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fronteiras, prevista com o Mercado Único, encontrava algumas resistências. A
ausência de uma política européia de vistos, asilos e imigração deixava a questão
em aberto. Para solucioná-la, os governos da Alemanha, França, Benelux, Islândia e
Noruega (estes dois últimos não membros da CE) assinara, o Acordo de Schengen,
em 1985. Regulamentando o controle de fronteiras, o seu objetivo final era a livre
circulação de pessoas entre os territórios dos países signatários. Abstiveram-se o
Reino Unido e a Irlanda.
Com foco na integração econômica, a política social era de certa forma
negligenciada pelos líderes europeus. O Tratado de Roma incluía algumas provisões
para o desenvolvimento de uma Política Social Comunitária, mas a questão se
mantinha nos domínios dos Estados membros. Com a ampliação da CE e o
estreitamento das relações econômicas, as diferenças de renda, oportunidades e
direitos entre seus membros ficaram mais em evidência.
As políticas sociais e regionais passaram a se focar na promoção da coesão e
a Comissão criou Fundos Estruturais4 para direcionar sua assistência econômica.
Em 1989, o desenvolvimento da política social foi fomentado com a Carta dos
Direitos Fundamentais dos Trabalhadores (Carta Social). O documento promovia a
livre circulação de trabalhadores, remuneração justa, melhores condições de
moradia e trabalho, liberdade de associação e proteção à criança e ao adolescente.
Com a criação dos Fundos e a adoção da Carta, as questões sociais passaram,
definitivamente, a integrar as prioridades políticas do processo de integração
européia, ampliando o seu escopo (McCORMICK, 2005:70-71).
2.1.5 O Tratado de Maastricht: A União Européia
The coincidence of timing between German Unification and the
Maastricht negotiations, as well as the revolutionary content of the
Maastricht Treaty, has led most observers to explain Maastricht as a
response to the geopolitical revolution of 1989. “Considerations of
security and geopolitics” says one commentator, “once again became
the driving force of European Integration”. (...) Without “French fears
of a uniting Germany”, one analyst asserts, “Maastricht would not
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Dentre os Fundos Estruturais estão incluídos o Fundo Social Europeu (FSE), concentrado no desemprego de
jovens e na criação de oportunidades de emprego, o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDR),
criado como resposta às disparidades regionais, e o Fundo de Coesão, que compensa os Estados membros
mais pobres pelos custos da implementação de controles ambientais e assiste os projetos de transporte.
Ao longo dos anos, os Fundos Estruturais têm ganho maior importância e, conseqüentemente, ampliado sua
parcela no orçamento da União Européia. Em 1984, por exemplo, os Fundos respondiam por 18% dos gastos
da então Comunidade Européia, já 2004 esse valor era de, aproximadamente, 30% (McCORMICK, 2005:71).