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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
ESTUDO DA RADIOPACIDADE E AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DA
REPARAÇÃO ÓSSEA UTILIZANDO-SE β-TRICÁLCIO FOSFATO
E POLÍMERO DE MAMONA COMO IMPLANTES
RIEDEL FROTA
Camaragibe
2006
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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PERNAMBUCO
ESTUDO DA RADIOPACIDADE E AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DA
REPARAÇÃO ÓSSEA UTILIZANDO-SE β-TRICÁLCIO FOSFATO
E POLÍMERO DE MAMONA COMO IMPLANTES
RIEDEL FROTA
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Faculdade de Odontologia da
Universidade de Pernambuco, área de concentração
em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial para
obtenção do título de Doutor
Orientador: Profª. Drª. Márcia Maria Fonseca da Silveira
Co-orientador: Profª. Drª. Ana Paula Veras Sobral
Camaragibe
2006
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Ernesto e Itassucê, pela dedicação e por terem me
ensinado princípios valiosos.
Aos meus irmãos, Tassel, Thaúsi e Slayton, que como eu, abraçaram a
Odontologia como profissão e buscam a cada dia uma vida melhor a partir do
próprio trabalho.
Ao meu irmão Seyssel, não mais presente entre s, por ter compartilhado
a infância comigo e ter mostrado como é possível enfrentar as dificuldades da vida
com serenidade.
À minha esposa Ana Flávia, grande incentivadora dos meus projetos, pelo
amor e pela paciência dedicada a mim durante todo o período do mestrado e
doutorado e por ter gerado, dentro de si, a coisa mais valiosa que hoje tenho
meu filho Arthur.
Ao meu filho Arthur, que com apenas um sorriso, aliviava todo o meu
cansaço e me dava forças para continuar. Não foi fácil abrir mão do teu abraço
para concluir este trabalho, mas fiz isso por todos nós.
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À Profª Márcia Silveira, por quem tenho grande estima. Sua amizade, seu
exemplo e conhecimento foram fundamentais na minha formação.
À Profª Ana Paula, sempre disposta a ajudar, por me incentivar e acreditar
em mim, nos momentos mais difíceis deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Á UPE, minha segunda casa. O meu muito obrigado.
Á UFRPE, que disponibilizou seus laboratórios de pesquisa e biotério para
a realização deste trabalho.
Á UFPE, que cedeu seu laboratório de pesquisa no Departamento de
Energia Nuclear (DEN) para o desenvolvimento deste trabalho.
Ao professor Emanuel Dias, que sempre travou uma luta incessante para
que a Cirurgia Buco-Maxilo-Facial atingisse um lugar de destaque na sociedade.
Ao professor Valdemiro Júnior, que possibilitou a realização dele junto à
UFRPE.
Ao professor Belmiro, que através do seu exemplo, sua segurança e
experiência, sempre soube mostrar qual o melhor caminho a seguir.
A Roberto Araújo e Camila, pela amizade e disponibilidade em ajudar
sempre que eu precisava.
Aos amigos Joaquim, Ana Cláudia, Luiz Carlos que acompanharam de
perto minha trajetória.
Ao primo Alexandre Nogueira, que me acompanha desde a graduação,
em Fortaleza, compartilhando comigo tanto os momentos difíceis quanto os de
conquistas.
Ao amigo, Álvaro, um irmão que conquistei fora da família.
Ao amigo, Jorge Orestes, sempre dando o apoio necessário para que eu
pudesse concluir esta trajetória.
Ao amigo Cristiano, que, sendo filho de pessoas o queridas como
Margarida e Euclides, não poderia deixar de ser tão prestativo e dedicado.
Ao querido amigo Ronaldo, que me ensinou a primar sempre pela
humildade e companheirismo.
Aos amigos e professores da disciplina de Semiologia, Márcia, Ronaldo,
Vânia e Aquilina, que me compreenderam e me incentivaram durante a
realização do meu curso.
Aos funcionários do laboratório de Patologia FOP UPE, Catarina e
Armando, pela grande contribuição no desenvolvimento deste trabalho.
Ao Dr. Ivan, que em alguns momentos se privou da companhia de sua
esposa Márcia, durante o processo de orientação, e que, com seu jeito calmo,
sempre me transmitia serenidade.
À amiga Maria Luiza, pessoa extremamente atenciosa e disponível a
ajudar, pela preciosa contribuição que deu a este trabalho.
À Professora Helen, que possibilitou parte do desenvolvimento desta
pesquisa junto ao DEN.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe
indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige
um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido
de felicidade. (Quem morre? Texto de Pablo Neruda)
RESUMO
O presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliar a reparação óssea,
frente à utilização de implantes de β-tricálcio fosfato e polímero de mamona. O
estudo foi pareado (controle/experimento) correspondendo ao mesmo animal,
onde foram utilizados 105 ratos distribuídos aleatoriamente em 2 grupos G1 (β-
tricálcio fosfato) e G2 (polímero de mamona). Confeccionou-se defeito no osso
parietal em cada lado da sutura sagital mediana do animal, onde o lado esquerdo
correspondeu ao experimento e o lado direito ao controle. Foram realizadas
avaliação histológica e análise radiográfica nos períodos de 7, 15, 30, 60 e 90 dias
e os resultados submetidos à análise estatística. A partir dos resultados, pôde-se
concluir que a reparação óssea nos períodos avaliados apesar de não significante
do ponto de vista estatístico, apresentou melhores resultado no grupo G2, tanto no
controle quanto no experimento. Os materiais utilizados foram biocompatíveis, o β-
tricálcio fosfato sofreu degradação parcial comportando-se de forma bimodal,
enquanto o polímero de mamona não sofreu degradação. Os materiais utilizados
foram radiolúcidos sendo necessário a adição de radiopacificadores.
Descritores: regeneração óssea, materiais biocompatíveis, Ricinus
ABSTRACT
The present work was developed with the intention of to evaluate the bone
regeneration, front to the use of implantations of β-tricalcium phosphate and ricinus
polymer. The study it was paired (control/experiment) corresponding to the same
animal, where 105 distributed rats had been used random in 2 G1 groups (β-
tricalcium phosphate) and G2 (ricinus polymer). It was confectioned defect in the
parietal bone in each side of the sagittal medium suture of the animal, where the
left side corresponded to the experiment and the right side to the control. They had
been carried through histology evaluation and radiography analysis in the periods
of 7, 15, 30, 60 and 90 days and the results submitted to the analysis statistics.
From results, could be concluded that bone repair in the evaluated periods
although not significant of the point of statistical sight, presented better resulted in
the G2 group, as much in the control how much in the experiment. The materials
had been biocompatíveis, β-tricalcium phosphate it suffered degradation partial
behaving of bimodal form, the ricinus polymer did not suffer degradation and, still,
that the used materials are radiolucent.
Descriptors: bone regeneration, biocompatible materials, ricinus
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 - Rato Wistar, macho, adulto, com 4 meses de idade 37
Figura 4.2 - Acondicionamento dos animais na gaiola 38
Figura 4.3 - Tricotomia e contenção do animal na mesa cirúrgica 41
Figura 4.4 - Incisão linear da pele e periósteo com bisturi 42
Figura 4.5 - Exposição do osso parietal após deslocamento do retalho 43
Figura 4.6 - Defeitos ósseos de 5mm de diâmetro, implante de β-tricálcio
fosfato granulado e controle 44
Figura 4.7 - Defeitos ósseos de 5mm de diâmetro, implante de polímero de
mamona floculado e controle 44
Figura 4.8 - Sutura interrompida simlples do periósteo com mononylon 5-0 45
Figura 4.9 - Sutura contínua festonada da pele com mononylon 5-0 45
Figura 4.10 - Medicor Budapeste Tipo SR-331 47
Figura 4.11 - Filme oclusal, etiqueta de chumbo, corpos de prova,
espécimes e penetrômetro de alumínio 48
Figura 4.12 - Radiografia que corresponde ao período de 60 dias do G1 52
Figura 4.13 - Radiografia que corresponde ao período de 90 dias do G2 53
Figura 5.1 - Aspecto histológico da parede do defeito ósseo (*), do material
implantado, (>), e vasos sangüíneos congestos. Grupo 1A -7dias (H.E. 10X)
76
Figura 5.2 - Atividade osteoblástica (<) na periferia da parede do defeito
ósseo. Grupo 1A - 7 dias (H.E. 40X) 76
Figura 5.3 Neoformação óssea (*) entre a parede do defeito e o material 76
implantado. Grupo 1A – 15 dias (H.E. - 10X)
Figura 5.4 - Detalhe da área de neoformação óssea da Figura 5.5. Grupo
1A - 15 dias (H.E. – 40X) 76
Figura 5.5 - - Aspecto histopatológico da neoformação óssea observada no
grupo 1A – 30 dias (H.E. - 40X) 76
Figura 5.6 - Na região do asterisco (*) observa-se perda do aspecto reticular
do tecido conjuntivo envolvendo o material implantado sugestivo de
degradação do mesmo. Grupo 1A – 30 dias (H.E. - 40X) 76
Figura 5.7 - Neoformação de tecido ósseo entre o material implantado.
Grupo 1A – 60dias(H.E. - 40X) 77
Figura 5.8 – Atividade osteoblástica na área de neoformação óssea. Grupo
1A -60 dias (H.E. - 100X) 77
Figura 5.9 - Neoformação de tecido ósseo entre o material implantado.
Grupo 1A – 90dias(H.E. - 40X) 77
Figura 5.10 – Maior aumento da figura 5.9 (H.E. - 100X) 77
Figura 5.11 - Atividade osteoblástica (<) na periferia da parede do defeito
ósseo. Grupo 1B - 7 dias(H.E. - 100X) 77
Figura 5.12 - Neoformação de tecido ósseo na extremidade do defeito
ósseo, vasos sangüíneos congestos e tecido conjuntivo fibroso. Grupo 1B –
15 dias (H.E. - 40X)
77
Figura 5.13 - Área de neoformação óssea (*) no sentido da parede óssea ao
centro do defeito. Grupo 1B – 30 dias (H.E. - 40 X). 78
Figura 5.14 - Área de neoformação óssea no sentido da parede óssea ao 78
centro do defeito. Grupo 1B – 60 dias (H.E. – 40 X).
Figura 5.15 - Área de neoformação óssea no sentido da parede óssea ao
centro do defeito. Grupo 1B – 90 dias (H.E. – 100 X). 78
Figura 5.16 – Tecido conjuntivo fibroso na periferia do material implantado.
Grupo 2A - 7 dias(H.E. – 200 X). 78
Figura 5.17 - Área de neoformação óssea na periferia do material
implantado. Grupo 2A – 15 dias (H.E. – 40 X). 78
Figura 5.18 - Área de neoformação óssea na periferia do material
implantado. Grupo 2A – 15 dias (H.E. – 100 X). 78
Figura 5.19 Atividade osteoblastica e tecido conjuntivo fibroso. Grupo 2A –
30 dias (H.E. – 100 X). 79
Figura 5.20 - Área de neoformação óssea no sentido da parede óssea ao
centro do defeito. Grupo 2A – 30 dias (H.E. – 40 X). 79
Figura 5.21 - Área de neoformação óssea. Grupo 2A – 60 dias (H.E. – 100
X). 79
Figura 5.22 - Área de neoformação óssea no sentido da parede óssea ao
centro do defeito. Grupo 2A – 60 dias (H.E. – 40 X). 79
Figura 5.23 – Tecido conjuntivo fibroso e atividade osteoblástica na periferia
do material implantado. Grupo 2A – 60 dias (H.E. – 200 X).
79
Figura 5.24 - Atividade osteoblástica. Grupo 2A – 90 dias (H.E. – 200 X). 79
Figura 5.25 – Tecido conjuntivo. Grupo 2B – 7 dias (H.E. – 100X) 80
Figura 5.26 - Área de neoformação óssea no sentido da parede óssea ao
centro do defeito. Grupo 2B - 15 dias (H.E. - 100 X). 80
Figura 5.27 - Área de neoformação óssea e tecido conjuntivo fibroso. Grupo
2B – 30 dias (H.E. - 100 X). 80
Figura 5.28 - Área de neoformação óssea. Grupo 2B – 60 dias (H.E. - 100
X). 80
Figura 5.29 - Área de neoformação óssea. Grupo 2B – 90 dias (H.E. - 100
X). 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Valores da radiopacidade verificada no filme 1B do grupo G1 56
Tabela 5.2 - Valores da radiopacidade verificada no filme 2B do grupo G1 57
Tabela 5.3 - Valores da radiopacidade verificada no filme 3B do grupo G1 58
Tabela 5.4 - Valores da radiopacidade verificada no filme 4B do grupo G1 59
Tabela 5.5 - Valores da radiopacidade verificada no filme 5B do grupo G1 60
Tabela 5.6 - Valores da radiopacidade verificada no filme 1P do grupo G2 61
Tabela 5.7 - Valores da radiopacidade verificada no filme 2P do grupo G2 62
Tabela 5.8 - Valores da radiopacidade verificada no filme 3P do grupo G2 63
Tabela 5.9 - Valores da radiopacidade verificada no filme 4P do grupo G2 64
Tabela 5.10 - Valores da radiopacidade verificada no filme 5P do grupo G2 65
Tabela 5.11 - Valores da radiopacidade verificada no filme C 66
Tabela 5.12 - Valores médios da radiopacidade em mmAl por períodos nos
grupos G1 e G2
67
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 5.1 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 1B 56
Gráfico 5.2 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 2B 57
Gráfico 5.3 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 3B 58
Gráfico 5.4 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 4B 59
Gráfico 5.5 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 5B 60
Gráfico 5.6 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 1P 61
Gráfico 5.7 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 2P 62
Gráfico 5.8 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 3P 63
Gráfico 5.9 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 4P 64
Gráfico 5.10 – Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme
5P
65
Gráfico 5.11 – Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme C 66
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BMP: proteína morfogenética óssea
β-[Ca
3
(Po
4
)
2
]: β-tricálcio fosfato
DNA: ácido desoxirribonucléico
FOP: Faculdade de Odontologia de Pernambuco
G: grupo
HA: hidroxiapatita
HCL: ácido clorídrico
H.E.: Hematoxilina e Eosina
N: número
P: nível de significância
pH: potencial hidrogeniônico
R: rato
rh: recombinate
TCP: tricálcio fosfato
TGF: fator transformador de crescimento
UPE: Universidade de Pernambuco
UFRPE: Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFPE: Universidade Federal de Pernambuco
DEN: Departamento de Energia Nuclear
DO : Densidade Óptica
LISTA DE SÍMBOLOS
% percentual
= igual a
equivalente
: razão
α: letra grega “alfa”
β: letra grega “beta”
ºC: grau Celsius
cm: centímetros
g: grama
h: hora
Hz: hertz
Kg: quilograma
Kg/ml: quiilograma por mililitro
µ: mícron
µm: micrômetro
M: molar
mg: miligrama
mg/Kg: miligrama por quilo
min: minuto
ml: mililitro
mm: milímetro
: marca registrada
rpm: rotações por minuto
mmAl: milímetro de alumínio
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 20
2 REVISÃO DA LITERATURA 23
2.1 Reparação Óssea 23
2.2 β-tricálcio fosfato 26
2.3 Polímero de Mamona 30
2.4 Radiopacidade 34
3 OBJETIVOS 36
3.1 Objetivo Geral 36
3.2 Objetivos Específicos 36
4 MATERIAIS E MÉTODOS 37
4.1 Seleção da Amostra 37
4.2 Critério de exclusão da amostra 37
4.3 Acondicionamento dos Animais 38
4.4 Alimentação dos Animais 39
4.5 Grupos de Estudo 39
4.6 Desenho do Estudo 39
4.7 Identificação das Gaiolas e dos Animais 40
4.8 Anestesia 40
4.9 Técnica Cirúrgica 41
4.10 Cuidados Pós-Operatórios 45
4.11 Eutanásia dos Animais 46
4.12 Obtenção dos Espécimes 46
4.13 Técnica Radiográfica 47
4.14 Mensuração da Densidade Óptica 48
4.15 Avaliação Radiográfica 49
4.16 Processamento do Material para Análise Morfológica 53
4.17 Análise Morfológica 53
4.18 Análise Estatística 54
4.19 Considerações Éticas 54
5 RESULTADOS 55
5.1 Avaliação Radiográfica 55
5.2 Análise Morfológica 67
5.3 Análise Estatística 81
6 DISCUSSÃO 87
7 CONCLUSÃO 100
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 101
APÊNDICE 109
ANEXOS 114
20
1 INTRODUÇÃO
1
A reparação óssea é um processo fisiológico, que permite o
desenvolvimento local de um tecido com características idênticas a do tecido
primário da região que sofreu o trauma (FIGUEIREDO, TAKITA e
GOLDENBERG, 1997).
Diante de um defeito ósseo crítico, o organismo torna-se inábil para
regenerá-lo fisiologicamente e a menos que se lance mão de outros métodos
que contribuam para auxiliar sua capacidade ósteo-reparadora, este irá
promover uma cicatrização por tecido fibroso (VOLPON, XAVIER,
GONÇALVES, 1982; CALIXTO et al, 2001; BOLSON et al, 2005).
A reconstrução destas áreas de lesões amplas, seja em tecidos moles
ou duros, sempre foi um dos grandes desafios para a ciência, despertando
grande interesse por parte dos cirurgiões buco-maxilo-faciais, ortopedistas e
oncologistas (RIOS et al, 1996; GONÇALVES, CATANZARO GUIMARÃES,
GARCIA, 1998; CALIXTO et al, 2001; BOLSON et al, 2005).
Estudos sobre transplantes ósseos concluíram que o osso autógeno é o
melhor material para a enxertia. Sabe-se, entretanto, que este tipo de enxerto
apresenta algumas desvantagens tais como, o uso de uma área doadora
distante do leito cirúrgico receptor, desconforto no pós-operatório, cicatrizes,
1
Trabalho elaborado de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): NBR
6023:2002 Referências; NBR 6024:2003 Numeração; NBR 6027:2003 Sumário; NBR: 6028:2003
Resumos; NBR 6032:1989 Abreviações; NBR 10520: 2002 Informação e Documentação - Apresentações
de citações e NBR 14724:2002 informações e documentação - Trabalhos acadêmicos.
21
maior tempo cirúrgico e risco de infecção, além de ser um recurso de fonte
esgotável (ONEIDA, WESLEY, 2005; FRUENTEFRIA, BRITO, WEISMANN,
1998; GONÇALVES, CATANZARO GUIMARÃES, GARCIA, 1998).
Diante deste quadro, tem-se procurado criar ou extrair da natureza,
materiais que substituam o osso ou que associados a ele, ou a outros
materiais, promovam o incremento da reparação e neoformação óssea, sendo,
desta forma, biocompatíveis, osteocondutores e/ou osteoindutores. A busca
incessante para se conseguir uma melhoria nas propriedades físicas destes
materiais levou pesquisadores a adicionar radiopacificadores com o objetivo de
distigui-los radiograficamente dos tecidos circunjacentes.
A radiopacidade é a propriedade que os corpos apresentam de absorver
os raios X. Os corpos que não apresentam resistência à passagem desses
raios, radiograficamente, resultam imagens radiolúcidas e os que apresentam
resistência, exibem imagens radiopacas.(TAVANO, ESTEVAN, 1993). Quando
os materiais apresentam radiopacidade, ganham uma ferramenta muito
importante na avaliação do seu comportamento durante sua proservação,
podendo ser feitas comparações acerca do tempo de permanência no
organismo e seu comportamento biológico, promovendo ou não o incremento
na reparação óssea que quando valorizadas quantitativamente, pela
densidade radiográfica, constituem informações relevantes, para viabilizarem
hipóteses diagnósticas mais confiáveis a serem relacionadas aos achados
microscópicos (BEYER-OLSEN, ORSTAVIK, 1981; TAVANO et al, 1999).
22
Neste estudo tem como finalidade, avaliar a reparação óssea em calotas
cranianas de ratos com a utilização dos implantes de β-tricálcio fosfato e
polímero de mamona.
23
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Reparação Óssea
O processo de reparação do tecido ósseo, após um trauma segue
estágios bem definidos e interdependentes que culminam na formação de osso
próprio da região avaliada. Inicialmente forma-se um coágulo que sofre
processo de reabsorção e organização com células mesenquimais
indiferenciadas, oriundas do periósteo, do endósteo e do leito cirúrgico
receptor, invadindo a área a ser reparada, acompanhadas pelos vasos
neoformados. À medida que as células indiferenciadas adentram a área em
questão, transformam-se em osteoblastos que iniciam a deposição da matriz
óssea. Este osso neoformado, posteriormente, sofre processo de remodelação,
adaptando a sua arquitetura às forças funcionais solicitadas pelo organismo
(CATANZARO GUIMARÃES, 1982).
O processo de ossificação pode ser classificado em intramembranoso e
endocondral. Apesar desta divisão acadêmica, o tecido ósseo proveniente dos
dois tipos de ossificação é idêntico do ponto de vista histológico e imunológico,
referindo-se apenas esta classificação ao processo de formação do osso.
Neste processo o osso forma-se através da diferenciação das células
mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos. As alterações citológicas
provenientes do seguimento do processo produzem osteoblastos diferenciados
que começam a secretar colágeno e as proteoglicanas da matriz óssea ou
osteóide. Com esta deposição os osteoblastos ficam mais esparsados,
24
mantendo-se unidos, entretanto, através de seus prolongamentos
citoplamáticos. Com a calcificação da matriz os osteoblastos tornam-se
osteócitos, células que garantem a vitalidade óssea e são interligadas apesar
da calcificação da matriz. Concomitantemente, as células primitivas
circundantes situadas na membrana proliferam, dando origem a uma
população celular que pode agora ser considerada osteoprogenitora. Algumas
destas células que entram em contato com as espículas inicialmente formadas,
transformam-se em osteoblastos e acrescentam mais matriz óssea. Por este
método de crescimento, as espículas crescem e se unem a uma rede
trabecular que tem a forma geral do osso em desenvolvimento. Através de
atividade mitótica contínua, as células osteoprogenitoras mantêm seu número
e, portanto, constituem-se em fonte constante de osteoblastos para
crescimento das espículas ósseas. Este osso imaturo é caracterizado,
internamente, por espaços que se interligam, ocupados por tecido conjuntivo e
vasos sanguíneos (ROSS, ROWRELL, 1993).
Quando uma perda óssea muito grande, a necessidade da
utilização de enxerto para viabilizar a reparação na tentativa de levar o osso a
uma condição pré-existente. De modo geral a maioria dos enxertos ósseos
transplantados evolui para necrose no leito receptor e embora sejam
considerados necróticos, não preocupação com fenômenos infecciosos e
imunológicos pois estes mantém inalterada a sua composição molecular e
estrutural. A manutenção da integridade da estrutura lamelar calcificada no
osso necrótico o capacita a receber um implante osseointegrado e estabelecer
estabilidade primária. Durante a primeira semana pós enxertia, a resposta
25
inflamatória desencadeada pelo enxerto é responsável pela neoformação
vascular com brotamentos vasculares invadindo os espaços do enxerto.
Durante a segunda semana forma-se tecido de granulação com diminuição da
resposta inflamatória e aumento da atividade osteoclástica que forma lacunas
ósseas vazias no interior do enxerto que serão povoadas por algumas lulas
viáveis do enxerto que são células osteogênicas oriundas dos envoltórios do
endósteo e do periósteo e por células do leito receptor que promoverão a
incorporação do enxerto ao osso. Após as duas primeiras semanas é
possível observar as diferenças entre a incorporação dos enxertos cortical e
esponjoso principalmente quanto à revascularização, neoformação óssea,
mecanismos de reparo e propriedades mecânicas do enxerto (PINTO
MIYAGUSKO, PEREIRA, 2003).
Apesar do método mais corrente de revascularização ocorrer com
crescimento de vasos do leito receptor para o enxerto, nas primeiras horas
após o transplante pode-se observar anastomoses término-terminais dos vasos
do enxerto com os do leito receptor. Dando seguimento ao processo, células
osteoprogenitoras tanto do enxerto quanto do leito receptor diferenciam-se em
osteoblastos sendo desta forma responsáveis inicialmente pela deposição de
osteóide nas proximidades da trabéculas ósseas necróticas que são
posteriormente reabsorvidas por osteoclastos. Assim o enxerto ósseo
esponjoso é consolidado principalmente por um processo de neoformação
óssea aposicional. Por ser neoformado, a resistência inicial deste osso é
inicialmente menor passando por um aumento progessivo modulado por
estimulação adequada (PINTO, MIYAGUSKO, PEREIRA, 2003).
26
A fundamental diferença histológica entre o processo de incorporação do
enxerto cortical e esponjoso ocorre na lenta revascularização do primeiro,
diminuindo a possibilidade de anastomoses término-terminais. Em média o
enxerto cortical leva o dobro do período de tempo para este processo de
revascularização e este retardo é proveniente de sua própria estrutura
arquitetônica, já que a atividade osteoclástica precede a revascularização.
Como a atuação dos osteoclastos o enxerto começa a perder resistência
mecânica devido o aumento da porosidade que pode chegar a 50%. Outra
diferença entre os enxertos cortical e medular é que o primeiro tende a
permanecer com uma parte viável e outra necrótica, enquanto que, o
esponjoso tende a ser completamente substituido com o tempo (PINTO,
MIYAGUSKO, PEREIRA, 2003).
2.2 β-tricálcio fosfato
O β-tricálciofosfato β-[Ca
3
(Po
4
)
2
] é um fosfato tricálcio puro na fase beta
obtido por manipulação à baixa temperatura, promovendo, dessa forma, maior
estabilidade do produto, quando presente em meio aquoso. Este produto
apresenta como propriedades, a radiopacidade, a osteocondução e a
reabsorção progressiva, à medida que ocorre o processo de neoformação
óssea. Gruber (1999) utilizou o β-tricálcio fosfato como substituto ósseo após
ablação de tumores e fraturas em cirurgias de o e ressaltou a importância
da utilização de substitutos ósseos reabsorvíveis, tendo em vista a diminuição
do tempo cirúrgico, além de evitar outra intervenção cirúrgica, sob anestesia
geral, com obtenção de uma cicatriz na região da crista ilíaca. Além do
27
exposto, também é interessante observar que se a degradação do material
ocorre e simultaneamente neoformação óssea na área, para a região
maxilo-facial, a possibilidade da inserção de implantes para reabilitação oral
seria extremamente importante.
Lind et al (2001) realizaram um estudo pareado onde adaptaram
implantes de titânio, cobertos com β-tricálcio fosfato, com e sem associação do
fator transformador de crescimento β1 (TGF-β1), no côndilo femural de 10 cães
adultos. Após o período de 6 semanas de avaliação os autores constataram
que o grupo com a presença de TGF-β1 apresentou maior volume de
neoformação óssea, sugerindo que β-tricálcio fosfato associado ao TGF-β1
acelera a atividade reparadora na neoformação óssea próxima a implantes.
Fujita et al (2003) utilizaram blocos de β-tricálcio fosfato (β-TCP) e
Hidroxiapatita (HA) para avaliar as diferenças na osteogênese e na reabsorção
dos materiais implantados no osso parietal de ratos Wistar. As análises
histológicas e histomorfométricas realizadas nos períodos de 1, 2, 4, 8 e 24
semanas e os espécimes corados por hematoxilina-eosina e van Gieson. Na
análise dos resultados observaram que os blocos de HA apresentavam
resistência à carga compressiva 3 vezes maior que a do β-tricálcio fosfato, a
neoformação óssea foi mais efetiva com a HA, a degradação do β-tricálcio
fosfato em meio aquoso foi maior que a da HA, e os dois materiais
apresentavam praticamente o mesmo grau de osteocondutividade. Com base
no exposto os autores puderam concluir que é mais adequado o uso de HA que
de β-tricálcio fosfato no caso de enxertos por aposição.
28
Frota (2003), avaliando histologicamente o processo de regeneração
óssea frente à implantação de β-tricálcio fosfato na calota de 30 ratos nos
períodos de 7, 15 e 30 dias, em estudo pareado, pôde concluir que a reparação
óssea foi similar nos grupos controle e experimental, não sendo
estatisticamente significante para os períodos avaliados e que o implante
comportou-se como um material biocompatível.
Pang et al (2004), avaliaram a formação óssea associada à proteína
morfogenética do osso tipo 4 (BMP-4) na calvária de 140 ratos. Foi
confeccionado defeito de 8mm de diâmetro e de espessura total onde foram
testados esponja de colágeno reabsorvível, β-tricálcio fosfato, isolados ou
associados à BMP-4 na dosagem de 2.5 ou 5 microgramas. Os grupos foram
avaliados nos períodos de 2 e 8 semanas. Observaram que houve aumento na
formação óssea nas associações com BMP-4 sem, entretanto, parecer ser
dose dependente.
Shiratori et al (2005), avaliaram a neoformacão óssea a partir da
implantação de grânulos de β-tricálcio fosfato no fêmur de 65 ratos que foram
avaliados histológica e morfométricamente nos períodos de 3, 7, 10, 14 e 30
dias. Os resultados foram encorajadores quanto a utilização deste material
que a quantidade de osso neoformado no grupo experimental foi maior que no
grupo controle demonstrando ser este material osteocondutor.
Kim et al (2005), com o intuito de promover o processo de osteoindução
e tendo em vista as limitações decorrentes da permanência das proteínas
29
morfogeneticas no sítio de implantação, procurou associar a proteína
morfotenética do osso recombinante tipo 2 (rhBMP-2) a substâncias
carreadoras quais fossem o β-tricálcio fosfato ou uma esponja de colágeno
reabsorvível. Para tal, utilizou quatro grupos, rhBMP-2/ ACS, rhBMP-2/ β-
tricálcio fosfato, ACS e β-tricálcio fosfato. Durante as avaliações histológica e
imunohistoquimica após implantação no subcutâneo dos ratos no período de 2
semanas observou-se formação de osso nos grupos onde existia associação
com a rhBMP-2. No período de 8 semanas houve um acréscimo da
neoformação somente no grupo rhBMP-2/β-tricálcio fosfato. Atribuíram isso, a
necessidade da provisão de um espaço para a formação e maturação óssea
durante os estágios mais avançados da reparação.
Handschel et al (2005) avaliaram a regeneração óssea e a interação
material-osso frente à implantação de β-tricálcio fosfato
na calvária de 21 ratos
após os períodos de 1, 45 e 180 dias em estudo pareado. A análise histológica
mostrou que o implante não apresentou significativa degradação, havendo
permanência do material após 180 dias sem neoformação óssea completa no
lado experimental mesmo em cavidades abaixo do limite crítico, em contraste
com a regeneração óssea no lado controle, promovendo o fechamento
completo do defeito para o mesmo período. No lado experimental evidenciou-
se fina camada de tecido conjuntivo fibroso sem a presença de osteoblastos
denotando a incapacidade de osteocondução atribuída a este implante.
Oneida e Wesley (2005), com o intuito de avaliar a regeneração óssea
da mandíbula utilizaram a proteína morfogenética do osso tipo 2 (BMP-2)
30
veiculada a dois carreadores, polímero de acido hialurônico (HY) e um
composto de colágeno, hidroxiapatita e β-tricálcio fosfato (colágeno/HA/β-
tricálcio fosfato). Para tal, criaram defeitos bilaterais de 5mm na mandíbula de
16 es que foram avaliados histologicamente após 6 semanas. Com o
experimento os autores puderam observar que os espécimes que continham
BMP-2 exibiram neoformação óssea maior que os implantado isoladamente, e
que a associação BMP-2/HY, tendeu a ter neoformação e deposição de
osteóide um pouco maior que a observada na associação BMP-
2/colágeno/HA/β-tricálcio fosfato apesar dos resultados o serem
estatisticamente significantes. Sendo assim, concluíram que tanto
colágeno/HA/β-tricálcio fosfato quanto HY podem ser utilizados eficazmente
como carreadores para a BMP-2.
2.3 Polímero de Mamona
O polímero de mamona foi desenvolvido em 1984 pelo grupo de
pesquisa chefiado pelo Prof. Gilberto Chierici de Química Analítica e
Tecnologia de Polímeros da Escola de Engenharia de São Carlos-USP. À base
de moléculas vegetais extraídas da mamona e com estrutura molecular
semelhante a dos organismos vivos, a sua formação ocorre através da reação
química entre um pré-polímero e um poliol. A mamona possui um grande
potencial oleoquímico, que garante o fornecimento de polióis e pré-polímeros a
partir da produção de ácidos graxos em larga escala. Além disto, o óleo de
mamona, também conhecido como óleo de rícino, pode ser considerado como
31
um poliol natural por conter 03 radicais hidroxilas passíveis de serem usados
na síntese de polímeros (CARVALHO et al, 1997; LEONEL et al, 2004).
O polímero derivado do óleo de mamona possui uma fórmula molecular
que tem mostrado compatibilidade com os tecidos vivos, apresentando
aspectos favoráveis de processabilidade, flexibilidade de formulação,
versatilidade de temperatura de curva e controle de pico exotérmico na
transição líqüido-gel. Possui também excelentes propriedades estruturais, além
de não liberar vapores e radicais tóxicos quando implantados. A literatura
apresenta trabalhos em que o polímero de mamona foi implantado em defeitos
ósseos, de modo que bons relatos sobre o seu comportamento clínico e
biológico têm sido encontrados. Além dessas vantagens, é passível de
esterilização, biodegradável, pode sofrer incorporação ao carbonato de cálcio
com o intuito de favorecer a remodelação óssea e tem baixo custo (COSTA et
al, 1997; MASTRANTÔNIO, RAMALHO, 2003; LEONEL et al, 2004).
Ignácio et al (1997) avaliaram as propriedades de bicompatibilidade e
osteocondução do polímero de mamona confeccionando defeitos de 2cm de
comprimento da diáfise radial de coelhos com implantação posterior da
poliuretana vegetal. Os períodos de observação foram 2, 4, 8 e 16 semanas
sendo avaliados radiográfica e histológicamente. Os resultados demonstraram
como propriedades: biocompatibilidade e osteocondução. Sendo, desta forma,
um material satisfatório para ser utilizado como substituto ósseo.
32
Calixto et al (2001) testaram a biocompatibilidade do polímero de
mamona em alvéolo de ratos pós extração e a possíbilidade de alteração da
cronologia do reparo alveolar. Para isso, utilizaram 80 ratos que foram
submetidos à vivisecação nos períodos de 1, 2, 3 e 6 semanas. Observaram
que flocos de resina de forma irregular e tamanho variável, entre 700-1.200µm,
localizaram-se entre os terços alveolares médio e cervical, inicialmente
circundados por tecido de granulação e posteriormente por quantidade
progressivamente maior de tecido ósseo. A interface implante osso foi
visualizada em algumas áreas, entretanto, o que predominava era presença de
tecido conjuntivo interposto. Os autores o observaram presença de
inflamação, entretanto, a análise morfométrica revelou um retardo do reparo no
grupo experimental entre 13% a 20% quando comparado ao controle. Os
autores, entretanto, concluíram que o polímero de mamona é um material
biocompatível e capaz de osseointegração direta.
Leonel et al (2003) avaliaram a importância da porosidade do polímero
de mamona na neoformação óssea através de avaliação histológica,
mostrando que os poros encontravam-se preenchidos por tecido conjuntivo,
principalmente, por fibras colágenas neoformadas, fibroblastos, macrófagos e
por capilares sangüíneos em formação. A invasão dos poros do polímero por
tecido conjuntivo promovia ligação deste implante com o tecido ósseo do leito
receptor. Com o passar do tempo observou-se, inclusive, tecido do tipo
osteóide preenchendo os poros remanescentes. Os autores ressaltaram como
característica importante a arquitetura interna porosa do polímero que favorece
o processo de osteocondução pela penetração de capilares em seus poros.
33
Mastrantônio e Ramalho (2003) no intuito de avaliar histologicamente o
comportamento do polímero de mamona com e sem carbonato de cálcio,
implantaram discos no tecido subcutâneo de camundongos e avaliaram a
resposta tecidual nos períodos de 7, 20, 30 e 60 dias. Os autores concluíram
que os dois implantes mostraram-se biocompatíveis.
Leonel et al (2004) avaliaram a ão do polímero de mamona durante a
neoformação óssea, utilizaram 45 ratos wistar criando defeitos ósseos de 2mm
no arco zigomático e preenchendo-os com polímero de mamona em bloco. A
avaliação histológica foi realizada nos períodos de 15, 30, 60, 90 e 120 dias. O
polímero de mamona utilizado neste estudo mostrou ser implante adequado,
uma vez que foi substituído por osso neoformado na medida em que foi sendo
reabsorvido.
Castelo Branco et al (comunicação pessoal) compararam
histologicamente a regeneração óssea frente à implantação da matriz óssea
desmineralizada de origem humana e do polímero de mamona. Os autores
utilizaram 24 coelhos onde foram preparadas duas cavidades cirúrgicas na
calota craniana. Os animais foram divididos em dois grupos I (matriz óssea
desmineralizada de origem humana) e grupo II (polímero de mamona). O
controle foi preenchido apenas com o sangue do animal. A análise histológica
foi realizada nos períodos pós-operatórios de 4, 7 e 15 semanas e revelou que
tanto o grupo controle quanto os grupos I e II apresentaram aumento na
neoformação óssea ao longo do tempo, sendo que esta reparação se deu mais
34
rapidamente no grupo controle, mesmo mostrando diminuição importante na
espessura. Desta forma puderam concluir que os implantes eram
biocompatíveis, sendo o polímero reabsorvido mais tardiamente e
apresentando resultados superiores aos encontrados com a utilização da
matriz óssea desmineralizada de origem humana.
2.4 Radiopacidade
A radiopacidade, propriedade importante e desejável para os materiais
intrabucais e meios de contraste é avaliada através da densidade óptica (D.O.)
e possibilita sua identificação no exame radiográfico. Na cirurgia e
traumatologia buco-maxilo-facial, a utilização de contrastes tem sido muito
utilizada para avaliação e planejamento cirúrgico de lesões vasculares e
císticas como hemangiomas e cistos nasolabiais. Esta característica,
entretanto não é um privilégio da nossa especialidade, sendo utilizada em
materiais das diversas áreas como dentística, endodontia e prótese (BEYER-
OLSEN, ORSTAVIK, 1981; SILVEIRA et al, 2000).
Silva et al (1997) avaliaram radiograficamente o comportamento
biológico do tecido ósseo frente à implantação do polímero de mamona em
rádio de coelhos nos períodos de 15, 30, 90 e 120 dias. Em seus resultados
encontraram uma intensificação da radiopacidade no controle em relação ao
polímero de mamona que manteve uma constância da radiopacidade. Pela
análise qualitativa da radiopacidade, puderam concluir que as radiografias
convencionais padronizadas e com qualidade eram excelentes meios para
35
investigação não invasiva do comportamento biológico do tecido ósseo.
Relataram ainda que critérios pré-estabelecidos sistematizam e conferem
reprodutibilidade aos estudos radiográficos do processo de reparo ósseo.
Tavano et al (1999) com o intuito de avaliar densidade radiográfica
digital do tecido ósseo associado ou não a implante de polímero de mamona,
confeccionou defeitos de 0,5cm no rádio de 12 coelhos implantando
posteriormente o polímero no lado esquerdo. Os animais foram avaliados nos
períodos de 15, 30, 90 e 120 dias onde se observou a densidade radiográfica
das áreas teste e controle nos diferentes períodos demonstrando a evolução do
processo de reparo e também que os resultados do polímero de mamona nos
períodos experimentais foram constantes, quanto a sua radiopacidade.
Bolson et al (2005) avaliaram a reparação óssea do ponto de vista
clínico, radiográfico, macroscópico e histológico do polímero de mamona em 20
animais (coturnix japonica) separados aleatoriamente em grupos de 5 cada.
Radiografias foram realizadas imediatamente após a cirurgia e nos períodos de
15, 30, 60 e 90 dias onde observaram aumento da densidade radiográfica local
promovida pelo material. A análise macoscópica em cortes longitudinal e
transversal revelou que a poliuretana vegetal o foi absorvida em nenhum do
grupos, sendo observada, entretanto, diminuição da resistência do implante. A
análise dos dados coletados possibilitou concluir que o implante de poliuretana
vegetal apresenta características de biocompatibilidade e osteointegração.
36
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Este trabalho teve como objetivo avaliar comparativamente a reparação
de defeitos ósseos confeccionados na calota craniana de ratos Wistar,
utilizando como implantes o β-tricálcio fosfato (β-TCP)
2
e o polímero de
mamona
3
nos períodos de 7, 15, 30, 60 e 90 dias através da radiopacidade e
da análise morfológica.
3.2 Objetivos Específicos
3.2.1 Avaliar o grau de radiopacidade do tecido ósseo da calota craniana, do
osso neoformado, do β-tricálciofosfato e do polímero de mamona nos
intervalos propostos.
3.2.2 Avaliar a biocompatibilidade e a neoformação óssea.
2
Cerasorb®
3
Poliquil Araraquara®
37
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Seleção da amostra
No presente trabalho, foram utilizados 105 ratos machos albinos (Rattus
norvegicus da família Muridae, da variedade Wistar) adultos jovens, com 4
meses de idade e peso corporal variando entre 300 e 400 gramas (Figura 4.1).
A utilização destes animais no presente experimento foi definida devido à
ausência de variações hormonais e maturação do tecido ósseo nesta etapa do
desenvolvimento (LUCA et al, 1996).
Figura 4.1 - Rato Wistar, macho, adulto, com 4 meses de idade
4.2 Critérios de exclusão da amostra
Do ponto de vista clínico, a exclusão da amostra ocorreria nos animais
que apresentassem infecção, exposição do implante e deiscência da sutura,
bem como, os que apresentassem alguma patologia no transcorrer dos
38
períodos de experimentação. Do ponto de vista histológico, seriam excluídos os
espécimes que apresentarem perda do material testado durante o
processamento da amostra e os que apresentassem interposição de tecido
mole (tecido intracraniano) na área avaliada.
4.3 Acondicionamento dos animais
Os animais foram acondicionados em gaiolas plásticas com altura
interna de 18cm atapetada com maravalha de pinus, sendo acondicionados 5
animais por gaiola (Figura 4.2). Os animais foram mantidos no biotério da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) na temperatura de 23ºC
± 2ºC, ciclo claro-escuro de 12hs. As trocas de cama e limpeza de gaiolas,
bebedouros e comedouros foram efetuadas três vezes por semana, segundo o
protocolo de limpeza e desinfecção do biotério da UFRPE.
Figura 4.2 - Acondicionamento dos animais na gaiola
39
4.4 Alimentação dos animais
Os animais receberam água e ração sólida peletizada
4
, com alto teor de
proteína (20 a 27%) ad libitum.
4.5 Grupos de estudo
Os 105 ratos que foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos G1 (β-
TCP) e G2 (Polímero de mamona) com 10 animais cada, nos períodos de 7,
15, 30, 60 e 90 dias, com seus respectivos subgrupos A (experimento) e B
(controle). Para cada período analisado, 01 animal adicionalmente foi avaliado
radiograficamente sem que fosse submetido à trepanação da calota, com o
intuito de observar a radiopacidade e características do trabeculado ósseo da
calota craniana. Este animal correspondeu ao parâmetro radiográfico para os
períodos avaliados.
4.6 Desenho do estudo
O estudo foi do tipo pareado com a utilização dos lados direito e
esquerdo como controle e experimento, respectivamente.
4
Labina
®
- Purina Nutrimentos
40
4.7 Identificação das gaiolas e dos animais
Cada gaiola foi identificada individualmente, bem como, cada animal
onde constaram: data de nascimento, vermifugação, cirurgia, sacrifício, peso
do animal, nome do experimento e responsáveis pela pesquisa, sendo esta
identificação executada com tinta nankim na cauda do rato, de forma circular,
onde cada anel pintado correspondeu a um número específico. Todos os dados
relacionados ao experimento foram anotados em fichas padronizadas para
coleta de dados (APÊNDICE A).
4.8 Anestesia
Para a administração de drogas e procedimentos cirúrgicos, cada rato foi
pesado no dia anterior no intuito de minimizar o estresse no momento da
cirurgia. Para a anestesia geral destes animais, foi utilizado 0,3ml de Cloridrato
de Quetamina (60-90mg/kg)
5
e Cloridrato de Xilazina (4-8mg/kg)
6
diluídos de
1:1 e aplicados no músculo da coxa do animal, obtendo-se um período de
aproximadamente duas horas de anestesia. Imediatamente após a anestesia, a
tricotomia da região mediana da calota craniana dos ratos foi realizada desde a
porção fronto-nasal até a região occipital. Os animais foram imobilizados em
uma mesa cirúrgica específica (Steriotax) pela região temporal através de pinos
de contensão lateral, bem como pelos incisivos superiores e inferiores em local
específico (Figura 4.3) (FROTA, 2003).
5
Francotar
®
- Virbac
6
Virbaxyl
®
- Virbac
41
Figura 4.3 - Tricotomia e contenção do animal na mesa cirúrgica
4.9 Técnica Cirúrgica
Inicialmente, foi efetuada anti-sepsia da região da calota craniana, com
Polivinilpirrolidona-iodo
7
a 10% na região a ser incisada. Em seguida, foram
feitas aposição do campo cirúrgico e infiltração anestésica local de 0,1ml de
Cloridrato de Lidocaína com Adrenalina
8
, na concentração de 1:200.000. Este
procedimento foi adotado, com o intuito de diminuir o sangramento no trans-
operatório e promover um maior conforto no pós-operatório imediato. Uma
incisão linear foi efetuada através da pele e periósteo, indo da região fronto-
nasal a protuberância occipital externa, com o uso de lâmina de bisturi
9
mero
15, montada em cabo de bisturi
10
Bard-Parker número 3 (Figura 4.4).
7
Povidine Degermante
®
- Ceras Johnson
8
Xylocaína
®
com Epinefrina 1:200.000 - AstraZeneca
9
Feather Safety Razor CO., LTD. Medical Division
10
Bard-Parker
TM
42
Com o destaca-periósteo
11
de Molt, promoveu-se descolamento do
periósteo, com mínimo traumatismo para que não houvesse retardo no reparo
ósseo. O afastamento do retalho foi efetuado com descoladores delicados
(Figura 4.5) (FROTA, 2003).
Figura 4.4 - Incisão linear da pele e periósteo com bisturi
Após a exposição dos tecidos, a ostectomia foi obtida com broca
trefina
12
5mm de diâmetro montada em uma peça de o reta para micro
motor elétrico Dentec
13
- modelo 405N, acionado a uma velocidade de
25.000rpm e com irrigação externa com soro fisiológico
14
0,9%, para evitar
superaquecimento e necrose óssea subseqüente (PEREIRA, PERRI de
CARVALHO, OKAMOTO, 1996; FROTA, 2003).
11
Quinelato Schobell Industrial Ltda
12
Sistema de implantes PPMM
13
Dentec Indústria e Comércio Ltda
14
Soro Fisiológico
®
- Darrow
43
Figura 4.5 - Exposição do osso parietal após deslocamento do retalho
O defeito de 5mm utilizado, foi considerado crítico para a neoformação
óssea espontânea na espécie e área utilizadas neste experimento segundo
Bosh, Melsen e Vargervik (1998) e Bohning, Davenport e Jeansonne (1999).
A ostectomia criou um defeito ósseo circular de 5mm de diâmetro e de
espessura total (1mm), nos lados direito e esquerdo, localizados na região
parietal, tendo-se o cuidado de não comprometer a dura-máter. O defeito ósseo
criado no lado esquerdo teve localização mais cefálica, enquanto o defeito
criado no lado direito teve uma localização mais caudal (FROTA, 2003).
Após a confecção dos defeitos ósseos, estes foram preenchidos com
coágulo, β-tricálcio fosfato ou polímero de mamona utilizando-se a porção
convexa da cureta de Molt
15
para ajudar na adaptação dos enxertos de modo
que o defeito fosse preenchido (Figuras 4.6 e 4.7).
15
Quinelato Schobell Industrial Ltda
44
Figura 4.6 - Defeitos ósseos de 5mm de diâmetro, implante de β-tricálcio
fosfato granulado e controle
Figura 4.7 - Defeitos ósseos de 5mm de diâmetro, implante
de polímero de mamona floculado e controle
Após estes tempos cirúrgicos, efetuou-se sutura interrompida para o
periósteo e sutura contínua festonada para a pele (Figuras 4.8 e 4.9). O fio de
sutura utilizado foi de poliamida
16
(mononylon 5-0) por ser um fio que
reconhecidamente provoca pouca reação inflamatória (MAGALHÃES, 1993).
16
Ethicon
®
- Johnson & Johnson
β
-
tricálcio fosfato 500
-
1000
µ
m
Defeito ósseo
polímero de mamona floculado
Defeito ósseo
45
Figura 4.8 - Sutura interrompida simples do periósteo com mononylon 5-0
Figura 4.9 - Sutura contínua festonada da pele com mononylon 5-0
4.10 Cuidados pós-operatórios
Os animais foram mantidos em ambiente sem ar condicionado, com o
intuito de manter o ambiente aquecido no período pós-anestésico, evitando
assim, hipotermia corporal, depressão cardio respiratória e óbito (HARKNESS,
WAGNER, 1993). Os cuidados pós-operatórios foram no sentido de promover a
mínima manipulação dos animais (LUCA et al, 1996). Foi efetuada a limpeza
46
da ferida cirúrgica, para que os animais que despertassem primeiro da
anestesia não ficassem estimulados a praticar o canibalismo, devido ao odor
exalado pelo sangue presente na ferida cirúrgica. A dieta foi mantida
(FIGUEIREDO, TAKITA, GOLDENBERG, 1997).
4.11 Eutanásia dos animais
Os ratos dos grupos G1 e G2 foram eutanasiados nos períodos de 7, 15,
30, 60 e 90 dias do pós-operatório com uma dose letal (1ml) de Quetamina e
Xilazina na proporção de 1:1.
4.12 Obtenção dos espécimes
Para possibilitar as análises, foi realizada uma incisão trapezoidal de
espessura total abrangendo os tecidos moles da região parietal da calota
craniana. As peças estudadas foram obtidas mediante ressecção parcial da
calota craniana, efetuada com broca carbide
17
número 702, montadas em peça
de mão reta e acionadas por micromotor elétrico Dentec - modelo 405N, a uma
velocidade de 25.000 rpm, com margem de segurança, com o objetivo de não
haver um superaquecimento do espécime, com conseqüente necrose e
alteração dos resultados (FROTA, 2003).
17
Implantes - Biomateriais Dentoflex Instrumentos Cirúrgicos
47
4.13 Técnica radiográfica
A técnica radiográfica utilizada foi a do feixe central de raios X incidindo
no sentido crânio-caudal com uma distância foco-filme de 40cm. O aparelho
utilizado foi o Medicor Budapeste Tipo SR-331 com 65kVp e 10mA, filtragem
total equivalente a 2,5mm de alumínio, determinada pela norma P.H. 2.9 de
1964, da American Standart Association e o filme utilizado foi o oclusal (Kodak
Insight) (Figura 4.10). Um dos espécimes do controle radiográfico foi utilizado
como piloto para o estabelecimento do posicionamento e tempo de exposição
que foi de 0,4 segundos.
Figura 4.10 - Tomada radiográfica com Medicor Budapeste Tipo SR-331
Cada filme foi identificado com uma etiqueta de chumbo que
correspondia ao período e ao implante utilizado. No filme ficaram dispostos
cinco corpos de prova, cinco calotas e o penetrômetro de alumínio de forma
48
padronizada. Com isso, minimizava-se a possibilidade de alterações durante a
tomada radiográfica. (Figura 4.11).
Figura 4.11 - Filme oclusal, etiqueta de chumbo, corpos
de prova, espécimes e penetrômetro de alumínio posicionados
4.14 Mensuração da densidade óptica
A mensuração das densidades ópticas das radiografias foi efetuada
através de um fotodensitômetro (Densitometer model 07-443, Nuclear
Associates - Victoreen) da marca Macbeth TD 931, calibrado com base nas
especificações do fabricante. As leituras no fotodensitômetro foram executadas
em cinco pontos aleatórios nos corpos de prova e em três pontos aleatórios
para cada região estudada; tanto controle quanto experimento. Os dados foram
anotados em fichas específicas. Os corpos de prova foram confeccionados em
latão com 10mm de diâmetro por 1mm de altura com intuito de conter os
implantes radiografados e posteriormente avaliados através da densidade
óptica.
49
4.15 Avaliação radiográfica
Inicialmente, realizou-se um estudo piloto utilizando-se a norma 57 da
American Dental Association (1983), referente à propriedade física de
radiopacidade, a fim de conhecer e estabelecer a influência de fatores como
posicionamento, tempo de exposição, corrente elétrica e processamento do
filme na avaliação.
Para avaliar a densidade óptica dos implantes, foram confeccionados
cinco corpos de prova que consistiram de uma matriz circular de latão com
10mm diâmetro interno por 1mm de altura, segundo requisitos estabelecidos
na norma 57 da American Dental Association (1983). Estas matrizes foram
preenchidas com β-tricálcio fosfato e polímero de mamona onde uma placa de
vidro foi utilizada para auxiliar na confecção dos corpos de prova servindo
como base para colocação da matriz. A placa foi disposta sobre uma bancada
fixa, na qual foi colocada a matriz de latão e adaptados os materiais. Para
evitar a mobilização dos materiais nas matrizes e facilitar o deslocamento
desses de um filme para outro, o conjunto foi mantido com uma fita adesiva.
Com o intuito de transformar os dados da densidade óptica em uma
medida mundialmente padronizada, utilizamos o penetrômetro; um dispositivo
de alumínio constituído de 10 gradações que apresentam espessuras de 1 a
10mm, onde foi possível traçar um gráfico que relaciona a D.O. com a
espessura em mm de alumínio. A partir deste gráfico, foi possível obter o valor
50
médio da densidade óptica de cada material e das áreas analisadas e a
espessura de alumínio correspondente.
Para a irradiação foi formado um conjunto com cinco corpos de prova
com o mesmo tipo de material, cinco calotas que correspondiam a um período
específico e o penetrômetro de alumínio sendo posicionados em cada filme
oclusal a ser avaliado. O conjunto filme, corpos de prova, espécimes e
penetrômetro foi posicionado sobre um suporte de isopor, colocado em uma
mesa fixa, na qual foi mantida distância foco-filme de 40cm. O isopor foi
utilizado para distanciar as amostras da mesa, evitando que a irradiação
retroespalhada atingisse o filme radiográfico e, portanto afetasse a
radiopacidade. O tempo de exposição foi de 0,4s.
Após a adaptação dos corpos de prova, espécimes e penetrômetro
sobre o filme oclusal Insight fabricado pela Eastman Kodak, (Rochester) com
sensibilidade E/F - (24 a 96 R* Röentgen recíproco), lote 4107352, validade,
dezembro de 2007, foi utilizada como fonte produtora de raios X, um aparelho
da marca Medicor Budapeste Tipo SR-331 com 65kVp e 10mA, filtragem total
equivalente a 2,5mm de alumínio, determinada pela norma P.H. 2.9 de 1964,
da American Standart Association com tempo de exposição de 0,4s. A exatidão
e precisão do aparelho de raios X foi previamente avaliada pelo Laboratório de
Metrologia de Radiações Ionizantes do Departamento de Energia Nuclear -
DEN, da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, garantindo desta forma
a reprodutibilidade do estudo que deverá não ser inferior a 3%.
51
As soluções utilizadas para o processamento foram o revelador e fixador
produzidos pela Kodak Brasileira Comércio e Indústria Ltda. As substâncias
foram diluídas 24 horas antes do início do experimento de acordo com as
especificações do fabricante e colocadas em tanques, um para revelador e
outro para fixador, com capacidades para 10 litros de solução, vedada ao ar
por uma tampa com a finalidade de evitar a oxidação da solução.
De acordo com as recomendações da norma P.H. 2.9 de 1964, da
American Standart Association o processamento foi realizado no espaço de 2 a
24 horas após a exposição dos filmes, pois as ionizações causadas nos
halogenetos de prata da emulsão radiográfica se estabilizaram, sendo os
filmes processados no espaço de 3 horas. O método utilizado foi
temperatura/tempo, (24ºC) com 3 minutos de revelação, lavagem intermediária,
10 minutos de fixação e 20 minutos para lavagem final.
As medidas da densidade óptica do β-tricácio fosfato, do polímero de
mamona e do controle foram coletadas a partir do fotodensitômetro no
Laboratório de Metrologia, do Departamento de Energia Nuclear (DEN) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A mensuração da densidade
óptica foi executada através da leitura direta da radiografia pelo
fotodensitômetro, que mediu a quantidade de luz que passava através do filme
por um orifício de 1 mm de diâmetro.
Para que o controle radiográfico fosse o mais rigoroso possível e não
houvesse possibilidade de troca na seqüência radiográfica, foram utilizados
52
pequenos números de chumbo fixados por cera utilidade número 7 no lado
direito do filme, tomando-se como referência o picote. Estes pequenos
números traduziam informações a respeito do tipo de material utilizado e
período avaliado.
Cada radiografia correspondeu a um período e a um tipo de implante
específico (Figura 4.12 e 4.13). As mensurações foram feitas de forma aleatória
em 5 pontos para cada corpo de prova, 3 pontos para os espécimes tanto do
lado controle quanto experimental e 1 ponto para a escala de alumínio. Foram
obtidas dias das leituras das densidades ópticas, anotadas em ficha
específica e posteriormente convertidas em mm/Al através de equação física
específica.
Figura 4.12 - Radiografia que corresponde ao período de 60 dias do G1
53
Figura 4.13 - Radiografia que corresponde ao período de 90 dias do G2
4.16 Processamento do material para análise morfológica
Os espécimes foram fixados em formol tamponado a 10%, à
temperatura ambiente e posteriormente descalcificados em solução de ácido
nítrico a 0,5% por 15 dias. Após a descalcificação, os espécimes foram lavados
em água corrente, por 24 horas, desidratados em cadeia crescente de álcool
(70 a 100%), diafanizados em banhos de xilol e incluídos em parafina. Os
espécimes foram seccionados em cortes semi-seriados de 4µm no maior
diâmetro do defeito e corados por Hematoxilina e Eosina (H.E.).
4.17 Análise morfológica
A análise histológica foi realizada no Laboratório de Patologia da
Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE), por um examinador.
Foram utilizados como parâmetros histológicos, infiltrado inflamatório, reação
de corpo estranho, tecido conjuntivo fibroso, atividade osteoblástica e
54
neoformação óssea (formação de osteóide, tecido ósseo imaturo e maturo).
Para a avaliação dos resultados histológicos nos diferentes parâmetros foi
utilizado, (1) para presente e (0) para ausente. Quando presente, o infiltrado
inflamatório foi classificado como leve (1), leve a moderado (2), moderado (3),
moderado a intenso (4) e intenso (5). Os dados foram registrados em tabelas
confeccionadas para cada período de análise (APÊNDICE B).
4.18 Análise estatística
Como forma de análise obteve-se freqüências absolutas e percentuais
por tempo de avaliação e foram utilizados os testes de Mc-Nemar para
comparação entre grupos experimentais e controle de cada material e o teste
Exato de Fisher para comparação entre os grupos experimentais. O nível de
significância ou margem de erro na aplicação dos testes foi de 5.0%. Os dados
foram digitados na planilha Excel e os dados processados no programa
estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).
4.19 Considerações éticas
O estudo foi desenvolvido segundo as normativas contidas no Colégio
Brasileiro de Experimentação Animal e após aprovação pelo Comitê de Ética
da Universidade de Pernambuco sob número 141/04 (Anexo A).
55
5 RESULTADOS
5.1 Avaliação Radiográfica
A nomenclatura utilizada para a coleta de dados e análise radiográfica
foi para o filme 1B (β-tricálcio fosfato com 7dias), 2B (β-tricálcio fosfato com 15
dias), 3B (β-tricálcio fosfato com 30 dias), 4B (β-tricálcio fosfato com 60 dias),
5B (β-tricálcio fosfato com 90 dias), 1P (polímero de mamona com 7 dias), 2P
(polímero de mamona com 15 dias), 3P (polímero de mamona com 30 dias), 4P
(polímero de mamona com 60 dias), 5P (polímero de mamona com 90 dias) e
C (controle radiográfico). Foi utilizado também G1CP (corpo de prova do grupo
G1), G2CP (corpo de prova grupo G2), G1E (experimento do grupo G1), G2E
(experimento do grupo G2), G1C (controle do grupo G1), G2C (controle do
grupo G2), D.O.(densidade óptica) e mmAl (milímetro de alumínio).
Os valores das médias das densidades ópticas, dos materiais e dos
espécimes obtidos da leitura no fotodensitômetro nos doze filmes irradiados e
seus correspondentes em mmAl, estão apresentados nas tabelas 5.1, 5.2, 5.3,
5.4, 5.5, 5.6, 5.7, 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11. A tabela 5.12 descrita em mmAl sintetiza
os valores médios da radiopacidade verificada nos períodos de 7, 15, 30 60 e
90 dias com relação a G1CP, G1E, G1C, G2CP, G2E e G2C. Os gráficos 5.1,
5.2, 5.3, 5.4, 5.5, 5.6, 5.7, 5.8, 5.9, 5.10 e 5.11 correspondem à densidade
óptica do penetrômetro em mmAl.
56
A tabela 5.1 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
1B, onde foi observado que G1CP obteve média da densidade óptica de 1,43,
que correspondeu a 0,68mmAl, G1E obteve média da densidade óptica de
1,46, que correspondeu a 0,60mmAl e G1C obteve média da densidade óptica
de 1,40, que correspondeu a 0,71mmAl.
Tabela 5.1 - Valores da radiopacidade verificada no filme 1B do grupo G1
1B D.O. mmAl
G1CP 1,43 0,68
G1E 1,46 0,60
G1C 1,40 0,71
O gráfico 5.1 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 1B, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3843Ln(x) + 1,3504
R
2
= 0,9973
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.1 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 1B
57
A tabela 5.2 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
2B, onde foi observado que G1CP obteve média da densidade óptica de 1,43,
que correspondeu a 0,68mmAl, G1E obteve média da densidade óptica de
1,52, que correspondeu a 0,50mmAl e G1C obteve média da densidade óptica
de 1,7, que correspondeu a 0,30mmAl.
Tabela 5.2 - Valores da radiopacidade verificada no filme 2B do grupo G1
2B D.O. mmAl
G1CP 1,43 0,68
G1E 1,52 0,50
G1C 1,70 0,30
O gráfico 5.2 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 2B, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3843Ln(x) + 1,3504
R
2
= 0,9973
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.2 - Correspondente da D.O. do penetrômetro em mmAl no filme 2B
58
A tabela 5.3 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
3B, onde foi observado que G1CP obteve média da densidade óptica de 1,43,
que correspondeu a 0,68mmAl, G1E obteve média da densidade óptica de
1,54, que correspondeu a 0,47mmAl e G1C obteve média da densidade óptica
de 1,68, que correspondeu a 0,32mmAl.
Tabela 5.3 - Valores da radiopacidade verificada no filme 3B do grupo G1
3B D.O. mmAl
G1CP 1,43 0,68
G1E 1,54 0,47
G1C 1,68 0,32
O gráfico 5.3 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 3B, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3843Ln(x) + 1,3504
R
2
= 0,9973
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.3 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 3B
59
A tabela 5.4 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
4B, onde foi observado que G1CP obteve média da densidade óptica de 1,46,
que correspondeu a 0,65mmAl, G1E obteve média da densidade óptica de
1,50, que correspondeu a 0,55mmAl e G1C obteve média da densidade óptica
de 1,70, que correspondeu a 0,32mmAl.
Tabela 5.4 - Valores da radiopacidade verificada no filme 4B do grupo G1
4B D.O. mmAl
G1CP 1,46 0,65
G1E 1,50 0,55
G1C 1,70 0,32
O gráfico 5.4 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 4B, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3961Ln(x) + 1,3852
R
2
= 0,9976
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.4 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 4B
60
A tabela 5.5 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
5B, onde foi observado que G1CP obteve média da densidade óptica de 1,48,
que correspondeu a 0,62mmAl, G1E obteve média da densidade óptica de
1,55, que correspondeu a 0,47mmAl e G1C obteve média da densidade óptica
de 1,77, que correspondeu a 0,25mmAl.
Tabela 5.5 - Valores da radiopacidade verificada no filme 5B do grupo G1
5B D.O. mmAl
G1CP 1,48 0,62
G1E 1,55 0,47
G1C 1,77 0,25
O gráfico 5.5 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 5B, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3942Ln(x) + 1,4044
R
2
= 0,9929
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.5 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 5B
61
A tabela 5.6 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
1P, onde foi observado que G2CP obteve média da densidade óptica de 1,64,
que correspondeu a 0,36mmAl, G2E obteve média da densidade óptica de 1,50
que correspondeu a 0,54mmAl e CG2 obteve média da densidade óptica de
1,52 que correspondeu a 0,50mmAl.
Tabela 5.6 - Valores da radiopacidade verificada no filme 1P do grupo G2
1P D.O. mmAl
G2CP 1,64 0,36
G2E 1,50 0,54
G2C 1,52 0,50
O gráfico 5.6 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 2P, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3555Ln(x) + 1,2739
R
2
= 0,9995
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.6 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 5B
62
A tabela 5.7 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
2P, onde foi observado que G2CP obteve média da densidade óptica de 1,66,
que correspondeu a 0,34mmAl, G2E obteve média da densidade óptica de
1,59, que correspondeu a 0,42mmAl e G2C obteve média da densidade óptica
de 1,60, que correspondeu a 0,41mmAl.
Tabela 5.7 - Valores da radiopacidade verificada no filme 2P do grupo G2
2P D.O. mmAl
G2CP 1,66 0,34
G2E 1,59 0,42
G2C 1,60 0,41
O gráfico 5.7 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 2P, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3521Ln(x) + 1,2779
R
2
= 0,9957
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.7 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 2P
63
A tabela 5.8 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
3P, onde foi observado que CPG2 obteve média da densidade óptica de 1,60,
que correspondeu a 0,40mmAl, EG2 obteve média da densidade óptica de
1,56, que correspondeu a 0,46mmAl e CG2 obteve média da densidade óptica
de 1,62, que correspondeu a 0,39mmAl.
Tabela 5.8 - Valores da radiopacidade verificada no filme 3P do grupo G2
3P D.O. mmAl
G2CP 1,60 0,40
G2E 1,56 0,46
G2C 1,62 0,39
O gráfico 5.8 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 3P, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3525Ln(x) + 1,2905
R
2
= 0,9941
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.8 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 3P
64
A tabela 5.9 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
4P, onde foi observado que G2CP obteve média da densidade óptica de 1,60,
que correspondeu a 0,39mmAl, G2E obteve média da densidade óptica de
1,63, que correspondeu a 0,39mmAl e G2C obteve média da densidade óptica
de 1,60, que correspondeu a 0,40mmAl.
Tabela 5.9 - Valores da radiopacidade verificada no filme 4P do grupo G2
4P D.O. mmAl
G2CP 1,60 0,39
G2E 1,63 0,39
G2C 1,60 0,40
O gráfico 5.9 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 4P, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3334Ln(x) + 1,2456
R
2
= 0,9909
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.9 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 4P
65
A tabela 5.10 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme
5P, onde foi observado que G2CP obteve média da densidade óptica de 1,73,
que correspondeu a 0,30mmAl, G2E obteve média da densidade óptica de
1,70, que correspondeu a 0,30mmAl e G2C obteve média da densidade óptica
de 1,68, que correspondeu a 0,32mmAl.
Tabela 5.10 - Valores da radiopacidade verificada no filme 5P do grupo G2
5P D.O. mmAl
G2CP 1,73 0,30
G2E 1,70 0,30
G2C 1,68 0,32
O gráfico 5.10 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme 5P, possibilitando o cálculo da
equivalência de alumínio.
y = -0,3895Ln(x) + 1,3683
R
2
= 0,9964
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.10 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme 5P
66
A tabela 5.11 descreve os valores da radiopacidade verificada no filme C
(controle radiográfico), onde foi observado que o lado E (experimental) obteve
média da densidade óptica de 1,49, que correspondeu a 0,56mmAl e o lado C
(controle) obteve média da densidade óptica de 1,47, que correspondeu a
0,58mmAl.
Tabela 5.11 - Valores da radiopacidade verificada no filme C
C D.O. mmAl
Lado E
1,49 0,56
Lado C
1,47 0,58
O gráfico 5.11 ilustra a curva ajustada da D.O. do penetrômetro em
função da espessura em mmAl no filme C (controle radiográfico), possibilitando
o cálculo da equivalência de alumínio.
y = -0,3434Ln(x) + 1,3057
R
2
= 0,9979
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 2 4 6 8 10 12
Espessura (mmAl)
D.O
Gráfico 5.11 - Correspondente da DO do penetrômetro em mmAl no filme C
67
A tabela 5.12 sintetiza os valores médios da radiopacidade em mmAl
nos períodos de 7, 15, 30 60 e 90 dias com relação a G1CP, G1E, G1C,
G2CP, G2E e G2C.
Tabela 5.12 - Valores médios da radiopacidade em mmAl
por períodos nos grupos G1 e G2.
Período G1CP
G1E
G1C
G2CP
G2E
G2C
7 0,68 0,59
0,71
0,36 0,54
0,50
15
0,68 0,50
0,30
0,34 0,42
0,41
30
0,68 0,48
0,32
0,40 0,46
0,39
60
0,65 0,55
0,32
0,39 0,39
0,40
90
0,62 0,47
0,25
0,30 0,30
0,32
5.2 Alise Morfológica
A análise morfológica foi descrita para os grupos G1 (β-TCP) e G2
(Polímero de mamona) com 10 animais cada, nos períodos de 7, 15, 30, 60 e
90 dias.
7 dias
G1A (β-tricálcio fosfato - Experimento)
Dos 10 animais deste grupo, um foi excluído da amostra devido à perda
do material durante o processamento. O infiltrado inflamatório do tipo
68
linfoplasmocitário identificado em dois animais sendo um de moderado a
intenso e um leve. Neoformação vascular com vasos sanguíneos congestos e
áreas hemorrágicas foram visualizados em todos os animais. Em um animal
estavam presentes células gigantes multinucleadas de permeio ao material,
sugerindo reação de corpo estranho. O tecido conjuntivo localizado próximo ao
material implantado exibia-se fibroso nos 9 casos avaliados, sendo verificada
ainda, a presença de tecido conjuntivo de aspecto reticulado entre os grânulos
do material implantado (Figura 5.1). Oito dos nove casos examinados
apresentavam atividade osteoblástica na periferia do defeito ósseo. Em dois
animais observou-se deposição de osteóide, tendo um ocorridona periferia do
material implantado (Figura 5.2) e outro entre os grânulos do material e
próximo ao osso pré-existente.
G1B (β-tricálcio fosfato - Controle)
Em um animal foi visualizado infiltrado inflamatório linfoplasmocitário
leve. Neoformação vascular exibindo vasos sanguíneos congestos e áreas
hemorrágicas foram visualizados em todos os animais estudados. O tecido
conjuntivo foi do tipo fibroso. Nos 10 casos avaliados houve atividade
osteoblástica na periferia do defeito ósseo e em nenhum dos casos se
observou deposição osteóide (Figura 5.11). Em dois animais visualizamos
neoformação óssea trabecular na periferia do defeito.
69
G2A (Polímero de mamona - Experimento)
Não visualizamos presença de infiltrado inflamatório nem reação de
corpo estranho nos animais avaliados. Tecido conjuntivo fibroso foi evidenciado
em todos os animais (Figura 5.16). Atividade osteoblástica foi observada em
todos os casos. Em um animal ocorreu neoformação óssea associada à
periferia do defeito. Um espécime foi excluído da amostra devido à falha no
processamento laboratorial.
G2B (Polímero de mamona - Controle)
Não verificamos presença de infiltrado inflamatório ou osteóide. Todos
os animais deste período apresentaram tecido conjuntivo fibroso (Figura 5.25).
Neoformação óssea ocorreu em um animal sendo restrita à periferia do defeito.
Atividade osteoblástica esteve presente em todos os casos.
15 dias
G1A (β-tricálcio fosfato - Experimento)
Não foi observado infiltrado inflamatório, nem reação do tipo corpo
estranho. Tecido conjuntivo fibroso e atividade osteoblástica foram visualizados
em todos os casos. Foi verificado, ainda, entre os grânulos do material
implantado tecido conjuntivo exibindo aspecto reticular. Observou-se que nos
10 casos ocorreu neoformação óssea na periferia do β-tricálcio fosfato e do
70
defeito ósseo (Figura 5.3 e 5.4). Houve neoformação óssea acentuada em dois
animais de forma centrípeta (da periferia para o centro do defeito).
G1B (β-tricálcio fosfato - Controle)
Não foi observado infiltrado inflamatório. Tecido conjuntivo fibroso e
atividade osteoblástica estiveram presentes em todos os casos (Figura 5.12).
Nos 10 animais avaliados ocorreu neoformação óssea na periferia do defeito,
sendo em um animal, extensa.
G2A (Polímero de mamona - Experimento)
Não foram evidenciadas reação inflamatória nem reação de corpo
estranho. O tecido conjuntivo fibroso esteve presente em todos os casos e
presença de osteóide foi evidenciada em quatro animais (Figura 5.17). A
neoformação óssea foi limitada à periferia do defeito. Dois animais
apresentaram neoformação óssea exacerbada (Figura 5.18). Atividade
osteoblástica foi visualizada em todos os casos. Um espécime foi excluído da
amostra devido à falha no processamento laboratorial.
G2B (Polímero de mamona - Controle)
Não visualizamos infiltrado inflamatório e tecido conjuntivo fibroso foi
observado em todos os casos. Osteóide foi identificado apenas um animal.
Neoformação óssea ocorreu na periferia do defeito em oito animais, sendo que
71
em um destes, verificamos também neoformação óssea em áreas centrais do
defeito. Atividade osteoblástica esteve presente em todos os casos (Figura
5.26).
30 dias
G1A (β-tricálcio fosfato - Experimento)
Não foi observado infiltrado inflamatório, nem reação do tipo corpo
estranho. O tecido conjuntivo encontrado foi do tipo fibroso apresentando
discreto aumento da celularidade. Observou-se nas áreas centrais entre os
grânulos do β-tricálcio fosfato, perda do padrão reticular, demonstrando que o
implante foi parcialmente degradado sem a presença de células gigantes
multinucleadas. A atividade osteoblástica estava presente em todos os casos.
Nos 10 animais avaliados ocorreu neoformação óssea na periferia do defeito
ósseo e na periferia do implante (Figura 5.5 e 5.6).
G1B (β-tricálcio fosfato - Controle)
Não foi observado infiltrado inflamatório. O tecido conjuntivo foi do tipo
fibroso apresentando aumento da celularidade. Atividade osteoblástica foi
visualizada em todos os casos. Nos 10 animais avaliados houve neoformação
óssea centrípeta, a partir da periferia do defeito ósseo (Figura 5.13).
72
G2A (Polímero de mamona - Experimento)
Não estavam presentes reação inflamatória e reação de corpo estranho.
O tecido conjuntivo fibroso foi visualizado em todos os casos, entretanto, a
formação de osteóide o foi observada. Atividade osteoblástica estava
presente em todos os casos (Figura 5.19). Neoformação óssea foi visualizada
em todos os espécimes tendo ocorrido de forma centrípeta em direção ao
defeito (Figura 5.20 e 5.21). Um animal apresentou neoformação óssea em
toda a extensão do defeito.
G2B (Polímero de mamona - Controle)
Infiltrado linfoplasmocitário não foi visualizado para este período. Todos
os casos apresentaram tecido conjuntivo fibroso. Osteóide foi visualizado
em um animal adjacente ao osso neoformado. Neoformação óssea foi
observada em todos os 10 casos bem como atividade osteoblástica, sendo
mais intensa em quatro animais que praticamente obliteravam o defeito (Figura
5.27).
60 dias
G1A (β-tricálcio fosfato - Experimento)
Não foi observado infiltrado inflamatório, nem reação do tipo corpo
estranho. O tecido conjuntivo encontrado foi do tipo fibroso. Degradação parcial
do implante foi observada em todos os casos, exibindo ora perda arquitetônica
73
do implante, ora irregularidades nas margens. A atividade osteoblástica estava
presente em oito dos nove casos avaliados. Osteóide foi visualizado em quatro
animais ora ao redor dos implantes, ora adjacente ao osso neoformado (Figura
5.7 e 5.8). Um animal exibiu tecido conjuntivo fibroso e degradação parcial do
implante e outro foi excluído da amostra devido falhas no processamento
laboratorial.
G1B (β-tricálcio fosfato - Controle)
Não foi observado infiltrado inflamatório. O tecido conjuntivo foi do tipo
fibroso e esteve presente em todos os animais bem como neoformação óssea
centrípeta, a partir da periferia do defeito, entretanto esta se apresentou mais
exacerbada em dois animais. Em um animal, a neoformação óssea ocorreu em
áreas centrais do defeito. Atividade osteoblástica esteve presente em todos os
casos avaliados (Figura 5.14).
G2A (Polímero de mamona - Experimento)
Não esteve presente reação inflamatória nem reação de corpo estranho
nos animais avaliados. O tecido conjuntivo fibroso foi visualizado em todos os
casos, sendo mais diferenciado em cinco animais (Figura 5.22). Osteóide foi
observado em apenas um animal. Atividade osteoblástica ocorreu em todos os
casos avaliados (Figura 5.23). A neoformação óssea esteve presente em todos
os espécimes e a partir do defeito.
74
G2B (Polímero de mamona - Controle)
Infiltrado linfoplasmocitário e osteóide não foram visualizados para este
período. Tecido conjuntivo fibroso foi evidenciado em todos os animais.
Neoformação óssea bem como atividade osteoblástica estavam presentes em
todos os casos, sendo mais intensa em seis animais, praticamente obliterando
o defeito (Figura 5.28).
90 dias
G1A (β-tricálcio fosfato - Experimento)
Infiltrado inflamatório e reação tipo corpo estranho não foram
observados. O tecido conjuntivo encontrado foi do tipo fibroso em todos os
animais. Degradação parcial do implante foi observada em todos os casos e
exibindo ora perda arquitetônica do implante, ora irregularidades nas margens.
A atividade osteoblástica foi observada em sete dos nove casos avaliados,
que um espécime foi excluído da amostra devido à falha no processamento
laboratorial. Osteóide esteve presente em apenas um animal. A neoformação
óssea esteve presente em sete dos nove casos avaliados, que, dois deles,
apresentaram tecido conjuntivo fibroso e degradação parcial do implante
(Figura 5.9 e 5.10).
75
G1B (β-tricálcio fosfato - Controle)
Não foi observado infiltrado inflamatório. O tecido conjuntivo foi do tipo
fibroso e esteve presente em todos os animais, bem como neoformação óssea
centrípeta, a partir da periferia do defeito ósseo. Em dois animais, a
neoformação óssea ocorreu, também, em áreas centrais do defeito enquanto
que nos outros casos, a neoformação foi limitada à periferia do defeito.
Atividade osteoblástica esteve presente em todos os casos avaliados (Figura
5.15).
G2A (Polímero de mamona - Experimento)
Reação inflamatória e reação de corpo estranho não foram observadas
para este período. O tecido conjuntivo fibroso esteve presente em todos os
casos, entretanto, a formação de osteóide foi observada em três animais
animais. Neoformação óssea na periferia do defeito e atividade osteoblástica
foram visualizados em oito dos nove espécimes. Um animal apresentou tecido
conjuntivo fibroso (Figura 5.24). Um espécime foi excluído da amostra devido à
falha no processamento laboratorial.
G2B (Polímero de mamona - Controle)
Infiltrado linfoplasmocitário e osteóide não foram visualizados para este
período. Tecido conjuntivo fibroso foi observado em todos os animais.
Neoformação óssea foi intensa em todos os casos com obliteração,
76
praticamente completa, em quase todos. Atividade osteoblástica esteve
presente em todos os casos avaliados. Um espécime foi perdido devido
problemas laboratoriais (Figura 5.29).
5.3
5.
4
5.
5
5.
6
77
5.7
5.8
5.9
5.10
5.11 5.12
78
5.13
5.14
5.15 5.16
5.17 5.18
79
5.19 5.20
5.21 5.22
5.23 5.24
80
5.25 5.26
5.27 5.28
5.29
81
5.3 Alise Estatística
5.3.1 Reação de corpo estranho
Os resultados obtidos aos 7 dias, nos grupos G1 e G2 não apresentaram
reação de corpo estranho, que fosse estatisticamente significante.
Tabela 5.13 Avaliação da reação de corpo estranho para G1A e G2A
segundo o tempo de avaliação
Grupo experimental
Tempo de avaliação Reação a corpo estranho 1 2 Grupo total Valor de p
(em dias) n % n % N %
7
Sim 1 11,1 - - 1 5,6 p
(1)
= 1,0000
Não 8 88,9 9 100,0
17 94,4
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
15
Sim - - - - - - **
Não 10 100,0
9 100,0
19 100,0
TOTAL 10 100,0
9 100,0
19 100,0
30
Sim - - - - - - **
Não 10 100,0
10 100,0
20 100,0
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
60
Sim - - - - - - **
Não 9 100,0
10 100,0
19 100,0
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
90
Sim - - - - - - **
Não 9 100,0
9 100,0
18 100,0
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
(**) – Não foi possível determinar devido a ocorrência de freqüência nula em uma das categorias.
(1) – Através do teste Exato de Fisher.
82
5.3.2 Reação Inflamatória
Em todos os períodos analisados, houve reação inflamatória apenas no
período inicial de 7 dias, tanto com o uso β-tricálcio fosfato (G1), quanto no seu
controle. No mesmo período, não houve reação inflamatória para o polímero de
mamona (G2) e os resultados estatísticos não foram significantes. Nos
períodos subseqüentes a reação inflamatória foi ausente.
Tabela 5.14 Avaliação da reação inflamatória para G1A e G1B segundo o
tempo de avaliação
Subgrupo
Tempo de avaliação Inflamação A B Grupo total Valor de p
(em dias) n % n % N %
7
Sim 2 22,2 1 10,0 3 15,8 p
(1)
= 0,5637
Não 7 77,8 9 90,0 16 84,2
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
15
Sim - - - - - - **
Não 10 100,0
10 100,0
20 100,0
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
30
Sim - - - - - - **
Não 10 100,0
10 100,0
20 100,0
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
60
Sim - - - - - - **
Não 9 100,0
10 100,0
19 100,0
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
90
Sim - - - - - - **
Não 9 100,0
10 100,0
19 100,0
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
(**) – Não foi possível determinar devido a ocorrência de freqüência nula em uma das categorias.
(1) – Através do teste Mc-Nemar.
83
Tabela 5.15 – Avaliação da ocorrência da inflamação para G1A e G2A segundo
o tempo de avaliação
Grupo experimental
Tempo de avaliação Inflamação 1 2 Grupo total Valor de p
(em dias) n % n % N %
7
Sim 2 22,2 - - 2 11,1 p
(1)
= 0,4706
Não 7 77,8 9 100,0
16 88,9
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
15
Sim - - - - - - **
Não 10 100,0
9 100,0
19 100,0
TOTAL 10 100,0
9 100,0
19 100,0
30
Sim - - - - - - **
Não 10 100,0
10 100,0
20 100,0
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
60
Sim - - - - - - **
Não 9 100,0
10 100,0
19 100,0
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
90
Sim - - - - - - **
Não 9 100,0
10 100,0
19 100,0
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
(**) – Não foi possível determinar devido a ocorrência de freqüência nula em uma das categorias.
(1) – Através do teste Exato de Fisher.
5.3.3 Tecido Conjuntivo Fibroso
Em todos os grupos analisados houve a presença de tecido conjuntivo
fibroso, não evidenciando diferenças estatisticamente significante, quando os
grupos G1 e G2 são comparados aos seus respectivos controles, nem quando
comparados entre si (G1 versus G2).
84
5.3.4 Atividade Osteoblástica
Os dados encontrados evidenciam ausência de atividade osteoblástica
em 1 caso do G1, no período de 7 dias, 1 caso no mesmo grupo, no período de
60 dias, e 2 casos no período de 90 dias. Do mesmo modo, no G2, também
houve ausência de atividade osteoblástica em 1 caso, no período de 90 dias.
No entanto, do ponto de vista estatístico, pode-se afirmar que tais resultados,
dentro da amostra estudada, não apontam diferenças significativas.
Tabela 5.16 Avaliação da atividade osteoblástica para G1A e G2A segundo o
tempo de avaliação
Grupo experimental
Tempo de avaliação Atividade osteoblástica 1 2 Grupo total Valor de p
(em dias) n % n % N %
7
Sim 8 88,9 9 100,0
17 94,4 p
(1)
= 1,0000
Não 1 11,0 - - 1 5,6
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
15
Sim 10 100,0
9 100,0
19 100,0
**
Não - - - - - -
TOTAL 10 100,0
9 100,0
19 100,0
30
Sim 10 100,0
10 100,0
20 100,0
**
Não - - - - - -
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
60
Sim 8 88,9 10 100,0
18 94,7 p
(1)
= 0,4737
Não 1 11,1 - - 1 5,3
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
90
Sim 7 77,8 8 88,9 15 83,3 p
(1)
= 1,0000
Não 2 22,2 1 11,1 3 16,7
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
(**) – Não foi possível determinar devido a ocorrência de freqüência nula em uma das categorias.
(1) – Através do teste Exato de Fisher.
85
5.3.5 Neoformação óssea
Tanto no G1 quanto no G2, os resultados estatísticos foram
estatisticamente não significantes como visto nas tabelas abaixo.
Tabela 5.17 – Avaliação da ocorrência da neoformação óssea para G2A e G2B
segundo o tempo de avaliação
Subgrupo
Tempo de avaliação Neoformação óssea A B Grupo total Valor de p
(em dias) n % n % N %
7
Sim 1 11,1 1 10,0 2 10,5 p
(1)
= 1,0000
Não 8 88,9 9 90,0 17 89,5
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
15
Sim 9 100,0
8 80,0 17 89,5 **
Não - - 2 20,0 2 10,5
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
30
Sim 10 100,0
10 100,0
20 100,0
**
Não - - - - - -
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
60
Sim 10 100,0
10 100,0
20 100,0
**
Não - - - - - -
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
90
Sim 8 88,9 9 100,0
17 94,4 **
Não 1 11,1 - - 1 5,6
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
(**) – Não foi possível determinar devido a ocorrência de freqüência nula em uma das categorias.
(1) – Através do teste Mc-Nemar.
86
Tabela 5.18 Avaliação da neoformação óssea para G1A e G2A segundo o
tempo de avaliação
Grupo experimental
Tempo de avaliação Neoformação óssea 1 2 Grupo total Valor de p
(em dias) n % n % N %
7
Sim - - 1 11,1 1 5,6 p
(1)
= 1,0000
Não 9 100,0
8 88,9 17 94,4
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
15
Sim 10 100,0
9 100,0
19 100,0
**
Não - - - - - -
TOTAL 10 100,0
9 100,0
19 100,0
30
Sim 10 100,0
10 100,0
20 100,0
**
Não - - - - - -
TOTAL 10 100,0
10 100,0
20 100,0
60
Sim 8 88,9 10 100,0
18 94,7 p
(1)
= 0,4737
Não 1 11,1 - - 1 5,3
TOTAL 9 100,0
10 100,0
19 100,0
90
Sim 7 77,8 8 88,9 15 83,3 p
(1)
= 1,0000
Não 2 22,2 1 11,1 3 16,7
TOTAL 9 100,0
9 100,0
18 100,0
(**) – Não foi possível determinar devido a ocorrência de freqüência nula em uma das categorias.
(1) – Através do teste Exato de Fisher.
87
6 DISCUSSÃO
As cerâmicas de fosfato de cálcio têm sido utilizadas clinicamente, há
vários anos, passando por um processo contínuo de aperfeiçoamento para
associar a boa estabilidade em meio aquoso, a biocompatibilidade, a
osteocondução, e a reabsorção; características que têm sido demonstradas em
estudos clínicos e experimentais (GARBIN, GARBIN, 1994; RUEGER,
LINHART, SUMMERFELDT, 1998). O β-tricálcio fosfato, como uma destas
cerâmicas, tem apresentado, em estudos experimentais em ratos, algumas
propriedades esperadas para um substituto ósseo, dentre elas, a de
reabsorção, mesmo que parcial. Esta característica é considerada de grande
importância para a cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial, pois possibilita a
sua substituição por tecido ósseo próprio da região, com restauração de suas
propriedades fisiológicas normais, possibilitando absorver cargas mastigatórias
de forma efetiva, além de servir como leito propício para implantes (RUEGER,
LINHART, SUMMERFELDT, 1998).
Contrapondo os estudos anteriores, Handschel et al (2005) demonstram
que este material sofre um processo de degradação muito lento sendo
observado até seis meses após sua implantação. Acreditam que este processo
de degradação é supostamente decorrente de um fenômeno chamado troca de
fosfato de lcio cerâmico por contato e, desta forma, a interface de contato é
muito importante para determinar a subseqüente resposta tecidual. A maioria
dos estudos que tem mostrado este processo de degradação foi realizada em
tecido ósseo que é submetido à carga, fator que pode ser preponderante para
88
explicar este fenômeno. Este último ponto parece ser verdade em decorrência
da observação de ampla degradação do material após implantação no fêmur
de coelhos no estudo de Neo et al, (1998). Handschel et al (2005) discordam
ainda da osteocondutividade que, após 45 dias, forma-se uma fina camada
de tecido conjuntivo fibroso ao redor dos grânulos e destes ao osso
neoformado, isolando-os. Apesar disso, consideram este implante
biocompatível.
O polímero de mamona por sua vez é um material que tem sido descrito
como sendo biocompatível e osteocondutor, tendo sua estrutura reabsorvida à
medida que ocorre substituição por osso neoformado. Ignácio et al (1997)
utilizaram polímero de mamona em defeitos criados no rádio de coelhos e
observaram uma intensa reabsorção após 16 semanas; fato este discordante
do estudo de Castelo Branco et al (comunicação pessoal) que observaram uma
permanência, quase total, do polímero após 15 semanas de avaliação. Esta
disparidade de achados pode ser decorrente do modelo experimental avaliado,
pois assim como o presente estudo, o de Castelo Branco et al (comunicação
pessoal) não submeteu o implante de polímero de mamona a carga funcional.
Este fato parece não ser exclusivo deste tipo de implante, que o β-tricácio
fosfato apresentou comportamento similar.
Uma dificuldade encontrada para a avaliação dos substitutos ósseos
reside na utilização de um modelo animal próprio, que possua as
características fisiológicas dos ossos do complexo maxilo-facial e mimetize um
defeito não reparável fisiologicamente, dificuldade esta, pode ser vista quando
89
da utilização de modelo ósseo com regeneração intramembranosa (BOSH,
MELSEN, VARGERVICK, 1998).
Outra dificuldade reside na impossibilidade de um meio asséptico para o
experimento, onde a colonização bacteriana poderia influenciar sobremaneira
nos resultados. No experimento, optou-se pela utilização da calota craniana,
constituída de osso de origem embrionária, semelhante aos ossos do complexo
maxilo-facial, formada por uma placa que apresenta corticais externa e interna
compactas, relativamente espessas, com faixa intermediária estreita de osso
medular com reparação intramembranosa (ROSS, ROMRELL, 1993).
A calota craniana de ratos Wistar possibilita estudo pareado, com
acesso cirúrgico único, morbidade reduzida e sem interferências entre os lados
controle e experimental. A morte e outros efeitos indesejáveis como paralisia,
distúrbios respiratórios ou sinais de dor para os animais também não foram
observados, comportamento este, semelhante ao encontrado por Bosh,
Melsen, Vargervick (1998). Os mesmos autores ainda estabeleceram critérios
para modelo de estudo de reparação óssea, tais como o uso de defeitos acima
do limite crítico, animais de baixo custo, facilmente manuseados e
anestesiados, que apresentassem disponibilidade no mercado e que
incluíssem osso cortical e medular no defeito, permitindo avaliação histológica
e radiográfica.
Apesar das vantagens, pelos resultados do nosso estudo existe uma
hipótese de que pode haver influência sistêmica ou local por contigüidade de
90
uma determinada substância implantada no lado experimental sobre o lado
controle. Isso parece ter ocorrido com o β-tricálcio fosfato influenciando
negativamente a resposta do lado controle quando comparada ao controle com
polímero de mamona.
Como no defeito de 5mm de diâmetro na calota de ratos Wistar
obtivemos neoformação óssea obliterando totalmente o defeito no lado controle
ao término de 90 dias, o podemos concordar que este corresponda ao limite
crítico para este animal, nesta localização. Este fato por si não causou
prejuízo ao referido estudo porque foi realizada análise comparativa entre os
implantes em relação à reparação óssea. Se fosse avaliada a característica de
osteoindução, este modelo seria inviável.
O limite crítico como preconizado por Bosh, Melsen e Vargervick (1998)
após avaliação com 6 meses e 1 ano, de defeitos criados na calota craniana de
ratos Wistar com 5mm de diâmetro, não foi efetivo no nosso estudo, pois houve
no controle, neoformação em toda a extensão do defeito. Desta forma,
sugerimos que em experimentos similares utilizando animais da mesma
espécie, o diâmetro seja reavaliado.
A utilização do motor a 25.000 rpm, com irrigação abundante com
solução fisiológica para minimizar o trauma térmico, foi efetiva e pôde ser
constatada por ter causado uma reação tecidual mínima semelhante à
encontrada em outros ensaios experimentais (OKAMOTO, YAMAMOTO,
91
SONODA, 1994; PERRI de CARVALHO et al, 1994; PEREIRA, PERRI de
CARVALHO, OKAMOTO, 1996).
A utilização do β-tricálcio fosfato como implante no tecido ósseo sugere
ser um material biocompatível, pois as reações inflamatórias observadas
histologicamente foram evidenciadas em apenas dois ratos do G1A fato este
esperado, já que este corresponde ao experimento pós-operatório de 7 dias, no
qual as reações inflamatórias do material implantado, em um primeiro
momento, podem inibir a resposta à reparação inicial pela perpetuação da sua
fase inflamatória. Observa-se ainda a presença de reação inflamatória em um
animal do G1B, demonstrando, com isso, que o processo inflamatório não é
decorrente, exclusivamente, do material utilizado e, sim, inerente ao próprio
processo de reparação tecidual, embora esta resposta inflamatória tenha sido
mais branda que no G1A, resultados estes corroboram os achados de Rueger,
Linhart e Summerfeldt (1998), em que a resposta inflamatória no tecido ósseo
dos animais investigados foi considerada discreta.
Para o mesmo período de 7 dias, tanto o G2A quanto o G2B,
comportaram-se de forma melhor que o G1, demonstrando ser este material
também biocompatível como observado nos estudos de Ignácio et al (1997),
Mastrantônio e Ramalho (2003), Castelo Branco et al (comunicação pessoal),
Bolson et al (2005).
Nos períodos de 15, 30, 60 e 90 dias tanto G1 quanto G2 foram isentos
de resposta inflamatória, sendo concordantes com os estudos de Kamakura et
92
al (1999), Leonel et al (2004) que observaram o declínio da resposta
inflamatória em relação ao tempo.
A reação de corpo estranho foi evidenciada em um caso do G1A,
parecendo, desta forma, ser uma resposta isolada e individual do animal 9G1A
aos 7 dias, entretanto, este tipo de reaçãofoi constatada por Rueger, Linhart
e Summerfeldt (1998) após a implantação de β-tricálcio fosfato em tecido mole,
tendo sido observada, por estes autores, reação de corpo estranho. A
implantação ortotópica no estudo experimental em ratos apresentou,
entretanto, uma reação menor, desta forma, este tipo de reação não parece ser
uma resposta incomum, mas em tecido ósseo ela tende a diminuir com o
tempo.
No G2 não houve reação de corpo estranho em nenhum animal, fato
este observado também no estudo de Mastrantônio e Ramalho (2003) após
implantação de polímero de mamona em tecido subcutâneo de camundongos.
Desta forma, o polímero de mamona comportou-se menos irritante aos tecidos
que o β-tricálcio fosfato.
As reações inflamatórias e de corpo estranho encontradas nesta
pesquisa corroboram os padrões aceitos para materiais biocompatíveis,
descritos por Estrela (2001), onde deve haver discreta ou nenhuma reação
tecidual nos períodos avaliados ou, ainda, reação de moderada a intensa ao
final de 7 dias, reduzindo sua intensidade com o decorrer dos períodos,
devendo não ser significante aos 60 dias.
93
Segundo Leonel et al (2004), a resposta do tecido ósseo aos materiais
implantados permite classificá-los como biotolerantes, bioinertes ou bioativos.
Os biotolerantes são aqueles que apresentam na sua interface uma camada de
tecido fibroso; os bioinertes são os materiais que promovem um contato
direto com o tecido ósseo, enquanto que os bioativos são aqueles que
estimulam o crescimento ósseo. Alguns biomateriais promovem a neoformação
óssea através do processo da osteocondução, e este se caracteriza pela
capacidade de conduzir ou direcionar a neoformação óssea sobre e entre a
estrutura do implante. Desta forma, as superfícies das partículas dos
biomateriais servem como uma matriz sobre a qual a reparação óssea ocorre,
sendo este fenômeno provavelmente favorecido pela penetração de capilares
sangüíneos através dos poros do biomaterial. De acordo com o observado,
tanto polímero de mamona quanto o β-tricálcio fosfato, apresentaram-se como
osteocondutores por permitir o crescimento de tecido ósseo sobre a sua
superfície externa.
Os grupos G1 e G2 apresentaram tecido conjuntivo do tipo fibroso com
variações com relação à celularidade que apresentava-se aumentada na
medida em que havia transformação das células indiferenciadas em células
osteoprogenitoras, retratada pela modificação da morfologia celular de
fusiforme a arredondada. Não foi evidenciada fibrose ao redor do material
implantado separando-os entre si e isolando destes o tecido ósseo como
apresentado por Handschel et al (2005). A presença de tecido conjuntivo do
tipo fibroso circundando os implantes é um achado similar aos encontrados por
Neo et al (1998), Kamakura et al (1999), Leonel et al (2003) sendo indício de
94
osteocondução que sem fibrose ao redor dos implantes, existe a
possibilidade de maior diferenciação deste tecido e integração do implante ao
osso como visto por Bolson et al (2005).
Atividade osteoblástica foi visualizada em todos os animais dos grupos
G1, exceto em 1 animal do G1A com 7 dias, 1 animal do G1A aos 60 dias e 2
animais do G1A aos 90 dias. Como o estudo foi pareado e no G1B foi
observada a presença de atividade osteoblástica, sugere-se, inibição da
atividade osteoblástica por ação direta do material implantado. O impacto das
partículas de β-tricálcio fosfato na função dos osteoblastos pode ser devido ao
decréscimo da sua adesão com o tempo, pois estas células parecem ser
ancoragem-dependente e quando o processo de adesão é perturbado, a
função do osteoblasto pode ser comprometida como discutido por Pioletti et al
(2000).
no grupo G2 a atividade osteoblástica foi visualizada em todos os
animais, exceto em 1 animal do G2A aos 90 dias, o que sugere a possibilidade
de uma resposta individual deste animal ao polímero de mamona.
A deposição de osteóide pôde ser constatada em 8 casos do grupo G1A
sendo 3 aos 7 dias, 4 aos 60 dias e 1 aos 90 dias. Isso nos sugere uma
estimulação do processo inicial de reparação que se perde com o tempo como
o descrito por Handschel et al (2005), onde o material parece ter um
comportamento bimodal ao longo do tempo.
95
Os animais avaliados apresentaram neoformação óssea lenta e gradual,
confirmando os resultados de Ross e Romrell (1993). A neoformação óssea
extensa aos 15 dias em 2 animais dos grupos G1A e G2A sugerem
estimulação da neoformação óssea em estágios mais precoces sendo
ligeiramente mais evidente que nos respectivos controles. A partir dos 30 dias,
o G2 parece ter um comportamento melhor com relação à neoformação tanto
no controle quanto no experimento.
Tanto aos 60 dias quanto aos 90 dias o melhor resultado foi verificado
no o G2B, onde verificamos extensa neoformação óssea em todos os animais
com obliteração quase que total dos defeitos. Assim como no estudo de
Handschel et al (2005), o crescimento ósseo foi mais intenso no caso do β-
tricálcio fosfato nos estágios iniciais da implantação enquanto em
contraposição ao crescimento mais lento nos estágios finais. Este resultado
pode ser explicado segundo Pioletti et al (2000), se as partículas de β-tricálcio
fosfato modificarem o sinal intracelular com uma possível conseqüência do
decréscimo da função dos osteoblastos, modulando a expressão nica para
ativação destas células. Esse resultado tem sido observado com o colágeno
tipo I onde as células semelhantes a osteoblastos estavam em contato com
implantes de β-tricálcio fosfato. Sendo assim, o decréscimo da produção da
matriz extracelular pelos osteoblastos pode levar a uma diminuição da
osteointegração do β-tricálcio fosfato podendo ser causada pela modulação da
expressão dos genes devido à reorganização dos filamentos de actina. Uma
outra possibilidade da pequena neoformação óssea ocorrer tardiamente deve-
96
se a possibilidade de acidificação do meio resultante da degradação do
implante (NEO et al, 1998).
A radiopacidade é uma propriedade física desejável a todos os materiais
utilizados em odontologia devendo ser suficiente para que possam ser
distinguidos radiograficamente das estruturas que compõem o elemento
dentário e as estruturas ósseas adjacentes. No âmbito da odontologia, ela é
amplamente utilizada na endodontia, na prótese, na dentística e na
implantodontia para o planejamento pré-cirúrgico e protético. Na cirurgia buco-
maxilo-facial, é de crucial importância no acompanhamento pós-operatório dos
pacientes que se submetem a cirurgia para exérese de hemangiomas, cistos
em tecidos moles, levantamento do seio maxilar para inserção de implantes,
principalmente com a utilização de materiais aloplásticos.
No desenvolvimento deste trabalho preferiu-se utilizar para as medidas
da radiopacidade, as densidades ópticas, por ser um método que oferece
poucas variações, permitindo reconhecer as popriedades de emulsão dos
filmes, nas menores radiopacidades. Hurter e Driffield (1890), preconizavam
o emprego das densidades ópticas, ao invés da opacidade, pois, enquanto esta
oscila de 1 a 10.000, para os depósitos fotográficos ou radiográficos, as
densidades ópticas variam de 0 a 4, sendo desta forma melhor controlado em
pesquisas.
Após aferição das densidades ópticas e a equivalência em mmAl para os
períodos de 7, 15, 30, 60 e 90 dias para os corpos de prova, experimento e
97
controle do grupo G1 e para os corpos de prova, experimento e controle do
grupo G2, observamos que houve uma menor variação na mensuração dos
corpos de prova no G1 quando comparado aos corpos de prova no G2 devido
a uma maior homogeneidade do β-tricálcio fosfato que tem sua apresentação
em grânulos, enquanto que o polímero de mamona tem uma apresentação
floculada mais irregular. Desta forma, quando submetidos á irradiação, os raios
X podem incidir de tal forma que a leitura no fotodensitômetro pode ser
variável. Com relação aos corpos de prova, ainda podemos constatar que o β-
tricálcio fosfato apresenta maior espessura em mmAl sendo desta forma menos
radiolúcido que o polímero de mamona. A terminologia radiolúcido empregada
para os dois materiais é cabível devido ao fato de ser considerado um material
radiopaco somente aquele que apresente espessura maior ou igual a 4mmAl.
Devido a pequena espessura da calota craniana dos ratos Wistar,
observamos também que esta deve ser considerada radiolúcida já que os
valores mensurados no controle radiográfico são menores que 4mmAl, com
uma diferença não significativa para o lado controle e experimento.
Quando comparamos os grupos G1 e G2 com relação ao experimento,
verificamos que as medidas em G1 são invariavelmente maiores que em G2
sendo isso decorrente da menor radiolucidez apresentada pelo β-tricálcio
fosfato com relação ao polímero de mamona que mostra-se mais radiolúcido.
Quando comparamos os grupos G1 e G2 com relação aos controles
cirúrgicos, observamos que o G2 apresentou-se menos radiolúcido que o G1
em praticamente todos os casos. Desta forma, podemos inferir que o grupo
98
controle do G2 reparou de forma mais efetiva que o grupo controle do G1,
que as medidas em mmAl foram maiores no grupo controle do G2, salvo uma
das medidas do grupo controle do G1, que pode representar uma resposta
individual mais efetiva de um animal.
Quando comparamos experimento e controle dentro de um mesmo
grupo como no G1, constatamos que a reparação parece ter sido mais efetiva
no controle pois, mesmo o experimento apresentanto menor radiolucidez, há de
se observar que se feita a subtração da densidade em mmAl do material
implantado, o controle terá maior espessura em mmAl. Desta forma, o controle,
tanto no grupo G1, quanto no G2, parecem apresentar superioridade com
relação à radiopacidade, sugerindo reparação óssea, condição esta observada
histologicamente.
Sendo assim, constatamos que os dois materiais são radiolúcidos do
ponto de vista radiográfico, pois, representam valores menores que 1mm de
alumínio. Se estes materiais fossem implantados no interior do tecido ósseo
passariam despercebidos por serem radiolúcidos, principalmente, se houvesse
a manutenção das corticais vestibular e lingual como pôde ser visto no estudo
clássico de Bender e Seltzer (1961), que ao dividir sagitalmente uma
mandíbula, removeu 5cm de estrutura medular e submeteu radiografias à
análise de vários radiologistas que não identificaram a perda de estrutura
medular.
Com vista a isso, sugerimos a inclusão de substâncias
radiopacificadoras exibindo número atômico alto para auxiliar na distinção dos
tecidos circunjacentes. Outra sugestão seria a utilização de marcadores
99
fluorescentes em estudos experimentais como o intuito de predizer melhor o
estágio de formação e a presença de tecido ósseo ou pré-ósseo.
100
7 CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, pôde-se concluir que:
O tecido ósseo da calota dos animais avaliados bem como os materiais
utilizados o radiolúcidos. Sendo o β-tricálcio fosfato menos radiolúcido
que o polímero de mamona, se faz necessário a adição de
radiopacificadores.
A reparação óssea nos períodos avaliados, apesar de não
estatísticamente significante, apresentou melhores resultados no grupo
G2, tanto no controle quanto no experimento. Entretanto os materiais
utilizados foram considerados biocompatíveis e osteocondutores.
O β-tricálcio fosfato sofreu degradação parcial comportando-se de forma
bimodal. Enquanto o polímero de mamona não sofreu degradação, nos
períodos avaliados.
101
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109
110
APÊNDICE B - Ficha para coleta de resultados morfológicos
RESULTADOS DA ANÁLISE MORFOLÓGICA
Animal Grupo Período Inflam RCE TCF Ativ Ost Osteóide
Neof Os
1 1 7 0 0 1 1 0 0
2 1 7 0 0 1 1 0 0
3 1 7 . . . . . .
4 1 7 3 0 1 1 0 0
5 1 7 0 0 1 0 0 0
6 1 7 1 0 1 1 1 0
7 1 7 0 0 1 1 1 0
8 1 7 0 0 1 1 1 0
9 1 7 0 1 1 1 0 0
10 1 7 0 0 1 1 0 0
1 1 15 0 0 1 1 0 1
2 1 15 0 0 1 1 0 1
3 1 15 0 0 1 1 0 1
4 1 15 0 0 1 1 0 1
5 1 15 0 0 1 1 0 1
6 1 15 0 0 1 1 0 1
7 1 15 0 0 1 1 0 1
8 1 15 0 0 1 1 0 1
9 1 15 0 0 1 1 0 1
10 1 15 0 0 1 1 0 1
1 1 30 0 0 1 1 0 1
2 1 30 0 0 1 1 0 1
3 1 30 0 0 1 1 0 1
4 1 30 0 0 1 1 0 1
5 1 30 0 0 1 1 0 1
6 1 30 0 0 1 1 0 1
7 1 30 0 0 1 1 0 1
8 1 30 0 0 1 1 0 1
9 1 30 0 0 1 1 0 1
10 1 30 0 0 1 1 0 1
1 1 60 0 0 1 1 1 1
2 1 60 0 0 1 1 1 1
3 1 60 0 0 1 1 0 1
4 1 60 0 0 1 1 1 1
5 1 60 . . . . . .
6 1 60 0 0 1 1 1 1
7 1 60 0 0 1 0 0 0
8 1 60 0 0 1 1 0 1
9 1 60 0 0 1 1 0 1
10 1 60 0 0 1 1 0 1
1 1 90 0 0 1 1 0 1
2 1 90 . . . . . .
3 1 90 0 0 1 1 0 1
4 1 90 0 0 1 1 0 1
5 1 90 0 0 1 1 0 1
6 1 90 0 0 1 1 0 1
111
7 1 90 0 0 1 1 1 1
8 1 90 0 0 1 0 0 0
9 1 90 0 0 1 1 0 1
10 1 90 0 0 1 0 0 0
1 2 7 0 0 1 1 0 0
2 2 7 0 0 1 1 0 0
3 2 7 0 0 1 1 0 0
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9 2 7 . . . . . .
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