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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS JABOTICABAL
AVALIAÇÕES CARDIOVASCULARES E
COMPORTAMENTAIS EM GATOS APÓS A INJEÇÃO
INTRAVENOSA DE AMITRAZ OU XILAZINA
André Escobar
Médico Veterinário
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CAMPUS JABOTICABAL
AVALIAÇÕES CARDIOVASCULARES E
COMPORTAMENTAIS EM GATOS APÓS A INJEÇÃO
INTRAVENOSA DE AMITRAZ OU XILAZINA
André Escobar
Orientador: Prof. Dr. Carlos Augusto Araújo Valadão
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias Unesp,
Campus de Jaboticabal, como parte das
exigências para a obtenção do título de Mestre
em Cirurgia Veterinária (Área de Concentração
em Cirurgia Veterinária)
Jaboticabal - SP
Julho de 2007
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
ANDRÉ ESCOBAR nascido em Santo André-SP. Graduou-se em
Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em
setembro de 2005. Durante o período de graduação foi responsável pela
Coordenação de Imprensa e Divulgação do Diretório Acadêmico Prof. Alberto
Monteiro Wilwerth durante a gestão 2003/2004; representante titular dos discentes
na Assembléia e na Câmara do Departamento de Clinica e Cirurgia Veterinárias
da Escola de Veterinária da UFMG por um ano e meio (2003 – 2005) e bolsista do
Programa de Iniciação Científica Voluntária por um ano (2004 – 2005). Em agosto
de 2005 ingressou no Programa de pós-graduação em Cirurgia Veterinária, nível:
mestrado, área de concentração: Cirurgia Veterinária.
“A arte da medicina consiste em distrair enquanto a Natureza cuida da doença”
François Marie Arouet Voltaire
“Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Tá em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
como nossos pais”
Belchior
DEDICO,
A minha mãe, Marina Escobar (em memória), professora da minha vida,
que sempre me apoiou e me ensinou até o fim. Tenho muito orgulho de ser seu
filho e ter estado ao seu lado nos melhores e piores momentos. Você estará
sempre viva no meu coração. Muita saudade. Te amo para sempre!
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai e minha irmã pela amizade, força e lealdade que me tiveram
comigo durante a minha vida. Sem vocês nunca conseguira encontrar o meu
caminho e ser feliz.
Aos meus padrinhos, Carlos e Marlene, que sempre me trataram como
filho, guardo comigo e energia e a bondade que sempre me passaram.
À minha família presente dia a dia em meus pensamentos.
Ao Prof. Dr. Carlos Augusto Araújo Valadão, meu orientador, pela
verdadeira orientação e amizade. Sua absoluta dedicação à educação que me
estimula a buscar e passar o conhecimento.
Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio Patto dos Santos, que iniciou minha orientação e
acreditou no meu potencial, abrindo as portas de um novo caminho na minha vida.
Ao Prof. Dr. Rafael Resende Faleiros, pelos primeiros ensinamentos em
pesquisa, amizade e conselhos que fizeram com que eu alcançasse meus
objetivos.
Ao Prof. Dr. Aparecido Antônio Camacho, por ceder os equipamentos para
realização do estudo.
Aos colegas de pós-graduação e graduação Gláucia, Paulo, Marina,
Tatiana, Candice, Alexandre e Tiago, que me auxiliaram no período experimental
e no trato dos animais.
A toda equipe coordenada pelo Prof. Dr. Carlos Augusto Araújo Valadão,
pela experiência e ensinamentos passados, assim como pela minha substituição
nas atividades práticas nos períodos em que não pude estar presente.
Aos colegas do setor de Cardiologia da FCAV - Unesp de Jaboticabal pelos
ensinamentos.
Aos colegas do setor de Animais Silvestres da FCAV - Unesp de
Jaboticabal, pois sem eles não descobriria como é gratificante e apaixonante
trabalhar com selvagens.
Aos amigos e colegas de profissão e república, André, Andrigo, Alexandre
Brum, Alexandre (Dedo), Daniel (Bozo), Daniel Gerardi, Daniel Orlato, Emílio de
Almeida, Emílio (Oftalmo), Homer, Gustavo, João Paulo, Lepra, Loro, Luciano,
Luíz, Marco, Roberto, Sérgio e Tiago (Aladim), obrigado pela verdadeira amizade
e por todos os momentos que passamos. Sem dúvida lembrarei deste período
com um dos melhores da minha vida.
À família Mineo, Tiago, Fernanda e Isabela, pela amizade e momentos de
aprendizado e descontração.
À família Valadão, por terem me acolhido e tratado como parte da família.
À Giovana e família Pavão, por estarem presentes nos bons e maus
momentos da minha vida. Vocês são muito importantes para mim.
Aos amigos, Gustavo, João, Julio, Nadir, Samir e Silvia por estarem sempre
presentes, mesmo longe do meu convívio.
À Ana Maria pelos conselhos, momentos de alegria e presença constante
na minha vida.
À Cida Mara que me ajudou a estruturar a minha vida durante esses dois
anos.
A todos os funcionários do Hospital Veterinário da FCAV - Unesp de
Jaboticabal, que me ensinaram e deram suporte para trabalhar.
Aos cães, Abutre, Babi, Eloy, Lucca, Mozart, Tank, Tibi e Raysca, pela
companhia e fidelidade.
Ao Sr. Nilton, pela amizade, por estar sempre aberto até tarde e nos vender
fiado.
Ao CNPq pela bolsa cedida.
Aos gatos utilizados no experimento e todos os animais que anestesiei ou
operei pelo aprendizado durante meu mestrado.
i
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................. iii
LISTA DE QUADROS....................................................................................... v
LISTA DE TABELAS......................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS......................................................................................... ix
RESUMO.......................................................................................................... xii
SUMMARY........................................................................................................
xiii
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1
2. REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................
3
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 11
3.1 Animais.................................................................................................... 11
3.2 Protocolo experimental............................................................................ 11
3.3 Eletrocardiografia..................................................................................... 12
3.4 Freqüência cardíaca................................................................................ 13
3.5 Ecocardiografia........................................................................................ 13
3.6 Pressão arterial sistólica.......................................................................... 15
3.7 Freqüência respiratória............................................................................ 15
3.8 Temperatura retal.................................................................................... 16
3.9 Avaliação comportamental.......................................................................
16
3.10 Análise estatística.................................................................................. 17
4. RESULTADOS..............................................................................................
18
4.1 Freqüência cardíaca................................................................................ 18
4.2 Eletrocardiografia..................................................................................... 20
4.3 Ecocardiografia........................................................................................ 26
4.3.1 Fração de ejeção............................................................................. 26
4.3.2 Fração de encurtamento.................................................................. 28
4.3.3 Índice cardíaco.................................................................................
30
4.4 Pressão arterial sistólica.......................................................................... 32
ii
4.5 Freqüência respiratória............................................................................ 34
4.6 Temperatura retal.................................................................................... 36
4.7 Avaliação comportamental.......................................................................
38
5. DISCUSSÃO................................................................................................. 39
6. CONCLUSÕES............................................................................................. 48
7. REFERÊNCIAS............................................................................................ 49
8. APÊNDICE....................................................................................................
61
8.1 Valores individuais das medidas ecocardiográficas unidimensionais
(Modo M) nos diferentes grupos.......................................................................
61
8.2 Valores individuais do número de complexos ventriculares prematuros
(CVP) por minuto nos diferentes grupos em seus respectivos
momentos.........................................................................................................
70
iii
LISTA DE ABREVIATURAS
AC Área corporal
AMP
c
Adenosina monofosfato cíclico
ADH Hormônio antidiurético
ASR Arritmia sinusal respiratória
BAV Bloqueio atrioventricular
CVP Complexo ventricular prematuro
DAG Diacilglicerol
DC Débito cardíaco
DIL Diluente emulsionável lipídico
DIVEd Diâmetro interno do ventrículo esquerdo na diástole
DIVEs Diâmetro interno do ventrículo esquerdo na sístole
ECG Eletrocardiografia
f
Freqüência respiratória
FC Freqüência cardíaca
FE Fração de ejeção cardíaca
FS Fração de encurtamento cardíaco
G
Amz
Grupo amitraz
G
Dil
Grupo diluente
G
Xil
Grupo xilazina
IC Índice cardíaco
IE Índice de ejeção
IP
3
Inositol
IVVEFd Índice do volume ventricular esquerdo ao final da diástole
IVVEFs Índice do volume ventricular esquerdo ao final da sístole
MAO Monoamina oxidase
NA Noradrenalina
PaCO
2
Pressão parcial de dióxido de carbono do sangue
PaO
2
Pressão parcial de oxigênio do sangue
iv
PAM Pressão arterial média
PAP Pressão da artéria pulmonar
PAS Pressão arterial sistólica
pH Potencial hidrogeniônico
PIP
2
Fosfoinositol bifosfato
PKC Proteína cinase C
PLVE Parede livre do ventrículo esquerdo
PLVEd Espessura da parede livre do ventrículo esquerdo na diástole
PLVEs Espessura da parede livre do ventrículo esquerdo na sístole
Proteína G
i
Proteína G inibitória
Proteína G
q
Proteína G ativadora de Fosfolipase C
PVC Pressão venosa central
RVP Resistência vascular periférica
SIV Septo interventricular
SIVd Espessura do septo interventricular na diástole
SIVs Espessura do septo interventricular na sístole
SRD Sem raça definida
SNC Sistema nervoso central
T Temperatura corpórea
VE Ventrículo esquerdo
VVEd Volume ventricular esquerdo diastólico
VVEs Volume ventricular esquerdo sistólico
v
LISTA DE QUADROS
Página
1. Cálculo do volume ventricular esquerdo sistólico e diastólico.........................
14
2. Cálculo do índice do volume ventricular esquerdo sistólico e diastólico......... 14
3. Cálculo da área corporal, do índice de ejeção e do índice cardíaco............... 14
4. Avaliação do grau de sedação dos animais através de escores, sendo
estes divididos em quatro situações: animal acordado (0), sedação leve (1),
sedação moderada (2) e sedação intensa (3).....................................................
17
vi
LISTA DE TABELAS
Página
1. Valores médios e erros-padrão da freqüência cardíaca (bat/min) de oito
gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em
DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60
minutos de avaliação...........................................................................................
19
2. Valores médios das medidas eletrocardiográficas de oito gatos adultos
submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de diluente
emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
22
3. Porcentagem de animais que apresentaram bloqueio atrioventricular (BAV)
de primeiro grau nos diferentes tipos de tratamento: G
Dil
(volume
correspondente de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1
mg/kg amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração
(M0) e durante os 60 minutos de avaliação.........................................................
23
4. Porcentagem de animais que apresentaram complexos ventriculares
prematuros (CVP) nos diferentes tipos de tratamentos: G
Dil
(volume
correspondente de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1
mg/kg amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração
(M0) e durante os 60 minutos de avaliação.........................................................
24
vii
5. Porcentagem de animais que apresentaram arritmia sinusal respiratória nos
diferentes tipos de tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de diluente
emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
25
6. Valores médios e erros-padrão da fração de ejeção cardíaca (%) de oito
gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em
DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60
minutos de avaliação...........................................................................................
27
7. Valores médios e erros-padrão da fração de encurtamento cardíaco (%) de
oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente
de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em
DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60
minutos de avaliação...........................................................................................
29
8. Valores médios e erros-padrão do índice cardíaco (L/m
2
x min) de oito
gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em
DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60
minutos de avaliação...........................................................................................
31
9. Valores médios e erros-padrão da pressão arterial sistólica (mmHg) de oito
gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em
DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60
minutos de avaliação...........................................................................................
33
viii
10. Valores médios e erros-padrão da freqüência respiratória (mov/min) de
oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente
de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em
DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60
minutos de avaliação...........................................................................................
35
11. Valores médios e erros-padrão da temperatura (ºC) de oito gatos adultos
submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de diluente
emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
37
12. Porcentagens dos diferentes graus de sedação apresentados pelos
animais após o início dos três tratamentos até o final do período de avaliação
(M60)...................................................................................................................
38
13. Porcentagem de animais que defecaram, urinaram e/ou vomitaram após o
início dos três tratamentos até o final do período de avaliação (M60)................
38
ix
LISTA DE FIGURAS
Página
1. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da freqüência
cardíaca de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg
de amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
19
2. Imagens ecocardiográficas (Modo-B e Modo-M) obtidas na janela
paraesternal direita, eixo curto, de um gato adulto SRD sob contenção física
(A
1
e A
2
) e 5 minutos após a aplicação de amitraz (B
1
e B
2
), ilustrando a
localização do ventrículo esquerdo (VE) e o aumento da distância entre os
picos de contração do septo interventricular (SIV) e da parede livre do
ventrículo esquerdo (PLVE) durante a sístole, indicado pelas setas,
caracterizando a bradicardia...............................................................................
20
3. Imagem do traçado eletrocardiográfico na derivação DII, velocidade
25mm/s e sensibilidade N, de um gato adulto, 20 minutos após a
administração de 1mg/kg de amitraz pela via intravenosa, ilustrando a
presença de bloqueio atrioventricular de grau pelo aumento do intervalo
PR........................................................................................................................
23
4. Imagem do traçado eletrocardiográfico na derivação DII, velocidade
25mm/s e sensibilidade N, de um gato adulto, 40 minutos após a
administração de 1mg/kg de amitraz pela via intravenosa, ilustrando a
presença de complexos ventriculares prematuros (CVP), indicados pelas
setas....................................................................................................................
24
x
5. Imagem do traçado eletrocardiográfico na derivação DII, velocidade
25mm/s e sensibilidade N, de um gato adulto, 5 minutos após a administração
de 1mg/kg de xilazina pela via intravenosa, ilustrando a presença de ritmos de
escape ventricular (ritmo idioventricular), indicados pelas setas.........................
25
6. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da fração de
ejeção de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg
de amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
27
7.
Representação gráfica dos valores médios (± erro-padrão) da fração de
encurtamento de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1
mg/kg de amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no
G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
29
8. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) do índice
cardíaco de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1
mg/kg de amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no
G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação..............................................................................................................
31
9. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da PAS de oito
gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de amitraz
(G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
),
registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de avaliação............................ 33
xi
10. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da freqüência
respiratória de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1
mg/kg de amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no
G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de avaliação.........
35
11. Representação gráfica dos valores médios (± erro-padrão) da temperatura
de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de
amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
),
registrados antes (M0) e durante os 60 minutos de avaliação
...............................
37
xii
AVALIAÇÕES CARDIOVASCULARES E COMPORTAMENTAIS EM GATOS
APÓS A INJEÇÃO INTRAVENOSA DE AMITRAZ OU XILAZINA
RESUMO - Foram avaliados os efeitos cardiovasculares e comportamentais
após a administração intravenosa de amitraz ou xilazina em oito gatos. Todos os
animais foram submetidos aos três tratamentos, a saber: G
Xil
- 1 mg/kg de xilazina;
G
Amz
- 1 mg/kg de amitraz em diluente lipídico; e G
Dil
- volume de diluente lipídico
idêntico ao utilizado nos animais tratados com amitraz, respeitando-se um
intervalo mínimo de 15 dias entre eles. Imediatamente antes dos tratamentos,
avaliaram-se à pressão arterial sistólica (PAS), temperatura retal (T), freqüência
respiratória (f), ritmo, freqüência (FC), índice (IC) e contratilidade cardíaca. Os
demais registros foram realizados aos 5, 10, 15, 20, 30, 40, 50 e 60 minutos após
os tratamentos. Empregou-se análise de variância (ANOVA) de uma única via e
teste de Friedman, ambos seguidos pelo teste de Tukey (p0,05), respectivamente
para os dados paramétricos e não-paramétricos. Tanto o amitraz como a xilazina
causaram bloqueios atrioventriculares de grau e redução da FC, frações de
ejeção (FE) e de encurtamento (FS), IC, PAS e T. Complexos ventriculares
prematuros foram observados após a aplicação de amitraz ou do diluente, e a f
aumentou. O amitraz induziu sedação menos intensa do que a xilazina. Conclui-se
que ambos induzem bradicardia e BAV de grau, observando-se maior
depressão da contratilidade cardíaca para a xilazina. A dose empregada do
amitraz produz efeito sedativo em gatos.
Palavras-chave: Amitraz, ecocardiografia, eletrocardiografia, gatos, xilazina
xiii
CARDIOVASCULAR AND BEHAVIORAL EVALUATION AFTER INTRAVENOUS
AMITRAZ OR XYLAZINE ADMINISTRATION IN CATS
SUMMARY To evaluate the cardiovascular and behavioral alterations,
eight cats were submitted to amitraz or xylazine intravenous injection: G
Xil
1
mg/kg of xylazine; G
Amz
1 mg/kg of amitraz; and G
Dil
diluent in equal volume
used on G
Amz
. The same cats were used after a 15 day interval. Systolic arterial
blood pressure (SAP), temperature (T), respiratory (RR) and heart rates (HR),
cardiac index (CI), rhythm and contractility (ejection fraction - EF and shortening
fraction - SF) were measured before treatments and 5, 10, 15, 20, 30, 40, 50 and
60 minutes after each treatment. One way analysis of variance (ANOVA) and
Friedman test, followed by Tukey test (p0.05), were used to compare parametric
and non-parametric data, respectively. Amitraz and xylazine induced first-degree
A-V block, decreased HR, EF, SF, CI, SAP and T. Ventricular premature
complexes were noted after amitraz or diluent injection, and RR increased. Amitraz
induced a lower sedative effect compared to xylazine. It was concluded that both
α
2
-agonists produce bradycardia and first-degree A-V block, but xylazine causes
greater cardiac contractility depression. Additionally, amitraz produces a sedative
effect in cats.
Keywords: Amitraz, echocardiography, electrocardiography, cats, xylazine
1
1. INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, na Medicina Veterinária, tem se buscado técnicas que
tornem os procedimentos anestésicos mais seguros. Os fármacos empregados
como pré-anestésicos promovem sedação, analgesia e miorrelaxamento,
reduzindo a dose dos anestésicos gerais, favorecendo mudanças fisiológicas
progressivas que minimizam efeitos adversos dos anestésicos.
A xilazina, sintetizada na Alemanha em 1962, foi o primeiro medicamento
deste grupo utilizado pequenos animais produzindo os efeitos descritos acima.
Posteriormente, ela foi caracterizada como um agonista de receptores
adrenérgicos do tipo α
2
(agonista α
2
),
que diminui a liberação de noradrenalina
(NA) por um mecanismo de “feed back” negativo no terminal pré-sináptico,
reduzindo, conseqüentemente, a atividade simpática. Ao se ligarem em sítios pós-
sinápticos periféricos e espinhais, ela induz contração dos vasos sangüíneos e
promove modulação da dor.
Sabe-se que os agonistas α
2
podem causar depressão no sistema
cardiovascular dependente da afinidade pelos receptores α
2
centrais. Com isso,
existe a necessidade do emprego de métodos de avaliação e monitorização deste
sistema para identificar precocemente qualquer alteração que coloque em risco a
estabilidade hemodinâmica, aumentando, consequentemente a segurança do
procedimento.
Por sua vez, o amitraz é uma formamidina amplamente utilizada no controle
de ectoparasitas, cujo mecanismo de ação é mediado por interação em receptores
adrenérgicos do tipo α
2
, segundo estudos realizados por SCHAFFER et al. (1990).
Foram observados que fármacos como a ioimbina e o atipamezol, antagonistas de
receptores α
2
, reverteram os efeitos da intoxicação causada pelo amitraz em
diversas espécies. Com a finalidade do uso terapêutico do amitraz, ALMEIDA
(2003), FARIAS (2004) e LINARDI (2004) estudaram os efeitos da administração
epidural ou intravenosa deste fármaco, relatando sedação e depressão
2
cardiovascular dose-dependente, demonstrando similaridade dos efeitos
originados pelos fármacos pré-anestésicos.
Desta maneira, com administração intravenosa de xilazina ou amitraz,
objetivou-se avaliar comparativamente os parâmetros ecocardiográficos,
eletrocardiográficos, manométricos e comportamentais de oito gatos adultos,
buscando determinar possíveis alterações.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
Face à necessidade de induzir sedação, promover analgesia, relaxamento
muscular, redução do consumo dos anestésicos gerais e aumentar a qualidade de
recuperação, diversos fármacos vêm sendo utilizados isoladamente ou em
associação na rotina Anestesiológica Veterinária. Quando estes agentes são
empregados, além de propiciar contenção química, busca-se estabilização da
função cardiovascular nos momentos pré, trans e pós-anestésico.
Inicialmente, a xilazina, fármaco agonista α
2
, foi utilizada como sedativo em
bovinos, e em seguida em cães, eqüinos e outros ruminantes (THURMON et al.,
1996; TRANQUILLI & GRUGG, 2006). Ela vem sendo utilizada na Medicina
Veterinária a mais de três décadas, induzindo efeitos dose-dependentes como
sedação, miorrelaxamento e analgesia (ALLEN et al., 1986).
Atualmente, são conhecidos diversos tipos de receptores adrenérgicos do
tipo α, classificados primariamente em α
1
e α
2
, ambos possuindo subtipos. Os
primeiros são localizados principalmente nas junções pós-sinápticas e são
responsáveis por efeitos simpáticos como a vasoconstrição. Os receptores α
2
localizados nas membranas pré-sinápticas quando ativados levam à inibição da
liberação do neurotransmissor NA nos sistemas autônomo e central (VITAL,
2002). Eles desencadeiam um mecanismo de retroalimentação negativo,
bloqueando a entrada de Ca
++
para o neurônio pré-sináptico, o que diminui a fusão
das vesículas noradrenérgicas e consequentemente a liberação de NA no terminal
nervoso (SPINOSA & GÓRNIAK, 2002). Perifericamente, a ativação de receptores
α
2
pós-sinápticos localizados nas paredes dos vasos produz resposta
vasoconstritora de curto período de ação (MUIR & MASON, 1996).
Os agentes deste grupo podem se ligar tanto em receptores α
2
quanto α
1
,
os quais, quando estimulados, desencadeiam uma resposta através do estímulo
de diferentes tipos de proteína G. Uma delas, a proteína G inibitória (G
i
) inibe a
adenilciclase, atenuando a produção de adenosina monofosfato cíclico (AMP
c
). A
4
redução intracelular de AMP
c
altera eletrofisiologicamente a célula nervosa, devido
à saída de íon potássio e causa consequentemente, a hiperpolarização da
membrana, elevando o limiar para o potencial de ação. Por outro lado, a ativação
da proteína G
q
ativa a enzima fosfolipase C que hidrolisa o fosfoinositol bifosfato
(PIP
2
), produzindo inositol (IP
3
) e diacilglicerol (DAG). O IP
3
induz a liberação de
Ca
++
do retículo endoplasmático para o citoplasma celular, causando contração da
musculatura lisa vascular. O DAG ativa a proteína cinase C (PKC) que leva à
fosforilação de uma série de proteínas contráteis tanto da musculatura do
miocárdio quanto da lisa vascular (MUIR & MASON, 1996; VITAL, 2001).
Alguns fármacos como a medetomidina e a dexmedetomidina possuem
afinidade diferenciada em relação aos receptores α
2
centrais e periféricos (LINK et
al., 1996; GOLDEN et al., 1998). Um estudo realizado com gatos anestesiados
pelo isofluorano, mostrou o aumento da pressão arterial média (PAM) e da
pressão do ventrículo esquerdo ao final da sístole e diástole, após aplicação de
medetomidina, sugerindo que este agente possui maior afinidade pelos receptores
periféricos (GOLDEN et al., 1998). KEEGAN et al. (1995) observaram aumento da
PAM, das pressões venosa central (PVC) e da artéria pulmonar (PAP) em cães
anestesiados com medetomidina e isofluorano.
A bradicardia induzida por esse grupo de fármacos é inicialmente atribuída
à estimulação vagal, induzida por reflexo baroreceptor ao aumento inicial da
pressão arterial (LAMONT et al., 2002). A redução da atividade simpática no
Sistema Nervoso Central (SNC) mantém esse efeito por um período maior
(McCASHIN & GABEL, 1975; ALLEN et al., 1986; GOLGEN et al., 1998; LAMONT
et al., 2001). Este efeito foi demonstrado em vários estudos em gatos tratados
com xilazina, romifidina, detomidina e medetomidina (ALLEN et al., 1986;
TRANQUILLI et al., 1988; GOLDEN et al., 1998; GROVE & RAMSAY, 2000;
LAMONT et al., 2001; SELMI et al., 2003; HONKAVAARA et al., 2006). A redução
na contratilidade e no débito cardíaco são efeitos comuns e coincidentes com as
alterações cardiovasculares induzidas após o uso de agonistas α
2
(ALLEN &
5
DOWNEY, 1983; HASKINS et al., 1986; DUNKLE et al., 1986; LAMONT et al.,
2001; CORTOPASSI & FANTONI, 2002; LINARDI, 2004).
Foram descritos bloqueios sinoatrial e atrioventricular (BAV) de 1º e 2º
graus secundariamente ao aumento do tônus vagal em diversas espécies após
administração de agonistas α
2
(SHORT, 1991; TILLEY, 1992; QUEIROZ-NETO et
al., 2000) Estudos evidenciaram que o tipo de anestésico geral inalatório utilizado
concomitantemente aos agonistas α
2
pode interferir mais na prevenção à
sensibilização do miocárdio às catecolaminas do que a administração do pré-
anestésico (TRANQUILLI & GRUBB, 2006). SHORT (1991) relatou o
aparecimento de BAV, seguido de complexos ventriculares prematuros (CVP) em
cães tratados com medetomidina e atropina ou medetomidina e glicopirrolato,
contudo, esse efeito não ocorreu quando os animais não receberam
anticolinérgicos. Da mesma forma, TRANQUILLI et al. (1988) descreveram que a
xilazina reduz a dose arritmogênica da noradrenalina em cães anestesiados pelo
halotano ou isofluorano, e que a ioimbina possui um potencial antiarritmogênico
quando administrada nesses casos.
No sistema respiratório, estes agentes causam depressão dose-
dependente, podendo reduzir a freqüência e aumentar o volume corrente,
principalmente após administração intravenosa (CORTOPASSI & FANTONI,
2002). Entretanto, SELMI et al. (2004) constataram que não houve diminuição da
freqüência respiratória (f) em gatos tratados com romifidina. Diversos
experimentos relataram manutenção do pH sangüíneo após administração de
agonistas α
2
(HASKINS et al., 1986; LAVOIE et al., 1992; LAMONT et al., 2001).
A ação dos agonistas α
2
no hipotálamo inibe a liberação do hormônio
antidiurético (ADH) ou reduz sua secreção, incrementando a diurese (THURMON
et al., 1996). O aumento da s-carga causa liberação do fator natriurético atrial,
que ajuda também na maior produção de urina (THURMON et al., 1996).
O efeito sedativo deste grupo é atribuído à ativação supraespinhal de
receptores do tipo α
2
localizados em neurônios adrenérgicos do “locus coeruleus”,
6
diminuindo a atividade simpática (LAMONT et al., 2001, SPINOSA & GÓRNIAK,
2002).
A ação analgésica é mediada pelo SNC por ativação de receptores α
2
localizados pré-sinapticamente em fibras nociceptivas aferentes da medula
espinhal, e pós-sinapticamente em projeções neuronais. O resultado é a
diminuição da liberação de neurotransmissores e hiperpolarização neuronal
(LAMONT et al., 2001). Projeções noradrenérgicas espinhais participam da
modulação da dor, contudo sua participação envolve outros neurotransmissores
como a serotonina e endorfinas (THURMON et al., 1996; SPINOSA & GÓRNIAK,
2001).
Outros efeitos atribuídos a estes agentes são êmese, sudorese, prolapso
peniano, ptose labial, salivação, glicosúria, diminuição da motilidade intestinal,
tonicidade uterina, diminuição do hematócrito, hiperglicemia e hipoinsulinemia
(HSU et al., 1987; CORTOPASSI & FANTONI, 2002).
A xilazina (2(2,6-dimetilfenilamino)-4H-5,6-diidro-1,3-tiazina-hidrocloridra) foi
o primeiro agonista α
2
empregado na Medicina Veterinária (LINARDI, 2004), sendo
um dos mais utilizados na sedação de animais domésticos e silvestres (PHILO,
1978; HASKINS et al., 1986; ALLEN 1986; HSU et al., 1987; THURMON et al.,
1991; MASSONE, 2003; LINARDI, 2004).
Os efeitos aparecem aos 15 minutos da aplicação intramuscular e entre três
a cinco minutos após administração intravenosa (THURMON et al., 1996). A ação
analgésica deste fármaco possui período de duração de apenas 15 a 30 minutos,
contudo os animais mantêm o estado de sedação por uma a duas horas
(THURMON et al., 1996).
Assim como os outros agonistas α
2
, a xilazina produz os efeitos
cardiovasculares descritos anteriormente. HUBBELL & MUIR (1982) relataram
contração esplênica e aumento da PVC em cães após aplicação de xilazina, fato
este atribuído à centralização do volume sangüíneo devido à vasoconstrição
periférica, já que quando utilizado um antagonista α
2
estes efeitos não ocorreram.
Mesmo quando associada a um anestésico dissociativo, a xilazina induziu redução
7
na contratilidade e débito cardíaco (MUIR & PIPER, 1977; KOLATA & RAWLINGS,
1982; ALLEN et al., 1986; LIN et al., 1991).
Diversos estudos mostraram diminuição da f em animais tratados com
xilazina (McCASHIN & GABEL, 1975; CORTOPASSI & FANTONI, 2002;
TRANQUILLI & GRUBB, 2006). LAVOIE et al. (1992) estudaram os efeitos da
xilazina no padrão respiratório de eqüinos, e constataram bradipnéia e diminuição
da pressão parcial de oxigênio do sangue (PaO
2
) de forma dose-dependente.
HASKINS et al. (1986) descreveram depressão respiratória em cães após
tratamento com xilazina, contudo sem alteração no equilíbrio ácido-básico.
Entretanto, taquipnéia foi descrita em ovelhas tratadas com xilazina, que foi
abolida quando se administrou um antagonista específico (HSU et al., 1987).
Estudos realizados em cães e camundongos (HSU, 1982; HSU & McNEEL,
1983) evidenciaram diminuição da motilidade gástrica e intestinal após
administração de xilazina, que foi inibida pelo pré-tratamento com ioimbina,
constatando que a ativação de receptores α
2
intestinais inibe a liberação de
acetilcolina. Além disso, sugere-se que exista um envolvimento entre a depressão
do SNC e a redução no trânsito intestinal. Ainda, a xilazina pode desencadear
outros efeitos no trato gastrintestinal, como a diminuição da pressão do esfíncter
gastroesofágico, facilitando o refluxo em cães e gatos (STROMBECK &
HARROLD, 1985) e a ativação de quimiorreceptores da zona do gatilho, induzindo
ao vômito (SINCLAIR, 2003).
O amitraz [N’-(2,4-dimetilfenil)-N-{[(2,4-dimetilfenil)imino]metil}-N-
etilmetanimidamida] uma formamidina sintetizada em 1969 na Inglaterra, é um dos
agentes mais utilizados como inseticida e acaricida em pequenos e grandes
animais (LARSON & GONÇALVES, 1986; COSTA et al., 1989; SHARMA &
DABAS, 1993). Ele começou a ser estudado na década de 1970 para o controle
de ectoparasitas em bovinos (HARRISON et al., 1973) e poucos anos mais tarde,
foram relatados casos de intoxicação na espécie eqüina (ROBERTS &
SEAWRIGTH, 1979).
8
Em estudo realizado com intoxicações naturais e experimentais com
amitraz em eqüinos foi descrito sedação, sonolência, ptose palpebral, exposição
do pênis, fraqueza muscular, ataxia, hipomotilidade intestinal, dor abdominal e
morte (QUEIROZ-NETO, 2000; DUARTE et al., 2003). Outros efeitos como
bradicardia, hipotensão, hipertensão, depressão respiratória, hipotermia,
hiperglicemia, hipoinsulinemia, poliúria, vômito e coma são sinais comuns na
intoxicação pelo amitraz (HSU & KAKUK, 1984; LARSSON & GONÇALVES, 1986;
FLÓRIO et al., 1995; HUGNET et al., 1996; YOUNG et al., 2005).
Os mecanismos de ação ainda não são bem elucidados, mas estudos
mostram possível ação inibitória da enzima monoamina oxidase (MAO) (BONSAL
& TURNBULL, 1983; HSU & KAKUK, 1984), que é responsável pela degradação
da NA, provocando acúmulo desta no citosol dos neurônios, inibindo a síntese no
terminal nervoso (FLÓRIO et al., 1993; VITAL, 2002). Além disso, o bloqueio da
síntese de prostaglandina E
2
(YIM et al., 1978) e efeito anestésico local (CHINN et
al., 1977) foram também descritos.
Outros estudos afirmam que o amitraz tem afinidade e atividade nos
receptores adrenérgicos do tipo α
2
(QUEIROZ-NETO et al., 1998; ALMEIDA et al.,
2004; FARIAS, 2004; LINARDI, 2004; FARIAS et al., 2005; REIS, 2005).
REYNOLDSON & CULLEN (1996) descreveram que o amitraz pela via
intravenosa causou depressão da resposta barorreflexa à oclusão bilateral da
carótida em cães, efeito este revertido após administração de ioimbina.
Corroborando, SCHAFFER et al. (1990) empregaram ioimbina e outros quatro
antagonistas α
2
não específicos na reversão da depressão do SNC induzida pelo
amitraz em cães. A administração intramuscular de atipamezol, um antagonista de
receptores α
2
, controlou todos os sinais clínicos da administração deste
medicamento em cães em 10 minutos (HUGNET et al., 1996). Em adição, quando
a ioimbina ou o atipamezol foram comparados para o tratamento da intoxicação
pelo amitraz em gatos, observou-se uma maior eficácia do último, confirmando
uma maior afinidade deste agente por receptores α
2
, que o atipamezol possui
maior seletividade por esse receptor em relação ao α
1
(ANDRADE et al., 2006).
9
Atualmente, diversos experimentos vêm sendo realizados a fim de
compreender as alterações clínicas e fisiológicas do amitraz diluído em veículo
lipídico. Um deles mostrou redução da freqüência cardíaca e pressão arterial em
cavalos após a aplicação intravenosa de 0,4 mg/kg, assim como foram
observados BAV de segundo grau, característico dos agonistas α
2
(LINARDI,
2004). FARIAS et al. (2005) relataram bradicardia em cães após injeção
intravenosa de 1 mg/kg do amitraz emulsionado lipídico, sem, contudo
apresentarem BAV. Quando administrado na dose de 0,4 mg/kg pela via
intravenosa em vacas, não se observou alterações na freqüência cardíaca e
pressão arterial, demonstrando menores alterações cardiovasculares nesta
espécie (REIS, 2005).
A injeção de 1 mg/kg de amitraz em emulsão lipídica pela via intravenosa
reduziu a freqüência cardíaca, pressão arterial, temperatura e atividade
locomotora de es. Neste mesmo estudo foi evidenciado que este fármaco
administrado pela via epidural aumentou a freqüência cardíaca nos primeiros 25
minutos e a pressão arterial nos primeiros 10 minutos, seguida de redução a partir
dos 20 minutos (FARIAS, 2004).
A freqüência respiratória foi diminuída em cavalos e bovinos tratados com
amitraz pela via intravenosa (QUEIROZ-NETO et al., 2000; REIS, 2005).
ALMEIDA et al. (2004) encontraram alterações cardiovasculares e
nociceptivas semelhantes, em vacas submetidas à injeção epidural de amitraz ou
xilazina, contudo o efeito analgésico foi menos pronunciado em relação ao da
xilazina. A aplicação epidural em eqüinos induziu sedação e relaxamento muscular
mais intenso e prolongado do que a xilazina administrada pela mesma via
(VALADÃO, 1998).
Além disso, o amitraz produziu efeito analgésico por até 120 minutos na
dose de 0,15 mg/kg, pela via intravenosa em eqüinos, e seu efeito sedativo foi
mais marcante e duradouro do que o da xilazina (QUEIROZ-NETO et al., 1998).
Por ser um método o invasivo, a ecocardiografia é um dos exames mais
utilizados na avaliação das funções cardíacas (DUNKLE et al., 1986; LINARDI,
10
2004). O exame ultrassonográfico do coração consiste na emissão de ondas
sonoras a partir de um cristal pizoelétrico, através da parede torácica em direção a
estruturas ou meios sólidos. O transdutor gera, emite e capta os sinais sonoros,
produzindo a imagem na tela do aparelho (PIPERS, 1982; NYLAND & MATTOOM,
2002). Ela pode ser realizada através de dois modos (modo-B e modo-M). O
modo-B é capaz de detectar doenças congênitas e adquiridas, determinar o
tamanho das câmaras cardíacas e evidenciar alterações na forma e estrutura do
coração. A técnica em modo-M proporciona representação cardíaca
unidimensional, permitindo a mensuração das medidas cardíacas, fornecendo
informações importantes como debito cardíaco e trabalho ventricular (DUNKLE et
al., 1986; MARSHALL et al., 1992; FEIGENBAUM H, 1998).
Um estudo ecocardiográfico realizado com gatos anestesiados com a
associação de pentobarbital e xilazina demonstrou diminuição do débito cardíaco,
possivelmente por diminuição da pré-carga (ALLEN & DOWNEY, 1983). DUNKLE
et al. (1986) relataram diminuição da fração de encurtamento cardíaco (FS) e do
diâmetro interno ventricular ao final da sístole, em gatos tratados com xilazina
isolada ou associada com glicopirrolato, demonstrando queda no desempenho
cardíaco. O aumento da resistência vascular periférica (RVP) resultou do
sinergismo dos efeitos dos fármacos, associado ao aumento da pré-carga e da
FC, consequentemente elevando o trabalho cardíaco.
LINARDI (2004) relatou queda no débito cardíaco em cavalos pré-
medicados com 0,4 mg/kg de amitraz em diluente emulsionável lidico ou com 1,0
mg/kg de xilazina, sendo que os animais tratados com amitraz apresentaram
diminuição do trabalho cardíaco após 20 minutos da aplicação, correlacionada
com a diminuição significativa da FS neste período.
Diante do exposto, face à importância da utilização dos agonistas α
2
como
pré-anestésicos, julgou-se pertinente o estudo comparativo das possíveis
alterações cardiovasculares e comportamentais do amitraz e da xilazina em gatos,
com o objetivo de disponibilizar estas informações ao anestesiologista veterinário.
11
Além disso, não foram encontrados estudos referentes aos efeitos na
contratilidade cardíaca de gatos tratados com amitraz na literatura consultada.
12
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Animais
Foram selecionados gatos considerados sadios e que não tiveram contato
com amitraz nos últimos seis meses anteriores ao estudo, oriundos do gatil do
Hospital Veterinário “Governador Laudo Natel”, da Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias - FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal, SP. Foram realizados
exames físico, laboratoriais (hemograma e bioquímica sérica),
eletrocardiocardiografia e ecocardiografia. Posteriormente, eles foram tratados
para endo e ectoparasitas e imunizados profilaticamente contra doenças
infecciosas.
Utilizaram-se oito gatos adultos, sem raça definida (SRD), machos ou
fêmeas, evitando-se fêmeas prenhezs ou em estro, pesando 4,1 ± 1,1kg,
recebendo ração e água ad libitum
1
.
3.2 Protocolo experimental
Foi realizada a tricotomia na região entre o coxim carpiano e metacarpiano
direito, na face rostral do apêndice esquerdo e, também, na face lateral direita do
tórax dos animais no mínimo 24 horas antes do início de qualquer procedimento.
Os animais foram mantidos em jejum alimentar de 12 e hídrico de duas
horas previamente ao início do experimento. Um termômetro foi utilizado para
verificar a temperatura ambiente, padronizada entre 24 e 26ºC, por meio de um
aparelho de ar condicionado.
1
Este estudo recebeu a aprovação junto à Comissão de Ética e Bem Estar Animal (CEBEA), junto
à FCAV-UNESP Câmpus de Jaboticabal, conforme protocolo nº 007133-07
13
Foram estabelecidos três protocolos de tratamento, com intervalo mínimo
de 15 dias, a saber: a) G
Xil
- xilazina
2
(1,0 mg/kg), b) G
Amz
- amitraz
3
(1,0 mg/kg) na
concentração de 0,5% veiculado em diluente emulsionável lipídico (DIL) e, c) G
Dil
-
volume de DIL utilizado no G
Amz
.
Em momento precedente à administração de quaisquer tratamentos (M0),
foram registradas colheitas dos parâmetros referentes à pressão arterial sistólica
(PAS), temperatura corpórea (T), freqüência respiratória (f), eletrocardiografia
(ECG), freqüência cardíaca (FC) e ecocardiografia, mantendo-se os gatos em
decúbito lateral direito por contenção física.
Ato contínuo foi realizado a punção da veia cefálica, por meio de um cateter
intravenoso periférico
4
(24G). Aguardaram-se 15 minutos, desde a introdução do
cateter, para administração intravenosa dos tratamentos estabelecidos. Após cada
aplicação, os cateteres foram subseqüentemente lavados com solução fisiológica
em heparina, contendo 5 UI/mL.
Os demais registros dos dados foram realizados aos 5, 10, 15, 20, 30, 40,
50 e 60 minutos após a administração (M5, M10, M15, M20, M30, M40, M50 e
M60, respectivamente).
3.3 Eletrocardiografia
Os registros eletrocardiográficos foram obtidos e interpretados pela mesma
pessoa, por meio de aparelho eletrocardiográfico computadorizado
5
, empregando-
se software instalado em um microcomputador padrão, o qual foi conectado ao
módulo do ECG.
2
Coopazine 2%, Schering-Plough Saúde Animal Indústria e Comércio Ltda, Cotia, SP
3
Amitraz, Laboratório Sintesul S/A, Pelotas, RS
4
BD Angiocath, BD Brasil, São Paulo, SP
5
Módulo de Aquisição de ECG para Computador (ECG-PC versão 2.1) ® - Tecnologia Eletrônica
Brasileira (TEB), Comercial Vidmed – Ltda, Ribeirão Preto, SP
14
Os animais foram posicionados em decúbito lateral direito com os membros
torácicos e pélvicos posicionados perpendicularmente ao tronco. A cada membro
foi fixado um eletrodo por meio de um prendedor metálico do tipo “jacaré”.
Os dados foram colhidos nas derivações DI, DII, DIII, aVR, aVL e aVF,
porém analisados aqueles da derivação DII. Observaram-se as características de
freqüência e ritmo cardíacos, duração (milissegundos ms) e amplitude (milivolts
– mV) da onda P, duração do intervalo PR e do complexo QRS, amplitude da onda
R e duração do intervalo QT. A velocidade para o registro eletrocardiográfico foi de
50mm/seg e a amplitude calibrada para 1mV=1cm. Os dados obtidos foram
comparados com os padrões descritos por PAULINO JR (2006).
3.4 Freqüência cardíaca (FC)
Este parâmetro foi mensurado em batimentos/minuto calculando-se a
distância entre duas ondas R, por meio do software do aparelho
eletrocardiográfico computadorizado.
3.5 Ecocardiografia
Para este exame foi utilizado o ecocardiógrafo
6
com transdutor bifreqüêncial
de 5,0 -7,5MHz. Os animais foram posicionados em decúbito lateral direito sobre a
mesa especial, que permitia o posicionamento do transdutor para colheita das
imagens nas modalidades ecocardiográficas bidimensional (modo B) e
unidimensional (modo M).
As imagens ecocardiográficas foram obtidas no quarto ou quinto espaços
intercostais na janela paraesternal direita e eixo transversal, direcionando o cursor
de forma eqüidistante aos músculos papilares do ventrículo esquerdo no plano
cordal, pontos de referência para realização das medidas cardíacas em modo-M.
6
Ecocardiógrafo modelo 300S Pandion Vet, marca Pie Medical®.
15
Desta forma, por meio de imagens congeladas, foram analisadas as
seguintes variáveis: diâmetro interno do ventrículo esquerdo na sístole (DIVEs) e
diástole (DIVEd), espessura do septo interventricular na sístole (SIVs) e diástole
(SIVd), e espessura da parede livre do ventrículo esquerdo na stole (PLVEs) e
diástole (PLVEd). Os dados dos parâmetros relativos à fração de encurtamento
cardíaco (FS) e fração de ejeção (FE) foram determinados pelo aparelho. Para a
determinação do índice cardíaco (IC), empregou-se a fórmula de Teicholz, descrita
nos Quadros 1, 2, e 3.
Quadro 1. Cálculo do volume ventricular esquerdo sistólico e diastólico.
Volume ventricular esquerdo
sistólico(s)
Volume ventricular esquerdo
diastólico(d)
VVEs (mL) = (7 x DIVEs
3
)
(2,4 + DIVEs)
VVEd (mL) = (7 x DIVEd
3
)
(2,4 + DIVEd)
Quadro 2. Cálculo do índice do volume ventricular esquerdo sistólico e diastólico.
Índice do volume ventricular
esquerdo ao final da sístole(s)
Índice do volume ventricular
esquerdo ao final da diástole(d)
IVVEFs (mL/m
2
) = VVEs
AC
IVVEFd (mL/m
2
) = VVEd
AC
Quadro 3. Cálculo da área corporal, do índice de ejeção e do índice cardíaco.
Área corporal Índice de ejeção Índice cardíaco
AC (m
2
) = C x Peso
gramas
0,67
10
4
IE (mL/batimento x m
2
) =
IVVEFd - IVVEFs
IC (L/m
2
x minuto) =
IE x FC
1000
Constante para a espécie felina (C) = 10
16
3.6 Pressão arterial sistólica (PAS)
Para mensuração dessa variável foi utilizado o método não invasivo por
Doppler não direcional
7
, com auxílio de um manguito posicionado ao nível do
coração, cuja largura representava em torno de 30% da circunferência do membro
do animal e de um esfigmomanômetro, segundo descrito por CARR (2001).
O transdutor foi aplicado sobre a pele, do aspecto palmar da região que
divide o coxim carpiano e o metacarpiano direito, utilizando-se um gel para obter
uma interface livre de ar. A identificação da artéria foi realizada através da
emissão de sinal sonoro pelo Doppler. O manguito foi insuflado até obliterar o
fluxo das artérias radial e ulnar, quando havia a interrupção do sinal sonoro devido
à pressão do cuff do esfigmomanômetro (200mmHg). Na seqüência, ao esvaziá-lo
progressivamente, observou-se o retorno do sinal sonoro correspondente com a
deflexão da agulha do esfigmomanômetro (mmHg), cuja leitura foi considerada
como a PAS.
Este procedimento foi realizado por três vezes, obtendo-se a média das
mensurações.
3.7 Freqüência respiratória (f)
Esta variável foi obtida por meio da observação dos movimentos
respiratórios inspiratórios no gradil costal pelo período de um minuto (movimentos
respiratórios/minuto).
7
Ultrasonic Doppler Flow Detector Model 812, Parks Medical Electronic Inc, São Bernardo do
Campo, SP
17
3.8 Temperatura retal (T)
Após a coleta de todos os outros dados, as mensurações, em graus
Celsius, foram obtidas por meio de um termômetro digital
8
posicionado na ampola
retal.
3.9 Avaliação comportamental
O grau de sedação dos animais foi avaliado segundo o comportamento
exibido por eles após a administração das substâncias, por escores previamente
estabelecidos, segundo o Quadro 4.
A latência para o início da sedação foi considerado a partir do momento em
que os animais alcançaram o escore máximo, e o tempo de recuperação quando
houve diminuição de um ponto do escore de sedação proposto, ou seja, quando
apareceu a atividade condicionada do animal. Foi estabelecida a média desses
tempos.
Qualquer outra alteração fisiológica, como, por exemplo, vômito, defecação
ou micção foi anotada e descrita em porcentagem de ocorrência por grupo.
8
BD BASIC Termômetro digital, BD Brasil, São Paulo, SP
18
Quadro 4 – Avaliação do grau de sedação dos animais através de escores, sendo
estes divididos em quatro situações: animal acordado (0), sedação leve (1),
sedação moderada (2) e sedação intensa (3).
Escore
Descrição
0
Relutância à contenção física e aos estímulos (verificação da
temperatura, aplicação da probe do ecocardiógrafo e do Doppler e
incomodo ao ruído do último).
1 Menor resistência à contenção física e aos estímulos.
2 Resposta à contenção física somente durante estímulos.
3 Imobilidade e ausência de resposta aos estímulos.
3.10. Análise estatística
Os dados foram submetidos à análise de variância de uma via com
repetições múltiplas, seguidos de comparação pelo teste de Tukey, entre valores
médios dentro e entre os grupos ao longo do tempo.
Para análise estatística do grau de sedação, foi utilizado o teste de análise
de variância de Friedman com repetições múltiplas, seguido de comparação pelo
teste de Tukey.
As diferenças foram consideradas estatisticamente significantes quando o
p0,05. Para análise dos dados foi empregado o programa computacional
SigmaStat for Windows versão 3.0.1.
19
4. RESULTADOS
Os parâmetros estudados estão representados sob a forma de tabelas,
constando às médias e os respectivos erros-padrão e ilustrados por gráficos que
demonstram a variação dos dados. Nas tabelas, as cruzes indicam variação
estatística significante (p0,05) dentro dos grupos em relação ao M0 e as
diferentes letras na mesma linha indicam valores significativamente diferentes
(p0,05) entre os grupos no mesmo momento.
Os dados relativos às alterações comportamentais e do ritmo cardíaco
foram descrito na forma de porcentagem de animais acometidos em cada
momento avaliado. Estas variáveis não foram submetidas à análise estatística.
4.1. Freqüência cardíaca
Os valores médios e erros-padrão desta variável estão expressos na Tabela
1 e representados graficamente na Figura 1.
Foi observada bradicardia significativa em relação ao M0 nos animais do
G
Xil
em todos os momentos até o final da avaliação (M60).
No G
Amz
houve diminuição da freqüência cardíaca em relação aos valores
iniciais em todos os momentos a partir dos 5 minutos (Figura 2).
Nos animais que recebem o DIL (G
Dil
) apenas um momento da avaliação
apresentou diferença estatística (M20), sendo este menor em relação ao M0.
Nos animais tratados com amitraz (G
Amz
) e com DIL (G
Dil
), todos os
momentos após a aplicação das substâncias apresentaram valores
significativamente maiores em relação aos animais tratados com xilazina (G
Xil
).
Além disso, exceto pelos M0, M5 e M20, todos os outros momentos do G
Dil
foram
estatisticamente superiores aos do G
Amz
.
20
Tabela 1 – Valores médios e erros-padrão da freqüência cardíaca (bat/min) de oito
gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento FC (bat/min)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 205±9 193±9 189±6
5 174±12
A
152±8
A†
107±4
B†
10 180±9
A
147±5
B†
98±4
C†
15 170±10
A
137±5
B†
98±4
C†
20 156±13
A†
131±7
A†
90±2
B†
30 162±10
A
135±4
B†
90±4
C†
40 184±13
A
128±7
B†
90±4
C†
50 200±13
A
127±6
B†
87±3
C†
60 195±12
A
130±7
B†
88±4
C†
- Linhas com letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (mim)
0 10 20 30 40 50 60
Frequência Cardíaca (bat/min)
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 1. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da freqüência
cardíaca de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de amitraz
(G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes
(M0) e durante os 60 minutos de avaliação.
21
Figura 2. Imagens ecocardiográficas (Modo-B e Modo-M) obtidas na janela paraesternal
direita, eixo curto, de um gato adulto SRD sob contenção física (A
1
e A
2
) e 5 minutos após
a aplicação de amitraz (B
1
e B
2
), ilustrando a localização do ventrículo esquerdo (VE) e o
aumento da distância entre os picos de contração do septo interventricular (SIV) e da
parede livre do ventrículo esquerdo (PLVE) durante a sístole, indicado pelas setas,
caracterizando a diminuição da FC.
4.2. Eletrocardiografia
Os valores médios da duração e amplitude de onda P e do complexo QRS
e duração do intervalo PR se mantiveram dentro dos valores normais. Apenas os
valores de comprimento do complexo QRS nos M5, M30, M40, M50 e M60 se
apresentaram aumentados nos animais do G
Dil
. Além disso, houve aumento dos
valores médios da duração do intervalo QT em relação aos valores de referência a
partir do M5 no G
Xil
, do M10 no G
Amz
e aos 30 e 40 minutos no G
Dil
(Tabela 2).
Ocorreu bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau em um animal do
G
Xil
(12,5%) e um animal do G
Amz
(12,5%) (Tabela 3; Figura 3), sendo detectada a
elevação do intervalo PR em relação ao seu limite normal máximo (90 ms). Não foi
observado BAV de segundo grau em nenhum dos animais dos três grupos durante
o período estudado.
Foram observados complexos ventriculares prematuros (CVP) (Tabela 4;
Figura 4) em dois animais (25%) aos 30, 40 e 60 minutos de avaliação, nos
22
animais medicados com amitraz (G
Amz
). Um animal do G
Dil
(12,5%) apresentou
bigeminismo ventricular aos 30 minutos após o inicio do tratamento.
Um animal (12,5%) tratado com xilazina (G
Xil
) apresentou ritmo de escape
ventricular (ritmo idioventricular) (Figura 5) nos M5, M10, M15, M20, M30, M40 e
M60.
Arritmias sinusal respiratória (ASR) foram detectadas em cinco animais
(62,5%) do G
Xil
nos M5, M10 e M15. Aos 20 minutos de avaliação, sete animais
(87,5%) apresentaram esta alteração, e esta também foi detectada em seis
animais (75%) no M30 e em oito deles (100%) nos M40, M50 e M60. no G
Amz
,
três gatos (37,5%) apresentaram ASR antes da aplicação de amitraz e nos M30,
M40 e M60. Aos 5, 10 e 20 minutos de avaliação, um animal (12,5%) apresentou
ASR, e aos 15 e 50 minutos esta foi detectada em quatro animais (50%). ASR
também foi visualizada em dois gatos (25%) do G
Dil
nos M40 e M60 e em um
animal (12,5%) no M30 (Tabela 5).
23
Tabela 2 Valores médios e erros-padrão das medidas eletrocardiográficas de
oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Grupo
Momentos
Onda
P
(ms)
Onda P
(mV)
Intervalo
PR (ms)
Complexo
QRS (ms)
Onda R
(mV)
Intervalo
QT (ms)
0
35±2 0,09±0,01
65±5 45±3 0,22±0,05
153±5
5
36±2 0,1±0,01 66±4 54±3
#
0,22±0,06
173±10
10
36±2 0,11±0,01
66±3 50±3 0,22±0,05
166±9
15
37±1 0,11±0,01
67±4 49±2 0,23±0,05
176±5
20
36±1 0,11±0,01
69±3 48±2 0,22±0,05
180±8
30
36±1 0,11±0,01
65±5 53±4
#
0,21±0,05
186±6
#
40
37±1 0,12±0,01
64±2 52±2
#
0,22±0,05
185±7
#
50
39±1 0,12±0,01
63±3 53±2
#
0,23±0,06
179±9
G
Dil
60
38±1 0,15±0,01
60±3 53±2
#
0,25±0,06
179±7
0
40±1 0,09±0,01
65±3 44±2 0,23±0,05
159±8
5
38±1 0,08±0,01
73±4 46±1 0,25±0,05
171±8
10
40±1 0,09±0,01
75±4 48±3 0,23±0,05
183±4
#
15
42±2 0,08±0,01
78±3 48±4 0,2±0,04 191±8
#
20
40±2 0,08±0,01
77±5 49±5 0,19±0,05
193±8
#
30
39±1 0,08±0,01
75±3 48±3 0,18±0,04
184±9
#
40
40±2 0,08±0,01
78±4 50±2 0,18±0,04
195±7
#
50
39±1 0,08±0,01
77±4 48±2 0,23±0,05
204±4
#
G
Amz
60
39±1 0,08±0,01
79±5 47±2 0,23±0,05
200±5
#
0
39±1 0,1±0,01 68±3 46±2 0,2±0,05 167±4
5
40±1 0,08±0,01
76±3 47±2 0,35±0,06
199±4
#
10
41±1 0,08±0,01
77±3 48±1 0,37±0,06
200±4
#
15
41±2 0,07±0,01
77±3 46±2 0,32±0,06
204±4
#
20
41±1 0,07±0,01
77±2 48±2 0,33±0,06
201±3
#
30
41±1 0,07±0,01
79±3 48±2 0,31±0,06
209±3
#
40
40±1 0,07±0,01
78±3 47±1 0,3±0,06 213±4
#
50
40±1 0,07±0,01
78±3 47±2 0,27±0,06
209±4
#
G
Xil
60
43±1 0,07±0,01
80±3 48±2 0,24±0,06
216±4
#
- (#) Acima dos valores de referência segundo PAULINO JR (2006).
24
Tabela 3 - Porcentagem de animais que apresentaram bloqueio atrioventricular
(BAV) de primeiro grau nos diferentes tipos de tratamento: G
Dil
(volume
correspondente de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg
amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante
os 60 minutos de avaliação.
Momento BAV 1º grau (%)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 0 0 0
5 0 0 0
10 0 0 0
15 0 0 0
20 0 12,5 0
30 0 0 0
40 0 12,5 0
50 0 12,5 12,5
60 0 12,5 12,5
Figura 3. Imagem do traçado eletrocardiográfico na derivação DII, velocidade 50mm/s e
sensibilidade N, de um gato adulto, 20 minutos após a administração de 1 mg/kg de
amitraz pela via intravenosa, ilustrando a presença de bloqueio atrioventricular de 1º grau
pelo aumento do intervalo PR.
25
Tabela 4 Porcentagem de animais que apresentaram complexos ventriculares
prematuros (CVP) nos diferentes tipos de tratamentos: G
Dil
(volume
correspondente de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg
amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante
os 60 minutos de avaliação.
Momento CVP (%)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 0 0 0
5 0 0 0
10 0 0 0
15 0 0 0
20 0 0 0
30 12,5 25 0
40 0 25 0
50 0 0 0
60 0 25 0
Figura 4.
Imagem do traçado eletrocardiográfico na derivação DII, velocidade 50mm/s e
sensibilidade N, de um gato adulto, 40 minutos após a administração de 1 mg/kg de
amitraz pela via intravenosa, ilustrando a presença de complexos ventriculares
prematuros (CVP), indicados pelas setas.
26
Figura 5. Imagem do traçado eletrocardiográfico na derivação DII, velocidade 50mm/s e
sensibilidade N, de um gato adulto, 5 minutos após a administração de 1 mg/kg de
xilazina pela via intravenosa, ilustrando a presença de ritmos de escape ventricular (ritmo
idioventricular), indicados pelas setas.
Tabela 5 Porcentagem de animais que apresentaram arritmia sinusal
respiratória nos diferentes tipos de tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento ASR (%)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 25 37,5 0
5 0 12,5 62,5
10 0 12,5 62,5
15 0 50 62,5
20 0 12,5 87,5
30 12,5 37,5 75
40 25 37,5 100
50 0 50 100
60 25 37,5 100
27
4.3. Ecocardiografia
4.3.1 Fração de ejeção (FE)
Os valores médios e erros-padrão da fração de ejeção cardíaca estão
expressos na Tabela 6 e representados graficamente na Figura 6.
Os valores da FE foram menores em relação ao momento basal em todos
os momentos no G
Xil
.
Após cinco, 10 e 15 minutos do início do tratamento, os animais do G
Amz
apresentaram os valores da fração de ejeção cardíaca estatisticamente inferiores
em relação ao basal (M0).
Não ocorreu diferença entre os valores da fração de ejeção nos animais
tratados com DIL (G
Dil
) em todo o período de avaliação.
A partir dos cinco minutos de avaliação, todos os valores da FE nos G
Amz
e
G
Dil
, foram maiores aos dos gatos tratados com xilazina (G
Xil
). Entretanto, aos 5
minutos, a média dos valores do G
Dil
foram maiores do que do G
Amz
.
28
Tabela 6 Valores médios e erros-padrão da fração de ejeção cardíaca (%) de
oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento FE (%)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 88±2 91 90±3
5 87±1
A
76±3
B†
52±3
C†
10 86±2
A
78±3
A†
56±4
B†
15 87±2
A
79±3
A†
58±3
B†
20 89±1
A
83±3
A
61±2
B†
30 88±1
A
85±1
A
62±3
B†
40 89±1
A
86±2
A
69±3
B†
50 90±1
A
85±2
A
68±3
B†
60 90±1
A
83±2
A
70±3
B†
- Linhas com letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (min)
0 10 20 30 40 50 60
Fração de Ejeção (%)
40
50
60
70
80
90
100
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 6. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da fração de ejeção
de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de amitraz (G
Amz
) e
com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e
durante os 60 minutos de avaliação.
29
4.3.2. Fração de encurtamento (FS)
Os valores médios e erros-padrão da fração de encurtamento cardíaco
estão expressos na Tabela 7 e representados graficamente na Figura 7.
Houve redução da porcentagem da FS cardíaco em todos os momentos no
G
Xil
em relação ao basal (M0).
Nos três primeiros momentos imediatamente após M0, os animais do G
Amz
apresentaram as médias da FS inferiores estatisticamente da média basal.
Não ocorreu variação significativa dos valores desta variável nos animais
tratados com o DIL (G
Dil
).
Todos os valores da FS foram estatisticamente inferiores nos animais
tratados com xilazina após a aplicação das substâncias em relação aos outros
grupos. Além disso, as médias calculadas nos M5 e M15 do G
Dil
diferiram
significantemente em relação ao G
Amz
.
30
Tabela 7 Valores médios e erros-padrão da fração de encurtamento cardíaco
(%) de oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume
correspondente de diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg
amitraz em DIL) e G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante
os 60 minutos de avaliação.
Momento FS (%)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 53±2 58±2 58±4
5 54±2
A
43±3
B†
24±2
C†
10 53±2
A
44±3
A†
26±2
B†
15 53±3
A
45±2
B†
28±2
C†
20 56±2
A
50±4
A
30±1
B†
30 55±2
A
51±2
A
31±2
B†
40 57±3
A
52±2
A
36±2
B†
50 58±2
A
51±3
A
35±2
B†
60 57±2
A
50±2
A
37±2
B†
- Linhas com letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (min)
0 10 20 30 40 50 60
Fração de Encurtamento (%)
20
30
40
50
60
70
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 7. Representação gráfica dos valores dios erro-padrão) da fração de
encurtamento de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de
amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados
antes (M0) e durante os 60 minutos de avaliação.
31
4.3.3. Índice cardíaco
Os valores médios e erros-padrão deste índice estão expressos na Tabela
8 e representados graficamente na Figura 8.
Todos os valores foram menores em relação ao momento inicial (M0) no
G
Xil
.
Nos animais que foram tratados com amitraz (G
Amz
), apenas os valores dos
M15, M20, M30 e M60 apresentaram diminuição em relação ao M0.
Não houve diferença estatística nas médias calculadas do G
Dil
.
Exceto aos 20 minutos no G
Dil
, todos os momentos a partir dos 10 minutos
nos animais tratados com amitraz e DIL (G
Amz
e G
Dil
) apresentaram valores
significativamente superiores aos do G
Xil
.
32
Tabela 8 Valores médios e erros-padrão do índice cardíaco (L/m
2
x min) de oito
gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento IC (L/m
2
x min)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 2,9±0,3 3,7±0,4 3,1±0,4
5 2,8±0,4 2,8±0,5 1,5±0,3
10 2,6±0,4
A
2,9±0,3
A
1,0±0,2
B†
15 2,6±0,4
A
2,5±0,2
A†
1,3±0,2
B†
20 1,9±0,3
AB
2,2±0,2
A†
1,2±0,1
B†
30 2,1±0,2
A
2,0±0,2
A†
1,1±0,2
B†
40 2,8±0,4
A
2,7±0,4
A
1,4±0,2
B†
50 2,9±0,4
A
2,5±0,4
A
1,5±0,2
B†
60 2,5±0,3
A
2,5±0,2
A†
1,0±0,2
B†
- Linhas com letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (min)
0 10 20 30 40 50 60
Índice Cardíaco (L/m² x min)
0
1
2
3
4
5
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 8.
Representação gráfica dos valores médios (± erro-padrão) do índice cardíaco de
oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de amitraz (G
Amz
) e
com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e
durante os 60 minutos de avaliação.
33
4.4. Pressão arterial sistólica
Os valores médios e erros-padrão desta variável estão expressos na Tabela
9 e representados graficamente na Figura 9.
Ocorreu redução dos valores da PAS nos animais do G
Xil
em função do
tempo, sendo que os valores médios dos M40, M50 e M60 diferiram
significativamente em relação ao M0.
os animais dos G
Amz
e G
Dil
apresentaram queda significativa na pressão
arterial sistólica em todos os momentos em relação ao momento inicial (M0).
Os animais tratados com xilazina apresentaram PAS maior em relação aos
demais grupos nos M5, M10, M15, M20 e M30.
34
Tabela 9 – Valores médios e erros-padrão da pressão arterial sistólica (mmHg) de
oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento PAS (mmHg)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 151±5 175±11 172±10
5 111±6
A†
106±6
A†
176±23
B
10 107±6
A†
103±5
A†
166±17
B
15 99±8
A†
101±6
A†
156±14
B
20 101±8
A†
102±9
A†
156±14
B
30 97±6
A†
96±4
A†
154±16
B
40 103±8
103±6
138±14
50 107±5
101±5
133±11
60 112±6
104±4
126±10
- Linhas com letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (min)
0 10 20 30 40 50 60
PAS (mmHg)
80
100
120
140
160
180
200
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 9. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da PAS de oito gatos
adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de amitraz (G
Amz
) e com o volume
correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e durante os 60
minutos de avaliação.
35
4.5. Freqüência respiratória
Os valores médios e erros-padrão desta variável estão expressos na Tabela
10 e representados graficamente na Figura 10.
Houve diminuição da f dos animais do G
Xil
ao longo do tempo, ocorrendo
variação significativa aos 40, 50 e 60 minutos em relação aos valores basais (M0).
Os animais do G
Amz
apresentaram aumento significativo deste parâmetro no
M5 em relação ao M0. Seus valores apenas retornaram próximos aos basais após
50 minutos de avaliação.
Esta alteração também ocorreu nos animais do G
Dil
, contudo diferenças
significativas ocorreram apenas nos M5 e M10 em relação ao basal.
Em relação à diferença entre os grupos, houve aumento dos valores médios
em todos os momentos a partir dos 5 minutos nos G
Amz
e G
Dil
em relação ao G
Xil
.
Além disso, o ultimo momento avaliado no G
Dil
também aumentou
significativamente em relação ao mesmo momento do G
Amz
.
36
Tabela 10 Valores médios e erros-padrão da freqüência respiratória (mov/min)
de oito gatos adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de
diluente emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e
G
Xil
(1 mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento f (mov/min)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 51±4 51±5
46±5
5 88±6
A†
105±17
A†
46±5
B
10 79±4
A†
70±10
A
41±4
B
15 66±7
A
67±10
A
38±3
B
20 64±6
A
65±9
A
39±4
B
30 66±4
A
69±8
A
35±3
B
40 67±7
A
64±9
A
32±3
B†
50 67±10
A
56±5
A
33±2
B†
60 69±6
A
55±6
B
31±2
C†
- Linhas com letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (min)
0 10 20 30 40 50 60
Frequência Respiratória (mov/min)
20
40
60
80
100
120
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 10. Representação gráfica dos valores médios (± erro-padrão) da freqüência
respiratória de oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de
amitraz (G
Amz
) e com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados
antes (M0) e durante os 60 minutos de avaliação.
37
4.6. Temperatura
Os valores médios e erros-padrão da temperatura estão expressos na
Tabela 11 e representados graficamente na Figura 11.
Após 30 minutos de avaliação, todos os momentos apresentaram
diminuição dos valores em relação ao M0 nos animais do G
Xil
e do G
Dil
.
Os dados obtidos no G
Amz
foram significativamente inferiores ao do M0
após 40 minutos da aplicação.
38
Tabela 11 Valores médios e erros-padrão da temperatura (ºC) de oito gatos
adultos submetidos aos tratamentos: G
Dil
(volume correspondente de diluente
emulsionável lipídico aplicado no G
Amz
), G
Amz
(1 mg/kg amitraz em DIL) e G
Xil
(1
mg/kg de xilazina) antes da administração (M0) e durante os 60 minutos de
avaliação.
Momento T (ºC)
(minutos)
G
Dil
G
Amz
G
Xil
0 38,6±0,2 38,4±0,2 38,7±0,2
5 38,3±0,2 38,4±0,2 38,7±0,3
10 38,4±0,2 38,5±0,2 38,0,3
15 38,3±0,2 38,2±0,4 38,0,3
20 38,2±0,2 38,1±0,3 38,0,3
30 37,8±0,3
37,9±0,3
37,9±0,3
40 37,8±0,3
37,6±0,4
37,8±0,3
50 37,6±0,3
37,7±0,2
37,6±0,2
60 37,7±0,2
37,7±0,3
37,6±0,3
- †
Diferem de M0 dentro do mesmo grupo (teste de Tukey, p 0,05).
Tempo (min)
0 10 20 30 40 50 60
Temperatura (ºC)
37
38
39
Xilazina
Amitraz
Diluente
Figura 11. Representação gráfica dos valores médios erro-padrão) da temperatura de
oito gatos adultos tratados com 1 mg/kg de xilazina (G
Xil
), 1 mg/kg de amitraz (G
Amz
) e
com o volume correspondente do DIL aplicado no G
Amz
(G
Dil
), registrados antes (M0) e
durante os 60 minutos de avaliação.
39
4.7 Avaliação comportamental
Os valores, expressos em porcentagens, referentes ao grau de sedação
dos animais nos diferentes grupos estão expressos na Tabela 12. Os animais dos
G
Xil
e do G
Amz
apresentaram grau de sedação estatisticamente superior em relação
aos animais do G
Dil
(teste de Tukey, p 0,05).
A porcentagem de animais que defecaram, urinaram ou vomitaram durante
o período de avaliação nos grupos estudados estão expressos na Tabela 13.
Os animais do G
Xil
, G
Amz
e G
Dil
apresentaram respectivamente, tempo
médio de sedação erro-padrão) em minutos de 1,0±0,3; 6,0±2 e 6,0±2. Os
valores médios de recuperação erro-padrão) em minutos foram
respectivamente 55±5; 42±2 e 36±2.
Vocalização ocorreu em 50% dos animais tratados com DIL (G
Dil
) nos
primeiros minutos após aplicação, sendo extinta antes dos 5 minutos.
Tabela 12 - Porcentagens dos diferentes graus de sedação apresentados pelos
animais após o início dos três tratamentos até o final do período de avaliação
(M60).
G
Xil
G
Amz
G
Dil
0 0 0 25
1 0 12,5 37,5
2 0 25 37,5
3 100 62,5 0
- Grupos seguidos de (†) não diferem entre si (teste de Tukey, p 0,05).
Tabela 13 - Porcentagem de animais que defecaram, urinaram e/ou vomitaram
após o início dos três tratamentos até o final do período de avaliação (M60).
G
Xil
G
Amz
G
Dil
Fezes 0 12,5 37,5
Urina 12,5 37,5 12,5
Vômito 12,5 37,5 0
40
5. DISCUSSÃO
A xilazina, um agonista α
2
amplamente difundido na Medicina Veterinária,
foi escolhida como padrão de comparação com o amitraz. Diversos estudos
comprovaram os efeitos depressores deste fármaco no sistema cardiovascular de
gatos (ALLEN & DOWNEY, 1983; DUNKLE et al., 1986; LAMONT et al., 2001;
SELMI et al., 2004).
Alguns estudos caracterizaram a ação agonista α
2
do amitraz (PASS &
MOGG, 1995; QUEIROZ-NETO et al., 2000; YOUNG et al., 2005), todavia, para
melhor estudar este composto, FARIAS (2004) formulou-o em diluente lipídico
emulsionável para elucidar os efeitos farmacológicos em cães. Assim, essa
formulação administrada pela via intravenosa mostrou que as meias vida de
distribuição e de eliminação foram de 11 e de 38 minutos, respectivamente, cujo
padrão farmacocinético foi condizente com o modelo bicompartimental (FARIAS,
2004).
Baseado nos efeitos sedativos e no relaxamento muscular induzido pelo
amitraz na dose de 1 mg/kg pela via intravenosa em cães (FARIAS, 2004) e
considerando que a xilazina é empregada em cães ou gatos nas mesmas
condições (CORTOPASSI & FANTONI, 2002), a dose estabelecida para a
realização deste experimento com gatos foi igual àquela estudada por FARIAS
(2004).
Considerando o efeito depressor do miocárdio dos agonistas α
2
(ALLEN &
DOWNEY, 1983; DUNKLE et al., 1986), a avaliação da função ventricular mostra-
se necessária. A ecocardiografia em gatos, descrita por PIPERS et al. (1979), é
um exame que permite determinar a espessura da parede e diâmetro interno
ventricular, movimento das válvulas e a função cardíaca, de forma não-invasiva
(ALLEN 1982).
Particularmente, foi notada diminuição da freqüência cardíaca tanto nos
animais tratados com amitraz como nos com xilazina. Existem relatos desta
41
alteração induzida pela xilazina (HUBBELL & MUIR, 1982; DUNKLE, 1986;
ADETUNJI et al., 2002) a qual foi atribuída a um estímulo vagal reflexo ao
aumento da pós-carga inicial, devido à vasoconstrição mediada pela ativação de
receptores α
2
periféricos e, mais tardiamente, conseqüente à redução da atividade
simpática central (GOLGEN et al., 1998; LAMONT et al., 2001). De fato o amitraz
pode estimular receptores do tipo α
2
nos vasos, porém a redução da freqüência
cardíaca observada parece estar associada à diminuição do tônus simpático,
que não foi relatado aumento da pressão arterial. Muito embora, HYEONHO et al.
(1999) constataram que a bradicardia promovida pelo amitraz em coelhos pode
ser bloqueada pela vagotomia, demonstrando dependência da atividade
parassimpática. Por outro lado, a diminuição do tônus simpático central foi
implicada na redução da freqüência cardíaca por ANDRADE et al. (2006) após a
administração de amitraz em gatos.
Um estudo sobre toxicidade do amitraz em cães relatou bradicardia, mas
não revelou outras alterações cardíacas após administração oral de 100 mg/kg
(HUGNET et al., 1996). Não obstante, FARIAS et al. (2005) descreveram
bradicardia e aumento do intervalo QT após aplicação intravenosa de 1 mg/kg de
amitraz. O aumento do intervalo QT, também observado neste estudo, pode ser
atribuído à diminuição da freqüência cardíaca por alterações no tônus simpático
(BROWNE et al., 1982; TILLEY, 1992; VALADÃO et al., 2000). Apesar de ter
ocorrido aumento médio da duração do complexo QRS nos animais tratados com
o diluente, alteração que pode indicar aumento da área ventricular (TILLEY, 1992),
não foi comprovado aumento nos valores individuais do diâmetro interno
ventricular esquerdo dos animais, segundo valores de referência (DIVE
S
: 0,64
1,68; DIVE
D
: 1,12 - 2,18 cm) descritos por PIPERS & HAMLIN (1980).
A ocorrência de BAV de 1º e graus foi descrita por diversos autores após
a aplicação de agonistas α
2
, ocasionada, da mesma forma, pelo aumento reflexo
do tônus vagal ou pela diminuição do tônus simpático (KLIDE et al., 1975; ALLEN
& DOWNEY, 1983; SHORT, 1991; SINCLAIR, 2003; LEMKE, 2004). Neste
sentido, foi observado apenas bloqueios de grau nesse estudo, tanto após a
42
administração de xilazina quanto de amitraz, corroborando com ANDRADE et al.
(2006) que relataram BAV de grau em gatos após aplicação de 1 mg/kg de
amitraz pela via intravenosa. Em adição, BAV foi relatado em cavalos após
administração de amitraz pela mesma via (QUEIROZ-NETO et al. 2000; LINARDI
2004). De maneira oposta, FARIAS et al. (2005) não observaram BAV em cães,
apesar de terem observado diminuição da duração da onda P, sugestiva de
retardo na despolarização atrial.
Outras alterações relacionadas com as bradiarritmias, como o ritmo
idioventricular, podem ocorrer quando se reduz ou bloqueia a automaticidade do
marcapasso do nodo sinoatrial (TILLEY, 1992). Apesar desta arritmia ter
aparecido em apenas um animal, que não apresentou BAV, a pausa
compensatória decorrente da bradicardia parece ter desencadeado estímulos de
despolarização ectópicos.
O aparecimento de CVP em gatos pode estar associado a diversos tipos de
doenças cardíacas secundariamente às afecções sistêmicas ou, por vezes,
decorrente da administração de alguns medicamentos (TILLEY, 1992). Sabe-se
que os agonistas α
2
podem induzir arritmias, especialmente aqueles cuja afinidade
é menos especifica para receptores α
2
, que esta alteração parece ter maior
relação com a ativação de adrenoreceptores do tipo α
1
(SINCLAIR, 2003). Como
relatado, os animais tratados com amitraz ou com o diluente apresentaram algum
tipo de arritmia ventricular possivelmente associada à exposição ao diluente,
que ambos os tratamentos induziram essa alteração. Contudo, complexos
ventriculares prematuros foram descritos em cães tratados com medetomidina
associada à anticolinérgicos (SHORT, 1991). Além disso, TRANQUILLI et al.
(1988) e LEMKE & TRANQUILLI (1994) demonstraram que a xilazina favoreceu as
arritmias induzidas pela noradrenalina em cães anestesiados pelo halotano,
isofluorano ou tiopental.
Sabe-se que os valores da FC na espécie felina (120-240
batimentos/minuto) são maiores do que os dos cães (70-160 batimentos/minuto).
A ocorrência de arritmia sinusal respiratória (ASR), normalmente presente em
43
cães, parece não ter o mesmo significado clínico em gatos, dessa maneira, ao
contrário da taquicardia sinusal, esta não é uma alteração comummente
encontrada (TILLEY, 1992). A maior prevalência de ASR ocorreu nos grupos em
que a FC apresentou-se menor, mostrando correlação inversamente proporcional.
ANDRADE et al. (2006) observaram arritmia sinusal em gatos após a aplicação de
amitraz, abolida após tratamento com atipamezol. A arritmia sinusal normalmente
não é dependente da respiração em gatos, nesse contexto, KLIDE et al. (1975)
relataram arritmia sinusal de origem não-respiratória (sinus arrest ou bloqueio
sinoatrial) em cães após administração de xilazina.
Devido às características fisiológicas inerentes à espécie felina, como
elevada freqüência cardíaca, e mobilidade do coração no tórax, o exame
ecocardiográfico mostra-se a melhor opção para avaliação da função ventricular.
Além disso, por ser um método não-invasivo, ele apresenta custo e risco menores
ao paciente quando comparado a monitorização por cateteres cardíacos (PIPERS
& HAMLIN, 1980).
Dessa forma, o trabalho cardíaco foi avaliado com base nos valores das FE
e da FS, que representam, respectivamente, o percentual de volume sangüíneo
término-diástólico ejetado a cada batimento, e a quantidade de contração e
decréscimo da câmara cardíaca esquerda ao final da sístole (DUNKLE et al.,
1986). Os agonistas α
2
empregados causaram diminuição destas variáveis em
relação ao momento inicial, de maneira oposta ao diluente, sendo que a xilazina
induziu queda mais acentuada, sugerindo uma maior depressão da atividade
cardíaca. Estudo ecocardiográfico realizado em gatos mostrou que a injeção de
xilazina e pentobarbital causou depressão dos índices relacionados à
contratilidade cardíaca (ALLEN & DOWNEY, 1983). Corroborando, DUNKLE et al.
(1986) descreveram diminuição da FS, em relação aos valores basais (45%), em
gatos após aplicação de xilazina (20%) de forma semelhante aos valores
encontrados no G
Xil
(24%). De maneira diversa, não foi observada alteração nas
frações de ejeção e de encurtamento de gatos após aplicação de medetomidina
(LAMONT et al., 2002). De acordo com LINARDI (2004) as FE e de FS em cavalos
44
não se modificaram após aplicação de amitraz, todavia, nos gatos tratados com
este agonista α
2
estas variáveis diminuíram em relação aos valores basais nos
primeiros 15 minutos, apontando uma influência parassimpática maior no
inotropismo cardíaco nessa espécie.
O débito cardíaco tem sido empregado para avaliar o desempenho cardíaco
(ALLEN & DOWNEY, 1983), entretanto, com o propósito de evitar a interferência
das variações de peso dos animais, neste estudo foi adotado o índice cardíaco.
Foi notado que a diminuição do índice cardíaco nos animais tratados com o
amitraz foi menor do que naqueles medicados com a xilazina. De maneira oposta
ao amitraz, o diluente não alterou significativamente o IC após a aplicação. Vários
estudos demonstraram diminuição do desempenho cardíaco devido à ação
inotrópica negativa dos agonistas α
2
secundária ao aumento da resistência
vascular sistêmica e à redução da freqüência cardíaca (SINCLAIR, 2003). A
redução do índice e da freqüência cardíaca observada foi simultânea a um
acréscimo sem significado estatístico na PAS apenas aos 5 minutos no G
Xil
. Em
estudo similar realizado com cavalos, LINARDI (2004) relatou diminuição no débito
cardíaco associado à bradicardia e aumento inicial da pressão arterial após
aplicação de amitraz ou xilazina. Sabe-se que o aumento da resistência vascular
periférica causa diminuição do volume sistólico e do índice cardíaco em cães e
gatos após a aplicação de agonistas α
2
(KLIDE et al., 1975; LAMONT et al. 2001).
Classicamente, os agonistas α
2
induzem a um aumento inicial da pressão
arterial por estímulo de receptores α
2
pós-sinápticos nos vasos periféricos
(VALADÃO et al., 2000) e, posteriormente, induzem queda na pressão sanguínea
por diminuição do tônus simpático, como descrito para a xilazina (PADDLEFORD
& HARVEY, 1999). Corroborando, FARIAS (2004) relatou aumento na PAM em
cães após injeção de 1 mg/kg de amitraz pelas vias intramuscular ou subcutânea.
No entanto, deve-se ressaltar que tanto os animais tratados com amitraz, quanto
os tratados com o diluente apresentaram alterações de PAS semelhantes,
sugerindo uma influência do diluente nessa variável.
45
Um dos componentes do diluente é o cremofor, utilizado devido a suas
propriedades detergentes. MOUNIER et al. (1995) descreveram quatro casos de
reação anafilática em humanos após a injeção intravenosa de solução
multivitamínica contendo cremofor, ocorrendo hipotensão, dispnéia,
broncoconstricção e eritema. Além disso, reações anafilactóides foram observadas
em humanos após a injeção de propofol diluído em cremofor (MARVÁN, 2000).
Nesse contexto, uma possível reação histaminérgica pode ter sido a causa da
hipotensão.
Assim como na PAS, a f parece ter sido influenciada pelo diluente contendo
cremofor. De forma não esperada, tanto os animais do G
Amz
quanto do G
Dil
apresentaram taquicardia cinco minutos após a administração dos tratamentos.
Este fato pode ser atribuído a uma resposta adversa ao composto lipídico que
após aplicação de uma solução comercial de amitraz, pela via intravenosa em
gatos, ANDRADE et al. (2006) observaram redução na f. Em adição, quando o
amitraz foi aplicado pela mesma via em vacas, na formulação desenvolvida por
FARIAS et al. (2004), foi observado queda na f (REIS, 2005), assim como quando
aplicado em cavalos veiculado ao DMSO (QUEIROZ-NETO et al., 2000).
Normalmente, os agonistas α
2
reduzem a f, secundariamente à sedação
(SINCLAIR, 2003), relaxamento da laringe e supressão do reflexo da tosse
(PADDLEFORD & HARVEY, 1999). Ao mesmo tempo, ANDRADE et al. (2006)
sugerem que bradipnéia pode ser desencadeada por inibição de neurônios
responsáveis pela atividade respiratória, localizados na porção ventral do cérebro.
HASKINS et al. (1986) descreveram depressão respiratória em cães após
tratamento com xilazina, contudo sem alteração no equilíbrio ácido-básico. Mesmo
em altas doses, a xilazina não parece alterar significativamente o pH, a PaCO
2
e a
PaO
2
em cães e gatos devido a um aumento no volume corrente, mantendo dessa
forma a ventilação alveolar (LEMKE, 2004; TRANQUILLI & GRUBB, 2006). No
entanto, um estudo realizado com romifidina em gatos relatou aumento da f
quando esta foi administrada na dose de 100 µg/kg, fato atribuído ao grau de
46
sedação discreto, pois doses maiores não alteraram este parâmetro (SELMI et al.,
2004).
A diminuição na temperatura corpórea, após os tratamentos nos três
grupos, resulta da depressão do centro termoregulatório localizado na área
hipotalâmica rostral, causada pelos agonistas α
2
, associada à exposição ao
ambiente (DUARTE et al., 2003). Todavia, como esta alteração também ocorreu
nos animais tratados apenas com o diluente, esta perda de calor pode ter ocorrido
devido à queda da PAS e conseqüente vasodilatação. Hipotermia, induzida pelo
amitraz em gatos, foi observada durante 360 minutos por ANDRADE et al. (2006),
por sua vez revertida após aplicação de atipamezol ou ioimbina. DUARTE et al.
(2003) relataram hipotermia em 63% dos cavalos experimentalmente intoxicados
pelo amitraz. Em contradição, QUEIROZ-NETO et al. (2000) não encontraram
alteração na temperatura retal de cavalos após aplicação intravenosa de 0,1
mg/kg de amitraz.
O efeito sedativo induzido pelos agonistas α
2
é desencadeado pela ativação
de adrenoreceptores pré-sinápticos de localização central (ANDRADE et al.,
2006). Neste estudo, foi utilizada a dose máxima de xilazina segundo
CORTOPASSI & FANTONI (2002) como modelo comparativo. SELMI et al. (2004)
relataram tempo dio de decúbito de 63 minutos após aplicação de 1 mg/kg de
xilazina pela via intramuscular em gatos, corroborando com a avaliação descrita
neste estudo (55 minutos). Comparativamente o amitraz mostrou clinicamente um
menor potencial de sedação na dose utilizada, apresentando um menor tempo e
grau de sedação. Estudo realizado por ANDRADE et al. (2006) relatou um
intervalo dio de 175 minutos para o retorno da sedação após aplicação de 1
mg/kg de amitraz em gatos, período este superior ao observado no presente
estudo (42 minutos). Esta diferença pode ter ocorrido devido à diferença entre as
formulações, modificando conseqüentemente a biodisponibilidade do amitraz.
Além disso, como alguns animais tratados apenas com o diluente apresentaram
graus leve ou moderado de sedação, este parece ter influenciado nesta avaliação.
Os efeitos do diluente nesse caso podem ter ocorrido secundariamente à sedação.
47
ARAÚJO et al. (2000) descreveram que diversos compostos não metabolizados
são capazes de promover efeitos adversos como dispnéia, depressão e vômitos
nos gatos, especialmente os de natureza lipídica.
Em pequenos animais, os agonistas α
2
tipicamente causam vômito devido
ao estímulo de quimiorreceptores da zona do gatilho, localizados próximo ao
“locus coeruleus” (SINCLAIR, 2003), principalmente quando administrados pelas
vias intramuscular e subcutânea (AMBRÓSIO, 2002). Segundo SINCLAIR (2003),
a xilazina induz ao mito no início da sedação em aproximadamente 50% dos
cães e 90% dos gatos. Corroborando, HASKINS et al. (1975) descreveram como
freqüente o vômito em gatos após o tratamento com xilazina. KLIDE et al. (1975)
relataram vômito em cães após aplicação de xilazina pela via intravenosa (2/6) e
pela via intramuscular (3/6). Apenas um animal do G
Xil
e três do G
Amz
apresentaram êmese. Neste contexto, ANDRADE et al. (2006) relataram a
ocorrência de vômito após a administração de amitraz em gatos. Além disso, o
amitraz quando aplicado na dose de 1 mg/kg pela via intravenosa em cães induziu
ao vômito em quatro dos 10 animais utilizados por FARIAS (2004). A via utilizada
para administração dos fármacos pode ter causado certa inibição deste efeito por
sobreposição dos efeitos depressores do SNC, fazendo com que a prevalência,
principalmente nos animais tratados com xilazina, não fosse alta.
Sabe-se que os agonistas α
2
causam diminuição do trânsito intestinal
devido à depressão do SNC e a ativação de receptores adrenérgicos do tipo α
2
localizados no trato gastrintestinal, inibindo a liberação de acetilcolina local (HSU
& McNEEL, 1983). Nenhum animal tratado com xilazina defecou durante o período
experimental confirmando os achados de HSU & McNEEL (1983) que
descreveram retardo no trânsito gastrintestinal de cães tratados com xilazina,
revertido após administração de ioimbina. De forma diversa, um animal tratado
com amitraz e três animais tratados com o diluente defecaram. Como os animais
passaram por um período de jejum alimentar mínimo de 12 horas, entende-se que
o diluente, devido a sua natureza lipídica, pode ter sido reabsorvido pelo trato
gastrintestinal (ARAÚJO et al., 2000) ou ter causado um efeito direto na motilidade
48
de alguns animais, desencadeando a eliminação fecal. Este fato não foi observado
ANDRADE et al. (2006) que não descreveram alteração de trânsito intestinal nos
gatos após a administração de amitraz, durante os 360 minutos avaliados.
Todavia, deve-se ressaltar a maior importância clínica deste efeito em grandes
animais. Nesse contexto, RIBEIRO FILHO & ALVES (2002) e ALMEIDA et al.
(2004) evidenciaram hipomotilidade intestinal em cavalos e vacas após aplicação
de amitraz.
foi evidenciado que durante a recuperação de animais sedados com
agonistas α
2
, é comum a eliminação de grande volume de urina (SINCLAIR,
2003). A razão do aumento da diurese esta associada à estimulação de
receptores adrenérgicos no hipotálamo que inibem a secreção e/ou a diminuição
da produção do ADH, além de um possível efeito direto nos túbulos renais
(SINCLAIR, 2003). Durante o período experimental, em todos os protocolos
utilizados, especialmente no G
Amz
, os animais urinaram. Corroborando, RIBEIRO
FILHO & ALVES (2002) confirmaram o aumento da produção de urina em cavalos
após aplicação de amitraz. Apesar de ANDRADE et al. (2006), terem relatado
diurese em gatos tratados com amitraz, apenas 25% (2/8) deles urinaram até o
final da avaliação (360 minutos), confirmando os dados obtidos neste ensaio.
Finalizando, observou-se alterações cardíacas e comportamentais
semelhantes tanto para a xilazina quanto para o amitraz. O diluente empregado
para a preparação do amitraz induziu alterações em alguns parâmetros
analisados, principalmente reduzindo a PAS e aumentando a f.
49
6. CONCLUSÕES
Após a injeção intravenosa de amitraz ou xilazina em gatos concluiu-se
que:
1 - O amitraz induz sedação menos intensa do que a xilazina.
2 - Houve redução na freqüência cardíaca acompanhada de BAV de
grau.
3 - A xilazina causa maior redução na contratilidade cardíaca.
4 - O diluente utilizado na preparação do amitraz não é isento de efeitos
colaterais quando aplicado em gatos.
50
7. REFERÊNCIAS
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62
8
. APÊNDICE
8.1. Valores individuais das medidas ecocardiográficas
unidimensionais (Modo M) nos diferentes grupos.
Grupo Xilazina (G
Xil
)
- Valores individuais da espessura do septo interventricular ao final da
diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,31 0,41 0,39 0,4 0,34 0,46 0,5 0,44 0,52
2
0,38 0,31 0,44 0,35 0,38 0,38 0,41 0,32 0,39
3
0,34 0,32 0,39 0,38 0,35 0,45 0,41 0,26 0,38
4
0,34 0,34 0,39 0,37 0,42 0,39 0,46 0,41 0,44
5
0,39 0,36 0,46 0,55 0,39 0,42 0,37 0,41 0,26
6
0,34 0,28 0,29 0,48 0,42 0,54 0,42 0,35 0,58
7
0,48 0,53 0,46 0,41 0,45 0,39 0,42 0,41 0,42
8
0,42 0,37 0,53 0,51 0,46 0,44 0,89 0,55 0,58
- Valores individuais da espessura do septo interventricular ao final da
sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,6 0,51 0,43 0,54 0,51 0,53 0,6 0,55 0,57
2
0,68 0,47 0,59 0,51 0,65 0,61 0,62 0,52 0,65
3
0,77 0,47 0,56 0,56 0,57 0,52 0,64 0,54 0,5
4
0,67 0,41 0,5 0,48 0,55 0,44 0,62 0,62 0,6
5
0,89 0,56 0,68 0,58 0,46 0,6 0,62 0,53 0,45
6
0,71 0,44 0,51 0,53 0,71 0,48 0,54 0,53 0,74
7
0,57 0,6 0,6 0,6 0,57 0,59 0,65 0,63 0,52
8
0,76 0,62 0,69 0,62 0,6 0,65 0,91 0,69 0,72
63
- Valores individuais do diâmetro interno ventricular esquerdo ao final da
diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
1,52 1,08 1,08 1,21 1,37 1,19 1,12 1,5 1,19
2
1,48 1,59 1,5 1,49 1,59 1,52 1,55 1,56 1,59
3
1,16 1,35 1,21 1,25 1,31 1,11 1,48 1,49 1,21
4
1,33 1,58 1,22 1,4 1,63 1,49 1,63 1,73 1,36
5
1,31 1,83 1,72 1,93 1,54 1,4 1,56 1,35 1,28
6
1,79 2,05 1,76 1,88 1,61 1,4 1,52 1,75 1,36
7
1,17 1,31 1,04 1,34 1,25 1,44 1,25 1,54 1,04
8
1,49 1,68 1,42 1,73 1,7 1,84 1,64 1,61 1,5
- Valores individuais do diâmetro interno ventricular esquerdo ao final da
sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,64 0,88 0,74 0,95 1,02 0,83 0,69 1,12 0,88
2
0,63 1,21 1,15 1,08 1,15 1,1 1 0,99 0,93
3
0,77 1,82 0,77 0,79 0,86 0,81 0,85 0,88 0,7
4
0,76 1,22 0,94 1,06 1,22 1,1 1 1,04 0,89
5
0,41 1,37 1,38 1,36 1,01 0,92 0,98 0,92 0,81
6
0,89 1,35 1,13 1,33 1,12 1,08 1,11 1,22 1,03
7
0,62 1,01 0,78 0,93 0,92 0,93 0,84 0,93 0,59
8
0,5 1,36 1,15 1,31 1,12 1,03 0,94 1,03 0,94
64
- Valores individuais espessura da parede livre do ventrículo esquerdo ao
final da diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,4 0,33 0,35 0,36 0,38 0,41 0,44 0,57 0,41
2
0,56 0,29 0,32 0,3 0,32 0,39 0,36 0,36 0,43
3
0,43 0,4 0,31 0,29 0,17 0,51 0,45 0,43 0,43
4
0,37 0,35 0,32 0,41 0,41 0,3 0,39 0,46 0,37
5
0,5 0,41 0,44 0,39 0,35 0,28 0,41 0,3 0,33
6
0,39 0,3 0,38 0,39 0,55 0,41 0,41 0,28 0,35
7
0,54 0,3 0,57 0,44 0,42 0,38 0,47 0,38 0,45
8
0,51 0,39 0,55 0,39 0,46 0,39 0,55 0,53 0,58
- Valores individuais espessura da parede livre do ventrículo esquerdo ao
final da sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,79 0,54 0,47 0,46 0,51 0,55 0,57 0,53 0,59
2
0,74 0,49 0,5 0,54 0,47 0,59 0,59 0,65 0,6
3
0,82 0,58 0,55 0,57 0,47 0,63 0,68 0,57 0,71
4
0,55 0,42 0,51 0,4 0,64 0,51 0,51 0,71 0,55
5
0,78 0,45 0,51 0,57 0,65 0,44 0,73 0,58 0,59
6
0,62 0,44 0,6 0,57 0,6 0,54 0,57 0,51 0,55
7
0,65 0,5 0,71 0,6 0,6 0,56 0,65 0,61 0,69
8
0,89 0,53 0,67 0,55 0,81 0,8 0,88 0,83 0,75
65
Grupo Amitraz (G
Amz
)
- Valores individuais da espessura do septo interventricular ao final da
diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,49 0,38 0,34 0,38 0,34 0,39 0,3 0,34 0,3
2
0,41 0,41 0,35 0,39 0,3 0,41 0,44 0,39 0,42
3
0,42 0,37 0,37 0,42 0,41 0,42 0,44 0,31 0,5
4
0,3 0,2 0,45 0,33 0,38 0,26 0,31 0,44 0,48
5
0,48 0,55 0,42 0,51 0,41 0,5 0,5 0,44 0,48
6
0,27 0,42 0,42 0,35 0,42 0,38 0,39 0,41 0,42
7
0,38 0,44 0,41 0,34 0,42 0,47 0,33 0,41 0,41
8
0,3 0,37 0,5 0,42 0,6 0,46 0,53 0,53 0,44
- Valores individuais da espessura do septo interventricular ao final da
sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,47 0,5 0,39 0,48 0,54 0,5 0,57 0,46 0,59
2
0,71 0,58 0,62 0,64 0,46 0,76 0,55 0,58 0,65
3
0,62 0,83 0,51 0,6 0,69 0,68 0,76 0,71 0,62
4
0,62 0,56 0,51 0,52 0,54 0,55 0,52 0,71 0,58
5
0,65 0,69 0,67 0,62 0,71 0,74 0,71 0,76 0,76
6
0,68 0,64 0,57 0,6 0,55 0,6 0,65 0,57 0,65
7
0,72 0,65 0,66 0,65 0,71 0,45 0,68 0,74 0,72
8
0,67 0,83 0,8 0,71 0,9 0,71 0,87 0,92 0,73
66
- Valores individuais do diâmetro interno ventricular esquerdo ao final da
diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
1,15 1,35 1,46 1,43 1,47 1,38 1,47 0,89 1,37
2
1,38 1,26 1,59 1,7 1,43 1,43 1,48 1,49 1,59
3
1,4 1,45 1,49 1,29 1,35 1,04 1,4 1,41 1,22
4
1,34 1,52 1,43 1,23 1,28 1,34 1,52 1,47 1,4
5
1,19 1,49 1,58 1,52 1,29 1,24 1,42 1,4 1,49
6
1,79 1,66 1,61 1,54 1,36 1,4 1,59 1,73 1,74
7
1,62 1,34 1,59 1,58 1,52 1,43 1,59 1,71 1,56
8
1,52 1,72 1,5 1,54 1,58 1,4 1,42 1,52 1,56
- Valores individuais do diâmetro interno ventricular esquerdo ao final da
sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,51 0,93 0,92 0,9 0,84 0,65 0,74 0,47 0,69
2
0,62 0,74 0,85 0,96 0,89 0,78 0,87 0,85 0,96
3
0,58 0,76 0,85 0,6 0,48 0,44 0,6 0,59 0,57
4
0,52 0,68 0,87 0,74 0,63 0,68 0,75 0,76 0,81
5
0,41 0,92 0,71 0,74 0,58 0,58 0,6 0,55 0,65
6
0,92 0,99 1,04 0,99 0,9 0,72 0,76 1,04 1,02
7
0,68 0,9 0,74 0,75 0,72 0,76 0,66 0,75 0,62
8
0,58 0,8 0,9 0,8 0,74 0,71 0,64 0,64 0,74
67
- Valores individuais espessura da parede livre do ventrículo esquerdo ao
final da diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,5 0,36 0,36 0,31 0,31 0,26 0,41 0,32 0,29
2
0,67 0,34 0,32 0,37 0,51 0,51 0,32 0,44 0,5
3
0,39 0,5 0,3 0,41 0,42 0,42 0,44 0,38 0,42
4
0,44 0,34 0,36 0,36 0,38 0,32 0,39 0,47 0,3
5
0,27 0,51 0,41 0,37 0,48 0,53 0,37 0,53 0,35
6
0,27 0,38 0,3 0,37 0,41 0,34 0,34 0,32 0,3
7
0,38 0,33 0,36 0,41 0,5 0,45 0,34 0,42 0,39
8
0,65 0,55 0,64 0,67 0,37 0,51 0,53 0,55 0,48
- Valores individuais espessura da parede livre do ventrículo esquerdo ao
final da sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,85 0,54 0,54 0,56 0,59 0,54 0,66 0,52 0,48
2
0,74 0,67 0,51 0,69 0,69 0,73 0,71 0,71 0,64
3
0,65 0,65 0,6 0,69 0,74 0,68 0,66 0,71 0,76
4
0,82 0,6 0,45 0,52 0,52 0,57 0,56 0,54 0,64
5
0,71 0,58 0,67 0,5 0,73 0,67 0,73 0,67 0,69
6
0,65 0,5 0,51 0,53 0,5 0,57 0,63 0,46 0,62
7
0,72 0,48 0,66 0,64 0,56 0,6 0,75 0,74 0,7
8
0,81 0,64 0,69 0,69 0,67 0,81 0,78 0,76 0,71
68
Grupo Diluente (G
Dil
)
- Valores individuais da espessura do septo interventricular ao final da
diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,42 0,35 0,46 0,48 0,41 0,42 0,51 0,41 0,39
2
0,38 0,36 0,41 0,5 0,3 0,38 0,31 0,34 0,42
3
0,3 0,41 0,39 0,34 0,41 0,45 0,38 0,3 0,44
4
0,42 0,39 0,42 0,5 0,44 0,32 0,44 0,44 0,44
5
0,47 0,39 0,53 0,41 0,36 0,42 0,27 0,42 0,53
6
0,39 0,51 0,3 0,34 0,37 0,37 0,3 0,41 0,32
7
0,47 0,51 0,39 0,35 0,41 0,44 0,39 0,44 0,34
8
0,39 0,42 0,46 0,5 0,51 0,46 0,42 0,42 0,32
- Valores individuais da espessura do septo interventricular ao final da
sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,67 0,53 0,62 0,67 0,64 0,78 0,6 0,57 0,62
2
0,66 0,59 0,64 0,76 0,62 0,74 0,62 0,57 0,65
3
0,69 0,69 0,6 0,62 0,6 0,68 0,62 0,6 0,65
4
0,74 0,57 0,5 0,64 0,6 0,55 0,6 0,76 0,81
5
0,75 0,63 0,64 0,69 0,68 0,6 0,54 0,62 0,65
6
0,42 0,69 0,71 0,69 0,71 0,67 0,67 0,83 0,62
7
0,63 0,69 0,65 0,65 0,6 0,69 0,62 0,6 0,56
8
0,71 0,76 0,76 0,76 0,8 0,73 0,96 0,73 0,65
69
- Valores individuais do diâmetro interno ventricular esquerdo ao final da
diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
1,1 1,31 1,19 1,4 1,27 0,99 1,06 1,22 1,2
2
1,44 1,59 1,45 1,49 1,25 1,34 1,34 1,34 1,36
3
1,29 1,27 1,32 1,34 1,17 1,11 1,41 1,49 1,31
4
1,26 1,22 1,31 1,26 1,12 1,27 1,56 1,31 1,22
5
1,26 0,98 0,78 1,01 0,89 1,24 0,89 0,98 1,04
6
1,27 1,84 1,58 1,47 1,38 1,43 1,36 1,27 1,38
7
1,41 1,35 1,42 1,42 1,36 1,22 1,38 1,33 1,23
8
1,56 1,59 1,54 1,17 1,17 1,52 1,54 1,4 1,33
- Valores individuais do diâmetro interno ventricular esquerdo ao final da
sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,5 0,62 0,53 0,51 0,51 0,46 0,53 0,47 0,48
2
0,62 0,72 0,69 0,74 0,54 0,65 0,56 0,54 0,57
3
0,56 0,51 0,57 0,56 0,47 0,43 0,68 0,6 0,6
4
0,48 0,64 0,5 0,65 0,51 0,62 0,65 0,46 0,42
5
0,6 0,39 0,34 0,48 0,38 0,5 0,44 0,45 0,42
6
0,74 0,89 0,81 0,57 0,55 0,67 0,48 0,53 0,71
7
0,71 0,69 0,74 0,69 0,73 0,48 0,65 0,65 0,63
8
0,78 0,76 0,9 0,67 0,6 0,81 0,48 0,64 0,55
70
- Valores individuais espessura da parede livre do ventrículo esquerdo ao
final da diástole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,41 0,41 0,53 0,41 0,3 0,42 0,39 0,5 0,41
2
0,38 0,41 0,44 0,51 0,36 0,47 0,36 0,52 0,51
3
0,34 0,25 0,36 0,33 0,39 0,31 0,41 0,42 0,38
4
0,44 0,3 0,35 0,39 0,5 0,41 0,46 0,53 0,53
5
0,44 0,52 0,58 0,6 0,66 0,37 0,48 0,45 0,42
6
0,51 0,37 0,44 0,32 0,44 0,32 0,39 0,48 0,41
7
0,41 0,48 0,44 0,42 0,39 0,41 0,34 0,39 0,45
8
0,71 0,55 0,62 0,55 0,58 0,5 0,48 0,58 0,5
- Valores individuais espessura da parede livre do ventrículo esquerdo ao
final da sístole (cm).
Animal/
Tempo (min)
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0,71 0,67 0,7 0,89 0,6 0,76 0,6 0,63 0,69
2
0,8 0,63 0,74 0,65 0,69 0,71 0,65 0,74 0,69
3
0,52 0,63 0,66 0,66 0,65 0,65 0,62 0,66 0,63
4
0,65 0,6 0,69 0,6 0,64 0,69 0,6 0,73 0,69
5
0,6 0,52 0,6 0,65 0,59 0,57 0,52 0,57 0,5
6
0,74 0,58 0,69 0,62 0,67 0,65 0,58 0,67 0,58
7
0,59 0,65 0,58 0,64 0,57 0,67 0,64 0,57 0,66
8
0,74 0,76 0,8 0,78 0,74 0,65 0,81 0,83 0,83
71
8.2. Valores individuais do número de complexos ventriculares
prematuros (CVP) por minuto nos diferentes grupos em seus respectivos
momentos.
CVP/min
Grupo
Animal
M0 M5 M10 M15 M20 M30 M40 M50 M60
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0
2
0 0 0 0 0 0 0 0 0
3
0 0 0 0 0 0 0 0 0
4
0 0 0 0 0 0 0 0 0
5
0 0 0 0 0 0 0 0 0
6
0 0 0 0 0 0 0 0 0
7
0 0 0 0 0 0 0 0 0
Xil
8
0 0 0 0 0 0 0 0 0
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0
2
0 0 0 0 0 0 0 0 1
3
0 0 0 0 0 0 0 0 0
4
0 0 0 0 0 0 0 0 0
5
0 0 0 0 0 0 0 0 0
6
0 0 0 0 0 1 9 0 3
7
0 0 0 0 0 6 1 0 0
Amz
8
0 0 0 0 0 0 0 0 0
1
0 0 0 0 0 85 0 0 0
2
0 0 0 0 0 0 0 0 0
3
0 0 0 0 0 0 0 0 0
4
0 0 0 0 0 0 0 0 0
5
0 0 0 0 0 0 0 0 0
6
0 0 0 0 0 0 0 0 0
7
0 0 0 0 0 0 0 0 0
Dil
8
0 0 0 0 0 0 0 0 0
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