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CLÁUDIA FABIANE MENEGUETTI
ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM LATOSSOLO VERMELHO
DISTROFÉRRICO E CRESCIMENTO DA TANCHAGEM (Plantago media L.)
APÓS APLICAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DA INDÚSTRIA
FARMOQUÍMICA
MARINGÁ
PARANÁ - BRASIL
MARÇO - 2006
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CLÁUDIA FABIANE MENEGUETTI
ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM LATOSSOLO VERMELHO
DISTROFÉRRICO E CRESCIMENTO DA TANCHAGEM (Plantago media L.)
APÓS APLICAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DA INDÚSTRIA
FARMOQUÍMICA
MARINGÁ
PARANÁ - BRASIL
MARÇO - 2006
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Maringá, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Agronomia, para
obtenção do título de Mestre.
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DEDICO
à meus pais Inivaldo e Ignez;
ao meu esposo Hudson;
ao meu orientador Antonio Carlos;
à minha irmã Quéle;
ao Sr. Carlos Cruz.
“Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada um de si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz”
........
Renato Teixeira
ii
iii
AGRADECIMENTOS
À Deus pela força e coragem para vencer as dificuldades;
Ao meu orientador Antonio Carlos Saraiva da Costa pela dedicação, apoio e
compreensão;
Ao meu esposo Hudson pela força, carinho e companheirismo dedicado a mim;
À Solabiá Biotecnológica por todo o apoio moral, técnico e pela concessão da
bolsa de estudos durante o curso. Também pela confiança e colaboração à
Pós-Graduação em Agronomia desta Instituição;
Aos professores colaboradores Maria Anita Gonçalves da Silva e Carlos Moacir
Bonato por me auxiliarem neste trabalho;
Ao Ivan Granemann de Souza Júnior e a Silvia Eliana T. Miranda pela atenção
e apoio na realização das análises laboratoriais.
BIOGRAFIA
CLÁUDIA FABIANE MENEGUETTI, nascida aos 27 de junho de 1974
em Maringá, filha de Inivaldo Meneguetti e Maria Ignez Carmello Meneguetti.
Em março de 1995 ingressou na Universidade Estadual de Maringá-
Paraná no curso de Engenharia Agronômica, diplomando-se em fevereiro de
2000 como Engenheira Agrônoma.
A partir de junho de 2000, atuou na área de planejamento ambiental,
produção de plantas ornamentais e execução de projetos paisagísticos.
Em março de 2004 iniciou o curso de Pós-Graduação em Agronomia
nesta Universidade.
iv
ÍNDICE
LISTA DE QUADROS.................................................................................. vii
LISTA DE FIGURAS.................................................................................... ix
APÊNDICES................................................................................................ x
RESUMO..................................................................................................... xi
ABSTRACT.................................................................................................. xiii
1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 1
1.1. HIPÓTESE DE TRABALHO............................................................... 4
1.1.1. HIPÓTESES ESPECÍFICAS........................................................ 4
2. OBJETIVO GERAL.................................................................................. 5
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................. 5
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................... 6
3.1. Resíduos Sólidos................................................................................ 6
3.1.1. Definição, Origem e Classificação................................................ 6
3.2. A utilização de Resíduos Industriais na Agricultura........................... 8
3.3. Impacto da Reciclagem de Resíduos Industriais nos Atributos
Químicos do Solo.............................................................................
10
3.4. Impacto da Aplicação de Resíduos Orgânicos nos Atributos Físicos
do Solo...............................................................................................
16
3.5..Impacto da Reciclagem de Resíduos Industriais Sobre o
Crescimento das Plantas....................................................................
19
3.6. .Considerações Sobre o Alumínio e o Sódio no Solo e na Planta..... 24
3.7. Atribuições da Calagem e Gessagem no Solo e na Planta............... 32
3.8. O Gênero Plantago............................................................................ 34
4. MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 38
4.1. Delineamento Experimental............................................................... 38
4.2. Coleta e Análises do Solo Utilizado no Presente Estudo................... 39
4.3...Processo de Geração dos Resíduos (LB e B) Utilizados no
Presente Estudo................................................................................
43
4.4. Coleta, Aplicação e Análises dos Resíduos (LB e B)......................... 46
4.5. Classificação dos Resíduos............................................................... 49
4.6. Doses Utilizadas dos Resíduos Lodo Biológico e Borra.................... 49
4.7. Doses e Aplicação de Gesso e Calcário............................................ 50
4.8. Incubação do Solo.............................................................................. 51
4.9. Vermicomposto Utilizado.................................................................... 51
4.10. Planta Indicadora.............................................................................. 53
v
vi
4.11. Preparo das Mudas.......................................................................... 53
4.12. Acondicionamento nos Vasos.......................................................... 54
4.13. Condução de Experimento............................................................... 54
4.14. Análise do Tecido Vegetal................................................................ 55
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 56
5.1. Avaliação dos Atributos Químicos do Solo......................................... 56
5.2. Avaliação dos Atributos Físicos do Solo............................................ 66
5.3. Avaliação das Variáveis de Crescimento e da Absorção Foliar de
Nutrientes pela Tanchagem..............................................................
68
6. CONCLUSÕES........................................................................................ 85
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 87
APÊNDICE A............................................................................................. 103
APÊNDICE B............................................................................................. 104
APÊNDICE C............................................................................................. 105
APÊNDICE D............................................................................................. 106
LISTA DE QUADROS
1. Atributos químicos de alguns resíduos orgânicos utilizados como
fertilizantes e/ou condicionadores de solos...............................................
9
2. Valores ideais de alguns elementos necessários para o crescimento e a
composição da maioria das plantas......................................................... 24
3. Valores ideais de alguns elementos necessários para o crescimento e
composição da maioria das plantas.......................................................... 29
4. Descrição de alguns princípios ativos apresentados pela Plantago media
L.................................................................................................................. 35
5. Conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn apresentado pela Plantago major e pela
Stevia rebaudiana (Bert) em suas folhas.................................................... 36
6. Tratamentos utilizados para avaliação da adição de Borra (B), Lodo
Biológico (LB), Gesso (G), Calcário (C), Vermicomposto (V) e Solo puro
(T) em um Latossolo Vermelho distroférrico............................................... 39
7. Atributos químicos e mineralógicos do Latossolo Vermelho distroférrico
(LVdf) utilizado............................................................................................ 40
8. Atributos físicos apresentados pelo Latossolo Vermelho distroférrico
(LVdf) utilizado........................................................................................... 43
9. Resultados das análises químicas dos resíduos (LB e B) utilizados.......... 48
10. Teores totais obtidos na massa bruta (base úmida) e comparação com
os limites máximos estabelecidos pela NBR 10.004/87 para metais
pesados...................................................................................................... 49
11. Quantidade de Gesso necessária para a correção de solos sódicos
(t ha
-1
na profundidade de 0 a 30 cm)........................................................ 50
12. Atributos químicos do Vermicomposto utilizado........................................ 52
13. Atributos físicos do Vermicomposto utilizado............................................. 53
14. Resultados das análises químicas pH H
2
O, pH CaCl
2
, C (carbono), M.O.
(matéria orgânica), N total (nitrogênio total), Ca (cálcio), Mg (magnésio),
K (potássio), Na (sódio), SB (saturação de bases), Al (alumínio), H+Al
(hidrogênio + alumínio), CTC (capacidade de troca de cátions), CE
(condutividade elétrica), P (fósforo) e PST (porcentagem de sódio
trocável) disponíveis no LVdf após submetido a diferentes
vii
vii
tratamentos................................................................................................. 57
15. Teor dos micronutrientes Fe (ferro); Zn (zinco); Cu (cobre) e Mn
(manganês) disponíveis no LVdf após submetido a diferentes
tratamentos...............................................................................................
64
16. Teores de Fe
DCB
(ferro ditionito citrato-bicarbonato), Al
DCB
(alumínio
ditionito citrato-bicarbonato), Fe
OAA
(ferro oxalato ácido de amônia) e
Al
OAA
(alumínio oxalato ácido de amônia) do Latossolo Vermelho
distroférrico em função dos tratamentos utilizados..................................
65
17...Atributos físicos MACROP. (macroporidade); MICROP.
(microporosidade); P. TOTAL (porosidade total); DENSID. (densidade)
e ARG. FLO. (argila floculada) apresentados pelo Lattosolo Vermelho
distroférrico submetido a diferentes tratamentos......................................
67
18. .Valores dos coeficientes de correlação (r) de Pearson para a produção
de matéria seca da parte aérea (MSPA), raizes (MSR), total (MST),
número de folhas (NF), número de perfilhos (NP) e altura da planta
(HP) da Plantago media L., estatisticamente significativos (P < 0,05)
pelo Teste de Scott e Knott (1974)........................................................... 69
19. Resultados das variáveis de crescimento MSPA (matéria seca da parte
aérea); MSR (matéria seca de raiz); MST (matéria seca total); NF
(número de folhas); NP (número de perfilhos) e HP (altura de planta)
apresentados pela Plantago media. L. em função dos tratamentos
utilizados................................................................................................... 70
20. Resultados das análises químicas dos nutrientes: Ca (cálcio), Mg
(magnésio), P (fósforo), K (potássio), N (nitrogênio), Fe (ferro), Cu
(cobre), Zn (zinco), Mn (manganês), Na (sódio) e P do tecido vegetal
(folhas) da Plantago media L., em função dos tratamentos
utilizados................................................................................................... 76
21. Resultados dos Coeficientes de Correlação de Pearson (r) para a
produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca de raiz
(MSR), matéria seca total (MST), número de folhas (NF), número de
perfilhos (NP), altura da planta (HP), Ca (cálcio), Mg (magnésio), P
(fósforo), K (potássio), N (nitrogênio), Na (sódio), Fe (ferro), Cu
(cobre), Zn (zinco) e Mn (manganês) na folha da Tanchagem,
estatisticamente significativos (P<0,05) pelo Teste de Scott e Knott
(1974)....................................................................................................... 78
viii
ix
LISTA DE FIGURAS
1. Esquema representativo da produção dos resíduos Borra e Lodo
Biológico no processo de tratamento de efluentes da Indústria
Farmoquímica Solabia Biotecnológica......................................................
45
2. Valores dos teores médios de Na (sódio) em função dos teores de CE
(condutividade elétrica) promovidos pelos diferentes tratamentos no
Latossolo Vermelho distroférrico................................................................ 62
3. Matéria seca da parte aérea (MSPA) da Plantago media L. em função
dos tratamentos utilizados......................................................................... 72
4. Concentração foliar de P (fósforo) em função da concentração de K
(potássio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.)...................... 78
5. Concentração foliar de K (potássio) em função da concentração de N
(nitrogênio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).................... 79
6. Concentração foliar de Na (sódio) em função da concentração de N
(nitrogênio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).................... 79
7. Concentração foliar de P (fósforo) em função da concentração de Na
(sódio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.)........................... 80
8. Concentração foliar de K (potássio)) em função da concentração de Na
(sódio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media, L.).......................... 81
9. Concentração foliar de P (fósforo) em função da concentração de K
(potássio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.)...................... 81
APÊNDICES
APÊNDICE A Resumo da análise de variância das características
químicas CE (condutividade elétrica), CTC (capacidade
de troca catiônica), SB (saturação de bases), pH CaCl2,
pH H2O, N (nitrogênio), AL (alumínio), H+AL (hidrogênio
+ alumínio), cálcio (Ca), Mg (magnésio), K (potássio), Na
(sódio), P (fósforo), C (carbono), M.O. (matéria orgânica),
P rem. (fósforo remanescente), Fe (ferro), Cu (cobre), Zn
(zinco), Mn (manganês), Fe
DCB
(ferro ditionito), Al
DCB
(alumínio ditionito), Fe
OAA
(ferro oxalato) e Al
OAA
(alumínio
oxalato) apresentadas pelo Latossolo Vermelho
distroférrico após submetido a tratamentos com Lodo
Biológico (LB) com e sem adição de Gesso e Calcário,
Borra (B) com e sem adição de Gesso e Calcário,
Vermicomposto (V) e Solo puro (T)....................................
103
APÊNDICE B Resumo da análise de variância dos atributos físicos
macroporosidade (MACROP.), microporosidade
(MICROP.), porosidade total (P. TOTAL), densidade
(DENS.) e argila dispersa (ARG. DISP.) apresentados
pelo Latossolo Vermelho distroférrico após submetido a
tratamentos com Lodo Biológico (LB) com e sem adição
de Gesso e Calcário, Borra (B) com e sem adição de
Gesso e Calcário, Vermicomposto (V) e Solo puro (T)...... 104
APÊNDICE C Resumo da análise de variância das variáveis de
crescimento MSPA (matéria seca da parte aérea), MSR
(matéria seca da raiz), MST (matéria seca total), NF
(número de folhas), NP (número de perfilhos) e HP
(altura de planta) apresentadas pela Plantago media L.
obtidas em função dos tratamentos com Lodo Biológico
(LB) com e sem adição de Gesso e Calcário, Borra (B)
com e sem adição de Gesso e Calcário, Vermicomposto
(V) e Solo puro (T).............................................................. 105
APÊNDICE D Resumo da análise de variância referente aos teores de
nutrientes Ca (cálcio), Mg (magnésio), Fe (ferro), Cu
(cobre), Zn (zinco), Mn (manganês), P (fósforo), K
(potássio), N (nitrogênio) e Na (sódio) no tecido vegetal
da Plantago media L. obtidos em função dos tratamentos
com Lodo Biológico (LB) com e sem adição de Gesso e
Calcário, Borra (B) com e sem adição de Gesso e
Calcário, Vermicomposto (V) e Solo puro (T)..................... 106
xi
RESUMO
MENEGUETTI. Cláudia Fabiane. Universidade Estadual de Maringá, março de
2006. Atributos físicos e químicos de um Latossolo Vermelho distroférrico
e crescimento da Tanchagem (Plantago media L.) após aplicação de
resíduos orgânicos da indústria farmoquímica Professor Orientador -
Antonio Carlos Saraiva da Costa. Professores Conselheiros - Maria Anita
Gonçalves da Silva e Carlos Moacir Bonato.
A utilização de resíduos industriais na agricultura tem se tornado uma
alternativa viável, seja como fertilizantes seja como condicionadores de solos.
Dentre os inúmeros tipos de resíduos produzidos estão aqueles gerados pelas
indústrias farmoquímicas como a Solabia Biotecnológica Ltda., os quais
apresentam características químicas favoráveis à sua utilização no cultivo de
plantas de uso medicinal. O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações nos
atributos físicos e químicos de um Latossolo Vermelho distroférrico após a
aplicação de dois resíduos (Lodo Biológico e Borra) e seus efeitos na produção
de matéria seca da tanchagem. O experimento foi conduzido em casa de
vegetação, em um delineamento completamente casualizado, compreendendo
11 tratamentos com 5 repetições. Os tratamentos constaram de: uma dose
equivalente a 20 t ha
-1
de cada resíduo (base seca) acrescidos ou não de
Gesso e de Calcário (4 t ha
-1
e 2,6 t ha
-1
respectivamente). Vermicomposto e
solo puro foram utilizados como tratamentos testemunhas, e a cultura de
Plantago media L., como planta indicadora. Após a incubação dos solos com
os tratamentos e antes do plantio, foram colhidas amostras de cada vaso para
análise dos atributos físicos e químicos dos solos. Após 90 dias, as plantas de
Plantago foram colhidas e analisadas diferentes variáveis de crescimento e a
absorção de macro e micronutrientes pelas plantas. Todos os tratamentos
diferiram estatisticamente (P<0,05) entre si pelo teste Scott e Knott (1974). O
Lodo Biológico e a associação Lodo Biológico + Borra se mostraram viáveis
como condicionadores químicos de solo pelo aumento nos valores de
P
remanescente
, da Condutividade Elétrica, do pH CaCl
2
e nos teores extraíveis de
P e de Na do solo. Comportamento contrário foi observado para a Borra
utilizada isoladamente, cujo Al
+3
atuou na complexação do P, interferindo na
sua disponibilidade para as plantas. Na dose utilizada, o Na presente nos
resíduos aparentemente favoreceu o crescimento da Tanchagem, o que pode
ser observado em todas as variáveis de crescimento. A adição de Gesso
promoveu efeito significativo (P<0,05) na produção de matéria seca da parte
aérea em relação ao Calcário, tanto quando adicionada ao Lodo Biológico
como à Borra. A absorção de N e K foi favorecida pela absorção de P e de Na.
Tanto o Lodo Biológico quanto a Borra não promoveram alterações nos
atributos físicos analisados.
xii
xiii
ABSTRACT
MENEGUETTI, Cláudia Fabiane. Universidade Estadual de Maringá, march of
2006. Physical and chemical attributes of a Distrofferic Red Latosol (Typic
Haplorthox) and growth of the Tanchagem (Plantago media L.) after
application of organic residues of pharmochemical industry. Adviser –
Antonio Carlos Saraiva da Costa. Committee members - Maria Anita
Gonçalves da Silva and Carlos Moacir Bonato.
The use of industrial residues in agriculture has become a viable alternative,
both as fertilizer and as soil conditioner. Among the innumerable types of
residues there are those generated by the pharmochemical industries such as
by the Biotechnological Solabia Ltda., which presents favorable chemical
characteristics to their use in medicinal plants. The objective of this work was to
evaluate changes in physical and chemical attributes of a Distroferric Red
Latasol (Typic Haplorthox) after the application of two residues (Biological
Sludge and Sludges) and their effect on the dry matter production of
Tanchagem plants. The experiment was conducted in a greenhouse, in a
completely randomized experimental design, with 11 treatments and 5
repetitions. The treatments were: a dose equivalent to 20 Mg ha
-1
of each
residue (dry basis) with and without addition of Gypsum and Limestone (4 Mg
ha
-1
and 2,6 Mg ha
-1
respectively). Pure Vermicompost and Bare Soil were used
as controls. Plantago media L. plants were grown as indicators. Soil samples
were taken from each pot for physical and chemical analysis. This was
proceeded after the soil incubation period with the treatments and before
planting. After 90 days of cultivation the Plantago plants were evaluated for
different growth variable, harvested and analyzed for macro and micronutrients
content. Significant statistical differences among the treatmens (P<0,05) were
detected by the Scott e Knott (1974) test. The Biological Sludge and the
Biological Sludge + Sludge mixture were soil conditioners of the chemical
properties, since it was observed an increase for P
remaining
, Electrical
Conductivity, pH in CaCl
2
, and in extractable levels of soil P and Na. On the
other hand, the use of Sludge alone did not show the same effects, but instead
promoted the P complexation by the Al
3+
which reduced its plant availability to
the plants. The Na applied doses appear to have favored the growth of the
Tanchagem plants, shown by all measured growth variables. The Gypsum
addition to the Biological Sludge and to the Sludge promoted an increase in the
dry matter produced above soil (P < 0,05) in comparison to the Limestone
addition. The absorption of N and K favoured the Na absorption. Neither the
Biological Sludge nor the Sludge promoted changes in the analized physical
attributes.
xiv
1
1. INTRODUÇÃO
O mundo atual vive um panorama de revalorização do direito humano
ao ambiente limpo e equilibrado. Este fato está retratado na crescente
necessidade de encontrar soluções para os problemas relacionados às
inúmeras fontes geradoras de resíduos. Adequar essa necessidade a formas
sustentáveis de reaproveitamento, a fim de garantir a preservação do meio
ambiente para as presentes e futuras gerações, é um desafio do mundo
moderno.
Anualmente, milhares de toneladas de resíduos são gerados a partir do
processamento de produtos de atividades urbanas, agrícolas, agroindustriais,
industriais e domésticas, sendo que muitas delas, representam risco à saúde e
à preservação do meio ambiente. Na maior parte dos casos, os resíduos têm
como destinação final os tradicionais sistemas de tratamentos associados a
lagoas de estabilização e, em alguns casos, os lixões. O aproveitamento
desses resíduos para uso na agricultura, geração de energia e, até mesmo, na
obtenção de novos materiais, constituem, na maioria das vezes, alternativas
sustentáveis.
Atualmente, o Brasil gera cerca de 2,9 milhões de toneladas de
resíduos industriais perigosos por ano, e, segundo a Associação Brasileira de
Empresas de Tratamento de Resíduos (ABETRE, 2005), somente 28% ou
cerca de 600 mil toneladas desse total têm destino conhecido. Grande parte
dos rejeitos tem uma solução inadequada, comportando-se como lixões a céu
aberto, o que acaba contaminando seriamente o solo e o lençol freático e
promovendo, como conseqüência, uma gestão inadequada dos detritos
industriais no País. A indústria brasileira dispõe de, aproximadamente, cinco
bilhões de reais por ano para tratar parte do passivo ambiental existente, e
esse valor tende a aumentar ano a ano.
Muitas são as atividades industriais no nosso país e inúmeros os tipos
de resíduos orgânicos gerados como biossólidos, lixo urbano, rejeitos de
2
curtume, borras e/ou inorgânicos como os produzidos por hospitais,
siderurgias, construtoras, indústrias de equipamentos eletrônicos, dentre
muitos outros.
A utilização de resíduos industriais, sob critérios técnicos, pode resultar
em um produto com características favoráveis ao seu aproveitamento para a
produção de culturas. Muitos deles apresentam características que os
permitem serem utilizados, seja como condicionadores das propriedades do
solo e/ou como fonte de nutrientes para as plantas. Esse fato, aliado ao alto
custo dos fertilizantes comerciais e à necessidade do equacionamento do
problema de disposição dos resíduos, muitas vezes, justifica tornarem-se uma
alternativa atrativa do ponto de vista econômico e da reciclagem de nutrientes
na agricultura. De qualquer forma, essa é uma questão que merece sempre
muita atenção.
A utilização agrícola de resíduos industriais se tornou uma das mais
apreciadas opções para reduzir a poluição das águas, reunindo um conjunto de
vantagens para toda a sociedade e colaborando para a redução de impactos
ambientais. Por este motivo, o solo agrícola é visto, hoje, como uma excelente
alternativa para a disposição de resíduos e subprodutos de diferentes fontes.
Se por um lado, há benefícios que podem ser gerados como a melhoria das
propriedades físicas e químicas do solo, beneficiando diretamente a produção
agrícola, por outro lado, pode levar à contaminação do solo com metais
pesados, patógenos e compostos orgânicos persistentes.
Dentre as indústrias instaladas na região, que geram resíduos com
potencial agrícola, está a farmoquímica Solabia Biotecnológica Ltda., cuja
atividade é a produção da matéria-prima denominada Sulfato de Condroitina,
retirada de cartilagem (traquéia) bovina e suína, a qual é utilizada pelos
segmentos farmacêutico, cosmético e de diagnóstico. Dois dos resíduos
produzidos como resultado de sua atividade industrial, por causa da natureza
de suas características, apresentam condições de serem utilizados na
agricultura, como é o caso específico da Borra e do Lodo Biológico, materiais
em questão estudados.
A Borra é um material predominantemente orgânico obtido por flotação
da água destinada ao tratamento. A flotação dos materiais orgânicos é
3
promovida por meio da aplicação de Al
2
(SO
4
)
3
, conferindo à borra,
características de alta concentração de alumínio e uma alta capacidade de
absorção de P. Essa característica química pode limitar o uso desse resíduo
em solos agrícolas, visto que pode remover da solução do solo o P lábil
essencial às plantas.
O Lodo Biológico é um material orgânico produzido nos diferentes
processos de tratamentos dos efluentes líquidos que, por sua vez, apresenta
alta concentração de Na. O efeito desse elemento em muitas plantas pode ser
um empecilho ao seu desenvolvimento. Dessa forma, pode ser um
inconveniente quanto à utilização deste resíduo em solos agrícolas.
A Calagem e a Gessagem são técnicas utilizadas para remediar solos
ricos em Na e Al
e, portanto, podem melhorar a disponibilidade do P do solo,
quando da aplicação desses resíduos.
1.1. HIPÓTESE DE TRABALHO
Os resíduos industriais orgânicos são materiais que apresentam
características químicas, que os tornam passíveis de serem utilizados como
fontes de nutrientes, para o cultivo de plantas de interesse econômico, como as
espécies vegetais de uso medicinal.
1.1.1. HIPÓTESES ESPECÍFICAS
1) O Lodo Biológico, em função do seu estado líquido, pode ser
disponibilizado no solo como fonte de matéria orgânica e, conseqüentemente,
disponibilizar nutrientes mais rápido e eficientemente do que a Borra.
2) O Gesso Agrícola, adicionado à Borra e ao Lodo Biológico, atuará na
complexacão do alumínio tóxico, em solução, diminuindo a capacidade de
retenção de fósforo, apresentada por esses resíduos.
3) O Calcário poderá contribuir para diminuir ou eliminar os efeitos
tóxicos do alumínio.
4
4
5
2. OBJETIVO GERAL
Viabilizar a utilização dos resíduos Borra e Lodo Biológico como fonte
de nutrientes, a fim de que possam ser utilizados na produção de Plantago
media L.
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Avaliar a disponibilidade de nutrientes dos referidos resíduos
industriais e os seus efeitos nos atributos químicos, físicos e mineralógicos de
um Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf).
2) Avaliar o(s) efeito(s) da adição dos resíduos isoladamente e com a
adição de Gesso e de Calcário no LVdf.
3) Avaliar o(s) efeito(s) do(s) atributos(s) químico(s), físico(s) e
mineralógico(s) do LVdf promovidas pelos tratamentos na produção de matéria
seca da Plantago media L.
6
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. Resíduos Sólidos
3.1.1. Definição, Origem e Classificação
Em torno do termo “resíduos sólidos” muitas são as definições
adotadas. O Dicionário de Direito Ambiental define resíduos sólidos como
“substâncias, materiais ou objetos dos quais o seu detentor se pretenda
desfazer ou tenha a obrigação legal de se desfazer” (Krieger et al., 1998).
Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 1987) resíduos sólidos são “aqueles
encontrados no estado sólido e semi-sólido,que resultam de atividades da
comunidade de origem :industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem com o determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede de esgotos ou
corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente
inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”
No Brasil, o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) é o
órgão com competência para estabelecer normas, critérios e padrões relativos
ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso
racional dos recursos ambientais (Lei nº 6.938 de 1981).
De acordo com a sua origem, os resíduos podem ser domiciliares,
comerciais, urbanos, especiais, entulhos, de portos, de aeroportos, de
terminais rodoviários e ferroviários, radioativos, agrícolas e industriais. Estes
últimos são originados em atividades dos diversos ramos da indústria, tais
como metalúrgica, química, petroquímica, papeleira, alimentícia. Podem, ainda,
ser representados por cinzas, lodos, óleos, plásticos, papel, madeira, borracha,
metal, escórias, vidros, fibras, cerâmicas e resíduos alcalinos ou ácidos
(www.ambientetotal.cjb.net).
A Resolução Federal 313 de 29 de outubro de 2002 estabelece que
resíduo sólido industrial é todo o resíduo que resulte de atividades industriais e
que se encontre nos estados sólido, semi-sólido, gasoso - quando contido, e
líquido - cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgoto ou em corpos d`água, ou exijam para isso soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água e aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição.
Pelos riscos potenciais ao meio ambiente, os resíduos podem ser
classificados em: Classe I, Classe II e Classe III.
Classe I - Segundo a NBR 10.004 de setembro de 1987, o resíduo é
classificado como Classe I - Perigoso, quando apresentar risco à saúde
pública e ao meio ambiente. As características que conferem a um
resíduo periculosidade são: inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, patogenicidade. São exemplos de resíduos perigosos alguns
resíduos industriais e resíduos de saúde.
Classe II - Segundo a NBR 10.004/87, são os resíduos que não se
enquadram nem como Classe I, nem como Classe III. Os resíduos
Classe II – Não-iIertes, podem ter propriedades como: combustibilidade,
biodegrabilidade, solúveis em água, etc. São exemplos de resíduos não-
inertes, os resíduos domésticos.
Classe III - Segundo a NBR 10.004/87, o resíduo é classificado como
Classe III - Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de
forma representativa [segundo NBR 10.007 referente à amostragem de
resíduos - quando o mesmo for submetido a um contato estático ou
dinâmico com água destilada ou deionizada à temperatura ambiente
(conforme teste de solubilização definido pela NBR 10.006)], não tiverem
nenhum de seus constituintes solubilizados à concentrações superiores
aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem preconizada
pela própria NBR 10.004, excetuando-se os padrões de aspectos, cor,
7
8
turbidez e sabor. Como exemplos, podemos citar: rochas, entulhos,
tijolos, vidros, dentre outros.
3.2. A utilização de Resíduos Industriais na Agricultura
Em função do crescente aumento da população mundial e da produção
industrial, a geração de resíduos sólidos é cada vez maior. A disposição
desses resíduos em aterros sanitários tem sido a saída mais freqüente.
Entretanto, esta prática não resolve o problema, uma vez que há sempre a
necessidade de construção de novos aterros, cujos custos são altíssimos, além
da necessidade de monitoramento ambiental constante, em função dos
grandes riscos de contaminação.
A solução mais viável, tanto para os resíduos urbanos como para os
industriais, em termos econômicos e ambientais, é a sua reciclagem por meio
da disposição em solos agrícolas ou florestais, funcionando como fertilizantes
orgânicos e/ou minerais (HUE, 1995; FAVARETTO, 1997; MELLO e VITTI,
2000; NASCIMENTO et al., 2004) ou simplesmente como condicionadores de
solos (BONNET, 1995). Essa prática promove melhorias nas características
físicas (ORTEGA et al., 1981; MAZUR et al., 1983; BONNET, 1995; NAVAS et
al., 1998; MELO et al., 2004), químicas (CLAPP et al., 1986; GLÓRIA , 1992;
DAROS et al., 1993; CAVALLARO et al., 1993; HUE, 1995; FAVARETTO et al.,
1997; BERTON et al., 1998; COSTA et al., 2001; SILVA et al., 2002; MELLO e
VITTI, 2002; ROCHA et al., 2003; FERRAZ Jr. et al., 2003; NASCIMENTO et
al., 2004) e biológicas do solo (STEVENSON, 1982), melhorando sua
qualidade e, como conseqüência, proporcionando um grande aumento no
crescimento e na produtividade das culturas.
No Quadro 1, são apresentadas as características químicas de alguns
resíduos orgânicos industriais estudados na atualidade como fertilizantes e/ou
condicionadores de solos agrícolas. Pode-se observar a grande variabilidade
entre as características químicas apresentadas pelos resíduos. Embora essas
diferenças sejam marcantes, muitos estudos têm mostrado o potencial desses
materiais, quando empregados na agricultura (COSTA et al., 2001; MELLO e
89
VITTI, 2002; NASCIMENTO et al., 2004). Isso significa que essas diferenças
não são um impedimento à sua utilização, seja como fertilizantes e/ou como
condicionadores de solo.
Continua havendo, todavia, a necessidade do monitoramento
ambiental constante. Pois, muitos desses resíduos apresentam contaminantes
como patógenos, metais pesados (BETTIOL et al., 1983; MULCHI et al., 1991;
BARRETO, 1995; MARQUES, 2000) ou altas concentrações de sais, como é o
caso dos biossólidos (JOHNS; McCONCHIE, 1994; AQUINO NETO;
CAMARGO, 2000; COSTA et al., 2001) e das águas residuárias (SMITH et al.,
1996; YADAV et al., 2002; YAGI et al., 2003). Ainda, em alguns casos, esses
resíduos promovem a desestruturação do solo e, por conseqüência, contribuem
para o processo erosivo, por possuírem concentrações elevadas de Al e Na.
Quadro 1. Atributos químicos de alguns resíduos orgânicos utilizados como
fertilizantes e/ou condicionadores de solos.
CARACTERÍSTICAS LB CLC CL LC
pH (CaCl
2
) ------ 7,8 8,3 ------
pH (H
2
O) 5,1 ------ ------ 11,8
M.O. total (g kg
-1
) 493,0 500,45 692,9 298,0
C total (g kg
-1
) 285,9 277,9 385,0 ------
N (g kg
-1
) 22,5 14,3 12,2 25,9
P (g kg
-1
) 45,0 2,9 1,7 3,1
K (g kg
-1
) 2,1 1,1 3,6 1,8
Ca (mg kg
-1
) 9,4 55,3 14,9 0,2
Mg
(mg kg
-1
) 1,2 1,8 7,7 0,002
Cu (mg kg
-1
) 155,0 111,5 2,6 ------
Mn (mg kg
-1
) 207,0 535,2 197,2 ------
Zn (mg kg
-1
) 548,0 156,1 108,5 ------
Fe (mg kg
-1
) 16909,0 18443,5 364,9 ------
Na (mg kg
-1
) 300,0 3822,5 10927,3 0,04
FONTE: (LB - lodo produzido pela Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA) in:
NASCIMENTO et al., 2004; CLC (composto de lodo de cervejaria e cavaco de eucalipto) e CL (composto
de lixo) in: MELLO e VITTI, 2002; (LC) lodo do caleiro In: COSTA et al., 2001.
11
10
Com o objetivo de estabelecer parâmetros comparativos entre estudos
e resultados alcançados com materiais orgânicos que possuam certa
semelhança e podem ser utilizados para os mesmos fins, mais especificamente
como condicionadores de solos e fontes de nutrientes para culturas agrícolas e
hortículas, serão apresentadas literaturas direcionadas aos Lodos (Biossólidos)
de diferentes naturezas e às Águas Residuárias.
3.3. Impacto da Reciclagem de Resíduos Industriais nos Atributos
Químicos do Solo
Inúmeros estudos têm sido desenvolvidos no Brasil, para minimizarem
os impactos que os resíduos orgânicos podem promover ao solo e ao
desenvolvimento das plantas. Embora sejam ricos em nutrientes, podem
apresentar teores excessivos de sais, Al e metais pesados na sua constituição.
Daros et al. (1993) costataram que em países desenvolvidos, tanto na Europa
quanto na América do Norte, a utilização do lodo de esgoto como fertilizante é
uma prática bastante comum. Os lodos provenientes das estações de
saneamento, em decorrência do teor de matéria orgânica que possuem, podem
exercer efeitos significativos nas propriedades químicas, físicas e biológicas do
solo, melhorando a sua capacidade produtiva (CLAPP et al., 1986; GLÓRIA,
1992).
A aplicação de lodo ao solo tem proporcionado elevação dos teores de
P (SILVA et al., 2002); de carbono orgânico (CAVALLARO et al., 1993); da
fração húmica da matéria orgânica (MELO et al., 1994); do pH, da CE
(Condutividade Elétrica) e da CTC (Capacidade de Troca Catiônica) (OLIVEIRA
et al., 2002). Outros autores também relatam os benefícios gerados pela adição
de materiais orgânicos nas propriedades químicas do solo. Para Mello e Vitti
(2002), são relevantes o aumento do pH, da CTC e dos teores de nutrientes do
solo. Segundo Mazur et al. (1983), a fertilização orgânica aumenta o pH do solo
mediante do fornecimento de bases, formando húmus alcalino durante o
processo de decomposição e síntese dos resíduos e pela complexação do Al
por meio de moléculas orgânicas. Tomando como exemplo os esgotos tratados
11
biologicamente, de acordo com Godstein (1998), esses materiais produzem um
resíduo que pode conter de 40 a 60% de matéria orgânica denominado de
biossólido.
Rocha et al. (2000) também constataram que o biossólido de águas
servidas domiciliares adicionado ao solo Argissolo Vermelho-amarelo, constitui-
se em uma fonte de N no solo equiparada à uréia. Ainda, Nascimento et al.
(2004) denotaram um aumento importante no teor de N total nas amostras de
solo com as doses de lodo de esgoto, indicando a sua eficiência no suprimento
desse nutriente para o crescimento vegetal. Cripps et al. (1992) também
relataram disponibilidade de N em solos tratados com lodo.
Ferraz Jr. et al. (2003) constataram que a aplicação de lodo de
cervejaria aplicado ao solo proporcionou aumento de P assemelhando-se ao
efeito promovido pelo esterco bovino.
Mello e Vitti (2002), concordando com o afirmado com Hue (1995),
verificaram que, apesar de ser fonte de P, o lodo de esgoto pode atuar
diminuindo a adsorção do elemento em solos. Essas afirmações são baseadas
no fato de que a decomposição de materiais orgânicos libera ácidos orgânicos,
sendo que a superfície dos óxidos de alumínio tem afinidade tanto para
fosfatos quanto para ácidos orgânicos. Essa competição diminui a capacidade
de adsorção de P, com o aumento dos teores de matéria orgânica no solo (HU
et al., 2004).
Mello e Vitti (2002) constataram que o lodo de cervejaria+cavaco de
eucalipto (CLC), aumentou o conteúdo de matéria orgânica no solo, o que pode
ser explicado pela natureza estável dos compostos orgânicos ser mais
resistente à degradação. Resultados contrários quanto ao incremento de
matéria orgânica no solo foram reportados por Favaretto et al. (1997),
verificando que maiores dosagens com lodo de esgoto mostraram um leve
decréscimo no teor de carbono orgânico do solo. De acordo com Stevenson
(1982), a adição de material orgânico pode estimular a decomposição do
húmus por causa do aumento demasiado da população microbiana, a qual
produz enzimas que atacam a matéria orgânica nativa do solo, ocasionando
perdas de carbono.
Nos Latossolos predominantes no Estado do Paraná, o seu elevado
grau de intemperismo e as altas temperaturas contribuem para a rápida
12
decomposição da matéria orgânica do solo. Essa baixa concentração de
matéria orgânica, cria a necessidade de incorporações sucessivas de materiais
aliadas a práticas de manejo que possibilitem a manutenção de grau mais
elevado de matéria orgânica que o originalmente presente no solo. Os autores
Gonçalves e Ceretta (1999) afirmaram que, em solos tropicais, é difícil obter
aumentos significativos nos teores de matéria orgânica, em curto espaço de
tempo. Kiehl (1985) relatou que a matéria orgânica é uma importante fonte de
P para as plantas. A decomposição da matéria orgânica e a atividade
microbiana do solo é regulada pelo N. Sendo assim, se a relação C/N for alta, a
imobilização do nitrogênio será maior que a mineralização.
Costa et al. (2001) evidenciaram aumento no teor de Ca em solo
tratado com lodo de curtume+Cr+calcário e do lodo do caleiro que é mais
concentrado em sódio (Quadro 1), o que no caso do primeiro resíduo deve-se
ao Calcário adicionado. Pavan (1993) também denotou aumento no teor de Ca
do solo com a adição de esterco bovino curtido e biodigerido com aumento
concomitante da CTC do solo, sugerindo que o aumento desaa foi causado,
principalmente, pelo carbono orgânico do material.
Favaretto et al. (1997), todavia, observaram que apesar de os teores
de carbono orgânico não terem sido alterados com utilização de lodo de esgoto
no solo, um acréscimo na CTC foi denotado. De acordo com Sposito (1989) e
Raij (1989), a adsorção específica de ânions, especialmente íons fosfatos,
contribuiu na formação de cargas negativas no solo elevando a CTC das
superfícies sólidas do solo.
Nascimento et al. (2004) constataram que, em dois solos (Argissolo
Vermelho-amarelo distrófico textura média e Espodossolo Cárbico hidromórfico
textura arenosa) cultivados com milho, os valores de pH apresentaram
decréscimos lineares e significativos com o aumento das doses de lodo
aplicadas.
Em diversos trabalhos, entretanto, têm sido relatado efeito oposto, ou
seja, a eficiência do lodo em aumentar o pH do solo. De acordo com Melo e
Marques (2000) e Oliveira et al. (2002), isso ocorre em função da alcalinidade
dos materiais utilizados pela adição de cal virgem (CaO) ou cal hidratada
(Ca(OH)
2
), objetivando a eliminação de patógenos (FERNANDES, 2000). Por
outro lado, Costa et al. (2001) constataram que o lodo de curtume+Cr e o lodo
13
de curtume+calcário promoveram os maiores valores de pH do solo, sendo que
na ausência do calcário esse resíduo não foi eficiente na correção da acidez, o
que leva a crer que esse aumento é em razão da adição do corretivo e não do
poder neutralizante do resíduo.
Segundo Berton et al. (1998), a aplicação do lodo de esgoto elevou o
pH e reduziu o Al tóxico em cinco solos paulistas. Fato comprovado por
Favaretto et al. (1997) em um Cambissolo Álico de textura argilosa, cultivado
com milho, utilizando doses diferentes de lodo de esgoto. Dos Santos (2004)
observou que, em solo tratado com efluente de esgoto, os resultados de Al
para a solução do solo são coerentes para os valores de pH mais elevados.
Para Lindsay (1979), contudo, em pH com valores acima de 5, os íons se
hidrolisam e têm sua solubilidade diminuída.
Aquino Neto e Camargo (2000) observaram que a adição do lodo do
caleiro (curtume) apresentaram os maiores valores de CE, por causa da alta
concentração de Na no resíduo. Nascimento et al. (2004) observaram que os
teores de Na e K trocáveis, no lodo de esgoto, aumentaram significativamente
em um Argissolo somente a partir da dose equivalente a 30 t ha
-1
. Fato
atribuído aos baixos teores desses elementos no resíduo.
Dos Santos (2004) observou aumento na CE até a camada de 20 cm
de profundidade, em um solo irrigado com efluente de esgoto rico em Na.
Muitos estudos têm evidenciado o aumento da CE, tanto em solos irrigados
com água quanto irrigados com efluentes (JOHNS e McCONCHIE, 1994).
Segundo Oron (1996), o uso de água residuária tratada para irrigação
na agricultura é uma prática bastante satisfatória, pois que além de fornecer
nutrientes ao solo, pode contribuir para a solução de problemas como a falta de
água. Grandes quantidades podem ser dispostas durante todo o ano com ou
sem armazenamento do solo e com riscos ambientais mínimos.
Aumentos consideráveis nos teores de NO
3
-
, Ca e P disponível foram
observados por Johns e McConchie (1994), nas camadas superficiais de solos
irrigados com efluente de esgoto, comparados aos solos irrigados com água.
Aumentos nas concentrações de Na, entretanto, foram observados em
camadas superficiais e subsuperficiais, tanto em tratamentos com efluentes
como com água. Por outro lado, Yadav et al. (2002) constataram maiores
acúmulos de sais nas camadas superficiais do que nas subsuperficiais, após
14
irrigação com efluente de Esgoto Doméstico. Para Hayes et al. (1990) e Smith
et al. (1996), todavia, aumentos na salinidade de solos irrigados com efluentes,
têm sido observados em experimentos com longa duração ou em clima árido e
semi-árido.
Yagi et al. (2003) avaliando o efeito do vermicomposto do esterco
bovino e da calagem sobre a fertilidade do solo, observaram uma baixa
concentração de K em função de perdas por lixiviação e alta de Fe, Cu, Mn e
Zn, explicada pela contaminação do solo onde a vermicompostagem foi
realizada e pela concentração relativa que ocorre quando há redução do
volume do material decomposto. Os mesmos autores também relataram que o
conteúdo de P, K, Ca e Mg aumentaram linearmente em relação ao aumento
das doses do vermicomposto aplicado. Eles analisaram o índice de eficiência
agronômica entre o vermicomposto e o esterco bovino, encontrando maior
eficiência do primeiro composto para o suprimento de Ca e menor para K e Mg
no solo. O incremento de P foi similar para ambos os compostos.
Esses autores observaram que o conteúdo de matéria orgânica
aumentou somente com a aplicação de vermicomposto, sendo 80% mais
eficiente no aumento dessa em relação ao esterco bovino, uma vez que o
primeiro apresenta maior estabilidade da matéria orgânica, enquanto o
segundo continua perdendo CO
2
para a atmosfera pela decomposição. Os
autores encontraram interação entre o vermicomposto e a calagem nos valores
de CTC do solo. O vermicomposto se mostrou 45% mais eficiente do que o
esterco bovino no aumento da CTC do solo.
Casagrande Jr. et al. (1996), testando o efeito da adição de materiais
orgânicos ao solo no crescimento de mudas de araçazeiro (Psidium
cattleyanum Sabine) utilizando os substratos: Solo+Vermicomposto (1:1 e 3:1);
Solo+ Esterco Bovino Curtido (1:1 e 3:1), solo+composto de lixo urbano (1:1 e
3:1); solo+vermicomposto+esterco bovino curtido+composto de lixo urbano
(1:1:1:1) e solo, concluíram que o vermicomposto adicionado ao solo foi o
material que proporcionou os melhores resultados no crescimento das mudas.
Pode-se considerar que a fonte do lodo de esgoto tem um efeito direto
no acúmulo de metais pesados no solo, sobretudo, quando em doses
crescentes e uso contínuo em áreas cultivadas. Muitos trabalhos têm
demonstrado essa afirmação (BARRETO, 1995; MARQUES, 2000).
15
A preocupação com a possibilidade de contaminação dos solos com
metais pesados fez com que muitos países estabelecessem limites máximos
dos metais no lodo e taxa de aplicação nos solos (USEPA, 1996; CETESB,
1999). O lodo proveniente de tratamento de esgoto, predominantemente
doméstico, possui baixos teores de Cd, Cu, Mo, Ni, Zn, Pb, Mn, Fe e Cr.
Quando os efluentes industriais predominam no esgoto, todavia, o lodo pode
passar a apresentar teores elevados de metais pesados, acima da faixa
permitida e, por esse motivo, serem proibidos para o uso agrícola (Bettiol et al.,
1983).
Mulchi et al. (1991) verificaram que, após oito anos, houve elevações
significativas nos teores de Zn, Cu, Fe, Pb, Ni e Cd em função do aumento das
doses e tipos de lodos aplicados. Resultados obtidos por Anjos e Mattiazzo
(2000), em um Latossolo Roxo distrófico que recebeu doses de lodo,
totalizando 387,89 t ha
-1
(base seca), revelaram que, mesmo com o aumento
nas concentrações de alguns metais, os valores obtidos não ultrapassaram os
limites máximos estabelecidos pela USEPA (1993) e pela Diretriz da
Comunidade Européia (HALL, 1998). Estudos realizados por Miyazawa et al.
(1994), em condições tropicais, também obtiveram resultados semelhantes,
denotando que os metais, nas maiores doses, permaneciam na superfície do
solo (0-2,5 cm).
Nascimento et al. (2004), utilizando lodo de esgoto no cultivo de milho
e feijão, observaram que o incremento de metais pesados por esse material
esteve abaixo dos limites tóxicos, de modo que não se observou sintomas de
fitotoxidez em nenhum dos tratamentos (0, 10, 20, 30, 40 e 60 t ha
-1
). O Zn,
contudo, foi o elemento que apresentou o maior incremento na absorção com o
aumento das doses, para ambas as culturas, em dois solos (Argissolo e
Espodossolo). Isso se deve à alta concentração desse elemento no resíduo e,
por conseguinte, da sua maior biodisponibilidade no solo. Apesar do potencial
de toxicidade do Zn, os valores permaneceram abaixo do considerado fitotóxico
(500 mg kg
-1
).
No entanto, Rangel et al. (2004) estudando o acúmulo de metais
pesados em um Latossolo Vermelho distroférico de textura argilosa, cultivado
sucessivamente com milho, verificaram um decréscimo nos teores totais da
maioria dos metais avaliados, sobretudo Zn, Mn e Pb. Para Anjos e Mattiazzo
16
(2000), essa queda pode estar relacionada à movimentação desses metais
para camadas mais profundas (abaixo de 20 cm de profundidade) do solo.
De acordo com a CETESB (2001), os valores orientadores para os
metais pesados em solos agrícolas são: 100 mg kg
-1
para Cu e 500 mg kg
-1
para Zn. Por outro lado, para Kabata-Pendias e Pendias (2001), a faixa ou
valores críticos são mais flexíveis: 60-125 mg kg
-1
para Cu; 70-400
mg kg
-1
para
Zn e 1500 mg kg
-1
para Mn.
3.4. Impacto da Aplicação de Resíduos Orgânicos nos Atributos Físicos
do Solo
Em relação aos atributos físicos do solo, há trabalhos que relatam a
influência dos resíduos orgânicos nessas propriedades. Para Bonnet (1995), a
quantidade de matéria orgânica contida no lodo de esgoto influencia
significativamente as condições físicas do solo. Muitos autores têm relatado
que a aplicação de lodo de esgoto aumenta a capacidade de retenção de água,
aumenta a porosidade total e diminui a densidade do solo. Melo et al. (2004)
observaram que os efeitos promovidos pela adição de biossólido nas
propriedades físicas do solo dependem do tipo de solo e da quantidade
aplicada.
Ortega et al. (1981) observaram que a aplicação de lodo de esgoto
promove um aumento na porosidade total e na macroporosidade do solo.
Mathan (1994) relatou a diminuição na densidade do solo pela aplicação de
lodo de esgoto. No entanto, para Marciano et al. (2001), em solos que possuem
originalmente uma boa estrutura, mesmo a aplicação de biossólidos em
grandes quantidades podem não promover melhorias nos seus atributos
físicos.
Melo et al. (2004) observaram que a porosidade total e a
microporosidade não diferiram entre camadas (0 até 30 cm de profundidade),
mesmo com diferentes doses de biossólido aplicadas (base seca), tanto no
solo Latossolo Vermelho distrófico (LVd), quanto no Latossolo Vermelho
eutroférrico (LVe). No entanto, Furrer e Stauffer (1993) afirmaram que a adição
17
de biossólido pode não alterar a porosidade total. Mas, por sua vez, Navas et
al. (1998) obtiveram incremento na porosidade total de 0,38 m
3
para 0,49 m
3
,
quando aplicados 320 t ha
-1
de lodo de esgoto.
Quanto à microporosidade, Jorge et al. (1991) também não observaram
incrementos com a aplicação de 20 t ha
-1
ano
-1
de lodo de esgoto durante
quatro anos em um Latossolo Vermelho argiloso. Fato que também está de
acordo com Sort e Alcañiz (1999) com a aplicação de 400 t ha
-1
,
ao final de
quatro anos de estudo.
Ainda, segundo Melo et al. (2004), também verificaram incrementos na
macroporosidade a partir de 47,5 t ha
-1
e 50,0 t ha
-1
no LVd e Lve. Apenas na
camada de 0,0 - 0,1 m foram verificados. Bertol (1989) relata que os
macroporos são os primeiros e os mais afetados pela compactação. O autor
pode constatar que, com o aumento da densidade nos sistemas de uso do
solo, ocorreu redução da macroporidade em todas as camadas, comparado à
condição natural.
Em estudos realizados com biossólido, Lindsay e Logan (1998)
verificaram que a aplicação de 60 t ha
-1
durante quatro anos reduziu a
densidade do solo no último ano. Melo et al. (2004), entretanto, no LVe, não
observaram alterações na densidade do solo com a adição de até 50 t ha
-1
.
Este fato pode ser atribuído, segundo Ferreira et al. (1999), à mineralogia
oxídica que confere ao solo uma estrutura natural mais privilegiada em relação
ao LVd, de textura mais grosseira, apresentando mineralogia caulinítica, onde a
matéria orgânica adicionada pelo biossólido, promove maior efeito no aumento
da degradação e volume do solo.
Ainda, sob o ponto de vista físico, a grande concentração de Na
adicionada via resíduos orgânicos, nos sítios de troca dos minerais de argila,
promove a redução da atração entre as partículas do solo ocasionando
expansão e dispersão. Essas partículas dispersas se movem e ocupam os
espaços porosos (IRVINE e REID, 2001) deteriorando a estrutura do solo e das
propriedades de infiltração de água e aeração, tornando-se um problema sério
em solos alcalinos e afetando o crescimento vegetal (RAIJ, 1991).
O argilomineral predominante no solo é responsável pelo grau de
expansão e dispersão de argilas. Maior sensibilidade para esses processos é
tida para a montmorilonita, moderada para a ilita e menor para a caulinita
18
(FEIGIN et al., 1991). Nos solos que apresentam minerais de carga variável, a
floculação pode ser promovida pela interação de superfícies de cargas opostas
(SHFIELD e SAMSON, 1954) indicando que nesses solos podem ser
esperados valores mais baixos de concentração crítica de floculação do que
em solos montmoriloníticos.
De acordo com dos Santos (2004), estudando o efeito da irrigação com
efluente de esgoto tratado, rico em Na em propriedades químicas e físicas de
um Argissolo Vermelho distrófico, cultivado com Capim Tifton-85, observou que
nas camadas abaixo de 40 cm houve tendência de maior dispersão de argila
na presença de menores teores de Al. Para Rengasamy e Olson (1993), o Al
tem efeito na floculação de argilas, sendo expressivo em solos sódicos ácidos.
A dispersão de argilas tem sido correlacionada com o teor de matéria orgânica
no solo. No entanto, Nelson et al. (1999), também citado por Santos (2004),
observaram que a matéria orgânica pode prevenir ou aumentar a dispersão.
Sumner (1993) relatou a preferência de íons bivalentes em se ligarem com a
matéria orgânica e, como conseqüência, ocorre o enriquecimento das
partículas de argila com o sódio, aumentando, assim, a dispersão.
O Fe e principalmente o Al são cátions de grande poder floculante. A
inativação do Fe e Al trocável, via calagem, retira esses dois elementos dos
sítios de adsorção, cedendo lugar ao Ca, cujo poder floculante é menor.
Correlações negativas, obtidas para os teores de Al e Fe em relação à
dispersão de argila em água, auxiliam na comprovação de tal fenômeno
(KOENINGS, 1961).
A adição de calcário no solo pode promover um aumento da atividade
biológica, o que pode ser demonstrado pela diminuição do carbono orgânico e
da elevação do pH, causando uma elevação na estabilidade dos agregados,
pela ação dos produtos em decomposição orgânica, atuando como agentes de
ligação entre as partículas (HARRIS et al., 1966 citado por Hoth et al.,1986).
Esses últimos autores constataram que tanto a calagem quanto a gessagem
promoveram efeitos positivos na agregação de um solo Latossolo Roxo
distrófico, cultivado com cafeeiro. Esses corretivos proporcionaram uma melhor
infiltração, de forma que tanto o gesso como o calcário podem contribuir
positivamente, para minimizar os riscos de erosão.
19
3.5. Impacto da Reciclagem de Resíduos Industriais Sobre o Crescimento
das Plantas
Nos aspectos referentes à influência exercida por resíduos orgânicos
sobre as variá’veis de crescimento das plantas, há inúmeros estudos que
relatam os benefícios promovidos pela utilização de Biossólidos (BERTON et
al., 1989; DEFELIPO et al., 1991; DAROS et al., 1993; KONRAD, 2000;
COSTA et al., 2001; MELLO e VITTI, 2002; FERRAZ Jr. et al., 2003; VEGA et
al., 2004) e Águas Residuárias (JOHNS e McCONCHIE, 1994; VAZQUEZ-
MONTIEL et al., 1996; MOTA et al., 1997; BROWN et al., 1997; SILVA et al.,
1997; SUMMERS, 1997; DESCHAMPS e FAVARETTO, 1998;
CHATEAUBRIAND, 1988; de SOUSA et al., 2000; MELI et al., 2000; MELO e
MARQUES, 2000; KOURAA et al., 2002; FREITAS et al., 2004) na melhoria da
produtividade das culturas. Restrições feitas ao seu uso considerando a
presença de patógenos, compostos orgânicos fitotóxicos, sais solúveis, metais
pesados e odores foram discutidos por Sommers e Giordano, 1984 e por
Tomatti e Galli, 1991.
O lodo de esgoto tem propiciado bons resultados como fertilizante para
diversas culturas. Dentre elas, estão soja e trigo (BROWN et al. 1997); milho
(SILVA et al., 1997); feijão e girassol (DESCHAMPS e FAVARETTO, 1997).
Concomitantemente, Silva et al. (1998), Melo e Marques (2000) e Oliveira
(2000) evidenciaram que resultados de pesquisas com biossólido na agricultura
indicam que este possui todos os nutrientes exigidos pelas plantas e que o seu
emprego é altamente recomendável em milho, café, cana-de-açúcar, citrus,
espécies florestais e outras plantas perenes, por causa dos altos teores de
matéria orgânica (40-60%); N (4%); P (2%) e micronutrientes em geral.
De acordo com Sommers (1997), os lodos, genericamente, possuem
teores consideráveis N, P e C, de forma que pode suprir a necessidade
nutricional para o crescimento e desenvolvimento das culturas. Evidências
quanto à possibilidade de utilização do lodo de cervejaria como substituto da
adubação nitrogenada e fosfatada para a cultura da alface e resultados
bastante significativos para o acúmulo foliar de N e P, foram observados por
Ferraz Jr. et al. (2003), utilizando lodo+NPK no solo.
20
Em estudos realizados por Berton et al. (1989), a aplicação de lodo de
esgoto aumentou a absorção dos nutrientes N, P, K, Ca, Mn, Zn e a produção
de matéria seca do milho. Esse fato foi comprovado por Daros et al. (1993)
pelo aumento na produção de milheto e da associação aveia-ervilhaca em
plantio subseqüente. Defelipo et al. (1991) também puderam comprovar o
aumento da matéria seca do sorgo após aplicação do lodo de esgoto. Por outro
lado, dos Santos (2004) observou que a massa seca do capim Tifton-85 não
sofreu alterações quando irrigado com efluente de esgoto rico em Na,
comparado à testemunha irrigado com água.
Vega et al. (2004) estudando a aplicação de biossólido na implantação
da cultura da pupunheira (Bactris gasipaes Kunth.) em um solo Aluvial álico,
constataram que, após um ano de cultivo, o número total de perfilhos, foi
alcançado com a maior dose aplicada. Ferraz Jr. et al. (2003), estudando a
produção e a qualidade comercial de alface cultivada com lodo de esgoto de
cervejaria comparado ao esterco de galinha, em um Argissolo Vermelho-
amarelo distrófico, a campo, observaram que os teores de Ca, Mg e K nas
folhas de alface foram consideravelmente, baixos, em razão da baixa
concentração desses nutrientes no lodo. Para os teores de Mn, não foi
observada alteração significativa. No entanto, os menores acúmulos de Zn e
Cu nas folhas, embora presentes no lodo, foram observados nos tratamentos
com o lodo de cervejaria. Isso pode ser explicado pelo fato desses nutrientes
estarem presos à própria matéria orgânica do resíduo, não estando
prontamente disponível ou pelo maior aporte dos macronutrientes que
estimulou o crescimento vegetativo.
Mello e Vitti. (2002) estudando a influência dos resíduos orgânicos CLC
(composto de lodo de cervejaria+cavaco de eucalipto), CL (composto de lixo) e
CF (cama de frango) em um solo Podzólico Vermelho-amarelo abrupto, em
condições de estufa, observaram que as diferenças entre os conteúdos de
nutrientes nos resíduos não refletiram na concentração foliar. Os teores de
potássio aumentaram linearmente com a aplicação de CLC, provavelmente
pelo fornecimento ao solo desse nutriente pelo resíduo, ficando disponível às
plantas. Fato que se confirmou por resultados obtidos por Asiegbu e Oikeh
(1995) que observaram acréscimos nos teores foliares de K após a adição de
esterco líquido de suíno e lodo de esgoto, contrariando o observado por Ferraz
21
Jr. (2003). O CL reduziu as concentrações foliares de Mn e Fe o que pode ter
ocorrido em função da alta quantidade de matéria orgânica adicionada ao solo,
promovendo a complexação dos nutrientes pelos compostos orgânicos. Os
teores foliares de N, K e Mn também foram semelhantes aos encontrados por
Asiegbu e Oikeh (1995).
Além do lodo de esgoto, o lodo de Ccrtume tem sido alvo de inúmeros
estudos quanto ao seu potencial de utilização na agricultura. Muitos trabalhos
têm relatado os benefícios gerados pela adição desse material orgânico ao
solo. Costa et al. (2001) encontraram resultados positivos com a adição de lodo
de curtume+Cr (250 mg Cr kg
-1
)+PK nos rendimentos de matéria seca de
plantas de soja. O tratamento com lodo também foi superior na absorção de N
pela soja em relação ao tratamento com Lodo do Caleiro, o qual apresenta a
maior concentração de Na. Isso ocorreu, provavelmente, em decorrência da
maior mineralização do N orgânico incorporado pelo resíduo. Resultados
semelhantes foram observados por Konrad (2000), no cultivo anterior realizado
com milho. O menor teor de P absorvido foi observado no tratamento lodo de
curtume+Cr, o que pode estar ligado ao menor rendimento de matéria seca.
Neto e Camargo (2000), realizando estudos com lodo de curtume em
dois Latossolos do Estado de São Paulo, em casa de vegetação, denotaram o
impacto no desenvolvimento de plantas de alface causado pelo aumento da
salinidade dos solos, promovida pela adição de lodo. Em trabalho realizado por
Wickliff et al. (1982), foi observado decréscimo na produção de matéria seca de
erva carneira (Festuca arundinacia L.), quando da adição de lodos de curtume.
Quanto à utilização de águas residuárias na agricultura, muitas
pesquisas têm demonstrado que a produção agrícola é maior, quando alguma
forma desse material é usado, em comparação com água de abastecimento ou
com água+fertilizantes (VAZQUEZ-MONTIEL et al., 1996; de SOUSA et al.,
2000). Em tais pesquisas, o acréscimo na produção agrícola se situou
geralmente na faixa 15-40%, embora, tanto acréscimos menores como
maiores, tenham sido relatados. Tal incremento na produtividade agrícola é
decorrente da reciclagem dos nutrientes presentes nos esgotos domésticos.
Marecos do Monte e de Sousa (1992) relatam que a economia em fertilizantes
artificiais, quando do reúso de esgotos na agricultura, pode variar de US $ 230
ha
-1
a US $ 530 ha
-1
.
22
As águas residuárias podem afetar a produtividade de culturas,
reduzindo a necessidade de fertilizantes minerais. Proporciona um considerável
suprimento de N, tanto na forma orgânica quanto mineral (MELI et al., 2002).
Tal afirmação se fundamenta nas observações feitas por Kouraa et al. (2002)
que obtiveram resultados positivos com a irrigação de alface e batata com
efluente de esgoto tratado em lagoas de estabilização. Este supriu quase que
totalmente as quantidades de N, P e K requerido pelas plantas. Também Johns
e McConchie (1994) constataram a eficiência do efluente como fonte de água e
de nutrientes no cultivo de bananeiras. Segundo esses autores, a adição de
600 mmol de efluente tratado pode fornecer 21% de N; 100% de P; 21% de K;
20% de Ca e 50% de Mn do total de quilos de nutrientes necessários
anualmente para a produção das bananeiras.
Freitas et al. (2004), ao avaliarem o efeito de água e águas residuárias
de suinocultura bruta e peneirada, sobre os componentes de produção da
cultura do milho para silagem, puderam observar que a aplicação das águas
residuárias de suinocultura aumentou significativamente os valores de altura de
plantas; o índice, a altura e o peso das espigas. Em geral, o peneiramento das
águas residuárias e as diferentes lâminas aplicadas não afetaram os
parâmetros de produção do milho para silagem.
Chateaubriand (1988) também verificou que a aplicação de água
residuária de suinocultura por meio de sistema de irrigação por sulcos, em
terreno de baixada com solo de textura argilo-arenosa, propiciou aumento na
produtividade cerca de 40%, altura de plantas em 19% e o peso de espigas em
65%, comparativamente à testemunha (água).
De modo geral, para Malavolta (1980), a absorção de nutrientes pelas
plantas é influenciada pelos fatores externos e internos inerentes à própria
planta. A interação entre íons é um assunto bastante estudado, por ser um
fator importante no aproveitamento de fertilizantes pelas plantas.
As diferenças encontradas na resposta a nutrientes podem ser
explicadas por mecanismos fisiológicos como: diferentes taxas de absorção e
translocação e diferenças morfológicas no sistema radicular (MALAVOLTA e
FORNASIERI FILHO, 1983).
Inúmeros trabalhos têm sido dirigidos à interação entre elementos
(sinergismo ou antagonismo), ou seja, quando o aumento nas doses de um
23
contribui positivamente ou negativamente na assimilação ou nos efeitos dos
demais. Em estudo conduzido por Lahav (1995) citado por Silva et al. (1999),
indicou que, ao ser aumentado o suprimento de K, houve crescimento nas
taxas de absorção de K e P e decréscimo na absorção de Na, Ca, Mg e Cu em
bananas. Concomitantemente, Barreto et al. (2001), em plantas de mamão,
puderam constatar que entre os macronutrientes, a absorção de K está
fortemente associada à de P. Na parte aérea, o K se liga a ácidos orgânicos
que é transportado para as raízes onde será o íon acompanhante do NO
3
-
(BONATO et al., 1998).
Reis et al. (2005) verificaram que a absorção de N, P, Ca, Mg e K pela
cultura do arroz irrigado foi influenciada pelas doses de N, havendo
significância da interação entre os fatores para absorção, somente para o N. A
presença de N se correlacionou inversamente com Fe, mas favoreceu a
concentração de Zn. O P também influenciou positivamente a absorção de Na
e Mn. Quanto ao K, correlacionou-se positiva e significativamente, com P, Na,
Mg, Ca, Mn e Zn (BARRETO et al., 1995).
Na planta, o N é absorvido, geralmente como nitrato e redistribuído
como aminoácidos. É um componente fundamental das proteínas (BONATO et
al., 1998). A adição de N favorece a utilização do P, possivelmente, por
promover melhor desenvolvimento radicular (REIS et al., 2005).
O P tem a sua absorção nas plantas favorecida pelo Mg. É um
constituinte da estrutura molecular dos ácidos nucléicos (DNA e RNA)
importantes no armazenamento e transferência da informação genética,
respectivamente. A sua função está diretamente relacionada ao metabolismo
energético da célula (BONATO et al., 1998).
Ainda, segundo esses autores, na correlação entre quantidades
absorvidas dos micronutrientes, verificou-se que o Na é inversamente
correlacionado com Fe e positivamente com Mg, Mn e Zn. Este influenciou,
positivamente, sobre a absorção de Na, Ca e Mn. Os sintomas de deficiência
de Zn pode ser observado pelo encurtamento dos internódios (roseta) e um
decréscimo rápido no tamanho das folhas, queda na fotossíntese e clorose nas
folhas. Geralmente, a parte aérea é mais afetada que o sistema radicular. De
acordo com Bonato et al. (1998), a concentração de Na no floema está
relacionada à concentração externa, pois os sais são levados até as folhas por
24
um fluxo de massa junto com a água pelo xilema.
De acordo com Pintro (2004), as plantas necessitam de uma faixa
determinada para o seu pleno crescimento e composição (Quadro 3). A
essenciabilidade de um elemento é prevista quando a planta não é capaz de
completar o seu ciclo na ausência do nutriente mineral. Também quando a
função fisiológica do elemento não pode ser substituída por outro e, ainda, o
elemento deve estar diretamente envolvido no metaolismo da planta.
Quadro 2. Valores ideais de alguns elementos necessários para o crescimento
e a composição da maioria das plantas.
ELEMENTOS NECESSIDADE
Nitrogênio 2-5% (20-50 g kg
-1
) do peso seco
Fósforo 0,3-0,5% (3-5 g kg
-1
) do peso seco
Magnésio 0,15-0,35% (1,5-3,5 g kg
-1
) do peso seco
Cálcio 0,1-0,5% (1-5 g kg
-1
) do peso seco
Potássio 2-5% (20-50 g kg
-1
) do peso seco
Ferro 50-150 (mg kg
-1
) do peso seco
Manganês 10-20 (mg kg
-1
) do peso seco
Cobre 6-19 (mg kg
-1
) do peso seco
Zinco 100 (mg kg
-1
) do peso seco
FONTE: Pintro (2004).
3.6. Considerações Sobre o Alumínio e o Sódio no Solo e na Planta
A aplicação de resíduos orgânicos no solo pode promover muitos
benefícios às características químicas e físicas dele. Podem, todavia,
apresentar inconvenientes quanto à sua utilização, como, por exemplo, altas
concentrações de alumínio e sódio na sua composição.
Quanto ao Al, é um elemento caracterizado por apresentar baixa
capacidade em ser lixiviado, em razão da sua baixa solubilidade no pH do solo
e da facilidade de formar complexos com os mais variados elementos como as
hidroxilas, fosfatos e sulfatos. Outro aspecto importante é a elevada
25
concentração total de hidróxidos de Fe e Al, na constituição da fração argila da
maioria dos solos da Região Noroeste do Paraná, oriundos de rochas
basálticas (COSTA et al., 2002), sendo que a gibsita pode constituir em até 6%
dessa fração em amostras de Latossolo e Neossolo.
A presença do íon Al
ou sua adição nas mais variadas formas no meio,
como por meio de resíduos que possuam altas concentrações deste elemento,
também altera a adsorção do nutriente.
Muitos trabalhos mostram a capacidade
de compostos de Al em adsorver P. Novais e Smyth (1999) observaram que a
adsorção de P pode ser promovida pela força iônica da solução do solo, por
diminuir a repulsão do íon fosfato (PO
4
3-
). Este íon é retido pelas partículas do
solo por diferentes mecanismos, destacando-se o de troca de ligantes com
óxidos e hidróxidos de Fe e Al, formando complexos de esfera interna que
dificultam sua absorção pelas plantas e são facilmente transportados com as
partículas do solo, acabando por contaminar as águas superficiais (SPOSITO,
1989).
Inúmeros são os fatores que podem influenciar na adsorção de P nos
solos, como: o teor de argila e a área superficial específica (SANYAL et al.,
1993), pH (POSNER e BOWDEN, 1980; BARROW, 1983; ALTUNDOGAN e
TUMEN, 2002; IPPOLITO et al., 2003), concentração de óxidos e hidróxidos de
Fe e Al (SANYAL et al., 1993; GENZ et al., 2004), concentração e tipo de
ácidos orgânicos presentes (BRADY, 1989; HU et al., 2004), dentre outros.
Os solos tropicais, comumente ácidos, apresentam alta capacidade de
retenção de P, o qual tende a se ligar com maior energia aos óxidos de Fe e Al
ativos. Peña e Torrent (1984), estudando a adsorção de P, puderam constatar
que esta se correlacionou com formas cristalinas de Fe, determinadas com
ditionito. Nesse caso, a quantidade de Fe oxalato (Fe
OAA
) era muito baixa em
relação ao Fe ditionito (Fe
DCB
). A relação entre a adsorção de P e o Fe e o Al
extraídos por oxalato (Fe
OAA
e Al
OAA
) mostrou que a adsorção foi mais
intimamente relacionada para o Al extraído (r
2
= 0,890) do que para o Fe (r
2
=
0,736). Vandenhove et al. (1998) e Zhang et al. (1998) relataram que a
adsorção de fosfato é governado principalmente por óxidos de Fe amorfo,
hidróxidos de Al, conteúdo de argila e sua mineralogia, conteúdo de carbono do
solo e a quantia de gibsita.
26
No entanto, Bahia Filho et al. (1983) constataram correlações positivas
entre os teores de argila e a capacidade de adsorção de P. Em solos onde
formas de Fe
OAA
e Al
OAA
de baixo grau de cristalinidade estão presentes em
quantidades significativas, a capacidade de absorção de P tem sido
confirmada.
Existe uma faixa de pH onde a adsorção de P é máxima. Diversos
estudos mostram que, com o aumento do pH, a capacidade de adsorção de P
diminui (BARROW, 1983; ALTUNDOGAN e TUMEN, 2002). Sakadevan e
Bavor (1998) constataram que, em solos agrícolas ácidos, a calagem promove
um aumento no pH, aumentando o potencial de repulsão de ânions e, por outro
lado, a eventual precipitação do Al
em formas de baixa cristalinidade com
elevada afinidade pelo P. Isso pode implicar em aumento na capacidade de
adsorção do solo.
Ohno e Erich (1997) conduziram um experimento para avaliar os
efeitos da matéria orgânica dissolvida de um campo isolado de milho (Zea
mays) e resíduos de trigo (Triticum aestivum) sobre a cinética da adsorção de
P de um solo ácido. A liberação de Al para a solução aumentou linearmente
com o aumento da concentração da matéria orgânica dissolvida na solução.
Isso sugere que a adsorção de P esteja ocorrendo por reação com o Al do solo.
As observações determinaram que a liberação do Al do solo era controlado
pela superfície, enquanto a adsorção de P era controlada pela difusão. Os
resultados sugerem que sistemas de administração que devolvem resíduos de
colheita no solo pode aumentar a disponibilidade de P, diminuindo a adsorção
sobre a superfície do mesmo.
Objetivando quantificar a capacidade máxima de adsorção de P em
sistemas de cultivo com adubos verdes e avaliar a influência da taxa de
decomposição do adubo verde e de algumas propriedades químicas do solo
sobre esta adsorção, Silva (1997) avaliou a camada de 0 a 20 cm de um
Latossolo Vermelho-escuro sob dois tratamentos: solo sob cerrado nativo e
solo descoberto durante cinco anos. Os valores de adsorção foram ajustados à
isoterma de Langmuir para determinação da capacidade máxima de adsorção
de P (CMAF). O teor de matéria orgânica e a taxa de decomposição dos
adubos verdes apresentaram correlação negativa com a adsorção máxima de
P, com coeficientes de correlação, respectivamente, de 0,705 (P < 0,06) e
27
0,983 (P < 0,01). A CMAF para a camada mais profunda foi 56% maior que da
camada superficial, reafirmando a importância da matéria orgânica na redução
da adsorção de P.
Referindo-se às plantas, o efeito primário do Al é o bloqueio do
crescimento radicular, deixando as raízes curtas, grossas e escuras (ROY et
al., 1988), por causa da sua ação inibidora sobre a divisão e o crescimento
celular (CLARKSON, 1966). A toxicidade do Al é caracterizada,
fisiologicamente, pela alteração da absorção e utilização de nutrientes,
sobretudo o P, conforme relatado por Canal e Mielniczuk (1983). Algumas
evidências confirmam que a tolerância de certas plantas ao Al está relacionada
à capacidade de absorção e metabolização do P. Na presença do Al, o P é
precipitado na forma de sulfato de alumínio no espaço livre aparente (ELA),
causando a redução na absorção de P (BONATO et al., 1998).
Rheinheimer et al. (1994), estudando plantas de fumo (Nicotiana
tabacun, L.) em casa de vegetação, utilizando a solução nutritiva (Hoagland a
50%) e utilizando 10 ppm de Al, verificaram que, após 15 dias após o início do
tratamento (15 DAT), ocorreu a morte de algumas raízes novas, reduzindo o
comprimento radicular e, conseqüentemente, aumentando o raio médio. Esse
fato, também, foi denotado por Foy et al. (1978), expondo que o Al na solução,
inibe a divisão celular e o alongamento celular dos meristemas radiculares,
dando-lhes aspecto coralóide. Esse fato se confirmou quando as mudas de
fumo foram submetidas ao estresse permanente com Al, notando o
enegrecimento e o encurtamento das raízes, apresentando uma superfície de
absorção praticamente dez vezes menor, com intensa escamação e
rachaduras que são características típicas da toxicidade desse elemento.
Os mesmos autores também constataram que, quanto mais jovem a
planta de fumo, maior foi a sua capacidade de recuperação, quando retirado do
meio contendo Al. Isso foi evidenciado pelo maior comprimento e superfície
radicular, produção de massa seca e menor raio médio de raiz. Importantes
observações denotaram que as plantas que se desenvolveram em solução
contendo Al absorveram e translocaram menor quantidade de P, acumulando-o
no sistema radicular, chegando a atingir dez vezes a concentração
apresentada pelas plantas do tratamento sem Al.
28
O baixo conteúdo de P translocado para a parte aérea diminui a taxa
fotossintética, acumulando menor quantidade de carboidratos, o que torna as
folhas mais leves. Quando transferidas para uma solução sem Al, observou-se
uma rápida diminuição no teor de P do sistema radicular, translocando-o para o
caule e para as folhas, constituindo um efeito de diluição ou mesmo uma
possível reutilização do fosfato de Al precipitado (FOY e FLEMING, 1978).
Ainda, no mesmo estudo, Rheinheimer et al. (1994) constataram que o
conteúdo de Ca da raiz e do caule se elevou com o tempo de cultivo,
contrariamente ao que aconteceu na folha. Dessa forma, o teor de Ca na folha
se tornou mais sensível às modificações pelo estresse do Al. Isso pode ter
contribuído para as menores produções obtidas em plantas submetidas ao
estresse, já que o Ca é um nutriente essencial para o bom funcionamento das
membranas e que o conteúdo deste nutriente na folha variou inversamente ao
tempo de exposição e diretamente ao tempo de recuperação do estresse.
Em um trabalho realizado por Fráguas (1993), foi avaliado o efeito do
Al no comprimento de raízes e na absorção de P e Ca em porta-enxertos de
videira, em casa de vegetação utilizando um solo Cambissolo Húmico, onde se
evidenciou que, a partir um nível de saturação de Al de 14,01%, houve uma
redução acentuada no crescimento de raízes em algumas variedades. Esses
resultados podem expressar a redução do sistema radicular que poderá afetar
a absorção de água e de nutrientes, em função da menor área de solo
explorada, conforme Foy (1976), o qual observou que bloqueios mais
acentuados foram notados em relação ao Ca e não ao P, com os maiores
níveis de Al. Esse comportamento pode ser explicado pelo bloqueio que o Al
exerce sobre o Ca, reduzindo a sua disponibilidade às raízes e refletindo no
transporte para a parte aérea (FOY, 1974).
Em relação ao Na, o seu teor em solos agrícolas, pode alterar certas
características físicas e químicas resultando, de forma direta ou indireta, no
desenvolvimento das plantas (FEIGIN et al., 1991). Como o Na é facilmente
lixiviado, uma preocupação constante é a contaminação dos recursos hídricos
por meio, sobretudo, da disposição inconseqüente de resíduos que possuem
esse elemento na sua constituição (dos SANTOS, 2004).
De acordo com Meurer (2000), os solos afetados por sais são
classificados como salinos (apresentam altas concentrações de sais solúveis),
29
sódicos (com altas concentrações de Na trocável) e salino-sódico (apresentam
altas concentrações de sais solúveis e sódio trocável), de acordo os valores de
CE (condutividade elétrica), de PST (porcentagem de sódio trocável) e de pH
(Quadro 2).
O índice PST indica a proporção de Na adsorvido no complexo de troca
de cátions do solo, considerando a relação de Na/CTC em cmol
c
dm
-3
.
Quadro 3. Classificação do solo de acordo os valores de CE (condutividade
elétrica), PST (porcentagem de sódio trocável) e pH.
CLASSIFICAÇÃO DO SOLO
CE (dS m
-1
) PST (%) pH
Solo Não-sódico e Não-salino < 4 < 15 < 8,5
Solo Salino > 4 < 15 < 8,5
Solo Sódico < 4 > 15 > 8,5
Solo Salino-sódico > 4 > 15 < 8,5
Fonte: Meurer (2000).
Referindo-se ao efeito do Na em plantas, Yahya (1998) e Ferreira et al.
(2001) relatam que o estresse salino provoca a redução do crescimento das
plantas em razão dos desequilíbrios nutricionais na absorção e no transporte
de nutrientes. Os sintomas de fitotoxidez por Na, nas espécies cultivadas,
também são atribuídos ao desbalanço nutricional (KUIPER et al., 1990; LIMA,
1997). Serrano e Gaxiola (1994), Yeo (1998) e Zhu (2001), citados por Vicente
et al. (2004), afirmam que o Na também afeta a nutrição mineral, interferindo na
absorção de cátions essenciais, especialmente K e Ca. Bonato et al. (1998)
retrata que na ausência do Ca, o K e o Na
podem ocupar os sítios de ligações.
Kotuby-Amacher et al. (2000) relatam que o efeito salino nas plantas
está relacionado com verde escuro das folhas que, em alguns casos, são
espessas e mais suculentas que o normal. O cultivo de espécies lenhosas em
solos altamente salinos podem conduzir a folha à queima e à desfolha.
Fernandes et al. (2003), estudando o desenvolvimento da pupunheira
(Bactris gasipaes H.B.K) sob diferentes níveis de salinidade, comprovaram
30
fitotoxidez por NaCl a partir de 15 mmol L
-1
, caracterizada por reduções no
número de folhas e sinais de injúrias como clorose, seguida de necrose nas
pontas e margens das folhas. A redução no número de folhas, bem como as
injúrias se tornaram mais severas à medida que foi aumentada a concentração
salina. Os valores médios das variáveis: altura, matéria seca das folhas e
matéria seca de raiz apresentaram comportamento similar à salinidade,
caracterizado por um decréscimo significativo e consistente com o aumento da
salinidade, tomando como referência o tratamento controle (1,0 mmol L
-1
de Na
e 0,5 mmol L
-1
de Cl).
Yahya (1998) tem destacado que a redução e/ou inibição do
crescimento das plantas pela salinidade tem sido atribuída ao efeito osmótico.
O efeito mais comum da salinidade, segundo Munns (1993), é sobre o
crescimento, em função da redução da área foliar que afeta a assimilação de
carbono pela planta que, por sua vez, conduz a uma menor taxa fotossintética.
Munns (1993) relatou que a maioria das espécies tem a parte aérea
mais sensível à salinidade do que o sistema radicular, em função dos
desequilíbrios entre os cátions, em conseqüência das complexas interações no
sistema de transporte. No entanto, Fernandes et al. (2003) constataram que o
sistema radicular da pupunheira foi a parte da planta mais afetada pela
salinidade, diferentemente do que ocorre na maioria das espécies. No caso da
pupunheira, a relação raiz/parte aérea aumentou em relação ao tratamento
controle (na ausência do Na) e na dose de 5 mmol L
-1
de NaCl. Essas
diferenças de crescimento nas partes das plantas, sob diferentes níveis de
salinidade, podem estar relacionadas à aclimatação ao novo ambiente.
Aumentos da relação raiz/parte aérea em resposta à salinidade foram também
constatados por Yang et al. (1990) em Sorghum bicolor Moench. e S.
halepense (L.) Pers..
Por outro lado, Storey (1995), em citrus, e Ferreira et al. (2001), em
goiabeira, relataram maior incremento da parte aérea em relação às raízes em
resposta à salinidade. A pupunha se beneficiou da presença de Na em baixas
concentrações na solução, tendo em vista que o tratamento controle (sem
sódio) foi o que proporcionou o maior incremento em todas as variáveis
analisadas. Espécies da família Arecaceae, como relatado por Bonneau et al.
(1993) e Magat et al. (1993), também têm apresentado características
31
favoráveis, quanto ao seu crescimento e produção aumentados na presença de
Na.
Smekens e Van Tienderen (2001), estudou a Plantago coronopus,
coletando sementes de três populações diferentes, que se desenvolvem,
expontaneamente sob diferentes condições de salinidade. A primeira
população (LA) crescia sobre uma baixa concentração de Na (3,7 mg kg
-1
de
Na). A segunda população (BR) sobre uma concentração média (136,8 mg kg
-1
de Na) e a terceira (ZP) sobre uma alta concentração de sal (1259,2 mg kg
-1
de
Na). O experimento foi conduzido em estufa com condições controladas de
fornecimento de água e nutrientes (solução de Hoagland), sendo as plantas
produzidas por sementes e cultivadas em potes. O tratamento consistiu da
adição de 50 mL de solução nutritiva de Hoagland sem NaCl ou 200 mmol de
NaCl para cada pote. Os resultados da primeira colheita (após 30 dias)
mostraram que em condições salinas o número de folhas e o peso de matéria
fresca (folhas + perfilhos) foram menores do que sob condições não-salinas.
No entanto, o peso de massa seca foi maior sob condições salinas. Os autores
constataram diferenças entre as populações. As plantas da população LA
apresentaram maior número de folhas e maior matéria seca.
Na segunda colheita (após 4 meses), Smekens e Van Tienderen (2001)
constataram nos tratamentos contendo sal, efeitos claros na maior parte das
características analisadas. O tamanho das plantas diminuiu em resposta ao sal.
As folhas formadas foram menores e mais estreitas, apresentando-se mais
espessas sob condições salinas do que as produzidas em condições não-
salinas. Essa variação no número e na morfologia de folha resultou em um
baixo peso de matéria seca das folhas sob condições salinas.
Diferenças nas populações também apareceram. A população BR
apresentou o maior peso de matéria seca, resultado de um elevado número de
folhas, mas principalmente porque as folhas se apresentaram mais largas e
mais espessas.
32
3.7. Atribuições da Calagem e Gessagem no Solo e na Planta
Dentre as classes de solos de ocorrência natural, sob o clima tropical,
predominante no Paraná, os Latossolos representam uma grande porcentagem
da área agricultável do Estado. Esta classe compreende solos derivados de
rochas basálticas em avançado estágio de intemperização, muito evoluídos,
virtualmente destituídos de minerais primários ou secundários menos
resistentes ao intemperismo. Apresentam baixa CTC, são profundos,
geralmente bem drenados e ácidos (EMBRAPA, 1999). A acidez característica
desses solos, denota a necessidade de Calagem, a fim de elevar o pH,
diminuindo o efeito tóxico do Al às plantas.
A calagem é a forma mais fácil e barata de aumentar a concentração
de Ca no solo, pois os calcários comerciais possuem, em média, 25 a 40 %
desse elemento. A calagem ainda supre Mg, diminui ou elimina o Al tóxico,
eleva o pH e com isso aumenta as cargas elétricas negativas (PAVAN,1983),
principalmente, em solos com predomínio de cargas variáveis. Por causa do
aumento das cargas elétricas e a permanência de poucos ânions na solução, a
quase totalidade do Ca aplicado pelo calcário se liga a elas (ERNANI et al.,
2001b) e somente uma pequena quantidade permanece na solução do solo.
Ernani (1986) relata que o gesso agrícola também pode ser usado para
suprir Ca no solo, o qual possui aproximadamente 17 a 20% desse elemento.
Diferentemente do calcário, o gesso não altera o pH e as cargas elétricas do
solo (ERNANI et al., 2001a) e, por isso, grande parte do Ca aplicado
permanece na solução do solo, enquanto outra parte vai para as cargas
negativas, de onde desloca outros cátions para a solução (ERNANI e BARBER,
1993). Como o gesso também mantém o ânion sulfato na solução, a
mobilidade do Ca no perfil do solo é muito maior quando aplicado via gesso do
que via calcário.
Oliveira et al. (1986), estudando a alteração na composição das fases
sólida e líquida de um solo ácido pela aplicação de gesso e calcário,
observaram que o pH do solo aumentou com o aumento da dose de calcário,
porém, não foi afetado pelo gesso.
Em alguns solos com pH muito baixos, em conseqüência de reações
secundárias provocadas pelo gesso no solo, pode haver uma pequena
33
elevação (DAL BÓ et al., 1986) ou um pequeno decréscimo no pH (ERNANI et
al., 2001b), e isso depende da relação entre a hidrólise do Al, que libera íons
hidrogênio, e a adsorção específica do sulfato, que libera íons hidroxila.
De acordo com Oliveira et al. (1986), o gesso agrícola aumentou o Ca
solúvel em muito maior magnitude que o calcário. A maior habilidade do gesso
em aumentar o Ca na solução do solo, relativamente ao calcário, deve-se ao
efeito desses produtos nas cargas elétricas do solo e na permanência de seus
ânions na solução do solo (ERNANI et al., 2001b).
Uma vez que o preparo profundo é dispendioso, a camada arável
costuma ser a única parte do solo, que é corrigida em termos de acidez e de
fertilidade, para o cultivo de espécies (SUMMER et al., 1986). Assim, a
utilização de gesso pode favorecer o desenvolvimento de raízes em
profundidades abaixo da camada corrigida pela calagem (PAVAN et al., 1987;
NOBLE et al., 1988). Esse maior desenvolvimento de raízes, provavelmente,
ocorre em função da diminuição da toxicidade do Al pela formação do par
iônico Al(SO)
4
+
(PAVAN, 1987). O gesso tem diminuído a toxidez desse
elemento aos vegetais (NOBLE et al., 1988).
Aumentos na CE do solo pelo gesso e pelo calcário puderam ser
observados por Oliveira et al. (1986), sendo que, nos tratamentos com calcário,
os valores não chegaram a duplicar e, naqueles com gesso, aumentou em até
seis vezes, em função da sua maior solubilidade.
Morelli et al. (1992) testando o efeito de doses crescentes de calcário e
de gesso, na produtividade de cana-de-açúcar num Latossolo Vermelho-escuro
álico, constataram que a associação de gesso e calcário promoveu melhorias
na produtividade, em função da melhor distribuição de Ca e Mg ao longo do
perfil, aumento da saturação de bases e redução do alumínio trocável. Costa et
al. (2001) puderam verificar que as maiores concentrações de Ca e Mg
absorvidas foram obtidas com adição de calcário ao lodo de curtume, uma vez
que esses elementos estão presentes na composição do corretivo, estando
mais prontamente disponíveis às plantas de soja.
34
3.8. O Gênero Plantago
As plantagos pertencem à família Plantaginaceae e a sua origem mais
provável é a Europa. Hoje, encontram-se disseminadas na Ásia, na África, na
Oceania e nas Américas Central e do Sul. Popularmente, a Plantago lanceolata
L. é também conhecida como tanchagem, tranchagem, tansagem e cinco
nervos. Dentre os seus empregos na Medicina, a parte aérea da planta é usada
como chá para combater catarro nas vias aéreas superiores. Na forma de
macerado, de xarope, de pastilhas e mesmo suco da planta fresca prensada é
também usada para combater inflamações na boca e garganta. Externamente,
é usada para combater infecções em ferimentos superficiais (MONTANARI Jr.,
2005).
Dentre outras formas de uso, as suas folhas frescas podem ser
empregadas na alimentação animal, tanto de bovinos como de suínos e de
aves, sendo que na avicultura é reputada como eficiente no combate a
problemas intestinais, o que talvez possa ser explicado pelas propriedades
bactericidas das suas folhas. A planta apresenta também minerais com alta
porcentagem de Zn e K (MONTANARI Jr., 2005).
Newall et. al (2002) relata que o P. lanceolata, o P. major e o P. media
apresentam princípio ativos semelhantes, referindo-se às mucilagens de ácidos
urônios, pectinas, glucólidos iridóides, taninos, ácido caféico, flavonóides, ácido
silícico e vários ésteres osídicos do ácido caféico. No Quadro 4, são
apresentadas as descrições de alguns destes constituintes.
Quanto ao clima e aosolo, essa espécie não requer condições
especiais para crescer e se adapta bem a diversos tipos de solo, desde os
argilosos aos arenosos, dos ácidos aos alcalinos. Não sobrevive, porém, em
solos compactados, pesados e de drenagem difícil. As maiores produtividades
são conseguidas em solos levemente ácidos e ricos em matéria orgânica.
Quanto ao clima, a espécie também não é exigente, vegetando e se
reproduzindo bem desde regiões temperadas às tropicais, do nível do mar a
regiões de montanha. A Plantago lanceolata. L. é uma planta resistente a
geadas e que pode ser semeada em qualquer época do ano. As mudas podem
ser levadas ao campo cerca de 50 dias após a semeadura (MONTANARI Jr.,
2005).
35
Quadro 4. Descrição de alguns princípios ativos apresentados pela Plantago
media L..
Fonte: BARRACA (1999)
A partir de outubro, a planta inicia o lançamento de pendões florais que
podem atingir até 80 cm de altura. O lançamento desses pendões se estende
durante todo o verão. Para uma boa produtividade, a disponibilidade de água é
essencial. A falta de água restringe a formação e o desenvolvimento das
folhas, apesar de a espécie resistir a períodos de estiagem. Essa é uma
espécie perene, mas que sob cultivo é explorada por até dois anos
consecutivos, pois as sucessivas colheitas terminam por levar algumas plantas
à morte, tornando a área de cultivo não mais econômica (MONTANARI Jr.,
2005).
Ainda, segundo o autor, a primeira colheita pode ser realizada a partir
dos 3 meses da semeadura feita no verão e 4 meses depois da semeadura
feita no inverno. Ela se dá quando a planta está apenas vegetando e também
quando está emitindo pendões florais. Neste caso, é importante que a colheita
seja feita antes das sementes estarem maduras, o que deprecia o produto final.
Durante o verão, a colheita pode ser repetida cada 3 até 4 semanas e no
inverno cada 6 até 8 semanas. A secagem deve ser rápida, pois a hidrólise da
aucubina produz polímeros de cor marrom escura, o que deprecia o produto,
que deve manter a cor verde para obter boa aceitação no mercado. A
temperatura de secagem no secador deve ficar entre de 40 e 50 °C. A
produtividade por corte pode atingir 1,5 t ha
-1
de folhas secas, sendo que as
MUCILAGENS
Cicatrizante, antiinflamatório, laxativo, expectorante e
antiespasmódico.
Ex.: babosa e confrei.
FLAVONÓIDES
Antiinflamatório, fortalece os vasos capilares,
antiesclerótico, antidematoso, dilatador de coronárias,
espasmolítico, anti-hepatotóxico, colerético e
antimicrobiano.
Ex.: rutina (em arruda e favela).
TANINOS
Adstringentes e antimicrobianos (antidiarréico). Precipitam
proteínas.
Ex.: barbatimão e goiabeira.
36
variedades selecionadas chegam a produzir 70% a mais, chegando a quase 3 t
ha
-1
por corte.
De acordo com Erdei e Kuiper (1979), o gênero Plantago parece ser
um bom modelo para estudos comparivos na resposta ao estresse salino. Inclui
espécies com consideráveis diferenças quanto ao grau de tolerância. Cerca de
20 espécies do gênero são halófitas ou possuem no seu genótipo hábil para
crescer em condições sob certo estresse salino, enquanto outras são glicófitas.
A Plantago coronopus L. ocorre em habitats com variável salinidade,
apresentando um grau intemediário de tolerância ao sal, crescendo em
concentrações de NaCl acima de 150 mmol. A Plantago marítima L., por
exemplo, pode resistir a concentrações de NaCl acima de 250-300 mmol,
enquanto a Plantago media L. é mais sensível ao sal e mostra danos
significantes, levando a planta à morte em concentrações acima de 50 mmol de
NaCl.
Kabata-Pendias e Pendias (1992) e Lima Filho (1997), para a Plantago
major, coletada num solo de floresta e para a Stevia rebaudiana (Bert) cultivada
a campo, respectivamente, relataram o comportamento dessas espécies
quanto ao teor dos elementos Cu, Fe, Mn e Zn absorvidos, em função da
disponibilização desses nutrientes no ambiente em que essas se
desenvolveram (Quadro 5).
Quadro 5. Conteúdo de Cu, Fe, Mn e Zn apresentado pela Plantago major e
pela Stevia rebaudiana (Bert) em suas folhas.
Cu Fe Mn Zn
ESPÉCIES
-----------------------------ppm--------------------------
Plantago major 9,8 135 100 97
Estevia rebaudiana Bert. 11 698 188 7
Fonte: Kabata-Pendias e Pendias (1992); Lima Filho et al. (1997).
Lima Filho et al. (1997) relataram que após 90 dias de cultivo, o
conteúdo de cobre nas folhas de Stevia rebaudiana Bert. chegou a 11 mg kg
-1
.
37
O teor de ferro chegou a 700 mg kg
-1
. Quanto ao manganês, foi observado um
aumento de 250%, passando de 45 mg kg
-1
para 188 mg kg
-1
. Em relação ao
conteúdo de zinco, este manteve-se em torno de 7 após 90 dias de cultivo.
Apesar de o teor de zinco no solo ter sido considerado alto, a concentração de
fósforo era elevada (76 mg kg
-1
), o que pode ter ocasionado a redução na
concentração desse elemento na planta. Não se observou, todavia, quaisquer
sintomas de deficiência, de modo que a planta completou o seu ciclo
normalmente.
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Delineamento Experimental
O experimento foi conduzido em casa de vegetação, localizada no
Câmpus da Universidade Estadual de Maringá, nas dependências do
Departamento de Agronomia. O Delineamento Experimental utilizado foi o
Inteiramente Casualizado (DIC), em que as variáveis estudadas foram: solo
(Latossolo Vermelho distroférrico) como tratamento testemunha,
Vermicomposto, 2 resíduos industriais (LB e B) com e sem adição de Gesso e
Calcário compreendendo 11 tratamentos com 5 repetições cada e 1 cultura. O
experimento compreendeu 55 vasos e 110 plantas no total.
O teste adotado para comparação múltipla de médias foi o Scott; Knott
(1974), por tratar-se de um teste de médias que faz uma separação real dos
grupos de médias, sem ambigüidade de resultados, uma vez que o número de
tratamentos adotados foi relativamente expressivo (11). A escolha do teste se
baseou em estudos de caso e informações relevantes como as de Bezerra
Neto e Negreiros (2002) citando Ferreira et al. (1999), Silva et al. (1999) e
Ramalho et al. (2000).
Os 11 tratamentos consistiram da utilização de solo puro (T), de
Vermicomposto (V) e de combinações entre Lodo Biológico (LB), Borra (B),
Gesso (G) e Calcário (C).
Esses tratamentos objetivaram testar o desempenho dos resíduos
isoladamente, associados e desses tratados com Gesso e com Calcário,
comparando-os com o Vermicomposto e o solo puro. Os tratamentos foram
definidos conforme especificado no Quadro 6.
38
Quadro 6. Tratamentos utilizados para avaliação da adição de Borra (B), Lodo
Biológico (LB), Gesso (G), Calcário (C), Vermicomposto (V) e Solo
puro (T) em um Latossolo Vermelho distroférrico.
NUMERAÇÃO
SIGLAS
TRATAMENTOS
1
T
Solo puro
2
V
Vermicomposto
3
B
Borra
4
B+G
Borra + Gesso
5
B+C
Borra + Calcário
6
LB
Lodo Biológico
7
LB+G
Lodo Biológico + Gesso
8
LB+C
Lodo Biológico + Calcário
9
LB+B
Lodo Biológico + Borra
10
LB+B+G
Lodo Biológico + Borra + Gesso
11
LB+B+C
Lodo Biológico + Borra + Calcário
4.2. Coleta e Análises do Solo Utilizado no Presente Estudo
O solo utilizado no experimento foi o Latossolo Vermelho distroférrico
(LVdf) de textura argilosa. A escolha do solo foi realizada em função dos
resultados de produtividade, observados em um pré-experimento, comparando
um solo de textura argilosa e outro de textura arenosa, sendo que o de textura
argilosa foi o que promoveu os resultados mais satisfatórios para os
parâmetros: número de folhas, massa seca da parte aérea e massa seca da
raiz da Plantago media L..
O LVdf escolhido apresentava-se degradado, pois o objetivo era de que
a quantidade de matéria orgânica original não interferisse nos resultados
referentes ao incremento de matéria orgânica incorporados no solo pelo LB e
pela B.
O solo foi coletado nas dependências do Câmpus da Universidade Estadual de
Maringá. A coleta foi realizada na camada superficial de 0 - 20 cm e 60 - 80 cm
de profundidade para fins de classificação. Logo após, o solo foi seco ao ar,
peneirado (peneira com malha de 4 mm) e acondicionado em vasos de
39
40
polietileno. Os vasos tiveram o fundo devidamente lacrado, a fim de evitar o
vazamento da água de rega. Cada vaso recebeu 5 kg de solo.
As características químicas, físicas e mineralógicas referentes ao LVdf
estão apresentadas nos Quadros 7 e 8.
Quadro 7. Atributos químicos e mineralógicos do Latossolo Vermelho
distroférrico (LVdf) utilizado.
CARACTERÍSTICAS HORIZONTE A HORIZONTE B
pH (CaCl
2
) 5,2 4,5
pH (H
2
O) 5,2 5,7
C (g dm
–3
) 4,8 3,5
N (%N/100 g TFSA*) 0,8 0,6
Mat. Orgânica (g dm
–3
) 8,3 6,0
Ca (cmol
c
dm
–3
) 3,9 0,6
Mg (cmol
c
dm
–3
) 2,4 0,7
K (cmol
c
dm
–3
) 0,2 0,1
Na (cmol
c
dm
–3
) < 0,1 < 0,1
SB (cmol
c
dm
–3
) 6,3 1,4
Al (cmol
c
dm
–3
) 0,1 0,9
H + Al (cmol
c
dm
–3
) 2,6 4,6
CTC (cmol
c
dm
–3
) 8,9 6,0
V (%) 70,2 23,6
CE (dS m
-1
) 0,07 nd
P (mg dm
–3
) 3,52 0,3
P reman. (mg dm
–3
) 40,2 nd
Fe (mg dm
–3
) 156,8 72,5
Cu (mg dm
–3
) 9,9 7,9
Mn (mg dm
–3
) 27,2 6,8
Zn (mg dm
–3
) 0,3 0,7
Fe
DCB
(%) 7,6 nd
Al
DCB
(%) 0,8 nd
Fe
OAA
(%) 1,3 nd
Al
OAA
(%) 0,5 nd
* TFSA: terra fina seca ao ar; nd: não determinado
41
As análises químicas (Quadro 7) foram realizadas no Laboratório de
Caracterização e Reciclagem de Resíduos (LCRR) do Departamento de
Agronomia, na Universidade Estadual de Maringá. As metodologias
empregadas nas análises foram realizadas segundo Embrapa (1997), adotadas
na rotina do laboratório.
A determinação do pH foi feita em solução de CaCl
2
0,01 mol L
-1
em
uma relação de 1:2 (solo:solução). Após realizada a leitura do pH CaCl
2
, foi
adicionado a solução 5 mL de solução SMP para a leitura do pH
SMP
, que foi
relacionado com os teores de H + Al. O pH em água
foi determinado da mesma
forma que o pH em CaCl
2
, substituindo a solução por água deionizada. As
leituras de pH foram feitas em peagâmetro digital.
Após a leitura do pH em água, a solução foi filtrada e reutilizada para
leitura da CE (Condutividade Elétrica), a qual foi feita em condutivímetro digital.
A determinação de Ca, Mg, Na e Al foi realizada, utilizando-se 5 cm
3
de
TFSA (Terra Fina Seca ao Ar), adicionando-se 50 mL de KCl 1 mol L
-1
,
agitados por 10 minutos seguido de um período de repouso por 16 horas. O
teor de Al foi determinado por meio de titulação com NaOH 0,015 mol L
-1
. Os
teores de Ca e Mg foram determinados em espectrofotômetro de absorção
atômica da marca GBC modelo 932 AA.
Na determinação de P e K, foram utilizados 5 cm
3
de TFSA e
adicionado 50 mL da solução extratora Mehlich. Em seguida, as amostras
foram agitadas por 10 minutos e repousaram por 16 horas. A determinação do
P foi realizada retirando-se um alíquota de 5 mL do sobrenadante, adicionado 5
mL de solução de molibdato de amônio e uma pitada de ácido ascórbico. A
leitura foi realizada em espectrofotômetro da marca Micronal modelo B 295 II. A
leitura do K foi feita diretamente em fotômetro de chama da marca Micronal
modelo B 462.
O P
remanescente
(P
rem.
) foi determinado utilizando-se a metodologia
determinada por Alvarez et al. (2000) utilizando 2,5 cm
-3
de solo e 25 mL da
solução tampão de 60 ppm de P em CaCl 0,01 M. As amostras foram agitadas
por 1 hora e filtradas. Acrescentou-se à solução 5 mL da solução de molibdato
de amônio e uma pitada de ácido ascórbico e realizou-se a leitura em
espectrofotômetro (Micronal modelo B 295 II).
42
A determinação de Na também foi realizada por meio de leitura direta
na solução em fotômetro de chama (Micronal modelo B 462).
O C foi determinado pelo método do bicromato de potássio e titulado
com sulfato ferroso.
A partir dos teores trocáveis de Ca, Mg, Na, K e H + Al,
foi possível
calcular o valor da soma das bases (SB) pela fórmula: SB = Ca + Mg + Na + K.
A CTC (Capacidade de Troca Catiônica) foi determinada por meio da fórmula:
CTC = SB + H + Al.
Os teores de Cu, Fe, Mn e Zn foram extraídos com extrator Mehlich 1,
em uma relação solo:extrator de 1:10. Após agitação por 10 minutos, o material
foi filtrado e a determinação foi feita por espectrofotometria de absorção
atômica (GBC 932 AA).
Para as determinações do Fe
DCB
e do Al
DCB
foi utilizada a metodologia
baseada na disssolução seletiva dos óxidos e hidróxidos de Fe e Al numa
solução de ditionito citrato-bicarbonato de sódio em banho-maria (70-80ºC) por
1 hora. As determinações do Fe
OAA
e Al
OAA
foram feitas após extração do solo
com uma solução ácida de oxalato de amônio. As leituras tanto para Fe
DCB
e
Al
DC
quanto
Fe
OAA
e
Al
OAA
foram realizadas em espectrofotômetro de absorção
atômica, sendo utilizada chama de ar/acetileno para a leitura do Fe e a chama
acetileno/óxido nitroso para a leitura do Al.
As análises físicas compreenderam as determinações: areia, silte,
argila, densidade, macro e microporosidade, porosidade total, argila dispersa
em água e argila floculada (Quadro 8). A metodologia empregada nas
determinações foram realizadas segundo EMBRAPA (1997).
As porcentagens de areia, silte e argila foram determinadas na TFSA,
utilizando-se NaOH, em uma concentração de 0,02 mol L
-1
, como agente
dispersante e dispersão ultra-sônica das amostras, num sonicador durante 5
minutos. Foi separada a fração areia por peneiramento. A fração argila foi
determinada pelo método da pipeta, após sedimentação da fração silte,
conforme lei de Stokes. A porcentagem de silte foi calculado pela diferença
entre a massa inicial de solo e o somatório das frações areia + silte.
A densidade (D) foi determinada pelo método do anel volumétrico, em
que D: peso da amostra seca em 105ºC/vol. anel.
43
Quadro 8. Atributos físicos apresentados pelo Latossolo Vermelho distroférrico
(LVdf) utilizado.
A microporosidade foi determinada pelo método da mesa de tensão,
aplicando-se uma tensão de 60 cm de coluna d`água e considerando-se a água
retida entre o solo saturado e essa tensão como a macroporosidade. O
restante da água até peso seco em estufa (105ºC) por 24 horas, como sendo a
microporosidade.
A porosidade total (Pt) foi calculada por meio da fórmula: Pt =
macroporosidade + microporosidade.
Na determinação do teor de argila natural e do grau de floculação, foi
utilizada a mesma metodologia para determinação do teor de argila total, com
exceção da adição do agente dispersante (NaOH).
4.3. Processo de Geração dos Resíduos (LB e B) Utilizados no Presente
Estudo
Os materiais Lodo Biológico (LB) e Borra (B) a que se refere este
estudo são produtos gerados pela estação de tratamento da indústria
farmoquímica Solabia Biotecnológica Ltda. Atualmente, a indústria opera em
CARACTERÍSTICAS
HORIZONTE A
HORIZONTE B
Areia Grossa (%) 83,3 84,0
Areia Fina (%) 6,3 7,0
Silte (%) 7,3 7,0
Argila (%) 3,0 3,0
Argila Dispersa em Água 0,9 0,9
Argila Floculada (%) 99,1 99,1
Densidade (g dm
-3
) 1,0 1,0
Macroporosidade (%) 22,1 20,80
Microporosidade (%) 50,0 45,22
Porosidade Total (%) 72,1 66,02
44
sua capacidade máxima de produção, o que gera, semanalmente, cerca de 12-
20 m
3
de LB, a mesma equivalência em B.
A definição para o termo Borra, como será referida no presente estudo,
compreende “o material floculado com sulfato de alumínio Al
2
(SO
4
)
3
e polímero
químico (F11), a partir de hidrólise enzimática da cartilagem bovina e suína,
além dos resíduos dos demais equipamentos empregados no processo de
produção do Sulfato de Condroitina.
Quanto ao Lodo Biológico, este compreende o material biológico,
proveniente do tratamento do efluente líquido, por meio da mistura de lodo
ativado. O Lodo Biológico é obtido mediante um processo de separação em
tanque, com auxílio de um aparelho denominado de “raspador”, onde é retido o
resíduo.
No processo de produção do Sulfato de Condroitina, as cartilagens
sofrem uma hidrólise enzimática, sendo que nesse processo são gerados seis
resíduos. No processo industrial, a cartilagem bovina/suína moída é colocada
em um tanque onde passa por processos de hidrólise, termólise, resfriamento e
decantação. Após a decantação, é originado o primeiro resíduo que é a
cartilagem não digerida retida no fundo do tanque. Em um segundo passo, é
adicionado um auxiliar filtrante (decalite) para filtragem do material digerido,
gerando o segundo resíduo que é o decalite utilizado na filtração. O processo
continua, passando o material por uma ultrafiltração, onde é separada a
solução protéica (peptona), gerando, então, o terceiro resíduo. Após isso,
ocorre uma acidificação do meio pela retirada da peptona e adição de NaCl.
Em seguida, é realizada a precipitação do Sulfato de Condroitina.
Posteriormente, o produto filtrado passa por um processo de filtragem, seguido
de uma etapa de secagem, para obter um teor de umidade em torno de 10 a 12
%. A solução alcoólica utilizada no processo produtivo é redestilada para o seu
reaproveitamento. Durante o processo de destilação, há a formação da vinhaça
ou o quarto resíduo a ser gerado.
A água de lavagem, bem como a solução protéica e a vinhaça são
submetidos a um processo de tratamento na estação de tratamento de
efluentes (ETE), alocado no exterior da indústria (Figura 1).
Figura 1. Esquema representativo da produção dos resíduos Borra e Lodo
Biológico no processo de tratamento de efluentes da Indústria
Farmoquímica Solabia Biotecnológica.
CARTILAGEM
MOÍDA
Filtragem + Secagem
U = 10 a 12%
Adição de NaCl
Precipitação do
Sulfato de
Condroitina
Hidrólise
Ultrafiltração
Termólise
Destilação
(Vinhaça)
pH 3,0 - 4,5
Resfriamento /
Decantação
Cartilagem
não
Digerida
Peptona
pH 8,8 - 9,2
Material Digerido
Filtrado
(Decalite)
Á
GUA DE LAVAGEM
DA INDÚSTRIA
pH 4,5 - 6,0
TANQUE DE
DECANTAÇÃO
LAGOA 1
EQUALIZAÇÃO
pH 6,0
50 Kg de KH PO
24
LAGOA 2
pH 6,5
LAGOA 5
pH 6,0
LAGOA 3
LAGOA 4
DECANTADOR
DE LODO
CORPO COLETOR
BORRA: Material
floculado no tanque
de descarte
FLOTADORA
ÁGUA
NaOH até pH = 6,0 a 7,0
Al (SO ) em solução a 5%
Polímero não iônico (F11) 0,03%
243
45
No processo de tratamento primário, é realizada a correção do pH da
água, de forma que permaneça entre 6 e 7, utilizando-se NaOH.
Com o objetivo de flotar os materiais sólidos e separá-los da água, é
adicionado sulfato de alumínio. É adicionado, também, um polímero (F11) para
auxiliar no processo de flotação. O material flotado constitui o quinto resíduo
produzido, denominado de Borra.
A água resultante do material flotado segue para a lagoa de
equalização, onde recebe 50 kg de KH
2
PO
4
, com o objetivo de manter o
equilíbrio nutritivo requerido pelos microorganismos. Esse material originará o
lodo ativado ou Lodo Biológico.
O tratamento secundário representa o sistema de lagoas aeradas para
a produção do lodo ativado. Posteriormente, à passagem pela lagoa de
equalização, o material passa pelas lagoas 2, 3 e 4 até o decantador. No
decantador, o material passa por um aparelho denominado de “raspador”. O
material que é retido pelo raspador é denominado de Lodo Biológico,
originando o sexto resíduo. A água resultante é, então, levada à lagoa 5 de
onde é enviada até o corpo coletor.
Quanto aos resíduos orgânicos utilizados no presente trabalho
denominados Lodo Biológico (B) e Borra (B), esse podem contribuir com o
fornecimento de nutrientes às culturas, por serem fonte de matéria orgânica.
Ambos, não apresentam contaminação por agentes patogênicos ou recebem
qualquer substância que apresente em sua constituição qualquer metal pesado
tóxico. No entanto, possuem Al e Na, como resultado do processo em que são
gerados.
4.4. Coleta, Aplicação e Análises dos Resíduos (LB e B)
Tanto o Lodo Biológico como a Borra, foram coletados no mesmo dia,
acondicionados em recipientes plásticos com capacidade para 10 litros,
retirados e transportados da empresa Solabia Biotecnológica Ltda até a
Universidade Estadual de Maringá (cerca de 20 quilômetros), por veículo
aberto.
46
47
A descarga foi realizada próxima à casa de vegetação. Logo após, os
materiais foram encaminhados ao interior dela, onde foram homogeneizados
utilizando-se um cano de PVC. Em seguida, cada tratamento recebeu a
quantidade de Lodo Biológico e de Borra correspondentes, aferidas por meio
de um béquer de 500 mL.
Amostras dos resíduos utilizados no experimento, foram analisados no
LCRR do Departamento de Agronomia, na Universidade Estadual de Maringá.
As características estão descritas no Quadro 9.
Os extratos das amostras dos resíduos para a leitura de P, Ca, Mg, K,
Fe, Cu, Zn e Mn foram obtidos após digestão nítrico-perclórica, segundo
metodologia descrita por Malavolta et al. (1997).
A determinação do N consistiu na digestão com uma mistura de ácido
sulfúrico, sulfato de sódio e selênio.
A determinação do Ca foram realizadas em espectrofotômetro de
absorção atômica (GBC 932 AA), utilizando-se o cloreto de lantânio.
A leitura de Na, igualmente ao K, foi realizada diretamente em
fotômetro de chama (Micronal B 462).
O Al foi obtido por titulação com NaOH 0,015 mol L
-1
.
O P foi determinado utilizando-se a metodologia de colorimetria pelo
complexo azul molíbdico e a leitura realizada em espetrofotômetro (Micronal B
295 II).
A matéria orgânica foi determinada pela diferença da massa entre uma
amostra antes e depois de ser queimada em mufla em 550ºC, onde todo o
carbono é liberado na forma de CO
2
, proveniente da combustão do material.
O pH foi determinado tomando uma alíquota de 50 mL dos resíduos,
agitando-se as amostras por 10 minutos e filtradas (filtração lenta). A leitura do
pH foi feita diretamente na solução filtrada (extrato bruto).
A CE foi medida diretamente na solução filtrada igualmente ao pH.
A umidade foi determinada pela diferença entre a massa inicial e final
dos resíduos, levados à estufa em 65ºC até peso constante.
Quadro 9. Atributos químicos dos resíduos (LB e B) utilizados.
Os metais As, Be, Pb, Hg, Se e V foram determinados pelo Laboratório
de Análises Químicas e Industriais ENVLAB da cidade de Curitiba, utilizando
amostras do Lodo Biológico e da Borra utilizados no experimento. Os resíduos
foram enviados para Curitiba no mesmo dia em que foi retirado da indústria, ou
seja, no dia em que foi realizada a aplicação nos vasos do experimento
(Quadro 10).
A escolha do Laboratório ENVLAB foi feita pela empresa Solabia
Biotecnológica em função de sua idoneidade e de vínculos estabelecidos
anteriormente entre ambos.
CARACTERÍSTICAS BORRA LODO BIOL.
pH (extrato bruto) 5,8 6,9
N (g kg
-1
) 32,0 32,0
Mat. Orgânica (g dm
-3
) 76,6 64,0
Ca (mg kg
-1
) 54,7 52,1
Mg (mg kg
-1
) 1,4 11,3
Al (mg kg
-1
) 13,2 2,2
Fe (mg kg
-1
) 301,0 488,5
Cu (mg kg
-1
) 17,5 38,9
Zn (mg kg
-1
) 63,5 302,0
Mn (mg kg
-1
) 8,4 147,3
P (g kg
-1
) 2,9 4,7
K (mg kg
-1
) 20,8 32,3
Na (mg kg
-1
) 1760,0 2240,0
CE (dS m
-1
) 10,3 12,8
Umidade (%) 80,0 91,0
48
49
Quadro 10. Teores totais obtidos na massa bruta (base úmida) e comparação
com os limites máximos estabelecidos pela NBR 10.004/87 para
metais pesados.
CARACTERÍSTICAS BORRA LODO *LME
METODOLOGIA
Arsênio (mg kg
-1
) <2,0 <2,0 1,0 Gerador de Hidretos
Berílio (mg kg
-1
) <0,5 <5,0 100,0 Espect. Absorção Atômica
Chumbo (mg kg
-1
) 5,0 <5,0 100,0 Espect. Absorção Atômica
Cromo (mg kg
-1
) <0,5 <0,5 100,0 Espect. de UV-VIS
Mercúrio (mg kg
-1
) 16,5 43,4 100,0 Gerador de Hidretos
Selênio (mg kg
-1
) 2,0 <2,0 100,0 Gerador de Hidretos
Vanádio (mg kg
-1
) <47,5
<47,5 1,0 Espect. Absorção Atômica
*LME: limite máximo estabelecido segundo NBR 10.004/87.
4.5. Classificação dos Resíduos
Em função dos resultados analíticos obtidos, os resíduos foram
classificados pelo Laboratório Envlab como Classe II – Não-Inertes, conforme
NBR 10.004/87.
Essa classe engloba os resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos
que não se enquadram na Classe I - perigosos ou na Classe III - inertes. Esses
resíduos podem ter propriedades tais como combustibilidade,
biodegradabilidade ou solubilidade em água (NBR 10.004/87).
4.6. Doses Utilizadas dos Resíduos Lodo Biológico e Borra
As doses de B e de LB utilizadas foram de 20 t ha
-1
baseadas em peso
seco dos resíduos, o que corresponde às quantidades máximas desses
resíduos produzidos, semanalmente, pela empresa Solabia Biotecnológica. No
entanto, na sua forma in natura, ou seja, sem passar por um processo de
secagem. A dose de B aplicada correspondeu a 500 mL/vaso e a de LB de 600
50
mL/vaso. Nos tratamentos que receberam LB+B, as doses corresponderam a
250 mL + 300 mL, respectivamente, totalizando 550 mL/vaso.
4.7. Doses e Aplicação de Gesso e Calcário
Dentre os tratamentos adotados, o experimento previu a aplicação de
doses de Gesso e de Calcário ao LB e a B, a fim de que esses corretivos
atuem na disponibilização de P, o qual é fixado pelo Al presente no LB e na B,
sobretudo.
A dose de Gesso aplicada foi baseada na tabela apresentada por
Malavolta et al. (1981) e correspondeu a 4 t ha
-1
de Gesso (Quadro 11).
Quadro 11. Quantidade de Gesso necessária para a correção de solos sódicos
(t ha
-1
na profundidade de 0 a 30 cm).
Na
+
trocável (e.mg 100 g) CaSO
4
.2H
2
O (t ha
-1
)
1 4,2
3 12,6
5 21,0
7 29,4
9 37,8
11 42,8
FONTE: Malavolta et al. (1981).
A dose de Calcário aplicada correspondeu a 2,6 t ha
-1
de Calcário
(PRNT de 100%) em equivalência a quantidade de Ca aplicada via Gesso. Nos
respectivos tratamentos, cada vaso recebeu 7,5 g de Gesso e 5 g de Calcário.
Os tratamentos que compreenderam aplicação de Gesso e de Calcário, após
terem recebido as respectivas doses, receberam água até 80% da capacidade
51
de campo e permaneceram incubados por um período de 15 dias antes do
transplante das mudas.
4.8. Incubação do Solo
O solo permaneceu encubado com o Lodo Biológico e com a Borra por
65 dias. No 66º dia o solo de todos os vasos cujo tratamento previa a aplicação
de Gesso e Calcário recebeu as respectivas doses e permaneceu encubado
por 15 dias, totalizando 80 dias de encubação. Durante todo esse período os
vasos permaneceram úmidos com o objetivo de manter a atividade biológica do
solo tratado. Todos os vasos foram dispostos, aleatoriamente, nas bancadas
por meio de sorteio.
Os resíduos (LB e B) foram colocados sobre o solo nos vasos onde
permaneceram por dois dias até que a B adquirisse uma consistência tal que
permitiu a sua incorporação ao solo. Esse processo se deu com o auxílio de
canos de PVC de forma que o solo e os resíduos fossem misturados.
4.9. Vermicomposto Utilizado
O Vermicomposto (V) utilizado no presente experimento foi adquirido
em uma loja de produtos agropecuários na cidade de Maringá. O composto foi
adquirido em embalagem plástica de 25 quilos e apresentou 40% de umidade.
A dose de V utilizada foi de 20 t ha
-1
para fins de comparação com a
dose de LB e B utilizada. Cada vaso recebeu 0,8 kg (equivalente em peso
seco). Os resultados das análises se encontram no Quadro 12.
A escolha do V se deu em função desse material ser um excelente
condicinador químico e físico de solo, podendo, dessa forma, ser utilizado
como parâmetro comparativo aos resíduos.
As análises químicas e físicas do Vermicomposto (V) foram realizadas
no LCRR do Departamento de Agronomia, na Universidade Estadual de
Maringá. A metodologia empregada foi realizada conforme já descrito no item
4.2.
Quadro 12. Atributos químicos do Vermicomposto utilizado.
PARÂMETROS VALORES
pH CaCl
2
6,2
pH H
2
O 6,3
C (g dm
-3
) 120,8
N (g kg
-1
) 19,5
Mat. Orgânica (g dm
-3
) 208,3
Ca (cmol dm
-3
) 20,4
Mg (cmol dm
-3
) 2,0
K (cmol dm
-3
) 0,6
Na (cmol dm
-3
) 0,93
SB (cmol dm
-3
) 23,9
Al (cmol dm
-3
) 0,2
H + Al (cmol dm
-3
) 2,5
CTC (cmol dm
-3
) 26,4
Matéria Orgânica (%) 68,2
V (%) 90,2
CE (dS m
-1
) 0,1
P (mg dm
-3
) 495,3
Fe (mg dm
-3
) 365,9
Zn (mg dm
-3
) 56,5
Cu (mg dm
-3
) 1,5
Mn (mg dm
-3
) 161,0
52
5453
Quadro 13. Atributos físicos do Vermicomposto utilizado.
PARÂMETROS VALORES
Densidade (g cm
-3
) 0,65
Macroporosidade (%) 36,20
Microporosidade (%) 52,00
Porosidade Total (%) 88,20
4.10. Planta Indicadora
A escolha da Tanchagem (Plantago media, L..) se deu em razão do
interesse da empresa Solabia Biotecnológica Ltda em função do potencial
medicinal apresentado pela planta e por se tratar de uma espécie muito
responsiva quando cultivada em solos ricos em matéria orgânica. Fato que
pode ser conciliado com a viabilidade de utilização dos resíduos produzidos
pela empresa e estudados no presente experimento. Além disso, há interesse
na ampliação da Unidade da empresa localizada em Maringá para fins de
produção de extratos vegetais.
Na literatura atual, há uma carência de informações sobre os aspectos
agronômicos ligados à cultura do gênero Plantago, o que fez com que, no
presente trabalho, os dados obtidos fossem comparados com espécies de
outros gêneros, além de algumas espécies do mesmo gênero.
4.11. Preparo das Mudas
As mudas foram preparadas previamente à montagem do experimento
por meio de sementes coletadas de plantas cultivadas em solo argiloso nas
dependências do Horto de Plantas Medicinais da Universidade Estadual de
Maringá.
54
As mudas foram cultivadas em bandejas de isopor de 128 células
preenchidas com substrato comercial Plantmax® e repicadas após 15 dias da
emergência, no dia 20 de maio de 2005, deixando apenas 1 planta por célula.
As bendejas foram regadas diariamente com água dionizada em quantidade
suficiente para umedecer completamente o substrato.
Após 45 dias (10 de julho de 2005), as mudas foram transplantadas
para os vasos. Cada vaso recebeu 2 plantas.
4.12. Acondicionamento nos Vasos
Os vasos contendo os diferentes tratamentos sob aplicação dos
resíduos antes do plantio das mudas, foram amostrados (aproximadamente
250 g) individualmente, para avaliação dos efeitos promovidos pelos
tratamentos. As amostras coletadas foram secas na estufa (45ºC por 24 horas),
peneiradas (peneira com malha de 2 mm) e acondicionadas em sacos
plásticos.
As análises foram realizadas no LCRR do Departamento de Agronomia
na Universidade Estadual de Maringá, como já foram descritas no item 4.2. Nos
Quadros 7 e 8, constam os resultados das análises químicas e físicas
realizadas, respectivamente.
4.13. Condução de Experimento
Nos primeiros 40 dias, as mudas eram regadas duas vezes por
semana com 0,2 L de água destilada. Dos 40 aos 60 dias, as mudas passaram
a receber 0,35 L de água deionizada e daí, até os 90 dias de cultivo, cada vaso
era regado com 0,5 L de água destilada em intervalo de um dia. Esse
procedimento foi adotado, a fim de que as plantas não tivessem o seu
desenvolvimento afetado em função de um estresse hídrico.
55
Completados 90 dias (15 de setembro de 2005), as plantas foram
colhidas. Foram separadas a parte aérea da raiz. Em seguida, foi medida a
altura máxima (comprimento da base do corte até a extremidade superior da
maior folha) e efetuada a contagem do número de folhas ( 0,5 cm de
comprimento) e do número de perfilhos das plantas, individualmente. Após
essa etapa, as folhas foram lavadas em água corrente e, em seguida, duas
vezes em água dionizada, acondicionadas em sacos de papel e levadas para a
estufa de circulação forçada, com temperatura de 45ºC, até atingirem peso
constante, o que ocorreu após 4,5 dias. O mesmo procedimento de lavagem,
acondicionamento e secagem foi realizado para as raízes.
As variáveis de crescimento avaliadas foram: matéria seca da parte
aérea (MSPA), matéria seca da raiz (MSR), matéria seca total (MST) -
considerando a MSPA+MSR, número de folhas (NF), número de perfilhos (NP)
e altura de plantas (HP).
4.14. Análise do Tecido Vegetal
As amostras para as análises de material vegetal consistiram do
material foliar seco e moído. Todas as análises foram realizadas no LCRR do
Departamento de Agronomia, na Universidade Estadual de Maringá, por meio
de digestão nítrico-perclórica, segundo metodologia descrita em Malavolta et al.
(1989).
56
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Avaliação dos Atributos Químicos do Solo
Pela Análise de Variância (ANAVA) pode se verificar que os
tratamentos adotados promoveram diferenças significativas (P<0,05) nos
atributos químicos do LVdf (APÊNDICE A).
Os resultados obtidos com a análise química do solo tratado
demonstram o potencial do LB, no incremento de nutrientes (Quadro 14). As
mesmas observações não são válidas para a B, que não promoveu alterações
positivas na melhoria das características químicas do solo. O tratamento
compreendendo a associação LB+B equivaleu-se ao tratamento com LB, o que
denota a contribuição positiva desse resíduo no solo. De modo geral, os
maiores incrementos no solo foram observados para o pH CaCl
2
, N, P, SB, Na
e CE.
A adição de Calcário associado ao LB (LB+C) em relação à B
promoveu aumentos mais significativos (P<0,05) no teor de Ca, pH CaCl
2
e de
cargas negativas no Latossolo Vermelho distroférrico utilizado, por tratar-se de
um solo onde predominam cargas variáveis. Verificações que vão ao encontro
aos relatos de Pavan (1983), referindo-se ao Calcário como fonte de Ca.
A contribuição do Gesso para o aumento do teor de Ca e do pH CaCl
2
quando adicionado ao LB (LB+G) também foi verificado. O Gesso não
alterando as cargas elétricas do solo, o Ca aplicado, via este corretivo,
permanece na solução do solo e apresenta uma maior mobilidade pela
manutenção do ânion sulfato na solução. Isso faz com que o Ca seja
disponibilizado em um maior volume de solo e, consequentemente, tenha sua
absorção aumentada. Essas verificações vão ao encontro aos relatos de Ernani
(1986) sobre o Gesso como fonte de Ca, Ernani et al. (2001) referindo-se ao
fato de o Gesso não alterar as cargas elétricas do solo e Ernani e Barber
(1993) se referindo a maior mobilidade do Ca em relação ao Calcário.
Quadro 14. Resultados das análises químicas pH H
2
O, pH CaCl
2
, C (carbono),
M.O. (matéria orgânica), N total (nitrogênio total), Ca (cálcio), Mg
(magnésio), K (potássio), Na (sódio), SB (saturação de bases), Al
(alumínio), H+Al (hidrogênio + alumínio), CTC (capacidade de troca
de cátions), CE (condutividade elétrica), P (fósforo) e PST
(porcentagem de sódio trocável) disponíveis no LVdf após
submetido a diferentes tratamentos.
pH C M.O. N total Ca
TRATAM.
H
2
O CaCl
2
------ (g dm
-3
) -------
(%N 100g TF)
(cmol
c
dm
-3
)
T 5,20 b 5,18 d
1,80 d
3,10
d 0,02 f 3,90 b
V 5,07 b 5,09 c
4,55 a
7,84
a 0,07 d 4,90 a
B 5,37 a 5,16 d
2,47 c
4,26
c 0,19 a 3,76 b
B+G 5,32 a 5,14 d
1,84 c
3,17
c 0,14 b 4,07 b
B+C 5,20 b 5,13 d
2,07 c
3,57
c 0,13 b 3,80 b
LB 5,23 b 5,43 b
1,84 c
3,17
c 0,02 f 4,11 b
LB+G 5,40 a 5,58 a
1,92 c
3,31
c 0,02 f 4,61 a
LB+C 5,36 a 5,58 a
1,84 c
3,17
c 0,04 e 4,54 a
LB+B 5,32 a 5,48 b
2,00 c
3,45
c 0,12 c 4,69 a
LB+B+G 5,34 a 5,51 b
3,03 b
5,22
b 0,08 d 4,27 b
LB+B+C 5,40 a 5,63 a
3,67 b
6,33
b 0,12 c 4,50 a
Mg
K
Na
SB Al
H+Al
TRATAM.
-------------------------------------- (cmol
c
dm
-3
) ------------------------------------
T
2,36 a 0,04 a 0,00 d
6,30
b 0,08 a
2,64 c
V
2,16 b 0,05 a 0,01 d
7,11
a 0,06 a
2,59 c
B
2,22 b 0,04 a 0,01 d
6,02
b 0,04 b
2,91 a
B+G
2,39 a 0,04 a 0,01 d
6,51
b 0,06 a
2,64 c
B+C
2,23 b 0,04 a 0,01 d
6,07
b 0,03 b
2,78 b
LB
2,26 b 0,04 a 0,11 a
6,41
b 0,08 a
2,41 d
LB+G
2,55 a 0,04 a 0,09 b
7,20
a 0,07 a
2,40 d
LB+C
2,41 a 0,05 a 0,11 a
7,00
a 0,05 b
2,36 d
LB+B
2,63 a 0,04 a 0,07 c
7,36
a 0,07 a
2,46 d
LB+B+G
2,45 a 0,04 a 0,07 c
6,76
a 0,04 b
2,47 d
LB+B+C
2,47 a 0,04 a 0,07 c
7,01
a 0,08 a
2,38 d
57
58
CTC CE P PST*
TRATAM.
(cmol
c
dm
-3
) (dS m
-1
) (mg
dm
3
) (%)
T
8,94
b 0,07 c 3,53 c 0,00 c
V
9,70
a 0,20 a 19,56 b 0,10 b
B
8,93
b 0,09 c 3,91 c 0,11 b
B+G
9,14
b 0,07 c 9,25 c 0,10 b
B+C
8,85
b 0,08 c 4,87 c 0,11 b
LB
8,82
b 0,46 a 27,15 a 1,25 a
LB+G
9,61
a 0,42 a 28,36 a 0,94 b
LB+C
9,36
a 0,50 a 26,91 a 1,18 a
LB+B
9,82
a 0,25 b 18,88 b 0,71 b
LB+B+G
9,23
a 0,28 b 15,11 b 0,76 b
LB+B+C
9,39
a 0,29 b 17,92 b 0,75 b
*PST= (Na/CTC) X 100
Valores médios seguidos de letras distintas na coluna diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Scott
e Knott (1974).
Esses resultados expressivos promovidos pelo LB isoladamente no
aumento de Ca e do pH do solo em relação à adição de Gesso e Calcário, são
diferentes dos apresentados por Nascimento et al. (2004), Melo e Marques
(2000), Oliveira et al. (2002), Fernandes (2000) e Costa et al. (2001), atribuindo
o aumento do pH do solo pelo lodo de esgoto em decorrência da adição de cal
virgem ou cal hidratada, e não ao lodo, quando aplicado isoladamente.
Na associação LB+B, contudo, o Calcário se mostrou mais eficiente
para o incremento de Ca e aumento do pH CaCl
2
no solo em relação ao Gesso
e ao LB+B isoladamente, conforme observado e considerado para o LB+C.
Aumentos mais significativos de Ca proporcionados pela adição de
Gesso à B não refletiram nos maiores valores de pH CaCl
2
. Isso pode ter
ocorrido em função desse resíduo ter sido incorporado in natura, o que fez com
que o Ca disponibilizado pelos corretivos fosse consumido no seu processo de
decomposição biológica.
O aumento do pH CaCl
2
no tratamento LB+G provavelmente tenha sido
influenciado pelo aumento de bases no solo, promovido pela adição de Ca do
Gesso substituindo os íons de Al e H presentes no LB, sobretudo,
considerando-se que o Gesso é um sal neutro. Observação que pode ser
verificada pelo aumento da SB (Saturação de Bases) promovido pelo LB
59
(Quadro 14). Esses resultados confirmam os relatos de Pavan (1987) referindo-
se a ausência de alterações no pH do solo pelo Gesso. Oliveira et al. (2002) e
Mello e Vitti et al. (2002) reportaram sobre o aumento do pH pela adição de
materiais orgânicos. Mazur et al. (1983) também faz referências ao aumento de
bases no solo, pelos materiais orgânicos. No entanto, Nascimento et al. (2004)
encontraram decréscimos lineares nos valores de pH, com o aumento de doses
de lodo aplicadas no solo.
Por outro lado, o V (Vermicomposto) foi o tratamento que promoveu os
maiores incrementos de Ca no solo. Mas, no entanto, promoveu os menores
valores de pH. Esse fato pode ser explicado pela condição de humificação total
em que se encontra esse material, de modo, que os nutrientes sejam
rapidamente absorvidos pelas plantas. Esses resultados concordam
parcialmente com os relatados por Yagi et al. (2003) sobre a elevação do teor
de Ca e do aumento do pH do solo, pela adição de Vermicomposto, o que não
ocorreu nas condições do presente trabalho.
Diferenças não foram observadas no pH H
2
O, entre os tratamentos, por
causa da diluição dos íons promovida pelo método de determinação.
Aumento no conteúdo de Ca no solo, promovido pelo V e pelo LB,
mesmo quando associado à B, refletiram diretamente nos valores de CTC
(capacidade de troca de cátions) e SB, os quais foram estatisticamente
superiores à B com ou sem adição de Gesso e Calcário. Esse resultado mostra
que o Ca foi o nutriente que influenciou diretamente na elevação da CTC do
solo.
Para o V, pode-se considerar também a contribuição do C orgânico no
aumento da CTC do solo (Quadro 14), uma vez que esse foi o único tratamento
que proporcionou aumento, significativamente, expressivo de C no LVdf. O
incremento de cargas negativas pela matéria orgânica do V, foi determinante
no aumento da CTC, confirmando as observações de Mello e Vitti (2002),
Pavan (1993) e Nascimento et al. (2004), relacionando aumentos na CTC do
solo com aumentos do C orgânico pelos materiais. Por outro lado, não confirma
as observações de Favaretto et al. (1997), o qual relatou aumentos na CTC,
sem incrementos de C orgânico no solo.
60
A B isoladamente não alterou a CTC por promover um baixo teor de
matéria orgânica no solo e, conseqüentemente, um baixo incremento de cargas
negativas (Quadro 14).
Tanto o LB quanto a B, promoveram incrementos no conteúdo de
matéria orgânica do solo, embora baixos, em relação ao tratamento S (solo
puro).
O tratamento contendo V apresentou os maiores valores para matéria
orgânica e para o C orgânico. Isso se deu em razão da matéria orgânica estar
altamente humificada e possuir nutrientes adsorvidos na forma disponível às
plantas, enquanto que o LB e a B, continuam perdendo CO
2
no processo de
decomposição. O mesmo comportamento foi confirmado por Yagi et al. (2003),
comparando o Vermicomposto ao esterco bovino.
Os menores teores de C orgânico apresentados pelo LB e pela B em
relação ao V poderiam, talvez, justificar-se, ainda, pelo incremento de material
orgânico que promove a decomposição do húmus do solo, pelo aumento da
população microbiana que produzem enzimas, as quais atacam a matéria
orgânica do solo, promovendo perdas de carbono, segundo também relatado
por Stevenson (1982).
Tanto a B quanto o LB promoveram incrementos de matéria orgânica
no solo. Essa verificação está ligada ao fato da B decompor-se mais
lentamente, promovendo um maior acúmulo de matéria orgânica no solo,
enquanto que o LB, por apresentar-se decomposto, tem a sua carga orgânica
rapidamente disponibilizada, reforçando as constatações de Mello e Vitti (2002)
para o lodo de cervejaria+ cavaco de eucalipto (CLC).
O conteúdo de N no solo proporcionado pelos resíduos adicionados
(LB e B) apresentou diferenças significativas entre os tratamentos LB e B,
sendo que aqueles contendo B apresentaram os maiores valores (Quadro 14).
Esse comportamento pode ser explicado pela natureza desses resíduos, de
modo que o LB se apresentam em uma forma mais líquida, favorecendo a sua
mineralização e permitindo que o N seja mais rapidamente disponibilizado às
plantas, como no caso do V. Ao passo que a B, por decompor-se mais
lentamente, disponibiliza N, de forma que esse nutriente permaneça acessível
às plantas continuamente, mesmo que em baixas quantidades.
61
Esses resultados corroboram com os descritos por Kiehl (1985), sobre
o N ser o nutriente responsável pela decomposição e ativação da microbiota do
solo. Outros trabalhos, como os desenvolvidos por Cripps et al. (1992) e
Nascimento et al. (2004) relatam o incremento de N no solo em função da
adição de lodo de esgoto e Rocha et al. (2003) sobre biossólido de águas
servidas domiciliares.
Em relação ao P, os maiores incrementos no solo foram
proporcionados pelo LB (Quadro 14). Isso se deu em função do teor de fosfato
presente no material de origem (traquéia) e pela adição de fosfato no processo
de tratamentos dos efluentes (lagoa de estabilização). Resultados semelhantes
foram constatados por Ferraz Jr. et al. (2003) com a aplicação de lodo de
cervejaria no solo. Também Johns e McConchie (1994) constataram resultados
satisfatórios no incremento de P no solo utilizando águas residuárias.
A disponibilidade de P no solo, obteve uma correlação negativa e
estatisticamente significante (r=-0,71, P<0,05) com a acidez potencial. O
tratamento contendo LB apresentou os menores valores de H+Al, enquanto
que os tratamentos contendo B promoveram os maiores valores (Quadro 14).
Esses resultados se devem ao fato da B apresentar uma maior concentração
de Al advindo do processo de flotação pela adição de sulfato de alumínio
Al
2
(SO
4
)
3
e, também, pelo processo de hidrólise do alumínio que promove uma
redução do pH e um conseqüente aumento do conteúdo de H+Al no solo.
A complexação do P pelo Al presente na B pode estar relacionada à
retenção do íon
PO
4
3-
por óxidos ou hidróxidos de Al, formando complexos de
esfera interna, que dificultam a absorção do P pelas plantas por ficarem
aderidos às partículas do solo, confirmando referências feitas por Sposito
(1989) e Novais e Smith (1999).
Os corretivos aplicados promoveram alterações significativas nos
teores de Al trocável nos tratamentos contendo LB e B. O Gesso promoveu os
maiores incrementos de Al em relação ao Calcário, o que pode ter ocorrido em
função da formação do par iônico Al(SO)
4
+
, conforme foi relatado por Pavan
(1982).
A associação LB+B apresentou valores intermediários para a acidez
potencial, demonstrando que não houve um efeito sinergístico entre os
resíduos utilizados.
62
Os teores de Al trocável (Quadro 14) foram extremamente baixos,
variando de 0,04 cmol
c
dm
-3
para S+B a 0,08 cmol
c
dm
-3
para B+LB+C e para a
T, valores inferiores a 1% da CTC determinada. As pequenas variações podem
ser devidas, muito mais a erros experimentais do que propriamente ao efeito
dos tratamentos, visto que o tratamento que proporcionou maior teor de Al
recebeu calagem e apresentou um pH de 5,63.
A adição de LB promoveu um incremento significativo (P<0,05) de Na
no solo, em detrimento da B (Quadro 14). Esse fato se fundamenta na maior
concentração desse elemento no resíduo (2240 mg kg
-1
). Os valores desse
elemento no solo não foram superiores à concentração limite (50 mmol de
NaCl), que pode provocar danos ou levar a P. Media L. à morte, conforme foi
relatado por Erdei e Kuiper (1979) citados por Vicente et al. (2004). Os teores
de Na observados nos tratamentos apresentaram o mesmo comportamento
que a CE conforme demonstrado na Figura 2.
Figura 2. Valores dos teores médios de Na (sódio) em função dos teores de CE
(condutividade elétrica) promovidos pelos diferentes tratamentos no
Latossolo Vermelho distroférrico.
y = 3,5592x - 0,0652 R
2
= 0,9216 (P<0,05)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
0 1,5 3 4,5 6 7,5 9 10,5 12
CE, dS m
-1
Na, cmol
c
dm
-3
63
Esses resultados vêm corroborar com os constatados por Johns e
McConchie (1994), Yadav et al. (2002), Hayes et al. (1990) e Smyth et al.
(1996) sobre o incremento de Na
no solo, com aplicação de efluentes. Esses
resultados são reafirmados por Costa et al. (2001) e Aquino Neto e Camargo
(2000) sobre o aumento da CE do solo, pelo lodo de caleiro (curtume).
Considerando a classificação adotada por Meurer (2000) relacionada
no Quadro 14, pode-se afirmar que o solo, após submetido aos tratamentos,
tanto com B quanto com LB, enquadra-se na classe de Solos Não-sódicos e
Não-salinos (Quadro 2). Isso sugere que a dose de resíduos utilizada não
promoveu incremento elevado de Na
no complexo de troca de cátions do LVdf,
indicado pelos baixos valores da PST (Porcentagem de Sódio Trocável).
Em relação aos teores de Mg e K, não houve diferenças significativas
entre os tratamentos utilizados, demonstrando que os resíduos aplicados não
promoveram alterações nesses atributos químicos do solo, inclusive nos
tratamentos com adição de Gesso ou de Calcário. Observações que contrariam
os resultados verificados por Pavan (1983) sobre a calagem no suprimento de
Mg no solo uma vez que a fonte utilizada não dispunha desse elemento.
Referindo-se à baixa disponibilidade de K, os resultados se relacionam com os
reportados por Nascimento et al. (2004) para o lodo de esgoto atuando
positivamente no suprimento desse nutriente no solo, somente a partir de 30 t
ha
-1
, o que permite considerar a hipótese de que doses mais elevadas de LB e
de B possam suprir o solo com K. Também Ross et al. (1990) e Hue (1995)
relataram efeitos opostos aos constatados no presente trabalho sobre o K.
Quanto aos teores de micronutrientes (Quadro 15), pode-se observar
que tanto o LB quanto a B se mostraram pouco eficientes no incremento de Fe,
Zn e Cu no solo.
Para o Zn, verificou-se que o LB promoveu um incremento, mesmo que
pequeno, desse micronutriente no solo, uma vez que a sua concentração
nesse resíduo é muito maior do que na B. Fato, também observado nos
resultados obtidos por Mulchi et al. (1991), Anjos e Mattiazzo (2000) e
Miyazawa et al. (1994) sobre o incremento de metais no solo, após aplicação
de lodo de esgoto. Por outro lado, Rangel et al. (2004) verificaram decréscimos
nos teores totais de metais em solo sob cultivo sucessivo de milho, o que pode
64
ser reflexo da movimentação desses, em profundidade e/ou da extração
desses pelas plantas.
Quadro 15. Teor dos micronutrientes Fe (ferro); Zn (zinco); Cu (cobre) e Mn
(manganês) disponíveis no LVdf após submetido a diferentes
tratamentos.
Fe Zn Cu Mn
TRATAM.
----------------------------------- (mg dm
-3
) ---------------------------------
T
156,77 a 0,33 c 9,92 b 27.20 c
V 151,82 a 1,50 a 9,66 b 40,62 a
B 131,47 b 0,44 c 9,96 b 27,69 c
B+G 155,72 a 0,41 c 10,11 a 27,75 c
B+C 139,70 b 0,42 c 10,07 a 26,34 c
LB 157,84 a 0,60 b 10,36 a 42,22 a
LB+G 142,16 b 0,61 b 10,27 a 41,46 a
LB+C 148,22 a 0,62 b 10,34 a 43,25 a
LB+B 143,32 b 0,50 c 10,25 a 37,97 b
LB+B+G 155,62 a 0,53 b 9,87 b 38,30 b
LB+B+C 159,10 a 0,49 c 9,96 b 42,12 a
Valores médios seguidos de letras distintas na coluna diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Scott
e Knott (1974).
Quanto ao Cu, não se observou diferenças significativas (P<0,05) entre
os tratamentos contendo LB e os contendo B com ou sem adição de Gesso e
Calcário.
Proporcionalmente, apesar do LB apresentar uma concentração maior
desse elemento, a B promoveu os maiores incrementos no solo, visto que a
concentração de Mn na B era de 8,4 mg kg
-1
e no solo tratado de 27,69 mg
dm
-3
. Ao passo que a concentração inicial de Mn no LB era de 147,3 mg kg
-1
e
no solo tratado de 42,22 mg dm
-3
.
Os valores de Cu, Zn e Mn adicionados ao solo pelos resíduos LB, B e
V, em todos os tratamentos, apresentaram-se baixos, o que não
comprometeria a utilização dos mesmos em solos agrícolas na dose aplicada.
De qualquer forma, aplicações sucessivas devem ser monitoradas. Os valores
referentes a esses metais se referiram aos extraíveis, de modo que não podem
65
ser comparados com os limites estabelecidos pela CETESB (2001) e Kabata-
Pendias e Pendias (2001), os quais são baseados em valores totais.
Quanto aos teores dos metais: As, Be, Pb, Cr, Hg, Se e V, tanto o LB
quanto a B não poderiam promover incrementos significativos no solo, visto
que esses metais se apresentam abaixo dos limites máximos estabelecidos
pela NBR 10.004/87 (Quadro 10) e por esse motivo não foram avaliados.
Quanto ao P remanescente (P
rem
.), a B proporcionou os menores
incrementos, sendo que o tratamento constituído por LB promoveu os maiores
valores e a associação de LB+B promoveu valores intermediários (Quadro 16).
Quadro 16. Teores de Fe
DCB
(ferro ditionito citrato-bicarbonato), Al
DCB
(alumínio
ditionito citrato-bicarbonato), Fe
OAA
(ferro oxalato ácido de amônia)
e Al
OAA
(alumínio oxalato ácido de amônia) do Latossolo Vermelho
distroférrico em função dos tratamentos utilizados.
P
rem.
Fe
DCB
Al
DCB
Fe
OAA
Al
OAA
TRATAM.
(mg dm
-3
)
----------------------------- (%) ----------------------------
T
1,98 c 17,62 a 0,77 a 1,25 a 0,50 b
V
2,62 a 15,33 a 1,05 a 1,16 b 0,56 a
B
1,93 c 13,91 a 1,03 a 0,95 d 0,50 b
B+G
1,96 c 13,26 a 0,87 a 1,02 c 0,50 b
B+C
1,67 c 14,38 a 0,94 a 1,01 c 0,51 b
LB
2,54 a 14,78 a 0,94 a 1,07 c 0,48 b
LB+G
2,67 a 15,36 a 0,88 a 1,01 c 0,50 b
LB+C
2,69 a 14,06 a 0,90 a 1,05 c 0,52 b
LB+B
2,33 b 16,55 a 0,94 a 1,18 b 0,57 a
LB+B+G
2,26 b 15,36 a 0,89 a 1,22 a 0,58 a
LB+B+C
2,78 a 15,81 a 0,92 a 1,23 a 0,52 b
Valores médios seguidos de letras distintas na coluna diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Scott
e Knott (1974).
O teor de P
rem
apresentou uma correlação mais estreita com o Al
OAA
,
(r=0,89) em relação ao Fe
OAA.
(r=0,64).
Isso demonstra que a adsorção de P
está positivamente relacionada ao Al e não ao Fe, extraídos com oxalato ácido
de amônia (Quadro 16), uma vez que a B possui os teores mais elevados de
Al. Esses resultados corroboram com o relatado por Sakadevan e Bavor (1998)
66
e Bahia Filho et al. (1983). No entanto, contrariam as observações de Peña;
Torrent (1984) que correlacionaram a adsorção de P com o Fe extraído com
ditionito citrato-bicarbonato (Fe
DCB
).
Os resultados obtidos para Fe
DCB
e Al
DCB
não diferiram entre os
tratamentos utilizados, uma vez que o conteúdo de matéria orgânica
adicionada foi consideravelmente baixo.
As diferenças significativas observadas nos teores de Fe
OAA
e Al
OAA
entre os tratamentos são contrárias àquelas observadas em condições normais
de solo natural. Isso é, a aplicação de LB e de B, por aumentarem o estoque
de carbono orgânico no solo (Quadro 14), deveriam ter aumentado também a
concentração de Fe
OAA
e de Al
OAA
(Quadro 16), o que não ocorreu. No entanto,
a combinação de LB+B, associada ou não ao Gesso ou Calcário, não foram
estatisticamente diferentes aos teores de Fe
OAA
e Al
OAA
do tratamento T, mas,
sim, no teor de carbono orgânico. Resultados que não corroboram com as
observações de Vandenhove et al. (1998) e Zhang et al. (1998), considerando
que a adsorção de fosfato é também influenciada pelo conteúdo de carbono do
solo.
Deve-se, contudo, considerar que a quantidade de matéria orgânica
adicionada ao solo pelos resíduos (LB e B) foi pequena, de forma que não
promoveu resultados expressivos em favor da redução de adsorção de P.
Ohno e Erich (1997) e Silva (1997) encontraram resultados bastante
significativos (r=0,98, P<0,01) de matéria orgânica e adsorção de P no solo,
por se tratarem de adubos verdes, o que gerou uma quantidade de matéria
orgânica muito maior do que a promovida pelos resíduos estudados no
presente estudo.
5.2. Avaliação dos Atributos Físicos do Solo
Pela ANAVA (APÊNDICE B) pôde se verificar que os tratamentos
adotados não promoveram diferenças significativas (P<0,05) nos atributos
físicos do LVdf (Quadro 17). Isso pode ser explicado pela baixa dose dos
resíduos aplicados. Fato que vai ao encontro, com o denotado por Melo et al.
67
(2004), que correlacionaram os efeitos promovidos pelo biossólido, com o tipo
de solo e as doses aplicadas. A ausência de alterações na microporosidade do
solo, após aplicação de biossólidos, foram reportadas por Jorge et al. (1991) e
Sort e Alcañiz (1999).
Quadro 17. Atributos físicos MACROP. (macroporidade); MICROP.
(microporosidade); P. TOTAL (porosidade total); DENSID.
(densidade) e ARG. FLO. (argila floculada) apresentados pelo
Lattosolo Vermelho distroférrico após submetido a diferentes
tratamentos.
MACROP. MICROP. P. TOTAL ARG. FLO. DENSID.
TRATAM.
-------------------------------- (%) -------------------------- (t m
3
)
T
22,12 a 50,04 a 72,17 a 99,10 a 1,03 a
V
25,80 a 46,80 a 72,60 a 99,10 a 0,98 a
B
23,47 a 46,83 a 70,30 a 99,10 a 0,99 a
B+G
25,87 a 47,39 a 73,26 a 99,10 a 1,00 a
B+C
25,02 a 47,43 a 72,45 a 99,10 a 0,99 a
LB
23,13 a 46,77 a 69,91 a 99,10 a 1,00 a
LB+G
23,50 a 46,21 a 69,71 a 99,10 a 0,98 a
LB+C
24,97 a 46,25 a 71,22 a 99,10 a 1,01 a
LB+B
23,97 a 47,21 a 71,19 a 99,10 a 0,99 a
LB+B+G
22,98 a 47,86 a 70,84 a 99,10 a 1,01 a
LB+B+C
21,19 a 47,93 a 69,12 a 99,10 a 1,04 a
Valores médios seguidos de letras distintas na coluna diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Scott
e Knott (1974).
Sobre a densidade, Melo et al. (1999) confirmam os resultados do
presente trabalho não denotando alterações proporcionadas pela aplicação de
biossólido. Mas, esses resultados discordam dos constatados por Melo et al.
(2004) e Lindsay e Logan (1998), que atribuíram aumentos na densidade do
solo, com aplicação de biossólido.
Quanto à porosidade total e à macroporosidade, Ortega et al. (1981)
relataram o aumento promovido pela aplicação de lodo de esgoto. Resultados
que corroboram com Melo et al. (2004) que verificaram incrementos na
macroporosidade promovida por Biossólido em dois solos (LVd e LVe). No
68
entanto, estes autores constataram resultados semelhantes aos observados no
presente trabalho, para a ausência de alterações na porosidade total,
promovida pela adição de biossólido no solo.
O fato que pode explicar os resultados verificados no presente trabalho
pode ser relaconado à pequena porcentagem de sódio adicionado,
relacionando-se os teores trocáveis de Na e os teores de Ca e Mg (Quadro 14).
Os resultados negativos obtidos para a dispersão de argilas, não
confirmam as verificações de Irvine e Reid (2001), Raij (1991) e Rengasamy e
Olson (1991), uma vez que a dose de resíduos utilizada, no presente trabalho,
foi, demasiadamente baixa, a ponto de promover tais alterações na argila
predominante no solo utilizado.
A dispersão e a floculação de argilas também não se correlacionaram
com os teores de Al, contrariamente ao relatado por dos Santos (2004) sobre
efluente de esgoto, e Rengasamy e Olsson (1993), relacionando-se aos solos
sódicos.
O efeito negativo na dispersão de argilas foi evidenciado pela ação do
Ca, adicionado no solo pela calagem, por se tratar de um agente floculante.
5.3. Avaliação das Variáveis de Crescimento e da Absorção Foliar de
Nutrientes pela Tanchagem
As variáveis de crescimento analisadas na Plantago media L. foram:
(MSPA) matéria seca da parte aérea, (MSR) matéria seca de raiz, (MST)
matéria seca total, (NF) número de folhas, (NP) número de perfilhos e (HP)
altura de planta. Dentre estes, a MSPA foi a variável que obteve os maiores
valores de correlação (P<0,05) com todos os demais (Quadro 18). Isso se deve
ao desenvolvimento expressivo da parte aérea da Tanchagem, em detrimento
das raízes, uma vez que a amostragem destas últimas foi dificultada pelo
grande volume de radicelas de espessura muito fina, o que não permitiu a
remoção total do volume de raízes aderidas ao solo argiloso. Dessa forma, as
variações na MSR se devem mais a problemas de amostragem do que
propriamente aos tratamentos aplicados.
69
Quadro 18. Valores dos coeficientes de correlação (r) de Pearson para a
produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), raizes (MSR),
total (MST), número de folhas (NF), número de perfilhos (NP) e
altura da planta (HP) da Plantago media L., estatisticamente
significativos (P < 0,05) pelo Teste de Scott e Knott (1974).
VARIÁVEIS MSPA MSR MST NF NP HP
MSPA 1
MSR 0,35 1
MST 0,97 0,50 1
NF 0,82 ns 0,81 1
NB 0,84 ns 0,81 0,81 1
HP 0,86 ns 0,81 0,76 0,78 1
ns: não significativo ao nível de 5% pelo Teste se Scott e Knott (1974).
Pela ANAVA (APÊNDICE C), pôde se verificar que os tratamentos
adotados promoveram diferenças significativas (P<0,05) nas variáveis de
crescimento analisadas. Considerando que a produção comercial da
Tanchagem se resume, na maior parte dos casos, na colheita da parte aérea
da planta, incluindo folhas e pendões, tomaremos como parâmetros principais,
na discussão do presente estudo, a matéria seca da parte aérea que
compreende as folhas e os perfilhos apresentados pela Tanchagem cultivada
sob diferentes tratamentos.
Por meio dos valores médios das variáveis de crescimento, pôde-se
observar diferenças significativas entre os tratamentos (Quadro 19). No
entanto, comparativamente, os tratamentos contendo LB, com ou sem adição
de Gesso e Calcário, foram significativamente superiores aos tratamentos
contendo B, com ou sem adição de Gesso e Calcário, equivalendo-se ao
melhor tratamento: V.
Quadro 19. Resultados das variáveis de crescimento MSPA (matéria seca da
parte aérea); MSR (matéria seca de raiz); MST (matéria seca
total); NF (número de folhas); NP (número de perfilhos) e HP
(altura de planta) apresentados pela Plantago media. L. em
função dos tratamentos utilizados.
MSPA MSR MST NF NP HP
TRATAM.
------------------- (g) ------------------ --------- (un) --------- (cm)
T
1,45 e 0,90 b 2,36 e 16,20 c 0,00 c 14,30 d
V
5,25 a 1,49 a 6,73 a 30,60 a 3,00 a 22,90 a
B
1,84 e 0,70 c 2,54 e 16,60 c 0,00 c 13,30 d
B+G
2,39 d 1,20 a 3,64 d 20,40 b 0,00 c 17,50 c
B+C
2,27 d 1,38 a 3,60 d 18,60 c 0,00 c 17,30 c
LB
4,80 a 0,99 b 5,79 b 28,40 a 2,60 a 22,70 a
LB+G
4,76 a 1,11 a 5,87 b 28,20 a 3,40 a 23,00 a
LB+C
4,23 b 0,97 b 5,18 c 29,80 a 3,00 a 23,45 a
LB+B
4,03 b 1,20 a 5,23 c 24,80 a 3,00 a 20,95 b
LB+B+G
3,97 b 0,98 b 4,95 c 27,00 a 3,00 a 21,35 b
LB+B+C
3,20 c 0,68 c 3,88 d 21,40 b 1,00 b 21,20 b
Valores médios seguidos de letras distintas na coluna diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Scott
e Knott (1974).
Esse resultado está relacionado ao fato do LB ter disponibilizado mais
nutrientes, o que conferiu às plantas uma condição mais favorável ao seu
desenvolvimento em relação à B, sendo este, o resíduo que apresentou a
menor disponibilidade, sobretudo de P, em função da capacidade de adsorção
exercida pelo Al presente na sua constituição. Verificações quanto a
disponibilização de nutrientes às culturas por biossólidos foram reportados por
Silva et al. (1998), Melo e Marques (2000), Sommers (1997) e Oliveira (2000),
confirmando o potencial dos lodos na utilização agrícola. Vazquez-Montiel et al.
(1996), Mota et al. (1997), de Sousa et al. (2000) e Marecos do Monte e de
Sousa (1992) sobre águas residuárias.
A associação LB+B, isoladamente ou com adição de Gesso e Calcário,
se mostrou estatisticamente equivalente ao tratamento com LB e ao V, o que
demonstra a contribuição nutricional positiva do LB no desenvolvimento da
Tanchagem.
70
7171
Os resultados positivos promovidos pelo LB no desenvolvimento da
Tanchagem corroboram com os resultados para matéria seca sob condições
salinas, constatadas por Smekens e Van Tienderen (2001), em estudos
realizados com Plantago coronopus L.. No entanto, discordam dos resultados
verificados por esse autor na redução do NF, sendo que o LB apresentou os
valores mais satisfatórios, comparados ao V, mesmo apresentando um
conteúdo mais elevado de Na em relação à B.
Embora o LB apresentasse o teor mais elevado de Na, este elemento
não interferiu negativamente no crescimento da Tanchagem, o que pôde ser
constatado em todas as variáveis de crescimento analisadas.
Essas verificações não confirmam as constatações de Smekens e Van
Tienderen (2001), em que os resultados positivos para NF e MST foram
observados na população que, originalmente, estava adaptada a condições
mais baixas de Na no solo (3,7 mg kg
-1
), em relação as outras populações
estudadas. No presente experimento, o tratamento com LB foi o que
apresentou os maiores teores de Na no solo (Quadro 14), seguido da
associação LB+B e do tratamento contendo B.
Os resultados positivos quanto à MSPA gerados pelo LB (Figura 3)
sugere que a Tanchagem tenha se beneficiado do Na encontrado em baixa
concentração na solução do solo, uma vez que o melhor tratamento (V)
apresentou resultados bastante próximos aos promovidos pelo LB, sendo que a
concentração de Na
absorvida pelas plantas produzidas pelo V foi superior
àquela observada para as plantas produzidas com LB.
Referindo-se ainda à MSPA, os resultados positivos alcançados com a
utilização do LB não confirmam os relatos de Munns (1993), o qual considera
que a maioria das espécies têm a parte aérea sensível à salinidade.
Os resultados promovidos pelo LB na produção de MSPA da
Tanchagem demonstraram que, na dose utilizada, esse resíduo não alterou a
nutrição mineral das plantas, conforme relatado por Bonato et al. (1989), nem
apresentaram quaisquer sintomas de fitotoxidez como relatado por Serrano e
Gaxiola (1994), Yeo (1998) e Zhu (2001). Resultados satisfatórios também
foram reportados por Berton et al (1989) para a cultura do milho, Daros et al
(1993) na cultura do milheto e da associação aveia-ervilhaca e Defelipo et al.
(1991) na cultura do sorgo, utilizando lodo de esgoto.
Figura 3. Matéria seca da parte aérea (MSPA) da Plantago media L. em função
dos tratamentos utilizados.
Por outro lado, os resultados verificados no presente trabalho,
discordam dos resultados apresentados por dos Santos (2004) que não
encontrou alterações na matéria seca do capim Tifton-85 tratado com efluente
de esgoto rico em Na. Neto e Camargo (2000) verificaram decréscimos na
produção de massa seca de alface e Wickliff et al. (1982) na produção de
matéria seca de erva carneira, ambos utilizando lodo de curtume atribuídos à
salinidade do resíduo. Ainda, Fernandes et al. (2003), na redução de massa
seca foliar de pupunheira a partir de 15 mmol L
-1
de NaCl, e Costa et al. (2001),
em plantas de soja, encontraram resultados positivos no incremento da matéria
seca, com adição de lodo de curtume+Cr+PK em relação ao lodo do caleiro,
mais concentrado em Na.
O tratamento T equivaleu-se ao tratamento contendo B isoladamente.
Fato que se deu em função da baixa disponibilidade de nutrientes essenciais
ao desenvolvimento da Tanchagem, sobretudo N, P e K. Ferraz Jr. et al. (2003)
também relacionaram a baixa disponibilidade de nutrientes à produção de
alface cultivada com lodo de esgoto.
Quanto ao V, este foi o tratamento que proporcionou os resultados
mais significativamente positivos em relação ao LB, à B e ao LB+B para todos
72
0
1
2
3
4
5
6
T V B B+G B+C LB LB+G LB+C LB+B LB+B+G LB+B+C
MSPA, g
TRATAMENTOS
os atributos analisados (Quadro 20). Resultados que se devem ao incremento
de nutrientes e à pronta disponibilidade destes às plantas, uma vez que, esse
material orgânico se encontrava totalmente decomposto.
As plantas dos tratamentos contendo LB, inclusive quando associado à
B, apresentaram coloração verde intenso. O oposto foi verificado para o
tratamento contendo B, onde as plantas apresentaram clorose evidente em
todas as folhas. No entanto, essas características apresentadas pelas plantas
do tratamento contendo B não foram atribuídas a presença do Na
conforme
descrita por Fernandes et al. (2003) apresentado pela pupunheira, uma vez
que a concentração de Na absorvida pelas plantas do tratamento contendo LB,
foi maior em relação àquelas apresentadas pelas plantas do tratamento
contendo B.
Os sintomas apresentados pelas plantas cultivadas com LB podem
estar relacionados à sua melhor nutrição, do que, propriamente, a sintomas do
efeito do Na, conforme descritos por Kotuby-Amacher et al. (2000).
A utilização de LB supriu de forma mais satisfatória as exigências
minerais exigidas pela Tanchagem para o seu desenvolvimento. Fato que pôde
ser verificado pelo pleno desenvolvimento das plantas, uma vez que não há
descrições na literatura que abordem os teores ideais de nutrientes exigidos
por essa cultura para o seu desenvolvimento e produção.
Os tratamentos contendo B com ou sem adição de Gesso e Calcário
apresentaram resultados significativamente inferiores para os atributos matéria
seca da parte aérea (MSPA), matéria seca total (MST), número de folhas (NF),
número de perfilhos (NP) e altura de planta (HP), equivalendo-se ao tratamento
testemunha (T).
A matéria seca de raiz não apresentou diferença estatística entre todos
os tratamentos analisados. Isso mostrou que a adição dos resíduos, com ou
sem adição de Gesso e Calcário, não influenciou na produção de raiz (MSR).
Fato que não confirma as observações feitas por Fernandes et al. (2003) para
a cultura da pupunha e ainda por Yang et al. (1990) para o Sorghun bicolor M.
e para S. halepense (L.). Pers. Sobre o aumento da relação raiz/parte aérea
pela salinidade, uma vez que a concentração de Na no solo foi
consideravelmente baixa.
73
74
No tratamento contendo B, onde a concentração de Al era maior, não
foram observados sintomas de toxidez de Al sobre o crescimento radicular,
conforme relatados por Roy et al. (1988); Clarkson (1966); Rheinheimer et al.
(1994) em plantas de fumo; Foy et al. (1978) e Fráguas (1993) em porta-
enxertos de videira.
Quanto ao número de perfilhos (NP), os tratamentos contendo LB, com
ou sem adição de Gesso e Calcário, apresentaram os melhores resultados
equivalendo-se ao V. Por outro lado, o tratamento contendo B, com ou sem
adição de Gesso e Calcário, apresentou os menores resultados, equivalendo-
se, estatisticamente, ao tratamento T e à associação LB+B+C. Afirmações que
confirmam os resultados obtidos por Vega et al. (2000) para a pupunheira
cultivada com biossólido.
Diante disso, verificou-se que a B impediu o perfilhamento das plantas,
o que também, foi observado no tratamento T. Por outro lado, o LB,
independentemente, da adição de Gesso e de Calcário, contribuiu para o
perfilhamento das plantas de Tanchagem, semelhantemente ao V. Esse fato
está relacionado à absorção dos nutrientes N, P e K, concomitantemente, (NP
X P: r=0,98; NP X K: r=0,99; NP X N: r=0,99) pelas plantas cultivadas com LB,
uma vez que esse resíduo foi o que proporcionou a maior disponibilidade
desses nutrientes essenciais.
Esse é um aspecto de relevante importância para a produção comercial
de Tanchagem que se baseia no corte e na manutenção da cultura no campo
por períodos que podem variar até dois anos. Dessa forma, o perfilhamento
garante a manutenção da cultura e a redução dos custos de plantio.
Para o parâmetro altura de planta (HP), observou-se a interferência
negativa da B em detrimento do LB, o que se justifica pelas mesmas razões
apresentadas para o atributo NP. Freitas et al. (2004) e Chateaubriand (1998),
também relataram incrementos na altura de plantas com águas residuárias de
suinocultura. Todavia, não se relaciona com os relatos de Yahya (1998) sobre
a redução e/ou inibição do crescimento de plantas pela salinidade, o que não
foi observado.
A adição de Gesso e Calcário no tratamento contendo LB não
promoveu diferenças significativas entre os atributos morfométricos NF, NP e
HP. Quanto à MSPA, MSR e MST o Gesso se mostrou estatisticamente
75
superior embora o incremento nesses parâmetros tenha sido pouco relevante
em relação ao Calcário. Esse fato pode estar relacionado ao Ca disponibilizado
pelo Gesso, visto que esse nutriente é essencial para o funcionamento das
membranas, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular e,
conseqüentemente, aumentado a absorção de nutrientes pelas plantas.
A associação LB+B, LB+B+G e LB+B+C não diferiram
significativamente entre si em relação a HP, enquanto que nos demais atributos
a adição de Gesso conferiu os melhores resultados quando adicionado ao
LB+B. Esse fato pode ser explicado pela ação do Gesso na complexação do Al
pela formação do par iônico Al(SO)
4
+
e da consequente diminuição da sua
atividade sobre as plantas, concordando com o relatado por Pavan et al. (1982)
e Oliveira et al. (1986).
A adição de Gesso e Calcário à B promoveu incrementos nos atributos
MSPA, MSR, MST, NF e HP, diferenciando-os estatisticamente dos resultados
promovidos por esse resíduo quando aplicado isoladamente. Esses
incrementos se justificam pela maior absorção de nutrientes como P, K, N, Zn,
Mn e Na promovidos, sobretudo pelo Gesso, o que garantiu às plantas, uma
nutrição mais favorável ao seu desenvolvimento. A importância do Gesso na
complexação do Al citada acima justifica, sobretudo, a disponibilidade do P às
plantas.
Em relação à absorção de nutrientes apresentada pela Tanchagem
pôde se verificar pela ANAVA (APÊNDICE D) diferenças significativas
promovidas pelos tratamentos.
Os teores de N foram estatisticamente diferentes entre todos os
tratamentos (Quadro 20). Esse fato pode ser explicado pela natureza líquida do
LB, conforme relatado para o solo (item 5.1), uma vez que o N disponibilizado
por esse resíduo se encontrava prontamente disponível (mineralizado), em
relação ao N presente na B. O mesmo pode ser considerado para o V.
O teor de N absorvido pela Tanchagem, promovido pelo LB em
comparação à B, corrobora com as observações feitas por Ferraz Jr. et al.
(2000), quanto à promoção dos maiores teores de N promovidos pelo lodo de
Cervejaria. Asiegbu e Oikeh (1995); Meli et al. (2002) e ainda Kouraa et al.
(2002), em relação às águas residuárias na cultura da batata e da alface,
retrataram incrementos na absorção de N.
76
Quadro 20. Resultados das análises químicas dos nutrientes: Ca (cálcio), Mg
(magnésio), P (fósforo), K (potássio), N (nitrogênio), Fe (ferro), Cu
(cobre), Zn (zinco), Mn (manganês), Na (sódio) e P do tecido
vegetal (folhas) da Plantago media L., em função dos tratamentos
utilizados.
Ca Mg P K N
TRATAM.
------------------------------------- (g kg
-1
) -----------------------------------
T
39,78 b 6,51 a 1,18 h 20,30 j 20,40 j
V
54,84 a 5,93 a 1,78 d 24,82 i 24,80 i
B
48,77 a 7,03 a 0,94 j 16,80 g 16,60 g
B+G
42,97 b 6,62 a 1,22 h 19,29 h 19,40 h
B+C
43,49 b 6,55 a 1,09 i 17,61 g 17,40 g
LB
43,94 b 6,72 a 1,37 g 20,67 f 20,60 f
LB+G
46,78 a 6,79 a 1,51 f 22,06 e 22,20 e
LB+C
40,76 b 6,47 a 1,62 e 23,44 d 23,40 d
LB+B
39,35 b 6,62 a 1,85 d 26,19 c 26,20 c
LB+B+G
40,27 b 6,64 a 2,02 c 27,57 b 27,60 b
LB+B+C
42,37 b 6,67 a 2,12 b 28,93 a 28,80 a
Na
Fe Cu Zn Mn
TRATAM.
------------------------------------- (mg kg
-1
) ------------------------------------
T
0,01 j 432,52 a 11,12 b 7,61 c 465,43 d
V
71,72 i 336,43 b 8,81 c 11,63 a 469,77 d
B
31,66 g 412,84 a 9,95 c 8,81 c 636,08 c
B+G
42,46 h 348,45 b 9,24 c 9,76 b 599,61 c
B+C
34,56 g 354,63 b 8,91 c 8,74 c 549,91 c
LB
48,65 f 310,29 b 11,06 b 9,53 b 1089,40 a
LB+G
56,30 e 448,68 a 11,59 b 9,56 b 1139,39 a
LB+C
63,49 d 300,00 b 10,18 c 8,40 c 1022,89 a
LB+B
80,50 c 310,68 b 11,42 b 9,74 b 248,43 e
LB+B+G
89,84 b 330,81 b 13,40 a 8,58 c 721,17 b
LB+B+C
99,05 a 286,64 b 14,65 a 8,88 c 791,68 b
Valores médios seguidos de letras distintas na coluna diferem entre si ao nível de 5% pelo teste de Scott
e Knott (1974).
Por outro lado, contraria os resultados relatados por Costa et al. (2001)
quanto ao maior incremento na absorção de N pela soja cultivada com
77
lodo+Cr+PK comparado ao lodo de caleiro que possui maiores teores de Na,
como é o caso do LB a que se refere o presente estudo.
No caso do tratamento T, onde a quantidade de matéria orgânica
originalmente presente era menor, o N foi rapidamente mineralizado e
disponibilizado às plantas, concordando com os autores Gonçalves e Ceretta
(1999) a respeito da influência do clima tropical sobre a manutenção do teor de
matéria orgânica nos Latossolos.
A adição de Gesso à B promoveu o melhor resultado na absorção de
N. Isso se deveu à ação positiva do corretivo no desenvolvimento radicular em
maior profundidade do que o Calcário, permitindo uma maior absorção de
nutrientes. Pavan (1987) e Noble et al. (1988) também relataram tais
verificações.
Os teores de N, P, K e Na absorvidos apresentaram valores
crescentes do primeiro (T) ao último tratamento (LB+B+C) (Quadro 20). Os
coeficientes de correlação de Pearson (Quadro 21) para os teores de N, P, K e
Na na planta foram positivos e altamente significativos N X P (r=0,98); P X K
(r= 0,98); P X Na (r= 0,98); N X Na (r= 0,99); K X Na (r= 0,99). Estes valores
mostram que o N e o K absorvidos em maior quantidade por fluxo de massa
facilitaram a absorção de Na pela planta.
No caso do P, além da difusão deve ser considerada a interceptação
radicular. Essa interação na absorção está relacionada com a disponibilização
desses nutrientes no solo pelos resíduos, sobretudo pelo LB (Quadro 14).
Dessa forma, pode-se considerar que a taxa de absorção se correlacionou
com a concentração do solo e as interações bioquímicas entre os nutrientes.
Essas observações vêm ao encontro às afirmações de Malavolta e
Fornasieri Filho (1983) e Larav (1995), os quais reportaram que incrementos de
K resultaram em maiores taxas de absorção de P, no entanto, menores de Na.
Ainda, Reis (2005) relatou interação positiva entre a absorção de K e P na
cultura de arroz irrigado. Também reportaram resultados que corroboram com
os verificados no presente trabalho, sobre a influência do N na absorção de P e
K (Figuras 4, 5 e 6).
Quadro 21. Resultados dos Coeficientes de Correlação de Pearson (r) para a
produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca de
raiz (MSR), matéria seca total (MST), número de folhas (NF),
número de perfilhos (NP), altura da planta (HP), Ca (cálcio), Mg
(magnésio), P (fósforo), K (potássio), N (nitrogênio), Na (sódio), Fe
(ferro), Cu (cobre), Zn (zinco) e Mn (manganês) na folha da
Tanchagem, estatisticamente significativos (P<0,05) pelo Teste de
Scott e Knott (1974).
Ca Mg Fe Cu Zn Mn P K N Na
Ca 1
Mg 0,56 1
Fe 0,30 ns 1
Cu -0,27 ns ns 1
Zn ns ns ns ns 1
Mn ns ns ns ns ns 1
P ns ns ns ns ns ns 1
K ns ns ns ns 0,50 ns 0,98 1
N ns ns ns ns 0,49 ns 0,98 0,99 1
Na ns ns ns ns 0,49 ns 0,98 0,99 0,99 1
ns: não-significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974).
Figura 4. Concentração foliar de P (fósforo) em função da concentração de K
(potássio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).
y = 10,328x + 6,7107 R
2
= 0,9708 P<0,05
0
10
20
30
40
50
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
K, g kg-1
P, g kg-1
78
79
Figura 5. Concentração foliar de K (potássio) em função da concentração de N
(nitrogênio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).
Figura 6. Concentração foliar de Na (sódio) em função da concentração de N
(nitrogênio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).
y = 1,0087x - 0,2281 R
2
= 0,9957 P<0,05
0
10
20
30
40
50
10 15 20 25 30 35
N, g kg
-1
K, g kg
-1
y = 5,6574x - 66,163 R
2
= 0,9867 P<0,05
0
25
50
75
100
125
150
10 15 20 25 30 35
N, g kg
-1
Na, mg kg
-1
80
Contrariamente ao observado por Barreto et al. (1998), não houve
correlação entre os teores de N X Fe (r=ns). No entanto, o teor de N se
correlacionou positivamente com o Zn (r=0,49).
Ainda, pôde se observar correlações significativas para P X Mn (r=0,49)
e para P X Na (r=0,98). Fato também verificado por Barreto et al. (2001),
conforme pode ser observado na Figura 7.
O K se correlacionou positivamente com o Na (r= 0,99), descordando
de Larav (1995) (Figura 8). Esse elemento se correlacionou também, com o P
(r=0,98) (Figura 9) e com o Zn (r=0,50), mas, não apresentou correlação com
os teores de Ca, Mg e Mn (Quadro 22).
O Zn influenciou positivamente a absorção de Na (r=0,50). Resultados
que se verificaram por meio das mesmas constatações verificadas por Barreto
et al. (2001).
Figura 7. Concentração foliar de P (fósforo) em função da concentração de Na
(sódio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).
y = 59,428x - 29,946 R
2
= 0,9696 *P<0,05
0
25
50
75
100
125
150
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
Na, mg kg
-1
P, g kg
-1
Figura 8. Concentração foliar de K (potássio)) em função da concentração de
Na (sódio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media, L.).
Figura 9. Concentração foliar de P (fósforo) em função da concentração de K
(potássio) absorvido pela Tanchagem (Plantago media L.).
y = 10,328x + 6,7107 R
2
= 0,9708 P<0,05
0
10
20
30
40
50
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
K, g kg
-1
P, g kg
-1
y = 5,7226x - 67,826 R
2
= 0,988 P<0,05
0
50
100
150
10 15 20 25 30 35
Na, mg kg
-1
K, g kg
-1
81
82
Referindo-se à absorção de P, os menores teores foram observados
para a B, o que é justificável pela ação do Al na complexação do P, conforme já
discutido para o solo (item 5.1) em conformidade com Sposito (1989). Isso
explica o fato de esse tratamento ter apresentado os menores valores de
absorção de P, o que refletiu nos menores valores de matéria seca total (MST),
equivalendo-se ao tratamento T. Portanto, o menor rendimento de matéria seca
foi observado nos tratamentos onde a absorção de P foi menor. Observação
também constatada por Costa et al. (2001), na cultura da soja, cultivada com
lodo de curtume com cromo. Rheinheimer et al. (1994) também relataram a
interferência do Al na absorção de P em plantas de fumo, o que promoveu uma
menor taxa fotossintética e menor acumulação de carboidratos.
Como o P é absorvido, preferencialmente, por difusão os teores
absorvidos pela Tanchagem, nos tratamentos contendo LB, mostraram que a
concentração absorvida desse nutriente foi suficientemente adequada para o
crescimento das plantas (Quadro 3), embora, esse tratamento apresentasse os
menores valores para matéria seca radicular.
Com relação aos teres de Mg absorvidos pela Tanchagem, foi
verificado que não ocorreu diferenças significativas entre os tratamentos
utilizados semelhantemente ao ocorrido no solo. Este fato discorda do relatado
por Berton et al. (1989) sobre o incremento de Mg pelo lodo de esgoto na
absorção pela cultura do milho. Os resultados não corroboram também, com as
constatações de Mello e Vitti (2002) que utilizaram composto de lodo de
cervejaria+cavaco de eucalipto, assim como dos resultados obtidos por
Asiegbu e Oikeh (1995) com esterco líquido de suíno ou lodo de esgoto.
Quanto ao Ca, no tratamento contendo LB, o Gesso promoveu uma
absorção positiva e significativa desse nutriente, enquanto que no tratamento
contendo B e na associação LB + B não houve diferença significativa entre o
Gesso e o Calcário. O tratamento com o V foi o que proporcionou os maiores
valores de Ca e Mg absorvidos pela Tanchagem, provavelmente, em
decorrência da presença de calcário dolomítico geralmente utilizado na
produção comercial desse condicionador químico de solo.
A concentração de Ca absorvida pelas plantas, tanto nos tratamentos
contendo LB quanto nos tratamentos contendo B, não foi afetada pelo Al
83
presente nos resíduos, sobretudo na B, não justificando as observações de
Rheinheimer et al. (1994) sobre a interferência do Al na absorção de Ca.
Em relação ao K, os maiores teores de absorção foram observados nas
plantas do tratamento contendo LB. Isso se deve, provavelmente, a maior
concentração desse nutriente no resíduo em relação à B, uma vez que
Tanchagem é capaz de absorver teores expressivos de K, conforme relatou
Montanari Jr. et al. (2005).
Em relação ao Na absorvido, foi constatado variações significativas
entre todos os tratamentos. Observou-se, contudo, que os tratamentos
contendo LB, isoladamente ou com adição de Gesso e Calcário, promoveram
os maiores valores de absorção, em relação ao tratamento contendo B. Esses
resultados se justificam pela concentração de Na ser maior no primeiro em
relação à B (Quadro 9). A disponibilização de Na, tanto pelo LB quanto pela B,
pode ser verificado pelos valores respectivos de cada tratamento, observando
o somatório da concentração desse elemento na absorção pelas plantas, como
por exemplo: (B) + (LB) (B+LB). Logo: 31,66 + 48,65 = 80,31 (Quadro 20).
Os coeficientes de correlação de Pearson entre o teor de Na na planta
e as variáveis de crescimento foram positivos e significativos. Logo: Na X
MSPA (r= 0,78); Na X MST (r= 0,73); Na X NF (r=0,58); Na X NP (r= 0,69); Na
X HP (r=0,71), demonstrando que o Na não interferiu negativamente no
desenvolvimento da Tanchagem.
Em relação aos valores de Fe, Cu e Zn, não foram constatadas
diferenças significativas entre os tratamentos. Ferraz Jr. et al. (2003) também
reportam a baixa concentração de Zn e Cu em folhas de alface promovidas
pelo lodo de cervejaria. Concomitantemente, Berton et al. (1989), retrataram
sobre o incremento na absorção de Zn pelo lodo de esgoto em plantas de
milho.
No que se refere ao teor de Mn, diferenças significativas para a
absorção foram verificadas. Os tratamentos contendo LB, com ou sem adição
de Gesso e Calcário, promoveram os maiores valores de absorção, sendo que
os menores valores foram proporcionados pelos tratamentos contendo B, com
ou sem adição de Gesso e Calcário. Esses maiores incrementos na absorção
se justificam pela maior concentração do Mn no LB, o que refletiu no aumento
da sua disponibilidade no solo. Resultados contrários foram reportados por
84
Ferraz Jr. et al. (2004) para o incremento na absorção de Mn pelo lodo de
cervejaria, justificado pela baixa concentração do elemento no resíduo.
Em relação aos teores de Zn, foi observado que, embora a cultura da
Tanchagem seja capaz de acumular alta concentração do elemento
(MONTANARI Jr., 2005) e apesar de pouco expressivos, os teores médios de
absorção apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos (Quadro
3). No entanto, não foram observados sintomas de deficiência de Zn como
clorose nas folhas e inibição do crescimento da parte aérea como relatado por
Pintro (2004), embora os tratamentos contendo B e a testemunha (T) tivessem
apresentado clorose e a menor HP. Os tratamentos contendo LB não
apresentaram tais características e não diferiram, expressivamente, quanto ao
teor de Zn absorvido, em relação aos tratamentos B e T.
Os teores de Fe, Cu, Mn e Zn absorvidos pela Tanchagem, no
presente estudo, foram superiores aos apresentados pela P. major L. (Quadro
5), de acordo com as observações reportadas por Kabata-Pendias e Pendias
(2002).
Quando comparada à Stevia rebaudiana Bert., os conteúdos de Cu e
de Zn absorvidos pela P. media L. foram semelhantes e os teores de Fe foram
mais baixos. Por outro lado, os teores de Mn foram bastante superiores. Essa
diferença entre os teores de nutrientes absorvidos por essas plantas está
relacionada à sua disponibilidade no local de cultivo (solo). Dessa forma, pode-
se inferir que a P. media L. é uma planta que responde favoravelmente à
adubação com micronutrientes.
85
6. CONCLUSÕES
1. O Lodo Biológico e a associação Lodo Biológico+Borra se mostraram viáveis
como condicionadores químicos de solo nas condições do presente trabalho.
Comportamento contrário foi observado para a B quando aplicada
isoladamente.
2. O Lodo Biológico e a associação Lodo Biológico+Borra promoveram
incrementos significativos (P<0,05) nas seguintes características químicas do
solo: pH CaCl
2
, P, P
rem.
, Na e CE.
3. O perfilhamento das plantas foi favorecido pelo Lodo Biológico com ou sem
adição de Gesso e Calcário em função da maior disponibilidade de nutrientes
promovida pelo mesmo em detrimento da Borra.
4. A adição de Gesso melhorou significativamente (P<0,05) a produção de
matéria seca da parte aérea (MSPA) da Tanchagem em detrimento do
Calcário.
5. A absorção de nitrogênio e potássio favoreceram a absorção de fósforo e de
sódio, refletida nos tratamentos contendo Lodo Biológico, os quais
apresentaram os maiores teores de nitrogênio.
6. O sódio interferiu positivamente no desenvolvimento da Tanchagem, o que
pode ser constatado em todas as variáveis de crescimento analisadas nos
tratamentos contendo Lodo Biológico, uma vez que este resíduo foi o que
apresentou os maiores valores do elemento.
7. O alumínio presente na Borra atuou na complexação do fósforo dificultando
a sua disponibilização às plantas, o que pode ter ocorrido em função da
formação de complexos de esfera interna.
8. O Lodo Biológico e a associação Lodo Biológico+Borra, na dose aplicada,
não promoveram alterações nas características físicas analisadas
(macroporosidade, microporosidade, porosidade total, densidade e argila
floculada).
9. As características físicas e mineralógicas não interferiram na produção de
MSPA da Tanchagem.
10. Pelo teste de Scott e Knott (1974), os tratamentos apresentaram diferenças
significativas (P<0,05) entre si para a variável MSPA. Dessa forma, a produção
decrescente considerando esta variável foi: V LB LB+G LB+C LB+B
LB+B+G LB+B+C B+G B+C B T.
11. A associação Lodo Biológico+Borra promoveu efeitos positivos muito
próximos dos apresentados pelo Lodo Biológico, de forma que esta mistura
poderá ser uma alternativa viável quanto a utilização da Borra.
86
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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102
APÊNDICE A - Resumo da análise de variância das características químicas CE (condutividade elétrica), CTC (capacidade de troca
catiônica), SB (saturação de bases), pH CaCl
2
, pH H
2
O, N (nitrogênio), AL (alumínio), H+AL (hidrogênio + alumínio), cálcio
(Ca), Mg (magnésio), K (potássio), Na (sódio), P (fósforo), C (carbono), M.O. (matéria orgânica), P
rem
. (fósforo
remanescente), Fe (ferro), Cu (cobre), Zn (zinco), Mn (manganês), Fe
DCB
(ferro ditionito), Al
DCB
(alumínio ditionito), Fe
OAA
(ferro oxalato) e Al
OAA
(alumínio oxalato) apresentadas pelo Latossolo Vermelho distroférrico após submetido a tratamentos
com Lodo Biológico (LB) com e sem adição de Gesso e Calcário, Borra (B) com e sem adição de Gesso e Calcário,
Vermicomposto (V) e Solo puro (T).
QUADRADOS MÉDIOS
FONTES DE VARIAÇÃO G.L.
CE CTC SB pH CaCl
2
pH H
2
O N Al
H + Al
Tratamento 10 0,597* 0,8859* 1,2023* 0,1974* 0,0548* 0,0172* 0,0015* 0,1592*
Resíduo 44
0,067 0,2892 0,2882 0,0039 0,0099 0,0001 0,0004 0,1592
Média Geral 0,2463 9,2645 6,7510 5,3727 5,2910 0,0874 0,0590 2,5503
C.V. (%) 9,14 5,81 7,95 1,05 1,88 12,48 13,99 3,00
QUADRADOS MÉDIOS
FONTES DE VARIAÇÃO G.L.
Ca Mg K Na P C M.O.
P
rem
.
Tratamento 10 0,7368* 0,1063* 0,0005
ns
0,0097* 446,1324* 4,7476* 14,1283* 0,5973*
Resíduo 44
0,1228 0,0363 0,0022 0,0009 24,0841 0,3845 1,1466 0,0671
Média Geral 4,2841 0,1063 0,0416 0,0516 15,9514 2,6410 4,5530 2,2643
C.V. (%) 8,18 8,03 13,55 18,19 13,99 23,48 23,52 11,44
*significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974) ns: não significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974).
103
QUADRADOS MÉDIOS
FONTES DE VARIAÇÃO G.L.
Fe Zn Cu Mn Fe
DCB
Al
DCB
Fe
OAA
Al
OAA
Tratamento 10 404,9536* 0,5023* 0,2416* 248,4513* 7,8189* 0,0285* 0,0558* 0,0054*
Resíduo 44
211,2291 0,0079 0,0919 5,8025 5,3576 0,0118 0,0024 0,0007
Média Geral 149,2494 0,5865 10,0710 35,9016 15,1301 0,9198 1,1063 0,5238
C.V. (%) 9,47 15,17 3,01 6,71 15,30 11,92 4,52 5,12
*significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974).
APÊNDICE B - Resumo da análise de variância dos atributos físicos macroporosidade (MACROP.), microporosidade (MICROP.), porosidade
total (P. TOTAL), densidade (DENS.) e argila dispersa (ARG. DISP.) apresentados pelo Latossolo Vermelho distroférrico pós
submetido a tratamentos com Lodo Biológico (LB) com e sem adição de Gesso e Calcário, Borra (B) com e sem adição de
Gesso e Calcário, Vermicomposto (V) e Solo puro (T).
ns: não significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974).
QUADRADOS MÉDIOS
FONTES DE VARIAÇÃO G.L.
MACROP. MICROP. P. TOTAL DENSID. ARG. DISP.
Tratamento 10 11,0606
ns
5,6316
ns
8,9329
ns
0,0017
ns
0,0000
ns
Resíduo 44 6,1176 6,0167 6,1055 0,0025 0,0000
Média Geral 10,38 5,18 3,47 5,06 0,00
C.V. (%) 3,8215 7,3380 7,1596 1,0040 0,0000
104
APÊNDICE C - Resumo da análise de variância das variáveis de crescimento MSPA (matéria seca da parte aérea), MSR (matéria seca da
raiz), MST (matéria seca total), NF (número de folhas), NP (número de perfilhos) e HP (altura de planta) apresentadas pela
Plantago media L. obtidas em função dos tratamentos com Lodo Biológico (LB) com e sem adição de Gesso e Calcário,
Borra (B) com e sem adição de Gesso e Calcário, Vermicomposto (V) e Solo puro (T).
QUADRADOS MÉDIOS
FONTES DE VARIAÇÃO G.L.
MSPA MSR MST NF NP HP
Tratamento 10 8,56304* 0,3209* 10,0249* 143,9781* 11,2509* 65,6527*
Resíduo 44 0,3053 0,0503 0,4628 8,6454 0,3272 2,3607
Média Geral 3,4707 1,0525 4,5232 23,8181 1,7272 19,8136
C.V. (%) 13,92 11,31 15,04 12,34 13,12 7,75
*significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974).
105
APÊNDICE D - Resumo da análise de variância referente aos teores de nutrientes Ca (cálcio), Mg (magnésio), Fe (ferro), Cu (cobre), Zn
(zinco), Mn (manganês), P (fósforo), K (potássio), N (nitrogênio) e Na (sódio) no tecido vegetal da Plantago media L. obtidos
em função dos tratamentos com Lodo Biológico (LB) com e sem adição de Gesso e Calcário, Borra (B) com e sem adição de
Gesso e Calcário, Vermicomposto (V) e Solo puro (T).
QUADRADOS MÉDIOS
FONTES DE
VARIAÇÃO
G.L.
Ca Mg Fe Cu Zn Mn P K N Na
Tratamento 10 111,736* 0,732
ns
15333,005* 16,790* 5,377* 404017,116* 0,952* 104,282* 106,560* 3490,619*
Resíduo 44
30,0215 0,8264 4495,7186 2,6245 1,170 12029,7064 0,0047 0,6143 0,6272 12,6237
Média Geral 44,848 6,685 351,996 10,941 9,203 703,388 1,618 23,424 23,400 66,221
C.V. (%) 12,22 13,60 9,5 14,81 11,75 5,79 4,25 3,35 3,38 5,37
*significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974) ns: não significativo ao nível de 5% pelo teste de Scott e Knott (1974).
106
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