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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
Desgastes em trilhos ferroviários – Um estudo teórico
Paula da Silva Semprebone
Campinas
2006
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i
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
Desgastes em trilhos ferroviários – Um estudo teórico
Paula da Silva Semprebone
Orientador: Prof. Dr. Cassio Eduardo Lima de Paiva
Dissertação de Mestrado apresentada à Comissão
de pós-graduação da Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Estadual de Campinas, como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Mestre em Engenharia
Civil, na área de concentração de Transportes.
Campinas, SP
2005
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ii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP
Se54d
Semprebone, Paula da Silva
Desgaste em trilhos ferroviários – um estudo teórico
/ Paula da Silva Semprebone.--Campinas, SP: [s.n.],
2005.
Orientador: Cassio Eduardo Lima de Paiva.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo.
1. Ferrovias. 2. Ferrovias - Trilhos. 3. Ferrovias –
Trilhos -
Defeitos. I. Paiva, Cássio Eduardo Lima de. II.
Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de
Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. III. Título.
Titulo em Inglês: Wear in railway tracks – a theoretical study
Palavras-chave em Inglês: Railway, Permanent track, Track, Rail wear, Defaults
Área de concentração: Transportes
Titulação: Mestre em Engenharia Civil
Banca examinadora: Carlos Alberto Bandeira Guimarães e Luiz Francisco Muniz
da Silva
Data da defesa: 07/12/2005
iii
iv
Dedicatória
Com todo amor a Miguel e Roseana pelo apoio
irrestrito e encorajamento, a Cristiane e Angela
pelo incentivo.
v
Agradecimentos
A autora deseja expressar seus agradecimentos ao amigo e Professor Cassio Eduardo
Lima de Paiva, orientador desta dissertação, pela experiência e responsabilidade empenhadas no
direcionamento deste trabalho.
Manifesta gratidão, também, à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, sobretudo
aos Engenheiros João Renato Pepe e Gleyson Marzola, que permitiram a viabilização desta
jornada e, aos quais espera retribuir com o conteúdo deste trabalho.
Agradece ainda à MRS Logística S.A., na pessoa do especialista Alexandre S. Leonardo,
pela realização das medidas de campo, e de Fernando C. M. Silva, pelo fornecimento de dados e
pela atenção concedida.
Estende os agradecimentos à Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
da Universidade Estadual de Campinas, berço de sua formação acadêmica, a qual dá
continuidade, com muito orgulho, com o desenvolvimento desta pós graduação e aos professores
deste curso, pelo conhecimento transmitido, além dos colegas, pela companhia agradável neste
período, especialmente a Carolina Berti e Marcus dos Reis pela amizade e incentivo.
É ainda grata a seus pais, por ensinarem os princípios e valores da vida e por enxergarem
no “estudar” a melhor forma de aprender, às suas irmãs pela ajuda além do possível e a todos
familiares e amigos, pela paciência, compreensão e força nos momentos difíceis que permearam a
execução deste trabalho, especialmente a Adriana Martins e a Kelly Martins, amigas incansáveis.
vi
Finalmente, gostaria de agradecer a todos aqueles que, direta ou indiretamente,
colaboraram de diversas maneiras construtivas, no desenvolvimento deste trabalho, que busca
contribuir no engrandecimento do conhecimento técnico.
vii
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria
história... Pedras no caminho? Guardo todas,
um dia vou construir um castelo.
Fernando Pessoa
viii
Sumário
página
Lista de Tabelas........................................................................................................x
Lista de Figuras......................................................................................................xii
Lista de Símbolos....................................................................................................xv
Resumo.................................................................................................................xviii
Abstract..................................................................................................................xix
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................01
2 A VIA FÉRREA E O DIMENSIONAMENTO DOS TRILHOS...................05
2.1 A via férrea, os trilhos e seu desgaste.............................................................05
2.2 Componentes da superestrutura ferroviária.................................................06
2.3 Perfil do trilho...................................................................................................09
2.4 Limites de uso...................................................................................................11
2.5 Metodologia de dimensionamento dos trilhos...............................................17
2.6 Tipos de apoio...................................................................................................18
2.7 Carga.................................................................................................................19
2.8 Processos clássicos de dimensionamento........................................................21
2.9 Módulo resistente do trilho..............................................................................28
2.10 Escolha do perfil do trilho.............................................................................30
2.11 Contato roda-trilho........................................................................................31
2.12 Considerações finais.......................................................................................36
ix
3 DEFEITOS E DESGASTES..............................................................................39
3.1 Introdução.........................................................................................................39
3.2 Defeitos originados em serviço .......................................................................40
3.3 Desgaste.............................................................................................................47
3.4 Considerações finais.........................................................................................60
4 ESTUDO DO DESGASTE DO TRILHO.........................................................63
4.1 Definição geral do experimento......................................................................63
4.2 O estudo do desgaste na literatura..................................................................64
4.3 O estudo do desgaste em campo......................................................................81
4.4 Uma análise estatística dos desgastes.............................................................95
4.5 Análise de tensões...........................................................................................102
4.6 Avaliação dos resultados................................................................................111
5 CONCLUSÃO...................................................................................................115
Anexos...................................................................................................................119
Anexo A.................................................................................................................121
Anexo B.................................................................................................................127
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................133
x
Lista de Tabelas
página
2.1 Trilhos fabricados no Brasil.....................................................................................................10
2.2 Máximo desgaste do boleto......................................................................................................13
2.3 Limite de desgaste do boleto para trilhos de segunda-mão......................................................15
2.4 Fator t.......................................................................................................................................20
2.5 Coeficientes η e µ ....................................................................................................................21
4.1 Limites de desgaste.................................................................................................................. 66
4.2 Limites de desgaste...................................................................................................................68
4.3 Limites de desgaste conforme RFFSA.....................................................................................69
4.4 Limites de desgaste conforme AREMA...................................................................................73
4.5 Limites de desgaste conforme CPR..........................................................................................76
4.6 Ângulos de desgaste.................................................................................................................79
4.7 Ângulos de desgaste.................................................................................................................80
4.8 Perfis analisados.......................................................................................................................83
4.9 Perda e média dos momentos de inércia e dos momentos resistentes......................................88
4.10 Comparação entre as equações 4.6 e 4.9................................................................................93
4.11 Comparação entre as equações...............................................................................................94
4.12 Desgastes................................................................................................................................96
xi
4.13 Histograma desgaste vertical..................................................................................................97
4.14 Histograma desgaste horizontal..............................................................................................98
4.15 Histograma perda em área do boleto....................................................................................100
4.16 Momentos de inércia e resistentes........................................................................................103
4.17 Comprimento elástico da linha elástica................................................................................105
4.18 Coeficientes µ.......................................................................................................................106
4.19 Momentos fletores................................................................................................................107
4.20 Cargas dinâmicas..................................................................................................................108
4.21 Cargas estáticas por eixo......................................................................................................109
xii
Lista de Figuras
página
2.1 Elementos que compõe a via permanente.................................................................................05
2.2 Bitola...........................................................................................................................,.............07
2.3 Perfil “Vignole”........................................................................................................................09
2.4 Desgaste lateral.........................................................................................................................12
2.5 Desgaste vertical.......................................................................................................................12
2.6 Esquema do gabarito de desgaste do boleto de trilhos.............................................................14
2.7 Gerenciamento do TR- 57........................................................................................................16
2.8 Gerenciamento do TR- 68........................................................................................................16
2.9 Método de Zimmermann..........................................................................................................22
2.10 Esquema para cálculo de b.....................................................................................................24
2.11 Diagrama mestre de Talbot.....................................................................................................27
2.12 Geometria da seção transversal do trilho................................................................................29
2.13 Momento de inércia................................................................................................................30
2.14 Superfície de contato roda trilho.............................................................................................32
2.15 Contato de 1 ou 2 pontos entre o friso e a roda......................................................................33
2.16 Ângulo trilho novo..................................................................................................................35
2.17 Ângulo trilho desgastado........................................................................................................35
2.18 Roda nova e trilho usado........................................................................................................36
3.1 Squats…………………………………………………………………………………………42
3.2 Squats…………………………………………………………………………………………42
3.3 Squats leve, moderado, pesado…………………………….…………………………………42
3.4 Head checks..............................................................................................................................43
3.5 Head checks..............................................................................................................................43
xiii
3.6 Floculação.................................................................................................................................43
3.7 Head checks leve, moderado, pesado e severo.........................................................................44
3.8 Tache ovales………………………………………………………………………………….45
3.9 Tache ovales………………………………………………………………………………….45
3.10 Shells no boleto.......................................................................................................................45
3.11 Shells no canto da bitola.........................................................................................................45
3.12 Shells e tache ovales...............................................................................................................46
3.13 Laserail®................................................................................................................................48
3.14 Corrugação claramente visível...............................................................................................50
3.15 Corrugação de onda curta.......................................................................................................51
3.16 Corrugação de onda longa......................................................................................................51
3.17 Carro controle.........................................................................................................................54
3.18 Trem esmerilador MRS..........................................................................................................58
3.19 Trem esmerilador Speno.........................................................................................................58
4.1 Desenho simulando desgastes...................................................................................................65
4.2 Variação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia..........................................67
4.3 Desenho simulando desgastes verticais e horizontais..............................................................69
4.4 Variação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia..........................................70
4.5 Desenho simulando desgastes verticais e horizontais..............................................................72
4.6 Variação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia..........................................73
4.7 Desenho simulando desgastes verticais e horizontais..............................................................75
4.8 Variação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia..........................................76
4.9 Ângulo da face ativa.................................................................................................................78
4.10 Desenho simulando ângulos de desgaste................................................................................78
4.11 Variação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia........................................80
4.12 Perfil 1 – Aparelho de medição..............................................................................................82
xiv
4.13 Perfil 1 desgastado- AutoCad®..............................................................................................82
4.14 Perfis desenhados em AutoCad®...........................................................................................83
4.15 Variação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia....................................... 84
4.16 Correlação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia.....................................85
4.17 Correlação entre o momento resistente do patim e a perda em área do boleto......................86
4.18 Correlação entre o momento resistente do boleto e a perda em área do boleto......................86
4.19 Perfis com a mesma perda em área do boleto.........................................................................87
4.20 Correlação entre a perda em área do boleto e o momento de inércia.....................................89
4.21 Correlação entre o momento resistente do patim e a perda em área do boleto......................90
4.22 Correlação entre o momento resistente do boleto e a perda em área do boleto......................90
4.23 Comparação entre as equações 4.6 e 4.9................................................................................91
4.24 Comparação entre as equações 4.7 e 4.10..............................................................................92
4.25 Comparação entre as equações 4.8 e 4.11..............................................................................92
4.26 Histograma desgaste vertical..................................................................................................98
4.27 Histograma desgaste horizontal..............................................................................................99
4.28 Histograma perda em área do boleto....................................................................................100
4.29 Variação entre a carga estática por eixo e a perda em área do boleto..................................110
xv
Lista de Símbolos
θ ângulo de desgaste
c
1
largura do boleto
h altura da seção do trilho
e altura da seção do boleto
l
1
largura do patim
L
1,
,L
2
comprimentos do boleto
α, K coeficientes de majoração de carga
V velocidade do veículo
D diâmetro da roda
Q, D
1
carga dinâmica dos veículos
Q carga estática isolada
Q
m
carga estática média
t fator de segurança
s coeficiente de conservação da via
O coeficiente de velocidade
R
1
fator de risco
b largura do apoio longitudinal
p, q
1
pressão
c coeficiente de lastro
y recalque
L comprimento elástico da linha elástica
X distâncias
E módulo de elasticidade
xvi
I, I
x
,I
x
momento de inércia
M momento fletor
V
1
força cortante
q reação de apoio
EI rigidez vertical
η, µ coeficientes
l comprimento do dormente
u largura da metade da faixa carregada
b
1
largura do dormente
a espaçamento entre dormentes
f largura da faixa sem soca
s largura da bitola mais metade do boleto
q
1
carga
U módulo da via
F
1
, A, S, f
1
áreas
W módulo ou momento resistente
a
1
distância da linha neutra à fibra extrema
σ tensão atuante
σ
adm
tensão admissível no boleto
σ
1
superfície de contato
n peso
T tráfego anual
R raio da roda
r raio de arredondamento do boleto
τ tensão de cisalhamento
xvii
Y ,L
1
força lateral
V
2
força vertical
pd perda em área do boleto
As definições apresentadas nesta lista são de ordem geral, estando as mesmas indicadas no texto.
xviii
Resumo
SEMPREBONE, Paula da Silva. Desgastes em trilhos ferroviários Um estudo teórico.
Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de
Campinas, 2005. n° pág.137. Dissertação.
O assunto a ser abordado nesta pesquisa refere-se ao componente da superestrutura
ferroviária trilho, especificamente aos defeitos que nele se verificam em conseqüência de sua
utilização como guia para o material rodante e transmissor de esforços decorrentes do movimento
do veículo, e do desgaste do contato roda-trilho. A importância de se realizar este estudo
fundamenta-se na necessidade de se conhecer detalhadamente os defeitos e o limite de desgaste
do trilho, que permitem determinar sua vida útil, para que se possa evitar ao máximo sua
substituição, devido ao alto custo envolvido, além da questão da segurança da via que,
dependendo do defeito, pode ser comprometida. Para a realização do trabalho foi realizada uma
pesquisa bibliográfica, objetivando reunir informações sobre o assunto e levantar dissertações
existentes que buscam solucionar tais problemas. Busca-se, ainda, encontrar uma justificativa
para o valor limite de desgaste adotado atualmente no meio ferroviário, que corresponde a 25%
de perda em área do boleto do trilho, através de simulações do desgaste utilizando-se um modelo
computacional, além de rotinas de cálculo que permitam verificar se esse parâmetro é restrição do
ponto de vista do dimensionamento do trilho. Pretende-se, assim, através desta pesquisa
proporcionar uma contribuição ao meio ferroviário, avaliando-se se o limite de desgaste adotado
mostra-se adequado à realidade ferroviária.
Palavras-chave: ferrovia, via permanente, trilho, desgaste de trilho, defeitos de trilho.
xix
Abstract
SEMPREBONE, Paula da Silva. Wear in railway tracks - A theoretical study. Campinas,
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Universidade Estadual de Campinas,
2005. n° pág.137. Dissertação.
The matters concerned in this research particularly refer to damages caused by stress
while using tracks on permanent railways as guide and strain transmitter of the vehicles.
Importance is attached to this study based on the need of understanding deep and in detail the
faults and wear limits on the tracks, which allow determining its period of use, so that
substitution may be avoided due to its high costs. Furthermore, the railway safety may be
weaknessed depending on the sort of wear. This study has basis on a bibliographical research
aiming to gather information and possible works on this field in order to solve the problems
mentioned above, as well as finding proofs for the current wear rate accepted in the railway field,
which is 25% of track area decrease, throughout wear simulations on a computer based model,
besides calculations which allow stating whether this standard depends on the track size. This
work claims to contribute to the railway field evaluating if the adopted wear rate meets our
railway reality.
Keywords: railway, permanent track, track, rail wear, defaults.
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