Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
CONTROLE DO MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) DO FEIJOEIRO COM O
FUNGICIDA PROCIMIDONE APLICADO EM PULVERIZAÇÃO E FUNGIGAÇÃO
FÁBIO VENEGAS
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia (Irrigação e Drenagem).
BOTUCATU-SP
Maio - 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
CONTROLE DO MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) DO FEIJOEIRO COM O
FUNGICIDA PROCIMIDONE APLICADO EM PULVERIZAÇÃO E FUNGIGAÇÃO
FÁBIO VENEGAS
Orientador: Prof. Dr. João Carlos Cury Saad
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP - Campus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutor
em Agronomia (Irrigação e Drenagem).
BOTUCATU-SP
Maio – 2006
ads:
II
À minha mãe Elena Broto Venegas
a meu pai Vicente Venegas
e à minha avó Lídia (in memorian)
pelo estímulo, amor, confiança, compreensão e paciência
DEDICO
À minha prestativa e alegre irmã, enfermeira Fabiana Venegas
e à minha talentosa e também alegre noiva, jornalista Adriana Carlos Teixeira
com amor e como estímulo ao estudo
OFEREÇO
III
AGRADECIMENTOS
À DEUS fonte de tudo o que existe e é bom.
Ao Prof. Dr. João Carlos Cury Saad pela orientação, amizade e exemplo transmitido
durante toda nossa convivência, à confiança depositada desde o estágio no primeiro ano da
Faculdade e depois na Iniciação Científica, e ainda, pela disponibilidade em viajar 1.500 km
para visitar o ensaio que originou essa Tese.
Ao Prof. Dr. Carlos Gilberto Raetano pela orientação na Iniciação Científica e no
Mestrado, contribuições prestadas a esse trabalho e por ter me apresentado à Hokko do Brasil.
Ao Prof. Dr. Raimundo Leite Cruz pela amizade e confiança depositada desde a
primeira orientação na Iniciação Científica.
Aos funcionários da Seção de Pós Graduação, da Biblioteca e do Departamento de
Engenharia Rural da FCA - UNESP, Câmpus de Botucatu.
Ao sr. Ney Gueno pela possibilidade de realizar o trabalho em sua propriedade.
Ao CNPq pela concessão de bolsa de estudos durante o curso.
À Arysta LifeScience do Brasil, antiga Hokko do Brasil, por viabilizar meus trabalhos
de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e por depositar em mim, a confiança necessária
para ocupar o cargo de Pesquisador no Cerrado Brasileiro, e ainda, proporcionar todos os
meios necessários para realização desse trabalho, em especial aos Srs. João M. Miyasaki, Eros
M. Occhiena, Paulo Yamauti, Angelo Stasievski, Roberto Toledo, Alvemar Ferreira, Issamu
Ouchi, Osmar Trautwein Jr., Celso Sasaya, e demais colaboradores que contribuíram para a
execução desse trabalho.
À Produtividade Rural (Distribuidora Valley em Primavera do Leste) pelo auxílio nos
testes de uniformidade, especialmente aos Srs. Renato e Ubirajara.
Aos estagiários da Arysta LifeScience do Brasil em Rondonópolis e Primavera do
Leste: Feliciano, Valdivino, Nelson, Fernando e André.
A todos que de maneira direta ou indireta contribuíram para a realização desse
trabalho.
IV
SUMÁRIO
Página
1 RESUMO.......................................................................................................... 01
2 SUMMARY...................................................................................................... 03
3 INTRODUÇÃO................................................................................................ 05
4 REVISAO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 07
4.1 O mofo branco do feijoeiro no Cerrado Brasileiro.................................... 07
4.2 Uniformidade de aplicação de água em Pivô Central de irrigação............ 09
4.3 Fungigação na cultura do feijão................................................................. 13
5 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 19
5.1 Local ......................................................................................................... 19
5.2 Delineamento experimental....................................................................... 19
5.3 Semeadura, adubação e colheita................................................................. 20
5.4 Determinação da uniformidade de distribuição de água no pivô central
de irrigação...........................................................................................................
20
5.5 Sistema de injeção de produtos químicos no Pivô Central........................ 22
5.6 Fungicida.................................................................................................... 22
5.7 Aplicações do fungicida............................................................................. 23
5.8 Avaliações da eficiência de controle do mofo branco do feijoeiro............ 25
5.8.1 Avaliações da eficácia de controle dos apotécios de Sclerotinia
sclerotiorum.........................................................................................................
28
5.9 Escleródios de Sclerotinia sclerotiorum na colheita................................ 29
5.10 Produtividade da cultura........................................................................... 29
5.11 Análise estatística..................................................................................... 30
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 31
6.1 Teste de uniformidade no pivô central....................................................... 31
6.2 Avaliações da eficácia de controle do mofo branco do feijoeiro............... 33
6.3 Avaliações da eficácia de controle dos apotécios de Sclerotinia
sclerotiorum........................................................................................................
36
V
SUMÁRIO
Página
6.4 Escleródios de Sclerotinia sclerotiorum na colheita .............................. 38
6.5 Parâmetros de produtividade...................................................................... 40
6.6 Considerações finais ................................................................................. 43
7 CONCLUSÕES................................................................................................ 44
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 45
1
1 - RESUMO
O presente estudo objetivou determinar a severidade da doença mofo branco
(Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary) e os componentes de produção do feijoeiro
(Phaseolus vulgaris L.), var. Pérola, submetido a aplicação do fungicida procimidone, via
fungigação (pivô central) e pulverizador automotriz (Uniport). O estudo foi realizado sob
condições de produção comercial em campo, no Município de Primavera do Leste - MT. O
experimento foi conduzido no delineamento de blocos casualizados com 5 tratamentos:
volumes de calda de 55.000 e 110.000 L ha
–1
via fungigação, e 120 e 200 L ha
–1
no
pulverizador automotriz, com 4 repetições de 4 ha cada, sendo 4 deles envolvendo duas
aplicações de procimidone (1,2 kg ha
-1
cada aplicação), aos 42 dias e aos 52 dias após a
semeadura (DAS), e um deles sem aplicação deste produto. O critério adotado em todas as
avaliações da severidade da doença foi o da porcentagem das plantas lesionadas utilizando
escala diagramática de severidade da doença mofo branco. Os valores foram usados para
calcular a área abaixo da curva de progresso de doença (AACPD). Foram analisados também,
o número dos apotécios do fungo durante o ciclo da cultura e o peso dos escleródios residuais
do patógeno na colheita. Nesta ocasião foram avaliados os seguintes componentes da produção
da cultura: número de plantas por metro linear, número de vagens por planta, número de grãos
por vagem, peso médio de 200 grãos e produtividade. Os valores da AACPD, apotécios aos
42, 49 e 56 DAS, escleródios em 2 kg de solo e os parâmetros de produtividade da cultura
foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação de médias de Tukey no nível
de 5 % de significância, utilizando o programa computacional STAT. Não foram constatadas
diferenças significativas entre as diferentes técnicas de aplicação estudadas em relação ao
2
parâmetros de produtividade, porém, melhores resultados de controle da doença mofo branco,
menor número de apotécios por m
2
aos 49 e 56 DAS, e menor peso dos escleródios residuais
na colheita foram obtidos com a aplicação do fungicida em pivô central.
3
BEAN WHITE MOLD (Sclerotinia sclerotiorum) CONTROL WITH PROCIMIDONE
FUNGICIDE APPLYED BY SPRAYER AND FUNGIGATION. Botucatu, 2006. 54p.
Tese (Doutorado em Agronomia/Irrigação e Drenagem) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: FÁBIO VENEGAS
Adviser: Prof. Dr. JOÃO CARLOS CURY SAAD
2 – SUMMARY
The aim of this research was to evaluate the white mold severity (Sclerotinia
sclerotiorum (Lib.) of Bary), bean crop production components and yield (Phaseolus vulgaris
L.), variety Perola, according to the application of procimidone fungicide, through fungigation
(center pivot) and automotive sprayer (Uniport). The study was carried under field production
commercial conditions, in Primavera do Leste – MT - Brazil. The experiment consisted of 5
treatments (with 4 repetitions of 4 ha each), all with two procimidone applications (1.2 kg ha
-1
each application, same as, 0.6 kg a.i. per hectare) to the 42 and 52 days after seeding. The
water depths of 5.5 and 11.0 mm were tested in the application through central pivot,
providing volumes of 55.000 and 110.000 L ha
-1
, respectively, and the volumes of 120 and
200 L ha
-1
in the automotive sprayer. The severity of disease was evaluated by the percentage
of the area affected by plant damage using diagramatic grade scale of white mold severity, as
described by Azevedo (1998). The values were used to calculate the area under the disease
progress curve (AUDPC). They were also analyzed, the number of the fungus apothecia
during the crop cycle and the residual sclerotias weight in harvest. On this occasion, it was
also evaluated the crop yield parameters: number of plants per plot (final estande), pods per
plant, grains per pod, medium weight of 200 grains and productivity of grains. The AUDPC
values, apothecia to 42, 49 and 56 days after seeding, sclerotias in 2 soil kg and the crop
productivity parameters were submitted to the variance analysis and Tukey Test at 0.05 of
probability. This test was also applied in the comparison among the different fungicide
application methods, independent of spray volumes in each one. The statistical processing was
accomplished by STAT program. The results showed that weren’t differences among
4
application techniques studied in relation to productivity parameters, however, best white
mold control, smaller apothecia number to 49 and 56 days after seeding and smaller weight of
residual sclerotias in the harvest were obtained with the fungigation, with central pivot.
_____________________________________
Keywords: Phaseolus vulgaris L., Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, fungigation,
pesticide application technology.
5
3 – INTRODUÇÃO
O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é a principal fonte de proteína de origem vegetal
incluída na dieta do brasileiro. A média de produtividade do feijoeiro tem sido baixa devido a
dependência climática, a não adoção de técnicas modernas de produção e a relativa
sensibilidade da cultura ao déficit hídrico. Porém, com a crescente utilização de métodos de
irrigação, incluindo pivô central, tal situação está sendo revertida, sendo que alguns anos o
atendimento à demanda interna de feijão foi quase alcançado (CARDOSO, 1998). A produção
total brasileira, na safra 2003/2004 foi de 3.027.900 toneladas, para uma área cultivada com a
cultura de 4.257.400 ha, resultando em uma produtividade média para o Brasil de 711 kg ha
-1
.
Já a região Centro Oeste contribuiu com uma produção de 306.000 toneladas, para uma área
cultivada de 201.100 ha, obtendo uma produtividade média de 1.521 kg ha
-1
(AGRIANUAL,
2005).
Na região do cerrado brasileiro o cultivo do feijoeiro irrigado atinge anualmente uma
área superior a 100.000 hectares. Isso ocorre porque o feijoeiro é, normalmente, a cultura
anual de maior valor econômico. Nessas áreas irrigadas o feijoeiro tem condições de ser
cultivado com alto nível tecnológico, pois a irrigação permite que o plantio seja feito em
épocas adequadas e garante o fornecimento de água para que as plantas demonstrem o seu
potencial produtivo. Apesar de existirem condições propícias ao cultivo do feijoeiro, as
produtividades obtidas nas lavouras são da ordem de 2.400 kg ha
-1
enquanto o potencial
produtivo das variedades existentes é superior a 4.000 kg ha
-1
(EMBRAPA, 2005).
Em todos os sistemas de produção é necessário otimizar o uso dos recursos
produtivos. Isso se obtém por meio de altas produtividades e redução dos custos de produção.
6
Para as culturas em geral, o uso da técnica de irrigação e a aplicação de agroquímicos são
fundamentais se o objetivo é a obtenção de altos rendimentos. A técnica de quimigação,
aplicação de produtos químicos via água de irrigação, é uma combinação dessas duas técnicas
(BASANTA et al. 2000).
Com a quimigação é possível uma aplicação segura e efetiva da quantidade
apropriada de produto, pela qual reduz-se os custos de produção enquanto se protege o
operário e o ambiente (LEON NEW, 1990). O sucesso da quimigação, tendo como alvo tanto
o solo quanto a folhagem, depende em grande parte da uniformidade de aplicação do produto,
a qual é geralmente proporcional à uniformidade de distribuição da água pelo sistema de
irrigação.
O mofo branco do feijoeiro é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de
Bary. Também conhecido por murcha de Sclerotinia, podridão aquosa ou, simplesmente,
Sclerotinia, a doença é bastante destrutiva e pode ser problema sério na safra irrigada de
inverno (BIANCHINI, et. al., 1997). No Brasil sua importância aumentou bastante,
particularmente em áreas de cultivo de feijoeiro no inverno sob irrigação via pivô central
(ARAÚJO, et. al., 1996). Os prejuízos econômicos são significativos. Foram registradas
perdas de até 85% em algumas regiões do mundo e de 70% em feijoeiro irrigado sob pivô
central. Os níveis de severidade da doença são relativos ao número de escleródios no solo,
podendo as perdas chegar a 100% (CANTERI, et. al., 1999).
De acordo com Nasser et al. (1990), as perdas mais significativas ocorridas na
cultura do feijão, a partir de 1980 no Brasil, tem sido causada pelo S. sclerotiotrum,
especialmente nos “cerrados”, onde a irrigação tem sido amplamente difundida.
Assim sendo, o presente trabalho teve por objetivos avaliar a severidade da doença
mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary) e os componentes de produção do
feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), var. Pérola, submetido a aplicação do fungicida
procimidone, via fungigação (pivô central) e pulverização convencional (pulverizador
automotriz) em condições de cerrado brasileiro.
7
4 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 - O mofo branco do feijoeiro no Cerrado brasileiro
A região de cerrados do Brasil central é caracterizada climaticamente por apresentar
duas estações bem definidas: a) uma estação chuvosa, de outubro a abril, quando ocorrem
normalmente 90% da precipitação anual; e, b) uma estação seca, de maio a setembro,
caracterizada por elevada radiação solar e baixa umidade relativa do ar. Esses fatores, aliados à
predominância, na região, de solos com baixa disponibilidade de água, impõe a necessidade de
irrigação para a produção agrícola durante a estação seca (GUERRA, et. al., 1994).
O mofo branco, incitado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) De Bary, é uma
doença bastante difundida nas regiões produtoras de feijão, principalmente, no plantio do
outono-inverno. As perdas no rendimento atingem em média 50% podendo, entretanto, serem
mais elevadas. Com a introdução da terceira época de plantio (feijão de inverno) na região
Centro-Oeste e outras regiões do país, implicando no uso da irrigação por aspersão, a doença
encontrou condições favoráveis para seu desenvolvimento, tornando-se um problema para os
produtores de feijão (EMBRAPA, 2005).
Entre os fatores que têm contribuído para que os produtores não atinjam altas
produtividades de feijão nas áreas irrigadas da região dos cerrados, estão a utilização de
equipamentos de irrigação desajustados, funcionando com baixa uniformidade de distribuição
de água, bem como o cultivo sucessivo dessa leguminosa, que favorece o desenvolvimento de
doenças, causadas por fungos do solo ou do sistema radicular, como, por exemplo, o mofo-
branco, a fusariose e a rizoctoniose (GUERRA et al., 2000).
8
O mofo branco causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, pertencente à classe
dos Ascomicetos, é uma doença limitante à cultura do feijoeiro em todo o mundo. No Brasil,
principalmente nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, devido às áreas de expansão
do número de pivôs centrais, a sua ocorrência e severidade têm sido crescentes. As perdas
ocasionadas pela doença atingem em média 30 %, mas podem alcançar até 100 % se medidas
efetivas de controle não forem tomadas (VALE et al.,1997). Em 1990, perdas de 60 % foram
observadas na região dos Cerrados em feijoeiro irrigado (NASSER, 1990). O número de
sementes por planta é o componente de rendimento mais afetado, seguido do peso das
sementes (KERR et al., 1978).
Os sintomas do mofo branco aparecem nas hastes, folhas e vagens. A infecção
inicial geralmente ocorre na junção do pecíolo com a haste, cerca de 10 a 15 cm do solo, onde
as flores ficam aderidas (TU,1985). Os tecidos infectados apresentam inicialmente lesões
encharcadas, que desenvolvem-se rapidamente, seguidas por um crescimento micelial branco e
cotonoso sobre o órgão afetado. Alguns dias após, as folhas murcham e formam-se os
escleródios do fungo externa ou internamente aos tecidos atacados. Estes tornam-se secos,
leves e quebradiços. As sementes podem ser infectadas, apresentando-se geralmente
descoloridas, enrugadas e menores que as normais. Algumas sementes embora com aparência
sadia também podem estar infectadas (STEADMAN, 1983.).
A germinação do patógeno e a infecção de caules e vagens são favorecidas por alta
umidade associada ao denso dossel e alta população de plantas, espaçamentos estreitos, alta
fertilidade, e excesso de irrigação ou chuva principalmente durante o florescimento (BLAD et
al., 1978; SCHUARTZ e STEADMAN, 1978).
Os apotécios geralmente formam-se dentro de 4 a 12 semanas, embora alguns
isolados raramente ou nunca chegam a produzi-los (PRATT, 1991). A temperatura ótima de
acondicionamento dos escleródios de S. sclerotiorum para a germinação carpogênica esteve
em torno de 8 a 16 °C, quando testados a 4, 8, 16 e 24 °C, sendo o aumento da germinação
diretamente proporcional ao aumento no tamanho dos escleródios (DILLARD et al., 1995).
De acordo com Ferraz et al. (1996), solos ricos em matéria orgânica e com maior
umidade podem proporcionar melhores condições de formação de apotécios, enquanto que
solos com menor freqüência de irrigação e a presença de palhada de gramíneas podem reduzir
9
a formação. Além disso, escleródios mais velhos e provenientes de solos ricos em matéria
orgânica são favorecidos na produção dos apotécios.
Os ascosporos de S. sclerotiorum são a fonte primária de inóculo e podem
sobreviver mais de 7 meses a baixa umidade e germinam a potenciais osmóticos bem baixos.
Os escleródios são o principal meio de sobrevivência do fungo e contribuem para a infecção
das plantas. Atingem o solo principalmente com a queda. A sobrevivência no solo foi
observada por mais de 10 anos, particularmente em condições mais secas, sendo afetada pelas
altas temperaturas do solo, umidade e atividades microbianas. Os escleródios não formam
apotécios no solo quando encontram-se a profundidades maiores que 5 cm. Os apotécios são
produzidos somente em solos saturados por umidade ou próximos da saturação. A germinação
dos ascosporos ocorre na presença de alta umidade relativa e temperatura ótima entre 5-10°C,
enquanto a temperatura ótima para crescimento micelial está na faixa de 15-25°C (ABAWI e
GROGAN, 1975; DOMSCH et al., 1980). S. sclerotiorum requer uma fonte exógena de
energia para que os ascosporos infectem as folhas, vagens ou hastes. Em feijoeiro, a fonte
mais freqüente é a flor, desintegrada dentro de 72 horas (ABAWI e GROGAN, 1975;
DOMSCH et al., 1980; STEADMAN, 1983). Muitas flores caídas na superfície do solo ou
alojadas em ramificações baixeiras são invadidas pelo fungo.
Para Sartorato e Rava (1998), especialmente no feijoeiro, a fungigação parece
bastante promissora, pois o fechamento da cultura a partir do florescimento torna difícil a
entrada de máquinas na lavoura para o controle de doenças.
4.2 – Uniformidade de aplicação de água em Pivô Central
Segundo SAAD et al. (2005), para avaliar a qualidade da irrigação é preciso utilizar
alguns indicadores, sendo que os mais recomendados são a uniformidade de aplicação e as
eficiências de aplicação e de armazenamento. A uniformidade de aplicação visa caracterizar se
toda a área irrigada está recebendo a mesma quantidade de água, ou seja, em um sistema
perfeitamente uniforme todas as plantas receberiam a mesma lâmina, porém isso não é
suficiente para indicar se as plantas estão recebendo a quantidade necessária de água para
10
suprir sua demanda hídrica. O indicador de uniformidade mais utilizado em sistemas de
irrigação por aspersão é o coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC).
A eficiência de aplicação é a relação entre a quantidade de água infiltrada que está
disponível para evapotranspiração e a quantidade de água que foi aplicada pelo equipamento
de irrigação. A quantidade de água disponível para evapotranspiração é a lâmina que infiltrou
e ficou retida na profundidade efetiva do sistema radicular.
Por sua vez, a eficiência de armazenamento é a relação entre a quantidade de água
infiltrada que está disponível para evapotranspiração e a quantidade de água requerida, que é
a lâmina requerida para elevar a umidade do solo até a capacidade de campo, na camada
correspondente à profundidade efetiva do sistema radicular. Estas duas eficiências são
complementares. A eficiência de aplicação avalia excesso de aplicação porém não avalia
deficiência, enquanto a eficiência de armazenamento avalia aplicação deficitária e não avalia
desperdício de água.
O sistema de irrigação adequadamente dimensionado e bem conservado deve ter
uma elevada uniformidade de aplicação e se for bem manejado, deverá ter elevados valores de
eficiência de aplicação e de eficiência de armazenamento de água.
A aplicação de água por um sistema de irrigação, de acordo com Peri et al. (1979) e
Walker (1979), é naturalmente desuniforme.
Ring e Heermann (1978) afirmam que é necessário determinar o desempenho de um
sistema de irrigação para poder avaliar a uniformidade de distribuição da água, que é uma
característica bastante útil para comparar sistemas.
Segundo Barros (1996), a uniformidade de distribuição de água nos sistemas de
irrigação por aspersão é influenciada por diversos fatores, tais como: diâmetro do bocal,
ângulo do jato, pressão no bocal, rotação, espaçamento entre aspersores, altura do aspersor em
relação ao solo ou da cultura, e as condições climáticas, principalmente, velocidade do vento,
temperatura e umidade relativa do ar. Estes fatores afetam a uniformidade de aplicação devido
ao aumento das perdas de água durante a operação do sistema.
Vários coeficientes de uniformidade tem caracterizado a distribuição de água em
sistemas de irrigação por aspersão. Christiansen (1942), foi o primeiro pesquisador a estudar a
uniformidade de distribuição em aspersão, quantificando-a por um índice estatístico conhecido
11
como coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC), para o qual utilizou o desvio médio
como média de dispersão.
Herman e Hein (1968) afirmam que uma grande diferença de pressão pode causar
redução significativa na uniformidade de distribuição de água em sistemas de irrigação por
aspersão convencional. Entretanto, no pivô central, a uniformidade da lâmina não só é função
da diferença de pressão, mas também do aumento do diâmetro dos bocais dos aspersores à
medida que se afasta em relação ao centro da área irrigada.
Segundo a ABNT (1985), outra forma de analisar a distribuição de água é
examinando a uniformidade na porção da área irrigada que recebe menos água pela irrigação.
Conforme Davis (1966), o coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) deve
considerar a parte da área coberta pelos aspersores que fornecem as precipitações mais baixas,
isto é, deve-se considerar a média dos 25 % menores valores da precipitação, em relação a
média geral.
Tooyamani et al. (1987), ao analisar sistemas de irrigação de pivô central com
difusores, constatou alta uniformidade com qualquer difusor, desde que os bocais sejam
espaçados adequadamente.
Vários pesquisadores ao avaliar a uniformidade de distribuição em sistemas pivô
central operando a baixa pressão encontraram coeficientes de uniformidade (CUC), acima de
80 % e coeficiente de distribuição (CUD), acima de 75 % (COTRIM, 1988; REZENDE,
1992).
A uniformidade de aplicação em pivô central pode ser melhorada consideravelmente
se a redistribuição da água no perfil do solo for considerada (TOOYAMANI et al. 1987). De
acordo com Hart et al. (1979), existe uma redistribuição horizontal na camada superficial da
água aplicada no solo, ocorrendo um sensível acréscimo da uniformidade da umidade do solo.
Segundo Perrens (1984), a intensidade da distribuição de água no solo está relacionada com a
textura, tendo obtido, num período de dois dias, aumento na uniformidade de 60 % para 67%,
em solos de textura arenosa e de 60 % para 73 % em um solo do tipo areno-siltoso.
Segundo Penaforte et al. (1993), a uniformidade de distribuição e a eficiência de
aplicação de água dos sistemas de irrigação por aspersão são importantes parâmetros que
expressam a qualidade de irrigação. A determinação desses parâmetros permite verificar se o
12
sistema atende às características do projeto, possibilitando assim, estabelecer correções que
possam melhorar o seu desempenho.
Para Israelsen e Hansen (1962), a eficiência de irrigação indica a adequação com que
a lâmina requerida é utilizada, podendo ser medida pela eficiência de aplicação (Ea), eficiência
de armazenamento (Es) e a perda por percolação profunda (Pp).
Hart et al. (1979) concluíram que o desempenho de um sistema de irrigação pode ser
plenamente descrito por quatro parâmetros: a fração de água armazenada na zona radicular, a
fração do requerimento apropriado, a fração de água distribuída que é absorvida e a razão de
água infiltrada que percola abaixo da lâmina de infiltração média. Esses autores, sugeriram
limites para os quatro parâmetros por eles definidos, denominados de níveis dos parâmetros da
qualidade da irrigação e a partir desses níveis sugerem seis categorias de desempenho da
irrigação.
Bernardo (2005), define a eficiência em potencial de aplicação (Epa), como a
estimativa da porcentagem total da água aplicada pelo sistema que atinge a superfície do solo e
ou das plantas. Esta eficiência expressa as perdas por evaporação e pela deriva ocasionada
pelo vento, sendo um parâmetro que relaciona a quantidade de água necessária a cultura com a
quantidade de água a ser aplicada pelo sistema.
Ao estimar a eficiência em potencial de aplicação para um pivô de baixa pressão,
Santos (1988), observou que para uma mesma velocidade operacional do sistema, quanto
maior a temperatura e menor a umidade relativa do ar, maior foi a perda por evaporação e
conseqüentemente, menor foi a eficiência. A velocidade média do vento variou entre 0,6 e 2,2
m s
-1
, e a umidade relativa do ar entre 60 % e 67 %. Os valores de Epa encontrados variaram
para estas condições de 66 a 78 %.
Merrian e Keller (1973), recomendam valores elevados de distribuição de água
(CUC >88%) para culturas de alto valor econômico e com sistema radicular raso, já para o
caso de árvores frutíferas e culturas com sistemas radicular profundo, admite-se uniformidade
menores (70 % < CUC < 80 %).
Santana (2000), avaliando a uniformidade de dois pivôs, encontrou valores de CUC
de 89,49 e 87,76 %, após a troca dos difusores, sendo que os mesmos apresentaram faixa
adequada para a produção de culturas de alto valor econômico com sistema radicular raso.
13
Pelas avaliações do equipamento, confirmou-se o desgaste do equipamento em condições de
campo.
Uma forma de viabilizar economicamente a irrigação no feijoeiro, é a utilização do
pivô central para a aplicação de produtos químicos através da prática da quimigação. Quando
se objetiva aplicar fungicidas, essa técnica recebe o nome de fungigação.
No Brasil existem cerca de 700.000 ha irrigados via pivô central. Nos EUA, só no
Estado de Nebraska há mais de 30.000 equipamentos instalados, sendo 33% dos herbicidas,
24% dos inseticidas e 15% dos fungicidas das culturas plantadas sob irrigação, aplicados com
o uso da quimigação, sendo porém as leis de segurança ambiental e humana muito rígidas
(SCHIMIDT, 1997). Já em 1983, 43% da área irrigada por aspersão nos EUA sofria a
aplicação de algum processo de quimigação, predominando, nessas áreas, o sistema pivô-
central (THERADIGILL, 1985).
A uniformidade de distribuição do fungicida é sempre proporcional à uniformidade
da distribuição da água pelo sistema de irrigação. Em aplicações aéreas de fungicidas e por
aspersão convencional, obtêm-se coeficientes de uniformidade de 70% e 85%,
respectivamente. Quando adequadamente calibradas e operadas, aplicações via pivô central
podem atingir coeficientes de uniformidade de 90 % (BRITO, 2005).
Segundo Schimidt (2003), a grande maioria dos trabalhos com quimigação citados
em literatura foi conduzida com simuladores de pivô ou em pivôs experimentais. Apesar disso,
não há normatização de procedimentos para instalação de ensaios de quimigação via pivô
central. Cada parcela (seção do pivô) deve ter no seu perímetro distancia suficiente para que
não haja contaminação entre tratamentos, sobreposição e perda significativa de área
amostrável. O produto injetado leva a partir da base, cerca de cinco minutos para alcançar a
extremidade do pivô (com base numa velocidade de água de 2 m s
-1
na base e raio de 500 m).
4.3 – Fungigação na cultura do feijão
Segundo Threadgill (1985) a aplicação de produtos químicos na lavoura através da
água de irrigação é conhecida como quimigação. Dowler et al. (1989), afirmam que os
avanços obtidos nos sistemas de irrigação e nos equipamentos de injeção, permitiram a
expansão do número de produtos aplicáveis pela água de irrigação como os fertilizantes
14
(fertigação), herbicidas (herbigação), inseticidas (insetigação), fungicidas (fungigação),
nematicidas (nematigação), reguladores de crescimento e agentes de controle biológico.
De acordo com Costa et al. (1994), a quimigação consiste em introduzir uma solução
no interior da tubulação principal e ou lateral do sistema de irrigação até o ponto extremo de
distribuição. É uma técnica praticada há séculos, inicialmente com efluentes líquidos de
origem animal e depois com a aplicação de fertilizantes nitrogenados. A partir de 1970 o uso
de produtos químicos aplicados via água de irrigação teve seu desenvolvimento acelerado.
A maioria dos inseticidas e fungicidas, muitos herbicidas e a maioria dos agentes de
controle biológico precisam ser aplicados na folhagem das plantas. Portanto, o método de
irrigação, em muitos casos, impõe restrições ao tipo de produto químico a ser aplicado. Os
sistemas de irrigação por aspersão, principalmente o pivô central e os sistemas lineares, são os
mais adequados para quimigação, enquanto o gotejamento e a irrigação por superfície têm
utilização limitada (THREADGILL, 1991).
Em presença de cultura, a água aplicada pelo sistema de irrigação será redistribuída
entre a parte aérea das plantas e o solo. Essa distribuição dependerá de fatores do sistema de
irrigação (caracterizados pelo coeficiente de uniformidade e a lâmina aplicada,
principalmente), do clima (velocidade do vento e evaporação) e da cultura (espécie, densidade
de semeadura e arquitetura de planta, disposição das folhas na planta e ângulo de inserção, e
estádio fenológico). Essas observações mostram a importância da cultura na distribuição da
água de irrigação e da potencialidade da aplicação de agroquímicos na folhagem das culturas
por meio dos sistemas de irrigação.
Em culturas anuais a interceptação aumenta com a idade da cultura devido ao
acréscimo da cobertura do solo pelas folhas, com posterior queda no período de maturação. O
contrário acontece com a quantidade de água que não é interceptada pela parte aérea (folha e
colmo) da planta e chega ao solo (“precipitação interna”), que é inversamente proporcional à
idade da cultura (LEOPOLDO et al., 1981).
Pinto e Costa (1986) afirmam que a aplicação de fungicidas via água de irrigação, a
fungigação, apresenta vantagens como: economia de mão de obra; boa uniformidade de
aplicação; pouco contato do operador com os produtos; possibilidade de uniformidade de
aplicação em qualquer fase do ciclo da cultura, com menor dano físico às plantas, pela redução
do trânsito de máquinas; maximização da utilização dos equipamentos de irrigação com
15
menor custo de produção; e melhor cobertura da superfície da planta e do solo, possibilitando
a prevenção contra uma gama de patógenos, notadamente doenças causadas por Botrytis
cinera Pers. Fr. (mofo cinzento), Rhizoctonia solani (tombamentos e podridões), Sclerotinia
sclerotiorum (mofo branco). Apesar de que no Brasil, a fungigação na cultura do feijão é
empregada pelos agricultores há alguns anos sem o devido respaldo da pesquisa, onde
baseados em suas próprias observações, realizam aplicações de fungicidas, sem o
conhecimento dos riscos ambientais e à saúde que a técnica, quando utilizada de maneira
inadequada, pode acarretar (CUNHA et al., 1999 e PINTO, 1994).
Em estudo de fungigação conduzido para controle do mofo branco nos EUA e no
Brasil, verificou-se que essa técnica é eficiente para o controle de muitas doenças, mesmo com
volume de água superior a 50.000 L ha
-1
. Segundo esses autores, a redução do resíduo de
fungicida no alvo, causada pelo grande volume de água usada na fungigação em relação aos
métodos convencionais, pode ser compensada, em alguns fatores como: a) melhor distribuição
do fungicida no dossel da planta, b) maior redução do inoculo na planta e no solo, c) absorção
de fungicida sistêmicos pelas raízes, d) melhor uniformidade de distribuição do produto pelo
pivô central. Além de reduzir muito o custo de aplicação do fungicida, essa técnica tem
vantagens como não causar compactação do solo e danos mecânicos às plantas, e, dependendo
do fungicida, proporciona melhor controle de patógenos de solo que os métodos convencionais
(VIEIRA e SUMNER, 1999).
McMaster e Douglas (1976), relatam que o alto volume de água aplicada parece
causar uma distribuição mais uniforme do produto através de toda a planta, atingindo a parte
inferior da folhagem. Essa melhor redistribuição contribui a uma boa efetividade, ainda que
seja pequena a concentração do produto na água de irrigação.
Para se obter maior uniformidade de distribuição dos fungicidas aplicados via água,
deve-se selecionar as formulações de baixíssima solubilidade em água, pois isso evitará a
rápida injeção do produto na tubulação de recalque e de aspersão e auxiliará a uniformidade de
distribuição do produto nos aspersores. Os fungicidas devem ser usados, preferencialmente, na
mesma dose recomendada para a aplicação convencional (BRITO, 2005).
A cobertura foliar obtida depende da formulação do fungicida, da quantidade de
água e da uniformidade da irrigação, sendo a formulação do fungicida o fator mais importante
(THE IRRIGATION ASSOCIATION, 2000). A adição de óleos não-emulsionáveis (derivados
16
de petróleo e vegetais) às formulações comerciais de fungicidas aumenta a sua retenção e
redistribuição na cobertura foliar (folhas do ápice, medianas e baixeiras). A relação do
fungicida / óleo mais usada é de 1:1,8. Mais recentemente, alguns fungicidas têm sido
formulados em óleo. Se a água apresentar boa qualidade para irrigação, ela também se prestará
à fungigação. Recomenda-se uma análise prévia de sua qualidade, no tocante à concentração
de sais solúveis, porcentagem de sódio, concentração de boro e concentração de cloro e deve-
se evitar as faixas extremas de acidez e alcalinidade. (BRITO, 2005 e PINTO, 1994).
Segundo Fancelli e Dourado Neto (1997), métodos alternativos de aplicação de
produtos químicos foram desenvolvidos com o objetivo específico da adequação do volume de
calda, embora ainda apresentem custos impraticáveis pelo agricultor. Uma das alternativas é o
sistema Notiliada, que tem por objetivo adequar o volume de calda para aplicar a mesma
quantidade utilizada na aplicação via trator ou avião. Esse sistema opera de forma acoplada ao
pivô central, utilizando-se da mobilidade da torre como meio de deslocamento para a aplicação
de calda através de emissores do tipo microaspersor.
No Brasil, em estudo comparativo da eficiência da fungigação realizada via pivô
central e o método convencional de aplicação de fungicidas no controle de oídio e mancha-
foliar em feijoeiro comum, a fungigação mostrou-se melhor que o método convencional, com
maior produtividade e maior peso de sementes, além de menos oídio nas plantas e menos
sementes manchadas. De forma similar, no controle de mofo-branco do feijoeiro, os fungicidas
utilizados apresentaram mais eficiência no controle desta doença quando aplicados via água de
irrigação (BRITO, 2005).
O fungicida epoxiconazol, aplicado via pivô-central, reduziu significativamente a
severidade da mancha-angular e da mancha-de-alternária do feijoeiro quando comparado a
testemunha experimental (CUNHA et al., 1999). Por outro lado, Sartorato e Rava (1998)
constataram que apesar da fungigação reduzir significativamente a severidade da mancha
angular do feijoeiro em relação à testemunha experimental, a aplicação convencional mostrou-
se mais eficiente no controle da doença. A fungigação superou a testemunha sem controle,
mas foi inferior a aplicação aérea e tratorizada convencional, quanto ao controle da mancha
angular e produtividade do feijoeiro.
Netto (1990) relata o teste de cinco fungicidas (Cercobin 500 SC, Daconil 500,
Dacobre PM, Cerconil SC e Microzol SC) aplicados via água de irrigação (lâmina de 2,9 mm)
17
e pulverização convencional com volume de água de 233 L ha
-1
. Foram realizadas duas e três
aplicações aos 30 e 45 dias após a emergência e 30, 45 e 65 dias após a emergência das plantas
de feijão. Ocorreram duas doenças: antracnose e mancha angular, avaliadas pela porcentagem
de incidência na parcela. Foi avaliado o peso total de grãos. Os resultados observados
demonstraram que a aplicação de fungicidas pelos dois métodos reduziu a incidência das
doenças e que a aplicação de fungicidas via água de irrigação mostrou-se superior à
pulverização em todos os tratamentos. Melhores resultados de produção de grãos foram
observados com duas aplicações de Cerconil SC e Daconil 500, nas dosagens de 2 L ha
-1
e 2,5
L ha
-1
, respectivamente, via água de irrigação.
Em Jussara, GO, em ensaio realizado com feijão, observou-se maior severidade da
doença mancha angular na aplicação dos fungicidas com pivô a 100 % de sua velocidade (4,9
mm de precipitação) do que a 50 % (9,8 mm de precipitação). A mistura dos fungicidas
tiofanato metílico + chorothalonil foi o tratamento que apresentou a maior eficiência no
controle da doença, diferindo significativamente dos fungicidas trifenil hidróxido estanho,
mancozeb e tebuconazole, além da testemunha. Entre os fungicidas testados apenas o
mancozeb e o tebuconazole não diferiram significativamente da testemunha. Os autores
afirmam que os fungicidas aplicados via água de irrigação foram eficientes no controle da
mancha angular do feijoeiro comum (SARTORATO e RAVA, 1998)
Em ensaio conduzido em Guaira, Oliveira et al. (1995), comparando a eficiência da
aplicação convencional de fungicidas com a aplicação via pivô central (3,1 mm) no mofo
branco do feijoeiro, utilizando os fungicidas benomyl (0,5 kg i.a. ha
-1
), benomyl + mancozeb
(0, 5 kg + 1,6 kg i.a. ha
-1
), benomyl + ipridione (0, 5 kg + 0,37 kg i.a. ha
-1
),
iprodione (0,75 kg i.a. ha
-1
) e tiofanato metílico (1,5 kg i.a. ha
-1
), observaram que os mesmos
apresentaram diferença entre os sistemas de aplicação quanto à incidência e severidade da
doença. Dessa forma, a aplicação de fungicidas via água de irrigação é uma técnica viável para
o controle do mofo branco em feijoeiro, proporcionando eficiência superior à técnica
convencional.
Vieira et al. (2001), estudando a aplicação de quatro fungicidas via água de
irrigação no controle do mofo branco do feijoeiro, verificaram que o benomyl e procimidone
foram os mais eficientes no controle da doença, e apenas o procimidone não proporcionou
18
rendimento maior que o da testemunha. Porém, a incidência de S. sclerotiorum nas sementes
foi a menor verificada, sendo 0,25 % com o uso do procimidone.
A eficiência do controle químico para S. sclerotiorum pode ser influenciada segundo
a densidade de inóculo no solo. Costa e Costa (1998) testaram o fungicida procimidone em
campos de feijoeiro com diferentes densidades de escleródios e verificaram que o controle
adequado da doença foi obtido somente em áreas com menos de 19 escleródios por m
2
e em
solos com mais de 27 escleródios por m
2
o fungicida foi ineficiente. Além disso, a inversão do
solo com arado de aiveca em profundidades de 22 a 37 cm para enterrio dos escleródios
reduziu a densidade de inóculo inicial.
Os fungicidas sistêmicos de translocação ascendente na planta apresentam melhor
eficiência em fungigação do que os fungicidas de contato (sem mobilidade na planta), pois
parte do produto que atinge o solo pode ser absorvido pelas raízes, translocando-se para a
parte aérea. O mesmo processo não é observado quando se utilizam fungicidas de contato. Por
outro lado, a fração do fungicida de contato que atinge o solo pode controlar os patógenos que
aí vivem, como os fungos causadores de podridões em sementes e raízes, e de tombamento de
plântulas, e ainda, diminuição de inóculo (BRITO, 2005 ; PINTO, 1994).
Os fungicidas procimidone e fluazinan foram avaliados em uma e duas aplicações
(45 e 60 dias após a emergência) via pivô central com lâmina de 6 mm no controle do mofo
branco do feijoeiro. Os melhores níveis de redução da doença foram obtidos com duas
aplicações dos fungicidas. Todos os tratamentos melhoraram a qualidade sanitária das
sementes e reduziram de duas a dez vezes o número de escleródios residuais (BOTELHO e
COSTA, 1997).
Oliveira (1998), estudando controle químico de sclerotinia sclerotiorum em
feijoeiro, sob sistemas de irrigação pivô central verificou que o uso dos fungicidas fluazinan,
procimidone, vinclozolin, benomyl, carbendazim e iprodione, nas fases do pré-florescimento
(R5) e florescimento (R6), resultaram em ganhos de produtividade ao feijoeiro. A técnica de
aplicação dos fungicidas interfere na eficiência do controle do mofo branco, bem como no
rendimento da cultura. A fungigação é viável para o sistema S. sclerotiorum do feijoeiro.
O controle químico dessa doença tem apresentado diferenças de eficiência e algumas
vezes resultados contraditórios (GASPAROTTO, 1980; VIEIRA, 1994). Segundo Steadman
(1983), a eficiência acontece quando há boa cobertura ou proteção das flores.
19
5 - MATERIAL E MÉTODOS
5.1 - Local
O experimento foi conduzido na Fazenda Gueno, localizada na Zona Rural do
Município de Primavera do Leste, MT, utilizando a cultura do feijão, variedade Pérola,
irrigado via Pivô Central.
5.2 - Delineamento experimental
O experimento foi conduzido no delineamento de blocos casualizados com cinco
tratamentos, os quais são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Descrição dos tratamentos experimentais, Primavera do Leste, MT.2005.
Tratamento Equipamento de
Aplicação
Número de
aplicações
Dosagem do fungicida
procimidone (kg ha
-1
)
Volume de calda
(L ha
-1
)
1 ------ ------ ----- ------
2 Pivô central 2 1,2 110.000
3 Pivô central 2 1,2 55.000
4 Pulverizador 2 1,2 200
5 Pulverizador 2 1,2 120
Cada tratamento recebeu quatro repetições, totalizando 20 parcelas experimentais.
20
As unidades experimentais (parcelas) do ensaio foram dimensionadas com 4 ha
(130 m de comprimento na extremidade do pivô), totalizando área experimental de 80 ha. O
espaçamento entre as linhas de semeadura em toda a área experimental foi de 0,45 m. O
espaçamento entre plantas foi de 0,10 m nas linhas de semeadura.
Nas extremidades de cada parcela experimental (seção do pivô) foram deixados 20
metros, como “divisor de parcelas”, onde não foram realizadas qualquer tipo de avaliação,
minimizando a interferência entre tratamentos.
5.3 - Semeadura, adubação e colheita
A semeadura de feijão do experimento, variedade Pérola, ocorreu em 18/02/2005 no
espaçamento 0,45 x 0,09 m. A adubação de semeadura constou de 480 kg ha
-1
da fórmula 6-
16-16. O preparo do solo foi realizado no sistema convencional.
Aos 22 dias após a semeadura (DAS) realizou-se a primeira adubação em cobertura
com 80 kg ha
-1
de uréia, aos 26 DAS, 100 kg ha
-1
de cloreto de potássio e aos 35 DAS, mais
uma cobertura de 80 kg ha
-1
de uréia. A colheita mecanizada do experimento ocorreu em
18/05/2005, correspondendo a 89 DAS.
5.4 - Determinação da uniformidade de distribuição de água no Pivô central de
irrigação
Em 29/01/2005, com a finalidade de caracterizar a uniformidade de distribuição de
água do Pivô Central a ser utilizado no experimento, procedeu-se o teste de uniformidade
conforme Norma NBR14244 (Equipamento de irrigação mecanizada - Pivô central e lateral
móvel provido de emissores fixos ou rotativos - Determinação da uniformidade de distribuição
de água) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1998), através da mensuração
da distribuição de água no campo e posterior cálculo do coeficiente de uniformidade do
equipamento. Segundo Schimidt (2003), a calibração do equipamento deve ser feita
preferencialmente antes de todo o ensaio. Porém, é uma atividade muito trabalhosa e na
maioria das vezes a fazenda já possui a informação. Essa calibração deve ser feita de acordo
com a Norma NBR 14244.
21
O Pivô testado possuía 3 anos de uso, marca Valley, modelo 4871 – 8000 – VSL,
com 270 aspersores com tubo de descida (Super Spray Senninger), 12 lances, perfazendo raio
de 620 m, sem canhão na extremidade, com 360° de giro, oferecendo assim, área irrigada de
120 ha. O referido Pivô quando tem seu percentímetro ajustado a 100% da velocidade, aplica
lâmina de 5,5 mm de água, com velocidade na última torre de 280 m h
-1
.
Para coleta das laminas de água, foram distribuídos 122 coletores por linha, ao longo
de duas linhas radiais, espaçados de 5 m. Na extremidade final dessas linhas, a distância entre
elas foi de 45m. O desnível entre o último coletor da primeira linha e o ponto pivô foi de 15,85
m, e da segunda 14,22 m (declive). Os coletores foram fixados através de haste de metal a 1 m
de altura do solo. A distancia entre o ponto pivô e o primeiro coletor foi de 9 metros. O
percentímetro do pivô foi ajustado de modo a propiciar velocidade na última torre do pivô de
125,26 m h
-1
, e lâmina de água de 12,3 mm. Essa lâmina foi adicionada a três coletores para
estimar-se o volume evaporado durante o teste. A pressão no início do pivô manteve-se em
torno de 5 kgf cm
-2
.
A temperatura, umidade relativa do ar e a velocidade do vento à 1 m de altura foram
monitorados dez vezes na ocasião do teste, com o auxílio de termohigrômetro e anemômetro
digitais. Os valores médios foram de 24,6°C (temperatura), 64,3% (umidade relativa do ar) e
1,13 m s
-1
(velocidade do vento) considerados aceitáveis, conforme a ABNT (1998).
A Norma NBR 14244 foi utilizada para determinar os elementos necessários ao teste
e seus procedimentos. Para a expressão dos resultados, o coeficiente de uniformidade do pivô
central foi calculado utilizando-se a equação de Christiansen (CUC):
=
=
n
n
i
ni
yn
yy
CUC
.
1.100
1
(1)
em que:
CUC = coeficiente de uniformidade de Christiansen, em %;
y
i
= lâmina coletada no pluviômetro i;
y
n
= lâmina média coletada;
n = número de coletores.
22
A fórmula utilizada para calcular o Coeficiente de uniformidade de distribuição
(CUD) foi:
100.
25
yp
y
CUD =
(2)
em que:
CUD = coeficiente de uniformidade de distribuição, em %;
y
25
= média das menores precipitações correspondentes a 25 % da área.
Yp = média das precipitações correspondentes a 100 % da área.
5.5 – Sistema de injeção de produtos químicos no Pivô Central
Para a injeção do fungicida no pivô central foi utilizada bomba hidráulica do tipo
diafragma com capacidade de injeção de 10 a 240 L h
-1
acionada pôr motor elétrico marca
WEG de 3400 rpm, com potência de 3,0 c.v., calibrada para injetar 71,4 L min
-1
da solução
contendo o fungicida (em caixas de água domésticas com capacidade de 1000 L) na base do
Pivô.
5.6 – Fungicida
O fungicida utilizado no experimento foi o Sialex 500, devidamente registrado junto
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o controle do mofo branco do
feijoeiro, inclusive para a técnica da fungigação. O nome comum desse fungicida é
procimidone, sua formulação é do tipo Pó Molhável, pertence ao grupo químico das
Dicarboximidas, sua solubilidade em água à 25°C é de 4,5 mg L
-1
, é sistêmico, e sua classe
toxicológica e de periculosidade ambiental é II para ambos. A dose do produto utilizada em
todos os tratamentos, foi sempre de 1,2 kg ha
-1
, equivalente a 0,6 kg i.a. ha
-1
,
também dentro
de sua faixa de registro.
23
5.7 - Aplicações do fungicida
Aos 42 e 52 DAS, ocasião em que as plantas de feijão estavam nos estádios de
desenvolvimento R5 (pré - florescimento) e R6 (florescimento), respectivamente, e a doença
mofo branco iniciava sua infecção em toda área experimental, aplicou-se o fungicida, sempre
na dose de 1,2 kg ha
-1
individualizando-se os tratamentos. A água utilizada em todos os
tratamentos para aplicação do fungicida apresentou pH de 6,5 na primeira aplicação e 6,4 na
segunda.
Operou-se o pivô central a 100% de sua velocidade para proporcionar a lâmina de
água de 5,5 mm e a 50% para proporcionar a lâmina de água de 11,0 mm, oferecendo assim os
volumes de calda de 55.000 e 110.000 L ha
-1
, respectivamente.
O pulverizador automotriz utilizado foi o modelo Uniport 2000, marca Jacto, com
barra pulverizadora de 21 metros com bocais espaçados de 0,35 m.
Para a aplicação do volume de calda de 200 L ha
-1
, utilizou-se pontas de
pulverização hidráulicas de jato cônico vazio, modelo JA - 4 na pressão de 1103 kpa e
velocidade de 16 km h
-1
. Para a aplicação do volume de calda de 120 L ha
-1
, utilizou-se as
mesmas pontas de pulverização, porém na pressão de 793 kpa e velocidade de 20 km h
-1
.
A temperatura, Umidade Relativa do ar e a velocidade do vento à 1 m de altura
foram monitorados na ocasião das duas aplicações, com o auxílio de termohigrômetro e
anemômetro digital, e os valores registrados são apresentados na Tabela 2.
Como a fungigação consome mais tempo, pois depende da velocidade de
deslocamento do pivô, optou-se em adotar o valor médio de cinco aferições.
24
Tabela 2. Épocas, equipamentos, volume de aplicação e condições meteorológicas médias
na aplicação do fungicida procimidone, na dosagem de 0,6 kg de i. a. ha
-1
na
cultura do feijão, variedade Pérola, Primavera do Leste, MT.2005.
Dias após a
semeadura
(DAS)
Equipamento
de Aplicação
Volume de calda
(L ha
-1
)
Velocidade do vento (m s
-1
),
Umidade Relativa do ar (%) e
temperatura (°C)
42 Pivô central 110.000 1,44; 54,1 e 27,3
52 Pivô central 110.000 1,26; 53,4 e 25,9
42 Pivô central 55.000 1,23; 56,6 e 26,9
52 Pivô central 55.000 1,54; 51,1 e 25,3
42 Pulverizador 200 1,12; 54,2 e 27,1
52 Pulverizador 200 1,33; 54,3 e 25,5
42 Pulverizador 120 0,62; 54,8 e 26,4
52 Pulverizador 120 1,01; 52,6 e 25,8
A calibração da bomba injetora e do pulverizador automotriz foi realizada de forma
independente para cada uma das configurações (combinação das variáveis operacionais). Foi
convencionado a aplicação simultânea da fungigação no volume de 110.000 L ha
-1
com a
pulverização no volume de 200 L ha
-1
e a fungigação no volume de 55.000 L ha
-1
com o
volume de 120 L ha
-1
no pulverizador, a fim de se minimizar as variações ambientais.
Desse modo, os diferentes equipamentos de aplicação, aplicaram simultaneamente
áreas adjacentes, conforme apresentado nas Figura 1.
25
Figura 1. Aplicação simultânea do fungicida procimidone com pulverizador
automotriz e pivô central nos diferentes tratamentos experimentais.
5.8 - Avaliações da eficiência de controle do mofo branco do feijoeiro
Para a avaliação da eficiência de controle da doença mofo branco do feijoeiro foram
selecionadas, ao acaso, trinta plantas mais ao centro de cada parcela, em cada uma das 5
avaliações realizadas semanalmente aos 42, 49, 56, 63 e 70 DAS.
A primeira avaliação foi realizada no momento em que os sintomas da doença
tornaram-se visíveis (42 DAS), ou seja, presença de apotécios na área e mofo branco em
algumas plantas, sendo esse o fator determinante para a primeira aplicação do fungicida. O
critério adotado em todas as avaliações foi a da porcentagem das plantas lesionadas utilizando
escala diagramática de severidade da doença mofo branco, conforme descrita por Azevedo
(1998), e apresentada na Figura 2.
26
Figura 2. Escala diagramática de severidade da doença mofo branco do feijoeiro,
conforme descrita por Azevedo (1998).
A Figura 3 ilustra uma planta de feijão infestada pelo patógeno exibindo os
sintomas.
27
Figura 3. Planta de feijão, var. Pérola, com sintomas da doença causada por
Sclerotinia sclerotiorum.
As datas das avaliações da severidade da doença e seus respectivos valores médios
nas 30 plantas amostradas em cada parcela experimental foram usadas para calcular a área
abaixo da curva de progresso de doença (AACPD), através da integração trapezoidal,
apresentada na Equação 3 .
n-1
AACPD relativa = [(x
i+1
+ x
i
)/2] * (t
i+1
– t
i
) (3)
i=1
em que:
x = severidade média da doença mofo branco na parcela experimental;
x
i
= severidade média da doença mofo branco na parcela experimental no tempo t
i
;
n = número de avaliações;
t = data da avaliação;
(t
i+1
– t
i
) = intervalo de tempo (dias) entre duas avaliações consecutivas.
28
Foram realizadas duas aplicações do fungicida procimidone, na dose fixa de 0,6 kg
i.a. ha
-1
nos diferentes tratamentos. Evitou-se aplicações de qualquer produto com ação sobre
Sclerotinia sclerotiorum que pudesse mascarar os resultados, e as plantas pertencentes as
testemunhas do experimento não receberam a aplicação de nenhum produto com ação
conhecida sobre a doença.
Os tratamentos que receberam aplicação via pulverizador automotriz foram irrigados
com água sem o fungicida via pivô central, na lâmina de água de 5,5 mm, para possibilitar o
mesmo microclima para a doença. As irrigações ocorreram em média três horas antes da
aplicação do produto.
5.8.1 – Avaliações da eficácia de controle dos apotécios de Sclerotinia
sclerotiorum
Além da severidade da doença, como descrito anteriormente, também avaliou-se o
número de apotécios por m
2
, enquanto esses foram visíveis. As avaliações ocorreram aos 42,
49 e 56 DAS. Foi confeccionado um quadrado de madeira com dimensões internas de 1 x 1 m,
e este foi lançado ao acaso em 10 pontos aleatórios dentro de cada repetição experimental.
Procedia-se então a contagem dos apotécios por m
2
.
A Figura 4 ilustra os apotécios no solo.
29
Figura 4. Apotécios no solo.
5.9 – Esclereródios de Sclerotinia sclerotiorum na colheita
Além dos dados referentes a produtividade coletados por acasião da colheita,
avaliou-se os escleródios (g) residuais do patógeno encontrados em 2 kg de solo coletados nos
primeiros 5 cm de profundidade. Foram analisados dez pontos aleatórios por repetição
experimental.
5.10 - Produtividade da cultura
Aos 89 DAS, quando foi realizada a colheita mecanizada, avaliou-se a produtividade
de grãos em 10 m lineares de plantas, em duas ruas de plantio, em 10 pontos aleatórios por
repetição (os resultados foram extrapolados em kg ha
-1
). A contagem do número de plantas por
metro (estande final) foi realizada em 20 pontos aleatórios de 1 m linear por repetição. A
contagem do número de vagens por planta, número de grãos por vagem e o peso médio de 200
30
grãos foi realizada em 40 plantas coletadas ao acaso por repetição.
5.11 - Análise estatística
Os valores da área abaixo da curva de progresso de doença (AACPD) baseada na
severidade média de cada tratamento mais a testemunha experimental e os valores de
apotécios aos 42, 49 e 56 DAS, escleródios em 2 kg de solo, produtividade, peso de 200 grãos,
número de vagens por planta, número de grãos por vagem e estande final foram submetidos à
análise de variância para o esquema de blocos casualizados (dois equipamentos, pivô central e
pulverizador automotriz, dois volumes de aplicação e a testemunha), complementada com o
teste de comparação de médias de Tukey no nível de 5 % de significância. Esse teste também
foi aplicado na comparação entre os diferentes métodos de aplicação do fungicida,
independente dos volumes de calda utilizados em cada um. O processamento estatístico foi
realizado pelo programa computacional STAT.
31
6 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 – Teste de uniformidade no pivô central
De acordo com Fancelli e Dourado-Neto (1997), além de possibilitar verificar
problemas no regulador de pressão ou de entupimento, a avaliação do sistema de irrigação é
imprescindível para avaliar a viabilidade da aplicação de produtos químicos via sistema de
irrigação, especialmente o pivô central.
Assim, a lâmina média ponderada de água no teste realizado foi de 13,5 mm, a
estimada era de 12,3 mm. Esse valores representam a média das duas linhas radiais de
coletores analisadas (ABNT, 1998).
A distribuição da lâmina média de água das duas linhas radiais ao longo da
tubulação do pivô central pode ser observada na Figura 5.
32
0
5
10
15
20
0 2040608010012
Coletores
Lâmina coletada (mm)
0
Lâmina coletada Lâmina média ponderada
Figura 5. Lâmina média das duas linha radiais, nos 122 coletores utilizados no teste.
Os coeficientes de uniformidade de Christiansen (CUC) e de Distribuição (CUD) do
pivô em estudo foram calculados através das Equações 1 e 2, respectivamente. Os valores
encontrados foram de 93,3% para o CUC e 88,4% para o CUD
De acordo com Norma 14244 (ABNT, 1998), a classificação da uniformidade de
distribuição de água em pivô central é considerada muito boa quando maior que 90%, boa
quando situada entre 85 a 89%, regular quando situada entre 80 e 84% e ruim quando menor
que 80% (calculadas pela equação de Christiansen), assim, foi observada uniformidade de
aplicação de água classificada como muito boa pela ABNT.
Esses resultados corroboram a afirmação de Ramos e Mantovani (1994) de que
devido a elevada uniformidade de aplicação, os sistemas de irrigação pivô central e linear são
os de melhor potencial para quimigação. Nesses sistemas, o coeficiente de uniformidade de
aplicação atinge valores superiores a 85% e, quando bem dimensionados e operados, esse
valor pode ultrapassar 90%. Dessa forma, o pivô central em estudo apresentou perfeitas
condições à aplicação de produtos químicos via irrigação.
33
6.2 - Avaliações da eficácia de controle do mofo branco do feijoeiro
Com os resultados das avaliações da severidade do mofo branco nas plantas de
feijão, variedade Pérola, após as aplicações do fungicida na dose fixa de 0,6 kg i.a. ha
-1
,
elaborou-se a curva de progresso de doença, apresentada na Figura 6.
0
5
10
15
20
25
42 DAP 49 DAP 56 DAP 63 DAP 70 DAP
Dias após o plantio (DAP)
Severidadde (%)
Testemunha Pivô central - lâmina 11.0 mm Pivô central - lâmina 5.5 mm
Pulverizador 200 L ha-1 Pulverizador 120 L ha-1
Figura 6. Porcentagem média de plantas da variedade Pérola lesionadas por mofo
branco aos 42, 49, 56, 63 e 70 dias após a semeadura (DAS), nos diferentes
tratamentos e testemunha.
Os valores médios e o resultado do teste estatístico de comparação da área abaixo da
curva de progresso da doença, AACPD, para o mofo branco do feijoeiro, variedade Pérola, na
testemunha experimental e após aplicações com procimidone a 110.000 e 55.000 L ha
-1
no
pivô central e 200 e 120 L ha
-1
no pulverizador, em dose fixa de 0,6 kg i.a. ha
-1
, calculadas
através da integração trapezoidal pela Equação 3, são apresentados na Tabela 3.
34
Tabela 3. Valores médios da área abaixo da curva de progresso de doença, AACPD, para o
mofo branco do feijoeiro, variedade Pérola, na testemunha e após aplicações com
procimidone a 110.000 e 55.000 L ha
-1
no pivô central e 200 e 120 L ha
-1
no
pulverizador. Primavera do Leste, MT. 2005.
Tratamento Equipamento de
Aplicação
Volume de calda (L ha
-1
)
AACPD média
1 ---- ---- 319,81 a
2 Pivô central 110.000 33,08 b
3 Pivô central 55.000 33,60 b
4 Pulverizador 200 35,70 b
5 Pulverizador 120 49,18 b
D.M.S 19,36
CV (%) 9,11
Equipamento de Aplicação AACPD média de cada método de aplicação
Pivô Central 33,34 b
Pulverizador 42,44 a
D.M.S 6,09
CV (%) 13,62
As médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente, pelo teste de comparação
de médias de Tukey, a 5% de probabilidade.
O fungicida procimidone foi eficiente no controle do mofo branco do feijoeiro, pois
as plantas que não receberam produto com ação conhecida sobre essa enfermidade
apresentaram valores de AACPD mais elevados que aquelas que receberam aplicações desse
fungicida, independente do equipamento e volume de calda, como pode ser observado pela
significância no resultado do teste estatístico entre a testemunha e os demais tratamentos
(Tabela 3).
Quando é observado o valor médio da AACPD em cada método de aplicação do
fungicida (33,34 no pivô central e 42,44 no pulverizador), independentemente dos volumes de
calda utilizados, existiram diferenças significativas entre os diferentes equipamentos testados,
35
obtendo-se melhores resultados de controle da doença (menores valores de AACPD) com a
aplicação do fungicida via pivô central.
De acordo com a Tabela 3, nota-se que o grande volume de água utilizado na
aplicação do fungicida via água de irrigação não comprometeu a eficácia do produto sobre a
doença, pelo contrário, a maior lâmina de água propiciou o menor valor de AACPD (33,08),
embora a diferença não seja significativa em relação aos demais tratamentos que receberam o
produto. O fato do fungicida procimidone possuir ação sistêmica pode ser o responsável por
esse resultado, pois a parte do produto aplicado que vai ao solo com a água de irrigação é
reabsorvido pelas raízes. Soma-se a esse fato, o pivô operar com excelente uniformidade de
aplicação de água (CUC = 93,3%), possibilitando ótima distribuição do produto na área.
Vários trabalhos são encontrados na literatura (OLIVEIRA, 1998; CUNHA et al., 1999 e
SCHMIDT 2003, entre outros citados no presente estudo) sem essa última informação (CUC),
certamente uma das mais importantes. A representatividade desses dados é aumentada com a
observação das características meteorológicas durante as aplicações (Tabela 2), absolutamente
normais para a região.
Por não haver influência da lâmina de água na prática da fungigação (Tabela 3), a
técnica pode ser utilizada de maneira mais flexível, uma vez que velocidade maior no pivô
pode ser desejável quando o fator limitante é tempo e o contrário, quando é necessário repor
lâmina de água maior às plantas, sem que influencie o controle da doença.
Em relação a aplicação via pulverizador, embora não haja diferença estatística entre
os diferentes volumes estudados, observa-se melhor performance de controle do mofo branco
com o maior volume utilizado (200 L ha
-1
). Normalmente, ensaios de campo com a doença
utilizam volumes de calda em torno de 1.000 L ha
-1
, usuais nas regiões Sul e Sudeste, o que é
absolutamente inviável para o cerrado onde as lavouras possuem grandes dimensões. Portanto,
os resultados encontrados aqui, permitem a utilização de volumes de calda mais reduzidos e
adaptados as necessidades dos produtores de Mato Grosso, em que 200 L ha
-1
é o máximo
praticável. As pontas de pulverização hidráulicas do tipo jato cônico vazio (JA – 4), utilizadas
no presente trabalho, podem ser utilizadas nas pulverizações visando o controle da doença,
uma vez que proporcionaram bom controle da doença, diferentemente de alguns resultados
encontrados na literatura. Oliveira (1998) testou em Ribeirão Preto, SP, o efeito de diferentes
volumes de calda e pontas de pulverização no controle do mofo branco, não observando
36
diferença significativa entre volume (500 e 1.000 L ha
-1
) e tipo de ponta (cônico, plano e jato
plano duplo) de pulverização na severidade da doença, mas houve diferença significativa em
relação à produtividade, com a ponta de jato plano duplo sendo melhor que o cone e com o
maior volume sendo melhor que o menor.
6.3 - Avaliações da eficácia de controle dos apotécios de Sclerotinia sclerotiorum
Os resultados das avaliações aos 42, 49 e 56 DAS e o teste estatístico de comparação
do número médio de apotécios de S. sclerotiorum por m
2
em cada tratamento experimental são
apresentados na Tabela 4.
37
Tabela 4. Número médio de apotécios de S. sclerotiorum por m
2
nos diferentes tratamentos,
aos 42; 49 e 56 dias após a semeadura (DAS). Primavera do Leste, MT. 2005.
Tratamento Equipamento
de Aplicação
Volume de calda
(L ha
-1
)
Apotécios
por m
2
aos
42 DAS
Apotécios
por m
2
aos
49 DAS
Apotécios
por m
2
aos
56 DAS
1 ---- ---- 3,43 a 5,95 a 1,23 a
2 Pivô central 110.000 3,78 a 1,40 b 0,21 b
3 Pivô central 55.000 2,93 a 1,93 b 0,23 b
4 Pulverizador 200 3,30 a 2,53 b 0,33 b
5 Pulverizador 120 3,53 a 2,95 b 0,53 b
D.M.S 1,59 1,61 0,46
CV (%) 20,80 24,31 40,76
Média de apotécios por m
2
em cada método de aplicação Equipamento de
Aplicação
42 DAS 49 DAS 56 DAS
Pivô Central 3,35 a 1,66 b 0,22 b
Pulverizador 3,41 a 2,74 a 0,43 a
D.M.S 0,99 0,63 0,20
CV (%) 25,04 24,34 53,95
As médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente, pelo teste de comparação
de médias de Tukey, a 5% de probabilidade.
Da observação da Tabela 4, nota-se que os apotécios do fungo estavam
uniformemente distribuídos na área experimental por ocasião da primeira aplicação do
fungicida (42 DAS). Esses apotécios são produzidos somente em solos saturados ou com
umidade próxima da saturação e favorecidos pela ausência de palhada nas entrelinhas da
cultura como ocorre no plantio convencional (ABAWI e GROGAN, 1975; DOMSCH et al.,
1980). Sete dias após a primeira aplicação (49 DAS), a técnica da fungigação proporcionou
38
redução significativa do número de apotécios nas duas formas de aplicação e nos dois volumes
de calda, em relação à testemunha.
Aos 56 DAS, a redução do número de apotécios é observada em toda a área que
recebeu o fungicida (essa avaliação foi realizada 4 dias após a segunda aplicação do produto),
evidenciando eficácia do produto. Nota-se ainda, a redução do número de apotécios na
testemunha experimental (1,23), devido ao fim do ciclo de vida dessas estruturas, que
normalmente variam entre 5 a 10 dias, corroborando com as afirmações de Domsch et al.
(1980).
Quando é comparada a técnica de aplicação aos 49 e 56 DAS, independentemente do
volume de calda utilizado, a fungigação é significativamente superior ao pulverizador
automotriz na redução do número médio de apotécios de S. sclerotiorum por m
2
,
provavelmente pelo grande volume de calda que chega ao solo, onde os apotécios se
localizavam.
6.4 – Esclereródios de Sclerotinia sclerotiorum na colheita
Os resultados e o teste estatístico de comparação do peso médio (g) dos escleródios
residuais do patógeno encontrados em 2 kg de solo coletados nos primeiros 5 cm de
profundidade, por ocasião da colheita são apresentados na Tabela 5. As estruturas foram
coletadas até 5 cm de profundidade, pois essa é a profundidade limítrofe para a produção dos
apotécios (Domsch et al.,1980).
39
Tabela 5. Valores médios do peso (g) dos escleródios residuais do patógeno encontrados em 2
kg de solo coletados nos primeiros 5 cm de profundidade, por ocasião da colheita,
nos diferentes tratamentos experimentais. Primavera do Leste, MT. 2005.
Tratamento Equipamento de
Aplicação
Volume de calda (L ha
-1
)
Peso médio (g) dos escleródios
residuais de S. sclerotiorum
1 ---- ---- 0,99 a
2 Pivô central 110.000 0,26 c
3 Pivô central 55.000 0,36 c
4 Pulverizador 200 0,37 c
5 Pulverizador 120 0,62 b
D.M.S 0,20
CV (%) 17,47
Equipamento de Aplicação Peso médio (g) dos escleródios residuais de S. sclerotiorum em
cada método de aplicação
Pivô Central 0,31 a
Pulverizador 0,49 b
D.M.S 0,12
CV (%) 26,08
As médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente, pelo teste de comparação
de médias de Tukey, a 5% de probabilidade.
Pela Tabela 5, observa-se que o tratamento que recebeu o fungicida via pulverizador
no volume de 120 L ha
-1
, somente foi superior à testemunha, apresentando maior quantidade
de escleródios do fungo na colheita quando comparado aos demais tratamentos que receberam
o fungicida, indicando assim, maior inóculo nessa área para a cultura sucessiva no pivô.
Especialmente em áreas de pivô central onde é necessário manejo adequado do solo e rotação
de culturas, esses escleródios em maior quantidade constituirão o ponto de partida para S.
sclerotiorum infectar a área, uma vez que o fungo é patogênico a diferentes culturas. O
patógeno é encontrado em várias espécies cultivadas como feijão, tomate, batata, amendoim,
soja, algodão, ervilha entre muitas outras, bem como em plantas daninhas (HOMECHIM,
40
1982). O controle da doença através do uso de fungicidas vai depender da densidade de
escleródios no solo (EMBRAPA, 2005), portanto, deve-se evitar o uso desse volume de calda
nesse equipamento.
Por outro lado, as áreas provenientes de aplicações do fungicida via pivô central nas
duas lâminas de água estudadas e via pulverizador a 200 L ha
-1
, apresentaram peso menor de
escleródios na colheita quando comparadas a testemunha experimental e ao tratamento 5. Pelo
exposto, o fator limitante é o volume de calda, pois quanto maior o volume aplicado, maior a
quantidade de água com fungicida no solo, maior o controle da doença, e consequentemente,
menor o peso dos escleródios residuais. Outro ponto importante foi a eficácia do fungicida
procimidone (0,6 kg i.a. ha
-1
), que no maior volume de calda na aplicação via pulverizador e
na aplicação via pivô, reduziu a praticamente um terço o peso dos escleródios quando
comparado a testemunha.
Ainda, quando é comparada a técnica de aplicação, independentemente do volume
de calda utilizado, a fungigação é significativamente superior ao pulverizador automotriz na
redução do peso (g) dos escleródios residuais do patógeno na colheita. Essa redução de peso
torna-se ainda mais importante, sabendo-se que o aumento da germinação dos escleródios é
diretamente proporcional ao aumento no tamanho e peso dessas estruturas (DILLARD et al.,
1995).
6.5 – Parâmetros de produtividade
Os valores médios e o resultado do teste estatístico de comparação dos parâmetros de
produtividade do feijoeiro nos diferentes tratamentos experimentais, são apresentados na
Tabela 6.
41
Tabela 6. Valores médios e o resultado do teste estatístico de comparação dos parâmetros de
produção e produtividade do feijoeiro nos diferentes tratamentos experimentais.
Primavera do Leste, MT. 2005.
Trata
mento
Equipamento
de Aplicação
Volume de
calda
(L ha
-1
)
Produtividade
de feijão
(kg ha
-1
)
Peso 200
grãos (g)
Número
de vagens
por planta
Número de
grãos por
vagem
Estande
(pantas
m
-1
)
1 ---- ---- 1.420,67 b 41,95 b 6,05 c 4,03 b 7,25 c
2 Pivô central 110.000 2.158,51 a 66,62 a 7,83 a 5,25 a 9,05 ab
3 Pivô central 55.000 2.174,31 a 64,90 a 7,58 ab 5,53 a 9,10 a
4 Pulverizador 200 2.195,88 a 66,99 a 7,88 a 5,45 a 9,13 a
5 Pulverizador 120 2.038,99 a 62,39 a 7,03 b 5,08 a 8,45 b
D.M.S 221,27 5,88 0,79 0,78 0,62
CV (%) 4,91 4,31 4,88 6,84 3,24
Médias para cada método de aplicação
Equipamento
de Aplicação
Produtividade de
feijão (kg ha
-1
)
Peso de 200
grãos (g)
Número de vagens
por planta
Número de grãos
por vagem
Estande
(plantas m
-1
)
Pivô Central 2.166,29 a 65,76 a 7,70 a 5,39 a 9,08 a
Pulverizador 2.117,44 a 64,69 a 7,45 a 5,27 a 8,79 a
D.M.S 128,56 3,74 0,54 0,56 0,39
CV (%) 5,08 4,86 6,13 9,03 3,72
As médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente, pelo teste de comparação
de médias de Tukey, a 5% de probabilidade.
Não houve diferenças significativas entre os valores de produtividade do feijoeiro
proveniente das áreas que receberam o fungicida procimidone (na dosagem de 0,6 kg i.a. ha
-1
),
porém houve diferença significativa destes tratamentos em relação a testemunha. Os valores
de produtividade não corresponderam aos valores de AACPD apresentados na Tabela 3, pois
esperava-se que menores valores de AACPD proporcionassem maior produtividade das
plantas. Da análise da Tabela 6, conclui-se que o fungicida foi eficiente no controle da doença,
42
proporcionando maior produtividade que a testemunha experimental, independente do volume
e equipamento de aplicação, diferentemente do que foi observado por Vieira et al. (2001),
onde o procimidone não proporcionou rendimento maior que a testemunha.
Da observação dos valores do peso de 200 grãos (Tabela 6), nota-se o incremento da
qualidade do feijão quando se faz o tratamento químico do mofo branco, independente da
técnica de aplicação do fungicida utilizada e do volume de calda.
Em relação ao número de vagens por planta, o maior volume de calda em cada
técnica de aplicação, propiciou os melhores resultados, evidenciando mais uma vez nesse
estudo, a importância desse fator. Todos os tratamentos que receberam o fungicida,
demonstraram maiores números de vagens quando comparados a testemunha experimental.
Um vagem afetada pela doença, como é ilustrado na Figura 3, é facilmente abortada pela
planta reduzindo consideravelmente esse parâmetro nas área não tratadas com fungicidas.
Quando é analisado o número de grãos por vagem, plantas que receberam o
fungicida independentemente da técnica de aplicação e volume de calda utilizados,
apresentaram maior rendimento quando comparadas ao tratamento sem fungicida. A redução
desse parâmetro produtivo não foi tão crítico, como é relatado em alguns trabalhos como o de
KERR et al. (1978).
No estudo do estande final de plantas, maior número de plantas foram observadas
nas áreas onde o fungicida foi aplicado via pivô central e no pulverizador com maior volume
de calda. Maior número de plantas foi constatado nas áreas que receberam a aplicação do
fungicida quando comparados à testemunha experimental.
Na comparação das técnicas de aplicação, em todos os parâmetros quantitativos e
qualitativos estudados na Tabela 6, independentemente do volume de calda utilizado, não são
observadas diferenças significativas entre a aplicação do procimidone via pivô central e
pulverizador automotriz.
De maneira geral, em todos os parâmetros avaliados nesse estudo, embora na maioria
das vezes sem diferenças estatísticas, observa-se tendência do tratamento 5, onde o fungicida
foi aplicado via pulverizador no volume de calda de 120 L ha
-1
, de ser inferior aos demais.
Portanto, deve-se evitar baixos volumes de calda no controle dessa doença, onde as gotas ficam
mais susceptíveis à evaporação, chegando menos ao terço inferior da cultura, principalmente
nas condições ambientais adversas do cerrado.
43
6.6 – Considerações finais
Ao optar-se pelo pulverizador automotriz, levou-se em consideração, ser esse o
equipamento de pulverização convencional para o Estado de Mato Grosso, onde as
propriedades são grandes e o referido equipamento propicia viabilidade operacional, pela alta
velocidade de deslocamento. A escolha das pontas de pulverização, da série JA, deveu-se
também ao seu grande emprego na aplicação de fungicidas para o controle do mofo branco na
região. O mesmo motivo foi utilizado na escolha dos volumes de calda de 120 e 200 L ha
-1
.
Embora as aplicações tenham sido realizadas com velocidade e pressão diferentes nos volumes
testados, provocando mudanças no tamanho e deposição das gotas, a preocupação sempre foi a
de gerar dados práticos para a região, com respaldo científico.
Apesar da recomendação de aplicação de fungicidas para a doença mofo branco do
feijoeiro ser sempre preventiva, portanto na ausência da doença, nesse estudo a primeira
aplicação nas diferentes técnicas foi realizada em caráter curativo, uma vez que a doença já
estava presente na área, o que reforça a eficiência dos métodos de aplicação e eficácia do
produto.
Embora na maioria dos parâmetros estudados a fungigação não se diferenciou
significativamente da aplicação via pulverizador, principalmente no que se refere a
produtividade, merece destaque a redução significativa do peso médio dos escleródios
residuais de S. sclerotiorum na colheita, o que irá determinar a quantidade de inóculo da
doença para a cultura subsequente e influenciará diretamente os níveis de controle obtidos com
fungicidas.
44
7 - CONCLUSÕES
Baseado nas condições experimentais em que o presente estudo se desenvolveu e na
análise dos resultados obtidos, pode-se apresentar as seguintes conclusões:
a)
melhores resultados de controle da doença mofo branco (menores valores de
AACPD), menor número de apotécios por m
2
aos 49 e 56 DAS e menor peso dos
escleródios residuais na colheita foram obtidos com a técnica da fungigação;
b)
não houve diferenças significativas entre as diferentes técnicas de aplicação
estudadas em relação à produtividade, peso de 200 grãos, número de vagens por
planta, número de grãos por vagem e estande final do feijoeiro;
c) o fungicida procimidone (Sialex 500 na dose de 0,6 kg i. a. ha
-1
) foi eficaz no
controle do mofo branco do feijoeiro, variedade Pérola, em ambas as técnicas de
aplicação.
45
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAWI, G.S.; GROGAN, R.G. Source of primary inoculum and effects of temperature and
moisture on infection of beans by Whetzelinia sclerotiorum.
Phytopathology, v. 65, p. 300-
309, 1975.
ABNT. Associação Brasileira de Normas técnicas. Sistema de irrigação por aspersão pivô
central, caracterização e desempenho, método de ensaio.
Projeto de norma 12: 02.08-005.
Rio de Janeiro, 1985. 22 p.
ABNT. Associação Brasileira de Normas técnicas. Equipamentos de irrigação mecanizada –
Pivô central e lateral móvel providos de emissores fixos ou rotativos – Determinação da
uniformidade de distribuição de água.
Projeto de norma 04: 015.08-008. Rio de Janeiro,
1998. 11 p.
AGRIANUAL.
Anuário da Agricultura Brasileira. Feijão. São Paulo, 2005.
ARAÚJO, R. S.; RAVA, C. A.; STONE, L. F.; ZIMMERMANN, M. J. O.
Cultura do
feijoeiro comum no Brasil.
1 ed. Piracicaba: Potafos, 1 ed., 1996. 786 p.
AZEVEDO, L. A. S.
Manual de quantificação de doenças de plantas. São Paulo: Grupo
Quattro Digital Media, 1998. 114 p.
46
BARROS, R. M. C.
Uniformidade de distribuição de água do aspersor agropolo modelo
NY 30. 1996. 67 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia / Irrigação e Drenagem) - Faculdade
de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 1996.
BASANTA, M. D. V.; DOURADO NETO, D.; GARCIA, A. G. Y. Estimativa do volume
máximo de calda para aplicação foliar de produtos químicos na cultura de milho.
Scientia
Agricola, v.57, n.2, p.283-288, 2000.
BERNARDO, S.
Manual de irrigação. 7. ed. Viçosa: UFV, 2005. 611 P.
BIANCHINI, A.; MARINGONI, A. C.; CARNEIRO, S. M. T. P.G. Doenças do feijoeiro:
Phaseulos vulgaris L. In: KIMATI, H. et al.
Manual de fitopatologia. São Paulo: Editora
Agronômica Ceres, 1997. p.376-399, v.2: Doenças das plantas cultivadas.
BLAD, B.L.; STEADMAN, J.R.; WEISS, A. Canopy structure and irrigation influence white
mold disease and microclimate of dry edible beans.
Phytopathology, v. 68, p.1431-1437,
1978.
BOTELHO, S.A.; COSTA, J.L.S. Efeito da dosagem e número de aplicações de fungicidas via
pivô central para o controle do mofo branco do feijoeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
FITOPATOLOGIA, 30, Poços de Caldas, 1997.
Resumos. p. 252.
BRITO, R.A.L.
“Pacote tecnológico” dentro d’água (quimigação). Disponível em:
<
http://www.uesb.br/entomologia/quimigac.htm> Acesso em 26/09/2005.
CANTERI, G. M. et al.
Principias doenças fúngicas do feijoeiro. 1. ed. Ponta Grossa:
UEPG, 1999. 178 P.
47
CARDOSO, S. S.,
Efeito do parcelamento do nitrogênio aplicado por fertirrigação na
cultura do feijoeiro (Phaseulos vulgaris L.) irrigado via pivô central. 1998. 67 f.
Dissertação (Mestrado em Agronomia / Produção Vegetal)- Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1998.
CHRISTIANSEN, E. J.
Irrigation by sprinkling. Berkeley University of California, 1942.
142 p. (Bulletin, 670).
COSTA, E. F., VIEIRA, R. F., VIANA, P. A.
Quimigação. Brasília: Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária. 1994, 315 p.
COSTA, G.R.; COSTA, J.L.S. Efeito dos fungicidas procimidone e benomyl na formação de
apotécios de Sclerotinia sclerotiorum no solo. In: CONGRESSO PAULISTA DE
FITOPATOLOGIA, 21, Botucatu, 1998.
Resumos. p. 51.
COTRIM, C. E.
Análise de uniformidade de aplicação de água em sistema de irrigação do
tipo pivô central de baixa pressão. Viçosa, 1988. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Agrícola/ Irrigação ) – Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 1988.
CUNHA, J. P A. R. da.; TEIXEIRA, M. M.; VIERIA, R. F. Efeito da lâmina de água na
eficiência da fungigação do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.). In
: II SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS:
EFICIÊNCIA, ECONOMIA E PRESERVAÇÃO DA SAÚDE HUMANA E DO AMBIENTE.
Jundiaí- SP. 1999
. Anais... Jundiaí, 1999.
DAVIS, J. R. Measuring water distribuition from sprinkler.
Transaction of the ASAE. St
Joseph, n. 22, v. 5, p. 94-97, 1966.
DILLARD, H.R.; LUDWIG, J.W.; HUNTER, J.E. Conditioning sclerotia of Sclerotinia
sclerotiorum for carpogenic germination.
Plant disease, v. 79, n.4, p.411-415, 1995.
48
DOMSCH, K.H. ; GAMS, W. ; ANDERSON, T.-H.
Sclerotinia. In: COMPENDIUM OF
SOIL FUNGI, 1, London, 1980. Academic Press, p.712-716.
DOWLER, C. C., GASCHO, G.J., YOUNG, J. R. Chemical potential for corn production.
West Lafayette: Purdue University Cooperative Extension Service, 1989. 8p.
EMBRAPA. Empresa brasileira de pesquisa agropecuária:
Doenças fúngicas . Disponível em:
<http//www.cnpaf.embrapa.br> Acesso em 15 mar. 2005.
FANCELLI, A. L.; DOURADO NETO, D.
Tecnologia da produção do feijão irrigado.
Piracicaba: Publique, 1997. 182 p.
FERRAZ, L.C.L.; CAFÉ FILHO, A.C.; NASSER, L.C.B.; AZEVEDO, J.A. Matéria orgânica,
cobertura morta, e outros fatores que influenciam a formação de apotécios de Sclerotinia
sclerotiorum em solos de cerrado. In: PEREIRA, R.C. & NASSER, L.C.B. ed. Biodiversidade
e produtividade sustentável de alimentos e fibras nos cerrados. Simpósio sobre Cerrado, 8, e
Proc. Intern. Symp. on Tropical Savannas, 4, Brasília, 1996.
Anais. EMBRAPA/CPAC. p.
296-301.
GASPAROTTO, L.
Sobrevivência de Sclerotinia sclerotiorum em solos cultivados com
gramíneas e controle químico da podridão de alface
. 1980. 42f. Dissertação (Mestrado em
Agronomia)-Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, 1980.
GUERRA, A. F.; SILVA, D. B. da.; RODRIGUES, G. C. Manejo de irrigação e fertilização
nitrogenada para o feijoeiro na região dos cerrados.
Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v. 35, n. 6, p. 1229-1236, 2000.
GUERRA, A. F.; SILVA, E. M. DA.; AZEVEDO, J. A. DE. Tensão de água no solo: um
critério viável para a irrigação do trigo na região do cerrado.
Pesquisa Agropecuária
Brasileira
. Brasília, v. 29, n. 4, p. 631-636, 1994.
49
HART, W. E.; PERI, G.; SKOGERBOE, G. V irrigation performance: an evaluation.
Journal
of the Irrigation and Drainage Division. ASCE, New York, n. 105, v. IR3, p. 275-288, 1979.
HERMANN, D. F.; HEIN, P.R. Performance characteristics of self –propeled center-pivo
aprinklers irrigation systems.
Transactions of the ASAE. St Joseph, n.11, v. 1, p. 11-15,
1968.
HOMECHIN, M. Situação atual da ocorrência de podridão de Sclerotinia.
Fitopatologia
Brasileira,
Brasília, v.7, n.3, p.476, 1982.
ISRAELSEN, O. W.; HANSEN, V.
Irrigation: principles and practices. 3 ed. New York:
Jhon Wiley & Sons, 1962.
KERR, E.D.; STEADMAN, J.R.; NELSON, L.A. Estimation of white mold disease reduction
of yield and yield components of dry edible beans.
Crop Science, v.18, n.2, p. 275-279, 1978.
LEON NEW, L.I. Introduction: why chemigate? In: LEON NEW, L.; KNUTSON, A.; BEAN,
B.W., MORRISON, W.P.; PATRICK, C.D.; HICKEY, M.G.; KAUFMAN, H.W.; LEE, T.;
AMOSSON, S.H.; FIPPS, G.; SWEETEN, J.
Chemigation: workbook. Texas: Agriculture
Extension Service, 1990. p. I-1.
LEOPOLDO, P.R.; SOUSA, A.P.; TUACEK FILHO, S. Intercepção da água de chuva em
cultura de cana-de-açúcar.
Brasil Açucareiro, v.98, p.9-16, 1981.
McMASTER, G. M., DOUGLAS, D. R. Fungicide application through sprinkler irrigation
system.
Transaction of the ASAE, v.19, n.2, p.1041-1044, 1976.
MERRIAN, J. L.; KELLER, J.
Farm irrigation system evaluation: a guide for
management
. Logan: Utah State University, 1973, n/p.
50
NASSER, L.C.B.; RESCK, D.V.; CHARCHAR, M.J.D’A. Soil managment, crop sequence
and plant diseases in the cerrado region of Brazil. In: INTERNATIONAL WORKSHOP ON
CONSERVATION TILLAGE SYSTEMS, Passo Fundo, 1990.
Anais. p.190-203.
NETTO, A. J. Fungigação. In: FANCELLI, A. L.
A Cultura do feijão irrigado. 1 ed.
Piracicaba: ESALQ/USP, 1990. 136 p.
OLIVEIRA, S.H.F. de.
Controle químico de sclerotinia sclerotiorum em feijoeiro: ação in
vitro sobre o ciclo de vida, ação preventiva e curativa em condições controladas, e
eficiência e modo de aplicação em campo. 2000. 101f. Tese (Doutorado em Agronomia/
Fitopatologia). - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São
Paulo, Piracicaba, 1998.
OLIVEIRA, S. H. F., RECCO, C. A.; SUGAHARA, E.; OLIVEIRA, D.A. Avaliação
comparativa da fungigação e aplicação de fungicidas para controle de Sclerotinia sclerotiorum
em feijoeiro.
Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 21, n. 1, p. 249-252, 1995.
PENAFORTE, A. B, et al. Análise de performance de um sistema de irrigação poraspersão
convencional, acima e abaixo da superfície do solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHAIRA AGRÍCOLA, 22, Ilhéus-BA, 1993.
Anais... Ilhéus-Ba, 1993.
PERRENS, S. J. Numerical analysis of soil water unifomity under sprinkler irrigation.
Journal Agricultural engineering Research. Cambridge, n. 30, p. 23-27, 1984.
PERI, G.; HART. W. E.; NORUM, D. J. optimal irrigation depths – a method of analysis.
Journal of the Irrigation and Drainage Division. ASCE, New York, n. 105, v. 184, p. 341-
355, 1979.
51
PINTO , N. F. J. A., COSTA, E. F. Aplicação de fungicida via água de irrigação por aspersão.
Relatório Técnico Anual do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, 1985- 1987.
Sete lagoas: Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo, Empresa Brasileira de pesquisa
Agropecuária, 1986. p. 134.
PINTO, N. F. J. A. Fungigação e nematigação. In: COSTA, E. F.; VIEIRA, R. F.; VIANA, P.
A. (Ed).
Quimigação: aplicação de produtos químicos e biológicos via irrigação. Brasília:
EMBRAPA, SPI, 1994. p. 229-248.
PRATT, R.G.; ROWE, D.E. Differencial responses of alfalfa genotypes to stem inoculations
with Sclerotinia sclerotiorum and S. trifoliorum.
Plant Disease, v.75, p. 188-191, 1991.
RAMOS, M. M.; MANTOVANI, E. C. Sistemas de irrigação e seus componentes. In:
COSTA, E. F.; VIEIRA, R. F.; VIANA, P. A. (Ed.).
Quimigação: aplicação de produtos
químicos e biológicos via irrigação. Brasília: EMBRAPA, SPI, 1994. p. 41-84.
REZENDE, R.
Desempenho de um sistema de irrigação pivô central quanto a
uniformidade e eficiência de aplicação de água abaixo e acima da superfície do solo.
Piracicaba, 1992. 86 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/ Irrigação e Drenagem)- Esalq.
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba, 1992.
RING, L.; HEERMANN, J. F.
Determining center-pivot sprinkler uniformities. Logan:
USDA, 1978, n.p. (USDA, paper, 78-20001).
SAAD, J.C.C.,
SILVA, M. A.de A. e ; AZEVEDO, L.P. de; Manejo da irrigação visando a
sustentabilidade hídrica de solos agrícolas. In: LANÇAS, K.P. ; SAAD, J.C.C.
Sustentabilidade dos solos agrícolas da bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema, em
função da disponibilidade hídrica e do tráfego de máquinas.
Boletim Técnico, Botucatu,
FEHIDRO, 2005, cap.3, p.63-80.
52
SANTANA, R. C, de.
Influência do redimensionamento hidráulico de precisão na
uniformidade de distribuição de água em sistemas de irrigação do tipo pivô central .
2000. 45 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/ Irrigação e Drenagem). Faculdade de
Ciências Agronômicas. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho. Botucatu,
2000.
SANTOS, N. C.
Uniformidade de distribuição e a eficiência potencial de aplicação de
água em um sistema de irrigação do tipo pivô central, em condições de cerrado. Viçosa,
1988. 80 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/ Irrigação ) – Universidade Federal de
Viçosa. Viçosa, 1988.
SARTORATO, A., RAVA, C.A. Controle químico da mancha angular do feijoeiro comum
com aplicação de fungicidas via pivô central.
Summa Phytopathologica, Botucatu, v.24,
n.3/4, p.253-257, 1998.
SCHIMIDT, W. Quimigação: características, vantagens e desvantagens. In: SEMINÁRIO DE
QUIMIGAÇÃO, Barreiras, 1997.
Anais. São Paulo: DowElanco, 1997. p. 25-34.
SCHIMIDT, W.
Uso de óleos sem surfactantes na aplicação de clorpirifós via insetigação
na cultura do milho
. Piracicaba, 2003. 83 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/ Irrigação
e Drenagem) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - Universidade de São
Paulo. Piracicaba, 2003.
SCHWARTZ, H.F.; STEADMAN, J.R. Factors affecting sclerotium populations of, and
apothecium production of, Sclerotinia sclerotiorum.
Phytopathology, v. 68, p. 383-386, 1978.
STEADMAN, J.R. White mold- a serious yield-limiting disease of bean.
Plant Disease, v. 67,
p. 346-350, 1983.
53
THE IRRIGATION ASSOCIATION. Fungigation: Sprinkler application of fungicides for
disease control. In:
Chemigation. Vancouver, 2000. p. 77-78.
THREADGILL, E. D. Chemigation via sprinkler irrigation: curernt status and future
development.
Applied Engineering in Agriculture, v. 1, n. 1, p. 16-23, 1985.
THREADGILL, E. D. Advances in irrigation, fertigation and chemigation. In: EXPERT
CONSULTATION ON FERTIGATION/CHEMIGATION, 1991, Cairo, 1991.
Proceeding…,
FAO, 1991, p. 30-44.
THREADGILL, E. D. Current status and future of chemigation. In: NATIONAL
SYMPOSIUM ON CHEMIGATION, 3, 1985, Tifton
. Proccedings… Tifton: Rural
Development Center, 1985., p.1-12.
TOOYAMANI, K. P.; NORUM, D. L.; DUBETZ, S. Aplication rates and uniformity under
center-pivot sprinkler irrigation system using spray nozzles.
Canadian Agricultural
Engineering. Otawa, n. 29, v. 2, p. 49-54, 1987.
TU, J.C. Tolerance of white bean (Phaseolus vulgaris) to white mold (Sclerotinia
sclerotiorum) associated with tolerance to oxalic acid.
Physiological Plant Pathology, v. 26,
p. 111-117, 1985.
VALE, F.X.R.; COSTA, H.; ZAMBOLIM, L. Feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) -
Controle de doenças- doenças da parte aérea causadas por fungos. In: VALE, F.X.R.;
ZAMBOLIM, L. (Eds).
Controle de doenças de plantas - Grandes culturas. Viçosa-MG,
1997. v.1.
VIEIRA, R. F. et al. Fungicidas aplicados via água de irrigação no controle do mofo banco do
feijoeiro e incidência de patógenos em sementes.
Fitopatologia Brasileira. Brasília, v. 26, n.
4, p. 770-773, 2001.
54
VIEIRA, R.F. Introdução à quimigação. In: COSTA, E.F.; VIEIRA, R.F.; VIANA, P.A. (Ed.)
Quimigação: aplicação de produtos químicos e biológicos via irrigação. Brasília: EMBRAPA,
SPI, 1994. p.13-40.
VIEIRA, R.F.; SUMNER, D.R. Application of fungicides to foliage through overhead
sprinkler irrigation – a review.
Pesticide Science. n. 55, P. 412-422, 1999.
VIEIRA, R.F., SUMNER, D.R. Application of fungicide to foliage through overhead
sprinkler irrigation – a review.
Pesticide Science, v.55, p.412-422, 1999.
WALKER, W. R. Explicit sprinkler irrigation uniformity: efficient model.
Journal of the
Irrigation and Drenage Division. ASCE, New York, n. 105, v. 182, p. 129-136, 1979.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo