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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM IMUNOLOGIA
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE IN VITRO
INDUZIDA POR ANTÍGENOS DE SCHISTOSOMA
MANSONI EM INDIVÍDUOS ASMÁTICOS
LUCIANA SANTOS CARDOSO
Salvador – BA
2005
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i
Luciana Santos Cardoso
Avaliação da Resposta Imune in vitro Induzida por
Antígenos de Schistosoma mansoni em
Indivíduos Asmáticos
Dissertação apresentada ao Programa de Pós graduação
em Imunologia, Instituto de Ciências da Saúde,
Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Imunologia.
Professora Orientadora: Maria Ilma Andrade Santos Araujo
Salvador – Bahia
2005
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Ficha catalográfica
Universidade Federal da Bahia - Faculdade de Medicina - Biblioteca
Cardoso, Luciana Santos.
C268 Avaliação da resposta imune in vitro induzida por antígeno de
Schistosoma mansoni em indivíduos asmáticos. / Luciana Santos
Cardoso. Salvador, 2006.
118 f. : il.
Orientadora: Profª. Maria Ilma Andrade Santos Araújo.
Dissertação (Mestre em Imunologia) Instituto de Ciências
da Saúde da Universidade Federal da Bahia.
1. Schistosoma mansoni
. 2. Asma. 3. IL-10. 4. Antígenos.
Universidade Federal da Bahia II. Título.
CDU: 616.995.122:616.248(043.3)
ii
iii
Dedico este trabalho a minha família pelo apoio e
compreensão ilimitados
E em particular a Professora Maria Ilma Araujo,
exemplo maior de simplicidade, serenidade
e sabedoria
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus,
A Profa. Maria Ilma Araujo, orientadora do meu trabalho, pela dedicação,
paciência e pelos ensinamentos a mim transmitidos,
Ao Dr. Edgar Carvalho pela sabedoria e exemplo com que conduz o grupo,
Ao Dr. Sérgio Costa Oliveira e Dr. Alfredo Miranda Góes pelo apoio o
importantes no desenvolvimento deste trabalho,
A todos os participantes do nosso Grupo de Helmintíases e Alergia,
principalmente Ricardo, Profa. Leda, Cecília, Régis, Carol, Eduardo e a Charlton
Cley Barros Castro, pelo auxílio direto na realização deste trabalho,
Ao Grupo do Serviço de Imunologia, especialmente Olívia, Márcia, Andréa,
Silvane, Albert, Glória, Elbe, Lúcia e Dilma, pela disponibilidade e carinho com
que sempre me receberam,
Ao Grupo do Dr. Sérgio Oliveira da UFMG, Cristina, Fernanda, Lucimara, Michele
e especialmente Lucila, por terem me recebido tão bem e me ajudado bastante,
Aos professores e colegas Curso de Pós-Graduação em Imunologia pelo
crescimento ao longo desta caminhada,
A Dilcéia, pela paciência e disponibilidade, sempre tão presentes,
A Bibliotecária Delba Barros Rosa, pela elaboração da Ficha Catalográfica,
Aos Indivíduos participantes das pesquisas,
A minha família, pela energia e confiança a mim transmitidas.
v
“Só o conhecimento traz o poder.”
Freud
vi
ÍNDICE
Lista de figuras .............................................................................................................. ix
Lista de tabelas ............................................................................................................ xii
Lista de tabelas ............................................................................................................ xii
Lista de siglas, abreviaturas e símbolos................................................................... xiii
Resumo.........................................................................................................................xiv
Abstract .........................................................................................................................xvi
1. Introdução....................................................................................................................1
2. Revisão de literatura...................................................................................................5
2.1 Resposta imune na atopia e na asma ................................................................5
2.2 Resposta imune na infecção pelo Schistosoma mansoni ..............................10
2.3 Antígenos candidatos à vacina para esquistossomose..................................13
2.4 A infecção por helmintos e alergia....................................................................17
2.5 Participação da IL-10 na resposta imune nas infecções por helmintos e na
alergia.........................................................................................................................19
3. Objetivos....................................................................................................................23
3.1 Objetivo geral ......................................................................................................23
3.2 Objetivos específicos..........................................................................................23
4. Metodologia...............................................................................................................24
4.1 Seleção dos indivíduos ......................................................................................24
4.2 Desenho do estudo e cálculo amostral.............................................................25
4.3 Critérios de inclusão ...........................................................................................26
vii
4.4 Critérios de exclusão ..........................................................................................27
4.5 Antígenos de S. mansoni usados no estudo....................................................28
4.5.1 Produção do antígeno purificado PIII a partir do SWAP..........................28
4.5.2 Expressão e purificação da proteína recombinente Sm22.6...................28
4.5.3 Expressão e purificação da proteína recombinente Sm14......................30
4.5.4 Expressão e purificação da proteína recombinante P24.........................31
4.5.5 Expressão e purificação da proteína recombinante Sm29......................32
4.5.6 Obtenção do Antígeno Solúvel do Verme Adulto (SWAP) e do Antígeno
Solúvel do Ovo (SEA) ...........................................................................................34
4.6 Avaliação laboratorial e clínica dos indivíduos recrutados nos grupos.........35
4.6.1 Exame parasitológico de fezes...................................................................35
4.6.2 Avaliação da resposta imune celular .........................................................35
4.7 Análise dos dados...............................................................................................37
5. Considerações éticas ...............................................................................................38
6. Resultados.................................................................................................................39
6.1 Concentracões de LPS encontradas nos antígenos de Schistososma
mansoni avliados no estudo.....................................................................................40
6.2 Produção de IL-10 por CMSP de indivíduos asmáticos infectados e não
infectados pelo S. mansoni e infectados não asmáticos estimuladas pelo LPS 41
6.3 Neutralização dos efeitos do LPS nas culturas estimuladas com os
antígenos recombinantes pelo uso da Polimixina B ..............................................42
6.2 Produção de Interleucina-10 por CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni ......................................................................................47
viii
6.3 Produção de interleucina-10 por CMSP de indivíduos asmáticos
cronicamente infectados pelo S. mansoni ..............................................................50
6.4 Produção de interleucina 10 por CMSP de asmáticos não infectados pelo S.
mansoni......................................................................................................................53
6.5 Cinética da produção de IL-10 por CMSP nos grupos estudados.................56
6.6 Produção de Interferon-γ, Interleucina-5 e Interleucina-13 por CMSP
estimuladas com os antígenos de S. mansoni.......................................................58
6.7 Efeito da adição de antígenos de S. mansoni sobre a produção de IL-10
induzida pelo Der p1 .................................................................................................61
7. Discussão ..................................................................................................................63
8. Sumário dos resultados............................................................................................71
9. Conclusões................................................................................................................71
10. Perspectivas de estudo ..........................................................................................72
11. Referências bibliográficas ......................................................................................73
12. Anexos .....................................................................................................................90
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Concentrações de IL-10 produzidas por CMSP de indivíduos asmáticos
infectados e não infectados pelo S. mansoni e infectados não asmáticos,
estimuladas pelo LPS em culturas de 48 horas. Teste de Kruskal-Wallis). ....41
Figura 2A. Efeito da adição de Sulfato de Polimixina B (PMB) (30µg/mL) em
CMSP de indivíduos cronicamente infectados pelo S. mansoni na produção
de TNF induzida pela estimulação com o LPS (0,15 ng/mL)............................43
Figura 2B. Efeito da adição de PMB (30µg/mL) em CMSP de indivíduos
cronicamente infectados pelo S. mansoni na produção de IL-10 induzida pela
estimulação com o LPS (0,15 ng/mL). ................................................................43
Figura 3A. Produção de TNF e IL-10 em CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com o antígeno recombinante
de S. mansoni Sm22.6 (10 µg/mL). Os dados referem-se a produção desta
citocina na ausência ou presença de Sulfato de Polimixina B (30 µg/mL) em
culturas de 6, 12, 24 e 48 horas. .........................................................................45
Figura 3B. Produção de TNF e IL-10 em CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com o antígeno recombinante
de S. mansoni Sm14 (10 µg/mL). Os dados referem-se a produção desta
citocina na ausência ou presença de Sulfato de Polimixina B (30 µg/mL) em
culturas de 6, 12, 24 e 48 horas. .........................................................................45
Figura 3C. Produção de TNF e IL-10 em CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com o antígeno recombinante
de S. mansoni P24 (10 µg/mL). Os dados referem-se a produção desta
x
citocina na ausência ou presença de Sulfato de Polimixina B (30 µg/mL) em
culturas de 6, 12, 24 e 48 horas. .........................................................................46
Figuras 4A, B e C. Níveis de IL-10 produzidos por células mononucleares de
sangue periférico de indivíduos cronicamente infectados pelo S. mansoni
estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni em culturas de 24, 48 e
72 horas, respectivamente (A IL-10 foi dosada em sobrenadante de culturas
utilizando-se a técnica de ELISA sanduíche). As concentrações são
expressas em pg/mL e os resultados em médias ± desvio padrão. ................49
Figuras 5A, B e C. Níveis de IL-10 produzidos por células mononucleares de
sangue periférico de indivíduos asmáticos cronicamente infectados pelo S.
mansoni estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni em culturas de
24, 48 e 72 horas, repectivamente. .....................................................................52
Figuras 6A, B e C. Níveis de IL-10 produzidos por células mononucleares de
sangue periférico de indivíduos asmáticos não infectados pelo S. mansoni
estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni em culturas de 24 horas
.................................................................................................................................55
Figura 7A. Cinética de produção de IL-10 por células de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com os antígenos de S.
mansoni avaliados neste estudo..........................................................................56
Figura 7B. Cinética de produção de IL-10 por células de indivíduos asmáticos
cronicamente infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com os
antígenos de S. mansoni avaliados neste estudo..............................................57
Figura 7C. Cinética de produção de IL-10 por células de indivíduos asmáticos não
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com os antígenos de S.
mansoni avaliados neste estudo..........................................................................57
xi
Figura 8A, B e C. Níveis de IFN-γ (pg/mL) produzidos por CMSP de indivíduos
cronicamente infectados pelo S. mansoni, asmáticos ou não e asmáticos não
infectados, respectivamente, estimuladas in vitro com os antígenos de S.
mansoni em culturas de 72 horas (n=9). ............................................................59
Figura 9. Níveis de IL-13 (pg/mL) produzidos por CMSP de indivíduos asmáticos
não infectados pelo S. mansoni estimuladas in vitro com os antígenos PIII,
Sm22.6 e P24 de S. mansoni em culturas de 72 horas (n=7; Teste de
Kruskal-Wallis).......................................................................................................60
Figura 10A, B e C. Níveis de IL-10 em culturas de CMSP de asmáticos não
infectados estimuladas com Der p1 na presença ou ausência dos antígenos
PIII, Sm22.6 e P24, respectivamente. Culturas de 48 horas, n=7; p<0,05;
Teste pareado de Wilcoxon..................................................................................62
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características demográficas e intensidade de infecção dos indivíduos
infectados com S. mansoni e asmáticos não infectados. .........................................39
Tabela 2. Concentrações de LPS nos antígenos recombinantes P24, Sm14,
Sm22.6, Sm29 e na proteína PIII do S. mansoni. A tabela mostra as
concentrações de LPS, em Unidades de Endotoxina/mL (EU/mL) e os valores
correspondentes em nanogramas/mL (ng/mL)..........................................................40
xiii
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
BSA Fração V de albumina bovina
CD Molécula de superfície celular (“clusters of differentiation”)
CD14 Marcador de superfície de monócitos/macrófagos
CMSP Células mononucleares do sangue periférico
Der p 1 Alérgeno 1 de Dermatophagoides pteronyssinus
ELISA Do inglês “Enzime Like Immunosorbent Assay”
FPLC Do inglês “Fast Protein Liquid Cromatography”
IFN-γ Interferon-gama
Ig Imunoglobulina
IL Interleucina
IPTG Isopropil-beta-D-tiogalactopiranosídeo
LPS Lipopolissacarídeos
LB Lúria-Bertani
LBP Proteína Ligadora de LPS
MyD Marcador de Diferenciação Mielóide
PAMPs Padrão Molecular Associado aos Patógenos
PBS Tampão fosfato-salina
PMB Polimixina B
SEA Antígeno Solúvel do Ovo do S. mansoni
SWAP Antígeno Solúvel do Verme Adulto do S. mansoni
Th T auxiliador (“helper”)
TLR Do inglês “Toll-like receptor”
TNF Fator de Necrose Tumoral
VLA Do inglês “very late antigen”
xiv
RESUMO
Estudos vêm demonstrando diminuição da reatividade aos testes cutâneos para
alérgenos e menor gravidade da asma em indivíduos infectados por helmintos,
principalmente Schistosoma mansoni. A inibição da resposta inflamatória na asma
em indivíduos infectados pelo S. mansoni parece ser mediada pela IL-10, desde
que tem sido observada maior produção desta citocina por células de asmáticos
infectados pelo S. mansoni estimuladas com o antígeno 1 do Dermatophagoides
pteronyssinus (Der p1) quando comparado a asmáticos não infectados. A IL-10 é
capaz de inibir a produção de citocinas do tipo Th2 e a degranulação de
mastócitos e liberação de mediadores inflamatórios, fatores envolvidos na
patogênese das doenças alérgicas. O principal objetivo deste estudo foi avaliar a
capacidade dos antígenos de S. mansoni Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29 de
estimular a produção de IL-10 in vitro, por células mononucleares de sangue
periférico de asmáticos infectados e não infectados pelo S. mansoni. Foram
também avaliadas as produções de IL-5, IL-13 e IFN-γ. Foi adicionado Sulfato de
Polimixina B às culturas estimuladas com os antígenos recombinantes para
bloquear a ação da endotoxina em induzir a síntese de citocinas, desde que as
proteínas recombinantes foram clonadas em Escherichia coli. As concentrações
das citocinas foram medidas nos sobrenadantes das culturas de células
utilizando-se a técnica ELISA sanduiche. Foi demonstrado que todos os antígenos
de S. mansoni avaliados neste estudo induziram a produção de IL-10 por células
de indivíduos infectados e de asmáticos não infectados. Nas culturas de 24 horas
de células de asmáticos não infectados, os antígenos P24 e Sm 29 induziram as
mais altas concentrações de IL-10 (828 ± 415 pg/mL e 891 ± 213 pg/mL,
xv
respectivamente). Em todos os grupos avaliados e para todos os antígenos
usados, foi baixa a produção de IFN-γ (valores em torno de 100 pg/mL) e os
níveis de IL-5 foram abaixo do limite de detecção (15,6 pg/mL). A produção de IL-
13 induzida pelos antígenos Sm22.6, P24 e PIII foi avaliada no grupo de
asmáticos não infectados, e foram observadas concentrações de 68 ± 60 pg/mL,
55 ± 49 pg/mL e 81 ± 67 pg/mL, para os respectivos antígenos. A adição dos
antígenos de S. mansoni Sm22.6, P24 e PIII às culturas de asmáticos não
infectados estimuladas com o Der p1 resultou em aumento na produção de IL-10.
O fato dos antígenos de S. mansoni avaliados neste estudo terem induzido a
produção de IL-10 e baixas concentrações de IL-5, IL-13 e IFN-γ por células de
asmáticos não infectados sugere que os mesmos pode ser futuramente utilizados
como vacina para prevenir doenças alérgicas.
Palavras-chave: Asma, IL-10, PIII, P24, S. mansoni, Sm14, Sm22.6, Sm29.
xvi
ABSTRACT
Studies have shown an inhibition of skin prick test reaction to allergens and less
severe asthma in asthmatics infected with helminths, mainly Schistosoma
mansoni. The inhibition of the inflammatory response in asthma in individuals
infected with S. mansoni seems to be mediated by IL-10, since it has been
observed higher production of Dermatophagoides pteronyssinus antigen 1 (Der p1)
driven IL-10 by cells from asthmatics infected with S. mansoni when compared to
uninfected asthmatics. IL-10 is capable of inhibiting the production of Th2
cytokines and the release of inflammatory mediators by mast cells, factors involved
in the pathogenesis of allergic diseases. The main objective of this study was to
evaluate the capacity of the S. mansoni antigens rSm22.6, PIII, rP24, rSm14 and
rSm29 to stimulate IL-10 production in vitro by peripheral bloods mononuclear cells
of asthmatics infected or not with S. mansoni. The production of IL-5, IL-13 and
IFN-γ was also evaluated. The antigens used in this study are recombinant cloned
in E. coli, therefore Polimixin B was used in the cell cultures to block the endotoxin-
stimulated cytokine production. Cytokines were measured in the supernatants of
cultures using ELISA sanduich method. It was demonstrated that all of the S.
mansoni antigens used in this study induced IL-10 production in cells of infected
individuals and in uninfected asthmatics. In 24 hours cell cultures of uninfected
asthmatics the antigens P24 and Sm29 induced the highest levels of IL-10 (828 ±
415 pg/mL and 891 ± 213 pg/mL, respectively). In all groups evaluated and for all
antigens the production of IFN-γ (values around 100 pg/mL) and the levels of IL-5
were below the detection limit (15,6 pg/mL). The production of IL-13 induced by
Sm22.6, P24 and PIII were respectively, 68 ± 60 pg/mL, 55 ± 49 pg/mL and 81 ±
xvii
67 pg/mL. The addition of S. mansoni antigens Sm 22.6, P24 and PIII to the cell
culture of uninfected asthmatics stimulated with Der p1 resulted in an increase in
the levels of IL-10. The fact that S. mansoni antigens evaluated in this study
induced the production of IL-10 and low levels of IL-5, IL-13 and IFN-γ by cells of
uninfected asthmatic individuals suggests that these antigens can be used in the
future as a vaccine to prevent allergic diseases.
Key words: Asthma, IL-10, PIII, P24, S. mansoni, Sm14, Sm22.6, Sm29.
1
1. INTRODUÇÃO
Atualmente mais de 130 milhões de pessoas no mundo sofrem de asma e
este número vem aumentando, principalmente nos países desenvolvidos (Sears
1997; Sears 1998). A asma é uma inflamação crônica das vias aéreas, cuja
etiologia decorre da interação de fatores genéticos e ambientais. A patogênese da
asma está relacionada com a produção de citocinas do tipo T auxiliador (“helper”)
2 (Th2) a exemplo da Interleucina (IL) -4, IL-5 e IL-13 que, dentre outras funções,
são responsáveis pelo aumento na produção de IgE, eosinófilos, mastócitos e
basófilos. A seqüência fisiopatológica da asma é iniciada pela ativação dos
mastócitos em resposta a ligação do antígeno alergênico a IgE específica
presente na superície destas células. As citocinas produzidas pelos mastócitos
induzem o recrutamento de basófilos, eosinófilos e células Th2, resultando em
liberação de mediadores pró-inflamatórios, a exemplo das prostaglandinas,
leucotrienos, fator de ativação das plaquetas (PAF) e histamina por estas células
e consequente broncoconstricção com limitação do fluxo aéreo, edema e
produção de muco, podendo ainda levar a um infiltrado de células inflamatórias e
posteriormente ao dano tecidual, seguido de remodelamento das vias aéreas
(Davies e cols. 2003).
Em recém nascidos a população de linfócitos T do cordão umbilical tem
fenótipo Th2, semelhante ao observado em adultos atópicos. Nos primeiros
meses de vida há uma mudança para o fenótipo Th1, semelhante ao de adultos
não atópicos (Prescott e cols. 1998; Holt e cols. 1999). Supõe-se que haveria uma
predisposição natural para o desenvolvimento de doenças alérgicas no homem.
Estudos mostram que infecções pelo vírus A da hepatite, Toxoplasma gondii e
2
Helicobacter pylori reduzem em 60% o risco de atopia (Matricardi e cols. 2000),
sugerindo que estímulos ambientais como infecções virais e bacterianas seriam
responsáveis pelo equilíbrio imunológico, desviando o tipo de resposta para o
pólo Th1 e prevenindo as doenças atópicas. Esta é a chamada “Hipótese da
Higiene”, que sugere que o aumento da incidência de asma em países em
desenvolvimento teria como causa a melhora das condições de saneamento, a
redução das parasitoses, a diminuição da exposição a alérgenos e campanhas de
vacinação em massa (Strachan 1989; Strachan 2000; Yazdanbakhsh e cols.
2002).
Uma vez que respostas polarizadas do tipo Th1 e Th2 relacionam-se com a
patogênese de doenças de base imunológica, a prevenção destas doenças
poderia advir de mecanismos regulatórios da resposta imune que promovessem o
equilíbrio entre estas respostas.
Baseando-se no princípio de que a ausência de estímulo antigênico para o
padrão de resposta Th1 resultaria na polarização da resposta para o tipo Th2 e
conseqüente aumento na prevalência das doenças alérgicas, seria esperado que
em países desenvolvidos onde é elevada a prevalência de alergia, houvesse uma
baixa prevalência de doenças auto-imunes mediadas pela resposta do tipo Th1.
Entretanto, estudos mostram que tem havido nestes países aumento na
prevalência não apenas de doenças alérgicas, mas de doenças auto-imunes a
exemplo da esclerose múltipla (Rosati e cols. 1988; Poser e cols. 1989), Diabetes
melitus tipo I ( EURODIAB ACE 2000) e a doença de Crohn (Elliott e cols. 2000).
Estes dados de que doenças do “tipo Th1” podem ocorrer concomitantemente
com as do “tipo Th2” vão de encontro à hipótese de que uma contra-regulação da
3
resposta imune, dirigindo-a para um dos pólos Th1 ou Th2, seja responsável pelo
aumento da freqüência destas doenças.
Estudos recentes sugerem que o equilíbrio da resposta imune e prevenção
das doenças de base imunológica decorre da indução de mecanismos
regulatórios, a exemplo da geração de células T regulatórias, cuja modulação se
processa diretamente, ou via produção de citocinas regulatórias como a IL-10
(Asano e cols. 1996; Francis e cols. 2003).
A exposição crônica a antígenos parasitários, particularmente do
Schistosoma, pode levar ao desenvolvimento de mecanismos regulatórios e
prevenção de doenças alérgicas (van den Biggelaar e cols. 2000; Araujo e cols.
2004; Yazdanbakhsh e cols. 2001) e auto-imunes (Fiorentino e cols. 1989; Del
Prete e cols. 1993; Cooke e cols. 1999; La Flamme e cols. 2003).
Desta forma, a nossa hipótese é de que mecanismos reguladores,
desenvolvidos durante a infecção crônica pelo S. mansoni, a exemplo da
produção da IL-10, sejam capazes de modular a resposta a aeroalérgenos,
prevenindo a reação de hipersensibilidade imediata e melhorando o curso clínico
da asma.
O papel modulador da IL-10 é predominantemente enfatizado na resposta
Th1, mas hoje sabe-se que esta citocina possui também a capacidade de modular
a resposta do tipo Th2 (Fiorentino e cols. 1989; Del Prete e cols. 1993; Oh e cols.
2002; Araujo e cols. 2004) podendo, portanto, representar um dos mecanismos de
modulação da resposta nas doenças alérgicas.
A hipótese de que indivíduos infectados por S. mansoni desenvolvem
mecanismos regulatórios de resposta, no sentido de minimizar o dano tecidual
provocado pelo parasita, merece ser avaliada pela possibilidade da identificação
4
de antígenos do parasita capazes de exercer esta modulação (Yazdanbaksh e
cols. 2002).
Neste trabalho avaliamos as proteínas recombinantes do S. mansoni,
Sm22.6, Sm14, P24, Sm29 e o antígeno PIII do verme adulto, quanto à
capacidade de indução da síntese de IL-10 em asmáticos não infectados por
helmintos.
A identificação de antígenos de S. mansoni com capacidade para modular a
resposta imune inflamatória observada nas alergias poderá resultar no
desenvolvimento de estratégias terapêuticas e preventivas destas doenças.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Resposta imune na atopia e na asma
A atopia é o termo utilizado para descrever uma condição hereditária que
predispõe o indivíduo a doenças alérgicas, a exemplo da asma, rinite e dermatite
atópica (Sears e cols. 1997; Strachan e cols. 2000). O diagnóstico é feito pela
positividade a pelo menos um alérgeno no teste cutâneo de hipersensibilidade
imediata e pela presença, no soro ou plasma, de IgE específica (Kay 2000).
Dentre as doenças atópicas a asma é a que causa maior morbi-mortalidade
(Pearce e cols. 2000). Ela é definida como uma doença inflamatória crônica
caracterizada por hiperresponsividade (HR) brônquica e por limitação variável do
fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se
clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e
tosse (III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma 2002).
A prevalência mundial desta doença varia de 2,1% na Indonésia a 32,2%, na
Inglaterra (ISAAC, 1998). No Brasil a prevalência de asma é de 23,3% e na
cidade de Salvador é de 27%, onde é considerada a terceira causa de
hospitalização pelo Sistema único de Saúde (III Consenso Brasileiro no Manejo
da Asma 2002).
A asma resulta da interação entre predisposição genética e fatores
ambientais como a exposição a antígenos da poeira domiciliar, a exemplo de
ácaros, fungos e baratas, além da exposição a poluentes, mudanças climáticas
(frio), fumos, exercício físico e estresse emocional (Busse e cols. 2001; Kumar
2001).
6
A imunopatologia das doenças atópicas, incluindo a asma, está ligada a uma
exacerbação da resposta do tipo Th2, com produção principamente de IL-4, IL-5 e
IL-13. A IL-4 promove a diferenciação de células T para o subtipo Th2 (Mosmann
& Coffman 1989). A IL-4 e a IL-13 induzem e mantêm a troca de classe de
imunoglobulina no linfócito B para o isotipo IgE. A IL-4 promove a expressão do
receptor de alta afinidade para IgE (FcεRI), na superfície dos mastócitos e
basófilos, e de baixa afinidade (FcεRIIb) na superfície das células B ativadas,
monócitos e macrófagos (Yssel e cols. 1993). A IL-4 induz a expressão de
moléculas de adesão vascular nos eosinófilos e basófilos, além da produção de
quimiocinas. Isto facilita a migração de células inflamatórias da circulação para a
lâmina própria, o epitélio e lúmen das vias aéreas (Zhu e cols. 1999). A IL-5, junto
a IL-3 e ao GM-CSF, promovem a diferenciação de eosinófilos, a partir de
precussores mielóides, além de atuar na ativação desta célula. O eosinófilo
ativado expressa moléculas na superfície, como a E-selectina e o VLA-4, que
estimulam a quimiotaxia destas células pela ligação a receptores no endotélio
vascular. (Foster e cols. 1996; Holt e cols. 1999). A IL-4, que é também produzida
por mastócitos ativados, é um fator de diferenciação para células Th2,
perpetuando o processo inflamatório (Yssel e cols. 1993).
Ao primeiro contato com o alérgeno a resposta imune é desviada para o tipo
Th2, com produção de IgE específica. Esta imunoglobulina liga-se a receptores de
alta afinidade nos mastócitos. Contatos posteriores com o alérgeno resultam em
interação do mesmo com as moléculas de IgE ligadas aos mastócitos, ocorrendo
degranulação destas células e liberação dos mediadores inflamatórios como a
histamina, prostaglandinas e leucotrienos (Platts-Mills e cols. 1996). Esta fase se
caracteriza pela ativação de terminações nervosas vagais com produção de
7
neurotransmissores (acetilcolina, substância P, neurocinina A) que vão resultar
em broncoconstricção, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, com
exsudação de plasma, hipersecreção de muco e inflamação. Há uma produção de
citocinas do tipo 2 também por mastócitos, eosinófilos e basófilos, e de
quimiocinas como a eotaxina, que irão recrutar mais células, perpetuando o
processo inflamatório. Estes eventos iniciais da fase aguda da asma iniciam-se
aproximadamente 10 minutos após o contato com o alérgeno e duram cerca de 2
horas.
A fase tardia inicia-se 2 a 4 horas após o contato com o alérgeno e tem uma
duração média de 24 horas. Esta fase se caracteriza pela quimiotaxia de
neutrófilos, monócitos e linfócitos, aumentanto da liberação de mediadores
inflamatórios, como o TNF (Ferreira 2004). Segue-se a degeneração celular, com
ruptura do epitélio ciliado, descamação para o lúmem, juntamente com o muco,
seguido de remodelamento brônquico e fibrose subepitelial, com depósito
intersticial de colágeno na lâmina reticular por células endoteliais e
miofibroblastos. Com o tempo este processo pode levar a um aumento do
trabalho respiratório e limitação do fluxo aéreo, causando a fadiga e a falência
respiratória progressiva podendo levar ao óbito por asma (III Consenso Brasileiro
no Manejo da Asma 2002).
Mesmo a patogênese da asma sendo relacionada ao aumento da resposta
do tipo Th2, citocinas do tipo Th1 também podem estar envolvidas, resultando em
agravamento do quadro (Smart e cols. 2002; Cho e cols. 2005). Em modelo
murino de asma alérgica, a administração de células Th1 produtoras de IFN-γ
causa uma intensa inflamação neutrofílica das vias aéreas, reforçando a idéia de
que a regulação do sistema imune nas doenças inflamatórias não resulta de um
8
simples desequilíbrio entre as subpopulações de células Th1 e Th2 (Hansen e
cols. 1999; Randolph e cols. 1999).
Como a patogenia da asma está principalmente associada a uma falta de
regulação da resposta imune, a indução de mecanismos modulatórios da resposta
exacerbada poderão conter ou minimizar a patogenicidade associada a esta
doença (Kay 2000).
As medidas de controle da asma baseiam-se no uso de medicamentos com
propriedades broncodilatadoras, a exemplo dos β2 adrenérgicos e
antiinflamatórias, como os corticosteróides. É também necessário o
acompanhamento periódico do paciente para adequação da posologia e
dosagens, uma vez que os episódios de asma são na sua maioria intercorrentes e
o uso constante, nos casos menos graves, não é recomendável, além dos
encargos financeiros e dificuldades de acesso da maioria da população aos
serviços de saúde.
Outra opção seria a realização da imunoterapia específica para o alérgeno,
pela técnica da dessensibilização, onde são administrados por via subcutânea
extratos de alérgenos purificados e padronizados, com o objetivo de modificar a
resposta imune ao futuro contato com o alérgeno, reduzindo os sintomas. Este
procedimento proporciona melhora ao longo prazo dos sintomas. É indicado na
asma atópica, demonstrada por IgE específica aumentada ou testes cutâneos de
hipersensibilidade imediata positivos. Este procedimento parece não beneficiar
pacientes com sensibilização múltipla e não está indicado em pacientes com
asma leve e que respondem bem a terapia farmacológica. A qualidade e
confiabilidade dos extratos disponíveis o críticas para a eficácia desta
terapêutica.
9
Medidas profiláticas, como forrar colchões e travesseiros com plásticos
impermeáveis aos ácaros, retirar tapetes, carpetes e cortinas de pano dos
quartos, não criar animais e evitar o fumo, embora sejam importantes, por si
não controlam a exacerbação da doença.
A necessidade de desenvolver vacinas com potencial imunomodulatório
capazes de conter a exacerbação do processo inflamatório envolvido na
patogênese da asma e que não interferissem na co-morbidade de outras
patologias, justificaria pesquisas que visassem à identificação e caracterização de
antígenos com propriedades regulatórias da resposta imune.
10
2.2 Resposta imune na infecção pelo Schistosoma mansoni
A infecção pelo Schistosoma mansoni ocorre pela penetração das cercárias
na pele. As cercárias então perdem a cauda neste processo, transformam-se em
esquistossômulos e estes ganham a circulação, realizando o ciclo pulmonar. Em
seguida, migram para o sistema porta, transformando-se neste trajeto em vermes
adultos, machos e fêmeas. Os vermes adultos vivem no sistema porto-
mesentérico, põem os ovos nos capilares intestinais e estes aparecem nas fezes
após passar pelos tecidos da mucosa intestinal, principalmente na região
colônica. Estes ovos podem ainda ganhar a circulação porto-hepática e
alcançarem os espaços porta, levando à formação de um granuloma, que é
caracterizado pela reação inflamatória a antígenos do ovo, seguida da produção
de colágeno, podendo evoluir para um quadro de fibrose hepática. A depender do
grau da fibrose pode haver hipertensão portal, varizes esofagianas e sangramento
intestinal, quadro observado na forma hepato-esplênica da doença (Wynn e cols.
1995).
Seis a oito semanas após a primeira exposição inicia-se a fase aguda da
doença, conhecida como síndrome toxêmica (Lambertucci 1993; Rabello e cols.
1997; De Jesus e cols. 2002). Esta fase é caracterizada principalmente por febre,
astenia, acentuada perda de peso, associadas a elevação dos níveis de citocinas
pró inflamatórias (TNF, IL-1, IL-6). Dispnéia e dor torácicas em decorrência da
pneumonite e pericardite, relacionadas com níveis elevados de complexos imunes
circulantes e reação de hipersensibilidade tipo III (Galvao-Castro e cols. 1981),
têm sido descritas. Adicionalmente, dor abdominal e diarréia são freqüentes nesta
fase e coincidem com o início da postura dos ovos, causando destruições focais
11
na mucosa e sub-mucosa intestinais. A despeito da elevação dos níveis de IgE
nesta fase, não há evidência de broncoespasmo e não associação dos níveis
de IgE com manifestações respiratórias. Esta fase aguda é raramente encontrada
em pessoas residentes em áreas endêmicas, sendo mais comum em indivíduos
expostos pela primeira vez à infecção. Este achado sugere que a modulação da
resposta imune que ocorre após a fase aguda previne o aparecimento destas
manifestações nos indivíduos previamente infectados (Lambertucci 1993; Rabello
1995; Wynn e cols. 1998).
A resposta imune na fase aguda da esquistossomose é do tipo Th1, com
produção de IFN-γ e também de citocinas pró-inflamatórias, a exemplo do TNF,
IL-6 e IL-1 (Wynn e cols. 1998; Montenegro e cols. 1999; De Jesus e cols. 2002).
Na fase crônica ocorre uma modulação da resposta inflamatória e um desvio da
resposta para o tipo Th2, caracterizada pela produção de IL-4, IL-5 e IL-10, com
baixos níveis de IFN-γ (Gazzinelli e cols. 1992; Williams e cols. 1994; Araujo e
cols. 1996; Finkelman e cols. 1997; Mwatha e cols. 1998). Esta mudança no
padrão de resposta tem sido relacionada à produção de IL-10 induzida por
antígenos do ovo, desde que coincide com a oviposição (Montenegro e cols.
1999; Silveira e cols. 2004).
A modulação da resposta imune que ocorre na fase crônica parece ser
responsável pela limitação das manifestações clínicas da forma aguda, desde que
a melhora ocorre mesmo na ausência de tratamento da parasitose (Pearce 2005).
Na fase crônica da esquistossomose são descritas três formas clínicas bem
caracterizadas: as formas mais brandas da doença, chamadas intestinal e hepato-
intestinal, e a forma mais grave ou hepato-esplênica, observada em 9,8% dos
casos (Bina e cols. 2003).
12
Alguns fatores parecem estar envolvidos na patogênese da esquistossomose
e evolução para as formas graves da doença, a exemplo do tipo de HLA (Secor e
cols. 1996), pertencer a raça branca (Prata 1988; Tavares-Neto e cols. 1990) , a
alta carga parasitária (Sleigh e cols. 1985) e a resposta imune do hospedeiro
(Wynn e cols. 1995).
Estudos têm sido realizados para elucidar a resposta imune envolvida na
formação do granuloma e da fibrose hepática, tanto em modelo experimental,
como em modelo de modulação do granuloma in vitro e com biópsias de tecido
(Wynn e cols. 1995; Falcao e cols. 1998; Gustavson e cols. 2002). Estes estudos
vêm demonstrando o envolvimento da IL-4, IL-5 e IL-13 na formação do
granuloma e evolução para fibrose hepática (Chiaramonte e cols. 1999; de Jesus
e cols. 2000; Chiaramonte e cols. 2001; De Jesus e cols. 2004). As quimiocinas
também parecem participar da patogênese da esquistossomose. A MIP-1α,
RANTES e a eotaxina estão diretamente relacionadas com o recrutamento de
eosinófilos para o infiltrado inflamatório. Em modelo de modulação do granuloma
in vitro, Falcão e colaboradores observaram uma correlação positiva entre
gravidade da doença com níveis elevados de MIP-1α (Falcao e cols. 2002).
A resposta do tipo Th2, que, como descrito acima, pode estar envolvida com
a patogenia da esquistossomose, tem sido também relacionada com proteção.
Tem sido demonstrado que níveis elevados de IgE correlacionam-se com
proteção contra a re-infecção (Jarrett e cols. 1982; Rihet e cols. 1991; Dunne e
cols. 1992; Hussain e cols. 1992). Em modelo experimental, a resposta do tipo
Th1 com produção de IFN-γ também tem sido associada a proteção contra a
infecção, sendo uma resposta equilibrada do tipo Th1 e Th2 sugerida como
protetora (Brito e cols. 2000).
13
2.3 Antígenos candidatos à vacina para esquistossomose
A infecção pelo S. mansoni atinge 200 milhões de pessoas na África,
América do Sul e Ásia (Iarotski e cols. 1981; Chitsulo e cols. 2004). A gravidade
da doença em muitos casos está ligada à intensidade de infecção. O tratamento
da esquistossomose controla em parte a morbidade da doença, entretanto a
transmissão permanece inalterada (Dunne e cols. 1992; Butterworth e cols. 1994;
Dunne e cols. 1995; Bina 1997). A interrupção da transmissão da
esquistossomose a longo prazo poderá advir com o desenvolvimento de uma
vacina protetora que seja capaz de controlar a reinfecção e reduzir a prevalência
da doença (Bergquist e cols. 1998; Capron e cols. 1987).
Em modelo experimental, a imunidade parcial pode ser induzida por
vacinação com cercária irradiada ou antígenos específicos (James 1987;
Bergquist 1990; Capron e cols. 1995; De Jesus e cols. 2000). Têm sido
documentados casos de resistência natural a reinfecção em indivíduos vivendo
em áreas endêmicas (Capron e cols. 1987; Hagan e cols. 1991; Dessein e cols.
1992). A produção de IgE, IgG1 e IFN-γ têm sido associados com a resistência a
reinfecção (Hagan e cols. 1991; Rihet e cols. 1991) , sugerindo a participação de
mecanismos humorais e celulares no processo (De Jesus e cols. 2000).
Dentre os antígenos que vem sendo utilizados na tentativa de controlar a
infecção pelo Schistosoma encontram-se a Glutationa-S Transferase (P28/GST),
Paramiosina (Sm97), Triose Fosfato Isomerase (TPI), Sm23 e IrV-5, que induzem
proteção parcial contra a reinfecção (Bergquist 1998; Al-Sherbiny e cols. 2003).
Outros antígenos vacinais descritos na literatura, a exemplo do Sm22.6,
Sm14, P24 e PIII, possuem a propriedade de induzirem a produção de IL-10,
14
citocina com propriedade antiinflamatória na asma (Akdis e cols., 1998; Akdis e
cols. 2001).
O antígeno PIII é obtido a partir do antígeno solúvel do verme adulto (SWAP)
por cromatografia de troca iônica em coluna de Q-sepharose - Sistema de FPLC
(Hirsch e cols. 1996). Estudos demonstraram modulação do granuloma em
camundongos imunizados com PIII e em modelo de indução da formação do
granuloma in vitro (Hirsch e cols. 1996; Hirsch e cols. 1997; Gustavson e cols.
1998; Gustavson e cols. 2002; Zouain e cols. 2004). Avaliando-se a produção de
citocinas e outras moléculas por células mononucleares de sangue periférico de
indivíduos com esquistossomose crônica, observou-se a produção de IL-10 e NO
em culturas estimuladas pelo PIII (Oliveira e cols. 1999). Os mecanismos
provavelmente envolvidos na modulação do granuloma esquistossomótico por
este antígeno são: diminuição da proliferação celular in vitro, estimulação da
produção de IL-10, bem como a diminuição da percentagem de células CD4
+
expressando CD28 e aumento de células com o fenótipo CD8
+
expressando
CTLA-4. Também foi observado um aumento da percentagem de células CD33
+
expressando CD86 (B7.2) (Zouain e cols. 2004).
O antígeno P24 nativo é uma fração do PIII. A forma aqui descrita é a
recombinante. Os estudos acerca destes antígenos, P24 e PIII demonstraram
redução do tamanho do granuloma em camundongos e habilidade para induzir a
produção de IL-10 (Zouain e cols. 2000; Zouain e cols. 2002), enquanto não
induzem a produção de IL-5 (Zouain e cols. 2002; Gustavson e cols. 2002).
A proteína Sm22.6 é uma proteína solúvel do tegumento, presente em todos
os estágios do ciclo do S. mansoni, exceto o ovo (Jeffs e cols. 1991). Estudos
com esta proteína mostram uma considerável homologia entre os antígenos de
15
22.6 kDa do S. mansoni, S. haematobuim e S. japonicum (Fitzsimmons e cols.,
2004). É considerada a principal alvo da resposta de IgE em modelos
experimental e humano de infecção pelo S. mansoni (Santiago e cols., 1998; Li e
cols. 2000; Fitzsimmons e cols. 2004). Esta produção de IgE específica para o
Sm22.6 estaria relacionada a proteção contra a re-infecção pelo Schistosoma
(Dunne e cols. 1992; Webster e cols. 1997). Estudos recentes em modelo
experimental de imunização com a rSm22.6 mostram um perfil de resposta celular
mista Th1/Th2, com indução de IFN-γ e IL-4, como também a produção de IL-10
(Pacifico 2005).
A proteína Sm14 está presente no esquistossômulo, no verme adulto e no
ovo. É uma proteína com homologia com membros das proteínas ligadoras de
lipídeos (Brito e cols. 2002). Ela tem papel central na captação, transporte e
compartimentalização de lipídeos (Moser e cols. 1991). Tendler e colaboradores
mostraram que existe 91% de homologia entre a Sm14 do S. japonicum e S.
mansoni (Tendler e cols. 1996).
Estudos em modelo experimental mostraram que a vacinação de
camundongos com Sm14 protege parcialmente contra a infecção pelo S. mansoni
e Fasciola hepatica. A antigenicidade está relacionada a epítopos descontínuos
na região c-terminal. Devido a grande homologia entre a Sm14 e Fh15 de
Fasciola hepatica, esta proteína vem sendo estudada para o possível uso como
vacina, tanto na proteção contra a infecção pelo S. mansoni com pela F. hepatica
(Tendler e cols. 1996).
A Sm14 induz a produção de IFN-γ e TNF in vitro em indivíduos resistentes
naturais, residentes em áreas endêmicas, e estimula a síntese de IL-10 em
16
indivíduos infectados pelo S. mansoni (Brito e cols. 2000; Al-Sherbiny e cols.
2003).
A proteína Sm29 do S. mansoni foi uma proteína recentemente identificada
por pesquisadores do Projeto Rede Genoma de Minas Gerais. Sabe-se que a
forma nativa é uma glicoproteína de membrana do S. mansoni, presente no
esquitossômulo e no verme adulto (dado não publicado). Os estudos sobre a
resposta imune desenvolvida por esta proteína, tanto em modelos experimentais
quanto em indivíduos infectados pelo S. mansoni, estão em andamento.
O estudo dos mecanismos envolvidos na estimulação do sistema imune do
hospedeiro pelas proteínas Sm22.6, Sm 14, PIII, P24 e Sm29, além de propiciar o
desenvolvimento de vacinas contra a infecção pelo S. mansoni, pode permitir o
uso destas proteínas como vacinas contra doenças alérgicas, a exemplo da
asma, uma vez que são potencialmente indutores de IL-10.
17
2.4 A infecção por helmintos e alergia
A prevalência de doenças alérgicas tem aumentado nas últimas duas
décadas. O “International Study for Asthma and Allergy in Childhood” (ISAAC) e o
“European Community Health Respiratory Survey” (ECHRS) mostraram um
aumento na prevalência de asma e rinite em países ocidentais industrializados,
quando comparados com países em desenvolvimento (ISAAC 1998; Pearce e
cols. 2000).
Fatores ambientais, a exemplo de precárias condições sanitárias e de
higiene, resultam em alta prevalência de infecções na infância e isso tem sido
implicado na proteção contra o desenvolvimento de doenças alérgicas. Esta é a
chamada “Hipótese da Higiene”, onde agentes infecciosos são capazes de
modular a resposta imune, prevenindo o desenvolvimento de alergias (Strachan
1989; Yazdanbakhsh e cols. 2002).
Muitos trabalhos têm documentado uma associação inversa entre
alergia/atopia e infecção por helmintos. Lynch e colaboradores (1993), estudando
crianças de uma área endêmica em ascaridíase, observaram que estas
apresentavam uma menor resposta aos testes cutâneos de hipersensibilidade
imediata para aeroalérgenos e que o tratamento com anti-helmínticos resultou em
aumento da positividade aos testes de alergia, com elevação dos níveis de IgE
específica para antígenos da poeira domiciliar (Lynch e cols. 1993).
Em Caatinga do Moura, no Estado da Bahia, área endêmica em
esquistossomose, foi observada a existência de uma associação inversa entre a
resposta aos testes cutâneos de leitura imediata com aeroalérgenos e carga
parasitária de S. mansoni (Araujo e cols. 2000). Medeiros e colaboradores (2003),
estudando asmáticos infectados pelo S. mansoni, residentes em área endêmica
18
em esquistossomose, comparando com asmáticos não infectados, observaram
menor gravidade da asma no grupo de indivíduos infectados (Medeiros e cols.
2003).
Vários fatores podem explicar a menor freqüência de positividade aos testes
cutâneos de hipersensibilidade imediata com aeroalérgenos em indivíduos
infectados por helmintos, tais como: a grande produção de IgE policlonal, altas
concentrações de IgG4 antígeno-específica, redução de IgE específica para o
alérgeno e aumento na produção de células e moléculas regulatórias da resposta
imune (Hussain e cols. 1992; Araujo e cols. 1996; Malaquias e cols. 1997; Lynch e
cols. 1998; Weiss 2000). A avaliação prospectiva de indivíduos asmáticos
residentes em três diferentes áreas no Estado da Bahia, uma delas endêmica em
S. mansoni (Caatinga do Moura), o mostrou diferenças estatisticamente
significantes nos níveis de IgE total e específica para aeroalérgenos (Medeiros e
cols. 2003). A possibilidade de que uma grande produção de IgE devido à
ativação policlonal bloqueasse os receptores de IgE presentes em mastócitos não
encontrou suporte em estudos que mostraram que basófilos de pacientes
asmáticos infectados pelo S. mansoni degranulam quando estimulados com o
antígeno 1 do ácaro Dermatophagoides pteronyssinus (Der p1) in vitro (Medeiros
e cols. 2003).
Diante desses dados, a hipótese mais aceita recentemente é a indução de
mecanismos modulatórios da resposta imune envolvendo células regulatórias, a
exemplo das células Tr1 e células CD4
+
CD25
+
, e citocinas produzidas por estas
células, como a IL-10 (Yazdanbakhsh e cols. 2001; van den Biggelaar e cols.
2001).
19
2.5 Participação da IL-10 na resposta imune nas infecções por helmintos e
na alergia
Inicialmente classificada como uma citocina do tipo Th2, a Interleucina-10 foi
descrita por Fiorentino e colaboradores (Fiorentino e cols. 1989), sendo
posteriormente considerada a principal citocina regulatória da resposta
inflamatória (Akdis e cols. 2001). A IL-10 é produzida por uma variedade de
células da resposta imune como macrófagos, linfócitos TCD4
+
, TCD8
+
,
TCD4
+
CD25
+
, linfócitos B, células dendríticas e células NK. As principais funções
promovidas por esta citocina estão relacionadas a sua atividade inibitória sobre a
ativação da célula T, a produção de IgE, o recrutamento de eosinófilos e a
ativação de macrófagos. Agindo nos macrófagos, modula sua atividade
antimicrobiana, inibe a atividade co-estimulatória e a produção de citocinas pró-
inflamatórias. A IL-10 também inibe a diferenciação de células dendríticas e
suprime a produção de quimiocinas inflamatórias e citocinas do tipo Th1 e Th2 em
alguns modelos (Sher e cols. 1991; Del Prete e cols. 1993; Araujo e cols, 2003).
Dados recentes mostram o papel desta citocina na inibição da liberação de
histamina pelos mastócitos (Royer e cols. 2001).
Em virtude de antígenos de S. mansoni serem capazes de induzir a
produção de IL-10 (Araujo e cols. 1996) in vitro, grande interesse têm surgido em
avaliar a capacidade da infecção pelo S. mansoni em atenuar as doenças auto-
imunes, doenças inflamatórias crônicas e doenças alérgicas em modelos
experimentais. A prevenção do diabetes tipo I em camundongos não obesos foi
observada na infecção pelo S. mansoni ou pela injeção dos ovos do helminto. A
20
prevenção da doença pode ser resultado da interação de moléculas derivadas do
parasita com mecanismos do sistema imune inato do hospedeiro (Zaccone e cols.
2003).
Estudos mostraram ainda que a infecção pelo S. mansoni pode interferir na
resposta imune para outros antígenos não relacionados, como visto no trabalho
de SABIN e colaboradores (1996), onde indivíduos infectados pelo S. mansoni
produzem níveis elevados de IL-4 e baixos de IFN-γ em resposta a vacinação pelo
toxóide tetânico, ao passo que nos indivíduos não infectados, produção
principalmente de IFN-γ em resposta à vacinação (Sabin e cols. 1996).
Os mecanismos responsáveis por esse fenômeno ainda não estão bem
elucidados, contudo sabe-se que este efeito modulador o depende do parasita
vivo, haja visto que antígenos oriundos desses patógenos possuem essa mesma
propriedade moduladora. Porém, até o momento, apenas extratos antigênicos
foram descritos com essa característica, tornando-se imperativo a identificação
dessas moléculas (Deehan e cols. 1997; Faquim-Mauro e cols. 1998; Macedo e
cols. 1998). O efeito imunossupresor das infecções por helmintos pode ser
transferido ao feto, in utero, sendo demonstrado que crianças nascidas de es
infectadas com filariose ou esquistossomose respondem pobremente à vacinação
com BCG (Malhotra e cols. 1999). Existe na literatura a documentação de que
antígenos de S. mansoni são capazes de induzir a produção de IL-10 (Velupillai e
cols. 2000).
A resposta imune nas alergias assemelha-se a àquela envolvida na
patogênese das helmintíases, sendo também do tipo Th2. A diferença sica
entre estas respostas é que nas infecções por helmintos, particularmente S.
mansoni, a IL-10 é produzida em altos níveis (Araujo e cols. 1996) enquanto que
21
na asma esta citocina não é produzida, ou está presente em pequenas
concentrações (Borish e cols. 1996; Lim e cols. 2004).
Células mononucleares de sangue periférico de asmáticos produzem menos
IL-10 em resposta a endotoxina quando comparadas a controles normais (Borish
e cols. 1996). Têm sido encontrados polimorfismos na região do promotor de IL-
10 em indivíduos asmáticos, sendo que o haplótipo GCC, associado com baixa
produção de IL-10, é encontrado em pacientes com asma grave (Lim e cols.
1998).
A IL-10 inibe a ativação da célula T (Akdis e cols. 2001; Akdis e cols. 2001),
a produção de IgE (Royer e cols. 2001), o recrutamento de eosinófilos (Zuany-
Amorim e cols. 1996) e outros aspectos da inflamação alérgica, a exemplo da
inibição da liberação de histamina pelos mastócitos (Royer e cols. 2001). A IL-10
também inibe a produção de citocinas inflamatórias pelos macrófagos alveolares
(Lim e cols. 2004).
Altos níveis de IL-10 foram encontrados em indivíduos que respondem ao
tratamento com imunoterapia específica utilizando alérgenos, reforçando o papel
protetor desta citocina nas alergias respiratórias (Akdis e cols. 1998).
Em asmáticos infectados pelo S. mansoni foi demonstrado uma menor
produção de IL-4 e IL-5, e mais alta produção de IL-10 quando comparado a
asmáticos não infectados, o que sugere a infecção pelo S. mansoni modula a
resposta inflamatória do tipo Th2 na asma. Esta modulação parece ser, pelo
menos em parte, mediada pela IL-10, desde que a adição desta citocina às
culturas de células de asmáticos não infectados resultou em diminuição da
produção de IL-5 (Araujo e cols. 2004).
22
Deste modo, a hipótese a ser testada neste estudo é a de que os antígenos
de S. mansoni Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29 são capazes de induzir a
produção de IL-10 por células de asmáticos, constituindo portanto possíveis
imunomoduladores a serem utilizados na imunoterapia das doenças alérgicas,
particularmente da asma.
23
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar a capacidade de antígenos do Schistosoma mansoni em induzirem a
produção de IL-10 in vitro por células mononucleares de sangue periférico de
indivíduos asmáticos.
3.2 Objetivos específicos
1) Avaliar a capacidade dos antígenos de S. mansoni Sm22.6, Sm14, PIII,
P24 e Sm29 de induzirem a produção de IL-10 in vitro por células de indivíduos
asmáticos não infectados e comparar com indivíduos infectados, asmáticos e o
asmáticos;
2) Avaliar as concentrações de citocinas do tipo Th2 (IL-5 e IL13) e Th1
(IFN-) em culturas estimuladas com os referidos antígenos de S. mansoni em
asmáticos e em indivíduos infectados pelo S. mansoni;
3) Avaliar a capacidade dos referidos antígenos de S. mansoni em induzirem
a produção de IL-10 por células de asmáticos não infectados estimuladas com o
antígeno 1 do Dermatophagoides pteronyssinus (Der p1).
24
4. METODOLOGIA
4.1 Seleção dos indivíduos
Neste estudo foram avaliados indivíduos infectados pelo S. mansoni e por
outros helmintos, residentes no município do Conde, Bahia, localizado ao norte, a
300 km de Salvador. Esta localidade compreende cinco comunidades, totalizando
cerca de 1.500 habitantes. As condições sanitárias da região são precárias,
estando os moradores sob alto risco de infecções parasitárias. A principal fonte de
renda da população é a pesca e a água dos rios é também utilizada para banho,
lavagem de roupas e utensílios, além do lazer. O acesso da população a Serviços
de Saúde, até o início deste estudo, era difícil e não havia relatos de tratamentos
prévios com anti-helmínticos.
Em 2001 foram avaliados 1064 indivíduos residentes nesta região quanto à
presença de asma, rinite e parasitose intestinal. A prevalência de infecção por
Schistosoma mansoni foi de 90,2%. As prevalências de outros helmintos a
exemplo de Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Ancilostoma duodenale
foram de 79,7%, 77,2% e 35%, respectivamente. Protozoários intestinais como
Giardia lamblia, Entamoeba coli e Entamoeba histolytica foram encontrados em
torno de 50% da população.
Atualmente, em 2005, após a população ser tratada por duas vezes com
Praziquantel, a prevalência da infecção pelo S. mansoni encontrada no Conde é
de 51%. A prevalência de asma e rinite foi avaliada através do questionário
utilizado internacionalmente em estudos de prevalência de doenças alérgicas
25
“International Study for Asthma and Allergy in Childhood” (ISAAC, 1998), tendo
sido 14% e 20%, respectivamente (Araujo e cols. 2004) (ANEXO I).
Os asmáticos identificados na região foram considerados portadores de
asma leve, baseados nos critério estabelecidos no III Consenso Brasileiro no
Manejo da Asma, onde os sintomas como falta de ar, aperto no peito, chiado e
tosse aparecem menos de uma vez por semana, as crises são ocasionais e leves,
controladas com broncodilatadores, sem a necessidade de atendimento
emergencial e uso de broncodilatador é requerido menos de uma vez por
semana. Este diagnóstico é realizado após avaliação clínica e realização de
exames físicos por dois médicos alergistas.
Foram selecionados indivíduos de ambos os gêneros, infectados pelo S.
mansoni, asmáticos (n=20) e não asmáticos (n=21), com idade entre 6 e 40 anos,
residentes no Conde. A seleção ocorreu de acordo com a ordem de
comparecimento da população à convocação para participar deste estudo.
Indivíduos com diagnóstico de asma leve (n=13) entre 6 e 40 anos de idade,
de ambos os gêneros, provenientes do Ambulatório de Alergia do Hospital
Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador-
BA, não infectados com helmintos e com baixas condições sócio-econômicas,
formaram o grupo dos asmáticos não infectados.
4.2 Desenho do estudo e cálculo amostral
Trata-se de um estudo seccional, onde por ocasião da inclusão todos os
indivíduos foram submetidos a avaliações laboratoriais (exame parasitológico de
fezes) e avaliação da resposta imune para os antígenos de S. mansoni.
26
O tamanho amostral foi escolhido por conveniência do número de pacientes
consecutivos que compareceram para participarem do estudo no período de 12
meses. Adicionalmente contribuíram para tal escolha a limitação de recursos e os
critérios de seleção dos grupos, especialmente o da área endêmica.
4.3 Critérios de inclusão
1. Idade entre 6 e 40 anos;
2. Ambos os gêneros;
3. Infecção pelo S. mansoni (forma intestinal ou hepato-intestinal,
caracterizado pelo exame sico) para compor o Grupo I (infectados o
asmáticos);
4. Infecção pelo S. mansoni e responderem positivamente ao quesito relativo
à história pessoal atual de asma brônquica com sibilância nos últimos 12
meses do questionário ISAAC, para compor o grupo II (asmáticos
infectados);
5. Diagnóstico de asma leve para compor o grupo III (asmáticos não
infectados).
Crianças menores de seis anos não foram incluídas no estudo pela dificuldade
no diagnóstico de asma brônquica e da realização da espirometria, e adultos
acima de 40 anos não participaram devido ao risco aumentado de apresentarem
doença pulmonar obstrutiva crônica de outras etiologias que não fosse alérgica.
27
4.4 Critérios de exclusão
Não foram admitidos no estudo indivíduos:
1. Com idade inferior a 6 anos e superior a 40 anos;
2. Com asma grave;
3. Com a forma hepato-esplênica da esquistossomose;
4. Em uso de drogas imunossupressoras;
5. Mulheres gestantes;
6. Indivíduos que apresentem alguma condição que não permitisse a
participação no estudo, ou por incapacidade sica e/ou mental,
impossibilitando a realização dos exames, ou por doenças que modifiquem
a resposta imune do indivíduo, a exemplo das imunodeficiências, outras
doenças crônicas, infecções virais e bacterianas.
Existe uma alteração da resposta imune em indivíduos com a forma hepato-
esplênica da esquistossomose com baixa produção de IL-10 (Correa-Oliveira e
cols. 1998).
28
4.5 Antígenos de S. mansoni usados no estudo
Os antígenos recombinantes de S. mansoni (Sm22.6, Sm14, P24, Sm29),
além do PIII, SWAP e do SEA foram usados neste estudo. Estes antígenos foram
gentilmente doados pelo Dr. Sérgio Costa e Dr. Alfredo es do Laboratório de
Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas/ICB - Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). Para produzir essas biomoléculas as seguintes
metodologias foram empregadas:
4.5.1 Produção do antígeno purificado PIII a partir do SWAP
O antígeno PIII é uma fração solúvel do antígeno do verme adulto
denominado SWAP obtido por FPLC (“Fast Protein Liquid Cromatography”)
(Pharmacia, Uppsala, Suécia) através de cromatografia de troca aniônica
utilizando uma resina de Q-Sefarose (5 mm x 90 mm; Pharmacia, Suécia) como
descrito anteriormente por Hirsch e Goes (Hirsch e cols. 1996). O antígeno PIII foi
eluído do sistema na concentração de 28% ou 0.28M do tampão de eluição. Em
seguida o antígeno PIII foi esterilizado por filtração, liofilizado e estocado a -70 ºC
para posterior uso.
4.5.2 Expressão e purificação da proteína recombinente Sm22.6
O gene que codifica a proteína rSm22.6, foi encontrado na biblioteca de
cDNA de esquistossômulo de fase pulmonar de S. mansoni. Esse gene foi
subclonado no vetor de expressão em bactérias, pMAL-c2, que expressa
proteínas em fusão com a proteína de ligação à manose (MBP). A expressão
29
utilizando o pMAL-c2 é realizada segundo as instruções do fabricante (New
England Biolabs, Beverly, Mass.). Com o objetivo de se determinar a cinética da
expressão da proteína de fusão, foi realizado primeiramente um experimento
piloto com apenas 10 mL de cultura para discriminar o melhor tempo de indução,
que foi de 3 horas. O pré-inóculo saturado de clones contendo o gene Sm22.6
foram preparados em meio LB suplementado com ampicilina, os quais foram
incubados durante 16 horas a 37ºC ou por uma noite sob agitação constante (200
rpm). Após o crescimento da cultura, um litro de meio LB contendo 100 µg/mL de
ampicilina e glicose a 0,1% foram inoculados com 10 mL do pré-inóculo saturado
de células, contendo o plasmídeo recombinante. As células foram incubadas a
37ºC sob agitação constante de 200 rpm até atingirem uma densidade ótica (DO)
em comprimento de onda de 600 nm (DO
600
) de aproximadamente 0,6. Em
seguida foi adicionado IPTG, para uma concentração final de 0,6 mM. Após 3
horas de indução as células foram centrifugadas a 7.000 rpm por 40 min. O
sedimento contendo as células foi então ressuspenso em 100 mL de PBS 0,15 M
pH 8,4 contendo 25 mg de lisozima. As bactérias foram lisadas através de três
ciclos de congelamento (-70ºC) e descongelamento (banho-maria à 42ºC) e
depois sonicadas três vezes com pulsos de 30 segundos, potência de 30 % em
sonicador (Fisher Scientific), intercalados por 30 segundos no gelo, para liberação
total das proteínas. As frações de proteínas solúveis e insolúveis do lisado foram
separadas após centrifugação a 7.000 rpm por 40min a 4C, no sobrenadante e
no sedimento, respectivamente e ambos foram submetidos a eletroforese em gel
de poliacrilamida a 12 % para confirmar a presença da proteína recombinante
Sm22.6-MBP no sobrenadante, com o tamanho molecular de 22.6 kDa. A
30
proteína foi purificada por cromatografia de afinidade com resina de amilose, que
se liga à maltose do MBP e é eluída por competição com maltose livre.
4.5.3 Expressão e purificação da proteína recombinente Sm14
O gene que codifica a proteína Sm14 do S. mansoni se encontra clonado
no vetor de expressão pMAL-c2 em cepas de E. coli DH5α. A expressão
utilizando o pMAL-c2 foi realizada segundo as instruções do fabricante (New
England Biolabs, Beverly, Mass.), com algumas modificações descritas por Brito e
colaboradores (Brito e cols. 2002). Com o objetivo de determinar a cinética da
expressão da proteína de fusão, foi realizado primeiramente um experimento
piloto com apenas 100 mL de cultura. O pré-inóculo saturado de clones contendo
os genes Sm14 foi preparado em meio LB suplementado com ampicilina, o qual
foi incubado durante 16 horas a 37ºC ou por uma noite, sob agitação constante
(200 rpm). Após o crescimento da cultura, 100 mL de meio LB contendo 0,1 % de
glicose e 100 µg/mL de ampicilina foram inoculados com 1 mL do pré-inóculo
saturado de células, contendo o plasmídeo recombinante. As células foram
incubadas a 37ºC sob agitação constante de 200 rpm a atingirem,
aproximadamente 2 x 10
8
células/mL (DO
600
de aproximadamente 0,5). Neste
momento, uma alíquota de 10 mL de cultura foi coletada e em seguida adicionado
IPTG, para uma concentração final de 0,4 mM e coletadas alíquotas de 10 mL de
cultura 1, 2, 3 e 4 horas após a indução da expressão com IPTG. Em seguida as
células foram recuperadas por centrifugação a 10.000 rpm por 20 min. O
sedimento contendo as lulas foi então ressuspendido em 1 mL de PBS 0,15 M
pH 8,4 contendo 25 mg de lisozima. As bactérias foram lisadas através de três
ciclos de congelamento (gelo seco-metanol) e descongelamento (banho-maria à
31
37ºC) e depois sonicadas três vezes com pulsos de 30 segundos, potência de 70
% em sonicador (Fisher Scientific), intercalados por 30 segundos no gelo, para
liberação total das proteínas. As frações de proteínas solúveis e insolúveis do
lisado foram separadas após centrifugação a 9.000 rpm por 30 min a C, no
sobrenadante e no sedimento, respectivamente e ambos foram submetidos a
eletroforese em gel de poliacrilamida 10 % para confirmar a presença da proteína
recombinante Sm14-MBP. As proteínas foram purificadas por cromatografia de
afinidade com resina de amilose, que se liga à maltose do MBP e é eluída por
competição com maltose livre.
4.5.4 Expressão e purificação da proteína recombinante P24
O gene que codifica a proteína P24 do S. mansoni se encontra clonado no
vetor de expressão pET21 em cepas de E. coli BL21 (DE3). A expressão
utilizando o pET21a foi realizada segundo as instruções do fabricante (New
England Biolabs, Beverly, Mass.). O pré-inóculo saturado de clones contendo os
genes P24 foram preparados em meio LB suplementado com ampicilina, os quais
foram incubados durante 16 horas a 3C ou por uma noite, sob agitação
constante (200 rpm). Após o crescimento da cultura, 100 mL de meio LB contendo
0,2 % de glicose e 100 µg/mL de ampicilina foram inoculados com 1 mL do pré-
inóculo saturado de células, contendo o plasmídeo recombinante. As células
foram incubadas a 37ºC sob agitação constante de 200 rpm até atingirem,
aproximadamente 2 x 10
8
células/mL (DO
600
de aproximadamente 0,5). Neste
momento, uma alíquota de 5 mL de cultura foi coletada e em seguida adicionado
IPTG para uma concentração final de 0,6 mM. Posteriormente, as células
32
voltaram a ser incubadas a 37ºC sob agitação e foram coletadas alíquotas de 5
mL de cultura 1, 2, 3 e 4 horas após a indução da expressão com IPTG. Em
seguida as células foram recuperadas por centrifugação a 10.000 rpm por 20 min.
O sedimento contendo as células foi então ressuspendido em 1 mL de PBS 0,15
M pH 8,4 contendo 25 mg de lisozima. As bactérias foram lisadas através de três
ciclos de congelamento (gelo seco-metanol) e descongelamento (banho-maria à
37ºC) e depois sonicadas três vezes com pulsos de 30 segundos, potência de 70
% em sonicador (Fisher Scientific), intercalados por 30 segundos no gelo, para
liberação total das proteínas. As frações de proteínas solúveis e insolúveis do
lisado foram separadas após centrifugação a 9.000 rpm por 30 min a C, no
sobrenadante e no sedimento, respectivamente e ambos foram submetidos a
eletroforese em gel de poliacrilamida 10 % para confirmar a presença da proteína
recombinante P24-6xHis. A proteína foi purificada por cromatografia de afinidade
com resina de níquel, que se liga aos resíduos de histidina e foi eluída por
competição com o ácido imidoacético.
4.5.5 Expressão e purificação da proteína recombinante Sm29
O gene que codifica a proteína Sm29 do S. mansoni se encontra
subclonado no vetor de expressão pET21 em cepas de E. coli BL21 (DE3). A
expressão utilizando o pET21a foi realizada segundo o manual do fabricante
(Novagen, Madison, WI). Foi realizado um experimento piloto com apenas 100 mL
de cultura, para determinar a cinética da proteína de fusão, que foi de 5 horas. O
pré-inóculo saturado de clones contendo os genes Sm29 foram preparados em
meio LB suplementado com ampicilina, os quais foram incubados durante 16
33
horas a 37ºC ou por uma noite, sob agitação constante (200 rpm). Após o
crescimento da cultura, 100 mL de meio LB contendo 0,2 % de glicose e 100
µg/mL de ampicilina foram inoculados com 1 mL do pré-inóculo saturado de
células, contendo o plasmídeo recombinante. As células foram incubadas a 37ºC
sob agitação constante de 200 rpm até atingirem, aproximadamente 2 x 10
8
células/mL (DO
600
de aproximadamente 0,5). Neste momento, uma alíquota de 5
mL de cultura foi coletada e em seguida adicionado IPTG para uma concentração
final de 1 mM. Após incubação adicional de 5 horas, as células foram recuperadas
por centrifugação a 10.000 rpm por 20 min. O sedimento contendo as células foi
então ressuspendido em 1 mL de PBS 0,15 M pH 8,4 contendo 25 mg de
lisozima. As bactérias foram lisadas através de três ciclos de congelamento (gelo
seco-metanol) e descongelamento (banho-maria à 37ºC) e depois sonicadas três
vezes com pulsos de 30 segundos, potência de 30 % em sonicador (Fisher
Scientific), intercalados por 30 segundos no gelo, para liberação total das
proteínas. As frações de proteínas solúveis e insolúveis do lisado foram
separadas após centrifugação a 7.000 rpm por 20 min a C, no sobrenadante e
no sedimento, respectivamente e ambos foram submetidos a eletroforese em gel
de poliacrilamida 10 % para confirmar a presença da proteína recombinante
Sm29-6xHis. A proteína foi purificada por cromatografia de afinidade com resina
de níquel (Amersham, Biosciences, São Paulo), que se liga aos resíduos de
histidina e foi eluída por competição com o ácido imidoacético.
34
4.5.6 Obtenção do Antígeno Solúvel do Verme Adulto (SWAP) e do Antígeno
Solúvel do Ovo (SEA)
Preparações antigências foram obtidas do ovo (SEA), do verme adulto
(SWAP) preparadas como sobrenadante solúvel em tampão salina, de acordo
com medotologia descrita por Hirsch e colaboradores em 1996 (Hirsch e cols.
1996; Hirsch e cols. 1997).
Os antígenos SEA e SWAP foram utilizados como controles da resposta
imune nos grupos estudados.
35
4.6 Avaliação laboratorial e clínica dos indivíduos recrutados nos grupos
4.6.1 Exame parasitológico de fezes
Os indivíduos selecionados para inclusão no estudo tiveram examinadas
amostras de fezes (3 amostras), através da técnica da sedimentação espontânea
de Hoffmann-Pons-Janer para a determinação de infecção parasitária e pela
técnica de Kato-Katz para avaliação da carga parasitária (Katz e cols. 1970).
4.6.2 Avaliação da resposta imune celular
a) Obtenção de células mononucleares de sangue periférico
Células mononucleares de sangue periférico (CMSP) foram obtidas mediante
separação por gradiente de Ficoll-Hypaque e ajustadas para concentração de 3 x
10
6
células/ml em RPMI 1640, contendo 10% de soro AB
+
humano normal
inativado, penicilina 100U/mL, estreptomicina 100 µl/mL, L-glutamina 2mM, 30mM
HEPES (GIBCO BRL, Gaithersburg, MD).
As células (3 x 10
6
células/ml) foram estimuladas com os antígenos de S.
mansoni PIII, rSm22.6, rSm14, rP24, rSm29, SWAP e SEA (10 µg/mL), LPS (0.14
ng/mL), antígeno 1 do ácaro Dermatophagoides pteronyssinus (Der p1) (IPI;
ASAC) na concentração de 25µg/mL ou com o mitógeno fitohemaglutinina (PHA)
(GIBCO BRL, Gaithersburg, MD) na diluição final de 1:100. As células foram
cultivadas em placas de 24 poços, por 6, 12, 24, 48 e 72h à 37
o
C e 5% de CO
2
.
36
Após a incubação, os sobrenadantes das culturas foram coletados e mantidos a
20°C para posterior dosagem de citocinas.
b) Adição de Sulfato de Polimixina B às culturas para bloqueio da produção de
citocinas pelo LPS
As CMSP dos indivíduos foram pré-incubadas com 10 µg/mL de Sulfato de
Polimixina B (PMB) (CALBIOCHEM, Alemanha) por 30 minutos a 37
0
C, 5% CO
2,
distribuídas em placas de culturas na concentração de 3x10
6
células/mL,
conforme metodologia sugerida por Gao e colaboradores (Gao e cols. 2003a; Gao
e cols. 2003b). Em seguida adicionaram-se as proteínas recombinantes nos
poços contendo PMB e as proteínas não recombinantes nos demais poços,
segundo esquema de placas pré-estabelecido. As concentrações das proteínas
foram de 10 µg/mL e foram incubadas a 37
0
C, 5% CO
2
por 12, 24 e 48 e 72 horas.
Polimixina B (10 µg/mL) foi novamente adicionada a cada 12h de cultura.
A concentração final de 30 µg/mL de PMB é suficiente para bloquear até 50
ng/mL de LPS (Vabulas e cols., 2001).
A avaliação da viabilidade das células foi realizada em 24, 48 e 72 horas,
contando-se o número de células viáveis, após diluição 1:1 com corante de Turck.
c) Avaliação da produção de citocinas
Os níveis de IL-10, IFN-γ, IL-5, IL-13 e TNF foram determinados pela técnica
de ELISA sanduíche utilizando-se Kit comercialmente disponíveis (R&D Systems).
Uma curva padrão foi usada para expressar os resultados em pg/mL.
37
4.7 Análise dos dados
Os dados foram analisados através do software Statistical Package for Social
Science (SPSS®) versão 9. Os dados referentes à amostra da população
estudada foram apresentados através de médias aritméticas e seus respectivos
desvios padrões, ou através de porcentagens.
Testes não paramétricos foram utilizados para avaliar as diferenças nos
níveis de citocinas. Tal escolha deveu-se ao pequeno tamanho da amostra.
Foram usados o teste de Mann Whitney na comparação de níveis de citocinas
entre os grupos e o teste pareado de Wilcoxon para comparar os níveis de IL-10
em cultura de CMSP na presença ou ausência de Sulfato de Polimixina B.
Todos os testes estatísticos de hipóteses foram bi-caudais, sendo
considerados estatisticamente significantes valores de p inferiores ao nível de
significância pré-estabelecidos em 5%.
A Representação gráfica foi realizada utilizando-se o programa Prism,
versão 3.03.
38
5. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética Médica da Maternidade
Climério de Oliveira, sob Parecer/Resolução número 71/2004 (ANEXO II), e os
seus participantes foram todos voluntários que, após esclarecimentos sobre o
objetivo desta pesquisa, assinaram termo de consentimento informado (ANEXO
III). No caso de menores, o consentimento foi assinado por um dos responsáveis.
Os voluntários que participaram deste estudo doaram 20 mL de sangue para
avaliação imunológica e colheram amostras de fezes para realização de exames
parasitológicos.
A coleta de sangue foi realizada por profissionais da área de saúde
habilitados para tal. Os materiais utilizados na coleta de sangue foram
descartáveis. A coleta de sangue não oferece riscos, a não ser a possibilidade de
sangramento e formação de hematoma, o que é raro e pode ser contornado com
compressão do local. Todos os indivíduos portadores de parasitoses intestinais
foram tratados gratuitamente. Aqueles que apresentaram queixas de alergia
foram devidamente orientados com relação a medidas de controle ambiental
intradomiciliar, bem como com referência ao tratamento com drogas.
39
6. RESULTADOS
A tabela 1 mostra as características demográficas e intensidade de infecção
dos indivíduos incluídos no estudo. Não houve diferença significativa em relação à
idade e gênero entre os grupos avaliados.
Tabela 1. Características demográficas e intensidade de infecção dos indivíduos
infectados com S. mansoni e asmáticos não infectados.
Variáveis Avaliadas Grupo 1
(n=20)
Sm
Grupo2
(n=21)
Sm+Asma
Grupo3
(n=13)
Asma
Valor
de p
Idade
(mediana/faixa
etária em anos)
*
13
(6-40)
11
(6-40)
12
(7-41)
>0,05
Gênero (% masc)
**
58,0% 46,1% 55,0% >0,05
S. mansoni (ovos/ g
de fezes)
*
330 ± 298 52 ± 54 0 <0,05
*
ANOVA não paramétrica (Teste de Kruskall-Wallis)
**
Teste exato de Fisher
Grupo 1: Não Asmáticos Infectados pelo S. mansoni, residentes em área
endêmica;
Grupo 2: Asmáticos Infectados pelo S. mansoni, residentes em área endêmica;
Grupo 3: Asmáticos de área não endêmica.
40
6.1 Concentracões de LPS encontradas nos antígenos de Schistososma
mansoni avliados no estudo
Os antígenos utilizados neste estudo foram, na sua maioria, recombinantes,
clonados em cepas de E. coli e portanto, susceptíveis a contaminação pela
endotoxina presente na parede celular destas bactérias.
Inicialmente, as concentrações de LPS foram dosadas (LAL Kit-Cambrex)
nos antígenos recombinantes Sm22.6, Sm14, P24, Sm29 e no antígeno não
recombinante PIII. As concentrações de LPS, presente como contaminante no
processo de purificação destas proteínas, estão representados na Tabela 2. A
média das concentrações obtidas nas dosagens de LPS nos antígenos
recombinantes foi de 0,15 ng/mL.
Tabela 2. Concentrações de LPS nos antígenos recombinantes P24, Sm14,
Sm22.6, Sm29 e na proteína PIII do S. mansoni. A tabela mostra as
concentrações de LPS, em Unidades de Endotoxina/mL (EU/mL) e os valores
correspondentes em nanogramas/mL (ng/mL).
LPS Antígenos
Recombinantes
(EU/mL)
(ng/mL)
P24 1,35 0,135
Sm14 2,10 0,210
Sm22.6 1,32 0,132
Sm29 1,26 0,126
PIII
*
0,02 0,002
*
O antígeno PIII não é recombinante
41
6.2 Produção de IL-10 por CMSP de indivíduos asmáticos infectados e não
infectados pelo S. mansoni e infectados não asmáticos estimuladas pelo
LPS
A figura 1 mostra os níveis de IL-10 produzidos por CMSP de indivíduos
infectados pelo S. mansoni asmáticos e não asmáticos e por asmáticos não
infectados estimulados com 0,15 ng/mL de LPS em culturas de 24 horas. As
células dos asmáticos não infectados produziram baixos níveis de IL-10 (31 ± 23
pg/mL) quando comparadas aos demais grupos (p<0,05) (Firgura 1).
Figura 1. Concentrações de IL-10 produzidas por CMSP de indivíduos asmáticos
infectados e não infectados pelo S. mansoni e infectados não asmáticos,
estimuladas pelo LPS em culturas de 48 horas. Teste de Kruskal-Wallis).
0
500
1000
Schisto
Asma+Schisto
Asma
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
500
1000
Schisto
Asma+Schisto
Asma
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
*
* p<0,05
42
6.3 Neutralização dos efeitos do LPS nas culturas estimuladas com os
antígenos recombinantes pelo uso da Polimixina B
Antes de proceder ao estudo utilizando os antígenos recombinantes de S.
mansoni, foi avaliada a produção de TNF e IL-10 em culturas de indivíduos
cronicamente infectados pelo S. mansoni estimuladas com o LPS e o efeito da
adição de PMB sobra a produção destas citocinas pelas células destes indivíduos.
A produção de TNF e IL-10 em 6, 12, 24 e 48 horas de culturas estimuladas
com LPS na presença ou ausência da PMB está mostrada nas Figuras 2A e 2B,
respectivamente. Comparados com culturas sem PMB, houve uma redução nos
níveis de TNF pela adição deste antibiótico às culturas em todos os tempos
avaliados. A média dos níveis de TNF diminuiu de 758 ± 815 pg/mL para 15,6 ±
9,0 pg/mL após 6 horas de cultura (97,9% de redução, p=0,03) e de 1481 ± 1489
pg/mL para 108 ± 175 pg/mL (92,7% de redução, p=0,03), 2124 ± 966 pg/mL para
35 ± 48 pg/mL (98,3% de redução, p=0,06) e 1253 ± 1145 pg/mL para 60 ±104
pg/mL (95,2% de redução, p=0,03) em 12, 24 e 48 horas de cultura,
respectivamente (Figura 2A). Adição de PMB também resultou em modulação da
produção de IL-10 (Figura 2B). Os níveis médios de IL-10 em culturas sem PMB
foram 301 ± 314 pg/mL, 503 ± 333 pg/mL e 308 ± 410 pg/mL em 12, 24 e 48
horas de cultura, e após a adição de PMB os níveis diminuíram para 15,6 ± 9,5
pg/mL (p=0,06), 26 ± 39 pg/mL (p=0,03) e 16 ± 1,0 pg/mL (p=0,03). As reduções
na produção de IL-10 em culturas de 12, 24 e 48 horas representaram
respectivamente 95%, 94,8 e 94,9%.
43
Figura 2A. Efeito da adição de Sulfato de Polimixina B (PMB) (30µg/mL) em
CMSP de indivíduos cronicamente infectados pelo S. mansoni na produção de
TNF induzida pela estimulação com o LPS (0,15 ng/mL).
Figura 2B. Efeito da adição de PMB (30µg/mL) em CMSP de indivíduos
cronicamente infectados pelo S. mansoni na produção de IL-10 induzida pela
estimulação com o LPS (0,15 ng/mL).
0
250
500
750
1000
LPS
LPS + PMB
6h 12h 24h 48h
Tempo de cultura
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
LPS
LPS + PMB
6h 12h 24h 48h
Tempo de cultura
IL-10 (pg/mL)
0
1500
3000
3000
5000
LPS
LPS + PMB
6 h 12 h 24 h 48 h
Tempo de cultura
TNF (pg/mL)
0
1500
3000
3000
5000
LPS
LPS + PMB
6 h 12 h 24 h 48 h
Tempo de cultura
TNF (pg/mL)
44
Diante da modulação da produção de TNF e IL-10 induzida pelo LPS pela
adição de PMB às culturas, este antibiótico foi utilizado nas culturas estimuladas
com os antígenos recombinantes de S. mansoni.
A produção de TNF e IL-10 induzidas pelos antígenos recombinanantes de
S. mansoni na presença ou ausência de PMB estão mostradas nas figuras 3A, 3B
e 3C. Todas as proteínas recombinantes usadas neste estudo induziram altos
níveis de TNF, como também induziram a produção de IL-10. A figura 3A mostra
os níveis de produção de TNF e IL-10 em 6, 12, 24 e 48 horas de culturas
estimuladas com a proteína recombinante Sm22.6, enquanto que as Figuras 3B e
3C mostram os níveis destas citocinas em culturas estimuladas com os antígenos
Sm14 e P24, respectivamente. Foi observada redução variável nos níveis de TNF
de e IL-10 em todos os períodos avaliados, para todas as proteínas
recombinantes utilizadas, entretanto não houve bloqueio completo da produção
destas citocinas como observado quando o LPS foi utilizado.
45
0 12 24 36 48 60
0
500
1000
IL-10 sem PMB
IL-10 com PMB
TNF sem PMB
TNF com PMB
1000
2000
3000
4000
Tempo (h)
pg/mL
Figura 3A. Produção de TNF e IL-10 em CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com o antígeno recombinante de
S. mansoni Sm22.6 (10 µg/mL). Os dados referem-se a produção desta citocina
na ausência ou presença de Sulfato de Polimixina B (30 µg/mL) em culturas de 6,
12, 24 e 48 horas.
0 12 24 36 48 60
0
500
1000
IL-10 sem PMB
IL-10 com PMB
TNF sem PMB
TNF com PMB
1000
2000
3000
4000
Tempo (h)
pg/mL
Figura 3B. Produção de TNF e IL-10 em CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com o antígeno recombinante de
S. mansoni Sm14 (10 µg/mL). Os dados referem-se a produção desta citocina na
ausência ou presença de Sulfato de Polimixina B (30 µg/mL) em culturas de 6, 12,
24 e 48 horas.
46
0 12 24 36 48 60
0
500
1000
IL-10 sem PMB
IL-10 com PMB
TNF sem PMB
TNF com PMB
1000
2000
3000
4000
Tempo (h)
pg/mL
Figura 3C. Produção de TNF e IL-10 em CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com o antígeno recombinante de
S. mansoni P24 (10 µg/mL). Os dados referem-se a produção desta citocina na
ausência ou presença de Sulfato de Polimixina B (30 µg/mL) em culturas de 6, 12,
24 e 48 horas.
Os níveis de TNF e IL-10 foram abaixo do limite de detecção, que foi de 15,6
pg/mL em culturas não estimuladas e nas estimuladas apenas com PMB ou com
MBP. Quando as células foram estimuladas com fitohemaglutinina (PHA) houve
sempre produção de citocinas com concentrações variando de 1500 pg/mL a
4000 pg/mL para todas as citocinas avaliadas. A adição de PMB às culturas
estimuladas com PHA não bloqueou a produção de citocinas por este antígeno
(dados não mostrados).
A viabilidade das células não foi alterada pela adição de PMB, sendo de 98%
nas culturas com e sem adição de PMB.
47
Foi adicionado PMB às culturas com os antígenos recombinantes a partir
deste ponto do estudo em todos os experimentos.
6.2 Produção de Interleucina-10 por CMSP de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni
As figuras 4A, 4B e 4C mostram os níveis de IL-10 produzidos por células
mononucleares de sangue periférico de indivíduos cronicamente infectados pelo
S. mansoni, estimulados in vitro com os antígenos Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e
Sm29 de S. mansoni, além dos antígenos solúveis do verme adulto (SWAP) e do
ovo (SEA), em culturas de 24 horas de incubação.
Foi observado que todos os antígenos avaliados neste trabalho induziram a
produção de IL-10. Os antígenos PIII e P24 induziram os mais altos níveis desta
citocina (541 ± 328 pg/mL; mediana= 590 pg/mL e 518 ± 343 pg/mL; mediana=
359 pg/mL, respectivamente) (Figura 4A).
A produção de IL-10 por células não estimuladas e estimuladas pelo SWAP
e SEA na cultura de 24 horas foi baixa (48 ± 79 pg/mL, 72 ± 172 pg/mL e 63 ± 129
pg/mL, respectivamente) (Figura 4A).
A produção de IL-10 nas culturas de indivíduos infectados pelo S. mansoni
em culturas de 48 horas é mostrada na Figura 4B.
Comparando-se a produção de IL-10 nas culturas de 24 e 48 horas,
observou-se que enquanto para o antígeno Sm22.6 os níveis foram
aproximadamente 3 vezes maiores na cultura de 24 horas (158 ± 156 pg/mL;
mediana= 122 pg/mL para 24 horas e 408 ± 514 pg/mL; mediana= 273 pg/mL
48
para 48 horas), não houve diferença significativa na produção de IL-10 induzida
pelos antígenos Sm14, PIII, P24 e Sm29 (p>0,05; Teste de Kruskal-Wallis).
Os níveis de IL-10 em culturas de 48 horas o estimuladas, estimuladas
com SWAP e com o SEA foram respectivamente 58 ± 118 pg/mL, 140 ± 291
pg/mL e 28 ± 34 pg/mL (Figura 4B).
A Figura 4C mostra a produção de IL-10 por CMSP estimuladas com os
antígenos de S. mansoni avaliados neste trabalho em culturas de 72 horas. Todos
os antígenos induziram a produção de IL-10, sendo os níveis desta citocina
induzidos pelos antígenos Sm22.6 e PIII semelhantes aos observados nas
culturas de 48 horas (304 ± 240 pg/mL; mediana= 167 pg/mL e 503 ± 304 pg/mL;
mediana= 621 pg/mL, respectivamente; p>0,05). Houve um aumento na produção
de IL-10 nas culturas de 72 horas em relação às de 48 horas quando se utilizou
os antígenos Sm14 (722 ± 353 pg/mL; mediana= 774 pg/mLpara 72 horas e 401 ±
383 pg/mL; mediana= 203 pg/mLpara 48 horas) e Sm29 (794 ± 206 pg/mL;
mediana= 764 pg/mL e 371 ± 327 pg/mL; mediana= 284 pg/mLpara 48 horas).
Observou-se uma redução nos níveis de IL-10 em culturas estimuladas pelo P24,
porém sem significância estatística (p>0,05) (580 ± 468 pg/mL; mediana= 427
pg/mL em 48 horas para 474 ± 305 pg/mL; mediana= 590 pg/mL em 72 horas).
Em culturas estimuladas com o SWAP e SEA observou-se produção de IL-
10 por CMSP de alguns indivíduos, sendo os níveis médios de 130 ± 159 pg/mL e
158 ± 206 pg/mL, respectivamente.
49
Figuras 4A, B e C. Níveis de IL-10 produzidos por células mononucleares de
sangue periférico de indivíduos cronicamente infectados pelo S. mansoni
estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni em culturas de 24, 48 e 72
horas, respectivamente (A IL-10 foi dosada em sobrenadante de culturas
utilizando-se a técnica de ELISA sanduíche). As concentrações são expressas em
pg/mL e os resultados em médias ± desvio padrão.
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
Figura 4A
S. mansoni – 24 horas
Figura 4C
S. mansoni72 horas
Figura 4B
S. mansoni48 horas
50
6.3 Produção de interleucina-10 por CMSP de indivíduos asmáticos
cronicamente infectados pelo S. mansoni
As Figuras 5A, 5B e 5C mostram os níveis de IL-10 produzidos por células
mononucleares de sangue periférico de indivíduos asmáticos cronicamente
infectados pelo S. mansoni, estimulados in vitro pelos antígenos Sm22.6, Sm14,
PIII, P24 e Sm29 de S. mansoni, além do SWAP e do SEA, em diferentes tempos
de culturas (24, 48 e 72 horas).
Os níveis de IL-10 induzidos pelos antígenos avaliados em culturas de 24
horas foram mais elevados para os antígenos Sm14 (461 ± 449 pg/mL; mediana=
342 pg/mL), P24 (737 ± 463 pg/mL; mediana= 721 pg/mL) e o Sm29 (522 ± 416
pg/mL; mediana= 387 pg/ml).
Em culturas estimuladas com o SWAP, SEA e não estimuladas foram
observados níveis médios de produção de IL-10 inferiores a 100 pg/mL (Figura
5A).
A Figura 5B mostra a produção de IL-10 por CMSP estimuladas com os
antígenos de S. mansoni em culturas de 48 horas. Todos os antígenos avaliados
(Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29) induziram a produção de IL-10 em asmáticos
infectados pelo S. mansoni, sendo a produção mais elevada em culturas
estimuladas com os antígenos P24 e Sm29 (737 ± 463 pg/mL; mediana= 727
pg/mL e 522 ± 416 pg/mL; mediana= 387 pg/mL, respectivamente).
Os níveis de IL-10 não diferiram significativamente com relação às culturas
de 24 horas (p>0,05; Teste pareado de Wilcoxon).
51
Os níveis de IL-10 em culturas estimuladas com SWAP (32 ± 62 pg/mL;
mediana 15,6 pg/mL), SEA (17 ± 3 pg/mL; mediana 15,6 pg/mL) e sem estímulo
(24 ± 40 pg/mL; mediana 15,6 pg/mL) ficaram próximos ao limite inferior de
detecção (15,6 pg/mL).
A produção de IL-10 nas culturas de indivíduos asmáticos infectados pelo S.
mansoni em culturas de 72 horas é mostrada na figura 5C. Os níveis desta
citocina foram semelhantes para todos os antígenos avaliados, sendo o mais alto
observado nas culturas estimuladas com o Sm14 (529 ± 134 pg/mL; mediana=
489 pg/mL) e mais baixo para o Sm22.6 (340 ± 179 pg/mL; mediana= 329 pg/mL).
52
Figuras 5A, B e C. Níveis de IL-10 produzidos por células mononucleares de
sangue periférico de indivíduos asmáticos cronicamente infectados pelo S.
mansoni estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni em culturas de 24,
48 e 72 horas, repectivamente.
0
250
500
750
1000
Sem esmulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem esmulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem esmulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem esmulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
Il-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
Il-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
Il-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
Il-10 (pg/mL)
Figura 5A
S. mansoni + Asma – 24 horas
Figura 5B
S. mansoni + Asma – 48 horas
Figura 5C
S. mansoni + Asma – 72 horas
53
6.4 Produção de interleucina 10 por CMSP de asmáticos não infectados pelo
S. mansoni
As figuras 6A, 6B e 6C mostram os níveis de IL-10 produzidos por células
mononucleares de sangue periférico de indivíduos asmáticos não infectados pelo
S. mansoni, estimulados in vitro pelos antígenos Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29
de S. mansoni, além do SWAP e do SEA. Todos os antígenos induziram altos
níveis de IL-10, sendo que o P24 e o Sm29 induziram os maiores níveis desta
citocina (828 ± 415 pg/mL; mediana= 730 pg/mL e 891 ± 213 pg/mL; mediana=
925 pg/mL). A produção de IL-10 induzida pelo SEA e pelo SWAP e sem estímulo
foram baixas, sendo as medianas 15,6 pg/mL para todas as três condições.
A figura 6B mostra a produção de IL-10 estimulada pelos antígenos de S.
mansoni em 48 horas. A produção de IL-10 para todos os antígenos pesquisados
foi semelhante neste período. Os níveis de IL-10 para os antígenos P24 e Sm29
foram respectivamente 32% e 23% mais baixos que os observados em 24 horas.
Apenas a produção de IL-10 estimulada pelo antígeno PIII aumentou em
relação a 24 horas, passando de 483 ± 263pg/mL; mediana= 578 pg/mL para 572
± 277 pg/mL;mediana= 633, sendo este aumento considerado não significativo
estatisticamente (p>0,05; Teste pareado de Wilcoxon).
Nas culturas de 72 horas foi observado que os níveis de IL-10 reduziram em
relação aos tempos de 24 horas para todos os antígenos avaliados, a exceção do
Sm29 que, em média, manteve-se constante (891 ± 213 pg/mL em 24 horas, 681
± 501 pg/mL em 48 horas e 618 ± 191 pg/mL em 72 horas).
54
A produção de IL-10 induzida pelas culturas não estimuladas e estimuladas
pelo SWAP e pelo SEA mantiveram-se baixas em todos os períodos avaliados
(medianas 15,6 pg/mL para todos os períodos) (Figura 6C).
PHA foi utilizada nas culturas de todos os antígenos e nos tempos avaliados,
tendo sido observado alta produção de IL-10 (concentrações médias acima de
1500 pg/mL) em todos os grupos (dados não mostrados).
55
Figuras 6A, B e C. Níveis de IL-10 produzidos por células mononucleares de
sangue periférico de indivíduos asmáticos não infectados pelo S. mansoni
estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni em culturas de 24 horas
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
Sem estímulo
SWAP
SEA
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
0
250
500
750
1000
1000
1500
IL-10 (pg/mL)
Figura 6A
Asma – 24 horas
Figura 6B
Asma – 48 horas
Figura 6C
Asma – 72 horas
56
6.5 Cinética da produção de IL-10 por CMSP nos grupos estudados
As Figuras 7A, 7B e 7C mostram, em resumo as cinéticas de produção de IL-
10 por CMSP de indivíduos cronicamente infectados pelo S. mansoni, não
asmáticos e asmáticos e por indivíduos asmáticos não infectados,
respectivamente. Os pontos representam as médias das concentrações de IL-10
(pg/mL). Enquanto que os níveis de IL-10 permaneceram estáveis ou
aumentaram com o tempo em cultura nos indivíduos infectados pelo S. mansoni
(Figura 7A), nos indivíduos asmáticos não infectados houve uma diminuição da
produção desta citocina nas culturas de 48 e 72 horas (figura 7C). Em asmáticos
infectados os níveis de IL-10 diminuíram após 48 horas de cultura, voltando a se
elevar após 72 horas (Figura 7B).
0 24 48 72
0
250
500
750
1000
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
Tempo (h)
IL-10 (pg/mL)
Figura 7A. Cinética de produção de IL-10 por células de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com os antígenos de S. mansoni
avaliados neste estudo
57
0 24 48 72
0
250
500
750
1000
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
Tempo (h)
IL-10 (pg/mL)
Figura 7B. Cinética de produção de IL-10 por células de indivíduos asmáticos
cronicamente infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com os antígenos
de S. mansoni avaliados neste estudo
0 24 48 72
0
250
500
750
1000
Sm22.6
Sm14
PIII
P24
Sm29
Tempo (h)
IL-10 (pg/mL)
Figura 7C. Cinética de produção de IL-10 por células de indivíduos asmáticos não
infectados pelo S. mansoni estimulados in vitro com os antígenos de S. mansoni
avaliados neste estudo
58
6.6 Produção de Interferon-γ
γγ
γ, Interleucina-5 e Interleucina-13 por CMSP
estimuladas com os antígenos de S. mansoni
Foram avaliadas as produções de IFN-γ e IL-5 por CMSP de indivíduos
asmáticos infectados ou não pelo S. mansoni.
As figuras 8A, 8B e 8C mostram a produção de IFN-γ nos três grupos
avaliados. A produção desta citocina foi, de um modo geral, baixa em todos os
grupos e com todos os antígenos avaliados, sendo que os antígenos P24 e Sm29
foram os que induziram níveis mais elevados de IFN-γ.
59
Figura 8A, B e C. Níveis de IFN-γ (pg/mL) produzidos por CMSP de indivíduos
cronicamente infectados pelo S. mansoni, asmáticos ou não e asmáticos não
infectados, respectivamente, estimuladas in vitro com os antígenos de S. mansoni
em culturas de 72 horas (n=9).
Figura 8A
S. mansoni
Figura 8B
S. mansoni + Asma
Figura 8C
Asma
0
50
100
150
200
Meio
SWAP
SEA
Sm22
Sm14
PIII
P24
Sm29
200
500
IFN-
γ
γ
γ
γ
(pg/mL)
0
50
100
150
200
200
500
IFN-
γ
γ
γ
γ
(pg/mL)
0
50
100
150
200
200
500
IFN-
γ
γ
γ
γ
(pg/mL)
60
Os níveis de IL-5 ficaram abaixo do limite de detecção (15,6 pg/mL) em
culturas de células de indivíduos asmáticos estimuladas por todos os antígenos
(não mostrado). Nas culturas estimuladas com Der p1 a concentração desta
citocina foi 198 ± 319 pg/mL.
A produção de IL-13 também foi avaliada em células de asmáticos não
infectados estimuladas pelos antígenos PIII, Sm22.6 e P24 (Figura 9). As
concentrações desta citocina foram 81 ± 67 pg/mL, 68 ± 60 pg/mL e 55 ± 49
pg/mL, para os três antígenos respectivamente. Em culturas estimuladas com o
Der p1 observou-se mais elevada concentração de IL-13 (114 ± 67 pg/mL), porém
sem significância estatística (p>0,05). Quando comparado com a cultura não
estimulada, a concentração de IL-13 foi significantemente maior apenas na cultura
estimulada com Der p1 (p<0,05).
* P<0,05
Figura 9. Níveis de IL-13 (pg/mL) produzidos por CMSP de indivíduos asmáticos
não infectados pelo S. mansoni estimuladas in vitro com os antígenos PIII,
Sm22.6 e P24 de S. mansoni em culturas de 72 horas (n=7; Teste de Kruskal-
Wallis).
0
50
100
150
200
250
Sem estímulo
Sm22.6
PIII
P24
Derp 1
IL-13 (pg/mL)
0
50
100
150
200
250
Sem estímulo
Sm22.6
PIII
P24
Derp 1
IL-13 (pg/mL)
*
0
50
100
150
200
250
Sem estímulo
Sm22.6
PIII
P24
Derp 1
IL-13 (pg/mL)
0
50
100
150
200
250
Sem estímulo
Sm22.6
PIII
P24
Derp 1
IL-13 (pg/mL)
0
50
100
150
200
250
Sem estímulo
Sm22.6
PIII
P24
Derp 1
IL-13 (pg/mL)
0
50
100
150
200
250
Sem estímulo
Sm22.6
PIII
P24
Derp 1
IL-13 (pg/mL)
*
61
6.7 Efeito da adição de antígenos de S. mansoni sobre a produção de IL-10
induzida pelo Der p1
As Figuras 10A, 10B e 10C mostram o efeito da adição dos antígenos PIII,
P24 e Sm22.6 do S. mansoni na produção de IL-10 por CMSP de asmáticos não
infectados (n=7) estimulados com o antígeno 1 de Dermatophagoides
pteronissinus (Der p1).
Foi observado que a adição dos antígenos PIII, rP24 e rSm22.6 resultou no
aumento da produção de IL-10 por células de asmáticos não infectados (Figuras
10A, B e C, respectivamente).
62
Figura 10A, B e C. Níveis de IL-10 em culturas de CMSP de asmáticos não
infectados estimuladas com Der p1 na presença ou ausência dos antígenos PIII,
Sm22.6 e P24, respectivamente. Culturas de 48 horas, n=7; p<0,05; Teste
pareado de Wilcoxon.
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
0
500
1000
1500
Der p1 PIII + Der p1
IL-10 (pg/mL)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
0
500
1000
1500
Der p1 Sm22.6 + Der p1
IL-10 (pg/mL)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5
0
500
1000
1500
Der p1 Der p1 + P24
IL-10 (pg/mL)
Figura 10A
PIII
Figura 10B
Sm22.6
Figura 10C
P24
63
7. DISCUSSÃO
Estudos vêm demonstrando que a infecção pelo Schistosoma mansoni
previne a atopia (Araujo e cols. 2000; van den Biggelaar e cols. 2001; Medeiros e
cols. 2003) e o desenvolvimento de doenças auto-imunes (Cooke e cols. 1999; La
Flamme e cols. 2003). Estes estudos sugerem que a IL-10 possa estar envolvida
no processo de modulação da resposta imune exacerbada observada nestas
doenças. No presente estudo, os antígenos de S. mansoni Sm14, Sm22.6, Sm29,
P24 e PIII induziram a produção de IL-10 por células de indivíduos infectados pelo
S. mansoni e também por células de asmáticos não infectados.
Células de indivíduos asmáticos produzem baixos níveis de IL-10 quando
estimuladas com o Derp p1 (Araujo e cols. 2004), e no presente estudo foi
demonstrado que células destes indivíduos também produzem baixos níveis de IL-
10 quando estimuladas com o LPS, concordando com os achados de Borish e
colaboradores (Borish e cols. 1996). Entretanto foi observada produção desta
citocina quando células de asmáticos foram estimuldas in vitro com os antígenos
de S. mansoni.
Antígenos de S. mansoni induzem a produção de IL-10 (Gazzinelli e cols.
1992; Williams e cols. 1994; Araujo e cols. 1996; Finkelman e cols. 1997; Mwatha
e cols. 1998) e existem evidências de que a IL-10 modula a resposta imune
envolvida na patogênese das doenças alérgicas (Royer e cols. 2001; Araujo e
cols. 2004). Outros estudos também demonstram que a IL-10 tem papel protetor
na asma, sendo produzida em pacientes que se beneficiam com o uso da
imunoterapia com alérgenos (Akdis e cols. 1998) e com corticosteróides
inalatórios (John e cols. 1998). Estes achados justificariam a busca da
64
identificação de antígenos de S. mansoni capazes de induzir a produção de IL-10
por células de asmáticos, na tentativa de futuro desenvolvimento de uma vacina
capaz de prevenir a asma. Os medicamentos disponíveis para o controle da asma
levam a efeitos colaterais muitas vezes importantes e o tratamento tardio está
associado com o maior grau de irreversibilidade das vias aéreas (Seiroos e cols.
1995), embora não haja comprovação de que o tratamento farmacológico, mesmo
introduzido precocemente, seja capaz de impedir o declínio da função pulmonar.
A escolha dos antígenos de S. mansoni Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29
para serem utilizados neste estudo decorreu do fato de todos eles serem
localizados na membrana e/ou tegumento do verme adulto. Proteínas secretadas
ou localizadas na superfície de Schistosoma sp, que estão em íntimo contato com
os tecidos do hospedeiro são mais eficazes em desencadear processos
imunorregulatórios, possivelmente como mecanismo de escape do sistema imune
(Simpson e cols. 1990). A maioria dos antígenos associados à membrana
presentes no tegumento do S. mansoni não apresenta reatividade cruzada com
antígenos do ovo, os quais estão envolvidos na imunopatologia associada a esta
doença (Simpson e cols. 1990). Adicionalmente, contribuiu para a escolha destes
antígenos a capacidade dos mesmos em induzirem a produção de IL-10 por
células de indivíduos cronicamente infectados pelo S. mansoni (Brito e cols. 2000;
Al-Sherbiny e cols. 2003; Pacifico e cols. 2005).
Quatro dos antígenos utilizados neste trabalho são proteínas recombinantes.
Sabe-se que o uso das proteínas recombinantes em imunologia representa uma
importante ferramenta na pesquisa. Essas proteínas têm sido utilizadas para
compreensão dos mecanismos de resistência e susceptibilidade do hospedeiro
65
para doenças parasitárias e possuem o potencial para serem usadas como
vacinas.
A produção da maioria das proteínas recombinantes é feita através da
clonagem em vetores de Escherichia coli contendo o cDNA com o plasmídio para
a proteína desejada. Uma limitação comum deste processo é a contaminação da
proteína recombinante com endotoxina (Salek-Ardakani e cols. 2002). A presença
do LPS, mesmo em pequenas concentrações, é capaz de induzir a produção de
TNF e IL-10 (Gao e cols. 2003a; Gao e cols. 2003b). A IL-10 é uma importante
citocina reguladora da resposta inflamatória que deve surgir neste caso para
modular os efeitos do TNF (Gerard e cols. 1993).
Muitos trabalhos publicados até o momento utilizando proteínas
recombinantes clonadas em E. coli não chamam atenção para o fato de que a
indução da resposta imune por estas proteinas pode ser, em grande parte, devido
à contaminação com o LPS.
Existem alguns métodos de purificação de proteínas contaminadas com o
LPS, mas com limitada eficácia (Salek-Ardakani e cols. 2002). O peptídeo natural
Polimixina B é um potente antibiótico que liga e neutraliza o LPS, prevenindo
desta forma o choque séptico (Corrigan e cols. 1971; Corrigan e cols. 1979). A
adição de PMB às culturas de macrófagos murinos mostrou ser capaz de bloquear
a produção de TNF pelos macrófagos estimulados pelo LPS presente como
contaminante em proteínas recombinantes (Gao e cols. 2003a; Gao e cols.
2003b).
Inicialmente foi avaliado neste estudo o efeito da PMB em modular a
produção de TNF e IL-10 em culturas de células de indivíduos cronicamente
infectados pelo S. mansoni estimuladas pelo LPS. Foi escolhida a concentração
66
de 0,15 ng/mL de LPS para estimular as células in vitro pois esta foi a média das
concentrações de LPS encontradas nas proteínas recombinantes avaliadas e, a
concentração de 30µg/mL de PMB para o bloqueio da ação do LPS, com base em
estudo que demonstrou que esta concentração foi suficiente para bloquear a ação
de até 50 ng de LPS (Vabulas e cols. 2001).
O uso de PMB em culturas estimuladas com o LPS aboliu completamente a
produção tanto do TNF quanto da IL-10. Nas culturas estimuladas com os
antígenos Sm22.6, Sm14 e P24 mesmo com a adição de PMB não se observou
bloqueio total da produção destas citocinas, sugerindo serem estes antígenos
capazes de induzir a produção de IL-10 e TNF por células de indivíduos
cronicamente infectados pelo S. mansoni. A partir destes achados todos os
ensaios com proteínas recombinantes foram realizados na presença de PMB.
Os antígenos de S. mansoni, Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29 estimularam a
produção de IL-10 não apenas por células de indivíduos cronicamente infectados
pelo S. mansoni, mas de asmáticos não infectados. Enquanto que os antígenos
SWAP e SEA induziram a produção de IL-10 nos indivíduos infectados pelo S.
mansoni.
Foram observadas baixas produções de IL-5, IL-13 e IFN-γ nas culturas de
células destes indivíduos estimuladas pelos antígenos de S. mansoni, o que é
uma vantagem, considerando que estas citocinas estão relacionadas à patogenia
da asma.
Avaliando-se a cinética de produção de IL-10, obsevou-se que, nos grupos
de indivíduos infectados pelo S. mansoni a produção desta citocina foi maior na
cultura de 72 horas, quando comparada com a de 24 horas, quando foram
utilizados os antígenos Sm22.6, Sm14 e Sm29. As concentrações de IL-10 foram
67
semelhantes nestes dois tempos de cultura quando as células foram estimuladas
com os antígenos PIII e P24. Embora em menores proporções, os antígenos
Sm22.6 e Sm14, além do PIII, também induziram maior produção de IL-10 no
tempo de 72 horas de cultura de células de asmáticos infectados pelo S. mansoni,
enquanto que para o Sm29 não houve mudança no padrão de indução de IL-10 e
para o P24 houve uma diminuição de produção desta citocina na cultura de 72
horas.
Diferente do observado para as culturas de células de indivíduos infectados
houve uma maior produção de IL-10 em culturas de 24 horas, quando
comparadas com as de 72 horas, em culturas de células de asmáticos não
infectados, para todos os antígenos avaliados neste estudo. Isso sugere que a IL-
10 deve ter sido produzida por células da resposta imune inata ou células
regulatórias nestes indivíduos.
Sabe-se que na infecção pelo S. mansoni a IL-10 é produzida tanto por
células da resposta imune inata, quanto por células T específicas e células
regulatórias (Hesse e cols. 2004), o que poderia justificar a ausência de
uniformidade nos tempos de indução desta citocina pelos diferentes antígenos do
parasita no grupo de infectados.
Algumas das recém descritas células regulatórias, as células TCD4+CD25+ e
T regulatória 1 (Tr1), são produtoras de altas concentrações de IL-10 (Asano e
cols. 1996; Francis e cols. 2003). Em modelo experimental de asma, foi observado
que tanto para o desenvolvimento quanto para a função das células T regulatórias
é necessário a presença de IL-10 e da co-estimulação envolvendo ICOS, um
membro da família CD28 (Akbari e cols. 2002). Além disso, células T regulatórias
induzidas pela exposição das células dendríticas a alérgenos produzem IL-10 e
68
expressam altos níveis de ICOS ligante que, potencialmente, inibem o
desenvolvimento de inflamação das vias aéreas e a hiperreatividade brônquica em
modelo experimental de asma (Akbari e cols. 2002).
Enquanto que existem vários estudos avaliando as funções das células
regulatórias nas alergias, pouco se conhece sobre as funções destas células nas
infecções por helmintos. Na esquistossomose experimental, células T regulatórias
produtoras de IL-10 reduzem a morbidade da doença e prolongam a sobrevivência
do parasita (Hesse e cols. 2004; McKee e cols. 2004). Certamente estas células
devem participar da modulação da resposta imune no sentido de permitir a
sobrevida do hospedeiro e perpetuação do parasita.
Em 1989 Charles Janeway demonstrou que o sistema imune inato pode
reconhecer padrões moleculares (PAMPs) conservados em múltiplos patógenos
(Janeway 1989). Este trabalho encontrou apoio no estudo que identificou
glicolipídeos (GLS) e lisofosfatidilserina (lyso PS) como moléculas capazes de
ativar células do sistema imune inato pela ligação de PAMPs aos receptores “Toll-
like” 2 (TLR-2) (van der Kleij e cols. 2002). O papel de PAMPs derivados do S.
haematobium tem sido avaliados em indivíduos não primados e em indivíduos
cronicamente infectados pelo parasita. Nos indivíduos infectados observou-se
uma resposta a estes antígenos com baixa produção de citocinas, ao passo que
naqueles não infectados houve uma alta produção de citocinas em resposta a
estimulação antigênica (Yazdanbakhsh e cols. 2001). Estes resultados indicam
que a exposição crônica aos helmintos pode afetar a responsividade celular aos
PAMPs derivados destes parasitas (van der Kleij e cols. 2004).
Outros estudos demonstraram que o TLR-4 é necessário para o
desenvolvimento da resposta imune do tipo Th2. Células TCD4
+
de camundongos
69
cujas células dendríticas são deficientes em TLR-4 produzem baixos níveis de IL-4
e IL-5 após estimulação, e diminuem a inflamação in vitro quando administradas
no pulmão de camundongos. Isto deveu-se a inabilidade destas células em
maturar e induzir a resposta Th2 (Dabbagh e cols. 2002; Dabbagh e cols. 2003).
O antígeno LNFPIII, um carboidrato encontrado no SEA, promove a resposta
Th2 in vivo e, conjugado a um adjuvante como a albumina humana (HSA),
promove o recrutamento de macrófagos moduladores (Okano e cols. 2001). O
antígeno LNFPIII-Dex, definido como um PAMP, dirige in vitro a diferenciação de
células dendríticas não primadas para o tipo 2 (CD2), por uma via dependente de
TLR-4 e independente da sinalização pelo MyD88, mecanismo diferente do
induzido pelo LPS (Thomas e cols. 2003). Mecanismos semelhantes talvez
possam explicar o fato de células de asmáticos não infectados terem produzido IL-
10 em resposta aos antígenos de S. mansoni e não em resposta ao LPS. o se
pode, entretanto afastar a hipótese de que as células destes indivíduos estariam
reconhecendo antígenos do S. mansoni através de reações cruzadas com outros
antígenos presentes no lúmem intestinal, o que levaria ao desenvolvimento de
células regulatórias.
Em apoio aos achados deste trabalho que observou produção de IL-10 por
células de asmáticos não infectados, foi demonstrado que o antígeno de S.
mansoni, fosfatidilserina (PS), mas não o antígeno solúvel do ovo, SEA estimulou
o TLR-2 em indivíduos não primados (van der Kleij e cols. 2002), o que refoça a
suposição de que a IL-10 produzida em resposta à estimulação dos antígenos de
S. mansoni no presente estudo pode ter decorrido via estimulação de TLR-2.
Existem poucos dados na literatura avaliando o papel dos receptores “Toll-
like” no reconhecimento de proteínas. Vabulas e colaboradores, em 2001,
70
demonstraram que a proteina HSP60 é reconhecido pelo TLR-2 (Vabulas e cols.
2001).
Existe grande homologia entre epítopos de alguns antígenos nas diferentes
espécies de Schistosoma e até entre outros parasitas, a exemplo do Sm14 do S.
mansoni com o Fh15 da F. hepatica. Estas homologias poderiam representar uma
forma de padrões” para o reconhecimento pelo sistema imune inato do
hospedeiro de proteínas destes parasitas.
Estudos como o realizado neste trabalho que avaliam o potencial de
antígenos parasitários em induzir mecanismos modulatórios da resposta
inflamatória alérgica, fornecerão subsídios para o desenvolvimento de novas
estratégias para o tratamento de doenças que cursam com a ativação excessiva
ou inapropriada da resposta imune (Goodridge e cols. 2005).
71
8. SUMÁRIO DOS RESULTADOS
1) Os antígenos de S. mansoni avaliados neste estudo (PIII, rSm22.6, rP24,
rSm14 e rSm29) induziram a produção da Interleucina-10 in vitro por
células mononucleares de sangue periférico de asmáticos não infectados
pelo Schistosoma mansoni, sendo o P24 e o Sm29 os maiores indutores
da produção de IL-10 por células destes indivíduos;
2) A indução de IL-10 foi observada também por células de indivíduos
infectados pelo S. mansoni, asmáticos ou não;
3) Não foi observada a produção de IL-10 quando as células de asmáticos
não infectados foram estimuladas com o SWAP, SEA e com o LPS;
4) Os antígenos avaliados não induziram a produção de IL-5 e induziram
baixos níveis de IL-13 e IFN-γ por células de asmáticos não infectados;
5) A adição dos antígenos PIII, Sm22.6 e P24 às culturas de células de
asmáticos não infectados estimuladas pelo Der p1 resultou em aumento
nos níveis IL-10.
9. CONCLUSÕES
Os antígenos Sm22.6, Sm14, PIII, P24 e Sm29 de S. mansoni avaliados induzem
IL-10 e baixas produções de IL-5, IL-13 e IFN-γ por células de asmáticos, podendo
ser utilizados futuramente na prevenção e tratamento de doenças alérgicas.
72
10. PERSPECTIVAS DE ESTUDO
1. Caracterizar a resposta imunológica específica para os antígenos
recombinantes de S. mansoni indutores de IL-10 (Sm22.6, P24 e PIII) in
vitro por células de indivíduos asmáticos, através da avaliação da produção
de citocinas do tipo Th1 (IFN-γ), Th2 (IL-4, IL-5 e IL-13) e anti-inflamatórias
(TGF-β e IL-10);
2. Avaliar a capacidade dos antígenos de S. mansoni PIII, Sm22.6 e P24 em
modularem a resposta imune in vitro, específica para aeroalérgeno (a
produção de IL-4, IL-5 e IL-13) em indivíduos asmáticos não infectados
pelo S. mansoni;
3. Identificar os fenótipos das células produtoras de IL-10 em culturas
estimuladas com os antígenos de S. mansoni nos asmáticos não
infectados;
4. Testar os antígenos recombinantes do S. mansoni Sm22.6, P24 e o PIII
com relação a capacidade de modular a hiperreatividade brônquica em
camundongos sensibilizados e desafiados com ovalbumina.
73
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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mouse peritoneal cavity." J Immunol 157(1): 377-84.
90
12. ANEXOS
ANEXO I – QUESTIONÁRIO ISAAC
91
SERVIÇO DE IMUNOLOGIA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. EDGARD SANTOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
NOME:__________________________________________________________________
Endereço:__________________________________________________________
Número de Inclusão : ___________________DATA : ____/_____/____
IDADE: ________DATA DE NASCIMENTO: ___/___/___ ( ) MASC ( ) FEM.
NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO : (RENDA FAMILIAR)
( ) ATÉ UM SALÁRIO MÍNIMO ( ) ENTRE 5 E 10 SALÁRIOS MÍNIMOS
( ) ENTRE 1 E 2 SALÁRIOS MÍNIMOS ( ) MAIS DE 10 SALÁRIOS MÍNIMOS
( ) ENTRE 2 E 5 SALÁRIOS MÍNIMOS
Quantos habitantes na casa: ___________________________________________________
Tabagismo
Outros tabagistas na casa
Sim ( ) Não ( )
Quantidade: _____cigarros / Tempo:___ ( )meses ( )anos
Sim ( ) Não ( ) Quantos:_____
Fogão à lenha: Sim ( ) Não ( )
Diesel
Sim ( ) Não ( )
Grãos
Sim ( ) Não ( )
Polens
Sim ( ) Não ( )
Outros poluentes Sim ( ) Não ( )
Quais:______________________________________________
92
QUESTIONÁRIO I
1. Alguma vez na vida teve chiado no peito ou falta de ar (cansaço) ?
( ) Sim ( ) Não
caso a resposta seja NÃO, passe para a pergunta numero 6.
2. Nos últimos 12 (doze) meses, você teve chiado no peito ou falta de ar (cansaço) ?
( ) Sim ( ) Não
3. Nos últimos 12 (doze) meses, você teve quantas crises de chiado no peito ou de falta de ar ?
( ) nenhuma crise
( ) 1 a 3 crises
( ) 4 a 12 crises
( ) mais de 12 crises
4. Nos últimos 12 (doze) meses, você acordou a noite com chiado no peito ou com falta de ar?
( ) nenhuma
( ) menos de uma noite por semana
( ) uma ou mais noites por semana
5. Nos últimos 12 (doze) meses, seu chiado no peito ou falta de ar, foi tão forte, a ponto de
impedir que você falasse normalmente ?
( ) Sim ( ) Não
6. Nos últimos 12 (doze) meses, você teve chiado no peito ou falta de ar, após exercícios físicos?
( ) Sim ( ) Não
7. Nos últimos 12 (doze) meses, você tem tido crises de tosse seca, à noite, sem estar gripado ou
com infecção respiratória ?
( ) Sim ( ) Não
93
QUESTIONÁRIO II
1. Qual a freqüência de suas gripes ou resfriado ?
( ) uma ou duas por ano.
( ) uma vez por mês.
( ) mais de uma vez por mês
2. Alguma vez na vida você teve problema de espirros, coriza (corrimento nasal), coceira ou
obstrução nasal, quando não estava resfriado ou gripado ?
( ) Sim ( ) Não
3. Em qual dos últimos 12 (doe) meses este problema ocorreu ?
( ) Janeiro ( ) Maio ( ) Setembro
( ) Fevereiro ( ) Junho ( ) Outubro
( ) Março ( ) Julho ( ) Novembro
( ) Abril ( ) Agosto ( ) Dezembro
4. Nos últimos 12 (doze) meses, quantas vezes suas atividades diárias foram atrapalhadas por
esses sintomas nasais (espirros, coriza, coceira ou entupimento) ?
( ) nenhuma
( ) pouco (alguns minutos ou poucas horas do dia)
( ) moderado (uma parte do dia – manha, tarde ou noite)
( ) muito (sintomas diários e constantes)
5. Quando você tem contato com poeira, mofo ou cheiro forte, você tem coceira, espirros ou
coriza ?
( ) Sim ( ) Não
6. Quando isso acontece você tem coceira nos olhos ou coceira na garganta ?
( ) Sim ( ) Não
94
QUESTIONÁRIO III
1. Alguma vez na vida você teve irritações ou coceira na pele (eczema), que apareciam e
desapareciam por pelo menos, mais de uma vez por ano ?
( ) Sim ( ) Não
2. Alguma vez essas manchas com coceira (eczema) afetaram algum desses seguintes locais :
dobras dos cotovelos, atrás do joelho, na frente dos tornozelos, abaixo das nádegas ou em volta
do pescoço, orelhas ou olhos ?
( ) Sim ( ) Não
3. Quando bebê, você apresentava brotoejas ou assaduras de difícil controle em pescoço,
bochechas, atrás das orelhas, ou na área das fraldas?
( ) Sim (....) Não
QUESTIONÁRIO IV
1. Alergia a medicamentos, bebidas ou alimentos ?
( ) Sim ( ) Não Qual: ____________________________________
2. Algum familiar direto ( PAI, MÃE, IRMÃO, FILHOS, AVÓS OU TIOS ) apresenta alguma
manifestação alérgica ( ASMA, RINITE, URTICÁRIA OU DERMATITE ) ?
( ) Sim ( ) Não Qual: _________________________________
3. Nos últimos 15 dias fez uso de algum tipo de medicamento para a sua doença ?
( ) Sim ( ) Não Qual: ____________________________________
4. Você tem alguma outra doença que necessita uso de medicamentos ?
( ) Sim ( ) Não Qual: _____________________________
OBSERVAÇÕES A CRITÉRIO DO MÉDICO :
95
ANEXO II – SUBMISSÃO E APROVAÇÃO PELO COMITÊ DE ÉTICA
96
97
98
99
ANEXO III – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
100
SERVIÇO DE IMUNOLOGIA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROF. EDGARD SANTOS – UFBA
Rua Augusto Viana, s/n – Canela – CEP 40140.000 – Salvador-BA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O presente estudo tem a finalidade de avaliar a associação entre a asma e a infecção por
helmintos e você está sendo selecionado para participar deste estudo, na condição de voluntário.
Esta participação, implica na sua concordância em submeter-se, periodicamente, durante um
ano, aproximadamente, a exames para determinar a presença de alergia e parasitoses, que
consistem em: responder a um questionário com perguntas sobre alergias, submeter-se a exames
clínicos, além da coleta de amostras de sangue e de amostras de fezes.
Serão colhidas amostras de 20mL de sangue venoso, com o auxílio de seringas e agulhas
descartáveis. Pretendemos dosar no sangue a presença de algumas proteínas que podem se elevar
ou não nas doenças alérgicas e parasitárias após estimulação com as proteínas do S. mansoni a
serem testadas. Quando da marcação do dia do exame, o voluntário receberá os frascos coletores de
fezes, que deverão ser devolvidos, para que possamos realizar os exames parasitológicos.
As pessoas que se submeterem aos exames receberão, se desejarem, os resultados
dos mesmos. No caso de detectarmos a presença de parasitas intestinais, você será tratado
gratuitamente e, no caso de observarmos a presença de doença alérgica, você receberá
instruções para o tratamento da mesma.
Qualquer dúvida que você tenha sobre o que está escrito neste consentimento ou sobre os
procedimentos que constam desse projeto de pesquisa, poderá entrar em contato com Dra. Maria
Ilma Araujo, coordenadora do projeto, médica do Serviço de Imunologia do HUPES-UFBA, Rua
Augusto Viana, s/n Canela, telefone (071)237-7353, ou com o Comide Ética em Pesquisa do
Ambulatório Magalhães Neto, na pessoa do Dr. Antônio Barata, no endereço Rua Padre Feijó, 240
- Canela. Caso você decida deixar de participar do estudo em qualquer momento, mesmo depois de
assinar este consentimento, você continuará, sem prejuízos, sendo acompanhado pelo Serviço de
Imunologia.
Afirmo que compreendi o que está escrito acima e concordo em participar deste projeto de
pesquisa, voluntariamente. _________________________, _____/_____/_____.
Assinatura: __________________________________________ Ficha n.º: __________
N
ome:______________________________________________________________
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