os
cães submetidos à cirurgia de FTL no HV-FCAV no período de fevereiro de 2002 a
novembro 2006, UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2007.
RGHV Raça Idade (A) Peso (kg) Sexo
Teckel 6 10
Teckel 5 F
Teckel 4
Teckel 12
Teckel 10
Cocker Spaniel 6 14
Teckel 10 6,7
Teckel 5 10,2 F
50480-7 Teckel 7 9
38498-4 Teckel 4 6
39585-4 Teckel 4 6,8
46564-4 Teckel 4 5,5
43231-8 Poodle 2 14 M
51504-3 Teckel 8 14 M
45247-5 Teckel 5 10 M
45248-3 Teckel 5 7 F
44659-9 Teckel 11 12,3 M
44571-1 Teckel 5 4,5 F
41366-6 Teckel 13 7,5 F
34991-7 Poodle 3 5 M
35030-3 Teckel 8 10,3 M
35067-2 Teckel 5 7 F
35088-5 Cocker spaniel 5 8,4 M
35242-0 Teckel 5 9 F
35293-4 Teckel 6 12 F
35481-3 Teckel 7 10 F
35752-9 Teckel 6 12,4 M
35820-7 Teckel 6 10 F
35930-0 Teckel 6 11 M
36304-9 Teckel 4 4,8 F
36168-2 Fox Terrier 12 10 M
36305-7 Teckel 6 7 F
36602-1 Teckel 4 7 M
36809-1 Poodle 6 10 M
37136-0 Teckel 4 5 F
37161-0 Poodle 6 3,7 F
37226-9 Teckel 5 7 F
37234-0 Teckel 5 5 F
37312-5 Teckel 7 8,2 F
36895-4 Teckel 5 7,4 M
37424-5 Teckel 7 8,8 M
37604-3 Teckel 8 9,1 F
30093-4 Teckel 2 15 F
38063-6 Teckel 4 5,9 M
38074-1 Teckel 6 6,5 F
38206-0 Teckel 4 2,7 M
38272-8 Teckel 4 12 M
38340-6 SRD 3 4 F
38350-3 Teckel 3 12 M
38411-9 Teckel 5 6 F
38429-1 Teckel 7 11 M
38460-7 Poodle 7 5 M
38905-6 Teckel 4 8,2 M
38935-8 SRD 6 5,8 M
39013-5 Teckel 6 8,7 F
39837-3 Teckel 6 8,2 F
40012-2 Teckel 8 6,7 F
40081-5 Poodle 3 5 F
40071-8 Poodle 6 9,5 M
30918-4 Teckel 6 16 M
40369-5 Teckel 2 5 F
40467-5 Teckel 8 12 M
40757-7 Teckel 1,5 11 F
40755-0 Teckel 8 7 M
41004-7 Teckel 9 13,5 F
41424-7 SRD 5 6,2 F
41497-2 Teckel 10 13 M
41627-4 Teckel 4 7,2 F
41792-0 Pequinês 5 3,6 M
41830-7 Shitzu 5 6,3 M
42265-7 Teckel 4 4,6 F
42461-7 Teckel 6 6,2 F
42483-0 Teckel 5 8,5 F
42529-0 Teckel 7 9,2 M
43529-5 Teckel 2 8,5 F
43783-2 Teckel 5 6,8 F
44189-9 Poodle 4 6,9 F
44254-2 Teckel 4 9,3 M
44530-4 Teckel 6 11,5 M
44483-9 Teckel 9 11,5 F
44981-4 Teckel 3 6 M
45054-5 Teckel 4 6,5 F
45088-0 Poodle 5 4,8 M
45268-8 Teckel 4 5,5 F
45626-0 Teckel 5 8,7 M
34348-0 Teckel 7 10 F
46117-2 Teckel 7 8,5 M
46355-2 Teckel 4 7 F
46648-1 Teckel 3 4,5 F
46834-7 Poodle 2 3,6 F
47130-5 Poodle 5 4 M
47242-5 Teckel 5 9,7 M
47550-5 SRD 7 2,5 M
47626-9 Poodle 4 3,5 M
47760-5 Teckel 5 8,5 M
47797-4 Teckel 5 6,8 M
48037-1 Lhasa Apso 3 6,8 M
48108-4 Teckel 5 7,2 F
48111-4 Teckel 6 6,7 M
48537-3 Teckel 6 11 M
48593-4 Pequinês 4 4,3 F
48642-6 Teckel 6 10 F
48699-0 Teckel 5 6,6 F
48703-2 SRD 5 11,5 M
49223-0 Teckel 7 9,5 M
49568-9 Teckel 9 12,3 M
49834-3 Teckel 10 11,2 M
49997-8 Teckel 9 5,4 F
50071-2 Teckel 6 9,2 F
50332-0 Teckel 8 9,1 M
50394-0 Teckel 4 8,4 M
50534-0 Poodle 4 4,4 M
50681-8 Teckel 9 6,1 F
51008-4 SRD 6 10 F
51135-8 Teckel 7 9,9 M
51152-8 Teckel 8 7 F
51424-1 Teckel 4 7,9 F
51524-8 Poodle 3 3 F
51644-9 Teckel 6 9 F
51763-1 Teckel 9 11,4 M
52147-7 Teckel 7 8 M
52118-3 Teckel 8 8,8 M
52284-8 Teckel 4 9,5 F
Teckel 5 7 M
Lhasa Apso 5 8,4 M
Teckel 5 8,4 F
Teckel 8 8,9 F
Teckel 5 5,8 F
Teckel 5 6,2 M
ANDICE D
Número do prontuário, raça, idade (em anos), peso e sexo referente aos
cães submetidos à cirurgia de FTL no HV-FCAV incluídos no estudo no período de
fevereiro de 2002 a novembro 2006, UNESP, Câmpus de Jaboticabal, 2007.
RGHV Raça Idade (A) Peso (kg) Sexo
Teckel 5 8 F
35481-3 Teckel 7 10 F
35752-9 Teckel 6 12,4 M
36304-9 Teckel 4 4,8 F
36305-7 Teckel 6 7 F
36809-1 Poodle 6 10 M
37226-9 Teckel 5 7 F
37312-5 Teckel 7 8,2 F
36895-4 Teckel 5 7,4 M
37424-5 Teckel 7 8,8 M
30093-4 Teckel 2 15 F
38206-0 Teckel 4 2,7 M
38411-9 Teckel 5 6 F
38429-1 Teckel 7 11 M
38905-6 Teckel 4 8,2 M
38935-8 SRD 6 5,8 M
39013-5 Teckel 6 8,7 F
39837-3 Teckel 6 8,2 F
40081-5 Poodle 3 5 F
40071-8 Poodle 6 9,5 M
30918-4 Teckel 6 16 M
40369-5 Teckel 2 5 F
40467-5 Teckel 8 12 M
40757-7 Teckel 1,5 11 F
41004-7 Teckel 9 13,5 F
41497-2 Teckel 10 13 M
41627-4 Teckel 4 7,2 F
41792-0 Pequinês 5 3,6 M
41830-7 Shitzu 5 6,3 M
42483-0 Teckel 5 8,5 F
42529-0 Teckel 7 9,2 M
43529-5 Teckel 2 8,5 F
43783-2 Teckel 5 6,8 F
44189-9 Poodle 4 6,9 F
44254-2 Teckel 4 9,3 M
44530-4 Teckel 6 11,5 M
44483-9 Teckel 9 11,5 F
45054-5 Teckel 4 6,5 F
45088-0 Poodle 5 4,8 M
45268-8 Teckel 4 5,5 F
45626-0 Teckel 5 8,7 M
34348-0 Teckel 7 10 F
46117-2 Teckel 7 8,5 M
46355-2 Teckel 4 7 F
46648-1 Teckel 3 4,5 F
47130-5 Poodle 5 4 M
47242-5 Teckel 5 9,7 M
47550-5 SRD 7 2,5 M
47626-9 Poodle 4 3,5 M
47760-5 Teckel 5 8,5 M
47797-4 Teckel 5 6,8 M
48037-1 Lhasa Apso 3 6,8 M
48108-4 Teckel 5 7,2 F
48111-4 Teckel 6 6,7 M
48537-3 Teckel 6 11 M
48593-4 Pequinês 4 4,3 F
48642-6 Teckel 6 10 F
48699-0 Teckel 5 6,6 F
49223-0 Teckel 7 9,5 M
49568-9 Teckel 9 12,3 M
49834-3 Teckel 10 11,2 M
49997-8 Teckel 9 5,4 F
50071-2 Teckel 6 9,2 F
50332-0 Teckel 8 9,1 M
50394-0 Teckel 4 8,4 M
50534-0 Poodle 4 4,4 M
50681-8 Teckel 9 6,1 F
51008-4 SRD 6 10 F
51135-8 Teckel 7 9,9 M
51152-8 Teckel 8 7 F
51424-1 Teckel 4 7,9 F
51644-9 Teckel 6 9 F
51763-1 Teckel 9 11,4 M
52118-3 Teckel 8 8,8 M
52284-8 Teckel 4 9,5 F
Teckel 5 7 M
Lhasa Apso 5 8,4 M
Teckel 5 8,4 F
Teckel 8 8,9 F
Teckel 5 5,8 F
Teckel 5 6,2 M
APÊNDICE E
Número do prontuário, tempo de apresentação dos sintomas (TS), tempo de paralisia
decorrido até o dia da cirurgia (TP), controle da micção, grau de lesão medular (GL),
tempo de recuperação dos movimentos voluntários (RMV), tempo de recuperação da
função locomotora (RFL) referente aos cães submetidos à cirurgia de FTL no HV-FCAV
incluídos no estudo no período de fevereiro de 2002 a novembro de 2006, UNESP,
Câmpus de Jaboticabal, 2007.
RGHV TS (dias) TP (dias)
CM G L RMV (dias) RFL (dias)
21 21 Ausente 3 50 90
35481-3
10 10 Ausente 3 1 4
35752-9
5 1 Ausente 3 3 7
36304-9
45 30 Ausente 4 NR NR
36305-7
19 16 Presente 3 30 30
36809-1
3 NP Presente 2 9 9
37226-9
2 1 Ausente 4 10 15
37312-5
8 3 Ausente 3 3 10
36895-4
60 NP Presente 2 40 60
37424-5
21 7 Ausente 5 40 60
30093-4
4 4 Ausente 4 10 12
38206-0
3 3 Ausente 4 10 15
38411-9
2 2 Ausente 5 NR NR
38429-1
7 5 Ausente 4 10 20
38905-6
13 6 Ausente 3 10 15
38935-8
5 5 Ausente 3 10 15
39013-5
90 5 Ausente 4 25 40
39837-3
15 7 Ausente 3 7 10
40081-5
1 1 Presente 2 3 10
40071-8
10 NP Presente 1 1 10
30918-4
45 1 Ausente 3 8 12
40369-5
6 6 Ausente 3 7 13
40467-5
3 3 Ausente 4 15 33
40757-7
2 2 Ausente 5 15 40
41004-7
21 1 Ausente 3 7 7
41497-2
30 3 Ausente 4 20 50
41627-4
7 3 Ausente 3 7 14
41792-0
10 1 Ausente 4 6 12
41830-7
5 2 Ausente 4 10 45
42483-0
10 3 Ausente 5 7 11
42529-0
8 3 Ausente 3 6 10
43529-5
5 2 Ausente 3 5 9
43783-2
20 Ausente 5 NR NR
44189-9
2 1 Ausente 3 10 20
44254-2
90 10 Ausente 3 3 25
44530-4
14 7 Ausente 3 7 14
44483-9
26 3 Ausente 4 33 NR
45054-5
4 NP Presente 2 1 7
45088-0
60 NP Presente 4 60 75
45268-8
5 5 Presente 2 1 3
45626-0
4 4 Ausente 4 2 10
34348-0
1 1 Ausente 4 3 7
46117-2
7 7 Ausente 4 10 10
46355-2
7 7 Ausente 4 3 10
46648-1
3 2 Ausente 4 5 7
47130-5
8 2 Ausente 3 1 11
47242-5
17 7 Ausente 4 10 60
47550-5
2 2 Ausente 3 10 60
47626-9
2 2 Ausente 3 10 15
47760-5
10 4 Ausente 3 1 1
47797-4
6 Ausente 3 9 25
48037-1
2 1 Ausente 3 8 35
48108-4
15 1 Ausente 3 3 8
48111-4
30 1 Ausente 4 7 10
48537-3
15 15 Ausente 4 15 30
48593-4
3 3 Ausente 4 21 40
48642-6
3 3 Ausente 4 11 40
48699-0
7 NP Presente 2 1 7
49223-0
2 2 Ausente 3 4 10
49568-9
4 NP Presente 2 3 7
49834-3
2 NP Ausente 2 1 12
49997-8
21 11 Ausente 2 2 10
50071-2
300 4 Ausente 4 10 60
50332-0
21 21 Ausente 4 7 10
50394-0
20 20 Ausente 4 60 75
50534-0
3 3 Ausente 4 2 15
50681-8
14 7 Ausente 4 10 25
51008-4
14 4 Ausente 3 6 10
51135-8
9 1 Presente 3 7 10
51152-8
14 14 Ausente 4 NR NR
51424-1
1 1 Presente 3 2 3
51644-9
4 NP Presente 2 3 11
51763-1
2 1 Ausente 4 10 90
52118-3
17 17 Ausente 4 30 45
52284-8
1 1 Ausente 5 NR NR
1 1 Ausente 5 NR NR
2 1 Presente 2 3 7
1 1 Ausente 3 1 1
10 1 Presente 2 1 1
30 2 Presente 2 1 2
12 5 Ausente 4 10 25
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