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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIENCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESPACIALIZAÇÃO DA EVAPORAÇÃO E PRODUÇÃO DE TRÊS
VARIDADES DE ALFACE SOB DIFERENTES LÂMINAS DE
IRRIGAÇÃO EM AMBIENTE PROTEGIDO
MARCIO FURLAN MAGGI
Orientador: Prof. Dr. Antonio Evaldo Klar
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia – Irrigação e Drenagem.
BOTUCATU – SP
MARÇO – 2006
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIENCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
ESPACIALIZAÇÃO DA EVAPORAÇÃO E PRODUÇÃO DE TRÊS
VARIDADES DE ALFACE SOB DIFERENTES LÂMINAS DE
IRRIGAÇÃO EM AMBIENTE PROTEGIDO
MARCIO FURLAN MAGGI
Orientador: Prof. Dr. Antonio Evaldo Klar
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia – Irrigação e Drenagem.
BOTUCATU – SP
MARÇO – 2006
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TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP - FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Maggi, Marcio Furlan, 1976-
M193p Espacialização da evaporação e produção de três
variedades de alface sob diferentes lâminas de irrigação
em ambiente protegido / Marcio Furlan Maggi. – Botucatu :
[s.n.], 2006.
x, 66 f. : il. color., gráfs., tabs.
Tese (Doutorado) -Universidade Estadual Paulista, Fa-
culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2006
Orientador: Antonio Evaldo Klar
Inclui bibliografia
1. Alface. 2. Estufas. 3. Climatologia agrícola. 4. Evapo-
ração. 5. Alface - Irrigação. I. Klar, Antonio Evaldo. II.
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(Campus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas.
III. Título.
iii
Ao meu pai Licério e minha mãe Lucinda
iv
AGRADECIMENTOS
À Deus pela vida
Ao professor Dr. Antonio Evaldo Klar, pela orientação mas acima de tudo pela amizade e
lições de vida apreendida durante o convívio.
À Faculdade de Ciências Agronômicas, Campus de Botucatu – Unesp, e aos seus docentes,
pelo curso oferecido.
Á Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão
de bolsa de estudos.
Ao aluno de graduação e bolsista Cleber Jadoski, pela ajuda necessária e indispensável na
realização deste trabalho.
Aos funcionários do departamento de Engenharia Rural, Gilberto e Adão pela ajuda e amizade
no decorrer da realização dos trabalhos.
Aos amigos de curso pelo apoio e amizade
À sociedade brasileira, pela oportunidade de estudar em uma Universidade pública e gratuita.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para que este objetivo fosse alcançado
v
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... ix
1. RESUMO ......................................................................................................................... 1
2. SUMMARY .....................................................................................................................3
3. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5
4. REVISAO DE LITERATURA ........................................................................................ 8
4.1 Aspectos gerais do cultivo protegido .......................................................................... 8
4.2 A cultura da alface ...................................................................................................... 9
4.3 Características e manejo da fertirrigação .................................................................... 11
4.4 Manejo e resposta da alface à disponibilidade de água .............................................. 13
4.5 Variáveis meteorológicas ........................................................................................... 14
4.5.1 Evapotranspiração no interior de estufas plásticas ............................................... 14
4.5.2 Evaporação ........................................................................................................... 16
4.5.3 Temperatura do ar ................................................................................................ 17
4.5.4 Umidade relativa do ar .......................................................................................... 18
5. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. ........................... 19
5.1 Caracterização da área ................................................................................................ 19
5.2 O solo e suas características físicas e químicas .......................................................... 20
5.3 Adubação e plantio ..................................................................................................... 21
5.4 Sistema de irrigação ....................................................................................................22
5.5 Controle da irrigação .................................................................................................. 24
5.6 Fertirrigação ................................................................................................................ 26
5.7 Tratamentos utilizados ................................................................................................ 27
5.8 Período experimental .................................................................................................. 27
5.9 Instalação do experimento .......................................................................................... 27
5.10 Evaporímetro e Tanque Classe A ............................................................................. 28
5.11 Temperatura e umidade relativa do ar ...................................................................... 29
vi
SUMÁRIO
5.12 Avaliação da cultura ................................................................................................. 30
5.13 Análise estatística ..................................................................................................... 31
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................ .................................... 32
6.1 Estufa .......................................................................................................................... 32
6.2 Parâmetros Agrometeorológicos ................................................................................ 32
6.2.1 Temperatura e umidade relativa do ar .................................................................. 32
6.2.2 Valores médios diários de evaporação no Tanque Classe A ................................ 35
6.3 Distribuição da evaporação no ambiente protegido .................................................... 37
6.4 Produtividade e elementos fisiológicos ...................................................................... 51
6.4.1 Número de folhas da cultura no primeiro ciclo da cultura ................................... 51
6.4.2 Diâmetro de cabeça, alface americana .................................................................. 52
6.4.3 Massa fresca no primeiro ciclo ............................................................................. 52
6.4.4 Massa seca no primeiro ciclo ................................................................................ 54
6.4.5 Massa fresca e seca ao longo dos quatro ciclos .................................................... 55
7.CONCLUSÕES .......................................................................... ..................................... 58
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 59
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela Descrição Página
1. Composição nutritiva da alface (Lactuca sativa L.) ........................................ 10
2. Resultado da análise química do solo de 0 a 20 cm ......................................... 20
3. Épocas de cultivos das três variedades de alface, ao longo do ano .................. 27
4. Diferença mínima significativa pelo teste de Tukey ........................................ 38
5. Valores médios de matéria fresca por planta, produtividade, irrigação
acumulada e eficiência do uso da água para as diferentes lâminas de
irrigação no 1º ciclo .......................................................................................... 54
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura Descrição Página
1. Vista da estufa plástica mostrando local de implantação do experimento no
departamento de Engenharia Rural ................................................................... 20
2. Curva característica de retenção de água no solo para camada de 0-20 cm ..... 21
3. Curva característica de retenção de água no solo para camada de 20-40 cm ... 21
4. Cabeçal de controle com os registros para distribuição de água e fertilizantes
para parcelas experimentais .............................................................................. 22
5. Esquema do sistema de irrigação, peças e acessórios utilizados no controle
de aplicação de água ......................................................................................... 23
6 Representação esquemática da localização e disposição dos equipamentos na
estufa plástica .................................................................................................... 28
7 Detalhe do minievaporímetro utilizado para medição da evaporação e
espacialização da distribuição da energia no ambiente. ....................................
29
8 Termohigrógrafo utilizado para medição de temperatura e umidade relativa
dentro do abrigo meteorológico ........................................................................ 30
9 Temperatura e umidade relativa do ar a campo ................................................ 33
10 Evaporação do Tanque Classe A e temperatura média, dentro e fora do
ambiente protegido ............................................................................................ 34
11 Temperatura e umidade relativa interna e externa ao ambiente protegido,
para o primeiro ciclo de cultivo de maio a julho .............................................. 35
12 Evaporação do Tanque Classe A para os três primeiros ciclos de cultivo. ....... 36
13 Evaporação semanal para os períodos indicados, em três níveis de instalação,
com as diferenças sigficativas ao teste de Tukey a 5% de probabilidade de
erro .................................................................................................................... 37
14 Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (7 a 15 de maio)
dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo .......................... 39
ix
Figura Descrição Página
15 Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (7 a 15 de
maio) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo,
respectivos à figura 14 ...................................................................................... 40
16 Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (28 de maio a 4
de junho) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo ......... 41
17 Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (28 de maio a
4 de junho) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo,
respectivos à figura 16 ...................................................................................... 42
18 Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (18 a 25 de
junho) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo .............. 43
19 Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (18 a 25 de
junho) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo,
respectivos à figura 18 ...................................................................................... 44
20 Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (9 a 16 de julho)
dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo .......................... 45
21 Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (9 a 16 de
julho) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo,
respectivos à figura 20 ...................................................................................... 46
22 Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (20 a 27 de
agosto) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo ............. 47
23 Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (20 a 27 de
agosto) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo,
respectivos à figura 22 ...................................................................................... 48
24 Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (9 a 16 de
setembro) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo ......... 49
25 Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (9 a 16 de
setembro) dos microevaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo,
respectivos à figura 24 ...................................................................................... 50
x
Figura Descrição Página
26 Número de folhas por planta, para a cultura da alface, variedade lisa e crespa
sob diferentes lâminas de irrigação (1º ciclo).................................................... 51
27 Diâmetro de cabeça de alface americana durante os 4 ciclos de
desenvolvimento ............................................................................................... 52
28 Produção de massa fresca com indicação dos ajustes de regressão para cada
variedade de alface sob diferentes lâminas de irrigação ................................... 53
29 Médias da massa seca das três variedades de alface com respectivos desvios
sob diferentes laminas de irrigação ................................................................... 56
29 Massa fresca e massa seca das três variedades ao longo do período, com
indicação das significâncias (letra e números) pelo teste de Tukey ................. 57
1
1. RESUMO
O Manejo da água de irrigação em uma cultura é de fundamental
importância pois permite o uso racional deste fator de produção visando a obtenção da
máxima produção por unidade de água aplicada. Aliado a essa tecnologia, o cultivo em
ambiente protegido possibilita produção contínua em épocas do ano em que as condições a
campo normalmente são desfavoráveis, possibilitando o abstecimento do mercado nacional em
todas as estações. A fim de conhecer as variáveis meteorológicas que mais afetam a produção
nesse ambiente, conduziu-se uma pesquisa na área experimental do Departamento de
Engenharia Rural da Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de Botucatu, com o
objetivo de avaliar o efeito de diferentes potenciais de irrigação na produção de três variedades
de alface (lisa, crespa e americana) cultivadas em épocas distintas. Foi também realizada a
espacialização do ambiente protegido mediante a distribuição de minievaporímetros para
verificação da distribuição de energia em três alturas, 40, 80 e 120 cm do solo. O trabalho foi
conduzido em estufa plástica, com orientação Noroeste Sudoeste, o sistema de irrigação
adotado foi por gotejamento. Os parâmetros avaliados no trabalho foram o número de folhas,
diâmetro de cabeça, massa fresca, massa seca, variáveis climatológicas, bem como a
evaporação semanal dos minievaporímetros, durante 6 meses. Os resultados obtidos indicaram
que o potencial que apresentou melhor produção e eficiência de uso da água foi 35kPa, com
ajuste quadrático, e máxima eficiência técnica próxima dos 34,8 kPa. As épocas que
2
apresentaram melhor produção de massa fresca para as três variedades foram maio-junho,
julho-setembro e setembro-novembro. O cultivo realizado em fevereiro-abril, apresentou
menor produção de massa fresca para todas as variedades cultivadas. A produção de massa
seca não apresentou diferenças significativas independentemente da época do ano, com
exceção da variedade crespa que foi superior no período de cultivo realizado de setembro a
novembro. A espacialização da distribuição dos minievaporômetros mostrou que no período
de estudo de 07 maio a 16 de julho ocorreu maior evaporação no ambiente a 40 cm do solo, ou
seja, nos meses mais frios. O período de 30 de julho a 16 de setembro a maior evaporação
ocorreu a 80 cm do solo. Os minievaporímetros instalados a 120 cm do solo apresentaram
valores menores ou iguais, as demais alturas, independentemente do período avaliado. A face
Sudoeste do ambiente para todo o período estudado apresentou maior evaporação. O cultivo
em ambiente protegido propiciou boa produção das três variedades no período de maio a
novembro. Ocorreu maior evaporação no ambiente protegido nos meses mais frios do ano para
os minievaporímetros que estavam próximo ao solo.
Palavras-chave: Balanço de energia, alface, climatologia agrícola, evaporação
3
ENERGY DISTRIBUTION IN THE ENVIRONMENT AND EVALUATE OF EFFECTS OF
DIFFERENT IRRIGATION TREATMENTS THREE LETTUCE CULTIVARS
Botucatu, 2006. 66p.
Tese (Doutorado em Agronomia/Irrigação e Drenagem) Faculdade de Ciências Agronômicas,
Universidade Estadual Paulista
Author: Marcio Furlan Maggi
Adviser: Antonio Evaldo Klar
2. SUMMARY
The knowledge of meteorological elements in protected
environment is very important for commercial plants, because of possibility to produce for all
the year according to the study now conduced in Botucatu – SP, in order to evaluate the effects
of different irrigation treatments on three lettuce cultivars. (lisa, crespa and american).
Simultaneously, energy distribution in the environment also was studied, through
minievaporimeters placed at three heights 40, 80 and 120 cm from the soil surface. The study
was developed in a polyethilene tunnel with orientation Northeast/Southwest (NE/SW) and the
fertigation through drip irrigation. Leaf number, head diameter, fresh weigh, dry weigh,
meteorological elements and evaporation from minievaporimeters were determined. Four
treatments were applied: 20, 28, 35 and 45 kPa and the results showed the treatment 35 kPa
showing the highest lettuce production and maximum water efficiency use. The highest
productions occurred in the May/June, July/September and September/November, while the
worst one was in the February/April. There was not significant difference of dry mass
production among the treatments, independently of the year period with exception of the
crespa cultivar which was superior in September/November. The evaporation distribution
showed larger values in the 40 cm height at coldest months, while the largest evaporation at 80
4
cm occurred from July 30 to September 16. On the other hand, the minievaporimeters from
120 cm did not show variation along the period studied. The South face showed the highest
evaporation.
Key-words: greenhouse, lettuce, irrigation, evaporation
5
3. INTRODUÇÃO
Cada vez mais surge a necessidade do aumento da produção de
alimentos no mundo. Com a utilização de tecnologias que verticalizam a produção, o homem
consegue atingir elevados índices de produtividade em quase todos os setores da agricultura,
pois a expansão de áreas agrícolas é restrita e privilégio de apenas alguns países. A utilização
de áreas agricultáveis deve ser de modo racional e de forma a garantir a manutenção da vida
do homem no planeta. Muitas dessas áreas, com o uso intensivo e manejo inadequado acabam
ficando comprometidas e provocando perdas e prejuízos, não apenas econômicos, ao produtor,
mas também danos ao ambiente inviabilizando o uso das mesmas.
Manejar uma cultura significa modificar o funcionamento natural das
plantas que a compõem, a fim de melhor ajustar o seu comportamento de acordo com os
objetivos agronômicos pretendidos. Para realizar o manejo, é necessário conhecer as relações
que regem o funcionamento da planta e, em seguida, compreender a forma segundo a qual
todas essas relações se encadeiam entre si para resultar no rendimento final (Andriolo, 1999).
As culturas protegidas tornaram-se um sistema de produção muito
difundido na agricultura devido à necessidade de fornecer produtos
in natura e de boa
qualidade ao longo do ano todo.
Nas últimas décadas o cultivo em ambiente protegido no Brasil
apresentou crescimento significativo, principalmente para produção de hortaliças e flores.
Considerando a importância alimentar das hortaliças, seu custo de produção e seu elevado
6
valor econômico, principalmente na entressafra, torna-se necessário pesquisas com o intuito de
oferecer tecnologias de aumento de produtividade e redução de riscos.
No estado de São Paulo, onde se concentra a maior produção de alface
do território nacional, são explorados cultivares de inverno e de verão, durante o ano todo,
com inúmeros sistemas de produção, sendo alguns altamente tecnificados, mas a maioria
mediamente ou pouco tecnificados, fazendo com que a produtividade da cultura decresça no
período do verão, devido o excesso de chuvas e calor, faltando o produto e elevando os preços
no mercado interno.
Dentre os benefícios do cultivo em ambiente protegido, podem-se citar
aumento da diversidade dos produtos agrícolas e a estabilidade da produção anual, com
otimização do uso da terra. Em locais onde as terras são mais valorizadas, ou mais escassas, o
cultivo em estufas representa uma estratégia valiosa para aumentar a produtividade e absorver
a crescente produção agrícola (Souza, 2003).
Apesar das vantagens oferecidas pelo cultivo em ambiente protegido,
algumas dificuldades encontradas pelos produtores resultam no abandono desta atividade,
sendo que as principais causas são as dificuldades de comercialização e a falta de
conhecimento sobre o manejo racional dos parâmetros climáticos e da irrigação.
O ambiente protegido torna possível a exploração de culturas em
épocas pouco comuns ao cultivo e conseqüentemente, podendo-se conseguir melhor retorno
econômico devido à qualidade do produto, e da produção ocorrer na entressafra.
Ultimamente tem-se aprimorado técnicas para o cultivo de hortaliças,
dentre elas a alface, em ambiente protegido, com a finalidade de anular, ou minimizar os
efeitos adversos do clima (geadas, vento, granizo, etc), tornando possível a exploração da
cultura em épocas pouco comuns de cultivo, possibilitando a obtenção de produção na
entressafra e a oferta de um produto de melhor qualidade, conseqüentemente de preço mais
elevado (Sganzerla, 1990 e Peluzio, 1992).
Das várias técnicas de manejo, a adubação via água de irrigação - a
fertirrigação - destaca-se como uma opção de investimento, apresentando vantagens em
relação às convencionais, principalmente quando utiliza-se sistemas de irrigação localizados.
O gotejamento é um sistema de irrigação que promove maior
eficiência de aplicação de água, pois é aplicada diretamente no solo sobre a região radicular
7
em pequena intensidade e alta freqüência, de modo que o teor de água no solo permaneça
próximo à capacidade de campo, além de permitir maior flexibilidade da fertirrigação e
redução dos custos.
No entanto, independentemente do método de irrigação a ser utilizado
para a execução de um adequado manejo da água de irrigação, é indispensável conhecer a
resposta da cultura face às condições hídricas do solo e demanda evapotranspirativa da
atmosfera.
As variáveis meteorológicas no interior de estufas apresentam
comprovada variabilidade espacial, influenciando o desenvolvimento das culturas através de
efeitos na transpiração e na fotossíntese. O controle e o monitoramento das variáveis
meteorológicas, principalmente a umidade e temperatura do ar, são fatores importantes no
controle de doenças das plantas cultivadas no interior das estufas.
Desta forma este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de
diferentes potenciais de irrigação na produção de três variedades de alface (lisa, crespa e
amereica) em ambiente protegido, cultivadas em épocas distintas. Avaliou-se ainda a
distribuição espacial da evaporação da água no ambiente protegido.
8
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Aspectos gerais do cultivo protegido
O cultivo em ambiente protegido trouxe grandes benefícios
principalmente aos pequenos produtores, pela possibilidade do cultivo intensivo das hortaliças,
produtividade elevada e produção fora de época.
Estima-se uma área aproximadamente de 200.000 ha de cultivo em
ambiente protegido em todo o mundo (Hanafi, apud Souza, 2003). Conforme citado por Goto
e Trivella, aput Boueri et al (2005), num levantamento realizado no Estado de São Paulo pela
associação dos Engenheiros Agrônomos, no período de Abril de 1995 foram encontrados 897
ha com algum tipo de cultivo em ambiente protegido sendo que desse total 58,9% eram com
hortaliças, 38,7% com flores e 2,4% com outros.O cultivo protegido foi introduzido no Brasil
pelos holandeses volta de 1950 para o cultivo de flores, sendo que a área cultivada gira em
torno de 3.500 ha, dos quais 2.100 ha com hortaliças e 1.400 ha com flores. As principais
hortaliças cultivadas em ambiente protegido, segundo Cardoso (1998), são: tomate, pimentão,
pepino e alface.
As vantagens da utilização do cultivo em ambientes protegidos são
muitas, por exemplo, maior proteção quanto aos fenômenos climáticos (geadas, excesso de
chuvas, queda acentuada de temperatura durante a noite), proteção do solo contra lixiviação,
redução dos custos com fertilizantes e defensivos, maiores produtividades.
9
Boulard e Wang. (2002) afirmam que os avanços obtidos recentemente
na modelagem do ambiente interno das estufas, têm como conseqüência principal os
progressos no cultivo em ambiente protegido através de melhor proteção às plantas e
inovações tecnológicas na arquitetura e controle das estufas.
Este impulso do cultivo em ambiente protegido gerou grande interesse
dos agricultores que procuraram investir neste atividade, porém em alguns casos sem o
conhecimento adequado para o seu desenvolvimento.
4.2 A cultura da alface
A alface é uma planta herbácea, pertencente à família das Cichoriaceae
(Compositae) (Sonnenberg, 1985 e Lisbão et al. 1990), sendo uma hortaliça típica de saladas,
considerada como uma planta de propriedades tranqüilizantes e que, devido ao fato de ser
consumida crua, conserva todas as suas propriedades nutritivas. Segundo Maroto-Borrego
(1983) e Camargo (1992) é uma excelente fonte de vitamina A, possuindo ainda as vitaminas
B1, B2, B5 e C além dos minerais Ca, Fe, Mg, P, K e Na, cujos teores variam de acordo com a
cultivar, conforme demonstrado na tabela 1.
É um planta delicada, com um caule diminuto, não ramificado, ao qual
se prendem as folhas, as quais são relativamente grandes, lisas ou crespas, fechando-se ou não
na forma de uma “cabeça”. Sua coloração varia do verde-amarelado até o verde escuro,
podendo ser encontradas cultivares com as margens das folhas arroxeadas. As raízes são do
tipo pivotante, apresentando porém ramificações delicadas, finas e curtas, explorando apenas
os primeiros 25 cm de solo (Filgueira, 1982 e Marouelli et al. 1996). Na prática é considerada
uma planta de raízes densas e superficiais. Como planta anual, a fase vegetativa de seu ciclo se
encerra quando atinge o maior desenvolvimento de suas folhas, momento em que pode ser
colhida para consumo (Filgueira, 1982).
10
Tabela 1. Composição nutritiva da alface (
Lactuca sativa L.)
Cultivares
Elementos químicos
Folhas crespas Folhas Lisas Folhas americanas
g/100g
Água 95 96 94
Proteínas 0,8 1,2 1,6
mg/100g
Cálcio 13 40 36
Ferro 1,5 1,1 1,1
Magnésio 7 16 6
Fósforo 25 31 45
Potássio 100 270 400
Sódio 5 10 9
UI/100g
Vitamina A 300 1200 2600
Vitamina B1 0,07 0,07 0,10
Vitamina B2 0,03 0,07 0,10
Vitamina B5 0,30 0,40 0,50
Vitamina C 5 9 24
Fonte: Maroto-Borrego (1983)
Trata-se da hortaliça folhosa de maior consumo no Brasil. Cada
paulistano consome aproximadamente dois quilos por ano e 40% dos seus gastos totais com
verduras, são destinados à compra da alface. No estado de São Paulo, a alface ocupa 7859
hectares, produz 137 mil toneladas ano e gera 6367 empregos. Os principais municípios
fornecedores são Piedade (18%), Mogi das Cruzes (14%) e Suzano (11%). A cultura da alface
apresenta alto grau tecnológico, sendo comum as práticas de produção em estufa, hidroponia e
cultivo orgânico, que permite obter verduras de qualidade durante o ano todo (Ceagesp, 2004).
Dentre as hortaliças folhosas é considerada a de maior consumo e
importância econômica. O grupo Repolhuda Manteiga, que apresenta plantas com folhas lisas
do tipo “manteiga”, macias e com bordos lisos é o preferido do consumidor da região Centro-
Sul do Brasil, principalmente para o consumo na forma de saladas (Filgueira, 1982). No
entanto esse autor afirma que o cultivo de cultivares do grupo cabeça crespa, que apresentam
folhas crespas, consistentes, formando uma cabeça compacta, devia ser mais incentivado, uma
vez que suporta altas temperaturas, possuem elevada resistência ao florescimento precoce e
11
adaptam-se muito bem ao transporte de longa distância, visando ao atendimento de mercados
consumidores potenciais e emergentes de outras regiões.
As cultivares americanas são caracterizadas pelas folhas reunirem-se
ao centro, formando uma cabeça repolhuda e compacta, podendo ser de folhas lisas ou
crespas. Originalmente a alface desenvolve-se melhor no inverno, quando as temperaturas são
amenas, principalmente noturnas, e dias curtos são essenciais para uma fase vegetativa, sendo
responsáveis pela formação de “cabeça”. Para a produção no período do verão, são usadas
cultivares melhoradas geneticamente para serem menos sensíveis ao calor e aos dias longos,
porém mesmo assim, algumas cultivares só podem ser cultivadas em regiões com altitude
acima de 800 m, onde o clima é mais ameno (Filgueira, 1982; Goto, 1998).
Tradicionalmente, o cultivo da alface é realizado em canteiros em
condições de campo e utilizando, principalmente, o método de irrigação por aspersão
convencional. Atualmente, com o desenvolvimento da plasticultura nacional, o cultivo de
hortaliças em estufas e túneis plásticos (ambientes protegidos) tem se popularizado bastante.
No caso específico da alface, segundo Sganzerla (1990), as principais finalidades do cultivo
protegido por essas estruturas são: anular os efeitos negativos das baixas temperaturas, geadas,
vento, excesso de chuva e granizo; encurtar o ciclo de produção; aumentar a produtividade e
obter produtos de melhor qualidade, desde que a estufa seja bem manejada.
Entretanto, o uso dessa tecnologia apresenta algumas limitações, tais
como o método apropriado para a irrigação da cultura sob condições de ambiente protegido.
Uma das alternativas é o uso de métodos de irrigação localizada, dentre eles o gotejamento.
No entanto, para a obtenção de resultados satisfatórios é importante que se conheça o manejo
adequado da água de irrigação, principalmente porque uma parte dos produtores de alface
ainda não tem muita experiência e nem tradição com o emprego do método de irrigação por
gotejamento (Andrade Jr, 1994).
4.3 Características e manejo da fertirrigação
A aplicação simultânea de água e fertilizantes ao solo, por meio de
sistemas de irrigação, é denominada fertirrigação. Em alguns países, como EUA, Israel e
12
outros, a fertirrigação tornou-se uma técnica de uso generalizado, principalmente com o
desenvolvimento de modernos sistemas de irrigação e pela qualidade dos fertilizantes líquidos.
No Brasil, são ainda raras as áreas fertirrigadas e, quando ocorrem destacam-se os sistemas
pivô central e localizada, principalmente para aplicação de adubos nitrogenados (Frizzone,
1993; Coelho, 1994).
Segundo Costa e Brito (1988), os sistemas de irrigação pressurizados
são os que mais se prestam para aplicação de produtos químicos, uma vez que a água é
conduzida e aplicada através de condutos fechados sob pressão, permitindo melhor controle
das aplicações. Entre os sistemas pressurizados, a irrigação por gotejamento e microaspersão
oferecem maior flexibilidade na fertirrigação, seguidos pela aspersão, em particular os
sistemas fixos (Frizzone, 1993).
Pizarro (1997) recomenda o uso da fertirrigação nos sistemas de
irrigação localizada por apresentar numerosas vantagens em relação às técnicas tradicionais de
adubação. As principais vantagens da fertirrigação são: economia e comodidade, permite
independentemente da cobertura do solo ou do estádio de desenvolvimento da cultura, maior
eficiência do uso e economia de fertilizantes, permite o controle da profundidade da aplicação
em função do tempo de irrigação, promove um controle adequado sobre a aplicação do
produto, diminuindo variações causadas por aplicações convencionais, permite aplicação de
micronutrientes, elimina a compactação do solo decorrente do tráfico de máquinas, e, em
geral, reduz os custos de aplicação (Frizone, et al. 1985; Shani, 1981 e Hernandes, 1993)
Para se obter uma boa uniformidade de aplicação de fertilizantes, estes
devem ser solúveis em água e não reagir entre si, formando precipitados, o que levaria a
obstruções no sistema. Para evitar estes problemas, a concentração dos fertilizantes usados na
água de irrigação não deve ultrapassar 700 mg dm
-3
, sendo o intervalo recomendado entre 200
e 400 mg dm
-3
, principalmente em sistemas de gotejamento, que devido à reduzida velocidade
da água na tubulação, poderá ocorrer precipitação dos nutrientes da solução, resultando em
obstruções nos emissores (Pizzaro, 1997).
Segundo Haynes (1985), citado por Bueno (1998), a fertirrigação tem
provado ser o meio mais eficiente de aplicação de fertilizantes de fácil lixiviação como o
nitrogênio e o potássio, contudo o uso de adubos fosfatados não tem sido recomendado, em
13
função da sua pouca mobilidade nos solos e pela fácil formação de precipitados com cálcio e
magnésio.
Para que haja sucesso no emprego da fertirrigação, deve-se observar a
uniformidade de aplicação de água do sistema de irrigação. Sistemas de irrigação com baixa
uniformidade aplicam quantidades distintas de água na área, tendo como conseqüência
imediata a aplicação de quantidades desuniformes de adubo, resultando em um
desenvolvimento irregular da cultura ou provocando problemas de fitotoxidade (Hernandes,
1993).
Segundo Vieira (1994), a uniformidade de aplicação do produto
químico é fator essencial para o sucesso da quimigação e geralmente ela é proporcional à
uniformidade da distribuição da água pelo sistema de irrigação. Desde modo, a quantidade de
fertilizante aplicada é função do volume de água aplicado pelos emissores (Keller e Karmeli,
1975).
Ullmann e Soccol (1996), avaliando a uniformidade de distribuição de
fertilizante via água de irrigação num sistema de irrigação por aspersão, obtiveram um valor
de coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) igual a 93,10%, e somente com água o
CUC foi 92,35%.
4.4 Manejo e resposta da alface à disponibilidade de água
As hortaliças têm seu desenvolvimento e rendimento influenciado
pelas condições de clima e umidade no solo. A deficiência ou excesso de água são fatores
limitantes para a obtenção de elevadas produtividades. Assim, torna-se necessário, para o
sucesso da horticultura um manejo racional da irrigação.
A alface é uma das hortaliças mais exigentes em água. Diversos
experimentos demonstram que o peso da planta e a produtividade por hectare aumentam
linearmente com a quantidade de água aplicada. Sammis et al (1988) observaram que a
produtividade da alface cresceu linearmente com o aumento da aplicação de água até o
máximo de 49 t ha
-1
, com uma lâmina de 205 mm.
14
Schwalen e Wharton, citados por Andrade Jr. (1994), estudando os
efeitos de cinco níveis de irrigação sobre a produtividade de alface durante dois anos, no
Arizona, com diferentes teores de água no solo em vários estádios de desenvolvimento,
verificaram que as maiores produtividades foram alcançadas quando os teores de água no solo
mantiveram-se próximo à capacidade de campo durante todo o ciclo vegetativo.
Estudos realizados por Sing e Alderfer (1966) mostraram que a
produção, a massa fresca da cabeça e a produtividade diminuíram à medida que aumentaram
os valores da tensão de água no solo, indicando que a cultura é sensível a elevados déficits de
água. Além disso, observaram que a alface é mais susceptível ao estresse hídrico no período
de formação da “cabeça”.
A determinação da quantidade de água necessária para a irrigação é
um dos principais parâmetros para um manejo racional de um sistema de irrigação. A água
como fator limitante à produção agrícola, deve ser utilizada racionalmente para que se obtenha
uma eficiência do uso da água adequada. Dentre os vários métodos para estimar o
requerimento de água, o método do Tanque Classe A tem sido utilizado por diversos
pesquisadores (Bernardo, 2003; Klar, 1991; Saad e Scaloppi, 1988) em virtude do seu custo
relativamente baixo, facilidade de instalação e manutenção, pela praticidade de manuseio,
além dos resultados satisfatórios para a estimativa da evapotranspiração de referência.
4.5 Variáveis meteorológicas
O estudo das variáveis meteorológicas está intimamente ligado ao
manejo eficiente de fatores microclimáticos que interferem no desenvolvimento das plantas
cultivadas, uma vez que instrumentos estão disponíveis para o controle destes com
conseqüências benéficas para a produção, qualidade e conservação ambiental.
4.5.1 Evapotranspiração no interior de estufas plásticas
O problema encontrado na estimativa da evapotranspiração em casas
de vegetação é que o microclima nesta é afetado pelas condições externas, tipo de casa de
15
vegetação, tipo de manejo do microclima e da interação entre a cultura e o microclima (Baille,
1994).
Thornthwaite (1948) conceitua a evapotranspiração potencial como
sendo a quantidade máxima de água utilizada por uma extensa área vegetada, em crescimento
ativo, sob condições ótimas de umidade do solo.
No interior da estufa a evapotranspiração é, em geral, menor do que a
verificada externamente, o que se atribui basicamente à parcial opacidade da cobertura plástica
à radiação solar e à redução da ação dos ventos, que são os principais fatores da demanda
evaporativa da atmosfera, embora a temperatura do ar e a umidade relativa, em alguns
momentos, possam ser respectivamente maior ou menor no interior da estufa do que a céu
aberto, o que refletiria na evapotranspiração. A diferença entre a evapotranspiração interna e
externa varia de acordo com as condições meteorológicas, em geral a evapotranspiração no
interior fica em torno de 60-80% da verificada no exterior (Farias et al. 1993a).
Com o objetivo de padronizar a evapotranspiração para uma dada
região, houve a necessidade de definir a evapotranspiração potencial para uma cultura de
referência (ET
0
) que, segundo Doorenbos e Fruitt (1977), corresponde à quantidade de água
perdida para a atmosfera, por uma superfície de solo totalmente coberta por grama, de altura
uniforme entre oito e quinze centímetros, em crescimento ativo e sem restrições hídricas.
A evapotranspiração de referência (ET
0
) pode ser determinada de
diferentes maneiras. De acordo com Burman et al (1983), ela pode ser obtida a partir de
medidas diretas ou estimadas a partir de elementos climáticos, utilizando-se de modelos ou
métodos teóricos empíricos. No primeiro grupo, entre outros, estão incluídos os diferentes
tipos de lisímetros e o balanço de água no solo, enquanto no segundo estão enquadrados,
segundo Jensen et al (1990), os modelos, como os de Penman, Thornthwaite, Blaney e
Criddle, Jensen e Haise, Priesltley e Taylor, Hargreaves entre outros e evaporímetros como o
Tanque Classe A e o Atmômetro modificado.
Devido às dificuldades de obtenção dos dados, não existentes em
qualquer posto meteorológico, necessários para configurar os métodos combinados de cálculo,
tem-se utilizado e dado ênfase àqueles mais baratos e de fácil acesso, como os evaporímetros,
em que sobressai o tanque Classe A, principalmente pela grande disseminação por todo o
16
mundo, o que favorece a extrapolação e a comparação dos resultados. O tanque envolve todo
o complexo energético responsável pela evaporação (Klar, 1988).
4.5.2 Evaporação
A evaporação e a transpiração são processos físicos semelhantes. A
evaporação é definida como fenômeno pelo qual uma substância passa da fase líquida para a
fase gasosa (vapor) e a transpiração é a evaporação da água que foi utilizada nos diversos
processos metabólicos necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas (Pereira et
al, 1997).
Alves e Klar, (1996) afirmam que, para cada condição de clima a
aptidão de uma cultura em utilizar as reservas de água do solo é diferente. Interferem a
profundidade, o sistema radicular, sua densidade, o poder de enraizamento em interação com
as características hidrodinâmicas do solo e os fatores intrínsecos de cada planta. Como o
sistema solo-planta-atmosfera é contínuo e dinâmico, o “status”de energia da água da planta
encontra-se em constante desequilíbrio com o solo e a atmosfera. Logo, a ocorrência de
transporte de água do solo para a atmosfera, passando pela planta, ou seja, a transpiração,
implica em um gradiente de potencial ao longo de todo o sistema. Adicionando-se a esse
processo a água evaporada pelo solo, a transpiração, tem-se a evapotranspiração (Klar, 1974).
A avaliação do consumo de água de um cultura é de fundamental importância do ponto de
vista agrícola, principalmente considerando-se que os recursos hídricos disponíveis são
limitados, principalmente nas zonas áridas e semi-áridas.
O processo de evaporação na natureza depende de muitos fatores,
sendo os mais importantes: conteúdo de umidade da superfície do solo e as condições
meteorológicas. As condições meteorológicas são: intensidade da radiação solar, umidade
relativa do ar e velocidade do vento, sendo que esta última determina a intensidade da
turbulência do ar (Souza, 2003). A umidade do ar e a temperatura da superfície determinam a
magnitude do gradiente vertical de umidade. Estes fatores têm influência direta na intensidade
de evaporação (Konstantinov, 1996).
Buriol et al (2001) constataram que a evaporação é 52% menor no
interior de um estufa comparado ao ambiente externo, mas tende a decrescer ao longo do ciclo
17
das culturas, sofrendo influência da espécie cultivada. Segundo os autores, os elementos
meteorológicos que melhor estimaram a evaporação nas estufas foram a evapotranspiração
pelo método de Penman-Monteith, a radiação global incidente e média diária do déficit de
saturação do ar. O mesmo autor afirma ainda que a evaporação média do tanque Classe A no
interior de uma estufa plástica é menor que aquela do ambiente externo, sendo que em dias
nublados e/ou com chuvas e umidade do ar elevada pode ocorrer o inverso.
Comparando a evaporação obtida por evaporímetros reduzidos
instalados em diferentes posições dentro de estufa e atmômetros de Pichê com o tanque Classe
A, Menezes Jr. et al (1999) encontraram correlação de 0,80 e 0,61 respectivamente.
NIED et al. (1999), comparando a evaporação em tanque reduzido no
interior da casa de vegetação e no meio externo, verificaram que a evaporação interna é em
média 52% menor do que aquela obtida externamente. Verificaram ainda que as variáveis
meteorológicas que melhor estimaram a evaporação nas estufas foram: ETo, método de
Penman-Monteith, radiação global, temperatura média do ar e velocidade do vento a 2 m de
altura.
4.5.3 Temperatura do ar
O efeito da temperatura do ar na temperatura das folhas é duplo. A
temperatura do ar não apenas fornece a referência à qual as temperaturas das folhas tendem,
mas também sua elevação aumenta o déficit de pressão de vapor, aumentando a perda de calor
latente, fazendo com que haja um diferencial entre a temperatura da folha e do ar. Portanto a
temperatura do ar interferindo na temperatura das folhas, indiretamente interfere nos processos
metabólicos e na transpiração da cultura (Jones, 1992).
Os processos de transpiração e fotossíntese respondem diretamente à
temperatura da folha e são indiretamente afetados pela reação estomática. A transpiração, em
geral aumenta com a temperatura, a menos que o estresse hídrico cause fechamento estomático
que reverta esta tendência (Souza, 2003).
Estudando a temperatura mínima do ar no interior de estufas, Camacho
et al. (1995) encontraram valores inferiores aos observados no ambiente externo, entre junho e
18
meados da primavera. Entretanto, a temperatura máxima interna foi superior à externa ao
longo do ano.
A temperatura do ar tem sido citada por diversos autores como fator
determinante da ocorrência de doenças em ambiente protegido, conforme relatado por Jewett e
Jarvis (2001). O controle da temperatura pode evitar o aparecimento de diversas doenças nas
culturas, uma vez que se conhecem as temperaturas ótimas para seu desenvolvimento, embora
muitas destas tenham sido determinadas em locais não específicos das estufas. Ainda assim,
estas temperaturas refletem a interferência nos processos de patógenos e de reações
defensivas. As temperaturas nas camadas de contorno podem diferir significativamente de
outras regiões no interior das estufas, sendo importante esta distinção devido aos efeitos da
flutuação da temperatura no déficit de pressão de vapor e no ponto de orvalho.
4.5.4 Umidade relativa do ar
Os valores da umidade relativa do ar são muito varveis e estão
relacionados com a temperatura do ar. A umidade relativa do ar varia exponencialmente com a
variação de temperatura, e para um mesmo conteúdo de vapor d’água no ar, a umidade relativa
é inversamente proporcional à temperatura. Desta forma, durante o período diurno, com o
aumento da temperatura, a umidade relativa diminui no interior da estufa, tornando-se inferior
à verificada externamente e, durante a noite, a umidade relativa aumenta chegando próxima a
100%, devido à queda de temperatura e à retenção do vapor d’água pela cobertura plástica
(Tanaka e Genta, 1992).
Souza (2003) afirma que há várias maneiras de medir o conteúdo de
água na atmosfera, sendo que a umidade relativa é a medida de umidade do ar mais
popularmente usada, porque é facilmente obtida e computada.
Aumentando-se a temperatura, aumenta-se a capacidade de retenção de
água pelo ar devido ao aumento do nível energético das moléculas. O ar funciona, então como
um reservatório que se expande ou contrai com o aumento ou decréscimo, respectivamente, da
temperatura (Perreira, 1994).
19
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Caracterização da área
O trabalho foi conduzido na área experimental do Departamento de
Engenharia Rural da Faculdade de Ciências Agronômicas, pertencente à Universidade
Estadual Paulista, Campus de Botucatu – SP, cujas coordenadas geográficas são de 22º 51’03”
de latitude Sul e 48º 25’37” de longitude Oeste, com altitude media de 786 metros.
O clima da região é definido com o Clima Temperado (Mesotérmico),
segundo critérios adotado por Köppen. Esta definição foi baseada em médias históricas de 27
anos (1971 a 1998) de observação feitas na Estação Agrometeorológica da Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp. A região é úmida, apresentando precipitação pluvial de
aproximadamente 1516,8 milímetros e evapotranspiração média anual de 692 milímetros. A
temperatura media anual é de 20,6 graus Celsius com temperaturas médias máxima e mínima,
de 23,5 e 17,4 graus Celsius, respectivamente.
O trabalho foi desenvolvido em uma estufa plástica orientada
geograficamente no sentido Nordeste-Sudoeste (Figura1). A estufa plástica era do tipo túnel
com cobertura na forma de arco, apresentando as seguintes dimensões: largura de 7 metros,
comprimento de 26 metros, altura do pé direito de 1,85 metros e central de 3,35 metros,
cobertas longitudinalmente com filmes de polietileno aditivado, espessura de 100 micra. Nas
20
partes laterais e nos fundos foram colocados sombrites 40%. Na face frontal encontrava-se a
porta que dava acesso ao interior da estufa.
Figura 1. Vista da estufa plástica mostrando local do experimento
5.2 O solo e suas características físicas e químicas
O solo do local foi classificado como Nitrossolo Vermelho Distrófico
Latossólico A moderado textura média/argilosa, segundo a Unidade de Mapeamento
Experimental (CARVALHO et al. 2000), e cujas características físicas (EMBRAPA, 1999) e
químicas (RAIJ e QUAGGIO, 1983) estão apresentadas na tabela 2, e suas curvas
características de retenção de água para profundidade de 0-20 e 20-40 cm estão representadas
pelas figuras 2 e 3.
Tabela 2. Resultado da análise química do solo de 0 à 20 cm.
Análise química de macronutrientes
pH M.O. P H+Al K Ca Mg SB CTC V%
CaCL
2
g dm
-3
mg dm
-3
------------------------- mmol dm
-3
------------------------- %
6,4 25 296 16 4,4 72 27 103 103 86
Análise química de micronutrientes
Análise Física
Boro Cobre Ferro Manganês Zinco Areia Silte Argila Densidade
---------------------mg dm
-3
--------------------- Porcentagem g cm
-1
0,51 5,2 19 19,8 9,5 38% 11% 51% 1,28
21
*
Figura 2. Curva característica de retenção de água no solo para camada de 0-20 cm.
Figura 3. Curva característica de retenção da água no solo para a camada de 20-40 cm.
5.3 Adubação e plantio
Adubação de plantio foi baseada na recomendação do Instituto
Agronômico de Campinas segundo RAIJ et al. (1996), seguindo os parâmetros encontrados na
22
análise química do solo constituindo-se de 40 kg ha
-1
de nitrogênio, 100 kg ha
-1
de fósforo e
20 kg ha
-1
de potássio no plantio. 20 kg ha
-1
de nitrogênio a cada 10 dias em 3 aplicações e 80
kg ha
-1
de potássio em três aplicações a cada 10 dias.
5.4 Sistema de irrigação
O equipamento de irrigação utilizado foi composto por 2 reservatórios
de 1000 litros, com cota superior a 12 m em relação à estufa, com linha principal de PVC de
25 mm de diâmetro externo, registro de gaveta de ½” hidrômetro, filtro de tela de 120 mesh,
de ¾” regulador de pressão ¾” e manômetro para monitorar a pressão do sistema em 60 kPa
atm. A linha principal estava ligada a 8 linhas secundárias com diâmetro externo de 1”. As
linhas secundárias forneciam água às linhas de derivação de cada parcela, que estavam ligadas
à três linhas de tubogotejadores existentes para cada parcela. O controle da irrigação foi feito
por 8 registros de esfera de 1” instalados na saída da linha de derivação no cabeçal de controle
como indicado nas figuras 4 e 5. O tubo gotejador utilizado, da marca “Queengil”, possuía
diâmetro interno de 16,5 mm, espessura da parede de 0,2 mm, pressão de serviço de 30 a 100
kPa (sendo recomendadas as pressões de 50 a 70 kPa), pressão de ruptura acima de 400 kPa,
espaçamento entre gotejadores de 0,30 m e vazão nominal a 0,5 kPa e 4,0 L h
-1
m
-1
.
Figura 4. Cabeçal de controle com os registros para distribuição de água e fertilizantes para
parcelas experimentais.
23
Figura 5. Esquema do sistema de irrigação, peças e acessórios utilizados no controle de
aplicação de água.
No processo de fertirrigação a uniformidade de vazão dos emissores é
muito importante para que toda a região de molhamento receba quantidades equivalentes de
nutrientes fornecidos pela água de irrigação. A fim de verificar o coeficiente de uniformidade
do sistema, avaliou-se, com duas repetições, a vazão em 32 pontos, funcionando o sistema por
10 minutos, coletando volumes superiores a 200 ml, e analisando a amplitude de variação das
24
vazões pra determinação do coeficiente de uniformidade (CUC), cujo valor para ser
considerado adequado, deve ser superior a 85 (Vermeiren e Jobling, 1997).
5.5 Controle da irrigação
O turno de irrigação foi estabelecido em função da umidade existente
no solo, determinada pela curva de retenção de água e potencial matricial do solo, determinado
com a utilização de tensiômetros pela seguinte equação (Klar, citado por Dantas, 1997):
Ψ (m) = (-12,6 h + hc + Z) 0,0981 (Equação 1)
Em que:
Ψ (m) = potencial matricial do solo (kPa)
h = coluna de mercúrio do manômetro (cm de Hg)
hc = altura do nível de Hg em relação ao solo (cm)
Z = Profundidade (cm)
A lâmina aplicada em função do monitoramento dos tensiômetros foi
comparada com o método do tanque classe A, para cálculo da evapotranspiração da cultura,
utilizando-se 100% do valor evaporado no tanque (kp) e eficiência de 90% para o sistema de
irrigação (Ea).
A evapotranspiração da cultura é determinada pela equação:
ETc = Kc . Kp . Eca (Equação 2)
Em que:
ETc = evapotranspiração da cultura (mm dia
-1
)
Kc = coeficiente da cultura (adimensional)
Kp = coeficiente do tanque (adimensional)
Eca = evaporação do tanque Classe A (mm dia
-1
)
É valido lembrar que o Kp e o Kc da equação anterior, podem variar
conforme as condições de ambiente, a cultura e seu estádio de desenvolvimento, Tais valores
são citados por Marouelli et al. (1996).
25
A equação para determinar a lamina total necessária (LTN), através do
turno de rega e a evapotranspiração da cultura, é:
E
a
ETgTr
LTN
.(
=
(Equação 3)
Em que:
LTN = lâmina total necessária (mm)
Tr = turno de rega (dias)
ETg = evapotranspiração da cultura (mm dia
-1
)
Ea = eficiência de aplicação da água do sistema (adimensional)
Para determinar a lâmina total necessária,em função da tensão de água
no solo, a equação é:
(
)
ZDa
UICC
LTN ..
10
= ................................. (Equação 4)
Em que:
LTN = lâmina total necessária (mm)
CC = capacidade de campo (% do peso seco)
UI = umidade de irrigação correspondente à tensão preestabelecida
(% do peso seco)
Da = densidade aparente do solo (g cm
-3
)
Z = profundidade efetiva do sistema radicular da cultura (cm)
Após o cálculo da lâmina total necessária, o tempo de irrigação pode
ser calculado pela equação:
(
)
q
SiSgLTN
Ti
..
=
(Equação 5)
Em que:
Ti = tempo de irrigação (h)
LTN = lâmina total Necessária (mm)
Sg = espaçamento de gotejadores (m)
Si = espaçamento entre linhas (m)
q = vazão do gotejador (l/h)
26
5.6 Fertirrigação
A aplicação de adubação de cobertura via água de irrigação
(Fertirrigação) foi realizada através de um reservatório de 50 litros, também colocado a 12 m
de altura em relação à estufa, onde foram dissolvidos os fertilizantes. Este reservatório estava
ligado à linha principal de irrigação e controlado por registro. Para realizar a fertirrigação,
fechava-se o registro dos reservatórios maiores de água e abria-se o registro do reservatório
pequeno, fazendo com que a solução (água+fertilizante) fosse conduzida por gravidade.
As fertirrigações foram divididas em 3 aplicações, sendo a primeira
juntamente com o transplantio, a segunda 10 dias após o transplantio e a terceira com 28 dias
após o transplantio, com pequenas variações de um ou dois dias para cada ciclo.
Foram aplicados na adubação de transplantio 110,16 g de nitrogênio
por tratamento na forma de MAP, Krista e Sulfato de Amônia, 183g de fósforo por tratamento
na forma de MAP e 73,44 g por tratamento na forma de Krista. Dez dias após o transplantio
foi realizado a primeira adubação de cobertura e vinte dias após o transplantio, a segunda. Nas
duas adubações de cobertura, foram aplicados 36,7g por tratamento de nitrogênio na forma de
Krista e Sulfato de Amônia e 55,08 g por tratamento de potássio na forma Krista (Hydro).
Todos os fertilizantes foram previamente pesados e separados em
saquinhos plásticos. As misturas eram pré-realizadas em um balde plástico com 10 litros de
água, e em seguida despejadas na caixa de fertirrigação, totalizando 40 litros de solução
fertilizante, usados para fertirrigar 4 parcelas de cada tratamento no caso primeiro ciclo, e para
todas as parcelas nos demais ciclos. O tempo médio para escoamento total dos 40 litros de
solução era de 15 minutos com pressão entre 50 e 60 kPa, medidas na entrada da linha
principal da estufa.
A eficiência da fertilização aumenta se o solo estiver úmido e
posteriormente é conveniente lavar a tubulação e levar o fertilizante à profundidade do sistema
radicular da cultura (Frizzone et al., 1993), portanto as fertilizações eram precedidas de
irrigações de 5 minutos, e ao término destas, deixava-se irrigar por mais 10 minutos.
27
5.7 Tratamentos utilizados
Os tratamentos para o primeiro ciclo de cultivo foram 4 potenciais de
irrigação, 45kPa, 35kPa, 28kPa e 20kPa. Nos demais ciclos foram consideradas 4 diferentes
épocas de cultivo ao longo do ano (Tabela 3), com o potencial de 35kPa, para todos os
tratamentos.
5.8 Período experimental
Foram cultivadas três variedades de alface, americana, crespa e lisa,
durante o período de maio de 2004 a abril de 2005. Os períodos de cultivos estão indicados na
tabela 3.
Tabela 3. Épocas de cultivos das três variedades de alface ao longo do ano.
Colheita
Trat.* Semeadura Transplantio
Lisa Crespa Americana
1º Ciclo época 1 13 mai 2004 28 mai 2004 04 jul 2004 06 jul 2004 10 jul 2004
2º Ciclo época 2 06 jul 2004 23 jul 2004 04 set 2004 06 set 2004 07 set 2004
3º Ciclo época 3 06 set 2004 27 set 2004 13 nov 2004 15 nov 2004 15 nov 2004
4º Ciclo época4 03 fev 2005 25 fev 2005 07 abr 2005 02 abr 2005 06 abr 2005
* Tratamento
5.9 Instalação do experimento
Na figura 6 está representada, esquematicamente, a localização dos
canteiros com as linhas de cultivo da alface, os minievaporímetros, tanque Classe A e o
termohigrógrafo.
28
Figura 6. Representação esquemática da localização e disposição dos equipamentos na estufa
plástica.
5.10 Evaporímetros e Tanque Classe A
Com o objetivo de estudar o comportamento espacial da distribuição
de energia dentro da estufa, foram instalados 132 minievaporímetros (Figura 6 e 7) distantes
entre si de 2,0 m no sentido longitudinal e 2,10 m no sentido transversal da estufa, distribuídos
em três níveis de alturas 0,40, 0,80 e 1,20 m. O minievaporímetro consistia de um recipiente
plástico de volume 1,0 L. Para determinação das lâminas evaporadas nos minievaporímetros,
estes eram preenchidos com 500 ml de água cada, e uma vez por semana a água resultante em
cada minievaporímetro foi medida e o frasco novamente preechido com 500 ml de água. Por
29
diferença da água colocada toda semana, com a água resultante, foi determinada a evaporação
semanal dentro da estufa. As leituras eram feitas todos os sábados no período da tarde.
Figura 7. Detalhe do minievaporímetro utilizado para medição da evaporação e espacialização
da distribuição da energia no ambiente.
O tanque Classe A foi instalado no centro da estufa em frente ao
termohigrógrafo. Os dados externos de evaporação do tanque Classe A foram obtidos da
estação meteorológica da Faculdade de Ciências Agronômicas distante cerca de 400 metros do
local do experimento. A leitura da evaporação do tanque foi realizada com auxílio de um
parafuso micrométrico de precisão 0,2 mm e acompanhado por uma bureta e um fio de nylon
(marcação de nível). Para os períodos onde os dados foram perdidos ou ocorreu a
inviabilização das leituras, estas foram estimadas baseados em análises de regressão e
correlação dos dados existentes, com o ambiente externo, obtidos na estação meteorológica.
5.11 Temperatura e umidade relativa do ar
Os dados de temperatura e umidade do ar foram registrados na estufa,
com o uso de um Termohigrógrafo, modelo Dickson, com precisão mínima de 95%, instalado
em abrigo meteorológico apropriado e posicionado próximo ao centro da estufa, a uma altura
30
de 1,5 m, conforme representado na figura 8. O registro de temperatura e da umidade relativa
no termohigrógrafo foi feito continuamente, 24 horas por dia.
Figura 8. Termohigrógrafo utilizado para medição de temperatura e umidade relativa dentro
do abrigo meteorológico.
Após o levantamento dos dados, determinaram-se as temperaturas e
umidades relativas de ar, máximas e mínimas, e, a partir destas, as médias em cada dia
considerado durante o período experimental. Foram obtidos os dados externos de temperatura
e umidade relativa do ar na estação meteorológica da Faculdade de Ciências Agronômicas.
5.12 Avaliação da cultura
Durante o experimento foram realizadas coletas de massa fresca e
determinação posterior da massa seca, contagem de folhas, determinação da área foliar no
final de cada um dos ciclos da cultura, peso de cabeça da alface americana e determinação do
diâmetro de cabeça.
A produtividade foi analisada através do peso fresco e seco totais da
parte aérea e da “cabeça”, para a alface americana, coletadas no final de cada ciclo de
31
desenvolvimento da cultura ao longo do ano. Com relação a qualidade de “cabeça” foram
analisados o peso fresco e o diâmetro, com três amostras por parcela.
As coletas foram realizadas cortando-se as plantas bem rente ao solo e
levando-as imediatamente para pesagem e determinação do número de folhas e da dimensão
da cabeça para alface americana. Em seguida foram, colocadas em estufa de ventilação
forçada a 60º C até peso constante para determinação da massa seca.
5.13 Análise estatística
Foi empregado o delineamento experimental de Blocos Casualizados
com parcelas subdivididas, com quatro tratamentos e quatro repetições.
Cada parcela experimental foi representada por um canteiro de 1,20 m
de largura por 6 metros de comprimento, portanto uma área de 7,2 m
2
. Cada parcela foi
subdividida em três para o cultivo das três diferentes variedades, espaçadas de 0,30 m entre
linha de cultivo e 0,30 entre plantas.
O espaçamento entre canteiros vizinhos foi de 0,60 m e contínuo entre
parcelas.
Para os demais ciclos de desenvolvimento avaliou-se a produtividade
das três variedades em diferentes épocas de plantio, com o mesmo potencial.
Os dados de evaporação dos minievaporímetros tiveram avaliação
espacial com e sem o cultivo da alface durante um ciclo de desenvolvimento da cultura e igual
período sem cultura alguma na estufa. Os dados ainda foram correlacionados com o mapa de
produtividade médio referenciado e espacializado dentro da estufa ao longo do
desenvolvimento do trabalho.
32
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Estufa
Para a execução deste trabalho, o ambiente protegido mostrou-se
viável para o desenvolvimento da cultura frente às adversidades climáticas, principalmente em
períodos em que as variáveis agrometeorológicas atingiram valores extremos.
Apesar de inúmeras vantagens como proteção da cultura à chuva,
insetos, menor velocidade do vento e radiação solar difusa mais elevada, o ambiente protegido
apresentou elevadas temperaturas do ar, dependendo da época do ano chegando até 40ºC
durante o dia, e à noite apresentando baixas temperaturas com temperatura do ar mínima de
9ºC. Resultados similares foram encontrados por Santos (2001), Martinez Garcia (1996) e
Farias et al (1993b). Também de acordo com Seemann (1979) e Prados (1986), este
comportamento em abrigos protegidos com polietileno de baixa densidade ocorre, porque a
temperatura do ar está relacionada com o balanço de energia, que é negativo durante a noite, e
que pode ser afetado principalmente pelo volume e tamanho do ambiente, em relação ao
campo.
6.2 Parâmetros Agrometeorológicos
6.2.1 Temperatura e umidade relativa do ar
33
Os valores médios diários de temperatura e umidade relativa do ar a
campo, observados durante o período de avaliação estão apresentados na figura 9. A Umidade
relativa média mensal, durante o primeiro ciclo foi de aproximadamente 62,5%, 50% para o
segundo ciclo, 54% para o terceiro ciclo e de 61% para o quarto ciclo. As temperaturas médias
mensais foram de 15,5, 18,2, 20,3 e 21,8ºC para o primeiro, segundo, terceiro e quarto ciclo
respectivamente.
Meses do ano
j
a
n
/
0
4
f
e
v
/
0
4
m
a
r/
0
4
a
b
r/
0
4
m
a
i
/
0
4
j
u
n
/
0
4
j
u
l
/
0
4
a
g
o
/
0
4
s
e
t
/
0
4
o
u
t
/
0
4
n
o
v
/
0
4
d
e
z/
0
4
j
a
n
/
0
5
f
e
v
/
0
5
m
a
r
/
0
5
a
b
r/
0
5
m
a
i
/
0
5
j
u
n
/
0
5
j
u
l
/
0
5
a
g
o
/
0
5
s
e
t
/
0
5
o
u
t
/
0
5
Temperatura Média mensal (
0
C)
10
20
30
40
50
60
70
80
Umidade relativa (%)
10
20
30
40
50
60
70
80
Temperatura média
Umidade relativa
Figura 9. Temperatura e Umidade relativa media do ar a campo.
Na figura 10 observa-se a indicação dos períodos de cultivo das
variedades de alface, com as temperaturas médias para os períodos, dentro e fora do ambiente
protegido, e a variação da evaporação do tanque Classe A.
34
Meses doano
j
a
n
/
0
4
f
e
v
/
0
4
m
a
r/
0
4
a
b
r/
0
4
m
a
i
/
0
4
j
u
n
/
0
4
j
u
l
/
0
4
a
g
o
/
0
4
se
t
/
0
4
o
u
t
/
0
4
n
o
v
/
4
d
e
z/
0
4
j
a
n
/
0
5
f
e
v
/
0
5
m
a
r/
0
5
a
b
r/
0
5
m
a
i
/
0
5
j
u
n
/
0
5
j
u
l
/
0
5
a
g
o
/
0
5
se
t
/
0
5
o
u
t
/
0
5
Evaporação do tanque Classe A (mm dia
-1
)
0
5
10
15
20
25
Temperatura média mensal (
0
C)
0
5
10
15
20
25
Temp. média a campo
Evap. média diária a campo
Temp. média na estufa
Evap.média diária na estufa
1
o
ciclo
2
o
ciclo
3
o
ciclo
4
o
ciclo
intervalo
Figura 10. Evaporação do Tanque Classe A e temperatura média, dentro e fora do ambiente
protegido
Pezzopane et al (1995) relatam que o valor médio da temperatura
mínima do ar no interior de estufas cobertas com polietileno de baixa densidade tende a ser
igual, ou ligeiramente superior quando comparada ao ambiente externo. As médias de
temperatura para cada ciclo de desenvolvimento no ambiente protegido foram de 17ºC, 19ºC,
20º e 20,5º para o 1º, 2º, 3º e 4º ciclo de desenvolvimento da cultura respectivamente.
A umidade relativa do ar foi inversamento proporcional à temperatura
do ar. Isso mostrou que os valores médios diários de umidade relativa do ar no interior da
estufa estiveram relacionados aos valores de temperatura do ar, concordando com Santos
(2001) e Prados (1996). Desta forma, na estufa, a elevação da temperatura do ar durante o dia,
em que o balanço de energia é positivo, reduz os valores de umidade relativa do ar, tornando-
os muitas vezes, nas horas mais quentes do dia, inferior aos valores observados a campo. Na
figura 11 observa-se as variações dentro e fora do ambiente protegido, e a temperatura média
para o primeiro ciclo, quando diferentes potenciais foram aplicadas à cultura.
35
Datas
24/5/04 31/5/04 7/6/04 14/6/04 21/6/04 28/6/04 5/7/04 12/7/04
Temperatura (º C), Umidade Relativa (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Temp. média estufa
Temp. média campo
Umidade relativa estufa
Umidade Relativa campo
1º Ciclo
Figura 11. Temperatura e umidade relativa, interna e externa ao ambiente protegido, para o
primeiro ciclo de cultivo, de maio a julho
6.2.2 Valores médios diários de evaporação no Taque Classe A
Os resultados apresentados na figura 12 mostram que os valores
médios de evaporação do Tanque Classe A apresentaram comportamento similares aos valores
observados de temperatura do ar. Durante os meses com valores de temperaturas de ar mais
elevadas e umidades relativas baixas, houve tendência de aumentar a evaporação, bem como
nos dias de valores de temperatura do ar menores e umidade relativa do ar elevada, ocorreram
reduções. Os dados de evaporação do Tanque Classe A para o 4º ciclo não foram coletados.
36
Meses (2004)
mai jun jul ago set out nov dez
Evaporação ( mm)
0
1
2
3
4
5
6
7
Figura 12. Evaporação do Tanque Classe A para os três primeiros ciclos de cultivo.
Observou-se um aumento gradativo da evaporação no período de
transição do inverno para primavera, principalmente devido a influência das temperaturas mais
elevadas durante esta estação.
A evaporação média diária do tanque Classe A, no primeiro ciclo de
desenvolvimento foi de 1,93 mm dia
-1
, para o segundo ciclo de 3,28 mm dia
-1
e 3,59 mm dia
-1
no terceiro ciclo. Santos (2001) encontrou valores de evaporação do Tanque Classe A mais
baixos, no interior de ambientes protegidos para épocas semelhantes do ano. Possivelmente as
variações de temperatura do ar e mesmo períodos de precipitação diferenciados.
O aumento na temperatura do ar influi consideravelmente na
intensidade de evaporação em virtude da maior quantidade de vapor d’água presente no
mesmo volume de ar, por isso, quanto maior a umidade do ar, menor a intensidade de
evaporação.
37
6.3 Distribuição da evaporação no ambiente protegido
A evaporação e a distribuição da energia no interior de túneis
plasticos são difíceis de serem estudadas por não haver uma metodologia prática e de baixo
custo já estabelecida. Entretanto, o uso de minievaporímetros, uniformemente distribuídos no
interior do ambiente protegido, ou mesmo a campo, se mostrou uma metodologia simples e
bastante útil no estudo da distribuição de energia, uma vez que a evaporação pode ser
convertida em energia.
Analisando-se a distribuição espacializada da evaporação nos
minievaporímetros, no período de 7 de maio a 16 de setembro, basicamente final do outono e
inverno, pode-se constatar que ocorreu uma variação espacial na evaporação do ambiente, bem
como diferenças estatísticas entre as médias nas diferentes alturas de instalação dos
minievaporímetros, como observados na figura 13. A diferença mínima significativa pelo teste
é apresentada na tabela 4.
Datas
0
7
/
0
5
a
1
5
/
0
5
2
8
/
0
5
a
0
4
/
0
6
1
8
/
0
6
a
2
5
/
0
6
0
9
/
0
7
a
1
6
/
0
7
3
0
/
0
7
a
0
6
/
0
8
2
0
/
0
8
a
2
7
/
0
8
0
9
/
0
9
a
1
6
/
0
9
Evaporação semanal (mm)
0
5
10
15
20
25
30
40 cm
80 cm
120 cm
a a
b
a a
b
a a
b
a
b
ab
a
a
a
ab
a
b
a
b
b
Figura 13. Evaporação semanal para os períodos indicados, em três níveis de instalação, com
as diferenças significativas ao teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
38
Tabela 4. Diferença mínima significativa pelo teste de Tukey.
7 a 15 de
maio
28 de maio
a 4 de junho
18 a 25 de
junho
09 a 16 de
julho
30
de julho a
6 de agosto
20 a 27 de
agosto
9 a 16 de
setembro
DMS* 0,517 0,726 0,649 1,224 0,877 1,224 0,602
* Diferença Mínima significatica a 5% de probabilidade de erro pelo teste de Tukey.
Para os minievaporímetros instalados a 40, 80 e 120 cm do solo,
constatou-se uma variação semanal de 20,35, 20,50 e 18,66mm respectivamente para a semana
de 7 a 15 de maio, apresentando maior evaporação significativa pelo teste de Tukey, para as
duas primeiras alturas. A espacialização da evaporação para esta semana pode ser observada
nas figuras 14 e 15.
A evaporação para a semana de 28 de maio a 4 de junho apresentou os
seguintes valores 12,05, 11,73 10,38 mm para as alturas 40, 80 e 120 cm do solo,
respectivamente, apresentando maior evaporação significativa pelo teste de Tukey, para as
duas primeiras alturas, comportamento semelhante à semana estudada em maio, porém valores
menores de evaporação, ocasionados principalmente pelas baixas temperaturas registradas no
período. A espacialização da evaporação para esta semana pode ser observada nas figuras 16 e
17.
A evaporação para as semanas de 18 a 25 de junho, 9 a 16 de julho e
30 de julho a 6 de agosto, (Figuras 17, 18, 19 e 20) apresentou valores semelhantes, um pouco
superior na primeira semana em questão, ficando próximo dos 15 mm por semana, nas
diferentes alturas.
Para a semana de 20 a 27 de agosto, próximo à primavera, os valores
de evaporação aumentaram, e foram de 26,01 mm para a altura de 80 cm, 25,04 mm para 40
cm, significativamente iguais pelo teste de Tukey, e 24,63 para 120 mm, diferindo da altura 80
cm e semelhante na altura 40 cm (Figuras 22 e 21).
Com relação a semana de 9 a 16 de setembro, com baixa
temperaturas, a evaporação na altura de 80 cm foi maior significativamente pelo teste de
Tukey, e com média semanal de 16,72 mm, e de 15,72 e 19,93 mm para as alturas 40 e 120 cm
respectivamente, não diferindo estas duas médias pelo mesmo teste. A espacialização da
evaporação pode ser observada nas figuras 24 e 25.
39
O ambiente protegido (túnel plástico) estava posicionado no sentido
Nortedeste-Sudoeste ficando aproximadamente perpendicular ao movimento aparente do sol.
Observou-se que para praticamente todas as semanas observadas a evaporação média, foi
maior na face voltada para o Sudoeste.
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
2.00
4.00
6.00
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
2.00
4.00
6.00
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
2.00
4.00
6.00
40 cm
80 cm
120 cm
Figura 14. Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (7 a 15 de maio) dos
minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo.
40
Figura 15. Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (7 a 15 de maio) dos
minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo, respectivos à figura 14.
40cm
80cm
120cm
41
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
40 cm
80 cm
120 cm
Figura 16.Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (28 de maio a 4 de
junho) dos minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo.
42
Figura 17. Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (28 de maio a 4 de
junho) dos minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo, respectivos à
figura 16.
40cm
80cm
120cm
43
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
40 cm
80 cm
120 cm
Figura 18. Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (18 a 25 de junho) dos
minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo.
44
Figura 19. Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (18 a 25 de junho)
dos minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo, respectivos à figura
18.
40cm
80cm
120cm
45
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
40 cm
80 cm
120 cm
Figura 20. Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (9 a 16 de julho) dos
minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo.
46
Figura 21. Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (9 a 16 de julho) dos
minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo, respectivos à figura 20.
40cm
80cm
120cm
47
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
40 cm
80 cm
120 cm
Figura 22. Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (20 a 27 de agosto) dos
minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo.
48
Figura 23. Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (20 a 27 de agosto)
dos minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo, respectivos à figura
22.
40cm
80cm
120cm
49
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00
Comprimento (m)
2.00
4.00
6.00
Largura (m)
40 cm
80 cm
120 cm
Figura 24. Espacialização, através de isolinhas, da evaporação semanal (9 a 16 de setembro)
dos minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo.
50
Figura 25. Espacialização, através de superfícies, da evaporação semanal (9 a 16 de setembro)
dos minievaporímetros instalados à 40, 80 e 120cm do solo, respectivos à figura
24.
40cm
80cm
120cm
51
6.4 Produtividade e elementos fisiológicos
6.4.1 Número de folhas no primeiro ciclo da cultura
Na figura 26 são apresentados o número de folhas, com desvio padrão
das variedades de alface lisa e crespa no primeiro ciclo da cultura, quando foram aplicados
diferentes potenciais de irrigação. Observou-se que não ocorreram diferenças significativas no
número de folhas para as duas variedades. O número de folhas ficou abaixo dos valores
encontrados por HAMADA e TESTEZLAF (1995), que encontraram número de folhas
próximas dos 50 para a variedade Lisa.
Potenciais de irrigação (kPa)
Número de folhas
18
20
22
24
26
28
30
32
Alface Lisa
Alface crespa
20 28 35 45
Figura 26. Número de folhas por planta, para a cultura da alface, variedade lisa e crespa sob
diferentes potenciais de irrigação (1º ciclo).
Para a variedade americana não foi realizada a contagem do número
de folhas devido às suas características fisiológicas de fechamento de cabeça. Para esta
variedade foi feito o estudo do diâmetro de cabeça.
52
6.4.2 Diâmetro de cabeça, alface americana
O diâmetro de cabeça da variedade americana, é apresentado na figura
27. Observou-se maior diâmetro de cabeça, para a época 1, quando o cultivo foi realizado em
maio e junho de 2004. Para as demais épocas ocorreu um decréscimo no diâmetro da cabeça,
com diferenças significativas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. A redução no
diâmetro nos tratamentos 2 e 3 (épocas) ocorre principalmente pela época do ano, não
recomendada para essa variedade. Com relação ao tratamento 4 (época), a área experimental
apresentou infestação aparentemente prejudicial de nematóides, o que pode ter afetado no
desenvolvimento da cultura, porém não foi realizado nenhum trabalho especifico para
confirmar tal hipótese.
Tratamentos
epoca1 epoca2 epoca3 epoca4
Diametro de cabeça (cm)
8
10
12
14
16
18
20
a
b
b c
c
Figura 27. Diâmetro de cabeça de alface americana durante os 4 ciclos de desenvolvimento.
5.4.3 Massa fresca no primeiro ciclo
A análise de variância dos valores relativos à massa fresca das três
variedades de alface, para o primeiro ciclo apresentou diferenças significativas entre os
diferentes potenciais de irrigação aplicadas ao nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste
53
F, mostrando que a massa fresca foi influenciada pelos diferentes potenciais. Na figura 28
encontram-se as curvas de regressão para cada uma das variedades estudadas.
Tratamentos - Potencial
(
kPa
)
Produção Massa Fresca (kg 3plantas
-1
)
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Alface Lisa
y = -0,0012x
2
+ 0,0845x - 0,6177 r
2
= 53,8%
Alface Crespa y = - 0,0009x
2
+ 0,0638x - 0,1628 r
2
= 87,4%
Alface Americana y = - 0,0006x
2
+ 0,0405x + 0,5209 r
2
= 44,6 %
20 28 35 45
Figura 28. Produção de massa fresca com indicação dos ajustes de regressão para cada
variedade de alface sob diferentes potenciais de irrigação.
Observa-se que os níveis de irrigação afetaram significativamente os
componentes de produção (massa fresca e produtividade), expressando, de uma maneira geral,
a tendência ocorrida em inúmeros trabalhos encontrados na literatura (Peluzio, 1992; Andrade
Jr. et al. 1992 e Hamadad, 1993). Na tabela 5 são apresentados os dados médios relativos a
massa fresca por planta, produtividade, irrigação acumulada e eficiência do uso da água
obtidos na colheita para os diferentes potenciais. Andrade Jr. (1994) encontrou valores
superiores de massa fresca e produtividade, quando trabalhando com alface americana,
variedade mesa 659, também trabalhando com diferentes níveis de irrigação.
Para as três variedades de alface utilizadas neste estudo, observou-se
durante o primeiro ciclo de implantação da cultura que a máxima eficiência técnica nas curvas
54
ficou próxima dos 34,8kPa de potencial, ou seja, o tratamento que apresentou melhor resultado
foi de 35kPa, potencial este utilizado para os demais ciclos. A eficiência do uso da água pode
ser observada na tabela 5, com indicação da massa fresca por planta, a produtividade e a
lâmina irrigada acumulada em cada tratamento. O potencial que apresentou melhor eficiência
para as três variedades foi 35kPa, concordando com os resultados encontrados nas análises de
regressão, e significância no teste F. Andrade Jr. (1994) trabalhando com diferentes níveis de
irrigação encontrou eficiência de uso da água superiores com valores de aproximadamente 440
kg ha
-1
mm
-1
, para os níveis de irrigação aproximados, porém com variedades específicas para
determinada época e somente com uma variedade.
Tabela 5. Valores médios de matéria fresca por planta , produtividade , irrigação acumulada e
eficiência do uso da água para os diferentes potenciais de irrigação no 1º ciclo.
Potencial
Massa fresca produtividade
Irrigação
acumulada
Eficiência do uso da água
(kPa)
(g planta
-1
) (kg.ha
-1
) (mm) (kg ha
-1
/ mm)
lisa
20
210,0 23333,3 110 212,1
28
222,3 24703,7 120 205,9
35
325,0 36111,1 98 368,5
45
233,7 25963,0 96 270,4
crespa
20
257,3 28592,6 110 259,9
28
294,3 32703,7 120 272,5
35
341,3 37925,9 98 387,0
45
300,7 33407,4 96 348,0
americana
20
374,0 41555,6 110 377,8
28
355,7 39518,5 120 329,3
35
430,3 47814,8 98 487,9
45
361,3 40148,1 96 418,2
6.4.4 Massa seca no primeiro ciclo
A análise de variância dos valores relativos a massa seca das três
variedades de alface, para o primeiro ciclo não apresentou diferenças significativas entre os
55
diferentes potenciais de irrigação aplicadas ao nível de 5% de probabilidade de erro pelo teste
F. Na figura 29 encontram-se as médias e respectivos desvios da massa seca.
6.4.5 Massa fresca e massa seca ao longo dos quatro ciclos
Os resultados da massa fresca para 3 plantas mostraram diferenças
significativas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade de erro. Observa-se na figura 29 que,
de modo geral a variedade que apresentou maior produção de massa fresca foi alface
americana. A produção de massa fresca e conseqüente produtividade, das três variedades foi
semelhante para os três primeiros ciclos (maio-junho, julho-agosto e setembro-novembro), não
apresentando diferenças significativas, a massa fresca média de 3 plantas foi de 1,163, 1,075 e
0,919 kg planta
-1
para as variedades americana, crespa e lisa respectivamente. No entanto o
quarto e último ciclo apresentou menores valores de massa fresca, para as três variedades,
diferindo das demais épocas de plantio.
Na figura 31 observa-se que os valores encontrados para a massa seca
não apresentaram variações significativas para as diferentes épocas do ano em que a cultura
foi implantada. Com pequeno destaque para o ciclo de setembro a novembro (3ª época), onde
a variedade crespa foi superior as demais, com aproximadamente 30g por planta, porém igual
significativamente ao ciclo (4ª época) cultivada em fevereiro a abril, 26g por planta. As
variedades lisa e americana, não apresentaram diferenças significativas ao longo do período,
independentemente da época em foi realizado o plantio, 23,5 e 24,6 g por planta
respectivamente. Os resultados da análise da variância e aplicação do teste de Tukey a 5%,
mostraram que a massa seca na colheita não foi influenciada pela época de plantio para as
variedades lisa e americana, a época influenciou apenas na variedade crespa. Souza (2000),
trabalhando com alface americana (cultivar Tainá) encontrou média de produção superior,
chegando a 31g por planta, porém próximos as médias encontradas neste estudo.
56
Alface lisa
Massa Seca (kg 3plantas
-1
)
0,040
0,050
0,060
0,070
0,080
0,090
Alface Crespa
0,040
0,050
0,060
0,070
0,080
0,090
Tratamentos - Potencial (kPa)
Alface Americana
0,040
0,050
0,060
0,070
0,080
0,090
(A)
(B)
(C)
20 28 35 45
Figura 29. Médias da massa seca das três variedades de alface com respectivos desvios sob
diferentes potenciais de irrigação.
57
Tratamento
epoca 1 epoca 2 epoca 3 epoca 4
Massa fresca (kg 3plantas)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Lisa
Crespa
Americana
epoca 1 epoca 2 epoca 3 epoca 4
Massa seca (kg 3 plantas)
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
Tratamentos
Massa seca
Massa Fresca
a1
a1
a1a2
a3
b1
b1
b1b2
b2
c1
c1
c1
c2
a1
a1
a1
a1
b1
b1b2
b2
b2
c1
c1
c1
c1
Figura 30. Massa fresca e massa seca das três variedades ao longo do período, com indicação
das significâncias (letra e números) pelo teste de Tukey.
58
7. CONCLUSÃO
Com base nas condições encontradas durante a realização do trabalho
concluiu-se que as três variedades de alface apresentaram variação de produção para diferentes
potenciais. Com o potencial de melhor produção aplicado ao longo do período estudado não
ocorreu variações significativas na produção para as distintas variedades.
A face Sudoeste do ambiente para todo o período estudado apresentou
maior evaporação, nos minievaporímetros. Ocorreu maior evaporação no ambiente protegido
nos meses mais frios do ano para os minievaporímetros que estavam próximo ao solo.
59
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