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UNIVERSIDADE POTIGUAR
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
AVALIAÇÃO DE ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES SOBRE A UNIÃO
ADESIVA EM ESMALTE E DENTINA
DANIELLA NEVES DA ROCHA
NATAL – RN
2007
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DANIELLA NEVES DA ROCHA
AVALIAÇÃO DE ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES SOBRE A UNIÃO
ADESIVA EM ESMALTE E DENTINA
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Odontologia da Universidade Potiguar, como parte
dos requisitos para a obtenção do Grau de Mestre em
Odontologia Área de concentração em Clínica
Odontológica.
Orientador: Prof. Dr. Alex José Souza dos Santos
NATAL – RN
2007
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R672a Rocha, Daniella Neves da.
Avaliação de adesivos autocondicionantes sobre a união adesiva
em esmalte e dentina / Daniella Neves da Rocha. – Natal, 2007.
73f.
Dissertação (Mestrado em Odontologia). Universidade Potiguar.
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
Bibliografia: 73-81.
1. Odontologia – Dissertação. 2. Adesivos autocondicionantes.
3. Substrato dentário
.
4. Microtração I. Título.
RN/UnP/BCSF CDU: 616.314(043.3)
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A DEUS,
A verdadeira paciência e tranqüilidade só podem existir através da profunda
humildade do coração.
Só os humildes têm a sabedoria de aguardar o momento certo de agir.
Só eles podem esperar com tranqüilidade que as tribulações passem para
desfrutar em seguida da calmaria.
Aquele que luta por seus ideais tem sempre Deus ao seu lado.
O Pai que está nos céus exerce sua misericórdia com aquele que é corajoso.
Por isso te agradeço Meu DEUS por ter proporcionado coragem para lutar os
desafios da vida, a Tua presença e o Teu amor sempre estiveram presente em
minha vida, promovendo assim um grande alicerce.
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Aos meus pais, Pedro e Gil que me acompanham
em todos os momentos da minha vida sempre
incentivando a lutar pelos meus objetivos e
superar as dificuldades. Vocês são mais que pais,
são amigos, companheiros até mesmo nas horas
em que as idéias parecem ser distantes e
inatingíveis. Sou eternamente grata a tudo que
fizeram e fazem por mim, pelos esforços e pelo
amor incondicional.
Aos meus irmãos, Danillo e Darllan pela amizade,
confiança e pelo amor que nos une. Agradeço pelo
apoio que sempre me deram em todos os momentos.
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Ao Prof. Dr. Alex J. S. Santos,
Pela orientação prestada ao longo desses dois anos, com dedicação e paciência.
Tenho uma grande admiração, como pessoa e como profissional, demostrando ser
um exemplo de professor. Obrigada pela atenção, pelos conhecimentos
compartilhados e pela amizade.
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À Universidade Potiguar nas pessoas do seu Excelentíssimo Chanceler Prof.
Paulo Vasconcelos de Paula e do Magnífico Reitor Prof. Manoel Pereira dos
Santos.
À Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação nas pessoas de sua Digníssima Pro-
Reitora a Prof
a
. Dr
a
. Lecy de Maria Araújo Gadelha Fernandes e da Gerente de
Pesquisa a Prof
a
. Dr
a
. Edja Maria Melo de Brito, pelo apoio e dedicação em suas
atividades.
Ao Curso de Odontologia da Universidade Potiguar na pessoa do seu Digníssimo
Diretor o Prof. Dr. Tasso Gadelha Fernandes.
À Prof
a
. Rejane Andrade de Carvalho, coordenadora do Curso de Mestrado em
Odontologia da Universidade Potiguar, área de concentração em Clínica
Odontológica, pelo carinho, atenção e dedicação prestada a todos que fazem o
Curso de Pós-Graduação.
Aos Professores da Pós-Graduação, André Ulisses Dantas, Cláudia Tavares
Machado, Cícero Romão Gadê Neto, Carlos Frederico de Moraes Sarmento,
Maria Goretti Freire de Carvalho, Edja Maria de Melo Brito, Alexandre Henrique
de Moura Dias, Patrícia Teixeira de Oliveira, Ana Miryam Costa de Medeiros,
Samira Albuquerque de Souza pelos conhecimentos compartilhados.
Aos amigos do mestrado, Ana, Eva, Lílian, Luciana, Eliziane, Rachel, Rafael,
Rosiane e Vilmar.
Às amigas Patrícia e Lucy, por compartilharem momentos de alegria e de
dificuldades. Obrigada pela convivência, companhia e amizade.
Aos amigos João, Vânio e Lacet pela convivência nesse período e apoio.
Ao Rômulo, pela ajuda na realização deste trabalho e pela amizade.
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Ao Prof. Uoston Holder pela confiança depositada, incentivo e apoio desde a época
de faculdade.
Aos amigos Danielle Lago e Alexandre Freitas pela motivação, apoio e amizade.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, representada pelos
professores Antonio Eduardo Martinelli e Dulce Maria de Araújo Melo, por
permitir a utilização das dependências do Laboratório de Cimentos para a utilização
da cortadeira metalográfica.
Ao CTGás, Laboratório de Ensaio de Materiais, representado por Maxymme
Mendes de Melo e Angélica Gilksana Souza de Lima, pela colaboração no ensaio
de tração na Máquina Universal de Ensaios.
Às alunas de graduação Andressa e Priscila pela ajuda na parte experimental e
também em outros trabalhos.
À TORMEC, na pessoa de Genilson, pela confecção do aparato para realização do
teste de microtração.
Aos funcionários da UnP, Bruno e Alex, bem como às funcionárias da
esterilização pela disposição em ajudar.
Às secretárias da Pós-Graduação em Odontologia da UnP, Gracinha e Vanísia pelo
apoio e ajuda quando precisei.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente participaram da elaboração desse
trabalho, o meu muito obrigada!
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RESUMO
Este estudo teve por objetivo avaliar o efeito dos adesivos autocondicionantes sobre
a união adesiva em esmalte e dentina. Foram utilizados 40 dentes terceiros molares
humanos recentemente extraídos. Nos grupos em que foram utilizadas superfícies
de dentina, os dentes tiveram suas superfícies oclusais seccionadas
perpendicularmente ao longo eixo do dente até expor superfície plana de dentina.
Nos grupos em que foram utilizadas superfícies de esmalte, os dentes foram
seccionados em 1 mm da junção amelo-cementária, perpendicularmente ao longo
eixo do dente e a porção coronária seccionada no sentido mésio-distal obtendo dois
fragmentos de coroa. Dessa forma as superfícies de dentina e esmalte foram
abrasionadas com lixas de SiC para sua planificação. Os dentes (n=5) foram
divididos em 5 combinações adesivo/substrato: G1, Single Bond; G2, One-Up Bond
F; G3, Xeno III; G4, Clearfil SE Bond; G5, AdheSE. Os mesmos procedimentos
foram realizados nos 2 substratos, esmalte e dentina, formando 10 grupos
experimentais. As superfícies foram restauradas com o compósito TPH Spectrum
formando um platô de aproximadamente 5 mm de altura sobre as superfícies planas
de esmalte ou dentina. Secções paralelas ao longo eixo do dente nos sentidos
mésio-distal e vestíbulo-lingual, com espessura aproximada de 1 mm, foram
realizadas na obtenção de palitos para teste de microtração. Os palitos foram
testados em dispositivo de microtração em Máquina Universal de Ensaio
(SHIMADZU) numa velocidade de 0,5 mm/min até a fratura. Os dados, expressos
em megapascal (MPa) foram submetidos à análise de variância ANOVA seguida
pelo teste de Dunnett ao nível de 5 % de significância. Diferenças estatísticas foram
encontradas entre os adesivos aplicados em esmalte (p < 0,0001), entretanto o
mesmo não foi encontrado para os adesivos em dentina (p=0,1501). Os valores
médios de resistência de união (MRU) em MPa dos grupos em dentina foram:
G1(36,32)a, G2 (38,35)a, G3 (36,94)a, G4 (32,04)a e G5 (21,68)a. Em esmalte
foram: G1 (53,23)a, G2 (17,83)b, G3 (12,32)b, G4 (17,9)b e G5 (13,69)b.
Comparando as médias de perda de palitos devido a falhas pré-teste, houve
diferenças estatísticas em dentina, com o AdheSE apresentando a maior média de
espécimes. em esmalte, Xeno III e One-Up Bond F demonstraram as maiores
médias de falhas pré-teste, diferindo estatisticamente apenas do Single Bond.
Conclui-se que as MRU em dentina não foram afetadas pelos tipos de adesivos,
entretanto em esmalte os autocondicionantes produziram médias inferiores ao
adesivo convencional de condicionamento prévio.
Palavras-Chave: Adesivo autocondicionante, Substrato dentário, Microtração.
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ABSTRACT
The purpose of this study was to evaluate of bond-strength of self-etching adhesives
on the in enamel and dentine. Forty third-molars were used to produces a flat enamel
and dentin surfaces for the adhesion procedures. The occlusal surfaces of teeth
were sectioned perpendicular to the long axis of the tooth in order to expose a flat
dentin surface. In enamel groups, the teeth had the roots removed and the crowns
were sectioned perpendicularly to the long axis for produces two enamel portions.
The Samples were ground under running water with 600 grit SiC sandpaper until
exposure flat areas for adhesion. The teeth (n=5) were assigned to 5 combinations of
adhesive/substrate: G1, Single Bond; G2, One-Up Bond F; G3, Xeno III; G4, Clearfil
SE Bond; G5, AdheSE. The same procedures were carried out in enamel and
dentine, resulting in 10 experimental groups. The surfaces were restored with TPH
Spectrum composite. The samples were then vertically, buccal-lingually and mesio-
distal sectioned, to obtain serial picks of bonded specimen with approximately 1 mm
thick. Specimens were tested in tension in a Universal Testing Machine (SHIMADZU)
at a crosshead speed of 0.5 mm/min until of failure. Mean bond strength of
specimens were calculated in MPa and analyzed by one-way ANOVA and Dunnett’s
tests (α=0.05). Statistical significance was established at 5 % of significance. In
dentin, the µTBS means in MPa were: G1 (36.32), G2 (38.35), G3 (36.94), G4
(32.04), and G5 (21.68). In enamel, the results were: G1 (53.23)a, G2 (17.83)b, G3
(12.32)b, G4 (17.9)b and G5 (13.69)b. Significant statistical differences among
adhesives applied in enamel (p < 0.0001), however the adhesives in dentin did not
present statistical differences (p=0.1501). In contrast, the specimens lost due to pre-
testing failures presented statistical differences in dentin, with AdheSE showing the
greater average lost. Already enamel, Xeno III and One-Up Bond F demonstrate the
greater means of pre-testing failures, with statistical differences of Single Bond. In
conclusion, the µTBS means were not influenced by self-etchhing adhesive systems
in dentin, however in enamel this systems presented lower bond-strength than the
conventional adhesive of pre-etching.
Key-words: Self-etching adhesives, Dentine substrate and Microtensile Bond
Strengthts.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 17
2 REVISÃO DE LITERATURA 20
2.1 Esmalte 21
2.2 Dentina 22
2.3 Adesão à Estrutura Dentária 24
2.4 Adesivos Dentinários 26
2.5 Fatores que Interferem na Adesão 28
2.5.1 Dentina Esclerótica 28
2.5.2 Umidade da dentina X Colapso das Fibras Colágenas 29
2.5.3 Hidrólise do Colágeno 30
2.6 Sistemas Adesivos Autocondicionantes 31
2.7 Ensaios Mecânicos para Testes de Resistência Adesiva 34
3 PROPOSIÇÃO 36
4 MATERIAL E MÉTODOS 38
4.1 Delineamento Experimental 39
4.2 Material 40
4.3 Coleta, Armazenamento e Preparo dos Dentes 43
4.4 Preparação das Amostras 43
4.5 Técnica Restauradora 46
4.6 Obtenção dos espécimes 50
4.7 Ensaios de Microtração sobre a união adesiva em Dentina e Esmalte 52
5 RESULTADOS 55
5.1 Ensaio de Resistência da União a Microtração 56
5.2 Avaliação da Perda de Palitos 60
6DISCUSSÃO 63
7CONCLUSÃO 71
REFERÊNCIAS 73
ANEXOS 82
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1 INTRODUÇÃO
A formação de fendas entre a resina composta e a cavidade pode ser
prevenida pela formação de uma interface adesiva forte, porém, as estruturas
dentais envolvidas nessa interface, dentina e esmalte, possuem características
morfológicas e módulos de elasticidade diferentes, que nem sempre permitem uma
suficiente resistência de união (JÚNIOR et al., 2003; SUSIN et al., 2004).
Os sistemas de união que apresentam primer e adesivo em frasco único
surgiram para simplificar e facilitar a técnica de aplicação. Esses sistemas são
baseados na técnica do condicionamento ácido com o objetivo não de remover a
smear layer como também promover a desmineralização da dentina subjacente
deixando as fibras colágenas expostas (VAN MEERBEEK et al., 1998). Sobre essa
superfície condicionada é aplicado o primer hidrófilo que penetra na dentina
desmineralizada, ou seja, na malha de fibras colágenas formando assim a camada
híbrida (KUGEL, FERRARI, 2000).
Quando ocorre alguma falha na penetração do monômero na dentina
desmineralizada, o colágeno é exposto e não preenchido. Essa camada pode
sofrer hidrólise devido à remoção dos cristais de hidroxiapatita e à não substituição
por material resinoso levando, assim, a uma falha na união dentina-resina, tendo
como resultado uma diminuição na força de adesão (PASHLEY, CARVALHO, 1997).
Falhas também podem ocorrer durante o procedimento de condicionamento ácido ou
secagem do substrato dentinário. A secagem exagerada da dentina condicionada
pode promover um colapso das fibras colágenas prejudicando assim seu
envolvimento pelos monômeros resinosos, promovendo falhas na camada híbrida
(SUSIN et al., 2004).
Para tentar solucionar esses problemas surgiram os sistemas adesivos
autocondicionantes, os quais simplificam o tempo de trabalho, devido à combinação
do ácido e do primer em um único passo (CHIGIRA et al., 1994; KUGEL, FERRARI,
2000). Além de reduzir o tempo de trabalho os autocondicionantes eliminam o risco
de promover o colapso das fibras colágenas (KUGEL, FERRARI, 2000), porque a
técnica não prevê a lavagem e conseqüente secagem do substrato após a aplicação
do conteúdo autocondicionante (SUSIN et al., 2004). Esses sistemas têm a
capacidade de dissolver a smear layer e chegar à dentina subjacente, entretanto,
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permanecendo a smear plug que veda os túbulos dentinários (GOMES et al., 2002;
JÚNIOR et al., 2003). Além disso, formam uma camada híbrida onde se observam
os elementos da smear layer, acreditando-se que os autocondicionantes
desmineralizam a superfície dentinária em menor profundidade e que o adesivo
poderia penetrar completamente toda a área desmineralizada (GOMES et al., 2002;
CARVALHO, LIMA, DEMARCO, 2002; JÚNIOR et al., 2003).
Esses adesivos autocondicionantes, por apresentarem ácidos mais fracos que
o ácido fosfórico, têm sido questionados quanto à capacidade de realizar um efetivo
condicionamento da superfície de esmalte, que se trata de um tecido quase que
completamente mineralizado (SUSIN et al., 2004). A desmineralização desse tecido,
provocada pelo condicionamento ácido é responsável pela produção de
microvilosidades que são preenchidas pelo adesivo e, após a polimerização
garantem a retenção micromecânica. Além disso, a adesão que é proporcionada
pelo condicionamento ácido permite que o esmalte tenha uma união considerada
segura e estável (KUGEL, FERRARI, 2000; OLIVEIRA, PAGANI, RODRIGUES,
2001). No entanto, a capacidade de desmineralização do esmalte pelos primers dos
sistemas autocondicionantes ainda parece ser um assunto controverso na literatura.
Neste contexto, este estudo in vitro teve por objetivo avaliar o efeito dos adesivos
autocondicionantes sobre a resistência de união, obtida tanto em esmalte quanto em
dentina.
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2 REVISÃO DA LITERATURA
Para compreender as interações entre os materiais e um substrato é
necessário ter o conhecimento da composição e das características
comportamentais e morfológicas do substrato.
2.1 ESMALTE
O esmalte dental é o tecido mais mineralizado dentre os tecidos biológicos do
corpo humano (GWINNETT, 1992). Esse tecido é composto de 96% de porção
inorgânica, sendo formada principalmente por fosfato de cálcio na forma de
hidroxiapatita. O restante é composto de 3% de água e 1% de material orgânico,
formado principalmente por proteínas (COHEN, BURNS, 1987).
Durante o processo de mineralização da coroa dentária ocorre um aumento
significativo no volume de material orgânico. Os ameloblastos produzem uma grande
quantidade de matriz orgânica nas primeiras fases de desenvolvimento. Com o
processo de maturação do tecido, a matriz orgânica é gradativamente substituída
por material inorgânico (GWINNETT, 1992). Cronologicamente, essa substituição
ocorre primeiramente com o material orgânico seguida posteriormente da água
(DEAKINS, 1942).
Essa porção inorgânica apresenta-se sob a forma de cristais microscópicos,
que unidos formam os prismas de esmalte. Quando submetidos a uma secção
transversal, os prismas de esmalte assemelham-se a um padrão de buraco de
fechadura. Esses prismas seguem desde a junção amelo-dentinária até a superfície
do dente, variando de tamanho entre 4 e 7 µm (MECKEL, GRIEBSTEIN, NEAL,
1965). Contudo, os prismas podem estar ausentes no esmalte mais externo, onde os
cristais correm paralelos uns aos outros e perpendiculares à superfície do esmalte,
sendo constituído predominantemente por uma porção orgânica denominada de
esmalte aprismático (GWINNETT, 1967).
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22
Os ameloblastos possuem uma atividade funcional dependendo dos grupos
de células que passam por estágios ativos de secreção seguida por períodos de
repouso. Este comportamento cíclico se manifesta no tecido através das
denominadas linhas incrementais de Retzius, que em cortes longitudinais observa-se
um padrão semelhante a arcos simétricos que se estendem da superfície do esmalte
até a junção amelo-dentinária (GWINNETT, 1992).
Outra estrutura que pode ser observada no esmalte são as lamelas de
esmalte, que se apresentam como estruturas delgadas que se estendem desde a
superfície até a junção amelodentinária. Essas lamelas consistem de matéria
orgânica, com pouco conteúdo mineral e que podem cruzar o limite amelodentinário
penetrando assim na dentina. Podemos observar seu limite como estruturas
semelhantes à trincas na superfície do esmalte se estendendo por distâncias
variadas (GWINNETT, 1992).
O esmalte é um substrato que possui um alto módulo de elasticidade e uma
baixa resistência à tração, por isso é um tecido muito friável (TYLDESLEY, 1950). As
forças complexas que atuam sobre o esmalte o dissipadas em direção a dentina,
assim, os dentes são capazes de absorver as forças da ação fisiológica da
mastigação em que a estrutura dentária é submetida durante a vida toda (TEN
CATE, 1994).
2.2 DENTINA
A dentina é um composto biológico caracterizado por fibrilas colágenas e
cristais submicrométricos e nanométricos de apatita, ricos em carbonato e pobres
em cálcio, dispersos entre túbulos paralelos e hipermineralizados. É um tecido que
possui na sua composição química 50% de material mineral, 20% de água e 30% de
material orgânico (MARSHALL et al., 1997). Desta forma, a dentina é penetrada por
uma densa rede de túbulos dentinários que contém os processos odontoblásticos,
os quais se comunicam com a polpa. Além disso, os túbulos contêm um fluido
tubular que se movimenta no sentido da polpa para a junção esmalte-dentina e é
causada por uma leve e constante pressão vinda da cavidade pulpar
(BRANNSTROM, LINDEN, JOHNSON, 1968).
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23
Os túbulos dentinários são circundados por um anel de dentina peritubular,
mais mineralizada que a dentina intertubular, a qual apresenta maior conteúdo
orgânico (colágeno) e está situada entre os túbulos dentinários (MARSHALL et al.,
1997).
Compatível com a complexidade desta estrutura, a permeabilidade da dentina
depende significativamente da localização dentro do dente. A permeabilidade
aumenta à medida que se aproxima da polpa, assim o terço cervical apresenta uma
maior permeabilidade que o terço oclusal (REEDER et al., 1978; MAROLI, KHERA,
KRELL, 1992). Além disso, o mero de túbulos é menor na junção dentina-esmalte
e maior próximo à polpa (MARSHALL et al., 1997). O número de túbulos diminui
cerca de 45.000 por mm
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na zona da polpa até cerca de 20.000 por mm
2
na junção
dentina-esmalte (PASHLEY, 1989), demonstrando que a dentina superficial é
composta principalmente por dentina intertubular (GARBEROGLIO, BRANNSTROM,
1976). Assim, a porosidade e a umidade variam entre regiões, o que dificulta a
obtenção de uma adesão homogênea nas diferentes regiões do substrato (REIS et
al., 2001).
A dentina pode se apresentar de várias formas: primária, secundária, terciária,
esclerótica e transparente que podem envolver processos fisiológicos ou
patológicos. A dentina primária é aquela formada durante o desenvolvimento da
dentina; a secundária é gerada num estreitamento gradual da câmara pulpar,
caracterizada pela mudança na orientação dos bulos; a terciária é depositada em
áreas localizada dentro da câmara pulpar como resultado de injúrias (cáries e lesões
não cariosas); a esclerótica e transparente refere-se à dentina com a mineralização
alterada e é formada como resultado de cáries ou processo patológico (MARSHALL
et al., 1997).
Esse substrato apresenta-se menos friável que o esmalte, promovendo um
apoio complacente para o esmalte. Por isso, se o esmalte é desgastado de forma
severa, a dentina pode tornar-se parte da superfície de oclusão dos dentes e se
desgastará rapidamente por causa de sua menor dureza (MARSHALL et al., 1997).
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2.3 ADESÃO À ESTRUTURA DENTÁRIA
O princípio da adesão teve início em 1955 quando Buonocore, usando
técnicas industriais de união, postulou que o ácido poderia ser usado como
tratamento de superfície antes da aplicação da resina (BUONOCORE, 1955). Na
década de 60 Buonocore sugeriu que a formação de tags de resina era o
mecanismo responsável pela adesão da resina com o esmalte condicionado, teoria
aceita até os dias atuais (BUONOCORE, MATSUI, GWINNETT, 1968).
Várias concentrações de ácido fosfórico foram sugeridas como
condicionadores do esmalte. A utilização de ácidos com concentrações baixas é
descrito para evitar a formação de precipitados, os quais poderiam interferir na
adesão (GWINNETT, BUONOCORE, 1965). Concentrações de 50% de ácido
fosfórico produzem um precipitado (monocálcio fosfato monoidratado) que ao ser
lavado é eliminado, porém concentrações abaixo de 27% possibilitam a formação de
um precipitado (dicálcio fosfato diidratado) que não é facilmente removido (CHOW,
BROWN, 1973). No entanto, a maioria dos condicionadores ácidos atuais utiliza
ácido fosfórico em concentrações que variam entre 30-40% sem comprometer a
adesão (GWINNETT, KANCA, 1992).
Para que ocorra o processo de adesão é necessário que ocorra um íntimo
contato entre o substrato e o adesivo e a tensão superficial do líquido deve ser
sempre menor que a energia de superfície do esmalte ou da dentina, para que o
ângulo de contato seja o mais próximo de zero grau (RUYTER, 1992). Quanto menor
o ângulo de contato maior será o molhamento do substrato pelo adesivo e maior a
probabilidade de ter uma adesão efetiva (NAKABAYASHI, PASHLEY, 1998).
Quando o condicionamento ácido é aplicado na superfície de esmalte,
transforma a superfície lisa e suave do esmalte numa superfície acentuadamente
irregular. Quando um material resinoso é aplicado na superfície de esmalte
previamente condicionado, os monômeros são levados para dentro das
irregularidades estabelecendo assim a adesão (ASMUSSEN, MUNKSGAARD,
1998). Desta forma, a formação de pequenos prolongamentos (tags) de resina
dentro das microporosidades do esmalte é o mecanismo fundamental na adesão de
resinas ao esmalte pré-condicionado com ácido fosfórico (GWINNETT, MATSUI,
1967).
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Devido o esmalte ter um alto conteúdo de material inorgânico, a adesão com
a resina ocorre de forma satisfatória (TANI, TOGAYA, 1995). Assim a qualidade de
adesão dependedas irregularidades e da capacidade de penetração do material
resinoso. O condicionamento ácido promove uma desmineralização na superfície de
esmalte resultando em padrões morfológicos diferentes: tipo I, remoção do núcleo
dos prismas de esmalte; tipo II, remoção da periferia dos prismas; tipo III inclui áreas
alternadas de cada tipo de padrão de condicionamento (GWINNETT, 1971).
O desempenho do material restaurador depende, além das propriedades
individuais do material, da característica do substrato. A alta hidratação, dinâmica e
complexa característica da dentina podem influenciar a adesão e o completo
vedamento (OZOK, WU, WESSELINK, 2002). Sendo a adesão ao esmalte uma
técnica relativamente simples, a adesão à dentina representa um grande desafio.
Enquanto o esmalte é composto principalmente de hidroxiapatita, a dentina é
penetrada por uma malha densa de túbulos dentinários e composta por um grande
volume de água e de matéria orgânica. Além disso, existe a presença da smear
layer, resíduos orgânicos depositados na superfície dentinária após o preparo
cavitário. Essa camada de resíduos diminui a permeabilidade dos túbulos dentinários
devido à obliteração dos túbulos (KUGEL, FERRARI, 2000).
O condicionamento ácido na dentina tem como finalidade remover a smear
layer e dissolver parcialmente a hidroxiapatita, componente mineral da dentina. Na
dentina intertubular a dissolução expõe a malha de fibras colágenas e na dentina
peritubular a dissolução da hidroxiapatita promove um afunilamento da abertura dos
túbulos (FUSAYAMA et al., 1979). Após o condicionamento então é aplicado o
adesivo que tem a capacidade de interpenetrar nas fibras colágenas resultante da
desmineralização da dentina, formando a camada híbrida (NAKABAYASHI,
PASHLEY, 1998), sendo esta a responsável pela adesão.
Para a formação da camada híbrida, a dentina intertubular deve ser
desmineralizada para expor as fibras colágenas da matriz dentinária e criar
trajetórias de difusão para infiltração do adesivo. Essas fibras estão separadas
através de espaços de aproximadamente 15 a 20 nn de largura (VAN MEERBEEK et
al., 1996) que eram previamente ocupados por cristais de apatita. Após o
condicionamento ácido a superfície é lavada com água, e os espaços entre as fibras
colágenas são preenchidos por água. É através desses espaços que o adesivo
26
26
infiltra-se na matriz dentinária desmineralizada (VAN MEERBEEK et al.,1996;
NAKABAYASHI, PASHLEY, 1998).
Para conseguir uma boa união na dentina, o adesivo deve ter uma boa
infiltração tanto na dentina intertubular como na dentina peritubular para formar uma
camada híbrida uniforme. Para isso, deve ocorrer uma infiltração ideal que é
conseguida quando o adesivo é capaz de substituir a água ao redor das fibras
colágenas, infiltrando toda extensão e profundidade da dentina desmineralizada,
evitando hidrólise das fibras colágenas (PASHLEY, CARVALHO, 1997).
2.4 ADESIVOS DENTINÁRIOS
Em 1956, Buonocore, Wileman e Brudevold demonstraram que poderia
aderir uma resina de ácido glicerofosfórico a superfícies dentinárias previamente
tratadas com ácido clorídrico, sendo os valores de adesão acentuadamente
reduzidos por imersão em água. Posteriormente Bowen, em 1965, utilizou um co-
monômero NPG-GMA (N-fenilglicina glicidil metacrilato) que teria a capacidade de se
ligar ao cálcio na superfície dentinária por quelacão, porém os valores de união eram
de 1 a 3 megapascal (MPa). Esse co-monômero foi à base para o primeiro adesivo
dentinário disponível comercialmente, Cevident (S.S. White) (ALBERS, 1990;
BARKMEIER, COOLEY, 1992).
Devido aos insucessos encontrados com os sistemas de 1
a
geração surgiram
os sistemas de 2
a
geração. Este sistema era do tipo éster-fosfato, contendo HEMA
(2-hidroxietil metacrilato) e bis-GMA (bisfenol glicidil metacrilato) (KUGEL, FERRARI,
2000), onde seu mecanismo era baseado na interação polar entre grupos fosfato da
resina e íons cálcio da smear layer, sendo uma ligação fraca não resistindo à
hidrólise quando da presença de saliva (ALBERS, 1990). Estes adesivos de 2
a
geração apresentavam valores de união entre 1 e 5 MPa. Além da ligação fraca
entre a smear layer e a superfície dentinária, o adesivo o molhava bem a dentina,
por ser hidrófobo, por isso a resina não penetrava nos túbulos dentinários (EICK et
al., 1991).
Como a união da resina com a smear layer apresentava-se fraca surgiram os
adesivos de 3
a
geração, onde o condicionamento ácido na dentina removia
27
27
parcialmente e/ou modificava a smear layer (NAKABAYASHI, PASHLEY, 1998).
Desta forma, houve um aumento na resistência de união para mais de 10 MPa
(FREEDMAN, GOLDSTEP, 1997). Nessa geração surgem os primers composto por
monômero hidrófilo como 4-metacriloxietil anidrido de trimelitato (4-META) e o
bisfenil-dimetacrilato (BPDM), que infiltram na smear layer, modificando-a e
promovendo a adesão com a dentina (KUGEL, FERRARI, 2000).
Como a smear layer dificultava a penetração dos componentes hidrófilos e
hidrófobos na dentina, surgiram os adesivos de 4
a
geração onde era realizada a
completa remoção da smear layer. Fusayama et al. (1979) tentaram simplificar a
adesão no esmalte e na dentina propondo o condicionamento ácido simultâneo do
esmalte e da dentina, promovendo a remoção completa da smear layer utilizando-se
o ácido fosfórico a 40%. Essa técnica, que foi proposta por Fusayama, ficou
conhecida como a técnica do condicionamento ácido total.
Esta 4
a
geração de adesivos contém: um ácido, um primer e um adesivo. A
aplicação dos condicionadores ácidos resulta na remoção da smear layer, exposição
dos túbulos dentinários, desmineralização da dentina peritubular e intertubular
expondo as fibras colágenas intermeadas com microporos por onde poderão
penetrar os monômeros dos primers (VAN MEERBEEK et al., 1992). Esses primers
são compostos por dois grupos funcionais: um grupo hidrófilo, com afinidade química
pela superfície úmida da dentina e outro hidrófobo que pode copolimerizar com os
monômeros incluídos na resina fluida (ERICKSON, 1992). Os primers são
dissolvidos em solventes orgânicos, como a acetona e etanol que deslocam água da
superfície dentinária e da malha de colágeno, promovendo a infiltração dos
monômeros da resina fluida (JACOBSEN, SODERHOLM, 1994). o adesivo é
composto por moléculas hidrófobas que têm como papel principal a penetração dos
espaços interfibrilares deixados após o condicionamento ácido e após a aplicação
do primer, tendo afinidade à resina (ERICKSON, 1992).
Os adesivos de 5
a
geração, também chamados de adesivos de frasco único
(one-bottle), surgiram para simplificar a técnica restauradora, pois seu mecanismo
de ação apenas se diferencia dos adesivos de quarta geração por apresentarem o
primer e o adesivo em um mesmo frasco (VAN MEERBEEK et al., 1998). Este
adesivo deve ser aplicado após o condicionamento ácido simultâneo do esmalte e
da dentina realizado com ácido fosfórico a 37% (FERRARI, GORACCI, GARCIA-
GODOY, 1997) e tem a capacidade de promover um entrelaçamento mecânico com
28
28
a dentina condicionada, além de apresentar uma boa resistência de união com o
esmalte e a dentina (TAY, GWINNETT, WEI, 1994; MASON, CALABRESE, GRAIF,
1998).
Apesar dos sucessos com os adesivos de 4
a
e 5
a
geração, a formação da
camada híbrida com esses adesivos ainda possuem alguns problemas. Ainda
existem fatores que interferem em todo o processo de união e que podem
determinar a qualidade e longevidade da união.
2.5 FATORES QUE INTERFEREM NA ADESÃO
2.5.1 Dentina Esclerótica
A cárie dentinária é descrita como sendo composta de camadas
alteradas: camada infectada, mais externa e camada afetada, mais interna. A
camada afetada está dividida em 3 zonas: Turbid, transparente e sub-transparente.
A Turbid é caracterizada pela ausência de dentina peritubular e dentina intertubular
hipomineralizada; a transparente é quando o túbulo dentinário encontra-se
parcialmente preenchido por cristais minerais e existe a presença de dentina
intertubular hipomineralizada, porém se a dentina intertubular apresenta-se
hipermineralizada chama-se esclerótica; e a sub-transparente o túbulo dentinário
não está preenchido por cristais minerais (MARSHALL et al., 1997).
A dentina esclerótica é um tecido alterado onde observa-se uma parcial ou
completa obliteração dos túbulos dentinários (GWINNETT, JENDRESEN, 1978) por
depósitos minerais ácido-resistentes, que atuam como barreira natural, reduzindo a
infiltração do ácido, bactérias e produtos bacterianos (MARSHALL et al., 2001). As
alterações presentes nesse tipo de dentina são potenciais obstáculos no processo
de união com o agente adesivo (REIS et al., 2001). A redução da eficácia de adesão
pode ser atribuída pela presença de bulos dentinários obliterados por depósitos
escleróticos, presença de uma camada hipermineralizada ácido-resistente e
presença de bactérias (KRONG et al., 2000; TAY, PASHLEY, 2004).
29
29
2.5.2 Umidade da dentina X Colapso das fibras colágenas
A dentina é um substrato composto por uma série de túbulos que se
estendem da câmara pulpar até a junção amelodentinária. Esses túbulos são
preenchidos por fluido dentinário que reflete na maior umidade deste substrato
(MARSHALL et al., 1997). Estes túbulos variam em diâmetro e em número,
dependendo da profundidade dentinária (PASHLEY, 1991). Assim, na dentina
profunda existe um maior número de túbulos por unidade de superfície e menor área
de dentina intertubular, sendo esses túbulos de maior diâmetro em dentina profunda
que em dentina superficial (GARBEROGLIO, BRANNSTROM, 1976; GIANNINI,
SOARES, CARVALHO, 2004).
O condicionamento ácido na dentina promove remoção da smear layer, smear
plug e desmineralização. Depois da lavagem com água, aproximadamente 70% do
volume da dentina desmineralizada torna-se ocupada por água que ocupa o lugar da
porção mineral removida pelo condicionamento ácido (PASHLEY et al., 1996). Esta
água é responsável pela manutenção do colágeno expandido, preservando a
porosidade necessária para a penetração da resina na dentina (GWINNETT,1994).
Desta forma, se a dentina apresentar-se muito úmida, o excesso de água dificultará
a penetração dos monômeros hidrófilos na dentina desmineralizada (TAY,
GWINNETT, WEI, 1997). Porém, se a secagem da dentina é realizada com forte jato
de ar, a água que estava suportando o colágeno evapora causando o colapso das
fibras colágenas devido à tensão causada na desidratação e, consequentemente,
promovendo uma redução dos espaços disponíveis para a infiltração do adesivo
(GWINNETT, 1994). Assim, a secagem da dentina realizada com papel absorvente
parece ser uma ótima opção clínica para a remoção do excesso de água, pois
permitem uma remoção de água mais homogênea, levando a uma maior
padronização da umidade residual (CARVALHO, 1998).
Por outro lado, os sistemas adesivos parecem se comportar diferentemente
frente à condição de umidade da dentina. Adesivos cujo solvente presente seja a
acetona são mais sensíveis à ausência de umidade, pois seus componentes
evaporam com muita facilidade, podendo, na ausência de umidade, não apresentar
uma adequada difusão dos monômeros ou até mesmo promover uma desidratação
da dentina (JACOBSEN, SODERHOLM, 1998; NAKABAYASHI, PASHLEY, 1998).
Quando colocada na dentina desmineralizada úmida a acetona se mistura com a
30
30
água residual, provocando a difusão do monômero resinoso no espaço ocupado
previamente pela água, ou seja, ocupando o espaço ao redor das fibras colágenas
(PASHLEY, CARVALHO, 1997). Desta forma, haverá um menor risco de acontecer
o colapso das fibras colágenas (CARVALHO et al., 1996). Isto explica o sucesso da
técnica de adesão úmida quando se utiliza primer com acetona ou álcool, pois
quando estes solventes orgânicos evaporam o colapso das fibras colágenas será
prevenido devido ao enrijecimento destas, que permanecem no estado de expansão
(PASHLEY, CARVALHO, 1997; GARCIA et al., 2005). Por outro lado, os adesivos à
base de água podem propiciar uma reexpansão das fibras colágenas colapsadas
pela secagem da superfície (REIS et al., 2001). Entretanto, esses adesivos são mais
sensíveis quando a umidade residual da dentina condicionada for maior, devido a
somatória da água residual da superfície com àquela presente em sua composição
(CARVALHO, 1998).
2.5.3 Hidrólise do Colágeno
Um outro fator que pode interferir na adesão é a discrepância que pode
ocorrer entre a profundidade do substrato desmineralizado e a real infiltração de
monômeros resinosos (SANO et al., 1994b), promovendo assim uma camada de
dentina que, por não estar infiltrada pelo monômero, tornam-se enfraquecidas,
diminuindo assim a força de adesão e aumentando a possibilidade de infiltração
marginal (PASHLEY, CARVALHO, 1997). Essa camada de dentina enfraquecida é
caracterizada pela presença de colágeno exposto não infiltrado por monômero,
sendo uma região susceptível a degradação hidrolítica ao longo do tempo,
promovendo uma redução da resistência de união (HASHIMOTO et al., 2000;
KITASAKO et al., 2000).
Alguns estudos in vivo têm mostrado evidências morfológicas de degradação
hidrolítica da matriz de colágeno com o envelhecimento da adesão resina-dentina
(SANO et al., 1999; HASHIMOTO et al., 2000). A degradação da resina através de
polímeros higrogéis hidroliticamente instáveis dentro da camada híbrida pode
continuar a ocorrer através de canais de nanoinfiltração com a idade, apresentando
uma prévia susceptibilidade da matriz colágena infiltrada por resina e atacada por
enzimas proteolíticas (WANG, SPENCER, 2003). Isto provavelmente explica o
31
31
desaparecimento quase completo da camada híbrida depois de 4 anos de
armazenamento em água (DE MUNCK et al., 2003a).
2. 6 SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES
Na tentativa de evitar alguns fatores que interferem na adesão como o
colapso das fibras colágenas e a hidrólise do colágeno, surgiram os adesivos
autocondicionantes (REIS et al., 2005).
Os adesivos autocondicionantes são sistemas baseados em substâncias que
não são lavadas e são capazes de atuarem simultaneamente como condicionadores
do esmalte e da dentina e como primers, caracterizando-se por incorporar a smear
layer na camada híbrida, ou seja, promove a dissolução desta ao invés de removê-la
completamente como nos sistemas que utilizam o condicionamento ácido (REIS et
al., 2001).
Esses adesivos autocondicionantes podem ser classificados de acordo com o
número de passos operatórios para sua aplicação em: primer autocondicionante, ou
de dois passos, no qual o condicionador e o primer são combinados e o adesivo é
aplicado separadamente; all-in-one ou passo único, no qual o condicionador, o
primer e o adesivo são combinados em um único passo (REIS et al., 2001). Além
disso, podem ser classificados dependendo da agressividade do condicionamento
ácido em autocondicionantes fortes, moderados e fracos (VAN MEERBEEK et al.,
2003).
Watanabe, Nakabayashi e Pashley (1994) desenvolveram o primeiro primer
autocondicionante, solução aquosa de 20% de Phenyl-P em 30% de HEMA para
adesão em esmalte e dentina simultaneamente. A partir deste, surgiram novos
primers autocondicionantes, nos quais são encontrados um monômero acídico,
ésteres originados da reação bivalente álcool com ácido metacrílico e derivados do
ácido fosfórico\carboxílico. Dentre os monômeros acídicos podemos citar o Phenyl-P
(2-metacriloxi-etil fenil fosfato de hidrogênio), 4-MET (4-metacriloxi-etil trimetílico) e
10-MDP (metacriloxidecil di-hidrogênio fosfato) (YOSHIDA et al., 2004).
Os sistemas autocondicionantes de dois passos são compostos por um
primer acídico, formado por monômero acídico misturado com monômero hidrófilo, e
32
32
adesivo. O monômero acídico tem a função de dissolver o componente mineral da
smear layer e desmineralizar o esmalte ou dentina, e simultaneamente ocorre a
infiltração do monômero hidrófilo que facilita subsequentemente a penetração do
adesivo (WANG, SPENCER, 2004).
Nos sistemas autocondicionantes de passo único o condicionamento ácido, a
aplicação do primer e do adesivo ocorrem ao mesmo tempo. Alguns sistemas
autocondicionantes apresentam-se com dois componentes separados (hidrófilo e
hidrófobo), que são misturados para serem aplicados no substrato (TAY et al., 2002).
Além disso, possuem água na sua composição com a função de ionizar o monômero
acídico o suficiente para dissolver a smear layer e desmineralizar a dentina
(HIRAISHI et al., 2005; TAY et al., 2000; VAN MEERBEEK et al., 2005 ). O
aprisionamento residual de água na interface dentina-adesivo poderá promover uma
incompleta polimerização do monômero, comprometendo à durabilidade da adesão
(WANG, SPENCER, 2005; CADENARO et al., 2005). Estudos têm mostrado que a
camada híbrida formada nesses adesivos é porosa permitindo uma movimentação
da água completamente na interface resina-dentina promovendo uma polimerização
incompleta (CHERSONI et al., 2004; TAY et al., 2004).
Os adesivos autocondicionantes considerados fortes apresentam um pH igual
ou inferior a 1 e, devido a sua forte acidez, produz uma maior desmineralização da
estrutura dentária. Na dentina, remove quase toda a hidroxiapatita deixando assim
as fibras colágenas expostas (VAN MEERBEEK et al., 2003), tendo como resultado
uma dentina hibridizada apresentando uma camada híbrida com prolongamentos de
ordem micrométrica (NAKABAYASHI, SAIMI, 1996). No esmalte, o padrão de
condicionamento assemelha-se àquele produzido pelo ácido fosfórico (PASHLEY,
TAY, 2001). os autocondicionantes fracos apresentam um pH de
aproximadamente 2 e, desmineralizam parcialmente a dentina (até 1 µm) permitindo,
assim, que partículas de hidroxiapatita permaneçam em contato com as fibras
colágenas. Com isso, promovem uma porosidade na superfície e permite a obtenção
de uma retenção micromecânica através da hibridização (VAN MEERBEEK et al.,
2003), apresentando uma camada híbrida com prolongamentos de ordem
nanométrica (TAY, PASHLEY, 2001). Os adesivos autocondicionantes de
agressividade moderada apresentam pH em torno de 1,5 e produzem uma camada
híbrida com duas camadas, a mais superficial formada por dentina totalmente
desmineralizada, e a segunda, por uma dentina parcialmente desmineralizada, onde
33
33
a hidroxiapatita residual pode proporcionar uma interação química com componentes
desses sistemas (VAN MEERBEEK et al., 2003).
O desenvolvimento dos adesivos autocondicionantes teve como principais
vantagens: redução do tempo de aplicação, como também redução dos erros que
possam ocorrer durante a adesão, técnica menos sensível; evita o colapso das fibras
colágenas, devido a eliminação do passo de lavagem do ácido e secagem da
cavidade; e diminui o risco de discrepâncias entre a desmineralização e a
penetração do monômero na dentina (TAY, PASHLEY, 2001; DE MUNCK et al.,
2005), pois a dentina é simultaneamente condicionada e infiltrada pelo monômero
hidrófilo que facilita a penetração do adesivo ( WANG, SPENCER, 2004).
O desempenho dos sistemas autocondicionantes no substrato dentinário pode
ser observada em vários estudos, como no estudo de Tanumiharja, Burrow, Tyas
(2000) que teve como objetivo avaliar a resistência adesiva através do teste de
microtração de sistemas adesivos convencionais de frasco único, múltiplos frascos e
autocondicionantes. Os autores relataram que os adesivos autocondicionantes
demonstraram uma resistência adesiva similar com os sistemas convencionais.
Resultados semelhantes também foram encontrados no estudo de Jacques e
Hebling em 2005. Entretanto, no trabalho de Prati et al. (1998) observaram uma alta
resistência adesiva nos adesivos autocondicionantes, mesmo apresentando uma
fina camada de dentina infiltrada por resina e tags pequenos, porém largos.
Quanto ao desempenho desses adesivos em esmalte, existem resultados
controversos na literatura. O padrão de condicionamento dos adesivos
autocondicionantes de passo único parece ser similar ao do ácido fosfórico
(PASHLEY, TAY, 2001), embora, para alguns essa característica de similaridade
está associada somente aos adesivos autocondicionantes de dois passos
(PARADELLA, FAVA, 2007). Oliveira e Rodrigues (2004) observaram que o adesivo
autocondicionante utilizado foi o que apresentou maiores valores de adesividade,
com melhores resultados comparativamente ao adesivo convencional. Entretanto, o
mesmo não foi observado por Chuang et al., em 2005, onde os resultados
evidenciaram que o adesivo autocondicionante apresentou resistência de união
insuficiente, apresentando pequena extensão de tags de resina em esmalte.
34
34
2.7 ENSAIOS MECÂNICOS PARA TESTES DE RESISTÊNCIA ADESIVA
Os testes mecânicos laboratoriais empregados para a avaliação da união de
sistemas adesivos à estrutura dentária geralmente se baseiam na aplicação de
cargas de deslocamento sobre a interface de união, na tentativa de simular esforços
similares àqueles sofridos pela restauração durante sua função no meio bucal
(GARCIA et al., 2002). Dentre os vários testes mecânicos que estão disponíveis para
avaliar a resistência de união de materiais adesivos à estrutura dentária estão os
testes de tração e cisalhamento (AL SAHELI, BURKE, 1997). Alternativamente,
vários grupos de estudo têm adotado o emprego dos testes de microtração, que
utiliza áreas adesivas de dimensões reduzidas (SANO et al., 1994a).
No teste de tração, a união é submetida a uma carga que é aplicada
perpendicularmente à interface adesiva (GARCIA et al., 2002). Desta forma, um dos
principais problemas com esse modo de teste é a manutenção do alinhamento do
corpo-de-prova durante o ensaio, o qual fez Kemper e Kilian (1976) desenvolverem
um dispositivo que, acoplado à maquina de testes, permite a reprodutibilidade de
ensaios sempre dentro do requerido alinhamento. A escolha do dispositivo, do
método e a delimitação da área adesiva são algumas das variáveis que podem
influenciar os resultados no teste de tração (GARCIA et al., 2002), além do tipo de
substrato, aplicação de primers e adesivos (PASHLEY et al., 1995).
No teste de cisalhamento, a união é rompida por uma força aplicada
paralelamente a interface adesiva. É um teste amplamente utilizado e um dos mais
simples, porém tem como desvantagem que a fratura nem sempre ocorre no ponto
mais fraco (WATANABE, NAKABAYASHI, 1994). Além disso, esse teste apresenta
várias limitações de padronização, pois dispõe de diferentes formas de pontas
aplicadoras de tensão, além da possível ocorrência de variação na distância da
mesma em relação à base (material). Quanto maior esta distância, menor seria a
resistência ao cisalhamento na interface analisada (GARCIA et al., 2002).
No teste de microtração observa-se uma relação inversamente proporcional
da área adesiva com a resistência de união, que foi demonstrada por Sano et al.
(1994a) quando empregou o sistema adesivo Clearfil Liner Bond 2, em áreas
adesivas entre 7,0-12,0 mm
2
, a resistência de união encontrada variou de 15 a 20
MPa e algumas falhas coesivas em dentina. Quando se reduziu a área adesiva para
35
35
valores inferiores a 2,0 mm
2
, os valores de resistência adesiva aumentaram para 50-
60 MPa, e somente falhas adesivas foram observadas. Assim, a menor resistência
adesiva encontrada em áreas adesivas maiores se deve a uma maior quantidade de
defeitos, determinando pontos de concentração e propagação de tensões que
causam a falha da união em valores inferiores (GARCIA et al., 2002).
Esse teste de microtração tem como vantagens a possibilidade de
determinação do local de falhas quase que exclusivamente adesivas na interface,
permitindo uma análise da real resistência de união entre o material e a estrutura
dentária; permite mensurar a resistência de união regional; calcular a média e o
desvio-padrão em um único dente; permite testar a resistência de união em
superfícies irregulares e facilidade de exame em MEV da área de fratura desde que
a superfície avaliada tenha aproximadamente 1 mm
2
(PASHLEY et al., 1995).
Como desvantagens podemos citar: dificuldade em se preparar os espécimes
que necessitam de cuidados cnicos; dificuldade em se mensurar valores de
resistência de união inferior a 5 MPa; necessita de equipamento específico; e
espécimes têm a tendência de desidratar rapidamente por serem pequenos
(PASHLEY et al., 1995).
Entretanto, em função das vantagens operacionais e dos aspectos mecânicos
relacionados à distribuição das tensões durante o teste, a microtração tem sido
considerada como o método mais confiável e fidedigno para a avaliação da união de
sistemas adesivos com a estrutura dentária, principalmente a dentina (VAN NOORT,
1997).
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P
P
R
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37
3 PROPOSIÇÃO
Em função do exposto na Revisão de Literatura esse estudo in vitro se
propõe:
Avaliar o efeito dos adesivos autocondicionantes sobre a resistência de
união obtida em ambos os substratos (esmalte e dentina), comparando
inclusive o comportamento dos adesivos entre as duas classes utilizadas,
“de passo único (all-in-one / one-step)” e “de dois passos (two-step)”.
Comparar os valores de resistência de união obtidos com os adesivos
autocondicionantes, tanto em esmalte quanto em dentina, com aqueles
produzidos por um adesivo convencional de frasco único usado como
controle;
Avaliar a perda precoce de espécimes, ou seja, as “falhas pré-teste” para
todos os adesivos em esmalte e dentina, verificando inclusive se existe
relação entre essas falhas e a resistência de união.
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M
M
A
A
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A
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O
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S
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4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Os dois fatores em estudo nesse experimento in vitro foram o tipo de adesivo
(em 5 níveis) e o tipo de substrato dental (em 2 níveis). Os respectivos níveis de
cada fator são descritos abaixo:
FATOR A: Tipo de adesivo:
o Adesivo convencional Single Bond
o Adesivo autocondicionante One-Up Bond F
o Adesivo autocondicionante Xeno III
o Adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond
o Adesivo autocondicionante AdheSE
FATOR B: Estrutura dental, em 2 níveis:
o Esmalte
o Dentina
O experimento foi desenvolvido num Esquema Fatorial (5X2) onde foi
avaliada a influência de cada fator isoladamente, bem como, a interação entre os
mesmos. A combinação dos dois fatores em estudo resultou em um total de cinco
variações experimentais em esmalte e cinco em dentina, constituindo dez grupos
experimentais com 5 repetições (dente como amostra) por grupo. As unidades
experimentais utilizadas nesse estudo foram dentes terceiros molares humanos
recentemente extraídos.
De cada dente foram removidos cinco espécimes (palitos) para serem
submetidos ao ensaio de tração. A tração foi realizada na interface restauração-
dentina e restauração-esmalte. O delineamento experimental foi inteiramente
40
40
casualizado com distribuição por processo aleatório. A variável de resposta do
estudo foi a resistência à tração, expressa em Mega Pascal (MPa), sendo cinco
parcelas em cada grupo (dente) e cinco espécimes por parcela.
4.2 MATERIAL
Os materiais testados neste experimento estão descritos e apresentados no
quadro 1.
Foram avaliados cinco sistemas adesivos: Single Bond (SB) (Figura 1),
considerado um sistema convencional simplificado (de frasco único) que requer
prévio condicionamento da dentina com ácido fosfórico; One-Up Bond F (Figura 2) e
Xeno III (Figura 3), sistemas adesivos autocondicionantes, que não requerem passo
de condicionamento ácido prévio, e de aplicação simplificada onde ácido, primer e
adesivo são aplicados simultaneamente, em um único passo; e Clearfil SE Bond
(Figura 4) e AdheSE (Figura 5), também classificados como sistemas adesivos
autocondicionantes, entretanto, esses sistemas são de dois passos, ou seja,
primeiro é aplicado um primer acídico e em seguida o adesivo.
41
41
Quadro 1. Materiais adesivos testados.
Material Fabricante Lote/Validade Composição
Adesivo Adper
Single Bond 2
3M ESPE – 2111 McGaw
Avenue Irvine, Califórnia
92114 USA
6FP/12-2008
Etanol, Bis-GMA, silicato tratado com filler de sílica, HEMA, glicerol 1,3
dimetacrilato, copolímero de ácido acrílico e ácido etacônico e diuretano
dimetacrilato.
One-up Bond F
Self-Etching &
Light-Cured
Dental
Adhesive
Tokuyama Dental
Corp.Tóquio, Japão
UN 40856/03-2009
Agente A: Composição de metacrilatos 100% (MAC-10; HEMA; MMA); pH
= 1,3 (ácido).
Agente B: Composição de metacrilatos 74% (MAC-10; HEMA; MMA), água
10%, partículas de vidro à base de silicato, fluoralumínio 16% e
fotoiniciador.
AdheSE Ivoclar Vivadent
Primer: J03128/
03-2008
Bonding agent:
J00781/06-2008
AdheSE Primer: Dimetacrilato, acrilato do ácido fosfônico, iniciadores e
estabilizadores em solução aquosa.
AdheSE Bonding: HEMA, dimetacrilato, dioxide de silício, iniciadores e
estabilizadores.
Clearfil SE
BOND
Kuraray Medical INC.
1621 Sakazu, Kurashiki,
Okayama 710-8622, Japão
51387/07-2008
Primer: 10-Methacryloyloxydecyl dihydrogen phosphate (MDP), 2-
Hydroyethyl methacrylate (HEMA), Dimetacrilatos hidrófilos , dl-
canforoquinona, N,N-Dietanol-p-toluidina e água
Bond: 10-Methacryloyloxydecyl dihydrogen phosphate (MDP), Bis-phenol A
diglycidylmethacrylate (Bis-GMA), 2-Hydroyethyl methacrylate (HEMA),
Dimetacrilatos hidrófobos, dl-Canforoquinonq, N,N-Dietanol-p-toluidina e
silica colloidal silanizada
Xeno III
DENTSPLY DeTrey GmbH
78467 Konstanz
GERMANY
0609001075 (Brasil)
/ 04-2008
Líquido A: 2-Hidróxietil metacrilato (HEMA), Água purificada, Etanol,
Tolueno hidróxibutilato (THB) e Sílica amorfa
Líquido B: Metacrilato funcionalizado com ácido fosfórico (Piro-EMA), Mono
fluoro fosfazeno modificado (PEM-F), Dimetacrilato de uretano, Tolueno
hidróxibutilato (THB), Camforquinona e Etil-4-dimetilaminobenzoato.
Ácido Fosfórico
Cond AC 37, FMG,
Joinville, SC, Brasil
11/10/06 Ácido fosfórico a 37%, espessante, corante e água deionizada.
TPH Spectrum
Dentsply
Petrópolis, RJ,Brasil
587106/08-09
Resina Bis-GMA Uretano Modificado, Boro Silicato de Alumínio e Bário
Silanizado, Sílica Pirolítica Silanizada, Canforoquinona, EDAB,
Hidroxitolueno Butilado, Corantes Minerais.
42
42
Figura 1 - Adesivo convencional Single Bond
Figura 2 - Adesivo autocondicionante One-Up Bond
F
Figura 3 - Adesivo autocondicionante de passo
único (Xeno III)
Figura 4 – Adesivo autocondicionante de dois
passos (Clearfil SE Bond)
Figura 5 – Adesivo autocondicionante de dois passos (AdheSE)
43
43
4.3 COLETA, ARMAZENAMENTO E PREPARO DOS DENTES
Foram utilizados 40 molares humanos hígidos, recentemente extraídos, obtidos
no Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia de Caruaru, de acordo com a
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde/MS, de 10/10/96, coleta aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UnP sob registro CEP-UnP 1532006 (Anexo
1).
Os dentes foram armazenados em água destilada deionizada com grânulos de
timol a 0,1% (Therapêutica, reg. 173737, 50g, João Pessoa, Paraíba, Brasil) em
temperatura ambiente. Em seguida, foram raspados com curetas Duflex (SS White, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil) para eliminação dos remanescentes de tecido periodontal. A
limpeza final foi realizada com taças de borracha (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil) e
pasta de pedra pomes (SS White, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) em baixa rotação (Dabi-
Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil), seguida de lavagem com água destilada. Depois de
limpos, os dentes foram armazenados em água destilada até o momento da preparação
das amostras.
4.4 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS
Nos grupos em que foram utilizadas superfícies dentinárias, os elementos
dentais foram seccionados com um disco diamantado dupla face (# 7020, KG
Sorensen, Barueri, SP, Brasil), logo abaixo da base das cúspides, no sentido
transversal, perpendicularmente ao longo eixo do dente (Figura 6). As superfícies
dentinárias foram submetidas à abrasão manual, com lixas de SiC de granulação #100,
seguida pela #360 (Carborundum Abrasivos, Recife, PE, Brasil), em meio úmido, para
planificação da superfície de dentina oclusal. Todo o esmalte oclusal foi removido,
deixando uma superfície plana de dentina devidamente exposta para os procedimentos
de adesão (Figura 7). O remanescente dental (porção radicular) foi embutido em resina
44
44
acrílica autopolimerizável incolor (VIPI Indústria, Comércio, Exportação e Importação de
Produtos Odontológicos Ltda, lote 6779, Pirassununga, São Paulo, Brasil) para facilitar
a manipulação do dente. Para isso, as raízes foram fixadas em um plano de cera 7
(Cera Clássica, Artigos Odontológicos Clássico LTDA, o Paulo, Brasil) e circundada
por um tubo de PVC de 25 mm de diâmetro por 15 mm de altura (tubo de PVC Tigre),
de modo que ficassem expostas as superfícies dentinárias. O tubo de PVC foi, então,
preenchido com a resina acrílica. Depois de confeccionada essa base, os dentes eram
novamente armazenados em água destilada até o momento das restaurações.
Nos grupos em que foram utilizadas superfícies de esmalte, a porção radicular foi
inicialmente removida com auxílio de um disco diamantado dupla face (KG Sorensen,
Barueri, SP, Brasil) numa altura de 1mm aquém da junção amelocementária (Figura 8),
numa secção realizada perpendicularmente ao longo eixo do dente. Após essa primeira
secção, a porção coronária do dente foi seccionada no sentido sio-distal (Figura 9),
paralelamente ao logo eixo, para obtenção de dois fragmentos de esmalte, um
vestibular e outro lingual (Figura 10). Os fragmentos foram embutidos em resina acrílica
autopolimerizável incolor (VIPI Indústria, Comércio, Exportação e Importação de
Produtos Odontológicos Ltda, lote 6779, Pirassununga, São Paulo, Brasil). A porção
mais plana do esmalte dos fragmentos foi posicionada sobre lâmina de cera 7 (Cera
Clássica, Artigos Odontológicos Clássico LTDA, São Paulo, Brasil) e circundada por um
tubo de PVC de 25 mm de diâmetro por 15 mm de altura (Tubo de PVC Tigre), de modo
que a superfície de esmalte dos fragmentos ficasse exposta após a inserção da resina
(Figura 11). Em seguida, para planificação das superfícies de esmalte, as mesmas
foram submetidas à abrasão manual com lixas de SiC de granulação #100 seguida pela
#360 (Carborundum Abrasivos, Recife, PE, Brasil).
45
45
Figura 6 - Seccionamento com disco diamantado
dupla face abaixo da base das cúspides
Figura 7- Superfície plana de dentina
Figura 8- Secção com disco diamantado dupla face
1mm aquém da junção amelo-cementária
Figura 9 – Porção coronária seccionada no sentido
mésio-distal
Figura 10- Fragmentos do esmalte (vestibular e
lingual) após o seccionamento mésio-distal
Figura 11 Superfície de esmalte vestibular plana
exposta após o embutimento em resina acrílica
46
46
4.5 TÉCNICA RESTAURADORA
Os adesivos Single Bond, One Up Bond F, Xeno III, Clearfil SE Bond e AdheSE
foram testados variando-se a estrutura dental: esmalte ou dentina. Para isso, as
amostras foram divididas, de forma aleatória, em cinco grupos experimentais (n=5), de
acordo como apresentado na tabela 1 a seguir.
Tabela 1: Identificação dos grupos, segundo as variáveis,
ADESIVO
ESMALTE
(E)
DENTINA
(D)
1- Single Bond 1E 1D
2- One-Up Bond F 2E 2D
3- Xeno III 3E 3D
4- Clearfil SE Bond 4E 4D
5- AdheSE 5E 5D
Antes da aplicação dos sistemas adesivos, as superfícies tanto dentinárias
quanto as de esmalte foram abrasionadas por 5 segundos em lixa de SiC de
granulação #600, em meio úmido, para a criação da smear layer (Figura 12). Os
procedimentos de lavagem, secagem e aplicação do sistema adesivo são descritos
individualmente de acordo com o protocolo de aplicação de cada sistema como se
descreve a seguir:
Grupo 1 (Single Bond): Aplicação do sistema adesivo Single Bond conforme
orientações do fabricante. Fez-se o condicionamento com ácido fosfórico
(Cond AC 37, FMG, Joinville, SC, Brasil)
a 37%, por 15 segundos. A
superfície condicionada foi lavada por 15 segundos com jato de ar-água e
secada com papel absorvente. Em seguida, aplicou-se uma pequena porção
47
47
do adesivo com auxílio de um microbrush, secou-se, levemente, com jato de
ar por 5 segundos e, novamente, fez-se outra aplicação, seguido de outro
leve jato de ar por mais 5 segundos. Após isso, o adesivo foi fotoativado por
10 segundos.
Grupo 2 (One-Up Bond F): Aplicação do sistema adesivo One-Up Bond F de acordo
com as orientações do fabricante. Mistura-se 1 gota do frasco A (primer
acídico) e outra do frasco B (adesivo) (Figura 13) até obter uma coloração
rósea homogênea (Figura 14), em seguida aplicou-se uma camada de
adesivo com o auxílio do microbrush (Figura 15). Após 20 segundos da
aplicação a camada foi fotoativada
Grupo 3 (Xeno III): Aplicação do sistema adesivo Xeno III de acordo com as
orientações do fabricante. Misturou-se uma dose igual de líquido A e do
líquido B num godet (Figura 16) por aproximadamente 5 segundos. Em
seguida aplicou-se generosamente o adesivo misturado em toda a superfície
com o auxílio de microbrush (Figura 17), deixando-o em descanso por pelo
menos 20 segundos. Aplicou-se um suave jato de ar por 2 segundos. Após
isso, o adesivo foi fotoativado por 10 segundos.
Grupo 4 (Clearfil SE Bond): Aplicação do sistema adesivo Clearfil SE Bond de acordo
com as orientações do fabricante. Aplicou-se uma camada do primer (Figura
18), aguardou-se por 20 segundos e secou-se com suave jato de ar por 2
segundos. Em seguida, aplicou-se uma camada do bond (Figura 19) e novo
jato de ar suave e fotoativação por 10 segundos.
Grupo 5 (AdheSe): Aplicação do sistema adesivo AdheSE de acordo com as
orientações do fabricante. Aplicou-se uma adequada quantidade de AdheSE
Primer (Figura 20) na superfície durante 15 segundos. Em seguida,
dispersou-se o excesso com forte jato de ar, até que a película superficial e
móvel de líquido não fosse mais visível. A seguir aplicou-se o AdheSE Bond
48
48
(Figura 21) e com jato de ar suave novamente dispersou-se o excesso. Após
isso, o adesivo foi fotoativado por 10 segundos.
Figura 12 – Superfície abrasionada em lixa de SiC
de granulação # 600
Figura 13 - . Mistura do frasco A (primer acídico)
com a do frasco B (adesivo)
Figura 14 – Resultado da mistura (coloração rósea
alaranjada
Figura 15- Aplicação do adesivo na superfície
dentinária
Figura 16 - Mistura do líquido A e do líquido B no
godet
Figura 17 - Aplicação do adesivo misturado com o
auxílio de microbrush
49
49
Figura 18 – Aplicação do Clearfil SE Bond primer
Figura 19 – Aplicação do Clearfil SE Bond bond
Figura 20 – Aplicação do AdheSE primer
Figura 21 – Aplicação do AdheSE bond
Figura 22 – Superfícies restauradas com resina em
incrementos de aproximadamente 1,5 mm
Figura 23 – Restauração concluída em forma de
platô de aproximadamente 5 mm
50
50
Concluída a aplicação e fotoativação dos adesivos, seguindo os protocolos para
cada grupo experimental, as superfícies foram restauradas com resina TPH Spectrum
(cor B1) em incrementos, de aproximadamente 1,5 mm (Figura 22) e fotoativados por
40 segundos, formando um platô de aproximadamente 5 mm de altura (Figura 23)
sobre as superfícies planas de esmalte ou dentina. Após os procedimentos
restauradores, as amostras foram armazenadas em água destilada por 30 dias.
4.6 OBTENÇÃO DOS ESPÉCIMES
Decorrido o período de armazenagem de 30 dias, os dentes foram fixados em
uma placa de acrílico utilizando-se cola à base de cianoacrilato (Super Bond Gel,
Loctite Brasil Ltda.) (Figura 24). Esse conjunto foi acoplado a uma cortadeira
metalográfica de precisão (lsomet-Buehler)
1
(Figura 25) e um disco diamantado de alta
concentração (Extec, Disco de corte diamantado 4” x 0,012”x
½
(102mm X 0,3mm X 12,7
mm),
Enfield, CT, EUA) foi utilizado para seccionar as amostras de dentina (nos sentidos
vestíbulo-lingual e mésio-distal) (Figura 26 e 27) e de esmalte (nos sentidos cérvico-
incisal e mésio-distal) (Figura 28), produzindo palitos de aproximadamente 1 mm de
espessura (SANO et al., 1994a; PASHLEY et al., 1995) (Figura 29) da porção central da
restauração. Posteriormente, os dentes foram retirados da cortadeira e os palitos foram
removidos com o auxílio de um disco diamantado dupla face (# 7020, KG Sorensen,
São Paulo, SP, Brasil) em peça-de-mão em baixa-rotação.
Desta forma, foram obtidos espécimes em forma de palitos, constituídos por
duas extremidades, dentina e compósito ou esmalte e compósito, unidos pelo sistema
adesivo após os tratamentos de superfície preconizados para cada grupo.
1
Cortadeira metalográfica de precisão presente no laboratório de cimentos na Universidade Federal do Rio Grande
do Norte
51
51
Figura 24 – Fixação dos dentes em placa de
acrílico com cola à base de cianocrilato
Figura 25 - Cortadeira metalográfica de precisão
Figura 26 – Seccionamento das amostras de
dentina com disco diamantado de alta concentração
Figura 27- Amostra de dentina após secção no
sentido vestíbulo-lingual e mésio-distal
Figura 28 – Seccionamento da amostra de
esma
lte
Figura 29 – Espécimes em forma de palito de
aproximadamente 1 mm
52
52
4.7 ENSAIO DE MICROTRAÇÃO SOBRE A UNIÃO ADESIVA EM DENTINA E
ESMALTE
Os espécimes (palitos) selecionados foram armazenados em água destilada por
24 horas até o momento em que foram submetidos ao teste de tração na Máquina
Universal de Ensaios (SHIMADZU)
2
(Figura 30). Com o auxílio de uma cola à base de
cianoacrilato (Super Bond Gel, Loctite Brasil Ltda.) e de um acelerador (monômero de
resina acrílica VIPI Indústria, Comércio, Exportação e Importação de Produtos
Odontológicos Ltda, lote 6779, Pirassununga, São Paulo, Brasil) (Figura 31), os
espécimes foram fixados nos grips do dispositivo de microtração (Figura 32 e 33), que
foi acoplado à Máquina Universal de Ensaios. O tracionamento foi conduzido com
velocidade de 0,5 mm/min, até a ruptura do espécime (Figura 34). Os valores de tração
foram inicialmente expressos em quilograma-força (KgF).
Após o teste de microtração, para que os valores fossem transformados de KgF
em Mega Pascal (MPa), as áreas de união foram mensuradas com o auxílio de
paquímetro digital (Starrett Indústria e Comércio LTDA, Série 727 Itu, São Paulo,
Brasil) (Figura 35 e 36). Os valores foram anotados para que a resistência adesiva
fosse calculada em MPa em função da área encontrada. A transformação dos valores
de KgF em MPa seguem a seguinte equação abaixo:
1) Área do espécime em mm
2
= Área do espécime em cm
2
100
2) Valor da resistência em KgF = KgF/cm
2
Área do espécime em cm
2
3) KgF/cm
2
x 0,098 = MPa
Os resultados obtidos foram submetidos à Analise de Variância (ANOVA) segundo o
arranjo fatorial 5X2 (5 tipos de tratamento e 2 tipos de substrato). Foi explorada nesta
análise a significância dos níveis do fator A (Tipo de Adesivo)
2
Maquina Universal de Ensaios utilizada no Laboratório de Ensaios Mecânicos no Centro de Tecnologia do Gás
(CTGás)
53
53
Figura 30 – Máquina Universal de Ensaios
(SHIMADZU)
Figura 31- Monômero de resina acrílica e Super
Bond Gel
Figura 32- Dispositivo de microtração
Figura 33- Espécime fixado nos grips do dispositivo
de microtração
Figura 34- Ruptura do espécime
Figura 35- Mensuração da área do espécime após
a fratura
54
54
Figura
36
-
Paquímetro digital Starrett
55
55
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
56
56
5 RESULTADOS
5.1 Ensaio de Resistência da União à Microtração
Os dados coletados no teste de microtração são apresentados nos quadros 1, 2,
3, 4, 5 (ANEXO 2). A Tabela 2 apresenta a média, mediana, desvio padrão, valores
mínimo e máximo relativos à resistência adesiva em MPa para cada grupo
experimental.
Tabela 2: Valores da dia, mediana, desvio padrão, máximo e mínimo de acordo com
o tipo substrato e o tipo de adesivo
Substrato Grupo/ Adesivo Média Mediana DP
Valor
Máximo
Valor
Mínimo
G1 Single Bond
36,32 38,17 13,10 55,49 23,16
G2 One-Up Bond F
38,35 39,70 5,54 45,40 31,46
G3 Xeno III
36,94 31,14 13,20 59,60 28,23
G4
ClearFil SE
Bond
32,04 31,05 4,28 38,32 26,81
Dentina
G5 AdheSE
21,68 26,89 14,54 39,43 5,63
G6 Single Bond
53,23 51,28 5,30 61,04 47,13
G7 One-Up Bond F
17,83 10,78 15,85 42,59 5,63
G8 Xeno III
12,32 11,22 6,12 20,95 5,63
G9
ClearFil SE
Bond
17,69 21,55 9,50 27,91 5,63
Esmalte
G10
AdheSE
13,69 15,21 7,77 22,22 5,63
57
57
Na tabela 2, pode-se destacar que o valor máximo de tração foi de 61,04 MPa,
apresentado pelo grupo G6 (adesivo Single Bond em esmalte). Quanto ao valor mínimo
de resistência de união, este foi 5,63 MPa atribuído a grupos tanto em esmalte como
em dentina. Esse menor valor se repete nos grupos 5, 7, 8, 9 e 10. Entretanto, esse
valor não pode ser considerado um valor real de tração. Isso porque os palitos perdidos
foram incorporados no cálculo dos valores de RU de cada dente. Foi atribuído um valor
de 5,63 MPa aos espécimes (palitos) perdidos antes mesmo que o teste pudesse ser
performado, ao que chamamos de “falha pré-teste”. Valores próximos ou inferiores a 4,0
MPa podem não ser aferidos no teste de microtração em função de tensões produzidas
no corte das amostras (Pashley et al., 1999). Dessa forma, considerou-se que aqueles
perdidos durante os procedimentos pré-teste, ou seja, corte e/ou manipulação para
fixação do escime no aparato, não atingiram os valores mínimos de RU para que
pudessem ser submetidos ao teste. Nesse caso, atribuiu-se o valor de 5,63 MPa para
os palitos perdidos por ser o menor valor de RU encontrado em todo o teste de tração.
Os resultados foram submetidos ao teste de Kolmogorov-Smirnov para a análise
da distribuição Gaussiana (Teste de Normalidade, alpha=0,05). Foi verificado que todos
os grupos apresentaram distribuição normal dos dados (p > 0,1). Por este motivo foram
utilizados testes paramétricos na análise de variância.
Posteriormente, os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA Um
critério conduzida para o modelo experimental inteiramente casualizado. Todas as
análises foram conduzidas com o nível de significância de 5% com auxílio do Software
GraphPad Prism version 4.00 para Windows, (GraphPad Software, San Diego,
Califórnia, EUA (www.graphpad.com).
A análise de variância ANOVA revelou não haver diferenças estatisticamente
significativas entre os adesivos autocondicionantes aplicados em esmalte (p = 0,7847) e
em dentina (p=0,0864). A análise de variância ANOVA e as causas da variação são
apresentadas na Tabela 3 e 4, a seguir.
58
58
Tabela 3: Análise de Variância ANOVA Um Critério para MRU dos adesivos em dentina:
Fonte de Variação
Grau de Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrados
Médios
F Valor P
Adesivo 3 855 230,3 2,261
p=0,0864
Resíduo 16 1739 108,7
Total 19 2594
Tabela 4: Análise de Variância ANOVA Um Critério para MRU dos adesivos em
esmalte:
Fonte de Variação
Grau de Liberdade
Soma dos
Quadrados
Quadrados
Médios
F Valor P
Adesivo 3 117,7 39,23 0,3571
p=0,7847
Resíduo 16 1758 109,9
Total 19 1875
Após a aplicação da análise de variância ANOVA, os dados foram submetidos ao
Teste de Dunnett para múltiplas comparações para confrontar os resultados dos grupos
experimentais (Adesivos Autocondicionantes) contra os grupos-controle (Adesivo Single
Bond). Os resultados revelaram não haver diferenças estatísticas significativas entre os
adesivos aplicados em dentina (p=0,1501) (ANEXO 2, QUADRO 4), entretanto
evidenciaram diferenças para o esmalte (p<0,0001). Os valores e a comparação das
MRUs, para os grupos de adesivos em dentina e esmalte, após a aplicação do Teste de
Dunnett são listados na Tabela 5 a seguir.
Tabela 5: Médias de resistência de união para os adesivos em dentina e
esmalte:
Valores Médios (± DP) de Resistência Adesiva
Grupos Dentina Esmalte
One-Up Bond F
38,35 ± 5,54
a
17,83 ± 15,85 *
a
Xeno III
36,94 ± 13,20
a
12,32 ± 6,12 *
a
ClearFil SE Bond
32,04 ± 4,28
a
17,69 ± 9,50 *
a
AdheSE
21,68 ± 14,54
a
13,69 ± 7,77 *
a
Controle: Single Bond
36,32 ± 13,20
53,23 ± 5,30
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de 5 % de significância na comparação entre linhas.
* Médias de apresentam diferenças estatísticas do seu respectivo grupo controle.
DP= Desvio Padrão.
59
59
A maior MRU em esmalte foi associada ao adesivo Single Bond (53,23 ± 5,30),
um adesivo de condicionamento ácido prévio, que apresentou diferenças estatísticas de
todos os adesivos autocondicionantes. Em dentina, nenhuma diferença estatística foi
detectada, o que indicou que o comportamento de todos adesivos, autocondicionante
ou de condicionamento prévio, foram similares. O gráfico da Figura 37 a seguir exibe a
distribuição das MRU para os 10 grupos experimentais.
0
10
20
30
40
50
60
70
G1-Single
Bond
G2-One-
Up Bond F
G3-Xeno
III
G4-
ClearFil
SE Bond
G5-
AdheSE
G6-Single
Bond
G7-One-
Up Bond F
G8-Xeno
III
G9-
ClearFil
SE Bond
G10-
AdheSE
Dentina Esmalte
Gupos
FIGURA 37 – Gráfico de Barras representando as médias de resistência de união (MPa) e
desvios-padrão (DP) para os grupos experimentais avaliados.
Médias de Resistência de União de Todos os Adesivos em
Dentina e Esmalte
MRU (MPa)
60
60
5.2 Avaliação da Perda de Palitos
Durante o procedimento de corte das amostras, para a obtenção dos espécimes,
alguns palitos foram perdidos. A quantidade de perda não foi a mesma para cada
grupo, ou seja, alguns grupos experimentaram uma maior freqüência de falhas “pré-
teste”. O número de palitos perdidos (espécimes) de cada dente são apresentados no
Quadro 2.
Quadro 2: Quantidade de palitos perdidos em cada unidade experimental (dente) e
média por grupo:
Quantidade de palitos perdidos
Dente
Grupos
1 2 3 4 5
Perda
Média
Total
de
Perda
Média
(MPa)
D Single Bond 0 0 0 0 0 0 0
36,32
D One-Up Bond F 0 0 0 0 0 0 0
38,35
D Xeno III 0 0 0 0 0 0 0
36,94
D ClearFil SE Bond
0 0 0 2 3 1 5
32,04
D AdheSE 3 2 0 6 4 3 15
21,68
E Single Bond 0 0 0 0 0 0 0
53,23
E One-Up Bond F 2 6 3 6 3 4 20
17,83
E Xeno III 6 4 5 4 2 4,2 21
12,32
E ClearFil SE Bond
2 1 4 3 6 3,2 16
17,69
E AdheSE 2 6 1 5 4 3,6 18
13,69
D= dentina; E = esmalte
No intuito de verificar uma relação entre o número de palitos perdidos e a média
de resistência de união, dentro de cada dente, por grupo foi realizada uma análise de
correlação de Spearman (ANEXO 2, QUADRO 6). Esta análise demonstrou que há uma
forte correlação negativa (Spearman r = - 0,9317, p = 0,0002) entre esses fatores, ou
61
61
seja, à medida que a média de resistência de união aumenta a quantidade de palito
perdidos no grupo diminui.
Para verificar se houve diferenças na quantidade de perda de palitos entre os
grupos, para cada adesivo, os dados foram conduzidos à análise de variância não-
paramétrica Kruskal Wallis que revelou haver diferenças estatísticas significativas entre
os grupos de adesivos em dentina (p = 0,0077) e em esmalte (p = 0,0143). Entretanto,
para o adesivo Single Bond (controle) não foi detectada diferenças estatísticas
significativas quanto à perda de palitos entre os grupos (p = 0,3959). Para localizar
quais grupos apresentaram diferenças entre si, quanto a perda de palitos em dentina,
foi aplicado o pós-teste de Dunn. Os resultados são exibidos na Tabela 6.
Tabela 6: Comparação de médias de perda de palitos para cada grupo do adesivo em
dentina:
Grupo MPa
Total de
Perda
Médias de
Perda
Single Bond
36,32
0 0
a
One-Up Bond F
38,35
0 0
a
Xeno III
36,94
0 0
a
ClearFil SE Bond
32,04
5 1
a b
AdheSE
21,68
15 3
b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível
de 5 % de significância (p< 0.05).
A análise revelou que o grupo do adesivo AdheSE apresentou a maior média de
perda de palito em dentina diferindo estatisticamente dos adesivos Single Bond, One-
Up Bond F e Xeno III. Nestes últimos, nenhum espécime exibiu falhas “pré-teste”, ou
seja, perda do palito antes do teste de microtração. Adicionalmente, com menor média,
62
62
mas ainda exibindo perda de 5 espécime em dentina, o Clearfill SE Bond não
apresentou diferenças significativas dos outros grupos.
Para localizar quais grupos apresentaram diferenças entre si, quanto a perda de
palitos em esmalte, foi aplicado o pós-teste de Dunn. Os resultados são exibidos na
Tabela 7.
Tabela 7: Comparação de médias de perda de palitos para
cada grupo do adesivo em esmalte:
Grupo MPa
Total de
Perda
Médias de
Perda
Single Bond
53,23
0 0
a
One-Up Bond F
17,83
20 4
b
Xeno III
12,32
21 4,2
b
ClearFil SE Bond
17,69
16 3,2
a b
AdheSE
13,69
18 3,6
a b
Médias seguidas por letras distintas diferem entre si ao nível de 5 % de
significância (p< 0.05).
Em esmalte, a análise revelou que os grupos dos adesivos One-Up Bond F e
Xeno III apresentaram as maiores médias de falhas pré-teste, entretanto estes diferiram
estatisticamente apenas do adesivo Single Bond. Os adesivos autocondicionantes,
independentemente a classificação (passo único ou de dois passos) não apresentaram
diferenças estatísticas entre si. Adicionalmente, foi aplicado o Teste de Mann-Whitney
para comparação das médias de perda de palitos entre esmalte e dentina. Os
resultados evidenciaram que para os adesivos autocondicionantes houve maior
quantidade de falhas pré-teste em esmalte (75/150) que em dentina (20/150) (p<
0,0001).
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63
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D
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I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
64
64
6 DISCUSSÃO
Um das grandes buscas da Odontologia Moderna tem sido tornar as
restaurações dentais cada vez mais hermeticamente seladas. Nesse caminho, a
evolução da Odontologia Adesiva tem sido de grande importância em função dos vários
estudos realizados sobre a adesão em dentina (MARSHALL et al., 1997; PASHLEY,
CARVALHO, 1997). Esses estudos comparam novos sistemas adesivos como os
autocondicionantes (PRATI et al., 1998; TANUMIHARJA, BURROW, TYAS, 2000; TAY,
PASHLEY, 2001) e avaliam a influência das características morfológicas do substrato
dentinário sobre a resistência da união compósito-dentina (PASHLEY, CARVALHO,
1997). A adesão implica em um íntimo contato entre o substrato e material restaurador,
conseqüentemente prevenindo a penetração de bactérias e fluidos bucais, eliminando,
assim, o risco de cáries secundárias e infiltração marginal (OLIVEIRA, RODRIGUES,
2004). Desta forma, a resistência de união adesiva proporcionada por sistemas
adesivos é influenciada pelas suas características e pelo substrato dental. Neste
contexto, este estudo representa uma avaliação da resistência de união utilizando
adesivos de frasco único e autocondicionantes de passo único e de dois passos em
substrato de esmalte e dentina.
Os sistemas adesivos que utilizam o condicionamento ácido total utilizam o ácido
fosfórico previamente a aplicação de primer/adesivo para remover a smear layer,
desmineralizar a dentina e expor as fibras colágenas (FUSAYAMA et al., 1979; VAN
MEERBEEK et al., 1992). Este procedimento favorece a penetração dos monômeros
resinosos para a formação da camada híbrida (NAKABAYASHI, PASHLEY, 1998),
porém falhas podem ocorrer durante a secagem do substrato, promovendo o colapso
das fibras colágenas, e pode ocorrer a presença de colágeno exposto não infiltrado por
monômero sendo susceptível a degradação hidrolítica (GWINNETT, 1994; SANO et al.,
1994b), sendo considerada uma zona de defeito. Essa zona de colágeno exposta
susceptível a degradação hidrolítica ao longo do tempo deteriora a interface resina-
dentina comprometendo a qualidade da união (HASHIMOTO et al., 2000). Embora a
literatura alerte para essa possibilidade de hidrólise na união com o sistema adesivo
65
65
convencional, como o Single Bond, os valores de resistência de união em dentina
demonstraram que nenhuma diferença estatística foi detectada entre o adesivo
convencional, Single Bond e os adesivos autocondicionantes de passo único (One-Up
Bond F e Xeno III) e de dois passos (Clearfil SE Bond e AdheSE) corroborando com
Chigira et al.(1994), Júnior et al. (2003) e Jacques e Hebling (2005). Isso pode ter
ocorrido porque essa hidrólise ocorre com o tempo e como cortamos os dentes 30 dias
após as restaurações, este tempo não foi suficiente para que a hidrólise pudesse
diminuir os valores de união. Além disso, como a dentina é um substrato menos
mineralizado que o esmalte o poder ácido dos adesivos autocondicionantes parecem
atuar de forma similar com o adesivo convencional.
Esse mesmo adesivo Single Bond, quando aplicado em esmalte, apresentou o
maior valor de tração (53,23), sendo este maior que em dentina corroborando com o
estudo de Susin et al. (2004). Este fato pode ser explicado devido à adesão no esmalte
ser considerada mais estável e segura que a adesão na dentina (CARVALHO, 1998).
Enquanto o esmalte apresenta-se como um tecido mineralizado e composto
principalmente de hidroxiapatita (COHEN, BURNS, 1987; GWINNETT, 1992), a dentina
é penetrada por uma malha densa de canalículos e contém um grande volume de água
e de matéria orgânica (BRANNSTROM, LINDEN, JOHNSON, 1968; MAROLI, KHERA,
KRELL, 1992; MARSHALL et al., 1997; OZOK, WU, WESSELINK, 2002). Devido a
essas características da dentina e a presença de smear layer é que o processo de
adesão representa um grande desafio.
Os adesivos autocondicionantes são baseados em monômeros acídicos que tem
como função a dissolução da smear layer, onde o produto desta dissolução
(componentes minerais da smear layer) reage com o monômero ácido promovendo a
neutralização da acidez do adesivo (WATANABE, NAKABAYASHI, PASHLEY, 1994). O
Clearfil parece conter aproximadamente 25-30% de monômero ácido enquanto outros
adesivos podem ter cerca de 80%. Isso pode diferir de acordo com a classe do adesivo,
all-in-one (passo único) ou primer+adesivo (dois passos) (WANG, SPENCER, 2004).
Esses monômeros ácidos determinam o pH dos adesivos autocondicionantes, assim,
levando em consideração sua agressividade, eles podem ser considerados fortes (mais
agressivos, com pH menor ou igual a 1), moderado (pH=1,5) e fraco (pH ± 2) (TAY,
66
66
PASHLEY, 2001; VAN MEERBEEK et al., 2003) Desta forma, o Clearfil apresenta um
alto pH (1,9), baixa reatividade com o componente mineral e possui um efeito suave na
dentina. os adesivos que apresentam um baixo pH 1) possuem uma alta
reatividade com o componente mineral e produzem um efeito agressivo na dentina
(WANG, SPENCER, 2004). Neste contexto, parece que a diferença na concentração do
monômero ácido não interferiu no grau de desmineralização do Clearfil, pois quando
aplicado em dentina apresentou uma resistência de união de 32,04 MPa não
apresentando diferença significativa dos outros grupos.
Alguns autores têm afirmado que os autocondicionantes que possuem aplicação
ativa podem ter uma interação contínua dos monômeros ácidos com a dentina, ou seja,
mais monômeros são colocados em contato direto com a dentina promovendo
condicionamento e penetração contínuos durante todo o tempo de aplicação
(PASHLEY, TAY, 2001; WANG, SPENCER, 2004). Dentro dessa classe, na presente
pesquisa, se enquadra o AdheSE. Para outros sistemas autocondicionantes, como o
Clearfill (de dois passos), a aplicação pode ser passiva, ou seja, o adesivo é aplicado e
deixado imperturbado, em descanso sobre a dentina sem que nenhum movimento de
fricção seja efetuado. Nesse tipo de aplicação, o poder de condicionamento do sistema
poderia ser menor que de outros onde a aplicação é ativa (WANG, SPENCER, 2004).
Entretanto, apesar desses relatos, isso não pôde ser verificado neste estudo. O adesivo
AdheSE exibiu a menor MRU em dentina, apesar de não possuir diferenças estatísticas
significativas.
Essas características de aplicação têm sido relacionadas à espessura da
camada híbrida. A aplicação passiva do adesivo tem sido relacionada à espessura mais
delgadas da camada híbrida, se comparada à aplicação ativa (JACQUES, HEBLING,
2005). Também tem sido relatado que os adesivos autocondicionantes de passo único
possuem um poder de condicionamento maior, e assim, produziriam uma camada
híbrida mais espessa (SATO, MIYAZAKI, 2004). Nesse contexto, o estudo de Tay e
Pashley (2001) demonstrou que os sistemas adesivos autocondicionantes apresentam
diferentes potenciais de penetração e solubilização da smear layer e capacidade de
desmineralização da dentina. Os adesivos menos agressivos formam uma camada
híbrida entre 0,4 a 0,5 µm de espessura, enquanto que os adesivos mais agressivos
67
67
formam uma camada híbrida mais espessa semelhante àquela formada com a
utilização do ácido fosfórico (TAY et al., 2000). Essa diferença na agressividade pode
depender do valor de pH exibido por cada sistema adesivo. Embora essas
características serem diferentes entre os sistemas estudados isso parece não ter
afetado os valores em dentina, talvez por terem promovido camadas híbridas
semelhantes, independente do potencial acídico de cada sistema.
A espessura da camada híbrida também tem sido relatada como um fator que
não teria relação com a resistência de união (SATO, MIYAZAKI, 2004) e deste modo
poderia o ser considerada como uma vantagem essencial para promover uma
adesão eficaz. Esta observação sugere que outros fatores estejam envolvidos na
performance dos adesivos autocondicionantes, como as propriedades de polimerização
(REIS et al., 2005). Os autocondicionantes, am do monômero ácido e hidrófilo,
contêm água na sua composição que é um componente necessário para promover a
ionização do monômero ácido (HIRAISHI et al., 2005). A quantidade de água observada
nos adesivos autocondicionantes all-in-one é maior que nos adesivos de dois passos
devido ao maior percentual de monômero ácido encontrado, necessitando assim de
uma maior quantidade de água para promover a ionização. Por isso nos adesivos
autocondicionantes de passo único pode-se observar a presença de pequenas lacunas
na interface de união, lacunas que representam áreas com água contida no adesivo, e
que não foi removida de forma completa. Essa água na interface de união poderia
promover uma polimerização incompleta do adesivo, deixando assim as fibras
colágenas desprotegidas aumentando a susceptibilidade à degradação (CHERSONI et
al., 2004; TAY et al., 2004; CADENARO et al., 2005; WANG, SPENCER, 2005; DE
MUNCK et al., 2005). Além disso, a camada híbrida observada nesses adesivos é
porosa permitindo que mais água penetre na interface resina-dentina (CHERSONI et
al., 2004; VAN MEERBEEK et al., 2005). Por essa razão observa-se na literatura uma
menor resistência de união associada aos adesivos autocondicionantes de passo único,
em comparação com os adesivos de dois passos (VAN MEERBEEK et al., 2003;
WANG, SPENCER, 2004). Entretanto, os resultados do presente estudo não
corroboram com esses achados da literatura, uma vez que os adesivos
68
68
autocondicionantes, independente da classificação, não apresentaram diferenças
estatísticas entre si.
Diferenças entre adesivos não foram observadas em dentina, entretanto em
esmalte o comportamento dos adesivos não foi tão homogêneo. A média de resistência
de união encontrada para o adesivo Single Bond em esmalte foi de 53,23 MPa, valor
este que apresentou diferenças estatísticas significativas daqueles exibidos por todos
os adesivos autocondicionantes, resultado que corrobora com os achados de Pashley e
Tay (2001), Susin et al. (2004) e Chuang et al. (2005), porém discordando com Oliveira
e Rodrigues (2004) e Paradella e Fava (2007). Essa diferença provavelmente pode
estar associada ao grau de desmineralização promovido pelo ácido fosfórico
apresentar-se de forma diferente daquele produzido pelos adesivos autocondicionante.
O condicionamento é um fator importante para que ocorra uma adequada penetração
da resina fluida no interior da área condicionada do esmalte. As superfícies de esmalte
quando expostas ao ácido fosfórico revelam padrões de condicionamento
caracterizados pela dissolução preferencial da periferia dos prismas de esmalte ou do
núcleo dos prismas de esmalte (GWINNETT, 1971). A capacidade da resina fluida
hidrófila penetrar na superfície porosa criada pelo condicionamento ácido formando
prolongamentos longos e homogêneos compõem uma zona formada no esmalte que
confere resistência de união entre resina-esmalte (GWINNETT, MATSUI, 1967;
NAKABAYASHI, PASHLEY, 1998).
Alguns autores têm relatado que o padrão de condicionamento observado em
adesivos autocondicionantes pode apresentar-se de forma similar ou não ao padrão de
condicionamento observado com ácido fosfórico (PASHLEY, TAY, 2001;
WEERASINGHE et al., 2005) e variam de acordo com a agressividade dos adesivos
(PASHLEY, TAY, 2001). A profundidade de condicionamento no esmalte tratados com
ácido fosfórico tem sido relatada como sendo de aproximadamente 3,5-7,0 µm,
diferentemente da profundidade de condicionamento relatada para o adesivo
autocondicionante que se apresenta em torno de 2 µm (WEERASINGHE et al., 2005).
Como anteriormente citado, mesmo entre adesivos autocondicionantes, o potencial
acídico pode variar. O potencial acídico dos sistemas utilizados e suas respectivas
médias de resistência de união foram: One-Up Bond F (pH= 1,3 / 17,83 MPa), Xeno III
69
69
(pH= 1,4 / 12,32 MPa), AdheSE (pH= 1,4 / 13,69 MPa), Clearfill SE Bond (pH= 1,9 /
17,69 MPa). Aparentemente, os valores de união não seguiram uma correlação com o
potencial acídico também em esmalte. Isso fica claro ao observar que o adesivo Clearfill
de maior pH (1,9) não exibe médias inferiores a sistemas que exibem menor pH, o que
leva a crer que outros fatores além da acidez do adesivo ou de seu primer podem
interferir ou influenciar os valores de união.
Um outro fato importante, também relacionado a essas menores MRU obtidas
em esmalte comparativamente às obtidas em dentina é o fato de se ter observado que
a perda de palitos ocorreu em maior quantidade em esmalte que em dentina quando
utilizado os adesivos autocondicionantes, sendo Xeno III e One-Up Bond F os adesivos
que apresentaram maiores médias. A obtenção dos palitos é uma fase crítica devido às
tensões produzidas pelo corte das amostras. Essa tensão pode promover a perda
precoce dos palitos, ou seja, falhas pré-teste. A perda pode estar relacionada a baixos
valores de união, ou seja, o adesivo realmente não proporciona altos valores de união;
ou devido a zonas de falhas na união ocorrerem durante a hibridização da superfície
plana de dentina e, como a área do espécime é reduzida, pode ser que alguns palitos
tenham tido defeitos de interface que representaram quase a totalidade de sua interface
adesiva de teste e com isso durante o corte ocorreram fraturas pré-teste (CARRILHO et
al., 2002). Outros autores também relatam essa dificuldade, como Reis et al. (2005) e
Jacques e Hebling (2005).
Para esses palitos perdidos, alguns autores têm atribuído um valor zero
(NIKOLAENKO et al., 2004; JACQUES, HEBLING, 2005), no entanto, em outros
estudos (PASHLEY et al., 1999) os palitos perdidos foram considerados no cálculo de
resistência de cada dente com valor atribuído de 4,0 MPa. Pashley et al., em 1999,
relatam que valores inferiores a 4 ou 5 MPa podem não ser aferidos pelo teste de
microtração. Além disso, é provável que a ocorrência de falhas pré-teste indiquem a
existência de resistência de união relativamente baixa na interface de união, ao redor
de 5 a 7 MPa, e não apenas um eventual problema de ordem técnica (PASHLEY et al.,
1999; DE MUNCK et al., 2003b; INOUE et al., 2003). Atribuir um valor abaixo do qual
não é possível mensurar o valor de resistência de união, em teste de microtração,
permite chegar a valores de resistências mais reais. Assim, considera-se que não
70
70
houve adesão suficiente para serem registrados valores médios de resistência de
união, sem os desconsiderar ou atribuir um valor zero, como se estes corpos-de-prova
nunca tivessem existido. Desta forma, aos espécimes com falha prematura da união foi
atribuído um valor de 5,63 MPa, que corresponde ao menor valor de resistência de
união que pôde ser mensurado nesta pesquisa, princípio este também relatado por Reis
et al. (2005).
Uma correlação entre a MRU e a perda de palitos pode ser confirmada nesse
experimento através do teste de Correlação de Spearman (R= -0,9317). Em suma, isto
revela que à medida que a resistência de união aumenta a perda de palitos diminui. É
de se esperar, portanto, que altos valores de união sejam requeridos para que a união
possa suportar as tensões geradas na cavidade oral, bem como a todos os outros
desafios que as restaurações são submetidas. Os resultados de resistência de união
proporcionados pelos adesivos mostraram ser influenciados por suas características e
pelo substrato dental, evidência disso são os baixos valores encontrados em esmalte.
Desta forma, as diferentes características encontradas no esmalte e na dentina
promovem um comportamento diferente dos adesivos autocondicionantes e adesivos
que utilizam o condicionamento total. Diante disso, aparentemente os sistemas
autocondicionantes apresentam um comportamento similar ao convencional em
dentina, contudo, os resultados em esmalte ainda sugerem cautela na substituição dos
adesivos convencionais pelos autocondicionantes.
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7 CONCLUSÃO
Após análise dos resultados, pôde-se concluir que:
1. Os adesivos autocondicionantes não apresentaram diferenças estatísticas
entre si, independentemente de sua classificação (passo único ou dois
passos) ou do substrato (esmalte ou dentina).
2. Os valores de resistência de união foram influenciados pelo tipo de
substrato. Os adesivos autocondicionantes não apresentaram diferenças
estatísticas significativas do adesivo convencional em dentina, entretanto
estes em esmalte apresentaram médias de resistência de união inferiores.
3. Foi verificada uma forte correlação negativa entre resistência de união e a
perda de palitos (falhas pré-teste), ou seja, à medida que a MRU aumenta
a quantidade de palito perdidos no grupo diminui. Em esmalte, os grupos
dos adesivos One-Up Bond F e Xeno III apresentaram as maiores médias
de falhas pré-teste e os adesivos autocondicionantes apresentaram maior
quantidade de falhas em esmalte que em dentina.
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82
82
A
A
N
N
E
E
X
X
O
O
S
S
83
83
ANEXOS
Anexo 1- Aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa



    
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84
84
ANEXO 2
Quadro 1- Adesivos em Dentina
Teste de Normalidade de
Kolmogorov-Srmirnov
Single Bond One-Up Bond F Xeno III ClearFil SE Bond AdheSE
Number of values 5 5 5 5 5
Minimum 23,16 31,46 28,23 26,81 5,63
25% Percentile 24,05 32,85 28,28 28,58 6,655
Median 38,17 39,7 31,14 31,05 26,89
75% Percentile 47,68 43,18 48,5 35,99 34,1
Maximum 55,49 45,4 59,6 38,32 39,43
Mean 36,32 38,35 36,94 32,04 21,68
Std. Deviation 13,1 5,539 13,2 4,279 14,54
Std. Error 5,858 2,477 5,905 1,914 6,504
Lower 95% CI of mean 20,06 31,47 20,54 26,72 3,622
Upper 95% CI of mean 52,59 45,23 53,33 37,35 39,74
KS normality test
KS distance 0,2078 0,1964 0,2863 0,1913 0,2399
P value
P > 0.10 P > 0.10 P > 0.10 P > 0.10 P > 0.10
Passed normality test (alpha=0.05)?
Yes Yes Yes Yes Yes
P value summary ns ns ns ns ns
Coefficient of variation 36.06% 14.44% 35.74% 13.36% 67.08%
Sum 181,6 191,7 184,7 160,2 108,4
85
85
Quadro 2- Adesivos em Esmalte
Teste de Normalidade de
Kolmogorov-Srmirnov
Single Bond One-Up Bond F Xeno III ClearFil SE Bond AdheSE
Number of values 5 5 5 5 5
Minimum 47,13 5,63 5,63 5,63 5,63
25% Percentile 49,12 5,63 6,865 7,725 5,63
Median 51,28 10,78 11,22 21,55 15,21
75% Percentile 58,31 33,55 18,33 25,73 20,99
Maximum 61,04 42,59 20,95 27,91 22,22
Mean 53,23 17,83 12,32 17,69 13,69
Std. Deviation 5,293 15,85 6,118 9,499 7,776
Std. Error 2,367 7,089 2,736 4,248 3,477
Lower 95% CI of mean 46,65 -1,854 4,725 5,895 4,035
Upper 95% CI of mean 59,8 37,51 19,92 29,49 23,34
KS normality test
KS distance 0,2434 0,2717 0,1715 0,2577 0,25
P value
P > 0.10 P > 0.10 P > 0.10 P > 0.10 P > 0.10
Passed normality test (alpha=0.05)?
Yes Yes Yes Yes Yes
P value summary ns ns ns ns ns
Coefficient of variation 9.94% 88.91% 49.65% 53.70% 56.80%
Sum 266,1 89,14 61,61 88,45 68,45
86
86
Quadro 3- Análise de Variância ANOVA
Análise de Variância ANOVA 1 Critério
Value
Table Analyzed
Adesivos em Dentina
One-way analysis of variance
P value
0,0864
P value summary ns
Are means signif. different? (P < 0.05) No
Number of groups 4
F 2,621
R squared 0,3295
Bartlett's test for equal variances
Bartlett's statistic (corrected)
6,913
P value
0,0747
P value summary
ns
Do the variances differ signif. (P < 0.05)
No
ANOVA Table SS df MS
Treatment (between columns)
854,7 3 284,9
Residual (within columns)
1739 16 108,7
Total
2594 19
87
87
Análise de Variância ANOVA 1 Critério
Value
Table Analyzed
Adesivos em Esmalte
One-way analysis of variance
P value
0,7847
P value summary
ns
Are means signif. different? (P < 0.05)
No
Number of groups
4
F
0,3571
R squared
0,06275
Bartlett's test for equal variances
Bartlett's statistic (corrected)
3,778
P value
0,2865
P value summary
ns
Do the variances differ signif. (P < 0.05)
No
ANOVA Table SS df MS
Treatment (between columns)
117,7 3 39,23
Residual (within columns)
1758 16 109,9
Total
1875 19
88
88
Quadro 4- Teste Dunnett para múltiplas comparações dos adesivos AC x Convencional em dentina
Table Analyzed
Adesivos em Esmalte
One-way analysis of variance
P value
0,1501
P value summary ns
Are means signif. different? (P < 0.05) No
Number of groups 5
F 1,898
R squared 0,2752
Bartlett's test for equal variances
Bartlett's statistic (corrected) 7,27
P value
0,1223
P value summary ns
Do the variances differ signif. (P < 0.05) No
ANOVA Table SS df MS
Treatment (between columns) 921 4 230,3
Residual (within columns) 2426 20 121,3
Total 3347 24
Dunnett's Multiple Comparison Test
Mean Diff. q P value 95% CI of diff
Single Bond vs One-Up Bond F -2,024 0,2906 P > 0.05 -20.48 to 16.43
Single Bond vs Xeno III -0,614 0,08815 P > 0.05 -19.07 to 17.84
Single Bond vs ClearFil SE Bond 4,286 0,6153 P > 0.05 -14.17 to 22.74
Single Bond vs AdheSE 14,64 2,102 P > 0.05 -3.814 to 33.10
89
89
Quadro 5- Teste Dunnett para múltiplas comparações dos adesivos AC x Convencional em esmalte
Table Analyzed
Adesivos em Esmalte
One-way analysis of variance
P value
P<0.0001
P value summary ***
Are means signif. different? (P < 0.05) Yes
Number of groups 5
F 15,63
R squared 0,7577
Bartlett's test for equal variances
Bartlett's statistic (corrected) 5,827
P value 0,2124
P value summary ns
Do the variances differ signif. (P < 0.05) No
ANOVA Table SS df MS
Treatment (between columns) 5846 4 1462
Residual (within columns) 1870 20 93,48
Total 7716 24
Dunnett's Multiple Comparison Test
Mean Diff. q P value 95% CI of diff
Single Bond vs One-Up Bond F 35,4 5,789 P < 0.01 19.19 to 51.60
Single Bond vs Xeno III 40,9 6,689 P < 0.01 24.70 to 57.11
Single Bond vs ClearFil SE Bond 35,54 5,811 P < 0.01 19.33 to 51.74
Single Bond vs AdheSE 39,54 6,465 P < 0.01 23.33 to 55.74
90
90
Quadro 6- Correlação de Spearman entre MRU e Médias de Perdas de
Palito
Parameter MPa
Number of XY Pairs 10
Spearman r -0,9317
P value (two-tailed) 0,0002
P value summary ***
Exact or approximate P value? Exact
Is the correlation significant? (alpha=0.05) Yes
Quadro 7- Análise de Variância Não Paramétrica Kruskal-Wallis, para a perda de Palitos em Dentina
Perda de Palitos em Dentina
Kruskal-Wallis test
P value 0,0077
Exact or approximate P value? Gaussian Approx.
P value summary **
Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes
Number of groups 5
Kruskal-Wallis statistic
13,88
91
91
Quadro 8- Teste de Dunn para a comparação das médias de perda de Palitos em Dentina
Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary
Single Bond vs One-Up Bond F 0 P > 0.05 ns
Single Bond vs Xeno III 0 P > 0.05 ns
Single Bond vs ClearFil SE Bond -4,6 P > 0.05 ns
Single Bond vs AdheSE -10,4 P < 0.05 *
One-Up Bond F vs Xeno III 0 P > 0.05 ns
One-Up Bond F vs ClearFil SE Bond -4,6 P > 0.05 ns
One-Up Bond F vs AdheSE -10,4 P < 0.05 *
Xeno III vs ClearFil SE Bond -4,6 P > 0.05 ns
Xeno III vs AdheSE -10,4 P < 0.05 *
ClearFil SE Bond vs AdheSE -5,8 P > 0.05 ns
Quadro 9-Análise de Variância Não Paramétrica Kruskal-Wallis, para a perda de Palitos
em Esmalte
Parameter Value
Table Analyzed
Perda de Palitos em Esmalte
Kruskal-Wallis test
P value 0,0143
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary *
Do the medians vary signif. (P < 0.05) Yes
Number of groups 5
Kruskal-Wallis statistic 12,44
92
92
Quadro 10- Teste de Dunn para a comparação das médias de perda de Palitos em Esmalte
Dunn's Multiple Comparison Test Difference in rank sum P value Summary
Single Bond vs One-Up Bond F -13,3 P < 0.05 *
Single Bond vs Xeno III -14 P < 0.05 *
Single Bond vs ClearFil SE Bond -10,7 P > 0.05 ns
Single Bond vs AdheSE -12 P > 0.05 ns
One-Up Bond F vs Xeno III -0,7 P > 0.05 ns
One-Up Bond F vs ClearFil SE Bond 2,6 P > 0.05 ns
One-Up Bond F vs AdheSE 1,3 P > 0.05 ns
Xeno III vs ClearFil SE Bond 3,3 P > 0.05 ns
Xeno III vs AdheSE 2 P > 0.05 ns
ClearFil SE Bond vs AdheSE -1,3 P > 0.05 ns
Quadro 11- Mann-Whitney para a comparação de perda de palitos entre esmalte e dentina para os adesivos
autocondicionantes
Parameter Value
Table Analyzed Perda de Palitos (E x D)
Column A Dentina
vs vs
Column B Esmalte
Mann Whitney test
P value
P<0.0001
Exact or approximate P value? Gaussian Approximation
P value summary ***
Are medians signif. different? (P < 0.05) Yes
One- or two-tailed P value? Two-tailed
Sum of ranks in column A,B 261.5 , 558.5
Mann-Whitney U 51,5
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