Já a participação do videorrepórter, conforme visto, inicia-se na elaboração
da pauta. O momento de ir a campo para investigar a notícia já é uma segunda etapa do seu
processo de criação, de acordo com a ordem genérica proposta nesta pesquisa. O
videojornalista terá que reunir e analisar as informações, fazer as entrevistas e elaborar o
texto, assim como faz o repórter.
O repórter é aquele que ouve, vê, sente, analisa, avalia e confere a
informação. Sem deixar dúvidas, faz a notícia através de sua vocação, de sua
consciência, inteligência, curiosidade, perspicácia, percepção, dedução e
raciocínio, critério e sensibilidade, atenção e interesse, espírito crítico e
desconfiança, coragem e caráter e honestidade (CUNHA, 1990, p.23).
O repórter é aquele que confere, apura e traduz o fenômeno, de forma
atenta, responsável e afinada com a equipe, no compromisso constante com a informação e
com o receptor. Guirado afirma ser o repórter o profissional de comunicação que exercita a
consciência ininterruptamente, para captar fenômenos:
Para que o fenômeno possa brilhar, traduzido em palavras, há que ser
captado por alguém que o interprete. Nesse caso, é o repórter quem clarifica
os acontecimentos, desenredando-os para que possam aparecer, ou
simplesmente parecer, inteligíveis aos leitores, que terão outras
possibilidades de interpretações. Todavia, só se apreende com atenção os
fenômenos que tocam em pontos nevrálgicos, condizentes com a
especificidade dos interesses pessoais. Apesar disso, sempre haverá, neste
estágio, a luta interna da consciência, assim como a beligerância dos signos
que envolvem o próprio tema que se pretende retratar (2004, p. 34).
A parceria entre o repórter e o cinegrafista é de fundamental importância no
telejornalismo, pois ambos atuam na interpretação do fenômeno, traduzido por meio de
palavras, sons e imagens. Ao assumir também a função de repórter cinematográfico, o
videorrepórter captura as imagens e grava as entrevistas. Por isso, precisa conhecer a
expressividade da linguagem visual e seus principais elementos, como os enquadramentos e
movimentos básicos: panorâmica, travelling, zoom-in, zoom-out, plano geral, plano médio,
plano americano, close, detalhe, entre outros (SQUIRRA, 1993, p.137).
Além disso, ele deve saber como dar profundidade à imagem, onde
posicionar-se na hora da entrevista, dominar os recursos de iluminação básica e captação
sonora. A quantidade de luz, por exemplo, interfere na qualidade da imagem. Assim como a
captação adequada do ruído ou som ambiente, conforme será visto detalhadamente no