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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA DO Tagetes patula
PELO MÉTODO DA RAZÃO DE BOWEN, EM AMBIENTE PROTEGIDO E A
CAMPO.
MILLENA ARIANA BOUERI
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia Área de Concentração em
Irrigação e Drenagem.
BOTUCATU-SP.
Junho-2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA DO Tagetes patula
PELO MÉTODO DA RAZÃO DE BOWEN, EM AMBIENTE PROTEGIDO E A
CAMPO.
MILLENA ARIANA BOUERI
Engenheira Agrônoma
Orientadora: Profa. Dra. Dalva Martinelli Cury Lunardi
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Agronomia–Área de Concentração em
Irrigação e Drenagem.
BOTUCATU-SP.
Junho-2007
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MENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Boueri, Millena Ariana, 1977-
B756e Estimativa da evapotranspiração da cultura do Tagetes
patula pelo método da razão de Bowen, em ambiente
protegido e a campo / Millena Ariana Boueri. – Botucatu :
[s.n.], 2007.
v, 66 f. : il. color., gráfs., tabs.
Tese (Doutorado) -Universidade Estadual Paulista, Fa-
culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2007
Orientador: Dalva Martinelli Cury Lunardi
Inclui bibliografia
1. Balanço de energia. 2. Evapotranspiração. 3. Estufa
(Plantas). 4. Flores – Cultivo. 5. Tagetes. I. Lunardi,
Dalva Martinelli Cury. II. Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” (Campus de Botucatu). Faculdade
de Ciências Agronômicas. III. Título.
DEDICO
À minha vó Tininha.
À minha querida mãe Rosemeire Boueri.
Ao meu amor e minha vida Bruno Zuffo Janducci e
aos meus outros dois amores Raul e Zilda.
AGRADECIMENTOS
A Deus, Jesus e Maria Santíssima por me guiarem em todos os
momentos de minha vida e serem meu “porto seguro”.
À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, especialmente ao Programa de Pós-
Graduação em Irrigação e Drenagem pela oportunidade de realização do curso de
Doutorado.
Aos professores e funcionários do Departamento de Recursos
Naturais – Setor Ciências Ambientais.
À CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, pela concessão da bolsa de estudos.
À Professora Dalva Martinelli Cury Lunardi pelo incentivo,
amizade e orientação.
À Professora Lígia Raquel de Carvalho do Departamento de
Bioestatística -Instituto de Biociências.
Ao Professor João Francisco Escobedo pela disponibilização dos
equipamentos utilizados no experimento.
À Élcio Klosowski e Emerson Galvani que pela montagem da área
experimental, com experimentos que antecederam à este, disponibilizaram uma série de
facilidades.
À Antônio Ribeiro da Cunha pelo auxílio na montagem dos
equipamentos na área experimental e programação.
À Melania Inês Valiatti pela colaboração na montagem e condução
do experimento.
Aos colegas Marcelo de Aguiar e Silva, Raul Andres Martinez,
Eduardo Nardini e a todos que contribuíram e torceram pelo sucesso deste trabalho.
Às queridas amigas Lilian, Ana e Suzy pelo apoio, conselhos e
principalmente amizade.
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS ........................................................................ I
LISTA DE TABELAS.......................................................................................................... II
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... IV
RESUMO............................................................................................................................... 1
SUMMARY........................................................................................................................... 3
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 5
2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 8
2.1. Floricultura no Brasil...................................................................................................... 8
2.2. A cultura........................................................................................................................ 10
2.3. Ambiente protegido....................................................................................................... 13
2.4. Evapotranspiração......................................................................................................... 15
2.5. Balanço de energia........................................................................................................ 16
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................. 20
3.1. Descrição geral da área experimental............................................................................ 20
3.2. Condução do experimento............................................................................................. 21
3.2.1. Monitoramento dos elementos meteorológicos......................................................... 24
3.2.1.1. Saldo de radiação (Rn) ou energia disponível......................................................... 25
3.2.1.2. Distribuição do saldo de radiação (Rn) ou energia disponível nos diferentes
processos.............................................................................................................................. 26
3.2.1.3. Critério para rejeição de dados inconsistentes do método da razão de Bowen....... 28
3.2.1.4. Validação do Balanço de energia............................................................................ 28
3.2.2. Medidas Evapotranspirométricas............................................................................... 28
3.2.2.1. Medida da Evapotranspiração da cultura (ETc)...................................................... 28
3.2.2.2. Estimativa da ETc pelo método da razão de Bowen (ETc β)................................. 31
3.2.3. Manejo da irrigação.................................................................................................... 31
3.2.4. Amostragem das plantas e medidas após o transplante............................................. 32
3.3. Metodologia Estatística................................................................................................. 33
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 34
4.1. Condições meteorológicas em ambiente protegido e campo........................................ 34
4.1.1. Balanço de ondas curtas (BOC)................................................................................. 36
4.1.2. Balanço de ondas longas (BOL)................................................................................ 36
4.1.3. Saldo de radiação (Rn)............................................................................................... 37
4.2. Análise do crescimento da cultura................................................................................ 39
4.3. Balanço de energia........................................................................................................ 42
4.3.1. Validação do Balanço de energia dentro e fora de ambiente protegido..................... 46
4.4. Medidas e estimativas da evapotranspiração da cultura (ETc)..................................... 46
5. CONCLUSÕES................................................................................................................ 50
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 52
APÊNDICE.......................................................................................................................... 58
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
pt Ambiente protegido
ca Campo
RG Radiação solar global (MJ m
-2
d
-1
)
Rr Radiação solar refletida (MJ m
-2
d
-1
)
Ea Emissão atmosférica (MJ m
-2
d
-1
)
Es Emissão terrestre (MJ m
-2
d
-1
)
BOC Balanço de ondas curtas (MJ m
-2
d
-1
)
BOL Balanço de ondas longas (MJ m
-2
d
-1
)
Rn Saldo de radiação (MJ m
-2
d
-1
)
LE Calor latente de evaporação (MJ m
-2
d
-1
)
H Calor sensível (MJ m
-2
d
-1
)
G Fluxo de calor no solo (MJ m
-2
d
-1
)
F Fluxo de calor fotoquímico (MJ m
-2
d
-1
)
ETc Evapotranspiração da cultura (mm d
-1
)
β Razão de Bowen
ETc β Evapotranspiração estimada pelo método da razão de Bowen (mm d
-1
)
e
a
Pressão parcial de vapor d’água (kPa)
e
s
Pressão de saturação de vapor d’água (kPa)
T Gradiente de temperatura (°C)
e
a
Gradiente de pressão de vapor dágua (°C)
γ Constante psicrométrica
LISTA DE TABELAS
Página
1. Distribuição da produção de flores no Brasil, número de produtores, área cultivada e
vendas por região/estado -1999.............................................................................................. 9
2. Análise química do solo em ambiente protegido (pt) e campo (ca)................................. 21
3. Análise física do solo em ambiente protegido (pt) e campo (ca)..................................... 21
4. Elementos meteorológicos com respectivos sensores e unidades nas condições de
ambiente protegido e campo................................................................................................ 25
5. Valores médios do balanço de ondas curtas (BOC), balanço de ondas longas (BOL) e
saldo de radiação (Rn), em MJ m
-2
nas condições de ambiente protegido e campo............ 37
6. Média e desvio-padrão do saldo de radiação (Rn) nas condições de ambiente protegido e
campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula........................................................... 38
7. Média e desvio-padrão referentes à área foliar (AF) da planta, em cm
2
, durante o ciclo da
cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo......................... 39
8. Média e desvio-padrão referentes ao número de folhas por planta, durante o ciclo da
cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo......................... 40
9. Média e desvio-padrão referentes ao número de botões florais por planta, durante o ciclo
da cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo..................... 40
10. Média e desvio-padrão do fluxo de calor latente (LE) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula........................................ 42
11. Média e desvio-padrão do fluxo de calor sensível (H) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula........................................ 43
12. Média e desvio-padrão do fluxo de calor no solo (G) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula........................................ 43
13. Relação do fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H) e fluxo de calor no
solo (G) com o saldo de radiação (Rn), durante os estádios fenológicos da cultura do
Tagetes patula, em ambiente protegido e campo................................................................. 44
14. Valores médios, em mm, da evapotranspiração estimada pelo método da razão de
Bowen e medidos pelo lisímetro de lençol freático constante, da cultura do Tagetes patula,
nas condições de ambiente protegido (pt) e campo (ca)...................................................... 47
15. Valores médios, em mm, da evapotranspiração da cultura do Tagetes patula estimada
pelo método da razão de Bowen e medidos pelo lisímetro de lençol freático constante, por
estádio fenológico, nas condições de ambiente protegido (pt) e campo (ca)....................... 47
LISTA DE FIGURAS
Página
1. Distribuição percentual da área cultivada por categoria.................................................... 9
2. Detalhe do capítulo do Tagetes sp. (cravo-de-defunto)................................................... 11
3. Ilustração do Tagetes patula, publicada em 1889 na Curtis Botanical Magazine........... 12
4. Disposição dos canteiros em ambiente protegido............................................................ 22
5. Disposição dos canteiros no campo................................................................................. 23
6. Lisímetro de lençol freático constante............................................................................. 29
7. Detalhe do lisímetro em ambiente protegido................................................................... 29
8. Monitoramento do consumo de água através da leitura na bureta do tanque medidor em
ambiente protegido............................................................................................................... 30
9. mina de água a ser aplicada em função do tempo de abertura dos gotejadores, nas
condições de ambiente protegido e campo........................................................................... 32
10. Variação média diária da temperatura do ar, durante o ciclo da cultura do Tagetes
patula, em ambiente protegido (pt) e campo (ca)................................................................ 34
11. Variação média diária da umidade relativa do ar, durante o ciclo da cultura do Tagetes
patula, em ambiente protegido (pt) e campo (ca)................................................................ 35
12. Medida da precipitação pluvial (mm), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula, na
condição de campo............................................................................................................... 35
13. Curvas do saldo de radiação (Rn), em MJ m
-2
d
-1
, nas condições de ambiente protegido
(pt) e campo (ca), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.......................................... 38
14. Relação entre o saldo de radiação (Rn) medido em ambiente protegido (pt) e o medido
em campo (ca), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.............................................. 39
15. Valores médios de área foliar (AF) (a), índice de área foliar (IAF) (b), número de folhas
(c) e número de botões florais (d) por planta, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula,
nas condições de ambiente protegido (pt) e campo (ca)...................................................... 41
16. Relação do fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H) e fluxo de calor no
solo (G) com o saldo de radiação (Rn), durante os estádios fenológicos da cultura do
Tagetes patula, em ambiente protegido (pt) e campo (ca)................................................... 44
17. Correlação entre a energia disponível no sistema (Rn G) e os fluxos de calor latente e
sensível (LE + H), nas condições de ambiente protegido (a) e campo (b), durante o ciclo da
cultura Tagetes patula.......................................................................................................... 46
18. Correlação entre a evapotranspiração estimada pelo método da razão de Bowen e a
evapotranspiração medida pelo lisímetro............................................................................. 48
19. Valores médios diários da evapotranspiração estimada pela razão de Bowen e medida
pelo lisímetro de lençol freático constante, nas condições de ambiente protegido (a) e
campo (b), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula..................................................... 49
RESUMO
Os objetivos deste trabalho foram: aplicar o método do balanço de
energia para quantificar a partição da energia solar disponível nos processos de evaporação
(calor latente), aquecimento do ar e das plantas (calor sensível) e no aquecimento do solo
(fluxo de calor no solo) na cultura do Tagetes patula (cravo-de-defunto), em ambiente
protegido e a campo; e comparar os valores de evapotranspiração da cultura medidos em
lisímetro de lençol freático constante, com os estimados pelo balanço de energia nos dois
ambientes. O experimento foi conduzido na área experimental do Departamento de
Recursos Naturais Setor Ciências Ambientais da Faculdade de Ciências Agronômicas da
Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, no período de 21/05 a 09/08/02. A
área experimental foi constituída de duas áreas de 280m
2
, sendo uma na condição de campo
e outra em ambiente protegido tipo arco, com cobertura de polietileno de baixa densidade
(PEBD), difusor de luz, com 150µm de espessura, tendo nas laterais sombrite com 50% de
redução da radiação solar. Os resultados mostraram que o saldo de radiação foi distribuído
em 102% para LE, 2% para H e 9% para G em ambiente protegido. Na condição de campo,
a distribuição foi de 95%, 14% e 13% para LE, H e G, respectivamente. Os valores de
LE/Rn acima de 100% devem-se ao efeito de advecção, havendo transporte lateral de
energia da área vizinha para a cultura, representando fonte adicional de energia (ganho
lateral) para a evapotranspiração. Embora as características construtivas do lisímetro de
lençol freático permitam que as irrigações superficiais possam ser dispensadas, nestas
condições a não evaporação do solo ou a lentidão na ascensão capilar por interrupção da
capilaridade nos primeiros centímetros de solo, provocam o prevalecimento da
transpiração. A evapotranspiração estimada pelo método da razão de Bowen, apresentou
valores médios de 50 e 55% maiores aos medidos pelos lisímetros, em ambos os ambientes,
podendo ser devido ao fato das medidas do lisímetro não serem de evapotranspiração e sim,
transpiração da cultura; e também devido ao ganho lateral de energia (advecção) para a
evapotranspiração (LE).
ESTIMATIVE OF THE EVAPOTRANPIRATION OF THE Tagetes patula CROP
BY THE BOWEN RATIO METHOD, INSIDE AND OUTSIDE A GREENHOUSE.
Botucatu, 2007. 66f. Tese (Doutorado em Agronomia - Irrigação e Drenagem) - Faculdade
de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: MILLENA ARIANA BOUERI
Adviser: PROFA. DRA. DALVA MARTINELLI CURY LUNARDI
SUMMARY
The objective of this work was to apply the energy balance method
partition of the available solar energy, in the processes of evaporation (latent heat), heating
of air and the plants (sensible heat) and in the heating of the ground (flux of heat in the
ground), in the Tagetes patula crop, inside and outside a greenhouse; and to compare the
values of crop evapotranspiration (ETc) measured in water table lysimeters, with that
estimated by the energy balance method, in two environments. The experiment was carried
on the experimental area of the Department of Natural Resources - Section Environmental
Sciences of the College of Agricultural Sciences, UNESP, Botucatu-SP, in the period from
21/05 to 09/08/02. The experimental area was constituted of two areas of 280m
2
, being one
at field conditions and the other in greenhouse arch type, with covering of polyethylene of
low density (HDPE), light spreading, with 150µm of thickness, and polypropylene screen
with 50% reduction of the solar radiation in the laterals. The results showed that the net
radiation was distributed in 102% for LE, 2% for H and 9% for G inside a greenhouse. In
the field condition, the distribution was of 95%, 14% and 13% for LE, H and G,
respectively. The values of LE/Rn above of 100% must it the advection effect, having
lateral transport of energy of the neighboring area for the culture, representing additional
source of energy (lateral profit) for the evapotranspiration. Although the constructive
characteristics of the water table lysimeters sheet allow that the superficial irrigations can
be excused, in these conditions not the evaporation of the ground or the slowness in the hair
ascension for interruption of the capillarity in the first centimeters of ground, more
transpiration occurs. The evapotranspiration for the Bowen ratio method, presented average
values of 50 and 55% greaters to the measured ones for the lysimeters, inside and outside a
greenhouse, being able to have to the fact of the measures of lysimeter not to be
evapotranspiration and yes, crop transpiration; and also had to the lateral profit of energy
(advection) for the evapotranspiration (LE).
1. INTRODUÇÃO
O cultivo de flores e plantas ornamentais como atividade econômica
vem se intensificando no Brasil, destacando-se no agronegócio. Trata-se de uma das
melhores alternativas de investimento na agricultura, porque demanda pouca área e o ciclo
de produção é geralmente curto, permitindo rápido retorno do capital investido.
Com um alto valor econômico agregado aos produtos e elevado
nível de exigência do mercado consumidor, a floricultura faz o uso de ambientes protegidos
como uma estratégia para superar limitações climáticas, atendendo à sazonalidade da
demanda no mercado interno e garantindo uma maior qualidade de sua produção.
Além da utilização de ambiente protegido, uma outra ferramenta
muito importante para o cultivo de flores, é a aplicação de água de maneira racional,
mantendo um teor de água adequado no solo, proporcionando maiores produtividades,
melhor qualidade e consequentemente, melhores preços de mercado.
O Tagetes sp. (cravo-de-defunto) caracteriza-se por ser uma planta
de fácil cultivo, bastante decorativa, de ciclo relativamente longo (CLARCK;
WILLIAMSON, 1979), com variação de tamanho, cor e espécie, muito empregada para
forrações de jardins, maciços, floreiras e também para o corte. Além de ser utilizado como
planta ornamental, tem elevada importância econômica e comercial devido à produção de
metabólitos secundários, principalmente thiophenos, que apresentam uma variedade de
efeitos, tais como nematicida, bactericida, fungicida e inseticida (VASUDEVAN et al.,
1997). De acordo com Huang (1984), o uso do Tagetes sp. em um sistema de rotação de
culturas vem sendo um método efetivo para controlar insetos e nematóides. Segundo
Kämpf (2000), sua permanência no campo por quatro meses e meio é suficiente para
eliminar os nematóides do solo.
Como características medicinais e farmacêuticas, foram observados
efeitos terapêuticos significantes sobre carcinomas “in vitro” e em problemas hepáticos
(VASILENKO et al., 1990), sendo também rica em flavonóides e carotenóides, pigmentos
importantes para a fabricação de corantes naturais.
Por ser uma cultura com características tão importantes, torna-se
imprescindível o conhecimento de diferentes sistemas de cultivo na sua produção,
caracterização ambiental destes sistemas e determinação do seu consumo de água.
A avaliação da quantidade de água necessária às fases de
desenvolvimento de uma cultura é de extrema importância e para isso faz-se necessário o
conhecimento da sua evapotranspiração (ETc), pois ela representa a quantidade de água que
deve ser reposta ao solo para manter o crescimento e a produção em condições ideais.
A evapotranspiração é função dos elementos meteorológicos, do
solo, da planta e da disponibilidade de água, podendo ser obtida de diferentes maneiras: de
forma indireta, a partir de fórmulas teóricas ou empíricas, utilizando-se dados do solo e
meteorológicos; ou de forma direta, por meio de lisímetros e do balanço hídrico do solo.
A determinação da evapotranspiração por meio de medidas em
lisímetros é uma operação de difícil execução em condições de campo. Com o propósito de
minimizar essas dificuldades, muitas pesquisas desenvolvem métodos de estimativa da
evapotranspiração, relacionando a perda de água de superfícies naturais com dados
meteorológicos, por serem facilmente obtidos.
O método do balanço de energia das superfícies vegetadas, baseado
no princípio físico da conservação da energia, avalia a distribuição da energia disponível
nos processos de transporte de calor latente de evaporação (LE), calor sensível (H) e fluxo
de calor no solo (G) (PEREIRA et al., 2002), representando assim, a contabilidade destas
interações. O conhecimento do efeito da demanda atmosférica no fluxo de calor latente
fornece subsídios necessários para o planejamento do uso racional da água na irrigação.
De acordo com as descrições anteriores, os objetivos deste trabalho
são:
a) aplicar o método do balanço de energia para quantificar a partição da energia solar
disponível nos processos de evaporação (calor latente), aquecimento do ar e das
plantas (calor sensível) e aquecimento do solo (fluxo de calor no solo), na cultura do
Tagetes patula (cravo-de-defunto), em ambiente protegido e a campo;
b) comparar os valores de evapotranspiração da cultura Tagetes patula (cravo-de-
defunto) medidos, em lisímetro de lençol freático constante, em ambiente protegido
e a campo, com os estimados pelo balanço de energia.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Floricultura no Brasil
A floricultura, em seu sentido amplo, abrange o cultivo de plantas
ornamentais, desde flores de corte e plantas envasadas, floríferas ou não, até a produção de
sementes, bulbos e mudas de árvores de grande porte. É um setor altamente competitivo,
que exige a utilização de tecnologias avançadas e profundo conhecimento técnico pelo
produtor (SILVEIRA, 1993).
A produção brasileira de flores e plantas ornamentais, inicialmente
concentrada no Estado de São Paulo, tem se expandido para todo o país, com cultivos nos
Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul,
Pernambuco, Ceará e o Norte do país (AKI, 1999) como mostra a Tabela 1.
Aki (1999) revelou a existência de 2.545 produtores no país que, em
seu conjunto, cultivaram 4.850ha, sendo 80% a céu aberto e 20% em estufas. Esta área
gerou um faturamento estimado de R$ 322 milhões no ano de 1999, dos quais somente a
produção do Estado de São Paulo respondeu por 74,5%. O setor foi responsável pela
geração de cerca de 50 mil empregos. Destes, 22,5 mil (45%) estavam localizados na
produção, 3,5 mil (7%) na distribuição, 22,5 mil (45%) no comércio e 2,0 mil (4%) no
apoio.
Tabela 1. Distribuição da produção de flores no Brasil, número de produtores, área
cultivada e vendas por região/estado -1999.
Área cultivada Vendas Região/
Estado
N
o
Produtores
Campo Estufa Total Part. % R$ milhões Part. %
SP 1.500 2.748 709 3.457
71,3 240,0 74,5
RJ 100 70 10 80 1,6 8,0 2,4
SE
MG 350 100 18 118 2,4 11,8 3,7
Total SE 1.950 2.918 737 3.655
75,4 259,8 80,6
PR 90 100 80 180 3,7 9,0 2,8
SC 115 300 40 340 7,0 17,0 5,3 S
RS 270 520 50 570 11,8 28,0 8,7
Total S 475 920 170 1.090
22,5 54,0 16,8
NE Nordeste 80 30 30 60 1,2 5,0 1,6
CO Centro-Oeste
20 20 5 25 0,5 2,0 0,6
N Norte 20 10 10 20 0,4 1,5 0,5
Total
2.545 3.898 852 4.850
100,0 322 100,0
Fonte: Aki (1999)
De acordo com o IBRAFLOR (2004), a distribuição da área
cultivada com flores e plantas ornamentais é de 50,4% para mudas; 13,2% para flores
envasadas; 28,8% para flores de corte; 3,1% para folhagens em vasos; 2,6% para folhagens
de corte e 1,9% para outros produtos da floricultura (Figura 1). De 2000 até 2004, houve
um crescimento de 515% nas exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais.
Figura 1. Distribuição percentual da área cultivada por categoria.
Em um levantamento realizado por Junqueira e Peetz (2006), eles
puderam verificar que as exportações brasileiras cresceram 7,65% de janeiro a junho de
2006 em relação aos primeiros seis meses de 2005. De janeiro a setembro de 2006, a receita
das vendas externas chegou a US$ 24,2 milhões - pouco menos do que o país exportou
durante o ano de 2005 inteiro, US$ 25,7 milhões. A grande potencialidade do país neste
setor deve-se à existência de uma flora bastante diversificada que, por sua beleza, desperta
cada vez mais o interesse de consumidores internos e externos; além do relativo baixo custo
de produção, a diversidade climática e a posição do país em relação ao mercado
internacional.
2.2. A cultura
O Tagetes é nativo do México, onde é muito importante na
decoração do "Dia dos Mortos" (finados), uma festa muito popular, motivo pelo qual é
chamado de "cravo-de-defunto". Em países de língua inglesa, é conhecido por “Marigold”,
sendo uma planta de fácil cultivo, bastante decorativa e de ciclo relativamente longo
(CLARCK; WILLIAMSON, 1979).
Pertence à Família Asteraceae, sendo representado por quatro
grupos: Americano (Tagetes erecta L.), Francês (Tagetes patula L.), Signet (Tagetes
signata L., Tagetes tenuifolia Cav.) e híbridos triplóides. As folhas desta planta são
compostas, de coloração verde escura, produzindo contraste acentuado com as flores
(CLARCK; WILLIAMSON, 1979). A Figura 2 mostra o detalhe do capítulo do Tagetes sp.
(cravo-de-defunto).
Figura 2. Detalhe do capítulo do Tagetes sp. (cravo-de-defunto).
O Tagetes patula, é uma planta herbácea anual de caule baixo, de
20-30 cm de altura, compacta, de folhagem com cheiro característico. Possuem flores em
capítulos pequenos simples ou dobrados, solitários, em tonalidades variáveis de amarelo,
alaranjado e marrom-avermelhado. Cultivados quase que exclusivamente em bordaduras e
em forração, formando maciços compactos desenhados, e em canteiros de terra enriquecida
com húmus (LORENZI; SOUZA, 1995). Utilizada também como flor-de-corte.
Uma ilustração do Tagetes patula, publicada em 1889 na Curtis Botanical Magazine, é
mostrada na Figura 3.
Figura 3. Ilustração do Tagetes patula, publicada em 1889 na Curtis Botanical Magazine.
Caracteriza-se por ser uma planta decorativa e de fácil cultivo, com
florescimento principalmente na primavera e verão (FLORTEC, 1998).
Segundo Lorenzi e Souza (1995), o Tagetes patula é uma planta de
pleno sol e de grande resistência, sendo uma das poucas espécies anuais que pode ser
cultivada em regiões tropicais durante o período do verão. A cultura requer irrigação
suplementar, podendo ser utilizada irrigação por sulco ou aspersão (MEDINA;
BEMILLER, 1993).
As sementes germinam em qualquer época do ano em sementeiras,
podendo ser plantadas diretamente nos canteiros, a uma distância de 30 a 40 cm entre as
mudas dos tipos mais altos e de 15 cm entre as das variedades menores (ENCICLOPÉDIA
DE PLANTAS E FLORES, 1977).
Além de ser utilizado como planta ornamental, tem elevada
importância econômica e comercial devido à produção de metabólitos secundários,
principalmente thiophenos, que apresentam uma variedade de efeitos, tais como
nematicida, bactericida, fungicida e inseticida (VASUDEVAN et al., 1997). Seu efeito
fungicida tem despertado interesse, sendo estudado extensivamente seus componentes
químicos inibidores no desenvolvimento de fungos como o Sclerotium cepivorum que
ocorre na cultura da cebola, Colletotrichum gloeosporioides na mangueira e Alternaria
solani na cultura da batata (TYGADLO et al., 1993).
Para Huang (1984), a rotação com esta cultura é um método efetivo
para controlar nematóides e insetos em ambientes protegidos, sendo uma das plantas mais
utilizadas para este fim. Este mesmo autor em experimento com cenoura e cravo-de-
defunto em ambiente protegido, observou redução na população de Meloidogyne javanica,
mostrando que rotações com a cultura de interesse, não servem somente para controlar
nematóides, mas também para melhorar o solo do cerrado brasileiro, especialmente durante
a estação chuvosa. Oduor-Owino e Waudo (1994) observaram o mesmo efeito em um
estudo com intercalação de tomate e cravo-de-defunto (Tagetes minuta) em ambiente
protegido.
Segundo Kämpf (2000), sua permanência no campo por quatro
meses e meio é suficiente para eliminar os nematóides do solo.
Hackney e Dickerson (1975) avaliaram em ambiente protegido, o
potencial nematicida do Tagetes sp., Feijão e Crisântemo, cultivados simultaneamente com
o tomate, hospedeiro do Meloidogyne incognita e Pratylenchus alleni, concluindo que o
mais eficaz foi o Tagetes sp.
Segundo Belcher e Hussey (1977), o efeito nematicida é mais eficaz
contra o ataque de Meloidogyne incognita em um esquema de rotação de cultura, do que
plantado junto com tomate. Segundo os mesmos autores, o efeito do Tagetes patula foi
27% maior que o amendoim, um não hospedeiro, na redução de Meloidogyne incógnita.
2.3. Ambiente protegido
O cultivo em ambiente protegido permite uma série de vantagens:
aumento da produtividade, melhoria na qualidade dos produtos, precocidade, menor
lixiviação dos nutrientes do solo, controle mais eficiente de pragas e doenças e proteção
contra intempéries climáticas como as chuvas, vento, granizo e frio (OLIVEIRA, 1997).
Como desvantagens, Oliveira (1995), cita as altas temperaturas em seu interior e a
penetração insuficiente de luz, havendo portanto, a necessidade de cuidados especiais na
elaboração de sistemas de irrigação e ventilação de acordo com o clima de cada região e o
tipo de cobertura utilizada.
A utilização de ambiente protegido com cobertura plástica de
polietileno de baixa densidade (PEBD) implica em diversas modificações
micrometeorológicas, que por sua vez, alteram as relações entre as plantas e o ambiente. O
plástico absorve e reflete parte da radiação incidente, sendo o restante transmitido para
dentro do ambiente. Dentro do ambiente, novamente absorção e reflexão pela superfície
protegida, e assim sucessivamente até que os processos de reflexão e absorção pela
cobertura e pela superfície do terreno tornem-se desprezíveis (PEREIRA et al., 2002).
A interceptação da radiação solar pela cobertura plástica reduz a
incidência desta sobre as plantas, o que, consequentemente, irá alterar o balanço de
radiação e de energia. Associado a isso, o processo convectivo originário do saldo de
radiação positivo, é inibido pela cobertura plástica que retém o ar quente e o vapor,
provocando alterações nos diversos elementos micrometeorológicos, em relação ao
ambiente externo (SEEMANN, 1979), resultando em alterações na planta, afetando a
produtividade, a qualidade e a duração do ciclo.
Muitos trabalhos mostram que o saldo de radiação no interior de
ambiente protegido é menor que no ambiente externo (CUNHA, 2001; FRISINA;
ESCOBEDO, 1999; GALVANI, 2001). Furlan (2001) avaliou o saldo de radiação em
ambiente protegido e os dados obtidos no mês de novembro (primavera) permitiram
concluir que, entre o nascer e o pôr-do-sol, o saldo de radiação é menor em ambiente
protegido. No entanto, durante a noite, quando o saldo de radiação é negativo devido à
ausência de radiação solar incidente, o valor verificado sob a cobertura plástica é menos
negativo, ou seja, maior no ambiente protegido do que no ambiente externo.
A evapotranspiração no interior de ambientes protegidos é
normalmente menor do que a que ocorre no ambiente externo, devido à atenuação causada
pela cobertura na radiação solar incidente, o que acaba resultando em redução no saldo de
radiação interno (FURLAN, 2001; GUISELINI, 2002; PEREIRA et al., 2002). Pereira et al.
(2002) salientam que a evapotranspiração no interior de ambiente protegido é menor do que
no ambiente externo devido não somente à redução no saldo de radiação, mas também
devido à menor ventilação e à maior umidade do ar no interior do ambiente.
2.4. Evapotranspiração
O processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera
por evaporação da água do solo e por transpiração das plantas vem a ser o fenômeno da
evapotranspiração (PEREIRA et al., 2002). É controlada pela disponibilidade de energia,
pela demanda atmosférica e pelo suprimento de água do solo às plantas (PEREIRA et al.,
1997).
O conhecimento da ETc é fundamental em projetos de irrigação,
pois ela representa a quantidade de água que deve ser reposta ao solo para manter o
crescimento e a produção em condições ideais. No entanto, a determinação de ETc é difícil
e sujeita a muitos erros (PEREIRA et al., 1997).
Os parâmetros meteorológicos expressos pela radiação solar,
insolação, temperatura do ar, umidade relativa do ar e precipitação interagem com a cultura,
estimulando a evapotranspiração (OMETTO, 1981). Villa Nova (1987) ressalta que é difícil
separar a ação de cada um desses elementos, pois os mesmos agem simultaneamente e se
interrelacionam. Assim, de maneira geral, para uma dada região, quanto maior for a
disponibilidade de energia solar, temperatura do ar e velocidade do vento, e quanto menor
for a umidade relativa do ar, maior deverá ser a taxa de evapotranspiração. Em regiões onde
ocorrem advecções fortes, condição que comumente ocorre quando uma área úmida é
circundada por uma área seca, a importância relativa do saldo de radiação decresce, e em
adição a ele, a advecção ou transferência de calor sensível das áreas secas circunvizinhas,
contribuirá no processo evapotranspirativo com energia até maior que aquela disponível à
área úmida, aumentando desta forma a importância da velocidade do vento e umidade
relativa do ar na evapotranspiração.
Slatyer e McIroy (1961 apud CURY LUNARDI et al., 1997)
fazendo considerações sobre a utilização de lisímetros na determinação da
evapotranspiração da cultura e da evapotranspiração de referência, comentam que estes
equipamentos apresentam-se como os mais indicados, desde que seja considerada uma área
tampão onde se utilizam as mesmas condições de manejo.
A medida direta da evapotranspiração é extremamente difícil e
onerosa, porque exige instalações e equipamentos especiais de alto custo, justificando-se
apenas em condições experimentais. Segundo Pereira et al. (1997) inúmeros são os métodos
de estimativa da evapotranspiração e eles podem ser agrupados em cinco categorias:
empíricos, aerodinâmico, balanço de energia, combinados e correlação dos turbilhões.
2.5. Balanço de Energia
Em condições atmosféricas normais, o suprimento principal de
energia para a superfície é dado pela radiação solar de ondas curtas, parte da qual é
refletida, conforme as características da superfície, estabelecendo um balanço de ondas
curtas (BOC). Por outro lado, a superfície também emite e recebe radiação de ondas longas
da atmosfera, em função de sua temperatura, estabelecendo o balanço de ondas longas
(BOC). Portanto, contabilizando-se a energia radiante de todos os comprimentos de ondas
que chegam e que saem da superfície, estabelece-se o denominado saldo de radiação (Rn)
(PEREIRA et al., 1997).
A essência do conceito de balanço de energia está na afirmação de
que a diferença entre a energia que entra e a energia que sai de um sistema é a energia
captada ou utilizada por ele.Nos sistemas vegetados, essa energia captada pode ser utilizada
no aquecimento do ar e das plantas (H, calor sensível), no aquecimento do solo (G), na
evapotranspiração (LE, calor latente) e nos processos de sínteses biológicas (F) (PEREIRA
et al., 2002), podendo ser representado da seguinte forma: Rn = LE + H + G + F.
A obtenção da evaporação ou evapotranspiração através da partição
do balanço de energia é uma alternativa que tem sido considerada promissora. Desde que
possam ser medidos ou estimados com suficiente precisão os termos do balanço energético,
a evapotranspiração pode ser determinada com bastante realidade. Além do que, este é um
método que possibilita a estimativa de evaporação ou evapotranspiração para períodos
curtos, como um dia, por exemplo (BERLATO; MOLION, 1981).
Os primeiros estudos do balanço de energia foram feitos por Bowen
(1926) sobre uma superfície líquida natural, determinando a razão entre os fluxos de calor
latente e sensível, em função dos gradientes de temperatura e de pressão de vapor,
denominada “razão de Bowen”.
Na área agronômica, esse método tem sido utilizado para a
determinação da evapotranspiração nas mais diversas culturas, haja vista sua fundamental
importância para um manejo racional da água (CUNHA, 2001; RIGHI, 2004; SILVA, L.,
2003; SILVA, T., 2005; VIANA et al., 2003; VILLA NOVA, 1973).
A exatidão dos resultados, obtidos através dos cálculos de fluxos de
calor latente e sensível, depende da sua obtenção, havendo a necessidade de se eliminar os
erros associados a este método (PEREZ et al., 1999), como medidas de gradiente menor
que a resolução dos sensores. Um outro erro que pode ocorrer, são os valores de β
próximos de -1. Neste caso, alguns autores eliminam os valores de β entre -0,75 e -1,0 ou -
0,7 e 1,3 (PEREZ et al., 1999; SILVA, L., 2003; SILVA, T., 2005; UNLAND et al., 1996),
dependendo da acuracidade de medida dos sensores. Tanner (1960 apud PEREIRA et al.,
1997) em trabalhos experimentais mostram que β = -0,5 parece ser o limite de confiança.
Perez et al. (1999) estudaram o descarte de valores inconsistentes da
razão de Bowen, com o SARB (Sistema Automático da Razão de Bowen), visando o
aprimoramento do referido método. Os autores relataram que os dados inconsistentes
apareceram, principalmente, ao nascer e pôr-do-sol, com Rn negativo, e à noite devido à
inversão térmica. Uma outra fonte de ocorrência de erros foi o registro de LE > 0
(condensação), em períodos com Rn-G > 0. Afirmaram que isso ocorreu, normalmente, nos
momentos com baixos fluxos de calor latente (0 a 0,432 MJ m
-2
d
-1
, geralmente no início da
manhã ou no final da tarde) e sob baixa advecção. Ainda segundo esses autores, um outro
problema foi o baixo gradiente de vapor d’água (menores que 0,03 kPa m
-1
) originários de
fraca advecção, chuvas ou irrigação. Nessas condições, ocorreram LE > 0 e valores da
razão de Bowen próximos a -1,0. Os autores concluíram, ainda, que devem ser rejeitados os
dados noturnos e obtidos após precipitação ou irrigação e que a ocorrência de gradientes de
vapor d’água muito pequenos afeta a consistência das estimativas do SARB.
Heilman e Brittin (1989) citam que na utilização do método do
balanço de energia pela razão de Bowen, para se obter valores representativos do local
analisado, os coeficientes de transferência turbulenta de calor e vapor devem ser idênticos,
caso válido em condições neutras, e ao contrário nas condições de estabilidade. Para
minimizar este efeito, deve-se ter uma extensa superfície homogênea de contorno (área
tampão) para que a distância em relação à direção predominante do vento esteja na ordem
de 1:100, comparada a maior altura de medida pelos sensores.
Como uma grande diferença nos processos de transferência de
energia entre o dia e a noite devido à disponibilidade de energia e estabilidade atmosférica,
alguns autores consideram apenas reais intervalos de medidas calculadas sobre o período do
dia, excluindo também dados falhos correspondentes à dias chuvosos ou devido a outros
problemas de medida (HEILMAN; BRITTIN, 1989; PEREZ et al., 1999; SILVA, L., 2003;
SILVA, T., 2005; UNLAND et al., 1996).
Para Howell et al. (1991) o método da razão de Bowen produz bons
resultados na estimativa da evapotranspiração em escalas menores, como um dia, não sendo
recomendado para períodos muito grandes. Para Blad e Rosemberg (1974), em condições
de advecção, o método do balanço de energia pode superestimar em até 20% as medidas
lisimétricas. Ressaltaram ainda, que comumente próximo ao nascer e pôr-do-sol ocorrem
valores elevados da razão de Bowen devido à dificuldade de se obter gradientes de
temperatura e pressão de vapor dágua.
Cunha et al. (1996) construíram psicrômetros constituídos de pares
termo-elétricos de cobre-constantan sendo um seco (exposto ao ambiente) e outro úmido
(envolto por algodão umedecido) e os utilizaram no estudo do balanço de energia e da
razão de Bowen na cultura de milho a céu aberto e chegaram às seguintes conclusões: a
demanda da energia para o fluxo de calor latente superou a demanda para o fluxo de calor
sensível na atmosfera, aumentando a diferença entre ambos com o desenvolvimento da
cultura; o saldo de radiação foi utilizado, em proporções médias, para o ciclo de
desenvolvimento, em 80% na forma de fluxo de calor latente de evaporação, 14% na forma
de fluxo de calor sensível na atmosfera e 6% na forma de fluxo de calor no solo; a
transferência de calor no solo acompanhou a disponibilidade energética na superfície,
representada pelo saldo de radiação.
Oliveira et al. (1997), também utilizando instrumental semelhante
ao construído por Cunha et al. (1996), analisaram os componentes do balanço de energia
sobre o cultivo de amendoim irrigado a céu aberto e concluíram que 93,2% da radiação
disponível sobre a cultura foi utilizada pelo fluxo de calor latente e 1,1% para aquecimento
do solo. O fluxo de calor sensível no ar contribuiu, para o fluxo de calor latente, com 5,7%,
originário da advecção. Fontana et al. (1991) observaram em cultivo de soja que o fluxo
de calor latente consumiu uma maior porção da radiação líquida, 95%, quando cultivado
em área irrigada, sendo este percentual reduzido para 78% na parcela não irrigada.
Galvani (2001) em estudo de balanço de energia na cultura de
pepineiro em ambiente natural e protegido observou que a maior parte da energia
disponível foi utilizada no fluxo de calor latente de evaporação e que o método do balanço
de energia apresentou valores mais consistentes quando obtidos em condições internas e em
ciclo de outono-inverno.
Cunha (2001) no cultivo do pimentão, concluiu que o saldo de
radiação na cultura ficou particionado em 88%, 10% e 2% para o cultivo em ambiente
protegido, e em 98%, 5% e 7% para o cultivo de campo, respectivamente para os fluxos de
LE, H e G, com maiores perdas de energia para o cultivo de campo.
Viana (2000) avaliando a evapotranspiração da cultura de alface em
ambiente protegido, concluiu que o método da razão de Bowen não apresentou um bom
desempenho na estimativa diária da evapotranspiração, em comparação com os valores
medidos através de um lisímetro de pesagem. A redução da velocidade do vento e a
contenção dos movimentos convectivos pela cobertura plástica diminuem a renovação das
camadas de ar. Isso ocasiona baixos valores de gradiente de pressão parcial de vapor, o que
dificulta a estimativa da evapotranspiração por este método.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Descrição geral da área experimental
O trabalho foi realizado na área experimental do Departamento de
Recursos Naturais Setor Ciências Ambientais da Faculdade de Ciências Agronômicas da
Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu-SP, com coordenadas geográficas:
22°51’ de latitude Sul, 48°26’ de longitude Oeste e 786m de altitude, durante um período
de 81 dias (21/05 a 09/08/2002).
O clima de Botucatu, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo
Cwa, caracterizado como clima temperado quente com chuvas no verão e seca no inverno.
A temperatura média do mês mais quente é superior a 22°C, temperatura média anual
próxima de 20,5°C e a precipitação média anual de 1479mm.
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo
Vermelho Eutrófico, A moderado, textura média, segundo Embrapa (1999).
Para as análises química (Tabela 2) e física (Tabela 3) do solo da
área experimental, foram coletadas amostras aleatórias em quatro pontos do ambiente
protegido e 4 do campo, a uma profundidade de 0,20m, e estas encaminhadas ao
Departamento de Recursos Naturais – Setor Ciência do Solo da FCA - Botucatu-SP.
Tabela 2. Análise química do solo em ambiente protegido (pt) e campo (ca).
pH M.O. P
resina
H+Al K Ca Mg SB CTC V
Amostras
CaCl
2
g dm
-3
mg dm
-3
Mmol
dm
-3
%
1
pt
6,4 41 919 13 6,0 170 58 234 247 95
2
pt
5,7 22 111 16 6,0 58 16 80 96 83
3
pt
6,3 34 986 13 5,6 170 52 228 241 94
4
pt
6,3 34 759 13 5,6 160 52 218 231 94
5
ca
6,6 24 512 11 3,7 85 30 119 130 91
6
ca
6,5 26 713 17 5,2 140 44 189 206 92
7
ca
6,6 21 596 12 3,2 87 40 130 142 92
8
ca
6,5 22 418 13 3,2 66 30 99 112 89
Tabela 3. Análise física do solo em ambiente protegido (pt) e campo (ca).
Granulometria (%)
Amostras
Areia Argila Silte
1
pt
61,12 31,35 7,53
2
ca
60,07 29,35 10,58
O experimento foi conduzido em duas áreas de 280m
2
, orientadas
no sentido NNW-SSE, sendo a primeira no campo e a segunda constituída por um ambiente
protegido tipo arco, com 7m de largura, 40m de comprimento, 4m de altura máxima e 2,2m
de direito. Utilizou-se a cobertura de polietileno de baixa densidade (PEBD), difusor de
luz, com 150µm de espessura, tendo nas laterais sombrite com 50% de redução da radiação
solar.
3.2. Condução do experimento
A planta cultivada foi o Tagetes patula L. (cravo-de-defunto), com
15 a 20cm de altura, de flores simples e dobradas, em tonalidades de amarelo, laranja,
vermelho, marrom-claro ou em combinações dessas cores.
As mudas do Tagetes patula foram preparadas no viveiro de mudas
florestais da FCA-Botucatu. A semeadura foi feita no dia 16/04/2002 utilizando-se bandejas
de polietileno expandido (isopor) de 128 células, semeando uma semente por célula, em
substrato comercial. As bandejas permaneceram dentro de ambiente protegido recebendo
irrigação e a aplicação de nitrato de cálcio e cal de pintura, como fertirrigação, 2 vezes ao
dia, manualmente.
Cada área possuía três canteiros de plantio, de 36m de comprimento
e 1m de largura, com espaçamento de 1m entre canteiros. Cada canteiro possuía três linhas
de cultivo, espaçadas de 0,30m entre fileiras e 0,20m entre plantas. As Figuras 4 e 5
mostram a disposição dos canteiros, em ambiente protegido e a campo.
O preparo do solo dos canteiros foi feito com enxada rotativa e
enxadão sete dias antes do transplante das mudas.
Figura 4. Disposição dos canteiros em ambiente protegido.
Figura 5. Disposição dos canteiros no campo.
De acordo com os resultados da análise química do solo realizado
no Departamento de Recursos Naturais – Setor de Ciência do Solo da Faculdade de
Ciências Agronômicas, UNESP/Botucatu, nenhuma prática de adubação inicial foi
recomendada.
No dia 20/05/02, 34 dias após a semeadura, as mudas mais
vigorosas foram transplantadas para os canteiros da área experimental, com densidade de
15 plantas/m
2
.
Para garantir o pleno desenvolvimento da cultura, foram feitas
capinas manuais para o controle de plantas daninhas.
O encerramento das atividades no experimento se deu no dia
09/08/02, 81 dias após o transplante das mudas, quando as plantas mostraram queda no IAF
e um aspecto de senilidade.
3.2.1. Monitoramento dos elementos meteorológicos
Os sensores instalados em ambiente protegido e a campo, foram
conectados a um sistema de aquisição de dados (Datalogger 21X fabricado por Campbell
Scientific), programado para realizar leituras a cada 5 segundos e armazenar valores médios
a cada cinco minutos, em um módulo de memória externo, modelo SM192. Esses valores
instantâneos eram transferidos para um microcomputador, gerando-se as curvas diárias de
cada um dos elementos medidos com os respectivos sensores, abaixo relacionados:
Radiométricos
Saldo Radiômetro Kipp-Zonen, modelo CNR1: Radiação solar global (RG) e
refletida (Rr), emissão atmosférica (Ea) e terrestre (Es);
Fluxímetro Rebs: Fluxo de calor (G) no solo a 0,02m abaixo da superfície vegetada.
Térmicos
Termômetros de termopares: Temperatura de bulbo seco e úmido (conjunto
psicrométrico) colocados em microabrigos, com ventilação natural, em dois níveis
acima do dossel da cultura, a 0,50 e a 1,0m;
Temperatura (T) e umidade relativa do ar (UR), modelo HMP45C (-35°C a + 50°C
e 0 a 100%).
Os elementos meteorológicos utilizados na área experimental, nas
condições de ambiente protegido e campo, estão agrupados na Tabela 4, com seus
respectivos sensores e unidades.
Tabela 4. Elementos meteorológicos com respectivos sensores e unidades nas condições de
ambiente protegido e campo.
UNIDADE
MODELO DO SENSOR FUNÇÃO
instantânea
diária
CNR1 - Kipp-Zonen RG W m
-2
MJ m
-2
CNR1 - Kipp-Zonen Rr W m
-2
MJ m
-2
CNR1 - Kipp-Zonen Es W m
-2
MJ m
-2
CNR1 - Kipp-Zonen Ea W m
-2
MJ m
-2
Fluxímetro Rebs G W m
-2
MJ m
-2
HMP45C T °C °C
HMP45C UR % %
Termopar bulbo seco e
a
°C kPa
Termopar bulbo úmido e
s
°C kPa
3.2.1.1. Saldo de radiação (Rn) ou energia disponível
Sendo o saldo de radiação (Rn) dado pela somatória do balanço de
energia de ondas curtas (BOC) e o balanço de ondas longas (BOL), seus valores foram
obtidos conforme equação abaixo:
Rn = BOC + BOL (01)
O balanço de ondas curtas (BOC) corresponde à radiação solar
global (RG) menos a radiação solar que é refletida (Rr) pela superfície:
BOC = RG - Rr (02)
O balanço de ondas longas (BOL) é dado pela diferença entre a
emissão atmosférica (Ea) e a emissão terrestre (Es):
BOL = Ea - Es (03)
Todos estes valores de radiações foram obtidos através de medidas
em ambiente protegido e campo.
3.2.1.2. Distribuição do saldo de radiação (Rn) ou energia disponível nos diferentes
processos
O saldo de radiação (Rn) diário foi distribuído nos processos de
evaporação (LE, calor latente), aquecimento do ar e das plantas (H, calor sensível) e no
aquecimento do solo (G, fluxo de calor no solo) conforme equação abaixo:
Rn – G – H – LE – F = 0 (04)
onde:
Rn = saldo de radiação disponível sobre a superfície cultivada em MJ m
-2
d
-1
;
G = Fluxo de calor no solo em MJ m
-2
d
-1
;
H = Fluxo de calor sensível em MJ m
-2
d
-1
;
LE = Fluxo de calor latente de evaporação em MJ m
-2
d
-1
;
F = Fluxo de calor fotoquímico em MJ m
-2
d
-1
.
Como o processo fotossintético (F) utiliza, em média, menos que
3% da Rn, pode ser quantitativamente desprezado (PEREIRA et al., 1997).
O Rn e o G foram medidos, enquanto que o H e o LE foram
estimados utilizando-se a razão de Bowen.
Bowen (1926) relacionou os fluxos de calor sensível (H) e latente
(LE), conforme equação abaixo, sendo a mesma conhecida como razão de Bowen (β) e
amplamente utilizada na estimativa da evapotranspiração.
β =
LE
H
= γ
a
e
T
(05)
onde:
β = razão de Bowen;
T = gradiente de temperatura (°C) obtido com o conjunto psicrométrico instalado nos dois
níveis considerados (0,50 e 1,0m);
e
a
= gradiente de pressão de vapor d’água (kPa) obtido com o conjunto psicrométrico
instalado nos dois níveis considerados (0,50 e 1,0m);
γ = constante psicrométrica igual a 0,074 kPa
o
C
-1
para psicrômetros o ventilados (em
abrigo meteorológico com ventilação natural);
Após a estimativa diária da razão de Bowen, e de posse dos valores
do saldo de radiação (Rn) e do fluxo de calor no solo (G), foi possível realizar a estimativa
do fluxo de calor latente (LE), em MJ m
-2
d
-1
, por meio da seguinte equação:
LE =
)1(
β
+
GRn
(06)
Em seguida, foi possível realizar a estimativa do fluxo de calor
sensível (H), em MJ m
-2
d
-1
:
H = β . LE (07)
Considerou-se como positivo os fluxos de LE, H e G que fluíam da
atmosfera ou subsolo para a superfície, e negativo quando da superfície para a atmosfera ou
subsolo:
LE (+) = condensação;
LE (-) = fluxo de vapor (evapotranspiração);
H (+) = fluxo de calor sensível para o sistema, contribuindo para o
aumento da taxa de evapotranspiração;
H (-) = fluxo de calor sensível para a atmosfera;
G (+) = fluxo de calor do interior do solo para a superfície;
G (-) = fluxo de calor para o interior do solo.
3.2.1.3. Critério para rejeição de dados inconsistentes do método da razão de Bowen
Este trabalho tomou por base uma análise física do método para
rejeitar valores inconsistentes. De acordo com Tanner (1960 apud PEREIRA et al., 1997),
as estimativas de LE e H e ETc originários de valores da razão de Bowen entre -0,5 e -1,0
foram descartadas. À medida que β se aproxima desses valores, as estimativas tornam-se
indefinidas.
3.2.1.4. Validação do Balanço de energia
Segundo Galvani (2001), a validação de estimativas dos
componentes do balanço de energia deve ser feita, uma vez que os valores do fluxo de calor
latente de evaporação e fluxo de calor sensível foram estimados a partir de outros
elementos, entre eles o fluxo de calor no solo e o saldo de radiação. Foi utilizado um
método simplificado que estabeleceu as relações entre o somatório do fluxo de calor latente
e sensível (LE + H) e a energia disponível no sistema (Rn - G).
3.2.2. Medidas Evapotranspirométricas
3.2.2.1. Medida da Evapotranspiração da cultura (ETc)
O consumo de água ou evapotranspiração da cultura do cravo-de-
defunto (Tagetes patula) foi obtido com dois lisímetros de lençol freático constante, em
cada ambiente. Conforme Figura 6, cada lisímetro era composto por uma caixa de cimento
amianto (A) com as seguintes dimensões: 1,30m de comprimento, 1,10m de largura e
0,70m de altura; um tanque intermediário (B) construído em chapa de ferro galvanizado
com 0,30m de diâmetro e 0,80m de altura; e um tanque medidor (C) também construído em
chapa de ferro galvanizado com 0,30m de diâmetro e 0,80m de altura, apresentando bureta
graduada em ml, através da qual eram feitas as leituras; armação de madeira coberta com
plástico transparente (D) com a finalidade de evitar a entrada de água nas caixas, em caso
de precipitação. A Figura 7 mostra um dos lisímetros em ambiente protegido.
Figura 6. Lisímetro de lençol freático constante. Fonte: Klosowski, 2001).
Figura 7. Detalhe do lisímetro em ambiente protegido.
Conforme a água do solo do reservatório evapotranspirométrico era
retirada, pelas plantas e por evaporação do solo, ocorria uma compensação simultânea do
nível freático nos tanques intermediário e medidor. O consumo de água era monitorado,
diariamente, através da leitura na bureta do tanque medidor (Figura 8). Este valor era
subtraído da leitura do dia anterior e convertido em milímetros de evapotranspiração
através de um fator de calibração (FC), obtido da relação entre a área do tanque medidor e
da superfície evapotranspirante. O lençol freático foi mantido a 0,40m da superfície do
solo.
Cada ambiente possuía três lisímetros em seu interior, porém,
somente dois faziam as medidas da evapotranspiração. O outro era destinado à medida da
transpiração da cultura, parte de outra pesquisa, também com o Tagetes patula, que estava
em andamento.
Figura 8. Monitoramento do consumo de água através da leitura na bureta do tanque
medidor em ambiente protegido.
3.2.2.2. Estimativa da ETc pelo método da razão de Bowen (ETc β)
Conhecidos os valores diários dos fluxos do balanço de energia, foi
possível estimar a evapotranspiração da cultura (ETc) do Tagetes patula, em ambiente
protegido e campo, para todo o período analisado, convertendo o fluxo de calor latente (LE)
expresso em MJ m
-2
d
-1
, para equivalente de evaporação em mm d
-1
, usando um fator de
conversão igual ao inverso do fluxo de calor latente de evaporação (1/LE = 0.408), como
descrito em Allen et al. (1998):
ETc β (mm d
-1
) = 0.408 LE (MJ m
-2
d
-1
) (08)
3.2.3. Manejo da irrigação
Na área externa aos lisímetros, foi utilizado o sistema de irrigação
por gotejamento, com tubos gotejadores distribuídos ao longo das linhas de plantio, com
espaçamento de 0,30m entre eles. Um filtro de disco foi utilizado para evitar o entupimento
dos gotejadores e consequentemente, a desuniformidade da lâmina de água a ser aplicada.
O controle da irrigação foi efetuado, baseando-se nos valores da
evapotranspiração, obtidos através das leituras diárias, feitas nos lisímetros. A média dos
dois lisímetros instalados em cada ambiente fornecia a lâmina d’água necessária.
O tempo (minutos) para aplicar a lâmina d’água (mm) desejada, em
ambiente protegido, pode ser descrito pela Equação 9, e para a condição de campo, pela
Equação 10, obtidas por um modelo de regressão entre vazão e tempo para os gotejadores
(Figura 9), sendo a lâmina d’água dada pela leitura dos lisímetros em mm.
Tempo = 16,878 Lâmina d’água (09)
Tempo = 16,793 Lâmina d’água (10)
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0
0
5
10
15
20
25
30
35
Tempo(pt) = 16,878 * Lâmina d'água
r
2
= 0,9982
(a)
Tempo (min)
Lâmina (mm)
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0
0
5
10
15
20
25
30
35
Tempo(ca) = 16,793 * Lâmina d'água
r
2
=0,9996
(b)
Tempo (min)
Lâmina (mm)
Figura 9. Lâmina de água a ser aplicada em função do tempo de abertura dos gotejadores,
nas condições de ambiente protegido e campo.
3.2.4. Amostragem das plantas e medidas após o transplante
A avaliação do crescimento e desenvolvimento das plantas de
Tagetes patula, conforme descrito por Boueri (2003), foi feita levando-se em consideração
diversas variáveis das plantas, tais como: área foliar (AF), índice de área foliar (IAF),
número de folhas e número de botões florais, ao longo do ciclo da cultura, com freqüência
semanal, a partir de sete dias após o transplantio das mudas para as condições de ambiente
protegido e campo. Foram colhidas semanalmente quatro plantas aleatórias em cada
ambiente.
A área foliar, em centímetros quadrados, foi obtida com o auxílio de
um Medidor de Superfície Laminar, modelo MSL 80, pertencente ao Departamento de
Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas, UNESP/Botucatu.
O número de folhas e botões florais foi obtido por contagem
individual de cada planta, manualmente.
Para determinar o índice de área foliar (IAF), foram utilizadas as
medidas de área foliar total de quatro plantas (AF em m
2
) e respectiva área de solo
disponível para a planta (m
2
), calculando como se segue:
06,0
AF
IAF = (11)
Boueri (2003) definiu quatro estádios de desenvolvimento para o
Tagetes patula, de acordo com o seu índice de área foliar: Estádio I: Inicial (1
a
a 3
a
semana
após o transplantio); Estádio II: Desenvolvimento Vegetativo (4
a
a 7
a
semana); Estádio III:
Floração (8
a
a 11
a
semana); Estádio IV: Senescência (12
a
semana).
3.3. Metodologia Estatística
Para todas as variáveis foi realizada a análise de variância, no
esquema fatorial, seguida do método de Tukey quando necessário.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Condições meteorológicas em ambiente protegido e campo.
O resumo das condições meteorológicas ocorridas durante o
período experimental de 81 dias (21/05 a 09/08/2002) está apresentado nas Figuras 10, 11 e
12.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Temperatura média do ar (°C)
Dias após transplantio
Tpt = 22,2 °C
Tca = 18,9 °C
Figura 10. Variação média diária da temperatura do ar, durante o ciclo da cultura do
Tagetes patula, em ambiente protegido (pt) e campo (ca).
0 10 20 30 40 50 60 70 80
40
50
60
70
80
90
100
Umidade relativa do ar (%)
Dias após transplantio
URpt = 69%
URca = 74%
Figura 11. Variação média diária da umidade relativa do ar, durante o ciclo da cultura do
Tagetes patula, em ambiente protegido (pt) e campo (ca).
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Precipitação (mm)
Dias após transplantio
Precipitação
Figura 12. Medida da precipitação pluvial (mm), durante o ciclo da cultura do Tagetes
patula, na condição de campo.
4.1.1. Balanço de ondas curtas (BOC)
Os valores médios diários da radiação solar global (RG) durante o
ciclo da cultura, foram de 9,4 e 13,9MJ m
-2
para ambiente protegido e campo,
respectivamente. A radiação solar refletida (Rr) apresentou valor médio diário de 1,0 MJ m
-
2
em ambiente protegido e 1,8MJ m
-2
na condição de campo.
De acordo com Seemann (1979), a menor densidade de fluxo da
radiação solar global no interior de ambientes protegidos é devido ao menor valor da
radiação solar direta em função da característica difusora da cobertura plástica que
transforma parte desta em energia difusa. Outros fatores que podem influenciar no menor
valor da radiação direta são: a espessura do material da cobertura, seu tempo de utilização,
deposição de poeiras e o ângulo de incidência da radiação solar. Como a fração da radiação
solar que é refletida pelo substrato é proveniente, em grande, parte da radiação solar direta,
a sua redução em ambiente protegido tem como fatores os mesmos atribuídos à radiação
solar direta.
Sendo o balanço de ondas curtas (BOC) correspondente à radiação
solar global (RG) menos a radiação solar que é refletida (Rr) pela superfície, os valores
médios diários foram de 8,3 e 12,1MJ m
-2
para ambiente protegido e campo,
respectivamente.
4.1.2. Balanço de ondas longas (BOL)
A emissão atmosférica (Ea) em ambiente protegido apresentou um
valor médio diário de 26,8MJ m
-2
, valor este maior do que o encontrado a campo, que foi
de 23,1MJ m
-2
. O mesmo aconteceu com a emissividade terrestre (Es), onde os valores
médios diários foram -30,1 e -28,8MJ m
2
, para ambiente protegido e campo,
respectivamente. Com a diferença entre a emissão atmosférica e a emissão terrestre,
encontrou-se os valores do balanço de ondas longas, sendo de -3,3MJ m
-2
d
-1
para ambiente
protegido e -5,7MJ m
-2
d
-1
para campo.
A emissão da atmosfera é proporcional à 4
a
potência de sua
temperatura, segundo a Lei de Stefan-Boltzman. Embora dentro do ambiente protegido a
radiação solar global incidente tenha sido menor, a temperatura no seu interior foi em
média maior do que no campo em função da cobertura plástica. Devido à sua presença,
durante o dia a superfície do plástico se aquecia mais do que o ar à mesma altura no campo,
transmitindo esse calor para o interior do ambiente protegido. Associado a isto, a cobertura
diminuía a circulação de ar no seu interior provocando aumento da temperatura. A
superfície recebendo essa energia dentro do ambiente protegido passa a emitir energia (Es)
proporcional à 4
a
potência da sua temperatura. Por isso, os valores da emissão atmosférica
(Ea) e emissão terrestre (Es) são maiores no ambiente protegido.
4.1.3. Saldo de radiação (Rn)
Sendo o saldo de radiação (Rn) composto pelo balanço de ondas
curtas (BOC) e o balanço de ondas longas (BOL), como pode ser observado na Tabela 5,
seus valores demonstram que o cultivo em ambiente protegido dispôs de menos energia
durante o ciclo da cultura. Os valores médios diários para as condições de ambiente
protegido e campo foram 5,0 e 6,4 MJ m
-2
, respectivamente, estando de acordo com os
valores encontrados por Cunha (2001), que trabalhando com a cultura do pimentão nas duas
situações, encontrou menores valores do saldo de radiação em ambiente protegido.
Tabela 5. Valores médios do balanço de ondas curtas (BOC), balanço de ondas longas
(BOL) e saldo de radiação (Rn), em MJ m
-2
nas condições de ambiente protegido (pt) e
campo (ca).
BOC BOL Rn
pt ca pt ca pt ca
Média diária
8,3 12,1 -3,3 -5,7 5,0 6,4
Ciclo cultura
675,2 980,1 -266,6 -460,8 408,6 519,3
A Tabela 6 mostra a dia e o desvio-padrão do saldo de radiação
(Rn) em ambiente protegido e campo, em todos os estádios fenológicos da cultura. Os
valores do Rn mostram que não houve efeito da interação cultivo x estádio fenológico e a
média do ambiente protegido foi inferior à média do campo. A Figura 13 apresenta as
curvas do Rn ao longo do ciclo da cultura.
Tabela 6. Média e desvio-padrão do saldo de radiação (Rn) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
5,1±1,5 6,5±2,1
II
4,8±1,2 6,1±1,5
III
5,0±1,8 6,8±2,0
IV
6,7±0,3 9,4±0,4
Média do Cultivo
5,0±1,5b 6,4±1,9a
Letras minúsculas comparam médias dos cultivos.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Saldo de radiação (Rn ) (MJ m
-2
d
-1
)
Dias após transplantio
Rnpt = 5,0 MJ m
-2
d
-1
Rnca = 6,4 MJ m
-2
d
-1
Figura 13. Curvas do saldo de radiação (Rn), em MJ m
-2
d
-1
, nas condições de ambiente
protegido (pt) e campo (ca), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
Relacionando os valores integrados (MJ m
-2
d
-1
) do Rn medido em
ambiente protegido com o Rn medido no campo, obteve-se o modelo de regressão mostrado
na Figura 14, o qual apresentou coeficiente de determinação de 92%.
0 2 4 6 8 10 12 14
0
2
4
6
8
10
12
Rn
pt
= 0,79 Rn
ca
r
2
= 0,92
Rn pt (MJ m
-2
d
-1
)
Rn ca (MJ m
-2
d
-1
)
Figura 14. Relação entre o saldo de radiação (Rn) medido em ambiente protegido (pt) e o
medido em campo (ca), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
4.2. Análise do crescimento da cultura
Os valores médios e desvio padrão da área foliar (AF) da planta, por
estádio fenológico, em ambiente protegido e campo, são apresentados na Tabela 7.
Observa-se que não houve efeito da interação cultivo x estádio fenológico e a média do
ambiente protegido foi superior à média do campo.
Tabela 7. Média e desvio-padrão referentes à área foliar (AF) da planta, em cm
2
, durante o
ciclo da cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
374,8±142,3 191,7±97,0
II
1834,1±780,9 722,9±513,9
III
2440,4±811,5 1318,7±452,9
IV
2036,5±370,8 1477,1±1217,1
Média do Cultivo
1807,6±990,5a 911,5±658,9b
Letras minúsculas comparam médias dos cultivos.
Os valores médios e desvio padrão do número de folhas por planta,
por estádio fenológico, em ambiente protegido e campo, apresentados na Tabela 8,
mostram que não houve efeito da interação cultivo x estádio fenológico e a média do
ambiente protegido foi superior à média do campo.
Tabela 8. Média e desvio-padrão referentes ao número de folhas por planta, durante o ciclo
da cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
18,0±6,6 11,5±3,8
II
109,8±50,1 77,0±57,5
III
218,8±89,2 172,7±53,9
IV
228,1±112,1 203,3±89,0
Média do Cultivo
156,0±100,7a 121,4±83,1b
Letras minúsculas comparam médias dos cultivos.
Quanto ao número de botões florais por planta, por estádio
fenológico, em ambiente protegido e campo (Tabela 9), não houve diferença entre os
ambientes de cultivo e nem houve efeito da interação cultivo x estádio fenológico. Houve
um crescente no decorrer do tempo.
Tabela 9. Média e desvio-padrão referentes ao número de botões florais por planta, durante
o ciclo da cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
2,8±0,7 1,9±0,8
II
20,8±10,4 14,8±10,1
III
48,3±19,2 38,8±13,3
IV
61,7±24,6 61,6±22,5
Média do Cultivo
34,1±23,9 27,8±21,3
Através das Figuras 15 (a), (b) e (c), observa-se que os valores do
IAF em ambiente protegido são maiores que na condição de campo, indicando que em
ambiente protegido as plantas tiveram um maior número de folhas e folhas de maior
tamanho.
Quanto à produção de flores, a Figura 15 (d) mostra que houve um
crescente do número de botões florais por planta no decorrer do ciclo. À partir da 9
a
semana, apesar de ainda se ter produção, as flores já começam a entrar em senescência.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
(a)
Área foliar (cm
2
)
Dias após transplantio
AFpt = 1807,6 cm
2
AFca = 911,5 cm
2
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
(b)
Índice de área foliar (IAF)
Dias após transplantio
IAFpt = 0,75
IAFca = 0,38
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
50
100
150
200
250
300
(c)
Número de folhas
Dias após transplantio
NFpt = 146
NFca = 112
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
10
20
30
40
50
60
70
(d)
Número de botões florais
Dias após transplantio
NBpt = 32
NBca = 26
Figura 15. Valores médios de área foliar (AF) (a), índice de área foliar (IAF) (b), número
de folhas (c) e número de botões florais (d) por planta, durante o ciclo da cultura do Tagetes
patula, nas condições de ambiente protegido (pt) e campo (ca).
4.3. Balanço de energia
O método do balanço de energia permite através de medidas do
saldo de radiação (Rn), fluxo de calor no solo (G), temperatura do ar e pressão de vapor
dágua (bulbos seco e úmido) entre dois níveis distintos acima do dossel da cultura,
determinar os fluxos de calor latente de evaporação (LE) e fluxos de calor sensível (H).
Entre os dados obtidos pelo método do balanço de energia, foram
excluídos 2% em ambiente protegido e 14% no campo por serem considerados
inconsistentes.
As Tabelas 10, 11 e 12 apresentam, respectivamente, as médias e
desvio-padrão do fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H) e fluxo de calor no
solo (G), nas condições de ambiente protegido e campo, em todos os estádios fenológicos
da cultura.
Para o LE, não houve efeito da interação cultivo x estádio
fenológico e a média encontrada para a condição de campo foi superior à do ambiente
protegido.
Quanto ao H, não houve efeito da interação cultivo x estádio
fenológico e a média na condição de campo foi superior à do ambiente protegido.
A média do G na condição de campo foi superior à do ambiente
protegido. Para o ambiente protegido o estádio III foi superior ao I. Para o campo a média
do estádio IV foi superior ao II.
Tabela 10. Média e desvio-padrão do fluxo de calor latente (LE) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
5,2±1,5 6,1±2,4
II
5,2±1,4 6,2±1,9
III
5,4±2,1 7,9±8,5
IV
6,3±0,7 8,7±0,9
Média do Cultivo
5,3±1,6b 6,8±5,1a
Letras minúsculas comparam médias dos cultivos.
Tabela 11. Média e desvio-padrão do fluxo de calor sensível (H) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
0,18±0,09 2,16±5,14
II
0,12±0,06 1,87±6,16
III
0,11±0,09 4,83±8,97
IV
0,05±0,04 1,08±0,91
Média do Cultivo
0,13±0,09b 2,93±6,97a
Letras minúsculas comparam médias dos cultivos.
Tabela 12. Média e desvio-padrão do fluxo de calor no solo (G) nas condições de ambiente
protegido e campo, durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
Cultivo
Estádio fenológico Ambiente protegido Campo
I
0,22±0,15b
B
0,87±0,85a
AB
II
0,39±0,35a
AB
0,59±0,53a
B
III
0,83±0,84a
A
0,74±0,77a
AB
IV
0,50±0,36a
AB
1,67±0,28a
A
Média do Cultivo
0,50±0,59b 0,77±0,73a
Letras minúsculas comparam média de cultivo dentro de cada estádio.
Letras maiúsculas comparam médias de estádio dentro de cada cultivo.
A Tabela 13 apresenta a relação dos componentes do balanço de
energia com a energia disponível no sistema, durante os estádios fenológicos da cultura, em
ambiente protegido e a campo. Ao longo do ciclo da cultura, a energia disponível (Rn) foi
mais utilizada na forma de calor latente (LE) do que para o aquecimento do ar (H) e do solo
(G), como pode ser observado na Figura 16.
Tabela 13. Relação do fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H) e fluxo de
calor no solo (G) com o saldo de radiação (Rn), durante os estádios fenológicos da cultura
do Tagetes patula, em ambiente protegido e campo.
Cultivo
Ambiente protegido Campo
Estádio I II III IV I II III IV
LE/Rn 102,1 105,6 105,7 94,1 95,3 99,5 93,4 92,9
H/Rn 3,8 2,5 2,6 0,7 17,0 11,3 14,7 11,6
G/Rn 4,4 9,4 15,2 7,6 13,0 8,2 13,0 17,9
Os valores de LE em ambiente protegido superaram os valores do
Rn nos 3 primeiros estádios, ao contrário do que ocorreu na condição de campo, onde os
valores de LE estiveram abaixo do Rn disponível nos 4 estádios fenológicos.
I II III IV
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Le/Rn, H/Rn, G/Rn (%)
Estádios fenológicos
LE/Rn
pt
H/Rn
pt
G/Rn
pt
LE/Rn
ca
H/Rn
ca
G/Rn
ca
Figura 16. Relação do fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H) e fluxo de
calor no solo (G) com o saldo de radiação (Rn), durante os estádios fenológicos da cultura
do Tagetes patula, em ambiente protegido (pt) e campo (ca).
Os valores de LE/Rn acima de 100% devem-se ao efeito de
advecção, havendo transporte lateral de energia da área vizinha para a cultura,
representando fonte adicional de energia para a evaporação (Berlato e Molion, 1981).
Este fato foi constatado também pelo H positivo, verificado em
alguns dias do período analisado e pela razão LE/(Rn - G) maior que a unidade nos totais
diários. Mesmo quando esta razão é inferior à unidade, conforme Rosemberg (1974), não se
pode afirmar que não ocorreu advecção.
A inversão do fluxo de calor sensível representada pelos valores
positivos de H, mais freqüente em ambiente protegido, pode ser devido à deposição do
orvalho sobre as folhas das plantas, contribuindo para a diminuição de sua temperatura,
tendo em vista o maior conteúdo de vapor d’água e IAF neste local. Também durante a
noite, a superfície do plástico se resfriava mais rapidamente do que a camada de ar à
mesma altura no campo, causando inversão térmica.
O valor de β depende fundamentalmente das condições hídricas da
superfície evaporante. Se a superfície estiver umedecida, maior parte da Rn será utilizada
em LE, resultando em β pequeno. Se, pelo contrário, a superfície apresentar restrição
hídrica, maior parte de Rn será utilizada no aquecimento do ar, resultando em β elevado.
Tanto LE como H são negativos quando fluem da superfície para o ar, e positivos no
sentido contrário. Logo, para uma superfície evaporante, o sinal de β depende apenas do
sinal de H. Se H for positivo, β será negativo; se H for negativo, β será positivo. Portanto, β
negativo significa que esta havendo transporte de calor sensível do ar mais quente para a
superfície mais fria, condição de advecção ou de inversão térmica; nesse caso, LE pode até
suplantar Rn, pois H representa um adicional de energia disponível à superfície evaporante
(Pereira et al., 1997).
Em média, verificou-se que o saldo de radiação foi distribuído em
102% para LE, 2% para H e 9% para G em ambiente protegido. Na condição de campo, a
distribuição foi de 95%, 14% e 13% para LE, H e G, respectivamente.
uma grande variação nos valores percentuais dos componentes
do balanço de energia encontrados nos diferentes trabalhos de pesquisa. Possivelmente, isto
é função das diferenças de ambientes e também diferenças na vegetação.
4.3.1. Validação do Balanço de energia dentro e fora de ambiente protegido
A Figura 17 apresenta os valores da relação (LE + H) e (Rn - G)
para o ciclo da cultura do Tagetes patula, nas condições de ambiente protegido e campo.
Observa-se que em ambiente protegido, o valor do coeficiente de determinação foi de 75%,
enquanto que em campo, o valor encontrado foi de 65%. Isto pode ser explicado devido ao
fato do maior turbilhonamento da atmosfera fora do ambiente protegido.
0 2 4 6 8 10
0
2
4
6
8
10
(a)
Ambiente protegido
Y = 1,5425+0,7531*X
r
2
= 0,75
-(LE + H) (MJ m
-2
d
-1
)
Rn - G (MJ m
-2
d
-1
)
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
0
2
4
6
8
10
(b)
Campo
Y = 3,1753+0,4076*X
r
2
= 0,65
-(LE + H) (MJ m
-2
d
-1
)
Rn - G (MJ m
-2
d
-1
)
Figura 17. Correlação entre a energia disponível no sistema (Rn G) e os fluxos de calor
latente e sensível (LE + H), nas condições de ambiente protegido (a) e campo (b), durante o
ciclo da cultura Tagetes patula.
4.4. Medidas e estimativas da evapotranspiração da cultura (ETc)
O valor mensurado pelo lisímetro, para o período analisado, foi de
115 e 119mm, com médias de 1,4 e 1,5 mm d
-1
para as condições de ambiente protegido e
campo, respectivamente, apresentando praticamente o mesmo consumo de água.
com o emprego do método da razão de Bowen, a
evapotranspiração média da cultura foi de 172 e 184mm para todo o ciclo, com médias 2,1
e 2,6 mm d
-1
para ambiente protegido e campo, respectivamente. Na Tabela 14, são
apresentados os valores médios durante o ciclo da cultura e na Tabela 15, os valores médios
por estádio fenológico, da evapotranspiração obtida pelo método da razão de Bowen e
medida pelo lisímetro, nas condições de ambiente protegido e campo.
Tabela 14. Valores médios, em mm, da evapotranspiração estimada pelo método da razão
de Bowen e medidos pelo lisímetro de lençol freático constante, da cultura do Tagetes
patula, nas condições de ambiente protegido (pt) e campo (ca).
Lisímetro Razão de Bowen
pt ca pt ca
Ciclo da cultura
115 119 172 184
Média diária
1,4 1,5 2,1 2,6
Tabela 15. Valores médios, em mm, da evapotranspiração da cultura do Tagetes patula
estimada pelo método da razão de Bowen e medidos pelo lisímetro de lençol freático
constante, por estádio fenológico, nas condições de ambiente protegido (pt) e campo (ca).
Lisímetro Razão de Bowen
Estádio de desenvolvimento
pt ca pt ca
I - Inicial
0,9 1,4 2,1 2,5
II -Desenvolvimento vegetativo
1,6 1,8 2,1 2,6
III - Floração
1,5 1,3 2,1 2,6
IV - Senescência
2,0 1,8 2,6 3,6
Estes valores mostram que a estimativa da evapotranspiração pelo
método da razão de Bowen superestimou a evapotranspiração medida no lísimetro de lençol
freático em 50% em ambiente protegido e 55% na condição de campo.
Cury Lunardi (2000) estudando a condição de umidade da
superfície do solo na evapotranspiração de referência (grama) concluiu que embora as
características construtivas do lisímetro de lençol freático permitam que as irrigações
superficiais possam ser dispensadas, nestas condições a não evaporação do solo ou a
lentidão na ascensão capilar por interrupção da capilaridade provocam o prevalecimento da
transpiração.
Portanto, esta superestimativa da evapotranspiração pelo método da
razão de Bowen pode ser devido ao fato das medidas do lisímetro não serem de
evapotranspiração e sim, transpiração da cultura; e também devido ao efeito da advecção
como fonte adicional de energia (ganho lateral) para a evapotranspiração (LE).
Embora o Tagetes patula tenha se desenvolvido plenamente, graças
à obtenção de água pelas raízes a profundidades maiores, a interrupção da capilaridade nos
primeiros centímetros de solo pode ter levado a predominância da transpiração no processo
de evapotranspiração, com diminuição ou mesmo interrupção da evaporação do solo.
Apesar de não haver correlação entre os dados da evapotranspiração
medida pelos lisímetros e a estimada pela razão de Bowen (Figura 18), devido a esta estar
sujeita aos efeitos advectivos comentados anteriormente, pode-se observar na Figura 19
que as curvas das estimativas pela razão de Bowen acompanham as curvas das medidas do
lisímetro. A diferença é numérica, mas o comportamento é o mesmo.
Figura 18. Correlação entre a evapotranspiração estimada pelo método da razão de Bowen e
a evapotranspiração medida pelo lisímetro.
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
1
2
3
4
5
6
(a)
Evapotranspiração (mm d
-1
)
Dias após transplantio
ETBpt
ETlispt
0 10 20 30 40 50 60 70 80
0
1
2
3
4
5
6
(b)
Evapotranspiração (mm d
-2
)
Dias após transplantio
ETBca
ETlisca
Figura 19. Valores médios diários da evapotranspiração estimada pela razão de Bowen e
medida pelo lisímetro de lençol freático constante, nas condições de ambiente protegido (a)
e campo (b), durante o ciclo da cultura do Tagetes patula.
5. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos, pode-se estabelecer as seguintes
conclusões:
a) Verificou-se que o saldo de radiação foi distribuído em 102%
para LE, 2% para H e 9% para G em ambiente protegido. Na condição de campo, a
distribuição foi de 95%, 14% e 13% para LE, H e G, respectivamente;
b) Os valores de LE/Rn acima de 100% se devem ao efeito da
advecção como fonte adicional de energia (ganho lateral) para a evapotranspiração da
cultura, indicando que a área tampão não foi homogênea o suficiente;
c) A estimativa da evapotranspiração pelo método da razão de
Bowen superestimou a evapotranspiração medida no lísimetro de lençol freático em 50%
em ambiente protegido e 55% na condição de campo. A diferença foi numérica, mas o
comportamento foi similar;
d) Embora as características construtivas do lisímetro de lençol
freático permitam que as irrigações superficiais possam ser dispensadas, nestas condições a
não evaporação do solo ou a lentidão na ascensão capilar por interrupção da capilaridade
provocam o prevalecimento da transpiração. Portanto, esta superestimativa da
evapotranspiração pelo método da razão de Bowen pode ser devido ao fato das medidas do
lisímetro não serem de evapotranspiração e sim, transpiração da cultura; e também devido a
fonte adicional de energia (advecção) para a evapotranspiração (LE).
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICE
Tabela 1. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o I estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, em ambiente protegido (pt).
DATA β pt Rn pt LE pt H pt G pt LE/Rn pt H/Rn pt G/Rn pt
21/05
0,07 1,76 -1,88 -0,13 0,25 -106,80 -7,40 14,20
22/05
0,07 4,86 -4,66 -0,33 0,13 -95,81 -6,86 2,67
23/05
0,03 5,64 -5,88 -0,16 0,4 -104,23 -2,86 7,09
24/05
0,02 9,29 -8,67 -0,16 -0,46 -93,29 -1,76 -4,95
25/05
-0,01 5,69 -6,05 0,03 0,33 -106,38 0,58 5,80
26/05
-0,04 5,45 -5,98 0,26 0,27 -109,74 4,79 4,95
27/05
-0,04 5,95 -6,50 0,25 0,3 -109,27 4,23 5,04
28/05
-0,05 5,42 -6,10 0,33 0,35 -112,61 6,16 6,46
29/05
-0,07 3,73 -4,13 0,30 0,1 -110,66 7,98 2,68
30/05
-0,05 4,41 -4,62 0,23 -0,02 -104,76 5,21 -0,45
31/05
0,00 2,06 -2,09 0,00 0,03 -101,53 0,07 1,46
01/06
-0,01 5,22 -5,29 0,06 0,01 -101,34 1,01 0,19
02/06
0,03 7,17 -6,99 -0,20 0,02 -97,46 -2,82 0,28
03/06
-0,05 5,12 -5,34 0,26 -0,04 -104,36 5,14 -0,78
04/06
-0,04 5,03 -4,96 0,22 -0,29 -98,52 4,29 -5,77
05/06
-0,04 5,04 -4,92 0,21 -0,33 -97,69 4,24 -6,55
06/06
-0,03 5,09 -4,98 0,17 -0,28 -97,80 3,30 -5,50
07/06
-0,02 5,21 -5,12 0,12 -0,21 -98,26 2,29 -4,03
08/06
-0,02 5,21 -5,30 0,12 -0,03 -101,78 2,36 -0,58
09/06
-0,02 5,47 -5,25 0,11 -0,33 -95,94 1,97 -6,03
10/06
-0,04 4,58 -4,38 0,17 -0,37 -95,73 3,81 -8,08
Média 5,1 -5,2 0,09 -0,01 -102,1 1,71 0,38
Média* 5,1 5,2 0,2 0,2 102,1 3,8 4,4
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 2. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o I estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, na condição de campo (ca).
DATA β ca Rn ca LE ca H ca G ca LE/Rn ca H/Rn ca G/Rn ca
21/05
-0,16 3,07 -5,01 0,80 1,14 -163,06 25,93 37,13
23/05
-0,32 6,39 -11,00 3,47 1,14 -172,16 54,32 17,84
24/05
-0,24 13,50 -12,73 3,05 -3,82 -94,31 22,60 -28,30
25/05
-0,17 6,30 -7,64 1,32 0,02 -121,34 21,02 0,32
26/05
0,00 5,93 -5,23 0,00 -0,7 -88,16 -0,03 -11,80
27/05
0,46 7,47 -5,34 -2,46 0,33 -71,52 -32,90 4,42
28/05
0,44 7,61 -5,46 -2,41 0,26 -71,70 -31,71 3,42
29/05
0,70 5,29 -3,47 -2,43 0,61 -65,60 -45,93 11,53
30/05
0,03 6,26 -6,19 -0,18 0,11 -98,90 -2,86 1,76
31/05
0,84 3,19 -1,98 -1,66 0,45 -62,16 -51,94 14,11
01/06
-0,11 7,03 -7,69 0,88 -0,22 -109,46 12,58 -3,13
02/06
-0,20 7,65 -7,66 1,52 -1,51 -100,08 19,81 -19,74
03/06
0,00 5,16 -4,30 -0,01 -0,85 -83,34 -0,19 -16,47
04/06
-0,02 4,91 -3,59 0,06 -1,38 -73,12 1,23 -28,11
05/06
0,01 5,23 -5,08 -0,03 -0,12 -97,12 -0,59 -2,29
06/06
0,02 7,34 -6,05 -0,15 -1,14 -82,41 -2,06 -15,53
07/06
0,03 7,28 -6,95 -0,21 -0,12 -95,50 -2,86 -1,65
08/06
-0,01 6,53 -5,47 0,06 -1,12 -83,70 0,86 -17,15
09/06
-0,05 7,51 -6,29 0,33 -1,55 -83,80 4,44 -20,64
10/06
0,06 6,52 -5,81 -0,36 -0,35 -89,14 -5,49 -5,37
Média 6,5 -6,1 0,08 -0,4 -95,3 0,7 -4,0
Média* 6,5 6,1 1,1 0,8 95,3 17,0 13,0
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 3. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o II estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, em ambiente protegido (pt).
DATA β pt Rn pt LE pt H pt G pt LE/Rn pt H/Rn pt G/Rn pt
11/06
-0,03 5,38 -6,53 0,18 0,97 -121,44 3,41 18,03
12/06
-0,01 5,09 -5,90 0,08 0,73 -115,83 1,48 14,34
13/06
-0,03 4,76 -5,13 0,13 0,24 -107,76 2,72 5,04
14/06
-0,03 5,4 -5,51 0,16 -0,05 -102,07 2,99 -0,93
15/06
0,04 5,3 -5,49 -0,23 0,42 -103,52 -4,41 7,92
16/06
-0,03 5,22 -6,03 0,17 0,64 -115,43 3,17 12,26
17/06
-0,01 5,49 -6,20 0,06 0,65 -112,87 1,03 11,84
18/06
-0,01 5,47 -6,13 0,08 0,58 -112,11 1,51 10,6
19/06
-0,02 4,86 -5,18 0,11 0,21 -106,68 2,35 4,32
20/06
-0,03 5,16 -5,27 0,15 -0,04 -102,19 2,96 -0,78
21/06
-0,04 4,73 -4,79 0,18 -0,12 -101,32 3,85 -2,54
22/06
0,02 4,68 -4,52 -0,09 -0,07 -96,49 -2,01 -1,5
23/06
0,01 4,96 -4,87 -0,05 -0,04 -98,1 -1,1 -0,81
24/06
0,02 4,89 -4,69 -0,09 -0,11 -95,89 -1,86 -2,25
25/06
0,03 6,09 -6,19 -0,21 0,31 -101,6 -3,49 5,09
26/06
0,01 6,19 -6,09 -0,08 -0,02 -98,39 -1,29 -0,32
27/06
0,00 5,44 -5,45 0,02 -0,01 -100,27 0,45 -0,18
28/06
-0,03 5,01 -5,00 0,15 -0,16 -99,82 3,01 -3,19
29/06
-0,03 3,75 -4,00 0,14 0,11 -106,55 3,61 2,93
30/06
-0,03 5,3 -6,05 0,17 0,58 -114,2 3,26 10,94
01/07
-0,03 5,44 -6,29 0,18 0,67 -115,54 3,22 12,32
02/07
-0,01 4,52 -5,67 0,07 1,08 -125,36 1,46 23,89
03/07
-0,02 5,12 -6,41 0,12 1,17 -125,28 2,42 22,85
04/07
-0,01 4,01 -4,98 0,05 0,92 -124,27 1,32 22,94
05/07
-0,05 3,83 -3,73 0,20 -0,3 -97,3 5,13 -7,83
06/07
-0,04 2,57 -2,47 0,09 -0,19 -96,28 3,67 -7,39
07/07
-0,03 0,39 -0,22 0,01 -0,18 -55,49 1,65 -46,15
08/07
0,00 6,4 -6,75 0,02 0,33 -105,55 0,39 5,16
Média 4,8 -5,2 0,06 0,3 -105,6 1,5 4,2
Média* 4,8 5,2 0,1 0,4 105,6 2,5 9,4
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 4. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o II estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, na condição de campo (ca).
DATA β ca Rn ca LE ca H ca G ca LE/Rn ca H/Rn ca G/Rn ca
11/06
-0,23 7,75 -9,56 2,16 -0,35 -123,41 27,93 -4,52
12/06
-0,04 6,78 -6,99 0,26 -0,05 -103,14 3,88 -0,74
13/06
0,04 6,68 -5,83 -0,23 -0,62 -87,31 -3,41 -9,28
14/06
-0,11 7,11 -6,01 0,68 -1,78 -84,51 9,55 -25,04
15/06
-0,43 7,65 -12,14 5,25 -0,76 -158,68 68,61 -9,93
16/06
-0,05 6,08 -5,34 0,26 -1,0 -87,76 4,21 -16,45
17/06
-0,09 7,26 -7,08 0,63 -0,81 -97,46 8,62 -11,16
18/06
-0,02 7,34 -7,46 0,16 -0,04 -101,61 2,15 -0,54
19/06
-0,04 6,36 -5,82 0,24 -0,78 -91,47 3,74 -12,26
20/06
-0,03 6,48 -6,15 0,17 -0,5 -94,86 2,58 -7,72
21/06
-0,05 6,25 -5,38 0,27 -1,14 -86,12 4,36 -18,24
23/06
0,25 5,85 -4,61 -1,17 -0,07 -78,77 -20,03 -1,2
24/06
0,04 5,87 -5,88 -0,24 0,25 -100,17 -4,08 4,26
25/06
-0,19 6,82 -8,77 1,63 0,32 -128,64 23,95 4,69
26/06
-0,08 6,93 -7,36 0,58 -0,15 -106,17 8,33 -2,16
27/06
-0,15 7,01 -6,60 1,00 -1,41 -94,19 14,31 -20,11
28/06
0,10 6,61 -5,69 -0,59 -0,33 -86,04 -8,97 -4,99
29/06
0,11 5,0 -4,57 -0,51 0,08 -91,32 -10,28 1,6
30/06
0,08 7,47 -6,58 -0,54 -0,35 -88,05 -7,26 -4,69
01/07
0,06 6,1 -5,52 -0,34 -0,24 -90,49 -5,58 -3,93
02/07
-0,04 6,06 -6,04 0,26 -0,28 -99,71 4,33 -4,62
03/07
-0,04 6,67 -6,22 0,23 -0,68 -93,25 3,44 -10,19
04/07
-0,04 5,07 -4,82 0,18 -0,43 -94,98 3,47 -8,48
05/07
0,08 4,65 -4,01 -0,34 -0,3 -86,32 -7,23 -6,45
06/07
0,11 3,33 -3,09 -0,34 0,1 -92,78 -10,23 3,00
08/07
-0,16 5,36 -7,48 1,18 0,94 -139,6 22,06 17,54
Média 6,3 -6,3 0,4 -0,4 -99,5 5,3 -5,8
Média* 6,3 6,3 0,7 0,5 99,5 11,3 8,2
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 5. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o III estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, em ambiente protegido (pt).
DATA β pt Rn pt LE pt H pt G pt LE/Rn pt H/Rn pt G/Rn pt
09/07
-0,05 6,25 -7,06 0,38 0,43 -112,96 6,08 6,88
10/07
0,03 5,16 -4,67 -0,13 -0,36 -90,47 -2,55 -6,98
11/07
-0,05 2,8 -2,90 0,14 -0,04 -103,51 4,94 -1,43
12/07
0,01 3,58 -3,14 -0,03 -0,41 -87,74 -0,81 -11,45
13/07
-0,05 2,94 -2,85 0,14 -0,23 -96,91 4,73 -7,82
14/07
0,01 6,63 -6,62 -0,10 0,09 -99,86 -1,5 1,36
15/07
-0,04 5,51 -5,68 0,21 -0,04 -103,06 3,79 -0,73
16/07
-0,05 6,02 -6,43 0,29 0,12 -106,88 4,89 1,99
17/07
-0,01 5,76 -6,29 0,06 0,47 -109,28 1,12 8,16
18/07
0,01 4,96 -5,14 -0,05 0,23 -103,58 -1,05 4,64
19/07
0,00 5,34 -4,94 0,00 -0,4 -92,51 0,0 -7,49
20/07
-0,01 5,39 -4,69 0,06 -0,76 -87,08 1,18 -14,1
21/07
-0,02 1,47 -1,25 0,02 -0,24 -85,33 1,66 -16,33
23/07
-0,03 6,31 -7,56 0,23 1,02 -119,76 3,6 16,16
24/07
-0,03 6,51 -7,91 0,23 1,17 -121,58 3,61 17,97
25/07
-0,03 6,22 -7,28 0,22 0,84 -117,03 3,53 13,5
26/07
-0,02 5,88 -6,92 0,11 0,93 -117,71 1,89 15,82
27/07
0,01 6,78 -7,67 -0,05 0,94 -113,08 -0,78 13,86
28/07
0,00 6,13 -6,94 0,01 0,8 -113,18 0,13 13,05
29/07
-0,02 6,16 -7,83 0,14 1,53 -127,17 2,33 24,84
30/07
-0,01 6,74 -8,26 0,12 1,4 -122,51 1,74 20,77
31/07
0,00 2,43 -3,74 0,01 1,3 -153,93 0,43 53,5
01/08
0,04 1,95 -2,75 -0,10 0,9 -140,93 -5,22 46,15
02/08
0,10 1,38 -0,91 -0,09 -0,38 -66,14 -6,33 -27,54
03/08
0,03 6,05 -4,97 -0,15 -0,93 -82,07 -2,56 -15,37
05/08
0,00 6,73 -4,95 0,01 -1,79 -73,52 0,11 -26,6
Média 5,0 -5,4 0,06 0,3 -105,7 1,0 4,7
Média* 5,0 5,4 0,1 0,7 105,7 2,6 15,2
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 6. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o III estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, na condição de campo (ca).
DATA β ca Rn ca LE ca H ca G ca LE/Rn ca H/Rn ca G/Rn ca
09/07
0,05 5,9 -6,04 -0,32 0,46 -102,33 -5,46 7,8
10/07
-0,10 5,36 -5,59 0,56 -0,33 -104,35 10,51 -6,16
11/07
1,00 4,12 -1,20 -1,21 -1,71 -29,22 -29,27 -41,5
12/07
-0,27 4,81 -5,79 1,55 -0,57 -120,41 32,26 -11,85
13/07
0,08 3,38 -3,96 -0,30 0,88 -117,02 -9,02 26,04
14/07
-0,08 8,48 -9,30 0,73 0,09 -109,72 8,66 1,06
15/07
0,03 6,41 -6,34 -0,20 0,13 -98,91 -3,12 2,03
16/07
0,10 6,64 -5,96 -0,61 -0,07 -89,79 -9,16 -1,05
17/07
-0,03 6,43 -6,92 0,18 0,31 -107,6 2,78 4,82
18/07
-0,17 6,02 -7,49 1,28 0,19 -124,47 21,31 3,16
19/07
-0,18 7,09 -5,78 1,05 -2,36 -81,46 14,75 -33,29
20/07
-0,08 6,95 -4,06 0,31 -3,2 -58,35 4,39 -46,04
21/07
0,82 1,93 -0,98 -0,80 -0,15 -50,71 -41,52 -7,77
23/07
-0,11 7,75 -7,26 0,79 -1,28 -93,62 10,14 -16,52
24/07
0,05 7,91 -6,03 -0,33 -1,55 -76,28 -4,13 -19,6
25/07
0,08 7,99 -7,20 -0,54 -0,25 -90,05 -6,82 -3,13
26/07
-0,01 7,69 -7,82 0,06 0,07 -101,68 0,77 0,91
27/07
0,28 7,96 -5,78 -1,64 -0,54 -72,59 -20,63 -6,78
04/08
-0,19 10,07 -11,29 2,16 -0,94 -112,12 21,45 -9,33
05/08
-0,30 10,19 -12,93 3,91 -1,17 -126,89 38,38 -11,48
Média 6,7 -6,4 0,3 -0,6 -93,4 1,81 -8,43
Média* 6,7 6,4 0,9 0,8 93,4 14,7 13,0
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 7. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o IV estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, em ambiente protegido (pt).
DATA β pt Rn pt LE pt H pt G pt LE/Rn pt H/Rn pt G/Rn pt
06/08
-0,01 6,22 -5,53 0,07 -0,76 -88,93 1,15 -12,22
07/08
0,00 6,75 -5,93 0,03 -0,85 -87,84 0,43 -12,59
08/08
-0,01 6,99 -6,83 0,09 -0,25 -97,68 1,25 -3,58
09/08
0,00 6,72 -6,85 0,00 0,13 -101,87 -0,06 1,93
Média 6,7 -6,3 0,05 -0,43 -94,1 0,7 -6,6
Média* 6,7 6,3 0,1 0,5 94,1 0,7 7,6
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
Tabela 8. Valores médios diários, em MJ m
-2
, da razão de Bowen (β), saldo de radiação
(Rn), fluxo de calor latente (LE), fluxo de calor sensível (H), fluxo de calor no solo (G) e as
relações de LE, H e G com Rn (%) durante o IV estádio fenológico da cultura do Tagetes
patula, na condição de campo (ca).
DATA β ca Rn ca LE ca H ca G ca LE/Rn ca H/Rn ca G/Rn ca
06/08
-0,06 8,88 -7,59 0,47 -1,76 -85,51 5,33 -19,82
07/08
-0,22 9,36 -9,68 2,11 -1,79 -103,45 22,58 -19,12
08/08
-0,17 9,42 -9,13 1,58 -1,87 -96,91 16,76 -19,85
09/08
0,02 9,79 -8,37 -0,17 -1,25 -85,54 -1,69 -12,77
Média 9,4 -8,7 1,0 -1,7 -92,9 10,8 -17,9
Média* 9,4 8,7 1,1 1,7 92,9 11,6 17,9
Valores negativos indicam fluxos para fora do sistema e positivo indicam fluxo para o sistema.
*Média desconsiderando os sinais do fluxo de saída de energia do sistema.
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