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Universidade de Bras´ılia
Instituto de Ciˆencias Exatas
Departamento de Matem´atica
Existˆencia e Multiplicidade de Solu¸oes
Positivas para uma Equa¸ao Semilinear com
Crescimento Cr´ıtico
por
Jo˜ao Pablo Pinheiro da Silva
Bras´ılia
2007
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Universidade de Bras´ılia
Instituto de Ciˆencias Exatas
Departamento de Matem´atica
Existˆencia e Multiplicidade de Solu¸oes
Positivas para uma Equa¸ao Semilinear com
crescimento Cr´ıtico
Por
Jo˜ao Pablo Pinheiro da Silva
*
Disserta¸ao apresentada ao Departamento de Matem´atica da Universidade de Bras´ılia, como
parte dos requisitos para obten¸ao do grau de
MESTRE EM MATEM
´
ATICA
Bras´ılia, 28 de fevereiro de 2007
Comiss˜ao Examinadora:
Prof. Dr. Marcelo Fernandes Furtado - MAT/UnB (Orienta-
dor)
Prof. Dr. Francisco ulio Sobreira de Ara´ujo Corrˆea - UFPA
(Membro)
Prof. Dr. Jo˜ao Carlos Nascimento de adua - MAT/UnB
(Membro)
*
Este trabalho contou c om apoio financeiro da CAPES.
2
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Dedicado a Rosa Maria
Todos estes que a´ı est˜ao atravancando o meu caminho eles passar˜ao... eu passarinho
ario Quintana
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino,
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos
por espelho em enigma, mas ent˜ao veremos face a face; agora conhe¸co em parte, mas ent˜ao
conhecerei como tamb´em sou conhecido. Paulo de Tarso, I Cor. 13:11-12
Agradecimentos
`
A Deus, acima de tudo.
`
A Rosa Maria, minha ae, hero´ına, minha amiga, minha professora da vida, pelo seu
amor, carinho, pelo seu exemplo de vida e pelos 24 anos de lutas e sacrif´ıcios que teve, para
nunca deixar faltar nada em termos afetivos, espirituais e materiais a mim e a meus irm˜aos.
`
A meus irm˜aos J´ulios Paulo, Jo˜ao Pedro e Lucas pelo amor que sempre tiveram para
comigo.
Aos meus tios Nildon e Gal pela participa¸ao em minha cria¸ao durante o tempo em que
estudei na minha querida Bel´em do Par´a.
A minha madrinha Rosinha e seu esposo Jos´e Alves, por terem me recebido em seu lar,
e pelo carinho que tem para comigo.
Ao professor Marcelo, pela confia¸ca e pela excelente orienta¸ao que me proporcionou.
Ao professor professor J´ulio pelos muitos ensinamentos durante os trˆes anos em que foi
meu orientador na inicia¸ao cient´ıfica
`
A Fl´avia pelo amor e companheirismo nestes quatro ´ultimos anos.
`
A minha tamb´em madrinha irm˜a Gra¸ca, pelos conselhos e apoio.
Ao professor Ronaldo Lopes, pela longa amizade, pelo apoio ainda no meu ensino edio
e por ter sido uma das primeiras pessoas a me falar da beleza da ciˆencia.
Aos meus amigos Luverci, Marcus Marrocos e sua ae Gl´oria pelo ap oio nos momentos
dif´ıceis que passei no in´ıcio de 2006.
Ao Manoel Jeremias, pela amizade e boa convivˆencia no ano de 2005.
`
A to dos os meus companheiros da UnB dentre os quais cito: Serginho, Ricardo, Anielle,
Euro, Sandrinha, Luis, etc.
Finalmente agrade¸co ao p ovo Brasileiro que atrav´es da CAPES/CNPq finaciaram meus
estudos.
Resumo
Neste trabalho estudaremos existˆencia e multiplicidade de solu¸oes para equa¸ao semi-
linear
(P
λ
)
u = λu + |u|
2
2
u em ,
u > 0 em ,
u = 0 em ,
onde R
N
´e um dom´ınio limitado, N 4 e 2
= 2N/(N 2) ´e o expoente cr´ıtico de
Sobolev. Para apropriados valores de λ > 0, os aplicaremos etodos Variacionais para
provar a existˆencia de solu¸oes e a Teoria de Ljusternik-Schnirelmann para relacionar o
n´umero de solu¸oes com a topologia de Ω.
i
Abstract
In this work we study the existence and multiplicity of positive solutions for the semi-
linear equation
(P
λ
)
u = λu + |u|
2
2
u in ,
u > 0 in ,
u = 0 in ,
where R
N
is a bounded domain, N 4 and 2
= 2N/(N 2) is the critical Sobolev
exponent. For suitable values of λ > 0, we apply Variational Methods to prove existence
of solution and Ljusternik-Schnirelmann Theory to relate the number of s olutions with the
topology of Ω.
ii
Sum´ario
1 Teoremas Abstratos 6
1.1 O Teorema do Passo da Montanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 O Teorema de Ljusternik-Schnirelmann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2 O problema de Brezis-Nirenberg 22
2.1 Prova do Teorema de Existˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3 Multiplicidade de Solu¸oes 34
3.1 Um resultado de concentra¸ao de compacidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.2 Prova do Teorema 3.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
A Apˆendice 45
A.1 Identidade de Pohozaev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
A.2 A constante S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
A.3 Funcionais Diferenci´aveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
A.4 Estimativas para as fun¸oes u
ε
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
A.5 Um resultado de simetria de Gidas-Ni-Nirenberg . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Bibliografia 62
iii
Introdu¸ao
Um dos arios etodos pelos quais podemos resolver uma equa¸ao diferencial ao os chama-
dos etodos variacionais, que consistem em obter pontos cr´ıticos de certos funcionais, que
est˜ao associados ao problema em quest˜ao. Este etodo ´e empregado em uma importante
classe de problemas ao-lineares que p odem ser resolvidos por t´ecnicas relativamente simples
de an´alise funcional ao linear. De um modo geral, esses problemas ao da forma
Lu = 0,
onde o operador ao linear L ´e a derivada de um apropriado funcional de energia ϕ. Sim-
bolicamente escrevemos
L = ϕ
.
A teoria se consolidou no in´ıcio do ´ultimo eculo, mas vale destacar que suas bases ao antigas.
Os primeiros trabalhos estavam relacionados com problemas f´ısicos que eram modelados
por equa¸oes diferencias parciais. A energia desenvolvida no processo estava associada ao
funcional que mencionamos anteriormente. Na resolu¸ao destes problemas, partia-se do
princ´ıpio de que a natureza faz um esfor¸co m´ınimo na realiza¸ao deste fenˆomeno, da´ı enao
buscava-se pontos (fun¸oes) que minimizavam estes funcionais.
Para exemplificar, consideremos o seguinte problema
()
u = |u|
p2
u em ,
u > 0 em ,
u = 0 em ,
em que R
N
´e um dom´ınio limitado, N 3 e 2 < p 2
= 2N/(N 2). Seja
u C
2
(Ω) C(
¯
Ω) uma solu¸ao cl´assica do problema (), isto ´e, uma fun¸ao positiva que
se anula em Ω, e que satisfaz a equa¸ao em todo ponto x Ω. Dada φ C
c
(Ω), ap´os
1
integrarmos sobre Ω, temos
uφdx =
|u|
p2
uφdx.
Aplicando o Teorema do Divergente obtemos
u · φdx =
|u|
p1
φdx. (1)
Por passagem ao limite, este resultado ´e alido para toda φ H
1
0
(Ω). Vamos trabalhar num
espa¸co maior, para assim aumentar nossas chances de encontrar solu¸ao para o problema
(). Diremos que u H
1
0
(Ω) ´e uma solu¸ao fraca do problema se ela satisfaz a equa¸ao (1)
para toda φ H
1
0
(Ω). Conforme visto anteriormente, uma solu¸ao cl´assica ´e uma solu¸ao
fraca, entretanto ao ´e imediato que solu¸oes fracas sejam solu¸oes cl´assicas. Argumentos de
regularidade el´ıpticas (veja [23]) mostram, que sob certas condi¸oes, a rec´ıproca ´e verdadeira.
Considere o seguinte funcional definido em H
1
0
(Ω)
ϕ
p
(u) =
1
2
|∇u|
2
dx
1
p
(u
+
)
p
dx,
onde u
+
= max{u, 0}. Devido a imers˜ao H
1
0
(Ω) L
p
(Ω), para 2 < p 2
, este funcional
est´a bem definido e ´e diferenci´avel, com
ϕ
p
(u), φ =
u · φdx
(u
+
)
p1
φdx, φ H
1
0
(Ω).
Fazendo φ = u
= max{−u, 0}, obtemos
|∇u
|dx = 0 e portanto u
= 0, donde segue
que u 0. Argumentos de regularidade el´ıpitica monstram que u C
2
(Ω) C(
¯
Ω), pelo
Princ´ıpio do aximo Forte u > 0. Assim os pontos cr´ıticos de ϕ
p
ao precisamente as solu¸oes
de (). Diferentemente dos problemas originais do alculo das varia¸oes, este funcional ao
´e limitado inferiormente. Para ver isto basta tomar u > 0 ao nula e observar que
ϕ
p
(tu) =
t
2
2
|∇u|
2
dx
t
p
p
u
p
dx −∞.
Verifica-se tamb´em que este funcional ao ´e limitado superiormente. Portanto ao temos
pontos cr´ıticos de aximo ou m´ınimo global. O Teorema do Passo da Montanha, garante
que sob certas condi¸oes de compacidade ´e poss´ıvel obter pontos cr´ıticos para este funcional.
Este teorema ´e devido `a Ambrosetti e Rabinowitz [2]. A condi¸ao de compacidade requerida
no teorema ´e relativamente acil de ser provada quando 2 < p < 2
, pois a imers˜ao H
1
0
(Ω)
2
L
p
(Ω) ´e compacta. Entretanto, o caso cr´ıtico p = 2
´e delicado. De fato quando ´e estrelado,
usamos uma identidade devida a Pohozaev ( veja Apˆendice A.1), para mostra que o problema
() ao tem solu¸ao quando p = 2
. No e ntanto, em um celebrado artigo, B rezis e Nirenberg
[8] mostram que o problema muda de figura se acrescentarmos uma pertuba¸ao subcr´ıtica
do lado direito. Mais especificamente, entre outras coisas, eles consideram o problema
(P
λ
)
u = λu + |u|
2
2
u em ,
u > 0 em ,
u = 0 em ,
onde R
N
´e um dom´ınio limitado e N 4. O funcional associado ´e
ϕ
λ
(u) =
1
2
|∇u|
2
dx
λ
2
|u|
2
dx
1
2
(u
+
)
2
1
,
seus ponto cr´ıticos ao precisamente as solu¸oes fracas do problema (P
λ
), pois
ϕ
λ
(u), φ =
uφdx λ
uφdx
(u
+
)
2
2
uφdx , para toda φ H
1
0
(Ω).
Entre outras coisas, apresentamos a demonstra¸ao do principal resultado do artigo de Brezis-
Nirenberg, a saber
Teorema 0.1 (Br´ezis-Niremberg). Seja um dom´ınio limitado suave de R
N
, N 4. Se
0 < λ < λ
1
(Ω), ent˜ao o problema (P
λ
) tem solu¸ao.
No teorema acima λ
1
(Ω) denota o primeiro autovalor de (, H
1
0
(Ω)) com condi¸oes de
Dirichlet.
Depois do artigo de Brezis-Nirenberg muitos outros autores estudaram o problema de
existˆencia de solu¸oes para equa¸oes com crescimento cr´ıtico. A lista de referˆencias ´e ex-
tensa, citamos os trabalhos de J.G. Azorero-P. Alonso [12, 13] e M.Gueda-L. Veron [15] que
extenderam o problema para o operador p-Laplaciano.
Na segunda parte do trabalho estaremos interessados em estudar a quest˜ao de multipli-
cidade de solu¸oes de (P
λ
). Mais especificamente, relacionaremos o n´umero de solu¸oes com
a topologia de Ω. Utilizaremos um conceito topol´ogico que chamamos categoria. Sejam A
e B subc onjuntos fechados de uma espa¸co de Banach E, tais que A B. Intuitivamente A
´e contr´atil em B, se ele pode ser reduzido , de maneira cont´ınua e sem sair de B, em um
´unico ponto. A categoria de A em B, que denotaremos por cat
B
(A) ´e o menor n´umero de
conjuntos contr´ateis e fechados em B, pelos quais A pode ser coberto. Um exemplo bem
3
intuivo ´e a categoria de B
1
(0) em B
1
(0). A esfera ao ´e contr´atil na esfera, pois ela
ao pode ser reduzida, continuamente e sem sair da esfera, e m um ´unico ponto, entretanto
tirando-se uma vizinha¸ca de um olo da esfera e ste fato ´e poss´ıvel, de modo que podemos
cobrir a esfera por dois conjuntos, p or exemplo um sem uma vizinhan¸ca do polo norte e o
outro sem a do polo sul, portanto a categoria da esfera na esfera ´e 2. Quando escrevermos
cat
(Ω) e staremos nos referindo a categoria de
¯
em
¯
Ω. Com respeito a multiplicidade, o
teorema de maior importˆancia ´e
Teorema 0.2. Existe λ
(0, λ
1
(Ω)) tal que, para todo λ (0, λ
) o problema (P
λ
) tem
pelo menos cat
(Ω) solu¸oes positivas.
O teorema acima foi provado por Rey [22] para N 5 e M. Lazzo [17] para N = 4 .
Nossa demonstra¸ao est´a baseada no artigo de Lazzo e a ecnic a ´e devida a Benci e Cerami
[4], que consideraram o problema () e mostraram que o mesmo tem cat
(Ω) solu¸oes se p
´e subcr´ıtico e est´a pr´oximo de 2
. Esta t´ecnica consiste em relacionar a topologia de com
a topologia de certos conjuntos de n´ıvel do funcional ϕ associado, em seguida utiliza-se um
resultado abstrato, envolvendo o conceito de categoria, que fornece m´ultiplos pontos cr´ıticos.
Existem outros resultados de multiplicidade que extendem o problema (P
λ
) para o operador
p-Laplaciano, dentre os quais citamos Alves-Ding [1].
O Cap´ıtulo 1, est´a dividido em duas se¸oes, na primeira provamos o Teorema do Passo
da Montanha, introduzimos o conceito de categoria e provamos o teorema que relaciona
a categoria de certos conjuntos de n´ıvel do funcional com o n´umero de pontos cr´ıticos do
funcional restrito a uma variedade. No Cap´ıtulo 2, provamos o Teorema 0.1. A parte mais
complicada ´e mostrar que existe v H
1
0
(Ω) \ {0} ao-negativa, tal que
|∇v|
2
dx λ
|v|
2
dx
|v|
2
dx
< S,
onde
0 < S = inf
|∇u|
2
dx :
|u|
2
dx = 1
,
´e a melhor constante para imers˜ao H
1
0
(Ω) L
2
(Ω).
´
E neste ponto que aparece o motivo
pelo qual resolvemos o problema apenas para N 4. Na prova deste resultado aparecem
igualdades que o valem se N 4. Quando N = 3 surgem complica¸oes ainda maiores,
4
o caso tamb´em foi tratado por Brezis-Nirenberg. Quando = B
1
(0) e N = 3, os autores
mostraram que o problema tem solu¸ao apenas se
λ
1
(Ω)
4
< λ < λ
1
(Ω).
No cap´ıtulo 3, provamos o Teorema 0.2. Na primeira se¸ao mostramos um resultado
de concentra¸ao de compacidade, na segunda se¸ao mostramos que todas as hip´oteses do
teorema abstrato a ser utilizado ao satisfeitas.
Finalizamos nosso trabalho com um Apˆendice, contendo resultados que usamos no decor-
rer dos outros cap´ıtulos, bem como as enfadonhas contas para provar o teorema de existˆencia.
5
Cap´ıtulo 1
Teoremas Abstratos
1.1 O Teorema do Passo da Montanha
No decorrer deste cap´ıtulo X ser´a um espa¸co de Hilbert, E um espa¸co de Banach. Para cada
d R, ϕ C
2
(X, R) definiremos ϕ
d
= {u X : ϕ(u) d}.
Lema 1.1. Seja ϕ C
2
(X, R), c R, ε > 0, e suponha que
ϕ
(u) 2ε para todo u ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]). (1.1)
Nestas condi¸oes existe η C(X, X) tal que
(i) η(u) = u, sempre que u / ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]),
(ii) η(ϕ
c+ε
) ϕ
cε
.
Demonstrac¸
˜
ao. Defina
A = ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]),
B = ϕ
1
([c ε, c + ε]),
ψ(u) =
dist(u, X \ A)
dist(u, X \ A) + dist(u, B)
.
As aplica¸oes u → dist(u, X \ A) , u → dist(u, B) ao lipschtizianas, como a s oma (observe
que a soma destas aplica¸oes nunca se anula), produto e inversa (desde que a aplica¸ao
nunca se anule) de aplica¸oes localmente lipschitizianas resultam em aplica¸oes localmente
lipschitiziana, enao ψ ´e localmente lipschitiziana. Al´em do mais
6
ψ = 1 sobre B, ψ = 0 sobre X \ A e 0 ψ 1 sobre X.
Agora defina
f(u) =
ψ(u)∇ϕ(u)
2
ϕ(u) em A,
0 em X \ A.
Decorre de (1.1) que f(u) 1/2ε sobre X. A fun¸ao f ´e localmente lipschtiziana pois ´e
produto de fun¸oes localmente lipschtizianas. Sendo assim, para cada u X fixo, o problema
de Cauchy
d
dt
σ(t, u) = f(σ(t, u)),
σ(0, u) = u,
(1.2)
possui uma ´unica solu¸ao definida numa vizinhan¸ca de t = 0. Esta solu¸ao est´a na verdade
definida sobre toda reta. De fato, seja (a, b) o intervalo maximal para solu¸ao de (1.2),
suponha que b < e considere t
n
b, t
n
< b. Assim para m > n, ap´os uma integra¸ao
sobre
d
dt
σ(t, u) = f(σ(t, u)) e usando o fato de que f(u) 1/2ε obtemos
σ(t
m
, u) σ(t
n
, u)
1
2ε
|t
m
t
n
|,
e portanto σ(t
n
, u) ´e uma sequˆencia de Cauchy. Sendo assim, podemos considerar o problema
d
dt
ˆσ(t, u) = f(ˆσ(t, u)),
ˆσ(b, u) = lim
n→∞
σ(t
n
, u),
(1.3)
que tem solu¸ao num intervalo (b δ, b + δ), isso implica que
˜σ(t, u) =
σ(t, u), a < t < b
ˆσ(t, u), b t < b + δ,
´e solu¸ao de (1.2) o que contradiz o fato de (a, b) ser maximal, portanto b = . Analoga-
mente mostra-se que a = −∞. Como (1.2) tem dependˆencia cont´ınua com rela¸ao aos dados
iniciais a fun¸ao σ ´e cont´ınua.
Defina η(u) = σ(2ε, u).
´
E claro que se u / ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) enao f (u) = 0, pois f
se anula fora de A. Assim σ(t, u) u ´e solu¸ao de (1.2). Como a solu¸ao ´e ´unica, ent˜ao
η(u) = u, logo (i) ´e satisfeito.
7
Usando a regra da cadeia, obtemos
d
dt
ϕ(σ(t, u)) = ∇ϕ(σ(t, u)),
d
dt
σ(t, u) =
∇ϕ(σ(t, u)), f(σ(t, u)) = ψ(σ(t, u)) 0,
assim
d
dt
ϕ(σ(t, u)) 0.
Portanto ϕ(σ(·, u)) ´e ao-crescente. Seja u ϕ
c+ε
, se t [0, 2ε] ´e tal que
ϕ(σ(t, u)) < c ε, ent˜ao ϕ(σ(2ε, u)) < c ε e (ii) ´e satisfeito pois σ(2ε, u) ϕ(σ(t, u)).
Por´em se para todo t [0, 2ε] tivermos σ(t, u) ϕ
1
([c ε, c + ε]), enao de (1.2) obtemos
ϕ(σ(2ε, u)) = ϕ(u) +
2ε
0
d
dt
ϕ(σ(t, u))dt =
ϕ(u)
2ε
0
ϕ(σ(t, u))dt c + ε 2ε = c ε
e (ii) ´e satisfeito.
Na prova do Lema 1.1, quando consideramos o problema (1.2) foi usado fortemente o
fato de o funcional ser de classe C
2
e do espa¸co ser de Hilbert, pois assim a aplica¸ao f
que aparece na equa¸ao ´e localmente lipschitiziana, pois o gradiente de ϕ ´e de classe C
1
.
Salvo condi¸oes especiais, ao temos elementos que nos garantam que se ϕ ´e de classe C
1
enao seu gradiente ´e localmente lipschitiziana. Introduziremos um novo conceito, a fim
de superarmos esta dificuldade e estendermos o resultado acima para espa¸cos de Banach e
funcionais de classe C
1
.
Seja U E um conjunto aberto, e ϕ C
1
(U, R). Diremos que v E ´e um vetor
pseudo-gradiente para ϕ em u U, se
(i) v 2ϕ
(u)
(ii) ϕ
(u), v ϕ
(u)
2
.
Seja
˜
E = {u E : ϕ
(u) = 0}. Dizemos que g :
˜
E E ´e um campo pseudo-gradiente para ϕ
em u, se para todo u
˜
E, g for localmente lipschitiziana sobre
˜
E e g(u) for um vetor pseudo-
gradiente para ϕ em u. Observe que uma combina¸ao convexa de vetores pseudo-gradientes
´e ainda um vetor pseudo-gradiente.
Lema 1.2. Seja ϕ C
1
(E, R). Ent˜ao existe um campo vetorial pseudo-gradiente para ϕ.
8
Demonstrac¸
˜
ao. Para v
˜
E arbitr´ario, existe x E tal que
x = 1, ϕ
(v), x >
2
3
ϕ
(v),
isto decorre da defini¸ao da norma de um funcional linear. Defina y =
3
2
ϕ
(v)x, sendo
assim, os temos
y < 2ϕ
(v), ϕ
(v), y > ϕ
(v)
2
,
como ϕ
´e cont´ınua, ent˜ao deve existir uma vizinhan¸ca aberta N
v
, em
˜
E, do ponto v tal que
y < 2ϕ
(u), ϕ
(u), y > ϕ
(u)
2
, para todo u N
v
. (1.4)
Observe que a fam´ılia N = {N
v
: v
˜
E} ´e uma cobertura aberta para
˜
E. Sendo
˜
E um
espa¸co etrico, existe uma cobertura aberta localmente finita (isto ´e, cada ponto de
˜
E tem
uma vizinhan¸ca que intersecta apenas um n´umero finito de elementos da cobertura, para
mais detalhes veja [18]) M = {M
i
: i I}, que ´e um refinamento de N, tal que para cada
i I, existe v
˜
E tal que M
i
= N
v
e existe y = y
i
tal que (1.4) ´e satisfeita para todo
u M
i
. Defina sobre M
ρ
i
(u) = dist(u, X \M
i
),
g(u) =
iI
ρ
i
(u)
jI
ρ
j
(u)
y
i
.
Uma vizinhan¸ca de u ´e interceptada por um n´umero finito de elementos da cob ertura, por-
tanto as somas que aparecem acima ao finitas, sendo ρ
i
lipschitz, g tamb´em o ser´a na
vizinhan¸ca, utilizamos as somas acima para termos combina¸oes convexas do vetores pseudo-
gradientes. As sim ao ´e dif´ıcil de verificar que g ´e um campo pseudo gradiente.
Lema 1.3 (Lema de Deforma¸ao). Seja ϕ C
1
(E, R), S E, c R, ε, δ > 0 tais que
ϕ
(u)
8ε
δ
para todo u ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) S
2δ
, (1.5)
Onde S
2δ
= {u E : dist(u, S) < 2δ}. Ent˜ao existe η C([0, 1] × E, E) tal que
(i) η(t, u) = u, se t = 0 ou se u / ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) S
2δ
,
(ii) η(1, ϕ
c+ε
S) ϕ
cε
,
(iii) η(t, u) u δ, u E, t [0, 1],
9
(iv) ϕ(η(·, u)) ´e ao-crescente para todo u E.
Demonstrac¸
˜
ao. Pelo Lema 1.2, existe um campo pseudo-gradiente g para ϕ sobre
˜
E.
Definamos
A = ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) S
2δ
,
B = ϕ
1
([c ε, c + ε]) S
δ
ψ(u) =
dist(u, X \A)
dist(u, X \A) + dist(u, B)
.
Procedendo como no Lema 1.1, verfica-se que ψ ´e localmente lipschtiziana, al´em do mais
ψ = 1 sobre B, ψ = 0 sobre X \A e 0 ψ 1. Considere
f(u) =
ψ(u)g(u)
2
g(u) em A,
0 em X \ A.
Analagomente ao Lema 1.1, uma vez que g ´e localmente lipschtiziana, f ´e localmente lip-
schtiziana. De (1.5) obtemos que f(u) δ/8ε sobre E. Agora fixe u E e considere o
problema de Cauchy
d
dt
σ(t, u) = f(σ(t, u)),
σ(0, u) = u.
(1.6)
Analogamente ao Lema 1.1, σ C([0, 1] × E, E). Defina η(t, u) = σ(8εt, u). Pela pr´opria
defini¸ao de σ (i) ´e verdadeiro quando t = 0. Se u / ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) enao ψ(u) = 0,
sendo assim f se anula no dado inicial, logo η ´e constante e portanto (i) ´e verdadeiro. Para
verificar (iii) e (iv) basta notar que
σ(t, u) u =
t
0
f(σ(s, u))ds
t
0
f(σ(s, u))ds
δ
8ε
, (1.7)
e
d
dt
ϕ(σ(t, u)) = ϕ
(σ(t, u)),
d
dt
σ(t, u) = ϕ
(σ(t, u)), f(σ(t, u))
ψ(σ(t, u))
4
. (1.8)
Se existir algum t [0, 8ε] tal que ϕ(σ(t, u)) < c ε, ent˜ao por (iv), ϕ(σ(8ε, u)) < c ε e
(ii) ´e satisfeito. Se
σ(t, u) ϕ
1
([c ε, c + ε]), para todo t [0, 8ε],
os obtemos de (1.7) e (1.8) que
ϕ(σ(8ε, u)) = ϕ(u) +
8ε
0
d
dt
ϕ(σ(t, u))dt ϕ(u)
1
4
8ε
0
ψ(σ(t, u))dt = c + ε 2ε = c ε
10
portando (ii) ´e verdadeiro.
Teorema 1.4. Sejam ϕ C
1
(E, R), e E, r > 0 tais que e > r e
b = inf
u=r
ϕ(u) > ϕ(0) = 0 > ϕ(e),
c = inf
γΓ
max
t[0,1]
ϕ(γ(t)),
Γ = {γ C([0, 1], E) : γ(0) = 0, γ(1) = e}.
Ent˜ao para todo ε > 0, com c 2ε > ϕ(0), existe u E tal que
(i) c 2ε ϕ(u) c + 2ε,
(ii) ϕ
(u) < 2ε.
Demonstrac¸
˜
ao. Pelo Teorema do Valor Intermedi´ario, para γ Γ, existe t
0
[0, 1] tal
que γ(t
0
) = r. Logo
b = inf
u=r
ϕ(u) ϕ(γ(t
0
)) max
t[0,1]
ϕ(γ(t)),
e portanto
b c = inf
γΓ
max
t[0,1]
ϕ(γ(t)),
e
b c max
t[0,1]
ϕ(te) < .
A desigualdade anterior mostra que c ´e finito.
Suponha que o teorema ao seja verdadeiro. Logo
ϕ
(u) 2ε para todo u ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]).
Portanto estamos nas hip´oteses do Lema 1.3 e existe η C([0, 1] × E, E) que satisfaz (i) e
(ii) do Lema 1.3. Da defini¸ao de c, existe γ Γ tal que
max
t[0,1]
ϕ(γ(t)) c + ε. (1.9)
Considere β(t) = η(t, γ(t)). Por (i) e usando o fato de que c 2ε > ϕ(0) = 0 temos que
β(0) = η(0, γ(0)) = η(0) = 0. Analogamente β(1) = e, e assim conclu´ımos que β Γ. Mas
enao de (ii) obtemos que
c max
t[0,1]
ϕ(β(t)) c ε,
11
o que ´e absurdo. Logo o teorema ´e verdadeiro.
Fazendo ε =
1
n
o teorema acima nos fornece um seq¨uˆencia de pontos tais que
ϕ(u
n
) c , ϕ
(u
n
) 0 quando n .
Observe que obtemos uma sequˆencia de quase pontos cr´ıticos, no sentido de que a norma
da derivada desses pontos tende a zero. Entretanto se obtivermos, de alguma maneira,
uma subsequˆencia convergente de (u
n
) para um valor u, ent˜ao por passagem ao limite, u
ser´a um ponto cr´ıtico. Portanto, precisamos de uma inf orma¸ao adicional relacionada com
compacidade.
Defini¸ao 1.5. Sejam E um espco de Banach, ϕ C
1
(X, R) e c R. Dizemos que o
funcional ϕ satisfaz a condi¸ao de Palais-Smale no n´ıvel c, e escrevemos (P S)
c
, se toda
sequˆencia (u
n
) X tal que
ϕ(u
n
) c , ϕ
(u
n
) 0
possui uma subsequˆencia convergente. As sequˆencias que satisfazem a condi¸ao acima ao
chamadas de sequˆencias de Palais-Smale no n´ıvel c.
O teorema abaixo ´e devido `a Ambroseti-Rabinowitz [2].
Teorema 1.6 (Teorema do Passo da Montanha). Seja ϕ C
1
(E, R), tal que existe r > 0 e
e E com e > r tal que
b = inf
u=r
ϕ(u) > ϕ(0) = 0 > ϕ(e).
Seja
c = inf
γΓ
max
t[0,1]
ϕ(γ(t)).
Se ϕ satisfaz (P S)
c
, ent˜ao c ´e valor cr´ıtico de ϕ.
Demonstrac¸
˜
ao. O Teorema 1.4 implica que existe uma sequˆencia (u
n
) E satisfazendo
ϕ(u
n
) c , ϕ
(u
n
) 0.
Como ϕ satisfaz (P S)
c
enao (u
n
) tem uma subsequˆencia convergindo para algum u E.
Por continuidade ϕ(u) = c e ϕ
(u) = 0. Logo c ´e valor cr´ıtico de ϕ.
12
1.2 O Teorema de Ljusternik-Schnirelmann
No decorrer desta se¸ao ψ ´e uma fun¸ao de classe C
2
(E, R) de tal modo que a derivada de
ψ em u, nunca seja nula quando u pertencer ao conjunto
V = {u E : ψ(u) = 1}.
Deste modo 1 ´e valor regular de ψ e portanto V ´e uma variedade. Definimos tamb´em o
espa¸co tangente a V em u V por
T
u
V = {w E : ψ
(u), w = 0}.
E definimos a norma da derivada de um funcional ϕ C
2
(E, R) em u V , restrito a
variedade V como sendo a norma de ϕ
(u) agindo sobre o n´ucle de ψ
(u), isto ´e
ϕ
(u)
= sup{ϕ
(u), w : w T
u
V, w = 1}.
Tamb´em usaremos as seguintes nota¸oes
N
f
= {u E : f, u = 0},
E
= {f : E R | f ´e um funcional linear cont´ınuo }
Seja ϕ C
2
(E, R), um ponto v ´e um ponto cr´ıtico da restri¸ao de ϕ `a V se ϕ
(v)
= 0.
Antes de passarmos ao lema a seguir, recomendamos ao leitor ler o primeiro cap´ıtulo do livro
de H. Brezis [6].
Lema 1.7. Se f, g E
, ent˜ao
sup{f, y : y N
g
, y = 1} = min
λR
f λg.
Demonstrac¸
˜
ao. Temos que para todo λ R, que se y N
g
enao f λg, y = f, y,
deste modo
sup
yN
g
y=1
f, y sup
z=1
f λg, z = f λg,
portanto
sup
yN
g
y=1
f, y inf
λR
f λg.
13
Segue do Teorema de Hahn-Banach, que existe uma extens˜ao h E
de f : N
g
R de
modo que ambos tenham a mesma norma, isto ´e
sup
yN
g
y=1
f, y = h,
vemos portanto que
f, u −hu sempre que g, u = 0.
Vamos mostrar que existe t R tal que f tg h. Considere o seguinte conjunto
Σ = {tg + hw : t R, w E
, w 1}.
Como o conjunto Rg ´e convexo fechado, temos que Rg ´e fechado na top ologia fraca-
σ(E
, E).
Lembrando que a bola unit´aria de E
´e σ(E
, E)-compacta conclu´ımos que Σ ´e fechado nessa
topologia.
Tendo em vista a defini¸ao de Σ ´e suficiente mostrarmos que f Σ. Suponha por
contradi¸ao, que f / Σ. Como Σ ´e σ(E
, E)-fe chado, podemos usar o Teorema de Hahn-
Banach para obter um funcional linear σ(E
, E)-cont´ınuo w
: E
R e α R, tal que
w
(g) < α,
w
(h) α, h Σ.
Uma vez que w
´e σ(E
, E)-cont´ınua, existe u E tal que w
(h) = h, u para todo h E
.
Logo
g, u < α (1.10)
e
h, u α, h Σ.
Usando a defini¸ao de Σ podemos reescrever a desiguladade acima como sendo
tg, u α + h sup
w≤1
w, u, t R.
Mas o supremos acima ´e exatamente u, portanto
tg, u α + hu, t R. (1.11)
Como t ´e arbitr´ario, segue que g, u = 0 e portanto f, u −hu. Por outro lado,
usando (1.10) e (1.11), com t = 0 obtemos
f, u < α −hu,
14
o que ´e um absurdo, portanto f Σ e assim para algum t R f tg h. Mas ent˜ao
inf
λR
f λg f tg h = sup
g,y=0
y=1
f, y inf
λR
f λg.
e portanto o Lema esta provado.
Corol´ario 1.8. Se ϕ C
1
(E, R) e u V ent˜ao
ϕ
(u)
= min
λR
ϕ
(u) λψ
(u).
Em particular, u ´e um ponto cr´ıtico de ϕ|
V
se, e somente se, existir λ R tal que
ϕ
(u) = λψ
(u)
Demonstrac¸
˜
ao. Basta aplicar o Lema 1.7 com f = ϕ
e g = ψ
.
Sejam ϕ C
1
(E, R) e M = {u V : ϕ
(u)
= 0}. Dise que v E ´e um vetor
pseudo-gradiente para ϕ, restrito a V , em u M se
v 2ϕ
(u)
, ϕ
(u), v ϕ
(u)
2
.
Um campo pseudo-gradiente para ϕ sobre M ´e um campo vetorial localmente lipschtiz
g : M E tal que, para todo u M, g(u) T
u
V ´e um vetor pseudo-gradiente para ϕ
restrito `a V , isto ´e
g(u) 2ϕ
(u)
, ϕ
(u), g(u) ϕ
(u)
2
. (1.12)
Lema 1.9. Seja ϕ C
1
(E, R). Ent˜ao existe um campo pseudo-gradiente para ϕ sobre M.
Demonstrac¸
˜
ao. Tome v M, an´alogamente ao Lema 1.2, existe x T
v
V tal que
x = 1, ϕ
(v), x >
2
3
ϕ
(v)
.
Sendo ψ
(u) ao nula, enao deve existir z tal que ψ
(u), z = 1. Defina y =
3
2
h(v)
x.
Enao para todo u V tal que ψ
(u), z = 0
g
v
(u) = y
ψ
(u), y
ψ
(u), z
z,
15
satisfaz g
v
(v) = y, assim obtemos que
g
v
(u) 2ϕ
(u)
, ϕ
(u), g
v
(u) ϕ
(u)
2
.
Sendo ϕ
e g
v
cont´ınuas, podemos supor que existe uma vizinhan¸ca aberta N
v
de v tal que
ψ
(u), u = 0 para todo u N
v
e
g
v
(u) 2ϕ
(u)
, ϕ
(u), g
v
(u) ϕ
(u)
2
, u N
v
. (1.13)
A fam´ılia N = {N
v
: v M} ´e uma cobertura aberta para M. Sendo M um espa¸co etrico,
existe uma cobertura aberta loclamente finita M = {M
i
: i I}, que ´e um refinamento de
N, tal que para cada i I, existe v M tal que M
i
= N
v
e existe y = y
i
tal que (1.13) ´e
satisfeito para todo u M
i
. Defina sobre M
g
i
(u) =
g
i
(u) em N
i
,
0, em M \ N
i
.
ρ
i
(u) = dist(u, X \M
i
),
g(u) =
iI
ρ
i
(u)
jI
ρ
j
(u)
y
i
.
Analogamente ao Lema 1.2, g assim definida ´e um campo pseudo gradiente para ϕ restrita
`a V .
O lema abaixo ´e uma vers˜ao do Lema 1.3 para funcionais restritos `a variedades. A sua
demonstra¸ao ´e similar `a do lema 1.9, com a observao de que o problema de Cauchy pode
ser resolvido em variedades, usando-se as cartas locais.
Lema 1.10. Seja ϕ C
1
(E, R), S V, c R, ε, δ > 0 tais que
ϕ
(u)
8ε
δ
para todo u ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) S
2δ
,
onde S
2δ
= {u V : dist(u, S) < 2δ}. Ent˜ao existe η C([0, 1] × V, V ) talDque
(i) η(t, u) = u, se t = 0 ou se u / ϕ
1
([c 2ε, c + 2ε]) V ,
(ii) η(1, ϕ
c+ε
S) ϕ
cε
,
(iii) ϕ(η(·, u)) ´e ao-crescente para todo u V .
16
Os conjuntos A, B e C a seguir ao todos ao-vazios. Um subconjunto fechado A E
´e contr´atil em B E se existir h C([0, 1] × A, B) tal que, para todo u, v A
h(0, u) = u , h(1, u) = h(1, v).
Dados A e B subconjuntos fechados em E, escrevemos A B em E, se existir h C([0, 1] ×
A, B) tal que
h(0, u) = u , h(1, A) B, para todo u A.
Neste caso, diremos que a deforma¸ao h leva continuamente A em B.
Defini¸ao 1.11. Seja A um subconjunto fechado em B E. A categoria de A em B,
que denotaremos por cat
B
A, ´e o menor inteiro n tal que existam n subconjuntos fechados
A
1
, ..., A
n
de B satisfazendo
(i) A =
n
j=1
A
j
,
(ii) A
1
, ..., A
n
, ao contr´ateis em B.
Se ao existir um tal inteiro, escreveremos cat
B
(A) =
Lema 1.12. Sejam A, B e C subconjuntos fechados de E. Se A B e B C em E,
ent˜ao A C em E.
Demonstrac¸
˜
ao. Sejam h, g, respectivamente, as deforma¸oes que levam A em B e B em
C. Defina
(g h)(t, u) =
h(2t, u) em [0,
1
2
] × A,
g(2t 1, h(1, u)), em (
1
2
, 1] × A.
ao ´e dif´ıcil verificar que g h ´e uma deforma¸ao que leva A em C.
Proposi¸ao 1.13. Sejam A, B subconjuntos fechados de E tais que AB F E. Temos
que
(i) cat
F
(A B) cat
F
(A) + cat
F
(B),
(ii) Se A B ent˜ao cat
F
(A) cat
F
(B).
17
Demonstrac¸
˜
ao. Quando temos duas coberturas de conjuntos contr´ateis, uma do conjunto
A e outra do conjunto B, enao a cobertura formada pelos elementos das coberturas de A
e B, ´e tamb´em uma cobertura de A B por conjuntos contr´ateis, assim cat
F
(A B)
cat
F
(A) + cat
F
(B).
Suponha que A B e que h seja a deforma¸ao que leva A em B. Seja {B
1
, ..., B
n
} uma
cobertura de B por fechados contr´ateis em B tal que n = cat
F
(B). Defina
A
j
= {u A : h(1, u) B
j
}.
´
E claro que A =
n
j=1
= A
j
e usando h|
A
j
como deforma¸ao obtemos A
j
B
j
. Como
A
j
pode ser levado em B
j
e B
j
pode ser levado em um ´unico ponto, tem-se que, A
j
pode
ser levado em um ´unico ponto de B. Portanto, A
j
´e contr´atil em F e isto implica que
cat
F
(A) n.
Proposi¸ao 1.14. Sejam A B E todos fechados em E. Ent˜ao existe uma vizinhan¸ca
aberta V de A em E tal que cat
B
(A) = cat
B
(
¯
V ).
Demonstrac¸
˜
ao. Suponha que cat
B
(A) = 1. Seja h a correspondente deforma¸ao. Con-
sidere o seguinte conjunto
N = ([0, 1] × A) ({0, 1} × B).
Este conjunto ´e fechado em M = [0, 1] × B. Defina a aplica¸ao f : N B por
f(t, u) =
h(t, u) t [0, 1], u A,
u t = 0, u B,
h(1, u
0
) t = 1, u B.
Onde u
0
´e tal que h(1, ·) u
0
. Podemos estender continuamente f para uma vizinhan¸ca
aberta U de N (ver [21]). Seja g tal extens˜ao. A compacidade de de [0, 1] implica na existˆencia
de uma vizinhan¸ca aberta V de A tal que [0, 1] ×B
¯
U, usando g|
[0,1]×
¯
B
como deforma¸ao,
conclu´ımos que
¯
V ´e contr´atil em B, portanto cat
B
(
¯
V ) = 1. Suponha agora que cat
B
(A) = n,
seja {A
j
}
n
j=1
uma cobertura de A por conjuntos contr´ateis em B. Sejam B
1
, ..., B
n
abertos,
tais que A
j
B
j
cat
B
(A
j
) = cat
B
(
¯
V
j
), enao V =
n
j=1
B
j
´e uma vizinhan¸ca aberta de A, e
cat
B
(
¯
V ) =
n
j=1
cat
B
(
¯
V
j
) =
n
j=1
cat
B
(A)
j
= cat
B
(A).
18
Seja ϕ C
1
(E, R) um funcional limitado inferiormente em V (veja as nota¸oes no in´ıcio
da se¸ao), j 1 inteiro e d R. Usaremos as seguintes nota¸oes
ϕ
d
= {v V : ϕ(v) d},
K
c
= {u V : ϕ(u) = c, ϕ
(u)
= 0},
A
j
= {A ϕ
d
: A ´e fechado, cat
ϕ
d
(A) j},
c
j
= inf
A∈A
j
sup
uA
ϕ(u) d.
Uma vez que ϕ|
V
´e limitado inferiormente, enao os valores c
j
ao todos finitos.
Teorema 1.15. Suponha que ϕ|
V
´e limitado inferiormente e que
c = c
k
= ... = c
k+m
d.
Ent˜ao, para todo ε, δ > 0, A A
k+m
e B ϕ
d
fechado tal que
sup
A
ϕ c + ε, cat
ϕ
d
(B) m,
existe u V tal que
(i) c 2ε ϕ(u) c + 2ε,
(ii) dist(u, A\
B
) < 2δ,
(iii) ϕ
(u)
8ε
δ
.
Demonstrac¸
˜
ao. Suponha que o teorema seja falso, para algum ε, δ > 0. Certamente se
as duas op¸oes iniciais ocorrerem ent˜ao a ultima ao pode ser satisfeita, portanto estamos
nas hip´oteses do Lema 1.10 com S = A\
B
. Portanto existe η que satisfaz o referido lema.
Temos que η(1, ϕ
c+ε
S) ϕ
cε
como sup
A
ϕ c + ε, enao S = A\
B
ϕ
c+ε
S. Sendo
assim η leva S em ϕ
cε
, logo
A\
B
ϕ
cε
. (1.14)
Primeiramente, vamos verificar que cat
ϕ
d
(ϕ
cε
) k 1. Se isto ao for verdade, enao
cat
ϕ
d
(ϕ
cε
) k, como ϕ
cε
ϕ
d
enao ϕ
cε
A
k
, o que mostra a seguinte contradi¸ao
c = c
k
= inf
A∈A
k
sup
uA
ϕ(u) sup
uϕ
cε
ϕ(u) c ε.
19
Usando o fato de que se A A
k+m
enao k + m cat
ϕ
d
(A), a Proposi¸ao 1.13 para
A = (A\
B
) B e que cat
ϕ
d
(ϕ
cε
) k 1, obtemos
k + m cat
ϕ
d
(A) cat
ϕ
d
(A\
B
) + cat
ϕ
d
(B) cat
ϕ
d
(ϕ
cε
) + m k 1 + m,
que ´e uma contradi¸ao
An´alogamente `a se¸ao anterior, obtemos uma sequˆencia de quase pontos cr´ıticos sobre a
variedade V , tomando ε = 1/n e fixando δ.
Defini¸ao 1.16. O funcional ϕ|
V
satisfaz a condi¸ao (P S)
c
, c R, se para qualquer
sequˆencia (u
n
) V tal que
ϕ(u
n
) c, ϕ
(u
n
)
0,
possui subsequˆencia convergente.
Teorema 1.17. Seja ϕ|
V
um funcional limitado inferiormente. Se ϕ|
V
satisfaz (P S)
c
, para
qualquer c [inf
V
ϕ, d], ent˜ao ϕ|
V
atinge m´ınimo e ϕ
d
cont´em pelo menos cat
ϕ
d
(ϕ
d
) pontos
cr´ıticos de ϕ|
V
.
Demonstrac¸
˜
ao. Seja n = cat
ϕ
d
(ϕ
d
) e c
j
como no Teorema 1.15. De acordo com as
defini¸oes de c
j
temos que
inf
V
ϕ = c
1
c
2
... c
n
d.
Seja r 1 tal que, para algum k 0
inf
V
ϕ < c
k
= ··· = c
k+r
< ··· c
n
d.
Como ϕ|
V
satisfaz (P S)
c
j
, onde k j n + r, e o Teorema 1.15 garante a existˆenc ia de
uma sequˆencia de Palais-Smale no n´ıvel c
j
, enao K
c
= . Afirmamos que
cat
ϕ
d
(K
c
) r + 1 , c = c
k
= ··· = c
k+r
.
De fato, do contr´ario cat
ϕ
d
(K
c
)
r. A Proposi¸ao 1.14 implica que existe uma vizinhan¸ca
aberta B de K
c
em ϕ
d
tal que cat
ϕ
d
(
¯
B) = cat
ϕ
d
(K
c
).Para ε = 1/n o Teorema 1.15 implica
que existe uma sequˆencia (u
n
) V satisfazendo
ϕ(u
n
) c, dist(u
n
, ϕ
d
\ B) 0, ϕ
(u
n
)
0.
20
Como ϕ|
V
satisfaz (P S)
c
enao existe u tal que, a menos de subsequˆencia, u
n
u, por
continuidade u K
c
e u ϕ
d
\ B, pois este conjunto ´e fechado e dist(u
n
, ϕ
d
\ B) 0, mas
isto ´e absurto pois K
c
B. Assim cat
ϕ
d
(K
c
) r + 1.
Se considerarmos apenas os c
j
que forem distintos, obtemos para cada c
j
uma quantidade
de pontos cr´ıticos no n´ıvel c
j
que ´e maior ou igual ao umero de vezes r que este valor se
repete, pois ´e imposs´ıvel se ter um conjunto ao vazio K
c
j
com menos de r + 1 elementos e
cat
ϕ
d
(K
c
) r + 1. Se dois pontos cr´ıticos estiverem em n´ıveis c
j
diferentes, certamente eles
ao diferentes, de modo que obtemos pelo menos n pontos cr´ıticos distintos para ϕ|
V
. Como
c
1
= inf
V
ϕ ´e um valor cr´ıtico, ent˜ao o infimo de ϕ|
V
´e atingido.
21
Cap´ıtulo 2
O problema de Brezis-Nirenberg
Neste cap´ıtulo estudaremos o problema (P
λ
) abaixo. Utilizando-se de auto-fun¸oes positivas
para o Laplaciano, provaremos que o problema (P
λ
) tem solu¸ao somente se λ < λ
1
(Ω). Por
interm´edio da identidade de Pohozaev e do conceito de dom´ınio e strelado provaremos que se
for um dom´ınio estrelado, ent˜ao o problema (P
λ
) possui solu¸ao apenas se 0 < λ < λ
1
(Ω).
(P
λ
)
u = λu + |u|
2
2
u em ,
u > 0 em ,
u = 0 em ,
onde ´e um dom´ınio limitado e suave de R
N
com N 4.
Proposi¸ao 2.1. Se (P
λ
) tem solu¸ao ao-trivial ent˜ao λ < λ
1
(Ω).
Demonstrac¸
˜
ao. Seja e
1
H
1
0
(Ω) uma auto-fun¸ao positiva de correspondente ao auto
valor λ
1
= λ
1
(Ω)(veja [10]). Se u ´e solu¸ao de (P
λ
), enao usando o teorema do divergente e
o fato de que e
1
= λ
1
(Ω)e
1
obtemos
λ
ue
1
=
(u
2
1
+ u)e
1
<
ue
1
=
e
1
u = λ
1
(Ω)
ue
1
,
portanto λ < λ
1
(Ω).
O conceito a seguir, bem como a propriedade citada, est˜ao no apˆendice.
Diremos que um dom´ınio limitado suave ´e estrelado, quando existir um ponto x
tal que qualquer semi-reta com origem nesse ponto encontra em um ´unico ponto, tamb´em
22
diremos que ´e estrelado em x. Se for estrelado na origem, enao para todo y
y · ν 0 , onde ν ´e a normal exterior unit´aria em y.
Nosso objetivo agora ´e mostrar que, se ´e estrelado, enao o problema (P
λ
) ao possui
solu¸ao se λ 0. Para tanto, vamos usar o seguinte resultado, cuja prova pode ser encontrada
no Apˆendice A.1. Esta identidade ´e devida a Pohozaev.
Teorema 2.2 (Identidade de Pohozaev). Seja u H
2
loc
(Ω) uma solu¸ao fraca de
(P )
u = f(u) em ,
u H
1
0
(Ω),
onde f C
1
(R, R), R
N
´e um dom´ınio suave estrelado e N 3. Se F (ξ) =
ξ
0
f(s)ds
L
1
(Ω), ent˜ao
1
2
|∇u|
2
(x · ν)dS = N
F (u)dx
N 2
2
|∇u|
2
dx.
Onde ν denota o vetor normal exterior unit´aria em .
Suponha agora que ´e estrelado e que u H
1
0
(Ω) ´e solu¸ao fraca positiva de (P
λ
).
Argumentos de regularidade el´ıpitica monstram que u C
2
(Ω)C
1
(
¯
Ω). Usando a Identidade
de Pohozaev com f(u) = λu + u
2
1
obtemos
λ
u
2
=
|∇u|
2
2
x · νdS.
Como nosso problema ´e invariante por transla¸ao, enao podemos supor que ´e estrelado
na origem, assim x · ν 0 sobre Ω. Portanto da ´ultima equa¸ao obtemos que λ 0. Se
λ = 0 enao u = 0 sobre ent˜ao de (P
λ
) e do teorema do divergente obtemos que
0 =
u =
u
2
1
,
assim u = 0, mas isto contraria o fato de u ser positiva.
O teorema a seguir ´e um resultado famoso devido a Brezis-Nirenberg [8].
Teorema 2.3 (Br´ezis-Nirenberg). Seja R
N
um dom´ınio limitado e suave, N 4 e
0 < λ < λ
1
(Ω). Ent˜ao o problema (P
λ
) tem solu¸ao.
23
Para dar prosseguimento ao nosso estudo, introduzimos os seguintes espa¸cos
D
1,2
(Ω) = {u L
2
(Ω) : u L
2
(Ω)} ,
e D
1,2
0
(Ω) ´e o fecho, na m´etrica da convergˆencia uniforme, do conjunto das func˜oes de suporte
compacto contido em Ω.
No decorrer de nosso trabalho ser´a de muita importˆancia a utiliza¸ao da constante de
Sobolev
S = inf
u∈D
1,2
(R
N
)
|u|
2
=1
|∇u|
2
2
.
O Teorema A.3 do apˆendice nos garante que a constante S ´e atingida. Logo existe u
D
1,2
(R
N
) tal que
R
N
|∇u|
2
dx = S, |u|
2
= 1.
Pode-se mostrar (cf.[25]), que as fun¸oes que realizam esse m´ınimo est˜ao relacionadas com
a fun¸ao
U(x) =
C
N
(1 + |x|
2
)
(N2)/2
, (2.1)
em que C
N
= N(N 2)
(N2)/4
. A fun¸ao acima ´e tal que
R
N
|∇U|
2
dx = S
N/2
=
R
N
|U|
2
dx.
Desse modo, se u =
U
|U|
2
, enao |u|
2
= 1 e
R
N
|∇u|
2
dx = S.
Proposi¸ao 2.4. Para todo subconjunto aberto de R
N
tem-se
S(Ω) = inf
u∈D
1,2
0
(Ω)
|u|
2
=1
|∇u|
2
2
= S.
Aem disso, S(Ω) nunca ´e atingido exceto quando = R
N
.
Demonstrac¸
˜
ao. Da defini¸ao de ´ınfimo temos que S S(Ω). Seja (u
n
) C
c
(R
N
)
uma sequˆencia minimizante para S. Podemos usar dilata¸ao e transla¸ao de modo que o
suporte dessas fun¸oes estejam em Ω, assim existem y
n
R
N
e λ
n
> 0 tais que definindo-se
u
y
n
n
n
(x) = λ
(N2)/2
n
u
n
(λ
n
x + y
n
), temos
24
u
y
n
n
n
C
c
(Ω).
Assim S(Ω) |∇u
y
n
n
n
|
2
2
S e portanto S(Ω) S.
Suponha que = R
N
e que u D
1,2
0
(Ω) ´e um m´ınimo para S(Ω), do passo anterior
conclu´ımos que u quando estendida para R
N
, de maneira que ela seja nula fora de Ω, ´e
tamb´em um m´ınimo para S. Como |∇u|
2
2
= |∇(|u|)|
2
2
, enao |u| 0 ´e tamb´em um m´ınimo
para S, portanto podemos supor que u 0. Temos o seguinte problema de minimiza¸ao
com v´ınculo
ϕ(u) =
|∇u|
2
dx, ψ(u) =
|u|
2
dx, S = inf
ψ(u)=1
ϕ(u).
Conforme Apˆendice A.3, ambos os funcionais ao de classe C
2
(H
1
0
(Ω), R). Pelo Teorema do
Multiplicador de Lagrange, existe λ tal que
ϕ
(u)φ = λψ
(u)φ, para toda φ H
1
0
(Ω).
Tomando-se φ = u e usando o Teorema da Divergˆencia, obtemos
u = λu
2
1
em R
N
.
Assim u 0. Argumentos de regularidade el´ıptica mostram que u C
2
(R
N
) (ver [23]).
Seja B = B
R
(0) tal que esteja contido propriamente em B. Como u 0 em R
N
, aplicamos
o Princ´ıpio do aximo Forte em u definida sobre B, assim u > 0 sobre B . Mas isto ´e absurdo
uma vez que u ´e nula em R
N
\ Ω.
2.1 Prova do Teorema de Existˆencia
Nesta se¸ao provaremos o Teorema 2.3. Consideramos o espa¸co H
1
0
(Ω) munido da norma
u =
|∇u|
2
1/2
.
Em alguns casos utilizaremos, apenas para ao carregar a nota¸ao, a seguinte norma
u
λ
=
[|∇u|
2
λu
2
]dx
1/2
.
Esta norma est´a bem definida quando 0 < λ < λ
1
(Ω). De fato, basta tomar
C = 1 + min{0, λ/λ
1
(Ω)} > 0,
25
e observar que
u
2
λ
Cu
2
.
A desigualdade acima, tamb´em, mostra que as normas · e ·
λ
, ao equivalentes.
Dizemos que u H
1
0
(Ω) ´e solu¸ao fraca de (P
λ
), se
uφdx = λ
uφdx +
(u
+
)
2
1
φdx , para toda φ H
1
0
(Ω).
Uma solu¸ao cl´assica de (P
λ
) ´e uma fun¸ao u C
2
(Ω) C(
¯
Ω) que satisfaz as condi¸oes
exigidas no problema. Observe que se u ´e solu¸ao cl´assica de (P
λ
), enao tomando-se
φ C
c
(Ω), obtemos
= λuφ + u
2
1
φ.
Integrando sobre e usando o Teorema do Divergente, obtemos
uφdx =
u · φdx =
λuφdx +
u
2
1
φdx.
Assim toda solu¸ao cl´assica de (P
λ
) ´e uma tamem uma solu¸ao fraca. Argumentos de
regularidade el´ıptica ( veja[23] ) monstram que se u H
1
0
(Ω) satisfaz a igualdade acima
enao u C
2
(Ω) C(
¯
Ω).
Procuraremos resolver (P
λ
) obtendo pontos cr´ıticos ao-triviais do funcional
ϕ
λ
: H
1
0
(Ω) R,
definido por
ϕ
λ
(u) =
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
λ|u|
2
dx
1
2
(u
+
)
2
dx,
Conforme Apˆendice A.3 este funcional ´e de classe C
2
(H
1
0
(Ω), R), com derivada dado por
ϕ
λ
(u), φ =
uφdx λ
uφdx
(u
+
)
2
1
φdx , para toda φ H
1
0
(Ω).
Se u ´e um ponto cr´ıtico de ϕ
λ
, isto ´e ϕ
λ
(u) = 0, enao
ϕ
λ
(u), φ = 0 para toda φ C
c
(Ω).
Portanto, os pontos cr´ıticos de ϕ
λ
ao precisamente as solu¸oes fracas do nosso problema.
Primeiramente, mostraremos que o funcional associado ao problema satisfaz a condi¸ao de
Palais-Smale abaixo do n´ıvel c
= S
N/2
/N. A parte mais delicada ser´a mostrar que o valor c
(este ´e c do Teorema do Passo da Montanha) est´a abaixo desse n´ıvel e que o funcional tem
a geometria do Passo da Montanha.
26
Lema 2.5. Se (u
n
) H
1
0
(Ω) ´e tal que
d = sup
n
ϕ
λ
(u
n
) < c
=
S
N/2
N
, lim
n→∞
ϕ
λ
(u
n
) = 0,
ent˜ao (u
n
) possui uma subsequˆencia convergente.
Demonstrac¸
˜
ao. Como lim
n→∞
ϕ
λ
(u
n
) = 0, existe n
0
tal que
1 ϕ
λ
(u
n
) 0, se n n
0
,
de modo que
1
1
2
ϕ
λ
(u
n
), u
n
1
1
2
u
n
, se n n
0
.
Portanto, para C = 1 + min{0, λ/λ
1
(Ω)} > 0, temos
d + 1 + u
n
ϕ
λ
(u
n
)
1
2
ϕ
λ
(u
n
), u
n
=
1
2
1
2
(u
n
2
λ|u
n
|
2
2
) Cu
n
2
,
de onde conclu´ımos que (u
n
) deve ser limitada, pois se ao fosse assim, enao a menos de
subsequˆencia, e dividindo a ultima desigualdade por u
n
, ter´ıamos
d
u
n
+
1
u
n
+ 1 Cu
n
, com lim
n→∞
u
n
= .
Mas isto ´e absurdo, logo (u
n
) ´e limitada em H
1
0
(Ω). Portanto passando a subsequˆencia se
necess´ario, podemos supor a existˆencia de u H
1
0
(Ω), tal que
u
n
u em H
1
0
(Ω),
u
n
u em L
2
(Ω),
u
n
u q.t.p. em .
Onde usamos o fato de ser H
1
0
(Ω) reflexivo( assim toda sequˆencia limitada possui sub-
sequˆencia fracamente convergente ), H
1
0
(Ω) L
2
(Ω) ser uma imers˜ao compacta (assim
toda sequˆencia que converge fraco em H
1
0
(Ω) converge forte em L
2
(Ω))e resultados da teo-
ria de Medida (se temos convergˆencia forte em L
2
(Ω), enao tamb´em temos, a menos de
subseq¨uˆencia, convergˆencia quase sempre). Como H
1
0
(Ω) L
s
(Ω) ´e uma imers˜ao com-
pacta para s = 2
1, ent˜ao por resultados da teoria da medida (veja [11]), a menos de
subsequˆencia, existe h
s
L
s
(Ω) tal que
u
n
u em L
s
(Ω),
u
n
(x) u(x) q.t.p em ,
|u
n
(x)| h
s
(x) x .
27
Assim, para φ C
c
(Ω)
(u
+
n
)
s
φ (u
+
)
s
φ q.t.p em
|(u
+
n
)
s
φ| K|u
n
|
s
Kh
s
L
1
(Ω) para alguma constante K.
Logo, usando o Teorema da Converguˆencia Dominada de Lebesgue,
(u
+
n
)
2
1
φdx
(u
+
)
2
1
φdx, para toda φ C
c
(Ω),
por densidade tal convergˆencia ´e valida para toda φ H
1
0
(Ω)
e por passagem ao limite fazendo φ = u, observe que em princ´ıpio ao sabemos se
u C
c
(Ω).
(u
+
n
)
2
1
udx
(u
+
)
2
dx,
Assim,
lim
n→∞
[u
n
u λu
n
u f(u
n
)u]dx =
[uu λuu f(u)u]dx,
onde f(u) = (u
+
)
2
1
. Reescrevendo a express˜ao acima como
lim
n→∞
ϕ
λ
(u
n
), u = ϕ
λ
(u), u.
e lembrando que lim
n→∞
ϕ
λ
(u
n
), u = 0, obtemos
ϕ
λ
(u), u = 0,
de onde segue que
ϕ
λ
(u) =
1
2
1
2
|u
+
|
2
2
0 (2.2)
Seja v
n
= u
n
u. Um resultado devido `a Br´ezis-Lieb ( veja [7] ), garante que se (u
n
) L
p
(Ω),
1 p < , ´e limitada em L
p
(Ω) e tivermos
u
n
(x) u(x), para quase todo x ,
enao lim
n→∞
(|u
n
|
p
p
|u
n
u|
p
p
) = |u|
p
p
. Usando este fato obtemos
F (u
n
)dx =
F (u) +
F (v
n
)dx + o(1), (2.3)
com F (u) =
(u
+
)
2
2
. Devido a imers˜ao H
1
0
(Ω) L
2
(Ω) ser cont´ınua, enao (u
n
) ´e limitada
em L
2
(Ω), assim
ϕ
λ
(u
n
) =
u
n
2
λ
2
|u
+
n
|
2
2
2
,
28
´e limitada, logo a menos de subsequˆencia, existe c tal que
ϕ
λ
(u
n
) c d.
Usando isto, (2.3) e o fato de que
lim
n→∞
v
n
2
λ
= lim
n→∞
(u
n
2
λ
u
2
λ
),
obtemos que
ϕ
λ
(u) +
v
n
2
λ
2
F (v
n
)dx c, (2.4)
como ϕ
(u
n
), u
n
0, pois u
n
´e limitada em H
1
0
(Ω), os obtemos que
v
n
2
λ
2
F (v
n
)dx 2
F (u)dx u
2
λ
= −ϕ
λ
(u), u = 0. (2.5)
Sendo v
n
λ
limitada, a menos de subsequˆencia, podemos assumir que existe b tal que
v
n
2
λ
b.
Se provarmos que b = 0, enao o lema estar´a provado, a equa¸ao (2.5) nos diz que
2
F (v
n
)dx b,
como v
n
2
λ
= v
n
2
λ|v
n
|
2
2
e v
n
0 em L
2
(Ω), ent˜ao |∇v
n
|
2
2
b, da defini¸ao de S
obtemos que
|∇v
n
|
2
2
S|v
n
|
2
2
S|v
+
n
|
2
2
.
Passando o limite na express˜ao acima temos que b Sb
2/2
. Caso b = 0 ent˜ao b > S
N/2
,
mas de (2.2) e (2.4) conclu´ımos que
1
2
1
2
|u
+
|
2
2
+
v
n
2
λ
2
F (v
n
)dx
1
2
1
2
|u
+
|
2
2
+
b
2
b
2
= c,
logo
1
2
1
2
b c,
portanto
c
=
b
2
b
2
S
N/2
b
2
b
2
b c d < c
Contradi¸ao, assim b = 0.
29
Estamos prontos para prova o Teorema 2.3
Demonstrac¸
˜
ao do Teorema 2.3. Pelo Lema 2.6 existe uma fun¸ao ao-negativa v
H
1
0
(Ω) \ {0} tal que
v
2
λ
|v|
2
2
< S.
Decorre disso que
0 < max
t0
ϕ
λ
(tv) = max
t
t
2
2
v
λ
2
t
2
2
v
2
dx
=
(v
λ
2
/|v|
2
2
)
1/2
N
<
S
N/2
N
= c
Observe que
ϕ
λ
(u)
u
λ
2
2
1
2
|u|
2
2
u
λ
2
2
1
2
S
2
/2
|∇u|
2
2
αu
2
2
u
2
2
S
2
/2
= u
2
α
2
u
2
2
2
S
2
/2
.
Portanto para r suficientemente pequeno
b = inf
u=r
ϕ
λ
(u) > 0 = ϕ
λ
(0).
Como
ϕ
λ
(tv) =
t
2
2
v
λ
t
2
2
v
2
dx,
lembre que v
+
= v 0, ent˜ao
lim
t→∞
ϕ
λ
(tv) = −∞.
Tomemos t
0
> 0 tal que
t
0
v > r, ϕ
λ
(t
0
v) < 0.
Anteriormente observamos que
max
t[0,1]
ϕ
λ
(tt
0
v) < c
Para e = t
0
v (este e ´e o que aparece nas hip´oteses do Teorema 1.6) temos
e > r, b = inf
u=r
ϕ
λ
(u) > ϕ
λ
(0) = 0.
Lembre que, para o valor c, dado pelo Teorema 1.6
0 < b c max
t[0,1]
ϕ
λ
(te) < c
,
30
logo podemos aplicar o Teorema 1.6, pois de acordo com o Lema 2.5 o funcional satisfaz
(P S)
c
, e portanto c ´e um valor cr´ıtico para ϕ
λ
, como c > 0 enao existe u H
1
0
(Ω) \{0} tal
que ϕ
λ
(u) = 0. Assim
ϕ
λ
(u), φ =
[uφ λuφ f (u)φ]dx = 0, φ H
1
0
(Ω). (2.6)
Tomando φ = u
em (2.6) e usando o Teorema do Divergente, temos
0 =
[|∇u
|
2
+ λ|u
|
2
]dx = u
λ
logo u
= 0, portanto u 0. Argumentos de regularidade el´ıptica ( veja [23]) mostram que
u C
2
(Ω) C(
¯
Ω), pelo Princ´ıpio do aximo Forte temos que u > 0, e assim u ´e solu¸ao do
problema (P
λ
).
Lema 2.6. Seja um dom´ınio limitado de R
N
, N 4. Existe v H
1
0
(Ω)/{0}, v 0 tal
que
v
2
λ
|v|
2
2
< S
Demonstrac¸
˜
ao. Sem perda de generalidade podemos supor que 0 Ω, pois estas normas
ao invariante por transla¸oes. Seja
U
ε
(x) =
[N(N 2)ε]
(N2)/4
[ε + |x|
2
]
(N2)/2
.
Observe que |∇U
ε
|
2
= |∇U|
2
, |U
ε
|
2
= |U|
2
, para todo ε > 0, em que U ´e a fun¸ao definida
na equa¸ao (2.1). Seja ψ C
(R
N
) tal que
(i) 0 ψ 1
(ii) ψ(x) =
1 se |x| R,
0 se |x| 2R,
em que R > 0 ´e tal que B
2R
(0) Ω. Seja u
ε
(x) = ψ(x)U
ε
(x), conforme Apˆendice A.4, temos
que
(a) |∇u
ε
|
2
2
= S
N/2
+ O(ε
(N2)/2
)
(b) |u
ε
|
2
2
= S
N/2
+ O(ε
N/2
)
31
(c) |u
ε
|
2
2
=
K
1
ε + O(ε
(N2)/2
) se N 5,
K
1
|log ε| + O(ε) se N = 4,
quando ε 0. Deixamos as assertivas abaixo para serem verificadas, pelo leitor
se y(ε) =
1
S
(N2)/2
+ O(ε
N/2
)
enao y(ε) =
1
S
(N2)/2
+ O(ε
N/2
),
e
se y(ε) = (S
N/2
+ O(ε
N/2
))
2/2
enao y(ε) = S
(N2)/2
+ O(ε
N/2
).
A ´ultima igualdade verifica-se usando o Teorema do Valor edio para h(t) = t
2/2
e es-
crevendo
y(ε) = y = (S
N/2
+ O(ε
N/2
))
2/2
(S
N/2
)
2/2
= h
(c)O(ε
N/2
).
Veja que h
(c) ´e limitado quando ε ´e pequeno.
De posse desses fatos temos que, se N 5
u
ε
λ
2
|u
ε
|
2
2
=
S
N/2
+ λK
1
ε + O(ε
(N2)/2
)
(S
N/2
+ O(ε
N/2
))
2/2
= (S
N/2
+ λK
1
ε + O(ε
(N2)/2
)) ·
1
S
(N2)/2
+ O(ε
N/2
)
= S +
λK
1
S
(N2)/2
ε + O(ε
(N2)/2
)
onde usamos o fato de que para ε pequeno
se y(ε) = O(ε
(N2)/2
)O(ε
N/2
) enao y(ε) = O(ε
(N2)/2
)
e
se y(ε) = O(ε
(N2)/2
) + O(ε
N/2
) enao y(ε) = O(ε
(N2)/2
).
Para ε > 0 pequeno temos que
λK
1
S
(N2)/2
ε + O(ε
(N2)/2
) < 0,
e portanto
u
ε
λ
2
|u|
2
2
< S.
Se N = 4 enao
u
ε
λ
2
|u
ε
|
2
2
=
S
2
+ λK
1
|log ε| + O(ε)
(S
2
+ O(ε
2
))
1/2
.
32
Analogamente ao caso anterior
u
ε
λ
2
|u
ε
|
2
2
= S +
λK
1
|log ε|
S
+ O(ε) com λ < 0.
Enao, para ε > 0 suficientemente pequeno,
λK
1
|log ε|
S
+ O(ε) < ,
pois
lim
ε0
+
|log ε|
ε
= +.
Assim para ε > 0 suficientemente pequeno
u
ε
λ
2
|u
ε
|
2
2
< S.
33
Cap´ıtulo 3
Multiplicidade de Solu¸oes
Neste cap´ıtulo estudaremos multiplicidade de solu¸oes para o problema
(P
λ
)
u = λu + u|u|
2
2
u em ,
u > 0 em ,
u = 0 em ,
Onde R
N
´e um dom´ınio limitado, suave e N 4. No cap´ıtulo anterior provamos que
o problema acima tem solu¸ao positiva se λ (0, λ
1
(Ω)). O objetivo deste cap´ıtulo ´e reunir
elementos suficientes para provar o Teorema 3.1. A t´ecnica que usamos ´e devida a Benci-
Cerami [4], que estudaram o caso subcr´ıtico. Esta t´ecnica consiste em relacionar a topologia
de com a topologia de certos conjuntos de n´ıvel do funcional associado ao problema, a
categoria desse conjunto de n´ıvel fornece um estimativa para o n´umero de solu¸oa de (P
λ
).
O caso cr´ıtico ´e devido a Lazzo [17], quando N 4 e a Rey [22] quando N 5.
Teorema 3.1. Existe λ
(0, λ
1
(Ω)) tal que, para todo λ (0, λ
) o problema (P
λ
) tem
pelo menos cat
(Ω) solu¸oes positivas.
O cap´ıtulo esta dividido da seguinte maneira: na primeira se¸ao provamos um resultado
de concentra¸ao de compacidade cuj os estudos foram come¸cados por Lions [19] e [20], uti-
lizamos este resultado para podermos estimar a categoria que aparece no teorema abstrato de
multiplicidade 1.17 por cat
(Ω). Na segunda se¸ao provamos que ϕ satisfaz as hip´oteses do
teorema abstrato de multiplicaidade 1.17, assim obtemos pelo menos a categoria do conjunto
de n´ıvel (que apare¸ce no teorema) solu¸oes para (P
λ
) .
34
3.1 Um resultado de concentra¸ao de compacidade
Denotaremos por M(R
N
) o espa¸co de Banach da medidas de Radon finitas sobre R
N
, com
a norma
µ = sup
φC
0
(R
N
)
φ≤1
|µ(φ)|.
Dizemos que uma sequˆencia (f
n
) converge fracamente para µ em M(R
N
) se
R
N
f
n
φdx
R
N
φdµ para toda φ C
c
(R
N
).
Pelo teorema de Banach-Alaoglu, toda sequˆencia limitada (f
n
) possui uma subsequˆencia
fracamente convergente para uma medida em M(R
N
). Para maiores de talhes veja [11].
Uma medida ω M(R
N
) est´a concentrada em um ponto y R
N
, quando a medida de
qualquer conjunto F R
N
´e igual a medida de R
N
se F {y} = ou ´e nula se F {y} = .
Lema 3.2 (Concentrao de Compacidade). Seja (u
n
) D
1,2
(R
N
) uma sequˆencia tal que
u
n
u em D
1,2
(R
N
), (3.1)
|∇(u
n
u)|
2
µ em M(R
N
), (3.2)
|u
n
u|
2
ν em M(R
N
), (3.3)
u
n
u q.t.p. em R
N
. (3.4)
Defina
µ
= lim
R→∞
lim
n→∞
|x|>R
|∇u
n
|
2
dx, ν
= lim
R→∞
lim
n→∞
|x|>R
|u
n
|
2
dx. (3.5)
Ent˜ao
ν
2/2
S
1
µ, (3.6)
ν
2/2
S
1
µ
, (3.7)
lim
n→∞
|∇u
n
|
2
2
= |∇u|
2
2
+ µ + µ
, (3.8)
lim
n→∞
|u
n
|
2
2
= |u|
2
2
+ ν + ν
. (3.9)
Aem disso, se u = 0 e ν
2/2
= S
1
µ, ent˜ao cada uma das medidas µ e ν se concentra
em um ´unico ponto.
35
Demonstrac¸
˜
ao. Suponha inicialmente que u = 0 e escolha h C
c
(R
N
). Da defini¸ao de
S obtemos que
R
N
|hu
n
|
2
dx
2/2
S
1
R
N
|∇(hu
n
)|
2
dx =
S
1
R
N
(h
2
|∇(u
n
)|
2
+ 2hu
n
u
n
h + u
2
n
|∇h|
2
)dx.
Como u
n
0 em L
2
loc
(R
N
), pois H
1
0
(Ω) L
2
(Ω) ´e uma imers˜ao compacta quando ´e
limitado, podemos tomar limite em ambos os menbros da desigualdade acima e usar (3.1),
(3.2) e (3.3) para obter
R
N
|h|
2
2/2
S
1
R
N
|h|
2
dµ. (3.10)
Para R > 1, seja ψ
R
C
1
(R
N
) tal que ψ
R
(x) = 1, para |x| > R + 1, ψ
R
(x) = 0 para |x| < R
e 0 ψ
R
(x) 1 para x R
N
. Usando a defini¸ao de S, obtemos
|ψ
R
u
n
|
2
dx
2/2
S
1
|∇(ψ
R
u
n
)|
2
dx
S
1
(ψ
2
R
|∇u
n
|
2
+ 2ψ
R
ψ
R
u
n
+ u
2
n
|∇ψ
R
|
2
)dx.
Como |∇ψ
R
| C
c
(R
N
), u
n
0, em L
2
loc
(R
N
), u
n
0 em D
1,2
(R
N
), enao
lim
n→∞
|ψ
R
u
n
|
2
dx
S
1
lim
n→∞
|∇u
n
|
2
ψ
2
R
dx. (3.11)
Por outro lado
|x|>R+1
|∇u
n
|
2
dx
|∇u
n
|
2
|ψ
R
|
2
dx
|x|>R
|∇u
n
|
2
dx,
e
|x|>R+1
|u
n
|
2
dx
|u
n
|
2
|ψ
R
|
2
dx
|x|>R
|∇u
n
|
2
dx.
Passando nas duas des igualdades acima, primeiramente o liminf e depois fazendo R ,
obtemos de (3.5) que
µ
= lim
R→∞
lim
n→∞
|x|>R
|∇u
n
|
2
ψ
2
R
, ν
= lim
R→∞
lim
n→∞
|x|>R
|u
n
|
2
ψ
2
R
.
Mas enao de (3.11) fazendo R obtemos (3.7), isto ´e
ν
2/2
S
1
µ
.
36
Suponha agora que ν
2/2
= S
1
µ. Aplicando a desigualdade de older `a (3.10), para
h C
c
(R
N
), obtemos
|h|
2
S
2/2
µ
2/(N2)
|h|
2
(3.12)
Portanto, para todo conjunto F R
N
temos
ν(F ) S
2/2
µ
2/(N2)
µ(F )
Afirmamos que ν = S
2
/2
µ
2/(N2)
µ. De fato, supondo que isto ao seja verdade, obtem-se
um conjunto Γ R
N
tal que
ν(Γ) < S
2
/2
µ
2/(N2)
µ(Γ)
assim
ν =
Γ
+
R
N
/Γ
<
Γ
S
2
/2
µ
2/(N2)
+
R
N
/Γ
S
2
/2
µ
2/(N2)
dµ.
=
R
N
S
2
/2
µ
2/(N2)
= S
2
/2
µ
2
/2
Assim conclu´ımos que ν < S
2
/2
µ
2
/2
o que contradiz (3.12). Logo
ν = S
2
/2
µ
2/(n2)
µ, de (3.10) obtemos, para h C
c
(R
N
), que
|h|
2
1/2
ν
1/N
|h|
2
1/2
.
Enao, para cada aberto obtemos
ν(Ω)
1/2
ν(R
N
)
1/N
ν(Ω)
1/2
.
Se ν(Ω) = 0 ent˜ao ν(R
N
)
1/N
ν(Ω)
1/N
, logo
ν(R
N
) ν(Ω) ν(R
N
).
Portanto, ν(R
N
) = ν(Ω). Assim a ν-medida de cada conjunto ou ´e nula ou ´e total, isto ´e
ν(Ω) = ν(R
N
), o que implica que a medida est´a concentrada em um ´unico ponto.
Agora considere o caso geral. Defina v
n
= u
n
u, Como u
n
u em D
1,2
(R
N
) e
|∇(u
n
u)|
2
µ em M(R
N
), obtemos
|∇u
n
|
2
µ + |∇u|
2
em M(R
N
)
37
Usando o Lema de Br´ezis-Lieb (veja [7], [24] ou Apˆendicˆe A.6), obtemos que
h|u|
2
dx = lim
n→∞
h|u
n
|
2
dx
h|v
n
|
2
dx
.
Como |v
n
|
2
ν em M(R
N
) enao
|u
n
|
2
ν + |u|
2
em M(R
N
).
Como u
n
u em D
1,2
(R
N
) enao
lim
n→∞
|x|>R
|∇v
n
|
2
dx =
lim
n→∞
|x|>R
|∇u
n
|
2
dx 2 lim
n→∞
|x|>R
u
n
udx +
|x|>R
|∇u|
2
dx
=
lim
n→∞
|x|>R
|∇u
n
|
2
dx
|x|>R
|∇u|
2
dx,
assim
lim
R→∞
lim
n→∞
|x|>R
|∇v
n
|
2
= µ
.
Usando novamente Brezis-Lieb,
|x|>R
|u|
2
= lim
n→∞
|x|>R
|u
n
|
2
|x|>R
|v
n
|
2
de modo que
lim
R→∞
lim
n→∞
|x|>R
|v
n
|
2
= ν
,
o que prova (3.7). Para R > 1, usando os fatos de que |∇u
n
|
2
µ + |∇u|, 1 ψ
R
C
c
(R
N
)
lim
n→∞
|∇u
n
|
2
dx = lim
n→∞
(ψ
R
|∇u
n
|
2
+ (1 ψ
R
)|∇u
n
|
2
)dx
=
lim
n→∞
ψ
R
|∇u
n
|
2
dx +
(1 ψ
R
) +
(1 ψ
R
)|∇u|
2
dx.
FazendoR , usando o Teorema da Convergˆencia Dominada de Lebesgue, conclu´ımos
que
lim
n→∞
|∇u
n
|
2
dx = µ
+
+
|∇u|
2
dx = µ
+ ||µ|| + |∇u|
2
2
.
a prova de (3.9) ´e an´aloga
38
3.2 Prova do Teorema 3.1
No decorrer do cap´ıtulo vamos trabalhar no espa¸co H
1
0
(Ω) munido da norma
u =
|∇u|
2
1/2
.
Conforme Apˆendice A.4 o funcional
ψ(u) =
(u
+
)
2
dx
´e de classe C
2
(H
1
0
(Ω), R). Consideremos o funcional quadr´atico
ϕ(u) =
|∇u|
2
dx λ
u
2
dx
sobre a variedade
V = {u H
1
0
(Ω) : ψ(u) = 1}.
Este funcional tem derivada
ϕ
(u), φ = 2
uφdx 2λ
uφdx
com φ H
1
0
(Ω). Suponha que u V ´e ponto cr´ıtico de ϕ|
V
. Segue do Corol´ario 1.8 que
existe ˜µ R tal que
2
u · vdx 2λ
uvdx = 2
˜µ
(u
+
)
2
1
vdx, v H
1
0
(Ω),
escolhendo-se µ adequado, temos que
u · vdx λ
uvdx µ
(u
+
)
2
1
vdx = 0, v H
1
0
(Ω).
Fazendo v = u
, obtemos que u
λ
= 0, e portanto u 0. Como u V ent˜ao fazendo
u = v obtemos que ϕ(u) = µ, ent˜ao µ = 0 pois u V . Fazendo a nova escolha w = µ
(N2)/4
u,
temos
w · vdx λ
wvdx
(w)
2
1
vdx = 0, v H
1
0
(Ω).
Seja ϕ
λ
o funcional associado ao problema (P
λ
) que aparece no Cap´ıtulo 2 e observemos que
ϕ
λ
(w), v = µ
(N2)/4
ϕ
(u) µψ(u), v = 0 para toda v H
1
0
(Ω).
Portanto, para obter solu¸oes de (P
λ
), ´e suficiente encontrar pontos c r´ıticos de ϕ|
V
. Para
fazermos isso, devemos buscar meios de provar que ϕ satisfaz todas as hip´otese do Teorema
1.17.
No lema a seguir, ϕ
λ
´e o funcional, associado ao problema (P
λ
).
39
Lema 3.3. Qualquer sequˆencia (u
n
) V tal que
ϕ(u
n
) c < S, ϕ
λ
(u
n
)
0,
cont´em uma subsequˆencia convergente.
Demonstrac¸
˜
ao. Do Lema 1.7 obtemos uma sequˆe ncia (µ
n
) R tal que
ϕ
(u
n
) µ
n
ψ
(u
n
) 0 em (H
1
0
(Ω))
, portanto
1
2
ϕ
(u
n
)
µ
n
2
ψ
(u
n
) 0.
Como u
n
V ent˜ao
ϕ(u
n
)
µ
n
2
=
1
2
ϕ
(u
n
), u
n
µ
n
2
ψ
(u
n
), u
n
0
segue que
µ
n
2c.
Fcamos t
n
=
2
µ
n
2
(N2)/4
. Para w
n
= t
n
u
n
temos
ϕ
λ
(w
n
) = t
(N2)/4
n
(ϕ
(u
n
) µ
n
ψ
(u
n
)) 0 em (H
1
0
(Ω))
.
Isto ´e ϕ
λ
(w
n
) 0. E portanto
ϕ
λ
(w
n
) c
N/2
/N < S
N/2
/N.
Enao (w
n
) ´e uma seq¨encia de Palais-Smale para ϕ
λ
. Pelo Teorema 1.4, (w
n
) possui sub-
sequˆencia convergente, e o mesmo deve ocorrer com (u
n
).
Lema 3.4. Seja N 4 e 0 < λ < λ
1
(Ω), ent˜ao
m
λ
= m(λ, Ω) = inf
uV
ϕ
λ
(u) < S,
e existe u V tal que ϕ
λ
(u) = m
λ
.
Demonstrac¸
˜
ao. Conclu´ımos do Lema 2.6 que m
λ
< S, pois para v dada pelo lema temos
m
λ
ϕ(v) < S. O Lema 3.3 nos a condi¸oes para aplicarmos o Teorema 1.17, e assim
obtemos a existˆencia de u V tal que ϕ(u) = m
λ
Definiremos sobre V a seguinte aplica¸ao
u → β(u) =
(u
+
)
2
xdx.
40
Lema 3.5. Se (u
n
) V ´e tal que u
n
2
S, ent˜ao dist(β(u
n
), Ω) 0.
Demonstrac¸
˜
ao. Suponhamos que a afirma¸ao do lema ao ocorra, enao dist(β(u
n
), Ω)
ao pode convergir para 0. Portanto podemos supor que existem u H
1
(R
N
) e r > 0 tais
que, a menos de subsequˆencia
dist(β(u
n
), Ω) > r > 0 ,
u
+
n
u em D
1,2
(R
N
),
|∇(u
+
n
u)|
2
µ em M(R
N
),
|u
+
n
u|
2
ν em M(R
N
),
u
+
n
u q.t.p. em ,
Onde consideramos u
n
como uma fu¸ao de R
N
que se anula fora de Ω. Estamos agora nas
hip´oteses do Lema 3.2, portanto
lim
n→∞
|∇u
+
n
|
2
2
= |∇u|
2
2
+ µ + µ
, lim
n→∞
|u
+
n
|
2
2
= |u|
2
2
+ ν + ν
.
Como ´e limitado, ent˜ao fora de uma bola de raio suficientemente grande nossas fun¸oes
u
n
ao nulas, e assim µ
= 0 e ν
= 0. Logo
S = lim
n→∞
u
+
n
2
= |∇u|
2
2
+ ν, 1 = |u|
2
2
+ µ,
pois u V , isto ´e |u
+
n
|
2
= 1, e portanto S u
+
n
2
u
n
2
S. Decorre tamb´em do
Lema 3.2 que
ν
2/2
S
1
µ, |u|
2
2
S
1
|∇u|
2
2
.
As express˜oes acima implicam que |u|
2
2
e ν o podem assumir os valores 0 ou 1. De fato,
se ambos valores forem ao nulos, isto ´e positivos, ent˜ao podemos usar o fato de a aplica¸ao
x → x
t
para 0 < t < 1 e x > 0 ser tal que (x + y)
t
< x
t
+ y
t
com x, y > 0 e concluir usando
t = 2/2
que
1 = S
1
S = S
1
(u
2
+ µ) = S
1
u
2
+ S
1
µ
|u|
2
2
+ ν
2/2
= (|u|
2
2
)
2/2
+ ν
2/2
> (|u|
2
2
+ ν)
2/2
= 1,
que ´e contradi¸ao. Se u ´e ao nula, neste caso |u|
2
= 1, enao como S = |∇u|
2
2
+ ν, 1 =
|u|
2
2
+ µ, e assim u
2
S, da defini¸ao de S obtemos u
2
S e portanto u
2
= S,
mas isto ´e contradi¸ao em vista da Proposi¸ao 2.4. Logo u = 0, e do Lema 3.2, conclu´ımos
que a medida ν esta concentrada em uma ponto y. Como as fun¸oes u
+
n
se anulam fora de
Ω, e u = 0, enao temos que
|u
+
n
|
2
ν em M(
¯
Ω),
41
e portanto y
¯
Ω. Mas ent˜ao
β(u
n
) =
(u
+
n
)
2
xdx
xdν = y
¯
,
o que contradiz dist(β(u
n
), Ω) > r > 0.
Como ´e um dom´ınio limitado suave de R
N
, podemos escolher r > 0 suficientemente
pequeno, de modo que os conjuntos abaixo
+
r
= {x R
N
: dist(x, Ω) < r} e
r
= {x : dist(x, Ω) > r},
sejam tais que cat
(Ω) = cat
+
r
(Ω
r
). Como o problema ´e invariante por transla¸ao , podemos
supor que B
r
(0) Ω. No que segue, denotaremos por
m
λ,r
= inf
B
r
(0)
|∇u|
2
λu
2
:
B
r
(0)
(u
+
)
2
= 1
.
Observe, de acordo com o Lema 3.4, que m
λ,r
< S.
Lema 3.6. Existe λ
(0, λ
1
(Ω)) tal que para λ (0, λ
), tem-se
β(u)
+
r
sempre que u ϕ
m
λ,r
λ
=
u :
(u
+
)
2
dx = 1, ϕ(u) m
λ,r
.
Demonstrac¸
˜
ao. O Lema 3.5 implica que se u
2
esta pr´oximo de S, enao β(u) esta
pr´oximo de Ω. Sendo assim deve existir ε > 0 tal que
β(u)
+
r
sempre que u V, u
2
S + ε.
Como S u
+
2
u
2
pois u V , podemos supor que u
2
esta pr´oxima de S pela
esquerda. Fcamos a escolha
λ
=
ελ
1
(Ω)
S + ε
< λ
1
(Ω)
Seja u ϕ
m
λ,r
λ
e λ (0, λ
). Ent˜ao, da defini¸ao de λ
1
(Ω) e como m
λ,r
< S obtemos
λ
1
(Ω)|u|
2
2
λ|u|
2
2
u
2
λ|u|
2
2
m
λ,r
< S.
Portanto,
|u|
2
2
<
S
λ
1
(Ω) λ
.
42
Assim
u
2
m
λ,r
+ λ|u|
2
2
S +
λS
λ
1
(Ω) λ
,
sendo λ < λ
= ελ
1
(Ω)/(S + ε), ent˜ao λS/(λ
1
(Ω) λ) < ε e assim
u
2
m
λ,r
+ λ|u|
2
2
S +
λS
λ
1
(Ω) λ
S + ε.
Donde concluimos que β(u)
+
r
.
Lema 3.7. Seja N 4 e λ
dado no Lema 3.6. Se λ (0, λ
), ent˜ao cat
ϕ
m
λ,r
(ϕ
m
λ,r
)
cat
(Ω).
Demonstrac¸
˜
ao. Seja v V tal que ϕ(v) = m
λ,r
, esta escolha ´e poss´ıvel pois λ
< λ
1
(Ω)
λ
1
(B
r
(0)), esta fun¸ao ´e radial, pois apartir de um multiplo dela, obtemos uma solu¸ao de
(P
λ
), de acordo com o Apˆendice A.5 esta fun¸ao deve ser radial. Defina γ :
r
ϕ
m
λ,r
por
γ(y)(x) =
v(x y), x B
r
(y),
0, x / B
r
(y).
Como v ´e radial e positiva com |v|
2
= 1, ent˜ao
β(γ(y)) =
B
r
(0)
(γ(y)(x))
2
xdx =
B
r
(0)
(v(x y))
2
xdx
B
r
(0)
(v(x))
2
(y x)dx =
B
r
(0)
(v(x))
2
ydx
B
r
(0)
v(|x|)xdx = y
B
r
(0)
(v(x))
2
dx = y.
Portanto β γ ´e a identidade.
Seja n = cat
ϕ
m
λ,r
(ϕ
m
λ,r
) e
ϕ
m
λ,r
= A
1
... A
n
,
onde A
j
j = 1, ..., n ao conjuntos fechados e contr´ateis em ϕ
m
λ,r
. Da defini¸ao de conjunto
contr´atil existem h
j
C([0, 1] × A
j
, ϕ
m
λ,r
) tais que, para todo u, v A
j
,
h
j
(0, u) = u, h
j
(1, u) = h
j
(1, v).
Considere B
j
= γ
1
(A
j
), 1 j n. Os conjuntos B
j
ao fechados e satisfazem
r
= γ
1
(ϕ
m
λ,r
) = γ
1
(A
1
... A
n
) = B
1
... B
n
.
Para a aplica¸ao
g
j
(t, x) = β(h
j
(t, γ(x))),
43
temos que g
j
esta definida sobre [0, 1] × B
j
e
g
j
(0, x) = β(h
j
(0, γ(x))) = β(γ(x)) = x,
g
j
(1, x) = β(h
j
(1, γ(x))) = β(h
j
(1, γ(y))), x, y B
j
.
Como h
j
(t, γ(x)) ϕ
m
λ,r
, enao pelo Lema 3.6 h
j
(t, γ(x))
+
r
, donde conclu´ımos que B
j
´e
contr´atil em
+
r
. Portanto conclu´ımos
cat
(Ω) = cat
+
r
(Ω
r
) n.
Estamos prontos para provar o Teorema 3.1
Demonstrac¸
˜
ao do Teorema 3.1. Como B
r
(0) enao m
λ
m
λ,r
< S. Dos Lemas
3.3 e 3.4, para m
λ
c m
λ,r
< S, ϕ satisfaz (P S)
c
, aplicando o Teorema 1.17 obtemos
pelo menos cat
ϕ
m
λ,r
(ϕ
m
λ,r
) pontos cr´ıticos. O Lema 3.7 implica que para 0 < λ < λ
, ϕ
m
λ,r
cont´em pelo menos n = cat
(Ω) pontos cr´ıticos distintos de ϕ, e portanto temos pelo menos
n solu¸oes para o problema (P
λ
)
44
Apˆendice A
Apˆendice
A.1 Identidade de Pohozaev
Um subconjuto aberto R
N
´e dito estrelado com respeito `a origem se, para cada x
¯
Ω,
o segmento de reta
{λx : 0 λ 1},
esta contido em
¯
Ω.
Lema A.1. Suponha que ´e um dom´ınio estrelado com respeito a origem. Ent˜ao
x · ν(x) 0 para todo x ,
onde ν denota a normal exterior unit´aria.
Demonstrac¸
˜
ao. Sendo um dom´ınio regular, tem-se que C
1
. Enao, para cada
ε > 0 dado, existe δ > 0 tal que
x y < δ implica que ν(x) ·
(y x)
x y
ε.
Em particular
lim sup
yx
y
ν(x) ·
(y x)
x y
0.
Seja y = λx, onde 0 < λ < 1, ent˜ao y
¯
Ω, sendo estrelado, enao
ν(x) ·
x
x
= lim
λ1
ν(x) ·
(λx x)
λx x
0.
45
Teorema A.2 (Identidade de Pohozaev). Seja u H
2
loc
(Ω) uma solu¸ao fraca de
(P
1
)
u = f(u) em ,
u H
1
0
(Ω),
onde f C
1
(R, R), R
N
´e um dom´ınio suave estrelado e N 3.
Se F (ξ) =
ξ
0
f(s)ds L
1
(Ω), ent˜ao u satisfaz
1
2
|∇u|
2
x · νdS = N
F (u)dx
N 2
2
|∇u|
2
dx.
Demonstrac¸
˜
ao. De (P
1
) os temos que
0 = (∆u + f(u))x · u, u = u(x), em .
Lembrando que u = u(x), e observando que
div(xF (u)) =
i
(xF (u))
x
i
= NF (u) +
i
x
i
u
x
i
f(u) = NF (u) + f(u)x · u,
conclu´ımos que
f(u)x · u = div(xF (u)) NF (u).
Ap´os alculos, verificamos que
div((x · u)u) =
i
(u
x
i
(
j
x
j
u
x
j
))
x
i
= |∇u|
2
+ x ·
∇u
2
2
+ ux · u
e assim
div((x · u)u) = div
ux · u x
|∇u|
2
2
+
N 2
2
|∇u|
2
.
Agora
0 = ux · u + f(u)x · u =
N 2
2
∇u
2
NF (u) + div
xF (u) + ux · u x
|∇u|
2
2
,
assim
div
xF (u) + ux · u x
|∇u|
2
2
= NF (u)
N 2
2
|∇u|
2
,
Como u H
2
loc
(Ω), e usando o Teorema do Divergente obtemos que
xF (u) + ux · u x
|∇u|
2
2
· νdS =
NF (u)
N 2
2
|∇u|
2
dx.
46
Como u H
1
0
(Ω) enao u ´e nula na fronteira, assim
F (u) = 0, em .
Al´em disso
u = (u · ν) ν em ,
pois para x
0
e para to da γ : I tal que γ(0) = x
0
tem-se que u(γ(t)) =
0 para todo t I, assim
u(x
0
)) · γ
(0) = 0.
Portanto u(x
0
) ´e normal `a no ponto x
0
. Como ν(x
0
) = ν ´e a normal unit´aria exte-
rior `a em x
0
, enao u = (u · ν) ν em Ω, assim os temos que (u · x) (u · ν) =
(u · u) (x · ν), isto ´e
(u · x) (u · ν) = |∇u|
2
(x · ν).
Portanto
xF (u) + (ux · u) x
|∇u|
2
2
· νdS =
|∇u|
2
x · νdS
=
NF (u)
N 2
2
|∇u|
2
dx
A.2 A constante S
Teorema A.3. Seja (u
n
) D
1,2
(R
N
) uma sequˆencia tal que
|u
n
|
2
= 1 , lim
n→∞
|∇u
n
|
2
2
= S.
Ent˜ao existe (y
n
, λ
n
) R
N
× (0, ) tal que a sequˆencia
v
n
(x) = λ
(N2)/2
n
u
n
(λ
n
x + y
n
),
possui subsequˆencia convergente.Observe que se u D
1,2
(R
N
), (y, λ) R
N
× (0, ) e
v(x) = λ
(N2)/2
u(λx + y) ent˜ao
|v|
2
= |u|
2
e |∇u|
2
= |∇v|
2
.
47
Demonstrac¸
˜
ao. Definamos
Q
n
(λ) = sup
yR
N
B
λ
(y)
|u
n
|
2
.
Como
lim
λ0
+
Q
n
(λ) = 0, lim
λ→∞
Q
n
(λ) = 1,
existe λ
n
> 0 tal que Q
n
(λ
n
) =
1
2
. Al´em do mais existe y
n
R
N
tal que
B
λ
n
(y
n
)
|u
n
|
2
= Q
n
(λ
n
) =
1
2
.
Isto ocorre porque existe uma sequˆencia (y
k,n
) R
N
tal que
lim
k→∞
B
λ
n
(y
k,n
)
|u
n
|
2
= Q
n
(λ
n
).
Tal sequˆencia ao pode ser ilimitada pois
lim
|y|→∞
B
λ
n
(y)
|u
n
|
2
= 0.
Logo, existe um valor y
n
tal que, a menos de subsequˆencia, y
k,n
y
n
quando k .
Usando o Teorema da Convergˆencia Dominada de Lebesgue obtemos
B
λ
n
(y
n
)
|u
n
|
2
= Q
n
(λ
n
) =
1
2
.
Defina v
n
(x) = u
y
n
n
n
(x), temos |v
n
|
2
= |u
n
|
2
= 1, lim
n→∞
|∇v
n
|
2
2
= |∇u
n
|
2
2
= S e ap´os
uma mudan¸ca de vari´avel temos
1
2
=
B
1
(0)
|v
n
|
2
= sup
yR
N
B
1
(y)
|v
n
|
2
. (A.1)
Sendo (v
n
) limitada em D
1,2
(R
N
), existe v D
1,2
(R
N
) tal que a menos de subsequˆencia
v
n
v em D
1,2
(R
N
)
|∇(v
n
v)|
2
µ em M(R
N
)
|v
n
v|
2
ν em M(R
N
)
v
n
v q.t.p. em R
N
.
Mostraremos que v atinge o valor S. O Lema 3.2 implica que
S = lim
n→∞
|∇v
n
|
2
2
= |∇v|
2
2
+ µ + µ
, 1 = lim
n→∞
|v
n
|
2
2
= |v|
2
2
+ ν + ν
(A.2)
48
ν
2/2
S
1
µ, ν
2/2
S
1
µ
(A.3)
Afirmamos que cada valor |v|
2
2
, ν e ν
´e igual a 0 ou 1. De fato, se algum destes valores
estivesse no intervalo (0, 1), poder´ıamos usar a desigualdade
(x + y)
t
< a
t
+ b
t
, x, y > 0, 0 < t < 1,
concluindo que
1 = (|v|
2
2
+ ν + ν
)
2/2
< |v|
2
2
+ ν
2/2
+ ν
2/2
.
A desigualdade acima, a defini¸ao de S e as equa¸oes (A.2),(A.3) implicam
S < S(|v|
2
2
+ ν
2/2
+ ν
2/2
) |∇v|
2
2
+ µ + µ
= S.
O que ´e absurdo. Logo |v|
2
2
, ν , ν
{0, 1}. A equa¸ao (A.1) implica que
lim
n→∞
|x|>1
|v
n
|
2
=
1
2
.
Como
|x|>R
|v
n
|
2
|x|>1
|v
n
|
2
se R > 1,
enao, ν
1
2
, logo ν
= 0. Se ||ν|| = 1 ent˜ao |v|
2
2
= 0 e assim v = 0, logo
ν
2/2
S
1
µ.
De (A.3) conclu´ımos que
ν
2/2
= S
1
µ.
Como v = 0, segue que a medida ν est´a concentrada em um ´unico ponto z R
N
. De (A.1)
obtemos que
1
2
= sup
yR
N
B
1
(y)
|v
n
|
2
B
1
(z)
|v
n
|
2
= lim
n→∞
B
1
(z)
= v = 1.
E isto ´e uma contradi¸ao. Assim |v|
2
2
= 1 e portanto ν = 0, ν
= 0. De (A.2) conclu´ımos
que
|∇v|
2
2
= S = lim
n→∞
|∇v
n
|
2
2
.
49
A.3 Funcionais Diferenci´aveis
O obj etivo desta se¸ao ´e mostrar que os funcionais ϕ
λ
e ϕ dos Cap´ıtulos 2 e 3, respecti-
vamente, ao de classe C
2
(H
1
0
(Ω), R). A maioria dos teoremas ser´a apresentada sem de-
mostra¸ao (para demonstra¸oes ver [9] ou [24]).
Defini¸ao A.4. Seja ϕ : U R, onde U ´e um subconjunto aberto de um espco de Banach
X. O funcional ϕ tem derivada de Gateaux f X
em u Use, para todo h X,
lim
t0
1
t
[ϕ(u + th) ϕ(u) f, th] = 0.
A derivada de Gateaux em u, ser´a denotada por ϕ
(u).
O funcional ϕ tem derivada de Fechet f X
em u U se
lim
h0
1
h
[ϕ(u + h) ϕ(u) f, h] = 0.
O funcional ϕ ´e de classe C
1
(U, R) se a derivada de Fechet de ϕ existe e ´e cont´ınua em U.
Se X ´e um espa¸co de Hilbert e ϕ tem derivada de Gateaux em u U, o gradiente de ϕ
em u, ser´a definido como o elemento que tem a seguinte propriedade
(ϕ
(u), h) = ϕ
(u), h.
Pelo Teorema da Representa¸ao de Riesz, tal elemento sempre existe e ´e ´unico.
Proposi¸ao A.5. Se ϕ tem derivada de Gateaux cont´ınua em U, ent˜ao ϕ C
1
(U, R)
Defini¸ao A.6. Seja ϕ C
1
(U, R). O funcional ϕ tem segunda derivada de Gateaux L
L(x, x
) em u U se, para todo h, v X,
lim
t0
1
t
ϕ
(u + th) ϕ
(u) Lth, v = 0.
A segunda derivada de Gateaux em u ser´a denotada por ϕ

(u).
O funcional ϕ tem segunda derivada de Frechet L L(X, X

) em u U se
lim
h0
1
h
[ϕ
(u + h) ϕ
(u) Lh] = 0..
O funcional ϕ ´e de classe C
2
(U, R), se a segunda derivada de Fr´echet de ϕ existe e ´e
cont´ınua sobre U.
50
Proposi¸ao A.7. Se ϕ tem segunda derivada de Gateaux sobre U ent˜ao ϕ C
2
(U, R).
O espa¸co
H
1
(R
N
) = {u L
2
(R
N
) : u L
2
(R
N
)},
munido com o produto interno
(u, v)
1
=
R
N
[u · v + uv]dx,
e a correspondente norma
u
1
=
R
N
|∇u|
2
+ |u|
2
1/2
,
´e um espa¸co de Hilb ert. Seja um subconjunto aberto de R
N
, o espa¸co H
1
0
(Ω) ´e o fecho de
C
c
(Ω) em H
1
(R
N
). Seja N 3 e 2
= 2N/(N 2). O espa¸co
D
1,2
(R
N
) = {u L
2
(R) : u L
2
(R)},
munido com o produto interto
R
N
u · v,
e a correspondente norma
R
N
|∇u|
2
1/2
,
´e um espa¸co de Hilbert. O espa¸co D
1,2
0
(Ω) ´e o fecho de C
c
(R
N
).
Para os seguintes resultado, veja [9]
Teorema A.8 (Teorema das imers˜oes de Sobolev). . As seguintes imers˜oes ao cont´ınuas
H
1
(R
N
) L
p
(R
N
), 2 p < , N 3,
D
1,2
(R
N
) L
2
(R), N 3.
Em particular, temos a melhor constante para imers˜ao de Sobolev
S = inf
u∈D
1,2
(R
N
)
|u|
2
=1
|∇u|
2
2
> 0.
Teorema A.9 (Rellich). Se || < , a seguinte imers˜ao ´e compacta
H
1
0
(Ω) L
p
(Ω), 1 p < 2
.
51
Corol´ario A.10 (Inequa¸ao de Poincar´e). .Se || < , ent˜ao
λ
1
(Ω) = inf
uH
1
0
(Ω)
|u|
2
|∇u|
2
2
> 0,
Observao A.11. ao ´e dif´ıcil verificar que H
1
0
(Ω) D
1,2
0
(Ω). Se || < , ent˜ao a
inequa¸ao de Poincar´e implica que H
1
0
(Ω) = D
1,2
0
(Ω).
Proposi¸ao A.12. Seja um subconjunto aberto de R
N
, || < e seja 2 < p < . Os
funcionais
ψ(u) =
|u|
p
, φ(u) =
|u
+
|
p
,
ao de classe C
2
(L
p
(Ω), R) e
ψ
(u), h = p
|u|
p2
uh, φ
(u), h = p
(u
+
)
p1
h.
Demonstrac¸
˜
ao. Existˆencia da derivada de Gateaux. os faremos apenas a prova
para ψ, o outro caso ´e an´alogo. Seja u, h L
p
(Ω). Dado x e 0 < |t| < 1, decorre do
teorema do valor m´edio, que existe λ (0, 1) tal que
||u(x) + th(x)|
p
|u(x)|
p
|
|t|
= p|u(x) + λth(x)|
p1
|h(x)| p(|u(x)| + |h(x)|)
p1
|h(x)|.
A desigualdade de older implica que
(|u(x)| + |h(x)|)
p1
|h(x)| L
1
(Ω),
Enao pelo Teorema da Convergˆencia Dominada de Lebesgue
ψ
(u), h = p
|u|
p2
uh.
Continuidade da Derivada de Gateaux. Defina f(u) = p|u|
p2
u. Suponha que
u
n
u em L
p
(Ω). Afirmamos que f(u
n
) f(u) em L
q
(Ω) onde q = p/(p 1), obtemos da
desigualdade de older
|ψ
(u
n
) ψ
(u), h| |f(u
n
) f(u)|
q
|h|
p
.
Portanto
ψ
(u
n
) ψ
(u) |f(u
n
) f(u)|
q
0, quando n .
52
Agora vamos provar nossa afirma¸ao, uma maneira de se mostrar que uma sequˆencia converge
para um determindao valor, ´e verificar se toda subsequˆencia sua, possui um subsequˆencia
que converge para o valor pr´e-estabelecido, ´e exatamente isso que faremos agora. Seja
u
n
u em L
p
(Ω), considere, uma subsequˆencia f(v
n
) de f (u
n
), mostraremos que esta
subsequˆencia possui uma subsequˆencia convergente em L
q
(Ω) com q = p/(p 1). Da teoria
da medida obtemos que existe g L
p
(Ω) tal que
w
n
(x) u(x) q.t.p. em , |w
n
|
p
g(x).
Onde w
n
´e uma subsequˆencia de v
n
, que por sua vez ´e uma subsequˆe ncia de u
n
. Observemos
antes que como || < , ent˜ao
|f(u)|
q
p
q
(1 + |u|
p1
)q L
1
(Ω).
Como || <
|f(w
n
) f(u)|
q
2
q
p
q
(1 + |g|
p1
)
q
L
1
(Ω),
pelo Teorema da Convergˆencia Dominada de Lebesgue, obtemos que f(w
n
) f(u) em L
q
(Ω).
Existˆencia da segunda derivada de Gateaux. Seja u, h, v L
p
(Ω). Dado x e
0 < |t| < 1, do teorema do valor medio, existe λ (0, 1) tal que
|[f(u(x) + th(x)) f(u(x))]v(x)|
|t|
= p(p 1)|u(x) + λth(x)|
p2
|h(x)||v(x)|
p(p 1)[|u(x) + th(x)|]
p2
|h(x)||v(x)|.
A inequa¸ao de older implica que
[|u(x)| + |h(x)|]
p2
|h(x)||v(x)| L
1
(Ω).
Portanto pelo teorema de Lebesgue decorre que
ψ

(u)h, v = p(p 1)
|u|
p2
hv.
Continuidade da segunda derivada de Gateaux. Definamos g(u) = p(p 1)|u|
p2
.
Assuma que u
n
u em L
p
(Ω). An´alogamente ao que foi feio no caso de f, temos que
g(u
n
) g(u) em L
r
(Ω) onde r = p/(p 2). os obtemos , da desigualdade de older que
|(ψ

(u
n
) ψ

(u))h, v |g(u
n
) g(u)|
r
|h|
p
|v|
p
,
e portanto
ψ

(u
n
) ψ

(u) |g(u
n
) g(u)|
r
0, quando n .
53
Corol´ario A.13. Seja 2 < p 2
e N 3, ent˜ao os funcionais ψ e φ ao de classe
C
2
(H
1
0
(Ω), R)
Demonstrac¸
˜
ao. Este coral´ario decorre imediatamente das imers˜oes de Sobolev
Corol´ario A.14. O funcional ϕ
λ
: H
1
0
(Ω) R definido por
ϕ
λ
(u) =
1
2
|∇u|
2
dx
1
2
λ|u|
2
dx
1
2
(u
+
)
2
dx,
´e de classe C
2
(H
1
0
(Ω), R) e
ϕ
λ
(u), φ =
u · φdx
λuφdx
(u
+
)
2
1
φdx para todo φ H
1
0
(Ω).
Demonstrac¸
˜
ao. Como (u, v) =
u · vdx ´e um produto interno, verifica-se que
φ
(u), φ = (u, φ) para toda φ H
1
0
(Ω).
Onde φ(u) =
1
2
(u, u).
A.4 Estimativas para as fun¸oes u
ε
Seja
U
ε
(x) =
[N(N 2)ε]
(N2)/4
[ε + |x|
2
]
(N2)/2
.
Observe que |∇U
ε
|
2
= |∇U|
2
, |U
ε
|
2
= |U|
2
, para todo ε > 0, em que U ´e a fun¸ao definida
na equa¸ao (2.1). Seja ψ C
(R
N
) tal que
(i) 0 ψ 1
(ii) ψ(x) =
1 se |x| R,
0 se |x| 2R,
em que R > 0 ´e tal que B
2R
(0) Ω. Definimos u
ε
(x) = ψ(x)U
ε
(x). Mostraresmos que
(a) |∇u
ε
|
2
2
= S
N/2
+ O(ε
(N2)/2
)
(b) |u
ε
|
2
2
= S
N/2
+ O(ε
N/2
)
54
(c) |u
ε
|
2
2
=
K
1
ε + O(ε
(N2)/2
) se N 5,
K
1
|log ε| + O(ε) se N = 4,
Temos que
u
ε
(x) =
[N(N 2)ε]
(N2)/4
[ε + |x|
2
]
(N2)/2
ψ(x)
N 2[N(N 2)ε]
(N2)/4
ψ(x)x
[ε + |x|
2
]
N/2
=
(N2)[N (N2)ε]
(N2)/4
[ε+|x|
2
]
N/2
x se |x| R,
0 se |x| > 2R,
Portanto
|∇u
ε
|
2
2
= (N 2)
2
[N(N 2)ε]
(N2)/2
|x|≤R
|x|
2
[ε + |x|
2
]
N
dx + O(ε
(N2)/2
)
como
lim
R→∞
|x|≤R
|x|
[ε + |x|
2
]
dx <
Enao
|∇u
ε
|
2
2
= (N 2)
2
[N(N 2)ε]
(N2)/2
R
N
|x|
2
[ε + |x|
2
]
N
dx + O(ε
(N2)/2
)
Fazendo x =
εy obtemos que
|∇u
ε
|
2
2
= (N 2)
2
[N(N 2)]
(N2)/2
R
N
|y|
2
[1 + |y|
2
]
N
dy + O(ε
(N2)/2
)
= |∇U|
2
2
+ O(ε
(N2)/2
) = S
N/2
+ O(ε
(N2)/2
)
Assim provamos (a). Temos que
|u
ε
|
2
2
=
ψ
2
[N(N 2)ε]
N/2
[ε + |x|
2
]
N
dx = [N(N 2)ε]
N/2
|x|≤R
dx
[ε + |x|
2
]
N
+ O(ε
N/2
)
Observe que
lim
R→∞
|x|≤R
dx
[ε + |x|
2
]
N
<
Assim
|u
ε
|
2
2
= [N(N 2)ε]
N/2
R
N
dx
[ε + |x|
2
]
N
+ O(ε
N/2
)
Fazendo x =
εy obtemos
|u
ε
|
2
2
= [N(N 2)]
N/2
R
N
dy
[1 + |y|
2
]
N
+ O(ε
N/2
) = |U|
2
2
+ O(ε
N/2
) = S
N/2
+ O(ε
N/2
)
55
Portanto (b) esta verificado. Observe que:
|u
ε
|
2
2
=
ψ
2
[N(N 2)ε]
(N2)/2
[ε + |x|
2
]
N2
dx = [N(N 2)ε]
(N2)/2
|x|≤R
dx
[ε + |x|
2
]
N2
+ O(ε
(N2)/2
)
Agora observe que
lim
R→∞
|x|≤R
dx
[ε + |x|
N2
]
< , apenas se N 5
Logo para N 5
|u
ε
|
2
2
= [N(N 2)ε]
(N2)/2
R
N
dx
[ε + |x|
2
]
N2
+ O(ε
(N2)/2
)
Fazendo x =
εy temos
|u
ε
|
2
2
= [N(N 2)]
(N2)/2
ε
R
N
dy
[1 + |x|
2
]
N2
+ O(ε
(N2)/2
)
Tome K
1
= [N(N 2)]
(N2)/2
R
N
dy
[1+|x|
2
]
N2
portanto (c) esta verificado. Se N = 4 os
temos que:
|x|≤R
8εdx
[ε + |x|
2
]
2
ψ
2
8εdx
[ε + |x|
2
]
2
|x|/leq2R
8εdx
[ε + |x|
2
]
2
e
|x|≤R
8εdx
[ε + |x|
2
]
2
= 8εω
0
R
r
3
[ε + r
2
]
2
dr
Onde ω ´e a da esfera esfera em R
3
, fazendo r =
εs obtemos:
|u
ε
|
2
2
= 8εω
R/
ε
0
s
3
[1 + s
2
]
2
ds = 8εω
R/
ε
1
s
3
[1 + s
2
]
2
ds + O(ε)
8εω
R/
ε
1
ds
s
+ O(ε) = 8εω|log ε| + O(ε)
Tome K
1
= 4ω e o resultado de (c) estara verificado para N = 4
A.5 Um resultado de simetria de Gidas-Ni-Nirenberg
Suponha que ´e um dom´ınio conexo de R
N
. Consideraremos o operador em
Lu =
a
ij
(x)D
ij
u +
b
i
(x)D
i
u + c(x)u
56
para u C
2
(Ω) C(
¯
Ω). Assumimos que a
ij
, b
i
e c ao fun¸oes cont´ınuas e limitada em
¯
e
L ´e uniformemete el´ıptico em Ω, no sentido de que para alguma constante positiva η > 0,
a
ij
(x)y
i
y
j
η|y| para qualquer x e qualquer y R
N
,
e A = (a
ij
) ´e uma matriz positiva definida sobre Ω. D = det(A), D
= D
1/n
e assumimos
que
0 < λ D
Λ,
Onde as constantes λ e Λ ao positivas e ao respectivamente, o menor e o maior dos auto
valores de A.
Os dois resultados abaixo ao cl´assicos e suas provas podem ser encontradas em [9]
Teorema A.15 (Lema de Hopf). Seja B a bola unit´aria em R
N
com x
0
B. Suponha
que u C(B) C(B {x
0
}) satisfaz Lu 0 em B com c(x) 0 em B. Assuma tamb´em
que u(x
0
) 0 e
u(x) < u(x
0
) para qualquer x B.
Ent˜ao para qualquer dirao ν em x
0
fora de B com ν · η(x
0
) > 0 temos
lim inf
t0
+
1
t
[u(x
0
) u(x
0
)] > 0.
Se al´em do mais, tamb´em tivermos que u C
1
(B {x
0
}), ent˜ao
u
ν
(x
0
) > 0.
Teorema A.16 (Princ´ıpio do aximo Forte). Seja u C
2
(Ω) C(
¯
Ω) satisfazendo
Lu 0 com c(x) 0 em
O aximo ao negativo de u em
¯
´e assumido apenas em a menos que u seja constante.
O resultado abaixo pode ser encontrado em [16]
Teorema A.17 (Princ´ıpio do aximo de Alexandroff). Suponha que u C
2
(Ω) C(
¯
Ω)
satisfaz Lu 0 em com u 0 sobre . Assuma que diam(Ω) d. ent˜ao existe uma
constante positiva δ = δ(n, λ, Λ, d) > 0 tal que, se || δ ent˜ao u 0 em .
57
O resultado original do teorema abaixo, ´e devido a Gidas-Ni-Nirenberg [14]. A prova
original requer que as solu¸oes sejam de classe C
2
at´e a fronteira. Aqui pedimos ap enas a
continuidade at´e a fronteira.
Teorema A.18. Seja um dom´ınio limitado, convexo na dirao de e
1
= (1, 0, ..., 0), e
sim´etrico com respeito ao plano {x
1
= λ}. Suponha que u C
2
(Ω)C(
¯
Ω) ´e solu¸ao positiva
de
u + f(u) = 0 em ,
u = 0 sobre ,
Onde f C
1
(R, R). Ent˜ao u ´e sim´etrico na dirao e
1
e
u(x)
x
1
< 0 para todo x .
Demonstrac¸
˜
ao. Vamos usar a seguinte nota¸ao: x = (x
1
, y) B com y R
n1
. Provare-
mos que
u(x
1
, y) < u(x
1
, y),
para qualquer x
1
> 0, x
1
(x
1
, x
1
) e (x
1
, y) Ω. Portanto fazendo x
1
x
1
, obtemos
que
u(x
1
, y) u(x
1
, y) para qualquer x
1
com (x
1
, y) .
Considerando o problema com w(x
1
, y) = u(x
1
, y), uma vez que u(x) = w(x), obtemos
a desigualdade inversa
u(x
1
, y) u(x
1
, y) para qualquer x
1
com (x
1
, y) .
E assim obtemos o resultado de simetria, para dire¸ao e
1
.
Seja, a = sup{0 < x
1
: (x
1
, y) }. Para 0 < λ < a, definimos
Σ
λ
= {x : x
1
> λ},
T
λ
= {x
1
= λ},
Σ
λ
= a reflex˜ao de Σ
λ
com respeito `a T
λ
,
e x
λ
= (2λ x
1
, x
2
, ..., x
n
) para x = (x
1
, x
2
, ..., x
n
) Σ
λ
.
Em Σ
λ
definimos
w
λ
(x) = u(x) u(x
λ
) para x Σ
λ
.
Pelo Teorema do Valor edio existe c
λ
limitada em Σ
λ
tal que
w
λ
(x) = f(u(x)) f(u(x
λ
) = c
λ
(x)w
λ
.
58
Portanto
w
λ
+ c
λ
w
λ
= 0 em Σ
λ
,
w
λ
0 e w
λ
= 0 em Σ
λ
.
Mostraremos que w
λ
< 0 em Σ
λ
para qualquer λ (0, a). Uma vez provado isso podemos
aplicar o TeoremaA.15, aplicado `a
Lw
λ
= w
λ
c
λ
w
λ
= c
+
λ
w
λ
0, c = c
λ
0,
e portanto
w
λ
x
1
|
x
1
=λ
= 2
u
x
1
|
x
1
=λ
< 0,
de onde obtemos que
u(x)
x
1
< 0 para todo x .
Vamos aplicar o Teorema A.17, para λ pr´oximo de a, e assim obtemos que w
λ
0 em
Σ
λ
. Como w
λ
= 0 em T
λ
Ω, e portanto, w
λ
tem aximo ao-negativo, podemos aplicar o
Princ´ıpio do aximo Forte para w
λ
com
Lw
λ
= w
λ
c
λ
w
λ
= c
+
λ
w
λ
0, c = c
λ
0,
e portanto w
λ
< 0 em Σ
λ
. Seja agora (λ
0
, a) tal que aλ
0
= sup{aλ : w
λ
< 0 em (λ, a)},
provaremos que λ
0
= 0. Suponha que λ > 0. Por continuidade, w
λ
0
0 em Σ
λ
0
e w
λ
0
= 0
em Σ
λ
0
. Como antes, aplicamos o Princ´ıpio do aximo Forte e obtemos que w
λ
0
< 0
em Σ
λ
0
. Para provar que λ
0
= 0, obteremos a seguinte contradi¸ao: encontraremos ε > 0
pequeno, tal que
w
λ
0
ε
< 0 em Σ
λ
0
ε
.
Fixe δ > 0 (ainda a determinar). Seja K um subconjunto fechado em Σ
λ
0
, tal que |Σ
λ
0
\K| <
δ/2. Como
w
λ
0
< 0 em Σ
λ
0
,
enao existe η > 0 tal que
w
λ
0
η < 0 em K.
Por continuidade, temos que para ε pequeno
w
λ
0
ε
(x) < 0 x K, |Σ
λ
0
ε
\ K| < δ,
Agora, escolhemos δ suficientemente pequeno de modo a aplicarmos o Teorema A.17, para
w
λ
0
ε
definida sobre Σ
λ
0
ε
\ K. Portanto, temos que
w
λ
0
ε
(x) 0 x Σ
λ
0
ε
\ K.
59
Argumentando como antes, aplicamos o Princ´ıpio do aximo Forte e obtemos
w
λ
0
ε
(x) < 0 x Σ
λ
0
ε
\ K,
donde segue que
w
λ
0
ε
(x) < 0 x Σ
λ
0
ε
.
Mas isto ´e contradi¸ao e portanto λ
0
= 0.
Corol´ario A.19. Seja R > 0 e B = B
R
(0). Suponha que u C
2
(B) C(
¯
B) ´e solu¸ao
positiva de
u + f(u) = 0 em B,
u = 0 sobre B.
Onde f C
1
(R, R). Ent˜ao u ´e radial, isto ´e u(x) = u(|x|) para todo x B, alem disso para
qualquer dirao ν temos
u(x)
ν
< 0 para todo x B.
A demonstra¸ao ´e an´aloga `a do teorema anterior, mas com uma nota¸ao mais carregada,
iremos apenas mencionar os passos. Sejam x e y em B, vetores diferentes tais que |x| = |y|,
Seja π o plano que passa pela origem e ´e equidistande de x e y. O obj etivo ´e provar que
para x fixo, tem-se que
u(x) < u(z),
onde z ´e um vetor, em B, tal que x e z est˜ao numa mesma dire¸ao que ´e normal ao plano π
e |x| < |z|, se este fato for verdade, enao fazendo z x obtemos que
u(x) u(z).
Analogamente ao teorema acima, mudando de dire¸ao, obtemos a desigualdade inversa, e
portanto, obteremos a simetria.
Definimos os conjunto para 0 < λ < R, com ν vetor normal unit´ario ortogonal `a π tal
que ν · x > 0.
Σ
λ
= {w B : dist(w, π) > λ, w · ν > 0}
T
λ
= {w B : dist(w, π) = λ, w · ν > 0}
Σ
λ
= a reflex˜ao de Σ
λ
com respeito `a T
λ
.
Para x Σ
λ
definimos x
λ
como sendo o ponto tal que x e x
λ
est˜ao a mesma distˆancia de T
λ
.
Em Σ
λ
, definimos
w
λ
(x) = u(x) u(x
λ
),
60
e seguimos um procedimento an´alogo ao do teorema anterior. Deste modo, provamos que
w
λ
< 0 em Σ
λ
, para todo λ (0, R) e obtemos
u(x) u(z) e u(x) u(z).
61
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