Como exemplo dessa configuração, pode-se citar a operação de navegação
fluvial realizada para o transporte da soja no interior de Goiás. Inicialmente a produção
de soja parte da lavoura de caminhão até o porto de São Simão, em Goiás. Em seguida
a soja é embarcada em um comboio hidroviário até o porto de Pederneiras, interior de
São Paulo, através da hidrovia Tietê–Paraná. Na terceira etapa, a carga é carregada
em um comboio ferroviário que realiza o transporte até o porto de Santos (Nazário,
2000).
Exemplo de configuração acima descrita utilizando a navegação de cabotagem
ocorreu em dezembro de 2001, quando a Monsanto inaugurou, no Pólo Petroquímico
de Camaçari (BA), a primeira fábrica da empresa em território nacional e também a
primeira na América do Sul capacitada para produzir matérias-primas para o herbicida
Roundup.
A matéria prima é acondicionada em contêineres e transportada em caminhões
até o porto de Salvador e segue para Santos, cuja operação de cabotagem está sob a
coordenação da Docenave (Navegação Vale do Rio Doce). Assim que os contêineres
chegam em Santos, entra em ação o terceiro vértice desse projeto logístico
desenvolvido para a Monsanto, que é a MRS, concessionária que controla opera e
monitora a Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal (Tecnologística, 2004).
Cabe a MRS retirar os contêineres cheios do terminal portuário de Santos e levá-
los, por ferrovia, até o terminal de Caçapava, no interior de São Paulo, que pertence a
uma empresa terceirizada, contratada pela MRS. Lá, ocorre o gerenciamento do
estoque que é feito pela Wilson, Sons, que cuida da reposição dos contêineres cheios,
retornando com os vazios, novamente por ferrovia, até a Baixada Santista.
Semanalmente, saem de Camaçari 50 contêineres de 20 pés rumo a São José
dos Campos, sendo que, destes, 50% seguem por ferrovia. Por mês, mais de cem
caminhões são tirados das estradas, reduzindo o tráfego em um eixo rodoviário já
bastante comprometido (Tecnologística, 2004).
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