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Nesse cenário surge Florence Nightingale. Filha de família abastada
inglesa, nascida em Florença (Itália) em 1820. Possuía cultura e idéias incomuns
para sua época. Conhecia o grego e o latim, além de falar diversas línguas. Estudou
artes, matemática, filosofia, história, política e economia. Considerada precursora da
Enfermagem Moderna, foi responsável pela sua institucionalização e pela divisão
técnica em seu interior. Meyer (1995, p. 69) afirma que “a institucionalização da
Enfermagem, significou, basicamente, disciplinar a conduta do pessoal hospitalar e o
ambiente do doente”.
Em Waldow (1995, p. 48), encontramos que “a enfermagem foi
entendida por Nightingale como uma arte e uma ciência que requer uma educação
formal, organizada e científica”. Nightingale, através de suas experiências, foi levada
a acreditar que a Enfermagem necessitava de treinamento, pois não bastavam a
inteligência e a intuição feminina, como era a convicção daquela época (LIRA;
BONFIM, 1898, p. 8). Leopardi contribui com essa afirmação, dizendo:
A questão teórica na profissão nasce com Florence Nightingale, quando ela
apresenta suas reflexões e diz que a natureza da Enfermagem é diferente
da medicina e que, portanto, é necessário estudar e estruturar as maneiras
de fortalecer nos indivíduos suas potencialidades naturais para que, por sua
própria força, se opere a cura. Com esta preposição, ela afirma a
importância de um trabalho dirigido por conhecimentos gerais e específicos
que toda enfermeira deve ter (LEOPARDI, 1999, p. 8).
Como nos diz Paixão (1979, p. 67), “seus dotes eram excepcionais,
sua visão muito larga, encarando o problema com horizontes mais amplos e o
preparo de enfermeiras em bases mais científicas”. Tinha bondade extrema,
capacidade de trabalho, organização invejável, observação afinada e espírito crítico.
Preocupada com as péssimas condições de assistência dos hospitais
ingleses, visitou instituições de saúde da Europa, tais como Alemanha, Áustria e
Itália. Viagens estas que permitiram a ela visualizar como era a Enfermagem
exercida nesses locais, fornecendo assim subsídios para melhorias no setor. Deram-
lhe também experiências, que foram úteis por toda sua vida, conforme relatado em
uma de suas obras, Notas sobre Enfermagem. (NIGHTINGALE, 1859).
Nessa obra, Nightingale salienta a importância do meio ambiente
(ventilação, luz, calor, dieta, silêncio, condições sanitárias), do repouso e da higiene
na recuperação da saúde, bem como a importância que as atividades de
Enfermagem exercem sobre o binômio saúde-doença. O que se verifica é que