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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Análise da Avifauna da RPPN Rio dos Pilões (Santa Isabel, SP),
visando à conservação das espécies de um "Hotspot" da Mata
Atlântica
Luccas Guilherme Rodrigues Longo
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestre em Recursos Florestais, com opção em
Conservação de Ecossistemas Florestais
Piracicaba
2007
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Luccas Guilherme Rodrigues Longo
Biólogo
Análise da Avifauna da RPPN Rio dos Pilões (Santa Isabel, SP), visando à
conservação das espécies de um "Hotspot" da Mata Atlântica
Orientador:
Prof. Dr. ÁLVARO FERNANDO DE ALMEIDA
Dissertação apresentada para obtenção do título
de Mestre em Recursos Florestais, com opção em
Conservação de Ecossistemas Florestais
Piracicaba
2007
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Longo, Luccas Guilherme Rodrigues
Análise da Avifauna da RPPN Rio dos Pilões (Santa Isabel, SP), visando à
conservação de um “Hotspot” da Mata Atlântica / Luccas Guilherme Rodrigues
Longo. - - Piracicaba, 2007.
134p. : il.
Dissertação (Mestrado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2007.
Bibliografia.
1. Áreas de conservação 2. Aves 3. Avifauna 4. Biodiversidade 5. Conservação
biológica 6. Fragmento florestal 7. Habitat 8. Mata Atlântica 9. Reservas naturais
I. Título
CDD 634.94
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
Aos meus avós,
Yonne Martins Rodrigues e Nelson de Souza Rodrigues
que com muito amor e sabedoria contribuíram para minha formação.
Dedico
4
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador e eterno mestre Álvaro Fernando de Almeida pela confiança
creditada, pelos conhecimentos e oportunidades oferecidos, e acima de tudo pela
sincera amizade.
À Empresa Biométrica Avaliações Biológicas e Manejo Ambiental pelo apoio e
confiança, em especial aos amigos latino-piracicabanos Ana Georgina Perez (Gina) e
Carlos Alberto Perez.
À CAPES pelo apoio financeiro.
Aos ilustres ornitólogos Edwin Willis, Wesley Silva, Luis Fábio Silveira e Fábio
Dário pelas inúmeras dúvidas respondidas por e-mail, e ao Alexandre Almeida pelas
críticas e sugestões que enriqueceram esse trabalho.
Ao André Eterovic pelas idéias e sujestões para tratamento dos meus dados,
mas que ficarão para o doutorado.
À Catarina e a todo pessoal da Secretaria do Depto de Ciências Florestais pela
dedicação e ajuda.
Ao Professor e Coordenador do Programa de Recursos Florestais José
Leonardo de Moraes Gonçalves por sempre ter destacado a responsabilidade do
cientista perante a academia e a sociedade.
À Silvia e a Eliana, funcionárias da biblioteca central, pelas correções com
dedicação e bom humor.
À Gisela, funcionária altamente qualificada do xerox do Calq, pela atenção e
pelos quebra-galhos.
À Associação dos Proprietários da Reserva Ibirapitanga (APRI) por permitirem
que um humilde biólogo perambulasse por suas áreas atrás de “passarinhos”, e a todos
os funcionários da Reserva, principalmente ao Arlindo, Isabel e Hernandez pela força,
compania e prosas regadas com café.
Aos meus grandes companheiros de viagem, Patrícia, Rose, Renata, Salim e é
claro a minha Mari, pelos papos, conselhos, criações culinárias e brincadeiras no meio
do mato.
5
Aos amigos Amarelo, Tabebuia, Inguia, Mariana Schroter, Nathi, Luís, Gi, Xell e
Soninha pela paciência nas redes enquanto eramos atacados por pernilongos e
mutucas famintas.
À Professora Teresa Cristina Magro pelos ensinamentos e amizade.
Ao pessoal da “salinha da pós” pelos incentivos e ajuda. E ao amigo Bruno
Zaneti pelos papos sobre música e conservação.
A todos os amigos do “Clube da Pamonha”: Jesus, Douglas, João, Xell, Mi,
Marizinha, Roger, Mariblue, Ciça, Maryellow, André, Rose, Gi e Victor pelas
memoráveis baladas.
Ao amigo Salim pelo companheirismo, ajuda e por ter aceitado participar do
meu primeiro “curta-metragem” sobre a biologia e ecologia dos ogros (Homo ogrinos).
Às minhas grandes amigas Michelle, Giselle e Renata por terem tornando a
pós-graduação uma experiência fantástica e inesquecível, onde além do conhecimento,
saio levando três eternas amizades.
À minha “irmãzinha japa-penapolense” Renata Uesugui Carmona pela
amizade, companhia, carinho e por estar comigo em todas!
A todos os Longos e Rodrigues pelas alegrias compartilhadas.
Aos meus prezados sogros, Luiz Fernando e Maria Inês por terem colocado a
Mari ao mundo, pelos incentivos e pelos saborosos pratos de segunda, terça, quarta....e
domingo. Ah! E ao meu cunhado, Luiz (Tato) pela amizade.
À minha avó Yonne pelo carinho e pelas orações, e ao meu avô Nelson por ter
me tornado um naturalista apaixonado.
Aos melhores pais do mundo, Fausto e Jocelynne pela educação, amor,
entusiasmo e por nunca terem negado colo ao filho mais velho. Se conquistei essa
etapa da vida, devo isso a vcs!
Aos meus irmãos, Leonardo e Luigi pela convivência maravilhosa, e por terem
me mostrado que a diversão é importante na vida.
A grande mulher da minha vida Mariana Hortelani Carneseca pela constante
paciência, dedicação, carinho, descontração e amor dados para a construção desse
trabalho. Mari, choramos, rimos e discutimos, mas chegamos juntos aqui e ainda vamos
longe!
6
Amar a natureza é um misto de êxtase e de análise, de arte e de compreensão e
também de bondade e de patriotismo.
Rodolpho Von Ihering
7
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................8
ABSTRACT...............................................................................................................9
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................12
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................13
1.1 Fragmentação do habitat..............................................................................14
1.2 Hotspots .......................................................................................................17
1.3 Avifauna .......................................................................................................18
1.2.1 A avifauna como bio-indicadora da qualidade ambiental ...............................19
1.2.2 As aves e a vegetação .................................................................................20
1.3 Objetivo ........................................................................................................23
1.3.1 Aplicações gerais .........................................................................................24
2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................25
2.1 Local de estudo ............................................................................................25
2.1.1 Localização ..................................................................................................25
2.1.2 Situação atual...............................................................................................25
2.1.3 Clima ............................................................................................................29
2.1.4 Geologia e Geomorfologia............................................................................30
2.1.5 Pedologia .....................................................................................................31
2.1.6 Cobertura vegetal.........................................................................................32
2.2 Grupo taxonômico de estudo .......................................................................34
2.3 Métodos........................................................................................................34
2.3.1 Períodos de estudo ......................................................................................34
2.3.2 Áreas amostradas ........................................................................................35
2.3.3 Levantamento da Avifauna...........................................................................42
2.3.3.1 Metodologias adotadas.............................................................................44
2.3.4 Análise da comunidade da avifauna.............................................................51
2.3.5 Análise dos dados ........................................................................................53
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES.....................................................................54
3.1 Riqueza, freqüência relativa (FR) e diversidade (H’)....................................54
3.2 Freqüência de ocorrência (FO) ....................................................................79
3.3 Guildas alimentares......................................................................................87
3.4 Espécies migrantes ......................................................................................95
3.5 Espécies ameaçadas ...................................................................................97
4 CONCLUSÕES................................................................................................99
REFERÊNCIAS.....................................................................................................101
ANEXOS ...............................................................................................................115
APÊNDICES .........................................................................................................131
8
RESUMO
Análise da Avifauna da RPPN Rio dos Pilões (Santa Isabel, SP), visando à
conservação das espécies de um "Hotspot" da Mata Atlântica
A maior parte da biodiversidade global está concentrada nas florestas tropicais.
Um dos principais fatores que ocasionam o desaparecimento dessa diversidade é a
perda de hábitats pelas ações antrópicas, como o desmatamento e o crescimento
urbano desordenado. Fragmentos florestais que possuem elevada biodiversidade, altas
taxas de endemismo e fortes pressões antrópicas, são chamados de hotspots. A
Floresta Atlântica é um dos hotspots brasileiros mais devastados. Por serem sensíveis
as alterações do ambiente, as aves são consideradas importantes bioindicadores da
qualidade dos ecossistemas. O presente estudo foi realizado na Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN) Rio dos Pilões, em uma região antropizada e com
remanescentes de Mata Atlântica (Floresta Ombrófila Densa Montana), localizada no
município de Santa Isabel, no Estado de São Paulo. A RPPN pertence a um
empreendimento imobiliário que visa à integração entre as atividades de proteção dos
recursos naturais com as ações humanas. Com o intuito de conhecer e analisar a
comunidade de aves da RPPN estudou-se três ambientes principais: um ambiente de
campo antrópico (ACA), um ambiente antrópico inundado (AAI) e um ambiente florestal
antropizado (AFA). O estudo foi realizado de maio de 2005 a maio de 2006, utilizando-
se o método de captura e recaptura com redes-neblina e o método de observações em
trajetos irregulares, sendo o primeiro aplicado no AFA e o segundo no ACA e no AAI.
Foram registradas 141 espécies de aves em um total de 1.824 horas de trabalhos.
Estas espécies estão distribuídas em 20 ordens, 46 famílias, 125 gêneros, resultando
em 2.243 indivíduos observados, 184 capturados e 17 recapturados. A curva
acumulada de espécies não mostrou tendência à estabilização, sugerindo que o esforço
de coleta despendido não tenha sido suficiente para amostrar toda a comunidade,
indicando assim que novas espécies possam ser registradas. Os Não-Passeriformes
somaram 56 espécies, com maior representatividade nas famílias Ardeidae e
Trochilidae. Os Passeriformes foram os mais representativos, com 85 espécies, sendo
Tyrannidae a de maior número. O ambiente que apresentou maior riqueza foi o AAI com
85 espécies, seguido pelo AFA com 72 e o ACA com 52 espécies. As espécies mais
freqüentes (FR) foram Patagioenas picazuro no ACA, Thraupis sayaca no AAI e
Chiroxiphia caudata no AFA. A análise da freqüência de ocorrência (FO) mostrou que a
maioria das espécies teve FO abaixo de 25%, enquanto que poucas espécies
apresentaram FO maior que 75%. As espécies com maiores FO foram Vanellus
chilensis, Pitangus sulphuratus, T. sayaca e Basileuterus leucoblepharus. A
comunidade foi agrupada em 13 guildas tróficas, sendo a insetívora a de maior
predomínio em todos os ambientes. Das espécies registradas, 04 são migrantes e 03
estão ameaçadas de extinção. Embora a RPPN apresente um elevado grau de
degradação, possui elevada riqueza e diversidade de espécies de aves, fator este que
pode contribuir não somente para aumentar seu valor de conservação, como também
auxiliar na implantação de projetos de restauração ecológica dos remanescentes.
Palavras-chave: Aves; Avifauna; Conservação; Hotspot; Mata Atlântica; Redes neblina;
RPPN; Trajetos
9
ABSTRACT
Analysis of Avifauna from RPPN Rio dos Piloes (Santa Isabel, SP), aim at on the
conservation from the species by one hotspot from Brazilian Atlantic Forest
The most of global biodiversity is intent in the tropical forests. One of the main
factors that they cause the disappearance of this diversity is the loss of habitats for the
anthropic actions, as the deforestation and the disordered urban growth. Forest
fragments that possess high biodiversity, high taxes of endemism and forts anthropics
pressures, are called hotspots. The Atlantic Forest is a Brazilian hotspots more
deforested. By being sensible the alterations of the environment, the birds are
considered the most important bioindicators of the quality of ecosystems. The present
study River of the Piloes was carried through in the Particular Reserve of Patrimony
Natural (RPPN), in an anthropic region and with remainders of Atlantic Forest, located in
the city of Santa Isabel, State of Sao Paulo. The RPPN belongs to a real estate
enterprise that aims at the integration enters the activities of protection of the natural
resources with the actions human beings. Whit the intention to know and to analyze the
community of birds of the RPPN one studied three main environments: environment of
anthropic field (ACA), anthropic environment flooded (AAI) and the anthropic forest
environment (AFA). The study has been at the May of 2006 to May of 2005, using the
capture method with mist-nets and the method of irregular courses, being the first one
applied in the AFA, and as in the ACA and the AAI. They had been registered 141
species of birds in a total of 1.824 working hours. These are distributed in 20 orders, 46
families, 125 genders, resulting in 2.243 observed individuals, 184 captured and 17
recaptured. The accumulated curve of species as soon as did not show to trend to the
stabilization, suggesting that the expended effort of collection has not been enough to
show to all the community, indicating new species can be registered. The Non-
Passeriformes had added 56 species, with bigger representation in the families Ardeidae
and Trochilidae. The Passeriformes had been most representative, with 85 species and
in Tyrannidae are the bigger. The environment that presented greater wealth was the
AAI with 85 species, AFA with the 72 and the ACA with 52 species. The most frequent
species (FR) had been Patagioenas picazuro in ACA, Thraupis sayaca in AAI and
Chiroxiphia caudata in AFA. The analysis of the occurrence frequency (FO) showed that
the majority of the species had FO below of 25%, whereas few species had presented
bigger FO that 75%. The bigger with FO had been Vanellus chilensis, Pitangus
sulphuratus, T. sayaca and Basileuterus leucoblepharus. The community was grouped
in 13 trophic guilds, being the insectivora of the bigger predominance in all
environments. Of the registered species, 04 are migrants and 03 are threatened of
extinguishing. Although the RPPN presents one high degree of degradation, it possess
high wealth and diversity of species of birds, it is the factor that can contribute to not only
increase its value of conservation, as well as auxiliary in the implantation of projects of
ecological restoration of the remainders.
Keywords: Birds; Avifauna; Conservation; Hotspot; Atlantic Forest; Mist nets; RPPN;
Course
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1– Localização da RPPN Rio dos Pilões no município de Santa Isabel, São
Paulo........................................................................................................................... 27
Figura 2 - Localização da RPPN Rio dos Pilões, inserida na Área de Proteção de
Mananciais e na Área de Proteção Ambiental – APA – Federal dos
Mananciais do Rio Paraíba do Sul......................................................................... 28
Figura 3 – Valores médios mensais da pluviosidade no período de 1993 a 2003. Posto
Santa Isabel (E3-049, 23°20’, 46° 14’ – 690 m). ................................................. 30
Figura 4 – Zoneamento da RPPN Rio dos Pilões destacando os ambientes estudados
no presente projeto (AFA = ambiente florestal antropizado, AAI = ambiente
antrópico inundado e ACA = ambiente de campo antrópico)............................ 36
Figura 5 – Ambiente de campo antrópico (ACA) onde foram realizadas as observações
avifaunísticas (AAI = ambiente antrópico inundado). ......................................... 37
Figura 6 – Ambiente de campo antrópico (ACA) destacando a predominância de
gramíneas, como da espécie Melinis minutiflora (capim-gordura)................... 38
Figura 7 – Ambiente antrópico inundado destacando as diferentes formas de vegetação
(PIN = talhão de pinus, EUC = talhão de eucaliptos, VR = vegetação rasteira
(gramíneas), CA = capoeira, MC = mata ciliar, VZ = várzea). .......................... 39
Figura 8 – Ambiente florestal antropizado (AFA) destacando o polígono dos acessos
utilizados para a realização dos registros (Ec = estrada da cachoeira, Te =
trilha da escarpa e RP = rio dos Pilões)................................................................ 40
Figura 9 – Ambiente florestal antropizado (AFA) destacando seu estádio de sucessão
secundário. ................................................................................................................ 42
Figura 10 – Localização e distribuição das redes neblina no fragmento florestal
(ambiente florestal antropizado), (Ec = estrada da cachoeira, Te = trilha da
escarpa, R = rede neblina e LF = limite da primeira fase do empreendimento).
..................................................................................................................................... 46
Figura 11 – Rede neblina instalada ao longo da trilha da escarpa (Te)............................ 47
Figura 12 – Falcão-caburé (Micrastur ruficollis) capturado em rede neblina.................... 48
Figura 13 – Barranqueiro-de-olho-branco (Automolus leucophthalmus) sendo
comparado junto à bibliografia específica. ........................................................... 48
Figura 14 – Estrada onde foram feitas as observações avifaunísticas, destacando o
ambiente de várzea (AV)......................................................................................... 50
Figura 15 – Ambiente de campo antrópico destacando as casas e construções da
“Reserva Ibirapitanga”, e parte das ruas (R) onde foram feitos os registros
avifaunísticos............................................................................................................. 50
11
Figura 16 - Número de ordens, famílias e espécies distribuídas pelos ambientes
estudados na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP (ACA = ambiente de
campo antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado e AFA = ambiente
florestal antropizado)................................................................................................ 54
Figura 17 – Riqueza de espécies (observadas ou capturadas) expressa pelo total de
dias amostrados, na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. ......................... 55
Figura 18 - Número de espécies por famílias encontradas durante os censos de
observação e capturas, na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP............... 58
Figura 19 - Distribuição do número de espécies por famílias nos ambientes estudados
na RPPN Rio dos Pilões (AFA = ambiente florestal antropizado; ACA =
ambiente de campo antrópico e AAI = ambiente antrópico inundado)............ 60
Figura 20 – Aves que apresentaram maiores freqüências de ocorrência (FO) na RPPN
Rio dos Pilões............................................................................................................ 81
Figura 21 – Freqüência de ocorrência (FO) das espécies registradas no ambiente de
campo antrópico (ACA). .......................................................................................... 82
Figura 22 – Freqüência de ocorrência (FO) das espécies registradas no ambiente
antrópico inundado (AAI)......................................................................................... 83
Figura 23 – Freqüência de ocorrência (FO) das espécies registradas no ambiente
florestal antropizado (AFA). .................................................................................... 85
Figura 24 – Número de espécies distribuídas por guildas alimentares, observadas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, São Paulo. ................................................. 88
Figura 25 – Número de indivíduos distribuídos por guildas alimentares, observadas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. .............................................................. 90
Figura 26 - Número de espécies em relação as guildas alimentares nos diferentes
ambientes estudados (ACA = ambiente de campo antrópico; AAI = ambiente
antrópico inundado e AFA = ambiente florestal antropizado). .......................... 91
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Zonas do Plano de Manejo da RPPN Rio dos Pilões e suas respectivas
áreas............................................................................................................26
Tabela 2 – Classificação de Köppen adaptada para o Brasil, destacando o clima do
município de Santa Isabel, SP.....................................................................29
Tabela 3 – Valores médio mensal e anual de temperatura do ar (°C) estimados para a
latitude de 23 graus, em função das altitudes. ............................................29
Tabela 4 – Relação dos pontos de instalação de redes na ambiente florestal
antropizado da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel - SP. ...........................47
Tabela 5 – Relação geral das unidades taxonômicas das aves Não-Passeriformes
registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. .............................56
Tabela 6 – Relação geral das unidades taxonômicas das aves Passeriformes
registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. .............................57
Tabela 7 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente de campo antrópico (ACA) da
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. .....................................................62
Tabela 8 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente antrópico inundado (AAI) da
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. .....................................................68
Tabela 9 – Índice de Recaptura (IR) das espécies da avifauna capturadas no ambiente
florestal antropizado (AFA) da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP......71
Tabela 10 – Lista de Índice de Densidade (ID) das espécies da avifauna capturadas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. .....................................................72
Tabela 11 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente florestal antropizado (AFA)
da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. ................................................74
Tabela 12 – Número de espécies (Ne) por classes de freqüência de ocorrência nos
diferentes ambientes da RPPN Rio dos Pilões (ACA = ambiente de campo
antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado e AFA = ambiente florestal
antropizado).................................................................................................79
Tabela 13 – Guildas alimentares das espécies registradas na RPPN Rio dos Pilões,
Santa Isabel, SP (AFA = ambiente florestal antropizado; AAI = ambiente
antrópico inundado; ACA = ambiente de campo antrópico). .......................87
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos
Pilões, Santa Isabel, SP. .......................................................................... 116
Tabela B – Lista da freqüência relativa (FR %) das espécies da avifauna encontradas
na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. ............................................. 123
Tabela C – Lista de Freqüência de Ocorrência (FO %) das espécies da avifauna
encontradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP. ........................ 127
Tabela D – Espécies da mastofauna registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel,
SP. ............................................................................................................ 134
13
1 INTRODUÇÃO
Segundo Lewin (1986), as florestas tropicais são as mais antigas, diversas e
ecologicamente complexas de todas as comunidades terrestres. Estima-se que as
florestas tropicais, que cobrem apenas 7,0% da superfície terrestre, contenham mais da
metade de todas as espécies e organismos vivos do planeta (WILSON e FRANCES,
1997). Entretanto, toda essa magnitude evolutiva e biológica alcançada vem sendo
utilizada de forma predatória pelas ações antrópicas.
Dentre as principais causas da destruição e fragmentação desses ambientes,
Primack (1993) cita a conversão do uso da terra voltado para a agricultura e pecuária e
a exploração de recursos madeireiros. De acordo com Dean (1998), estas ações se
intensificaram na segunda metade do século XX, quando houve a exploração
madeireira, o que levou a devastação de florestas em grande escala. Segundo Wilson e
Frances (1997), no fim dos anos 70, de acordo com estimativas da Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 7,6 milhões de hectares transformaram-se
permanentemente em clareiras ou foram convertidos em cultivos itinerantes. O valor
absoluto é de 76.000 quilômetros quadrados (27.000 milhas quadradas) por ano, ou
seja, mais que a área da Virgínia Ocidental, ou de toda a Costa Rica.
No Brasil, a Floresta Atlântica ou Floresta Ombrófila Densa é um dos
ecossistemas tropicais mais devastados pelas ações antrópicas, havendo muitos
fragmentos com risco eminente de desaparecer, em razão do seu acentuado estádio de
degradação, reduzido tamanho e isolamento (JUNIOR, 1999; PEREIRA, 1999 e
ALBANEZ, 2001). A Floresta Atlântica é reconhecida internacionalmente como um dos
25 hotspots do planeta, englobando áreas com elevada biodiversidade de espécies,
elevado endemismo e fortes pressões antrópicas (MITTERMEIER et al.1999 e SOS
MATA ATLÂNTICA, 2006).
A área total que esse sistema florestal perfazia era de aproximadamente um
milhão de quilômetros quadrados (1.000.000,00 Km²), uma área que além de ser três
vezes maior que a Alemanha, representava na época do descobrimento, 12% de todo o
território nacional (FONSECA, 1985; MONTEIRO e KAZ, 1992). Os cinco séculos de
colonização fez com que seus remanescentes fossem sendo restringidos a região
14
costeira (Serra do Mar), local onde vivem 57% da população brasileira. Hoje restam
apenas 7,5% de sua cobertura original (FONSECA, 1985; MYERS et al., 2000).
Uma das regiões que acompanhou todas as interferências antrópicas desde a
colonização foi o Vale do Paraíba, localizado entre as capitais do Rio de Janeiro e São
Paulo. Dentre essas interferências, tivemos o exemplo do grande movimento de ouro
vindo do Estado de Minas Gerais, que tinha passagem obrigatória pelo Vale. Mas com a
decadência do nobre metal, muitas famílias passaram a se estabelecer nas montanhas
da Mantiqueira, empenhadas na realização de atividades agropastoris. Para que isso
pudesse ser feito a floresta teve que ser retirada para dar lugar às plantações, que eram
desprovidas de técnicas de controle erosivo e de conservação do solo. Em pouco
tempo, as plantações foram abandonadas e em seu lugar surgiram as florestas
secundárias encontradas hoje na região (TOLEDO, 1993).
Grande parte dos desmatamentos ocorreu por volta do século XVII e XVIII
(FEDAPAM, 1991). Desde então, a paisagem de mata contínua foi substituída por
fragmentos florestais os quais continuam ainda a sofrer reduções com o
desenvolvimento dos municípios e crescimento populacional. Devido a esses impactos,
toda a região da Mantiqueira sofreu alterações profundas em sua biodiversidade,
através dos desaparecimentos e introduções de espécies, o que tornou os fragmentos
remanescentes em verdadeiros refúgios da vida silvestre primitiva da região (TOLEDO,
1991).
1.1 Fragmentação do habitat
A fragmentação do habitat é o processo pelo qual uma grande e contínua área de
habitat é tanto reduzida, quanto dividida, em dois ou mais fragmentos (WILCOVE et al.,
1986; SHAFER, 1990). Este fenômeno está diretamente ligado a dinâmica de uso da
terra em áreas rurais e urbanas, que é determinada por fatores econômicos, sociais,
culturais, institucionais e tecnológicos (DALE e PERSON, 1997).
Quando o habitat é destruído, fragmentos geralmente são deixados para trás.
Estes são freqüentemente isolados uns dos outros, por uma paisagem altamente
modificada ou degradada. Esses fragmentos diferem do habitat original de dois modos
importantes: (1) os fragmentos têm uma quantia maior de borda por área de habitat, (2)
15
e o centro de cada fragmento de habitat está mais próximo dessa borda (PRIMACK e
RODRIGUES, 2002).
A clássica teoria da biogeografia de ilhas tenta estabelecer uma relação entre o
tamanho da área e a diversidade de espécies, onde o número de espécies tende a
aumentar quando o tamanho da área também aumenta, mantendo o equilíbrio baseado
na taxa de migração e colonização dos seres vivos (WATTS, 1971, HARRIS, 1984).
Existe uma variação dentro das comunidades animal e vegetal, em diferentes ilhas na
mesma área geográfica e zona climática. Esta variação encontra-se ligada a fatores
ambientais como: forma, tamanho e localização da ilha (DIAMOND et al., 1982).
Consideram-se ainda mais alguns fatores como a história das perturbações, tipo de
vizinhança e o grande isolamento provocado pelas atividades antrópicas, capaz de
diminuir grandemente o fluxo de animais, pólen e/ou sementes (VIANA, 1990;
WHITMORE, 1991).
Whitaker (1960) considera três níveis de diversidade: a diversidade “alfa”, que
trata da comunidade específica dentro de um habitat mais homogêneo; a diversidade
“beta” é a diversidade existente entre os hábitats; e a diversidade “gama” é aquela que
inclui mais de um tipo de habitat, considerando a paisagem. Dentro da diversidade
“gama” deve ser considerado o efeito de borda caracterizado pela variedade e maior
densidade de organismos nas bordas do que no interior da mata. Isto se justifica pela
presença de espécies características de cada uma das comunidades adjacentes mais
aquelas que habitam no ecótono, fato que deve aumentar a variedade de espécies
segundo Odum (1985) e Magro (1988). Para que se possam realizar estudos evolutivos
e de biogeografia é fundamental o conhecimento desses três tipos de diversidade, uma
vez que com o isolamento as populações sofrem mudanças diretas (SAMSON, 1982;
LOVEJOY et al, 1986).
Harris (1984) explica que a diminuição de uma área de floresta natural pode levar
à diminuição exponencial do número de espécies e afetar a dinâmica de populações de
plantas e animais existentes, podendo desta forma, comprometer a regeneração natural
e, conseqüentemente, a sustentação destas florestas.
O entendimento de como as espécies são afetadas pela fragmentação está
relacionado às suas respostas a cada um dos componentes da paisagem: fragmentos,
16
matriz e remanescentes de mata contínua (HARRIS, 1984; LAURANCE, 1990;
MALCOM, 1991; LIDICKER, 1995; GASCON et al.,1999). A fragmentação além de
limitar o potencial de uma espécie para dispersão e colonização, reduz a capacidade de
alimentação dos animais nativos, e provoca a extinção e o declínio da população ao
dividir uma população existente em larga escala em duas ou mais sub-populações,
cada uma em uma área restrita. Essas populações menores acabam sendo mais
vulneráveis à depressão endogâmica, à mudança genética e a outros problemas
associados com o tamanho reduzido da população (PRIMACK e RODRIGUES, 2002).
Além disso, Höfling e Lencioni (1992) ressaltam que embora a destruição da floresta
afete a fauna da área derrubada, ela também afetará aquela das áreas limítrofes à
perturbação.
Simberlof e Abele (1982) concluíram que os critérios para refúgios de vida
silvestre são empíricos, e que várias ilhas poderão levar a um aumento do número de
espécies, que uma só ilha de igual ou maior tamanho devido ao favorecimento de
ambientes diversificados. Entretanto Cole (1981) acredita que exista uma maior
diversificação em uma única ilha ou reserva, onde os impactos são menores,
preservando uma área central suficientemente grande para manter populações naturais
inalteradas. Cutler (1991) expressa que no caso de espécies raras, estas necessitam de
proteção especial e a melhor estratégia seria uma única reserva grande. Por outro lado,
segundo Almeida (1997), embora muitos fragmentos florestais sejam pequenos, estes
podem abrigar uma avifauna expressiva, razão pela qual é fundamental a sua
conservação.
Toledo (1993) estudando a avifauna em duas áreas fragmentadas de tamanhos
conhecidos e com a mesma fitofisionomia, sendo uma primária e a outra de floresta
secundária tardia, sugeriu levar em consideração o tamanho das populações e não
apenas a riqueza específica da área para determinar o tamanho mínimo das reservas
florestais.
Segundo Case e Cody (1987) um fragmento pode atingir o equilíbrio
independentemente do tamanho, devido a fatores estocásticos, eventos esporádicos e
episódicos, dificultando as previsões para futuro através de uma simples descrição. O
17
equilíbrio depende das interações das espécies e da co-evolução que estão ligadas as
taxas de migração, extinção e competição específica.
Com o avanço do desenvolvimento, a conservação de amostras representativas
de ecossistemas primitivos vem cada vez mais despertando preocupação. Os estudos
sobre as populações de animais e vegetais em fragmentos florestais tornam-se cada
vez mais necessários (ALMEIDA, 1997). As mudanças ambientais e/ou simplificações
dos mesmos provocam perdas de biodiversidade, podendo causar grandes prejuízos
para o futuro da humanidade (WILSON e FRANCES, 1997).
A sobrevivência em longo prazo da maioria da biota vai depender da habilidade
das espécies em persistir neste ambientes e da nossa capacidade de manejar e
conservar estas paisagens degradadas (LAURANCE e BIERREGAARD, 1997;
FAHRIG, 2002, 2003).
1.2 Hotspots
A destruição da biodiversidade é hoje o principal impasse ambiental enfrentado no
planeta. As ações antrópicas de um modelo de desenvolvimento desenfreado
contribuíram enormemente para que uma diversidade biológica, na maioria dos casos
desconhecida, fosse gradativamente ameaçada e extinta. Em resposta a uma
necessidade de concentrar esforços e recursos que minimizassem os níveis de
agressão aos hábitats naturais, surgiu o conceito de Hotspots por Norman Myers em
1988. Nesta época, Myers estabeleceu 10 áreas críticas para a conservação em
florestas tropicais, caracterizadas tanto por níveis excepcionais de endemismo de
plantas, como por taxas notáveis de destruição de hábitats, apesar de não ter
estabelecido critérios quantitativos com relação à definição de um Hotspot (MYERS,
2000).
Com o decorrer dos anos, o conceito de hotspot sofreu modificações, entre esses
a introdução de patamares quantitativos para a designação de áreas de preservação
ambiental. Esses esforços culminaram na identificação de um número maior de áreas,
possibilitando no estabelecimento dos 34 Hotspots atuais (MYERS et al. 2000 e
MITTERMEIER et al. 2005).
18
A determinação de um Hotspot leva em consideração a existência de espécies
endêmicas e o grau de ameaça do ecossistema, que deve ter perdido 75% ou mais de
sua vegetação original. No território brasileiro podem ser encontrados dois importantes
Hotspots, a Mata Atlântica e o Cerrado.
Segundo Mittermeier et al. (2005), a Mata Atlântica está entre os cinco primeiros
biomas no ranking dos Hotspots, e por apresentar variações ambientais elevadas,
possui uma biodiversidade extremamente alta. Ainda segundo os autores, o bioma
apresenta cerca de 250 espécies de mamíferos, 340 anfíbios, 1.023 pássaros e
aproximadamente 20.000 espécies de árvores, sendo que a metade das espécies de
árvores, e 80% das espécies de primatas são endêmicas.
1.3 Avifauna
Segundo Sick (1997), a Classe das aves é dividida em duas subclasses: (1)
Archaeornithes, que são as aves ancestrais e (2) Neornithes, as aves verdadeiras. Em
relação a sua divisão em ordens, ele cita que dois sistematas divergiram quanto ao
assunto: Stresemann (1927) no Velho Mundo dividiu as aves vivas (excluindo as aves
fósseis) em 48 ordens; Wetmore (1960), representando o Novo Mundo, dividiu-as em
27 ordens. No Brasil são reconhecidas 26 ordens, podendo-se encontrar, segundo
estimativas recentes, de 1.690 a 1.796 espécies de aves (residentes e visitantes), o que
equivale à aproximadamente 57% das espécies registradas em toda América do Sul,
sendo uma das mais diversas avifaunas do mundo (SICK, 1997; MARINI e GARCIA,
2005; CBRO, 2006).
Dentre os biomas brasileiros, a Amazônia apresenta o maior número de espécies
de aves, seguida pela Mata Atlântica e o Cerrado (MARINI e GARCIA, 2005). Mais de
10% das espécies do Brasil são endêmicas e habitam a Mata Atlântica, fazendo deste
país um dos mais importantes para investimentos em conservação (SICK, 1997).
A diversidade ambiental do Estado de São Paulo com seus relevos e vegetações
variadas possibilitaram o surgimento de uma grande riqueza de espécies de aves. O
número de espécies já registrado no Estado varia de 700 a 788 espécies, o que
equivale a 45 % das espécies que ocorrem no Brasil (SILVA e ALEIXO, 1996; CBRO,
2006).
19
Quanto à informação ornitológica, a área da Floresta Atlântica de maior
conhecimento situa-se entre o Estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Essas
áreas possuem alta diversidade biológica e sofrem constantes pressões antrópicas,
como a ocasionada pela especulação imobiliária e a ocupação irregular da terra.
Segundo Dice (1930), a principal causa para o desaparecimento das espécies de aves
se deve à destruição ou alteração do habitat.
Silva e Aleixo (1996) afirmam que devido às alterações ambientais que ocorrem
no Estado é praticamente impossível se ter um quadro atualizado dos padrões de
distribuição da avifauna, o que acaba colocando em risco as espécies de aves
ameaçadas de extinção e todo um patrimônio biológico único no planeta.
1.2.1 A avifauna como bioindicadora da qualidade ambiental
As aves são elementos importantes no estudo da avaliação da qualidade dos
ecossistemas. Isto se deve à diversidade de espécies que ocupam diferentes hábitats e
níveis tróficos (ROSÁRIO e MARTERER, 1991).
As aves são o grupo de vertebrados mais bem conhecido e estudado. Estima-se
que 99% das espécies de aves sejam conhecidas e isto se deve basicamente ao seu
hábito predominantemente diurno e a sua relativa conspicuidade, seja visualmente ou
auditivamente (BERNDT, 1992).
As comunidades de aves são utilizadas como uma boa ferramenta de trabalho
para a avaliação de ambientes, por ser um grupo taxonomicamente muito bem
estudado (ROBBINS, 1978; DANIELS et al., 1991; HILTY e MERELENDER, 2000).
Segundo Berndt (1992), o aproveitamento das aves na avaliação da qualidade de
habitat se deve principalmente à sua sensibilidade ás alterações físicas do seu meio.
Pelo fato de serem extremamente móveis, podem responder rapidamente a mudanças
ambientais no tempo e no espaço (GAESE-BÖHNING et al., 1994). Nesse sentido,
Matarazzo-Neuberger (1994) comenta que as aves parecem ser mais sensíveis e
vulneráveis a ambientais que outros vertebrados.
As aves são reconhecidas como indicadores funcionais para o monitoramento de
hábitats em áreas florestadas (ALMEIDA e ALMEIDA, 1998). Para tanto, o uso do
20
tamanho de uma população, como medida de “saúde ambiental” das espécies, tem sido
ferramenta comum entre os ornitólogos durante muitos anos (RALPH et al., 1997).
Segundo Straube (1995), os índices de correlação de riqueza de aves têm sido
utilizados para o conhecimento dos graus de alteração nas mais variadas localidades.
Esses índices são representados por valores que associam número de espécies por
divisão aritmética simples, evidenciando tais processos através da comparação de
grupos taxonômicos similares ecologicamente. Muller (2001) destaca que esses índices
são representados pelos Suboscine/Oscine e Passeriformes/Não-Passeriformes.
Passeriformes e não-Passeriformes são duas subdivisões tradicionais da classe das
aves e embora sem um significado taxonômico, transmitem uma conotação de cunho
ecológico e evolutivo (SLUD, 1976). Os Passeriformes são considerados mais plásticos
quanto às exigências ambientais do que os não-Passeriformes, uma vez que são muito
capazes de expandir sua preferência e ocupação para ambientes (NOVAES, 1973).
Embora as pressões da caça possam ser detectadas pela mudança na
movimentação de aves aquáticas, na nidificação, na proporção dos sexos e taxa de
mortalidade, e na remoção de predadores, Matarazzo-Neuberger (1994) ressalta que as
aves apenas indicam que uma mudança ocorreu, cabendo ao pesquisador estudar as
causas desse efeito. Segundo a autora, as aves realmente respondem às mudanças
ambientais, mas podem responder de diversas formas a mudanças específicas.
Marten (1972) comenta que somente a riqueza de espécies de aves presentes não
define com clareza o grau de conservação de um ambiente ou a amplitude de alteração
por ele sofrido. Segundo o autor é de grande importância o conhecimento da
comunidade e de como essa se altera no tempo e no espaço, importância que se reflete
não só como informação biológica de qualidade, mas também como monitoramento
para o planejamento de unidades de conservação.
1.2.2 As aves e a vegetação
De acordo com Naroski e Yzurieta (1989), o habitat é um fator a que alguns
pesquisadores iniciantes de aves dão pouca importância, mas que em muitos casos é
essencial. Ainda segundo os autores, mais espécies do que se supõe estão diretamente
ligadas a seus hábitats, pois é do habitat que as aves buscam seus recursos e abrigos.
21
Hanson (1962) comenta que as espécies são um produto de seus hábitats e
diferentes qualidades de hábitats produzem diferentes densidades populacionais (U.S.
DEPARTMENT OF THE INTERIOR, 1980). Muitos estudos têm demonstrado que a
área ou superfície ocupada por um determinado tipo florestal afeta diretamente a
diversidade de variadas formas de vida (MACARTHUR e WILSON, 1967).
Segundo Magro (1988), uma comunidade de plantas que apresenta uma alta
diversidade de espécies vegetais deveria também ter um aumento da riqueza de
hábitats. Dessa forma a floresta tropical possui amplo gradiente de microclimas
internos, o que favorece a uma ocupação horizontal e vertical da fauna (WHITMORE,
1991). Segundo MacArthur (1972), a altura da floresta proporciona uma grande
quantidade de nichos que abrigam uma diversidade de hábitats nos diferentes níveis de
estratificação e tem efeito direto na diversidade de aves.
Whitmore (1991) diz que florestas que permanecem por muito tempo isoladas,
degeneram pela perda de animais polinizadores, dispersores e predadores, causando
um desequilíbrio da fauna e flora. O isolamento causa diminuição das populações
diminuindo ainda consideravelmente o número de espécimes (ALMEIDA, 1978).
As alterações drásticas da paisagem implicam que o resto do ambiente natural
pode tornar-se pequeno demais para abrigar espécies de animais que exigem um
espaço mais amplo para sobreviver. Segundo Sick (1997) não é possível preservar a
avifauna oferecendo-lhe apenas sobras de habitat. No entanto ele comenta que
algumas espécies de aves florestais são capazes de se adaptar às formações
secundárias, onde podem formar populações mais numerosas quando comparadas às
áreas de floresta primitiva.
Maurer (1990) comenta que em relação aos níveis tróficos, as espécies que
pertencem a um único nível têm maior probabilidade de serem extintas. Tanto as
espécies de aves florestais como as de borda e de áreas abertas, são sensitivas ao
isolamento, podendo aumentar ou diminuir as populações com a redução e/ou
perturbação da floresta (SCHAUENSEE, 1970). Segundo Dário et al. (2002), o efeito de
borda sobre os ambientes favorece as espécies de aves onívoras e granívoras que
habitam o sub-bosque da floresta. Os autores explicam que a maior incidência de luz
22
nestes ambientes proporciona maior produção de frutos e de plantas invasoras
produtoras de sementes, que são a base alimentar destas espécies.
Segundo Whitmore (1991), as flutuações populacionais estão ligadas à
disponibilidade de alimento. O autor cita que a grande maioria das espécies que
habitam o dossel florestal possui épocas de escassez alimentar, fazendo com que
algumas, neste período, migrem ou substituam a fonte alimentar, como, por exemplo,
certas espécies frugívoras que na época de reprodução passam a manter hábito
alimentar insetívoro, devido ao seu alto valor protéico.
Leck (1979), estudando uma reserva no Equador, comenta que existe um declínio
das espécies frugívoras em pequenos fragmentos, devido à conseqüente falta de
disponibilidade de árvores em condições de frutificação.
Segundo Harris (1984), quando o número de espécies de aves aumenta e entre
elas há duas espécies de hábitos alimentares similares, a tendência é de aumentar a
competição entre elas, principalmente a competição interespecífica e de predação, de
forma que a alimentação passa a ser um regulador populacional.
Almeida (1981) constatou uma baixa proporção de espécies de aves frugívoras
em pequenas áreas florestais remanescentes no Estado de São Paulo. Segundo o
autor, a floresta diminui bastante a oferta de frutos ao longo do ano, limitando dessa
forma, a manutenção de espécies frugívoras. Motta Júnior (1990) notou que algumas
espécies de aves frugívoras deixam de ser observadas nos meses mais secos do ano
em áreas de cerrado e de reflorestamento de eucalipto. O autor diz que estas espécies
freqüentemente se deslocam para a mata de galeria ou para a borda da mata.
Almeida (1981) constatou que nos locais que apresentam vegetação de maior
porte e com alguma alteração, há predominância das aves pertencentes ao grupo dos
não-passeriformes, enquanto que em matas ciliares alteradas, predominam os
“oscines”. Já quanto ao grupo “sub-oscine”, ocorre em maior número nos locais que
sofreram uma forte alteração através do desmatamento e do fogo. Anjos (1990)
estudando a comunidade de aves num capão de Araucaria angustifolia (araucária ou
pinheiro-do-Paraná), obteve que a riqueza de espécies de aves tem relação com a
heterogeneidade do habitat.
23
Pesquisando a avifauna da região de Jacareí (SP), Lencioni (1990) constatou que
as áreas diminutas remanescentes, capoeiras e capoeirões, formam verdadeiras “ilhas”
no meio da pastagem. Algumas aves não conseguem sobreviver às pequenas
dimensões e conseqüentes competições destas “reservas”, já outras, fazem destas
“ilhas” seu último refúgio.
De acordo com Almeida (1981) e Motta Junior (1990), a característica da
vegetação que está mais correlacionada com a diversidade de aves em um
determinado habitat é a preservação do sub-bosque e a altura da floresta, que
determina o número de estratos verticais. O sub-bosque é imprescindível a várias
espécies de aves florestais, pois é nele que muitas espécies estabelecem o seu
território, encontram alimento e local apropriado para a reprodução. A presença do sub-
bosque se faz ainda necessária em áreas reflorestadas, cuja característica principal é a
homogeneidade e pobreza biológica (ALMEIDA, 1981).
Dentre os vertebrados frugívoros que mais contribuem para a cicatrização natural
de clareiras em florestas, estão as aves (LEVEY, 1988). Diante desse fato podemos
considerá-las como agentes importantes no fluxo de sementes das áreas conservadas
para as áreas degradadas, podendo assim tirar o máximo de benefício em prol da
restauração dessas áreas (JORDANO et al. 2006). Entretanto, essa interação não
depende exclusivamente de frugívoros especializados, geralmente de médio e grande
porte e que muitas vezes estão ausentes das áreas que se pretende restaurar, mas de
um grande número de espécies generalistas de ambientes secundários ou de bordas de
florestas, com dieta geralmente baseada em frutos e insetos, como, por exemplo, aves
das famílias Tyrannidae, Muscicapidae e Emberizidae (ESTRADA et al., 1984;
RODRIGUES, 1995; ARGEL-DE-OLIVEIRA e FIGUEIREDO, 1996).
1.3 Objetivo
Analisar a estrutura da comunidade de aves da RPPN Rio dos Pilões como um
todo, e em seus diferentes ambientes.
24
1.3.1 Aplicações gerais
Contribuir para o conhecimento sobre a avifauna da floresta atlântica, em
especial na região do Vale do Paraíba;
Servir de referência a projetos de monitoramento da comunidade de aves
da região;
Oferecer informações que amparem o desenvolvimento de projetos de
restauração ecológica das áreas de pastagens abandonadas da RPPN Rio dos Pilões,
utilizando as espécies de aves como agentes importantes na cicatrização desses
ambientes;
Contribuir com a elaboração do Plano de Manejo da RPPN Rio dos Pilões.
25
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Local de estudo
2.1.1 Localização
O presente estudo foi realizado na Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN) Rio dos Pilões (Portaria IBAMA 084/99 N – Latitude 23°17’48”S, e Longitude
46°17’26” W), pertencente ao empreendimento “Reserva Ibirapitanga” na Fazenda Rio
dos Pilões, localizada no município de Santa Isabel no Estado de São Paulo (Figura 1).
A Fazenda Rio dos Pilões apresenta uma área de 2.156,509 hectares e se
encontra na Zona Urbana de Santa Isabel. Mantêm limites com os municípios de
Nazaré Paulista, a Noroeste e Norte; Igaratá e Jacareí, a Nordeste; Guararema e Moji
das Cruzes, a Sudeste; e Arujá e Guarulhos, a Sudoeste.
A fazenda integra a porção nordeste da Região Metropolitana de São Paulo e a
porção noroeste da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul. Está situada integralmente
na Área de Proteção de Mananciais (Lei de Proteção aos Mananciais – Lei 1.172 de
17/11/76 e Decreto. 9714 de 19/04/77) (Figura 2), na Área de Proteção Ambiental –
APA – Federal dos Mananciais do Rio Paraíba do Sul (Decreto Federal 87.561 de
13/09/82), e na região de drenagem do rio dos Pilões (vazão média de 2,40 m³/s),
tributário da margem esquerda da represa do rio Jaguarí.
Por estar incluída nos limites da Região Metropolitana de São Paulo, ambiente de
intenso crescimento populacional e urbano de 17,83 milhões de habitantes (10,5% da
população brasileira), e onde se concentram 18,5% do PIB Nacional (US$ 102,8
milhões de dólares), e 50% do PIB do Estado de São Paulo (EMTU/SP, 2003), a área
de estudo foi e ainda é marcada pelas grandes pressões antrópicas de seu entorno, e
apresenta-se integrada no domínio da Mata Atlântica, cuja proteção tem regime jurídico
diferenciado na legislação ambiental (Decreto n. 750/93).
2.1.2 Situação atual
É importante destacar que esta RPPN é formada por áreas que no passado foram
simplificadas e desmatadas para extração de espécies madeireiras nativas e para o
plantio de florestas homogêneas de pinus e eucaliptos.
26
Atualmente a atividade econômica da Fazenda Rio dos Pilões está direcionada
para a implantação de um projeto urbanístico-imobiliário, a “Reserva Ibirapitanga”, onde
o proprietário do lote se torna sócio e responsável pela RPPN Rio dos Pilões. Trata-se
de um modelo inédito no Brasil, pois os lotes foram planejados apenas em áreas
desmatadas no passado e onde hoje ocorrem pastagens abandonadas. Desse modo,
quando o futuro morador adquire uma fração mínima de 5.000 m
2
na Reserva
Ibirapitanga, recebe 1.000 m
2
em área desmatada onde irá construir sua residência e
4.000 m
2
como fração ideal na área da RPPN Rio dos Pilões. Essa proposta visa à
integração harmônica entre as atividades de proteção dos recursos naturais com as
ações dos moradores e visitantes da RPPN.
O projeto, em sua primeira fase, está constituído de 853 lotes, englobando uma
área de 965.558,52 m
2
, ou 96,55 hectares, enquanto que a RPPN Rio dos Pilões
apresenta 560,02 hectares (Tabela 1).
Tabela 1 – Zonas do Plano de Manejo da RPPN Rio dos Pilões e suas respectivas
áreas
ZONAS Área (m²) Área (ha)
Mata Atlântica: estádio avançado de regeneração 3.051.596,70 m² 305,15 ha
Mata Atlântica: estádio pioneiro de regeneração 136.824,91 m² 13,68 ha
Visitação (loteamentos) 965.558,52 m² 96,55 ha
Proteção 762.616,93 m² 76,26 ha
Pastagens abandonadas 660.579,25 m² 66,05 ha
Recuperação com nativas 470.100,00 m² 47,01 ha
Fonte: Biométrica, 2006.
27
Figura 1– Localização da RPPN Rio dos Pilões no município de Santa Isabel, São Paulo
ESTADO DE SÃO PAULO
MUNICÍPIO DE SANTA ISABEL
R
o
d
o
v
i
a
P
r
e
s
i
d
e
n
t
e
Du
t
r
a
R
e
p
r
e
s
a
J
a
g
u
a
r
i
RPPN
Rio dos Pilões
E
N
W
S
0
75 km
0 2.5 Km
28
Fonte: Biométrica, 2006.
Figura 2 - Localização da RPPN Rio dos Pilões, inserida na Área de Proteção de Mananciais e na Área de Proteção
Ambiental – APA – Federal dos Mananciais do Rio Paraíba do Sul
RESERVA IBIRAPITANGA
ESCALA 1:100.00
BASE: INPE - INSTITUTO NACIONAL DE
PESQUISAS ESPACIAIS
SETEMBRO 1999
29
2.1.3 Clima
O clima da região de Santa Isabel, segundo a Classificação Climática de
KÖPPEN, enquadra-se no tipo Cwa (Tabela 2).
Tabela 2 – Classificação de Köppen adaptada para o Brasil, destacando o clima do
município de Santa Isabel, SP
Símbolo
climático
Características
Regime de
temperatura e chuvas
Área de ocorrência
Cwa
Chuvas de verão e
verões rigorosos
Médias térmicas entre
19ºC e 27ºC
Interior e Terras altas do Sudeste, e
pequena porção do Mato Grosso do Sul
O município e seu entorno (sub-bacia do rio Jaguari) apresentam uma temperatura
média anual de 20,8°C (Tabela 3) e um balanço hídrico com déficit de 25,5 mm e
excedente de 384,7 mm (CPTI, 2001).
Tabela 3 – Valores médio mensal e anual de temperatura do ar (°C) estimados para a
latitude de 23 graus, em função das altitudes
Altitude (m) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
600 22,9 22,9 22,3 20,5 17,9 16,4 16,1 17,4 19,1 20,4 21,6 22,4 19,9
650 22,6 22,6 22,0 20,2 17,6 16,1 15,8 17,1 18,8 20,1 21,3 22,0 19,6
700 22,3 22,3 21,7 19,9 17,3 15,9 15,6 16,9 18,6 19,8 20,9 21,7 19,4
750 22,0 22,0 21,4 19,6 17,0 15,6 15,3 16,6 18,3 19,5 20,6 21,4 19,1
800 21,6 21,7 21,1 19,3 16,7 15,4 15,0 16,3 18,0 19,2 20,3 21,1 18,8
850 21,3 21,4 20,8 19,0 16,5 15,1 14,8 16,0 17,8 18,9 20,0 20,8 18,5
900 21,0 21,1 20,5 18,7 16,2 14,9 14,5 15,8 17,5 18,6 19,7 20,5 18,2
Fonte: Pinto et al. (1972)
No entanto, devido à grande variação na orientação (exposição) das vertentes à
incidência direta da radiação solar, numa região de relevo genericamente caracterizado
como “mares de morros” (Ab’ Saber, 1966), ocorrem variações locais de temperatura e
umidade relativa do ar nos diversos setores dos interflúvios.
Para que fosse caracterizada a distribuição das chuvas na área de estudo, foi
analisada uma série de 10 anos (1993 a 2003) de dados obtidos no posto pluviométrico
localizado no município de Santa Isabel (Figura 3). Com a análise ao longo dos meses
do ano, ficou evidente a distinção entre os períodos mais chuvosos e os mais secos.
30
Os maiores índices de pluviosidade ocorrem nos meses de dezembro a março
(verão), seguido por uma diminuição da concentração nos meses de março (final do
mês), outubro e novembro (primavera). Entre os meses de abril e setembro (outono e
inverno) ocorre uma grande diminuição na pluviosidade, entretanto sem haver seca
rigorosa.
A análise dos dados de pluviosidade demonstrou claramente o caráter de
tropicalidade da região de estudo, pois há uma grande concentração das chuvas
durante o verão, além de índices totais anuais bastante elevados, como o obtido para o
Posto Santa Isabel, de 1.334,5mm (SIGRH, 2005).
Valores médios mensais do período de 1993-2003
22,6
43,5
13,1
30,7
59,9
64,5
40,4
35,7
36,4
14,3 14,3
24,0
0
10
20
30
40
50
60
70
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Pluviosidade mensal (mm)
Fonte: SIGRH, 2005.
Figura 3 – Valores médios mensais da pluviosidade no período de 1993 a 2003. Posto
Santa Isabel (E3-049, 23°20’, 46° 14’ – 690 m)
2.1.4 Geologia e Geomorfologia
Segundo IPT (1981), o município de Santa Isabel corresponde a uma região de
morros desenvolvidos sobre rochas Pré-Cambrianas, sendo denominada Subzona de
Morros Cristalinos, em função do embasamento rochoso do relevo, com natureza
essencialmente gnáissica, declividades médias a altas (acima de 15%) e amplitudes
locais de 100 a 300 metros.
31
Embora a altitude mínima da região de estudo seja a de 600 metros, no limite
Norte da Fazenda Rio dos Pilões, ela chega alcançar 1.250 metros (ENGEA, 1994).
A rede atual de drenagem do rio dos Pilões se desenvolve por um terreno
movimentado e com litologias variadas, tendo a peculiaridade de formar planícies
aluvionares, cobertas com vegetação de várzeas e maciços de Mata Atlântica, ao longo
de todo o seu curso desde as cabeceiras. O mesmo ocorre com o seu principal
afluente, o ribeirão da Pedra Branca (ambos de Classe 1).
2.1.5 Pedologia
Com base no Mapa Pedológico do Estado de São Paulo (OLIVEIRA et al., 1999),
o qual utiliza as classes de solos estabelecidas através do Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), no município de Santa Isabel ocorrem os
seguintes tipos: Argissolos Vermelho-Amarelos (Podzólicos Vermelho-Amarelos Tb) e
Latossolos Vermelho-Amarelos (Latossolos Vermelho-Amarelos) e Latossolos Variação
Una.
Especificamente na área da RPPN Rio dos Pilões ocorrem os Argissolos
Vermelho-Amarelos, os quais eram classificados anteriormente como Podzólicos
Vermelho-Amarelos pelo Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado de
São Paulo (COMISSÃO DE SOLOS, 1960).
Nas planícies aluviais encontradas na área da RPPN, os processos pedogenéticos
são determinados principalmente pela dinâmica fluvial. De acordo com Engea (1994),
nos terraços superiores são encontrados solos do tipo Glei Pouco Húmico, os quais
apresentam baixos teores em matéria orgânica humificada, textura areno-argilosa,
coloração acinzentada, sendo freqüentes manchas amareladas – sintomas do processo
de gleização, condicionado pela variação do nível de água entre os períodos chuvoso e
seco do ano. Nos terraços inferiores, encontram-se os Solos Aluviais, compostos por
aluviões recentes, inconsolidados, dispostos em camadas plano-paralelas, de
granulometria predominantemente arenosa e com matéria orgânica não decomposta.
Estes solos são imaturos e extremamente sujeitos ao regime hidrológico atual.
32
2.1.6 Cobertura vegetal
O município de Santa Isabel, onde está localizada a Fazenda Rio dos Pilões,
encontra-se inserido na Região Fitoecológica da Floresta Ombrófila Densa, segundo a
classificação de Veloso et al. (1991). Este tipo de vegetação, também conhecida como
Mata Atlântica, está presente tanto nos planaltos e serras do interior quanto na região
litorânea, ao longo de toda costa brasileira. Vale ressaltar que a Fazenda es
localizada na continuidade da Serra da Mantiqueira, como pode ser observado na
Figura 2.
A fitofisionomia da Mata Atlântica é caracterizada por apresentar camadas de
vegetação claramente definidas. O tronco das árvores, normalmente liso, só se ramifica
bem no alto para formar a copa. As copas das árvores mais altas tocam-se umas nas
outras, formando uma massa de folhas e galhos que barra a passagem do sol,
denominada dossel, e chegam a atingir 30, 35 e até 60 metros de altura. Numa parte
mais baixa, nascem e crescem arbustos e pequenas árvores, que são os bambus, as
samambaias gigantes e líquens que toleram menos luz, formando os chamados sub-
bosques. Tanto nas árvores mais altas, como nas mais baixas, encontram-se várias
outras espécies, como diversos tipos de cipós, bromélias, orquídeas e gavinhas.
O solo é coberto e protegido pelas forrações provenientes das folhas e outros
vegetais que caem das árvores ao longo do ano, servindo de alimento para muitos
insetos, outros animais e principalmente aos fungos, que são os principais responsáveis
pelo processo de decomposição da floresta (SOS MATA ATLÂNTICA, 2006).
A característica ombrotérmica (desenvolvimento vegetal dependente do regime de
águas pluviais) da floresta está presa a fatores climáticos tropicais de elevadas
temperaturas (médias de 25 °C) e de alta precipitação, bem distribuídas durante o ano
(de 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação bioecológica praticamente sem
período seco.
A Floresta Ombrófila Densa está subdividida em cinco formações ordenadas
segundo hierarquia topográfica, que refletem fisionomias diferentes de acordo com as
variações das faixas altimétricas resultando em ambientes também distintos. As
subdivisões são: aluvial, das terras baixas, submontana, montana e alto-montana.
33
A Fazenda do Rio Pilões está inserida na formação montana, que é caracterizada
por apresentar uma estrutura florestal mais modesta, com árvores menores e com
folhagem de tamanho reduzido e de consistência coriácea. Esta formação está situada
no cume dos planaltos e serras de 400 a 1.500 metros e, em geral, ocorre em solos
delgados e litólicos.
A vegetação da Floresta Ombrófila Densa Montana caracteriza-se por apresentar
um estrato dominante com altura de aproximadamente 25 metros com espécies tais
como: Vochysia laurifolia (Vochysiaceae), Talauma organensis (Magnoliaceae),
Cariniana excelsa (Lecythidaceae), Clethra brasiliensis (Clethraceae), Ocotea sp. e
Nectandra sp. (Lauraceae), dentre as macrofanerófitas; um estrato dominado de meso
e nanofanerófitas de diversas famílias botânicas (Rubiaceae, Myrtaceae e
Melastomataceae); e mais a presença generalizada de Palmae (palmito, guaricanga,
tucum), Pteridophytae (samambaia e xaxim), Bromeliaceae e grande quantidade de
epífitas e lianas.
De forma geral, a paisagem na Fazenda do Rio Pilões é caracterizada ora pela
presença de ambientes naturais pressionados pela ocupação antrópica, ora por
ambientes já fortemente antropizados. A fazenda apresenta áreas que passaram por
vários níveis de pretéritas perturbações antrópicas, como as ocasionadas pelos
reflorestamentos de Pinus e Eucalyptus. Os demais trechos variam de mata primária
alterada por extração seletiva de madeira, mata secundária tardia com
aproximadamente 50 anos de idade, mata alterada por incêndios, mata secundária e
capoeiras jovens ou degradadas, e de matas ciliares.
Com relação à vegetação natural presente na área da Fazenda Rio dos Pilões,
encontram-se fragmentos significativos de remanescentes florestais, sendo esses
caracterizados majoritariamente por áreas de formações secundárias de Mata Atlântica
definidas por sua qualificação ambiental em estádios inicial, médio e avançado de
regeneração comumente denominada de capoeirinha, capoeira e mata. Juntamente
com essa vegetação, encontram-se reflorestamentos de Pinus e Eucalyptus com sub-
bosque denso de regeneração da mata primária, constituindo-se em uma matriz
favorável de conexão entre esses fragmentos de Mata Atlântica.
34
Vale ressaltar a importância da presença de fragmentos remanescentes
conectados por faixas de vegetação formando corredores de ligação, permitindo que os
fragmentos possam ser definidos como locais de fluxo gênico para as espécies vegetais
e animais, proporcionando a manutenção da biodiversidade local.
2.2 Grupo taxonômico de estudo
Bencke et al. (2006), mencionam o Estado de São Paulo como detentor de 12
áreas importantes para a conservação das aves, sob domínio da Mata Atlântica. Estas
áreas estão localizadas na Serra da Cantareira, Serra da Mantiqueira e no Parque
Estadual da Serra do Mar.
Segundo Heringer e Montenegro (2000), a região do Vale do Paraíba se encontra
em uma faixa denominada de alta importância biológica para a conservação de aves.
Gussoni e Campos (2004) encontraram em uma área de 5.000 hectares, entre os
municípios de Arujá e Santa Isabel (SP), cerca de 235 espécies de aves, sendo 18
endêmicas do Brasil e 3 espécies ameaçadas de extinção no Estado de São Paulo.
Segundo um estudo feito pela Engea (1994) na Fazenda Rio dos Pilões, das 151
espécies de aves registradas, cerca de 70 espécies são residentes no local. Das
espécies migratórias, cerca de 10% do total se reproduzem na região.
De acordo com o trabalho de Cracraft (1985), observa-se que a região do presente
estudo está localizada em um importante sítio para a reprodução de aves, e de
endemismo conhecidas no Sul e Sudeste Brasileiros, como o Centro de Endemismo da
Serra do Mar e o Centro de Endemismo do Paraná.
2.3 Métodos
2.3.1 Períodos de estudo
O presente trabalho iniciou-se no mês de maio de 2005, sendo finalizado no mês
de maio de 2006 (excluindo-se o mês de dezembro, pois não houve coleta de dados).
As expedições foram mensais, totalizando 51 dias de atividades de campo, tanto para
observações como para a captura de aves.
Os horários das atividades se iniciavam ao alvorecer e eram concluídos ao
entardecer, sendo que os registros (visuais e auditivos) e coletas em área florestal
35
foram realizados durante a manhã, destinando o período da tarde, somente para os
registros em áreas abertas.
Devido ao estudo ter se restringido aos períodos matutino e vespertino, as
espécies de aves noturnas acabaram não sendo contempladas na análise da
comunidade. Porém, algumas espécies puderam ser registradas em excursões
noturnas esporádicas e/ou através da captura por redes neblina, já que um projeto de
levantamento de morcegos estava sendo desenvolvido durante o presente projeto, o
que acabou contribuindo acidentalmente para enriquecer as informações sobre a
comunidade de aves da RPPN. Embora estas espécies não tenham sido incluídas nas
análises, estão descritas na Tabela A (Anexo).
2.3.2 Áreas amostradas
Diante do mosaico de ambientes existentes na RPPN Rio dos Pilões e com o
intuito de conhecer sua comunidade de avifauna de maneira mais eqüitativa, a área de
estudo foi dividida em três ambientes (Figura 4): ambiente de campo antrópico (ACA),
ambiente antrópico inundado (AAI) e o ambiente florestal antropizado (AFA).
36
Fonte: Biométrica, 2006.
Figura 4 – Zoneamento da RPPN Rio dos Pilões destacando os ambientes estudados
no presente projeto (AFA = ambiente florestal antropizado, AAI = ambiente
antrópico inundado e ACA = ambiente de campo antrópico)
AFA
A
AAI
ACA
37
Ambiente de campo antrópico (ACA)
Compreende uma área de intensa influência antrópica, constituída por ruas
asfaltadas, loteamentos, construções e edificações (Figura 5 e Figura 6).
Fonte: Google Earth, 2006.
Figura 5 – Ambiente de campo antrópico (ACA) onde foram realizadas as observações
avifaunísticas (AAI = ambiente antrópico inundado)
A vegetação circundante é composta em sua maioria por áreas abertas de
pastagens abandonadas com grande predominância da invasora exótica, Melinis
minutiflora (capim-gordura) (Figura 6). Há também, a presença de ambientes com
vegetação em estádio de regeneração inicial e médio, como o campo e a capoeira, com
fisionomia herbácea composta por arbustos e subarbustos espaçados entre si. Nesses
locais, podem ser encontradas espécies como o assa-peixe (Vernonia polyanthes),
alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia), cambará (Gochnatia polymorpha) e a
guaçatonga (Casearia sylvestris).
AAI
ACA
38
Figura 6 – Ambiente de campo antrópico (ACA) destacando a predominância de
gramíneas, como da espécie Melinis minutiflora (capim-gordura)
Ambiente antrópico inundado (AAI)
O ambiente antrópico inundado é composto por uma represa (Figura 7) de 1,08 km
de extensão, 100 a 280 metros de largura, e circundada por uma estrada de terra de
3,0 km. No passado, sua área era circundada por florestas nativas, que foram
desmatadas, para que suas terras fossem utilizadas como pastagens e, posteriormente,
que servissem para o plantio de espécies madeireiras exóticas, como os pinheiros
(Pinus elliotti) e eucaliptos (Eucalyptus spp). Atualmente, alguns talhões dessas
espécies ainda podem ser encontrados ao redor da represa e se caracterizam por
abrigar um sub-bosque de espécies nativas. Nota-se através das Figuras 5 e 7, a
proximidade que este ambiente possui em relação ao ambiente de campo antrópico
(ACA).
39
Fonte: Google Earth, 2006.
Figura 7 – Ambiente antrópico inundado destacando as diferentes formas de vegetação
(PIN = talhão de pinus, EUC = talhão de eucaliptos, VR = vegetação rasteira
(gramíneas), CA = capoeira, MC = mata ciliar, VZ = várzea)
A mata ciliar, caracterizada por uma fisionomia florestal, circunda a maior parte da
represa, estando ausente somente de sudeste a nordeste. Vale ressaltar que a mata
ciliar presente ao norte da represa é formada por uma vegetação secundária, originária
de uma área onde houve desmatamento, por outro lado, a mata ciliar da porção sul
mantém contato com um remanescente florestal simplificado, que apresenta grande
quantidade de mirtáceas dos gêneros, Myrcia sp. , Eugenia sp. , Campomanesia sp. e
Calyptranthes spp. , as quais podem fornecer importantes alimentos para a avifauna.
Na região onde não há uma mata ciliar, observa-se na beira da represa uma
vegetação rasteira formada por gramíneas. Na área mais distante, predomina uma
vegetação secundária em estádio inicial de regeneração (capoeirinha).
VZ
VR
MC
MC
CA
EUC
PIN
Represa
40
Na porção noroeste (“fundo da represa”), há um ambiente peculiar definido pela
presença de solo constantemente encharcado. Essa condição edáfica determina a
existência de uma vegetação herbácea composta por espécies tolerantes à inundação,
conhecida como formação de várzea. Nota-se nesse ambiente a evidente
predominância do exótico lírio-do-brejo (Hedychium coronarium), gramíneas e
ciperáceas.
Ambiente florestal antropizado (AFA)
É constituído por um fragmento de floresta secundária tardia, com
aproximadamente 100 hectares (Figura 8) e cortado pelo rio dos Pilões. Entende-se por
floresta secundária, ou em regeneração, aquela resultante dos processos naturais de
sucessão, após supressão total ou parcial da vegetação primária por ações antrópicas
ou causas naturais (Resolução Conama N° 10/93).
Fonte: Google Earth, 2006.
Figura 8 – Ambiente florestal antropizado (AFA) destacando o polígono dos acessos
utilizados para a realização dos registros (Ec = estrada da cachoeira, Te =
trilha da escarpa e RP = rio dos Pilões)
Te
Ec
R
RP
41
Como já foi dito anteriormente, as pretéritas ocupações antrópicas na Fazenda Rio
dos Pilões provocaram a supressão florestal para a implantação de pastagens e
florestamentos homogêneos, restando, entretanto, diversos fragmentos de Mata
Atlântica, os quais foram simplificados com a retirada de madeiras nobres, tais como as
canelas (Nectandra spp. e Ocotea spp.) e o cedro (Cedrela fissilis), tornando-se assim
em matas secundárias.
Embora não haja referência a respeito da perturbação antrópica no fragmento em
estudo nos últimos 50 anos, sabe-se que este se encontra na categoria de estádio mais
avançado de regeneração, classificado como mata secundária ou capoeirão, onde se
pode diferenciar claramente os estratos arbóreos, arbustivos e herbáceos.
Segundo Carneseca e Almeida (2006), a constituição fisionômica desse fragmento
se caracteriza pelo predomínio das espécies típicas de início de sucessão (pioneiras e
secundárias iniciais) (Figura 9), tanto em número de espécies quanto em quantidade de
indivíduos, no entanto os dados fitossociológicos demonstraram uma maior
representatividade no Índice de Valor de Importância (IVI) das espécies secundárias
tardias, seguido pelas secundárias iniciais, indicando uma floresta em estádio
intermediário em relação ao desenvolvimento sucessional.
Há no fragmento uma trilha localizada em sua borda leste, chamada de “trilha da
escarpa” (Figura 8). Esta apresenta uma mata caracterizada pela grande freqüência de
espécies típicas de sucessão secundária, como o pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha),
manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis), embaúba-prateada (Cecropia hololeuca), e a
embaúba-vermelha (Cecropia glaziovi). Além disso, nota-se alta incidência de liquens,
epífitas (bromélias e orquídeas), e principalmente de lianas herbáceas e lenhosas, seja
no sub-bosque ou dossel.
42
Figura 9 – Ambiente florestal antropizado (AFA) destacando seu estádio de sucessão
secundário
A composição da mata ciliar do rio dos Pilões apresenta espécies típicas, como
Croton urucurana (sangra-d’água), Syagrus romanzoffiana (jerivá), Copaifera
langsdorffii (copaíba), Casearia sylvestris (guaçatonga), Trichilia pallida (catinguá), e
Tapirira guianensis (pau-pombo). O estádio de sucessão em que se encontra a mata
ciliar parece demonstrar que houve no passado uma grande exploração da vegetação,
já que atualmente esta apresenta um perfil homogêneo com ausência de árvores com
idade avançada.
2.3.3 Levantamento da Avifauna
Além dos fatores que podem influenciar na contagem de aves, como a capacidade
do observador, cansaço, experiência, hábitat e o clima, Lopez (1989) cita o grau de
conspicuidade das aves, ou seja, a facilidade com que estas podem ser vistas ou
ouvidas. Segundo o autor, esse grau pode variar tanto entre espécies como também
43
entre indivíduos, e pode levar o pesquisador a subestimar a população quando não é
levado em conta.
O grau de conspicuidade de cada espécie é determinado por fatores como o
tamanho corpóreo, coloração, vocalização e comportamento. Em relação a este último
fator, Sick (1985) comenta que a conspicuidade das espécies varia ao longo das
estações do ano sendo maior durante a época de acasalamento.
Tomialojc (1974) concluiu que as estratégias para trabalhos com aves devem se
adaptar a detalhes de acordo com as exigências do hábitat estudado e a biologia das
espécies que compõem a comunidade de aves.
Segundo Anjos (1990) os métodos de amostragem de aves são dificultados em
função da ecologia bastante variada que este grupo apresenta, principalmente quando
se trata de aves florestais. Diante dessa constatação, Gonzaga (1986), Almeida (1981)
e Anjos (1996), ressaltam a importância em se adotar uma combinação de métodos
específicos de levantamento de aves procurando empregar métodos de captura,
constatação visual e auditiva. Esta conduta também é recomendada em função das
restrições dos métodos de avaliação da abundância que têm sido adotados em estudos
sobre comunidades de aves e das variações periódicas ou ocasionais, às quais estas
comunidades estão sujeitas. Almeida (1981) observa que ao se fazer correlações entre
a avifauna e caracterização de formações florestais, estas correlações passam a ser
mais efetivas quando se analisa o número total de espécies, agrupando aquelas que
são apenas observadas e aquelas que são capturadas com rede neblina.
Wilson e Moriarty (1976) constataram que o uso de rede neblina não determina
todas as espécies de aves do sub-bosque e particularmente em florestas neotropicais,
onde muitas espécies de aves são raras, esse método subestima o número de espécies
presentes. Segundo Karr (1971), a maior desvantagem do uso das redes de neblina
consiste na dificuldade de seu uso nas copas e “sub-copas”, em função da mobilidade,
custos e dificuldades de uso. Assim, a utilização de outros métodos se faz necessária
para a complementação dos dados avifaunísticos.
Para Gonzaga (1986) é importante que o intervalo de tempo necessário a um
levantamento de aves, represente pelo menos, um ciclo da avifauna considerada, para
que se possa compreender melhor seus padrões de diversidade. Devido à ecologia
44
bastante variada deste grupo, o tempo de levantamento é ponto relevante nos
trabalhos.
Por conta dos fatores acima expostos e diante da possibilidade de num tempo
mais curto menosprezarmos a presença de espécies estacionais, os registros e coletas
de campo deste presente estudo foram realizados no período de 12 meses (maio de
2005 a maio de 2006), compreendendo assim, tanto as estações secas como
chuvosas.
2.3.3.1 Metodologias adotadas
Para investigar a estrutura da comunidade de aves com o intuito de analisar os
índices propostos, foram escolhidos dois métodos: o método de captura e recaptura
com redes-neblina e o método de observações em trajetos irregulares, sendo o primeiro
aplicado somente no ambiente florestal (AFA) e o segundo nos ambientes de campo
antrópico (ACA) e inundado (AAI).
Com o intuito de registrar espécies de outros estratos arbóreos, foram realizadas
no ambiente florestal juntamente com o uso de redes neblina, registros auditivos e
visuais da comunidade como um todo.
A nomenclatura científica utilizada é aquela proposta pelas resoluções do Comitê
Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2006).
Os dois métodos utilizados são descritos logo abaixo:
Método de captura e recaptura com redes neblina
Vielliard e Silva (1990) comentam que a vantagem no uso de redes-neblina está
no monitoramento em longo prazo das variações do ecossistema estudado. Embora
forneçam uma imagem parcial da comunidade, por ser bastante seletivo, os dados
obtidos através deste método podem ser usados para cálculos refinados (DEVELEY,
2004).
Contudo, Terborgh e Weske (1969) consideram importante o uso das redes, pois
esse método revela espécies que são comuns, mas que muitas vezes escapam de
serem detectadas por observações. Além disso, há um baixo risco de erro na
identificação das espécies e uma maior chance de que aves que raramente vocalizam
45
sejam amostradas, a possibilidade de manipulação e marcação dos indivíduos, dando
margem a muitos outros estudos, além do esforço amostral ser de fácil padronização
(KARR, 1981). Ainda segundo o autor, as redes-neblina são consideradas como o
método mais eficiente de amostragem para aves do sub-bosque em florestas tropicais.
As redes, dependendo da finalidade podem ser instaladas nos mais diversos
locais, tanto a partir do nível do solo como suspensas a alturas maiores, aproveitando
clareiras, cursos d’água, picadas existentes ou recentemente abertas para essa
finalidade (BARBOSA, 1992).
Para o presente estudo foram utilizadas seis redes ornitológicas, modelo ATX-
NEBBA com 12 metros de comprimento, 2,8 metros de largura, cor preta e malha de 36
mm. O tipo de rede utilizada visa unicamente a captura de espécies de aves do sub-
bosque e eventualmente espécies de outros estratos arbóreos.
As redes foram numeradas, distribuídas em duas regiões (Figura 10 e Figura 11),
sendo três redes na mata ciliar do rio dos Pilões (borda leste do fragmento) e três redes
ao longo da trilha da escarpa (borda leste-oeste do fragmento), e depois fixadas ao solo
entre duas hastes galvanizadas. A distância entre os dois locais de coleta foi de
aproximadamente 800 metros.
46
Fonte: Biométrica, 2006.
Figura 10 – Localização e distribuição das redes neblina no fragmento florestal
(ambiente florestal antropizado), (Ec = estrada da cachoeira, Te = trilha
da escarpa, R = rede neblina e LF = limite da primeira fase do
empreendimento)
R1
R2
R3
R4
R5
R6
Ec
Te
LF
47
Figura 11 – Rede neblina instalada ao longo da trilha da escarpa (Te)
A relação dos pontos de instalação das redes pode ser visualizada na Tabela 4.
Tabela 4 – Relação dos pontos de instalação de redes na ambiente florestal
antropizado da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel - SP
Redes Latitude Longitude Altitude/erro (m) Local
1° Ponto 23° 17' 3,9'' 46° 17' 35'' 721 (21) mata ciliar
2° Ponto 23° 17' 2,1'' 46° 17' 36'' 687 (17) mata ciliar
3° Ponto 23° 17' 2,6'' 46°17' 39,1'' 691 (21) mata ciliar
4° Ponto 23° 17' 1,9'' 46°17' 45,7'' 740 (20) trilha da escarpa
5° Ponto 23° 17' 5'' 46°17' 45,2'' 768 (15) trilha da escarpa
6° Ponto 23°17' 10,3'' 46°17' 47,4'' 765 (13) trilha da escarpa
Os horários de abertura das redes se iniciaram ao alvorecer e eram concluídos ao
fim de cada manhã, próximos ao meio-dia.
As redes eram revistadas a cada 40 minutos e cada ave capturada e seguramente
identificada, tinha seus dados biométricos anotados, sendo depois fotografada,
marcada e solta no mesmo local de captura (Figura 12 e Figura 13). As aves
capturadas recebiam uma marcação nas rêmiges da asa esquerda (face interna),
utilizando-se esmalte vermelho. Ao término do período de utilização, as redes eram
“fechadas” a fim de se evitar que as aves fossem capturadas na ausência do
48
pesquisador, pois a permanência prolongada da ave na rede fatalmente acarretará em
sua morte. Para evitar que outros animais silvestres se enroscassem nas redes, ao
transitar pela área de coleta, as redes também eram elevadas a 2 metros do nível do
solo.
Figura 12 – Falcão-caburé (Micrastur ruficollis) capturado em rede neblina
Figura 13 – Barranqueiro-de-olho-branco (Automolus leucophthalmus) sendo
comparado junto à bibliografia específica
49
Para a identificação das espécies capturadas foi utilizado o seguinte material
bibliográfico: Mitchell (1957), Schauensee e Phelps Jr. (1978), Frisch (1981), Hilty e
Brown (1986), Dunning (1987), Grantsau (1989), Narosky e Yzurieta (1989), Ridgely e
Tudor (1989), Sick (1997), Souza (1998) e Willis e Oniki (2003). Em relação aos
registros auditivos, utilizou-se um gravador portátil da marca Sony e CDs de cantos de
aves, facilitando assim o registro e a identificação de algumas espécies.
Método de observações em trajetos irregulares
O método de levantamento através de trajetos irregulares (BEESE e BRYANT,
1999), por ser menos seletivo, abrange um maior número de espécies do que o método
de captura com redes neblina, promovendo uma amostra menos local, porém mais
abrangente da diversidade. Segundo Develey (2004), as amostragens por trajetos são
adequadas no caso de espécies de fácil detecção (conspícuas ou de grande porte),
como é o caso de cracídeos como jacus (Penelope spp.) e mutuns (Crax spp.). Nesses
casos, os trajetos também são adequados para ambientes florestais.
Nesse método, cada ave que puder ser identificada visualmente ou auditivamente
será registrada apenas durante o tempo em que se desloca pelo ambiente (estrada
e/ou trilha) de interesse. Uma atenção especial deve ser tomada para não haver
registro da mesma ave mais que uma vez. Nenhuma rota, nem o tempo gasto em cada
ambiente serão padronizados, admitindo-se que as aves se distribuem ao acaso e
independentemente, ao longo da área amostrada (DEVELEY, 2004).
O método foi aplicado durante o período vespertino somente nos ambientes
abertos (campo antrópico e ambiente inundado). No ambiente antrópico inundado,
percorreu-se a estrada de terra (Figura 14) que circunda a represa, enquanto que no
campo antrópico, as ruas dos loteamentos (Figura 15). A fim de se registrar
aleatoriamente as espécies, os sentidos das rotas utilizadas nesses dois locais eram
alternados de acordo com o dia de trabalho, ou seja, caso a estrada da represa fosse
iniciada de um lado, no próximo dia, era iniciada de outro.
50
Figura 14 – Estrada onde foram feitas as observações avifaunísticas, destacando o
ambiente de várzea (AV)
Figura 15 – Ambiente de campo antrópico destacando as casas e construções da
“Reserva Ibirapitanga”, e parte das ruas (R) onde foram feitos os registros
avifaunísticos
A identificação pelo contato visual foi feita a olho nu ou com o uso de um binóculo
da marca Nikula, com capacidade de 8-32 X 50. No caso de contato auditivo, utilizou-se
um gravador portátil da marca Sony e CDs de cantos de aves, o que facilitou o registro
e identificação de algumas espécies. Os guias de aves utilizados durante este trabalho,
foram os mesmos descritos para o método de captura com redes-neblina (MITCHELL,
1957; SCHAUENSEE e PHELPS JR., 1978; FRISH, 1981; HILTY e BROWN, 1986;
DUNNING, 1987; GRANTSAU, 1989; NAROSKY e YZURIETA, 1989; RIDGELY e
TUDOR, 1989; SICK, 1997; SOUZA, 1998; e WILLIS e ONIKI, 2003).
Além dos dados básicos, como dia, horário de registro ou captura, espécie e local,
procurou-se nos dois métodos de estudo, aumentar as informações obtidas no “campo”,
AV
R
R
51
registrando-se também o tempo, estrato arbóreo em que a ave foi vista, número de
indivíduos, sexo (quando possível) e seu comportamento quando avistada.
2.3.4 Análise da comunidade da avifauna
Para análise da comunidade de aves da RPPN Rio dos Pilões, foram aplicados os
seguintes índices: riqueza, diversidade, freqüência de ocorrência, densidade,
freqüência relativa, recaptura e composição das guildas alimentares.
a) Riqueza (S):
É o número total de espécies inventariadas na totalidade de uma área ou região.
As curvas de riqueza acumulada são construídas plotando-se o número de novas
espécies acumuladas a cada levantamento (BLONDEL, 1979).
b) Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (H’):
Permite identificar o grau de heterogeneidade das áreas, baseado na abundância
proporcional de todas as espécies da comunidade. Apresenta sempre valores acima de
0.0, sendo que quanto maior o valor, maior será a diversidade de espécies: eq. (1).
H” = - Σ pi ln (pi) (1)
onde,
pi = proporção dos indivíduos da espécie “i” em relação ao número total de
indivíduos da comunidade.
c) Freqüência de Ocorrência (FO):
A freqüência de ocorrência corresponde ao número de dias em que determinada
espécie foi registrada, em relação ao número total de dias de levantamento, permitindo
concluir se uma espécie é encontrada regularmente ou não (VIELLIARD e SILVA,
1990): eq. (2).
Segundo Robbins (1981) e Kendeigh (1994), este índice é eficiente apenas para
espécies comuns e abundantes, pela sua densidade e/ou conspicuidade. O mesmo não
ocorrendo para espécies raras, levando a uma subestimativa ou mesmo a exclusão das
espécies pela freqüência de dias.
52
As espécies registradas em todos os ambientes estudados foram consideradas
comuns. É importante considerar que a análise de FO foi feita considerando-se os dois
métodos utilizados.
FO = No * 100 (2)
Nt
onde,
No = número de dias em que a espécie foi observada.
Nt = número total de dias de observação.
d) Índice de Densidade (ID):
É definido como sendo a somatória dos indivíduos de uma população capturados
(Yci) ou recapturados (Yri) a cada 100 horas/rede (HR): eq (3).
ID = Σ (Yci + Yri) x 10 (3)
HR
e) Freqüência Relativa (FR):
É a percentagem da somatória dos indivíduos de uma população, capturados (Yci)
ou recapturados (Yri) em relação à somatória dos indivíduos da comunidade,
capturados (Ici) ou recapturados (Iri): eq. (4).
FR = (Yci + Yri) X 100 (4)
(Ici + Iri)
f) Índice de Recaptura (IR)
É a somatória do número de indivíduos de uma população recapturada (Yri) em
relação ao número de indivíduos desta mesma população capturados (Yci), durante
todos os períodos de coleta: eq. (5).
IR = Yri (5)
Yci
g) Guildas alimentares
Segundo Pozza (2002), uma grande vantagem em se utilizar índices de
diversidade está na facilidade em elaborar comparações matemáticas e estatísticas das
situações observadas, tornando mais claras as semelhanças e diferenças. Entretanto,
53
Cândido Júnior (1991) lembra que uma grande desvantagem em seu uso é a perda de
informações biológicas durante as análises da comunidade.
Com o intuito de utilizar estas informações, as espécies foram analisadas
agrupando-as em categorias de guildas alimentares, que segundo Root (1967), agrupa
espécies que apresentam sobreposição significante em seus nichos, sem levar em
conta sua posição taxonômica.
A classificação desses nichos foi baseada em informações obtidas em campo e
através de bibliografias específicas como Willis (1979), Almeida, (1981) e Sick (1997). A
reunião desse material possibilitou a divisão das espécies em 13 categorias funcionais,
como se segue abaixo:
1) Onívora (On)
2) Insetívora (In)
3) Insecto-frugívora (If),
4) Insecto-carnívora (Ic)
5) Insecto-piscívora (Ip)
6) Piscívora (Pi)
7) Pisci-carnívora (Pc)
8) Necrófaga (Nc)
9) Nectar-insetívora (Ni)
10) Carnívora (Ca)
11) Granívora (Gr)
12) Frugívora (Fr)
13) Frugi-insetívora (Fi)
2.3.5 Análise dos dados
A análise dos dados foi realizada através do aplicativo MS-Excell 98, para
tratamentos e conversões dos dados, obtenção da curva do coletor, cálculos dos
índices (diversidade, freqüência de ocorrência, densidade, freqüência relativa e
recaptura).
54
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Riqueza, freqüência relativa (FR) e diversidade (H’)
Considerando a metodologia adotada e os ambientes estudados, foi possível
registrar 141 espécies de aves em um total de 1.824 horas de trabalhos, sendo 405
horas de observações e escutas, e 1.419 horas (236,5 horas/rede) de esforço amostral
nas redes.
As espécies identificadas estão distribuídas em 20 ordens, 46 famílias, 11
subfamílias e 125 gêneros, resultando em 2.427 indivíduos contatados, sendo 2.243
observados, 184 capturados e 17 recapturados (Figura 16).
26
29
46
70
85
19
12
13
20
36
62
125
51
141
52
72
0
15
30
45
60
75
90
105
120
135
150
AC A A AI A FA TOTAL
Ordem Família Gênero Espécie
Figura 16 - Número de ordens, famílias e espécies distribuídas pelos ambientes
estudados na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP (ACA = ambiente de
campo antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado e AFA = ambiente
florestal antropizado)
Levantamentos realizados na região de Santa Isabel (SP) por Martuscelli (1995) e
Gussoni e Campos (2004), obtiveram respectivamente 151 e 235 espécies de aves.
Portanto o número de espécies registrado na RPPN Rio dos Pilões se encontra próximo
dos resultados obtidos por estes trabalhos.
55
Trabalhos realizados em regiões mais distantes, porém no bioma de Mata
Atlântica, encontraram: 102 espécies e 30 famílias na Serra da Mantiqueira (TOLEDO,
1993); 217 espécies e 40 famílias na Serra da Paranapiacaba (ALLEGRINI, 1997); 113
espécies e 27 famílias na Serra do Mar (DÁRIO et al, 2002).
A análise da curva do coletor (curva acumulada de espécies) não mostrou uma
tendência à estabilização ao final do estudo, o que sugere que o esforço de coleta
despendido talvez não tenha sido suficiente para amostrar toda a comunidade da RPPN
Rio dos Pilões, indicando assim que novas espécies ainda podem ser registradas
(Figura 17). Segundo Willis (1979), mesmo após 200 horas, novas espécies podem ser
observadas. Höfling e Lencioni (1992) vão mais longe e sugerem que somente um
levantamento efetuado ao longo de vários anos e nas suas diferentes estações, poderia
resultar em uma avaliação de todas as espécies que ocorrem em uma área, bem como
a situação de cada uma delas (residente, visitante e migrante). Entretanto, a listagem
obtida pode ser considerada representativa da região, possibilitando uma boa
caracterização da sua avifauna.
Curva do Coletor
TOTAL
0
15
30
45
60
75
90
105
120
135
150
1 3 5 7 9 111315171921232527293133353739414345474951
Dias amostrados
Número de espécies
Figura 17 – Riqueza de espécies (observadas ou capturadas) expressa pelo total de
dias amostrados, na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
56
Algumas espécies registradas fora do período de estudo, como as das famílias
Caprimulgidae e Strigidae, não foram acrescidas na análise da comunidade, porém
estão descritas na listagem taxonômica das espécies no Anexo (Tabela A).
Os Não-passeriformes (Tabela 5) somaram 56 espécies (39,71%), com maior
representatividade nas famílias Ardeidae (10,71%, 06 espécies) e Trochilidae (9%, 05
espécies). A ordem dos Passeriformes foi a mais representativa, com 85 espécies
(60,28%), sendo 10 Sub-oscines e 12 Oscines (Tabela 6). Gussoni e Campos (2002)
registraram o mesmo número de famílias (46) e praticamente o mesmo de
Passeriformes (60,43%) e Não-passeriformes (39,57%), porém com base nas 235
espécies de aves registradas.
Tabela 5 – Relação geral das unidades taxonômicas das aves Não-Passeriformes
registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
Ordens Famílias Nº de Gêneros Nº de Espécies
Tinamiformes Tinamidae 1 2
Anseriformes Anatidae 1 1
Galliformes Cracidae 1 1
Podicipediformes Podicipedidae 1 1
Phalacrocoracidae 1 1
Pelecaniformes
Anhingidae 1 1
Ciconiiformes Ardeidae 5 6
Cathartiformes Cathartidae 1 1
Pandionidae 1 1
Accipitridae 3 3
Falconiformes
Falconidae 4 4
Gruiformes Rallidae 1 1
Charadriiformes Charadriidae 1 1
Columbiformes Columbidae 4 4
Psittaciformes Psittacidae 4 4
Cuculiformes Cuculidae 4 4
Tytonidae 1 1
Strigiformes
Strigidae 1 1
Apodiformes Trochilidae 5 5
Trogoniformes Trogonidae 1 1
Coraciiformes Alcedinidae 2 3
Galbuliformes Bucconidae 2 2
Ramphastidae 2 2
Piciformes
Picidae 4 5
Total 24 52 56
57
Tabela 6 – Relação geral das unidades taxonômicas das aves Passeriformes
registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
Ordem Passeriformes Famílias Nº de Gêneros Nº de Espécies
Thamnophilidae 7 9
Conopophagidae 1 1
Scleruridae 1 1
Dendrocolaptidae 4 5
Furnariidae 5 5
Tyrannidae 21 23
Cotingidae 1 1
Pipridae 2 2
Tytiridae 1 1
Sub-Ordem Tyranni
(Sub-oscines)
Vireonidae 2 2
Hirundinidae 3 3
Troglodytidae 1 1
Turdidae 1 4
Mimidae 1 1
Coerebidae 1 1
Thraupidae 10 10
Emberezidae 7 7
Cardinalidae 1 1
Parulidae 2 4
Icteridae 1 1
Fringillidae 1 1
Sub-Ordem Passerida
(Oscines)
Estrildidae 1 1
Total 22 75 85
Dentre as famílias mais representativas de Passeriformes, Tyrannidae, Thraupidae
e Thamnophlilidae destacaram-se por possuírem maior riqueza, 23 espécies (27,5%),
10 espécies (11,7%) e 9 espécies (10,6%) respectivamente. (Figura 18). É provável que
essas famílias sejam mais tolerantes a ambientes antropizados, como foi constatado na
RPPN Rio dos Pilões, pois resultados semelhantes também foram encontrados por
D’Angelo Neto et al., (1998), Machado (1999), Dário et al., (2002), Franchin e Júnior
(2004) e Telino-Júnior et al. (2005).
58
Distribuição de espécies por famílias
11
6
2
1111
4
111
4
5
7
1
4
1
5
3
111
4
1
5
2
1
4
1
2
11
9
10
2
1
5
11
4
1
2
3
3
23
0
5
10
15
20
25
Accipitridae
Alcedinidae
Anatidae
Anhingidae
Ardeidae
Bucconidae
Cardinalidae
Cathartidae
Charadriidae
Coerebidae
Columbidae
Conopophagidae
Cotingidae
Cracidae
Cuculidae
Dendrocolaptidae
Emberizidae
Estrildidae
Falconidae
Fringillidae
Furnariidae
Hirundinidae
Icteridae
Mimidae
Pandionidae
Parulidae
Phalacrocoracidae
Picidae
Pipridae
Podicipedidae
Psittacidae
Rallidae
Ramphastidae
Scleruridae
Strigidae
Thamnophilidae
Thraupidae
Tinamidae
Tityridae
Trochilidae
Troglodytidae
Trogonidae
Turdidae
Tyrannidae
Tytonidae
Vireonidae
Número de espécies
Figura 18 - Número de espécies por famílias encontradas durante os censos de
observação e capturas, na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
Segundo Sick (1997), Tyrannidae é a família mais representativa do Hemisfério
Ocidental, ao qual está confinada, e corresponde à cerca de 18% dos Passeriformes da
América do Sul, sendo as espécies mais vistas e ouvidas no Brasil, habitando todos os
tipos de paisagens, na maioria arborícolas, e ocupando todos os estratos da floresta,
incluindo uma área acima do dossel superior onde capturam insetos.
O Estado de São Paulo está representado por 98 espécies de tiranídeos (SILVA e
ALEIXO, 1996). Deste total, 23 espécies compõem a comunidade registrada na RPPN
Rio dos Pilões, o que perfaz 23,4% do total para o Estado. A grande variedade de
ambientes ocupados pôde ser comprovada neste estudo, pois Tyrannidae apresentou a
maior representatividade em todas os ambientes estudados. (Figura 19).
Foram registradas tanto espécies de tiranídeos típicas de formações abertas
(campo antrópico e ambiente inundado) (e.g. Pitangus sulphuratus, Tyrannus
melancholicus, Tyrannus savana, Xolmis velatus), como também de áreas florestais
(ambiente florestal) (e.g. Myiornis auricularis, Myobius barbatus, Platyrinchus mistaceus,
Mionectes rufiventris), ocorrendo uma maior riqueza de espécies no ambiente antrópico
59
inundado (AI), seja de tiranídeos (12 espécies) ou em relação ao número total de
espécies (85 espécies).
É importante destacar que de acordo com o ordenamento taxonômico seguido
pela CBRO (2006), enquadraram-se separadamente as famílias Thraupidae (10
espécies), Emberizidae (07 espécies), Cardinalidae (01 espécie), Parulidae (04
espécies), Icteridae (01 espécie) e Fringilidae (01 espécie), diferindo assim do proposto
por Sick (1997) que agrupa as famílias supracitadas em subfamílias pertencentes a
grande família Emberizidae, o que totalizaria assim 24 espécies, ou seja, quase o
mesmo número de espécies apresentado por Tyrannidae (23 espécies).
60
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Accipitridae
Alcedinidae
Anatidae
Anhingidae
Ardeidae
Bucconidae
Cardinalidae
Cathartidae
Charadriidae
Coerebidae
Columbidae
Conopophagidae
Cotingidae
Cracidae
Cuculidae
Dendrocolaptidae
Emberizidae
Estrildidae
Falconidae
Fringillidae
Furnariidae
Hirundinidae
Icteridae
Mimidae
Pandionidae
Parulidae
Phalacrocoracidae
Picidae
Pipridae
Podicipedidae
Psittacidae
Rallidae
Ramphastidae
Scleruridae
Strigidae
Thamnophilidae
Thraupidae
Tinamidae
Tityridae
Trochilidae
Troglodytidae
Trogonidae
Turdidae
Tyrannidae
Tytonidae
Vireonidae
Número de espécies
A FA AC A AA I
Figura 19 - Distribuição do número de espécies por famílias nos ambientes estudados na RPPN Rio dos Pilões (AFA =
ambiente florestal antropizado; ACA = ambiente de campo antrópico e AAI = ambiente antrópico inundado)
61
De acordo com Vielliard e Silva (1989), um índice de diversidade (H’) entre 1,00 e
2,00, caracteriza a avifauna de florestas temperadas, já os ambientes tropicais,
apresentam valores em torno de 3,00. Portanto o valor obtido para a comunidade de
aves da RPPN Rio dos Pilões, de 4,02, pode ser considerado elevado e provavelmente
seja explicado pela influência do mosaico de ambientes que oferecem múltiplas
situações ecotonais as espécies.
A seguir serão apresentados os resultados de Riqueza, Freqüência Relativa (FR) e
Diversidade (H’) dos ambientes estudados. Vale destacar que muitas espécies de aves
foram registradas com freqüências (FR) muito baixas, mesmo sendo bastante
conspícuas nos ambientes.
A listagem geral da FR das espécies de aves da RPPN Rio dos Pilões pode ser
consultada no Anexo (Tabela B).
Ambiente de campo antrópico (ACA):
Foram registradas no ACA, 52 espécies de aves (36,88% do total), sendo que as
mais abundantes (Tabela B, no Anexo) foram Patagioenas picazuro (asa-branca)
(FR=14,45), Thraupis sayaca (sanhaço-cinza) (FR=9,15) e Zonotrochia capensis (tico-
tico-verdadeiro) (FR=6,96).
Destaca-se o elevado índice de P. picazuro no ambiente, aonde se chegou a
contar, 47 indivíduos em uma única árvore. A grande abundância da espécie na RPPN
pode ser explicada devido aos desmatamentos ocorridos no passado. Essa relação é
citada por Sick (1997), onde este afirma que a extensão do domínio dessa espécie é
associada com o avanço dos desmatamentos.
As treze espécies cujo registro foi restrito ao ambiente de campo antrópico podem
ser vistas na tabela abaixo (Tabela 7).
62
Tabela 7 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente de campo antrópico (ACA) da
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
NOME CIENTIFICO NOME VULGAR
Ammodramus humeralis
tico-tico-do-campo
Crotophaga ani
anú-preto
Elanus leucurus
gavião-peneira
Emberizoides herbicola
tibirro-do-campo
Empidonomus varius
bentevi-peitica
Estrilda astrild
bico-de-lacre
Eupetomena macroura
beija-flor-tesoura
Falco sparverius
quiriquiri
Knipolegus lophotes
maria-preta-de-topete
Pseudoleistes guirahuro
dragão-do-brejo
Schistochlamys ruficapillus
tié-veludo
Tyto alba
coruja-de-igreja
Xolmis velatus
pombinha-das-almas
Determinadas espécies de aves são categorizadas como sendo restritas ao
espaço aéreo, como por exemplo, as provenientes das ordens dos falconiformes e
catharthiformes, e da família hirundinidae que sobrevivem indistintamente em áreas de
campo aberto e floresta, não dependendo desta forma, especificamente de um tipo de
vegetação. Portanto, embora Pygochelidon cyanoleuca (andorinha-azul-e-branca)
(FR=2,70) tenha sido registrada somente no ACA, isso não a torna restrita a este
ambiente, pois assim como outras espécies que passam a maior parte de seu tempo
utilizando o espaço aéreo para capturar seu alimento, como a Progne tapera
(andorinha-do-campo) (FR=6,03), esta também poderá ser registrada em outros locais.
Dentre os falconiformes, o carcará (Caracara plancus) (FR=0,31) o gavião-carijó
(Buteo magnirostris) (FR=0,42) o quiriquiri (Falco sparverius) (FR=0,52) e o carrapateiro
(Milvago chimachima) (FR=0,73) foram os menos abundantes e quando registrados,
sempre estavam solitários. O primeiro sempre estava de passagem sobre o ACA. O
segundo era visto constantemente pousado em árvores altas (ex. eucaliptos) e
esparsas do ACA, na tentativa de capturar suas presas. O terceiro era avistado
realizando o mesmo comportamento que Elanus leucurus (gavião-peneira), ou seja, o
de “peneirar” o espaço aéreo de ambientes abertos em busca de presas. Já o quarto
(também solitário) era registrado vocalizando e sobrevoando o ambiente, e em algumas
ocasiões, visto pousado sobre as árvores onde permanecia a espreita de suas presas.
63
A espécie de falconiforme mais abundante foi o gavião-peneira (E. leucurus)
(FR=1,66), observado intensamente “peneirando” os campos do ACA. O ambiente
parece ainda dispor de recursos suficientes para que a espécie possa nidificar e
garantir o desenvolvimento de seus filhotes, já que um casal foi observado durante seu
período de reprodução. Constatou-se durante o mês de outubro a existência de um
ninho em forma de tigela, formado por ramos finos, e localizado no topo de uma árvore
média (10-12 metros) da capoeira. Embora o ninho estivesse com três ovos, apenas um
ninhego foi observado no mês seguinte (novembro). Nesta ocasião, o infante já estava
emplumado e tinha acabado de receber, como alimento, uma rolinha-caldo-de-feijão
(Columbina talpacoti) de um de seus pais.
O urubú-preto (Coragyps atratus) (FR=3,53) foi observado em praticamente todos
os meses. Com seu vôo característico, ele busca seu alimento dando longos círculos
sobre o ambiente. Não foram observados grupos grandes, mas apenas indivíduos
solitários e/ou em pequeno número.
Segundo Stotz et al. (1996), Crotophaga ani (anú-preto) (FR=4,47), Eupetomena
macroura (beija-flor-tesoura) (FR=0,10), Tyto alba (coruja-de-igreja), Kinipolegus
lophotes (Maria-preta-de-topete) (FR=2,60), Pygochelidon cyanoleuca (andorinha-azul-
e-branca), Ammodramus humeralis (tico-tico-do-campo) (FR=0,21) e Pseudoleistes
guirahuro (dragão-do-brejo) (FR=0,42), são espécies indicadoras de ambientes
perturbados.
Embora seja um ambiente antropizado e que ainda sofre constante influência
antrópica por conta das construções e do trânsito de veículos e pessoas, o ambiente
ainda mantém uma considerável diversidade de aves, como foi observado pelo índice
obtido de 3,19. É importante considerar que a maioria das espécies é comum de áreas
abertas e/ou alteradas, como por exemplo, Zonotrochia capensis (tico-tico-verdadeiro),
Patagioenas picazuro (asa-branca), Crotophaga ani (anú-preto), Guira guira (anú-
branco), Mimus saturninus (sabiá-do-campo).
Dentre os cuculídeos (Cuculidae), o mais abundante foi o anú-branco (G. guira)
(FR=5,93), seguido pelo anú-preto (C. ani) (FR=4,47), a alma-de-gato (Piaya cayana)
(FR=0,42) e o saci (Tapera naevia) (FR=0,30).
64
Os bandos de G. guira variaram de dois a quatorze indivíduos e assim como C.
ani, foram encontrados nos mesmos hábitats, pousando em pequenos arbustos e
árvores, ou diretamente no chão, onde procuram alimento.
Embora P. cayana seja uma ave mais associada a ambientes florestais, no ACA a
espécie foi registrada forrageando, isolada ou em duplas, os pequenos conjuntos de
árvores altas e esparsas desse ambiente.
Das três ocasiões em que se registrou Tapera naevia, apenas em uma a ave foi
observada, já que nas demais, valia-se apenas de sua vocalização característica. Ao
contrário dos outros cuculídeos, a espécie só foi registrada nas capoeiras.
Emlen (1974) comenta que além dos fatores naturais, as construções humanas
(edificações, postes de energia) podem aumentar a diversidade de hábitats no
ambiente urbanizado contribuindo para aumentar suas espécies de aves. Diante dessa
afirmação, algumas espécies puderam ser observadas utilizando as construções
humanas existentes no ambiente de campo antrópico, como: Tyto alba (coruja-de-
igreja) (FR=0,10), vista caçando sobre postes de energia; Athene cunicularia (coruja-
buraqueira) (FR=2,39), morando em abrigos artificiais; Knipolegus lophotes (Maria-
preta-de-topete) (FR=2,60) e Xolmis velatus (pombinha-das-almas) (FR=0,62),
empoleirando-se constantemente nos fios de energia para capturar insetos.
A presença das áreas de campo e capoeira com vegetação em estádio de
regeneração inicial e médio no ACA pode estar contribuindo para a manutenção de
algumas espécies, por exemplo, as da família Fringillidae, como Sporophila
caerulescens (coleirinha) (FR=2,70), Volatinia jacarina (tiziu) (FR=1,25), Carduelis
magellanica (pintassilgo) (FR=5,20) e Ammodramus humeralis (tico-tico-do-campo)
(FR=0,21), que se alimentam de gramíneas forrageiras altamente sementíferas e
constroem ninhos entre suas touceiras (A. humeralis) e da família Accipitridae, como
Elanus leucurus (gavião-peneira), que utiliza os campos e capoeiras para capturar
roedores e outros pequenos vertebrados.
Com o avanço na implantação das casas e outras construções previstas na
“Reserva Ibirapitanga” em áreas de pastagens abandonadas (área de loteamentos), é
muito provável que essas e outras aves de ambientes abertos venham a sofrer
impactos gradativos com o fracionamento de seus hábitats. Entretanto, estas espécies
65
ainda poderão ser registradas em outras áreas da RPPN, principalmente, no entorno da
região de estudo, já que apresenta inúmeras áreas abertas (campo, capoeira e
pastagens abandonadas).
A ausência de tinamídeos (Tinamidae) de campo aberto, como a codorna (Nothura
maculosa) e o inhambú-chororó (Crypturellus parvirostris), talvez possa ser explicada
devido às alterações ambientais (queimadas e caça furtiva) ocorridas no passado na
região, o que acaba forçando os animais a se deslocarem para outras locais. Na
tentativa de recompor a avifauna da RPPN, uma estratégia interessante seria a
reintrodução dos tinamídeos nas áreas abertas do empreendimento.
Dos estrigiformes (Strigiformes), a coruja-buraqueira (Athene cunicularia)
(FR=2,39), embora seja conspícua por apresentar hábito diurno e quase sempre fazer
alarde quando nota um intruso em seu território, foi pouco abundante. É uma espécie
preferencialmente insetívora (ex. besouros), mas que também se alimenta de pequenos
anfíbios, répteis e mamíferos (ex. roedores). A territorialidade da espécie foi observada
em muitas das ocasiões, onde a proteção de suas tocas era sempre feita por um ou
dois indivíduos que se estabeleciam tanto no solo como também pousados em árvores
e postes próximos de sua morada.
Embora não se tenha desenvolvido trabalhos de observação no período noturno,
Strix hylophila (coruja-pintada) foi observada em passeios esporádicos (Tabela B, no
Anexo).
Entre os tiranídeos (Tirannidae), a espécie mais abundante foi Knipolegus lophotes
(maria-preta-de-topete) (FR=2,60) seguida por Pitangus sulphuratus (bem-te-vi)
(FR=2,49). É interessante destacar o comportamento demonstrado por K. lophotes
durante os avistamentos, onde esta, sempre em duplas ou trios, permanecia
empoleirada nos fios dos postes a espreita de suas presas. Os indivíduos ficavam
próximos entre si, porém cada um em seu respectivo poste.
Ambiente antrópico inundado (AAI):
O ambiente inundado apresentou a maior riqueza de espécies, pois das 141
espécies registradas na comunidade da RPPN, 85 (60,28%) espécies de aves foram
identificadas nesse ambiente. É importante destacar que quando se refere ao AAI,
66
considera-se tanto o ambiente aquático e/ou de várzea, como também os ambientes
adjacentes da represa, como a mata ciliar, campo, capoeira e a vegetação rasteira.
Diante disso obteve-se que as espécies mais abundantes (Tabela B, no Anexo) foram
Thraupis sayaca (sanhaço-cinza) (FR=11,44), Vanellus chilensis (quero-quero)
(FR=9,10) e Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) (FR=8,40). Entretanto, se analisarmos
apenas as aves de hábitos aquáticos, veremos uma maior abundância na marreca-
ananaí (Amazonetta brasiliensis) (FR=4,32) e no mergulhão-caçador (Podilymbus
podiceps) (FR=1,40).
Com o maior índice de observação dentre as espécies aquáticas, a marreca-
ananaí (A. brasiliensis) foi normalmente observada aos casais, embora agrupamentos
pequenos de 4 a 10 animais também tenham sido freqüentes. Os registros foram todos
realizados na porção noroeste da represa (fundo da represa), onde um local não
inundado (ilha) permite que esses e outros animais permaneçam durante o dia tomando
sol e alimentando-se. No início os avistamentos eram rápidos, já que as aves
percebiam com facilidade a presença de estranhos e partiam voando e vocalizando
denotando os extensos espelhos verdes e brancos de suas asas. Mas ao longo dos
trabalhos, elas parecem ter se acostumado com a presença do pesquisador, permitindo
assim que fossem observadas por um tempo mais longo. Embora não se tenha
comprovado que a ilha também foi usada para nidificação, constatou-se no mês de
janeiro a presença de dois filhotes entre os adultos. Segundo Sick (1997), A.
brasiliensis é uma das espécies de anatídeos (Anatidae) mais abatidas pelos
caçadores.
Entre os ardeídeos (Ardeidae), a garça-branca-grande (Ardea alba) e a garça-
moura (Ardea cocoi) foram os mais frequentes (FR=1,05), seguidos pela garça-real
(Pilherodius pileatus) (FR=0,47), socozinho (Butorides striata) (FR=0,35), maria-faceira
(Syrigma sibilatrix) (FR=0,23) e da garça-branca-pequena (Egreta thula) (FR=0,12). Nas
margens da represa e na ilha, essas aves forrageavam e se refugiavam dos ruídos e da
movimentação de veículos e pessoas, já que na porção noroeste esses incômodos
eram menos freqüentes.
Além dos quero-queros (Vanellus chilensis) que denunciavam constantemente a
presença do pesquisador para toda fauna, a maria-faceira (Syrigma sibilatrix) também
67
mantinha essa função. Em quase todas as ocasiões, ela foi vista isolada, arisca e
pousada na copa das árvores ciliares altas da represa. Quando notava algum estranho
se aproximando, ela emitia um grasnido alto e rouco, e logo alçava vôo.
A garça-real (Pilherodius pileatus) foi avistada somente em uma das pequenas
lagoas marginais da represa. È provável que devido ao seu comportamento arisco, ela
tenha preferido manter-se mais protegida dos ruídos nessa lagoa, já que esta era mais
margeada pela vegetação.
Os pelecaniformes registrados no AAI foram o biguá (Phalacrocorax olivaceus) e o
biguatinga (Anhinga anhinga). As espécies foram vistas solitárias e apenas em duas
ocasiões (uma para cada espécie). Segundo Sick (1997), a presença de A. anhinga é
relacionada à alta piscosidade em represas. É provável que a represa do AAI possua
grande quantidade de peixes, já que a prática da pesca é proibida na RPPN.
Visto em duplas, nadando ativamente e dando freqüentes mergulhos, o
mergulhão-caçador (Podilymbus podiceps) (FR=1,40) percorria quase toda a extenção
da represa em busca de presas. Quando notava uma presença estranha, os indivíduos
se dirigiam para as beiras que tivessem vegetação e camuflavam-se entre ela,
tornando-se difícil sua localização.
Das 85 espécies identificadas no AAI, 25 espécies foram registradas somente
nesse ambiente (Tabela 8). Vale ressaltar que embora tenham sido identificadas
apenas nesse local, isso não significa dizer que sejam especificamente restritas a esse
ambiente e/ou tenham hábitos aquáticos, pois como já foi comentado anteriormente, o
AAI é formado por outros hábitats limítrofes.
As aves são do espaço aéreo registradas foram: Progne tapera (andorinha-do-
campo) (FR=8,17), Milvago chimachima (carrapateiro) (FR=3,15), Coragyps atratus
(urubú-preto) (FR=1,63), Buteo magnirostris (gavião-carijó) (FR=1,40), Riparia riparia
(andorinha-do-barranco) (FR=0,35), Caracara plancus (carcará) (FR=0,23), Pandion
haliateus (águia-pescadora) (FR=0,12) e Micrastur ruficollis (gavião-caburé) (FR=0,12).
68
Tabela 8 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente antrópico inundado (AAI) da
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
NOME CIENTIFICO NOME VULGAR
Amazonetta brasiliensis
marreca-ananaí
Ardea alba
garça-branca-grande
Butorides striata
socozinho
Ceryle torquatus
martim-pescador-grande
Chloroceryle amazona
martim-pescador-verde
Chloroceryle americana
martim-pescador-pequeno
Coereba flaveola
cambacica
Colaptes melanochloros
pica-pau-cari
Conirostrum speciosum
figuinha-bicuda
Dysithamnus mentalis
choquinha-cinza
Egretta thula
garça-branca-pequena
Fluvicola nengeta
lavadeira-mascarada
Geothlypis aequinoctialis
pia-cobra
Lochmias nematura
joão-do-riacho
Melanerpes candidus
pica-pau-branco
Myozetetes similis
bentevi-de-coroa-vermelha
Philohydor lictor
bentevi-do-brejo
Pilherodius pileatus
garça-real
Pipraeidea melanonota
saíra-viúva
Podilymbus podiceps
mergulhão-caçador
Ramphotrigon megacephalum
maria-cabeçuda
Syrigma sibilatrix
maria-faceira
Thlypopsis sordida
saíra-canário
Todirostrum sp.
ferreirinho
Tyrannus savana
tesourinha
Dentre os falconiformes, destaca-se o comportamento de retirar carrapatos de
animais domésticos (bois e cavalos) realizado pelo carrapateiro (M. chimachima) a fim
de complementar sua alimentação. Embora esse ato tenha sido constatado no AAI,
este não envolveu animais domésticos, mas silvestres, como a capivara (Hydrochaeris
hydrochaeris). Essa curiosa forma de protocooperação foi observada na represa, onde
na ocasião, um indivíduo de M. chimachima foi visto retirando ectoparasitas dos
roedores que se banhavam ao sol. Quando este pousava sobre o dorso de uma
capivara, logo depois o roedor se deitava para que a ave pudesse retirar com mais
facilidade os carrapatos presentes em seu ventre.
Segundo Stotz et al. (1996), das espécies registradas no AAI, Sicalis flaveola
(canário-da-terra), Fluvicola nengeta (lavadeira-mascarada) e Thlypopsis sordida (saíra-
69
canário), são indicadoras de ambientes perturbados. Essa observação reforça a
característica desse ambiente, já que além deste ter sido inundado artificialmente, seu
entorno foi intensamente alterado no passado. Além disso, sua íntima proximidade com
o ambiente de campo antrópico (ACA) permite que ocorra o trânsito de espécies de
aves entre os ambientes. Desta forma, as aves características de vegetação aberta
podem adentrar em outras coberturas vegetais, tornando difícil à caracterização de
espécies de aves que freqüentam apenas uma forma de vegetação ou ambiente.
Dentre os picídeos (Picidae), o pica-pau-rajado (Colaptes melanochlorus)
(FR=0,82) foi o mais freqüente, seguido pelo pica-pau-do-campo (C. campestris)
(FR=0,58), pica-pau-velho (Celeus flavescens) (FR=0,12) e pelo pica-pau-branco
(Melanerpes candidus) (FR=0,12). O uso do ambiente se dividiu entre as áreas abertas
(C. campestris e M. candidus) e as matas ciliares (C. melanochlorus e C. flavescens).
Os traupídeos (Thraupidae) registrados somente neste ambiente foram a saíra-
canário (Thlypopsis sordida) (FR=0,12) e a saíra-viúva (Pipraeidea melanonota)
(FR=12), observadas apenas uma vez na borda da mata ciliar da represa.
A diversidade (H’) no ambiente inundado foi de 3,54. Estudando um local
semelhante a esse ambiente no campus da Universidade Federal de Lavras (UFLA),
D’Angelo-Neto et al (1998) também encontraram uma diversidade alta (H’=3,70).
Segundo Lynch e Whigam (1984), a diversidade e densidade da avifauna também
podem sofrer aumentos significativos devido ao influxo de espécies generalistas.
O que talvez possa explicar esses resultados, é que a represa se encontra em
uma faixa de transição entre o AFA e ACA, tornando-se assim um local de passagem,
alimentação e/ou abrigo para a avifauna. Outro fator importante é decorrente de uma
maior diversidade ambiental, expressa pelos ambientes: aquático, várzea, mata ciliar,
capoeira, talhões de reflorestamento de pinheiros e eucaliptos e de remanescentes
florestais simplificados em seu entorno.
Pesquisando uma área urbana de Uberlândia (MG), Franchin e Júnior (2004)
constataram que a diversidade de ambientes (aquático e de remanescentes florestais)
talvez seja o principal fator determinante da maior riqueza e diversidade de aves.
Assim como o AAI está muito proximo do ACA, também existe proximidade do
primeiro com os ambientes florestais de seu entorno, que mesmo não sendo primários
70
não deixam de contribuir para enriquecer a avifauna do AAI, já que suas espécies
aproveitam dos diversos recursos oferecidos pela floresta, como abrigo e alimentação,
para se fixarem no ambiente. Sabe-se que diversas espécies da avifauna necessitam
de locais com vegetação mais rica para que possam se estabelecer em ambientes
antropizados (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1996).
Pousados nos ramos das árvores ciliares, galhos, troncos secos sobre a água, ou
vocalizando e sobrevoando a lâmina d’água da represa, registraram-se três espécies de
martins-pescadores: o martim-pescador-grande (Ceryle torquatus) (FR=1,05), o martim-
pescador-pequeno (Chloroceryle americana) (FR=0,70) e o martim-pescador-verde
(Chloroceryle amazona) (FR=0,35). Voando, isolados ou em casais, de uma margem a
outra, esses alcedinídeos (Alcedinidae) demonstraram ter preferência aos locais cujas
margens apresentavam maior densidade de árvores.
Junto às margens da represa, especialmente nas praias e nos locais de vegetação
mais rasteira, o quero-quero (Vanellus chilensis) (FR=9,10) foi uma das aves mais
conspícuas do AAI e dos outros ambientes estudados. Abundante durante todo o
estudo, ele sempre era visto em duplas (provavelmente casais) ou em grupos de até
quatro indivíduos. O grande alarido emitido pela espécie quando notava uma presença
estranha, chegava a interferir nos registros de algumas espécies, já que seu alarde
deixava a avifauna atenta a qualquer movimento suspeito, e muitas acabavam alçando
vôo, impedindo assim que observações mais longas fossem feitas. Portanto, a primeira
preocupação tomada quando se pretendia observar mais a avifauna, era se assegurar
de que não haveria queros-quero próximos do local.
Embora não se tenha desenvolvido trabalhos de observação no período noturno,
duas espécies de hábitos noturnos puderam ser identificadas em passeios esporádicos
e através da captura em redes-neblina, obtidos por um projeto de levantamento de
morcegos realizado por uma equipe durante este estudo. As espécies foram
Megascops choliba (corujinha-do-mato), frequente nas bordas da mata ciliar da represa,
e Nyctidromus albicolis (bacurau), visto frequentemente no chão da estrada da represa
(Tabela B, no Anexo).
71
Ambiente florestal antropizado (AFA):
O ambiente florestal (AFA) foi representado por 72 espécies de aves (51,06% da
comunidade) (Figura 9). Desse total, 34 espécies foram observadas e 38 capturadas.
É importante destacar que o uso das redes neblina visou apenas a captura de
espécies de aves do sub-bosque e desta forma, para que se pudesse registrar espécies
de outros estratos arbóreos e maximizar o registro de espécies do sub-bosque,
recorreu-se às observações de campo.
Como já descrito anteriormente, os dois locais de coleta de dados (registros e
capturas) ocorreram na mata da “trilha da escarpa” e na mata ciliar do rio dos Pilões.
Juntos estes resultaram em 38 espécies de aves (184 indivíduos) capturadas e apenas
09 espécies (17 indivíduos) recapturadas. O índice de recaptura (IR) para o AFA foi de
2,33, ou seja, um índice muito baixo e que pode indicar um estado de desorganização
da comunidade (Tabela 9).
Tabela 9 – Índice de Recaptura (IR) das espécies da avifauna capturadas no ambiente
florestal antropizado (AFA) da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
Nome científico Nome popular C R
Total
(C + R)
IR
Arremon taciturnus
tico-tico-da-mata 2 1 3 0,50
Basileuterus leucoblepharus
pula-pula-assobiador 5 3 8 0,60
Chiroxiphia caudata
tangará-dançarino 16 1 17 0,06
Conopophaga lineata
chupa-dente-marrom 10 3 13 0,30
Habia rubica
tiê-da-mata 16 1 17 0,06
Myiobius barbatus
assanhadinho-de-peito-dourado 4 1 5 0,25
Schiffornis virescens
flautim-verde 15 2 17 0,13
Sittasomus griseicapillus
arapaçú-verde 7 1 8 0,14
Turdus rufiventris
sabiá-laranjeira 14 4 18 0,29
Total para o ambiente florestal 2,33
C = número de capturas; R = número de recapturas; IR = índice de recaptura.
As espécies capturadas que apresentaram os maiores índices de densidade (ID)
foram Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) (ID=7,61), seguida por Chiroxiphia caudata
(tangará-dançarino), Habia rubica (tiê-da-mata) e Schiffornis virescens (flautim-verde),
que apresentaram o mesmo valor (ID=7,19) (Tabela 10).
72
Tabela 10 – Lista de Índice de Densidade (ID) das espécies da avifauna capturadas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
Nome científico
Número de
Capturas
ID
Amazilia lactea
1 0,42
Arremon taciturnus
3 1,27
Automolus leucophthalmus
6 2,54
Basileuterus culicivorus
6 2,54
Basileuterus leucoblepharus
8 3,38
Celeus flavescens
1 0,42
Chiroxiphia caudata
17 7,19
Conopophaga lineata
13 5,50
Cyclarhis gujanensis
1 0,42
Dacnis cayana
1 0,42
Elaenia sp 2 0,85
Habia rubica
17 7,19
Hylophilus poicilotis
1 0,42
Lepidocolaptes squamatus
1 0,42
Leptopogon amaurocephalus
9 3,81
Leucochloris albicolis
1 0,42
Malacoptila striata
1 0,42
Manacus manacus
2 0,85
Micrastur ruficollis
1 0,42
Mionectes rufiventris
1 0,42
Myiobius barbatus
5 2,11
Myiornis auricularis
1 0,42
Phaetornis pretrei
3 1,27
Pyriglena leucoptera
15 6,34
Schiffornis virescens
17 7,19
Sclerurus scansor
1 0,42
Sittasomus griseicapillus
8 3,38
Synallaxis ruficapilla
1 0,42
Tachyphonus coronatus
5 2,11
Thalurania glaucopis
1 0,42
Thamnophilus caerulescens
1 0,42
Thrichothraupis melanops
4 1,69
Tolmomyias sulphurescens
3 1,27
Turdus albicolis
2 0,85
Turdus amaurochalinus
1 0,42
Turdus rufiventris
18 7,61
Xiphorhynchus fuscus
3 1,27
Xiphorhynchus sp 2 0,85
Observação: para o cálculo do índice de densidade foram consideradas 236,5 horas de esforço na
coleta com redes neblina.
As espécies mais abundantes (Tabela B, no Anexo) foram Chiroxiphia caudata
(tangará-dançarino) (FR=15,95) (IR=0,063) (ID=7,19), Basileuterus leucoblepharus
(pula-pula-assobiador) (FR=9,21) (IR=0,60) (ID=3,38) e Crypturellus tataupa (inhambú-
73
chintã) (FR=7,07). Dário et al (2002) também encontraram maior abundância nas
espécies C. caudata e B. leucoblepharus, em ambientes de vegetação natural de
Paraíbuna (SP). Outros trabalhos também destacaram maior abundância em C.
caudata, como os de Höfling e Lencioni (1992) e Develey e Martensen (2006).
Em praticamente todo o período do estudo, indivíduos de tangará-dançarino (C.
caudata) foram vistos realizando cerimônias pré-nupciais em galhos tortos e/ou lianas
próximas do solo. Nestas ocasiões, de dois a três machos eram observados realizando
sua dança característica ao redor da fêmea que se encontrava no mesmo galho de
seus pretendentes. A vocalização emitida pelos machos era quase constante, e
segundo Sick (1997), servem para “marcar” sua presença a outros machos.
Ao lado de Habia rubica, C. caudata foi a espécie mais capturada (Tabela 9).
Foram desesseis capturas (onze machos e cinco fêmeas) e apenas uma recaptura (um
macho). O fato de um número maior de machos ter sido capturado pode ser explicado
analisando-se o próprio comportamento da espécie, pois como há muitos machos
competindo por apenas uma fêmea, espera-se que sua movimentação pela mata seja
intensa, o que acaba contribuindo para que sejam capturados nas redes.
O parulídeo (Parulidae) mais abundante foi o pula-pula-assobiador (Basileuterus
leucoblepharus) (FR=9,21) (IR=0,60) (ID=3,38), seguido pelo pula-pula-coroado (B.
culicivorus) (FR=2,80) (ID=2,54) e o canário-do-mato (B. flaveolus) (FR=0,16). Dentre
as vozes da floresta, sobresai-se a de B. leucoblepharus, que mesmo antes dos
primeiros raios de sol, não media esforços para emitir seu canto forte e melodioso pela
mata. B. leucoblepharus foi a espécie mais capturada, oito vezes, e a única
recapturada, três vezes, dentre os parulídeos.
Se B. leucoblepharus iniciava seu canto logo nas primeiras horas do dia, os
tinamídeos (Tinamidae), em especial o inhambu-chintã (Crypturellus tataupa)
(FR=7,07), era a espécie que a acompanhava e a mais abundante no ambiente. Assim
como no inhambú-guaçu (C. obsoletus) (FR=0,82), C. tataupa não pôde ser observada,
apenas identificada através de seu canto. Pelo fato das espécies terem preferência pelo
interior da mata, e sempre fugirem quando sentem alguma presença estranha, sua
observação torna-se difícil.
74
O olho-de-fogo-do-sul (Pyriglena leucoptera) foi o tamnofilídeo (Thamnophilidae)
mais freqüente (FR=3,95) (ID=6,34). O forrageio incansável da espécie era sempre
observado, principalmente no solo e, em algumas ocasiões, muito próximo do
pesquisador. Talvez devido a esse comportamento sua captura tenha sido freqüente.
Dacnis cayana (saí-azul) (FR=0,33) (ID=0,42) só foi constatada no ambiente
através de sua captura. A espécie foi capturada apenas uma vez (uma fêmea).
As únicas espécies de picídeos identificadas no AFA foram Celeus flavescens
(pica-pau-velho) (FR=0,33) (ID=0,42) e Veniliornis spilogaster (picapauzinho-verde-
carijó) (FR=0,33). Cada espécie foi constatada em duas ocasiões, sendo que apenas C.
flavescens foi capturada.
As trinta e seis espécies cujo registro foi restrito somente ao AFA podem ser
identificadas na tabela abaixo (Tabela 11).
Tabela 11 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente florestal antropizado (AFA)
da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continua)
NOME CIENTIFICO NOME VULGAR
Amazilia lactea
beija-flor-de-peito-azul
Amazona sp.
papagaio
Arremon taciturnus
tico-tico-da-mata
Automolus leucophthalmus
barranqueiro-de-olho-branco
Basileuterus flaveolus
canário-do-mato
Camptostoma obsoletum
risadinha
Conopophaga lineata
chupa-dente-marrom
Crypturellus obsoletus
inhambu-guaçú
Cyclarhis gujanensis
pitiguari
Dendrocincla turdina
arapaçu-liso
Elaenia sp.
-
Formicivora serrana
formigueiro-da-serra
Formicivora sp.
formigueiro
Habia rubica
tiê-da-mata
Hylophilus poicilotis
vite-vite-coroado
Lepidocolaptes squamatus
arapaçu-escamoso
Leucochloris albicolis
beija-flor-de-papo-branco
Mackenziaena severa
borralhara-preta
Mionectes rufiventris
abre-asa-de-cabeça-cinza
Myiobius barbatus
assanhadinho-de-peito-dourado
Myiornis auricularis
maria-cigarra
75
Tabela 11 – Espécies cujo registro foi restrito ao ambiente florestal antropizado (AFA)
da RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(conclusão)
NOME CIENTIFICO NOME VULGAR
Myrmeciza loricata
formigueiro-assobiador
Myrmotherula gularis
choquinha-estrelada
Phaeomyias murina
rabo-branco-acanelado
Platyrinchus mistaceus
patinho-de-garganta-branca
Pyroderus scutatus
pavó
Ramphastos dicolorus
tucano-do-bico-verde
Schiffornis virescens
flautim-verde
Sclerurus scansor
vira-folha
Thalurania glaucopis
beija-flor-de-fronte-violeta
Thamnophilus caerulescens
choca-da-mata
Thrichothraupis melanops
tiê-de-topete
Tolmomyias sulphurescens
bico-chato-de-orelha-preta
Trogon surrucura
surucuá-variado
Veniliornis spilogaster
picapauzinho-verde-carijó
Xiphorhynchus fuscus
arapaçu-rajado
Xiphorhynchus sp.
arapaçu
As espécies de aves do espaço aéreo, como as provenientes das ordens dos
falconiformes e catartiformes foram avistadas sobrevivem indistintamente em áreas de
campo aberto e floresta, não dependendo especificamente de um tipo de vegetação.
Os falconiformes identificados no ambiente florestal foram o carrapateiro (Milvago
chimachima) (FR=0,33), o sovi (Ictinia plumbea) e o falcão-caburé (Micrastur ruficollis)
(FR=0,16) (ID=0,42).
Embora M. ruficollis não tenha sido observada, foi a única espécie de falconiforme
capturada. Nesta única ocasião, um indivíduo adulto foi pego em uma rede da mata
ciliar. É provável que este tenha sido atraído por alguma ave capturada na mesma rede.
Segundo Sick (1997), a espécie pode seguir as correições de formigas para capturar
artrópodes, lagartixas e passarinhos que estejam em fuga ou que também estejam se
aproveitando da correição. De acordo com o autor, existem no Brasil duas raças
geográficas, a meridional (Micrastur r. ruficollis) e a amazônica (Micrastur ruficollis
concentricus).
Em relação aos catartiformes, a única espécie registrada foi o urubú-preto
(Coragyps atratus) (FR=0,33), visto em apenas uma ocasião utilizando as árvores altas
para pouso.
76
O tucano-toco (Ramphastos toco) (FR=0,33) foi muito pouco abundante na área
estudada, sendo observado somente em duas ocasiões no espaço aéreo.
Esperava-se uma presença maior de psitacídeos (Psittacidae) no AFA. No entanto,
registraram-se apenas indivíduos de Amazona sp. (papagaio) (FR=0,66) no interior da
mata ciliar do rio dos Pilões, e Aratinga leucophthalma (aratinga-de-bando) (FR=1,48)
em sobrevôos no ambiente.
O vite-vite-coroado (Hylophilus poicilotis) (FR=0,16) (ID=0,42) foi pouco conspícuo,
sendo capturado apenas uma vez.
Conopophaga lineata (chupa-dente-marrom) (FR=3,95) (IR=0,30) (ID=5,50) foi a
única espécie de conopofagídeo (Conopophagidae) identificada nos ambientes
estudados. Sua impressionante docilidade permitia muitas vezes que o pesquisador se
aproximasse a pouca distância de onde estava pousada.
O flautim-verde (Schiffornis virescens) (FR=3,62) (IR=0,13) (ID=7,19) foi a
segunda espécie mais capturada e a única pertencente à família dos titirídeos
(Tytiridae) identificada nos ambientes estudados. Foram quinze capturas e duas
recapturas (Tabela 9). Ao lado de Habia rubica e Chiroxiphia caudata, a espécie obteve
um dos maiores indíces de densidade no ambiente, de 7,19.
Dentre as espécies exclusivas, Stotz et al. (1996) destaca Trogon surrucura
(surucuá-variado) (FR=1,48), Myrmotherula gularis (choquinha-estrelada) (FR=0,33),
Myrmeciza loricata (formigueiro-assobiador) (FR=1,32), Mionectes rufiventris (abre-asa-
de-cabeça-cinza) (FR=0,33) (ID=0,42), Lepidocolaptes squamatus (arapaçu-escamoso)
(FR=0,33) e Platyrinchus mistaceus (patinho-de-garganta-branca) (FR=0,33) como
espécies indicadoras de ambientes florestais de altitude.
Estudando a ecologia de bandos mistos de aves na Estação Ecológica de Juréia-
Itatins (SP), Develey (1997) destaca Habia rubica (tiê-da-mata) (FR=3,95) e Aratinga
leucophthalmus (aratinga-de-bando) dentre as espécies com alta freqüência de
associação a bandos mistos, considerando H. rubica como uma espécie fundamental
na sua formação (espécie nuclear). Embora não se possa dizer que H. rubica mantenha
a mesma influência nos bandos mistos do AFA da RPPN, conseguiu-se em duas
ocasiões registrar a presença das espécies citadas pelo autor, ao redor de uma grande
correição de formigas no interior da mata ciliar do rio dos Pilões.
77
Das espécies que mais se movimentavam pelo sub-bosque, destaca-se H. rubica
(tiê-da-mata) (IR=0,06) (ID=7,19), que ao lado de Chiroxiphia caudata, foi a espécie
mais capturada. Foram desesseis capturas, sendo onze machos e cinco fêmeas
(Tabela 9). Porém, assim como ocorreu com Chiroxiphia caudata, o alto valor de
capturas não foi proporcional ao de recapturas, já que a espécie foi recapturada apenas
uma vez.
Os turdídeos (Turdidae) registrados na AFA foram o sabiá-laranjeira (Turdus
rufiventris) (FR=6,09) (IR=0,29) (ID=7,61), sabiá-coleira (T. albicolis) (FR=0,82)
(ID=0,85) e o sabiá-poca (T. amaurochalinus) (FR=0,16) (ID=0,42).
Deve se destacar que T. rufiventris apresentou o maior índice de densidade no
ambiente, de 7,61. Essa espécie era vista pousada tanto no chão da estrada da
cachoeira, como no da borda e no interior da mata. Quando um filhote era capturado,
este passava a emitir incessantemente gritos desesperados, que atraiam a atenção dos
pais fazendo com que estes permanecessem muito próximos de sua cria. A espécie foi
capturada quatorze vezes (dez adultos e quatro filhotes) e recapturada quatro vezes.
Turdus albicolis parece ser bastante exigente quanto à fisionomia da mata, já que
foi encontrado apenas na mata ciliar do rio dos Pilões, onde a mata apresenta maior
densidade de árvores.
Os cuculiformes registrados foram a alma-de-gato (Piaya cayana) (FR=0,66) e o
saci (Tapera naevia) (FR=0,16). P. cayana foi visto isolado ou aos pares forrageando
nas copas das árvores de borda e do interior das matas. Muitas vezes era notado em
um primeiro momento como sendo um serelepe (Sciurus sp.), devido aos seus saltos
lembrarem o deslocamento do roedor. Não se conseguiu observar T. naevia no
ambiente, valendo-se apenas de sua vocalização para atestar sua presença.
Tolmomyias sulphurescens (bico-chato-de-orelha-preta) (FR=0,66) (ID=1,26) foi
uma espécie pouco conspícua no AFA. Segundo Sick (1997) e Sigrist (2006), a espécie
tem preferência pelo subdossel e estrato médio, onde acompanha bandos mistos e, às
vezes, pode ser encontrada em locais mais baixos, como o subbosque.
Dentre os dendrocolaptídeos (Dendrocolaptidae) destaca-se o arapaçu-verde
(Sittasomus griseicapillus) (FR=1,32) (IR=0,14) (ID=3,38). A espécie foi capturada sete
78
vezes e recapturada apenas uma vez. Segundo Sick (1997) é uma das espécies de
dendrocolaptídeos mais freqüentes nas mata brasileiras.
Devido ao freqüente hábito de ficar pousado na copa das árvores, o vireonídeo
(Vireonidae) Cyclarhis gujanensis (pitiguari) (FR=1,48) (ID=0,42) somente foi observado
quando foi capturado (apenas uma vez). Quando capturada, a ave dificultava muito sua
soltura da rede, pois ao desferir bicadas acaba pinçando com muita pressão a mão do
pesquisador, impedindo-o de fazer sua soltura. Sua vocalização característica e
incansável foi uma das mais freqüentes.
Dos troquilídeos (Trochilidae) identificados no AFA, o mais abundante foi o rabo-
branco-acanelado (Phaetornis pretrei) (FR=0,99) (ID=1,26). A espécie foi vista
freqüentando tanto o interior das matas como o ambiente aberto da estrada da
cachoeira. As únicas espécies capturadas foram Amazilia lactea (beija-flor-de-peito-
azul), Leucochloris albicolis (beija-flor-de-papo-branco) e Thalurania glaucopis (beija-
flor-de-fronte-violeta), que como foram registradas somente uma vez apresentaram os
mesmos valores de FR (0,16) e ID (0,42).
A presença do pavó (Pyroderus scutatus) (FR=0,66), o grande cotingídeo
(Cotingidae) brasileiro, deve ser destacada, pois é uma espécie ameaçada de extinção
e ainda pouco conhecida.
A diversidade (H’) de aves encontrada na ambiente florestal foi de 3,44, e notou-se
uma maior variedade de espécies na mata ciliar do rio dos Pilões. Talvez isso se deva à
variedade de ambientes, já que esse local ofereceria melhores condições ambientais
para o estabelecimento e uso de mais espécies. Segundo Silva e Vielliard (2004), as
matas ciliares podem ser formações importantes na manutenção da riqueza e
diversidade das comunidades de aves que habitam regiões com perfis variados de
vegetação.
Embora não se tenha desenvolvido trabalhos de coleta e observação no período
noturno, três espécies puderam ser identificadas em passeios esporádicos e através da
captura acidental em redes-neblina, devido a um projeto de levantamento de morcegos
que estava sendo realizado por uma equipe durante o presente trabalho. As espécies
registradas foram: Megascops choliba (corujinha-do-mato), Nyctibius sp. (mãe-da-lua) e
Nyctidromus albicolis (bacurau) (Tabela B, no Anexo).
79
3.2 Freqüência de ocorrência (FO)
Para o cálculo da freqüência de ocorrência da comunidade de aves foram
considerados os resultados obtidos através das três formas de contato (observações,
escutas e capturas) oriundas dos métodos aplicados neste trabalho. É importante
destacar também que o grau de conspicuidade das espécies em relação aos ambientes
estudados foi sempre levado em consideração.
A freqüência de ocorrência acima de 75% indica espécies residentes abundantes,
enquanto valores mais baixos de FO podem ser explicados pelo aparecimento de
espécies que: permanecem poucos dias no local (vagantes); habitam outros ambientes
e ocasionalmente exploram algum recurso da mata (ocasionais); espécies migratórias
(ALMEIDA et al., 1999).
Analisando a Tabela 12, pode-se observar que em todos os ambientes estudados,
a maioria das espécies teve FO abaixo de 25%, enquanto que poucas espécies
apresentaram FO maior que 75%.
Tabela 12 – Número de espécies (Ne) por classes de freqüência de ocorrência nos
diferentes ambientes da RPPN Rio dos Pilões (ACA = ambiente de campo
antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado e AFA = ambiente florestal
antropizado)
< 25% 25% - 49% 50% - 74% 75% - 99% 100%
Ambiente
Ne % Ne % Ne % Ne % Ne %
ACA 34 24,1 6 4,2 8 5,6 3 2,1 0 0
AAI 62 44,0 13 9,2 4 2,8 2 1,4 2 1,41
AFA 62 44,0 6 4,2 2 1,4 0 0 0 0
Na Tabela C (em Anexo) encontram-se os valores em porcentagem da FO de
cada espécie em cada um dos ambientes estudados.
Segundo os resultados, as cinco espécies com maior FO foram: Vanellus chilensis
(quero-quero) (FO=64,71%), Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) (FO=62,75%), Thraupis
sayaca (sanhaço-cinza) (FO=62,75%), Basileuteros leucoblepharus (pula-pula-
assobiador) (FO=52,94%), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) (FO=50,98%) e
Zonotrochia capensis (tico-tico-verdadeiro) (FO=50,98%) (Tabela C, no Anexo). É
80
possível que a alta FO de V. chilensis esteja associada ao grau de antropização da
RPPN como um todo, já que esta é muito freqüente em ambientes abertos e
abandonados. Segundo Sick (1997), essa espécie vive em banhados, pastagens e
pode também ser encontrada em estradas.
Através da análise da Figura 20 pode-se observar as espécies que apresentaram
as maiores freqüências de ocorrência (FO) na RPPN Rio dos Pilões. Porém, é
importante explicar que essa representação não retrata a totalidade das espécies
registradas (141 espécies), mas apenas as que apresentaram valores entre 4 e 65% de
FO, o que corresponde a 95% da comunidade de aves.
As espécies registradas em todos os ambientes estudados foram: Aramides
saracura (saracura), Dacnis cayana (saí-azul), Milvago chimachima (carrapateiro),
Piaya cayana (alma-de-gato), Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro), Thraupis sayaca
(sanhaço-cinza), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) e Tachyphonus coronatus
(gurundi).
Observou-se uma baixa FO de psitacídeos (Psittacidae) durante os trabalhos. As
únicas espécies registrandas foram: Amazona sp. (1,96%), Aratinga leucophtalmus
(aratinga-de-bando) (1,96%), Pyrrhura frontalis (tiriba-de-testa-vermelha) (1,96%) e
Pionus maximiliani (maitaca-verde) (3,92%). Observação semelhante também foi
destacada por Gussoni e Campos (2004), destacando essas espécies como sendo
raras na região. Talvez a falta de árvores com cavidades próprias (ocos ou fendas) para
instalação de ninhos seja um fator limitante para os psitacídeos. Segundo Sick (1997)
pode ocorrer competição com outras espécies, pois as cavidades existentes podem ser
ocupadas por insetos (abelhas, marimbondos e formigas) e também por pequenos
mamíferos como os gambás e os sagüis (Tabela D, no Apêndice A).
81
Frequência de ocorrência
Total
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
Vach
Pisu
Thsa
Bale
Turu
Zoca
Chca
Papi
Lesp
Mich
Crta
Scvi
Coca
Gevi
Arsa
Coli
Atcu
Bacu
Gugu
Misa
Coat
Elle
Haru
Pyle
Ambr
Cran
Pesu
Prta
Trmu
Arco
Buma
Knlo
Cota
Furu
Leam
Spca
Tyme
Aral
Pica
Popo
Taco
Taca
Ceto
Cygu
Sasi
Sigr
Aule
Trsu
Tule
Capl
Cama
Daca
Mama
Myba
Mylo
Phpr
Radi
Thme
Tual
Voja
Xifu
Char
Come
Mast
Pipi
Pysc
Syru
Sysp
Tana
Tuam
Xove
Arta
Bust
Cefl
Fasp
Pycy
Rato
Tosu
Xisp
Amhu
Chaz
Crob
Elfl
Elsp
Emhe
Esas
Geae
Icpl
Lesq
Mirc
Myfe
Myma
Myca
Mysq
Nych
Pima
Plmi
Psgu
Espécies (95%)
Figura 20 – Aves que apresentaram maiores freqüências de ocorrência (FO) na RPPN Rio dos Pilões
82
Ambiente de campo antrópico (ACA):
O ACA não apresentou espécies com 100% de freqüência de ocorrência (Tabela
12 e Figura 21). É provável que esse resultado seja reflexo da grande quantidade de
áreas abertas (campos, capoeiras e pastagens abandonadas) presentes na região, o
que proporcionaria para as espécies outros locais para forrageio e/ou descanso,
impossibilitando dessa forma seus registros freqüentes no local estudado.
Frequencia de Ocorrência
ACA
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
Coca
Thsa
Zoca
Papi
Atcu
Elle
Misa
Vach
Cran
Pisu
Knlo
Trmu
Furu
Coat
Gugu
Prta
Spca
Mich
Cama
Cota
Lesp
Voja
Xove
Buma
Capl
Fasp
Pica
Pycy
Sysp
Tana
Amhu
Arsa
Emhe
Esas
Psgu
Rato
Taco
Taca
Tyme
Arco
Daca
Elfl
Emva
Euma
Icpl
Myfe
Pima
Sasi
Scru
Tule
Turu
Tyal
Es p é c ie s
Figura 21 – Freqüência de ocorrência (FO) das espécies registradas no ambiente de
campo antrópico (ACA)
Valores de ocorrência entre 75 e 99% são encontrados em 2,12% das espécies,
como por exemplo, em Colaptes campestris (pica-pau-do-campo) (FO=82,35%),
Patagioenas picazuro (asa-branca) (FO=76,47%), Thraupis sayaca (sanhaço-cinza)
(FO=82,35%) e Zonotrochia capensis (tico-tico-verdadeiro) (FO=82,35%).
A adaptabilidade de Z. capensis em viver ao lado do homem pode ser beneficiada
pelas obras, edificações e jardins do empreendimento, já que estes podem oferecer
abrigo e locais para sua nidificação. A espécie foi vista forrageando nos jardins, ruas e
83
campos. Gussoni e Campos (2004) também encontraram alta FO nas espécies
descritas, obtendo maiores índices para T. sayaca e Z. capensis.
Das oito espécies que apresentaram entre 50 e 74% de FO, tem-se Athene
cunicularia (coruja-buraqueira) (FO=70,59%), Crotophaga ani (anú-preto) (FO=64,71%),
Kinipolegus lophotes (Maria-preta-de-topete) (FO=58,82%) e Troglodytes musculus
(curruíra) (FO=52,94%). Todas elas representaram 5,7% das espécies do ACA.
Cerca de 24% das espécies registradas apresentaram frequência de ocorrência
inferior a 25%, entre elas, o furnarídeo (Furnariidae) Synallaxis spixi (João-teneném)
(FO=17,6%), visto e ouvido entre os arbustos, capoeira e beiras de mata.
Ambiente antrópico inundado (AAI):
Foi o único ambiente onde houve espécies que foram registradas em todos os dias
de trabalho (FO=100%), como Vanellus chilensis (quero-quero), observado nas praias e
margens da represa, e Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) no ambiente como um todo
(Tabela 12 e Figura 22).
Frequência de ocorrência
AAI
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
Pisu
Vach
Thsa
Mich
Turu
Lesp
Ambr
Zoca
Papi
Arsa
Arco
Aral
Popo
Buma
Ceto
Gevi
Tyme
Bacu
Bale
Gugu
Taca
Cota
Coat
Sasi
Tule
Char
Come
Crta
Pipi
Prta
Bust
Coca
Mast
Mam
Tuam
Capl
Chaz
Daca
Geae
Myca
Pesu
Pica
Spca
Trmu
Tual
Anan
Atcu
Cama
Cefl
Chca
Cofl
Cosp
Dyme
Egth
Elfl
Flne
Furu
Leam
Lone
Meca
Mirc
Misa
Myfe
Myma
Nych
Paha
Phpr
Phbr
Phli
Pima
Pime
Pyle
Pyfr
Rame
Riri
Sifl
Sigr
Syru
Sysp
Sysi
Taco
Thso
Tosp
Tysa
Voja
Espécies
Figura 22 – Freqüência de ocorrência (FO) das espécies registradas no ambiente
antrópico inundado (AAI)
84
As espécies com ocorrência entre 75 e 99% corresponderam a 1,41% do total,
indicando que são espécies residentes abundantes, utilizando tanto os talhões de pinus
e eucaliptos como a ilha da represa, entre elas: Thraupis sayaca (sanhaço-cinza)
(85,71%) e Milvago chimachima (carrapateiro) (FO=76,19%). Embora M. chimachima
tenha seja uma ave do espaço aéreo foi registrada utilizando o AAI com muita
freqüência.
Em uma área semelhante à estudada, em Uberlândia (MG), Franchin e Júnior
(2004) também encontraram maiores FO em V. chilensis, P. sulphuratus e T. sayaca.
As espécies com FO entre 50 e 74%, perfizeram 2,8% do total, dentre elas: Turdus
rufiventris (sabiá-laranjeira) (FO=71,43%), Leptotila sp. (juriti) (FO=66,67%),
Amazonetta brasiliensis (marreca-ananaí) (FO=52,38%) e Zonotrochia capensis (tico-
tico-verdadeiro) (FO=52,38%).
Cerca de 44% das espécies apresentaram FO inferior a 25%, entre elas: Manacus
manacus (rendeira) (FO=14,29%), Sporophila caerulescens (coleirinha) (FO=9,52%),
Butorides striata (socozinho) (FO=14,29%) e Pilherodius pileatus (Maria-faceira)
(FO=19,05%).
O AAI está localizado em uma zona de transição entre o ambiente florestal
antropizado (AFA) e o ambiente de campo antrópico (ACA). Isso faz com que esse local
seja utilizado tanto por espécies de áreas abertas como também de áreas florestais,
fato esse observado nesse estudo.
Destaca-se Malacoptila striata (barbudo-rajado) com 14,3% de FO, pois segundo
Sick (1997), a espécie é endêmica de ambientes florestais. Ainda segundo o autor, M.
striata habita o interior da mata escura onde haja a abundância de folhas caídas, o que
foi comprovado durante os avistamentos, já que em todas as ocasiões a espécie foi
vista em uma mata escura próxima da várzea da represa.
Embora Pandion haliateus (águia-pescadora) (FO=4,76%) tenha sido identificada
em sobrevôo no AAI, seu registro deve ser interpretado com cautela, pois além do
avistamento ter ocorrido apenas em uma ocasião, não foi possível constatar que o
animal estava utilizando o ambiente como ponto de parada para alimentação e/ou
descanso. Essas dúvidas poderiam ser resolvidas através do monitoramento da
comunidade de aves da RPPN.
85
Ambiente florestal antropizado (AFA):
Além do AFA não ter apresentado espécies com 100% de FO, este também não
demonstrou espécies com FO entre 75 e 99% (Tabela 12 e Figura 23). Acredita-se que
como a maior parte das espécies é insetívora e, portanto necessitam se deslocar
ativamente à procura de suas presas em outros locais, seus registros e/ou capturas
acabam sendo esporádicos, o que talvez poderia explicar esse resultado. Segundo
Höfling et al. (1986), as espécies insetívoras exploram um suprimento alimentar que é
relativamente disperso e pouco abundante.
Frequência de Ocorrência
AFA
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
Chca
Bale
Crta
Scvi
Coli
Turu
Pyle
Gevi
Haru
Bacu
Pesu
Leam
Cygu
Sigr
Taco
Aule
Trsu
Arsa
Myba
Mylo
Phpr
Radi
Thme
Xifu
Lesp
Pysc
Arta
Mam
Pica
Syru
Tosu
Tual
Xisp
Cefl
Crob
Daca
Elsp
Fose
Lesq
Mirv
Mysq
Plmi
Amla
Ams
Arle
Bafl
Caob
Coat
Detu
Fosp
Hypo
Icpl
Leal
Mase
Mast
Mirc
Mich
Mym
Myau
Mygu
Nych
Phm
Rato
Sasi
Scsc
Tana
Thgl
Thca
Thsa
Tuam
Vesp
Zoca
Espécies
Figura 23 – Freqüência de ocorrência (FO) das espécies registradas no ambiente
florestal antropizado (AFA)
Chiroxiphia caudata (tangará-dançarino) (FO=65,12%) e Basileuterus
leucoblepharus (pula-pula-assobiador) (FO=62,79%) apareceram com valores de
ocorrência entre 50 e 74%, representando assim 1,41% do total de espécies. Gussoni e
Campos (2004) também encontraram maior FO em C. caudata.
86
Dentre as seis espécies com FO entre 25 e 49%, destaca-se Crypturellus tataupa
(inhambú-chintã) (FO=48,84%), Conopophaga lineata (tiê-da-mata) (FO=39,53%) e
Geotrygon violacea (juriti-vermelha) (FO=30,23%).
Assim como o apresentado no AAI, cerca de 44% das espécies registradas no
AFA apresentaram frequência de ocorrência inferior a 25%, dentre elas: Penelope
superciliaris (jacupemba), Leptopogon amaurocephalus (abre-asa-cabeçudo)
(FO=20,93), (FO=23,26%), Myiobius barbatus (assanhadinho-de-peito-dourado)
(FO=11,63), Manacus manacus (rendeira) (FO=6,98) e Myrmeciza squamosa (papa-
formiga-de-grota) (FO=4,65%).
Destacam-se dentre as espécies de menor freqüência de ocorrência no AFA,
Pyroderus scutatus (pavó) (FO=9,30%). Gussoni e Campos (2004) também
constataram baixa FO da espécie, tendo obtido 3,0% de FO.
É necessário considerar que a baixa FO apresentada em P. scutatus deve-se a
dificuldade em sua observação, pois como a espécie se mostrou temerosa quanto à
presença do pesquisador, seus registros acabaram sendo subestimados, já que se
colocava em vôo quando notava a mínima movimentação estranha na mata. Além
disso, com a perda progressiva de áreas de floresta nativa, ambiente utilizado pela
espécie, as chances de que esta permaneça em um determionado local acabam sendo
baixas, pois fazem com que dependa de outros locais para suprir seus recursos
alimentares.
Segundo Sick (1997) e Höfling e Camargo (2002), P. scutatus é o maior
representante da família dos cotingídeos (Cotingidae) do Brasil Oriental, e está
ameaçada de extinção devido à expansão das cidades e ao rápido desmatamento, que
afeta diretamente seus recursos alimentares. Sua presença na região deve estar
assegurada, entre outros fatores, pela quantidade considerável de exemplares de
palmito-juçara (Euterpe edulis) nos fragmentos de matas locais (GUSSONI e CAMPOS,
2004).
87
3.3 Guildas alimentares
A estrutura trófica da RPPN Rio dos Pilões demonstrou um elevado predomínio de
espécies insetívoras (44,7%, 63 espécies), seguidas por onívoras (9,9%, 14 espécies)
(Tabela 13 e Figura 24).
Tabela 13 – Guildas alimentares das espécies registradas na RPPN Rio dos Pilões,
Santa Isabel, SP (AFA = ambiente florestal antropizado; AAI = ambiente antrópico
inundado; ACA = ambiente de campo antrópico)
AFA AAI ACA
Total de
espécie
Total de
indivíduo
Guildas
N % N % N % N % N %
Carnívora 3 4,2 4 4,7 6 12 7 5,0 83 3,4
Frugi-insetívora 5 6,9 5 5,9 4 7,7 8 5,7 52 2,1
Frugívora 4 5,6 4 4,7 2 3,8 7 5,0 150 6,2
Granívora 4 5,6 9 11 10 19 13 9,2 508 20,9
Insecto-carnívora 0 0 2 2,4 2 3,8 3 2,1 38 1,6
Insecto-frugívora 5 6,9 2 2,4 0 0 6 4,3 46 1,9
Insecto-piscívora 0 0 3 3,5 1 1,9 3 2,1 117 4,8
Insetívora 36 50 32 38 16 31 63 44,7 749 30,9
Necrófaga 1 1,4 1 1,2 1 1,9 1 0,7 50 2,1
Nectarívoro-insetívora 4 5,6 2 2,4 1 1,9 6 4,3 12 0,5
Onívora 10 14 11 13 8 15 14 9,9 577 23,8
Pisci-carnívora 0 0 5 5,9 1 1,9 5 3,5 24 1,0
Piscívora 0 0 5 5,9 0 0 5 3,5 21 0,9
Total 72 100 85 100 52 100 141 100 2427 100
88
Guildas alimentares X Número de espécies
5,0%
5,7%
5,0%
9,2%
2,1%
44,7%
9,9%
3,5%
0,7%
4,3%
2,1%
4,3%
3,5%
Carnívora Frugi-insetívora Frugívora Granívora
Insecto-carnívora Insecto-frugívora Insetívora Insecto-piscívora
Necrófaga Nectar-insetívora Onívora Pisci-carnívora
Piscívora
Figura 24 – Número de espécies distribuídas por guildas alimentares, observadas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, São Paulo
Do grupo insetívoro, destacam-se as espécies Basileuterus leucoblepharus (pula-
pula-assobiador) (72 indivíduos), Cyclarhis gujanensis (pitiguari) (16 indivíduos) e
Basileuterus culicivorus (pula-pula-coroado) (12 indivíduos). Quanto aos onívoros,
Crypturellus tataupa (inhambú-chintã) (43 indivíduos), Turdus rufiventris (sabiá-
laranjeira) (26 indivíduos) e Aramides saracura (saracura-do-brejo) (16 indivíduos).
Muitos são os trabalhos que obtiveram dados semelhantes, como Willis (1979),
Höfling e Lencioni (1992), Aleixo (1999), Dário e Almeida (2000), Dário et al., (2002),
Telino-Júnior et al., (2005) e Piratelli et al., (2005). Entretanto contrariando esses
resultados, Efe et al. (2001), verificaram uma presença maior de onívoros em relação
aos insetívoros, o que talvez possa ser explicada, segundo Telino-Júnior et al., (2005),
por um aumento na onivoria em áreas mais antropizadas, assim como em áreas
cobertas por vegetação secundária ou exótica.
Segundo Willis (1976), D’Angelo-Neto et al., (1998), e Blamires et al. (2001), a
onivoria teria um efeito tampão contra as flutuações no suprimento de alimentos. Por
outro lado, Almeida (1982) comenta que o número de espécies onívoras em geral é
maior nas matas menos alteradas e o de insetívoros aumenta nas mais alteradas.
89
Embora muitos dados de estrutura trófica destaquem a alta freqüência de espécies
insetívoras, Aleixo e Vielliard (1995) ressaltam que esse grupo é o mais sensível à
fragmentação florestal.
A grande variedade de ambientes na RPPN Rio dos Pilões pode explicar a
predominância da guilda insetívora, pois segundo Sick (1985), a riqueza de hábitats traz
consigo uma variada fauna entomológica, que dão maiores vantagens às espécies
insetívoras.
As aves granívoras, frugívoras e carnívoras apareceram respectivamente em
terceiro (9,2%), quinto e sexto lugar (5,0%), onde se destacam, respectivamente, as
espécies Patagioenas picazuro (asa-branca) e Zonotrochia capensis (tico-tico-
verdadeiro), Chiroxiphia caudata (tangará-dançarino) e Tangara cayana (saíra-cabocla),
e Milvago chimachima (carrapateiro), Buteo magnirostris (gavião-carijó) e Elanus
leucurus (gavião-peneira).
As espécies frugívoras aparecem em uma proporção muito pequena, em
porcentagens que variam de 3,8 (ACA) a 5,6% (AFA). Essa grave situação indica que
com a redução dos ambientes florestais a pequenas manchas, ocorre uma sensível
diminuição da oferta de frutos durante o ano, permitindo a presença de numerosas
espécies insetívoras e onívoras, mas por outro lado, reduzindo bastante o número de
espécies frugívoras.
Ao se analisar a distribuição das guildas por indivíduos (Figura 25), isto é, levando-
se em conta à abundância de cada espécie, nota-se também a maior presença da
guilda insetívora (30,9%) na comunidade. Entretanto, sua predominância em relação às
outras guildas diminui, devido aos onívoros (23,8%) e granívoros (20,9%) terem
apresentado porcentuais mais próximos da primeira, significando a presença de muitos
individuos, fato esse constatado respectivamente em Thraupis sayaca (sanhaço-cinza)
(188 indivíduos) e P. picazuro (174 indivíduos) nos registros de campo.
90
Guildas alimentares X Número de indivíduos
20,9%
30,9%
23,8%
0,9%
1,0%
1,9%
0,5%
1,6%
6,2%
2,1%
4,8%
2,1%
3,4%
Carnívora Frugi-insetívora Frugívora Granívora Insecto-carnívora
Insecto-frugívora Insetívora Insecto-piscívora Necrófaga Nectar-insetívora
Onívora Pisci-carnívora Piscívora
Figura 25 – Número de indivíduos distribuídos por guildas alimentares, observadas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
Seguindo a análise particular de cada ambiente estudado, tem-se quanto as
guildas alimentares, as seguintes descrições:
Ambiente de campo antrópico (ACA):
O ACA foi representado por 31% de espécies insetívoras, 19% de espécies
granívoras, 15% de espécies onívoras e 11% de espécies carnívoras (Tabela 13 e
Figura 26). Dos insetívoros, os mais abundantes foram Guira guira (anú-branco),
Colaptes campestris (pica-pau-do-campo) e Crotophaga ani (anú-preto).
91
Guildas alimentares
6
4
11
4
5
4
3
1
55
3
5
44
5
36
1
4
10
22
16
1
8
1
2
9
22
11
32
10
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
Carvora
Frugi-
insetívora
Frugívora
Granívora
Insecto-
carnívora
Insecto-
frugívora
Insetívora
Insecto-
piscívora
Necrófaga
Nectarívoro
- insetívora
Onívora
Pisci-
carnívora
Piscívora
Número de espécies
ACA AAI AFA
Figura 26 - Número de espécies em relação as guildas alimentares nos diferentes
ambientes estudados (ACA = ambiente de campo antrópico; AAI =
ambiente antrópico inundado e AFA = ambiente florestal antropizado)
O ambiente de campo antrópico se destacou dentre os outros, por apresentar uma
maior participação da guilda onívora na comunidade, o que, segundo Willis (1976), teria
um efeito tampão contra flutuações no suprimento de alimentos. Segundo Villanueva e
Silva (1996), tanto insetívoros como onívoros são representados normalmente por
espécies generalistas, quando presentes em ambientes urbanizados, fato esse
constatado no presente estudo.
Estudos sobre a estrutura trófica de comunidades de aves podem revelar que
perturbações ambientais levam a um aumento no número de espécies onívoras e
insetívoras menos especializadas, e a uma diminuição de frugívoros (MOTTA-JÚNIOR,
1990).
Das espécies granívoras, houve maior abundância de Patagioenas picazuro (asa-
branca), Zonotrochia capensis (tico-tico-verdadeiro) e Carduelis magellanica
(pintassilgo). Anjos (1998) afirma que com a fragmentação e conseqüentemente o
aumento da área de borda, os granívoros são beneficiados por utilizarem essas áreas
para o forrageio. Entretanto, como já foi dito anteriormente, a presença de áreas de
campos e capoeiras se torna fundamental para a manutenção das espécies granívoras
92
nesse ambiente, pois é das sementes de gramíneas que retiram seu alimento. Além
disso, algumas espécies como Ammodramus humeralis (tico-tico-do-campo), constroem
seus ninhos na base das touceiras desses vegetais, o que acaba aumentando sua
dependência a esse ambiente específico.
As aves granívoras encontram excelentes condições de desenvolvimento no ACA.
As pretéritas ocupações fizeram com que muitas áreas florestais fossem transformadas
em áreas abertas, com grande predominância de pastagens abandonadas e que
apresentam diversas espécies de gramíneas, as quais pela ausência do pisoteio e
forrageio do gado, frutificam intensamente, produzindo grãos durante o ano todo.
O ACA também presentou a maior participação da guilda carnívora (12%). Dentre
as espécies registradas que a compõem, tem-se Elanus leucurus (gavião-peneira) e
Falco sparverius (quiriquiri), que embora sejam descritas como aves do espaço aéreo,
dependem indiretamente da vegetação de áreas abertas para capturar suas presas
(insetos, répteis, aves e roedores) e construir seus ninhos. Durante o levantamento
foram freqüentes os avistamentos em que E. leucurus estava “peneirando” sobre os
campos em busca de presas.
Dentre as espécies insecto-carnívoras (3,8% das espécies do ACA), Tyto alba
(coruja-de-igreja). A espécie se beneficia dos postes de luz distribuídos pelas ruas do
empreendimento, utilizando-os como poleiro para capturar insetos (coleópteros) e/ou
roedores, já que a iluminação favorece a atração e o forrageio dessas presas. Através
da análise de algumas bolotas encontradas próximos aos postes, observou-se grande
predomínio de élitros de besouros e ossos de pequenos mamíferos (roedores) em sua
dieta.
A baixa representatividade da guilda frugívora (3,8%) era esperada, já que além
das espécies vegetais frutíferas estarem muito dispersas, há uma maior predominância
de gramíneas no ambiente. Diante disso, é provável que dentre as espécies avistadas,
Tangara cayana (saíra-cabocla) esteja utilizando esse ambiente mais para pouso e/ou
nidificação, do que como local de alimentação.
93
Ambiente antrópico inundado (AAI):
A análise das guildas revelou que no ambiente antrópico inundado tem-se
presentes 32 espécies (37,6%) insetívoras, 11 (13%) onívoras, e 09 (10,6%) granívoras
(Tabela 12 e Figura 26). Dessas destacam-se: Tyrannus melancholicus (suiriri-comum),
Basileuterus leucoblepharus (pula-pula-assobiador) e Guira guira (anú-branco) como
insetívoras; Pitangus sulphuratus (bem-te-vi), Thraupis sayaca (sanhaço-cinza) e
Amazonetta brasiliensis (marreca-ananaí) como onívoras; e Leptotila sp. , Zonotrochia
capensis (tico-tico-verdadeiro) e Patagioenas picazuro (asa-branca) como granívoras.
Ao estudar depressões inundadas nas APAS de Sousas e João Egídio, em
Campinas (SP), Ferreira (2000) comenta que a grande predominância de aves
insetívoras pode estar associada a grande extensão de pastagens próximas das áreas
inundadas, ambiente que favoreceria este nicho trófico. Como já foi mencionado
anteriormente, o AAI se encontra em uma zona de transição entre o ambiente florestal
antropizado (AFA) e o ambiente de campo antrópico (ACA), por isso era de se esperar
que o AAI fosse utilizado tanto por espécies de áreas florestais, como das áreas
abertas.
Pode-se notar a baixa participação das guildas piscívoras (5%), pisci-carnívoras
(5%) e insecto-piscívoras (3%). Phalacrocorax brasilianus (biguá) que tende a formar
grupos muito grandes, foi avistado uma única vez e apenas um indivíduo. Os
alcedinídeos (Alcedinidae) Ceryle torquatus (Martim-pescador-grande) e Chloroceryle
americana (Martim-pescador-pequeno) foram os piscívoros mais comuns da ambiente
inundado.
Ambiente florestal antropizado (AFA):
Semelhante ao apresentado na análise da estrutura trófica da comunidade de aves
da RPPN, o AFA também apresentou elevada predominância da guilda insetívora,
seguida da onívora (Tabela 12 e Figura 26). Logo se tem que 50% (36 espécies) das
espécies registradas no ambiente florestal são insetívoras, com maior abundância das
espécies Basileuterus leucoblepharus (pula-pula-assobiador), B. culicivorus (pula-pula-
coroado), Habia rubica (tiê-da-mata) e Pyriglena leucoptera (olho-de-fogo-do-sul).
94
Segundo um estudo de Develey (1997), na Estação Ecológica Juréia-Itatins (SP),
P. leucoptera foi uma espécie comum em agregações específicas de seguir formigas de
correição. Embora no presente estudo, Thrichothraupis melanops (tiê-de-topete) não
tenha sido registrada com frequência, também foi indicada por Develey (1997) como
espécie comum a essas agregações. O autor explica que na ausência de tais
correições de formigas estas espécies se dispersam na mata e raramente se associam
aos bandos mistos. Durante o levantamento no AFA observaram-se as espécies citadas
acima seguindo formigas de correição, porém com participação de H. rubica e
Sittasomus griseicapillus (arapaçu-verde), o que também é descrito no trabalho de
Gussoni e Campos (2004).
Quanto às espécies onívoras, obteve-se que 13,9% destas compõe o ambiente,
sendo Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira), Crypturellus tataupa (inhambú-chintã) e
Aramides saracura (saracura) as mais abundantes. Dentre as espécies onívoras de
grande porte que se alimentam no chão, houve o registro de C. tataupa e C. obsoletus
(inhambú-guaçú), espécies de grande valor cinegético e que habitam matas densas.
Segundo Terborgh e Weske (1969), C. tataupa está entre os representantes mais
ameaçados de extinção pela fragmentação de áreas florestais.
As espécies granívoras (5,6%) e frugívoras (5,6%), que na análise geral
apareceram em terceiro e quarto lugar, no ambiente florestal antropizado ficaram
praticamente igualadas com as guildas frugi-insetívora (6,9%) e insecto-frugívora
(6,9%), que as sucederam em apenas uma espécie em cada guilda.
O baixo número de aves de dieta mais especializada, como os frugívoros (6%),
talvez possam ser explicados devido à baixa diversidade e a má distribuição de
espécies vegetais frutíferas no fragmento, já que seu aumento levaria a uma maior
variedade de frutos, e desta forma, da diversidade de espécies frugívoras. De acordo
com Willis (1979), Poulsen (1994), Anjos (1998) e Guilherme (2001), os frugívoros
apresentam maior capacidade de deslocamento do que insetívoros e onívoros,
podendo procurar alimento em outros fragmentos desde que não estejam muito
distantes.
Frugívoros menos especializados como Manacus manacus (rendeira) podem ser
comumente encontradas em áreas alteradas, sofrendo menos efeitos da fragmentação.
95
No presente estudo M. manacus foi registrado tanto no ambiente antrópico inundado
como no próprio AFA.
Nota-se no caso do ambiente florestal antropizado uma maior participação da
guilda nectarívora-insetívora (5,6%), com a presença dos troquilídeos (Trochlidae)
florestais, como Amazilia lactea (beija-flor-de-peito-azul), Leucochloris albicolis (beija-
flor-de-papo-branco), Phaetornis pretrei (rabo-branco-acanelado) e Thalurania
glaucopis (beija-flor-de-fronte-violeta). Dentre essas espécies, a mais freqüente foi P.
pretrei. Segundo Almeida (1981), essas espécies são extremamente sensíveis quanto a
qualidade do ambiente.
Uma espécie insecto-frugívora que merece atenção especial é Penelope
superciliaris (jacupemba), um dos poucos representantes da família dos cracídeos
(Cracidae) que ainda sobrevive em pequenos remanescentes florestais, onde deve
desempenha um importante papel da dispersão de sementes (MIKISH, 2002). A
espécie foi vista na maioria das vezes associada à espécie vegetal Cecropia sp. , cujos
frutos devam representar parte importante de sua dieta.
Assim como destacou Gussoni e Campos (2004) no caso de Pyroderus scutatus
(pavó), é provável que P. superciliaris também esteja assegurada entre outros fatores
pela quantidade considerável de exemplares de Euterpe edulis na região, já que
segundo Mikish (2002), P. superciliaris apresenta uma forte relação no consumo dos
frutos de E. edulis.
A presença de Chiroxiphia caudata (tangará-dançarino) também deve ser
destacada devido a seu papel na dispersão de sementes, já que segundo Silva et al.
(2002), esta espécie está entre os frugívoros mais importantes.
Outras espécies que também devem estar contribuindo para restaurar as matas,
são: Ramphastos dicolorus (tucano-de-bico-verde) e Crypturellus tataupa, que embora
sejam espécies onívoras, tem os frutos como um de seus principais alimentos.
3.4 Espécies migrantes
Das 141 espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, 04 são
consideradas espécies migrantes, sejam de outros Estados, regiões do Brasil ou
96
países. A literatura empregada para determinação destas espécies foi baseada nos
trabalhos de Sick (1981), Sick (1997) e CEMAVE (2005).
Pandion haliaetus (águia-pescadora) é uma espécie que se mostra regularmente
na América do Sul, vinda do Hemisfério Norte, provavelmente dos Estados Unidos e do
Canadá (SICK, 1981 e CEMAVE, 2005). De acordo com Sick (1981), a espécie pode
ser observada com mais facilidade em lagos, zonas costeiras e no interior do
continente. Ainda segundo o autor, há suspeita sobre sua nidificação no Brasil.
Assim como P. haliateus, Riparia riparia (andorinha-do-barranco) também é uma
visitante sazonal oriunda da América do Norte (região neártica) . Sua migração vai até a
Argentina, e pode ser vista em qualquer parte do Brasil, de preferência em áreas
próximas a ambientes aquáticos (SICK, 1981 e SICK, 1997).
Segundo Sick (1981), além das migrações continentais, as espécies podem
realizar deslocamentos no mesmo continente e até mesmo no interior de uma região. A
esses deslocamentos ele destaca os ocasionados pela temporada de chuvas e secas,
floração e amadurecimento de frutos e sementes, enchentes, incêndios e os altitudinais,
ou seja, os que ocorrem entre estepes e montanhas. De acordo com essa classificação,
é possível destacar algumas espécies registradas neste presente trabalho, como
Trogon surrucura (surucuá-variado), que chega a migrar para o Estado do Rio de
Janeiro, durante o inverno austral; Phalacrocorax olivaceus (biguá), que realiza longos
deslocamentos abrangentes pelo Brasil; Ictinia plumbea (sovi), Caracara plancus
(carcará) e Tyrannus melancholicus (suiriri-comum), que seguem incêndios em busca
de presas afugentadas pelo fogo; e Pyrrhura frontalis (tiriba-de-testa-vermelha),
Amazilia sp. (beija-flor) e Eupetomena macroura (beija-flor-tesourão), que realizam
deslocamentos em busca de espécies vegetais em início de floração e frutificação.
A contagem geral de todas as espécies identificadas na RPPN Rio dos Pilões,
resultou em 146 espécies de aves, ou seja, cinco espécies a mais que o número obtido
durante os dois períodos de trabalho (manhã e tarde). Estas cinco espécies não foram
utilizadas nas análises pelo fato de terem sido registradas no período noturno, já que os
trabalhos não abrangeram a noite. A estas espécies, reservo os parágrafos abaixo:
Megascops choliba (corujinha-do-mato) foi registrada em árvores da borda
das estradas da cachoeira (AFA) e da represa (AAI).
97
Strix hylophila (coruja-pintada) apresentou um comportamento diferente de
M.choliba, pois foi vista estava empoleirada em locais mais baixos e de vegetação de
capoeira.
Embora Tyto alba (coruja-de-igreja) tenha sido registrada em algumas das
observações vespertinas, também foi vista caçando roedores e besouros a noite. Os
fios e cumes dos postes de luz instalados nas ruas dos loteamentos do campo
antrópico, parecem ser seus lugares preferidos.
Nyctibius sp. (mãe-da-lua) não foi observado, mas identificado por sua
inconfundível vocalização. Os contatos ocorreram no interior das matas do ambiente
florestal.
Macropsalis forcipata (bacurau-tesourão-gigante) foi registrada em duplas,
que possivelmente sejam casais. Os indivíduos foram vistos pousados nas ruas de terra
e sempre reagiam alçando vôo, com a aproximação de pessoas ou carros. Foram
registrados entre o ambiente inundado (AAI) e o florestal (AFA), em uma área inicial de
loteamentos do empreendimento.
Nyctidromus albicolis (bacurau) foi registrada na estrada da cachoeira (AFA)
e na estrada da represa (AAI) em um local de vegetação arbórea “desenvolvida”. Os
indivíduos não estavam em grande quantidade, mas se distribuíam nas estradas
sempre próximos uns dos outros.
3.5 Espécies ameaçadas
Segundo a Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção (IBAMA, 2003), nenhuma espécie registrada na RPPN Rio dos Pilões
encontra-se ameaçada. Entretanto, em uma análise regional observa-se que segundo a
Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998), das 141 espécies de aves
identificadas no presente trabalho, 03 espécies apresentam diferentes graus de
ameaça. São elas:
Geotrygon violacea (juriti-vermelha) descrita como espécie “vulnerável” (VU).
Talvez esse status seja devido a sua sensibilidade quanto à supressão e
descaracterização vegetacional, já que a espécie costuma forragear no solo, no interior
98
das matas e constroi seu ninho em lugares baixos, com dois ou três metros de altura
(STRAUBE et al., 2003). Além disso, um fator que também deve estar relacionado com
sua vulnerabilidade, é seu comportamento arisco em contraposição ao observado em
outros columbídeos (Columbidae), como Leptotila sp. (juriti) e Patagioenas picazuro
(asa-branca). A espécie foi registrada tanto no AFA como no AAI.
Pandion haliaetus (águia-pescadora) é identificada como espécie
“provavelmente ameaçada” de extinção (PA). Segundo Sick (1997), é uma espécie
migrante da América do Norte até a Argentina e Chile, e que ocorre isoladamente em
praticamente todas as regiões do Brasil. Ainda segundo o autor, sua principal ameaça é
a poluição das águas por biocidas, como o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano), que
neste caso pode ocasionar insuficiência na calcificação de seus ovos, tornando-os mais
suscetíveis à quebra durante a incubação, fato este ocorrido nos Estados Unidos
juntamente com Haliaetus leucocephalus (águia-americana).
Pyroderus scutatus (pavó) é destacada como espécie “em perigo” (EP). Ao
longo do estudo apresentou um comportamento temeroso quanto à presença de
pessoas e/ou ruídos, alçando vôo sempre que se sentia ameaçado. Segundo Sick
(1997) e Höfling e Camargo (2002), o maior representante da família dos cotingídeos
(Cotingidae) do Brasil Oriental, está ameaçado de extinção devido expansão das
cidades e do rápido desmatamento, que afeta diretamente seus recursos alimentares.
Diante dessa dependência florestal, sensibilidade à presença humana e por habitar
uma região de intensa pressão antrópica, considera-se nesse estudo P. scutatus como
espécie mais frágil da comunidade de aves da RPPN. Sabe-se que a ausência de
estudos mais aprofundados sobre a biologia e ecologia das espécies acabam muitas
vezes “escondendo” e prejudicando a avaliação de sua situação atual. Desse modo
acredita-se que P. scutatus não foge a regra e deve ser melhor estudada para que se
possa conhecer seus níveis populacionais e seu real status de ameaça, o que
contribuirá no desenvolvimento de projetos para sua conservação.
99
4 CONCLUSÕES
Conclui-se que embora a área estudada seja degradada e profundamente
alterada, registrou-se que a comunidade avifaunística da RPPN Rio dos Pilões
apresenta uma elevada riqueza de espécies, que pode estar relacionada com a
variedade de ambientes característicos do local de estudo, propiciando as diversas
espécies recursos suficientes para sua permanência.
A análise da riqueza acumulada de espécies indicou a possibilidade que novos
registros avifaunísticos ainda possam ser realizados na RPPN Rio dos Pilões, o que
aumentaria sua riqueza e valor de conservação. Diante dessa oportunidade, sugere-se
que seja realizado um levantamento ao longo de vários anos e em diferentes
sazonalidades a fim de se obter uma listagem de todas as suas espécies de aves. Além
disso, seria fundamental que se fizesse a caracterização da avifauna e vegetação de
outros fragmentos do entorno, o monitoramento das espécies de interesse especial
para a conservação e o desenvolvimento de trabalhos de educação ambiental visando
à conscientização dos proprietários da Reserva Ibirapitanga, bem como seus
funcionários e moradores do entorno.
A família Tyrannidae mostrou uma expressiva predominância em todos os
ambientes estudados.
O índice de diversidade (H’) obtido para a avifauna demonstra a importância da
conservação dessa região para a manutenção da comunidade de aves e demais
espécies.
É provável que os pequenos índices de recaptura (IR) no ambiente florestal
antropizado (AFA) possam ser explicados devido ao estado de desorganização da
comunidade de aves, constatada por muitos indivíduos transitórios no ambiente.
É importante destacar que embora a maioria das espécies registradas na RPPN
seja considerada como não residentes estas freqüentam os diversos hábitats
existentes. As espécies sendo residentes, transitórias ou migratórias, são de alguma
forma, dependentes do ambiente local.
100
No geral constatou-se que as espécies de aves registradas seguem o mesmo
padrão de categoria trófica encontrada em outras localidades e citadas por outros
autores, ou seja, a predominância da guilda insetívora na comunidade.
Dentre as espécies ameaçadas de extinção na RPPN, destaca-se Pyroderus
scutatus (pavó), que representa a importância da conservação dos ambientes florestais
remanescentes para a manutenção das espécies como um todo.
A RPPN Rio dos Pilões é uma área que já foi drasticamente modificada pelas
atividades agropecuárias, extração de madeiras nobres e implantação de
reflorestamentos homogêneos, restando apenas pequenos vestígios de matas
primitivas. Diante disso, é extremamente importante que projetos de restauração
florestal, amparados no conhecimento e na contribuição da avifauna local, sejam
iniciados. Nesse sentido, espera-se que esse presente projeto venha trazer
informações úteis a essa missão.
101
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of mist-net samples. Oecologia, Berlin, n. 25, p. 373-379, 1976.
115
ANEXOS
116
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continua)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
TINAMIF
O
RME
S
TINAMIDAE
Cr
yp
turellus tatau
p
a
inhambú-chintã
A
FA/AAI O/V On R N
A
Cr
yp
turellus obsoletus
inhambú-
g
ua
ç
ú
A
F
A
VOnRN
A
A
NSERIFORMES
A
NATIDAE
A
natinae
Amazonetta brasiliensis
marreca-ananaí AAI O/V On R N
A
GALLIFORMES
CRACIDAE
Penelo
p
e su
p
erciliaris
Jacu
p
emba
A
F
A
O/V If R N
A
PODICIPEDIFORMES
PODICIPEDIDAE
Podil
y
mbus
p
odice
p
s
mer
g
ulhão-ca
ç
ado
r
A
AI O Ic R N
A
PELECANIFORMES
PHALACROCORACIDAE
Phalacrocorax brasilianus
bi
g
A
AI O Pi R N
A
A
NHINGIDAE
Anhin
g
a anhin
g
a
bi
g
uatin
g
a
A
A
IOPiRN
A
CICONIIFORMES
A
RDEIDAE
Ardea alba
g
ar
ç
a-branca-
g
rande
A
AI O/V Pc R N
A
Ardea coco
i
g
ar
ç
a-moura
A
AI O/V Pc R N
A
Butorides striata
socozinho
A
AI O/V Pc R N
A
E
g
retta thula
g
ar
ç
a-branca-
p
e
q
uena
A
AI O Pc R N
A
Pilherodius
p
ileatus
g
ar
ç
a-real
A
AI O I
p
RN
A
S
y
ri
g
ma sibilatrix
maria-faceira
A
AI O/V I
p
RN
A
CATHARTIFORMES
CATHARTIDAE
Cora
gyp
s atratus
urubú-de-cabe
ç
a-
p
reta COM O Nc R N
A
FALCONIFORMES
PANDIONIDAE
Pandion haliaetus
á
g
uia-
p
escadora
A
AI O Pc VN P
A
A
CCIPITRIDAE
Buteo ma
g
nirostris
g
avião-cari
j
ó
A
AI/AC
A
O/V Ca R N
A
Elanus leucurus
g
avião-
p
eneira
A
C
A
OCaRN
A
Ictinia
p
lumbea
sovi
A
F
A
OCaRN
A
117
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
FAL
CO
NIF
O
RME
S
FALCONIDAE
Caracara
p
lancus
carcará
A
C
A
OCaRN
A
Falco s
p
arverius
q
uiri
q
uiri
A
C
A
OCaRN
A
Micrastur ruficollis
falcão-caburé
A
AI/AF
A
O/C Ca R N
A
Milva
g
o chimachima
carra
p
ateiro COM O/V Ca R N
A
GRUIFORMES
RALLIDAE
Aramides saracura
saracura-do-bre
j
o
A
FA/AAI O/V On R N
A
CHARADRIIFORMES
CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis
q
uero-
q
uero
A
AI/AC
A
O/V I
p
RN
A
COLUMBIFORMES
COLUMBIDAE
Columbina tal
p
acot
i
rolinha-roxa
A
AI/AC
A
OG
r
RN
A
Geotr
yg
on violacea
j
uriti-vermelha
A
FA/AAI O/V G
r
RVU
Le
p
totila
s
p
j
uriti COM O/V G
r
RN
A
Pata
g
ioenas
p
icazuro
asa-branca
A
AI/AC
A
O/V G
r
RN
A
PSITTACIFORMES
PSITTACIDAE
Amazona
s
p
p
a
p
a
g
aio
A
F
A
O/V F
r
RN
A
Aratin
g
a leuco
p
hthalma
aratin
g
a-de-bando
A
F
A
O/V F
r
RN
A
Pionus maximilian
i
maitaca-verde
A
C
A
O/V F
r
RN
A
P
y
rrhura frontalis
tiriba-de-testa-vermelha
A
AI O/V F
r
RN
A
CUCULIFORMES
CUCULIDAE
Cuculinae
Pia
y
a ca
y
ana
alma-de-
g
ato COM O/V In R N
A
Croto
p
ha
g
inae
Croto
p
ha
g
a an
i
anú-
p
reto
A
AI/AC
A
O/V In R N
A
Guira
g
uira
anú-branco
A
AI/AC
A
O/V In R N
A
Neomor
p
hinae
Ta
p
era naevia
saci-do-cam
p
o
A
FA/AC
A
O/V In R N
A
STRIGIFORMES
TYTONIDAE
T
y
to alba
coru
j
a-de-i
g
re
j
a
A
C
A
O/V Ic R N
A
118
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
S
TRI
G
IF
O
RME
S
STRIGIDAE
Athene cunicularia
coru
j
a-bura
q
ueira
A
AI/AAI O/V Ic R N
A
Me
g
asco
p
s choliba*
coru
j
inha-do-mato
A
FA/AI TOD Ic R N
A
Strix h
y
lo
p
hila*
coru
j
a-
p
intada
A
C
A
O/C Ic R N
A
CAPRIMULGIFORMES
NYCTIBIIDAE
N
y
ctibius
s
p
*
mãe-da-lua
A
F
A
VInRN
A
CAPRIMULGIDAE
Macro
p
salis forci
p
ata*
bacurau-tesoura-
g
i
g
ante
A
C
A
OInRN
A
N
y
ct
i
dromus albicolis*
bacurau
A
FA/AAI O In R N
A
A
PODIFORMES
TROCHILIDAE
Phaethornithinae
Phaetornis
p
retre
i
rabo-branco-acanelado
A
FA/AAI O Ni R N
A
Trochilinae
Eu
p
etomena macroura
bei
j
a-flo
r
-tesoura
A
C
A
ONiRN
A
Amazilia
lactea
bei
j
a-flo
r
-de-
p
eito-azul
A
F
A
CNiRN
A
Leucochloris albicolis
bei
j
a-flo
r
-de-
p
a
p
o-branco
A
F
A
O/C Ni R N
A
Thalurania
g
lauco
p
is
bei
j
a-flo
r
-de-fronte-violeta
A
F
A
O/C Ni R N
A
TROGONIFORMES
TROGONIDAE
Tro
g
on surrucura
surucuá-variado
A
F
A
O/V If R N
A
CORACIIFORMES
A
LCEDINIDAE
Cer
y
le tor
q
uatus
martim-
p
escado
r
-
g
rande
A
AI O/V Pi R N
A
Chlorocer
y
le amazona
martim-
p
escado
r
-verde
A
AI O/V Pi R N
A
Chlorocer
y
le americana
martim-
p
escado
r
-
p
e
q
ueno
A
AI O Pi R N
A
GALBULIFORMES
BUCCONIDAE
N
y
stalus chacuru
j
oão-bobo
A
FA/AAI O In R N
A
Malaco
p
tila striata
barbudo-ra
j
ado
A
AI O In R N
A
PICIFORMES
RAMPHASTIDAE
Ram
p
hastos dicolorus
tucano-de-bico-verde
A
F
A
O/V On R N
A
Ram
p
hastos toco
tucanu
ç
u
A
C
A
OOnRN
A
119
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
PI
C
IF
O
RME
S
PICIDAE
Celeus flavescens
p
ica-
p
au-de-cabe
ç
a-amarela
A
FA/AAI TOD In R N
A
Cola
p
tes cam
p
estris
p
ica-
p
au-do-cam
p
o
A
AI/AC
A
O/V In R N
A
Cola
p
tes melanochloros
p
ica-
p
au-cari
j
ó
A
I
A
O/V In R N
A
Melaner
p
es candidus
p
ica-
p
au-branco
A
I
A
OInRN
A
Veniliornis s
p
ilo
g
aster
p
ica
p
auzinho-verde-cari
j
ó
A
F
A
OInRN
A
PASSERIFORMES
THAMNOPHILIDAE
D
y
sithamnus mentalis
cho
q
uinha-cinza
A
I
A
OInRN
A
Formicivora serrana
formi
g
ueiro-da-serra
A
F
A
OInRN
A
Formicivora
s
p
formi
g
ueiro
A
F
A
OInRN
A
Mackenziaena severa
borralhara-
p
reta
A
F
A
OInRN
A
M
y
rmeciza loricata
formi
g
ueiro-assobiado
r
A
F
A
OInRN
A
M
y
rmeciza s
q
uamosa
p
a
p
a-formi
g
a-de-
g
rota
A
F
A
OInRN
A
M
y
rmotherula
g
ularis
cho
q
uinha-estrelada
A
F
A
O/V In R N
A
P
y
ri
g
lena leuco
p
tera
olho-de-fo
g
o-do-sul
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FA/AAI TOD In R N
A
Thamno
p
hilus caerulescens
choca-da-mata
A
F
A
TOD In R N
A
CONOPOPHAGIDAE
Cono
p
o
p
ha
g
a lineata
chu
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a-dente-marrom
A
F
A
O/C In R N
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SCLERURIDAE
Sclerurus scansor
vira-folha
A
F
A
CInRN
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DENDROCOLAPTIDAE
Dendrocincla turdina
ara
p
a
ç
u-liso
A
F
A
OInRN
A
Le
p
idocola
p
tes s
q
uamatus
ara
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a
ç
u-escamoso
A
F
A
OInRN
A
Sittasomus
g
riseica
p
illus
ara
p
a
ç
u-verde
A
FA/AAI O/C In R N
A
Xi
p
horh
y
nchus fuscus
ara
p
a
ç
u-ra
j
ado
A
F
A
O/C In R N
A
Xi
p
horh
y
nchus
s
p
ara
p
a
ç
u
A
F
A
OInRN
A
FURNARIIDAE
S
y
nallaxis rufica
p
illa
p
ichororé
A
FA/AAI TOD In R N
A
Automolus leuco
p
hthalmus
barran
q
ueiro-de-olho-branco
A
F
A
O/C In R N
A
Furnarius rufus
j
oão-de-barro
A
C
A
O/V In R N
A
Lochmias nematura
j
oão-do-riacho
A
AI O/V In R N
A
S
y
nallaxis s
p
ix
i
j
oão-teneném
A
C
A
VInRN
A
120
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
PA
SS
ERIF
O
RME
S
TYRANNIDAE
Pi
p
romor
p
hinae
Le
p
to
p
o
g
on amauroce
p
halus
abre-asa-cabe
ç
udo
A
FA/AAI O/C In R N
A
Mionectes rufiventris
abre-asa-de-cabe
ç
a-cinza
A
F
A
O/C In R N
A
Todirostrum
s
p
ferreirinho
A
C
A
OIfRN
A
Elaeniinae
Cam
p
tostoma obsoletum
risadinha
A
F
A
OInRN
A
Elaenia flavo
g
aster
g
uaracava-de-barri
g
a-amarela
A
AI/AC
A
OFiRN
A
Elaenia
s
p
A
F
A
CInRN
A
M
y
iornis auricularis
maria-ci
g
arra
A
F
A
CInRN
A
Phaeom
y
ias murina
ba
g
a
g
eiro
A
F
A
OInRN
A
Plat
y
rinchus mistaceus
p
atinho-de-
g
ar
g
anta-branca
A
F
A
OInRN
A
Tolmom
y
ias sul
p
hurescens
bico-chato-de-orelha-
p
reta
A
F
A
O/C If R N
A
Fluvicolinae
Fluvicola nen
g
eta
lavadeira-mascarada
A
AI O In R N
A
Kni
p
ole
g
us lo
p
hotes
maria-
p
reta-de-to
p
ete
A
C
A
OInRN
A
M
y
obius barbatus
assanhadinho-de-
p
eito-dourado
A
F
A
CInRN
A
Xolmis velatus
p
ombinha-das-almas
A
C
A
OInRN
A
T
y
ranninae
Em
p
idonomus varius
bentevi-
p
eitica
A
C
A
OInRN
A
M
y
iarchus fero
x
maria-cavaleira
A
AI/AC
A
O/V In R N
A
M
y
iod
y
nastes maculatus
bentevi-ra
j
ado
A
FA/AAI O If R N
A
M
y
iozetetes similis
bentevi-de-coroa-vermelha
A
FA/AAI O Fi R N
A
Philoh
y
dor lictor
bentevi-do-bre
j
o
A
AI O In R N
A
Pitan
g
us sul
p
huratus
Ben-te-vi
A
AI/AC
A
O/V On R N
A
Ram
p
hotri
g
on me
g
ace
p
halum
maria-cabe
ç
uda
A
AI O In R N
A
T
y
rannus melancholicus
suiriri-comum
A
AI/AC
A
O/V In R N
A
T
y
rannus savana
tesourinha
A
C
A
OInRN
A
COTINGIDAE
Cotin
g
inae
P
y
roderus scutatus
p
avó
A
FA/AAI O/V F
r
REP
PIPRIDAE
Chiroxi
p
hia caudata
tan
g
ará-dan
ç
arino
A
FA/AAI TOD F
r
RN
A
Manacus manacus
rendeira
A
FA/AAI O/C Fi R N
A
121
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
PA
SS
ERIF
O
RME
S
TYTIRIDAE
Schiffornis virescens
flautim-verde
A
F
A
O/C Fi R N
A
VIREONIDAE
C
y
clarhis
g
u
j
anensis
p
iti
g
uari
A
F
A
TOD In R N
A
H
y
lo
p
hilus
p
oicilotis
vite-vite-coroado
A
F
A
CIfRN
A
HIRUNDINIDAE
Pro
g
ne ta
p
era
andorinha-do-cam
p
o
A
AI/AC
A
OInRN
A
P
yg
ochelidon c
y
anoleuca
andorinha-azul-e-branca
A
AI O In R N
A
Ri
p
aria ri
p
aria
andorinha-do-barranco
A
AI/AC
A
OInVNN
A
TROGLODYTIDAE
Tro
g
lod
y
tes musculus
curruíra-de-casa
A
AI/AC
A
O/V In R N
A
TURDIDAE
Turdus albicolis
sabiá-coleira
A
FA/AAI TOD On R N
A
Turdus amaurochalinus
sabiá-
p
oca
A
FA/AAI O/C On R N
A
Turdus leucomelas
sabiá-de-cabe
ç
a-cinzenta
A
AI O On R N
A
Turdus rufiventris
sabiá-laran
j
eira
A
FA/AAI TOD On R N
A
MIMIDAE
Mimus saturninus
sabiá-do-cam
p
o
A
AI/AC
A
O/V On R N
A
COEREBIDAE
Coereba flaveola
cambacica
A
AI O Ni R N
A
THRAUPIDAE
Conirostrum s
p
eciosum
fi
g
uinha-bicuda
A
AI O In R N
A
Dacnis ca
y
ana
saí-azul
A
FA/AAI TOD Fi R N
A
Habia rubica
tiê-da-mata
A
FA/AAI TOD In R N
A
Pi
p
raeidea melanonota
saíra-viúva
A
AI O In R N
A
Schistochlam
y
s rufica
p
illus
tiê-veludo
A
C
A
OFiRN
A
Tach
yp
honus coronatus
g
urundi COM O/C Fi R N
A
Tan
g
ara ca
y
ana
saíra-cabocla
A
AI/AC
A
O/V F
r
RN
A
Thl
yp
o
p
sis sordida
saíra-canário
A
AI O Fi R N
A
Thrau
p
is sa
y
aca
sanha
ç
o-cinza
A
AI/AC
A
O/V On R N
A
Thrichothrau
p
is melano
p
s
tiê-de-to
p
ete
A
F
A
O/C In R N
A
EMBERIZIDAE
Ammodramus humeralis
tico-tico-do-cam
p
o
A
C
A
O/V G
r
RN
A
Arremon taciturnus
tico-tico-da-mata
A
F
A
CG
r
RN
A
Emberizoides herbicola
tibirro-do-cam
p
o
A
C
A
OG
r
RN
A
Sicalis flaveola
canário-da-terra
A
C
A
OG
r
RN
A
122
Tabela A – Listagem taxonômica das espécies de aves registradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(conclusão)
Ordem
Família e
Subfamília
Nome científico Nome popular Ambiente Registro Guilda SL Ameaça
PA
SS
ERIF
O
RME
S
EMBERIZIDAE
S
p
oro
p
hila caerulescens
coleirinha
A
C
A
O/V G
r
RN
A
Volatinia
j
acarina
tiziu
A
C
A
O/V G
r
RN
A
Zonotrichia ca
p
ensis
tico-tico-verdadeiro COM O/V G
r
RN
A
CARDINALIDAE
Saltator similis
trinca-ferro-verdadeiro
A
AI O/V On R N
A
PARULIDAE
Basileuterus culicivorus
p
ula-
p
ula-co
r
oado
A
FA/AAI TOD In R N
A
Basileuterus flaveolus
canário-do-mato
A
F
A
OInRN
A
Basileuterus leucoble
p
harus
p
ula-
p
ula-assobiado
r
A
FA/AAI TOD In R N
A
Geothl
yp
is ae
q
uinoctialis
p
ia-cobra
A
FA/AAI O In R N
A
ICTERIDAE
Pseudoleistes
g
uirahuro
d
r
a
g
ão-do-bre
j
o
A
C
A
O/V In R N
A
FRINGILLIDAE
Carduelis ma
g
ellanica
p
intassil
g
o
A
C
A
O/V G
r
RN
A
ESTRILDIDAE
Estrilda astrild
bico-de-lacre
A
C
A
O/V G
r
RN
A
* = espécie registrada fora do período de estudo; O = observação; C = captura; V = vocalização; TOD = espécie contatada por todas as
formas de registro; ACA = ambiente de campo antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado; AFA = ambiente florestal antropizado; COM =
comum a todos os ambientes estudados; ON = onívora; If = insecto-frugívora; Ic = insecto-carnívora; Pi = piscívora; Pc = pisci-carnívora; Ip =
insecto-piscívora; Nc = necrófaga; Ni = nectarívora; Ca = carnívora; Gr = granívora; Fr = frugívora; In = insetívora; Fi = frugi-insetívora; SL=
situação local; R = espécie residente; VN = visitante sazonal oriunda do Hemisfério Norte; NA = espécie não-ameaçada; VU = espécie vulnerável;
PA = espécie praticamente ameaçada; EP = espécie em perigo. As espécies ameaçadas estão classificadas segundo a lista da fauna ameaçada
de extinção no Estado de São Paulo (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998).
123
Tabela B – Lista da freqüência relativa (FR%) das espécies da avifauna encontradas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continua)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód Ni FR% Ni FR% Ni FR% Ni FR%
Amazilia lactea
Amla 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Amazona sp Amsp 0 0,00 0 0,00 4 0,66 4 0,16
Amazonetta brasiliensis
Ambr 0 0,00 37 4,32 0 0,00 37 1,52
Ammodramus humeralis
Amhu 2 0,21 0 0,00 0 0,00 2 0,08
Anhinga anhinga
Anan 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Aramides saracura
Arsa 6 0,62 17 1,98 7 1,15 30 1,24
Aratinga leucophthalma
Arle 0 0,00 0 0,00 9 1,48 9 0,37
Ardea alba
Aral 0 0,00 9 1,05 0 0,00 9 0,37
Ardea cocoi
Arco 1 0,10 9 1,05 0 0,00 10 0,41
Arremon taciturnus
Arta 0 0,00 0 0,00 3 0,49 3 0,12
Athene cunicularia
Atcu 23 2,39 2 0,23 0 0,00 25 1,03
Automolus leucophthalmus
Aule 0 0,00 0 0,00 7 1,15 7 0,29
Basileuterus culicivorus
Bacu 0 0,00 7 0,82 17 2,80 24 0,99
Basileuterus flaveolus
Bafl 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Basileuterus leucoblepharus
Bale 0 0,00 14 1,63 56 9,21 70 2,88
Buteo magnirostris
Buma 4 0,42 12 1,40 0 0,00 16 0,66
Butorides striata
Bust 0 0,00 3 0,35 0 0,00 3 0,12
Camptostoma obsoletum
Caob 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Caracara plancus
Capl 3 0,31 2 0,23 0 0,00 5 0,21
Carduelis magellanica
Cama 50 5,20 2 0,23 0 0,00 52 2,14
Celeus flavescens
Cefl 0 0,00 1 0,12 2 0,33 3 0,12
Ceryle torquatus
Ceto 0 0,00 9 1,05 0 0,00 9 0,37
Chiroxiphia caudata
Chca 0 0,00 1 0,12 97 15,95 98 4,04
Chloroceryle amazona
Chaz 0 0,00 3 0,35 0 0,00 3 0,12
Chloroceryle americana
Char 0 0,00 6 0,70 0 0,00 6 0,25
Coereba flaveola
Cofl 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Colaptes campestris
Coca 52 5,41 5 0,58 0 0,00 57 2,35
Colaptes melanochloros
Come 0 0,00 7 0,82 0 0,00 7 0,29
Columbina talpacoti
Cota 16 1,66 16 1,87 0 0,00 32 1,32
Conirostrum speciosum
Cosp 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Conopophaga lineata
Coli 0 0,00 0 0,00 24 3,95 24 0,99
Coragyps atratus
Coat 34 3,53 14 1,63 2 0,33 50 2,06
Crotophaga ani
Cran 43 4,47 0 0,00 0 0,00 43 1,77
Crypturellus obsoletus
Crob 0 0,00 0 0,00 5 0,82 5 0,21
Crypturellus tataupa
Crta 0 0,00 7 0,82 43 7,07 50 2,06
Cyclarhis gujanensis
Cygu 0 0,00 0 0,00 9 1,48 9 0,37
124
Tabela B – Lista da freqüência relativa (FR%) das espécies da avifauna encontradas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód. Ni FR% Ni FR% Ni FR% Ni FR%
Dacnis cayana
Daca 2 0,21 4 0,47 2 0,33 8 0,33
Dendrocincla turdina
Detu 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Dysithamnus mentalis
Dyme 0 0,00 4 0,47 0 0,00 4 0,16
Egretta thula
Egth 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Elaenia flavogaster
Elfl 1 0,10 1 0,12 0 0,00 2 0,08
Elaenia sp Elsp 0 0,00 0 0,00 2 0,33 2 0,08
Elanus leucurus
Elle 16 1,66 0 0,00 0 0,00 16 0,66
Emberizoides herbicola
Emhe 3 0,31 0 0,00 0 0,00 3 0,12
Empidonomus varius
Emva 2 0,21 0 0,00 0 0,00 2 0,08
Estrilda astrild
Esas 8 0,83 0 0,00 0 0,00 8 0,33
Eupetomena macroura
Euma 1 0,10 0 0,00 0 0,00 1 0,04
Falco sparverius
Fasp 5 0,52 0 0,00 0 0,00 5 0,21
Fluvicola nengeta
Flne 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Formicivora serrana
Fose 0 0,00 0 0,00 4 0,66 4 0,16
Formicivora sp Fosp 0 0,00 0 0,00 4 0,66 4 0,16
Furnarius rufus
Furu 15 1,56 2 0,23 0 0,00 17 0,70
Geothlypis aequinoctialis
Geae 0 0,00 2 0,23 0 0,00 2 0,08
Geotrygon violacea
Gevi 0 0,00 18 2,10 32 5,26 50 2,06
Guira guira
Gugu 57 5,93 20 2,33 0 0,00 77 3,17
Habia rubica
Haru 0 0,00 0 0,00 24 3,95 24 0,99
Hylophilus poicilotis
Hypo 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Ictinia plumbea
Icpl 1 0,10 0 0,00 2 0,33 3 0,12
Knipolegus lophotes
Knlo 25 2,60 0 0,00 0 0,00 25 1,03
Lepidocolaptes squamatus
Lesq 0 0,00 0 0,00 2 0,33 2 0,08
Leptopogon amaurocephalus
Leam 0 0,00 1 0,12 10 1,64 11 0,45
Leptotila sp Lesp 4 0,42 33 3,85 7 1,15 44 1,81
Leucochloris albicolis
Leal 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Lochmias nematura
Lone 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Mackenziaena severa
Mase 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Malacoptila striata
Mast 0 0,00 3 0,35 1 0,16 4 0,16
Manacus manacus
Mama 0 0,00 4 0,47 3 0,49 7 0,29
Melanerpes candidus
Meca 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Micrastur ruficollis
Mirc 0 0,00 1 0,12 1 0,16 2 0,08
Milvago chimachima
Mich 7 0,73 27 3,15 2 0,33 36 1,48
Mimus saturninus
Misa 49 5,09 3 0,35 0 0,00 52 2,14
Mionectes rufiventris
Mirv 0 0,00 0 0,00 2 0,33 2 0,08
Myiarchus ferox
Myfe 1 0,10 2 0,23 0 0,00 3 0,12
Myiobius barbatus
Myba 0 0,00 0 0,00 5 0,82 5 0,21
Myiodynastes maculatus
Myma 0 0,00 2 0,23 1 0,16 3 0,12
Myiornis auricularis
Myau 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
125
Tabela B – Lista da freqüência relativa (FR%) das espécies da avifauna encontradas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód. Ni FR% Ni FR% Ni FR% Ni FR%
Myozetetes cayanensis
Myca 0 0,00 6 0,70 0 0,00 6 0,25
Myrmeciza loricata
Mylo 0 0,00 0 0,00 8 1,32 8 0,33
Myrmeciza squamosa
Mysq 0 0,00 0 0,00 5 0,82 5 0,21
Myrmotherula gularis
Mygu 0 0,00 0 0,00 2 0,33 2 0,08
Nystalus chacuru
Nych 0 0,00 1 0,12 2 0,33 3 0,12
Pandion haliaetus
Paha 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Patagioenas picazuro
Papi 139 14,45 35 4,08 0 0,00 174 7,17
Penelope superciliaris
Pesu 0 0,00 3 0,35 23 3,78 26 1,07
Phaeomyias murina
Phmu 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Phaetornis pretrei
Phpr 0 0,00 1 0,12 6 0,99 7 0,29
Phalacrocorax brasilianus
Phbr 0 0,00 2 0,23 0 0,00 2 0,08
Philohydor lictor
Phli 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Piaya cayana
Pica 4 0,42 2 0,23 4 0,66 10 0,41
Pilherodius pileatus
Pipi 0 0,00 4 0,47 0 0,00 4 0,16
Pionus maximiliani
Pima 4 0,42 4 0,47 0 0,00 8 0,33
Pipraeidea melanonota
Pime 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Pitangus sulphuratus
Pisu 24 2,49 72 8,40 0 0,00 96 3,96
Platyrinchus mistaceus
Plmi 0 0,00 0 0,00 2 0,33 2 0,08
Podilymbus podiceps
Popo 0 0,00 12 1,40 0 0,00 12 0,49
Progne tapera
Prta 58 6,03 70 8,17 0 0,00 128 5,27
Pseudoleistes guirahuro
Psgu 4 0,42 0 0,00 0 0,00 4 0,16
Pygochelidon cyanoleuca
Pycy 26 2,70 0 0,00 0 0,00 26 1,07
Pyriglena leucoptera
Pyle 0 0,00 3 0,35 24 3,95 27 1,11
Pyroderus scutatus
Pysc 0 0,00 0 0,00 4 0,66 4 0,16
Pyrrhura frontalis
Pyfr 0 0,00 7 0,82 0 0,00 7 0,29
Ramphastos dicolorus
Radi 0 0,00 0 0,00 8 1,32 8 0,33
Ramphastos toco
Rato 4 0,42 0 0,00 2 0,33 6 0,25
Ramphotrigon megacephalum
Rame 0 0,00 2 0,23 0 0,00 2 0,08
Riparia riparia
Riri 0 0,00 3 0,35 0 0,00 3 0,12
Saltator similis
Sasi 1 0,10 6 0,70 1 0,16 8 0,33
Schiffornis virescens
Scvi 0 0,00 0 0,00 22 3,62 22 0,91
Schistochlamys ruficapillus
Scru 1 0,10 0 0,00 0 0,00 1 0,04
Sclerurus scansor
Scsc 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Sicalis flaveola
Sifl 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Sittasomus griseicapillus
Sigr 0 0,00 1 0,12 8 1,32 9 0,37
Sporophila caerulescens
Spca 26 2,70 4 0,47 0 0,00 30 1,24
Synallaxis ruficapilla
Syru 0 0,00 2 0,23 3 0,49 5 0,21
Synallaxis spixi
Sysp 5 0,52 1 0,12 0 0,00 6 0,25
Syrigma sibilatrix
Sysi 0 0,00 2 0,23 0 0,00 2 0,08
Tachyphonus coronatus
Taco 2 0,21 1 0,12 7 1,15 10 0,41
126
Tabela B – Lista da freqüência relativa (FR%) das espécies da avifauna encontradas na
RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(conclusão)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód. Ni FR% Ni FR% Ni FR% Ni FR%
Tangara cayana
Taca 5 0,52 15 1,75 0 0,00 20 0,82
Tapera naevia
Tana 3 0,31 0 0,00 1 0,16 4 0,16
Thalurania glaucopis
Thgl 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Thamnophilus caerulescens
Thca 0 0,00 0 0,00 1 0,16 1 0,04
Thlypopsis sordida
Thso 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Thraupis sayaca
Thsa 88 9,15 98 11,44 2 0,33 188 7,75
Thrichothraupis melanops
Thme 0 0,00 0 0,00 5 0,82 5 0,21
Todirostrum sp Tosp 0 0,00 1 0,12 0 0,00 1 0,04
Tolmomyias sulphurescens
Tosu 0 0,00 0 0,00 4 0,66 4 0,16
Troglodytes musculus
Trmu 12 1,25 3 0,35 0 0,00 15 0,62
Trogon surrucura
Trsu 0 0,00 0 0,00 9 1,48 9 0,37
Turdus albicolis
Tual 0 0,00 6 0,70 5 0,82 11 0,45
Turdus amaurochalinus
Tuam 0 0,00 5 0,58 1 0,16 6 0,25
Turdus leucomelas
Tule 1 0,10 7 0,82 0 0,00 8 0,33
Turdus rufiventris
Turu 1 0,10 34 3,97 37 6,09 72 2,97
Tyrannus melancholicus
Tyme 4 0,42 14 1,63 0 0,00 18 0,74
Tyrannus savana
Tysa 0 0,00 2 0,23 0 0,00 2 0,08
Tyto alba
Tyal 1 0,10 0 0,00 0 0,00 1 0,04
Vanellus chilensis
Vach 33 3,43 78 9,10 0 0,00 111 4,57
Veniliornis spilogaster
Vesp 0 0,00 0 0,00 2 0,33 2 0,08
Volatinia jacarina
Voja 12 1,25 1 0,12 0 0,00 13 0,54
Xiphorhynchus fuscus
Xifu 0 0,00 0 0,00 5 0,82 5 0,21
Xiphorhynchus sp Xisp 0 0,00 0 0,00 3 0,49 3 0,12
Xolmis velatus
Xove 6 0,62 0 0,00 0 0,00 6 0,25
Zonotrichia capensis
Zoca 67 6,96 27 3,15 2 0,33 96 3,96
Cód. = código da espécie; ACA = ambiente de campo antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado; AFA
= ambiente florestal antropizado; Ni = número de indivíduos registrados; % = abundância da espécie.
127
Tabela C – Lista de Freqüência de Ocorrência (FO%) das espécies da avifauna
encontradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continua)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód N FO% N FO% N FO% N FO%
Amazilia lactea
Amla 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Amazona sp Amsp 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Amazonetta brasiliensis
Ambr 0 0,00 11 52,38 0 0,00 11 21,57
Ammodramus humeralis
Amhu 2 11,76 0 0,00 0 0,00 2 3,92
Anhinga anhinga
Anan 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Aramides saracura
Arsa 2 11,76 9 42,86 5 11,63 15 29,41
Aratinga leucophthalma
Arle 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Ardea alba
Aral 0 0,00 8 38,10 0 0,00 8 15,69
Ardea cocoi
Arco 1 5,88 9 42,86 0 0,00 10 19,61
Arremon taciturnus
Arta 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 5,88
Athene cunicularia
Atcu 12 70,59 1 4,76 0 0,00 13 25,49
Automolus leucophthalmus
Aule 0 0,00 0 0,00 6 13,95 6 11,76
Basileuterus culicivorus
Bacu 0 0,00 6 28,57 10 23,26 13 25,49
Basileuterus flaveolus
Bafl 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Basileuterus leucoblepharus
Bale 0 0,00 6 28,57 27 62,79 27 52,94
Buteo magnirostris
Buma 3 17,65 7 33,33 0 0,00 10 19,61
Butorides striata
Bust 0 0,00 3 14,29 0 0,00 3 5,88
Camptostoma obsoletum
Caob 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Caracara plancus
Capl 3 17,65 2 9,52 0 0,00 5 9,80
Carduelis magellanica
Cama 4 23,53 1 4,76 0 0,00 5 9,80
Celeus flavescens
Cefl 0 0,00 1 4,76 2 4,65 3 5,88
Ceryle torquatus
Ceto 0 0,00 7 33,33 0 0,00 7 13,73
Chiroxiphia caudata
Chca 0 0,00 1 4,76 28 65,12 23 45,10
Chloroceryle amazona
Chaz 0 0,00 2 9,52 0 0,00 2 3,92
Chloroceryle americana
Char 0 0,00 4 19,05 0 0,00 4 7,84
Coereba flaveola
Cofl 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Colaptes campestris
Coca 14 82,35 3 14,29 0 0,00 17 33,33
Colaptes melanochloros
Come 0 0,00 4 19,05 0 0,00 4 7,84
Columbina talpacoti
Cota 4 23,53 5 23,81 0 0,00 9 17,65
Conirostrum speciosum
Cosp 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Conopophaga lineata
Coli 0 0,00 0 0,00 17 39,53 14 27,45
Coragyps atratus
Coat 7 41,18 5 23,81 1 2,33 12 23,53
Crotophaga ani
Cran 11 64,71 0 0,00 0 0,00 11 21,57
Crypturellus obsoletus
Crob 0 0,00 0 0,00 2 4,65 2 3,92
Crypturellus tataupa
Crta 0 0,00 4 19,05 21 48,84 21 41,18
Cyclarhis gujanensis
Cygu 0 0,00 0 0,00 7 16,28 7 13,73
Dacnis cayana
Daca 1 5,88 2 9,52 2 4,65 5 9,80
Dendrocincla turdina
Detu 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
128
Tabela C – Lista de Freqüência de Ocorrência (FO%) das espécies da avifauna
encontradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód. N FO% N FO% N FO% N FO%
Dysithamnus mentalis
Dyme 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Egretta thula
Egth 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Elaenia flavogaster
Elfl 1 5,88 1 4,76 0 0,00 2 3,92
Elaenia sp Elsp 0 0,00 0 0,00 2 4,65 2 3,92
Elanus leucurus
Elle 12 70,59 0 0,00 0 0,00 12 23,53
Emberizoides herbicola
Emhe 2 11,76 0 0,00 0 0,00 2 3,92
Empidonomus varius
Emva 1 5,88 0 0,00 0 0,00 1 1,96
Estrilda astrild
Esas 2 11,76 0 0,00 0 0,00 2 3,92
Eupetomena macroura
Euma 1 5,88 0 0,00 0 0,00 1 1,96
Falco sparverius
Fasp 3 17,65 0 0,00 0 0,00 3 5,88
Fluvicola nengeta
Flne 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Formicivora serrana
Fose 0 0,00 0 0,00 2 4,65 1 1,96
Formicivora sp Fosp 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Furnarius rufus
Furu 8 47,06 1 4,76 0 0,00 9 17,65
Geothlypis aequinoctialis
Geae 0 0,00 2 9,52 0 0,00 2 3,92
Geotrygon violacea
Gevi 0 0,00 7 33,33 13 30,23 16 31,37
Guira guira
Gugu 7 41,18 6 28,57 0 0,00 13 25,49
Habia rubica
Haru 0 0,00 0 0,00 12 27,91 12 23,53
Hylophilus poicilotis
Hypo 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Ictinia plumbea
Icpl 1 5,88 0 0,00 1 2,33 2 3,92
Knipolegus lophotes
Knlo 10 58,82 0 0,00 0 0,00 10 19,61
Lepidocolaptes squamatus
Lesq 0 0,00 0 0,00 2 4,65 2 3,92
Leptopogon amaurocephalus
Leam 0 0,00 1 4,76 9 20,93 9 17,65
Leptotila sp Lesp 4 23,53 14 66,67 4 9,30 22 43,14
Leucochloris albicolis
Leal 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Lochmias nematura
Lone 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Mackenziaena severa
Mase 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Malacoptila striata
Mast 0 0,00 3 14,29 1 2,33 4 7,84
Manacus manacus
Mama 0 0,00 3 14,29 3 6,98 5 9,80
Melanerpes candidus
Meca 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Micrastur ruficollis
Mirc 0 0,00 1 4,76 1 2,33 2 3,92
Milvago chimachima
Mich 6 35,29 16 76,19 1 2,33 22 43,14
Mimus saturninus
Misa 12 70,59 1 4,76 0 0,00 13 25,49
Mionectes rufiventris
Mirv 0 0,00 0 0,00 2 4,65 1 1,96
Myiarchus ferox
Myfe 1 5,88 1 4,76 0 0,00 2 3,92
Myiobius barbatus
Myba 0 0,00 0 0,00 5 11,63 5 9,80
Myiodynastes maculatus
Myma 0 0,00 1 4,76 1 2,33 2 3,92
Myiornis auricularis
Myau 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Myozetetes cayanensis
Myca 0 0,00 2 9,52 0 0,00 2 3,92
129
Tabela C – Lista de Freqüência de Ocorrência (FO%) das espécies da avifauna
encontradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(continuação)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód. N FO% N FO% N FO% N FO%
Myrmeciza loricata
Mylo 0 0,00 0 0,00 5 11,63 5 9,80
Myrmeciza squamosa
Mysq 0 0,00 0 0,00 2 4,65 2 3,92
Myrmotherula gularis
Mygu 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Nystalus chacuru
Nych 0 0,00 1 4,76 1 2,33 2 3,92
Pandion haliaetus
Paha 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Patagioenas picazuro
Papi 13 76,47 10 47,62 0 0,00 23 45,10
Penelope superciliaris
Pesu 0 0,00 2 9,52 10 23,26 11 21,57
Phaeomyias murina
Phmu 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Phaetornis pretrei
Phpr 0 0,00 1 4,76 5 11,63 5 9,80
Phalacrocorax brasilianus
Phbr 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Philohydor lictor
Phli 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Piaya cayana
Pica 3 17,65 2 9,52 3 6,98 8 15,69
Pilherodius pileatus
Pipi 0 0,00 4 19,05 0 0,00 4 7,84
Pionus maximiliani
Pima 1 5,88 1 4,76 0 0,00 2 3,92
Pipraeidea melanonota
Pime 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Pitangus sulphuratus
Pisu 11 64,71 21 100,00 0 0,00 32 62,75
Platyrinchus mistaceus
Plmi 0 0,00 0 0,00 2 4,65 2 3,92
Podilymbus podiceps
Popo 0 0,00 8 38,10 0 0,00 8 15,69
Progne tapera
Prta 7 41,18 4 19,05 0 0,00 11 21,57
Pseudoleistes guirahuro
Psgu 2 11,76 0 0,00 0 0,00 2 3,92
Pygochelidon cyanoleuca
Pycy 3 17,65 0 0,00 0 0,00 3 5,88
Pyriglena leucoptera
Pyle 0 0,00 1 4,76 14 32,56 12 23,53
Pyroderus scutatus
Pysc 0 0,00 0 0,00 4 9,30 4 7,84
Pyrrhura frontalis
Pyfr 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Ramphastos dicolorus
Radi 0 0,00 0 0,00 5 11,63 5 9,80
Ramphastos toco
Rato 2 11,76 0 0,00 1 2,33 3 5,88
Ramphotrigon megacephalum
Rame 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Riparia riparia
Riri 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Saltator similis
Sasi 1 5,88 5 23,81 1 2,33 7 13,73
Schiffornis virescens
Scvi 0 0,00 0 0,00 20 46,51 18 35,29
Schistochlamys ruficapillus
Scru 1 5,88 0 0,00 0 0,00 1 1,96
Sclerurus scansor
Scsc 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Sicalis flaveola
Sifl 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Sittasomus griseicapillus
Sigr 0 0,00 1 4,76 7 16,28 7 13,73
Sporophila caerulescens
Spca 7 41,18 2 9,52 0 0,00 9 17,65
Synallaxis ruficapilla
Syru 0 0,00 1 4,76 3 6,98 4 7,84
Synallaxis spixi
Sysp 3 17,65 1 4,76 0 0,00 4 7,84
Syrigma sibilatrix
Sysi 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Tachyphonus coronatus
Taco 2 11,76 1 4,76 7 16,28 8 15,69
130
Tabela C – Lista de Freqüência de Ocorrência (FO%) das espécies da avifauna
encontradas na RPPN Rio dos Pilões, Santa Isabel, SP
(conclusão)
ESPÉCIE ACA AAI AFA TOTAL
Nome científico Cód. N FO% N FO% N FO% N FO%
Tangara cayana
Taca 2 11,76 6 28,57 0 0,00 8 15,69
Tapera naevia
Tana 3 17,65 0 0,00 1 2,33 4 7,84
Thalurania glaucopis
Thgl 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Thamnophilus caerulescens
Thca 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Thlypopsis sordida
Thso 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Thraupis sayaca
Thsa 14 82,35 18 85,71 1 2,33 32 62,75
Thrichothraupis melanops
Thme 0 0,00 0 0,00 5 11,63 5 9,80
Todirostrum sp Tosp 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Tolmomyias sulphurescens
Tosu 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 5,88
Troglodytes musculus
Trmu 9 52,94 2 9,52 0 0,00 11 21,57
Trogon surrucura
Trsu 0 0,00 0 0,00 6 13,95 6 11,76
Turdus albicolis
Tual 0 0,00 2 9,52 3 6,98 5 9,80
Turdus amaurochalinus
Tuam 0 0,00 3 14,29 1 2,33 4 7,84
Turdus leucomelas
Tule 1 5,88 5 23,81 0 0,00 6 11,76
Turdus rufiventris
Turu 1 5,88 15 71,43 16 37,21 26 50,98
Tyrannus melancholicus
Tyme 2 11,76 7 33,33 0 0,00 9 17,65
Tyrannus savana
Tysa 0 0,00 1 4,76 0 0,00 1 1,96
Tyto alba
Tyal 1 5,88 0 0,00 0 0,00 1 1,96
Vanellus chilensis
Vach 12 70,59 21 100,00 0 0,00 33 64,71
Veniliornis spilogaster
Vesp 0 0,00 0 0,00 1 2,33 1 1,96
Volatinia jacarina
Voja 4 23,53 1 4,76 0 0,00 5 9,80
Xiphorhynchus fuscus
Xifu 0 0,00 0 0,00 5 11,63 5 9,80
Xiphorhynchus sp Xisp 0 0,00 0 0,00 3 6,98 3 5,88
Xolmis velatus
Xove 4 23,53 0 0,00 0 0,00 4 7,84
Zonotrichia capensis
Zoca 14 82,35 11 52,38 1 2,33 26 50,98
Cód. = código da espécie; ACA = ambiente de campo antrópico; AAI = ambiente antrópico inundado; AFA
= ambiente florestal antropizado; N = número de dias de avistamento; FO = freqüência de ocorrência.
131
APÊNDICES
132
APÊNDICE A - Espécies da Mastofauna
Embora o trabalho tenha sido dedicado a avifauna, em muitas ocasiões registrou-
se a presença de outros representantes da fauna local; por isso com o intuito de
enriquecer as informações desse presente trabalho, sendo mais fiel à fauna da RPPN
Rio dos Pilões como um todo, decidiu-se comentar os representantes da mastofauna.
As 11 espécies de mamíferos (Tabela D) foram registradas através de contatos
diretos (observação) e/ou indiretos (fezes e pegadas). Desse total, 04 espécies estão
descritas na Lista da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998) e são destacadas logo abaixo:
Didelphis sp. , o gambá, por ser um animal de grande plasticidade ambiental,
foi observado tanto nas áreas florestais (ambiente florestal), como também nas
antropizadas (campo antrópico).
Euphractus sexcintus, o tatu-peludo, foi observado na maioria das vezes
forrageando entre as gramíneas (capins) de uma área de capoeira no entorno da
represa (ambiente inundado). Quando notava a presença do pesquisador, partia
rapidamente em fuga, desaparecendo no meio da vegetação.
Bradypus sp
. , a preguiça, foi vista apenas uma vez, e nessa ocasião pôde ser
manipulada e fotografada. Segundo informações dos guardas do empreendimento e de
um morador local (Sr. João), não é raro serem observadas na mata, local em que se
encontra um de seus principais alimentos, os frutos de Cecropia sp. .
Callithrix aurita, o sagüi-da-serra, é uma espécie descrita como “em perigo”
(EP). Foi constatada em muitas ocasiões no ambiente florestal por observações e
através de vocalizações. Acredita-se que existam pelo menos dois grandes grupos no
fragmento estudado.
Como no caso da espécie anterior, Callicebus personatus, o sauá, também foi
presenciada em várias ocasiões durante os trabalhos no ambiente florestal. Entretanto,
ao contrário da primeira, a espécie foi mais ouvida do que observada. Sua observação
era dificultada por conta da alta sensibiliade da espécie em perceber qualquer
movimento estranho, como por exemplo, a presença humana. Quando isso ocorria, esta
133
se punha rapidamente em fuga por entre as árvores. Segundo a lista da fauna
ameaçada no Estado de São Paulo (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998),
C. personatus é uma espécie “vulnerável” (VU).
Cerdocyon thous, o cachorro-do-mato, foi visto apenas algumas vezes no
período noturno, e próximo da represa (ambiente inundado) e dos loteamentos
presentes no campo antrópico. A espécie, sempre em duplas ou trios, reagiu quanto à
presença humana com certa indiferença e docilidade.
Leopardus sp. , o gato-do-mato, não foi observado diretamente, mas seus
vestígios indiretos, como fezes e pegadas, foram identificados. Como a espécie não foi
identificada, seu respectivo grau de ameaça não pôde ser confirmado. Entretanto,
segundo Oliveira e Cassaro (1999), todas as espécies de felinos brasileiros encontram-
se ameaçadas de extinção.
A presença de Lutra longicaudis, a lontra, foi constatada somente através de
vestígios indiretos (fezes e pegadas) encontrados nas margens do Rio dos Pilões
(ambiente florestal), e por informações de moradores locais. É uma espécie descrita
como sendo “vulnerável” (VU).
Sciurus aestuans, o caxinguelê, foi freqüente durante todo o estudo no
ambiente inundado (AAI) e florestal (AFA). Era visto forrageando as árvores da borda
das estradas (estrada da represa e da cachoeira) desses ambientes.
Hydrochaeris hydrochaeris, a capivara, está muito bem ambientada na RPPN
Rio dos Pilões, especialmente na represa, onde passa o dia todo descansando e
tomando banhos de sol. Ao longo dos trabalhos de observação avifaunística no
ambiente inundado, registrou-se um grupo com aproximadamente 40 indivíduos.
Embora a existência de grandes predadores naturais tenha sido reduzida com a
fragmentação das florestas e da caça, sabe-se da presença de uma onça-parda (Puma
concolor) no local. Além desse fator e da prática de caça furtiva, ainda comum na
região, esses roedores se desenvolvem com tranqüilidade na RPPN.
Sylvilagus brasiliensis, o tapiti, foi visto apenas em duas ocasiões, nas
proximidades da base de pesquisa (AFA) e na estrada da cachoeira (ambiente
florestal). As observações ocorreram durante o alvorecer, e foram rápidas, devido ao
comportamento arisco quando notava presença estranha.
134
Tabela D – Espécies da mastofauna registradas (observações e registros) na RPPN Rio
dos Pilões, Santa Isabel, SP
Ordem Família Nome científico Nome popular Ambiente R Ameaça
Didelphimorphia
Didelphidae
Didelphis sp. gambá AFA/ACA O NA
Xenarthra
Dasypodidae
Euphractus sexcintus
tatu-peludo AAI O NA
Bradypodidae
Bradypus sp.
preguiça AAI/AFA O NA
Primates
Callithrichidae
Callithrix aurita
sagui-da-serra AFA O EP
Cebidae
Callicebus personatus
sauá AFA O VU
Carnivora
Canidae
Cerdocyon thous
cachorro-do-mato AAI/ACA O NA
Felidae
Leopardus sp.
gato-do-mato AFA V NI
Mustelidae
Lutra longicaudis
lontra AFA V VU
Rodentia
Sciuridae
Sciurus aestuans
caxinguelê AFA/AAI O NA
Hydrochaeridae
Hydrochaeris hydrochaeris
capivara AAI O NA
Lagomorpha
Leporidae
Sylvilagus brasiliensis
tapiti AFA O NA
AFA – ambiente florestal antropizado; ACA = ambiente de campo antrópico; AAI = ambiente antrópico
inundado; R = Registro; O =espécie observada; V = espécie registrada por vestígios; NA = espécie não
ameaçada; NI = espécie não identificada; VU = espécie vulnerável; EP = espécie em perigo. As espécies
ameaçadas estão classificadas segundo a lista da fauna ameaçada de extinção no Estado de São Paulo
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 1998)
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