Download PDF
ads:
- i -
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENGENHARIA ELÉTRICA
C
ONTROLE POR
R
EALIMENTAÇÃO
L
INEAR DE
V
ARIÁVEIS DE
E
STADO COM
M
ODELO
I
NTERNO
S
ENOIDAL
A
PLICADO A
F
ONTES
I
NINTERRUPTAS DE
E
NERGIA
Dissertação submetida ao
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Elétrica
Cristiano Zanini Nazário
Porto Alegre, Julho de 2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
- ii -
C
ONTROLE POR
R
EALIMENTAÇÃO
L
INEAR
DE
V
ARIÁVEIS DE
E
STADO COM
M
ODELO
I
NTERNO
S
ENOIDAL
A
PLICADO A
F
ONTES
I
NINTERRUPTAS DE
E
NERGIA
Cristiano Zanini Nazário
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em
Engenharia Elétrica, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
_____________________________________
Luís Fernando Alves Pereira, Dr. Eng.
Orientador
_____________________________________
Daniel Ferreira Coutinho, Dr. Eng.
_____________________________________
Samir Ahmad Mussa, Dr. Eng.
_____________________________________
Walter Fetter Lages, Dr. Eng.
ads:
- iii -
AGRADECIMENTOS
Após uma graduação com dificuldades diversas a ponto de ser concluída somente após
sete anos e meio, decidi cursar o Mestrado por dois motivos: o primeiro para realizar o sonho
de ser professor e o segundo pela oportunidade que a atual empresa propunha de pagar 80 %
de um curso de Pós-Graduação.
Quando conheci a proposta do curso achei que não seria muito difícil, mas com o
início das cadeiras notei que o desafio seria ainda maior que a Graduação. Neste caminho
pensei muitas vezes em desistir, mas com a mesma persistência e objetividade que fizeram-
me concluir a Graduação, estou finalizando o curso de Mestrado em Engenharia Elétrica.
Com certeza isto não seria possível sem a ajuda, exemplo e compreensão de algumas
pessoas. Começando pela minha esposa Angelita Maggioni Nazário que desde a maior parte
da Graduação me acompanha, aconselha, incentiva, apóia e entende toda a dedicação
necessária nestes desafios, principalmente, para uma pessoa que durante o Grau técnico,
Graduação e Mestrado sempre trabalhou.
Como exemplo principal de dedicação e honestidade, tenho meu Avô Vitório Luiz
Saurin Zanini e minha Mãe Amália Maria Saurin Zanini que, além disso, sempre me deram
todo o suporte estrutural. Não esquecendo de minha falecida Avó Luiza Erd Zanini que fazia
de qualquer dia uma alegria.
Ao meu pai Ivoni Nazário agradeço as palavras amigas, de incentivo e conselhos,
também a segurança para poder cometer alguns erros nestas grandes caminhadas.
Aos meus Irmãos Luciano Zanini Nazário, Patrícia Zanini Nazário e Bruna Nazário,
peço desculpa pela ausência e agradeço a compreensão, o carinho e a segurança de ter no
mínimo 3 amigos para o resto da minha vida.
- iv -
Ao iniciar o curso, por gostar muito da área de controle, optei por um orientador desta
área e está foi uma das melhores coisas do mestrado, pois não tivera contato com o Prof. Dr.
Luís Fernando Alves Pereira e o mesmo me surpreendeu, não pelo conhecimento que é
famoso dentro da Universidade, mas sim pela dedicação incondicional, atenção disposta e
paciência, passando a ser para mim um exemplo de profissional a quem devo seguir.
Outra grata surpresa foi o co-orientador Prof. Dr. Daniel Ferreira Coutinho, que
mesmo não tendo extremo compromisso com a minha orientação, se mostrou extremamente
dedicado e disposto a dividir seu conhecimento sempre pronto a esclarecer minhas dúvidas.
Agradeço aos colegas do curso que sempre me apoiaram e auxiliaram nos momentos
difíceis do curso, em especial ao Fabiano Daher Adegas e também ao pessoal do GACS
Grupo de Automação e Controle de Sistemas da PUC. Nesta dissertação recebi ajuda especial
ao qual gostaria de agradecer ao Gustavo Willmann, César Cataldo Scharlau e Guilherme
Bonan.
Não esquecendo das empresas AGCO do Brasil com o apoio inicial e por final a Souza
Cruz.
- v -
DEDICATÓRIAS
Dedico este trabalho a minha esposa, meus pais,
meus irmãos e meus avós, que sempre dão a base para
continuar realizando os meus sonhos.
- vi -
Resumo da Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia
Elétrica
C
ONTROLE POR
R
EALIMENTAÇÃO
L
INEAR DE
V
ARIÁVEIS
DE
E
STADO COM
M
ODELO
I
NTERNO
A
PLICADO A
F
ONTES
I
NINTERRUPTAS DE
E
NERGIA
Cristiano Zanini Nazário
Julho de 2007
Orientador: Luís Fernando Alves Pereira, Dr. Eng.
Área de concentração: Sistemas de Energia
Linha de Pesquisa: Eletrônica industrial, controle e automação.
Palavras-chaves: Controle por Modelo Interno Senoidal, Realimentação de Estados com
Variáveis Lineares, Fonte Ininterrupta de Energia.
Número de Páginas: 117.
RESUMO: A evolução dos componentes eletrônicos de potência das últimas décadas,
seguida de diferentes estratégias de controle desenvolvidas para conversores de potência está
resultando em diferentes aplicações dos conversores de potência. Uma família destes
conversores é utilizada como parte do projeto de uma Fonte Ininterrupta de Energia
comercial.
Esta dissertação apresenta uma estratégia alternativa para controlar uma Fonte
Ininterrupta de Energia ou do Inglês UPS Uninterruptible Power Supply. Um controle com
Modelo Interno Senoidal é utilizado para realimentação da tensão de saída, enquanto uma
Realimentação Linear da Variável de Estado “corrente do Indutor”, é utilizada para melhorar
as características dinâmicas do UPS. Os resultados obtidos são comparados com um
controlador PID clássico, sendo ambos os controles aplicados a um UPS comercial.
- vii -
Abstract of Dissertation submitted to the Postgraduate Program in Electrical Engineering in
partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Electrical Engineering
S
INUSOIDAL
I
NTERNAL
M
ODEL
C
ONTROL WITH
L
INEAR
V
ARIABLE
S
TATE
F
EEDBACK
A
PPLIED ON AN
U
NINTERRUPTIBLE
P
OWER
S
UPPLY
Cristiano Zanini Nazário
July 2007
Supervisor: Luís Fernando Alves Pereira, Dr. Eng.
Area of Concentration: Energy Systems
Line of Research: Industrial electronics, control and automation.
Keywords: Sinusoidal Internal Model Control, Linear Variable State Feedback,
Uninterruptible Power Supplies.
Number of Pages: 117.
ABSTRACT: The evolution of power electronics devices in the last decades is followed by
the development of alternative control strategies with applications on power electronics
converters. A family of these converters is employed for the design of commercial
Uninterruptible Power Supplies - UPS.
In this work, it is proposed an alternative strategy to the control of an Uninterruptible
Power Supply UPS. An Sinusoidal Internal Model Control Sinusoidal SIMC is used for
the voltage regulation loop, while a Linear Variable State Feedback - LVSF is employed to
improve the current loop dynamics. The obtained results are compared with the traditional
Proportional-Integral-Derivative PID –controller, by means of a commercial UPS showing
the effectiveness of the proposed control scheme.
- viii -
Índice
Introdução ..................................................................................................................................3
1.1
Eletrônica de Potência ............................................................................................................3
1.2
Uninterruptable Power Supply................................................................................................4
1.3
Controle ..................................................................................................................................5
2 Modelo Matemático do UPS...............................................................................................9
2.1
Considerações Iniciais ............................................................................................................9
2.2
Circuito do UPS....................................................................................................................11
2.3
Modelagem ...........................................................................................................................14
2.3.1
Função de Transferência................................................................................................................ 14
2.3.2
Espaço de Estados ......................................................................................................................... 18
2.4
Discretização.........................................................................................................................24
2.4.1
Discretização da Função de Transferência e Espaço de Estados do Sistema................................. 25
2.4.2
Comparação do Modelo em Espaço de Estados com o Ambiente de Simulação .......................... 26
2.4.3
Comparação do Ambiente de Simulação com o UPS real............................................................. 29
2.5
Conclusão .............................................................................................................................35
3 Controle PID Clássico .....................................................................................................38
3.1
Considerações Iniciais ..........................................................................................................38
3.2
Ambiente para Teste dos Controladores...............................................................................38
3.3
Desenvolvimento do PID......................................................................................................39
3.4
Conclusão .............................................................................................................................49
4 Controle por Realimentação de Estados com Modelo Interno Senoidal - REMIS ..........52
4.1
Considerações Iniciais ..........................................................................................................52
4.2
Desenvolvimento do REMIS................................................................................................52
4.2.1
Projeto da Realimentação da Corrente do Indutor......................................................................... 59
4.2.2
Projeto dos Ganhos do Modelo Interno Senoidal .......................................................................... 60
4.2.3
Discretização do REMIS ............................................................................................................... 63
4.2.4
Resultados de Simulação ............................................................................................................... 65
4.3
Conclusão .............................................................................................................................67
5 Resultados Práticos ..........................................................................................................70
5.1
Considerações Iniciais ..........................................................................................................70
5.2
Controle Clássico PID ..........................................................................................................71
5.3
Controlador REMIS..............................................................................................................74
5.4
Conclusão .............................................................................................................................78
6 Conclusões Gerais e Sugestões para a Continuação do Trabalho ..................................81
7 Referências Bibliográficas ...............................................................................................85
Anexo A – Fatores de Qualidade e Normas Técnicas Regulamentadoras...............................90
Anexo B –Estudos Futuros para o REMIS com Critérios de Robustez....................................99
- ix -
Lista de Figuras
Fig. 2.1 UPS do Tipo Singelo com Retificador Único para Inversor e Bateria
.
................................................... 10
Fig. 2.2 Modelos de UPS da empresa CP Eletrônica
.
.......................................................................................... 10
Fig. 2.3 Circuito do UPS Utilizado. ...................................................................................................................... 11
Fig. 2.4 Condição de Disparo das Chaves para Tensão Máxima, Nula e Mínima. .............................................. 13
Fig. 2.5 Diagrama de Bode para Diferentes Situações de Carga. ........................................................................ 17
Fig. 2.6 Diagrama de Blocos do Inversor............................................................................................................. 19
Fig. 2.7 Diagrama de Blocos do Filtro
.
................................................................................................................ 23
Fig. 2.8
Diagramas de Bode: Função de Transferência à Esquerda, Espaço de Estados à Direita.
..... 24
Fig. 2.9 Representação em Blocos da Malha de Controle com Computador. ...................................................... 24
Fig. 2.10
Comparativo do Diagrama de Bode para Forma Contínua e Discreta.
..................................... 26
Fig. 2.11 Ambiente de Simulação para Comparação de Espaço de Estados com PSD........................................ 27
Fig. 2.12 Bloco Inversor Monofásico no Ambiente de Simulação. ....................................................................... 27
Fig. 2.13 Filtro no Ambiente de Simulação........................................................................................................... 28
Fig. 2.14 Comparação entre Espaço de Estados e PSD ....................................................................................... 28
Fig. 2.15 Placa de Aquisição de Dados PCI-DAS1200. ....................................................................................... 29
Fig. 2.16 Ambiente Simulink para Teste do UPS .................................................................................................. 30
Fig. 2.17 Ambiente Prático para Teste das Técnicas de Controle ........................................................................ 31
Fig. 2.18 UPS........................................................................................................................................................ 32
Fig. 2.19 Placa de Conversão Analógico/PWM.................................................................................................... 33
Fig. 2.20 Resultado do Sistema no Ambiente de Simulação Sem Carga. .............................................................. 33
Fig. 2.21 Resultado do Sistema Real Sem Carga. ................................................................................................. 34
Fig. 2.22 Resultado do Sistema no Ambiente de Simulação Com Carga Resistiva............................................... 34
Fig. 2.23 Resultado do Sistema Real Com Carga Resistiva.................................................................................. 35
Fig. 3.1 Ambiente de Simulação para Teste dos Controladores. .......................................................................... 39
Fig. 3.2 Controlador PD. ...................................................................................................................................... 42
Fig. 3.3 Resultado do Controle PD. ...................................................................................................................... 43
- x -
Fig. 3.4 Queda de Tensão do Link CC. ................................................................................................................. 44
Fig. 3.5 Detalhe do Acionamento da Carga para o Controle PD......................................................................... 44
Fig. 3.6 Controlador PD com Laço PI.................................................................................................................. 45
Fig. 3.7 Diagrama de Blocos do Controlador PD com Laço PI. .......................................................................... 45
Fig. 3.8 Resultado do Controlador PD com Laço PI............................................................................................ 46
Fig. 3.9 Detalhe do Acionamento da Carga para o Controle PD com a Malha Lenta......................................... 47
Fig. 3.10 Resultado com Carga Não Linear.......................................................................................................... 48
Fig. 3.11 Distorção Harmônica da Tensão de Saída Utilizando o Controlador PID........................................... 48
Fig. 3.12 Tensão de Saída RMS com Variações de Carga não Linear. ................................................................ 49
Fig. 4.1 Diagrama de Blocos do Sistema com o Controlador............................................................................... 52
Fig. 4.2 Modelo Interno Senoidal.......................................................................................................................... 54
Fig. 4.3 Diagrama de Bode do MIS, sendo X
mis1
a esquerda e X
mis2
a direita....................................................... 55
Fig. 4.4 UPS com REMIS...................................................................................................................................... 56
Fig. 4.5 Sistema para Análise no LGR. ................................................................................................................. 57
Fig. 4.6 Localização do Pólos do Sistema............................................................................................................. 58
Fig. 4.7 Realimentação da Corrente do Indutor. .................................................................................................. 59
Fig. 4.8 LGR com Realimentação da Corrente do Indutor. .................................................................................. 60
Fig. 4.9 Realimentação de Estados do MIS........................................................................................................... 60
Fig. 4.10 Outra Representação da Realimentação de Estados do MIS................................................................. 61
Fig. 4.11 LGR com Realimentação de Estados do MIS......................................................................................... 63
Fig. 4.12 LGR Discreto. ........................................................................................................................................ 64
Fig. 4.13 LGR Discreto Corrigido. ....................................................................................................................... 64
Fig. 4.14 Resultado Simulado do REMIS.............................................................................................................. 65
Fig. 4.15 Tensão RMS do Controlador REMIS..................................................................................................... 65
Fig. 4.16 Detalhe do Acionamento da Carga para o REMIS................................................................................ 66
Fig. 4.17 Resultado do Controlador REMIS com Carga Não Linear. .................................................................. 66
Fig. 4.18 Distorção Harmônica da Tensão de Saída Utilizando o Controlador REMIS. ..................................... 67
Fig. 4.19 Tensão de Saída RMS com Variações de Carga não Linear para o Controlador REMIS..................... 67
Fig. 5.1 Saída do UPS sem Carga e com Controle PID........................................................................................ 71
- xi -
Fig. 5.2 Saída do UPS com Carga Linear e com Controle PID............................................................................ 72
Fig. 5.3 Saída do UPS com Carga Não Linear e com Controle PID. ................................................................... 72
Fig. 5.4 Saída do UPS com Acionamento da Carga Linear e com Controle PID................................................. 73
Fig. 5.5 Tensão RMS de Saída com Acionamento da Carga Linear e com Controle PID. ................................... 73
Fig. 5.6 Saída do UPS com Desacionamento da Carga Linear e com Controle PID........................................... 74
Fig. 5.7 Tensão RMS de Saída com Desacionamento da Carga Linear e com Controle PID. ............................. 74
Fig. 5.8 Saída do UPS sem Carga e com REMIS.................................................................................................. 75
Fig. 5.9 Saída do UPS com Carga Linear e com REMIS...................................................................................... 75
Fig. 5.10 Saída do UPS com Carga Não Linear e com REMIS. ........................................................................... 76
Fig. 5.11 Saída do UPS com Acionamento da Carga Linear e com REMIS. ........................................................ 77
Fig. 5.12 Tensão RMS de Saída com Acionamento da Carga Linear e com REMIS. ........................................... 77
Fig. 5.13 Saída do UPS com Desacionamento da Carga Linear e com REMIS. .................................................. 77
Fig. 5.14 Tensão RMS de Saída com Desacionamento da Carga Linear e com REMIS....................................... 78
Fig. A.1
Perfil de Tolerância para Tensão de Saída.
..................................................................................... 93
Fig. A.2 Perfil de Tolerância para Variação da Tensão de Saída
.
....................................................................... 95
Fig. A.3 Carga Não-Linear Monofásica para Teste
.
............................................................................................. 96
Fig. B.1 Modelo com Realimentação de Estados. ................................................................................................. 99
Fig. B.2 Sistema com Realimentação de Estados e MIS Separados.................................................................... 100
- xii -
Lista de Tabelas
Tab. 2.1 Componentes do UPS.............................................................................................................................. 12
Tab. 2.2 Influência da Carga sobre os Fatores que definem a Dinâmica............................................................. 16
Tab. 2.3 Localização dos Pólos em Função da Carga.......................................................................................... 16
Tab. 2.4 Componentes do UPS.............................................................................................................................. 32
Tab. 3.1 Objetos do Ambiente de Simulação......................................................................................................... 39
Tab. 4.1 Parâmetros de Projeto ............................................................................................................................ 57
Tab. 4.2 Relação entre PID e REMIS.................................................................................................................... 62
Tab. 5.1 Comparação da Resposta Estática dos Controles. ................................................................................. 78
Tab. 5.2 Comparação da Resposta Dinâmica dos Controles................................................................................ 79
Tab. A.1 Tolerância para os Harmônicos ............................................................................................................. 94
- xiii -
LISTA DE SÍMBOLOS
kWquilo Watt
kVA – quilo Volt Ampere
Vr, Vs, Vt – tensões de fase
PR1 – Ponte Retificadora
C
1
, C
2
– Capacitores
Ch1, Ch2 – Chaves do Inversor
Ve – Tensão de entrada do Filtro do Inversor
L
f
– Indutor do Filtro do Inversor
R
Lf
– Resistência interna do Indutor do Filtro do Inversor
R
Cf
– Resistência interna do Capacitor do Filtro do Inversor
X
S
– Reatância do Ramo Série do Filtro do Inversor
X
P
– Reatância do Ramo Paralelo do Filtro do Inversor
X
Lf
– Reatância do Indutor do Filtro do Inversor
X
Cf
– Reatância do Capacitor do Filtro do Inversor
Vz, v
z
– Tensão de Saída
Zeq – Impedância de Saída do Inversor
p – Pólo da função de Transferência do Inversor
z – Zero da função de Transferência do Inversor
ω
n
– Freqüência Natural não-amortecida
ω
d
– Freqüência Natural amortecida
ζ
– Coeficiente de Amortecimento
i
z
– Corrente de Carga
- xiv -
i
o
– Corrente de Distúrbio
i
Lf
– Corrente do Indutor do Filtro do Inversor
i
Cf
– Corrente do Capacitor do Filtro do Inversor
V
XCf
– Tensão Referente Sobre o Ramo Paralelo
V
Cf
– Tensão do Capacitor do Filtro do Inversor
V
Lf
– Tensão do Indutor do Filtro do Inversor
C
f
– Capacitor do Filtro do Inversor
Yo – Admitância da Carga do Inversor
Id, i
o
– Corrente de Distúrbio da Saída do Inversor
Ro, Zo – Resistência da Carga do Inversor
Vc – Tensão do Capacitor do Filtro do Inversor
– Ohm
Vrms – Tensão Eficaz
µF – micro Farad
e – erro
kp, P – Ganho da Ação Proporcional do PID
τ
i, Ti – Tempo da Ação Integral do PID
τ
d, Td – Tempo da Ação Derivativa do PID
ki, I – Ganho da Ação Integral do PID
kd, D – Ganho da Ação Derivativa do PID
Vref – Tensão de Referência
Vref(t) – Tensão de Referência Instantânea no Domínio Tempo
Ts – Intervalo de Amostragem
ms – mili segundos
- xv -
%DHT – Percentual de Distorção Harmônica Total
A – Tensão de pico do sinal de referência
ω
– Freqüência do sinal de referência
A
mis
– Tensão de pico do MIS
ω
mis
– Freqüência do MIS
K – Vetor de Ganhos da realimentação de estados
G
ups
– Modelo matemático do UPS
C(s) – Modelo do Controlador no domínio freqüência
Hz – Hertz
- xvi -
LISTA DE ABREVIAÇÕES
UPS – Uninterrupble Power Supply (“Fonte Ininterrupta de Energia”)
PWM – Pulse Width Modulation (“Modulação por Largura de Pulso”)
LC – Indutor / Capacitor
SPWM – Sinusoidal Pulse Width Modulation (“Modulação por Largura de Pulso Senoidal”)
RMS – Root Mean Square (“Valor Quadrado Médio ou Valor Eficaz”)
PI – Proporcional e Integral
PD – Proporcional e Derivativo
PID – Proporcional, Integral e Derivativo
REMIS – Realimentação de Estados com Modelo Interno Senoidal
SEICA – Sistemas de Energia Ininterrupta de Corrente Alternada
CA – Corrente Alternada
CC – Corrente Contínua
ZOH – Zero Order Hold (Elemento Amostrador-Retentor)
PSB – Power System Blockset Toolbox (Simulador do Matlab
para Sistemas de Potência)
E/S – Entrada e Saída
IGBT – Insulated Gate Bipolar Transistor (Transistor Bipolar de Potência)
DSP – Digital Signal Processor (Processador Digital de Sinais)
IMCS – Internal Model Control Sinusoidal (Controle por Modelo Interno Senoidal)
MIS – Modelo Interno Senoidal
LGR – Lugar Geométrico da Raízes
VCC – Tensão Contínua
LMILinear Matrix Inequalities (Desigualdade Matriciais Lineares)
- 1 -
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
- 2 -
1 Introdução.......................................................................................................................... 3
1.1
Eletrônica de Potência..........................................................................................................3
1.2
Uninterruptable Power Supply............................................................................................4
1.3
Controle .................................................................................................................................5
- 3 -
I
NTRODUÇÃO
1.1 Eletrônica de Potência
A Eletrônica de Potência [1] é uma tecnologia utilizada no processamento da energia
elétrica visando obter maior eficiência e qualidade. Os métodos empregados em Eletrônica de
Potência baseiam-se na utilização de dispositivos semicondutores operados em regime de
chaveamento para realizar o controle do fluxo de energia e a conversão de formas de onda de
tensões e correntes entre fontes e cargas.
O aparecimento da Eletrônica de Potência proporcionou uma alternativa vantajosa para o
processamento de energia comparando com os antigos dispositivos (transistores, conversores
dinâmicos, etc), devido à baixa queda de tensão das chaves semicondutoras somada a pouca
necessidade de manutenção das mesmas.
O campo de aplicações da Eletrônica de Potência vem crescendo acentuadamente,
apresentando-se atualmente a tendência de que todo aparelho elétrico venha a ser conectado a
rede de energia através de conversores eletrônicos de potência.
Da interação entre a Microeletrônica e a Eletrônica de Potência tem resultado uma
crescente popularização dos conversores estáticos, sobretudo no acionamento de máquinas
elétricas. No entanto, a utilização da Eletrônica de Potência não se restringe apenas às
aplicações industriais. O espectro de aplicações é tão amplo que vai desde simples aplicações
residenciais tais como dimmers até sistemas de transmissão de energia elétrica de alta
potência como geradores eólicos.
- 4 -
1.2 Uninterruptable Power Supply
Um exemplo de aplicação da eletrônica de potência será o principal objeto de estudo
desta dissertação. O UPS (Uninterruptable Power Supply) que em português significa Fonte
Ininterrupta de Energia, algumas empresas no Brasil podem referir-se ao UPS como SEICA –
Sistemas de Energia Ininterrupta de Corrente Alternada sendo também conhecido como No-
Break. O UPS [3] está sendo cada vez mais utilizado para manter a disponibilidade da
alimentação de sistemas elétricos críticos como computadores, sistemas de controles de
processos, sistemas de comunicação e equipamentos de hospital. A tensão de saída do
inversor do UPS deve ser senoidal com a mínima distorção harmônica possível. A mais básica
topologia consiste de um inversor PWM (Pulse Width Modulation) e um filtro de segunda
ordem do tipo LC (Indutor-Capacitor) na saída do inversor.
Sob o ponto de vista da Eletrônica de Potência [4], um caminho para conseguir uma saída
senoidal da tensão é usar o Sinusoidal Pulse Width Modulation - SPWM (Modulação por
Largura de Pulso Senoidal). Nesta técnica, a tensão da carga é comparada com uma referência
de tensão senoidal e a diferença em amplitude é usada para controlar o sinal de modulação do
circuito de controle do inversor de potência.
Em todas as UPS’s do tipo inversoras, o objetivo
é manter a tensão de saída no formato desejado para todas as condições de carga e transiente.
No passado, inversores senoidais utilizavam controle em malha-aberta com alimentação
indireta para conseguir a tensão de saída requerida [5], enquanto uma realimentação lenta da
tensão RMS controlava a magnitude do sinal. Estes tipos de controles mantêm a tensão RMS
de saída no valor requerido, mas as respostas a mudanças das condições de carga eram
notavelmente lentas (muitos ciclos da tensão de saída). Hoje em dia, modernas técnicas de
controle por realimentação são utilizadas para controlar a tensão de saída continuamente.
Estes controladores, conhecidos por controladores instantâneos, oferecem muitas vantagens
- 5 -
de desempenho incluindo rápida resposta a transientes (menor que o período de um ciclo da
rede elétrica), menor distorção harmônica total e maior rejeição a distúrbios, conferindo o
UPS aspectos de robustez a variação de carga.
No projeto de UPS comerciais, os fabricantes devem seguir normas específicas que
preocupam-se em estabelecer padrões internacionais de operação. Desta forma, a área de
Controle passa a desempenhar um papel fundamental no projeto destes sistemas. A
formalização do problema através de modelos matemáticos que reproduzam o comportamento
das UPS são fundamentais para obtenção de sistemas com alto desempenho, sendo
apresentada no segundo capítulo deste trabalho.
1.3 Controle
Sob o posto de vista de Controle, um controlador comumente utilizado nas UPS é o
Proporcional, Integral e Derivativo - PID. O sucesso do controlador PID [2] nos processos
industriais é baseado em sua versatilidade, pois é o responsável por controlar mais de 90%
dos processos existentes [6,7,23], sendo em sua maioria composta pelas ações proporcional e
integral, sendo menos comum a utilização da ação derivativa.
Como pode ser visto em [22], somente 20% das malhas de controle encontradas
funcionam satisfatoriamente. Dos controles com baixo desempenho, 30% são oriundos de
erros de ajuste, outros 30% trabalham em modo manual e os restantes 20% utilizam os
parâmetros vindos de fábrica. Esta falta de desempenho é, em muitos casos, o resultado de um
ajuste pobre dos parâmetros causado principalmente pela falta de conhecimento do operador
ou pessoal encarregado do controle e pela utilização de métodos genéricos de ajuste sem o
refino necessário para a adequação as necessidades do processo [21].
Controladores do tipo PID quando empregados em UPS são realizados de maneira a atuar
no comportamento transitório da tensão de saída, sendo que o responsável por esta ação de
- 6 -
controle é o modo Proporcional-Derivativo, e no comportamento de regime permanente da
tensão de saída do UPS, o responsável por esta ação de controle é o modo Proporcional-
Integral.
Contudo, existem limitações na utilização dos controladores do tipo PID para aplicações
em sistemas do tipo UPS, principalmente por estes controladores não terem a capacidade
direta de anular o erro de regime permanente para sinais de referência senoidais, conforme
detalhado no terceiro capítulo deste trabalho.
Uma alternativa ao tradicional controlador PID, apresentada neste trabalho, será
denominada de controle por Realimentação de Estados com Modelo Interno Senoidal –
REMIS. Trata-se de um controlador que utiliza a técnica de realimentação de estados para
atuar no comportamento transitório do UPS, em conjunto com a inclusão do modelo interno
senoidal, responsável pela regulação do valor médio de tensão do UPS no nível estabelecido
como referência pelo projetista, assegurando pela realimentação direta da tensão de saída do
UPS o erro nulo em regime permanente. A estratégia de controle proposta é apresentada no
quarto capítulo deste trabalho.
Resultados de simulação e de tempo real, considerando condições reais de operação para
um UPS de 5.0 kW são apresentados no quinto capítulo deste trabalho, onde são comparados
resultados obtidos utilizando um PID na malha de controle do UPS [8, 18, 19] e resultados
obtidos empregando o controlador proposto neste trabalho, tipo REMIS.
O sexto capítulo traz a conclusão desta dissertação, onde são feitas considerações do
trabalho desenvolvido e dos possíveis desenvolvimentos futuros.
- 7 -
CAPÍTULO 2
MODELO MATEMÁTICO DO UPS
- 8 -
2 Modelo Matemático do UPS.............................................................................................. 9
2.1
Considerações Iniciais ..........................................................................................................9
2.2
Circuito do UPS ..................................................................................................................11
2.3
Modelagem ..........................................................................................................................14
2.3.1
Função de Transferência................................................................................................................ 14
2.3.2
Espaço de Estados ......................................................................................................................... 18
2.4
Discretização........................................................................................................................24
2.4.1
Discretização da Função de Transferência e Espaço de Estados do Sistema................................. 25
2.4.2
Comparação do Modelo em Espaço de Estados com o Ambiente de Simulação .......................... 26
2.4.3
Comparação do Ambiente de Simulação com o UPS real............................................................. 29
2.5
Conclusão.............................................................................................................................35
- 9 -
2 M
ODELO
M
ATEMÁTICO DO
UPS
2.1 Considerações Iniciais
Um UPS [8] é um equipamento eletrônico de potência. Sua função principal é fornecer
energia contínua e de qualidade aos equipamentos eletrônicos na eventualidade de falta
parcial ou total da fonte de potência, normalmente a rede elétrica local. Ele também é
responsável por converter algum tipo de energia armazenada para suprir potência aos
equipamentos por um período de tempo quando a rede elétrica não está mais disponível ou
aceitável.
Uma variedade de UPS vem sendo desenvolvida, visando atender as necessidades do
mercado, para diferentes tipos de carga, de dezenas de watts até vários megawatts.
Normalmente, são dotados de uma unidade retificadora cuja função é converter a corrente
alternada em contínua, um meio de armazenamento de energia no elo de corrente contínua e
uma unidade inversora que produz corrente alternada a partir deste elo contínuo. O meio de
armazenamento de energia comumente utilizado são baterias, que podem fornecer energia por
alguns minutos ou mesmo horas, durante um período chamado de Tempo de Autonomia.
Para melhor ilustrar, dentre as várias topologias possíveis e utilizadas para os UPS’s, será
mostrado na Fig 2.1 um UPS do tipo “Singelo com Retificador Único para Inversor e
Bateria”, sendo que esta dissertação será utilizado somente a parte destacada pelo pontilhado
da figura, não tendo a bateria responsável por manter a energia no caso da interrupção da
entrada CA. Singelo significa a não utilização de inversores em paralelo.
- 10 -
Fig. 2.1 UPS do Tipo Singelo com Retificador Único para Inversor e Bateria
.
Na Fig. 2.2 segue alguns modelos de UPS’s fabricados pela empresa gaúcha CP
Eletrônica que abrange aplicações de 3 a 250 kVA.
Fig. 2.2 Modelos de UPS da empresa CP Eletrônica
.
Para o projeto dos controladores serão utilizados os dois tipos de representações de
sistemas dinâmicos mais comuns, que são as funções de transferência e o espaço de estados.
Cada uma destas representações será descrita neste capítulo nas formas contínua e discreta.
Primeiramente será mostrado o circuito do UPS utilizado, com a explicação de cada parte do
mesmo, para daí partir para os modelos propriamente ditos, na forma contínua e discreta.
- 11 -
2.2 Circuito do UPS
O circuito da Fig. 2.3, representa o objeto de estudo sendo o principal foco no filtro. O
Link CC foi a forma utilizada para gerar uma tensão CC com as condições semelhantes às
fornecidas por baterias. As Chaves são os elementos responsáveis pela atuação na carga da
técnica de modulação por largura de pulso PWM (Pulse Width Modulation), ou seja, o
chaveamento da tensão contínua que servirá como entrada para o estágio final do UPS
constituído pelo filtro de saída. O Filtro é responsável pela extração do valor médio da tensão
Ve, resultando em uma tensão senoidal na carga Zo.
Os componentes elétricos utilizados para a montagem do sistema elétrico da Fig. 2.3
estão listados na Tab. 2.1.
Fig. 2.3 Circuito do UPS Utilizado.
Vr
Vs
Vt
C
1
PR1
C
2
+
-
C
f
Ch1
R
lf
Contatora
Ch2
L
f
Zo
Id
Ve
Link CC
Chaves
Filtro
R
cf
X
S
X
P
Vz
- 12 -
Tab. 2.1 Componentes do UPS.
Código Descrição Valor
PR1 Ponte Retificadora Trifásica Crydom M5060TB1200 -
C
1
e C
2
Capacitor Eletrolítico
6800 µF / 350 V
CH1 e CH2
IGBT Semikron SKM 300 GB 063D -
X
S
Reatância do Ramo Série -
L
f
Indutor do Filtro 1 mH
R
lf
Resistência do indutor do filtro 15 m
X
P
Reatância do Ramo Paralelo -
C
f
Capacitor do Filtro
300 µF
R
cf
Resistência Interna do Capacitor do filtro 0
Contatora Chave para acionamento da Carga -
Zo Carga Variável
Id Esta fonte de corrente é a forma de representar o
distúrbio gerado pela carga não linear.
Para obter-se um modelo mais completo, serão consideradas as resistências equivalentes
série do indutor (
Lf
R ) e do capacitor (
Cf
R ), que são componentes pertencentes ao filtro de
saída do inversor. Mesmo sendo considerado no modelo, é importante notar que a resistência
referente ao capacitor é praticamente nula, não tendo impacto no comportamento do UPS em
questão.
Segue abaixo a definição dos 3 principais blocos do UPS:
2.2.1 Link CC
Trata-se de uma ponte retificadora (PR1) com entrada trifásica 220 VAC e uma
filtragem capacitiva resultando em uma tensão CC de 360 VDC, 180 VDC por capacitor (C
1
e
C
2
).
- 13 -
2.2.2 Chaves
As Chaves são IGBT’s que serão responsáveis por submeter o filtro à tensão do
Link
CC, controlando o nível médio de tensão “Ve” por intermédio da modulação PWM.
A freqüência de chaveamento é de 10 kHz tendo a condição de disparo das chaves
mostrada na Fig. 2.4.
Fig. 2.4 Condição de Disparo das Chaves para Tensão Máxima, Nula e Mínima.
Ch1
Ch2
Ve” médio 180 VDC
Ch1
Ch2
Ve” médio = 0 VDC
Ch1
Ch2
Ve” médio -180 VDC
- 14 -
2.2.3 Filtro
É um filtro de ordem LC (Indutor e Capacitor) responsável por transformar o sinal
PWM em nível médio. Este será o principal objeto de estudo que será considerada a tensão
Ve” (mostrada na Fig. 2.3) sempre como um nível médio.
2.3 Modelagem
2.3.1 Função de Transferência
O modelo que será obtido no formato de uma função de transferência, terá como
entrada a tensão Ve e saída a tensão Vz. O Id será desconsiderado.
Considerando a impedância Zo da carga e os seguintes modelo matemáticos para as
impedâncias de indutor em (2.1) e capacitor em (2.2):
LffS
RsLXLfX +
Eq. 2.1
Cf
f
P
R
sC
XCfX +
1
Eq. 2.2
Então a função de transferência será dada por:
ZoXX
ZoX
VeVz
PS
P
//
//
+
=
Eq. 2.3
Resultando na função de transferência mostrada em (2.4).
( )
[ ]
( )
[ ]
ZoRRRCRRZoCLsRZoCLs
ZoZoRsC
Ve
Vz
LfLfCffCfLfffCfff
Cff
+++++++
+
=
2
Eq. 2.4
- 15 -
As resistências equivalentes do indutor e do capacitor são normalmente pequenas,
podendo ser desconsiderada para efeitos práticos, sendo possível a simplificação da (2.4) na
seguinte equação, facilitando a análise do comportamento dinâmico do filtro de saída do
inversor.
[ ]
ZosLZoCLs
Zo
Ve
Vz
fff
++
=
2
Eq. 2.5
Podendo ainda ser representado da seguinte forma:
22
2
2
2
11
1
nn
n
fff
ff
ss
CLZoC
ss
CL
Ve
Vz
ωζω
ω
++
++
=
Eq. 2.6
Através de (2.6) pode-se obter a freqüência natural não-amortecida do sistema
ω
n
”, a
freqüência natural amortecida “
ω
d
” e o coeficiente de amortecimento “
ζ
”, como pode-se
visualizar nas equações abaixo:
ff
n
CL
1
=
ω
Eq. 2.7
fff
fff
d
CLZoC
CLZoC
=
22
4
2
1
ω
Eq. 2.8
ff
f
CL
ZoC
2
1
=
ζ
Eq. 2.9
Nota-se que a freqüência natural não-amortecida é o único fator constante, ou seja, os
demais são dependentes do valar da impedância Zo. Para demonstrar esta dependência da
- 16 -
carga, a Tab. 2.2 mostra o comportamento dos fatores de (2.7), (2.8) e (2.9) para diferentes
valores de Zo.
Tab. 2.2 Influência da Carga sobre os Fatores que definem a Dinâmica.
Zo
ω
n
[rad/s]
ζ
ω
d
[rad/s]
Infinito 1825,7 0 1825,7
50 1825,7 0,0365 1824,5
3,125 1825,7 0,5842 1481,7
Isto significa que a carga influência a posição dos pólos deste sistema. Sendo que para o
caso de amortecimento nulo, haverá pólo imaginário puro, enquanto que nas demais situações
existirá um sistema sub-amortecido, composto por pólos complexos conjugados com parte
real negativa. Em (2.10) é mostrada a relação dos pólos com os fatores
ω
n
,
ω
d
e
ζ
mostrados
anteriormente.
( )( )
dndn
n
jssjssVe
Vz
ωζωωζω
ω
+++
=
2
Eq. 2.10
Na Tab. 2.3 traz-se a posição dos pólos associados aos valores de carga propostos na
Tab. 2.2.
Tab. 2.3 Localização dos Pólos em Função da Carga.
Zo Pólos
Infinito 1825,7i e -1825,7i
50 -10+1825,7i e -10-1825,7i
3,125 -160+1818,7i e -160-1818,7i
Nota-se que a parte imaginária dos pólos varia com pouca relevância, sendo a mudança
de maior impacto na parte real, alterando o amortecimento do sistema. Isto pode ser
visualizado facilmente no diagrama de Bode da Fig. 2.5, sendo possível verificar as diferentes
situações de carga. O gráfico foi traçado com o auxílio do Matlab.
- 17 -
Fig. 2.5 Diagrama de Bode para Diferentes Situações de Carga.
Para o projeto dos controladores nos próximos capítulos, serão feitas algumas
considerações. A primeira é a definição de Yo, que é a admitância da carga, tratando-se do
inverso da resistência da carga como mostrada em (2.11).
Zo
Yo
1
=
Eq. 2.11
Onde Zo é a carga.
E através de (2.11) e considerando que R
Cf
é nulo, chega-se a função de transferência
(2.12).
ffff
Lf
ff
Lf
ff
LCCL
YoR
s
C
Yo
L
R
s
LC
Ve
Vc
1
1
2
++
++
=
Eq. 2.12
Tendo Vc como a tensão no capacitor, que é a tensão de saída antes chamada de Vz, e
Ve como a tensão de entrada do filtro ou também a tensão de controle.
- 18 -
A descrição do filtro do inversor apenas por função de transferência pode ser
insuficiente ou até mesmo limitada visto que sua utilidade é restrita a controladores de uma
única variável. Quando se quer analisar detalhadamente o comportamento do sistema em
situações com variações de carga e as conseqüências nos componentes ou mesmo em função
da estratégia de controle a ser adotada, faz-se necessária a representação vista na seguinte sub-
seção, o modelo por variáveis de estados.
2.3.2 Espaço de Estados
Este tipo de modelo é expresso no domínio tempo ao contrário da função de
transferência que aparece no domínio freqüência. O Espaço de Estados descreve o
comportamento dinâmico de todos os elementos armazenadores de energia de um sistema,
que neste caso são indutor L
f
e o capacitor C
f
pertencentes ao filtro do inversor.
Normalmente, os UPS’s já possuem sensor para a tensão no capacitor para proteção e controle
e um sensor de corrente no indutor para proteção, não se fazendo necessário a adição de um
sensor de corrente para a implementação comercial de um controlador por variáveis de
estados.
Para se observar as relações físicas entre os componentes do inversor, pode-se analisar
o diagrama de blocos da Fig. 2.6, que traz as relações entre correntes e tensões presentes no
inversor. Este passo é intermediário e tem o objetivo de facilitar a posterior descrição do
inversor através de suas variáveis de estado.
A representação da corrente de carga será dividida em duas partes distintas. A primeira
devido a impedância Zo, que representa a carga operando em regime com uma corrente i
z
,
somada com uma segunda chamada por i
o
que representa pequenas variações ou perturbações
ao valor de carga aplicada ao inversor.
- 19 -
Fig. 2.6 Diagrama de Blocos do Inversor.
Inicia-se por obter as equações diferenciais que regem o comportamento das tensões e
correntes envolvidas no filtro, conforme definições das Fig. 2.3 e 2.6. Para este sistema, tem-
se duas equações, uma de malha de tensão e outra de de corrente, vistas respectivamente
abaixo:
Lfz
vvVe
+
=
Eq. 2.13
oZCfLf
iiii
+
+
=
Eq. 2.14
Sabendo que a relação entre tensão no indutor é dada por (2.15) e a corrente no
capacitor por (2.16).
dt
di
Lv
Lf
fLf
=
Eq. 2.15
dt
dv
Ci
Cf
fCf
=
Eq. 2.16
desenvolve-se as seguintes equações para a tensão de saída v
Z
e para a corrente no indutor i
Lf
.
XCfZ
vv
=
Eq. 2.17
- 20 -
ou ainda:
RcfCfZ
vvv
+
=
Eq. 2.18
CfCfCfZ
Rivv
+
=
Eq. 2.19
E a partir da (2.16), chega-se a corrente na impedância série do capacitor, obtendo o
equacionamento para a tensão na carga:
Cf
Cf
fCfZ
R
dt
dv
Cvv +=
Eq. 2.20
Substituindo (2.16) em (2.14):
o
Z
Cf
fLf
i
Zo
v
dt
dv
Ci ++=
Eq. 2.21
E substituindo (2.20) em (2.21):
oCf
Cf
fCf
Cf
fLf
iR
dt
dv
Cv
Zodt
dv
Ci +
++=
1
Eq. 2.22
Então chega-se a uma equação que apenas as variáveis medidas sendo relacionadas
entre si. Como nela tem-se a presença da tensão do capacitor e sua derivada, pode-se fazer a
manipulação vista abaixo, para chegar à primeira equação de estado, relacionada esta, a
tensão do capacitor.
o
Cf
Lf
Cff
f
Cf
i
Zo
v
i
Zo
RC
C
dt
dv
+=
+
Eq. 2.23
( ) ( ) ( )
o
Cff
Cf
Cff
Lf
Cff
Cf
i
RZoC
Zo
v
RZoC
i
RZoC
Zo
dt
dv
+
+
+
=
1
Eq. 2.24
- 21 -
Em (2.24) tem-se a equação do estado relacionada a tensão do capacitor.
Para definir a segunda equação de estado será através de (2.2), onde será determinado
que a tensão sobre o indutor L
f
será:
LfLf
Lf
fLf
iR
dt
di
LV +=
Eq. 2.25
De posse da relação definida em (2.25), substituindo esta em (2.13) chega-se em:
dt
dv
RCviR
dt
di
LVe
Cf
CffCfLfLf
Lf
f
+++=
Eq. 2.26
Da equação de estado (2.24), substituindo em (2.26), tem-se:
( ) ( ) ( )
+
+
+
+++=
Cff
o
Cff
Cf
Cff
Lf
CffCfLfLf
Lf
f
RZoC
Zoi
RZoC
v
RZoC
Zoi
RCviR
dt
di
LVe
Eq. 2.27
E associando os termos em comum de (2.27), chega-se a:
( ) ( ) ( )
Cf
Cf
o
Cf
Cf
Cf
Cf
Cf
LfLf
Lf
f
RZo
ZoR
i
RZo
R
v
RZo
ZoR
Ri
dt
di
LVe
+
+
+
+
++= 1
Eq. 2.28
Manipulando a equação (2.28) para se obter a expressão da derivada da corrente do
indutor, obtém-se a segunda equação de estado desejada:
( ) ( ) ( )
Cf
Cf
f
o
Cf
Cf
f
Cf
Cf
Cf
Lf
f
Lf
f
Lf
RZo
ZoR
L
i
RZo
R
L
v
RZo
ZoR
R
L
i
L
Ve
dt
di
+
+
+
+
+=
1
1
11
Eq. 2.29
Como para a função de transferência desenvolvida na sub-seção anterior, a tensão
aplicada na entrada do filtro é uma variável de entrada do modelo por variáveis de estados.
Nota-se também que a corrente de carga está modelada como um elemento variável, visto que
o conhecimento do modelo matemático da carga nem sempre ocorrerá numa aplicação prática.
Esta não participa do equacionamento e torna-se uma segunda variável de entrada, permitindo
- 22 -
ser considerada como uma perturbação ao sistema, conforme desejo anterior. A presença
desta variável é de extrema importância sendo uma forma de modelar cargas não lineares.
As (2.24) e (2.29) podem ser escritas na forma matricial apresentada em (2.30). O vetor
de saída possui a tensão de saída do filtro, disponível para a carga, e a corrente do indutor.
Ambos serão úteis mais adiante, quando do estudo da estratégia de controle REMIS, discutida
no capítulo IV.
)()(
)()()(
tCxtz
tButAxtx
=
+
=
&
Eq. 2.30
ou ainda:
( ) ( )
( ) ( )
( )
( )
( )
[ ]
=
+
+
+
+
+
+
+
+
=
Cf
Lf
o
Cff
Cff
Cf
f
Cf
Lf
CffCff
CffCff
Cf
f
Lf
Cf
Lf
v
i
ty
i
Ve
RZoC
Zo
RZoL
ZoR
L
v
i
RZoCRZoC
Zo
RZoL
Zo
RZoL
ZoR
L
R
v
i
10
0
1
1
&
&
Eq. 2.31
Como i
o
não é uma entrada controlável faz-se necessário separar o vetor de entrada em
dois, sendo considerado i
o
= w(t), criando a seguinte representação:
)()(
)()()()(
tCxtz
tEwtButAxtx
=
+
+
=
&
Eq. 2.32
onde x(t)=[x
1
(t) x
2
(t)]
T
é o vetor de estados, tendo x
1
(t) como corrente do indutor, x
2
(t) a
tensão do capacitor, u(t) é a tensão de entrada do filtro (sinal PWM), w(t) é o distúrbio na
tensão de saída e z(t) representa a variável de interesse (mais precisamente a tensão de saída).
E assim como foi feito para o modelo da Função de Transferência, considerando (2.11)
e R
Cf
nulo, obtém-se as seguistes matrizes vista em [18, 19].
- 23 -
=
=
0
1
,
1
1
Lf
B
Cf
Yo
Cf
LfLf
R
A
Lf
[ ]
01,
1
0
=
= C
Cf
E
Eq. 2.33
Podendo ser representado pelo diagrama de blocos montado no Matlab
Simulink visto
na Fig. 2.7.
Fig. 2.7 Diagrama de Blocos do Filtro
.
Para validar os modelos matemáticos mostra-se na Fig. 2.8 à esquerda, o diagrama de
Bode para a função de transferência do filtro e na direita o diagrama de Bode para a
representação em espaço de estados.
Ve
Vc
- 24 -
Fig. 2.8
Diagramas de Bode: Função de Transferência à Esquerda, Espaço de Estados à Direita.
Pode-se notar que os dois diagramas tem a mesma resposta para ausência de carga e
para uma carga de 5 , estando assim validados um em relação ao outro.
2.4 Discretização
O sinal discreto, como mostrado na Fig. 2.9, é oriundo de uma leitura de sinais
amostrados através de conversores analógicos/digitais, o sinal de controle é gerado através de
um conversor digital/analógico. Estas conversões se fazem necessárias para comunicar o UPS
a ser controlado com o computador que estabelecerá o algoritmo de controle, caracterizando
um controlador digital.
Fig. 2.9 Representação em Blocos da Malha de Controle com Computador.
A/D
Algoritmo de
Controle
D/A
Clock
COMPUTADOR
Processo
Sensores
z(t)
u(t)
- 25 -
Mas como tudo tem um “porem”, esta amostragem que tem um período relacionado ao
Clock visto na Fig. 2.9, insere ao sistema uma dinâmica representada em (2.34), que é
conhecido como elemento amostrador-retentor (ou do inglês ZOHZero Order Hold).
( )
s
e
sZOH
sT
=
1
Eq. 2.34
Então para projetar o controle nos próximos capítulos será necessário analisar o sistema
na forma discreta, para isto será utilizado o Matlab
que converterá o sistema contínuo no
formato discreto, ou seja, passará do domínio s(freqüência) para o domínio z(discreto).
Para as seguintes discretizações, será utilizado o método ZOH ou backward approximation
detalhado em [9]. A relação entre “z” e “s” está representada em (2.35).
T
z
s
1
Eq. 2.35
2.4.1 Discretização da Função de Transferência e Espaço de Estados do Sistema
A discretização das representações foi realizada diretamente no Matlab
que além de
possibilitar esta manipulação também disponibiliza a escolha do método, que neste caso será
o ZOH. Na Fig. 2.10 pode-se visualizar os diagramas de Bode comparando o contínuo com o
discreto, considerando a freqüência do amostrador-retentor de 5200 Hz. A Fig. 2.10a e 2.10b
mostram o diagrama para carga infinita da função de transferência e da representação por
espaço de estados, respectivamente, e a Fig. 2.10c e 2.10d para carga de 5 .
- 26 -
a
b
c
d
Fig. 2.10
Comparativo do Diagrama de Bode para Forma Contínua e Discreta.
Pode-se verificar que existe uma diferença entre o sistema na forma contínua e discreta
e esta deve ser considerada na etapa de projeto do controlador, caso esta diferença não seja
considerada, o controlador projetado poderá instabilizar o sistema.
2.4.2 Comparação do Modelo em Espaço de Estados com o Ambiente de Simulação
Para validar as representações, primeiramente, será utilizada uma ferramenta do
Matlab
/ Simulink conhecida como Power System Blockset Toolbox PSB”, que
possibilitará obter uma simulação mais realista do UPS.
Frequency (rad/sec)
Frequency (rad/sec)
Frequency (rad/sec)
Discreto
Contínuo
Discreto
Contínuo
Discreto
Contínuo
Discreto
Contínuo
Frequency (rad/sec)
- 27 -
Na Fig. 2.11 é apresentado o ambiente de simulação que comparará o modelo
matemático em espaço de estados (bloco State-Space”) com o modelo elétrico (bloco “Filtro
Monofásico E/S: PSB”).
Fig. 2.11 Ambiente de Simulação para Comparação de Espaço de Estados com PSD.
O bloco “INVERSOR MONOFÁSICO IGBT”, aberto na Fig. 2.12, é o elemento que
simula o componente de chaveamento que gera o PWM.
Fig. 2.12 Bloco Inversor Monofásico no Ambiente de Simulação.
- 28 -
Na Fig. 2.13, tem-se o filtro modelado dentro do Simulink.
Fig. 2.13 Filtro no Ambiente de Simulação.
E comparando o resultado do sistema simulado com o modelo matemático tem-se a Fig.
2.14, que mostra a igualdade dos dois, comparando a tensão de saída e a corrente do indutor.
Fig. 2.14 Comparação entre Espaço de Estados e PSD
Tensão
de Saída
Corrente
do Indutor
- 29 -
2.4.3 Comparação do Ambiente de Simulação com o UPS real
Detalhando o UPS que será utilizado, bem como todos os demais periféricos
necessários, começa-se com a forma de conectar o computador no UPS, sendo através de uma
placa de aquisição de dados PCI-DAS1200 da Computer Boards vista na Fig. 2.15.
Fig. 2.15 Placa de Aquisição de Dados PCI-DAS1200.
Esta placa possui um driver de comunicação com o Matlab
que, com o ambiente de
simulação do Simulink mostrado na Fig. 2.16, mostrará a resposta do inversor operando em
malha aberta. Este mesmo ambiente será utilizado para testar os controladores on-line.
- 30 -
Esta parte é responsável pela
saída analógica de controle que
acionará a placa de acionamento
dos IGBT’s.
Nesta, terá a leitura das variáveis
de interesse para a técnica de
controle ou para registro. Os
ganhos de 30, 16,6 e 8,9 são para
converter as entradas analógicas
em Tensão no Capacitor, Corrente
na Carga e Corrente no Indutor,
respectivamente.
Esta é o acionamento da saída
digital responsável por ligar e
desligar a carga.
Fig. 2.16 Ambiente Simulink para Teste do UPS
- 31 -
Na Fig. 2.17, segue todo o ambiente onde serão testadas as técnicas de controle na
prática.
Fig. 2.17 Ambiente Prático para Teste das Técnicas de Controle
Onde “A” é o computador com a placa de aquisição de dados e o Matlab
instalados,
“B” é o UPS e “C” a carga resistiva (sendo confeccionada através de resistências de
aquecedores de 600 Watts cada).
A
B
C
- 32 -
Na Fig. 2.18 detalha-se o UPS, tendo na Tab. 2.4 a descrição dos itens identificados.
Fig. 2.18 UPS
Tab. 2.4 Componentes do UPS
Código
Descrição
B.1 Fonte CC para as partes de controle do UPS
B.2 PR1
B.3 IGBT’s
B.4 Placa Driver SKHI para os IGTB’s
B.5 Placa confeccionada como interface entre placa de aquisição e “B.4”
B.6 C
f
B.7 L
f
B.8 C
1
e C
2
B.9 Contatora
B.10 Filtro passa baixas para medição do nível CC da saída do inversor
A placa da Fig. 2.19, foi confeccionada para, através do sinal de controle gerado pela
placa de aquisição de dados, gerar o sinal já no formato PWM para a placa driver dos IGBT’s.
B.1
B.2
B.3
B.4
B.5
B.6
B.7
B.8
B.9
B.10
- 33 -
Fig. 2.19 Placa de Conversão Analógico/PWM
A parte mais importante da placa é o circuito integrado LM-494, que converte um sinal
analógico de tensão em duas saídas PWM (uma saída complemento da outra). Nesta placa é
possível gerar três freqüências de chaveamento: 10, 20 ou 30 kHz.
Finalmente na Fig. 2.20 tem-se o sinal simulando o sistema em malha aberta e na Fig.
2.21, o sistema real operando em malha aberta sendo registrado num osciloscópio Tektronics
THS720P, ambos sem carga.
Fig. 2.20 Resultado do Sistema no Ambiente de Simulação Sem Carga.
-200
-100
0
100
200
-30
-20
-10
0
10
20
30
Tensão de Saída
Corrente do Indutor
- 34 -
Fig. 2.21 Resultado do Sistema Real Sem Carga.
Na Fig. 2.22 tem-se o sinal simulando o sistema em malha aberta e na figura Fig. 2.23,
o sistema real operando em malha aberta sendo registrado num osciloscópio Agilent 54621,
agora com carga.
Fig. 2.22 Resultado do Sistema no Ambiente de Simulação Com Carga Resistiva.
-200
-100
0
100
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Tensão de Saída
Corrente do Indutor
Tensão de Saída
Corrente do Indutor
Corrente de Saída
- 35 -
Fig. 2.23 Resultado do Sistema Real Com Carga Resistiva.
2.5 Conclusão
Como pôde ser observado neste capítulo, a discretização para a condição da Placa de
Aquisição de Dados utilizada altera significativamente a resposta do sistema. Então esta
diferença do sistema discreto para o contínuo deve ser considerada na etapa de projeto do
controlador.
Verificou-se também que tanto o modelo matemático discreto, quanto o sistema
modelado no simulador, representam de forma muito semelhante o UPS real. Sendo estes
ambientes de simulação de grande utilidade na etapa de projeto e teste dos controladores.
Tensão de
Saída
Corrente
do Indutor
Corrente
de Saída
- 36 -
CAPÍTULO 3
CONTROLE PID CLÁSSICO
- 37 -
3
Controle PID Clássico .....................................................................................................38
3.1
Considerações Iniciais ........................................................................................................38
3.2
Ambiente para Teste dos Controladores ..........................................................................38
3.3
Desenvolvimento do PID ....................................................................................................39
3.4
Conclusão.............................................................................................................................49
- 38 -
3 C
ONTROLE
PID C
LÁSSICO
3.1 Considerações Iniciais
Para avaliar o controlador proposto nesta dissertação, será utilizado para efeito de
comparação o controlador PID (Proporcional, Integral e Derivativo), que é largamente
utilizado na indústria.
O PID trata-se de um controlador com teoria de ajuste relativamente simples, passível
de um descritivo passo-a-passo de como ser ajustado. Também possibilita um ajuste mais
refinado na medida em que a resposta do processo a ser controlado é ajustada na prática.
Em [11] diz que a ação deste controlador normalmente é proporcional ao erro
verificado entre o valor desejado e o medido para a propriedade regulada, composta de três
parcelas: uma de proporcionalidade direta a cada novo erro, outra de proporcionalidade à
soma acumulada do erro e uma terceira de proporcionalidade à taxa de variação do erro,
descrevendo o comportamento de boa parte das topologias de PID’s mais simples.
3.2 Ambiente para Teste dos Controladores
O ambiente de simulação da Fig. 3.1 será utilizado para testar e comparar as técnicas de
controle abordadas neste trabalho.
- 39 -
Fig. 3.1 Ambiente de Simulação para Teste dos Controladores.
A Tab. 3.1 mostra a função de cada bloco do ambiente de simulação.
Tab. 3.1 Objetos do Ambiente de Simulação
Código
Descrição
A Referência Senoidal com 110 Vrms
B Técnica de Controle
C Conversão do Sinal de controle em PWM
D Elemento amostrador-retentor
E IGBT’s
F Filtro
G Carga linear
H Carga não linear
A carga linear consome 4,5 kW do UPS utilizando um resistor de 2,7 e a carga não
linear se trata do circuito da Fig. A.3 com o mesmo valor de resistência da carga linear,
capacitor de 2200 µF, consumindo 7,3 kVA.
3.3 Desenvolvimento do PID
Este controlador é de variável única, ou seja, o controle é realizado com base apenas na
variável desejada.
A
B
C
D
E
F
H
G
- 40 -
O PID clássico passa pelo ajuste dos ganhos Proporcional, Integral e Derivativo do
compensador mostrado na Eq. 3.1, baseado na função de transferência do sistema, de forma a
se obter a resposta temporal ou em freqüência desejada. Em [24] encontra-se um
desenvolvimento desta estratégia, desde a obtenção da função de transferência do sistema,
simulação até a implementação prática em um processador DSP com o compensador
modelado no domínio discreto.
Com a estrutura do controle PID vista em [25,26], verifica-se que a lei de controle
traduz a idéia de que a variável manipulada será alterada proporcionalmente ao erro que
aparece a cada instante (Proporcional), ao acúmulo do erro ao longo do tempo (integral) e à
taxa de variação do erro da variável controlada (Derivativo), ou seja, a equação (3.1) vista em
[27,28].
( ) ( ) ( )
(
)
dt
tde
kdtte
k
tektu
dp
i
p
p
τ
τ
++=
Eq. 3.1
Aparecendo três parâmetros de sintonia:
k
p
: ganho da parte proporcional do controlador
τ
i
: tempo da ação integral do controlador (reset time)
τ
d
: tempo da ação derivativa do controlador (rate)
Para tratar o controlador apenas como ajustes dos ganhos pode-se considerar o
seguinte:
i
p
i
k
k
τ
=
,
dpd
kk
τ
=
Eq. 3.2
O valor numérico dessas três constantes deve ser determinado de maneira que o
controlador tenha um bom desempenho e nunca introduza instabilidades no processo.
- 41 -
Nesta dissertação não será detalhada a forma de determinação dos ganhos do
controlador PID mas em [30] tem-se que muitos métodos de ajuste são recomendados mas
talvez os mais conhecidos sejam o Ziegler-Nichols, com o método do ganho crítico sendo
realizado em malha fechada, o Cohen-Coon com o método da curva de reação sendo realizado
em malha aberta e muitos outros tipos baseados método de mínimo erro integral.
Ziegler-Nichols usa o ganho crítico e a freqüência que oscila o sistema quando
submetido a este ganho para determinar os parâmetros do controlador.
Já Cohen-Coon utiliza um modelo de 1ª ordem com um atraso de transporte para
determinar os parâmetros do PID.
Em [13] mostra que realizando a transformada de Laplace (3.1) obtem-se o sinal de
controle no domínio freqüência como visto em (3.3).
( )
s
ksksk
sk
s
k
ksU
idp
d
i
p
++
++=
2
Eq. 3.3
Com uma simples análise neste sistema de segunda ordem pode-se concluir que
aumentado o k
p
e k
i
, geralmente aumenta-se sua velocidade de
resposta com o impacto
da
redução da estabilidade, no entanto, aumentando o k
d
, geralmente, aumenta-se a estabilidade
do sistema. Com o k
i
nulo, o sistema será passível a erro de regime, mas quando k
i
for
diferente de zero a ação integral irá eliminar o erro de regime.
Para o caso da aplicação com referência senoidal, não se utiliza a parte integradora,
que esta resultaria em um valor CC no sinal de comando para o sinal de controle, introduzindo
distorções na forma de onda.
Por isto o controlador será do tipo PD conforme mostrado na Fig. 3.2, onde terá
somente a ação proporcional e derivativa sobre o sinal de erro. As letras “P” e “D” da figura
são os ganhos explicados acima e identificados como k
p
e k
d
.
- 42 -
Fig. 3.2 Controlador PD.
Sendo o erro oriundo da subtração da tensão senoidal de referência (Vref) pela tensão
de saída (Vcap1 - tensão no Capacitor de Filtro).
A equação do controlador PD no domínio discreto está representada em (3.4).
1+= kekeDkPeku
Eq. 3.4
Tendo:
Ts
PT
D
d
=
Eq. 3.5
onde:
· k é o índice da amostra;
· P é o ganho proporcional;
· e(k) é o erro da amostra k;
· Ts é o intervalo de amostragem;
· T
d
é o horizonte de predição da derivada;
· D é o ganho derivativo.
Esta equação é obtida diretamente da discretização da equação em domínio contínuo,
conforme descrito por Franklin em [10].
- 43 -
O ajuste utilizado no PID em questão é oriundo do próprio fabricante do UPS utilizado.
Este UPS comercial fabricado pela empresa CP Eletrônica foi substituído por uma linha
atualizada, mas o ajuste foi largamente testado na prática originando ganhos bastante
refinados do controlador PID. A estrutura de PID utilizada é idêntica a utilizada pelo
fabricante. Para este controlador, tem-se que P = 1,5 e D = 3,5.
Na Fig. 3.3 é apresentado o resultado da simulação do controlador PD, quando acionada
a carga no instante 0,15 segundo e desacionada no instante 0,35 segundo.
Fig. 3.3 Resultado do Controle PD.
Nota-se que existe uma sensível queda na tensão RMS quando acionada a carga devido
à regulação do Link CC como pode ser visto na Fig. 3.4. A topologia utilizada neste trabalho
não contempla um conversor CA/CC com regulação da tensão de saída que neste caso é o
Link CC.
-200
-100
0
100
200
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Corrente de Sda Tensão de Sda
102
104
106
108
110
112
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Tensão RMS de sda
- 44 -
Fig. 3.4 Queda de Tensão do Link CC.
Na Fig. 3.5 é mostrado em detalhe o momento do acionamento da carga com o objetivo
de visualizar o afundamento da tensão de saída que existe neste ponto.
Fig. 3.5 Detalhe do Acionamento da Carga para o Controle PD.
Como o controlador não possui a parte integral que elimina o erro estático de posição, a
queda de tensão no Link CC se reflete na saída do UPS.
Como este efeito é indesejável, será necessária a inserção de um novo elemento no
controle. O controle manterá a parte rápida, responsável pela regulagem senoidal é será
colocado um elemento integrador que utilizará como referência um sinal constante no valor de
110 Vrms e um elemento medidor RMS para medição da tensão de saída. Esta parte será mais
lenta devido à medição RMS e também utilizará um controlador do tipo PID, porém
contemplando somente a parte integradora e sem a necessidade da ação proporcional e
300
320
340
360
380
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Tensão no Link CC
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0,14 0,15 0,16 0,17
Corrente de Saída Tensão de Sda
- 45 -
derivativa. Assim sendo, o sistema continuará tolerante a erro estático, mas compensará
desvios no valor RMS da tensão de saída.
O novo controlador está representado na Fig. 3.6.
Fig. 3.6 Controlador PD com Laço PI.
No diagrama da Fig. 3.7 pode-se visualizar de forma didática o funcionamento
do laço PI que consiste em compor um sinal de controle através da integral do erro da tensão
RMS de saída. Este sinal é modulado pela multiplicação com a tensão senoidal de referência,
que origina uma variação da referência senoidal para o laço de controle PD em função do
erro RMS.
Fig. 3.7 Diagrama de Blocos do Controlador PD com Laço PI.
Sistema
PD
+
-
×
+
-
Tensão RMS
de Referência
I
Tensão Senoidal
de Referência
Modulador
Sensor
RMS
RMS
e
REF
V
REFM
V
CAP
V
M
e
- 46 -
A equação do controlador PD com laço PI no domínio discreto está representada em
(3.6).
(
)
(
)
(
)
(
)
(
)
[
]
(
)
1++= kDekVkVkIeDPku
MCAPREFRMS
Eq. 3.6
Tendo:
i
T
PTs
I =
Eq. 3.7
Onde acrescenta-se aos itens já definidos em (3.4) e (3.5):
· T
i
é o tempo de integração do domínio contínuo;
· I é o ganho integral final.
A seguir, representa-se a resposta do inversor para este controlador, com I = 0,6, em
situações de degrau de carga linear e de retirada dela. A Fig. 3.8 apresenta o comportamento
do valor eficaz da tensão de saída, agora com o novo laço de controle.
Fig. 3.8 Resultado do Controlador PD com Laço PI.
Nota-se que ocorre variação da tensão RMS tanto na entrada da carga quanto no
retirada, mas não tem-se o erro constante quando acionada a carga. A parte integradora do
-200
-100
0
100
200
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Corrente de Sda Tensão de Sda
100
105
110
115
120
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Tensão RMS de saída
- 47 -
controle, que aqui denominada de parte lenta, demora cerca de 10 ms para corrigir o erro,
devido ao retardo provocado pela integração do erro e também pela utilização do sensor de
Tensão RMS.
Na Fig. 3.9 tem-se uma ampliação do afundamento causado pelo acionamento da carga
linear assim como foi mostrado no controle sem a malha lenta.
Fig. 3.9 Detalhe do Acionamento da Carga para o Controle PD com a Malha Lenta.
Nota-se neste gráfico que, mesmo com a inserção de uma malha lenta oriunda do
controle integral e do sensor RMS, o sistema não teve alteração na resposta do controle
senoidal, tendo o mesmo afundamento visto na Fig. 3.5. Confirmando a eficácia da estrutura
proposta na Fig. 3.7, onde pode-se notar que não existe alteração na malha PD do controle.
Quando ao invés de uma carga linear resistiva, utiliza-se uma carga não linear
capacitiva com potência de 7,3 kVA e fator de potência de 0,7, observa-se na Fig. 3.10 uma
grande mudança na forma de onda da corrente e tensão de saída do inversor.
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0,14 0,15 0,16 0,17
Corrente de Saída Tensão de Sda
- 48 -
Fig. 3.10 Resultado com Carga Não Linear.
E na Fig. 3.11 tem-se a representação da distorção harmônica da tensão, que calculando
o % DHT através de (3.8) resulta em 18,7 %.
Fig. 3.11 Distorção Harmônica da Tensão de Saída Utilizando o Controlador PID.
100%
1
22
4
2
3
2
2
×
++++
=
V
VVVV
THD
N
L
Eq. 3.8
Na Fig. 3.12 pode-se visualizar o comportamento da tensão RMS quando utilizada a
carga não linaer.
0
20
40
60
80
100
120
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0,2 0,22 0,24 0,26 0,28 0,3 0,32 0,34
Corrente de Sda Tensão de Sda
- 49 -
Fig. 3.12 Tensão de Saída RMS com Variações de Carga não Linear.
3.4 Conclusão
Verificou-se neste capítulo que o controlador PID se for utilizado somente como PD,
será sensível a variações do Link CC, fazendo-se necessário a adição de uma malha lenta para
controle da tensão RMS através de um PI. Sendo que esta malha lenta não exerceu qualquer
influência sobre o comportamento do controle da tensão de saída no que diz respeito a
resposta senoidal.
95
105
115
125
135
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Tensão RMS de sda
- 50 -
CAPÍTULO 4
CONTROLE POR REALIMENTAÇÃO DE ESTADOS COM
MODELO INTERNO SENOIDAL - REMIS
- 51 -
4
Controle por Realimentação de Estados com Modelo Interno Senoidal - REMIS....... 52
4.1
Considerações Iniciais ........................................................................................................52
4.2
Desenvolvimento do REMIS..............................................................................................52
4.2.1
Projeto da Realimentação da Corrente do Indutor......................................................................... 59
4.2.2
Projeto dos Ganhos do Modelo Interno Senoidal .......................................................................... 60
4.2.3
Discretização do REMIS ............................................................................................................... 63
4.2.4
Resultados de Simulação ............................................................................................................... 65
4.3
Conclusão.............................................................................................................................67
- 52 -
4 C
ONTROLE POR
R
EALIMENTAÇÃO DE
E
STADOS COM
M
ODELO
I
NTERNO
S
ENOIDAL
- REMIS
4.1 Considerações Iniciais
O método chamado neste trabalho de REMIS (Realimentação de Estados com Modelo
Interno Senoidal), considera o modelo da dinâmica senoidal do sinal de referência e tem sua
topologia baseada na realimentação linear de estados.
A principal vantagem do controlador REMIS será a não utilização do elemento não
linear de medição da tensão RMS utilizado no controlador PID e no controle Robusto
mencionado em [12, 18, 19, 29]. Este fato inviabilizou um resultado melhor, no momento da
tentativa de otimização do controle por realimentação de estados, quando estabelecidos
critérios de robustez, pois o método de otimização utilizado não comportava elementos não
lineares. Não esquecendo também que o elemento de medição RMS deixa a resposta do
controle mais lenta, por precisar de uma amostra do sinal para calcular o valor eficaz.
4.2 Desenvolvimento do REMIS
Considerando o diagrama da Fig. 4.1:
Fig. 4.1 Diagrama de Blocos do Sistema com o Controlador.
Onde R(s) é o sinal de referência, E(s) é o erro, C(s) o controlador, G(s) o processo e
Y(s) a saída a ser controlada.
+
-
C(s)
G(s)
E(s)
Y(s)
R(s)
- 53 -
A idéia principal deste controlador é inserir um Controle por Modelo Interno Senoidal
[13 – 15], com a Realimentação Linear das Variáveis de Estados [16, 17].
Para inserir a dinâmica do sinal de referência R(s) visto em (4.1) como função de
transferência e em (4.2) como espaço de estados.
22
)(
ω
ω
+
=
s
A
sR
Eq. 4.1
[ ]
=
=
2
1
2
1
2
2
1
0
0
10
x
x
Az
x
x
x
x
ω
&
&
Eq. 4.2
onde:
A é amplitude da referência senoidal,
ω
é a freqüência em radianos/segundos.
Então para inserir a representação do sinal de referência no sistema, o mesmo será
modelado como mostrado em (4.3), sendo este, o Modelo Interno Senoidal MIS que insere
mais dois estados nos sistema do UPS.
[ ]
)(0)(
)(
1
0
)(
0
10
)(
2
txAtz
tutxtx
mismismis
mismis
mis
mis
=
+
=
ω
&
Eq. 4.3
onde
[
]
T
mismismis
txtxtx )()()(
21
=
, )(tu
mis
e )(tz
mis
representam, respectivamente, os dois
estados, a entrada e a saída do controle por modelo interno senoidal, com A
mis
e
ω
mis
sendo a
amplitude e a freqüência do sinal do modelo interno senoidal.
- 54 -
A Fig. 4.2 representa em diagrama de blocos, o MIS (Modelo Interno Senoidal).
Fig. 4.2 Modelo Interno Senoidal.
A representação em malha aberta do UPS com a inclusão do modelo interno senoidal
pode ser vista em (4.4), onde
[
]
[
]
[
]
T
T
mis
T
a
txtxtx )()()( = representa o vetor de estados
(sendo x(t) os estados do UPS) e V
ref
(t) o sinal de referência senoidal.
{
[ ]
)(0010)(
)(
0
0
1
0
)(
1
0
0
0
)(
000
1000
00
1
0
1
)(
)(
2
0
txtz
ti
C
tVtx
C
Yo
C
L
A
LL
R
tx
a
C
a
d
E
f
ref
B
a
YA
mis
ff
f
mis
ff
L
a
a
a
a
a
f
4434421
43421
44444 344444 21
&
=
+
+
=
ω
Eq. 4.4
A principal motivação da inclusão do modelo interno senoidal é o ganho infinito que a
função de transferência apresenta em malha aberta para a freqüência especificada como pode
ser visualizado na Fig 4.3. Para sinais com a mesma freqüência, o ganho infinito causa, para
uma malha fechada estável, erro nulo para sinais senoidais de mesma freqüência.
+
-
s
1
)(sZ
mis
)(sU
mis
s
1
mis
A
2
mis
ω
- 55 -
Fig. 4.3 Diagrama de Bode do MIS, sendo X
mis1
a esquerda e X
mis2
a direita.
O sistema com a realimentação linear dos estados é demonstrada em (4.5), resultando
no sistema em malha fechada como mostrado na Fig. 4.4.
[ ]
)(0010)(
)(
0
0
1
0
)(
1
0
0
)(
010
1000
00
1
1
)(
1
)(
2
321
0
0
txtz
ti
C
tV
L
k
tx
C
Yo
C
L
k
L
k
L
k
L
kR
tx
a
C
a
d
E
f
ref
B
f
a
YA
mis
ff
ffff
L
a
a
a
cl
cl
f
4434421
321
321
444444 3444444 21
&
=
+
+
+
=
ω
Eq. 4.5
Onde:
22
kAk
mis
= , pode-se calcular o ganho k
2
direto que compõem, neste formato, o
denominador da equação de controle.
- 56 -
Fig. 4.4 UPS com REMIS.
Com (4.5) pode-se determinar o vetor K visto em (4.6), assim como, a lei de controle.
[
]
)t(Vk)t(xkkkk)t(u
refa
K
13210
+
=
444 3444 21
Eq. 4.6
Existem muitas formas de projetar o ganho K. Nesta dissertação será utilizado o Método
do Lugar Geométrico das Raízes - LGR. Para projetar através do LGR, faz-se necessário a
análise do sistema em malha aberta. Em (4.7) é apresentada a função de transferência do UPS
que será chamada de G
ups
(s).
++
+
++
=
ff
L
f
L
f
ff
LC
YoYoR
s
L
R
C
Yo
s
LC
sU
sZ
ff
1
1
)(
)(
2
Eq. 4.7
E em (4.8) tem-se a função de transferência do Modelo Interno Senoidal em malha
aberta chamada de G
mis
(s).
22
)(
)(
mis
mismis
mis
mis
s
A
sU
sZ
ω
ω
+
=
Eq. 4.8
s
1
f
lf
L
R
s
1
+
-
2
K
f
L
1
+
-
+
-
s
1
+
-
f
C
1
+
-
s
1
+
-
1
K
3
K
0
K
f
C
1
f
C
Yo
f
L
1
2
mis
ω
+
+
+
+
ref
V
d
I
)(sU
saída
V
MIS
UPS
- 57 -
A Fig. 4.5 ilustra a associação das equações (4.7) e (4.8) para ser avaliado o
comportamento do sistema em malha fechada quando submetido a um ganho K
p
0.
Fig. 4.5 Sistema para Análise no LGR.
Os valores numéricos utilizados nas equações (4.7) e (4.8) estão definidos na Tab. 4.1.
Na Fig. 4.6 mostra a localização dos pólos quando variado o ganho.
Tab. 4.1 Parâmetros de Projeto
Parameter Value
f
L
mH.01
f
L
R
m.015
f
C
F.
µ
0300
Yo
1
20
.
imc
ω
s/rad377
imc
A
0156.
p
K
)(sG
mis
)s(G
ups
+
_
)s(Z
- 58 -
Fig. 4.6 Localização do Pólos do Sistema.
Para o projeto do vetor de ganhos K, será primeiramente realizado o projeto da
realimentação do estado referente à corrente do indutor e posteriormente serão determinados
os ganhos relacionados ao Modelo Interno Senoidal.
Pólos do UPS
Pólos do MIS
- 59 -
4.2.1 Projeto da Realimentação da Corrente do Indutor
Esta realimentação será realizada como mostrada na Fig. 4.7.
Fig. 4.7 Realimentação da Corrente do Indutor.
Desta forma pode-se avaliar a influência do K
0
no sistema através da função de
transferência (4.9) resultante.
++
+
+
++
=
ff
f
f
f
f
ff
c
LC
YoKYoR
L
KR
C
Yo
ss
LC
sU
sV
1
1
)(
)(
00
2
Eq. 4.9
Baseado na localização dos pólos mostrada na Fig. 4.6, o ganho
0
K do vetor de ganhos
K é ajustado. O ganho
0
K mudará a resposta dinâmica do UPS. O efeito deste ganho pode ser
visualizado na Fig. 4.8, que foi montada utilizando a função de transferência do UPS (4.9).
Tendo
0
K = 4.31, os pólos do UPS são movidos de –341 ± j1800, para uma nova
posição em –2610 e –2380, tornando a dinâmica do UPS mais rápida.
Realimentação do
X
1
f
lf
L
R
f
L
1
+
-
+
-
s
1
f
C
1
+
-
s
1
+
-
0
K
f
C
1
f
C
Yo
f
L
1
+
d
I
- 60 -
Fig. 4.8 LGR com Realimentação da Corrente do Indutor.
4.2.2 Projeto dos Ganhos do Modelo Interno Senoidal
O objetivo desta etapa do projeto será basicamente realocar os pólos do MIS, tornando-
os estáveis em malha fechada.
Na Fig. 4.9 tem-se a parte do sistema vinculada ao Modelo Interno Senoidal.
Fig. 4.9 Realimentação de Estados do MIS.
s
1
s
1
+
-
2
K
1
K
3
K
2
mis
ω
+
+
+
mis
U
mis
Z
- 61 -
A proposta é utilizar um controlador conforme representado em (4.10).
22
)(
mis
s
NC
sC
ω
+
=
Eq. 4.10
O diagrama apresentado na Fig. 4.9 também pode ser representado pela Fig. 4.10.
Fig. 4.10 Outra Representação da Realimentação de Estados do MIS.
Que origina a função de transferência da (4.11).
22
1
2
12
1
3
2
1
)(
mis
mis
s
K
KK
K
sK
s
KsC
ω
ω
+
+
++
=
Eq. 4.11
Além da dinâmica do sinal de referência inserida no controlador pode-se fazer uma
analogia ao controlador PID quando utilizado para controlar uma referência do tipo degrau.
Na Tab. 4.2 tem-se a correlação entre as duas abordagens.
+
-
22
2
mis
s
K
ω
+
G(s)
E(s)
Y(s)
R(s)
22
3
mis
s
sK
ω
+
1
K
+
+
+
C(s)
- 62 -
Tab. 4.2 Relação entre PID e REMIS.
Sinal de Referência:
Degrau Seno
Laplace da referência:
s
1
22
ω
ω
+
s
Parte Proporcional:
Ganho (K
p
) Ganho (K
1
)
Parte Integral:
s
1
22
ω
ω
+
s
Parte Derivativa
s
22
ω
+
s
s
Considerações:
Em ambos tem-se uma parte do controlador igual a Transformada de Laplace do sinal
de referência;
A parte derivativa é representada por um zero na origem em ambos os casos, no “seno”
tem-se o denominador igual à referência.
O numerador do controlador será projetado para inserir um “zero” em –100 e outro em
–200, sabendo que no numerador do controlador tem-se:
1
Ka =
,
1
3
K
K
b =
,
1
2
12
K
KK
c
imc
ω
+
=
Quanto maior o K
1
, mais rápida será a resposta do sistema, que se trata do ganho
proporcional, sendo assim para os pólos do controlador não se aproximarem muito do eixo
imaginário (caracterizando instabilidade) definiu-se K
1
=20, resultando em K
2
=-2.442.400 e
K
3
=6000.
- 63 -
Tendo o LGR da Fig 4.11.
Fig. 4.11 LGR com Realimentação de Estados do MIS.
Trazendo os pólos do MIS para o lado esquerdo do LGR, caracterizando a estabilidade
do sistema.
4.2.3 Discretização do REMIS
Como será utilizada uma interface computadorizada para a implementação do controle,
o projeto deste deve ser avaliado na forma discreta. A discretização será realizada pelo
Matlab
utilizando o método de ZOH (escolhido por representar a dinâmica inserida pelo
controle computadorizado) para uma freqüência de amostragem de 5200 Hz.
Na Fig. 4.12 tem-se o LGR do sistema com o controlador e a realimentação da corrente
do indutor projetados na forma contínua, representado na forma discreta.
- 64 -
Fig. 4.12 LGR Discreto.
Sabendo que a condição de estabilidade para o LGR na forma discreta é que todos os
pólos estejam dentro do círculo de raio unitário foi reduzido o ganho K
1
, e por conseqüência
K
2
e K
3
, até garantir a estabilidade do sistema para esta condição. Resultando em:
K
1
=7; K
2
=-854.856; K
3
=2100
E o LGR na forma discreta de todo o sistema passa a ser representado conforme a Fig.
4.13.
Fig. 4.13 LGR Discreto Corrigido.
Pólos fora do
raio unitário
- 65 -
4.2.4 Resultados de Simulação
Na Fig. 4.14 é apresentado o resultado da simulação do REMIS, quando acionada a
carga no instante 0,15 segundos e desacionada no instante 0,35 segundos.
Fig. 4.14 Resultado Simulado do REMIS.
E na Fig. 4.15 pode-se visualizar a tensão RMS vista na Fig. 4.14.
Fig. 4.15 Tensão RMS do Controlador REMIS.
Ampliando o momento do acionamento da carga na Fig. 4.16, pode-se verificar que não
existe diferença considerável em relação ao demonstrado no PID.
-200
-100
0
100
200
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Corrente de Saída Tensão de Sda
100
110
120
130
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Tensão RMS de saída
- 66 -
Fig. 4.16 Detalhe do Acionamento da Carga para o REMIS.
Da mesma forma que para o controlador PID, o REMIS foi simulado com carga não
linear, apresentando o resultado na Fig. 4.17.
Fig. 4.17 Resultado do Controlador REMIS com Carga Não Linear.
E na Fig. 4.17 tem-se a representação da distorção harmônica da tensão, que calculando
o % DHT através de (3.8) resulta em 12,5 %.
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0,2 0,22 0,24 0,26 0,28 0,3 0,32 0,34
Corrente de Sda Tensão de Sda
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0,14 0,15 0,16 0,17
Corrente de Saída Tensão de Sda
- 67 -
Fig. 4.18 Distorção Harmônica da Tensão de Saída Utilizando o Controlador REMIS.
Na Fig. 4.19 pode-se visualizar o comportamento da tensão RMS quando utilizada a
carga não linear.
Fig. 4.19 Tensão de Saída RMS com Variações de Carga não Linear para o Controlador REMIS.
4.3 Conclusão
O controlador REMIS não necessita de uma malha lenta e nem mesmo de um sensor
RMS devido a utilizar o modelo da referência senoidal.
Em relação à resposta dos controladores, apesar do REMIS resultar em um erro maior
em relação ao PID quando desacionada a carga, o tempo de estabilização do REMIS é menor
após as mudanças de condições da carga bem como a Distorção Harmônica, quando
submetido à carga não linear.
0
20
40
60
80
100
120
95
105
115
125
135
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Tensão RMS de saída
- 68 -
CAPÍTULO 5
RESULTADOS PRÁTICOS
- 69 -
5
Resultados Práticos.......................................................................................................... 70
5.1
Considerações Iniciais ........................................................................................................70
5.2
Controle Clássico PID ........................................................................................................71
5.3
Controlador REMIS...........................................................................................................74
5.4
Conclusão.............................................................................................................................78
- 70 -
5 R
ESULTADOS
P
RÁTICOS
5.1 Considerações Iniciais
Neste capítulo serão apresentados os resultados dos dois métodos de controle com o
objetivo de compará-los quanto ao desempenho e avaliações qualitativas. Os testes serão
analisados entre as técnicas de controle e também em relação aos critérios comentados no
Anexo I desta dissertação.
Para medição e coleta dos dados de saída do UPS foram utilizados um multímetro Fluke
True RMS 179 e um osciloscópio Tectronix TDS2000B, onde:
Fluke: utilizado para Tensão e Corrente RMS, Distorção Harmônica Total da
Tensão e Corrente e Fator de Potência.
Tektronix: utilizado para os registro gráfico da Tensão e Corrente.
A condição do barramento CC para o ensaio foi de 396 VCC (+10% sobre 360 VCC)
sem carga e quando acionada a carga, chega a 360 VCC.
Para controle do barramento CC foi utilizado um variador trifásico de tensão.
Ao final deste capítulo será apresentada uma tabela mostrando o desempenho estático
dos dois controladores e nos gráficos será demonstrado o desempenho dinâmico dos mesmos.
Para todos os ensaios abaixo, foi estabelecida uma referência senoidal com valor eficaz
de 110V e freqüência de 60 Hz. A taxa de amostragem para as técnicas de controle foi de
5200 Hz, conforme utilizada na etapa de projeto.
- 71 -
5.2 Controle Clássico PID
Na Fig. 5.1 segue a resposta do controle no
UPS sem carga
, apresentando os seguintes
resultados numéricos:
- Tensão RMS de Saída: 110,5 Volts;
- Distorção Harmônica Total da Tensão de Saída: 1,6 %;
Fig. 5.1 Saída do UPS sem Carga e com Controle PID.
Na Fig. 5.2 segue a resposta do controle no UPS
com carga linear
, apresentando os
seguintes resultados numéricos:
- Tensão RMS de Saída: 109,6 Volts;
- Corrente RMS de Saída: 40,0 A;
- Distorção Harmônica Total da Tensão de Saída: 2,8 %;
- Distorção Harmônica Total da Corrente de Saída: 3,0 %;
- Fator de Potência: 1,0.
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
- 72 -
Fig. 5.2 Saída do UPS com Carga Linear e com Controle PID.
Na Fig. 5.3 segue a resposta do controle no UPS
com carga não linear
, apresentando
os seguintes resultados numéricos:
- Tensão RMS de Saída: 110,0 Volts;
- Corrente RMS de Saída: 68,0 A;
- Distorção Harmônica Total da Tensão de Saída: 11,7 %;
- Distorção Harmônica Total da Corrente de Saída: 49,2 %;
- Fator de Potência: 0,79.
Fig. 5.3 Saída do UPS com Carga Não Linear e com Controle PID.
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Tensão de Sda
Corrente de Saída
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Tensão de Sda
Corrente de Saída
- 73 -
Na Fig. 5.4 segue a resposta do controle no UPS
com carga linear
, apresentando o
momento em que a
carga é acionada
.
Fig. 5.4 Saída do UPS com Acionamento da Carga Linear e com Controle PID.
Sendo apresentada na Fig. 5.5 a tensão RMS de saída.
Fig. 5.5 Tensão RMS de Saída com Acionamento da Carga Linear e com Controle PID.
Na Fig. 5.6 segue a resposta do controle no UPS
com carga linear
, apresentando o
momento em que a
carga é desacionada
.
100
105
110
115
120
125
130
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
-200
-100
0
100
200
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Corrente de Sda
Tensão de Saída
- 74 -
Fig. 5.6 Saída do UPS com Desacionamento da Carga Linear e com Controle PID.
Sendo na Fig. 5.7 apresentada a tensão RMS de saída.
Fig. 5.7 Tensão RMS de Saída com Desacionamento da Carga Linear e com Controle PID.
5.3 Controlador REMIS
Na Fig. 5.8 segue a resposta do controle no UPS
sem carga
, apresentando os seguintes
resultados numéricos:
- Tensão RMS de Saída: 110,8 Volts;
- Distorção Harmônica Total da Tensão de Saída: 2,7 %;
-200
-100
0
100
200
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Corrente de Sda
Tensão de Sda
100
105
110
115
120
125
130
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
- 75 -
Fig. 5.8 Saída do UPS sem Carga e com REMIS.
Na Fig. 5.9 segue a resposta do controle no UPS
com carga linear
, apresentando os
seguintes resultados numéricos:
- Tensão RMS de Saída: 109,6 Volts;
- Corrente RMS de Saída: 40,8 A;
- Distorção Harmônica Total da Tensão de Saída: 1,8 %;
- Distorção Harmônica Total da Corrente de Saída: 2,0 %;
- Fator de Potência: 1,0.
Fig. 5.9 Saída do UPS com Carga Linear e com REMIS.
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Tensão de Sda
Corrente de Saída
- 76 -
Na Fig. 5.10 segue a resposta do controle no UPS
com carga não linear
, apresentando
os seguintes resultados numéricos:
- Tensão RMS de Saída: 110,2 Volts;
- Corrente RMS de Saída: 65,7 A;
- Distorção Harmônica Total da Tensão de Saída: 10,7 %;
- Distorção Harmônica Total da Corrente de Saída: 47,3 %;
- Fator de Potência: 0,78.
Fig. 5.10 Saída do UPS com Carga Não Linear e com REMIS.
Na Fig. 5.11 segue a resposta do controle no UPS
com carga linear
, apresentando o
momento em que a
carga é acionada
.
-200
-150
-100
-50
0
50
100
150
200
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Tensão de Sda
Corrente de Saída
- 77 -
Fig. 5.11 Saída do UPS com Acionamento da Carga Linear e com REMIS.
Sendo na Fig. 5.12 apresentada a tensão RMS de saída.
Fig. 5.12 Tensão RMS de Saída com Acionamento da Carga Linear e com REMIS.
Na Fig. 5.13 segue a resposta do controle no UPS
com carga linear
, apresentando o
momento em que a
carga é desacionada
.
Fig. 5.13 Saída do UPS com Desacionamento da Carga Linear e com REMIS.
-200
-100
0
100
200
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Corrente de Sda
Tensão de Saída
100
105
110
115
120
125
130
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
-200
-100
0
100
200
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Corrente de Saída
Tensão de Sda
- 78 -
Sendo apresentada na Fig. 5.14 a tensão RMS de saída.
Fig. 5.14 Tensão RMS de Saída com Desacionamento da Carga Linear e com REMIS.
5.4 Conclusão
Na Tab. 5.1, pode-se comparar a resposta estática das técnicas de controle.
Tab. 5.1 Comparação da Resposta Estática dos Controles.
Onde se pode verificar que sem carga a DHT do PID é menor que o REMIS mas com
carga linear e não linear esta situação se inverte tanto em relação a tensão quanto a corrente de
saída.
Nos gráficos que demonstram o comportamento da tensão de saída RMS dos controles,
pode-se notar uma resposta significativamente melhor do REMIS em relação ao PID no que
se refere oscilação da saída.
100
105
110
115
120
125
130
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20
Condição Controle
V
RMS
I
RMS
THD
V
THD
I
FP
PID
110,5 - 1,60% - -
REMIS
110,8 - 2,70% - -
PID
109,6 40,0 2,80% 3,00% 1,00
REMIS
109,6 40,8 1,80% 2,00% 1,00
PID
110,0 68,0 11,70% 49,20% 0,79
REMIS
110,2 65,7 10,70% 47,30% 0,78
Com Carga
Não Linear
Sem Carga
Com Carga
Linear
- 79 -
Na Tab. 5.2, pode-se comparar a resposta dinâmica das técnicas de controle.
Tab. 5.2 Comparação da Resposta Dinâmica dos Controles.
Verifica-se na tabela que a técnica de controle REMIS tem resposta mais rápida no
desacionamento da carga.
Condição Controle
Tempo de
Estabilização
(segundos)
PID
0,050
REMIS
0,050
PID
0,075
REMIS
0,060
Desacionamento
da Carga Linear
Acionamento da
Carga Linear
- 80 -
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES GERAIS E SUGESTÕES PARA
CONTINUAÇÃO DO TRABALHO
- 81 -
6 C
ONCLUSÕES
G
ERAIS E
S
UGESTÕES PARA A
C
ONTINUAÇÃO DO
T
RABALHO
Neste trabalho foi apresentado o controlador REMIS que se trata de um Controlador por
Realimentação de Estados com Modelo Interno Senoidal. Este foi utilizado para controlar um
UPS, tendo o seu desempenho comparado a um controlador PID clássico. Num primeiro
momento, o objetivo foi explicar o UPS a partir de diagramas elétricos e de blocos, de forma
detalhada, para facilitar o entendimento na etapa de projeto. Foram comentados exemplos de
UPS’s comerciais e suas aplicações.
Daí passou-se para o modelo matemático do UPS, sendo este necessário para fins de
projeto e também de simulação dos controles projetados antes de aplicar no UPS físico. Neste
momento verificou-se uma sensível diferença entre o sistema modelado na forma contínua e o
sistema discretizado, a ponto de ser considerado na etapa de projeto. Através da simulação e
de testes com o UPS real em malha aberta, foi possível validar os modelos matemáticos
encontrados, de forma que, toda a etapa de projeto pôde ser realizada em ambientes de
simulações. Foram mostradas todas as partes do UPS detalhando suas funções no sistema.
Na etapa de projeto do controlador REMIS, foi mostrado primeiramente, um
controlador PID clássico [18] utilizado para ser comparado com o proposto. Isto foi motivado
devido à alta taxa de utilização do PID na indústria. A topologia do PID utilizada neste
trabalho contém a particularidade de utilizar dois laços de realimentação da tensão, sendo um
PD para controlar a referência senoidal e uma malha lenta PI para controlar a tensão RMS de
saída, já que o
Link
CC não possuía qualquer tipo de controle e variava quando o UPS era
submetido a variação de carga. Para a malha lenta, fez-se necessário a utilização de um
elemento não linear para a medição da tensão RMS. Este fato foi uma das principais
motivações da criação do controlador REMIS que também está subdividido em duas partes, a
primeira é a Realimentação de Estados propriamente dita e a segunda é o Modelo Interno
- 82 -
Senoidal. A etapa de projeto foi dividida em alocar os pólos do UPS em malha aberta
primeiramente através da realimentação do estado referente a corrente no indutor e num
segundo momento utilizar o Modelo Interno Senoidal e a realimentação do estado referente à
tensão de saída para complementar esta realocação dos pólos do UPS. Foi possível realizar
uma analogia do controlador REMIS ao PID clássico, que para uma referência senoidal, o
Modelo Interno Senoidal tem os mesmos componentes (Proporcional, Integral e Derivativo)
que o PID para uma referência do tipo degrau. Como todo o projeto foi realizado
considerando o modelo contínuo, ao final foi necessário um pequeno ajuste para estabilizar o
sistema na forma discreta. Já em ambiente de simulação, foi possível visualizar algumas
vantagens do controlador REMIS para o PID em relação a tempo de estabilização e distorção
harmônica.
Visualizando os resultados práticos, foram possíveis algumas conclusões do tipo:
Estático ou Regime: sem carga o PID apresentou uma DHT% menor que o REMIS
com carga linear o REMIS teve 1% a menos de DHT%. Com carga não linear ocorreu o
mesmo, o REMIS obteve 10,7 % de DHT% enquanto que no PID foi 11,7 %. Refletindo num
menor consumo e DHT% da corrente de saída quando utilizado o REMIS. Concluindo que
para condições de regime o REMIS possui uma resposta melhor que o PID utilizado.
Dinâmico: já para as condições de variação da carga de saída do UPS, ambos os
controladores utilizados tiveram um comportamento semelhante, não sendo exatamente iguais
por dois pontos. Quando um decréscimo da carga, o REMIS responde mais rapidamente,
em contra partida, o REMIS resulta em uma variação maior da tensão RMS de saída quando
ocorre a variação da carga. Estas duas diferenças não são grandes a ponto de decidir qual
topologia possui melhor comportamento quanto à resposta dinâmica do UPS.
- 83 -
Nota-se que ao final do projeto não foi necessária a utilização de qualquer elemento não
linear na topologia REMIS. Esta diferença motiva o estudo proposto para o futuro, que é a
utilização de condições de robustez para determinação do vetor de ganhos do REMIS
utilizando técnicas de controle robusto [18, 19].
Era esperado que esta diferença do REMIS em relação ao PID resultasse em uma
resposta sensivelmente em todas as condições de performance avaliadas.
As prováveis causas para este diferença entre os dois controladores não ocorrer foram,
que o PID em questão está em aplicação industrial por volta de 4 anos em um UPS
comercial, portanto, está bastante ajustado para o processo em questão. Diferente do
controlador REMIS, que trabalha com novo conceito e utilizou uma técnica de ajuste pouco
precisa.
Resultando na comparação de um PID bem ajustado com o controlador REMIS com
menor qualidade de ajuste.
Outro ponto que deve ser comentado é em relação ao Sensor RMS, que na verdade
colabora com um atraso de somente ¼ de ciclo, talvez não sendo tão prejudicial ao controle
quanto esperado.
No anexo B estão comentados algumas considerações que embasarão os trabalhos
futuros para o projeto do REMIS com critérios de robustez.
- 84 -
CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- 85 -
7 Referências Bibliográficas
[1] I. Barbi,
“Eletrônica de Potência” – livro - 6ª Edição.
[2] J. J. E. Oviedo,
“Robust Advanced PID Control (RaPID)e” - IEEE Trans. on Industrial
Electronics, vol. 26, no. 1, pp. 15-19, Feb. 2006.
[3] J. Holtz, K. H. Werner,
“Multi-Inverter UPS System with Redundant Load Sharing
Control” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 37, no. 6, pp. 506-513, Dec. 1990.
[4] N. M. Abdel-Rahim,
“Analysis and Design of a Multiple Feedback Loop Control Strategy
for Single-Phase Voltage-Source UPS Inverters” IEEE Trans. on Industrial Electronics,
vol. 11, no. 4, pp. 532-541, Feb. 1996.
[5] M. J. Ryan, W. E. Brumsickle, R. D. Lorenz,
“Control Topology Options for Single-Phase
UPS Inverters” IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 33, no. 2, pp. 493-501, Apr.
1997.
[6] K. J. Astrom,
“Control System Design Department of Mechanical & Environmental
Engineering” – Univertity of California – Santa Barbara, 2002
.
[7] C. H. Lee,
“A Survey of PID Controller Design Based on Gain and Phase Margins”
Yang’s Scientific Research Institute, LLC, 2004.
[8] G. Willmann,
Dissertação: “Estudo e implementação de Estratégias de Controle
Aplicadas a Fontes Ininterruptas de Energia”, Mestrado em Engenharia Elétrica – Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2004. 150f.
[9] Kuo, Benjamin C., 7
th
Edition,
“Automatic Control Systems”, Prentice Hall.
[10] G. F. Franklin, J. D. Powell, M. L. Workman,
Digital Control of Dynamic Systems”
Menlo Park, California, EUA: Addison Wesley Longman, 742p , 1998.
- 86 -
[11] R. Spandri,
“Sintonia de Controles Regulatórios” Boletin Técnico Petrobrás, 2003.
[12] G. Willmann, D. Coutinho, L. F. Pereira,
“A Robust Discrete-Time Controller for DC-
AC Inverters” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 1, pp. 213-218, Nov. 2005.
[13] S. Fukuda, Y. Iwaji, H. Hasegawa.
“PWM Technique for Inverter with Sinusoidal Output
Current” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 5, no. 1, pp. 54-61, Jan. 1990.
[14] S. Fukuda, T. Yoda,
“A Novel Current-Tracking Method for Active Filters Based on a
Sinusoidal Internal Model” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 37, no. 3, pp. 888-
895, Jun. 2001.
[15] S. Fukuda, R. Imamura,
“Application of a Sinusoidal Internal Model to Current Control
of Three-Phase Utility-Interface Converters” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 52,
no. 2, pp. 420-426, Apr. 2005.
[16] W. A. Wolovich,
“Automatic Control Systems: Basic Analysis and Design” - Saunders
College, Fort Worth, TX, 2000.
[17] G. F. Franklin, J. D. Powell, and A. Emani-Naeini,
“Feedback Control of Dynamic
Systems” - Addison-Wesley Publishing Company, 1994.
[18] G. Willmann, D. Coutinho, L. F. Pereira, F. B. Libano
“Projeto de Controladores
Robustos para Sistemas UPS” - XV Congresso Brasileiro de Automática, 2004, Gramado,
2004.
[19] G. Willmann, D. Coutinho, L. F. Pereira, F. B. Libano
“Robust Control Design for
Uninterruptible Power Systems” - In: The 30th Annual Conference of the Industrial
Electronics Society, 2004, Busan. IECON'04, 2004.
[20] P. J. Gawthrop, P. E. Nomikos,
“Automatic Tuning of Commercial PID Controllers for
Single-Loop and Multiloop Applications” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 10, no.
1, pp. 34-42, Jan, 1990.
- 87 -
[21] Q. G. Wang, T. H. Lee, H. W. Fung, Q. Bi, Y. Zhang,
“PID tuning for improved
performance” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 7, no. 4, pp. 457-465, July 1999.
[22] W. K. Ho, T. H. Lee, W. Xu, J. R. Zhou, E. B. Tay,
“The Direct Nyquist Array Design of
PID Controllers” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 47, no. 1, pp. 175-185, Febr.
2000.
[23] W. K. Ho, T. H. Lee, H. P. Han, Y. Hong,
“Self-Tuning IMC-PID Control with Interval
Gain and Phase Margins Assignment- IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 9, no. 3,
pp. 535-541, May 2001.
[24] C. E. Lau, M. H. Pong,
“Comparison of three approaches on DSP based digital
controlled2-wheeler forward converter” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 5, no. 9,
pp. 164-168, Dec. 1994.
[25] W. K. Ho, C. C. Hang, J. Zhou,
“Self-tuning PID control of a plant with under-damped
response with specifications on gain and phase margins” - IEEE Trans. on Industrial
Electronics, vol. 5, no. 4, pp. 446-452, July 1997.
[26] A. S. Hodel, C. E. Hall,
“Variable-Structure PID Control to Prevent Integrator Windup”
- IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 48, no. 2, pp. 442-451, Apr. 2001.
[27] J. C. Basilio, S. R. Matos,
“Design of PI and PID Controllers With Transient
Performance Specification” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 45, no. 4, pp. 364-
370, Nov. 2002.
[28] J. Jantzem,
“Tuning Of Fuzzy PID Controllers” Technical University of Denmark,
Department of Automation, Bldg 326, DK-2800 Lyngby, DENMARK, Tech. report no 98-H
871 (fpid), Sep. 1998.
- 88 -
[29] G. Willmann, D. Coutinho, L. F. Pereira,
“Multiple-Loop H-Infinity Control Design for
Uninterruptible Power Supplies” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 54, no. 3, pp.
1591-1602, Jun. 2007.
[30] G. XiaoFeng, G. JinChang, Z. ChunHui,
“Extension of IMC Tuning to Improve
Controller Performance” - IEEE Trans. on Industrial Electronics, vol. 3, no. 14-17, pp. 1770-
1775, Oct. 1996.
[31] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004,
NBR 15014:
“Conversor a semicondutores - Sistemas de alimentação de potência ininterrupta, com saída
em corrente alternada (nobreak)”.
[32] THE INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS, 1986,
IEEE
Std 944: “Recommended Practice for the Application and Testing of Uninterruptible Power
Supplies for Power Generating Stations”.
[33] INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISION, 1999,
IEC 62040-3:
“Uninterruptible power systems (UPS) - Part 3: Method of specifying the performance and
test requirements”.
- 89 -
ANEXO A
FATORES DE QUALIDADE E NORMAS TÉCNICAS
REGULAMENTADORAS
- 90 -
A
NEXO
A
– F
ATORES DE
Q
UALIDADE E
N
ORMAS
T
ÉCNICAS
R
EGULAMENTADORAS
Neste anexo serão fundamentados os parâmetros que qualificarão o desempenho do
UPS com base em normas nacionais e internacionais.
A.1 Fatores de Qualidade
De forma a avaliar o funcionamento do inversor e sua estratégia, alguns parâmetros
precisam ser levantados por medição e ensaios, além de um simples valor eficaz de tensão.
Para tal, será feita uma revisão em algumas definições presentes nas normas IEEE 944 e IEC
62040-3 e sua importância. Para isto listou-se abaixo os parâmetros:
A.1.1 Componentes Harmônicos
Componentes do conteúdo harmônico, expressos em ordem e valor eficaz
Root
Mean Square
- RMS de todos os termos da série de Fourier que descreve a função periódica.
A.1.2 Conteúdo Harmônico
Quantidade obtida subtraindo de um sinal periódico a sua componente fundamental,
como visto na Eq. A.1.
1
VVV
TH
=
Eq. A.1
A.1.3 DHT - Distorção Harmônica Total
É uma distorção caracterizada pela aparição de harmônicos em adição à componente
fundamental. Razão em percentual entre o valor eficaz RMS do conteúdo harmônico e o valor
- 91 -
eficaz RMS da componente fundamental do sinal alternado, conforme Eq. A.2. Quanto mais
próximo a uma onda senoidal pura, menor será o valor da DHT, chegando a zero idealmente.
Quanto menor, mais pura é a senóide que o inversor fornece para a carga.
100%
2
1
22
4
2
3
2
2
×
++++
=
V
VVVV
THD
N
L
Eq. A.2
A.1.4 Desvio
Diferença entre o valor desejado e o valor real de uma variável.
A.1.5 Tensão Nominal de Saída
Tensão declarada pelo fabricante como fornecida pelo equipamento.
A.1.6 Variação de Tensão Eficaz
Diferença entre o valor eficaz, em RMS, da tensão atual e o anterior a uma
perturbação.
A.1.7 Regulação estática
Razão percentual entre o desvio de tensão máximo e o valor nominal operando em
regime permanente. É um parâmetro de estabilidade da forma de onda para a carga.
A.1.8 Regulação dinâmica
É a variação máxima de tensão quando da aplicação de uma perturbação por carga
externa.
- 92 -
A.1.9 Tempo de restabelecimento
Intervalo de tempo entre a modificação de um dos parâmetros de controle ou em um
dos parâmetros que influenciam a saída e o instante em que a grandeza estabilizada de saída
retorna e permanece dentro da faixa de tolerância e regime permanente.
Seu valor indica a rapidez com que o inversor responde a uma perturbação, como um
degrau de carga.
A.2 Especificações de Desempenho
A norma brasileira NBR 15014 é pouco abrangente e possui apenas definições de
termos técnicos genéricos aplicados ao UPS e exemplos de topologias existentes.
Para a norma IEEE
Std
944 é comentado somente os aspectos relevantes a abordagem
desta dissertação.
O UPS deve atender para carga de zero a 100 % da nominal:
- Capacidade: O inversor deve suportar uma margem de 25 % de sobrecarga, tanto útil
como reativa. Este extra deve ser computado na capacidade do equipamento. Quando não
especificado, considerar fator de potência de 0,8 em atraso. O inversor deve, ainda, suportar
100% da carga nominal durante toda a faixa de entrada, para uma carga com fator de crista
inferior a 2.
- Tensão: em regime permanente, para todas as condições de carga e toda a faixa de
entrada, a tensão de saída deve permanecer na faixa de ± 2% da tensão nominal, para todas
combinações possíveis de carga.
- 93 -
- Freqüência: a freqüência deve ter precisão de ± 0,5 %. A taxa de variação de
freqüência quando sincronizando com rede alternativa deve ser inferior a 1 Hz/s, para uma
faixa de ± 0,5 % de variação permitida.
- Forma de onda: A senóide de saída não pode possuir componente harmônico superior
a 3 % e DHT superior a 5 % da magnitude da componente fundamental;
- Transientes: a Figura A.1 abaixo define um perfil de tolerância para a tensão de
saída, considerando um incremento possível de carga de zero a 100 % da potência nominal,
em função da duração dos desvios, para carga com fator de potência igual a 0,8 em atraso até
1;
Fig. A.1
Perfil de Tolerância para Tensão de Saída.
- Ruído acústico: devem ser considerados requisitos regulatórios de cada aplicação para
determinar o que é aceitável.
- 94 -
Da mesma forma que para a norma IEEE
Std
944, a IEC 62040-3 também será
comentado somente os aspectos relevantes a abordagem desta dissertação.
O UPS deve atender para carga de zero a 100 % da nominal:
- Forma de onda: a Tab. A.1 se aplica à saída do inversor;
Tab. A.1 Tolerância para os Harmônicos
Transientes: a Fig. A.2 exemplifica um perfil de tolerância para a tensão de saída, onde
a diferença básica é o percentual de desvio e sua durabilidade. Estes perfis podem orientar o
fabricante quanto ao comportanto dinâmico da tensão a ser obtido durante a fase do projeto,
devendo ser identificados em qual o equipamento está enquadrado, quando da
comercialização pelo fabricante.
- 95 -
Fig. A.2 Perfil de Tolerância para Variação da Tensão de Saída
.
Quanto a testes e características de funcionamento, as seguintes situações para modo
normal de operação:
- Regulação: obter regulação estática medindo variação de tensão entre operação a
vazio e com 100% da potência ativa nominal. Também se deve obter regulação para tensão de
funcionamento do barramento CC de ± 10%;
- Componente CC: a média de 10s da tensão de saída deve ser inferior a 0,1% do valor
nominal de saída. Este aspecto ainda está em consideração;
- Degraus de carga linear: a IEC sugere degraus de 20% para 100% da carga resistiva
nominal, bem como de 100% para 20% na retirada, para identificar as características
dinâmicas. Esta aplicação deve ser feita nos picos da tensão de saída;
- Degraus de carga não-linear: a IEC sugere degraus de 25% para 100% da carga
nominal, bem como de 100% para 25% na retirada, para computar os desvios de suas
características dinâmicas em equipamentos de potência aparente nominal até 4 kVA. Esta
aplicação deve ser feita nos picos da tensão de saída. Para potência superior a 4 kVA, passa-se
- 96 -
para três passos de 33,3 % da carga, tanto na aplicação quanto retirada, sempre medindo os
desvios;
- Carga não-linear: com carga nominal, medir tensão de saída e componentes
harmônicos.
O Anexo E da norma sugere uma referência para uma carga não-linear monofásica,
conforme topologia apresentada na Fig A.3.
Fig. A.3 Carga Não-Linear Monofásica para Teste
.
A resistência
Rs
é dimensionada para dissipar 4 % da potência aparente total
S
,
enquanto a
R1
fica com os restantes 66 %, de forma a gerar uma carga com fator de potência
0,7. O capacitor
C1
é calculado de forma a gerar um
ripple
de 5 % na sua tensão pico a pico
VC1
.
O dimensionamento dos componentes é dado da seguinte forma, desconsiderando
perdas nos diodos retificadores:
entC
VV
22,1
1
=
A.3
S
V
R
ent
S
04,0
=
A.4
- 97 -
S
V
R
C
66,0
2
1
1
=
A.5
11
5,7 fRC =
A.6
onde,
f
é a freqüência da rede elétrica,
R
S
e
R
1
são dados no Anexo E e
C
1
no anexo F da
norma referida.
- 98 -
ANEXO B
ESTUDOS FUTUROS PARA O REMIS
COM CRITÉRIOS DE ROBUSTEZ
- 99 -
A
NEXO
B
–E
STUDOS
F
UTUROS PARA O
REMIS
COM
C
RITÉRIOS DE
R
OBUSTEZ
Da forma como a lei de controle foi modelada neste trabalho, não é possível utilizar as
LMI’s vistas em [12], pois o vetor de ganhos do controlador está modelado através de somas e
no REMIS tem-se alguns ganhos com multiplicações, além de no REMIS ter um dos ganhos
multiplicado pela referência, fazendo-se necessário um remodelamento das LMI’s.
A situação ideal para rodar as LMI’s seria como a mostrada na Fig. B.1.
Fig. B.1 Modelo com Realimentação de Estados.
Resultando no sistema mostrado em (B.1).
{
[ ]
)(0010)(
)(
0
0
1
0
)(
1
0
0
0
)(
010
1000
00
1
1
)(
)(
2
321
0
0
txtz
ti
C
tVtx
C
Yo
C
L
k
L
kA
L
k
L
kR
tx
a
C
a
d
E
f
ref
B
a
YA
mis
ff
ff
mis
ff
L
a
a
a
cl
cl
f
4434421
321
4444444 34444444 21
&
=
+
+
=
ω
Eq. B.1
f
lf
L
R
+
+
f
L
1
+
-
+
-
s
1
f
C
1
+
-
s
1
+
-
1
K
0
K
f
C
1
f
C
Yo
f
L
1
d
I
saída
V
s
1
s
1
mis
A
2
K
3
K
2
mis
ω
+
+
ref
V
+
-
+
-
-
- 100 -
Tendo com sinal de controle a (B.2).
)()( txKtu
a
=
Eq. B.2
Mas com rápidas simulações não foram obtidos sinais de que este modelo daria um bom
resultado, sendo sugerido para o futuro que o controle seja dividido em duas etapas distintas,
como pode ser visualizado na Fig. B.2.
Fig. B.2 Sistema com Realimentação de Estados e MIS Separados.
Nota-se que os estados da Tensão no Capacitor e Corrente no Indutor estão
corretamente realimentadas, enquanto que os estados oriundos do MIS não. Estes estados
serão utilizados basicamente, para aproveitar o conceito de ganho infinito quando submetido a
sinais de mesma freqüência.
Originando o seguinte sistema.
s
1
f
lf
L
R
s
1
+
+
mis
A
2
K
f
L
1
+
-
+
-
s
1
+
-
f
C
1
+
-
s
1
+
-
1
K
3
K
0
K
f
C
1
f
C
Yo
f
L
1
2
mis
ω
+
+
ref
V
d
I
saída
V
+
-
+
-
+
-
e
~
e
- 101 -
{
[ ]
)(0010)(
)(
0
0
1
0
)(
1
0
0
1
)(
010
1000
00
1
1
)(
)(
2
321
0
0
txtz
ti
C
tVtx
C
Yo
C
L
k
L
kA
L
k
L
kR
tx
a
C
a
d
E
f
ref
B
a
YA
mis
ff
ff
mis
ff
L
a
a
a
cl
cl
f
4434421
321
4444444 34444444 21
&
=
+
+
=
ω
Eq. B.3
Não originando o sinal de controle de (B.2).
Para otimizar este sistema levando em consideração condições de robustez, deverão ser
alteradas as LMI’s propostas em [12] a fim de comportar o MIS.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo