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2 SOBRE HISTÓRIA
A história narrativa apenas ordena os fatos cronologicamente sem
carga valorativa, é focada no homem e não nas circunstâncias.
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O presente
trabalho abrange esse método da história narrativa em segundo plano, pois,
tem base na interpretação econômica da história, que coloca o fator
econômico como fator fundamental do qual dependem os demais.
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Uma
vez que, na história do Brasil, as mudanças jurídicas só ocorreram após
algum interesse econômico da classe dominante.
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As fontes históricas até o século XX são em sua maioria
européias,
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portanto, a subjetividade dos fatos narrados deve ser
observada para uma análise crítica dos acontecimentos
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. Aquilo que nos
parece natural é historicamente relativo. Um exemplo disso é a corrente
utilização do termo “descobrimento do Brasil”, que possui um caráter
heróico, como se todo um continente já habitado por uma civilização de
cultura riquíssima, os ameríndios, só passasse a existir e ter valor após a
chegada dos europeus no século XV.
Por isso, a necessidade dos questionamentos: Qual história é
apresentada? Contada por quem? Quais os costumes e valores da época
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Cf. Hobsbawn, Eric. Sobre História, 1998, p. 202.
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Cf. Hobsbawn, Eric. Sobre História, 1998, p. 159.
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“Uma vez mais a tendência é tratar os movimentos econômicos como espinha dorsal de tal análise. As
tensões às quais a sociedade está exposta no processo de mudança histórica e transformação permitem
então que o historiador exponha, em primeiro lugar, o mecanismo geral pelo qual as estruturas da
sociedade tendem simultaneamente a perder e restabelecer seus equilíbrios e, em segundo lugar, os
fenômenos que tradicionalmente são o tema de historiadores sociais, como, por exemplo, consciência
coletiva, movimentos sociais e a dimensão social da mudanças intelectuais e culturais. ” (Hobsbawn, Eric.
Sobre História, 1998, p. 94).
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“A partir do século XV, a história do mundo tornou-se indiscutivelmente eurocêntrica, e assim
permaneceu até o século XX.” (Hobsbawn, Eric. Sobre História, 1998, p. 239).