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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
AÇÃO DE BIORREGULADORES NA BROTAÇÃO, PRODUÇÃO E
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE UVA DO
CULTIVAR SUPERIOR SEEDLESS
ELISANGELA CLARETE CAMILI
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutora
em Agronomia – Área de Concentração em
Horticultura.
BOTUCATU SP
Junho – 2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
AÇÃO DE BIORREGULADORES NA BROTAÇÃO, PRODUÇÃO E
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE UVA DO
CULTIVAR SUPERIOR SEEDLESS
ELISANGELA CLARETE CAMILI
Orientador: Prof. Dr. João Domingos Rodrigues
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da UNESP – Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Doutora
em Agronomia – Área de Concentração em
Horticultura.
BOTUCATU SP
Junho – 2007
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATA -MENTO DA INFORMAÇÃO
SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO UNESP
- FCA - LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Camili, Elisangela Clarete, 1977-
C183a Ação de biorreguladores na brotação, produção e algumas características
físico-químicas de uva do cultivar Supe- rior Seedless /. – Botucatu :
[s.n.], 2007.
xii, 206 p. : il. color , gras., tabs.
Tese (Doutorado)-Universidade Estadual Paulista, Facul-
dade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2007
Orientador: João Domingos Rodrigues
Inclui bibliografia
1. Uva. 2. Reguladores vegetais. 3. Uva - Cultivo. 4. Uva – Reguladores.
I. Rodrigues, João Domingos. II. Univer- sidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” (Cam- pus de Botucatu). Faculdade de Ciências
Agronômicas. III. Título.
III
Aos meus pais, Walter e Eurenice e ao Renan, pelo apoio, carinho,
compreensão e, sobretudo, exemplo de vida, que me possibilitaram vencer.
Aos meus irmãos, Márcio, Ednilce, Eloneida e Matheus.
DEDICO
IV
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha vida e saúde e por me permitir mais esta vitória;
À Faculdade de Ciências Agronômicas - FCA, UNESP, Câmpus de
Botucatu, onde, com orgulho e imensa gratidão, realizei a Graduação, o Mestrado e, agora,
concluo o curso de Doutorado;
Ao Prof. Dr. João Domingos Rodrigues pela orientação,
ensinamentos, incentivo, oportunidades, amizade e principalmente pelo exemplo de seriedade,
disciplina e honestidade ;
Ao Antonio Renan Berchol da Silva a quem agradeço para sempre,
pela amizade, paciência e incontáveis momentos de compreensão;
À Marijke Natália Daamen, ao Anderson Evangelista Sobreira e à
Mônica Ishikawa pela amizade, dedicação e inestimável ajuda na realização dos
experimentos;
À Fazenda Koshiyama, em especial ao Sr. Suemi Koshiyama por
ter acreditado no meu trabalho, pelo apoio e subsídios oferecidos para a realização dos
experimentos;
Aos incansáveis estagiários e para sempre amigos Jaqueline
Cerqueira dos Santos, Camila Corcino de Souza e Paulo Domingos Neves que sem medir
esforços, mesmo aos finais de semana, ajudaram na montagem e avaliação dos experimentos;
Ao Rodolfo da Silva Carvalho, à Anna Christina Passos Menezes,
ao Índio e ao Jailson pela amizade e apoio durante a realização dos experimentos;
V
Aos professores do Departamento de Produção Vegetal –
Horticultura e do Instituto de Biociências, pelos conhecimentos transmitidos, em especial à
professora Sheila Zanbello de Pinho pela ajuda na realização das análises estatísticas;
A todos os funcionários da Biblioteca e da Seção de Pós-graduação
da FCA, pelo auxílio, atenção e pronto atendimento às minhas solicitações;
À Universidade do Estado da Bahia – UNEB, em especial aos
professores Manoel Abílio de Queiroz e José Osmã Teles Moreira, e ao técnico Frederico
do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS), pela disponibilização dos
laboratórios e auxílio nas análises pós-colheita;
À Stoller do Brasil pelo apoio e subsídio financeiro oferecidos para a
realização dos experimentos;
À CAPES pelo suporte financeiro através de bolsa de estudos
concedida durante parte da realização da tese;
Aos demais amigos e colegas da FCA, da UNEB, do Instituto de
Biociências, da Fazenda Koshiyama, do Centro de Treinamento Diocesano, pelo
companheirismo;
A todas as pessoas que, de formas diferentes, colaboraram para a
realização desta tese, a autora agradece.
VI
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS.......................................................................................................... IX
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................... XII
1 RESUMO........................................................................................................................... 01
2 SUMMARY.......................................................................................................................04
3 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 06
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................... 09
4.1 Importância das uvas sem sementes para a viticultura do Submédio São Francisco. 09
4.2 Aspectos da fisiologia do crescimento e frutificação................................................. 14
4.3 Uso de reguladores vegetais na viticultura................................................................. 24
4.3.1 Calciocianamida e cianamida hidrogenada....................................................... 27
4.3.2 Giberelina.......................................................................................................... 36
4.3.3 Citocinina........................................................................................................... 50
4.3.4 Auxina................................................................................................................ 62
4.3.5 Bioestimulante................................................................................................... 73
4.4 Aspectos fisiológicos do desenvolvimento das bagas................................................ 77
4.5 Aspectos qualitativos da uva...................................................................................... 79
5 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 81
5.1. Localização e caracterização da área experimental................................................... 81
5.2. Instalação e condução dos experimentos................................................................... 82
5.3. Tratos culturais.......................................................................................................... 89
5.4. Delineamento experimental e análise estatística....................................................... 90
5.5. Avaliações.................................................................................................................. 90
5.5.1. Experimento 1.................................................................................................. 90
5.5.1.1. Porcentagem de brotação.................................................................... 91
5.5.1.2. Crescimento dos ramos....................................................................... 92
VII
5.5.2. Experimentos 2 e 3.......................................................................................... 92
5.5.2.1. Análises pós-colheita.......................................................................... 92
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................................... 94
6.1 Experimento 1............................................................................................................. 94
6.1.1 Porcentagem de brotação................................................................................... 95
6.1.2 Número de brotos após a desbrota e porcentagem de ramos desenvolvidos..... 105
6.1.3 Número de cachos após a desbrota.................................................................... 108
6.1.4 Porcentagem de brotação ao longo das varas.................................................... 110
6.1.5 Comprimento dos ramos aos 30 dias após a poda............................................. 114
6.2 Experimento 2............................................................................................................. 117
6.2.1 Comprimento dos cachos................................................................................... 117
6.2.2 Largura dos cachos............................................................................................ 119
6.2.3 Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos na colheita........... 120
6.2.4 Número de cachos e produtividade.................................................................... 123
6.2.5 Comprimento, largura e peso dos engaços........................................................ 126
6.2.6 Comprimento, largura, peso e relação comprimento/largura das bagas............ 128
6.2.7 Características químicas das bagas.................................................................... 131
6.2.8 Ciclo da poda à colheita..................................................................................... 135
6.3 Experimento 3............................................................................................................. 137
6.3.1 Comprimento dos cachos................................................................................... 137
6.3.2 Largura dos cachos............................................................................................ 139
6.3.3 Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos na colheita........... 141
6.3.4 Número de cachos e produtividade.................................................................... 142
6.3.5 Comprimento, largura e peso dos engaços........................................................ 145
6.3.6 Comprimento, largura, peso e relação comprimento/largura das bagas............ 148
6.3.7 Características químicas das bagas.................................................................... 153
6.3.8 Ciclo da poda à colheita..................................................................................... 159
6.4 Considerações gerais.................................................................................................. 163
VIII
7 CONCLUSÕES................................................................................................................. 165
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 167
APÊNDICES........................................................................................................................ 198
IX
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1a. Esquema dos reguladores vegetais aplicados no experimento 2 aos 18 e 21
dias após a poda de produção (1ª e 2ª aplicações, respectivamente), visando o
alongamento do engaço. Juazeiro/BA. Junho/2006..............................................................
85
Tabela 1b. Esquema dos reguladores vegetais aplicados no experimento 2 aos 51 e 56
dias após a poda de produção (3ª e 4ª aplicações, respectivamente), visando o aumento
do tamanho das bagas. Juazeiro/BA. Junho/2006................................................................
86
Tabela 2. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação, evapotranspiração (Eto)
e velocidade do vento registrados nos dias das quatro aplicações dos reguladores
vegetais no experimento 2. Embrapa Semi-Árido, Petrolina/PE. 2006................................
86
Tabela 3. Esquema dos reguladores vegetais aplicados no experimento 3 aos 17, 55 e 66
dias após a poda de produção (1ª, 2ª e 3ª aplicações, respectivamente), visando o
alongamento do engaço e aumento do tamanho das bagas de uva. Juazeiro/BA.
Junho/2006............................................................................................................................
88
Tabela 4. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação, evapotranspiração (Eto)
e velocidade do vento registrados nos dias das três aplicações dos reguladores vegetais
no experimento 3. Embrapa Semi-Árido, Petrolina/PE. 2006..............................................
89
Tabela 5. Porcentagem de brotação das gemas localizadas nas varas, netos e média, em
videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos para
superação de dormência, aos 13 dias após a poda de produção, Juazeiro/BA. 2006...........
96
Tabela 6. Número de brotos após a desbrota da videira ‘Superior Seedless’ (Vitis
vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus
9
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................................................................
106
Tabela 7. Porcentagem de ramos desenvolvidos da videira ‘Superior Seedless’ (Vitis
vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus
9
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................................................................
107
X
Tabela 8. Número de cachos após a desbrota da videira ‘Superior Seedless’ (Vitis
vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus
9
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................................................................
109
Tabela 9. Porcentagem de brotação após a desbrota ao longo das varas de videira
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-
Cyte
, Dormex
e Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................
112
Tabela 10. Comprimento dos ramos (cm) 30 dias após a poda da videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
,
Dormex
e Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006......................................................................
115
Tabela 11. Comprimento (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera
L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-
Large
, Juazeiro/BA. 2006...................................................................................................
118
Tabela 12. Largura (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
,
Juazeiro/BA. 2006................................................................................................................
120
Tabela 13. Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos de videira
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-
Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, no momento da colheita, Juazeiro/BA. 2006.....
122
Tabela 14. Número de cachos e produtividade de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis
vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e
N-Large
, Juazeiro/BA. 2006...............................................................................................
124
Tabela 15. Comprimento, largura e peso dos engaços dos cachos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
,
Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................
127
Tabela 16. Comprimento, diâmetro, peso e relação comprimento/diãmetro das bagas de
videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com
Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, Juazeiro/BA. 2006.......................................
129
XI
Tabela 17. Sólidos solúveis, acidez titulável, Ratio e pH das bagas de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
,
Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................
132
Tabela 18. Comprimento (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera
L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
,
Juazeiro/BA. 2006................................................................................................................
139
Tabela 19. Largura (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA.
2006......................................................................................................................................
140
Tabela 20. Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos de videira
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.), no momento da colheita, submetidos a diferentes
tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006..............................
142
Tabela 21. Número de cachos e produtividade de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis
vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
,
Juazeiro/BA..........................................................................................................................
144
Tabela 22. Comprimento, largura e peso dos engaços dos cachos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-
Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006.................................................................................
146
Tabela 23. Comprimento, diâmetro, peso e relação comprimento/diâmetro das bagas de
videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com
Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006..........................................................
149
Tabela 24. Sólidos solúveis, acidez titulável, Ratio e pH das bagas de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-
Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006.................................................................................
154
XII
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1. Porcentagem de brotação nas gemas das varas, netos e média, em videira
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com
Stimulate
, X-
Cyte
e Dormex
, para superação da dormência, aos 13 dias após a poda de produção,
Juazeiro/BA. 2006................................................................................................................
97
Figura 2. Porcentagem de brotação após a desbrota nos terços basal, mediano e apical
de varas de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetidas a tratamentos com
Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006...................................
111
Figura 3. Comprimento dos ramos (cm) 30 dias após a poda da videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
,
Dormex
e Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006......................................................................
116
Figura 4. Porcentagem de uva colhida em 31/08, 05/09, 09/09 e 13/09/2006 (1ª, 2ª, 3ª e
4ª colheita, respectivamente), em relação à quantidade total, em videiras ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetidas a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
(PG)
Stimulate
(St), X-Cyte
(XC), e N-Large
(NL), Juazeiro/BA. 2006...............................
137
Figura 5. Porcentagem de uva colhida em 05/09, 11/09, 14/09, 18/09 e 21/09/2006 (1
a
,
2
a
, 3
a
, 4
a
e 5
a
colheita, respectivamente) em relação à quantidade total, em videiras
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetidas a diferentes tratamentos com Pro-
Gibb
(PG), N-Large
(NL) e X-Cyte
(XC), Juazeiro/BA. 2006......................................
160
1
1 RESUMO
O Brasil possui vantagens competitivas que, no caso da uva, se
resumem na possibilidade de produção e exportação da fruta durante alguns meses, quase sem
concorrência. Porém, alguns fatores têm limitado a expansão do cultivo para áreas tropicais,
como por exemplo, a baixa produtividade de cultivares pouco adaptados. Assim, este projeto
de pesquisa teve por objetivo estudar o efeito da aplicação de novos produtos visando
uniformizar a brotação e aumentar a produtividade e a qualidade de bagas do cultivar de uva
sem sementes Superior Seedless. Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Koshiyama,
localizada no município de Juazeiro/BA, no período de 15/05 a 21/09/2006. Com a finalidade
de avaliar o efeito do biorregulador Stimulate (0,009% de cinetina (citocinina), 0,005% de
ácido giberélico (GA
3
), 0,005% de ácido indolilbutírico (IBA-auxina) e 99,981% de
ingredientes inertes) e de X-Cyte (0,04% de cinetina (citocinina) e 99,96% de ingredientes
inertes) na uniformidade de brotação e dos biorreguladores Stimulate, X-Cyte e N-Large
(4% de ácido giberélico (GA
3
) e 96% de ingredientes inertes) no desenvolvimento das bagas,
foram conduzidos três experimentos. Experimento 1: T1: Dormex
(5%); T2: Dormex
(5%)
+ Nitro Plus 9
; T3: Stimulate
(0,5%); T4: Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
; T5:
2
Stimulate
(1,0%); T6: Stimulate
(1,0%) + Nitro Plus 9
; T7: X-Cyte
(0,25%); T8: X-
Cyte
(0,25%) + Nitro Plus 9
; T9: X-Cyte
(0,50%); T10: X-Cyte
(0,50%) + Nitro Plus 9
;
T11: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%) e; T12: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%) +
Nitro Plus 9
. Experimento 2: T1: Pro-Gibb
; T2: Stimulate
(Dose 1); T3: Stimulate
(Dose
2); T4: Stimulate
(Dose 3); T5: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(Dose Baixa - DB); T6: Pro-Gibb
+
X-Cyte
(Dose Média - DM); T7: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(Dose Alta - DA); T8: N-Large
; T9:
N-Large
+ X-Cyte
(DB); T10: N-Large
+ X-Cyte
(DM); T11: N-Large
+ X-Cyte
(DA). Experimento 3: T1: Pro-Gibb
; T2: N-Large
(DB); T3: N-Large
(DM); T4: N-
Large
(DA); T5: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DB); T6: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM); T7:
N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA); T8: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DB); T9: N-Large
(DM) +
X-Cyte
(DM); T10: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DA); T11: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DB); T12: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM); T13: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DA). Para
comparação do efeito dos tratamentos, registraram-se dados relativos à brotação,
produtividade (número e peso de cachos planta
-1
), tamanho de cachos, engaços e bagas (peso,
comprimento e largura) e composição química dos frutos (sólidos solúveis, acidez titulável,
pH e “ratio”). Os experimentos foram conduzidos em blocos ao acaso com quatro repetições,
cada repetição/parcela com três plantas úteis. Para avaliação fenológica utilizou-se seis varas
por planta. Os dados foram submetidos à análise de variância e comparação de médias pelo
teste Tukey (5%). Os produtos Stimulate e X-Cyte, aplicados em videiras ‘Superior
Seedless’, visando a uniformidade de brotação, não demonstraram efeitos significativos sobre
as variáveis número de brotos após a desbrota, porcentagem de ramos desenvolvidos, número
de cachos após a desbrota e comprimento dos ramos, em comparação ao produto
comercialmente empregado (Dormex). No segundo experimento, os reguladores vegetais
avaliados não proporcionaram alterações significativas nas características físicas e químicas de
cachos e bagas de uva ‘Superior Seedless’, no entanto, N-Large
apresentou resultados
superiores ou estatisticamente iguais aos do Pro-Gibb
. No terceiro experimento, cachos e
bagas de ‘Superior Seedless’ demonstraram que a aplicação de N-Large
(DM) isoladamente
na dose equivalente à de Pro-Gibb
, é indicada quando empregada visando o alongamento da
ráquis e o aumento no tamanho das bagas de ‘Superior Seedless’. Os dados obtidos com o
3
presente trabalho permitiram a definição de novos produtos que podem incrementar a
produtividade e a qualidade dos cultivares de uvas sem sementes, de forma alternativa ao
convencionalmente empregado (Dormex e Pro-Gibb), disponibilizando novas opções aos
viticultores do Submédio São Francisco.
4
BIORREGULATORS EFFECT ON SPROUTING, YIELD AND PHYSICAL-CHEMICAL
CHARACTERISTICS OF SUPERIOR SEEDLESS GRAPE CULTIVAR.
Botucatu, 2007. 206p. Tese (Doutorado em Agronomia/Horticultura) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: ELISANGELA CLARETE CAMILI
Adviser: JOÃO DOMINGOS RODRIGUES
2 SUMMARY
Brazil has some competitive advantages in grape production, specially
harvesting all-year-around in almost the whole of the country. Therefore, Brazilian fruits can
be exported for a few months practically without international competition. However, some
factors have been limiting grape growing expansion in tropical areas. For example, low yields
of less adapted cultivars. The field trials of this work were performed between May 15
th
and
September 21
st
2006, at Koshiyama farm, in Juazeiro municipality (Bahia State / Northeastern
Brazil). The main goal was to analyze the effect of new commercial products intended to
uniformizar sprouting, increasing yields and berry quality for ‘Superior Seedless’ grapes. It
was evaluated the effect of the following bioregulators in sprouting uniformity: Stimulate
(0,009% de kinetin (cytokinin), 0,005% of gibberellic acid (GA
3
), 0,005% indolbutiric acid
(IBA-auxin); 99,981% of inert ingredients); X-Cyte (0,04% kinetin (cytokinin) and 99,96%
of inert ingredients). Three field trials were also performed, to verify the effect of Stimulate,
X-Cyte e N-Large (4% gibberellic acid (GA
3
) and 96% inert ingredients) on berry
development: Trial 1: T1: Dormex
(5%); T2: Dormex
(5%) + Nitro Plus 9
; T3: Stimulate
(0,5%); T4: Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
; T5: Stimulate
(1,0%); T6: Stimulate
(1,0%)
+ Nitro Plus 9
; T7: X-Cyte
(0,25%); T8: X-Cyte
(0,25%) + Nitro Plus 9
; T9: X-Cyte
(0,50%); T10: X-Cyte
(0,50%) + Nitro Plus 9
; T11: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%)
5
e; T12: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
. Trial 2: T1: Pro-Gibb
; T2:
Stimulate
(Dose 1); T3: Stimulate
(Dose 2); T4: Stimulate
(Dose 3); T5: Pro-Gibb
+ X-
Cyte
(Low Dose - DB); T6: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(Intermediate Dose- DM); T7: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(High Dose- DA); T8: N-Large
; T9: N-Large
+ X-Cyte
(DB); T10: N-Large
+
X-Cyte
(DM); T11: N-Large
+ X-Cyte
(DA). Trial 3: T1: Pro-Gibb
; T2: N-Large
(DB);
T3: N-Large
(DM); T4: N-Large
(DA); T5: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DB); T6: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM); T7: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA); T8: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DB); T9: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DM); T10: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DA); T11: N-
Large
(DA) + X-Cyte
(DB); T12: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM); T13: N-Large
(DA) +
X-Cyte
(DA). To analyze differences among treatments, data were collected on sprouting,
yield (number and weight of bunches per plant), bunch size, rachis and berries (weight, length
and width) as well as fruit chemical aspects (soluble solids, titratable acidity, pH and ratio).
The trials were conducted in randomized blocks with five repetitions and three useful plants
per parcel. For phenologic evaluation, four stocks per plant were evaluated. Variance analysis
and mean comparisons through Tukey test (5%) were performed on the data. Results show
that Stimulate and X-Cyte, when compared to the commercial product Dormex
commercially used in ‘Superior Seedless’ vineyards aiming sprouting uniformity, did not
show significant effects on the variables: sprouts number after sproutings, proportion of grown
stems, bud fertility, amount of bunches after sproutings as well as length and position of
sprouted stems. In the second experiment, plant growth regulators tested did not show
significant changes in physical and chemical characteristics in bunches and berries of
‘Superior Seedless’ grape. However, N-Large
shows higher or statistically similar results to
Pro-Gibb
. In the third experiment, bunches and berries of ‘Superior Seedless’ show that
using N-Large
(DM) alone in a dosage similar to Pro-Gibb
, can be a promising alternative
when extending rachis and increasing berries sizes of ‘Superior Seedless’ is intended. The
results from this work allow definition and establishment of new products that can increase
yields and improve quality of seedless grape cultivars as an alternative to the usually used
(Dormex e Pro-Gibb), becoming new options for farmers in the São Francisco Valley.
______________________
Keywords: Vitis, table grape, plant growth regulators
6
3. INTRODUÇÃO
A viticultura brasileira destaca-se por sua importância sócio-
econômica, não somente pela geração de renda, mas também como fonte de empregos diretos
e indiretos na área rural. O Brasil possui condições climáticas e tecnológicas para a expansão
do cultivo, destacando-se a região Semi-Árida do Nordeste brasileiro, a qual apresenta
vantagens competitivas em relação a outras regiões produtoras de uvas do país e garante um
lugar de destaque no cenário mundial de produção de uvas finas, onde o clima quente e seco
aliado à utilização das mais modernas tecnologias de irrigação permite a produção da fruta
praticamente o ano todo, sendo o pólo Juazeiro/Petrolina no Vale do Rio São Francisco o
destaque no cultivo e exportação de uvas finas de mesa e, nos últimos anos vem se
despontando, como região produtora de uvas sem sementes e vinhos finos (SOUZA, 1998). A
produção de uvas de mesa concentra-se às margens do Rio São Francisco, e apresentou na
última década, notável expansão da área cultivada, passando de 3.727 hectares, em 1993
(AGRIANUAL, 2001), para
7.943 hectares, em 2005 (AGRIANUAL, 2007) com
produtividade próxima a 30 toneladas ha
-1
ano
-1
em duas safras, respondendo por 95% da
exportação de uvas finas de mesa do país (LEÃO, 2003).
7
Estudos indicam que o produto de melhor qualidade é o que tem
maior potencial de crescimento, como as sem sementes (apirenas), ou as produzidas em
condições especiais (caso das orgânicas) ou com procedência conhecida (rastreadas e
certificadas), são o foco de ação dos produtores dos principais pólos de produção do Brasil. É
essencial ao setor ter plena consciência de que o desafio da qualidade é permanente.
Atualmente, a apirenia é uma das características mais desejáveis para
o mercado de uva in natura, uma vez que uvas sem sementes alcançam preços mais elevados
que as uvas tradicionais com sementes. Em termos comerciais, as áreas plantadas com uvas
sem sementes no Brasil são ainda insignificantes quando comparadas aos cultivares com
sementes, no entanto, com perspectivas de expansão muito rápida (LEÃO, 2000a). As
pesquisas com uvas sem sementes na região Nordeste tiveram início em 1995 com a instalação
de experimentos com cerca de 20 cultivares. Dentre os mais estudados e alguns implantados
comercialmente no Brasil, destacam-se: ‘Thompson Seedless’, ‘Perlette’, ‘Catalunha’,
‘Superior Seedless’, ‘Centennial Seedless’, ‘Flame Seedless’, ‘Vênus’, ‘Marroo Seedless’,
‘Crimson Seedless’, ‘Fantasy’, dentre outros.
No entanto, o cultivo de uvas sem sementes tem encontrado
dificuldades em função da falta de adaptação às condições tropicais brasileiras e, continua a
desafiar a pesquisa, devido a baixa e inconstante produtividade, porém, o cultivar Superior
Seedless pode, de acordo com o manejo, apresentar cachos e bagas de tamanho satisfatório.
Neste sentido, novas pesquisas buscam métodos que possam uniformizar e incrementar a
produtividade deste cultivar, com potencial inestimável para exportação.
Os reguladores vegetais, com função semelhante a auxinas,
citocininas e giberelinas, têm sido utilizados para a melhoria das características dos cachos,
como aumento do tamanho e raleio das bagas, alongamento do engaço, produção de bagas
maiores, atraso na maturação, melhoria na pós-colheita, engrossamento do pedicelo, melhoria
na fertilização das flores, supressão das sementes, etc. No entanto, os resultados com o uso de
reguladores vegetais são dispersos, necessitando de maiores estudos.
Considerando a atual importância do cultivo de uvas sem sementes, a
necessidade de aumento na produtividade e qualidade das bagas e a busca por alternativas à
utilização do Dormex (4 % de cianamida hidrogenada), o qual é um produto extremamente
8
cáustico, podendo ser tóxico ao aplicador e, ao Pro-Gibb (10% de GA
3
), tradicionalmente
usados na viticultura, esse trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos dos biorreguladores
Stimulate (0,009% de cinetina, 0,005% de GA
3
e 0,005% de IBA) e X-Cyte (0,04% de
cinetina) na uniformidade de brotação das gemas e de Stimulate, X-Cyte e N-Large (4%
de GA
3
) no desenvolvimento das bagas e qualidade dos cachos do cultivar de videira Superior
Seedless.
9
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 Importância das uvas sem sementes para a viticultura do Submédio São
Francisco
A cultura da videira tem distribuição geográfica muito ampla, com as
principais áreas de cultivo situadas entre as latitudes de 50º N até 30º S, difundindo-se até em
regiões próximas ao Equador (ALBUQUERQUE, 2003). Foi introduzida no Brasil em 1532
por Martin Afonso de Souza na Capitania de São Vicente (São Paulo). Em 1535 a videira foi
introduzida nos estados da Bahia e Pernambuco pela expedição de Duarte Coelho, alcançando
algum progresso na ilha de Itamaracá. Entretanto, sua entrada na região Semi-Árida ocorreu
apenas no final do século dezenove com o estabelecimento dos primeiros arraiais e
assentamentos de fazendeiros, destinando-se apenas à exploração doméstica. A partir de 1950
surgiram os primeiros empreendimentos, mas, a viticultura comercial tomou impulso apenas a
partir da década de 80, estimulada pelos projetos de irrigação e necessidade de diversificação
da agricultura (ALBUQUERQUE et al., 1988; SOUZA, 1998).
A região Semi-Árida brasileira possui característica ímpar por
apresentar o único clima Semi-Árido tropical do mundo, diferentemente de outras regiões
10
Semi-Áridas localizadas no Chile, México, EUA, Austrália e partes da Ásia, de clima
temperado. A presença de terras irrigáveis e água em abundância, aliadas às condições
climáticas com temperaturas elevadas o ano inteiro, alta insolação e baixa umidade relativa,
favorecem o desenvolvimento da viticultura com características peculiares, e são fatores que
revelam o potencial de dinamização da região que tem na fruticultura irrigada a força que
induz o seu progresso. Na viticultura, a ocorrência de doenças fúngicas é reduzida, os frutos
podem ser colhidos com alto teor de sólidos solúveis durante todo o ano e as plantas
apresentam redução no ciclo fenológico de 30 a 50 dias em relação a outras zonas de produção
(SAMPAIO, 1973; ALBUQUERQUE et al., 1996).
Os produtores de Juazeiro, na Bahia, e de Petrolina, em Pernambuco,
no Vale do Rio São Francisco, são responsáveis por cerca de 95% da exportação brasileira de
uva. Além da importância econômica, ressalta-se a importância social da videira, uma vez que
é uma cultura eminentemente artesanal e familiar responsável pela maior geração de empregos
entre as principais frutas cultivadas (de 3 a 5 empregos diretos por hectare) (LEÃO, 2001).
Em condições tropicais a videira apresenta crescimento vegetativo
contínuo, isto é, não paralisa sua atividade fotossintética e pode ser colhida em qualquer época
do ano, obtendo-se geralmente, cinco safras a cada dois anos. Isso possibilita a
comercialização no mercado externo em duas épocas ou “janelas” durante o ano: abril a junho
com um terço do volume comercializado e outubro a dezembro com os dois terços restantes
(LEÃO, 1999).
A viticultura tropical brasileira consolidou-se como atividade
econômica com base na produção de uvas com sementes, especialmente do cultivar Italia a
partir da década de 60, na região do Vale do Rio São Francisco. Este cultivar também foi a
base na formação dos pólos vitícolas do Norte do Paraná, nos anos 70, e da região Noroeste de
São Paulo, na década de 80. A expansão da viticultura tropical, além do abastecimento do
mercado interno durante todo o ano, proporcionou ao país uma oportunidade ímpar, exportar
uvas frescas, nos períodos de entressafra, tanto dos países produtores do hemisfério Norte
como daqueles do hemisfério Sul. Na década de 1980, o Brasil conseguiu exportações em
volumes razoáveis com uvas produzidas no Vale do Rio São Francisco. Entretanto, os
produtores logo perceberam que o melhor espaço, no mercado internacional, era ocupado por
uvas sem sementes, não cultivadas nem naquela nem em outras regiões do País (CAMARGO
11
et al., 2003a, 2003b, 2003c; NACHTIGAL, 2005). A partir de então, muitos produtores vêm
tentando, através da diversificação varietal, uns com mais outros com menos sucesso, o cultivo
de uvas sem sementes nos diversos pólos de produção, visando aumentar a competitividade da
uva fina produzida nas regiões tropicais do Brasil. Verifica-se que os cultivares tradicionais,
como Thompson Seedless, Superior Seedless e outros, apresentam grande dificuldade de
adaptação às condições tropicais do Semi-Árido nordestino, com produções reduzidas e
irregulares, resultado da baixa fertilidade de gemas, degrana elevada e suscetibilidade à
rachadura das bagas em condições de chuva durante a fase de maturação, além de elevada
suscetibilidade a doenças, especialmente ao cancro bacteriano, causando grandes prejuízos aos
viticultores daquela região, gerando uma demanda de informações e de tecnologia a respeito
(LEÃO, 2000a).
À partir de 1994, a Embrapa Uva e Vinho, a Embrapa Semi-Árido e a
iniciativa privada, representada pela Valexport, passaram a buscar soluções tecnológicas, com
trabalhos focados nos cultivares apirenos tradicionais como ‘Thompson Seedless’, ‘Superior
Seedless’ e outros, que apresentam problemas de baixa produtividade, por serem cultivares
próprios de regiões temperadas. Porém, a área cultivada com uvas sem sementes é ainda
incipiente, embora com tendência de crescimento nos últimos anos, destacando-se o cultivar
Superior Seedless.
A adaptação dos cultivares de uvas sem sementes e a busca pela
melhoria da qualidade constituem desafios que devem ser constantemente superados, para que
o Vale do Rio São Francisco seja competitivo nos exigentes mercados internacionais. O
cultivo de uvas sem sementes no Semi-Árido do Nordeste cria perspectivas para a uva
brasileira, podendo-se vislumbrar um grande desenvolvimento e prosperidade para a
viticultura dessa região, resultando em benefícios econômicos e sociais pela geração de renda,
empregos e divisas para o país (LEÃO, 2003).
A ausência de sementes ou apirenia pode ser encontrada em um
grande número de cultivares de uva, sendo esta característica altamente desejável em uvas de
mesa. Nos últimos anos houve um aumento na demanda por uvas sem sementes (apirenas),
para consumo in natura. Existem dois sistemas com determinação genética para apirenia, a
partenocarpia (apirenia corintoniana) e a estenoespermocarpia (apirenia sultaniana). A
partenocarpia se caracteriza pelo desenvolvimento das bagas sem ter ocorrido fecundação,
12
onde o fruto é desenvolvido exclusivamente a partir de tecidos maternos e são totalmente sem
sementes, sendo ‘Black Corinth’ o mais reconhecido representante deste tipo (KANELLIS;
ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993). Porém, o caráter apireno nos cultivares comerciais de
uva é do tipo estenoespermocarpia, onde ocorre fecundação para a formação do fruto, seguida
de aborto do embrião ainda imaturo devido à ausência ou má formação do endosperma. Nos
frutos originados deste processo, é comum a presença de sementes-traço pouco desenvolvidas,
macias e imperceptíveis, como no ‘Superior Seedless’ e ‘Thompson Seedless’ (SANTOS et
al., 2003). A partenocarpia é atribuída à formação defeituosa do saco embrionário e o
desenvolvimento do fruto depende de um estímulo ao aumento do conteúdo de auxinas através
de incisão anelar ou aplicação de reguladores vegetais (WINKLER, 1965).
Em uvas estenospermocárpicas, o conteúdo de auxinas é suficiente
para o desenvolvimento normal do fruto, embora os óvulos abortados e os tegumentos com
pouco ou nenhum esclerênquima possam ser observados através de sementes-traço ou
vestigiais (WINKLER, 1965; MULLINS et al., 1992). As sementes, geralmente, são fontes
ricas em hormônios. Bagas de uvas com sementes contêm maior quantidade de giberelina e
ácido abscísico do que bagas sem sementes. Neste contexto, sugere-se que as sementes
contribuem na regulação hormonal do desenvolvimento e amadurecimento das bagas
(KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993). Normalmente, o tamanho e a
composição das bagas são função do desenvolvimento das sementes, quanto maior o número
de sementes, maior o tamanho da baga, com relativamente menor concentração de açúcar e
nitrogênio, mas, maior nível de acidez (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
Para a produção comercial de cultivares de uva sem sementes, é necessário um suplemento
exógeno de reguladores vegetais visando o alongamento do engaço e aumento do tamanho das
bagas, pois, na frutificação natural, as dimensões de tais características são bastante reduzidas
(TECCHIO et al., 2005).
O cultivar sem sementes mais importante em nível mundial para
comercialização in natura é o Thompson Seedless, que apresenta, entretanto, adaptação
climática limitada a poucas áreas do mundo (Califórnia nos Estados Unidos, região norte do
Chile, Israel e algumas outras áreas da região mediterrânea) em função da necessidade de
condições especiais de temperatura, intensidade luminosa, fotoperíodo e nutrição mineral para
13
que o processo de diferenciação das gemas vegetativas se efetue em gemas mistas com
primórdios de ramo e de panícula floral (ALBUQUERQUE, 2001).
‘Superior Seedless’ ou ‘Sugraone’, também conhecido na região
Nordeste do Brasil como ‘Festival’ foi obtido através do cruzamento entre ‘Cardinal’ e uma
seleção desconhecida de uva sem sementes em programa de melhoramento genético privado
na Califórnia, sendo, portanto, patenteado pela empresa Sun World. Foi introduzido
comercialmente nos Estados Unidos em 1971. Caracteriza-se pela precocidade de produção,
com ciclo médio entre 90 e 100 dias, dependendo da época de poda; possui excelentes
características comerciais, como tamanho de cacho e de bagas, baixa acidez e teor de sólidos
solúveis superior a 15 ºBrix (ALBUQUERQUE, 2001; LEÃO, 2001; GRANGEIRO et al.,
2002).
No entanto, um fator que tem limitado a expansão das áreas de
produção com este cultivar é a sua baixa fertilidade de gemas, o que conduz a produtividades
reduzidas (5,3 t ha
-1
), demonstrando dificuldades na adaptação às condições climáticas
tropicais Semi-Áridas (LEÃO, 2001; GRANGEIRO et al., 2002). Outras características
indesejáveis deste cultivar são a irregularidade de produção entre as safras na região do
Submédio São Franciso, obtendo-se rendimentos que variam de 3 a 20 t ha
-1
e a sensibilidade
ao rachamento pedicelar das bagas, durante a ocorrência de chuvas (LEÃO, 2001). Por ter sua
origem genética baseada no cultivar Thompson Seedless, apresenta vigor excessivo, que pode
levar ao desequilíbrio através da excessiva vegetação em detrimento do desenvolvimento das
inflorescências, resumindo a produção em poucos e pequenos cachos (ALBUQUERQUE,
2001). A redução do nível de frutificação destes vinhedos contribui para o aumento do vigor
vegetativo. Assim, um círculo vicioso é desenvolvido levando a vinhedos improdutivos,
desuniformes e extremamente vegetativos (LAVEE, 1987). Enquanto o cultivar Italia (com
sementes) atinge até 50 t ha
-1
ano
-1
, no ‘Superior Seedless’ a maior produtividade alcançada,
dificilmente ultrapassa 20 t ha
-1
ano
-1
.
A comercialização de uvas de mesa depende da aparência do produto,
especialmente do tamanho das bagas (REYNOLDS et al., 1992). Nesse sentido, a aplicação
exógena de reguladores vegetais pode contribuir para a melhoria da qualidade do cacho e
facilitar a comercialização, principalmente, dos cultivares sem sementes. Segundo Gayet
(1993), as uvas de mesa devem apresentar as seguintes características para atender às
14
exigências do mercado externo: cachos com comprimento ao redor de 20 cm, de acordo com a
característica do cultivar e da região produtora; peso entre 300 a 1000 gramas, como no caso
da ‘Italia’; formato cônico e “ombros” desenvolvidos; coloração uniforme e característica do
cultivar; ausência de manchas de defensivos ou outros tipos de danos; bagas com diâmetro
superior a 22 mm para cultivares com sementes e 18 mm para as sem sementes, de tamanho
uniforme e engaços (ráquis) resistentes.
A inexistência de norma oficial para a classificação da uva destinada à
exportação, fez com que os produtores que aderiram a esta atividade, estabelecessem uma
regra para enquadrar a classe e o tipo de uva desejada pelo importador. Conforme especificado
pelos importadores, a uva ‘Superior Seedless’ exportada pela empresa Special Fruit deve
apresentar teor de sólidos solúveis acima de 15, 16 ou 18 ºBrix; diâmetro das bagas de 17, 18
ou 22 mm; cachos com peso acima de 300, 350 ou 400 g; essas variações são dependentes da
exigência do importador; sem mancha de defensivo, de inversão ou queimadura de sol; bagas
de coloração verde. Para atender ao mercado interno, a única exigência é que as bagas
apresentem teor de sólidos solúveis mínimo de 14 ºBrix.
4.2 Aspectos da fisiologia do crescimento e frutificação
A videira apresenta dois tipos de gemas, as de brotação rápida e as
latentes. As primeiras se formam nas axilas das folhas, dando origem às feminelas, pequenos
ramos crescidos no mesmo ciclo vegetativo do ramo que os originou. Estas feminelas
raramente são férteis e usualmente não sofrem lignificação e caem no outono ou inverno,
deixando uma cicatriz saliente. Em condições tropicais, as feminelas, normalmente, crescem
muito, concorrendo com o ramo produtivo. Por este motivo, são eliminadas, deixando-se a
primeira folha expandida. Se eliminadas em sua totalidade, novas gemas de brotação rápida se
formarão e outras feminelas tornarão a crescer (MULLINS et al., 1992).
Por sua vez, as gemas latentes são conjuntos de gemas envoltas por
uma mesma proteção, as escamas. Ao serem observadas, constata-se a presença de três gemas,
separadas internamente por brácteas, e que se encontram em diferentes estádios de
desenvolvimento, denominadas gema primária, secundária e terciária. Formam-se lentamente
durante a estação de crescimento vegetativo e em condições de clima temperado, entram em
15
dormência durante a estação fria, brotando na primavera. Em condições de clima tropical, as
gemas formadas num ciclo de crescimento não entram em dormência e encontram-se aptas à
brotação vinte dias após a colheita das uvas (ALBUQUERQUE, 2003).
A gema primária contém de seis a dez primórdios foliares e de um a
três primórdios de inflorescências, sendo que estes últimos só aparecem em gemas férteis. As
gemas secundárias e terciárias, em geral, permanecem pequenas e raramente apresentam
inflorescências. Brotam somente excepcionalmente, no caso de morte da gema primária
(MULLINS et al., 1992). A diferenciação e desenvolvimento dos primórdios florais são
controlados por uma série de mudanças bioquímicas, desencadeando alterações em nível
hormonal e celular. As inflorescências apresentam-se, comumente, em número de duas por
ramo, e mais raramente de três a cinco (ALBUQUERQUE, 2001). No entanto, as gemas
latentes, que são as de maior importância vitícola, não apresentam características externas que
permitam o reconhecimento de sua fertilidade.
A fertilidade das gemas pode ser definida como a capacidade que
estas apresentam para diferenciarem-se de vegetativas em frutíferas, podendo ser utilizada
para estimar quantitativamente o potencial produtivo de cachos de um determinado vinhedo
(LEÃO, 2003). Esta fertilidade é controlada geneticamente, o que significa que cada cultivar
encerra em suas gemas uma determinada quantidade de cachos (KANELLIS; ROUBELAKIS-
ANGELAKIS, 1993). Entretanto, em um mesmo cultivar, a formação de gemas frutíferas e
consequentemente a produção de cachos, correspondente ao fenótipo (F) dependem da
interação do genótipo (G) com o ambiente (A). Às condições edafoclimáticas, associadas a
práticas culturais, à ocorrência de patógenos e outras variáveis que afetam o desenvolvimento
das plantas, são coletivamente denominadas de “ambiente”, ou ainda, o ambiente é constituído
de todos os fatores que afetam o desenvolvimento das plantas que não são de origem genética
(BORÉM; MIRANDA, 2005).
Entre os fatores do ambiente que podem alterar a expressão do
genótipo, neste caso o cultivar ‘Superior Seedless’, destacam-se: tratos culturais, posição da
gema no ramo e tipo de ramo, juvenilidade, vigor, nutrição mineral, nível de carboidratos,
reguladores vegetais, déficit hídrico, fotoperíodo, luminosidade e temperatura. Entre estes, as
condições ambientais prevalescentes durante a formação e desenvolvimento das gemas, são as
principais causas das variações de fertilidade das gemas de videira. Dentre os fatores
16
climáticos, a intensidade luminosa é o que mais contribui positivamente no aumento da
fertilidade e desenvolvimento das gemas frutíferas. O aumento da intensidade luminosa resulta
em aumento no número e tamanho dos primórdios florais (BUTTROSE, 1974). Neste sentido,
Hidalgo (1999) relata que a fertilidade das gemas depende das condições observadas durante o
período de crescimento vegetativo do ciclo anterior, quando ocorre a diferenciação floral; e
muitos fatores, tais como desigualdade de crescimento, temperaturas irregulares, secas
pronunciadas no verão, colheitas exageradas e ataques de doenças podem contribuir para a
redução da fertilidade no ciclo seguinte.
O comportamento dos cultivares sem sementes Centennial Seedless e
Sugraone (Superior Seedless) na Italia foi estudado por Sansavini e Fanigliulo (1998), citados
por Leão, 1999. Segundo estes autores, a fertilidade real da gema é moderadamente baixa na
‘Centennial Seedless’ (0,41 a 0,87) e muito baixa na ‘Superior Seedless’ (0,03 a 0,60), sendo
que esta fertilidade é mínima nas gemas basais e crescente ao longo do ramo, alcançando
valores máximos nos intervalos entre a quinta e décima oitava gemas para a ‘Centennial
Seedless’ e entre a sexta e décima quinta gemas na ‘Superior Seedless’. O peso médio dos
cachos e o teor de sólidos solúveis foi mais elevado quando efetuaram-se podas curtas,
entretanto, os autores recomendam a realização de podas medianas a longas, mantendo uma
carga entre 72 a 80 gemas por planta o que resulta em uma potencialidade produtiva de 18 a
24 toneladas por hectare.
O florescimento em videiras maduras é um processo fisiológico que
tem início na fase de crescimento vegetativo do ciclo anterior ao do surgimento da panícula
floral, quando da formação das gemas à medida que o ramo cresce (ALBUQUERQUE, 1998;
WINKLER, 1965; BUTTROSE, 1974). As gemas crescem por um período de
aproximadamente três meses, após o qual podem ter até 10 primórdios de folhas, e é durante
este período que o primórdio floral pode ser formado (BUTTROSE, 1974).
O processo de diferenciação floral inicia-se com a formação de um
primórdio não diferenciado, denominado de anlagen ou blastema, originado nos ápices
meristemáticos das gemas latentes que estão se formando no ciclo corrente. A partir do
anlagen desenvolve-se o primórdio da inflorescência ou o primórdio da gavinha e a seguir as
gemas latentes entram num processo de dormência. Esses dois primeiros estádios, como dito,
ocorrem durante a fase de crescimento dos ramos do ciclo anterior, nas primeiras semanas
17
depois que o nó se separa do ápice, continuando a desenvolver-se em tamanho e complexidade
por cerca de 45 a 60 dias à partir do início da brotação. Shikhamany (1999) observou que, sob
condições tropicais de cultivo, a formação de gemas frutíferas ocorre 45 a 60 dias depois da
poda e, Pommer e Passos (1990) citados por Ribeiro e Scarpare Filho (2003) verificaram que o
processo de diferenciação das gemas inicia-se nas primeiras semanas após o nó se separar do
ápice e continua por 56 a 84 dias. Após esse período de dois a três meses de desenvolvimento,
a atividade cessa e as gemas entram num estádio de dormência orgânica profunda. A formação
final das flores ocorre pouco antes e durante a brotação das gemas no ciclo seguinte.
Qualquer desbalanço entre os fatores ambientais e hormonais,
responsáveis pela formação de primórdios de inflorescência, poderá levar o anlagen a se
diferenciar em broto vegetativo ou gavinha ao invés de inflorescência. Estas etapas do
desenvolvimento floral são mediadas por hormônios e podem ser influenciadas não só por
aplicações de reguladores vegetais, por fatores ambientais e nutricionais, como também pela
alteração do vigor das plantas através do uso de porta-enxertos mais ou menos vigorosos
(SRINIVASAN; MULLINS, 1980; MULLINS, 1986; MULLINS et al., 1992). O
entendimento sobre o controle hormonal do florescimento e frutificação em frutíferas ainda é
fragmentado e superficial. Sugere-se que o florescimento nas uvas seja controlado, além de
geneticamente, pelo balanço entre giberelina e citocinina, onde, a formação do eixo da
inflorescência (o anlagen) é controlada por giberelina, mas, a diferenciação subseqüente para
flores é regulada por citocinina (SRINIVASAN; MULLINS, 1980). No entanto, verifica-se a
influência da temperatura no balanço hormonal que ocorre ao nível de gema (MULLINS,
1986). Em geral, a temperatura eficiente para a diferenciação do anlagen em inflorescências na
maioria dos cultivares está entre 30 e 35ºC (MULLINS et al., 1992).
Na emergência de gemas dormentes, principalmente em espécies
arbóreas de clima temperado, a ocorrência de dias curtos no outono e inverno é fundamental
para desencadear o processo. Os dias curtos provocam a senescência foliar ao serem
receptados pelos fitocromos nas folhas. Deste modo, acumula-se um alto conteúdo de
fitocromo ativo a partir da forma inativa do pigmento. Observa-se uma alteração nos processos
metabólicos, dentre esses gradual diminuição da respiração. Também ocorrem modificações
nos teores e na atividade dos hormônios endógenos, com redução na síntese dos promotores de
crescimento. Sob as baixas temperaturas invernais, pode ocorrer aumento na síntese de
18
inibidores de crescimento. Se isso não ocorrer, pode-se substituir parcialmente o processo
através da aplicação de retardadores de crescimento exógenos como os princípios ativos:
chlormequat, daminozide ou paclobutrazol, induzindo a dormência das gemas. Na primavera,
a ocorrência de dias longos e aumento na temperatura poderão levar à síntese endógena de
promotores de crescimento. Se este fato não ocorrer, pode-se substituir parcialmente o
processo através da aplicação de giberelinas ou cianamida hidrogenada. Os dias longos são
receptados pelas folhas, cujos fitocromos se acumulam na forma inativa ou são degradados.
Os processos metabólicos são reativados, a respiração aumenta e os níveis hormonais são
novamente modificados. Observa-se síntese ou ativação dos promotores de crescimento, sendo
os inibidores reduzidos. Ocorre, então, a emergência das gemas, produzindo brotações que
adquirem maturidade vegetativa no verão (CASTRO; VIEIRA, 2001).
De acordo com Lavee (1973), a dormência de gemas em plantas
decíduas é governada por fatores ambientais que afetam o nível das substâncias de
crescimento e, estas por sua vez, controlam mudanças metabólicas que conduzem à quebra da
dormência; entretanto, o autor tem dúvidas se a redução na concentração das substâncias
inibidoras é responsável pela quebra de dormência e se esta redução é devida exclusivamente à
baixa temperatura de inverno. Para o autor, a dormência é uma condição de inibição do
crescimento visível, embora exista atividade metabólica, pois, importantes processos de
diferenciação podem ocorrer em órgãos dormentes, permitindo vagaroso aumento no peso das
gemas.
Alguns autores, entre eles Samish (1954), consideram dois períodos,
sendo o primeiro chamado de repouso, induzido por fatores externos, tais como temperatura,
fotoperíodo e práticas culturais; e o segundo, denominado dormência, devido às condições
internas da planta, relacionado à presença de enzimas e inibidores de crescimento.
Para Walker e Seeley (1973), deve ser aceita a hipótese de que a
dormência das gemas de árvores frutíferas decíduas é governado pelo balanço entre
promotores e inibidores de crescimento e, este balanço entre as unidades de crescimento é
controlado por fatores genéticos e do ambiente, principalmente insuficiência de baixas
temperaturas durante o inverno. O hormônio considerado como inibidor, geralmente, é o ácido
abscísico (ABA) e o promotor, a giberelina (GALSTON; DAVIES, 1972). Com a diminuição
do comprimento do dia (ou mais exatamente com o aumento do comprimento da noite), o
19
nível do ácido abscísico nas folhas aumenta, provocando paralização do crescimento apical,
redução do número e comprimento dos entrenós, produção de gemas e abscisão das folhas
(SALISBURY; ROSS, 1994). A percepção fotoperiódica é feita pelas folhas maduras
(GALSTON; DAVIES, 1972).
O período de dormência é necessário para a formação de hormônios
envolvidos com a frutificação, os quais transformam as gemas vegetativas em gemas frutíferas
(WINKLER, 1965). A dormência está, geralmente, associada à suspensão temporária do
crescimento visível da planta. Segundo muitos autores, a dormência é um mecanismo
fisiológico que permite a sobrevivência das plantas a condições ambientais desfavoráveis.
Nesse período, verificam-se mudanças profundas nas atividades metabólicas das plantas. De
acordo com a literatura, a dormência das plantas é induzida pelas condições de dias curtos,
baixas temperaturas e seca (BOLIANI, 1994). De acordo com Galston e Davies (1972) e
Walker e Seeley (1973) em árvores decíduas é bem conhecida a mobilidade do ABA (ácido
abscísico) e outras substâncias que deslocam-se das folhas para induzir dormência nas gemas.
Sousa (1996) comenta que na região do Vale do Rio São Francisco, a
ocorrência de um longo período de seca, tanto do solo como do ar, faz com que a videira atinja
o ponto de murcha, entrando em dormência. Dessa forma, em videiras cultivadas no Trópico
Semi-Árido, a dormência das plantas é obtida através da suspensão da irrigação; portanto, o
ciclo fenológico está condicionado ao controle da irrigação e à época de poda, o que
possibilita a produção de uvas em qualquer época do ano. No entanto, este conceito de
indução da planta à dormência através do déficit hídrico visando diferenciação das gemas,
passa por um momento de discussão, onde se acredita que mais importante do que o corte
drástico no fornecimento de água, conduzindo à dormência e visando a diferenciação das
gemas florais, é o período de repouso adequado a que as plantas devem ser submetidas, para
que possam atingir equilíbrio hormonal e nutricional adequados.
Segundo alguns autores, a dormência das gemas é geneticamente
controlada e naturalmente induzida por fotoperíodo, disponibilidade de nutrientes, déficit
hídrico ou baixas temperaturas; uma vez estabelecida a dormência, o frio é necessário para a
retomada do crescimento e abertura uniforme das gemas na primavera seguinte (POUGET,
1963; LAVEE et al., 1984; PASQUAL; PETRI, 1985; PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO;
2001; PIRES; MARTINS, 2003). Este período sob baixas temperaturas varia
20
consideravelmente entre espécies, cultivares, locais e de um ano para outro, e é fundamental
para o término do período de repouso das gemas (PASQUAL; PETRI, 1985; ZELLEKE;
KLIEWER, 1989).
Comparada a outras espécies de plantas decíduas, as videiras
requerem poucas horas de exposição a condições de baixas temperaturas para sair da condição
de dormência e retomar o desenvolvimento na primavera. Elas são, em geral, pouco exigentes
em frio, necessitando de temperaturas abaixo de 7,2ºC entre 50 e 800 horas, variando em
função do cultivar (SAMISH, 1954; JENSEN; BETTIGA, 1984; DOKOOZLIAN et al., 1995;
PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO; 2001). Conforme Samish (1954), o cultivar de uva
Concord, tem uma exigência de 350 horas de frio, igual ou abaixo de 7,2ºC. De acordo com
Zelleke e Kliewer (1989) e Dokoozlian et al. (1995) não há uma temperatura e tempo de
duração estabelecidos para uma ótima quebra de dormência de videiras. Para os autores, o frio
exigido pelas videiras e o papel que exerce na regulação da quebra de dormência das gemas
ainda não está bem definido. Para Zelleke e Kliewer (1989) acredita-se que a dormência é
devido a fatores internos e externos que afetam o nível relativo de hormônios nas gemas,
determinando o início e o término da dormência. Resultados obtidos por Erez e Lavee (1971)
mostram que temperaturas acima de 7,2 ºC também influem na quebra de dormência. Assim,
em regiões tropicias
A interrupção do período de dormência se produz na natureza pelas
temperaturas baixas de inverno (GALSTON; DAVIES, 1972; SALISBURY; ROSS, 1994). Os
estímulos das baixas temperaturas são recebidos pelas células meristemáticas das gemas
(SALISBURY; ROSS, 1994). Durante este período o nível de substâncias inibidoras decresce
gradativamente, atingindo o mínimo por ocasião da brotação das gemas. As baixas
temperaturas induzem a síntese de giberelinas pelo sistema de fitocromo (GALSTON;
DAVIES, 1972) e também podem induzir redução no nível do inibidor (GALSTON; DAVIES,
1972; SALISBURY; ROSS, 1994).
Na região Sul do Brasil, a dormência anual é imposta pelo frio
invernal e a quebra de dormência ocorre naturalmente na primavera. Nas regiões Sudeste e
Centro-Oeste, a dormência ocorre após a queda das folhas no inverno e, devido à quantidade e
intensidade do frio ser insuficiente, a quebra de dormência tende a ser irregular. Já na região
Nordeste, as videiras apresentam ciclo contínuo de vegetação, com florescimentos irregulares,
21
porém, através da poda e do controle da irrigação, pode-se proporcionar períodos de
dormência e regular o ciclo de produção.
Quando desenvolvidas em regiões tropicais, o pouco ou nenhum frio
durante o inverno impede a indução completa da dormência das videiras, conseqüentemente,
apresentam menor dificuldade para a quebra de dormência. Sendo assim, videiras cultivadas
em condições de ausência de noites frias portam-se como planta sempre verde e caracterizam-
se por apresentar crescimento contínuo, durante o qual não ocorre senescência e abscisão
natural das folhas. Em conseqüência da ausência do estresse causado pelas baixas
temperaturas durante a fase de repouso e da necessidade de podas longas, mais de dez gemas
por vara de produção, ocorre um desequilíbrio entre auxinas e citocininas, com predominância
das auxinas, favorecendo a dominância apical nas varas deixadas pela poda, resultando numa
brotação desuniforme e irregular da planta como um todo; os brotos são excessivamente
vigorosos, resultando em baixa produtividade; além da baixa fertilidade das gemas, assim
como, tendência à produção de cachos muito compactos, em conseqüência das temperaturas
elevadas e da baixa umidade relativa do ar, que favorecem a fecundação das flores. A maioria
dos cultivares introduzidos no Submédio São Francisco apresentam problemas de dormência
de gemas em maior ou menor intensidade conforme a época do ano, verificada através do
contínuo desenvolvimento vegetativo e da ausência de senescência e queda das folhas. Desse
modo, apresentam sintomas de falta de adaptação e a utilização de produtos químicos para a
quebra de dormência é prática importante na viabilização do cultivo de fruteiras de clima
temperado, em regiões com baixo somatório de horas de frio invernal. Portanto, essas
características naturais do desenvolvimento das plantas podem ser modificadas através do
emprego de reguladores vegetais (LAVEE, 1973; PASQUAL; PETRI, 1985; MARODIN et
al., 1992; ALBUQUERQUE; ALBUQUERQUE, 1993; PIRES, 1995; ALBUQUERQUE et
al., 1996).
Em Taiwan (24ºN) onde não existe um período prolongado de baixas
temperaturas durante o ano, a abertura das gemas de espécies frutíferas que requerem frio,
inclusive de uva, não tem sido uniforme, dificultando o cultivo nessa região (LIN; WANG,
1985).
Nas regiões vitícolas do Rio Grande do Sul, em anos de inverno
ameno, ou seja, quando o número total de horas de frio invernal é baixo (temperatura igual ou
22
abaixo de 7,2ºC), o cultivar Trebbiano apresenta brotação retardada e desuniforme, com gemas
que não chegam a brotar. Com brotação e florescimento irregulares, é baixa a frutificação e os
cachos são de má qualidade (ALBUQUERQUE, 1976).
Em regiões tropicais ou sub-tropicais, onde o inverno é quente,
considerável número de gemas da videira deixam de crescer devido à insuficiência de frio.
Nessas regiões, a dormência prolongada é considerada o maior obstáculo para a produção
econômica de frutos de clima temperado e a necessidade de práticas culturais especiais para
compensar a falta de frio natural, como a desfolha, déficit hídrico e nutricional. Podas severas
podem ser usadas com sucesso na quebra de dormência, tornando-se um fator indispensável
para manter a produção economicamente viável, porém, tais práticas são trabalhosas,
demoradas e muito caras (SHULMAN et al., 1983; ZELLEKE; KLIEWER, 1989).
A região do Submédio São Francisco, caracterizada como Semi-
Árida, apresenta peculiaridades de clima não encontradas em nenhuma outra região do país,
com temperaturas mais ou menos constantes durante todo o ano, com mínimas nunca
inferiores a 17ºC, média das máximas nunca superior a 34ºC e umidade relativa do ar
oscilando entre 40 e 60%. As videiras cultivadas nestas condições apresentam os ciclos
produtivos condicionados somente ao controle da poda, devido a marcante modificação na
fisiologia das plantas. Em regiões como esta, de clima tropical, não existe a formação de
inibidores vegetais, não necessitando, dessa forma, de frio invernal para desativá-los
(ALBUQUERQUE; ALBUQUERQUE, 1993).
Entretanto, para a maioria dos cultivares de videiras introduzidos
nesta região, o problema de brotação deficiente e desigual assume maior importância quando
as plantas são podadas durante o período de temperaturas elevadas. Este é um dos fatores que
causam baixa produção das videiras de alguns cultivares mais exigentes em horas de frio ou
não adaptados a regiões tropicais. Este fenômeno é explicado por Pouget (1963), o qual afirma
que temperaturas compreendidas entre 40 e 50ºC acarretam modificação na estrutura física do
protoplasma, tornando as gemas aptas à brotação, provocando uma quebra de dormência muito
rápida e consequentemente desigual. No entanto, pela acentuada dominância apical
apresentada, mesmo nos meses de maio a agosto, período de temperaturas mais amenas
(máxima de 30ºC e mínima de 17ºC), em virtude da rápida quebra de dormência de um
número limitado de gemas, basicamente das gemas localizadas nas extremidades, torna-se
23
necessária a aplicação de reguladores vegetais que impulsionem o desenvolvimento das gemas
laterais das varas (ALBUQUERQUE; ALBUQUERQUE, 1993). O período de poda de maio a
início de agosto é o mais importante para o viticultor do Submédio São Francisco, pois, resulta
em colheita no período de agosto a novembro. Nessa época, praticamente, apenas a região
Semi-Árida do Nordeste tem condições de produzir uvas de alta qualidade, oferecendo o
produto na entressafra dos principais países produtores e, como conseqüência, propicia um
bom lucro aos produtores.
A forma mais eficaz de substituir a ação das baixas temperaturas
sobre a quebra de dormência é o uso de tratamentos químicos sob a forma de pulverização
(PASQUAL; PETRI, 1985).
De acordo com Albuquerque e Albuquerque (1993), no intuito de
obter-se maior e mais uniforme brotação das videiras na região do Submédio São Francisco,
vem-se estudando, desde 1981, o uso de diferentes práticas culturais e reguladores vegetais.
A variabilidade dos resultados obtidos com o uso de reguladores
vegetais por vários pesquisadores pode ser atribuída a diferenças nos produtos utilizados e
suas concentrações, épocas de aplicação, cultivares, vigor da planta, entre outros fatores como
horas de frio acumuladas durante o período de repouso (PASQUAL; PETRI, 1985).
A poda e o controle da água de irrigação são fatores determinantes na
regulação do ciclo produtivo da videira. O início de um novo ciclo vegetativo começa com a
realização da poda e a partir daí se pode calcular com relativa segurança o período de duração
de cada fase fenológica da planta; este período sofre pequenas variações ao longo do ano,
dependendo, principalmente, das condições climáticas (SOUZA, 1998).
A produção crescente de uvas sem sementes no Vale do Rio São
Francisco, exige conhecimento do comportamento dos cultivares em relação à brotação,
desenvolvimento de bagas, enfim, necessita de subsídios para se estabelecer o uso mais
racional de reguladores vegetais que resultem no aumento de produtividade e, em especial, de
qualidade dos vinhedos.
Embora o frio seja necessário para remover a dormência, condições
ambientais favoráveis, tais como temperaturas elevadas, são necessárias para o crescimento
das gemas, após concluído o período de dormência (PASQUAL; PETRI, 1985; MULLINS et
al., 1992). O início do ciclo anual de crescimento está estreitamente relacionado com a
24
temperatura, pois esta, atua sobre a velocidade das reações metabólicas que promovem a
quebra de dormência das gemas e leva à brotação (CALÒ et al., 1996).
4.3 Uso de reguladores vegetais na viticultura
A tendência de cultivo de determinadas espécies em zonas com
condições limite para adaptação, gerou certas dificuldades que conduziram à busca de
soluções. Surgiram, então, estudos com reguladores vegetais na tentativa de solucionar ou
atenuar o problema da quebra de dormência de frutíferas de clima temperado, quando
cultivadas em regiões tropicais ou sub-tropicais, como é o caso das videiras cultivadas na
região do Vale do Rio São Francisco.
Reguladores vegetais são substâncias sintéticas que aplicadas
exogenamente possuem ações similares aos grupos de hormônios vegetais conhecidos
(auxinas, giberelinas, citocininas, retardadores, inibidores e etileno) (DAVIES, 2004;
CASTRO; VIEIRA, 2001; PIRES; BOTELHO, 2001). Os reguladores vegetais podem atuar
diretamente nas diferentes estruturas celulares e nelas provocar alterações físicas, químicas e
metabólicas (CASTRO; VIEIRA, 2001).
O estudo da aplicação de reguladores vegetais em muitas espécies
cultivadas, busca o domínio e controle dos processos fisiológicos das plantas e, de certo modo,
sua ação tem mostrado resultados surpreendentes tanto pelas reações divergentes de plantas
semelhantes ao emprego de um mesmo produto como pela modificação de certas técnicas
consideradas tradicionalmente imutáveis (RUIZ, 1998).
O uso de reguladores vegetais na agricultura tropical tem mostrado
grande potencial no aumento da produtividade, principalmente, em culturas de alto valor e
com alto nível tecnológico como a videira, onde o desenvolvimento normal das plantas
depende da interação entre fatores externos (temperatura, luz, água, nutrientes) e internos
(hormônios).
Hormônios vegetais são compostos orgânicos, não nutrientes,
produzidos pelas plantas, os quais em baixas concentrações (10
-4
M), promovem, inibem ou
modificam processos fisiológicos e morfológicos do vegetal. Os hormônios vegetais agem em
conjunto nos processos de germinação, crescimento, desenvolvimento e produtividade da
25
planta, proporcionando o equilíbrio necessário para que todas as atividades inerentes às etapas
fenológicas ocorram de forma harmônica (DAVIES, 2004; RUIZ, 1998; CASTRO; VIEIRA,
2001) e seu efeito dependerá da espécie vegetal, da parte da planta, do estádio de
desenvolvimento, da concentração, da interação com outros compostos e dos fatores
ambientais (SALISBURY; ROSS, 1994). O mecanismo de ação dos hormônios vegetais está
associado à interação molecular direta e específica, que desencadeia uma sucessão de eventos
bioquímicos e fisiológicos que produzirão respostas mensuráveis. Para atuar, os hormônios
ligam-se a receptores protéicos específicos, formando um complexo hormônio-receptor, que
libera um mensageiro secundário que migra até o núcleo e provoca a expressão gênica.
Conseqüentemente, a formação do mRNA a partir do DNA induz a síntese de enzimas, que
atuam nas ligações polissacarídicas, desencadeando o desenvolvimento celular (CASTRO et
al., 2002).
Essas substâncias naturais ou sintéticas podem ser aplicadas
diretamente nas plantas (folhas, frutos, sementes), provocando alterações nos processos vitais
e estruturais, com a finalidade de incrementar a produção, melhorar a qualidade e facilitar a
colheita. Através delas, pode-se interferir em diversos processos, tais como a germinação,
enraizamento, florescimento, frutificação e senescência. Esta interferência pode ocorrer pela
aplicação dos hormônios ou reguladores via semente, solo ou foliar, para isso, precisam ser
absorvidos a fim de que possam exercer sua atividade (CASTRO; MELOTTO, 1989).
Entretanto, de acordo com a concentração utilizada, uma mesma substância pode passar do
papel de ativadora do crescimento para inibidora (RUIZ, 1998).
Com a descoberta dos efeitos dos reguladores vegetais sobre as
plantas cultivadas e os benefícios promovidos por estas substâncias, muitos compostos e
combinações desses produtos têm sido pesquisados com a finalidade de melhorar qualitativa e
quantitativamente a produtividade das culturas (VIEIRA, 2001).
O modo de ação destes compostos são dependentes do local de síntese
ou tecido aplicado, do tempo de síntese ou da aplicação, do nível de ação do composto, bem
como da interação e inter-relação funcional de diferentes hormônios e reguladores vegetais
(KORBAN, 1998).
As citocininas possuem grande capacidade de promover divisão
celular, participando assim do processo de alongamento e diferenciação celular,
26
principalmente, quando interagem com as auxinas. O ácido giberélico possui efeito marcante
no processo de germinação de sementes, ativando enzimas hidrolíticas que atuam ativamente
no desdobramento das substâncias de reserva. As giberelinas também estimulam o
alongamento e divisão celular. As auxinas, por sua vez, possuem ação característica no
crescimento celular, agindo diretamente no aumento da plasticidade da parede celular,
conferindo a esta, alongamento irreversível (VIEIRA, 2001).
Internacionalmente, o uso de reguladores vegetais na viticultura teve
início na década de 50, com trabalhos pioneiros de Weaver e Willians nos EUA e Coombe na
Austrália (WINKLER, 1965). A partir de então, o emprego de diferentes substâncias foi
incorporado às práticas culturais para as mais diversas finalidades. O uso de reguladores
vegetais é um aliado indispensável para a melhoria da produtividade e qualidade das uvas
cultivadas em regiões tropicais, associados ou não a outras práticas culturais. Essas
substâncias, quando aplicadas exogenamente podem atuar de maneira diferenciada sobre os
órgãos da videira e seus efeitos variam com os seguintes fatores: concentração, modo de
aplicação, cultivar, estádio do ciclo vegetativo e condições ambientais (LEÃO, 2000b; LEÃO;
POSSÍDIO, 2000). Os mesmos podem agir diretamente nas diferentes estruturas celulares e
nelas provocar alterações físicas, químicas e metabólicas (SALISBURY; ROSS, 1994).
Especial destaque deve ser dado ao uso da cianamida hidrogenada em videiras para estímulo e
regularização da brotação e do ácido giberélico para o aumento do tamanho de bagas (PIRES,
1998; LEÃO, 2000b; PIRES; BOTELHO, 2001). Porém, ainda não utilizados em larga escala
em cultivos comerciais, há a possibilidade de uso de reguladores vegetais em viticultura para o
controle do crescimento vegetativo, aumento da fertilidade de gemas, incremento da fixação
de frutos, desbaste de bagas, supressão de sementes, aceleração ou retardamento da maturação
dos frutos, controle do enrugamento das bagas, enraizamento de estacas e micropropagação
(PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO, 2001).
Conforme citado anteriormente, regiões tropicais não atendem às
necessidades de frio requeridas pela videira, conduzindo as plantas a um crescimento
vegetativo contínuo. Neste caso, as plantas não apresentam fase de repouso hibernal ou
dormência, transformando-se em plantas de folhas perenes, com crescimento contínuo, sendo
possível o cultivo econômico regulando-se a brotação mediante poda e desfolha da planta,
precedido de um pequeno período de repouso, induzido pelo corte da irrigação depois da
27
colheita, para depois sucederem todas as demais fases do ciclo vegetativo, podendo-se
conseguir duas ou três colheitas no ano e em épocas desejadas. Neste caso, faz-se necessário o
uso de reguladores vegetais em áreas onde o acúmulo de horas de frio é insuficiente para
promover a antecipação e uniformidade de brotação das gemas de videira.
Videiras muito vigorosas apresentam brotação desuniforme e,
conseqüentemente, assim também será o desenvolvimento e a maturação dos frutos. A redução
no nível de frutificação dessas videiras contribuem para aumentar este crescimento vegetativo.
Então, um círculo vicioso se forma levando a uma planta improdutiva, desuniforme e
extremamente vegetativa. O alto vigor vegetativo das videiras parece estar associado com
altos níveis de giberelina endógena, sendo que gemas de ramos com excesso de vigor contém
aproximadamente o dobro de giberelina livre que em ramos de crescimento normal (LAVEE,
1987; PIRES; BOTELHO, 2001).
4.3.1 Calciocianamida e cianamida hidrogenada
A cianamida hidrogenada (H
2
CN
2
) é um regulador vegetal que serve
para romper a dormência das gemas de várias espécies de plantas decíduas como maçã,
amêndoa, figo, uva, pêssego, caqui e ameixa. O produto leva a uma brotação precoce e mais
uniforme, aumentando a porcentagem total de gemas brotadas (SHULMAN et al., 1986). A
cianamida hidrogenada não é um composto químico novo. É conhecido há muito tempo por
ser uma das fases da decomposição no solo do fertilizante nitrogenado calciocianamida
(BONNAIRE; RIEDER, 1985).
A cianamida cálcica ou calciocianamida (CaCN
2
) é um fertilizante
nitrogenado orgânico comercializado na forma de pó. Quando hidrolisada, como primeira
transformação, reage, resultando em cianamida hidrogenada e hidróxido de cálcio, os quais
são a forma ativa. No Brasil, de modo geral, a literatura recomenda a utilização de uma
solução aquosa a 20%, aplicada através do pincelamento das gemas remanescentes ou de
interesse, após a poda (TERRA et al., 1987).
Como a ação destes produtos é localizada, não havendo efeito de
translocação, para se obter o máximo efeito, é necessário que as pulverizações atinjam todos
os ramos da planta (PASQUAL; PETRI, 1985).
28
Cianamida hidrogenada pode ser letal às plantas em altas
concentrações ou quando aplicada em estádio fisiológico inadequado; além disso, tanto a
espécie e o cultivar (genótipo), como o estado nutricional, modo de aplicação e as condições
climáticas podem influenciar no sucesso do uso da cianamida hidrogenada (JENSEN;
BETTIGA, 1984; ZELLEKE; KLIEWER, 1989; GEORGE; NISSEN, 1990; MIELE, 1991;
KUROI, 1985; PIRES et al., 1993; PIRES, 1995; PIRES et al., 1995). No que diz respeito ao
clima, Lavee et al. (1984) relatam que o grau de resposta à cianamida hidrogenada depende da
interação entre a sensibilidade do cultivar, o estádio fisiológico da gema e as condições
ambientais, principalmente, da intensidade de frio a que as plantas são submetidas.
Albuquerque (1976) avaliou o emprego de calciocianamida (10, 20 e
30%), citocinina (50, 100 e 150 mg L
-1
) e ácido giberélico (100, 200 e 300 mg L
-1
) no número
de gemas brotadas e na duração do período de florescimento e de brotação da videira cultivar
Trebbiano no município de Bento Gonçalves, RS. Considerando todos os aspectos estudados,
calciocianamida a 10% foi o melhor tratamento. Por sua vez, ácido giberélico aplicado nas
maiores doses promoveu um decréscimo no número de gemas brotadas, o que provavelmente
se deve à ação inibidora do ácido giberélico em altas concentrações, de acordo com suposição
feita pelo autor. No processo de divisão celular, as giberelinas estimulam a fase G1, onde
ocorre o crescimento de organelas celulares e do citoplasma e encurta a fase de duplicação do
DNA (fase S), acelerando a divisão celular e conseqüentemente, favorecendo a brotação das
gemas.
O uso comercial da cianamida hidrogenada só foi possível quando
desenvolvida uma formulação estabilizada com fosfato. Seu uso agrícola começou em 1972
como regulador vegetal para lúpulo na Alemanha, posteriormente, utilizou-se como herbicida
em vários países europeus. Por último, uma formulação especial foi empregada como
regulador vegetal no controle da dormência de gemas em uva e outras plantas frutíferas
(SHULMAN et al., 1986; PIRES, 1995).
A cianamida hidrogenada é mais efetiva no aumento da brotação
comparada à calciocianamida, pois esta última não é totalmente hidrolisada quando em
mistura com água, liberando parcialmente a cianamida hidrogenada (SHULMAN et al., 1986).
Outro aspecto de real importância é a facilidade de aplicação da cianamida hidrogenada,
através da pulverização dos ramos podados, enquanto a calciocianamida, pela dificuldade de
29
dissolução em água e a possibilidade de entupimento dos bicos do pulverizador, é aplicada em
pincelamento das gemas das varas, o que aumenta consideravelmente os custos com mão-de-
obra e onera a aplicação.
Comercializada através do produto Dormex, é apresentada em
formulação líquida estabilizada e contém 49% de princípio ativo. Deve ser aplicada até 48
horas após a poda, devendo ser usada em pulverizações sobre as gemas, em concentrações que
variam em função da época e modo de aplicação, condições climáticas, cultivar, vigor da
planta, etc (MIELE, 1991; PIRES; MARTINS, 2003). O metabolismo deste produto nas
plantas não é bem conhecido e seu modo de ação ainda não está totalmente esclarecido,
podendo estar relacionado aos seus efeitos no sistema respiratório das células e interferência
em alguns processos enzimáticos que controlam o repouso das plantas, como por exemplo, na
inibição da atividade da catalase, levando a uma injúria oxidativa em vários sistemas, devido
ao acúmulo de peróxido de hidrogênio nos tecidos das gemas, que poderia ser responsável
pela ativação do ciclo da pentose-fosfato e conseqüente indução da quebra de dormência das
gemas. Entretanto, a conexão entre a injúria oxidativa induzida pela cianamida hidrogenada,
causada pela inativação da catalase e o efeito da cianamida na quebra da dormência, não é
clara (NIR et al., 1986; SHULMAN et al., 1986; PIRES; BOTELHO, 2001). A geração de
espécies de oxigênio reativo, particularmente de peróxido de hidrogênio, durante a injúria,
pode fazer parte de uma cascata de sinais que levam à resposta da planta, ou seja, à quebra da
dormência (OR et al., 2000). Na natureza, o processo de quebra de dormência das gemas é
disparado por baixas temperaturas (ZELLEKE; KLIEWER, 1989), que reduzem a atividade da
catalase no tecido das plantas (SHULMAN et al., 1986).
De acordo com Or et al. (2000), embora a cianamida hidrogenada não
afete diretamente a respiração, pode levar a um distúrbio respiratório por induzir uma injúria
oxidativa através da inativação da catalase. Para confirmar se gemas de videira ‘Perlette’
tratadas com cianamida hidrogenada mostravam sintomas de alteração no processo
respiratório, os autores analisaram a influência do produto nos níveis das enzimas piruvato
descarboxilase (PDC) e álcool desidrogenase (ADH), envolvidas no metabolismo
fermentativo. Verificaram que a aplicação de cianamida hidrogenada (5%) levou a uma
simultânea e notável indução das enzimas, um dia após o tratamento, sustentando a idéia de
que poderia de fato levar a um distúrbio respiratório o qual, provavelmente, resultaria em
30
aumento na relação difosfato de adenosina / trifosfato de adenosina (AMP/ATP). Isto sugere o
papel da respiração na transdução do sinal que leva à quebra de dormência.
Entre os produtos utilizados na quebra de dormência de gemas, alguns
são conhecidos por afetar diretamente a respiração pela inibição da fosforilação oxidativa
(cianida), outros afetam a respiração por criar condições anaeróbias (óleo mineral) e existem
processos que não afetam diretamente a respiração, tal como a exposição a baixas
temperaturas. Entretanto, como todos podem levar a um aumento na relação AMP/ATP, este
aumento pode ser o primeiro sinal comum na resposta das gemas, levando à transcrição de
uma cascata de sinais comum, a qual, finalmente, levaria à quebra de dormência das gemas.
Neste processo, uma proteína quinase, SNF-like, pode servir como um receptor comum para
tal sinal (OR et al., 2000). Os mesmos autores mostraram que uma nova proteína quinase
chamada GDBRPK (grape dormancy-breaking-related protein kinase) pode estar envolvida na
percepção do sinal gerado pela injúria oxidativa causada pela cianamida hidrogenada. Este
sinal pode ser o próprio peróxido de hidrogênio ou alguma outra molécula pequena.
Shulman et al. (1983) estudaram o efeito de reguladores vegetais
(calciocianamida, cianamida hidrogenada, dinitro-orto-cresol e tiouréia) na quebra de
dormência de gemas de videira ‘Perlette’ e ‘Dan Ben Hanna’. Em todos os casos, os
tratamentos que propiciaram maior taxa de quebra de dormência das gemas, mostraram
aumento na taxa respiratória, medida pela evolução do CO
2
, 24 horas após o tratamento.
Para Marodin et al. (1992), a quebra artificial da dormência é
resultado de uma série de fatores como concentração dos produtos, época de aplicação,
volume da solução aplicado por planta, do somatório de horas de frio já acumulado pela planta
e do ingrediente ativo. Em cada local e para cada cultivar, são necessários trabalhos no sentido
de identificar o estádio das gemas para a aplicação, o produto e a dosagem a serem utilizados
na quebra de dormência.
Amberger (1984), citado por Pires (1995), relata que fatores
ambientais como água, luz e pressão de oxigênio, além da ação de alguns compostos
químicos, podem desencadear a quebra de dormência, resultando em aumento do ATP e da
respiração mitocontrial. Segundo o autor, cianida e cianamida são conhecidos inibidores da
catalase e promotores da respiração mitocondrial. Ambos os compostos contém o grupo -C=N
que reage com a enzima-Fe da catalase que, desta maneira, inibe a decomposição de peróxido
31
de hidrogênio (H
2
O
2
) que é deletério para as células vegetais. O acúmulo de peróxido de
hidrogênio resultante leva ao aumento no conteúdo de peróxidos e de glutationa, os quais, por
sua vez, podem controlar o metabolismo de dormência, tanto diretamente ou através do
aumento na atividade de peroxidases ou oxidases. Nir et al. (1984) enfatizam a direta conexão
entre a redução na atividade da catalase com o aumento no conteúdo de peroxidases. Estas
enzimas, localizadas principlamente nos glioxissomos, também são responsáveis pela
degradação de triglicerídeos nas sementes e gemas.
Shulman e colaboradores (1986) constataram que a aplicação de
cianamida hidrogenada em gemas de videira resulta na redução da atividade da catalase,
enquanto que a atividade da peroxidase permanece inalterada. A manutenção de videiras à
temperatura de 4ºC por 5 semanas para induzir brotação, resultou em expressiva redução na
atividade da catalase, sem afetar a atividade da peroxidase, assim como não afetou a massa
seca e a taxa de proteínas. Os autores sugerem que a catalase decompõe o peróxido de
hidrogênio, liberando oxigênio estável. Assim, quando a atividade da catalase diminui e da
peroxidase não, o processo oxidativo causado pelas peroxidases e radicais de oxigênio podem
aumentar, os quais causam manutenção do NADP na forma oxidada, podendo conduzir à
ativação da via pentose-fosfato e resultar na quebra de dormência. Dessa forma, é possível que
a quebra de dormência requeira processos oxidativos. Vários agentes utilizados na quebra de
dormência induzem a oxidação por aumentar a respiração. Os mesmos autores ainda sugerem
que tanto a cianamida hidrogenada como baixas temperaturas estão envolvidas no término do
repouso pois induzem, indiretamente, a oxidação por reduzirem a atividade da catalase.
Estudos realizados por Nir et al. (1984) demonstram que a intensidade
de dormência das gemas está diretamente relacionada à atividade da catalase, a qual
apresentou acentuada redução com o declínio da temperatura no inverno. Baixas temperaturas
artificialmente induzidas, cianamida e outros produtos químicos promotores da quebra de
dormência, causam decréscimo na atividade da catalase, dessa forma, produtos químicos
menos eficientes na quebra de dormência, como o dinitro-orto-cresol, não causam decréscimo
na atividade da catalase. A redução da atividade da catalase, devido a produtos químicos ou
baixas temperaturas, causa aumento dos níveis de peróxido de hidrogênio nos tecidos das
gemas, mantendo o NADP em sua forma oxidada, o que poderia conduzir à ativação do ciclo
32
das pentoses, levando ao início do processo de brotação das gemas, seguido por um rápido
desenvolvimento vegetativo.
Nir e colaboradores (1986) monitoraram a atividade da catalase em
gemas de videira ‘Perlette’, cultivada no Vale do Rio Jordão (Israel), do outono até a
primavera. A atividade da enzima aumentou marcadamente no outono, alcançando um
máximo no final de outubro, quando então começou a decrescer, atingindo um mínimo em
janeiro. A atividade da catalase e a intensidade da dormência começou a diminuir
paralelamente à queda da temperatura. Deste modo, a intensidade de dormência em gemas de
videira é positivamente relacionada à atividade da catalase. Esses resultados podem explicar
os efeitos inibidores de altas temperaturas durante o inverno na quebra de dormência de
gemas.
Pires (1995) trabalhando com calciocianamida e cianamida
hidrogenada em três regiões produtoras de uva ‘Niagara Rosada’ do estado de São Paulo
concluiu que calciocianamida a 20% e cianamida hidrogenada tiveram o mesmo efeito
positivo na quebra de dormência das gemas, na brotação e na produtividade, dependendo da
concentração de cianamida hidrogenada utilizada. Para a região de Jundiaí, a concentração de
cianamida recomendada situou-se na faixa de 1,44 a 1,63%; para Indaiatuba na faixa de 1,25 a
1,66% e finalmente para São Miguel Arcanjo, região de clima mais frio que as demais, na
concentração de 1%. Vale ressaltar que, a aplicação de cianamida hidrogenada em
concentrações acima de 1% na região de São Miguel Arcanjo, provocaram danos às gemas
produtivas do ano, induzindo a brotação de gemas velhas do cordão esporonado, com
conseqüente redução na produção.
A eficiência fisiológica e os benefícios econômicos gerados com a
aplicação da cianamida hidrogenada, diminuem com o aumento na duração e na intensidade
do frio. Ramos de videira ‘Perlette’ expostos por 0, 50, 100, 200, 400 ou 800 horas a 3ºC
tiveram comportamento diferenciado quanto à quebra da dormência das gemas. Quando
expostos por 800 horas a 3ºC, tiveram uma brotação mais rápida e uniforme do que ramos que
receberam 400 horas de frio. A brotação dos ramos que receberam de 50 a 200 horas de frio
foi mais lenta e menos uniforme do que ramos que permaneceram acima de 400 horas a 3ºC.
A aplicação de 1,25 ou 2,5% de cianamida hidrogenada, levou a um crescimento mais rápido e
uniforme das brotações, particularmente nos ramos expostos a um tempo menor do que 400
33
horas de frio, porém, não melhorou a brotação se o frio requerido já tinha sido satisfeito
(DOKOOZLIAN et al., 1995).
A exposição das plantas ao frio é um fator crítico que influencia na
resposta das videiras à aplicação de cianamida hidrogenada. Este produto, normalmente não
melhora a quebra de dormência em regiões onde as plantas recebem frio suficiente (800 h a
7ºC) para a quebra normal da dormência das gemas (JENSEN; BETTIGA, 1984).
Em videira ‘Niagara Rosada’ cultivada na região de Dourados (MS), o
uso de cianamida hidrogenada induziu a antecipação da brotação, o aumento do número de
gemas brotadas e a redução do ciclo da cultura em podas realizadas em 18/07, 02/08 e 14/08.
Em podas tardias (16/08 e 10/09), o produto não influenciou nos caracteres avaliados,
verificando-se que na poda do dia 10/09 a brotação foi ligeiramente retardada com o uso da
concentração de 6,65% de cianamida hidrogenada. Observou-se ainda que, quanto mais
precoce a poda, maior o número de dias para ocorrer a brotação das gemas e maior o ciclo da
cultura; o contrário foi observado para podas tardias, independente da concentração de
cianamida hidrogenada utilizada (VIEIRA, 1998).
Kuroi (1985) em Niigata (Japão) estudou o efeito da calciocianamida
(20%) e doses crescentes de cianamida hidrogenada (0,5 a 3,0%) na quebra de dormência das
gemas de videira do cultivar Kyoho, aplicadas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. O
autor verificou que doses acima de 2% provocaram danos letais às gemas, reduzindo
sobremaneira a brotação e, por conseguinte, diminuindo a produção da planta. Em poda tardia,
no final de fevereiro, isto é, quando a dormência já havia sido quebrada pelo frio, cianamida
em concentração superior a 1% causou injúria química às gemas.
Pires et al. (1993) avaliaram os efeitos de concentrações crescentes de
cianamida hidrogenada (0,24; 0,48; 0,71; 0,95; 1,19 e 1,43 M; correspondente a 1, 2, 3, 4, 5 e
6%), de calciocianamida (1,67 M; correspondente a 200 g L
-1
) e controle (não tratado) na
brotação de gemas, na produção de cachos e no rendimento de plantas de videira ‘Italia’ na
região sul do estado de São Paulo e concluíram que a aplicação de cianamida hidrogenada em
concentrações crescentes induziu um efeito altamente signicativo na porcentagem de gemas
brotadas, com variações traduzidas por uma equação de regressão de primeiro grau (negativa),
onde a dose de 1,43 M proporcionou 0% de brotação. Cianamida hidrogenada (0,24 M) e
calciocianamida (1,67 M) proporcionaram aumentos significativos nos parâmetros avaliados
34
quando comparados ao controle. Nas concentrações de 0,48 a 1,43 M de cianamida
hidrogenada, houve drástica redução na porcentagem das gemas brotadas, devido à morte das
gemas, enquanto que no controle, as gemas não brotadas permaneceram vivas. Nos
tratamentos com cianamida hidrogenada e calcionamida, o ciclo da videira ‘Italia’ foi reduzido
em um mês.
Mais tarde, Pires e colaboradores (1995) estudaram o efeito de
concentrações crescentes de cianamida hidrogenada (0,0; 0,24; 0,30; 0,36; 0,42 e 0,48 M) e de
calciocianamida (1,67 M) aplicadas no inverno (julho) e na primavera (setembro) em uva
‘Italia’ na região de São Miguel Arcanjo/SP. A aplicação no mês de inverno mostrou que
cianamida hidrogenada a 0,30; 0,42 e 0,48 M foi mais eficiente na quebra de dormência do
que a calciocianamida (1,67 M). Além disso, o uso da cianamida hidrogenada aumentou
significativamente a porcentagem de brotação e o número de cachos, além disso, obteve-se
resposta quadrática para peso de cachos com um máximo a 0,409 M. Para podas realizadas na
primavera, a calciocianamida foi tão eficiente quanto a cianamida hidrogenada na quebra de
dormência e no número e peso dos cachos. Observou-se que as gemas dormentes de plantas
testemunhas (0,0 M de cianamida hidrogenada), mantiveram-se vivas; enquanto, o oposto
ocorreu em plantas pulverizadas com 0,48 M de cianamida hidrogenada, nas quais as gemas
dormentes foram severamente afetadas ou mortas. Os autores relatam ser os resultados
similares aos obtidos por Kuroi (1985), onde verificou que gemas de ‘Kyoho’ foram mortas
após terem sido pulverizadas com cianamida hidrogenada em concentrações maiores do que
2% e também por Miele (1991), usando concentrações de cianamida hidrogenada maiores do
que 1,9% em gemas de ‘Cabernet Sauvignon’.
Resultados de estudos feitos por Zelleke e Kliewer (1989) em uvas
‘Thompson Seedless’, ‘Cabernet Sauvignon’ e ‘Grenache’ revelam que concentrações de
cianamida hidrogenada abaixo de 1% não foram eficientes na quebra de dormência das gemas
das videiras, enquanto, concentrações maiores do que 2% produziram sintomas de toxicidade
nos brotos emergentes das gemas dormentes.
Com relação ao efeito depressivo de concentrações elevadas, Miele
(1991), em Bento Gonçalves (RS), verificou que a aplicação de cianamida hidrogenada a 5%,
retardou a brotação do cultivar Cabernet Sauvignon em 18 dias, enquanto que a 1% o produto
35
antecipou a brotação em quatro dias. Constatou-se que doses elevadas desse produto causaram
um efeito negativo na quebra de dormência, pois causaram danos irreparáveis às gemas.
A cianamida hidrogenada é consagrada como produto a ser utilizado
em videiras cultivadas em regiões quentes por ser um dos mais eficientes produtos na quebra
de dormência de gemas. O efeito intenso da cianamida hidrogenada, usualmente ocorre após o
acúmulo de algum frio, porém, nenhum efeito significativo do produto pode ser observado em
regiões com longo e intenso inverno (SHULMAN et al., 1986). Os mesmos autores
demonstram que a cianamida hidrogenada substitui o frio requerido na quebra de dormência
das gemas e sugerem que o frio e a cianamida hidrogenada podem estar envolvidos em similar
processo metabólico que leva à quebra de dormência. Por este motivo, as concentrações de
cianamida hidrogenada recomendadas para regiões tropicais Semi-Áridas são maiores que
aquelas utilizadas em vinhedos de regiões de clima temperado (LEÃO, 2000b).
Na região do Vale do Rio São Francisco, alguns produtos químicos
como a calciocianamida (ALBUQUERQUE et al., 1986), a cianamida hidrogenada
(ALBUQUERQUE; VIEIRA, 1988), o ethephon (ALBUQUERQUE, 1987) e a cianamida
hidrogenada combinada com o ethephon (ALBUQUERQUE; SOBRAL, 1989) já foram
testados visando estimular a brotação das gemas. Porém, comercialmente, utiliza-se a
cianamida hidrogenada em pulverização das varas com uma solução preparada nas
concentrações de 7% do produto comercial, durante o período de clima ameno, de maio a
agosto (temperatura média de 25,4ºC no Vale do Rio São Francisco) e 6% do produto
comercial, durante o período quente, de setembro a abril (temperatura média de 27,6ºC),
porém, nas épocas mais quentes do ano, pode-se obter resultados satisfatórios com a utilização
de concentrações menores, até 2,5% de cianamida (ALBUQUERQUE; ALBUQUERQUE,
1993; ALBUQUERQUE et al., 1996).
No entanto, a calda obtida a partir do Dormex (cianamida
hidrogenada) é extremamente cáustica, podendo ser tóxica ao aplicador. Causa irritação nos
olhos e na pele e não se deve ingerir bebidas alcoólicas antes, durante e 48 horas após o
manuseio do produto. Na Itália, o Ministério da Saúde suspendeu o uso do Dormex após a
constatação em 2001, de 22 casos de enfermidade, das quais 11 sofreram hospitalização em
decorrência da exposição dos aplicadores ao produto. Os trabalhadores apresentavam idade
36
entre 16 e 76 anos e os sintomas incluíam desde queimaduras nas mãos, irritação dos olhos,
dor de cabeça, náusea, até taquicardia (DAVANZO et al., 2001). Na região do Vale do Rio
São Francisco, registrou-se caso de morte de trabalhador rural em função da manipulação do
produto. Neste sentido, a busca por um produto alternativo ao Dormex é importante, tendo
em vista os efeitos indesejáveis às pessoas que o manuseiam com freqüência e à falta de opção
caso ocorra a proibição do uso.
4.3.2 Giberelina
Atualmente são conhecidos mais de cento e vinte giberelinas (ácidos
giberélicos), definidas de acordo com suas estruturas químicas, algumas das quais são
encontradas apenas no fungo Gibberella fujikuroi. Embora as giberelinas tenham se tornado
conhecidas pelos cientistas americanos e britânicos na década de 50, já haviam sido
descobertas muito antes pelos cientistas japoneses, quando rizicultores asiáticos tomaram
conhecimento de uma doença denominada bakanae que provocava o estiolamento de plantas
de arroz e estas não produziam sementes. Os fitopatologistas descobriram que tal doença era
induzida por uma substância química secretada pelo fungo G. fujikuroi, que deu origem ao
nome desse grupo de compostos (METIVIER, 1979; COLL et al., 2001; TAIZ; ZEIGER,
2004).
Apenas algumas giberelinas são responsáveis pelos efeitos nas
plantas, a grande maioria são precursores e/ou metabólitos (TAIZ; ZEIGER, 2004). As
giberelinas determinam importantes alterações fisiológicas nas plantas, como a divisão e a
expansão celular, promovendo o crescimento de brotos, induzem a germinação de sementes
que requerem frio ou luz, estímulo à produção de enzimas como a -amilase na germinação de
sementes de cereais, induzem o florescimento, a partenocarpia, a expressão sexual, o
desenvolvimento dos frutos, a senescência e abscisão, a quebra de dormência de gemas,
manutenção da dominância apical e a promoção do alongamento do caule (DAVIES, 2004;
METIVIER, 1979; COLL et al., 2001). Provavelmente são sintetizadas nas regiões de
crescimento, sementes e embriões em desenvolvimento, endosperma, frutos imaturos, folhas
em desenvolvimento e ápices de caules. Estão presentes por toda a planta, podendo ser
37
detectadas em folhas, caules, raízes, sementes, embriões e pólen. Em geral, os tecidos
reprodutivos contém maiores quantidades de giberelinas e nas raízes são encontradas em
menor concentração. Ao nível intracelular, no retículo endoplasmático e no citoplasma, os
plastídeos são os sítios de biossíntese (METIVIER, 1979; COLL et al., 2001).
Nas videiras, as giberelinas são produzidas, principalmente, em folhas
e bagas jovens, regiões de ativa divisão celular (RUIZ, 1998). A translocação de giberelinas
exógenas é realizada junto com os produtos resultantes da fotossíntese, movendo-se em todas
as direções no simplasto das plantas. O movimento das giberelinas, tanto exógenas quanto
endógenas, parece não ser polarizado, podendo ocorrer tanto pelo floema como pelo xilema
(METIVIER, 1979; COLL et al., 2001).
Essas substâncias são moléculas extremamente ativas podendo
incrementar tanto o alongamento como a divisão celular conforme evidenciado pelos
aumentos do comprimento e do número de células, em resposta à aplicação de giberelinas.
Giberelina e auxina parecem exercer seus efeitos modificando as propriedades da parede
celular, onde a taxa de alongamento pode ser influenciada tanto pela extensibilidade da parede
celular quanto pela taxa de absorção de água controlada osmoticamente. No caso da auxina, o
afrouxamento da parede celular parece ser mediado, em parte, pela acidificação da parede. Já a
giberelina causa um aumento tanto na extensibilidade mecânica das paredes celulares quanto
no relaxamento por injúria das paredes das células vivas, sem acidificação. No entanto, a
giberelina nunca está presente em tecidos com ausência completa de auxina e os efeitos da
giberelina no crescimento podem depender da acidificação da parede celular induzida por
auxina. Assim, as respostas de crescimento à aplicação de giberelina e auxina são aditivas. Há
evidências de que a enzima xiloglucano endotransglicosilase (XET) esteja envolvida na
extensão da parede promovida pela giberelina, onde a função da XET pode ser facilitar a
entrada das expansinas na parede celular, as quais são proteínas da parede causadoras do
afrouxamento em condições de acidez, por enfraquecer as ligações de hidrogênio entre os
polissacarídeos (TAIZ; ZEIGER, 2004). Auxinas e giberelinas diferem no tempo de resposta
da célula à expansão celular. Enquanto as auxinas ativam enzimas pré-existentes, com resposta
ocorrendo até 10 minutos após a aplicação, as giberelinas são responsáveis pela síntese de
enzimas hidrolíticas, dessa forma, a resposta à aplicação ocorre após 48 horas.
38
Dentre as várias hipóteses sobre o mecanismo através do qual as
giberelinas estimulam a expansão celular, destaca-se a hipótese da hidrólise do amido. Elas
podem estimular a produção de -amilase que hidrolisa o amido, incrementando a produção
de açúcares que ocasionam a diminuição do potencial osmótico no interior das células, o que
possibilita a entrada de água na célula, elevando assim a pressão osmótica no suco celular,
tendendo a expandí-la (PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO, 2001).
Fatores como luz, temperatura e outros hormônios, influenciam nos
níveis de giberelina (COLL et al., 2001).
Segundo Walker e Donoho (1959), a aplicação de 100 mg L
-1
de ácido
giberélico, em condições de campo, foi suficiente para quebrar a dormência das gemas de
pessegueiro após receberem 120 horas de frio abaixo de 7,2 ºC.
Segundo Lavee (1973) foi demonstrado por vários pesquisadores,
redução na quantidade endógena de giberelina com o início da dormência, paralelo ao
acúmulo de ácido abscísico. Aparentemente, dias curtos é o principal fator de alteração na
concentração destes hormônios. O ácido giberélico é formado, geralmente, em dias longos e o
ácido abscísico, em dias curtos. A duração do dia deve controlar a chave metabólica
presumivelmente através do sistema de fitocromos que determinaria qual destas substâncias
será sintetizada.
As giberelinas são inibidoras do florescimento em muitas espécies
frutíferas, mas, o papel do ácido giberélico no florescimento de videiras varia com o estádio de
desenvolvimento da gema latente. Inicialmente, durante a formação do meristema florífero, o
ácido giberélico age como promotor do florescimento, sendo requerido no processo de
formação do anlagen. Na fase de indução floral, que ocorre na época de maturação dos ramos,
após a colheita, o ácido giberélico funciona como inibidor do florescimento, ao induzir a
transformação do anlagen em gavinhas ao invés de inflorescências (SRINIVASAN;
MULLINS, 1980; MULLINS et al., 1992).
Regulador vegetal de uso consagrado na viticultura, a giberelina
(ácido giberélico) é utilizada desde 1957 para obtenção de bagas maiores e, conforme a
variedade, mais alongadas (SOUZA, 1996; PIRES, 1988). A frutificação natural de videiras
sem sementes origina cachos e bagas de dimensões reduzidas, pela carência de giberelina
endógena necessária ao máximo crescimento das bagas, o que explica a necessidade de lançar
39
mão do uso de alguns reguladores vegetais como o ácido giberélico (GA
3
), bioestimulantes e
da técnica denominada anelamento, para a obtenção de cachos com qualidade adequada para a
comercialização (REMATALES et al., 1995; PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO, 2001).
A ação da giberelina tem sido intensivamente estudada na viticultura.
Aplicações efetuadas desde o surgimento da inflorescência até o início da maturação dos
cachos visam, principalmente, o aumento na produtividade através do aumento no tamanho
das bagas e dos cachos, especialmente em cultivares sem sementes onde as bagas, geralmente,
adquirem forma alongada (“dedo”) e promoção da abscisão dos frutos, através da ação
polinicida, diminuindo a compactação dos cachos, obtendo-se estes medianamente soltos, que
dispensam a operação de desbaste e facilitam o controle de doenças, melhorando a
conformação dos cachos. Além disso, a aplicação de ácido giberélico pode acarretar no
alongamento e engrossamento dos pedúndulos e engaços, propiciando a formação de cachos
menos compactos, induzir a apirenia, uniformizar a maturação, antecipar a maturação e a
colheita dos cachos, evitar o enrugamento das bagas, aumentar o pegamento e número de
bagas verdes não desenvolvidas ou inviáveis, etc. (WEAVER, 1961; WEAVER, 1976;
PEREIRA; OLIVEIRA, 1976; GIL; ESCOBAR; 1979; LEÃO, 2000b; LEÃO; POSSÍDIO,
2000; PIRES; BOTELHO, 2001; PIRES; BOTELHO, 2002; PIRES; MARTINS, 2003; PIRES
et al., 2003; SANTOS et al., 2003).
Assim, um dos principais objetivos do uso comercial da giberelina é o
aumento do comprimento do engaço em uvas sem sementes. Devido ao pequeno comprimento
dos pedúnculos individuais dos frutos (pedicelo), os cachos de uva sem sementes são muito
compactos e o crescimento das bagas é limitado. A aplicação de giberelina estimula o
crescimento dos pedúnculos individuais, permitindo o crescimento e alongamento das bagas,
devido à diminuição da compactação (TAIZ; ZEIGER, 2004). Desta forma, a aplicação do
ácido giberélico em cultivares de uva sem semente, além de aumentar a produtividade,
melhora a apresentação da uva destinada ao mercado de consumo in natura.
Porém, há controvérsias quanto ao efeito do ácido giberélico na
composição química de uvas sem sementes; enquanto os autores acima indicam que o produto
antecipa a maturação dos cachos, diversos autores citados por Saad et al. (1979), afirmam que
a giberelina causa atraso na maturação da uva. Segundo Pires (1998) a giberelina pode
40
funcionar como indutor da formação de enzimas proteolíticas, as quais podem liberar
triptofano, o principal precursor do ácido indolilacético, evitando a abscisão das bagas.
Scienza et al. (1978) detectaram em ‘Cabernet Sauvignon’, dois picos
de produção de giberelinas durante a Fase I de desenvolvimento das bagas, estando os níveis
alcançados nesses dois picos correlacionados com o número de sementes produzidas por baga.
Estes picos se dão entre 2 a 4 semanas após o florescimento, sendo por este motivo, muito
comum neste período, a aplicação de ácido giberélico para o aumento do tamanho do cacho
em uvas de mesa.
Comercialmente, utiliza-se o produto Pro-Gibb que contém em sua
formulação 10% de princípio ativo (GA
3
), sendo certo que a época de aplicação mais
adequada é o início da formação das bagas (SOUZA, 1996). Quando aplicado em pleno
florescimento, pode promover menor pegamento de flores e alongamento do engaço, o que
torna os cachos mais soltos. Já, quando aplicado cerca de 15 dias após o florescimento ou
quando as bagas estiverem com 3 a 5 mm de diâmetro, promove aumento do tamanho das
bagas (PIRES; BOTELHO, 2001).
De acordo com Weaver (1961) existem diferentes respostas entre os
cultivares e o momento de aplicação quanto à translocação da giberelina das folhas para os
frutos, portanto, o tratamento deve ser sempre direcionado às inflorescências ou aos cachos em
formação.
Quando a giberelina é aplicada direcionada apenas às folhas, pequena
quantidade do produto atinge os frutos. No entanto, maiores incrementos no tamanho de bagas
de ‘Thompson Seedless’ foram obtidos quando as folhas foram pulverizadas em adição à
imersão dos cachos. Assim, é importante que a região dos cachos seja completamente
molhada. Quando partes dos cachos de uvas ‘Black Corinth’ e ‘Thompson Seedless’ foram
tratadas com GA
3
, apenas as porções tratadas responderam ao composto com o aumento do
tamanho das bagas, demonstrando que a giberelina aplicada em uma baga ou porção do cacho,
não se move para as bagas adjacentes; isto pode ser explicado tendo em vista que o
movimento de carboidratos ocorre dos brotos para as bagas, ou seja, da fonte para o dreno. No
entanto, quando uma porção da baga foi tratada, a baga toda respondeu da mesma maneira
como se a baga inteira tivesse sido tratada (WEAVER; McCUNE, 1959b).
41
Sob condições Semi-Áridas tropicais, a baixa umidade relativa do ar e
temperaturas elevadas, favorecem a polinização e o pegamento dos frutos; além disso,
parecem diminuir o comprimento dos pedicelos, resultando em cachos muito compactos, com
excessivo número de bagas, desuniformes e deformadas, por estarem comprimidas umas
contra as outras. Porém, cachos mais soltos são preferidos, pois apresentam um melhor
aspecto visual, estão menos sujeitos a podridões e facilitam as operações de embalagem, além
de facilitarem a operação de raleio de bagas que é uma operação que exige grande quantidade
de mão-de-obra. Para aumentar o comprimento dos pedicelos, pode-se aplicar 2 mg L
-1
de
ácido giberélico em aspersão dirigida exclusivamente para os cachos florais, quando estes
medirem 6 cm ou menos de comprimento, ou seja, aproximadamente 17 dias após a poda no
caso do cultivar Superior Seedless (ALBUQUERQUE et al., 1996).
Desde que se mostrou a habilidade da giberelina em estimular o
desenvolvimento das panículas em videira (WEAVER; OLMO, 1957), o produto tem sido
largamente utilizado, ao ponto de converter-se em uma prática indispensável para obter-se
bom rendimento e frutos de qualidade. Os autores constataram antecipação do florescimento,
assim como alongamento de diversas partes do cacho, como engaço e pedicelo pela aplicação
de giberelina em estádios anteriores ao florescimento, em diferentes cultivares européias de
uva.
Em geral, pode-se considerar os efeitos das giberelinas variáveis com
a época de aplicação, de acordo com o seguinte esquema: 1) antes do florescimento doses de 5
a 10 mg L
-1
de GA
3
favorecem o desenvolvimento do cacho; 2) no pleno florescimento, de 7 a
15 mg L
-1
produz um cacho mais solto por eliminar algumas flores e 3) depois do pegamento
dos frutos, doses de 20 a 50 mg L
-1
favorecem o aumento do tamanho das bagas (RUIZ, 1998).
Isto sugere que o tratamento nestes estádios é necessário para se obter cachos mais soltos e
máximo tamanho das bagas.
No Submédio do Vale do Rio São Francisco, o ácido giberélico é
utilizado no cultivar Italia na concentração de 3 mg L
-1
, mediante pulverização ou imersão dos
cachos antes do florescimento, quando estes apresentam de 2 a 3 cm de comprimento e os
botões florais ainda não estão individualizados para promover o alongamento do engaço. O
ácido giberélico nas doses de 30 a 60 mg L
-1
, também é aplicado na fase de frutificação
42
(“chumbinho a ervilha”) após a realização do raleio de bagas para promover o aumento do
tamanho das mesmas (LEÃO, 2000b).
Em vinhedo de ‘Concord’, minimizou-se a queda precoce das bagas
aplicando-se solução aquosa de GA
3
a 100 mg L
-1
, 11 dias após o florescimento (BUKOVAC
et al., 1960).
No cultivar de uvas sem sementes Perlette, tradicionalmente utiliza-se
o ácido giberélico no pré-florescimento, na concentração de 3 mg L
-1
para promover o
alongamento do engaço e em pleno-florescimento, quando 70% das calíptras das flores estão
abertas, na concentração de 10 mg L
-1
, para promover a abscisão e raleio de bagas (LEÃO et
al., 1999).
Weaver e McCune (1962) estudaram a ação da giberelina aplicada
antes do florescimento por imersão dos cachos, com resultados positivos por alongar e tornar
soltos os cachos de ‘Thompson Seedless’.
A utilização do ácido giberélico após o florescimento para aumentar o
tamanho de bagas é uma prática realizada nas principais regiões produtoras de uva de mesa do
mundo. Com o objetivo de aumentar o tamanho das bagas, em cultivares com ou sem
sementes, a aplicação de ácido giberélico deve ser feita a aproximadamente 15 dias após o
florescimento, ou quando a baga tiver entre 3 e 5 mm de diâmetro (PIRES, 1998). Existem
muitas variações quanto à época e a concentração do produto a ser utilizada, principalmente
em cultivares de uvas sem sementes. No Brasil, para o cultivar Superior Seedless, são
recomendadas para proporcionar o aumento dos cachos e das bagas, duas pulverizações com
ácido giberélico, sendo a primeira antes da abertura das flores e a segunda quando as bagas
estiverem na fase de “chumbinho” (bagas com 4 a 6 mm de diâmetro), em concentrações que
variam de 1 a 5 e 10 a 20 mg L
-1
, respectivamente (GRANJEIRO et al., 2002; LEÃO et al.,
2004a).
Stewart et al. (1957) obtiveram cachos mais compridos e bagas 50%
maiores que o controle, após aplicação de ácido giberélico nas concentrações de 10 ou 100 mg
L
-1
durante o florescimento de cachos de uvas ‘Thompson Seedless’ e ‘Perlette’. Porém, os
cachos de ambos os cultivares apresentaram grande porcentagem de bagas pouco
desenvolvidas quando pulverizados com ácido giberélico a 100 mg L
-1
por quatro semanas
consecutivas após o florescimento.
43
Para Sachs e Weaver (1968) a época de aplicação da giberelina tem
grande relação com a forma da baga. Tratamentos efetuados na antese resultam na formação
de bagas maiores e mais alongadas; enquanto que tratamentos feitos após a antese resultam em
bagas progressivamente mais esféricas.
Ainda no cultivar Sultanina (‘Thompson Seedless’), El Hodairi et al.
(1995) constataram aumento da massa dos cachos e comprimento das bagas, pela aplicação de
GA
3
a 50 mg L
-1
, após a frutificação. Resultados semelhantes foram obtidos por Rematales et
al. (1997), também em uva ‘Sultanina’, mediante duas aplicações em pós-florescimento, de
GA
3
ou mistura de giberelinas (GA
3
, GA
1
, GA
4
e GA
7
) a 40 mg L
-1
.
Duas pulverizações com concentrações de 40 mg L
-1
de GA
3
aplicadas com as bagas medindo 4 a 5 mm de diâmetro e uma semana depois, é uma prática
comum nos vinhedos de ‘Thompson Seedless’ do Chile (REMATALES et al., 1995).
Pires et al. (1986) estudaram os efeitos da aplicação por imersão de
diferentes doses de ácido giberélico (0, 10, 20 e 40 mg L
-1
), duas semanas após o
florescimento, sobre as características dos cachos do cultivar sem sementes A Dona (IAC-871-
13). Verificaram que o ácido giberélico nas doses empregadas aumentou significativamente o
peso dos cachos e das bagas, destacando-se como melhor, a dose de 20 mg L
-1
, 14 dias após o
florescimento, que proporcionou aumento de 150% no peso do cacho. As demais
características estudadas, peso, comprimento e largura das bagas e engaço, à exceção do
número de bagas por cacho, também aumentaram significativamente em relação à testemunha,
com todas as doses de ácido giberélico, contudo não diferiram entre si. Apesar de aumentar o
comprimento e a largura das bagas, as doses de ácido giberélico empregadas não alteraram a
relação comprimento/largura das bagas.
Pereira e Oliveira (1976), ao estudarem os efeitos do ácido giberélico
aplicado antes do florescimento (5 mg L
-1
), no início da frutificação (10 ou 20 mg L
-1
) e em
aplicações conjuntas nas duas épocas, sobre cachos do cultivar de uva Patrícia, concluíram que
a aplicação do produto a 20 mg L
-1
no início da frutificação permitiu maior desenvolvimento
no comprimento e peso dos cachos. Quando aplicado no período anterior ao florescimento, o
ácido giberélico (5 mg L
-1
) promoveu o alongamento do engaço, porém, não influenciou no
peso das bagas. Entretanto, o teor de sólidos solúveis foi significativamente maior na
testemunha, em relação ao tratamento antes do florescimento (5 mg L
-1
) associado à aplicação
44
no início da frutificação (20 mg L
-1
). Em relação ao aspecto, a aplicação do ácido giberélico
permitiu a formação de cachos relativamente soltos, com bagas graúdas, de valor comercial
superior à testemunha em todos os tratamentos onde se fez a aplicação no início da
frutificação.
Botelho et al. (2003a) estudaram o efeito de 100 mg L
-1
de GA
3
aplicado aos 14 dias após o florescimento em uva ‘Niagara Rosada’ e observaram que o ácido
giberélico não foi efetivo em aumentar a massa dos cachos e das bagas, o tamanho dos cachos
e o número de bagas.
No cultivar ‘Italia’, Guerra et al. (1981) estudaram o efeito da
aplicação de GA
3
no início do florescimento (0, 5, 10 e 15 mg L
-1
) e na fase de queda natural
dos frutos inviáveis (30, 40 e 50 mg L
-1
). Os tratamentos efetuados no início do florescimento
(5 e 10 mg L
-1
) resultaram em cachos mais alongados e soltos, com aumento de 2,5 cm quando
aplicado 10 mg L
-1
de GA
3
, com pedúculos mais longos e flexíveis, com a presença de
pequenas bagas e com maior relação comprimento/diâmetro das bagas. Aplicações de GA
3
na
fase de queda natural dos frutos resultaram em cachos visualmente descompactados, com
pedicelos alongados, grossos e rígidos, com bagas uniformes. Nesta fase, os melhores
resultados foram obtidos com 10 e 20 mg L
-1
de GA
3
. Aplicações de GA
3
no ínicio do
florescimento, bem como na fase de queda natural dos frutos induziram uma diminuição no
número de sementes por baga, aumento no teor de sólidos solúveis e diminuição da acidez
titulável.
Ainda no cultivar Italia, Feitosa (2002) avaliou o efeito da aplicação
de 20 mg L
-1
de GA
3
quando as bagas haviam atingido 8 mm de diâmetro, verificando
aumento na massa dos cachos e bagas e na relação sólidos solúveis/acidez titulável, bem
como, redução na acidez. Não houve diferença significativa para massa do engaço e teor de
sólidos solúveis.
Sabatini (1981) avaliou os efeitos do ácido giberélico sobre uvas
‘Patrícia’, através da imersão dos cachos durante o florescimento (20 e 40 mg L
-1
), quando as
inflorescências apresentavam 50% de flores abertas e aplicação no início da frutificação (20
mg L
-1
), quando as bagas se encontravam no estádio de “chumbinho”. A aplicação de
giberelina (20 mg L
-1
) durante o florescimento proporcionou a formação de bagas apirenas;
porém, quando associada com aplicações no início da frutificação, aumentou o tamanho das
45
bagas. Os teores de sólidos solúveis e o tamanho final dos cachos não foram afetados pelo uso
da giberelina, no entanto, o produto reduziu significativamente o ciclo da videira. O autor
concluiu que, os resultados obtidos não revelaram efeitos benéficos da aplicação de giberelina
em relação ao aspecto final dos cachos, devido à fixação de bagas inviáveis.
Aplicações únicas de giberelina no cultivar Ruby Seedless em
concentrações de 2,5; 5 ou 10 mg L
-1
em pré ou pleno florescimento (até 60% de caliptras
caídas) provocaram má formação dos cachos devido à alta ocorrência de bagas tipo
“chumbinho”. Entretanto, quando o ácido giberélico foi aplicado na dose de 1 mg L
-1
no final
do florescimento (cerca de 70% de caliptras caídas), provocou um favorável índice de
descompactação, sem alterar o peso e o teor de sólidos solúveis das bagas (JENSEN et al.,
1976).
Pires (1988) aplicou três doses de GA
3
em três diferentes épocas do
ciclo do cultivar apireno Maria (IAC 514-6) e concluiu que os melhores tratamentos
encontrados consistiram da aplicação de GA
3
nas doses de 400 a 800 mg L
-1
, 14 dias após o
florescimento, ocorrendo considerável aumento no peso dos cachos e das bagas, sem aumentar
excessivamente o número de bagas “chumbinho” por cacho.
A resposta do cultivar Maria ao anelamento no tronco e nos ramos do
ano e, à aplicação de ácido giberélico na concentração de 200 mg L
-1
, no início ou após o
florescimento, para as características dos cachos, bagas e engaços, foi avaliada por Kalil et al.
(1999) na região de Jundiaí/SP. Não foram detectados efeitos da época de anelamento ou de
aplicação do ácido giberélico para melhoria das características dos cachos, engaços e bagas.
Os autores obtiveram variação de 285,3%, 46,4% e 194,0%, respectivamente, no peso,
comprimento e largura dos engaços, 98,8%, 46,8%, 43,1%, 52,2%, no peso, comprimento,
largura e número de bagas, respectivamente, quando aplicaram ácido giberélico na ausência do
anelamento. Ainda, o ácido giberélico aumentou em 194,2% e 50,0% o peso e o comprimento
dos cachos, respectivamente.
Segundo Weaver e McCune (1959a), cachos de uva do cultivar Black
Corinth mergulhados em solução de GA
3
a 1 mg L
-1
, apresentaram-se alongados e muitas
bagas não se formaram ou não se desenvolveram. Por outro lado, cachos tratados com
concentrações de 5, 20 ou 100 mg L
-1
mostraram excelente desenvolvimento das bagas e a 500
mg L
-1
, as bagas produzidas foram grandes e alongadas, aumentando a relação
46
comprimento/largura. Cachos do cultivar Zinfandel imersos em solução de giberelina a 100
mg L
-1
, em diferentes estádios de pré-florescimento, mostraram melhores respostas nas
aplicações mais precoces. Outra série de videiras tratadas três dias após a queda das caliptras,
com concentrações de 100 ou 500 mg L
-1
, apresentaram as partes laterais do engaço e dos
pedicelos engrossados e mais compridos, tornando os engaços mais pesados. Em experimento
com o cultivar Sultanina Branca, os autores acima mencionados verificaram que cachos de 7
cm de comprimento, mergulhados em soluções com concentrações de 100 ou 1000 mg L
-1
de
GA
3
antes do florescimento, mostraram-se alongados, devido ao maior crescimento do
pedicelo e do engaço, havendo presença de muitas bagas pequenas não desenvolvidas,
causando redução no peso do cacho. A aplicação de GA
3
causou aumento no teor de sólidos
solúveis, mas pouco afetou a acidez titulável.
Christodoulou et al. (1968) verificaram que a aplicação de ácido
giberélico durante o florescimento reduziu o pegamento das bagas de uva ‘Carignane’ e
Thompson Seedless’, mas não afetou o pegamento em ‘Black Corinth’. Em aplicação após a
antese, a giberelina mostrou pequeno efeito no pegamento das bagas. Tratamentos no
florescimento resultaram em notável alongamento longitudinal das bagas, sendo que
tratamentos posteriores adicionais promoveram expansão radial.
A mesma influência no formato das bagas foi observada por Bertrand
e Weaver (1972) com a aplicação de KGA
3
em uvas ‘Black Corinth’. O aumento do peso das
bagas, resultado da aplicação de GA no florescimento, foi evidentemente independente do
resultado da aplicação de GA no pegamento dos frutos. Isto indica que maiores bagas podem
ser obtidas se repetidas aplicações forem feitas. Para os autores parece ser verdade que o
alongamento das células é independente do crescimento radial, o que pode explicar, em parte,
a independente e aditiva resposta no peso das bagas às aplicações de GA no florescimento e no
pegamento.
Cachos tratados em dois estádios de desenvolvimento (no
florescimento e no início da formação dos frutos), mostraram-se menos compactos do que os
cachos pulverizados apenas na fase de formação dos frutos (CHRISTODOULOU et al., 1968).
Bertrand e Weaver (1972) trataram cachos de uva ‘Black Corinth’
com 0, 1, 2, 4, 6, 10, 20, 60 ou 100 mg L
-1
de KGA
3
no pleno florescimento (75% das calíptras
caídas), três dias ou uma semana após o pleno florescimento. O tratamento com 100 mg L
-1
de
47
KGA
3
no pleno florescimento reduziu a compactação e o número de bagas por cacho.
Concentrações acima de 2 mg L
-1
aumentaram o peso e o volume das bagas. O comprimento,
o diâmetro e a relação comprimento/largura aumentaram à medida que doses maiores de
KGA
3
foram usadas. Os mesmos autores mergulharam cachos de ‘Black Corinth’ em
diferentes estádios de desenvolvimento em solução aquosa de giberelina a 25 mg L
-1
. Cachos
mais compactos foram obtidos quando as inflorescências tratadas apresentavam 75% de flores
abertas ou duas semanas após o pleno florescimento. Tratamentos realizados no início do
florescimento induziram a formação de cachos mais soltos. Bagas tratadas entre o início do
florescimento e uma semana após o pleno florescimento tornaram-se alongadas, enquanto que
tratamentos mais precoces ou mais tardios não alteraram a forma das bagas. Obteve-se maior
relação comprimento/largura quando os cachos foram tratados no final ou 3 dias após o pleno
florescimento.
O momento de aplicação é um fator crítico quando reguladores
vegetais são usados, particularmente quando aplicados para o desenvolvimento dos frutos. Os
diferentes estádios de desenvolvimento dos frutos estão relacionados a mudanças nos níveis
endógenos dos diferentes reguladores vegetais. A resposta dos frutos aos reguladores
exógenos é similarmente dependente do tempo de aplicação. Aplicações de GA
3
em muitos
cultivares de uvas com sementes antes do florescimento pode causar alongamento do engaço,
reduzir a viabilidade do pólen e o pegamento dos frutos. Aplicações após o florescimento em
muitos casos pode causar o aumento do tamanho das bagas, mas, atrasar ligeiramente a
maturação. O grau de resposta é dependente do cultivar. Geralmente, cultivares com semente
são muito sensíveis às aplicações de GA
3
no pré-florescimento, enquanto a resposta ao
tratamento das bagas no pós florescimento é relativamente pequena. Cultivares sem sementes
podem ser mais facilmente manipuladas com GA
3
em todos os estádios de desenvolvimento
(LAVEE, 1987).
De modo geral, cultivares sem sementes são muito mais tolerantes a
altas concentrações de giberelinas do que os com sementes. Estas são severamente
prejudicadas por concentrações próximas de 50 mg L
-1
, ao passo que as primeiras suportam
até 1000 mg L
-1
(WEAVER; McCUNE, 1959a; SOUZA, 1996). De acordo com Lavee (1960),
a giberelina possui efeito fisiológico nas bagas com sementes, mas somente até certo limite. A
giberelina compensa a carência de semente, mas, quando a baga possui um número suficiente
48
de sementes, a giberelina utilizada pode não apresentar efeito evidente. O autor verificou o
efeito da aplicação de giberelina a 20 mg L
-1
, 23 dias antes do florescimento no cultivar Queen
of Vinyard, observando incremento no tamanho dos frutos, porém, os aumentos adicionais
decresceram com a elevação no número de sementes. Para Weaver (1961) é interessante notar
que a ocorrência de giberelina natural tem sido estabelecida em cultivares sem sementes, mas,
não em cultivares pirênos.
Segundo Weaver (1961) em cultivares de uvas sem sementes,
giberelina pode ser encontrada apenas durante os primeiros 14 dias após a antese. Coombe
(1960) sugere que as giberelinas podem estar envolvidas no primeiro ciclo de crescimento das
bagas de uvas sem sementes e que o nível de giberelina que ocorre naturalmente nas bagas
pode ser importante fator limitante do seu desenvolvimento. A diferença na atividade da
giberelina entre bagas de uva com ou sem sementes pode estar correlacionada com sua
resposta à aplicação de GA
3
exógeno. O mesmo autor também relata que o segundo ciclo pode
não estar correlacionado com mudanças morfológicas ou no conteúdo de auxina e giberelina,
mas, pode estar relacionado ao influxo de açúcares na baga, uma vez que o conteúdo de
açúcares aumenta rapidamente quando inicia o segundo estádio de crescimento das bagas,
resultando na diminuição do potencial osmótico, favorecendo a entrada de água nas bagas de
uva.
No Brasil, para cultivares com sementes como Italia e suas mutações
Rubi, Benitaka e Brasil, a giberelina é aplicada entre 20 e 30 dias após o florescimento,
diretamente sobre os cachos, em concentrações que variam entre 10 a 30 mg L
-1
, dependendo
das condições de cultivo. Com esse procedimento o engaço e a película das bagas tornam-se
mais rígidos, sem contudo sofrer aumentos altamente significativos quanto ao tamanho e
forma (PIRES, 1998; PIRES; BOTELHO, 2001).
Saad e colaboradores (1979) estudaram o efeito da aplicação de ácido
giberélico (50, 100, 200 e 500 mg L
-1
), de ethephon (150 e 300 mg L
-1
) e da combinação de
ácido giberélico (100 mg L
-1
) + ethephon (300 mg L
-1
) na qualidade de cachos de uva
‘Thompson Seedles’ e ‘Delight Seedless’. Os tratamentos com ácido giberélico resultaram em
significante aumento no peso, comprimento e diâmetro das bagas quando comparado com a
aplicação de ethephon ou a testemunha. Entretanto, o ácido giberélico atrasou a maturação das
uvas, ao passo que o ethephon antecipou.
49
Visando aumentar a eficiência do ácido giberélico, Ungsa et al. (2003)
verificaram o efeito da aplicação associada ou não de ácido giberélico e nitrato de amônio
(NH
4
NO
3
) em uvas ‘Delaware’, antes e após o florescimento. Aplicações de 50 mg L
-1
de
ácido giberélico associada a 25 mM de nitrato de amônio, promoveram maior crescimento dos
frutos, quando comparadas ao tratamento que recebeu apenas GA
3
, em função de maiores
tamanhos das células das bagas. No entanto, o teor de sólidos solúveis foi ligeiramente menor.
O ácido giberélico não é translocado no interior do cacho, uma vez
que apenas as partes tratadas do cacho respondem ao produto. Sendo assim, o maior aumento
no tamanho de bagas é obtido quando os cachos são pulverizados ou imersos em soluções de
ácido giberélico (LEÃO, 2000b). A giberelina absorvida pelas folhas tem efeito reduzido
sobre o tamanho dos frutos (WEAVER; McCUNE, 1959b).
O ácido giberélico é o principal regulador vegetal utilizado na
viticultura para aumentar o tamanho de bagas, especialmente nos cultivares sem sementes.
Entretanto, as poucas formulações comerciais disponíveis para uso pelos produtores
associadas ao custo, às múltiplas aplicações e às altas dosagens, demandam pesquisas com
novos produtos que sejam ativos em baixas concentrações (CARVAJAL-MILLÁN et al.,
2001).
Weaver (1961) afirma que o uso de altas concentrações de giberelina
após o pegamento dos frutos, visando o aumento da bagas, pode induzir um atraso na quebra
de dormência das gemas, prolongando o período de repouso na safra seguinte à aplicação.
Além da redução na qualidade dos cachos, gerada por doses e épocas de aplicação
inadequados como, engrossamento excessivo do engaço levando à maior degrana das bagas
após a colheita, decréscimo na frutificação, retardamento na maturação, aumento excessivo no
número de bagas “chumbinho’ e maior suscetibilidade dos cachos às podridões. Pérez e
Morales (1999) constataram que a atividade da peroxidase solúvel dos pedicelos de uvas
‘Sultana’ (‘Thompson Seedless’) aumentaram significativamente com as doses de ácido
giberélico aplicado em pós-florescimento nas videiras, sugerindo o possível envolvimento
destas enzimas na lignificação de pedicelos e engaços através da aplicação de GA
3
. Esta
lignificação dos pedicelos poderia, portanto, levar à perda de flexibilidade dos pedicelos e
conseqüentemente à degrana dos cachos pós-colheita.
50
Trabalhos com outros reguladores vegetais, como o thidiazuron (N
1
-
fenil-N’-1,2,3-tiadiazol-5-ilurea) e o forclorfenuron (N-(2-cloro-4-piridinil)-N’-feniluréia) com
efeito de citocinina e o quinmerac (ácido 7-cloro-3-metilquinolina-8-carboxílico) com ação de
auxina, mostram resultados promissores, como a melhoria das características morfológicas dos
cachos e das bagas de uva (LEÃO, 1996; LEÃO et al., 1999; PIRES; 1988; PIRES et al.,
2002; PIRES et al., 2003; REYNOLDS et al., 1992).
4.3.3 Citocinina
As citocininas são substâncias derivadas da base nitrogenada adenina,
sendo seus efeitos fisiológicos na planta relacionados com a capacidade de divisão,
alongamento e diferenciação celular, mobilização de nutrientes, formação e atividade dos
meristemas apicais, ruptura da dominância apical, retardamento da senescência de folhas e
frutos, germinação de sementes, quebra de dormência de sementes e gemas, indução do
florescimento, indução de partenocarpia em frutos (DAVIES, 2004; PETRI, et al., 1992;
REYNOLDS et al., 1992; CASTRO; VIEIRA, 2001; COLL et al., 2001). Essas substâncias
também estão envolvidas com o desenvolvimento de organelas, atividade enzimática, abertura
estomática, desenvolvimento de frutos e hidrólise de reservas das sementes (DAVIES, 2004;
SALISBURY; ROSS, 1994). A proteína histidina fosfotransferase (AHP) atua como
mensageiro secundário, levando o sinal da citocinina até o núcleo, promovendo a síntese de
proteínas do sistema de anteras, da enzima nitrato redutase, de proteínas da enzima rubisco, de
proteínas de defesa da planta e de extensinas. Alguns resultados de pesquisa sugerem que as
citocininas regulam a síntese de pigmentos e enzimas e proteínas estruturais necessárias para a
formação do sistema de tilacóides do cloroplasto e do sistema fotossintético (TAIZ; ZEIGER,
2004). A citocinina está ligada à abertura dos canais de cálcio da membrana plasmática,
promovendo o aumento da concentração de cálcio no citoplasma, o qual é utilizado na síntese
de pectatos de cálcio na parede celular, promovendo o alongamento celular e atua como
mensageiro secundário, promovendo a ativação de proteínas quinase e a ligação com a
calmodulina. Citocinina é responsável pela citocinese (divisão do citoplasma) durante o
processo de divisão celular. A concentração de citocinina nas plantas pode variar em função
do órgão, estado de desenvolvimento da planta e das condições ambientais. De maneira geral,
51
as maiores concentrações de citocininas são encontradas em regiões meristemáticas ou em
órgãos em crescimento com alta taxa de divisão celular, como folhas jovens, sementes em
desenvolvimento, frutos e raízes. O meristema apical da raiz, no entanto, é o principal local de
síntese de citocininas em plantas e estas são translocadas via xilema para a parte aérea da
planta; quando se encontram nas folhas, são relativamente imóveis. Portanto, quando aplicadas
em folhas, exercem um efeito localizado (SRINIVASAN; MULLINS, 1980; CASTRO;
VIEIRA, 2001; COLL et al., 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004). Assim como para as giberelinas, a
luz e a temperatura afetam os níveis de citocininas (COLL et al., 2001). Além das raízes,
outras regiões das plantas podem sintetizar citocininas, como por exemplo, as sementes em
desenvolvimento, que apresentam grande atividade citocinínica. Um exemplo são frutos
partenocárpicos de tomate que tem desenvolvimento mais lento do que frutos com sementes e
tem menor conteúdo de citocininas (COLL et al., 2001).
Zeatina, zeatina ribosídeo e zeatina ribotídeo foram encontradas na
seiva do xilema de videiras antes da brotação das gemas e durante o período de crescimento
ativo dos ramos (SRINIVASAN; MULLINS, 1980). As citocininas estimulam a mobilização
de assimilados, por criar forte relação fonte-dreno; altera o metabolismo da área tratada,
fazendo com que haja concentração de nutrientes nesta região, inibindo sua saída (TAIZ;
ZEIGER, 2004). A citocinina estimula, ainda, o crescimento das gemas laterais. A síntese de
citocininas nas gemas laterais é inibida pelas auxinas do ápice. Portanto, removendo-se as
gemas apicais, o nível de citocininas, nutrientes ou ambos em gemas laterais se eleva,
estimulando o seu crescimento. Por outro lado, quando o ápice do caule é removido, o nível de
ABA nas gemas laterais diminui, pois os níveis de IAA nos ramos mantêm níveis elevados de
ABA (TAIZ; ZEIGER, 2004). Por isso, faz-se necessário o desponte dos ramos no início do
período de rápido crescimento, para aumentar a fertilidade das gemas das brotações laterais
em cultivares de videira pouco férteis pelo aumento na concentração de citocinina.
Segundo Coll et al. (2001) as citocininas produzidas nas raízes são
transportadas através do xilema até as folhas, onde são acumuladas durante a primavera e
início do verão. Quando a folha alcança o máximo desenvolvimento, estas citocininas são
metabolizadas e seus metabólitos são exportados via floema a outros órgãos, provavelmente,
os frutos.
52
A denominação de citocinina é devido à ação desta substância sobre a
citocinese (COLL et al., 2001). A zeatina foi a primeira citocinina natural identificada em
vegetais, em endosperma de milho, no ano de 1963. Anteriormente, em 1954, a cinetina tinha
sido isolada de esperma de arenque. A partir do isolamento da cinetina, citocininas sintéticas
foram produzidas em laboratório, pela modificação na cadeira lateral na posição N-6 da base
da adenina (METIVIER, 1979).
Essas substâncias estão envolvidas no controle de muitos aspectos
relacionados à reprodução da videira, inclusive na diferenciação floral, no crescimento do
cacho, no pegamento e desenvolvimento das bagas, estimulam o crescimento do óvulo e a
transformação de flores masculinas em hermafroditas e inclusive de gavinhas em
inflorescências férteis, entretanto, os mecanismos pelos quais as citocininas exercem esses
efeitos ainda são desconhecidos, parecendo estar intimamente relacionada à síntese de
proteínas e RNA (SRINIVASAN; MULLINS, 1980; KANELLIS; ROUBELAKIS-
ANGELAKIS, 1993; RUIZ, 1998). Em vasos do xilema de videiras são encontradas altas
concentrações de citocinina durante a brotação e florescimento. Tem sido demonstrado em
muitas plantas, inclusive em Vitis vinifera, que as citocininas aumentam a permeabilidade das
membranas celulares e citocininas exógenas mobilizam, com grande intensidade,
fotoassimilados para o local de aplicação em videiras, além de promover o desenvolvimento
das inflorescências (SRINIVASAN; MULLINS, 1980; MULLINS et al., 1992). Mullins et al.
(1992) comentam sobre a importância do balanço hormonal entre giberelinas e citocininas na
indução e formação das gemas florais.
Estas evidências sugerem que citocinina endógena é um regulador
primário do crescimento reprodutivo da videira (SRINIVASAN; MULLINS, 1980),
entretanto, o uso da citocinina em viticultura é recente, não sendo largamente utilizadas como
as giberelinas. Como o meristema apical da raiz é o principal local de síntese de citocininas,
provavelmente os estudos sobre a época e dose do produto a ser aplicado deva levar em
consideração o grau de desenvolvimento do sistema radicular.
Os fatores ambientais (temperaturas elevadas, alta intensidade
luminosa e níveis adequados de umidade e nutrientes no solo) que favorecem o florescimento
das videiras, são os mesmos que induzem a biossíntese de citocininas, o que vem a confirmar a
participação destas no florescimento (SRINIVASAN; MULLINS, 1980).
53
Quando as gemas latentes entram em atividade, os primórdios das
inflorescências, que foram formados no ciclo anterior, passam por um rápido
desenvolvimento, dando origem aos primórdios das flores. Durante a fase de brotação das
gemas e florescimento, a seiva do xilema apresenta alta atividade de citocinina, existindo
fortes evidências de que as citocininas produzidas nas raízes estariam envolvidas na regulação
da diferenciação das flores (MULLINS et al., 1992).
Segundo Albuquerque (1976) as citocininas e, particularmente, a
cinetina e a benziladenina, são reportadas por diversos autores como indutoras da abertura de
gemas em diferentes espécies de árvores frutíferas.
Lavee (1973) cita que a ação da citocinina na dormência, só começa
depois que mudanças anteriores foram produzidas, mudanças estas, muitas vezes, estimuladas
por certa quantidade de frio.
Trabalhos citados por Galston e Davies (1972) demonstram que a
aplicação local da citocinina, em gemas laterais reprimidas, anula a inibição ocasionada pela
dominância apical.
Weaver (1963) conseguiu quebrar o repouso de gemas de videira
(Vitis vinifera L.), durante a estação dormente (fins de outono) com benziladenina (BA). As
mudas utilizadas foram imersas em BA a 1000 mg L
-1
durante 1 a 5 horas, a temperatura
ambiente. Após o tratamento, as mudas foram enxaguadas com água fria de torneira e levadas
para estufa. Os resultados mostraram que em 53% das mudas tratadas, as gemas brotaram
antes de qualquer gema controle e apenas 22 dias foram necessários para que 50% das gemas
das plantas tratadas brotassem.
A eficiência do thidiazuron (N
1
-fenil-N’-1,2,3-tiadiazol-5-ilurea),
produto à base de citocinina, mais 4% de óleo mineral na superação da dormência de gemas de
macieira foi comprovada por Araújo et al. (1991), inclusive com antecipação da brotação,
tendo em vista que na 1ª avaliação o tratamento apresentou 72,84%, enquanto o controle
apresentava porcentagem de brotação de apenas 13,72%.
Albuquerque e Albuquerque (1993) desenvolveram pesquisas com o
intuito de obter brotação maior e mais uniforme da videira ‘Italia’ na região do Submédio São
Francisco. Os tratamentos envolveram o emprego de diversas práticas culturais e o uso de
diferentes produtos químicos (glifosato, SADH, citocinina, dinoseb, calciocianamida,
54
ethephon e cianamida hidrogenada). Dentre os produtos testados, glifosato, SADH e a
citocinina não causaram nenhum efeito no aumento da brotação das gemas da videira.
Weaver (1963) obteve bons resultados de brotação de gemas com
aplicações de citocinina (1000 mg L
-1
) em videiras durante a estação dormente (fins de
outono). Estes resultados contradizem aos observados por Albuquerque (1976), onde
concentrações de 50, 100 e 150 mg L
-1
de citocinina não diferiram significativamente entre si
e da testemunha. Admite-se que a época e o modo de aplicação, tenham sido os principais
fatores para os resultados discordantes, já que Albuquerque (1976) realizou as aplicações no
início da primavera, na fase inicial de crescimento. Embora a citocinina não tenha apresentado
resultados significativos com relação à testemunha, as médias das gemas brotadas aumentou
para cada aumento de concentração utilizada. A citocinina não influenciou no período de
brotação, nem no período de florescimento. O autor admite que, as concentrações de citocinina
utilizadas aparentemente foram muito baixas e não surtiram resultados efetivos.
O nível de citocinina durante o desenvolvimento das bagas de uva é
baixo até o início da fase II. Durante esta fase, o conteúdo de citocinina aumenta
consideravelmente e diminui com a nova fase de crescimento ativo (fase III). A aplicação de
citocinina no pleno florescimento em plantas crescidas sob regime de pouca luz não foi
eficiente em aumentar a taxa de translocação dos fotoassimilados para a inflorescência,
aumentando assim, o pegamento dos frutos, enquanto que sob regime normal de luz, a
citocinina aumentou o tamanho das bagas (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS,
1993).
Embora reguladores vegetais com ação semelhante à citocinina
tenham demonstrado resultados satisfatórios sobre a melhoria de qualidade dos cachos
(WEAVER et al., 1966; LEÃO et al., 1999), o seu emprego tem sido limitado, principalmente,
pela inexistência de informações a respeito do comportamento destes reguladores para as
condições da viticultura tropical.
Além das citocininas purínicas, as quais apresentam anel amino
purina, têm-se as não purínicas, as quais aumentam a atividade das citocininas purínicas
endógenas, dentre elas, as derivadas da uréia. Arima et al. (1995) citam que a citocinina
sintética tipo feniluréia (forclorfenuron – CPPU), tem atividade muito mais elevada do que
algumas citocininas tipo adenina. O CPPU aumenta o tamanho de frutos de kiwi, uvas, pêras e
55
maçãs (NICKELL, 1986b). Outra citocinina sintética não purínica é o thidiazuron (TDZ), uma
feniluréia do mesmo grupo do CPPU, pode ser utilizada na cultura do algodoeiro para
provocar desfolha e em cultura de tecidos para induzir brotação in vitro (ARAÚJO et al.,
1991). Na fruticultura, há trabalhos que comprovam a eficiência do thidiazuron na quebra da
dormência de gemas de pereira (FRANCISCONI et al., 1992) e no aumento do tamanho e
pegamento dos frutos de maçãs e kiwis (PETRI et al., 1992; SCHUCH; PETRI, 1992). Além
do aumento do tamanho dos frutos, foram relatadas alterações no formato destes frutos que
tornaram-se mais alongados, indicando que o thidiazuron afeta a direção da divisão e expansão
celular. Segundo Araújo et al. (1991), o TDZ, sendo um produto que apresenta características
de citocinina, pode ser aplicado para melhorar a brotação, através da superação da dormência.
Marodin et al. (1992) avaliaram o efeito da cianamida hidrogenada
isolada a 0,66%, 1,33% e 2,02%; ou a 0,33%, 0,66% e 1,0%, combinada com óleo mineral a
4%; thidiazuron (citocinina) a 6 e 12 mg L
-1
; nitrato de potássio a 5 e 10% e testemunha, na
brotação, florescimento e produção de pereira (Pyrus communis L.) cv. Packham’s Triumph.
Os autores observaram que todos os tratamentos, exceto thidiazuron 12 mg L
-1
e nitrato de
potássio a 10% resultaram em maior porcentagem de gemas terminais brotadas, porém, os
tratamentos com thidiazuron exerceram efeito sobre a porcentagem de brotação lateral. As
plantas tratadas com thidiazuron (6 ou 12 mg L
-1
) sofreram pequeno atraso no florescimento (1
e 3 dias, respectivamente). Não houve efeito significativo dos tratamentos na frutificação
efetiva, produção por planta e peso médio dos frutos. Os autores acreditam que as baixas
concentrações de TDZ utilizadas sejam responsáveis pela ausência de efeitos positivos.
Resultados obtidos por Araújo et al. (1991) mostram que a aplicação
de TDZ (100 mg L
-1
) + 4% de óleo mineral foi eficiente na superação da dormência e na
antecipação da brotação de gemas vegetativas de macieira, com dados semelhantes aos obtidos
com o uso da cianamida hidrogenada.
Trabalhos mostram que o TDZ tem alta atividade de citocinina a
baixas concentrações. Seus efeitos já foram observados em vários frutos, inclusive o primeiro
trabalho foi feito em uvas sem sementes por Reynolds et al. (1992). Já o CPPU, é reconhecido
por ser uma citocinina mais potente que aquelas derivadas da adenina (NICKELL, 1986a).
Diversos estudos mostram que reguladores vegetais com ação de citocinina, como CPPU e o
TDZ promovem aumento no tamanho de frutos, inclusive em uvas (PETRI et al., 1992;
56
SCHUCH; PETRI, 1992; DIAZ; MALDONADO; 1991; REYNOLDS et al., 1992;
REMATALES et al., 1995; 1997; LEÃO et al., 1999). Para Intrieri et al. (1992) os trabalhos
sobre o efeito do CPPU em uvas de mesa, mostram que este composto pode substituir o ácido
giberélico, regulador convencionalmente utilizado para promover o aumento no tamanho das
bagas em cultivares sem sementes ou estenoespermocárpicos.
A citocinina, quando aplicada nas bagas, estimula maior divisão
celular, o que permite que tenham maior potencial de crescimento tornando-se, portanto,
maiores. A ação do forchlorfenuron e do thidiazuron, ambos feniluréias, é do tipo citocinina e,
de acordo com estudos realizados por Reynolds et al. (1992), os efeitos das aplicações de TDZ
e CPPU nos cachos de uvas são os mesmos, para as mesmas condições de época (bagas com
5-6 mm de diâmetro) e doses de aplicação (0, 1, 10 mg L
-1
). Assim como o GA
3
, as citocininas
atuam de forma localizada devido à baixa mobilidade do composto no interior da planta, de
modo que a aplicação deve atingir diretamente os cachos (INTRIERI et al., 1992). O uso das
citocininas não substitui, mas complementa as tradicionais aplicações de ácido giberélico, para
crescimento das bagas. Trabalhos mostram que os melhores resultados obtidos com CPPU em
‘Thompson Seedless’ e ‘Red Globe’ foram com a aplicação de 10 mg L
-1
do ingrediente ativo
em bagas medindo entre 4 e 8 mm de diâmetro (PIRES, 1988).
Aumento no pegamento das bagas de uva foi verificado por Nickell
(1986a) em ‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’) e ‘Carignane’, tratadas com CPPU antes e
durante o florescimento. Aplicações de CPPU após a antese reduziram a fixação e
promoveram incremento no tamanho das bagas.
Uvas ‘Flame Seedless’ foram pulverizadas com CPPU a 0; 2,5 e 5 mg
L
-1
com o intuito de evitar o escurecimento e a desidratação do engaço. Cachos tratados com
CPPU tiveram redução de 36% na atividade da enzima polifenoloxidase (PPO) no engaço,
além de atrasar em uma semana o pico de atividade da enzima em relação à testemunha
(CARVAJAL-MILLÁN et al., 2001). Os autores sugerem que a alteração na atividade da
enzima PPO em cachos tratados com CPPU pode estar relacionada ao atraso na maturação,
pelo fato de compostos com atividade de citocinina atrasarem a senescência. Reynolds et al.
(1992) atribuem o efeito de atraso da maturação à redução no conteúdo de antocianinas,
sólidos solúveis e pH em uvas de mesa. Para Carvajal-Millán et al. (2001) o CPPU pode
57
diminuir a coloração das bagas por simples “diluição” pelo aumento do diâmetro das mesmas
ou por afetar a regulação genética da biossíntese de antocianinas.
Para Nickell (1986b) os efeitos da aplicação de CPPU ocorrem em
função dos diferentes cultivares com ou sem sementes; concentração, de acordo com o efeito
desejado (pegamento dos frutos, aumento no tamanho dos frutos, maturidade, qualidade e
produtividade) e do tempo da aplicação, onde aplicações efetuadas no pré-florescimento
causam um aumento no pegamento das bagas e o máximo efeito no tamanho das bagas é
obtido com aplicações após o florescimento. Em uvas de mesa um significante aumento no
tamanho das bagas pode ser obtido com a aplicação de CPPU após o florescimento. Ainda,
maiores produções são obtidas quando conjugado o uso do CPPU com o ácido giberélico.
Rematales et al. (1995) estudaram o efeito da aplicação de citocinina
(CPPU) sozinha ou em combinação com giberelina (GA
3
) no cultivar Thompson Seedless,
verificando que bagas tratadas com CPPU ficaram mais arredondadas, apresentando relação
comprimento/largura menor e, os cachos ficaram mais compactos. Os resultados foram
satisfatórios quando GA
3
mais CPPU foram aplicados duas vezes a doses de 20 mg L
-1
de GA
3
e 5 mg L
-1
de CPPU. A associação dos dois produtos resultou em bagas com massa 62%
superior ao da aplicação isolada de GA
3
. Os produtos foram aplicados nos frutos com 4 mm de
diâmetro e uma semana mais tarde.
Diaz e Maldonado (1991) em aplicações de CPPU + GA
3
em
‘Thompson Seedless’, observaram aumento de 28% no tamanho dos cachos em comparação a
aplicação isolada de GA
3
. Reynolds et al. (1992) também verificaram aumentos no peso dos
cachos com aplicações de GA
3
+ CPPU, entretanto, não observaram qualquer efeito sinérgico
em comparação à aplicação isolada de GA
3
em quatro cultivares de uva de mesa sem
sementes. Estes resultados divergentes podem estar relacionados às respostas diferentes dos
cultivares de uva quando da aplicação destes reguladores vegetais.
Em uvas ‘Perlette’ cultivadas no Vale do Rio São Francisco, Leão et
al. (1999) obtiveram o maior comprimento de bagas associando a aplicação dos reguladores
em três fases de desenvolvimento: GA
3
(40 mg L
-1
) em bagas com 5 mm, CPPU (5 mg L
-1
) em
bagas com 7 mm e CPPU (5 mg L
-1
) + GA
3
(10 mg L
-1
) em bagas com 9 mm. O aumento
encontrado foi de 14,4% em relação à testemunha. Este mesmo tratamento aumentou em 53%
o peso das bagas em relação à testemunha. Por outro lado, o tratamento com GA
3
(40 mg L
-1
),
58
bagas com 5 mm, + CPPU (10 mg L
-1
), bagas com 7 mm + CPPU (10 mg L
-1
) + GA
3
(10 mg
L
-1
), bagas com 9 mm, promoveu a obtenção dos melhores diâmetros de bagas, com diferenças
de 16% sobre a testemunha. Houve influência do CPPU sobre o amadurecimento das bagas,
pois a colheita foi retardada, em média, por 8 dias. Além disso, verificou-se aumento da
matéria seca dos engaços.
Incrementos no tamanho e massa das bagas foram observados por
Miele et al. (2000) em uvas ‘Italia’. Aplicações de 5 mg L
-1
de CPPU ou 40 mg L
-1
de GA
3
,
em bagas com 3 a 5 mm de diâmetro, aumentaram a massa, o comprimento e a largura das
bagas. Quando trabalharam com doses crescentes de CPPU (0, 3, 4, 5, 6, 8 e 12 mg L
-1
) houve
efeito linear positivo para as variáveis comprimento, largura, relação comprimento/largura e
massa das bagas. Não foram verificadas diferenças significativas para o teor de sólidos
solúveis, acidez titulável, pH e relação sólidos solúveis/acidez titulável.
Mervet et al. (2001) obtiveram no cultivar Sultanina (Thompson
Seedless) melhores resultados com o CPPU a 5 mg L
-1
, aplicado em bagas de 6 mm de
diâmetro, em combinação com o GA
3
a 40 mg L
-1
. Houve incremento na produtividade total
por planta devido ao aumento no peso do engaço, dos cachos e das bagas; aumento no
comprimento, largura e conseqüente descompactação dos cachos; ocorreu decréscimo na
porcentagem de bagas rachadas, seguido de um atraso na maturação, pela redução no teor de
sólidos solúveis e aumento na acidez titulável.
Feitosa (2002) avaliou os efeitos da aplicação de CPPU a diferentes
concentrações em aplicações isoladas ou combinadas com GA
3
, no diâmetro das bagas, no
peso dos cachos, bem como na composição química dos cachos de uva ‘Italia’. O melhor
resultado foi conseguido pela aplicação de CPPU (10 mg L
-1
), resultando num incremento de
13,6% no diâmetro e 32% no peso das bagas, respectivamente, comparado à testemunha ou
GA
3
(20 mg L
-1
). O CPPU associado ao GA
3
retardou a colheita em 8 dias.
Pires et al. (2003) verificaram em cachos de ‘Centennial Seedless’ que
CPPU nas doses de 0; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0 e 17,5 mg L
-1
, aplicado 14 dias após o pleno
florescimento, aumentou a massa e a largura dos cachos; a massa, o comprimento e a largura
das bagas; o diâmetro dos pedicelos e reduziu o teor de sólidos solúveis do suco. Doses mais
elevadas de CPPU resultaram em cachos muito grandes, excessivamente compactos, com
pedicelos rígidos e muito engrossados.
59
Neri et al. (1993) verificaram em macieiras e kiwizeiros que o CPPU
deve ser aplicado no órgão alvo, em função da baixa translocação do produto. Nickell (1986a)
verificou em videiras ‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), redução na eficiência de aplicação
quando pulverizou CPPU em toda a planta. No entanto, verificou aumento no tamanho das
bagas em quase duas vezes quando efetuou imersão dos cachos em CPPU. Ainda, segundo
Nickell (1986a), o CPPU quando aplicado antes e durante o florescimento, aumenta a fixação
das bagas, sendo que este efeito é menor após o florescimento. Em relação ao tamanho das
bagas, a influência é quase oposta, sendo que há um pequeno efeito antes e durante o
florescimetno e aumento significativo para as aplicações após o florescimento.
Antognozzi et al. (1997) verificaram através de estudos morfológicos,
que em frutos de kiwi ‘Hayward’, o CPPU promoveu tanto a divisão como a expansão celular,
em células do pericarpo, resultando em crescimento dos frutos tratados.
Uvas ‘Thompson Seedless’ e ‘Perlette’ apresentaram bagas maiores
quando tratadas com CPPU a 10, 50 ou 100 mg L
-1
duas semanas após o florescimento; no
entanto, ‘Thompson Seedless’ apresentou fitotoxicidade marginal a 10 mg L
-1
e excessiva a 50
ou 100 mg L
-1
; por sua vez, ‘Perlette’ apresentou média fitotoxicidade apenas com a maior
dose.
O CPPU é um produto utilizado em diversos países produtores de
uvas de mesa, mas, atualmente, sua utilização não é permitida em muitos países, além de não
ser um produto registrado para uso comercial no Brasil, o que tem levado à utilização de
produtos naturais que contenham citocinina (LEÃO et al., 1999; LEÃO et al., 2004a). De
acordo com Miele e Dall’Agnol (1998), o CPPU é um regulador vegetal em teste, não
registrado no Ministério da Agricultura e do Abastecimento para utilização na videira.
Botelho et al. (2002) avaliaram o efeito do TDZ (5 e 10 mg L
-1
) e GA
3
(20 mg L
-1
), associados ou não, aplicados aos 14, 21 ou 28 dias após a total antese, em cachos
de uva ‘Rubi’. Verificaram que todos os tratamentos aumentaram a massa dos cachos.
Comportamento semelhante foi observado com a massa das bagas e do engaço, porém, menos
evidente em aplicações efetuadas 28 dias após o pleno florescimento. Não foram verificadas
diferenças significativas para o teor de sólidos solúveis e acidez titulável, porém, os
tratamentos com TDZ retardaram a maturação em até 7 dias.
60
Em ‘Vênus’ e ‘Niagara Rosada’, Botelho et al. (2003a, c) verificaram
o efeito de 0; 2,5; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5 e 15,0 mg L
-1
de TDZ aplicado aos 14 dias após o
florescimento das uvas. Verificaram aumento da massa dos cachos com as doses crescentes de
thidiazuron. Nas uvas ‘Vênus’, o TDZ aumentou o número de bagas, devido à maior fixação
de flores no engaço, enquanto, na ‘Niagara Rosada’ houve aumento da massa, comprimento e
largura das bagas.
A citocinina associada à giberelina também promove melhoria na
qualidade dos cachos de videira. Botelho et al. (2003a), em experimento realizado com
‘Niagara Rosada’ na região de Jundiaí/SP, obtiveram maior massa, comprimento e largura das
bagas nos tratamentos com TDZ (10 mg L
-1
) associado ao GA
3
(100 mg L
-1
). À noroeste do
estado de São Paulo, Botelho et al. (2004a) avaliaram no mesmo cultivar o efeito do TDZ (10
mg L
-1
) e do GA
3
(35 mg L
-1
), associados ou não. Concluíram que duas aplicações semanais
de TDZ (5 mg L
-1
) associado ou não ao GA
3
, aos 14 dias após o florescimento, foram efetivas
no aumento da massa e dimensões das bagas.
Os estudos com os derivados da feniluréia (CPPU e TDZ) evidenciam
que estes reguladores vegetais com modo de ação de citocininas não-purínicas atrasam a
maturação da uva.
Leão (1996) estudou os efeitos da aplicação do TDZ (5, 10 e 20 mg L
-
1
), CPPU (5 e 10 L L
-1
), GA
3
(20 mg L
-1
) e GA
3
(20 mg L
-1
) + CPPU (5 L L
-1
), após o
florescimento, sobre as características do cacho e a qualidade da uva ‘Italia’. Os melhores
resultados para diâmetro das bagas foram obtidos com a aplicação de CPPU (10 L L
-1
) e
TDZ (5 mg L
-1
). O tratamento com TDZ (5 mg L
-1
) e a testemunha destacaram-se dos demais
quanto ao teor de sólidos solúveis; por outro lado, não houve efeito significativo dos
tratamentos sobre a acidez titulável.
Czermainski e Camargo (1998) estudaram o efeito do GA
3
(50 mg L
-
1
) isolado e combinado com TDZ (5, 10, 15 e 20 mg L
-1
) na ausência e presença de uréia a
0,5%, aplicados através de pulverização dirigida aos cachos da uva apirena ‘Vênus’ na fase de
baga “chumbinho” e cinco dias após, na região de Bento Gonçalves, RS. Verificaram que o
GA
3
, com e sem uréia, aumentou de 2 a 3 mm o comprimento e o diâmetro das bagas,
aumentou o peso das bagas e cachos e diminuiu o tamanho das sementes traço, sem afetar o
61
aspecto do engaço, o teor de sólidos solúveis e a maturação. Por sua vez, o TDZ aumentou as
dimensões das bagas em até 5 mm no comprimento e 4 mm no diâmetro e diminuiu as
sementes traço, porém, os cachos mostraram-se com alta compacidade, com engaço
engrossado e enrugado. Ainda, o TDZ levou à maturação desuniforme, observada pela alta
freqüência de bagas verdes e o baixo valor de sólidos solúveis, o que, segundo os autores,
inviabiliza o seu uso, nas condições do experimento, para a comercialização da uva ‘Vênus’.
Schuck (1994) estudou o efeito da aplicação isolada de GA
3
(100 mg
L
-1
) e GA
3
(100 mg L
-1
) + TDZ (50 mg L
-1
) no estádio de “chumbinho” a “ervilha” também
em cachos de uva ‘Vênus’. O autor observou maior peso de cachos e bagas utilizando GA
3
associado ao TDZ. GA
3
promoveu aumento de 58% no peso médio dos cachos e, quando
combinado com o TDZ este aumento foi de 107%. Os resultados indicaram que,
provavelmente, houve um efeito de sinergismo entre os dois produtos. No entanto, uvas
tratadas com ácido giberélico mais thidiazuron apresentaram redução no teor de açúcares e na
coloração dos cachos.
Os cultivares brasileiros de uvas sem sementes, BRS Clara, BRS
Morena e BRS Linda, respondem bem à utilização de reguladores vegetais para aumento do
tamanho de cachos e bagas. A aplicação de ácido giberélico (GA
3
) deve ser feita na fase de
“chumbinho” (bagas com diâmetro médio de 5 a 6 mm), utilizando concentrações de 40, 60 e
10 mg L
-1
dirigida aos cachos da BRS Clara, BRS Morena e BRS Linda, respectivamente.
Forchlorfenuron (CPPU) proporciona bons resultados quando utilizado em conjunto com o
GA
3
, na concentração de 5 mg L
-1
de GA
3
+ 2 mg L
-1
de CPPU, 20 mg L
-1
de GA
3
+ 4 mg L
-1
de CPPU, 5 mg L
-1
de GA
3
+ 4 mg L
-1
de CPPU, para os cultivares BRS Clara, BRS Morena e
BRS Linda, respectivamente, em aplicação única, quando as bagas apresentarem diâmetro
médio de 5 a 6 mm. Por sua vez, thidiazuron (TDZ), pode ser utilizado isolado no BRS
Morena, na concentração de 5 mg L
-1
, ou em conjunto com o GA
3
. Quando em conjunto com
o GA3, os melhores resultados foram obtidos utilizando-se 5 mg L
-1
de GA
3
+ 5 mg L
-1
de
TDZ, 10 mg L
-1
de GA
3
+ 5 mg L
-1
de TDZ, 5 mg L
-1
de GA
3
+ 10 mg L
-1
de CPPU, para os
cultivares BRS Clara, BRS Morena e BRS Linda, respectivamente, aplicados na mesma fase
do que os tratamentos anteriores e em uma única aplicação (CAMARGO et al., 2003a, 2003b,
2003c). Ainda no cultivar BRS Clara, os reguladores foram aplicados via pulverização
62
localizada no cacho, utilizando-se concentrações de 0 a 4 mg L
-1
de CPPU; 0 a 10 mg L
-1
de
TDZ e de 0 a 90 mg L
-1
de GA
3
, isolados ou em conjunto.
O uso do TDZ e do CPPU em conjunto com o GA
3
nos cultivares
BRS Clara, BRS Morena e BRS Linda, produziu um efeito sinérgico, proporcionando melhor
resposta do que o uso isolado do GA
3
; os tratamentos com 60 mg L
-1
de GA
3
; 20 mg L
-1
de
GA
3
+ 4 mg L
-1
de CPPU e 10 mg L
-1
de GA
3
+ 5 mg L
-1
de TDZ proporcionaram os melhores
resultados para o aumento do diâmetro das bagas; a aplicação de GA
3
antes do florescimento
provocou abortamento excessivo, reduzindo a qualidade comercial dos cachos. A utilização de
concentrações elevadas dos reguladores reduziu o teor de sólidos solúveis (NACHTIGAL et
al., 2005).
Nos cultivares de videira sem sementes Sovereign Coronation,
Simone, Selection 495 e Selection 535, Reynolds et al. (1992) estudaram os efeitos de
aplicações de thidiazuron nas doses de 0, 4 e 8 mg L
-1
, quando as bagas atingiram 9-12 mm de
diâmetro. Os autores verificaram que o produto aumentou linearmente a massa dos cachos e
bagas; no entanto, não afetou o número de bagas por cacho nem o comprimento do engaço,
porém, reduziu linearmente o teor de sólidos solúveis e o pH com o aumento das doses.
Byun e Kim (1995) trataram cachos de videiras do cultivar Kyoho
com GA
3
a 20 mg L
-1
e thidiazurom a 5 ou 10 mg L
-1
, cinco dias após o pleno florescimento.
Verificaram aumento no tamanho das bagas com a aplicação de GA
3
, enquanto o thidiazurom
aumentou o número de bagas. Tratamentos combinados de thidiazurom e GA
3
, aumentou o
tamanho e o número de bagas. Entretanto, o thidiazuron reduziu a coloração das bagas e o teor
de sólidos solúveis.
Para Carvajal-Millán et al. (2001) uma das razões de se introduzir o
uso de citocinina em viticultura seria visar a substituição ou ao menos redução nas aplicações
de ácido giberélico (GA
3
), devido ao elevado custo e trabalho oneroso envolvidos na
aplicação, além dos efeitos indesejáveis, tal como, redução na diferenciação das gemas.
4.3.4 Auxina
A auxina foi o primeiro grupo hormonal descoberto. Até há pouco
tempo acreditava-se que apenas o ácido indolil-3-acético (IAA) fosse produzido pela planta,
63
mas, posteriormente verificou-se também a presença de outras auxinas como o ácido 4 cloro
indolacético (4 Cl-IAA), ácido fenil acético (APA) e o ácido indolilbutírico (IBA) (VALIO,
1985).
As auxinas atuam nos mecanismos de controle do crescimento do
caule, folhas, raízes, iniciação de atividade cambial em plantas lenhosas, na dominância apical,
estimulam o crescimento e maturação de frutos, desenvolvimento de partes florais, promoção
de feminismo em flores dióicas, atuam no florescimento e raleio de frutos, no geotropismo e
fototropismo, no atraso da senescência foliar, na iniciação de raízes, retardam a abscisão de
folhas, flores e frutos jovens, podem controlar a divisão celular, mas, a principal ação das
auxinas é no alongamento celular. Ao nível celular, as auxinas promovem a expansão da
célula, pois estão envolvidas na incorporação de materiais na parede celular, afetando a
expansão celular, através do aumento da plasticidade da parede celular. Este efeito de
estimular a expansão celular se traduz num estímulo ao crescimento, na escala macroscópica.
O alongamento celular ocorre na presença de auxinas e aumenta quando a concentração de
auxina se eleva, dentro de uma gama de valores relativamente largos, desde que não se
verifiquem outros fatores limitantes. A gama de concentrações ótimas para o alongamento
celular varia bastante com o tipo de tecido vegetal, uma vez que diferentes órgãos vegetais
possuem diferentes sensibilidades a concentrações de auxina. Quando se aplica auxina a
órgãos isolados, ocorre um aumento de resposta paralelo ao aumento da concentração até certo
máximo, após o qual ocorre efeito inibitório (VALIO, 1985; CASTRO; VIEIRA, 2001).
Para que ocorra a expansão celular é necessária a entrada de água na
célula e quebra da rigidez da parede celular. O crescimento promovido pela auxina é chamado
de crescimento ácido. Segundo Taiz e Zeiger (2004), supõe-se que a auxina ative ou promova
a síntese de ATPases na membrana plasmática. A ATPase funciona como uma bomba de
prótons, promovendo a saída de H
+
do citoplasma para a parede celular, levando à acidificação
da parede. A parede celular é constituída por microfibrilas de celulose unidas por
polissacarídeos complexos. A capacidade que os prótons apresentam de causar o
afrouxamento da parede celular é medida por proteínas denominadas expansinas. Em valores
de pH ácido, as expansinas afrouxam as paredes celulares por quebrar ligações glicosídicas
que ligam as microfibrilas de celulose da parede.
64
A reconstrução da parede é promovida pela síntese da enzima -
glucan sintetase no Complexo de Golgi por ação da auxina, sendo transportadas para a parede
celular através de vesículas onde promove a incorporação de xiloglucan e celulose originária
do protoplasma, devolvendo a característica de rigidez à parede celular (CASTRO, 2007).
Além disso, as moléculas de auxina induzem a abertura de canais de
cálcio (Ca
2+
) na membrana plasmática, o qual é transportado para o vacúolo ou retículo
endoplasmático para manutenção da homeostase do cálcio no citosol. O aumento da
concentração de cálcio no vacúolo causa a liberação de H
+
, o qual diminui o pH citosólico e
induz a atividade do transportador de H
+
(ATPase), na membrana plasmática. O co-transporte
de H
+
/K
+
, com influxo de ânions orgânicos, reduz o potencial osmótico do vacúolo e promove
a entrada de água, causando turgescência que leva ao alongamento celular. Paralelamente, a
ligação da auxina ao receptor protéico da membrana, desencadeia uma série de eventos que
amplificam sua atividade, levando a produção de fosfoinositídeos (IP
2
e IP
3
). Esses
mensageiros secundários promovem a liberação de Ca
2+
no retículo endoplasmático, levando à
formação do complexo cálcio-calmodulina (CaM). CaM induz a ativação da proteína quinase,
resultando na fosforilação de um fator protéico capaz de combinar-se à auxina. O complexo
auxina-P-proteína, assim formado, estimula a transcrição de seqüências de RNA responsáveis
pela produção de precursores de -glucan sintetase, envolvida na síntese de componentes da
parede celular (CASTRO, 2007).
Os principais centros de síntese auxínica são os tecidos
meristemáticos de órgãos aéreos, tais como gemas em brotação, folhas jovens, extremidades
de raízes, flores ou inflorescências de ramos florais em crescimento e sementes em
desenvolvimento (RUIZ, 1998; MEYER et al., 1983; CASTRO; VIEIRA, 2001; COLL et al.,
2001). A concentração de auxina pode variar bastante de um tecido para outro; as
concentrações mais elevadas encontram-se geralmente nos tecidos onde a auxina é sintetizada
e armazenada (MEYER et al., 1983; COLL et al., 2001).
As auxinas sintéticas são bastante eficientes, pois não são
metabolizadas pelas plantas tão rapidamente quanto o IAA. Um grande número de auxinas
sintéticas já foi produzido em laboratório, como as substâncias indólicas, os derivados dos
ácidos fenoxiacéticos e ácido benzóico e os tiocarbamatos (TAIZ; ZEIGER, 2004), como por
65
exemplo o ácido naftalenacético (NAA), ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D) e o ácido
indolilbutírico (IBA) (CASTRO; VIEIRA, 2001).
Neste grupo de reguladores vegetais é onde encontram-se as
substâncias mais eficazes no aumento do tamanho final dos frutos, as chamadas auxinas de
síntese. Segundo Ortolá et al. (1991), o efeito da aplicação de auxinas de síntese sobre o
tamanho de frutos cítricos é resultado de, pelo menos, três efeitos independentes: a) estímulo à
abscisão dos frutinhos, causando redução na competição entre os mesmos; efeito semelhante à
síntese de etileno; b) redução transitória na taxa de crescimento dos frutinhos, causando
redução no tamanho final dos frutos e c) estímulo ao desenvolvimento, devido à ação direta
sobre os frutos, aumentando sua capacidade em atuar como dreno preferencial.
Várias evidências sugerem que a auxina está envolvida na regulação
do desenvolvimento dos frutos. A auxina é produzida no pólen, no endosperma e no embrião
de sementes em desenvolvimento e o estímulo inicial para o crescimento do fruto pode resultar
da polinização. Entre outras funções, as auxinas são utilizadas objetivando promover o
florescimento e o estabelecimento dos frutos (COLL et al., 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).
A aplicação da auxina ácido 2,4-diclorofenoxi propiônico (2,4-DP)
em citrus mandarina ‘Fortune’ resultou em aumento no desenvolvimento, melhorando o
tamanho final dos frutos. Os componentes da polpa examinados mostraram que a auxina
promove aumento do tamanho dos lóculos e das vesículas de suco. Como conseqüência, o
fruto aumenta a capacidade de acumular suco e cresce com maior velocidade. Ocorre, ainda,
incremento no diâmetro do pedicelo dos frutos, o que indica aumento na capacidade de dreno
dos mesmos, estimulando o transporte de água e nutrientes, satisfazendo desta forma, o
alongamento celular e aumentando, portanto, o tamanho do fruto. Assim, os frutos crescem
mais pelo aumento do tamanho celular do que pela divisão celular. Os autores afirmam que a
eficiência do uso da auxina em frutos cítricos depende da concentração aplicada e da época do
tratamento (EL-OTMANI et al., 1993).
De acordo com Blommaert, citado por Lavee (1973), o aumento na
concentração de auxina na primavera ocorre, frequentemente, após a brotação. Assim, de
acordo com Lavee (1973) a auxina poderá ser relacionada aos processos de crescimento e
somente indiretamente à dormência, pois aplicações de auxinas em gemas dormentes de
66
árvores frutíferas, mesmo nos últimos estádios, não foram responsáveis pela indução da
abertura das gemas.
As auxinas intervem em muitos processos envolvidos no crescimento
da videira, como na dominância apical e no pegamento das bagas, podendo provocar a queda
de frutos jovens ou atrasar a abscisão de frutos maduros. Ainda, pode modificar a época de
maturação da uva, favorecer o desenvolvimento do calo no enxerto e o enraizamento de
estacas, evitar rebrotas de poda, etc. (RUIZ, 1998). Durante o estádio inicial de
desenvolvimento das bagas de uva a concentração de ácido indolilacético (IAA) aumenta,
atingindo um máximo no final da fase II, diminuindo posteriormente (KANELLIS;
ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
O efeito da aplicação de auxina sintética no crescimento das bagas
depende do tipo de regulador, da dose e época de aplicação e características do cultivar. O
ácido 4-clorofenoxiacético aplicado após o pegamento dos frutos em cultivares sem sementes,
aumenta o crescimento das bagas e retarda a maturação. Imersão dos cachos, em pleno
florescimento, em soluções a baixas concentrações do ácido 2,4-diclorofenoxiacético, reduz
ligeiramente o número de sementes e promove o acúmulo de açúcares (KANELLIS;
KOUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
Alguns produtos utilizados no desbaste de frutos são derivados de
auxinas. Albuquerque e Abuquerque (1981) estudaram o efeito de quatro concentrações (0, 5,
10 e 20 mg L
-1
) de ácido naftalenoacético (NAA), aplicadas em três épocas distintas (pré-
florescimento, pleno florescimento e frutificação), na descompactação dos cachos de uva
‘Italia’. Os autores verificaram que o NAA causou descompactação dos cachos de uva nas três
épocas de aplicação e nas três concentrações estudadas e antecipou a colheita através do
aumento no teor de sólidos solúveis dos cachos.
Pereira e Martins (1971) obtiveram descompactação dos cachos de
uva ‘Italia’, utilizando concentrações de 5 e 10 mg L
-1
do NAA, tanto aplicado em pleno
florescimento, quanto na frutificação.
Albuquerque e Albuquerque (1981) recomendam a aplicação do NAA
na descompactação de cachos de uva ‘Italia’, quando aplicado no pré-florescimento e
florescimento na concentração de 5 mg L
-1
.
67
O grau de desbaste com auxinas é afetado pela concentração, modo de
aplicação, espécie, cultivar, estádio do ciclo vegetativo e fatores ambientais, como temperatura
e umidade do ar (WINKLER, 1965; ALBUQUERQUE; ALBUQUERQUE, 1981). De modo
geral, os autores recomendam para videira, pulverizações com NAA em concentrações
inferiores a 10 mg L
-1
, uma vez que, doses superiores podem causar o raleio excessivo nos
cachos (WEAVER, 1956; ALBUQUERQUE; ALBUQUERQUE, 1981).
Videiras de ‘Ruby Seedless’ foram tratadas após o pegamento dos
frutos com GA
3
(50 mg L
-1
), NAA (25 mg L
-1
), NAA (50 mg L
-1
), GA
3
(50 mg L
-1
) + NAA
(25 mg L
-1
) e GA
3
(50 mg L
-1
) + NAA (50 mg L
-1
), visando melhoria na qualidade das bagas e
na produção. O maior aumento no comprimento dos cachos foi obtido pela aplicação de 50 mg
L
-1
de GA
3
isolado ou combinado com 50 mg L
-1
de NAA. Por sua vez, NAA a 50 mg L
-1
aplicado sozinho resultou em evidente redução no comprimento dos cachos. A aplicação de
GA
3
(50 mg L
-1
) + NAA (25 ou 50 mg L
-1
) aumentou significativamente o peso dos cachos e
gerou o maior incremento no peso médio de 100 bagas. Pequenas mudanças no conteúdo de
sólidos solúveis e na acidez titulável foram detectadas entre os diferentes tratamentos com
NAA, GA
3
ou suas combinações. Constatou-se que a aplicação de NAA a 25 ou 50 mg L
-1
aumentou o número de bagas pequenas quando usado sozinho ou em combinação com o GA
3
.
Ainda, todos os tratamentos usados, reduziram o conteúdo de antocianina (EL-HAMMADY;
ABDEL-HAMID, 1995).
Daulta et al. (1983) citado por Leão (1999) observaram que o ácido
naftalenoácetico a 300 mg L
-1
, aplicado em uva ‘Beauty Seedless’ após o pegamento dos
frutos no estádio de “ervilha”, reduziu a degrana de bagas e melhorou a qualidade dos frutos.
Quinmerac ou IUPAC (ácido 7-cloro-3-metilquinolina-8-carboxílico)
é um regulador vegetal que apresenta modo de ação semelhante à auxina, promovendo o
alongamento e o aumento no volume celular, tendo como resultados frutos maiores e mais
pesados (Pires, 1998). Pires et al. (2002) verificaram em uvas ‘Vênus’, que aplicações de 15
mg L
-1
de quinmerac, 15 dias após o pleno florescimento, reduziram o número de bagas por
cacho e aumentaram a massa das bagas. Resultados discordantes foram obtidos por Miele et
al. (2000) por não verificarem aumento do tamanho das bagas e efeito na composição do suco
da uva ‘Italia’, com a utilização do mesmo produto. Os autores avaliaram diferentes doses de
quinmerac (0, 10, 20 ou 40 mg L
-1
), cloreto de mepiquat (200 mg L
-1
), CPPU (5 mg L
-1
) ou
68
GA
3
(40 mg L
-1
). O CPPU e o GA
3
aumentaram o tamanho das bagas, não ocorrendo o mesmo
efeito positivo com o quinmerac e o cloreto de mepiquat.
O regulador vegetal BOA ou BTOA (ácido 2-benzotiazol oxiacético)
pode atrasar a maturação da uva, em alguns dias a várias semanas. O produto deve ser
aplicado 4 a 5 semanas após a frutificação, na dose de 5 a 50 mg L
-1
, dependendo do atraso
que se deseja. Dessa forma, oferece a possibilidade de escalonar as colheitas ou cobrir
demandas de mercado em períodos de menor oferta (HIDALGO, 1999). Segundo Chitarra e
Chitarra (2005) as auxinas endógenas atuam como inibidores do amadurecimento. É fato
conhecido que o etileno está envolvido no amadurecimento dos frutos e que ocorre interação
de vários hormônios no início e na progressão do amadurecimento. O pré-tratamento com
auxina retarda, por vários dias, o amadurecimento induzido pelo etileno, sendo o
amadurecimento posterior normal. Esse efeito retardador do amadurecimento promovido pela
auxina é devido à manutenção dos tecidos em estado juvenil. O IAA, por exemplo, retarda a
senescência porque funciona como doador de elétrons (e
-
), o que mantém os grupos sulfidrila
(SH) em seu estado reduzido, inibindo, assim, o início do amadurecimento. No entanto, o
IAA, que possui ação inibidora do amadurecimento, pode passar a ativador após sua oxidação.
Essa é catalisada pelas isoenzimas IAA oxidase, cuja atividade é aumentada durante o
amadurecimento. A degradação oxidativa do IAA resulta em oxindóis, (incluindo o 3-metileno
oxindol, considerado como promotor da senescência). Sua ação pode consistir na oxidação de
grupos SH para formar pontes de dissulfeto (HS-SH) e, desse modo, iniciar o amadurecimento
(CHITARRA; CHITARRA, 2005).
A auxina 4-CPA (ácido 4-clorofenoxiacético) pode ser usada em
concentrações que variam de 10 a 40 mg L
-1
, dependendo do cultivar, época de aplicação e das
condições de cultivo, tanto na formação dos frutos como no aumento do tamanho das bagas de
uva. Tratamentos feitos no florescimento produzem cachos muito compactos, com numerosas
bagas atrofiadas (anãs), enquanto os realizados uma semana após a total abertura das flores, na
queda das corolas, produziram os benefícios esperados (SOUZA, 1996). Quando aplicada após
o pegamento dos frutos em cultivares sem sementes, 4-CPA aumenta o tamanho das bagas e
atrasa a maturação (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993). Pode-se esperar,
ainda, do emprego deste regulador, na concentração de 15 mg L
-1
, um engrossamento do
pedicelo das bagas, que ficam firmemente seguras aos cachos, adquirindo maior resistência à
69
degrana (SOUZA, 1996). Devido ao tratamento com giberelina e auxina, aumentou-se
consideravelmente o tamanho das bagas de ‘Thompson Seedless’ e em ‘Black Corinth’, o
anelamento foi dispensável para produzir bagas grandes (WEAVER, 1956). Segundo Weaver
(1956) a auxina 4-CPA é capaz de induzir nas uvas de mesa aperfeiçoamentos na formação
dos frutos e aumento do volume das bagas de 30 a 35%, com correspondente acréscimo no
peso das colheitas. Para melhorar a fixação de frutos em cultivares cuja ausência de sementes
é induzida por partenocarpia estimulativa como é o caso de ‘Black Corinth’ e seus híbridos, é
recomendado durante ou imediatamente após a antese, aspergir ou mergulhar o cacho em
solução aquosa contendo 4-CPA de 2 a 10 mg L
-1
. De acordo com Weaver (1976), seu modo
de ação parece estar relacionado com a inibição da camada de abscisão. Embora apresente
vantagens, quando utilizado de forma inadequada, o 4-CPA pode causar efeitos deformativos,
assemelhando-se àqueles ocasionados pelas substâncias herbicidas do grupo do 2,4-D (ácido
2,4-diclorofenoxiacético).
A imersão de cachos em baixas concentrações do 2,4-D no pleno
florescimento, reduz ligeiramente o número de sementes e aumenta o acúmulo de açúcares nas
bagas. Em cultivares coloridos, a aplicação tardia atrasa o amadurecimento (KANELLIS;
ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
Em ‘Sultana’ (‘Thompson Seedless’), cachos submetidos ao
tratamento com 4-CPA apresentam bagas maiores, mais firmemente presas aos pedicelos, com
pequeno retardamento na maturação (SOUZA, 1996).
O ácido giberélico e a auxina, 4-CPA, diferiram em seus efeitos sobre
o desenvolvimento das bagas, quando empregados nos cultivares de uva sem sementes,
‘Thompson Seedless’ e ‘Black Corinth’. Apesar de inicialmente ambos os compostos
causarem aumentos semelhantes na taxa de crescimento das bagas, na maturidade, as bagas
tratadas com ácido giberélico ultrapassaram aquelas tratadas com a auxina. Os resultados dos
experimentos nos quais as bagas receberam tratamentos com ambos os produtos, mostraram
que o 4-CPA pode atuar como um inibidor da expansão induzida pelo ácido giberélico,
particularmente durante os últimos estádios de desenvolvimento (SACHS; WEAVER, 1968).
Bagas tratadas com ácido giberélico mostraram maior relação
comprimento/largura comparativamente àquelas tratadas com a auxina. No entanto,
aparentemente diferenças qualitativas entre o modo de ação das duas substâncias. O aumento
70
no tamanho da baga, devido ao tratamento, é resultado da entrada de água acompanhada pelo
armazenamento de solutos e síntese de componentes celulares. Estudos histológicos revelaram
que o desenvolvimento da baga resultou do crescimento do tecido em uma região do pericarpo
entre o lóculo e tecidos vasculares periféricos. Nas bagas tratadas com ácido giberélico houve
aumento de dez vezes no diâmetro das células de parênquima neste tecido, entre a antese e a
maturação. Pode ocorrer também a formação de novas células no pericarpo de bagas tratadas
com ácido giberélico. Esta substância possui efeito mais pronunciado no desenvolvimento do
tecido do parênquima distal do que do parênquima proximal na uva ‘Black Corinth’. Se essa
informação também for verdadeira para ‘Thompson Seedless’, pode-se explicar a freqüente
ocorrência de “covinhas” ou depressões em bagas tratadas com giberelina. A expansão do
tecido em bagas tratadas com a auxina, é aproximadamente igual em ambos os pólos. Estes
efeitos diferenciais na expansão dos pólos proximal e distal, podem explicar a diferença na
forma entre as bagas tratadas com ácido giberélico ou com 4-CPA. Bagas de uva ‘Black
Corinth’ tratadas com a auxina apresentaram inicialmente forma esférica, enquanto aquelas
tratadas com a giberelina mostraram-se elipsoidais (SACHS; WEAVER, 1968).
Segundo Souza (1996) o cultivar Dattier de Beyrouth é muito
suscetível à degrana das bagas, gerando cachos mal formados. A aplicação conjunta de GA
3
(3
gramas) com 4-CPA (1 grama) na fase de bagas tamanho de “ervilha”, torna os engaços mais
fortes, evitando a degrana, o que melhora o aspecto do cacho e a qualidade da uva produzida.
Nishimura (1973) estudou os efeitos do ácido naftalenoacético (NAA)
a 5 mg L
-1
; do ácido 2-hidroximetil 4-clorofenoxiacético (2,4-CPA) a 30, 60 e 90 mg L
-1
e do
ácido giberélico a 100 mg L
-1
aplicados por imersão das inflorescências em pré-florescimento
(14 dias antes), no florescimento e em pós-florescimento (10 dias após) sobre cachos de uva
‘Italia’ cultivada em Ribeirão Pires/SP. Verificou-se que a aplicação do ácido giberélico
provocou rápido alongamento das inflorescências, redução no peso e volume do cacho,
aumento no diâmetro do pedicelo e diminuição na largura média das bagas, porém, sem causar
variações no comprimento médio das mesmas. O NAA e o 2,4-CPA não afetaram
significativamente o desenvolvimento dos cachos e bagas.
Quanto ao modo de ação das auxinas nos cachos, parece estar
relacionado com o de evitar a formação da camada de abscisão. Para Weaver (1961) a auxina
71
produzida nas sementes em adição a giberelina provavelmente exerce um papel importante no
pegamento e desenvolvimento dos frutos.
Cenci e Chitarra (1994) aplicaram o ácido naftalenacético (NAA) 100
mg L
-1
), associado ao cloreto de cálcio (1%), em pré-colheita de uva ‘Niagara Rosada’, tendo
encontrado redução na degrana das bagas, comum neste cultivar, após a colheita. Os
tratamentos com NAA e CaCl
2
reduziram a atividade das enzimas pécticas em relação às uvas
não tratadas. O processo de abscisão é um aspecto da senescência controlado por um balanço
hormonal e a aplicação do NAA e do CaCl
2
pareceram retardar a senescência dos tecidos,
aumentando a resistência à degrana.
Decréscimo na concentração de auxina e aumento na concentração do
ácido abscísico (ABA) estão correlacionados com o início do amadurecimento das bagas de
uvas. Auxina aplicada antes do “veraison” (mudança de coloração) atrasa o aumento no nível
de ABA e, conseqüentemente, o amadurecimento dos frutos (CAWTHON; MORRIS, 1982).
Em geral, o crescimento das bagas é insensível a aplicações exógenas
de auxinas, com exceção do ácido 4-clorofenoxiacético, o qual aumenta o tamanho das bagas
de uvas apirenas (ALBUQUERQUE, 2003).
Além dos produtos citados, outros reguladores vegetais podem ser
utilizados com sucesso na viticultura. Destaque deve ser dado à utilização de inibidores ou
retardadores de crescimento para aumento da fertilidade de gemas, principalmente, no manejo
de cultivares sem sementes, as quais, apresentam baixa fertilidade de gemas em condições
tropicas, refletindo diretamente em baixa produtividade e rentabilidade do seu cultivo. Como
exemplo de produtos utilizados como inibidores de crescimento pode-se citar o cycocel ou
chlormequat (CCC), daminozide (SADH), cloreto de mepiquat, paclobutrazol, uniconazole,
retardadores de crescimento relacionados à inibição da síntese de giberelina endógena e ao
aumento da atividade de citocinina e de auxina endógenas na seiva de videiras. O CCC induz
alterações nos padrões de crescimento e desenvolvimento das videiras em contraposição aos
efeitos das giberelinas, além disso, favorece a formação de folhas verdes escuras e induz o
florescimento, efeitos semelhantes aos obtidos com o uso de citocininas, desencadeando o
desenvolvimento de panículas florais a partir do anlagen, na fase de indução floral (SKENE,
1968; MULLINS et al., 1992; BOTELHO et al., 2003b).
72
O efeito promotor do CCC no florescimento da videira pode ser
atribuído à maturação precoce dos ramos. O produto não apenas retarda o crescimento
vegetativo e induz o florescimento, mas também aumenta o pegamento dos frutos e o
conteúdo de clorofila das folhas. É provável que o chlormequat exerça duplo papel no controle
do florescimento das videiras, quais sejam, inibição da biossíntese de giberelina e elevação
dos níveis de citocinina (SRINIVASAN; MULLINS, 1980). Outro inibidor de crescimento é o
paclobutrazol (PBZ), composto inibidor da síntese de giberelinas, que tem sido relatado como
inibidor do crescimento vegetativo, além de aumentar a fertilidade das gemas de videiras,
incluindo as cultivadas no Vale do Rio São Francisco (COLL et al., 2001; ALBUQUERQUE,
2001).
Além dos inibidores, o ethephon nome genérico do ácido (2-
cloroetil)-fosfônico, agente liberador de etileno, é utilizado tanto na redução do vigor
vegetativo como nos cachos para melhoria da coloração das bagas de uva e aceleração da
maturação (SAAD et al., 1979; LEÃO; ASSIS, 1999; LEÃO, 2000b). Quando os cachos
apresentam em média 15% de cor, a aplicação do ethephon acentua e antecipa a coloração
geral das bagas. Pode aumentar a relação açúcar/acidez, devido à redução na acidez. Porém, o
ethephon pode, algumas vezes, induzir o amolecimento das bagas, gerar frutos excessivamente
escuros e potencializar o efeito da abscisão em cultivares suscetíveis à degrana (PIRES, 1998).
SZYJEWICZ et al. (1984) em revisão sobre o emprego do ethephon na viticultura, relatam que
o produto pode influenciar no desenvolvimento da coloração em cultivares de cor, na
maturidade e composição dos cachos como consequência da elevação do teor de sólidos
solúveis e redução da acidez, induzir a abscisão de folhas e bagas, controlar o crescimento
vegetativo, aumentar a viabilidade das gemas, reduzir a dominância apical, estimular o
enraizamento de estacas e a germinação de sementes. De acordo com a revisão, numerosos
fatores incluindo cultivar, concentração, época e modo de aplicação, pH, adjuvantes,
temperatura e condição hídrica da planta, podem influenciar na resposta da videira ao
ethephon.
Visando a melhoria da coloração de cachos de uva ‘Rubi’, avaliou-se o
efeito da aplicação de ethephon nas doses de 200, 400, 600 e 800 mg L
-1
, em associação com
1,5% de CaCl
2
, o qual foi pulverizado após 24 horas da aplicação do ethephon. Houve dois
grupos controle - pulverização somente com água e pulverização somente com 1,5% CaCl
2
. A
73
única aplicação das doses ocorreu quando os frutos apresentavam em torno de 30% de
coloração. A dose de 600 mg L
-1
de ethephon associado a 1,5% CaCl
2
foi a que proporcionou
as maiores concentrações tanto de antocianinas quanto de flavonóis nas bagas (SCAVRONI et
al., 2005). Os eliciadores, nos quais se inclui o etileno, induzem mudança na permeabilidade
da membrana plasmática, aumentando os níveis intracelulares de cálcio. Além disso, pode
haver a ativação de canais de cálcio durante o aumento da produção de antocianinas, mediada
por um eliciador (SUDHA; RAVISHANKAR, 2003), uma vez que o cálcio atua como
mensageiro secundário na transdução de sinais de estímulos ambientais e de hormônios
vegetais (TREWAVAS; MALHO, 1997).
4.3.5 Bioestimulante
A mistura de dois ou mais reguladores vegetais ou a mistura destes
com outras substâncias de natureza bioquímica diferente (aminoácidos, nutrientes, vitaminas),
resulta em um terceiro produto designado de bioestimulante. Esse produto químico pode, em
função da sua composição, concentração e proporção das substâncias, incrementar o
crescimento e desenvolvimento vegetal estimulando a divisão celular, diferenciação e o
alongamento das células, podendo também, aumentar a absorção e a utilização de água e
nutrientes pelas plantas (CASTRO; VIEIRA, 2001; VIEIRA, 2001).
De acordo com Casillas et al. (1986), essas substâncias são eficientes
quando aplicadas em baixas concentrações, favorecendo o bom desempenho nos processos
vitais das plantas, permitindo assim, a obtenção de maiores e melhores colheitas. Podendo
ainda, em condições ambientais adversas, garantir o rendimento das mesmas.
Casillas et al. (1986) estudaram os efeitos dos bioestimulantes,
Agrostemim, Ergostim, Agrovitae e Vitamina C, na cultura de Raphanus sativus L. (rabanete).
Avaliaram a porcentagem, velocidade e energia de germinação, altura das plantas, massa verde
e seca e índice de colheita. Verificaram que nos tratamentos com Agrovitae, Agrostemin e
Ergostim, ocorreram aumentos na porcentagem e velocidade de germinação das sementes. A
massa verde e seca, tanto da parte aérea como da radicular, foram incrementadas quando o
solo foi fertilizado e procederam aplicações dos bioestimulantes. O maior índice de colheita
foi obtido no tratamento com Agrovitae, sem fertilização do solo.
74
Com o objetivo de se obter maior tamanho de baga, peso médio do
cacho e produtividade, Leão et al. (2004a), no Campo Experimental de Bebedouro da
Embrapa Semi-Árido em Petrolina/PE, pulverizaram cachos de uva do cultivar Superior
Seedless com ácido giberélico (1 + 20 mg L
-1
), Crop Set
(0,1 e 0,2%) um bioestimulante
registrado no Brasil como fertilizante foliar composto de extratos de agave (Yucca shidigera) e
micronutrientes, 1,5% de manganês, 1,5% de ferro e 1% de cobre, com ação semelhante às
citocininas, com ou sem anelamento no caule. Os tratamentos foram aplicados isolados ou
combinados entre si. Não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos nos
dois ciclos de avaliação (2001-2002); entretanto, quando o ácido giberélico foi associado ao
Crop Set
(0,1%) e anelamento, observou-se tendência de aumento no peso dos cachos e no
peso e tamanho das bagas na safra de 2001, com aumentos percentuais de 17% sobre o peso de
bagas e 9% sobre o comprimento e diâmetro das bagas.
Experimento nas mesmas condições do trabalho anterior foi realizado
com o cultivar Catalunha, com o objetivo de avaliar o efeito do ácido giberélico, do
bioestimulante Crop Set
e do anelamento, alterando apenas as doses de ácido giberélico (10 +
15 + 15 + 50 + 50 mg L
-1
). Em 2001, os melhores resultados de peso, comprimento e diâmetro
das bagas foram observados com o anelamento associado ao ácido giberélico, com ou sem
Crop Set
a 0,1%. O anelamento e Crop Set
quando aplicados isoladamente ou combinados
não foram eficientes em aumentar o tamanho das bagas. Em 2002, o anelamento associado ao
ácido giberélico, com ou sem Crop Set
a 0,2% promoveram aumento de 32% no
comprimento das bagas.
O Stimulate é um biostimulante líquido da Stoller do Brasil Ltda.,
composto por três reguladores vegetais: 0,009% de cinetina (citocinina), 0,005% de ácido
giberélico (GA
3
), 0,005% de ácido indolilbutírico (IBA-auxina) e 99,981% de ingredientes
inertes. Esse produto tem a capacidade de incrementar o crescimento e o desenvolvimento
vegetal através do estímulo à divisão celular, à diferenciação e ao alongamento das células,
aumentando a absorção e a utilização de nutrientes, sendo especialmente eficiente quando
aplicado com fertilizantes foliares e compatível com muitos defensivos. O aumento no
desenvolvimento radicular proporciona melhor absorção de água e nutrientes pelas raízes,
75
podendo favorecer também o equilíbrio hormonal da planta (CASTRO et al., 1998; STOLLER
DO BRASIL, 2004).
Castro et al. (1998) efetuaram pulverizações com o fertilizante foliar
Micro-Citros e o bioestimulante Stimulate, em pomar uniforme de laranja ‘Pêra’ (Citrus
sinensis L. Osbeck). Os autores observaram aumento no número de ramos 69 dias após a
primeira aplicação de Stimulate
a 1,0 L ha
-1
e incremento no peso médio dos frutos por
árvore na colheita em relação à testemunha. Com aplicações de Stimulate a 4,0 L ha
-1
,
verificaram redução no número de ramos em relação aos demais tratamentos e no diâmetro
médio dos frutos em relação à testemunha.
Vellini e Rosolen (1997) avaliando a eficiência agronômica do
Stimulate em feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), concluíram que este produto pode ter efeito
sobre a produtividade quando associado aos nutrientes minerais cobalto e molibdênio,
podendo também aumentar a produção de proteína. Oliveira et al. (1997) com aplicação de
0,25 L ha
-1
de Stimulate em sementes de feijoeiro, registraram maiores produções de vagens
e de grãos por planta.
Vieira (2001) obteve efeitos significativos do Stimulate nas culturas
de soja (Glycine max (L.) Merrill cv. IAC-8-2), feijoeiro (Phaseolus vulgaris L. cv. Carioca) e
arroz (Oryza sativa L. cv. Primavera), o qual promoveu aumento no número de vagens por
planta, número de panículas com grãos por planta, número de grãos por planta e massa seca de
grãos por planta.
Reis Júnior (2004a) constatou que o uso do Stimulate no tratamento
de sementes de soja (4 mL kg
-1
) elevou a produtividade da cultura em 13,8%, sem influenciar
na altura das plantas e na inserção da primeira vagem. O mesmo autor verificou que o
tratamento de sementes de algodão com Stimulate (20 mL kg
-1
), aumentou o peso dos
capulhos em 9% e a produtividade aumentou de 123,4 @ ha
-1
na testemunha, para 140,8 @ ha
-
1
com a dose de 15,3 mL kg
-1
de semente, o que representa um incremento de 14,1% na
produtividade da cultura (REIS JÚNIOR, 2004b).
São poucos os trabalhos avaliados até o momento com o uso de
bioestimulantes na viticultura. Os primeiros experimentos empregando-se o Stimulate® em
viticultura foram realizados por Rodrigues et al. (2005) em uva ‘Italia ’ no ano de 2002 no
76
Vale do Rio São Francisco. Um dos ensaios de pesquisa teve por objetivo, avaliar o efeito da
aplicação do bioestimulante na fase de poda da videira: Stimulate® 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1% +
1% Natur’l Óleo®, associado ou não ao Nitroplus 9® a 80 L ha
-1
(10% de cálcio e 9% de
nitrogênio, através da fertirrigação). O Stimulate associado ao Nitroplus 9, em
concentrações crescentes foi efetivo em promover o maior número médio de brotações da
videira ‘Italia’, 21 dias após a aplicação. O Stimulate isolado, nas concentrações utilizadas
não foi efetivo para incrementar este parâmetro vegetativo. O comprimento médio das
brotações após o início do desenvolvimento pós-poda também foi significativo tratando-se as
plantas com o bioestimulante a 0,4% associado ao Nitroplus 9. Concentrações superiores,
até 1% não foram efetivas para incrementar as brotações de videira (RODRIGUES et al.,
2005). Ainda, Rodrigues et al. (2005) avaliaram o efeito do Stimulate aplicado durante o
início do florescimento das plantas de videira ‘Italia’, numa única aplicação, em Juazeiro
(BA). Empregou-se 0,025; 0,05; 0,075; 0,1; 0,5 ou 1,0% de Stimulate® adicionado como
adjuvante Natur’l Óleo® a 0,5%. A aplicação do bioestimulante promoveu aumento de peso
das bagas, principalmente nas concentrações entre 0,025% a 0,075%. Concentrações
superiores não foram significativas, sem efeito hormonal específico. Este incremento interferiu
diretamente no peso médio de cachos de uva, mas com pequena alteração de valores, onde a
melhores resultados foram obtidos nas concentrações de 0,05 a 0,1%. Quanto ao peso médio
do engaço, incrementos significativos foram obtidos em concentrações que variaram entre
0,05 a 0,075% (DOMINGUES et al., 2005).
Mais tarde, Tecchio et al. (2005) estudaram os efeitos da aplicação de
Stimulate
na qualidade dos cachos da videira ‘Tieta’, um cultivar apireno, na região de
Jundiaí/SP. Os tratamentos consistiram na imersão dos cachos, 15 dias após o florescimento,
em solução aquosa de 0,5% do adjuvante Natura´l Óleo, acrescidos de 5 doses de Stimulate
:
0; 28; 56; 84; e 112 mL L
-1
. Houve aumento linear na massa fresca do cacho, bagas e engaço
com o aumento da dose de Stimulate
, assim como para o comprimento dos cachos. Em
relação à largura dos cachos, houve decréscimo com as doses de 28 e 56 mL L
-1
do produto e
aumento significativo nas maiores doses. Para largura das bagas e diâmetro do pedicelo,
ocorreu decréscimo linear com o aumento das doses de Stimulate
. Concluiu-se que a maior
massa fresca dos cachos foi obtida em função do aumento do número de bagas fixadas no
77
engaço e da massa do engaço, tendo em vista, o decréscimo no tamanho e massa fresca das
bagas com o aumento da dose de Stimulate
.
Fica evidente pelos relatos apresentados, as inúmeras possibilidades
de utilização de reguladores vegetais na viticultura. Alguns produtos são de uso corrente no
cultivo comercial da videira e, praticamente, indispensáveis para a viabilidade econômica da
cultura, como é o caso da cianamida hidrogenada para a regularização da brotação em regiões
tropicais e da giberelina para aumento do tamanho das bagas, em especial, nas uvas sem
sementes.
Com os dados apresentados nesta revisão, notam-se bons resultados
com a mistura de reguladores vegetais nas características físicas dos cachos e bagas de uva. A
utilização de produtos comerciais que contenham a mistura auxina, ácido giberélico e
citocinina, poderia facilitar o emprego dessa técnica, tornando-se mais acessível ao produtor.
Dentre as opções disponíveis atualmente no mercado, o Stimulate
é um bioestimulante com
potencial para ser utilizado.
Visando minimizar os efeitos indesejáveis da giberelina e
disponibilizar novas opções de produtos aos produtores, pretende-se lançar nova formulação
contendo 4% de princípio ativo (GA
3
). Ainda, com vistas a melhorar a qualidade das bagas um
novo produto contendo cinetina (0,04%) como princípio ativo está em fase de estudos para
posterior disponibilidade ao mercado. Além destes, outros produtos à base de giberelinas e
citocininas, em mistura ou separados, estão em estudo. Isso sem falar nos extratos de algas,
agave ou outras plantas, citados como fontes de citocininas que requerem estudos mais
aprofundados.
4.4 Aspectos fisiológicos do desenvolvimento das bagas
O crescimento das bagas de uva com ou sem sementes segue uma
curva dupla sigmóide, característica de todos os frutos do tipo baga. Três fases estão
envolvidas no processo de aumento no diâmetro, comprimento, volume ou peso das bagas de
uvas com sementes. Inicialmente, ocorre um período de rápido crescimento (Fase I), seguido
por um período de lento ou nenhum crescimento (Fase II) e por último um segundo período de
78
crescimento rápido e maturação (Fase III). A duração e manifestação de cada período de
crescimento varia de acordo com o cultivar e condições ambientais. Em cultivares de uvas sem
sementes, a curva exibe, normalmente, fases menos distintas, porque a fase II é menos
pronunciada (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
A Fase I é caracterizada pelo crescimento da semente e do pericarpo.
Essa fase de crescimento é devida à divisão e subseqüente expansão celular. No final deste
período, o número total de células dentro da baga é estabelecida. Essa fase dura de 40 a 60
dias após o florescimento. A baga é formada e o embrião da semente é produzido. Durante o
primeiro período de crescimento, a baga se expande em volume com acúmulo de solutos,
principalmente dos ácidos tartárico e málico, minerais, aminoácidos, micronutrientes e
compostos aromáticos. A Fase II é caracterizada por um período de pequeno ou nenhum
crescimento do pericarpo e pela maturação da semente. O metabolismo geral do fruto diminui,
mas o embrião se desenvolve rapidamente. Esta fase dura de 7 a 40 dias, dependendo do
cultivar (MULLINS et al., 1992). Na terceira fase de crescimento ocorre amolecimento e
mudanças na coloração das bagas. O rápido crescimento neste período ocorre em função da
expansão e não da divisão celular. A baga atinge o máximo tamanho e maturação durante esta
fase. Ao contrário de muitas outras frutas, as uvas amadurecem enquanto as bagas estão
expandindo. A expansão celular ocorre em função do maior acúmulo de açúcares e solutos
nesta fase, que contribuem para a redução do potencial osmótico e, conseqüentemente,
redução do potencial de água, proporcionando dessa forma, a entrada de água na célula. O
amolecimento das bagas é resultante de mudanças nas propriedades da parede celular
(COOMBE, 1973; MULLINS et al., 1992).
Muitos dos solutos que se acumulam nas bagas de uva durante o
primeiro período de desenvolvimento permanecem até a colheita, porém, devido ao aumento
no volume do fruto, sua concentração é reduzida significativamente (NUNAN et al., 1998).
Em relação aos hormônios, os níveis de etileno e giberelina nos frutos
são elevados no início da fase I, mas diminuem consideravelmente antes do amadurecimento.
Nesse período, ocorre também redução dos níveis de auxina e aumento da concentração de
ABA (MULLINS et al., 1992). O conteúdo endógeno de citocinina é elevado na fase II,
diminuindo na fase III (KANELLIS; KOUBELLIS-ANGELAKIS, 1993).
79
4.5 Aspectos qualitativos da uva
A uva é um fruto não climatérico, com baixa taxa respiratória (5 a 10
mg CO
2
kg
-1
h
-1
, à 5°C) e muito baixa produção de etileno (<0,1 L kg
-1
h
-1
à 20 °C). Por
apresentar baixa sensibilidade ao chilling injury (dano pelo frio), pode ser armazenada a 0°C e
95% de umidade relativa por longo período (KADER, 1992).
Assim como outros frutos não climatéricos, a uva não amadurece após
a colheita; por isso, recomenda-se a colheita ao atingir um estádio ótimo de consumo quanto à
aparência, aroma, sabor e textura (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993), que
ocorre quando a maturação de colheita coincide com a maturação de consumo.
O índice de maturação mais usado para definir o ponto de colheita das
uvas é o conteúdo de sólidos solúveis (ºBrix) das bagas (GORGATTI NETTO et al., 1993;
KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993), empregando-se para leitura um
refratômetro manual. O mínimo requerido varia com o cultivar, região de cultivo e o destino
da uva. Em normas internacionais de comercialização, o teor mínimo de sólidos solúveis para
uvas de mesa pode variar de 14,0 a 17,5Brix, dependendo do cultivar e das condições de
cultivo (KADER, 1992; GORGATTI NETTO et al., 1993; CARVAJAL-MILLÁN, et al.,
2001). Na região do Vale do Rio São Francisco, a concentração média, medida no campo,
deve ser superior a 15ºBrix, enquanto que em São Miguel Arcanjo/SP, o teor de sólidos
solúveis deve estar acima de 14ºBrix (GORGATTI NETTO et al., 1993). Resultados
apresentados por Ruffner et al. (1976) confirmam a influência da temperatura de cultivo nos
níveis de acidez e no teor de sólidos solúveis das bagas. Mas não é apenas a temperatura que
afeta as características dos cachos; as chuvas e a irrigação também exercem grande influência,
principalmente, na constituição química das bagas. O regulamento técnico de classificação
brasileira para uvas finas de mesa (IN SARC/MAPA nº 001, de 01/02/2002), considera o
mínimo de 14ºBrix, aferido pelo refratômetro. Recomenda-se para análise de sólidos solúveis
que a amostra seja composta pelo suco de quatro bagas: uma da parte superior, duas da parte
mediana e uma da parte inferior do cacho (MAPA, 2004). Este padrão de amostragem das
bagas para análise da composição química da uva é adotado pelos exportadores chilenos
(ASSOCIACION DE EXPORTADORES DE CHILE, 1997).
80
Glicose e frutose que constituem 99% ou mais dos açúcares presentes
no suco da uva (RUFFNER, 1982) e de 12 a 27% do peso da matéria fresca das bagas
maduras, representam uma grande proporção dos sólidos solúveis. Quanto à acidez, as uvas
são constituídas, principalmente, dos ácidos málico e tartárico, perfazendo juntos um total de
90% ou mais da acidez titulável (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993). A partir
do amolecimento das bagas verifica-se diluição crescente do ácido tartárico, em função do
aumento do volume das bagas. No entanto, a concentração de ácido málico sofre significativa
redução devido às alterações no metabolismo da sacarose (POSSNER et al., 1983).
Juntos, os açúcares e os ácidos são os mais importantes constituintes
do sabor da fruta e a determinação da relação sólidos solúveis/acidez titulável (ratio) é que
melhor define o grau de maturação das uvas. Durante o processo de maturação, o teor de
sólidos solúveis aumenta e o de ácidos orgânicos diminui (CARVALHO; CHITARRA, 1984).
Nelson (1984) cita que o padrão de qualidade da Califórnia estabelece
que, com exceção dos cultivares Thompsom Seedless e Perlette, a uva pode ser considerada
madura, quando o suco apresentar um teor de sólidos solúveis/acidez titulável igual ou
superior a 20:1 (ratio). De acordo com as normas chilenas, o cultivar que não apresentar o
nível mínimo de sólidos solúveis na colheita, deve satisfazer ao ratio de 20:1
(ASSOCIACION DE EXPORTADORES DE CHILE, 1997). Esta relação se torna mais
importante em cultivares com elevada acidez. Segundo Abarca e Lizana (1987), a
aceitabilidade quanto ao sabor aumenta conforme aumenta o conteúdo de sólidos solúveis e a
relação sólidos solúveis/acidez titulável. A norma brasileira não leva em consideração esta
relação (ratio) para classificação das uvas finas de mesa (IN SARC/MAPA nº 001, de
01/02/2002) (MAPA, 2004).
Outros compostos químicos também são responsáveis por várias
características da uva, cabendo ressaltar a imporncia dos ésteres voláteis, responsáveis pelo
aroma característico da fruta; dos compostos fenólicos (taninos), responsáveis pela
adstringência e das antocianinas, que conferem cor às uvas tintas (KANELLIS;
ROUBELAKIS-ANGELAKIS, 1993).
81
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1. Localização e caracterização da área experimental
Os experimentos foram conduzidos na região vitícola do Vale do Rio
São Francisco, pólo Juazeiro(BA)-Petrolina(PE), na Fazenda Koshiyama, pertencente à
empresa Special Fruit Importação e Exportação Ltda; localizada na latitude 09º 24’ Sul,
longitude 40º 20’ Oeste e, altitude média de 370 m, no município de Juazeiro/BA.
O clima da região é classificado, segundo Köppen, como tipo Bswh,
que corresponde à região Semi-árida muito quente. O índice pluviométrico anual é de 571,5
mm, distribuído entre os meses de dezembro a abril. A temperatura média anual é de 26,4ºC,
com média das mínimas de 20,6ºC e média das máximas de 31,7ºC. Na Tabela 1 do Apêndice,
são apresentados os dados meteorológicos da região referente ao período de condução dos
experimentos.
O solo da área onde foram realizados os experimentos é classificado,
segundo Embrapa (1999) como VERTISSOLO e suas características físicas e químicas
encontram-se nas Tabelas 2 e 3 do Apêndice.
82
5.2. Instalação e condução dos experimentos
Os experimentos foram instalados em vinhedo comercial do cultivar
Superior Seedless ou Festival (Vitis vinifera L.), em fase de plena produção, implantado em
março de 2002, ou seja, com aproximadamente quatro anos de idade, utilizando-se como
porta-enxerto o cultivar IAC 313 ‘Tropical’ (‘Golia’ x Vitis cinerea). A latada é o sistema de
condução empregado na área, com espaçamento de 4 x 2 m (1.250 plantas ha
-1
), com
condução das plantas na forma de “espinha de peixe” e sistema de irrigação localizado, por
gotejamento, com freqüência e volume de água de acordo com o estádio fenológico e as
condições climáticas. As plantas foram submetidas à poda do tipo mista, com varas (ramos do
ano) e netos (feminelas ou ramos secundários), com comprimento médio da poda de uma
gema nos netos e em torno de quinze gemas nas varas, de acordo com o critério do podador,
baseado na capacidade produtiva da planta, posição e distribuição das varas em relação aos
fios de amarração. O período considerado no estudo correspondeu à safra do 2º semestre do
ano de 2006 e, as datas de poda foram 22/05, 15/05 e 23/05 para os experimentos 1, 2 e 3,
respectivamente.
Realizou-se três experimentos com a finalidade de avaliar o efeito do
biorregulador Stimulate
(0,009% de cinetina (citocinina), 0,005% de ácido giberélico (GA
3
),
0,005% de ácido indolilbutírico (IBA-auxina) e 99,981% de ingredientes inertes) e de X-
Cyte
(0,04% de cinetina (citocinina) e 99,96% de ingredientes inertes) na uniformidade de
brotação e dos biorreguladores Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
(4% de ácido giberélico
(GA
3
) e 96% de ingredientes inertes) no desenvolvimento das bagas. Como testemunhas, no
experimento de brotação utilizou-se Dormex
(49% de cianamida hidrogenada – cianamide) e
nos experimentos onde se visou o alongamento dos cachos e o desenvolvimento das bagas,
Pro-Gibb
1
(10% de ácido giberélico – GA
3
), cujas doses foram as convencionalmente
empregadas pelo produtor, como descrito a seguir:
1
Os produtos comerciais Stimulate
, X-Cyte
, N-Large
, Nitro Plus 9
e Natura’l Óleo
são fabricados pela
Stoller do Brasil Ltda; Dormex
pela BASF S/A e Pro-Gibb
pela Sumitomo Chemical do Brasil Ltda.
83
Experimento 1
: visando uniformizar a brotação das gemas, 48 horas após a poda de produção,
as varas foram tratadas via pulverização com Stimulate
nas concentrações de 0,5 e 1,0% e/ou
X-Cyte
a 0,25 e 0,50%, ou Dormex
a 5%, associados ou não à aplicação de Nitro Plus 9
(10% de N e 9% de Ca) na dosagem de 100 L ha
-1
via fertirrigação. Todas as doses
mencionadas são dos produtos comerciais. Os tratamentos utilizados foram:
T1: Dormex
(5%) - testemunha;
T2: Dormex
(5%) + Nitro Plus 9
;
T3: Stimulate
(0,5%);
T4: Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
;
T5: Stimulate
(1,0%);
T6: Stimulate
(1,0%) + Nitro Plus 9
;
T7: X-Cyte
(0,25%);
T8: X-Cyte
(0,25%) + Nitro Plus 9
;
T9: X-Cyte
(0,50%);
T10: X-Cyte
(0,50%) + Nitro Plus 9
;
T11: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%);
T12: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
.
Para reduzir as perdas por evaporação, promover melhor estabilidade
da mistura, melhorar a cobertura, adesão e penetração do produto, adicionou-se à calda de
pulverização dos tratamentos T3 a T12, Natura’l Óleo
com 93% de óleo vegetal e 7% de
ingredientes inertes a 1,0%. Dois dias (48 h) após a poda, ou seja, no dia seguinte à torção dos
ramos, as plantas foram tratadas, sendo as soluções preparadas imediatamente antes da
aplicação. As aplicações foram realizadas através de pulverização completa das varas e netos,
de modo que toda a planta recebesse os produtos e não apenas as gemas. Utilizou-se
pulverizador costal convencional, provido de bico tipo cônico (Figura 1 do Apêndice). O
volume de calda utilizado foi, em média, 250 mL por planta, o equivalente a aproximadamente
300 litros por hectare.
Sabe-se que o cálcio é mensageiro secundário da ação hormonal
(CASTRO, 2007). O Nitro Plus 9
é um composto rico em N e Ca e, em ensaios realizados
anteriormente (dados não publicados), os quais pretendeu-se confirmar os resultados,
84
mostraram melhor eficiência do Stimulate quando associado a esse fertilizante, aplicado via
fertirrigação. Portanto, o Nitro Plus 9 foi aplicado no dia seguinte aos tratamentos com o
Stimulate, ou seja, logo após a poda.
Os valores da temperatura máxima, mínima edia, umidade relativa
do ar, precipitação, evapotranspiração e velocidade do vento no dia da instalação do
experimento foram 33,38C, 21,80C, 26,31C, 65,85%, 23,37 mm, 3,53 mm, 1,47 m s
-1
,
respectivamente.
Experimento 2
: com o objetivo de proporcionar o aumento de tamanho dos cachos e das
bagas, Stimulate
(biorregulador) e X-Cyte
(citocinina) associado a uma nova formulação
comercial de giberelina (N-Large
) e ao Pro-Gibb
, produto usualmente utilizado como fonte
de giberelina, foram aplicados via pulverização na fase de desenvolvimento das bagas (18, 21,
51 e 56 dias após a poda de produção). Os tratamentos empregados foram:
T1: Pro-Gibb
- testemunha;
T2: Stimulate
(D1)*;
T3: Stimulate
(D2);
T4: Stimulate
(D3);
T5: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DB);
T6: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DM);
T7: Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DA);
T8: N-Large
;
T9: N-Large
+ X-Cyte
(DB);
T10: N-Large
+ X-Cyte
(DM);
T11: N-Large
+ X-Cyte
(DA);
*D1 = dose 1, D2 = dose 2, D3 = dose 3, DB = dose baixa, DM = dose média e DA = dose alta.
No experimento 2 realizaram-se quatro aplicações, duas visando o
alongamento do engaço e duas com o objetivo de aumentar o tamanho das bagas, sendo as
duas primeiras quando os cachos apresentarm de 2 a 5 cm de comprimento (18 e 21 dias após
a poda de produção, respectivamente), a terceira na fase de “chumbinho” (bagas com 6 a 8
mm de diâmetro), ou seja, 51 dias após a poda de produção e, a última na fase de “ervilha”
85
(bagas com 15 mm de diâmetro) correspondendo a 56 dias após a poda de produção, quando
aplicou-se 1; 0,5; 10 e 10 mg GA
3
L
-1
, respectivamente, correspondente a 0,01; 0,005; 0,1 e
0,1 g L
-1
de Pro-Gibb
(T1) e 0,025; 0,0125; 0,25 e 0,25 mL L
-1
de N-Large
(T8). Por sua
vez, Stimulate
foi aplicado nas doses de 0,01; 0,005; 0,05 e 0,05% (D1), 0,05; 0,025; 0,1 e
0,1% (D2) e 0,075; 0,0375; 0,25 e 0,25% (D3), correspondentes aos tratamentos T2, T3 e T4,
respectivamente. Nos tratamentos T5 a T7 e T9 a T11, Pro-Gibb
ou N-Large
foram
aplicados nas doses de 1 e 0,5 mg de GA
3
L
-1
, aos 18 e 21 dias após a poda de produção,
respectivamente e aos 51 e 56 dias aplicou-se 0,0004; 0,0008 e 0,0016% de cinetina,
respectivamente, correspondentes às doses de 10 mL L
-1
(DB), 20 mL L
-1
(DM) e 40 mL L
-1
(DA) de X- Cyte
(Tabelas 1a e 1b).
À calda dos tratamentos T2 a T11 foi adicionado Natura’l Óleo
a
0,5%. As soluções foram preparadas no mesmo dia dos tratamentos, e aplicadas via
pulverização direcionada aos cachos, utilizando um pulverizador costal convencional, provido
de bico tipo cônico (Figura 2 do Apêndice). O volume de calda utilizado foi, em média, 90 mL
por planta, o equivalente a aproximadamente 110 litros por hectare.
Tabela 1a. Esquema dos reguladores vegetais aplicados no experimento 2 aos 18 e 21 dias
após a poda de produção (1ª e 2ª aplicações, respectivamente), visando o
alongamento do engaço. Juazeiro/BA. Junho/2006.
1
a
aplicação 2
a
aplicação
Tratamentos
PG
*
g L
-1
St
*
%
X-Cyte
mL L
-1
N-Large
mL L
-1
PG
*
g L
-1
St
*
%
X-Cyte
mL L
-1
N-Large
mL L
-1
T1. Pro-Gibb
- testemunha
0,01 0,005
T2. Stimulate
(D1)
0,01 0,005
T3. Stimulate
(D2)
0,05 0,025
T4. Stimulate
(D3)
0,075 0,0375
T5. Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DB)
0,01 0,005
T6. Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DM)
0,01 0,005
T7. Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DA)
0,01 0,005
T8. N-Larg
0,025 0,0125
T9. N-Large
+ X-Cyte
(DB)
0,025 0,0125
T10. N-Large
+ X-Cyte
(DM)
0,025 0,0125
T11. N-Large
+ X-Cyte
(DA)
0,025 0,0125
*
PG = Pro-Gibb
e St = Stimulate
86
Tabela 1b. Esquema dos reguladores vegetais aplicados no experimento 2 aos 51 e 56 dias
após a poda de produção (3ª e 4ª aplicações, respectivamente), visando o aumento
do tamanho das bagas. Juazeiro/BA. Junho/2006.
3
a
aplicação 4
a
aplicação
Tratamentos
PG
*
g L
-1
St
*
%
X-Cyte
mL L
-1
N-Large
mL L
-1
PG
*
g L
-1
St
*
%
X-Cyte
mL L
-1
N-Large
mL L
-1
T1. Pro-Gibb
- testemunha
0,1 0,1
T2. Stimulate
(D1)
0,05 0,05
T3. Stimulate
(D2)
0,1 0,1
T4. Stimulate
(D3)
0,25 0,25
T5. Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DB)
10 10
T6. Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DM)
20 20
T7. Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DA)
40 40
T8. N-Larg
0,25 0,25
T9. N-Large
+ X-Cyte
(DB)
10 10
T10. N-Large
+ X-Cyte
(DM)
20 20
T11. N-Large
+ X-Cyte
(DA)
40 40
*
PG = Pro-Gibb
e St = Stimulate
Os dados de temperatura máxima, mínima e média, umidade relativa
do ar, precipitação, evapotranspiração e velocidade do vento nos dias das quatro aplicações
encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação, evapotranspiração (Eto) e
velocidade do vento registrados nos dias das quatro aplicações dos reguladores
vegetais no experimento 2. Embrapa Semi-Árido, Petrolina/PE. 2006.
Datas das
aplicações
Temperatura (ºC) Umidade
Relativa (%)
Precipitação
(mm)
Eto
(mm)
Velocidade do
vento (m s
-1
)
Máx Mín Média
02/06
27,78 18,04 23,06 67,98 0,00 2,70 1,98
05/06
27,02 19,99 22,28 72,90 0,00 2,10 1,69
05/07
28,13 19,92 23,27 60,61 0,00 3,24 2,02
10/07
30,41 18,49 23,82 57,51 0,00 4,01 2,06
Experimento 3
: teve por objetivo verificar o efeito da nova formulação de giberelina (N-
Large
) associada ou não a citocinina (X-Cyte
), no desenvolvimento e arredondamento das
bagas de uva. Assim, os seguintes tratamentos foram empregados:
87
T1: Pro-Gibb
- testemunha;
T2: N-Large
(DB)*;
T3: N-Large
(DM);
T4: N-Large
(DA);
T5: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DB);
T6: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM);
T7: N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA);
T8: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DB);
T9: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DM);
T10: N-Large
(DM) + X-Cyte
(DA);
T11: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DB);
T12: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM);
T13: N-Large
(DA) + X-Cyte
(DA);
*DB = dose baixa, DM = dose média e DA = dose alta. A dose média de N-Large
equivale
ao Pro-Gibb
, utilizado como testemunha.
Realizou-se três aplicações aos 17, 55 e 66 dias após a poda de
produção, utilizando-se 1, 15 e 10 mg GA
3
L
-1
, respectivamente, correspondente a 0,01; 0,15 e
0,1 g L
-1
de Pro-Gibb
ou 0,0125; 0,1875 e 0,125 mL L
-1
(DB); 0,025; 0,375 e 0,25 mL L
-1
(DM) e 0,0375; 0,5625 e 0,375 mL L
-1
(DA) de N-Large
. Por fim, X- Cyte
foi aplicado nas
doses de 1,5; 15 e 10 mL L
-1
(DB); 3, 30 e 20 mL L
-1
(DM) e 6, 60, e 40 mL L
-1
(DA),
correspondente a 0,00006; 0,0006 e 0,0004% (DB), 0,00012; 0,0012 e 0,0008 (DM) e
0,00024; 0,0024 e 0,0016% (DA) de cinetina, conforme descrição encontrada nas Tabela 3.
Adicionou-se à calda dos tratamentos T2 a T13, Natura’l Óleo
a 0,5%. As soluções foram
preparadas no mesmo dia das pulverizações e aplicadas via pulverização direcionada aos
cachos, utilizando um pulverizador costal convencional, provido de bico tipo cônico. O
volume de calda utilizado foi, em média, 160 mL por planta, o equivalente a aproximadamente
200 litros por hectare.
88
Tabela 3. Esquema dos reguladores vegetais aplicados no experimento 3 aos 17, 55 e 66 dias após a poda de produção (1ª, 2ª e 3ª
aplicações, respectivamente), visando o alongamento do engaço e aumento do tamanho das bagas de uva. Juazeiro/BA.
Junho/2006.
1
a
aplicação 2
a
aplicação 3
a
aplicação
Tratamentos PG
*
g L
-1
N-Large
mL L
-1
X-Cyte
mL L
-1
PG
*
g L
-1
N-Large
mL L
-1
X-Cyte
mL L
-1
PG
*
g L
-1
N-Large
mL L
-1
X-Cyte
mL L
-1
T1. Pro-Gibb
- testemunha
0,01 0,15 0,1
T2. N-Large
(DB)
0,0125 0,1875 0,125
T3. N-Large
(DM)
0,025 0,375 0,25
T4. N-Large
(DA)
0,0375 0,5625 0,375
T5. N-Large
(DB) + X-Cyte
(DB)
00125 1,5 0,1875 15 0,125 10
T6. N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM)
0,0125 3 0,1875 30 0,125 20
T7. N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA)
0,0125 6 0,1875 60 0,125 40
T8. N-Large
(DM) + X-Cyte
(DB)
0,025 1,5 0,375 15 0,25 10
T9. N-Large
(DM) + X-Cyte
(DM)
0,025 3 0,375 30 0,25 20
T10. N-Large
(DM) + X-Cyte
(DA)
0,025 6 0,375 60 0,25 40
T11. N-Large
(DA) + X-Cyte
(DB)
0,0375 1,5 0,5625 15 0,375 10
T12. N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM)
0,0375 3 0,5625 30 0,375 20
T13. N-Large
(DA) + X-Cyte
(DA)
0,0375 6 0,5625 60 0,375 40
*
PG = Pro-Gibb
89
Os dados de temperatura máxima, mínima e média, umidade relativa
do ar, precipitação, evapotranspiração e velocidade do vento nos dias das três aplicações
encontram-se na Tabela 4.
Tabela 4. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação, evapotranspiração (Eto) e
velocidade do vento registrados nos dias das três aplicações dos reguladores
vegetais no experimento 3. Embrapa Semi-Árido, Petrolina/PE. 2006.
Datas das
aplicações
Temperatura (ºC) Umidade
Relativa (%)
Precipitação
(mm)
Eto
(mm)
Velocidade do
vento (m s
-1
)
Máx Mín Média
09/06
29,31 17,90 23,83 63,85 0,00 3,22 1,66
17/07
28,28 20,26 24,11 58,47 0,00 3,85 2,91
28/07
31,77 17,91 24,29 59,15 0,00 3,66 1,73
Nos tratamentos 1 e 2 do experimento 1 e no tratamento 1 dos
experimentos 2 e 3 não adicionou-se Natura’l Óleo à calda de pulverização, por serem
considerados tratamentos testemunha, ou seja, o convencionalmente empregado na fazenda.
5.3. Tratos culturais
Em todos os experimentos, os tratos culturais empregados durante a
condução do Projeto de Pesquisa foram os convencionalmente adotados na região e utilizados
pelo produtor.
- controle de plantas daninhas: realizado através de roçadas manuais
ou tratorizadas;
- poda seca: do tipo mista, com varas e netos, com comprimento
médio da poda de uma gema nos netos e em torno de quinze gemas nas varas, de acordo com o
critério do podador, baseado na capacidade produtiva da planta, posição e distribuição das
varas em relação aos fios de amarração;
- desbrota: com o objetivo de permitir melhor distribuição dos ramos e
da área foliar da planta e evitar a competição entre muitas brotações fracas, favorecendo a
frutificação, realizou-se a desbrota deixando-se aproximadamente duas a três brotações em
cada vara produtiva. Essa operação foi realizada assim que os cachos apresentaram-se visíveis;
90
- descompactação ou raleio de cachos: realizou-se em dois momentos,
o primeiro logo após o florescimento, no início do pegamento das bagas, chamado de
“pinicado, o qual foi realizado com as pontas dos dedos e o segundo com o auxílio de tesoura
quando as bagas apresentavam entre 4 e 10 mm de diâmetro;
- irrigação: do tipo gotejamento, com frequência e volume de água em
função do estádio fenológico da cultura e das condições climáticas; para melhor
aproveitamento do sistema, os adubos químicos foram aplicados via fertirrigação;
- aplicações de reguladores vegetais: basicamente utilizou-se
cianamida hidrogenada para quebra de dormência, nos experimentos de desenvolvimento de
bagas (experimentos 2 e 3) e ácido giberélico visando o alongamento do engaço e o aumento
do tamanho das bagas no experimento onde estudou-se o efeito dos produtos na brotação
(experimento 1);
- controle fitossanitário: baseado no estádio fenológico da cultura, nas condições
climáticas e nos níveis de danos, através de monitoramento diário da cultura.
5.4. Delineamento experimental e análise estatística
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro
repetições, onde se considerou cada parcela uma repetição com três plantas úteis na mesma
linha de plantas e separadas por uma planta de cada lado na linha e entrelinha, perfazendo a
bordadura. Os dados foram submetidos à análise de variância e para comparação de médias
utilizou-se o teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Utilizou-se o programa estatístico
SigmaStat 2.0 para análise dos dados.
5.5. Avaliações
5.5.1. Experimento 1
O comportamento fenológico foi monitorado através de observações
visuais realizadas a partir da poda de produção até a colheita, conforme descrito abaixo.
91
5.5.1.1. Porcentagem de brotação
Para avaliação deste parâmetro, utilizou-se seis varas por planta útil
distribuídas em torno da porção mediana da planta.
A partir do sétimo dia após a poda até a desbrota, a cada dois dias
avaliou-se a brotação das gemas, considerando-se brotadas as gemas que apresentavam “ponto
de algodão” (PEDRO JR. et al., 1993). Antes de se realizar a desbrota ou a eliminação do
excesso de brotos, ou seja, no décimo terceiro dia após a poda, em cada vara previamente
marcada, foram registrados o número total de gemas e número de gemas brotadas ao longo das
varas e netos das plantas de cada tratamento. Após a desbrota, avaliou-se o número e a posição
dos brotos remanescentes, bem como o número de cachos. Com os dados obtidos foram
calculados:
- Porcentagem de brotação:
obtida pela relação entre o número de gemas brotadas e o número
total de gemas;
- Número de brotos após a desbrota:
obtido pela contagem do número de brotos que
permaneceram em cada vara marcada após a desbrota;
- Porcentagem de ramos desenvolvidos:
após a desbrota, calculou-se a proporção de ramos
desenvolvidos em relação ao número total de gemas.
- Número de cachos após a desbrota:
obtido pela contagem do número de cachos que
permaneceram em cada vara marcada após a desbrota;
Além dos dados acima referidos, para verificar o efeito dos
tratamentos na dominância apical da videira, os ramos do ano anterior foram divididos em três
partes, que se denominaram segmentos basal, mediano e apical. Em cada um destes segmentos
determinou-se a porcentagem de gemas brotadas.
5.5.1.2. Crescimento dos ramos
Um mês após a poda de produção, realizou-se a medição dos brotos
desenvolvidos a partir das varas marcadas a fim de verificar o efeito dos tratamentos no
desenvolvimento dos ramos.
92
5.5.2. Experimentos 2 e 3
Procedeu-se avaliações quinzenais de comprimento e largura dos
cachos (a partir da primeira aplicação dos reguladores vegetais). Para tais avaliações, marcou-
se 15 cachos por parcela.
5.5.2.1. Análises pós-colheita
Para estabelecer o ponto de colheita, utilizou-se a quantificação do
teor de sólidos solúveis (ºBrix) com refratômetro manual. O momento adequado para a
colheita foi considerado quando a média dos cachos em cada tratamento apresentava-se
superior a 15 ºBrix ou o estabelecido pela Fazenda.
Por ocasião da colheita, em ambos os experimentos, foram avaliados
o número, o peso médio dos cachos e calculada a produtividade. Em seguida, escolheu-se um
cacho representativo por parcela, o qual foi acondicionado em saco de polietileno,
devidamente identificado e mantido à temperatura de 1ºC, durante o período de avaliação,
ocasião em que foi levado até o Laboratório da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, em
Juazeiro/BA, onde foram realizadas as análises físicas e físico-químicas, conforme o descrito a
seguir:
- Massa fresca dos cachos, bagas e engaços:
determinado diretamente em balança semi-
analítica. Após a medição da massa dos cachos, as bagas foram separadas dos pedicelos, para
posterior pesagem das bagas e engaços, separadamente;
- Comprimento e largura dos cachos, dos engaços e das bagas:
determinados com o auxílio de
uma régua graduada em centímetros. Para as medições das dimensões das bagas (largura e
comprimento), utilizou-se amostra de uma baga de cada cacho da parcela, calculando-se,
posteriormente, a média de cada baga;
- Relação comprimento/largura das bagas
;
- Número de bagas por cacho
;
- Sólidos Solúveis (ºBrix):
tomou-se uma gota do suco para leitura do teor de sólidos solúveis
através de refratômetro manual, com escala de 0 a 32 ºBrix;
93
- Acidez Titulável:
determinada pela utilização de solução contendo uma alíquota de dez
gramas do suco de uva misturado a noventa gramas de água destilada, titulada com NaOH
(0,1N) até a mudança de cor, tendo como indicador a fenolftaleína (0,1%). O resultado foi
expresso em gramas de ácido tartárico 100 mL
-1
de suco (CARVALHO et al., 1990);
- Ratio:
relação sólidos solúveis/acidez titulável;
- Potencial hidrogeniônico (pH):
determinado potenciometricamente em pHmetro
(CARVALHO et al., 1990).
Para as análises de sólidos solúveis, pH e acidez titulável, utilizou-se o suco de
uma baga de cada cacho da parcela, sendo retiradas, proporcionalmente, uma baga da parte
superior, duas da parte mediana e uma da parte inferior dos cachos, seguindo a IN
SARC/MAPA nº 001, de 01/02/2002 (MAPA, 2004).
94
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do mesmo modo como em Material e Métodos, os Resultados e
Discussão serão apresentados na forma de Experimento 1, 2 e 3. As denominações St, NP,
XC, NL e CH, referem-se a Stimulate
, Nitro Plus 9
, X-Cyte
, N-Large
e cianamida
hidrogenada (Dormex
), respectivamente.
6.1 Experimento 1
Este experimento visou avaliar o efeito do biorregulador Stimulate
(0,009% de cinetina (citocinina), 0,005% de ácido giberélico (GA
3
), 0,005% de ácido
indolbutírico (IBA-auxina) e 99,981% de ingredientes inertes) e de X-Cyte
(0,04% de
cinetina (citocinina) e 99,96% de ingredientes inertes), associados ou não à aplicação de Nitro
Plus 9
(10% de N e 9% de Ca), na uniformidade de brotação das gemas de videira ‘Superior
Seedless’. Como testemunha, utilizou-se Dormex
(49% de cianamida hidrogenada –
cianamide), produto convencionalmente empregado pelos produtores.
95
6.1.1 Porcentagem de brotação
Nas Tabelas 4a, 4b e 4c do Apêndice, observa-se que não houve
diferença significativa nas brotações das varas, netos e média nas duas primeiras datas de
avaliação, ou seja, aos 7 e 9 dias após a poda de produção. Os reguladores vegetais testados
influenciaram significativamente a porcentagem de brotação a partir do 11º da após a poda,
independente da associação ou não ao Nitro Plus 9
.
Analisando-se isoladamente as gemas localizadas nas varas, estas
apresentaram no 13º dia após a poda, porcentagens de brotação variando de 40,10% para o
tratamento com XC (X-Cyte
) 0,5% (T9) a 66,46% no tratamento com CH (cianamida
hidrogenada - Dormex
) 5% (T1) (Tabela 5 e Figura 1). O T1 mostrou-se estatisticamente
igual ao T2 (CH 5% + NP (Nitro Plus 9
)), que por sua vez, não diferiu significativamente de
St (Stimulate
) 1% + NP (T6), XC 0,25% (T7) e XC 0,25% + St 0,5% (T11), os quais
apresentaram-se estatisticamente iguais ao St 0,5% (T3), St 0,5% +NP (T4), St 1% (T5), XC
0,25% + NP (T8), XC 0,50% (T9), XC 0,50% + NP (T10) e XC 0,25% + St 0,5% + NP (T12).
No 13º dia após a poda, os reguladores vegetais utilizados não
influenciaram significativamente a porcentagem de brotação das gemas localizadas nos netos
(Tabela 5). No entanto, houve variação de 89,51% quando se utilizou St 0,5% + NP (T4) a
96,91% de brotação nas plantas tratadas com CH 5% + NP (T2).
Verificou-se uma maior porcentagem de brotação das gemas
localizadas nos netos do que nas varas. De acordo com Manfroi et al. (1996) as gemas
presentes nos netos têm capacidade de brotação maior que as presentes nas varas, devido,
principalmente, ao corte drástico realizado na poda, onde deixa-se no máximo duas gemas por
neto.
96
Tabela 5. Porcentagem de brotação das gemas localizadas nas varas, netos e média, em
videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos
para superação de dormência, aos 13 dias após a poda de produção, Juazeiro/BA.
2006.
Sem Nitro Plus 9
Com Nitro Plus 9
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
0,25 0,50 0,25 0,50
Vara
66,46
y
a 45,99 bc 40,10 c 63,11 ab 43,80 c 40,89 c
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
42,23 c 44,42 bc - 41,97 c 41,81 c -
1,0
43,27 c - - 45,73 bc - -
CV (%) = 37,25 F = 5,166 **
z
0,25 0,50 0,25 0,50
Neto
96,63 94,21 95,78 96,91 93,71 94,25
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
92,17 91,08 - 89,51 92,02 -
1,0
95,13 - - 93,62 - -
CV (%) = 4,79 F = 1,308 ns
0,25 0,50 0,25 0,50
Média
75,83 a 60,24 bc 57,14 c 73,24 ab 59,52 bc 56,30 c
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
56,38 c 58,93 bc - 56,48 c 57,68 c -
1,0
58,83 bc - - 60,42 bc - -
CV (%) = 21,50 F = 5,013 **
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de
brotação, ns = não significativo e ** = significativo a 1% de probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
Bautista (1991) estudando o potencial de brotação dos cultivares
Italia, Alphonse Lavallée e Villanueva sob condições tropicais obteve uma curva quadrática
negativa para cada cultivar, onde a brotação apresentou tendência decrescente acentuada nas
varas de uma a cinco gemas, decrescendo gradualmente em direção às varas de dez gemas.
Ramos com seis ou mais gemas apresentaram um segundo pico de brotação, sugerindo que o
efeito de dominância é parcial. Para o autor, de acordo com o número de gemas, a dominância
apical gera como resultado diferentes graus de brotação nas varas. Conclui-se que, quanto
97
mais curta a vara podada, maior a porcentagem de brotação e, conseqüentemente, menor a
dominância apical, maior a uniformidade de cultivo, facilitando o manejo. Bautista (1991)
relata ainda que, na prática, as plantas contêm uma certa quantidade de gemas que não
manifestam seu potencial vegetativo nem reprodutivo.
Uma maior brotação quando se realizou poda mais curta também foi
observada por Tonnieto e Czermainski (1993). Segundo os autores, a brotação das gemas de
videiras ‘Cabernet Franc’ em Bento Gonçalves foi decrescente à medida que se aumentou o
número de gemas por vara, passando de 75% em varas com cinco gemas para 58,4% em varas
com quinze gemas.
Considerando-se a média das repetições, aos 13 dias após a poda de
produção (Tabla 5 e Figura 1), para a média de gemas brotadas (varas e netos), obteve-se
porcentagens de brotação que variaram de 56,30% para o tratamento com XC 0,5% + NP
(T10) a 75,83% no tratamento com CH 5% (T1).
Figura 1. Porcentagem de brotação nas gemas das varas, netos e média, em videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com
Stimulate
, X-Cyte
e
Dormex
, para superação da dormência, aos 13 dias após a poda de produção,
Juazeiro/BA. 2006.
0
20
40
60
80
100
T
1
-
C
H
5
%
T
2
-
C
H
5
%
+
N
P
T
3
-
S
t
0
,
5
%
T
4
-
S
t
0
,
5
%
+
N
P
T
5
-
S
t
1
%
T
6
-
S
t
1
%
+
N
P
T
7
-
X
C
0
,
2
5
%
T
8
-
X
C
0
,
2
5
%
+
N
P
T
9
-
X
C
0
,
5
%
T
1
0
-
X
C
0
,
5
%
+
N
P
T
1
1
-
X
C
0
,
2
5
%
+
S
t
0
,
5
%
T
1
2
-
X
C
0
,
2
5
%
+
S
t
0
,
5
%
+
N
P
Tratamentos
% Brotação
Neto Média Va ra
98
O T1 não se mostrou estatisticamente diferente de T2 (CH 5% + NP),
no entanto, foi superior aos demais tratamentos. Por sua vez, T2 não diferiu estatisticamente
dos tratamentos com St 1% (T5), St 1% + NP (T6), XC 0,25% (T7), XC 0,25% + NP (T8) e
XC 0,25% + St 0,5% (T11). Os tratamentos com St 0,5% (T3), St 0,5% +NP (T4), XC 0,50%
(T9), XC 0,50% + NP (T10) e XC 0,25% + St 0,5% + NP (T12), apresentaram as menores
porcentagens de brotação, não diferindo entre si, nem dos tratamentos St 1% (T5), St 1% + NP
(T6), XC 0,25% (T7), XC 0,25% + NP (T8) e XC 0,25% + St 0,5% (T11).
As diferenças de brotação encontradas entre os tratamentos não
refletiu no número de brotos após a desbrota (Tabela 6) e na porcentagem de ramos
desenvolvidos (Tabela 7), tampouco no número de cachos após a desbrota (Tabela 8),
parâmetro este relacionado diretamente com a produtividade.
No Vale do Rio São Francisco, Leão (1999) avaliou a brotação das
gemas de seis cultivares de uvas sem sementes introduzidas naquela região, obtendo brotação
mais elevada nos cultivares Marroo Seedless (67,5%) e Arizul (65 %). ‘Beauty Seedless’ e
‘Vênus’ apresentaram brotação de gemas de 63,6% e 63%, respectivamente. Enquanto as
médias mais baixas para brotação foram observadas nos cultivares Thompson Seedless
(53,7%) e Canner (51%). Com isso, nota-se que, na mesma região de cultivo, para diferentes
cultivares de uvas sem sementes, os valores médios de brotação assemelharam-se aos obtidos
neste trabalho para ‘Superior Seedless’.
Ainda nesta região, Albuquerque e Vieira (1988) relatam que a
utilização da cianamida hidrogenada no cultivar Italia, na concentração de 7%, promoveu
aumento de 125% na porcentagem de gemas brotadas, 93% no número de cachos e 70% na
produtividade, sem alterar as características químicas dos cachos. Resultados similares foram
obtidos por Pires et al. (1988), em São Paulo, com o cultivar Niágara Rosada.
Albuquerque (1976) observou que a brotação de varas de videira
‘Trebbiano’ tratadas com citocinina a 50, 100 e 150 mg L
-1
, não diferiram significativamente
entre si e do controle. À medida que aumentou a concentração da solução utilizada, as médias
de gemas brotadas situaram-se em nível mais elevado, podendo-se admitir que as baixas
concentrações concorreram para um resultado não significativo. O mesmo autor estudando o
efeito do GA
3
na quebra da dormência de gemas, verificou que as concentrações de 100, 200 e
300 mg L
-1
diferiram significativamente do controle e que, quanto maior a concentração do
99
produto, menor o número de gemas brotadas. Moblibowska (1960), citado por Albuquerque
(1976) afirma que melhor resposta para o GA
3
é obtida quando o mesmo é aplicado na cicatriz
de folhas novas, arrancadas artificialmente, do que quando aplicado em pecíolos cicatrizados
de folhas desprendidas naturalmente, fator este relacionado com a penetração da substância na
gema. De acordo com Ben-Tal e Wodner (1993), a maior quantidade aplicada de regulador
vegetal não é absorvida por outro órgão da planta, mas sim pelo tecido-alvo. Seguindo o
mesmo raciocínio, Lavee (1973) afirma que a citocinina só produz efeito direto na abertura das
gemas quando aplicada nas cicatrizes dos pecíolos das folhas, também devido à melhor
penetração. Segundo o mesmo autor, a maior eficiência do uso de citocinina na quebra de
dormência de gemas é obtida somente quando uma pequena quantidade de frio ainda é
necessária para quebrar a dormência. Colocações estas que podem explicar o menor efeito do
Stimulate
, produto à base de giberelina, citocinina e auxina, na quebra de dormência das
gemas de videira ‘Superior Seedless’.
Segundo Albuquerque (1976), o contraste entre resultados obtidos
com a utilização de produtos visando a melhor e mais uniforme brotação da videira pode
ocorrer devido a desuniformidade das plantas e da poda, difícil de ser contornada nesta
cultura.
Manfroi et al. (1996) avaliaram a eficiência da cianamida hidrogenada
a 0, 0,49, 0,98, 1,47, 1,96 e 2,45%, em duas épocas de aplicação (11/07/1992 e 25/07/1992) na
quebra de dormência de gemas das varas e esporões (ramos com 1 ou 2 gemas) em videira
‘Niagara Rosada’. Os autores observaram que não houve diferença significativa entre as
médias das duas épocas para a brotação nos esporões, permanecendo as brotações com
cianamida hidrogenada, com valores, em quase todos os casos, acima de 90%. Os dados de
Manfroi et al. (1996) corroboram com os apresentados neste trabalho, onde todos os produtos
utilizados para quebra de dormência de gemas de ‘Superior Seedless’, apresentaram resultados
de porcentagem de brotação nos netos (ramos com 1 gema) muito próximos ou acima de 90%
(Figura 1).
A brotação média das gemas (varas e netos) que variaram de 56,30%
a 75,83% neste trabalho, no 13º dia após a poda de produção, concordam com os resultados
obtidos por Leão e Pereira (2001a), onde estudando diferentes cultivares de uvas sem
sementes nas condições tropicais do Vale do Rio São Francisco, obtiveram as seguintes
100
porcentagens de brotação: 67,5% para ‘Marroo Seedless’, 65% para ‘Arizul’, 63,6% para
‘Beauty Seedless’, 63% para ‘Vênus’, 53,7% para ‘Thompson Seedless’ e 51% para ‘Canner
Seedless’.
Albuquerque e Vieira (1988), em estudo realizado no Vale do Rio São
Francisco, constataram que a aplicação de cianamida hidrogenada em videira cultivar Italia, na
concentração de 7% proporcionou brotação de 56,25%. Considerando-se os valores médios de
brotação obtidos neste trabalho, verifica-se que a porcentagem foi igual ou superior à obtida
pelos autores acima citados, independente do tratamento empregado (Tabela 5 e Figura 1).
Or et al. (2000) no Vale do Rio Jordão, em Israel, empregando
cianamida hidrogenada a 5% em videira ‘Perlette’ (sem sementes) obtiveram 72% de quebra
de dormência, 6 semanas após a data de aplicação, assemelhando-se aos resultados obtidos
neste trabalho, onde utilizando-se o mesmo tratamento, correspondente ao convencionalmente
empregado na região do Vale do Rio São Francisco (Dormex
5%), constatou-se 75,83% de
gemas brotadas, porém aos 13 dias após a poda da videira ‘Superior Seedless’. Isso demonstra
a diferença de resposta entre os cultivares e, provavelmente, entre as diferentes regiões de
cultivo.
Leão e Pereira (2000), avaliando o comportamento fenológico de seis
cultivares de uva sem sementes nas condições tropicais do Vale do Rio São Francisco,
observaram que da poda ao início da brotação, todos os cultivares apresentaram duração de 6 a
7 dias para este período, concordando com os dados obtidos neste trabalho com ‘Superior
Seedless’, onde a brotação das gemas iniciou-se aos 7 dias após a poda (Tabelas 4a, 4b e 4c do
Apêndice).
No Rio Grande do Sul, a pulverização de cianamida hidrogenada em
varas de videira ‘Cabernet Sauvignon’ por ocasião da poda seca, nas concentrações de 0, 1, 3 e
5%, teve efeito altamente significativo sobre as variáveis porcentagem de gemas brotadas,
número de cachos por planta, fertilidade por gema e produtividade por gema e do vinhedo. A
análise de regressão polinomial mostrou que houve um efeito quadrático significativo, e que
os pontos de máximo para estas variáveis foram obtidos com concentrações entre 1,8% e
1,9%. Entretanto, não se observou efeito significativo sobre as variáveis fertilidade por gema
brotada, peso do cacho, da baga e produtividade por gema brotada, nem sobre o teor de sólidos
solúveis, acidez total, relação açúcar/acidez total, pH, densidade, P, K, Ca e Mg do suco da
101
uva. Quando comparada ao controle, a aplicação de cianamida hidrogenada a 1% antecipou a
brotação em quatro dias; na concentração de 5%, retardou-a em 18 dias, uniformizando,
diminuindo ou suprimindo a dominância apical (MIELE, 1991). Miele e Dall’Agnol (1994)
também não observaram efeito positivo da aplicação de cianamida hidrogenada (1, 2 ou 3%)
no teor de sólidos solúveis e pH de uvas ‘Trebbiano’.
O efeito de produtos químicos na quebra de dormência das gemas e na
produtividade do vinhedo pode variar em função das condições climáticas. Em regiões de
clima subtropical ou tropical, é praticamente obrigatória a utilização de produtos que
promovam a quebra de dormência das gemas da videira. Assim, as concentrações
recomendadas para estas regiões são maiores que as utilizadas em vinhedos instalados em
áreas de clima temperado (MIELE, 1991).
Em anos de inverno com temperaturas altas, a brotação das gemas é
reduzida, aumenta-se a dominância apical e, os poucos brotos formados, são excessivamente
vigorosos; efeitos estes que naturalmente ocorrem em regiões de cultivo onde o clima é
tropical ou subtropical (BAUTISTA, 1991).
Jensen e Bettiga (1984) concluíram que a cianamida hidrogenada a
2,5% aplicada após a poda realizada na primavera nos cultivares Thompson Seedless, Emperor
e French Colombard, em vinhedos localizados na Califórnia, não influenciaram na quebra de
dormência das gemas e nem na precocidade ou uniformidade da brotação e, ao contrário, em
‘Thompson Seedless’, a brotação foi atrasada e reduzida com a dose aplicada. De acordo com
Pires et al. (1993), produtores da região sul do estado de São Paulo, observaram que 2,5% de
cianamida hidrogenada, usualmente aplicada em videiras, tem provado ser prejudicial às
gemas.
Em alguns casos, pulverizações com cianamida hidrogenada podem
causar uma abertura irregular das gemas floríferas, não só em videira, mas também em outras
espécies frutíferas, ou levar os brotos à morte. Em outros casos, a dose excessiva pode ser a
causa de redução na produção. A toxicidade da cianamida hidrogenada às gemas de videira é
dependente do estádio de dormência das mesmas e a resistência das gemas ao produto químico
diminui rapidamente próximo ao final da endodormência, assim como, aplicações muito
antecipadas podem levar a um efeito negativo na uniformidade de abertura das gemas
(SHULMAN et al., 1983; SHULMAN et al., 1986). Assim, a análise do estádio de dormência
102
das gemas, pode servir como base na tomada de decisão do melhor momento para realizar a
poda e, conseqüentemente, a aplicação da cianamida hidrogenada ou de outros produtos
químicos com modo de ação desconhecido nas gemas das videiras. Porém, o momento ideal
para realização da poda e aplicação do produto para quebra de dormência não se limita apenas
ao estádio de dormência das gemas, mas, fundamentalmente, à demanda do mercado
consumidor.
Na primavera, a ocorrência de dias longos e aumento na temperatura
poderão levar à síntese endógena de promotores de crescimento, como é o caso das
giberelinas. Se este fato não ocorrer, pode-se substituir parcialmente o processo através da
aplicação de giberelinas exógenas ou de cianamida hidrogenada. Os dias longos são
receptados pelas folhas, cujos fitocromos se acumulam na forma inativa ou são degradados.
Os processos metabólicos são reativados, a respiração aumenta e os níveis hormonais são
novamente modificados. Observa-se síntese ou ativação dos promotores de crescimento, sendo
os inibidores reduzidos. Ocorre, então, a emergência das gemas, produzindo brotações que
adquirem maturidade vegetativa no verão (CASTRO; VIEIRA, 2001).
Nir e colaboradores (1986) monitoraram a atividade da catalase em
gemas de videira ‘Perlette’, cultivada no Vale do Rio Jordão (Israel), do outono até a
primavera. A atividade da enzima aumentou marcadamente no outono, alcançando um
máximo no final de outubro, quando então começou a decrescer, atingindo um mínimo em
janeiro. A atividade da catalase e a intensidade da dormência começaram a diminuir
paralelamente à queda da temperatura. Deste modo, a intensidade de dormência em gemas de
videira é positivamente relacionada à atividade da catalase. Esses resultados podem explicar
os efeitos inibidores de altas temperaturas durante o inverno na quebra de dormência de
gemas. O modo de ação da cianamida hidrogenada na quebra de dormência das gemas de
videira ainda não está totalmente esclarecido, podendo estar relacionado à inibição da
atividade da catalase, levando a um estresse oxidativo em vários sistemas, devido ao acúmulo
de peróxido de hidrogênio nos tecidos das gemas, que poderia ser responsável pela ativação do
ciclo da pentose-fosfato e conseqüente indução da quebra de dormência das gemas (NIR et al.,
1986; SHULMAN et al., 1986; PIRES; BOTELHO, 2001). A geração de espécies de oxigênio
reativo, particularmente de peróxido de hidrogênio, durante o estresse, pode fazer parte de
uma cascata de sinais que levam à resposta da planta, ou seja, à quebra da dormência (OR et
103
al., 2000). Na natureza, o processo de quebra de dormência das gemas é disparado por baixas
temperaturas (ZELLEKE; KLIEWER, 1989).
Em regiões tropicais ou sub-tropicais, onde o inverno é quente,
considerável número de gemas da videira deixam de crescer devido à insuficiência de frio e no
caso da região semi-árida do Nordeste brasileiro, as temperaturas não acumulam valores
inferiores a 7ºC no inverno (Tabela 1 do Apêndice), temperatura importante para ativar a
quebra natural da dormência das gemas (JENSEN; BETTIGA, 1984).
De acordo com Weaver (1959), aplicações de 10, 50 e 250 mg L
-1
de
ácido giberélico no início do outono, prolongaram o período de dormência de gemas de
videira na primavera seguinte; na época de aplicação, as folhas ainda estavam verdes e os
resultados mostraram que, quanto mais alta a concentração de giberelina, mais se atrasa o
período de brotação. Pouget (1963) observou efeitos negativos na quebra de dormência de
gemas de videira na primavera seguinte à aplicação de 100 mg L
-1
de ácido giberélico no
momento de crescimento ativo dos brotos. Dados semelhantes foram obtidos por Albuquerque
(1976) com a aplicação de ácido giberélico em uva ‘Trebbiano’ no Rio Grande do Sul.
Smith e Kefford, citados por Lavee (1973) constataram que o efeito
do ácido giberélico exógeno na quebra de dormência de gemas complica-se quando a época de
aplicação é trocada da primavera para o outono, podendo ser obtidos resultados opostos, como
os obtidos pelos autores anteriormente citados. Com esta afirmação, é possível inferir que a
ausência de resultados positivos com a aplicação do Stimulate
, produto composto por
giberelina, citocinina e auxina, possa ser em parte em função do momento da poda e,
conseqüentemente, da aplicação, as quais ocorreram no outono (22/05 e 24/05/2006,
respectivamente), quando nenhum frio havia sido acumulado.
Brown et al. (1960) verificaram que o ácido giberélico estimula o
desenvolvimento das gemas de pereira só depois do período de repouso das mesmas ter sido
parcialmente quebrado por um frio invernal antes do tratamento. Concluíram que o efeito do
ácido giberélico em gemas de pereira não parece ser responsável pela quebra ou redução do
repouso e sim como um estimulador de crescimento que é expresso pelo desenvolvimento das
gemas depois que as mesmas tenham emergido parcialmente do repouso.
Os diversos estudos conduzidos no Brasil e nos demais países
produtores de uvas sobre os efeitos das giberelinas exógenas, principalmente nas
104
características dos cachos onde se concentra o maior número de trabalhos, têm apresentado
respostas diferentes, de acordo com a época de aplicação e concentração utilizada, sendo que
os cultivares podem responder de forma diferenciada ao mesmo tratamento, em função do
local de cultivo (GIL; ESCOBAR; 1979; PIRES et al., 1986; LEÃO; POSSÍDIO, 2000;
PIRES; MARTINS, 2003; SANTOS et al., 2003), o que determina a necessidade de novas
pesquisas no sentido de elucidar as melhores concentrações e épocas de aplicação. Para
Metivier (1979) a resposta de um tecido à giberelina pode mudar, dependendo do estado e da
idade daquele tecido.
Albuquerque e Sobral (1989) conduziram experimento sob condições
irrigadas na região semi-árida do Vale do Rio São Francisco, com o objetivo de determinar
qual o mais eficiente produto na brotação da videira ‘Italia’. Para tanto, utilizaram os produtos
químicos ethephon (8.000 mg L
-1
), cianamida hidrogenada (3,5%), calciocianamida (30%) e
ethephon (8.000 mg L
-1
) em mistura com cianamida hidrogenada (3,5%). Os autores
observaram que para todos os tratamentos, o início da brotação ocorreu, aproximadamente,
doze dias após a poda. Todos os produtos utilizados mostraram-se significativamente
superiores ao controle no que se refere à porcentagem de gemas brotadas e número de cachos,
porém, não influenciaram no conteúdo de sólidos solúveis (ºBrix) das uvas.
De acordo com os dados apresentados nas Tabelas 4a, 4b e 4c do
Apêndice, observa-se que a brotação de ‘Superior Seedless’ iniciou-se aos 7 dias após a poda
de produção, ou seja, na mesma região de cultivo, diferentes cultivares podem apresentar pelo
menos cinco dias de diferença entre o início da brotação. O comportamento fenológico entre
os diferentes cultivares de videira, depende de fatores genéticos, ambientais (clima e solo) e
dos tratos culturais adotados. Cada cultivar apresenta uma reação diferente quando submetido
a diferentes condições do meio, o que explica as variações entre os ciclos fenológicos.
O estudo da fenologia na viticultura tem como objetivo principal
caracterizar a duração das fases do desenvolvimento da videira em relação ao clima,
especialmente às variações estacionais e é utilizado para interpretar como as diferentes regiões
climáticas interagem com a cultura (TERRA et al., 1998).
Observando-se a evolução da brotação média das gemas (Tabelas 4a,
4b e 4c do Apêndice), verifica-se que embora sem diferença estatística, o tratamento das
gemas com Dormex
(5%) com ou sem Nitro Plus 9
, promoveram um atraso no início da
105
brotação comparado aos demais tratamentos, comprovado pelos dados coletados 7 dias após a
poda de produção. O estresse proporcionado pela cianamida hidrogenada pode ter levado a um
atraso na brotação. Provavelmente, por ser um produto cáustico, o estresse causado pela
cianamida hidrogenada provocaria um aumento na taxa respiratória das gemas, com
conseqüente aceleração do metabolismo, levando à quebra da dormência. Shulman et al.
(1983) estudando o efeito de reguladores vegetais (calciocianamida, cianamida hidrogenada,
dinitro-orto-cresol e tiouréia) na quebra de dormência de gemas de videira ‘Perlette’ e ‘Dan
Ben Hanna’, verificaram que em todos os casos, os tratamentos que propiciaram maior taxa de
quebra de dormência das gemas, mostraram aumento na taxa respiratória. Miele (1991)
estudando a evolução da brotação das gemas de videira ‘Cabernet Sauvignon’, verificou que a
concentração de 1% de cianamida hidrogenada promoveu uma antecipação da brotação em
quatro dias, quando comparada com o controle e com a concentração de 3%; mas, a 5%, o
produto retardou em 18 dias a brotação. Para o autor, a brotação das gemas das videiras
pulverizadas com a dose de 5% de cianamida hidrogenada, apresentou uma evolução bem
mais lenta comparada às doses menores. No caso deste trabalho, observa-se que, o atraso na
brotação foi inicial e que, aos 9 dias após a poda de produção, os tratamentos com cianamida
hidrogenada equipararam-se ou superaram os demais.
A variabilidade dos resultados obtidos com o uso de reguladores
vegetais por vários pesquisadores pode ser atribuída a diferenças nos produtos utilizados e
suas concentrações, épocas de aplicação, cultivar, vigor da planta, entre outros fatores como
horas de frio acumuladas durante o período de repouso (PASQUAL; PETRI, 1985). Segundo
Leão (1999) vale ressaltar que, em condições tropicais a videira apresenta crescimento
vegetativo contínuo, isto é, não paralisa sua atividade fotossintética.
Os resultados obtidos neste trabalho com o uso dos reguladores
vegetais Stimulate
e X-Cyte
na porcentagem de brotação das gemas de videira ‘Superior
Seedless’, evidenciam o potencial destes produtos, tendo em vista a ausência de diferença
significativa ao avaliar-se o número de brotos após a desbrota, quando comparados ao
Dormex
, produto convencionalmente empregado visando a quebra de dormência e
uniformidade de brotação das gemas de videira. Dessa forma, Stimulate
e X-Cyte
podem
substituir o Dormex
sem causar prejuízo à brotação.
106
6.1.2 Número de brotos após a desbrota e porcentagem de ramos
desenvolvidos
Teoricamente, quanto maior a brotação das gemas, maior será a
capacidade de produção e mais fácil a condução das plantas nos anos seguintes, facilitando a
poda pela maior oferta de ramos a escolher, proporcionando uma melhor distribuição dos
ramos e adequada arquitetura das plantas (MANFROI et al., 1996), melhorando a captação da
luz e distribuição dos fotoassimilados.
Os resultados obtidos neste trabalho mostram que embora alguns
tratamentos tenham apresentado maior porcentagem de brotação, estes efeitos foram diluídos
durante o desenvolvimento fenológico e, após a desbrota, todas as plantas apresentavam
número de brotos e porcentagem de ramos desenvolvidos estatisticamente iguais, conforme as
Tabelas 6 e 7.
A maior e mais uniforme brotação das gemas resulta em melhor
distribuição do vigor potencial. Em vinhedos de vigor excessivo, o maior número de brotos
desenvolvidos causa um crescimento moderado nos brotos individuais, um desenvolvimento
mais uniforme dos frutos e uma melhor diferenciação das gemas para o ciclo seguinte
(LAVEE, 1987).
107
Tabela 6. Número de brotos após a desbrota da videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus 9
,
Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitro Plus 9 Com Nitro Plus 9
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
0,25 0,50 0,25 0,50
Vara
2,29
y
1,96 1,59 2,56 2,16 2,19
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
2,36 2,32 - 2,42 2,48 -
1,0
1,98 - - 1,89 - -
CV (%) = 25,95 F = 1,479 ns
z
0,25 0,50 0,25 0,50
Neto
3,13 3,15 3,28 3,22 3,48 3,46
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
3,26 3,53 - 3,63 3,43 -
1,0
3,42 - - 3,03 - -
CV (%) = 10,92 F = 0,599 ns
0,25 0,50 0,25 0,50
Total
5,42 5,11 4,87 5,78 5,63 5,65
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
5,62 5,84 - 6,05 5,91 -
1,0
5,40 - - 4,92 - -
CV (%) = 13,87 F = 0,966 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o número de
brotos após a desbrota, ns = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
O aumento no número de gemas brotadas é um resultado altamente
positivo da aplicação de qualquer produto químico em videiras, pois, quanto maior o número
de gemas brotadas, melhor será a arquitetura do dossel vegetativo, pois haverá uma maior
quantidade de ramos de ano bem posicionados para serem deixados como varas ou netos no
ano seguinte. Assim, os resultados de porcentagem de brotação obtidos com a aplicação de
todos os tratamentos pode ser considerado satisfatório para este cultivar, uma vez que, não se
observou diferença significativa entre o número de brotos deixados após a desbrota.
108
Tabela 7. Porcentagem de ramos desenvolvidos da videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera
L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus 9
,
Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitro Plus 9 Com Nitro Plus 9
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
0,25 0,50 0,25 0,50
Vara
12,34
y
9,41 7,64 14,46 10,31 12,28
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
10,91 11,25 - 12,79 13,56 -
1,0
9,20 - - 8,57 - -
CV (%) = 38,02 F = 1,942 ns
z
0,25 0,50 0,25 0,50
Neto
44,96 42,51 44,27 42,21 48,97 49,08
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
47,19 45,23 - 49,00 46,53 -
1,0
45,78 - - 40,54 - -
CV (%) = 12,38 F = 0,554 ns
0,25 0,50 0,25 0,50
Total
22,29 19,44 18,87 22,99 21,74 23,10
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
21,04 21,62 - 23,81 23,67 -
1,0
20,02 - - 18,41 - -
CV (%) = 17,49 F = 1,185 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferem estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de
ramos desenvolvidos, ns = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
Apesar de não apresentarem diferenças significativas, praticamente
todos os tratamentos que receberam Nitro Plus 9
mostraram melhor desempenho quanto ao
número brotos e porcentagem de ramos desenvolvidos. Sabe-se que o cálcio é mensageiro
secundário da ação hormonal (CASTRO, 2007) e, como o Nitro Plus 9
é um composto rico
em N e Ca, este poderia potencializar o efeito do Stimulate, quando aplicado via
fertirrigação. Possivelmente, uma análise da relação custo/benefício possa demonstrar a
vantagem de se utilizar o Nitro Plus 9
durante a fase de quebra de dormência das gemas.
Mesmo alguns tratamentos apresentando maior porcentagem de
brotação, ao realizar-se a desbrota de todos os tratamentos ao mesmo tempo, verifica-se que o
109
número de brotos e a porcentagem de ramos desenvolvidos não diferiram. Estes resultados
podem representar a oferta de novas alternativas de produtos aos viticultores, ficando a
escolha da melhor opção a critério do custo, toxicidade do produto, etc.
No presente trabalho pode-se inferir sobre o efeito dos reguladores
vegetais compostos por citocinina (Stimulate
, X-Cyte
) no estímulo à divisão celular, pois,
sabe-se que as citocininas são responsáveis pela citocinese (divisão do citoplasma) durante o
processo de divisão celular e aceleram a passagem da fase G
2
(síntese de substâncias para a
fase da mitose) até a mitose propriamente dita. Assim sendo, os reguladores vegetais podem
ter influenciado no processo de divisão celular, como demonstra o resultado de alguns
tratamentos com maior número de brotos após a desbrota e maior porcentagem de ramos
desenvolvidos.
6.1.3 Número de cachos após a desbrota
O número de cachos após a desbrota não foi influenciado pelos
reguladores vegetais estudados, independente do local de avaliação (vara ou neto), conforme a
Tabela 8. Pode-se associar a ausência de diferença estatística entre o número de cachos obtidos
nos diferentes tratamentos à não variação no número de brotos deixados após a desbrota
(Tabela 6).
110
Tabela 8. Número de cachos após a desbrota da videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus 9
,
Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitro Plus 9 Com Nitro Plus 9
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
0,25 0,50 0,25 0,50
Vara
1,66
y
1,38 1,21 1,91 1,53 1,55
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
1,80 1,47 - 1,96 1,71 -
1,0
1,46 - - 1,39 - -
CV (%) = 28,58 F = 0,905 ns
z
0,25 0,50 0,25 0,50
Neto
2,31 2,19 2,34 2,48 2,54 2,55
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
2,34 2,38 - 2,68 2,81 -
1,0
2,61 - - 2,17 - -
CV (%) = 15,94 F = 0,463 ns
0,25 0,50 0,25 0,50
Total
3,97 3,57 3,54 4,39 4,08 4,10
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
4,14 3,86 - 4,64 4,51 -
1,0
4,07 - - 3,56 - -
CV (%) = 18,07 F = 0,590 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o número de
cachos após a desbrota, ns = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
Nas varas o número médio de cachos variou entre 1,21 e 1,96, já nos
netos a média ficou entre 2,19 e 2,81. No presente trabalho, obteve-se, em média, uma
brotação 100% maior nos netos em comparação à brotação nas varas e um número de cachos
após a desbrota, 55% maior nos netos do que nas varas, o que comprova a importância da
poda mista neste cultivar, deixando-se varas e netos na poda de produção. George e Nissen
(1990) avaliaram o efeito da aplicação de cianamida hidrogenada sobre a produção e quebra
de dormência de 18 cultivares de uva de mesa. Os autores obtiveram em 15 cultivares
estudados, maior número médio de cachos produzidos nos brotos dos esporões do que das
111
varas; quanto à porcentagem de brotação, apenas um cultivar apresentou menor nos esporões
do que nos netos.
Estes dados se opõem aos encontrados por Miele (1991) em uvas
‘Cabernet Sauvignon’ onde o efeito do produto utilizado na quebra de dormência sobre o
número de cachos por planta foi semelhante ao verificado em relação ao número de gemas
brotadas, em decorrência da maior quantidade de brotos que se desenvolveram a partir destas
gemas.
Teoricamente, quanto maior o número de gemas e varas deixadas na
poda, maior será o número potencial de cachos produzidos. Entretanto, o número de varas que
deverá permanecer nas videiras após a poda está relacionado não só com a fertilidade das
gemas, mas também com o vigor das plantas; desse modo, é importante que o número de varas
seja condizente com a capacidade do cultivar em produzir cachos de qualidade. Além disso, é
importante se considerar que tendo em vista o elevado vigor apresentado pelos cultivares sem
sementes, especialmente em condições tropicais, recomenda-se de acordo com Winkler
(1965), aumentar a carga de gemas e o número de brotações a fim de se induzir redução no
vigor dessas brotações.
É importante ressaltar que, segundo Hidalgo (1999) a fertilidade de
gemas depende das condições observadas durante o período de crescimento vegetativo do
ciclo anterior, quando ocorre a diferenciação floral.
6.1.4 Porcentagem de brotação ao longo das varas
De acordo com a Figura 2, observa-se tendência da gema basal
apresentar menor porcentagem de brotação em todos os tratamentos empregados. A brotação
foi variável de acordo com a posição da gema na vara, embora com tendência de aumento à
medida que se aproxima das gemas da extremidade. Considerando-se as porcentagens de
brotação na porção apical da vara em todos os tratamentos empregados, observa-se que os
valores obtidos estão próximos ou acima de 40% (Figura 2 e Tabela 9). Estes dados estão de
acordo aos encontrados por Leão e Pereira (2001a) para uvas sem sementes dos cultivares
Marroo Seedless, Arizul, Beauty Seedless, Vênus, Thompson Seedless e Canner Seedless,
112
durante três ciclos de avaliação, também no Vale do Rio São Francisco, onde os autores
observaram tendência da gema basal apresentar menor porcentagem de brotação.
Com exceção dos tratamentos com Dormex
5% (T1), Stimulate
0,5% (T3), Stimulate
0,5% + Nitro Plus 9
(T4) e Stimulate
0,5% + X-Cyte
0,25% + Nitro
Plus 9
(T12), os demais tratamentos mostraram tendência de uniformização da brotação das
gemas entre as porções avaliadas, reduzindo o efeito da dominância apical (Figura 2 e Tabela
9). Miele e Dall’Agnol (1994) também verificaram para o cultivar Trebbiano uniformização da
brotação, com diminuição da dominância apical, em tratamentos com cianamida hidrogenada.
Os resultados obtidos mostram que, a brotação das gemas em todos os
tratamentos empregados foi satisfatória, bem distribuída ao longo das varas e suficiente para a
formação da quantidade de brotos necessários para o manejo adequado da parte aérea e para a
frutificação, porém, a produção das plantas é dependente da fertilidade das gemas ao longo
dos anos.
Figura 2. Porcentagem de brotação após a desbrota nos terços basal, mediano e apical de
varas de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetidas a tratamentos
com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
T
1
- CH
5
%
T
2
- CH
5
% +
N
P
T3
-
St
0
,5%
T4
-
St
0
,5
% +
N
P
T5 - St 1
%
T6 - St 1% + NP
T7
-
X
C 0
,
25%
T
8 -
X
C 0,25% +
NP
T9
-
XC
0
,5
%
T
10 - X
C
0
,5%
+
N
P
T
1
1
- X
C 0
,
2
5
%
+
S
t
0,5
%
T
1
2
- X
C 0
,
2
5
% +
St
0
,5
% +
N
P
Tratamentos
Brotação
Bas al Mediana Apical
113
Cianamida hidrogenada a 1 ou 2% aumentou significativamente a
porcentagem de brotação de gemas localizadas nos dois terços basais da vara de produção em
uvas ‘Thompson Seedless’ e ‘Cabernet Sauvignon’ com dois, três e quatro anos de idade e
‘Grenache’ com dois anos de idade, cultivadas em Davis, Califórnia (ZELLEKE; KLIEWER,
1989).
Para Albuquerque et al. (1996) o efeito das auxinas no
desenvolvimento vegetativo das videiras cultivadas em regiões tropicais, pode estar
relacionado ao transporte de assimilados diretamente para a região meristemática da gema
apical, bloqueando a disponibilidade dos nutrientes para as gemas laterais e, também, agiriam
inibindo o desenvolvimento das conexões vasculares entre as gemas laterais e o tecido
vascular principal, o que confere a estas plantas uma marcante dominância apical. Para
diminuir os efeitos da forte dominância apical nas videiras, é conveniente utilizar produtos
químicos que forçam a brotação rápida e uniforme das gemas.
Tabela 9. Porcentagem de brotação após a desbrota ao longo das varas de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
,
Dormex
e Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006.
Tratamentos
Porcentagem de brotação
Terço
Basal
Terço
Mediano
Terço
Apical
T1: Dormex
(5%)
22,44 35,59 41,97
T2: Dormex
(5%) + Nitro Plus 9
28,62 30,69 40,68
T3: Stimulate
(0,5%)
23,06 35,95 41,00
T4: Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
18,01 31,85 50,15
T5: Stimulate
(1,0%)
27,69 32,73 39,58
T6: Stimulate
(1,0%) + Nitro Plus 9
27,64 33,37 38,99
T7: X-Cyte
(0,25%)
27,35 34,45 38,20
T8: X-Cyte
(0,25%) + Nitro Plus 9
27,88 34,15 37,97
T9: X-Cyte
(0,50%)
28,48 35,42 36,10
T10: X-Cyte
(0,50%) + Nitro Plus 9
28,87 31,35 39,79
T11: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%)
27,71 31,73 40,55
T12: X-Cyte
(0,25%) + Stimulate
(0,5%) + Nitro Plus 9
23,91 33,87 42,23
Em regiões de clima temperado, a brotação das gemas da porção
mediana das varas podadas é, geralmente, mais fraca se comparada às porções basal e apical.
114
Em regiões subtropicais e tropicais onde as videiras são cultivadas, muitas gemas ao longo das
varas permanecem dormentes, exceto as gemas apicais (ZELLEKE; KLIEWER, 1989;
BAUTISTA, 1991). De acordo com Pommer (2003), as videiras desenvolvidas em regiões
tropicais caracterizam-se por apresentar crescimento contínuo, não ocorrendo senescência e
abscisão de folhas, com marcante dominância apical nos ramos deixados pela poda, resultando
numa brotação desuniforme e irregular da planta como um todo; os brotos são excessivamente
vigorosos, resultando em baixa produtividade. A forte dominância apical está relacionada a
auxinas, impedindo significativamente a brotação lateral mais uniforme. Daí a importância das
citocininas, que quando aplicadas quebram a dominância apical causada pela auxina, pois,
atuam no processo de divisão e alongamento celular, promovendo o desenvolvimento das
gemas laterais. A auxina inibe a brotação das gemas laterais mantendo baixo o nível de
citocinina nestas gemas.
Maiores porcentagens de brotação nas gemas próximas à extremidade
do corte da vara também foram observadas por outros autores. Bautista (1991) estudando na
Venezuela o potencial de brotação dos cultivares Italia, Alphonse Lavallée e Villanueva sob
condições tropicais, obtiveram 90% ou mais de brotação das gemas apicais em varas de uma a
dez gemas e a porcentagem de brotação decresceu rapidamente até a base das varas. Sem
dúvida, o desenvolvimento inicial das gemas apicais exerce certa regulação sobre o
desenvolvimento das gemas subseqüentes. O autor relata que este índice de brotação das
gemas apicais em regiões tropicais é similar ao observado em regiões de clima temperado e
que, a desuniformidade de brotação ao longo das varas de produção é considerado como um
problema característico da viticultura tropical, onde as altas temperaturas promovem uma
brotação desuniforme, especialmente nas gemas distais. Observa-se que os dados
meteorológicos (Tabela 1 do Apêndice) estão dentro do indicado para uva, portanto, não
houve considerável dominância apical.
Neste contexto os tratamentos T2 (Dormex
5% + Nitro Plus 9
) e T5
a T11 (Stimulate
1,0%; Stimulate
1,0% + Nitro Plus 9
; X-Cyte
0,25%; X-Cyte
0,25% +
Nitro Plus 9
; X-Cyte
0,50%; X-Cyte
0,50% + Nitro Plus 9
e; X-Cyte
0,25% +
Stimulate
0,5%) parecem promissores em melhorar a brotação das gemas e permitir o
crescimento dos brotos.
115
Com exceção de T4 (Stimulate
0,5% + Nitro Plus 9
), a dominância
apical foi reduzida e até mesmo desapareceu, pois as gemas que brotaram foram distribuídas
igualmente ao longo das varas (Figura 2 e Figura 3 do Apêndice). Considerando a
porcentagem de brotação ao longo das varas de produção, verifica-se que, de maneira geral, a
dominância apical foi maior quando se utilizou Dormex
5%, Stimulate
0,5% com ou sem
Nitro Plus 9
, e Stimulate
0,5% + X-Cyte
0,25% + Nitro Plus 9
, T1, T3, T4 e T12,
respectivamente.
Segundo Leão e Pereira (2001a), as porcentagens de brotação e
índices de fertilidade de gemas encontrados para uvas sem sementes ‘Marroo Seedless’,
‘Arizul’, ‘Beauty Seedless’, ‘Vênus’, ‘Thompson Seedless’ e ‘Canner Seedless’, durante três
anos de avaliação, também no Vale do Rio São Francisco, apresentaram tendência crescente
da base para o ápice das varas e as maiores médias foram observadas na três últimas gemas em
todos os cultivares.
De acordo com Manfroi et al. (1996), videiras submetidas à poda
longa, antecipadamente brotam as gemas da extremidade, ocorrendo a inibição das gemas
laterais, que podem brotar, mas com menor vigor e mais tardiamente. Os autores verificaram
que em plantas de videira ‘Niagara Rosada’ sem aplicação de produtos químicos visando a
quebra da dormência das gemas, as brotações concentraram-se na ponta das varas,
normalmente nas duas primeiras gemas, com as demais ficando dormentes ou emitindo fracas
brotações, em geral, tardias.
6.1.5 Comprimento dos ramos aos 30 dias após a poda
Conforme a Tabela 10, não se observou influência dos reguladores
vegetais estudados no comprimento dos ramos 30 dias após a poda de produção. A ausência de
efeito dos produtos testados possivelmente ocorreu em função das condições climáticas
reinantes na região nessa época, pois foi um período de altas temperaturas (Tabela 1 do
Apêndice) aliadas a níveis adequados de água no solo, o que favoreceu a brotação. Essas
observações estão de acordo com as realizadas por Souza (1998). Ainda, em função da
ausência de diferença significativa entre os tratamentos quanto ao número de brotos após a
116
desbrota e porcentagem de ramos desenvolvidos, possivelmente, o efeito dos tratamentos no
comprimento dos ramos tornou-se insignificante pelo fato de ter permanecido após a desbrota
um número de ramos equivalente, nas varas e netos dos diferentes tratamentos.
Tabela 10. Comprimento dos ramos (cm) 30 dias após a poda da videira ‘Superior Seedless’
(Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e
Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitro Plus 9 Com Nitro Plus 9
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
0,25 0,50 0,25 0,50
56,07
y
55,24 56,65 54,58 54,80 61,11
Stimulate (%)
(Dormex
5%)
(Dormex
5%)
0,5
53,66 61,28 - 58,41 60,16 -
1,0
54,93 - - 56,55 - -
CV (%) = 9,33 F = 0,677 ns
z
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento
dos ramos, ns = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
As plantas desenvolveram-se em condições climáticas conforme
dados da Tabela 1 do Apêndice. Observa-se que a média das temperaturas mínimas não
chegou a ser inferior a 18ºC, ou seja, não atingiu limites inferiores que impossibilitassem o
desenvolvimento da videira (WINKLER, 1965).
De acordo com Weaver (1961), um dos mais notáveis efeitos
fisiológicos da aplicação exógena de giberelina nos brotos da videira é o aumento na taxa de
alongação, como resultado do alongamento dos internós. Botelho et al. (2004b) obtiveram
redução do comprimento dos ramos de videiras ‘Rubi’ submetidas a tratamentos com
paclobutrazol, um inibidor da síntese de giberelina. Porém, a pulverização tanto de giberelina
(Stimulate
) quanto de citocinina (Stimulate
ou X-Cyte
) por ocasião da poda seca ou de
produção, não causaram efeito significativo no comprimento dos ramos de videira ‘Superior
Seedless’ medidos 30 dias após a poda.
117
Segundo Weaver (1956), tanto auxinas como citocininas aplicadas
exogenamente no vinhedo tem um efeito significativo no pegamento, desenvolvimento e
maturação dos frutos, mas, não tem efeito no desenvolvimento dos brotos.
As médias de comprimento dos ramos variaram de 53,66 a 61,28 cm,
conforme a Tabela 10 e Figura 3. Lin et al. (1985) realizaram ensaio de brotação com o
cultivar Golden Muscat e obtiveram, 27 dias após a poda, ramos com comprimento variando
de 26,3 cm (controle) a 44,8 cm (0,98% de cianamida hidrogenada), valores próximos, porém,
inferiores aos encontrados neste trabalho, o que comprova o alto vigor vegetativo do cultivar
Superior Seedless.
Figura 3. Comprimento dos ramos (cm) 30 dias após a poda da videira ‘Superior Seedless’
(Vitis vinifera L.) submetida a tratamentos com Stimulate
, X-Cyte
, Dormex
e
Nitro Plus 9
, Juazeiro/BA. 2006.
De modo geral, não ficou evidenciado o efeito do Nitro Plus 9
nas
características avaliadas. Os resultados obtidos neste trabalho não condizem com o relatado
por Taiz e Zeiger (2004) sobre a importância dos nutrientes minerais, especificamente o
nitrogênio, fundamental para o desenvolvimento vegetativo, por ser constituinte de
aminoácidos, aminas, proteínas, ácidos nucléicos, coenzimas e outros componentes.
60,2
61,3
61,1
56,6
54,8
55,2
56,5
54,9
58,4
53,7
54,6
56,1
0 10203040506070
T12 - XC 0,25% + St 0,5% + NP
T11 - XC 0,25% + St 0,5%
T10 - XC 0,5% + NP
T9 - XC 0,5%
T8 - XC 0,25% + NP
T7 - XC 0,25%
T6 - St 1% + NP
T5 - St 1%
T4 - St 0,5% + NP
T3 - St 0,5%
T2 - CH 5% + NP
T1 - CH 5%
Tratamentos
Comprimento dos ramos (cm)
118
Provavelmente, a resposta ao Nitro Plus 9
está relacionada com a época de aplicação e, como
o produto foi aplicado logo após a poda, momento em que o uso de compostos orgânicos e
adubos minerais via fertirrigação e aplicação foliar é intensivo, seu efeito pode ter sido
diluído, não sendo detectado estatisticamente.
6.2 Experimento 2
Objetivando proporcionar o aumento de tamanho dos cachos e das
bagas, Stimulate
(biorregulador) e X-Cyte
(citocinina) associado a uma nova formulação
comercial de giberelina (N-Large
) e ao Pro-Gibb
, produto usualmente utilizado como fonte
de giberelina, foram aplicados via pulverização na fase de desenvolvimento das bagas (18, 21,
51 e 56 dias após a poda de produção).
Para um cultivar de uva ser economicamente viável, é preciso ser
produtivo e possuir cachos de boa qualidade. Tamanho e peso dos cachos são componentes de
produção importantes para maximizar os lucros e reduzir os custos. Na comercialização,
tamanho, aparência e sabor das bagas são fatores decisivos no aumento da demanda e,
conseqüentemente, dos preços.
Weaver (1961) afirmou que o tamanho das bagas de cultivares de
uvas sem sementes poderia ser aumentado consideravelmente através do tratamento dos
cachos com giberelina no início do florescimento ou durante a queda natural das bagas.
6.2.1 Comprimento dos cachos
De acordo com a Tabela 11, cachos tratados com N-Large
, visando o
alongamento do engaço, apresentaram-se mais compridos aos 30 dias após a poda de produção
(DAP); não diferindo, no entanto, dos cachos tratados com Pro-Gibb
ou Stimulate
D3.
Cachos mais curtos foram obtidos com a aplicação de Stimulate
na D2, o qual não diferiu
estatisticamente dos demais tratamentos onde se empregou o Stimulate
(St D1 e St D3).
Entretanto, esse efeito foi diluído durante o desenvolvimento dos cachos e, no momento da
colheita, apenas cachos tratados com Pro-Gibb
na fase de alongamento do engaço mais X-
119
Cyte
DM na fase de desenvolvimento das bagas (189,00 mm) diferiram daqueles tratados
com Pro-Gibb
(138,25 mm) (Tabela 13).
Tabela 11. Comprimento (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-
Large
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
119,48 a
y
- - -
1ª Avaliação Pro-Gibb
117,36 ab - - -
30 DAP
w
St D1
94,47 bc
St D2
89,27 c
St D3
98,15 abc
CV (%) = 26,58 F = 6,692 *
z
0,00 DB DM DA
N-Large
142,77 - - -
2ª Avaliação Pro-Gibb
137,54 - - -
44 DAP St D1
125,57
St D2
118,23
St D3
133,64
CV (%) = 14,80 F = 1,876 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
163,88 167,84 177,27 175,79
3ª Avaliação Pro-Gibb
155,12 168,05 173,71 176,02
58 DAP St D1
165,05
St D2
148,59
St D3
166,85
CV (%) = 10,42 F = 1,426 ns
w
DAP = dias após a poda de produção.
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento
dos cachos, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
Ainda na Tabela 11, nota-se que aos 44 DAP e 58 DAP, não houve
influência dos biorreguladores vegetais no comprimento dos cachos.
120
Portanto, o biorregulador Stimulate
(D3) foi importante em
promover o alongamento dos cachos aos 44 DAP. Dados estes importantes e justificados pela
aplicação do biorregulador, que representa uma associação entre os três principais reguladores
vegetais promotores do metabolismo, que são as auxinas, giberelinas e citocininas,
importantes em todo o desenvolvimento dos vegetais.
Outros trabalhos também evidenciam a importância dos reguladores
vegetais no alongamento do engaço de cachos de uva. Maior aumento no comprimento dos
cachos de ‘King’s Ruby’ foi obtido pela aplicação de 50 mg L
-1
de GA
3
isolado ou combinado
com 50 mg L
-1
de NAA. Por sua vez, NAA a 50 mg L
-1
aplicado sozinho resultou em evidente
redução no comprimento dos cachos (EL-HAMMADY; ABDEL-HAMID, 1995).
Weaver e McCune (1959b) propuseram um trabalho com uvas
‘Thompson Seedless’ para determinar qual porção do cacho jovem (4 cm) seria mais
responsiva à giberelina. Os autores verificaram que, todas as porções do cacho tratado com
giberelina aumentaram rapidamente em comprimento.
6.2.2 Largura dos cachos
Quanto à largura (mm) dos cachos de uva ‘Superior Seedless’, a
análise de variância não mostrou diferença significativa ao nível de 5% (Tabela 12) para
nenhuma das datas de avaliação, mostrando que os cachos responderam igualmente à
aplicação dos diferentes biorreguladores aplicados durante o alongamento do engaço e,
posteriormente, visando o aumento do tamanho das bagas.
Pereira (1972) verificou em uva ‘Niagara Rosada’ que a aplicação de
giberelina por imersão da inflorescência provocou o aumento de tamanho dos cachos, além de
rápido aumento no tamanho das inflorescências, promovendo adiantamento do florescimento e
maturação dos cachos.
Pires et al. (2003) verificaram em cachos de ‘Centennial Seedless’ que
CPPU (citocinina) nas doses de 5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0 e 17,5 mg L
-1
, aplicado 14 dias após
o pleno florescimento, aumentou a largura dos cachos.
121
Tabela 12. Largura (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-
Large
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
44,82
y
- - -
1ª Avaliação
Pro-Gibb
41,14 - - -
30 DAP
w
St D1
39,13
St D2
35,67
St D3
39,17
CV (%) = 16,73 F = 3,002 ns
z
0,00 DB DM DA
N-Large
61,03 - - -
2ª Avaliação
Pro-Gibb
58,82 - - -
44 DAP
St D1
57,37
St D2
51,87
St D3
62,00
CV (%) = 13,70 F = 2,182 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
92,22 87,39 94,18 96,41
3ª Avaliação
Pro-Gibb
88,48 90,38 96,56 95,03
58 DAP
St D1
89,01
St D2
82,05
St D3
89,70
CV (%) = 9,46 F = 1,583 ns
w
DAP = dias após a poda de produção.
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a largura dos
cachos, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
6.2.3 Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos na colheita
Com relação à aplicação dos reguladores vegetais visando alterações
nas características físicas dos cachos (Tabela 13), observou-se no momento da colheita,
aumento significativo no comprimento dos cachos, quando se empregou Pro-Gibb
visando o
alongamento do engaço associado ao X-Cyte
(DM) para aumento do tamanho das bagas, o
122
qual diferiu apenas do uso isolado do Pro-Gibb
. Obteve-se ainda, aumento na largura dos
cachos com o emprego de Stimulate
(D3) e Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DB), os quais diferiram
estatisticamente apenas do Pro-Gibb
. O aumento em comprimento e largura foi de 36,71% e
43,47%, respectivamente.
Nota-se que, com a aplicação do Pro-Gibb
, produto comercialmente
empregado visando o alongamento do engaço de uva, tanto o comprimento quanto a largura
dos cachos no momento da colheita tiveram os menores valores, em comparação com os
demais tratamentos, embora não diferindo significativamente de todos. É importante lembrar
que a concentração de GA
3
foi a mesma quando utilizou-se Pro-Gibb
ou N-Large
, tanto no
alongamento do engaço como no aumento do tamanho das bagas, porém, mais uma vez
destaca-se o efeito do N-Large
, embora sem diferença significativa, nas características físicas
dos cachos de uva ‘Superior Seedless’.
Quando se avaliou o número de bagas por cacho e o peso médio dos
cachos (g), verificou-se que estes não apresentaram diferença significativa entre os
tratamentos empregados; no entanto, cachos tratados com Pro-Gibb
, demonstraram os piores
resultados quanto ao número de bagas por cacho.
O peso médio dos cachos variou de 232,26 g para cachos tratados com
N-Large
na fase de alongamento do engaço mais X-Cyte
(DM) no aumento das bagas a
346,35 g quando se aplicou N-Large
sem combinação, ou seja, variação de 49,12%. Saad et
al. (1979) obtiveram aumento de 116,04; 177,12; 123,61 e 108,11% no peso de 100 bagas de
uva ‘Thompson Seedless’ tratadas com, 50, 100, 200 e 500 mg L
-1
de GA
3
, respectivamente,
em relação às bagas obtidas de cachos não tratados. Os mesmos autores citam ainda que o
efeito do GA
3
no aumento do peso das bagas foi mais pronunciado na uva ‘Thompson
Seedless’ do que na ‘Delight Seedless’; havendo, portanto, diferença na resposta dos
diferentes cultivares de uvas sem sementes em relação à aplicação do GA
3
quanto ao peso
médio das bagas. Verifica-se ainda, no caso da uva ‘Thompson Seedless’ um ponto de
máximo na resposta ao GA
3
, onde doses superiores causariam um efeito antagônico, reduzindo
o tamanho das bagas.
123
Tabela 13. Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
,
Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, no momento da colheita, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
158,25 ab
y
166,75 ab 185,50 ab 156,00 ab
Pro-Gibb
138,25 b 168,50 ab 189,00 a 169,50 ab
Comprimento St D1
177,75 ab
(mm) St D2
154,00 ab
St D3
168,00 ab
CV (%) = 17,58 F = 2,183 *
z
0,00 DB DM DA
N-Large
106,25 ab 104,50 ab 93,50 ab 104,75 ab
Pro-Gibb
82,25 b 116,00 a 105,75 ab 103,00 ab
Largura
St D1
107,75 ab
(mm) St D2
96,75 ab
St D3
118,00 a
CV (%) = 19,30 F = 2,549 *
0,00 DB DM DA
N-Large
48,25 47,25 47,25 47,50
Pro-Gibb
41,00 57,75 45,50 47,00
Nº bagas/cacho
St D1
53,25
St D2
46,75
St D3
51,50
CV (%) = 18,07 F = 0,857 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
346,35 249,20 232,26 278,02
Pro-Gibb
307,22 247,79 236,01 280,81
Peso médio
St D1
305,33
(g) St D2
243,92
St D3
294,83
CV (%) = 26,45 F = 1,137 ns
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento,
largura, número de bagas e peso médio dos cachos, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de
probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
124
Vieira (1998) verificou em uva ‘Niagara Rosada’ que, quanto menor o
número de cachos por planta, maior o peso médio dos cachos, o que pode ter ocorrido
provavelmente em função de menor competição na planta. Os dados obtidos neste trabalho
confirmam o obtido por Vieira, onde, o menor número de cachos obtidos em plantas tratadas
com N-Large
(Tabela 14) pode, em parte, ter contribuído para que os mesmos apresentassem
o maior valor de peso de cacho (Tabela 13).
Dois fatores influenciam no peso dos cachos de uva, o número e o
peso das bagas. De modo geral, quando o número de bagas aumenta, há uma redução no
tamanho das mesmas. Porém, neste trabalho não existiu uma relação direta entre o tratamento
e a intensidade do efeito produzido.
O reduzido peso médio dos cachos neste experimento (Tabela 13)
decorreu, principalmente, do excessivo abortamento floral em função da ocorrência de um
distúrbio fisiológico conhecido como “pela” (Figura 4 do Apêndice), onde as flores ou
pequenas bagas caem precocemente. Esse sintoma foi visualizado no lote onde este
experimento foi instalado, desde a fase de florescimento até o pegamento das bagas
(“chumbinho”), possivelmente em função do grande número de dias nublados que pode ter
gerado deficiência de esqueleto carbônico, associado a algum desbalanço nutricional, já que se
observou brotação normal e nenhum sintoma de fitotoxicidade com o emprego dos
reguladores vegetais, o que gerou cachos mal formados.
Miele (1991), Miele et al. (1992), Maraschin et al. (1992) e Pires
(1995) citam que o peso do cacho é característica intrínseca da planta. No entanto, observou-se
que em função das condições climáticas, de manejo e uso de produtos químicos, pode variar
como pôde ser constatado neste trabalho.
6.2.4 Número de cachos e produtividade
O número de cachos por planta no momento da colheita foi
influenciado pela aplicação dos biorreguladores, conforme visualiza-se na Tabela 14, onde há
diferença significativa entre o número de cachos tratados com N-Large
(36,50) daqueles
onde se utilizou Stimulate
D3 (106,25). Os demais tratamentos tiveram comportamento
125
intermediário. O número desejável de cachos para o cultivar Superior Seedless é, na prática,
em torno de 80 por planta (ALBUQUERQUE et al., 2002). Com exceção das plantas tratadas
com N-Large
+ X-Cyte
DA e Stimulate
D3, 97,25 e 106,25 cachos por planta,
respectivamente, os demais tratamentos apresentaram número de cachos abaixo do
recomendado para o cultivar Superior Seedless; todavia, é difícil concluir se o baixo número
de cachos obtido foi em função do tratamento empregado ou da “pela”.
A produtividade (Tabela 14) de videiras ‘Superior Seedless’,
cultivadas nas condições do Vale do Rio São Francisco, mostraram dependência do número e
peso dos cachos (Tabelas 14 e 13).
Tabela 14. Número de cachos e produtividade de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera
L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-
Large
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
36,50 b
y
69,25 ab 57,25 ab 97,25 ab
Pro-Gibb
50,75 ab 54,75 ab 57,00 ab 71,50 ab
Número de cachos
w
St D1
68,00 ab
St D2
69,50 ab
St D3
106,25 a
CV (%) = 59,83 F = 2,570 *
z
0,00 DB DM DA
N-Large
5.357,08 8.043,75 5.955,73 13.114,06
Produtividade
Pro-Gibb
6.623,96 6.359,27 7.185,42 9.311,98
kg ha
-1
St D1
9.370,31
St D2
7.860,94
St D3
14.145,31
CV (%) = 67,24 F = 2,240 ns
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o número de
cachos e a produtividade, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de probabilidade,
respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
A produção por planta expressa em número e peso de cachos, é
diretamente relacionada ao número de brotos produtivos (PIRES et al., 1995). Como a
126
fertilidade de gemas depende das condições observadas durante o período de crescimento
vegetativo do ciclo anterior, momento em que ocorre a diferenciação floral (WINKLER, 1962;
HIDALGO, 1999), a falta de tendência dos resultados com a aplicação dos biorreguladores,
pode estar ligada ao fato de que o número de cachos florais já havia sido definido no ciclo
anterior (MARODIN et al., 1992) e a falta de relação entre o número de cachos e a
produtividade pode ser resultado da desuniformidade das plantas quanto ao potencial
produtivo e da ocorrência da “pela”. No entanto, pode-se pensar que os reguladores vegetais
compostos por citocinina (Stimulate
, X-Cyte
) podem ter influenciado no processo de
divisão celular, como demonstra o resultado de alguns tratamentos que apresentaram maior
produtividade (Tabela 14), pois, a produtividade (kg ha
-1
) está diretamente relacionada ao
número e ao peso dos cachos, que depende do número de bagas e do tamanho das bagas, que
por sua vez, depende da divisão e da expansão celular.
O cultivar Superior Seedless apresentou produtividade média de 8,5 t
ha
-1
, com ampla variação entre os tratamentos, embora sem efeito estatístico significativo,
oscilando de 5,4 t ha
-1
(N-Large
) a 14,2 t ha
-1
(Stimulate
D3). No entanto, quando se
associou N-Large
ao X-Cyte
(DA) obteve-se o segundo maior valor de produtividade (13,1
t ha
-1
). Mesmo com grande oscilação entre os tratamentos, todos os valores de produtividade
obtidos foram superiores às 5,3 t ha
-1
alcançadas por Grangeiro et al. (2002) como média de
1999 e 2000 para o cultivar ‘Superior Seedless’, também nas condições do Vale do São
Francisco.
A irregularidade de produção entre as safras na região do Submédio
São Francisco é uma das características indesejáveis deste cultivar, obtendo-se rendimentos
que variam de 3 a 20 t ha
-1
(LEÃO, 2001). Por ter sua origem genética baseada no cultivar
Thompson Seedless, apresenta vigor excessivo, que pode levar ao desequilíbrio através da
excessiva vegetação em detrimento do desenvolvimento das inflorescências, resumindo a
produção em poucos e pequenos cachos (ALBUQUERQUE, 2001). Como o fenótipo, neste
caso, a produção, é a expressão da interação entre o genótipo e o ambiente e na ausência de
possibilidade de se alterar o genótipo (‘Superior Seedless’), pode-se trabalhar modificando as
condições de ambiente, como neste trabalho, onde se utilizou reguladores vegetais visando
ganhos na produtividade através do aumento no tamanho de cachos e bagas.
127
O estudo do efeito do GA
3
, NAA e anelamento na produção e na
qualidade de uvas ‘King’s Ruby’, revelou que a maior produção no ano de 1993 foi obtida
quando se aplicou 50 mg L
-1
de GA
3
ou 25 mg L
-1
de NAA nas bagas com tamanho de
“ervilha” (EL-HAMMADY; ABDEL-HAMID, 1995).
6.2.5 Comprimento, largura e peso dos engaços
Os dados referentes às características dos engaços são apresentados na
Tabela 15. Observa-se que os tratamentos não promoveram incrementos significativos nas
características dos engaços de cachos de uva ‘Superior Seedless’ submetidos a tratamentos
com Pro-Gibb
, Stimulate
e N-Large
visando o alongamento do engaço e Pro-Gibb
,
Stimulate
, N-Large
e X-Cyte
para aumento do tamanho das bagas de uva. O comprimento
dos engaços variou de 119,0 mm com a aplicação de N-Large
a 163,5 mm com o emprego de
N-Large
+ X-Cyte
(DM). Por sua vez, a largura dos engaços variou de 60,5 mm com o uso
de Pro-Gibb
a 76,5 mm ao utilizar-se Pro-Gibb
+ X-Cyte
(DB). No peso dos engaços a
variação foi de 4,46 g (N-Large
+ X-Cyte
DB) a 7,13 g (N-Large
).
Assim, como o avaliado no comprimento e largura dos cachos, os
dados obtidos permitem afirmar que, com a aplicação do Pro-Gibb
, o comprimento e a
largura dos engaços no momento da colheita tiveram os menores valores, em comparação com
os demais tratamentos, embora não sendo uma diferença estatisticamente significativa.
O comprimento do engaço é importante, especialmente quando o
tratamento aumenta o número de bagas por cacho. O tamanho reduzido do engaço pode não
permitir suficiente espaço para o desenvolvimento de um maior número de bagas, tornando-as
apertadas no cacho, possibilitando a má formação e rachadura das mesmas, bem como
favorecendo o desenvolvimento de doenças.
A ausência de diferença significativa entre os tratamentos deste
experimento pode ser em função da falta do tratamento controle, portanto, os tratamentos
empregados podem ter aumentado as dimensões dos engaços proporcionalmente.
Weaver e Olmo (1957) verificaram por aplicação de giberelina, em
concentrações de 1 a 1000 mg L
-1
, em estádios anteriores ao florescimento sobre diferentes
128
cultivares, que as partes dos cachos incluindo pedicelo e engaço, foram normalmente
alongados pelo tratamento e que o florescimento foi antecipado. Hidalgo e Candela (1965)
citados por Castro (1974) observaram aumento no peso dos cachos e no comprimento dos
engaços, além do engrossamento do engaço, devido a pulverizações com giberelina nas
concentrações de 30 a 500 mg L
-1
sobre ‘Frankental’ e ‘Thompson Seedless’, após a queda das
bagas inviáveis.
Tabela 15. Comprimento, largura e peso dos engaços dos cachos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
,
Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
119,00
y
126,50 163,50 128,00
Pro-Gibb
121,50 141,50 152,25 143,25
Comprimento St D1
142,75
(mm) St D2
133,50
St D3
144,00
CV (%) = 19,67 F = 1,618 ns
z
0,00 DB DM DA
N-Large
69,25 63,25 65,50 62,75
Pro-Gibb
60,50 72,00 76,50 65,00
Largura
St D1
65,00
(mm) St D2
71,25
St D3
71,25
CV (%) = 14,48 F = 0,451 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
7,13 4,46 5,82 4,75
Pro-Gibb
5,63 5,53 6,27 4,57
Peso
St D1
6,31
(g) St D2
5,64
St D3
5,91
CV (%) = 28,69 F = 1,806 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento, a
largura e o peso dos engaços, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
129
De acordo com Theiler e Coombe (1985), as auxinas produzidas pelas
flores e as giberelinas produzidas pelas bagas da videira possuem uma importante função no
desenvolvimento do pedicelo, evidenciando a importância da aplicação dos reguladores
exógenos no alongamento do engaço.
6.2.6 Comprimento, diâmetro, peso e relação comprimento/diâmetro das
bagas
Nota-se pela Tabela 16 que, de modo geral, a aplicação de Stimulate
D3 por pulverização dos cachos de ‘Superior Seedless’ nos estádios de pré-florescimento
(0,075 e 0,0375%), bagas com 6 a 8 mm de diâmetro (0,25%) e novamente nas bagas com 15
mm de diâmetro (0,25%), resultou no maior valor de tamanho de bagas (comprimento,
diâmetro e peso), embora não tendo sido estatisticamente superior aos demais tratamentos.
A associação do anelamento + ácido giberélico (5 + 40 mg L
-1
) + o
bioestimulante Crop Set
(composto de extratos de agave e micronutrientes, com ação
semelhante às citocininas) a 0,2%, em uvas sem sementes ‘Marroo Seedless’, cultivadas no
Vale do Rio São Francisco, gerou o melhor resultado para comprimento das bagas, onde se
obteve bagas com comprimento médio de 23,09 mm (LEÃO et al., 2004b), inferior ao obtido
neste experimento.
Leão (2001) em trabalho com ‘Superior Seedless’ na região do Vale
do São Francisco nos anos de 1999 e 2000, obteve peso médio de cachos de 280 g, enquanto o
comprimento e diâmetro médio de bagas foram, respectivamente, 22,33 e 19,10 mm. De
acordo com o autor, este cultivar apresenta como grande vantagem diferencial o tamanho das
bagas, cujo diâmetro é superior a outros cultivares de uvas sem sementes e que ainda pode ser
elevado com o uso de reguladores vegetais e anelamento do caule. Esta afirmação pôde ser
comprovada neste trabalho, onde com o emprego de reguladores vegetais obteve-se
comprimento médio das bagas variando de 25,3 a 26,8 mm e diâmetro de 20,0 a 21,4 mm.
130
Tabela 16. Comprimento, diâmetro, peso e relação comprimento/diãmetro das bagas de
videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos
com Pro-Gibb
, Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
26,5
y
25,8 25,3 25,6
Pro-Gibb
26,5 25,6 25,4 25,9
Comprimento St D1
26,3
(mm) St D2
26,0
St D3
26,8
CV (%) = 3,79 F = 1,220 ns
z
0,00 DB DM DA
N-Large
20,6 20,3 20,5 21,2
Pro-Gibb
20,4 20,2 20,3 20,5
Diâmetro
St D1
20,7
(mm) St D2
20,0
St D3
21,4
CV (%) = 4,16 F = 1,319 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
6,70 6,32 5,92 6,41
Pro-Gibb
6,44 6,17 6,16 6,24
Peso
St D1
6,74
(g) St D2
6,16
St D3
6,88
CV (%) = 9,22 F = 1,712 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
1,29 1,27 1,24 1,21
Pro-Gibb
1,30 1,27 1,26 1,27
Comprimento/Diâmetro
St D1
1,27
St D2
1,30
St D3
1,26
CV (%) = 4,43 F = 1,964 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento, o
diâmetro, o peso e a relação comprimento/diâmetro das bagas, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
Os resultados de diâmetro de bagas obtidos neste trabalho (Tabela 16)
são semelhantes àqueles encontrados em outros cultivares de uva sem sementes nesta mesma
região. Camargo et al. (2003a, 2003b e 2003c) obtiveram os seguintes resultados,
respectivamente para comprimento e diâmetro médios de bagas para três cultivares de uvas
131
sem sementes testadas em diferentes regiões do país, inclusive no Vale do Rio São Francisco:
26,0 e 19,9 mm na ‘BRS Linda’, 21,8 e 16,3 mm na ‘BRS Clara’ e 23,6 e 19,9 mm na ‘BRS
Morena’, com a aplicação de GA
3
nas doses de 10, 60 e 40 mg L
-1
, na ‘BRS Linda’, ‘BRS
Clara’ e ‘BRS Morena’, respectivamente, na fase de “chumbinho” (bagas com diâmetro médio
de 5 a 6 mm).
O diâmetro, geralmente, é a principal variável utilizada como medida
para avaliar o tamanho das bagas de determinado cultivar. As normas de qualidade para
exportação de uvas de mesa para os Estados Unidos exigem diâmetro de bagas mínimo de 17
mm para o cultivar Superior Seedless. De acordo com os resultados apresentados na Tabela 16
, cachos de uva ‘Superior Seedless’ tratados com os reguladores vegetais testados, atenderam a
estes padrões de qualidade.
Com relação ao efeito dos tratamentos na relação
comprimento/diâmetro das bagas, estes não interferiram estatisticamente no formato das
mesmas, onde, quanto menor a relação, mais arredondadas apresentam-se as bagas. Sachs e
Weaver (1968) estudaram o modo de ação de giberelinas e auxinas em uvas ‘Sultanina’
(‘Thompson Seedless’) e ‘Black Corinth’, ambas sem sementes. Concluíram que bagas
tratadas com ácido giberélico apresentam maior relação comprimento/diâmetro quando
comparadas ao controle ou bagas tratadas com auxina. Em uvas ‘Black Corinth’, a aplicação
de 4-CPA (auxina) a 30 mg L
-1
logo após o florescimento, proporcionou maior pegamento de
bagas com formato praticamente arredondado, quando comparado à aplicação de giberelina
(WEAVER; McCUNE, 1959b).
Weaver e McCune (1959b) afirmam que a giberelina estimula o
crescimento das bagas em comprimento, o que levaria a um aumento na relação
comprimento/diâmetro das mesmas, no entanto, como mencionado neste trabalho, esta não foi
a resposta do cultivar Superior Seedless aos biorreguladores utilizados, sendo Stimulate
e,
principalmente, Pro-Gibb
e N-Large
, produtos à base de giberelina. Embora sem efeito
significativo, é importante destacar que cachos que receberam citocinina (X-Cyte
)
apresentaram bagas de formato mais arredondado (menor relação comprimento/diâmetro) em
comparação às que receberam somente giberelina, como Pro-Gibb
ou N-Large
;
corroborando com os dados dos autores acima citados.
132
As mudanças fisiológicas que ocorrem por ocasião da aplicação de
GA
3
estão associadas a aumentos na taxa de divisão celular ou aumento da célula. O pericarpo
aumenta com a aplicação do ácido giberélico, resultante de mudanças na partição de
assimilados (WEAVER et al., 1969) ou na plasticidade da parede celular das células (ADAMS
et al., 1975).
Um dos sintomas do excesso de GA
3
é a formação de pequenas bagas
apirenas. Segundo Gil e Escobar (1979), a aplicação de GA
3
em uvas ‘Semillón’ e
‘Sauvignon’ no pré-florescimento induziu a formação de algumas pequenas bagas apirenas
que não contribuíram para o rendimento da cultura. O aumento do número de bagas inviáveis
(não desenvolvidas), é de todo indesejável, devido ao aspecto final dos cachos, reduzindo suas
possibilidades de comercialização, porém, este efeito indesejável do excesso de GA
3
não foi
observado neste experimento.
6.2.7 Características químicas das bagas
A Tabela 17 apresenta os valores médios obtidos para o teor de
sólidos solúveis, acidez titulável, relação sólidos solúveis/acidez titulável (ratio) e pH de
bagas de uva ‘Superior Seedless’, sob a influência dos diferentes reguladores vegetais. Os
tratamentos não exerceram influência na composição química dos cachos de uva, com exceção
do pH, onde se observa diferença significativa.
Durante a fase de maturação das uvas, devido ao próprio metabolismo
normal das bagas, enquanto ocorre a degradação e redução da síntese, principalmente, dos
ácidos málico e tartárico, observa-se um acúmulo contínuo de açúcares, um decréscimo nos
ácidos orgânicos, uma vez que no processo respiratório as bagas consomem ácidos. Glicose e
frutose respondem por 99% ou mais dos carboidratos do suco da uva e por 12 a 27% ou mais
do peso fresco das bagas na maturidade, constituindo a maior proporção dos sólidos solúveis.
Enquanto a frutose aumenta no início da maturação estabilizando-se em seguida, a glicose
apresenta aumentos contínuos até o final da maturação. Nas uvas maduras a relação
frutose/glicose deve estar próxima ou ser superior a 2,0 devido ao maior grau de doçura deste
primeiro açúcar (CARVALHO; CHITARRA, 1984; KANELLIS; ROUBELAKIS-
ANGELAKIS, 1993).
133
Tabela 17. Sólidos solúveis, acidez titulável, Ratio e pH das bagas de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
,
Stimulate
, X-Cyte
e N-Large
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
0,00 DB DM DA
N-Large
14,13
y
14,35 15,85 15,73
Pro-Gibb
14,55 15,08 15,43 15,55
Sólidos solúveis St D1
15,03
(ºBrix) St D2
15,50
St D3
16,50
CV (%) = 9,26 F = 2,063 ns
z
0,00 DB DM DA
N-Large
0,42 0,47 0,48 0,45
Pro-Gibb
0,42 0,48 0,43 0,45
Acidez titulável
St D1
0,46
St D2
0,47
St D3
0,43
CV (%) = 9,89 F = 1,757 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
33,44 29,77 33,49 35,29
Pro-Gibb
34,61 31,76 36,84 34,94
Ratio
St D1
32,78
(SS/AT) St D2
33,37
St D3
38,19
CV (%) = 13,65 F = 1,133 ns
0,00 DB DM DA
N-Large
3,55 a 3,47 ab 3,39 b 3,46 ab
Pro-Gibb
3,44 ab 3,44 ab 3,52 ab 3,43 ab
pH
St D1
3,42 ab
St D2
3,41 b
St D3
3,47 ab
CV (%) = 2,75 F = 2,881 *
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o teor de sólidos
solúveiz, a acidez titulável, o ratio e o pH, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de
probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
134
Pode-se observar que o teor de sólidos solúveis das bagas em todos os
tratamentos está muito próximo daquele encontrado na literatura para este cultivar, inclusive,
evidenciando apresentarem valores bastante elevados de ratio. Este fato demonstra que as
condições climáticas do Vale do Rio São Francisco com temperaturas médias elevadas durante
a fase de maturação favorecem uma maior concentração de açúcares e a redução da acidez nas
bagas, contribuindo para a melhoria do sabor e qualidade da uva (LEÃO, 1999).
Como a uva é um fruto não climatérico, ou seja, não amadurece após
a colheita, deve ser colhida no estádio ótimo para consumo quanto à aparência e sabor. O
índice de maturação mais usado para definir o ponto de colheita das uvas é o conteúdo de
sólidos solúveis (ºBrix) das bagas, porém, a relação sólidos solúveis / acidez titulável (ratio)
também pode ser usada como índice de maturidade. Essa relação é um importante atributo
qualitativo, uma vez que indica o gosto inerente do fruto, o qual é resultado da contribuição
dos componentes responsáveis pela acidez e doçura. Conforme pode ser observado na Tabela
17, com o emprego de todos os tratamentos obteve-se valores de ratio próximos ou superiores
a 30:1, na média 34,05, valores estes próximos, porém inferiores aos observados por Leão
(2001) em dois ciclos de produção com o mesmo cultivar na região do Submédio São
Francisco (38,21) e superiores às normas chilenas. De acordo com as normas chilenas, o
cultivar que não apresentar o nível mínimo de sólidos solúveis na colheita, estabelecido pelo
mercado consumidor, deve satisfazer ao ratio de 20:1 (ASSOCIACION DE
EXPORTADORES DE CHILE, 1997). No entanto, a norma brasileira não leva em
consideração esta relação para classificação das uvas finas de mesa (IN SARC/MAPA nº 001,
de 01/02/2002) (MAPA, 2004).
De modo geral, os valores de sólidos solúveis obtidos nos tratamentos
foram superiores aqueles exigidos pelas normas de exportação de uva ‘Superior Seedless’ para
os Estados Unidos (15ºBrix), de acordo com as normas da empresa Special Fruit. Apenas
cachos tratados com N-Large
, N-Large
+ X-Cyte
DB e Pro-Gibb
apresentaram teor de
sólidos solúveis inferior ao mínimo recomendado de 15ºBrix para a região do Vale do Rio São
Francisco (ALBUQUERQUE et al., 1996; GAYET, 1993), onde obteve-se valores de 14,13,
14,35 e 14,55ºBrix, respectivamente.
O teor de sólidos solúveis variando de 14,13 a 16,50ºBrix ficou
aquém dos obtidos por Leão (2001) nos anos de 1999 e 2000 com o mesmo cultivar, com
135
média nos dois ciclos superior a 17ºBrix. Porém, nas condições do Vale do Rio São Francisco,
considera-se que as uvas completam o estádio de maturação quando atingem um conteúdo de
sólidos solúveis superior a 15ºBrix, o que segundo Albuquerque et al. (1996) pode ser
justificado porque em condições tropicais, as uvas são menos ácidas e apresentam boa
palatabilidade, ainda que possuam teor de açúcares comparativamente menor.
Algumas pesquisas indicam que a aplicação exógena de auxinas
retarda, parcial ou totalmente, a maturação de certos frutos, como a pêra e a banana,
particularmente quando ocorre um declínio no nível endógeno desse hormônio, que pode ser
devido ao aumento da atividade da enzima IAA oxidase (AWAD, 1993). No entanto, observa-
se na Tabela 17 que, cachos tratados com Stimulate
, produto composto também por auxina,
não apresentaram valores inferiores de sólidos solúveis, indicativo da maturação dos cachos. É
importante destacar que Awad (1993) obteve dados de frutos climatéricos, em se tratando de
uva, um fruto não-climatérico, a resposta pode ser diferenciada, uma vez que os cachos são
colhidos maduros.
Analisando-se os dados de acidez titulável isoladamente, observa-se
variação de 0,42 a 0,48 g de ácido tartárico por 100 mL de suco (Tabela 17), sem
caracterizarem tendência significativa quanto aos tratamentos empregados. Os dados de acidez
corroboram com o obtido por Leão (2001) (0,456 g de ácido tartárico por 100 mL de suco) ao
trabalhar com o mesmo cultivar na região do Submédio São Francisco. Carvalho e Chitarra
(1984) comentam que valores acima de 1,0% (1 g de ácido tartárico por 100 mL de suco)
podem ser considerados elevados e prejudiciais à qualidade de uva para comercialização; no
entanto, as médias, em todos os tratamentos foram inferiores a 0,48 g de ácido tartárico por
100 mL de suco, o que significa que as amostras de todos os tratamentos apresentaram baixa
acidez, conseqüência também das elevadas temperaturas da região, que segundo Calò et al.
(1996), além de exercerem grande influência no tamanho das bagas durante a primeira fase de
crescimento, favorecem a redução da acidez dos frutos e o acúmulo de açúcares. Porém,
quando a disponibilidade de água é menor do que o requerido pela planta, as temperaturas
elevadas têm efeito negativo sobre o conteúdo de açúcares nas bagas. O excesso de água
disponível também é prejudicial, pois resulta em efeito de diluição dos açúcares e atraso na
colheita.
136
O equilíbrio entre os teores de açúcares e ácidos obtidos neste
trabalho, segundo Carvalho e Chitarra (1984), permite inferir sobre o sabor agradável
apresentado por este cultivar.
O nível do pH aumenta gradualmente com a maturação e afeta o
sabor, a cor e a qualidade das bagas. Esse aumento é considerado como um indicativo da
senescência dos tecidos. Porém, o pH por si mesmo não serve como um bom índice para
maturação. Quanto aos valores de pH obtidos neste trabalho, embora correspondendo às
alterações de acidez titulável e apresentando diferenças significativas, estas são tão ínfimas
que seriam imperceptíveis ao paladar; provavelmente, o coeficiente de variação muito baixo
(2,75%) seja o responsável pela diferença estatística, porém, na prática não é uma diferença a
ser considerada.
Baigorri et al. (2001) observaram em estudo sobre a influência do
sistema de condução no desenvolvimento reprodutivo e níveis hormonais de Vitis vinifera L.
‘Tempranillo’ que os tratamentos onde houve menor produtividade, especialmente menor
número de cachos por planta, resultaram em aumento na qualidade dos frutos na colheita.
Carvajal-Millán et al. (2001) atribuem a redução no teor de sólidos solúveis ocasionada pela
aplicação de CPPU, em parte ao efeito de diluição causado pelo aumento no tamanho das
bagas. Neste sentido, o teor de sólidos solúveis pode ter relação inversa à produtividade, ou
seja, plantas mais produtivas tendem a apresentar cachos com teores de sólidos solúveis
inferiores, porém, esta relação não foi comprovada neste experimento, onde o tratamento com
maior produtividade (Stimulate
D3), 14,1 t ha
-1
, também foi o que demonstrou maior teor de
sólidos solúbeis (16,5 ºBrix) (Tabelas 14 e 17).
Nenhum dos produtos químicos interferiu diretamente sobre a
qualidade química das uvas, no entanto, quanto mais efetivo o produto, maior será a
uniformidade da maturação dos cachos. Este aspecto vem facilitar a colheita, reduzindo os
custos com mão-de-obra, transporte, embalagem e melhorando a qualidade do produto, tanto
no tocante à acidez, quanto no teor de sólidos solúveis.
137
6.2.8 Ciclo da poda à colheita
O ciclo de produção, durante os períodos de 15/05/2006 (poda) a
31/08, 05/09, 09/09 e 13/09/2006 (1ª, 2ª, 3ª e 4ª colheita, respectivamente) foi em média de
115 dias. Resultados inferiores foram observados nesta mesma região, também em ‘Superior
Seedless’, onde o ciclo foi de 94 dias, sendo considerado um cultivar precoce, com ciclo
médio entre 90 e 100 dias, dependendo da época de poda (GRANGEIRO et al., 2002). No
entanto, quando avaliada no estado de São Paulo, o cultivar Superior Seedless apresentou ciclo
de 130 dias (LEÃO et al., 2000).
Segundo George e Nissen (1990), o excessivo crescimento vegetativo
após o florescimento pode atrasar a maturação dos frutos, particularmente plantas jovens de
vinhedos que se desenvolvem sob condições tropicais.
Nos cultivares brasileiros de uvas sem sementes, BRS Clara, BRS
Morena e BRS Linda, CAMARGO et al. (2003a, b, c) verificaram que aplicações de
reguladores vegetais visando o aumento do tamanho de cachos e bagas, em concentrações
maiores do que as recomendadas, principalmente de CPPU e de TDZ em combinação com o
GA
3
, causaram alterações na maturação das uvas, como prolongamento do ciclo, redução do
teor de sólidos solúveis e modificações na coloração das bagas.
Muitos trabalhos relatam o efeito das citocininas no atraso da
maturação e na uniformidade de coloração das bagas. No entanto, a falta de tendência definida
no teor de sólidos solúveis em cachos tratados com X-Cyte
não sugere diferenças detectáveis
no sabor. Além disso, os valores de sólidos solúveis obtidos superaram o mínimo de 15ºBrix,
considerado, segundo Gayet (1993), como determinante do ponto de colheita da uva no Vale
do São Francisco, apresentando-se dentro do mínimo exigido para exportação deste cultivar
(15ºBrix). De acordo com Carvajal-Millán et al. (2001), o atraso na maturação relacionado ao
menor teor de sólidos solúveis pode ser atribuído à diluição causada pelo aumento no tamanho
das bagas.
A avaliação do comportamento fenológico de seis cultivares de uvas
sem sementes nas condições tropicais do Vale do Rio São Francisco, revelou uma duração do
ciclo de produção de 99, 98, 102, 104, 111 e 120 dias para os cultivares Vênus, Beauty
138
Seedless, Marroo Seedless, Thompson Seedless, Arizul e Canner, respectivamente (LEÃO;
PEREIRA, 2000).
Os cultivares de uva apirenos Fantasia e Ruiva, introduzidos no Brasil
no ano de 1989, apresentaram ciclo bastante precoce, 120 dias para ‘Ruiva’ e 110 dias para
‘Fantasia’, no ano de 1994, ocasião de clima extremamente seco em Campinas/SP, onde os
cultivares foram avaliados. Pommer et al. (1999) não obtiveram resposta em aumento das
bagas com a aplicação de ácido giberélico, mas constataram haver efeito deletério na safra
seguinte.
Observa-se haver variações entre o ciclo de produção em função do
cultivar, da região de cultivo e, principalmente, das condições ambientais durante o período,
porém, cultivares de uva sem semente apresentam ciclo consideravelmente menor do que os
que apresentam sementes.
Nota-se pela Figura 4 que não houve tendência definida de
antecipação ou atraso na colheita pelo emprego dos reguladores vegetais.
Figura 4. Porcentagem de uva colhida em 31/08, 05/09, 09/09 e 13/09/2006 (1ª, 2ª, 3ª e 4ª
colheita, respectivamente), em relação à quantidade total, em videiras ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetidas a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
(PG) Stimulate
(St), X-Cyte
(XC), e N-Large
(NL), Juazeiro/BA. 2006.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P
G
St
D1
St D2
St D3
PG +
XC
DB
P
G
+
X
C
DM
PG +
XC
DA
NL
NL + XC DB
NL
+ XC
DM
NL + XC DA
Tratamentos
Porcentagem colhida
Colheitas
139
6.3 Experimento 3
O presente experimento teve por objetivo avaliar o efeito do N-Large
uma nova formulação de giberelina, associada ou não a citocinina (X-Cyte
), no
desenvolvimento e arredondamento das bagas de uva ‘Superior Seedless’.
6.3.1 Comprimento dos cachos
O comprimento e a largura dos cachos de uva ‘Superior Seedless’
apresentaram diferenças significativas com o emprego dos biorreguladores. Quanto ao
comprimento dos cachos, 28 dias após a poda de produção (DAP), observa-se (Tabela 18) que
cachos tratados com a mistura de N-Large
(DM) mais X-Cyte
(DA) apresentaram o maior
comprimento, 144,00 mm, diferindo dos cachos tratados com N-Large
(DB) isoladamente ou
adicionado de X-Cyte
(DB e DM) com comprimentos de 105,63; 109,30 e 108,05 mm,
respectivamente. Os demais tratamentos se mostraram com comprimentos intermediários.
Também aos 43 DAP, cachos tratados com N-Large
(DM) + X-Cyte
(DA) mostraram-se
estatisticamente mais compridos daqueles pulverizados com N-Large
(DB) ou N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM). Da mesma forma, os demais tratamentos resultaram comprimentos
intermediários. Porém, aos 57 DAP, não se constatou diferença significativa entre os
tratamentos (Tabela 18). Assim, nota-se que a segunda aplicação dos produtos, com a qual
objetivou-se potencializar o alongamento dos cachos, não resultou em acréscimos
significativos, ou seja, apenas a primeira aplicação pode ter sido suficiente no alongamento.
No entanto, essa tendência não se manteve até o momento da colheita, onde o efeito dos
reguladores no comprimento dos cachos não foi consistente com os encontrados durante o
desenvolvimento dos mesmos (Tabela 20), sugerindo que os cachos amostrados na colheita
podem não ter representado os tratamentos.
Ressalta-se que a DM de N-large
equivale à dose comercialmente
empregada do Pro-Gibb
. Observa-se na Tabela 18 que, com o aumento da dose de giberelina
(N-Large
) isolada, o comprimento dos cachos aumentou em todos os momentos de avaliação;
no entanto, a largura não apresentou o mesmo comportamento (Tabela 19) onde, da DB para a
140
DM houve aumento, voltando a diminuir até a DA. Esse é um efeito normal dos reguladores
vegetais, onde, doses acima do ótimo podem exercer efeito contrário, tóxico às plantas.
O tratamento das inflorescências com N-Large
(DM) mais X-Cyte
(DA) aumentaram o comprimento do cacho em 36,33%, porém não exerceram influência
sobre o número de bagas por cacho, nem no peso individual das bagas (Tabelas 18, 20 e 22).
Tabela 18. Comprimento (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
,
Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
105,63 b
y
109,30 b 108,05 b 116,35 ab
1ª Avaliação DM
119,50 ab 121,87 ab 126,88 ab 144,00 a
28 DAP
w
DA
121,82 ab 136,85 ab 132,44 ab 136,20 ab
Pro-Gibb
114,67 ab
CV (%) = 19,70 F = 3,200 *
z
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
155,73 b
y
169,37 ab 151,83 b 169,34 ab
2ª Avaliação DM
171,80 ab 174,77 ab 176,33 ab 203,77 a
43 DAP
DA
178,29 ab 188,02 ab 185,12 ab 192,18 ab
Pro-Gibb
165,85 ab
CV (%) = 16,33 F = 2,560 *
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
176,08
y
188,65 166,13 181,57
3ª Avaliação DM
187,55 185,65 180,49 210,32
57 DAP DA
196,67 190,55 186,85 194,38
Pro-Gibb
185,60
CV (%) = 11,29 F = 1,087 ns
w
DAP = dias após a poda de produção.
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento
dos cachos, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
141
6.3.2 Largura dos cachos
A Tabela 19 apresenta os valores de largura dos cachos durante o
desenvolvimento dos mesmos. Aos 28 DAP observa-se que cachos tratados com a
combinação de N-Large
(DM) mais X-Cyte
(DA) apresentaram a maior largura, 51,47 mm,
diferindo dos cachos tratados com N-Large
(DB) isoladamente, N-Large
(DB) mais X-
Cyte
(DB), N-Large
(DB) mais X-Cyte
(DA) e N-Large
(DM) mais X-Cyte
(DB), com
valores de largura de cachos de 37,48; 38,17; 39,07 e 39,30 mm, respectivamente. Os demais
tratamentos apresentaram valores intermediários de largura de cacho.
Tabela 19. Largura (mm) dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
,
Juazeiro/BA. 2006.
X-C
y
te
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
37,48 b
y
38,17 b 39,55 ab 39,07 b
1ª Avaliação DM
43,27 ab 39,30 b 45,55 ab 51,47 a
28 DAP
w
DA
42,03 ab 48,28 ab 44,75 ab 47,88 ab
Pro-Gibb
39,73 ab
CV (%) = 20,85 F = 3,439 *
z
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
71,62
y
75,90 70,68 73,87
2ª Avaliação DM
79,82 77,68 78,12 92,00
43 DAP
DA
76,45 87,23 77,30 85,32
Pro-Gibb
72,65
CV (%) = 16,21 F = 2,214 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
101,88
y
102,32 99,67 104,27
3ª Avaliação DM
110,35 104,62 108,67 117,64
57 DAP DA
105,40 105,69 101,35 110,02
Pro-Gibb
110,35
CV (%) = 9,56 F = 1,000 ns
w
DAP = dias após a poda de produção.
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a largura dos
cachos, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
142
Observa-se, de modo geral, que inflorescências tratadas com N-
Large
(DB) apresentaram os menores valores de comprimento e largura dos cachos. Isso se
deve, provavelmente, ao fato da DB de N-Large
corresponder à metade da dose de GA
3
indicada comercialmente para o alongamento das inflorescências de ‘Superior Seedless’; neste
caso, nota-se que a citocinina (X-Cyte
) não exerce influência sobre o alongamento do
engaço.
6.3.3 Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos na colheita
No momento da colheita, conforme mostra a Tabela 20, cachos de uva
‘Superior Seedless’ tratados com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
não se diferenciaram
estatisticamente quanto ao comprimento e a largura, com valores de comprimento de cachos
variando de 213 mm nos tratados com N-Large
(DA) + X-Cyte
(DB), a 177,5 mm com o
emprego de N-Large
(DM) + X-Cyte
(DB). Por sua vez, a largura de cacho variou de
135,75 mm utilizando-se N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM), a 107,00 mm com a aplicação
isolada de Pro-Gibb
.
Trabalhos realizados na Universidade da Califórnia em Davis, por
Weaver e McCune (1962) mostraram que a aplicação de giberelina no estádio de pré-
florescimento em uvas ‘Thompson Seedless’, alongou os cachos, mas, no momento da
colheita, os cachos controle foram freqüentemente tão largos quanto os cachos tratados. Esses
resultados podem ser comprovados pelos dados constantes nas Tabelas 18 e 20. Ainda, os
comprimentos de cachos obtidos foram inferiores, porém próximos aos 20,0 cm que menciona
Gayet (1993) como adequados em uvas para exportação.
Dois fatores influenciam no peso dos cachos de uva, o número e o
peso das bagas. De modo geral, quando o número de bagas aumenta, há uma redução no
tamanho das mesmas. Quanto ao número de bagas e peso dos cachos, não se observa uma
tendência definida, onde os tratamentos mostraram-se estatisticamente iguais. Segundo
Christodoulou et al. (1968), o emprego do GA
3
usualmente reduz o pegamento das bagas em
cultivares de uvas sem sementes, com conseqüente redução do número de bagas por cacho,
porém, não é o que mostra a Tabela 20, onde não há tendência de redução no número de bagas
143
com o aumento da dose do ácido giberélico. Embora a aplicação de GA
3
possa reduzir o
número de bagas por cacho, o aumento no peso das bagas em função do uso do regulador
reflete diretamente no aumento do peso dos cachos.
Tabela 20. Comprimento, largura, número de bagas e peso dos cachos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.), no momento da colheita, submetidos a diferentes
tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
N-Large
0,00 DB DM DA
Comprimento DB
192,00
y
186,75 181,50 182,50
(mm)
DM
180,25 177,50 183,00 195,50
DA
181,00 213,00 203,75 204,50
Pro-Gibb
192,00
CV (%) = 11,70 F = 1,522 ns
z
N-Large
0,00 DB DM DA
Largura DB
115,50
y
111,50 119,75 112,50
(mm)
DM
114,50 128,50 125,50 127,25
DA
108,25 110,50 135,75 125,25
Pro-Gibb
107,00
CV (%) F = 1,739 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
68,50
y
71,25 68,50 71,00
Nº bagas/cacho
DM
59,25 66,25 68,75 69,75
DA
63,75 63,25 77,25 70,25
Pro-Gibb
70,25
CV (%) F = 0,544 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
Peso médio DB
413,58
y
377,82 361,26 435,19
(g)
DM
379,25 342,01 386,17 365,04
DA
372,28 394,52 413,82 393,04
Pro-Gibb
350,95
CV (%) F = 0,666 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento,
largura, número de bagas e peso médio dos cachos, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
144
Na Tabela 20 observa-se variação no peso médio dos cachos de
342,01 g (N-Large
(DM) + X-Cyte
(DB)) a 435,19 g (N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA)).
Segundo a classificação proposta pelo International Board for Plant Genetic Resources
(IBPGR) e adaptada por Camargo (1992), em todos os tratamentos os cachos apresentaram
peso de médio (300,1 a 400 g) a alto (400,1 a 800 g). Isto pode ser verificado quando estes
resultados são comparados com aqueles obtidos no Vale do Rio São Francisco por
Albuquerque et al. (1996), os quais mencionam peso médio de cachos de 500 g para uva
‘Italia’, 450 g para ‘Piratininga’ e 350 g para ‘Perlette’ (sem sementes). Ainda, os resultados
de tamanho de cachos (Tabela 20), atenderam os padrões comerciais deste cultivar,
estabelecidos pelas normas de qualidade dos Estados Unidos para uvas destinas à exportação.
De acordo com as normas seguidas pela empresa Special Fruit, dependendo da classificação,
os cachos devem apresentar peso superior a 350 g.
Os resultados obtidos para as características comprimento, largura e
peso médio dos cachos (Tabela 20) foram adequados às normas de qualidade para exportação
de ‘Superior Seedless’, evidenciando que as condições climáticas do Vale do Rio São
Francisco permitem a plena expressão das características varietais deste cultivar. Como o
fenótipo, no caso, as características dos cachos, é a expressão do genótipo mais o efeito do
ambiente, conclui-se que o ambiente, ou seja, a utilização dos reguladores vegetais, favoreceu
a expressão do genótipo.
6.3.4 Número de cachos e produtividade
O número de cachos por planta (Tabela 21) não demonstrou diferença
estatística significativa entre os tratamentos empregados, porém, apresentou variação de
80,25%, ou seja, 71,00 cachos em plantas tratadas com N-Large
(DM) + X-Cyte
(DM) e
128,25 naquelas que receberam tratamento com N-Large
(DM).
Resultados de produtividade revelam variação de 83% entre os
tratamentos. Leão et al. (2000) relatam que no Noroeste do estado de São Paulo a videira
‘Superior Seedless’ apresentou produtividade de 6,6 t ha
-1
, ou seja, 69,7 e 210,6% a menos do
que o obtido neste trabalho com os tratamentos que geraram a menor (11,16 t ha
-1
) e a maior
produtividade (20,55 t ha
-1
), respectivamente.
145
Tabela 21. Número de cachos e produtividade de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera
L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
,
Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
99,75
y
103,00 95,50 88,25
Número de cachos DM
128,25 109,75 71,00 119,00
DA
102,75 98,75 99,00 76,00
Pro-Gibb
110,25
CV (%) = 31,35 F = 0,832 ns
z
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
16.985,94
y
15.262,50 14.253,65 14.899,48
Produtividade
DM
20.481,77 15.851,56 11.164,06 20.550,52
DA
17.487,50 16.177,08 16.734,38 13.659,38
Pro-Gibb
16.127,08
CV (%) = 31,63 F = 0,741 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o número de
cachos e a produtividade, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
Estudos realizados por Leão e Pereira (2001b) na região do Vale do
Rio São Francisco com seis cultivares de uvas sem sementes revelaram produtividades médias
de 24, 20, 16, 16, 11 e 6 t ha
-1
ano
-1
para ‘Vênus’, ‘Marroo Seedless’, ‘Arizul’, ‘Beauty
Seedless’, ‘Canner’ e ‘Thompson Seedless’. Os autores consideram as produtividades
alcançadas pelos dois primeiros cultivares (24 e 20 t ha
-1
ano
-1
) satisfatórias.
Supondo que estes dados de produtividade tenham sido calculados
com base em dois ciclos anuais de produção, todos os tratamentos empregados neste trabalho
para ‘Superior Seedless’ proporcionaram produtividades satisfatórias, pois, a menor
produtividade, 11,16 t ha
-1
, foi obtida em apenas um ciclo. Comparando-se os valores médios
de produtividade obtidos entre os experimentos 2 (Tabela 14) e 3 (Tabela 21), 8,5 t ha
-1
e 19,1
t ha
-1
, respectivamente, nota-se uma ampla variação em lotes localizados na mesma área com
apenas uma semana de diferença de poda.
Segundo Grangeiro et al. (2002), esta irregularidade tem caracterizado
o comportamento deste cultivar na região do Vale do Rio São Francisco. De acordo com Leão
146
(1999) o comportamento oscilante na qualidade dos cachos e, conseqüentemente, na
produtividade ao longo de ciclos sucessivos de produção, ocorre com freqüência em condições
tropicais. Quando são realizadas até três colheitas por ano em sistemas de produção altamente
intensivos, dificilmente se consegue manter os mesmos níveis de produtividade e qualidade de
frutos, observando-se alternância entre as safras.
Na Itália, Sansavini e Fanigliulo (1998), citados por Leão (1999)
estudaram o comportamento dos cultivares sem sementes Centennial Seedless e Sugraone
(Superior Seedless) Segundo os autores, a fertilidade real da gema é moderadamente baixa na
‘Centennial Seedless’ e muito baixa na ‘Superior Seedless’ com potencialidade produtiva de
18 a 24 toneladas por hectare. Com isso, observa-se que os valores médios de produtividade,
ou seja, 19,1 t ha
-1
, obtidos neste trabalho, estão de acordo com os autores acima citados.
6.3.5 Comprimento, largura e peso dos engaços
No que diz respeito à influência dos tratamentos empregados sobre as
características dos engaços dos cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Tabela 22), estes não
exerceram influência significativa sobre o comprimento e a largura. Quanto ao peso dos
engaços observa-se que cachos tratados com a combinação de N-Large
(DM) mais X-Cyte
(DB) apresentaram o maior valor, 12,69 g, diferindo dos cachos tratados com N-Large
(DM)
isoladamente, N-Large
(DB) mais X-Cyte
(DA) e Pro-Gibb
, com valores de peso dos
engaços de 8,30; 8,25, e 8,45 g, respectivamente. Os demais tratamentos mostraram-se
intermediários.
Assim como o obtido por Leão et al. (1999) e Leão et al. (2004a), o
aumento de espessura do engaço e pedicelos não comprometeu o aspecto visual dos cachos,
não afetando a qualidade da uva para a comercialização. Para Weaver e McCune (1959b) o
pedicelo de uvas ‘Thompson Seedless’ tratadas com giberelina foram ligeiramente mais
espessos em baixas concentrações (até 100 mg L
-1
), no entanto, foram duas a três vezes mais
pesados em cachos pulverizados com 1.000 mg L
-1
.
Leão et al. (2004a) observaram que cachos de uva ‘Superior Seedless’
submetidos a duas aplicações de ácido giberélico (1 e 20 mg L
-1
) apresentaram engaços mais
grossos e com maior diâmetro. De acordo com os autores, o aumento na espessura de engaços
147
e pedicelos pode aumentar a degrana de bagas na fase de colheita e pós-colheita, prejudicando
ainda a formação e a aparência do cacho. Segundo Pérez e Morales (1999) o ácido giberélico,
em doses crescentes, aumentou a atividade da peroxidase solúvel dos pedicelos de uva
‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), sugerindo que estas enzimas estão envolvidas na
lignificação de pedicelos e engaços, levando à perda de flexibilidade e a degrana de bagas na
pós-colheita.
Tabela 22. Comprimento, largura e peso dos engaços dos cachos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-
Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
N-Large
0,00 DB DM DA
Comprimento DB
152,75
y
153,25 148,25 149,50
(mm)
DM
143,75 161,50 156,00 163,75
DA
154,50 175,75 167,50 168,00
Pro-Gibb
156,00
CV (%) = 11,52 F = 0,698 ns
z
N-Large
0,00 DB DM DA
Largura (ns) DB
77,00
y
78,00 73,25 82,25
(mm)
DM
69,50 98,75 85,25 95,75
DA
79,25 69,25 94,25 96,25
Pro-Gibb
75,50
CV (%) = 25,33 F = 1,876 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
Peso (**) DB
9,71 ab
y
9,01 ab 10,23 ab 8,25 b
(g)
DM
8,30 b 12,69 a 10,90 ab 9,77 ab
DA
9,38 ab 10,27 ab 11,36 ab 11,90 ab
Pro-Gibb
8,45 b
CV (%) = 27,96 F = 3,092 *
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas da mesma letra, não diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento,
largura e peso dos engaços, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de probabilidade,
respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
148
De acordo com Pires (1998), dependendo do cultivar, o CPPU pode
determinar aumento de espessura do engaço e do pedicelo, evitando assim, o excesso de
degrana de bagas, contrariando o afirmado por Leão et al. (2004a). No entanto, o excesso de
citocinina prejudica a aparência visual dos cachos, além, de dificultar o embalamento devido à
menor mobilidade do cacho.
Schuck (1994) observou em cachos de uva ‘Vênus’ tratados com TDZ
(citocinina - 50 mg L
-1
) associado à GA
3
(100 mg L
-1
) maior espessura no diâmetro do
pedicelo e pedicelo, comparado aos cachos tratados apenas com GA
3
(100 mg L
-1
) ou não
tratados, o que deve ter resultado de um aumento nos tecidos vasculares. O aumento do
tamanho dos cachos, na maioria das vezes, está relacionado a um aumento nos tecidos
vasculares do pedicelo e engaço, o que promove substancial aumento de tamanho dos frutos,
pois facilita a translocação de fotoassimilados para o interior dos mesmos.
Na uva apirena ‘Vênus’, a aplicação de TDZ (20, 40, 60 ou 80 mg L
-1
)
combinado ou não com GA
3
(50 mg L
-1
), em duas aplicações, na fase de “chumbinho” e 7 dias
após, levaram a cachos altamente compactos, bagas com alta aderência e engaço engrossado e
enrugado (CZERMAINSKI et al., 1998).
O CPPU (citocinina - 5 ou 10 L L
-1
) aplicado em cachos de uva
‘Italia’, promoveu o engrossamento anormal do engaço e do pedicelo, que apresentaram
aspecto visual não apropriado para comercialização (LEÃO, 1996). Segundo Leão et al.
(1999) o CPPU, combinado ao GA
3
, promoveu o aumento de espessura do engaço e pedicelo
dos cachos de uva ‘Perlette’ e, como conseqüência, os mesmos apresentaram maior peso de
matéria seca quando comparados aos cachos não tratados ou ao tratamento com CPPU sem a
presença de GA
3
.
Duas pulverizações de CPPU nas doses de 20 ou 40 mg L
-1
combinadas com GA
3
a 40 mg L
-1
, a primeira com as bagas medindo 4 mm de diâmetro e a
segunda uma semana mais tarde, em uva ‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), resultou em
excessiva lignificação do engaço e do pedicelo, onde o engaço atingiu peso 200% maior do
que nos cachos tratados apenas com GA
3
e o uso do CPPU causou aumento adicional no
diâmetro das bagas próximo à colheita, ou seja, bagas tratadas com CPPU ficaram mais
arredondadas, o que levou à produção de cachos mais compactos (REMATALES et al., 1995).
Os autores atribuem a obtenção de cachos mais compactos com a aplicação de CPPU ao maior
149
pegamento das bagas e ao encurtamento dos pedicelos e sugerem que a redução na degrana em
cachos de uva tratados com CPPU, seja devido à maior espessura dos pedicelos.
De acordo com Weaver e McCune (1959b) o variável grau de
absorção e translocação da giberelina entre os cultivares e os diferentes estádios fisiológicos
de desenvolvimento das plantas, provavelmente causam as diferenças nas respostas.
6.3.6 Comprimento, diâmetro, peso e relação comprimento/diâmetro das
bagas
Assim como para o peso médio dos cachos, as características das
bagas de uva também não foram influenciadas pela aplicação de biorreguladores, conforme se
visualiza na Tabela 23 que, de modo geral, concentrações menores dos biorreguladores não
foram significativas para promover o desenvolvimento das bagas, bem como as maiores
concentrações dos produtos, que provavelmente promoveram pequeno efeito fitotóxico sobre
os parâmetros qualitativos das bagas.
Sood et al. (1979) observaram redução no peso das bagas de uva dos
cultivares Anab-e-Shahi e Selection-7, sugerindo ser devido à injúria causada pelo GA
3
.
Weaver (1961) afirma ser desconhecida a causa da formação de pequenas bagas quando da
aplicação de giberelina, porém, parece ser um efeito tóxico da aplicação da giberelina.
Assim como a giberelina, a citocinina também pode causar efeitos
adversos quando utilizada em doses excessivas, como os resultados obtidos por Petri et al.
(1992) em maçãs, as quais sofreram deformações após serem tratadas com TDZ. Frutos de
kiwi tratados com TDZ (5,0 e 7,5 g 100 L
-1
) aumentaram em comprimento e diâmetro, sendo
que muitos apresentaram deformações, com um formato retangular; ainda, a maioria dos frutos
tratados apresentaram uma protuberância na parte distal, o que deprecia a qualidade
(SCHUCK; PETRI, 1992).
Quanto ao tamanho, o comprimento médio das bagas variou entre
2,61 cm (N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA)) a 2,89 cm (N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM)). Por
outro lado, o diâmetro média das bagas ficou compreendido entre 2,10 cm (Pro-Gibb
, N-
Large
(DM) + X-Cyte
(DB), N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM) e N-Large
(DB) + X-Cyte
(DA)) a 2,29 cm (N-Large
(DA) + X-Cyte
(DM)). Embora sem diferença significativa e
150
sem tendência concreta, bagas de cachos tratados com N-Large
(DA) associado a X-Cyte
(DM) foram maiores e mais alongadas quando comparadas às bagas obtidas de cachos dos
demais tratamentos.
Tabela 23. Comprimento, diâmetro, peso e relação comprimento/diâmetro das bagas de
videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos
com Pro-Gibb
, N-Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006.
X-Cyte
N-Large
0,00 DB DM DA
Comprimento DB
2,65
y
2,63 2,62 2,61
(cm)
DM
2,69 2,63 2,69 2,58
DA
2,65 2,67 2,89 2,65
Pro-Gibb
2,63
CV (%) = 5,72 F = 1,439 ns
z
N-Large
0,00 DB DM DA
Diâmetro DB
2,11
y
2,11 2,10 2,10
(cm)
DM
2,14 2,10 2,13 2,11
DA
2,11 2,14 2,29 2,13
Pro-Gibb
2,10
CV (%) = 4,72 F = 1,219 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
Peso DB
6,72
y
6,67 6,57 6,56
(g)
DM
6,98 6,65 6,95 6,61
DA
6,73 6,90 7,40 6,83
Pro-Gibb
6,64
CV (%) = 6,86 F = 1,059 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
1,26
y
1,25 1,25 1,24
Comprimento/Diâmetro
DM
1,26 1,25 1,27 1,23
DA
1,26 1,25 1,27 1,24
Pro-Gibb
1,25
CV (%) = 1,80 F = 0,575 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o comprimento,
diâmetro, peso e relação comprimento/diâmetro de bagas, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
151
Christodoulou et al. (1968) sugerem que a alongação das células é
independente do crescimento radial, podendo explicar as diferentes respostas das bagas à
aplicação de GA
3
no florescimento e no pegamento dos frutos. Bagas de cachos de uva
‘Carignane’ tratadas com ácido giberélico foram maiores e mais alongadas quando
comparadas com as pequenas e arredondadas bagas obtidas de cachos não tratados. Os dados
mostram que a aplicação de GA
3
(10 mg L
-1
) aumentou o número de ovários retidos e, em
‘Thompson Seedless’ a 20 mg L
-1
, aumentou o número de pequenas bagas
(CHRISTODOULOU et al., 1968).
A aplicação de giberelina (50 mg L
-1
), após a queda natural das bagas,
favoreceu a formação de bagas de uva ‘Thompson Seedless’ mais alongadas, comparadas ao
controle (WEAVER; McCUNE, 1959b).
Cachos de uva ‘Flame Seedless’ tratados com 2,5 ou 5,0 mg L
-1
de
CPPU apresentaram aumento significativo no diâmetro e peso seco e fresco das bagas quando
colhidos na maturidade fisiológica ou comercial. O peso seco das bagas foi significativo
apenas nos cachos colhidos na maturidade fisiológica. Assim, os autores sugerem que o
aumento do peso fresco das bagas foi mais devido ao aumento de tamanho e conteúdo de água
do que aumento no peso seco. Considerando que as citocininas promovem alongamento e
divisão celular, estes resultados sugerem que o efeito do CPPU neste cultivar foi mais devido
ao alongamento do que à divisão celular (CARVAJAL-MILLÁN et al., 2001). A aplicação de
CPPU pode aumentar o peso dos cachos de uva, o diâmetro e comprimento das bagas, além do
peso fresco e seco do engaço. Aumento linear no peso dos cachos e bagas de uvas sem
sementes ‘Sovereign Coronation’ e ‘Selection 495’ foi obtido por Reynolds et al. (1992) com
o aumento na concentração de CPPU.
Com relação ao peso médio das bagas, não houve influência
significativa dos biorreguladores. Porém, Nickell (1986a) observou que o tratamento de
cachos de uva ‘Thompson Seedless’ com CPPU e GA
3
de forma isolada aumentaram em 90%
o peso das bagas; entretanto, a aplicação de CPPU associado ao GA
3
, resultou num aumento
de 280% comparada a bagas de cachos sem aplicação.
Em uva ‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), duas pulverizações de
CPPU nas doses de 20 ou 40 mg L
-1
combinadas com GA
3
a 40 mg L
-1
, a primeira com as
bagas medindo 4 mm de diâmetro e a segunda uma semana mais tarde, resultou em bagas de
152
diâmetro e volume substancialmente maior do que o alcançado com a aplicação de GA
3
de
forma isolada. O uso do CPPU causou aumento adicional no diâmetro das bagas próximo à
colheita, ou seja, bagas tratadas com CPPU ficaram mais arredondadas, o que levou à
produção de cachos mais compactos (REMATALES et al., 1995).
Utilizando-se CPPU combinado ao GA
3
, Leão et al. (1999) obtiveram
aumento significativo no comprimento, diâmetro e peso médio das bagas de uvas ‘Perlette’.
Os resultados evidenciam o efeito sinérgico entre GA
3
e CPPU, atuando respectivamente
sobre a expansão e divisão celular. Estes resultados estão de acordo com os obtidos por outros
autores (DIAZ; MALDONADO; 1991; SCHUCK, 1994; REMATALES et al., 1995; LEÃO et
al., 1999) e também com as respostas obtidas neste trabalho, onde o emprego de giberelina
associada a citocinina em uvas ‘Superior Seedless’ apresentou, embora sem diferença
significativa, os maiores valores de comprimento, diâmetro e peso médio de bagas quando se
utilizou N-Large
(DA) associado ao X-Cyte
(DM) (Tabela 23).
Díaz e Maldonado (1991) avaliaram o efeito da aplicação de CPPU
(7,5 a 12 mg L
-1
), de GA
3
e da mistura, por imersão dos cachos de uva ‘Thompson Seedless’
(bagas com 6 a 9 mm de diâmetro). Na colheita, bagas não tratadas pesaram 3,4 gramas,
enquanto as tratadas com GA
3
pesaram 4,8 gramas; a aplicação de CPPU sozinho produziu
bagas de 4,4 gramas, mas quando misturado ao GA
3
resultou em bagas de 4,8 a 5,6 gramas.
Verifica-se que, os valores de peso das bagas obtidos neste trabalho
com ‘Superior Seedless’ foram maiores do que os acima citados para ‘Thompson Seedless’,
utilizando os mesmos grupos de reguladores vegetais (giberelina e citocinina); provavelmente,
as diferenças de resposta sejam em função do cultivar, local de cultivo, condições ambientais,
doses dos reguladores e estádio de aplicação.
CPPU na dose de 12 L L
-1
pulverizado diretamente em cachos de
uva ‘Italia’ com bagas medindo de 3 a 5 mm de diâmetro, aumentou 9,8% o comprimento e
19,2% o diâmetro das bagas. Como conseqüência, houve um arredondamento da baga, pois se
constatou uma diminuição de 8,6% na relação comprimento/diâmetro do fruto. O peso por
baga aumentou 49,6% (MIELE; DALL’ AGNOL, 1998).
Embora sem efeito significativo, como o observado pelos autores
acima citados, o tamanho das bagas (comprimento, diâmetro e peso) obtido em todos os
153
tratamentos deste trabalho, está de acordo com o observado por outros autores para ‘Superior
Seedless’ em outras regiões de cultivo.
Avaliações realizadas no Noroeste do estado de São Paulo
demonstram que este cultivar apresentou, naquela região, características semelhantes às
observadas no Submédio São Francisco (20,1 mm) (LEÃO et al., 2000), ou seja, diâmetro
médio de bagas de 21,3 mm (Tabela 23).
Grangeiro et al. (2002),,em trabalho com ‘Superior Seedless’ na
região do Vale do São Francisco nos anos de 1999 e 2000, obtiveram comprimento e diâmetro
médio de bagas de 22,33 e 19,10 mm, respectivamente. A ‘Superior Seedless’ apresenta como
grande vantagem diferencial o excelente diâmetro das bagas, bem superiores a outros
cultivares de uvas sem sementes avaliados na região por Leão (2002) (17,8 mm para ‘Vênus’;
16,1 mm para ‘Arizul’; 15,8 mm para ‘Beauty Seedless’; 15,9 mm para ‘Thompson Seedless’;
18,3 mm para ‘Maroo Seedless’ e 16,4 mm para ‘Canner’) ou por Ribeiro e Scarpare Filho
(2003) na região de Porto Feliz/SP, onde obtiveram bagas de ‘Flame Seedless’ e ‘Thompson
Seedless’ com 16 e 19 mm de comprimento e 13 e 17 mm de diâmetro, respectivamente. No
Vale do São Francisco, o diâmetro de bagas e o peso médio de cachos mínimos para uvas sem
sementes, considerado para exportação são 16 mm e 300 g, respectivamente, de acordo com as
normas seguidas pela empresa Special Fruit.
Weaver e Pool (1971) sugerem que GA
3
aplicado no florescimento de
uvas ‘Perlette’ e ‘Thompson Seedless’ influencia, principalmente, no processo de divisão
celular, enquanto a aplicação de GA
3
no estádio de pegamento dos frutos pode ter maior
interferência no alongamento celular. Dessa forma, a aplicação de GA
3
influenciou,
principalmente, no crescimento longitudinal e obtiveram-se bagas de forma mais ovalada.
Contrariamente, Rematales et al. (1997) verificaram em videiras
‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), que duas aplicações de 10 mg L
-1
de CPPU, em bagas com
4 mm de diâmetro e uma semana após, promoveram o arredondamento das bagas, que
passaram a apresentar menor relação comprimento/diâmetro.
No caso deste trabalho, provavelmente as bagas tiveram um aumento
global de tamanho em conseqüência da aplicação dos reguladores vegetais, uma vez que a
relação C/L (comprimento/diâmetro) não foi influenciada.
154
Os resultados da Tabela 23 revelam que o ácido giberélico aplicado
sozinho (Pro-Gibb
ou N-Large
) ou em combinação com a citocinina (X-Cyte
), não causou
aumento significativo no comprimento e diâmetro das bagas de ‘Superior ‘Seedless’.
Conforme os dados, pode ser observado que, GA
3
nas doses empregadas não foi eficiente em
aumentar o comprimento das bagas, conferindo a estas uma forma arredondada.
Resultado controverso foi observado por Saad et al. (1979) quando
aplicaram GA
3
em uvas ‘Thompson Seedless’ e ‘Delight Seedless’, as quais adquiriram forma
oval, concordando com os resultados obtidos por Weaver e Pool (1971), os quais sugerem que
GA
3
aplicado no florescimento de uvas ‘Perlette’ e ‘Thompson Seedless’ influencia,
principalmente, no processo de divisão celular, enquanto a aplicação de GA
3
no estádio de
pegamento dos frutos pode ter maior interferência no alongamento celular. Dessa forma, a
aplicação de GA
3
influenciou, principalmente, no crescimento longitudinal e obtiveram-se
bagas de forma mais oval.
Weaver (1961) afirma que a alongação excessiva das bagas é um
efeito típico da giberelina em cultivares sem sementes de Vitis vinifera. Rematales et al.
(1995) sugerem que o efeito do CPPU no crescimento das bagas de uva pode ser similar ao do
GA
3
no início do desenvolvimento, mas, um incremento adicional no diâmetro dos frutos
ocorre próximo à maturação.
Os resultados obtidos neste trabalho não mostram relação entre o
aumento da produtividade (Tabela 21) da videira ‘Superior Seedless’ através da aplicação dos
reguladores vegetais com o aumento no peso e no tamanho das bagas (Tabela 23) e dos cachos
(Tabela 20).
6.3.7 Características químicas das bagas
A qualidade dos cachos na colheita depende basicamente do seu
conteúdo de açúcares e ácidos e da sua composição em substâncias corantes e aromáticas.
Segundo Andrades (1990), a acidez depende do cultivar, de condições climáticas e edáficas,
estando o seu valor em função do estádio de maturação da uva.
Altas produtividades são, usualmente, associadas com baixo acúmulo
de açúcar nas bagas. Esta relação não pode ser comprovada neste experimento onde o efeito
155
dos tratamentos na produtividade não foi consistente (Tabela 21), como também não mostrou
alteração clara no teor de sólidos solúveis (Tabela 24), contrariamente ao obtido por Weaver e
McCune (1959b) onde obtiveram redução acentuada com a aplicação de 1.000 mg L
-1
de
giberelina em uvas ‘Thompson Seedless’, provavelmente como resultado da maior
produtividade, onde o açúcar pode ter sido diluído em função do maior tamanho das bagas
(WEAVER; McCUNE, 1959b).
Tabela 24. Sólidos solúveis, acidez titulável, Ratio e pH das bagas de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos com Pro-Gibb
, N-
Large
e X-Cyte
, Juazeiro/BA. 2006.
X-C
y
te
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
12,70
y
12,93 12,43 11,78
Sólidos solúveis
DM
12,25 12,20 12,70 12,83
(ºBrix) DA
12,63 11,50 13,15 12,53
Pro-Gibb
13,38
CV (%) = 8,29 F = 0,911 ns
z
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
0,50
y
0,49 0,50 0,47
Acidez titulável
DM
0,47 0,46 0,45 0,47
DA
0,46 0,46 0,46 0,44
Pro-Gibb
0,46
CV (%) = 7,80 F = 1,574 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
Ratio DB
25,35
y
26,44 24,99 25,31
(SS/AT)
DM
26,23 26,83 28,28 27,98
DA
27,84 24,98 28,87 28,28
Pro-Gibb
28,94
CV
(
%
)
= 11
,
09
F
= 0
,
856 ns
N-Large
0,00 DB DM DA
DB
3,35
y
3,34 3,38 3,43
pH
DM
3,40 3,39 3,43 3,38
DA
3,40 3,43 3,43 3,39
Pro-Gibb
3,39
CV
(
%
)
= 1
,
73
F
= 0
,
554 ns
y
Média de quatro repetições. Médias não diferiram estatisticamente entre si (Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre o teor de sólidos
solúveis, acidez titulável, ratio e pH, n.s. = não significativo.
CV (%) = coeficiente de variação
156
Nelson et al. (1963) observaram que o conteúdo de sólidos solúveis
tem relação inversa com o tamanho das bagas de ‘Thompson Seedless’, ‘Perlette’ e ‘Cardinal’.
Para Weaver e Ibrahim (1967), não se sabe o porque de bagas maiores, as quais usualmente
apresentam maior número de sementes, aumentar mais lentamente o conteúdo de sólidos
solúveis do que bagas sem sementes ou aquelas com poucas sementes no mesmo cacho.
Pequenas bagas podem requerer menor quantidade de açúcar para obter alta porcentagem de
sólidos solúveis, quando comparadas a bagas maiores. Contudo, bagas maiores constituem
drenos fortes de nutrientes em certos estádios de desenvolvimento, uma vez que as sementes
são ricas fontes de hormônios, e é sabido que estes aumentam a força de mobilidade dos
solutos.
Os decréscimos na concentração de auxina e aumento na concentração
do ácido abscísico (ABA) estão correlacionados com o início do amadurecimento das bagas de
uvas. Para diversos autores citados por Cawthon e Morris (1982) o ABA pode ser o iniciador
imediato do processo de amadurecimento das uvas, uma vez que, o aumento dos seus níveis
precede a “veraison” e, a aplicação de ABA nos cachos pode iniciar o amadurecimento das
bagas, porém, o acúmulo de ABA não inicia até que as sementes não estejam maduras. O
mecanismo fisiológico disparado pela produção de ABA nas uvas não é conhecido, mas
parece estar relacionado com a maturação das sementes. Entretanto, a produção e o acúmulo
de ABA nas bagas de uva não depende da presença de sementes, uma vez que, cultivares de
uva sem sementes, bem como, cultivares onde a partenocarpia foi induzida por produtos
químicos mostram aumento típico na concentração de ABA e, freqüentemente, amadurecem
mais cedo, indicando que a presença de sementes pode atrasar o início da maturação das
bagas.
Weaver e Pool (1971), em uvas ‘Perlette’ e ‘Thompson Seedless’,
verificaram que o GA
3
não afetou o teor de sólidos solúveis, exceto a 1.000 mg L
-1
, quando
este foi reduzido; no entanto, não houve efeito consistente do GA
3
sobre a acidez titulável.
Rematales et al. (1997) verificaram em videiras ‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), que duas
aplicações de 10 mg L
-1
de CPPU, em bagas com 4 mm de diâmetro e uma semana após,
resultou em atraso na maturação dos frutos. Resultados semelhantes foram obtidos por
Rematales et al. (1995) com o uso de CPPU em uva ‘Thompson Seedless’ e também por Ben
Arie et al. (1997) em ‘Superior Seedless’.
157
Segundo Chitarra e Chitarra (2005), o retardamento da senescência de
frutos promovido pelas citocininas tem sido associado com a redução da taxa de perda de
proteínas e RNA, além de suprimir a síntese de proteases e prevenir o aumento na atividade da
RNAase.
Intrieri et al. (1992), observaram que a aplicação de CPPU (15 mg L
-
1
) dez dias após o florescimento (bagas com 6 a 8 mm de diâmetro longitudinal) em oito
cultivares de uvas sem sementes e três com sementes, promoveu o aumento do tamanho das
bagas em alguns cultivares, onde o volume final das bagas tratadas foi 18 a 80% maior do que
no controle, porém, apenas o cultivar Moscatuel mostrou claro atraso no amadurecimento das
bagas. Os autores relacionam este atraso com o aumento no pegamento dos frutos, embora
compostos com atividade citocinínica sejam conhecidos por retardar a senescência, no qual o
amadurecimento representa uma forma específica. No entanto, de modo geral, o
amadurecimento das bagas não foi substancialmente afetado pelo tratamento com CPPU,
indicando que o atraso no amadurecimento não é um efeito específico induzido pela aplicação
de CPPU após o florescimento. Para os autores não há evidências de que o CPPU atrasa o
amadurecimento.
Miele e Dall’ Agnol (1998) não verificaram efeito significativo do
tratamento de cachos de uva ‘Italia’ (bagas com 3 a 5 mm de diâmetro) com CPPU na dose de
12 L L
-1
, nas variáveis relacionadas à composição do suco (sólidos solúveis, acidez titulável,
ratio, pH e densidade) .
Observando-se os dados de sólidos solúveis apresentados na Tabela
24, verifica-se que os biorreguladores não exerceram influência significativa na composição
química dos cachos de uva ‘Superior Seedless’, com bagas apresentando conteúdo de açúcar
inferior àquele exigido pelas normas de exportação de uva de mesa para os Estados Unidos
(15ºBrix) seguidas pela empresa Special Fruit.
Nas condições climáticas do Vale do Rio São Francisco, considera-se
que as uvas completaram o estádio de maturação quando atingem um conteúdo de sólidos
solúveis superior a 15ºBrix (GAYET, 1993), o que segundo Albuquerque et al. (1996) pode
ser justificado porque em condições tropicais, as uvas são menos ácidas e apresentam boa
palatabilidade, ainda que possuam teor de açúcares comparativamente menor.
158
Na uva apirena ‘Vênus’, a aplicação de TDZ (20, 40, 60 ou 80 mg L
-1
)
combinado ou não com GA
3
(50 mg L
-1
), em duas aplicações, na fase de “chumbinho” e 7 dias
após, diminuiu acentuadamente o teor de sólidos solúveis. O TDZ, com ou sem o GA
3
,
provocou atraso na maturação, sendo observados cachos ainda esverdeados na colheita
(CZERMAINSKI et al., 1998). Atraso na maturação também foi reportado em outros
trabalhos quando da aplicação de feniluréias (CPPU e TDZ) (REYNOLDS et al., 1992;
SCHUCH, 1994) ou ácido giberélico (SAAD et al., 1979).
Ben-Tal (1990) realizou vinte ensaios de aplicações de GA
3
no
cultivar Thompson Seedless em Israel, constatando que à medida que aumentou o número de
aplicações, o conteúdo de sólidos solúveis diminuiu e a acidez aumentou, o que são indícios
de retardamento da maturação das bagas.
No presente ensaio, pode-se inferir, pelos dados de sólidos solúveis e
acidez apresentados na Tabela 24, que até mesmo as menores doses podem ter atingido o
limite de resposta deste cultivar, pois, com o aumento das doses não houve alteração da
resposta. Suposição esta que pode ser confirmada pelos dados da Figura 5, onde não há
tendência de atraso na maturação dos cachos com o uso das maiores doses de giberelina e
citocinina, reguladores considerados retardadores da senescência, concordando com os dados
de Leão et al. (1999) onde a aplicação de CPPU em cachos da uva ‘Perlette’, não provocou
diferenças significativas nos teores de sólidos solúveis e acidez titulável.
O teor de sólidos solúveis exerce grande influência sobre o sabor da
uva, podendo-se utilizar a relação sólidos solúveis/acidez titulável como indicador do estádio
de maturação adequado para a colheita (LEÃO, 1999). Carvalho e Chitarra (1984) consideram
os frutos que apresentam relação açúcares/ácidos (ratio) superior a 15, adequados para
propósitos industriais, enquanto Gayet (1993) afirma que segundo o Código Agrícola da
Califórnia, a relação 20:1 pode ser empregada como critério para determinação do ponto de
colheita em uvas de mesa.
As condições climáticas do Vale do Rio São Francisco, com
temperaturas médias elevadas durante a fase de maturação das uvas, favorecem maior
concentração de açúcares e redução da acidez das bagas, resultando em valores de relação
SS/AT iguais ou superiores a 20:1, considerados adequados em uvas de mesa (GAYET, 1993),
contribuindo para a melhoria do sabor e qualidade da uva.
159
Os dados de ratio (SS/AT), são apresentados na Tabela 24, onde não
se observou influência dos biorreguladores sobre esse parâmetro. De acordo com as médias
apresentadas na Tabela 24, pode-se observar que todos os tratamentos apresentaram valores de
relação SS/AT iguais ou superiores àquelas mencionadas por Gayet (1993). O equilíbrio entre
açúcares e ácidos, segundo Carvalho e Chitarra (1984) é conhecido como um dos mais
importantes fatores responsáveis pelo sabor agradável dos frutos.
Os valores médios obtidos para a relação SS/AT em todos os
tratamentos estudados, foram superiores ao mínimo recomendado para uvas de mesa
(CHOUDHURY, 2000), podendo ser considerados satisfatórios, conferindo um equilíbrio
adequado entre açúcares e ácidos, permitindo inferir sobre o sabor agradável deste cultivar. No
entanto, os valores de ratio obtidos foram inferiores aos observados por Leão (2001) em dois
ciclos de produção com o mesmo cultivar na região do Submédio São Francisco (38,21). Saad
et al. (1979) obtiveram redução nos valores de ratio ao tratar cachos de uva com GA
3
.
O teor médio de sólidos solúveis das bagas foi de 12,54ºBrix no
experimento 3 e 15,23ºBrix no experimento 2, o qual atingiu um maior acúmulo de açúcares.
Considerando-se que a duração do ciclo fenológico foi muito próxima (115 dias no
experimento 2 e 114 dias no experimento 3) em ambos os experimentos, a maior concentração
de açúcares no experimento 2 foi determinada, possivelmente, por influência da menor
produtividade nesse experimento, mais favorável à síntese de açúcares.
A fração ácida das uvas é constituída, principalmente, pelos ácidos
málico e tartárico, responsáveis por 90% ou mais da acidez total. Em regiões de calor contínuo
ocorre maior degradação do ácido málico durante o amadurecimento dos cachos, resultando
em menor conteúdo de acidez na colheita (KANELLIS; ROUBELAKIS-ANGELAKIS,
1993), o que dá uma maior relação sólidos solúveis / acidez titulável.
Com relação à acidez titulável dos cachos (Tabela 24), também não se
constatou influência significativa dos biorreguladores, no entanto, observa-se no suco da uva
proveniente de cachos tratados com N-Large
(DA) + X-Cyte
(DA) um menor teor de ácidos
(0,44 g de ácido tartárico por 100 mL de suco) e maior acidez foi obtida quando utilizou-se N-
Large
(DB) ou N-Large
(DB) + X-Cyte
(DM) (0,50 g de ácido tartárico por 100 mL de
suco).
160
Os dados de acidez corroboram com o obtido por Leão (2001) (0,456
g de ácido tartárico por 100 mL de suco) ao trabalhar com o mesmo cultivar na região do
Submédio São Francisco. Também Grangeiro et al. (2002) obtiveram nos anos de 1999 e 2000
em ‘Superior Seedless’ cultivada na região do Vale do Rio São Francisco, acidez titulável
média de 0,46 g de ácido tartárico por 100 mL de suco, valores estes dentro do encontrado
neste experimento. A baixa acidez, pode ser conseqüência das elevadas temperaturas da região
(Tabela 1 do Apêndice), que segundo Calò et al. (1996) favorecem a redução da acidez dos
frutos.
Mullins et al. (1992) consideram a redução da acidez que ocorre
durante a maturação como conseqüência da diluição provocada pelo aumento de volume da
baga com o aporte de água intracelular desde o início do amadurecimento até a maturação
completa, pelo processo de respiração celular, que utiliza principalmente o ácido málico como
fonte de energia, pela inibição da síntese e transformação de ácidos em açúcares.
Ainda, com relação à acidez, não se observou tendência de maiores
valores nos cachos tratados com X-Cyte
; isso contradiz o observado por Schuck (1994) em
uva ‘Vênus’ tratada com TDZ. Reynolds et al. (1992) verificaram que a aplicação de TDZ
aumentou a acidez nas uvas ‘Selection 495’ e ‘Selection 535’, mas reduziu em ’Sovereign
Coronation’ e ‘Simone’, todas uvas sem sementes.
A combinação dos biorreguladores (X-Cyte
+ N-Large
), não
resultou em ganhos significativos nas características físicas e químicas dos cachos e bagas de
uva ‘Superior Seedless’, em comparação à aplicação isolada de giberelina (N-Large
). O
aumento do tamanho das bagas de uva e, por conseguinte da produtividade do vinhedo,
igualando-se estatisticamente ao convencionalmente empregado (Pro-Gibb
) sem alterar
significativamente a qualidade do mosto da uva, ilustram o potencial econômico da aplicação
de N-Large
nos cachos. Assim, novos estudos deverão ser conduzidos sobre o uso do N-
Large
como prática comercial, inclusive em outros cultivares.
6.3.8 Ciclo da poda à colheita
O ciclo de produção, durante os períodos de 23/05/2006 (poda) a
05/09, 11/09, 14/09 e 18/09 e 21/09/2006 (1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª colheita, respectivamente) foi de
161
105, 111, 114, 118 e 121 dias, respectivamente, tendo média de 114 dias. Resultados inferiores
foram observados nesta mesma região, também em ‘Superior Seedless’ (GRANGEIRO et al.,
2002). No entanto, quando avaliada no estado de São Paulo, o cultivar Superior Seedless
apresentou ciclo de 130 dias (LEÃO et al., 2000). Isso demonstra a diferença de resposta de
um mesmo cultivar a condições ambientais de diferentes regiões de cultivo.
Segundo Leão (2001), o ‘Superior Seedless’ pode ser considerado um
cultivar bastante precoce, quando comparado a outros cultivares como Italia e Red Globe, com
ciclo fenológico médio de 94 dias, ou seja, 101 e 87 dias para podas realizadas em 16/08/1999
e 16/02/200, respectivamente. Observa-se que a poda realizada no primeiro semestre
ocasionou uma antecipação de 14 dias na colheita.
Não houve um efeito consistente de antecipação ou atraso da colheita
como efeito da aplicação dos reguladores vegetais (Figura 5), o que diverge dos resultados
obtidos por outros autores (SAAD et al., 1979). Segundo Leão et al. (1999), a aplicação de
CPPU influenciou no amadurecimento dos cachos de uva ‘Perlette’, retardando a colheita em
oito dias. Porém, aplicações combinadas de CPPU e GA
3
promoveram maior atraso na
maturação dos frutos que o CPPU isolado. Na colheita, não ocorreram diferenças
significativas para teores de sólidos solúveis e acidez titulável e o peso da matéria seca do
engaço foi mais elevado nos cachos tratados com CPPU + GA
3
.
Atraso na maturação dos cachos entre 7 e 21 dias com aplicações de
CPPU, também foram observados por Rematales et al. (1997), em uvas ‘Sultanina’
(‘Thompson Seedless’), colhidas quando os frutos atingiram 17,5ºBrix.
Petri et al. (1992) mostraram que o TDZ, também com ação
citocinínica, influenciou à maturação de maçãs, retardando-a, pois a resistência da polpa
aumentou, a taxa de degradação de amido diminuiu e a pigmentação dos frutos tratados
também foi menor, embora não houvesse diferença significativa quanto aos valores de sólidos
solúveis e acidez titulável.
162
Figura 5. Porcentagem de uva colhida em 05/09, 11/09, 14/09, 18/09 e 21/09/2006 (1
a
, 2
a
, 3
a
,
4
a
e 5
a
colheita, respectivamente) em relação à quantidade total, em videiras
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetidas a diferentes tratamentos com
Pro-Gibb
(PG), N-Large
(NL) e X-Cyte
(XC), Juazeiro/BA. 2006.
Duas pulverizações de CPPU nas doses de 20 ou 40 mg L
-1
combinadas com GA
3
a 40 mg L
-1
, a primeira com as bagas medindo 4 mm de diâmetro e a
segunda uma semana mais tarde, em uva ‘Sultanina’ (‘Thompson Seedless’), resultou em
atraso de até 21 dias na maturação dos cachos, avaliado através da redução no teor de sólidos
solúveis e obtenção de bagas de cor verde; sendo atribuído o atraso na colheita, possivelmente,
ao efeito da citocinina na divisão celular (REMATALES et al., 1995).
Díaz e Maldonado (1991) avaliaram o efeito da aplicação de CPPU
(7,5 a 12 mg L
-1
), de GA
3
e da mistura, por imersão dos cachos de uva ‘Thompson Seedless’
(bagas com 6 a 9 mm de diâmetro). Na colheita, o conteúdo de açúcares foi similar entre os
tratamentos, porém, cachos que receberam tratamento com CPPU tiveram a colheita atrasada
de 8 a 11 dias.
Nos cultivares de uvas sem sementes ‘Sovereign Coronation’ e
‘Selection 495’, a aplicação de CPPU (1 ou 10 mg L
-1
) tendeu a atrasar a maturidade das
0%
20%
40%
60%
80%
100%
P
G
NL DB
NL
DM
NL
DA
NL
DB
+
XC
DB
NL
DB
+
XC
DM
NL D
B
+ X
C
D
A
N
L DM
+
XC
DB
NL D
M
+
XC DM
NL DM + X
C
D
A
NL D
A
+
XC
DB
N
L
DA
+
X
C
D
M
NL DA + XC DA
Tratamentos
Porcentagem colhida
Colheitas
163
bagas, indicada pela redução linear no teor de sólidos solúveis em ambos os cultivares, bem
como pelo aumento na acidez titulável e redução do pH e conteúdo de antocianinas totais em
‘Sovereign Coronation’ (REYNOLDS et al., 1992). Em outro experimento realizado pelos
mesmos autores com outros dois cultivares de uvas sem sementes, CPPU reduziu o teor de
sólidos solúveis em ‘Selection 535’ e aumentou a acidez titulável nos dois cultivares. Por sua
vez, o TDZ (1 ou 10 mg L
-1
) aumentou a acidez titulável de ambos os cultivares, reduziu o
teor de sólidos solúveis do ‘Selection 535’ e reduziu o pH em ‘Simone’. O aumento da
concentração de CPPU e TDZ reduziu linearmente a intensidade de cor e o conteúdo de
antocianinas no cultivar Simone. Segundo os autores, este atraso na maturação pode ser
esperado, uma vez que compostos com atividade parecida a das citocininas são conhecidos por
atrasar a senescência, na qual, o amadurecimento dos frutos é a principal forma.
Sendo ‘Superior Seedless’ um cultivar de uva de mesa precoce, onde,
a precocidade de produção favorece colocar o produto no mercado em época de pouca oferta,
a aplicação de fontes de citocinina neste cultivar não seria interessante caso o regulador tivesse
atrasado o ciclo como o relatado por outros autores (DÍAZ; MALDONADO, 1991;
REYNOLDS et al., 1992, REMATALES et al., 1995). Porém, como a citocinina não interferiu
na maturação de ‘Superior Seedless’ nas condições estudadas, pode ser empregada sem
maiores problemas. A aplicação de produtos à base de citocinina visando o atraso na
maturação seria vantajosa em uvas de mesa tardias, onde se poderia esperar oportunidades de
melhores preços.
Observando o efeito da aplicação do ácido giberélico (Pro-Gibb
e N-
Large
) e da citocinina (X-Cyte
) no teor de sólidos solúveis, acidez titulável, ratio e pH
(Tabela 24), verifica-se que os reguladores vegetais empregados não interferiram na
maturação e, conseqüentemente, no ciclo dos cachos de uva ‘Superior Seedless’.
De acordo com Ruiz (1998), a resposta aos reguladores vegetais
depende do estado fisiológico da planta, determinado por um conjunto de fatores,
principalmente do equilíbrio nutricional e hormonal. Além destes, outros podem interferir,
como as características genéticas do cultivar, presença ou não de viroses, condições de clima e
solo, técnicas de cultivo empregadas, etc; por isso, os resultados obtidos com uma mesma
164
substância, aplicada na mesma dose, podem ser diferentes de um ano para o outro, ou segundo
as técnicas de cultivo utilizadas.
O N-Large
não interferiu nos parâmetros qualitativos e quantitativos
dos cachos de uvas. Porém, novos trabalhos de pesquisa devem ser conduzidos com a
aplicação do produto, visando o alongamento do engaço e o desenvolvimento de bagas, a fim
de garantir suprimento hormonal adequado proporcionado pelo biorregulador, com diferentes
épocas de aplicação e concentrações, visando também a obtenção de melhores resultados,
otimizando a ação do produto, inclusive em diferentes cultivares de uva e em mistura com
outros produtos, pois, a fisiologia dos reguladores vegetais ainda não está completamente
esclarecida, uma vez que o modo de ação apresenta aspectos complexos e a interação entre os
diferentes reguladores vegetais também necessita de melhor compreensão, assim como sua
relação com os processos metabólicos da planta e o ambiente (TAIZ; ZEIGER, 2004).
Futuros experimentos devem ser realizados, variando-se as
concentrações dos produtos, cultivares e condições de instalação, com a finalidade de elucidar
e confirmar os efeitos fisiológicos e morfológicos dos produtos testados sobre a brotação e o
desenvolvimento das bagas. As informações geradas por este trabalho poderão ser levadas a
efeito em trabalhos futuros. Também poderiam ser introduzidos tratamentos com diversos
números de aplicações e concentrações do ácido giberélico em diversas épocas,
complementando os tratamentos efetuados neste trabalho. Entretanto, a falta de diferença
significativa entre o produto comercialmente empregado e os testados com relação ao peso das
bagas e dos cachos, bem como das dimensões das bagas, cachos e engaços como resultado da
aplicação dos reguladores vegetais, mostram-se como promissores no cultivo da uva ‘Superior
Seedless’, fornecendo maior número de alternativas aos produtores.
6.4. Considerações gerais
Futuros experimentos devem ser realizados, variando-se as
concentrações dos produtos, cultivares, época, local de cultivo e condições de instalação, com
a finalidade de elucidar e confirmar os efeitos fisiológicos e morfológicos dos reguladores
avaliados sobre a brotação e o desenvolvimento das bagas. As informações geradas por esta
tese poderão ser levadas a efeito em trabalhos futuros. Também poderiam ser introduzidos
165
tratamentos com doses mais parceladas em maior número de aplicações do ácido giberélico
em diversas épocas, complementando os tratamentos efetuados nestes experimentos.
Verificou-se a necessidade de se avaliar o efeito do Stimulate
e X-
Cyte
aplicados com o objetivo de melhorar a brotação, sobre a fertilidade das gemas, mas,
sabe-se que os cachos de uva de um ciclo se diferenciam no ciclo de desenvolvimento dos
ramos do ano anterior. Assim, o efeito dos reguladores sobre a diferenciação das gemas em
florais seria possível após a poda do próximo ciclo ou através da análise de fertilidade de
gemas. No entanto, a área experimental passou por uma poda de formação logo após a
colheita, antes mesmo do final da diferenciação das gemas, não permitindo a análise de
fertilidade. Além disso, seria interessante avaliar o efeito do Stimulate
aplicado em
associação com outros produtos e em diferentes fases do ciclo da cultura, objetivando
uniformizar a brotação e melhorar a fertilidade das gemas. Ainda, parece conveniente avaliar o
efeito da associação do etileno, aplicado anteriormente à poda de produção, mais o Stimulate
aplicado logo após a poda, objetivando uniformizar a brotação.
Além dos estudos de alternativas de fonte de ácido giberélico, novas
pesquisas devem ser conduzidas com o objetivo de esclarecer os efeitos da citocinina (X-
Cyte
) no desenvolvimento e formato das bagas de uva ‘Superior Seedless’, tendo em vista, o
arredondamento proporcionado por este regulador nas bagas e relatado por diversos autores.
Com o surgimento de novas formulações no mercado, os produtos a
serem utilizados para quebra de dormência das gemas de videira ‘Superior Seedless’ ou para o
aumento do tamanho das bagas poderão ser definidos em função da disponibilidade, da
possível toxicidade, dos custos, etc. Toda vez que se oferece mais opções de escolha, gera-se
concorrência entre as empresas, que é positiva aos produtores, pois, aumenta-se o leque de
produtos e a tendência natural é a redução dos preços. Quando se trabalha com uma única
opção de produto no mercado, são vários os riscos oferecidos ao produtor, além da pressão do
preço, a instabilidade de oferta pode gerar grande desconforto. Foi o que ocorreu na safra do
segundo semestre de 2006, onde a falta do Pro-Gibb
no mercado ameaçou os vinhedos de
todo o Vale do São Francisco.
166
7. CONCLUSÕES
A partir dos resultados obtidos e nas condições destes experimentos,
pode-se concluir que:
- Videiras do cultivar Superior Seedless podadas no período de
temperaturas amenas (Maio a Agosto), e tratadas com Stimulate
e X-Cyte
visando a
uniformidade de brotação, demonstraram comportamento semelhante ao efeito do Dormex
,
utilizado como testemunha por se tratar do produto comercialmente empregado com esta
finalidade, quando se avaliou o número de brotos após a desbrota, a porcentagem de ramos
desenvolvidos, o número de cachos após a desbrota e o comprimento dos ramos. Assim, a
ausência de diferença significativa aponta os produtos Stimulate
e X-Cyte
como alternativas
aos produtores ao uso do Dormex
no cultivo da uva ‘Superior Seedless’, nas condições
estudadas.
- No experimento 2 os reguladores vegetais testados não
proporcionaram alterações significativas nas características físicas e químicas de cachos e
bagas de uva ‘Superior Seedless’, porém, nota-se que o N-Large
, nova formulação que
possui como princípio ativo o ácido giberélico, apresentou resultados superiores ou
167
estatisticamente iguais aos do Pro-Gibb
, produto comercialmente empregado no alongamento
dos cachos e no desenvolvimento das bagas;
- Em todos os tratamentos empregados no experimento 3, ‘Superior
Seedless’ apresentou cachos e bagas com tamanhos que atendem às exigências para
exportação; no entanto, a aplicação de N-Large
(DM) isoladamente na dose equivalente à de
Pro-Gibb
(1, 15 e 10 mg GA
3
L
-1
), mostra ser a mais promissora economicamente quando
empregada visando o alongamento do engaço e o aumento no tamanho das bagas de ‘Superior
Seedless’; o teor de sólidos solúveis ficou abaixo dos valores mínimos exigidos para a
comercialização de uvas de mesa e as produtividades médias encontradas demonstram que os
produtos possuem potencial para uso em ‘Superior Seedless’ nas condições de cultivo do Vale
do Submédio Rio São Francisco.
- Atualmente, a única fonte de GA
3
disponível comercialmente para
os viticultores é o Pro-Gibb
, deixando claro o potencial do N-Large
, na dose de ácido
giberélico equivalente ao convencionalmente utilizado (DM), como nova fonte de GA
3
a ser
utilizada no alongamento dos cachos e no desenvolvimento de bagas de uvas ‘Superior
Seedless’, que não foi significativamente melhor, mas gerou resultados pelo menos iguais em
praticamente todos os parâmetros avaliados, apresentando tendências visíveis à melhoria da
qualidade da uva, uma alternativa ao Pro-Gibb
.
168
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198
APÊNDICES
199
Tabela 1. Dados de temperatura, umidade relativa, precipitação e velocidade do vento
registrados durante o período de condução dos experimentos. Embrapa Semi-
Árido, Petrolina/PE. 2006.
Meses Temperatura (ºC) Umidade Relativa (%) Precipitação
(mm)
Velocidade do
vento (m s
-1
)
Máx Mín Média Máx Mín Média
Maio/06
30,6 20,5 25,0 86,9 42,9 67,0 1,9 1,5
Junho/06
28,5 19,2 23,2 87,4 46,0 68,9 0,2 1,9
Julho/06
29,0 18,3 23,3 86,1 39,9 63,4 0,2 2,1
Agosto/06
30,7 18,6 24,4 83,4 31,4 56,9 0,1 2,2
Setembro/06
33,1 20,2 26,3 78,9 26,8 51,6 0,3 2,1
Tabela 2. Resultado da análise granulométrica do solo da área experimental amostrado de 0-
20 cm de profundidade. Juazeiro/BA. 2006.
Areia Silte Argila
- - - - - - - - - - - - - - - - g kg
-1
- - - - - - - - - - - - - - - -
Experimento 1
412 245 343
Experimento 2
401 226 373
Experimento 3
388 258 354
Tabela 3. Resultado da análise química do solo da área experimental amostrado de 0-20 cm de
profundidade. Juazeiro/BA. 2006.
pH MO P K Ca Mg Al H+Al CTC V %
H
2
O CaCl
2
g kg
-1
mg dm
-3
- - - - - cmolc dm
-3
- - - - -
Experimento 1
7,14 6,70 71,44 3.176,5 3,08 22,7 5,8 0,0 2,3 33,9 93,2
Experimento 2
6,97 6,42 66,23 3.528,3 3,79 17,1 5,2 0,0 3,3 29,4 88,8
Experimento 3
6,90 6,33 70,52 3.124,4 3,18 19,0 5,8 0,0 4,0 31,9 87,6
200
Figura 1. Aplicação de produtos para quebra de dormência (Experimento 1). Juazeiro/BA.
Maio/2006.
201
Figura 2. Aplicação de reguladores vegetais em cachos de ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera
L.) visando o alongamento da ráquis (A, 1 e 2: 18 e 21 dias após a poda,
respectivamente) e o aumento no tamanho das bagas (B, 1 e 2: 51 e 56 dias após a
poda, respectivamente) (Experimento 2). Juazeiro/BA. Junho/2006.
2
1
B
202
Tabela 4a. Porcentagem de brotação das gemas localizadas nas varas de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos para superação de
dormência, Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitroplus Com Nitroplus
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
7 DAP 0,0
0,09
y,
0,71 0,83 0,26 1,05 0,87
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
1,22 0,57 - 1,26 1,58 -
1,0
0,29 - - 0,76 - -
CV (%) = 113,10 F = 1,385 ns
z
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
9 DAP 0,0
10,52 10,03 9,67 6,63 11,82 11,00
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
9,64 11,08 - 9,17 11,38 -
1,0
8,18 - - 8,52 - -
CV (%) = 30,77 F = 0,443 ns
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
11 DAP 0,0
56,57 a 35,76 bc 31,17 c 53,38 ab 35,51 bc 32,22 c
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
32,28 c 36,32 abc - 32,25 c 34,25 bc -
1,0
32,80 bc - - 37,12 abc - -
CV (%) = 44,94 F = 4,039 **
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
13 DAP 0,0
66,46 a 45,99 bc 40,10 c 63,11 ab 43,80 c 40,89 c
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
42,23 c 44,42 bc - 41,97 c 41,81 c -
1,0
43,27 c - - 45,73 bc - -
CV (%) = 37,25 F = 5,166 **
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de
brotação das gemas localizadas nas varas, n.s. = não significativo e ** = significativo a 1% de
probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
DAP = dias após a poda de produção.
203
Tabela 4b. Porcentagem de brotação das gemas localizadas nos netos de videira ‘Superior
Seedless’ (Vitis vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos para superação de
dormência, Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitroplus Com Nitroplus
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
7 DAP 0,0
3,54
y,
7,64 12,43 4,43 11,91 11,27
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
10,42 10,30 - 10,33 12,37 -
1,0
10,95 - - 9,79 - -
CV (%) = 61,01 F = 1,012 ns
z
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
9 DAP 0,0
44,26 40,86 45,81 44,82 42,07 36,20
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
40,10 36,10 - 37,59 44,04 -
1,0
42,65 - - 44,06 - -
CV (%) = 16,34 F = 0,402 ns
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
11 DAP 0,0
93,55 a 83,59 ab 82,52 ab 91,16 ab 82,99 ab 79,56 ab
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
76,24 ab 80,30 ab - 74,55 b 78,48 ab -
1,0
81,41 ab - - 81,83 ab - -
CV (%) = 13,35 F = 2,346 *
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
13 DAP 0,0
96,63 94,21 95,78 96,91 93,71 94,25
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
92,17 91,08 - 89,51 92,02 -
1,0
95,13 - - 93,62 - -
CV (%) = 4,79 F = 1,308 ns
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de
brotação das gemas localizadas nos netos, n.s. = não significativo e * = significativo a 5% de
probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
DAP = dias após a poda de produção.
204
Tabela 4c. Porcentagem de brotação total (varas e netos) de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis
vinifera L.) submetida a diferentes tratamentos para superação de dormência,
Juazeiro/BA. 2006.
Sem Nitroplus Com Nitroplus
X-Cyte (%) X-Cyte (%)
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
7 DAP 0,0
1,14
y,
2,73 4,52 1,55 4,41 3,87
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
3,78 3,58 - 3,89 4,99 -
1,0
3,58 - - 3,49 - -
CV (%) = 66,22 F = 1,038 ns
z
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
9 DAP 0,0
20,68 18,98 21,01 18,51 20,92 18,23
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
18,09 18,79 - 17,72 21,53 -
1,0
18,58 - - 19,16 - -
CV (%) = 13,60 F = 0,189 ns
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
11 DAP 0,0
67,93 a 49,95 bc 47,10 bc 64,69 ab 50,30 abc 45,97 c
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
44,61 c 49,83 bc - 45,12 c 48,18 bc -
1,0
47,53 bc - - 50,68 abc - -
CV (%) = 29,29 F = 4,401 **
Stimulate (%) 0,00 0,25 0,50 0,00 0,25 0,50
13 DAP 0,0
75,83 a 60,24 bc 57,14 c 73,24 ab 59,52 bc 56,30 c
(Dormex
)
(Dormex
)
0,5
56,38 c 58,93 bc - 56,48 c 57,68 c -
1,0
58,83 bc - - 60,42 bc - -
CV (%) = 21,50 F = 5,013 **
y
Média de quatro repetições. Médias seguidas de letras diferentes, diferem estatisticamente entre si
(Tukey P0,05).
z
Significância do teste F da análise de variância para o efeito dos tratamentos sobre a porcentagem de
brotação total, n.s. = não significativo e ** = significativo a 1% de probabilidade, respectivamente.
CV (%) = coeficiente de variação
DAP = dias após a poda de produção.
205
Figura 3. Distribuição das gemas brotadas ao longo das varas de produção de videira
‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.) Juazeiro/BA. Junho/2006.
206
Figura 4. Sintomas de “pela” em cachos de videira ‘Superior Seedless’ (Vitis vinifera L.)
Juazeiro/BA. Junho/2006.
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