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Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
RAFAEL ANTONIO FURTADO RIBEIRO
ALTERAÇÕES CEFALOMÉTRICAS DO PERFIL
FACIAL TEGUMENTAR EM INDIVÍDUOS
TRATADOS COM O APARELHO DE PROTRAÇÃO
MANDIBULAR (APM)
ARARAS/SP
Setembro/2006
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Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
RAFAEL ANTONIO FURTADO RIBEIRO
ALTERAÇÕES CEFALOMÉTRICAS DO PERFIL
FACIAL TEGUMENTAR EM INDIVÍDUOS
TRATADOS COM O APARELHO DE PROTRAÇÃO
MANDIBULAR (APM)
CEPHALOMETRIC ALTERATIONS ON SOFT
TISSUE OF FACIAL PROFILE FROM PATIENTS
TREATED WITH MANDIBULAR PROTRACTION
APPLIANCE
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia do Centro Universitário Hermínio
Ometto – UNIARARAS como parte integrante para
obtenção do título de Mestre em Odontologia, área
de concentração: Ortodontia.
ORIENTADOR(A): Prof. Dr. Cleverton Roberto de Andrade
ARARAS/SP
Setembro/2006
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FOLHA DE APROVAÇÃO
4
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos pais, Antonio Augusto e
Célia, exemplos de dedicação, que me deram
todo o amor, apoio e incentivo durante a
formação acadêmica e não mediram esforços
para a conquista de mais este sonho. Meu
muito obrigado.
Aos meus irmãos, Fábio, Luís Flávio e Paulo
Vítor, por todo auxílio recebido ao longo do
mestrado e pelo carinho, amor e amizade de
cada um de vocês.
À minha namorada Rafaela Serpa, pelo amor e
amizade nesse tempo que estamos juntos e
pela compreensão nos momentos de ausência
durante os três anos do curso.
À todos os meus familiares (avós, tios e
primos), pela união, alegria no convívio alegre
e parceria nos momentos difíceis.
5
Agradecimentos Especiais
Ao Professor Dr. Mário Vedovello Filho, Coordenador do curso de Mestrado,
pelo apoio e realização deste trabalho.
À Professora Adriana Simoni Lucato, pela confiança em mim depositada na
realização dessa pesquisa.
Ao Professor Cleverton Roberto de Andrade, pela orientação e correções
sugeridas na realização desta pesquisa.
A todos os Professores do Mestrado IV, Heloísa Valdrighi, Sílvia A.S. Vedovello,
Úrsula A.W. Vargas, Júlio Vargas Neto, Paulo César Raveli Chiavini e Eloísa M.
Boeck, pela amizade, paciência e ensinamentos ministrados durante minha
formação profissional.
Ao Professor Carlos Martins Coelho Filho, pelo apoio e auxílio prestado na
realização desse estudo. Um exemplo de profissional a ser seguido.
Aos meus amigos do Mestrado IV, Fábio, Sílvio, Gustavo, Leandro, Beleti,
André, Fernanda, Maria Amélia, Márcia, Mara, Karina e Sabrina, pela amizade,
apoio e união durante esses três anos de convivência.
6
Agradecimentos
À Professora Dra. Miriam de Magalhães Oliveira Levada, magnífica Reitora do
Centro Universitário Hermínio Ometto.
Ao Professor Dr. Marcelo Augusto Maretto Esquisatto, magnífico Pró-Reitor de
Pós-Graduação e Pesquisa da Uniararas.
Ao Professor, Sílvio Gomes, pela realização da análise estatística dessa
pesquisa.
Aos funcionários da Biblioteca da Uniararas, pelo auxílio, paciência e orientação
recebida durante a realização deste trabalho.
A todos os funcionários da Uniararas, pela amizade e serviços prestados,
contribuindo para o bom desempenho de nossas atividades.
Ao Dr. João Rodrigues Neto, pela ajuda, amizade e ensinamentos recebidos
durante estágio em seu consultório particular, contribuindo de maneira
significativa para minha formação profissional.
7
RESUMO
___________________________________________________________
Muitos pacientes procuram realizar um tratamento ortodôntico pela
estética, seja dentária ou do perfil esquelético. Pelas alterações que o perfil
facial tegumentar pode apresentar após o tratamento, a presente pesquisa
propôs-se avaliar as alterações ocorridas no perfil tegumentar em indivíduos
com maloclusão de Classe II divisão 1, com retrusão mandibular, e
convexidade acentuada do perfil. Foram estudadas 84 tomadas
telerradiográficas de cabeça, em norma lateral, de 42 indivíduos pré e pós-
tratamento usando o APM (aparelho de protração mandibular), com o objetivo de
analisar estatisticamente as medidas cefalométricas usadas no estudo do perfil
mole. Com a análise dos resultados foi possível concluir que: (1) as medidas
cefalométricas avaliadas na pesquisa apresentaram diferenças estatisticamente
significantes após o uso do APM, melhorando o perfil facial tegumentar dos
indivíduos; e, (2) a espessura do lábio superior encontrava-se com uma
diferença significativamente menor que a espessura do mento total, no entanto,
sem que houvesse comprometimento com a estética do perfil facial.
Palavras chaves: Tecido tegumentar; Perfil facial; Classe II; Mandíbula
vii
8
ABSTRACT
___________________________________________________________
The main reason why patients seek orthodontic treatment is to improve
the esthetics of their dental and/or facial appearance. The facial convexity that is
common to Class II patients is mostly linked to skeletal involvement. The
treatment of such malocclusions normally leads to great modification in the
dental and in the soft facial profile. The present study evaluates the main
alterations occurred in the facial profile of a sample of treated patients for Class
II, division 1 malocclusion presenting mandibular retrusion and accentuated facial
convexity. 84 lateral headfilms were taken of 42 patients, obtained before and
after the orthodontic treatment by using the APM (mandibular protraction
appliance), with the objective of studying the cephalometric analyses related to
the tegumental profile. With analysis of the results, it was possible to get to the
following conclusions: (1) all cephalometric measurements in this study were
significant after the treatment using APM, improving the patient’s soft tissue
profile; (2) the measurement of upper lip thickness was significant lower than the
chin thickness, however, the changes of facial profile did not get worse.
Key words: Soft tissue; Profile; Class II; Mandibular
viii
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Estruturas anatômicas........................................................................59
Figura 2 – Pontos anatômicos na estrutura óssea..............................................60
Figura 3 – Pontos anatômicos na estrutura tegumentar......................................61
Figura 4 – Linhas e planos cefalométricos..........................................................62
Figura 5 – Grandezas cefalométricas avaliadas..................................................63
ix
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Resultado do teste t de student para verificar o efeito da protração da
mandíbula nas medidas lineares e angulares...................................66
Tabela 2 Resultado do teste t de student para verificar a diferença entre a
espessura do Mento Total e a espessura do Lábio Superior após a
protração da mandíbula....................................................................68
x
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Média das medidas H.NB e Ângulo Z antes e depois da protração da
mandíbula.........................................................................................67
Gráfico 2 – Média das medidas do Mento Total, Lábio Superior e H-Nariz antes e
depois da protração da mandíbula....................................................68
Gráfico 3 Resultado do teste t de student para verificar a diferença entre a
espessura do Mento Total e a espessura do Lábio Superior após a
protração da mandíbula....................................................................69
xi
12
SUMÁRIO
Resumo................................................................................................................vii
Abstract................................................................................................................viii
Lista de Ilustrações...............................................................................................ix
Lista de Tabelas....................................................................................................x
Lista de Gráficos...................................................................................................xi
1. Introdução........................................................................................................14
2. Proposição.......................................................................................................17
3. Revisão de Literatura.......................................................................................19
4. Material e Métodos..........................................................................................56
4.1 Material......................................................................................................56
4.2 Método.......................................................................................................57
4.2.1 Método radiográfico..........................................................................57
4.2.2 Método cefalométrico.......................................................................57
4.2.2.1 Traçado do desenho anatômico...........................................58
4.2.2.2 Pontos de referência na estrutura esquelética.....................59
4.2.2.3 Pontos de referência na estrutura tegumentar.....................60
4.2.2.4 Linhas e planos cefalométricos.............................................61
4.2.2.5 Grandezas cefalométricas angulares e lineares avaliadas...62
4.2.3 Método da análise estatística...........................................................63
5. Resultados.......................................................................................................66
6. Discussão........................................................................................................71
7. Conclusões......................................................................................................75
Referências Bibliográficas...................................................................................77
Anexos.................................................................................................................88
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INTRODUÇÃO
14
1. INTRODUÇÃO
Grande parte dos pacientes que procuram tratamento ortodôntico nos
dias de hoje, tem como objetivo principal a melhora da estética, seja dentária ou
do perfil esquelético.
Com o desenvolvimento das técnicas radiográficas, foi possível realizar
várias análises cefalométricas que estudassem o relacionamento do perfil
tegumentar com o tecido duro da face e as alterações que ocorrem após ao
tratamento. Alguns referenciais cefalométricos mais frequentemente usados
para a avaliação do perfil mole são: H.NB, H-Nariz, Mento Total, Lábio Superior
e Ângulo Z (BERTHOLD e MAAHS, 1999).
Embora toda análise cefalométrica deva ser baseada nos padrões faciais
e características individuais de cada paciente, o ortodontista também deve
contar com sua sensibilidade em determinados casos para que não haja
insucesso no tratamento ortodôntico (CABRERA, 1997).
O perfil mole pode mudar sensivelmente durante o tratamento
dependendo da maloclusão em questão. Como ocorre, por exemplo, na
maloclusão de Classe II-1, que é definida, segundo ANGLE (1899), como uma
maloclusão em que os primeiros molares inferiores permanentes estão
posicionados distalmente aos primeiros molares superiores permanentes e os
incisivos superiores permanentes encontram-se inclinados para labial, havendo
assim, um aumento do trespasse horizontal.
Vários dispositivos ortodônticos foram desenvolvidos com o intuito de
melhorar o perfil facial dos indivíduos, seja por distalização de molares ou seja
pela protração da mandíbula. Como exemplo, tem-se COELHO FILHO (1995),
que idealizou um aparelho de protração mandibular, o APM, visando permitir
15
uma postura mais mesial da mandíbula sem necessidade de maior
conscientização e colaboração do paciente, porém com resultados efetivos no
tratamento da maloclusão de Classe II.
Entretanto, sendo um aparelho novo e, portanto com escassas pesquisas
que averiguem seus resultados é de fundamental importância a realização desta
pesquisa objetivando o estudo das alterações cefalométricas do perfil facial
tegumentar após o tratamento com o aparelho de protração mandibular.
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PROPOSIÇÃO
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2. PROPOSIÇÃO
A proposta do nosso trabalho foi:
1) Avaliar as alterações cefalométricas no perfil tegumentar, por meio das
medidas angulares (Ângulo Z e H.NB) e lineares (Mento total, Lábio Superior, H-
Nariz) antes e após o tratamento com o APM.
2) Verificar se ao final do tratamento a espessura do lábio superior coincide com
a espessura do mento total.
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REVISÃO DE LITERATURA
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3. REVISÃO DE LITERATURA
RIEDEL (1950) relatou que os três principais fatores que o ortodontista
deveria visar em um tratamento ortodôntico seriam a “função”, “estética” e
“estabilidade”. Em função disso, realizou um estudo sobre a estética facial e sua
relação com a terapia ortodôntica. Para isso, foram usadas tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça de dois grupos de indivíduos: o primeiro
contendo crianças e adultos de oclusão normal e o segundo grupo de indivíduos
que foram tratados ortodonticamente. Vários pontos, linhas e ângulos foram
traçados nas telerradiografias usando o método de Downs. O autor concluiu que
a relação da base apical, o ângulo ANB, a convexidade do perfil duro, o ângulo
NAP, a posição dos incisivos superiores e a angulação dos incisivos inferiores
são dados muito importantes para se obter uma boa estética facial.
KING (1960) realizou um estudo sobre as variações das mudanças no
perfil e o seu significado no tempo de tratamento, utilizando 103 tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça de indivíduos entre 8 e 15 anos de idade,
com maloclusão de Classe II, divisão 1, antes e após o tratamento ortodôntico.
Todos eles tratados com aparelho extrabucal como ancoragem e o intervalo
entre as tomadas radiográficas sendo de 22 a 26 meses. Os pontos analisados
do tecido mole foram o násio, o lábio superior e o pogônio. As mensurações
foram feitas em milímetros. O autor concluiu no seu trabalho que, no geral, as
mudanças ocorridas no crescimento e no tratamento foram mais favoráveis nos
grupos de menor idade.
BLOOM (1961) com o objetivo de realizar um estudo sobre as mudanças
do perfil perioral no tratamento ortodôntico, avaliou uma amostra de 60 tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça de indivíduos ortodonticamente tratados,
sendo 30 indivíduos do gênero masculino e 30 do feminino, com idade média
antes do tratamento de 11 anos e 6 meses e depois do tratamento de 14 anos e
20
10 meses, e que possuíam (1) boas estruturas faciais, tanto no tecido mole
quanto no tecido duro, (2) dentes em oclusão, (3) selamento labial e (4) não
estivessem mais usando nenhum tipo de dispositivo ortodôntico. As conclusões
mais significantes foram que: (1) quando os incisivos superiores assumiam uma
nova posição, os lábios superior e inferior sofriam uma grande mudança no seu
posicionamento; (2) quando os incisivos inferiores mudavam de posição, o lábio
inferior sofria bastante alteração no posicionamento e, (3) quando os trespasses
horizontal e vertical eram modificados, os lábios superior e inferior mudavam
também.
MERRIFIELD (1966) visando definir uma linha do perfil que ajudasse o
ortodontista em uma análise crítica na estética facial, realizou um estudo
utilizando tomadas telerradiográficas laterais de cabeça de três fontes diferentes.
Ele obteve 40 telerradiografias de indivíduos de perfis agradáveis e que nunca
foram submetidos a tratamento ortodôntico; 40 telerradiografias de indivíduos
ortodonticamente tratados por Tweed e; 40 telerradiografias de indivíduos
tratados pelo próprio autor. Ele estabeleceu que a linha do perfil deveria passar
do pogônio mole até o ponto do lábio mais proeminente, aquele que estivesse
mais protruído, e fizesse uma interssecção com o plano de Frankfurt. O ângulo
formado entre essas duas linhas foi denominado de ângulo Z. O autor concluiu
que o ângulo Z deu uma descrição crítica do perfil mole no terço inferior da face
e eliminou o chamado “olho clínico”; a espessura do queixo total deveria ser
igual ou suavemente maior que a espessura do lábio superior para um perfil
agradável; com os ângulos FMA, FMIA, IMPA e ANB normais, o valor do ângulo
Z deveria ser de 8 e em indivíduos de 11 a 15 anos de idade, esse valor
deveria ser de 78º; e comparando os dois gêneros no final do tratamento
ortodôntico, as mulheres possuíam uma melhor relação entre mento e lábio do
que os homens.
WALDMAN (1982) realizou um estudo sobre as mudanças do contorno do
lábio superior devido à retração dos incisivos superiores. Para isso, avaliou 41
21
tomadas telerradiográficas laterais de cabeça do antes e depois do tratamento
ortodôntico e concluiu que os indivíduos que possuíam uma maior inclinação do
plano palatino apresentaram maiores mudanças no ângulo nasolabial com a
retração dos incisivos; não há, necessariamente, uma correlação entre a
retração dos incisivos superiores e mudanças no valor do ângulo nasolabial; e
uma proporção de 1:3,8 entre a retração do lábio superior e a retração dos
incisivos superiores foi encontrado no estudo.
OLIVER (1982) com o propósito de investigar as mudanças ocorridas no
perfil mole decorrentes da retração anterior em indivíduos Classe II, divisão 1 de
Angle, realizou um estudo avaliando 40 tomadas telerradiográficas laterais de
cabeça de indivíduos (20 do gênero masculino e 20 do gênero feminino) que
foram tratados com a técnica Edgewise. A amostra tinha uma idade média antes
do tratamento de 12 anos e 1 mês para as mulheres e 12 anos para os homens,
e após o tratamento de 15 anos e 3 meses para as mulheres e 15 anos e 2
meses para os homens. O autor concluiu que as mudanças mais significativas
no perfil mole ocorreram em indivíduos com os lábios mais finos, ao contrário
dos indivíduos com os lábios grossos, onde não foram vistas alterações
significativas. Com isso, pode-se dizer que a mudança do perfil mole o
depende somente da quantidade de retração dos dentes anteriores, mas
também da espessura dos lábios dos pacientes.
LO e HUNTER (1982) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar as
mudanças ocorridas no ângulo nasolabial decorrentes da retração dos incisivos
superiores. Para isso, usaram tomadas telerradiográficas laterais de cabeça de
50 indivíduos (25 do gênero masculino e 25 do feminino) tratados
ortodonticamente e 43 não-tratados. Todos tinham maloclusão de Classe II,
divisão 1 de Angle. Os resultados mostraram que nos indivíduos não-tratados,
não houve alterações significativas no ângulo nasolabial decorrentes do
crescimento; nos indivíduos que receberam tratamento ortodôntico, o ângulo
nasolabial aumentou significativamente com o aumento da retração dos incisivos
22
superiores, com uma média de 1,6º para cada 1 mm de retração. Os autores
concluíram que: (1) quanto maior o aumento do terço inferior da face, maior a
mudança no ângulo nasolabial, com uma média de 2,2º para cada 1 mm; (2) a
média encontrada entre o aumento do plano mandibular e o ângulo nasolabial é
de aproximadamente 3 para 1; (3) quanto menor a espessura do lábio, maior a
alteração do perfil com a retração dos incisivos; (4) não houve diferença
estatística no valor do ângulo nasolabial entre o grupo de indivíduos tratados e
não-tratados e; (5) não houve diferença significativa entre os gêneros estudados
na pesquisa.
REZENDE e MARTINS (1984) realizaram um estudo com o objetivo de
avaliar o comportamento do lábio superior em casos de Classe II, divisão,
tratados com o aparelho Edgewise. A amostra consistiu de tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça de 30 pacientes, brasileiros, no início e no
final do tratamento e no nimo, quatro anos após o término do tratamento e foi
dividida em dois grupos, sendo 15 casos com extração e 15 sem extração. Cada
grupo possuía 9 pacientes do gênero feminino e 6 pacientes do gênero
masculino. Como resultado, foi encontrada uma relação direta entre a retração
incisal e o aumento da espessura labial e correlação entre o lábio superior e o
perfil dento-esquelético subjacente. Enfatizou-se a importância estética e
funcional do lábio superior em função da retração incisal e do crescimento facial,
no diagnóstico ortodôntico e no plano de tratamento.
FACHIN (1986) considerando a importância da estética facial no
diagnóstico e no planejamento ortodôntico, propôs-se a pesquisar as mudanças
ocorridas no tegumento facial, na região dos lábios superior e inferior e nas
correspondentes estruturas dentoesqueléticas, consequentes ao tratamento
ortodôntico. Foram avaliadas tomadas telerradiográficas laterais de cabeça de
46 pacientes, no início e ao final do tratamento ortodôntico, sendo 26 do gênero
feminino e 20 do masculino. Desses pacientes, 13 apresentavam Classe I, com
protrusão superior e 33, Classe II, divisão 1, com um trespasse horizontal médio
23
de 8 mm no gênero feminino e 7,5 mm no masculino. Foram estudadas as
seguintes áreas do tecido dentoesquelético: subespinhal (A), incisivo central
superior (ICs), incisivo central inferior (ICi) e supramentoniano (B) e os
correspondentes caracteres do tecido mole facial: sulco labial superior (SLs),
lábio superior (Ls), lábio inferior (Li) e sulco labial inferior (SLi). O tratamento
ortodôntico e o respectivo crescimento ocorridos nesse período revelaram
distintas respostas, não em relação ao gênero, como nas áreas estudadas.
Assim, no que concerne ao lábio superior, no gênero masculino, notou-se um
acompanhamento discreto, quando da retração dos incisivos superiores e um
aumento significante em sua espessura. No gênero feminino, observou-se um
bom acompanhamento, quando da retração dos incisivos superiores, a par de
um pequeno aumento em sua espessura. Com respeito ao sulco labial superior,
no gênero masculino, observou-se um leve acompanhamento da considerável
retração do ponto A e um aumento significante em sua espessura. No feminino,
ocorreu um significante acompanhamento quando da retração do ponto A e uma
diminuição de sua espessura. O lábio inferior, em ambos os gêneros,
acompanhou a retração dos incisivos inferiores. No nero masculino
apresentou um aumento significante em espessura, porém irrelevante no
feminino. O sulco labial inferior, em ambos os gêneros, não apresentou
mudanças significantes, tanto em sua posição como em sua espessura, não
obstante a retração do ponto B tenha sido significante.
GALVÃO (1987) realizou um estudo sobre a harmonia do perfil facial. A
amostra constou de 101 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça de jovens
brasileiros, de ambos os neros, com idade variando entre 11 e 18 anos de
idade, portadores ou não de maloclusão. Foram aplicadas as medidas
preconizadas por BURSTONE, associadas à linha "I" de INTERLANDI. Ficou
evidenciado que algumas medidas como o ângulo labial (AL) e a grandeza I-Li
(distância entre a linha I e o ponto Li) possuem destacada importância no
julgamento da harmonia do perfil, enquanto que outras, como o ângulo do mento
24
(AM) e a grandeza I-SN (distância do prologamento da linha I com o ponto SN),
pouco ou nenhum valor apresentaram nesta avaliação.
DROBOCKY e SMITH (1989) realizaram um estudo com o objetivo de
avaliar as alterações ocorridas no perfil facial durante o tratamento ortodôntico
com extração dos primeiros pré-molares. A amostra consistiu de 160 tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça de indivíduos selecionados através de cinco
fontes: pacientes tratados pelo Dr. Tweed, pacientes tratados com a técnica de
Begg, pacientes tratados com duas diferentes técnicas de Edgewise e pacientes
tratados com os pré-molares pré-irrupcionados. As principais mudanças foram
um aumento de 5.2º no ângulo nasolabial e uma retração dos lábios superior e
inferior de 3,4 e 3,6 mm em relação à linha E, respectivamente. Em comparação
com os outros grupos, os pacientes tratados por Tweed apresentaram a maior
retração de lábio inferior. Aproximadamente 10 a 15% dos casos pós-tratamento
foram definidos como perfis excessivamente achatados” e 80 a 90% dos
pacientes tratados com extrações dos quatro primeiros pré-molares tiveram uma
melhora significativa das medidas do perfil facial.
YOGOSAWA (1990) realizou dois estudos com o objetivo de predizer as
mudanças do perfil mole combinadas ao tratamento ortodôntico. No primeiro
estudo, 50 indivíduos adultos com uma oclusão normal foram comparados com
50 indivíduos com protrusão maxilar. As tomadas telerradiográficas laterais de
cabeça obtidas foram tiradas em duas posições: a primeira, com os lábios
relaxados e a segunda, com os lábios fechados. Como resultado, as alterações
do bio inferior aumentaram em relação à protrusão maxilar. E em ambos os
grupos, a espessura do pogônio mole diminuiu com o movimento do lábio
inferior. No segundo estudo, 20 indivíduos (10 com protrusão maxilar e 10 com
biprotrusão) tratados foram examinados para avaliar como o perfil mole está
relacionado com as alterações morfológicas do tratamento. Concluiu-se que a
retração do lábio superior estava presente em 40% dos casos em que houve
25
retração dos incisivos superiores, enquanto que a retração do lábio inferior era
de 70% dos casos em que houve retração dos incisivos superiores.
BRANDÃO (1991) analisou as mudanças ocorridas após o tratamento
ortodôntico no perfil e nas estruturas que o influenciam através de tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça em 34 indivíduos brasileiros, leucodermas,
tratados com aparelho "Edgewise" na clínica de Ortodontia do Departamento de
Odontopediatria e Ortodontia da Faculdade de Odontologia da U.F.R.J. Foram
estudadas telerradiografias de perfil no final do tratamento e, no mínimo, cinco
anos após a remoção da contenção. A amostra foi dividida em dois grupos,
sendo 18 do gênero masculino e 16 do gênero feminino. A média de idade no
final do tratamento foi de 14 anos e 10 meses no feminino, e 16 anos no
masculino, e o tempo médio de observação foi de 11 anos e um mês, no gênero
feminino, e 11 anos e 2 meses, no masculino. Os resultados indicaram uma
retrusão dos lábios após o tratamento ortodôntico e um aumento significante da
proeminência nasal. O ponto Pog' também foi deslocado anteriormente,
acompanhando o avanço do mento ósseo, que foi mais significante para o
gênero masculino. Observou-se uma relativa estabilidade da região labial, com
pequeno deslocamento anterior do ponto Li (lábio inferior), acompanhando os
incisivos inferiores, e um menor avanço do ponto Ls (lábio superior) devido a
uma significativa diminuição da espessura do lábio superior, principalmente no
gênero masculino. As variações encontradas nas medidas foram para o mesmo
sentido em ambos os gêneros, embora tenham sido em maior intensidade e
significância para o masculino. Enfatizou-se a importância da abordagem
estética no planejamento ortodôntico e a necessidade de se finalizarem os casos
com os lábios um pouco mais protusos, principalmente para o gênero masculino.
SCAVONE JR. et al. (1993) apresentaram um estudo longitudinal das
alterações no perfil facial tegumentar, em intervalos médios de um a cinco anos
após a conclusão do tratamento ortodôntico corretivo, com extração de quatro
pré-molares. A amostra constou de tomadas telerradiográficas laterais de
26
cabeça em norma lateral de 12 jovens leucodermas do gênero masculino,
brasileiros, apresentando padrão dentoesquelético de Classe I e com idade
média de 15 anos e 1 mês ao final do tratamento. Com esse propósito, foi
desenvolvido um método cefalométrico original, alicerçado na linha de referência
vertical NP (násio-pogônio), traçada exclusivamente nos cefalogramas de final
de tratamento, e transferida para os cefalogramas seriados subseqüentes de
cada caso clínico, por meio de superposições de acordo com determinados
contornos estruturais da base craniana anterior. Esses procedimentos
propiciaram uma linha de referência estável ao longo do tempo, para a
mensuração das distâncias ântero-posteriores entre ela e diversos pontos
tegumentares. Adicionalmente, visando avaliar a confiabilidade dessa
metodologia, as conclusões inferidas foram confrontadas com aquelas
alcançadas pela análise de outras seis variáveis, tradicionalmente empregadas
no estudo do perfil facial tegumentar. Os resultados evidenciaram que os jovens
do gênero masculino apresentam considerável potencial de crescimento facial,
mesmo após os 15 anos de idade, propiciando modificações no perfil facial
tegumentar. Dentre elas, destaca-se a tendência para uma progressiva retrusão
da região subnasal e dos lábios, notadamente o superior, em relação aos
demais componentes faciais, com o envolver da idade. Esse processo conduziu
a uma redução gradativa na convexidade do perfil facial tegumentar. Porém,
exibiu alterações mínimas em relação às medidas que levam em consideração o
componente nasal. A metodologia proposta nesta pesquisa demonstrou-se
eficiente na quantificação das alterações no perfil facial tegumentar,
possibilitando a análise clara e objetiva da interrelação entre seus componentes.
BRAVO (1994) realizou um estudo com o propósito de avaliar as
mudanças no perfil mole após o tratamento ortodôntico com extração de quatro
pré-molares. A amostra deste trabalho consistiu de 16 indivíduos do gênero
feminino, tratadas ortodonticamente com extração de quatro pré-molares e como
conclusão, o autor relatou que: (1) os lábios superior e inferior foram retraídos
numa média de 3,4 e 3,8 mm, em relação à linha E (linha estética entre os
27
pontos pogônio mole ao ponto na porção mais anterior do nariz),
respectivamente; (2) a mudança no ângulo labiomental depois do tratamento foi
quase nula (0,1º) e o ângulo nasolabial apresentou um aumento de 3,7º; (3) a
protrusão dos lábios superior e inferior em relação à linha Sn-Pg (entre os
pontos subnasal e pogônio mole) diminuiu 2,4 e 3,1 mm, respectivamente; (4) o
lábio inferior retruiu numa média de 1,4 mm em relação à linha H (entre os
pontos pogônio mole até o lábio superior); (5) quando comparadas as medidas
obtidas no estudo com as aceitáveis na estética facial, o autor observou que
somente 12% dos pacientes acabaram o tratamento com um perfil mais
“achatado” e (6) para evitar uma piora no perfil facial, as extrações de pré-
molares não deveriam ser realizadas, se possível quando as medidas das
tomadas telerradiográficas laterais de cabeça mostrarem alguma dessas
características: ângulo nasolabial maior ou igual a 110º, lábio superior com a
linha Sn-Pg menor ou igual a 3 mm, lábio inferior com a linha Sn-Pg menor ou
igual a 2 mm, Ss com a linha H maior ou igual a 3 mm e o lábio inferior com a
linha H menor ou igual a 0 mm.
BISHARA et al. (1995) realizaram um estudo com o objetivo de comparar
as mudanças ocorridas no perfil facial e dentário em indivíduos portadores de
maloclusão de Classe II, divisão 1 de Angle, e que foram tratados com e sem
extrações dos quatro primeiros pré-molares. A amostra consistiu de tomadas
telerradiográficas laterais de cabeças de 91 indivíduos (44 com extrações e 47
sem extrações) que foram avaliados em três estágios: pré-tratamento, pós-
tratamento e aproximadamente dois anos após o tratamento. Concluíram que
antes do tratamento, os lábios superior e inferior eram mais protruídos em
relação a uma linha estética nos indivíduos tratados com extrações dos quatro
pré-molares; após o tratamento, os lábios superior e inferior eram mais retruídos
no grupo com extrações e mais protruídos no grupo sem extrações; a média dos
resultados das medidas encontradas nos dois grupos estava dentro do padrão
aceitável pelas normas da Faculdade de Iowa E.U.A. Os autores ainda
relataram que a decisão ou não de extrair pré-molares para melhorar o perfil
28
facial, se baseado em um diagnóstico e uma indicação correta, não apresenta
problemas no perfil do indivíduo.
COELHO FILHO (1995) realizou um estudo sobre a segunda versão do
aparelho de protração mandibular no tratamento da maloclusão de Classe II,
mostrando o desenvolvimento do APM, sua aplicação e seus resultados obtidos
na apresentação de quatro casos clínicos. O autor relatou as diversas vantagens
do seu uso: (1) o APM é facilmente fabricado e instalado com um baixo custo;
(2) não são necessárias bandas ou arcos especiais para sua instalação na boca;
(3) não necessidade de etapas laboratoriais; (4) o mecanismo é menor, mais
confortável e mais aceito pelos pacientes que outros aparelhos para protração
mandibular; (5) permite uma grande movimentação da boca do paciente; (6)
eficaz na correção dos desvios de linha média, podendo ser ativado
unilateralmente; e (7) não depende da colaboração do paciente.
TUKASAN et al. (1996) realizaram um estudo através de revisão da
literatura das alterações ocorridas no perfil facial decorrentes do tratamento
ortodôntico aonde foram apresentados vários métodos de análise de perfil facial.
Como conclusão, os autores relataram que um perfil facial equilibrado não é
necessariamente acompanhado por uma oclusão normal; o equilíbrio facial
depende muito do bom posicionamento dos incisivos inferiores bem
posicionados na base óssea; não são todas as áreas de perfil do tecido mole
que acompanham as modificações na estrutura dento-esquelética subjacente,
porém, a postura labial está intimamente relacionada com as mudanças
causadas pelo tratamento ortodôntico; o ângulo nasolabial aumenta com a
retração dos incisivos superiores durante o tratamento ortodôntico; e a rotação
mandibular horária ou anti-horária exerce um importante papel nas modificações
do perfil de tecido mole.
OKUYAMA e MARTINS (1997) realizaram um estudo aonde pesquisou-se
a preferência da estética facial de ortodontistas, leigos e artistas plásticos,
29
mediante a classificação em bom, regular ou deficiente, de 180 perfis,
pertencentes a jovens leucodermas, melanodermas e xantodermas. O teste do
coeficiente de concordância de Kendall, para o nível de 5 por cento, não foi
significante, demonstrando que os critérios estéticos dos avaliadores são de
caráter eminentemente subjetivos e personalistas. Analisando-se os 21 perfis
preferidos, observou-se que todos apresentaram uma suave convexidade facial,
maior para os melanodermas e menor para os leucodermas; uma protrusão
nasal maior para o gênero masculino que para o feminino; uma relação entre a
altura facial superior e a inferior, e entre o comprimento do lábio superior e do
inferior, por volta de 1 e de 0,5, respectivamente; e um ângulo nasolabial menor
que o mentolabial e o frontonasal. A convexidade labial apresentou-se menor
para os melanodermas femininos e maior para os leucodermas femininos.
Analisando-se a posição do mento, observou-se nos melanodermas a maior
proeminência em relação às estruturas craniofaciais; e, também, a maior
retrusão, considerando à linha Ls-Li (entre os pontos do lábio superior e lábio
inferior), enquanto que os leucodermas apresentaram a maior protusão do
mento em relação à mencionada linha. Denotou-se uma protusão labial maior
para os melanodermas, e uma intermediária, para os xantodermas.
OLIVEIRA et al. (1997) conduziram um estudo com o propósito de realizar
uma avaliação cefalométrica das alterações esqueléticas, dentárias e faciais
ocorridas em pacientes portadores de maloclusões de Classe II, divisão 1,
tratados com tração extra bucal ortopédica e com Bionator de Balters.
Objetivando dissociar as alterações especificamente produzidas pela terapia
daquelas decorrentes do processo de crescimento crânio facial espontâneo,
foram estudados também 2 grupos de controle de indivíduos com o mesmo tipo
de maloclusão, porém sem nenhum tratamento. A amostra se constituiu de 80
tomadas telerradiográficas laterais de cabeça obtidas de 40 indivíduos com
idades entre 7 anos e 5 meses e 13 anos e 7 meses (média de 10 anos e 9
meses), portadores de maloclusão de Classe II, divisão 1. Telerradiografias
iniciais foram realizadas em todos os pacientes e os cefalogramas obtidos foram
30
usados para o diagnóstico cefalométrico das maloclusões. Assim, os indivíduos
foram então divididos em quatro grupos, a saber: grupo A, constituído por
indivíduos apresentando protrusão maxilar tratados com tração extrabucal
ortopédica num período médio de 9,7 meses; grupo B, constituído por indivíduos
apresentando retrusão mandibular tratados com Bionator de Balters por um
período médio de 10,8 meses; grupo C, de indivíduos com protrusão mandibular
sem nenhum tratamento; grupo D, de indivíduos com retrusão mandibular,
também sem tratamento. Os grupos C e D, chamados de grupo de controle,
foram observados por um período médio de 9,3 meses. Após a realização das
telerradiografias finais e a obtenção dos cefalogramas correspondentes, os
dados obtidos foram comparados estatisticamente. A análise cefalométrica
empregada foi a proposta por MCNAMARA JR., associada à avaliação do
ângulo naso-labial. Como resultado, os autores concluíram que: (1) as
alterações decorrentes de tração extrabucal foram: retroposicionamento maxilar,
aumento da altura facial ântero-inferior, aumento do comprimento mandibular,
retroinclinação dos incisivos superiores, aumento do ângulo nasolabial; (2) as
alterações decorrentes do uso do bionator de Balters foram: retroposicionamento
maxilar, avanço mandibular, aumento da altura facial ântero-inferior, aumento do
comprimento mandibular, redução do ângulo do plano mandibular, aumento da
inclinação vestibular dos incisivos inferiores e aumento do ângulo nasolabial.
BISHARA; CUMMINS e ZAHER (1997) realizaram um estudo com o
objetivo de avaliar as mudanças ocorridas durante o tratamento e no pós-
tratamento do perfil facial e dentário em 2 grupos de indivíduos com maloclusão
de Classe II, divisão 1. O primeiro grupo de 46 indivíduos foram tratados sem
extrações dentárias, enquanto que o segundo grupo de 45 indivíduos foram
submetidos a extração de quatro primeiros pré-molares. Esses dois grupos
ainda foram comparados com um grupo de 35 indivíduos com oclusão normal.
As telerradiografias e os modelos de gesso foram avaliados em três estágios:
pré-tratamento, pós-tratamento e aproximadamente dois anos após o
tratamento. O teste t de studentfoi usado na comparação dos grupos com e
31
sem extrações. Concluíram que antes do tratamento, os indivíduos tratados com
extrações dos pré-molares possuíam os lábios superior e inferior mais protruídos
e dentes mais largos, apresentando discrepância de modelo. Após o tratamento,
os lábios superior e inferior estavam mais retruídos no grupo com extrações e
mais protruídos no grupo sem extrações. De acordo com os autores, a decisão
de extração ou não de pré-molares, se baseado em um diagnóstico correto, não
influencia nos resultados do perfil facial.
JAMES (1998) realizou um estudo com o objetivo de comparar os perfis
faciais em indivíduos que se submeteram a extrações de pré-molares e àqueles
que não precisaram de extrações no tratamento ortodôntico. A amostra consistiu
170 indivíduos que realizaram o tratamento ortodôntico, sendo que 108 tratados
com extrações de pré-molares e 62 tratados sem extrações. Concluiu que o
ângulo Z (formado entre a linha Z e o plano horizontal de Frankfurt) do grupo
sem extrações era 5,27º maior do que o grupo com extrações, e o grupo com
extrações que começou o tratamento com grande imperfeição facial foi o que
obteve o melhor desempenho quanto à estética da face.
BOLEY et al. (1998) realizaram um estudo com o propósito de determinar
se havia diferenças na face de pacientes ortodonticamente tratados sem
extrações e com extrações de pré-molares. O trabalho foi dividido em duas
partes onde contou com a percepção de 192 dentistas clínico-geral e
ortodontistas experientes. Na primeira, foram mostradas 25 fotografias
consecutivas de pacientes tratados sem extração dentária e 25 consecutivas de
pacientes com extração dos quatro pré-molares. A taxa de acertos correspondeu
a apenas 54%. Na segunda parte, os perfis foram avaliados de acordo com os
traçados cefalométricos, principalmente em relação à linha H. Concluíram que
os profissionais não puderam determinar o tipo de tratamento aplicado somente
olhando a face do paciente e que não houve diferenças cefalométricas
estatisticamente significativas no resultado dos dois tipos de tratamento. Ainda
relataram que a recusa de não extrair dente em um tratamento ortodôntico por
32
insegurança de que isto possa trazer algum efeito deletério à face do indivíduo é
injustificada quando o caso é bem diagnosticado e planejado.
CARVALHO et al. (1999) considerando a importância da análise facial e
da previsão da posição dos lábios após tratamento ortodôntico para o
planejamento do mesmo, propuseram-se a pesquisar a proporção de retração
dos lábios em relação à retração dos incisivos em pacientes com maloclusões
Classe II, divisão 1 de Angle, tratados com a técnica do arco de canto e
extrações de pré-molares. Foram comparadas por meio de tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça o pré e o pós-tratamento, as medidas de 27
pacientes divididos em dois grupos: no primeiro, 14 pacientes tratados com
extrações de dois primeiros pré-molares superiores, e no segundo, 13 pacientes
tratados com extrações dos 4 primeiros pré-molares. A proporção de retração do
lábio superior em relação à retração dos incisivos superiores foi, em média, 1:2,1
e 1:2,4 para o primeiro e segundo grupos, respectivamente. Em ambos os casos
observou-se um aumento na espessura do lábio superior. A posição e espessura
do lábio inferior mostraram maior variabilidade entre os dois grupos estudados.
A proporção de retração do lábio inferior em relação à retração dos incisivos
superiores e inferiores foi, em média 1:2,9 e 1:1,3 para o primeiro e segundo
grupos, respectivamente. Em ambos os casos, não houve diferença
estatisticamente significante na espessura do lábio inferior.
RODRIGUES; VILELLA e MUCHA (1999) realizaram um estudo com o
objetivo de avaliar as alterações dos tecidos moles na área labial do perfil facial
decorrentes do tratamento ortodôntico em 65 indivíduos, sendo que 30 foram
tratados ortodonticamente sem extrações dentárias e 35 com extrações
dentárias. Foram utilizados 130 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça de
perfil nas fases inicial e final do tratamento ortodôntico sobre os quais aplicou-se
a metodologia usual e procedeu-se à aplicação do teste t de “Student” e índice
de correlação. A movimentação dos incisivos alterou proporcionalmente mais a
posição dos lábios superior e inferior no grupo tratado ortodonticamente com
33
exodontias do que no grupo sem exodontias. A análise dos resultados mostrou
que no grupo sem exodontias para cada 1 mm de movimentação do incisivo
superior, o lábio superior movimentou-se 0,78 mm no mesmo sentido. Para cada
1 mm de movimentação do incisivo inferior, o lábio inferior movimentou-se 0,42
mm no mesmo sentido. No grupo com exodontias, para cada 1 mm de
movimentação do incisivo superior, o lábio superior movimentou-se 0,81 mm no
mesmo sentido. Para cada 1 mm de movimentação do incisivo inferior, o lábio
inferior movimentou-se 0,66 mm no mesmo sentido. Todos os casos mostraram
excelente aspecto no perfil ao final do tratamento.
FREITAS et al. (1999) realizaram um estudo cefalométrico longitudinal,
com o propósito de verificar as alterações na posição dos incisivos superiores
provocadas pelo tratamento ortodôntico e a sua influência sobre o ângulo
nasolabial. Com essa finalidade, constitui-se uma amostra de 108 tomadas
telerradiográficas laterais de cabeça, tomadas em norma lateral, ao início, final e
5 anos após o tratamento, de 36 jovens leucodermas, de ambos os gêneros,
apresentando inicialmente uma maloclusão de Classe II, divisão, e que se
submeteram ao tratamento corretivo, solicitando-se extrações dos quatro
primeiros pré-molares. Os resultados obtidos permitiram as seguintes
conclusões: 1) ocorreu um significativo retroposicionamento dos incisivos
superiores, contribuindo para a correção da maloclusão de Classe II, divisão;
2) a retração dos incisivos superiores influenciou no aumento do ângulo
nasolabial, o que proporcionou a melhora do perfil facial; 3) para cada milímetro
de retração dos dentes superiores, o ângulo nasolabial aumentou 1,49º; 4) a
melhora do perfil facial tegumentar, ocasionado pela mecanoterapia, apresentou
estabilidade.
BRANGELI (2000) realizou um estudo com o objetivo de avaliar,
comparativamente, as alterações cefalométricas tegumentares e esqueléticas,
provenientes do tratamento da maloclusão de classe II, divisão de Angle, com
os aparelhos Ativador combinado com a ancoragem extrabucal e Bionator de
34
Balters. Vinte e quatro pacientes foram tratados com o Ativador combinado e
vinte e cinco com o Bionator. Outros vinte e quatro foram acompanhados por um
período médio de um ano e três meses, aproximadamente, sem que nenhuma
intervenção ortodôntica fosse realizada, formando o grupo controle. Com o
auxílio da cefalometria computadorizada, as tomadas telerradiográficas de
cabeça em norma lateral, obtidas no início e no fim do período experimental,
foram digitalizadas, o traçado cefalométrico realizado e os resultados
submetidos ao teste estatístico. Com base na metodologia empregada, foi
constatado que ambas as terapias não alteraram significantemente o padrão de
crescimento facial, bem como a altura facial póstero-inferior e o posicionamento
do lábio superior, tanto no sentido ântero-posterior, como em altura. O lábio
inferior e o mento tegumentar, também não demonstraram comportamento
diferente nos grupos tratados em relação ao controle, com exceção da
profundidade do sulco mentolabial que obteve maior diminuição com ambos os
aparelhos. De relevância estatística, apenas os incrementos nas alturas faciais
ântero-inferiores, esquelética e tegumentar e do lábio inferior, que foram
significativamente maiores nos grupos tratados.
DINIZ e TELLES (2001) realizaram um estudo aonde foram comparadas
as alterações do perfil facial decorrentes do aumento do tamanho do nariz, do
tecido mole do mento e do reposicionamento dos incisivos com o tratamento
ortodôntico. Analisou-se casos de portadores de maloclusão de Classe I e II de
Angle, tratados com e sem extrações de pré-molares. Observou-se que o
aumento do tamanho do nariz apresentou maior influência nas modificações do
perfil que o do tecido mole do mento e os casos tratados com extrações
apresentaram maior modificação labial decorrentes do crescimento do nariz e do
mento com a retração dos incisivos, observou-se que as modificações advindas
da retração incisal são mais influentes nas modificações do perfil.
BRANT (2001) constatou que o estudo da beleza e harmonia do perfil
tegumentar tornou-se objeto de grande interesse para a Ortodontia,
35
principalmente devido à polêmica de que extrações dentárias comprometeriam o
resultado estético do perfil. Este trabalho objetivou estudar e comparar as
alterações no perfil tegumentar em pacientes inicialmente com maloclusão
Classe II, divisão, tratadas com extrações dos quatro primeiros pré-molares, e
um grupo de pacientes tratados de forma similar, mas sem nenhuma extração.
Analisaram-se 60 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça, obtidas no
início e final do tratamento de 30 pacientes do gênero feminino, leucodermas,
dolicofaciais, que receberam tratamento ortodôntico com aparelhagem fixa no
Departamento de Ortodontia da PUC-Minas sendo que, 15 pacientes realizaram
extrações dos 4 primeiros pré-molares (idade média de 14,3 anos) e outras
tratadas sem extrações (idade média de 15,4 anos). Foram avaliadas oito
medidas lineares e cinco angulares. Os resultados demonstraram uma
diminuição significativa no tempo de tratamento nos casos tratados sem
extrações (p<0,025), sendo em média 12 meses menores. Concluiu-se que,
ambos os grupos tratados com e sem extrações de pré-molares apresentaram
valores médios normais na avaliação do perfil facial ao final do tratamento, com
melhora significativa na posição do lábio inferior, diminuição do espaço
interlabial e aumento do ângulo do perfil facial. Os achados indicam que a
decisão de realizar extração ou não em um tratamento ortodôntico, se baseada
em um critério de diagnóstico correto, parece não causar efeitos deletérios no
perfil facial.
LIMA et al. (2001) realizaram um estudo aonde tomadas telerradiográficas
laterais de cabeça foram utilizadas para avaliar o perfil tegumentar de 80
pacientes tratados ortodonticamente, 40 com maloclusão inicial de Classe I de
Angle e 40 com maloclusão inicial de Classe II, divisão 1 de Angle. O grupo de
classe I de Angle tinha idade média no início de tratamento de 13 anos e 7
meses e o grupo de Classe II, divisão 1 de Angle com idade média de 13 anos e
5 meses. Todos foram tratados com aparelho fixo corretivo superior e inferior,
mecânica Edgewise e tecnologia da sequência de força direcional ou sistemas
ten-two de Tweed-Merrifield, extrações de pré-molares e finalização clinicamente
36
muito satisfatória. Avaliou-se as possíveis alterações no perfil facial tegumentar
decorrentes do tratamento ortodôntico, os valores cefalométricos médios após o
tratamento comparando-os com os valores padrão estabelecidos e a correlação
do perfil facial.
SAKIMA et al. (2001) realizaram um estudo com o objetivo de verificar a
relação existente entre o ângulo nasolabial e algumas medidas cefalométricas
esqueléticas que expressam o posicionamento ântero-posterior da maxila, nos
diferentes tipos faciais. Foram estudadas 90 tomadas telerradiográficas laterais
de cabeça de indivíduos Classe II, divisão de Angle, divididos de acordo com
o tipo facial em três grupos de 30. O ângulo nasolabial não demonstrou
correlação com nenhuma medida cefalométrica esquelética que expressa o
posicionamento ântero-posterior da maxila. A medida Co-A (distância entre o
ponto condílio e o ponto A) foi estatisticamente diferente nos três grupos
estudados. As médias das medidas SNA (ângulo formado pelas linhas sela-
násio e násio-ponto A), FH (SN-7), (ângulo formado entre o plano de Frankfurt e
a linha sela-násio, subtraindo sete graus deste), e Co-A foram estatisticamente
diferentes quando comparados os grupos dolico e braquicefálico.
HENRIQUE et al. (2001) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar,
comparativamente, as alterações cefalométricas tegumentares e algumas
esqueléticas, provenientes do tratamento da maloclusão de Classe II, divisão
de Angle, com o aparelho Bionator de Balters. Vinte e cinco pacientes tratados
com o bionator e outros 24 controles, acompanhados por um período médio de
um ano e três meses, fizeram parte da amostra. As tomadas telerradiográficas
laterais de cabeça, em normal lateral, obtidas no início e no fim do período
experimental, foram digitalizadas, o traçado cefalométrico computadorizado
realizado e os resultados submetidos ao teste estatístico. Com base na
metodologia empregada, os resultados revelaram que o tratamento não alterou
significativamente o padrão de crescimento facial, bem como a altura facial
póstero-inferior e o posicionamento do lábio superior, tanto no sentido ântero-
37
posterior, como em altura. os parâmetros do lábio inferior e mento
tegumentar, bem como das alturas faciais ântero-inferiores, esquelética e
tegumentar, foram significativamente alterados nos grupos tratados.
BRANDÃO; VIGORITO e CAPELOZZA FILHO (2001) realizaram um
estudo objetivando avaliar as características faciais do perfil tegumentar em
portadores de maloclusão de Classe II, divisão 1ª, por meio da análise facial
numérica, em um grupo de 30 indivíduos masculinos e femininos, leucodermas,
com idades entre 12 e 16 anos. Foram descritas apenas avaliações numéricas
angulares, devido à provável variação que as medidas lineares poderiam
apresentar. Os resultados obtidos indicaram grandes discrepâncias entre maxila
e mandíbula; alto grau de convexidade facial; acentuado ângulo do terço inferior
da face e ângulos nasolabial e labiomental diminuídos.
COUTO et al. (2001) realizaram um estudo com o propósito de avaliar os
perfis de pacientes, de 12 a 20 anos, antes e depois do tratamento ortodôntico,
da Clínica do Curso de Especialização de ortodontia da EAP-ABO-PE. Foram
selecionados pacientes, aleatoriamente, durante período pré-fixado, que
tivessem tratamento ortodôntico em fase de conclusão. Foram fotografados
esses pacientes e a amostra foi constituída de 31 indivíduos. A partir das
fotografias iniciais e finais, foram desenhados perfis e constituídos álbuns, para
serem analisados por profissionais ortodontistas, odontopediatras e leigos,
escolhidos aleatoriamente, indicando a preferência de perfil “bom”, “regular” e
“deficiente”. Após os resultados foi possível verificar que antes do tratamento, o
perfil mais prevalente foi o “regular”, enquanto que, após o tratamento foi o perfil
“bom”. Análise estatística mostrou que não existiu diferença significante entre as
avaliações finais dos perfis feitos pelos ortodontistas, odontopediatras e leigos.
MORAES et al. (2001) realizaram um estudo com o objetivo de analisar o
ângulo nasolabial de uma amostra pertencente ao curso de Especialização de
Ortodontia e Ortopedia Facial, da Disciplina de Ortodontia, da Faculdade de
38
Odontologia de São José dos Campos, de 52 tomadas telerradiográficas laterais
de cabeça, em norma lateral, do início e o final do tratamento ortodôntico de
cada paciente, em um total de 26 de cada grupo, do gênero feminino,
leucoderma, sendo que 13 pacientes foram tratados com extrações dos pré-
molares e 13 pacientes não se submeteram a extração. A média de idade dos
pacientes com extração foi de 148,85 meses e sem extração com média de
145,62 meses no início do tratamento. Os resultados obtidos permitem concluir
que houve aumento médio do ângulo nasolabial no grupo com extração de
108,0º do início do tratamento para 116,7º no final do tratamento, com diferença
estatisticamente significante a 5% e no grupo sem extração de 111,8º do início
do tratamento para 113,8º no final do tratamento, sem diferença estatisticamente
significante a 5%. Comparando os grupos com extração e sem extração houve
diferença estatisticamente significante a nível de 5%. Pode-se concluir que
pacientes tratados com extrações de pré-molares, apresentaram um ângulo
maior do que os tratados sem extração, estatisticamente significante. Tanto em
pacientes tratados com ou sem extração dentária houve aumento do ângulo
nasolabial. Mudanças do ângulo nasolabial traduzem alterações do lábio
superior, provavelmente em resposta à retração dentária e deve-se ter cautela
em tratamentos onde indicação de extração dentária, informando ao paciente
do aumento do ângulo nasolabial.
COELHO FILHO (2001) apresentou em seu estudo uma nova versão do
seu aparelho para projeção mandibular, o APM IV, aonde ele explicou as novas
etapas de fabricação do aparelho e um caso clínico com os resultados obtidos
das medidas cefalométricas antes e após o seu uso. Concluiu que o aparelho de
protração mandibular vem mostrando efetividade nos seus dez anos de
aplicação clínica, principalmente na versão IV, que parece ser ainda mais
eficiente do que os antecedentes, de fabricação mais fácil e confortável para o
paciente.
39
LIMA (2002) realizou um estudo com o propósito de avaliar
cefalometricamente as modificações do perfil facial tegumentar comparando os
valores de finalização com os padrões normais internacionais e com o padrão
para brasileiros, a relação entre a posição dos incisivos inferiores com as
modificações do perfil facial e a existência ou não de correlação estatística entre
as variáveis cefalométricas dentárias com as variáveis cefalométricas do perfil
facial tegumentar. A amostra foi composta de 80 tomadas telerradiográficas
laterais de cabeça de 40 pacientes de Classe II, 1ª divisão de Angle, com média
de idade de 13 anos e 5 meses, tratados ortodonticamente com aparelho fixo
"Edgewise" em ambas as arcadas e extrações de primeiros pré-molares. As
radiografias cefalométricas laterais iniciais e finais foram traçadas e submetidas
ao teste estatístico. O resultado das análises, demonstrou alterações
estatisticamente significantes no perfil facial tegumentar, como resultado do
tratamento ortodôntico através das variáveis ângulo Z, ângulo H.NB, ângulo
H.SN (linha H e os pontos sela-násio) e a distância H-nariz. A comparação dos
valores cefalométricos referente ao perfil facial tegumentar após o tratamento,
com os valores padrões normais internacionais e com os padrões obtidos para
brasileiros apresentaram muita variação. Realizou-se ainda a relação das
variáveis cefalométricas dentárias e do perfil facial tegumentar, a partir da média
das diferenças entre os valores antes e após o tratamento ortodôntico, relações
estas que são apresentadas e sugeridas como guias. Finalmente comprovou-se
na amostra estudada, não haver correlação estatisticamente significante entre
as variáveis dentárias e do perfil facial tegumentar avaliando-se as mudanças do
pré para o pós-tratamento.
HERDY et al. (2002) relataram que a avaliação do perfil é de grande
importância no tratamento ortodôntico, pois as alterações que ocorrem na face,
observadas em norma lateral, podem influenciar a estética final. E por meio de
revisão de literatura, investigaram as alterações no perfil facial decorrentes do
crescimento. Verificou-se que o tecido mole que recobre o esqueleto crânio-
facial tem espessura e taxa de crescimento diferente, em especial na região dos
40
lábios e mento, podendo acompanhar ou não o tecido ósseo subjacente. O
dimorfismo sexual começa a ser notado a partir dos 10 a 12 anos de idade,
quando o crescimento do gênero masculino, principalmente das medidas
lineares, é responsável pela diferenciação facial. O perfil mole se torna mais
convexo à medida que o oposto ocorre com o perfil esquelético. Atualmente,
perfis mais retos, de lábios proeminentes, são considerados os mais estéticos.
CAPELLI JR. e WILDBERGER (2002) relataram que a melhora na
estética facial constitui uma das principais razões que justificam o interesse dos
pacientes pelo tratamento ortodôntico. Por este motivo, as alterações no perfil de
tecidos moles decorrentes de terapia ortodôntica ou de movimento ortodôntico
concomitante ao crescimento facial vêm sendo muito estudado há alguns anos.
O trabalho teve como objetivo avaliar as alterações no perfil facial de pacientes
tratados em fase de crescimento, com exodontia dos quatro primeiros pré-
molares, através das mudanças observadas nos valores do ângulo Z, descrito
por Merrifield. Após a realização das medições e da aplicação dos testes
estatísticos, pôde-se concluir que as alterações nos perfis faciais mostraram-se
favoráveis, já que o valor do ângulo Z apresentou-se maior ao final do
tratamento. Considerando-se as mudanças nos valores do ângulo Z, não houve
diferença significativa entre os gêneros.
GUARIZA FILHO e ABRÃO (2002) realizaram um estudo apresentando
as modificações dos terços médio e inferior da face, durante o tratamento
ortodôntico, em pacientes portadores de maloclusão do tipo Classe I e Classe II,
divisão 1ª, segundo a classificação de Angle. Utilizaram-se tomadas
telerradiográficas de cabeça de 48 pacientes brasileiros, leucodermas, de ambos
os gêneros, na faixa etária de 12 a 17 anos, tomadas antes e depois do
tratamento ortodôntico pela técnica de Edgewise com extrações de quatro
primeiros pré-molares. Os resultados obtidos levaram às seguintes conclusões:
1) os lábios superiores e inferiores sofreram aumento de espessura em
conseqüência do tratamento ortodôntico, independente das maloclusões
41
estudadas; 2) não houve equivalência entre a retração do lábio superior em
decorrência da retração dos incisivos superiores, enquanto para o lábio inferior
houve uma proporção de 1:1 em relação aos incisivos inferiores; 3) na faixa
etária estudada, o nariz apresentou crescimento significativo, independente do
tratamento ortodôntico realizado; 4) a espessura do tecido mole na região do
ponto A apresentou um aumento significativo, enquanto para as regiões dos
pontos B e P o se modificou com o tratamento ortodôntico; 5) o ângulo do
perfil facial diminuiu em maior grau, no grupo de pacientes portadores de
maloclusão de Classe II, divisão durante o tratamento ortodôntico, tornando o
perfil menos convexo e, conseqüentemente, mais harmônico; 6) o ângulo
nasolabial tornou-se mais aberto com a realização do tratamento ortodôntico,
resultado este, dependente da retração dos incisivos superiores; 7) o dimorfismo
sexual não foi significativo, quando foram estudadas as possíveis modificações
do perfil facial antes e após o tratamento ortodôntico; 8) as médias absolutas da
espessura dos tecidos moles do perfil facial no gênero masculino foram maiores
que no gênero feminino.
SILVA e DOMINGUES-RODRIGUES (2002) realizaram um estudo
cefalométrico comparativo com o propósito de avaliar as mudanças no perfil
tegumentar decorrentes do tratamento com bionator de Balters em adolescentes
com maloclusão de Classe II, divisão e retrognatismo mandibular. Foram
utilizadas 72 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça, em norma lateral, de
36 pacientes, leucodermas, brasileiros, divididos em dois grupos: o grupo
controle (15 indivíduos com idade média de 10 anos e 2 meses) e o grupo
tratado (21 pacientes com idade média de 10 anos e 7 meses), com tempo de
observação de 18 meses. Após a avaliação de várias grandezas lineares e
angulares, os resultados não apresentaram diferenças nas suas características
com exceção dos aumentos observados na espessura basal dos lábios superior
e inferior, comprimento parcial do lábio inferior e ângulo nasolabial, enquanto o
grupo tratado apresentou melhora das características, constatando-se aumento
na espessura da região basal e no comprimento total do lábio inferior, aumento
42
dos ângulos nasolabial e mentolabial e diminuição favorável da convexidade
tegumentar esquelética. Com isso, puderam constatar que o tratamento com
bionator foi vantajoso em relação ao perfil tegumentar onde foi beneficiada a
beleza facial.
BOEIRA JR.; BRUCKER e BERTHOLD (2002) realizaram uma pesquisa
que teve como objetivo avaliar a influência do posicionamento de incisivos e de
lábios no perfil facial tegumentar. Para tanto, foi utilizada uma amostra composta
por 42 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça, em norma lateral, de
acadêmicos (21 do gênero masculino e 21 do gênero feminino), considerados
portadores de um perfil facial tegumentar agradável, da Faculdade de
Odontologia da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul. As
telerradiografias foram submetidas à análise cefalométrica computadorizada
padrão USP/UNICAMP - por meio do software Ortomanger 5.25 - e à análise
cefalométrica manual. As medidas selecionadas no método computadorizado
foram 1.NA (ângulo formado entre o longo eixo do incisivo central superior e a
linha que une os pontos N e A), 1-NA (distância do ponto mais convexo da face
vestibular do incisivo central superior à linha N-A), 1.NB (ângulo formado pela
intersecção da linha correspondente ao eixo longitudinal do incisivo central
inferior e a linha N-B) e 1-NB (distância do ponto mais convexo da face
vestibular do incisivo central inferior à linha N-B). No método manual - utilizado
somente para mensurar as medidas inexistentes no software para cefalometria -
as medidas de interesse foram PAP.Ls (posição ântero-posterior labial superior)
e PAP.Li (posição ântero-posterior labial inferior) e ESP.Ls (espessura labial
superior de HOLDAWAY). Por meio da metodologia empregada e com base nos
resultados obtidos, foi possível concluir que: 1) as medidas que apresentaram
diferenças estatisticamente significantes foram 1.NA, 1.NB, PAP.Ls, ESP.Ls; 2)
as medidas que não apresentaram diferença estatística significativa foram 1.NA,
1.NB, PAP.Li; 3) um perfil facial tegumentar harmônico e agradável implica na
presença de compensações - acentuadas ou discretas - entre as medidas que
apresentaram diferença estatística significativa; 4) indivíduos portadores de perfil
43
facial tegumentar harmônico e agradável que não possui nenhum grau de
compensação devem apresentar as medidas 1.NA, 1-NB, PAP.Ls, ESP.Ls
coincidentes com o padrão; 5) o posicionamento de incisivos e de lábios
influencia de maneira determinante o delineamento do perfil facial tegumentar; 6)
o posicionamento dos lábios depende enormemente do posicionamento dos
incisivos; 7) houve dimorfismo sexual nas medidas 1.NB e ESP.Ls.
DIOGO e BERNARDES (2003) fizeram um trabalho comparando a
preferência estética do perfil facial tegumentar com padrões cefalométricos
através de análise facial de 90 pacientes tratados ortodonticamente. Nas
tomadas telerradiográficas laterais de cabeça dos perfis considerados
agradáveis foram analisados: ângulo frontonasal, nasolabial, mentolabial, e
convexidade facial; medidas dos lábios em relação à linha "S" de Steiner e fator
H-nariz. Os ortodontistas foram mais severos na avaliação do perfil facial,
havendo preferência por uma maior convexidade facial e leve protrusão dos
lábios superior e inferior, leve eversão labial inferior, com maior inclinação do
nariz em relação ao bio superior. Verificou-se a existência de uma relação de
proporcionalidade entre os ângulos avaliados com o ângulo fronto-nasal.
ALMEIDA e MAZZIEIRO (2003) relataram que apesar da concordância
quanto à importância da análise de tecidos moles da face para a clínica
ortodôntica, os fatores envolvidos na percepção da estética facial, assim como
aqueles relacionados à análise propriamente dita, podem passar
desapercebidos pelos profissionais. Uma avaliação criteriosa das proporções e
do equilíbrio entre as diversas estruturas tegumentares faciais auxiliam o clínico
no diagnóstico e no planejamento ortodôntico. A correta interpretação das
medidas dos perfis moles e a correlação das suas alterações decorrentes dos
processos de crescimento e dos procedimentos ortodônticos devem ser bem
entendidas. Os autores realizaram um estudo com o objetivo de alertar os
ortodontistas a necessidade de se avaliar criteriosamente as características da
face nos planejamentos ortodônticos, enaltecendo as várias nuances da
44
percepção da estética e as alterações faciais ocorridas com o crescimento e o
tratamento ortodôntico. Para isso, o autor realizou uma revisão de literatura e
concluiu que as principais linhas para se definir um bom perfil facial eram as
linhas: “Ede Ricketts (ponta do nariz ao pogônio tegumentar), “Sde Steiner
(pogônio tegumentar até o meio do bordo inferior do nariz), “Sn-Pg” de Burstone
(subnasal ao pogônio tegumentar) e “Z” de Merrifield (pogônio tegumentar ao
ponto mais anterior do lábio mais proeminente). E ainda relatou um dado
importante em que as estruturas dos tecidos moles sofrem alterações com o
processo de envelhecimento, principalmente o nariz e as orelhas que crescem
durante toda a vida do indivíduo, modificando suas proporções em relação às
outras estruturas faciais. O equilíbrio estético deve sempre considerar a idade do
paciente e o profissional deve ter a capacidade de visualizar seus pacientes nas
fases mais avançadas da vida para que o planejamento ortodôntico seja
direcionado para conciliar ao máximo os objetivos funcionais e estéticos do
tratamento.
MONTERO; TAKAHASHI e REICHENBACH (2003) realizaram um
trabalho em que procuraram avaliar as possíveis alterações do lábio superior
provocadas pela retração dos incisivos superiores em decorrência do tratamento
ortodôntico. Foram avaliadas 60 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça
(30 iniciais e 30 finais) de 30 pacientes portadores de maloclusão de Classe II,
divisão 1ª, tratados ortodonticamente com extrações de pré-molares e mecânica
Edgewise. As médias de idade eram de 14 anos e 10 meses no início do
tratamento e de 18 anos e 8 meses ao seu final. Os resultados encontrados
mostraram que os incisivos superiores retraíram-se 4,68 mm, em média,
desencadeando as alterações labiais. O deslocamento ântero-posterior do lábio
superior foi avaliado na sua porção mais anterior, constatando-se uma retração
média de 1,82 mm, e no bordo mucocutâneo, apresentando retração de 1,70
mm, em média, sendo que a primeira medida mostrou-se mais precisa para a
aferição da retração labial, revelando uma correlação de 0,65 e relação de
retração incisivos/lábio de 1:0,4, aproximadamente. A espessura labial
45
apresentou um aumento médio de 3,19 mm, indicando alívio das tensões
musculares. Houve um aumento dio de 0,94 mm no comprimento do lábio,
mas com grande variação individual.
SCHUTZ; VIGORITO e DOMINGUES-RODRIGUES (2003) realizaram um
estudo prospectivo onde avaliou-se cefalometricamente as modificações
dentofaciais ântero-posteriores decorrentes do tratamento da maloclusão de
Classe II, divisão 1ª, com o aparelho Herbst com "splints" acrílicos. O período
médio de tratamento foi de 12 meses. A amostra consistiu de 23 adolescentes
brasileiros com maloclusão de Classe II, divisão 1ª, e retrognatismo mandibular.
A idade média, ao início do tratamento, era de 12 anos e 11 meses e todos os
pacientes estavam nos estágios 3 ou 4 de maturação esquelética de acordo com
Helm et al. Tomadas telerradiográficas laterais de cabeça foram obtidas antes e
após o período de observação para identificar os efeitos esqueléticos de
tratamento utilizando-se 16 grandezas cefalométricas, lineares e angulares,
derivadas de diversas análises. Esqueleticamente, o posicionamento anterior da
maxila foi mantido, o comprimento efetivo da mandíbula aumentou
significamente, ocorrendo um deslocamento ântero-inferior desta na face. A
dimensão vertical do terço inferior da face aumentou, porém, o ângulo do plano
mandibular permaneceu estável. O tipo facial dos pacientes não foi alterado. As
modificações esqueléticas associadas às dentoalveolares contribuíram para a
correção da maloclusão de Classe II, divisão 1ª.
BOEIRA JR. (2003) com base na afirmação de que a principal motivação
que leva o paciente ao ortodontista é a preocupação com a estética, realizou-se
um trabalho, que tem por objetivo avaliar o ângulo H.NB em indivíduos
portadores de perfil facial tegumentar agradável, bem como verificar a presença
ou ausência de dimorfismo sexual para a variável em questão. Para tanto, foi
utilizada uma amostra composta por 42 tomadas telerradiográficas laterais de
cabeça de acadêmicos de Odontologia (21 de gênero masculino e 21 do gênero
feminino), considerados portadores de perfil facial tegumentar agradável, da
46
Faculdade de Odontologia da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do
Sul. As telerradiografias foram submetidas à análise cefalométrica
computadorizada padrão USP/Unicamp - por meio do software Ortomager 5.25 -
, levando-se em consideração apenas a mensuração do ângulo H.NB. Após a
obtenção dos dados, foi feito levantamento estatístico através da aplicação do
teste t de “Student”. Por meio da metodologia empregada e com base nos
resultados obtidos, foi possível concluir que: os indivíduos da amostra estudada
apresentaram perfil facial tegumentar tendendo a uma menor convexidade
quando comparada com a norma preconizada; não houve dimorfismo sexual
para essa característica dentro da amostra.
YAMAGUTO et al. (2003) realizaram um estudo com o objetivo de
verificar a variação do ângulo nasolabial em decorrência da retração dos
incisivos superiores nos casos tratados com extrações dos quatro pré-molares.
A amostra foi constituída de 30 tomadas telerradiográficas laterais de cabeça,
obtidas de jovens brasileiros, sem distinção de gênero, portadores de
maloclusão de Classe II, divisão 1ª, tratados pela técnica de Edgewise no curso
de pós-graduaçäo em Ortodontia da Universidade Metodista de o Paulo. A
análise estatística dos valores obtidos na análise cefalométrica revelou existir
um aumento estatisticamente significante do ângulo nasolabial entre o final de
nivelamento e o final de retração e do início de tratamento e o final de retração,
podendo-se concluir que pacientes de Classe II, divisão de Angle, tratados
com extrações dos pré-molares, apresentaram modificações no perfil facial,
especialmente em relação ao lábio superior, devido à retração dos incisivos
superiores.
HOFFELDER et al. (2003) relataram que, por volta dos anos 60 surgiu
uma verdadeira batalha entre os seguidores de Angle (não extração) e os de
Case (extração) que perdurou até os anos 90; neste período, varias dúvidas
surgiram e os praticantes da ortodontia se dividiram como os seguidores de um
ou de outro. Hoje, a extração de dentes permanentes como um dos recursos
47
para solucionar determinados problemas é aceita, desde que corretamente
indicada, sendo os primeiros pré-molares os dentes de escolha na maioria dos
casos de extração. O objetivo desse estudo foi abordar, através da revisão da
literatura, as possíveis alterações no perfil facial decorrentes de extrações de
primeiros pré-molares em ortodontia. Com base na literatura consultada, foi
possível concluir que: (1) as extrações têm sua indicação e esta deve estar
baseada no plano de tratamento individualizado para cada paciente; (2) as
extrações de primeiros pré-molares podem provocar mudanças favoráveis no
perfil dos pacientes, fato que justifica o sucesso do procedimento; porém deve-
se cuidar das mudanças desfavoráveis que podem aparecer quando o
diagnóstico individual não for realizado; (3) uma concordância entre os
profissionais quanto a indicação de extração de primeiros pré-molares visando a
melhora do perfil; (4) mesmo com todos estes esclarecimentos, ainda se têm
dúvidas em casos limítrofes.
COELHO FILHO e WHITE (2003) realizaram um estudo sobre o aparelho
de protração mandibular 4, onde mostraram passo a passo sua fabricação e
alguns casos clínicos do seu uso. Os autores relataram ao final da pesquisa que
o APM 4 oferece aos ortodontistas um mecanismo bastante eficiente para o
tratamento de Classe II tanto em indivíduos em crescimento como em adultos,
promovendo uma adaptação dento-alveolar. Assim, os profissionais possuem
uma alternativa de baixo custo, simples e efetiva para tratar maloclusões que
antes necessitavam de extração, aparelho extrabucal, cirurgia ou acessórios
dispendiosos.
BRAGA, C.P. et al. (2004) afirmou que atualmente, uma das metas da
Ortodontia é a obtenção de estética facial e, para alcançá-la, é fundamental que
seja feito o planejamento correto dos casos ortodônticos e ortocirúrgicos. Frente
a esta questão, abordou-se a avaliação cefalométrica dos pacientes, detendo-se
na análise de perfil tegumentar proposta por Burstone. O objetivo do estudo foi
salientar a importância de associar a análise dos tecidos tegumentares àquela
48
dos tecidos duros, que normalmente é realizada pela maioria dos profissionais.
O tecido tegumentar, desta forma, não pode ser ignorado durante a realização
do plano de tratamento dos pacientes, já que a sua avaliação é um fator
fundamental para se obter estética facial. Enfatiza-se, ainda, que as medidas
cefalométricas são apenas auxiliares do diagnóstico ortodôntico e os valores
encontrados não devem ser interpretados como sendo estáticos e absolutos.
SIQUEIRA (2004) realizou-se um estudo cefalométrico comparativo, por
meio de tomadas telerradiográficas laterais de cabeça, das alterações
dentoesqueléticas e tegumentares de 81 pacientes com Classe II, divisão,
distribuídos em três grupos de 27, sendo 14 do gênero masculino e 13 do
gênero feminino: Grupo 1 (Controle) - indivíduos não submetidos a qualquer tipo
de tratamento ortodôntico, com idade inicial média de 11,6 anos e observados
por um período médio de 2,2 anos; grupo 2 (AEB) - composto por pacientes
tratados com o Aparelho Extrabucal Cervical e aparelho fixo com idade inicial
média de 12,3 anos e acompanhados por um período médio de 2,3 anos; grupo
3 (APM) - pacientes tratados com o aparelho fixo conjuntamente ao Aparelho de
Protração Mandibular, acompanhados por um período médio de 2,9 anos e com
idade inicial média de 12,2 anos. Todos os pacientes foram radiografados ao
início e ao término do tratamento, totalizando 162 telerradiografias em norma
lateral para o estudo. Baseados na amostra estudada, na metodologia
empregada e nos resultados obtidos, concluiu-se que: (1) o deslocamento
anterior da maxila foi significantemente inibido pelo AEB; (2) nenhuma das
terapias empregadas propiciaram alterações significantes no crescimento
mandibular, entretanto, o grupo 3 apresentou um posicionamento mais anterior
da mandíbula; (4) os dois tipos de tratamentos foram efetivos na redução da
convexidade facial e na melhoria da relação maxilomandibular, com maior
efetividade para os pacientes tratados com o AEB; (5) o padrão de crescimento
craniofacial não foi influenciado pelos tratamentos instituídos, porém, houve uma
significante rotação horária do plano palatino no grupo 2; (6) ambos tratamentos
produziram efeitos de lingualização e retrusão dos incisivos superiores, porém o
49
APM mostrou maiores alterações quando comparado com o AEB; (7) a
distalização dos primeiros molares superiores foi observada apenas no grupo 2.
MASSAHUD e TOTTI (2004) relataram que por ser de grande importância
para o diagnóstico e planejamento do tratamento ortodôntico, objetivou-se, neste
estudo, avaliar cefalometricamente as possíveis alterações no perfil mole facial
em decorrência do tratamento ortodôntico, usando a técnica Edgewise, e com
extrações dos quatro primeiros pré-molares, retração dos incisivos, uso de
ancoragem extra-oral. Foram utilizadas 44 tomadas telerradiográficas laterais de
cabeça, tomadas no pré e no pós-tratamento, de 22 pacientes, brasileiros,
portadores de maloclusão Classe I de Angle com biprotrusão dentária. A idade
média, ao início do tratamento, foi de 12 anos e 09 meses. Os valores
cefalométricos médios pós e pré-tratamento foram comparados, e também a
correlação entre as mudanças de posição dos incisivos com as possíveis
alterações do perfil mole facial. Os resultados indicaram um aumento do ângulo
nasolabial e uma redução do ângulo H.NB; ambos estatisticamente
significativos. Os valores lineares apresentaram redução nas distâncias dos
lábios, dos incisivos em relação à linha N-Pog (násio-pogônio). Os bios
superior e inferior apresentaram no pós-tratamento um aumento de espessura,
estatisticamente significativo para o primeiro. Ocorreu uma redução na
biprotrusão dentária, reduzindo a convexidade do perfil labial e do perfil mole
facial, após o tratamento ortodôntico com extrações de pré-molares.
MOSELING e WOODS (2004) realizaram um estudo para analisar as
mudanças na curvatura dos lábios em mulheres tratadas com extração de pré-
molares e sem extração. Foram utilizadas 137 tomadas telerradiográficas
laterais de cabeça, aonde 62 foram tratadas com extração de pré-molares e 75
sem extração. Os autores concluíram que ambos os tratamentos (com e sem
extração dentária), se fossem bem conduzidos, não necessariamente causaria
uma mudança na curvatura dos lábios e que as características morfológicas dos
próprios lábios é que seriam os maiores determinantes para uma alteração
50
labial, no entanto, o lábio inferior pareceu muito mais suscetível a mudanças do
que o lábio superior.
PINHEIRO et al. (2005) com o objetivo de comparar a perspectiva
estética e a necessidade de tratamento dos ortodontistas e de seus respectivos
pacientes, nas cidades de Natal e João Pessoa, distribuíram questionários aos
pacientes e profissionais locais que, por meio de ilustrações de algumas
características de maloclusões, que possibilitaram uma comparação do grau de
valorização da estética dentofacial entre ambos os grupos. Por meio de tabelas
e testes estatísticos, concluiu-se que o padrão braquifacial, o desvio de linha
média e o apinhamento ântero-inferior são mais perceptíveis aos profissionais
do que aos pacientes e que os profissionais apontaram uma maior necessidade
de tratamento da Classe II mandibular e do padrão dolicofacial do que seus
respectivos pacientes, na cidade de Natal. Enquanto que em João Pessoa, o
desvio de linha média é mais perceptível aos profissionais do que aos pacientes;
o tratamento da Classe II mandibular, Classe II com altura facial ântero-inferior
aumentada e sorriso gengival são mais exigidos pelos pacientes do que pelos
profissionais e o tratamento do apinhamento ântero-inferior mais solicitados
pelos profissionais. Demonstrando que essas diferenças constituem informações
valiosas para que cada profissional conheça as expectativas de seus pacientes
e, assim, proceda de forma mais esclarecedora durante seus procedimentos
clínicos.
MARIA e ROSSATO (2005) realizaram um estudo com o objetivo de
avaliar o perfil facial em jovens tratados ortodonticamente com extrações de
quatro pré-molares. Para isso, os autores avaliaram 40 pacientes (20 do gênero
masculino e 20 do gênero feminino), que foram tratados com os princípios da
técnica preconizada por Tweed-Merrifield. Da amostra selecionada, 23 casos
apresentavam maloclusão de Classe I e 17 apresentavam Classe II, divisão 1 de
Angle, com idades médias no início do tratamento de 12,4 e 12,3 anos para o
gênero feminino e masculino, respectivamente. Os resultados encontrados
51
denotaram que o ângulo nasolabial tornou-se mais obtuso com o tratamento
(6,11°), provavelmente em decorrência da retração d e seu componente labial
que se seguiu à retração dos incisivos superiores. Quanto ao componente nasal,
seu crescimento para frente e para baixo contribuiu para que este aumento não
fosse ainda maior. Assim, as alterações ocorridas nos 2 componentes
anatômicos do ângulo nasolabial (labial e nasal), provocaram, no seu conjunto,
uma rotação no sentido horário. Quanto ao lábio superior, este apresentou um
espessamento tanto em vermelhidão quanto na região do sulco labial superior,
não sendo possível identificar sua verdadeira relação com o crescimento e/ou
retração dos incisivos superiores. Quando as variáveis foram avaliadas quanto
ao gênero, no masculino o ângulo nasolabial apresentou um menor aumento
(5,52°), em virtude de um maior crescimento nasal p ara frente e para baixo,
além de uma menor retração labial, a qual pode ter sido compensada por um
maior espessamento do lábio superior. No feminino, o ângulo nasolabial
apresentou um maior aumento (7,20°), com menor cres cimento nasal e maior
retração labial, que presumivelmente ocorreu em função de um insignificante
aumento da espessura do lábio superior.
STHEPENS et al. (2005) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar
as diferenças ocorridas a longo prazo no perfil mole em pacientes tratados com
e sem extração dentária. Foram selecionadas amostras de 40 indivíduos (20
com extração e 20 sem extração) que tiveram seus tratamentos finalizados 15
anos atrás. Fotografias dos perfis dos indivíduos ao final do tratamento e de 15
anos mais tarde, foram avaliadas por 105 ortodontistas e 225 leigos. No
resultado, os autores concluíram que: (1) não houve diferença estatisticamente
significativa das medidas dos perfis quinze anos depois entre o grupo com
extrações e o grupo sem extrações; (2) ambos os grupos mostraram as mesmas
diferenças a longo prazo; (3) diferenças estatisticamente significativas foram
observadas somente entre os gêneros a longo prazo, onde os lábios ficaram
mais retrusivos e o perfil mais “achatado” no gênero masculino; (4) não houve
diferença significativa na avaliação feita entre ortodontistas e leigos. Os autores
52
ainda relataram que a decisão de extrair dentes, quando bem diagnosticado o
caso, não afeta o perfil mole a longo prazo.
ALMEIDA-PEDRIN et al. (2006) realizaram um estudo cefalométrico com
o objetivo de avaliar as alterações dentárias e, esqueléticas, em jovens com
maloclusão de Classe II, 1a divisão, tratados com o aparelho extrabucal
conjugado (splint maxilar) e com o Bionator. Estes dois grupos experimentais
foram comparados a um grupo de jovens portadores da mesma maloclusão que
não receberam tratamento, pareados pelo gênero, idade, tempo de observação
e grandezas cefalométricas iniciais. A amostra constou de 180 telerradiografias
em norma lateral de 90 jovens, divididos em três grupos de 30, sendo 15 do
gênero masculino e 15 do feminino. Os jovens do grupo 1 foram mantidos como
controle e apresentaram uma idade inicial média de 10,02 anos e foram
observados pelo período médio de 1,49 anos. O grupo 2 foi submetido ao
tratamento utilizando o aparelho extrabucal conjugado (splint maxilar), com
idade inicial média de 10,02 anos e tempo de observação de 1,78 anos. O grupo
3 foi tratado com o Bionator por um tempo médio de 1,52 anos e os jovens
apresentavam idade inicial média de 10,35 anos. A análise dos resultados
mostrou que o tratamento da maloclusão de Classe II, divisão, com o AEB
conjugado e com o Bionator resultou de efeitos específicos e inerentes a cada
aparelho. Os resultados mostraram que o deslocamento anterior da maxila foi
restringido significantemente pelo tratamento com o AEB conjugado. O Bionator
promoveu um aumento significante na protrusão mandibular, enquanto que o
AEB conjugado mostrou efeitos esqueléticos menos evidentes. No entanto,
ambos os aparelhos estudados produziram um aumento no comprimento do
corpo da mandíbula, com valores maiores para o grupo 2. A relação
maxilomandibular melhorou significantemente nos grupos tratados em
comparação ao grupo controle. A análise do padrão de crescimento craniofacial
e das alturas faciais não revelou alteração significante entre os grupos. Em
relação às alterações dentoalveolares ambos aparelhos provocaram inclinação
para lingual e retrusão dos incisivos superiores, porém os efeitos do AEB
53
conjugado foram significantemente mais intensos. Os incisivos inferiores foram
afetados de maneira distinta pelos aparelhos. No grupo tratado com o AEB
conjugado, os incisivos lingualizaram e retruíram enquanto que o grupo tratado
com o Bionator apresentou inclinação para vestibular e protrusão destes dentes.
Os molares inferiores apresentaram um maior desenvolvimento vertical e
horizontal nos grupos 2 e 3. Os primeiros molares superiores distalizaram no
grupo tratado com o AEB conjugado enquanto nos grupos 3 (Bionator) e controle
houve mesialização. Deste modo, verificou-se que ambos os protocolos de
tratamento propiciaram alterações esqueléticas, dentárias e tegumentares,
distintas e clinicamente relevantes para a correção da oclusão de Classe II,
1ª divisão.
COSTA e SUGUINO (2006) afirmaram que o aparelho de protração
mandibular (APM) vem sendo uma opção cada vez mais aceita pelos
profissionais para o tratamento da maloclusão de Classe II, com retrognatismo
mandibular, por ser um aparelho com bastante eficiência clínica e não depender
da colaboração do paciente, já que o mesmo se encontra fixo no aparelho
ortodôntico. Destacaram ainda que, o APM vem sofrendo modificações com o
intuito de cada vez mais aprimorar o seu design a fim de torná-lo resistente aos
esforços a que é submetido, reduzindo o índice de quebras e propiciando
conforto ao paciente.
McKOY-WHITE et al. (2006) realizaram um estudo sobre a preferência do
perfil facial de mulheres melanodermas antes e depois do tratamento
ortodôntico. Foram mostradas fotografias de mulheres melanodermas para 15
ortodontistas leucodermas, 15 ortodontistas melanodermas e para 15 pacientes
também melanodermas, onde eles tinham que considerar o perfil mais
agradável. Como resultado, os autores relataram que os profissionais
leucodermas preferem um perfil mais reto da face, enquanto que os
ortodontistas e pacientes melanodermas preferem um perfil mais protuso. Esse
estudo serviu para facilitar o entendimento do julgamento da estética facial entre
54
ortodontistas leucodermas e melanodermas e ainda a preferência de pacientes
melanodermas ao final do tratamento ortodôntico.
ALVES et al. (2006) realizaram um estudo cefalométrico visando
comparar os efeitos esqueléticos, dentários e tegumentares, em pacientes
portadores de maloclusão Classe II mandibular, submetidos a tratamento com o
Aparelho de Herbst e com o Aparelho de Protração Mandibular (APM). A
amostra constituiu-se de 43 jovens, divididos em três grupos, sendo o Grupo I
(Herbst) composto de 12 jovens, com idade média de 12 anos e 4 meses,
tratados com o Aparelho de Herbst por um período médio de 8,7 meses; o
Grupo II (APM) composto de 15 jovens, com uma idade média de 13 anos e 2
meses, tratados com o Aparelho de Protração Mandibular por um período médio
de 8,3 meses; e Grupo III (Controle) composto de 16 jovens, com uma idade
média de 10 anos e 4 meses, que não se submeteram a nenhum tipo de
tratamento e foram acompanhados por um período de 10 meses. Da análise dos
resultados, pode-se concluir que: tanto o aparelho de Herbst como o APM
provocaram um aumento do comprimento mandibular, com um maior aumento
no grupo tratado com o APM que no grupo tratado com o aparelho de Herbst;
uma inclinação vestibular dos incisivos inferiores e uma retrusão do lábio
superior. Em relação aos efeitos dentários e tegumentares não foram
observadas diferenças, estatisticamente significantes, entre os grupos tratados.
55
Centro Universitário Hermínio Ometto
de Araras
UNIARARAS
MATERIAL E MÉTODO
56
4. MATERIAL E MÉTODO
4.1 MATERIAL
As amostras utilizadas nessa pesquisa pertencem ao arquivo da Clínica
de Pós-graduação em Ortodontia do Centro Universitário Hermínio Ometto
Uniararas, e constaram de 84 tomadas telerradiográficas da cabeça em norma
lateral, de 42 indivíduos, no início e após o término do tratamento ortodôntico.
Os critérios de inclusão para a seleção da amostra foram as seguintes:
1. Telerradiografias de indivíduos jovens brasileiros;
2. Presença de maloclusão de Classe II-1, segundo Angle;
3. Leucodermas;
4. Ambos os gêneros;
5. Dentição permanente;
6. Tratamento ortodôntico realizado com APM;
7. Idade mínima de 12 anos e máximo de 18 anos;
8. Tempo mínimo de tratamento com o uso do APM de 15 meses e
maximo de 45 meses.
57
4.2 MÉTODO
4.2.1 MÉTODO RADIOGRÁFICO
As tomadas telerradiográficas em norma lateral da cabeça foram
realizadas de acordo com as normas e técnicas de obtenção e processamento
preconizadas pelo Serviço de Radiologia da Disciplina de Radiologia, da
Faculdade de Odontologia de Araras, da Universidade de Araras.
4.2.2 MÉTODO CEFALOMÉTRICO
Os cefalogramas foram traçados por um único pesquisador, segundo o
método de avaliação de precisão de erro cefalométrico, descrito por MIDTGÄRD
et al. (1974), em uma sala escurecida e sobre o negatoscópio.
O traçado do cefalograma foi realizado sobre o papel “ultraphan” no
tamanho padronizado de 17,5 X 17,5 cm e 0,07 mm de espessura e com auxílio
de lapiseira com grafite preto 0,3 mm, com régua transparente com sub-divisões
de 0,5 mm, transferidor com aproximação de 0,5 graus, “template”, fita adesiva e
negatoscópio, foi traçado o cefalograma, delimitando as estruturas anatômicas
do crânio e da face, traçando linhas e planos, dando origem às grandezas
cefalométricas que foram utilizadas no presente estudo. As grandezas avaliadas
foram: H.NB, H-Nariz, Mento Total, Lábio Superior e Ângulo Z.
58
4.2.2.1 Traçado do desenho anatômico
Foram traçadas as seguintes estruturas anatômicas (de acordo com
BARROS, C.C., 2001):
Perfil tegumentar: inicia-se acima do osso frontal até o contorno no
mento.
Osso frontal: desenha-se o contorno exterior do osso frontal (glabela), a
partir da sua metade inferior até próximo da união da sutura com os ossos
nasais.
Ossos nasais: a partir da sutura fronto-nasal prosseguindo inferiormente
toda sua extensão. Possui a forma de bico de pássaro.
Meato acústico externo: encontra-se localizado atrás do côndilo da
mandíbula e possui forma oval.
Sela túrcica: desenha-se uma linha contínua da sela no seu contorno
anterior, inferior e posterior. Demarca o ponto médio do crânio, localizado no
plano sagital mediano.
Borda inferior das órbitas: linha contínua da borda látero-inferior da
órbita. No caso de duplicidade de imagens, os desenhos de ambas devem ser
traçados.
Fissura ptérigo-maxilar: apresenta-se radiograficamente em forma de
gota invertida.
Maxila: desenha-se no seu contorno superior e inferior. Anteriormente vai
desde a espinha nasal anterior até próximo à região cervical dos incisivos
centrais e posteriormente até o palato duro.
59
Mandíbula: desenha-se em todo seu contorno, que vai desde a face
vestibular da sínfise mentoniana até o contorno do côndilo.
Incisivos centrais superiores e inferiores: são traçadas as imagens
dos incisivos superiores e inferiores em toda sua extensão, da coroa até o ápice.
Primeiros molares superiores e inferiores: são desenhados os
primeiros molares em oclusão e também os segundos molares (se estes tiverem
em oclusão).
Fig. 1: Estruturas anatômicas
4.2.2.2 Pontos de referência na estrutura esquelética
N (násio): ponto localizado na junção do osso frontal com o osso nasal,
no limite da sutura fronto-nasal.
60
Po (pório): ponto mais superior do meato acústico externo.
Or (orbital): ponto mais inferior do assoalho da órbita.
B (supramentoniano): ponto localizado na parte mais profunda da
porção anterior da sínfise mentoniana.
Fig. 2: Pontos anatômicos na estrutura óssea
4.2.2.3 Pontos de referência na estrutura tegumentar
An: ponto localizado na parte mais anterior do nariz.
Ls (lábio superior): ponto mais anterior do lábio superior.
Li (lábio inferior): ponto mais anterior do lábio inferior.
Pog’ (pogônio mole): ponto mais anterior do pogônio tegumentar.
N
Po
Or
B
61
Fig. 3: Pontos anatômicos na estrutura tegumentar
4.2.2.4 Linhas e planos cefalométricos
Plano de Frankfurt: traça-se uma linha passando pelos pontos pório e
orbital.
Linha NB: linha que começa no ponto násio e passa pelo ponto B até o
plano mandibular.
Linha H: linha que determina o perfil tegumentar do indivíduo. Vai do
pogônio mole e passa pelo lábio superior e, em um perfil harmônico, deve
passar pelo centro do nariz.
Linha Z: é a linha que vai do pogônio mole passando pelo lábio mais
proeminente.
Li
Pog'
An
Ls
62
Fig. 4: Linhas e planos cefalométricos
4.2.2.5 Grandezas cefalométricas angulares e lineares
avaliadas
H.NB (Holdaway, 1983): Formado pela linha H e NB, este ângulo
determina o perfil mole e seu valor normal varia de 9º a 12º.
H-Nariz (Holdaway, 1983): distância linear da linha H até a ponta do
nariz. Deve passar pelo centro do nariz para se ter perfil agradável. Seu valor
normal é de 9 a 11 mm e se a linha H passar fora do nariz, o valor dessa medida
será negativo.
Mento Total (Merrifield, 1966): medida linear perpendicular à linha N-B
até a porção mais proeminente do pogônio mole.
Ângulo Z (Merrifield, 1966): formado entre a linha Z e o Plano Horizontal
de Frankfurt. Seu valor ideal varia de 75º a 78º.
Po
N
Or
B
Pog'
Ls
63
Lábio superior (Merrifield, 1966): medida linear da porção mais convexa
da face vestibular do incisivo central superior até a borda do vermelhão do lábio
superior. Para o indivíduo apresentar boa estética, a espessura do lábio superior
deve ser igual ou menor à espessura do mento total.
Fig. 5: Grandezas cefalométricas avaliadas
4.2.3 MÉTODO DA ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram analisados utilizando-se o programa SPSS for Windows
10.0 (1999). Verificou-se pelo teste paramétrico t de student para amostras
pareadas se as variáveis dependentes (H-NB, H-Nariz, Mento Total, Lábio
Superior e Ângulo Z) apresentaram diferenças significativas após a protração da
mandíbula com o uso do APM. O mesmo teste (t de student pareado) foi
aplicado para se verificar se houve diferença na espessura do lábio superior com
Po Or
N
B
Pog'
Ls
Li
An
64
a espessura do mento total. Em todos os testes o nível de significância para se
rejeitar a hipótese de nulidade foi de 5%.
65
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RESULTADOS
66
5. RESULTADOS
Pudemos verificar nos resultados da tabela 1 e gráficos 1 e 2, que dos 42
casos analisados e comparados antes e depois do tratamento que, na média
total houve diferença estatística em H.NB (<0,0001), Ângulo Z (<0,0001), Mento
total (0,003), Lábio superior (0,019) e H-Nariz (0,013), demonstrando a
efetividade do tratamento ortodôntico.
Observando os resultados das variáveis na análise estatística das 84
telerradiografias em norma lateral de cabeça, realizadas na etapa inicial e final
do tratamento, em indivíduos com idade mínima de 12 anos e máxima de 18
anos, sendo trinta do gênero feminino e doze do gênero masculino, e tempo de
tratamento com uso do APM mínimo de 15 meses e máximo de 45 meses,
notou-se que o valor do H.NB diminuiu e o Ângulo Z aumentou, melhorando a
convexidade do perfil do indivíduo; o valor do mento total aumentou, devido à
protração da mandíbula; o valor do lábio superior aumentou, devido à retração
dos incisivos superiores; e o valor do H-Nariz também aumentou devido ao
crescimento normal dos indivíduos durante a terapia ortodôntica.
Tabela 1. Resultado do teste t de student para verificar o efeito da protração da
mandíbula nas medidas lineares e angulares. Araras-SP, 2006.
Variáveis
N Média
Desvio
padrão t p
H-NB Antes
42
15.07 4.09 6.243 < 0,0001
H-NB Depois
42
11.67 3.7
Ângulo Z Antes
42
69.79 6.14 -6.496 < 0,0001
Ângulo Z Depois
42
74.21 6.06
Mento Total Antes
42
16.43 2.22 -3.133 0,003
Mento Total Depois
42
17.26 2.45
Lábio Superior Antes
42
14.5 2.26 -2.434 0,019
Lábio Superior Depois
42
15.48 2.47
H-Nariz Antes
42
3.9 2.89 -2.597 0,013
H- Nariz Depois
42
5.8 3.72
67
15.07
11.67
69.79
74.21
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Antes Depois Antes Depois
t
= 6,243 p < 0,0001
H-NB Ângulo Z
t
= - 6,496 p < 0,0001
Gráfico 1. Média da medidas HNB e Ângulo Z antes e depois da protração da
mandíbula. Araras-SP, 2006.
68
16.43
17.26
14.50
15.48
3.90
5.80
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Antes Depois Antes Depois Antes Depois
Mento Total
Lábio Superior H-Nariz
t
= - 3,133
p = 0,003
t
= - 2,434 p = 0,019
t
= - 2,597 p = 0,013
Gráfico 2. dia das medidas Mento Total, Lábio Superior e H-Nariz antes e
depois da protração da mandíbula Araras-SP, 2006.
Na tabela 2 e no gráfico 3, pode-se verificar que os valores das medidas
do mento total e do lábio superior depois do tratamento com o APM não
coincidiram, sendo que a espessura do lábio superior é significativamente (p <
0,05) menor que a espessura do mento total.
Tabela 2. Resultado do teste t de student para verificar a diferença entre a
espessura do mento total e a espessura do lábio superior após a
protração da mandíbula. Araras-SP, 2006.
Medidas Média N
Desvio
Padrão t p
Mento Total Depois 17.26 42 2.45 4.569
< 0,0001
Lábio Superior Depois 15.48 42 2.47
69
17.26
15.48
14.5
15
15.5
16
16.5
17
17.5
Média (mm)
Mento Total Lábio Superior
t
= 4,569 p < 0,0001
Gráfico 3. Resultado do teste t de student para verificar a diferença entre a
espessura do mento total e a espessura do lábio superior após a
protração da mandíbula. Araras-SP, 2006.
70
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DISCUSSÃO
71
6. DISCUSSÃO
Muitos pacientes que se submetem ao tratamento ortodôntico visam
harmonia do perfil facial. Devido a este fato, vários autores consideram, não
somente a questão da função e da estabilidade do sistema estomatognático,
como também a importância da estética do perfil no diagnóstico e no
planejamento ortodôntico (RIEDEL, 1950; FACHIN, 1986; GALVÃO, 1987;
BRANDÃO, 1991; BRANT, 2001; CAPELLI JR. & WILDBERGER, 2002;
ALMEIDA & MAZZIEIRO, 2003; BOEIRA JR., 2003).
Com o surgimento da cefalometria radiográfica (BROADBENT, 1931) e
das análises cefalométricas, ficou possível a avaliação do relacionamento do
perfil mole com os ossos da face através de medidas cefalométricas que
estudam essa relação. E com o desenvolvimento desses estudos, muitos
autores concentraram suas pesquisas em medições realizadas sobre os
traçados cefalométricos de modo a entender como funciona o crescimento do
tecido mole e suas modificações produzidas pelo tratamento ortodôntico
(STEINER, 1953; KING, 1960; RICKETTS, 1961; MERRIFIELD, 1966;
BURSTONE, 1967; HOLDAWAY, 1983; DROBOCKY & SMITH, 1989;
YOGOSAWA, 1990; SCAVONE JR. et al., 1993; BRAVO, 1994; BISHARA;
CUMMINS; ZAHER, 1997; RODRIGUES; VILELLA; MUCHA, 1999; DINIZ &
TELES, 2001; LIMA, 2002; HERDY, 2002; MASSAHUD & TOTTI, 2004). E,
embora os valores numéricos devam ser levados em consideração, o
ortodontista também deve avaliar as características individuais de cada pessoa e
prognóstico a longo prazo.
Vários autores tem relatado diferentes tipos de aparelhos de distalização
de molares ou de protração da mandíbula para melhorar o perfil, principalmente
em pacientes Classe IIdivisão 1, em que há uma grande convexidade da face.
Outros optam pela extração de pré-molares como melhor forma de tratamento
para melhorar a relação oclusal e o perfil tegumentar, se baseado em
72
diagnóstico e uma indicação correta (BISHARA et al., 1995; BISHARA;
CUMMINS; ZAHER, 1997; JAMES, 1998; BOLEY et al., 1998; BRANT, 2001).
A literatura relata que em pacientes tratados com aparelhos ortopédicos,
incluindo o APM não altera o padrão de crescimento facial, mas ocorre
deslocamento ântero-inferior da mandíbula é muito vantajoso para melhorar o
perfil mole em casos de Classe II (COELHO FILHO, 1995, 2001; HENRIQUE et
al., 2001; SILVA & DOMINGUES-RODRIGUES, 2002; SCHUTZ; VIGORITO;
DOMINGUES-RODRIGUES, 2003; SIQUEIRA, 2004).
Os nossos resultados concordam com a grande maioria dos autores em
relação a postura labial estar intimamente relacionada com as mudanças
ocasionadas durante o tratamento ortodôntico, principalmente nos casos
tratados com extração de pré-molares e que uma grande retração de
incisivos (WALDMAN, 1982; REZENDE & MARTINS, 1984; SCAVONE JR.,
1993; TUKASAN et al., 1996; CARVALHO et al., 1999; BOEIRA JR., BRUCKER,
BERTHOLD, 2002; YAMAGUTO et al, 2003). O lábio inferior também é afetado
pela retração dos incisivos, melhorando ainda mais o perfil do paciente (BLOOM,
1961; DROBOCKY & SMITH, 1989; YOGOSAWA, 1990; BRAVO, 1994;
BISHARA; CUMMINS; ZAHER; 1997; RODRIGUES, VILELLA, MUCHA, 1999).
Como com o passar do tempo, o indivíduo tende a ficar com o perfil mais
convexo, e se torna importante uma nova avaliação cuidadosa da estética labial.
Portanto, o planejamento ortodôntico deve considerar a necessidade de se
finalizar casos com lábios mais protrusos (BRANDÃO, 1991).
OLIVER (1982) relata que a mudança no perfil tegumentar em indivíduos
com os lábios mais finos é maior, ao contrário dos indivíduos com os lábios mais
grossos. A alteração do perfil facial não depende somente da retração dos
incisivos, como também da espessura dos lábios dos pacientes.
73
De acordo com os nossos dados, o ângulo H.NB, que avalia o grau de
convexidade do perfil mole do indivíduo, tende a diminuir de maneira
considerável no final do tratamento ortodôntico, concordando com autores
SCAVONE JR. (1993), LIMA (2002), BOEIRA JR. (2003), GUARIZA FILHO &
ABRÃO (2002), que relatam que um perfil mais reto e que possui uma melhor
relação lábio/mento, tendendo ser mais agradável.
Nossos resultados demonstram concordância com os obtidos em outras
avaliações semelhantes que estudaram e identificaram um aumento das outras
medidas cefalométricas relacionadas ao perfil tegumentar como o ângulo Z,
mento total e H-nariz tornando o perfil mais harmônico em pacientes Classe II-1
(BRANDÃO, 1991; DINIZ & TELLES, 2001; HENRIQUE et al., 2001; LIMA, 2002;
CAPELLI JR. & WILDBERGER, 2002; GUARIZA FILHO & ABRÃO, 2002). De
fato, MERRIFIELD (1966) considera que para se ter uma avaliação crítica do
terço inferior da face, duas medidas avaliadas na pesquisa devem ter seus
valores iguais; a espessura do mento mole e a do lábio superior coincidindo ao
final do tratamento ortodôntico, e desse modo obtendo um perfil facial agradável.
74
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CONCLUSÕES
75
7. CONCLUSÕES
1. Todas as medidas cefalométricas avaliadas na pesquisa apresentaram
diferenças estatisticamente significativas após a protração da mandíbula com o
uso do APM.
2. Ao final do tratamento, a espessura do lábio superior não coincide com a
medida do mento total, entretanto, o mento total manteve-se maior que a medida
do lábio superior.
76
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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