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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
ESTUDO DA FERMENTAÇÃO SIMULTÂNEA À HIDRÓLISE, DE
SORO DE QUEIJO, UTILIZANDO LACTASE E Saccharomyces
cerevisiae
AILTON CESAR DE ANDRADE
UBERLÂNDIA - MG
2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
ESTUDO DA FERMENTAÇÃO SIMULTÂNEA À HIDRÓLISE, DE SORO DE
QUEIJO, UTILIZANDO LACTASE E Saccharomyces cerevisiae
Ailton Cesar de Andrade
Engenheiro Químico
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em En
g
enharia
Química da Universidade Federal de
Uberlândia como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
En
g
enharia Química, área de concentração
em Pesquisa e Desenvolvimento de Processos
Químicos.
UBERLÂNDIA - MG
2005
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FICHA CATALOGRÁFICA
A553e
Andrade, Ailton Cesar, 1976-
Estudo da fermentação simultânea à hidrólise, de soro de queijo,
utilizando lactase e Saccharomyces cerevisiae / Ailton Cesar de
Andrade. - Uberlândia, 2005.
110f. : il.
Orientador: Euclídes Honório de Araújo.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química.
Inclui bibliografia.
1. Engenharia química - Teses. 2. Soro de queijo - Teses. 3.
Fermentação alcoólica - Teses. 4. Hidrólise da lactose - Teses. I.
Araújo, Euclídes Honório de. II. Universidade Federal de Uberlândia.
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. III.Título.
CDU: 66.0 (043.3)
“Se todos os seus esforços
f
orem vistos com indiferença,
não desanime. Também o sol,
ao nascer, dá um espetáculo
todo especial e, no entanto, a
maioria da platéia continua
dormindo”.
Provérbio chinês
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que me iluminou e me deu forças em todos os momentos
de dificuldades para que eu pudesse vencer as barreiras encontradas e chegar ao término
de mais um etapa de minha vida.
Ao CNPq pelo apoio financeiro.
Aos meus pais e irmãos pelo incentivo e pela força nos momentos difíceis.
Ao orientador Professor Euclídes Honório de Araújo, pela amizade e confiança
em mim depositado, pela orientação, esforço e dedicação durante todo o trabalho.
A todos os professores da FEQUI, principalmente aos professores Ubirajara
Coutinho e Márcia Gonçalves pela colaboração efetiva e ao professor da UEM, José
Eduardo Olivo, pelas sugestões que foi de grande valia.
A todos, colegas de graduação, pós-graduação e aos amigos que direta e
indiretamente, acompanharam o meu crescimento no desenvolvimento deste trabalho.
ÍNDICE
LISTA DE FIGURAS............................................................................................... ........i
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................iii
RESUMO.........................................................................................................................iv
ABSTRACT......................................................................................................................v
TCAPÍTULO 1T ................................................................................................................... 1
TINTRODUÇÃOT ................................................................................................................ 1
TCAPÍTULO 2T ................................................................................................................... 3
TREVISÃO BIBLIOGRÁFICAT ......................................................................................... 3
T2.1 – LEITET .................................................................................................................. 3
T2.2 – SORO DE QUEIJOT ............................................................................................. 5
T2.2.1 – Poder poluente do soroT ................................................................................. 7
T2.2.2 – Dificuldades para aproveitamento do soroT ................................................... 8
T2.2.3 – Formas de aproveitamento do soroT ............................................................... 8
T2.3 – LACTOSET ........................................................................................................... 9
T2.4 –HIDRÓLISE DA LACTOSET ............................................................................. 11
T2.5 – ENZIMA β-GALACTOSIDASET ...................................................................... 13
T2.6 – INFLUÊNCIA DO pH NA ATIVIDADE E ESTABILIDADE DAS ENZIMAST
.................................................................................................................................... 16
T2.7 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA ATIVIDADE E ESTABILIDADE
DAS ENZIMAST ......................................................................................................... 17
T2.8 – SORO COMO SUBSTRATO PARA FERMENTAÇÃOT ................................ 18
T2.9 – LEVEDURAS FERMENTATIVAST ................................................................. 20
T2.10 – CINÉTICA DE PROCESSOS FERMENTATIVOST ...................................... 21
TCAPÍTULO 3T ................................................................................................................. 23
TMATERIAS E MÉTODOST ............................................................................................ 23
T3.1 – MATERIAIST ..................................................................................................... 23
T3.1.1 – Soro de queijo em póT .................................................................................. 23
T3.1.2 – Enzima β-GalactosidaseT ............................................................................. 23
T3.1.3 – MicrorganismoT ........................................................................................... 24
T3.1.4 – Unidade ExperimentalT ................................................................................ 24
T3.1.5 – CentrífugaT ................................................................................................... 25
T3.1.6 – Banho termostatizadoT ................................................................................. 25
T3.1.7 – EspectrofotômetroT ...................................................................................... 26
T3.1.8 – AutoclaveT .................................................................................................... 26
T3.1.9 – Micro-destiladorT ......................................................................................... 26
T3.1.10 – ReagentesT .................................................................................................. 26
T3.2 – MÉTODOST ........................................................................................................ 27
T3.2.1 – Definição das variáveisT ............................................................................... 27
T3.2.2 – Preparo do meio de fermentaçãoT ................................................................ 28
T3.2.3 – Início da fermentaçãoT ................................................................................. 29
T3.2.4 – Cálculo do Rendimento e da ProdutividadeT ............................................... 30
T3.2.5 – Modelo ExperimentalT ................................................................................. 30
T2.2.7 – Cinética da fermentação: parâmetro k e ordem da reaçãoT .............................. 32
CAPÍTULO 4 ................................................................................................................. 34
RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................. 34
4.1- RESULTADOS OBTIDOS ................................................................................ 34
4.2 – RESULTADOS: CONCENTRAÇÃO DE SORO = 60G/L ............................. 36
4.3 – RESULTADOS: CONCENTRAÇÃO DE SORO = 90G/L ............................. 52
4.4 – PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO DOS ENSAIOS................................. 67
4.4.1 – Concentração de soro = 60g/L.................................................................... 67
4.4.2 – Concentração de soro = 90g/L.................................................................... 67
4.5 – EFEITO DA AGITAÇÃO NO RENDIMENTO DA FERMENTAÇÃO......... 68
4.6 – COMPARAÇÃO DO MODELO TEÓRICO COM O MODELO
EXPERIMENTAL
..................................................................................................... 69
4.7 – CINÉTICA DA FERMENTAÇÃO: PARÂMETRO K E ORDEM DA
REAÇÃO
.................................................................................................................... 75
CAPÍTULO 5 ................................................................................................................. 77
CONCLUSÕES E SUGESTÕES................................................................................... 77
5.1 – CONCLUSÕES................................................................................................. 77
5.2 – SUGESTÕES .................................................................................................... 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 79
ANEXO.......................................................................................................................... 83
ANEXO 1....................................................................................................................... 83
TÉCNICAS UTILIZADAS DURANTE A EXECUÇÃO DOS ENSAIOS.............. 83
ANEXO 2....................................................................................................................... 87
MÉTODO PARA O PREPARO DAS SOLUÇÕES.................................................. 87
APÊNDICE .................................................................................................................... 89
APÊNDICE 1 ................................................................................................................. 89
CURVA DE CALIBRAÇÃO: AÇÚCAR REDUTOR.............................................. 89
APÊNDICE 2 ................................................................................................................. 91
PARÂMETROS E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO......................................... 91
APÊNDICE 3 ................................................................................................................. 94
RESULTADOS DOS ENSAIOS REALIZADOS..................................................... 94
i
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1: Composição média do leite (BLOWEY, 1992)............................................. 4
Figura 2.2: Estrutura molecular da lactose (WALSTRA & JENNESS, 1984) ................ 9
Figura 2.3: Lactase catalisando a reação (LOPEZ-LEIVA & GUZMAN, 1985).......... 14
Figura 2.4: Representação esquemática de variações de concentrações em um processo
fermentativo. P, concentração de produto; S, concentração de substrato; X,
concentração do microrganismo (BORZANI et. al., 1975).
................................... 22
Figura 3.1: Fermentador utilizado na execução dos ensaios.......................................... 24
Figura 3.2: Centrífuga utilizada na separação das fases da fermentação....................... 25
Figura 3.3: Banho Termostizado.................................................................................... 26
Figura 4.1: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 1. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,2
g/L; concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 500 rpm.
............................ 36
Figura 4.2: Açúcar redutor e Glicose para o Ensaio 1................................................... 37
Figura 4.3: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 2. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,2
g/L; concentração de inóculo de 50 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 39
Figura 4.4: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 2..................................................... 40
Figura 4.5: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 3. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,4
g/L; concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 41
Figura 4.6: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 3..................................................... 42
Figura 4.7: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 4. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,4
g/L; concentração de inóculo de 50 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 43
Figura 4.8: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 4..................................................... 44
Figura 4.9: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 5. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,2
g/L; concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 45
Figura 4.10: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 5................................................... 46
Figura 4.11: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 6. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,4
g/L; concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 47
Figura 4.12: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 6................................................... 48
Figura 4.13: Concentração de etanol em função dos tempos de fermentação................ 49
Figura 4.14: Açúcares redutores em função dos tempos de fermentação ...................... 50
Figura 4.15: Concentração de glicose ao longo das fermentações................................. 51
Figura 4.16: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 7. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,4
g/L; concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 52
Figura 4.17: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 7................................................... 53
Figura 4.18: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 8. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,2
g/L; concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 500 rpm.
............................ 54
Figura 4.19: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 8................................................... 55
ii
Figura 4.20: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 9. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,2
g/L; concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 56
Figura 4.21: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 9................................................... 57
Figura 4.22: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 10. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,4
g/L; concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 500 rpm.
............................ 58
Figura 4.23: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 10................................................. 59
Figura 4.24: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 11. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,4
g/L; concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 500 rpm.
............................ 60
Figura 4.25: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 11................................................. 61
Figura 4.26: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 12. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,2
g/L; concentração de inóculo de 50 g/L e agitação de 300 rpm.
............................ 62
Figura 4.27: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 12................................................. 63
Figura 4.28: Concentração de etanol em função dos tempos de fermentação................ 64
Figura 4.29: Açúcares redutores em função dos tempos de fermentação ...................... 65
Figura 4.30: Concentração de glicose ao longo das fermentações................................. 66
Figura 4.31: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 1............ 69
Figura 4.32: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 2............ 70
Figura 4.33: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 3............ 70
Figura 4.34: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 4............ 71
Figura 4.35: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 5............ 71
Figura 4.36: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 6............ 72
Figura 4.37: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 7............ 72
Figura 4.38: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 8............ 73
Figura 4.39: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 9............ 73
Figura 4.40: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 10.......... 74
Figura 4.41: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 11.......... 74
Figura 4.42: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 12.......... 75
Figura AP-1: Curva de calibração para avaliar concentração de lactose ....................... 89
iii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1: Composição de certos alimentos em aminoácidos, expressos g/100g das
proteínas de origem
.................................................................................................. 6
Tabela 2.2: Composição de extrato seco.......................................................................... 7
Tabela 2.3: Poder adoçante relativo e solubilidade de vários açúcares.......................... 10
Tabela 2.4: Propriedades comparativas da lactose e da lactose 90% hidrolisada .......... 12
Tabela 2.5: Propriedades das lactases microbianas........................................................ 15
Tabela 2.6: Caracterização de lactases de varias fontes em relação ao pH ótimo.......... 17
Tabela 3.1: Composição do soro de queijo fornecido pela Vigor Alimentos S/A. ........ 23
Tabela 3.2: Condições das variáveis avaliadas durante a realização dos experimentos. 28
Tabela 4.1: Condições e resultados obtidos nas fermentações....................................... 35
Tabela 4.2: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 1 ....................................... 38
Tabela 4.3: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 2 ....................................... 40
Tabela 4.4: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 3 ....................................... 42
Tabela 4.5: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 4 ....................................... 44
Tabela 4.6: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 5 ....................................... 47
Tabela 4.7: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 6 ....................................... 49
Tabela 4.8: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 7 ....................................... 53
Tabela 4.9: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 8 ....................................... 56
Tabela 4.10: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 9 ..................................... 58
Tabela 4.11: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 10 ................................... 60
Tabela 4.12: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 11 ................................... 62
Tabela 4.13: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 12 ................................... 64
Tabela 4.14: Produtividade e Rendimento obtidos nos Ensaios 1 a 6............................ 67
Tabela 4.15: Produtividade e Rendimento obtidos nos Ensaios 7 a 12.......................... 67
Tabela 4.16: Agitação e Rendimento obtidos nos Ensaios 1 a 6.................................... 68
Tabela 4.17: Agitação e Rendimento obtidos nos Ensaios 7 a 12.................................. 68
Tabela 4.18: Valores de k, n e R para todos os ensaios
2
................................................ 76
iv
RESUMO
O objetivo deste trabalho é o estudo do processo de fermentação simultânea à hidrólise,
de soro de queijo, utilizando uma levedura bem conhecida, Sacharomyces cerevisiae,
juntamente com uma lactase obtido do fungo, Aspergillus oryzae, capaz de hidrolisar a
lactose, nas condições de pH e temperatura respectivamente: 4,5 e 30ºC. Foram
utilizados como materiais: soro de queijo em pó desnatado; a enzima era β-
Galactosidase (EC 3.2.1.23), da Sigma-Aldrich e a levedura Saccharomyces cerevisiae,
na forma de fermento da Fleischmann. A unidade experimental utilizada para conduzir a
fermentação é da marca Biostat B-Braun, reator batelada, com volume útil de 1,5 L.
Foram seguidas algumas metodologias, como o método da Oxidação pelo Dicromato de
Potássio, para determinação do teor de álcool presente nas amostras; o Método do Ácido
Dinitrossalicílico (DNS), para avaliar a quantidade de açúcares redutores presentes no
decorrer dos ensaios e o Teste Enzimático Colorimétrico para determinação de Glicose
nas amostras. A maior produtividade e rendimento alcançados nos ensaios conduzidos a
60 g/L de soro, foram de 2,85 g/L.h e 93,06 %; e para os ensaios conduzidos a 90 g/L de
soro, foram de 3,68 g/L.h e 93,90 %.
PALAVRAS CHAVES: Soro de queijo, fermentação alcoólica, hidrólise da lactose.
v
ABSTRACT
The goal of this work was to study the process of simultaneous saccharification and
fermentation of cheese whey, using a well-known yeast, Saccharomyces cerevisiae, and
a lactase obtained from Aspergillus oryzae. The conditions of pH and temperature were
4.5 and 30ºC, respectively. Materials used: powder skimmed cheese whey, the enzyme
β-Galactosidase (EC 3.2.1.23) by Sigma-Aldrich and the yeast S. cerevisiae
manufactured by Fleischmann Co. The experimental unit used to carry out the
fermentation was the Biostat B-Braun model, with net capacity of 1.5 L. The method of
oxidation by potassium dichromate was used to determine the alcohol content in the
samples, the dinitrosalicylic acid method (DNS) was used to evaluate the quantity of
reducing sugars present during the experiments and the enzymatic colorimetric test was
used to determine the glucose content in the samples. For 60 g/L of whey, the largest
productivity and yield obtained were 2.85 g/L.h and 93.06%. And for 90 g/L of whey,
they were 3.68 g/L.h and 93.90%, respectively.
Key words: cheese whey, alcoholic fermentation, lactose saccharification.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Há, atualmente, no mundo, uma crescente compreensão de que os compostos
orgânicos podem ser utilizados como matéria-prima para produção de alimentos,
energia e produtos químicos, substituindo, total ou parcialmente, as fontes fósseis de
combustível. Já que, os combustíveis de origem fóssil são esgotáveis e não se renovam,
sendo que o período para a sua formação não se mede em anos, mas avalia-se em
períodos geológicos (MENEZES, 1980).
Os combustíveis fósseis mais utilizados e mais conhecidos são o carvão mineral
e os derivados do petróleo, tais como: a gasolina e o óleo diesel.
Um combustível para veículos, originário de fonte renovável é o etanol,
produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar.
Com os crescentes preços dos combustíveis automotores tem-se chamado a
atenção para a possibilidade de produzir etanol a partir de outras fontes renováveis.
Neste contexto, o soro de queijo vem surgindo como uma alternativa viável na produção
de etanol (DEMOTT, et. al.,1981; CHEN & ZALL, 1982).
O soro é o resíduo da fabricação do queijo, que antigamente era pouco
valorizado e considerado apenas mais um poluente da indústria de alimentos.
O soro de queijo é o constituinte de maior importância, tanto pelo volume
gerado, como pela sua carga poluidora. Aproximadamente 80% do volume do leite
destinado à fabricação de queijos se transforma em soro (PAOLUCCI, 1991).
A principal preocupação com relação ao soro de queijo de uma maneira global é
que, na maioria dos países, grande parte do soro é incorporada às águas residuárias dos
laticínios, sendo despejada em cursos d’água, muitas vezes sem o tratamento adequado
(KOSIKOWSKI, 1979). Estima-se que o potencial poluidor do soro de queijo é,
aproximadamente, cem vezes maior que o do esgoto doméstico. Os níveis de DBO -
Demanda Biológica de Oxigênio - são em média de 55.000 mg/L de soro, contra cerca
de 500 mg/L do esgoto doméstico (RALPH, 1982 apud TORRES, 1988; COELHO et.
al.,2002;FERREIRA,2003).
Capítulo 1 – Introdução
2
Atualmente, a legislação ambiental é cada vez mais severa, assim as indústrias
de laticínios procuram alternativas para aproveitar o soro de queijo. Sendo que o
aproveitamento do soro constitui uma forma para diminuir a capacidade poluidora desse
resíduo atendendo assim os órgãos ambientais.
Dentre as várias técnicas de aproveitamento do soro de queijo, destaca-se
(MINAS AMBIENTE, 1998): na alimentação animal e como substrato para a
fermentação.
O aproveitamento do soro apresenta uma dupla vantagem (FERREIRA, 2003):
O lucro advindo da comercialização dos produtos;
A economia do investimento que se obtém ao dispensar o tratamento
convencional do soro.
A produção de álcool através da fermentação do soro tem sido estimulada pela
crescente necessidade mundial de energia, além de representar uma forma simples de
tratamento e disposição de grandes quantidades de soro de leite produzido pela indústria
de alimentos (KOSIKOWSKI, 1979).
O álcool produzido por fermentação do soro pode ser empregado tanto na
fabricação de vinagre e vinhos (HOLSINGER et al., 1974; KOSIKOWSKI, 1979),
quanto na produção de etanol combustível (CHEN & ZALL, 1982; COTON, 1985).
A conversão do soro de queijo em etanol pode ser uma alternativa para o
aproveitamento de seus nutrientes. Pesquisas estão sendo desenvolvidas a fim de
encontrar os melhores métodos e condições para conversão, buscando também melhorar
a eficiência e rendimento do produto, uma vez que a matéria-prima é barata, podendo,
neste contexto, alcançar retorno financeiro com a sua comercialização e diminuir a
carga poluidora do soro.
O objetivo principal deste trabalho foi o estudo do processo de fermentação
simultânea à hidrólise, do soro de queijo, utilizando uma levedura bem conhecida,
Sacharomyces cerevisiae, juntamente com uma lactase produzida pelo fungo,
Aspergillus oryzae, capaz de hidrolisar a lactose em um açúcar mais facilmente
fermentável, nas condições pré-fixadas de pH e temperatura, 4,5 e 30ºC.
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – LEITE
O leite é uma mistura complexa, nutritiva e estável de gordura, proteínas e
outros elementos sólidos, que se encontram suspensos em água. A gordura e as
vitaminas lipossolúveis, A, D, E e K, encontram-se em forma de emulsão, ou seja, uma
suspensão de pequenos glóbulos que não se misturam com a água. O leite bovino tem
em média 4,8% de lactose, correspondendo a aproximadamente 50% dos sólidos totais
do leite desnatado (VINHAL, 2001).
Pequenas quantidades de outros carboidratos são encontradas no leite,
parcialmente ligadas a fosfatos, lipídeos e/ou proteínas e parcialmente livres, como por
exemplo, os monossacarídeos glicose e galactose a uma concentração de
aproximadamente 10 mg/L e os oligossacarídeos a aproximadamente 100 mg/L
(RENNER, 1983).
A lactose, as proteínas do soro (albumina, imunoglobulinas, hormônios e
enzimas), os minerais, as vitaminas hidrossolúveis (complexo B e C) e substâncias
nitrogenadas não protéicas (amônia, uréia, ácido úrico, creatina, ácido hipúrico e outras)
encontram-se completamente dissolvidas na água do leite, formando uma solução
(BLOWEY, 1992)
A principal proteína do leite é a caseína, que apresenta uma excelente qualidade
nutricional e é muito importante na fabricação de queijos. Apresenta-se na forma de
partículas de tamanho muito reduzido (0,05 a 0,5 µm), que se distribuem
uniformemente numa suspensão. Estas partículas são chamadas de micelas, que são
agrupamentos de várias moléculas de caseína junto com sais de cálcio, fósforo e outros,
e a sua dispersão no leite é conhecida como suspensão coloidal. (VINHAL, 2001).
A composição do leite varia entre as diferentes espécies de mamíferos e mesmo
entre indivíduos da mesma espécie. Dentro de uma espécie, a composição depende de
muitos fatores, tais como: raça, período de lactação, tipo de alimento, manejo da
alimentação, freqüência de ordenha, entre outros. Assim, é difícil definir uma
composição “normal” do leite. Entretanto, as relações entre os diversos constituintes do
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
4
leite são muito estáveis e podem ser usadas para indicar se houve qualquer adulteração
na sua composição (BLOWEY, 1992). A composição média do leite é apresentada na
Figura 2.1.
Figura 2.1: Composição média do leite (BLOWEY, 1992)
O leite fresco normal tem um sabor ligeiramente adocicado, devido
principalmente ao seu conteúdo de lactose. Entretanto, todos os elementos do leite,
inclusive as proteínas que são insípidas, participam de forma direta ou indireta na
sensação de sabor. Possui uma cor definida como branco-amarelada e opaca, a qual se
LEITE
ÁGUA (87,5%)
GORDURA (3,8%)
FRAÇÃO RESTANTE
(3,3%)
LACTOSE
(4,6%)
CINZAS/VITAMINAS
(0,8%)
NÃO-PROTEICO (0,2%)
ALBUMINA E GLOBULINAS (0,5%)
CASEÍNA (2,6%)
PROTEÍNA (3,1%)
SÓLIDOS NÃO GORDUROSOS (8,7%)
SÓLIDOS TOTAIS (12,5%)
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
5
deve principalmente à dispersão da luz pelas micelas de fosfocaseinato de cálcio. Os
glóbulos de gordura também dispersam a luz, mas contribuem muito pouco para a cor
branca do leite. O caroteno e a riboflavina contribuem para a cor amarelada (VINHAL,
2001).
O leite, sendo um alimento extremamente perecível e sujeito a se contaminar
com microrganismos patogênicos ou não, pode trazer prejuízos à saúde do consumidor e
causar problemas no processamento industrial. A população de coliformes, por
exemplo, duplica a cada 20 a 30 minutos quando o leite é estocado temperatura de 25ºC
a 40ºC; já, quando mantido sob temperaturas de 2ºC a 5ºC, é reduzida a possibilidade de
multiplicação das bactérias capazes de transformar a lactose em ácido láctico
(VINHAL, 2001).
2.2 – SORO DE QUEIJO
O soro de queijo pode ser definido como a parte líquida do leite, após a
precipitação da caseína, seja para fabricação desta, seja na confecção de queijos. O soro
engloba aproximadamente metade dos sólidos contidos no leite, dos quais a lactose é o
constituinte presente em maior quantidade. A composição dos soros é variável, sendo
função do leite empregado e também das perdas que ocorrem durante a fabricação do
queijo. No entanto, é de se esperar que os componentes solúveis do leite estejam
presentes nas mesmas proporções que se encontravam originalmente, uma vez que os
mesmos permeiam juntos como soro durante a separação do mesmo. Deve-se levar em
conta que as quantidades desses componentes que ficaria no queijo, depende, em grande
parte, da quantidade de soro retida no mesmo (RAMOS, 1985).
O soro representa aproximadamente 85 a 95% do volume de leite e detém 55%
dos nutrientes do leite. Dentre os nutrientes mais importantes destaca-se a lactose,
proteínas solúveis, lipídios e sais minerais (MARWAHA & KENNEDY, 1988).
Aproximadamente 50% de produção mundial de soro de queijo passa por algum
tratamento e são transformados em vários produtos alimentícios, sendo que 45% deste
total é utilizado diretamente na sua forma líquida, 30% na forma de soro de queijo
pulverizado, 15% como lactose e subprodutos de delactosado e o restante como queijo
(MARWAHA & KENNEDY, 1988).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
6
Com o desenvolvimento de novas tecnologias e a diversificação de uso cada vez
maior, o soro e suas frações tornaram-se ingredientes alimentares muito valorizados.
Dos produtos que podem ser obtidos a partir do soro pode-se citar: o soro em pó,
as proteínas do soro, o queijo, a lactose, o ácido láctico, o álcool, o vinagre e alimentos
especiais (concentrado protéico, bebidas) (TORRES, 1988).
Com relação às proteínas presentes no soro, o mesmo constitui-se em uma
importante fonte destas substâncias, quando comparado com outros alimentos. A Tabela
2.1 compara os aminoácidos presentes no soro de queijo com aqueles de outras
proteínas (VIEIRA & NEVES, 1987, apud FERREIRA, 2003).
Tabela 2.1: Composição de certos alimentos em aminoácidos, expressos g/100g das
proteínas de origem
Componentes
do polímero
Ovo Proteínas do
soro
Caseína Músculo de
porco
Soja
Isoleucina 6,45 6,55 5,80 5,70 5,15
Leucina 8,30 14,00 9,50 9,00 7,85
Lisina 7,05 10,90 7,60 10,00 6,20
Metionina 3,40 2,35 2,95 3,00 1,35
Cisteina 2,25 3,15 0,40 1,40 1,35
Tirosina 4,05 4,80 5,70 3,95 3,40
Treonina 5,15 6,70 4,00 5,10 4,10
Triptofano 1,50 3,20 1,30 1,20 1,25
Valina 7,15 6,85 6,80 6,20 5,30
Sub-total 51,10 62,55 49,45 50,15 41,05
Fonte: VIEIRA & NEVES (1987)
As quantidades de proteínas, sais minerais, ácidos graxos, lactose e ácido lático
são bastante variáveis no soro de queijo, sendo afetada pelo tipo de queijo fabricado e
pelo tratamento térmico, dentre outros fatores (PONSANO et. al., 1992).
Vários fatores influenciam na composição e, portanto, no valor nutricional do
soro. São eles a qualidade e característica do leite, o tipo de queijo produzido, eventuais
tratamentos térmicos do leite ou do soro. Aditivos e fermentos, tempo de ruptura do
coágulo, valor final de acidez, desnate, adição de água, tempo de permanência na
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
7
fábrica de queijo, higiene e condições de transporte do soro (BERTOL & SANTOS
FILHO, 1996).
Segundo RICHARDS (1997), pode-se classificar os diferentes tipos de soro de
queijo da seguinte maneira:
Soro doce, a partir da fabricação de queijos tipo cheddar, suíço e similares,
obtidos através da coagulação enzimática do leite;
Soro ácido, a partir da fabricação de queijo tipo cottage ou de caseína, obtidos
através da coagulação utilizando-se ácido;
Soro desproteinizado, obtido a partir da coagulação das proteínas a quente.
Dos constituintes da fração sólida do soro, a lactose é o que se encontra em
maior quantidade, tanto no soro doce, quanto no soro ácido. Contudo, a sua quantidade
no soro ácido pode ser menor, devido à fermentação durante a manufatura de queijos
que produzem este tipo de soro (FERREIRA, 2003).
O soro na sua forma líquida apresenta um teor em água que varia entre 91 e
95%. A quantidade de extrato seco do soro é reduzida e representa em média 7% do
peso total. Este extrato, no entanto, é bastante rico e sua composição média em peso é
mostrada na Tabela 2.2, (PAOLUCCI, 1991).
Tabela 2.2: Composição de extrato seco
Componente Composição (em peso)
Lactose 70 a 80%
Compostos Nitrogenados 10 a 14%
Sais Minerais 1,5 a 4,0%
Lipídeos 0,5 a 6%
Fonte: PAOLUCCI (1991)
2.2.1 – Poder poluente do soro
O soro de queijo quando lançado em cursos d’água pode produzir um efeito
poluidor pronunciado, devido ao consumo do oxigênio dissolvido na água pelos
microrganismos, diminuindo assim a concentração deste, podendo ocorrer a mortandade
de peixes e outros seres do ecossistema aquático (ARAÚJO, 2001).
Estima-se que o potencial poluidor do soro é, aproximadamente, cem vezes
maior que o do esgoto doméstico. Os níveis de DBO são em média de 55.000 mg/L de
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
8
soro, contra cerca de 500 mg/L do esgoto doméstico (RALPH, 1982 apud TORRES,
1988; COELHO et. al., 2002; FERREIRA, 2003).
O Descarte do soro diretamente no solo, no entanto, conduz ainda a outros sérios
problemas ambientais: compromete a estrutura físico-química do solo e diminui o
rendimento das colheitas (PONSANO et. al., 1992).
2.2.2 – Dificuldades para aproveitamento do soro
De modo geral, a visão do soro como um rejeito e não como uma matéria-prima
dificulta bastante o aproveitamento deste valioso produto.
Dessa visão decorre o aproveitamento inadequado que o soro recebe na maioria
dos locais onde é produzido, sendo na maior parte estocado de forma inadequada até
que se realize o seu descarte.
O aproveitamento do soro encontra alguns obstáculos, tais como:
A maioria das queijarias é de pequeno e médio porte, o que dificulta a
implantação de uma política de aproveitamento ou tratamento;
Nestas unidades a geração de soro é relativamente pequena;
Falta de recursos humanos qualificados na maioria das unidades produtivas;
Deficiente malha viária e grandes distâncias, que dificulta o rápido escoamento
deste produto (MINAS AMBIENTE, 1998).
2.2.3 – Formas de aproveitamento do soro
Com vistas à crescente necessidade de aproveitamento do soro, um grande
número de experimentos tem sido desenvolvido em todo o mundo. Os resultados tem
sido satisfatórios na indústria de panificação, confeitos e sobremesas geladas. Um uso
relativamente novo para os sólidos do soro é como substrato, após enriquecimento com
substâncias promotoras de crescimento, no preparo de culturas lácticas (MINAS
AMBIENTE, 1998).
Existem atualmente tecnologias disponíveis para aproveitar o soro de queijo e
dentre estas pode-se, segundo MINAS AMBIENTE (1998) citar, além do uso para
alimentação animal e como substrato para a fermentação, a fabricação de:
Queijos de soro;
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
9
Bebidas;
Soro concentrado;
Soro em pó;
Soro desmineralizado;
Concentrados protéicos por ultrafiltração;
Proteínas do soro;
Lactose.
2.3 – LACTOSE
A lactose, cujo nome sistemático é o 4-O-β-D-galactopiranosil-D-glucopiranose,
é o principal carboidrato do leite de todos os mamíferos, sendo formado nas glândulas
mamárias a partir da glicose do sangue (FERREIRA, 1978; FREYER, 1972).
A lactose, presente no soro de queijo é chamada de açúcar do leite.
Quimicamente, a lactose, que está apresentada na Figura 2.2, é um dissacarídeo redutor
constituída por um radical D-glicose e outro D-galactose, unidos por uma ligação β-
14 glicosídica (WALSTRA & JENNESS, 1984; HOLSINGER et al., 1974).
Figura 2.2: Estrutura molecular da lactose (WALSTRA & JENNESS, 1984)
Em relação a outros açúcares, a lactose possui baixo poder adoçante e baixa
solubilidade (HOLSINGER et al., 1974). Contudo, seus componentes monossacarídeos,
glicose e galactose, possuem um alto poder adoçante, além de outras características
desejáveis. Adicionando-se a esta propriedade o problema da baixa solubilidade, a
lactose não possui características para ser utilizada como adoçante (ZADOW, 1984). A
Tabela 2.3 relaciona a doçura de vários açúcares e as suas solubilidades.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
10
Tabela 2.3: Poder adoçante relativo e solubilidade de vários açúcares
Solubilidade (%) Poder Adoçante Relativo
10ºC 30ºC 50ºC
Sacarose 100 66 69 73
Lactose 16 13 20 30
D- Galactose 32 28 36 47
D-Glicose 74 40 54 70
D-Frutose 173 - 82 87
Fonte: ZADOW (1984)
A lactose representa cerca de 70% (m/m) dos sólidos do soro, e sua extração
pode ser economicamente viável. O Brasil importa cerca de 120 toneladas de lactose por
mês para uso em produtos farmacêuticos e em alimentos (MINAS AMBIENTE, 1998).
A lactose também pode ser usada como matéria-prima para a produção de diversos
produtos:
Lactosil urea, que é preparado pela condensação de lactose e uréia, usado como
alimento de ruminantes para síntese de proteínas;
Lactitol, que é um adoçante não nutritivo semelhante ao sorbitol;
Lactulose, que é um isômero da lactose obtido pelo tratamento do açúcar do leite
em meio alcalino.
Ligante em pó usado como ingrediente principal no processamento de finos de
pó de minério de ferro capturado em equipamentos de controle de poluição,
reduzindo o uso de energia gasto na formação de “pellets”.
A utilização fermentativa da lactose presente no permeado de soro de leite, pode
fornecer vários produtos, de acordo com o organismo utilizado, como por exemplo:
etanol, biomassa, acetona, butanol, ácido lático, lactato de amônio, ácido cítrico, ácido
acético, ácido málico, gomas, aminoácidos, vitaminas, antibióticos, enzimas e metano
(PONSANO et. al., 1992).
O alto nível de lactose presente no leite restringe o consumo do mesmo por
pessoas que apresentam intolerância a esse carboidrato, devido à deficiência da enzima
lactase no intestino delgado. Essa enzima hidrolisa a lactose em dois monossacarídeos, a
glicose e a galactose. Essa intolerância à lactose é definida como uma síndrome clínica
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
11
de desconforto intestinal, diarréia e flatulência, após teste com ingestão de lactose (0,2 g
de lactose por kg de massa corporal, ministrada em solução aquosa de 20%P/V)
(MARIOTTI et al., 2000).
Um estudo apresentado pela Academia Americana de Nutrição, concluiu que
cerca de 70% da população adulta mundial apresenta algum tipo de intolerância à
lactose (PAIGE, 1971), sendo que essa aumenta com a idade e é mais acentuada nas
populações negras e amarelas.
A intolerância à lactose é um fator que tem merecido destaque na literatura
médica há décadas, uma vez que dietas à base de leite são importantes devido ao seu
alto valor nutritivo. Nos Estados Unidos, estima-se que os produtos de laticínios,
excluindo-se a manteiga, contribuem com 11% da energia alimentar consumida
diariamente e ainda com 75% do cálcio, 39% da riboflavina, 35% do fósforo, 22% do
magnésio, 20% da vitamina B
12
e substancial proporção de outros nutrientes
(MARIOTTI, 2000).
2.4 –HIDRÓLISE DA LACTOSE
A hidrólise de lactose é um processo promissor nas indústrias alimentícias,
principalmente no desenvolvimento de produtos sem lactose na sua composição
(GEKAS & LÓPEZ-LEIVA, 1985). A hidrólise pode produzir um açúcar mais
digerível, pois estima-se que boa parte da população mundial possua intolerância à
lactose, a qual é atribuída a baixos níveis de lactase intestinal (RICHMOND et al.,
1981; HOLSINGER et al., 1974).
A hidrólise da lactose ocasiona modificações físicas e químicas dos produtos. Na
Tabela 2.4 compara as propriedades de soluções de lactose pura e hidrolisada
(VINHAL, 2001).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
12
Tabela 2.4: Propriedades comparativas da lactose e da lactose 90% hidrolisada
Propriedades Lactose Lactose
Hidrolisada
Referência
Solubilidade (g/100mL) a 25ºC 17 55 Talley e Hunger
(1952)
Viscosidade (cP) de solução a
50% a 25ºC
17 105 Hemme et al (1979)
Fermentabilidade Limitada Boa -
Taxa relativa de escurecimento 1 3,4 Pomeranz et al (1962)
Doçura relativa à solução de
sacarose
30-40 65-90 Guy e Edmonson
(1978); Amerine et al
(1965)
Propriedades umectantes - Comparável à
sacarose
Shah e Nickerson
(1978c)
Fonte: VINHAL (2001)
De acordo com LOURSEMA (1978), a hidrólise afeta principalmente as
seguintes propriedades:
a) Solubilidade: a lactose pura apresenta solubilidade máxima de 18% em água, a
25ºC. A esta temperatura, a solubilidade da D-glicose e da D-galactose é,
respectivamente, de 50% e 32%;
b) Poder adoçante: conforme a Tabela 2.3 a lactose é um açúcar de baixo poder
adoçante quando comparada à sacarose. Já a mistura de glicose e galactose é 2 a
3 vezes mais doce que a lactose;
c) Viscosidade: o produto de hidrólise da lactose mostra uma alta viscosidade, o
que permite uma alta concentração de sólidos sem problema de cristalização. É
possível, por exemplo, concentrar o soro ou o leite em até 70-75% de sólidos,
quando normalmente 50-55% seria o limite;
d) Digestabilidade: a lactose não é digerível para grande número de indivíduos. A
hidrólise da lactose torna os produtos mais digeríveis, até mesmo para pessoas
intolerantes a esse açúcar;
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
13
e) Corpo, textura e paladar: estas propriedades são modificadas, por causa da
liberação da galactose, resultante da hidrólise. O sabor do produto fica mais
acentuado;
f) Escurecimento e caramelização: a temperaturas elevadas, e em meios com pH
acima de 5, a glicose e a galactose são mais reativas que a lactose, em relação à
proteína, de 2,5 e 5 vezes mais, respectivamente.
A lactose pode ser hidrolisada pelo método ácido ou pelo método enzimático,
utilizando a enzima β-galactosidase (GEKAS & LOPEZ-LEIVA, 1985; MAHONEY,
1997; LADERO et. al., 2000).
A hidrólise ácida caracteriza-se por envolver soluções diluídas de ácidos fortes
como ácido sulfúrico e clorídrico, e condições operacionais severas de pH e temperatura
(1 < pH < 2; 100 < Temp. < 150ºC). Devido às suas características, a hidrólise ácida
tem sua aplicação comercial na indústria alimentícia restrita, pois o uso de catalisadores
ácidos acarreta alterações no sabor e cor dos alimentos, devido às reações paralelas de
escurecimento, produção de sub-produtos indesejáveis e desnaturação de proteínas
(SANTIAGO, 2002).
O método enzimático de hidrólise de lactose emprega a enzima β-galactosidase,
a qual hidrolisa o referido dissacarídeo nos seus monossacarídeos constituintes, β-D-
galactose e α-D-glicose (GEKAS & LOPEZ-LEIVA, 1985). Realizada sob condições
operacionais consideravelmente mais brandas (3,5 < pH < 8,0; 5 < Temp. < 60ºC),
reduz não só a possibilidade de alteração de compostos sensíveis ao calor, bem como as
necessidades energéticas, os efeitos de corrosão do meio sobre equipamentos e a
formação de subprodutos indesejáveis (GEKAS & LOPEZ-LEIVA, 1985; BAILEY &
OLLIS, 1986).
2.5 – ENZIMA β-GALACTOSIDASE
A enzima β-Galactosidase (E.C.3.2.1.23), é usualmente chamada pelo nome de
Lactase, ou ainda pelo nome sistemático β-D-galactosideo-galactohidrolase, é
classificada como uma hidrolase, com capacidade transferase para grupos galactosil,
catalisando o resíduo terminal β-galactopiranosil da lactose para formar glicose e
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
14
galactose, além de enriquecer o produto hidrolisado com galactoligossacarídeos (Figura
2.3), (LOPEZ-LEIVA & GUZMAN, 1985).
Figura 2.3: Lactase catalisando a reação (LOPEZ-LEIVA & GUZMAN, 1985)
O uso da β-Galactosidase para produzir quantidades pequenas de leite com baixo
teor de lactose para alimentação de crianças e adultos foi feito durante anos em clínicas
médicas. O interesse comercial no produto foi acentuado nos anos sessenta, estimulado
pela oportunidade de vender mais leite e pela necessidade de encontrar novas aplicações
para o soro de queijo. O soro é uma solução bruta de lactose, que contém
aproximadamente 70 % desse açúcar em base seca. É um problema na área ambiental,
quando descartado nos corpos receptores, devido a sua alta demanda química de
oxigênio (DQO) e uma opção de alimentação pouco utilizada. A hidrólise da lactose
presente nesse subproduto oferece soluções potenciais a este problema (MAHONEY,
1997).
As β-Galactosidases são distribuídas na natureza de acordo com suas múltiplas
funções. As Lactases são encontradas em animais, plantas, bactérias, fungos e
leveduras. Porém as mais utilizadas são as originárias de leveduras e fungos, as
respectivamente mais importantes são: Kluyveromyces lactis e Kluyveromyces
marxianus, Aspergillus niger e Aspergillus oryzae (COUGHLIN & CHARLES, 1980;
GÉKAS & LOPEZ-LEIVA, 1985; MACHADO & LINARDI, 1990).
Como já mencionado, existem várias fontes de lactase, mas nem todas são
recomendadas como seguras, quando a enzima está sendo usada em processos
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
15
alimentícios. Preparações enzimáticas a partir de Aspergillus niger, Aspergillus oryzae e
de Kluyveromyces sp (lactis ou marxianus) são consideradas fontes seguras, porque já
têm uma história de uso e têm sido submetidas a numerosos testes. A lactase bacteriana
de Escherichia coli, embora seja uma espécie extensivamente estudada e usada em
pesquisas, não é utilizada em processos alimentícios, devido aos problemas de toxidade
com extratos brutos de coliformes (GEKAS, 1985).
A Tabela 2.5 mostra as propriedades das enzimas microbianas, que variam
consideravelmente com o microrganismo (SEGEL, 1993).
Tabela 2.5: Propriedades das lactases microbianas
Fonte pH ótimo pH
estabilidade
Cofatores
necessários
Temperatura
ótima (ºC)
Referência
Aspergillus
niger
3,0 – 4,0 2,5 – 8,0 Nenhum 55 – 60 Widmer
(1979)
Aspergillus
oryzae
5,0 3,5 – 8,0 Nenhum 30 – 40 Park (1979)
Kluyveromyces
marxianus
6,6 6,5 – 7,5 Mn
2+
, K
+
37 Mahoney
(1978)
Kluyveromyces
lactis
6,9 – 7,3 7,0 – 7,5 Mn
2+
, Na
+
35 Dickson
(1979)
Escherichia
coli
7,2 6,0 – 8,0 Na
+
, K
+
40 Wallenfels
(1960)
Lactobacillus
thermophilus
6,2 Não
calculado
Não
calculado
55 Singh (1979)
Leuconostoc
citrovorum
6,5 Não
calculado
nenhum 60 Singh (1979)
Fonte: SEGEL (1993)
Como mostrado na Tabela 2.5, as melhores condições operacionais de
temperatura e pH diferem de acordo com a fonte e quando a enzima encontra-se na
forma imobilizada, com a técnica adotada na imobilização. Geralmente as lactases
fúngicas apresentam a melhor condição de operação em pH ácido, sendo convenientes
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
16
para a hidrólise de soro ácido. Já as lactases de leveduras e bactérias apresentam melhor
condição de operação em pH neutro, sendo usadas na hidrólise do leite.
2.6 – INFLUÊNCIA DO pH NA ATIVIDADE E ESTABILIDADE DAS
ENZIMAS
O efeito do pH nas reações enzimáticas deve-se à ionização do substrato e
resíduos de aminoácidos das enzimas. Esses efeitos são manifestados como mudanças
na atividade catalítica das enzimas, estabilidade, interações com ligantes, ou mudança
no equilíbrio da reação (REED, 1993).
O pH, ou faixa de pH de maior estabilidade da enzima depende de muitos
fatores, tais como: a temperatura, força iônica, natureza química do tampão,
concentração de vários preservativos, concentração de substrato, cofatores e
concentração de enzimas. Em muitos casos o substrato pode induzir à mudança
conformacional da enzima para uma forma que é mais resistente ou menos resistente ao
pH e a temperatura de desnaturação. Os sítios ativos das enzimas são freqüentemente
compostos por grupos ionizáveis que encontram numa forma iônica adequada para se
ligar ao substrato ou catalisar a reação. Os efeitos do pH na estabilidade de uma enzima
devem ser levados em conta em qualquer estudo do efeito do pH na ligação do substrato
e na catálise. A queda na atividade das enzimas pode ser devido à constituição de
formas iônicas impróprias do substrato ou da enzima, ou ambos, ou como conseqüência
da desativação das enzimas ou combinação desses efeitos (SEGEL, 1993).
A faixa de pH de maior atividade das enzimas pode variar de 2,0 até 10,0 e
muitas exibem o pH próximo do neutro, como no caso da lactase de Kluyveromyces
marxianus. A mesma enzima isolada, de fontes diferentes, pode exibir valores diferentes
de pH ótimos, provavelmente refletindo a necessidade fisiológica do organismo de onde
a enzima foi isolada (REED, 1993). Além disso, a técnica pela qual as preparações
enzimáticas comerciais são elaboradas, como exemplo o tampão utilizado, pode
influenciar diretamente em suas propriedades. Um resumo geral das propriedades das
lactases em relação ao pH é mostrado na Tabela 2.6.
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
17
Tabela 2.6: Caracterização de lactases de varias fontes em relação ao pH ótimo
Fonte Atividade máxima
Bacillus spp (stearothermophilus)
pH neutro
Kluyveromyces marxianus
6,5 < pH < 7,0 a 40 – 45ºC
Kluyveromyces lactis
6,6 < pH < 6,8 a 35ºC
Aspergillus niger
4,0 < pH < 5,0 a 35ºC
Aspergillus niger e oryzae
2,5 < pH < 4,5
Fonte: REED (1993)
2.7 – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA ATIVIDADE E ESTABILIDADE
DAS ENZIMAS
Na maioria das reações químicas ocorre o aumento da velocidade com a
elevação da temperatura. Um aumento na temperatura implica maior energia cinética às
moléculas de reagente, ocasionando um maior número de colisões produtivas por
unidade de tempo. As reações catalisadas por enzimas se comportam, até certo ponto, de
forma semelhante às outras reações (VINHAL, 2001).
O efeito da temperatura é muito complexo e pode ser devido a várias causas.
Inicialmente, com o aumento de temperatura, a atividade molecular é aumentada,
contribuindo conseqüentemente para a formação do complexo enzimático; com o
aumento contínuo da temperatura, poderá haver uma inativação gradativa da enzima, até
inativação total, causada pela desnaturação da proteína pelo calor (BOBBIO; BOBBIO,
1989 apud VINHAL, 2001).
A melhor temperatura de operação é a temperatura máxima na qual a enzima
possui uma atividade constante por um longo período de tempo. Essa temperatura pode
ser facilmente estabelecida pela pré-incubação da enzima em várias temperaturas, por
uma ou duas vezes o tempo escolhido para a realização dos testes experimentais, e aí,
medindo-se a atividade a uma temperatura suficientemente baixa para não causar
desnaturação da enzima. A temperatura de estabilização da enzima depende de outros
fatores com pH, força iônica do meio, presença ou ausência de ligantes (SEGEL, 1993).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
18
2.8 – SORO COMO SUBSTRATO PARA FERMENTAÇÃO
A utilização do soro lácteo como meio de cultura tem sido estudada há bastante
tempo. Sua composição e seu alto teor em lactose, açúcar fermentescível, fazem do soro
líquido ou concentrado um substrato de fermentação bastante interessante. Acrescente-
se a estes fatores o fato que o soro pode ser disponível em grande quantidade a custo
relativamente baixo (MINAS AMBIENTE, 1998).
As principais utilizações do soro como substrato são (MINAS AMBIENTE,
1998):
Produção de bactérias lácticas e propiônicas, para utilização na indústria de
laticínios;
Produção industrial de culturas de Penicillium rogueforti , o fungo responsável
pela produção dos chamados “queijos azuis”;
Produção de biomassa de leveduras. Existem em uso industrial, diversos
processos para produção de leveduras, os quais empregam o soro lácteo como
substrato.
Através da fermentação do soro é possível obter os seguintes produtos (MINAS
AMBIENTE, 1998): beta-galactosidase; ácido láctico e lactatos; ácido propiônico e
propionatos; etanol, vitaminas, principalmente riboflavina e vitamina B e bebidas
fermentadas, alcoólicas ou não.
Nos Estados Unidos, Irlanda e particularmente na Nova Zelândia, cerca de 50%
da produção de soro de queijo é utilizada para produção de etanol (MAWSON, 1994).
A utilização do soro na fabricação de produtos por fermentação depende, em
geral, da disponibilidade de um microrganismo seguro para converter a lactose na
substância desejada e da viabilidade do custo da fonte do carboidrato a ser fermentado,
em comparação com o do melaço ou do milho (TORRES, 1988).
Na produção de etanol a partir do soro de queijo, a dificuldade está na escolha
do microrganismo capaz fermentar diretamente a lactose presente no soro (CASTILHO,
1990). Atualmente a Kluyveromyces marxianus é o microrganismo mais utilizado na
fermentação direta, com um rendimento entre 80-85% (MAWSON, 1994).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
19
Há na literatura uma alternativa, a fermentação indireta, que consiste na hidrólise
da lactose pela enzima β-Galactosidase, produzindo açúcares mais facilmente
fermentáveis e conseqüentemente a fermentação dos monossacarídeos pela levedura
Saccharomyces cerevisiae (RUSSEL, 1986; CASTILLO, 1990; CHAMPAGNE &
GOULET, 1988 apud SISO, 1996).
Um dos primeiros trabalhos sobre fermentação do soro de queijo foi realizado
por ROGOSA et al. (1947), utilizaram diversas leveduras lactose-fermentativas e as
fermentações mais rápidas ocorreram a 37ºC, com a levedura Torula cremoris,
fornecendo um rendimento 90,73%.
BERNSTEIN et al. (1977) utilizaram a Saccharomyces marxianus
primeiramente em sistema aeróbico do soro de leite para a produção de biomassa, em
seguida, sob condições anaeróbicas, o sistema foi utilizado para a produção de álcool.
No final do processo, as células, as proteínas do soro e todos resíduos provenientes da
fermentação foram secos por aspersão, fornecendo componentes para uso em ração
animal.
A maioria dos trabalhos pioneiros sobre produção de etanol a partir de soro de
queijo originou-se da produção de vinho e cerveja (CHEN & ZALL,1982 apud
POSANO, 1992).
PONSANO (1992) também produziu etanol a partir do soro, utilizando a
levedura Kluyveromyces marxianus. Durante a produção foram acompanhados os teores
de etanol, lactose e conteúdo celular. Os melhores resultados foram em um tempo de 21
horas, com concentração de etanol de 14 g/L.
SILVA & CASTRO-GOMEZ (1995) cultivaram Kluyveromyces marxianus em
soro de queijo. Durante o processo fermentativo seis parâmetros foram avaliados: pH,
concentração de lactose, concentração de proteína, concentração de etanol, número de
células de leveduras e a concentração de massa seca. Esta fermentação apresentou-se
como um possível meio para reduzir o potencial poluente do soro de queijo.
GHALY & EL-TAWEEL (1997) desenvolveram um modelo cinético para
fermentação contínua de etanol a partir do soro de queijo. O modelo avaliou
principalmente o consumo de substrato e a produção de etanol. Os testes foram
realizados no período de 18 a 42 h e com concentrações iniciais de lactose entre 50 a
150 g/L. Os dados experimentais eram utilizados para validar o modelo. De acordo com
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
20
o modelo, o melhor rendimento teórico foi de 99,6%, em 42 horas de fermentação e
para uma concentração inicial de lactose de 150 g/L.
FERREIRA (2003) utilizou a levedura Kluyveromyces marxianus na produção
de etanol a partir do soro. Foram avaliados durante a fermentação o consumo de
substrato, produção de etanol e massa seca. Os melhores resultados foram com um pH
de 6 e temperatura de 40ºC, com um tempo de 8 horas de fermentação com uma
produtividade de etanol de 2,73 g/L.h.
2.9 – LEVEDURAS FERMENTATIVAS
As espécies utilizadas na fermentação para produção de etanol são eumicetos, e
exibem diversas formas de crescimento e multiplicação. Sob certas condições de
cultivo, são capazes de utilizar uma variedade de substratos, dependendo da espécie em
questão. Em geral, esses microrganismos são capazes de crescer e de produzir etanol
eficientemente em valores e pH entre 3,5 e 6,0, e de temperatura entre 28 e 35ºC
(KOSARIC et. al., 1983).
Dentre os microrganismos produtores de álcool, destacam-se Saccharomyces
cerevisiae, S. uvarum, Schizosaccharomyces pombe e Kluyveromyces sp (MENEZES,
1980; KOSARIC et. al., 1983). Além desses, existe um grande número de organismos
obtidos a partir de manipulações genéticas das várias linhagens dessas leveduras
(STEWART, 1981 apud KOSARIC et. al., 1983)
A escolha do organismo a ser usado na produção de etanol depende do processo
empregado, do substrato em questão e dos objetivos a serem alcançados. Por isso,
dentre as espécies de leveduras produtoras de álcool, é importante a utilização de
linhagens selecionadas e aclimatizadas para a realização da fermentação, devendo
apresentar certos requisitos para que a eficiência do processo seja adequada
(MENEZES, 1980; KOSARIC et. al., 1983).
Assim, os organismos escolhidos deverão fornecer alto rendimento do produto
por unidade de substrato assimilada, alta taxa de fermentação, apresentar substancial
tolerância ao etanol, possuir a habilidades de permanecer viável em altas temperaturas,
possuir estabilidade sob condições adequadas de fermentação e apresentar tolerância a
baixos valores de pH (MENEZES, 1980; KOSARIC et. al., 1983). Existem
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
21
relativamente poucas leveduras capazes de fermentar a lactose rápida e eficientemente,
e que apresentem, ao mesmo tempo, uma boa tolerância ao etanol (WOYCHIK &
HOLSINGER, 1977; CHEN & ZALL, 1982; KOSARIC & ASHER, 1982).
Uma levedura que merece destaque é a Kluyveromyces marxianus, ela se mostra
uma das mais eficientes na conversão da lactose do soro de leite em etanol e na
tolerância a este produto (WOYCHIK & HOLSINGER, 1977).
Dentre as leveduras de maior importância industrial encontram-se as linhagens
fermentativas de Saccharomyces, empregadas na produção de cerveja (Saccharomyces
cerevisiae e Saccharomyces carlsbergensis), vinho (Saccharomyces ellipsoideus),
produção industrial de etanol a partir de cana de açúcar (Saccharomyces cerevisiae),
além da industria de panificação. (PARK & BARATTI, 1991).
2.10 – CINÉTICA DE PROCESSOS FERMENTATIVOS
No estudo da cinética de processos fermentativos, é necessário lançar mão de
métodos analíticos seguros que permitam medir, com elevado grau de confiança, as
variações de suas concentrações com o tempo (BORZANI et. al., 1975).
Durante fermentação, retira-se periodicamente uma amostra do material
fermentado e em seguida determina-se às concentrações da substância que está sendo
consumida (S), de um produto (P) e do microrganismo (X) (BORZANI et. al., 1975). As
variações dessas concentrações com o tempo conduzirá a curvas do tipo das
representadas na Figura 2.4.
A partir dessas curvas é possível determinar, em cada instante, as velocidades de
consumo do substrato (dS/dT), de formação do produto (dP/dT) e de crescimento do
microrganismo (dX/dT) (BORZANI et. al., 1975).
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
22
Figura 2.4: Representação esquemática de variações de concentrações em um processo
fermentativo. P, concentração de produto; S, concentração de substrato; X, concentração
do microrganismo (BORZANI et. al., 1975).
S
P
Tempo
Conc.
T
1
dS
dT
dX
dT
dP
dT
X
S
1
X
1
P
1
CAPÍTULO 3
MATERIAS E MÉTODOS
3.1 – MATERIAIS
Os reagentes e equipamentos utilizados no desenvolvimento deste trabalho são
descritos a seguir.
3.1.1 – Soro de queijo em pó
O soro de queijo em pó desnatado foi adquirido junto a Fábrica de Produtos
Alimentícios Vigor S/A, localizada na cidade de São Gonçalo do Sapucaí (MG), a sua
composição é apresentada na Tabela 3.1:
Tabela 3.1: Composição do soro de queijo fornecido pela Vigor Alimentos S/A.
Constituinte
Mínimo
(%)*
Máximo
(%)*
Proteínas
11,0 nd
Lactose
72,0 nd
Cloreto
nd 5,0
Sais minerais
7,0 9,0
*A porcentagem é dada em Peso/Peso
nd – Não disponível
3.1.2 – Enzima β-Galactosidase
A enzima utilizada neste trabalho foi a β-Galactosidase (β-D-Galactoside
galactohydrolase; EC 3.2.1.23), fornecida pela Sigma-Aldrich, obtida pelo cultivo de
Aspergillus oryzae, com condições ótimas de estabilidade em pH e temperatura 4,5 e
30ºC.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 24
3.1.3 – Microrganismo
Foi utilizado como inóculo, a levedura Saccharomyces cerevisiae, proveniente
do Fermento Biológico Fresco prensado, fornecida pela Fleischmann.
3.1.4 – Unidade Experimental
A unidade experimental apresentada na Figura 3.1 utilizada para conduzir a
fermentação é da marca Biostat B-Braun, sendo este um fermentador, com controle de
pH, temperatura, agitação. Esse fermentador consistia em duas partes:
O tanque cilíndrico com volume útil de 1,5 L, onde era colocado o meio de
fermentação, esse tanque era fechado com uma tampa de aço inoxidável com
aberturas para a entrada do inóculo, ácido/base, retirada de amostras e um
exaustor. Na tampa do fermentador havia um motor que promovia a agitação do
meio.
A outra parte era constituída de um sistema de controle com um “display” onde
eram apresentadas as variáveis que estavam sendo controladas no processo.
Figura 3.1: Fermentador utilizado na execução dos ensaios
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 25
3.1.5 – Centrífuga
Foi utilizada uma centrífuga marca Beckmann Coulter, apresentada na Figura
3.2, modelo Avanti J-25 com controles de velocidade, tempo e temperatura.
Este equipamento era utilizado logo após a retirada das amostras do
fermentador, para que fosse possível a separação do sobrenadante e da massa de
microrganismos.
Figura 3.2: Centrífuga utilizada na separação das fases da fermentação
3.1.6 – Banho termostatizado
Foi utilizado um banho termostizado da marca Thermomix, modelo 18BU da B.
Braun Biotech International, que está apresentado na Figura 3.3, com controle de
temperatura;
Este banho foi utilizado durante as análises da quantidade de álcool presente nas
amostras e nos ensaios para determinação de concentração de glicose.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 26
Figura 3.3: Banho Termostizado
3.1.7 – Espectrofotômetro
Também foi utilizado um espectrofotômetro Genesys, modelo 10UV
para a
leitura da concentração de açúcar redutores e glicose.
3.1.8 – Autoclave
A autoclave era da marca Fanem, utilizada para esterilização do meio de
fermentação.
3.1.9 – Micro-destilador
O micro-destilador foi utilizado durante o Método da Oxidação pelo Dicromato
de Potássio, para determinação do teor de álcool presentes nas amostras;
3.1.10 – Reagentes
Todos reagentes químicos utilizados nos experimentos apresentaram grau de
pureza analítica. A seguir encontra-se a descrição destes reagentes:
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 27
Extrato de Levedura – Vetec Química Fina Ltda;
Sulfato de Amônio – Labsynth – Produtos para Laboratório Ltda;
D(+) Lactose P.A – Vetec Química Fina Ltda;
Glicose Anidra P.A – Proquímios Ltda;
Galactose P.A – Vetec Química Fina Ltda;
TDicromato de Potássio P.A – TVetec Química Fina Ltda;T
Sulfato de Amônio Ferroso – Cromoline Química Fina Ltda;
Ácido Sulfúrico P.A – F. Maia – Indústria e Comércio Ltda;
Hidróxido de Sódio P.A – Vetec Química Fina Ltda;
Glicose Enzimática – Laborclin – Produtos para Laboratório Ltda;
Ácido 3,5 – Dinitrossalicílico P.A – Vetec Química Fina Ltda;
Tartarato tetrahidratado duplo de Na e K – CAQ – Casa da Química Ltda;
1, 10 Fenantrolina P. A (orto) – Vetec Química Fina Ltda.
3.2 – MÉTODOS
Para a execução dos ensaios foram seguidas algumas metodologias:
Método do Ácido Dinitrossalicílico (DNS) (MILLER, 1959), para avaliar a
quantidade de açúcares redutores presentes no decorrer dos ensaios;
Método da Oxidação pelo Dicromato de Potássio (JOSLYN, 1950), para
determinação do teor de álcool presentes nas amostras;
Teste Enzimático Colorimétrico, para avaliar a concentração de glicose no
decorrer dos ensaios.
Análise de Massa Seca.
Os métodos supra mencionados encontram-se detalhados no Anexo 1.
3.2.1 – Definição das variáveis
Durante as fermentações foram avaliadas as seguintes variáveis:
Concentração de soro de queijo;
Quantidade de suplemento à fermentação;
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 28
Quantidade de inóculo;
Concentração de enzima;
Agitação.
Inicialmente foram feitos alguns testes preliminares, utilizando as variáveis
acima citadas em condições adversas, a fim de chegar na faixa desejada de estudo.
As condições experimentais utilizados nos ensaios encontram-se na Tabela 3.2.
Tabela 3.2: Condições das variáveis avaliadas durante a realização dos experimentos.
Ensaio Concentração
Soro (g/L)
Nutrientes*
(g/L)
Enzima
(g/L)
Inóculo
(g/L)
Agitação
(rpm)
1 60 1,0 0,2 30 500
2 60 1,0 0,2 50 300
3 60 1,0 0,4 30 300
4 60 1,0 0,4 50 500
5 60 3,0 0,2 30 300
6 60 3,0 0,4 70 300
7 90 1,0 0,4 70 300
8 90 1,0 0,2 30 500
9 90 3,0 0,2 70 300
10 90 3,0 0,4 30 500
11 90 3,0 0,4 70 500
12 90 3,0 0,2 50 300
*Nutrientes: Extrato de Levedura e Sulfato de amônio
3.2.2 – Preparo do meio de fermentação
Para o preparo do meio de fermentação, pesava-se a quantidade de soro desejada
de acordo com o ensaio e com a Tabela 3.2, juntamente com a quantidade de nutrientes
que foram: Extrato de Levedura e Sulfato de Amônio. O soro e os nutrientes eram
dissolvidos até o volume de 1,5L, sendo este o volume útil do fermentador.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 29
A solução preparada era então inserida no tanque cilíndrico do fermentador. O
conjunto era levado até a autoclave nas condições de 120ºC e 1 atm, por um período de
20 minutos. Esse procedimento era feito para garantir que o meio de fermentação
estivesse livre de contaminação.
3.2.3 – Início da fermentação
Logo após o preparo do meio de fermentação e sua esterilização, o conjunto
contendo o soro de queijo e os nutrientes eram montados na unidade experimental de
acordo com a Figura 3.1.
Após a montagem, eram ajustadas, no sistema de controle do fermentador, a
temperatura e o pH, respectivamente: 30º C e 4,5. E a agitação era ajustada de acordo
com a Tabela 3.2.
Ajustadas as variáveis, era adicionado no meio a enzima e simultaneamente o
inóculo, nas quantidades pré-determinadas de acordo com cada ensaio e a Tabela 3.2.
No início da fermentação, colhia-se uma amostra após 10 minutos de
fermentação para avaliar a concentração de Glicose presente no meio. Durante a
fermentação as amostras eram coletadas em intervalos de tempo de 2 em 2 horas para
avaliar os seguintes parâmetros:
Concentração de açúcar redutor presente no meio;
Concentração de etanol;
Concentração de glicose;
Concentração de células “massa seca”.
Para a realização das análises dos parâmetros descritos acima, era coletada uma
alíquota de 30mL do meio fermentativo, sendo a mesma centrifugada a 12.000 rpm,
durante 5 minutos.
O sobrenadante era utilizado nas análises de etanol, açúcares redutores e glicose,
de acordo com os métodos do Item 3.2 e descritos no Anexo 1. A massa seca que ficava
no fundo da cubeta da centrífuga era lavada, e em seguida avaliada o conteúdo seco de
acordo com Item 3.2 e descrito no Anexo 1.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 30
Para aferição da quantidade de açúcar redutor presente na amostra, era
necessário fazer uma curva de calibração com amostras de concentrações conhecidas de
lactose de acordo com o Apêndice 1.
3.2.4 – Cálculo do Rendimento e da Produtividade
Para o cálculo da produtividade foi empregada a Equação 1.
Etanol produzido
Produtividade (g/L.h) =
tempo
(1)
O rendimento da fermentação foi calculado através da Equação 2.
Etanol produzido
Rendimento (%) =
Substrato consumido * 0,5368
(2)
O valor de 0,5368 refere-se ao valor teórico para a conversão da lactose a etanol,
tal como apresenta a Equação 3.
12 22 11 2 5 2
CHO 4CHOH + 4CO
(3)
3.2.5 – Modelo Experimental
Utilizando o Software TABLE CURVE 2D, foi possível levantar o
equacionamento que melhor se ajustou aos dados experimentais. As equações de
substrato e produto são respectivamente apresentadas pelas Equações 4 e 5. Essas
equações foram utilizadas para todos os ensaios. As mesmas foram derivadas em
intervalo de 1 em 1 hora. Para cada intervalo foi levantado a taxa de consumo de
substrato – açúcar redutor – (dS/dt) e a taxa de produção de etanol (dP/dt). Esse
procedimento foi feito para cada ensaio.
Equação utilizada para todos os ensaio relativas ao substrato:
2
y a b*x c*x d*exp(-x)=+ + +
(4)
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 31
Equação utilizada para todos os ensaio relativas ao produto:
2
y a b*x c*x d*exp(x)=+ + +
(5)
Produção de etanol =
dP dy
dt dx
=
(6)
Consumo de substrato =
dS dy
dt dx
=
(7)
Os valores dos parâmetros (a,b,c e d) das Equações 4 e 5 e os valores do
coeficiente de correlação de cada ensaio encontram-se no Apêndice 2.
3.2.6 – Modelo Teórico
A fim de validar o modelo experimental, recorreu-se na literatura para buscar um
modelo teórico, capaz de reproduzir o consumo de substrato.
Utilizou-se o modelo modificado de Monod (BLANCH & CLARK, 1997), que é
apresentado pelas duas equações abaixo, que representa a taxa de consumo de substrato
e crescimento de microrganismo.
m
s
SXdX
X
dT K S
µ
µ
==
+
(8)
/
1
m
XS s
SX
dS
dT Y K S
µ
=− =
+
(9)
Condições iniciais: X(0)=X
B
0
B ; S(0)=SB
0
B
/
()
0
XS
dX Y S
dT
+
=
(10)
/0/0XS XS
X
YSXYS+=+
(11)
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 32
Substituindo a Eq. 10 e 11 na Eq. 9, obtemos a Eq. 12, que representa o modelo
teórico para o consumo de substrato:
()
0/ 0
/
*( ) *
*
()
XS
m
XS s
XY SS S
dS
dT Y K S
µ
+−
=−
+
(12)
Integrando analiticamente a Eq. 12 obtemos:
0/0
0/ 0 / 0/0
00
()
[*()]* ** *(*)*
XS
XS s XS m XS
XY SS
S
X
YSKsLn KYLn XYSt
XS
µ
⎛⎞
+−
++ =+
⎜⎟
⎝⎠
(13)
2.2.7 – Cinética da fermentação: parâmetro k e ordem da reação
A taxa de consumo de substrato é dada pela Equação 14:
*[ ]
n
dS
kS
dt
−=
(14)
Onde:
dS
dt
= Taxa de consumo de substrato;
k = Constante da reação;
[S] = Concentração de substrato;
n = Ordem da reação.
A taxa de produção de etanol é dada pela equação 15:
*[ ]
n
dP
kS
dt
=
(15)
Onde:
dP
dt
= Taxa de produção de etanol.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos 33
Utilizando o Software STATISTICAP
®
P
, Versão 5, edição 97, foi feita uma
regressão linear das Equações 14 e 15, e aproveitando os dados das taxas de consumo de
substrato e produção de etanol e da concentração de substrato de cada ensaio, foi
possível fazer um levantamento da constante da reação k e da ordem da reação.
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1- RESULTADOS OBTIDOS
Durante a execução deste trabalho foram realizados um total de doze
experimentos variando as quantidades de soro de queijo, quantidade de nutrientes (na
forma de extrato de levedura e sulfato de amônio), quantidade de enzima, quantidade de
inóculo e agitação. As condições de temperatura e pH para todos os ensaios foram
afixadas em 30ºC e 4,5.
Os resultados obtidos e as condições estudadas encontram-se apresentados na
Tabela 4.1.
Tabela 4.1: Condições e resultados obtidos nas fermentações
Conc. de Açúcar
ART (g/L)
Ensaio Conc. de
Soro
(g/L)
Conc. de
Sulfato de
Amônio
(g/L)
Conc. de
Extrato de
Levedura
(g/L)
Conc. de
Enzima
(g/L)
Conc. de
Inóculo
(g/L)
Agitação
(rpm)
Inicial Final
Conc. de
Álcool
(g/L)
TB
f
B (h)
η
(%)
P
(g/L.h)
1 60 1,0 1,0 0,2 30 500 46 1,06 18,65 13 77,31 1,43
2 60 1,0 1,0 0,2 50 300 44 2,40 19,04 10 85,26 1,90
3 60 1,0 1,0 0,4 30 300 43 2,33 19,15 8 87,72 2,39
4 60 1,0 1,0 0,4 50 500 44,3 1,31 18,72 8 81,12 2,34
5 60 3,0 3,0 0,2 30 300 43,4 5,19 18,48 8 90,10 2,31
6 60 3,0 3,0 0,4 70 300 43,75 9,54 17,09 6 93,06 2,85
7 90 1,0 1,0 0,4 70 300 65 3,67 29,40 8 89,30 3,68
8 90 1,0 1,0 0,2 30 500 64,3 4,77 24,31 12 76,07 2,03
9 90 3,0 3,0 0,2 70 300 65,2 10,13 25,83 10 87,38 2,58
10 90 3,0 3,0 0,4 30 500 66,2 2,54 26,58 12 77,78 2,22
11 90 3,0 3,0 0,4 70 500 63,5 8,66 27,35 8 92,91 3,42
12 90 3,0 3,0 0,2 50 300 66 5,71 30,39 10 93,90 3,04
Conc. – Concentração
TB
f
B – Tempo de Fermentação, onde se pode verificar a maior concentração de etanol;
η - Rendimento da fermentação;
P – Produtividade da fermentação relativa ao produto.
ART – Açúcar Redutor Total
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
36
De acordo com a Tabela 4.1, os Ensaios de 1 a 6 foram realizados com uma
concentração de soro de 60 g/L e o ensaios 7 a 12 a uma concentração de 90 g/L.
Os resultados dos itens a seguir foram divididos em dois grupos: 60 e 90 g/L de
soro, a fim de facilitar a discussão. Os resultados de cada ensaio estão apresentados em
um gráfico com as variações das concentrações de açúcar redutor, etanol e de massa
seca. Também é apresentado um gráfico com o comportamento da concentração de
açúcar redutor e glicose.
4.2 – RESULTADOS: CONCENTRAÇÃO DE SORO = 60G/L
A Figura 4.1 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do etanol
e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 1.
Figura 4.1: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 1. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,2 g/L;
concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 500 rpm.
No Ensaio 1, o consumo de substrato até a 10
a
hora de fermentação atingiu o
valor de 2,61 g/L, sendo praticamente esgotada em 12 horas de fermentação. A
produção de etanol mostrou-se acentuada até a 8
a
hora, atingindo um valor de 14,85 g/L,
a partir desde instante a produção torna-se moderada, atingindo a produção máxima em
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
37
13 horas de fermentação, com um valor de 18,65 g/L. A partir desse momento nota-se
uma queda na produção de etanol.
Com relação à concentração de células, expressa como massa seca, o
crescimento foi moderado, a partir de um valor medido na 2
a
hora de 18,02 g/L e atingi
na 13
a
hora, 24,83 g/L.
A Figura 4.2 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor para
o Ensaio 1, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de glicose.
Figura 4.2: Açúcar redutor e Glicose para o Ensaio 1
Nota-se que desde o início até a 4
a
hora de fermentação que a glicose é
consumida rapidamente devida à atuação da enzima no processo de conversão da
lactose nos seus respectivos monossacarídeos, açúcares mais facilmente fermentáveis.
Da 6
a
a 10
a
hora o consumo da glicose apresenta-se moderada, até seu esgotamento em
13 horas de fermentação. A diferença entre as curvas, de açúcar redutor e glicose,
representa o teor remanescente de açúcar redutor representada por lactose mais
galactose que não passaram, respectivamente, pela hidrólise da enzima e pela
fermentação das leveduras. Essa diferença é maior nas 6 primeiras horas de
fermentação.
Na Tabela 4.2 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
38
Tabela 4.2: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 1
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -4,828 2,300
2 -5,849 2,141
3 -5,835 1,981
4 -5,439 1,821
5 -4,903 1,661
6 -4,316 1,501
7 -3,710 1,340
8 -3,097 1,178
9 -2,482 1,012
10 -1,865 0,837
11 -1,248 0,636
12 -0,631 0,363
13 -0,014 -0,104
14 0,603 -1,099
De acordo com Tabela 4.2 observa-se que a maior velocidade de consumo de
substrato ocorreu no tempo compreendido entre 1 e 9 horas, com taxas de 4,83 a 2,48
g/L.h, a partir desse instante o consumo de substrato foi praticamente constante. A
produção de etanol teve uma maior velocidade de produção até 8
a
hora, a partir da 12
a
hora a taxa passa pelo seu máximo.
A Figura 4.3 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do etanol
e da massa seca ao longo do tempo para Ensaio 2.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
39
Figura 4.3: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 2. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,2 g/L;
concentração de inóculo de 50 g/L e agitação de 300 rpm.
No Ensaio 2 observa-se que até a 8
a
hora de fermentação há um consumo
acentuado do substrato, pois a fermentação foi iniciada com 44 g/L e chegando a 5,68
g/L. A partir da 8
a
hora o substrato é praticamente esgotado. A produção de etanol
apresentou uma maior crescimento até a 6
a
hora, 14,85 g/L. No intervalo da 6
a
e 10
a
hora a produção de etanol teve um pequeno pico, e por volta da 10
a
hora houve uma
produção máxima, 19,04 g/L. Já partir da 10
a
hora, houve uma ligeira queda da
produção de etanol.
Em relação ao Ensaio 1, um aumento na quantidade de inóculo do Ensaio 2
contribuiu para uma conversão máxima de etanol em 10 horas de fermentação.
A concentração de massa seca teve um crescimento pouco significativo,
iniciando com 21,21 g/L e chegando na 10
a
hora com 24,04 g/L. Em comparação com o
Ensaio 1 um aumento da quantidade inóculo reduziu a produção de massa seca em 30%.
A Figura 4.4 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor para
o Ensaio 2, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de glicose.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
40
Figura 4.4: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 2
O consumo da glicose foi bem gradativo durante toda a fermentação e a partir da
10
a
hora a glicose é praticamente esgotada. A diferença entre as duas curvas é maior até
a 6
a
hora de fermentação.
Na Tabela 4.3 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Tabela 4.3: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 2
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -5,389 3,174
2 -5,995 2,804
3 -5,793 2,434
4 -5,294 2,064
5 -4,684 1,694
6 -4,035 1,323
7 -3,371 0,952
8 -2,701 0,576
9 -2,029 0,193
10 -1,357 -0,215
11 -0,684 -0,688
12 -0,011 -1,338
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
41
A velocidade de consumo de substrato foi iniciada com uma taxa de 5,39 g/L.h e
chegando a 1,36 g/L.h em 10 horas de fermentação. A partir desde instante foi
praticamente constante. A taxa de produção etanol apresentou moderada até a 6
a
hora,
1,32 g/L.h.. A partir da 10
a
hora a taxa de produção passou pelo seu máximo.
A Figura 4.5 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do etanol
e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 3.
Figura 4.5: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 3. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,4 g/L;
concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 300 rpm.
O Ensaio 3 mostra que a quantidade de substrato é consumida de forma
gradativa até a 8
a
hora, tendo como concentração inicial de substrato, 43 g/L, chegando
a 2,33 g/L. A partir deste instante ela é praticamente esgotada. A produção de etanol
atingiu o máximo em 8 horas de fermentação, 19,15 g/L. A partir da 8
a
hora o etanol
teve uma pequena queda.
Em comparação com ensaios anteriores, um aumento da quantidade de enzima
contribuiu para o esgotamento do substrato e uma produção máxima de álcool em 8
horas de fermentação.
A concentração de massa seca teve um crescimento em relação à quantidade de
microrganismo de 63 % até a 8
a
hora, 18,82 g/L.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
42
A Figura 4.6 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor para
o Ensaio 3, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de glicose.
Figura 4.6: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 3
A glicose foi praticamente consumida em 8 horas de fermentação. A maior
diferença entre as curvas pode ser notado nas 4 primeiras horas de fermentação, a partir
deste instante a diferença é bem menor.
Na Tabela 4.4 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Tabela 4.4: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 3
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -7,004 3,967
2 -6,012 3,404
3 -5,296 2,840
4 -4,680 2,277
5 -4,102 1,713
6 -3,538 1,150
7 -2,978 0,588
8 -2,421 0,027
9 -1,864 -0,530
10 -1,308 -1,074
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
43
De acordo com a Tabela 4.4, a taxa de consumo de substrato iniciou-se com 7
g/L.h e mostrou-se bastante moderada durante toda a fermentação. A taxa de produção
de etanol iniciou-se com 3,98 g/l.h e atingindo o máximo em 8 horas de fermentação.
A Figura 4.7 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do etanol
e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 4.
Figura 4.7: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 4. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,4 g/L;
concentração de inóculo de 50 g/L e agitação de 300 rpm.
No Ensaio 4, o substrato foi iniciado com uma concentração de 44,3 g/L,
observa-se que ele foi praticamente consumido em 8 horas de fermentação, 1,31 g/L. No
intervalo de 0 a 4 horas a produção de etanol teve um crescimento acentuado, atingindo
uma concentração de 13,68 g/L. A partir de 4
a
hora a produção foi bem moderada e a
atingindo o máximo e 8 horas de fermentação, 18,72 g/L. A partir da 8
a
hora houve uma
pequena queda na produção de etanol.
A concentração de massa seca teve um pequeno crescimento, em comparação
com o Ensaio 2 para uma mesma quantidade de inóculo, a produção de massa seca no
final 8
a
hora foi de 21,82 g/L, girou em torno de 45% da quantidade de microrganismo.
A Figura 4.8 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor para
o Ensaio 4, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de glicose.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
44
Figura 4.8: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 4
Neste Ensaio o consumo de glicose é pronunciado até a 4
a
hora de fermentação,
sendo que a partir da 8
a
hora é totalmente esgotada. Há uma diferença entre as curvas
nas 4 primeiras horas, a partir deste instante já não houve diferença e na 6
a
hora
praticamente todo açúcar foi hidrolisado.
Na Tabela 4.5 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Tabela 4.5: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 4
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -8,944 3,810
2 -8,649 3,320
3 -8,588 2,830
4 -7,511 2,339
5 -6,059 1,849
6 -4,470 1,358
7 -2,830 0,867
8 -1,171 0,373
9 0,495 -0,125
10 2,163 -0,637
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
45
Nota-se que a velocidade de consumo de substrato inicialmente foi moderada até
a 5
a
hora, iniciando a uma taxa de 8,94 g/L.h e chegando até a 6,06 g/L.h. A partir desde
instante até a 8
a
hora, a velocidade chegou a uma taxa de 1,17 g/L.h. Já a velocidade de
produção de etanol mostrou-se moderada durante quase toda fermentação, iniciou-se
com uma taxa de 3,81 g/L.h e passando pelo máximo em 9 horas.
A Figura 4.9 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do etanol
e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 5.
Figura 4.9: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 5. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,2 g/L;
concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 300 rpm.
No Ensaio 5 o consumo de substrato até a 6
a
hora de fermentação, chegou a uma
concentração de 9,28 g/L. No intervalo da 6
a
a 10
a
hora o consumo de substrato foi
relativamente pequeno, sendo todo consumido em 10 horas de fermentação. A produção
de etanol foi aumentada gradativamente até a 6
a
hora, 13,58 g/L. No intervalo de 6
a
e 8
a
a produção teve um crescimento acentuado, atingindo a produção máxima em 8 horas
de fermentação, 18,48 g/L.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
46
Um aumento na quantidade de nutrientes (extrato de levedura e sulfato de
amônio), contribuiu para um consumo bem pronunciado de substrato nas 6 primeiras
horas de fermentação.
A concentração de massa seca foi ligeiramente crescente, iniciando com uma
concentração de 14,46 g/L e atingindo uma produção de 62 % em relação à quantidade
de microrganismo em 8 horas de fermentação, 18.59 g/L.
A Figura 4.10 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 5, durante toda a fermentação em comparação com as concentrações de
glicose.
Figura 4.10: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 5
O Consumo de glicose foi pronunciado nas duas primeiras horas de fermentação,
a partir desde instante o consumo foi discreto sendo praticamente esgotado em 10 horas
de fermentação. Nas 4 primeiras horas de fermentação nota-se uma grande diferença
entre as curvas, sendo que a partir desde instante a diferença apresenta-se bem reduzida.
Na Tabela 4.6 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
De acordo com a Tabela 4.6, nas 4 primeiras horas de fermentação, a velocidade
de consumo de substrato não sofreu muita alteração. Já a partir da 5
a
hora a taxa de
consumo foi acentuada até a 10
a
hora de fermentação.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
47
Tabela 4.6: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 5
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -7,919 2,355
2 -7,774 2,332
3 -7,480 2,307
4 -7,255 2,277
5 -6,276 2,234
6 -5,130 2,155
7 -3,923 1,978
8 -2,694 1,534
9 -1,456 0,365
10 -0,215 -2,776
A taxa de produção de etanol iniciou-se a 2,35 g/L.h e até a 9
a
hora ela
apresentou-se moderada. A partir desde instante ela passou pelo máximo.
A Figura 4.11 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 6.
Figura 4.11: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 6. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,4 g/L;
concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 300 rpm.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
48
A concentração inicial de substrato foi de 43,75 g/L e ela foi praticamente todo
consumindo em 8 horas de fermentação, ocorrendo uma pequena oscilação na 4
a
hora
de fermentação. A Produção de etanol mostrou-se bem acentuada até a 4
a
hora, 15,19
g/L e a partir desse instante teve um ligeiro crescimento culminando com a produção
máxima em 6 horas de fermentação, 17,09 g/L.
Em relação aos ensaios anteriores, a quantidade de inóculo teve influência
significativa para uma fermentação com produção máxima de etanol em 6 horas.
A concentração de massa seca teve um aumento pouco significativo durante o
período de fermentação, sendo uma produção de 40 % da quantidade de microrganismo
em 6 horas de fermentação, 27,02 g/L.
A Figura 4.12 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 6, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Figura 4.12: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 6
Neste ensaio o consumo de glicose foi moderado até a 6
a
hora de fermentação, a
partir desde instante foi praticamente esgotada. Nota-se que a diferença entre as curvas é
pequena durante toda a fermentação, sugerindo que praticamente todo açúcar redutor foi
hidrolisado.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
49
Na Tabela 4.7 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Tabela 4.7: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 6
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -6,702 4,138
2 -4,844 3,596
3 -4,640 3,045
4 -4,408 2,467
5 -4,286 1,816
6 -4,042 0,969
7 -3,226 -0,413
8 -2,620 -3,249
A taxa de consumo de substrato neste ensaio foi iniciado a 6,7 g/L.h e chegando
até 6
a
hora a 4,04 g/L.h . A taxa de produção de etanol iniciou-se a 4,14 g/l.h e mostrou-
se acentuada até a 6
a
hora e a partir desse instante passou pelo máximo.
Na Figura 4.13 são apresentadas as curvas que representam os teores obtidos de
álcool ao longo do tempo de fermentação para os Ensaios de 1 a 6.
Figura 4.13: Concentração de etanol em função dos tempos de fermentação
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
50
Pode-se constatar de acordo com a Figura 4.13 que na maioria dos ensaios
estudados, com concentração inicial de soro, 60g por litro de meio, a produção máxima
de etanol foi por volta de 8 horas de fermentação.
O Ensaio 1 foi aquele que demandou maior tempo de fermentação, cerca de 13
horas, isto pode ser inicialmente explicado pelas condições de processo, ou seja,
utilizou-se a um só tempo os valores mais baixos de substratos, enzima, inóculo e
nutrientes.
Observa-se ainda que a quantidade de enzima é determinante na redução do
tempo de fermentação, como indicam os resultados obtidos para os Ensaios 3 e 4 com
tempo de fermentação de 8 horas e para o Ensaio 6 com tempo de fermentação de 6
horas. Para uma quantidade de 0,4g de enzima por litro de meio.
O Ensaio 6 foi o que apresentou o menor tempo de fermentação, cerca de 6
horas, devido o acréscimo de uma elevada quantidade de inóculo, cerca de 70g por litro
de meio.
A Figura 4.14 apresenta as curvas que representam os valores de consumo de
substrato durante o tempo de fermentação para os Ensaios de 1 a 6.
Figura 4.14: Açúcares redutores em função dos tempos de fermentação
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
51
Na Figura 4.14 são apresentados de forma global os valores restantes de
Açúcares Redutores ao longo dos tempos de fermentação para os vários ensaios. Pode-
se notar que na maioria dos ensaios, o teor de substrato era praticamente esgotado em
torno de 8 a 10 horas de fermentação.
Para a maioria dos ensaios a limitação da velocidade de reação, pelo substrato,
se dá a partir da 6
a
hora de fermentação, isto pode ser observado na Figura 4.13 quando
a partir da 6
a
hora se dá uma redução no acréscimo dos teores de etanol.
Figura 4.15: Concentração de glicose ao longo das fermentações
A Figura 4.13 indica claramente, que após 4 horas de ensaio, ocorre uma ligeira
diminuição na velocidade de produção de etanol, que coincide com o esgotamento do
teor de glicose (Figura 4.15), sugerindo um consumo à posteriori do monossacarídeo
galactose, que indicaria um espécie de “diauxia”.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
52
4.3 – RESULTADOS: CONCENTRAÇÃO DE SORO = 90G/L
A Figura 4.16 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 7.
Figura 4.16: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 7. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,4 g/L;
concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 300 rpm.
No Ensaio 7, a concentração inicial de substrato foi de 65 g/L e durante toda a
fermentação, o consumo de substrato apresentou-se de forma pronunciada até 8
a
hora,
3,67 g/L, a partir deste instante foi praticamente esgotada. A produção de etanol
apresentou-se de forma gradativa até a 6
a
hora, 23,15 g/L. A partir deste instante, a
produção de etanol atinge o máximo em 8 horas de fermentação, 29,40 g/L. A partir
desde instante o etanol passa a ser consumido.
A produção de massa seca em 8 horas de fermentação atinge a um concentração
de 33,53 g/L e equivale a 50 % da quantidade de microrganismo.
A Figura 4.17 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 7, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
53
Figura 4.17: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 7
A glicose apresentou-se um consumo acentuado nas 6 primeiras horas de
fermentação, sendo que após foi esgotada. Uma pequena diferença existe entre as curvas
até 4
a
hora de fermentação. A partir da 8
a
hora praticamente todo açúcar redutor foi
hidrolisado.
Na Tabela 4.8 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Tabela 4.8: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 7
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
DP/dt
1 -11,852 6,611
2 -9,962 5,763
3 -8,521 4,915
4 -7,244 4,069
5 -6,029 3,225
6 -4,836 2,389
7 -3,651 1,575
8 -2,469 0,820
9 -1,288 0,225
10 -0,108 0,067
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
54
Nota-se que neste ensaio, a taxa de consumo de substrato iniciou-se que uma
taxa de 11,85 g/L.h e até 10
a
hora de fermentação atingiu 0,12 g/L.h. Já a velocidade de
produção de etanol apresentou-se uma taxa bastante significativa até 8
a
hora de
fermentação, 0,82 g/L.h. Na 10
a
hora ela passa pelo máximo.
A Figura 4.18 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 8.
Figura 4.18: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 8. Concentração de nutrientes de 1,0 g/L, concentração de enzima de 0,2 g/L;
concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 500 rpm.
O substrato foi iniciado a uma concentração de 64,3 g/L e em 12
a
hora de
fermentação o consumo chegou a 4,77 g/L, a partir deste instante foi praticamente
esgotado. A produção de etanol apresentou-se até 6
a
hora de fermentação uma
concentração de 20,51 g/L, a partir deste instante teve um ligeiro crescimento até a 12
a
hora, 24,31 g/L. E partir da 12
a
hora a produção teve uma pequena baixa.
Em comparação com ensaio anterior, este foi realizado com as mais baixas
quantidades de enzima e inóculo, o que propiciou uma fermentação lenta com duração
máxima de 12 horas.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
55
Nas 4 primeiras horas de fermentação a concentração de massa seca atingiu a
19,69 g/L, após este instante o crescimento teve pouca alteração até a 12
a
hora, 20,92
g/L, atingindo a 70% da quantidade de microrganismo.
A Figura 4.19 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 8, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Figura 4.19: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 8
O consumo de glicose apresentou-se de forma gradativa até o seu esgotamento
em 12 horas de fermentação. Nota-se que há na 4 primeiras horas de fermentação uma
ligeira diferença entre as curvas, a partir deste instante diferença é bastante reduzida.
Na Tabela 4.9 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
A taxa de consumo de substrato iniciou-se a 8,37 g/L.h e chegou na 12
a
hora a
0,72 g/L.h.. A taxa de produção de etanol iniciou-se a 4,19 g/L.h e chegando na 8
a
hora
de fermentação a uma taxa de 0,754 g/L.h, a partir deste instante ela passa pelo máximo.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
56
Tabela 4.9: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 8
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -8,377 4,190
2 -7,902 3,698
3 -7,264 3,206
4 -6,566 2,715
5 -5,845 2,223
6 -5,117 1,732
7 -4,385 1,242
8 -3,653 0,754
9 -2,920 0,275
10 -2,187 -0,184
11 -1,453 -0,586
12 -0,720 -0,834
13 0,013 -0,662
14 0,746 0,649
A Figura 4.20 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 9.
Figura 4.20: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 9. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,2 g/L;
concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 300 rpm.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
57
No Ensaio 9, a concentração inicial de substrato foi de 65,2 g/L, chegando na 8
a
hora de fermentação a 12,85 g/L, a partir deste instante praticamente manteve-se
constante. Notou-se que a produção de etanol nas quatro primeiras horas atingiu a 19,75
g/L, a partir deste instante a produção foi moderada culminando com o máximo em 10
horas de fermentação, 25,83 g/L. A partir da 10
a
hora houve um decréscimo.
Com relação aos ensaios anteriores, um aumento na quantidade de nutrientes
contribuiu para uma fermentação mais rápida nas primeiras horas de fermentação.
A concentração de massa seca chegou até a 10
a
hora com 32,64 g/L. Atingido a
praticamente 50 % da quantidade de microrganismo.
A Figura 4.21 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 9, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Figura 4.21: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 9
Com relação ao consumo de glicose, ela foi praticamente esgotada em 10 horas
de fermentação. Nas 6 primeiras horas de fermentação a diferença entre as curvas foi
relativamente grande.
Na Tabela 4.10 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
58
Tabela 4.10: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 9
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -8,655 5,396
2 -8,220 4,605
3 -7,807 3,813
4 -7,033 3,023
5 -6,127 2,234
6 -5,172 1,451
7 -4,199 0,683
8 -3,219 -0,044
9 -2,237 -0,661
10 -1,254 -0,977
11 -0,271 -0,477
De acordo com a Tabela 4.10, a taxa de consumo de substrato iniciou-se a 8,66
g/L.h e chegando na 11
a
hora, 0,27 g/L.h. A taxa de produção de etanol iniciou-se a 5,39
g/L.h e na 7
a
hora estava a 0,68 g/L.h, sendo após este instante passa pelo máximo.
A Figura 4.22 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 10.
Figura 4.22: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 10. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,4 g/L;
concentração de inóculo de 30 g/L e agitação de 500 rpm.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
59
A concentração inicial de substrato foi de 66,2 g/L no Ensaio 10, na 8
a
hora de
fermentação chegou a 3,66 g/L, a partir da 8
a
hora nota-se que o consumo de substrato
foi praticamente esgotado. Com relação à produção de etanol, até a 6
a
hora de
fermentação ela chegou a 21,72 g/L, a partir deste instante a produção teve um ligeiro
crescimento, culminando com a produção máxima em 12 horas de fermentação, 26,58
g/L.
A concentração de massa atingiu em 12 horas de fermentação a 19,05 g/L,
atingindo a 63 % da quantidade de microrganismo.
A Figura 4.23 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 10, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Figura 4.23: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 10
O consumo de glicose apresentou-se bem definida durante toda a fermentação,
sendo que a partir da 8
a
hora foi praticamente esgotada. Nota-se que até a 4
a
hora existe
uma pequena diferença entre as curvas, a partir deste instante não há mais diferenças,
com isso sugere que toda lactose foi hidrolisada.
Na Tabela 4.11 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
60
Tabela 4.11: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 10
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -14,064 4,177
2 -9,108 3,767
3 -6,853 3,356
4 -5,591 2,945
5 -4,695 2,535
6 -3,933 2,125
7 -3,221 1,715
8 -2,527 1,306
9 -1,839 0,902
10 -1,154 0,509
11 -0,470 0,146
12 0,213 -0,135
A taxa de consumo de substrato iniciou-se a 14,06 g/L.h e chegou na 10
a
hora a
1,15 g/L.h. A taxa de produção de etanol na 11
a
hora foi de 0,14 g/L.h, a partir desse
instante passou pelo máximo.
A Figura 4.24 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 11.
Figura 4.24: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 11. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,4 g/L;
concentração de inóculo de 70 g/L e agitação de 500 rpm.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
61
No Ensaio 11, o consumo de substrato até a 6
a
hora de fermentação foi de 12,52
g/L. Na 10
a
hora chegou a 7,40 g/L. A produção etanol mostrou-se elevada nas quatros
primeiras horas de fermentação chegou a 21,65 g/L e atingindo o máximo em 8 horas de
fermentação, 27,35 g/L.
A concentração de massa seca apresentou-se na 10
a
hora de fermentação um
valor de 34,21 g/L, atingindo a 50 % da quantidade de microrganismo.
A Figura 4.25 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 11, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Figura 4.25: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 11
Neste ensaio, a taxa de consumo de glicose foi acentuada nas 6 primeiras horas
de fermentação, sendo que logo em seguida praticamente esgotado. A diferença entre as
curvas durante toda a fermentação praticamente permaneceu a mesma.
Na Tabela 4.12 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
A taxa inicial de consumo de substrato foi de 11,43 g/L.h, chegando na 6
a
hora
de fermentação a 4,04 g/L.h.. Com relação à taxa de produção etanol, na 6
a
hora estava
em 0,66 g/l.L e a partir daí passou pelo máximo em 7 horas de fermentação.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
62
Tabela 4.12: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 11
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -11,426 6,637
2 -9,440 5,420
3 -7,923 4,205
4 -6,579 2,996
5 -5,299 1,805
6 -4,042 0,663
7 -2,794 -0,348
8 -1,549 -0,999
9 -0,305 -0,677
10 0,938 2,295
A Figura 4.26 mostra as variações das concentrações do açúcar redutor, do
etanol e da massa seca ao longo do tempo para o Ensaio 12.
Figura 4.26: Variações das concentrações de etanol, açúcar redutor e da massa seca para
Ensaio 12. Concentração de nutrientes de 3,0 g/L, concentração de enzima de 0,2 g/L;
concentração de inóculo de 50 g/L e agitação de 300 rpm.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
63
Neste ensaio o consumo de substrato apresentou-se até a 8
a
hora de fermentação,
um valor de 9,01 g/L, sendo que após este instante foi todo consumido. A produção de
etanol apresentou-se elevada até a 4
a
hora de fermentação, 23,17 g/L. A partir desse
instante até a 10
a
hora, ela chegou a 30,39 g/L, que foi a produção máxima.
A Figura 4.27 apresenta o comportamento da concentração de açúcar redutor
para o Ensaio 12, durante toda a fermentação em comparação com a concentração de
glicose.
Figura 4.27: Açúcar redutor e glicose para o Ensaio 12
No Ensaio 12, o consumo de glicose foi praticamente esgotado em 10 horas de
fermentação. Nas primeiras 6 horas de fermentação há uma grande diferença entre as
curvas, sendo que a partir da 8
a
a 12
a
hora essa diferença foi reduzida.
Na Tabela 4.13 são apresentados os valores da taxa de consumo de substrato e a
taxa de produção de etanol.
De acordo com a Tabela 4.13, a taxa de consumo de substrato inicialmente
apresentou-se elevada, 10,55 g/L.h e chegou na 9
a
hora a 2,29 g/L.h. A taxa de produção
de etanol apresentou-se na 9
a
hora de fermentação um valor de 0,03 g/L.h e a partir daí
ela passa pelo máximo.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
64
Tabela 4.13: Taxas para o substrato e produto para o Ensaio 12
Taxa (g/L.h)
T(h)
Substrato
dS/dt
Produto
dP/dt
1 -10,553 5,914
2 -8,895 5,189
3 -7,730 4,464
4 -6,747 3,739
5 -5,830 3,013
6 -4,938 2,286
7 -4,054 1,553
8 -3,174 0,807
9 -2,296 0,026
10 -1,418 -0,853
11 -0,539 -1,998
12 0,339 -3,863
Na Figura 4.28 são apresentadas as curvas que representam os teores obtidos de
álcool ao longo do tempo de fermentação para os Ensaios de 7 a 12.
Figura 4.28: Concentração de etanol em função dos tempos de fermentação
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
65
Com a concentração inicial de soro, 90g por litro de meio e de acordo com a
Figura 4.28, a produção máxima de etanol oscilou entre 8 a 12 horas de fermentação.
O Ensaio 8 e 10 foram os que demandaram um maior tempo de fermentação, por
volta de 12 horas, isto pode ser explicado, já que pelas condições do processo, estes
ensaios foram os que utilizaram os níveis mais baixos de inóculo.
Observa-se ainda que a quantidade de enzima é determinante na redução do
tempo de fermentação, como indicam os resultados obtidos para os Ensaios 7 e 11 com
tempo de fermentação de 8 horas, para uma quantidade de 0,4g de enzima por litro de
meio.
Os Ensaios 9 e 12 apresentaram um tempo intermediário de produção máxima
de etanol por volta de 10 horas. Sendo que o Ensaio 9 foi adicionado uma quantidade de
inóculo de 70g por litro de meio e já o Ensaio 12 foi de 50g por litro de meio. E os dois
ensaios foram utilizados as mesmas quantidades de enzima, 0,2g por litro de meio.
A Figura 4.29 apresenta as curvas que representam os valores de consumo de
substrato durante o tempo de fermentação para os Ensaios de 7 a 12.
Figura 4.29: Açúcares redutores em função dos tempos de fermentação
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
66
A Figura 4.29 apresenta os valores restantes de Açúcares Redutores ao longo
dos tempos de fermentação para os vários ensaios. Nota-se que o esgotamento do teor
de substrato se dá na faixa de 8 a 12 horas de fermentação.
A limitação da velocidade de reação, pelo substrato, se dá a partir da 6
a
hora e
prolongando até 10
a
de fermentação, isto pode ser observado na Figura 4.28 quando a
partir da 6
a
hora se dá uma redução no acréscimo dos teores de etanol.
Figura 4.30: Concentração de glicose ao longo das fermentações
De acordo com a Figura 4.30, a partir da 4
a
e 6
a
hora de fermentação ocorre o
esgotamento da glicose na maioria dos ensaios. Observa-se também que na Figura 4.28,
após a 4
a
e 6
a
hora de fermentação, ocorre uma ligeira diminuição na velocidade de
produção de etanol. Esse fato sugere que posterior esses tempos de fermentação ocorre
o consumo do monossacarídeo galactose, que indicaria uma espécie de “diauxia”.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
67
4.4 – PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO DOS ENSAIOS
4.4.1 – Concentração de soro = 60g/L
A Tabela 4.14 apresenta os valores de produtividade e rendimento para os
ensaios de 1
a 6, realizados com concentração de 60g de soro por litro de meio.
Tabela 4.14: Produtividade e Rendimento obtidos nos Ensaios 1 a 6
Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 Ensaio 5 Ensaio 6
Produtividade
(g/L.h)
1,43 1,90 2,39 2,34 2,31 2,85
Rendimento
(%)
77,31 85,26 87,72 81,12 90,10 93,06
Conforme já comentado, o Ensaio 1 foi o mais longo, e para este obteve-se os
menores valores de produtividade e rendimento.
Verificou-se que para os Ensaios 3 e 4, uma quantidade de enzima da ordem de
0,4 g/L, foi capaz de aumentar as produtividades em torno de 20% em relação ao
Ensaio 2. Já o Ensaio 5 pode ser destacado, pois apesar de ter sido conduzido com os
teores menores de enzima e inóculo, utilizou-se uma maior concentração de nutrientes,
3 g/L e, com isto obteve-se um maior rendimento em relação aos Ensaios 3 e 4 e um
valor de produtividade próximo daqueles. O Ensaio 6 foi o que apresentou os maiores
valores de produtividade e rendimento, pois neste foram utilizados os maiores teores de
nutrientes, enzima e inóculo.
4.4.2 – Concentração de soro = 90g/L
A Tabela 4.15 apresenta os valores de produtividade e rendimento para os
ensaios de 7 a 12, realizados com concentração de 90g de soro por litro de meio.
Tabela 4.15: Produtividade e Rendimento obtidos nos Ensaios 7 a 12
Ensaio 7 Ensaio 8 Ensaio 9 Ensaio 10 Ensaio 11 Ensaio 12
Produtividade
(g/L.h)
3,68 2,03 2,58 2,22 3,42 3,04
Rendimento
(%)
89,30 76,07 87,38 77,78 92,91 93,9
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
68
De acordo com a Tabela 4.15, nota-se que o Ensaio 8 foi o que apresentou os
menores valores de produtividade e rendimento, devido no mesmo foram utilizados os
menores teores de enzima e inóculo.
Os Ensaios 7 e 11 apresentaram os maiores valores de produtividade para uma
quantidade de enzima na ordem de 0,4 g/L. Já no Ensaio 10, com a mesma quantidade
de enzima, obteve uma produtividade inferior devido utilização do menor teor de
inóculo. O Ensaio 12 apresentou o maior rendimento, sendo este valor próximo ao
Ensaio 11, para uma quantidade de inóculo de 50 g/L e um teor de enzima na faixa de
0,2 g/L.
4.5 – EFEITO DA AGITAÇÃO NO RENDIMENTO DA FERMENTAÇÃO
A Tabela 4.16 apresenta os valores de agitação e rendimento para os ensaios 1 a
6, realizados com concentração de 60g de soro por litro de meio.
Tabela 4.16: Agitação e Rendimento obtidos nos Ensaios 1 a 6
Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 Ensaio 5 Ensaio 6
Agitação
(rpm)
500 300 300 500 300 300
Rendimento
(%)
77,31 85,26 87,72 81,12 90,10 93,06
Os Ensaios 2 e 3 apresentaram um valor de rendimento próximo para uma
agitação de 300 rpm. Já o Ensaio 6 foi o que apresentou uma melhoria conjuntamente
com o rendimento para uma agitação de 300 rpm. Os Ensaios 1 e 4 foram os que
apresentaram os menores valores de rendimento para uma agitação de 500 rpm.
A Tabela 4.17 apresenta os valores de agitação e rendimento para os ensaios 7 a
12, realizados com concentração de 90g de soro por litro de meio.
Tabela 4.17: Agitação e Rendimento obtidos nos Ensaios 7 a 12
Ensaio 7 Ensaio 8 Ensaio 9 Ensaio 10 Ensaio 11 Ensaio 12
Agitação
(rpm)
300 500 300 500 500 300
Rendimento
(%)
89,30 76,07 87,38 77,78 92,91 93,90
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
69
De acordo com a Tabela 4.17 os Ensaios 8 e 10 foram os que apresentaram os
menores valores de rendimento para uma agitação de 500 rpm. Os Ensaios 7 e 9
apresentaram um rendimento intermediário, para uma agitação 300 rpm. O Ensaio 12
foi o que apresentou o melhor rendimento para uma agitação de 300 rpm.
4.6 – COMPARAÇÃO DO MODELO TEÓRICO COM O MODELO
EXPERIMENTAL
A seguir são apresentados os gráficos comparativos entre o modelo teórico e o
experimental para o consumo de substrato.
O modelo experimental:
2
dy
a b*x c*x d*exp(-x)
dx
=+ + +
; Onde:
dS dy
dt dx
=
O modelo teórico:
()
0/ 0
/
*( ) *
*
()
XS
m
XS s
XY SS S
dS
dT Y K S
µ
+−
=−
+
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 1.
P
Figura 4.31: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 1
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
70
Para este ensaio, a curva do modelo experimental apresentou-se maior que
teórico. Nota-se que o modelo experimental obedece ao teórico, sendo que a partir da
10
a
hora as curvas tendem a se encontrar, para este sugere um fator de
proporcionalidade para equiparar as curvas.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 2.
Figura 4.32: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 2
Neste ensaio, nota-se uma pequena diferença inicial no comportamento das
curvas, e no decorrer da fermentação as curvas tende a equiparar-se.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 3.
Figura 4.33: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 3
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
71
No Ensaio 3, o modelo experimental apresentou-se de forma linear e não seguiu
ao comportamento do modelo teórico.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 4.
Figura 4.34: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 4
Para este ensaio, a curva do modelo experimental apresentou-se maior que
teórico. Nota-se que o modelo experimental obedece ao teórico, para este sugere um
fator de proporcionalidade para equiparar as curvas.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 5.
Figura 4.35: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 5
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
72
No Ensaio 5, o modelo experimental segue ao modelo teórico, sugerindo um
ajuste necessário para equiparar as curvas.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 6.
Figura 4.36: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 6
Neste ensaio, nota-se o comportamento muito próximo das curvas. Para este
ensaio, sugere que o modelo experimental representou muito bem os dados
experimentais.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 7.
Figura 4.37: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 7
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
73
Para este ensaio, a curva do modelo experimental apresentou-se maior que
teórico. Nota-se que o modelo experimental obedece ao teórico, para este sugere um
fator de proporcionalidade para equiparar as curvas.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 8.
Figura 4.38: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 8
Neste ensaio os modelos teórico e experimental apresentaram um
comportamento semelhante, sendo que o modelo experimental é maior que o teórico.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 9.
Figura 4.39: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 9
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
74
Para este ensaio, a curva do modelo experimental apresentou-se maior que
teórico. Nota-se que o modelo experimental obedece ao teórico, para este sugere um
fator de proporcionalidade para equiparar as curvas.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 10.
Figura 4.40: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 10
Para este ensaio, o modelo experimental não se apresentou adequado ao modelo
teórico. Nota-se a diferença nas duas primeiras horas de fermentação.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 11.
Figura 4.41: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 11
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
75
Neste ensaio nota-se que nas 4 primeiras horas de fermentação os modelos
apresentam-se comportamentos diferentes.
O gráfico a seguir representa as curvas do modelo teórico e experimental para o
Ensaio 12.
Figura 4.42: Comparação dos modelos teórico e experimental para o Ensaio 12
No Ensaio 12, o modelo experimental apresenta-se um comportamento diferente
do modelo teórico.
4.7 – CINÉTICA DA FERMENTAÇÃO: PARÂMETRO K E ORDEM DA
REAÇÃO
Os valores da constante da reação k e da ordem da reação são apresentados na
Tabela 4.18.
De acordo com a Tabela 4.18, os Ensaios de 1 a 6, que foram realizados com
concentração de soro de 60 g/L, apresentaram uma ordem de reação para o substrato na
faixa de 0,5, principalmente nos ensaios 1, 2, 4 e 5. Já para o produto o modelo cinético
não foi adequado, uma vez que os modelos propostos foram os mais simples e o modelo
para o produto não depende só do consumo do substrato, depende também da
concentração de enzima e do crescimento de microrganismo. Para os Ensaios de 7 a 12,
que foram realizados com concentração de soro de 90 g/L, apresentaram uma ordem de
Capítulo 4 – Resultados e Discussões
76
reação para substrato na faixa de 0,7, principalmente nos ensaios 8, 9, 11 e 12. Já para o
produto o modelo cinético não foi adequado.
Tabela 4.18: Valores de k, n e R
2
para todos os ensaios
K* n [ ] R
2
Substrato 0,806 0,59 0,967
Ensaio 1
Produto 0,432 0,45 0,971
Substrato 0,915 0,55 0,989
Ensaio 2
Produto 0,099 0,97 0,997
Substrato 1,719 0,35 0,987
Ensaio 3
Produto 0,006 1,99 0,983
Substrato 1,163 0,62 0,971
Ensaio 4
Produto 0,348 0,66 0,989
Substrato 1,499 0,45 0,929
Ensaio 5
Produto 1,261 0,17 0,858
Substrato 1,161 0,15 0,938
Ensaio 6
Produto 0,067 1,18 0,996
Substrato 0,134 1,27 0,865
Ensaio 7
Produto 0,058 1,33 0,923
Substrato 0,496 0,74 0,968
Ensaio 8
Produto 0,007 1,68 0,939
Substrato 0,547 0,7 0,997
Ensaio 9
Produto 1,18*10
-5
3,42 0,948
Substrato 0,276 1,01 0,851
Ensaio 10
Produto 0,157 0,95 0,859
Substrato 0,641 0,72 0,999
Ensaio 11
Produto 0,007 1,83 0,993
Substrato 0,795 0,63 0,989
Ensaio 12
Produto 0,074 1,14 0,981
* Unidade da constante k depende da ordem da reação:
Reação de ordem zero: [k] = g/L.h;
Reação de ordem 1: [k] = h
-1
;
Reação de ordem 2: [k] = L/g.h;
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Com base nos resultados obtidos e nas discussões, foi possível chegar às
seguintes conclusões:
5.1 – CONCLUSÕES
A quantidade de enzima é determinante na redução do tempo de fermentação e
no aumento da produtividade, a quantidade de enzima mais eficaz foi de 0,4 g/L;
O menor tempo de fermentação foi de 6 horas para uma concentração de soro de
60 g por litro de meio, enzima de 0,4 g/l, inóculo de 70 g/L, nutrientes 3 g/L e
agitação de 300 rpm;
A maior produtividade foi de 3,68 g/L.h para uma concentração de soro de 90 g
por litro de meio, enzima de 0,4 g/L, inóculo de 70 g/L, nutrientes 1 g/L e
agitação de 300 rpm;
O maior rendimento foi de 93,90 % para uma concentração de soro de 90 g por
litro de meio, enzima de 0,2 g/l, inóculo de 50 g/L, nutrientes 3 g/L e agitação de
300 rpm;
O modelo experimental da taxa de consumo de substrato obedece ao modelo
teórico na maioria dos ensaios realizados, sendo necessário utilizar um fator de
proporcionalidade;
A ordem da reação do substrato para os ensaios realizados a concentração de
soro de 60 g por litro de meio foi de 0,5 e para concentração de soro de 90 g por
litro de meio foi de 0,7;
A concentração de soro para obtenção de um melhor rendimento e produtividade
foi de 90 g por litro de meio;
A agitação que promoveu o melhor rendimento para todos ensaios (realizados
com concentração de soro de 60 g/L e 90 g/L) foi de 300 rpm;
Na maioria dos ensaios não houve influência da concentração de nutrientes.
Quantidade de nutrientes (1 e 3 g/L): Extrato de levedura e Sulfato de amônio;
O tempo de fermentação é influenciado pela concentração de inóculo.
Capítulo 5 – Conclusões e Sugestões
78
5.2 – SUGESTÕES
Estudo comparativo da hidrólise do soro de queijo, utilizando diversas lactases;
Verificar a possibilidade de trabalhar com temperatura e pH diferentes na
fermentação simultânea à hidrólise do soro de queijo;
Trabalhar com linhagens diferentes de microrganismos na fermentação
simultânea à hidrólise do soro de queijo;
Fazer um estudo do modelo cinético com melhor adaptação aos resultados
experimentais na fermentação simultânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BAILEY, J. E., OLLIS, D. F., (1986). Biochemical engineering fundamentals. 2
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BERNSTEIN, S., TZENG, C. H & SISSON, D. (1977). The commercial fermentation of
cheese whey for the production of protein and alcohol. Biotechnology and
bioengineering symposium, n. 7, p. 1-9.
BERTOL, T. M. & SANTOS FILHO, J. I., (1996), Soro de leite integral na alimentação de
suínos. Suinocultura dinâmica. Periódico Técnico- Informativo elaborado pelo
Departamento técnico Rhodia – Merieux.
BIO-DIAGNÓSTICA – Laborclin – Produtos para Laboratório Ltda, Kit (Teste
Enzimático colorimétrico para determinação de Glicose em soro, plasma e fluído
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ANEXO
ANEXO 1
TÉCNICAS UTILIZADAS DURANTE A EXECUÇÃO DOS ENSAIOS
1.1 – Determinação da Concentração dos Açúcares Redutores
Durante a determinação do teor de lactose presente no soro utilizou-se uma
variante do método do ácido 3,5 – dinitrossalicílico (DNS) (MILLER, 1959).
Esse método consistia em:
1. Tomar uma alíquota de 1mL da amostra pura ou diluída de acordo com as
condições e colocar em um tubo Folin-Wu de 25mL, juntamente com 2mL de
DNS preparado como descrito no anexo 1.4;
2. O conjunto era então colocado em banho-maria por um período de 5 minutos;
3. Decorrido o tempo completava o volume do tubo com água destilada;
4. Fazia a leitura da amostra em absorbância (ABS) no espectrofotômetro a 540nm,
tendo com padrão uma amostra em branco; (O branco era preparado, substituindo
1mL da amostra por 1mL de água destilada);
5. Para a aferição da quantidade de açúcar presente era necessário fazer uma curva
de calibração (Ver apêndice) com amostras de concentrações conhecidas de
lactose seguindo o método acima.
1.2 – Determinação da Concentração de Etanol: Método do Dicromato
Os passos para a determinação do teor etanol presentes na amostra eram
(JOSLYN, 1950):
1. Centrifugar a amostra;
2. Pipetar 10mL do sobrenadante;
3. Destilar no micro-destilador por 5 minutos;
Anexos
84
4. Recolher o destilado em um balão de 200mL e completar o volume com água
destilada;
5. Pipetar 20mL do balão de 200mL em um erlenmeyer com tampa de vidro
esmerilhado;
6. Adicionar 20mL do Dicromato de Potássio ao erlenmeyer;
7. Levar o erlenmeyer a um banho 60ºC por 25 minutos;
8. Titular com a solução de Sal de Mohr utilizando o indicador Fenantrolina;
PONTO DE VIRAGEM: VERDE PARA VERMELHO.
9. Paralelamente fazer um branco: adicionara 20mL de água destilada com 20mL
de Dicromato. Titular sem levar ao banho de 60ºC.
Repetir o branco quando houver substituição das soluções de Dicromato de
Potássio ou de Sal de Mohr por solução nova.
1.2.1 – Teor de Etanol
O teor de etanol presente na amostra era calculado segundo a expressão:
...1 .
t
tb
V
diluiçao
CEVN
V Vamostra
⎛⎞
=−
⎜⎟
⎝⎠
Onde :
C = Concentração de Etanol (g/L);
E = Equivalente químico do etanol (11,5);
C = Concentração de etanol (g/L);
V = Volume de dicromato (20mL);
N = Normalidade do dicromato = 33,678/49,035 = 0,687
D = diluição=200/10=20vezes;
V amostra = 20mL;
VB
t
B = Volume da solução de Sal de Mohr utilizado na titulação amostra;
VB
tb
B = Volume da solução de Sal de Mohr utilizado na titulação do branco.
Anexos
85
Fazendo as substituições acima a expressão a que se chega é:
158,01 1
t
tb
V
C
V
⎛⎞
=−
⎜⎟
⎝⎠
1.3 – Determinação do Teor de Massa Seca
A massa seca que ficava no fundo da cubeta da centrífuga era lavada e então
transferido para um vidro de relógio de massa conhecida. Após esta etapa o mesmo era
levado à estufa até a massa ficar constante. Pesava-se o conjunto e a massa seca era
obtida por diferença.
O conteúdo seco presente na amostra foi efetuado utilizando a seguinte equação:
MASSA SECA = (Massa B
vidro relógio + amostra
B – Massa B
vidro relógio
B). 33,33
Onde:
MASSA SECA = Conteúdo seco presente na amostra;
Massa B
vidro relógio + amostra
B = Massa do conjunto Vidro de relógio – Massa Coletada;
Massa B
vidro relógio
B = Massa do vidro de relógio;
1.4 – Determinação da Concentração de Glicose
O Kit de Glicose Enzimática era composto pelo Reagente Glicose Enz-Color e
pela solução Padrão.
Para determinação da concentração de glicose presente nos ensaios foi utilizado
procedimento descrito abaixo:
1) Rotular 3 tubos como B (branco), P (padrão) e T (teste) e proceder como
indicado abaixo:
Anexos
86
B (branco) P (padrão) T (teste)
Reagente Glicose Enz-Color
1,0mL 1,0mL 1,0mL
Padrão de Glicose
- 0,01mL -
Amostra
- - 0,01mL
2) Misturar suavemente os tubos;
3) Incubar em banho-maria a 37ºC durante 10 minutos;
4) Ajustar o espectrofotômetro à 500nm;
5) Fazer a leitura de absorbância (ABS) da solução padrão e da amostra;
6) Proceder aos cálculos de acordo com a equação abaixo, para a concentração de
Glicose:
ABS do Teste
Glicose (mg/dL) *100
ABS do Padrao
=
Anexos
87
ANEXO 2
MÉTODO PARA O PREPARO DAS SOLUÇÕES
2.1 – Sal de Mohr (Sulfato de Amônio Ferroso)
1. Pesar 135,1g de Fe(NH
4
)
2
.(SO
4
)
2.
6H
2
O;
2. Transferir o material pesado para um erlenmeyer de 2L, adicionando 500mL de
água destilada; (O erlenmeyer deve apresentar uma marca correspondente a 1 L);
3. Colocar em um banho de água e juntar lentamente 20mL de H
2
SO
4
concentrado;
4. Transferir a solução para um balão de 1L não completando o volume;
5. Embrulhar o balão em papel para protegê-lo da luz;
6. Completar o volume posteriormente com água destilada quando a solução estiver
fria;
7. Transferir esta solução para um vidro de tonalidade escura etiquetando com a
data de preparo da solução.
2.2– Dicromato de Potássio
1. Pesar 33,678g de dicromato de potássio;
2. Transferir o material pesado para um erlenmeyer de 2L, adicionando 500mL de
água destilada; (O erlenmeyer deve apresentar uma marca correspondente a 1 L);
3. Colocar em um banho de água e juntar lentamente 325mL de H
2
SO
4
concentrado;
4. Transferir a solução para um balão de 1L não completando o volume;
5. Embrulhar o balão em papel para protegê-lo da luz;
6. Completar o volume posteriormente com água destilada quando a solução estiver
fria;
7. Transferir esta solução para um vidro de tonalidade escura etiquetando com a
data de preparo da solução e massa exata de dicromato de potássio pesada.
Anexos
88
2.3 – Indicador fenantrolina
1. Pesar 0,695g de FeSO
4
.7H
2
O;
2. Pesar 1,485g de 1,10 Fenantrolina;
3. Adicionar 100mL de água destilada.
2.4 – Ácido Dinitrossalicílico (DNS)
1. Dissolver à temperatura ambiente, 1g de ácido 3,5 – dinitrossalicílico em 20mL
de NaOH e 50mL de água destilada;
2. Adicionar 30g de Sal de Rochele (tartarato duplo de Na e K –
C
4
H
4
KnaO
6
.4H
2
O);
3. Completar o volume com água destilada até atingir 100mL;
4. Este reagente era mantido em frasco escuro e vedado.
APÊNDICE
APÊNDICE 1
CURVA DE CALIBRAÇÃO: AÇÚCAR REDUTOR
Preparava-se concentrações de lactose conhecidas variando de 0,1g/l a 1,0g/L.
Misturava-se 1mL de cada solução a 2mL de DNS e aquecia-se por 5 minutos em banho
de água em ebulição. A seguir esfriava-se a mistura em água corrente e completava-se o
volume do tubo de Folin-Wu até 25mL. Feito isto, procedia à leitura de absorbância
(ABS) no espectrofotômetro à 540nm;
Utilizando o Software STATISTICAP
®
P
, Versão 5, edição 97, e os dados de
concentração de lactose e da leitura de absorbância, foi feita uma regressão linear
(Figura AP-1).
Modelo: CONC=ABS*A+B
y=0,053+4,237*x
ABS (540nm)
Conc. (g/L)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
1,1
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24
Figura AP-1: Curva de calibração para avaliar concentração de lactose
Do gráfico acima, tem-se a seguinte equação:
Apêndices
90
CONC = 4,2372*ABS + 0,0534
Onde:
CONC: Concentração de lactose (g/L);
ABS: Leitura de absorbância no espectrofotômetro à 540nm.
A curva apresenta um coeficiente de correlação de (R
2
= 0,9984), que representa
bem os dados observados.
Apêndices
91
APÊNDICE 2
PARÂMETROS E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO
Os valores dos parâmetros (a,b,c e d) referentes às Equações 4 e 5 e os valores
dos coeficientes de correlação de cada ensaio são apresentados a seguir.
Ensaio 1:
Parâmetros Etanol Substrato
a 0,2286 52,9428
b 2,4604 -8,0365
c -0,0799 0,3085
d -1,098*10
-6
-7,0431
R
2
0,9967 0,9960
Ensaio 2:
Parâmetros Etanol Substrato
a 1,0445 49,4884
b 3,5444 -8,0858
c -0,1849 0,3364
d -2,7176*10
-6
-5,5027
R
2
0,9894 0,9994
Ensaio 3:
Parâmetros Etanol Substrato
a 0,5619 41,0437
b 4,5307 -6,8718
c -0,2817 0,2782
d 1,3794*10
-6
1,8715
R
2
0,9864 0,9962
Ensaio 4:
Parâmetros Etanol Substrato
a -0,0869 63,1737
b 4,3005 -14,5331
c -0,2451 0,8347
d -1,5427*10
-6
-18,8091
R
2
0,9982 0,9985
Apêndices
92
Ensaio 5:
Parâmetros Etanol Substrato
a 0,0402 66,0122
b 2,3776 -12,6424
c -0,0109 0,6213
d -2,2352*10
-4
-22,7825
R
2
0,9937 0,9818
Ensaio 6:
Parâmetros Etanol Substrato
a -0,3456 33,0966
b 4,6770 -2,4122
c -0,2679 -0,2002
d -1,2215*10
-3
10,5713
R
2
0,9867 0,9916
Ensaio 7:
Parâmetros Etanol Substrato
a 1,4654 61,9095
b 6,6110 -11,9091
c -0,4241 0,5900
d 1,3412*10
-4
3,0521
R
2
0,9592 0,9996
Ensaio 8:
Parâmetros Etanol Substrato
a 1,9756 65,6743
b 4,6816 -9,5186
c -0,2459 0,36665
d -2,3724*10
-6
-1,1114
R
2
0,9606 0,9945
Ensaio 9:
Parâmetros Etanol Substrato
a 1,6399 71,7264
b 6,1879 -11,0882
c -0,3958 0,4916
d 3,4142*10
-5
-6,6592
R
2
0,9671 0,9973
Apêndices
93
Ensaio 10:
Parâmetros Etanol Substrato
a 0,4931 47,6860
b 4,5879 -7,9887
c -0,2053 0,3417
d -1,2590*10
-6
18,3730
R
2
0,9804 0,9933
Ensaio 11:
Parâmetros Etanol Substrato
a 1,3546 60,2676
b 7,8557 -11,4939
c -0,6095 0,6216
d 3,0115*10
-4
3,1951
R
2
0,9645 0,9987
Ensaio 12:
Parâmetros Etanol Substrato
a -0,5032 62,6783
b 6,6389 -10,1971
c -0,3624 0,4389
d -1,1080*10
-5
3,3542
R
2
0,9767 0,9994
Apêndices
94
APÊNDICE 3
RESULTADOS DOS ENSAIOS REALIZADOS
Ensaio 1
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 46 0
-
(15min)12,56
2 36,35 4,95
18,015
5,33
4 25,76 9,12
18,338
2,1
6 18,13 12,18
19,208
0,95
8 6,84 14,85
20,708
0,52
10 2,61 15,99
22,748
12 1,09 18,28
23,504
13 1,06 18,65
24,831
14 0,92 17,51
21,571
Ensaio 2
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0
44 0 -
(15min)10,34
2
33,81 9,14 21,205
4,43
4
22,37 12,56 22,141
1,94
6
13,69 14,85 22,208
1,05
8
5,68 16,37 22,118
0,85
10
2,40 19,04 24,041
12
0,96 16,37 23,878
Ensaio 3
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0
43 0 - (15min)9,64
2
27,88 9,94 14,015 2,99
4
19,20 13,26 15,625 1,80
6
10,23 17,31 17,535 1,10
8
2,33 19,15 18,821 0,22
10
0,84 17,68 18,771
Apêndices
95
Ensaio 4
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0
44,3 0 0 (15min)14,91
2
35,51 7,20 18,725 7,58
4
17,08 13,68 19,885 4,44
6
5,89 16,56 20,788 2,82
8
1,31 18,72 21,818 0,38
10
0,85 18,36 21,738
Ensaio 5
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0
43,4 0 0 (15min)12,10
2
38,39 6,03 14,462 6,13
4
28,94 9,43 16,178 4,76
6
9,28 13,58 17,562 2,88
8
5,19 18,48 18,588 1,74
10
1,94 18,10 18,418
Ensaio 6
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 43,75 0 0 (15min) 19,64
2 28,05 6,84 24,34 13,56
4 22,50 15,19 25,28 9,19
6 9,54 17,09 27,02 2,42
8 1,59 16,33 26,92
Ensaio 7
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 65 0 0 (15min)16,38
1 44,32 11,76 29,750 14,33
2 40,51 16,17 30,470 7,43
4 24,28 20,58 31,597 4,76
6 11,92 23,15 32,827 3,49
8 3,67 29,40 33,530 1,03
10 2,15 27,93 32,330
Apêndices
96
Ensaio 8
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 64,3 0 0,000 (15min)15,10
2 50,2 13,67 17,145 9,90
4 31,45 16,71 19,698 7,85
6 19,8 20,51 19,755 5,64
8 13,45 22,79 20,288 3,59
10 9,27 23,55 20,655 1,95
12 4,77 24,31 20,918 0,92
14 3,12 22,03 20,025
Ensaio 9
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 65,2 0 0 (15min) 15,16
2 49,4 15,57 25,717 10,63
4 36,8 19,75 27,264 6,83
6 23,45 23,17 29,407 5,47
8 12,85 25,07 30,964 4,78
10 10,13 25,83 32,640 1,80
12 9,82 24,31 30,556
Ensaio 10
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 66,2 0
0
(15min)21,34
2 34,1 10,11
15,075
12,63
4 24,9 14,23
15,165
7,51
6 10,5 21,72
17,628
4,39
8 3,66 23,59
18,491
2,05
10 2,90 25,46
18,811
1,29
12 2,54 26,58
19,053
0,75
14 1,95 25,95
18,975
Apêndices
97
Ensaio 11
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 63,5 0 0 (15min) 17,36
2 39,8 17,85 28,924 11,54
4 25,36 21,65 31,164 5,31
6 12,52 25,07 31,773 2,21
8 8,66 27,35 34,213 1,36
10 7,40 25,45 33,530 1,06
Ensaio 12
Tempo
(h)
Açúcar Redutor
(g/L)
Conc. Etanol
(g/L)
Massa seca
(g/L)
Conc. Glicose
(g/L)
0 66 0 0 (15 min) 9,63
2 44,75 9,12 21,521 5,33
4 28,94 23,17 24,614 3,08
6 16,75 25,83 27,017 2,72
8 9,01 27,73 28,227 1,45
10 5,71 30,39 29,660 0,59
12 2,98 25,07 27,941
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